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Gestão da mudança climática e recursos hídricos na cadeia de valor: cadeias e negócios sustentáveis e resilientes
Sumário Executivo do CDP Supply Chain América Latina 2015
Fevereiro 2016
3
Introdução.......................................4
O Programa.......................................4
Principais resultados em 2015.............5
Gestão de água.................................7
Gestão de emissões...........................8
Conclusões................................9
Boas práticas...................................10
Índice
4
Essa publicação traz tendências e boas práticas com base nos resultados da edição 2015-2016 do Programa CDP Supply Chain na América Latina, permitindo tanto aos clientes como aos próprios fornecedores, ampliarem conhecimentos e experiências em relação aos temas e seus impactos nas operações.
Em 2015, o programa CDP Supply Chain contou com 75 empresas mundiais que representam mais de U$S 2 trilhões em gastos combinados e incluem organizações como Banco Bradesco, Braskem, Arcos Dourados (empresa controladora da marca McDonalds na América Latina), Wal-Mart, entre outras. Essas empresas convidaram mais de 8 mil fornecedores no mundo todo, 500 somente na América Latina, a reportar seus impactos ambientais por meio do sistema de divulgação do CDP.
A região da América Latina alcançou um índice de resposta de 67% aos questionários do programa CDP Supply Chain, o que represente a segunda melhor média global, ficando atrás apenas da Ásia, cuja taxa de resposta foi de 71%. No Brasil, 278 fornecedores responderam o questionário sobre gestão de Mudanças Climáticas, com um índice de resposta de 70%, o segundo maior do mundo, atrás apenas do Japão com 83%. Além disso, 62 fornecedores responderam o questionário sobre gestão de Água, com um índice de resposta de 65% e também o segundo maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
O programa CDP Supply Chain permite gerenciar os crescentes e expressivos riscos que as mudanças climáticas e a gestão da água representam para o modelo globalizado de cadeia de valor, bem como entender e explorar as oportunidades de negócio apresentadas a partir de novos cenários econômicos e demandas da sociedade. Com importante papel na construção de estratégias para engajamento de fornecedores, o programa oferece abordagem colaborativa e inovadora que contribui para o desenvolvimento sustentável da cadeia de valor e dos negócios.
Neste ano, pela primeira vez, a edição Latinoamericana do Programa Supply Chain incluiu também, além das informações sobre a gestão de emissões de gases de efeito estufa, dados sobre a gestão de água na cadeia de fornecimento. Os questionários e seus resultados permitem entender as implicações do tema para o negócio, atualmente e no futuro, fornecendo subsídios para a definição da materialidade da água e das emissões, bem como a orientação de esforços e a identificação de riscos e oportunidades.
Tendo em vista projeções que demonstram uma demanda por água que supera a oferta em cerca de 40% já em 2030 e que até lá metade da população mundial está propensa a viver em áreas de elevado estresse hídrico, as empresas de sucesso precisarão desenvolver suas capacidades e se adaptar a um cenário de mudança em relação a disponibilidade do recurso e análise de riscos regulatórios. Para isso, é importante dispor de informações que mensurem e monitorem o uso dos recursos hídricos, permitindo melhor entendimento e a gestão dos riscos
associados à água em toda a cadeia de valor.O programa CDP Supply Chain, portanto, aumentou seu escopo, possibilitando que as empresas atendam às crescentes demandas de diferentes stakeholders por informações ambientais e transparência, por meio de questionários que evitam duplicidade de esforços com um processo padronizado de coleta e sistematização de dados, bem como análises e construção de indicadores que orientam as decisões de investimento e a gestão dos negócios.
Nas páginas seguintes, apresentamos os principais resultados da edição da América Latina do programa CDP Supply Chain, comparando os resultados do Brasil com outras regiões da América Latina, além de boas práticas de gestão das mudanças climáticas e da água, identificadas entre os fornecedores das empresas-membro latino-americanas. O sumário foi elaborado pelo CDP em parceria com a Gestão Origami, consultoria em inovação e gestão de negócios sustentáveis, também responsável pela implementação da metodologia de scoring do CDP para a avaliação e orientação de empresas participantes do programa no Brasil.
A consultoria Gestão Origami desenvolve e implementa projetos que buscam transformar desafios socioambientais complexos em soluções eficazes e perenes. Sua experiência envolve o apoio a organizações nacionais e internacionais na construção de agendas de sustentabilidade integradas ao planejamento estratégico do negócio, orientando ações capazes de endereçar os desafios de uma sociedade em constante transformação.
Introdução
O programa
5
Na América Latina, o Brasil representou o maior número de empresas respondentes, tanto para o questionário de gestão da água, representando 38,3% do total de respondentes no Brasil, com 62 fornecedores, como para o questionário de mudanças climáticas, com representação ainda mais expressiva, que totalizou 55% do total e contou com a participação de 278 fornecedores. Em seguida, vieram México, com 29% do total de respondentes em gestão de água e 34% em mudanças climáticas, e a Argentina, com respectivamente 9.9% e 3% de respondentes aos questionários.Entre os setores econômicos, destacaram-se em toda a América Latina as indústrias de alimentos e bebidas e de automóveis e componentes, que juntas representaram 42.6% das fornecedores respondentes ao questionário de gestão da água e 20.4% ao questionário de gestão
das mudanças climáticas. A concentração em setores industriais e de bens de consumo e materiais reafirma tendências globais pela demanda de melhores práticas na gestão corporativa dos temas, incluindo transparência e reporte, nas empresas com consumo expressivo de recursos naturais em seus processos produtivos e com altos níveis de emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa. Além destes, no reporte sobre a gestão da água, foram significativas a participação de empresas do varejo, com 18.5% dos respondentes e de empresas de embalagens e recipientes, com 8.6% do total. Assim como empresas dos segmentos de transporte e logística, que representaram 7.7% do total de respondentes ao questionário de gestão das mudanças climáticas.
