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Pedagogia 2009
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SÚMARIO
INTRODUÇÃO.....................................................................................................9
CAPITULO I
LÚDICO E APRENDIZAGEM ..........................................................................11
CAPITULO II
QUADRO CONCEITUAL .................................................................................14
2.1 Desenvolvimento Infantil .........................................................................14
2.2 Escola .......................................................................................................18
2.3 Lúdico na educação infantil ....................................................................22
2.4 Educação infantil no Brasil ......................................................................27
CAPITULO III
METODOLOGIA DA PESQUISA......................................................................29
3.1 Lócus da Pesquisa ...................................................................................29
3.2 Sujeito da Pesquisa ..................................................................................30
3.3 Instrumento da Coleta de Dados .............................................................30
3.4 Contexto da Pesquisa ..............................................................................32
CAPITULO IV
ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ...................................33
CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................43
REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO
Este estudo se propõe a refletir sobre a educação lúdica e sua
aplicação no ambiente escolar público na cidade de Senhor do Bonfim e ficou
estruturado da seguinte forma:
No Capitulo 1 - Lúdico e aprendizagem - destacaremos, neste
capitulo, o lúdico e sua relação coma a educação, na forma como esse
importante instrumento vem sendo abordado e o papel que esse tem para a
construção do conhecimento das crianças. Aqui alem do problema que nos
provocou a reflexão sobre esse tema, são colocados os objetivos que nos
propomos alcançar com a realização dessa pesquisa.
No Capitulo 2 - como o intuito de contribuir para uma compreensão da
relação lúdico e educação, trabalhamos os conceitos-chave, que fundamentam
essa relação, com um breve passeio sobre as diversas fases de
desenvolvimento da criança embasados nas idéias de Vygotsky, Piaget,
Gallahue e outros estudiosos. Aqui também, abordamos sobre a escola desde
seus primórdios até os dias atuais, buscando refletir sobre o lúdico e sua
inserção no processo escolar em nosso país.
No Capitulo 3 - destacamos os caminhos percorridos com a
metodologia utilizada no processo da pesquisa, desde o ambiente, aos
instrumentos da pesquisa e sujeitos pesquisados.
No Capitulo 4 – dedicado a analise de dados, fazemos à exposição
dos dados coletados, que são expostos em forma de gráficos com o intuito de
facilitar uma melhor compreensão das informações e dados levantados junto
aos professores. Ainda nesse capitulo, nos dedicamos a imprescindível analise
dos dados e de resto todo o material recolhido junto aos pesquisados.
Na ultima parte, fazemos as considerações finais, que trazem um olhar
voltado para demonstrar a nossa percepção em relação à abordagem realizada
na tentativa de responder aos objetivos a que propusemos com essa pesquisa.
9
Assim compreendendo a relevância da pesquisa que sempre busca
subsídios para responder as nossas inquietações, entramos neste terreno de
tão difícil acesso que é a educação lúdica aplicada no município de Senhor do
Bonfim, contando com a colaboração de algumas professoras que se
prontificaram a respondes as nossas questões.
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CAPITULO I - PROBLEMÁTICA
LUDICO E APRENDIZAGEM
São muitos os estudiosos que acreditam na importância do jogo para
fortalecer a aprendizagem infantil, destacando como primordial o envolvimento
e a vontade de aprender ligadas a uma zona que Piaget (1998) chamou de
proximal, lembrando que o conhecimento se dá através das zonas de
desenvolvimento.
A criança constrói conhecimentos lógicos e duráveis a partir de regras
que são ensinadas nos jogos e que ao mesmo tempo divertem a criança e a
inserem num devido circulo social, circulo este importante para seu
desenvolvimento ao longo da vida.
A brincadeira por ser uma atividade própria da infância na nossa
compreensão cria possibilidades novas para o mundo infantil e ao mesmo
tempo estimula a capacidade da criança de relacionar-se com o meio onde vive
começando a construir as relações sociais que lhe serão peculiares.
O brincar, com o passar dos anos, ao ser internalizado, transforma se
em uma capacidade de representação interna, imaginativa e de
estabelecimento de relações.
Como bem salienta SPOLIN (2002), "a brincadeira tem um lugar, um
tempo e função importante que é a preparação da criança para relacionar-se
socialmente (p. 55)".
Todavia, para que haja nesse espaço condições que viabilizem o
desenvolvimento da criança, o espaço escolar precisa estar dotado das
mínimas condições que contribuam para a sua eficácia como confiança,
segurança e liberdade para a criatividade, pois, uma vez assegurado dessas
condições, a criança deixa fluir experiências por meio de brincadeiras que
evidenciarão sua maturidade e sua saúde de acordo com a idade. Por isso, é
importante salientar que a capacidade do mediador, professor, nesse processo
11
constitui-se parte importante, como de alguém apta a desempenhar esse papel.
Da forma como é aplicada hoje, em algumas escolas, a brincadeira
deve ser dada de acordo com a idade e o nível de desenvolvimento da classe,
e para estabelecer o que melhor se adapta a classe, o professor precisa estar a
par da realidade de sua escola e consequentemente de seus alunos.
Assim, um dos requisitos importantes para conhecer a turma e trabalhar
corretamente com o lúdico é essencial que o professor seja preparado, tenha
conhecimento das fases de desenvolvimento da criança e estabeleça com a
mesma relação de afeto.
Se em qualquer área da educação é importante o preparo do professor,
na educação infantil essa necessidade é primordial, pois é ele, quem cria os
espaços, disponibiliza materiais, participa das brincadeiras, ou seja, faz a
mediação da construção do conhecimento. O professor favorece este primeiro
contato da criança com o novo.
A desvalorização do movimento natural e espontâneo da criança em
favor do conhecimento estruturado e formalizado, muitas vezes, ignora a
importância da brincadeira e do jogo como forma rica e poderosa de estimular
a atividade construtiva da criança. Essa preocupação, necessária e
importante, exige que o professor procure ampliar cada vez mais as vivências
da criança com o ambiente físico, com as brincadeiras e com outras crianças
no processo de ensino aprendizagem.
A educação em geral está sofrendo um processo de mudanças em sua
estrutura e não tardará uma revolução em suas bases, quanto à aplicação de
novos métodos que proporcionem as nossas crianças uma educação de
qualidade.
Este trabalho tem a importante missão de repensar o papel da
educação lúdica na infância.
