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O coordenador pedagógico no confronto com o cotidiano da escola
Vera Maria Nigro Placco
Questões norteadoras
Como implementar o P.P.P. no cotidiano da escola?
Como o coordenador pedagógico poderá desenvolver seu trabalho avançando nas suas ações ?
Como conciliar as demandas do cotidiano escolar e o trabalho pedagógico?
• O trabalho do coordenador pedagógico visa ao melhor planejamento possivel das atividades escolares.
• O coordenador pedagógico deve planejar suas ações, analisando e identificando quais aspectos – e em que medida – podem e devem ser aperfoiçoados ou organizados melhor.
• Matus(1991), propõe quatro
Implantação do planejamento:
COORDENADOR PEDAGÓGICO
IMPORTÂNCIA -P.P.P.
(mudanças)
URGÊNCIA
PAUSAROTINA
Conceitos que caracterizam a ação do coordenador pedagógico
IMPORTÂNCIA - P.P.P.
São atividades previstas no P.P.P. tendo em vistas em atender - Metas e Finalidades previstas a curto, médio e longo prazo – que visam mudar a situação presente
Atendimento das necessidades pedagógicas da escola feitas a partir dos diagnósticos
São atividades que garatem a implantação do P.P.P. – ações prioritárias para o atendimento às necessidades e superação de obstáculos que impedem o avanço dos processos de ensino e aprendizagem e de formação da escola
ROTINA
As atividades de ROTINA direcionam-se para o funcionamento
do cotidiano
Normas reguladoras do processo de decisão – ação,
para manutenção de procedimentos e de recursos de
trabalho
Estabilidade – manter o funcionamento da escola
As atividades de ROTINA possuem uma contradição dialética – MUDANÇA/
ESTABILIDADE - cuja a sintese é a
INTENCIONALIDADE
As atividades do par IMPORTÂNCIA – ROTINA são planejáveis previamente, constiuindo-se em arcabouço da organização escolar
URGÊNCIA
A atividades que não são previstas no cotidiano da escola
Comprometem-se com a ADEQUAÇÃO dos modos de
trabalho às constantes modificações na realidade
São ações relacionais a eventos ou comportamentos inesperados e, como tal, significam quebras de ROTINAS e atrasos, suspensão ou re-direcionamento de IMPORTÂNCIAS
PAUSAS
As PAUSAS atividades que trabalham as questões interpessoais
As atividades de PAUSAS destinam-se ao atendimento das necessidades individuais do sujeito - a atenção aos elementos subjetivos das relações interpessoais.
São compromissos com a HUMANIZAÇÃO no trabalho
O par URGÊNCIA – PAUSA apresenta a contradição
dialética ADEQUAÇÃO – HUMANIZAÇÃO cuja a
síntese seria o COMPROMISSO político
educacional
Matus apud Gonçalves propõe:
Que o cotidiano do coordenador pedagógico deveria ser organizado da seguinte forma :
10% de atividade de IMPORTÂNCIA; 30% de atividade de ROTINA; 30% de atividade de URGÊNCIA ; 30% de atividade de PAUSA.
Constatação!!!
As atividades diárias do coordenador pedagógico são concentradas na maior parte do seu cotidiano nas atividades de ROTINA e URGÊNCIA ;
As atividades de IMPORTÂNCIA e PAUSAS estão sendo realizadas de modo precário.
URGE que o coordenador pedagógico
aprenda
A transformar muitas das URGÊNCIAS em ROTINAS – prevendo comportamentos e ações necessárias, com pessoas responsáveis por elas;
Que o coordenador pedagógico comprometa os educadores da escola – professores e funcionários – nos processos de análise e diagnóstico da realidade escolar – elaboração e implementação do P.P.P. no coletivo – IMPORTÂNCIA – não permitindo resistências e adiamentos, em função de ações rotineiras ou emergênciais.
Que o coordenador pedagógico se dê conta da necessidade de PAUSAS que lhe possibilitem – e aos demais educadores da escola – momentos fundamentais de relacionamento e trocas que afinem sua comunicação e seu entendimento sobre as pessoas
Só quando existe uma real comunicação e integração entre os atores do processo educativo há possibilidade de emergência de uma nova prática docente, na qual movimentos de consciência e de compromisso se instalam e se ampliam, ao lado de uma nova forma de gestão e uma nova prática docente.
Vera Maria Nigro Placco
Ações concretas do coordenador
1. Responsabilidade partilhada – partilhar as necessidades;
2. Interlocução participada – necessidade de ouvir o utro, dialógar com ele;
3. Confronto cotidiano - confronto com o outro, consigo mesmo e com a mudança – repensar e reposicionar sua consciência da sicronicidade – chamamento a reflexão;
Ações concretas do coordenador
4. Tempo e movimento – avanços e retrocessos no movimento de mudanças – haverá sempre , no cotidiano, um movimento que envolve idas e vindas, circularizam, saltos, evoluções e retrocesos, no tempo e no espaço em que essa prática se realiza ( PLACCO,1994,p.115);
5. Formação do coordenador – é papel do coordenador questionar-se continuamente sobre sua própria sicronicidade e sobre as relações sociais/ interpessoais que estabelece consigo mesmo e com os demais educadores na escola;
7. Integração profunda entre as ações propostas pela escola em seu projeto político pedagógico, a realidade social e da escola e a prática social/profissional dos docentes - auxiliar os professores a esabelecer vínculos entre sua prática social e prática docente – cuidar da formação e do desenvolvimento profissional dos professores;
8. Olhares – necessidade de ter um olhar para o cotidiano escolar – tendências, mudanças, adequações.
Ações concretas do coordenador
Que olhares são necessários a um(a) coordenador(a) pedagógica?
Olhar de constatação – o que é sua realidade, a realidade da escola, dos professores e alunos?
Olhar de investigação – análise e reflexão Olhar da ação – indicando caminhos,
analisando alternativas, prenunciando resultados e propondo superação de obstáculos
Que olhares são necessários a um(a) coordenador(a) pedagógica?
Re- olhar da avaliação – a cada momento, estabelecendo e revendo critérios – tendo em vista o alcance dos objetivos definidos no projeto político pedagógico.
Olhares de curiosdade, invenção e espanto – perspectiva diferente do olhar
Olhar de amorosidade e respeito – aceitação das características de cada um , necessidades, expectativas, dificuldades…
O orientador pedagógico é um formador de professores, um co-autor do trabalho que acontece na sala de aula e, simultaneamente, um “alimentador” do processo de desenvolvimento do projeto educativo e curricular da escola.
Neide Nogueira – Orientadora Pedagógica
Referência
PLACO, Vera Maria Nigro de Souza. O Coordenador pedagógico no confronto do cotidiano da escola. In. PLACO, Vera Maria Nigro de Souza, ALMEIDA, Laurinda Ramalho de. O coordenador e o cotidiano da escola. São Paulo. Loyola,2002
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