Principais resultados de 2015
Em 2015, o Brasil teve o segundo maior índice de resposta do mundo, com 70% dos fornecedores convidados reportando suas informações ambientais ao seus clientes por meio do CDP, ficando atrás apenas do Japão, com 82%.
Trading Companies & Distributors and Commercial Services & Supplies
Tobacco
Technology Hardware & Equipment
Semiconductors & Semiconductors Equipment
Retailing
NGO
Mining - Iron, Aluminum, Other Metals
Media
Hotels, Restaurants & Leisure, and Tourism Services
Healthcare Providers & Services, and Healthcare Technology
Ground Transportation - Trucking Transportation
Gas Utilities
Forest and Paper Products - Forestry, Timber, Pulp and Paper, Rubber
Food Production - Meat, Poultry, Fishery
Food & Staples Retailing
Food & Beverage Processing
Electrical Equipment and Machinery
Containers & Packaging
Consumer Durables, Household and Personal Products
Chemicals
Automobiles & Components
Não sabe/ não respondeu
1,9% 3
1,9% 3
0,6% 1
0,6% 1
1,2% 2
0,6% 1
1,2% 2
0,6% 1
0,6% 1
0,6% 1
0,6% 1
0,6% 1
8,0%
8,0%
13
0,6% 1
18,5%
18,5%
30
21,0%
21,0%
34
0,6% 1
8,6%
8,6%
14
5,6%
5,6%
9
3,1%
3,1%
5
21,6%
21,6%
35
1,2% 2
Total Fornecedores por setor% Total Fornecedores por setor%Total Fornecedores por setor%
Total Geral162
Water Utilities
Water Transportation - Ports & Services Trading Companies & Distributors and Commercial Services & Supplies
Tobacco
Textiles, Apparel, Footwear and Luxury Goods
Telecommunication Services
Technology Hardware & Equipment
Specialized Consumer Services
Software & Services
Retailing
Real Estate
Public Agencies
Oil & Gas
Mining - Other (Precious Metals and Gems)
Mining -Iron, Aluminum, Other Metals
Mining - Coal
Hotels, Restaurants & Leisure, and Tourism Services
Home building
Healthcare Providers & Services, and Healthcare Technology
Ground Transportation - Trucking Transportation
Ground Transportation - Railroads Transportation
Gas Utilities
Forest and Paper Products - Forestry, Timber, Pulp and Paper, Rubber
Food & Staples Retailing
Food & Beverage Processing
Electrical Equipment and Machinery
Electric Utilities & Independent Power Producers & Energy Traders (including fossil, alternative and
Containers & Packaging
Consumer Durables, Household and Personal Products
Construction Materials
Construction & Engineering
Chemicals
Building Products
Banks, Diverse Financials, Insurance
Automobiles & Components
Air Freight transportation and Logistics
Não sabe/ não respondeu
2,6%13
2,6%13
2,4%12
0,4%2
2,2%11
1,2%6
0,6%3
0,2%1
3,2%16
0,2%1
3,2%16
0,2%1
1,2%6
0,4%2
4,8%24
10,3%
10,3%
52
2,6%13
6,1%
6,1%
31
1,0%5
0,2%1
7,7%
7,7%
39
0,2%1
0,2%1
0,4%2
0,42
7,9%
7,9%
40
3,0%15
2,2%11
10,1%
10,1%
51
0,2%1
0,4%2
6,1%
6,1%
31
1,4%7
0,2%1
5,3%
5,3%
27
8,1%
8,1%
41
0,8%4
Total Fornecedores por setor%Total Fornecedores por setor% Total Fornecedores por setor%
Total Geral505
Mudança ClimáticaRespondentes do Programa/Setor
Água
7
Gestão de Água
A análise do questionário de gestão da água e seus
resultados apresentou um panorama das práticas e
percepções do mercado em relação aos impactos, riscos e
oportunidades do tema nas operações. Em toda a América
Latina, foram 162 fornecedores participantes, 38.3% deles
no Brasil, 29% no México e 9,9% na Argentina, sendo a
maior parte delas, 81.5%, empresas de grande porte.
Em relato ao programa CDP Supply Chain, 12.8%
das empresas já sofreram ou identificaram impactos
prejudiciais às operações relacionados à gestão da
água, principalmente nos setores de químicos, tabaco,
automóveis e componentes, processamento de alimentos
e bebidas e varejo de produtos alimentares básicos.
Sobre as práticas de avaliação da exposição aos
riscos relacionados ao tema, 29.6% das empresas
relataram possuir ações de avaliação nas operações
diretas e 18.5% avaliam também a exposição da cadeia de
fornecimento, com destaque para os setores de produtos
madeireiros e papel, processamento de alimentos e
bebidas e automóveis e componentes.
