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Orientação a Objetos
Alcides Calsavara
alcides@epsilon.pucpr.br
Objetivo
Estudar técnicas e ferramentas para análise, projeto e implementação de sistemas orientados a objetos (OO)
Ementa
Conceituação de OO Método para modelagem OO
– Modelagem de Objetos– Modelagem Dinâmica– Modelagem Funcional
Programação OO
Bibliografia Básica
James Rumbaugh et al. Modelagem e Projetos Baseados em Objetos. Editora Campus, 1994. ISBN 85-7001-8410-X.
Grady Booch. Object-Oriented Analysis and Design with Applications. Second Edition. Addison-Wesley, 1994. ISBN 0-8053-5340-2.
Ivar Jacobson. Object-Oriented Software Engineering - a Use Case Driven approach. Addison-Wesley, 1996. ISBN 0-201-54435-0.
Peter Coad. Objet Models - Strategies, Patterns & Applications. Prentice-Hall, 1997. ISBN 0-13-840117-9.
Dennis de Champeaux. Object-Oriented Development Process and Metrics. Prentice-Hall, 1997. ISBN 0-13-099755-2.
Gregory Satir and Doug Brown. C++ : The Core Language. O’Reilly & Associates, 1995. ISBN 1-56592-116-X.
Bibliografia Complementar
Jag Sodhi and Prince Sodhi. Object-Oriented Methos for Software Development. McGraw Hill, 1996. ISBN 0-07-059574-7.
Chris Zimmermann (Ed). Advances in Object-Oriented Metalevel Architectures and Reflection. CRC Pr, 1996. ISBN 0-84-932663-X.
Jonathan Pletzke. Advanced Smalltalk.. John Wiley & Sons, 1996. ISBN 0-47-116350-3.
Al Stevens. C++ Database Development. Mis Pr, 1994. ISBN 1-55-828357-9.
Grady Booch and Ed Eykholt (Eds). The Best of Booch: Designing Strategies for Object Technology. Prentice-Hall, 1996. ISBN 0-13-739616-3.
Grupo de Usuários da Tecnologia de Objetos (GUTO) Página WWW
http://www2.pucpr.br/guto/ Lista de discussões
Mensagem para:
maiser@rla12.pucpr.br
Com conteúdo:
sub GUTO-L
Conceitos de OO
Modelagem de Objetos
Vantagens
Independência de implementação Esconder detalhes Flexibilidade Clareza conceitual Modularização Reusabilidade
Áreas de aplicação
Linguagens de programação Bancos de dados Sistemas operacionais Sistemas distribuídos Interface gráfica Métodos de modelagem de sistemas Métodos formais: Z++ Empacotamento de software: classes, componentes Integração de sistemas: CORBA, DCOM Reflexão: tolerância a falhas, reconfiguração
Conceitos fundamentais
Objeto Identidade Encapsulamento Classificação/Instanciação Generalização/Especialização Herança Polimorfismo
Objeto
Um conceito, uma abstração, algo com limites e significados definidos para o problema em questão
Um objeto do mundo real Um conjunto de atributos (estado) e
métodos (comportamento) Uma instância de uma classe
Identidade
Característica peculiar de um objeto que denota a existência em separado do objeto, mesmo que ele tenha os mesmos valores de atributos de outro objeto
Uma identificação única de cada objeto
Encapsulamento
Técnica de modelagem e implementação que separa os aspectos externos de um objeto dos detalhes internos de implementação do mesmo objeto
Os atributos (estado) de objeto só é modificável a partir de seus métodos (interface)
Atributo
Propriedade denominada de uma classe, que descreve o valor de um dado contido por cada objeto da classe
Todo atributo tem um tipo e, opcionalmente, um valor default inicial
Cada instância de uma classe possui todos os atributos definidos pela classe
Método (ou Operação)
Função ou transformação que pode ser aplicada aos objetos de uma classe
Todo método definido para uma classe pode ser aplicado a qualquer instância daquela classe
Um método tem um nome, uma lista de argumentos, um tipo de retorno e uma implementação
Classe
Descrição de um grupo de objetos com propriedades semelhantes, comportamento, relacionamentos e semântica comuns
Instância: um objeto descrito por uma classe
Generalização
Relacionamento entre uma classe e uma ou mais versões refinadas ou especializadas da classe
Especialização: relacionamento inverso Superclasse: versão mais abstrata de
outra classe, a subclasse Subclasse: versão mais refinada de
outra classe, a superclasse
Herança
Mecanismo baseado em objetos que permite que as classes compartilhem atributos e operações baseados em um relacionamento, geralmente generalização
Uma subclasse herda atributos e métodos da superclasse
Polimorfismo Assume muitas formas A propriedade segundo a qual uma operação
(método) pode comportar-se diferentemente em classes diferentes
A subclasse redefine a implementação de um método herdado da superclasse
Onde se espera uma instância de um certa classe pode aparecer uma instância de qualquer subclasse daquela classe
Exemplos/Exercícios
Componentes de uma interface gráfica: botões, menus, barras, ...
