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OPERAÇÃO COLÔMBIA
A República da Colômbia é um país que parece
agonizante. Aparenta estar num estado terminal
devorado internamente por um processo autodestrutivo,
semi-autofágico, de difícil entendimento.
Quase todas as forças políticas, quase todos os grupos e classes, e
quase todos os interesses, internos e externos, estão em guerra uns contra os outros. A sociedade
colombiana assemelha-se a cada dia que passa com o mundo lúgubre do filósofo Hobbes onde cada homem
é o lobo do outro homem.
GRÃ-COLÔMBIA DE BOLÍVAR
SIMON BOLIVAR & FRANCISCO SANTANDER
•CARTAGENA (1533) :
Base do Império na América
* BOGOTÁ (1538) :
Base do Vice-reino
•1717: Nova Granada (Colômbia, Panamá, Venezuela e Equador)
COLÔMBIA COLONIAL
20/07/1810
Rebelião Contra os Espanhóis
“O Levante de Bogotá”
Liderado por Simón Bolívar
1819: Fundaram-se as Províncias
Unidas da Nova Granada
1819-30: Período de Governo de
Simón Bolívar
1830-37:
Período de Governo de
Santander
PARTIDARISMO NA COLÔMBIA (1849)
X
GUERRA DOS MIL DIAS (1899-1903)
LIBERAIS x CONSERVADORES
(Acordo de Paz:” Invasão EUA” e Panamá Livre)
ROLETA DO PODER
1861-1885:
LIBERAIS no Poder (contra o clero)
1885/1930:
CONSERVADORES (levam o país a crise de 29)
1930/46 :
LIBERAIS
Reforma Agrária e promovem o crescimento
BOGOTAZO (Jorge Gaitán)
Em 1948, a Colômbia
presenciou talvez uma das mais
terríveis anarquias urbanas da história
moderna: o Bogotazo.
Milhares de habitantes da capital se
amotinaram, saindo às ruas tomados
de um inconcebível furor,
vandalizando quase tudo a sua
passagem, em protesto contra o
assassinato do líder liberal Jorge
Eliécer Gaitán.
Este crime político, cujos tumultos deram um prejuízo de Us$570 milhões,
desencadeou outra onda de barbarismos que se estendeu, com alguns intervalos, por mais 14 anos, até 1962. Época, com toda a razão, chamada de La Violencia.
Guerra Civil e Golpes Sucessivos (200 mil mortos)
1948 - 62
Depois de alguns anos de enfrentamentos, os líderes
dos partidos decidem respaldar um golpe militar como o melhor meio para
conservar o poder e pacificar a área rural.
19
53
- 57
Em 1957 os dois partidos firmam um pacto,
aprovado em um plebiscito, com o nome de
Frente Nacional, com que fixa a alternativa do
poder cada 4 anos, nos próximos 16 anos.
Esta frente chegou a seu fim em 1974, com a
vitória de Afonso Lopes Michel, que resulta
eleito.
1957-74 :
Nasce a FRENTE NACIONAL ( Elite dos Liberais e
Conservadores)
1959 :
Surgem as FARC`s
AS GUERRILHAS
• 1959 : FARC’S
Castrista
• 1965 : ELN (Exército de Libertação Nacional)
Chevarista
• 1970 : M-19 (Movimento 19 de Abril)
Peronista
• 1987: Paramilitares (Auto Defesa Colombiana)
Direitistas
FARC’s (TIROFIJO ) A FARC - liderado por
Manuel Marulanda Vélez, oTirofijo, e o comandante
militar Jorge Briceño surgiu em 1959, inspirado da vitória de Fidel Castro
em Cuba. Foram os comunistas colombianos
quem o organizaram, estimando o número dos
seus combatentes em 22 ou 25 mil guerrilheiros
As FARC se auto proclamaram uma
organização político-militar marxista-leninista de
inspiração bolivariana. A organização proclama
representar a população rural contra as classes
dominantes abastadas da Colômbia e se opõe à
colonização neoliberal do Estados Unidos na
Colômbia.
ELN (Fabio Vasquez Castano)
O segundo desses movimentos, o ELN (1965), guevarista. Até uns dez anos
atrás seus recursos vinham das pilhagens, dos seqüestros, dos confiscos forçados e
das taxas de proteção cobradas às empresas
e aos fazendeiros.
