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PREVENÇÃO, PREPARAÇÃO E RESPOSTA À EMERGÊNCIAS E
DESASTRES QUÍMICOS
Eng. Aramis Cardoso BeltramiMinistério da Saúde do Brasil
Curso de Auto-aprendizagem
Mapeamento de ameaças, recursos e vulnerabilidades e geoprocessamento aplicados
aos acidentes com produtos perigosos
Tópicos
1. Conceitos – Produtos perigosos, acidente com produtos perigosos, classificação de produtos perigosos, ameaças e recursos.
2. Gestão da informação – Território, mapeamento, 3. Mapeamento e Geoprocessamento4. Fontes de dados – Sensoriamento remoto, GPS,
cadastros, exemplos5. GPS – Conceitos e passo-a-passo para utilização6. Sistema de gestão integral de riscos – Passo-a-passo.
Organizações / autores Conceituação
Organização Internacional do Trabalho OIT Acidentes Industriais Maiores
United Nations Environment Program UNEP Desastres Tecnológicos
Organização Mundial da Saúde -OMS Acidentes Químicos
Ministério do Meio Ambiente Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos
Ministério da Saúde Acidentes com Produtos Perigosos
Secretaria Nacional de Defesa Civil Desastres Humanos de Natureza Tecnológica
Freitas CM, Porto MFS, Gomez CM, 1995 Acidentes Químicos Ampliados
Bertazzi, P-A 1989 Desastres Industriais
Fonte: Nunes,F.P.(2005)
1. Conceitos e definições – Diferenças entre Instituições
Produto perigoso: toda substância ou
mistura de substâncias que, em razão de suas
propriedades químicas, físicas, biológicas ou
toxicológicas, isoladas ou combinadas,
constitui um perigo à saúde humana, ambiente
ou patrimönio-propriedade.
1. Conceitos - Produto Perigoso
CLASSE 1 - EXPLOSIVOS CLASSE 2 - GASES CLASSE 3 - LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS CLASSE 4 - SÓLIDOS INFLAMÁVEIS CLASSE 5 - OXIDANTES E PERÓXIDOS ORGÂNICOS CLASSE 6 - TÓXICOS E INFECTANTES CLASSE 7 – RADIOATIVOS CLASSE 8 – CORROSIVOS CLASSE 9 - SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS DIVERSAS
1. Conceitos - Classificação dos Produtos Perigosos segundo a ONU
Os acidentes com produtos perigosos são definidos como eventos agudos, tais como explosões, incêndios, vazamentos ou emissões de produtos perigosos, individualmente ou combinados, envolvendo uma ou mais substâncias perigosas com potencial de causar danos ao patrimônio, ao meio ambiente e à saúde dos seres humanos, em curto ou longo prazos.
1. Conceitos - Acidentes com produtos perigosos
Ameaça pode ser caracterizada como a atividade ou evento adverso potencialmente provocador de desastre.
Prenúncio ou indício de um evento desastroso.
1. Conceitos - Ameaça
Recursos são meios de que se lança mão para alcançar um fim.
Insumos ou materiais que seja necessário a um processo.
Bens existentes que o Homem utiliza em seu proveito, em diversas atividades. Podem ser classificados em humanos, naturais, financeiros, políticos e outros.
1. Conceitos - Recursos
• O território tem a capacidade de congregar informações de múltiplas fontes e de múltiplas disciplinas.
Ex. Vegetação, Solo, Unidades de Saúde, Populações, Agropecuário, Econômico, Indústria
• No território é onde as coisas acontecem
Onde as pessoas vivem, trabalham, se divertem, adoecem e se recuperam.
• É o território local de aplicação das políticas públicas
Onde as decisões se tornam realidades
2. Gestão da informação - Território
Abstração
Sistema do Mundo Real
Informações que representamo Mundo Real
+Mapas
+Arquivos
2. Mapeamento – Adaptação do observado no mundo real
GEOPROCESSAMENTO(Tecnologia de tratamento e manipulação
de dados geográficos através de programas computacionais)
SensoriamentoRemoto GPS
CartografiaDigital
SGDBSIG
(Integra todas as outras)
Captura de Dados
Armazenamento
Manipulação
Análise
Apresentação de Dados
Seleção, Busca de informaçãoe análise estatística
Visualizaçãode mapas e análiseBaseado em BRITO, 1994.