Pessoas: aluno, professor, secretária, reitor Veículos: bicicleta, veleiro, carro,
caminhão, avião, planador, motocicleta, cavalo
Habitações: tenda, caverna, barraco, garagem, celeiro, casa, arranha-céu
Ligação
Uma conexão física ou conceitual entre objetos
Exemplo: O país Brasil tem como capital a cidade de Brasília.
Exemplo: O funcionário João trabalha na empresa Transamérica S.A.
Exemplo: O artigo “OO Solutions” foi publicado na conferencia OOPSLA’99.
Associação
Relacionamento entre instâncias de duas ou mais classes descrevendo um grupo de ligações com estrutura e semântica comuns.
Exemplo: Um país tem como capital uma cidade.
Exemplo: Um funcionário trabalha numa empresa.
Agregação
Forma especial de associação, entre o todo e suas partes, na qual o todo é composto pelas partes
Também chamada de herança horizontal Exemplo: Um artigo é publicado em uma
conferência, isto é, o artigo faz parte da conferência (ou dos anais da conferência).
Multiplicidade e Papel
Multiplicidade: Número de instâncias de uma classe que podem se relacionar a uma única instância de um classe associada (ou agregada).
Papel: nome que identifica inequivocamente uma extremidade de uma associação.
Atributo de Ligação Um valor de dados presente em cada ligação
(nível de instâncias) de uma associação (nível de classes)
Uma propriedade da ligação entre objetos, e não dos objetos ligados, propriamente ditos
Exemplos: permissão de acesso que um usuário possui para a um arquivo; o salário de uma pessoa em um emprego em uma companhia
Associação como uma Classe Cada ligação de uma associação é uma
instância de uma classe Uma ligação é um objeto, com atributos e
métodos Útil quando ligações podem participar em
associações com outros objetos Útil quando ligações sofrem operações Exemplo: autorização para usuários em
estações de trabalho
Associação Ternária
Representa ligações entre 3 objetos Não pode ser dividida em associações
binárias sem que haja perda de informações Associações de grau maior que 3 são raras e
devem ser evitadas devido a complexidade de entendimento e implementação
Exemplo: pessoas que são programadoras usam linguagens de programação em projetos
Ordenação em Associações Em alguns casos o conjunto de objetos
associados a um certo objeto apresenta uma ordem
A palavra "ordenado" deve aparecer junto à multiplicade "muitos" de uma associação para indicar que existe uma ordem entre os objetos ligados
Exemplos: as janelas visíveis em uma tela possuem uma ordem; os vértices de um polígono
Associação Qualificada
Relaciona dois objetos e um qualificador O qualificador reduz a multiplicidade Exemplo: Um diretório contém muitos
arquivos, mas é o nome do arquivo dentro do diretório que identifica o arquivo (e identifica um único arquivo)
Maior precisão na informação!!