Além disso, os percentuais se repetem para empresas
que declaram entender que suas operações diretas
estão expostas a riscos, sejam atuais ou futuros, com
potencial de gerar mudanças substantivas nas
operações, receitas ou custos do negócio, com
29.6%. Assim como, 18.5% das empresas entendem que
suas respectivas cadeias de fornecimento também
estão expostas a riscos relacionados a água.
Em contrapartida, podemos destacar o número de
empresas com processos de gestão e monitoramento
sobre o consumo da água: 71.2% das empresas
reportam o volume total de retirada de água em suas
operações e 64.8% reportam o volume total de descarte.
Com destaque para o Brasil, onde 74.5% das empresas
reportam o volume retirado e 70.6% relatam o volume
descartado, e para o México, com percentuais de 73.5% e
61.8%, respectivamente.
Além disso, 41.8% das empresas participantes relatam
integrar a gestão da água as suas estratégias de
negócio e 53.7% possuem os riscos relacionados ao
tema associados as suas despesas, inclusive com
35.2% delas declarando ter encontrado oportunidades
para redução de custos com a gestão da água.
No reporte declarado de metas relacionadas a água,
sejam elas quantitativas ou qualitativas, 44,4% das
empresas dizem aplicar a todas as operações. Assim como
30,2% das empresas relatam possuir políticas internas
para a gestão da água implementadas em toda a
empresa, com destaque para os setores de automóveis e
componentes e processamento de alimentos e bebidas,
ambas representando 8% do total.
Diante da sua crescente escassez, em virtude das mudanças
climáticas e de práticas de gestão pouco específicas e
controladas, a água tem se tornado um aspecto cada vez
mais relevante para competitividade no cenário econômico
global. Com o resultado das análises, é possível verificar
que um número significativo de empresas já sofreu ou
identificou impactos prejudiciais as suas operações, o que
influencia diretamente o aumento de avaliações e a melhor
compreensão da exposição das atividades aos riscos
relacionados a água. Ainda assim, é possível perceber que
os esforços estão concentrados nas operações diretas das
empresas, e por isso, visando maior eficiência na mitigação
de riscos e o planejamento de contingências, é importante
fortalecer as iniciativas de avaliação e engajamento junto
aos fornecedores, estimulando melhores práticas em toda
a cadeia de valor.
Além disso, nota-se que a gestão da água já foi identificada
como oportunidade para redução de custos nas operações,
verificando-se processos avançados de monitoramento
e reporte de informações sobre consumo e descarte em
grande parte das empresas. Apesar disso, recomenda-
se que as empresas avancem na integração do tema às
estratégias de negócio, por meio do desenvolvimento de
metas para redução de consumo e de políticas internas
relacionados à gestão da água.
8
Gestão de Emissões
A análise dos resultados obtidos com as respostas de 505
empresas em toda a América Latina ao questionário de gestão
das mudanças climáticas aponta um aumento do número
de empresas que possuem iniciativas ativas e que
relatam a redução das suas emissões, totalizando
26.1% dos respondentes contra 15% no ano de 2014. No
México esse percentual chega a 28.8% e, no Brasil, 23% de
todas as empresas participantes. Ainda assim, apenas 14.7%
das empresas latinas dizem possuir metas de redução
implementadas na gestão no período vigente, com destaque
para os setores de processamento de alimentos e bebidas e de
automóveis e componentes, representando juntos 38% desse
total, o que reflete a concentração do endereçamento ao tema
em setores mais intensivos no consumo de energia em seus
processos produtivos de transformação e industrialização.
No ano de 2015, 45.1% das empresas participantes, seja
de grande, médio ou pequeno portes, reportaram suas
emissões de escopo 1, as emissões diretas das suas
atividadese 40,8% reportaram as emissões de escopo 2,
causadas pela compra de energia elétrica. Entretanto, mais da
metade desse total, 50.1%, não declarou ou não respondeu
sobre a metodologia, o protocolo ou os padrões de coleta
e cálculo de dados das emissões que foram utilizados, um
aumento significativo se comparado aos 39% informados no
ano de 2014. Estes apontam para a necessidade de maior
consistência nas informações reportadas para melhores
comparações entre portes, setores e países, bem como se há
ou não evolução na redução de emissões globais.
Na relação com a cadeia de valores, 58,8% dos respondentes
afirmaram não possuir práticas ou iniciativas de
engajamento com outros elos da sua cadeia visando
a redução de emissões ou a disseminação de estratégias
relacionadas às mudanças climáticas, apenas 8,1% possuem
algum tipo de prática nesse sentido.
Na América Latina, 34.1% das empresas participantes do
programa CDP Supply Chain declaram ter integrado
a gestão das mudanças climáticas as suas
estratégias de negócio.
Com destaque para as empresas do Brasil, que representam
58.1% desse total e as do México, com 27.9%. Neste aspecto,
é importante notar que a diferença entre o número total de
empresas que reportam possuir iniciativas e/ou metas para a
redução das emissões de GEE e as empresas que declaram
considerar a gestão das mudanças climáticas na estratégia dos
negócios, demonstra que ainda existe lacunas significativas
entre a compreensão da relevância do tema e a implementação
de melhores práticas na gestão do negócio e na sua cadeia de
valor.