3. Geoprocessamento
Conceito de MapeamentoOs mapas são representações geográficas da superfície curva do planeta terra sobre uma superfície plana.Mapeamento é atividade de confecção de mapas.
3. Geoprocessamento - Sistemas de Informações Geográficas – SIG-GIS - Conceitos
Conceito de GeoprocessamentoO Geoprocessamento é o processamento informatizado de dados georreferenciados, utilizando programas de computador que permitem o uso de informações cartográficas (mapas, cartas topográficas e plantas) e informações a que se possa associar coordenadas desses mapas, cartas ou plantas. Pode ser utilizado para diversas aplicações.
3. Geoprocessamento - Sistemas de Informações Geográficas – SIG-GIS - Conceitos
Conceito de Sistemas de Informações Geográficas - SIG São sistemas cujas principais características são: "integrar, numa única base de dados, informações espaciais provenientes de dados cartográficos, dados de censo e de cadastro urbano e rural, imagens de satélite, redes e modelos numéricos de terreno; combinar as várias informações, através de algoritmos de manipulação, para gerar mapeamentos derivados; consultar, recuperar, visualizar e plotar o conteúdo da base de dados geocodificados".
3. Geoprocessamento - Sistemas de Informações Geográficas – SIG-GIS - Conceitos
Organização e integração de dados dos dados
Visualização de dadosProdução de mapasConsulta espacialAnálise EspacialPrevisão
3. Geoprocessamento - Sistemas de Informações Geográficas Objetivos principais
Realizar análises e inferênciasPossibilita a manutenção de dados
integradosMaior acessibilidade Incorporação de processosAmbiente de integração de informação
3. Geoprocessamento - Sistemas de Informações Geográficas Vantagens
São 3 as estruturas básicas de um SIG
a)Objetos Geográficos
b)Camada, Tema ou Plano de Informação
c)Atributos
3. Geoprocessamento - Sistemas de Informações Geográficas – Estruturação
a) Objetos Geográficos
São os fenômenos do mundo real que se deseja representar como limites municipais e estaduais, estradas, lotes, lagos, plantas químicas, rotas de transporte, unidades de saúde e outros.
São digitalizados por instrumentos específicos e com finalidades pré-estabelecidas
3. Geoprocessamento - Sistemas de Informações Geográficas Objetivos principais
a) Objetos Geográficos
Pontos – Utilizados para representar eventos ou locais determinados.
Linhas - Normalmente utilizadas para representar para ruas, estradas, rotas;
Polígonos ou linhas fechadas – Usualmente utilizadas para representar áreas formadas por mais de um ponto.
3. Sistemas de Informações Geográficas –Estruturação
a) Objetos Geográficos
Polígonos, para demarcação dos limites de uma área, como municípios e lagos;
Similar a polilinha, mas o final se liga ao começo, tornando a área central parte integrante da entidade.
3. Geoprocessamento - Sistemas de Informações Geográficas Objetivos principais
Coleção de objetos geográficos com características comuns, definidas pelo usuário. Alguns exemplos de camadas são:
• Hidrografia: arquivo com rios, canais, lagos.
• Malha viária: arquivo com rotas, avenidas, estradas.
• Edificações: arquivo contendo os lotes, edificações, prédios.
• Produtos Perigosos: arquivo contendo os atributos das plantas com produtos perigosos.
• Setores Censitários; arquivo com os limites dos setores censitários e respectivas populações.
• Eventos de saúde – Camada de dados contendo os casos de intoxicações ou óbitos atribuídos a PP.