Por isso, nesta abordagem, pretendemos a partir de observações
relacionadas às práticas de jogos na educação infantil refletir, como esse tema
vem sendo trabalhado na educação da rede pública municipal de Senhor do
Bonfim.
12
Qual tem sido o papel desempenhado pelo professor ao trabalhar o
lúdico na educação infantil. ? Preocupa-nos, portanto nessa abordagem, atingir
os seguintes objetivos, ou seja:
° analisar como a atividade lúdica está sendo trabalhada na rede pública
municipal
° analisar, em que medida a pratica da atividade lúdica, desenvolvida na rede
pública, está contribuindo ou prejudicando a aprendizagem das crianças.
Portanto este trabalho, alem de discutir a relação da atividade lúdica
com a educação, pretende contribuir para uma compreensão mais aproximada
dessa relação, assim como auxiliar na implementação dessa atividade no
ambiente escolar.
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CAPITULO II - QUADRO CONCEITUAL
Buscando aprofundar o debate em torno da compreensão dessa relação,
do lúdico com a educação, vamos inicialmente, na construção do nosso quadro
conceitual, utilizar como base os seguintes conceitos-chave: Desenvolvimento
Infantil; escola; Ludicidade na Educação infantil; Educação infantil no Brasil.
2.1 - DESENVOLVIMENTO INFANTIL.
Todo ser humano passa por fases distintas desde o seu nascimento até
a sua morte, assim cada fase tem suas características próprias e define o tipo
de sujeito que este será no futuro.
Assim entender estas fases constitui-se um dado importante para o
profissional de educação que pretenda trabalhar com crianças e conhecer o
individuo em sua totalidade.
Segundo Piaget (1989: 76): o desenvolvimento infantil se dá em três
fases.
Primeira infância - Dos 2 aos 6 anos (dos 0 aos 2 anos também considero 1ª infância.Segunda infância - Dos 7 aos 10/11 anos.Adolescência- A partir dos 12 ano.A Primeira infância segundo Piaget, é a fase do pensamento pré- operacional dos 2 aos 4 anos, fase do pensamento pré operacional.A Segunda Infância, ainda segundo Piaget, é a fase das operações concretas, onde a criança já faz composição aditiva, reversibilidade, associação, identidade, razão dedutiva, relacionamentos, classificação. É uma fase de movimentos especializados, estágio de transição.A Adolescência, é a fase de operações formais.
Cada uma destas fases tem suas características próprias onde a criança
vê o mundo de uma maneira peculiar, ela age e interage baseada em suas
próprias visões.
14
Para o profissional de educação, principalmente a educação infantil,
conhecer cada uma destas fases é importante para ajudar o aluno a construir
conhecimento desde cedo.
Já no primeiro ano de vida, a criança segundo Piaget, está aberta para o
conhecimento e até os cinco anos ela desenvolve a percepção de várias
formas, a linguagem enriquece e a habilidade motora torna-se ampla, as ações
se dão no tempo do pensamento.
Depois dessa idade o desenvolvimento infantil de fato começa a se
tornar especializado, assim os conceitos esquerdo, direito, que segundo Piaget,
neste momento a criança faz opções e experimenta muito no intuito de saber o
que vai lhe agradar.
Pimentel (1981), ao abordar sobre esse mesmo tema destaca que na
adolescência as atividades seguem o desenvolvimento cerebral onde a
complexidade é a marca registrada, os adolescentes são complexos por
natureza, pois, conforme salienta:
Já o adolescente, é capaz de formular hipóteses a partir de fatos não concretos. Este é o instrumento mais elaborado de pensamento. Os circuitos neurais macroscópicos estão praticamente todos desenvolvidos. O cérebro do adolescente assemelha-se então ao dos adultos (Pimentel-Souza, 1981).
Estimular a aprendizagem da criança e do adolescente é uma tarefa do
professor preocupado em aproveitar cada uma das fases da melhor maneira
possível, estimulando os alunos a despertar suas potencialidades e aptidões,
aperfeiçoando as potencialidades através da leitura e da escrita, mostrando a
criança o mundo que se abre a seu redor.
Piaget (1998) enfatiza o papel importante no desenvolvimento da
criança, e nas mudanças que ocorrem no decorrer do tempo que podem
favorecer a aprendizagem.
15
Segundo Piaget as crianças pequenas aprendem mais lentamente, para
cada fase as estratégias diferentes são aplicadas no intuito de colaborar para
aprendizagens significativas no futuro.
A teoria de Piaget sugere que existem dois processos fundamentais no
funcionamento intelectual de todo ser humano e que as experiências são
importantes para organização e adaptação do ser humano ao meio onde o
mesmo vive.
Piaget pensava a criança como ser ativo, o autor acreditava que ela
interagia com o meio, e no meio buscava elementos que estimulassem o seu
comportamento e ajudavam a organizar os padrões de comportamento que
desenvolveriam no futuro, assim ela não sofria passivamente as influencias do
ambiente. Processos como acomodação e assimilação ajudando a
incorporação dos elementos e informações que o ambiente sugere ao sujeito.
A teoria piagetiana (Piaget, 1998, pg. 94) dividiu o desenvolvimento do
pensamento da criança em quatro estágios, que seriam descritos a seguir:
Estágio sensório-motor, que vai desde o nascimento até os dois anos. Neste estágio o bebê opera quase totalmente com esquemas abertos, visíveis com ações como olhar, tocar, pegar e sugar. Estágio pré-operacional, que vai dos dois aos seis anos. Este estágio se caracteriza pelo egocentrismo da criança que não consegue entender o que as outras pessoas pensem e como vêm o mundo de uma forma diferente da sua. É incapaz de perceber a reversibilidade das coisas. Apresenta um raciocínio indutivo, isto é, a criança vê que duas coisas acontecem ao mesmo tempo e supõe que uma é a causa da outra.
Estágio operacional concreto, que vai dos seis aos doze anos. Neste estágio a criança adquire o esquema das operações como a soma, a subtração, a multiplicação, a ordenação serial. Consegue compreender a reversibilidade das coisas e já apresenta um raciocínio indutivo.
Estágio operacional formal, que vai dos 12 anos em diante. A principal tarefa desse período é aprender como pensar a respeito de idéias tanto quanto de objetos.
16
Compreender como se dá cada fase é tarefa essencial para que a
aprendizagem possa ser significativa para a criança.
2.2 – ESCOLA.
