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Hebreus 6
John Owen (1616-1683)
Traduzido, Adaptado e
Editado por Silvio Dutra
Fev/2018
2
O97
Owen, John – 1616-1683
Hebreus 6 / John Owen Tradução , adaptação e edição por Silvio Dutra – Rio de Janeiro, 2018. 517p.; 14,8 x 21cm 1. Teologia. 2. Vida Cristã 2. Graça 3. Fé. 4. Alves, Silvio Dutra I. Título CDD 230
3
SUMÁRIO:
Introdução pelo Tradutor.............................. 4
VERSOS 1 e 2.................................................. 17
VERSO 3......................................................... 121
VERSOS 4 a 6................................................. 128
VERSOS 7 a 8................................................. 173
VERSOS 9 a 12............................................... 271
VERSOS 13 a 16.............................................. 406
VERSOS 17 a 20.............................................. 445
4
Introdução pelo Tradutor:
Como no dizer do apóstolo Pedro, nenhuma
Escritura é de particular interpretação, devemos ter
o cuidado de observar este princípio geral sempre
que nos dedicarmos a interpretar textos
considerados de difícil entendimento, de modo a não
fazer inferências que venhamos a torcer ou mesmo a
negar outras partes da revelação que sejam
claramente e facilmente interpretadas quanto à
fixação da doutrina que elas contêm.
Especialmente, os versos 4 a 7 deste sexto capítulo de
Hebreus, devem receber redobrada atenção em sua
interpretação, para que não se julgue
precipitadamente que o assunto em tela se refere a
uma possível perda de salvação por crentes genuínos
que foram justificados e regenerados (nascidos de
novo), como alguns costumam fazer ao se dedicarem
à interpretação da citada passagem bíblica.
Convém destacar que neste mesmo sexto capítulo de
Hebreus, afirma-se a segurança eterna da nossa
salvação por Jesus Cristo, pela imutabilidade do
propósito de Deus, da sua promessa e juramento,
fundados na imutabilidade da sua própria pessoa
divina, na fixação do seu conselho eterno quanto a
que teria um povo formado pela união com Jesus
Cristo, que jamais se separaria dele.
5
É com esta verdade central em vista, que permeia
toda a Bíblia, quanto à aliança da graça, que opera
por meio da fé, e não por obras, quanto à nossa
eleição, justificação e regeneração, e pela qual
também são garantidas a nossa própria santificação
e glorificação, para a plena aceitação por Deus na
condição de filhos amados, sendo as boas obras tão
somente a consequência e evidência desta plenitude
de aceitação que é segundo a graça livre de Deus, e
tão somente mediante a fé.
Evidentemente, o autor de Hebreus não poderia
estar se referindo a verdadeiros crentes justificados e
regenerados por meio da fé em Jesus Cristo, quando
afirma a impossibilidade de renovação dos que
caíram (convém saber a que tipo de queda e de
renovação se referia, e isto será feito ao longo deste
livro), uma vez que isto contrariaria a verdade da
segurança eterna da salvação de crentes genuínos
conforme expressada em tantas passagens bíblicas.
Dessa forma, suas palavras não podem ser
entendidas sequer sob a forma de alerta a crentes
genuínos quanto à possibilidade de uma queda final
com perda da sua salvação, mas, como vinha fazendo
ao longo de toda a epístola um alerta sobre a
necessidade de uma fé salvadora e genuína para a
entrada no descanso de Deus, e conforme
continuaria a afirmar tal necessidade de fé até o fim
da epístola, é sem sombra de dúvida um alerta à
necessidade da confirmação de uma real eleição por
6
parte daqueles que afirmavam ser professantes da fé
cristã, e que no entanto não apresentavam sinais e
frutos evidentes da sua genuína salvação.
Até hoje, e desde a Igreja Primitiva, não poucos
fazem uma profissão do evangelho, se tornam
participantes de muitas manifestações de uma
religiosidade externa nominal, sem que no entanto,
tenham experimentado uma verdadeira regeneração
do Espírito Santo. Apoiando-se em exterioridades
religiosas, não chegam a serem participantes da
aliança da graça pela qual suas naturezas seriam
transformadas. Esta participação da graça salvadora
e transformadora é a principal parte das coisas
melhores e relativas à salvação a que o autor de
Hebreus se refere. Os apóstatas por ele citados neste
início do sexto capítulo são os mesmos citados pelo
apóstolo Pedro quando diz que o cão voltou ao seu
vômito e a porca lavada ao lamaçal. Eles nunca foram
genuínas ovelhas de Cristo, senão cães e porcos que
acabaram por revelar em seu afastamento da
comunhão dos santos, que não tiveram de fato suas
naturezas renovadas e transformadas. São os
mesmos citados pelo apóstolo João como sendo os
que abandonam a comunhão dos santos porque
nunca foram de fato um deles. Então, este é um alerta
à igreja, não somente por parte do autor de Hebreus,
quanto ao fato de que pessoas como Judas, Himeneu
e Fileto, Demas e muitos outros, transitam entre os
crentes, com dons sobrenaturais do Espírito Santo, e
7
operando muitos sinais em nome de Cristo, sem que
no entanto, nunca tenham nascido de novo do
Espírito Santo, e assim, não foram participantes da
salvação verdadeira. Quando a hipocrisia deles é
manifestada a todos, eles ficam de fato sem condição
de permanecerem enganando como vinham fazendo
até então, e é nisto que consiste a impossibilidade de
renovarem a profissão de fé que haviam feito
inicialmente, pois uma vez desmascarados, não serão
mais aceitos pela Igreja. Isto é totalmente diferente
de crentes genuínos que se desviam por causa de
cederem ao pecado, e que podem voltar a serem
restaurados por meio da confissão e do
arrependimento, conforme a norma de Cristo, para a
reconciliação à comunhão daqueles que haviam se
afastado dela. A queda dos apóstatas apontada pelo
autor de Hebreus é de outra natureza, a saber, da
profissão que haviam feito, retornando ao velho
modo impiedoso de vida, uma vez tendo caído a
máscara religiosa que usavam até então. Estes
apóstatas estiveram sob a ministração da palavra do
evangelho, mas a graça que acompanhava a pregação
e que caía como chuva abençoada de Deus sobre a
igreja, nunca penetrou seus corações, e assim,
permaneceram em sua antiga condição de
infertilidade e dureza, ficando ainda sujeitos à
maldição de Deus, e não à Sua bênção.
Assim, ao analisarmos o texto de Hebreus 6.4-7,
devemos ter diante de nós, como pano de fundo, uma
8
visão geral de toda a epístola, sobretudo quanto ao
seu tema central, que é justamente o da afirmação da
salvação pela aliança da graça contida na nova
aliança inaugurada no sangue de Jesus, e não pela
aliança da lei ou das obras. São variadas as passagens
nesta epístola que revelam a necessidade exclusiva
da fé para se entrar no descanso de Deus, ou seja,
para aceitação e comunhão com ele, como afirmado
especialmente nos capítulos 3 e 4; da confiança plena
no sacrifício e sacerdócio de Jesus para sermos
salvos, e não nos sacerdotes e sacrifícios que
tipificavam o de Cristo, na lei.
É afirmado que estamos perfeitos em Cristo, para
sempre, quanto ao propósito de Deus de nos perdoar
e salvar eternamente, e que as correções e disciplina
a que somos submetidos para a nossa santificação
são os atos de um pai amoroso, e não a rejeição de
bastardos, que a propósito, por este motivo, não são
disciplinados.
É a fé que foca somente em Jesus, aquela fé salvadora
que conduz à conversão real, e não fé em Moisés,
anjos, nos próprios meios de graça, como a oração, o
jejum, a meditação da Palavra, e muito menos nos
utensílios e serviços sagrados do templo do Velho
Testamento, que nos salva.
Somos exortados a nos aproximarmos do Monte
Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte
9
Sinai, para encontrarmos a entrada no descanso
eterno de Deus, e isto faremos se focarmos a nossa fé
somente em nosso Senhor Jesus Cristo, e em
ninguém, e em nada mais.
Como a salvação é eterna e aponta para aquela
perfeição espiritual plena que os crentes terão em
Jesus Cristo no porvir, então nada é mais lógico e
necessário que se espere deles que façam progresso
rumo a esta perfeição espiritual, aumentando cada
vez mais em graus de santificação. Foi para atender a
este propósito divino, que foi fixado antes mesmo da
fundação do mundo, que foram salvos por Jesus
Cristo, de modo que permanecer nos rudimentos
elementares da fé, sem fazer progresso espiritual em
santidade, é caminhar na contramão daquilo que
Deus projetou para todos os seus filhos.
Aqueles que permanecerem em sua impiedade, e que
não se converterem a Cristo, serão condenados
eternamente, porque em si mesmos frustram todos
os elevados propósitos que Deus estabeleceu para
serem alcançados pela humanidade. E se a falta da
devida consideração a este propósito leva os ímpios a
um sofrimento eterno que jamais cessará, quanto
deveriam todos os crentes dar a devida consideração
e se empenharem para serem achados em santo
procedimento e piedade, buscando em tudo, viverem
para o inteiro agrado de Deus, uma vez que já não
serão mais condenados eternamente por terem a
10
Cristo como Fiador da sua salvação, e que não
somente os livrou da culpa do pecado em Sua morte
na cruz, como também lhes dotou com a Sua própria
justiça, que lhes foi imputada na justificação, e que
está sendo implantada pelo Espírito Santo no
trabalho de regeneração e santificação. É proposto
por Deus a todos os seus filhos que cresçam até a
plena maturidade à semelhança de nosso Senhor
Jesus Cristo. Disto decorre que a nossa salvação deve
ser desenvolvida com temor e tremor diante de Deus,
que é um fogo consumidor para o pecado em todas as
suas formas. O fato de esta salvação ser segura e
eterna não deve portanto, ser jamais um motivo para
nos tornarmos negligentes, descansando naquilo que
já temos alcançado, pois os que assim procedem
ficam sujeitos a correções dolorosas da parte de
Deus, pois não se proveu de filhos para que estes
vivam de forma negligente e fazendo concessões ao
pecado.
A epístola é uma advertência tanto para crentes
genuínos quanto para crentes nominais, nas igrejas,
a não serem negligentes com a graça que está
somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece
incorre-se automaticamente no desagrado de Deus
que tem dado toda a honra, glória e poder a seu Filho
Unigênito, de modo que aquele que não honrar o
Filho não honrará o Pai. Justos aos olhos de Deus são
apenas aqueles que vivem pela fé, de modo que todos
aqueles que recuam deste modo de vida, não podem
11
de modo algum agradá-lo, e Sua alma não tem prazer
neles.
Quando se abandona o primeiro amor, que consiste
na plena aceitação e comunhão com o próprio Cristo,
o resultado é o que se vê nos capítulos 2 e 3 do livro
de Apocalipse, nas cartas dirigidas pelo Senhor às
sete igrejas, onde há sérias repreensões da Sua parte
contra aqueles que estavam vivendo de modo
desordenado e sem fazer progresso na piedade e na
santificação. Havia inclusive crentes verdadeiros que
estavam como que morrendo espiritualmente em
Sardes (ainda que sem perderem a salvação); aqueles
que haviam ficado cegos, pobres, nus e miseráveis,
espiritualmente, como os de Laodiceia, que não
estavam usando as vestes brancas de Jesus, o colírio
e o ouro da graça para verem e serem enriquecidos
pela santificação que está somente nEle, e estes e
outros que foram chamados ao arrependimento e
retorno às primeiras obras, de forma a viverem de
modo digno da sua vocação.
Quando os crentes edificam suas vidas de modo
irregular sobre o fundamento em que se encontram,
que é o próprio Cristo, eles usam materiais perecíveis
como restolho, feno e madeira, que não resistem ao
fogo da provação de Deus, de maneira que ainda que
sejam salvos, apesar de terem suas obras reprovadas,
o são como que pelo fogo, e sofrendo danos, pois
tendo sido feitos filhos de Deus, por meio da fé em
12
Cristo, jamais perderão esta condição, embora sejam
distinguidos de forma negativa por conta de seu viver
infiel.
Assim, não foi o propósito do autor de Hebreus,
apenas alertar contra a existência de apóstatas que
são hipócritas que transitam nas igrejas e que jamais
foram justificados e regenerados pela graça de Deus,
mas também, alertar os crentes genuínos quanto à
necessidade de prosseguir crescendo na graça e no
conhecimento de Jesus, assim como fomos salvos
por Ele, mediante a mesma graça, no início de nossa
carreira cristã.
13
1 Por isso, deixando os rudimentos da doutrina de
Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de
novo o fundamento do arrependimento de obras
mortas e de fé em Deus,
2 E da doutrina dos batismos, e da imposição das
mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno.
3 E isto faremos, se Deus o permitir.
4 Porque é impossível que os que já uma vez foram
iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram
participantes do Espírito Santo,
5 E provaram a boa palavra de Deus, e as virtudes do
século futuro,
6 E recaíram, sejam outra vez renovados para
arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo
crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério.
7 Porque a terra que embebe a chuva, que muitas
vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para
aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus;
8 Mas a que produz espinhos e abrolhos, é reprovada,
e perto está da maldição; o seu fim é ser queimada.
9 Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores,
e coisas que acompanham a salvação, ainda que
assim falamos.
14
10 Porque Deus não é injusto para se esquecer da
vossa obra, e do trabalho do amor que para com o seu
nome mostrastes, enquanto servistes aos santos; e
ainda servis.
11 Mas desejamos que cada um de vós mostre o
mesmo cuidado até ao fim, para completa certeza da
esperança;
12 Para que vos não façais negligentes, mas sejais
imitadores dos que pela fé e paciência herdam as
promessas.
13 Porque, quando Deus fez a promessa a Abraão,
como não tinha outro maior por quem jurasse, jurou
por si mesmo,
14 Dizendo: Certamente, abençoando te abençoarei, e
multiplicando te multiplicarei.
15 E assim, esperando com paciência, alcançou a
promessa.
16 Porque os homens certamente juram por alguém
superior a eles, e o juramento para confirmação é,
para eles, o fim de toda a contenda.
17 Por isso, querendo Deus mostrar mais
abundantemente a imutabilidade do seu conselho
aos herdeiros da promessa, se interpôs com
juramento;
15
18 Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é
impossível que Deus minta, tenhamos a firme
consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em
reter a esperança proposta;
19 A qual temos como âncora da alma, segura e firme,
e que penetra até ao interior do véu,
20 Onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito
eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de
Melquisedeque.
Este capítulo inteiro é uma continuação da digressão
que o apóstolo ocasionalmente entrou no versículo 11
do capítulo anterior: “Do qual muito temos que dizer,
de difícil interpretação; porquanto vos fizestes
negligentes para ouvir.”
Para a consideração da grandeza do mistério e da
dificuldade da doutrina que ele projetou para instruir
estes Hebreus e seu temor de sua incapacidade ou
falta de preparação (pelo menos de alguns) para
recebê-lo de acordo com a sua edificação, ele abre um
novo discurso, cheio de razões e argumentos para
movê-los a um atendimento diligente.
E isso que ele faz, como nas últimas palavras deste
capítulo para retornar, por uma conexão artificial de
seu discurso, com o que ele afirmou no versículo 10
16
daquilo que precede: “Chamado por Deus sumo
sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.”
Existem quatro partes gerais deste capítulo: - 1. A
proposição do que ele pretendia fazer, ou o discurso
a respeito; com uma oposição a respeito do que foi
por ele omitido, versículos 1-3. 2. Uma excitação dos
hebreus para a singular diligência em atender às mais
perfeitas doutrinas do cristianismo e fazer um
progresso no conhecimento de Cristo. E isso ele faz
da consideração da grandeza do pecado e da
inevitabilidade da destruição dos apóstatas.
Porque este tipo de pessoas comumente surge dentre
os quais, tendo recebido a verdade e fizeram uma
profissão, não diligentemente se esforçam para um
progresso em direção à perfeição, de acordo com seu
dever, versículos 4-8. 3. Um alerta da gravidade desta
ameaça em relação à sua aplicação a estes hebreus.
Pois ele expressa a sua esperança de que não lhes
pertencesse, ou que os pecados condenados não se
encontrassem neles, nem o castigo ameaçado caísse
sobre eles. Mas o aviso em si contido na ameaça era,
como ele mostra, bom, saudável e sazonal. E desta
sua esperança e juízo sobre os hebreus, ele expressa
os seus fundamentos, tirados da justiça de Deus, e da
sua própria fé e amor; que ele ora para
perseverassem, versículos 9-12. 4. Um
encorajamento para fé e perseverança, é apresentado
do exemplo de Abraão, que primeiro recebeu as
17
promessas; da própria natureza das promessas e da
confirmação pelo juramento de Deus, com a ajuda
que podemos ter pela nossa esperança em Cristo,
versículos 13-20; cujo último discurso ele emitiu no
assunto principal que ele pretendia insistir, para o
qual ele agora volta novamente, tendo se desviado
necessariamente para estas exortações e discursos da
primeira proposta dele no versículo 11 do capítulo
anterior.
Na primeira parte do capítulo, composta pelos três
primeiros versículos, há três coisas consideráveis: - 1.
Uma proposição geral da resolução do apóstolo para
prosseguir para as doutrinas mais perfeitas do
evangelho, como também da passagem dos primeiros
princípios do cristianismo, verso 1. 2. Uma
amplificação desta proposição, por uma enumeração
das doutrinas que, segundo ele, se encontravam
passando pelo manuseio dos versículos 1 e 2. 3. A
renovação de sua resolução para prosseguir na sua
proposição , com uma submissão à vontade e ao bom
prazer de Deus quanto à execução de seu propósito;
na expressão do qual o estado atual destes hebreus o
havia chamado peculiarmente, versículo 3.
VERSOS 1 e 2.
“Por isso, deixando os rudimentos da doutrina de
Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de
18
novo o fundamento do arrependimento de obras
mortas e de fé em Deus,” (Heb 6.1).
"Deixando": como se o apóstolo postasse essas coisas
de lado apenas para o presente, com uma resolução
para retomá-las novamente nesta epístola; mas nem
a palavra significa tal coisa, nem o faz assim.
"Os princípios (rudimentos) da doutrina de Cristo".
"O início da palavra de Cristo". A palavra ou aquilo
que diz respeito aos princípios da doutrina de Cristo.
“Vamos levantar-nos." "Vamos prosseguir".
"Vamos até a perfeição".
“Portanto, deixando a doutrina do princípio de
Cristo, continuemos até a perfeição.”
"Por isso". Esta partícula introdutória do discurso
manifesta que há uma dependência no que se segue
ao que foi discursado antes. O que se segue pode ser
uma inferência disso, ou ser o efeito de uma
resolução ocasionada por ele. "Portanto," ou seja,
"esse dever se seguirá então". E essa conexão é
apreendida de diversas maneiras, por conta da
ambiguidade da expressão em o número plural e a
primeira pessoa. "Nós vamos seguir". Pois, nesse tipo
de expressão, há uma comunicação retórica; e o
apóstolo se identifica com os hebreus em si mesmos
quanto à sua obra, ou se junta com eles quanto ao seu
19
dever. Pois, se as palavras forem tomadas na
primeira maneira, declaram sua resolução no ensino;
se no último, seu dever em aprender. Em primeiro
lugar, e se tomarmos as palavras no primeiro
caminho, como expressando a resolução do apóstolo
quanto ao seu próprio trabalho, a inferência parece
ter uma dependência imediata do verso 11 do capítulo
anterior, passando pelo discurso dos seguintes versos
como uma digressão, para ser como se fosse incluído
entre parênteses: "De quem temos muitas coisas a
dizer, e difíceis de ser pronunciado, vendo que você
está sendo negligente ao ouvir:" Eu devo portanto,
para a sua instrução futura, "deixar os princípios da
doutrina de Cristo", e continuar com os mistérios, ou
a sabedoria, mais sublimes, dos quais falamos, que
são perfeitos. "Pois, embora ele os tivesse culpado
por sua dureza e atraso ao saber, ele não os declara,
pelo menos não todos eles, serem tão incapazes
desses mistérios, de modo que não devesse
comunicá-los a eles. Em segundo lugar, se, no último
caso, o apóstolo se juntar aos hebreus, e é o seu dever
que se destina, a saber, que nem sempre devem se
basear nos primeiros princípios ou lições do
cristianismo, mas avançar para a perfeição, (para o
amadurecimento espiritual, para uma compreensão
prática do significado pleno da vida cristã, tendo suas
faculdades exercitadas para discernir tanto o bem
quanto o mal, estando prontos para toda boa,
conhecendo e praticando a conduta cristã em
verdadeira santificação – nota do tradutor), então, -
20
1. Esta ilação parece ter respeito ao tempo em que,
em primeiro lugar, estes hebreus gozavam sob os
meios de crescimento no conhecimento de Cristo; na
conta de que ele afirma que poderia ser justamente
esperado em relação a eles que deveriam ser
professores dos outros. "Portanto," diz ele, ou na
consideração disso, "é justo e correto que você deve
seguir em direção à perfeição", o que eles fariam, ele
expressa suas esperanças a respeito deles, no
versículo 9. 2. Ele também se refere àquela
negligência e preguiça, e atraso para aprender, que
ele havia reprovado neles. Como se tivesse dito:
"Vendo, portanto, que você até agora tem sido tão
descuidado na melhoria dos meios que tem
desfrutado, - o que não foi uma pequena falha ou mal
em você, mas o que foi muito prejudicial para você, -
agora, finalmente, agite-se para o seu dever, e
caminhe para a perfeição. Não precisamos
determinar essa conexão, de modo a excluir qualquer
intenção; sim, que pode ter feito o apóstolo, com
respeito ao discurso precedente e considerando nisso
a condição presente dos hebreus, como também a
necessidade de instruí-los no mistério do sacerdócio
de Cristo, sem o conhecimento do qual eles não
poderiam ser libertados dos seu apego ao sacerdócio
e às cerimônias de Aarônicas, que ainda estavam em
uso entre eles, - visava assim desde então tanto ao seu
próprio dever quanto o dele; que deveria seguir com
a instrução adicional, e que eles deveriam se mover
para aprender e serem beneficiados com isto. Era
21
dever de seu ofício e cuidado com eles, e isso para sua
vantagem e edificação, e para trazê-los de maneira
devida, a fundarem sua fé em Cristo e na graça do
evangelho e não mais no cumprimento do judaísmo,
naquilo que era incompatível com a natureza e o
desígnio do evangelho. (Jesus não era uma anexo ao
Velho Testamento, mas a razão mesma de tudo o que
ali se ensinava por tipologia, figura e sombra – nota
do tradutor). E é evidente que, antes da redação desta
epístola, eles não estavam suficientemente
convencidos de que havia um fim absoluto para todas
as instituições mosaicas; pois, apesar da profissão do
evangelho, eles ainda achavam que era seu dever
cumprir a observação delas. Mas agora o apóstolo
projeta suas instruções nesse mistério que
particularmente evoca sua inconsistência com a fé
em nosso Senhor Jesus Cristo e obediência a ele.
Então diz: "deixando", "descartando",
"descarregando" ou "deixando ir", "omitindo", "não
mais seguindo”, "passando". E é usado com respeito
à fala de coisas que já foram mencionadas. Mas a
significação da palavra é limitada à presente ocasião;
para considerar as coisas aqui faladas
absolutamente, e elas nunca devem ser deixadas,
nem por professores ou ouvintes. Há uma
necessidade de que os professores muitas vezes
insistam nos rudimentos ou primeiros princípios da
religião; e isso não só com respeito àqueles que
continuamente devem ser treinados no
conhecimento desde a sua infância, ou para que
22
possam ser recém-convertidos, mas também são
ocasionalmente inculcados nas mentes daqueles que
têm feito um progresso mais amplo no
conhecimento. E este curso achamos nosso apóstolo
ter dirigido em todas as suas epístolas. Também não
há ouvintes para deixar esses princípios como para
esquecê-los, ou para não usá-los. Deixe de lado uma
consideração constante a eles em seu devido lugar, e
nenhum progresso pode ser feito no conhecimento,
nada mais do que um edifício pode ser realizado
quando a base é tirada. Mas o respeito é de ambos os
lados até a ocasião presente. "Não nos detenhamos
sempre no ensinamento e na aprendizagem dessas
coisas, mas "omitindo" por um período de tempo,
como coisas com que você está bem familiarizado
com isso, avancemos para o que é necessário para a
maturidade.
Observação I. É dever dos ministros do evangelho
cuidar, não só que a doutrina que eles pregam seja
verdadeira, mas também que ela seja sazonal com
respeito ao estado e condição de seus ouvintes. Isto
não consiste em uma pequena parte daquela
sabedoria que é exigida na dispensação da palavra. É
"uma palavra falada na época apropriada" que é bela
e útil, Provérbios 25:11; sim, "tudo é lindo em seu
próprio tempo", e não mais, Eclesiastes 3:11. E duas
coisas são especialmente consideradas por aquele
que ordenaria sua doutrina corretamente, para que
23
suas palavras pudessem ser adequadas, e
encontradas sazonais:
1. A condição de seus ouvintes, quanto ao seu
conhecimento e capacidade atuais. Suponha que
sejam pessoas, como o apóstolo fala, de "plena
idade", como podem receber e digerir "alimento
sólido", que já alcançaram um bom conhecimento
dos mistérios do evangelho. Na pregação da palavra,
se os homens, por falta de capacidade de fazer o
contrário, ou falta de sabedoria para saber quando
deveriam fazer de outra forma, devem tratar
constantemente com os primeiros princípios, ou
coisas comuns e óbvias, não será apenas inútil para a
sua edificação, mas também os cansa da própria
ordenança. E não haverá um melhor efeito do outro
lado, onde os ouvintes são principalmente fracos, e
os mistérios mais avançados da verdade são
insistidos, sem uma acomodação prudente de
assuntos adequados à sua capacidade. É, portanto, o
dever dos administradores na casa de Deus de dar a
cada um na sua casa a sua porção adequada. Este é o
conselho abençoado que nosso apóstolo dá a
Timóteo, 2 Timóteo 2:15: "Procura apresentar-te
diante de Deus aprovado, como obreiro que não tem
de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da
verdade." Isto é o que permite que um ministro se
manifeste como "um trabalhador que não precisa se
envergonhar." Se, como, quando os animais
oferecidos em sacrifício foram cortadas em pedaços,
24
o sacerdote de acordo com a lei dispôs as suas partes,
no altar, a si mesmo, e aos que os trouxeram, para
que cada um na divisão tivesse a sua parte adequada
e legal; então ele dá uma parte devida e adequada a
seus ouvintes, ele é um trabalhador aprovado. Outros
lançam tudo em confusão e desordem; que
redundará em sua própria vergonha. Agora,
enquanto que em todas as igrejas, audiências ou
congregações, há uma grande variedade de ouvintes,
com respeito às suas atuações, conhecimentos e
capacidades atuais, de modo que é impossível que
alguém supra, ou com muita frequência, possa
acomodar seu assunto e instruções para todos; era
muito desejável que houvesse, como havia na igreja
primitiva, uma distribuição feita de ouvintes em
várias ordens ou fileiras, conforme a idade ou os
meios de conhecimento os ordenem, para que a
edificação de todos possa ser claramente prevista.
Assim seria, se fosse o trabalho de alguns
separadamente instruir aqueles que ainda precisam
ser ensinados nos primeiros princípios dos oráculos
de Deus e dos outros a construir para a perfeição
daqueles que já fizeram algum progresso no
conhecimento do evangelho; ou o mesmo trabalho
pode ser feito pelas mesmas pessoas em várias
ocasiões. Nem qualquer coisa obstrui, senão que
aqueles que são fortes podem ser ocasionalmente
presentes às instruções dos fracos, e o último nos
ensinamentos dos primeiros, tanto para sua grande
vantagem. Mas, até que isso possa ser alcançado, é
25
dever e sabedoria de um ministro aplicar-se, na
doutrina que ele pregou e na maneira de sua entrega,
ao estado mais geral de seus ouvintes, como por ele é
apreendido ou conhecido. E como será um problema
para aquele que considera seu dever seguir adiante
na declaração dos mistérios do evangelho, temer que
muitos permaneçam atrás, como incapazes de
receber e digerir a comida que ele providenciou; por
isso deve ser uma vergonha para aqueles que não
podem fazer provisão, senão de coisas banais e
comuns, quando muitos, talvez, entre seus ouvintes
são capazes de se alimentar de uma provisão melhor
ou mais sólida. Ainda, - 2. As circunstâncias do
tempo presente devem ser devidamente
consideradas por aqueles que pregariam uma
doutrina que poderia ser sazonal para seus ouvintes;
e que estes são muitos, não deve aqui ser
particularmente insistido. Mas aqueles
especialmente de tentações públicas conhecidas, de
erros e heresias predominantes, de oposição especial
e ódio a verdades importantes, devem sempre ser
considerados; pois eu poderia facilmente manifestar
que o apóstolo em suas epístolas tem continuamente
um respeito especial a todos eles. Tampouco foi uma
devida consideração mais necessária do que nos dias
em que vivemos. E outras coisas podem ser
adicionadas de natureza semelhante a este propósito.
Observação II. Algumas doutrinas importantes da
verdade podem, na pregação do evangelho, ser
26
omitidas por uma temporada, mas nenhuma jamais
deve ser esquecida ou negligenciada. Então, assim
trata o apóstolo o assunto neste lugar. Nós dizemos,
"os princípios da doutrina de Cristo." Temo ser um
pouco impróprio; porque "os princípios da doutrina
de Cristo" indefinidamente devem incluir todos, pelo
menos os mais principais. "A palavra", isto é, a
palavra pregada. Como usado em 1 Coríntios 1:18. E
o nome "Cristo" não é tomado aqui pessoalmente,
nem de forma eficiente, como se "de Cristo" fosse "de
que Cristo seja o autor", nem objetivamente em
relação a Cristo; mas é tomado metonimicamente
para a doutrina do evangelho e a profissão dessa
religião que foi ensinada por ele. Para que "a palavra
de Cristo" não seja mais senão a doutrina do
evangelho como pregado e ensinado. O texto contém
uma limitação desta doutrina com respeito a algumas
partes dela; isto é, aquelas a que os homens
geralmente e normalmente foram instruídos pela
primeira vez, e que, por sua própria natureza, era
necessário que fosse assim. Eles são aqui chamados
de "a palavra dos princípios de Cristo". E o que essas
doutrinas são, o apóstolo declara particularmente no
final deste versículo, e no próximo, onde devemos
investigar. Eles são os mesmos com "os primeiros
princípios dos oráculos de Deus", dos quais foi feita
menção antes. Tendo declarado o que para o presente
omitiria e passaria, embora houvesse alguma
aparência de uma necessidade em contrário, o
apóstolo expressa o que era seu desígnio atual em
27
geral, e qual era o fim que ele pretendia. Agora, isto
não era, para ser retardado pela repetição ou
reincorporação das coisas que ele omitiria, mas para
que eles pudessem (ele ensinando, e eles
aprendendo) "ir para a perfeição". E duas coisas
devem ser consideradas: - 1. O fim pretendido; 2. A
maneira de pressionar para o fim. O fim é a
"perfeição", isto é, o conhecimento das doutrinas
misteriosas e sublimes do evangelho como aqueles
que foram completamente iniciados e
minuciosamente instruídos eram participantes.
Disso ele diz, em 1 Coríntios 2: 6; - "Falamos
sabedoria entre os perfeitos", ou "declaramos os
mistérios profundos do evangelho", a sabedoria de
Deus em um mistério", para os que são capazes
deles." É, então, uma perfeição que o apóstolo visa;
mas, por exemplo, vem sob uma dupla limitação: - 1.
Da natureza da própria coisa. É apenas uma
perfeição intelectual, uma perfeição da mente no
conhecimento, que se destina. E isso pode ser onde
não há uma perfeição moral, graciosa e sem pecado.
Sim, os homens podem ter uma grande luz em suas
mentes, enquanto suas vontades e afeições são muito
depravadas e suas vidas não reformadas. 2. É uma
perfeição comparativa e não absoluta. Uma perfeição
absoluta, na compreensão da perfeição total de Deus
em Cristo, que não é por nós alcançável nesta vida. O
apóstolo nega isso em relação a si mesmo, Filipenses
3:12. Mas tal grau e medida que Deus tem prazer em
comunicar aos crentes no uso comum dos meios, é o
28
que se destina. Veja Efésios 4: 12,13. Tome, portanto,
a perfeição aqui orientada objetivamente, e são os
mais sublimes mistérios do evangelho que ela
expressa; tomá-lo subjetivamente, é uma percepção
tão clara deles, especialmente daqueles que dizem
respeito à pessoa e aos ofícios de Cristo, e
particularmente ao seu sacerdócio, como os crentes
crescidos geralmente alcançam. A maneira de chegar
a este fim, ele expressa por ferwmeta (avancemos). E
nesta palavra é mencionada a comunicação retórica.
Pois ele atribui isso a si mesmo com os que só
pertenciam a eles; ou aquilo que pertence a ele; ou o
que lhes pertencia a ambos, mas de uma maneira
diferente, isto é, a ele ensinando a eles aprendendo.
"Vamos continuar". A palavra é enfática, insinuando
tal tipo de progresso como um navio faz quando está
sendo impulsionado pelo vento em suas velas.
"Vamos continuar", isto é, com o máximo de nossas
mentes e afeições, com os maiores esforços de toda a
nossa alma. "Nós dormimos o tempo suficiente no
porto; deixe-nos agora içar nossas velas e lançar-nos
para o mar alto." E, portanto, podemos aprender,
isso,
Observação III. É um dever necessário dos
dispensadores do evangelho excitar seus ouvintes,
por todas as considerações urgentes, para fazer um
progresso no conhecimento da verdade. Assim,
lidamos com o nosso apóstolo com estes hebreus. Ele
não os manteria sempre na varanda, mas entraria no
29
santuário, e contemplaria as glórias escondidas da
casa de Deus. Em algum lugar ele se queixa daqueles
que estão "sempre aprendendo" que estão, no
caminho, sob os meios disso; mas, no entanto, por
causa de sua negligência e descuido na aplicação de
suas mentes a eles, "nunca avançam", 2 Timóteo 3: 7,
para um conhecimento claro da verdade. E no
mesmo espírito queixou-se dos coríntios por sua falta
de proficiência em coisas espirituais, de modo que ele
foi forçado a lidar com eles demorando ainda nos
rudimentos da religião, 1 Coríntios 3: 1,2. Em todas
as suas epístolas, ele está continuamente, por assim
dizer, pressionando isso nas igrejas, para que eles
trabalhem para "crescer em graça e no conhecimento
de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo", e que eles
poderiam fazê-lo, era a questão principal de suas
orações por eles, Efésios 3: 14-19, 1: 1 5-19;
Colossenses 2: 1,2. E são estranhos para seu espírito
e exemplo, aqueles que são descuidados nessa
questão, especialmente quanto a persuadir e até
mesmo obrigar os outros a serem assim. Portanto,
este dever é necessário para dispensadores do
evangelho em contas diversas: 1. Porque seus
ouvintes necessitavam grandemente do exercício
disto. Eles são capazes de ser preguiçosos e cansados;
muitos começam a correr bem, mas estão
rapidamente prontos para desmaiar. Não há
nenhuma estimativa das ocasiões, que são muitas e
variadas. Concupiscência da carne; autoconfiança de
ter alcançado o que é suficiente, talvez mais do que
30
outros; curiosidade e comichão nos ouvidos,
atendendo a novidades; não se agradando daquela
santidade e fecundidade da vida que um aumento de
conhecimento abertamente tende a; desperdício, por
um lado, ou à avareza, por outro; qualquer corrupção
predominante de mente ou afeições; a dificuldade de
se chegar ao conhecimento da verdade de maneira
devida, fazendo com que o preguiçoso clame: "Há um
leão nas ruas;" com outras coisas inumeráveis, que
estão prontas e capazes de retardar, impedir e
desencorajar os homens em seu progresso. E se não
há como excitar, avise e exorte-os; para descobrir a
variedade dos pretextos pelos quais os homens nesta
matéria se enganam; expondo as armadilhas e os
perigos em que aqui se lançam; para lembrá-los da
excelência das coisas do evangelho e do
conhecimento delas, que são propostas diante deles;
pode ser senão que, por esses meios, sua condição
espiritual não será prejudicada, senão suas almas
estão arruinadas. Sim, às vezes os homens são tão
cativados sob o poder dessas tentações e seduções, e
são fornecidos com tais súplicas na desvantagem de
sua própria preguiça e negligência, pois devem ser
tratados com sabedoria e delicadeza em
admoestações a respeito deles, para que não sejam
provocados ou desencorajados. Daí o nosso apóstolo
tendo tratado eficazmente esses hebreus sobre essas
coisas, encerra seu discurso com aquela expressão
abençoada de amor e condescendência em relação a
eles, Hebreus 13:22: "Rogo-vos, porém, irmãos, que
31
suporteis estas palavras de exortação, pois vos
escrevi em poucas palavras." Então, assente com
isso, como aquele que, no entanto, pode ser contrário
às suas inclinações presentes, continua a ter um
amor terno às suas almas e não tem outro fim senão
sua vantagem espiritual. Nem isso deve diminuir
aqui empreendimentos de ministros fiéis, mas
apenas dar-lhes mais uma oportunidade de mover e
exercer a sua prudência e diligência. 2. As vantagens
que os professores têm por um progresso no
conhecimento das coisas espirituais, tornam o dever
necessário levá-las e encaminhá-las para aqueles,
que são obrigados em todas as coisas a cuidar do bem
de suas almas. E essas vantagens também se
apresentam em tanta variedade, que não podem ser
aqui relatadas. A menção pode ser feita de algumas
poucas em uma forma de exemplo; como, (1.) Aqui,
de uma maneira eficaz, depende a segurança dos
homens da sedução em heresias, erros ruidosos e
nocivos. De que tipo são aqueles que vemos
seduzidos todos os dias? Não são pessoas que
ignoram rudemente a própria natureza da religião
cristã e os primeiros princípios disso, que nem
sempre estabelecem um alicerce firme, ou realizam
uma superação ordenada sobre isso em sabedoria e
obediência, como o tipo de homens que enchem as
assembleias dos Quakers? O fundamento de Deus
está seguro em todo o tempo, - Deus conhece quem é
dele; e ele irá preservar seus eleitos para tornar sua
sedução totalmente impossível. Mas, de maneira
32
comum, será muito difícil em tal momento, - quando
os sedutores abundam, doutrinas falsas são
divulgadas, em que há tantos lobos no exterior com
roupas de ovelha, e uma oposição tão grande que é
feita à verdade do evangelho, - para que qualquer
pessoa se mantenha firme e inabalável até o fim, se
as suas mentes não forem fortificados com um
conhecimento sólido e fundamentado dos mistérios
do evangelho. É o ensinamento do Espírito, a unção
do Santo, pelo qual conhecemos todas as verdades
necessárias, que devem nos preservar em tal época, 1
João 2:27. (2.) Proporcional ao nosso crescimento no
conhecimento será o nosso aumento de santidade e
obediência. Se isso, em algum momento, cair de
outra forma, é dos pecados e da perversidade das
pessoas em quem está; na natureza das próprias
coisas, eles dependem um do outro. Veja Efésios 4:
21-24; Romanos 12: 2. Que "a ignorância é a mãe da
devoção", é uma máxima que veio do inferno para
buscar as almas dos homens, e trouxe multidões com
ela; onde seja respeitada. Agora, a razão pela qual o
aprimoramento do conhecimento tende para a
melhoria da santidade e da obediência, porque a fé
atua em Cristo apenas nas coisas que conhecemos,
pelo qual a força espiritual é derivada para nós, e nós
somos habilitados para elas. (3.) A utilidade na
igreja, para as nossas famílias, e entre todos os
homens, depende disso. Isso não precisa de
nenhuma outra confirmação do que a experiência de
cada homem lhe sugerirá. E se eu deveria projetar
33
para prosseguir, as principais vantagens que
alcançamos, ou podemos fazê-lo, no crescimento da
luz e do conhecimento espirituais, não existe
qualquer coisa em que a nossa fé ou obediência se
preocupe; nada que pertença às nossas graças,
deveres ou comunhão com Deus, neles ou por eles;
nada em que nos preocupe com tentações, aflições ou
consolo, senão o que pode ser justamente chamado
para dar testemunho a esse respeito. Se, portanto, os
ministros do evangelho tiverem cuidado, ou qualquer
amor às almas dos seus ouvintes; se eles entenderem
qualquer coisa sobre a natureza do ofício e do
trabalho que eles tomaram sobre si mesmos, ou a
conta que eles devem dar um dia da sua descarga;
eles não podem deixar de estimá-lo entre os deveres
mais necessários que lhes incumbem, excitar,
provocar, persuadir e exortar, aqueles que estão sob
sua responsabilidade para a perfeição antes descrita.
Portanto, não há nada, em toda a combinação contra
Cristo e o evangelho, que seja de uma natureza e
tendência mais perniciosa do que o desígnio de
manter as pessoas na ignorância. Era esse o espírito
de nosso apóstolo? Tinha esse desígnio? É evidente
para todos o quão abertamente e com que frequência
ele se expressa em contrário. E, ao seu exemplo,
devemos nos conformar. Seja qual for a outra ocasião
de escrever, o assunto principal de suas epístolas é
constantemente o aumento da luz e do conhecimento
nas igrejas, que ele sabia que era tão necessário para
elas. Podemos, portanto, adicionar, -
34
Observação IV. É deplorável e perigoso o caso
daquele povo, cujos professores não conseguem levá-
los ao conhecimento dos mistérios do evangelho. A
chave do conhecimento pode ser adotada pela
ignorância, bem como pela malícia. E assim é com
muitos. E quando o conhecimento perecer dos lábios
daqueles que devem preservá-lo, o povo deve perecer
por falta desse conhecimento, Oséias 4: 6; Mateus 15:
14.
Observação V. Em nosso progresso em direção a um
aumento de conhecimento, devemos prosseguir com
diligência e toda a inclinação de nossas vontades e
afeições. Pretendo expressar o sentido de ferwmeta
(avançar). É de uma significação passiva, denotando
o efeito: "deixemo-nos conduzir", mas inclui o uso
ativo de meios para produzir esse efeito. E os deveres
da nossa parte destinados podem ser reduzidos a
essas cabeças, - 1. Diligência em uma aplicação para
o uso dos melhores meios para este fim, Oséias 6: 3.
Aqueles que seriam conduzidos para a perfeição não
devem ser descuidados, nem independentemente
das oportunidades de instrução, nem serem detidos
por preguiça ou vaidade, nem desviados pelos
negócios e ocasiões deste mundo. Tanto o empenho
em sua busca, quanto a escolha na preferência deles
antes das vantagens seculares, são exigidos aqui. 2.
Intenção da mente no atendimento a eles. Tais
pessoas não devem ser negligentes sob eles. Há quem
não se esforçará para desfrutar os meios de
35
instrução, e dificilmente perderá uma oportunidade
para a qual eles possam chegar; mas quando o
fizerem, aí sentam-se e descansam. É uma pena,
considerar o quão pouco eles despertam suas mentes
e entendimentos para conceber corretamente e
apreender as coisas em que são instruídos. Então eles
continuam ouvindo dia a dia, e de ano para ano, mas
não são movidos em um passo em direção à
perfeição. Se o coração e a cabeça não estiverem no
trabalho, e os melhores esforços das nossas mentes
não forem aplicados, buscando, pesando,
ponderando, aprendendo as verdades que nos
ensinam por qualquer meio de nomeação divina,
nunca devemos fazer o progresso pretendido. 3. É
necessário aqui, que nossas vontades e afeições
sejam sinceramente inclinadas e concentradas nas
próprias coisas que nos são ensinados. Estas são as
principais asas ou velas de nossas almas, nas quais
estamos ou podemos estar em nossa viagem. Sem
isso, tudo o que fazemos não será nada, ou o que não
é melhor. Para amar a verdade, as coisas que nos
propuseram na doutrina dela; para deleitar-se com
eles; para encontrar uma bondade, desejabilidade,
excelência e adequação até a condição de nossas
almas nelas; e, portanto, aderir e se aproximar delas;
é o que nos fará prosperar em nosso progresso.
Aquele que sabe um pouco e ama muito,
rapidamente conhecerá e amará mais. E aquele que
tem muito conhecimento, mas pouco amor,
descobrirá que ele trabalha no fogo para o aumento
36
de um ou outro. Quando nossas vontades e afeições
aderem e se encaixam com prazer, no uso diligente
dos meios, nas coisas em que somos instruídos, então
estamos no nosso caminho certo; então, se os
sagrados ventos do Espírito de Deus soprarem sobe
nós, estamos em uma tendência abençoada para a
perfeição. 4. A prática diligente do que conhecemos
não é menos necessária para o dever pressionado
sobre nós. Este é o fim imediato de todos os
ensinamentos e todos os aprendizados. Isto é o que
torna nosso conhecimento a nossa felicidade: "Se
conheceis estas coisas, felizes são, se as fizerem".
Fazer o que sabemos é a grande chave para nos dar
uma entrada para saber o que não fazemos. Se
fizermos a vontade de Deus, conheceremos a sua
Palavra, João 7:17. E, - 5. Tudo isso deve ser
gerenciado com um certo desígnio e perspectiva para
este fim, de crescer em graça e conhecimento, e isso
até chegarmos à medida de nossa perfeição que nos
foi nomeada em Jesus Cristo. Desta forma, e por
esses meios, podemos alcançar o efeito diretamente
expresso, de continuar no aumento da luz e do
conhecimento espiritual e não sem eles.
VERSÍCULOS 1, 2.
No restante do primeiro versículo e o seguinte que
segue, o apóstolo declara em casos particulares quais
eram as coisas e doutrinas que ele chamou em geral
antes, "princípios da doutrina de Cristo".
37
“Não lançando de novo o fundamento do
arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, e
da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos,
e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno.”
Há duas coisas nessas palavras acrescentadas sobre
"a doutrina dos princípios de Cristo" ou "as primeiras
doutrinas do cristianismo": 1. Sua natureza geral em
relação a toda a verdade do evangelho,
metaforicamente expressa; eles são o "fundamento".
2. Sua natureza em particular é declarada em
diversos casos; não que todos sejam mencionados,
mas essas instâncias são escolhidas para mostrar de
que tipo elas são.
No primeiro, duas coisas são propostas: 1. A
expressão da própria coisa pretendida, que é "o
fundamento". 2. O desígnio do apóstolo com respeito
a ele, "não colocá-lo novamente". é, como foi dito,
nesta matéria metafórica, incluindo uma alusão a um
arquiteto e sua construção. Primeiro ele estabelece os
alicerces; e é um construtor muito insensato aquele
que não faz isso, ou que recai sobre ele, ou que
sempre o está preparando e puxando para baixo, sem
fazer um progresso. Na verdade, esse fundamento
que é todo o edifício, que não possui um edifício
erguido sobre ele, não é um fundamento; porque o
que é materialmente, torna-se tão formalmente
apenas com respeito à construção sobre ele. E
aqueles que recebem as doutrinas de Cristo aqui
38
chamadas de "fundamento", se eles não construírem
sobre elas, eles não provarão nada a eles, seja lá o que
forem em si mesmos.
Existem duas propriedades de um alicerce: - 1. Que é
aquilo que é colocado pela primeira vez em cada
edifício. Isso requer a ordem natural de cada edifício.
2. É o que carrega todo o peso da superestrutura; o
todo, e todas as partes dele, sendo colocado sobre ele,
e firmemente unido a ele. Com respeito a uma ou
outra dessas propriedades, ou ambas, são as
doutrinas pretendidas como "fundamentos". Mas, no
último sentido, não podem ser assim.
É o próprio Cristo, e ele somente, que é o fundamento
para suportar o peso e apoiar a construção integral
da igreja de Deus. Isaías 28:16; Mateus 16:18; 1
Coríntios 3: 10,11; Efésios 2: 20-22; 1 Pedro 2: 4,5.
Ele é tão pessoalmente, a vida e o ser da igreja que
consiste em sua união espiritual para com a pessoa, 1
Coríntios 12:12; e doutrinariamente, na medida em
que toda a verdade é resolvida no que se ensina em
relação a ele, 1 Coríntios 3: 10,13. Portanto, é alusão
a um fundamento com respeito à sua primeira
propriedade, a saber, que é colocada pela primeira
vez no edifício, que essas doutrinas são chamadas de
"fundamento" (assim os judeus denominam os
princípios gerais de sua profissão em particular, "os
fundamentos da lei", ou as principais doutrinas
dentro dela), - as primeiras doutrinas que são
39
necessárias para serem recebidas e professadas na
primeira entrada do homem no cristianismo. E o
apóstolo pretende as mesmas coisas pela expressão
tripla que ele faz uso: - 1. Hebreus 5:12, - "os
primeiros princípios dos oráculos de Deus." 2.
Hebreus 6: 1; - "o início da doutrina de Cristo" e "o
fundamento". No que diz respeito a estas coisas, ele
diz: "não colocando de novo". Ele diz que não o
colocaria novamente, não inferindo que ele próprio
tinha colocado antes entre eles, mas apenas que fora
muito bem colocado por algum outro. Pois não foi
por ele que receberam sua primeira instrução, nem
menciona tal coisa em toda a epístola; enquanto ele
frequentemente invoca as igrejas plantadas por ele
mesmo, 1 Coríntios 3: 5,6,10, 4:15. E é sabido pela
história que seu ministério não foi usado em sua
primeira conversão. Mas ele sabia que eles tinham
instrutores fiéis, que não os deixariam
desinformados dessas coisas necessárias; e que eles
não teriam sido iniciados pelo batismo ou admitidos
na igreja, sem uma profissão deles. Além disso, eles
eram como, em geral, eles possuíam em seu antigo
estado de igreja. Poderia, portanto, dizer que ele não
iria colocar este fundamento novamente. "Essas
coisas", diz ele, "você já foi instruído por outros, e,
portanto, eu não vou (como também em outras
considerações) examiná-los novamente." Portanto,
os ouvintes do evangelho olhem atentamente para
que eles aprendem as coisas das quais tiveram
instrução suficiente; pois se algum mal se deriva da
40
ignorância deles, eles devem responder por isso. Essa
ignorância é o seu pecado, bem como a sua
desvantagem. Os professores podem dar por certo,
que o que eles têm sedutoramente e suficientemente
instruído seus ouvintes, eles também receberam e
aprenderam, porque é através de sua negligência
pecadora se eles não tiverem feito. E eles não estão
obrigados a esperar sempre em algumas das suas
negligências, em detrimento dos outros. Em segundo
lugar, o apóstolo declara, em particular, quais eram
esses princípios doutrinários, que, em geral,
descreveu, que foram ensinados aos primeiros que
foram iniciados no cristianismo e que ele não
insistirá novamente. "Arrependimento de obras
mortas", etc. Devemos primeiro considerar a ordem
dessas palavras, e então o seu sentido, ou as próprias
coisas pretendidas. Alguns aqui compõem seis
princípios, alguns os tornam sete, alguns, senão
quatro, e alguns são reduzidos a três. Os dois
primeiros são simples e distintos: "Arrependimento
de obras mortas" e "fé para com Deus". Seguem e são
apresentados quanto à sua coerência e sentido. O
fundamento da doutrina dos batismos, que são
agrupados pela aposição, não dependendo um sobre
o outro. Didach é o ensino, a doutrina, "a pregação da
Palavra". E essa foi uma das primeiras coisas em que
os crentes deveriam ser instruídos, ou seja, que eles
deveriam permanecer na doutrina (didach), Atos
2:42; em constante comparecimento à doutrina do
evangelho, quando lhes foi pregada. E como não devo
41
afirmar esta exposição, então não me atrevo a rejeitá-
la positivamente, como não vendo nenhuma razão
convincente para esse propósito. Mas outro sentido é
mais provável. Faça as palavras em conjunto, de
modo que o primeiro deles deve depender e ser
regulado pelo outro, e então, 1. Podemos considerá-
los em sua ordem, pois estão no original: "a doutrina
dos batismos e da imposição das mãos". Havia duas
coisas peculiares para o evangelho, - a doutrina dele
e os dons extraordinários do Espírito Santo. A divisão
é comparada ao chamado batismo, em
Deuteronômio 32: 2; daí do povo foi dito ser
"batizado em Moisés", quando foram iniciados em
suas doutrinas, 1 Coríntios 10: 1,2. O batismo de João
foi sua doutrina, Atos 19: 3. E o batismo de Cristo foi
a doutrina de Cristo, com que ele deveria "batizar
muitas nações", Isaías 52: 15. Este é o primeiro
batismo do evangelho, a doutrina. O outro foi a
comunicação dos dons do Espírito Santo, Atos 1: 5.
Que isso, e isso sozinho, é pretendido por "a
imposição das mãos", eu vou provar completamente
depois. E então, o sentido seria: O fundamento dos
batismos evangélicos, a saber: a pregação e os dons
do Espírito Santo. E eu conheço apenas um
argumento contra esse sentido, isto é, que é novo e
singular. Para evitar isso, 2. A ordem das palavras
deve ser invertida em sua exposição. Não são os
"batismos da doutrina", mas a "doutrina dos
batismos" deve ser pretendida. Mas, então, duas
coisas devem ser observadas: - (1.) Que baptismein
42
"batismos", não é imediatamente regulado por
zemelion, o "fundamento" e, portanto, "batismos"
não são afirmados absolutamente como um
fundamento, como é o "arrependimento de obras
mortas", mas apenas a doutrina sobre isso é assim.
(2.) Não pode ser prontamente concebido por que a
"doutrina" deve ser prefixada para "batismos", e não
"arrependimento" e "fé", cujas doutrinas também se
destinam; porque não é a graça do arrependimento e
da fé, mas a doutrina a respeito deles, a que o
apóstolo se refere. Há, portanto, algum motivo
peculiar por que a "doutrina" deve ser, portanto,
peculiarmente prefixada para "batismos e a
imposição das mãos", e não para as outras coisas
mencionadas; para que a "imposição de mãos" seja
colocada na mesma ordem com "batismos", a
partícula conjuntiva manifesta-se, epiqesewv. As
seguintes instâncias são simples, apenas algumas as
reduziriam a um princípio, isto é, a ressurreição de
todos para o julgamento. Há, portanto, nessas
palavras nada peculiar nem difícil, mas apenas o que
diz respeito aos "batismos" e "a imposição de mãos ",
a "doutrina" dos quais é especificada. Agora, não
consigo descobrir nenhuma razão justa, a não ser
que, por "batismos" e "imposição de mãos", o
apóstolo não pretende nenhum desses rudimentos
da religião cristã, em que os homens deveriam ser
instruídos pela primeira vez, mas aqueles ritos de que
eles foram feitos participantes e em que foram
instruídos. Como se o apóstolo tivesse dito: "Esses
43
princípios da doutrina de Cristo, isto é, o
arrependimento, a fé, a ressurreição e o julgamento,
são aquelas doutrinas nas quais devem ser instruídos
a serem batizados e ter as mãos impostas. "De acordo
com este sentido, as palavras devem ser lidas como
entre parênteses: "Não volte a colocar os
fundamentos do arrependimento das obras mortas e
da fé em relação a Deus (a saber, a doutrina dos
batismos e a imposição de mãos) da ressurreição
dentre os mortos e do julgamento eterno. Quando os
homens começaram a atender o evangelho, e a
ingressar na igreja, havia certas doutrinas nas quais
eles deveriam ser ministrados, antes que eles fossem
admitidos para o batismo; veja Gálatas 6: 6. Estes são
os rudimentos catequéticos da religião cristã, são
chamados aqui para fazer o baptismwn epiqesewv te
ceirwn, ou as doutrinas que deveriam ser ensinadas
para a administração desses ritos. Preparando isso
para o projeto do apóstolo nas palavras, como é mais
provável, tem quatro exemplos dos principais
rudimentos da religião cristã, em que todos os
homens deveriam ser instruídos antes de serem
admitidos ao batismo, que vieram a eles em seu
próprio direito pessoal, não tendo sido feitos seus
participantes pelo direito da aliança, através da
profissão de seus pais, em sua infância. Essas pessoas
deveriam ser instruídas completamente antes da sua
solene iniciação; a doutrina a respeito deles sendo
assim chamada "doutrina dos batismos e da
imposição das mãos", porque era anteriormente
44
necessário para a administração desses ritos. Há uma
dificuldade, confesso, que esta exposição é
pressionada com o uso da palavra no número plural,
batismo, "dos batismos", mas isso também diz
respeito a todas as outras exposições, e deve ser
falado em sua lugar apropriado. E eu considero o
sentido das palavras a que o desígnio do texto e da
maneira de expressão nos levam. Mas, ainda assim,
porque os homens cultos são levados a ocupar-se de
outra maneira, exortarei as palavras para que o seu
significado possa ser apreendido, supondo que as
cabeças distintas da doutrina sejam contidas nelas.
Nosso próximo trabalho é considerar as instâncias
particulares em sua ordem. E o primeiro é o
"arrependimento das obras mortas". Isto foi
ensinado, em primeiro lugar, a todos aqueles que se
submeteram à disciplina de Cristo e do evangelho. E
no ensinamento deste artigo, tanto a natureza como
a necessidade do dever foram consideradas. E, na
natureza, duas coisas foram declaradas e devem ser
consideradas: 1. O que são "obras mortas" e 2. O que
é "arrependimento delas". 1. Esta expressão de
"obras mortas" é peculiar ao nosso apóstolo e a esta
epístola. Não é utilizado em lugar algum a não ser
neste texto e em Hebreus 9:14. E ele usa isso em
resposta ao que ele diz em outra parte sobre a morte
do homem no pecado por natureza, Efésios 2: 1,5;
Colossenses 2:13. O que ele atribui às suas pessoas,
aqui ele atribui às suas obras. Estes pedem os "velhos
pecados" dos homens, ou seja, nos quais eles viveram
45
antes de sua conversão: 2 Pedro 1: 9, "Esquecendo
que ele foi purgado de seus velhos pecados." Ele tem
respeito ao que está aqui destinado. Eles foram, antes
de sua iniciação, instruídos na necessidade de
abandonar os pecados em que, eles viveram antes da
conversão, que ele chama de "velhos" ou "pecados
anteriores", que ele também se referiu, 1 Pedro 4: 3,
"Porque é bastante que no tempo passado tenhais
cumprido a vontade dos gentios, andando em
dissoluções, concupiscências, borrachices,
glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias." A
necessidade do arrependimento desses e outros
pecados lhes foi ensinada, e de quem eles fizeram
profissão, antes de serem admitidos ao batismo,
onde receberam um sinal de serem purgados deles. E
uma recaída sobre os pecados com os quais os
homens haviam manifestado abertamente o
arrependimento e a renúncia, era sempre perigoso, e
por alguns absolutamente perniciosos; o que
aconteceu com os grandes concursos na igreja. Pois a
controvérsia não era, se os homens caíam em
qualquer pecado, sim, qualquer pecado aberto ou
conhecido, após o batismo, e poderia se arrepender,
- o que nunca havia tanto orgulho de negar, mas a
questão era que os homens se abriam novamente
àqueles pecados, como idolatria, que eles fizeram
uma profissão pública de arrependimento antes do
seu batismo. E finalmente chegou a isso, não se tais
homens pudessem arrepender-se de salvação, obter
perdão de seus pecados e ser salvos; mas se a igreja
46
teve o poder de admitir uma segunda vez para uma
profissão pública de arrependimento os praticantes
de tais pecados, e assim levá-los novamente à plena
comunhão. Para alguns alegaram que a profissão de
arrependimento por esses pecados e a sua renúncia
eram indispensavelmente necessárias antes do
batismo nos que eram adultos, - a obrigação de não
viver neles é sobre aqueles que foram batizados na
infância , - o único batismo era a única promessa que
a igreja poderia dar da remissão de tais pecados; e,
portanto, onde os homens voltaram a cair nesses
pecados, o batismo não deveria ser repetido, eles
seriam deixados à mercê de Deus, - a igreja não
poderia mais recebê-los. Mas enquanto os números
eram muito grandes daqueles que, em tempos de
perseguição, voltaram para a idolatria, que depois
voltaram e professaram seu arrependimento. Mas
enquanto ambos os partidos nesta diferença
chegaram a extremos, o evento era pernicioso de
ambos os lados, - a questão da perda da verdade e da
paz, a outra a pureza da igreja. Os pecados de pessoas
não regeneradas, das quais o arrependimento era
para ser expressado antes do batismo, são chamados
de "obras mortas", em relação à sua natureza e ao seu
fim. Porque, (1.) Quanto à sua natureza, eles
procedem de um princípio sob o poder da morte
espiritual; são as obras das pessoas "mortas em
delitos e pecados". Todas as ações morais de tais
pessoas, com respeito a um fim sobrenatural, são
obras mortas, não sendo animadas por um princípio
47
vital da vida espiritual. E é necessário que uma
pessoa esteja vivendo espiritualmente antes que suas
obras sejam assim. Nossa caminhada na santa
obediência é chamada "a vida de Deus", Efésios 4:18;
isto é, a vida que Deus exige, que por sua graça
especial trabalha em nós, cujos atos o têm para o seu
objeto e seu fim. Onde esta vida não está, as pessoas
estão mortas; e também são as suas obras, até tudo o
que fazem com respeito ao Deus vivo. E eles são
chamados assim, (2.) Com respeito ao seu fim; eles
são "mortua", porque estão - "mortos", eles
procuram a morte e terminam na morte. “O pecado,
quando consumado, traz a morte", Tiago 1:15. Eles
procedem da morte espiritual e terminam na morte
eterna. Na mesma conta, eles são chamados de
"obras infrutíferas das trevas", Efésios 5:11. Eles
procedem de um princípio de escuridão espiritual e
terminam nas trevas eternas. Podemos, portanto,
saber o que lhes foi ensinado sobre essas obras
mortas, ou seja, sua natureza e seu mérito. E isso
inclui toda a doutrina da lei, com convicção do
pecado. Foi ensinado que eram pecadores por
natureza, "mortos nos pecados", e daí "filhos da ira",
Efésios 2: 1-3; que naquela propriedade a lei de Deus
condenou ambos e suas obras, denunciando a morte
e a destruição eterna contra eles. E neste sentido,
com respeito à lei de Deus, essas obras mortas
compreendem todo o seu curso neste mundo, pois
fizeram o melhor e o pior. Mas, no entanto, não há
dúvida de um respeito especial às grandes
48
enormidades externas em que viveram durante o
judaísmo, mesmo à maneira dos gentios. Para tal, o
apóstolo Pedro, escrevendo para estes hebreus,
descreve a conduta deles, 1 Pedro 4: 3, como
mostramos antes. E, daí, ele descreve o que uma
libertação abençoada tiveram pelo evangelho, 1
Pedro 1: 18-21. E quando ele declara a apostasia de
alguns para seus cursos anteriores, ele mostra que é
como o retorno de um cão ao seu vômito, depois de
ter escapado daqueles que vivem em erro e as
poluições que estão no mundo através da luxúria, 2
Pedro 5: 18-22.Estas foram as obras que os
convertidos foram ensinados a abandonar, e uma
profissão de arrependimento para eles era necessária
para todos antes de sua iniciação na religião cristã,
ou antes de recebidos na igreja. Pois não era então,
como agora, que qualquer um poderia ser admitido
na sociedade dos crentes, e ainda assim continuar a
viver em pecados abertos, sem arrependimento. 2. O
que é exigido, e o que eles foram ensinados, com
respeito a essas obras mortas, é "metanoia",
arrependimento. "Arrependimento de obras mortas"
é a primeira coisa exigida para aqueles que assumem
a profissão do evangelho e, consequentemente, o
primeiro princípio da doutrina de Cristo, como é aqui
colocado pelo apóstolo. Sem isso, tudo o que é
tentado ou alcançado é apenas uma desonra para
Cristo e uma decepção para com os homens. Este é o
método da pregação, confirmado pelo exemplo e
comando do próprio Cristo: "Arrependa-se e acredite
49
no evangelho", Mateus 4:17; Marcos 1:15. E quase
todos os sermões que encontramos, não só de João
Batista, como forma de preparação para a declaração
do evangelho, como Mateus 3: 2, mas também dos
apóstolos, ao pressionar a recepção real sobre os
judeus e gentios, tinham como princípio primeiro, a
necessidade do arrependimento, Atos 2:38, 3:19,
14:15. Daí, na pregação do evangelho, diz-se: "Deus
ordena que todos os homens em todos os lugares se
arrependam", Atos 17:30. E quando os gentios
receberam o evangelho, a igreja em Jerusalém
glorificou a Deus, dizendo: "Então Deus, aos gentios,
concedeu arrependimento para a vida", Atos 11:18.
Mais uma vez, isso é expresso como a primeira
questão da graça e da misericórdia de Deus para com
os homens por Jesus Cristo, que é, portanto,
primeiro proposto para eles: "Deus o exaltou para ser
um Príncipe e um Salvador, para dar arrependimento
a Israel", Atos 5:31. E porque é o primeiro, é posto em
forma de sinédoque para toda a obra da graça de
Deus por Cristo: "Deus, tendo levantado o seu filho
Jesus, enviou-o para abençoá-lo, afastando cada um
de vocês das suas iniquidades". Atos 3:26. Portanto,
é evidente que este foi o primeiro princípio
doutrinário, quanto ao seu próprio dever, que foi
pressionado e fixado nas mentes dos homens em suas
primeiras instruções no evangelho. E nos
testemunhos produzidos, tanto as suas causas
quanto sua natureza geral é expressa. Pois, (1.) Sua
suprema causa original é a boa vontade, a graça e a
50
generosidade de Deus. Ele concede e dá a quem lhe
agrada, de seu próprio prazer, Atos 11:18. (2.) É
imediatamente colhido sobre as almas dos homens
por Jesus Cristo, como um fruto da sua morte, e um
efeito desse "todo poder no céu e na terra" que lhe foi
concedido pelo Pai. "Ele deu arrependimento a
Israel", Atos 5:31. A disposição soberana dele é da
vontade do Pai; e a colação real dele é um efeito da
graça do Filho. E (3.) A natureza é expressa na
conversão dos gentios: é "para a vida", Atos 11:18. O
arrependimento exigido aos homens na primeira
pregação do evangelho, e a necessidade do que foi
pressionado sobre eles, era "para a vida", isto é, que
tinha uma conversão salvadora de Deus que o
acompanhava. Este tipo de arrependimento é
necessário para a nossa iniciação no estado do
evangelho. Não é uma profissão vazia de nenhum
tipo de arrependimento, mas a verdadeira conversão
para Deus é requerida de tais pessoas. Mas, além
disso, devemos considerar esta metanoia, ou
"arrependimento", em sua própria natureza, pelo
menos em geral, que podemos entender melhor este
primeiro princípio da doutrina catequética. Nesse
sentido, respeita, - (1.) A mente e o julgamento; (2.)
A vontade e afeições; e, (3.) A vida ou a conduta dos
homens. (1.) Ele diz respeito à mente e ao
julgamento, de acordo com a notação da palavra, o
que significa mudança de mente, ou pós-
consideração e julgamento. Homens, enquanto
vivem em obras mortas, sob o poder do pecado,
51
nunca fazem um juízo justo quanto à sua natureza,
culpa ou seu fim. Por isso, eles são tão
frequentemente chamados a lembrar e a considerar
as coisas corretamente, a lidar com elas com a razão
dos homens; e, por sua própria vontade, são tolos e
brutos, e não têm entendimento. A mente é
praticamente enganada sobre eles. Há graus neste
engano, mas todos os pecadores estão realmente
mais ou menos enganados. Nenhum homem,
enquanto o princípio natural da consciência
permanece neles, pode afastar todas as convicções do
pecado, Romanos 2: 14,15; e que é "o julgamento de
Deus que aqueles que praticam tais coisas merecem
a morte", Romanos 1:32. Mas ainda há quem até
agora despreze essas convicções de desistir de todos
os pecados com prazer e gentileza. Veja Efésios 4: 17-
19. Praticamente eles chamam o bem de mal e o mal
de bem; e julgo que não há aquele mal no pecado que
é fingido, ou, no entanto, que é melhor aproveitar "os
prazeres por um período", do que renunciar a outras
considerações. Outros são quem tem algum senso de
tais obras mortas. Em particular, eles as julgam más,
mas estão tão enredados nelas que não veem a
grandeza desse mal, nem fazem tal julgamento a
respeito de onde sua linhagem deve inevitavelmente
resultar. A estas duas cabeças, em vários graus, todos
os pecadores impenitentes sejam reduzidos. Eles são
tais como, desprezando suas convicções, prosseguem
em um curso desenfreado de licenciosidade, como
não julgam a voz, a linguagem e a mente que eles
52
fariam bem em investigar. Outros, em certa medida,
atendem a eles, mas, no entanto, praticamente os
recusam, e aceitam motivos para o pecado, tornando
a escala desse lado como ocasião, oportunidades e
tentações. Portanto, a primeira coisa neste
arrependimento é uma mudança profunda da mente
e do julgamento sobre essas obras mortas. A mente,
pela luz e a convicção da salvação da verdade,
determina de forma clara e constante a verdadeira
natureza do pecado e a sua falta de mérito, que é uma
coisa má e amarga ter abandonado a Deus assim.
Eliminar todos os preconceitos, deixar de lado todos
os fundamentos , desculpas e paliativos, finalmente
conclui o pecado, isto é, todo e qualquer pecado, tudo
o que tem a natureza do pecado, como sendo
universalmente maligno; o mal em si mesmo, o mal
para o pecador, o mal em seus efeitos presentes e
consequências futuras, o mal em todo o gênero,
vergonhosamente maligno, incomparavelmente
mau, sim, o único mal, ou tudo o que é maligno no
mundo. E este julgamento faz com respeito à
natureza e à lei de Deus, à sua própria condição
depravada primitiva e presente, ao dever presente e
juízo futuro. Esta é a primeira coisa necessária para
o arrependimento, e onde isso não está não há nada
disso. (2.) Diz respeito à vontade e afeições. É nosso
retorno a Deus; o nosso desvio dele está na inclinação
de nossas vontades e afeições ao pecado. A mudança
da vontade, ou a remoção da vontade de pecar, é a
principal parte do arrependimento. É com respeito às
53
nossas vontades que somos ditos "mortos no pecado"
e "alienados da vida de Deus". E por essa mudança
da vontade nos tornamos "mortos para o pecado",
Romanos 6: 2; isto é, qualquer que seja o resquício
da luxúria e da corrupção, que possa haver em nós,
mas a vontade de pecar é tirada. E, para as afeições,
funciona a mudança na alma, pois as afeições
bastante contrárias devem ser substituídas e
ajustadas no trabalho com respeito ao mesmo
objetivo. Há "prazeres" no pecado, e também tem
seus "salários". Com respeito a estes, aqueles que
vivem em obras mortas e se deleitam com o pecado e
têm complacência na realização dele. Estas são as
afeições que a alma exerce sobre o pecado cometido
ou a ser praticado. Em vez disso, o arrependimento,
pelo qual eles são totalmente banidos, coloca no
trabalho a tristeza, o sofrimento, a abominação, o
autoaborrecimento, a vingança e as paixões aflitivas
da mente. (3.) Diz respeito ao curso da vida ou
conduta. É um arrependimento de obras mortas; isto
é, na renúncia delas. Sem isso, nenhuma profissão de
arrependimento é de qualquer valor ou uso.
Professar o arrependimento do pecado e viver no
pecado é zombar de Deus, zombar de sua lei e
enganar nossas próprias almas. Esta é aquela
mudança que, por si só, pode evidenciar as outras
mudanças internas da mente, vontade e afeições,
para ser real e sincero, Provérbios 28:13. Qualquer
coisa sem isso é fingida, é falsa e hipócrita; como o
arrependimento de Judá, "não com todo o coração,
54
mas fingido", Jeremias 3:10. Havia uma mentira
nele; pois suas obras não corresponderam às suas
palavras. Nem há menção ao arrependimento na
Escritura, em que essa mudança, na renúncia real de
obras mortas, não é expressamente exigida. E aqui
são necessárias três coisas: - [1.] Um propósito
completo de coração para a renúncia de todo pecado.
Isto é "apego ao Senhor com propósito de coração",
Atos 11:23; Salmo 17: 3. Para manifestar a
estabilidade e a firmeza que é exigida aqui, Davi
confirmou isso com um juramento, Salmo 119: 106.
Tudo o que viver ou prosperar deve ter uma raiz, na
qual cresce e de onde brota. Outras coisas podem
ocasionalmente brotar e crescer, mas elas
desaparecem imediatamente. E tal é uma renúncia
ao pecado por resoluções ocasionais. Sobre uma
convicção inteligente, do perigo, da doença, do
problema, do medo, da aflição, floresce nas mentes
de muitas resoluções súbitas para abandonar o
pecado; e, de repente, a maior parte desaparece
novamente. O arrependimento profundo forma uma
resolução constante e inabalável no coração, que se
refere ao abandono de todo pecado e em todos os
momentos e ocasiões. [2.] Constantes esforços para
cumprir esta finalidade. E esses esforços dizem
respeito a todos os meios, causas, ocasiões,
tentações, que levam ao pecado, para que sejam
evitados, resistidos e a libertação obtida delae; como
também todos os meios, vantagens e adiantamento
das graças e deveres que se opõem a essas obras
55
mortas. Um propósito cruel e inativo, é o que muitos
aceitam, e com isso arruínam suas almas. Onde,
portanto, não há um esforço, por vigilância e
diligência , no uso constante de todos os meios para
evitar todas as obras mortas, em todas as suas
condições, desde a sua primeira ascensão e princípio
até seu acabamento ou consumação, não há
arrependimento verdadeiro delas. [3.] Uma renúncia
real de todos os pecados no curso de nossa
caminhada diante de Deus. E aqui é necessário, 1º.
Não é uma liberdade absoluta de todo pecado; pois
não há homem vivo que faça o bem e não peque. 2º.
Nenhuma libertação é absoluta, mesmo de grandes
pecados, em que a alma pode se surpreender com o
poder das tentações. Exemplos do contrário
abundam nas Escrituras. Mas, no entanto, tais
pecados, quando alguém é vencido por eles, deve,
(1°). Colocar o pecador em uma inquérito severo se
seu arrependimento era sincero e salvador; por onde,
geralmente a alma é preservada de tais quedas, 2
Pedro 1:10. E, (2). Coloque-o sobre a renovação de
seu arrependimento, com o mesmo cuidado,
diligência, tristeza e humilhação, como no primeiro.
Mas, 1º. É necessário que esta propriedade do
arrependimento seja prevalecente contra os pecados
comuns do mundo, os "velhos pecados" dos homens,
em que viviam antes da conversão. Aqueles pecados
expressamente declarados no evangelho são
inconsistentes com a profissão, os fins e a glória, 1
Coríntios 6: 9,10; 2 Coríntios 7:10; 1 João 3: 14,15. E,
56
2º. Contra um curso em qualquer pecado, seja
espiritual ou carnal, interno ou externo, 1 João 3: 9;
Romanos 6: 2. 3º. Em sua maior parte, contra todos
os pecados externos no decorrer da nossa conduta no
mundo; em que as coisas de nossa sinceridade ou
perfeição são exercidas. E essas coisas foram
necessárias para manifestar a natureza desse
primeiro princípio, em que os homens devem ser
instruídos. I. Não há interesse em Cristo ou religião
cristã a ser obtido sem o "arrependimento das obras
mortas", nem qualquer entrada ordenada em uma
igreja evangélica sem uma profissão de fé. Esta foi
uma das primeiras coisas que foram pregadas aos
pecadores, como foi declarado antes; e sem uma
conformidade com isso, eles não deveriam ser
tratados posteriormente. Porque, - 1. O Senhor Jesus
Cristo não veio somente para salvar os homens dos
seus pecados, mas para expulsá-los dos seus pecados,
para que os desviem dos seus pecados, para que
sejam salvos deles. Quando ele vem a Sião como um
Redentor, um Libertador, um Salvador, ele "afasta a
impiedade de Jacó", isto é, ele desvia Jacó da
iniquidade, Romanos 11:26, ou seja, pelo
arrependimento. Este foi um dos principais fins do
nascimento, da vida, da morte e da exaltação de
Cristo. Seu trabalho em tudo isso foi fazer paz e
reconciliação entre Deus e o homem. Isto, com
respeito a Deus, foi feito pela expiação que fez, pelo
sacrifício que ele ofereceu e pelo preço da redenção
que pagou, 2 Coríntios 5:21. Mas o trabalho inteiro
57
não está concluído. A inimizade de nossa parte
também deve ser removida, ou a reconciliação não
será concluída. Agora, nós fomos "inimigos em nossa
mente por obras perversas", Colossenses 1:21; e
assim "alienados da vida de Deus", Efésios 4:18. A
remoção disto consiste neste arrependimento; por
isso é nosso retorno a Deus nos termos da paz que
nos são oferecidos. Portanto, fazem senão enganar
suas próprias almas aqueles que confiam na paz com
Deus na mediação de Cristo, mas não estão em paz
com Deus em suas próprias almas por
arrependimento. Como o que está em paz com Deus
por sua própria parte pelo arrependimento, nunca
falhará na paz de Deus pela expiação, pois o que
assim se esforça para que ele tenha paz, deve ter
certeza de obtê-la, Isaías 27: 5, então, sem isso,
qualquer noção que os homens possam ter de
reconciliação com Deus, eles o encontrarão na
questão como "fogo devorador" ou "chamas eternas".
Todas as doutrinas, noções ou persuasões que
tendem para aliviar a necessidade desse
arrependimento pessoal que foi descrito
anteriormente, substituiria qualquer penitência
externa, ou corpórea, pecuniária, satisfação penal e
seriam perniciosas para as almas dos homens. E não
há nada tanto para ser temido ou abominado como
uma pretensão tomada para o pecado, para qualquer
pecado sem arrependimento, da graça ou doutrina do
evangelho. "Devemos continuar no pecado", diz o
nosso apóstolo, "para que a graça abunde? Deus
58
proíba. "Aqueles que assim o fazem transformam a
graça de Deus em luxúria", estão entre o número
daqueles "cuja condenação não dorme". 2. Que
qualquer pessoa que viva no pecado, sem
arrependimento, deveria ter interesse em Cristo ou
na religião cristã, é inconsistente com a glória de
Deus e com a honra de Jesus Cristo, e tornaria o
evangelho, se ensinado nele, uma doutrina capaz de
ser rejeitada por todos os homens. Porque onde está
a glória da justiça ou da santidade de Deus, se os
pecadores impenitentes podem ser aceitos por ele?
Além disso, é contrário a toda a declaração de si
mesmo, que ele "não vai absolver o culpado", que ele
não justificará o ímpio, nem aceitará os ímpios
impenitentes, tem uma absoluta inconsistência com
a justiça especial de sua natureza, e que ele exerce
como o supremo governante e juiz de todos, para que
tais pessoas se aproximem dele ou estejam sob a sua
vista, Salmo 5: 4-6; Romanos 1:32. E para o Senhor
Jesus Cristo, isto o tornaria o "ministro do pecado",
o pensamento de que nosso apóstolo detesta, Gálatas
2:17. Não, uma suposição disso faria com que a vinda
de Cristo fosse o maior meio de deixar entrar e
aumentar o pecado no mundo, que já houve desde a
queda de Adão. E o evangelho deve então ser
encarado como uma doutrina para ser abandonada
por todas as pessoas sábias e sóbrias, como aquela
que tenderia inevitavelmente à devastação da
humanidade e à ruína da sociedade humana. Pois,
antes de dizer abertamente e declaradamente,
59
propor e declarar o perdão e a remissão do pecado,
de todo tipo de pecado, a todo tipo de pessoas que
crerão e obedecerão; se isso acontecesse sem aderir à
sua promessa, a condição de arrependimento, nunca
estaria lá, nem pode haver um encorajamento tão
grande para todo tipo de pecado e maldade. Há muito
para esse propósito nas doutrinas do purgatório,
penitências e satisfações; pelo que os homens são
ensinados que eles possam sair de seus pecados a
uma taxa mais barata do que a eterna ruína, sem esse
arrependimento que é necessário. Mas isso não é
nada em comparação com o mal que o evangelho
produziria, se não exigisse "arrependimento de obras
mortas ". Além das inúmeras vantagens que, de outra
forma, deve se provar de Deus, enquanto que esses
outros pretensos são tão sábios e considerando que
os homens podem facilmente olhar através de sua
pintura e ver motivo de falsidade, o evangelho
certamente propõe o perdão livremente, "sem
dinheiro e sem preço", e assim, nesta suposição,
colocaria as rédeas absolutamente livres no pescoço
do pecado e da perversidade; enquanto essas outras
fantasias estão sobrecarregadas e carregadas de
inconvenientes que podem conduzir as mentes
fracas. Por isso, digo, que uma suposição tão falsa e
amaldiçoada, seria o interesse dos homens sábios e
sóbrios se oporem e rejeitarem o evangelho, como o
meio mais efetivo de transbordar o mundo com
pecado e impiedade. Não pode ser negado, mas que
alguns homens podem, e é justamente temido que
60
alguns homens abusem da doutrina do evangelho
para se admirarem em uma vã expectativa de
misericórdia e perdão, enquanto eles vivem
voluntariamente em um curso de pecado. Mas como
isso, em sua gestão, é o principal meio de sua ruína,
então, no juízo justo de Deus, será o maior
agravamento de sua condenação. E, enquanto alguns
acusaram os pregadores da graça do evangelho como
aqueles que assim dão ocasião a esta presunção, é
uma acusação que tem mais o ódio da graça nela do
que o amor da santidade. Pois ninguém pode
pressionar a renúncia ao pecado e arrepender-se de
tais fundamentos seguros e com argumentos tão
convincentes, como aqueles por quem a graça de
Jesus Cristo no evangelho é totalmente aberta e
declarada. Do que foi discursado, nós podemos
investigar nosso próprio interesse neste grande e
necessário dever; para nos ajudar onde ainda vou
adicionar algumas direções adicionais; como, - o
arrependimento é duplo: primeiro, inicial; em
segundo lugar, continua em todo o curso; e nosso
inquérito é depois do nosso interesse em ambos. O
primeiro é aquele cuja natureza geral antes descrita,
que é a porta de entrada em um estado de evangelho,
ou uma condição de aceitação com Deus em e através
de Cristo.
Agora, existem várias maneiras pelas quais os
homens perdem seu dever com respeito a este
primeiro princípio, e assim arruinam suas almas
61
eternamente: - 1. Alguns o desprezam
completamente. Tais são os pecadores presunçosos
mencionados, Deuteronômio 29: 19,20. Ao
ignorarem a maldição da lei, então eles também
fazem o mesmo com a promessa do evangelho, como
qualquer arrependimento ou renúncia ao pecado
com respeito a eles. Tanta loucura e tolice brutal
possui as mentes das multidões, que eles terão
alguma expectativa de benefício pelo evangelho, e lhe
darão um cumprimento externo, mas não abordarão
a primeira coisa que é indispensavelmente exigida de
todos os que pretendem qualquer interesse nisso. 2.
Alguns se arrependerão em suas obras mortas, mas
não delas. Ou seja, após as convicções, as aflições, os
perigos, eles ficarão incomodados por seus pecados,
confessá-los-ão, se afligirão por terem contraído tais
culpas e perigos, com resoluções para renunciar a
eles; mas ainda assim eles permanecerão em seus
pecados e obras mortas. Então Faraó mais de uma
vez se arrependeu em seus pecados, mas nunca se
arrependeu deles. E assim foi expressamente com os
próprios israelitas, Salmos 78: 34-37. E esse tipo de
arrependimento não arruína menos almas do que o
anterior desprezo total. 3. Alguns se arrependem das
obras mortas em algum sentido, mas não se
arrependem delas. Eles virão, através do poder de
suas convicções, à renúncia de muitos de seus velhos
pecados, como Herodes fez com a pregação de João
Batista, mas nunca são arrependimentos verdadeiros
e salvadores, e que se humilha pelo pecado
62
absolutamente. Suas vidas são mudadas, mas seus
corações não são renovados. E a renúncia ao pecado
é sempre parcial; do que antes. Há muitas outras
maneiras pelas quais os homens enganam suas almas
nesta matéria, que eu não devo insistir agora. Em
segundo lugar, este arrependimento, na natureza e
em sua natureza, é um dever a ser continuado em
todo o curso de nossas vidas. Isso cessa quanto aos
atos especiais que pertencem à nossa iniciação em
um estado evangélico; mas permanece em nossa
preservação ordenada. Não deve haver fim de
arrependimento até que exista um fim total do
pecado. Todas as lágrimas não serão apagadas dos
nossos olhos até que todo pecado seja perfeitamente
removido de nossas almas. Agora, o arrependimento,
nesse sentido, pode ser considerado de duas
maneiras: 1. Como é um dever declarado e constante
do evangelho; 2. Como é ocasional: - 1. Como é dito,
é nossa caminhada humilde e triste com Deus, sob
um senso de pecado, manifestando-se
continuamente em nossas naturezas e fraquezas. E os
atos deste arrependimento em nós são de dois tipos:
- (1.) direto e imediato; (2.) Consequente e
dependente, o primeiro pode ser referido a duas
cabeças: - [1.] Confissão; [2.] Humilhação. Nisso a
alma verdadeiramente penitente será continuamente
exercida. Quem cujo coração é tão exaltado, sob
qualquer pretensão, para não permanecer no
exercício constante desses atos de arrependimento, é
aquele a quem a alma de Deus não se deleita. Outros,
63
que são atos de fé imediatos, mas inseparáveis disto,
são, [1.] Súplicas para o perdão do pecado; [2.]
Vigilância diligente contra o pecado. É evidente quão
grande parte de nossa caminhada com Deus consiste
nestas coisas. 2. Este arrependimento continuado é
ocasional, quando é aumentado para uma solenidade
singular. E estas ocasiões podem ser referidas a três
cabeças: - (1.) Uma surpresa pessoal em qualquer
grande pecado real. Tal ocasião não deve ser passada
com as atuações ordinárias de arrependimento. Davi,
em cima de sua queda, traz seu renovado
arrependimento para aquela solenidade, como se
tivesse sido sua primeira conversão para Deus. Por
isso, ele deduziu seus pecados pessoais do pecado de
sua natureza, no Salmo 51: 5, além de muitas outras
circunstâncias pelas quais ele deu uma
extraordinária solenidade. Então, Pedro, após a
negação de seu Mestre, "chorou amargamente", o
qual, com a seguinte humilhação e a renovação de
sua fé, nosso Salvador chama sua conversão, Lucas
22:32, - uma nova conversão daquele que antes era
realmente convertido. Não há nada mais perigoso
para o nosso estado espiritual, do que passar por
instâncias particulares de pecado com os deveres
gerais do arrependimento. (2.) O pecado ou os
pecados da família ou igreja a que estamos
relacionados, nos chama a dar solenidade a este
dever, 2 Coríntios 7:11. A igreja que falhou no negócio
do incestuoso, quando eles foram convencidos pelo
apóstolo de seu aborto perecível, renovaram mais
64
solenemente seu arrependimento para com Deus.
(3.) As aflições e os julgamentos dolorosos exigem
este dever, como podemos ver na questão de todas as
coisas entre Deus e Jó, Jó 42: 6. E, finalmente,
podemos observar que esse arrependimento é uma
graça do Espírito de Cristo, uma graça evangélica; e,
portanto, qualquer desagrado que possa ter no seu
exercício para a carne, é doce, refrescante,
satisfatório e secretamente agradável, para o homem
interior. Não deixemos de permanecer e abundar
neste dever. Não é uma autoexatidão, tétrica e severa,
mas uma caminhada humilde, graciosa e triste com
Deus, em que a alma encontra descanso, doçura,
alegria e paz, sendo tornada compatível com a
vontade de Deus e benigna, útil, bondosa e
compassiva para com os homens, como poderia ser
declarado.
A necessidade de uma profissão deste
arrependimento de obras mortas para alguém ser
admitido na sociedade da igreja, para que seja dada
prova do poder e da eficácia da doutrina de Cristo nas
almas dos homens, para que seus discípulos possam
estar visivelmente separados por sua própria
profissão do mundo que está no maligno e estarem
preparados para a comunhão entre eles em amor, foi
falado em outra parte.
A segunda instância do fundamento doutrinal que
deveria ser colocado entre os hebreus, é "de fé para
65
com Deus". E este princípio, com o que precede, são
unidos pela conjunção aditiva kai (e), "de
arrependimento e de fé". Nem eles devem ser, nem
podem separados. Onde um está, existe o outro. Não
se arrepende aquele que não tem fé para com Deus; e
não tem fé para com Deus aquele que não se
arrepende. E nesta expressão, onde o
arrependimento é colocado pela primeira vez, e a fé
em Deus depois, apenas a distinção entre eles, mas
não se pretende uma ordem da natureza nas próprias
coisas, nem uma ordem necessária no ensino delas.
Pois, por ordem da natureza, "fé para Deus" deve
preceder o "arrependimento das obras mortas".
Nenhum homem pode usar qualquer argumento
para prevalecer com os outros para o
arrependimento, mas deve ser retirado da palavra da
lei ou do evangelho, dos preceitos, das promessas e
ameaças deles. Se não houver fé em relação a Deus
com respeito a estas coisas, de onde o
arrependimento das obras mortas se levantará, ou
como a sua necessidade pode ser demonstrada? Além
disso, que a ordem da natureza entre as coisas em si
não está prevista aqui é evidente, daí, na medida em
que os últimos princípios mencionados, referentes à
"ressurreição dentre os mortos e ao julgamento
eterno" são os principais motivos e argumentos para
o primeiro deles, ou seja, a necessidade do
arrependimento, como nosso apóstolo declara
plenamente, Atos 17: 30,31. Mas há algum tipo de
ordem entre essas coisas com respeito à profissão
66
pretendida. Pois ninguém pode ou deve ser estimado
a fazer uma devida profissão de fé para com Deus,
que primeiro não declare seu arrependimento das
obras mortas. Nem qualquer outro pode ter o
conforto da fé em Deus, senão, por exemplo, tendo
em si alguma evidência da sinceridade de seu
arrependimento. Portanto, ao omitir qualquer outra
consideração da ordem dessas coisas, devemos
indagar o que se pretende aqui por "fé em Deus".
Agora, isso não pode ser fé na noção mais geral disso;
porque é contado como um princípio da doutrina de
Cristo, mas a fé em Deus absolutamente tomada é um
dever da lei da natureza. Ao reconhecer o ser de Deus,
é necessário que acreditemos nele como a primeira
verdade eterna; que nos submetamos a ele e
confiemos nele, como o Senhor soberano, o juiz e
galardoador de todos. E um defeito aqui foi o início
da transgressão de Adão. Portanto, a fé neste sentido
não pode ser chamada de princípio da doutrina de
Cristo, que consiste inteiramente em revelações
sobrenaturais. Ou pode ser assim chamado com
respeito aos judeus em particular. Pois em seu
judaísmo eram suficientemente ensinados sobre a fé
em Deus, e não precisavam ter sido instruídos nisto
como parte da doutrina de Cristo. E há uma distinção
feita pelo próprio Salvador entre a fé em Deus que
eles tiveram e a fé peculiar em si mesmo que ele
exigiu: João 14: 1: "Credes em Deus, credes também
em mim". Além disso, onde estes dois, o
arrependimento e a fé, estão juntos, como são
67
frequentemente, é uma fé especial em Deus que se
destina. Veja Lucas 24: 46,47; Atos 19: 4, 20: 21. É,
portanto, fé em Deus que cumpre a promessa de
Abraão ao enviar Jesus Cristo, e concedendo perdão
ou remissão de pecados por ele, a que se destina. O
todo é expresso por: "Arrependa-se, e acredite no
evangelho", Marcos 1:15; isto é, as novidades da
realização da promessa feita aos pais para a
libertação de nós de todos os nossos pecados por
Jesus Cristo. Isto é o que foi pressionado pelos
hebreus por Pedro em seu primeiro sermão para eles,
Atos 2: 38,39, 3:25,26. Portanto, esses dois
princípios são expressos, por "arrependimento para
com Deus e fé para com o nosso Senhor Jesus Cristo",
Atos 20:21. Como o arrependimento é descrito aqui
pelo "terminus a quo", ou seja, o ponto que marca o
início de uma ação, é o "arrependimento das obras
mortas"; então, é descrito por " terminus a quo", o
"arrependimento para com Deus", ao nos voltarmos
para ele. Porque aqueles que vivem em suas
concupiscências e pecados, fazem isso não só contra
o comando de Deus, mas também os colocam, quanto
às afeições e expectativas de satisfação, em lugar de
Deus. E essa fé em Deus é chamada, por meio da
explicação, "fé para com o nosso Senhor Jesus
Cristo", isto é, como aquele em quem a verdade de
Deus foi cumprida, e por quem acreditamos em
Deus, 1 Pedro 1:21. Isto, portanto, é a fé em Deus aqui
pretendida; ou seja, por meio do qual acreditamos no
cumprimento de sua promessa, ao enviar seu Filho
68
Jesus Cristo para morrer por nós e nos salvar de
nossos pecados. E isso que o Senhor Jesus Cristo
testificou em seu próprio ministério pessoal. Daí o
nosso apóstolo diz que "ele foi o ministro da
circuncisão pela verdade de Deus, para confirmar as
promessas feitas aos pais", Romanos 15: 8. E ele
testificou a eles, João 8:24: "Por isso vos disse que
morrereis em vossos pecados; porque, se não crerdes
que eu sou, morrereis em vossos pecados.”, e porque
rejeitaram a promessa de Deus feita aos pais sobre
ele, que era o único fundamento da salvação. E esta
foi a primeira coisa que, normalmente, nosso
apóstolo pregava na sua dispensação do evangelho: 1
Coríntios 15: 3, "Porque primeiramente vos entreguei
o que também recebi: que Cristo morreu por nossos
pecados, segundo as Escrituras". Ele ensinou a coisa
em si, e a relação que teve com a promessa de Deus
registrada na Escritura. Que esta é a fé em Deus aqui
pretendida, provo por estes motivos: - 1. Porque, de
fato, essa era a fé em particular que, na primeira
pregação do evangelho a estes hebreus, eles foram
ensinados e instruídos. E, portanto, com o que diz
respeito ao nosso apóstolo diz que não colocaria o
fundamento. O primeiro chamado da igreja entre
eles foi pelos sermões de Pedro e os demais
apóstolos, Atos 2-4. Agora, consulte esses sermões, e
você deve achar que o principal em que se insistiu foi
a realização das promessas feitas a Abraão e a Davi,
que eles os exortaram a acreditar. Isto, portanto, era
aquela fé em Deus que foi ensinado pela primeira vez,
69
e que nosso apóstolo aqui se refere. 2. Porque era a
falta desta fé que provava a ruína daquela igreja.
Como no deserto, a incredulidade que eles pereceram
era referente à fidelidade de Deus na realização de
sua promessa em relação à terra Canaã; então a
incredulidade que o corpo do povo agora perecia,
morrendo nos seus pecados e por causa deles, dizia
respeito à realização da grande promessa de enviar
Jesus Cristo: quais são as coisas com que o apóstolo
compara em geral, Hebreus 3. Isto, então, que ele
afirma aos hebreus, como o principal fundamento
dessa profissão do evangelho que eles havia feito. E
podemos observar isso, - Observação II: A fé em Deus
quanto ao cumprimento da grande promessa, ao
enviar seu Filho Jesus Cristo para nos salvar de
nossos pecados, é o grande princípio fundamental de
nosso interesse e profissão do evangelho. Falar em
Deus sob essa consideração formal, não só que ele
enviou e deu a Jesus Cristo seu Filho, mas que ele o
fez no cumprimento de sua promessa, é exigido de
nós. Pois, enquanto ele escolheu glorificar todas as
propriedades de sua natureza na pessoa e mediação
de Cristo, ele não apenas declara sua graça ao dar-
lhe, mas também a sua verdade ao enviá-lo segundo
a sua palavra. E isso foi o que as pessoas sagradas dos
anciãos glorificavam a Deus de maneira especial, a
respeito disto, Lucas 1: 54,55, 68-75. E não há nada
no evangelho de que o próprio Deus, nosso Senhor
Jesus Cristo e os santos apóstolos, insistam mais do
que sobre isso, que Deus cumpriu sua promessa ao
70
enviar seu Filho ao mundo. Sobre isso, uma coisa
depende de toda religião, da verdade da Bíblia e de
toda a nossa salvação. Se não é evidente que Deus
cumpriu sua promessa, toda a Bíblia pode passar por
uma fábula; pois tudo foi construído sobre essa
suposição, que Deus deu e realizou; o primeiro sendo
o fundamento do Antigo Testamento e o último do
Novo. E há várias coisas que sinalizam nossa fé em
Deus com respeito aqui; como: - 1. Esta promessa de
enviar Jesus Cristo foi o primeiro compromisso
expresso que Deus jamais fez de sua fidelidade e
veracidade a qualquer criatura. Ele é essencialmente
fiel e verdadeiro; mas ele não se comprometeu a agir
de acordo com essas propriedades, em seu trato
conosco de uma maneira de amor e graça, pedindo
confiança em nós, antes de dar a promessa sobre
Cristo, Gênesis 3:15. Isto, portanto, foi a fonte e a
medida de todas as outras promessas subsequentes.
