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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL
DESEMPENHO DE NOVILHOS ALIMENTADOS COM
DIETA SUPLEMENTAR EM PASTOS DE CAPIM-
MOMBAÇA
ITÂNIA MARIA MEDEIROS DE ARAÚJO
MACAÍBA /RN - BRASIL
Fevereiro/2014
1
ITÂNIA MARIA MEDEIROS DE ARAÚJO
DESEMPENHO DE NOVILHOS ALIMENTADOS COM DIETA SUPLEMENTAR
EM PASTOS DE CAPIM-MOMBAÇA
Orientador: Prof. Dr. Gelson dos Santos Difante
MACAÍBA /RN - BRASIL
Fevereiro/2014
Dissertação apresentada à
Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Campus
Macaíba, como parte das
exigências para a obtenção do
título de Mestre em Produção
Animal.
2
Divisão de Serviços Técnicos
Catalogação da Publicação na Fonte.
Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba
Biblioteca Setorial Professor Rodolfo Helinski
Araújo, Itânia Maria Medeiros de. Desempenho de novilhos alimentados com dieta suplementar em pastos de capim-mombaça / Itânia Maria Medeiros de Araújo. - Macaíba, RN, 2014.
45 f.
Orientador (a): Prof. Dr. Gelson dos Santos Difante. Dissertação (Mestrado em Produção Animal). Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba. Programa de Pós- Graduação em Produção Animal. 1. Bezerros Desmamados - Dissertação. 2. Massa de Forragem - Dissertação. 3. Mistura Mineral Múltipla - Dissertação. 4. Suplemento Concentrado – Dissertação. 5. Valor Nutritivo – Dissertação. I. Difante, Gelson dos Santos. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba. IV. Título. RN/UFRN/BSPRH CDU: 636.3
4
Aos meus pais que eu tanto amo, pelo
incentivo, compreensão e apoio que
sempre me deram para que eu
chegasse até aqui.
5
“Sábio é o ser humano que tem
coragem de ir diante do espelho da
sua alma para reconhecer seus erros e
fracassos e utilizá-los para plantar as
mais belas sementes no terreno de
sua inteligência”.
Augusto Cury
6
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por me amar tanto a ponto de permitir que eu concluísse
mais uma etapa da minha vida com saúde e em paz, ele é o maior exemplo de força e
perseverança, e não me deixou desanimar diante das dificuldades encontradas ao longo
dessa jornada.
Agradeço com todo o meu amor, carinho, admiração e respeito, aos meus pais Agostinho
Gomes de Araújo e Mariana Medeiros de Araújo, pois eles me deram a vida, educação e
sabedoria para enfrentar os obstáculos encontrados ao longo do caminho e não me
deixaram pensar em desistir em nenhum momento.
Às minhas irmãs Itamara Sara Medeiros de Araújo e Ivânia Fabiane Medeiros de Araújo,
do fundo do meu coração pelo amor, apoio e incentivo em todos os momentos.
Em especial ao meu orientador, o Professor Gelson dos Santos Difante, pelo
conhecimento, amizade, ajuda, confiança e incentivo para que eu chegasse até aqui. Enfim,
pelo tempo de convivência.
À Universidade Federal do Rio Grande do Norte e ao Programa de Pós-Graduação em
Produção Animal, pelos ensinamentos e pela contribuição na minha formação.
À CAPES pela concessão da bolsa de estudos.
À Embrapa Gado de Corte, pela oportunidade de realização do experimento e pela
concessão de recursos físicos, financeiros e mão-de-obra.
À Doutora Valéria Pacheco Batista Euclides por ter me dado a oportunidade de conduzir o
experimento de dissertação na Embrapa, pela orientação, ajuda e ensinamentos para que eu
desenvolvesse este trabalho.
À Doutora Denise Baptaglin Montagner, pela ajuda, compreensão e educação dispensada
sempre que solicitada.
Ao Professor Luciano Patto Novaes, por ter aceitado contribuir para a escrita deste
trabalho.
Aos funcionários da Embrapa Gado de Corte: Agnelson, Seu José Lobo, Benício, Seu
Valter, Amâncio, Clodoaldo, Seu Rubens, José Carlos, Seu Gilson, Marcelo Pascoal, Boa
Ventura, Jean, Seu Valdir, Ramon, Seu Ênio, Richard, Joelcio, Dimas, Carlos Alberto
(Beto) e Zanoni, pela convivência, amizade e ajuda nos trabalhos de campo.
Aos estagiários e bolsistas: Gustavo, Alysson, Karoline, Nayana, Carol, Joilson e Lawra,
pela ajuda na realização do experimento e pelo acolhimento e amizade nesses meses de
convivência.
Ao amigo-irmão Marcos Difante, pela amizade e ajuda no experimento.
Aos moradores da “República do Sucrilho” em Campo Grande: Marcos Vinícios e
Vinícius Okamura, pela convivência diária e amizade e por terem me acolhido tão bem.
7
Aos amigos nordestinos: Jeskarlândia, Thyago e Raphael por terem feito eu me sentir um
pouco mais perto de casa quando estava longe dos meus.
Aos bolsistas da Agroescola: Alexandra, Carol, Elen, Matheus, Rafael, Giovani e Felipe
pela amizade e ajuda no experimento.
Aos amigos da graduação, em especial Joelma, Themístocles, Flávio, Pedro, Rafael,
Maurício, Ana e Apauliana, que mesmo distantes fisicamente sempre me apoiaram e me
incentivaram a lutar pelos meus ideais.
Aos colegas do Programa de Pós-Graduação em Produção Animal, pela convivência e
amizade nesses dois anos.
Aos professores do Mestrado em Produção Animal, por todo o conhecimento adquirido.
Aos integrantes do Grupo de Estudos em Forragicultura (GEFOR), em especial Leonardo,
Nathália, Emmanuel, Gabriela, Mariana, João Neto, Márcio e Luiz Eduardo, que estiveram
ao meu lado compartilhando todos os momentos difíceis, felizes e tristes nesse tempo em
que estivemos juntos.
Aos meus verdadeiros amigos, que em muitos momentos me fizeram levantar a cabeça e
mostraram que eu era capaz de superar os dias difíceis e acreditaram no meu sucesso.
E enfim, a todas as pessoas importantes e especiais da minha vida, que me ouviram quando
eu precisei, estiveram ao meu lado durante cada minuto que passou, sejam eles em dias
felizes ou tristes, turbulentos ou calmos, frios ou quentes, comemorativos ou em dias que
estávamos comemorando apenas o dom da vida dado por Deus, mas que estavam sempre
ali torcendo por mim.
Muito Obrigada!
8
DESEMPENHO DE NOVILHOS ALIMENTADOS COM DIETA SUPLEMENTAR
EM PASTOS DE CAPIM-MOMBAÇA
ARAÚJO, I.M.M. DESEMPENHO DE NOVILHOS ALIMENTADOS COM DIETA
SUPLEMENTAR EM PASTOS DE CAPIM-MOMBAÇA. 2014. 45 f. Dissertação
(Mestrado em Produção Animal: Forragicultura e Pastagens) – Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (UFRN), Macaíba-RN, 2014.
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de suplementos na recria de
bovinos em pastos de Panicum maximum cv. Mombaça na época seca. Utilizou-se o
delineamento experimental de blocos ao acaso, com três tratamentos e três repetições. Os
tratamentos constituíram-se de: sal mineral à vontade; mistura múltipla (MM), fornecida a
0,2% do peso vivo (PV); e, suplemento concentrado (SC), fornecido a 0,7% do PV. Foram
utilizados 36 bezerros desmamados, com idade média de oito meses e peso médio inicial
de 192 kg. Mensalmente, os pastos foram amostrados para as estimativas de altura, massa
de forragem (MF), massa de forragem verde (MFV), massa de lâmina foliar (MLF),
porcentagens de folha (PF), colmo (PC) e morto (PM), relação folha:colmo (RFC) e
folha:não folha, oferta de forragem e taxa de acúmulo de forragem (TAF), sendo os dados
agrupados em quatro períodos. Os animais foram pesados a cada 28 dias e a produção
animal foi avaliada quanto ao ganho médio diário (GMD) e ganho de peso vivo por área
(GPV). A quantidade de suplemento foi ajustada a cada pesagem. Não houve diferença
entre períodos para a massa de forragem e relação folha:colmo. Os maiores valores para
massa de forragem verde, massa de lâmina foliar e porcentagem de colmo foram
observados no primeiro período de avaliação. A altura do dossel e a oferta de forragem não
diferiram entre os tratamentos. A porcentagem de material morto foi maior nos últimos
períodos de avaliação. A relação folha:não folha e a porcentagem de lâmina foliar foram
maiores no segundo período. O GMD foi de 250, 460 e 770 g/animal/dia, respectivamente,
para sal, MM e SC. O maior GPV foi observado no tratamento SC. Os teores de PB,
DIVMO, FDN e LDA nas lâminas foliares, colmo e material morto não diferiram entre os
tratamentos. Independente do uso de suplementos, é possível manter o ganho de peso dos
animais durante a estação seca, desde que a taxa de lotação seja ajustada de forma
adequada.