Grande parte das empresas ainda não identifica ou desconhece
riscos e/ou oportunidades relacionados às
mudanças climáticas que possam gerar impactos
significativos nas operações, receitas ou despesas ao
negócio, representando respectivamente 52.5% e 57.2% dos
respondentes. Ainda assim, é possível perceber o crescente
entendimento quanto a potenciais riscos e oportunidades, sejam
físicos, regulatórios ou reputacionais, que a gestão do tema
pode proporcionar. Esses riscos e oportunidades incluem desde
legislações, nacionais e internacionais, que podem exigir o
reporte dos cálculos de emissões, regular os limites de poluição
do ar ou tarifar os combustíveis utilizados nas operações ou
cadeia de valor, até oportunidades de diferenciação competitiva
e valorização reputacional diante de um mercado que aumenta
as demandas por transparência e por uma gestão mais
responsável.
Na comparação com o ano anterior, é possível perceber o
aumento no número de empresas que possuem iniciativas
ativas e relatam a redução de suas emissões, seguindo uma
tendência global de melhorias nos processos de transparência
e reporte e na gestão das emissões de GEE. Apesar disso, o
índice de empresas que relatam possuir metas implementadas
permaneceu baixo, o que pode ser reflexo de dois fatores: o
ainda insuficiente entendimento das empresas, principalmente
de pequenos e médios portes, sobre os impactos do tema
nas operações, e à distância existente entre planejamentos
estratégicos e táticos, que faz com que empresas mensurem
e reportem suas emissões sem necessariamente compreender
o tema de forma sistêmica ou implementá-lo na gestão dos
negócios.
9
Conclusões
Ao final de mais um ciclo de relato do programa CDP
Supply Chain, percebemos a crescente tendência de
reporte adotada pelas empresas, atendendo às demandas
por maiores níveis de transparência da sociedade e em
adequação a novas regras e exigências de mercado.
Como destaque global, as regiões da América Latina
e Ásia, predominantemente compostas por países em
desenvolvimento, apresentaram elevados índices de
respostas e adesão ao programa, em uma clara evidência
de que questões ambientais se tornam cada vez mais
determinantes na agenda corporativa, influenciando,
inclusive, as relações comerciais também em mercados
emergentes.
Conforme as empresas passam a desenvolver mecanismos
internos para a melhoria de processos de gestão de riscos
e percebem a importância da mensuração do consumo
de recursos naturais e dos impactos das suas atividades,
há um amadurecimento de práticas de governança mais
eficientes sobre os temas. Além do desenvolvimento
das suas capacidades internas, as empresas buscam e
precisam se adaptar aos novos cenários econômicos, que
sofrem influências como a escassez de recursos naturais
e o aumento de seus custos, identificados também entre
as empresas respondentes ao questionário de gestão de
água.
Além disso, novos movimentos e acordos globais tendem
a fortalecer esta tendência, como é o caso, por exemplo,
do acordo celebrado na 21º Conferência da Convenção
Quadro das Nações Unidas (a COP 21) que definiu o novo
compromisso global com o clima e o endereçamento das
mudanças climáticas, incluindo a adaptação aos impactos
já identificados. Momento histórico de debates e decisões
entre públicos e representantes de toda a sociedade, foram
mais de 195 países com interesses diversos e discursos
bem alinhados entre as nações, a sociedade civil e o setor
privado.
O acordo definiu a união de forças entre países e atores da
sociedade para enfrentar o aquecimento global, com uma
meta mundial para manutenção da temperatura abaixo
dos 2ºCe esforços para limitá-la a 1.5ºC. O destaque foi a
agenda de medidas de adaptação do acordo, conhecidas
como INDCs (sigla em inglês para Contribuições
Pretendidas Nacionalmente Determinadas), foram 100
INDCs submetidas, representando 19 países da América
Latina e Caribe - inclusive o Brasil - 46 países Africanos, 26
países da Ásia-Pacífico, sete do Leste Europeu e dois da
Europa Ocidental, entre outros. Essas medidas vão vigorar
de 2020 a 2030, com revisão do acordo a cada cinco anos
a partir de 2020, para acompanhamento dos resultados
alcançados.
A COP 21 reafirma que as iniciativas empresariais serão
fundamentais para a concretização do acordo e para
ganhar escala nas reduções de emissões de GEE globais
e impactos no meio ambiente, cumprindo também papel
relevante no desenvolvimento de tecnologias de baixo
carbono e de seus mercados. Portanto, mais do que
mensurar e reportar seus impactos, uma visão estratégica
e sistêmica de temas como as mudanças climáticas e a
gestão da água, permitirá que as empresas desempenhem
importante papel de liderança na transição para uma
economia de baixo carbono.
10
Em 2015, selecionamos quatro empresas para elaboração
dos estudos de caso a partir de suas boas práticas. As
empresas fornecedoras selecionadas, foram engajadas
no Programa Supply Chain por indicação de empresas
membro das quais eram parceiras na cadeia de valor. Os
casos foram desenvolvidos pela professora do Insper,
Priscila Borin Claro. As informações utilizadas para
desenvolvimento dos casos foram as respostas das
empresas ao CDP que coleta dados primários, por meio
de questionários estruturados e entrevistas adicionais,
realizadas pela professora.