São todos elas, senão novas garantias. Deus deu essa
promessa como aquilo em que ele dependeria da
honra e da glória de sua fidelidade em todas as outras
promessas que ele deveria fazer. Por isso, este foi o
primeiro e imediato objeto de fé do homem após a
queda. O primeiro proposto para ele era crer em
Deus com respeito à sua fidelidade no cumprimento
futuro dessa promessa; e a fé em relação à sua
realização real é a primeira coisa exigida de nós.
Além disso, essa promessa ficou mais tempo no
arquivo antes de sua realização. Não houve menos de
quatro mil anos entre a entrega e o cumprimento. E
71
muitas coisas aconteceram durante essa época, em
que ambos, e a fé em Deus sobre eles, foram bastante
sinalizados. Pois, (1.) Mais e maiores objeções contra
a verdade, mais tentações contra ela, foram criadas e
gerenciadas, do que contra todas as outras
promessas. Esta longa suspensão de seu
cumprimento deu tais vantagens a Satanás em sua
oposição a ela, que ele prevaleceu contra todas as
expectativas, exceto que a fé tentada é mais preciosa
do que o ouro. E os próprios santos tiveram um
grande exercício nas decepções que muitos deles
caíram quanto ao tempo de sua realização. Não é
improvável que a maioria deles tenha procurado isso
em seus próprios dias; grandes, portanto, foram as
provas de todos os tipos sobre isso. (2.) Foi tudo o
que a verdadeira igreja de Deus teve que viver
durante essa longa temporada, o único fundamento
de sua fé, obediência e consolo. É verdade, em
progresso do tempo, que Deus adicionou outras
promessas, preceitos e instituições, para a direção e
instrução da igreja; mas todos foram construídos
com essa promessa. Isso lhes deu vida e significação,
- com isso eles estavam de pé ou caíram. (3.) Isto foi
que o mundo rompeu com Deus e, ao rejeitá-lo, caiu
em toda confusão e miséria. A promessa dada a Adão,
foi indefinidamente dada à humanidade. E era
adequada para a reparação de sua condição perdida,
sim, sua investidura em um estado melhor. E isso
aumentou a ira e a maldade de Satanás. Ele viu que,
se eles se aplicassem à fé, seu ex-sucesso contra eles
72
seria totalmente frustrado. Por isso, ele os tenta
novamente, para afastá-los do alívio fornecido contra
a miséria em que os lançou. E quanto à generalidade
da humanidade, ele prevaleceu em sua tentativa. Por
uma renúncia a essa promessa, não acreditando nela,
não a mantendo em suas mentes, eles caíram em uma
segunda apostasia de Deus. E que desordem,
escuridão, confusão, sim, que horror e miséria se
lançaram, é conhecido. E essa consideração sinaliza
grandemente a fé em Deus em relação a essa
promessa. (4.) Toda a igreja dos judeus, rejeitando a
realização desta promessa, pereceu completamente.
Este foi o pecado pelo qual a igreja morreu; e, de fato,
qual é o fundamento da ruína de todos os incrédulos
que perecem sob a dispensação do evangelho.
Diz-se, pode ser, que esta promessa esteja agora
efetivamente realizada, e que seja dada por certo, não
temos a mesma preocupação nela como os que
tinham vivido antes da referida realização. Mas há
um erro aqui. Ninguém acredita corretamente que o
Filho de Deus veio na carne, senão aquele que crê que
entrou na realização da promessa de Deus, para a
glória da sua verdade e fidelidade. E é daqui que
conhecemos corretamente a ocasião, origem, causa e
fim de sua vinda; Que o que não considera, sua fé
fingida é em vão. 2. Esta é a maior promessa que
Deus jamais deu aos filhos dos homens; e, portanto,
fé nele com respeito aqui é necessário para nós, e
muito tende para a sua glória. Na verdade, todos os
73
interesses da glória de Deus na igreja e nosso bem-
estar eterno estão aqui envolvidos.
Observação III. Somente devemos acrescentar que a
consideração da realização desta promessa é um
grande encorajamento e apoio à fé com respeito a
todas as outras promessas de Deus. Nunca foi
mantido tão longo em suspenso, o estado da igreja e
o desígnio de Deus exigindo isso. Nunca houve tal
oposição à sua realização. Nunca foi mais provável
que fosse derrotado pela incredulidade dos homens;
toda fé em que foi finalmente renunciado por judeus
e gentios, - o que, se alguma coisa, ou tivesse sido
suspenso em qualquer condição, poderia ter
decepcionado seu evento. E devemos pensar que
Deus deixará alguma outra das suas promessas não
cumpridas? Que ele não comprometa em tempo
algum seu poder onipotente e sabedoria infinita no
cumprimento de sua verdade e fidelidade? Ele enviou
seu Filho após a expectativa de quatro mil anos, e ele
não destruirá o anticristo em tempo hábil, chamará
novamente os judeus, criará o reino de Cristo
gloriosamente no mundo e, finalmente, salvará as
almas de todos os que acreditam sinceramente?
Este grande exemplo de fidelidade divina não deixa
espaço para as objeções de descrença quanto a
quaisquer outras promessas sob a mesma garantia.
74
O terceiro princípio, de acordo com a ordem e o
sentido das palavras estabelecidas antes, é a
"ressurreição dos mortos". E este era um princípio
fundamental da igreja judaica, de fato de todas as
religiões propriamente ditas no mundo. O
duodécimo artigo do credo dos judeus presentes é,
jyçm ymy, "Os dias do Messias", isto é, chegará o
tempo em que Deus enviará o Messias e restaurará
todas as coisas por ele. Isto, sob o Antigo Testamento,
respeitava à fé em Deus, a qual antes discutimos. Mas
os judeus presentes, apesar desta profissão, não têm
interesse aqui. Porque não acreditar no
cumprimento de uma promessa quando é cumprida,
como também suficientemente revelado e
testemunhado para ser cumprida, é rejeitar toda fé
em Deus em relação a essa promessa. Mas isso ainda
retém uma aparência e uma profissão. O seu décimo
terceiro artigo é: "A revivificação" ou "ressurreição
dos mortos". E a fé aqui explicada e confirmada no
evangelho, também selada pelo grande selo da
ressurreição de Cristo, foi estimado como um
princípio principal do cristianismo, e aquele cuja
admissão é indispensável para toda a religião. E
primeiro mostrarei brevemente como é um princípio
fundamental de toda religião e, em seguida,
evidenciarei sua relação especial com aquela
ensinada por Jesus Cristo, ou declarada como é um
princípio fundamental do evangelho. E quanto ao
primeiro, é evidente que, sem o seu reconhecimento,
toda religião é abolida; pois se for suposto ou
75
concedido que os homens foram feitos apenas para
uma vida mortal frágil neste mundo, que eles não
têm outra continuação atribuída ao seu ser, senão o
que é comum a eles com os animais que perecem, não
haveria mais religião entre eles do que há entre os
próprios animais. Pois, como nunca conseguiriam
resolver as dificuldades das atuais dispensações
temporárias da providência, que não serão reduzidas
a qualquer regra visível de justiça conhecida,
abstraindo da completude delas a partir de si
mesmas, e de uma firme apreensão de uma poder
divino, sagrado e justo no governo do universo;
portanto, retire toda consideração de recompensas e
punições futuras, que são igualmente afirmadas
neste e no princípio que se segue, e as
concupiscências dos homens eliminariam
rapidamente todas as noções de uma Divindade,
como também do bem e do mal em sua prática, o que
deveria preservá-los no ateísmo e na bestialidade.
Também não vemos nenhum homem que se entregue
à incredulidade dessas coisas, senão que
imediatamente ele exponha toda consideração de
qualquer bem público ou privado, senão o que está
centrado em si mesmo e para a satisfação de suas
concupiscências.
Mas será perguntado se a crença da imortalidade da
alma não é suficiente para assegurar a religião, sem a
adição deste artigo da ressurreição? Isso, de fato,
alguns dos pagãos antigos do Oriente tiveram poucas
76
apreensões, sem qualquer adivinhação quanto à
ressurreição do corpo. E alguns deles também, que
estavam mais firmes naquela persuasão, tiveram
alguns pensamentos sobre uma tal restauração de
todas as coisas em que os corpos dos homens
deveriam ter sua participação. Mas como seus
pensamentos sobre essas coisas eram flutuantes e
incertos, também era toda a religião deles; e assim
deve ser sobre este princípio. Pois não pode haver
reconciliação da doutrina de recompensas e castigos
futuros, para serem administrados de maneira justa,
até a suposição da subsistência perpétua separada da
alma somente; isto é, o julgamento eterno não pode
ser feito por motivos satisfatórios, sem um
reconhecimento antecedente da ressurreição dos
mortos. Para que justiça é, que toda a bem-
aventurança ou miséria deve cair apenas sobre a
alma, onde o corpo tem uma grande participação na
aquisição de um ou outro? Ou que, enquanto ambos
concordam com o bem ou o mal, a alma só deve ser
recompensada ou punida; especialmente
considerando a influência do corpo em tudo o que é
mau, como a satisfação da carne é o grande incentivo
ao pecado, por um lado, e o que muitas vezes sofre
pelo que é bom no outro? Pensaremos que Deus deu
corpos aos santos mártires apenas para suportar
torturas inexplicáveis e misérias para a morte por
causa de Cristo, e depois perecer para sempre? E isso
manifesta a grande degeneração em que a igreja
judaica já havia caído; pois um grande número deles
77
se apostatou no ateísmo de negar a ressurreição dos
mortos. E tão confiante eles estavam em sua
infidelidade, como eles deveriam discutir e disputar
com o nosso Salvador sobre isso; por quem foram
confundidos, mas, a propósito de serem obstinados
infiéis, não convertidos, Mateus 22: 23,24, etc. Esta
foi a principal heresia dos saduceus; que traçaram
consigo essas outras opiniões tolas de negar anjos e
espíritos, ou a subsistência das almas dos homens em
uma condição separada, Atos 23: 8. Porque eles
concluíram o suficiente, que a continuação das almas
dos homens não respondesse a nenhum projeto de
providência ou justiça, se seus corpos não fossem
ressuscitados novamente. E, enquanto Deus havia
dado o mais ilustre testemunho a esta verdade na
ressurreição do próprio Cristo, os saduceus
tornaram-se os inimigos mais inveterados a ele e a
seus opositores; pois eles não apenas agiram contra
ele, e aqueles que professaram acreditar nele, da
infidelidade que lhes era comum com a maioria de
seus compatriotas, mas também porque sua heresia
peculiar foi expulsa e condenada por isso. E é comum
que os homens de mentes corruptas prefiram erros
tão peculiares acima de todas as outras preocupações
da religião, e que tenham suas concupiscências
inflamadas por elas na maior intemperança. Eles,
portanto, foram os primeiros agitadores e
perseguidores mais ferozes das perseguições
primitivas: Atos 4: 1,2, "Enquanto eles estavam
falando ao povo, sobrevieram-lhes os sacerdotes, o
78
capitão do templo e os saduceus, doendo-se muito de
que eles ensinassem o povo, e anunciassem em Jesus
a ressurreição dentre os mortos." A derrubada de sua
heresia particular foi o que os enfureceu: Atos 5:
17,18: "Levantando-se o sumo sacerdote e todos os
que estavam com ele (isto é, a seita dos saduceus),
encheram-se de inveja, deitaram mão nos apóstolos,
e os puseram na prisão pública." E uma fúria
semelhante foi colocada pelos fariseus sobre suas
cerimônias, onde eles colocaram seu especial
interesse e glória. E nosso apóstolo aproveitou
sabiamente essa diferença sobre a ressurreição entre
essas duas grandes seitas, para dividi-las em seus
conselhos e atos, que antes foram acordados em sua
destruição no relato comum de sua pregação de Jesus
Cristo, Atos 23: 6 - Este princípio, portanto, tanto no
relato de sua importância em si mesmo, como
também da oposição feita entre os judeus pelos
saduceus, os apóstolos tomaram o cuidado de
estabelecer em primeiro lugar; como essas verdades
são de forma especial a serem confirmadas, que em
qualquer momento são peculiarmente opostas. E eles
tinham razão para fazer, pois todos eles tinham que
pregar ao mundo virando essa dobradiça, que Cristo
ressuscitou dentre os mortos, e a nossa ressurreição
segue inevitavelmente; de modo que eles
confessaram que, sem um reconhecimento aqui, toda
a sua pregação seria em vão, e toda a sua fé naquele
em que haviam crido também, 1 Coríntios 15: 12-14.
Isso, portanto, sempre foi um dos primeiros
79
princípios que nosso apóstolo insistiu na pregação do
evangelho; um exemplo de sinal do qual temos em
seu discurso em sua primeira vinda a Atenas.
Primeiro, ele repreendeu seus pecados e idolatrias,
declarando que Deus por Cisto os chamou ao
arrependimento das obras mortas; então ele ensinou
fé naquele Deus que os chamou assim por Jesus
Cristo: confirmando a necessidade de ambos, pela
doutrina da ressurreição dos mortos e do julgamento
futuro, Atos 17: 18-31. Ele parece, portanto, aqui
diretamente e resumidamente, estabelecer esses
princípios na ordem em que ele constantemente os
pregava na sua primeira declaração do evangelho. E
foi necessário falar sobre a natureza e a necessidade
desse princípio. Anastasiv nekrwn, "a ressurreição
dos mortos". Geralmente é expressado por anastasiv,
a "ressurreição" apenas, Marcos 12:18; Lucas 20:
27,33; João 11:24; Mateus 22: 23,28. Pois, por essa
única expressão, o todo era suficientemente
conhecido e apreendido. E então chamamos isso de
"ressurreição", sem qualquer adição. Às vezes é
denominado anastasiv ek nekrwn, Atos 4: 2, a
"ressurreição dos mortos", isto é, do estado dos
mortos. Nosso apóstolo tem uma expressão peculiar,
em Hebreus 11:35, Elazon ex anastasewv tou- "Eles
receberam seus mortos pela ressurreição", isto é, em
virtude disso, eles foram ressuscitados novamente. E
às vezes é distinguido com respeito às suas
consequências em pessoas diferentes, as boas e as
más. A ressurreição do primeiro é chamada anastasiv
80
zwhv, João 5:29, a "ressurreição da vida", isto é, que
é para a vida eterna, - os meios de entrada nela. Isso
é chamado de "ressurreição dos justos", Lucas 14:14.
E, assim, a "vivificação dos mortos", ou a
"ressurreição dos mortos", era usado para expressar
toda a propriedade abençoada que se segue aos
crentes: "para ver se de algum modo posso chegar à
ressurreição dentre os mortos", Filipenses 3:11. Isto
é anaziwsiv, "uma vida de novo", como é dito do
Senhor Jesus Cristo distintamente, Anesth kai
anezhsen, Romanos 14: 9, - "Ele se levantou e viveu
novamente", ou ele se levantou para vida. Com
respeito aos homens ímpios, é chamado anastasiv
krisewv, - a "ressurreição do juízo", ou para
julgamento, João 5:99. Alguns serão ressuscitados
para que o juízo seja pronunciado contra eles, para
serem condenados à punição: "também sabe o
Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar para
o dia do juízo os injustos, que já estão sendo
castigados;", 2 Pedro 2: 9. E os dois estão juntos,
Daniel 12: 2, "E muitos dos que dormem no pó da
terra despertarão, alguns para a vida eterna, e alguns
para a vergonha e desprezo eterno". Essa verdade é
de tão grande importância quanto que nada na
religião pode subsistir sem ela, os apóstolos a
confirmaram com muita diligência nas primeiras
igrejas; e pela mesma causa, foi assaltado por
Satanás, e negado e combatido por muitos. E isso foi
feito de duas maneiras: 1. Por uma negação aberta de
qualquer coisa: 1 Coríntios 15:12: "Como dizem
81
alguns dentre vós que não há ressurreição dos
mortos?" Eles negaram, como algo improvável e
impossível, como é evidente a partir da disputa
resultante do apóstolo sobre esse assunto. 2. Outros,
que, não se atrevendo a se opor diretamente a um
princípio tão geralmente recebido na igreja, ainda
permitiriam a expressão, mas colocaram uma
exposição alegórica sobre ela, pelo que eles
simplesmente derrubaram o que pretendia. Eles
disseram: "A ressurreição já passou," 2 Timóteo 2:18.
Em geral, pensa-se que esses homens, Himeneu e
Fileto, colocaram a ressurreição na conversão ou a
reforma da vida, como fizeram os marcionitas
depois. O que alguns imaginam sobre os gnósticos é
vão. E que a revitalização de uma nova luz em nós é a
ressurreição pretendida na Escritura, alguns
começam a murmurar entre nós; mas, como a morte
é uma uma separação da alma e do corpo, a
ressurreição é uma reunião deles e para a vida, a
Escritura é muito expressa para que ninguém possa
negar e praticamente rejeitá-la inteiramente. E pode-
se observar que nosso apóstolo em ambos os casos
não só condena esses erros como falsos, mas declara
positivamente que sua admissão derruba a fé e torna
a pregação do evangelho vã e inútil. Agora, esta
ressurreição dos mortos é a restauração, pelo poder
de Deus, do mesmo corpo que morreu, em todas as
partes essenciais e integrantes dele, tornando-o, em
uma reunião com a alma, imortal, ou de uma duração
eterna, em bem-aventurança ou miséria. E, -
82
Observação IV. A doutrina da ressurreição é um
princípio fundamental do evangelho, cuja fé é
indispensável para a obediência e o consolo de todos
os que a professam. Eu o chamo de princípio do
evangelho, não porque tenha sido revelado pela
primeira vez. Foi feito conhecer no Antigo
Testamento e foi praticamente incluído na primeira
promessa. Na fé, os patriarcas viveram e morreram;
e é testemunhado nos salmos e profetas. Com
respeito a isso, os antigos confessaram que eram
"estranhos e peregrinos na terra", procurando outra
cidade e país, onde eles deveriam viver com Deus
para sempre. Eles desejavam e procuravam "um país
celestial", onde suas pessoas deveriam habitar,
Hebreus 11:16. E isso foi com relação à aliança de
Deus com eles: em que, como se segue, "Deus não se
envergonhou de ser chamado de Deus deles", isto é,
o Deus em pacto; cuja relação nunca pode ser
quebrada. E, portanto, nosso Salvador prova a
ressurreição daí, porque se os mortos não
ressuscitam, a relação da aliança entre Deus e seu
povo deve cessar, Mateus 22: 31,32. Além disso, eles
se preocupam especialmente com seus cadáveres e
seus enterros, não meramente por respeito à ordem
natural e decência, mas para expressar a fé da
ressurreição. Assim, nosso apóstolo diz que "pela fé,
José deu o mandamento sobre os seus ossos",
Hebreus 11:22; e sua disposição em um local de
sepultamento é afirmada por Estêvão como um fruto
de sua fé, Atos 7: 15,16. Jó dá testemunho de sua fé
83
aqui, Jó 19: 25,26. Então, Davi também, Salmo 16:
9,10, e em diversos outros lugares. E Isaías expressa
o mesmo propósito, Isaías 26:19: "Os teus mortos
viverão, os seus corpos ressuscitarão; despertai e
exultai, vós que habitais no pó; porque o teu orvalho
é orvalho de luz, e sobre a terra das sombras fá-lo-ás
cair." Nisto Deus propõe o conforto do profeta e
todos aqueles que foram perseguidos ou manchados
naqueles dias por causa da justiça. Sua ressurreição
é expressa diretamente e enfaticamente. E, enquanto
alguns arrancariam as palavras para não significar
mais do que senão a libertação e a exaltação daqueles
que estavam em grande angústia, devem reconhecer
que ela é expressa em alusão à ressurreição dos
mortos; que, portanto, é afirmado nas palavras, e foi
acreditado na igreja. O mesmo também é ensinado
na visão de Ezequiel sobre a vivificação de ossos
secos, Ezequiel 37; que, apesar de declarar a
restauração de Israel de sua condição angustiada,
contudo, fez uma alusão à ressurreição no último dia,
sem uma suposição da fé da qual a visão não tinha
sido instrutiva. E muitos outros depoimentos com o
mesmo propósito podem ser insistidos. Não
considero, portanto, este princípio da doutrina do
evangelho, absolutamente e exclusivamente para as
revelações do Antigo Testamento, mas por outros
três motivos: 1. Por ser mais claro, evidentemente, e
totalmente ensinado e declarado. Esta era, como
várias outras verdades importantes, conhecidas sob
o Antigo Testamento com moderação e
84
obscuramente. Mas "vida e imortalidade", com esses
grandes meios de ambos, foram "trazidos à luz pelo
evangelho", Timóteo 1:10; Todas as coisas a respeito
deles são claras e evidentes. 2. Por causa da
confirmação solene e da promessa que foi dada na
ressurreição de Cristo dentre os mortos. Isso estava
faltando sob o Antigo Testamento, e, portanto, a fé
dos homens pode muitas vezes ser muito abalada
sobre isso. Pois, enquanto a morte se apoderou de
todos os homens, e que, penalmente, na execução da
sentença da lei, - por isso, por medo de que fosse
desobediente a escravizar todos os dias, Hebreus 2:
14,15, - eles não receberam nenhum promessa ou
instância de uma recuperação de seu poder, ou a
decolagem dessa sentença e penalidade. Mas Cristo
morrendo por nós, e que, diretamente sob a oração e
a maldição da lei, conquistando a morte e a lei, sendo
ressuscitados, as dores ou laços da morte sendo
soltos, deu uma confirmação total e uma segurança
absoluta de nossa ressurreição. E assim é dito que
"ele trouxe a vida e a imortalidade para a luz" pela
"abolição da morte", 2 Timóteo 1:10; isto é, o poder
dela, que não deve nos manter para sempre sob seu
domínio, 1 Coríntios 15: 54-57. 3. Por ter uma
influência peculiar em nossa obediência sob o
evangelho. Com o Antigo Testamento, a igreja teve
vários motivos para a obediência tirada das coisas
temporais, a saber, a prosperidade e a paz na terra de
Canaã, com a libertação de problemas e angústias. As
promessas feitas para eles, abundam na Bíblia, e
85
sobre elas os pressiona para obediência e diligência
no culto de Deus. Mas agora somos deixados para
promessas de coisas invisíveis e eternas, que não
podem ser plenamente aproveitadas, senão em
virtude da ressurreição dos mortos. E, portanto,
essas promessas são tornadas indizivelmente mais
claras e evidentes, como também as coisas
prometidas para nós, do que eram para eles; e,
portanto, nossos motivos e encorajamentos para a
obediência são avançados indescritivelmente acima
deles. Isso pode, portanto, ser estimado como um
princípio especial da doutrina do evangelho. E, - (1.)
É um princípio animador da obediência evangélica,
porque estamos seguros de que nada que fizermos
nele será perdido. Em geral, o apóstolo propõe isso
como nosso grande encorajamento, de que "Deus não
é injusto para esquecer nossa obra e trabalho de
amor", Hebreus 6:10; e nos mostra a maneira
especial pela qual deve ser lembrado. Nada é mais
fatal para qualquer empreendimento, do que uma
apreensão que os homens fazem neles e gastam suas
forças em vão e seu trabalho para nada. Isso torna as
mãos dos homens fracas, os joelhos fracos e os
corações com medo. Nem qualquer coisa pode nos
livrar de um desânimo preguiçoso, senão uma
garantia de que o fruto de nossos esforços será
cumprida. E isso nos é dado pela fé da ressurreição
dos mortos, quando acordarem novamente e
cantarão os que habitam no pó; e então "os justos
terão na lembrança eterna". Que ninguém tenha
86
medo da perda de sua obra, a menos que seja como o
fogo que a consumirá; quando será da sua vantagem
sofrer essa perda, e tê-la tão consumida. Não é um
bom pensamento, palavra ou trabalho, mas terá uma
vida nova dada a ele, e como se fosse uma
participação na ressurreição. (2.) Estamos seguros de
que tais coisas não só serão lembradas, mas também
recompensadas. É para os justos, como observamos,
não apenas uma "ressurreição dentre os mortos",
mas uma "ressurreição para a vida", isto é, eterna,
como recompensa. E isso é o que quer ou deve dar
vida e diligência à nossa obediência. Então, Moisés,
no que fez e sofreu por Cristo, teve "respeito à
recompensa futura", Hebreus 11:26. Deus colocou a
declaração aqui no fundamento de toda a nossa
obediência no pacto: "Eu sou a sua grande
recompensa," Gênesis 15: 1 E, ao fim disso, o Senhor
Jesus não pensa o suficiente para declarar que ele
virá e também, "a sua recompensa com ele",
Apocalipse 22:12. Alguns supostamente supuseram
que esta recompensa de Deus deve inferir mérito em
nós mesmos, enquanto "a vida eterna é o dom de
Deus através de Jesus Cristo", e não o salário de
nossas obras, como a morte é do pecado, Romanos
6:23. É uma recompensa como é absolutamente um
presente gratuito, um presente de graça; "E se é por
graça, não há mais obras, senão a graça não é mais
graça", Romanos 11: 6. O mesmo não pode ser de
obras e graça, de nosso próprio mérito e do dom
gratuito de Deus. E outros, deve ser temido, sob uma
87
pretensão equivocada de graça, evitar um devido
respeito a esta graciosa recompensa, que o Senhor
Jesus Cristo designou como a questão abençoada e o
fim de nossa obediência. Mas, por este meio, eles se
privam de um grande motivo e encorajamento,
especialmente de um esforço para que sua obediência
seja tal, e os frutos dela abundem, para que o Senhor
Jesus Cristo seja glorificado de maneira significativa
em dar-lhe uma graciosa recompensa no último dia.
Pois, enquanto ele criou, em sua própria graça e
generosidade, dar-nos uma recompensa tão gloriosa,
e pretende pela operação de seu Espírito, nos fazer
aptos a recebê-la, ou "encontrar a herança dos santos
na luz", Colossenses 1:12, nosso principal respeito a
esta recompensa é que possamos recebê-la com
vantagem de glória e honra para nosso Senhor Jesus
Cristo. E a consideração disto, que nos é transmitida
através da fé da ressurreição, é um principal
princípio de animação da nossa obediência. (3) Tem
o mesmo respeito para a nossa consolação: "Se é só
para esta vida que esperamos em Cristo, somos de
todos os homens os mais dignos de lástima." 1
Coríntios 15:19; isto é, se considerarmos apenas
coisas externas neste mundo, reprovações,
desprezos, indignações, problemas, perseguições,
foram muitos daqueles que tanto esperavam em
Cristo. "Mas isso é tudo o que devemos ter dele, ou
por ele?" Provavelmente, em relação às coisas
externas, isso será para a maioria de nós neste
mundo, se não vier a maiores extremos: "Então,
88
somos todos os mais miseráveis". Mas espere um
pouco; essas coisas serão todas chamadas novamente
na ressurreição (e isso é tempo), e todas as coisas
serão colocadas em outra postura. Veja 2
Tessalonicenses 1: 6-10. Portanto, não temos razão
para desesperar pelo que nos acontecer nesta vida,
nem em que angústia essa carne que carregamos
sobre nós possa ser colocada. Podemos estar às vezes
prontos para desmaiar, ou para pensar muito sobre
as dores em que nos colocamos em deveres
religiosos, especialmente quando nossos corpos,
sendo fracos, seriam de bom grado poupados ou de
que possamos suportar e sofrer; mas o dia está
chegando, que irá recompensar e compensar tudo.
Esta mesma carne, que agora empregamos sob suas
fraquezas em um curso constante dos deveres mais
difíceis, será levantada do pó, purificada de todas as
suas enfermidades, liberada de todas as suas
fraquezas, incorruptível e imortal, para desfrutar o
descanso e a glória por toda a eternidade. E podemos
nos consolar com estas palavras, 1 Tessalonicenses 4:
18.
O quarto princípio mencionado é krima aijwnion.
Esta é a consequência imediata da ressurreição dos
mortos. Os homens não devem ser criados de novo
para viver outra vida neste mundo, e, assim como
para fazer uma nova aventura; mas devem dar uma
conta do que é passado e "receber o que eles fizeram
no corpo, seja bom ou mau". E porque não há
89
transações visíveis para o exterior entre Deus e as
almas dos homens depois da sua saída deste mundo,
nem qualquer alteração a ser feita em relação ao seu
estado e condição eternas, este julgamento é falado
como aquele que imediatamente sucede à própria
morte: Hebreus 9:27, "E, como aos homens está
ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o
juízo". Este julgamento é certo, e não há nada entre a
morte e isso que é afirmado. Mas, em relação a
alguns, pode haver um longo espaço de tempo entre
um e outro; nem o julgamento será administrado até
depois da ressurreição dentre os mortos, e por meio
deles. E quando toda a raça da humanidade
designada que morreu de acordo com as estações
atribuídas, então o juízo segue sobre todos eles.
Krima é comumente usado para uma "sentença
condenatória". Portanto, alguns pensam que é
apenas o julgamento dos homens perversos e ímpios
a que se destina. E, de fato, o dia do julgamento é
mais frequentemente falado na Escritura com
respeito a isso. Veja 2 Tessalonicenses 1: 7-10, Judas
1: 14,15, 2 Pedro 2: 9. E isto é em parte porque a
lembrança é adequada para admirar a ferocidade, o
orgulho e a fúria dos espíritos de homens, correndo
para o pecado como o cavalo na batalha; e em parte
que pode ser um alívio para os piedosos sob todos, ou
suas perseguições de sua crueldade, ou tentações de
sua prosperidade. Mas, na realidade, o juízo é
genérico, e todos os homens, bons e maus, devem
permanecer na sua sorte: "Mas tu, por que julgas teu
90
irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão?
Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de
Deus. Porque está escrito: Por minha vida, diz o
Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda
língua louvará a Deus.", Romanos 14: 10,11. E isso é
o que se destina. Como a ressurreição dos mortos que
o precede pertence a todos, então o juízo que se
segue. E este nosso apóstolo expressa por krisiv, uma
palavra do mesmo original e significação com krima.
Este krima, ou "julgamento", é dito ser aiwnoin
(eterno). E como Deus deu testemunho da verdade
na profecia de Enoque, ele determinou visivelmente
todo o assunto do lado da igreja no dilúvio, que era
uma promessa aberta de julgamento eterno. E,
portanto, essas palavras, "O Senhor vem", tornou-se
o apelo da igreja em todas as idades, 1 Coríntios
16:22. Aiwnion respeita à duração desse julgamento,
mas é seu fim e efeito. Pois não deve ser de duração e
continuidade perpétuas; que fantasia é ambos
absurdos na natureza e inconsistentes com o fim
adequado dele - que é, para entregar a cada um a sua
porção eterna. E é curioso, desnecessário e
injustificável, saber qual será a continuação, visto
que Deus não deu nenhuma revelação. Nem a mente
do homem é capaz de fazer qualquer conjectura
tolerável quanto ao processo da infinita sabedoria de
Cristo nesta matéria. Também não sabemos, quanto
ao tempo ou continuidade, o que será necessário
nele, para a convicção e confusão de pecadores
impenitentes, ou para a demonstração de Sua
91
própria justiça e glória. E este julgamento é chamado
de "eterno" - 1. Em oposição aos juízos temporais que
são ou foram passados sobre os homens neste
mundo, que serão todos chamados de novo e
revisados. Especialmente é assim com respeito a um
triplo julgamento: - (1.) O que passou sobre o próprio
Senhor Jesus Cristo, quando foi condenado como um
malfeitor e um blasfemador. Ele nunca sofreu aquela
sentença que ocorreu silenciosamente no mundo,
mas desde o início ele enviou seu Espírito para
discutir, argumentar e pleitear sua causa no mundo,
João 16: 8-11. Isso ele sempre fez e sempre manterá,
por sua igreja. No entanto, não há determinação
absoluta do caso. Mas quando chegar este dia, ele
condenará todas as línguas que estavam contra ele
em juízo, e todos os seus adversários serão
confundidos. (2.) Todas essas sentenças
condenatórias, seja para morte ou outros castigos,
que quase em todos os tempos foram dados contra
seus discípulos ou crentes verdadeiros. Com os
pensamentos e as perspectivas disso, eles sempre se
aliviaram sob falsos julgamentos e execuções cruéis.
Pois eles tiveram "julgamento de crueldades e
escárnios, sim, além disso, de laços e prisões; eles
foram apedrejados e serrados, tentados e mortos com
a espada; eles vagaram em pele de ovelha e pele de
cabra, sendo destituídos, aflitos, atormentados; não
aceitando a libertação "(nos termos do mundo)" para
que pudessem obter uma melhor ressurreição", como
Hebreus 11: 35-37. Em todas estas coisas, "possuíam
92
suas almas com paciência", seguindo o exemplo de
seu Mestre, "comprometendo-se com aquele que
julga com justiça", 1 Pedro 2:23. (3.) As frases falsas
que, sob suas provocações, professantes sofreram.
Veja 1 Coríntios 4: 3-5. 2. Porque é "judicium
inevitável", uma "sentença inevitável", que todos os
homens devem suportar; pois "é designado para
todos os homens morrerem uma vez, e depois disso é
o julgamento". Esse julgamento não é mais evitável
para nenhum homem que a própria morte, da qual a
experiência de alguns milhares de anos deixa aos
homens nenhuma esperança de fuga. 3. Porque nela
e por ela, uma determinação imutável de
propriedade e condição de todos os homens é feita
para a eternidade, - o julgamento que se dispõe de
maneira irrelevante em sua propriedade eterna, seja
de bem-aventurança ou de miséria. Duas coisas
devem ainda ser faladas, para clarear este grande
princípio de nossa fé: primeiro, a natureza geral
deste julgamento eterno; e então as evidências que
temos de sua verdade e certeza. Primeiro, as
preocupações gerais deste juízo eterno são todas
claramente expressas nas Escrituras, que declaram a
natureza dele: - 1. Quanto ao seu tempo, há um dia
determinado e inalterável consertado: "Deus
designou um dia em que ele julgará o mundo em
justiça", Atos 17:31. E desta vez é comumente
chamado "o dia do julgamento", Mateus 10:15, 11:22,
24, 12:36; Marcos 6:11; Pedro 2: 9; 1 João 4:17. E este
dia sendo consertado na presciência e no conselho
93
determinado de Deus, não pode mais ser apressado
ou diferido do que o próprio Deus pode ser mudado.
Até que este tempo designado venha, em tudo o que
acontecer, ele irá satisfazer sua sabedoria e glória em
seu governo comum do mundo, entrelaçado com
alguns julgamentos extraordinários ocasionais; e ele
chama todos os do seu próprio povo a ficarem
satisfeitos. Quanto a esse tempo preciso, o
conhecimento disso é um dos principais segredos de
sua soberania, que ele reserva, por razões adequadas
à sua infinita sabedoria, guardado no próprio seio
eterno. Daí o nosso Salvador ter dito: "Quanto,
porém, ao dia e à hora, ninguém sabe, nem os anjos
no céu nem o Filho, senão o Pai.", Marcos 13:32; que
é a expressão mais elevada de um segredo divino.
Deus não apenas não revelou, mas ele decretou não
revelá-lo. Todas as perguntas sobre isso são apenas
de curiosos, tolos e ímpios. Então é certo, quando
todas as coisas preditas na Escritura são cumpridas,
quando a obediência de todos os eleitos estiver
completa, e a medida destinada à perversidade do
mundo na paciência de Deus é preenchida; então, e
não antes, o fim virá. Enquanto isso, quando vemos
um homem velho, fraco, doente, a natureza sendo
decomposta e as fraquezas abundantes, podemos
julgar que sua morte não está longe, embora não
conheçamos quando ele vai morrer: então, vendo o
mundo chegar a esse estado e condição, tão
enfraquecida e decadente quanto ao seu fim
principal, que já não é capaz de suportar o peso de
94
sua própria iniquidade, nem atender aos desejos
pecaminosos de seus habitantes; vendo todos os
tipos de pecados, novos e velhos, ouvidos e inéditos,
perpetrados em todos os lugares à luz do sol, e
defendidos com segurança ateísta; como também,
considerando que o evangelho parece ter terminado
seu trabalho onde é pregado, com todos os tipos de
sinais de natureza semelhante, - podemos concluir
com segurança que o fim de todas as coisas está se
aproximando. 2. Existe o juiz, que é Jesus Cristo.
Originalmente e absolutamente este é o julgamento
de Deus, daquele que fez o mundo; e, portanto, é
comum dizer que Deus julgará o mundo,
Deuteronômio 32: 35,36; Eclesiastes 12:14. "Deus, o
juiz de todos", Hebreus 12:23. Mas a administração
atual dele é comprometida somente com Jesus
Cristo, para ser exercida visivelmente em sua
natureza humana, Romanos 14:10; Daniel 7:13;
Mateus 16:27, 19:28; João 5: 22-27; Atos 17:31; 2
Coríntios 5:10; 1 Tessalonicenses 4:16; 2
Tessalonicenses 1: 7, e muitos outros lugares. E aqui,
na mesma pessoa individual, ele deve agir as
propriedades de ambas as suas naturezas. Pois, como
ele deve aparecer visivelmente e gloriosamente em
sua natureza humana, exaltado ao supremo lugar da
judicatura, e investido com poder soberano e
autoridade sobre toda carne, Daniel 7:13; Mateus
24:30; 1 Tessalonicenses 4 : 16; Romanos 14:10;
então ele deve agir o poder e a onisciência de sua
divindade em trazer todo o estado da criação em
95
juízo, e na descoberta dos corações e compreensão
dos pensamentos, palavras e ações de todos os filhos
dos homens, desde o início do mundo até o fim disso.
E aqui, todos os santos anjos devem acompanhá-lo, e
atendê-lo, como ministros, assistentes e
testemunhas de seus justos juízos, Mateus 25:31;
Lucas 9:26; Judas 1: 14,15; Daniel 7:10; assim,
também no julgamento dos anjos caídos e do mundo
reprovado, os santos, absolvidos, justificados,
glorificados em primeiro lugar, concordarão com ele
neste juízo, ao aplaudir a sua justiça e santidade com
o seu sufrágio unânime, Isaías 3:14; Mateus 19:28; 1
Coríntios 6: 2,3. Pois, - 3. Quanto à maneira externa
desse julgamento, será com solenidade e grande
glória, 2 Tessalonicenses 1: 7-10; Judas 1: 14,15;
Daniel 7: 9,10; Apocalipse 20: 11,12. E isso será em
parte para a demonstração da glória e honra de Jesus
Cristo, que foi tão desprezado, repreendido,
perseguido no mundo; e em parte para preencher o
coração dos pecadores com medo e terror, como
Apocalipse 6: 15-17, onde este julgamento é
representado. E a ordem deste julgamento será, - (1.)
Que todos os eleitos devem primeiro ser absolvidos e
pronunciados abençoados; porque eles se juntam ao
Senhor Jesus Cristo no julgamento do mundo, o que
eles não poderiam fazer se eles mesmos não fossem
libertados e exaltados pela primeira vez. (2.) O diabo
e seus anjos serão julgados, e isso em três cabeças
gerais: - [1.] Da sua apostasia original; [2.] Da morte
de Cristo; [3.] Da perseguição. (3.) O mundo dos
96
homens perversos; provavelmente, [1.] Hipócritas na
igreja; [2.] Todos os outros de fora. Porque, - 4. As
pessoas a serem julgadas são: 1. Anjos caídos, 1
Coríntios 6: 3; 2 Pedro 2: 4; Judas 1: 6; Mateus 25:41.
(2.) Todos os homens, universalmente, sem exceção,
Isaías 45:23; Romanos 14: 9,10; Mateus 25: 31,32.
Em especial, [1.] todos os piedosos, todos os que
creram e obedeceram ao evangelho, serão julgados,
Lucas 21:36; Romanos 14:12; 2 Timóteo 4: 8: se todos
os seus pecados serão então chamados e divulgados
aos outros, vendo que são conhecidos daquele que
está mais em si mesmo e para nós do que todo o
mundo além disso, questiono. [2.] Todos os
pecadores ímpios e impenitentes, Deuteronômio
32:35; 2 Pedro 2: 9; Judas 1:15. 5. A regra segundo a
qual todos os homens serão julgados é a lei da sua
obediência que lhes foi dada. Como (1.) Os gentios
antes da vinda de Cristo serão julgados pela lei da
natureza, que todos transgrediram abertamente,
Romanos 2: 12-14. (2.) Os judeus da mesma época
pela lei, e a luz em redenção do pecado que se
encontra acima disso; isto é, pela regra, doutrina,
preceitos e promessas, da lei e dos profetas. (3.) O
evangelho a todos os homens a quem foi oferecido ou
pregado, Romanos 2:16. A regra do julgamento no
último dia não é nem será outra, senão o que é
pregado todos os dias na dispensação do evangelho.
Ninguém pode queixar-se de ter sido surpreendido
ou fingir ignorância da lei pela qual ele deve ser
julgado. A frase é proposta a eles continuamente. Na
97
palavra do evangelho é a condição eterna de todos os
filhos dos homens positivamente determinada e
declarada. E todas essas coisas são amplamente
insistidas pelos outros. Em segundo lugar, a
evidência que Deus deu em relação a este futuro
julgamento, sobre o qual a certeza disso depende de
nós, também pode ser considerada; e - 1. Deus
plantou uma presunção e sensação sobre as mentes e
os corações dos homens por natureza, de onde é
absolutamente e eternamente inseparável. A
consciência não é senão o julgamento que os homens
fazem, e o que eles não podem deixar de fazer de suas
ações morais com referência ao supremo julgamento
futuro de Deus. Daí o apóstolo que trata deste
julgamento futuro, Romanos 2: 12-16, e nos
versículos 14, 15; ele declara que consiste nos
próprios pensamentos inevitáveis das pessoas sobre
suas próprias ações, para o bem ou mal. Sim, esta é a
linguagem apropriada de consciência para os
pecadores em todas as ocasiões. 2. O funcionamento
da razão na consideração do estado de todas as coisas
neste mundo, cumpre os princípios e ditados de
consciência inerentes neste testemunho.
Suponhamos que os que tratamos sejam o próprio
ser de Deus e a sua providência no governo do
mundo. Outros não merecem a menor consideração.
Agora, aqueles que estão sob o poder desse
reconhecimento e persuasão devem e acreditam que
Deus é infinitamente justo e infinitamente sábio e
santo, e que eles não podem ser assim. Mas, no
98
entanto, quando eles consideram como essas
propriedades divinas são exercidas no governo
providencial do mundo, que em todas as épocas,
pessoas e lugares, devem necessariamente estar
sujeitos, estão perdidos. A impunidade final dos
pecadores flagrantes neste mundo; as opressões, as
aflições e as misérias dos melhores; a prosperidade
dos planos maus e diabólicos; a derrota de
empreendimentos sagrados e justos; acidentes
promissores para todos os tipos de pessoas,
diferenciados por piedade ou impiedade; o curso
próspero de homens e blasfêmias, que se opõem a
Deus em princípios e conversas, na medida do
possível; os assassinatos secretos e desconhecidos de
mártires e inocentes em inquisições e masmorras; a
extrema confusão que parece haver em todas as
coisas aqui embaixo; com outras coisas do mesmo
tipo, inumeráveis, estão prontas para deixar
perplexas as mentes dos homens nesta matéria. Eles
ocuparam muito os pensamentos, mesmo dos santos
de Deus, e tentaram sua fé, como é evidente, Salmos
78: 4-17; Jeremias 12: 1,2; Habacuque 1: 3,4,13; Jó
21: 5-8. E a consideração disso levou alguns dos mais
sábios pagãos ao ateísmo ou blasfêmias ultrajantes
em suas horas de morte. Mas nesse estado, mesmo a
razão, justamente exercida, levará os homens a
concluir que, com a suposição de um Ser divino e de
uma providência, deve ser que todas essas coisas
sejam novamente convocadas e, em seguida,
recebam uma decisão e determinação finais, em que,
99
neste mundo, eles não são capazes. Porque, - (1.)
Com o devido exame, aparecerá rapidamente que as
ações morais dos homens com respeito a Deus, no
caminho do pecado e da obediência, são tais que é
absolutamente impossível que o julgamento seja
finalmente exercido para eles em coisas visíveis e
temporais, ou que neste mundo eles devem receber
"uma recompensa justa de julgamento". Pois,
enquanto eles têm um aspecto para o fim supremo
dos homens, que é eterno, deles não pode ser
declarado justa ou corretamente, senão sob punições
e recompensas eternas, Romanos 1:32; 2
Tessalonicenses 1: 6. Vendo, portanto, que nenhum
julgamento total pode passar sobre os pecados dos
homens neste mundo, porque tudo o que pode
acontecer com eles é infinitamente por sua falta de
integridade, mesmo a própria razão não pode deixar
de estar satisfeito de que Deus, em sua infinita
sabedoria e soberania, deveria realizar todo o
julgamento naquele dia, em que todas as penas serão
igualadas aos seus crimes e recompensas à
obediência. Então, quando nosso apóstolo raciocinou
diante de Félix sobre "sobre a justiça e o domínio
próprio", sabendo quão indisponíveis seus
argumentos prevaleceriam com ele sem falar do
contrário, a saber, do pecado e do mal, da
impunidade e da prosperidade de tais pecadores no
mundo, para torná-los efetivos, ele acrescenta a
consideração do "julgamento vindouro", Atos 24:25,
como que Félix ficou aterrorizado e desconversou,
100
certamente por ter sido acusado por sua própria
consciência. (2) Se Deus retirar os homens de um
respeito ao futuro julgamento eterno, e
constantemente dispensar recompensas e punições
neste mundo, de acordo com o que os homens mais
sábios podem apreender justamente (o que, se
alguma coisa, deve satisfazer, sem um respeito ao
julgamento eterno), pois seria mais injusto, por isso
pode ser uma ocasião de maior maldade do que o
mundo ainda é incomodado. Inútil e desigual deve
ser inevitável, porque o juízo suposto deve passar de
acordo com o que os homens podem discernir e
julgar; isto é, apenas ações externas. Agora, isso era
injusto em Deus, que vê e conhece o coração, e sabe
que as ações têm o bem e o mal, se não apenas, mas
principalmente, pelo respeito deles. "O Senhor é um
Deus de conhecimento, e por ele as ações são
pesadas", disse Ana, quando Eli julgou estar bêbada,
mas Deus viu que ela orava, 1 Samuel 2: 3. Não há
nada mais evidente que é inconsistente e destrutivo
de todas as perfeições divinas, que Deus passaria
uma sentença decretória sobre as ações dos homens
de acordo com o que nos parece ser justo.
Isto, portanto, Deus declina, a saber, julgar de acordo
com uma regra que podemos compreender, Isaías 11:
3, Romanos 2: 2. Mas, - (3.) Suponha que Deus, neste
mundo, distribua recompensas e punições
constantemente de acordo com o que vê nos corações
e nas disposições internas das mentes dos homens,
101
não é menos evidente que preencheria todos os
homens com confusão indizível, e prevalecer com
eles para julgar que, de fato, não há uma certa regra
de julgamento, nem limites inconvenientes do bem e
do mal; vendo que seria absolutamente impossível
que, por eles, os julgamentos de Deus fossem
reduzidos a tais regras ou limites, sendo os motivos
por eles completamente desconhecidos. Esta é a
Escritura que é verdadeiramente apropriada, Salmo
77:19, 36: 6. Portanto, - (4) Se Deus, visivelmente e
constantemente, tem dispensado recompensas e
punições neste mundo de acordo com o domínio do
conhecimento, compreensão e julgamento dos
homens, - o que por si só tem uma aparência de ser
satisfatório - teria sido um princípio, ou pelo menos
uma ocasião, de um pior tipo de ateísmo do que
qualquer outro, com que a terra tem sido
incomodada.
Pois não poderia ter sido, senão que a maioria teria
feito do julgamento do homem a única regra de tudo
o que eles fizeram, que Deus deve ser obrigado a
cumprir ou ser injusto; que é absolutamente
derrubá-lo, e deixá-lo apenas para ser o executor das
vontades e razões dos homens. Mas, de todos estes e
perplexidades semelhantes, a própria razão pode
tomar silenciosamente o santuário em submissão à
Sabedoria soberana quanto a dispensações
presentes, com satisfação de que não é apenas
apropriado, mas necessário por conta da justiça
102
divina, que deveria haver um futuro julgamento
eterno, para passar de acordo com a verdade sobre
todos os caminhos e ações dos homens. E por isso,
Deus mantém nos corações dos homens um
testemunho a este grande princípio da nossa
profissão. Portanto, quando o nosso apóstolo
raciocinou diante de Félix sobre tais deveres e
pecados que foram descobertos pela luz da natureza,
isto é, justiça e temperança, - com respeito a ambos
os quais ele era abertamente e flagrantemente
culpado -, ele acrescenta esse princípio em relação ao
julgamento por vir; a verdade da qual a consciência e
a razão do miserável não podia deixar de obedecer,
Atos 24:25. 3. Deus deu testemunho aqui em todos
os julgamentos extraordinários que ele executou
desde a fundação do mundo. Não é por nada que ele
às vezes, o faz com tanta frequência, sair ou ao lado
dos trilhos e caminhos comuns da providência. Ele
faz para intimidar o mundo, que as coisas não são
sempre para passar à taxa atual, mas serão um dia
chamadas para outra conta. Em grandes julgamentos
"a ira de Deus é revelada do céu contra a impiedade
dos homens", Romanos 1: 1 8; e uma indicação é dada
do que ele irá fazer mais adiante. Porque como "ele
não se deixa sem testemunho" em relação à sua
bondade e paciência, "na medida em que faz o bem,
e faz chover do céu, e estações fecundas; enchendo os
corações dos homens com comida e alegria", Atos
14:17; então ele dá testemunho de sua justiça e
santidade nos julgamentos que ele executa, Salmos
103
9:16. Pois, enquanto a bondade e a misericórdia são
as obras em que Deus se deleita, ele testemunha a
eles, juntamente com a paciência e o sofrimento, no
curso normal de suas dispensações; mas o
julgamento em gravidade ele chama "seu trabalho
estranho", com o que ele não prossegue, senão em
grandes provocações, Isaías 28:21, - ele satisfaz sua
santa sabedoria com algumas instâncias
extraordinárias necessárias. E, assim, ele próprio
escolheu alguns casos particulares, que ele propôs de
modo a que fossem como promessas do futuro
julgamento, e nos deu uma regra sobre como
devemos julgar todos os seus atos extraordinários do
mesmo tipo. Tal foi o dilúvio pelo qual o mundo foi
destruído nos dias de Noé; que Pedro afirma
expressamente era um tipo para sombrear a
severidade de Deus no último julgamento final, 2
Pedro 2: 5, 3: 5-7. Do mesmo modo, a natureza era
sua "reduzindo a cinza as cidades de Sodoma e
Gomorra, condenou-as à destruição, havendo-as
posto para exemplo aos que vivessem impiamente.",
2 Pedro 2: 6. Ele fez deles um exemplo assustador,
"que outros deveriam ouvir e temer, e não presumir
tão presunçosamente". Mas agora, enquanto Deus
não trouxe, no espaço de quatro mil anos, tal
julgamento a outros lugares ou pessoas, se este
exemplo tivesse respeito apenas a este mundo, deve
ter perdido toda a sua força e eficácia nas mentes dos
pecadores. Por isso, quase respeitava ao julgamento
que havia vindo, Deus dando a ele um exemplo do
104
que os pecadores obstinados e profanadores devem
achar nesse grande dia. Por isso, Judas diz
expressamente, eles são "apresentados por um
exemplo, sofrendo a vingança do fogo eterno",
versículo 7.
E esta é a linguagem de todos os julgamentos
extraordinários de Deus, seja em pessoas ou lugares
do mundo. Deixe os pecados dos homens serem o que
eles queiram, Deus pode às vezes estender a mão do
céu em um exemplo extraordinário de vingança, de
modo a que os homens possam saber que as coisas
não serão para sempre passadas de maneira tão
promíscua, mas que ele "designou outro dia em que
ele fará julgará o mundo em justiça". E, por esta
razão, tais julgamentos de sinalização como
evidências do futuro julgamento eterno de Deus
estão nas Escrituras expressados em palavras que
parecem declarar o próprio julgamento, e não os
tipos dele, Isaías 34: 4; Apocalipse 6: 13,14; Daniel 7:
9,10; Mateus 24: 29,30. Mas, - 4. Deus não confiou
absolutamente a evidência e a preservação desta
importante verdade, que é o fundamento de toda
religião, para os resquícios da luz inata nas mentes e
nas consciências dos homens, que podem ser
diversamente obscurecidos até que seja quase
extinguido; nem ainda ao exercício do motivo na
consideração da atual administração da providência
neste mundo, que muitas vezes é corrompida,
depravada e inútil; nem até a influência que os
105
julgamentos extraordinários podem ter sobre as
mentes dos homens, que alguns se fortificam por sua
obstinação no pecado e na segurança; mas ele
testificou abundantemente por revelação expressa
desde o princípio do mundo, agora registrado em sua
Palavra, pela qual todos os homens devem ser
julgados. Não pode ser duvidado, senão que Adão
estava familiarizado com esta verdade
imediatamente do próprio Deus. Ele foi, de fato, na
ameaça dada contra o pecado no início,
especialmente porque foi explicada na maldição
depois que ele realmente pecou. E isso foi o que lhe
foi ensinado na ameaça, e que seus olhos estavam
abertos para ver claramente após sua queda, quando
ele imediatamente se tornou temeroso de Deus como
seu juiz, Gênesis 3:10. Nem se pode duvidar, senão
que ele comunicou o conhecimento disso à sua
posteridade. Mas, enquanto eles rapidamente, com
essa prodigalidade em toda iniquidade que se
entregaram, tiveram, juntamente com todas as
outras verdades sagradas, a lembrança ou, pelo
menos, praticamente desprezando e zombando das
instruções que receberam nela, Deus conhece a
necessidade disso, quer para impedi-los em seus
cursos flagrantes, quer para dar-lhes uma
advertência que possa deixá-los sem desculpas, faz
uma nova revelação expressa a Enoque, e por ele à
humanidade: Judas 1:14, 15: "Para estes também
profetizou Enoque, o sétimo depois de Adão,
dizendo: Eis que veio o Senhor com os seus milhares
106
de santos, para executar juízo sobre todos e
convencer a todos os ímpios de todas as obras de
impiedade, que impiamente cometeram, e de todas
as duras palavras que ímpios pecadores contra ele
proferiram." E esta é a segunda nova revelação que
está registrada antes do dilúvio. Foram duas
revelações que foram o fundamento da igreja; a
respeito do futuro julgamento, na ameaça; o outro
relativo à recuperação e restauração da humanidade,
na promessa. Ambos parecem ter sido igualmente
negligenciados por aquela geração amaldiçoada. Mas
Deus revigorou solenemente os dois; o primeiro por
Enoque, este último antes de Noé, que era o
"pregador da justiça", 2 Pedro 2: 5, em quem o
Espírito de Cristo pregava aos que estão agora na
prisão, 1 Pedro 3: 19,20. E essa antiga profecia foi
revivida pelo Espírito Santo, em parte, para que
possamos saber que Deus, desde o início do mundo,
deu testemunho público e adverte sobre seu futuro
julgamento eterno; e em parte para nos informar
que, nos últimos dias, os homens irromperiam em
excesso e indignação no pecado e na maldade, como
aqueles daqueles antes do dilúvio, em que seria
necessário que eles fossem reprimidos, aterrorizados
ou avisados por pregar-lhes esta verdade do
julgamento por vir. Depois disso, os testemunhos que
lhe são ditos nas Escrituras tanto do Velho, como do
Novo Testamento abundam, e são tão óbvios para
todos, que não é de todo necessário, em particular,
reproduzi-los. Esse princípio sendo assim tornado
107
claro e confirmado, pode não ser capaz de mostrar
quais são as aplicações práticas necessárias. E, -
Observação V. É manifesto que não existe um dever
na religião que não seja ou não deva ser influenciado
pela consideração. Só dou nome de alguns dos quais
é de modo especial aplicado pelo próprio Espírito
Santo: - 1. Os ministros do evangelho devem meditar
grandemente na consideração dele, como é
representado no seu terror e glória, para que eles
possam estar excitados e agitados para lidar
eficazmente com as almas dos homens, para que não
caiam sob o vingança desse dia. Então nosso apóstolo
afirma que foi consigo mesmo; por ter afirmado a
verdade e a certeza nestas palavras: "Porque todos
devemos comparecer diante do tribunal de Cristo,
para que cada um possa receber as coisas feitas no
seu corpo de acordo com o que ele fez", e acrescenta:
"Conhecendo, portanto, o temor do Senhor,
persuadimos os homens", 2 Coríntios 5: 10,11; -
"Tendo em vista o que será o estado das coisas com
todos os homens naquele dia, quão terrível será o
Senhor Jesus Cristo para os pecadores impenitentes,
e o quão "temeroso é cair nas mãos do Deus vivo", eu
uso toda a diligência para prevalecer com os homens
para obterem tal interesse na paz e reconciliação
oferecidas no evangelho, para que possam ser
considerados dignos de permanecer naquele dia."
Veja Colossenses 1:28. E sem uma contínua
apreensão por isso, não pode ser senão que os
homens vão ficar frios, e mortos e formais em seu
108
ministério. Se o tribunal de Jesus Cristo não estiver
continuamente aos nossos olhos, quaisquer outros
motivos que possamos ter para a diligência em nosso
trabalho, teremos pouca consideração com as almas
dos homens, quer eles que vivam ou morram nos
seus pecados, sem os quais, tudo o que fazemos não
é aceito com Deus. 2. A consideração disso é
peculiarmente aplicada pelo Espírito Santo contra a
segurança nos prazeres mundanos, e aqueles males
com que geralmente é acompanhado. Assim, é usado
pelo nosso bendito Salvador, Lucas 21: 34-36; e
assim pelo nosso apóstolo, 1 Tessalonicenses 5: 2-8.
E isso também é expresso no seu tipo, ou no dilúvio
nos dias de Noé; - nada disso foi mais terrível para os
homens do que se surpreenderem no meio de suas
diversões e empregos, Mateus 24: 38,39. 3. É da
mesma forma que é frequentemente aplicado para a
consolação dos crentes, sob os problemas,
dificuldades e perseguições, que nesta vida eles
sofrem, 2 Tessalonicenses 1: 6-10; porque o terror e
a glória do juízo, com a vingança que será executada
nele, é proposta como a maior consolação para os
crentes; como de fato são, em muitas contas que não
devem ser aqui insistidas. Veja Isaías 35: 3,4; Lucas
21: 28,31; Apocalipse 19: 1-7. E, portanto, precisamos
procurar, ansiar, e, com o que está em nós, apressar-
nos para este dia do Senhor, quando, em todas as
contas, nossa alegria será plena, 2 Timóteo 4: 8;
Apocalipse 22:20. 4. É da mesma maneira em todos
os lugares aplicado ao terror dos pecadores ímpios e
109
impenitentes, 1 Tessalonicenses 5: 2,3; 2
Tessalonicenses 1: 6-9; Judas 1: 14,15, e em muitos
outros lugares. E para estes fins, de maneira especial,
é a consideração de que seja aplicado por nós. Esses,
portanto, (para que possamos retornar ao texto ) são
os princípios fundamentais da religião cristã que o
apóstolo chama "a doutrina dos batismos e a
imposição das mãos". Este é um resumo dessa
doutrina em que eles deveriam ser instruídos para
serem batizados e ter uma imposição de mãos sobre
eles. Mas não ocorre nenhuma pequena dificuldade
com o uso da palavra "batismos", no número plural;
pois não é em qualquer outro lugar da Escritura tão
usado, quando o batismo do evangelho se destina, e
as lavagens judaicas são frequentemente expressas.
O intérprete siríaco, que é a nossa tradução mais
antiga, o traduz no número singular, "batismo", mas
porque há um acordo completo em todas as cópias
originais, e as exposições antigas também concordam
nelas, nenhuma ainda se aventurou a deixar o
original, e seguir essa tradução, mas todos
geralmente que comentaram sobre o lugar
consideraram como a palavra pode ser
compreendida e explicada. E aqui eles caíram em
várias conjecturas, pois não devo gastar tempo na
consideração e na refutação deles, mas me contento
com a nomeação delas, para que o leitor possa usar
seu próprio julgamento sobre elas. Alguns, portanto,
supõem que a menção é feita a "batismos" por causa
do batismo de João e de Cristo, que, como eles
110
julgam, não eram apenas distintos, mas diferentes.
Mas os judeus foram batizados indiferentemente por
um ou por outro, e foi apenas uma ordenança para
eles. Alguns, por causa dos muitos batismos ou
lavagens entre os judeus. Mas esta de todas as outras
conjecturas é a menos provável; e se houvesse algum
respeito, teria sido necessário ter mencionado o
"batismo" no número singular. Alguns pensam que
se refira aos vários tipos de batismo do evangelho,
que geralmente se referem a três cabeças, "fluminis",
"fiaminis, "sanguinis", da água por lavagem externa,
do Espírito por purificação interna, de aflições até ao
sangue por ambos. E, que portanto, o apóstolo não
deve apenas pretender o batismo de água, mas
também toda a limpeza espiritual da alma e da
consciência, que era exigida dos homens na sua
iniciação na religião cristã, chamada de "simpatia";
3:21; com o propósito de selar sua confissão com seu
sangue se chamado a isso, e sendo batizado com o
batismo com o qual o Senhor Jesus Cristo em seus
sofrimentos foi batizado, Mateus 20:23. E isso tem
muita probabilidade, e que, depois do que eu
consertei, eu deveria abraçar. Alguns supõem que a
consideração pode ter tido lugar até os tempos
declarados de batismo, que foram consertados e
observados na Igreja Primitiva, quando eles
batizaram publicamente, senão duas ou três vezes no
ano. Mas é certo que esse costume não foi
introduzido. Portanto, a interpretação mais geral das
palavras e do significado do apóstolo é que, embora
111
o batismo seja apenas um e o mesmo, para nunca
mais ser repetido ou reiterado sobre o mesmo
assunto, nem há nenhum outro batismo ou lavagem
do mesmo tipo, ainda que os assuntos dele, ou
aqueles que foram batizados, eram muitos, cada um
deles sendo participante do mesmo batismo em
especial, o de todos eles é chamado de "batismos", ou
o batismo dos muitos. Todas as pessoas que
começaram a atender ao evangelho foram
diligentemente instruídas nos princípios anteriores,
com outros de natureza semelhante (pois eles são
mencionados apenas como exemplos), antes de
serem admitidos na participação desta ordenança,
com a imposição das mãos que se seguiram; estes,
portanto, são chamados de "doutrina dos batismos",
ou as verdades fundamentais da catequese em que
aqueles a serem batizados foram instruídos, como
sendo as coisas das quais deveriam fazer uma
profissão solene. Mas se seguiremos a outra
interpretação e supormos que esta "doutrina dos
batismos" é uma expressão de um princípio distinto
por si só, então a palavra não pode ser restrita ao
batismo apenas pela água. Pois, embora este seja um
importante princípio da doutrina cristã, a saber, a
declaração, o uso e o fim de nossa iniciação
sacramental em Cristo e a profissão do evangelho,
ainda assim, não se pode dar razão por que se
chamem "batismos", vendo que isso tem respeito
apenas à coisa em si, e não às pessoas que são feitas
participantes. Admite, portanto, desse sentido, que é
112
a doutrina dos batismos que se pretende, e então o
conjunto do que é ensinado ou a sua substância,
referente à santificação e purificação das almas dos
homens em sua inscrição e união com Cristo,
expressado externamente no sinal do batismo, e
forjado interiormente pelo Espírito e pela graça de
Deus, através da eficácia da doutrina do evangelho,
em oposição a todas as lavagens legais e carnais entre
os judeus, se destina aqui. Assim, o Senhor Jesus
Cristo "amou a igreja, e se entregou por ela, para
santificar e purificá-la com a lavagem de água com a
palavra" Efésios 5: 25,26. E, de fato, a doutrina aqui
está entre os rudimentos da religião cristã. Mas eu
ainda aderi à exposição anterior, e isso também
porque "batismos", "imposição de mãos", cuja
natureza devemos investigar em seguida, é
adicionado. Alguns supõem que, por esta imposição
de mãos deve ser entendido o rito na igreja que foi
chamado depois de "confirmação". Pois, enquanto
havia dois tipos de pessoas que eram batizadas, ou
seja, as que eram adultas na primeira audiência do
evangelho e as crianças crentes, admitidas como
membros da igreja; o primeiro tipo foi instruído nos
princípios mencionados antes de serem admitidos ao
batismo, pela profissão de que estabeleceram o seu
próprio direito pessoal; mas o outro, sendo recebido
como parte e ramos de uma família com a qual a
benção de Abraão foi chegada, e a quem a promessa
da aliança foi estendida, sendo ela batizada em sua
infância, deve ser instruída neles como eles
113
cresceram até anos de compreensão. Depois, quando
foram estabelecidos no conhecimento dessas
verdades necessárias, e decidiram-se pela obediência
pessoal ao evangelho, foram oferecidos à comunhão
dos crentes. E, em seguida, dando o mesmo
testemunho de sua fé e arrependimento que outros
fizeram antes de serem batizados, foram admitidos
na comunhão da igreja, os anciãos aí colocando as
mãos sobre eles em sinal de sua aceitação e orando
por sua confirmação na fé. Por isso, as mesmas
doutrinas tornaram-se anteriormente necessárias
para ambos os ritos; - antes do batismo para os que
eram adultos; e para com os que foram batizados na
infância, antes da imposição das mãos. E eu
reconheço que este era o estado das coisas nas igrejas
apostólicas, e que deveria ser assim em todas as
outras. As pessoas batizadas em sua infância devem
ser instruídas nos princípios fundamentais da
religião e fazer profissão de sua própria fé e
arrependimento, antes de serem admitidas na
sociedade da igreja. Mas, naqueles primeiros dias das
primeiras igrejas, as pessoas eram habitualmente
após o batismo admitidas em suas sociedades por
imposição de mãos, nada é intimado na Escritura. E
todo o negócio da confirmação é muito mais tarde, de
modo que não pode ser pretendido aqui. Pois deve ter
respeito e expressar algo que foi então em uso
comum. Agora, na Escritura, há uma quarta
imposição de mãos usada pelo Senhor Jesus Cristo e
seus apóstolos. O primeiro era peculiar à sua própria
114
pessoa, no caminho da bênção autorizada. Assim,
quando ele recebia crianças pequenas para pertencer
à sua aliança e reino, "ele colocava as mãos sobre elas
e as abençoava", Marcos 10:16. Mas isso era peculiar
a si mesmo, que tinha todas as bênçãos em seu poder;
e aqui é a única instância. Em segundo lugar, esse rito
foi usado na cura de doenças. Eles colocaram suas
mãos em pessoas doentes, fracas e impotentes,
curando-as de maneira milagrosa, Lucas 4:40;
Marcos 16:18; Atos 28: 8. Este foi o sinal da
comunicação da virtude curativa do Senhor Jesus
Cristo pelo seu ministério. Em terceiro lugar, a
imposição de mãos foi usada na separação de pessoas
no ofício e no trabalho do ministério, 1 Timóteo 4:14,
5:2; Atos 6: 6. O rito aqui foi derivado do Antigo
Testamento, Números 8:10; toda a congregação
colocou as mãos sobre os levitas em sua consagração.
E era de uso comum antigo entre os judeus na
dedicação de seus governantes, rabinos ou
professores, sendo chamados por eles. Em quarto
lugar, foi usado pelos apóstolos no agrupamento dos
dons espirituais sobrenaturais do Espírito Santo para
os que foram batizados, Atos 8:17, 19: 6. Em nenhum
outro dever de religião, este rito foi usado, quanto a
qualquer menção que seja feita no Novo Testamento,
ou registros sobre a prática das igrejas primitivas. O
primeiro, como observamos, era apenas uma ação
pessoal de nosso Senhor Jesus Cristo, e em um único
caso; então não está previsto aqui. O segundo foi
extraordinário também, e aquele em que a
115
generalidade dos cristãos não estava preocupada;
nem pode ser dada nenhuma razão para que a
menção de uma coisa extraordinária, ocasional e
temporária deva ser inserida aqui. O terceiro foi um
rito de uso permanente na igreja, e aquele em que a
ordem da igreja está muito preocupada. Mas quanto
ao uso dele, um tipo de pessoas somente estava
preocupado com o assunto. E nenhuma razão pode
ser dada por que o apóstolo, a partir da doutrina dos
primeiros princípios da religião cristã, deve proceder
à ordenação dos ministros, omitindo todos os outros
ritos da igreja, especialmente o da ceia do Senhor, em
que tão grande parte do culto da igreja consistiu.
Além disso, não há motivo para dar uma
probabilidade de o apóstolo inserir a observação
desse rito, ou a doutrina a respeito, na mesma ordem
e sob a mesma necessidade com os grandes
fundamentos da fé, arrependimento, ressurreição e
julgamento vindouro. Portanto, a imposição de mãos
no último sentido mencionado é aquilo que
provavelmente nosso destinatário é nosso apóstolo.
Porque, 1. Aderir à nossa primeira interpretação
como a mais sólida e firme, a "imposição de mãos"
pretendida, é uma descrição das pessoas que
deveriam ser instruídas nos outros princípios
fundamentais, mas não é um princípio em si. E isso
não é aplicável a nenhum outro dos usos deste rito.
Porque, 2. Esta "imposição de mãos" geralmente, se
não constantemente naqueles dias, acompanhava ou
seguia imediatamente o batismo, Atos 8: 13-17, 19: 6.
116
E uma coisa isso era de uso presente singular, em que
a glória do evangelho e sua propagação estavam
altamente preocupadas. Este foi o estado das coisas
no mundo: quando, após a pregação do evangelho,
qualquer um se converteu a Cristo, e sobre a
profissão de fé e o arrependimento foram batizados,
os apóstolos presentes (ou, se perto deles, vieram
para esse propósito) colocaram suas mãos sobre eles,
sobre o qual eles receberam o Espírito Santo em uma
comunicação sobrenatural de dons evangélicos. E
isso, ao lado da pregação da Palavra, foi o grande
meio que o Senhor Jesus Cristo usou na propagação
do evangelho. Com a palavra que ele aplicava
internamente, nas mentes e nas consciências dos
homens; e por esses dons milagrosos ele voltou os
pensamentos à consideração do que foi pregado, pelo
que de uma maneira extraordinária se opunha aos
seus sentidos externos. E isso não se limitou a alguns
ministros da Palavra e semelhantes, mas, como
parece de vários lugares da Escritura, era comum
quase a todos os crentes que foram batizados, Gálatas
3: 5; 1 Coríntios 14: 3. No versículo seguinte, é feita
menção aos que foram feitos "participantes do
Espírito Santo" - isto é, de seus dons e operações
milagrosas, que foram comunicados por esta
imposição de mãos; que, portanto, se refere ao
mesmo. Após esses tempos, esse rito foi feito em
outras ocasiões da igreja, sem imitações, sem dúvida,
desta ação extraordinária dos apóstolos; mas não há
menção dela na Escritura, nem foi usada naqueles
117
dias e, portanto, não pode ser pretendida aqui. E esta
é a interpretação mais genuína deste lugar. Aqueles
mencionados eram "os princípios da doutrina de
Cristo", em que, entre outros da mesma importância,
deveriam ser instruídos para serem batizados, e por
isso, as mãos foram colocadas sobre eles, pelo que os
dons extraordinários do Espírito Santo foram
comunicados a eles. Mas devemos permitir uma
opção também para essa outra exposição das
palavras que é mais geralmente recebida, e em cuja
exclusão, porque ela cumpre a analogia da fé, não me
atrevo a ser peremptório. E isto é, que "a doutrina da
imposição das mãos" faz um princípio distinto do
cristianismo por si só. Mas, então, aquilo que
significava é principalmente destinado, a saber, a
comunicação do Espírito Santo aos crentes em seus
dons e graças, ordinários e extraordinários, dos quais
esse rito era o sinal externo. E como isso era peculiar
ao evangelho, então continha a verificação principal
disso. E isso se fez várias maneiras: - 1. Porque as
promessas do Senhor Jesus Cristo para o envio dele
foram cumpridas eminentemente e visivelmente.
Sabe-se que, quando ele estava saindo do mundo,
encheu seus discípulos com a expectativa de enviar o
Espírito Santo para eles; e ele não só propôs essa
promessa como seu grande suporte durante sua
ausência, mas também suspendeu para a sua
realização todo o dever que ele exigia deles no ofício
que ele havia chamado. Por isso, ele ordenou que
permanecessem silenciosamente em Jerusalém, sem
118
qualquer compromisso público em sua obra, até que
tivessem recebido a promessa do Espírito, Atos 1:
4,8. E quando isso foi feito, deu um testemunho
pleno e glorioso, não só da sua verdade no que ele
havia dito a eles neste mundo, mas também à sua
exaltação e aceitação presentes com Deus, como
Pedro declara, Atos 2:33. 2. Seus próprios dons eram
muitos, como consistiam em operações milagrosas,
pelas quais o próprio Deus deu testemunho imediato
da verdade do evangelho: Hebreus 2: 4, "Deus
mesmo testemunhando" (aos pregadores dele) "com
sinais e maravilhas, e com vários milagres e dons do
Espírito Santo". Isso fez com que a doutrina desse
uma importância inconcebível aos crentes daqueles
dias, como aquela em que a fé e a profissão eram
eminentemente justificadas diante do mundo. 3. Esta
dispensação do Espírito Santo era peculiar aos
tempos do evangelho e era, por si só, uma prova
suficiente da cessação de todas as ordenanças legais.
Pois foi a principal profecia e promessa sob o Antigo
Testamento, que nos dias do Messias o Espírito
Santo deveria ser tão derramado, como eu já havia
declarado em grande parte. E foi para ser
consequente com sua glorificação, João 7: 38,39. Por
isso, pelo argumento de receber o Espírito, nosso
apóstolo prova aos Gálatas sua libertação da lei,
Gálatas 3: 2. Portanto, 4. A doutrina relativa a esta
dispensação do Espírito era peculiar ao evangelho, e
assim poderia ser estimado um princípio especial de
sua doutrina. Pois a igreja dos judeus acreditava no
119
Espírito Santo como uma pessoa na Trindade, por
sua obscura maneira de apreensão, mas eles eram
estranhos a esta dispensação dele em seus dons,
embora prometidos sob o Antigo Testamento,
porque não devem ser cumpridos, senão sob o Novo.
Sim, João Batista, que em luz no mistério do
evangelho superou todos os profetas que vieram
antes dele, ainda não se comunicou com o
conhecimento deste. Porque aqueles que só foram
batizados com o seu batismo, e iniciaram-se na
doutrina do arrependimento para o perdão dos
pecados, "não tinham tanto ouvido se havia algum
Espírito Santo", isto é, como a dispensação dele, Atos
19: 2,3. Em seguida, nosso apóstolo, instruindo-os na
doutrina do evangelho, usou esse rito da imposição
das mãos; sobre o qual "o Espírito Santo veio sobre
eles, e eles falaram em línguas e profetizaram",
versículo 6. Isto, portanto, sendo tão grande e
importante preocupação do evangelho, e este sendo
o rito designado para representá-lo, a doutrina sobre
a promessa de Cristo de enviar o Espírito Santo, com
a natureza, o uso e o fim dos dons que ele fez nos
crentes, é expressado e contado entre os primeiros
princípios da religião cristã. Mas o leitor é livre para
seguir qual dessas interpretações lhe agradar. E, de
todo o que foi discursado, podemos tomar as
observações seguintes: -
Observação VI. As pessoas a serem admitidas na
igreja, e a participação de todas as suas ordenanças
120
sagradas, precisavam estar bem instruídas nos
princípios importantes do evangelho. - Temos aqui a
regra do apóstolo, e exemplo das igrejas primitivas,
para o fundamento desta doutrina. E é necessário
que tais pessoas sejam tão instruídas por sua própria
parte, como também por parte da própria igreja. Por
sua própria parte, porque sem ela, as próprias
ordenanças serão pouco úteis para eles; porque que
benefício pode receber daquele cuja natureza e
propriedades ele não conhece? E nem a natureza
nem o uso das ordenanças da igreja podem ser
entendidos sem uma compreensão prévia dos
princípios fundamentais do evangelho, como pode
ser facilmente demonstrado. E é assim por parte da
igreja; a negligência desta foi a principal ocasião da
degeneração da maioria das igrejas no mundo. Por
este meio, as sociedades estavam cheias de pessoas
ignorantes e, consequentemente, profanas, por quem
todas as suas administrações foram contaminadas, e
elas mesmas corrompidas, como mostrei em outro
lugar. Quando uma vez o cuidado e a diligência das
primeiras igrejas, na instrução daqueles que
admitiram na sua comunhão, foram postos de lado, e
uma forma vazia retomada na sala de ensino, as
próprias igrejas se apressaram em uma apostasia
fatal. VII. Não é o sinal externo, mas a graça interior,
que é principalmente para ser considerado nas
ordenanças ou observâncias da igreja que
visivelmente consistem em ritos e cerimônias, ou que
os acompanhem. - Como no rito da imposição de
121
mãos, a dispensação do Espírito Santo era
principalmente considerada.
VERSO 3.
“E isto faremos, se Deus o permitir.”
Essas palavras contêm duas coisas: 1. A resolução do
apóstolo quanto ao assunto e ocasião diante dele: "E
isso vamos fazer". 2. Uma limitação dessa resolução
por uma submissão expressa à vontade e prazer de
Deus: "Se assim Deus o permitir." Quanto ao sentido
do primeiro, é claro que o apóstolo nos versículos
anteriores havia proposto ou mencionado duas
coisas de naturezas muito diversas. O primeiro dos
quais é "prosseguir até a perfeição", e o outro,
"colocar de novo o fundamento", versículo 1. Por isso,
é duvidoso e perguntado se é disso que o apóstolo se
refere nessas palavras "E isso vamos fazer." Isto
faremos, ou seja, "nós iremos para a perfeição", que
foi exortado no versículo 1, e o antecedente mais
remoto; ou "isto vamos fazer, colocando novamente
o fundamento", que é o próximo antecedente, para o
qual parece se relacionar. E a este vários expositores
aderem. Mas há algumas coisas que deixam evidente
que o respeito é aqui concedido ao antigo e mais
remoto, ou seja, "indo à perfeição". E eles são, em
primeiro lugar, o que o apóstolo diz e, em seguida, o
que ele faz 1. No que ele diz, sua maneira de expressar
essas coisas é considerável; para o último, ele intima
duas vezes sua intenção de omitir seu tratamento
122
adicional: "Portanto, deixando", ou omitindo
atualmente, "os princípios da doutrina de Cristo" e
"não colocando novamente o fundamento", o
versículo 1. Assim, se nos referimos a estas palavras:
"E isso faremos, se Deus permitir", elas significam
melhor o presente deixando-os do que o seu
tratamento adicional; e ele não só declara sua
resolução para omiti-los, mas também fornece uma
razão suficiente para o que ele faria. E isso é expresso
nos últimos versículos do capítulo que precede. Eles
já tinham tempo e meios suficientes para a instrução
desses princípios: de modo que inculcá-los sobre
aqueles por quem eles foram aprendidos e recebidos
era desnecessário; e para aqueles que não os
receberam ou os rejeitaram, não era mais necessário
tratar com eles sobre essas coisas; o que ele confirma
com uma razão severa e terrível consideração,
versículos 4-8. Mas outras coisas são expressas em
relação ao outro antecedente. Ele fala bem como
aquele que estava em seu propósito e desígnio.
"Deixe-nos", diz ele, "ir para a perfeição", eu
ensinando, e vocês aprendendo; "E isso faremos, se
Deus permitir." 2. Sua intenção não é menos evidente
do que ele faz nesta epístola. Há, de fato, neste
capítulo e no último capítulo dela, menção feita sobre
arrependimento, fé, paciência, obediência, adoração
de Deus e outras; mas não como princípios de
doutrina, para ser posto como um fundamento, mas
como graças a serem praticadas no curso de sua
edificação. Mas o trabalho principal que ele
123
empreende e o trabalho que ele persegue é o fato de
levar esses Hebreus à perfeição pela declaração dos
mais sublimes mistérios do evangelho,
especialmente o que está entre os mais importantes
deles, ou seja, o sacerdócio de Cristo, e a prefiguração
dele por Melquisedeque. Toda a série deste discurso
depende de Hebreus 5: 10,11. Tendo-lhes declarado
que tinha muitas coisas para instruí-los em relação
ao sacerdócio de Cristo, como somado na pessoa e no
ofício de Melquisedeque, ele lhes faz saber que ele
também teve diversos desânimos em seu desígnio;
que ainda não eram tais, mas que ele iria atravessá-
los e prosseguir em sua intenção. Somente, para fazer
o seu caminho tão claro e simples quanto pudesse, ele
lida um pouco com eles sobre a remoção dos
obstáculos que se encaminhavam de sua parte, e
depois retornava diretamente à sua primeira
proposta, e à sua manipulação , no último verso deste
capítulo. Isto, portanto, é o senso dessas palavras:
"Pelas razões antes insistidas, e depois para ser
adicionado, eu procederei à declaração dos
principais mistérios do evangelho, especialmente
aqueles que dizem respeito ao sacerdócio de Cristo; e
assim suscitarei a edificação de sua fé e profissão
sobre o fundamento que foi posto; por meio do qual,
através da graça de Deus, você pode ser levado à
perfeição e tornar-se habilitado na palavra de
justiça." Observação I. Nenhum desânimo deve
dissuadir os ministros do evangelho de prosseguir na
declaração dos mistérios de Cristo, cuja ministração
124
é cometida a eles, quando são chamados a isso. -
Entre os vários desentendimentos com os quais se
encontram, o mínimo não é o que surge da sensação
daqueles que ouvem. Este nosso apóstolo já tinha em
seus olhos de uma maneira particular, mas resolveu
romper sua consideração no cumprimento de seu
dever. Então é com muitos ainda. Tampouco é uma
coisa mais irritante e dolorosa para os pregadores
fiéis, do que a incapacidade de seus ouvintes de
receberem mistérios evangélicos por sua própria
negligência e preguiça. Mas nesta condição eles têm
aqui um exemplo para sua orientação e direção. E
estas coisas são simples: 1. Que eles usam todos os
meios, por advertências, persuasões, incentivos e
ameaças, para provocar o seu povo para fora do seu
quadro preguiçoso e descuidado. Então, o nosso
apóstolo com os hebreus neste capítulo, não deixou
de dizer tudo o que pudesse movê-los para a
diligência e uma melhoria devida dos meios de
conhecimento de que gozavam. Então eles farão com
eles "atentem para as suas almas como aqueles que
devem dar uma conta", e os ministros de outro tipo
não têm preocupação nesses assuntos. 2. À medida
que a ocasião se oferece, prosseguir em seu trabalho.
E isso, - (1.) Porque há entre seus ouvintes alguns
sobre quem ele está "persuadidos de coisas melhores
e, que acompanham a salvação", como nosso
apóstolo fala, versículo 9, cuja edificação não deve ser
negligenciada pelos pecadores por preguiça e
ignorância dos outros. (2.) Deus se agrada às vezes de
125
transmitir luz salvadora às mentes dos homens,
antes muito escuras e ignorantes, na e pela
ministração dos mais profundos mistérios do
evangelho, sem instrução preparatória nos princípios
mais óbvios da mesma forma que é normalmente
exigido. Não sabendo, portanto, de que maneiras ou
meios, como ou quando, Deus trabalhará sobre as
almas dos homens, é seu dever prosseguir na
declaração de todo o conselho de Deus
comprometido com eles e deixar o sucesso de tudo
com Aquele por quem eles estão empregados. Em
segundo lugar, a limitação desta resolução é expressa
nessas palavras, - "Se Deus permitir." Pode haver
uma terceira ocasião dessas palavras, ou um respeito
a três coisas na vontade de Deus e,
consequentemente, uma exposição tripla delas.
Porque, - 1. O respeito pode ser tido apenas e
unicamente pela vontade e o prazer soberanos
desconhecidos de Deus, e assim não mais se destina,
senão a limitação geral e a expressão de nossa
dependência absoluta sobre ele, a qual devemos
vincular todas as nossas resoluções. Esta nossa
natureza e a natureza de todos os nossos assuntos,
como eles estão na mão de Deus, e à sua disposição,
o exigem de nós. E, portanto, também nos foi
expressamente encarregado, como um dever de ser
continuamente atentos em tudo o que
empreendemos ou fazemos, Tiago 4: 13-15. Se isso
for pretendido (como também é, se não só), então, é
como se ele tivesse dito: "Se Aquele, em cuja mão
126
minha vida e minha respiração, e todos os meus
caminhos, de quem eu sou, a quem sirvo, e a cuja
disposição eu me submeto voluntariamente em todas
as coisas, vejo o bem e fico satisfeito em continuar
minha vida, oportunidade, assistência e todas as
outras coisas necessárias para este trabalho, vou
seguir com o meu desígnio e propósito para informá-
lo e instruí-lo nos grandes mistérios do sacerdócio e
sacrifício de Cristo". Veja 1 Coríntios 16: 7. 2. Isto está
relacionado à condição dos hebreus, cuja preguiça e
negligência ao ouvir a palavra que ele agora está sob
repreensão, e a vontade ou propósito de Deus a
respeito deles. Pois ele parece intimar-lhes que pode
haver algum temor, para que Deus não seja tão
provocado por seus erros anteriores, que não lhes
daria meios para seguir com a instrução. Pois isso é
uma coisa que Deus muitas vezes ameaça, e que cai
mais do que sabemos, sim, a maioria das nações da
Terra são exemplos dessa severidade de Deus. Então,
uma palavra da importância da pedra é usada para
este propósito, quanto ao afastamento do evangelho
de qualquer pessoa ou povo, Atos 16: 7, "tentavam ir
para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não lho
permitiu." - ele não permitiu isso; o que é o mesmo
com a proibição de pregar a palavra na Ásia, versículo
6. E, portanto, o sentido da expressão equivale a isso:
"Se Deus, que temo que você tenha provocado muito
por sua negligência e desprezo de sua palavra, ainda
assim exerça paciência e longanimidade para você, e
não afirme do seu cuidado, proibindo-me de
127
prosseguir no meu desígnio, ou privando-me da
minha oportunidade, - se Deus não me impedir por
causa do seu valor (dignidade) mas seja
graciosamente satisfeito por estar comigo no meu
trabalho projetado." 3. Há um meiwsiv nas palavras,
em que um respeito adicional à vontade de Deus é
incluído e não expresso. Pois não é uma mera
permissão nua em Deus que o apóstolo pretende,
como se ele tivesse dito: "Se Deus me deixasse em paz
e, por assim dizer, faria o que estou fazendo". Mas há
uma suposição nele da continuação da graciosa
assistência de Deus e presença especial com ele; sem
a qual ele frequentemente declarou que não podia
nem realizar qualquer coisa que se deparasse com
ele. Deus pode, no início ou no meio de uma epístola
ou um sermão, tirar-nos quando ele quiser. E todos
esses aspectos para a vontade de Deus não são
apenas consistentes, de modo que o fechamento com
um não exclui outro, mas todos eles são claramente
incluídos na intenção do apóstolo e são necessários
para serem entendidas corretamente suas palavras.
II. Como é nosso dever submeter-nos em todos os
nossos compromissos à vontade de Deus,
especialmente naqueles em que sua glória é
imediatamente envolvida. - Em geral, temos uma
regra que nos é dada nas ocasiões mais comuns da
vida, Tiago 4: 13-15. Não fazê-lo, é desautorizar nossa
dependência de Deus; um fruto da sabedoria e
segurança carnal que Deus aborrece grandemente.
Tampouco há qualquer coisa que preencha nossas
128
vidas com decepção e vexação; pois, em vão,
qualquer homem, seja sua condição no presente, seja
o que quiser, procure o descanso ou a paz em
qualquer coisa senão na vontade de Deus. Mas,
especialmente, isso é exigido de nós nas coisas em
que a glória de Deus mesma se preocupa
imediatamente. Tais são os que estão aqui, com
respeito a que nosso apóstolo faz essa deferência ao
soberano prazer de Deus: "Isto faremos, se Deus
permitir", ou seja, as coisas que dizem respeito à
instrução e edificação da igreja, que consideram a
glória de Deus de uma maneira especial. Porque, - 1.
Todas estas coisas estão sob o cuidado especial de
Deus, e são ordenadas pela sabedoria peculiar. Não
se submeter absolutamente nestas coisas a ele, é tirar
as suas coisas da sua mão e exaltar nossa sabedoria
contra a dele, como se conhecesse melhor o que
pertencia a seus assuntos do que ele. 2. Nós não nos
tornamos interessados nas coisas de Deus, senão em
seu chamado, e mantenha isso em seu prazer. Essa é
a ascensão e o teor do nosso ministério na igreja, seja
lá o que for. E não é justo que devemos submeter-nos
totalmente em nosso trabalho a sua vontade e
descansar em seu prazer? Pode ser que tenhamos
muitas coisas em nossa opinião que são desejáveis
para nós, muitas coisas que pensamos encontrar para
envolver nossos esforços, como supondo terem uma
grande tendência para a glória de Deus, em tudo o
que ele determinou contrariar nossos desejos e
objetivos. Toda a nossa satisfação reside, e todo o
129
nosso dever é ser limitado por, esta submissão. III.
Deixe os que são confiados com meios de luz,
conhecimento e graça, aperfeiçoe-os com diligência,
para que, com a negligência deles, Deus não impeça
seus ministros para instruí-los.
Versos 4-6.
Ver. 4-6. - Pois é impossível para aqueles que foram
esclarecidos, e provaram o dom celestial, e foram
feitos participantes do Espírito Santo, e provaram a
boa palavra de Deus e os poderes do mundo
vindouro, se eles caírem [para qualquer um] para
renová-los novamente ao arrependimento; Vendo
eles crucificar novamente para si mesmos, o Filho de
Deus, e colocá-lo para vergonha aberta, ou tratá-lo de
forma ignominiosa.
Que esta passagem no discurso de nosso apóstolo
tenha sido vista como acompanhada de grandes
dificuldades é conhecido de todos; e há muitas
diferenças sobre sua interpretação. Pois, tanto
doutrinariamente quanto praticamente, muitos aqui
tropeçaram e abortaram. É quase geralmente
acordado que, a partir dessas palavras, e a
interpretação, corajosa, mas também ímpia, feita por
aqueles nos tempos primitivos, ocasionada pelas
circunstâncias das coisas a serem mencionadas
depois, que a igreja latina foi tão resistente para
aceitar a própria epístola, que não tinha prevalecido
130
absolutamente nela nos dias de Jerônimo. Portanto,
é necessário que investiguemos um pouco as ocasiões
dos grandes concursos que ocorreram na igreja,
quase em todas as épocas, sobre o sentido desse texto
dos versos 4 a 6.
Sabe-se que a Igreja Primitiva, de acordo com seu
dever, observou atentamente a santidade e a
caminhada justa de todos os que foram admitidos na
sociedade e no companheirismo. Assim, em todas as
falhas conhecidas e visíveis, eles exigiram um
arrependimento aberto dos infratores antes de os
admitirem para a participação dos mistérios
sagrados. Mas com pecados flagrantes e
escandalosos, como o assassinato, adultério ou
idolatria, muitas igrejas nunca mais iriam admitir
aqueles que já haviam sido culpado deles em sua
comunhão. O julgamento maior e mais significativo
foi com respeito aos que, por medo da morte,
seguiram os gentios em sua adoração idólatra no
tempo da perseguição. Pois não haviam fixado certas
regras gerais pelas quais deveriam proceder por
unanimidade, mas todas as igrejas exerceram
severidade ou indulgência, segundo eles, nas
circunstâncias de casos particulares. Portanto,
Cipriano, em seu banimento, não determinaria
positivamente sobre os da igreja de Cartago que
pecaram e caíram, mas adiaram seus pensamentos
até seu retorno; quando resolveu se aconselhar com
toda a igreja e resolver todas as coisas de acordo com
o conselho que deveria ser acordado entre elas. Sim,
131
muitas de suas epístolas são sobre esse assunto
peculiarmente; e em todas elas, se comparadas, é
evidente que não havia nenhuma regra aqui
acordada; nem ele mesmo estava resolvido em sua
própria mente, embora estritamente em todas as
ocasiões que se opôs a Novaciano (o novacionismo ou
novacianismo foi um movimento durante o
cristianismo primitivo formado pelos seguidores de
Novaciano e que se recusavam a readmitir em
comunhão os lapsi - os cristãos batizados que tinham
renegado a sua fé e realizado sacrifícios aos deuses
pagãos); em que estava bem se seus argumentos
tivessem respondido seu zelo. Antes disso, a igreja de
Roma era estimada em particular a mais negligente
em sua disciplina e a mais livre do que outras igrejas
na sua readmissão à comunhão de pecadores
notórios. Assim, Tertuliano, em seu livro de
Poenitentia, reflete sobre Zephyrinus, o bispo de
Roma, que ele admitiu os adúlteros ao
arrependimento e, assim, à comunhão da igreja. Mas
aquela igreja prosseguiu com sua indulgência, e
todos os dias ampliando sua caridade, Novatus e
Novaciano se ofendem, avançaram uma opinião pelo
extremo contrário. Pois eles negaram toda esperança
de perdão da igreja, ou de um retorno à comunhão
eclesiástica, aos que caíram em pecado aberto após o
batismo; e, em especial, excluiu peremptoriamente
todas as pessoas que tivessem cumprido
externamente a adoração idólatra em tempo de
perseguição, sem respeito a circunstâncias
132
distintivas. Sim, eles parecem excluí-los de toda
expectativa de perdão de Deus. Mas seus seguidores,
aterrorizados com o horror dessa persuasão,
moderaram-na até então, deixando todas as pessoas
absolutamente à mercê de Deus em seu
arrependimento, eles apenas negaram como
mencionamos antes, um reingresso na comunhão da
igreja, como Acesius fala expressamente em
Sócrates, lib. 1. cap. 7. Agora, procurou confirmar
essa opinião, a partir da natureza e uso do batismo,
que não deveria ser reiterada, e julgou que não seria
concedido perdão aos que caíam nos pecados em que
viviam antes, e foram limpos em seu batismo; então,
baseando-se principalmente neste texto do nosso
apóstolo, onde eles pensaram que toda a sua opinião
foi ensinada e confirmada. E, de modo geral, agem de
forma muito infeliz, aqueles que acham que veem
alguma opinião ou persuasão peculiar em algum
texto singular da Escritura e não trarão suas
interpretações para a analogia da fé, pelo que
poderão ver o quão contrário é para todo o projeto da
palavra em muitas outras passagens. Mas a igreja de
Roma, do outro lado, apesar de julgar corretamente,
de outras direções dadas na Escritura, que os
novacianos transgrediram o domínio da caridade e
da disciplina do evangelho em suas severidades,
ainda assim, como parece, e é muito provável, não
sabia como responder à objeção deste lugar do nosso
apóstolo: por isso preferiram escolher por um
período suspender o seu consentimento na
133
autoridade de toda a epístola, do que prejudicar a
igreja por sua admissão. E foi bem que alguns
homens mais sábios depois, por suas interpretações
sóbrias das palavras, mostraram claramente que
nenhum parentesco foi dado nelas aos erros dos
novacianos. A rejeição de toda a epístola seria muito
ruinoso para a própria verdade; porque sendo
concebida de Deus para a edificação comum da
igreja, prevaleceria por muito tempo,
independentemente do sentido que os homens, por
meio de seus preconceitos e ignorância, passassem
sobre suas passagens. Mas essa controvérsia está
longe de ser sepultada; pois a generalidade das
igrejas no mundo estava suficientemente distante
daquilo que era verdadeiramente o erro dos
novacianos, sim, a maioria delas tem pacificamente
em sua comunhão, sem o menor exercício de
disciplina do evangelho em relação a eles, pessoas
quanto a quem a disputa era antiga se eles deveriam
ser admitidos nesta comunidade na comunhão da
igreja, embora em seu arrependimento aberto e
professo. Por conseguinte, não devemos, portanto,
necessitar de trabalhar nesta controvérsia. Mas o
sentido dessas palavras também foi objeto de
grandes concursos em outras ocasiões. Porque
alguns, supõem e afirmam que são crentes reais e
verdadeiros que são referidos pelo apóstolo nestes
versos 4 6. Daí eles concluem que tais crentes
podem, total e finalmente, cair da graça e perecer
eternamente. Sim, é evidente que esta hipótese, da
134
apostasia final dos verdadeiros crentes, é aquela que
influencia suas mentes e julgamentos ao supor que
tais objetivos são aqui destinados. Portanto, outros,
que não admitem que, de acordo com o teor da
aliança da graça em Cristo Jesus, os verdadeiros
crentes possam perecer eternamente, dizem que, ou
não estão aqui destinados, ou se eles são, as palavras
são apenas ameaçadoras, em que, embora a
consequência nelas de uma maneira de argumentar
seja verdadeira, isto é, que, segundo a suposição
estabelecida, a inferência é certa, ainda que a
suposição não seja afirmada para uma certa
consequência, de onde deveria se seguir que os
verdadeiros crentes poderia realmente cair e perecer
absolutamente. E essas coisas têm sido a questão de
muitos concursos entre homens cultos. Houve
diversos erros na aplicação prática da intenção
dessas palavras para a consciência dos homens,
principalmente feitos por si mesmos. Pois, no
entanto, por causa do pecado, ficaram surpresos com
os terrores e os problemas de consciência, eles se
mostraram caídos na condição aqui descrita pelo
apóstolo e, consequentemente, irremediavelmente
perdidos. E estas apreensões costumam acontecer
com homens em duas ocasiões. Por terem alguns sido
vencidos com algum grande pecado real contra a
segunda tábua da lei, depois de terem feito uma
profissão do evangelho e ter suas consciências
assediadas com uma sensação de culpa, eles julgam
que caíram sob a sentença denunciada nessa
135
Escritura contra os pecadores, que eles supõem, pelo
seu estado, ser irrecuperável. Outros fazem o mesmo
julgamento de si mesmos, porque eles caíram desse
constante cumprimento de suas convicções que antes
os levaram a uma execução estrita de deveres, e isso
em algum curso de longa continuidade. Agora,
enquanto é certo que o apóstolo neste discurso não
dá nenhuma base à severidade dos novacianos, pelo
que eles excluíram os infratores eternamente da paz
e da comunhão da igreja; nem à apostasia final dos
verdadeiros crentes, que ele testifica neste capítulo,
em conformidade com inúmeros outros depoimentos
da Escritura com o mesmo propósito; nem ensina
qualquer coisa em que a consciência de qualquer
pecador que deseje retornar a Deus e achar aceitação
com ele seja desencorajada ou desanimada; devemos
atender à exposição das palavras em primeiro lugar,
para não invadir os limites de outras verdades, nem
transgredir contra a analogia da fé. E acharemos que
todo esse discurso, em comparação com outras
Escrituras (nota do tradutor: e até mesmo por várias
passagens desta mesma epístola, pois o grande alvo
do autor foi o de demonstrar a imutabilidade da
promessa e do propósito de Deus na nossa salvação,
e a sua segurança eterna), e libertado dos
preconceitos que os homens trouxeram, é remoto de
administrar qualquer ocasião justa aos erros antes
mencionados, e é uma ameaça saudável e necessária,
devidamente para ser considerado por todos os
professantes do evangelho. Nas palavras que
136
consideramos, - 1. A conexão delas com as
precedentes, iniciando a ocasião da introdução de
todo esse discurso. 2. O assunto descrito nelas, ou as
pessoas faladas, sob diversas qualificações, que
podem ser consultadas em conjunto e
separadamente. 3. O que é suposto sobre eles. 4. O
que é afirmado sobre eles naquela suposição.