PALAVRAS CHAVE: bezerros desmamados, massa de forragem, mistura mineral
múltipla, suplemento concentrado, valor nutritivo
9
PERFORMANCE OF STEERS FED A SUPPLEMENTAL DIET IN A MOMBAÇA
GRASS PASTURE
ARAÚJO, I.M.M. PERFORMANCE OF STEERS FED A SUPPLEMENTAL DIET IN A
MOMBAÇA GRASS PASTURE. 2014. 45 f. Dissertation (Master Science Degree in
Animal Production: Forage and Pasture) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN), Macaíba-RN, 2014.
ABSTRACT: The objective of this work was to evaluate the effect of supplements feeding
on growth of calves grazing a Panicum maximum cv. Mombaça pasture during the dry
season. The experimental design was a randomized blocks with three treatments and three
replications. The treatments were: mineral salt ad libidum; multiple mixture (MM) fed at
0.2% of live weight (PV); and, concentrate feed (SC) fed at 0.7% of PV. Thirty six
weaned calves averaging eight months and 192 kg of initial live weight were utilized. The
masses and pasture components, nutritive value and rate of forage growth were evaluated.
Animal performance was measured as average daily gain (ADG) and live weight gain
(LWG). The supplemental feeding was adjusted after weighing. There was no difference
between periods for forage mass and leaf: stem ratio. The highest values for forage green
mass, leaf blades mass and stem percentage were observed in the first trial period. The
canopy height and the available forage on offer did not differ among treatments. The
percentage of dead was higher for the last periods of evaluation. The leaf: stem ratio and
the leaf percentage were greater in the second period. There was significant difference
(p<0,05) among treatments for the ADG and were 250, 460 and 770 g/day for salt, MM
and SC, respectively. The biggest LWG was observed in the treatment SC. contents of PB,
DIVMO, NDF and LDA on leaf blades, thatched roofs and dead material dead not differ
among treatments. The highest GPV was observed in the SC treatment. The contents of
PB, DIVMO, NDF and LDA for leaf blades stem and dead material did not differ among
treatments. Independent of the use supplements , it is possible to keep steers gaining
weight, during dry season, since the stocking rate is appropriately adjusted.
KEYWORDS : concentrate supplement, herbage mass, multiple mineral mixture, nutritive
value, weaned calves
10
SUMÁRIO
1. REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................................11
1.1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................15
2. DESEMPENHO DE NOVILHOS ALIMENTADOS COM DIETA
SUPLEMENTAR EM PASTOS DE CAPIM-
MOMBAÇA.........................................................................................................................18
2.1 INTRODUÇÃO..............................................................................................................21
2.2 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................22
2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................25
2.4 CONCLUSÕES..............................................................................................................29
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................30
4. Figuras e Tabelas .............................................................................................................33
4.1. Figura 1 - Balanço hídrico mensal durante o período de janeiro a dezembro de 2013
..............................................................................................................................................33
4.2. Figura 2 - Precipitação pluvial mensal e temperaturas máxima, média e mínima,
durante o período de janeiro a dezembro de 2013............................................................... 33
4.3. Figura 3 – Peso vivo médio (kg) e ganho médio diário (GMD) durante o período
experimental em pastos de capim-mombaça durante a seca ...............................................34
4.4. Tabela 1 - Proporção dos ingredientes nos suplementos e no sal mineral, expressa na
base da matéria natural.........................................................................................................34
4.5. Tabela 2 – Médias, seus erros-padrão (EPM) e nível de significância (P) para massa de
forragem (MF), massa de forragem verde (MFV), massa de lâmina foliar (MLF), altura do
dossel, percentagem de folha (PF), de colmo (PC), de material morto (PM), relação folha:
colmo (RFC), relação folha:não folha (RFNF), taxa de acúmulo de forragem (TAF) e
oferta de forragem (OF) em pastos de capim-mombaça na época seca...............................35
4.6. Tabela 3- Médias, seus erros-padrão (EPM) e nível de significância (P) para os teores
de proteína bruta (PB), digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIMO), fibra em
detergente neutro (FDN) e lignina em detergente ácido (LDA) para as frações de lâminas
foliares e colmos em pastos de capim-mombaça durante a seca..........................................36
4.7. Tabela 4 - Médias, seus erros-padrão (EPM) e nível de significância (P) para ganho
médio diário (GMD) e ganho por área (GPV) em pastos de capim-mombaça durante a
seca.......................................................................................................................................36
5. ANEXO I: REGRAS PARA SUBMISSÃO NA PESQUISA AGROPECUÁRIA
BRASILEIRA......................................................................................................................37
11
1. REFERENCIAL TEÓRICO
A pecuária de corte é uma atividade de grande importância econômica, seja para o
abastecimento interno ou para a exportação, sendo a sua inserção no mercado internacional
dependente da constância de oferta e uniformidade na qualidade da carne (Goes et al.,
2005). Diante dos avanços, melhorias nos índices zootécnicos e econômicos se fazem
necessários para garantir sua competitividade e consequente permanência como
empreendimento economicamente atraente (Euclides Filho e Euclides, 2010). Nessas
condições, um dos principais componentes do sistema de produção é a alimentação e, em
especial, as pastagens, base alimentar da produção de ruminantes.
O manejo das plantas forrageiras tropicais deve fundamentar-se no controle e no
planejamento cuidadoso do uso da pastagem de modo a possibilitar a estruturação de um
ambiente de pastejo adequado e que possibilite aos animais ingestão ótima de nutrientes
(Carvalho, 2005).
Entre as forrageiras tropicais utilizadas em pastejo merecem destaque as da espécie
Panicum maximum, pois caracterizam-se por apresentar produtividade e qualidade
elevadas, além da adaptação a diferentes condições edafoclimáticas. É uma espécie
bastante utilizada pelos pecuaristas por apresentar elevado acúmulo de biomassa entre as
forrageiras tropicais propagadas por sementes, abundante produção de folhas e
aceitabilidade pelos animais (Jank et al., 2010). Apesar do grande potencial de produção,
são menos flexíveis ao manejo que plantas do gênero Brachiaria, pois apresentam
limitações e/ou dificuldades ao serem manejadas sob lotação contínua, prevalecendo o seu
uso sob pastejo rotacionado (Da Silva, 2004).
Dentre as cultivares de Panicum maximum destaca-se o capim-mombaça,
caracterizado por apresentar elevado potencial de produção, alto valor nutritivo e
resistência média à cigarrinha das pastagens (Jank, 2010). De maneira geral, esta cultivar é
manejada na época das águas sob lotação rotacionada, adotando-se como meta de pré
pastejo o momento em que o dossel intercepta 95% IL, o equivalente a uma altura de 90
cm e resíduo pós pastejo variando entre 30 e 50 cm (Carnevalli et al., 2006; Euclides et al.,
2012).
Experimentos realizados com capim-mombaça (Uebele, 2002, Carnevalli, 2006)
utilizando níveis de interceptação de luz como meta de pré-pastejo demonstraram que a
sobreposição entre as condições ótimas para produção eficiente de massa seca e obtenção
de bom valor nutritivo da forragem pode ser alcançada. Assim, pastejos iniciados com 95%
12
de interceptação de luz pelo dossel forrageiro resultaram em maiores proporções de folhas
e menores proporções de colmos e material morto na massa de forragem em pré-pastejo.
Em sistemas mantidos sob lotação intermitente, a interrupção da rebrotação ou do período
de descanso quando o dossel intercepta 95% da luz incidente tem-se mostrado efetivo em
controlar o desenvolvimento e acúmulo de colmos, assim como a manutenção de estruturas
do pasto favoráveis ao acúmulo de forragem de qualidade (Barbosa et al. 2007; Da Silva e
Nascimento Jr., 2007).
No entanto, como todas as gramíneas tropicais, a cultivar Mombaça possui um
comportamento estacional de produção. Durante o período seco, há decréscimos nas taxas
de crescimento, ocasionando mudanças na composição bromatológica à medida que ocorre
o processo de maturação fisiológica, observando-se aumentos da parede celular e dos
teores de lignina (Minson, 1990; Van Soest, 1994). Estes fatores afetam diretamente o
consumo de forragem e provocam um padrão sazonal do ganho de peso vivo animal,
havendo reduções na concentração de nutrientes, em especial proteína e minerais. Segundo
Poppi & McLennan (1995), as flutuações estacionais na quantidade e qualidade das
pastagens resultam na elevada idade ao abate dos animais.
A digestibilidade da dieta, o nível de ingestão, e, consequentemente, o desempenho
dos animais são claramente influenciados pela maturidade da forragem disponível
(Hodgson, 1994). Euclides et al. (2008), avaliaram o capim-mombaça sob pastejo e
observaram que o os teores de proteína bruta decresceram de 10,6% para 8,0 do período
das águas para o seco.