Neste ano, os fornecedores foram engajados a responder
aos questionários do CDP nas temáticas de mudanças
climáticas e água. Os membros da América Latina atuam
com o questionário de mudanças climáticas junto aos seus
fornecedores, com exceção da Arcos Dourados, empresa
que controla a marca McDonald´s na América Latina, que
solicitou informações a 160 de seus fornecedores na
América Latina por meio do questionário sobre gestão de
Água do CDP.
As empresas selecionadas, Kurita do Brasil Ltda., Oxiteno
S.A Industria e Comercio e Supricel logística Ltda.
apresentaram boas práticas relacionadas a temática
de mudanças climática e mereceram o destaque dessa
edição. A empresa Vigor Alimento S.A apresentou boas
práticas na temática de gestão de recursos hídricos na
empresa e também é destaque nessa edição.
Boas práticas
11
Um dos aspectos mais importantes do Planejamento Estratégico trianual da Kurita é a gestão ambiental. A estratégia da empresa é atuar como desenvolvedor e fornecedor de soluções inovadoras para tratamentos de água industrial, melhorando a qualidade do meio ambiente,
provendo qualidade de vida e bem-estar a sociedade. Ou seja, a Kurita tem seu negócio fundamentado em uma necessidade ou oportunidade ambiental, a água. Para ser consistente com sua proposta de valor, seus
Um dos principais motivadores para a gestão ambiental na Kurita, além do seu core business ser relacionado a água, se refere ao comportamento de compra do cliente. Evidências coletadas mundialmente pela Kurita evidenciam que o cliente valoriza o fornecedor que é capaz de oferecer produtos e soluções ambientalmente amigáveis para tratamento de água e que ao mesmo tempo
sejam ambientalmente responsáveis em suas operações e processos. A Kurita possui certificações reconhecidas internacionalmente (tal como ISO 14001). A empresa entende que esses são diferenciais que influenciam na manutenção da licença para operar e na reputação de sua marca.
A Kurita do Brasil tem como um dos princípios, a busca contínua em seus processos para minimizar os impactos de suas atividades no meio ambiente. Com isso, as ações planejadas para as reduções em 2014 foram baseadas em um plano de desempenho ambiental, o qual considerava impactos em geral, não somente as emissões de gases de efeito estufa. Todas as ações foram planejadas e monitoradas direta e indiretamente por meio de vários indicadores internos e relacionados a cadeia de fornecimento. Integrar a cadeia de fornecimento na estratégia ambiental é fundamental no negócio da Kurita, pois as emissões de escopo 3, referentes à cadeia, ou seja, decorrentes da sua atividade, porém de fontes que não pertencem ou não são controladas pela empresa, são as mais significativas no inventário total de emissões.
No ano inventariado, outras ações fundamentais foram campanhas de conscientização interna quanto ao uso de eletricidade (escopo 2), o incentivo ao uso de combustível renovável na frota (escopo 1), a revisão do procedimento de contratação de transportadoras (escopo 3) e a otimização
e planejamento das viagens a negócios (escopo 3). Essas ações visam auxiliar no alcance das metas de redução de emissões que é de cerca de 2% em relação ao total emitido em 2014. O prazo para alcance desta meta é 2017. Adicionalmente, nos próximos três anos a Kurita tem como objetivo engajar diretamente seus fornecedores no processo de mensuração das emissões. Segundo a empresa, foi possível alcançar benefícios ambientais e econômicos com as iniciativas executadas em 2014, apesar de mudanças no ambiente externo. O indicador de desempenho utilizado para as emissões do escopo 1+2 (tCO2/receita) apresentou 44% de aumento quando comparado ao ano anterior, em função do reajuste do fator de emissão para eletricidade (aumento de emissão) e do aumento do dólar (diminuição de receita). Apesar disso, o processo utilizado na contratação de transportadoras (terceiros) permitiu bons resultados ambientais (redução da ordem de 35% nas emissões do escopo 3) e uma melhoria no desempenho econômico-financeiro, dado a redução de custo.
Empresa: Kurita Brasil Ltda.
Indústria: Química – manufatura, soluções e comercialização de químicos para tratamento de água
Clientes: empresas dos segmentos Açúcar e Álcool, Alimentos e Bebidas, Automotivo, Farmacêutico, Papel e Celulose, Petroquímico, Prédios Comerciais e Data Centers, Refinarias, Shoppings, Siderúrgica e Termoelétrica
Diversificação Geográfica: atuação em todo território nacional como uma das divisões da Kurita Mundo.
Número de Funcionários: 100 funcionários
Score CDP: 92 A-
Kurita, Mudanças Climáticas e Gestão Consciente
Fatores Motivadores da Ação Consciente
A Ação Consciente – produtos, gestão das operações e governança
12
O processo de resposta ao CDP proporciona um melhor acompanhamento das evoluções do desempenho ambiental e econômico. Segundo a empresa, questionários de avaliação do sistema de gestão ambiental são constantemente enviados à Kurita do Brasil, nos mais diversos moldes. Alguns permitem apenas o retrato superficial da política e diretrizes ambientais, outros se relacionam ao produto fornecido aos clientes. Nenhum dos questionários proporciona uma auto avaliação, tampouco acompanhamento da nossa
evolução e da eficiência das ações. “O método do CDP agregou valor ao nosso processo desde o início e tem se mostrado
uma ferramenta positiva não apenas para a gestão do programa de redução de emissões, mas também como um
indicador comparativo da nossa performance em relação às das demais empresas signatárias”, relatou a empresa.