Primeiramente então, a conexão das palavras está
incluída na conjunção causal, a obtenção de uma
razão, o que foi antes discursado, como também da
limitação que o apóstolo acrescentou expressamente
ao seu propósito de fazer um progresso em suas
instruções adicionais. E ele não expressa seu
julgamento para aqueles a quem ele escreveu, que
fossem como ele descreve, pois ele depois declarou
que "esperava coisas melhores a respeito deles, e
relativas à salvação", (ou seja, afirmando que o que
disse nos versos 4 a 6 não se aplicava a crentes
genuinamente salvos – nota do tradutor) apenas era
necessário dar-lhes essa cautela, para que pudessem
tomar o devido cuidado para não serem assim, a
saber, negligentes e infrutíferos como eram os
apóstatas. E considerando que eles estavam sendo
lentos quanto à realização de um progresso no
conhecimento e uma prática adequada, ele os deixa
aqui saber o perigo que havia em continuar com essa
condição preguiçosa. Porque não prosseguir nos
caminhos do evangelho, e na obediência a ele, é uma
entrada adversa em uma renúncia total de um e
outro. Para que, portanto, eles possam estar
137
familiarizados com o perigo disto, e sejam movidos
para evitar esse perigo, ele lhes dá um relato daqueles
que, depois de uma profissão do evangelho,
começando por uma falta de proficiência debaixo
dele, terminam em apostasia do mesmo. E podemos
ver que as mais severas admoestações não são apenas
úteis na pregação do evangelho, mas são necessárias
para as pessoas que são observadas como sendo
preguiçosas em sua profissão. Em segundo lugar, a
descrição das pessoas que são o assunto falado são
dadas em cinco casos dos privilégios evangélicos dos
quais foram feitos participantes; apesar de tudo o
que, e contra a sua eficácia obrigatória em contrário,
supõe-se que eles possam abandonar completamente
o próprio evangelho. E algumas coisas que podemos
observar sobre esta descrição delas em geral; como:
1. O apóstolo, projetando expressar o temível estado
e o julgamento dessas pessoas, descreve-os por
coisas que podem evidenciar completamente como
inevitável, justo e igual. Essas coisas devem ser
alguns privilégios e vantagens evidentes, das quais
foram feitos participantes pelo evangelho. Estes
sendo desprezados em sua apostasia, proclamam a
destruição de Deus como sendo justamente
merecida. 2. Que todos esses privilégios consistem
em certas operações especiais do Espírito Santo, que
eram peculiares da dispensação do evangelho, como
não eram nem poderiam ser participantes em seu
judaísmo. Porque o Espírito, "nesse sentido, não foi
"recebido pelas obras da lei, mas pela audição da fé",
138
Gálatas 2: 2; e isso foi um testemunho para eles de
que eles foram libertados da escravidão da lei, ou
seja, pela participação desse Espírito, que era o
grande privilégio do evangelho. 3. Aqui, para o grupo
citado nos versos 4 a 6, não há menção expressa de
qualquer graça da aliança ou misericórdia neles ou
para eles, nem de nenhum dever de fé ou obediência
que eles tenham realizado. Nada de justificação,
santificação ou adoção lhes é expressamente
atribuído. Depois, quando ele vem declarar sua
esperança e persuasão em relação a estes hebreus,
que eles não eram como aqueles que ele havia
descrito anteriormente, nem os que caíssem para a
perdição, ele faz isso em três fundamentos, sobre os
quais eles eram diferentes deles : como, - (1.) Que eles
tiveram coisas que "acompanhavam a salvação", isto
é, como a salvação é inseparável. Nenhuma dessas
coisas, portanto, atribuiu a quem ele descreve neste
lugar; pois se ele tivesse feito isso, eles não teriam
sido para ele um argumento e evidência de um fim
contrário, que estes não deveriam cair e perecer,
assim como aqueles. Portanto, ele não atribui nada a
estes aqui no texto que seja peculiar a "acompanhar
a salvação", versículo 9. (2.) Ele os descreve por seus
deveres de obediência e frutos de fé. Este foi o seu
"trabalho de amor" em relação ao nome de Deus,
versículo 10. E, por este meio, também os distingue
destes no texto, sobre quem ele supõe que eles
possam perecer eternamente, o que não pode ocorrer
com esses que apresentam frutos de fé salvadora e
139
amor sincero. (3.) Ele acrescenta que, na preservação
daqueles mencionados, cuja fidelidade de Deus
estava levando em conta: "Deus não é injusto para se
esquecer". Pois eles eram tão desejosos como
interessados na aliança da graça, com respeito a que
só há algum compromisso com a fidelidade ou justiça
de Deus para preservar os homens da apostasia e da
ruína; e há assim com igual respeito para todos os
que são tão levados para a referida aliança. Mas, no
texto, ele não aceita tal coisa; e, portanto, não intima
que a justiça ou a fidelidade de Deus foram de alguma
forma comprometidas para a sua preservação, mas
sim o contrário. A descrição completa, portanto,
refere-se a alguns privilégios especiais do evangelho,
que aos professantes daqueles dias foram feitos de
modo promissor; e o que eles foram em particular,
devemos, mais adiante, apresentar: - 1. A primeira
coisa na descrição dos apóstatas (não crentes
genuínos) é que eles foram apax fwtiszentev, "uma
vez iluminados", diz a tradução síria, como
observamos, "uma vez batizados". É muito certo de
que, no início da igreja, o batismo foi chamado de
fwtismo, "iluminação"; e fwtizein, " iluminar", foi
usado para "batizar". E os tempos estabelecidos em
que eles administraram solenemente essa ordenança
foram chamados de "os dias da luz". Daí o intérprete
siríaco parece ter se referido. E a palavra apax, "uma
vez", pode dar-lhe o favor. O batismo deveria ser
apenas uma vez celebrado, de acordo com a fé
constante das igrejas em todas as épocas. E eles
140
chamaram o batismo de "iluminação", porque sendo
uma ordenança da iniciação das pessoas em uma
participação de todos os mistérios da igreja, foram
assim transportadas do reino das trevas para a graça
e a luz. E parece dar um outro argumento, já que o
batismo realmente foi o início e o fundamento de
uma participação de todos os outros privilégios
espirituais que são mencionados posteriormente.
Pois era habitual naqueles tempos que, no batismo
das pessoas, o Espírito Santo viesse sobre eles e
dotando-os de dons extraordinários, peculiares aos
dias do evangelho, como mostramos em nossa
consideração da ordem entre "batismo" e "imposição
de mãos". E essa opinião tem tanta probabilidade
nele, sem ter nada que não seja adaptado à analogia
da fé ou desígnio do texto, que eu deveria abraçá-lo,
se a própria palavra, como aqui usada, não exigisse
outra interpretação. Pois foi um bom tempo após a
escrita desta epístola, e todas as outras partes do
Novo Testamento, pelo menos uma época ou duas, se
não mais, antes que esta palavra fosse usada
misticamente para expressar o batismo. Em toda a
Escritura, tem outro sentido, denotando uma
operação interna do Espírito, e não a administração
externa de uma ordenança. E é muita ousadia, ter
uma palavra em um sentido peculiar em um único
lugar, diverso da sua significação adequada e uso
constante, se não houver circunstâncias no texto que
nos forcem, como aqui não temos. E a palavra apax,
"uma vez", não deve ser restringida a este particular,
141
mas se refere igualmente a todas as instâncias que se
seguem, não significando mais, senão que os
mencionados eram realmente e verdadeiramente
participantes delas. Iluminar é "dar luz ou
conhecimento através do ensino;" - o mesmo como é
assim traduzido às vezes pelos gregos; como por
Áquila, Êxodo 4:12; Salmo 119: 33; Provérbios 4: 4;
Isaías 27:11, como observa Drusius. E é assim na
LXX, Juízes 13: 8; 2 Reis 12: 2, 17:27. Nosso apóstolo
usa isso para "manifestar-se", isto é, "trazer à luz", 1
Coríntios 4: 5, 2 Timóteo 1:10. E o significado disso,
em João 1: 9, onde nós o traduzimos por "iluminar",
isto é, ensinar. E fwtismov é "conhecimento sobre a
instrução": 2 Coríntios 4: 4, - "cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não
resplandeça a luz do evangelho", isto é, o
conhecimento disso. Então, versículo 6 (“Porque
Deus, que disse: Das trevas brilhará a luz, é quem
brilhou em nossos corações, para iluminação do
conhecimento da glória de Deus na face de Cristo.”),
Prosewv, - "A iluminação do conhecimento".
Portanto, ser "iluminado", neste texto de Hebreus
6.4, deve ser entendido como sendo instruído na
doutrina do evangelho, de modo a ter uma apreensão
espiritual dele. E isso é assim chamado em uma
dupla conta: - (1.) Do objeto, ou das coisas
conhecidas e apreendidas. Pois "a vida e a
imortalidade são trazidas à luz pelo evangelho", 2
Timóteo 1:10. Por isso, é chamado de "luz", "a
herança dos santos na luz". E o estado em que os
142
homens são trazidos, é chamado de oposição à
escuridão que está no mundo sem ele, 1 Pedro 2: 9. O
mundo sem o evangelho é o reino de Satanás: 1 João
5:19. Todo o mundo e tudo o que lhe pertence, em
distinção e oposição à nova criação, está sob o poder
do ímpio, do príncipe do poder das trevas, e também
está cheio de trevas. É "um lugar escuro", 2 Pedro
1:19; -, onde a ignorância, a loucura, o erro e a
superstição habitam e reinam. Pelo poder e a eficácia
desta escuridão, os homens são mantidos à distância
de Deus e não sabem para onde vão. Isto é chamado
de "andar na escuridão", 1 João 1: 6; para o qual
"caminhar na luz", isto é, o conhecimento de Deus em
Cristo pelo evangelho, se opõe no verso 7. Nesta
conta, nossa instrução no conhecimento do
evangelho é chamada de "iluminação", porque ela
própria é luz. (2.) Sobre o assunto do sujeito, ou da
própria mente, pelos quais o evangelho é apreendido.
Pois o conhecimento que é recebido expulsa assim a
escuridão, a ignorância e a confusão, com que a
mente anterior foi preenchida e possuída. O
conhecimento, digo, da doutrina do evangelho, a
respeito da pessoa de Cristo, do ser de Deus nele
reconciliando o mundo consigo mesmo, dos seus
ofícios, obra e mediação, e semelhantes cabeças da
revelação divina, configura-se uma luz espiritual nas
mentes dos homens, permitindo-lhes discernir o que
antes estava completamente escondido deles,
enquanto "alienados da vida de Deus através da sua
ignorância". Dessa luz e conhecimento há vários
143
graus, de acordo com os meios de instrução que eles
têm, a capacidade que eles têm para recebê-lo, e a
diligência que eles usam para esse propósito. Mas é
necessária uma medida competente do
conhecimento dos princípios e doutrinas
fundamentais e mais materiais do evangelho para
todos os que podem ser ditos iluminados; isto é,
libertados da escuridão e da ignorância em que
viveram, 2 Pedro 1: 19-21. Esta é a primeira
propriedade pela qual as pessoas aqui pretendidas
são descritas; eles são tais que foram "iluminados"
pela instrução que receberam na doutrina do
evangelho e a impressão feita por ela pelo Espírito
Santo; pois este é um trabalho comum dele, e está
aqui também contado. E o apóstolo nos faria saber
disso, - Observação I. É uma grande misericórdia, um
grande privilégio, ser esclarecido com a doutrina do
evangelho, pela boa operação do Espírito Santo. Mas,
Observação II. É um privilégio que pode ser perdido
e acabar com o agravamento do pecado e a
condenação daqueles que foram feitos participantes
dele. E, - Observação III. Onde há uma negligência
total da aplicação devida desse privilégio e
misericórdia, a condição de tais pessoas é perigosa,
como inclinada para a apostasia. Assim, isto está
muito aberto e se manifesta no texto. Mas para que
possamos descobrir mais particularmente a natureza
desta primeira parte do caráter de apostatar por sua
causa, devemos ainda expressar um pouco mais
distintamente a natureza dessa iluminação e
144
conhecimento que lhes são atribuídos; e, como se
perderá na apostasia, aparecerá depois. E, - (1.)
Existe um conhecimento de coisas espirituais que é
puramente natural e disciplinar, e alcançável sem
qualquer ajuda especial ou assistência do Espírito
Santo. Como isso é evidente na experiência comum,
especialmente, entre aqueles que, se lançando no
estudo das coisas espirituais, são ainda estranhos
absolutos para todos os dons espirituais. Algum
conhecimento da Escritura e das coisas nela
contidas, são alcançáveis com a mesma dose de
esforço e estudo como a de qualquer outra arte ou
ciência. (2.) A iluminação pretendida, sendo um dom
do Espírito Santo, difere de, e é exaltada acima desse
conhecimento que é puramente natural; pois faz
aproximações mais profundas da luz das coisas
espirituais em sua própria natureza do que a outra.
Não obstante o melhor aprimoramento de noções
científicas que são puramente naturais, as coisas do
evangelho, em sua própria natureza, não são apenas
inadequadas para as vontades e afeições de pessoas
naturais, mas são realmente tolices para suas
mentes. E, quanto àquela bondade e excelência que
inerentes às coisas espirituais, esse conhecimento se
revela tão pouco neles, que a maioria dos homens
odeia as coisas que eles professam acreditar. Mas
essa iluminação espiritual dá à mente alguma
satisfação, prazer e alegria, nas coisas que são
conhecidas. Por esse feixe através do qual ela brilha
na escuridão, embora não seja totalmente
145
compreendido, ainda representa o caminho do
evangelho como um caminho de justiça, 2 Pedro
2:21, que reflete consideração peculiar sobre ele na
mente. Além disso, o conhecimento daquilo que é
meramente natural, tem pouca ou nenhuma força
sobre a alma, seja para evitar o pecado ou para
restringi-la à obediência. Mas a iluminação aqui
pretendida é acompanhada de eficácia e pressiona
efetivamente a consciência e toda a alma para uma
abstinência do pecado e a uma realização de todos os
deveres conhecidos. Portanto, as pessoas sob o seu
poder e suas convicções, muitas vezes, andam
irrepreensíveis e de modo reto no mundo, e, assim,
evitam que surja desprezo pelo Cristianismo por
parte do mundo.
Além disso, existe uma aliança entre os dons
espirituais, que, em caso de residência de qualquer
um, tem certeza de que outros o acompanham, ou de
um jeito ou de outro que pertence ao seu grupo, como
é manifesto neste lugar. Mesmo um único talento é
composto por muitos quilos. Mas a luz e o
conhecimento que é de uma mera aquisição natural
são solitários, destituídos da sociedade e do
acompanhamento de qualquer dom espiritual.
E estas coisas são exemplificadas para observação
comum todos os dias. (3.) Existe uma luz e
conhecimento salvador, santificante, que esta
iluminação espiritual não produz; pois, apesar disso,
146
afeta temporariamente a mente com alguns olhares
da beleza, da glória e da excelência das coisas
espirituais, mas não põe essa visão direta, constante
e intuitivamente sobre elas, que é obtida pela graça.
Veja 2 Coríntios 2:18, 4: 4, 6. Nem renova, muda ou
transforma a alma em conformidade com as coisas
conhecidas, plantando-as na vontade e afeições,
como uma luz graciosa e salvadora, 2 Coríntios 2:18;
Romanos 6:17, 12: 2.
Essas coisas que julguei necessárias foram
adicionadas, para clarear a natureza do primeiro
caráter de apóstatas.
2. A segunda coisa afirmada na descrição deles é que
eles "provaram o dom celestial". E devemos exigir,
(1.) O que se entende por "dom celestial" e, (2.) O que
significa “provaram”. (1.) O "dom de Deus", às vezes,
é tomado para a concessão ou o ato de doar-se, e às
vezes para designar o que é dado. No primeiro
sentido, é usado, em 2 Coríntios 9:15, - "Graças a
Deus pelo seu dom inefável.", isto é, total ou
suficiente. Agora, este dom foi a concessão de um
espírito livre, amoroso e generoso aos coríntios,
ministrando aos santos pobres. A concessão deste é
chamado de dom de Deus.
O dom de Cristo também é usado, Efésios 4: 7, "De
acordo com a medida do dom de Cristo", isto é, de
acordo com o prazer de dar e conceder os frutos do
147
Espírito aos homens. Veja Romanos 5: 15-17; Efésios
2: 7. Às vezes, é tomado para o que é dado,
devidamente, como em Tiago 1:17 – “Toda boa
dádiva e todo dom perfeito vêm do alto”. Então, é
usado, João 4:10, "Se tivesses conhecido o dom de
Deus", isto é, o que foi dado por ele ou para ser dado
por ele. É, como muitos julgam, a pessoa do próprio
Cristo naquele lugar que se destina. Mas o contexto
torna claro que é o Espírito Santo; porque ele é a
"água viva" que o Senhor Jesus promete conceder
neste texto. E, até onde eu posso observar, dwrea, "o
dom", com respeito a Deus, como denotando o que é
dado, não é utilizado, senão apenas para significar o
Espírito Santo. E se assim for, o sentido desse lugar
está determinado, Atos 2:38, "e recebereis o dom do
Espírito Santo", não o que ele dá, mas o que ele é.
Atos 8:20, "pois cuidaste adquirir com dinheiro o
dom de Deus.", isto é, o poder do Espírito Santo em
operações milagrosas. Então, expressamente, Atos
10:45, 11:17. Em qualquer lugar, dwrea, tanto quanto
eu posso observar, quando referindo-se a Deus, não
significa o que é dado, mas a própria concessão. O
Espírito Santo é "o dom de Deus" sob o Novo
Testamento.
E do Espírito Santo é dito ser epouraniov, "celestial",
ou do céu. Isso pode ter respeito à sua obra e efeito,
pois são celestiais em oposição ao que é carnal e
terreno. Mas, principalmente, considera o seu envio
por Cristo após a sua ascensão ao céu, Atos 2:33.
148
Sendo exaltado, e tendo recebido a promessa do Pai,
ele enviou o Espírito.
A promessa dele era que ele fosse enviado "do céu"
ou "de cima", como Deus é santo para ser "acima", o
que é o mesmo que "celestial", Deuteronômio 4:39;
Crônicas 6:23; Jó 31:28; Isaías 32:15, 24:18. Quando
ele encontrou o Senhor Jesus Cristo, para o ungir
para sua obra, "os céus foram abertos", e ele veio de
cima, Mateus 2:16. Então, Atos 2: 2, na primeira
vinda dos apóstolos, "veio um som do céu". Por isso,
dele é dito ser "enviado do céu", 1 Pedro 1:12.
Portanto, embora seja dito que ele seja celestial sobre
outros relatos, que, portanto, não devem ser
excluídos, mas o fato de ele ser enviado do céu por
Cristo, depois de sua ascensão para lá e exaltação ali,
é aqui principalmente considerado. Ele, portanto, é
esse "dom celestial" aqui proposto, embora não
absolutamente, mas com respeito a um trabalho
especial.
O que se levanta contra esta interpretação é que o
Espírito Santo é expressamente mencionado na
próxima frase: "E foram feitos participantes do
Espírito Santo". Não é, portanto, provável que ele
esteja aqui também destinado. Resposta: [1.] É
comum ter a mesma coisa duas vezes em várias
palavras, para enfatizar o sentido delas; e é
necessário que seja assim, quando houver diversos
aspectos para o mesmo, como há neste lugar. [2.] A
149
seguinte frase pode ser exegética a isso, declarando
de forma mais completa e clara o que se pretende, o
que é usual também nas Escrituras; de modo que
nada é convincente dessa consideração para refutar
uma interpretação tão adequada ao sentido do lugar,
e que o uso constante da palavra torna necessário ser
abraçado. Mas, [3.] O Espírito Santo é aqui
mencionado como o grande dom dos tempos do
evangelho, como vindo do céu, não absolutamente,
não como para sua pessoa, mas com respeito a uma
obra especial, a saber, a mudança de todo o estado de
culto religioso na igreja de Deus; enquanto nós
veremos nas próximas palavras que ele é. falado
apenas com respeito a operações externas e reais.
Mas ele era o grande, o dom celestial prometido, a ser
concedido sob o Novo Testamento, por quem Deus
instituiria e ordenaria um novo caminho, e novos
ritos de adoração, sobre a revelação dEle e vontade
em Cristo. Com ele foi dado para a reforma de todas
as coisas na igreja, cujo tempo chegou agora,
Hebreus 9:10. O Senhor Jesus Cristo, quando ele
subiu ao céu, deixou todas as coisas em pé e
continuando no culto religioso como fizeram desde
os dias de Moisés, embora ele praticamente tivesse
acabado com a dispensação mosaica. E ele ordenou
aos discípulos que eles não deveriam tentar nenhuma
alteração até que o Espírito Santo fosse enviado do
céu para eles, Atos 1: 4,5. Mas quando ele veio, como
o grande dom de Deus prometido sob o Novo
Testamento, ele remove todas as adorações carnais e
150
ordenanças de Moisés, e que, pela completa
revelação da realização de tudo o que foi significado
por eles, e nomeia a nova, sagrada, adoração
espiritual do evangelho. O Espírito de Deus,
portanto, como concedido para a introdução do novo
estado do evangelho, na verdade e na adoração, é "o
dom celestial" aqui pretendido. Assim, nosso
apóstolo adverte estes hebreus que "não se afastem
daquele que fala do céu", Hebreus 12:25; isto é, Jesus
Cristo falando na dispensação do evangelho pelo
"Espírito Santo enviado do céu". E há uma antítese
aqui incluída entre a lei e o evangelho; o primeiro
sendo dado na terra, sendo este último
imediatamente do céu. Deus na doação da lei fez uso
do ministério dos anjos e da terra; mas ele deu o
evangelho à igreja por esse Espírito que, embora ele
trabalhe em homens na terra, e seja dito em todo ato
ou trabalho para ser enviado do céu, ainda está nos
céus, e sempre fala a partir daí, como nosso Salvador
disse de si mesmo, com respeito à sua natureza
divina, João 3:13.
(2.) Podemos perguntar o que é "provar" desse dom
celestial. A expressão da degustação é metafórica e
não significa mais que fazer uma prova ou
experiência; pois assim fazemos pela degustação,
natural e corretamente, daquilo que nos é oferecido
para comer. Provamos essas coisas pelo sentido dado
naturalmente para discernir nossa comida; e, em
seguida, recebê-las ou recusá-las, como achamos
151
ocasião. Provar, portanto, não inclui engolir e digerir.
Não é, portanto, transformar em alimento o que é
provado; pois a sua natureza é discernida, e pode ser
recusada. Mas é indubitavelmente usado para algum
tipo de experiência da natureza das coisas:
Provérbios 31:18: "Prova e vê que é boa a sua
mercadoria", ou tem experiência dela, de seu
aumento. Salmo 34: 8: "Provai, e vede que o Senhor
é bom;", ao que Pedro se refere em 1 Pedro 2: 3, "Se é
que já provastes que o Senhor é bom;", ou achou isso
por experiência. Por conseguinte, é conveniente fazer
uma experiência ou julgamento de qualquer coisa,
que seja recebida ou recusada; e às vezes se opõe a
comer e digestão, como em Mateus 27:34. Que,
portanto, o que é atribuído a essas pessoas, é que eles
tiveram uma experiência do poder do Espírito Santo,
aquele dom de Deus, na dispensação do evangelho,
da revelação da verdade e da instituição do culto
espiritual disso; deste estado e da excelência disso,
fizeram algum julgamento e tiveram alguma
experiência; - um privilégio de que nem todos os
homens foram feitos participantes. E por esse gosto
(provaram) eles estavam convencidos de que era
muito mais excelente do que tinham sido antes
acostumados; embora agora tivessem a sensação de
deixar o melhor trigo para as suas antigas bolotas.
Portanto, embora a degustação contenha uma
diminuição nela, se comparada com aquela ingestão
e bebida espiritual, com essa digestão das verdades
do evangelho, transformando-as em nutrientes, que
152
estão em verdadeiros crentes; no entanto,
absolutamente considerado, denota essa apreensão e
experiência da excelência do evangelho, como
administrado pelo Espírito, que é um grande
privilégio e vantagem espiritual, cujo desprezo
provará um agravamento indescritível do pecado e
para a ruína dos apóstatas irremediavelmente. O
significado, então, deste caráter dado a respeito
desses apóstatas é que eles tiveram alguma
experiência do poder e da eficácia do Espírito Santo,
nas administrações do evangelho e na adoração. Para
o que alguns dizem de fé, não tem lugar aqui; e o que
os outros afirmam de Cristo, e o seu ser o dom de
Deus, vem em questão ao que propusemos. E
podemos observar, além de clarear o desígnio do
apóstolo nesta ameaça, que, - Observação I. Todos os
dons de Deus sob o evangelho são peculiarmente
celestiais, João 3:12, Efésios 1: 3; e isso em oposição,
- (1.) A coisas terrenas, Colossenses 3: 1,2; (2.) A
ordenanças carnais, Hebreus 9:23. Deixe-os cuidar
de quem eles são desprezados. II. O Espírito Santo,
para a revelação dos mistérios do evangelho e a
instituição das ordenanças do culto espiritual, é o
grande "dom de Deus" sob o Novo Testamento. III.
Há uma bondade e excelência neste dom celestial,
que pode ser provado ou experimentado em alguma
medida, como também nunca o receber, em sua vida,
poder e eficácia para a transformação e renovação de
nossa natureza. Eles podem provar, - (1.) Da palavra
em sua verdade, não do seu poder; (2.) Do culto da
153
igreja em sua ordem externa, mas não da sua beleza
interior; (3.) Dos dons da igreja, mas não de sua
graça. Observação IV. A rejeição do evangelho, a sua
verdade e adoração, depois de uma experiência de
mérito e excelência, é um alto agravamento do
pecado e um certo presságio da destruição.
3. A terceira propriedade em que essas pessoas são
descritas é adicionada nessas palavras, - "E foram
feitos participantes do Espírito Santo". Isso é
colocado no centro dos privilégios enumerados, dois
precedentes e dois seguindo depois, como aquele que
é o princípio raiz e animador de todos eles. Todos eles
são efeitos do Espírito Santo, em seus dons ou suas
graças, e dependem da participação dele. Agora, os
homens fazem assim quanto ao Espírito Santo, pois
o recebem. E ele pode ser recebido tanto quanto para
a habitação pessoal, como para operações espirituais.
No primeiro modo, "o mundo não pode recebê-lo",
João 14:17; onde "o mundo" é o oposto de
verdadeiros crentes, e, portanto, aqueles que aqui são
referidos não eram participantes do Espírito Santo
nesse sentido. Suas operações se referem a seus dons.
Então, participar dele é ter uma parte ou porção, no
que ele distribui por meio de dons espirituais; em
resposta a essa expressão: "Mas um só e o mesmo
Espírito opera todas estas coisas, distribuindo
particularmente a cada um como quer.", 1 Coríntios
12: 11. Então Pedro contou a Simão o mago que não
tinha parte de dons espirituais, que ele não
154
participou do Espírito Santo, Atos 8:21. Porque ser
"participante do Espírito Santo", é ter uma
participação e benefício de suas operações
espirituais. Mas ao contrário, as outras coisas
mencionadas também são dons ou operações do
Espírito Santo, em que terreno ou por que motivo é
mencionado aqui em particular, que eles foram feitos
participantes dele, o que, se suas operações apenas se
destinam, parece ser expressado nas outras
instâncias? Resposta: (1.) É, como observamos
anteriormente, nenhuma coisa incomum na
Escritura, expressar o mesmo sob várias noções, para
mais eficazmente impressionar uma consideração e
senso em nossa mente, especialmente quando uma
expressão tem uma ênfase singular nela, como esta
que é aqui usada; pois é um agravamento excessivo
dos pecados desses apóstatas, que nestas coisas eram
participantes do Espírito Santo. (2.) Tal como foi
antes indicado, também, esta participação do
Espírito Santo é colocada, pode ser, no meio das
várias partes desta descrição, como aquilo em que
elas dependem, e são todas, exceto instâncias disto.
Eles eram "participantes do Espírito Santo", na
medida em que foram "uma vez iluminados". (3.)
Exprime seu próprio interesse pessoal nessas coisas.
Eles tiveram interesse nas coisas mencionadas não
apenas objetivamente, como foram propostas e
apresentadas a eles na igreja, mas subjetivamente, -
eles próprios em suas próprias pessoas foram feitos
participantes delas. Uma coisa é que um homem
155
tenha uma participação e benefício pelos dons da
igreja, e outro, ser pessoalmente dotado deles. (Nota
do tradutor: estes foram participantes das coisas do
Espírito Santo, mas não eram habitados pelo
Espírito, como Judas se refere aos falsos pastores e
mestres, dizendo que eram homens que não tinham
o Espírito Santo, ou seja, no sentido de tê-lo
habitando em seus corações e gerando neles uma
nova criatura, e todavia não somente transitavam na
igreja, mas lideravam o culto público, sendo ali
colocados pelo Inimigo como joio). (4.) Deixar-lhes
conta de uma maneira especial dos privilégios que
eles gozavam sob o evangelho, acima do que tinham
no seu judaísmo; pois, então, eles não tinham ouvido
tanto que havia um Espírito Santo, isto é, uma
dispensação abençoada dele em dons espirituais,
Atos 19: 2, - agora eles próprios em suas próprias
pessoas foram feitos participantes dele; do que não
poderia haver maior agravamento de sua apostasia.
E podemos observar no nosso caminho, isto, -
Observação: O Espírito Santo está presente com
muitos quanto a operações poderosas, com quem ele
não está presente quanto à habitação graciosa; ou
muitos são feitos participantes dele em seus dons
espirituais que nunca são feitos participantes dele em
suas graças salvadoras, Mateus 7:92, 23.
4. É acrescentado, em quarto lugar, na descrição, que
eles "provaram a boa palavra de Deus". (2.) Como é
dito ser "boa", e, (3.) Em que sentido eles "provaram"
156
disso. (1.) Rhema é corretamente "uma palavra
falada", e embora seja usado em outro sentido por
nosso apóstolo e por ele somente - Hebreus 1: 3, 11:
3, onde denota o poder ativo efetivo de Deus, - no
entanto, tanto a significação da palavra quanto seu
principal uso em outro lugar denotam palavras
faladas; e quando aplicado a Deus, sua palavra como
pregada e declarada. Veja Romanos 10:17, João 6:68.
A palavra de Deus, isto é, a palavra do evangelho
como pregada, é aquilo que eles provaram assim.
Mas pode-se dizer que eles apreciaram a palavra de
Deus em seu estado de judaísmo. Eles fizeram isso,
quanto à palavra escrita; Pois "para eles foram
entregues os oráculos de Deus", Romanos 3: 2; mas é
a palavra de Deus como pregada na dispensação do
evangelho que é eminentemente assim chamado, e
sobre o qual tais coisas excelentes são ditas,
Romanos 1:16; Atos 20:32; Tiago 1:21. (2.) Da
palavra é dito kalon, "bom", desejável, amável, como
a palavra aqui usada significa. Onde é assim, veremos
imediatamente. Mas, enquanto a palavra de Deus
pregada sob a dispensação do evangelho pode ser
considerada de duas maneiras: - [1.] Em geral,
quanto a todo o sistema de verdades nele contidas; e
[2.] Em especial, para a declaração feita da realização
da promessa em enviar Jesus Cristo para a redenção
da igreja, - é aqui especialmente destinado neste
último sentido. Isto é enfaticamente chamado de
evangelizar em, 1 Pedro 1:25. Assim, a promessa de
Deus em particular é chamada de "boa palavra":
157
Jeremias 29:10: "Porque assim diz o Senhor:
Certamente que passados setenta anos em Babilônia,
eu vos visitarei, e cumprirei sobre vós a minha boa
palavra, tornando a trazer-vos a este lugar.", como
ele o chama "a boa palavra que ele havia prometido",
Jeremias 33: 14. O evangelho é a "boa nova da paz e
da salvação" por Jesus Cristo, Isaías 52: 7. (3.) Aqui é
dito "provar", como foi dito antes do dom celestial. O
apóstolo, por assim dizer, se manteve com essa
expressão, com o propósito de manifestar que não
pretende que aqueles que, pela fé, realmente
recebam, alimentem e vivam em Jesus Cristo, como
oferecido na palavra do evangelho, João 6:35, 49-51,
54-56. É como se ele tivesse dito: "Não falo daqueles
que receberam e digeriram o alimento espiritual de
suas almas, e o transformaram em alimento
espiritual; mas daqueles que, até agora, provaram
isso, como eles deveriam ter desejado como "leite
sincero, ter crescido assim". "Mas eles receberam tal
experiência de sua verdade divina e poder, como que
tinha vários efeitos sobre eles. e para a explicação
adicional dessas palavras, e da descrição do estado
desses supostos apóstatas, podemos considerar as
observações que se seguem, que declaram o sentido
das palavras, ou o que contém nelas: - Observação: I.
Existe uma bondade e excelência na palavra de Deus,
capaz de atrair e afetar as mentes dos homens, que
ainda não chegam à obediência sincera. II. Há uma
bondade especial na palavra da promessa relativa a
Jesus Cristo, e à declaração de sua realização.
158
5. Por fim, acrescenta-se, Dunameiv te mellontov
aiwnov, - "E os poderes do mundo vindouro". Estes
poderes do mundo vindouro são as operações
poderosas, grandes, milagrosas e as obras do Espírito
Santo. O que eles eram, e como eles foram operados
entre esses hebreus, foi declarado em nossa
exposição sobre Hebreus 2: 4, e eles são conhecidos
pelos Atos dos Apóstolos, onde várias instâncias são
registradas. Eu também provarei nesse capítulo que,
por "mundo vindouro", nosso apóstolo nesta epístola
se refere aos dias do Messias, sendo esse o nome
usual na igreja naquele tempo, como o novo mundo
que Deus tinha prometido criar. Por isso, esses
"poderes do mundo vindouro", foram os dons pelos
quais esses sinais, maravilhas e obras poderosas
foram operados pelo Espírito Santo, conforme
predito pelos profetas que eles deveriam ser assim.
Veja Joel 2, em comparação com Atos 2. Essas
pessoas devem ter "provado" dos dons espirituais
sobrenaturais do Espírito Santo, conforme
relacionadas em 2 Coríntios 12-14, ou eles foram
operados por si mesmos ou por outros à sua vista,
pelo que tiveram uma experiência do trabalho
glorioso e poderoso do Espírito Santo na
confirmação do evangelho. Sim, eu julgo que eles
mesmos em suas próprias pessoas eram
participantes desses poderes, nos dons de línguas e
outras operações milagrosas; o que foi o maior
agravamento possível de sua apostasia, e o que
peculiarmente tornou a sua recuperação impossível.
159
Pois não existe na Escritura uma impossibilidade
colocada sobre a recuperação de qualquer outra
coisa, como pecar peculiarmente contra o Espírito
Santo; e, embora essa culpa possa ser contraída de
outra forma, ainda que em nenhuma tão significativa
como essa, de rejeitar essa verdade que foi
confirmada por suas poderosas operações naqueles
que o rejeitaram; o que não poderia ser feito sem uma
atribuição de seu poder divino ao diabo. Mas eu não
conserto esses dons extraordinários exclusivamente
para aqueles que são comuns. Eles também são os
poderes do mundo vindouro. Assim é tudo o que
pertence à edificação ou preservação do novo mundo
ou do reino de Cristo. Para a primeira configuração
de um reino, grande e poderoso poder é necessário;
mas sendo configurado, a dispensação ordinária de
poder o preservará. Então, é neste assunto. Os dons
extraordinários e milagrosos do Espírito foram
utilizados na construção do reino de Cristo, mas
continua com dons comuns; que, portanto, também
pertencem aos poderes do mundo vindouro. Em
terceiro lugar, da consideração desta descrição, em
todas as suas partes, podemos entender a que tipo de
pessoas é que se dirige aqui o apóstolo. E parece, sim,
é evidente, - 1. Que as pessoas aqui pretendidas não
sejam crentes verdadeiros e sinceros, no sentido
estrito e apropriado desse nome, pelo menos não são
descritos aqui como tais; de modo que, daí, nada
pode ser concluído em relação a eles que sejam
assim, quanto à possibilidade de sua apostasia total e
160
final. Porque, (1.) Não há em sua descrição completa
e longa nenhuma menção de fé, ou crer,
expressamente ou em termos equivalentes; e em
nenhum outro lugar da Escritura são pretendidos,
senão apenas o que é mencionado pelo que pertence
essencialmente ao seu estado. E, (2.) Não há
qualquer coisa atribuída a essas pessoas que lhes
sejam peculiares como tais, ou discriminativas delas,
como tomadas de sua relação especial com Deus em
Cristo, ou de qualquer propriedade própria que não
é comunicável aos outros. Por exemplo, não se diz
que sejam chamados de acordo com o propósito de
Deus; para nascer de novo, não do homem, nem da
vontade da carne, mas de Deus; nem para ser
justificado, nem santificado, nem unido a Cristo,
nem ser filhos de Deus por adoção; nem têm
qualquer outra nota característica dos verdadeiros
crentes atribuída a eles.
(3.) Eles são nos seguintes versos comparados com a
terra em que a chuva geralmente cai, e não produz
nada além de cardos e espinhos. Mas isso não é assim
com os verdadeiros crentes. Pois a própria fé é uma
erva peculiar ao jardim fechado de Cristo.
(4.) O apóstolo depois discursando dos verdadeiros
crentes, em muitos detalhes os distingue dos que
podem ser apóstatas; o que é suposto sobre as
pessoas aqui destinadas, como antes foi esclarecido.
Pois, [1.] Ele lhes atribui em geral "coisas melhores e
161
que acompanham a salvação", versículo 9. [2.] Ele
atribui uma "obra e trabalho de amor", como é a
verdadeira fé, que funciona por amor, no versículo
10; do qual ele não fala uma palavra a respeito destes.
[3.] Ele afirma sua preservação; - 1º, a respeito da
justiça e fidelidade de Deus, versículo 10; 2º, da
imutabilidade de seu conselho a respeito deles,
versículo 17, 18. Em todas essas e outras instâncias
ele faz a diferença entre esses apóstatas e verdadeiros
crentes. E considerando que o apóstolo pretende
declarar o agravamento de seus pecados em se
afastar dos principais privilégios de que foram feitos
participantes, aqui não é uma palavra, em nome ou
coisa, daqueles que ele expressamente atribui para
ser os principais privilégios dos crentes verdadeiros,
Romanos 8: 27-30.
2. O nosso próximo inquérito é mais particularmente
quanto a quem ele se refere. E (1.) Eles foram os que
não muito antes se converteram do judaísmo ao
cristianismo, com a evidência da verdade de sua
doutrina, e as operações milagrosas com as quais a
sua dispensação foi acompanhada. (2.) Ele não se
refere ao tipo comum deles, mas como eles obtiveram
privilégios especiais entre eles. Pois eles receberam
dons extraordinários do Espírito Santo, como falar
em línguas ou fazer milagres. E (3.) Eles encontraram
em si mesmos e em outros provas convincentes de
que o reino de Deus e o Messias, que eles chamaram
de "o mundo vindouro", vieram a eles; e tiveram
162
satisfação nas glórias disto. (4.) Tais pessoas como
estas, como eles têm uma obra de luz em suas
mentes, então, de acordo com a eficácia de suas
convicções, eles podem ter tal mudança operada
sobre suas afeições e em sua conduta, como podem
ser de grande estima entre os professantes; e aqueles
que pretendiam ser. Agora deve ser um horrível
quadro de espírito, alguma inimizade maliciosa
contra a verdade e a santidade de Cristo e do
evangelho, algum amor violento ao pecado e ao
mundo, que pode desviar essas pessoas da fé e apagar
todas aquela luz e convicção da verdade que
receberam. Mas a mínima graça é uma melhor
segurança para o céu do que os maiores dons e
privilégios do que quer que seja. Essas são as pessoas
a respeito das quais nosso apóstolo discursa e de
quem é suposto que possam "cair". A natureza
especial do pecado aqui referido é depois declarada
em duas instâncias ou circunstâncias agravantes.
Esta palavra expressa a relação que tinha ao estado e
condição dos próprios pecadores; eles se afastam, e
caem. Eu acho que expressamos bem a palavra: "Se
eles caíssem". Nossas traduções antigas apenas
traziam: "Se eles caíssem", o que não expressou o
sentido da palavra, e era passível de um sentido que
não pretendia ; porque ele não diz: "Se eles caírem
em pecado", isto, ou aquilo, ou qualquer pecado
qualquer que seja chamado, suponha o maior pecado
imaginável, isto é, a negação de Cristo no tempo de
perigo ou perseguição. Mas um exemplo bem
163
considerado tinha sido um guia melhor para eles do
que todas as suas próprias regras arbitrárias e
imaginação, - quando Pedro caiu neste pecado e, no
entanto, foi "renovado novamente para o
arrependimento", e isso rapidamente. Portanto,
podemos estabelecer isso em primeiro lugar, quanto
ao sentido das palavras: não há pecado particular que
qualquer homem possa cair de vez em quando,
através do poder da tentação, que possa lançar o
pecador sob essa ameaça, de modo que deve ser
impossível renová-lo ao arrependimento. Portanto,
deve, em segundo lugar, ser a um curso de pecado
que se destina. Mas há vários graus aqui também,
sim, existem vários tipos de tais cursos no pecado.
Um homem pode cair em uma maneira de pecado
como ainda para reter em sua mente tal princípio de
luz e convicção que pode ser adequado para sua
recuperação. Excluir estes de todas as esperanças de
arrependimento é expressamente contrário a
Ezequiel 18:21, Isaías 55: 7, sim, e todo o sentido da
Escritura. Portanto, os homens, depois de alguma
convicção e reforma da vida, podem cair em cursos
corruptos e perversos, e fazerem um longo período
ou continuidade neles. Exemplos disso temos todos
os dias entre nós, embora não haja nenhum paralelo
ao de Manassés. Considere a natureza de sua
educação sob seu pai Ezequias, a grandeza de seus
pecados, o comprimento de sua continuação neles,
com sua recuperação seguinte, e ele é um grande
exemplo neste caso. Embora exista nessas pessoas
164
qualquer semente de luz ou convicção de verdade que
seja capaz de uma excitação ou avivamento, de modo
a produzir seu poder e eficácia em suas almas, elas
não podem ser encaradas como estando na condição
pretendida, embora seu caso seja perigoso. 3. Nosso
apóstolo faz uma distinção entre ptaiw e piptw,
Romanos 11:11, - entre "tropeçar" e "cair", e não
permitiria que os judeus incrédulos daqueles dias
chegassem tão longe quanto piptw, isto é, cair
absolutamente: "Porventura tropeçaram de modo
que caíssem? De maneira nenhuma, antes pelo seu
tropeço veio a salvação aos gentios, para os incitar à
emulação.", isto é, absolutamente e
irrecuperavelmente. Então, portanto, essa palavra
significa neste lugar. E o parapipto aumenta a
significação, tanto quanto à perversidade à maneira
da queda, quanto à violência na própria queda. Do
que foi discursado, aparecerá o que se afasta é que o
apóstolo aqui pretende. E, - (1.) Não é uma queda
para este ou aquele pecado real, seja da natureza que
ele fará; o que pode ser, e ainda não se afastar. (2.)
Não é uma queda na tentação; em relação a tais
caídas, temos regras de outro tipo que nos são
oferecidas em vários lugares, e aquelas
exemplificadas em casos especiais: mas é o que é
premeditado, de deliberação e escolha. (3.) Não é
uma queda por renúncia a alguns princípios muito
materiais da religião cristã, por erro ou sedução;
como os coríntios caíram, negando a ressurreição dos
mortos; e os gálatas, negando a justificação pela fé
165
somente em Cristo. Portanto, - (4.) Deve consistir em
uma renúncia total a todos os princípios e doutrinas
constitucionais do cristianismo, de onde é
denominado. Tal foi o pecado daqueles que
renunciaram ao evangelho para retornar ao
judaísmo, como foi declarado, em oposição a ele, e
odiaram-no. Foi isto que ocorreu, e não qualquer tipo
de pecados reais, que o apóstolo discerne
manifestamente. (5.) Para a conclusão desta queda
de acordo com a intenção do apóstolo, é necessário
que esta renúncia seja declarada e professada; como
quando um homem abandona a profissão do
evangelho e cai no judaísmo, ou no islamismo, ou no
gentilismo, na persuasão e na prática. Porque o
apóstolo discursa sobre fé e obediência como
professados; e assim, portanto, também sobre seus
contrários. E, no entanto, enquanto alguns homens
podem, em seus corações e mentes, renunciar
completamente ao evangelho, mas, em algumas
considerações seculares, não se atrevem ou não
professam essa renúncia interna, a sua queda é
completa e total aos olhos de Deus; e tudo o que eles
fazem para cobrir sua apostasia em um cumprimento
externo da religião cristã, é à vista de Deus, senão
uma zombaria dele, e para um maior agravamento de
seus pecados. Esta é a destruição afirmada pelo
apóstolo: - uma renúncia voluntária, resolvida e
apostasia do evangelho, fé, regra e obediência; que
não pode ser sem lançar a mais alta censura e
166
contundentemente imaginável sobre a pessoa do
próprio Cristo, como é expressado depois.
Em quarto lugar, em relação a essas pessoas, e suas
quedas, duas coisas devem ser consideradas no texto:
1. O que é afirmado deles. 2. O motivo dessa
afirmação. 1. O primeiro é que "é impossível renová-
los novamente ao arrependimento". O que se afirma
é negativo; - para "renová-los novamente ao
arrependimento", isso é negado a eles. Mas a
modificação dessa negação transforma a proposição
em uma afirmação: "É impossível fazer". A
importância desta palavra é duvidosa; Alguns
pensam em algo absoluto, e outros, em uma
impossibilidade moral é destinada a isso. Este último
é mais aplicado; de modo que é uma questão difícil e
raramente esperada, a que isso se destina, e não o
que é absolutamente impossível. Motivos e
instâncias consideráveis são produzidos para
qualquer interpretação. Mas devemos olhar mais
para o significado disso. Os eventos futuros
dependem de Deus, que por si só existe
necessariamente. Outras coisas podem ser, ou não
podem ser, à medida que o respeitem ou a vontade
dele. E assim, as coisas que são futuras podem ser
consideradas impossíveis, seja com respeito à
natureza de Deus, ou aos seus decretos, ou à sua
ordem moral, ordem e lei. (1.) As coisas são
impossíveis com respeito à natureza de Deus, seja
absolutamente, como sendo consistentes com seu ser
167
e propriedades essenciais: por isso é impossível que
Deus deva mentir; ou, com alguma suposição, é
impossível que Deus perdoe pecados sem satisfação,
na suposição de sua lei e na sanção dela. Nesse
sentido, o arrependimento desses apóstatas, pode
ser, não é impossível. Eu digo, pode ser; pode ser que
não haja nada nele contrário a quaisquer
propriedades essenciais da natureza de Deus, direta
ou de forma redutiva. Mas não serei positivo aqui.
Pois as coisas atribuídas a esses apóstatas são tais, ou
seja, "crucificando o Filho de Deus de novo, e
deixando-o exposto à vergonha", como eu não sei,
senão que seja contrário à santidade e justiça e glória
de Deus, como supremo governante do mundo, para
ter mais misericórdia deles do que dos próprios
demônios, ou aqueles que estão no inferno. Mas não
vou afirmar que isso seja o significado do lugar. (2.)
Ainda; as coisas possíveis em si mesmas, e com
respeito à natureza de Deus, são tornadas
impossíveis pelo decreto e propósito de Deus: ele
determinou absolutamente que elas nunca serão
possíveis. Por isso, era impossível que Saul e sua
posteridade fossem preservados no reino de Israel.
Não era contrário à natureza de Deus, mas Deus
decretou que assim não deveria ser, 1 Samuel 15:
28,29. Mas, os decretos de Deus em relação às
pessoas em particular, e não às qualificações em
primeiro lugar, não podem ser aqui considerados;
porque eles são atos livres de sua vontade, não
revelados, nem em particular, nem em virtude de
168
qualquer regra geral, como são soberanos, fazendo
diferenças entre pessoas na mesma condição,
Romanos 9: 11,12. O que é possível ou impossível
com respeito à natureza de Deus, podemos saber, em
boa medida, do conhecimento certo que possamos
ter de seu ser e propriedades essenciais; mas o que é
de um modo ou de outro com respeito aos seus
decretos ou propósitos, que são soberanos, atos livres
de sua vontade, ninguém conhece, nem os anjos no
céu, Isaías 40: 13,14; Romanos 11:34. (3.) As coisas
são possíveis ou impossíveis com respeito à regra e
ordem de todas as coisas que Deus designou. Quando
nas coisas de dever Deus não lhes mandou
expressamente, nem designou meios para a sua
realização, então devemos considerá-los como
impossíveis. E esta é a impossibilidade aqui
principalmente pretendida. É uma coisa que Deus
não nos mandou esforçar-nos, nem designou meios
para alcançá-la, nem prometeu nos ajudar nela. É,
portanto, o que não temos motivos para cuidar,
tentar ou esperar, como não é possível por qualquer
lei, regra ou constituição de Deus. O apóstolo não nos
instrui na natureza dos eventos futuros, mas como
nosso próprio dever está preocupado com eles. Não é
para nós nem olharmos, nem esperarmos, nem
orarmos, nem tentarmos a renovação de tais pessoas
para o arrependimento. Deus dá a lei. Pode ser
possível com Deus, para qualquer coisa que
possamos saber, se não houver contradição nela para
nenhuma das propriedades sagradas de sua
169
natureza; só ele não terá que esperar tal coisa dele,
nem ele designou nenhum meio para nos
esforçarmos. O que ele deve fazer devemos
felizmente aceitar; mas nosso próprio dever para
com essas pessoas está absolutamente no fim. E, na
verdade, eles se colocam completamente fora de
nosso alcance. O que se diz ser assim impossível com
respeito a essas pessoas é, "para renovar novamente
para o arrependimento", Metanoia em o Novo
Testamento com respeito a Deus, significa "uma
mudança de mente graciosa", sobre princípios e
promessas do evangelho, levando toda a alma à
conversão para Deus. Este é o início e a entrada de
nosso retorno a Deus, sem o qual nem a vontade, nem
as afeições serão comprometidas com ele, nem é
possível que os pecadores encontrem aceitação com
ele. "É impossível renovar". A construção da palavra
é defeituosa e deve ser esclarecida. Se não é possível
que eles o façam; ou que qualquer deveria renová-
los; e isso eu julgo ser destinado. Pela
impossibilidade mencionada os esforços dos outros
serão em vão, qualquer tentativa de recuperação por
meio de qualquer meio que seja. E devemos
perguntar o que é ser renovado e o que é ser renovado
novamente. Agora, nosso anakainismo é a renovação
da imagem de Deus em nossas naturezas, pelo qual
nos dedicamos novamente a ele. Pois, como
perdemos a imagem de Deus pelo pecado, e nos
separamos por coisas profanas, esse anakainismov
respeita tanto à restauração de nossa natureza como
170
à dedicação de nossas pessoas a Deus. E é duplo: -
(1.) Real e interno, em regeneração e santificação
efetiva, "A lavagem da regeneração e a renovação do
Espírito Santo:" Tito 2: 5; 1 Tessalonicenses 5:23.
Mas isso não é o que se destina. Porque isso, esses
apóstatas nunca tiveram, e assim não se pode dizer
que se "renovem novamente" a ele; pois nenhum
homem pode ser renovado novamente para o que ele
nunca teve. (2.) É exterior na profissão e promessa
disso. Portanto, a renovação neste sentido consiste
na solene confissão de fé e arrependimento por Jesus
Cristo, com o selo do batismo recebido sobre o
mesmo; pois assim foi com todos aqueles que se
converteram ao evangelho. Em sua profissão de
arrependimento em relação a Deus, e fé em nosso
Senhor Jesus Cristo, eles receberam a promessa
batismal de uma renovação interna, embora
realmente não fossem seus participantes. Mas esta
propriedade foi seu anakainismo, sua "renovação".
Desse estado, eles caíram totalmente, renunciando a
ele, e pelo que o autor afirma que é impossível
"renová-los novamente". Isto seria trazê-los
novamente para este estado de profissão por uma
segunda renovação e um segundo batismo como
promessa. Isso está determinado ser impossível, e
injustificável para qualquer tentativa. E, na maioria
das vezes, essas pessoas se abaixam abertamente a
tais blasfêmias e se envolvem (se eles têm poder) em
tal perseguição da verdade, pois se dão a uma direção
suficiente sobre como os outros devem se comportar
171
em sua direção. Então a igreja antiga estava satisfeita
no caso de Juliano. Esta é a soma sobre o que é
afirmado desses apóstatas, a saber, que "é impossível
renová-los ao arrependimento", isto é, agir de
maneira a levá-los ao arrependimento para que
possam ser instalados em sua condição anterior.
Contudo, várias coisas podem ser observadas para o
esclarecimento do desígnio do apóstolo neste
discurso; como: - (1.) Aqui não é dito nada sobre a
aceitação ou a restauração de qualquer um sobre o
arrependimento ou sua profissão após qualquer
pecado, a ser feito pela igreja, cujo julgamento deve
ser determinado por outras regras e circunstâncias.
E isso exclui perfeitamente a pretensão dos
novacianos de qualquer apoio nessas palavras. Pois,
no entanto, teriam tirado sua garantia da exclusão
absoluta da comunhão da igreja de todos aqueles que
negaram a fé em tempos de perseguição, embora
expressassem um arrependimento cuja sinceridade
não pudessem evidenciar. Esses são os destinatários
que não fazem nem podem chegar ao
arrependimento, nem fazer uma profissão dele; com
quem a igreja não tinha mais a lidar. Não se diz, que
os homens que já caíram assim não devem, em seu
arrependimento, ser admitidos em seu estado
anterior na igreja; mas que tal é a severidade de Deus
contra eles que ele não mais lhes dará
arrependimento para a vida. (2.) Aqui não há nada
que possa ser trazido em tribunal contra, como,
tendo caído em qualquer grande pecado, ou qualquer
172
curso em pecar, e que, após luz, convicções e dons
recebidos e exercidos, desejam arrepender dos seus
pecados, e se esforçam depois pela sinceridade nele
contida; sim, tal desejo e esforço isentos do
julgamento aqui ameaçado.
Existe, portanto, o que favorece grandemente a tais
pecadores. Pois, enquanto está aqui declarado, a
respeito de quem é assim rejeitado de Deus, que "é
impossível renová-los", ou fazer alguma coisa em
direção àquilo que tende ao arrependimento, aqueles
que não estão satisfeitos com isso mesmo
arrepender-se de salvação, mas apenas se exercitam
sinceramente sobre a forma como conseguem chegar
a isso, não tem participação nesta ameaça, mas,
evidentemente, a porta da misericórdia ainda está
aberta para eles; pois é fechado apenas contra
aqueles que nunca se esforçarão para se converter
pelo arrependimento. E, embora as pessoas tão
rejeitadas de Deus possam cair sob convicções de seu
pecado atendido com desespero, - o que lhes é uma
previsão de sua condição futura, - no entanto, como
a menor tentativa de arrependimento nos termos do
evangelho, eles nunca se elevam até aquilo.
Por isso, a impossibilidade referida, de que tipo seja,
diz respeito à severidade de Deus, não recusando ou
rejeitando os maiores pecadores que buscam ser
renovados para o arrependimento, o que é contrário
a inúmeras promessas, mas não desistindo de tais
173
pecadores, como aqueles que são mencionados aqui
por cuja obstinação no pecado, aquela cegueira de
mente e dureza de coração, como que eles nem
podem nem devem procurar sinceramente o
arrependimento; nem qualquer meio, de acordo com
a mente de Deus, seja usado para trazê-los a esse
respeito. E a justiça do exercício dessa severidade é
tirada da natureza desse pecado, ou do que está
contido nele, que o apóstolo declara nas instâncias
que se seguem.
VERSOS 7 e 8
O que o apóstolo tinha instruído doutrinariamente
aos hebreus antes, nesses versículos ele colocou
diante deles sob uma similitude apropriada. Pois seu
desígnio aqui é representar a condição de todos os
tipos de pessoas que professam o evangelho e vivem
sob a ministração de suas verdades, com os vários
eventos que acontecem com eles. Ele antes tinha
tratado diretamente apenas de professantes
infrutíferos e apóstatas, que aqui representa por uma
terra não lucrativa, e os tratamentos de Deus com
eles como homens faz com tal terra quando eles têm
feito isto em vão. Pois a igreja é uma videira ou
vinhedo, e Deus é o agricultor, João 15: 1; Isaías 5: 1-
7. Mas aqui, além disso, para uma maior ilustração
do que ele afirma sobre tais pessoas, ele compreende
em sua similitude o estado contrário de crentes
saudáveis e professantes fecundos, com a aceitação
174
que eles têm e a benção que recebem de Deus. E os
contrários assim comparados ilustram-se uns aos
outros, como também o desígnio daquele que se
preocupa com eles. Não precisamos, portanto, nos
envolver em um inquérito particular sobre o que é a
palavra "porque", em que esses versículos são
anexados e continuados até o precedente,
respeitando de maneira peculiar e imediata aquilo
em que há alguma diferença entre os expositores.
Alguns supõem que é o trato de Deus com os
apóstatas, antes estabelecido, que o apóstolo
considera, e nestes versículos dá conta do motivo
disso, ou de onde eles chegam a um fim tão doloroso.
Outros, observando que, em todo o seu discurso, ele
insiste principalmente, se não só, no estado de
crentes saudáveis e sua aceitação com Deus,
supondo-se que ele tenha um respeito imediato ao
que declarou no início do capítulo, versículos 1-3,
referente ao seu desígnio para levá-los à perfeição.
Mas não há necessidade de restringir seu propósito a
qualquer uma dessas intenções exclusivamente para
outra; sim, é contrário ao escopo simples que faz em
seu discurso. Pois ele compreende os dois tipos de
professantes, e dá uma representação viva da sua
condição, do trato de Deus com eles e do seu evento.
A razão, portanto, que ele dá não se limita a qualquer
tipo exclusivamente, mas se estende igualmente a
todo o assunto tratado.
175
Versos 7, 8. – “Porque a terra que embebe a chuva,
que muitas vezes cai sobre ela, e produz erva
proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a
bênção de Deus; mas a que produz espinhos e
abrolhos, é reprovada, e perto está da maldição; o seu
fim é ser queimada.”
Algumas coisas devem ser observadas em relação a
essa similitude em geral, antes de investigar os
detalhes dela. 1. O ajpidosiv, ou aplicação dele, é
incluído no protasiv, ou proposição da similitude em
si, e não é expressa. Uma descrição é dada à terra,
pela sua cultura, fruto ou esterilidade; mas nada é
especialmente adicionado das coisas aqui indicadas,
embora essas sejam principalmente destinadas. E o
caminho do raciocínio aqui é simples e instrutivo,
porque a analogia entre as coisas produzidas na
semelhança e as coisas significadas é clara e evidente,
tanto em si mesma como no que é o discípulo do
apóstolo. 2. Há um assunto comum de toda a
semelhança, ramificado em partes distintas, com
eventos muito diferentes atribuídos a eles. Devemos,
portanto, considerar tanto o que é esse assunto
comum, como também em que as partes distintas em
que é ramificada concordam, por um lado, e diferem
do outro. (1.) O sujeito comum é "a terra", da
natureza da qual ambos os ramos são igualmente
participantes. Originalmente e, naturalmente, não
diferem, são ambos a terra. (2) Sobre este assunto
comum, em ambos os ramos dele, a chuva
176
igualmente cai; não sobre um mais e o outro menos,
não sobre um mais cedo e o outro mais tarde. (3.) É
igualmente lavrado, cultivado para o uso almejado;
uma parte não é negligenciada enquanto a outra é
atendida. Nestas coisas, há um acordo, e tudo é igual
em ambos os ramos do assunto comum. Mas, em
seguida, uma partição é feita, ou uma distribuição
deste assunto comum em duas partes ou tipos, com
uma diferença dupla entre eles; e isso, (1.) Em suas
partes; (2.) De Deus lidando com eles. Pois, (1.) A
primeira parte produz "ervas", que são descritas por
sua utilidade: "proveitosa para aqueles por quem é
lavrada". O outro traz "abrolhos e espinhos" - coisas
não só sem uso ou vantagem, mas além disso, nocivas
e prejudiciais. (2.) Eles diferem na consequência, por
parte de Deus: porque o primeiro tipo "recebe a
bênção de Deus", o outro, em oposição a essa benção
de Deus (de onde podemos também aprender o que
está contido nele) é primeiro "rejeitado", então
"amaldiçoado", depois "queimado". Antes de
prosseguir com a explicação específica das palavras,
a indagação deve ser feita no desígnio especial do
apóstolo com respeito a estes hebreus. Pois aqui não
há apenas uma ameaça do que poderia acontecer,
mas uma previsão particular do que aconteceria e
uma declaração do que já era parcialmente realizado.
Pois pela "terra" ele entende de maneira especial a
igreja e a nação dos judeus. Esta era a vinha de Deus,
Isaías 5: 7. Ele enviou a ela todos os seus ministros e,
finalmente, o seu Filho, Mateus 21: 35-37; Jeremias
177
2:21. E a eles, ele chama: "Ó terra, terra, terra, ouve a
palavra do Senhor", Jeremias 22:29. Sobre esta terra,
a chuva geralmente caiu, na dispensação ministerial
da palavra para aquela igreja e povo. Com respeito a
isso, Cristo diz-lhes: "quantas vezes quis eu ajuntar
os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos
debaixo das asas, e não o quiseste!", Mateus 23:37;
Como aqui da chuva é dito cair muitas vezes sobre
ela. Esta era a terra em que estavam as plantas da
plantação especial de Deus. E estes estavam todos
agora distribuídos em duas partes. 1. Aqueles que,
acreditando e obedecendo ao evangelho, produziram
os frutos do arrependimento, da fé e da nova
obediência. Sendo efetivamente operados pelo poder
de Deus na nova criação, nosso apóstolo a compara à
terra na criação antiga, quando foi feita pela primeira
vez por Deus e abençoada por ele. Então, em
primeiro lugar, trouxe "erva" pelo que foi abençoada,
Gênesis 1:11. E estes ainda eram para continuar a
vinha de Deus, um campo que ele cuidava. Esta foi
aquela igreja evangélica reunida dos hebreus, que
produziu fruto para a glória de Deus, e foi abençoada
por ele. Este foi o remanescente entre eles de acordo
com a eleição da graça, que obteve misericórdia
quando os outros foram cegados, Romanos 11 : 5,7. 2.
Para o resto deste povo, o resíduo desta terra, foi
composto de dois tipos, que são ambos aqui lançados
sob a mesma condição. Havia obstinados incrédulos,
por um lado, que rejeitavam com convicção o
evangelho e Cristo; com apóstatas hipócritas do
178
outro, que por uma temporada abraçaram sua
profissão, e caíram de novo no seu judaísmo. Tudo
isso, o apóstolo compara à terra quando a aliança de
Deus com a criação foi quebrada pelo pecado do
homem, e foi colocada sob a maldição. Aqui é dito
que "traz espinhos e abrolhos". Tal era esta igreja e
povo, agora eles haviam quebrado e rejeitado a
aliança de Deus por sua descrença, e a terra gerava
espinhos e abrolhos. Então o dia dos seus profetas se
aproximou, - o dia da sua visitação anunciada pelos
profetas, seus vigias, Miquéias 7: 4. Então, Deus
ameaçou que, quando ele rejeitasse a sua vinha, que
produzia espinhos e abrolhos, Isaías 5: 6. E destes
hebreus incrédulos e apóstatas, ou desta terra árida,
o apóstolo afirma três coisas: 1. Que foi "rejeitada",
ou não aprovada; isto é, por Deus. De fato, eles se
vangloriaram, e aqui continuaram a se orgulhar, que
Deus os possuía, que eles eram seu povo e eram
preferidos acima de todos os outros. Mas, embora
Deus tenha ficado satisfeito por ter paciência para
com eles, pronunciou-se sobre eles, em geral, que
eles não eram o seu povo, que ele não os possuía.
Espinhos e abrolhos foram colocados sobre os seus
altares, de modo que suas pessoas e adoração fossem
rejeitadas por Deus. 2. Estava "perto da maldição". E
esta maldição, que agora estava muito perto, tinha
nela, - (1.) Esterilidade; e, (2.) Um destino inalterável
e irrevogável para a destruição. (1.) Tinha nela
esterilidade; porque esta igreja dos judeus, feita
agora de infiéis e apóstatas, foi representada pela
179
figueira amaldiçoada pelo nosso Salvador: Mateus
21:19: Ele disse: "Nunca mais nasça fruto de ti. E a
figueira secou imediatamente." Depois deste tempo,
o evangelho lhes foi suficientemente oferecido e
rejeitado por eles, não havia mais fé, arrependimento
ou obediência salvadora, nada que fosse aceitável
para Deus em santidade ou adoração, encontrada
entre eles até hoje. Muitos judeus foram depois disso
convertidos, mas a igreja dos judeus nunca deu mais
frutos para Deus. E (2.) Eles foram devotados à
destruição. O fim do Antigo Testamento, e da
revelação solene imediata de Deus para aquela igreja,
foi que, se não recebessem o Senhor Jesus Cristo
após a vinda e ministério de Elias, isto é, de João
Batista, Deus "Visitaria a terra com uma maldição",
Malaquias 4:6. Ele a tornaria uma coisa
anatematizada, ou devidamente dedicada à
destruição. Quando Deus primeiro os trouxe para a
sua terra, que era para ser a sede de suas ordenanças
e adoração solene, a primeira cidade a que chegaram
foi Jericó. Isso, portanto, Deus anatematizou, ou se
dedicou à destruição perpétua, com uma maldição
sobre aquele que tentasse a sua reedificação, Josué
6:17. Toda a terra foi alienada dos seus antigos
possuidores, e dedicada a outro uso, e o próprio lugar
completamente destruído. Jerusalém, e
consequentemente toda a igreja, agora deveria ser
feita como Jericó; e a maldição denunciada era agora
rapidamente executada, em que a terra devia ser
alienada e ser devotada à desolação. 3. O fim de tudo
180
isso era que esta terra deveria ser "queimada". Uma
desolação universal, segundo a predição de nosso
Salvador, pelo fogo e pela espada, representando a
vingança eterna que eles eram susceptíveis, e que era
sobre eles. Isso agora estava se aproximando, ou seja,
o fim de sua igreja e estado, na destruição da cidade,
templo e nação, pelos romanos, o que ocorreu em 70
d.C, pouco tempo depois da escrita desta epístola aos
Hebreus. Este era o desígnio especial do apóstolo
com respeito a estes hebreus; e ele acrescenta esse
esquema ou delimitação da condição presente e
aproximada daquela igreja apostatada, para dar
terror à ameaça que ele fez aos professores
infrutíferos. Mas enquanto todas as coisas
aconteceram a eles como tipos, e a condição das
igrejas do evangelho é representada em seus pecados
e castigos; e considerando que as coisas refletidas são
como é o interesse comum e constante de todos os
professantes que devem considerá-la com atenção,
eu abrirei as palavras em toda a latitude de sua
significação, pois elas são peculiarmente instrutivas
para nós. Primeiro: o sujeito da proposição da
similitude é a "terra", e aquilo que é tipificado, é o
coração e a mente de todos aqueles a quem o
evangelho é pregado. Então, é explicado na parábola
do nosso Salvador, em que ele expressa a palavra do
evangelho pregada, pela semente, e compara os seus
ouvintes com vários tipos de solo em que a semente
é lançada. E a alusão é maravilhosamente apropriada
e instrutiva. Porque, - 1. A semente é o princípio de
181
todas as coisas vivas, de todas as coisas que, tendo
qualquer tipo de vida natural, são capazes de
aumentar, crescer e frutificar naturalmente; e a tudo
o que eles chegam, é apenas o desenvolvimento da
semente vital de onde procedem. Assim é a palavra
do evangelho para toda a vida espiritual, 1 Pedro
1:23. E os crentes, por causa de seu crescimento,
aumento e fruto, a partir deste princípio vital ou
semente da palavra, são chamados de "videiras",
"plantas da lavoura de Deus" e por outras formas. 2.
A terra é o único objeto adequado para que a semente
seja colocada e, sozinha, é capaz da cultura ou da
criação que deve ser usada sobre isso. Deus não fez
mais nenhum objeto para receber as sementes de
coisas que pode produzir frutos; Nenhum homem
lança sementes no ar ou na água. Foi somente da
terra que Deus disse: "Produza a terra relva, ervas
que deem semente, e árvores frutíferas que, segundo
as suas espécies, deem fruto que tenha em si a sua
semente, sobre a terra. E assim foi.", Gênesis 11,12.
Somente a terra tem um poder passivo para ser
frutífera; tem nessa matéria que, sendo cultivada,
lavrada, adubada, semeada, plantada, abençoada,
pode produzir frutos. Assim é com as almas dos
homens com respeito à semente da Palavra. Suas
mentes, e elas somente, são capazes de recebê-la, e
aplicá-la. Eles são o único objeto de reconhecimento
do cuidado e da cultura divina. As faculdades de
nossas almas, nossas mentes, vontades e afeições, se
encontram para entreter o evangelho e produzir os
182
seus frutos; do qual nada é encontrado em outras
criaturas na terra. Por isso, somos "criação de Deus",
1 Coríntios 2: 9, o terreno ou campo que ele cultiva;
sendo parte do Cristo místico, composto por todos os
professantes, é a videira, e seu Pai é o agricultor, João
15: 1, por quem é lavrada e podada. 3. A terra por si
mesma, no estado em que se encontra, nada produz
que seja bom ou útil. Em sua primeira criação, foi
impregnada pela bênção de Deus, com todas as
sementes de ervas e frutos úteis; mas, depois da
entrada do pecado, o seu útero foi amaldiçoado com
a esterilidade, perdendo a sua primeira utilidade, e
não produz nada de si mesma espontaneamente
senão espinhos, sarças e ervas daninhas nocivas, -
pelo menos estes com tal abundância que sufocam e
corrompem todos os restos de sementes e plantas
úteis. É, como o campo do preguiçoso, crescido com
espinhos, e urtigas. Especialmente é condenado a
esterilidade total se a chuva não cair nela. E, por
natureza, são os corações e as mentes dos homens.
Eles são escuros, estéreis, inúteis e que, sem a cultura
divina, não produzirão frutos de justiça, que sejam
aceitáveis para Deus. Tudo isso de si mesmo que eles
podem produzir são ervas daninhas nocivas. Entre as
ervas da terra não lavrada, algumas são pintadas com
cores sedutoras, mas elas são apenas ervas daninhas;
e entre os frutos das mentes não cultivadas, alguns
podem ter uma aparência mais enganosa do que
outros, mas são todos, espiritualmente considerados,
pecados e vícios ainda. Portanto, o assunto comum
183
da similitude é simples e instrutivo. E podemos em
nossa passagem observar, que, - Observação I. As
mentes de todos os homens, por natureza, são
universalmente e igualmente estéreis com respeito
aos frutos da justiça e da santidade que são aceitáveis
para Deus. Todos eles são como a terra sob a
maldição. Existe uma diferença natural entre os
homens quanto às suas habilidades intelectuais.
Alguns são de uma compreensão muito mais
penetrante e sagaz, e de um juízo mais sério do que
outros. Alguns têm um temperamento e uma
inclinação naturais, inclinando-os para a gentileza,
sobriedade e modéstia, quando outros de sua
constituição são insensatos e perversos. E aqui
alguns fazem um bom progresso na moralidade e
utilidade no mundo, enquanto outros estão imersos
em todas as abominações viciosas. Há, portanto,
sobre essas e semelhantes contas, grandes diferenças
entre os homens, em que alguns são
incomparavelmente preferidos acima dos outros.
Mas quanto aos frutos da santidade espiritual e da
justiça, todos os homens, por natureza, são iguais;
porque a nossa natureza, como princípio de viver
para Deus, é igualmente corrompida em todos. Não
há mais faíscas ou resquícios de graça em um do que
em outro. Todas as diferenças espirituais entre os
homens são do poder e da graça de Deus na
dispensação da Palavra. Mas devemos prosseguir.
Em segundo lugar, desta terra é dito que "bebe da
chuva que vem sobre ela". Algo está faltando, deve
184
ser feito algo para esta terra árida para torná-la
frutífera; e isso é feito pela chuva. E isso é descrito
por: 1. Sua comunicação ou aplicação à terra, - ela cai
sobre ela; 2. Um complemento especial em sua
frequência: - cai frequentemente sobre ela; 3. Por
aquela recepção que a terra é naturalmente adequada
para ela, ela a bebe. A coisa em si é chuva. Isto é o
único com que a terra, de outra forma seca e estéril,
é impregnada e tornada frutífera. Pois, existe uma
comunicação de umidade, absolutamente necessária
para aplicar a virtude nutritiva da terra aos princípios
das raízes de todos as plantas frutíferas, seja o que
for, e, portanto, antes que alguma chuva caísse, Deus
criou um vapor para se levantava, que forneceu o uso
dela, e regou a terra, Gênesis 2: 6. É um "banho
úmido", não uma tempestade, nem uma violência de
chuva causando uma inundação, que tende à
esterilidade; nem como não é razoável e estraga os
frutos da terra; mas um chuva abundante. 1. Esta
chuva cai no chão. E 2. Diz-se que cai com frequência.
A terra de Canaã é recomendada por ser "uma terra
de colinas e vales, que recebia água da chuva do céu",
Deuteronômio 11: 10,11. E eles tinham comumente
duas temporadas, a primeiro que eles chamavam de
temporã, e o última, a serôdia, Deuteronômio 11:14.
A primeira caía em outubro, quando sua semente era
lançada no chão. A outra caía em torno de março,
quando o seu trigo cresceu, enchendo a espiga para a
colheita. Diz-se, então, que "o Jordão transbordava
por todas as suas ribanceiras ", 1 Crônicas 12:15; o
185
que foi ocasionado pela queda da serôdia, ou esta
última chuva. E que isto foi no primeiro mês, ou
março, que era a entrada de sua colheita, é evidente
a partir daí, na medida em que, depois de ter passado
pelo Jordão, durante o transbordamento das suas
águas, eles celebraram a páscoa em Gilgal, no décimo
quarto dia desse primeiro mês, Josué 5:10. Enquanto
eles tinham essas chuvas em suas próprias estações,
a terra era frutífera; e foi por reter deles que Deus os
castigou com a esterilidade da terra, e a fome
resultou disso. Além disso, em boas estações, eles
tiveram muitas outras chuvas ocasionais. Por isso,
aqui é suposto que a chuva cai "muitas vezes", nesta
terra. Além disso, - 3. Da terra é dito beber a chuva.
A expressão é metafórica, mas comum. E a alusão é
tirada de criaturas vivas, que, por beber, tomam água
em suas partes internas. Fazer assim é peculiar à
terra. Se a chuva cair sobre pedras, ela foge delas, não
tem admissão nelas; mas, na terra, mergulha mais ou
menos, de acordo com a condição receptiva do solo.
E é a natureza da terra, por assim dizer, beber as
chuvas úmidas que caem sobre ela, até ficarem
embriagadas: Salmo 65: 9,10.
Alguns supõem que a passagem se refere aos dons do
Espírito Santo, pois, na comunicação deles, do
Espírito Santo é frequentemente dito ser derramado;
isto é, como água ou chuva. Mas, 1. Esta chuva é dito
cair muitas vezes na terra (sim, naquela terra que
continua completamente estéril), em um banho após
186
o outro. E isso não pode ser acomodado na
dispensação dos dons do Espírito; pois eles já foram
comunicados, se eles não são exercitados e aplicados,
Deus não dá mais chuveiros com eles. É, portanto, a
administração da Palavra que aqui se destina. E, em
outros lugares, a doutrina da Escritura é
frequentemente comparada à chuva e à rega:
Deuteronômio 32: 2: "Caia como a chuva a minha
doutrina; destile a minha palavra como o orvalho,
como chuvisco sobre a erva e como chuvas sobre a
relva." E, onde Deus nega sua palavra a qualquer
povo, ele diz:" Não haverá chuva sobre eles", Zacarias
14:17. E, portanto, "cair" como a chuva, é uma
expressão para profetizar ou pregar, Ezequiel 21: 2,
Amós 7:16; os chuveiros às vezes são mais suaves e
gentis, às vezes mais sérios e pressionadores. E essas
palavras, Salmo 134: 7, por causa da ambiguidade
das palavras, e a proporção que está entre as coisas,
são traduzidas por alguns, "os professantes serão
cheios de bênçãos". Isto é com o que Deus limpa e
refrigera as almas estéreis dos homens, pelo qual lhes
comunica todas as coisas que lhes permitam ser
fecundos. Sendo breve, para não ampliar a alegoria,
a palavra do evangelho é todo caminho para as almas
dos homens como a chuva para a terra estéril. 2.
Desta chuva é dito que cai frequentemente na terra.
E isso pode ser considerado com respeito ao especial
interesse desses Hebreus, que foi aberto diante deles
a dispensação do evangelho. Na primeira maneira,
considera e expressa os frequentes endereçamentos
187
feitos ao povo judeu no ministério da Palavra, para a
sua cura e recuperação daqueles caminhos da ruína
em que estavam envolvidos. E assim pode incluir o
ministério dos profetas , com o fechamento colocado
pelo próprio próprio Cristo. E a respeito de todo esse
ministério é que o nosso Salvador tão exposto com
eles, Mateus 23:37, "Com que frequência eu teria
reunido seus filhos!" E este também ele em geral
representa na parábola do chefe de família e sua
vinha, com o servos que ele enviou para buscar frutos
e, finalmente, o seu Filho, Mateus 21: 33-37. Tome-o
de outro modo, para a dispensação da Palavra em
geral, e a maneira dela, com frequência e urgência,
está incluída nesta expressão. Onde o Senhor Jesus
Cristo envia o evangelho a ser pregado, é sua vontade
que seja tão "instantaneamente, a tempo e a fora de
tempo", para que venha como chuvas abundantes na
terra. 3. Esta chuva diz ser bebida: "A terra bebe a
chuva". Não há mais intenção nesta expressão senão
a audição externa da Palavra, um assentimento nu a
ela. Pois é atribuído a aqueles que continuam
completamente estéreis; que são deixados ao fogo e à
destruição. Mas, como é a propriedade natural da
terra receber a água que é derramada sobre ela, os
homens, de certo modo, bebem a doutrina do
evangelho, quando as faculdades naturais de suas
almas a apreendem e concordam com ela, embora
não funcione sobre eles, embora não produza
nenhum efeito neles. Há, de fato, na terra rochas e
pedras, nas quais a chuva não faz impressão; mas eles
188
são considerados em comum com o resto da terra, e
não precisam de nenhuma exceção particular em sua
conta. Alguns são quem, quando a Palavra é pregada
a eles, obstinadamente a rejeitam; mas dos ouvintes
em comum é dito que a bebem e não devem escapar
do julgamento que lhes foi designado. E, até agora, as
coisas são faladas em geral, o que é comum a ambos
os tipos de ouvintes, em que ele depois insiste
nitidamente. Da palavra do evangelho, na sua
pregação, comparada à chuva, podemos observar
que, Observação II. A dispensação aos homens é um
efeito do poder soberano e do prazer de Deus, como
é a concessão da chuva à terra. Nada há na natureza
que Deus mais assume em sua prerrogativa do que o
dar chuva. A primeira menção no mundo está nessas
palavras: "não havia ainda nenhuma planta do
campo na terra, pois nenhuma erva do campo tinha
ainda brotado; porque o Senhor Deus não tinha feito
chover sobre a terra, nem havia homem para lavrar a
terra.", Gênesis 2: 5. Toda a chuva é do Senhor Deus,
que faz chover ou não chover, a seu gosto. E, dando
isso, ele se declara como uma grande promessa de
sua providência e bondade. "Ele não se deixou" velho
"sem testemunho, na medida em que fez o bem e deu
chuva do céu", Atos 14: 17. Nosso Salvador também
faz um argumento de sua bondade que ele "faz cair a
chuva", Mateus 5:45. E quaisquer que sejam os
pensamentos que tenhamos da sua compatibilidade,
e quaisquer conhecimentos que os homens
considerem ter com suas causas, Deus distingue-se,
189
mesmo assim, por todo poder onipotente, de todos os
ídolos do mundo, porque nenhum deles pode dar
chuva. Ele chama seu povo a dizer em seus corações:
"Temamos o Senhor, nosso Deus, que dá chuva",
Jeremias 5:24. "Há, porventura, entre os deuses
falsos das nações, algum que faça chover? Ou podem
os céus dar chuvas? Não és tu, ó Senhor, nosso Deus?
Portanto em ti esperaremos; pois tu tens feito todas
estas coisas.", Jeremias 14: 22. E ele exerce a sua
soberania na entrega dela: Amós 4: 7,8: "Além disso,
retive de vós a chuva, quando ainda faltavam três
meses para a ceifa; e fiz que chovesse sobre uma
cidade, e que não chovesse sobre outra cidade; sobre
um campo choveu, mas o outro, sobre o qual não
choveu, secou-se. Andaram errantes duas ou três
cidades, indo a outra cidade para beberem água, mas
não se saciaram; contudo não vos convertestes a
mim, diz o Senhor." E, portanto, é absolutamente
necessária a dispensação do evangelho às nações,
cidades, lugares e pessoas; é apenas a disposição de
Deus, e ele usa uma soberania distintiva nele. Ele
envia sua Palavra a um só povo e não a outro, a uma
cidade e não a outra, em um tempo e não em outro; e
esses são os assuntos de que ele não dá conta a
ninguém. Somente algumas coisas que podemos
considerar, o que nos dá uma perspectiva para a
glória de sua sabedoria e graça aqui: e isso eu farei
em duas instâncias; primeiro, no princípio da sua
dispensação; em segundo lugar, no meio externo
disso. Como, - 1. O fim principal que ele designou na
190
sua disposição da dispensação do evangelho naquela
grande variedade em que a contemplamos, é a
conversão, edificação e salvação de seus eleitos. Isto
é o que ele pretende realizar assim; e, portanto, sua
vontade e propósito aqui é o que dá uma regra e uma
medida às atuações de sua providência a respeito
disso. Onde quer que um de seus eleitos seja
chamado, ou em que horas for, então, ele fará que o
evangelho seja pregado; para o propósito de Deus,
que é de acordo com a eleição, e deve suportar,
quaisquer dificuldades no caminho, Romanos 9:11. E
a eleição deve ser obtida, cap. 11: 7. Então, o Senhor
Jesus Cristo orou para que ele guardasse todos os que
ele lhe dera, que eram dele próprio por eleição
("eram teus, e tu mos destes"), e santifica-os pela sua
palavra, João 17: 17. Em busca do seu próprio
propósito, e em resposta a essa oração de nosso
Senhor Jesus Cristo, ele enviará a sua Palavra para
encontrá-los onde quer que estejam, para que
nenhum dos grãos de seu Israel escolhido se perca ou
caia na terra. Então ele nomeou nosso apóstolo para
ficar e pregar em Corinto, apesar das dificuldades e
oposições que ele encontrou, porque "ele tinha muito
povo naquela cidade", Atos 18: 9,10. Eles eram o seu
povo por designação eterna, antes da sua vocação
efetiva; e, portanto, ele terá a Palavra pregada para
eles. E no trabalho árduo de seu ministério, o mesmo
apóstolo, que sabia o fim, afirma que "ele suportou
todas as coisas por causa dos eleitos", 2 Timóteo 2:10.
Para que eles possam ser chamados e salvos foi o
191
trabalho que ele foi enviado. Porque "quem ele
predestinou, eles chamou também", Romanos 8: 30.
A promessa é a regra da vocação efetiva; todos os
eleitos e apenas eles são chamados pela palavra que
são predestinados. Então, fala também nosso
Salvador: "Tenho ainda outras ovelhas que não são
deste aprisco; a essas também me importa conduzir,
e elas ouvirão a minha voz; e haverá um rebanho e
um pastor.", João 10: 16. Ele tinha algumas ovelhas
naquele aprisco da igreja dos judeus; para eles, ele
pregava a palavra, para que pudessem ser reunidos
para ele. Mas ele também tinha outras ovelhas, todos
os seus eleitos entre os gentios, e disse: "Eles também
deveriam ser conduzidos por ele". Há uma
necessidade disso, por causa do propósito de Deus
em relação a eles; e eles devem ser reunidos ouvindo
sua voz, ou a pregação da palavra. Naquela
soberania, portanto, que Deus usa na sua disposição,
fazendo com que a chuva da doutrina de sua palavra
caia sobre um lugar e não sobre outro, em um tempo
e não em outro, ele ainda tem esse fim diante dele; e
as ações de sua providência são reguladas pelos
propósitos de sua graça. Em que lugar ou nação, em
que época ou ocasião, ele tem algum de seus eleitos
para ser trazido do mundo, ele providenciará que o
evangelho da paz seja pregado para eles. Não direi
que, em cada lugar individual onde houver a
pregação do evangelho, há sempre alguns dos eleitos
para serem salvos. Pois os prazeres de um lugar
podem ser ocasionados pelo trabalho que deve ser
192
feito em outro, com o que está em algum tipo de
conjunção: ou a palavra pode ser pregada em um
lugar por causa de alguns que estão lá apenas
acidentalmente; como quando Paulo primeiro
pregou em Filipos, Lídia somente se converteu, que
era uma estranha nessas partes, pertencente à cidade
de Tiatira, na Ásia, Atos 16: 14,15: e todo um país
pode ser melhor para uma cidade e uma cidade
inteira para alguma parte dele, como Miquéias 5: 7.
Deus dissimula este projeto secreto sob promíscuas
dispensações externas. Porque ele obriga aqueles por
quem a palavra é pregada para declarar sua mente
nela a todos os homens indefinidamente, deixando a
obra efetiva de sua graça na busca de seu propósito
para si mesmo; de onde "acreditam aqueles que são
ordenados para a vida eterna" e "são adicionados à
igreja aqueles que devem ser salvos", Atos 2:47,
13:48. Além disso, Deus tem outro fim também no
envio de sua palavra, embora este seja o principal.
Pois por isso ele coloca uma restrição ao pecado no
mundo, dá um controle visível ao reino de Satanás, e
alivia a humanidade, enviando luz para aqueles
lugares escuros da terra que são preenchidos com
habitações de crueldade. E pelas convicções que ele
traz para as mentes e as consciências dos homens, ele
abre caminho para a manifestação da glória de sua
justiça. Falando com eles, ele os deixa sem pretexto
ou desculpa, João 15:22 . No entanto, não digo que
Deus envie a palavra para qualquer continuação
apenas para estes fins e projetos. Por um curto
193
período de tempo ele pode fazê-lo; como nosso
Salvador, enviando seus discípulos para pregar,
supõe que, em algum lugar, sua mensagem pode ser
totalmente rejeitada, e neles os nomeou para
"sacudir a poeira de seus pés como testemunho
contra eles", ou deixando-os sem desculpas. Mas
estes são apenas fins secundários e acidentais da
palavra que é constantemente pregada. Por isso Deus
não a envia por causa deles somente. Mas, do outro
lado, eu ouço dizer que, quando Deus não envia, de
qualquer maneira, nem em qualquer grau, sua
palavra, nenhum de seus eleitos é salvo; pois sem a
palavra eles não podem ser chamados nem
santificados. E se algum deles estiver em um lugar
como o qual ele não concederá a sua palavra, ele, por
uma providência ou outra, os arrancará como tições
do fogo, e transportá-los-á debaixo, dos chuveiros
dela. E isso é verificado pela experiência todos os
dias. O evangelho, portanto, não deixa passar o
mundo por acaso, como sabemos em quão grande
variedade visitou e deixou nações e pessoas, épocas e
tempos; nem a disposição dele é regulada pela
sabedoria e disposição dos homens, qualquer que
seja o seu trabalho e dever na sua dispensação; mas
tudo isso, como a queda da chuva, é regulado pela
soberana sabedoria e prazer de Deus, em que ele
apenas respeita o propósito de sua própria graça
eterna. 2. Ele, de acordo com o seu soberano prazer,
chama e envia pessoas para a pregação àqueles a
quem ele concederá o privilégio. Todo homem não
194
pode sobre a sua própria cabeça, nem pode qualquer
homem sobre suas próprias habilidades, empreendê-
lo de maneira eficaz. Esta é a regra e a lei eternas do
evangelho: "Todo aquele que invocar o nome do
Senhor será salvo". Mas "como os homens invocarão
aquele em quem eles não creram? E como eles devem
acreditar naquele de quem eles não ouviram? E como
eles saberiam se ninguém pregasse? E como eles
devem pregar, exceto que sejam enviados?”,
Romanos 10: 13-15, isto é, pelo próprio Deus; pois
nem o discurso do apóstolo, nem qualquer ocasião
naquele lugar para o discurso, sobre o chamado
ordinário das pessoas para um ofício na igreja, para
o qual o ministério da própria igreja é necessário;
mas ele trata de pregar o evangelho em geral para
todas ou partes do mundo, e sobre o amor e o cuidado
de Deus no envio de homens para esse propósito,
pelo qual outros que entram por ele, possam crer
nele, invocam o seu nome e sejam salvos. Por isso, ele
compara a obra de Deus aqui com a de enviar
instruções claras e naturais a todo o mundo pelas
luminárias do céu, onde o ministério do homem não
tem lugar, versículo 18. Por isso, a pregação do
evangelho depende absolutamente do prazer
soberano de Deus ao enviar obreiros; porque "como
eles devem pregar, a não ser que sejam enviados?" E
ele os envia, - (1.) Ao dotá-los de dons espirituais,
capacitando-os para essa obra e dever. O evangelho é
"o ministério do Espírito", nem deve ser
administrado, senão em virtude dos dons do
195
Espírito. Estes são dados aos que ele envia, por Jesus
Cristo, Efésios 4: 7,8, etc. E esses dons são uma
espécie de habilidades especiais, peculiares,
sobrenaturais, pelas quais os homens são preparados
e habilitados para a dispensação do evangelho. É
triste considerar o trabalho maravilhoso que
realizam os que assumem esse dever, e ainda não
estão equipados com essas habilidades; isto é,
aqueles que são enviados por homens, mas não são
enviados por Deus. Eles se arrastam com a ordem
externa, a missão eclesiástica, de acordo com
algumas regras acordadas entre si, com alguns outros
instrumentos e acessórios ornamentais; sobre os
quais eles se comprometem a ser pregadores do
evangelho, por assim dizer se Deus quer ou não. Mas
essas vaidades dos gentios não podem dar chuva; a
pregação do evangelho, como a seus próprios fins,
depende apenas do envio de Deus. Quando se
dedicam ao seu trabalho, eles se encontram perdidos
pela missão de Deus; pelo menos eles fazem isso para
quem eles pretendem ser enviados. Eu não falo como
se a ordem externa e um chamado devido não fossem
necessários em uma igreja para o cargo de professor,
mas apenas para mostrar que toda ordem sem a
concordância da vocação divina não tem validade
nem eficácia. Agora, a dispensação desses dons
espirituais, sem os quais a chuva da doutrina do
evangelho não cai, depende unicamente da soberania
de Deus. O Espírito reparte-os a cada um como lhe
agrada, 1 Coríntios 12:11. E é evidente que ele não
196
segue aqui a regra de qualquer preparação humana.
Pois é certo que a melhoria das habilidades
intelectuais dos homens, na sabedoria, no
aprendizado, na oratória, etc., é extremamente
subordinada ao uso e ao exercício desses dons
espirituais, mas é evidente que Deus nem sempre e
regularmente comunica-os àqueles que estão assim
preparados; não, embora tenham sido adquiridos de
forma racional, para o trabalho do ministério. Pois
quantos podemos ver tão qualificados, e ainda
desprovidos de todos os dons espirituais! Foi assim
que todos esses assuntos foram tratados de maneira
extraordinária na primeira plantação do evangelho.
Ele não escolheu eminentemente os filósofos, os
sábios, os escribas, os disputadores deste mundo,
para comunicar dons espirituais; mas geralmente os
concedeu a pessoas de outra condição e capacidade
mais comum. Alguns eram assim, que ninguém
poderia se considerar excluído por causa de sua
sabedoria e aprendizado, - coisas excelentes em si
mesmas; mas muitos desse tipo, como o nosso
apóstolo nos informa, não foram chamados e
escolhidos para este trabalho. Portanto, ainda pode
ser observado na proporção deste ponto. dos dons
comuns do Espírito; pelo menos, é evidente que aqui
Deus não se obriga a nenhuma regra de tais
preparativos ou qualificações de nossa parte. Não,
ainda mais, ele não está aqui nos passos de sua
própria graça santificadora e salvadora; mas,
enquanto trabalha na graça nos corações de muitos
197
dos quais não concede os dons que são necessários
para permitir aos homens a dispensação do
evangelho, ele concede esses dons a muitos a quem
não concederá a sua graça santificadora. E estas
coisas tornam evidente que a soberania que Deus tem
prazer em exercitar em seu envio de pessoas para a
obra de pregar o evangelho, manifestando que tudo
depende, como a doação da chuva, absolutamente da
sua própria vontade. E quando os homens
exclusivamente para esta parte do chamado de Deus
manterão um ministério, e assim fizerem uma
pregação do evangelho, é apenas uma imagem sem
vida da verdadeira dispensação dele. (2.) Esta
comunicação de dons aos homens é normalmente
acompanhada de uma inclinação poderosa e eficaz
das mentes dos homens a empreender a obra e se
envolver nela, contra essas objeções,
desencorajamentos, oposições e dificuldades, que se
apresentam a eles em sua empresa. Há assim, digo,
normalmente: porque há mais casos do que um
daqueles que, com a palavra de profecia
comprometida com eles, em vez de irem a Nínive,
consultam sua própria reputação, facilidade e
vantagem, e por isso fogem para Tarsis; e não há
poucos que escondam seus talentos, que lhes são
dados para negociar com eles, embora nos sejam
redimensionados apenas em um caso: mas estes
devem responder um dia por sua desobediência ao
chamado celestial. Mas, normalmente, essa
inclinação e disposição para esta obra, que
198
acompanha a comunicação de dons espirituais, é
prevalecente e eficaz, de modo que as mentes dos
homens são fortificadas por ela contra os leões que
estão no caminho, ou o que quer que possa surgir
para dissuadi-los a partir dele. Portanto, nosso
apóstolo afirma que, depois da revelação de Cristo, e
seu apelo para pregar o evangelho, "imediatamente
ele não consultou nem carne nem sangue, mas entrou
na Arábia", sobre sua obra, Gálatas 1: 16,17. Ele não
atendeu nem ouviu cavilhas e exceções contra o
trabalho a que ele estava inclinado e disposto; qual é
o caminho de uma sólida e firme resolução. E, em
proporção deste ponto, isto é forjado nas mentes
daqueles que realizam este trabalho em um chamado
comum de Deus. E, quando isso não acontecer, não é
de se esperar muito sucesso no trabalho de ninguém,
nem qualquer grande benção de Deus sobre ele.
