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Fontes de Radiação Ionizante
15º Encontro de Verificadores EMAS 2016
Paulo Nunes
Equipa Multidisciplinar de Planeamento e Resposta à Emergência, EPRE
paulo.nunes@apambiente.pt
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ÍNDICE DA APRESENTAÇÃO
1. Introdução e Conceitos
2. Fontes de radiação
3. Quadro Legal
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1. Introdução
Descoberta da radiação ionizante:
• No dia 22 de Dezembro de 1895, o Sr. Roentgen tirou a 1ª radiografia com Raios-X
(a mão da Sr.ª Roentgen).
• No dia 1 de Janeiro de 1896, Roentgen anunciou a sua descoberta.
• No dia 14 de Fevereiro de 1896 (quatro dias após as notícias da descoberta terem
chegado aos EUA), os Raios-X foram utilizados numa cirurgia em Nova Iorque.
• Nos princípios de 1896, o Exército italiano iniciou o uso de Raios-X no diagnóstico e
tratamento de soldados.
• 1900: Becquerel e Pierre Curie sofreram queimaduras abdominais por levarem
rádio nos bolsos das batas.
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1. Introdução
Prémio Nobel da Física 1903:
Becquerel, “for his discovery of spontaneous radioactivity“
Marie e Pierre Curie, “for their joint researches on the radiation phenomena discovered by Professor Henri Becquerel"
Henri Becquerel Pierre Curie Marie Curie
Prémio
Nobel em
Física, 1903
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1. Conceitos – Resumo dos Tipos de Radiação:
α, β, ɣ, n
α
β
ɣ
n
Externa
Interna
• Radiação Alfa (α) – Constituída por núcleos de hélio 2
4𝐻𝑒2+
– Externa: não penetra a pele, não tem risco para a saúde
– Interna: Danifica os tecidos moles, risco para a saúde
– Exemplos: Pu-238, Am-241
• Radiação Beta (β )– Constituída por eletrões ou positrões
– Externa: alguma penetração, queimaduras na pele
– Interna: Danifica os tecidos moles, provoca risco para a saúde
– Exemplos: Sr-90, C-14, H-3
• Radiação Gama (ɣ )– Constituída por fotões
– Muito penetrante
– Risco para a saúde interno e externo
– Exemplos: Cs-137, Co-60, Ir-192
• Radiação de Neutrões (n) – Muito penetrante
– Risco para a saúde interno e externo
– Exemplos: Cf-252, Am-241:Be
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1. Conceitos – Blindagem de Radiação:
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1. Conceitos - Espectro Eletromagnético
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1. Conceitos – Exposição e Contaminação
Exposição:
estar exposto a radiações ionizantes.
Exposição à radiação não nos contamina e não nos torna radioativos
Contato com material radioativo pode contaminar-nos
Contaminação radioativa emite radiação
Contaminação: material radioativo num local não desejado.
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2. Fontes de Radiação ionizante
• Geradores de raios-X
• Fontes radioativas
• Naturais
• Artificiais• Seladas• Não-seladas
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• Radiação cósmica
• Radiação terrestre
• Radão
• Alimentos e bebidas
• água
• do solo para a cadeia
alimentar
• corpo humano
2. Fontes Naturais de Radiação
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2. Fontes Artificiais de Radiação
Podemos encontrar matérias radioativas no setor:
• Bélico, • Industrial, • Médico,• Científico.
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2. Fontes Artificiais: Bens de consumo
Antigas utilizações em desuso
Lentes fotográficas (ThO2, ca. 1970s) Detetores de fumo iónicos (Am-241, 1970s)
Para-raios (Ra-226 ou Am-241, 1930-1980)
Vidro com urânio
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2. Fontes Artificiais: Bens de consumo
Sais de Rádio: utilizações em desuso
Pintura de mostradores de relógio com tinta de rádio.
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2. Fontes Artificiais: Bens de consumo
Sais de Rádio: utilizações em desuso
Emanador de rádio: Destinava-se a ser colocado durante a noite num reservatório de água, de forma a torná-la radioativa para ser bebida no dia seguinte. Era feito de cimento misturado com minério de urânio.
Supositórios de rádio: continham sais de rádio solúveis num excipiente de manteiga de cacau “para restauro da potência sexual”
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2. Fontes Artificiais: aplicações industriais
Produção de energia
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2. Fontes Artificiais: aplicações industriais
RTG, RITEG: Radioisotope Thermoelectric Generator usa um conjunto de termopares que através do efeito de Seebeckconvertem o calor libertado pelo decaimento de um isótopo radioativo (Pu-238, Sr-90, Am-241) em eletricidade. Este gerador não tem partes móveis.
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2. Fontes Artificiais: aplicações industriais
Medidores de nível de enchimento de sólidos ou líquidos: constituídos por um emissor contendo um isótopo radioativo e um detetor calibrado
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2. Fontes Artificiais: aplicações industriais
Medição de caudais de escoamento:
Medição de peso:Medição de nível: Dispositivos usados em inúmeras
indústrias, normalmente em sistemas de controlo de processo e controlo de qualidade.A radiação de uma fonte selada interage com o material a examinar antes de chegar ao detetor, dando informação em tempo real.
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2. Fontes Artificiais: aplicações industriais
Inspeção e controlo, Gamagrafia: A radiação é usada para verificar soldaduras em áreas críticas, como asas de aeronaves, carcaças de motores, oleodutos ou gasodutos. Na maioria dos casos, uma fonte é colocada num lado do material a ser inspecionado e um detetor (filme fotográfico, p. ex.) no outro. As eventuais falhas serão detetadas imediatamente
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2. Fontes Artificiais: aplicações industriais
Inspeção e controlo, Gamadensimetro: para medição da densidade do solo e do seu teor de humidade. Utilizam-se duas fontes radioativas: uma fonte de Cs-137 para a densidade do solo e uma fonte de neutrões de Am-Be para medir a humidade.