Fontes:
a) Questionário CDP – Ano Base 2014.
b) Site Kurita - http://kurita.com.br/
c) Entrevista Estruturada.
13
Em 2014, a Oxiteno realizou diversas ações para fomentar a sustentabilidade e reduzir as emissões de carbono A fim de orientar o planejamento das ações e a tomada de decisões, a empresa realizou os seguintes estudos: - Avaliação e viabilidade dos combustíveis alternativos aos combustíveis fósseis, como, por exemplo, a biomassa na geração de vapor. - Projetos de adequação e otimização das malhas de
distribuição de vapor da empresa - Viabilidade de uso de tecnologias que permitem a reutilização do CO2 emitido nos processos industriais.
Os resultados obtidos a partir dos estudos mostram que as iniciativas seriam ecoeficientes e, portanto, foram implementadas pela empresa.
Existe uma percepção de causalidade no que tange aos impactos das ações da Oxiteno nas mudanças climáticas e na sustentabilidade ambiental do planeta, ao mesmo tempo em que a qualidade dos recursos naturais e do clima também afetam as atividades da empresa. Assim, recursos naturais podem ser entendidos como oportunidades de
melhorias na gestão ou como ameaças à competitividade da empresa. A fim de se antecipar e atuar pro ativamente, a Oxiteno possui um processo que identifica riscos e oportunidades na cadeia de suprimento, regulamentação, no comportamento do consumidor e no desenvolvimento tecnológico .
Empresa: Oxiteno S.A Industria e Comercio.
Indústria: Química - tensoativos e especialidades químicas
Clientes: empresas dos ramos de Agroquímicos, Limpeza Doméstica e Industrial, Oléo e Gás, Tintas, Higiene Pessoal, entre outros
Diversificação Geográfica: 13 unidades produtivas distribuídas no Brasil, Uruguai, Venezuela, México e Estados Unidos. A empresa também dispõe de representações comerciais no Brasil, Argentina, Colômbia, Bélgica, China, Uruguai, México, Venezuela e Estados Unidos.
Número de Funcionários: 1800 funcionários
Score CDP: 93 C
Oxiteno, Mudanças Climáticas e Gestão Consciente
Fatores Motivadores da Ação Consciente
A inovação e o desenvolvimento de produtos verdes é sustentado por um conceito desenvolvido internamente, chamado Greenformance. O objetivo é associar o uso de recursos renováveis, o cuidado com o meio ambiente e a promoção da saúde e do bem-estar à busca por novas tecnologias e produtos. Por meio dessa iniciativa, a Oxiteno já utiliza matérias-primas de origem renovável em 35% de seus produtos.Em relação à manufatura, uma das principais atividades que permitiu a redução das emissões foi a substituição de combustíveis fósseis, como óleo diesel e óleo combustível, por gás natural para a geração de vapor nas caldeiras. Além disso, a empresa investiu em parcerias com as empresas próximas às unidades para a reutilização de tail gas (gás residual). Isso tem permitido o reaproveitamento de gases que antes eram descartados na atmosfera para produção de calor nos processos. Os projetos implementados na malha de distribuição de vapor fazem parte da carteira de projetos para redução dos gases de efeito estufa. Nas unidades de Camaçari e Mauá, os catalisadores foram substituídos a fim de promover o aumento da seletividade na reação de óxido de etileno. Isso também tem gerado impacto positivo na redução das emissões.
Segundo a empresa, outra decisão importante se refere ao investimento em geradores de eletricidade para minimizar riscos em épocas de instabilidade de fornecimento de energia no Brasil.
Os projetos de reutilização de tail gás contabilizam as emissões evitadas por meio de metodologia aprovada pela ONU (AMS III-Q - Projetos de recuperação de energia). Em 2014, as emissões evitadas somaram mais de 70 mil toneladas de CO2e, o que corresponde a 12% do inventário total de emissões da empresa no Brasil. Desde 2010, as emissões evitadas contabilizam 325.228 toneladas de CO2e.
A empresa integra indicadores relacionados ao clima e às emissões de gases de efeito estufa, à eficiência energética, ao consumo de água, entre outros relacionados ao meio ambiente, na avaliação de desempenho dos executivos. O diretor que participa do Conselho e os gestores de Meio Ambiente e Sustentabilidade são avaliados pelo desempenho ambiental das unidades.
A Ação Consciente – produtos, gestão das operações e governança
14
Fontes:
a) Questionário CDP – Ano Base 2014.
b) Relatório Anual Sustentabilidade - http://www.oxiteno.com/relatorio/
c) Entrevista Estruturada.
1 CO²e é uma medida alternativa ao indicador de emissão de CO². Leva se em consideração todos os outros gases causadores do efeito estufa, porém expressos em termos de CO² e com base na potencial ameaça de aquecimento global.
