View
220
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
ÁGUA DA CHUVA: captação e aproveitamento
Autor: Inês Bernadete Kotowski1
Orientador: Gilberto Martins2
Resumo
Os problemas de escassez de água nos levam a buscar ações e práticas alternativas de conservação da água. Entre elas, a mudança nos padrões de consumo e a conscientização da população para adoção de novas atitudes e comportamentos que evitem o desperdício da água: a captação da água da chuva para usos menos nobres como na limpeza, uso na horta e jardim. Reduzir o consumo de água tratada é necessário. O crescente aumento do consumo, o desperdício e a poluição das águas subterrâneas por esgotos domésticos e resíduos tóxicos provenientes da indústria e da agricultura são as principais causas da diminuição da água potável. Considerando que a água doce é um recurso natural fundamental à sobrevivência de todas as espécies que habitam a Terra e está cada vez mais ameaçada, tanto em sua quantidade quanto em sua qualidade, propomos mobilizar os alunos e a comunidade escolar diante do tema. Buscando uma forma de economizar água potável propomos a implantação de um sistema de captação de água da chuva na Escola Estadual São Cristóvão - Ensino Fundamental, no município de Capanema - PR. Como atividade prática com os alunos, estaremos investigando os impactos ambientais, refletindo e discutindo os possíveis cuidados que devemos ter com o ambiente em que vivemos.
Palavras-chave: Água da chuva; escassez; água tratada; desperdício.
Abstract
The problems of water scarcity lead us to seek alternative actions and practices of water conservation. Among them, the change in consumption patterns and public awareness for adoption of new attitudes and behaviors to avoid wastage of water: the capture of rainwater for less noble purposes as cleaning, use the garden and
1 Professora da Rede Pública do Paraná
2 Prof. Ms Orientador da UNIOESTE- Campus de Francisco Beltrão-PR
2
garden. Reduce consumption of treated water is needed. The increase in consumption, waste and pollution of groundwater by domestic sewage and toxic waste from industry and agriculture are the main causes of the decline in drinking water. Considering that freshwater is an essential natural resource for the survival of all species that inhabit the earth and is increasingly threatened, both in its quantity and in quality, we mobilize the students and the school community on the issue. Seeking a way to save drinking water suggest the deployment of a system to capture rainwater in St. Kitts State School - Primary School in the town of Capanema - PR. As a practical activity with students, will be investigating the environmental impacts, reflecting and discussing the possible care that we have with the environment in which we live.
Keywords: Rain water; shortage; drinking water; waste.
1 Introdução
Este artigo tem como objetivo descrever as ações desenvolvidas na Escola
Estadual São Cristóvão – Ensino Fundamental do município de Capanema - PR no
intuito de sensibilizar a comunidade escolar quanto à necessidade de preservar o
meio ambiente e também como trabalho final do PDE (Programa de
Desenvolvimento Educacional).
Considerando que a escola é, para a maioria da população brasileira, o
principal meio de acesso ao conhecimento, é de grande valia que projetos
relacionados ao meio ambiente sejam implementados, não apenas por ser meio de
formação continuada do professor, mas principalmente, devido à sua importância
sócio-ambiental, já que ele não apenas dissemina o saber como contribui
efetivamente para a preservação do meio em que vivemos.
É importante que os alunos não só conheçam a realidade de carência da
água potável que vem assolando o planeta como também conheçam meios de
combate ao desperdício e a alternativa de captação de água da chuva, como é o
caso apresentado. Criando esta consciência, esses jovens poderão ser futuros
profissionais e cidadãos críticos, preocupados com a sustentabilidade ambiental.
Um grande número de cidades brasileiras vive situação de escassez e
degradação dos recursos hídricos sendo necessário adoção de programas de
3
conservação de água. Um programa usado é o de aproveitamento de água da chuva
precipitada nas edificações do meio urbano, para usos não potáveis.
Organizamos atividades que levaram a reflexão dos alunos, professores e
funcionários frente ao consumo de água no ambiente escolar. Procuramos
sensibilizar a comunidade escolar quanto à mudança de hábitos e atitudes, como
forma de contribuir para gerar uma cultura de respeito e convivência sustentável com
o meio ambiente.
Desperdiçamos água potável para molhar plantas, lavar roupas e carros,
usamos em descargas nos banheiros, mesmo sabendo da escassez que vem
ocorrendo. Não podemos continuar dessa forma, pois a água é essencial para a
vida.