A escola é o primeiro local onde a educação foi formalmente
estabelecida. Se antes os conhecimentos eram passados de geração em
geração através da família, com a modernidade surge a escola criada com
objetivo de levar conhecimento ao maior número possível de pessoas dentro
de um espaço delimitado.
Para Houaiss (2003), escola é:
“Casa ou estabelecimento em que se ministra ensino das ciências, letras ou artes. Conjunto dos alunos e professores. Qualquer concepção técnica de estética ou de arte, seguida por vários artistas, conjunto dos adeptos ou discípulos de um mestre em filosofia, ciências ou arte. Doutrina, seita, sistema. Experiência vivencial, esperteza”. (HOUAISS, 2003, pg. 347)
Em todos os sentidos definidos por Houaiss, a palavra escola engloba
um conjunto de pessoas que estão reunidas para um determinado fim, ela é o
primeiro lugar onde a criança aprende a conviver com o coletivo, deixando para
trás seu mundo particular.
Da escola dos primeiros tempos à escola moderna atual, quase nada
modificou, com efeito, muito se tem discutido a respeito da escola e de sua
constituição sócio política, onde são perpetuados os valores das classes
sociais dominantes, mas apesar das discussões pouca coisa tem sido feita de
fato para modificar este pensamento.
A educação da idade antiga e inicio da idade moderna era concentrada
nas mãos de quem podia pagar por ela, nos mosteiros e nos castelos as
pessoas instruídas pertenciam às classes sócias abastadas, os menos
favorecidos podiam se educar no muito se pertencesse ao clero.
Assim escolher ser um religioso era muitas vezes a maneira encontrada
por homens que pretendiam ter algum estudo,
17
A instrução dada em castelos era de cunho altamente particular,
professores eram contratados para ensinar tudo que sabiam a um determinado
aluno, assim a classe abastada via na instrução uma perpetuação do saber que
legitimava a prepotência dos senhores.
O mundo evoluiu e com ele a forma de ensinar também, a Revolução
industrial e tecnológica inaugura uma fase onde era necessário um certo
aprendizado para manipular a máquina, não mais era possível que a instrução
ficasse escondida atrás dos muros, mesmo porque quem operava a máquina
não eram os nobres e sim a gente do povo, dessa necessidade imediata de
educar para industria nasceram os cursos oferecidos principalmente a jovens e
adultos que buscavam qualificação para o trabalho.
Com o advento do Mercantilismo e o crescimento da soberania do
Estado, este assume o papel de consolidador das novas leis entre elas a
instrução, o ensino passa a ser obrigatoriedade desta instituição, como o
objetivo de levar conhecimento e melhorar a vida nas cidades que cresciam
vertiginosamente.
No Brasil a instrução chegou com os jesuítas e como no resto do
continente europeu ela favoreceu a classe social que podia pagar, o ensino era
responsabilidade da Igreja, depois essa responsabilidade também foi passada
para o Estado.
Esta educação era caracterizada pela transmissão oral, que por sua
vez acontecia nas conversas envolvendo grande número de participantes da
tribo, onde se dava grande importância às conquistas de cada povo.
A escola com o formato parecido ao que é hoje chegou ao nosso país
com os Jesuítas chefiados pelo padre Manoel da Nóbrega por volta de 1549
(século XVI). Neste momento a história é baseada na hierarquia e na religião.
Os filhos da nobreza e da classe dominante estudavam em Lisboa, Londres,
Paris e Roma sob a direção do sacerdote Vicente Rijo (ou Rodrigues), o
primeiro mestre-escola no Brasil.
Em 1808(século XIX) com a chegada da corte portuguesa ao Brasil, a
colônia passa a ser a sede do governo Português. A presença de D. João traz
18
grandes mudanças na educação. Além de criar o Museu Real, a Imprensa
Régia, A Biblioteca Pública, o Jardim Botânico e os cursos superiores, foram
inauguradas as faculdades de ciências Médicas e Econômicas. O regente
incentiva a formação de professores, a instrução primária e se interessa pelo
método mútuo de ensino público. Entre as novas orientações, promove a
secularização do ensino público iniciada por Ribeira do Pombal após expulsão
dos jesuítas em 1795.
É interessante ressaltar que neste período somente os meninos
podiam freqüentar escolas. Em 1834, um ato adicional transfere para as
províncias a responsabilidade pela organização do sistema de ensino e da
formação dos professores.
Entre os anos de 1837 e 1839 é realizada a inauguração do Colégio
Pedro II marco no ensino público, instituição modelo até meados do século XX.
No final da década de 40, regulamentos reduzem os salários e o nível de
exigência de formação dos professores que são obrigados a ir a missa aos
domingos e proibidos de se ausentar da freguesia sem permissão do
presidente da província. A escola vira lugar para disciplinar e moralizar não
para instruir.
Em 1890, a constituição republicana separa Igreja e Estado, laiciza a
sociedade e a educação, elimina o voto baseado na renda e institui o voto do
cidadão alfabetizado do sexo masculino. Os anos iniciais da República podem
ser considerados o “Período Áureo” da instrução em São Paulo. De fato, nestes
anos além das reformas de ensino do primário e normal, a organização de uma
rede de escolas normais e complementares, a construção do edifício da
Escola Normal de São Paulo, ocorrem a instalação da primeira escola de
educação infantil o jardim da infância anexo a Escola Normal, a criação das
escolas superiores.
Em 1912 é inaugurada a primeira universidade do Brasil, a do Paraná.
Oito anos mais tarde é inaugurada a do Rio de Janeiro. O Ministério dos
negócios da Educação e da Saúde Pública nasce em 1930. a década é
marcada pelo aumento do número de escolas.
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Em 1933, a escola normal da capital é elevada a curso superior, surge
o Instituto de Educação Caetano de Campos. A universidade de São Paulo,
criada em 1934 reúne o Instituto de Educação, à recém criada Faculdade de
Filosofia, e as Faculdades de Direito, Medicina e a Politécnica.
O golpe de 1964 reprime toda e qualquer manifestação critica.
Professores, Universitários e Pensadores são exilados do país. O regime militar
cria a MOBRAL, com o intuito de acabar com o analfabetismo no Brasil - um
estrondoso fracasso.
Nos anos 80 o alto grau de seletividade social do sistema escolar está
evidente no descompasso entre os diferentes níveis de ensino, seu baixo
rendimento aparece nos altos índices de evasão e repetência, os mais altos
níveis de escolaridade permanecem privilégio social de poucos.