Ruas
Eventos de Saúde
Realidade
Edifícios
b) Camada, Tema ou Plano de Informação
3. Geoprocessamento - Sistemas de Informações Geográficas Objetivos principais
Imagens de Satélite
Vulnerabilidade
Setores Censitários
Vigilância Ambiental - “Vigis”
Paisagem (ex. rios)
Sobreposiçãoou Overlay
Banco deBanco deDados Dados GEOGEO
2. Mapeamentos e aplicações – Sobreposição de Camadas de dados
Conjunto de dados tabulares de SIG. Tem as propriedades de qualquer banco de dados tabulares, com variáveis dispostas nas colunas (cujos nomes funcionam como chave de identificação do conteúdo das células) e registros de dados dispostos nas linhas. Cada arquivo cartográfico no SIG possui um banco de dados relacionado a cada objeto geográfico, sendo que sua ligação é invisível para o usuário, mas extremamente importante para as análises a serem feitas. Exemplos:
ID Nome Endereço Agravo Data Notificação
Idade (anos)
1 José dos Santos Av. 3 de abril, 25 Dengue 01/06/1999 31 2 Maria Pia Rua do Amparo, 03 Meningite 02/07/1999 14 3 Ana da Silva Rua do Futuro, 113 Hanseníase 03/07/1999 45
c) Atributos
EMPRESA LOCAL LAT/LONG PRODUTOS CLASSE QTDADE CUBA CAMPO
GRANDE MS-0,9581 GAS
CLORO 2 1.000/dia
Ex: Empresa, local, lat-long, produtos perigosos, classe de risco e quantidades.
Ex: ID, nome, endereço, agravo, data da notificação e idade
3. Geoprocessamento - Sistemas de Informações Geográficas Objetivos principais e exemplos
Identificação de pontos ou áreas e respectivos atributos
Ex:
* Plantas fixas;
* Modais de Transporte e rotas;
* Acidentes; e
* Vulnerabilidades populacionais a riscos tecnológicos.
EMPRESA LOCAL LAT/LONG PRODUTOS CLASSE QTDADE CUBA CAMPO
GRANDE MS-0,9581 GAS
CLORO 2 1.000/dia
3. Geoprocessamento - Sistemas de Informações Geográficas Exemplos e aplicações
Fonte: Beltrami, AC. 2007
3. Geoprocessamento - Exemplos em acidentes rodoviários Rio Grande do Sul, Brasil – 1994-2006
Gráfico 1 . Série histórica dos acidentes com produtos perigosos. Rio Grande do Sul, 1994-2006.
15
22
18
14
20
23
34
45
42
32
27
32
20
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Ano
Even
tos
Nº de acidentes
3. Geoprocessamento - Exemplos em acidentes rodoviários Rio Grande do Sul, Brasil – 1994-2006
A análise da série histórica desses 344 eventos, apontam para a seguinte freqüência de acidentes envolvendo produtos perigosos:
__________________________________________________________1) Municípios - Porto Alegre 24 registros – 7.0 %
Santo Antonio da Patrulha 20 registros - 5.8 % __________________________________________________________
2) Modal rodoviário de transporte 263 registros - 86.2 %Modal ferroviário de transporte 21 registros - 6.9 %
__________________________________________________________3) Classe de risco 3 da ONU Líquidos Inflamáveis 129 registros - 40.8 %
Classe de risco 9 da ONU Perigosos Diversos 104 registros – 32.9 %______________________________________________________
4) Rodovias – BR–290 66 registros - 19,1%* (Km 12 – 88) 40 registros - 11,6%
3. Geoprocessamento - Exemplos em acidentes rodoviários Rio Grande do Sul, Brasil – 1994-2006
Nº de eventos
Nº Veículos ou
composições
envolvidos
PESSOASENVOLVIDA
SLEVEMENTE FERIDAS
GRAVEMENTE FERIDAS EM ÓBITO
305 337 231 107 13 24
3. Geoprocessamento - Exemplos em acidentes rodoviários Paraná, Brasil – 2003-2006
Fonte: Beltrami, AC. 2008
3. Exemplo de mapeamento do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro - Anel rodoviário, plantas petroquímicas e portos.
Imagem – Satélite Landsat
4. Fontes de dados – Sensoriamento RemotoAquisição de imagens via satélite de forma remota sem que haja necessidade da presença física no local a ser mapeado.
O Global Positioning System (GPS) é um sistema de rádio navegação, baseado em satélite, desenvolvido e operado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América.
O GPS permite a usuários terrestres, marítimos ou aeronáuticos determinar sua posição tridimensional e localização geográfica em qualquer ponto do planeta, incluindo, velocidade e horário, 24 horas por dia, sob qualquer condição climática e em qualquer local do mundo; com uma precisão e acurácia muito melhor do que qualquer outro sistema de rádio navegação disponível hoje.