Quando os homens saem em seu próprio caminho,
sem uma concessão de dons espirituais, e se
envolvem em seus trabalhos apenas em
considerações externas, sem essa inclinação divina
de seus corações e mentes, podem parecer expulsar a
água de um motor, por compressão violenta, - nunca
serão como nuvens para derramar chuveiros. Isso,
portanto, também é do Senhor. Ainda, -
Observação III. Deus ordena as coisas, em sua
soberana, providência insondável, para que o
evangelho seja enviado e, na administração dele,
admitem-se, que lugares e em que horas parecem
199
bons consigo mesmo, como ele ordena a chuva para
cair em um lugar, e não em outro. - Não temos
sabedoria para procurar as causas, os motivos e os
fins das obras providenciais de Deus no mundo; e as
pessoas individuais raramente vivem para ver a
questão daqueles que estão na direção em seus
próprios dias. Mas temos o suficiente na Escritura
para concluir que as principais obras da providência
divina no mundo, e entre as nações da terra,
respeitam à dispensação do evangelho, seja na
concessão ou na sua remoção. Foi uma questão fácil
de provar, por exemplos evidentes, que as principais
revoluções nacionais que estiveram na terra, foram
todas submissas ao conselho e propósito de Deus
nesta matéria. E há exemplos que também
manifestam quantas ocasiões ele se tornou um
grande e sinal aqui. Mas o que foi falado pode ser
suficiente para demonstrar quem é o Pai e o Autor
desta chuva. E como essa consideração pode ser
aplicada para o exercício da fé, oração e gratidão, é
manifesto.
Esta chuva cai sobre a terra; quanto à dispensaão real
da Palavra por aqueles a quem é cometida. E
podemos então observar isso, - Observação IV. É
dever daqueles a quem a dispensação da Palavra é
cometida por Deus, ser diligente em sua obra, para
que a doutrina dela possa, de qualquer forma, cair e
destilar continuamente sobre os seus ouvintes, para
que a chuva possa cair frequentemente na terra.
200
Assim, de Deus é dito: "enches d'água os seus sulcos,
aplanando-lhes as leivas, amolecendo-a com a chuva,
e abençoando as suas novidades."Salmo 65:10. Em
uma estação quente e seca, uma ou duas chuvas
rápidas fazem, senão aumentar a veemência do calor
e da seca, dando ocasião a novas exalações de vapor,
que são acompanhadas com a umidade restante da
terra. De nenhum outro uso é esse tipo de pregação
morta e preguiçosa com que alguns se satisfazem e
forçam outros a se contentar.
Os apóstolos, quando este trabalho lhes foi confiado,
não seriam desviados de um atendimento constante
por nenhum outro dever, e muito menos por
qualquer outra ocasião de vida, Atos 6: 2-4. Veja o
que o nosso apóstolo diz a Timóteo para este
propósito, 2 Timóteo 4: 1-5. E um grande exemplo
disso, temos no relato que ele dá sobre o seu próprio
ministério na Ásia, Atos 20: 1. Ele declara quando
começou seu trabalho e ministério, - " Vós bem sabeis
de que modo me tenho portado entre vós sempre,
desde o primeiro dia em que entrei na Ásia",
versículo 18; isto é, na primeira oportunidade: ele
não omitiu nenhuma temporada em que ele poderia
se apossar, mas se empenhou em seu trabalho, como
era o seu procedimento em todos os lugares em que
esteve. E, 2. De que maneira ele ensinou? Ele fez isso,
(1.) Publicamente, em todas as assembléias da igreja,
e outros também onde ele poderia ter uma
oportunidade tranquila de falar; e, em particular, "de
201
casa em casa", versículo 20. Todos os lugares eram
iguais para ele, e todas as assembleias, pequenas ou
grandes, para que ele pudesse ter a vantagem de
comunicar-lhes o conhecimento de Deus em Cristo.
E, o que ele declarou a eles, ou lhes instruiu? Era
"todo o conselho de Deus", versículo 27; "O
evangelho da graça de Deus", versículo 24; todas as
coisas "lucrativas para eles", versículo 20; em suma,
"arrependimento para com Deus e fé para com o
nosso Senhor Jesus Cristo", versículo 21. E, 4. Como
ele lhes dispensou a palavra? Foi por uma declaração
da vontade de Deus, versículo 27; testemunhando a
necessidade dos deveres do evangelho, versículo 21;
por constantes advertências e admoestações,
levantando os homens para a diligência na
obediência e para adverti-los de seus perigos,
versículo 31. E, 5. Quando, ou a que época, ele se
dispôs assim no cumprimento deste dever? Ele fez
isso "noite e dia", versículo 31; isto é, continuamente,
em todas as ocasiões. Ele era alguém por quem Deus
regava a sua vinha a cada momento. E, 6. Em que
condição exterior estava ele, e com qual quadro de
espírito ele acompanhava seu trabalho? Ele estava
"com lágrimas e provações que pelas ciladas dos
judeus me sobrevieram;", versículo 19, ou em
permanente perigo de sua vida pelas perseguições
que provocaram contra ele. E quanto a si mesmo, e o
quadro de seu coração nesta obra, ele o carregou
"com toda a humildade mental e com muitas
lágrimas", versículos 19, 31. Ele não foi levantado
202
com presunção de glória, grandeza, e o poder de seu
ofício, da autoridade sobre todas as igrejas que ele
recebeu de Cristo; mas com humildade mental e a
mansidão era como servo de todos; com esse amor,
ternura, compaixão e fervor, como ele não podia
deixar de testemunhar por muitas lágrimas. Aqui
está o excelente exemplo para pregadores do
evangelho. Não temos sua graça, nós não temos seus
dons, não temos sua habilidade e assistência, e assim
não conseguimos chegar até ele; mas, no entanto, é
nosso dever segui-lo embora "baud passibus aequis",
e nos conformarmos com ele de acordo com nossa
oportunidade e habilidade. Confesso que não posso
deixar de admirar o que os homens imaginam sobre
ele, ou eles mesmos. Podem dizer que, desde o
primeiro dia de sua entrada em suas dioceses ou
dignidades, ou paróquias ou lugares, eles se
comportaram assim? Eles ensinaram assim,
pregaram assim, e "com lágrimas, noite e dia", a
todos os tipos de pessoas a quem eles supõem se
relacionar? Eles fizeram o seu trabalho para declarar
os mistérios do evangelho, e "todo o conselho de
Deus", e isso tanto publicamente quanto em
particular, a noite e dia, de acordo com suas
oportunidades? Diz-se, de fato, que essas coisas
pertenciam ao dever e ao cargo dos apóstolos, mas
aqueles que os sucedem como supervisores comuns
da igreja podem viver de outra maneira e ter outros
trabalhos a fazer. Se eles deveriam carregá-lo com
aquela humildade mental como ele fez, e usar
203
súplicas com lágrimas como ele fez, e pregar
continuamente como ele fez, eles deveriam ter pouca
alegria de seu ofício; e além disso, eles deveriam ser
até mesmo ser desprezados pelas pessoas. Essas
coisas, portanto, são supostas não pertencerem a
eles. Sim, mas nosso apóstolo dá toda essa conta
sobre os próprios bispos da igreja de Éfeso,
versículos 17, 28; e, no final, diz-lhes que ele lhes
mostrou todas as coisas como deveriam fazer,
versículo 35. E o que ele apreendeu é o dever de todos
a quem a dispensação da Palavra é cometida, ele se
manifesta no seu último encargo solene que ele
repartiu um pouco com o seu filho Timóteo antes da
morte: 2 Timóteo 4: 1,2: "Conjuro-te diante de Deus
e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os
mortos, pela sua vinda e pelo seu reino; prega a
palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta,
repreende, exorta, com toda longanimidade e
ensino.", assim o versículo 5. Ele fez mais, ele mesmo,
do que o que ele exige de Timóteo, de acordo com a
proporção de suas habilidades. E a descarga deste
trabalho não deve ser medida por instâncias
particulares da frequência da pregação, mas, com
esse propósito, desígnio e condição de coração, que
deveriam estar nos ministros, de se entregar ao
máximo no trabalho do ministério em todas as
ocasiões, resolvendo "gastar e e se deixar gastar"
nele. Eu poderia facilmente mostrar quanta
frequência e urgência é indispensavelmente
necessária na pregação da Palavra, daqueles a quem
204
o trabalho é cometido, de modo que a chuva possa
cair sobre a terra; mas eu não devo alongar-me
muito. O comando de Deus; o amor e o cuidado de
Cristo para com a igreja; a finalidade da paciência e
do sofrimento de Deus; a manifestação futura de sua
glória na salvação dos crentes e a condenação
daqueles que são desobedientes; as necessidades das
almas dos homens; a natureza e o meio do caminho
pelo qual Deus dá suprimentos espirituais pelo
ministério da Palavra; a fraqueza de nossas
faculdades naturais da mente em receber, Hebreus
5:11, Isaías 28: 9,10, e da lembrança em conservar
coisas espirituais, Hebreus 2: 1, 12: 5; a fraqueza da
graça, Apocalipse 2: 2, que exige refrigérios
contínuos, Isaías 27: 3; a frequência e a variedade das
tentações, interrompendo a paz com Deus, 2
Coríntios 12: 8,9; o desígnio de Cristo para nos levar
gradualmente à perfeição, - todos possam ser
invocados neste caso; mas a lei deste dever está, em
certa medida, escrita nos corações de todos os
ministros fiéis, e daqueles que de outra forma
suportarão seus próprios encargos. Ainda; é comum
que toda a terra beba frequentemente a chuva que cai
sobre ela, embora apenas algumas partes sejam
férteis, como aparecerá na seguinte distribuição
delas. De onde podemos observar isso, - Observação
V. A presença da palavra pregada, ouvindo-a com
alguma diligência e dando-lhe algum tipo de
recepção, não faz grande diferença entre os homens;
pois isso é comum para aqueles que nunca se tornam
205
frutíferos. - Isto é tão claramente exemplificado pelo
nosso Salvador na parábola dos vários tipos de solos
que recebem a semente da palavra, mas, em várias
ocasiões, perdem o poder dela e nunca chegam a
frutificar, que não precisa mais consideração. E
temos aqueles que apenas ouvem a palavra, e nada
mais. Tais pessoas são como pedras, que, quando a
chuva cai sobre elas, não faz impressão nelas; eles
não bebem nada. Não é de outra forma, eu digo, com
muitos ouvintes, que parecem não ter o menor
sentido do que costumam atender. Mas esses são
pretendidos no texto e na proposição que, em certa
medida, a recebem e bebem. Eles lhe dão entrada em
seus entendimentos, onde eles se familiarizam
doutrinariamente com a verdade do evangelho; e eles
dão alguma entrada em suas afeições, de onde deles
é dito "receber a palavra com alegria", e além disso,
eles permitem uma influência sobre suas condutas -
como Herodes fez, que ouviu as pregações de João
Batista "com prazer e fez muitas coisas". Todas estas
coisas que os homens podem fazer, e, no entanto,
comprovem ser a parte da terra que bebe a chuva e
ainda é absolutamente estéril, e produz espinhos e
abrolhos. Ainda há vontade de "recebê-lo em um
coração bom e honesto", e o isto inclui depois
aparecerá. E ainda podemos observar, isso, -
Observação VI. Deus tem prazer em exercitar muita
paciência com aqueles a quem já concede a
misericórdia e o privilégio de sua palavra. - Ele não
procede atualmente contra eles por sua esterilidade,
206
mas permanece até que a chuva tenha caído muitas
vezes sobre o solo. Mas há uma temporada e um
período de tempo designados, além do qual ele não
vai mais esperar por eles, como nós devemos ver.
Terceiro, a distribuição desta terra em várias partes,
com os diferentes lotes e seus eventos, deve ser
considerada. O primeiro tipo que o apóstolo descreve
de duas maneiras: 1. Por sua fecundidade; 2. Por sua
aceitação com Deus. E esta fecundidade, ele
manifesta ainda: (1.) Do próprio fruto que ela produz,
- é "erva" ou "ervas"; (2.) Da natureza e uso desse
fruto, é "por aqueles por quem é lavrada", (3.) a
maneira, é "proveitosa". Estas coisas devemos abrir
um pouco em sua ordem, como estão no texto: - 1.
Tiktei, "traz". Tiktousa botnhn. Esta palavra significa
adequadamente o surgimento de uma mulher que
concebeu um filho: Lucas 1:31. E, portanto, é
constantemente usado no Novo Testamento, e não de
outra forma, mas apenas neste lugar, e Tiago 1:15.
Em uma semelhança elegante, ele compara o
trabalho de conforto na tentação de uma concepção
adúltera no ventre da adúltera, quando finalmente o
pecado real é produzido. As sementes dele são
lançadas na mente e pela tentação; onde, depois de
serem aquecidos, fomentados e apreciados, o pecado,
esse monstro feio, vem ao mundo. Assim, desta terra
é dito "produzir", como um útero natural e
gentilmente impregnado, na época designada. E,
portanto, quando o apóstolo fala do outro tipo, ele
altera sua expressão por uma palavra que se adequa
207
a uma produção deformada e monstruosa. Mas o
poder nativo da terra, sendo apreciado pela chuva
que cai sobre ela, produz como de um útero voraz os
frutos dessas sementes. 2. "Traz" botanhn, "generans
herbam". A palavra significa "ervas verdes", como
geralmente são produzidas por cultura cuidadosa,
para o uso correto e imediato dos homens, e não do
seu gado. O mesmo que Gênesis 1:11, - todos os tipos
de ervas verdes úteis, sejam medicinais ou para
alimentação, ou beleza e ornamento. 3. A natureza
deste fruto de ervas é euqetov. Alguns o traduzem por
"oportuno", e alguns por "proveitoso”. Aqueles que
usam a primeira palavra parecem se referir à estação
em que o fruto é produzido, como no Salmo 1:3. E
este é o louvor dele, que não opera demora, mas
produz em seu tempo e estação adequados, quando
seus proprietários e cultivadores acabaram de se
fundamentar e ter motivos para esperar e procurá-lo.
E é um elogio especial de qualquer coisa que dê
frutos; e o que está fora de época é desprezado, Salmo
1:4. A última palavra se refere à utilidade e
lucratividade do fruto produzido. Podemos
compreender ambos os sentidos, e justamente supor
que os dois são aplicáveis. Então, Tiago o chama de
"precioso fruto da terra", que o agricultor espera
pacientemente, até que a terra tenha recebido a
chuva anterior e posterior, Tiago 5: 7. 4. Por fim,
estas ervas assim apresentadas são "para aqueles por
quem é cultivada", ou "por quem é lavrada". A
partícula conjuntiva aditiva kai não é supérflua ou
208
insignificante. Declara uma adição de cultura à
chuva. Pois, além da queda de chuva na terra,
também há necessidade de uma cultura adicional,
para que ela seja frutífera, ou traga ervas de forma
oportuna, o que será proveitosa para os homens.
Pois, se apenas a chuva cair sobre ela, isso produzirá
muitas coisas; mas se não for cultivada, por uma erva
útil produzirá muitas ervas daninhas. A terra deve ser
cultivada, pela sua natureza e pela lei de sua criação,
e, portanto, Adão deveria ter cultivado e lavrado o
solo no jardim antes da queda, Gênesis 2:15. E esta é
a principal preocupação daquele que pretende viver
no campo. A queda da chuva sobre a terra é comum
ao todo. O que dá a um campo uma relação peculiar
com qualquer um é, que ele deve ser lavrado e
cultivado. O dono do terreno, o senhor do campo ou
da vinha. O solo é cultivado ou mantido para seu uso,
e ele come dos frutos dele. Mas Deus, como ele é o
grande agricultor é o Senhor da vinha, ela é dele, e ele
cultiva as vinhas, para que deem frutos, João 15: 1,2.
Ainda; o terreno, assim frutífero, "recebe a bênção de
Deus". E a bênção de Deus com respeito a um campo
frutífero é dupla, - (1.) Antecedente, na comunicação
da bondade ou da virtude causadora de frutos. "O
cheiro do meu filho é como o cheiro de um campo que
o Senhor abençoou" Gênesis 27:27; - um campo que
abunda em flores e frutos, produzindo um aroma
suave; sendo tão frutífero pela singular benção de
Deus. Mas esta não é a benção aqui pretendida; pois
é suposto que este campo já seja frutífero, de modo a
209
produzir ervas úteis; e, portanto, deve ser
antecedentemente interessado neste tipo de bênção,
sem a qual nada pode prosperar. Portanto, (2.) A
bênção de Deus é tomada pela consequente aceitação
ou aprovação, com cuidado e vigilância para uma
melhoria adicional. A bênção de Deus é em grande
parte descrita, Isaías 27: 2,3. E há três coisas
incluídas nesta bênção de um campo frutífero: - (1.)
A posse, a aceitação ou a aprovação dela. Tal campo
que Deus possui, e não se envergonha de que seja
encarado como seu. E isso se opõe à rejeição do
terreno árido depois mencionado, - "é rejeitado". (2.)
O cuidado, vigilância e diligência que são usados
sobre isso. Deus vigia sobre tal campo ou vinha para
mantê-lo noite e dia, para que ninguém o destrua,
regando-o a cada momento e podando os ramos de
suas videiras, para torná-los ainda mais frutíferos; -
isto se opõe a "estar perto da maldição", isto é,
totalmente negligenciado ou deixado em sal e
esterilidade. (3.) Uma preservação final de todo o
mal; - opõe-se à queima da terra árida, com os
espinhos e os abrolhos que crescem sobre ela. Essas
coisas são faladas apenas do solo, de onde a
comparação é tomada, que a sua aplicação, embora
não expressada, às coisas espirituais pretendidas é
simples e fácil. Pois, - 1. A terra assim lavrada, que
produz fruto e é abençoada por Deus, é o crente
verdadeiro e sadio. Portanto, nosso Salvador declara
ser isto na interpretação de sua própria parábola para
este propósito, em Mateus 13. São como "receber a
210
palavra de Deus, em corações bons e honestos", e
produzir frutos dela em vários graus; - como, tendo
sido plantados e regados, com um aumento forjado
neles pela graça de Deus, 1 Coríntios 2: 6,7. 2. É
incluído aqui a forma como produzem os frutos
pretendidos; e isto é, que eles produzem em suas
vidas o que antes era concebido e apreciado em seus
corações. Eles têm a raiz em si mesmos do que
produzem. Então, a palavra aqui usada significa, a
saber, produzir o fruto de uma concepção interior. A
doutrina do evangelho, como lançada em seus
corações, não é apenas chuva, mas semente também.
Isto é apreciado pela graça como semente preciosa;
e, a partir de uma raiz ou princípio natural no
coração, produz frutos preciosos. E aqui consiste a
diferença entre a frutificação dos verdadeiros crentes
e as obras dos hipócritas ou falsos professantes: estes
produzem frutos como cogumelos; - Eles surgiram de
repente, têm muitas vezes um grande volume e boa
aparência, mas eles são apenas uma excrescência
forçada, eles não têm nenhuma semente ou raiz
natural na terra. Eles não procedem de um princípio
vivo deles em seus corações. O outro tipo, primeiro,
os concebe, ama e os fomenta em seus corações e
mentes; de onde eles os trazem de um princípio
genuíno e natural. Este é de ambos os lados
totalmente declarado pelo próprio Salvador, Lucas 6:
43-45. 3. Existem ervas ou frutos destinados. Estes
são os que em outras partes da Escritura são
chamados "os frutos do Espírito", "os frutos da
211
justiça", "da santidade" e outros. Tudo o que fazemos
em conformidade com a vontade de Deus, no
decorrer da nossa profissão e obediência, é desse
tipo. Todos os efeitos da fé e do amor, da mortificação
e da santificação, que são santos em si mesmos e
úteis aos outros, pelo que expressamos a verdade e o
poder dessa doutrina do evangelho que professamos,
são os frutos e as ervas pretendidas. Quando nossos
corações são santos e nossas vidas úteis pelo
evangelho, então somos frutíferos. 4. Estas ervas são
ditas para serem produzidas "por quem" (ou "para
quem") "a terra é lavrada". Como não é útil nem
seguro pressionar similitudes além de seu principal
escopo e intenção, e para trazer cada circunstância
minima na comparação; por isso, não devemos
negligenciar o que é bastante instrutivo nelas,
especialmente se a aplicação das coisas uma para a
outra tem uma tipologia e uma orientação dada em
outros lugares da Escritura, como é neste caso.
Portanto, para clarear a aplicação desta parte da
similitude, podemos observar, - (1) Que o próprio
Deus é o grande lavrador, João 15: 1; e todos os
crentes são "criação de Deus", 1 Coríntios 2: 9. Ele é,
assim, o agricultor como o Senhor soberano e dono
deste campo ou vinha; e ele coloca os trabalhadores
para cultivá-lo. Isto nosso Salvador expõe em geral
em sua parábola em Mateus 21:33, etc. Por isso, ele
chama seu povo de sua "porção" e "a porção de sua
herança", Deuteronômio 32: 9. Ele fala como se
tivesse desistido de todo o mundo, além da posse de
212
outros, e tivesse mantido seu povo apenas para si
mesmo. E assim ele tem, quanto à especial relação
abençoada que ele pretende. (2.) É o próprio Deus
quem cuida da rega e do cultivo deste campo. Ele lida
com isso como um homem com um campo que é dele.
Isto ele expressa, em Isaías 5: 2; Mateus 21: 33,34. A
dispensação da palavra e a comunicação do Espírito
para a igreja, com todos os outros meios de luz, graça
e crescimento, dependem de todos os seus cuidados,
e são todos supremamente dele, como foi
demonstrado antes. Para este fim, ele emprega seus
servos para trabalhar e cultivar debaixo dele, que são
"trabalhadores junto com Deus", 1 Coríntios 2: 9;
porque eles são empregados por ele, fazem seu
trabalho e têm o mesmo fim com ele. (3.) Esta
lavragem ou cultivo da terra, que é superadicionada
à chuva, ou a mera pregação do evangelho, denotada
assim, pode ser referida a três cabeças: [1.] A
aplicação ministerial da palavra às almas e às
consciências dos homens, na dispensação de todas as
ordenanças do evangelho. Este é a segunda grande
finalidade do ministério, como a dispensação da
palavra em geral, ou a chuva, é a primeira. [2.] A
administração das censuras e da disciplina da igreja.
Isso pertence ao lavrar e purgar a vinha de Deus; e de
uso singular é para esse fim, onde é justamente e
devidamente atendido. E aqueles que, sob pretexto
aqui, em vez de purgar a vinha, esforçam-se para
desenterrar as vinhas, terão pouco agradecimento
dele por sua diligência e dores. [3.] Aflições e
213
provações. Por isso ele purgou a sua videira, para que
ela ofereça ainda mais frutos; isto é, ele prova, exerce
e, assim, melhora, a fé e a graça dos crentes, 1 Pedro
1: 7; Romanos 5: 3-5; Tiago 1: 2-4. (4.) Deus espera
um fruto deste campo, que é dele próprio, e com o
qual ele assim se preocupa: "Procurei por uvas",
Isaías 5: 2. Ele envia seus servos para receber os
frutos disso, Mateus 21:34. Embora ele não seja
necessário de nós nem da nossa bondade, - não se
estende a ele, não podemos aproveitá-lo como um
homem pode beneficiar o vizinho, nem se
enriquecerá com a nossa substância, mas ele é
graciosamente satisfeito por estimar os frutos da
obediência ao evangelho, os frutos da fé e do amor,
da justiça e da santidade; e por eles será glorificado:
"Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito
fruto", João 15: 8; Mateus 5:16. (5) Estes frutos,
quando são trazidos, Deus aprova, aceita e abençoa.
Alguns pensam que não há uso desses frutos, mesmo
que sejam meritórios de graça e glória. Mas a
aceitação de Deus deles aqui é chamada de sua
bênção, a benção deles por produzi-los. Agora uma
bênção não pode ser merecida; é um ato de
recompensa e autoridade, e tem a natureza de um
dom gratuito, que não pode ser merecido. O que um
campo merece daquele por quem é regado e
cultivado, quando produz ervas para o seu uso? Eles
são todos menos os frutos de seu próprio trabalho,
custo e dores. O campo é apenas o assunto que ele
fez, e é dele mesmo. Todos os frutos da nossa
214
obediência são apenas os efeitos de sua graça em nós.
Somos um assunto com o qual ele agradou
graficamente trabalhar. Somente ele está satisfeito,
de uma maneira de infinita condescendência, possuir
em nós o que é dele e perdoar o que é nosso. Portanto,
a bênção de Deus em crentes frutíferos consiste em
três coisas: - [1.] Sua aprovação e graciosa aceitação
delas. Então diz-se que "ele atentou a Abel e à sua
oferta", Gênesis 4: 4. Ele aceitou graciosamente tanto
a sua pessoa como a seu sacrifício, possuindo e
aprovando ele, quando Caim e a sua oferta foram
rejeitados. Então "ele sentiu o aroma suave" do
sacrifício de Noé, Gênesis 8:21. E para testemunhar
que ele ficou satisfeito com isso, ele tomou ocasião
para renovar e estabelecer sua aliança com ele e sua
semente. [2.] É aumentando sua fecundidade. "Todo
ramo" na videira "que dá frutos, ele o poda, para que
dê mais frutos", João 15: 2. Ele "multiplica a semente
que é semeada", e "aumenta os frutos da sua justiça",
2 Coríntios 9:10. Este é o caminho constante de Deus
em suas relações de aliança com cristãos prósperos e
frutíferos; ele os abençoa tanto quanto as suas graças
e frutos abundam cada vez mais, de modo que eles
florescerão até na velhice, e produzirão mais frutos
até o fim. [3.] Ele os abençoa na preparação que ele
fez para dar-lhes uma recompensa eterna. Uma
recompensa é, de fato, de graça, mas ainda é uma
recompensa, "uma recompensa de recompensa".
Pois, embora não seja de mérito ou merecido, e
embora não haja proporção entre nossos trabalhos,
215
deveres ou frutos , e, ainda assim, porque eles serão
de propriedade dele, não serão perdidos nem
esquecidos, e Deus neles testifica sua aceitação deles,
pela sua recompensa. VII. Onde Deus concede meios,
lá ele espera frutos. Alguns homens consideram o
que é o estado das coisas com eles, enquanto o
evangelho é pregado para eles. Alguns o ignoram
absolutamente mais do que como se adequa aos seus
interesses e vantagens carnais; pois o evangelho está
presente no mundo, pelo menos em muitas partes,
em que grandes multidões fazem mais benefícios por
uma pretensão disso, ou o que lhe pertence, e têm
maiores avanços seculares e vantagens do que
poderiam possivelmente, pelo máximo de sua
diligência e capacidade de qualquer outra maneira,
honesta ou desonesta, atingir. Estes o estimam de
acordo com seus interesses mundanos, e na sua
maioria não de outra forma; eles são comerciantes de
almas, Apocalipse 18: 11-13; 2 Pedro 2: 3. Alguns
consideram isso como aquilo em que eles estão
realmente preocupados, e ambos assumirão a sua
profissão e usá-lo-ão em suas consciências, conforme
a ocasião o exija. Mas poucos são os que consideram
seriamente o que é o recado que ele transmite, e o que
é o trabalho que Deus tem em mãos assim. Em
resumo, ele está com água, fertilizando, cultivando as
almas dos homens, para que elas produzam fruto
para o seu louvor e glória. Seu negócio por isso é
tornar os homens santos, humildes, abnegados,
justos, úteis, retos, puros no coração e na vida, para
216
abundarem em boas obras ou serem como ele em
todas as coisas. Para atingir estes fins é adequado
este santo meio; e, portanto, de Deus é justamente
dito esperar esses frutos onde ele concede esses
meios. E se estes não forem encontrados em nós,
todos os fins da criação de Deus estão perdidos em
nossa direção; que será o problema que vai visto no
próximo versículo. Isso, portanto, deve estar sempre
em nossas mentes enquanto Deus está tratando
conosco pela dispensação do evangelho. É fruto que
ele pretende, é fruto que ele procura: e se falharmos
aqui, a vantagem do todo, tanto para o bem como
para a sua glória, é completamente perdida; do qual
devemos dar contas inevitavelmente. Porque este
fruto, Deus espera e exigirá. Este é o trabalho e efeito
do evangelho, Colossenses 1: 6. E o seu fruto é triplo:
1. Das pessoas, na sua conversão a Deus, Romanos
15:16. 2. Da verdadeira santidade interna neles, ou
dos frutos do Espírito, Gálatas 5: 22,23. 3. Os frutos
externos da justiça e do amor, 2 Coríntios 9:10;
Filipenses 1:11. Deus olha para isto, Isaías 5: 4; Lucas
13: 7; e ele nem sempre suportará uma frustração.
Um bom lavrador encontrará espinhos e abrolhos
crescendo no campo; mas se uma videira ou figueira
estiver estéril em seu jardim, ele vai cortá-la e jogá-la
no fogo. No entanto, Deus nem sempre continuará
com essa criação, Isaías 28; Amós 6: 12-14.
Observação VIII. Os deveres da obediência ao
evangelho são frutos para Deus, coisas que têm uma
tendência adequada e especial para a sua glória. -
217
Como os frutos preciosos da terra, que o agricultor
espera, são conhecidos por seu uso, isto é, para
fornecer suas necessidades, então, estes deveres da
obediência do evangelho respondem a todos os fins
da glória de Deus, que ele designou para ele no
mundo. "Nisto", diz o nosso Salvador, "é glorificado
meu Pai, que produzam muitos frutos".
E devemos perguntar como esses frutos são
produzidos para Deus. Pois, 1. Não são, como se ele
estivesse em alguma necessidade deles para a sua
glória. "A nossa bondade não se prolonga a ele",
Salmo 16: 2. Não faz isso, como se ele precisasse
disso, ou colocasse algum valor para ele próprio. Por
isso, ele rejeitou todos os que multiplicaram os
serviços externos nos quais os homens confiavam,
como se o obrigassem por eles; porque sem eles ou
seus serviços ele é o possuidor soberano de todos os
seres criados e seus efeitos.
Todos os pensamentos são rejeitados. Veja Jó 22:
2,3, 35: 7, 8. 2. Eles não são produzidos para Deus,
como se eles respondessem perfeitamente à sua lei.
Pois, com respeito a isso, "todas as nossas justiças são
trapos imundos", como é dito em Isaías 64: 6. E se
ele marcasse o que está mal em nós, quem poderia
suportar? Salmo 130: 3. 3. Muito menos eles são tão
conhecidos por ele, pois, por eles, devemos merecer
qualquer coisa da sua parte. Esta presunção tola é
contrária à própria natureza de Deus e do homem,
218
com essa relação entre eles que necessariamente se
origina em seus próprios seres. Para o que pode um
pobre verme da terra, que não é nada, que não tem
nada que é bom, senão o que recebe de graça divina,
favor e graça, ter mérito diante daquele que, do seu
ser e da natureza, não pode ser obrigado a isso, mas
o que é meramente de seu próprio prazer soberano e
bondade?
Eles, portanto, não se encontram de outra forma para
Deus, senão em e através de Cristo, de acordo com a
infinita condescendência que lhe agrada exercer na
aliança da graça. Daí o Senhor Jesus Cristo, 1. Faz as
nossas pessoas serem aceitas, como foi a de Abel,
através da fé nele; que foi o fundamento da aceitação
de sua oferta, Gênesis 4: 4, Hebreus 11: 4. E isso
também é gracioso; é "para o louvor de sua graça
gloriosa, em que ele nos aceita no Amado", Efésios 1:
6. E, 2. Ele leva e tira a iniquidade que se prendem a
eles quando eles procedem de nós, o que os torna
inapropriados para Deus. Isto foi escrito na lâmina
de ouro, onde estava inscrito "Santidade ao Senhor",
que estava na testa do sumo sacerdote. Foi porque ele
"suportaria a iniquidade das coisas sagradas" do
povo, Êxodo 28: 36-38. Isso, Cristo revelou na
expiação que ele fez de todo pecado, e tirando-o à
vista de Deus.
E 3. Ele acrescenta o incenso da sua própria
mediação a eles, para que tenham um sabor doce na
219
sua oferta a Deus, Apocalipse 8: 3. Com esse
fundamento, Deus os criou graciosamente para os
fins da sua glória e aceitou-os.
Porque, - 1. A vontade de seu comando é cumprida
por isso; e isso tende à glória de seu governo, Mateus
7:21. Devemos orar para que a vontade de Deus seja
feita na terra, como é no céu. A glória que Deus tem
no céu, do ministério de todos os seus santos anjos,
consiste nisso, que sempre, com toda prontidão e
alegria, observem os seus mandamentos e façam a
sua vontade, estimando que estão fazendo a sua
honra e bem-aventurança.
Pois, por isso, é a regra e a autoridade de Deus,
conhecida, exaltada; cuja negligência foi o pecado e a
ruína dos anjos apóstatas. Do mesmo modo, nossos
frutos de obediência são os únicos agradecimentos
que podemos ou fazemos à autoridade suprema e ao
governo de Deus sobre nós, como o único legislador,
que tem poder para matar e manter vivo. A glória de
um rei terreno consiste principalmente na
obediência voluntária que seus súditos concedem às
suas leis. Pois eles reconhecem expressamente que
consideram suas leis sábias, justas, úteis à
humanidade, e também reverenciam sua autoridade.
E é a glória de Deus, quando os assuntos de seu reino
testificam a todos, a sua disposição e alegre sujeição
a todas as suas leis, como santo, justo e bom, pelos
frutos da sua obediência; como também que é a
220
principal honra e felicidade dele estarem no seu
serviço, João 15:14.
Nisto é nosso Pai celestial glorificado, como ele é o
nosso grande rei e legislador. 2. Existe nos frutos da
obediência uma expressão da natureza, poder e
eficácia da graça de Deus, pelos quais também é
glorificado; porque ele faz todas as coisas "para o
louvor da glória da sua graça", Efésios 1: 6. Em todas
as atuações da luxúria e do pecado, na seca e no pó
da esterilidade, apresentamos uma inimizade contra
ele e nossa contrariedade a ele, atuando sobre o
princípio da primeira rebelião e apostasia dele. Estes
coisas, em sua própria natureza, tendem muito à sua
desgraça, Ezequiel 36:20. Mas estes frutos de
obediência são todos os efeitos da sua graça, nos
quais ele "trabalha em nós para querer e fazer o seu
próprio prazer". E por este meio são ambos o poder e
a natureza dessa graça manifestados e glorificados. O
poder dele, fazendo frutificar os solos estéreis de
nossos corações, que, como debaixo da maldição, não
produziriam nada além de espinhos e abrolhos.
Portanto, para que nossos corações abundem nos
frutos da fé, do amor, da mansidão e de toda a
obediência santa e evangélica, é aquilo em que o
poder da graça de Deus é manifestado e ampliado,
Isaías 11: 5-8. E eles também declaram a natureza de
Deus. Pois são todas coisas boas, benignas, lindas,
úteis à humanidade; como dar paz, quietude e benção
às almas daqueles em quem estão; como tendem à
221
restauração de todas as coisas em sua própria ordem,
e ao alívio do universo, trabalhando sob sua confusão
e vaidade, Filipenses 4: 8. Assim, eu digo, são todos
os frutos da santa obediência nos mentirosos; tal é a
sua natureza e tendência, por meio da qual declaram
o que é a graça da qual procedem, Tito 2: 11,12. E aqui
é Deus muito glorificado no mundo. 3. Eles se
encontram para Deus e tendem para a sua glória, na
medida em que expressam e manifestam a eficácia da
mediação do Senhor Jesus Cristo, na obediência de
sua vida e no sacrifício de sua morte. O que ele
apontou neles, Tito 2:14; Efésios 5: 25-27. É em Jesus
Cristo que Deus será glorificado. E isso se manifesta
nos efeitos de sua sabedoria e amor na sua mediação.
Pois por isso declaramos e mostramos as "virtudes
daquele que nos chamou" 1 Pedro 2: 9; ou o poder
efetivo da mediação de Cristo, da qual esses frutos
são os efeitos e produtos. Nós não declaramos apenas
a excelência e a santidade de sua doutrina, que
ensinam essas coisas, mas também o poder e a
eficácia de seu sangue e intercessão, que os
produzem para nós e os trabalham em nós. Deus é
glorificado por este meio, em que algum retorno é
feito para a sua bondade e amor. Que uma criatura
deve fazer qualquer retorno a Deus, responsável ou
proporcional aos efeitos de sua bondade, amor e
graça para com ela, é totalmente impossível. E, no
entanto, esses homens devem se preocupar e
satisfazer, antes de falar de um mérito adicional. Para
o que podemos merecer adequadamente de suas
222
mãos, cujas recompensas precedentes chegamos
infinitamente a pouca resposta ou satisfação em tudo
o que podemos fazer? Mas este de fecundidade em
obediência é o caminho que Deus designou, por meio
do qual podemos testemunhar nosso senso de amor
divino e bondade, e expressarmos nossa gratidão. E,
por este meio, nossos frutos da justiça redundam
para a glória de Deus. 4. Deus em e por eles estende
seus cuidados, bondade e amor aos outros. É sua
vontade e prazer que muitos que se desejam de
maneira especial, e outros também entre a
comunidade da humanidade, às vezes devem ser
lançados, e, talvez, estar sempre em condições de
necessidades e dificuldades neste mundo. Para
cuidar deles, para provê-los, para aliviá-los, para que
eles também tenham uma sensação especial de sua
bondade e sejam fundamentais para estabelecer o
seu louvor, é incumbente daquele que é o grande
provedor para todos. Agora, um caminho de sinal
pelo qual ele fará isso, é pelos frutos da obediência
produzidos nos outros. Sua caridade, sua compaixão,
seu amor, sua recompensa, devem ajudar e aliviar os
que estão em necessidades, dificuldades, tristezas,
pobreza, prisão, exílio ou similares. E assim é em
todos os outros casos. A sua mansidão, a paciência, a
longanimidade, que são destes frutos, serão úteis aos
outros, sob suas fraquezas e tentações. O seu zelo, o
seu trabalho de amor ao ensinar e instruir, ou pregar
a palavra, serão os meios da convicção e da conversão
dos outros. Então, por favor, Deus, por esses frutos
223
de obediência em alguns, para comunicar de sua
própria bondade e amor, para ajudar, aliviar,
socorrer e restaurar os outros. Para aqueles que são
tão aliviados, ou pelo menos devem olhar para todos
como provenientes diretamente de Deus. Pois é ele
quem não apenas ordena aos que são os meios de sua
transferência para fazer o que fazem, mas ele
diretamente trabalha neles por sua graça, sem a qual
nada seriam. E tudo isso redunda para a glória de
Deus. Este nosso apóstolo expressa em grandeza, 2
Coríntios 9: 12-15: "Para a administração deste
serviço" (isto é, a contribuição benéfica e generosa
dos Coríntios para os pobres da igreja de Jerusalém)
"não só atende as necessidades dos próprios santos"
(cujo pensamento pode dar grande satisfação às
mentes dos homens benignos e compassivos, ou seja,
terem sido capazes de aliviar os outros), "mas é
abundante também por muitas ações de graças a
Deus". Ele tem esse efeito sobre as mentes de todos
os que estão preocupados com ele, ou sabem disso,
para que eles abundem em gratidão e louvor a Deus.
E ele mostra os motivos e o caminho pelos quais esse
louvor é assim devolvido a Deus. Porque, - (1.) Eles
consideram não apenas o que é feito, mas o princípio
de onde procede: "Enquanto, através do experimento
deste ministério, glorificam a Deus por sua sujeição
professada ao evangelho". Isto, no primeiro lugar,
afeta-os muito, que, antes que eles apenas ouvissem,
pode ser um relatório, que você, ou alguns de vocês,
foram convertidos para a fé do evangelho, eles têm
224
agora, por "este ministério", isto é, o alívio da
recompensa sendo-lhes comunicado, tais provas e
segurança, que com um consentimento eles louvem e
glorifiquem a Deus pela obra de sua graça para vocês.
E, de fato, isso geralmente é a primeira coisa que
afeta as mentes de qualquer um dos santos de Deus,
em qualquer alívio que Deus tenha prazer em
entregar a eles por meio dos outros. Eles admiram e
bendizem a Deus por sua graça para com eles, por
cuja bondade e compaixão são aliviados. Assim, Deus
é glorificado por esses frutos. (2.) E o segundo
fundamento de seus lances foi, a distribuição liberal
para si mesmos, como eles encontraram pela
experiência; e a "todos os homens", como eles foram
informados e creram. O ministério em si
testemunhou a fé e a obediência ao evangelho; mas a
natureza dela, que era liberal e generosa, evidenciava
a sinceridade e fecundidade de sua fé, ou "a suprema
graça de Deus neles", ver. 14. Eles viram que não
havia um trabalho comum de graça sobre esses
Coríntios, envolvendo-os em uma profissão comum
em seus deveres, o que ainda era uma questão de
grande gratidão para Deus; mas que, de fato, a graça
de Deus abundou muito neles, o que produziu esses
frutos de maneira tão abundante. Além disso, o
apóstolo acrescenta um duplo caminho pelo qual
Deus foi glorificado, distinto da atribuição direta de
louvores a ele. "Enquanto eles, pela oração por vós,
demonstram o ardente afeto que vos têm, por causa
da superabundante graça de Deus que há em vós." Ou
225
seja, por ambos. Essas ações glorificaram a Deus,
tanto em suas orações quanto a uma oferta de graça
divina e de graça àqueles por quem foram aliviados,
e em seu amor inflamado em relação a eles e saudade
deles, o que só foi ocasionado por seu alívio; mas a
causa real, o motivo e o objeto disso, era "a suprema
graça de Deus neles", o que foi evidenciado assim. E
por ambos, Deus é grandemente glorificado. Daí o
apóstolo conclui o todo com esse hino de louvor
triunfante a Deus: "Graças a Deus pelo seu dom
inefável." "Isto" diz ele "é um dom que não pode ser
suficientemente declarado entre os homens e,
portanto, Deus é mais admirado nele." E o apóstolo
pressiona a ocasião de sua gratidão comum em uma
palavra que pode incluir a graça de Deus dada aos
Coríntios, permitindo-lhes o seu dever e o fruto dessa
graça na oferta conferida aos santos pobres; ambos
eram o dom de Deus, e em ambos ele foi glorificado.
E a este respeito, especialmente, os frutos da nossa
obediência ao evangelho se encontram com aquele
por quem somos vestidos; isto é, tem uma tendência
especial para a glória de Deus. Daí é a cautela do
apóstolo, em Hebreus 13:16: "Mas não vos esqueçais
de fazer o bem e de repartir com outros, porque com
tais sacrifícios Deus se agrada." Nossas orações e
louvores também, como ele declara no versículo
anterior, são" sacrifícios a Deus ", e aceitáveis a ele,
versículo 15. Toda a nossa obediência é "nosso culto
racional" é um sacrifício aceitável a Deus, Romanos
12: 1; sim, mas nestes frutos de benignidade,
226
generosidade, caridade, bem e comunicação em
grande parte e liberalmente, Deus fica de uma
maneira peculiar, satisfeito, como cheirando um
aroma suave através de Cristo em tais sacrifícios. 5.
Eles se encontram para Deus, porque são como
primícias dele da criação. Quando Deus tomou e
salvou a terra de Canaã, que ele fez sua própria de
maneira peculiar, das mãos de seus adversários, e
deu-a ao seu próprio povo para possuir e herdar, ele
exigiu deles, que, no seu primeiro momento ali, eles
deveriam vir e apresentar-lhe o "primeiro de todos os
frutos da terra", como um reconhecimento de seu
direito à terra, e sua generosidade para com eles,
Deuteronômio 26: 1-8, etc. A criação inteira feita pelo
pecado como se fosse sair da posse de Deus; - não do
seu direito e poder, mas de seu amor e favor: Satanás
tornou-se o "deus deste mundo", e todo o mundo
estava sob o poder do mal. Por Jesus Cristo, ele o
resgata novamente de sua escravidão a Satanás. Mas
isso ele não fará tudo de uma só vez, mas ele terá
algumas primícias oferecidas a ele como um
reconhecimento de seu direito, e como uma
promessa de sua entrada na posse do todo. E Deus é
grandemente glorificado na apresentação dessas
primícias, na recuperação da criação para si mesmo,
que é uma garantia de vindicar o todo da servidão
presente. E são os crentes que são estas primícias
para Deus: Tiago 1:18, "De sua própria vontade nos
gerou com a palavra da verdade, para que devamos
ser uma espécie de primícias de suas criaturas". Mas
227
nós não somos assim, senão em nossa fecundidade.
Assim, é que há uma receita de glória e louvor
retornado a Deus a partir desta parte inferior da
criação; sem o que não tem nada além de espinhos e
abrolhos à sua vista. Nestas, portanto, e coisas
semelhantes, consiste a satisfação de nossos frutos
de obediência a Deus, ou a sua glória. Ainda, -
Observação IX. Onde quer que haja frutos sinceros
de fé e obediência encontrados nos corações e nas
vidas dos professantes, Deus graciosamente aceita e
abençoa. Nada é tão pequeno, mas que, se for
sincero, ele aceita; e nada tão bom, mas ele tem uma
recompensa transbordante por isso. Nada será
perdido que seja feito para Deus; - um copo de água
fria, o menor refúgio dado a qualquer um por causa
dele, deve ser lembrado. Tudo o que temos e somos é
antecedentemente devido a ele, de modo que não
pode haver mérito em qualquer coisa que fazemos;
mas devemos ter em atenção que, enquanto negamos
o orgulho do mérito, perdemos o conforto da fé
quanto à aceitação de nossos deveres. É fruto da
mediação de Jesus Cristo, para que possamos
"libertados da mão de nossos inimigos, o servíssemos
sem temor, em santidade e justiça perante ele, todos
os dias da nossa vida." Lucas 1.74,75, mas se estamos
sempre ansiosos e preocupados com o que fazemos,
quanto a ser aceito com Deus ou não , como podemos
atendê-lo sem medo? Este é o pior tipo de medo que
somos desagradáveis, o mais desonroso para Deus e
desencorajando nossas próprias almas, 1 João 4:18.
228
Pois, como podemos desonrar Deus mais que
julgando que, quando fazemos o máximo em
sinceridade no caminho do seu serviço, ele ainda não
está satisfeito conosco, nem aceita nossa obediência?
Não é isso para supor que ele seja severo, irritado,
sempre desagradado, pronto para aproveitar, alguém
que nada satisfará? Tais pensamentos são as marcas
do servo perverso na parábola, Lucas 19: 20-22.
Onde, então, é essa bondade infinita, graça,
condescendência, amor, compaixão, que são tão
essenciais para a sua natureza, e em que ele se
declarou ser tão abundante? E, se assim for, de que
forma existe a mediação e intercessão de Jesus
Cristo? O que nos beneficia nas promessas da
aliança? E o que há restante que pode nos encorajar
nos deveres de obediência? Somente para executá-
los porque não podemos, não nos atrevemos a fazer
de outra forma, um cumprimento servil da nossa
convicção, não é aceitável para Deus nem qualquer
maneira confortável para nossas próprias almas.
Quem levaria de bom grado essa vida neste mundo,
sempre trabalhando e esforçando-se, sem a menor
satisfação de que o que ele faça, quer por Ele, quer
por quem ele é colocado no trabalho, ou de alguma
maneira se volte para sua própria conta? No entanto,
tal vida leva os homens que não estão convencidos de
que Deus aceita graciosamente o que eles
sinceramente realizam. A suspeita em contrário se
levanta em oposição ao princípio fundamento de
toda religião: "Ora, sem fé é impossível agradar a
229
Deus; porque é necessário que aquele que se
aproxima de Deus creia que ele existe, e que é
galardoador dos que o buscam." Hebreus 11: 6. Isto é
o primeiro princípio e fundamento de todo culto
religioso; que, se não estiver bem e firmemente
colocado em nossos corações, toda nossa súplica será
em vão. Entingue-se, a menos que creiamos que ele
aceita e abençoa nossos deveres, não podemos
acreditar que ele é um recompensador ou, como ele
expressou na aliança com Abraão, uma "grande
recompensa". Alguns talvez digam, "que seus
melhores frutos estão tão corrompidos, seus
melhores deveres tão contaminados, que eles não
podem ver como eles podem encontrar aceitação com
um Deus tão santo. Tudo o que procede deles é tão
fraco e infeliz, que eles temem que eles sofram perda
em todos. E essa apreensão mesma os priva de toda
a consolação no Senhor, que eles possam seguir em
uma santidade de obediência. Eu respondo: 1. Essa
consideração, das impurezas do pecado que adere ao
melhor de nossos trabalhos ou deveres, exclui todo o
mérito. E é certo que deveria fazê-lo; pois, de fato,
essa noção amaldiçoada do mérito das boas obras
tem sido o engenho mais pernicioso para a ruína das
almas dos homens de que Satanás fez uso. Pois, por
um lado, muitos ficaram tão inchados com isso, que
não se dignariam em nada para serem obrigados à
graça de Deus, mas pensaram que o céu e a glória
eram devidos a eles por suas obras, como o inferno é
a outros homens por seu pecado, ou o salário de um
230
mercenário para ele por seu trabalho, que clama ao
céu contra a injustiça dos que o detêm. Por isso, uma
negligência total de Cristo se seguiu. Outros,
convencidos do orgulho e loucura desta presunção, e
apesar do encorajamento para obediência frutífera
que está na graciosa aceitação de Deus e gratificação
de nossos deveres, foram desencorajados em sua
presença. É bom, portanto, que esta noção seja
totalmente descartada pela consideração da
imperfeição pecaminosa de nossos melhores
deveres: assim é feito pela igreja, Isaías 64: 6;
Romanos 7:21. 2. Esta consideração exclui toda
esperança ou expectativa de aceitação, com Deus por
conta de uma justiça própria rigorosa. Se
considerarmos Deus apenas como um juiz que
declara sentença sobre nós e nossos deveres de
acordo com a lei, nem nós nem nada que possamos
ter pode ser aceito com ele ou aprovado por ele.
Porque, como o salmista diz a respeito de nossas
pessoas: "Se tu, Senhor, contemplares as
iniquidades, ó Senhor, quem permanecerá?", E ora:
"Não entres no juízo com o teu servo, porque à tua
vista não há nenhum justo". Por isso é assim com
respeito a todas as nossas obras e deveres de
obediência; nenhum deles pode suportar o
julgamento de Deus como julgando pela lei, mas lhe
parece ser uma coisa imunda. Enquanto, portanto, as
pessoas estão apenas sob o poder de suas convicções
e não são capazes, pela fé, de ter outra visão de Deus
e suas relações com eles, senão com a lei, é impossível
231
que eles tenham alguma expectativa confortável de
aprovação de sua obediência. Portanto, para que
possamos ser persuadidos da graciosa aceitação de
todos os nossos deveres, até mesmo o menor e o pior
que fazemos com sinceridade e com um único olho
para a glória de Deus e este nosso trabalho no Senhor
não deve ser perdido, sempre devemos ter duas
coisas à vista de nossa fé: 1. O teor da aliança em que
caminhamos com Deus. Deus aboliu e tirou a aliança
das obras, substituindo por uma nova em seu lugar.
E a razão pela qual ele fez isso, foi por causa de uma
dupla insuficiência na lei dessa aliança para o seu
grande fim de glorificá-lo na salvação dos pecadores.
Pois, (1.) Não poderia expiar e tirar o pecado; o que
deve ser feito de forma indispensável, ou esse fim não
pode ser obtido. Este nosso apóstolo afirma uma
razão disso, Romanos 8: 3; e o prova em grande nesta
epístola depois. (2) Porque nem fez nem poderia
aprovar tal obediência, como os pobres pecadores
santificados podiam ceder a Deus; pois exigiu
perfeição, quando o melhor que podem alcançar
nesta vida é senão sinceridade. O que então?
Anunciamos a lei pela fé? Deus não precisa de justiça
perfeita de nós, a justiça que a lei originalmente
prescreveu? Sim, ele faz isso; e sem isso, a maldição
da lei virá sobre todos os homens, seja quem for, mas
isso também é o que em nós mesmos nunca podemos
alcançar, é providenciado na nova aliança pela
imputação da justiça de Cristo aos que creem. Assim,
o apóstolo declara expressamente o assunto, em
232
Romanos 10: 3-6. Com essa suposição, Deus nesta
aliança providenciou a aceitação da obediência
sincera, embora imperfeita, que a lei não aceita. A
soma é que sua aceitação agora será adequada à
operação de sua graça. Ele irá coroar e recompensar
todas as ações de sua própria graça em nós. Qualquer
que seja o dever; portanto, é sob o princípio da graça
e feito com sinceridade, é aceito com Deus, de acordo
com o teor da aliança. Isso, portanto, sempre
devemos olhar e considerar como o fundo da
aceitação de nossos serviços imperfeitos, fracos e
indignos. 2. Para o mesmo fim, a mediação de Cristo
deve ser considerada de maneira especial. Sem
respeito a ele, nem nós nem nada que fazemos é
aprovado por Deus. E há uma dupla consideração
nesta questão sempre que se deve lidar com ele e sua
mediação: - (1.) Que por um sacrifício ele tira tudo o
que é mau ou pecaminoso em nossos deveres; o que
quer que seja de uma verdadeira impureza,
desordem, de si mesmo, em que qualquer culpa que
pode ser contraída, ou é assim, ele a suportou e
tomou, como a sua culpa legal, tendo tudo afastado.
Seja qual for a culpa, que inevitavelmente, adere ou
acompanhe nossos deveres, podemos, pela fé,
encará-lo como removido do caminho pelo sacrifício
e pela mediação de Cristo, pois não será
impedimento ou obstrução à graciosa aceitação
deles. (2.) Considerando tudo. que nós fazemos,
quando usamos nossos esforços extremos, com a
ajuda da graça, e deixando a consideração do que é
233
mau e pecaminoso do princípio da natureza corrupta
que permanece em nós, ainda é tão fraco e
imperfeito, e será assim enquanto não somos mais do
que poeira e cinzas habitando em tabernáculos de
barro, pois não podemos apreender como a bondade
que está em nossa obediência deve se estender a
Deus, alcançar o trono de sua santidade, ou ser
considerado por ele, o mérito de nossa Senhor Jesus
Cristo, assim, deixa o caminho para eles, ponha um
valor neles à vista de Deus, pois recebem aprovação
e bênção dele; pois, em Jesus Cristo, estamos
completos, e Deus faz com que nós e os nossos
deveres sejam aceitos no Amado. A consideração
aqui, adicionada ao primeiro, pode assegurar
firmemente a mente e a consciência de todo o
verdadeiro crente sobre a graciosa aceitação do
menor dos seus sagrados deveres que são realizados
com sinceridade. E isso eles têm de tal forma, (1.)
Para excluir o mérito; (2.) Mantê-los em uma santa
admiração da graça e condescendência de Deus; (3.)
Para torná-los continuamente agradecidos por Cristo
e sua mediação; (4.) Para render a si mesmos o
conforto em seus deveres e encorajamento para eles.
Verso 8. - "Mas a que produz espinhos e abrolhos é
rejeitada, e está perto da maldição; cujo fim é ser
queimada."
No versículo anterior, o apóstolo mostrou como seria
com a parte da igreja judaica, que abraçou o
234
evangelho e produziu os frutos da fé e obediência.
Deus os aceitaria deles, os possuía, os preservava e os
abençoava. E essa bênção de Deus consistiu em
quatro coisas: 1. Em sua aceitação graciosa em Cristo
e na aprovação de sua obediência, versículo 10. 2. Ao
livrar-se daquela terrível maldição e julgamento que
pouco depois consumiu todo o resto dessas pessoas.
3. Ao fazer uso de multidões para serem o meio de
comunicar o conhecimento e a graça do evangelho a
outras pessoas e nações; - uma maior benção e honra
do que esta eles não poderiam ter neste mundo. 4.
Em sua salvação eterna. Isso foi posto. Mais abaixo,
ele prossegue em sua parábola para declarar o estado
e a condição do outro tipo, a saber, dos incrédulos,
dos apóstatas e dos opositores do evangelho. E nisso
ele está em conformidade com a ação simbólica de
nosso Salvador ao maldizer a figueira estéril, Mateus
21:19; Pois foi a igreja apóstata, perseguidora,
descrente dos judeus, sua propriedade e o que seria
deles, que nosso Salvador pretendia expor naquela
figueira. Ele já havia quase terminado seu ministério
entre eles, e ao ver que eles não trouxeram fruto
nisso, ele diz que a maldição estava chegando sobre
eles, cujo principal efeito seria a esterilidade
perpétua. Eles não tiveram nenhum fruto antes, e
não teriam depois; sendo endurecidos, pelo juízo
justo de Deus, para a sua eterna ruína. Assim foi
cumprido o que há muito antes previu, lsaías 6: 9, 10,
como nosso apóstolo declara, Atos 28: 26,27. Em
resposta a isto, nosso apóstolo neste versículo dá este
235
relato de sua esterilidade e descrição do seu fim,
através da maldição e destruição de Deus. E aqui
também é declarado e expresso o estado e a condição
de todos os apóstatas, professores infrutíferos,
hipócritas e incrédulos, a quem o evangelho foi
dispensado, e declarado e expresso. E, como era
necessário para o seu desígnio, o apóstolo persegue
sua semilitude anterior, fazendo uma aplicação para
este tipo de homens. E, 1. Ele supõe que eles sejam
"terra", como o outro tipo também é. Não é nem
melhor nem pior do que a que prova ser frutífera e é
abençoada. Todos os homens a quem o evangelho é
pregado são todos os caminhos por natureza no
mesmo estado e condição. Toda a diferença entre eles
é feita pelo próprio evangelho. Nenhum deles tem
motivos para se gabar, nem eles em nada se
diferenciam dos outros. 2. Supõe-se que a chuva
também cai nesta terra. Aqueles que vivem
imovilmente sob os meios da graça têm muitas vezes
a pregação da palavra continuando tão
abundantemente com eles, como com aqueles que
são mais prósperos e frutíferos em obediência. E aqui
não há pequena evidência de que essas coisas sejam
novamente convocadas para outro dia, para a glória
da graça e justiça de Deus. Nestas suposições, duas
coisas são consideráveis no que é atribuído a esta
terra: 1. O que ela produz; 2. Como. 1. "Espinhos e
abrolhos". Veja a abertura das palavras antes. Em
geral, não duvido, mas todos os tipos de pecados são
destinados aqui, todas "obras infrutíeferas das
236
trevas", Romanos 6:21, Efésios 5: 2. E o principal
motivo pelo qual eles são aqui comparados com
espinhos e abrolhos, é com respeito à maldição que
veio sobre a terra por causa do pecado: "E ao homem
disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher,
e comeste da árvore de que te ordenei dizendo: Não
comerás dela; maldita é a terra por tua causa; em
fadiga comerás dela todos os dias da tua vida. Ela te
produzirá espinhos e abrolhos; e comerás das ervas
do campo.", Gênesis 3: 17,18; a fim de que a
esterilidade, ou a impotência de melhores frutos, seja
acrescentada, Gênesis 4:12. A partir desta maldição,
a terra de si mesma, produziria espinhos e abrolhos,
pelo menos, eles seriam absolutamente
prevalecentes em todos os campos; assim, o coração
do homem, por natureza, está totalmente invadido
com o mal, imaginação pecaminosa e sua vida com
ações viciosas e pecaminosas, Gênesis 6: 5, Romanos
2: 10-18.
Portanto, o surgimento de espinhos e abrolhos é
abundante em tais atuações e obras que procedem do
princípio da natureza corrompida sob a maldição.
Em oposição a isto, todas as ações boas, todos os atos
de fé e obediência, são chamados de "ervas" e
"frutos", porque são "os frutos do Espírito", e tais
obras pecaminosas são comparadas e chamadas
"espinhos e abrolhos", de uma comunhão de
propriedades com eles. Porque, (1.) Eles são em seu
tipo não lucrativos, sem uso, mas se encontram para
237
serem expulsos. Quando um homem tem um campo
coberto de espinhos e sarças, ele descobre que ele não
tem nenhum benefício por eles; por isso ele resolve
queimá-los. De nenhum outro uso são os pecados dos
homens no mundo. Todas as "obras das trevas" são
"infrutíferas", Efésios 5: 2. O mundo não é de
nenhum modo beneficiado por elas: nunca um
homem se tornou melhor pelos seus próprios
pecados ou pelos dos outros. (2.) Porque eles são
prejudiciais e nocivos, sufocando e prejudicando
bons frutos que sábios prosperariam no campo.
Assim como os espinhos e os corvos são retratados na
Escritura como aflitivos, penetrantes e dolorosos; e
assim as coisas que são chamadas pelos nomes deles,
Ezequiel 28:24; Miquéias 7: 4; Isaías 7:25. Tais são
todos os pecados dos homens. Toda a confusão,
distúrbios, devastações que estão no mundo, são
deles somente. Em geral, portanto, é todo o tipo de
pecados, "obras da escuridão", "obras da carne", que
se destinam a esses "espinhos e abrolhos". Mas, no
entanto, presumo que o apóstolo tenha em conta os
pecados dos quais os judeus obstinados eram então
culpados de maneira especial, e qual seria a causa da
sua súbita destruição. Como aparece em toda esta
epístola e questão de fato na história, foram
descrença, impenitência e apostasia. Os espinhos e as
sarças, que eram o combustível em que se acendeu o
fogo da indignação de Deus para o seu consumo,
foram seus pecados contra o evangelho. Ou eles não
dariam o seu consentimento à sua verdade, ou não
238
alterariam suas vidas de acordo com a doutrina dele,
ou não respeitariam a constância em sua profissão.
Estes são os pecados especiais em que se lançam
esses hebreus, e lançarão todos os que são
semelhantes a eles, na condição de perigo e perdição,
aqui descritos. 2. A maneira de produzir esses
espinhos e cardos é expressa por ekferousa
(produzindo). Crisóstomo coloca uma grande marca
sobre a diferença das palavras usadas pelo apóstolo.
O que ele aplica para a produção de bons frutos é o
que denota uma concepção natural e produção de
qualquer coisa em ordem, tempo e estação; mas esta
ekferousa, aplicada ao solo estéril e amaldiçoado,
denota um vazamento deles em abundância, não só
sem o uso de meios, mas contra ele. O coração do
homem não precisa ser impregnado de nenhuma
semente adventícia, para fazer avançar todo o tipo de
pecados, ou torná-lo frutífero na incredulidade e na
impureza: o útero do pecado, por sua própria
vontade, estará continuamente cheio dessas coisas.
O fato de ser assim afirmado com este fundamento, o
apóstolo afirma três coisas a respeito: - 1. É adokimov
(reprovada). Diz-se que é ajokimov, do qual o
julgamento foi feito se, pela aplicação de meios
adequados, será útil a algum fim. Dokimazw é
"provar", fazer um experimento sobre qual é o uso;
especialmente é aplicado à provação feita de ouro e
prata por fogo. O fogo é o grande provador e
revelador de metais, de que tipo são, 1 Coríntios 2:
239
13-15. E, portanto, o Senhor Jesus Cristo, na
provação de sua igreja, é comparado a um refinador
com fogo, Malaquias 3: 2. Então a fé é provada, Pedro
1: 7. E é a palavra que o nosso apóstolo usa quando
nos obriga a provar a nossa sinceridade na fé e na
obediência, 2 Coríntios 13: 5, Gálatas 6: 4; - como
também fazer uma devida investigação sobre a
verdadeira natureza das coisas espirituais, Romanos
12: 2, Efésios 5:10; não nos contentando com uma
nula noção deles, mas nos esforçando por ter uma
experiência de seu poder em nossos próprios
corações. Dokimh é frequentemente usado por nosso
apóstolo para "uma experiência em provação",
Romanos 5: 4; 2 Coríntios 2: 9; Filipenses 2:22: como
doki de 1 Pedro 1: 7. Daí é kimov, "aquele que, após
ser provado, é aprovado, encontrado saudável e,
portanto, é aceito", 1 Coríntios 11:19; 2 Coríntios
10:18; 2 Timóteo 2:15; Tiago 1:12. Romanos 14:18; -
"Aceito com Deus e aprovado com os homens".
Assim, adokimov é "um rejeitado, desaprovado no
julgamento, reprovado", 1 Coríntios 9:27; 2 Coríntios
13: 5,6; Tito 1:16.
O todo é expresso, em Jeremias 6: 29,30: "Já o fole
se queimou; o chumbo se consumiu com o fogo;
debalde continuam a fundição, pois os maus não são
arrancados. Prata rejeitada lhes chamam, porque o
Senhor os rejeitou." Todos os meios foram usados
para tentar o máximo se havia algum metal
verdadeiro e sincero neles Afinal, foram encontrados
240
como "prata recusada", mera escória; que, portanto,
foi rejeitado, como inútil. Este terreno, portanto,
deveria ser provado, e todos os meios adequados
para ter sido usado para torná-lo frutífero; mas ao
passo que nada foi conseguido, deve ser "rejeitado",
"desaprovado", deixado de lado quanto a outros
esforços para torná-lo bem sucedido. Um pedaço de
terra que o lavrador deixa de cuidar; ele não tomará
mais dores com ele, pois ele julga que é incurável. 2.
Diz-se que está katarav ejgguv, "perto de uma
maldição". O fazendeiro não destruiria tal pedaço de
terra, mas negligenciando-o, deixa-o repousar, além
de descobrir sua própria esterilidade e falta de
utilidade. Mas isso ele faz para declarar sua resolução
para enxergar, e assim expulsá-lo dos limites de sua
posse. E ele faz isso de três maneiras: - (1.) Ao reunir
de tudo isso, boas plantas e ervas que ainda
permanecem nele e transplantando-as para um solo
melhor. (2) Ao derrubar as suas cercas e colocá-lo
como desperdiçado, que todos os animais do campo
devem alojar-se nele e pastar sobre ele. (3.) Ao reter
todos os meios para fazê-lo bem, regando ou
lavrando isso. E, por este meio, torna-se como o
deserto estéril como está sob a maldição, que
nenhum homem cuida. Está perto dessa condição em
que não se sabe que ele já foi possuído por ele, ou se
ainda pertence à sua posse. Então, é para maldição.
Pois, como a benção de qualquer coisa é uma adição
de bem, então a maldição implica a remoção de toda
a bondade e todos os efeitos dela, e com isso
241
consagrar à destruição. 3. Por fim, é acrescentado,
"cujo fim é ser queimada". O fogo faz uma destruição
total e terrível de todas as coisas combustíveis em que
é aplicado. Por isso, tais desolações são ditas serem
feitas por queima. Há uma queimada de terra que é
usada para torná-la frutífera. Mas aqui é uma queima
de outro tipo que se destina. E este é um ato de
indignação positiva. Ele não só mostrará sua
insatisfação em um terreno tão infértil por
negligência, mas sua vingança em sua destruição. E,
portanto, é expresso, intimando tanto a destruição
temporal dos judeus obstinados como a destruição
eterna de todos os incrédulos, pelo fogo de vários
tipos. Assim, o apóstolo declara que Deus, o grande
lavrador e dono da vinhedo, lidaria com os hebreus
impenitentes e incrédulos. 1. Ele os provou, e isso por
uma longa temporada, pela pregação do evangelho.
A chuva caiu sobre eles, e isso para o espaço agora de
três anos, ou por aí. Deus fez, por assim dizer, uma
provação por meios externos para torná-los
frutíferos, levá-los à fé, ao arrependimento e à
obediência. Mas, depois desta longa provação,
pareceu que eles multiplicaram, por assim dizer, os
espinhos e os abrolhos de sua incredulidade e todo
tipo de pecados provocadores. Portanto, Deus os
rejeita, declara que sua alma não tem prazer neles,
que ele não teria mais custo sobre eles. E duas vezes
nosso apóstolo se lembra de seus compatriotas em
outros lugares que Deus lida com eles em juízo, Atos
11: 40,41,46, 28: 25-28; como nosso Salvador muitas
242
vezes os ameaçava que o reino de Deus lhes seria
retirado, - eles não deveriam mais desfrutar dos
meios de salvar o conhecimento ou o
arrependimento. Deus colocou-os de lado, já que era
um campo não mais adequado para ser cultivado. E
isso ele fez ao tempo da escrita desta epístola; Para
imediatamente, ele começou a abandonar
completamente aqueles que eram obstinados em seu
judaísmo, e todos aqueles que apostataram a partir
do cristianismo. E assim também, em proporção, ele
lida com todos os outros ouvintes e apóstatas não
produtivos e frutíferos. Há um tempo depois do qual
ele os expulsa de seus cuidados, não os alimentará
mais, não dará mais nada para que eles recebam
chuvas ou sejam lavrados. E se eles aproveitarem
mais a palavra, é por acaso, por causa de alguns que
são aprovados; mas eles não receberão nenhuma
vantagem por isso, visto que eles não são mais
"criação de Deus". 2. Com essa rejeição deles, eles
estavam "perto da maldição", isto é, eles foram tão
ordenados e dispostos que a maldição destruidora de
Deus pode vir sobre eles. Deus já os havia
anatematizado ou os devolvido à destruição; e, em
seguida, ele os entregou a todas as maneiras e formas
pelas quais pode ser apressado e infalivelmente
alcançá-los. Porque, (1.) Ele reuniu todas as boas
plantas entre eles; ele clamou e separou-os de todos
os verdadeiros crentes, e os plantou na igreja cristã.
Então ele lida com todas as igrejas apóstatas antes de
sua total destruição, Apocalipse 18: 4. (2.) Ele tirou
243
seu cerco, lançando-o fora de sua proteção, de modo
que, quando eles foram destruídos, o general do
exército romano reconheceu que Deus os havia
abandonado, de modo que suas fortalezas não
fossem úteis para eles. (3.) Ele não lhes concedeu
mais uso de meios para sua conversão. Depois, eles
caíram em todos os tipos de pecados, confusões,
distúrbios, tumultos; que ocasionou a sua ruína.
Depois da mesma maneira, Deus lida com outras
pessoas que ele rejeita por sua recusa ao evangelho.
E o mundo não tem pouca razão para tremer na
apreensão de tal condição neste dia. 3. No final, toda
esta terra estéril foi queimada. Em primeiro lugar,
isso respeita à destruição de Jerusalém, que se seguiu
pouco depois, quando o templo e a cidade, e as
pessoas e o país, foram devorados pelo fogo e pela
espada, Mateus 24: 1,2. Mas ainda assim, como a
destruição de Sodoma, era apenas um emblema do
futuro julgamento. Hipócritas, incrédulos, apóstatas,
terão outro fim dos que caíram neste mundo. Um fim
em que a sua condição eterna deve ser declarada
imutavelmente. E este fim que eles devem ter é para
o fogo, o "fogo preparado para o diabo e seus anjos".
Eles serão reunidos e queimados com um fogo que
nunca será extinguido, João 15: 6. E essa destruição
final de todos os ouvintes não benéficos, incrédulos e
apóstatas, é aquilo que se destina principalmente nas
palavras. E não devemos deixar passar essa
admoestação saudável sem algumas observações. I.
Enquanto o evangelho é pregado aos homens, eles
244
estão sob seu grande julgamento para a eternidade.
A aplicação que é feita para eles é para um
experimento como eles provarão. Se eles absolvem-
se pela fé e obediência, recebem a benção da vida
eterna de Deus. Se eles se tornam estéreis e inúteis,
eles são rejeitados de Deus e amaldiçoados por ele.
Tampouco eles terão qualquer outro julgamento,
nem qualquer outra experiência será feita deles,
Hebreus 10. Sua época do gozo do evangelho é o seu
"dia". Quando isso é passado, "a noite vem" sobre
eles, em que eles não podem trabalhar. Quando esses
"foleiros são queimados, e o chumbo é consumido, o
fundidor derretendo em vão", os homens são
rejeitados como "prata reprovada", "nunca mais
serão provados". Os homens não se enganem em sua
reserva de um purgatório quando saem do mundo. Se
eles são lançados sob o julgamento aqui, então devem
cumprir a eternidade. E podemos fazer bem em
considerar essas coisas de forma distinta, porque
nossa preocupação é muito grande. Para este
propósito, observe, - 1. Que todos somos feitos para
um estado e condição eterna, em bem-aventurança
ou desgraça. Os homens podem viver como animais
e, portanto, desejar que eles também possam morrer
como eles; mas todos nós somos feitos com outro
design, e todos nós devemos "ficar em nosso lote"
eterno "no final dos dias", Daniel 12:13. 2. Que a
determinação imutável do nosso estado eterno
depende do que fazemos nesta vida. Não há
sabedoria nem conhecimento, dever nem obediência,
245
no túmulo para onde estamos indo. "É designado
para os homens morrer uma vez, e depois disso é o
julgamento." Nada se interpõe para alterar nosso
estado e condição entre a morte e o julgamento. 3. O
julgamento do nosso estado futuro é feito pela
pregação do evangelho para nós, e nosso
cumprimento ou rejeição dele. Isto é o que o texto
declara, por um lado, e o outro; o terreno estéril é
rejeitado neste julgamento. 4. Foi um fruto de graça,
condescendência e misericórdia infinitas, para
conceder uma nova prova aos pecadores sob a
maldição em que nos lançamos. Lá Deus pode ter nos
deixado. Então ele lidou com os anjos pecadores, a
quem ele não poupou. E ele tratou assim com toda a
humanidade, que poderia dizer-lhe: "O que você
faz?" E é aquilo para o qual todos devemos
responder, ou seja, quando perdemos e caímos sob a
sentença da lei santa e justa, Deus nos propõe
quaisquer termos de paz e reconciliação, e nos dará
um segundo julgamento. 5. Que a maneira especial
deste julgamento mostre em grande parte esta graça
e piedade. Um jeito cheio de infinita sabedoria,
bondade, amor, misericórdia e graça; tal como em
que todas as perfeições divinas serão eternamente
glorificadas, sejam elas aceitas ou recusadas. 6.
Quando o evangelho é pregado a alguém, Deus diz
aos pecadores que, embora se tenham destruído, e
estejam prontos para se afundarem na miséria
eterna, ele, por graça e compaixão infinitas, prova-os
uma vez mais e nos termos sagrados do evangelho. E
246
é na pregação da palavra que ele faz isso. E embora a
estação desta prova seja determinada por Deus,
contudo é para nós incerta, em muitas contas.
Porque, (1.) A continuação de nossas vidas, durante
a qual somente somos capazes de apreciá-lo, é assim.
(2.) Vemos que a pregação do evangelho também é
assim. O Senhor Jesus Cristo, por vezes, remove o
castiçal enquanto continuam vivos no mundo,
aqueles entre os quais isto foi realizado. E, (3.) Há um
tempo em que um período é colocado na eficácia da
palavra para a conversão de alguns, embora a
dispensação externa seja continuada para eles, Isaías
6: 9,10. Portanto, a atual temporada e presente gozo
do evangelho é nosso dever considerar e aplicar. Para
o que o trabalho que Deus tem em frente para nós?
Não é para nos dar o nosso julgamento, no uso de
meios, sobre qual será a nossa condição futura? Ele
nos envolveu como sua vinha, como a sua criação, e
faz cair a chuva sobre nós; e fez isso muitas vezes e
por muito tempo. E quem quase considera o quão
grande é a sua preocupação aqui? Os homens seriam
tão descuidados, negligentes, formais, preguiçosos,
como são, na maioria das vezes, sob a audiência da
palavra, se eles se lembrassem devidamente de que é
seu julgamento pela eternidade? E eles não sabem
quanto tempo pode acabar. Se perdermos esta
temporada, nos vamos para sempre. É, portanto, a
nossa sabedoria saber se a nossa fecundidade, na fé,
o arrependimento e a obediência, respondem à chuva
e ao cultivo que tivemos com a dispensação da
247
palavra. O machado é colocado na raiz da árvore; - se
não dermos bons frutos, devemos ser cortados e
lançados no fogo. É verdade, nenhum de nós
responde como devemos ao amor e ao cuidado de
Deus para conosco aqui; nem podemos fazê-lo.
Quando fizemos o nosso melhor, somos servos
inúteis. Mas há uma grande diferença entre um
defeito em graus de obediência e a negligência do
todo. Onde o primeiro está, devemos andar
humildemente no sentido dele, e trabalhar depois
por mais perfeição. E se esse defeito for grande e
notável, tal como é ocasionado por nossas luxúrias
indulgentes, ou por preguiça e negligência, pois não
podemos ter provas de nosso ser aprovado por Deus,
então é tempo de nos recuperar, por uma nova
diligência e empreendimentos sagrados, ou podemos
ser lançados no nosso julgamento. Mas, onde o
último está, onde os homens não dão "frutos para
arrependimento", o que eles podem esperar, senão
serem finalmente e totalmente rejeitados por Deus?
Considerando que, portanto, temos estado a maior
parte de nós sob este julgamento, é certamente o
tempo que nos chamamos a uma conta estrita com
respeito a ele. E se, após a indagação, nos
encontrarmos sem prejuízo de qual tipo de terreno
pertencemos, por causa da nossa esterilidade e
magreza, a menos que fiquemos endurecidos pelo
engano do pecado, não nos daremos descanso até
que tenhamos melhores evidências de nosso fruto.
Podemos lembrar bem que a terra em que a chuva cai
248
é distribuida pelo apóstolo em dois tipos, como os
figos de Jeremias, muito bons e muito ruins, para um
dos quais todos devem finalmente ser unidos; ainda,
quanto aos efeitos e aparências presentes, o
fundamento em que a semente do evangelho é
lançado é distribuído pelo nosso Salvador em quatro
tipos, dos quais um só traz fruto, se encontre com
aquele por quem é cultivado, Mateus 13. Há vários
formas pelas quais podemos abortar em nossa
provação; para que possamos ser aceitos, ou seja, ter
fecundidade de coração e vida. II. A esterilidade sob
a dispensação do evangelho é sempre acompanhada
de um aumento de pecado. O solo que não traz "ervas
proveitosas para aquele por quem é lavrado", expõe
"espinhos e cardos". Deixe-se observar que a
esterilidade espiritual nunca vai sozinha. Abundar no
pecado irá acompanhá-la, e assim acontece. Pode ser
que não seja tão aberto e visivelmente por uma
temporada; mas todas as coisas tenderão a isso, e,
finalmente, ela se revelará. Sim, não há pecadores
como eles, nem pecam como os seus, como por quem
os meios de graça são rejeitados ou não aplicados. A
primeira geração de grandes pecadores provocadores
eram as do mundo antigo antes do dilúvio. A estes
Noé tinha sido um "pregador da justiça", 2 Pedro 2:
5. Em seu ministério, o Espírito de Cristo "esforçou-
se com eles", até que Deus afirmou que não deveria
mais fazer isso, Gênesis 6: 3. Mas eles eram
desobedientes e estéreis; 1 Pedro 3: 19,20. E isso
emitiu aqueles que provocam pecados que Deus não
249
podia suportar, mas "trouxe o dilúvio sobre o mundo
dos ímpios". O seguinte foram esses hebreus, a quem
o evangelho tinha sido pregado. E eles provaram ser
uma geração não menos perversa do que aquela
antes do dilúvio, na medida em que seu próprio
historiador afirma que ele realmente acreditava que
"se os romanos não tivessem vindo e destruído, Deus
teria derramado fogo e enxofre sobre eles do céu,
como ele fez com Sodoma." E a terceira geração do
mesmo tipo são as igrejas apóstatas cristãs, cuja
condição e estado são descritos em Apocalipse. Esta
é a questão da esterilidade sob a cultura de Deus e a
rega da chuva; e será assim. Porque, - 1. Quando os
homens rejeitaram os últimos meios de sua cura
espiritual e restrição do pecado, o que pode ser
esperado deles, senão uma indignação ao pecar.
Existem três modos pelos quais Deus impede o
pecado. O primeiro é pela luz de uma consciência
natural. Isto nasceu com os homens no princípio dele
e cresce em exercício na melhoria da razão. E onde o
funcionamento natural dela não é prevenido e
sufocado pelo horrível exemplo de pais e parentes
que vivem em maldição, mentira e toda a profanação,
é muito útil na juventude, para conter as pessoas de
pecados diversos. É assim, digo, até que as
corrupções obtenham força, e as tentações abundem,
o costume de pecar tira a barreira e a enfraquece em
sua operação. Portanto, - 2. Quando esta restrição é
quebrada, Deus estabelece a cobertura da lei perante
as mentes dos homens, para dissuadi-los do pecado.
250
E isso também tem uma grande eficácia com muitos
para este fim, pelo menos por uma temporada. Mas
nenhuma das meras convicções da lei sempre dará
limites às concupiscências dos homens. Portanto, - 3.
O evangelho vem com um desígnio diferente de
ambos. O máximo de seu objetivo e trabalho é apenas
conter o pecado, mas o evangelho vem converter o
pecador. O trabalho dele é estabelecer uma barragem
diante das correntes do pecado; aquela do evangelho
é para secar a sua fonte. Mas se isso também, como é
neste caso, for rejeitado e desprezado, o que resta
para estabelecer limites para as luxúrias dos
homens? 1. Eles se encontrarão na liberdade de agir
ao máximo nas suas inclinações, como tendo
descartado todo o respeito a Deus em todos os
caminhos pelos quais ele se revelou. Portanto, você
pode encontrar mais honestidade e retidão, uma
abstinência mais conscienciosa do pecado, dos erros
e das feridas, mais efeitos da virtude moral, entre os
pagãos e os maometanos, do que entre os cristãos
professos ou pessoas que, sem serem lucrativas sob o
evangelho, fazem tacitamente senão rejeitá-lo.
Nenhum campo no mundo é mais cheio de espinhos
e sarças, do que aqueles de pessoas, nações, igrejas,
que professam ser cristãos e não são. Suponha que
dois campos sejam igualmente estéreis; que um deles
seja cultivado e lavrado, e o outro seja deixado
sozinho, deixado para o seu próprio estado e
condição: quando o campo que foi cultivado for
abandonado por sua esterilidade, lixo de todos os
251
tipos, incomparavelmente acima do que nunca foi
cultivado , vai surgir nele. Isto é o que neste momento
é um escândalo para o cristianismo, que destruiu as
portas do ateísmo e deixou um dilúvio de profanação
no mundo. Não há pecadores como os cristãos
estéreis. Os pagãos se ruborizavam e os infiéis
ficavam espantados com as coisas que praticavam à
luz do sol. Havia dormindo na cama da impureza, e
da embriaguez, entre os pagãos: mas nosso apóstolo,
que bem conhecia seu curso, afirma que aqueles "que
dormem, dormem de noite; e os que estão
embriagados, estão embriagados de noite", 1
Tessalonicenses 5: 7. Eles fizeram suas coisas
vergonhosas na escuridão e em segredo, Efésios 5:
11,12. Mas, infelizmente! Entre os cristãos que
desprezaram, direta e voluntariamente, o poder e a
força de cura do evangelho, são obras do dia,
proclamadas como em Sodoma, e a perpetração delas
é o negócio da vida dos homens. Se você visse a maior
representação do inferno sobre a terra, entre na
igreja apóstata, ou com as pessoas que tiveram a
palavra pregada para eles, ou tenham ouvido falar
dela suficientemente para a sua convicção, mas não
são curados. O rosto de todas as coisas no
cristianismo neste dia é por este motivo terrível, e
revela desolação à porta. O terreno para o qual as
águas do santuário vêm, e não é curado, é deixado
para sal e esterilidade para sempre. 2. É justo com
Deus, com razão, desistir de tais pessoas para todos
os pecados imundos e perversidades, para que seja
252
um agravamento da sua condenação no último dia. É
o caminho de Deus fazê-lo, mesmo quando as
manifestações de si mesmo, a sua palavra e a sua
vontade, são rejeitadas ou não aplicadas. Então ele
lidou com os gentios pelo abuso da luz da natureza,
com a revelação feita por ele pelas obras da criação e
da providência, Romanos 1: 24,26,28. E não devemos
pensar que ele fará, que ele lide com as pessoas, com
a sua inutilidade e rejeição da mais alta e mais
gloriosa revelação de si mesmo que sempre fez, ou
alguma vez, neste mundo, a qualquer um dos filhos
dos homens? Pode-se perguntar: "Como Deus,
portanto, julga pessoas que desprezam o evangelho
pelas concupiscências de seus próprios corações,
para fazerem coisas que não são convenientes?" Eu
respondo: Ele o faz, (1.) Ao deixá-los inteiramente
entregues a si mesmos, tirando todas as restrições
efetivas deles. Então falou o nosso bendito Salvador
dos fariseus: "Deixe-os em paz", diz ele; "Eles são
líderes cegos dos cegos", Mateus 15:14. "Não os
representem, não os ajudem, não os impeçam;
Deixe-os sozinhos tomar seu próprio caminho."
Então, diz o Deus de Israel, agora despojado do
pecado e da ruína, "Efraim se junta aos ídolos; deixe-
o em paz", Oséias 4:17; Ezequiel 3:27. E é o mesmo
juízo que ele denuncia contra ouvintes não lucrativos
do evangelho: Apocalipse 22:11: "Aquele que é
injusto, seja injusto ainda; e aquele que é imundo,
que ainda fique imundo." Vá agora em seus pecados
e imundície sem restrições. Agora, quando os
253
homens são deixados para si mesmos, - como há um
tempo em que Deus retirará a influência de toda
consideração que lhes dê qualquer controle efetivo, -
não deve ser concebido que indignação e excesso de
pecado a natureza maldita e corrompida do homem
irá correr para fora, mas que o mundo está cheio de
frutos e sinais disso. E Deus, de maneira justa, retira-
se de modo mais absoluto dos desprezadores do
evangelho do que dos pagãos e dos infiéis, que, por
várias ações de sua providência, mantêm-se dentro
dos limites de pecar subordinados aos seus santos
fins. (2) Deus derrama sobre essas pessoas "um
espírito de sono", ou dá-lhes uma profunda
segurança, de modo que não tomem conhecimento
de nada nas obras ou na Palavra de Deus, que deve
levá-las a uma alteração, ou livrando-os do pecado.
Então ele lidou com esses judeus não crentes:
Romanos 11: 8, "Deus lhes deu o espírito de sono,
olhos que não devem ver". Embora seja assim que
aconteça, muitos são aqueles aos quais a alma de
Deus aborrece também, como ele fala, em Zacarias
11: 8, para que ele não tenha mais a ver com eles;
ainda assim, ele continuará sua palavra no mundo e
as obras de sua providência no governo. Agora, como
na palavra, há várias advertências e ameaças terríveis
contra os pecadores, então, nas obras de Deus, há
julgamentos cheios de evidências do desagrado de
Deus contra o pecado, Romanos 1:18. Ambos, na sua
própria natureza, são adequados para despertar os
homens, levá-los a uma devida consideração de si
254
mesmos e, assim, impedi-los de viver no pecado. Mas
quanto a esse tipo de pessoas, Deus envia um espírito
de sono sobre eles, para que nada os desperte dos
seus pecados. Embora uma tempestade dos
julgamentos caia tão perto deles, como se eles
estivessem pessoalmente preocupados, ainda
clamam: "Paz, paz". Quando a palavra é pregada a
eles, ou eles ouvem por qualquer meio a maldição da
lei, mas eles se abençoam, como aqueles que não se
preocupam com isso. Deus os entrega a todos os
meios para que sejam fortalecidos em sua falsa
segurança. Amor ao pecado; desprezo por quem a
palavra de Deus é declarada, ou os juízos de Deus não
são temidos; confiança carnal, levando ao ateísmo; a
sociedade de outros pecadores presunçosos,
fortalecendo suas mãos em suas abominações; um
presente para suas concupiscências, nas coisas
agradáveis deste mundo, quero dizer, que são
inclinados para a carne; e todos estes devem
contribuir para a sua segurança. (3.) Deus absoluta e
irrecuperavelmente os entrega à obstinação extrema,
dureza final e impenitência, Isaías 6: 9,10. Quando os
pecadores provocadores da ira de Deus caírem, são
totalmente cegos e endurecidos no pecado até a sua
eterna ruína. Agora, quando Deus lidará com os
homens que não querem, e porque não serão curados
e reformados pela pregação do evangelho, pode-se
fazer outra coisa senão que eles se apeguem a toda a
maldade e imundície com prazer e ganância? E essa
ira parece ser encontrada em multidões no mundo ao
255
máximo. Assim, o apóstolo descreve esta condição
nos judeus quando estavam sob ela, 1
Tessalonicenses 2: 15,16: "os quais mataram ao
Senhor Jesus, bem como aos profetas, e a nós nos
perseguiram, e não agradam a Deus, e são contrários
a todos os homens, e nos impedem de falar aos
gentios para que sejam salvos; de modo que enchem
sempre a medida de seus pecados; mas a ira caiu
sobre eles afinal." E são mesmo cegos aqueles que
não veem isso como condição de muitos no mundo
neste dia. 3. Existem pecados especiais que são
peculiares desse tipo de pessoas estéreis, e também
agravamentos de pecados contra os quais os outros
não contraem a culpa. Agora, este estado e condição,
pelo menos o maior e mais alto perigo disso, está tão
escrito nas frontes da maioria que são chamados de
cristãos no mundo, que não há necessidade de fazer
qualquer aplicação para eles. E, embora não seja para
nós conhecermos os tempos e as épocas, nem
estabelecer limites para a paciência de Cristo, ainda
temos razão para temer o rápido surgimento de sua
severidade no julgamento, espiritual ou temporal, na
maioria das nações e Igrejas que são chamadas pelo
Seu nome. Mas o dever é daqueles que fazem a
profissão do evangelho de uma maneira peculiar,
indagar com diligência se não há crescimento em
seus próprios corações e conduta de quaisquer
pecados da mesma forma que geralmente são
consequentes à esterilidade sob a palavra. Se prova
assim na busca, eles podem ter medo de que Deus
256
esteja começando a se vingar sobre eles da
negligência do evangelho e da falta de utilidade
debaixo disso. Existem graus deste pecado e seus
consequentes, como mostraremos depois; e as
evidências e os efeitos do desagrado de Deus contra
ele são progressivos e graduais também. De alguns
destes, o pecador é recuperável pela graça: de alguns
deles ele não é, pelo menos normalmente, mas
inevitavelmente está ligado ao julgamento do grande
dia. Mas o último grau é como devem tremer os
homens, que têm o menor cuidado ou amor por suas
almas imortais. Por qualquer questão de coisas que
Deus possa ter providenciado no propósito de sua
graça, o perigo para nós é inexprimível. E não há,
nem pode haver, até a menor evidência, sinal ou
esperança, de que Deus projete qualquer alívio,
enquanto eles são descuidados e negligentes no uso
de meios para sua própria libertação. Pode, portanto,
ser indagado por que tipo de pecados esta condição
pode ser conhecida em professantes mais rigorosos
do que o tipo comum de cristãos no mundo, e como
sua esterilidade no evangelho pode ser descoberta
assim, como a causa por seus efeitos e consequências
inseparáveis. Devo, portanto, mencionar alguns
desses pecados e caminhos com respeito a que essas
pessoas deveriam ultrapassar sobre si mesmas;
como: - (1.) Uma indulgência para alguma
concupiscência ou pecado secreto, agradável. Que
isso pode acontecer com essas pessoas, temos provas
abertas demais nas erupções frequentes e
257
descobertas de tais males em diversos casos. Alguns,
através de uma longa continuação em um curso da
prática de pecados privados, são surpreendidos em
tais atos e trabalhos, tornados públicos, quer sejam
ou não; ou, sendo endurecidos neles, entregam-se à
sua prática declarada. Alguns, sob os terrores da
mente de Deus, reflexões ferozes de consciência,
especialmente em grandes aflições e probabilidades
de morte, reconhecem voluntariamente os males
secretos de seus corações e vidas. E alguns, por
providências estranhas e inesperadas, Deus traz à
luz, descobrindo as obras ocultas das trevas em que
os homens se deleitaram. Tais coisas, portanto,
podem haver entre aqueles que fazem uma profissão
mais do que ordinária no mundo. Pois há ou pode
haver hipócritas entre eles, - vasos na casa de Deus
de madeira e pedra. E alguns que são sinceros e retos
ainda podem ser atraídos por muito tempo sob o
poder de suas corrupções e tentações. E por causa
disso, é principalmente que este aviso foi projetado.
Tenha atenção para que não haja em cada um de
vocês uma crescente luxúria ou pecado secreto, a que
você se entrega ou que você aprova. Se houver, pode
ser que haja mais do que você está ciente; nem o seu
livramento será tão fácil como você imagina. Deus
raramente desiste dos homens de tal maneira, mas é
um efeito de seu descontentamento contra a sua
esterilidade. Ele declara que ele não aprova sua
profissão. Tenha atenção para que não seja uma
entrada no terrível julgamento que se segue. Seja
258
qual for, portanto, não deixe parecer pequeno aos
seus olhos. Há mais maldades no menor pecado de
um professante - quero dizer, que é voluntariamente
continuado - do que nas altas e grandes provocações
dos pecadores abertos. Além de outros
agravamentos, isso inclui uma burla de Deus. E essa
mesma cautela que eu insisto agora é
frequentemente pressionada em todos os
professantes pelo nosso apóstolo nesta mesma
epístola, Hebreus 3:12, 12:15, 16. (2.) Constante
negligência dos deveres privados e secretos. Isso
também pode ser justamente temido, para que não.
seja um efeito da mesma causa. Agora, por essa
negligência, quero me referir, não ao que é universal;
pois com certeza é difícil encontrar alguém que tenha
tanta luz e convicção que torne a profissão de religião
de qualquer maneira, mas que ele fará e orará e
executará outros deveres secretos, em um momento
ou outro. Até mesmo o pior dos homens o fará em
aflições, medos, perigos, surpresas e coisas
parecidas. Também não me refiro a interrupções de
funções em ocasiões injustificáveis; que, apesar de
um pecado pelo qual os homens deveriam muito se
humilhar, e que descobre uma "superfluidade da
maldade", ainda assim permanecendo neles; não é de
natureza tão destrutiva quanto aquilo que tratamos.
Refiro-me, portanto, àquela omissão de funções
como é geral; onde os homens raramente ou nunca
os praticam, senão quando estão excitados e
pressionados por acidentes ou ocasiões externas.
259
Para isso, os professantes que o profeta declara,
Isaías 43: 22,23. E isso causa muita hipocrisia neles;
o caráter principal de um hipócrita é que ele não
orará sempre. Nem pode haver evidências maiores de
uma esterilidade pessoal do que essa negligência. Um
homem pode ter uma fecundidade ministerial e uma
esterilidade pessoal; então ele pode ter uma utilidade
familiar e ser uma fraude pessoal. E a negligência nos
deveres privados é a maior evidência. Os homens
também podem saber quando esses pecados são
consequências de sua esterilidade, e devem ser
contados entre os espinhos e cardos citados no texto.
Eles podem fazê-lo, eu digo, pela dificuldade com que
se encontrarão em sua recuperação, se assim for.
Suas falhas e negligências foram ocasionais, apenas
pela impressão de tentações atuais? - uma rega
minuciosa de suas mentes e as consciências da
palavra permitirão que eles descartem suas
armadilhas e se recuperem para a devida execução de
seus deveres. Mas, se essas coisas decorrem do
abandono de Deus por causa da sua esterilidade, seja
lá o que for que pensem e resolvam, sua recuperação
não será tão fácil.
Deus fará com que sejam sensíveis a quão tolo e
maligno é abandoná-lo sob o meio de obediência
frutífera. Eles podem pensar, como Sansão, sair e
agir outras vezes; mas eles rapidamente encontrarão
suas fechaduras cortadas, e sua força espiritual tão
deteriorada que não têm poder para o que eles
260
achavam que seria tão fácil para eles em qualquer
momento. Eles encontrarão suas vontades e afeições
tão enredadas e comprometidas, que sem uma nova
oferta de graça, menos do que aquela administrada
em sua primeira conversão, não podem ser livrados.
Assim é com todos os desejos, pecados e negligências
que são consequências de uma esterilidade
provocadora sob o evangelho. (3.) Uma falta total de
algumas graças, tanto no seu princípio como no
exercício, é uma grande evidência de tal condição.
Onde existe alguma verdadeira graça salvadora,
existe a raiz e o princípio de todas. Algumas graças
podem ser mais experimentadas do que outras, e
assim tornar-se mais evidente e conspícua; pois as
ocasiões de seu exercício podem ocorrer com maior
frequência: mas, no entanto, onde existe alguma
graça verdadeira, pelo menos, onde é mantido
imprevisto, vigoroso e ativo, como deveria ser em
todos os ouvintes que se beneficiam da palavra, toda
graça do Espírito é até agora mantida viva para estar
preparado para o exercício quando a ocasião e a
oportunidade ocorrem. Mas, se houver algumas
graças que faltam totalmente, que nenhuma ocasião
excita ou desencadeia exercitar, eles têm apenas
motivos para temer que essas graças que parecem ter
não sejam genuínas e salvadoras, mas meros efeitos
comuns de iluminação; ou que, se eles são
verdadeiros, estão sob uma declinação perigosa, por
conta de sua irreversibilidade para a dispensação do
evangelho. Por exemplo, suponha que um homem se
261
satisfaça de que ele tenha as graças da fé e da oração
e coisas semelhantes, mas ainda não pode achar que
ele tem algum grão de verdadeiro zelo para a glória
de Deus, nem qualquer prontidão para as obras de
caridade com um olho para a glória e o amor de Deus
aos seus comandos; ele tem grandes motivos para
temer que suas outras graças sejam falsas e pereçam,
ou, pelo menos, ele está realmente caído sob o pecado
de esterilidade.