A ALIANÇA COM O
NARCOTRÁFICO
Isolaram-se ainda mais ficando nas selvas, encerradas nas regiões que de
certo modo controlavam anteriormente.
Aproximaram-se então do narcotráfico, servindo de milícia protetora das áreas do plantio da
folha de coca espalhadas nas clareiras da floresta, ou exigindo tributos dos camponeses seus
produtores.
Raúl Reyes 1 de março de
2008
Manuel Marulanda Vélez 26 de março de
2008
Iván Ríos 3 de março de
2008
Mono Jojoy 23 de setembro
de 2010
Alfonso Cano 4 de novembro
de 2011,
Timoleón Jiménez
CLARA ROJAS E INGRID BETANCOURT (2008)
1.César Gaviria (1990-94)
2.Ernesto Samper Pizano (1994-98)
3.Andrés Pastrana Arango (1998-2002)
4.Álvaro Uribe Vélez (2002-2010)
Juan Manuel Calderón
Em junho de 2008
revelou-se um informe da
Secretaria das Nações
Unidas contra as Drogas
e Delito, que alertava o
crescimento do cultivo da
cocaína no país durante
o ano de 2007. Enquanto
que em 2006 os cultivos
compreendiam 78.000
ha, em 2007 aumentaram
para 99.000 ha.
Os aproximadamente 150 grupos de extermínio existentes em
Medellín e integrados por assassinos adolescentes
compõem-se, geralmente, de 200 membros cada um. Apenas entre os militantes de um Partido de esquerda, a União Patriótica,
foram assassinadas num ano e meio 1.500 pessoas.
De janeiro de 1988 até agosto de 1990 ocorreram no país 1.825 seqüestros,
soma que se elevou, ao longo dos anos 90, para 3.500 vítimas.
Na cidade de Medellín (3 milhões de habitantes e considerada a capital
mundial da coca) ocorreram de janeiro a julho de 1990, 75 atentados a bomba,
95 seqüestros, 200 assassinatos de policiais e 3.160 de civis.
AS DROGAS NA COLÔMBIA
A Colômbia tornou-se a principal fornecedora da cocaína (Erythroxylon
coca) para o mercado norte-americano a partir do final dos anos
70 .
Até então os usuários e viciados consumiam - particularmente a
heroína (Triângulo de Ouro)
Khun Sa, cognominado o
“príncipe da Morte”. Mong Tai Army
Juan Carlos Ramirez Abadia
AS LEIS ANTI-DROGA
A Lei Harrison contra os narcóticos é de 1914.
Lei do controle sobre as drogas narcóticas de 1956.
Emenda de Controle sobre o abuso de drogas de 1965.
Anti-drug Mesure de 1987, que fixou penas
severíssimas mesmo para a maconha.
PLANO COLÔMBIA
O chamado Plano Colômbia é a intervenção dos Estados Unidos na Colômbia, com o pretexto de
combater o narcotráfico no continente, refletindo a situação
cada vez mais cômoda do imperialismo norte-americano, sobre um dos países mais ricos
em reservas naturais da Amazônia.
As operações militares do Plano Colômbia, de fato, começaram em
outubro de 2000, quando o exército realizou um ataque em grande escala
em Putumayo, no sul do país, na região mais rica em petróleo, localizada na fronteira com o Equador, com a desculpa de
combater um foco da guerrilha supostamente ligado narcotráfico.
PETRÓLEO BIODIVERSIDADE
RECURSOS HÍDRICOS
A questão crucial do Plano Colômbia é o combate aos
grupos de guerrilha, não pela ligação desses com o tráfico e
sim, pela capacidade de mobilizar a população mais pobre, de origem indígena, contra o imperialismo norte-
americano.
Cerca de 40% da Colômbia era controlada por grupos
guerrilheiros, destacando-se as Farc`s, com 15 mil
integrantes, e o Exército de Libertação Nacional (ELN)
com 6 mil.
A RELIGIÃO QUÍMICA
Década de 70 Catedrático de Harvard, o professor Thimoty Leary,
dedicou-se a fazer apologia do uso do LSD, um
poderosíssimo agente alucinógeno, iniciando o “drug cult” entre a elite
literária e artística e mesmo empresarial dos
Estados Unidos.