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2. Fontes Artificiais: aplicações industriais
Am-241/Be
Cs-137
Fontes típicas:1.85 GBq Am-241/Be370 MBq Cs-137
Fonte de neutrõesMedição de humidade
Solo
Inspeção e controlo, Gamadensimetro:
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2. Fontes Artificiais: aplicações industriais
Instalações de irradiação de alimentos ou material médico e cirúrgico
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2. Fontes Artificiais: aplicações industriais
Instalações de irradiação de alimentos ou material médico
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2. Fontes Artificiais: aplicações médicas
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Radioterapia Externa Braquiterapia:
Utilização de fontes radioativas em contacto direto com o tecido afetado
Fonte de Cobalto-60
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2. Fontes Artificiais: aplicações médicas
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Medicina Nuclear
Diagnóstico
Câmara-gama
Terapia
Usada para medir a distribuição espacial e temporal de um radiofármaco injetado no
paciente.
O paciente é a “fonte”.
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2. Fontes Artificiais: aplicações médicas
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Radiologia
Ampola de Raios-X: Não é radioativa!
DiagnósticoIntervenção
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2. Distribuição geográfica de Fontes Artificiais de Radiação em Pt
Fonte: DGS, 2014
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2. Tipologia nacional de Fontes Artificiais de Radiação
62%14%
11%
4%4%
3%1%1%1%1%
0%0%
Radiologia dentáriaRadiologia industrialRadiodiagnósticoVeterinárioMamografiaTCLaboratórios de radioisótoposRadioterapia externaBraquiterapiaMedicina nuclearRadiologia de intervençãoCiclotrão/produção
Fonte: DGS, 2014
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3. Quadro Legal: Legislação de referência
DL 165/2002Competências em PSR
Autorização de práticas
Licenciamento de instalações e equipamentos
Princípios da PSR
DL 222/2008Grandezas e unidades
Limites de Dose
Classificação dos trabalhadores
Classificação de áreas
DL 184/2015Prestadores de serviços em PSR
DL 227/2008Qualificação profissional em PSR
DL 38/2007Fontes radioativas seladas
DL 156/2013Gestão segura do combustível
Irradiado e dos resíduos radioativos
DL 140/2005Níveis de isenção para práticas
DL 174/2002Intervenção emergências radiológicas
DL 246-A/2015Transporte terrestre mercadorias
perigosas (rodoviário e ferroviário)
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3. Quadro Legal: outros diplomas relevantes
DL 180/2002
Exposições radiológicas médicas
• Radiologia
• Medicina nuclear
• Radioterapia
• Limites de descarga de efluentes líquidos radioativos
DR 29/97
Protecção dos trabalhadores de
empresas externas
Portaria 229/96
Fixa os agentes, processos e condições de
trabalho proibidos ou condicionados às
mulheres grávidas, puérperas e lactantes
Portaria 1106/2009
Regulamento do controlo metrológico dos
instrumentos de medição de radiações
ionizantes
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3. Quadro Regulador
Instalações nucleares
Instalações industriais
Instalações médicas
Instalações de investigação e ensino
DGS
ARSAutoridades
de saúde
Autorização Inspeção
IAPMEI(DRE)
IST
COMRSIN*Instalações de gestão de resíduos
*Comissão Reguladora para a Segurança de Instalações Nucleares
COMRSIN*
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3. Licenciamento de instalações ou equipamentos
Este licenciamento é transversal a todas as áreas de atividade e distinto de quaisquer outros licenciamentos aplicáveis .
Tem por base um estudo das condições de segurança radiológica (instalações e equipamentos)Em alguns casos obriga à verificação dessas condições in loco.
A verificar:
Existência de licença de funcionamento e válida (validade máxima de 5 anos);
Conteúdo da licença de acordo com a prática: responsáveis, radioisótopos usados, atividades máximas, condicionamento específicos.
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3. Licenciamento de fontes radioativas seladas (DL 38/2007)Alguns equipamentos podem necessitar de trocar as periodicamente as suas fontes radioativas. Assim, cada uma destas fontes carece de autorização individual:
Autorização de detenção: Certifica que o utilizador cumpriu todos os requisitos para possuir em condições de segurança radiológica as fontes radioativas seladas, ou equipamentos que as incorporem.
Se for uma fonte para transporte (p. ex. gamadensimentro para utilização em obra)
Autorização de transporte: Autoriza o transporte de fontes radioativas seladas, ou equipamentos que as incorporem, por qualquer modo (rodoviário, ferroviário, aéreo e marítimo)
Caso exista uma Autorização de Detenção mas a fonte já tenha sido transferida para outro utilizador:
Autorização de transferência: autoriza a venda, locação, cessão ou qualquer outro tipo de transferência de fontes radioativas seladas, ou equipamentos que as incorporem
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3. Autoridades Técnicas de Intervenção (ATI’s DL 174/2002, )
No caso de se verificarem irregularidades que possam constituir uma situação de emergência
Direção Geral da Saúde é ATI em instalações (exceto minas e ciclo do combustível);
Agência Portuguesa do Ambiente é ATI em situações em que haja risco para a população e ambiente, incluindo minas;
Instituto Superior Técnico é ATI no transporte e perda de fontes seladas;
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Obrigado
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