Atual LDB- 9.394/96 introduz mudanças significativas na educação
básica, integrando a educação infantil. Dificuldades orçamentárias para
escolarização de jovens e adultos levam entidades sociais a promover ações
educativas e muitas delas com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador
(MTE), destinados a formação profissional. Neste ano além da promulgação da
LDB é criado o MEC, que edita os PCNs ( Parâmetros Curriculares Nacionais).
Um ano mais tarde entra em vigor o Fundo Nacional de Valorização do
Magistério (FUNDEF). No início do século XXI, o Brasil é o sexto país no
mundo em números de alunos mais de 54 milhões.
Com o FUNDEF, o poder executivo estadual ou municipal é obrigado a
disponibilizar ao conselho da entidade, mensalmente, todos os dados sobre os
recursos recebidos e sua utilização. Ficando aberto a denúncias diante de
qualquer irregularidade ao Ministério Público, para que a promotoria de justiça
promova ação competente no sentido de obrigar o poder executivo a cumprir
as determinações contidas na lei do FUNDEF.
É criado em dezembro de 2006 o FUNDEB, que nasce com o objetivo
de atender as demandas deixadas pelo FUNDEF, portanto criando uma política
de financiamento da educação compatível com a perspectiva de uma educação
inclusiva em todos os segmentos.
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O FUNDEB proporciona a garantia da educação básica a todos os
brasileiros, da creche ao final do ensino médio, inclusive àqueles que não
tiverem acesso à educação em sua infância.
É claro que a escola não nasceu da noite para o dia formatada como a
conhecemos, muito precisou ser feito e modificado para chegar onde ela esta,
mesmo sendo alvo de muitos questionamentos, ela é o ambiente onde o
conhecimento é de uma forma ou de outro transmitido, principalmente na
educação infantil onde a necessidade de profissionais conscientes faz a
diferença na formação do aluno.
Essa necessidade de formar professores aptos a compreender o
universo infantil vem ganhando espaço, mas em nenhum destes ambientes
onde a educação pretende ter qualidade se evidenciou a pratica da atividade
lúdica e sua aplicação no processo escolar, especialmente na legislação.
2.3 - O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
As atividades lúdicas possibilitam a incorporação de valores,
desenvolvimento cultural, assimilação de novos conhecimentos,
desenvolvimento da sociabilidade e da criatividade. Por intermédio do lúdico, a
criança encontra o equilíbrio entre o real e o imaginário, oferece a oportunidade
de desenvolvimento de maneira prazerosa.
A brincadeira é então, uma atividade sócio-cultural, pois ela se origina
nos valores e hábitos de um determinado grupo social, onde as crianças têm a
liberdade de escolher com o quê e como elas querem brincar. Para brincar as
crianças utilizam-se da imitação de situações conhecidas, de processos
imaginativos e da estruturação de regras.
Uma criança necessita de alegria para aprender, alegria que muitas
vezes ela não encontra no lar, uma vez que podemos observar a estrutura dos
lares nos dias atuais, os pais envolvidos em problemas e trabalho dão pouca
21
importância à estrutura psicológica dos filhos e consequentemente às
brincadeiras.
A mudança dos valores a excessiva correria e a competição têm
cegado os homens com relação aos verdadeiros valores, assim observamos
estáticos uma sociedade que se deixou emudecer.
Segundo Almeida (2003)
Dessa forma a criança, o jovem e mesmo o adulto neutralizados em sua consciência de ser no mundo, são bombardeados por um falso jogo que lhes promete alegrias, poder, riqueza, prazer, descanso, associados à idéia de consumo, cujo conceito-chave se define no esbanjamento, redundância e alienação. (ALEMIDA 2003, pg.34)
Almeida reforça a importância de trabalhar o lúdico com seriedade, uma
vez que todo aprendizado servirá para vida do aluno, sua posição dentro de
uma sociedade que encara as brincadeiras com indiferença.
Considerando a realidade brasileira nos dias atuais, a intenção dos
adultos na maioria das vezes é ver o brinquedo ou as brincadeiras como um
objeto de consumo sem conseguir enxergar como a criança irá explorar um ou
outro determinado brinquedo.
Ainda segundo Almeida (2003):
É fundamental compreender que o conteúdo do brinquedo não determina a brincadeira da criança. Ao contrário: o ato de brincar (jogar, participar) é que revela o conteúdo do brinquedo. A criança ao puxar alguma coisa torna-se o cavalo; ao brincar com areia, torna-se padeiro; ao esconder-se, torna-se guarda. Nada é mais adequado à criança que associar em sua construção os materiais mais heterogêneos: pedras, bolinhas, papéis, madeira tudo tem um significado para ela. (ALMEIDA 2003, PG. 37)
22
A vantagem de ser criança segundo Almeida é o fato de que as
brincadeiras mais simples são aquelas que envolvem mais as crianças, quanto
mais sofisticado for o brinquedo menos ele tem vontade de brincar.
O brinquedo faz parte da vida da criança, na maioria das vezes é a
maneira que a mesma tem de se comunicar com os adultos e demonstrar os
seus sentimentos, sem contar que através da brincadeira a criança aprende a
dominar as atividades lingüísticas.
Os brinquedos terão um significado muito importante se vierem
representadas com a brincadeira com a forma de brincar, do prazer que
proporcionará assim, as experiências acumuladas terão valor significativo para
elas.
Para cada fase a criança desenvolve algum tipo de jogo ou brincadeira
que irá ajudá-la a se adaptar ao mundo no qual e uma recém chegada.
Segundo Almeida (2003; 42-45-47-50-54) essas fases podem ser assim
divididas:
Fase sensório motor – nesta fase a criança desenvolve seus sentidos, seus movimentos, seus músculos, sua percepção e seu cérebro. Fase simbólica – por volta de 2 aos 4 anos, aqui a criança se exercita intencionalmente , adora rasgar, pegar o lápis, mexer com as coisas. Fase intuitiva- dos 4 aos 7 anos, é a fase em que sob a forma de exercícios psicomotores e simbólicos a criança transforma o real em função das múltiplas necessidades do eu. Fase da operação concreta- dos 6 aos 12 anos- é a fase escolar em que a criança incorporará os conhecimentos sistematizados, tomará consciência de seus atos e despertará para um mundo em cooperação com seus semelhantes. Fase da operação abstrata – dos 12 anos em diante- os jogos concretizam-se como atividade adaptativas do equilíbrio físico, pois realizam o aperfeiçoamento dos músculos e engrenam descobertas.