Assim, a adoção de tecnologias como a suplementação alimentar torna-se
necessária, uma vez que pode ser considerada como opção para o suprimento de nutrientes
limitantes e aumento da eficiência de utilização das pastagens, promovendo um maior
desempenho animal (Poppi e McLennan, 1995). Entretanto, para que a suplementação seja
adequada a cada sistema de produção torna-se necessário o entendimento dos efeitos do
seu uso, bem como a estratégia de sua utilização sobre a eficiência do sistema como um
todo. Segundo Euclides e Medeiros (2005), os suplementos mais utilizados no Brasil
podem ser divididos em três grupos: sal mineral com ureia, mistura mineral múltipla ou sal
proteinado e suplementação concentrada.
O sal mineral com ureia é utilizado quando o objetivo da suplementação é manter o
peso dos animais durante a época seca, sendo indicado para todas as categorias animais,
com exceção dos bezerros com menos de quatro meses.
13
A mistura mineral múltipla tem o objetivo de estimular o consumo da forragem e
melhorar a sua digestibilidade, não possuindo efeito de suplementação direta,
demonstrando, portanto, um efeito aditivo e não substitutivo (Euclides, 2000). O seu uso
deverá ser feito quando o objetivo do sistema passa a ser o ganho de peso moderado, em
torno de 250 g. As misturas múltiplas devem complementar os macro e microminerais das
pastagens e suplementar proteína e energia, sendo recomendada para animais em
crescimento. O seu consumo deve situar-se em torno de 0,1 a 0,2 % do PV. No caso de
suplementação de bezerros, a percentagem de sal comum deve ser menor quando
comparado a outras categorias. Assim, se mantem o mesmo consumo da mistura por quilo
de PV.
Ruas et al. (2000) verificaram o efeito da suplementação proteica, durante a época de
verão, sobre o consumo de forragem e variação no ganho de peso e no escore da condição
corporal de vacas Nelore mantidas em pasto. Foram observados maiores valores de
consumo de matéria seca do pasto quando houve aumento na ingestão de suplementação
proteica pelos animais. A média de ganho de peso dos animais variou de 350 a 620g/dia
para os animais não suplementados e os que recebiam 2 kg/dia de suplemento com 40,8%
de PB, respectivamente.
A suplementação concentrada é utilizada quando ganhos de peso entre 500 e 900
g/dia são almejados, devendo ser fornecido uma quantidade de suplemento entre 0,6 e
1,0% do peso vivo. Este tipo de suplementação pode ser fornecido para qualquer categoria
de animais do rebanho de corte, no entanto tem se tornado mais vantajoso quando utilizado
para animais em recria ou em acabamento. Quando estiver sendo utilizada para animais em
recria no período seco e caso os animais venham a continuar nas pastagens na época das
águas, o suplemento deve ser balanceado para ganho igual ou inferior àquele esperado
durante o período das águas subsequente (Euclides et al., 2001).
O uso de suplementos ricos em proteínas visa aumentar o consumo e digestibilidade
de forragem de baixa qualidade. Já os suplementos que possuem altos níveis de energia
tendem a diminuir o consumo de forragem, podendo reduzir a sua digestibilidade (Moore
et al., 1999). Os efeitos associativos positivos, onde a suplementação com grãos propicia
aumento no consumo de matéria seca e/ou na digestão da forragem, ocorrem devido ao
suprimento de nutrientes limitantes, que estão presentes no suplemento, mas não na
forragem. Já os negativos, onde a suplementação diminui o consumo e/ou a digestão da
forragem, ocorrem frequentemente e pode causar uma baixa eficiência de utilização dos
suplementos (Dixon e Stockdale, 1999).
14
De maneira geral, pode haver três efeitos de interação entre o consumo de forragem e
o consumo de suplemento. O aditivo, no qual o consumo de forragem é constante em
diferentes níveis de suplementação e ocorre adição no consumo total no mesmo nível em
que o suplemento é fornecido. Efeito combinado, em que o consumo total aumenta, porém
há redução do consumo de forragem. Efeito substitutivo, quando o consumo total é
constante, porém o consumo de forragem diminui na mesma proporção que aumenta o
consumo de suplemento (Moore,1980).
O coeficiente de substituição (unidade variada na ingestão de forragem por unidade
de suplemento ingerido) é modificado de acordo com o tipo de suplemento, com o tempo
de alimentação e com a quantidade e qualidade da forragem. Quando é feita a utilização de
forragem de baixa qualidade, o consumo desta é baixo, portanto, esse não é reduzido
significativamente quando o concentrado é fornecido, podendo, neste caso, haver o efeito
aditivo. Se a forrageira é de alta qualidade, o fornecimento de concentrado pode promover
redução na ingestão de forragem que é substituída pelo consumo do suplemento (Euclides,
2000).
A suplementação alimentar de bovinos em pastejo pode alterar as características
estruturais da pastagem. Isto se deve ao efeito substitutivo que o suplemento pode ter sobre
a ingestão de forragem, ou seja, o animal deixa de consumir a forragem pela ingestão de
suplemento (Minson, 1990, Moore et al., 1999). Garcia (2005) observou efeito substitutivo
em Brachiaria decumbens pastejada por animais cruzados e recebendo suplemento
energético proteico.
Diante do exposto, a suplementação poderá promover maior velocidade de ganho
de peso ao animal, fazendo com que a criação se torne mais eficiente e como
consequência, disponibilize maior capital de giro na propriedade (Gonçalves Mateus,
2011).
15
1.2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BARBOSA, R.A.; NASCIMENTO JR., D; EUCLIDES, V.P.B.; DA SILVA, S.C.;
ZIMMER, A.H.; TORRES JÚNIOR, R.A.A. Capim-tanzânia submetido a
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18
2. DESEMPENHO DE NOVILHOS ALIMENTADOS COM DIETA
SUPLEMENTAR EM PASTOS DE CAPIM-MOMBAÇA
Trabalho a ser submetido à revista:
PESQUISA AGROPECUÁRIA BRASILEIRA
Página Eletrônica:
seer.sct.embrapa.br/index.php/pab
ISSN: 1678-3921
19
Desempenho de novilhos alimentados com dieta suplementar em pastos de capim- 1
mombaça¹ 2
Itânia Maria Medeiros de Araújo²*, Gelson dos Santos Difante², Valéria Pacheco 3
Batista Euclides³, Denise Baptaglin Montagner³ 4
1Parte da dissertação da primeira autora. Trabalho financiado com recursos da Embrapa Gado de Corte 5
2 Programa de Pós-Graduação em Produção Animal. *itaniammaraujo@hotmail.com 6
3 Pesquisadora Embrapa Gado de Corte. E-mail; 7
valeria.pacheco@embrapa.br;denise.montagner@embrapa.br 8 9 Resumo - O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de suplementos na recria de bovinos 10
em pastos de capim-mombaça na época seca. Utilizou-se delineamento de blocos ao acaso, 11
com três tratamentos (sal à vontade; mistura múltipla (MM), a 0,2% do peso vivo (PV); e, 12
suplemento concentrado (SC), a 0,7% do PV) e três repetições. Foram utilizados 36 13
bezerros desmamados, com oito meses e peso inicial de 192 kg. Foram avaliados as massas 14
e os componentes da forragem, o valor nutritivo, o ganho médio diário (GMD) e ganho de 15
peso vivo (GPV) por área. Não houve diferença entre períodos para a massa de forragem e 16
relação folha:colmo. As maiores massas de forragem verde e lâmina foliar, e porcentagem 17
de colmo foram observadas no primeiro período. A relação folha:não folha e a 18
porcentagem de lâmina foliar foram maiores no segundo período. O GMD foi de 250, 460 19
e 770 g/animal/dia respectivamente para sal, MM e SC. Os teores de PB, DIVMO, FDN e 20
LDA nos componentes morfológicos não diferiram entre os tratamentos. Independente do 21
uso de suplementos, é possível manter o ganho de peso dos animais durante a estação seca, 22
desde que a taxa de lotação seja ajustada de forma adequada. 23
24
Termos de indexação: bezerros desmamados, massa de forragem, mistura mineral múltipla, 25
suplemento concentrado, valor nutritivo 26
20
Performance cattle fed a supplemental diet in a mombaça grass pasture 27
Abstract - The objective of this work was to evaluate the effect of supplements on the 28
rearing of cattle grazing Mombaça grass the dry season. We used a randomized block 29
design with three treatments (salt, multiple mixture (MM), 0.2 % of live weight (LW), and 30
concentrated supplement (SC), to 0.7 % ) and three repetitions . 36 weaned calves were 31
used, eight months and initial weight of 192 kg. The masses and the components of forage 32
nutritive value and animal performance as the average daily gain (ADG) and body weight 33