Estamos enfrentando, hoje, um dos maiores desafios deste século que é o
acesso a uma água saudável e segura. Devemos discutir, com nossos alunos, a
condição de ter à nossa disposição em qualquer momento, a água em quantidade e
qualidade.
A falta de água nos leva a buscar ações e práticas alternativas de
conservação da água. Entre elas, a mudança nos padrões de consumo e a
conscientização da população para adoção de novas atitudes e comportamentos
que evitem o desperdício.
Considerando que a água doce é um recurso natural fundamental à
sobrevivência de todas a espécies que habitam a Terra e está cada vez mais
ameaçada, tanto em sua quantidade quanto em sua qualidade, propomos mobilizar
os alunos e a comunidade escolar diante do tema. O que fazer para evitar
desperdício de água potável em nossa escola?
Buscando uma forma de economizar água em nossa escola, levou-se em
consideração a possibilidade de utilizar a captação de água da chuva num sistema
de reservatório. Essa água será utilizada para limpeza do prédio escolar, para regar
as plantas da horta e do jardim contribuindo para que não haja desperdício de água
potável.
4
2 Importância da Água
A água é substância essencial para a vida do homem e dos demais seres
vivos que habitam nosso planeta. Um recurso natural de valor econômico,
estratégico e social, um bem comum para toda a humanidade.
Ribeiro (2008), descreve a água como fonte de riqueza e de conflitos. Fonte
de riqueza porque foi transformada em mercadoria em escala internacional, o que
gera interesse de grandes grupos, fonte de conflitos porque sua distribuição natural
não corresponde à sua distribuição política. Em alguns países os recursos hídricos
são suficientes para abastecer as necessidades de seu povo e em outros os
recursos são raros.
Setti (2001) reforça a importância da água da seguinte forma:
Essencial à vida, a água constitui elemento necessário para quase todas atividades humanas, sendo, ainda, componente da paisagem e do meio ambiente. Trata-se de um bem precioso, se valor inestimável, que deve ser a qualquer custo, conservado e protegido. Presta-se para múltiplos usos: geração de energia elétrica, abastecimento domestico e industrial, irrigação de culturas agrícolas, navegação, recreação, aqüicultura, piscicultura, pesca e também para assimilação e afastamento de esgotos (SETTI, 2001, p. 30).
A água tem sido degradada intensamente devido a essas atividades,
gerando crise no abastecimento. Utilizamos água para beber, para a saúde, para
produzir e preparar alimentos entre outros fins tão essenciais para nossa
sobrevivência, não se consegue imaginar vida sem água.
Rebouças (2006) descreve:
Água elemento vital, água purificadora, água recurso natural renovável são alguns significados referidos em diferentes mitologias, religiões, povos e culturas, em todas as épocas. Além disso, a Terra é o único corpo do Universo, até agora conhecido, onde a água ocorre simultaneamente, nos três estados físicos fundamentais: líquido, sólido (gelo) e gasoso (vapor). (REBOUÇAS,2006, p. 01)
5
De acordo com Shiklomanov apud Rebouças (2006), a Terra é um planeta
constituído em grande parte, por água, onde 97,5% do volume total de água é
salgada, formando os oceanos e mares. Somente 2,5% são de água doce. Ressalte-
se que a maior parcela dessa água doce (68,9%) forma as calotas polares, as
geleiras e neves eternas que cobrem as montanhas. Os (29,9%) restantes
constituem as águas subterrâneas doces. A umidade dos solos e as águas dos
pântanos representam cerca de (0,9%) do total e a água doce dos rios e lagos cerca
de (0,3%).
Sobre água doce Rebouças (2006) destaca:
A água doce é elemento essencial ao abastecimento do consumo humano e ao desenvolvimento de suas atividades industriais e agrícolas e é de importância vital aos ecossistemas - tanto vegetal como animal - das terras emersas.(REBOUÇAS, 2006, p. 01)
A Organização Pan-Americana de Saúde – OPAS (2000) alerta que a água,
além de estar escassa, está se convertendo em um elemento que não pode ser
utilizado para a maioria dos usos humanos e para ativar o processo da vida, devido
a seus níveis de contaminação.
Conforme dados divulgados pela Organização das Nações Unidas –ONU
(2006), cerca de 1,1 bilhões de pessoas não tem acesso adequado à água potável,
e a má condição da água é fator chave para problemas de subsistência e saúde
globais. A escassez é causada pelo alto consumo, pela distribuição irregular, pela
poluição e pelo desperdício.