4. Fontes de dados - GPS
Geocodificação de cadastros O processo de geocodificação de cadastros consiste em atribuir a cada
registro, um par de coordenadas geográficas (lat-long)
A geocodificação de cadastros pode ser realizada a partir de uma base de logradouros georreferenciada, a partir de partir de pontos coletados em campo com o auxílio de receptores GPS de navegação ou diferenciais ou ainda por conversão de mapas analógicos em mapas digitais georreferenciados.
4. Fontes de dados – Cadastros ou bases de dados
Latitude é a distância em graus, minutos e segundos de arco Norte ou Sul do Equador, medidos ao longo do meridiano do ponto, vai de 0 a 90º. No Brasil varia de 5,30°N a 35,30°S
Longitude é a distância em graus, minutos e segundo de arco Leste ou Oeste do Meridiano de Greenwich, medidos ao longo do paralelo do ponto, vai de 0 a 180º. No Brasil varia de 14°W a 73°W.
5,30° Lat
-35,30° Lat
-14° Long-73° Long
Latitude e longitude
Tela de satélitesque mostra adisponibilizaçãode sinais e asintensidades dossinais
Na tela de posicionamentoapós o aparelhocaptar os sinaisficará disponível ainformação do local
Bússola que indicaa rota para umdeterminado pontoescolhido optando-se pela funçãoGOTO
Menu principal doaparelho a partir do qual pode-senavegar
5. Utilização do GPS – Exemplo: Garmin 12 XL
Ligar o GPS
Avançar até “Menu Principal”
Ir para “Ajuste de Menu”
Entrar
Ir para “Navegação”
Entrar
Ir para “Formato”
Entrar
Selecionar hddd.ddddd°
Alterar
DATUM - Entrar
Selecionar “Sth Amrcn 69”
Alterar
Sair Retornar atétela de Posição
Anotar número do ponto e “Enter”
5. Utilização de GPS – Passo a Passo
Mapeamento das fontes de emissão e recursos: Obtenção do Cadastro de poluidores, rotas de transporte Sítios frágeis e vulneráveis Recursos – unidades de saúde georreferenciadas e atributos:
Antídotos, manuais de atendimento, laboratórios e EPI.
Notificação de acidentesMetodologia: Planejamento sobre amostragem Coleta de dados – remoto, GPS, cadastros Geoprocessamento
Divulgação, difusão dos resultados, avaliação e retroalimentação.* Comunicação harmonizada, ordenada e responsável
6. Sistema de Gestão Integral de Riscos – Passo a Passo
Mapeamento de ameaças e vulnerabilidades
As ferramentas de geoprocessamento podem ser utilizadas para fornecer subsídios às ações de vigilância, prevenção, preparação e resposta aos acidentes com produtos perigosos.
A caracterização espacial do histórico de ocorrência de acidentes (eventos registrados em um dado período e local), localização dos perigos/ameaças (indústrias, rotas de transporte, gasodutos, portos e etc.) relacionadas a produtos perigosos, bem como os recursos disponíveis para atuação (unidades de saúde, corpo de bombeiros, órgãos ambientais, defesa civil, policias e etc.), possibilita a geração de mapas de risco e auxilia no estabelecimento de prioridades de atuação seja em capacitação, preparação entre outros.
Mapeamento de ameaças e vulnerabilidades
Tal levantamento propicia, também, que sejam elaborados planos de gerenciamento integral de riscos e planos de preparação e resposta a partir dos produtos identificados como prioritários, em um dado território, seja do ponto de vista de exposição humana ou contaminação ambiental.
Ao se conhecer o território, é possível, por exemplo, identificar áreas críticas relacionadas a acidentes com produtos perigosos no sistema viário e prever ações de mitigação de possíveis danos/impactos e definição de rotas alternativas com menor risco em função da localização dos sítios frágeis e das vulnerabilidade populacionais.
Figura 1. Exemplo de mapa de risco contendo ocorrência de acidentes na região Sudeste
Fonte: Associação Brasileira de Prevenção e Controle de Emergências Ambientais - ABPCEA Disponível ao: http://www.abpcea.org.br/38_areamaparisco.htm
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