(GPV) were evaluated. There was no difference between the periods of herbage mass and 34
leaf: stem ratio. The highest values for green herbage mass and leaf blade, and percentages 35
of stem were observed in the first period. The leaf: non-leaf and leaf percentage were 36
higher in the second period. There were differences among treatments for ADG (250.460 37
and 770 g / day for salt, MM and SC, respectively). The contents of PB, DIVMO, NDF and 38
LDA in morphological components did not differ between treatments. Independent of the 39
use supplements , it is possible to keep steers gaining weight, during dry season, since the 40
stocking rate is appropriately adjusted. 41
Index Terms: concentrate supplement, herbage mass, multiple mineral mixture, nutritive 42
value, weaned calves 43
21
Introdução 44
A produção de ruminantes no Brasil caracteriza-se por utilizar as pastagens como 45
principal forma de alimentação, estando o país situado entre os maiores produtores de 46
carne bovina no mundo. As gramíneas do gênero Panicum desempenham importante papel 47
na produção de carne a pasto, ocupando proporções significativas das áreas de pastagens 48
cultivadas nas regiões tropicais (Herling et al., 2000). 49
As forrageiras tropicais apresentam menores taxas de crescimento no período seco, 50
devido às baixas temperaturas noturnas e umidade, menor pluviosidade e fotoperíodo mais 51
curto (Valle, 2001). Semelhante ao que ocorre com outras gramíneas tropicais, a produção 52
animal em pastos de Panicum maximum cv. Mombaça é reduzida significativamente na 53
época seca. Há uma diminuição no valor nutritivo da forragem com o avançar do processo 54
de maturação, como resultado de um aumento na porcentagem de material morto e de 55
carboidratos insolúveis presentes na parede celular e uma diminuição na concentração de 56
proteína bruta e na digestibilidade (Minson, 1990; Johnson et al., 1998; Pereira, 2002). 57
Euclides et al. (2008), trabalhando com capim-mombaça, encontraram média de 58
ganho de peso diário de 590 g, no período chuvoso, e 130 g para o período seco. Contudo, 59
novilhos nesta pastagem foram capazes de produzir ganhos em torno de 750 g/novilho/dia 60
durante o mês de outubro, quando a forragem era de melhor qualidade. No entanto, o 61
declínio no valor nutritivo associado à maturidade da forragem resultou em ganhos médios 62
abaixo deste valor. De acordo com Brâncio et al (2003), o conteúdo de proteína bruta e a 63
digestibilidade in vitro da matéria orgânica do capim-mombaça foram maiores no início da 64
época chuvosa, quando houve intenso crescimento da forragem, decrescendo à medida que 65
a planta amadureceu. 66
Diante disso, o uso de tecnologias como a suplementação alimentar surge como 67
alternativa efetiva e importante para acelerar o ganho de peso animal e potencializar a 68
utilização dos recursos forrageiros disponíveis (Euclides et al, 2009). 69
A utilização de suplementos proteicos tem sido feita para diminuir a perda de peso 70
ou aumentar a produção animal durante os períodos críticos (Euclides et al, 1998). Em 71
consequência da suplementação, há aumento no consumo do pasto, proporcionando 72
acréscimos no consumo de energia pelo animal. A intensidade da resposta de um 73
suplemento proteico dependerá da qualidade e da disponibilidade da forragem, podendo o 74
incremento no ganho de peso não ser devido apenas ao maior consumo de forragem, mas 75
22
devido às mudanças na digestibilidade ou na eficiência de utilização dos nutrientes 76
(Malafaia et al, 2003). 77
De maneira semelhante ao que ocorre com a proteína, o fornecimento de um 78
suplemento energético para animais mantidos em pastos, pode promover um aumento no 79
ganho de peso vivo e na condição corporal, mas, na maioria das vezes, diminui a ingestão 80
de forragem e a digestibilidade. Baixos níveis de suplementação energética podem 81
aumentar os valores desses parâmetros (Caton e Dhuyvetter, 1997). 82
A deficiência energética, quando comparada à deficiência protéica, pode ser mais 83
limitante para a produção animal durante o período seco. Contudo, é difícil dissociar 84
completamente esta deficiência daquela, uma vez que a deficiência protéica tem efeito 85
negativo sobre a digestibilidade de nutrientes e o consumo de energia (Euclides et al, 86
1998). 87
O uso estratégico da suplementação deverá ser adotado tendo como base o objetivo 88
do sistema de produção e uma prévia análise econômica, devendo a escolha ser adequada a 89
cada categoria animal. A suplementação de animais em pasto deve complementar o valor 90
nutritivo da forragem, atendendo às suas exigências nutricionais, a fim de se alcançar o 91
desempenho desejado (Euclides e Medeiros, 2005). 92
Diante disso, objetivou-se avaliar o efeito de suplementos na recria de bovinos em 93
pastos de Panicum maximum cv. Mombaça na época seca. 94
95
Material e Métodos 96
O experimento foi realizado na Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande, MS 97
(20°27’ S e 54º37’ W, a 530 m de altitude), de maio a outubro de 2013. Os 15 primeiros 98
dias foram utilizados como período de adaptação dos animais ao suplemento. 99
O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo AW, tropical 100
chuvoso de savana, com período seco definido de maio a setembro. Durante o período 101
experimental, a precipitação pluvial, a temperatura mínima, média e máxima mensal 102
(Figura 1) foram registradas. Para o cálculo do balanço hídrico, foram utilizadas a 103
temperatura média e a precipitação mensal acumulada. A capacidade de armazenamento de 104
água do solo (CAD) utilizada foi de 75 mm (Figura 2). 105
O solo da área experimental é classificado como Latossolo Vermelho Distrófico 106
(Embrapa, 1999), cuja análise química apresentou os seguintes resultados: 5,8 de pH em 107
CaCl2; 67% de saturação por bases; 3,9 g kg‑1 de matéria orgânica; 6,03 mg dm‑3 P 108
23
(Mehlich1); e 0,36 mg dm‑3 K (Mehlich
1). Foram utilizados 450 kg/ha da fórmula 0-20-20, 109
aplicado a lanço, em novembro de 2012. Nos meses de dezembro de 2012, janeiro e 110
fevereiro de 2013, foram parcelados 150 kg/ha de nitrogênio, na forma de ureia (50 kg/ha 111
em cada aplicação). 112
Os pastos de capim-mombaça (P. maximum cv. Mombaça) foram estabelecidos em 113
janeiro de 2008 (Blocos I e II) e novembro de 2010 (Bloco III) e vem sendo manejados sob 114
pastejo desde então. Durante o período chuvoso antecedente ao início do experimento, os 115
pastos foram manejados sob lotação rotacionada com uma condição de pós-pastejo de 45 116
cm (Fonseca, 2013 fase de redação). 117
A área experimental possui 13,5 ha, dividida em três blocos. Cada bloco foi 118
subdividido em três módulos de 1,5 ha, e estes em seis piquetes de 0,25 ha cada, sendo 119
cinco destes manejados sob lotação contínua e um era fechado ao pastejo. Utilizou-se o 120
delineamento experimental de blocos ao acaso, com três tratamentos e três repetições. Os 121
tratamentos avaliados foram: sal mineral à vontade, mistura múltipla (MM), fornecida a 122
0,2% do peso vivo (PV); e suplemento concentrado (SC), fornecido a 0,7% do PV. Os 123
suplementos eram fornecidos diariamente às oito horas da manhã, sendo a quantidade 124
ajustada a cada pesagem. Utilizou-se o programa Embrapa Invernada para o cálculo da 125
composição dos suplementos (Barioni, 2011). A proporção dos ingredientes e a 126
composição química dos suplementos estão apresentadas na Tabela 1. 127
Foram utilizados 36 bezerros desmamados, cruzados (Nelore, Senepol e Caracu), 128
oriundos do plantel da EMBRAPA - Gado de Corte, com aproximadamente oito meses de 129
idade e peso médio inicial de 192 kg. Esses foram distribuídos aleatoriamente nas unidades 130
experimentais (média do lote com mesmo peso). Os animais permaneceram no mesmo 131
módulo durante o período seco. O método de pastejo foi o de lotação contínua, com 132
lotação fixa, utilizando-se quatro bezerros desmamados por piquete (1,25 ha). 133
A altura do pasto foi medida a cada 28 dias utilizando-se uma régua de um metro, 134
graduada em centímetros, em 40 pontos aleatórios por piquete. A altura do dossel em cada 135
ponto correspondeu à altura média da curvatura das folhas superiores em torno da régua 136
A massa de forragem foi estimada a cada 28 dias mediante o corte rente ao solo de 137
nove áreas representativas por piquete. Para isso foi utilizado um quadrado de 1 m². Cada 138