Quanto ao acesso a água potável:
Estima-se que 80% das doenças humanas sejam causadas ou disseminadas pela falta de saneamento básico. A cada ano, as doenças transmitidas pela água contaminada causam três milhões de mortes no planeta, na maioria de crianças. (VILAS BOAS, 2004, p.126,).
A ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu entre 2005 e 2015 a
Década Internacional da Água pela Vida. Neste período líderes mundiais buscarão
medidas para diminuir pela metade a parcela da população sem acesso adequado a
6
água potável e saneamento básico. Em 2004 a organização também criou o Dia
Mundial da Água (22 de março), a partir disto, todos os anos campanhas e ações
são promovidas para preservar os recursos hídricos. (Almanaque Abril, 2006).
O mar de Aral, um lago de água salgada entre o Cazaquistão e o
Uzbequistão é um dos exemplos mais trágicos das conseqüências do uso
inadequado da água. Os rios que nele desaguavam foram intensamente usados
para projetos de irrigação. O lago, que já foi o quarto maior do mundo e
proporcionava 40 mil toneladas de pescado por ano, acabou dividido em dois. Até
2020, a parte maior deverá secar totalmente (Almanaque Abril, 2006).
2.1 A Água e a Educação Ambiental
A escassez de água tem levado as pessoas a estabelecer uma nova forma
de pensar e agir, mudando seus hábitos, usos e atitudes. Esse pensar e agir traz
crescimento econômico respeitando a capacidade dos recursos do meio ambiente,
sobretudo a água.
A escola é um espaço que possibilita reflexão, sensibilização e forma
cidadãos com uma nova postura na relação sociedade e natureza.
Entendemos que a função social do ensino é levar o aluno a compreender a
realidade atual do meio ambiente e intervir. A escola hoje, nos traz o desafio de
colocar o ensino a serviço da comunidade sem perder de vista as metas
educacionais. Devemos formar sujeitos conscientes, equilibrados e responsáveis.
Projetos ambientalistas nas escolas são, exemplos de como tentar formar este
sujeito, pois busca uma relação entre homem e meio e o conhecimento necessário
para democratizar esta necessidade urgente de mudança de comportamento.
De acordo com a DCE (2008):
A concepção de meio ambiente não exclui a sociedade, antes, implica compreender que em seu contexto econômico, político e cultural estão os processos relativos às questões ambientais contemporâneas, de modo que a sociedade é componente e sujeito dessa problemática. DCE (2008, p. 72)
7
A preocupação com a Educação Ambiental no Brasil não é nova, visto que
em 1973, o Decreto Nº. 73.030 criava a Secretaria Especial do Meio Ambiente, que
previa o esclarecimento e educação do povo brasileiro para o uso adequado dos
recursos naturais, para a conservação do meio ambiente.
De acordo com Guimarães (1995), na década de 1970, a poluição e o alerta
contra o esgotamento dos recursos naturais começam a trazer preocupações aos
governantes. Na década de 1980, o termo ”Educação Ambiental” popularizou-se
definitivamente no mundo. Hoje mais do que uma realidade, a EA tornou-se uma
necessidade.
O Congresso Nacional aprovou, em 1999, a lei 9795/99 que instituiu a
Política Nacional de Educação Ambiental - PNEA, em vigor a partir de 27/04/99,
institucionaliza e legaliza a Educação Ambiental. Em seu Art. 1º conceitua Educação
Ambiental como “os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade
constroem valores sociais, adquirirem conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências voltadas para a conservação do meio ambiente que se constitui como
um bem comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua
sustentabilidade” (DIÁRIO OFICIAL, 1999).
Quem participa do processo educacional formal tem, com a lei o argumento
e o amparo legal para incluir a Educação Ambiental no processo educativo,
contribuindo para a mudança de hábitos e atitudes.
Para Guimarães (1995), a Educação Ambiental apresenta uma nova
dimensão a ser incorporada ao processo educacional, trazendo discussão sobre
questões ambientais e as conseqüentes transformações de conhecimento, atitudes
e valores. Um mundo mais justo e equilibrado requer o engajamento pessoal e
também coletivo de educadores e educandos no processo de transformações
sociais.
No trabalho de conscientização, segundo Guimarães (1995), não é
simplesmente transmitir valores do educador para o educando. É permitir que o
educando construa o conhecimento e critique valores com base em sua realidade,
que confronte diferentes valores em busca de uma síntese pessoal que refletirá em
novas atitudes.