A educação lúdica contribui intensamente na formação do individuo,
portanto ela precisa ser observada, os professores e a escola necessitam ter
este olhar permanente para uma educação libertadora, colaborando desde
sempre para que as transformações ocorram da escola para a sociedade.
23
A pratico do lúdico dentro da escola exige a participação de todos no
sentido real, uma proposta lógica e fundamentada com pessoas atuantes e
capazes de lidar com a brincadeira de forma séria.
A mudança dos tempos proporcionou aos professores novas
oportunidades de aprender e os cursos de licenciatura passaram a ser
importantes meio de formação e de informação para os mestres.
A formação de professores tem pois um especial significado na medida
em que ela amplia os limites e possibilidades de intervenção em sala de aula,
numa perspectiva de melhorar a qualidade de ensino.
Assim os cursos centravam-se em noções das disciplinas e a licenciatura
se diferenciava de bacharelado apenas por incluir três ou quatro matérias
pedagógicas.
Nas universidades públicas, a partir da década de 1970, o conteúdo dos
cursos foi se diferenciando gradativamente. É certo que ainda permanecem
licenciaturas com todos os rigores que um curso podia exigir.
Com relação ao segundo fator, a carência de saberes foi que a partir da
década de 1960 uma grande expansão de escola ocorreu em nosso país, e em
vários outros, causando principalmente pela intensa migração dos campos para
cidades e a tentativa de qualificar mão de obra para industrialização crescente.
Assim os professores também tiveram a chance de especialização para o
mercado de trabalho.
Em conseqüência, tornaram-se necessário formar, grande número de
professores, o que motivou a criação de diversas faculdades particulares,
muitas funcionando por vários anos em situação precária.
Em 1974, a premente necessidade de professores motivou a instituição
de cursos de licenciatura curta, que continuaram a funcionar até o final do
século, sendo extinta apenas pela lei de Diretrizes e Bases de 1996. Na
licenciatura curta um professor era formado em apenas três anos, com o
currículo reduzido e direcionado a uma disciplina especifica.
24
As faculdades particulares e suas licenciaturas curtas, contribuíram para
um aumento quantitativo do professorado que foi acompanhado , porém por um
decréscimo qualitativo em termos de formação, muitas vezes se afirmou que a
baixa qualidade foi determinada pela licenciatura curta.
Antes de 1970, os professores, mesmo os do então curso primário
(atuais primeiras quatro séries do ensino fundamental), dispunham de
condições salariais razoáveis, além de certo prestígio social. O aumento
numérico do professorado sem amparo de verbas governamentais condizentes,
levou a drástica redução salarial, ocasionando decréscimo de seu status social.
A desvalorização dos professores foi um dos motivos para que muitos
não buscassem a qualificação necessária para trabalhar com crianças
desenvolvendo suas habilidades lúdicas e colaborando para formação de
indivíduos conscientes.
A formação do professor é uma exigência que se destaca frente ao
quadro de insucesso que observamos na educação infantil e na educação em
geral. Está inserida na legislação a necessidade de formação para trabalhar
com as séries inicias.
2.4 - EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL
O atendimento às crianças de 0 a 6 anos em instituições especializadas
tem origem com as mudanças sociais e econômicas, trazidas pelas revoluções
industriais no mundo todo. Neste periodo as mulheres deixaram seus lares em
busca de trabalho, mas isso não significou que elas deixaram de cuidar de
seus filhos e de sua familia.
Até 1920, as instituições tinham um caráter exclusivamente filantrópico e
caracterizado por seu difícil acesso oriundo do período colonial e imperialista
da história do Brasil. A partir desta data, deu início á uma nova configuração.
Na década de 1930, o Estado assumiu o papel de buscar incentivo de
órgãos privados, que viriam a colaborar com a proteção da infância. Diversos
25
órgãos foram criados voltados à assistência infantil, (Ministério da Saúde;
Ministério da Justiça e Negócios Interiores, Previdência Social e Assistência
social , Ministério da Educação e também a iniciativa privada).
Com esta pequena retrospectiva histórica, podemos verificar que a
Educação Infantil surgiu com um caráter de assistência a saúde e preservação
da vida, não se relacionando com o fator educacional.
A partir da década de 80, ocorre a abertura política e os movimentos
pelos direitos humanos se intensificam. Na constituição de 1988 aumentam as
leis que protegem os cidadãos e seus direitos, o direito a educação e o apoio à
educação infantil.
A partir da Constituição as famílias tem direito a creche para seus filhos
até 6 anos de idade. Isso é o que diz o Art. 208 dessa constituição. Nesta
época também aumenta o número de mulheres que trabalham fora,
aumentando assim a demanda por creches e pré-escola.
O Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, Lei nº 8.069/1990 diz
no Art. 54:
É dever do estado assegurar à criança e ao adolescente... Parágrafo IV: Atendimento em creches e pré-escolas as crianças de 0 a 6 anos de Idade. Ou seja a Educação Infantil é um dever do estado e direito das crianças famílias.
A LDB 9.394/96 foi a primeira a incluir a educação infantil entre as
diretrizes que regem a educação, porém, esta continua não sendo obrigatória,
apenas direito das crianças e famílias. Nessa lei ela faz parte da primeira etapa
da Educação Básica.
Essas leis trouxeram modificações para a Educação Infantil, ou seja, a
partir da década de 90 ela passa a fazer parte da Educação e não mais do
assistencialismo. Desse modo a formação dos profissionais também é
modificada colaborando para uma educação de e com qualidade com a ajuda
do Estado e amparada por lei.
26
CAPITULO III - METODOLOGIA DA PESQUISA.
Em busca de uma maior compreensão a cerca do problema estudado “Ludicidade infantil: a importante participação da Escola” atividade empregada nas séries iniciais em muitas escolas rede municipal da cidade de Senhor do Bonfim, faremos através dessa pesquisa uma abordagem de natureza qualitativa, de cunho investigativo, por entendermos ser este o procedimento de pesquisa mais apropriado para elucidar as questões que no propomos analisar.
Bogdan e Biklen (1982), In: LUDKE, (1986:11), destacam na pesquisa
qualitativa algumas características que contribuem para um melhor resultado no
processo investigativo:
A pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada, via de regra através do trabalho intensivo de campo (“...)”.(LUDKE, 1986:11).
Considerando o tipo de abordagem que nos propomos a realizar, em
ambiente educacional, justifica-se a escolha da abordagem qualitativa, já que
esta estuda os fenômenos em contato direto com o ambiente em que estes
acontecem e possibilitaram o desvendamento do problema estudado.