Pois, em graça comum, uma única graça pode
parecer muito evidente e ganhar grande honra para a
profissão de quem a possui, enquanto existe uma
total falta de todas ou muitas outras: mas na graça
salvadora não é assim; pois embora graças diferentes
possam diferir muito em seu exercício, todas elas são
iguais em sua raiz e princípio.
Por estas, e por considerações semelhantes, os
professantes podem provar a sua própria
preocupação nesta advertência.
Observação III. Normalmente, Deus procede
gradualmente à rejeição e destruição de professantes
estéreis, embora raramente sejam sensíveis a isso até
cair irremediavelmente em ruína.
Este terreno aqui é primeiro "desaprovado" ou
"rejeitado", então está "perto de ser amaldiçoado"; -
a maldição segue; Depois disso, é "queimado". E
262
Deus procede com eles, 1. Em conformidade com a
sua própria paciência, bondade e longanimidade,
pelas quais devem ser levados ao arrependimento.
Esta é a tendência natural da bondade e paciência de
Deus para com os pecadores, embora seja
frequentemente abusada, Romanos 2: 4,5. Deixe os
homens e seus pecados serem o que eles quiserem,
Deus não tratará de outro modo com eles do que
como se torna sua própria bondade e paciência. E
essa é a propriedade de Deus sem uma devida
concepção da qual nunca podemos entender
corretamente sua justiça no governo do mundo. A
ignorância da natureza e a importância do Ser Divino
é a ocasião da segurança no pecado e ateísmo para os
homens ímpios, Eclesiastes 8: 11-13; 2 Pedro 3: 3,4.
E é uma grande tentação muitas vezes para os que
são piedosos, Habacuque 1: 12,13; Jeremias 12: 1,2;
Salmo 73: 11-16,21,22. Portanto, para dirigir nossas
mentes para uma postura devida aqui, podemos
considerar, - (1.) Que a paciência de Deus nunca
chegou a um problema geral com a humanidade, mas
uma vez desde a criação; e isso estava no dilúvio, 1
Pedro 3:20. E este exemplo de Deus deve ser um
aviso suficiente para todos os pecadores ímpios da
certeza e severidade de seu futuro julgamento; para
que nenhum homem tenha razão para se sentir
seguro em seus pecados, 2 Pedro 3: 5-7. E, portanto,
ele se comprometeu com a promessa, para que ele
não mais lide com a humanidade, sejam seus pecados
o que quiserem, até que venha a consumação de
263
todas as coisas, Gênesis 8: 21,22. Enquanto a terra
permanece, não haverá mais tal maldição. Mas há um
tempo limitado nela contida. A própria terra cessará,
e então executará plenamente seus juízos sobre o
mundo dos pecadores ímpios. Bendito seja Deus por
esse registro público de seu propósito e paciência,
sem o qual a continuação da humanidade no mundo
seria uma questão de espanto. (2.) A paciência de
Deus não deve chegar a um problema com nenhuma
nação ou igreja apóstata até que ele mesmo declare e
determine que todos os meios devidos foram usados
para sua recuperação, 2 Crônicas 36: 15-17. E o
julgamento disto não deixará para o melhor dos
homens; - ele não o cometeria ao próprio Elias. (3.) É
um fruto ou efeito de fé difícil, glorioso e excelente,
para não se repetir, mas para glorificar a Deus em sua
paciência para com uma geração de pecadores
perversa e provocadora. Mesmo as almas dos santos
no céu parecem expressar um pouco de pressa neste
assunto, Apocalipse 6: 9-11. O que desejavam era
adequado à santidade, à justiça e à fidelidade de
Deus, e em que ele havia se projetado para se
glorificar em seu período designado, Apocalipse 19:
1-3; mas o tempo lhes pareceu longínquo: por isso,
glorificar a Deus aqui é um fruto da fé, Apocalipse
13:10. A fé e a paciência dos santos são mais
eminentes esperando em silêncio até que a
destruição dos inimigos da igreja seja totalmente
chegada. E é assim, [1.] Porque é acompanhado de
abnegação, como para todo o nosso interesse neste
264
mundo e todos os desejos da natureza. [2.] Porque a
apreensão é mais verdadeira e infalível, que a justiça,
a santidade e a fidelidade de Deus serão
exageradamente glorificadas na destruição dos
pecadores apóstatas, provocadores e ímpios; e isso
será em particular na ruína da Babilônia e todo o seu
interesse no mundo. E isso pode tornar nossos
desejos desordenados, se não forem regulados pela
fé. É, portanto, um ato eminente de fé, dar glória a
Deus no exercício de sua paciência em direção a
professantes estéreiis; e o que sozinho pode, nestes
últimos dias do mundo, dar descanso e paz às nossas
próprias almas. 2. Deus fará isso para evidenciar a
justiça de seus julgamentos, tanto nos corações
quanto nas consciências dos que serão finalmente
destruídos, "cujo fim é ser queimado", como também
de todos os outros que considerem sabiamente seus
caminhos. Deus afasta todas as coisas do mundo,
"para que seja justificado em suas palavras e vença
quando é julgado", Romanos 3: 4; isto é, não só que
tudo o que ele deve ser justo e santo, o que é
necessário da sua própria justiça essencial, de onde
ele não quer, de onde não pode fazer o mal, mas suas
obras serão tão forjadas, tão realizadas, assim como
a justiça delas será evidente e suplicável por seu povo
contra todos os ditos e reflexões dos homens ímpios.
Especialmente, tudo deve ser clara e visivelmente
justo, de tal forma que ele faça assim às igrejas
estéreis e não lucrativas, que anteriormente possuía
e abençoou. Ao lidar com eles, ele não deixará
265
nenhuma base de questionamento da sua bondade e
fidelidade, mas, por assim dizer, remete a justiça de
seus procedimentos para todos. Então ele diz em
relação ao seu lidar com a igreja dos judeus quando
cresceu totalmente estéril, Isaías 5: 1-7. Assim como
nosso Senhor Jesus Cristo, em sua parábola, obriga
os judeus ímpios a se inscreverem para a justiça de
Deus naquela destruição miserável que estava
acontecendo em si, Mateus 21: 33-46. E isto Deus faz
principalmente pelo seu procedimento gradual com
eles. Suas advertências precedentes e os primeiros
graus de julgamentos, espirituais ou temporais,
testemunharão a justiça de sua total ruína. Os
homens, no presente, através da sua cegueira, da
dureza do coração, do amor ao pecado, não são
conscientes do trato de Deus com eles e, portanto,
são capazes de se queixar quando estão surpresos
com o mal fatal; mas virá o dia em que suas
consciências serão despertadas para uma lembrança
terrível de todas as advertências que Deus lhes deu, e
com que lentidão ele procedeu em seus julgamentos,
quando suas bocas serão interrompidas e seus rostos
se encherão de confusão. 3. Os tratos de Deus com os
apóstolos estéreis sendo principalmente em juízos
espirituais, cuja questão é a remoção total do
evangelho deles, ele não o fará de uma vez, porque
outros ainda podem ser misturados entre eles a quem
ele terá os meios da graça continuando. Isto Abraão
estabeleceu em juízos temporais, como um princípio
inquestionável de direito divino, de que "Deus não
266
destruirá o justo com os ímpios", Gênesis 18: 23,25,
o qual pode ser tido como um sinal do tipo de
destruição que deveria ser um sinal permanente e
uma garantia do último julgamento final, e a
condenação de todos os homens ímpios, pois, em
outros casos, admitiria alguma exceção
extraordinária; mas este é o caminho geral do
procedimento de Deus em todos os julgamentos,
espiritual e temporal. Agora, se, quando os homens
manifestem abertamente a sua esterilidade, e
produzam diariamente espinhos e abrolhos, Deus
remove imediatamente a palavra, enquanto há entre
eles um povo que é realmente frutífero para a sua
glória, não pode ser senão, por sua providência, e
devem sofrer com os demais, e que, diante de Deus,
tenha cumprido toda a obra de sua graça para com
eles. Foi com isso que ele satisfez e acalmou a mente
de Elias, quando, em um transporte de zelo, se queixa
da horrível apostasia da igreja de Israel, fazendo,
como diz o apóstolo, "intercessão contra eles", e ele
aplica isto a todas as outras épocas da igreja,
Romanos 11: 2-5. E nos ensinamos nesse exemplo
que, quando a paciência de Deus em relação a um
povo altamente provocador parece interferir com o
seu potencial ameaçador e ordinário de sua
providência, devemos acreditar que ainda existem
entre eles muitos cujos corações são sinceros para
com Deus, embora por muitas razões eles são
desconhecidos para nós. E isso deve nos agitar a
orações contínuas para o mundo inteiro. Quando a
267
paciência de Deus é abusada pela maior parte, e se
transformou em um aumento da sua segurança,
ainda assim ele tem um fim abençoado em sua
direção entre eles, Pedro 3: 3, 4, 9. E este foi o estado
de Deus na presente dispensação em relação a estes
hebreus. A maioria deles eram obstinados infiéis, e
muitos deles eram apostatas estéreis; mas, no
entanto, Deus continuou por algum tempo
exercitando paciência para com eles, e ensinando o
evangelho a eles. E isso ele fez porque havia um
"remanescente" entre eles "de acordo com a eleição
da graça", que deveria ser salvo, enquanto "o resto foi
endurecido", como nosso apóstolo declara, em
Romanos 11. E dessa paciência de Deus os
desgraçados endurecidos desprezavam e zombavam.
Mas ainda assim Deus continuou em seu caminho e
método, por causa daqueles entre os quais, por meio
dessa paciência e sofrimento, ele pretendia levar ao
arrependimento e ao reconhecimento da verdade.
Além de esclarecer toda essa questão, pode ser que
pergunte-se quais são esses graus em juízos
espirituais, segundo os quais Deus procede
normalmente contra professoantes estéreis, que são
aqui intimidados em geral. E, 1. Em tais casos, Deus
geralmente restringe a influência da luz do homem
sobre suas próprias consciências e afeições. A luz e o
conhecimento que eles alcançaram podem em suas
noções permanecerem com eles, mas eles não são
afetados pelo que eles conhecem, ou guiados por ele
como a sua prática. Há um tempo em que a luz e o
268
conhecimento, não melhorados, fazendo perder toda
a sua eficácia. Homens sob um estado estéril,
apóstata, ainda conservam algumas das suas luzes e
noções de verdade; da qual eles são sensíveis de
nenhum poder, nem têm qualquer uso, a menos que
seja para capacitá-los a ser os maiores
escarnecedores de outros. Agora, embora isso venha
a passar por seus próprios pecados e desejos como a
causa imediata disso, ainda é também um
julgamento espiritual de Deus sobre eles. por seus
pecados. Pois ele com todo o trabalho de seu Espírito
em e por essa luz, que por si só torna isto eficaz. Seu
Espírito não se esforçará mais neles; e então é fácil
para eles "rebelar-se contra a luz" que eles têm, como
se vê em Jó 24:13. E deixe todos os homens, portanto,
prestar atenção, quando começam a achar que suas
luzes e convicções da palavra não têm o mesmo poder
e eficácia com eles, como antigamente tinham tido;
pois é muito temível que isto não seja um começo do
desagrado de Deus sobre eles. Veja Oséias 9:12. 2.
Deus os priva de todos os dons que antes recebiam.
Os dons são uma habilidade para o devido exercício
de luz evangélica e conhecimento nas funções de
interesse público. Estes podem ser feitos
participantes de quem ainda se prova estéril e
apóstata. Mas Deus não os supotará por muito tempo
retido sob um curso de retrocesso. À medida que os
homens negligenciam seu exercício, então Deus os
priva deles e faz com que isso seja um meio de
executar esse julgamento sobre eles. O talento que foi
269
guardado em um guardanapo foi tirado. E isso vemos
exemplificado tanto em igrejas inteiras como em
pessoas particulares. Eles perdem, ou são privados
dos dons que tinham, ou que estavam entre eles; e
são comumente preenchidos com inimizade e
desprezo deles por quem eles são retidos. E nestas
duas coisas consiste o primeiro ato do julgamento de
Deus, na rejeição do solo estéril. A próxima é que eles
fazem abordagens para a maldição; e isso é feito de
duas maneiras: 1. Deus tendo evidenciado a sua
rejeição deles, ele os entrega à tentação do mundo, e
à sociedade dos homens ímpios, a que se
comprometem com seus prazeres ou lucro. "Os
homens os ajuntam", diz o nosso Salvador, João 15:
6. Seus desejos sendo soltos sob o poder de suas luzes
e convicções, especialmente seu amor ao mundo, eles
se lançaram na sociedade de homens profanos e
perversos. Entre eles, cada dia pioram cada vez mais
e aprendem, de maneira especial, a odiar, desprezar
e blasfemar dos bons caminhos de Deus, que antes
conheceram, possuíam e professavam. E Deus
ordenará as coisas na sua providência, como essa
tentação adequadamente às suas concupiscências
mais prevalecentes, em todas as ocasiões, serão
apresentados a eles, pelo que serão mais enredados.
2. Deus os expulsa dos corações e das orações de seu
povo. Isto de todas as outras coisas que eles menos
valorizam, sim, eles mais desprezam; mas é um dos
maiores efeitos da severidade de Deus em relação a
eles. Então ele ordenou ao seu profeta que não orasse
270
pelo povo, quando seu coração não seria para eles,
Jeremias 7:16, 11:14, 14:11. E em casos semelhantes,
embora não por comando expresso, ainda por sua
providência secreta, ele tira os corações de seu povo
daqueles que ele projetou para arruinar seus
pecados. E podemos observar que nosso próprio
apóstolo, que há muito tempo trabalhou com zelo
indescritível e súplicas mais fervorosas a Deus pelos
incrédulos hebreus, como ele se expressa, Romanos
9: 2,3, 10: 1, fala deles como aqueles que ele não mais
considerou, senão apenas inimigos de Cristo, 1
Tessalonicenses 2: 14-16. E isso os avança no
caminho da maldição fatal. Em terceiro lugar, a
própria maldição, que consiste em três coisas. Pois,
1. Deus tira suas restrições naturais do pecado. As
repreensões de uma consciência natural, medo,
vergonha e afeições aflictivas semelhantes não terão
mais poder sobre eles. Então ele lidou com os que
pecaram contra a luz da natureza, Romanos 1: 26,27;
e eles se tornaram como os descritos, em Efésios 4:
18,19. Nenhum homem está tão visivelmente sob a
maldição de Deus do que aqueles que, tendo
quebrado os laços da natureza, do medo e da
vergonha, entregam-se ao pecado abertamente
diante do sol. 2. Deus os endurece judicialmente; que
contém a vida e o poder da maldição aqui pretendida,
pois os homens estão seguros para a sua destruição
final e queima. 3. Por vezes, Deus opera esta
maldição neste mundo, expulsando completamente
essas pessoas de qualquer interesse na dispensação
271
da palavra. Ele quer retirar a pregação do evangelho
deles ou desistir deles para a conduta daqueles que,
sob a sua pretensão, os farão errar com mentiras e
delírios; que os remete para a sua futura ruína, 2
Tessalonicenses 2: 11,12. E estes são alguns dos
caminhos pelos quais Deus lida com um terreno
árido, com professantes infrutíferos e provocadores,
mesmo enquanto estão neste mundo. É verdade que
esses juízos são espirituais, e agora se tornam
inteiramente carnais, eles são, na sua maioria, pouco
sensíveis a eles. Deus, de fato, faz com que o medo e
o terror de sua ira caiam sobre a consciência de
alguns. deles, como naquele mundo eles são feitos
um espetáculo de vingança divina; mas, em sua
maior parte, sendo preenchidos com suas
concupiscências, com seus pecados e prazeres,
realizam-nos com força até o fim. Contudo, poucos
deles escapam a tais reflexões sobre si mesmos, o que
faz com que às vezes eles encolham e gemam. Mas
suponha que eles possam ser capazes de levá-lo a
cabo de forma robusta neste mundo, de modo que
eles mesmos não deveriam sentir nem outros
observarem a maldição de Deus sobre eles aqui, mas
o dia está apressando-se em que a queima real, e que
para sempre será sua porção.
VERSOS 9-12.
Os expositores geralmente concordam em dar esses
versículos como um exemplo da grande sabedoria e
272
prudência usada pelo apóstolo no seu lidar com esses
hebreus. Crisóstomo em especial insiste nisso,
fazendo observações para esse propósito em todas as
passagens consideráveis no contexto. O que é
realmente dessa natureza nos ocorrerá, e será
observado em nosso progresso. O seu desígnio em
geral é duplo: primeiro, para acalmar a gravidade da
ameaça anterior e a previsão contida nela, para que
ela não tenha um efeito sobre suas mentes além de
sua intenção. Ele sabia que, em todas as
circunstâncias consideradas, era necessário que ele
usasse isso; entretanto, ele teve cuidado de que
nenhum deles sendo um crente sincero deveria estar
aterrorizado ou desanimado. Pois, se forem
desanimados no caminho em que estão engajados,
por aqueles de cuja orientação eles dependem, e a
quem julgam que devem se submeter, isso os faz
desesperar e desistir dos pensamentos de um
progresso alegre. Portanto, em todos os casos, o
nosso apóstolo tem muito cuidado para que em nada
faça pesado ou triste o coração de seus discípulos, a
menos que seja em caso de extrema necessidade. Por
isso, é a sua desculpa, por assim dizer, aos Coríntios
por tê-los posto em tristeza por algumas severas
repreensões em sua carta anterior, 2 Coríntios 2: 1, 2:
"Mas deliberei isto comigo mesmo: não ir mais ter
convosco em tristeza. Porque, se eu vos entristeço,
quem é, pois, o que me alegra, senão aquele que por
mim é entristecido?"
273
Ele deixa que eles saibam, que qualquer tristeza que
ele lhes tivesse causado, era mais a si mesmo do que
a eles, visto que eles eram as principais causas de sua
alegria. E, assim, ele o faz neste lugar com os hebreus.
Para que não se esqueçam do terror da ameaça
precedente, e a predição contida da inevitável e
terrível ruína de apostatas e hipócritas preguiçosos,
ele lhes faz saber que ele não determinou julgá-los,
em seu estado e condição. Mas, tendo muitos outros
pensamentos e esperanças a respeito deles, e o fim de
sua profissão, ele ainda julgou necessário movê-los
para aquela diligência que alguns deles haviam
desprezado, declarando o fim miserável daqueles que
sempre permanecem infrutíferos, ou apostatam, da
profissão do evangelho. Aqui ele dirige um curso
direto e igual entre os extremos em admoestação.
Pois ele não usa muita linguagem para enfatizar sua
repreensão e advertência, nem tanta severidade
quanto para desencorajar ou provocar aqueles que
são avisados por ele. Em uma palavra, ele coloca peso
sobre as coisas, e poupa as pessoas; o contrário a isto
que é a falha de toda admoestação espiritual. Em
segundo lugar, ele faz uso deste discurso para uma
transição para a segunda parte de seu desígnio. E foi,
para propor aos que eram verdadeiros crentes tais
incentivos e fundamentos de consolação que
pudessem confirmar e estabelecê-los em sua fé e
obediência; que são os assuntos da parte restante
deste capítulo.
274
Portanto, como, para abrir caminho para as ameaças
severas que ele usou, era necessário que ele
descrevesse as pessoas a quem elas se destinaram de
maneira especial, por isso não era menos necessário
que ele descrevesse aqueles também para quem as
promessas e consolações que se seguem pertencem;
o que ele faz nestes versos.
“Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores,
e que acompanham a salvação, ainda que assim
falamos.” (Hebreus 6.9).
O desígnio especial do apóstolo, neste e nos
versículos seguintes, é declarar sua boa vontade em
relação aos hebreus, seu julgamento de seu estado e
condição, os motivos e os fundamentos desse
julgamento, com o uso adequado e o fim da ameaça
antes estabelecida, pela qual não deveriam ser
desencorajados. Este versículo contém: 1. A
expressão de seu amor e boa vontade em relação a
eles; 2. Seu julgamento sobre eles; 3. O motivo da sua
presente declaração destes dois, com respeito ao que
ele havia falado antes deles, a saber, que, embora ele
tenha falado com eles, ele não falou sobre eles. 1. Seu
amor e boa vontade ele testifica em sua compilação,
agaphtoi, "amados". É uma expressão de todo o afeto
e nunca é usada nos Evangelhos, senão para
expressar o amor de Deus Pai ao seu Filho Jesus
Cristo, Mateus 3:17, 12:18, 17: 5; Marcos 1:11, 9: 7, 12:
6; Lucas 3:22, 9:35, 20:13. Os apóstolos em suas
275
epístolas a usam frequentemente aplicado-a aos
crentes, especialmente por Paulo, em todos os seus
escritos: podemos, portanto, vê-la como a palavra
com que costumava expressar seu sincero afeto por
todos os santos. Mas parece haver uma dupla razão
de sua introdução especial neste lugar, ambos
referidos na sabedoria do nosso apóstolo. (1) Talvez
estes hebreus estivessem prontos o suficiente para
entreter ciúmes a respeito dele, que ele não tinha esse
afeto por eles como ele tinha para os outros. Pois ele
passou muito tempo entre os gentios, para sua
conversão e edificação. Entre eles, ele havia plantado
muitas igrejas, e em um ponto contrário ao
julgamento da maioria desses hebreus, a saber, na
liberdade da lei e das cerimônias de Moisés. Neste
longo trabalho, eles podem suspeitar que ele perdeu
seu amor natural a seus compatriotas, como é usual
em tais casos, e como ele foi muito acusado de ter
feito. Para desenraizar esta suposição maligna de
suas mentes, como ele usa com frequência outras
expressões afetuosas nesta epístola, então ele aqui os
chama de "amados", do que ele não usou nenhuma
expressão de maior afeto para com nenhum de seus
convertidos gentios. E apesar de todas as
provocações e lesões que ele havia recebido, ele deu
em todas as ocasiões a maior demonstração do
carinho mais intenso em relação a eles; nunca se
opondo a eles nem refletindo sobre eles com alguma
severidade, mas somente então e em que se
opuseram ao evangelho e à sua liberdade. Esse afeto
276
era tal por eles, como seus compatriotas e parentes
na carne, como que ele poderia ter morrido de bom
grado para serem salvos, Romanos 9: 2,3. E por isso
ele orou continuamente, Romanos 10: 1. E a adição
do amor que foi feito nele após sua conversão não
pode ser expressada. (2.) Ele tem respeito às suas
expressões severas precedentes, como é claro a partir
do fim deste versículo, "embora assim falemos."
Como se ele tivesse dito: "Apesar dessa severa
admoestação, que eu tenho, na consideração de todas
as circunstâncias que fui forçado a usar, mas meu
coração não se afeta de modo algum para vocês,
senão em relação a meus compatriotas, irmãos e
santos de Deus". E assim, - Observação I. É dever dos
dispensadores do evangelho satisfazer seus ouvintes
no seu amor em Jesus Cristo às suas almas e pessoas.
2. O apóstolo expressa seu julgamento a respeito
destes hebreus: "Estamos convencidos de melhores
coisas de vocês, e que acompanham a salvação". Em
que temos, primeiro, o ato de sua mente neste
assunto: "Estamos persuadidos". Crisóstomo insiste
muito na força desta palavra. O apóstolo, como ele
observa, não diz: "Nós pensamos" ou "nós
esperamos", mas ele estava totalmente "persuadido".
Ele lhes faz saber que ele estava totalmente satisfeito
neste assunto. E ele não usa esta palavra em qualquer
lugar em suas epístolas (como ele usa muitas vezes),
mas ele pretende uma persuasão completa e
prevalecente. Agora, isto pode ser de coisas
espirituais em três motivos: (1.) Por revelação
277
especial; então ele estava certo da verdade do
evangelho que lhe foi revelado, do qual ele discursa,
Gálatas 1: 7,8. (2.) Pela prova de fé; quando se
acredita em alguma coisa por motivos infalíveis, a
saber, a revelação da mente de Deus na Escritura ou
as promessas do evangelho. Então ele usa essa
palavra, Romanos 8:38, Pepeismeqa gar, "Porque
estou persuadido de que nem a morte nem a vida",
etc. Ele acreditava e tinha uma certeza infalível
porque Deus havia prometido assim. Assim também,
2 Timóteo 1:12: "Eu sei em quem eu tenho crido e
estou persudido de que ele é capaz de guardar aquilo
que eu tenho comprometido a ele." Ele usa a mesma
expressão em matéria de fé, Romanos 14:14. (3.) Há
uma certa persuasão de espírito, que se baseia em
argumentos morais, que podem levar um homem a
uma satisfação total em sua mente, mas ainda assim,
como é possível, ele pode ser enganado. Dessa
natureza é essa persuasão, essa confiança ou
esperança, que temos do bom estado de outros
homens. Então, nosso apóstolo fala de Timóteo e de
sua fé, 2 Timóteo 1: 5: "A fé que habitou em sua mãe
Eunice, e estou certo de que também habita em ti."
Ele não foi persuadido de nenhuma fé sincera em
Timóteo por revelação especial, nem foi objeto de sua
fé de qualquer palavra expressa das Escrituras, mas
ficou satisfeito com tais motivos inquestionáveis que
não deixaram espaço para dúvidas sobre isso. Alguns
desejam o mesmo propósito em Filipenses 1: 6,
"tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós
278
começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo
Jesus." Mas essa persuasão, sendo construída em
uma suposição que um bom trabalho foi iniciado
neles, foi um ato de fé infalível, construído nas
promessas de Deus e na mudança de sua aliança. Sua
persuasão aqui sobre os hebreus era desse último
tipo, até mesmo o que ele tinha razões e motivos
satisfatórios, o que prevaleceu contra todas as
objeções contrárias. Da mesma maneira, ele fala dos
romanos, Romanos 15:14. "Eu, da minha parte,
irmãos meus, estou persuadido a vosso respeito, que
vós já estais cheios de bondade, cheios de todo o
conhecimento e capazes, vós mesmos, de admoestar-
vos uns aos outros." Os motivos dessa persuasão com
respeito aos hebreus, ele expressa no versículo
seguinte, onde os consideraremos. Observação II. É
nosso dever chegar à melhor satisfação que
possamos, na condição espiritual daqueles, com
quem devemos ter comunhão espiritual. Não há nada
de nossos deveres mútuos que o evangelho mais
pressione ou suponha. E é necessário tanto para
ministros como para cristãos privados. Para o
primeiro, eles estão preocupados com o conselho do
sábio, Provérbios 27:23: "Seja diligente para
conhecer o estado das suas ovelhas". Eles não devem
apenas fornecer boas pastagens e alimentação para
elas, mas devem conhecer seu estado e condição, que
o que eles fornecem para elas pode ser adequado e
sazonal. E, para este fim, havia no início alguns na
igreja que tinham a inspeção imediata do estado e
279
caminhada dos seus membros, e foram habilitados,
como Moisés disse a seu sogro, Números 10:31, para
"servir de olhos" para os mestres, olharem para a
condição de todo tipo de pessoas. Nem eles podem,
sem isto, desenvolver qualquer dever de seu ofício de
forma devida. Porque ministros que caminham em
direção ao seu povo combatendo de forma insegura
como homens batendo no ar, sem um conhecimento
de seu estado, e especial consideração de sua
condição, e o que é adequado para sua edificação
(como é a maneira de muitos), deixá-los com uma
grande incerteza. Veja Hebreus 13:17. A menos que
um homem tenha uma boa satisfação quanto à
condição espiritual daqueles que estão
comprometidos com a sua carga, ele nunca pode se
provar entre eles "um trabalhador que não precisa se
envergonhar, por saber dividir a palavra da verdade",
dando a todos segundo as suas capacidades. E o
trabalho do ministério não é de modo algum mais
evacuado e tornado ineficaz, do que quando os
homens não têm um determinado desígnio para lidar
com seus ouvintes de acordo com o que eles são
persuadidos de que seu estado espiritual exige. Como
instruirão, como devem avisar, como devem
consolar, senão com a suposição de um
conhecimento do estado e condição em que estão?
Uma pregação geral aleatória, sem um alcance
especial, dirigida pela persuasão mencionada,
transforma todo o trabalho na maior parte, tanto em
pregadores quanto em ouvintes, em uma
280
formalidade inútil. Em resumo, essa persuasão
regula principalmente todo o trabalho do ministério.
Aquele que é um médico para os corpos dos homens,
deve familiarizar-se com o estado e condição especial
de seus pacientes, como também de seus distúrbios,
em que sua habilidade e julgamento são
especialmente exercidos. Sem isso, deixe-o ser
fornecido com a maior quantidade de bons remédios,
se ele os entregasse de maneira promissora a todos
os recém-chegados, tudo do que ele terá pouco uso.
Pode ser que seus medicamentos sejam seguros, eles
não farão mal; e é tão provável que eles façam tão
pouco bem. Nem será de outra forma com os médicos
das almas, na mesma situação. São necessárias todas
as coisas para tornar a dispensação da palavra
adequada e rentável; uma boa fonte, uma regra
segura, um desígnio distinto e afeições vivificantes.
(1.) O primeiro é a própria luz e experiência do
dispensador. Ele deve ver em seu trabalho com seus
próprios olhos, e não com os dos outros homens. E
quando ele estiver por sua própria luz como escriba
instruído no reino de Deus, é do bom tesouro de seu
próprio coração que ele deve produzir coisas boas e
novas. (2.) Sua regra segura é a infalível palavra da
verdade. Essa deve ser a pedra de toque da luz e da
experiência. E é adequado para toda a sua obra, para
todos os deveres disso, 2 Timóteo 3: 16,17. Em nada
além do que está regulamentado, deve ser atendido,
Isaías 8:20. (3.) O seu desígnio distinto reside na
devida consideração do estado e condição espiritual
281
daqueles a quem a palavra deve ser dispensada. E
aqui consiste a maior parte da habilidade ministerial.
Isto é o que secretamente diferencia a constante
dispensação ministerial da palavra do exercício
ocasional dos presentes. E isso que Deus faz uso para
transmitir alívio ou repouso inesperado para as
almas dos homens, com as quais eles são
surpreendidos e afetados. Se não tivermos esse
alcance continuamente diante de nós, podemos
correr rápido, mas nunca sabemos se estamos dentro
ou fora do caminho. (4.) As afeições vivificantes que
devem acompanhar a dispensação da palavra são
zelo para a glória de Deus e compaixão para as almas
dos homens. Mas essas coisas não devem ser
insistidas aqui. E para os cristãos privados entre si,
seus deveres mútuos são encaminhados para o amor
e seus frutos. Esse amor especial que deve estar entre
os discípulos de Cristo como tal, retoma, na
descrição, injunções e instruções dele, uma grande
parte dos escritos do Novo Testamento. Nada que o
próprio Senhor Jesus Cristo e seus apóstolos exortem
sobre eles como este de amor mútuo. Com a devida
execução deste dever, ele declara frequentemente
que a sua honra neles e, por eles, neste mundo
dependem principalmente. E o que quer que
possamos além disso, nosso apóstolo declara que não
é nada, nem inútil na igreja de Deus, 1 Coríntios 13.
E a maior evidência da degeneração do cristianismo
no mundo consiste na perda aberta desse amor entre
aqueles que fazem sua profissão. [1.] Agora, este
282
amor é fundado em nossa persuasão quanto ao
estado espiritual e condição do outro. Quero dizer,
esse amor mútuo especial é tal que deve estar entre
os discípulos de Cristo como tal. Pois, embora
tenhamos outros motivos, obrigados a um amor para
com toda a humanidade, sejam amigos ou inimigos,
ainda o amor peculiar que o evangelho encarrega aos
discípulos de Cristo é um efeito e é construído sobre
o interesse comum e mútuo em Cristo. Eles devem
amar-se uns aos outros como membros do mesmo
corpo místico e unidos à mesma Cabeça espiritual.
Seja qual for o amor que possa haver em outros
relatos entre os outros, que não surgem desta fonte,
não é esse amor evangélico que deve estar entre os
crentes. E como isso pode estar em nós, a menos que
tenhamos uma boa persuasão em relação ao nosso
interesse mútuo em Cristo? Deus proibiu que alguém
pressionasse aquele amor peculiarmente intenso que
deveria estar entre os membros do corpo de Cristo,
para tirar ou derrogá-lo desse amor e utilidade geral
que não só a lei de nossa criação, mas o evangelho
também exige de nós em uma maneira especial para
com todos os homens; sim, aquele que confessa o
amor aos santos, o amor peculiar que é necessário
para com eles, e não exerce o amor em geral em
relação a todos os homens, muito mais ele finge o
amor fraterno no motivo de alienar seu afeto do
restante da humanidade, - não pode ter certeza de
que o amor que ele professa é sincero, incorrupto,
genuíno e sem dissimulação. Mas este amor especial
283
é o dever especial de todos nós, se acreditarmos no
evangelho, e sem qual fundamento bem posto, não
podemos cumprir nenhum outro dever mútuo.
Agora, como é evidente, não podemos ter, a menos
que tenhamos uma persuasão do único fundamento
deste amor, que é a nossa relação mútua com Jesus
Cristo. E para agir corretamente sobre o seu objeto,
baseando-se nessa persuasão, preste atenção a
"suposições malignas", estas são a paixão do amor
evangélico, embora alguns pareçam fazer seus
deveres. Aqueles a respeito dos quais ouvimos que
eles fazem profissão de fé e obediência em relação a
nosso Senhor Jesus Cristo, e não sabem que, de
qualquer forma, contradizem sua profissão por obras
ímpias, somos obrigados a suportar o mesmo amor
como se os conhecesse sinceros. "o amor espera todas
as coisas", isto é, que são boas, se não tivermos
provas certas do contrário. E, portanto, em geral,
podemos ter essa persuasão sobre "todo o que em
todos os lugares invoca o nome de nosso Senhor
Jesus Cristo, seu Senhor e o nosso". Não temos
nenhuma obrigação, de fato, em relação a tais coisas,
de maneira visível e evidentemente indigna daquela
vocação elevada pela qual somos chamados. A
respeito de tal nosso apóstolo assegura-nos que, o
que eles professam, são "dos quais repetidas vezes
vos disse, e agora vos digo até chorando, que são
inimigos da cruz de Cristo; cujo fim é a perdição; cujo
deus é o ventre; e cuja glória assenta no que é
vergonhoso; os quais só cuidam das coisas terrenas.",
284
Filipenses 3: 18,19. É uma desonra, um opróbrio a
Cristo e ao evangelho, para que nos convençamos de
que são seus discípulos e membros de seu corpo
místico, a quem procuramos seguir a maneira do
mundo e ter sua conversa nos desejos da carne. Estes
ainda devemos amar, como aqueles que já tiveram, e
ainda são capazes de renovar a imagem de Deus
sobre eles; mas eles se proclamam destituídos de
todas as qualificações que são o objeto formal e a
razão desse amor peculiar. [2.] O Senhor Jesus
Cristo, por sua instituição, assegurou-nos sobre uma
certa regra dessa persuasão e amor, pela disposição
de seus discípulos nas sociedades da igreja, por
razões como garantia suficiente para isso. Assim,
nosso apóstolo, em todas as suas epístolas para as
igrejas, sauda, estima, julga que todos são "santos e
chamados em Cristo Jesus". Pois, embora alguns
deles não sejam tão reais e diante de Deus, ainda
assim a persuasão e o seu amor sendo dirigidos de
acordo com a regra, eram aceitáveis para Cristo. E ao
contrário, nosso Senhor Jesus Cristo ordenou que
todos os seus discípulos se juntassem e andassem por
esses laços, se não houvesse uma grande confusão
trazida ao mundo em e sobre as instituições do
evangelho, não devemos ser altos sobre essa
persuasão e amor; pois devemos ser obrigados
àqueles que são chamados de cristãos, até que se
declararam abertamente "inimigos da cruz de
Cristo". Mas ainda estamos sofrendo sob a confusão
de uma apostasia fatal, da qual Deus em seu bom
285
tempo vai livrar as suas igrejas. [3.] Como não
podemos direcionar nosso amor corretamente sem
essa persuasão, não podemos exercer mais nenhum
dos deveres ou frutos dele. Os frutos do amor mútuo
entre os cristãos devem existir quer nas coisas
espirituais, que dizem respeito à edificação; ou em
coisas temporais, que dizem respeito ao alívio
externo. Do primeiro tipo, são admoestações,
exortações, instruções e consolações, administradas
mutuamente. Agora, como alguém pode ordenar ou
fazer uso dessas coisas de maneira correta, a menos
que tenha alguma persuasão diretiva da condição
espiritual daqueles a quem ele administra? É verdade
que, às vezes, pode estar equivocado; no entanto, é
muito melhor ser do que nunca considerar o que é
satisfatório e necessário com respeito a isso. E
quanto aos frutos do mesmo amor nas coisas
externas, embora sejam devidas nas provisões
temporais de todos, de acordo com nossas
oportunidades e habilidades, ainda que, sem essa
persuasão, eles desejarão a forma e a alma
vivificantes deles; que é um desígnio para colocar
nosso amor neles, em última análise, em Jesus
Cristo. Obsservação III. Podemos, como as ocasiões
exigem, declarar publicamente essa boa persuasão
sobre a condição espiritual dos outros, e isso para si.
O nosso apóstolo aqui conhece estes hebreus com sua
boa persuasão a respeito deles; e, igualmente, em
todas as suas epístolas, ele ainda declara sua
esperança e confiança do seu bendito interesse em
286
Cristo por quem ele escreveu; e poupa não dar-lhes
todos os títulos que realmente pertencem apenas aos
eleitos crentes. Agora, como isso não deve ser feito de
forma leve, não de forma lisonjeira, não apenas em
bases justas e firmes da Escritura, menos ainda para
dar semblante a qualquer pessoa para continuar de
maneira maligna; no entanto, em três casos, é
exigível: - (1.) Quando é feito para o devido incentivo.
Pessoas graciosas, através de suas tentações, medos
e sensação de pecado; sim, igrejas inteiras, na ocasião
de provações, angústias e retrocessos entre eles;
podem ser abatidos e desanimados, para serem
desencorajados em seus deveres e progresso. Neste
caso, não é apenas lícito, mas conveniente, sim,
necessário que devamos testemunhar a eles a boa
persuasão que temos sobre o seu estado e condição,
com os seus motivos, como o apóstolo faz neste lugar.
Então, na mesma hipótese, testemunhamos o
próprio Salvador sobre a igreja de Esmirna:
"Conheço a sua pobreza", do que você se queixa e está
pronto para afundar; "mas você é rico", Apocalipse.
(2.) Pode e deve ser feito por sua justa reivindicação.
Os discípulos e as igrejas de Cristo podem ser
falsamente acusados, e, no entanto, pode ser com
tanta probabilidade, ou pelo menos, aparência de
maldade, como que eles possam sofrer grandemente
em sua reputação justa, pela qual o santo nome do
Senhor Jesus Cristo é também desonrado. Aquele
que acusou falsamente todos os irmãos diante de
Deus continuamente, não quer instrumentos para
287
consertar as calúnias sobre os homens aqui embaixo.
Nesse caso, é nosso dever indispensável testemunhar
a nossa boa persuasão a respeito deles, sejam eles
pessoas ou igrejas, que são assim interpretados. E se
não o fizermos, temos uma cumplicidade na culpa
das falsas acusações de seus inimigos. (3.) Quando
temos o dever necessário de nos convencer, que este
testemunho da nossa persuasão a respeito deles pode
tornar-se mais efetivo, ou impedir que ele tenha
outro fim do que o que visamos, ou remover qualquer
preconceito do seu caminho. Este foi o próprio caso
em que o apóstolo testifica sua persuasão a respeito
desses hebreus. Seu desígnio era admoestá-los de
algumas faltas, pecados e abortos espontâneos, que
já estavam entre eles; e, além disso, ordená-los com
um cuidado sobre a apostasia do evangelho, que a
maneira pela qual alguns deles pareciam ter uma
tendência. Mas, se não fosse o seu lidar com eles, que
teve uma aparência de muita severidade, deveria ter
gerado preconceitos em suas mentes contra sua
pessoa e ministério, por um lado, ou muito abatido e
derrubado no outro, ele assegura seu procedimento
em ambos os lados com esse testemunho de sua
confiança em relação à sua condição espiritual;
assegurando-lhes de imediato seu amor e
evidenciando a necessidade de sua admoestação. E
aqui, ele, no exemplo da sabedoria concedida a ele
para este fim, nos deu uma regra inviolável de nosso
procedimento em casos semelhantes. IV. A melhor
persuasão que podemos chegar em relação à
288
condição espiritual de qualquer pessoa, deixa ainda
espaço, sim, abre caminho, para avisos, exortações e
incentivos Não há nada mais comum do que cobrar
os caminhos de alguns, que, persuadindo os homens
de sua regeneração e santos, eles os tornam seguros,
e as ameaças do evangelho de uma maneira especial
não são úteis para eles. Tampouco há qualquer
dúvida senão que, como todos os outros caminhos de
Deus e sua graça, podem ser abusados. Mas aqueles
que gerenciam a carga em geral podem fazer bem em
consertar isso em primeiro lugar sobre os apóstolos.
Pois não há nenhum deles, que não testemunhem a
mesma persuasão sobre todos aqueles a quem
escreveram; e não há dúvida de que seu modo de
pregar e escrever foi o mesmo. Mas, no entanto, isso
não os impediu de usarem todo tipo de manifestações
evangélicas, exortações e incentivos; de onde
devemos tomar nosso exemplo e garantia para a
mesma prática. Isso, portanto, é evidente em seu
procedimento, que é nossa instrução e regra, ou seja,
que olhando para os homens como crentes, ou sendo
persuadidos de sua boa condição espiritual, ainda
devemos aplicar a todos os meios designados por
Cristo para a geração, o aumento e a continuação da
graça neles. E os motivos deste são evidentes;
porque: (1.) Embora essa persuasão que os homens
possam ter de sua condição espiritual, ou que outros
possam ter ou declarar sobre eles, pode fortalecer sua
paz, mas ela não deve incliná-los à segurança. "Pela
tua fé estás firme", diz o apóstolo; "não te
289
ensoberbeças, mas teme", Romanos 11:20; - "Pegue a
paz e o conforto da sua fé, mas não seja orgulhoso
nem seguro." Onde há algum efeito disso, para uma
segurança como a de Laodicéia, há um motivo justo
para suspeitar que a própria persuasão é um erro
pernicioso. E é dever de todos os professantes
prestarem atenção com diligência para que nenhuma
"raiz de amargura" possa surgir entre eles e
contaminá-los. Se uma vez que uma persuasão dessa
boa condição comece a influenciar na segurança e na
negligência do dever, então eles deveriam estar no
mais alto zelo em relação à própria condição. (2.) Seja
qual for o estado e a condição do homem sob o
evangelho, eles ainda são obrigados aos meios
designados para sua edificação e preservação. Entre
todas as imaginações vãs sobre coisas religiosas
evacuadas nestes últimos dias, não há mais sabores
de orgulho satânico e a loucura humana do que a de
tal estado de perfeição alcançável nesta vida, onde,
como é formulado, os homens devem estar "acima
das ordenanças", isto é, devem ser "entediados em
vão em suas mentes carnais", acima da autoridade , e
sabedoria, e verdade de Deus. Embora estejamos no
caminho, sob a conduta do evangelho, precisamos de
todas as vantagens que se encontram em nosso
progresso. Deste tipo são todas as ameaças,
promessas, exortações, incentivos, contidos nisto. E
o uso adequado das ameaças evangélicas em
particular, como aquelas aqui insistidas pelo nosso
apóstolo, declarado em grande parte no primeiro e
290
segundo versículos do quarto capítulo, e não devo
insistir novamente nisso. Siga assim, (1 .) Que, seja
qual for o estado e a condição daqueles para quem
dispensamos a palavra, ou o que quer que possamos
conceber, não devemos, com respeito a isso, violar ou
renunciar à entrega e insistência de qualquer aviso
evangélico ou das ameaças contidas no evangelho,
muito menos encorajamentos e motivos para fé e
obediência, embora estejamos convencidos de que
acreditam e obedecem. Pois, como não é impossível,
que nós podemos estar confundidos em sua
condição, e que as mais severas ameaças podem ser a
sua parcela adequada no mundo; portanto, seja sua
condição de o que isso acontecerá, todas essas coisas
não só são adequadas para eles, mas são necessárias
para eles em seus diversos tipos. Pois, embora eles,
cada um deles sejam livres, tenham a mesma
significação em si mesmos, ainda que, na sua
aplicação aos homens, tenham um senso adequado à
sua condição. Por exemplo: - a mesma ameaça, como
aplicada aos incrédulos, tende a engendrar temor,
terror e medo da ira neles, e preenchê-los com
evidências do desagrado de Deus: e conforme
aplicado aos crentes, tende apenas a preenchê-los
com medo reverente de Deus, se preocupando em
evitar o pecado ameaçado, e excitar a diligência no
uso de meios para evitar isso. Todos são bons para
todos. Como, portanto, se sempre devemos, na
dispensação da palavra, insistir nas ameaças da lei e
do evangelho, - das quais as multidões da denúncia
291
certamente precisam disto, - devemos enfraquecer e
desencorajar aqueles a quem por Deus não precisaria
ser desencorajado; então, por outro lado, se, por uma
apreensão de que nosso povo ou congregações sejam
constituídas por crentes, devemos insistir
continuamente nas promessas do evangelho, com o
mesmo jeito de consolação, raramente ou nunca
pressionando as ameaças e suas ameaças severas,
devemos certamente defraudá-los de um meio
abençoado que Deus ordenou para a sua edificação e
preservação na fé. A sagrada mistura de todas essas
coisas na própria Escritura são a nossa regra, e
nenhuma imaginação nossa. (2.) Que os outros não
se pensem severamente tratados, quando são
pressionados e instados com as ameaças mais
severas do evangelho. Não diga nem pense nos seus
corações: "Este pregador nos considera como
pessoas não regeneradas, ou hipócritas; talvez por
falta de vontade por nós." É certo que, em tais
ocasiões, os homens estão aptos a dar lugar a tais
surpresas; porque uma apreensão disso é a razão pela
qual o apóstolo faz como se fosse essa desculpa pelo
uso da ameaça severa anterior. Como se ele tivesse
dito: "Você não entretém quaisquer pensamentos
difíceis ou surpresas malignas sobre mim ou meu
trato com você nesta matéria. Há outras razões de eu
tratar assim com você; para o seu interesse pessoal
na graça de Cristo, tenho ainda uma boa persuasão,
embora eu assim fale." E que outros presetem
atenção para que não caiam em tal apreensão, o que
292
certamente os privará do saudável fruto das geleiras
que são necessárias para tornar o terreno frutífero,
bem como a luz do sol mais clara. E se uma árvore
não é às vezes pressionada pelo vento, ela nunca vai
firmar suas raízes no chão. Reclamações afiadas e
fervorosas em agilizar as comunicações do
evangelho, às vezes são tão necessárias para o melhor
de nós quanto a administração das promessas mais
ricas e preciosas, Oseias 10:11. 3. Tendo considerado,
em geral, a boa persuasão do apóstolo em relação a
esses hebreus, podemos considerar em especial sua
expressão das coisas que ele estava tão persuadido de
estarem neles. E isso é duplo: (1.) "Melhores coisas;"
(2.) "Que acompanham a salvação". (1.) Ele foi
persuadido sobre eles de "coisas melhores". Parece
haver uma comparação incluída nessa expressão, e
não apenas uma oposição ao que foi antes falado. Se
assim for, há uma suposição de algumas coisas boas
concedidas aos que anteriormente foram tratados.
Isso, portanto, não pode se referir aos versículos
imediatamente anteriores, que expressam apenas a
sua esterilidade e destruição, mas deve se relacionar
com os versículos 4-6, onde os dons espirituais
reunidos sobre eles são enumerados. Eles são "coisas
boas" em si mesmas, mas, no entanto, coisas tão boas
que possam perecer, e também sobre quem são
concedidas. Aqueles que as apreciam ainda podem
ser um terreno árido e tão amaldiçoado e queimado.
Mas o apóstolo é persuadido de "coisas melhores"
daqueles a quem ele fala, ou seja, "coisas que
293
acompanham a salvação"; - como todo aquele que é
feito participante dela nunca perecerá eternamente.
Ou ta kreittona pode ser colocada para ta crhsta,
"coisas boas", como Crisóstomo supõe. Mas, no
entanto, nem há necessidade de supor uma
impropriedade na expressão; pois é comum
expressar coisas excelentes em palavras do grau
comparativo, embora nenhuma comparação seja
incluída, especialmente quando é feito menção com
respeito a outros que não têm interesse nelas. No
entanto, aqui é certamente uma oposição ao que foi
antes afirmado sobre os outros. E isso pode ser
reduzido a duas cabeças: [1.] Que foram estéreis e
destituídos de todas as graças e frutos salvadores.
[2.] Que eles, no final, deveriam ser destruídos. Essas
"coisas melhores" devem se opor a um ou a outro, ou
a ambos. Se eles se opõem ao primeiro, então a graça
especial de salvação e frutífera, como é peculiar aos
eleitos de Deus, procedendo da verdadeira
santificação do Espírito, como não podem ser
participantes de hipócritas dotados de perigos. Se
para o último, então essas "coisas melhores" não
respeitam à sua qualificação, mas à sua condição; isto
é, livrar-se da maldição e da ira de Deus, e perecer
sob elas: "Estou convencido de que irá melhor com
você do que com tais apóstatas." Pode ser que ambos
estejam incluídos; mas o primeiro certamente se
destina, a saber, que estes hebreus não eram estéreis,
senão como os frutos salvadores do Espírito da graça.
(2.) Por isso, acrescenta-se, - "que acompanham a
294
salvação:" literalmente, "como a salvação", isto é,
como ter graça salvadora neles e salvação eterna
anexada infalivelmente a eles, - coisas que não são
concedidas a ninguém, senão àqueles que serão
salvos; isto é, que possuem fé verdadeira e obediência
sincera. Pois, em quem forem encontrados, serão
salvos, em virtude da fidelidade de Deus na aliança
da graça. E podemos observar, portanto, -
Observação V. Que, entre os professantes do
evangelho, alguns participam de "coisas melhores"
do que outros. Todos eram professantes sobre os
quais o apóstolo discorre sobre este e sobre os
versículos precedentes; e, no entanto, apesar de
quaisquer coisas boas que alguns pudessem ter tido,
ou deveriam ter tido, outros tinham coisas melhores
do que eles. E esta diferença pode ser observada,
primeiro nos graus e, em segundo lugar, nos tipos de
coisas pretendidas: - (1.) Dons Espirituais são de um
tipo. Pois, embora existam vários tipos deles, ainda
assim eles têm todos a mesma natureza geral; são
todos dons, e não mais. A diferença, portanto, que há
entre eles não deve ser retirada de sua própria
natureza especial, mas de seu uso e tendência para o
fim comum de todos eles, eu tomo isso apenas para
ser gradual. Por exemplo, falar em línguas e
profetizar, são dois dons de diferentes tipos; mas
enquanto ambos são dons do Espírito e são
projetados para promover o evangelho e a edificação
da igreja, a verdadeira diferença entre eles deve ser
tirada da sua utilidade para este fim. Aqueles,
295
portanto, que têm apenas dons na igreja, como eles
têm dons diferentes, então eles têm, alguns deles,
melhores dons do que outros; alguns quanto aos
tipos especiais de dons, mas principalmente quanto
aos graus de sua utilidade para o fim deles. Daí o
nosso apóstolo, tendo contado os vários e múltiplos
dons do Espírito, acrescenta esse conselho aos
Coríntios, considerando que deveriam “procurar com
zelo os melhores dons.”, 1 Coríntios 12:31, - aqueles
que mais se importam com a edificação da igreja.
Assim, sempre foi, e sempre será, na igreja de Deus;
Alguns tiveram, e alguns têm melhores dons do que
outros. E, como toda a igreja deve, portanto,
aprender a concordar e submeter-se à soberania do
Espírito de Deus, "quem divide a cada homem
separadamente como quiser", então aqueles que
receberam esses dons melhores e diferentes, seja na
sua especialidade ou graus de utilidade, têm alguns
deveres que os incumbem singularmente e cuja
descarga será necessária nas mãos deles: como, - [1.]
Caminhar humildemente, com um cuidado
constante de que um senso de seus dons e
habilidades não se destinam a preenchê-los com
presunção de si mesmos, e assim fazê-los exaltar-se
acima de seus irmãos, na igreja apostólica e
primitiva, quando não havia nada daquela grandeza
secular, promoção, preferências, dignidades, entre os
ministros da igreja, como agora em dia enche o
mundo de orgulho e dominação, todo o perigo de
uma exaltação de um acima de outro era da
296
eminência de dons que alguns receberam acima de
outros. E não pode ser negado, mas que o abuso aqui
estabeleceu os fundamentos de todo o que inunda o
orgulho secular e a dominação amaldiçoada, ou o
governo que depois incomodou a igreja. As duas
coisas que o apóstolo Pedro em um lugar adverte e
encarrega os anciãos e os guias da igreja contra eles,
tornaram-se a sua ruína, ou seja, o lucro sujo e o
amor ao domínio sobre a herança do Senhor, 1 Pedro
5: 2,3. E, de fato, é um assunto muito difícil para os
homens suprimir totalmente essas insinuações de
uma boa presunção de si mesmos, e preferindo-se
diante dos outros, que os dons singulares em seu uso
e tipo irão sugerir. Nem será feito sem um exercício
constante de graça. Por isso, o apóstolo não teria um
"novato" chamado para o ministério, nem o exercício
público de dons espirituais, a saber, "para que ele não
seja inchado de orgulho e caia na condenação do
diabo", 1 Timóteo 3: 6 . As aflições e as tentações, em
sua maior parte, são um equilíbrio necessário para os
dons eminentes. Portanto, a Escritura providenciou
contra, tanto nos advertindo que esse conhecimento,
que é a questão de todos os dons espirituais, vai
acabar; e proibindo-nos de vangloriar-nos neles,
porque são coisas que nos são livremente concedidas,
sem respeito a nada de bom ou de valor em nós
mesmos, 1 Coríntios 4: 7. E, se julgarmos
corretamente, aqueles de nós cujos dons são
inferiores aos de outros homens, desde que usamos e
melhoramos o que recebemos para o melhor proveito
297
que possamos, - não tenham motivos para invejar
aqueles cujos dons superam os nossos. Pois, se eles
são graciosos, eles têm trabalho suficiente para que
eles os mantenham atentos à humildade; onde ainda
é temível que as coisas nem sempre sejam tão bem
sucedidas, mas que, por tentações pecaminosas de
imaginações egoístas, há trabalho feito para
arrependimento e problemas. Sim, aquele que é
eminentemente talentoso, se ele não é
eminentemente humilde, não tem senão uma vida
inquieta dentro das portas. E se essa pessoa não é
verdadeiramente graciosa, ele está pronta para "cair
na condenação do diabo". Essa pessoa é uma presa
de toda tentação e também se seduzirá em todo o
mal. [2.] É necessário que essas pessoas sejam
humildes, de modo a agradecer especialmente. As
coisas das quais são participantes são presentes, e
não agradecer os presentes, é a maior ingratidão. [3.]
Uma fecundidade proporcional à excelência de seus
dons. Aquele que recebeu cinco talentos não só foi
obrigado a negociar com eles, mas a ter mais cinco
talentos. O aumento de um ou dois talentos não teria
servido no seu caso. A quem muito é dado, muito é
exigido. O esconder de muitos talentos é um pecado
do qual não há instância na Escritura; é um pecado
que tem uma grandeza nele para não ser suposto; e
aqueles que podem estar preocupados nele devem
tremer com a apreensão disso. Nosso Senhor está
vindo, e, infelizmente! Não há nenhum de nós que
negociou com seus talentos como deveríamos ter
298
feito. Esperamos que, em sua infinita misericórdia e
compaixão, ele poupe e perdoe, e aceite daquele
pouco que nos esforçamos para aumentar em
sinceridade; mas, entretanto, devemos sempre
considerar que o trabalho e a fecundidade devem ser
proporcionados ao que recebemos. Mas, no entanto,
essas não são as "coisas melhores" aqui diretamente
destinadas. Porque elas, ou qualquer coisa que esteja
no melhor delas, nenhuma dessas conclusões pode
ser feita como aquela aqui pelo nosso apóstolo, visto
que ele havia mostrado antes que todos poderiam
perecer e se perder. (2.) Há coisas espirituais que
diferem em todo o seu tipo e natureza de outras
coisas, e são melhores em sua essência e ser. Tal é
toda graça salvadora, com todos os seus frutos. Não
devo continuar a provar que a verdadeira graça de
salvação difere especificamente de toda a graça
comum, por mais avançado no seu exercício pela
empresa e ajuda de dons espirituais, muito menos
para lutar sobre o que formalmente constitui uma
diferença específica entre as coisas. Mas isso digo
claramente, que posso garantir com certeza, que a
verdadeira fé do evangelho e a obediência sincera são
coisas melhores do que a hipófise mais gloriosa ou a
pessoa não regenerada mais reformada já foi
participante. Na igreja professante visível, todas as
coisas aparentemente parecem ser iguais. Há as
mesmas ordenanças administradas a todos, a mesma
profissão de fé é feita por todos, os mesmos deveres
exteriores são atendidos, e as ofensas escandalosas
299
são evitadas por todos. Mas, no entanto, as coisas não
são internamente iguais. "Muitos são chamados, mas
poucos são escolhidos". "Em uma grande casa há
vasos de madeira e pedra", bem como de "ouro e
prata". Nem todo o que comer em ordenanças
exteriores do pão da vida, não se alimenta do maná
escondido. Nem todos os que têm seus nomes
matriculados no livro da igreja podem ainda tê-los
escritos no livro do Cordeiro. Ainda existe. "Coisas
melhores" do que dons, profissão, participação de
ordenanças e tudo o que seja de natureza similar. E o
uso aqui, em uma palavra, é advertir todos os tipos
de pessoas em que não descansam, que não se
interessam nem participam dos privilégios da igreja,
com uma profissão comum, que pode dar-lhes um
nome para viver; vendo que podem estar mortos ou
em uma condição de perigo, entretanto. VI. Há, de
acordo com o teor da aliança da graça, as coisas
concedidas a algumas pessoas como salvação
acompanhando e se seguem infalivelmente; coisas
melhores que acompanham a salvação. - Esta
afirmação se baseia na natureza da aliança da graça.
Na primeira aliança, não era assim. As melhores
coisas concedidas em virtude dela podem perecer, e
fizeram isso. Muitas coisas excelentes foram
concedidas a nós quando fomos criados à imagem de
Deus: mas eram todas as coisas que podíamos
perder, e perdemos; e, desse modo, ficou aquém
daquela glória de Deus para a qual fomos criados.
Mas na aliança da graça existe tal eliminação e
300
concatenação de coisas espirituais, que uma
participação real de alguns delas conclui
infalivelmente um interesse inabalável em todas. Isto
é o que o apóstolo nos assegura em uma enumeração
expressa delas, Romanos 8: 29,30. Por exemplo, há
uma fé salvadora desta natureza. Porque, (1.) É um
efeito do propósito imutável de Deus da eleição. Se
isso, portanto, não pode ser alterado, isso não pode
falhar completamente e se perder. "Quem ele
predestinou, ele chamou também", isto é, salvar pela
fé por Jesus Cristo. A fé é dos eleitos de Deus; e
apenas eles acreditam verdadeiramente que são
"ordenados para a vida eterna". (2) O Senhor Jesus
Cristo intercede para que esta fé nunca falhe ou seja
completamente perdida, João 17: 9,11,15, etc. (3) O
poder de Deus está envolvido na sua preservação, 2
Pedro 1: 3; 1 Pedro 1: 5; Efésios 1: 19,20. (4.) As
promessas da aliança são expressamente
multiplicadas para este propósito, Jeremias 31: 31-
34, 32: 38-40. E assim, pode ser dito de todas as
outras graças de salvação. E por este motivo, o
apóstolo chama essas "coisas melhores" para as quais
esses hebreus foram feitos participantes, que
"acompanham a salvação". Observação VII. É dever
de todos os professantes examinar-se estritamente
sobre a participação dessas "coisas melhores que
acompanham a salvação". - Sua condição é
deplorável, que, sob uma profissão externa, se
satisfazem com esses dons, graças e deveres comuns,
que são separáveis da salvação. No entanto, é assim
301
com muitos no mundo que clamam: "Paz, paz,
enquanto a destruição repentina vem sobre eles", é
completamente manifesto. Veja o conselho do
apóstolo expresso para este propósito, 2 Coríntios 13:
5. Podemos ainda observar como várias vezes o
apóstolo trata esses hebreus. As vezes ele os classifica
como "irmãos santos", afirmando que eles são
"participantes do chamado celestial", e também que
eles tinham essas "coisas melhores" neles "que
acompanham a salvação". Às vezes, ele diz que eles
eram "aborrecidos" e "negligentes" e "precisavam ser
ensinados novamente sobre quais são os princípios
dos oráculos de Deus", e coloca diante deles a
destruição final dos apóstatas, para gerar medo e
apreensão do terror do Senhor neles. Agora, esta
variedade no tratamento deles pelo apóstolo não
ultrapassa os seus males presentes, nem se trata de
qualquer artifício retórico, mas de um julgamento
regular e constante sobre a condição de toda a igreja.
Porque, (1.) Havia, na verdade, vários tipos de
professantes entre eles, respondendo às várias
descrições que ele lhes dá. Ele falou, portanto, com
toda a comunidade indefinidamente, deixando a
aplicação especial do que ele fala em particular, de
acordo com as suas diferentes condições exigidas. E
esta é a única maneira segura e prudente para os
ministros lidarem com suas ovelhas. Para quando se
conceberem por outras circunstâncias a serem
escolhidas para serem repreendidas e ameaçadas,
elas geralmente provocam desvantagem por elas
302
mesmas. (2) O melhor dos ouvintes do evangelho
pode ter muito a ser culpado nele, embora sua
sinceridade em geral deva ser altamente aprovada.
(3.) As ameaças graves na dispensação do evangelho
são geralmente propostas para aqueles que ainda não
estão absolutamente sujeitos à pena ameaçada. Eles
não preveem o que acontecerá, mas avisam o que
deve ser evitado.
VERSO 10.
“Porque Deus não é injusto, para se esquecer da
vossa obra, e do amor que para com o seu nome
mostrastes, porquanto servistes aos santos, e ainda
os servis.”
Os expositores da igreja romana e outros em seus
comentários sobre este texto, geralmente concordam
em um esforço a partir daí para provar o mérito das
obras contra os protestantes, porque o conselho de
Trento aplica esse texto para esse propósito. E
nenhum deles está mais confiante do que os
Remistas; que, após as suas censuras usuais de
protestantes, afirmam: "Que as boas obras sejam
meritórias e a própria causa da salvação; porque
Deus seria injusto se ele não conduzisse ao céu os
seus praticantes." Mas eles estão muito divididos
entre si sobre o estado das pessoas e o tipo de obras
aqui pretendidas. Alguns afirmam que o apóstolo fala
de que haviam caído de um estado de justificação
303
para um estado de pecado mortal. E as obras das
quais se diz que Deus não os esquecerá, são aquelas
que eles operaram naquela propriedade de onde
agora deveriam cair. Pois, por conta das antigas
obras, Deus os poupará, e não os destruirá. E,
embora não haja nenhum mérito presente nestas
obras, enquanto que aqueles que as praticaram, estão
em estado de pecado mortal, mas quando serão
recuperados pela penitência, essas obras, que antes
foram mortificadas pela queda da graça, e assim se
tornaram sem uso de mérito presente, devem
recuperar sua antiga virtude meritória, como se
nunca tivessem sido perdidos pelo pecado mortal.
Isto, portanto, é o sentido que essas pessoas
colocariam nessas palavras: "Onde alguém estiver
em estado de justificação e tiver feito boas obras nele,
meritórias da vida eterna, se eles caírem em pecado
mortal, eles imediatamente perderam todo o mérito
e o benefício dessas obras. Mas não obstante, Deus
em sua justiça mantém a lembrança dessas obras, de
modo que quando esses pecadores retornarem
novamente pela penitência em sua primeira herança,
essas obras reviverão em uma condição de mérito." A
esse sentido outros se opõem.
Pois eles pensam que aqueles que são mencionados
são pessoas justificadas, e o apóstolo expressa o
mérito de suas obras presentes, com respeito à
justiça de Deus. O leitor que deseja ver tal palha
lançada para cima e para baixo, pode encontrar essas
304
coisas debatidas em Aquino, Adamus, Estius, Lapide,
Ribera, Maldonatus, de Tena e outros. 1. Quão
estranhos esses discursos são para o texto e o
contexto são evidentes para cada consideração
imparcial. Eles são apenas quimeras surgidas da
imaginação orgulhosa do mérito de suas obras, que
as mentes desses homens são preconcebidas. Pois,
(1.) Nosso apóstolo trata daqueles a quem ele supõe
e julga estar em uma boa e presente condição
espiritual. Pois, com respeito a isso, atribui-lhes
"coisas que acompanham a salvação", e não lhes
acrescenta nenhum outro dever, para o gozo real,
mas somente aqueles de fé, amor e ministério para os
santos; que no momento ele se refere a eles. O que
eles fizeram anteriormente, que ele afirma que eles
continuam no seu desempenho: "Vocês ministraram,
e vocês ministram." (2.) O apóstolo expressamente os
distingue daqueles que agora estavam caídos da
profissão do evangelho, ou desse estado de
justificação que os romanistas supõem. (3.) Ele não
dirige essas pessoas para buscar uma recuperação
fora da condição em que estavam, mas encoraja-as a
uma continuação nela, e "mostrar a mesma
diligência" com esse propósito, como antigamente,
"até o fim", versículo 11. 2. Nem o semblante dado à
outra imaginação em geral, em relação ao mérito das
obras, nestas palavras. Porque, primeiro, o desígnio
do apóstolo é apenas para que eles saibam que seu
trabalho na obra do Senhor, que a sua obediência ao
evangelho, não deve ser perdido, nem ser em vão. E
305
disso ele lhes dá segurança da natureza de Deus, com
quem eles tinham que lidar, com respeito àquela
aliança em que ele conduz os que creem. Eles haviam
sido zelosos no cumprimento do grande dever de
"ministrar aos santos", em particular pelo
testemunho do nome de Jesus Cristo que estava
sobre eles. Esses deveres foram atendidos com
problemas, perigo, e pressões. E era necessário
confirmá-los em uma persuasão de que não deveriam
estar perdidos. Isso pode ser de duas maneiras: (1.)
Se eles mesmos se afastassem, e não persistirem em
seu curso até o fim. (2) Se Deus deve ignorar, ou
esquecer, por assim dizer, tudo o que eles fizeram.
Desde o primeiro, na medida em que as obras
mencionadas têm sido obras verdadeiramente
graciosas, procedentes da fé e do amor, provam que
as pessoas estão nesse estado de graça, onde devem
ser efetivamente preservadas até o fim, em virtude da
fidelidade de Deus na aliança; que ele busca ainda
para o final do capítulo. Nem, em segundo lugar,
tinham a menor razão para duvidar da sua
recompensa futura. Por que quem foi o que os
chamou para esses deveres e em que conta? Não é
Deus, e isso de acordo com o teor da aliança da graça?
E ele não prometeu aceitar suas pessoas e seus
deveres por Jesus Cristo? Se agora não deveria fazê-
lo, ele não seria injusto, não se negaria a si mesmo, e
não se esqueceria da promessa dele? Portanto, a
justiça de Deus aqui pretendida, é a sua fidelidade
nas promessas da aliança. E dele não é dito ser justo
306
em recompensar ou não recompensar, mas não
esquecer: "Ele não é injusto para se esquecer." Agora,
esquecer algo não reflete imediatamente sobre a
justiça distributiva, mas sobre a fidelidade em
manter um compromisso. Mas, para não se envolver
em disputas neste lugar, que os homens reconheçam
que a nova aliança é uma aliança de graça; que a
constituição de uma recompensa para a obediência
nela exigida é de graça; que esta obediência não é
aceita por sua própria conta, mas por causa da
mediação de Cristo; que as boas obras de todos os
homens não compensarão um único pecado; porque
devemos confiar somente Cristo para a vida e a
salvação, porque ele é "o fim da lei para a justiça para
todo aquele que acredita", e deixe-os satisfazerem
por um tempo na fantasia do mérito de suas obras,
pelo menos do alto e necessário lugar que eles
possuem em sua justificação diante de Deus; - depois
de todas as disputas, será Cristo e sua graça a sério, a
fim de que eles sejam aceitos, ou o caso deles será
deplorável. Essas coisas que eu preguei, para que não
possamos ter motivos para desviá-las na exposição
subsequente das palavras. O apóstolo neste versículo
explica os motivos de sua persuasão a respeito desses
hebreus, no versículo que a precede. E estes os
declara em parte por encorajamento, e em parte para
que eles possam estar satisfeitos com sua
sinceridade, e que ele não lhes deu palavras para
seduzi-los ou atraí-los. E as razões que ele dá para
este propósito podem ser reduzidas a duas cabeças: -
307
1. A observação que ele fez sobre sua fé e amor, com
os frutos deles. 2. A fidelidade de Deus na aliança,
onde a preservação final de todos os verdadeiros
crentes depende. Esses são os fundamentos dessa
persuasão quanto ao estado e condição que ele
expressou nas palavras anteriores. Daí a sua
persuasão era de natureza mista, e tinha algo de fé
divina, e um tanto apenas de certeza moral. Quando
ele tirou sua conclusão ou construiu sua persuasão, a
fidelidade ou a justiça de Deus, assim havia nela uma
infalível garantia de fé, que não poderia enganá-lo;
pelo que acreditamos sobre Deus, como ele se
revelou, é infalível. Mas, como sua persuasão dizia
respeito à fé, ao amor e à obediência, que ele havia
observado neles, era apenas uma garantia moral, e tal
como na sua própria natureza poderia falhar; pois
somente Deus é fiel, e nós que julgamos pelas
evidências externas de coisas invisíveis podemos
falhar. A proposição da fidelidade de Deus é de
verdade infalível. A sua aplicação a estes hebreus
apenas de provas morais. Tal persuasão que
podemos ter neste caso, que é prevalecente contra
todas as objeções, é uma certa regra para o
desempenho de todos os deveres da nossa parte para
com os outros; e tal tinha o apóstolo a respeito desses
hebreus. Primeiro, o que, em primeiro lugar,
confirma sua persuasão, é "seu trabalho": “Deus não
é injusto, para esquecer seu trabalho". Não é um
trabalho singular, mas um curso de trabalho que Ele
pretende, e o que é esse trabalho é declarado naquele
308
lugar paralelo do mesmo apóstolo, 1 Tessalonicenses
1: 3, "lembrando-nos sem cessar da vossa obra de fé,
do vosso trabalho de amor e da vossa firmeza de
esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de
nosso Deus e Pai." O trabalho aqui destinado é a
"obra da fé", toda a obra de obediência a Deus, da
qual a fé é o princípio e o que nos leva a isso. Daí se
chama "a obediência da fé", Romanos 16: 26. E essa
obediência da fé de acordo com o evangelho é
chamada de "seu trabalho". 1. Por ser seu principal
emprego, seu chamado para entrar nela. Eles não
atendiam ocasionalmente, ou quando não tinham
mais nada para fazer, como é a maneira de alguns. A
religião era seu negócio, e a obediência do evangelho
seu trabalho diário. Este era o seu "todo", até "temer
a Deus e guardar os seus mandamentos", como é
expresso no Antigo Testamento. 2. Porque há
trabalho e mão de obra nele, ou grandes dores para
serem tomadas sobre isso. Para o presente, nosso
apóstolo no versículo seguinte exige sua "diligência",
versículo 11; como Pedro "toda diligência", 2 Pedro
1:10. E podemos observar em nosso caminho, -
Observação I. Que a fé, se for uma fé viva, será uma
fé de trabalho. É a "obra da fé" que o apóstolo aqui
elogia. Este caso é tão afirmado por Tiago que não
precisa de mais confirmação: Tiago 2:20, "Mas
queres saber, ó homem vão, que a fé sem as obras é
estéril?" É um homem vil aquele que pensa o
contrário, que espera qualquer benefício por aquela
fé que não funciona pelo amor. Quando a doutrina da
309
livre justificação pela fé, através da imputação da
justiça de Cristo, foi primeiro revelada e declarada,
seu grande designio era persuadir os homens de que
não havia necessidade de obediência; e assim eles
poderiam alcançar qualquer tipo de persuasão da
verdade do evangelho, ou fazer sua profissão,
viverem com o pecado, e negligenciam todas as boas
obras e deveres da obediência. E embora isso seja
agora condenado por todos, ainda assim na verdade
não é mais, mas o que sobre a matéria a maioria
pratica. Pois eles supõem que, ao serem de tal ou qual
religião, papistas ou protestantes, ou similares, serão
salvos, sejam quais forem seus caminhos e obras.
Assim, os papistas, por exemplo, são realmente os
maiores solifídios do mundo. Porque para eles
possuir a fé da igreja é suficiente para garantir a
salvação de qualquer um. Esta abominação foi
iniciada inicialmente, foi suprimida pelos escritos de
Tiago e João. Pois o primeiro deixa clara e
diretamente a vaidade dessa pretensão, declarando
que aquela fé de quem eles professavam e se
vangloriavam não era a fé pela qual qualquer um
deveria ser justificado diante de Deus. Pois esta fé é
viva, operativa e frutífera, e evidencia-se a todos por
suas obras e frutos; enquanto que a fé, da qual os
homens vãos que viviam em seus pecados se
vangloriam, estava tão longe de ser uma graça do
Espírito de Deus, que não era mais senão o que havia
nos próprios demônios. O apóstolo João usa sua
primeira epístola para declarar a necessidade do
310
amor e obediência, ou manter os mandamentos de
Cristo. Por isso, o inimigo da nossa salvação foi
derrotado nesta tentativa, ele se revelou no outro
extremo; afirmando que as obras da fé tinham o
mesmo lugar na nossa justificação com a própria fé.
"E por que elas não deveriam? Não são da fé e elas
igualmente não produzem obediência em nós? Não
são da fé e são igualmente exigidos pelo evangelho?
Por que eles não devem ter uma influência igual em
nossa justificação, pelo menos no mesmo tipo,
embora a fé em algumas considerações possa ter a
preeminência?" Eu digo que essas coisas são
invocadas em parte; mas em suma, o desígnio não
consiste em avançar as obras em igualdade com a fé,
mas para avançar para Cristo e sua justiça. Pois,
quando dizemos, somos apenas justificados pela fé,
não dizemos que a fé é a nossa justiça, mas como
apreende a justiça de Cristo, como ele é o fim da lei
para a justiça para os que creem. E este é o uso para
o qual Deus criou a fé, e que, em sua própria
natureza, é adequado. Mas traga as obras da
obediência para o mesmo lugar, e elas não servem
senão para nos serem imputadas para a justiça, e
para possuir o lugar de Cristo e a sua justiça em nossa
justificação. Mas todos esses problemas poderiam ter
sido poupados, se os homens não estivessem muito
prontos e propensos a receber impressões das ações
astutas de Satanás contra a pureza e a simplicidade
do evangelho. Pois nada é mais evidentemente
expresso e ensinado nele do que estas duas coisas: 1.
311
Que somos justificados livremente pela fé, através da
redenção que está no sangue de Cristo e, portanto,
pela imputação de sua justiça a nós. 2. Que a fé que
tem esse efeito, que é desse uso, é viva, operativa,
frutífera, e se evidenciará pelas obras, em obediência
aos mandamentos de Deus. E isso é o que aqui
defendemos, a saber, que uma fé viva será uma fé de
trabalho. E é um homem vão aquele que se engana
com qualquer outra coisa. E ainda este é o curso das
multidões. Mas, no entanto, os homens não se
enganam aqui, teoricamente, mas praticamente.
Nunca mais me encontrei com qualquer homem na
minha vida que o professasse como seu juízo, para
que ele acreditasse corretamente, vivesse como
quisesse, seguisse suas concupiscências e
negligenciasse todas as boas obras ou deveres
sagrados de obediência; pois isso implica uma
contradição. Então, acreditar, está tão longe de
acreditar corretamente, pois contém nele uma
rejeição total do evangelho. Mas, praticamente,
vemos que a generalidade dos homens se contenta
com o conhecimento que eles têm de religião e a fé
que eles pensam terem em Cristo, sem antes se
esforçarem pela alteração da vida ou pela busca da
fecundidade nas boas obras. Agora, isso não é de
nenhuma conclusão que eles extraem de qualquer
doutrina que eles professam acreditar, mas do poder
das trevas e do engano do pecado que regem neles. E
não é de outra forma entre eles que são ensinados a
acreditar que são justificados por suas obras. Pois
312
não há uma raça de pecadores maiores e mais
flagrantes do que, em sua maior parte, são os homens
dessa persuasão. Apenas, por seu alívio, seus líderes
forneceram-lhes uma comutação de outras coisas em
vez de suas boas obras, o que deve fazer a ação para
eles, como penitências, perdões, purgatórios,
confissões, peregrinações e outros. Mas seja qual for
a persuasão dos homens, certa ou errada, onde o
pecado é predominante, eles serão ímpios; e seja qual
for o objeto de sua fé, se não estiver vivendo no
assunto, não pode funcionar nem ser frutífero. II.
Devemos olhar para a obediência como nosso
trabalho, o que não admitirá nem preguiça nem
negligência. Aqui reside a ocasião da ruína das almas
de muitos que professam o evangelho. Os deveres da
profissão são, naturalmente, para eles, e aquilo que
se encontra sem a força de seu principal trabalho e
negócios no mundo. Isso faz com que sua profissão
sirva para nenhum outro fim, senão para torná-los
seguros em uma condição perigosa. Agora, que a
nossa obediência pode ser o nosso trabalho, é
necessário, 1. Para que o atendimento e a promoção
dele, para a glória de Deus, seja o nosso desígnio
principal no mundo. Deus ameaça severamente
aqueles que andam contrariamente com ele: Levítico
26:21, - "Ora, se andardes contrariamente para
comigo, e não me quiseres ouvir, trarei sobre vos
pragas sete vezes mais, conforme os vossos
pecados.", isto é, sem torná-lo seu projeto principal,
e usando sua máxima diligência e cuidado para
313
prosseguir de forma correta: versículo 24, "eu
também andarei contrariamente para convosco; e eu,
eu mesmo, vos ferirei sete vezes mais, por causa dos
vossos pecados.", "embora eu continue com você,
como alguém caminhando com você, em minhas
ordens e instituições externas, ainda não o
considerarei, para lhe fazer qualquer bem, sim, eu
vou puni-lo severamente, apesar da aparência da
nossa caminhada juntos", como segue no lugar. No
entanto, é esse o curso de muitos, que se agradam em
sua condição. Eles caminham com Deus em
aparência externa, pela realização de deveres em seus
tempos, curso e ordem; mas eles andam "em todas as
aventuras", como para qualquer desígnio especial de
suas mentes sobre isso, que é contrário à vontade de
Deus. Barnabé exortou os discípulos em Antioquia, a
"perseverarem no Senhor com firmeza de coração",
Atos 11:23; isto é, com uma resolução firme para
cumprir e perseguir a obediência a que foram
chamados. Então Paulo diz a Timóteo que "conheceu
sua doutrina, modo de vida e propósito", 2 Timóteo
3:10; a saber, como seu objetivo principal, desígnio e
resolução, devem permanecer e continuar seu curso
de fé e obediência. E, em seguida, é qualquer objeto
do nosso propósito e desígnio principal. (1.) Quando
subordinamos todas as outras coisas e ocasiões a ele,
para que elas não possam interferir, nem estar em
concorrência com ele; quando para nós o viver é
Cristo, ou ele é o principal fim de nossa vida. Quando
os homens geralmente costumam praticar outras
314
coisas para desviá-los de deveres de obediência em
sua época, a obediência não é o seu principal
desígnio. (2.) Quando possui o lugar principal em
nossa avaliação e estima. E isso é absolutamente
aonde alcançamos essa condição, que enquanto o
trabalho da fé. e a obediência prosperam em nossos
corações e vidas, não nos envolvemos muito com o
que nos interessa neste mundo. Este foi o quadro do
nosso apóstolo, Atos 21:13; Filipenses 3: 7,8. Mas,
devido à fraqueza e comprometimento de nossas
afeições naturais aos confortos lícitos desta vida,
alguns não conseguem se elevar a essa altura do
desprezo dessas coisas. No entanto, devemos dizer
que, se houver alguma sinceridade em fazer da nossa
obediência o desígnio principal de nossas vidas,
haverá uma preferência constante para todas as
outras coisas. Como quando um homem tem muitas
perdas particulares, ele pode ter o senso delas; e
ainda assim, se ele ainda tem aquilo em que consiste
a sua principal riqueza, ele não somente será
consolado, como também ficará satisfeito com isso.
(3.) Quando qualquer coisa é o objeto do nosso
projeto principal, as principais intenções de nossas
mentes estarão ocupadas nele. E isso faz a grande
diferença em profissão e deveres. Os homens podem
multiplicar os deveres em um curso deles, e ainda
assim seus espíritos não estão envolvidos a respeito
deles como seus negócios. Considere como a maioria
dos homens conhece seus assuntos seculares. Eles
não só fazem as coisas que devem ser feitas, mas eles
315
batem, como dizemos, suas cabeças e mentes sobre
eles. E observa-se que, por mais industriosos que
sejam, muitos homens podem ser, mas, se eles não
têm uma boa disposição e projeção sobre seus
assuntos, eles raramente prosperam neles. Isto
sucede também em coisas espirituais. O temor do
Senhor é a nossa sabedoria; é nossa sabedoria
manter seus mandamentos e caminhar em seus
caminhos. Agora, o principal trabalho de sabedoria
consiste em elaborar e descartar as formas e os
métodos pelos quais qualquer fim que visamos pode
ser obtido. E, quando isso não é exercido, a
obediência não é o nosso trabalho. Como as tentações
podem ser evitadas, como as corrupções podem ser
subjugadas, como as graças podem ser aumentadas e
fortalecidas, como as oportunidades podem ser
melhoradas, como os deveres podem ser realizados
para a glória de Deus, como a vida espiritual pode ser
fortalecida, a paz com Deus mantida, e o
conhecimento de Jesus Cristo aumentado, são os
pensamentos e as disposições diárias daquele que faz
da obediência seu trabalho. 2. A diligência real e a
vigilância são necessárias em nossa obediência, se
fizermos o nosso trabalho. E 3. A segunda coisa sobre
a qual o apóstolo baseia sua confiança em relação a
esses hebreus é o "trabalho de amor", pois as palavras
expressam uma graça distinta e seu exercício, e não
são exegéticas da expressão precedente. Não é "seu
trabalho, isto é, seu trabalho de amor", mas este
"trabalho de amor" se distingue do seu "trabalho" em
316
geral, como uma parte eminente ou instância disso.
Do "seu trabalho", isto é, da obediência em geral, o
trabalho da fé; "E do seu trabalho de amor",
nomeadamente, em particular e eminentemente. As
cópias originais são uniformes, e o lugar paralelo
exige expressamente isso, 1 Tessalonicenses 1: 3. Há
na parte restante deste versículo, o que depende
dessas palavras: 1. O que o apóstolo atribui a estes
hebreus; que é o "trabalho do amor". 2. O caminho
pelo qual eles evidenciaram esse trabalho de amor;
eles "mostraram" isso. 3. O objeto disso; e esses são
os "santos". 4. O motivo formal e o motivo principal
para ele; que é o "nome de Deus", pelo amor de seu
nome. 5. O caminho do seu exercício; foi por
ministério, passado e presente; "na medida em que
você ministrou e ministra". No primeiro destes, o
apóstolo observa a própria graça e seu exercício, o
"amor" e o "trabalho". Essa graça ou dever sendo
excelente e raro, e seu exercício no trabalho é
altamente necessário, sendo uma evidência principal
de uma boa condição espiritual, de interesse nas
"coisas melhores que acompanham a salvação".
Desviarei um pouco para a consideração especial
delas: - Primeiro, "amor", é o segundo grande dever
da vida de Deus que é trazido à luz pelo evangelho. É
fé que dá glória a Deus nas alturas, e amor que traz
paz sobre a terra; em que os anjos compreendiam a
substância de nossa libertação por Jesus Cristo,
Lucas 2: 14. Não há nada disso no mundo inteiro,
senão o que é derivado do evangelho. Todas as coisas
317
foram feitas em um estado de amor. Essa retidão,
ordem, paz e harmonia, que estavam em toda a
criação, foi uma impressão e uma expressão do amor
de Deus. E nosso amor para com ele era o vínculo
dessa perfeição, e a estabilidade desse estado e
condição. Toda a beleza da criação aqui embaixo
consistiu nisso, isto é, no amor do homem a Deus
acima de tudo, e todas as outras coisas nele e para ele,
para exprimir a sua glória e propriedades. Foi este
amor que estava em Deus por todas as suas criaturas,
o que ele testemunhou declarando que elas são todas
"muito boas". Quando o homem pelo pecado tinha
quebrado o primeiro elo dessa cadeia de amor,
quando assim perdemos o amor de Deus e
renunciamos a nosso próprio amor para ele, tudo
caiu em desordem e confusão em toda a criação, -
todas as coisas estavam cheias de inimizade mútua e
ódio. A primeira instância do amor mútuo entre as
criaturas foi tanto a de anjos quanto a de homens,
como aqueles que estavam na aliança mais próxima,
e feitos para o mesmo fim, da glória de Deus. Pois,
como os anjos se regozijaram em toda a criação de
Deus, quando essas "estrelas da manhã cantavam
juntas, e todos os filhos de Deus gritavam de alegria",
Jó 38: 7; de modo que o homem, sendo o objeto mais
capaz do seu amor, era o seu deleite especial: e o
homem sendo feito para amar a Deus acima de tudo,
e todas as outras coisas nele e para ele, seu amor
principal deve ser consertado sobre aqueles que
tiveram o máximo da imagem e feitos a mais gloriosa
318
representação de Deus. Mas o vínculo do amor sendo
dissolvido, a inimizade mútua penetrou. E o primeiro
ato de obediência angélica de que lemos, foi o de
guardar o homem de um retorno ao Éden e comer da
árvore da vida, Gênesis 3:24; e o homem poderia vê-
los apenas como espadas flamejantes, prontos para
executar a ira de Deus e a maldição sobre ele. E este
estado teria continuado até a eternidade, se Deus não
tivesse reunido todas as coisas em uma, tanto as que
estão nos céus e as que estão na terra, em Cristo
Jesus, Efésios 1:10. Nunca mais haveria algum amor,
nem deveres de amor, entre anjos e homens, se Deus
não tivesse restaurado todas as coisas por Jesus
Cristo. Este é o único fundamento de todo o
ministério dos anjos, Hebreus 1:14. Para os próprios
homens, a inimizade e o ódio mútuos os possuíam; e
aquele que primeiro atuou nesse quadro e espírito
que veio sobre eles foi um assassino e matou seu
irmão. E este, o apóstolo, propõe como instância e
exemplo desse ódio e inimizade que está entre os
homens sob a maldição, 1 João 3: 11,12. E não há
evidências maiores de que qualquer pessoa esteja
desinteressada na restauração de todas as coisas por
Cristo, do que a falta desse amor, que foi novamente
introduzido. Assim, o apóstolo, descrevendo a
condição dos homens em sua condição não
regenerada, afirma que "vivem em maldade e inveja,
odiando e sendo odiados", Tito 3: 3. Seguiu-se
também uma inimizade entre o homem e toda a
criação aqui embaixo. O pecado do homem trouxe
319
todas as coisas para uma condição de vaidade e
escravidão; da qual gemem para serem libertados,
Romanos 8: 20-22. E a terra, a mãe comum de todos
eles, como para se vingar do homem, não produz
nada espontaneamente além de espinhos e cardos,
Gênesis 3:18; e não gera força para o seu trabalho,
Gênesis 4:12. Daí é toda essa vaidade e dor de parto,
com que a vida do homem é preenchida. Após a
entrada desta desordem e confusão, não havia nada
do verdadeiro amor original no mundo, nem era por
qualquer meio alcançável; pois tudo surgiu do amor
de Deus e foi animado pelo nosso amor a ele. Mas
agora todas as coisas estavam cheias de sinais e
evidências da ira, desagrado e maldição de Deus por
vcausa do pecado; e os homens foram totalmente
alienados da vida de Deus. Nenhuma nova fonte ou
vida poderia ser dada ao amor, senão por uma nova
descoberta de que Deus era amor e tinha um amor
por nós. Pois assim o apóstolo nos diz: "Nisto está o
amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas
em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho como
propiciação pelos nossos pecados.", 1 João 4:10. Mas
"se Deus assim nos amou, nós também devemos
amar-nos uns aos outros.", versículo 11. Nenhum
amor poderia haver, até que uma nova revelação
fosse feita que "Deus é amor", porque o primeiro que
ele manifestou na criação, estava completamente
perdido. E isso foi feito por Jesus Cristo. Esta foi a
fonte de todo esse amor que estava no Antigo
Testamento, porque era uma nova descoberta que
320
ainda havia amor em Deus para a humanidade caída.
E tudo o que no mundo possa se pretender, ainda
que, se não proceder da nova revelação e descoberta
de que "Deus é amor", não é nada desse amor divino
que é exigido de nós. E isso é apenas em Cristo; nele,
somente há a "benignidade e o amor de Deus para a
humanidade", Tito 3: 4. E aqui está uma base
fundada e umafonte aberta de um amor muito mais
excelente do que aquele com que a nossa natureza foi
adornada na primeira criação. Pois o amor de Deus é
a causa e a nossa fonte, que é um cumprimento da
manifestação dele, quanto mais eminentemente o
amor de Deus se manifesta, mais eminente é aquele
amor que é o seu fruto. E o amor de Deus é muito
mais gloriosamente exibido em Cristo do que em
todas as obras de suas mãos. Nele, somente sabemos
que Deus tem amor, mas que ele é amor; que ele ama
os pecadores, e que tal amor como, na fonte, significa
e efeitos dele, é a cada caminho inefável e
incompreensível. Tudo o que pretendo é expresso
pelo apóstolo João, 1 João 4: 7-12: "Amados, amemo-
nos uns aos outros, porque o amor é de Deus; e todo
o que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.
Aquele que não ama não conhece a Deus; porque
Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus
para conosco: em que Deus enviou seu Filho
unigênito ao mundo, para que por meio dele
vivamos. Nisto está o amor: não em que nós
tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a
nós, e enviou seu Filho como propiciação pelos
321
nossos pecados. Amados, se Deus assim nos amou,
nós também devemos amar-nos uns aos outros.
Ninguém jamais viu a Deus; e nos amamos uns aos
outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é em
nós aperfeiçoado." Tudo o que antes afirmamos, e
muito mais, é aqui declarado pelo apóstolo. É o amor
de Deus amor ele mesmo que é a eterna fonte de todo
amor em nós. Nem podemos ter nada disso, nem
interesse nele, sem algum efeito glorioso e
manifestação do amor de Deus; que ele também deu
em "enviar o seu Filho para ser a propiciação pelos
nossos pecados". E o amor que daí procede, portanto,
tem todas as propriedades gloriosas aqui atribuídas.
Portanto, não há tal maneira e meio para expressar a
luz distintiva, a graça e o poder do evangelho,
nenhuma evidência da realidade do nosso interesse
em Deus, como amor; ou no amor de Deus por Cristo,
como por e em nosso próprio amor por ele e para ele.
O corpo místico de Cristo é o segundo grande
mistério do evangelho. Primeiro é sua pessoa, aquele
"grande mistério da piedade, Deus é manifesto na
carne". Neste corpo místico, temos comunhão com a
Cabeça e com todos os membros; com a Cabeça pela
fé, e com os membros pelo amor. Nem o primeiro
completará nosso interesse nesse corpo sem o
último. Por isso, eles são freqüentemente unidos por
nosso apóstolo, não apenas como os que são
necessários, mas como os que constituem
essencialmente, a união de todo o corpo místico e a
sua comunhão, Gálatas 5: 6; Efésios 6:23; 1
322
Tessalonicenses 1: 3; 1 Timóteo 1:14, 6:11; 2 Timóteo
1:13, 2:22: por isso, sem amor, não pertencemos mais
ao corpo de Cristo do que sem a própria fé. E, em um
só lugar, ele os transpõe em sua expressão, para
manifestar a sua conexão inseparável e uso para a
união e comunhão de todo o corpo, pois exige algum
cuidado em sua distribuição para seus objetos
peculiares: Filemom 5, "ao ouvir falar do amor e da
fé que tens para com o Senhor Jesus e para com todos
os santos." Ambas estas graças são ditas como se
fossem exercidas da mesma maneira em relação a
seus objetos, Cristo e os santos. Mas, embora Cristo
seja o objeto do nosso amor também, e não somente
de nossa fé, ainda não são os santos, de modo que o
objeto do nosso amor seja também o objeto de nossa
fé. Acreditamos em uma comunhão com eles, mas
não temos fé neles. Existe, portanto, uma variação
nas preposições prefixadas para os objetos
respectivos dessas graças. E isso nos dirige para uma
distribuição dessas graças em suas operações até
seus objetos distintos; - fé para com o Senhor Jesus,
e amor aos santos. Mas eles estão tão misturados
aqui, para declarar a conexão infalível que há entre
eles na constituição do corpo místico de Cristo. Isto,
portanto, é a forma, a vida e a alma, de todos os
deveres mútuos entre os membros do corpo místico
de Cristo. Tudo o que passar entre eles em obras
externas, para que possam ser úteis e benéficos um
para o outro, se não vier a partir desse princípio de
amor, se não for animado desse modo, não há nada
323
de comunhão evangélica. Essa graça e dever é o efeito
peculiar e a glória do evangelho, a forma e a vida do
corpo místico de Cristo, a promessa e evidência do
nosso interesse pelas "coisas melhores que
acompanham a salvação", declara brevemente a
natureza disto e mostra o motivo da necessidade de
seu exercício diligente. O amor mútuo entre os
crentes é um fruto do Espírito de santidade e efeito
da fé, pelo qual, sendo unidos no vínculo de todo o
afeto espiritual, por conta de seus interesse comum
em Cristo e participação da mesma natureza nova,
divina e espiritual de Deus, eles valorizam, deleitam
e se regozijam uns aos outros e são mutuamente úteis
em uma descarga constante de todos esses deveres,
pelo queo bem espiritual e temporal podem ser
promovidos. 1. É um fruto do Espírito de santidade,
do Espírito de Cristo, Gálatas 5:22. Não é mais de nós
mesmos do que a fé é o dom de Deus. As afeições
naturais são embutidas na constituição de nossos
seres. As afeições carnais crescem inseparáveis de
nossa natureza como corrompidas. Ambos, excitados
por vários objetos, relações, ocasiões e interesses,
exercem-se em muitos efeitos externos do amor. Mas
este amor não tem raiz em nós mesmos, até que seja
plantado em nós pelo Espírito Santo E, como é
assim, é a parte principal da renovação de nossas
naturezas na imagem de Deus, que é amor. Este
"Deus é amor; e todo aquele que ama é nascido de
Deus", 1 João 4: 7. Vocês são ensinados de Deus a
amar uns aos outros. 2. É um efeito da fé. "A fé opera
324
pelo amor", Gálatas 5: 6. Assim, como observamos
anteriormente, "o amor aos santos" é tão
frequentemente adicionado à "fé em nosso Senhor
Jesus Cristo", como o efeito e a promessa disso. E,
embora proceda, em geral, da fé, respeitando aos
mandamentos e promessas de Deus, mas deriva
imediatamente da fé como agida no Senhor Jesus
Cristo. Pois ele é o chefe de todo o corpo místico, é fé
naquele que age por amor para com todos os
membros. Segurando-o, a cabeça, pela fé, todo o
corpo se edifica em amor, Efésios 4: 15,16. E quanto
mais sincera, ativa e firme a nossa fé em Cristo, a
vontade mais abundante será e o nosso amor em
relação a todos os seus santos. Pois a fé em Cristo
primeiro excita o amor; de quem, por assim dizer,
desce a tudo o que ele encontra dele em outros. E
nosso amor pelos santos é senão o amor de Cristo
exibido para eles em nós. De acordo com o apóstolo
Tiago, onde o amor não está, a fé está morta. Não que
seja a vida da fé, mas essa fé, onde quer que esteja
viva, funcionará pelo amor. A fé, portanto, é a vida, o
princípio animador e animador do amor, e não o
contrário. E esse amor que não procede, que não é o
efeito da fé e que não é animado pela fé, não é o que
exige o evangelho. 3. Os crentes estão unidos em todo
o amor. Este é o cimento pelo qual todo o corpo
místico de Cristo está "unido", Efésios 4:16. Esta
adesão mútua é a união, cimentando o fluxo de amor.
É apenas uma imagem do corpo, ou uma carcaça
morta que os homens criaram, onde eles fariam um
325
vínculo para professantes do cristianismo,
consistindo em ordem externa, regras e métodos de
deveres. Uma igreja sem ele é um monte de pedras
mortas, e não pedras vivas, bem compactadas e
construídas num templo para Deus. Quebre este
vínculo de perfeição, e toda ordem espiritual da
igreja cessa; pois o que resta é carnal e mundano.