amostra foi dividida em duas subamostras: uma foi secada e pesada, e a outra foi separada 139
em folha (lâmina foliar), colmo (colmo + bainha) e material morto, e foram secas e 140
pesadas. A proporção de cada componente foi utilizada para as estimativas das relações 141
24
folha:colmo (RFC) e folha:não folha (colmo + material morto; RFNF) e da massa de 142
lâmina foliar (MLF). 143
As amostras dos componentes morfológicos foram moídas e posteriormente 144
analisadas para se estimarem os teores proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro 145
(FDN), digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO) e lignina em detergente 146
ácido (LDA), utilizando-se o sistema de Espectrofotometria de Reflectância no 147
Infravermelho Proximal (NIRS), de acordo com os procedimentos de Marten et al. (1985). 148
Para a estimativa do acúmulo de forragem, um piquete por módulo (0,25 ha) foi 149
fechado ao pastejo, a cada 28 dias, evitando-se assim o uso das gaiolas de exclusão. No dia 150
1 o piquete foi amostrado, tomando-se os valores de altura do dossel e massa de forragem, 151
da mesma forma descrita acima, e no dia 28 o procedimento foi repetido no mesmo piquete 152
e este foi aberto ao pastejo. O piquete seguinte foi amostrado da mesma forma, assim, 153
sucessivamente. O acúmulo de forragem (kg de MS/ha) foi obtido pela diferença entre as 154
massas de forragem no dia 28 e no dia 1. As taxas de acúmulo (kg ha-1
. dia de MS) foram 155
calculadas dividindo-se o acúmulo de forragem pelo número de dias entre as amostragens. 156
A oferta de forragem foi calculada utilizando a massa de forragem (kg/ha) dividida 157
pelo total de peso corporal (kg de PC/ha). 158
Durante o período experimental, os animais foram tratados com ectocida pour-on, 159
conforme a necessidade de controle de carrapatos e mosca-dos-chifres. Todos os piquetes 160
foram providos de bebedouros de concreto com acesso livre a água potável e cochos 161
plásticos para o fornecimento do suplemento e sal mineral. 162
Os animais foram pesados a cada 28 dias (período). Os pesos foram obtidos após 163
um jejum de alimento e de água de 16 horas. O ganho de peso médio diário foi calculado 164
pela diferença do peso dos animais, no início e final de cada período, dividida pelo número 165
de dias entre pesagens. O ganho de peso animal (GP) por hectare (kg/ha de PC produzido) 166
foi obtido multiplicando-se o ganho médio diário dos animais pelo número de animais 167
mantidos em cada módulo. 168
Os dados foram agrupados por períodos da seguinte maneira: Jun/Jul (24/06/2013 a 169
23/07/2013); Jul/Ago (24/07/2013 a 21/08/2013); Ago/Set (22/08/2013 a 17/09/2013); 170
Set/Out (18/09/2013 a 10/10/13). 171
A análise estatística foi realizada com uso de modelo matemático contendo o efeito 172
aleatório de bloco, e os efeitos fixos de suplemento e período, bem como suas respectivas 173
interações. Para todas as análises, foi usado o procedimento Proc Mixed disponível no SAS 174
Institute (1996). As médias foram comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. 175
25
Resultados e Discussão 176
177
Não houve interação entre tratamentos e períodos para a massa de forragem (MF; 178
p=0,3448), massa de forragem verde (MFV; p=0,4645), massa de lâmina foliar (MLF; 179
p=0,2091), altura do dossel (p=0,0578), percentagem de folha (PF; p=0,9645), colmo (PC; 180
p=0,7321) e material morto (PM; p=0,6860), relações folha:colmo (RFC; p=0,9989) e 181
folha:não folha (RFNF; p=0,9166), taxa de acúmulo de forragem (TAF; p=0,5101) e oferta 182
de forragem (OF; p=0,2716). No entanto, foram observadas alterações significativas ao 183
longo do período para as variáveis associadas à estrutura do dossel (Tabela 2). Essas 184
alterações provavelmente foram consequência da mudança nas condições climáticas 185
(Figuras 1), o que influenciou o fluxo de tecidos nas plantas. 186
Durante o período seco, as massas de forragem (p>0,05), as variáveis associadas 187
aos componentes estruturais do pasto (p>0,05) e as variáveis associadas ao valor nutritivo 188
da forragem (p>0,05) foram semelhantes para os pastos utilizados nos diferentes 189
tratamentos (Tabelas 2 e 3). Assegurou-se, desta forma, que as diferenças em ganho de 190
peso médio diário (GMD) fossem consequência da suplementação. 191
Foram observadas as maiores MFV e MLF nos primeiros períodos (Jun/Jul e 192
Jul/Ago) de avaliação, decrescendo à medida que o período experimental avançou (Tabela 193
2). Na primeira avaliação, cerca de 44,4 % da massa de forragem era constituída de MFV, 194
sendo esta a fração mais procurada pelos animais em pastejo, no entanto, na última, esta 195
percentagem estava em torno de 25,0 %, o que pode estar relacionado com a diminuição do 196
crescimento e o consumo pelos animais. Euclides et al. (2008) verificaram uma variação na 197
disponibilidade de massa de forragem verde de 660 a 1350 kg ha-1 em quatro anos de 198
avaliação em pastos de capim-mombaça na época seca. 199
No início do período experimental os pastos tinham 43 cm de altura e 4210 kg ha-1
200
de massa de forragem (Tabela 2). Não houve diferença entre os períodos para a MF. A 201
altura média do dossel comprova a estagnação do crescimento do pasto na época seca, uma 202
vez que no período das águas antecedente ao experimento os pastos foram manejados sob 203
lotação rotacionada com uma condição de pós pastejo de 45 cm (Fonseca, 2013 fase de 204
redação). A massa de forragem, massa de forragem verde e massa de lâmina foliar 205
decresceram do início ao fim do experimento, com médias de 3790, 1385 e 848 kg.ha-¹. 206
Foram observados decréscimos nas porcentagens de lâmina foliar (PF) e de colmo 207
(PC), e acréscimo na porcentagem de material morto (PM), chegando a 76% da massa 208
total. Essa variação nos componentes morfológicos está relacionada não só à baixa taxa de 209
26
rebrotação e à senescência natural das gramíneas, acelerada pelo déficit hídrico durante 210
esta época do ano (Figuras 1 e 2), mas também ao processo de pastejo, uma vez que a dieta 211
dos animais é constituída principalmente por folhas (Euclides, 2000; Brâncio et al, 2003; 212
Trindade et al, 2007). 213
A RFC não apresentou diferença entre os períodos (p>0,05), no entanto foram 214
observados valores acima de 1,0, sendo esta ferramenta considerada de grande importância 215
para o manejo das plantas forrageiras, uma vez que valores inferiores a esse implicam em 216
redução na quantidade e qualidade da forragem produzida (Brâncio et al., 2003). A RFNF 217
foi superior no período de Jul/Ago, quando também foi superior a porcentagem de folhas 218
(Tabela 2), diminuindo à medida que aumentou a percentagem de material morto. 219
A menor TAF foi observada no segundo período (Jul/Ago). Uma formação de 220
geada na região, ocorrida entre os dias 24 e 26 de julho pode explicar esta redução brusca 221
no acúmulo de forragem (Tabela 2). Por outro lado, o aumento da TAF no último período 222
de avaliação poderia ser explicado por 106 mm de precipitação (Figura 2). 223
A oferta de forragem (%) foi maior no primeiro período (Jun/Jul) e sua média foi de 224
16,3%, ficando acima do recomendado por Hodgson (1990) que sugeriu que a oferta de 225
forragem deve ser de três a quatro vezes o valor do consumo estimado pelos animais em 226
pastejo (2,5% do PV). A OF decresceu do início até o final do período experimental, de 227
forma semelhante ao observado para a massa de forragem, devido ao consumo pelos 228
animais em pastejo e pelo baixo acúmulo de forragem observado nesta época do ano. 229
Quanto às variáveis associadas ao valor nutritivo da lâmina foliar e do colmo, não 230
foi observada interação (p>0,05) entre suplementos e períodos (Tabela 3). Também, não 231
houve diferença entre os tratamentos com médias de 11,0; 60,6; 74,9 e 3,6 para folha, 5,1; 232
51,5; 77,2 e 4,8 para o colmo, respectivamente para os teores de proteína bruta (PB), 233
digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO), fibra em detergente neutro (FDN) e 234
lignina em detergente ácido (LDA). 235
Os teores de PB e DIVMO nas lâminas foliares foram maiores no último período de 236
avaliação (Set/Out), consequência das primeiras chuvas (Figuras 1 e 2), promovendo assim 237
a rebrota do pasto e a elevação nos teores de PB. Os teores de FDN e LDA apresentaram 238
menores valores neste período. Independente do uso de suplemento, a PB da lâmina foliar 239