3.1 – LÓCUS DA PESQUISA
Essa pesquisa teve como lócus de sua investigação escolas que
compõem a rede municipal da sede do município de Senhor do Bonfim. As
escolas forma escolhidas de forma aleatória, buscando assim um olhar mais
abrangente, o que possibilitou a coleta dos dados de forma contextualizada.
Como nos ensina Ludke (1986):
Um princípio básico desse tipo de estudo é que, para uma apreensão mais completa do objeto, é preciso levar em conta o contexto em que ele se situa. Assim, para compreender melhor a manifestação geral de um problema, as ações, as percepções, os comportamentos e as interações das pessoas
27
devem ser relacionadas à situação específica onde ocorrem ou à problemática determinada a que estão ligadas. (LUDKE, 1986: 18-19)
3.2 – SUJEITO DA PESQUISA
Para fundamentar esta pesquisa foram convidadas 12 professoras da
rede municipal de ensino de Senhor do Bonfim, das escolas: Candido Fêlix
Martins; Escola Austricliano de Carvalho; Abigail Feitosa; professoras estas que
trabalham na educação infantil e que foram convidadas a dar sua opinião sobre
o assunto.
Os dados foram coletados através de questionários que visavam obter
uma definição da prática pedagógica utilizada para o processo de ensino-
aprendizagem nas séries iniciais da educação infantil enfocando a utilização de
jogos e brincadeiras com o objetivo de aprimorar a aprendizagem do aluno.
3.3 – INSTRUMENTOS DA COLETA DE DADOS
O método de trabalho utilizado para coleta de dados foi a pesquisa de
campo, com aplicação de questionário contendo 10 questões as 12 professoras
da rede municipal de ensino de Senhor do Bonfim.
O estudo se deu a partir de questionários distribuídos para 12
professores da rede publica municipal de Senhor do Bonfim, uma realidade
próxima de nós possibilitando assim que a interpretação dos fatos possa ser
pensada como possível solução para os problemas detectados.
Diante do interesse em obter respostas que possam gerar novos
questionamentos, direcionados ao tema, optou-se também por uma entrevista
semi-estruturada, já que a mesma permite uma participação do investigador na
construção da pesquisa.
28
(...) aquela que parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses, que interessam à pesquisa, e que, em seguida, oferece amplo campo de interrogativas, fruto de novas hipóteses que vão surgindo à medida que se receber as respostas do informante. Desta maneira, o informante, seguindo espontaneamente a linha de seu pensamento e de suas experiências dentro do foco principal colocado pelo investigador, começa a participar na elaboração do conteúdo da pesquisa. (LUDKE, 1986: 146).
Ainda falando sobre a escolha do instrumento de entrevista dentro da
pesquisa de âmbito qualitativa, esta foi feita através de anotações nos
questionários sobre a opinião da professora com relação ao tema abordado.
(...) perguntas fechadas, mas que apresentam uma série de possíveis respostas, abrangendo várias facetas do mesmo assunto. Com as respostas possíveis estruturadas junto à pergunta, devendo o informante assinalar uma ou várias delas. (MARCONI; LAKATOS, 2003: 206).
Desta forma pretendeu-se descobrir porque nas aulas de educação
infantil há uma deficiência na aprendizagem dos alunos e que se de alguma
forma, através das entrevistas e dos questionários pudéssemos reverter este
quadro e possivelmente formar um cidadão-falante, competente, dinâmico,
crítico e reflexivo diante da sociedade, colocando a educação infantil (lúdico)
como ponto de partida para que a educação libertadora aconteça.
3.4 O CONTEXTO DA PESQUISA
Esta pesquisa foi realizada com 12 professoras da rede publica municipal
de Senhor do Bonfim, das escolas: Candido Fêlix Martins; Escola Austricliano
de Carvalho; Abigail Feitosa; professores estes que optaram por não se
identificarem, assim as respostas não corriam o risco de serem direcionadas
para outros fins.
29
Diante disso, a pesquisa foi direcionada para uma análise das
concepções de ensino que os professores da educação infantil têm do trabalho
com o lúdico em sala de aula.
30
CAPITULO IV - ANALISE DE DADOS E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS.
Para melhor identificar as respostas coletadas nos questionários, os
professores foram nomeados da seguinte forma: P1 ao P 12, assim,
preservando a identidade do professor pudemos analisar claramente a sua fala.
Questão 1 - Idade das entrevistadas
Figura 01
Podemos verificar que 58% das professoras entrevistadas tem idade
entre 25 e 30 anos. No contexto da pesquisa é relevante falar da idade porque
supõe que ela esta diretamente relacionada com a metodologia de trabalho das
professoras em sala de aula, assim pensamos que em nível de formação e
informação as professoras mais jovens tem mais acesso aos múltiplos
conhecimentos e disposição necessárias para trabalhar o lúdico em sala de
aula.
Observamos que quando a educadora é mais jovem, por diversos
fatores (GRIFO NOSSO) está mais apta a compreender o universo importante
da brincadeira para a criança, uma vez que muitas mudanças têm ocorrido na
educação infantil na ultima década.
Assim, compreendemos que, embasados em nosso entendimento de
educação e observando a pratica dos professores que, além da formação, a
disposição e desprendimento de energia para trabalhar brincadeiras e agregar
31
25%
58%
17%
20 a 25 anos
25 a 30 anos
mais de 30
conhecimentos para os alunos, requer uma disposição característica das
pessoas que tiveram formação mais recente.
Questão 2 - Grau de instrução
17%
66%
17%
magistério
pedagogia
outros cursos
Figura 2
66% das entrevistadas têm formação em pedagogia, isso em síntese
significa que estão preparadas para compreender a importância das
brincadeiras para aprendizagem infantil.
Pedagogia é um curso que trabalha muito a questão do sujeito, em seus
diversos momentos de aprendizagem, e ajuda o professor a compreender e
utilizar bem cada uma destes momentos em beneficio do aluno e a favor da
educação e do conhecimento.
Nóvoa (2002, p. 23) diz que: “O aprender contínuo é essencial e se
concentra em dois pilares: a própria pessoa, como agente, e a escola como
lugar de crescimento profissional permanente.”
O conhecimento é uma constante busca de todo ser humano, ao
professor é uma necessidade inerente a sua profissão, principalmente porque
ao aprender coisas novas ele rompe com atitudes velhas.