8
Os educandos poderão ser divulgadores, também, protagonistas de novas
idéias, novas atitudes, voltadas para a preservação do meio ambiente, em sua
escola, em suas residências e em seu espaço de trabalho.
2.2 Recursos Hídricos no Brasil e no mundo
Segundo Nogueira (2003), se compararmos como a água doce se distribui
no Planeta Terra, e como a população está distribuída, vamos verificar que há partes
da Terra com falta crônica de água. O Brasil tem cerca de 12% de toda água doce
existente na Terra, mas sob o ponto de vista de utilização humana, a mesma está
“mal distribuída”.
O Brasil tem uma posição privilegiada quando se refere ao volume de
recursos hídricos, porém mais de 73% da água doce disponível do País encontra-se
na bacia Amazônica, habitada por menos de 5% da população. Sendo assim, 95%
da população tem disponível apenas 27% dos recursos hídricos brasileiros (Setti,
2001).
Nenhum outro país do mundo tem tanta água, mas o que é abundante na
região Norte está se tornando rapidamente escasso no resto do País.
De acordo com Tomaz (2003), entre oferta e necessidade observa-se um
desequilíbrio. A região Sudeste possui maior população e o problema é acentuado
pela poluição dos rios, devido atividade industrial, utilização dos insumos agrícolas,
poluentes e despejos urbanos.
Para Setti (2001), a partir da década de 1950, o aumento desordenado dos
processos de urbanização, industrialização e expansão agrícola, provocaram
problemas de escassez hídrica no Brasil. O uso de recursos hídricos se torna
notável devido ao crescimento demográfico brasileiro associado às transformações
econômicas do país.
Ainda quanto ao uso de recursos hídricos:
As demandas de água estão aumentando devido ao crescimento populacional e a urbanização, ao rápido aumento das remoções de água
9
em rios, lagos e represas e nos aqüíferos, produzindo problemas locais, regionais e continentais.(REBOUÇAS, 2006, p.741).
Em virtude do crescimento da população e da urbanização nos países em
desenvolvimento, segundo Rebouças (2006), a demanda pela água vai aumentar
em pelo menos 50% até 2025. A competição pela água poderá limitar sua
disponibilidade para irrigação e, conseqüentemente, reduzir a produção de alimentos
no mundo.
Rebouças (2004), defende o uso mais eficiente da água. No Brasil, cerca de
93% dos quase três milhões de hectares irrigados, ainda se utilizam os métodos de
irrigação menos eficientes do mundo: o espalhamento superficial (56%), aspersão
convencional (18%), e pivô central (19%). Estes dois últimos métodos, além de
serem pouco eficientes em termos de consumo de água, são de uso intensivo de
energia elétrica, cuja produção depende de água.
Para Trigueiro (2005), a agricultura não deve ser sinônimo de desperdício de
água. Ele nos apresenta um dos bons exemplos do uso racional da água em uma
lavoura em Ibiúna – São Paulo, numa plantação de brócolis, onde se usa a técnica
do gotejamento. Dessa forma a planta recebe a quantidade exata da água que
necessita, sem desperdício.
Segundo a ONU, até 2025, dois bilhões e setecentos milhões de pessoas
vão sofrer severamente com a falta de água. O homem é o grande consumidor de
água doce, em média são utilizados 200 litros de água/dia/pessoa, em números
aproximados.
De acordo com Ushiwata (2002), a reserva mundial de água nos faz crer em
abundância e ao mesmo tempo criamos a cultura do desperdício.”Como temos
muito, não precisamos nos preocupar”, são pensamentos comuns da população
brasileira. Geralmente desperdiçamos muita água; banhos prolongados, torneira
aberta quando escovamos os dentes, lavamos a louça, mangueiras abertas quando
lavamos carros e calçadas, etc.
Rebouças (2004), afirma que os países hoje em dia são avaliados pela
forma como sabem usar a água, e não pelo que têm de água. Porque é mais
importante hoje saber usar a água do que ostentar a abundância.
10
Ainda, para Rebouças (2006), a sociedade não poderá continuar com a
filosofia de desperdício atual, usar e jogar fora, como se a água fosse um recurso
ilimitado e de propriedade particular, individual.
Quanto ao desperdício:
A idéia de abundância serviu durante muito tempo como suporte à cultura do desperdício da água disponível, à não realização dos investimentos necessários para seu uso e proteção mais eficientes e à sua pequena valorização econômica (SETTI, 2001.p 57).