ficou acima de 7%, valor estipulado por Minson (1990) como sendo o mínimo necessário 240
para um adequado desenvolvimento dos microrganismos ruminais. 241
Desta forma, o teor de PB provavelmente não foi o fator limitante para a produção 242
animal. Santana et al. (2013), avaliando pastos de capim-tanzânia adubados com diferentes 243
27
níveis de adubação nitrogenada, observaram valores de 12,5, 67,1, 68,8 e 4,5 para PB, 244
DIVMO, FDN e LDA, respectivamente quando utilizado 300kg N/ha/ano. 245
Moraes et al. (2006), avaliando o capim-mombaça submetido a pastejo por novilhos 246
suplementados com diferentes níveis de proteína no período de transição seca/águas, 247
observaram teores de 14, 3, 66,3 e 6,2 % para PB, FDN e LDA , respectivamente. 248
Foram observados maiores valores de PB e DIVMO para o colmo no último 249
período (Set/Out) de avaliação. Os teores de PB durante todo o período de avaliação 250
situaram-se abaixo do nível crítico, menor que 7%, podendo ter acarretado limitação no 251
consumo dos animais em pastejo, já que a proporção de folhas diminuiu no decorrer do 252
período experimental, aumentando as proporções de colmo e material morto. Os teores de 253
FDN não diferiram entre os períodos (p=0,1270), com média e erro-padrão de 77,3±0,26% 254
(Tabela 3). 255
Não houve interação (P>0,05) e efeito entre os períodos para os teores de proteína 256
bruta (PB; p=0,1882), digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO; p=0,0937), 257
fibra em detergente neutro (FDN; p=0,1072) e lignina em detergente ácido (LDA; 258
p=0,2113) no material morto, com médias e erros‑padrão de 3,7±0,1%, 36,3±0,7%, 259
76,9±0,2%, e 5,7±0,06%, respectivamente. 260
Não foi observado efeito de interação entre tratamento e período (p=0,1489) para o 261
ganho médio diário (GMD). Os animais suplementados com concentrado apresentaram 262
maior ganho médio diário (GMD) do que aqueles com sal e MM. Também, o GMD dos 263
animais suplementados com MM foi maior do que os suplementados com sal mineral à 264
vontade (Tabela 4). Neste caso, observou-se que, o ganho de peso vivo por área (GPV) foi 265
superior quando os animais foram suplementados com SC, intermediário para MM e 266
inferior quando receberam sal mineral. 267
No entanto, quando se comparou o desempenho dos animais suplementados com 268
MM observou-se que o ganho médio diário (GMD) de 460 g/dia foi maior do que o GMD 269
de 380 g/dia observado por Moreira et al. (2008), quando avaliaram o efeito da 270
suplementação protéica sobre o desempenho de bezerros desmamados em pastos de capim-271
mombaça no inverno. Zanetti et al. (2000), trabalhando com bezerros desmamados em 272
pastos de Brachiaria decumbens, observaram ganho médio diário de 86 g/animal/dia para 273
animais suplementados com sal proteinado sem ureia, 207 g/animal/dia para aqueles 274
suplementados com ureia e perda de 96 g/dia naqueles que recebiam somente o sal 275
mineral. 276
28
Independentemente do período de avaliação, os animais suplementados com sal 277
obtiveram os menores valores de GMD. Houve decréscimo no ganho médio diário apenas 278
do período de Jul/Ago para os períodos seguintes. No entanto, não houve decréscimo no 279
peso vivo médio dos animais. Animais suplementados com sal mineral na primeira seca 280
após a desmama chegaram ao final do período com 217 kg de PV, enquanto àqueles que 281
receberam MM e SC pesaram, respectivamente, 237 e 277 kg de PV (Figura 3). 282
O incremento de peso na primeira seca após desmama depende do objetivo do 283
sistema de produção. Quanto mais precoce for o abate, mais peso os animais devem 284
acumular na primeira seca, para que alcance o peso de abate no tempo preconizado pelo 285
sistema adotado. 286
Euclides et al. (1998) avaliando diferentes regimes alimentares de novilhos mantidos 287
em pastos de B. decumbens, observaram que os animais suplementados com concentrado 288
nos períodos críticos de dois anos seguidos, apresentaram ganhos de peso satisfatórios, 289
alcançando valores superiores a 1 kg/animal/dia no primeiro período, enquanto que os 290
animais não-suplementados apresentaram ganhos de apenas 0,320 kg/animal/dia no 291
primeiro ano, perdendo peso no segundo ano. Os autores observaram ainda que a 292
suplementação com concentrado durante o período seco foi capaz de reduzir a idade de 293
abate dos animais de 5 a 13 meses. 294
O GMD foi diferente entre os períodos experimentais (p<0,0001), sendo observado 295
o maior ganho no segundo período (Jul/Ago), o menor, no primeiro (Jun/Jul) e ganhos 296
intermediários nos demais (Figura 3). Os menores valores de ganho de peso observados 297
para os três tratamentos no primeiro período podem ser atribuídos ao estresse pós 298
desmama, tendo em vista que nessa fase os animais geralmente apresentam perda de peso e 299
maior susceptibilidade à ocorrência de doenças (Haddad e Mendes, 2010). Em decorrência 300
disso, os animais foram infestados por carrapatos, onde após serem tratados, a infestação 301
diminuiu e os animais passaram a ganhar peso novamente. 302
O efeito do GMD distinto para cada tratamento (Tabela 4) pode ser observado no 303
incremento de ganho de peso vivo dos animais durante o período experimental (Figura 3). 304
Moreira et. al (2008), avaliando o efeito da suplementação protéica sobre o desempenho de 305
bezerros desmamados em pastos de capim-mombaça no inverno, observaram valores 306
médios de 233 kg de PV ao final do período. Os animais avaliados tinham o mesmo peso 307
vivo médio inicial dos animais deste experimento. 308
Foram observadas diferenças (p=0,001) entre os períodos para a taxa de lotação (TL) 309
com médias de 1,37; 1,38; 1,57 e 1,63 UA/ha para o primeiro, segundo, terceiro e quarto 310
29
períodos, respectivamente. Os tratamentos apresentaram médias de 1,41, 1,45 e 1,60 311
UA/ha para o sal, MM e SC ao final do período seco. Como o número de animais foi o 312
mesmo em cada tratamento, quatro animais, as diferenças observadas foram consequência 313
do GMD alcançado. Com relação aos tratamentos, o SC apresentou maiores valores de TL. 314
Os valores de TL observados são semelhantes aos encontrados por Euclides et al. (2008), 315
que observaram variações nas taxas de lotação de 3,5 para 1,4 UA/ha, nas épocas chuvosa 316
e seca, respectivamente. 317
318
Conclusões 319
- A utilização de MM e SC promovem incrementos no ganho de peso de novilhos mantidos 320
em pastos de capim-mombaça, porém pode-se utilizar apenas o sal mineral para a 321
mantença dos animais. 322
- Independente do uso de suplementos, a cultivar Mombaça mostra-se como uma 323
alternativa adequada para a utilização na época seca, desde que sejam feitos ajustes nas 324
taxas de lotação. 325
326
Agradecimentos 327
À Embrapa Gado de Corte, pelo financiamento e colaboração na condução do 328
experimento, e a CAPES, pela concessão de bolsa de estudos. 329
30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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novilhos consumindo suplemento mineral proteinado convencional ou com uréia. 420
Revista Brasileira de Zootecnia, v.29, n.3, p.935-939, 2000. 421
33
422 Figura 1 - Precipitação pluvial mensal e temperaturas máxima, média e mínima, durante o 423
período de janeiro a dezembro de 2013. 424
Figura 2 - Balanço hídrico mensal durante o período de janeiro a dezembro de 2013. 425
426 427
0
5
10
15
20
25
30
35
0
50
100
150
200
250
300
Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Tem
per
atu
ras
(°C
)
Pre
cip
ita
ção
(m
m/m
ês)
Precipitação
(mm/mês)
Temperatura
mínima (°C)
Temperatura
média (°C)
Temperatura
máxima (°C)
-150
-100
-50
0
50
100
150
Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Lâm
ina
de
água
(mm
)
Deficiência Excesso
34
428 429 430
Figura 3 – Peso vivo médio (kg) e ganho médio diário (GMD) durante o período 431
experimental em pastos de capim-mombaça durante a seca 432
Tabela 1 - Proporção dos ingredientes nos suplementos e no sal mineral, expresso na 433
baseada matéria natural. 434
Tratamento
Componente SAL MM SC
Farelo de Soja 45 % _ 28,0 31,8
Uréia _ 8,0 1,3
Milho Grão _ 52,0 58,2
Foscromo¹ 100 7,0 8,7
Cloreto de Sódio _ 5,0 -
Composição Química (%)
MS - 92,2 89,5
PB - 43,6 24,1
FDN - 7,2 8,6
NDT - 53,6 75,9
EE - 2,4 3,1