O sucesso do professor depende exclusivamente de sua capacidade de
interagir com o outro, de aprender, de renovar as idéias e as atitudes e assim
ensinar aos seus alunos que o homem é um ser em constante movimento.
32
Questão 3 - Série em que trabalha
42%
33%
25%
4 a 6 anos
1ª a 4 ª série
menores de 4
Figura 03
42% do entrevistado afirmaram que trabalha com crianças da 4ª a 6ª
series enquanto 33% afirmaram que trabalham com alunos da 1ª a 4ª serie.
Segundo as leituras feitas nesta fase as crianças estão abertas ao
mundo, ao novo, a descoberta, assim pensamos que, trabalhar com
brincadeiras especialmente nesta fase despertará a curiosidade dos alunos
para descoberta do mundo do conhecimento.
Questão 4 - Por que escolheu a educação infantil
75%
25%
me identifico emtrabalhar com crianças
foi onde conseguiemprego
Figura 04
75 % informaram que foi por ter prazer em trabalhar com crianças e se
identificar com o trabalho que exerce.
33
É um motivo grandioso para maioria dos profissionais, o desafio de
trabalhar com crianças.
Quando observamos uma sala de aula onde o professor apenas cumpre
a sua tarefa, vemos como é diferente daquelas onde há respeito pelo que é
feito e pelo aluno, a educação é uma área muito complexa, lidar com pessoas
não é uma tarefa fácil e, portanto, merece que façamos nossas escolhas
levando em conta o outro.
Questão 5 - Como você acha que o professor de educação infantil deve agir
Figura 05
O comportamento do professor perante o aluno é outro fator importante
para favorecimento da aprendizagem, quando o aluno sente-se coibido com a
personalidade forte do professor, ele desenvolve uma defesa que acaba
dificultando a aprendizagem. Apesar de 17% dos professores afirmarem que
devem ser muito severos no processo de ensino na educação infantil, 75%
destes afirmaram que devem amáveis e ter paciência.
Os professores que mantém uma linha mais severa e acham que as
brincadeiras não são uma boa opção para aprendizagem acabam gerando
insatisfação em sua turma.
34
17%
75%
8%
ser sempre muitosevero
amavéis e termuita paciência
não devem darmuita importância
Questão 6 - Você acredita que o lúdico é importante no ambiente escolar
Figura 06
A maioria das professoras 75% acreditam na importância das
brincadeiras para aprendizagem de seus alunos, enquanto 25%, admitem que
a brincadeira algumas vezes é importante. Assim observamos que a maioria
das professoras, admitem o lúdico no espaço escolar. Evidenciou-se na
pesquisa que nível de conhecimento mais atualizado, a partir daquelas que
estudam que o ambiente descontraído é favorável a aprendizagem.
“O brincar se dá no espaço potencial e é sempre uma experiência
criativa, na continuidade espaço-tempo, uma forma básica de viver”
(WINNICOTT, 1993, p. 45).
Assim quando o aluno brinca ele desenvolve noções de conhecimento
em diversos níveis e aprende a utilizar sua criatividade para resolver questões
em momento de pura descontração.
Na fala de alguns professores entrevistados o brincar acrescenta ao
ambiente escolar uma interatividade com o outro e amplia as possibilidades de
construções seguras de personalidade e de comportamento.
O aluno ao brincar sente-se livre para construir conhecimentos
próprios e se bem orientados quanto a jogos e brincadeiras desenvolve uma
critica apurada em favor da sua realidade.
35
75%
25%
sim, extremamenteimportartante
algumas vezes éimportante
Questão 7 - Você gosta de utilizar a brincadeira como forma de aprendizagem ?
75%
25%
sim
depende
Figura 07
75 % das entrevistadas afirmaram que sim. A pratica do professor e
sua formação é importante ponto a considerar quando se fala de uma
educação que vá proporcionar prazer ao aluno, o professor que conheça
amplamente o valor de uma brincadeira bem direcionada certamente não
deixará de utilizar esta ferramenta em suas aulas.
É claro que para utilizar uma determinada técnica ou brincadeira em
sala de aula é necessário que o professor tenha conhecimento de como fazer
para que a mesma seja aproveitada em beneficio dos alunos e de uma
aprendizagem significativa.
Os jogos e as brincadeiras desafiam a curiosidade da criança,
provocando conhecimento e estabelecendo comportamento, para cada idade
pode ser desenvolvidos diversos jogos ou brincadeiras diferentes, seduzindo o
aluno para que ele aprenda.
O brinquedo é uma ferramenta poderosa para o professor que tem um
planejamento e sabe estabelecer com o aluno uma relação de conhecimento,
afetividade e confiança.
36
Questão 8 - Acha que através das brincadeiras as crianças aprendem?
75%
25%
sim
depende
Figura 08
75% das professoras compreendem como é importante o jogo e a
brincadeira para a aprendizagem dos alunos, assim se utilizam essa
ferramenta é claro que acreditam na sua eficácia.
Brincar ganha espaço na aula modelada pela criatividade,
espontaneidade e desafio do pensamento da criança, ela sente-se parte do
processo e não alguém que está fora dele como na educação tradicional.
Libâneo (1996, p. 39) nos diz:
“A função da pedagogia “dos conteúdos” é dar um passo à frente no papel transformador da escola, mas á partir de condições existentes. Assim, a condição para que a escola sirva aos interesses populares é garantir a todos um bom ensino, isto é, a apropriação dos conteúdos escolares que tenham ressonância na vida dos alunos”.
Assim, essa garantia de apropriação é algo que está no contexto
inserido com o aproveitamento que o aluno fará das atividades lúdicas,
transformando sua forma de aprender para a vida.
37
Questão 9 - Você se acha um bom profissional? Por quê?
83%
17%
sim
as vezes
Figura 09
83% das professoras questionadas se acham boas profissionais. Sem
sobra de dúvidas o professor que se transforma é capaz de fazer uma auto -
analise e observar os erros e acertos de seu trabalho, procurando sempre
formas de trabalhar melhor.
É necessário ter consciência de que para ser bom no que faz não pode
ficar parado, precisa estar antenado com as novidades e de olho no que deixa
seu aluno feliz, assim saberá aproveitar de cada um o máximo que pode dar.
Questão 10 - Como seria em sua opinião a educação lúdica ideal
38
P1 Em minha opinião as escolas públicas poderiam ter mais material a disposição dos professores.
