POEMA Sete Quedas, Sete Anões e Um Dragão. Eram sete, Sete Quedas catarinas a correr... Arco-íris...

Preview:

Citation preview

POEMA

Sete Quedas, Sete Anões e Um Dragão

Eram sete, Sete Quedascatarinas a correr...Arco-íris feito águaem mil saias de filó...Sete notas dançarinas:Si Lá Sol Fá

Mi Ré Dó.

Eram sete, Sete Quedase sete anões brincalhões- cambalhotas de ternurabanhos de espuma e luar - Tudo Assim continuaria...Mas vejam só o que aconteceuà plena luz do dia:

Fortes estrondosestremeceram a terrae aterrorizados tremeram Quedas, cores e anões Quedas cores e anões Quedas cores e anões Quedas cores e anões

O motivo de tanto medoninguém ao certo sabia...Seria ogro ou trovãoquem trovejava ou grunhia?Seria britadeira ou tratorO que a terra estremecia?

No meio da fumaceira,no meio de tanto póo tal bicho, coisa ou gentesurgiu com fúria de furacão,bafo quente de dinamite,força de ogro e jeito de dragão

O dragão, que por tal nomepassou a ser conhecido,cercava as Quedas de armadilhascavava túneis e labirintosembaixo da terra,onde sete celas capturariamas Sete Quedas.

Eram sete, Sete Quedaslamentando seu destinoarco-íris feito prantoondulado de pavorEram sete, Sete Quedascom sete dias contados de música, cor e sol.

Eram sete, sete anõesem plena luta amada- com mãos de espumae uma lua cheia assustada - contra o dragão que queriasomente para si... as Sete Quedas bem enterradas.

Chegou o dia tão aguardadopelo dragão invasor.As sete celas embaixo da terraficaram prontas a espera...das Sete Quedas que acorrentadase à viva força arrastadaspor sete chaves foram chaveadas.

As Sete Quedas enclausuradasuniram prantose choraram tanto, de forma tal,que a própria terramorta de tristeza comoveu-se toda e novamente em convulsões estremeceu.

Eram sete, Sete Quedasque nunca mais viram o sol,Sete Quedas afogadasque a mão de açodo dragão prendeu.Sete poços de prantoque a região toda alagou.

O tal dragão que nunca soubeolhar firme para o chão,foi visto afundar por inteiro,com sete chaves na mãonuma das fendas profundas,que a terra violentada abriu.

Eram sete, sete anõesque partiram sem nenhum rumo...Pé por pé, passo a passo,pensando alto... desapressando o passo.Eram seresteiros dos sete ventosque marcavam o descompasso do pensar alto e o lento passo.

O lamento dos sete anões,o vento por onde foi espalhou.E os sete cantos do mundohoje comentam também,a história das Sete Quedasque os sete anões queriam bem:

Eram sete, Sete Quedas...

Referência

KIRINUS, G. Sete quedas, sete anões e um dragão. Curitiba: Editora Braga, 1997.

Recommended