435 ¹ Composição: Cloreto de sódio (sal comum) (32,4%); Enxofre ventilado (flor de enxofre); Fosfato 436 bicálcico; Carbo amino fosfoquelato de cobalto; Carbo amino fosfoquelato de cobre; Carbo amino 437 fosfoquelato de cromo; Carbo amino fosfoquelato de enxofre; Carbo amino fosfoquelato de ferro; 438 Carbo amino fosfoquelato de manganês; Carbo amino fosfoquelato de selênio; Carbo amino 439 fosfoquelato de zinco; Iodato de cálcio; Caulim (máx. 2%) 440
35
Tabela 2 – Médias, seus erros-padrão (EPM) e nível de significância (P) para massa de 441
forragem (MF), massa de forragem verde (MFV), massa de lâmina foliar 442
(MLF), altura do dossel, percentagem de folha (PF), de colmo (PC), de 443
material morto (PM), relação folha: colmo (RFC), relação folha:não folha 444
(RFNF), taxa de acúmulo de forragem (TAF) e oferta de forragem (OF) em 445
pastos de capim-mombaça na época seca. 446
Variáveis
Períodos
EPM P Jun/Jul Jul/Ago Ago/Set Set/Out
MF (kg/ha) 4210 3330 3800 3810 216 0,0714
MFV (kg/ha) 1870ª 1690a 1030b 950b 116 0,0001
MLF (kg/ha) 1030ª 1130a 670b 560b 54 0,0001
Altura (cm) 43b 47a 43b 44ab 1,1 0,0165
PF (%) 24,8b 34,3a 17,6c 14,4c 1,5 0,0001
PC (%) 19,8ª 16,0a 9,2b 10,1b 1,4 0,0001
PM (%) 55,4b 49,7b 73,2ª 75,5a 1,8 0,0001
RFC 1,3 2,3 1,9 1,5 0,3 0,0529
RFNF 0,3b 0,5a 0,2b 0,2b 0,03 0,0001
TAF 6,5ª -16,8b 3,7ª 20,9a 5,2 0,0009
OF (%) 19,6ª 15,3b 15,6b 14,9b 1,0 0,013 Médias seguidas por letras distintas na linha diferem entre si pelo teste de Tukey (5%). 447
36
Tabela 3- Médias, seus erros-padrão (EPM) e nível de significância (P) para os teores de 448
proteína bruta (PB), digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIMO), fibra 449
em detergente neutro (FDN) e lignina em detergente ácido (LDA) para as 450
frações de lâminas foliares e colmos em pastos de capim-mombaça durante a 451
seca. 452
Períodos
Variáveis Lâmina Foliar
EPM P Jun/Jul Jul/Ago Ago/Set Set/Out
PB 9,6c 9,3c 11,7b 13,4a 0,36 0,0001
DIVMO 53,5c 55,1c 63,0b 70,7a 1,25 0,0001
FDN 76,2a 76,3a 74,2ab 72,9b 0,38 0,0001
LDA 3,8a 3,8ab 3,5ab 3,3b 0,10 0,0001
Colmo
EPM P Jun/Jul Jul/Ago Ago/Set Set/Out
PB 4,3c 4,2c 5,5b 6,8a 0,27 0,0001
DIVMO 48,0c 49,1bc 52,5ab 56,0a 0,89 0,0001
LDA 4,9a 4,9a 4,8ab 4,5b 0,08 0,0001 Médias seguidas por letras distintas na linha diferem entre si pelo teste de Tukey (5%). 453
Tabela 4 - Médias, seus erros-padrão (EPM) e nível de significância (P) para ganho médio 454
diário (GMD) e ganho por área (GPV) em pastos de capim-mombaça durante a 455
seca 456
Variáveis Tratamentos
EPM P SAL MM SC
GMD (g/animal/dia) 0,250c 0,460b 0,770ª 0,04 0,0001
GPV (kg/ha) 75c 110b 185ª 12,3 0,0011
Médias seguidas por letras distintas na linha diferem entre si pelo teste de Tukey (5%). 457
37
Anexo I: Normas para submissão à revista Pesquisa Agropecuária Brasileira Disponível em:
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- Artigos em inglês - Título, autoria, endereços institucionais e eletrônicos, Abstract, Index
terms, título em português, Resumo, Termos para indexação, Introduction, Materials and
38
Methods, Results and Discussion, C onclusions, Acknowledgements, References, tables,
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Términos para indexación; título em inglês, Abstract, Index terms, Introducción,
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Título
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apresentar somente o nome binário.
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em português, espanhol ou em inglês, respectivamente.
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em forma de expoente, entre parênteses, correspondente à chamada de endereço do autor.
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arábico, entre parênteses, em forma de expoente.
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39
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Resumo
- O termo Resumo deve ser grafado em letras minúsculas, exceto a letra inicial, na margem
esquerda, e separado do texto por travessão.
- Deve conter, no máximo, 200 palavras, incluindo números, preposições, conjunções e
artigos.
- Deve ser elaborado em frases curtas e conter o objetivo, o material e os métodos, os
resultados e a conclusão.
- Não deve conter citações bibliográficas nem abreviaturas.
- O final do texto deve conter a principal conclusão, com o verbo no presente do indicativo.
Termos para indexação
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minúsculas, exceto a letra inicial.
- Os termos devem ser separados por vírgula e iniciados com letra minúscula.
- Devem ser no mínimo três e no máximo seis, considerando-se que um termo pode possuir
duas ou mais palavras.
- Não devem conter palavras que componham o título.
- Devem conter o nome científico (só o nome binário) da espécie estudada.
- Devem, preferencialmente, ser termos contidos no AGROVOC: Multilingual Agricultural
Thesaurus ou no Índice de Assuntos da base SciELO .
Introdução
- A palavra Introdução deve ser centralizada e grafada com letras minúsculas, exceto a
letra inicial, e em negrito.
- Deve apresentar a justificativa para a realização do trabalho, situar a importância do
problema científico a ser solucionado e estabelecer sua relação com outros trabalhos
publicados sobre o assunto.
- O último parágrafo deve expressar o objetivo de forma coerente com o descrito no início
do Resumo.
Material e Métodos
- A expressão Material e Métodos deve ser centralizada e grafada em negrito; os termos
Material e Métodos devem ser grafados com letras minúsculas, exceto as letras iniciais.
- Deve ser organizado, de preferência, em ordem cronológica.
40
- Deve apresentar a descrição do local, a data e o delineamento do experimento, e indicar
os tratamentos, o número de repetições e o tamanho da unidade experimental.
- Deve conter a descrição detalhada dos tratamentos e variáveis.
- Deve-se evitar o uso de abreviações ou as siglas.
- Os materiais e os métodos devem ser descritos de modo que outro pesquisador possa
repetir o experimento.
- Devem ser evitados detalhes supérfluos e extensas descrições de técnicas de uso corrente.
- Deve conter informação sobre os métodos estatísticos e as transformações de dados.
- Deve-se evitar o uso de subtítulos; quando indispensáveis, grafa-los em negrito, com
letras minúsculas, exceto a letra inicial, na margem esquerda da página.
Resultados e Discussão
- A expressão Resultados e Discussão deve ser centralizada e grafada em negrito, com
letras minúsculas, exceto a letra inicial.
- Todos os dados apresentados em tabelas ou figuras devem ser discutidos.
- As tabelas e figuras são citadas seqüencialmente.
- Os dados das tabelas e figuras não devem ser repetidos no texto, mas discutidos em
relação aos apresentados por outros autores.
- Evitar o uso de nomes de variáveis e tratamentos abreviados.
- Dados não apresentados não podem ser discutidos.
- Não deve conter afirmações que não possam ser sustentadas pelos dados obtidos no
próprio trabalho ou por outros trabalhos citados.
- As chamadas às tabelas ou às figuras devem ser feitas no final da primeira oração do
texto em questão; se as demais sentenças do parágrafo referirem-se à mesma tabela ou
figura, não é necessária nova chamada.
- Não apresentar os mesmos dados em tabelas e em figuras.
- As novas descobertas devem ser confrontadas com o conhecimento anteriormente obtido.
Conclusões
- O termo Conclusões deve ser centralizado e grafado em negrito, com letras minúsculas,
exceto a letra inicial.
- Devem ser apresentadas em frases curtas, sem comentários adicionais, com o verbo no
presente do indicativo.
- Devem ser elaboradas com base no objetivo do trabalho.
- Não podem consistir no resumo dos resultados.
- Devem apresentar as novas descobertas da pesquisa.
41
- Devem ser numeradas e no máximo cinco.
Agradecimentos
- A palavra Agradecimentos deve ser centralizada e grafada em negrito, com letras
minúsculas, exceto a letra inicial.
- Devem ser breves e diretos, iniciando-se com “Ao, Aos, À ou Às” (pessoas ou
instituições).
- Devem conter o motivo do agradecimento.
Referências
- A palavra Referências deve ser centralizada e grafada em negrito, com letras minúsculas,
exceto a letra inicial.
- Devem ser de fontes atuais e de periódicos: pelo menos 70% das referências devem ser
dos últimos 10 anos e 70% de artigos de periódicos.
- Devem ser normalizadas de acordo com a NBR 6023 da ABNT, com as adaptações
descritas a seguir.
- Devem ser apresentadas em ordem alfabética dos nomes dos autores, separados por ponto
e vírgula, sem numeração.