Uso de Agregação
Na dúvida, use associação! Herança não representa o
relacionamento parte-todo Agregados recursivos são frequentes Agregação normalmente implica em
propagação de operações
Classes Abstratas e Concretas
Classe abstrata: classe que não pode ter instâncias diretas, mas cujos descendentes sim; organizam características comuns a diversas classes; mecanismo para reutilizar código; pode definir operações abstratas (sem um correspondente método)
Classe concreta: classe que pode ter instâncias diretas; não pode definir operações abstratas
Cancelamento para extensão
A nova operação é igual à operação herdada, exceto pelo fato de acrescentar alguns detalhes de comportamento, normalmente afetando novos atributos da subclasse.
Cancelamento para restrição
A nova operação restringe o protocolo (assinatura da operação), podendo reduzir os tipos de argumentos.
A operação herdada fica fechada (restrita) dentro de cada subclasse específica.
Cancelamento para otimização
O novo método tem o mesmo protocolo externo e apresenta o mesmos resultados
A implementação do novo método (algoritmo utilizado) pode ser completamente diferente
Cancelamento por conveniência
Emprego adhoc de herança para reutilizar classes.
Uma nova classe é tornada subclasse de uma classe existente e substitui os métodos inconvenientes.
Semanticamente errado e conduz a problemas de manutenção; recomenda-se criar uma terceira classe (superclasse das demais)
Herança Múltipla Uma classe possui mais de uma subclasse e
herda características de todos os seus ancestrais
Maior capacidade de especificação de classes Maior oportunidade de reutilização Perda em simplicidade conceitual e de
implementação Surgem classes de junção
Modelagem Dinâmica
Modelo Dinâmico
Representa os aspectos de um sistema relativos ao tempo e às modificações de estado
Abrangência:– interações– seqüência de operações– fluxo de controle
Controle de um sistema
Descreve as seqüências de operações que ocorrem em resposta a estímulos externos, sem consideração ao que as operações fazem, sobre o que elas atuam ou como são implementadas.
Conceitos fundamentais
EVENTO: representa um estímulo externo; conduz informação de um objeto para outro.
ESTADO: representa valores (atributos e ligações) de um objeto; estado externo do objeto.
MÁQUINA DE ESTADOS FINITOS
Permite especificação de controle
Diagrama de Estados
Representação gráfica de uma máquina de estados finitos
Representa o padrão de eventos, estados e transições de estados para uma classe
O modelo dinâmico de um sistema é composto por um conjunto de diagramas de estados, uma para cada classe.
Cada máquina de estado funciona de maneira independente; são combinadas através de eventos compartilhados.
Eventos Um evento é algo que acontece
"instantaneamente", em um certo momento. Exemplos:
– pressionar um botão do mouse– aparecer uma janela na tela– partida de um avião– chegada de um avião– tocar um telefone– atender ao telefone
Relacionamentos entre eventos Causal: existe uma ordem entre os
eventos. Exemplo: O vôo 123 deve partir de Chicago antes de chegar a São Francisco.
Concorrente: ordem dos eventos é irrelevante. Exemplo: O vôo 123 pode partir antes ou depois que o vôo 456 parta de Roma. (Se fosse "para Roma", deveríamos considerar se não usam a mesma pista.)
Classes de eventos
Indicam estrutura e comportamentos comuns a eventos.
Simplificam a construção de diagramas de estados.
Exemplo: classe partidas de aviões, com atributos linha aérea, número de vôo, cidade de origem, cidade destino.
O momento ocorrência de um eventos é um atributo implícito.
Cenário Sequência de eventos que ocorrem durante
uma determinada execução do sistema Ilustra uma situação típica do sistema Auxilia no entendimento do problema e na
condução para uma representação geral (modelo dinâmico)
Diagrama de eventos: representação gráfica de um cenário. Exemplo: uma chamada telefônica.
Diagramas de Estados Relaciona eventos e estados Um objeto muda de estado dependendo do
evento e do estado atual. Transição: modificação de estado causada
por um evento (mesmo quando estado final e inicial coincidem).
Um evento pode ser irrelevante para um objeto em um certo estado.
Exemplo: linha telefônica
Tipos de diagramas de estados Diagrama de laço contínuo: representa
um ciclo de vida; sem estado inicial ou final. Exemplo: linha telefônica.
Diagrama de uma só passagem: representa objetos com vida finita; possuem um estado inicial (criação do objeto) e um estado final (destruição do objeto).