Seguidor de Aldous Huxley, um escritor inglês que vivia nos EUA, que no seu livro “The Doors of Perception”
(1954), relatou suas “viagens” com a
mescalina, recomendando as drogas como uma
“religião química”, para aqueles “que, por alguma razão, não conseguiam
transcender a si mesmos por seus meios ou pela
veneração”.
A DROGA NOS ESTADOS UNIDOS
O uso de drogas na América, por sua vez,
resultou de uma mudança de
costumes, fazendo com que o mercado consumidor norte-
americano se tornasse no maior e mais ávido por drogas no mundo
inteiro.
Nos anos 20 a grande preocupação das
campanhas moralistas era o combate às bebidas alcóolicas,
fazendo aprovar a Lei Seca que proibiu o seu consumo em todo o território dos Estados
Unidos, até ser revogada em 1933.
Alp
honsus G
abrie
l Capone
O Movimento Hippie dos anos 60 - a
década do Sex, drugs and rock and roll. Da maconha, um
fumo proletário de iniciação,
a “burguesa” cocaína, e a “aristocrática“
heroína.
AS LEIS ANTI-DROGA
A Lei Harrison contra os narcóticos é de 1914.
Lei do controle sobre as drogas narcóticas de 1956.
Emenda de Controle sobre o abuso de drogas de 1965.
Anti-drug Mesure de 1987, que fixou penas
severíssimas mesmo para a maconha.
PLANO COLÔMBIA
O chamado Plano Colômbia é a intervenção dos Estados Unidos na Colômbia, com o pretexto de
combater o narcotráfico no continente, refletindo a situação
cada vez mais cômoda do imperialismo norte-americano, sobre um dos países mais ricos
em reservas naturais da Amazônia.
As operações militares do Plano Colômbia, de fato, começaram em
outubro de 2000, quando o exército realizou um ataque em grande escala
em Putumayo, no sul do país, na região mais rica em petróleo, localizada na fronteira com o Equador, com a desculpa de
combater um foco da guerrilha supostamente ligado narcotráfico.
PETRÓLEO BIODIVERSIDADE
RECURSOS HÍDRICOS
A questão crucial do Plano Colômbia é o combate aos
grupos de guerrilha, não pela ligação desses com o tráfico e
sim, pela capacidade de mobilizar a população mais pobre, de origem indígena, contra o imperialismo norte-
americano.
Cerca de 40% da Colômbia era controlada por grupos
guerrilheiros, destacando-se as Farc`s, com 15 mil
integrantes, e o Exército de Libertação Nacional (ELN)
com 6 mil.
ACORDO DE PAZ – Pacto de Havana Agosto 2016 – Plebiscito 02/10/2016
Juan Manuel Santos e Timochenko
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e os presidentes
de Cuba, Raúl Castro, do Chile, Michelle Bachelet, e da
Venezuela, Nicolás Maduro.
O acordo é formado por quatro pontos principais:
1. Cessar-fogo (e das hostilidades) bilateral e definitivo;
2. Desarmamento das Farc;
3. Garantias de segurança e luta contra organizações
criminosas responsáveis por homicídios e massacres
ou que ameaçam defensores dos direitos humanos e
movimentos sociais e políticos;
4. Combate a condutas criminais que ameacem a
construção da paz. Solução ao problema das drogas
ilícitas.
5. Reforma Rural,
6. Ressarcimento das vítimas e Mecanismos de
implementação e verificação.
AS DROGAS NA COLÔMBIA A Colômbia tornou-se a principal fornecedora da cocaína (um alcalóide
derivado das folhas de coca, uma planta denominada Erythroxylon coca) para o mercado norte-americano a partir do final dos anos 70, quando os Estados
Unidos retiraram-se do Sudeste Asiático após sua derrota no Vietnã em 1975. Até então os usuários e viciados
consumiam - particularmente a heroína -, em sua maior parte, do Triângulo de
Ouro (formado pela Birmânia, atual Mianmá, a Tailândia e o Laos), onde os produtores chegaram a contar com a
proteção especial de Khun Sa, cognominado o “príncipe da Morte”,
chefe de um exército particular, o Mong Tai Army. A heroína vinha
também das plantações de papoula da Anatólia turca, do Afeganistão e demais
regiões da Asia Menor
A Colômbia especializou-se em transformar a pasta base produzida por Peru e Bolívia em cocaína e exportá-la para o resto do mundo. Dois grandes cartéis (Cali e
Medellin) controlam a maior parte do narcotráfico no país.