Pode haver igrejas constituídas em uma ordem
humana e externa, em supostos princípios
prudenciais de união e deveres externos de
comunhão, que podem continuar em sua ordem,
onde não há amor espiritual, evangélico em exercício
entre os membros delas; mas onde as igrejas não têm
outra ordem nem vínculo de comunhão, senão o que
é designado por Cristo, onde quer que este amor se
perca, toda a sua ordem se dissolverá. 4. Este amor
mútuo entre os crentes nasce e é animado pelo
interesse mútuo deles em Cristo, com a participação
da mesma natureza divina. É da sua união em Cristo,
a cabeça, que todos os membros do corpo contribuem
mutuamente o que eles derivam dele para a
edificação do todo no exercício do amor. Por isso são
todos trazidos para a relação mais próxima; qual é o
motivo mais efetivo e poderoso atraente para o amor.
Pois, como diz o Senhor Jesus Cristo de todo aquele
que fazem a vontade de Deus: "O mesmo é meu
irmão, minha irmã e minha mãe", Mateus 12:50, ele
é muito querido por ele, como está na relação mais
próxima dEle: assim são todos os crentes, em virtude
de seu interesse comum em Cristo, sua cabeça, como
326
irmãos, irmãs e mães um para o outro; como
membros do mesmo corpo, que está ainda mais
próximo; de onde deve surgir o amor mais intenso. E
eles têm, assim, a mesma natureza espiritual nova
em todos eles. Com este amor espiritual, aquele que
ama a si mesmo, isto é, é o que mais valoriza a
imagem de Deus em si mesmo, - mais ama os outros
em quem a mesma imagem está. E podemos saber se
apreciamos e aplicamos a graça em nossos próprios
corações, pelo amor que temos para com aqueles em
quem se manifesta, 1 João 5: 1. Este amor, em
primeiro lugar, age por valorização, estima e deleite.
Assim, o salmista afirma que "quanto aos santos que
estão na terra, eles são os ilustres nos quais está todo
o meu prazer.", Salmo 16: 3. O apóstolo leva isso ao
auge, naquele instante em que "devemos dar as
nossas vidas pelos irmãos", 1 João 3:16. Pois,
enquanto a vida é abrangente de tudo o que nos é
querido ou útil neste mundo, o que devemos, se
chamado a isso, nos separarmos de nossas vidas,
devemos valorizar e estimar acima de todos eles. É
verdade, os casos em que isso é realmente necessário
em nós não ocorrem com frequência, e eles são tais
somente, em que a glória e o interesse de Cristo se
preocupam de maneira especial; mas o amor que
sempre disporá, e quando nos chamar, que nos
permita a este dever, é necessário estar em nós, se
somos discípulos de Cristo. Assim, devemos premiar
e valorizá-los, pelo menos para estar pronto para
compartilhar com eles em todas as suas condições.
327
Porque, - 6. Este amor age por todos os meios, em
todas as formas e deveres pelo qual o bem eterno,
espiritual e temporal dos outros pode ser promovido.
No momento, eu apenas procurei essa descrição
desse amor, que possa distingui-lo daquela fria e
formal pretensão em alguns deveres externos. Este é
o amor que o evangelho cumpre com seriedade e
requer de forma tão indispensável de todos os
discípulos de Cristo. Isto, com seu exercício e efeitos,
seu trabalho e frutos, é a glória, a vida e a honra de
nossa profissão; sem o qual nenhum outro dever é
aceito com Deus. E o motivo é manifesto, a partir do
que foi falado, por que o apóstolo dá isso como
motivo de sua boa persuasão a respeito desses
hebreus, ou que eles tiveram um interesse especial
por essas coisas melhores de que a salvação é
inseparável. Pois se esse amor é decorrente da graça
do evangelho, se ele surge tanto do amor de Deus em
Cristo, como nunca houve, nem pode haver o mínimo
dele no mundo, de que não seja uma emanação
aquele amor; e se, em sua natureza especial, se
relaciona tão particularmente com o Espírito de
Cristo e nossa união com ele; deve ser então uma das
principais evidências de uma boa condição espiritual.
E o mesmo ainda aparecerá se considerarmos os
motivos pelos quais é aplicado no evangelho, que são
principalmente os seguintes: - 1. Como a cabeça de
todas as outras considerações, o Senhor Jesus Cristo
expressa isso como o que deveria ser a grande
evidência para o mundo da verdade e do poder do
328
evangelho, como também de seu próprio ser enviado
de Deus: João 17:21, "para que todos sejam um; como
tu, pai, és em mim, e eu em ti, para que eles também
sejam um em nós: para que o mundo acredite que me
enviaste". É verdade, existe outro princípio especial
da união dos crentes, como são um em Deus e em
Cristo. Este é o único Espírito pelo qual todos eles
estão unidos a ele, como sua cabeça mística. Mas isso
sozinho não é pretendido aqui, como sendo o que o
mundo não pode discernir, nem consequentemente
ser convencido. Ele pretende, portanto, sua união
entre eles; a vida e o espírito, e o vínculo de que é esse
amor, como foi declarado. Não há outro tipo de
unidade que possa estar entre os cristãos que carece
da menor convicção com ela da divina missão,
verdade e poder de Cristo. Pois todos podem ser
carnais, desde princípios carnais e para fins carnais;
em que o mundo não pode ver nada extraordinário,
como tendo muitas dessas unidades próprias. Aqui,
portanto, o testemunho consiste em que damos ao
mundo que Jesus Cristo foi enviado de Deus. E se
falharmos aqui, fazemos o que podemos para
endurecer o mundo em sua impenitância e
incredulidade. Ver os crentes que vivem no amor, de
acordo com a natureza e agindo os deveres antes
mencionados, foi na antiguidade um grande meio de
convicção do mundo em relação à verdade e ao poder
do evangelho; e será assim de novo, quando Deus
novamente derramará abundantemente aquele
Espírito de luz e amor pelo qual oramos. E, em certa
329
medida, o faz no momento; porque todo aquele que
considere a verdadeira igreja de Cristo corretamente,
encontrará as evidências de um poder divino nesta
matéria. Para isso, e sempre fez, consiste em todo
tipo de pessoas, em todas as nações e línguas, seja o
que for. Alto e baixo, rico e pobre, judeus, gregos,
bárbaros, homens de todos os interesses, humores,
oposições, circunstâncias, constituem esse corpo,
essa sociedade; ainda existe entre todos estes,
conhecidos uns dos outros ou desconhecidos, um
amor inefável, pronto para trabalhar e exercitar-se
em todas as ocasiões, de todas as maneiras antes
insistidas. E isso pode ser de nenhum outro princípio
senão do Espírito e do poder divino de Deus, dando
testemunho, assim, do Senhor Cristo, de quem são
discípulos. 2. Nosso direito ao nosso privilégio e
evidência de nosso ser, como discípulos de Cristo,
depende do nosso amor mútuo: João 13: 34,35: "Um
novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos
outros; assim como eu vos amei a vós, que também
vós vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos
que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos
outros." Este mandamento especial de Cristo sobre o
amor mútuo entre seus discípulos é aqui e em outro
lugar chamado "um novo mandamento". Quando a
humanidade pelo pecado caiu do amor de Deus e
dele, de amá-lo e ser amado dele, eles caíram em
todas maneiras de discordâncias e uma inimizade
entre eles, "insensatos, desobedientes, extraviados,
servindo a várias paixões e deleites, vivendo em
330
malícia e inveja odiosos e odiando-nos uns aos
outros.", Tito 3: 3. E da mesma raiz ainda brota toda
disputa: "Donde vêm as guerras e contendas entre
vós? Porventura não vêm disto, dos vossos deleites,
que nos vossos membros guerreiam?", Tiago 4: 1.
Nas revelações anteriores da vontade de Deus, como
na lei, havia o amor mútuo comandado; inveja, ódio
e vingança, sendo proibidos. Mas, no entanto, houve
um grande defeito e fraqueza neste assunto; em parte
na obscuridade da lei; em parte por algumas
tolerâncias que Deus estava satisfeito de exercer para
com esse povo carnal, por causa da dureza de seus
corações; e em parte da sua escuridão, que não
entendiam a espiritualidade e a santidade dos
comandos. Mas a principal imperfeição da lei neste
assunto era que não deu nenhum exemplo desse
amor que é necessário para nos restaurar naquela
condição do amor de Deus e uns aos outros dos quais
nos afastamos. Isto foi reservado para Cristo, para
"que em todas as coisas ele possa ter a
preeminência". Até que ele nos dê o exemplo disso
em seu amor inexprimível para nós, que tão
frequentemente é proposto para a nossa imitação,
não podemos saber com que tipo de amor devemos
nos amar uns aos outros. Então, diz ele, João 13:34:
"Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei". Veja 1
João 3:16. Por isso, o mandamento do amor torna-se
"um novo mandamento", não só porque foi recém-
revivido por Cristo de maneira especial, quando a
doutrina dos deveres dele foi lançada sob corrupções
331
farisaicas, Mateus 5, e a prática dela na maldade do
mundo; nem só porque era mais claramente dado por
ele do que pela lei; nem só porque ele nos revelou o
amor de Deus; mas principalmente porque agora foi
fundado, estabelecido e animado pelo exemplo do
próprio amor de Cristo, que lhe deu uma nova vida e
natureza, tornando-se "um novo mandamento". E a
primeira observação é a primeira evidência de a
renovação de todas as coisas por Jesus Cristo. Ele
veio restaurar e renovar todas as coisas; mas o
trabalho é, na maior parte, secreto e invisível, nas
almas dos homens. Que evidência e sinal desta ótima
obra são oferecidos ao mundo? É principalmente
isso, o surgimento da prática desse amor, que é, de
certo modo, o cumprimento daquela lei original da
nossa criação que rompemos e da qual caímos. Pois
assim ele acrescenta: "Por isso, todos saberão que
vocês são meus discípulos, se tiverem amor um para
o outro". O grande exemplo que eu estabeleci como
ser o amor; o novo mandamento que lhe dei do amor;
o desígnio que eu tenho que realizar e por você ser a
renovação do amor; como devem ou podem os
homens de outra forma conhecê-lo senão por meus
discípulos, senão por seu amor mútuo?" Sem isso,
portanto, não podemos provar que somos discípulos
de Cristo. E essa consideração é de mais peso comigo
do que mil disputas conflitantes que levariam os
homens a formas tão externas e complicadas como
eles chamam de amor. 3. Esse amor mútuo é aquele
em que consuma a comunhão dos santos. Como é
332
grande aquilo que é a comunhão, aparece do lugar
que o reconhecimento disso sempre teve nos antigos
credos da igreja. Não digo que essa comunhão
consiste unicamente nisso. Possui uma participação
comum do mesmo Espírito santificante e um
interesse comum na mesma cabeça espiritual, Cristo
Jesus, quanto aos seus princípios e participação
comum das mesmas ordenanças quanto ao seu
exercício. Mas, nisto, esta comunhão entre si consiste
principalmente. Que não tem interesse em um
cumprimento externo de certos ritos e cerimônias,
que são inventados, não pela vida de unidade, mas
por uma demonstração de uniformidade, eu suponho
que todos os homens estão suficientemente
satisfeitos. Mas esta é a ordem da comunhão dos
santos: o fundamento disso é colocado em uma
participação conjunta do mesmo Espírito vivificante
e união com Cristo assim; é agido e exercido pelo
amor que se origina nesta fonte; e é expressado em
nossa participação conjunta das mesmas ordenanças
de culto. Assim, é evidente que, quando esse amor
não existe, não há comunhão de santos, nem
qualquer coisa que a ela pertença. Porque a nossa
participação em conjunto nas mesmas ordenanças,
não é parte dela, a não ser que a influência de nossa
comunhão original, na participação do mesmo
Espírito, seja transmitida a esse respeito pelo amor,
pelo qual é atuado. Isto, o apóstolo expressa
plenamente, Efésios 4: 15,16: "antes, seguindo a
verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é
333
a cabeça, Cristo, do qual o corpo inteiro bem
ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas,
segundo a justa operação de cada parte, efetua o seu
crescimento para edificação de si mesmo em amor."
Não há uma descrição mais eminente da comunhão
dos santos, especialmente como unidade na ordem
da igreja, em toda a Escritura. E vemos que ele
começa e acaba com o amor, e assim é feito do
primeiro ao último. A fonte dele está em nossa
relação e união, com Cristo, a cabeça. E diz-se que
"cresçam nele em todas as coisas", quando
expressamente derivamos tudo dele e dirigimos tudo
para ele; quando, no aumento de toda graça, nossa
união com ele é mais expressa e confirmada, e nossa
semelhança com a proximidade com ele é ampliada.
A partir dele, a partir da cabeça, todo o corpo e todos
os seus membros têm todos os recursos espirituais
em que a sua união com ele é expressa, e a sua
comunhão entre eles é agida e perpetrada, pois a
união e a comunhão da igreja não consistem em
coisas de ordem externa e suposta decência, mas no
encaixe e consolidação de todos os membros do
mesmo corpo, por uma comunicação efetiva de
suprimentos espirituais de Cristo, a cabeça, que
naturalmente molda cada parte do corpo no uso que
é projetado para eles. Mas o que são os próprios
santos, como membros deste corpo? Para que, "cada
articulação", toda pessoa individual, por conta de
dons, graça ou ofício, sim, cada "parte", cada
membro, contribui para a edificação do todo e o
334
aumento de graça nele; que é o fim de toda essa
comunhão. Mas como isso é feito, como sua parte
atuante? Diz o apóstolo, é feito pelo amor. O
fundamento disso reside em "falar a verdade em
amor", mantendo, acreditando e professando a
verdade, para exercer assim o amor mútuo. Em tudo
o que gerenciamos a verdade, em tudo o que temos
que fazer na profissão, falando, pregando,
ensinando, instruindo, é tudo para sermos amados
por todo o corpo. E o fim de tudo é a "edificação em
amor". Pois, como "o amor edifica", 1 Coríntios 8: 1,
é o principal meio de edificação da igreja; por isso,
ele próprio está aumentando uma parte principal da
edificação. Uma igreja que ama, é uma igreja bem
edificada em sua fé. E isso também evoca a
necessidade desse dever e graça. A comunhão dos
santos em qualquer outra coisa sem isso é uma
invenção enganosa. 4. Sem este amor, não somos
úteis na igreja de Deus. Alguns homens parecem ser
muito úteis por seus dons, e eu desejo que ninguém
se orgulhe deles, ou os abrace, pois de si mesmos eles
estão aptos a nos inchar, mas a verdade é que sem
esse amor e o exercício constante dele, são de pouca
ou nenhuma utilidade para a verdadeira edificação
espiritual da igreja. Isto nosso apóstolo não só afirma
claramente, mas também argumenta em grande
medida, como não precisamos insistir mais nisso, em
1 Coríntios 13. Pois ele não só compara os dons mais
excelentes do Espírito com ele, preferindo-o acima de
todos; mas também declara que, sem ele, nenhum
335
homem, em virtude desses dons, é de melhor uso na
igreja do que um "bronze soando, ou um címbalo
retinindo", versículos 1-3. Por isso, podemos
considerar, - 5. Que qualquer graça que qualquer
homem pareça ter, qualquer profissão que ele faça,
de qualquer utilidade que ele pareça ser, se ele não
tem esse amor, se ele não vive no seu exercício, ele
não possui nenhuma graça na verdade nem nenhum
interesse real nos benefícios do evangelho. A fé, onde
é sincera, trabalha pelo amor, Gálatas 5: 6; e o que
não é tão vão, morto e inútil, Tiago 2: 14-17. Se nos
amamos, somos nascidos de Deus e conhecemos a
Deus; se não o fizermos, não conhecemos a Deus,
pois "Deus é amor" 1 João 4: 7,8. E muitas outras
considerações de natureza semelhante podem ser
invocadas; de onde é manifesto o motivo pelo qual o
apóstolo teve que colocar um peso tão grande quanto
este sobre o amor que ele havia observado entre os
hebreus. Não posso passar por este assunto sem mais
um pouco pressionar a necessidade de obtenção e o
devido exercício dessa graça. Eu não sei como isso
acontece, mas é assim que os homens são
perseguidos continuamente por falta de amor, com
escritos inventivos; ainda pouco fruto, vemos para
vir disso. E a simples razão disso é, porque o amor
que os homens defendem é limitado a essa prática na
comunhão eclesiástica cujas medidas eles fixaram. Se
você fizer isso assim e, assim, se for dessa ou daquela
maneira, então você tem amor; senão você não tem
nenhum! Quão pouco a unidade ou o amor tem sido
336
promovido por tais princípios e práticas agora é
evidente; sim, quantas divisões, animosidades e
alienações mútuas de mente e afeições foram
aumentadas por elas. Deixe-nos, portanto, todos
apoderar-nos da ocasião atual, e não perder o
exercício do amor enquanto lidamos com isso. Não
sei de nenhuma maneira em que eu julgue que
qualquer um que tenha temor de Deus no mundo
caminhe neste dia, que é por si mesmo inconsistente
com o amor do evangelho ou faça uma obstrução real
ao seu exercício.
1. Tome cuidado com um temperamento natural.
Onde quer que isso seja predominante, enfraquece o
amor ou remove a glória do seu exercício. Algumas
pessoas boas têm naturalmente muito do Nabal
nelas, que um homem escassamente consegue
conversar com elas. Eles misturam todos os frutos
doces do amor com tanta aspereza e acidez, como os
torna ingratos para aqueles que mais precisam deles.
Eu acho que é um erro, que a graça só subjuga nossas
corrupções pecaminosas; deveria, se cuidada e usada
corretamente, curar nossas disposições naturais, na
medida em que qualquer maldade ou ocasião do mal
seja incorporada a elss. Se não faz com que o mordaz
e irritado seja paciente, o mal-humorado, doce e
complacente, como faz o "lobo morar com o cordeiro,
e o leopardo se deita com o menino?", Isaías 11: 6. E
não é suficiente considerar quão grande é o brilho no
exercício do amor, quando é acompanhado de
337
condescendência natural, conformidade e
benignidade. 2. Observe as desvantagens de uma
condição externa. Aqueles de alto grau geralmente
são abrangidos por tantas circunstâncias de
distância, que não sabem como atravessá-las para
aquela familiaridade de amor que deve haver entre os
crentes. Mas, como o evangelho em todas as contas
civis ou seculares iguala todos os homens em suas
vantagens, nascimento, educação, ofícios, poder,
maneira de conversar, livre e total, de modo que, com
respeito a coisas puramente espirituais, nivela todos
os crentes. Em Jesus Cristo, "não há nem gregos nem
judeus, bárbaros, etc", mas "todos são um nele", e é a
nova criatura que faz a diferença. Por isso, em todos
os assuntos da igreja, somos proibidos de ter
qualquer respeito ao estado externo e condição dos
homens, Tiago 2: 1-5. Todos nós servimos ao mesmo
Senhor e Mestre comum, que, "apesar de ser rico, por
nossa causa, tornou-se pobre". E se nós, por sua
causa, não deixarmos de lado a consideração de todas
as nossas riquezas, com essa distância de mente e
conduta dos santos mais pobres, não estamos
atuando como seus discípulos. Não falo agora sobre
a colocação da riqueza dos homens para o uso dos
pobres, mas da humildade mental, condescendendo
a uma comunhão fraterna amorosa ao pior deles.
Deixe, portanto, o maior saber, que não há dever de
amor espiritual que o isente de atender ao menor. E
se seu estado e condição os afasta daquela comunhão
de amor que é exigida de todos os crentes, é a sua
338
armadilha e tentação. Se eles não conversam
familiarmente com os mais baixos deles, como eles
têm ocasião, se eles não os visitam quando for
necessário, se eles não os suportarem em seus
corações e mentes, como exigem sua relação especial
com a igreja, eles pecam contra a lei desse amor
sagrado. 3. Vigie contra as provocações. Enquanto
nós e outros estamos neste nosso corpo fraco nos
encontraremos com o que possamos ser propensos a
estimar. Onde os homens estão aptos a transformar
toda fraqueza, cada falha, cada negligência, e, todo
erro, em uma provocação e se ofender por aí, nunca
espere nada de amor de tais pessoas. Pois, como seu
quadro é um fruto de orgulho e autoconfiança, é
diametralmente oposto a todas as atuações
principais de amor descritas pelo nosso apóstolo, em
1 Coríntios 13: 4-7. 4. Tome cuidado para não
descansar satisfeito nos deveres exteriores do amor,
sem o funcionamento interno dele; como também em
uma apreensão de afeições internas, sem frutos
externos. Os homens podem ter a convicção de que
todos os deveres externos de amor, em advertência,
admoestação, reconfortante, alívio com provisões
externas, devem ser atendidos, e, portanto, podem
ser exercidos neles, e ainda exercem pouco amor
verdadeiro neles. Daí o nosso apóstolo supõe que um
homem pode dar todos os seus bens para alimentar
os pobres, e ainda não ter amor, 1 Coríntios 13: 3.
Todos os frutos participam da natureza da raiz. Se o
bem que fazemos nestes tipos procede apenas da
339
convicção do dever, e não do amor fervoroso, isso irá
provar, senão ser o feno e o restolho, que arderão no
seu julgamento. Em segundo lugar, com este amor,
como adepto eminente, o apóstolo expressa o
trabalho, o "trabalho do amor", "amor laborioso", diz
Beza. "O trabalho sofrido por conta do amor", isto é,
no exercício dele. É um tipo de trabalho que é
atendido com muita dificuldade, um "trabalho
doloroso". Num amor preguiçoso, como descrito pelo
apóstolo Tiago, Tiago 2: 15,16, e que a maioria dos
homens se sente com eles, não há evidência de uma
fé salvadora. Mas somos aqui ensinados, que o amor,
se for verdadeiro, é laborioso e diligente; ou, grande
e difícil trabalho é requerido para o amor em seu
devido exercício. Não é para amar absolutamente,
mas para o seu exercício, que este "trabalho" é
necessário; no entanto, esse exercício é inseparável
da própria graça. E isso é necessário por conta das
dificuldades que estão no seu caminho, e das
oposições que ela enfrenta. Isso faz um trabalho
árduo e doloroso. A fé e o amor geralmente são vistos
como coisas fáceis e comuns; mas é para aqueles que
não os têm. Como são as únicas fontes de toda
obediência a Deus e a utilidade para com os homens,
então eles encontram as maiores oposições de dentro
e de fora. Devo citar alguns dos mais eficazes e menos
avisados; como, - 1. Autoamor. Isso é
diametralmente oposto a isso. O amor próprio é fazer
do homem seu próprio centro, o começo e o fim de
tudo o que ele faz. Faz com que os homens fiquem
340
rancorosos com cada gota de bem que caia além de si
mesmos; e quem estiver sob o poder desse tipo de
amor não terá vontade e alegria por outro que ele
pense que ele pode fazer por si mesmo. Esta é a
medida de si mesmo: qualquer coisa que lhe seja
adicionada, não satisfaz, - ainda teria mais; e o que
quer que seja, por uma ou outra coisa, é demais, não
possui a graça. A menos que isso seja em boa medida
subjugado, mortificado e descartado, não pode haver
exercício de amor. E aqui é necessário "trabalho".
Para que o homem seja ligado a Deus, é
completamente transformado em si mesmo; e sem
uma santa violência para todas as nossas afeições
naturalmente depravadas, nunca podemos ser
libertados de uma inclinação para centrarmos tudo
em si mesmo. E essas coisas são diretamente
contraditórias. O amor próprio e o amor dos santos
são como dois baldes; proporcionalmente ao
enchimento de um, o outro esvazia. Procure até que
ponto elevamos em amor próprio, tudo o que
fazemos, e quaisquer que sejam nossas obras, na
mesma proporção nos afundamos no amor cristão. 2.
As surpresas do mal se levantam sem pouca eficácia
contra o exercício do amor. E elas estão aptos em
vários relatos para insinuar-se na mente dos homens
quando eles são chamados para o cumprimento deste
dever. Uma coisa ou outra, desse afeto depravado,
que é inerente à nossa natureza, será sugerido para
enfraquecer nossos corações e mãos sobre o que nos
referimos. E não requer nenhum trabalho espiritual
341
pequeno para expulsar todas essas surpresas e
desistir da conduta daquele amor que "é sofredor, é
benigno; o amor não é invejoso; o amor não se
vangloria, não se ensoberbece, não se porta
inconvenientemente, não busca os seus próprios
interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se
regozija com a injustiça, mas se regozija com a
verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo
suporta.", 1 Coríntios 13: 4,7. 3. Desconfie das
promessas de Deus quanto aos suprimentos para nós
mesmos. Os homens têm medo de que se eles se
ampliarem eme uma maneira de recompensa para
com os outros - que é um dever de amor -, eles podem
ser trazidos até mesmo para necessidades, pelo
menos na proporção dos suprimentos que eles
julgam necessários. Seria infinito contar as
promessas sagradas que dão garantia do contrário.
Nem uma única instância em todo o mundo pode ser
produzida para este propósito. Mas estes são vistos
como boas palavras pela maioria, mas não são
realmente acreditados. Sim, os homens estão aptos a
enganar suas almas, supondo que eles creem nas
promessas livres de Deus em relação à graça e à
misericórdia, enquanto não creem naqueles que
estão anexados ao dever. Porque aquele que não
acredita em nenhuma promessa do evangelho, não
acredita nisso. A fé igualmente diz respeito a todas as
promessas de Deus, como a obediência a todos os
seus mandamentos. E foi um bom desígnio em um
reverendo, que escreveu um discurso para provar da
342
Escritura e da experiência: "Essa grandeza no amor é
a melhor e mais segura maneira de prosperar neste
mundo". 4. A sabedoria e a providência de Deus
multiplicam objetos de amor e de caridade, para nos
excitar em mais atos de dever; e a corrupção de
nossos corações, com amor próprio, usa a
consideração deles para nos cansar de tudo. Os
homens ficariam felizes em ver o fim do problema e
a carga de seu amor, quando isso só é verdade, o que
é infinito. Daí o nosso apóstolo no versículo seguinte
expressa o seu desejo de que estes hebreus não
demorem na sua obra, mas "mostrem a mesma
diligência para a plena garantia da esperança até o
fim". Veja Gálatas 6: 9. E se dedicar a deveres
espirituais por causa do aumento de suas ocasiões, é
um sinal de que o que já fizemos não surgiu da raiz
da fé e do amor. O que é feito na força da natureza e
convicção, por mais vigorosa que seja por uma época,
com o decorrer do tempo vai decair. E essa é a razão
pela qual muitos falham no curso de sua profissão.
Todas as fontes de obediência que se encontram em
convicções, e a melhoria das habilidades naturais sob
elas, em um momento ou outro desaparecerão e
secarão. E onde nos encontramos desmaiando ou
decaindo em quaisquer deveres, nosso primeiro
inquérito deve ser pela natureza de sua fonte e
princípio. Somente o Espírito de Deus é água viva
que nunca falha. Assim, o profeta nos diz que " Os
jovens se cansarão e se fatigarão, e os mancebos
cairão", Isaías 40:30. Os que parecem ser os mais
343
fortes e mais vigorosos na execução de quaisquer
deveres, no entanto, se eles não têm nada além de sua
própria força, a capacidade da natureza sob as
convicções, para confiar, eles vão e desaparecerão e
falharão completamente; para isso, tais intenções são
manifestadas pela oposição nas próximas palavras:
"mas os que esperam no Senhor renovarão as suas
forças; subirão com asas como águias; correrão, e
não se cansarão; andarão, e não se fatigarão.",
versículo 31. Se nossa força e deveres forem obtidos
pela fé de Deus, quanto mais nos comprometemos
com eles, mais será aumentada. "O caminho do
Senhor é força para os retos", Provérbios 10:29.
Quando estamos de pé no caminho de Deus, o
próprio caminho em si nos fornecerá uma força nova
continuamente; e "iremos de força em força", Salmo
84: 7, de um dever de fortalecimento para outro, e
não nos cansaremos. Mas aqui também é necessária
diligência e trabalho. A partir destas e considerações
semelhantes, é que o apóstolo aqui menciona o
laborioso "trabalho de amor" que era nos hebreus,
como evidência de sua fé salvadora e sinceridade. O
próximo assunto expresso nessas palavras são as
evidências que deram sobre esse trabalho de amor, e
os meios pelos quais o apóstolo chegou a conhecê-lo.
Eles mostraram: Enedeixaqe, "Vocês mostraram" ou
"manifestaram". A mesma palavra que Tiago usa no
mesmo caso, Tiago 2:18; "Mostra-me a tua fé pelas
tuas obras", "declara-o", faze-o manifestar-se". E um
homem pode mostrar duas coisas: 1. Ao fazê-lo; 2. Ao
344
declarar o que ele fez. Ele trabalha visivelmente em
seu chamado, mostra seu trabalho pelo que ele faz; e
aquele que trabalha em segredo pode declarar como
ele tem ocasião. É no primeiro sentido que os
hebreus mostraram seu trabalho de amor, e que
Tiago exige que mostre nossa fé e obras. As próprias
coisas são destinadas, o que não pode deixar de se
manifestar em sua performance. Porque mostrar o
trabalho do amor, é trabalhar nos deveres dele, como
deve ser evidente. No entanto, esse poder
autoevidenciador das obras do amor é uma
propriedade peculiar daqueles que são de alguma
forma eminentes. Quando abundamos neles, e
quando os deveres deles estão acima do tipo e da taxa
comuns, então, é provado que os mostremos; isto é,
tornam-se visíveis e eminentes. Para esse propósito é
o comando de nosso Salvador, Mateus 5:16: "Deixe a
sua luz brilhar diante dos homens, para que vejam as
suas boas obras e glorifiquem o seu Pai, que está nos
céus". Não só "deixe-o brilhar" mas "deixe que
brilhe", que diz respeito à medida e grau de nossa
obediência; e aqui é necessário que abundemos nisto
para que nossas obras possam ser evidentes para
todos. Se eles não sequer avisarem deles por seus
bens, se eles nos criticarem por nossas boas obras,
como se fossem obras más, - que é o caminho do
mundo para a maioria dos deveres de obediência do
evangelho, - eles mesmos devem responder por sua
cegueira; nosso dever é que sejamos abundantes
nelas, para que possam ser discernidas e vistas de
345
todos os que não fecham os olhos por preconceito
contra o que somos, ou virem os seus rostos por não
gostarem do que fazemos. Nada pode ser feito por
nós que possa ser visto; mas o que pode ser visto deve
ser feito, para que Deus seja glorificado. Por isso,
estes hebreus mostraram a obra da fé, e o trabalho do
amor, por um atendimento diligente de um ao outro.
O fim, ou razão, ou causa de sua execução desses
deveres, o que lhes dá espírito e vida, tornando-os
verdadeiramente cristãos e aceitáveis para Deus, é
adicionado: - "em nome dele”, ou seja em nome do
Senhor, ou por causa dele. E podemos observar: 1.
Que este lugar não se refere a toda a obra desses
hebreus, senão a obra da fé antes mencionada, que
está particularmente anexada ao trabalho do amor, -
o "trabalho de amor em relação ao seu nome". 2. Que
foram os santos que foram o objeto imediato desse
amor, como é declarado nas palavras que se seguem:
"Na medida em que você ministrou aos santos e
ainda ministra". Portanto, é um amor para os santos
na conta do nome de Deus que se destina. E este
amor aos santos é para o nome de Deus em três
relatos: 1. Objetivamente; porque o nome de Deus
está sobre eles. Eles são a família chamada por seu
nome. "Dele toda a família" deles "no céu e na terra é
chamada," Efésios 3:15. Eles são a “família de Deus”,
Efésios 2:19; os "santos do Altíssimo", Daniel 7:27. O
nome de Deus está sobre eles; e, portanto, o que lhes
é feito é feito para o nome de Deus, seja bom ou mal.
2. Formalmente; porque sua relação com Deus era a
346
razão pela qual eles se esforçaram para eles. Isto é o
que dá a este amor a sua natureza especial, quando é
exercido para qualquer um apenas por conta de sua
relação com Deus, porque eles são dele, porque seu
nome é chamado sobre eles. 3. Eficientemente. O
nome de Deus é sua autoridade e vontade. Deus exige
esse trabalho de amor de nós; é a sua vontade e
comando: e, portanto, o que quer que façamos na sua
execução, nós o fazemos em direção ao seu nome;
isto é, com uma devida reverência e respeito à sua
vontade e autoridade. O todo, portanto, deste dever,
corretamente realizado, começa e termina com o
nome de Deus. Assim, podemos observar; isso, -
Observação III. É um devido respeito ao nome de
Deus que dá vida, espiritualidade e aceitação a todos
os deveres do amor que realizamos para com os
outros. Muitas coisas foram feitas no mundo, com
uma grande aparência de amor, que ainda foram
todas perdidas, quanto à glória de Deus e a vantagem
espiritual daqueles por quem foram feitas. Algumas
foram perdidas de um princípio de superstição;
algumas, de um desígnio de mérito; algumas, da
vanglória ou um desejo de reputação, sendo vistas
pelos homens. E muitas outras maneiras existem
para que os homens possam perder o benefício do
que eles forjaram. Agora, enquanto esse trabalho de
amor é um dever que tem tantas dificuldades em
atendê-lo, como antes declaramos, é de maior
interesse nos cuidar para que o que fazemos nele não
seja perdido. A menos que seja feito com respeito ao
347
comando de Deus, e assim seja parte da obediência
da fé; a menos que seja influenciado com o respeito
de sua relação com Deus, e seu peculiar interesse
naqueles para quem nosso amor é exercido; não
suportará a provação, quando o fogo dele consumirá
todo o feno e o restolho. O que fazemos nesse tipo, é
assim para ser feito, pois o Senhor Jesus Cristo pode
possuí-lo como feito em si mesmo, em primeiro
lugar. há o objeto deste amor em seu exercício, e eles
são "santos". E eles são considerados quanto à sua
condição geral e qualificação, que é expressa, - são
"santos"; ou quanto ao seu estado e circunstâncias
particulares - são tais que precisam ser
"ministrados". 1. Eles são "santos". Não há nada mais
evidente que todos os verdadeiros crentes e todos
aqueles que, em sua profissão, são presumivelmente
para ser, que no estilo do Novo Testamento são
santos, Romanos 1: 7; Hebreus 2:11; 1 Coríntios 1: 2.
"Santos" são os mesmos "chamados e santificados
em Cristo Jesus". Todo crente é santificado; e todo
aquele que não é santificado não é um verdadeiro
crente: porque "crentes" e "santos" são os mesmos.
Porque cada crente, na medida em que ele é um
crente, é um santo. Embora ele seja uma pessoa
secular, ele é um santo, o que ele prova com
testemunhos de que eles são santificados. Estes
"santos", portanto, eram os discípulos de Cristo,
professantes do evangelho; presumidos pelo amor
serem verdadeiros crentes e, portanto, verdadeiros
santos. 2. É suposto que estavam em algum tipo de
348
necessidades ou angústias. E tal era, de forma
especial, a condição dos santos naquele tempo entre
os hebreus. Sua pobreza era tal que o nosso apóstolo
em muitos lugares - talvez em todos os lugares onde
o evangelho tivesse sucesso – coletava ofertas para
eles. E, ao pressionar os crentes gentios para uma
contribuição para este propósito com argumentos de
peso, Romanos 15: 25-27, então ele considerou o seu
dever aqui tão importante que pede sinceramente
que sua oferta possa ser aceita por Deus e pelos
próprios santos, versículos 30, 31. E onde todas as
igrejas haviam ministrado em grande parte nesse
tipo, ele se alegrava nelas, como aquelas que
tenderiam ao indizível avanço da glória da graça de
Deus, 2 Coríntios 9: 11-15. Nosso apóstolo declara
que o antigo estado da igreja foi agora mudado e que
os santos fiéis se tornaram o único templo de Deus.
E, portanto, de todos aqueles a quem ele fez
prosélitos ou ganhou para a fé de Cristo, ele chama a
benevolência desse templo, ou os santos na Judéia.
Isso, portanto, era um dever eminente nesse lugar e
naquela ocasião. Por essa pobreza e essas exigências
foram lançados sob muitas contas. Pois naquela
época estavam sob grandes opressões e devastações,
pela cobiça e rapina de seus governantes, ou pelos
governadores romanos deles. E toda a nação era cada
dia vexada por pessoas sediciosas e multidões
prevalecentes de assaltantes. E essas coisas eram
comuns a eles com os outros. Mas, além disso, eles
foram expostos em particular, para a profissão do
349
evangelho, para uma grande perseguição, em que, de
maneira especial, seus bens foram destruídos, e suas
pessoas trazidas sob várias calamidades
angustiantes, como nosso apóstolo declara, Hebreus
10: 32-34. Além disso, geralmente aqueles que
desistiram de seus nomes para Cristo eram do tipo
inferior do povo, os pobres entre eles recebendo o
evangelho. Todas essas coisas declaram que suas
necessidades eram grandes, além de outros
incidentes de vida que podem ter acontecido com
eles para sua angústia. Estes foram aqueles a quem
os hebreus ministraram, cuja condição colocou uma
eminência nesse dever. Mas pode-se dizer que, se
este fosse seu estado, como algum deles, ou como
poderia a igreja em geral, assim, amar, por
administrar às necessidades dos outros, quando eles
próprios ficaram sobrecarregados com as suas
próprias? Eu respondo: (1.) Não entendemos, o que
era a condição e o espírito daqueles primeiros
crentes, e de quanto pouco eles administrariam para
as necessidades maiores dos outros, que poderia
haver sem falta no corpo. Assim, o apóstolo nos diz
que na igreja da Macedônia, quando estavam sob
provações, aflições, perseguições, "sua pobreza
profunda abundou nas riquezas de sua liberalidade",
2 Coríntios 8: 2. Na sua grande pobreza e sob a
perseguição, contribuíram em grande parte para a
necessidade dos outros. Para nós, quem é capaz de
pensar que há tantas coisas necessárias para que
possamos ministrar aos santos pobres - como tanta
350
riqueza pelo menos, tanta provisão para nossas
próprias famílias, paz e algum tipo de tranqüilidade
no que nós gostamos, - não é de admirar se não
podemos entender tão facilmente o que é afirmado
desse trabalho de amor que estava entre os crentes
primitivos. Eles deram livre e liberalmente, de sua
pobreza e em meio a seus problemas. (2.) Não é
improvável, mas pode haver alguém na igreja que,
escapando das mais comuns calamidades, pudesse
contribuir generosamente com a necessidade dos
outros; e o seu apóstolo é contado pelo dever de toda
a igreja, enquanto no resto havia uma mente
disposta; de onde foram provados e aceitos "de
acordo com o que tinham, e não de acordo com o que
eles não tinham". E aqueles que têm habilidade em
qualquer igreja fariam bem em considerar que a
honra e a reputação de toda a igreja, à vista de Deus
e do homem, dependem muito da sua generosidade
no cumprimento deste dever. Por isso, é a direção
peculiar do nosso apóstolo para Timóteo com
respeito a este tipo de pessoas: "manda aos ricos
deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a
sua esperança na incerteza das riquezas, mas em
Deus, que nos concede abundantemente todas as
coisas para delas gozarmos; que pratiquem o bem,
que se enriqueçam de boas obras, que sejam liberais
e generosos.", 1 Timóteo 6: 17,18. (3.) O contributo
das coisas externas é apenas uma forma de
ministério para os santos, mas uma parte desse
dever. Existem ajudas e assistências espirituais, na
351
visita, exortação, conforto, que pertencem a isso. E
aqui todos podem ser sedutoramente familiarizados,
embora pobres e baixos no mundo. (4.) É muito
provável que toda a igreja tenha sido muito
cuidadosa e diligente em procurar ajuda e
assistência, quando era necessário além do que eles
tinham capacidade de fornecer. Pois é uma
ordenança de Cristo, que, quando as igrejas são
desabilitadas, através da perseguição ou da pobreza,
para ministrar as necessidades dos pobres entre elas,
devem procurar alívio de outras pessoas ou igrejas
que andam na mesma profissão da fé e da ordem do
evangelho.
Portanto, (5) A intenção dessa expressão é que se
exerça arduamente o amor em relação a todos os
santos, cada um de acordo com sua capacidade.
Por fim, a maneira especial do exercício deste
trabalho de amor é chamada de "ministério", e seu
objeto especial são os santos, dos quais já falamos. E
a respeito deste ministério, o apóstolo o atribui a eles
com respeito ao passado e ao que fizeram no
presente; ambos os quais foram necessários para
encontrar o julgamento sobre o qual ele fez a respeito
deles: "Você serviu, e você ainda serve aos santos".
Diakonia é um ministério laborioso e trabalhador. E
isso na igreja é duplo: 1. De ofício especial; 2. Do
amor comum e da caridade. A ascensão, a ocasião e a
352
instituição de um ofício ou ministério especial para
com os pobres são declaradas em grande parte, Atos
6; e depois mencionado por nosso apóstolo como
uma ordenança permanente, Romanos 12: 8; 1
Timóteo 3: 8-13. E este ministério está aqui incluído,
embora não apenas destinado. Porque o que é feito
por esses diáconos, sendo feito em nome, e pela
nomeação da caridade da igreja, é estimado o
ministério da própria igreja. E, embora exista uma
fidelidade e diligência peculiares nas pessoas
chamadas a este ministério, o ministério em si
abunda ou será fortalecido de acordo com a
totalidade da igreja que execute seu dever. Mas o
ministério comum do amor fraterno, o que cada um
faz ou deve fazer em sua própria pessoa, está aqui
destinado. E seis coisas podem ser consideradas, 1. A
raiz, a fonte e a causa dela, que é o amor. 2. A maneira
de seu desempenho, que é com trabalho e diligência.
3. O objeto disso, ou os santos em problemas,
dificuldades ou necessidades. 4. Os atos dele, que são
muitos e diversos; os principais dos quais são, (1.)
Visita deles; (2.) Conselhos; (3.) Consolação; (4.)
Suprimentos de suas necessidades por coisas
externas. 5. Esforços no uso de meios para seu alívio
total: (1.) Intercessão a Deus, em orações e súplicas
contínuas; (2.) Com os homens, de acordo com
nossos interesses e vantagens, não ter vergonha nem
ter medo de possuí-los em sua pobreza, angústias e
sofrimentos. 6. A regra deste ministério é a
353
oportunidade de cada homem (1.) Capacidade, (2.)
Convocação especial por circunstâncias objetivas.
Isto é sobre a observação de que o apóstolo nos dá o
verdadeiro caráter de uma igreja de crentes sadios.
Eles são uma sociedade como, sendo convocada para
a comunhão e a ordem do evangelho, caminhando na
fé, expressando-a em frutos de obediência, com
cuidado e diligente exercício amoroso uns com os
outros com base no nome de Deus, especialmente
com um consideração contínua aos que sofrem ou
estão em alguma angústia. Estas são as coisas que
acompanham a salvação. E podemos observar em
nossa passagem, - Observação I. Que é a vontade de
Deus, que muitos de seus santos estejam em
condições neste mundo em que precisam ser
ministrados.
Com isso, quanto à distinção das pessoas, por que
estas devem ser pobres, afligidas, tentadas, provadas
no fogo e não outras, nenhuma razão direta pode ser
dada, senão à soberania de Deus, à qual devem se
submeter. E aqueles que são assim provados possam
considerar sempre, 1. Que essa vontade de Deus para
eles é acompanhada de infinita sabedoria e
santidade, de modo que não há injustiça nela
contida. 2. Que eles não devem ser perdedores finais
por sua condição pobre e afligida.
354
Deus fará tudo para eles, tanto aqui como para a
eternidade. E, se não houvesse mais nada, além
disso, que eles sejam trazidos para uma visão mais
clara e desejos mais sérios pelo eterno descanso e
glória, eles têm uma recompensa suficiente em suas
mãos por todos os seus sofrimentos. 3. Que Deus
possa colocá-los com outros em pastos ricos aqui,
apenas para terem sido engordados contra o dia do
abate. Deixe-os, senão considerar quanta
misericórdia espiritual e eterna, em que eles estão
interessados, exceda as coisas temporais, eles
acharão que não têm motivo para se queixar. 4.
Considerando que é para a glória de Deus e para o
benefício da igreja, que alguns deveriam estar
particularmente em condições aflitivas, eles devem
se alegrar de que Deus os escolheu, para usá-los
como lhe agrada a estes fins. Mas para a coisa em si,
as razões são reveladas e manifestadas.
Pois, 1. Deus testifica a todos, que as coisas boas,
como são estimadas, deste mundo, não são sinais ou
promessas de seu amor, e que ele tem melhores
recursos para aqueles de quem ele cuida. Ele
apresenta desprezo sobre as coisas desejáveis do
mundo, e testifica que há coisas melhores, para
serem recebidas mesmo nesta vida. Porque se Deus
tivesse "coisas melhores" para conferir aos seus
santos neste mundo do que qualquer outra que o
mundo possa oferecer, ele não as reteria. Portanto,
nesta dispensação de sua providência, testifica a
355
todos, que as misericórdias internas e espirituais,
como os seus santos desfrutam, são
incomparavelmente preferidas acima de todas as
demais, 2 Samuel 23: 5. 2. Ele abre caminho para o
vigoroso e frutífero exercício de todas as graças do
seu Espírito, isto é, nas diversas condições em que os
membros da igreja são lançados. E cada um olhe para
ele e saiba que, de acordo com sua condição externa
no mundo, seja de escassez ou abundância, há um
exercício peculiar de graça, para a glória de Deus.
Espera-se de todos os que são altos ou baixos, ricos
ou pobres, livres ou em perigo, não só que vivam no
exercício de toda graça em geral, mas também que
diligentemente se esforcem por uma abundante
fecundidade nessas graças. E, em segundo lugar,
somos aqui ensinados, que, - Observação II. A grande
prova do nosso amor consiste em nosso respeito para
os santos que estão em perigo. - Esse é o fundamento
do elogio ao amor desses hebreus; eles "ministraram
a eles". O amor será facilmente preservado, onde
temos pouca ou nenhuma necessidade uns dos
outros. Mas quando o exercício dele se revela caro,
quando nos coloca em carga ou dificuldade, ou em
perigo, - como faz mais ou menos quando é exercido
em relação àqueles que estão em perigo, - então é
levado ao julgamento. E, em tal época, temos
experiência de que o amor de muitos está longe de
produzir mais fruto, pois as próprias folhas dele
caem. Por isso, - Observação III. É a glória e a honra
de uma igreja, a prova principal de sua vida
356
espiritual, quando é diligente e abundante nos
deveres de fé e amor que são atendidos com as
maiores dificuldades. Daí, o apóstolo elogia estes
hebreus e firmemente persuade-se de que foram
dotados de "coisas melhores que acompanham a
salvação". Pois, como podemos mostrar, 1. Deus é
singularmente glorificado; 2. O evangelho é
peculiarmente promovido; 3. Um brilho especial é
colocado sobre as graças do Espírito; e 4. Todos os
fins de Satanás e o mundo em suas perseguições são
totalmente frustrados. E essas coisas falamos sobre o
primeiro motivo da persuasão do apóstolo da boa
herança espiritual atual desses hebreus e sua futura
segurança eterna, isto é, "obra de fé e trabalho de
amor" que ele havia observado neles. Em segundo
lugar, o outro fundamento de sua persuasão é
retirado da justiça de Deus: "Deus não é injusto, para
esquecer o trabalho de amor deles". Anunciei antes
que a palavra usada pelo apóstolo para expressar o
quadro de sua mente neste assunto, pepeismeqa,
"estamos persuadidos", versículo 9, - é aplicada às
vezes para denotar a certeza infalível da fé, e. às vezes
a certeza moral do amor. Neste lugar, tem respeito a
um duplo objeto ou razão; primeiro, o que estava nos
hebreus professos, a fé e o amor. Com isso, ele não
poderia ter certeza além de uma persuasão moral, ou
a satisfação de um julgamento de amor. Mas, nesta
suposição, a sua persuasão tinha outro objeto, a
saber, a justiça de Deus na estabilidade de suas
promessas; de onde ele teve uma garantia infalível,
357
ou concluiu infalivelmente, o que ele estava
persuadido. A justiça de Deus às vezes denota a
absoluta retidão e a perfeita bondade de sua
natureza; e aqui a todas as outras aceitações da
palavra, como aplicadas a Deus, devem ser
reduzidas. Às vezes, a equidade das santas
dispensações da sua justiça, por meio da qual ele
rende a cada um o que é devido, de acordo com a
natureza das coisas e as suas sagradas nomeações, é
assim chamado; e, às vezes, particularmente a sua
justiça vingativa, por meio da qual ele se vinga e pune
os pecadores, é assim expressado. Algumas vezes,
sim, frequentemente, a fidelidade de Deus em
cumprir suas promessas é chamada de justiça; pois
isso pertence à absoluta retidão de sua natureza para
fazê-lo. Então, diz o apóstolo: "Se confessarmos
nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar
nossos pecados", João 1: 9. O perdão dos pecados é,
em todos os relatos, um ato de misericórdia, que é
contraditório à justiça no juízo, estritamente
chamado, Tiago 2:13: porque a justiça que é exercida
no perdão do pecado não é senão a fidelidade de Deus
nas promessas da aliança. Ele prometeu que "quem
confessar e abandonar os seus pecados encontrará
misericórdia". Por isso, é somente com Deus perdoar
os pecados. E esta é a justiça que é aqui
principalmente citada. Porque a justiça, por meio da
qual Deus recompensa as obras que são forjadas nos
homens, por sua própria graça, é a mesma com a qual
perdoa os seus pecados, respeitando igualmente à
358
aliança e suas promessas; porque sem a consideração
disso, em justiça rigorosa ou exata, ele não poderia
perdoar o pecado nem recompensar nossas obras;
que são imperfeitas, e não respondem de maneira
nenhuma à regra que ele possa fazer. Neste sentido,
de Deus é dito aqui "não ser injusto para esquecer seu
trabalho", isto é, ser justo para não esquecê-lo. Ele
terá esse respeito àquilo que prometeu
graciosamente na aliança, porque ele é justo; isto é,
fiel em suas promessas. E que nenhuma outra justiça
pode ser aqui pretendida é evidente a partir daí,
porque nenhum trabalho nosso responde ao domínio
de qualquer outra justiça de Deus. devemos
perguntar o que é "não esquecer seu trabalho". E isso
pode se referir à preservação no presente, ou à
recompensa no futuro. 1. Não é uma tentação pouco
frequente para os crentes, que Deus até agora
desconsidere-os de não cuidar de graças ou deveres
neles, apreciá-los e preservá-los. Veja as queixas da
igreja para este propósito, Isaías 40: 27,28, 49:14,
"Meu Senhor se esqueceu de mim". Isso é negado.
Deus não é injusto, para nos esquecer ou o nosso
trabalho de amor, para não apreciá-lo e preservá-lo.
Assim, o apóstolo pressiona a mesma persuasão em
relação aos filipenses, como ele fala aqui dos
hebreus: Filipenses 1: 6, "Confiando nisso mesmo,
que aquele que iniciou uma boa obra em você, a
preservará até o dia de Jesus Cristo". Ele não é
injusto para esquecer isso. Deus, na aliança da graça,
prometeu preservar a fé e o amor do seu povo, para
359
que não perecessem ou se perdessem. Portanto,
tendo "iniciado um bom trabalho", e tendo feito um
bom progresso em conformidade com sua graça, ele
não é "injusto", para esquecer o compromisso da
aliança, mas irá preservar você e suas graças em você
até o fim, que é a soma dessa grande oração do
apóstolo para todos os crentes, 1 Pedro 5:10. 2. O
texto pode também se referir aqui ao futuro e à
recompensa final da fé, do amor e das obras dos
crentes. Porque também pertence à aliança de Deus;
e é tão gratificante, que a justiça de Deus em que nos
é devido não pode ser outra senão a sua fidelidade
nas suas promessas. Porque nem nós nem nossas
obras somos capazes de uma recompensa eterna pelo
caminho do mérito; isto é, que a recompensa deve ser
comprovada para nós não de graça, mas de dívida,
Romanos 4. E o que derruba completamente tal
apreensão é que o próprio Deus é a nossa
recompensa eterna, Gênesis 15: 1. E eu deixo isso
para outros considerarem como eles podem merecer
essa recompensa. Destes dois sentidos o primeiro
parece-me mais adequado ao desígnio do apóstolo e
ao escopo do lugar. Pois ele está dizendo a esses
hebreus que ele fez outro julgamento deles do que
aquele que havia feito dos apóstatas cuja condição ele
tinha descrito anteriormente. E isso ele faz por dois
motivos: primeiro, que eles realmente foram feitos
participantes da graça salvadora sincera, e naquelas
"coisas melhores que acompanham a salvação", e
então, que Deus, na sua fidelidade, preservaria e
360
asseguraria essa graça neles contra todas as
oposições até o fim. Seguindo esse sentido das
palavras, podemos aprender, isto, - Observação IV.
Nossa perseverança na fé e na obediência, embora
exija nosso dever e constância, ainda não depende
deles absolutamente, mas da justiça de Deus em suas
promessas. - Ou se tivéssemos abraçado melhor o
outro sentido das palavras, então somos
suficientemente instruídos, que, - Observação V.
Nada deve ser perdido, que seja feito para Deus, ou
em obediência a ele. "Ele não é injusto, para esquecer
nosso trabalho de amor". E, - Observação VI. A
certeza de nossa recompensa futura, dependendo da
justiça de Deus, é um grande encorajamento para a
obediência presente.
VERSO 11.
“E desejamos que cada um de vós mostre o mesmo
zelo até o fim, para completa certeza da esperança.”
Não há muita dificuldade quanto à significação
dessas palavras, e, portanto, as traduções antigas e
modernas geralmente estão em acordado na
interpretação delas.
Embora o apóstolo, nestas palavras e naquelas que se
seguem, como é comum com ele, leva uma
perspectiva para o seu progresso mais avançado,
passando por eles e neles para o seu discurso sobre
361
Melquisedeque, que ele interveio (de onde alguns
começariam a terceira parte do capítulo), no entanto,
ele persegue seu argumento anterior e dá uma
explicação expressa de todo o seu projeto. Pois,
primeiro, ele manifesta diretamente qual era sua
intenção ao propor-lhes aquela terrível ameaça e
previsão sobre os apóstatas, versículos 4-8. Embora,
para certos fins, ele lhes falasse essas coisas, mas ele
lhes faz saber que não lhes falou aplicando-as a eles.
Ele pensou que não eram tão presentes como ele
havia descrito, nem que esse fosse a sua futura
porção que ele ameaçara e anunciou. Como ele os
libertou de quaisquer medos ou apreensões dessa
natureza nos dois versículos precedentes, então,
neste, ele declara qual era o propósito e a intenção
dele no uso dessa ameaça. Agora, isso era apenas
para excitá-los e provocá-los a uma continuação
diligente e perseverante na fé e no amor, com seus
frutos e efeitos; a qual é a primeira e principal
finalidade para a qual a proposta de tais ameaças é
projetada e santificada por Deus. "Tudo o que eu
disse foi para este fim".
Ainda, ele havia recentemente dado conta de seus
pensamentos e julgamentos reais a respeito deles e
sua condição espiritual. E, sobre a sua satisfação,
como aquela que foi acompanhada de "coisas
melhores que acompanham a salvação", ele lhes deu
a garantia de uma questão abençoada de sua fé e
362
profissão, da fidelidade de Deus; fazendo nela um
pedido das promessas do evangelho. Aqui, ele os
deixa saber o que, segundo a nomeação de Deus e a
lei da nossa obediência, é exigido deles, para que
possam responder ao julgamento que ele fez sobre
eles e ser levados ao gozo das promessas para eles. E
este foi o progresso diligente na fé e na obediência até
o fim que ele descreve neste e no versículo seguinte.
E aqui, o apóstolo, com grande sabedoria, conhece
esses hebreus com o próprio fim e uso das ameaças e
promessas do evangelho; em que os homens podem
se enganar e, portanto, abusar de um e do outro. Pois
as ameaças foram encaradas como se não tivessem
outro fim ou uso, senão para aterrorizar as mentes
dos homens, e fazer com que elas estivessem
desesperadas, como se as coisas ameaçadas
inevitavelmente viessem sobre eles. Por isso, alguns
imaginaram que não pertencem à dispensação do
evangelho, como deve ser pregado aos crentes; e
poucos sabem como fazer uma devida aplicação delas
às suas consciências. E deve-se temer que o fim e o
uso das promessas de Deus se tenham confundido
até agora, que alguns se tenham submetido a ser
impostas pelo engano do pecado e sejam
influenciados pela consideração delas como descuido
e segurança, como contudo, façam o que eles fariam,
nenhum mal poderia acontecer com eles. Mas o
nosso apóstolo aqui descobre o fim conjunto de
ambos para os crentes, ou professantes do
evangelho; que é movê-los e encorajá-los até o
363
máximo, em constância, perseverança e diligência
em todos os deveres de obediência. E não é uma
pequena parte do dever e da sabedoria dos ministros
do evangelho instruir seus ouvintes, e pressionar
sobre eles o uso adequado das promessas e ameaças
de Deus. Neste verso, ou as palavras dele que são
uma exortação para o dever, podemos observar: 1. A
conexão dele com o discurso anterior. 2. O dever
exortado a: "A mesma diligência". [3. As pessoas
exortadas.] 4. A maneira de sua atuação: "Que eles
manifestassem" ou "mostrassem". 5. O fim visado
nesse dever : "A plena garantia da esperança". 6. A
continuação dela: "Até o fim". 7. O modo de sua
exortação a eles: "Desejamos".
É de grande vantagem quando podemos administrar
nosso ministério de modo que nenhum daqueles que
estão comprometidos conosco possa ter qualquer
causa justa para se considerar esquecido. Além disso,
o apóstolo mostra pelo argumento aqui insistido a
sua preocupação com todos eles. Pois ele não supõe
que nenhum deles estivesse em tal condição de
segurança e perfeição que não precisasse da máxima
diligência para sua preservação e progresso; nem que
qualquer um tivesse caído tão baixo em decaimento,
mas que, no uso da diligência, eles não poderiam ser
recuperados. Assim, o amor e o cuidado dos
ministros sejam estendidos a todos os indivíduos de
seus rebanhos, com especial atenção às suas
respectivas condições, para que ninguém, por um
364
lado, fique seguro, nem, por outro lado,
desacreditado ou ser desencorajado.
E o apóstolo se refere não só ao dever em si, mas à
evidência de sua atuação, sobre o qual seu
julgamento e persuasão foram fundamentados.
"Continue no desempenho desses deveres, para dar a
mesma evidência de seu estado e condição que havia
antigamente". E o dever em si ele expressa por: "idem
studium", o mesmo esforço diligente. Crisóstomo
insiste muito na sabedoria do apóstolo nesta
expressão, "a mesma diligência", pois ele insinua sua
aprovação do que eles já fizeram e manifesta que não
exigia nada deles para garantir sua condição futura,
senão aquilo de que eles já tinham experiência. "Você
usou diligência nesta matéria; continue a fazer assim.
Ele os encorajava a prosseguir e a crescerem. Isso, de
fato, que o apóstolo aprova neles, e exorta-os a uma
continuação, é a "obra de fé e trabalho de amor,
ministrando aos santos", mas aqui ele expressa a
maneira pela qual haviam atendido a esses deveres, e
que eles devem continuar, a menos que pretendam
abandonar os próprios deveres, ou seja, com
diligência e atenção. Pois tais eram as oposições e as
dificuldades com que certamente se encontrariam,
como antes declaramos, que, a menos que usassem
toda a diligência e a vigilância, mais ou menos
desfaleceriam no seu dever. E podemos observar
isso, - Observação I. Nossa profissão não será
365
preservada, nem a obra da fé e do amor continuada
para a glória de Deus e a nossa própria salvação, sem
uma constante diligência estudiosa na preservação
de um e do exercício do outro. As razões são as
seguintes: manifestação do que foi discursado antes,
quanto à grandeza e dificuldade desta obra, e à
oposição que lhe é feita. Nosso apóstolo não sabia
nada desse tipo de profissão preguiçosa que satisfaz
a generalidade dos cristãos neste dia. Eles podem
mostrar toda a diligência em seus negócios, em suas
vocações seculares, em seus estudos, pode ser em
seus prazeres, e às vezes na busca de suas
concupiscências; mas para uma diligência vigilante,
um esforço sério e estudioso sobre os deveres da
religião, a obra da fé e do amor, eles são estranhos a
ela, sim, não pode ser persuadido de que tal coisa é
exigida deles ou esperada deles. Aos deveres do culto
divino, eles irão atendê-los por costume ou
convicção; a alguns atos de caridade, eles podem
talvez ser algumas vezes atraídos para eles ou para
sua reputação, eles podem fazer como outros de sua
qualidade no mundo: mas projetar e projetar em suas
mentes como eles podem glorificar a Deus nos
deveres de fé e amor, eles rejeitam totalmente todos
esses pensamentos. Mas o que nós imaginamos?
Existe outro caminho para que possamos ir ao céu do
que o que foi prescrito para os crentes primitivos?
Será que Deus lidará conosco em termos mais fáceis,
ou como um maior cumprimento da facilidade carnal
e da carne, do que aqueles que lhes foram dados no
366
passado. Nós devemos nos enganar de forma tímida
com essa imaginação. Mas deixe ninguém cometer
erros; esses dois princípios são tão certos e tão
sagrados quanto qualquer coisa no evangelho: (1) A
menos que exista em nós uma obra de fé na santidade
pessoal e um trabalho de amor para com os outros,
não há nada em nós que acompanhe a salvação, ou
nos trará até agora. Deixe as pessoas profanas
ridiculizar-se enquanto quiserem, e as pessoas do
mundo negligenciam isso, e os professantes
descuidados desejam para si mesmos um caminho
mais fácil para uma eternidade bem-vinda, isto será
a regra segundo a qual todos devem permanecer ou
cair para sempre. (2.) Que esta obra de fé e trabalho
de amor não serão continuados, sem diligência
estudiosa e esforços sérios. Agora, é necessária essa
diligência, [1.] O exercício de nossas mentes com
respeito aos deveres da fé e do amor; 1º. Ao estudar a
regra deles, a qual é a palavra de Deus, onde somente
a matéria de todos eles e a maneira de seu
desempenho são declaradas; 2º. Ao estudar e
observar as ocasiões e oportunidades para o seu
exercício. [2.] A vigilância contra oposições,
dificuldades e tentações também faz parte desse
dever; por causa das quais nossas observações sobre
o versículo anterior podem ser consideradas. [3.]
Prontidão para entrar em conflito com e percorrer os
perigos e problemas que podemos encontrar no
cumprimento dessas funções. E, como é evidente,
todos estes argumentam um estado de espírito
367
continuamente atento a um desígnio para glorificar e
honrar a Deus e até o fim de nosso curso, em paz com
ele. Aquele cristianismo nominal que despreza essas
coisas perecerá juntamente com o real autor desse
desprezo, que é o diabo. O apóstolo exorta-os a
mostrar a mesma diligência que eles fizeram, e que
continuavam exercitando; de onde aparece, isso, -
Obsservação II. A exortação ministerial para o dever
é necessária para os que são sinceros na prática, para
que permaneçam e continuem nela. Não é fácil ser
apreendido como as instituições de Deus são
desprezadas por alguns, negligenciadas por outros e
por quão poucos são devidamente aplicadas; tudo
por falta de tomar medidas corretas a respeito delas.
Alguns são quem, sendo profundamente ignorantes,
ainda estão prontos para dizer que eles sabem tanto
quanto o ministro pode ensinar-lhes, e, portanto, não
têm como objetivo atender à pregação. Esses são os
pensamentos, e isso é muitas vezes a língua de
pessoas profanas, que conhecem pouco e não
praticam nada do cristianismo. Alguns pensam que
as exortações para os deveres pertencem apenas
àqueles que são negligentes e descuidados em sua
atuação. 6. O fim imediato do exercício desta
diligência é que possamos alcançar uma forte certeza
da esperança. "E três coisas que devemos considerar,
para chegar à mente do apóstolo com estas palavras:
(1.) Qual é a esperança à qual ele se refere. (2.) Qual
é a garantia total dessa esperança. (3.) Como é
possível o exercício desta diligência: - (1.) A
368
esperança que aqui é pretendida, é uma certa
expectativa garantida de coisas boas prometidas,
através da realização dessas promessas,
acompanhadas de um amor, desejo e avaliação delas.
A fé respeita à promessa; a esperança, ao que é
prometido: por isso é um fruto e efeito da fé, sendo a
atuação adequada da alma em direção a coisas que se
creem como boas e certas. Portanto, onde nossa fé
não gera esperança, é temível que não seja genuína;
e onde nossa esperança excede a evidência ou
garantia de nossa fé, é apenas uma presunção. Agora,
essa esperança diz respeito a coisas não vistas e
futuras; pois, como nosso apóstolo diz, se já
desfrutamos de alguma coisa, por que esperamos
isso? Romanos 8:24. E esta é a ordem dessas coisas:
- Deus nas suas promessas declarou a sua bondade
propósito e graça, nas grandes coisas que ele fará
para toda a eternidade para os crentes; a saber, que
sejam perfeitamente libertados de tudo o que é
doloroso ou maligno no pecado ou na dificuldade, e
sejam trazidos ao pleno gozo da glória eterna consigo
mesmo. Nestas promessas, a fé repousa sobre a
veracidade e o poder de Deus. Quando a alma
considera aquelas "coisas boas" que são prometidas,
e agora garantidas pela fé, ainda ausentes e
desanimadas. E as atuações da alma em relação a
eles, no desejo, no amor, na avaliação e numa certa
expectativa delas como cridas, é essa esperança. Pode
haver uma pretensão de grande esperança, onde não
há fé, como é com a maior parte; e pode haver uma
369
profissão de grande fé, onde não há esperança
verdadeira, como é com muitos; mas, em si mesmas,
essas coisas são inseparáveis e proporcionais. É
impossível acreditar nas promessas, sem que
devamos esperar as coisas prometidas; nem
esperamos as coisas prometidas, a menos que
acreditemos nas promessas. E isso descarta a maior
parte da pretensa esperança que está no mundo. Não
procede, não é fé nas promessas; e, portanto, é
presunção. Sim, ninguém tem maiores esperanças,
em sua maior parte, do que os que têm fé. O grande
uso, benefício e vantagem que os crentes têm por esta
graça é o apoio de suas almas sob os problemas e as
dificuldades que eles conhecem com base na
profissão do que eles acreditam, Romanos 5: 4,5; 1
Coríntios 15:19; 1 Tessalonicenses 1: 3. Daí, em nossa
armadura cristã, é chamado de capacete: Efésios
6:17, "O capacete da salvação", isto é, a esperança da
salvação, como é exposto em 1 Tessalonicenses 5: 8,
"E para um capacete, a esperança da salvação." E isso
é porque ela nos impede de ser feridos com a nitidez
e o peso dessas provações que nos acontecem e nos
acontecerão, em problemas, perseguições e aflições.
E, portanto, é manifesto que uma avaliação e estima
das coisas esperadas são da essência da esperança.
Porque qualquer expectativa que possamos ter, se
não as valorizarmos para encontrar um alívio
satisfatório nelas em todos os nossos problemas, e o
que pode compensar os nossos sofrimentos
presentes, nossa esperança não é genuína e
370
verdadeiramente evangélica. E essa era agora a
condição dos hebreus. Eles foram expostos a muitas
tribulações sobre a profissão do evangelho; e o
apóstolo previu que eles ainda seriam exercidos com
coisas mais penosas e terríveis. O que eles tiveram
que aliviar nessa condição, para estabelecer o
equilíbrio contra todos os males que sofriam ou
tiveram que entrar em conflito com eles, foram as
coisas prometidas por Cristo aos que creem nele e lhe
obedecem. Portanto, uma expectativa segura dessas
coisas, tão infinitamente acima e além do que
perderam ou sofreram no presente, era
absolutamente necessária, quanto ao seu apoio, até o
encorajamento para a continuação de sua profissão.
Só isso foi capaz de preservá-los de desmaios e
desânimos sob uma confluência de males; que
também o próprio Deus dirige, Isaías 35: 3,4. Por
isso, a este dever nosso apóstolo frequentemente
exorta os hebreus nesta epístola, como aquilo que
lhes era peculiar e necessário para eles em sua
condição atual. E ele os deixa saber, que em seu
devido exercício, não só os alivia e os apoia, mas lhes
permita, no meio de todos os seus problemas, se
alegrarem e se gloriarem; como foi declarado em
Hebreus 3: 6. (2.) Há a razão desta esperança, - a
"certeza total" da mesma. O espinho tem seus graus,
como a fé também. Há uma fé fraca ou pequena, e
uma fé forte ou grande. Portanto, há uma esperança
imperfeita e outra perfeita. Esta "garantia total" não
é da natureza ou essência disso, mas um grau
371
especial disso em sua própria aplicação. Uma
esperança fraca, imperfeita, dará alívio, porém fraco
e imperfeito, sob problemas; mas o que se aproxima
da certeza completa aumentará nosso alívio.
Portanto, como a própria esperança é necessária,
também é esse grau disso, especialmente onde as
provações abundam. Além disso, a esperança não é
absoluta, ou absolutamente perfeita. Nossas mentes
neste mundo não são capazes de tal grau de
segurança em coisas espirituais que nos libertem de
assaltos ao contrário, e as impressões do medo, por
vezes, daqueles assaltos: mas existe um grau tão
alcançável quanto sempre é vitorioso; que dará paz à
alma em todos os momentos, e às vezes a encherá de
alegria. Isto, portanto, é a garantia de esperança aqui
pretendida; uma persuasão tão fixa, constante e
predominante, que procede da fé nas promessas
relativas aos bens prometidos, ao nosso interesse
neles e ao gozo certo deles, como nos apoiarão e nos
levarão confortavelmente através de todas as
dificuldades e problemas com os quais temos de
entrar em conflito. E, sem isso, não é possível que
possamos continuar nossa profissão para a glória de
Deus e do evangelho, nos tempos de uma aflição e
perseguição. Pois, embora o menor grau de
esperança sincera se preserve da apostasia absoluta,
ainda que seja confirmado e fortificado, e tão forçado
a esta plena garantia, não pode ser senão grandes e
dolorosas provações, tentações e perseguições, ao
mesmo tempo ou outros tomam tanta impressão em
372
nossas mentes, como para causar uma falha múltipla
nos deveres da nossa profissão, tanto quanto isto
ocorreu com não poucos crentes sinceros em todas as
épocas. (3.) É para ser indagado como a "diligência"
antes descrita tende a essa garantia de esperança. E
faz isto de três maneiras: [1] Ela tem sua eficácia para
este propósito da instituição de Deus. Deus designou
isso como o caminho e o meio pelo qual devemos
chegar a essa garantia. Assim é declarada a sua
vontade, 2 Pedro 1: 10,11: "Portanto, irmãos, procurai
mais diligentemente fazer firme a vossa vocação e
eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais
tropeçareis. Porque assim vos será amplamente
concedida a entrada no reino eterno do nosso Senhor
e Salvador Jesus Cristo." É a mesma diligência
referida aqui no texto de Hebreus, como é evidente
pelos versículos que precedem. E este foi o meio
designado por Deus para garantir a nós próprios o
nosso "chamado e eleição", que as coisas boas que
esperamos acompanham infalivelmente. E, por este
meio, seremos levados em meio a todas as
dificuldades para o reino de Deus e da glória. [2.]
Tem uma tendência própria e natural para este fim;
pois, pelo uso dessa diligência, a graça aumenta em
nós, pelo que nossas evidências de interesse nas
promessas do evangelho são liberadas e fortalecidas.
E aqui a nossa garantia de esperança consiste. [3.]
Pelo nosso atendimento diligente aos deveres da fé e
do amor, todo pecado será impedido, pelo qual nossa
esperança seria enfraquecida ou prejudicada. 7. O
373
último fato expresso nas palavras é a continuação
deste dever que é exigido de nós; e isso é "até o fim".
As palavras pertencem claramente ao preceito em si,
"mostrando a mesma diligência ... até o fim". Sem
tempo nem época em que podemos ser dispensados
deste dever; nenhuma condição a ser alcançada nesta
vida em que esta diligência não será necessária para
nós. Devemos, portanto, atender a isso até que
estejamos completamente descarregados de toda
essa guerra. E aquele que é desencorajado porque
não pode ter uma dispensa desse dever neste mundo,
ele tem um coração que "recuou" e "sua alma não é
reta nele". E podemos observar, - III. Considerando
que há graus em graças salvadoras espirituais e suas
operações, devemos pressionar continuamente para
o mais perfeito deles. Não só devemos ter
"esperança", mas devemos trabalhar para a "garantia
da esperança". É uma das melhores evidências de que
qualquer graça é verdadeira e salvadora em sua
natureza e tipo, quando trabalhamos para prosperar
e crescer nela. Esta é a natureza da nova criatura, da
qual é parte, inclina-se para isto; este é o fim de todas
as ordenanças e instituições do evangelho, Efésios
4:13. Somente assim nós trazemos glória a Deus,
adornamos o evangelho, crescemos em
conformidade com Cristo e asseguramos nosso bem-
estar eterno. IV. A esperança, sendo aplicada pelo
devido exercício da fé e do amor, crescerá em uma
garantia de descanso, vida, imortalidade e glória, que
deve superar todos os problemas e perseguições que
374
neste mundo possam acontecer conosco, por conta
de nossa profissão ou de outra forma. Não há nada
no mundo tão vão quanto a esperança comum pela
qual os homens que vivem em seus pecados fazem
uma reserva do céu, quando eles não mais estiverem
aqui. Quanto mais isto prospera nas mentes de
qualquer um, mais desesperada é a sua condição,
sendo apenas uma infinita fonte de incentivos para o
pecado. Os seus começos geralmente são, de fato,
pequenos e fracos; mas quando tem sido tão
apreciado para poder derrotar o poder das
convicções, ele rapidamente cresce em presunção e
segurança. Mas essa esperança, que é a filha, a irmã
e a companhia da fé, quanto mais cresce e se
fortalece, mais útil é para a alma, como uma fonte
viva de incentivos para a estabilidade na obediência.
Por ser uma vez plenamente confirmado, dará, em
todas as ocasiões de provação ou tentação, uma
existência tão presente na mente quanto ao futuro de
certeza da glória, como deve liberá-la das armadilhas
e dos medos e confirmá-la no seu dever. Mas isso
também deve ser falado depois.
VERSE 12.
“Para que não vos torneis indolentes, mas sejais
imitadores dos que pela fé e paciência herdam as
promessas.”
375
Este versículo coloca uma aproximação com a
exortação imediatamente anterior do verso 11. E aqui
está uma entrada feita em um discurso de alguma
outra natureza, mas pretendida e aplicada para o
mesmo fim e propósito. Podemos, portanto,
considerá-lo como uma continuação da exortação
anterior, aplicada com um novo argumento de
grande importância. Porque, - 1. O apóstolo dá uma
cautela contra um mal ou um vício diretamente
oposto ao dever que ele tinha pressionado e que, se
admitido, obstruiria sua realização: "Que você não
seja preguiçoso". E a série desse discurso tem
conexão com o início do versículo 11: "Desejamos que
você seja diligente" e "que você não seja preguiçoso".
2. Ele lhes dá uma nova direção e encorajamento
para a execução do dever exortado, que também os
guia na maneira de sua atuação. E aqui ele escreve
uma introdução a um discurso de outra natureza que
imediatamente se segue, como foi observado: "Mas
sejam seguidores". 3. Essa direção e encorajamento
consiste na proposta de um exemplo de outros para
eles, que cumpriram o dever para o qual ele os exorta.
E, quanto à sua direção, ele declara a eles como eles
o fizeram, mesmo pela fé e pela paciência; então, pelo
seu encorajamento, ele lhes recorda sobre o que
obtiveram assim, ao fazê-lo, - herdaram as
promessas de Deus.
Primeiro, o apóstolo adverte os hebreus contra o que,
se admitido, frustrará sua exortação, e efetivamente
376
os manterá fora do dever exortado: "Que você não
seja pesado e preguiçoso". Ele tinha antes afirmado
em Hebreus 5:11, que eles eram “preguiçosos em
ouvir", ou seja, não eram tão diligentes ou
industriosos como deveriam ter sido; ou a
reprovação dizia respeito a alguns deles apenas.
Aqui, ele adverte que não sejam "preguiçoso em
obras". Nós somos preguiçosos em ouvir, quando não
aprendemos as verdades do evangelho com
diligência, quando não as levamos à nossa mente e
compreensão pelo uso diligente dos meios
designados para esse fim.
E, na prática, ou nas obras, somos preguiçosos,
quando não nos movemos com o devido exercício
dessas graças, e nos dispensamos, que a verdade em
que nos instruímos direciona e exige de nós. E esta
preguiça se opõe a “um esforço diligente”, versículo
11, no desempenho de nosso dever: "Mostre
diligência e não seja preguiçoso". E este vício da
preguiça, nosso santo apóstolo, de acordo com sua
grande sabedoria e cuidado, com freqüência adverte
os hebreus contra ele nesta epístola. Pois ele sabia
que a maior intensidade de nossos espíritos e a
máxima diligência de nossas mentes e
empreendimentos de todas as nossas almas são
necessários para uma continuação útil em nossa
profissão e obediência. Deus exige isto de nós, esta é
a natureza das coisas próprias sobre as quais estamos
familiarizados, e é necessário até o fim que as
377
vislumbremos. Se nos desmotivarmos, ou formos
negligentes em nosso dever, se descuidados ou
preguiçosos, nunca aguentaremos até o fim; ou se
continuarmos em um curso tão formal que consistirá
nesta preguiça, nunca devemos chegar ao abençoado
final que esperamos ou procuramos. As oposições e
dificuldades que certamente encontraremos, de
dentro e de fora, não darão lugar a empreendimentos
fracos e lânguidos.
Nem o Deus santo prostituirá as recompensas
eternas a quem não tem mais respeito a elas, senão a
desistir da preguiça em sua busca. Nosso curso de
obediência é chamado correndo em uma corrida e
lutando como em uma batalha; e aqueles que são
preguiçosos em tais ocasiões nunca serão coroados
com a vitória. Portanto, do devido cumprimento
dessa cautela depende nossa perseverança atual e
nossa salvação futura. Porque, - Observação I. A
preguiça espiritual é ruim em qualquer profissão,
embora, de outra forma, nunca seja tão esperançosa.
O apóstolo foi persuadido de "coisas boas e que
acompanham a salvação" quanto a esses hebreus;
mas, no entanto, ele deixa que saibam que, se
pretendessem desfrutá-las, não deveriam ser
preguiçosos. A preguiça é um afeto vicioso, e um dos
piores a que a mente do homem está sujeita; porque
onde ocorre e é prevalecente, não existe um bom
princípio ou hábito permanente. E, de fato, era fácil
378
manifestar-se que nada mais aumenta a degeneração
da humanidade do que este afeto depravado, como
sendo uma entrada em todos os vícios sórdidos e uma
obstrução perfeita para todas as empresas virtuosas
e louváveis. Salomão descreveu tão graficamente
esse afeto vicioso, com sua natureza vil e seus efeitos
ruinosos, em várias passagens dos Provérbios, que
nada precisa ou pode ser adicionado a isso. Além
disso, é apenas preguiça espiritual que temos ocasião
de falar: 1. A preguiça espiritual é uma indisposição
habitual de mente para deveres espirituais em seu
tempo e estação adequados, decorrentes da
incredulidade e afeições carnais, produzindo
negligência de deveres e perigos, negligência,
descuido ou formalidade em atendimento a eles ou à
sua realização. A negligência prejudica no começo, e
o fim dela está arruinando a segurança: - (1.) É, em
geral, uma indisposição e uma falta de mente, e tão
oposto a todo o princípio da nossa guerra espiritual.
Fervor de espírito, preparação com toda a armadura
de Deus, e exercitando nossas mentes, esforçando-se
para eliminar todo peso, e o pecado que tão
facilmente nos assediam, é obrigado a estar em nós
constantemente, no decorrer da nossa obediência.
Mas essa preguiça é aquilo que nos dá uma
indisposição de mente, em oposição direta a tudo.
Então é descrito, em Provérbios 26:15. Uma pessoa
sob o poder deste transtorno vicioso da mente está
indisposta a todo dever, o que os torna dolorosos
para ela. (2.) Quando se trata do auge, é habitual. Não
379
há homem senão ocasionalmente indisposto para
deveres espirituais. A constituição mais saudável e
atlética está sujeita a algumas doenças. Algumas
vezes, as enfermidades corporais podem nos
indispor, às vezes as tentações atuais podem fazê-lo.
Tal foi a indisposição que aconteceu aos discípulos no
monte, Mateus 26: 40,41; que ainda não estava sem
o seu pecado, pelo qual eles foram reprovados pelo
nosso Salvador. Mas, quando essas coisas são
ocasionais, quando essas ocasiões se esforçam para
serem prevenidas ou removidas, as pessoas que se
apresentem com elas podem não ser consideradas
como absolutamente preguiçosas. Pode haver muitas
falhas reais onde não existe um vício habitual. (3.)
Mas há esta preguiça em um grau perigoso, - [1.]
Quando isso é geralmente o quadro da mente,
quando é tão infeliz quanto a deveres sagrados, isso
leva a negligenciá-los ou a ser frio e formal no
desempenho deles. Este foi o temperamento de
Laodiceia, Apocalipse 3:15. Ela fez o suficiente para
satisfazer-se, mas, da mesma forma que tudo o que
fez, foi desaprovada por Cristo. A falta de energia é a
alma e a forma da preguiça. [2.] Quando as pessoas
geralmente não são incomodadas com tais meios
externos, mas reconhecem, conter o aviso disso e o
convite para outro quadro. Assim, a esposa
reconheceu que era a voz de seu Amado que dizia:
"Abre-me, minha irmã, amada minha, pomba minha,
minha imaculada; porque a minha cabeça está cheia
de orvalho, os meus cabelos das gotas da noite.",
380
Cantares 5: 2. Tanto a voz como o amor e a longa
espera de Cristo foram manifestos para ela; e, no
entanto, ela não o atende, mas apresenta as suas
desculpas, versos 2, 3. E a preguiça das pessoas será
contada na proporção dos meios de diligência que
eles desfrutam. [3.] Quando as pessoas estão felizes
com as ocasiões que possam justificá-las e satisfazer
suas mentes na omissão de deveres ou oportunidades
para elas. Isso lança fora o dever prescrito para nós,
Hebreus 12: 1; que ainda é indispensável para
alcançar o fim de nossa fé. Quando os homens não só
abraçarão facilmente as ocasiões que lhes são
oferecidas para desviá-los do dever, mas serão
capazes de procurar e inventar turnos para que, como
eles pensem, sejam desculpados disso; - cuja
natureza corrupta é extremamente propensa a, -
estão sob o poder desse hábito vicioso.
Especialmente é assim quando os homens estão
aptos a aprovar tais razões para esse fim, pois, sendo
examinados pelas regras do dever, com as propostas
do amor de Cristo, são mais superficiais do que a
vaidade. Então é acrescentado à pessoa preguiçosa,
que esconde sua mão em seu seio, que ele é "mais
sábio com sua própria presunção do que sete homens
que podem render uma razão", Provérbios 26: 15,16.
Ele se agrada com seus preconceitos tolos por sua
preguiça acima de todos os motivos que lhe podem
ser dados em contrário. E tal é o motivo invocado
pelo cônjuge quando ultrapassado com este quadro
por uma temporada, Cantares 5: 3. [4.] Quando há
381
uma grande negligência de nossas próprias orações,
quando, em qualquer momento, fomos habilitados
para fazê-las. Assim, a esposa, em quem temos um
exemplo surpreendente neste mal, ora com firmeza
pela vinda e aproximação de Cristo para ela nas
santas dispensações de seu Espírito, Cantares 4:16;
mas quando ele se pronuncia para o desejo dela, ela
deixa o entretenimento dele. Assim, os homens oram
por graça e misericórdia às vezes; mas quando as
estações da comunicação deles vierem, eles são
totalmente independentes ao cuidar deles. Eles
adiaram as coisas para outra temporada, Cantares 5:
6. [5.] Quando, em conflitos sobre deveres, a balança
é muitas vezes virada para o lado da carne e da
incredulidade. Às vezes é assim quando os deveres
são considerados como futuros, e às vezes como
presentes. Quando os deveres são considerados
como futuros, dificuldades e objeções contra eles,
quanto à matéria ou a maneira, tempo ou estação, ou
grau, uma coisa ou outra, serão sugeridas pela carne.
A graça nos crentes se moverá para uma
conformidade absoluta. Se prevalecerem as razões
contrárias, insinuações e objeções, a alma "consulta
carne e sangue" e está sob o poder da preguiça
espiritual. E também os homens, por pretensões
frívolas e discursos de si e do mundo, são impedidos
dos deveres mais importantes. E, às vezes, há um
conflito na entrada dos deveres do culto de Deus,
como orar, ouvir a palavra, e coisas semelhantes. A
graça agita a alma para diligência, espiritualidade e
382
vigor de espírito. A carne em todas as coisas é
contrária a ela. Geralmente, dar lugar à carne, de
modo a ser levado sob o poder de uma formalidade
fria, é uma evidência de uma preguiça predominante.
2. Embora esta preguiça possa ter várias causas e
ocasiões, ainda assim as principais delas são as que
mencionei, a saber, a incredulidade e as afeições
carnais: - (1.) A incredulidade é a principal causa
disso, como a fé é daquela diligência e vigilância que
se opõe a isso. Sim, só pela fé, somos entusiasmados
com a atuação de todas as outras graças, e a
performance de todos os outros deveres. Como é em
sua natureza nos animar para eles, assim só leva
todos os outros motivos para uma obediência
vigorosa. Portanto, todas as indisposições para o
dever surgem da incredulidade. Isso enfraquece a
eficácia de tudo o que deve nos excitar para ele, e
aumenta cada dificuldade que está no seu caminho.
Como a fé removerá as montanhas do nosso caminho
ou nos ajudará a conquistar as maiores oposições, a
incredulidade fará montanhas de vales, - fará de
todos os obstáculos uma dificuldade inconquistável.
A alma foi preguiçosa e por isso, grita: "Há um leão
no caminho, um leão nas ruas", Provérbios 26:13. E
todo o seu caminho "é como uma sebe de espinhos",
Provérbios 15:19; isto é, tão doloroso e problemático
que ele não se importa de dar um passo nisso. Daí é
a oposição nessas palavras: "Para que não sejam
preguiçosos, mas seguidores daqueles que, por meio
da fé", etc. (2.) As afeições carnais promovem de
383
forma diversa este estado mental maléfico. O amor à
facilidade, riqueza, lucro, prazer, tornará os homens
espiritualmente preguiçosos. Onde estes são
prevalentes, tudo no caminho da santidade e
obediência é difícil e irritante. Representações
estranhas serão feitas na mente de todos os deveres,
se não em geral, ainda em todos os casos que se
oferecem. Eles são difíceis, ou tediosos, ou não
razoáveis, ou são desnecessários, ou a perda que
fazemos no presente pode ser recuperada em outro
momento. Todo o afeto carnal predominante será
ouvido no caso, e tem algo a oferecer para dissuadir
a mente do seu dever. E a aversão secreta da carne da
comunhão com Cristo em deveres funciona em todos
eles. Portanto, se vemos um homem preguiçoso,
negligente, descuidado nos deveres da religião,
podemos ter certeza de que um tipo de afeto ou outro
é poderoso nele. 3. Quanto aos efeitos gerais desta
preguiça espiritual, eles podem ser reduzidos a estas
três cabeças: - (1.) A negligência de deveres
conhecidos. Os deveres conhecidos de professantes
são públicos ou privados; e eu os chamo de
conhecidos, porque ambos são reconhecidos por
todos, e eles próprios estão sob a convicção de que
são assim. Mas onde esta preguiça é predominante,
deveres claros serão negligenciados. Que dever mais
claro do que este devemos ter do que abrir nossos
corações a Cristo quando ele bater; ou receber com
diligência as insinuações de seu amor e de sua mente,
que ele expõe nas suas ordenanças. Contudo, isso
384
será uma disputa e discussão sobre a alma, quando
estiver sob o poder da preguiça, Cantares 5: 2, 3. E
isso realmente acontece quando não prestamos
atenção diligente à dispensação da Palavra. (2.)
Negligência das tentações, e dos seus perigos, é outro
efeito geral da preguiça espiritual. Com a vigilância
contra eles, um conflito com eles e a prevalência
sobre eles, a nossa guerra se constitui
principalmente. E sem a devida consideração disto,
não podemos preservar a vida nem produzir os frutos
da fé. (3.) O cansaço e as desesperanças sem coração
em um momento de problemas e dificuldades são
outros efeitos aqui. - E para essas cabeças, todos os
seus efeitos e consequências perniciosas particulares
são reduzidos.
Em segundo lugar, na direção positiva dada e no
encorajamento adjacente, há um exemplo proposto,
e um dever imposto em relação a isso. As pessoas
cujo exemplo é prescrito são mencionadas aqui
apenas de forma indefinida: "Sejam seguidores
daqueles", que no versículo subsequente apresenta o
exemplo de Abraão. Para lidar com aqueles que se
gloriavam demais em ter Abraão por seu pai,
nenhum exemplo mais pertinente e convincente
poderia ser proposto a eles, para que eles saibam que
o próprio Abraão não obteve as promessas de outra
maneira do que a que agora lhes propõe. E, como
nosso Salvador lhes havia dito, que se eles fossem
filhos de Abraão, eles deveriam fazer as obras de
385
Abraão, caso contrário, o seu júbilo de ser ele seu pai
não lhes aproveitaria em nada; então nosso apóstolo
mostra-lhes a necessidade de sua fé e paciência em
particular. Além disso, ele estava no ensejo de
apresentar no próximo capítulo a Melquisedeque,
como um tipo de Cristo, antes de Abraão e acima
dele; e, portanto, como ele tinha em um caso
parecido antes de lidar com Moisés, ele aproveitaria
as vantagens, dando-lhe o devido elogio, para que ele
não parecesse derrogá-lo de nada. E isso ele faz
naquele exemplo em que ele veio a ter a sua maior
honra, ou para se tornar "o pai dos crentes". As
pessoas, portanto, citadas como exemplos a ser
imitados por eles são os patriarcas do Antigo
Testamento, ou aqueles que, no presente, eram
crentes reais, sinceros e sadios, que poderiam ser
destinados, ou aqueles que haviam adormecido na fé
do evangelho; mas como ele trata em todas as
ocasiões, com esses hebreus, com exemplos do
Antigo Testamento, como já vimos e consideramos
em grande no terceiro capítulo, então a expressão
imediata de Abraão como o principal daquilo que ele
pretendia, limita seu desígnio aos que estão sob essa
dispensação. Claramente, ele projeta aqueles que
para o mesmo propósito ele enumera em particular,
com os exemplos de sua fé, em Hebreus 11. Também
não há dificuldade na variedade de suas expressões a
respeito deles. Daqueles no capítulo 11 ele diz que
"todos morreram na fé e obtiveram um bom
testemunho", mas "não receberam a promessa",
386
versículos 13, 39; daqueles neste lugar, que "através
da fé e da paciência herdaram as promessas". Mas é
uma coisa "receber as promessas" e outra "herdar as
promessas". Por "receber" as promessas, Hebreus 11,
o apóstolo se refere ao cumprimento real da grande
promessa sobre a manifestação de Cristo na carne.
Isso não receberam aqueles que morreram antes de
sua encarnação. Mas a "herança" das promessas,
aqui destinada, é uma participação real da graça e da
misericórdia propostas nelas, com a glória eterna.
Todos eles receberam, sendo salvos pela fé, assim
como nós, Atos 15: 10,11; Hebreus 4: 2. Sobre essas
pessoas, ele lhes propõe o caminho que eles tomaram
e o fim que alcançaram. A maneira como eles
tomaram foi "por fé e paciência", ou
"longanimidade". Alguns pensam que aqui está um
enidduoin, e que a uma fé constante e duradoura
somente se destina. Mas sua fé, e o seu constante
exercício contra as oposições, lhes são propostos sob
o nome da fé. Para isso, por makrotumia
(longanimidade) a graça ou dever distinto é
pretendido, é manifesto a partir do versículo 15, onde
o transporte de Abraão em sua fé e recebendo a
bênção é expresso por makrotumhsav, "depois de ter
pacientemente suportado". Que isso foi a fé, ou de
que tipo, que é aqui atribuída aos patriarcas, é
evidente a partir do contexto. Pois foi a fé que teve a
promessa especial de Deus em Cristo por seu objeto;
- não uma fé geral, não comum, mas aquela que
respeitou à promessa dada desde a fundação do
387
mundo, e expressamente renovada a Abraão. Alguns
entre nós negam totalmente esse tipo de fé, e além da
crença da verdade ou veracidade de Deus em geral,
não permitirão uma fé especial com respeito à
aliança e à promessa da graça em Cristo Jesus;
considerando que, na verdade, não existe outra fé
verdadeira, útil, de salvação e propriamente
chamada no mundo. É verdade, essa fé especial na
promessa supõe a fé em geral com respeito à verdade
e à veracidade de Deus, nem pode estar sem ela. Mas
isso pode ser, e está em muitos onde a outra não está,
sim, e onde é até desprezada. Isto, portanto, foi a fé
que aqui foi recomendada e proposta para nós. O
objeto especial disso foi o Messias, ou o próprio
Cristo, como Salvador do pecado; com esta limitação
especial, para vir depois. A razão formal disso era a
verdade de Deus nas suas promessas, com a sua
imutabilidade e poder infinito para dar-lhes uma
realização. E os meios de avaliar essa fé neles foi a
própria promessa. Por essa fé foram justificados e
salvos, Gênesis 15: 6. Mas pode ser indagado como
essa fé poderia nos ser proposta por um exemplo, ao
vê-la respeitar à futura manifestação de Cristo, e
devemos respeitá-la desde que eleio veio em carne.
Mas essa circunstância não altera nada a própria
natureza das coisas; pois, no que diz respeito à
exposição real do Messias, eles o consideravam
futuro, no entanto, quanto aos benefícios de sua
mediação, eles foram feitos presentes e efetivos para
eles pela promessa. E a fé que nos é exigida respeita
388
de modo semelhante ao Senhor Jesus Cristo e aos
benefícios da sua mediação; e por sua exibição real
na carne não mudou em sua natureza do que era,
embora seja extremamente vantajoso quanto à sua
luz. A próxima coisa atribuída a eles é makrotumia
(paciência, longanimidade). Eessas graças são
expressamente distinguidas, 2 Timóteo 3:10;
Colossenses 1:11. E em muitos lugares é
recomendado como uma graça e dever especiais, 2
Coríntios 6: 6; Gálatas 5:22; Efésios 4: 2; Colossenses
3: 12. E muitas vezes também é atribuído a Deus,
Romanos: 2: 4, 9:22; a Cristo, Timóteo 1:16. Em
Tiago 1:19 é "tardio para se irar", oposto a
"precipitado", "facilmente irritado", "amargo em
espírito". É uma estrutura de alma graciosa e calma,
uma tranquilidade de mente, em bases de fé santas e
espirituais, não sujeita a provocações, a não se cansar
por oposição. Por isso, embora o apóstolo diga da
mesma maneira em outro lugar, que "precisamos de
paciência, para que, depois de ter feito a vontade de
Deus, possamos receber a promessa", Hebreus
10:36; ainda que a longanimidade aqui pretendida é
distinta disso. Pois, como a paciência é uma quietude
graciosa e mansa em submeter-se a problemas e
misérias presentes; de modo que essa makrotumia,
ou "longanimidade", tolerância, ou sofrimento, é
uma disposição de mente tranquila e graciosa, capaz
de encontrar uma série de dificuldades e provocações
sem ser exasperada por eles para desertar ou cessar
do curso em que estamos envolvidos. Então, onde é
389
atribuído a Deus, isso significa que a bondade de sua
natureza e propósito de sua vontade, que, apesar de
suas múltiplas provocações e, por assim dizer, novas
descobertas diárias, contudo ele suportará os
pecadores e não se desviará de Seu caminho de
bondade e piedade para com eles. E conosco tem um
duplo objeto. Pois, 1. No decorrer da nossa fé e
profissão, vamos encontrar muitas dificuldades e
oposições, com muitos escândalos e ofensas. Nisto os
homens são propensos a desprezar, a não gostar e a
ser provocados a deixar o caminho em que se
encontram com eles. Em várias ocasiões
surpreendentes, eles "se preocupam em fazer o mal",
Salmo 37: 8.