Exemplo: jogo de xadrez
Condições
Uma condição é uma função booleana de valores, válida dentro de um intervalo de tempo.
Condições funcionam como guardas nas transições: uma transição só dispara quando ocorre o evento e a condição de guarda for verdadeira.
Exemplo: Pessoa com relação ao atributo "estar de luvas".
Controle de Operações
Atividades e ações podem ser vinculadas a estados e eventos a fim de se especificar o que faz o objeto quando está em um determinado estado e o que faz em resposta a estímulos externos.
Definem o comportamento do objeto!
Atividade
Está sempre vinculada a um estado Consome tempo para se completar É executada continuamente durante o tempo
em que o objeto está num certo estado Notação: faça: atividade Exemplo: Um vendedor logo após ter recebido
dinheiro para pagamento do item vendido deve calcular o troco.
faça: calcular troco
Ação
Está normalmente vinculada a um evento, mas também pode estar vinculada a um estado (ações de entrada, saída e internas)
É executada "instantaneamente" Notação: evento / ação Exemplo: Exibir um menu quando o botão
direito do mouse é pressionado.
botão direito pressionado / exibir menu
Diagramas de Estados Nivelados
Permitem refinamentos sucessivos do modelo dinâmico
Permitem uma descrição estruturada do sistema
Pode-se expandir:– um evento e sua correspondente ação– uma atividade realizada em um certo estado
Exemplo: Máquina de vender
Generalização de Estados
Os estados de um objeto podem ser organizados de forma hierárquica, em super-estados e sub-estados.
Um sub-estado é um refinamento de um super-estado, ie, um sub-estado é um dos possíveis estados do objeto dentro daquele super-estado.
Um sub-estado herda as transições do super-estado; transições que se aplicam ao super-estado também se aplicam ao sub-estado.
Exemplos: linha telefônica, transmissão automática de um automóvel
Generalização de Eventos Os eventos que ocorrem em um sistema podem
ser organizados de forma hierárquica, em super-eventos e sub-eventos.
Um sub-evento herda atributos do super-evento. Onde um evento é descrito qualquer sub-evento
seu é implicitamente descrito. A generalização de eventos facilita a abstração e
permite concisão na representação de diagramas. Exemplo: Entrada do usuário.
Concorrência de Agregação O estado de um objeto composto (um agregado) é
determinado pelos estados dos objetos que o compõem. Exemplo: O estado de um carro é determinado pelo
estado da ignição, da transmissão, do freio, do acelerador, do motor, ...
Os componentes de um agregado normalmente interagem entre si: a mudança de estado de um componente pode disparar uma transição em outro componente.
A interação entre diagramas de estados de componentes é representada através de eventos compartilhados e/ou condições de guarda.
Concorrência Interna de Objetos
O diagrama de estados de um objeto pode ser particionado de acordo com atributos e ligações em sub-diagramas.
O estado do objeto compreende um estado de cada sub-diagrama.
Um mesmo evento pode causar transições em mais de um sub-diagrama.
Exemplo: Jogo de bridge rubber.
Transição Automática
Disparada quando a atividade vinculada a um estado termina
O "evento" que causa a transição é o término da atividade
Exemplo: Máquina de vender no estado correspondente a atividade testar item e calcular troco pode disparar uma de quatro transições automáticas.
Ações de Entrada e de Saída
Ações vinculadas ao ato de entrar ou sair de um estado
Não adicionam poder de expressão, mas permitem uma representação mais concisa
Exemplo: Controle de uma porta de garagem
Envio de Eventos
Uma ação pode ser especificada como enviar um certo evento para outro objeto.
Notação: enviar E (atributos)
(palavra enviar pode ser omitida) Exemplo: Uma linha telefônica envia o evento
ligar(número-de-telefone) para o comutador quando um número completo é discado.
número completo / ligar(número-de-telefone)
Sincronização de Eventos Concorrentes
Um objeto pode executar várias atividades de forma concorrente (paralela).
As atividades não são necessariamente sincronizadas, mas todas devem terminar para que ocorra transição de estado.
Exemplo: Caixa automática.
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