P2 / P6
Precisamos de cursos que os ajude a melhorar nosso entendimento de como aplicar brincadeira em sala de aula voltadas a determinados conteúdos.
Todas estas falas estão respondendo a questão 10, notamos muitas
respostas semelhantes, portanto formamos pares destas respostas, visando
facilitar a compreensão do texto em si.
Como observamos na fala das professoras, existe ainda muito a ser
feito quanto à educação lúdica ideal nas escolas. Vários pontos considerados
como o espaço físico e a disponibilidade de material necessário para
desenvolver determinados jogos e brincadeiras, são realmente pontos
importantes a serem analisados pelos gestores escolares, mas penso que o
diferencial em sala de aula é em verdade o professor, ele sim, faz diferença.
P6
Vejo que há muita ilusão com relação ao lúdico dentro das escolas, muitas vezes os alunos não tem o básico que é alimentação.
P7 / P9/P11
Mudar a estrutura das escolas e ampliar os espaços para jogos e brincadeiras
39
P3
As escolas precisam de espaço próprio para jogos e brincadeiras construtivas.
P4
Acredito que o conjunto escolar precisa estar ciente de como as brincadeiras e jogos podem ajudar nosso aluno a aprender mais.
P5/ P8/P10 / P12
Planejamento pedagógico voltado para educação lúdica
Vivemos num país de fronteiras enormes e nos quarto cantos de nosso
imenso país podemos encontrar casos de educadores que fizeram diferença
simplesmente com sua dedicação ao trabalho.
40
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base no que foi proposto neste trabalho expresso através dos seus
objetivos chegamos a seguinte conclusão.
Apesar dos esforços dos professores, a falta capacitação e de recursos
que possibilitem uma atuação mais qualificada, a dificuldade de trabalhar com
o lúdico na sala de aula é uma realidade de nosso município e certamente de
todo país, pois foi o que observamos no decorrer de nosso estudo, expresso de
forma objetiva na fala dos professores. Se a lei determina que todas as
crianças devem estar nas escolas e que a educação deve ser de qualidade a
mesma não garante as condições necessárias para que isso aconteça.
As professoras entrevistadas reclamaram do pouco espaço que as
escolas oferecem para o desenvolvimento de jogos e brincadeiras voltadas
para construções de aprendizagem significativas dentro das escolas.
Observamos que o nível de formação das professoras não é um dos
entraves para que se construam novos paradigmas dentro da educação, que
todos juntos, escola, professores e estado podem sim fazer diferença quando
unidos num objetivo comum.
Não existe ainda uma resposta concreta quanto ao aproveitamento e a
aprendizagem mediante a aplicação da educação lúdica nas crianças, mas
percebemos que existe um amplo canal aberto para que em pouco tempo
possamos ver os resultados.
41
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Paulo Nunes. Educação Lúdica; Técnicas e Jogos Pedagógicos.São Paulo, Editora Loyola; 2003.
BRASIL, Ministério da Educação e Desporto Secretaria da Educação Fundamental – Referencial curricular nacional para educação infantil, Brasília, /SEF, 1998, Vol I – Introdução.
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente no Brasil. Lei n. 8.069, de 13 de julho MEC de 1990.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
GALLAHUE, David L., John C. Ozmun. Compreendendo o Desenvolvimento Motor. São Paulo; Phorte 2005.
KUHLMANN Junior, Moisés – Instituições pré-escolares assistencialistas no Brasil (1899-1922), Caderno de pesquisa, São Paulo (78) 17-22, agosto de 1991
LAKATOS, E. M. e MARCONI, M. A. Fundamentos da Metodologia Científica. 5a. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública: A pedagogia crítico social dos conteúdos. 14ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 1996.
LÜDKE, Menga. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas – 6ª impressão. EPU, 1986.
MARCELLINO, Nelson Carvalho. Lazer e educação. Campinas, SP: Papirus, 1990.
NEGRINE, Airton. Aprendizagem e desenvolvimento infantil. Porto Alegre: Prodil, 1994.
NÓVOA, Antonio. (coord). Os professores e sua formação. Lisboa-Portugal, Dom Quixote, 1997.
OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos de (org). 2000. Educação infantil: muitos olhares. 4.ed. São Paulo: Cortez.
PIAGET, J. A psicologia da criança. Ed Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998. POURTOIS & DESMET. A educação pós-moderna. Loyola, 1999.
SPOLIN, Viola. Jogos Teatrais. São Paulo. Editora Perspectiva. 1991
42
TRIVINOS, Augusto N.S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação: 1.ed. São Paulo: Atlas, 1987.
VYGOTSKY, L. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes. 1991 WAJSKOP, Gisela. 1995. O brincar na educação infantil. Caderno de Pesquisa, São Paulo, n.92, p. 62-69, fev.
WINNICOTT, D. W. O Brincar e a Realidade. Rio de Janeiro: IMAGO, 1993.
43
ANEXOS
PESQUISA DE CAMPOS COM PROFESSORES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO
1.Idade
( ) 20 a 25 anos
( ) 25 a 30 anos
( ) mais de 30 anos
2.Grau de Instrução:
( ) Magistério
( ) Nível superior ( Pedagogia)
( ) Nível superior ( outros)
( ) Ensino médio
3. Série em que trabalha.
44
( ) Educação Infantil ( crianças de 4 a 6 anos)
( ) Fundamental 1 ( 1ª a 4ª séries)
( ) Creche ( menores de 4 anos)
4. Por que escolheu a educação infantil
( ) Me identifico em trabalhar com crianças
( ) Foi onde consegui emprego
( ) É Fácil de trabalhar
5. Como você acha que um professor de educação infantil deve agir
( ) Ser sempre muito severo com as crianças, assim elas aprendem
( ) Devem ser amáveis e ter muita paciência
( ) Não devem dar muita importância para as crianças.
6.Você acredita que o Lúdico é importante no ambiente escolar
( ) sim, extremamente importante
( ) não, é somente uma maneira de passar o tempo com as crianças
( ) Algumas vezes é importante outras não.
( ) Total perda de tempo.
7. Você gosta de utilizar a brincadeira como forma de aprendizagem?
( ) Sempre
( ) não
( ) as vezes
8. Acha que através da brincadeira as crianças aprendem?
( ) Sim
( ) não
( ) Depende
9. Você se acha uma boa profissional? Por quê?
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45
______________________________________________________________________________________________________________________________
10. Como seria em sua opinião a educação lúdica ideal?
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