O processo de responder o CDP permite a auditoria interna do Inventário de Gases de Efeito Estufa. Segundo a empresa,
“respondendo ao CDP é possível prever onde podemos atuar, como por exemplo, por meio da análise dos riscos e
oportunidades das mudanças climáticas, ou mesmo como forma de conseguir agregar valor ao negócio na forma
de sustentabilidade, focando ações de redução e melhorias nos processos. Percebemos também um impacto positivo na percepção dos stakeholders quanto à transparência da empresa em relação às mudanças climáticas”, relatou a empresa
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O tema mudanças climáticas faz parte do planejamento estratégico da Supricel no que se refere à excelência operacional e está integrado em todos os processos da empresa. O Programa Interno de Gestão Ambiental avalia impactos ambientais relevantes e as atividades que geram tais impactos. Os objetivos são monitorar mensalmente os níveis de redução de emissão e executar
ações para ajustar desvios. Os inventários e as emissões são posteriormente auditados por um parceiro externo para garantir a credibilidade. A Supricel tem como um dos Valores Fundamentais a “Responsabilidade Social e Ambiental”, o que reforça a importância do tema como balizador do comportamento dos colaboradores.
A integração de aspectos ambientais e sociais na estratégia da Supricel é justificada pelo segmento de atuação do
grupo e potenciais riscos relacionados: riscos de mercado, operacional, ambiental e reputacional.
Empresa: Supricel Logística ltda.
Indústria: Logística especializada em transporte rodoviário de cargas em geral e logística de armazenagem
Clientes: empresas dos segmentos Petroquímicos, Siderúrgico, Mineração e Bens de Capital
Diversificação Geográfica: atua com 44 filiais posicionadas em 17 estados brasileiros
Número de Funcionários: 1.200 diretos e 15.000 indiretos
Score CDP: 85 C
Supricel, Mudanças Climáticas e Gestão Consciente
Fatores Motivadores da Ação Consciente
Várias iniciativas foram implementadas em 2014 pela Supricel para contribuir com a meta de redução de emissões estabelecidas pela empresa. Entre elas, destaca-se a a automação das informações da célula de abastecimento e autonomia possibilitou a quantificação das emissões e do consumo do transporte rodoviário por rota e por trecho, por meio do sistema WISE - ERP (sistema de controle de informações internos da empresa). Com isso, o processo de monitoramento do consumo de combustível e emissões dos veículos de transporte foi reestruturado e passou a integrar as áreas de autonomia e abastecimento, instrução técnica, manutenção e operações. Funciona da seguinte forma: quando o veículo/motorista não atinge a meta estabelecida, o automóvel é enviado para manutenção para o teste de opacidade. O teste define se a queima de combustível está dentro dos padrões. Caso haja desvios, o motorista é encaminhado para área de instrução técnica fazer uma reavaliação da sua forma de condução, bem como um treinamento de direção econômica. Em casos de reincidências, acima do permitido, o motorista é encaminhado para o setor operacional para aplicação das medidas disciplinares previstas no regulamento interno.
A limitação eletrônica de velocidade máxima nos veículos, complementada com a bonificação dos motoristas com base na redução de consumo de combustível, também contribuíram para a redução de emissões.
No total, 467 toneladas de CO² deixaram de ser emitidas na atmosfera resultando numa redução de custo da ordem de R$ 424.000,00. Os resultados do planejamento e execução da estratégia ambiental também possibilitaram acesso diferencial a linhas de créditos bancário e vantagem competitiva em processos de concorrência. Segundo a empresa, a gestão dos impactos ambientais tem sido um critério importante em licitações e nos processos de qualificação para manutenção nos clientes atuais da Supricel.
Outra ação importante foi a criação da Universidade Corporativa Suprir, cujo pilar fundamental é a Sustentabilidade. A Suprir tem como objetivo desenvolver as diversas competências dos colaboradores, tais como as relacionadas ao preenchimento do inventário de emissões com base no GHG Protocol e CDP.
Em termos de reconhecimento, a Supricel recebeu alguns prêmios: a) Prêmio de Responsabilidade Social e Sustentabilidade da ACIP / UNIMEP (Associação Comercial Industrial de Piracicaba/ Universidade Metodista de Piracicaba) pelo Projeto de Redução das Emissões de CO² b) Prêmio Transporte Responsável da FABET ( Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte) juntamente com a Revista Transporte e c) Prêmio Empresa Sustentável da Revista Meio Ambiente Industrial com o Projeto de Redução das Emissões de CO².
A Ação Consciente – produtos, gestão das operações e governança
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O processo de responder ao CDP é um dos momentos importantes na gestão do conhecimento da Supricel. Segundo a empresa, a partir do exercício de reporte ao CDP é possível entender a real necessidade de conexão entre todos os aspectos e projetos que
convergem para sustentabilidade, bem como a importância do engajamento dos colaboradores e apoio da Diretoria do grupo. “O
processo possibilita também uma avaliação ampliada do ciclo e tem gerado iniciativas e projetos congruentes
com a proposta de reduzir os impactos gerados pelas operações. Com o maior envolvimento e conscientização, as
iniciativas e projetos são propostas pelos próprios colaboradores que participam do processo de reporte. Um dos
projetos inovadores que resultaram destes colaboradores engajados foi o “Muda Brasil” que envolveu o plantio de
mudas de árvores pelos próprios colaboradores”, relatou a empresa
Fontes:
a) Questionário CDP – Ano Base 2014.
b) Site Supricel - http://www.supricellogistica.com.br/
c) Entrevista Estruturada.