- Devem apresentar os nomes de todos os autores da obra.
- Devem conter os títulos das obras ou dos periódicos grafados em negrito.
- Devem conter somente a obra consultada, no caso de citação de citação.
- Todas as referências devem registrar uma data de publicação, mesmo que aproximada.
- Devem ser trinta, no máximo.
Exemplos:
- Artigos de Anais de Eventos (aceitos apenas trabalhos completos)
AHRENS, S. A fauna silvestre e o manejo sustentável de ecossistemas florestais. In:
SIMPÓSIO LATINO-AMERICANO SOBRE MANEJO FLORESTAL, 3., 2004, Santa
Maria. Anais. Santa Maria: UFSM, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal,
2004. p.153-162.
- Artigos de periódicos
SANTOS, M.A. dos; NIC OLÁS, M.F.; HUNGRIA, M. Identificação de QTL associados à
simbiose entre Bradyrhizobium japonicum, B.elkanii e soja. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, v.41, p.67-75, 2006.
- Capítulos de livros
AZEVEDO, D.M.P. de; NÓBREGA, L.B. da; LIMA, E.F.; BATISTA, F.A.S.;
BELTRÃO, N.E. de M. Manejo cultural. In: AZEVEDO, D.M.P.; LIMA, E.F. (Ed.). O
42
agronegócio da mamona no Brasil. Campina Grande: Embrapa Algodão; Brasília:
Embrapa Informação Tecnológica, 2001. p.121-160.
- Livros
OTSUBO, A.A.; LORENZI, J.O. Cultivo da mandioca na Região Centro-Sul do Brasil.
Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste; Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e
Fruticultura, 2004. 116p. (Embrapa Agropecuária Oeste. Sistemas de produção, 6).
- Teses
HAMADA, E. Desenvolvimento fenológico do trigo (cultivar IAC 24 - Tucuruí),
comportamento espectral e utilização de imagens NOAA-AVHRR. 2000. 152p. Tese
(Doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
- Fontes eletrônicas
EMBRAPA AGROPEC UÁRIA OESTE. Avaliação dos impactos econômicos, sociais e
ambientais da pesquisa da Embrapa Agropecuária Oeste: relatório do ano de 2003.
Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2004. 97p. (Embrapa Agropecuária Oeste.
Documentos, 66). Disponível em: Acesso em: 18 abr. 2006.
Citações
- Não são aceitas citações de resumos, comunicação pessoal, documentos no prelo ou
qualquer outra fonte, cujos dados não tenham sido publicados. - A autocitação deve ser
evitada. - Devem ser normalizadas de acordo com a NBR 10520 da ABNT, com as
adaptações descritas a seguir.
- Redação das citações dentro de parênteses
- Citação com um autor: sobrenome grafado com a primeira letra maiúscula, seguido de
vírgula e ano de publicação.
- Citação com dois autores: sobrenomes grafados com a primeira letra maiúscula,
separados pelo "e" comercial (&), seguidos de vírgula e ano de publicação.
- Citação com mais de dois autores: sobrenome do primeiro autor grafado com a primeira
letra maiúscula, seguido da expressão et al., em fonte normal, vírgula e ano de publicação.
- Citação de mais de uma obra: deve obedecer à ordem cronológica e em seguida à ordem
alfabética dos autores.
- Citação de mais de uma obra dos mesmos autores: os nomes destes não devem ser
repetidos; colocar os anos de publicação separados por vírgula.
- Citação de citação: sobrenome do autor e ano de publicação do documento original,
seguido da expressão “citado por” e da citação da obra consultada.
43
- Deve ser evitada a citação de citação, pois há risco de erro de interpretação; no caso de
uso de citação de citação, somente a obra consultada deve constar da lista de referências.
- Redação das citações fora de parênteses
- Citações com os nomes dos autores incluídos na sentença: seguem as orientações
anteriores, com os anos de publicação entre parênteses; são separadas por vírgula.
Fórmulas, expressões e equações matemáticas
- Devem ser iniciadas à margem esquerda da página e apresentar tamanho padronizado da
fonte Times New Roman.
- Não devem apresentar letras em itálico ou negrito, à exceção de símbolos escritos
convencionalmente em itálico.
Tabelas
- As tabelas devem ser numeradas seqüencialmente, com algarismo arábico, e apresentadas
em folhas separadas, no final do texto, após as referências.
- Devem ser auto-explicativas.
- Seus elementos essenciais são: título, cabeçalho, corpo (colunas e linhas) e coluna
indicadora dos tratamentos ou das variáveis.
- Os elementos complementares são: notas-de-rodapé e fontes bibliográficas.
- O título, com ponto no final, deve ser precedido da palavra Tabela, em negrito; deve ser
claro, conciso e completo; deve incluir o nome (vulgar ou científico) da espécie e das
variáveis dependentes.
- No cabeçalho, os nomes das variáveis que representam o conteúdo de cada coluna devem
ser grafados por extenso; se isso não for possível, explicar o significado das abreviaturas
no título ou nas notas de rodapé.
- Todas as unidades de medida devem ser apresentadas segundo o Sistema Internacional de
Unidades.
- Nas colunas de dados, os valores numéricos devem ser alinhados pelo último algarismo.
- Nenhuma célula (cruzamento de linha com coluna) deve ficar vazia no corpo da tabela;
dados não apresentados devem ser representados por hífen, com uma nota de rodapé
explicativa.
- Na comparação de médias de tratamentos são utilizadas, no corpo da tabela, na coluna ou
na linha, à direita do dado, letras minúsculas ou maiúsculas, com a indicação em nota de
rodapé do teste utilizado e a probabilidade.
- Devem ser usados fios horizontais para separar o cabeçalho do título, e do corpo; usá-los
ainda na base da tabela, para separar o conteúdo dos elementos complementares. Fios
44
horizontais adicionais podem ser usados dentro do cabeçalho e do corpo; não usar fios
verticais.
- As tabelas devem ser editadas em arquivo Word, usando os recursos do menu Tabela; não
fazer espaçamento utilizando a barra de espaço do teclado, mas o recurso recuo do menu
Formatar Parágrafo.
- Notas de rodapé das tabelas
- Notas de fonte: indicam a origem dos dados que constam da tabela; as fontes devem
constar nas referências.
- Notas de chamada: são informações de caráter específico sobre partes da tabela, para
conceituar dados. São indicadas em algarismo arábico, na forma de expoente, entre
parênteses, à direita da palavra ou do número, no título, no cabeçalho, no corpo ou na
coluna indicadora. São apresentadas de forma contínua, sem mudança de linha, separadas
por ponto.
- Para indicação de significância estatística, são utilizadas, no corpo da tabela, na forma de
expoente, à direita do dado, as chamadas ns (não significativo); * e ** (significativo a 5 e
1% de probabilidade, respectivamente).
Figuras
- São consideradas figuras: gráficos, desenhos, mapas e fotografias usados para ilustrar o
texto.
- Só devem acompanhar o texto quando forem absolutamente necessárias à documentação
dos fatos descritos.
- O título da figura, sem negrito, deve ser precedido da palavra Figura, do número em
algarismo arábico, e do ponto, em negrito.
- Devem ser auto-explicativas.
- A legenda (chave das convenções adotadas) deve ser incluída no corpo da figura, no
título, ou entre a figura e o título.
- Nos gráficos, as designações das variáveis dos eixos X e Y devem ter iniciais maiúsculas,
e devem ser seguidas das unidades entre parênteses.
- Figuras não-originais devem conter, após o título, a fonte de onde foram extraídas; as
fontes devem ser referenciadas.
- O crédito para o autor de fotografias é obrigatório, como também é obrigatório o crédito
para o autor de desenhos e gráficos que tenham exigido ação criativa em sua elaboração. -
As unidades, a fonte (Times New Roman) e o corpo das letras em todas as figuras devem
ser padronizados.
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- Os pontos das curvas devem ser representados por marcadores contrastantes, como:
círculo, quadrado, triângulo ou losango (cheios ou vazios).
- Os números que representam as grandezas e respectivas marcas devem ficar fora do
quadrante.
- As curvas devem ser identificadas na própria figura, evitando o excesso de informações
que comprometa o entendimento do gráfico.
- Devem ser elaboradas de forma a apresentar qualidade necessária à boa reprodução
gráfica e medir 8,5 ou 17,5 cm de largura.
- Devem ser gravadas nos programas Word, Excel ou C orel Draw, para possibilitar a
edição em possíveis correções.
- Usar fios com, no mínimo, 3/4 ponto de espessura.
- No caso de gráfico de barras e colunas, usar escala de cinza (exemplo: 0, 25, 50, 75 e
100%, para cinco variáveis).
- Não usar negrito nas figuras.
- As figuras na forma de fotografias devem ter resolução de, no mínimo, 300 dpi e ser
gravadas em arquivos extensão TIF, separados do arquivo do texto.
- Evitar usar cores nas figuras; as fotografias, porém, podem ser coloridas.
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