Assim, é o dever que nos é prescrito em particular
com respeito uns aos outros, Efésios 4: 2. Além disso,
2. Há diversas coisas nas promessas de Deus, das
quais os crentes desejam sinceramente, se for
possível, uma realização presente, ou um maior grau
de evidência em sua realização, ou uma maior
velocidade em relação a elas. Tais são a subjugação
total de suas corrupções, o sucesso contra a liberdade
das tentações, a libertação da igreja dos problemas e
de coisas parecidas. Agora, quando essas coisas estão
atrasadas, quando o coração está pronto para ser
envenenado pelo atraso de suas esperanças, a alma
está apta a desesperar, a superar suas expectativas, e,
se assim for, rapidamente também abandonará seus
deveres. A graça que nos mantém em silêncio
390
esperando Deus para o cumprimento de tudo o que
nos interessa no seu próprio tempo e época, que nos
preserva de desmaios e desentendimentos
pecaminosos, esta é uma "longanimidade" ou essa
tolerância. Essas eram as formas pelas quais eles
vieram a herdar as promessas. Os pagãos do passado
pensavam que seus heróis ou patriarcas eram
excelentes e, como eram chamados, por ações
heróicas, por valor, coragem, matança e conquista de
seus inimigos, geralmente atendiam com orgulho,
crueldade e opressão, abriram caminho para o céu. O
caminho dos heróis de Deus, dos patriarcas de sua
igreja e povo, para o seu descanso e glória, para o
gozo das promessas divinas, foi pela fé, paciência,
sofrimento, humildade, perseguição duradoura,
abnegação e virtudes espirituais geralmente
desprezadas pelo mundo. Tão contrários são os
julgamentos e os caminhos de Deus e os dos homens,
mesmo sobre o que é bom e digno de louvor. Observe,
à medida que passamos, isso, - Observação II. A fé e
a paciência são o único meio pelo qual os
professantes do evangelho podem alcançar o
descanso com Deus na realização das promessas. - É
uma triste consideração, de que maneira e por que
significa que alguns homens pensam em vir ao céu,
ou se carregam como se o fizessem. São apenas
poucos os que pensam tanto como uma profissão nua
dessas coisas serem necessárias para isso; mas
vivendo com avidez em todos os tipos de pecados,
eles ainda supõem que herdarão as promessas de
391
Deus! Mas este não era o caminho dos antigos
homens santos, cujo exemplo nos é proposto. Alguns
pensam que a fé, pelo menos, é necessária; mas pela
fé eles entendem pouco mais do que professar a
verdadeira religião, sobre a qual há tantos concursos
no mundo. Esta não foi a fé de Abraão; ou seja, isso
sozinho não era assim. Onde consistiu, e como foi
agido, teremos ocasião depois de declarar. Mas o que
os homens pensam dos longos sofrimentos antes
descritos? O alívio em relação a isso é confiar na fé
que não tem necessidade. Por essa fé comum que a
maioria dos homens se contestam, raramente ou
nunca a colocam no exercício do longo sofrimento
paciente. É contra as atuações de uma fé viva que
surgem essas oposições que o exercício dessa outra
graça (longanimidade) é necessário para entrar em
conflito com elas. E darei alguns exemplos disso, em
que a necessidade dela será feita para aparecer; pois,
se eu lidar com isso em geral, todas as dificuldades
que estão no caminho da nossa profissão
permaneceriam. Da fé, trataremos depois. E, - 1. A
paciência é necessária com respeito às reprovações a
que a profissão de uma fé salvadora irá expor os
homens. Isso sempre aconteceu, e o fará enquanto
este mundo continuar. E eles geralmente são
lançados sobre os crentes em tão grande variedade,
em todas as ocasiões, uma vez que seria um longo
trabalho destacar o principal deles; pois eles são os
principais efeitos dos esforços de Satanás, como ele é
"o acusador dos irmãos". Eu somente dou um
392
exemplo; e eles são aqueles que, em suas dificuldades
e tentações, o mundo reflete, como se sua profissão
de fé em Deus fosse vã, falsa e hipócrita. Quando os
homens disseram a Davi: "Onde está agora o teu
Deus?" Ou "O que se tornou da tua religião e
profissão, a tua pretensa confiança em Deus?", Ele
diz que era como "uma espada matadora em seus
ossos"; perfurou profundamente, e era muito
dolorido, Salmo 42:10. E é falado na pessoa do nosso
Salvador: "O reprovado quebrou o meu coração, e
estou cheio de peso", Salmo 69:20. E esta foi a
censura que foi lançada sobre ele na cruz, como as
próximas palavras se manifestam: "Deram-me fel
por mantimento, e na minha sede me deram a beber
vinagre.", versículo 21. E essa censura foi aquela em
que nos encaixamos: "Todos os que me veem
zombam de mim, arreganham os beiços e meneiam a
cabeça, dizendo: confiou no Senhor; que ele o livre;
que ele o salve, pois que nele tem prazer.", Salmo 22:
7,8; Mateus 27:43. E o que aconteceu com o Senhor
Jesus Cristo na cruz, ensina a igreja o que é esperar
sob isso. Nessa condição, a longanimidade do
paciente é nosso único alívio. Se isso não estiver em
exercício, devemos desmaiar e desesperar, ou "nos
preocuparmos em fazer o mal", ou dizer em nossos
corações: "Nós faremos aos outros o que eles nos
fizeram". Mas, por este meio, a alma é livrada. Não é
feita estúpida e sem sentido da nitidez e do mal deles.
Davi não era assim, nem o próprio Cristo; nem é a
vontade de Deus que devemos colocá-los com uma
393
indiferença descuidada. A glória e a honra de Deus e
do evangelho estão tão preocupados com eles, e Deus
assim os projeta para o exercício da nossa fé, para
não serem desprezados. Mas isso dará uma quietude
e uniformidade de espírito sob eles, para que
nenhum dever seja obstruído, nem essa satisfação.
que temos nos caminhos de Deus seja impedida de
qualquer maneira. E, neste caso, esse longânimo
paciente persegue três maneiras: (1) Ao cometer toda
a causa a Deus; como fez em Cristo, 1 Pedro 2:23. (2)
Ser paciente aguardando a súplica da nossa causa,
sob o senso de nosso próprio pecado, e um
reconhecimento da justiça de Deus, Miquéias 7: 9,10.
(3.) Ao apoiar a alma com um testemunho de sua
própria sinceridade, 1 Coríntios 4: 3,4. 2. Com
respeito à violência e às perseguições. Estes também,
que a fé que tende ao gozo das promessas irá expor
os homens. E eles provam grandes provações, às
vezes por sua violência, e às vezes por sua
continuação. Alguns vêm com a fúria de uma
tempestade, como se estivessem ansiosos para todos;
tais eram as perseguições primitivas. Outros, por sua
longa duração em problemas de desperdício,
vexando e consumindo, são projetados gradualmente
para "desgastar os santos do Altíssimo", Daniel 7:25.
O número de apóstatas em tais épocas, em sua maior
parte, excedeu o dos mártires. E muitos
insensivelmente se secaram e cresceram
completamente cansados sob problemas de longa
duração, quando eles não podiam perceber nenhum
394
fim deles. Aqui precisamos de longanimidade
paciente, se pretendemos herdar as promessas. Essa
é a graça que calmamente sustenta a alma sob todas
essas pressões: (1.) Mantendo e preservando-o do
escurecimento, afeições perturbadoras e paixões de
raiva, tristeza mundana, medo carnal e o amor
desordenado das coisas presentes. Por isso "em
paciência possuímos nossas almas", Lucas 21:19;
que, se as afeições desordenadas façam, como antes,
uma vez que realizamos o nosso poder, e possuímos
a sua conduta, devemos perder rapidamente a nossa
profissão. (2.) Ao permitir-nos levar uma perspectiva
sedenta das coisas eternas, das coisas boas
prometidas e da sua gloriosa excelência em
comparação com o que aqui sofremos, 2 Coríntios 4:
16-18. (3.) Ao preservar-nos de todas as formas
irregulares e tentativas de libertação. Pois, sem essa
graça, escolheremos não sofrer, e desinteresar-nos
das promessas ou não sofrer de maneira devida, para
a glória de Deus ou para o nosso próprio benefício;
ou se desviará para relevos ilegais. 3. É necessário
com respeito à nossa espera pelo cumprimento de
muitas grandes promessas relativas ao reino de
Cristo e do interesse do evangelho neste mundo. Que
há tais promessas registradas na Escritura, e ainda
não cumpridas, é, eu suponho, geralmente
concedido. No entanto, eu falo daqueles que estão
satisfeitos em suas mentes além de todas as
hesitações que existem; e dos que viveram antes da
realização de alguns daqueles, que são propostos
395
para o nosso exemplo. Assim como os pais sob o
Antigo Testamento, que viveram antes da vinda de
Cristo na carne. Nestas promessas e sua realização,
os crentes se acham muito preocupados; e aqueles
que não são assim, desacreditam o interesse pelo
corpo espiritual de Cristo e sua glória no mundo.
Agora, porque a sua realização é adiada para além
dos desejos e das expectativas dos homens, como era
antiga a promessa da vinda de Cristo, muitas
tentações se seguem. E não houve poucos, por um
lado, que, em casos tristes, fizeram pressa e
anteciparam a realização em práticas injustificáveis;
fingindo fé, renunciaram à longanimidade paciente.
E não menos afastaram todas as expectativas deles,
por outro lado, como se nunca mais fossem
cumpridas. Aqui, portanto, também precisamos de
longanimidade paciente. Sem isso, cairemos em um
dos extremos mencionados, os quais são
acompanhados de perigos ruinosos para a profissão.
Veja Habacuque 2: 1-4. Com respeito a estas coisas,
os dias do evangelho são o tempo do "reino e
paciência de Jesus Cristo", Apocalipse 1: 9. Ele
começou a montar seu reino; e nada será
prevalecente contra ele, Daniel 7:27. Mas, no
entanto, muitas coisas que pertencem a isso,
especialmente a sua tranquilidade e extensão, ainda
não foram cumpridas; e enquanto eles são assim,
muitos atentados são cometidos no mundo contra o
seu governo e interesse. Portanto, é no momento o
tempo de sua paciência, bem como de seu reinado. E,
396
portanto, somos obrigados a "manter a palavra de
sua paciência" Apocalipse 3:10; ou permanecer na fé
das coisas sobre as quais ele exerce paciência no
mundo. Assim é dito com respeito aos julgamentos
que Deus em seu próprio tempo executará no mundo
anticristão e perseguidor: "Aquele que conduz ao
cativeiro entrará em cativeiro; aquele que mata com
a espada deve ser morto com a espada. Aqui está a
paciência e a fé dos santos.", Apocalipse 13: 10.
Enquanto essas coisas estão se cumprindo, e até que
sejam cumpridas, durante essa grande temporada
até o fim dela, os santos devem exercer paciência no
sofrimento, somados à fé nas promessas, ou não
verão o fim delas. E esta paciência que sofre muito
com respeito à realização dessas promessas produz
estes quatro efeitos: (1.) Uma resignação silenciosa
em todos os tempos e épocas à soberania de Deus. A
alma possuída dela se acalma com isso: "Não é para
eu conhecer os tempos e as estações, que Deus
colocou em sua própria mão", Deuteronômio 29:29.
(2.) A avaliação devida dos prazeres presentes; que é
especialmente necessário, desde a vinda de Cristo na
carne. (3.) Uma pronta aplicação da mente para os
deveres atuais, João 21:22. (4.) Esperando em oração
pelo que ainda não recebemos. 4. É necessário
também com respeito à nossa própria obediência
pessoal e a todas as principais preocupações disso.
Há três coisas que os crentes visam principalmente
no curso de sua obediência: (1.) Que suas corrupções
possam ser completamente subjugadas. (2) Que suas
397
graças sejam vivificadas e fortalecidas para toda a
fecundidade. (3.) Que, as tentações sendo removidas,
suas consolações espirituais possam abundar. Estas
são as coisas que eles continuamente pressionam,
anseiam e buscam. E às vezes, em alguns, se não
todos eles, eles pareciam ter feito tão grande
progresso quanto a estar pronto para uma entrada
em um descanso perfeito. Mas, mais uma vez,
encontram novas tempestades; as corrupções
crescem fortes, e a graça está em declínio; as
tentações abundam e as consolações estão longe.
Sim, e pode ser que eles sejam frequentemente
exercidos com essas mudanças e decepções. Isso os
enche de muitas perplexidades, e muitas vezes os
prepara para desmaiar. A menos que esta
longanimidade paciente continue acompanhando-
nos em todo o nosso curso, não devemos terminá-lo
com glória a Deus, nem consolar às nossas próprias
almas. Mas pode ser perguntado, com que
fundamentos e por que razões o apóstolo propõe a
estes hebreus o exemplo de seus predecessores nesta
matéria. Por isso, ele o faz, ou ele pode fazê-lo, para
estes fins: - para que eles saibam que ele os exortou.
1. Para nada além do que foi encontrado naqueles que
viveram antes deles, a quem eles amaram e
admiraram; 2. Para nada além do que era necessário
para todos os que herdariam as promessas; pois se
essas coisas fossem exigidas de seus progenitores,
pessoas tão elevadas no amor e no favor de Deus,
para esse fim, como poderiam imaginar que
398
poderiam ser dispensados quanto à sua observância?
3. A nada além do que era praticável, o que outros
haviam feito, e, portanto, era possível, fácil para eles
cumprirem, através da graça de Cristo.
Em terceiro lugar, o apóstolo, por seu encorajamento
para os deveres mencionados, expressa o fim que
esses outros alcançaram na prática deles.
"Que herdam as promessas". Ele fala no tempo
presente, mas principalmente se refere àqueles que
viveram antes, como declaramos. E o apóstolo aqui
expressa o caminho pelo qual, no uso dos meios,
chegamos ao gozo das promessas. E isso é, a
"herança". Nós não o merecemos nem o compramos,
mas o herdamos. E como é que herdamos? Do
mesmo modo que qualquer outro vem a uma
herança, ou seja, sendo os verdadeiros herdeiros. E
como nos tornamos herdeiros desta herança?
Simplesmente pela adoção gratuita de Deus; de
modo que o nosso apóstolo declara plenamente toda
essa questão, Romanos 8: 15-17: "Vós recebestes o
Espírito de adoção, pelo qual clamamos, Abba, Pai. O
próprio Espírito testifica com nosso espírito, que
somos filhos de Deus. E se somos filhos, logo somos
herdeiros; herdeiros de Deus e herdeiros comuns
com Cristo."
Deus, por meio de adoção gratuita e livre, nos torna
seus filhos. Todos os filhos de Deus são herdeiros; ele
399
tem uma herança para todos eles. Esta herança é
prometida a eles; e, portanto, a sua satisfação é
chamada de "herdar as promessas". Portanto, a graça
da adoção é o fundamento, a causa e a maneira de
receber a graça e a glória prometidas. E com respeito
aqui é dito que Deus não é injusto em nossa
recompensa, versículo 10. Porque nos ter adotado
livremente e nos fazer herdeiros, pertence à sua
fidelidade e justiça para nos preservar a nossa
herança. Somente nós somos herdeiros, com os
meios que nos são atribuídos para a conquista de
nossa herança, para o qual nosso dever se deve
aplicar.
Eles herdaram "as promessas". Todas as promessas
brotaram de uma promessa original, e todas
centraram-se nAquele em quem e por quem
deveriam ser cumpridas e efetivas, sendo "todas sim
e amém nele", e porque aquele que acha sua pessoa e
mediação praticamente inclui todo o resto, todas elas
são frequentemente destinadas e incluídos sob o
nome de "a promessa", no número singular. Mas.
porque Deus estava satisfeito de deixar, por assim
dizer, vários riachos de graça sobre graça,
originalmente armazenados na primeira grande
promessa, por várias concessões e instâncias
particulares, em parte pela representação dessa
plenitude de graça que ele pretendia exibir assim, em
parte para o fundamento de nossa fé, e sua direção
na aplicação da graça prometida, em várias ocasiões
400
particulares; e porque ele ficou satisfeito com
frequência por renovar a mesma grande promessa
original, quanto a Abraão e Davi; há muitas delas, e
elas são chamadas de "promessas"; e, em razão de
sua união na mesma aliança, quem quer que esteja
realmente interessado em qualquer uma delas, é
assim em todas.
Por "promessas" aqui, as coisas prometidas são
destinadas. Para "herdar as promessas", deve ser
feito participante das coisas prometidas. E a questão
dessas promessas foi toda graça e glória. O que é aqui
especialmente considerado, é o seu complemento
completo no eterno descanso glorioso com Deus por
Cristo. Isto é proposto aos hebreus; e eles são
encorajados a esperá-lo pelos exemplos daqueles que
viveram antes deles com fé e paciência. Por isso, ele
exige, - Por fim, que eles deveriam ser "imitadores",
"seguidores"; isto é, fazendo o que fizeram, pisando e
"andando em seus passos", como o nosso apóstolo
expressa, em Romanos 4:12; como nós "seguimos os
passos de Cristo", 1 Pedro 2: 21. É pensar que os
ouvimos, dizendo-nos o que Abimeleque disse aos
seus soldados, Juízes 9:48: "Então Abimeleque subiu
ao monte Zalmom, ele e todo o povo que com ele
havia; e, tomando na mão um machado, cortou um
ramo de árvore e, levantando-o, pô-lo ao seu ombro,
e disse ao povo que estava com ele: O que me vistes
fazer, apressai-vos a fazê-lo também." Observação
III. Todos os crentes, todos os filhos de Deus, têm
401
direito a uma herança. Como eles vieram a este
direito foi declarado antes. É por aquela adoção por
meio da qual são feitos filhos de Deus; e todos os
filhos de Deus são herdeiros, como afirma o apóstolo.
E esta herança é a melhor e a maior, por conta de
segurança e valor. 1. Deixe uma herança nunca ser
tão excelente e valiosa, mas, se não for segura, se o
título de um homem não for firme e inquestionável,
se ele for derrotado por fraude ou força, quais são os
direitos terrenos e os títulos são desagradáveis, - tira
o valor disso. Mas esta herança é transmitida,
estabelecida e segura, pela promessa, aliança e
juramento de Deus, 2 Samuel 23: 5; Romanos 4:16.
Estes garantem esta herança de toda possibilidade de
nossa derrota. 2. O valor é inefável. É um "reino",
Mateus 25:34, Tiago 2: 5; "Salvação", Hebreus 1:14; a
"graça da vida" 1 Pedro 3: 7; "Vida eterna", Tito 3: 7;
Deus mesmo, que prometeu ser nossa recompensa,
Romanos 8: 17. Observação IV. O fornecimento de
exemplos para nós na Escritura, que devemos imitar
e seguir, é uma maneira eficaz de ensinar e um
grande fruto do cuidado e bondade de Deus para
conosco. O uso de exemplos a serem evitados no
pecado e punição o apóstolo declarou e insistiu no
terceiro capítulo; que também aplicamos conforme
pudermos. Aqui, ele propõe os que devemos cumprir
e conformar-nos; que depois, Hebreus 11, ele ainda
pressiona em muitos casos particulares. E, como há
uma grande eficácia nos exemplos em geral, - que foi
falado em Hebreus 3 -, então há muitas vantagens
402
naqueles que são propostos à nossa imitação na
sabedoria do Espírito Santo. Pois, - 1. As coisas e os
deveres que nos são exortados são redimensionados
para nós o quanto possível, e em termos que não
sejam incômodos ou penosos. Considerando todas as
dificuldades e oposições, desde dentro e para fora,
para que possamos entrar em conflito com a nossa fé
e paciência, podemos estar prontos para pensar que
é impossível que possamos passar por eles e sair com
segurança no último. Para evitar este desânimo é o
desígnio do apóstolo naquela longa série de exemplos
que ele nos dá em Hebreus 11; pois,
indubitavelmente, demonstra, por meio de
instâncias de todo tipo, que a fé levará infalivelmente
os homens às maiores dificuldades que possam
encontrar na profissão e na obediência. Não há mais
necessidade de nós dos tais do que aquelas pessoas
do passado que, pelo testemunho de Deus mesmo,
passaram com êxito. E se não os seguimos, não é
senão a preguiça espiritual, o amor do mundo e do
pecado, que nos retarda. 2. Os grandes exemplos,
naturalmente, movem e animam as mentes dos
homens, que têm o mesmo espírito com aqueles por
quem foram realizados, para fazer como eles, sim,
para superá-los se for possível. Então, Themistocles
disse que a vitória de Miltiades contra os persas não
o deixaria dormir. Sendo uma pessoa do mesmo tipo
de coragem que a dele, isso o despertou, em uma
emulação nobre, para igualá-lo em uma defesa
perigosa e bem-sucedida de seu país. Mas, então, é
403
necessário que haja o mesmo espírito em nós, tal
como houve naqueles, cujos exemplos nos são
propostos. Leve os exemplos de pessoas valentes e
heróicas, em suas grandes e nobres ações, sejam
colocados diante de homens de fraca natureza ou
temperamento, e você não vai encorajá-los. Agora, o
espírito e o princípio com que os dignos de Deus, cujo
exemplo está estabelecido diante de nós, foram
agidos com isso, foi de fé. Em vão devemos encorajar
alguém a um seguimento de imitação daqueles, que
não têm o mesmo espírito e princípio. Isto, o apóstolo
exige em 2 Coríntios 4:13: "Ora, temos o mesmo
espírito de fé, conforme está escrito: Cri, por isso
falei; também nós cremos, por isso também
falamos." Se não tivéssemos o mesmo espírito de fé
que o deles, não poderíamos fazer o que fizeram. E
podemos julgá-los se nossa fé é genuína ou não. Pois,
se os seus exemplos não nos movem, não nos excitam
aos próprios deveres de obediência como eles, é uma
evidência de que não temos o mesmo espírito de fé
que o deles; - como a coragem de um homem valente
é inflamada por um exemplo nobre, quando um
covarde encolhe para trás e tremula. Com essa
suposição, há uma grande força nessa direção, Tiago
5:10: "Irmãos, tomai como exemplo de sofrimento e
paciência os profetas que falaram em nome do
Senhor." Deixe um ministro do evangelho que seja
participante em sua medida do mesmo espírito,
considere como Elias, Jeremias, Pedro, Paulo e o
restante daquelas almas santas que falaram em nome
404
do Senhor, carregaram-se sob suas aflições e
provações; e vai inflamar seu coração para se
envolver alegremente em conflitos semelhantes. 3.
Estes exemplos são tão redimensionados para nós,
como claramente para descobrir e apontar para onde
nossos perigos estão por um lado, e onde a nossa
assistência e alívio estão no outro. Esses dois,
devidamente considerados e compreendidos em
todos os nossos deveres, nos darão as melhores
direções que possamos receber. Quando conhecemos
os nossos perigos e os nossos relevos bem, estamos a
meio caminho da solução das nossas dificuldades.
Quando não os consideramos, quando não os
conhecemos, em todas as ocasiões estamos presos a
problemas. Agora, nos exemplos que nos são
propostos, é necessário, através da sabedoria e do
cuidado do Espírito de Deus, recordarmos as
tentações que aconteceram aos que são os nossos
padrões, as ocasiões deles, suas vantagens, poder ou
prevalência; onde faltaram, ou falharam, expondo-se
ao poder de seus inimigos espirituais; e por outro
lado, que curso eles tomaram para o alívio, que
pedido eles fizeram a Deus em suas dificuldades e
angústias, e em quem somente eles repousaram sua
confiança de sucesso. Essas coisas podem ser
confirmadas por múltiplas instâncias. 4. Há neles
também revelados quais as intervenções e distúrbios
em nosso curso de obediência que podem acontecer
conosco; que ainda não deve nos fazer desesperar
completamente, e dar a nossa profissão como
405
infrutífera e sem esperança. Confesso que a grande
sabedoria e cautela devem ser usados na
consideração dos pecados e das quedas dos santos
sob o Antigo Testamento, de modo que não sejam
abusados para dar expressão ao pecado, antes ou
depois da comissão. Não conhecemos as
circunstâncias, a luz, a graça, as tentações, o
arrependimento, nem a indulgência de Deus com os
pecadores, antes que a plenitude da dispensação da
graça tenha vindo por Jesus Cristo. Mas isso é certo,
em geral, que, se todo grande pecado ou queda,
quando algum deles é ultrapassado pela dominação
das tentações, era absolutamente inconsistente com
aquele curso de obediência que conduz à herança das
promessas, o Espírito Santo não o faria, sem
qualquer exceção particular quanto às suas pessoas,
registrando essas coisas na vida daqueles que ele
propõe para o nosso exemplo. 5. O fim certo e seguro
de um curso de santa obediência está sendo proposto
para nós. Todas aquelas almas santas que estão agora
em repouso com Deus na glória, como tendo herdado
as promessas, passaram algum tempo como nós, em
conflito com corrupções e tentações, passando por
censuras e perseguições, trabalhando em deveres e
um curso constante de obediência a Deus. Se,
portanto, os seguirmos em seu trabalho, não
devemos deixar de participar com eles em sua
recompensa.
406
VERSOS 13-16.
“3 Porque, quando Deus fez a promessa a Abraão,
visto que não tinha outro maior por quem jurar,
jurou por si mesmo,
14 dizendo: Certamente te abençoarei, e
grandemente te multiplicarei.
15 E assim, tendo Abraão esperado com paciência,
alcançou a promessa.
16 Pois os homens juram por quem é maior do que
eles, e o juramento para confirmação é, para eles, o
fim de toda contenda.”
No final do versículo anterior, o apóstolo expressa o
fim de todas as suas exortações, ao que elas tendiam
e qual seria a vantagem de todos os que as
cumprissem com fé e obediência; e. isto era, a
herança das promessas ou o gozo das coisas
prometidas por Deus aos que creem e obedecem. De
toda a relação entre Deus e os pecadores, a promessa
da parte de Deus é o único fundamento. Assim, Deus
expressa a sua bondade, graça, verdade e poder
soberano, aos homens. Aqui, toda religião
sobrenatural e todas as nossas preocupações nela são
fundadas, e não em nada em nós E, por nossa parte,
a herança das promessas, nos efeitos dessas
propriedades sagradas de Deus em relação a nós, é o
407
fim do que procuramos apontar para toda a nossa
obediência. Portanto, o apóstolo chegou, na série de
seu discurso, à menção deste grande período de todo
o seu desígnio, ele permanece um tempo para
considerá-lo e explicá-lo nestes versos.
“Gar” (Porque). Os expositores concordam que essa
conexão causal não inferirá uma razão ou aplicação
da exortação precedente à fé e diretamente; mas dá
uma conta, pelo que propôs a eles exemplos de seus
antepassados, como aqueles que, através da fé e da
paciência, herdaram as promessas. Para isso, eles
fizeram isso de verdade, ele prova por uma instância
acima de toda exceção, produzindo o exemplo de
alguém que ele sabia que seria mais forçado e
prevalecente com eles: "É evidente que, pela fé e pela
paciência, Abraão obteve a promessa", os motivos
pelos quais ele particularmente declara.
Mas, a meu ver, não compreende todo o escopo e
desígnio do apóstolo na introdução deste exemplo.
Ele ainda tem um objetivo mais amplo nisso, que
devemos investigar. Portanto, 1. Tendo feito seu
discurso sobre a fecundidade na profissão, com
constância na fé e paciência, para uma declaração do
fim de todas as graças e deveres, que é o gozo da
promessa, ele toma ocasião daí para declarar a eles a
natureza do evangelho e a mediação de Cristo neles
proposta, para a constância na fé e profissão de que
ele os exortou tanto. Para este fim, ele os deixa saber
408
que não foram senão a realização da grande
promessa feita a Abraão; que, como eles mesmos,
reconheceram ser o alicerce de todas as suas
esperanças e expectativas, de modo que também não
havia sido cumprida perfeitamente. Nessa promessa,
tanto a grande benção do próprio Cristo quanto toda
a obra de sua mediação foram incluídas. Portanto,
por isso, ele insiste tão amplamente nesta promessa,
e a confirmação dela, e emite seu discurso na
introdução de Cristo de acordo com ela. 2. Ele projeta
ainda para se manifestar, que a promessa, quanto à
sua substância, não pertence menos a todos os
crentes do que a Abraão, e que todos os benefícios
nela contidos são pelo juramento de Deus
assegurados a todos. É observado nas palavras, 1. A
pessoa a quem as promessas foram feitas, e quem é
proposto para o exemplo dos hebreus; que é Abraão.
2. A promessa feita a ele; que é o próprio Cristo e os
benefícios da sua mediação. 3. A confirmação dessa
promessa pelo juramento de Deus; "Deus dizendo".
4. A natureza especial desse juramento; "Deus jurou
por si mesmo". 5. O motivo disso; porque ele não
tinha ninguém maior por quem ele pudesse jurar. 6.
O fim do todo por parte de Abraão; ele obteve a
promessa esperando com paciência. 7. A garantia da
promessa, por parte de Deus, como confirmada por
seu juramento, por uma máxima geral das coisas
entre os homens, fundamentada na luz da natureza e
recebida em sua prática universal; "Porque os
homens realmente juram pelo maior", etc. Primeiro,
409
a pessoa a quem a promessa foi feita é Abraão. "Ele
foi originalmente chamado de" Abram, "pai
exaltado". Deus mudou seu nome, com a maior
renovação de sinal da aliança com ele, para "Abraão",
Gênesis 17: 5. A razão e a significação adicionada das
quais são dadas nas próximas palavras: "Porque por
pai de muitas nações eu te constituí". É uma
"multidão" e Deus agora declarando que Abraão
deveria não somente ser o pai de todas as nações que
deveriam proceder naturalmente de seus lombos,
mas de todas as nações do mundo que depois
abraçariam e imitariam sua fé, muda seu nome para
“pai de multidão”, para que seja para ele um
memorial perpétuo da graça e do favor de Deus,
como também uma confirmação contínua de sua fé
nas promessas, a verdade e o poder de Deus sempre
lhe foram sugeridos pelo nome que ele lhe havia
dado. Abraão foi o mais conhecido, em muitas
contas, para ser proposto como um exemplo para
este povo. Porque, 1. Naturalmente, ele era o chefe de
suas famílias, - seu primeiro progenitor famoso e
peculiar, em quem a pessoa que a distinção do resto
do mundo começou, que eles continuaram durante
todas as suas gerações; e todos os homens costumam
prestar uma grande reverência e respeito a tais
pessoas. 2. Foi ele o primeiro a ser chamado para a
formação do povo de Israel. 3. Porque a promessa,
agora cumprida, foi primeiramente dada a ele, e o
Evangelho declarado, na fé da qual agora são
exortados a perseverar. 4. A promessa não lhe foi
410
dada apenas por sua própria conta, ou por sua
própria causa, mas ele foi escolhido como um padrão
e um exemplo para todos os crentes. E, portanto,
tornou-se o "pai dos crentes" e "herdeiro do mundo".
Em segundo lugar, o que se afirma sobre essa pessoa
é que "Deus prometeu a ele". Da natureza das
promessas divinas que tenho tratado, Hebreus 4: 1,2.
Em geral, são declarações expressas da graça, do
bem, do prazer e do propósito de Deus em relação aos
homens, pelo seu bem e vantagem. O que aqui
pretendia era, para a substância dele, o que Deus fez
para Abraão, Gênesis 12: 2,3: "Eu farei de ti uma
grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu
nome; e tu, sê uma bênção. Abençoarei aos que te
abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te
amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias
da terra." E essa mesma promessa lhe foi confirmada
pelo caminho de um pacto, Gênesis 15: 3-5; e mais
solenemente, Gênesis 17: 1-6. Porque em Gênesis 15,
só prometeu que ele deveria ter uma semente
própria, e que um estranho não deveria ser seu
herdeiro; mas aqui [Gênesis 17] seu nome se
transforma em "Abraão", ele é feito "herdeiro do
mundo" e "muitas nações" são dadas para ser sua
posteridade espiritual. Mas porque, juntamente com
a promessa, nosso apóstolo projeta-se para dar conta
e elogio tanto da fé quanto da obediência de Abraão,
ele não exclama a concessão dessa promessa que
prevenia, renovava e chamava, antecedente a toda a
fé e obediência e comunicativa de toda a graça pela
411
qual ele foi habilitado para isso, como expressou em
Gênesis 12; mas ele o retira daquele lugar onde foi
renovado e estabelecido para ele depois de ter dado a
última e maior evidência de sua fé, amor e
obediência, Gênesis 22: 16-18: "e disse: Por mim
mesmo jurei, diz o Senhor, porquanto fizeste isto, e
não me negaste teu filho, o teu único filho, que
deveras te abençoarei, e grandemente multiplicarei a
tua descendência, como as estrelas do céu e como a
areia que está na praia do mar; e a tua descendência
possuirá a porta dos seus inimigos; e em tua
descendência serão benditas todas as nações da
terra; porquanto obedeceste à minha voz." Assim,
Deus lhe deu a plenitude da promessa gradualmente.
Primeiro ele menciona apenas a sua própria pessoa,
sem qualquer declaração de como a promessa deve
ser cumprida em sua semente, Gênesis 12: 2,3; então
ele acrescenta expressamente a menção de sua
semente, no caminho pelo qual a promessa deve ser
realizada, mas não mais, Gênesis 15: 5; e, em última
análise, ele faz saber a extensão de sua semente, para
os crentes de todas as nações, Gênesis 17: 5. A todos
os quais é adicionada uma confirmação adicional
pelo juramento de Deus e pela extensão da promessa,
Gênesis 22: 15-18. Assim, devemos abraçar e aplicar,
como ele fez, as primeiras sugestões do amor e da
graça divina. Não é uma garantia total de que somos
os primeiros a cuidar, mas devemos aguardar a
confirmação de nossa fé, em conformidade com o que
recebemos. Se não valorizamos ou não melhoramos
412
a obediência agradecida, as primeiras sugestões de
graça, não faremos nenhum progresso para maiores
prazeres. E na expressão do apóstolo dessa
promessa, podemos considerar: 1. A maneira da
expressão; 2. A natureza e os interesses da própria
promessa. 1. Na maneira da expressão, existem as
partículas afirmativas, "certamente",
"verdadeiramente". Eles respondem apenas
diretamente a yKi no hebraico; mas o apóstolo inclui
um respeito ao que foi dito antes, yTi [] Bæv] ni yBi,
- "Em mim mesmo jurei". E o Kiku às vezes é usado
para kea; , isto é, "verdadeiramente", sob a forma de
uma afirmação. Mas a formalidade do juramento de
Deus não está nem em Gênesis nem aqui é
expressada; só se tem respeito ao que ele afirma: "Por
mim mesmo jurei." Certamente "sem dúvida". Nosso
apóstolo usa exatamente as palavras de Gênesis
22:17. Somente, enquanto se diz ali: "Multiplicarei a
tua semente", ele expressa por "Eu te multiplicarei",
que é tudo um, ou para o mesmo propósito, pois ele
não poderia ser multiplicado, senão na sua semente:
e ele não prossegue mais longe com a palavra da
promessa, por não estar preocupado com o que se
segue. Pois, embora sua semente tenha sido
realmente multiplicada, ainda assim foi o próprio
Abraão que foi abençoado. E essa multiplicação é um
hebraico puro, afirmando veementemente o que
prometeu, e tem nela a natureza de um juramento.
Também procuram e estendem o assunto prometido:
"Eu vou abençoá-lo" - "Eu farei isso sem falhar; farei
413
muito, sem medida, e eternamente, sem fim." E esse
tipo de asseveração é comum no hebraico: Gênesis
2:17, "No dia em que dela comeres certamente
morrerás". Pode ser também que a dupla morte,
temporal e eterna, esteja incluída nela. Veja Gênesis
37:33; 2 Reis 2:23; Samuel 23:22, 23; Josué 24:10;
Jeremias 23:17; Daniel 11: 10. Observação I.
Precisamos de tudo o que de qualquer forma
evidencie a estabilidade das promessas de Deus para
nos redimir, para o encorajamento e a confirmação
de nossa fé. Como Deus redobrou a palavra na
primeira entrega da promessa a Abraão, pelo
fortalecimento de sua fé, assim é o mesmo aqui
expressado pelo apóstolo, para que possa ter o
mesmo efeito sobre nós. E duas coisas,
especialmente Deus, parece impressionar em nossas
mentes nesta veemência de expressão: (1.) A
sinceridade de suas intenções, sem reserva. (2.) A
estabilidade de seus propósitos, sem alteração e
mudança. É para significar ambos, que tais
expressões enfáticas e veementes são usadas mesmo
entre os homens.
"Aquele que não crê em Deus, torna-o mentiroso", 1
João 5:10. É um mentiroso, aquele que em suas
promessas não pretende o que suas palavras
significam, mas tem outras reservas em sua mente; e
aquele que, tendo prometido, mudou sem causa.
Ambos, a incredulidade imputa a Deus; o que faz dela
um pecado de natureza tão hedionda. A primeira vez
414
que Deus usou esse tipo de reduplicação, foi em sua
ameaça de morte para a transgressão do
mandamento, Gênesis 2:17: "No dia em que dela
comeres certamente morrerás". E o que Satanás
iludiu nossos primeiros pais foi persuadi-los de que
não havia sinceridade no que God tinha dito, mas que
ele reservou a si mesmo o que deveria ser o contrário.
A serpente disse à mulher, "Morrendo, não
morrerás", Gênesis 3: 4. Mas isso é diretamente
contrário ao que Deus afirmou expressamente, como
Satanás poderia imaginar que a mulher consentiria
imediatamente com ele, contra as expressas palavras
de Deus? Por isso, ele usa este artifício para
prevalecer com ela, que, embora Deus tenha falado
essas palavras, ainda assim ele teve uma reserva para
si mesmo que não deveria ser para eles como ele
havia dito, versículo 5. Por esses meios, a
incredulidade entrou no mundo, e desde então é
forjada efetivamente no mesmo tipo. Não há
promessas de Deus tão claramente expressadas, mas
a incredulidade está pronta para sugerir inúmeras
exceções por que deve ter tais reservas que as
acompanhem, como que não nos pertencendo. A
maioria dessas exceções criamos de nós mesmos; e se
não fosse por elas, supomos que poderíamos
acreditar na promessa bem o suficiente. Mas a
verdade é que, quando somos chamados a acreditar,
quando é nosso dever fazê-lo, quando fingimos que
estamos dispostos e desejosos de fazê-lo, não fosse
por tais e tais coisas em nós mesmos, é a sinceridade
415
de Deus em suas promessas, questionada; e
pensamos que, embora ele nos propõe a promessa, e
nos ordena que acreditemos, mas não é sua intenção
e propósito que devamos fazê-lo, ou que devamos ser
feitos participantes dos bens prometidos. Pelo
propósito de Deus, não me refiro aqui ao propósito
eterno de sua vontade sobre os efeitos e os
acontecimentos das coisas, sobre os quais somos
chamados a não exercer fé nem incredulidade até
serem manifestados. Mas toda a regra do nosso dever
está no comando de Deus; e a fé requerida de nós
consiste nisso, que se cumprimos o que Deus
prescreve, gostaremos do que ele promete, - se
acreditarmos, seremos salvos. E aqui, questionar a
verdade ou sinceridade de Deus, é um grande efeito
da incredulidade. Esta desconfiança, portanto, Deus
remove pela reduplicação da palavra da promessa,
para que possamos saber que ele estava com
seriedade no que ele expressou. Pode-se falar sobre a
estabilidade das promessas, com respeito à
mudança; a qual, porque deve ser particularmente
depois mencionado, será omitido aqui. E essas coisas
de que precisamos. Se pensarmos de outra forma,
sabemos pouco da natureza da fé ou da
incredulidade, da nossa própria fraqueza, da eficácia
dos enganos de Satanás, ou das múltiplas oposições
que se levantam contra a crença. 2. A promessa que
se pretende, ou a questão disso, pode ser considerada
de duas maneiras: (1.) Como era pessoal para Abraão,
ou como a pessoa de Abraão estava particularmente
416
preocupada nela; (2.) No que diz respeito a todos os
eleitos de Deus e seu interesse nela, de quem ele era
o representante: - (1.) Como esta promessa foi feita
pessoalmente a Abraão, pode ser considerada, [1.]
Com respeito ao que era carnal, temporal e típico;
[2.] Ao que era espiritual e eterno, digitado por essas
outras coisas: - [1.] Quanto ao que era carnal e típico,
as coisas nele podem ser referidas a duas cabeças: 1.
Sua própria prosperidade temporal neste mundo. A
benção de Deus é sempre boa, - uma "adição de bem"
ao que é abençoado. Então é dito, Gênesis 2 4: 1: "O
Senhor abençoou Abraão em todas as coisas", o que
explica o versículo 35, segundo as palavras do seu
servo: "O Senhor tem abençoado muito ao meu
senhor, o qual se tem engrandecido; deu-lhe
rebanhos e gado, prata e ouro, escravos e escravas,
camelos e jumentos." Deus o aumentou em riquezas
e poder, até que ele fosse estimado como "um
poderoso príncipe" pelo povo entre os quais
habitava, Gênesis 23: 6 . E isso na benção era um tipo
e penhor da administração completa da graça e das
coisas espirituais a que era principalmente
destinada. 2º. O que dizia respeito à sua posteridade,
onde ele era abençoado. E aqui duas coisas estavam
na promessa, ambas expressadas em geral: (1°.) A
grandeza de seu número; eles deveriam ser "como as
estrelas do céu", ou como "a areia à beira do mar",
isto é, inúmeros. (2º.). Seu sucesso e prosperidade;
que "eles deveriam possuir as portas de seus
inimigos", que principalmente se referia aos êxitos
417
poderosos que teriam, e as conquistas que fizeram
sob Josué e depois sob Davi. Em ambas estas coisas,
eles eram típicos dos assuntos mais numerosos do
reino de Cristo e de sua conquista espiritual por eles
de todos os seus adversários espirituais. Veja Lucas
1: 70-75. Nestes dois ramos da promessa, a fé de
Abraão foi grandemente exercida, como a sua
realização. Para o primeiro ou multiplicação de sua
posteridade, embora ele tenha vivido depois disto
cerca de setenta anos, ele nunca viu mais do que duas
pessoas, Isaque e Jacó, que estavam envolvidos nessa
promessa. Pois, apesar de ter outros filhos e
posteridade por eles, ainda assim "em Isaque
somente a sua semente seria chamada", quanto a
essa promessa. Ele teve, portanto, durante seus
próprios dias, nenhuma promessa externa ou visível
de sua realização; no entanto, ele viveu e morreu na
fé. E quanto ao último, de sua prosperidade e
sucesso, foi dito antes que eles estariam em aflição e
servidão por quatrocentos anos. No entanto, olhando
pela fé através de todas essas dificuldades, em sua
época adequada ele herdou a promessa. E ele foi um
grande exemplo aqui para todos os crentes sob o
Novo Testamento; pois há muitas promessas que
ainda não foram cumpridas, e que atualmente, como
em outras idades, parecem não apenas estar
afastadas, mas, como todos os meios externos, serem
lançadas sob uma impossibilidade de realização. Tais
são os relativos ao chamado dos judeus, à chegada da
plenitude dos gentios, com o alargamento e
418
estabelecimento do reino de Cristo neste mundo.
Sobre tudo isso, alguns estão aptos a desesperar,
alguns de forma irregular e apressar-se, e alguns a
rejeitá-los e desprezá-los. Mas a fé de Abraão nos
daria satisfação presente nessas coisas, e asseguraria
a expectativa de sua realização em seu período
adequado. [2.] O interesse peculiar de Abraão nessa
promessa quanto à parte espiritual dela também
pode ser considerado; e da mesma maneira havia
duas partes: - 1º. Para que o Senhor Jesus Cristo
venha de sua semente de acordo com a carne. E ele
foi a primeira pessoa no mundo, depois de nossos
primeiros pais, a quem, na ordem da natureza, era
necessário, a quem veio a promessa do Messias e ela
foi confirmada. Mais uma vez foi confirmada a Davi;
de onde, em sua genealogia, dele é dito de maneira
peculiar como "o filho de Davi, o filho de Abraão".
Pois só para estas duas pessoas foi confirmada a
promessa. E, portanto, ele disse em um lugar ser "a
semente de Davi de acordo com a carne", Romanos 1:
3; e em outro, "socorrer a semente de Abraão",
Hebreus 2: 16. Quando colocou o peculiar interesse
de Abraão na parte espiritual dessa promessa, ele foi
o primeiro que teve esse privilégio concedido por
graça especial, que a semente prometida deve brotar
de seus lombos. Na fé, "ele viu o dia de Cristo e se
alegrou". Isso o tornou famoso e honrado em todas
as gerações. 2º. Como ele era assim o pai natural de
Cristo segundo a carne, de onde todas as nações
deveriam ser abençoadas nele, ou sua semente;
419
então, sendo o primeiro que recebeu ou abraçou essa
promessa, tornou-se o pai espiritual de todos os que
acreditam, e neles o "herdeiro do mundo" em um
interesse espiritual, como ele estava em sua semente
carnal o herdeiro de Canaã em um interesse político.
Nenhum homem vem a ser aceito com Deus, senão
por conta de sua fé na promessa que foi feita a
Abraão; isto é, naquele que lhe foi prometido. E
podemos observar isso, - Observação II. A concessão
e comunicação de privilégios espirituais é um mero
ato ou efeito da graça soberana. Mesmo assim,
Abraão, que foi tão exaltado por privilégios
espirituais, parece ter sido manchado com a idolatria
comum que estava no mundo. Esta conta que temos,
em Josué 24: 2,3, "Disse então Josué a todo o povo:
Assim diz o Senhor Deus de Israel: Além do Rio
habitaram antigamente vossos pais, Tera, pai de
Abraão e de Naor; e serviram a outros deuses. Eu,
porém, tomei a vosso pai Abraão dalém do Rio, e o
conduzi por toda a terra de Canaã; também
multipliquei a sua descendência, e dei-lhe Isaque." É
verdade, a acusação é expressa apenas contra Tera;
mas está de encontro a seus "pais" em geral" dalém
do Rio", e acrescentando que Deus "levou Abraão
dalém do Rio", ele parece estar envolvido na culpa do
mesmo enquanto ele estava na casa de seu pai, e
antes do seu chamado. Tampouco há uma relação
dada com a menor preparação ou disposição nele até
o estado e deveres que ele foi trazido posteriormente.
Nesta condição, Deus, de sua graça soberana,
420
primeiro o chama para o conhecimento salvador de
si mesmo, e, gradualmente, o acumula com todos os
favores e privilégios antes mencionados. Assim, no
fim de todo o curso, ele não tinha motivo para glória
em si mesmo, nem diante de Deus nem dos homens,
Romanos: 4: 2; pois ele não tinha nada além do que
ele recebeu gratuitamente. Na verdade, houve
distâncias de tempo na colação de várias
misericórdias e bênçãos distintas sobre ele. E ele
ainda, através dos suprimentos de graça que recebeu
sob toda a misericórdia, então deportou-se para que
ele não estivesse sem receita para receber as
misericórdias sucessivas das quais ele deveria ser
feito participante. E este é o método de Deus que
comunica sua graça aos pecadores. Seu primeiro
chamado e conversão deles é absolutamente gratuito.
Ele não tem nenhuma consideração neles que o
induzam. Deus leva os homens como ele deseja,
alguns em uma condição e postura mental, alguns em
outra; alguns em um curso aberto de pecado, e alguns
na execução de um pecado particular, como Paulo. E
ele, de fato, no instante de seu chamado, estava sob o
poder ativo de dois dos maiores impedimentos para
a conversão que o coração do homem é desagradável.
Porque primeiro, ele era zeloso acima da medida da
justiça da lei, buscando com sinceridade a vida e a
salvação por ela; e então ele estava realmente
envolvido na perseguição dos santos de Deus. Essas
duas qualificações, - repouso constante na justiça
legal, com raiva e loucura em perseguição, do que não
421
existem infernais princípios mais adversos, - foram
todos os preparativos desse apóstolo para se
converter à graça. Mas depois disso, esta graça, que é
absolutamente livre e soberana, é recebida, há uma
ordem na aliança de Deus que, na maior parte, ele
observa na comunicação de graças e privilégios
subsequentes; a saber, que a fé e a obediência devem
preceder o aumento e a ampliação dos mesmos.
Assim foi com Abraão, que recebeu seu último
grande sinal, promessa e privilégio, Gênesis 22, sobre
aquele sinal de sua fé e obediência ao oferecer seu
filho sob o comando de Deus. Como foi com Abraão,
assim é com todos aqueles que em qualquer época
são feitos participantes de graça ou privilégios
espirituais. (2.) A promessa aqui pretendida, quanto
à parte espiritual dela, pode ser considerada com
respeito a todos os crentes, de quem Abraão foi o
representante. E duas coisas estão contidas: - [1.] O
envio do Filho de Deus, para assumir a semente de
Abraão. Esta foi a vida e a alma da promessa, a
expressão antiga e a primeira expressão da graça
divina aos pecadores: "Na sua descendência todas as
nações da terra serão abençoadas", isto é, "a semente
da mulher esmagará a cabeça da serpente." A
encarnação do Filho de Deus, prometida desde a
fundação do mundo, será cumprida em sua semente;
ele tomará sobre ele a semente de Abraão. Assim,
nosso apóstolo argumenta, em Gálatas 3:16: "Ora, a
Abraão e a seu descendente foram feitas as
promessas; não diz: E a seus descendentes, como
422
falando de muitos, mas como de um só: E a teu
descendente, que é Cristo." Porque a promessa que
se faz sobre Cristo em um sentido, é feita a ele em
outro. Quanto ao benefício e aos efeitos da vinda de
Cristo, foi feita a respeito de Abraão e de toda a sua
descendência; mas quanto à primeira concessão,
intenção e estabilidade da promessa, foi feita ao
próprio Cristo, com respeito à aliança eterna que
estava entre o Pai e ele, no seu trabalho de mediação.
Ou, o Senhor Jesus Cristo pode seja considerado
como o fiador da aliança com Deus, e assim a
promessa foi feita a ele; ou como a realização dos
termos dela para nós, então a promessa foi sobre ele.
[2.] A natureza do benefício que deve ser recebido
por Cristo assim prometido; e, em geral, é uma
bênção: "Em sua semente devem ser abençoados". E
duas coisas estão incluídas nesta bênção, como as
fontes de outras mercês inumeráveis; - a promessa
do próprio Cristo era a fonte, e todas as outras
promessas eram fluxos particulares dela, explicações
especiais e aplicações dessa promessa: 1º. A remoção
da maldição da lei, que veio sobre todos os homens
por causa do pecado. A maldição não pôde ser
removida, senão por uma benção; e a que é a maior
das bênçãos, pois houve a maior das maldições e das
misérias. 2º. A trazer uma bem-aventurada justiça,
pela qual devemos ser aceitos com Deus. Veja Gálatas
3: 13,14. Antes de prosseguir, podemos observar duas
coisas em geral sobre esta promessa: [1.] Que esta foi
a vida da igreja do Antigo Testamento, a fonte de sua
423
continuação até a temporada designada, que nunca
poderia ser secada. Quantas vezes estiveram muitas
pessoas, da posteridade de Abraão, à beira da
destruição! Às vezes, eles geralmente caíam em
pecados tão terríveis que deram ocasião a que se
pudesse esperar justamente sua expulsão total; às
vezes, eles eram, no juízo justo de Deus,
abandonados a tais desperdícios em seus cativeiros,
como se fossem completamente como ossos secos na
face da terra, sem esperança de ressurreição.
Contudo, a misericórdia, a paciência e o poder, de
Deus os preservou em um estado de igreja até que
essa promessa tivesse sido cumprida. Isso era só, ou
a fidelidade de Deus ali, de onde todas as suas curas
e recuperações prosseguiam. E quando essa
promessa já foi cumprida, estava além do poder de
todo o mundo para mantê-los em sua condição
anterior. Tudo dependia da questão desta promessa,
sobre a qual o cumprimento de todas as coisas
deveria ser lançado em um novo molde e ordem. [2.]
Isto foi o que preservou os espíritos dos verdadeiros
crentes entre eles, arruinando desajustes nos tempos
das maiores apostasias, calamidades e desolações do
povo. Veja a sua fé, Miquéias 7: 18-20; Isaías 7: 13-
15,53; Lucas 1: 70-75. E espero que haja tesouros da
misericórdia nas entranhas dessa promessa, ainda
não cumpridos, para os restos da posteridade de
Abraão de acordo com a carne. (Nota do tradutor:
quando John Owen escreveu no spéculo XVII estas
palavras, ainda estava distante o retorno de Israel
424
para a sua própria terra no século XX, depois da
segunda grande guerra mundial.) Quem sabe senão
que, em virtude do amor e da fidelidade de Deus,
declarados nesta promessa, esses ramos murchos
podem reviver, e esses ossos mortos ressurgir? Nosso
apóstolo coloca as suas esperanças somente neste
fundamento, que, "quanto à eleição, eles eram
amados", eles eram "amados pelo amor dos pais",
Romanos 11:28. Quanto à profissão, eles estavam
caindo visivelmente; mas quanto à eleição, quanto ao
propósito de Deus a respeito deles, o amor que ele
apresentou aos seus pais, comprometidos com
Abraão nesta promessa, um dia os descobrirá e os
trará para uma abundante participação nesta benção.
Por isso, em todas as contas, a instância escolhida
pelo apóstolo era de uso singular para os hebreus, e
singularmente adequada à sua condição presente.
Pois, como eles receberam muitas vantagens de seus
privilégios pessoais, que eram de seu pai de acordo
com a carne, então eles conseguiram com ele na parte
espiritual da promessa; e, portanto, deveres
semelhantes de fé, obediência e perseverança, foram
exigidos deles como de Abraão, para que eles, na
execução deles, tivessem certeza de que eles
deveriam herdar a promessa. Então o apóstolo aplica
isto em seu discurso, nos versos 17 e 18. Observação
III. Onde a promessa de Deus é absolutamente
comprometida, ela romperá todas as dificuldades e
oposições para uma realização perfeita. Nenhuma
promessa de Deus jamais falhará ou deixará de ter
425
efeito. Podemos falhar, ou ficar sem a promessa por
nossa incredulidade, mas as promessas elas mesmas
nunca devem falhar. Houve grandes temporadas de
provações em muitas eras, em que a fé dos crentes
tem sido exercida ao máximo sobre a realização das
promessas; mas a fidelidade de Deus em todas elas
sempre foi vitoriosa, e assim será para sempre. E esta
provação surgiu em parte por dificuldades e
oposições, com todas as improbabilidades de sua
realização em relatos racionais, ou com respeito a
meios visíveis; em parte por um mal-entendido sobre
a natureza das promessas ou sobre a época de sua
realização. Assim, na primeira grande promessa
dada aos nossos pais após a queda, quão logo sua fé
foi exercida sobre isso! Quando eles tiveram apenas
dois filhos, um deles matou o outro, e o sobrevivente
foi rejeitado e amaldiçoado de Deus. De quem deve
ser esperado que a semente prometida prossiga? Não
é provável que eles fiquem muitas vezes prontos para
dizer: "Onde está a promessa da sua vinda?" E,
mesmo assim, isso, que parecia derrubar e anular a
promessa, era apenas um meio de confirmação
adicional; porque a morte de Abel, em sua oferta, seu
sacrifício aceitável, era um tipo de Cristo e seu
sofrimento em seu corpo místico, João 3:12. Quando
a maldade do mundo chegou a essa altura e plenitude
que Deus não pouparia, mas destruiu todos os
habitantes, exceto oito pessoas, a própria destruição
de toda a raça da humanidade parecia ameaçar a
aniquilação da promessa. Mas isso também provou
426
sua confirmação; pois depois do dilúvio, Deus
estabeleceu a Noé, acompanhou-o com uma aliança
e deu uma garantia visível de sua fidelidade,
permanecendo para sempre, Gênesis 9: 11-13. Pois,
embora essa aliança, em primeiro lugar, respeitasse
às coisas temporais, ainda assim, como foi anexada à
primeira promessa, assegurou suas coisas
espirituais, Isaías 54: 8-10. Esta grande promessa foi
posteriormente limitada à pessoa de Abraão, a saber,
que dele deveria surgir a semente abençoada. No
entanto, depois que lhe foi dado, muitos anos
passaram por ele antes de ver a menor esperança de
sua realização. Sim, ele viveu para ver todos os meios
naturais de cumprí-lo falharem totalmente; o ventre
de Sara morto, e seu corpo também: de modo que ele
passou e além de toda a esperança de o cumprir no
curso normal da natureza. E a fé que ele tinha, ou
esperava, era contra a esperança, Romanos 4: 18,19.
Então ele se queixou, que, depois de toda sua longa e
cansativa peregrinação, ele ficou sem filhos, Gênesis
15: 2; e não cometeu pequenos erros no caso de Agar
e Ismael. No entanto, afinal, a promessa fez seu
caminho para sua própria realização; e, pela vitória
do sinal que tinha aqui contra todas as oposições,
assegurou-se à fé de todas as gerações sucessivas,
como aqui se expressa o apóstolo. Depois, quando a
promessa foi confinada a Isaque, por aquela palavra:
"Em Isaque, a sua descendência será chamada", e
Abraão agora estava se aproximando do túmulo; ele
é mandado matar este Isaque e oferecer-lhe em
427
sacrifício a Deus. Esta foi, de fato, a maior aparência
sob o Antigo Testamento da absoluta destruição e
frustração da promessa. E Abraão não teve nenhum
alívio por sua fé sob esta provação, mas apenas a
onipotência de Deus, o que poderia produzir efeitos
que ele não podia controlar, como ressuscitá-lo dos
mortos. Mas isso também se provou na questão uma
confirmação tão grande da promessa, que nunca
recebeu nada da natureza, antes e depois, até sua
realização real. Por isso, foi confirmado pelo
"juramento de Deus", do qual trataremos
imediatamente; o sacrifício de Cristo foi ilustremente
tipificado; e um exemplo dado ao infalível sucesso
vitorioso da fé, enquanto que contra todas as
dificuldades adere à verdade da promessa. Qual foi a
condição com a fé dos melhores homens quando o
Senhor Jesus Cristo estava no túmulo? Em quão
grande perda eles estavam, e como a sua fé foi
abalada ao máximo, os dois discípulos expressaram
ao próprio Senhor Jesus Cristo, quando foram a
Emaús: Lucas 24:21: "Ora, nós esperávamos que
fosse ele quem havia de remir Israel; e, além de tudo
isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas
aconteceram." E pelo que eles tinham ouvido então
relatado sobre sua ressurreição, eles disseram que
ficaram maravilhados com isso, mas não
conseguiram chegar a atuações positivas de fé sobre
isso. E isso ocorreu quando eles falavam com o
próprio Cristo, em quem a promessa havia recebido
o seu pleno cumprimento. Depois disso, também,
428
quando o evangelho começou a ser pregado no
mundo, pareceu que foi rejeitado pela generalidade
dos judeus; e que eles também foram rejeitados por
ser o povo de Deus. Isso causou uma grande
hesitação em muitos sobre a promessa feita a Abraão
quanto à sua semente e posteridade, como se não
tivesse efeito. Por agora, quando a plena realização
foi declarada, e inúmeras pessoas entraram em uma
participação dela, aqueles a quem particularmente
não foi feito, nem seriam partidários dela. Esta
grande objeção contra a verdade da promessa que
nosso apóstolo estabelece, Romanos 9: 6, "Não que a
palavra de Deus haja falhado. Porque nem todos os
que são de Israel são israelitas.", em resposta a que
ele passa os três capítulos seguintes. E ele faz isso,
informando-nos de que a objeção foi fundamentada
em um erro quanto às pessoas a quem a promessa
pertenceu; que não foram toda a semente carnal de
Abraão, mas apenas os eleitos entre eles e de todas as
nações o que quer que seja. E ainda há promessas de
Deus registradas na Escritura ainda não cumpridas,
que exercem a fé dos mais fortes e experimentados
crentes, a respeito da realização do nosso Senhor
Jesus Cristo: "Quando o Filho do homem vier, ele
encontrará fé na terra?" A fé, a esperança e a
expectativa da maioria, estarão no fim antes de
serem cumpridas; e isso por causa das dificuldades
insuperáveis que parecem estar no caminho da sua
realização. Tais são as promessas que dizem respeito
à destruição do anticristo, ao chamado dos judeus, à
429
divulgação do evangelho a todas as nações e ao
florescimento da igreja em paz e pureza. Essas coisas,
em relação a toda a aparência externa, parecem tão
distantes da realização quanto eram no primeiro dia
em que a promessa foi dada; e as dificuldades contra
elas aumentam continuamente. E, no entanto, não
obstante, a promessa deve romper todas as
dificuldades: no final, deve falar e não mentir. "O
Senhor vai apressar-se em seu tempo", Isaías 60:22.
Antes do tempo adequado, a temporada designada,
não será; mas então o Senhor vai apressar-se, de
modo que nenhuma oposição possa se levantar
diante disto. De acordo com este estado das
promessas, três coisas se destacam: [1.] Que em
todos os tempos a fé dos verdadeiros crentes foi
exercida de forma grande e peculiar; que tem sido
para a singular vantagem da igreja: pois o exercício
da fé é aquilo de que dependem os flores de todas as
outras lágrimas. E, por isso, houve um tesouro de
fervorosas orações arrumadas desde o princípio, que
em seu devido período terão um retorno frutífero.
Naquela fé e paciência, nessas súplicas e
expectativas, em que, em todas as épocas da igreja,
os fiéis abundaram, com respeito às dificuldades que
se encaminharam à promessa, Deus foi exaltado;
como também, eles eram o meio de extrair novos
incentivos e garantias, como o conforto da igreja
exigia. [2.] Daí foi que, na maioria das eras da igreja,
houve escarnecedores e zombadores, dizendo: "Onde
está a promessa da sua vinda? porque desde que os
430
pais dormiram, todas as coisas permanecem como
desde o princípio da criação.", 2 Pedro 3: 4.
Os pais foram os que receberam as promessas,
especialmente a da vinda de Cristo. Estas eles
pregaram e declararam, testemunhando que elas
seriam cumpridas, e que grandes alterações
deveriam ser operadas no mundo desse modo. A
soma do que eles declararam era, para que os eleitos
de Deus fossem livrados, e aquele julgamento fosse
executado em homens ímpios, pela vinda do Senhor,
Judas 1: 14,15. “Mas o que agora se tornou desses
pais, com todas as suas grandes promessas e
pregações sobre elas? As coisas prosseguem no
mesmo curso que fizeram no início, e são como fazê-
lo até o fim do mundo; o que, nós devemos esperar
dessa promessa de sua vinda que você falou?" Esses
escarnecedores têm a maior parte das eras
abundantes, e eu não penso mais do que aquele em
que nosso lote está caindo. Observando que todas as
coisas estão em uma postura muito improvável, para
um olho de razão carnal, para a realização das
grandes promessas de Deus que estão registradas na
Palavra, eles zombam de todos os que se atrevem a
possuir uma expectativa delas. [3.] Alguns, por
pressa e precipitação, caíram em vários erros quanto
à promessa na mesma conta. Alguns fingiram ter
outras coisas que Deus prometeu; como a
generalidade dos judeus buscava uma glória e um
domínio carnal, na vinda do Messias; que provaram
431
ser sua ruína temporal e eterna: e teme-se que alguns
ainda estejam cansados da mesma. E alguns se
colocaram em cursos irregulares para a realização
das promessas, caminhando no espírito de Jacó, e
não de Israel. Mas qualquer que seja o tipo da coisa
que pode cair, pela incredulidade dos homens, todas
as promessas de Deus são "Sim e amém", e farão o
seu caminho através de todas as dificuldades para
uma realização segura em seu período adequado.
Assim, também é com respeito à nossa fé nas
promessas de Deus, como nosso próprio interesse
especial e pessoal nelas. Encontramos tantas
dificuldades, tantas oposições, que estamos
continuamente prontos para questionar a sua
realização; e, de fato, há poucos que vivem com uma
certeza confortável e confiante. Nos tempos da
tentação, ou quando as perplexidades surgem de um
sentido profundo da culpa e do poder do pecado, e
em muitas outras ocasiões, estamos prontos para
dizer, com Sião: "O meu caminho está escondido ao
Senhor, e o meu juízo passa despercebido ao meu
Deus?"
Em todos esses casos, foi fácil demonstrar de onde é
que a promessa tem sua eficácia insuperável, e terá
sua realização infalível, mas deve ser dito sob o
particular em que a confirmação da promessa pelo
juramento de Deus é declarada. Ainda, - Observação
IV. Embora possa haver privilégios que atendam a
432
algumas promessas que podem ser apropriadas para
algumas pessoas determinadas, a graça de todas as
promessas é igual para todos os crentes.
Assim, Abraão teve vários privilégios e vantagens
pessoais comunicados a ele e por esta promessa, que
antes contamos; mas não há o menor crente no
mundo, que não seja igualmente participante da
graça espiritual e da misericórdia da promessa com o
próprio Abraão. Todos eles são, por virtude, feitos
"herdeiros de Deus e herdeiros comuns com Cristo",
que é a herança.
Em terceiro lugar, a próxima coisa considerável nas
palavras, é a confirmação especial da promessa feita
a Abraão, com o juramento de Deus: "Porque,
quando Deus fez a promessa a Abraão, visto que não
tinha outro maior por quem jurar, jurou por si
mesmo." E várias coisas que devemos investigar
nesta peculiar dispensação de Deus para os homens,
isto é, em jurar a eles: 1. Da pessoa que jura é dito ser
Deus, "Deus jurou por si mesmo", e o versículo 17, na
aplicação da graça desta promessa aos crentes, diz-se
que "Deus se interpôs com um juramento". Mas as
palavras aqui repetidas são expressamente
atribuídas ao anjo do Senhor, Gênesis 22: 15,16:
"Então o anjo do Senhor bradou a Abraão pela
segunda vez desde o céu, e disse: Por mim mesmo
jurei, diz o Senhor, porquanto fizeste isto, e não me
negaste teu filho, o teu único filho." Então é dito
433
antes, no versículo 11: "O anjo do Senhor o chamou
do céu, e disse: Abraão" E ele acrescenta no final do
versículo 12: "Não estendas a mão sobre o mancebo,
e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes
a Deus, visto que não me negaste teu filho, o teu
único filho." Ele é chamado de anjo que fala, mas ele
ainda fala em nome de Deus. Três coisas são
insistidas para associar essa dificuldade: (1.) Alguns
dizem que ele falou, como um mensageiro e
embaixador de Deus, em seu nome, e assim assumiu
seus títulos, embora ele fosse um mero anjo criado;
porque um legado pode usar o nome daquele que o
envia. Mas não vejo um fundamento suficiente para
essa suposição. Um embaixador, tendo declarado
pela primeira vez que foi enviado, e de quem pode
agir em nome e autoridade de seu mestre; mas não
fala como se ele fosse a mesma pessoa. Mas aqui não
é feita tal declaração, e, portanto, nenhuma
disposição contra a idolatria. Pois quando alguém
fala em nome de Deus, não como de Deus, mas como
Deus, quem julgaria, senão que a honra divina e o
culto religioso eram devidos a ele? Que ainda não são
para anjos, por mais gloriosos que sejam enviados ou
empregados, Apocalipse 19:10, 22: 9. Portanto, (2.)
Dizem que este anjo só repete as palavras de Deus
para Abraão, como os profetas costumavam fazer. E
aqueles desta mente consideram sua opinião com as
palavras usadas por ele, versículo 16, porque "Assim
diz o Senhor", as palavras pelas quais os profetas
solenemente anunciaram suas mensagens. Mas
434
ainda assim, isso não irá resolver a dificuldade.
Porque estas palavras, "diz o Senhor", são
frequentemente usadas na terceira pessoa, para
expressá-lo a nós, em todos os nossos deveres que
consideramos, quando Deus mesmo se apresenta
falando. Veja Gênesis 18:19; Zacarias 2: 8, 9. E aquele
que chamou a Abraão pela segunda vez, versículo 15,
é o mesmo com aquele que o chamou pela primeira
vez, versículos 11, 12; e ele fala expressamente em
nome de Deus: "Não tens impedido o teu filho de
mim". Além disso, em cada lugar diz-se que este anjo
"fala do céu", que expressa a glória da pessoa que
falou. Onde Deus faz uso de anjos criados em
mensagens para os filhos dos homens, ele os envia
para a terra; mas este falando do céu é uma descrição
do próprio Deus, Hebreus 12:25. Portanto, (3.) Por
este anjo, nenhum outro anjo deve ser entendido,
senão o grande Anjo da aliança, a segunda pessoa da
Trindade, que assim apareceu aos pais sob o Antigo
Testamento. Ele foi o que falou e jurou por si mesmo;
pois quando um mero anjo jura, ele jura sempre por
um maior que ele mesmo, de acordo com o domínio
do nosso apóstolo neste lugar, Daniel 12: 7;
Apocalipse 10: 5,6. 2.
A natureza deste juramento de Deus, consiste em um
engajamento expresso das propriedades sagradas
pelas quais ele é conhecido por ser Deus para a
realização do que promete ou ameaça. Por seu ser,
sua vida, sua santidade, seu poder, ele é conhecido
435
por ser Deus; e, portanto, por eles, ele diz jurar,
quando todos estão engajados no cumprimento de
sua palavra. Quatro vezes, há um motivo para o que
Deus assim jurou por si mesmo. Era "porque ele não
tinha nenhum maior pelo qual ele poderia jurar". E
esta razão é construída sobre esta máxima, que a
natureza de um juramento consiste na invocação de
alguém superior em cujo poder estamos. Por duas
coisas que designamos naquela invocação de outro:
1. Um testemunho a ser dado à verdade que
afirmamos; 2. Vingança ou punição do contrário
sobre nós. Por isso, atribuímos duas coisas a quem
invocamos num juramento: 1. Uma onisciência
absoluta, ou conhecimento infalível da verdade ou da
falsidade do que afirmamos; 2. Um poder soberano
sobre nós, de onde esperamos proteção em caso de
direito e verdade, ou castigo no caso de lidar
falsamente e traiçoeiramente. E este respeito ao
castigo é o único que dá força e eficácia aos
juramentos entre os homens. Há um princípio
injetado nas mentes dos homens por natureza, que
Deus é o reitor supremo, governante e juiz de todos
os homens e suas ações; como também, que a
santidade de sua natureza, com sua justiça como
governante e juiz, exige que o mal e o pecado sejam
punidos naqueles que estão sob seu governo. Do seu
poder onipotente, também, para punir todos os tipos
de transgressores, o maior, e o mais isento do
conhecimento humano, existe uma concepção e uma
presunção semelhantes. De acordo com as mentes
436
dos homens são realmente influenciadas por esses
princípios, os juramentos são válidos e úteis, e não é
o contrário. E, portanto, foi providenciado que
homens de vida perdida, que manifestam que não
têm respeito a Deus nem ao seu governo do mundo,
não devem ser admitidos para prestar testemunho
por juramento. Estas coisas pertencem à natureza de
um juramento entre os homens, e sem elas não é
nada. Por isso, então, Deus disse que jura, porque
quando ele condescender para nos dar a maior
segurança de qualquer coisa que nossa natureza seja
capaz de anteceder o gozo real, no e pelo
envolvimento expresso de sua santidade, veracidade
e imutabilidade, ele jura para confirmar sua palavra
com seu juramento.
O fim e uso deste juramento de Deus é tão
plenamente expresso, no verso 17, que devo me
referir à consideração dele. Em particular, o evento
dessa promessa dada pelo juramento de Deus, por
parte de Abraão, é declarado, no versículo 15, "E
assim, tendo Abraão esperado com paciência,
alcançou a promessa." O caminho e a maneira de
lidar com Deus; e este era o caminho, do outro lado,
como ele o levava para Deus. E a maneira pela qual
ele alcançou o fim proposto, foi, "esperando
pacientemente". A palavra foi falada antes.
Makrotumia "longânimo”, “tardio para se irar”,
alguém que não é rapidamente provocado, não
facilmente excitado para a raiva, resoluções
437
precipitadas ou qualquer paixão destemperada da
mente. E várias coisas são indicadas nesta palavra: -
1. Que Abraão foi exposto a provações e tentações
sobre a verdade e o cumprimento desta promessa. Se
não há dificuldades, provocações e atrasos em uma
empresa, não se sabe se um homem é longânimo ou
não, ele não tem nenhuma ocasião para exercer essa
longanimidade. 2. Que ele não estava incomodado
nem exasperado por eles, de modo a cansar-se ou a
cair de uma dependência de Deus. O apóstolo explica
completamente o significado desta palavra,
Romanos 4: 18-21: "O qual, em esperança, creu
contra a esperança, para que se tornasse pai de
muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim
será a tua descendência; e sem se enfraquecer na fé,
considerou o seu próprio corpo já amortecido (pois
tinha quase cem anos), e o amortecimento do ventre
de Sara; contudo, à vista da promessa de Deus, não
vacilou por incredulidade, antes foi fortalecido na fé,
dando glória a Deus, e estando certíssimo de que o
que Deus tinha prometido, também era poderoso
para o fazer." Continuando de uma forma de
acreditar, como confiar na veracidade e poder de
Deus contra todas as dificuldades e oposições, era a
sua paciência. 3. Que ele permaneceu uma longa
temporada neste estado e condição, esperando em
Deus e confiando em seu poder. Não se trata de uma
coisa rápida, se um homem se torna longânimo. Não
é po passar por uma ou duas provações que um
homem pode ser assim denominado. Todo o espaço
438
do tempo desde o seu primeiro chamado até o dia de
sua morte, que foi de cerca de cem anos, que está aqui
incluído. Por isso, esta palavra expressa a vida e o
espírito da fé de Abraão, que é aqui proposto aos
hebreus como seu exemplo. Diversos expositores
referem esta obtenção da promessa ao nascimento de
Isaque, o filho de Sara, que ele esperou por muito
tempo, pois este era o eixo principal sobre o qual
todos os outros privilégios da promessa dependiam.
Mas Isaque tinha mais de vinte anos naquela época,
quando a promessa que o apóstolo se refere foi
confirmada pelo juramento de Deus. Portanto, não
pode ser que o seu nascimento seja o que prometeu.
Além disso, ele nos informa duas vezes, Hebreus 11:
13,39, que os antigos patriarcas, entre os quais ele
reconhece a Abraão como o primeiro, "não
receberam as promessas". O que ele pretende é o seu
pleno cumprimento, na exibição real da semente
prometida. Não é, portanto, um prazer pleno e real
do que prometeu que se destina aqui; como seria, se
respeitasse apenas ao nascimento de Isaque. Se,
portanto, tomarmos uma visão da promessa como foi
antes explicado, veremos, evidentemente, como
Abraão a obteve; isto é, como foi feito todo o caminho
para ele, de acordo com a natureza da coisa em si
mesma. Para a sua própria benção pessoal, seja em
coisas típicas ou espirituais, ele a obteve ou
desfrutou. Como as coisas estavam dispostas no tipo,
ele foi abençoado e multiplicado, nesse aumento de
bens e filhos que Deus lhe deu. Espiritualmente, ele
439
foi justificado em sua própria pessoa, e ali realmente
desfrutou de toda a misericórdia e graça que, pela
promessa, quando efetivamente exibida, podemos
ser participantes. Daquele que é livremente
justificado em Cristo, e com isso feito participante de
adoção e santificação, pode ser dito ter obtido a
promessa. E aqui também depende a glória eterna,
que nosso apóstolo testifica que Abraão obteve. Para
essa parte da promessa, que ele deveria ser o
"herdeiro do mundo e o pai de todos os que
acreditam", não poderia ser realmente realizado em
seus próprios dias; por isso, ele obteve a promessa,
com a garantia de que teve, com o conforto e a honra
que dependiam disso. Como uma promessa de todas
essas coisas, ele viu a posteridade de Isaque, em
quem todas deveriam ser cumpridas. Algumas
coisas, portanto, estavam nas promessas que não
poderiam realmente ser realizadas em sua dias; tais
como o nascimento da semente da bênção, a
diversidade e prosperidade de seus filhos de acordo
com a carne, a chegada a uma multidão de nações
para serem seus filhos pela fé. As coisas que ele
obteve, naquela garantia e perspectiva confortável
que ele teve em acreditar. Elas foram infalivelmente
certificadas a ele, e tiveram sua realização em seu
período apropriado, Isaías 60:22. E podemos
observar isso, - Observação V. Qualquer que seja a
dificuldade e oposição que possam estar no caminho,
a paciência da fé e da obediência nos levará
infalivelmente ao pleno gozo das promessas. VI. A fé
440
dá tanto interesse aos crentes em todas as promessas
de Deus, que obtêm as mesmas promessas, isto é, o
benefício e conforto delas, - cuja realização real neste
mundo não veem. Verso 16. - "Pois os homens juram
por quem é maior do que eles, e o juramento para
confirmação é, para eles, o fim de toda contenda."
Em sexto lugar, o apóstolo nestas palavras confirma
uma parte de sua intenção, a estabilidade de uma
promessa divina confirmada com juramento, por
uma máxima geral sobre a natureza e uso de um
juramento entre os homens; e também faz uma
transição para a segunda parte de seu discurso, ou a
aplicação do todo para o uso dos que creem. E,
portanto, várias coisas, uma observação de que nos
dará o sentido e a explicação delas, devem ser
consideradas; como: 1. A razão pela qual Deus, em
sua graciosa condescendência com nossas fraquezas,
agradou confirmar sua promessa com um juramento,
é introduzido pela partícula “gar” (pois), que dá conta
do que foi falado, no versículo 13. E o motivo
pretendido consiste aqui, que pela luz da natureza,
testemunhado pelo consentimento comum e pelo uso
da humanidade, o modo supremo e mais satisfatório
de dar garantia ou confirmar o que é dito ou
prometido, é por juramento. E o apóstolo argumenta
não apenas pelo que os homens fazem de comum
acordo como se fosse entre eles, senão do que a lei e
a ordem de todas as coisas, em sujeição a Deus,
exigem. Pois, enquanto os homens fazem ou devem
reconhecer sua regra suprema e o governo em geral,
441
quando seus próprios direitos e preocupações não
podem ser determinados e pacíficamente corrigidos
por motivo, ou testemunho, ou qualquer outro
instrumento de que eles tenham o uso, é necessário
que um recurso seja feito a Deus por sua
interposição; em que todos devem concordar. Isto,
portanto, sendo entre os homens a mais alta garantia
e determinação final de seus pensamentos, o Deus
santo, pretendendo a mesma garantia em coisas
espirituais, confirma sua promessa com seu
juramento, para que possamos saber, no que nos
concentramos em relação às nossas ocasiões, que não
pode haver nenhuma adesão de segurança feita a esse
respeito. 2. Existe, nas palavras, a maneira interna e
a forma de jurar entre os homens; "Eles juram por
algo maior". 3. O uso de um juramento entre os
homens é declarado; e aí o assunto, ou qual é a
ocasião e assunto que respeita. E isso é "conflito",
"contradição" entre dois ou mais. Quando uma parte
aviva uma coisa, e outra outra, e nenhuma evidência
surge do assunto controvertido, nem de nenhuma
circunstância, deve haver entre elas um "conflito
interminável" e contradição mútua; o que
rapidamente levaria todas as coisas à violência e à
confusão. Pois se, em questões de grande interesse
especial, um homem afirma positivamente uma
coisa, e outro uma outra, e nenhuma evidência surge
das circunstâncias para declarar corretamente o
assunto em diferença, deve vir à força e à guerra, se
não houver nenhuma outra maneira de trazer todas
442
as partes envolvidas a uma aquiescência; porque
aquele que afirmou peremptoriamente o seu direito,
não o abandonará voluntariamente; não só por causa
da perda de sua reivindicação justa, como ele
apreende, mas também de sua reputação, ao fazer
uma reivindicação injusta a esse respeito. Nesses
casos, é necessário um juramento para o governo e a
paz da humanidade, sem a qual as guerras devem ser
perpetuadas ou acabar com a força e a violência. É a
isto que o apóstolo reporta quando ele diz: "O
juramento entre os homens é um fim de contenda".
4. Isso traz o fim de um juramento entre os homens;
e isto é, ser um obstáculo para os limites e limitações
das contenções e contradições mútuas dos homens
sobre o direito e a verdade, de outra forma não
determinável para terminar o conflito. 5. O caminho
pelo qual isso é feito, é a interposição do juramento,
para "confessar a verdade", tornando-a firme e
estável nas mentes dos homens que antes flutuavam
sobre isso. Se isso fosse a natureza, o uso e o fim de
um juramento entre os homens; se, sob a conduta da
luz natural, eles apaziguam todas as suas diferenças,
e aquiescem-se; certamente o juramento de Deus,
com o qual sua promessa é confirmada, deve,
necessariamente, ser o meio mais eficaz para resolver
todas as diferenças entre ele e os crentes, e
estabelecer suas almas na fé de suas promessas,
contra todas as oposições, dificuldades e tentações,
independentemente, como o apóstolo se manifesta
nos versos seguintes. Como essas palavras são
443
aplicadas, ou usadas para ilustrar o estado das coisas
entre Deus e nossas almas, podemos observar a
partir delas, - Observação VII. Que há, como estamos
em um estado de natureza, uma disputa e diferença
entre Deus e nós. VIII. As promessas de Deus são
propostas graciosamente do único caminho e meio
para o fim dessa luta. IX. O juramento de Deus,
interposto para a confirmação dessas promessas, é
todo o caminho suficiente para garantir os crentes
contra todas as objeções e tentações, em todos os
problemas e provações sobre a paz com Deus através
de Jesus Cristo. Mas há, nas palavras, absolutamente
considerado, que requer nossa investigação adicional
e confirmação da verdade nela contida. Há uma
afirmação nelas, que "os homens costumam jurar
pelo maior", e assim põem fim às contendas e
contenções entre eles. Mas ainda pode ser
perguntado, se este respeito é de fato apenas, e
declarar o que é o uso comum entre os homens; ou se
respeita também ao direito, e assim expressa uma
aprovação do que eles fazem; e, além disso, se,
mediante uma suposição de tal aprovação, isso deve
ser estendido aos cristãos, de modo que seu
juramento nos casos seja supostamente aprovado.
Um juramento no hebraico é chamado h [; Wbv]; e
há duas coisas observáveis sobre isso: - que o verbo
"jurar" nunca é usado, senão em Niphal, uma
conjugação passiva, [Bæv] ni. E, como alguns
pensam, isso significa que devemos ser passivos em
palavras, isto é, não fazê-lo, a menos que seja
444
chamado, pelo menos em circunstâncias compelidas
a esse fim; então, além disso, o que jura que ele
tomou um fardo sobre si mesmo, ou se liga ao
assunto de seu juramento. E é derivado de [bæv, que
significa "sete", porque, como alguns pensam, um
juramento deveria ser feito diante de muitas
testemunhas. Mas sete é o número sagrado, completo
ou perfeito, o nome de um juramento pode ser
derivado dele, porque ele é designado para colocar
um fim presente nas diferenças. O grego chama isso
de [rkov; muito provavelmente de ei [rgein, pois
significa "ligar" ou "fortalecer", pois por um
juramento um homem toma um vínculo em sua alma
e consciência que não pode ser solto normalmente. E
as palavras latinas, "juro" e "jusjurandum", são
claramente derivadas do "jus", isto é, "direito e lei".
É uma afirmação para a confirmação do que é certo;
e, portanto, perde sua natureza e torna-se uma mera
profanação, quando é usada em qualquer outro caso,
senão a confirmação do que é justo e correto. E a
natureza de um juramento consiste em uma
confirmação solene do que afirmamos ou negamos,
por um invocação religiosa do nome de Deus, como
alguém que conhece e possui a verdade que
afirmamos. Na medida em que Deus é assim
invocado em um juramento, é parte de sua adoração,
tanto exigido por ele como atribuindo glória a ele;
pois quando um homem é admitido a um juramento,
ele está tão longe de ser libertado de um tribunal
445
terreno, e de comum acordo se entrega a Deus, como
único juiz no caso.
VERSOS 17-20.
Nesta última parte do capítulo, duas coisas são mais
desenvolvidas pelo apóstolo: 1. Uma explicação do
propósito e fim de Deus em sua promessa, como foi
confirmada por seu juramento; e com isso, e desde
então, faz a aplicação do todo a todos os crentes,
vendo a mente e a vontade de Deus como as mesmas
para todos, como eram para Abraão, a quem a
promessa confirmada foi feita em particular. 2. Uma
confirmação de todo o privilégio pretendido, pela
introdução da interposição de Cristo nesta matéria; e
isso é expresso em uma transição e retorno ao seu
antigo discurso sobre o sacerdócio de Cristo.
“17 assim que, querendo Deus mostrar mais
abundantemente aos herdeiros da promessa a
imutabilidade do seu conselho, se interpôs com
juramento;
18 para que por duas coisas imutáveis, nas quais é
impossivel que Deus minta, tenhamos poderosa
consolação, nós, os que nos refugiamos em lançar
mão da esperança proposta;
19 a qual temos como âncora da alma, segura e firme,
e que penetra até o interior do véu;
446
20 aonde Jesus, como precursor, entrou por nós,
feito sacerdote para sempre, segundo a ordem de
Melquisedeque.”
As seguintes coisas são observáveis nessas palavras.
1. A introdução à aplicação do discurso anterior ao
uso de todos os crentes. Onde temos, 2. O desígnio de
Deus na confirmação de sua promessa pelo
juramento; que era "manifestar a imutabilidade de
seu conselho". E isso é amplificado, (1.) Pelo quadro,
propósito ou mente de Deus nela; ele estava
"disposto". (2.) Pela maneira como ele declararia sua
mente aqui; "Mais abundantemente", ou seja, do que
poderia ser feito por uma única promessa. 3. As
pessoas são descritas a quem Deus estava disposto a
mostrar a imutabilidade de seu conselho; que são "os
herdeiros da promessa", isto é, todos e somente
aqueles que são assim. 4. O caminho é expresso em
que Deus manifesta assim a imutabilidade de seu
conselho; isto é, "por duas coisas imutáveis", isto é, a
promessa e o juramento, que, 5. provaram ser
evidências suficientes da natureza daquele por quem
são feitas e dadas; era "impossível que Deus
mentisse". 6. O fim especial de todo esse desígnio de
Deus, com respeito a todos os herdeiros da promessa,
é dito que "eles possam ter um forte consolo". 7. E
eles são descritos ainda pelo modo que eles usam
para obter a promessa e o consolo que lhes são
447
projetados; eles "fogem para o refúgio da esperança
que está diante deles". 8. A eficácia que é declarada
pela natureza dela, em comparação com uma âncora;
"Que temos como uma âncora:" ampliado, (1.) De
suas propriedades, - é "segura", ou "segura e firme",
e também, (2.) Do seu uso, - "ela entra alémdo véu ".
9. E este uso é tão expresso que a ocasião pode ser
levada para retornar àquela da qual ele havia falado
em Hebreus 5:11, isto é, o sacerdócio de Cristo. E, 10.
A menção dele assim apresenta, de acordo com sua
maneira usual, como também manifesta o grande
benefício e vantagem de nossa entrada pela
esperança para dentro do véu; ou seja, (1.) Porque
Cristo está lá; (2.) Porque ele entrou ali como "nosso
precursor;" (3.) Do ofício com o qual ele está
investido, foi "feito um sumo sacerdote para sempre
segundo a ordem de Melquisedeque", como ele havia
declarado, em Hebreus 5: 10: tudo o que deve ser
aberto conforme ocorre no texto. 1. "Assim que”, ou
“Por cuja causa". Com respeito às palavras
imediatamente anteriores, "Um juramento entre os
homens" é para eles o fim de todas as contendas",
então, por isso, uma razão é inferida por que Deus
deveria se interpor com um juramento. Enquanto a
humanidade consente aqui, que um juramento, em
coisas que não possam por nenhuma outra forma,
acabar com controvérsias, satisfazer dúvidas e
colocar um problema em contradições, diferenças e
conflitos; Deus assumiu o mesmo caminho, numa
infinita condescendência graciosa, para dar plena
448
satisfação neste assunto aos "herdeiros da
promessa". Porque o que eles poderiam exigir mais?
Será que eles não descansarão no juramento de Deus,
quem em casos duvidosos aceita os juramentos dos
homens? De que forma poderia ser mais adequado à
sua paz e consolo? E tal é o amor e a graça de Deus,
que ele não omite nada que possa tender a isso,
embora de uma maneira tão condescendente como
nenhuma criatura, ou poderia ou deveria ter
esperado, antes que a sabedoria e a misericórdia
infinitas se declarassem nelas. Ou, esta expressão
pode respeitar a todo o assunto tratado; e assim as
palavras são "in quo" ou "in qua re;" "em que caso ou
assunto". E esta nossa tradução parece respeitar,
tornando-a "em que". Então as palavras direcionam
para a introdução do fim do juramento de Deus,
expressado nas palavras seguintes: "Nessa matéria,
Deus criou por si mesmo, que assim os" herdeiros da
promessa ", não só se estabeleçam na fé, mas também
recebam forte consolo." E a essa importância das
palavras devemos aderir. "Deus quer." Aqui em tudo
o que segue é resolvido; tudo está fundado na
vontade de Deus. E duas coisas podem ser denotadas
aqui: (1.) A inclinação e disposição da mente de Deus;
ele era livre, ele não era avesso a isso. Isto é o que
geralmente se destina, quando nós dizemos que
estamos dispostos a qualquer coisa que nos seja
proposta; isto é, somos livres e não aversos a isso.
Para que de Deus seja dito querer, ter uma inclinação
e um amor para a obra, ou estar pronto para isso,
449
como ele fala em outro lugar, "com todo o seu coração
e com toda a sua alma", Jeremias 32: 41. Mas,
embora haja uma verdade aqui, quanto à mente e
vontade de Deus para os crentes e sua consolação,
ainda não é o que aqui é particularmente destinado.
Portanto, (2.) Um ato e propósito determinado da
vontade de Deus é projetado aqui. Então o mesmo
ato de Deus é expresso em Romans 9 : 22, - "E se
Deus, querendo demonstrar a sua ira", isto é,
propiciar ou determinar o que fazer, e isto é o mesmo
em Efésios 1:11. Portanto, "Deus quer", é Deus com
graça soberana, e de um amor especial, livremente
"proposital" e "determinante" em si mesmo para
fazer o que é expresso, para o alívio e o conforto dos
crentes. A vontade soberana de Deus é a única fonte
e causa de toda a graça, misericórdia e consolo, que
os fiéis são feitos participantes neste mundo. Então,
Deus quer que seja assim. O homem que se afastou
da graça e do amor de Deus, e que, de todas as
maneiras, não conhecia a sua glória, não tinha mais
nenhum caminho, nem por si mesmo, para obter
qualquer graça, nenhum alívio, qualquer
misericórdia, qualquer consolo. Nem havia a menor
obrigação para com Deus, em ponto de justiça,
promessa ou pacto, para conceder qualquer graça,
misericórdia ou favor aos pecadores apostatados;
portanto, essas coisas não poderiam ter nenhuma
fonte ou causa, senão em um ato gracioso da
soberana vontade e prazer de Deus. E, na Sagrada
Escritura, são constantemente atribuídos a isto. Seja
450
absolutamente, essa graça é concedida a qualquer, ou
comparativamente, em um e não em outro, é tudo da
vontade de Deus. "Nisto está o amor: não em que nós
tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a
nós, e enviou seu Filho como propiciação pelos
nossos pecados.", 1 João 4:10. O próprio Cristo, com
toda a graça e a misericórdia que temos por ele, é do
amor e da vontade livres de Deus. Assim é nossa
eleição, Efésios 1: 4,5; nossa vocação, 1 Coríntios
1:26, 27; nossa regeneração, João 1:13, Tiago 1:18;
nossa recuperação do pecado, Oséias 14: 4; assim é a
nossa paz e toda a nossa consolação; de onde ele é
chamado de "Deus de toda graça", 1 Pedro 5:10; e "o
Deus da paciência e da consolação", Romanos 15: 5;
- o autor e o soberano de todos eles. Assim também é
com respeito à graça e à misericórdia consideradas
comparativamente, como agrupadas em uma e não
em outra, Romanos 9: 15,16; 1 Coríntios 4: 7. Não há
nenhuma outra fonte de graça ou misericórdia. Pode
ser que alguns desejem produzir a graça de suas
próprias vontades e esforços e obter misericórdia por
seus próprios deveres e obediência; mas a Escritura
não conhece tal coisa, nem os crentes a acham na sua
experiência. Informe-os sobre os que receberam o
mínimo de graça e misericórdia de onde eles o
receberam, e para o que eles estão contemplando.
Uma consideração devida desta fonte soberana de
toda graça e consolo influenciará grandemente
nossas mentes em e para todos os principais deveres
de obediência, com gratidão a Deus, Efésios 1: 3-5; e
451
humildade em nós, 1 Coríntios 4: 7; compaixão para
com os outros, 2 Timóteo 2: 25,26. Deixa a todos
como necessitados da graça e da misericórdia.
Espera-os inteiramente da soberana vontade e prazer
de Deus, Tiago 1: 5; quem é "gracioso a quem ele será
misericordioso". Nossos esforços são meios desse
tipo para obter graça nas medidas e graus da mesma;
mas é somente a vontade de Deus que é a causa de
tudo, 2 Timóteo 1: 9. 2. O que Deus estava assim
disposto é expresso; e isso foi "mais abundantemente
para declarar a imutabilidade de seu conselho". E
podemos indagar sobre isso, (1.) O que se entende
por "conselho" de Deus; (2.) Como esse conselho de
Deus era e é "imutável"; (3.) Como foi "declarado"
ser; (4.) Como foi "abundantemente" declarado: - (1.)
O "conselho" de Deus é o propósito eterno de sua
vontade, é chamado seu conselho por causa da
infinita sabedoria com que sempre é acompanhado.
Assim, o que é chamado de "bom prazer que ele
propôs em si mesmo", Efésios 1: 9, é chamado "o
conselho de sua própria vontade", versículo 11. O
conselho entre os homens é uma deliberação racional
sobre causas, meios, efeitos, e termina, de acordo
com a natureza das coisas aconselhadas, e os
interesses adequados daqueles que deliberam. Neste
sentido, o conselho não deve ser atribuído a Deus.
Pois, como infinito, a sabedoria soberana de seu ser
não admite o seu conselho com nenhum outro; então
a simplicidade infinita de sua natureza e
compreensão, compreendendo todas as coisas em
452
um único ato de sua mente, não permite conselhos
ou deliberações formais. O primeiro, portanto, disso
explode a Escritura, Isaías 40:13, Romanos 11:34; e,
embora, no último caso, Deus seja frequentemente
introduzido como deliberando ou tomando conselho
consigo mesmo, não é a maneira de fazer, mas o
efeito, ou a coisa feita, a que se destina. Então, é da
mesma maneira em que de Deus é dito ouvir, e ver;
pelo que o seu infinito conhecimento e compreensão
de todas as coisas se destinam, estes são os meios
pelos quais devemos ser instruídos, conhecermos e
entendermos o que fazemos. Considerando que,
portanto, o fim do conselho, ou toda deliberação
racional, é descobrir as orientações verdadeiras e
estáveis da sabedoria, os atos da vontade de Deus
sendo acompanhados com infinita sabedoria são
chamados de conselho. Pois não devemos considerar
os propósitos e decretos de Deus como meros atos de
vontade e prazer, mas como aqueles que são efeitos
da sabedoria infinita e, portanto, mais razoáveis,
embora os motivos deles sejam às vezes
desconhecidos. Daí o apóstolo emite seu discurso dos
decretos eternos de Deus de eleição e reprovação com
admiração da infinita sabedoria de Deus de onde
procederam, e com os quais foram acompanhados,
Romanos 11: 33-36. Em particular, o conselho de
Deus neste lugar , é o propósito santo e sábio de sua
vontade, para dar a seu Filho Jesus Cristo como
sendo da semente de Abraão, para a salvação de
todos os eleitos ou herdeiros da promessa; e isso de
453
tal maneira, e acompanhado com todas essas coisas
boas, que possam garantir sua fé e consolo. Este é o
conselho de Deus, que continha toda a graça e a
misericórdia da promessa, com a sua segurança para
os crentes. (2.) Deste conselho afirma-se que era
"imutável", não sujeito a mudanças. Porque "isso
não pode ser alterado". Mas o desígnio de Deus aqui
era, não fazer seu conselho inalterável, mas declarar
que assim era; porque todos os propósitos de Deus,
todos os atos eternos de sua vontade, considerados
em si mesmos, são imutáveis. Veja Isaías 46:10;
Salmo 33:11; Provérbios 19:21, 21:30. E a sua
imutabilidade é um resultado necessário da
imutabilidade da natureza de Deus, "com quem não
há mudança, nem sombra de variação", Tiago 1:17. "A
Força de Israel não é um homem, para que ele se
arrependa", 1 Samuel 15:29. E, em oposição a toda
mutabilidade, é dito de Deus, “Mas tu és o mesmo, e
os teus anos não acabarão.”, Salmo 102: 27. Mas será
dito que há nas Escrituras muitas declarações de
Deus que alteram seus propósitos e conselhos, e se
arrependendo daquilo que antes determinou,
sofrendo pelo que havia feito, Gênesis 6: 6; 1 Samuel:
2: 30. É acordado por todos que as expressões de
"arrependimento", "aflição", e coisas semelhantes,
são figurativas, em que tais afetos não se destinam a
que essas palavras signifiquem nas naturezas
criadas, mas apenas um evento de coisas como o que
procede de tais afeições. Mas totalmente para
remover essas dificuldades, os propósitos de Deus e
454
os conselhos de sua vontade podem ser considerados
em si mesmos, ou na declaração que é feita em
relação à sua execução. Em si mesmos, são
absolutamente imutáveis, não mais sujeitos a
mudanças do que a própria natureza divina. As
declarações que Deus faz em relação à sua execução
ou realização são de dois tipos: - [1.] Há alguns deles
em que necessariamente inclui um respeito a alguma
regra moral antecedente, que coloca uma condição
expressa nas declarações, embora seja não expresso,
e sempre está em casos semelhantes para ser
entendido. Assim, Deus ordena ao profeta que
declare: "Ainda quarenta dias e Nínive será
suvertida", Jonas 3:4. Aqui parece ser uma
declaração absoluta do propósito de Deus, sem
qualquer condição anexada, uma previsão positiva
do que ele faria, e deveria acontecer. Ou Deus deve
mudar seu propósito, ou Nínive deve ser derrubada.