Entretanto, existem centenas de pequenos traficantes, muitos dos quais roubam a droga dos grandes cartéis. O país está, por completo, nas mãos dos narcotraficantes.
O Congresso e a polícia nacionais disputam o primeiro lugar em grau de corrupção, a até mesmo as campanhas presidenciais são patrocinadas com dinheiro da droga.
Cada novo governo colombiano se esforça para repatriar os lucros obtidos com o tráfico internacional de cocaína.
Dos cerca de US$ 16 bilhões anuais obtidos pelos narcotraficantes, apenas entre US$ 2 e 4 bilhões voltam
ao país.
A RELIGIÃO QUÍMICA Naquela década tormentosa e desafiadora um
catedrático de Harvard, o professor Thimothy Leary, dedicou-se a fazer apologia do uso do LSD (o ácido lisérgico), um poderosíssimo agente alucinógeno,
iniciando o “drug cult” entre a elite literária e artística e mesmo empresarial dos Estados Unidos. Thimothy foi um seguidor de Aldous Huxley, um
escritor inglês que vivia nos Estados Unidos, que no seu livro “The Doors of Perception” (1954), relatou
suas “viagens” com a mescalina (peiote), recomendando as drogas como uma “religião
química”, para aqueles “que, por alguma razão, não conseguiam transcender a si mesmos por seus
meios ou pela veneração”.(Albert Hofmann )
AS DROGAS COMO COSTUME
Uma das razões da persistência do seu consumo é que as drogas foram incorporadas à rotina de quase todas as
classes sociais. Seus usuários pretextam utilizá-las devido a sociedade norte-americana resultar de um capitalismo ultra-
competitivo que a torna cada vez mais atomizada, individualista, egocêntrica e narcisista.
Usam cocaína, especialmente os gerentes e executivos, para se sentirem capazes de superar a letargia e o cansaço, habilitando-os a concorrer, como um estimulante para
render o máximo possível. E, é claro, como um imaginário equilíbrio psicológico qualquer, mesmo que isso implique em arriscar-se à dependência, ao vício , à violência e às atitudes
anti-sociais. Hábito este que chegou até a plebe norte-americana, o povo “slum” dos subúrbios das grandes
cidades, que encontrou no proletário crack, uma maneira de acompanhar o modismo.
A DROGA NOS ESTADOS UNIDOS
O uso de drogas na América, por sua vez, resultou de uma
mudança de costumes, fazendo com que o mercado consumidor norte-americano se tornasse no maior e mais ávido por drogas no mundo
inteiro. Nos anos 20 a grande preocupação das campanhas moralistas era o combate às bebidas alcóolicas, fazendo
aprovar a Lei Seca que proibiu o seu consumo em
todo o território dos Estados Unidos, até ser revogada em
1933.
O Movimento Hippie dos anos 60 - a década do Sex, drugs
and rock and roll -, resultante da profunda crise moral e ética
provocada pela intervenção norte-americana numa guerra extremamente impopular, fez com que a recorrência à droga
fosse entendida por amplos setores da classe média e dos intelectuais - especialmente pelos ideólogos da contra-
cultura -, como uma contestação à sociedade em que viviam. Da maconha, um
fumo proletário de iniciação, foi um salto para excitantes mais pesados, como a “burguesa” cocaína, e a “aristocrática“
heroína.
AS LEIS ANTI-DROGA
A legislação norte-americana de combate as drogas data do início do século 20. A Lei Harrison contra os narcóticos é de 1914. Foi complementada tempos
depois pela Lei do controle sobre as drogas narcóticas de 1956, e pela Emenda de controle sobre o abuso de drogas de 1965 ( Drug Abuse Control Amendment).
A mais recente delas é a Anti-drug Mesure de 1987, que fixou penas severíssimas mesmo para a maconha. Nada serviram porém a não ser para punir com prisão, com penas cada vez mais elevadas, os envolvidos no
tráfico.