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A água é um recurso crítico na vantagem competitiva da empresa. A escassez de chuva e a incerteza na falta de abastecimento (público) afetam diretamente a produção, os custos e a vantagem competitiva da empresa. Assim como toda empresa que tem suas operações fundamentadas em uso intensivo de recursos naturais,
com destaque para água, a Vigor tem que se antecipar em relação à disponibilidade e qualidade destes recursos bem como aos requisitos legais. O cliente também tem buscado parceiros que se alinham ao modelo de gestão responsável dos recursos naturais.
Empresa: Vigor Alimentos S.A
Indústria: Alimentícia - Lácteos
Clientes: Atacados e Varejos Alimentícios
Diversificação Geográfica: unidades industriais em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Rio de Janeiro e comercialização em nível nacional
Número de Funcionários: 6.700 colaboradores
Score CDP - Water: B
Vigor, Mudanças Climáticas e Gestão Consciente
A Vigor instituiu um Comitê de Contingência de Água. O Comitê tem três principais responsabilidades: a) compilar e avaliar informações sobre consumo de água e os custos, os quais são apresentados e discutidos na reunião mensal de gestão hídrica; b) avaliar as atividades rotineiras e os problemas em relação a uso da água e c) desenvolver propostas de melhorias e de inovação em relação aos recursos hídricos na empresa e na sua cadeia de valor. Uma das estratégias foi a elaboração e cumprimento do Plano de Contingência Hídrico que teve como objetivos a) elaborar e executar projetos para garantia de fornecimento água e b) implementar medidas para redução de 5% do consumo específico de água, tomando como base os anos de 2014 e 2015. Para tanto, uma das iniciativas foi a substituição das fontes de abastecimento. A água, que antes era fornecida exclusivamente pelas concessionárias, passou a ser captada em fontes subterrâneas renováveis da própria empresa e de terceiros. Atualmente, 20% do abastecimento de água é efetuado pela concessionária SABESP-SP e DAE-SCS, 33% é proveniente de poços artesianos outorgados pelo Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) e 45% é proveniente de fonte de abastecimento de terceiros. A decisão de substituição foi tomada levando em conta o potencial aumento de 33% nos custos financeiros
em um cenário de racionamento e de dependência das concessionárias. Isto significaria um incremento de R$ 3,8 milhões ao ano nos custos da Vigor.As unidades industriais da Vigor têm meta de consumo puro (consumo total da unidade), de consumo específico e meta financeira para recursos hídricos, os quais são avaliados e medidos mensalmente em reunião de resultados. No período de reporte ao CDP a empresa investiu cerca de R$ 800 mil em ações para diminuir o consumo específico, o que contribuiu para o aumento da produtividade. O consumo específico de água (m³/ton) diminuiu 22% em comparação ao ano anterior, nas unidades de São Paulo e São Caetano. Como resultado, a despesa relacionada ao custo da água foi reduzida para 22,77 R$/m3 em dezembro de 2014 contra um valor de 24,81 R$/m3 em janeiro do mesmo ano. Isto significou uma redução de mais de 8% no custo/m3 de água utilizada pela empresa. Como resultado geral, a Vigor alcançou algumas melhorias nas dimensões ambiental e econômica, apesar de um aumento de 49% no total produzido. A economia total obtida em custos não incorridos foi de aproximadamente R$ 2 milhões.
A Ação Consciente – produtos, gestão das operações e governança
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Segundo a empresa “o CDP é uma plataforma de benchmark que é utilizada nas definições de metas e desafios da
empresa, pois possibilita uma análise geral do que as demais corporações estão desenvolvendo em sustentabilidade.”
Fontes:
a) Questionário CDP – Ano Base 2014/2015.
b) Informações da empresa - http://ri.vigor.com.br/vigor/web/default_pt.asp?idioma=0&conta=28
c) Entrevista Estruturada.
1 O período de análise da Vigor se relaciona ao desempenho de Junho 2014 a Junho de 2015)
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CDP Latin America
Juliana Campos LopesDiretora América Latinajuliana.lopes@cdp.net
Lauro MarinsGerente do Programa Supply Chainlauro.marins@cdp.net
ContatosRua Fiação da Saúde, sala 21, Saúde São Paulo/SP – BrasilCEP: 04144-020Tel.: +55 11 2305-6996Fax: +55 11 2305-6116www.cdpla.net/brwww.cdpla.net/la
Equipe responsável pela produção do relatório:
Membros do Programa CDP Supply Chain 2015 na América Latina
Parceiros Estratégicos
Gestão Origami
Bruno Vio bruno.vio@gestaoorigami.com.br
Leandro Hoaleandro.hoa@gestaoorigami.com.br
Paulo Mindlinpaulo.mindlin@gestaoorigami.com.br
Vicente Manzione Filhovicente.manzione@gestaoorigami.com.br
Contatoswww.gestaoorigami.com.brTel.: +55 11 3030.6746
INSPER
Priscila Borin de Oliveira ClaroProfessora associada
ContatosTel.: +55 11 4504-2400www.insper.edu.br
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