Mas, enquanto essa destruição foi predita para o
pecado e a impenitência nele havia uma regra moral
antecedente no caso, que lhe confere uma condição
tão completa como se tivesse sido expressa em
palavras; e isto é, que o arrependimento do pecado
será livre da punição do pecado. Para que a predição
tivesse essa limitação, por uma regra antecedente, "A
menos que se arrependam". E Deus declara que esta
regra coloca uma condição em todas as suas ameaças,
Jeremias 18: 7,8. E este foi o curso do trato de Deus
com a casa de Eli, 1 Samuel 2:30. Deus não suspende
seu propósito sobre o que os homens farão, nem
455
tomará resoluções condicionais com respeito a isso.
Ele não propõe uma coisa, e depois muda sua
resolução sobre emergências contingentes; porque
"ele é de uma só mente, e quem pode transformá-
lo?", Jó 23:13. Também não determina se os homens
fazem assim por um lado, que ele fará isso; e se de
outra forma, ele fará o contrário. Por exemplo, não
havia tal decreto ou propósito de Deus, pois, se
Nínive se arrepender, não deveria ser destruída, e se
não se arrepender, ela deveria perecer. Pois ele não
podia fazer tal propósito, a menos que ele não
previsse o que Nínive faria; que afirmar é negar seu
próprio ser e divindade. Mas, para cumprir seu
propósito de que Nínive não deveria perecer naquele
momento, ele a ameaça com destruição de maneira
previsível; que transformou as mentes dos habitantes
em atender a essa regra moral antecedente que
colocou uma condição na predição, pela qual foram
salvos. [2.] Na declaração de alguns dos conselhos e
propósitos de Deus, quanto à execução e realização,
não há respeito a nenhuma regra moral antecedente
como deveria dar-lhes qualquer limitação ou
condição. Deus toma o todo em tais casos
absolutamente nele próprio, tanto quanto à
ordenação e eliminação de todas as coisas e meios até
o fim pretendido. Tal foi o conselho de Deus sobre o
envio de seu Filho para ser da semente de Abraão, e
a benção que deveria resultar sobre o mesmo.
Nenhuma alteração poderia, em qualquer caso, ser
feita aqui, nem pelo pecado nem pela incredulidade
456
deles, nem por qualquer coisa que possa acontecer
com eles neste mundo. Tal foi o conselho de Deus, e
a imutabilidade disso, aqui pretendia: como era
absolutamente imutável em si mesmo, então, quanto
à preocupação e interesse do homem nele, não era
atendida nenhuma condição ou reserva. (3.) Esta
imutabilidade Deus estava disposto a "mostrar",
"manifestar", "declarar", "dar a conhecer". Não é o
seu conselho absolutamente, mas foi da
imutabilidade de seu conselho, que Deus criou
evidências. Por seu conselho ele deu a conhecer sua
promessa. Todas as ações graciosas de Deus para
conosco são a execução de seus propósitos sagrados
e imutáveis, Efésios 1:11. E todas as promessas de
Deus são as declarações desses propósitos. E eles
também são imutáveis em si mesmos; porque eles
dependem da verdade essencial de Deus: Tito 1: 2,
"Na esperança da vida eterna, que Deus, que não
pode mentir, prometeu antes do início do mundo". A
veracidade essencial de Deus está envolvida em suas
promessas. E eles são tão expressamente a
declaração de seus propósitos, que quando Deus se
propôs apenas a nos dar a vida eterna em Cristo, ele
prometeu isso; antes do início do mundo. E isso
declara a natureza da incredulidade: "Aquele que não
crê a Deus, o faz mentiroso", 1 João 5:10; porque sua
verdade essencial está envolvida em sua promessa. E
fazer de Deus um mentiroso, é negar o seu ser; que
todo incrédulo faz como ele é capaz. Mas enquanto
Deus pretendia não só a confirmação da fé dos
457
herdeiros da promessa, mas também a sua
consolação sob todas as suas dificuldades e
tentações, ele daria uma evidência peculiar da
imutabilidade desse conselho que eles abraçavam
pela fé como oferecidos na promessa. Pois o que foi
feito não satisfazia a plenitude da graça e do amor
que ele declararia nesta matéria, não, embora tenha
sido feito tão "abundantemente", mas, - (4.) Ele faria
isso "mais abundantemente", Isto é, além do que era
absolutamente necessário neste caso. A promessa de
Deus, que é o "Deus da verdade", é suficiente para
nos dar segurança; nem poderia ser por nós
descoberto como a bondade de Deus deve exigir um
procedimento adicional. No entanto, porque algo
mais útil pode ser útil, por razões e finais antes
declarados, ele acrescentaria uma confirmação
adicional à sua palavra. E, aqui, como o divino bem e
a condescendência manifestam-se abertamente,
então também aparece o peso que Deus coloca sobre
a garantia de nossa fé e confiança. Pois, neste caso,
ele jura por si mesmo, que não nos ensinou a usar seu
nome, senão em coisas de grande consequência e
momento. Este é o sentido da palavra se referindo à
garantia dada, que é "mais abundante" do que
poderia ser por uma única promessa. Mas
perissoteron pode se referir ao próprio Deus, que dá
essa garantia; quando Deus, que é a verdade em si,
poderia justamente exigir fé de nós em sua única
promessa, ainda assim, "ex abundanti", de um amor
e cuidados superabundantes, ele confirmaria por seu
458
juramento. Qualquer um dos casos se adequa ao
desígnio do apóstolo. 3. É declarado quem eram
auqeles para quem Deus pretendia dar essa prova da
imutabilidade de seu conselho; e isto é, "para os
herdeiros da promessa", isto é, os crentes, todos os
crentes, tanto no Antigo quanto no Novo
Testamento. Pode ser, de fato, que os dos hebreus
foram, em primeiro lugar, destinados; para eles, a
promessa pertence, em primeiro lugar, como eles
eram a semente natural de Abraão, e para eles foi
primeiro a ser declarado e proposto na sua
realização, Atos 2:39, 3:25, 26, 13:46 . Mas não são
só a eles que se destina. Todos os filhos da fé de
Abraão também são herdeiros, Gálatas 4: 28,29. É,
portanto, com respeito a todos os crentes
absolutamente que Deus confirmou sua promessa
com seu juramento, embora a semente natural de
Abraão tenha sido referida em primeiro lugar, até
que eles se cortassem por sua incredulidade. Veja
Lucas 1: 72,73; Miqueias 7: 20. Os adoradores são
chamados de "herdeiros da promessa" em uma dupla
conta: (1.) Com respeito à própria promessa; (2.)
Com respeito à questão da promessa, ou do que
prometeu. Esta distinção está evidentemente
fundada em Hebreus 11: 13,17,39, em comparação.
Para ver em que sentido são ditos "herdeiros da
promessa", aqueles por quem não é realmente
possuída; porque um herdeiro tem apenas a
expectativa daquilo de que ele é um herdeiro.
Portanto, tome a promessa no primeiro sentido
459
formalmente, e é eleito de Deus como tal, aqueles que
são os herdeiros. Deus os criou para o seu interesse e
sua participação; e ele confirmou isso com o
juramento, para que eles possam ser induzidos e
encorajados a acreditar, a misturá-lo com fé, e assim
venham a herdá-la, ou seja feitos participantes reais
dela. Para este propósito, nosso apóstolo disputa em
grande parte em Romanos 9: 6-12. No último
sentido, levando a promessa materialmente para o
que prometeu, são herdeiros dele que têm um
interesse real nela pela fé; e participando da presente
graça e misericórdia com a qual é acompanhada,
como promessas da glória futura, têm direito a toda
a herança. Assim, todos os crentes, e eles apenas, são
"herdeiros da promessa", Romanos 8:17; "Herdeiros
de Deus", isto é, de toda a herança que ele
providenciou para seus filhos. E tomo as palavras
neste último sentido: porque não é o primeiro a
acreditar nesses herdeiros da promessa, para que
possam ser justificados, o que se destina; mas seu
estabelecimento na fé, por meio da qual eles podem
ser consolados, ou ter "um forte consolo". Mas
enquanto essa declaração da imutabilidade do
conselho de Deus é feita na promessa do evangelho,
que é universal, ou pelo menos indefinidamente
proposto a todos, como ele vem aqui para ser lançado
sob essa limitação, que é feita para eleger os crentes,
ou os herdeiros somente da promessa, será
imediatamente declarado. 4. O que Deus fez neste
assunto, para os fins mencionados, é expressado
460
sumariamente; "ele se interpôs com um juramento".
O que confirma qualquer coisa por um juramento é
"aquele que dá segurança à fé". É o fiador que na lei
é interventor, - "Aquele que interpõe ou se aproxima
e se compromete a dar segurança". Portanto, este
estado de coisas é suposto: - Deus havia dado a essa
promessa cuja natureza antes declaramos. Aqui ele
exigiu a fé daqueles a quem foi dada, e justamente;
porque o que poderia razoavelmente exigir mais, dar-
lhes um fundamento suficiente de segurança? Mas,
embora todas as coisas fossem claras e satisfatórias
por parte de Deus, muitos temores, dúvidas e
objeções estariam prontos para surgir por parte dos
próprios crentes; como fez em Abraão, a quem a
promessa foi feita pela primeira vez, com respeito a
essa promessa de sinal de sua realização no
nascimento de Isaque. Neste caso, embora Deus não
tenha sido obrigado a dar-lhes mais cautela ou
segurança, ainda assim, de seu infinito amor e
condescendência, ele lhes dará uma promessa mais
elevada e evidência de sua fidelidade, e se interpõe
com um juramento. Ele mediou com um juramento,
- interpôs-se entre a promessa e a fé dos crentes, para
empreender sob aquela solenidade para a realização;
e jurando por si mesmo, ele toma sua vida, sua
santidade, seu ser, sua verdade, para torná-la boa. As
verdades que, a partir dessas palavras assim abertas,
são instruídas, são as seguintes: - Observação I. O
propósito de Deus para a salvação dos eleitos por
Jesus Cristo é um ato de sabedoria infinita, bem
461
como de graça soberana. Por isso, é chamado "o
conselho de sua vontade", ou um ato de sua vontade
acompanhado de infinita sabedoria, que é o conselho
de Deus. E, entre todas as propriedades sagradas de
sua natureza, a manifestação de cuja glória ele
projetou, não há mais expressa e frequentemente
mencionada que a sua sabedoria. E é declarado: 1.
Como o que nenhum entendimento criado, de
homens ou anjos, pode perfeitamente compreender,
nem no conselho nem nos efeitos dele. Assim, nosso
apóstolo encerra sua contemplação dos caminhos, e
dos efeitos desta sabedoria, com aquele
arrebatamento de admiração, Romanos 11: 33-36: "Ó
profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como
da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus
juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Pois,
quem jamais conheceu a mente do Senhor? ou quem
se fez seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a
ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele, e
por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a
ele eternamente. Amém." Toda a questão da nossa
contemplação da sabedoria de Deus, na projeção
eterna de nossa salvação por Jesus Cristo, é apenas
uma admiração desse abismo em que não podemos
mergulhar, com uma humilde declaração de glória a
Deus nisso. E quanto aos efeitos especiais desta
sabedoria, os próprios anjos desejam se curvar, com
uma diligência humilde na sua investigação sobre
eles, 1 Pedro 1:12. E nessas considerações, nosso
apóstolo conclui que "sem controvérsia" o trabalho
462
aqui é um "grande mistério" 1 Timóteo 3:16; que
podemos adorar, mas não podemos compreender.
Veja o nome de Cristo, Isaías 9: 6. 2. Como aquele em
que Deus projetou expressamente se glorificar até a
eternidade. Este é o fim de todos os atos livres e
propósitos da vontade de Deus; tampouco podem ter
qualquer outro, embora todas as outras coisas
possam estar subordinadas a isso. Agora, nenhuma
propriedade da natureza divina é tão conspícua, na
disposição das coisas para o seu próprio fim, como a
da sabedoria, cuja obra peculiar e efeito é aqui
referido. Portanto, o grande fim que Deus acabará
por ser sua própria glória em Cristo, e a salvação dos
eleitos por ele, a sabedoria pela qual foi inventada
deve ser eminente e gloriosa. Assim, o apóstolo nos
diz: "Então é o fim, quando Cristo entregar o reino a
Deus, o Pai", e ele também, em sua natureza humana,
se submete a ele, "para que Deus seja tudo em todos",
1 Coríntios 15: 24,28: isto é, quando o Senhor Jesus
Cristo concluiu toda a obra de sua mediação e trouxe
todos os seus eleitos para o gozo de Deus, então
"Deus será tudo em todos", ou assim, ele será sempre
exaltado e glorificado, quando se manifestará como
toda esta grande obra veio dele, e é emitido nele,
Judas 1:25, 1 Timóteo 1:17. 3. O trabalho inteiro é,
portanto, expressamente chamado de "sabedoria de
Deus", por causa desses caracteres e impressões que
estão sobre ele, e porque é um efeito peculiar dele.
Então nosso apóstolo nos diz que Cristo crucificado
"é o poder de Deus e a sabedoria de Deus", 1 Coríntios
463
1:24; e que o evangelho segundo o qual é declarado é
"a sabedoria de Deus em um mistério", 1 Coríntios 2:
7; e todo o propósito é expressamente e totalmente
estabelecido, Efésios 3: 8-11, "A mim, o mínimo de
todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar
aos gentios as riquezas inescrutáveis de Cristo, e
demonstrar a todos qual seja a dispensação do
mistério que desde os séculos esteve oculto em Deus,
que tudo criou, para que agora seja manifestada, por
meio da igreja, aos principados e potestades nas
regiões celestes, segundo o eterno propósito que fez
em Cristo Jesus nosso Senhor." O "propósito"
mencionado no fim dessas palavras é o mesmo que o
"conselho" da vontade de Deus nesse lugar. E este
propósito foi a fonte e a causa de todas aquelas coisas
gloriosas e admiráveis cuja declaração foi cometida
ao apóstolo, como a grande promessa do evangelho
aos gentios. "E o que foi", diz o apóstolo, "isso foi
declarado, manifestado e conhecido disso? Foi uma
sabedoria múltipla de Deus, ou a infinita sabedoria
de Deus, exercendo-se em tão maravilhosa variedade
de operações sagradas e sábias, como nenhuma
mente de homens e anjos pode compreender." E, - 4.
Nesta conta são todos os tesouros da sabedoria e do
saber que se disse escondidos em Jesus Cristo,
Colossenses 2: 3. Não há somente nele, e o trabalho
de sua mediação, "a sabedoria de Deus" - isto é, tanto
exercido como manifestado -, mas "todos os tesouros
dele", isto é, Deus não produzirá nenhum efeito das
reservas de sua infinita sabedoria, mas o que é
464
adequado e subserviente ao que ele projetou e por
Jesus Cristo. (1) Por isso, veja a horrível depravação
da natureza que, pelo pecado, se encaminha nas
mentes, razões e compreensão dos homens? Pois, por
isso, é só esse propósito de Deus, que foi um ato de
sabedoria infinita; que o trabalho que ele fez em
conformidade com isso, impressiona os caracteres de
sua múltipla sabedoria; são uma loucura estimada,
ou coisas tolas para eles. Até agora, os homens, por
natureza, veem uma excelência da sabedoria divina
neles, que eles não podem deixar que eles passem
como coisas razoáveis, mas os marcam como
insensatas, ou a própria loucura. Este nosso apóstolo
declara e em grande medida insiste, 1 Coríntios 1. Se
a mente do homem fosse corrigida por qualquer
outra razão para a rejeição desse conselho de Deus,
alguma desculpa poderia ser fingida por isso; mas
rejeitar isso como loucura que Deus declara como o
exemplo principal de sua infinita sabedoria, isso
descobre o horror de sua depravação. E aqueles em
quem esta cegueira é prevalecente podem ser
referidos a três tipos: - [1.] Tal como por quem o
evangelho é absolutamente rejeitado como uma coisa
tola, indecorando a sabedoria de Deus para propor e
sua própria sabedoria para ser recebida. Como este
era o estado dos judeus, e o mundo pagão de
antigamente, e como é a condição dos maometanos e
das relíquias dos pagãos neste dia, por isso desejo
que o veneno e o contágio dessa perversidade não
fossem mais difundidos. Mas, infelizmente! Vemos
465
muitos todos os dias que, por conta de suas
circunstâncias externas, vivem em algum tipo de
conformidade com o nome e a profissão do
evangelho, que ainda se descobrem o suficiente para
odiar, desprezar e desprezar o mistério dele e a
sabedoria de Deus nisso. [2.] Tal como possuir o
evangelho na letra dele, mas olhar para o mistério
dele, ou o conselho de Deus nisso, como uma tolice.
Daí todas as partes principais dela, como a
encarnação de Cristo, a união hipostática de sua
pessoa, o sacrifício e a oblação, a expiação e
satisfação feitas por sua morte, a imputação de sua
justiça, a eleição da graça, com o poder e a eficácia
dela em nossa conversão, são todos eles diretamente
explodidos como tolos, ou arrumados para os
sentidos adequados às suas próprias apreensões
baixas e carnais. E este tipo de homens enxameiam
entre nós neste dia de gafanhotos quando um vento
nordeste tem preenchido todos os lugares com eles.
[3.] Há multidões, cuja escolha de suas condições
externas são impedidas pela providência de Deus, de
modo que sejam trazidas e fixadas onde o evangelho
passa no mundo sem controle aberto, que não vê
nenhum motivo para que, com o primeiro tipo, eles
devem rejeitá-lo abertamente, nem estarão com as
dores, com o segundo tipo, para corrompê-lo, mas,
praticamente, considerá-lo uma coisa tola para dar
lugar ao seu poder em seus corações. E esta é
abertamente a condição da generalidade daqueles
que vivem sob a dispensação do evangelho no
466
mundo. Eu mencionei essas coisas apenas para
refletir desse modo naquela horrível depravação que,
pela corrupção da natureza, é trazida para a mente e
para a razão da humanidade. E não é mais evidente
do que naqueles que mais se vangloriam do
contrário. E, - (2). Podemos aprender daí, que não há
evidências maiores de prosperar em luz e
compreensão espiritual, do que quando encontramos
nossas almas afetadas e criadas para uma santa
admiração da sabedoria e conselho de Deus, que são
declarados no evangelho. (Nota do tradutor: a
rejeição do evangelho por muitos, não anula a
sabedoria do propósito ou conselho de Deus, uma vez
que tendo designado somente a fé para a salvação
eterna, não dispôs esta promessa de salvação à
simples declaração de crença de que se considere a
Sua promessa e Palavra como verdadeiras, pois não
são poucos os que assim creem nocionamente e que
não chegam a ser participantes da salvação que está
em Jesus Cristo, conforme estabelecido por Deus Pai
que estivesse tão somente nEle. Uma vez que a fé
salvadora, que atende à eleição divina, não é um
mero ato de afirmação de crença, mas toda uma
criação de uma nova disposição no caráter e na
inclinação do ser dos eleitos que os leva a se
submeterem voluntariamente à operação do Espírito
Santo em suas vidas para transformá-los à imagem e
semelhança de Jesus Cristo, de modo que aqueles em
que não há tal disposição e inclinação para a verdade
sendo aplicada às suas vidas, não são de modo algum
467
eleitos de Deus. Tanto isto é verdadeiro que é
adicionada à fé a necessidade de perseverança e
paciência na vida cristã para o atendimento das
ordenanças divinas, e é nisto que se alcança a
promessa e a certeza da salvação, pois por estes
meios se confirma que a salvação tem muito mais a
ver do que mera crença na verdade, a qual sendo
necessária, não exclui a necessidade de se praticar
tudo aquilo que somos chamados por Deus para
crer.)
Observação II. A vida e a segurança do nosso
conforto atual e glória futura dependem da
imutabilidade do conselho de Deus. Para nos
assegurar essas coisas, Deus nos mostra essa
imutabilidade. Nossos próprios esforços devem ser
usados para o mesmo fim; porque devemos "ter toda
a diligência para garantir nossa vocação e eleição".
Mas tudo depende do propósito imutável da vontade
de Deus, que sozinho é capaz de suportar a carga de
tão grande trabalho. Mas isso deve ser mais falado no
próximo versículo. III. O propósito de Deus sobre a
salvação dos eleitos por Jesus Cristo tornou-se
imutável a partir daí, que a determinação de sua
vontade foi acompanhada com infinita sabedoria.
Era seu "conselho". Toda a certeza que há entre os
homens, quanto à realização de qualquer final
designado por eles, depende do exercício da
sabedoria para descobrir e aplicar os meios
adequados para isso. E porque a sua sabedoria é fraca
468
em todas as coisas e, na maioria, não é melhor do que
uma insensatez, - de onde geralmente eles consertam
primeiro em fins não lucrativos, e então fazem uso de
meios fracos e inadequados para o propósito deles, -
é que todos os seus assuntos estão embrulhados nas
incertezas, e a maioria deles termina em decepção e
confusão. Mas, conforme Deus fixa os fins que
perfeitamente cumprem a sua própria santidade e
soberania infinitas, de onde são necessariamente
bons e santos; então ele não faz isso primeiro, e então
faz escolha de vários meios que se propõem a esses
fins. Mas, na sua infinita sabedoria, os fins e os meios
estão diante dele de uma só vez, e se juntam sob sua
determinação inalterável. Duas coisas, portanto,
podem ser consideradas na sabedoria de Deus dando
imutabilidade ao seu conselho quanto à salvação dos
eleitos por Jesus Cristo: 1. Assim, ele viu de uma só
vez não só o que fosse necessário para a sua
realização, mas o que iria influenciar infalivelmente.
Na primeira aliança, em que Deus não tinha
decretado imutavelmente para preservar a
humanidade absolutamente em sua propriedade
primitiva, ele usou tais meios para sua preservação,
o que poderia afetá-los em caso de eles não estarem
dispostos àquela obediência que eles estavam
capacitados para executar. Estes, os homens
negligenciando, os meios designados por Deus
quanto ao seu sucesso, dependendo disso, pela
própria nomeação de Deus, aquele fim que na sua
própria natureza eles tendiam não foi alcançado; e
469
isso porque Deus não o determinou imutavelmente.
Mas agora, enquanto Deus se envolveu em um
propósito imutável, em sua infinita sabedoria ele fixa
esses meios para que não deve depender de qualquer
coisa em que sua eficácia possa ser frustrada. Tal foi
o envio de seu Filho para ser encarnado, e a
dispensação da graça da nova aliança, que é, na sua
natureza, infalivelmente eficaz até o fim a que se
destina. 2. Deus, em sua infinita sabedoria, previu
todas as intervenções da nossa parte que possam
obstruir o cumprimento da promessa. A promessa foi
dada pela primeira vez indefinidamente a toda a
humanidade, em nossos primeiros pais; mas logo
depois, a perversidade do mundo inteiro, com seu
absoluto desprezo pela graça da promessa, era tal que
qualquer criatura conceberia que não teria efeito
nenhum, sendo tão visivelmente tão universalmente
rejeitado e desprezado. Mas uma visão perfeita aqui
sob a sabedoria de Deus, ele forneceu contra ele, pela
imutabilidade de seu propósito e infalibilidade de sua
promessa, escolhendo primeiro, depois outro, e
finalmente a totalidade de Abraão, a quem a
promessa deve ser realizada. Mas ainda, depois de
uma longa temporada, veio o último e extremo
julgamento de todo o assunto: porque a
generalização da semente de Abraão rejeitou
também a promessa; pelo que parecia realmente ter
sido frustrada e não ter efeito algum, como nosso
apóstolo declara em sua resposta a essa objeção, em
Romanos 9: 6. Mas em vez de mudar seu propósito,
470
Deus o revelou mais completamente, onde a
imutabilidade de seu conselho consistia, e de onde
dependia; como Gálatas 3: 8. E isso foi, durante todo
o tempo, e sob todas essas apostasias, ele já tinha, e
sempre terá no mundo, um povo eleito, escolhido por
ele antes da fundação do mundo, em e para quem seu
propósito é imutável e sua promessa infalível.
Nenhuma intervenção pode possivelmente alterar o
que foi estabelecido pela sabedoria infinita. Não há
um crente em particular, que seja tão sensível à sua
própria indignidade, que, em um momento ou outro,
ele não possa deixar de estar quase perdido, como
deve ser aquele que deveria sempre herdar a
promessa; mas Deus previu tudo o que nos
aconteceu, ou o que sucederá e, em sua infinita
sabedoria, providenciou contra todas as
intervenções, para que seu propósito não se altere,
nem a sua promessa para eles. IV. A bondade infinita,
como atua em Cristo, não estava satisfeita em
providenciar e preparar coisas boas para os crentes,
mas também mostrava e declarava a eles, para o seu
presente consolo. Deus estava "disposto a mostrar
aos herdeiros da promessa"; e o fim era que eles
poderiam ter "um forte consolo". Como é com um pai
bom e sábio e um filho obediente: o pai possui uma
propriedade grande e lucrativa e, como o filho tem
um subsídio presente adequada a condição dele,
então, sendo obediente, tem uma expectativa justa de
que, no devido tempo, ele desfrute de toda a herança:
isto é usual entre os homens e ao que a lei da natureza
471
dirige; que os pais deixem herança aos filhos, e não
os filhos aos pais. Mas tudo estando ainda
absolutamente no poder do pai, é possível que ele de
outra forma possa dispor dele, e talvez não venha a
herdar. Mas agora, se o pai vê seu filho em alguma
ocasião lhe faltando encorajamento, ou ele deve
colocá-lo em qualquer serviço difícil, onde ele pode
encontrar-se com tempestades e perigos, ele
mostrará a ele sua ação de assentamento, em que ele
tem irrevogavelmente confirmado a ele toda a
herança. Então Deus lida com os crentes, com seus
filhos, neste caso. Ele é rico em graça, misericórdia e
glória; e todos os seus filhos são herdeiros disso,
"herdeiros de Deus e coherdeiros com Cristo",
Romanos 8:17; - isto é, de toda a herança que Deus
providenciou para seus filhos. Isso é uma expectativa
da promessa, de acordo com a lei da nova aliança.
Mas, embora o seu estado seja assim assegurado por
serem herdeiros da promessa, contudo Deus,
sabendo que eles têm um trabalho difícil e uma
guerra para passar por ela, e o que é servi-lo nas
tentações, para o seu encorajamento e consolo ele
produz e mostra-lhes sua irrevogável ação de
liquidação; ou seja, sua promessa confirmada pelo
seu juramento, pelo qual toda herança é
infalivelmente segura para eles. Ele estava livre e
disposto a "mostrar isso aos herdeiros da promessa".
No princípio, Deus deu um mero preceito como a
declaração de sua vontade e uma promessa em uma
ameaça. Isto era o que o Deus santo, agindo de uma
472
maneira da natureza, exigia, e do qual o homem não
tinha motivo para se queixar; pois, como a mente de
Deus estava suficientemente declarada nele, de modo
que o homem em si não tinha motivos de desânimo
contra a conformidade. E Deus poderia lidar com
todos nós, dando toda a revelação de sua vontade em
um sistema de preceitos, como alguns parecem supor
que ele fez. Mas as coisas agora são alteradas em duas
contas. Porque, - 1. Foi aqui o desígnio peculiar de
Deus glorificar a sua bondade, amor, graça e
misericórdia, por Jesus Cristo; e ele o fará de forma
abundante. Ele tinha antes de glorificar seu poder
eterno e sabedoria infinita, na criação do mundo e
todas as coisas nele contidas, Salmos 19: 1-3;
Romanos 1:20. E ele havia glorificado a sua santidade
e justiça, dando a lei acompanhada de recompensas
eternas e punições. Mas a "graça e a verdade" (na
provisão e na realização da promessa) "veio por Jesus
Cristo", João 1:17. E, portanto, que o Senhor Jesus
Cristo, em tudo isso, tenha a preeminência, ele o fará
de maneira abundante e inconcebível, acima das
antigas declarações de sua glória em qualquer outro
de seus atributos. Por isso, na Escritura, a
comunicação da graça é expressa em palavras que
podem intimar o seu excesso e ultrapassar todo o
entendimento: Romanos 5:20, "Graça" feita por
Cristo "mais do que abundante", expressa as maiores
medidas e graus compreensíveis; mas o que faz "mais
do que abundar", quem pode conceber? "E a graça de
nosso Senhor superabundou com a fé e o amor que
473
há em Cristo Jesus.", 1 Timóteo 1.14, excedeu toda a
compreensão. Assim, diz-se que a glória que é o efeito
desta graça é dada por uma excelência e excesso de
grandeza, 2 Coríntios 4:17, não há maneira de ser
concebido. Então, claramente, o apóstolo chama a
graça de Deus em Cristo em Efésios 2: 7, "a suprema
riqueza da sua graça, pela sua bondade para conosco
em Cristo Jesus." Para que possamos conhecer o seu
significado, ele o chama de novo, em Efésios 3: 8, "as
riquezas inescrutáveis de Cristo." Na busca deste
desígnio para exercer e manifestar a plenitude
infinita de seu amor e bondade, ele não se satisfará
com uma mera declaração de sua vontade, mas terá
os interessados em conhecê-lo, para compreendê-lo,
ter o conforto atual disso; e porque não podiam fazer
isso sem satisfação na imutabilidade de seu conselho,
ele evidenciava isso a todos por todos os meios
possíveis. E, assim, ele manifesta suficientemente o
quão disposto ele é, quão agradável é para ele, que
nossa fé nele deva ser firme e segura. 2. O homem
agora caiu em uma condição de pecado e miséria. E
aqui está ele cheio de tantos medos e desânimos, que
é a coisa mais difícil do mundo levantá-lo para
qualquer esperança de misericórdia ou favor de
Deus. Nessa propriedade perdida e desamparada, a
bondade divina, por uma infinita condescendência,
acomoda-se à nossa fraqueza e nossa angústia. Ele,
portanto, apenas propõe sua mente e vontade a nós
como graça e glória, mas usa todos os caminhos
possíveis para ingerir em nós a confiança de sua
474
vontade de nos levar a uma participação deles. Ele faz
tudo o que pode direcionar e encorajar-nos a ter uma
visão firme da excelência e da imutabilidade de seu
conselho nesta matéria. Daí uma grande parte da
Escritura, a revelação da vontade de Deus, é
assumida em promessas, exortações, convites,
discursos e expressões de amor, bondade e
compaixão. E, em particular, embora a promessa em
si fosse uma abundante segurança para a fé
descansar, quanto à imutabilidade do conselho de
Deus, ainda assim, para evitar todos os pretextos e
expulsar todas as desculpas, ele o confirma com seu
juramento. E, embora tenha feito isso em particular
e expressamente a Abraão, ele aceita todos os
crentes, que são sua semente, em uma participação
do mesmo privilégio com ele, e manifesta como isso
em jurar a ele, ele também jurou a todos. E, então,
duas coisas resultam naturalmente: (1.) O
encorajamento indescritível para crer, que é dado a
todos aqueles a quem este conselho de Deus e sua
imutabilidade são propostos. A verdade essencial de
Deus e seu juramento são abertamente e
manifestamente comprometidos com essas duas
coisas. [1.] Que nada, senão a incredulidade, evitará
o gozo da promessa; [2.] Que todos os crentes,
quaisquer que sejam as dificuldades com que se
encontrem em si mesmos, ou objeções contra si
mesmos, certamente aproveitarão de maneira
infalível a promessa e serão salvos. E a imutabilidade
do conselho de Deus aqui mostrou-se tão evidente,
475
que não há espaço para qualquer objeção contra ela.
Isto é oferecido a você, a quem o evangelho é
proposto. Incentivo para acreditar e mais certeza do
evento, você nunca terá neste mundo, você não pode
ter, - Deus não o fará, Deus não pode dar. Todas as
pessoas que ainda não vieram a acreditar, a quem
esta paz com Deus são pregadas, são distinguidas em
dois tipos: "os que estão próximos" e "os que estão
longe", Efésios 2:17. Isto, em primeiro lugar,
expressa os judeus e os gentios; mas, em uma
paridade de razão, deve ser estendida aos outros.
Alguns são comparativamente "próximos", como
foram afetados pela palavra, e trouxeram para
indagar se eles deveriam acreditar ou não; e há
alguns "longe", que até agora não tomaram
conhecimento dessas coisas. Aqui está um chamado
e encorajamento para ambos. Para o primeiro,
determinar suas vontades na escolha de Cristo na
promessa; para o outro para olhar para ele, embora
dos confins da terra. Mas não devo ampliar. (2.)
Descobre a natureza hedionda da incredulidade. O
evangelho, que é uma mensagem de amor, paz,
misericórdia e graça, mas nunca menciona a
incredulidade, mas anexa condenação a ela: "Aquele
que não acredita será condenado". E, embora
também perecessem a quem o evangelho não é
pregado, Romanos 2:12, contudo, o evangelho,
embora não fale exclusivamente aos outros, mas
principalmente declara a inevitável destruição, a
condenação eterna, daqueles que não creem quando
476
a promessa lhes é declarada, 2 Tessalonicenses 1: 6-
10; no entanto, declara que cairão sob uma morte e
destruição mais estranhas do que qualquer outro, 2
Coríntios 2:16. E a razão dessa severidade é tomada
em parte pela natureza da descrença, e em parte pelo
agravamento dela. A natureza da incredulidade
consiste na recusa do testemunho de Deus, fazendo
com que ele seja um mentiroso, 1 João 5:10; e ao
estimar o que ele propõe como poder e sabedoria,
para ser fraqueza e loucura. Portanto, não há
nenhum modo de pecado ou rebelião contra Deus,
seja o que for que implore com tanto desprezo e
indignação. Para que seja em si o maior dos pecados,
bem como a raiz e causa deles. No entanto, tal é a
cegueira da natureza corrompida, que muitos que
não se imaginam em outros pecados, especialmente
como olhar com um aspecto ameaçador severo em
uma consciência natural, como adultério, roubo e
assassinato, mas não se preocupam com essa
incredulidade, mas sim aprovam-se em sua
infidelidade. Contudo, não há quem seja pregado
pelo evangelho, mas, se ele realmente não recebe o
Senhor Jesus Cristo como oferecido na promessa, ele
faz o que há nele para declarar que Deus é um
mentiroso, tolo em seus conselhos e fraco nas suas
operações. E o que acontecerá não é difícil de
discernir. Além disso, é também do agravamento que
é acompanhadoda natureza da própria coisa e da
maneira pela qual nos é proposto: "Como
escaparemos, se negligenciarmos tão grande
477
salvação?" Hebreus 2: 3. Podemos olhar apenas o que
está diante de nós; ou seja, a infinita
condescendência do Deus divino, ao mostrar,
manifestar e declarar, a imutabilidade de seu
conselho com juramento. Por isso, ele fez tudo para
esse fim que era possível fazer e mais do que nunca
teria entrado no coração de qualquer criatura para
desejar ou esperar, a condição triste dos incrédulos,
tanto quanto a este pecado e a miséria que seguirá
sobre ele, é inexprimível. Para aqueles que
desprezam tudo o que Deus fará, sim, tudo o que ele
pode fazer, dar-lhes a garantia da verdade e
estabilidade de suas promessas, dadas em uma
maneira de graça, não têm motivos para esperar,
nem devem receber nada, senão o que ele fará e pode
fazer de uma maneira de justiça e vingança. (Nota do
tradutor: Muitos se queixam de que não lhes foi dada
a oportunidade que foi dada a Adão de ser criado sem
pecado. Todavia, há que se considerar que pelo
evangelho nos é oferecida a oportunidade de uma
nova criação, pela qual podemos ser aceitos sem
culpa diante de Deus, pela nossa fé em Jesus Cristo.
Assim, comprova-se que na totalidade dos casos esta
queixa está desprovida de sentido lógico e justo, uma
vez que é mais do que possível ser livrado do amor ao
pecado e da sua prática por meio da graça de Jesus e
pela inclinação da nossa vontade para a vontade de
Deus, que é a de que creiamos em seu Filho
Unigénito.)
478
V. Não é toda a humanidade universalmente, mas um
certo número de pessoas, sob certas qualificações, a
quem Deus projeta manifestar a imutabilidade de seu
conselho e para comunicar seus efeitos. É somente os
"herdeiros da promessa" a quem Deus pretende. Mas
aqui duas coisas devem ser consideradas 1. A
revelação ou administração externa dessas coisas; e,
2. O propósito de Deus que está sendo feito. O
primeiro é feito de forma geral e indefinida a todos
para quem o evangelho é pregado; pois existe uma
declaração da imutabilidade do conselho de Deus e
sua vontade de conhecê-lo. Mas se Deus projetou a
comunicação do efeito dele na mesma latitude com a
administração externa dele, então dele deve ser
julgado falhar em seu propósito para a maior parte
deles, que não o recebe. Isto é o que o apóstolo
disputa, em Romanos 9. Tendo suposto que a
generalidade dos judeus, da posteridade de Abraão
segundo a carne, foram cortados da promessa pela
incredulidade e declararam seu sentido nelas, versos
1-3, ele levanta uma objeção contra essa suposição,
versículo 6: "Se assim fosse", a promessa de Deus não
teria efeito, porque todas elas foram dadas e
declaradas." O apóstolo responde a isso nos
seguintes versículos: 7-21. E a substância de sua
resposta é que, embora a promessa tenha sido
genericamente proposta a todos, a graça foi
destinada apenas aos eleitos; como ele também
declara ainda, Hebreus 11: 7. Mas por que, então,
Deus faz com que a declaração seja feita de forma
479
genérica e indefinida para todos, se é algum quem ele
projeta para participar dos efeitos de seus conselhos
e coisas boas prometidas? Eu respondo: Lembremos
sempre que, nessas coisas, temos que lidar com
Aquele que é maior que nós, e que não dá conta de
seus assuntos. E se Deus tomae essa maneira de
procedimento e não dá razão. Quem somos nós, que
devemos contestar contra Deus? Por isso, nosso
apóstolo, em grande parte, afirmou a absoluta
liberdade de Deus para fazer o que quiser,
encerrando tudo em uma resignação de todos à sua
soberania, com profunda admiração de sua
sabedoria insondável; em que é nosso dever
concordar, Romanos 11: 33-36. Mas ainda posso
acrescentar: Que a natureza da própria coisa exige
essa dispensa da promessa indefinidamente para
todos, embora o benefício dela seja projetado apenas
para alguns; pelo caminho pelo qual Deus dará a
participação da promessa aos herdeiros da sua
administração, e os meios que se encontram para
trabalhar nas mentes dos homens para persuadir e
prevalecer com eles para fé e obediência, ele não o
faria por revelação ou inspiração imediata, e as
operações extraordinárias semelhantes de seu
Espírito sozinhas, mas de maneiras que se adequam
para glorificar a si mesmo e a sua graça nas mentes
racionais de suas criaturas capazes. Agora, isso não
poderia ser feito, nem até hoje, senão pela declaração
e pregação da promessa, com ordens, motivos e
incentivos para acreditar. Neste trabalho, todos
480
aqueles a quem ele emprega são totalmente
ignorantes de quem são os herdeiros da promessa,
até serem descobertos por sua crença real: por isso,
eles não têm outro caminho, senão, em primeiro
lugar, propor a promessa genericamente a todos os
que atenderão a ela, deixando a escolha de seus
próprios herdeiros para a graça soberana de Deus.
Assim, a palavra é pregada para todos
indefinidamente, e "a eleição alcança os eleitos",
enquanto "o resto é endurecido". Observação VI. Só
Deus conhece a medida devida de condescendência
divina, ou o que se torna a natureza divina. - Quem
poderia ter apreendido uma vez, que tem tido medo,
que o Deus santo deve jurar por si mesmo, para
confirmar sua palavra e verdade a criaturas tão
inúteis quanto nós? Na verdade, há ainda um ato
mais transcendente de condescendência divina, a
saber, a encarnação do Filho de Deus, cuja glória será
objeto da admiração dos homens e dos anjos até a
eternidade! O que criou o entendimento poderia ter
se levantado ao pensamento de que a Palavra eterna
deveria ser feita carne? Somente Deus, que é
infinitamente sábio, apenas sábio, sabia o que se
tornou a santidade de seu ser e de sua bondade. E
assim é, em sua medida, neste juramento. E como
estamos com a santa confiança para fazer uso do que
ele fez nesse tipo, ver e não fazer isso é desprezar a
máxima expressão de sua bondade. VII. Tão
indescritível é a fraqueza de nossa fé, que precisamos
de condescendência divina inconcebível para sua
481
confirmação. - A imutabilidade do conselho de Deus
é o fundamento da nossa fé; até que isso seja
manifesto, é impossível que a fé seja segura e firme.
Mas quem não pensaria que a declaração de Deus por
meio da promessa era suficiente para isso? Mas Deus
sabia que ainda precisávamos de mais; não que
existisse evidência suficiente em sua promessa, mas
tal falta de estabilidade em nós que precisávamos de
uma confirmação superabundante, como veremos no
próximo verso: - Verso 18. "para que por duas coisas
imutáveis, nas quais é impossivel que Deus minta,
tenhamos poderosa consolação, nós, os que nos
refugiamos em lançar mão da esperança proposta."
Duas coisas em geral, o apóstolo ainda desenvolve
nste versículo: 1. Que a declaração que Deus havia
feito da imutabilidade de seu conselho nesta matéria
era de toda maneira suficiente e satisfatória. 2. Qual
foi o fim especial e o desígnio que ele possuía para os
herdeiros da promessa.
Para o primeiro, ele faz isso declarando as provas
dadas e a natureza dela; que consistiu em "duas
coisas imutáveis", a promessa e o juramento de Deus.
A segurança é dada por eles, tanto de sua própria
natureza, quanto também porque são duas, - duas
testemunhas pelas quais o objeto pretendido é
estabelecido. Mas, o que era necessário dessas duas
coisas? É porque um deles era fraco, infeliz, alterável,
como pode ser justamente desafiado ou salvo contra,
que o outro é adicionado para fortalecê-lo e
482
confirmá-lo? "Não", diz o apóstolo, "ambos são
igualmente imutáveis". Por isso, ainda devemos levar
conosco a condescendência infinita e inconcebível de
Deus nesta matéria, que, para evitar nossas tentações
e nos aliviar debaixo de nossa fraquezas, tem prazer
em dar essa variedade ao seu testemunho divino, que
ele fez "ex abundanti", não só além do que ele era
obrigado, mas o que quer que desejássemos ou
esperássemos.
Em segundo lugar, isso torna as evidências absolutas,
uma vez que são duas coisas que são produzidas para
torná-las boas, de modo que elas são ambas
igualmente imutáveis, como nem em sua própria
natureza ou na sua execução foram expostas de
qualquer forma ou susceptíveis de alteração. Pois a
promessa em si era absoluta, e a coisa prometida
dependia de nenhuma condição em nós, - em nada
fora do próprio Deus. Pois havia na promessa em si
todas as origens de tudo o que é bom e da libertação
de tudo o que é mau; de modo que de todos os lados
traz consigo a condição de sua própria realização.
Mas enquanto Deus na noção de obras não fez
promessas para a humanidade, senão o que era
condicional e suspenso em tais coisas da nossa parte,
como poderia ou não ser, - de onde aconteceu que
pecamos e ficamos sem isso, Deus na entrega desta
promessa, que é o fundamento da aliança da graça,
para assegurar-nos que é completamente de outra
natureza e, como ocorre, não é susceptível de
483
mudança, confirma-a com seu juramento. Além
disso, o apóstolo confirma este testemunho ainda
mais da natureza daquele por quem foi dado: "nas
quais é impossível que Deus minta" ou "engane". Não
é absolutamente "mentir", mas, por qualquer meio,
"enganar" aquele que causa a confiança no que
dizemos ou fazemos. A maior segurança entre os
homens consiste em uma promessa confirmada com
juramento; e isso é, e deve ser, para eles "o fim de
todas as contendas", pois não podem ir mais alto.
Mas, no entanto, é possível que haja uma mentira e
engano em seu testemunho, e aquele que confia neles
pode ser enganado, como muitas vezes ocorre no
mundo; pois, embora as coisas em si sejam boas, e
que assegurem o interesse da verdade somente, os
homens que as usam são mutáveis, sim, mentirosos.
Mas é Deus quem faz uso deles no nosso caso; e,
portanto, é impossível que ele deva mentir. Deus
tendo feito este duplo engajamento de sua verdade e
fidelidade, é absolutamente impossível que ele possa
enganar qualquer um por isso.
Mas por que o apóstolo colocou ênfase nisso, que por
essas coisas era impossível que Deus mentisse ou
enganasse? Pois é necessário para Deus, de seu
próprio ser, que, em todas as coisas, seja impossível
para ele mentir. Ele não pode mentir, não pode
enganar, não pode negar a si mesmo, nem a sua
palavra; estas coisas são repugnantes para o seu ser.
Eu respondo que o apóstolo não fala da natureza das
484
coisas mesmas, mas de sua manifestação com
respeito a nós. Nada foi acrescentado à promessa de
Deus para torná-la mais certa, firme e estável; mas
uma adição foi feita para dar às nossas mentes uma
maior segurança. A imutabilidade de Deus em
promessa e a impossibilidade de enganar são
igualmente iguais à sua natureza; mas a distinta
proposição deles é necessária para o nosso
encorajamento e estabelecimento. (Nota do tradutor:
Depois de passados tantos anos e termos visto serem
cumpridas várias promessas que Deus fez sob
juramento, como a de nos dar Jesus na plenitude dos
tempos, a de fazer Israel voltar à Palestina depois de
séculos passados no exílio, entre outras, não há
espaço para se deixar não somente de crer em Deus
em tudo o que tem prometido fazer em Sua Palavra,
como também em jamais haver fundamento para se
descrer da sua perfeita e completa fidelidade em tudo
o que tem prometido, especialmente em crermos que
ele salvará a todo aquele que crer em Jesus.)
Observação VIII. O homem pecador e caído necessita
do maior encorajamento para que a condescendência
divina possa se estender, prevalecer com ele para
receber e aproveitar a promessa de graça e
misericórdia de Jesus Cristo.
Não há nada sobre o qual somos tão propensos,
quanto desconfiar das promessas de Deus; nada mais
com o qual somos mais dificilmente conquistados, do
485
que misturá-las com fé. Para evidenciar isso,
podemos considerar: 1. Que a primeira entrada do
pecado no mundo foi por descrença da verdade de
Deus; sim, esse mesmo pecado formalmente
consistia em uma apreensão de que Deus, em suas
promessas e ameaças, tinha uma mente para
enganar-nos, Gênesis 3: 4-6. E como o pecado assim
estabeleceu o seu fundamento pelo ofício de Satanás,
então ele se esforça para continuar edificando seu
prédio. Ele sugere continuamente aos corações e
mentes dos homens que certamente serão enganados
ao confiar nas promessas de Deus. Porque, - (1.)
Pensamentos secretos existem nos corações dos
homens, que são "enganosos acima de todas as
coisas, e desesperadamente corruptos"- que nem as
promessas nem as ameaças de Deus são verdadeiras,
nos termos e no sentido em que lhes são propostos.
Eles não acham que será tão ruim com qualquer coisa
que ele ameaça, nem tão bom como promete. Os
homens acreditavam nas ameaças de Deus quanto à
ruína temerária e eterna dos pecadores, não era
possível que eles vivessem no pecado como vivem,
sem qualquer esforço de emenda, para fugir da ira
que virá. Também não pensam em seus corações que
será com os que creem conforme Deus prometeu.
Eles dizem em seus corações: "O Senhor não fará o
bem, nem fará o mal", Sofonias 1:12, ou seja, como
ele prometeu ou ameaçou. (2.) Os homens pensam
que ainda existem algumas reservas e condições
latentes nas promessas e ameaças de Deus, e que
486
Deus sabe que será diferente do que parecem
mostrar. Com essa imaginação Satanás enganou
nossos primeiros pais quanto à verdade de Deus em
sua ameaça. Ele os persuadiu de que havia uma
reserva nela, que era diretamente contrária ao que
declaravam as palavras; e ao transgredir seu
comando não deveriam morrer, mas serem sábios e
parecidos com ele. E ainda os homens supõem que as
promessas propõem um fundamento justo, de fato,
mas que se eles deveriam construir sobre isso, há
uma mina debaixo dela, que seria lançada em um
momento ou outro, até a sua ruína. Não podem
apreender que seja com eles de acordo com a
promessa. Se eles deveriam tentar acreditar, uma
condição latente ou outra os venceria para obtê-lo;
considerando que, de fato, a condição inteira e
completa de aproveitar a promessa é a fé somente.
(3.) Seja qual for a verdade das promessas, contudo
eles não podem conceber que Deus as pretende nelas;
enquanto ainda não há declaração ou intenção de
Deus, pelo qual nosso dever deve ser regulado e sobre
o qual devemos ser julgados, mas o que está contido
e expresso na proposta da própria promessa. Nestes
e outros motivos, o grande concurso no mundo, entre
Deus e o homem, é se Deus é verdadeiro ou um
mentiroso em sua promessa. Não é, portanto,
diretamente declarado na mente dos homens, pois
eles têm muitas outras pretensões por que eles não
acreditam; mas é isso que é resolvido. Pois "aquele
que não recebe o testemunho de Deus, faz dele um
487
mentiroso". Assim foi com o povo no deserto, cujas
carcaças caíram nele por causa de sua incredulidade.
As razões pelas quais eles fingiram e imploraram por
que não tentariam entrar na terra de Canaã, eram,
que o povo era forte, e que havia gigantes entre eles,
e as cidades eram fortificadas, Números 13: 28,32,33;
mas a verdadeira razão era a incredulidade na
promessa de Deus: por isso, Deus expressa o
sentimento de sua indignação contra eles com esse
plano de opróbrio: "Segundo o número dos dias em
que espiastes a terra, a saber, quarenta dias, levareis
sobre vós as vossas iniquidades por quarenta anos,
um ano por um dia, e conhecereis a minha
oposição.", Números 14:34, ou "veja o que a sua
incredulidade lhe trouxe". E, de resto, é o mesmo
com todos os incrédulos, como o nosso apóstolo em
geral declara, Hebreus 3. Outras coisas são fingidas
como as causas de sua incredulidade, mas é a sua
insatisfação na verdade de Deus que é a verdadeira e
única causa disso. E, assim, isso demonstra
suficientemente o odioso da incredulidade, por isso
glorifica-se a justiça de Deus na condenação dos
incrédulos. 2. A maldição da lei, por culpa do pecado,
foi admitida a um domínio sobre toda a alma, é uma
grande coisa para receber e admitir um testemunho
em contrário, como é a promessa. O que a lei fala, fala
aos que estão debaixo dela, como todos os homens
são por natureza. E fala no coração de cada homem
que o pecador deve morrer. A consciência também
cumpre, e adiciona seu sufixo a esse respeito. Isso
488
estabelece uma conclusão na mente para que assim
seja, seja o que for oferecido em contrário. Mas
também o testemunho de Deus na promessa, a saber,
que existe um modo de vida e salvação para os
pecadores; e que Deus a oferece deste modo e um
interesse para nós. Nada além da grandeza excedente
do poder da graça pode permitir que um pecador
culpado, neste caso, "estabeleça o seu selo que Deus
é verdadeiro". 3. Quando a promessa vem e nos é
proposta, na maior parte disso nos encontra
profundamente envolvidos e, em relação a nós
mesmos, imutavelmente fixados em outras coisas,
que são inconsistentes com a fé nas promessas.
Alguns estão interessados em diversos desejos e
prazeres; alguns estão cheios de preconceitos
inveterados, através de uma conduta vã recebida pela
tradição de seus pais; e alguns têm boas esperanças
em si mesmos, que, no caminho em que estão, pela
religião que professam e pelos deveres que
desempenham, podem, no tempo, chegar ao que
visam. Quando a promessa é proposta, a primeira
coisa incluída nela é uma renúncia total de todas
essas coisas. Como é uma promessa de graça, então
exclui tudo menos a graça. Portanto, quando se
propõe a qualquer um, não exige apenas que se
acredite, ou Deus seja acreditado nela, mas também,
que, para que nos separemos e renunciemos
totalmente a todas as esperanças e confianças em nós
mesmos, pelo que somos ou esperamos ser, e nos
levamos para a vida e a salvação até a promessa.
489
Alguns imaginam que é uma coisa muito fácil de
acreditar, e que as almas dos homens são enganadas
quando são libertadas dos deveres que a luz e a
convicção colocam no caminho da fé na promessa;
mas a verdade é que o que, por sua própria natureza,
e do que é exigido aí ou que está incluído nela, é,
como o mais importante, o maior dever a que somos
chamados. 4. A culpa do pecado encheu a mente de
todo pecador com inúmeros medos, dúvidas e
confusões, que são muito difíceis de serem satisfeitos
ou removidos; sim, os resquícios deles permanecem
nos próprios crentes, e muitas vezes os enche de
grandes perplexidades. E estes, quando a promessa
lhes é proposta, levantam-se e seguem um ao outro
como as ondas do mar, Tiago 1: 6. No momento em
que um deles respondeu ou renunciou, mas
imediatamente outro assume o comando. E neles
toda a incredulidade apresentou seu poder. E por
esses motivos, é que os pobres pecadores têm tanta
necessidade de serem reduplicadas as garantias
divinas, que, apesar de todas as pretensões em
contrário, a promessa da graça em Cristo será feita
boa e será cumprida com eles. Em segundo lugar, o
desígnio especial de Deus, nesta dispensação e
condescendência, é "para que possamos ter um forte
consolo". Ao se engajar na aplicação de seu exemplo,
na promessa e juramento de Deus dada a Abraão, o
apóstolo aqui claramente não perde a consideração
das coisas passadas sob o Antigo Testamento, nessas
bênçãos e coisas temporais que são típicas das coisas
490
espirituais, e aplica o todo aos crentes do presente, e
a todos os que são das gerações futuras, "para que
possamos ter". E aqui ele constrói sobre este
princípio, que tudo o que Deus prometeu, projetou ,
jurou a Abraão que ele fez assim promessa a todos os
crentes o que quer que seja; de modo que toda
promessa da aliança lhes pertence igualmente com
ele. E duas coisas que o apóstolo estabelece sobre tais
crentes: 1. O que Deus lhes projeta; 2. Tal descrição
dos mesmos contém as qualificações necessárias
para uma participação do que é projetado: 1. O
primeiro é paraklhsiv. Às vezes, significa "exortação",
uma exortação encorajadora e persuasiva. E nesse
sentido, é aqui levado por alguns expositores, como
"para que possamos ter uma exortação prevalecente
para fé e paciência em acreditar." Mas "conforto" ou
"consolo" é a significação mais usual da palavra no
Novo Testamento, como mostrei em outro lugar; e
esse senso da palavra somente pode ser destinado
aqui. Um consolo é que surge da certeza da fé e do
nosso interesse nas promessas de Deus. Isto é o que
alivia nossas almas contra todos os medos, dúvidas e
problemas; pois isso os impede ou carrega nossas
almas contra eles. Para o conforto é o alívio da mente,
seja lá o que for, contra a tristeza e o problema. E esse
consolo que Deus pretende e projeta para os crentes
é o "solamen fortissimum", "forte", "validum",
"potens"; "forte", "poderoso", "prevalecente". Forte
para prevalecer contra a oposição, é o que se destina.
Há conforto para ser tomado, ou são muitas vezes
491
tomados, de coisas terrenas; mas são fracos,
lânguidos e se desvanecem e morrem após a primeira
aparição de uma oposição vigorosa; mas esse consolo
é forte e prevalecente contra todas as oposições das
criaturas. Forte; isto é, como permanecerá contra
toda oposição, - uma torre forte, uma fortaleza
inexpugnável. Pois não é o abundante consolo em
nós, mas a prevalência das suas causas contra a
oposição, que isso se destina. 2. Há a descrição das
pessoas a quem Deus projeta essa consolação com a
promessa, confirmada com seu juramento. Há três
coisas nesta descrição dos crentes, ou os herdeiros da
promessa: (1.) O caminho pelo qual eles procuram
alívio; eles "fogem para o refúgio". (2.) O próprio
alívio que eles buscam; que é "a esperança
estabelecida diante deles". (3.) O caminho pelo qual
eles são feitos participantes dela; eles "se apegam a
ele:" - (1.) Eles "fogem para o refúgio". É o
julgamento de muitos que aqui há uma alusão àquele
que tinha matado um homem acidentalmente sob a
lei, cuja segurança e vida dependiam de sua fuga
rápida para uma das cidades de refúgio, Números 35:
11,12. E aqui, nossos tradutores concordam, sem
dúvida, no que eles atribuem à palavra "fugir para o
refúgio". E, de fato, a própria palavra significa uma
ação tal como é atribuída ao homem matador.
Porque isto diz respeito a duas coisas: [1.] Uma
apreensão de perigo, ou uma verdadeira surpresa
com ele, sobre a qual um homem empreende sua fuga
para a libertação. E assim foi com o homem matador;
492
sua apreensão sobre a aproximação do vingador do
sangue, para tirar sua vida, provocou-o para fugir do
lugar e condição em que ele estava, para que o mal
não o alcançasse. [2.] Velocidade e diligência em um
esforço para atingir esse lugar, ou fim, que um
homem se propõe como meio de sua libertação, e por
meio do qual ele espera encontrar segurança. Aquele
que foge, foge de toda a tergiversação, se agita, não
dá lugar a preguiça ou a vãs esperanças, e usa sua
máxima diligência na busca de sua segurança. E, por
este meio, o Espírito Santo expressa vivamente o
estado e a condição de todos os herdeiros da
promessa neste assunto. Em si mesmos por natureza,
como são filhos do primeiro Adão, todos estão
expostos, na culpa do pecado original e real, sob a
sentença da lei. Deus, por vários meios, tem prazer
em despertá-los para a consideração do perigo em
que estão, a execução daquela maldição pela qual eles
são desagradáveis para serem impeditivos sobre eles.
Nesta condição, eles veem a necessidade de buscar
alívio, sabendo que se não for obtido, eles devem
perecer, e isso eternamente. O amor ao pecado, o
apego ao mundo, as esperanças da justiça própria,
esforçam-se de modo a retardá-los e prejudicá-los no
seu desígnio; mas quando Deus prosseguiu para calá-
los, agilizar suas convicções e continuamente
representar sua condição para eles, dando-lhes a
concluir que não há esperança em sua condição
presente, eles finalmente se agilizam para uma fuga
rápida para a "Esperança estabelecida diante deles"
493
na promessa. E, - (2.) Essa é a segunda coisa a ser
perguntada, a saber, o que é essa "esperança" que
está "colocada diante de nós", e como é assim: [1.] A
maioria dos expositores traduz "esperança" aqui , por
uma metonímia do assunto, pela coisa esperada; isto
é, graça e glória, justificação e salvação por Jesus
Cristo. Essas coisas são objeto das promessas, que
desejamos e pelas quais esperamos. E, para isso,
podemos dizer que fugimos para alívio ou refúgio,
quando, na nossa expectativa, somos apoiados e
consolados. [2.] Alguns tomam "esperança"
subjetivamente, pela graça da própria esperança. E
disso é dito para "fugir", isto é, para nos levar
rapidamente ao seu exercício, como fundado nas
promessas de Deus, que precede todas as outras
expectativas; onde devemos encontrar consolação
assegurada. [3.] "Esperança", por uma metonímia do
efeito da causa, pode expressar a própria promessa,
que é a causa e o meio de gerar esperança em nós. E
isso eu considero como o significado apropriado do
lugar, e o que não é exclusivo dos outros sentidos
mencionados. A promessa que nos foi proposta, é a
causa e o objeto de nossa fé, por conta da fidelidade
de Deus. A fé produz esperança, cujo objeto é a
mesma promessa, ou as suas coisas boas, como
proposto pela mesma fidelidade. Daí é ela mesma
chamada "a esperança", como essa sem a qual não
poderíamos ter nenhuma, não há nem causa disso
nem objeto para ela. E desta esperança é dito ser
"colocada diante de nós", ou para nos ser proposta;
494
que está na declaração da promessa ou na
dispensação do evangelho. É proposto como objeto
de nossa fé e esperança, como meio do forte consolo
que Deusis tão abundantemente deseja que devemos
receber. E isso torna toda a metáfora simples e fácil:
pois é evidente como a promessa, com tudo o que
esperamos por isso, é "colocada diante de nós" e nos
é proposta no evangelho; como também como
"fugimos" ou nos adentramos em todas as angústias
por alívio. E é mais natural permitir essa expressão
metonímica na palavra "esperança", do que admitir
uma catacrese tão áspera na outra parte das palavras,
onde a graça da esperança dentro de nós deveria ser
"colocada diante de nós". (3.) Com respeito a este
ponto, somos ditos krathsai, “nos apegarmos a”,
“lançarmos mão”, da esperança proposta. A
significação desta palavra, é usada com frequência
por nosso apóstolo, em várias ocasiões, antes
declaradas. É para manter firme o que em que nos
apoiamos, com todas as nossas forças e poder.
Haverá muitos esforços para impedir a fé de se
apossar da promessa; e muitos mais para afrouxar o
controle quando é tomada, mas é em sua natureza, e
é parte do nosso dever, "fortemente aproveitar", e
"manter firmemente" a promessa, quando
chegarmos a ela. E parece que, em toda a metáfora,
há uma alusão a quem corre numa carreira; pois,
enquanto eles têm um prêmio posto diante deles, eles
primeiro se movem com toda a sua força para
acelerar na direção do alvo; que, quando eles
495
alcançaram, se apegam a ele como seu. Assim é com
os crentes, quanto à promessa que lhes foi proposta
ou colocada diante deles. Estendem a mão para isso,
apóiam-no, reservam-no, quanto ao seu interesse
nisso, como o único meio de sua libertação e
salvação, e desse consolo que, em todas as condições,
eles precisam. E, pelas palavras assim abertas,
podemos observar isso, - Observação IX. O
sentimento de perigo e a ruína do pecado é a primeira
coisa que ocasiona uma alma a buscar Cristo na
promessa. Está implícito na palavra katafugei, que
inclui um respeito ao perigo a ser evitado; de onde o
traduzimos, "fugir para o refúgio". Como o Senhor
Jesus Cristo veio buscar e salvar o que estava
perdido, não chamar os justos, senão os pecadores,
ao arrependimento, a ser médico para os doentes e
não para os sãos; então, se os homens não são
sensíveis à sua condição perdida, do pecado e da
doença de suas almas, eles nunca darão muita
atenção a ele. E, portanto, como aqueles por quem a
convicção de pecado e humilhação por ele são
desprezados, como são por muitos, desprezam a
Cristo também, que é "o fim da lei" e todas as suas
convicções "para a justiça", então a profissão de
Cristo e as esperanças de salvação por ele, é em vão
em todos aqueles que nunca foram verdadeiramente
conscientes do pecado, e o perigo de uma eterna
ruína desse modo. X. Uma convicção completa do
pecado é uma grande e tremenda provação para uma
alma culpada. Por isso, é aqui comparado
496
tacitamente com aquele que matou um homem de
forma inesperada, e antes estava em condições de paz
e segurança, sem medo de nenhum homem, mas com
sosego e segurança em suas próprias ocasiões; mas
agora matou um homem de forma inesperada, ele
encontra todas as coisas em uma mudança repentina
sobre ele. O medo por dentro e o perigo por fora o
atormentavam em todas as mãos. Se ele vê qualquer
homem, ele supõe que seja o vingador do sangue; e
se ele não vê ninguém, a solidão é terrível para ele.
De outra forma, é com aqueles que estão
completamente convencidos do pecado. Eles
estavam vivendo, como o apóstolo fala, Romanos 7 e
em paz; não temendo mais mal do que eles sentiram,
talvez persuadindo-se de que todas as coisas estavam
bem entre Deus e suas almas, ou não muito
preocupados se estavam ou não. Neste estado, o
mandamento vem e descobre sua culpa, e o perigo
sobre isso; e revela a maldição, que até agora estava
escondida deles, como o vingador do sangue pronto
para executar a sentença da lei. Esta é uma coisa que
eles nunca esperavam nem temiam, os enche de
grandes surpresas. Daí são aqueles gritos de tais
pessoas: "O que devemos fazer para sermos salvos?",
Que argumentam uma grande angústia e nenhuma
pequena admiração. E aqueles que não sabem nada
dessas coisas são totalmente ignorantes de pecado e
graça. XI. A revelação ou descoberta da promessa, ou
de Cristo na promessa, é a única que dirige os
pecadores convencidos em seu caminho apropriado.
497
Este é o cenário de uma esperança diante deles, onde
eles são chamados a olhar para a sua torre forte como
prisioneiros de esperança, para serem levados para
fora da cova através do sangue da aliança eterna. O
homicida provavelmente poderia ter muitos intentos
sugeridos em sua mente como ele poderia escapar do
perigo ao qual ele estava exposto. Para deixar sua
habitação presente, se entregar a bosques ou
desertos, e semelhantes esperanças vãs, se
apresentarem a ele. Mas todas essas coisas o fizeram,
senão o impedirem e desviá-lo do seu dever; e quanto
mais ele os entretivesse em seus pensamentos, mais
seu perigo aumentava e sua vida corria risco. Era a
lembrança única da cidade de refúgio, colocada
diante dele na lei, que o dirigia ao seu devido dever,
e colocou-o no caminho da segurança. Não é outra
coisa com pessoas sob as convicções do pecado.
Muitas coisas se apresentam em suas mentes, com
esperança de alívio em atendê-las. Sentar-se com
uma continuidade nela, fará isso; assim também a
preguiça, e a procrastinação do presente dever; mas
sobretudo alguns deveres próprios, - uma justiça
pelas obras da lei o fará, e com muitos é eficaz para a
sua ruína. Enquanto estes, ou qualquer um deles, são
atendidos, o caminho do dever e da segurança está
escondido dos olhos dos pecadores. Mas quando a
proclamação, de Cristo na promessa, lhes é proposta,
é "colocada diante deles", assim que eles dirigem seus
olhos para aquele Caminho, eles veem seu curso claro
diante deles, e para quem devem se entregar, se eles
498
pretendem uma libertação fora da condição em que
se encontram. Observação XII. Onde há menos fé
salvadora, após a primeira descoberta de Cristo na
promessa, moverá toda a alma para se aproximar
dele e sua participação. Como a fé é gerada na alma
pela promessa, então o primeiro ato natural e
genuíno dela tende a um maior interesse e
participação dessa promessa Ao ir a Cristo em seu
chamado e convite, em guardá-lo na promessa,
consiste na natureza, vida e ser do dever, obediência
e graça, da fé que está nos herdeiros da promessa.
XIII. É o dever e a sabedoria de todos aqueles a quem
Cristo na promessa foi descoberto uma vez, por
qualquer meio ou ordenança do evangelho antes de
terem sido colocados diante deles, para admitir sem
demora de um fechamento completo com ele. Muitas
coisas, sim, coisas inumeráveis, se oferecerão com
sutileza e violência para esse fim; sim, todo o ofício e
o poder dos portões do inferno se envolverão no
mesmo propósito; mas com fé, estando realmente
empenhados no trabalho, prevalecerão contra todos
eles, por isso é nosso dever evitá-los, como aqueles
que, sob pretextos específicos, atacam a vida e o bem-
estar eterno de nossas almas. XIV. Há uma força
espiritual e um vigor necessários para garantir nosso
interesse na promessa, - krath ~ sai, "estabelecer-se
firme e firme sobre ela". - A grandeza da nossa
preocupação nele, a oposição que será feita a esse
respeito, o amor com que nossa fé deve ser
acompanhada, exigem o máximo de nossa força e
499
diligência aqui. XV. A promessa é um refúgio
assegurado para todas as almas afligidas pelo
pecado. XVI. Onde as almas, convencidas do pecado
pela acusação da lei, e de sua própria condição
perdida sobre ela, se comprometem com a promessa
de alívio, Deus está disposto a fornecer uma forte
consolação. Pois aqui é a natureza da fé que tem a
promessa de perdão, justificação e salvação, dada a
ela. E, em seguida, eu posso aumentar, manifestar a
verdadeira natureza da fé que tem as promessas.
Verso 19. "A qual temos como âncora da alma, segura
e firme, e que penetra até o interior do véu."
Tendo feito menção à nossa "esperança" com
respeito à promessa de Deus, ele acrescenta um
relato do uso dessa esperança no curso de nossa fé e
obediência. E ele deixa aqui a significação
metonímica da palavra, retornando ao que é próprio,
ou seja, a graça da esperança em nós. Mas isso não
faz absolutamente, mas inclui o seu objeto ou a
promessa que a fé confia. Pois ele não menciona
expressamente a própria esperança, mas a inclui pela
expressão “na qual” e, portanto, é esperança como
decorrente ou causada pela promessa de Deus.
Portanto, o uso da esperança, consertado e
misturado com essa promessa, garantindo nosso
interesse nela, é o que ele declara neste versículo. E
três coisas devem ser brevemente faladas na abertura
dessas palavras: 1. A natureza dessa esperança; 2.
500
Seu uso e propriedades; 3. Sua operação e efeitos. O
primeiro é incluído, o segundo expresso sob um
natural e o terceiro sob uma semelhança típica: -
Primeiro, a graça da esperança não é expressamente
mencionada, mas apenas incluída nas palavras, e não
com respeito à sua essência e natureza, mas seu uso
e operação, aqui não há nenhuma ocasião para
insistir nisso. Somente enquanto isso. é suposto
como o assunto principal da proposição, pode ser
falado brevemente. Esta "esperança" em outro lugar
ele chama nossa "confiança", e atribui um kauchma,
uma "glória", Hebreus 3: 6; e uma força plástica, ou
"plena garantia", Hebreus 6:11. Por isso, é essa graça
a qual é nossa garantia; a plena persuasão da fé. E
não há nada mais adverso do que a noção comum de
esperança; pois geralmente é concebido como uma
expectativa duvidosa, incerta e flutuante daquilo que
pode ou não ser para o futuro. Agora, embora tais
expectativas de todos os tipos possam ser incluídas
na noção geral de esperança, ainda são excluídos da
natureza e uso dessa graça da esperança que nos é
recomendada na Escritura. Pois esta é uma confiança
firme em Deus para o gozo das coisas boas contidas
em suas promessas, na época designada, elevando na
alma um desejo sincero por elas e a expectativa delas.
E por falta do conhecimento da natureza desta graça,
muitos vivem sem qualquer benefício de seu
exercício. Leia duas coisas a respeito, e elas dão luz à
sua natureza e uso: 1. Que ela decorre da fé. É
somente a fé que recebe a promessa e dá um interesse
501
nela. 2. Que sua natureza e essência consiste na
confiança em Deus; que, se não for o fundamento de
todo o seu exercício, qualquer que seja o chamado,
não é uma presunção enganadora, Salmos 33:18, 42:
5, 130: 5, etc. Portanto, é o ato fiduciário de fé em
Deus na promessa, na medida em que respeite às
coisas boas, ainda ausentes e futuras. Em segundo
lugar, o uso e a operação desta esperança, o apóstolo
expressa por uma metáfora dupla, a primeira tirada
de coisas naturais, a outra de coisas instituídas e
típicas. O uso dele por uma metáfora tirada de coisas
naturais; é a "âncora da alma, firme e estável", e seu
funcionamento por uma metáfora tirada de coisas
típicas; "entra naquilo dentro do véu". Primeiro, em
si mesmo, e quanto ao seu uso, compara-o com uma
âncora; é a "âncora da alma": porque as almas dos
crentes, parece que precisa de uma âncora. E há
muita eficácia instrutiva em tais semelhanças. São as
únicas imagens legais em coisas sagradas. Para o que
em si é invisível, é por uma representação adequada
proposta ao motivo da mente. Assim, como usado na
Escritura, elas são eminentemente comunicativos de
luz espiritual e experiência para a alma. E esta alusão
instrutiva deve ser retirada dos principais fins das
coisas comparadas, e não deve ser estendida a outras
circunstâncias que não pertençam a ela; sim, uma
dissimilidade é permitida em todas elas. Portanto,
nossa esperança, conforme descrito anteriormente, é
comparada a uma âncora; 1. Com respeito ao seu uso;
2. Com respeito aos seus adjuntos e propriedades: 1.
502
Quanto à natureza e ao uso de uma âncora, é para
manter firme o navio a que pertence. E é
principalmente de uso em duas ocasiões: (1.) Em
tempestades, quando a arte e a habilidade dos
marinheiros são superadas pela ferocidade do vento
e do mar para que não possam dirigir o navio no seu
curso certo, nem preservá-lo de pedras ou recifes.
Então, uma âncora é lançada; que, se tiver as
propriedades aqui mencionadas, manterá o navio em
segurança contra toda a violência externa. (2.)
Quando os navios estão no seu porto, para que eles
não sejam atirados para cima e para baixo na
incerteza, para que os homens possam atender às
suas ocasiões e não serem conduzidos de um lado
para o outro com todo vento (ao qual nosso apóstolo
faz alusão, em Efésios 4:13,14), uma âncora é lançada
para manter a embarcação constante em sua postura.
Há, portanto, duas coisas supostas nesta alusão: (1)
Que as almas dos crentes às vezes estão expostas às
tempestades; e um estresse de perigos espirituais,
perseguições, aflições, tentações, medos, pecado,
morte e lei, compõem essas tempestades que muitas
vezes vêm sobre eles. E eles são comparados aqui às
tempestades, [1.] Por causa de sua violência. Há
graus nelas, e algumas são muito mais urgentes do
que outras, já que as tempestades são de vários tipos;
mas geralmente todas têm um grau ou outro de
ferocidade e violência. [2.] Por causa de sua
tendência. Elas tendem em sua própria natureza à
ruína e à destruição. Da mesma forma, fazem todos
503
os meios pelos quais o estado dos crentes com seu
interesse na promessa é agredido; - todos eles
tendem para a ruína das suas almas. É verdade,
através da santamente e sábia disposição de todas as
coisas pelo Senhor Jesus Cristo, elas são, em sua
maior parte, questões no crescimento de sua fé e
promoção de sua salvação; mas isso não têm de si
mesmos, - seu trabalho e tendência são de outra
natureza. Nosso apóstolo nos dá uma descrição
dessas tempestades, com o uso dessa âncora nelas e
o sucesso dela na segurança das almas dos crentes,
Romanos 8: 33,36,38, etc. (2.) As ocasiões comuns
desta vida, e nossos deveres em relação a Deus e aos
homens, são como as trocas de navios em seu porto;
por isso também é necessária uma âncora boa e
segura para eles, a negligência de cujo uso se revelou
ruinosa para muitos. E sem o que respondemos
espiritualmente, devemos flutuar de cima para baixo
em tudo o que fazemos, e estar em constante perigo
de ruína. Nessas ocasiões, a "esperança", como já foi
descrito, é a "âncora da alma". E, assim, é desviada
pelas ondas e escuridão do oceano por seu cabo, até
chegar a se fixar no fundo; portanto, nossa
esperança, deixada por fora pela palavra segura de
Deus, entra naquilo em que ela se prende e fixa a
alma. 2. A alusão diz respeito às propriedades de uma
âncora; que, como aqui se expressa, são duas: a
relativa à sua natureza, e a relativa ao seu uso: (1.) É
ajsfalhv, "com certeza", isso não falhará; pode ser
confiável. A substância é firme, a proporção da
504
mesma é adequada ao peso do navio. (2.) O seu uso é
bezaia, "firme e seguro", que nenhuma violência de
ventos ou tempestades pode quebrar ou afastar seu
controle. Tal é a esperança para a alma: (1.) Na sua
natureza, é verdade, e não é uma imaginação
enganadora. "Não se envergonha", Romanos 5: 5, por
qualquer falha ou desapontamento. As presunções
falsas são os motores enganosos pelos quais as almas
das multidões estão se arruinando todos os dias, -
não há mais uso do que se os marinheiros lançassem
um tronco ou um fardo de palha para manter seu
navio em uma tempestade. Mas a esperança,
procedente e construída com fé, é infalível e não
enganará. (2.) Na sua utilização é Bezaia, "firme e
invencível" contra todas as oposições; não é verdade
de si mesma, mas do fundamento em que ela se fixa,
a saber, Cristo na promessa, como as próximas
palavras declaram. Porque, em segundo lugar, o
caminho ou meio pelo qual esta âncora espiritual
assegura nossas almas é expresso nas palavras
seguintes: "E que penetra além do véu". E aqui há
uma dissimilitude nos objetos comparados. Pois uma
âncora é lançada para baixo, e fixa-se na terra no
fundo do mar; mas a esperança sobe e se fixa no céu,
ou naquilo em que está em paz. E devemos nos
perguntar: 1. O que é este "véu"; 2. Como a esperança
"entende"; 3. O que está "além dele" em que a
esperança entra: - 1. Para o próprio "véu", o apóstolo
faz essa alusão natural que ele insiste acrescentando
também uma que é típica, o que torna todo o contexto
505
figurativo, como mostramos antes. O véu, portanto,
aqui aludido, foi o que separou o santíssimo lugar do
santuário ou corpo do templo. Este nosso apóstolo
chama "o segundo véu", em Hebreus 9: 3; e aqui "o
véu" absolutamente. Porque o Lugar Santo do
templo, em que apenas os sacerdotes entraram para
oferecer incenso, estava separado do povo pelo
primeiro véu, como o Santo dos Santos era pelo
segundo véu. Através do primeiro, os sacerdotes
comuns passaram todos os dias para oferecer
incenso; através deste último, somente o sumo
sacerdote passou, e uma vez por ano. Agora, o que foi
denotado por este meio, com respeito a Cristo e ao
seu sacerdócio, era o céu tipificado, através do qual
ele passou em sua ascensão para a gloriosa presença
de Deus. Veja nossa exposição sobre Hebreus 4:14.
"Dentro do véu", portanto, está dentro e acima desses
céus visíveis, o lugar da gloriosa residência de Deus,
o sagrado tabernáculo não feito com mãos, onde o
Senhor Jesus Cristo continua a administrar para a
sua igreja. 2. Esta esperança "penetra" além do véu.
Os céus são como um véu para o sentido e razão dos
homens; aí a visão deles e seus pensamentos estão
limitados, - eles não podem discernir nem julgar
qualquer coisa que esteja acima ou dentro desse véu.
Mas a fé, com a esperança, passa por ele; - nenhuma
coisa criada pode mantê-los à distância do próprio
Deus. Como uma âncora não permanece nas ondas
do mar, como: não pode flutuar nas águas, mas as
atravessa até chegar a uma terra sólida no fundo; não
506
mais, ou a esperança de um crente se fixa em
qualquer coisa sob esses céus, mas ela atravessa tudo
até chegar no véu celestial. E isso faz, (1.) Sob a
conduta da fé, que apresenta-lhe as coisas esperadas,
Hebreus 11: 1; (2.) Por regra e linha da palavra, que
em nenhuma ocasião irá variar. E, - 3. Isso é "para o
que está dentro." E o que é isso dentro deste véu? Não
uma arca e um propiciatório, nem mesas de pedra e
querubins, o trabalho das mãos dos homens; mas as
coisas tipificadas por eles; - Deus mesmo no trono da
graça, e o Senhor Jesus Cristo, como o sumo
sacerdote da igreja, de pé à sua direita; Deus Pai
como o autor da promessa da graça, Cristo como o
comprador de toda a misericórdia, sendo o conselho
da paz entre os dois. Aqui a esperança fixa-se, para
manter a alma firme em todas as tempestades que
possam acontecer. Por isso, aquilo que a esperança
fixa dentro do véu é: (1.) O Pai como o autor; (2.) O
Senhor Jesus Cristo como o comprador; (3.) A
aliança como o transporte de toda a graça: que eram
geralmente tipificadas pelas coisas do véu anterior. E
o apóstolo faz uso desta expressão por dois motivos:
(1) Porque nossa fé e esperança agora não são fixadas
e delimitadas em tipos, sombras e representações
obscuras das coisas boas da promessa, como as
coisas estavam sob o Antigo Testamento. Todas essas
coisas agora passaram, e lidamos imediatamente
com Deus e com Cristo Jesus. (2.) Instruir os hebreus
na natureza e no uso das antigas instituições do
tabernáculo, e desde então na verdadeira natureza do
507
sacerdócio de Cristo, ao qual ele está retornando. E
podemos observar a partir dessas palavras, -
Observação XVII. Que todos os verdadeiros crentes
estão expostos a tempestades neste mundo. Isso
torna as âncoras tão necessárias para eles. O Deus
sábio não teria fornecido uma âncora para eles, e
ordenado seu uso, se não soubesse que estariam
expostos às tempestades. Aquele que habita em paz
em sua casa, de todas as coisas pensa ser menos uma
âncora. Mas devemos encontrar tempestades.
Suponhamos que possamos passar o nosso tempo de
residência aqui sem problemas externos, - o que, no
entanto, é extremamente imprudente, aquele que
promete a si mesmo tal coisa, enquanto nós estamos
na carne, e acompanhados com tantas ocasiões de
angústia por todos os lados, - e ainda quem pode
escapar das provações e problemas internos, das
tentações, da escuridão, do pecado e da lei, com que
muitas vezes somos afligidos? Porque, - Observação
XVIII. Essas tempestades resultariam ruinosas para
as almas dos crentes, se eles não fossem
indiferentemente interessados pela fé e pela
esperança na promessa do evangelho. Toda
tempestade será muito difícil para navios sem
âncoras. E, como pouca segurança, temos em um
momento de provação de qualquer coisa em nós
mesmos, se a esperança não aguentar a promessa,
que é a "âncora da alma". E isso fará se for genuína.
Porque, - Observação XIX. Nenhuma distância do
lugar, nenhuma interposição de dificuldades, pode
508
dificultar a esperança dos crentes de entrar na
presença e de se fixar em Deus em Cristo. Atravessa
as nuvens, atravessa os céus, não para no seu glorioso
véu, até chegar à Fonte eterna de toda graça e
misericórdia. E, portanto, - Observação XX. A força e
a segurança da fé e da esperança dos crentes são
invisíveis para o mundo. Eles entram dentro do véu,
onde nenhum olho de razão pode persegui-los. Todas
as suas preocupações estão escondidas; e a influência
secreta que, para todos os fins que eles têm, é às vezes
admirada, às vezes ridicularizada, pelo mundo cego e
ímpio. No entanto, é eficaz para o bem. Para, -
Observação XXI. A esperança firmemente
consertada em Deus em Cristo pela promessa, se
manterá firme e preservará a alma em todas as
tempestades e provações que possam acontecer. É
uma "âncora segura e firme". Portanto, Observação
XXII. É nossa sabedoria em todos os momentos, mas
especialmente em tempos de provação, ter certeza de
que nossa âncora tem uma boa fixação no céu.
Somente isso será nossa preservação e segurança, se
for resolvido sobre isso dentro do véu. Verso 20.
"Quando o precursor é para nós, Jesus, fez um sumo
sacerdote para sempre após a ordem de
Melquisedeque". O apóstolo emite essa longa
digressão, como ele faz todos os outros discursos, na
pessoa de Cristo; que é "o autor e finalizador de nossa
fé", com ele começa, e nele ela prossegue
continuamente. E, no que se refere a este versículo,
ele pretende: - 1. Dar nova garantia à eficácia e
509
prevalência da esperança fixada na promessa, à
medida que ela entra para dentro do véu; a saber,
porque Cristo, nosso sumo sacerdote, está lá. Ele
entra lá, o "aonde" Cristo entrou. Mesmo o próprio
céu não seria um lugar seguro para nós fixarmos a
âncora de nossa confiança e esperança, se Cristo não
estivesse lá; pois sem ele não haveria trono de graça
no céu, pois não poderia haver nenhum trono típico
no santuário sem o propiciatório. E isso contém a
relação entre os dois versos; em que vemos isso, -
Observação XXIII. Após o desempenho mais sincero
do melhor dos nossos deveres, nossos confortos e
valores estão centrados apenas em Cristo. Nossa
esperança, entrando dentro do véu, é uma âncora
segura, porque Cristo está lá. 2. O apóstolo nestas
palavras, por uma transição artificial, nos aterrissa
naquela costa, a qual tudo isso se dirigiu; e este é o
sacerdócio de Cristo como tipificado naquele de
Melquisedeque. Isto ele afirmou, em Hebreus 5:10;
mas, com a consideração da profundidade desse
mistério, a importância do assunto dele, com o
estado presente da maioria desses hebreus, ele
desenvolve essa longa digressão, por sua devida
preparação para a audiência e recebimento disso. Por
isso, tendo dado altamente sua consciência e dever a
eles em várias admoestações, ele retorna novamente
nessas palavras para aquele desígnio e discurso que
ele havia interrompido no final do quinto capítulo. E,
pela natureza de sua digressão, podemos aprender,
isso, - Observação XXIV. Como as mentes dos
510
homens estão muito preparadas para a comunicação
de mistérios espirituais para eles, então a melhor
preparação é pela cura de suas afeições pecaminosas
e corruptas, com a remoção de sua esterilidade sob o
que eles antes aprenderam e foram instruídos 3. Não
é para nada, sim, é apenas a colocação de vinho novo
em garrafas antigas para a perda de tudo, estar
diariamente levando os homens ao conhecimento de
mistérios superiores, enquanto vivem em negligência
com a prática do que eles já foram ensinados. 3. Ele
dá conta do Senhor Jesus Cristo, a quem agora
reduziu o seu discurso, em particular, como: - (1.) Ele
o expressa por seu nome, "Jesus". E pela interposição
deste nome aqui o apóstolo pode conceber duas
coisas: - [1.] Para nos importar da significação dele,
de onde o motivo de sua suposição foi tomado. Jesus
significa o "Salvador", e ele foi chamado de Jesus,
"porque ele deveria salvar o seu povo dos seus
pecados", Mateus 1:21. Portanto, aquele, sobre quem
todas essas coisas são afirmadas deve ser
considerado como nosso Salvador; que tinha o nome
de um Salvador que lhe fora dado pelo próprio Deus,
com respeito à obra que devia fazer, 1
Tessalonicenses 1:10. E ele é Jesus ainda "capaz de
salvar perfeitamente os que vêm a Deus por ele". [2.]
Reflitamos sobre o uso comum desse nome no
mundo. Este era o nome sob o qual ele foi censurado,
injuriado, crucificado e morto como um malfeitor.
Eles crucificaram Jesus. Por isso, o apóstolo,
tratando aqui da gloriosa exaltação do Filho de Deus,
511
para que ninguém pudesse fingir ou imaginar que
fosse qualquer outra coisa ou pessoa que ele
pretendesse, ele o expressa com esse nome pelo qual
ele era conhecido no mundo, sob o qual ele foi
censurado e sofrido. E isso, todos os apóstolos
tiveram o cuidado de inculcar na primeira pregação
do evangelho: "Jesus de Nazaré", Atos 2:22. "Este
Jesus ressuscitado por Deus," versículo 32. "Seu
Filho Jesus, a quem vós livrou e negou na presença
de Pilatos," Atos 3:13. " Jesus, a quem vós entregastes
e perante a face de Pilatos negastes", Atos 4:10.
"Jesus Cristo, o nazareno, aquele a quem vós
crucificastes", Atos 5:30. Isto é o que, ao usar esse
nome, ele chama a nossa fé, a saber, que é um e o
mesmo Jesus que foi humilhado e exaltado, que
morreu ignominiosamente e vive para sempre em
glória. XXV. Este mesmo Jesus é nosso Salvador em
todos os estados e condições; o mesmo na cruz, e o
mesmo à mão direita da Majestade no alto. Por isso,
ele ainda está tiificado no céu como "um Cordeiro
morto", Apocalipse 5: 6. E todas as apreensões em
contrário são destrutivas para todo o fundamento do
evangelho. (2.) Ele o descreve por esse ofício e ação
de onde nossa esperança recebe seu grande
encorajamento para entrar dentro do véu, a saber,
que ele é o precursor. Neste lugar, esse título é
atribuído ao Senhor Jesus Cristo, embora as coisas
destinadas a isso sejam expressadas em outros
lugares. E assim deve ser dito no que diz respeito ao
nome de uma "garantia", que nosso apóstolo faz uso
512
no próximo capítulo, versículo 22. Excelentes e
misteriosas verdades podem ser muitas vezes
compreendidas em uma palavra usada e empregada
pelo Espírito Santo para a nossa instrução; e,
portanto, toda palavra da Escritura é diligentemente
procurada. É indiferente se nós traduzimos as
palavras, "o precursor para nós" (isto é, nosso
antecessor) "é inserido", ou "o precursor é inserido
para nós." Na primeira maneira, a qualificação de sua
pessoa, um precursor para nós; na última, o projeto
de sua ação, o precursor que atua para nós, é
destinado. Ambos chegam ao mesmo propósito; e os
nossos tradutores colocam as palavras como se se
inclinassem para o último sentido. Duas coisas sobre
as quais devemos investigar: [1.] O que é um
precursor. [2.] O que o Espírito Santo nos instruiria
por esta atribuição a Cristo, que ele é um precursor
entrando dentro do véu para nós. Prodromov,
"precursor", é aquele que, em um caso de interesse
público, aumenta a velocidade ele próprio para o
lugar onde o assunto pertence, para dar conta dele e
para dispor de todas as coisas necessárias e
adequadas à disposição do caso que ele relata.
Comumente, de fato, tal prenúncio público é inferior
aos que vêm depois, sob cuja conduta o principal do
caso permanece; mas é só assim que o que é o
precursor é assim e não mais. Mas agora, embora o
Senhor Jesus Cristo seja um precursor também,
ainda assim ele é mais; ele é a pessoa em cuja mão
está todo o assunto e sua conduta. E ele próprio foi o
513
precursor por causa da grandeza do assunto que ele
tinha à mão, não gerenciável por nenhum outro. E
podemos considerar as palavras de forma distinta:
1º. Ele é um "precursor"; em segundo lugar. "Para
nós", 3d. Onde ele está assim, - "dentro do véu". 1º.
Ele está, na sua entrada para o céu, ou o Santo dos
Santos, como um "precursor". Este, o sumo sacerdote
antigo, quando entrou uma vez por ano no lugar
sagrado, não era. Ele entrou para dentro dele, mas ele
não fez nenhum caminho para que alguém o seguisse
depois. Ele não foi antes das pessoas, para dar-lhes
uma entrada no Santo dos Santos; mas tanto por sua
entrada quanto por seu retorno significaram sua
exclusão para sempre. Temos, então, outro exemplo
da excelência do nosso sumo sacerdote e do seu
ofício. Quando ele entrou no lugar santo, ele não o fez
apenas por si mesmo, mas antes, para liderar e
conduzir toda a igreja na mesma glória. 2º. Ele é um
precursor de todas as igrejas, em todos os tempos,
épocas e lugares. E isso ele é de três maneiras: - (1 °.)
A título de declaração. Pertence a um precursor levar
as novas e declarar qual é o sucesso que foi obtido no
caso de que ele tenha dado conta. O Senhor Jesus
Cristo, entrando no céu, faz uma declaração aberta de
que ele conduziu o cativeiro cativo, principados e
potestades, triunfando sobre eles; que ele obteve a
sua porção, e dividiu o despojo com os fortes, Isaías
53:12; que ele salvou sua igreja do poder do pecado,
de Satanás, da morte, e da lei. E havia duas partes da
declaração triunfante feita por este precursor da
514
igreja: [1°.] Que ele tinha consumado o seu
compromisso original para a salvação dos crentes
sob o Antigo Testamento, na fé da qual eles foram
aceitos com Deus e salvos. Daí, na sua entrada dentro
do véu, eles também se juntam a essa doxologia,
Apocalipse 5: 9-12. E ele também era seu precursor.
Eles estavam no céu antes, o santuário de Deus; mas
não foram admitidos dentro do véu, no lugar mais
sagrado, onde todos os conselhos de Deus em Cristo
são exibidos e redesenhados. Não havia entrada
antes, nem na graça nem na glória, no véu, Hebreus
9: 8; pois, como eu disse, dentro do véu todos os
conselhos de Deus em Cristo foram abertos, como
eles foram digitados no lugar sagrado. Isso não se
poderia ou deveria contemplar antes de sua própria
entrada. Então, ele também era seu precursor. [2º.]
Declarar a redenção de todos os eleitos que deveriam
seguir as suas várias gerações. Isto é declarado
triunfalmente no céu, Salmos 47: 5-7, 68:18, 24-26.
(2.). A título de preparação. E isso é duplo: [lº.] Com
respeito à nossa entrada graciosa presente no
santíssimo pela fé e pela oração. Este caminho não
foi feito para nós enquanto o antigo tabernáculo
estava em pé, Hebreus 9: 8; mas agora está
preparado para nós pelo nosso precursor, Hebreus
10: 19-22. Temos uma entrada para o céu, mesmo
enquanto estamos aqui na terra. Uma entrada é feita
para a nossa fé, para a nossa esperança, para a nossa
oração. Onde quer que eles entrem, nossas almas
entram e estão presentes. E essa entrada que fazemos
515
diariamente, e isso com ousadia e segurança, por
conta do nosso precursor. [2º.] Como a nossa futura
entrada na glória. Sob essa capacidade, como
precursor, pertence a ele preparar casas para nós na
casa de seu pai, para onde ele se foi; e que ele
prometeu fazer, João 14: 2,3. Ele prepara mansões
para nós, e ele nos prepara para essas mansões,
graças à graça e à glória um para o outro. O céu, de
fato, está pronto para nós, sempre que nos
encontramos e pronto para o céu. (3º.) Por caminho
de posse. Ele já obteve para a redenção eterna da
igreja; e comprou para eles, e em seu nome, uma
herança eterna, Atos 26:18. Ele foi, para eles e em seu
nome, tomar posse; e reservá-los nos céus para eles,
Pedro 1: 4. Aqui, sendo por adoção feitos herdeiros
de Deus, eles vieram a ser coherdeiros com Cristo,
Romanos 8:17; e, finalmente, admitiram a mesma
glória com ele. Ele também é um precursor para nós.
3. Como precursor, ele entrou "além do véu", isto é,
no próprio paraíso, o lugar da gloriosa presença de
Deus. E isso também pode ser considerado de duas
maneiras: - (1°). Com respeito ao que ele já fez por
nós; e duas coisas estão incluídas nelas: [1º.] Que ele
consumou completamente o trabalho que ele tinha
que fazer na Terra. Ele ganhou absolutamente a
vitória e garantiu a igreja de todos os seus
adversários espirituais. Sem isso, uma entrada
triunfante no céu tinha sido concedida a ele. [2º.] A
abençoada aprovação de Deus de tudo o que ele fez
aqui embaixo, Isaías 53: 11,12; Filipenses 2: 6-11. (2.)
516
Com respeito ao que ele ainda tem que fazer por nós.
Por isso, não se diz absolutamente entrar na sua
glória, mas entrar como sacerdote, como através de
um véu, como no lugar sagrado; onde ele continua
como nosso precursor no exercício desse ofício, como
o apóstolo declara no final do verso, "feito sumo
sacerdote para sempre segundo a ordem de
Melquisedeque", do qual devemos tratar no próximo
capítulo. XXVI. Agora, o Senhor Jesus tendo assim
entrado no céu como nosso precursor, nos dá uma
variedade de segurança de nossa entrada ali também
na temporada designada. Ele nos assegura, João 14:
3,19. Pois, 1. Ele passou por todas as tempestades de
provações, tentações, perseguições e a própria morte,
a que estivéssemos expostos, e, no entanto,
desembarcamos com segurança na glória eterna. Sua
âncora era confiança e esperança em todas as suas
tempestades, Hebreus 2:13; Isaías 1. 7-9. E foi
tentado ao máximo, Salmo 22: 8-10. Ele o preservou
em todos eles; e não será menos fiel a toda a igreja.
Como ele já foi antes de nós, ele pode nos socorrer, e
nos deu em si mesmo uma garantia de sucesso. 2. Ele
está agora onde a nossa esperança é fixada, isto é,
dentro do véu, onde ele cuida da igreja e a preservará
até o fim. XXVII. Ainda; se o Senhor Jesus Cristo
entrou no céu como nosso precursor, é nosso dever
segui-lo com toda a velocidade que pudermos. E é
necessário aqui, 1. Que estamos dispostos a segui-lo
no caminho em que ele foi, bem como para o lugar
para onde ele foi. E o modo pelo qual ele foi é, (1.) O
517
caminho da obediência, Hebreus 5: 8,9; (2.) O
caminho do sofrimento, Hebreus 12: 2. A santidade e
a cruz são as duas partes essenciais do caminho pelo
qual nosso precursor entrou em glória. 2. Que não
nos ocupemos de qualquer coisa que nos retardem,
Hebreus 12: 1. Observação XXVIII. E podemos ver de
onde depende a segurança da igreja, quanto às
provações e tempestades que sofre neste mundo. Ele
pode considerar a oposição que é feita no mundo; o
conselho, o poder e a malícia, que estão
comprometidos com a sua ruína, por um lado; e a sua
própria fraqueza, solidez e desamparo, por outro,
não podem deixar de admirar de onde é que é
preservado um momento da destruição. Não há
proporção entre a defesa visível e a oposição visível
que é feita a ela. É Jesus, nosso precursor, que está
dentro do véu cuidando de todas as nossas
preocupações, que é a nossa única segurança. XXIX.
E o que ele não fará por nós, quem no auge de sua
glória não tem vergonha de ser estimado nosso
precursor? Que amor, que graça, que misericórdia
não podemos esperar dele? E, - Observação XXX.
Quando nossa esperança e confiança entram dentro
do véu, Cristo é nosso precursor que, de maneira
peculiar, devemos seguir e a ele nos apegar.
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