PLANO COLÔMBIA
O chamado Plano Colômbia é a intervenção dos Estados
Unidos na Colômbia, com o pretexto de combater o
narcotráfico no continente, refletindo a situação cada vez
mais cômoda do imperialismo norte-
americano, sobre um dos países mais ricos em reservas
naturais da Amazônia.
As operações militares do Plano Colômbia, de fato,
começaram em outubro de 2000, quando o exército
realizou um ataque em grande escala em
Putumayo, no sul do país, na região mais rica em petróleo, localizada na
fronteira com o Equador, com a desculpa de
combater um foco da guerrilha supostamente
ligado narcotráfico.
É preciso que fique claro, que o interesse dos
Estados Unidos não se restringe ao petróleo. A
biodiversidade da Amazônia colombiana só perde para o Brasil, sendo que somente seus recursos
hídricos já bastariam para atrair os Estados Unidos. Essa questão, torna-se ainda mais
delicada, principalmente se levarmos em conta que
a água doce, cada vez mais escassa.
forças especiais estado-unidenses era a de ensinar as forças
armadas colombianas a formar grupos de paramilitares, para levar a cabo o que chamam de
"terror paramilitar", contra "proponentes comunistas
conhecidos”. "Proponentes comunistas é um
nome muito vago que pode incluir camponeses organizados,
líderes sindicais, ativistas dos direitos humanos, intelectuais
independentes, candidatos políticos, qualquer coisa; e esta
política de organização do terror militar, que incluia o respectivo treino, levou a uma nova fase de violência organizada do Estado: em parte através dos militares e,
em parte, através dos paramilitares e isto continua
desde essa altura.
PLANO PATRIOTA
Sempre sob o pretexto do combate ao terrorismo e ao narcotráfico, os Estados
Unidos lançam mão da Colômbia para consolidar sua estratégia militar para a América Latina.
Usam o presidente Álvaro Uribe e o antigo Plano
Colômbia – depois rebatizado Iniciativa Regional Andina e,
após 11 de setembro de 2001, renomeado Plano Patriota – para
atingir objetivos claros: reprimir qualquer resistência ao modelo econômico vigente e manter o
controle sobre a região amazônica.
No final de fevereiro, o presidente dos Estados Unidos pediu ao Congresso
que fosse expandida a atuação dos militares estadunidenses no país sul-
americano. O objetivo é obter permissão dos parlamentares para que as ações dos EUA na Colômbia não
se restrinjam apenas ao combate ao narcotráfico e às guerrilhas, mas também
possam ser empregadas em "qualquer ameaça contra a segurança nacional".
Atualmente, os Estados Unidos repassam ao país cerca de 700 milhões
de dólares anuais - o equivalente a cerca de R$ 1,47 bilhões. Em tese, esses
recursos só podem ser usados para o combate ao narcotráfico e aos "grupos
terroritas",
A questão crucial do Plano Colômbia é o combate aos grupos
de guerrilha, não pela ligação desses com o
tráfico e sim, pela capacidade de
mobilizar a população mais pobre, de origem
indígena, contra o imperialismo norte-americano. Cerca de 40% da Colômbia é
controlada por grupos guerrilheiros.
PLANO DE CONTENÇÃO Washington está muito preocupado com a Venezuela e que isto seria um
primeiro passo para sua "política de contenção", caso seja necessária.
O Departamento de Estado, apesar de não fornecer detalhes, rejeita a afirmação de que a mudança do conceito da atuação na Colômbia tenha influência da Venezuela ou do processo iniciado pelo presidente Hugo
Chávez de fortalecer suas Forças Armadas.
De qualquer forma, se ocorrer um conflito entre os dois países, a mudança pleiteada por Bush permitiria que o dinheiro dos Estados Unidos fosse usado para apoiar as forças armadas colombianas. Também é certo
que Washington prossegue com a tentativa de cada vez mais isolar Chávez no continente. Para tanto, conta com a ajuda de um grande
aliado, o presidente colombiano, Álvaro Uribe.
O plano de Bush é submeter a essa nova orientação toda a ajuda até agora já fornecida à Colômbia. Desde 2000, já foram desembolsados mais
de 2,5 bilhões de dólares (cerca de R$ 5,25 bilhões), usados para a aquisição de 100 helicópteros e no treinamento de quase 20 mil soldados.
FIM
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