Em todas as formas de apresentação na natureza, os recursos hídricos,
estão ameaçados, seja pela poluição, degradação dos mananciais, alteração do
clima, e pelo consumo sem cuidado. O problema é que a civilização ainda não se
conscientizou que dependem extremamente da água para a sobrevivência.
2.3 Aproveitamento da Água de chuva
O progresso tecnológico e o crescimento populacional conduziram à
alteração dos hábitos da população, aumentando principalmente nos grandes
centros urbanos, o consumo médio de água por habitante. O abastecimento de água
em todo o mundo passa a ser um grave problema.
Um grande número cidades brasileiras vive situação de escassez e
degradação dos recursos hídricos impondo adoção de programas de conservação
de água.
O aproveitamento da água da chuva assume destaque entre as diferentes
soluções pelas vantagens econômicas e ambientais que apresenta. Embora devido
a muitos fatores, da falta de verbas até a conscientização pouco abrangente, a nível
nacional o trabalho é lento.
Segundo Tomaz (2003), a utilização da água de chuva, atualmente, vem
ocorrendo em vários países onde, em muitos deles, como Estados Unidos,
Alemanha e Japão são oferecidos benefícios para a construção de sistemas para
captação e armazenamento da água da chuva. Em Hamburgo, na Alemanha, é
11
concedido gratuitamente cerca de US$ 1.500,00 a US$ 2.000,00 a quem aproveitar
a água da chuva, que também servirá para conter picos de enchentes.
De acordo com Bertolo (2006), o aproveitamento da água da chuva surge na
virada do séc. XXI, como opção de desenvolvimento sustentável, permite a redução
no consumo de água potável, redução de cheia e risco de inundações e a
preservação dos lençóis freáticos.
Bertolo (2006), menciona duas vantagens fundamentais relacionadas com o
aproveitamento da água da chuva:
• Redução do consumo de água da rede pública e do custo de
fornecimento da mesma;
• Melhor distribuição da carga de água da chuva no sistema de
drenagem urbana, o que ajuda a controlar as cheias.
Ainda sobre vantagens do aproveitamento da água da chuva:
A recolha de água da chuva não é apenas uma medida de conservação de água, é também uma medida de conservação de energia, pois a energia requerida para operar um sistema de água centralizado é reduzida. Além disso, diminui a erosão local e as inundações provocadas pelo escoamento superficial resultado de impermeabilizações, tais como telhados de habitações e pavimentos. Deste modo, o escoamento superficial, que regra geral concentra poluentes e degrada canais, transforma-se em água recolhida para satisfazer alguns consumos (BERTOLO, 2006).
Este tipo de utilização é principalmente indicado para o ambiente rural e
industrial. No caso de residências urbanas, o custo ainda baixo cobrado pelo
tratamento da água pelas companhias de saneamento, inviabiliza investimentos em
potabilização da água da chuva para beber, o que não impede que nestes casos, a
água seja coletada para fins menos nobres, sem necessidade de tratamento, como
lavagem de calçadas, automóveis, irrigação de jardins, etc. (Nogueira, 2003).
Segundo Nogueira (2003), os resultados de uma pesquisa da Universidade da
Malásia mostram que, apenas as primeiras águas da chuva carregam ácidos,
microrganismos e outros poluentes, depois disso a água adquire características de
água destilada.
12
2.4 Sistema de Captação de Água da Chuva
Aproveitar a água da chuva será uma das medidas contra o racionamento. A
água coletada através de calhas é armazenada em cisternas. Existem diferentes
sistemas para a captação e armazenamento de água das chuvas que são
adequadas a finalidades variadas como: para limpeza, irrigação de horta, jardim e
outros usos não potáveis.
Campos et al., (2003), esclarece que a composição de um sistema de
captação e aproveitamento de água pluvial depende de diversos fatores. De acordo
com a existência de recursos para a implantação destes sistemas, associados com a
destinação prevista para o uso da água, estes sistemas podem ser dos mais simples
aos mais sofisticados tecnologicamente.
A ilustração a seguir, exemplifica como fazer captação de água da chuva. A
chuva cai nos telhados (1), é recolhida pelas calhas (2), passa por um filtro (3) que
retêm sujeiras como folhas e fica armazenada na cisterna enterrada (4). Uma bomba
(5) envia a água da cisterna para a caixa d’água elevada (6). Da caixa d’água, a
água captada é distribuída.
Figura 1 : Sistema de captação de água pluvial com cisterna subterrânea. Org. Inês Bernadete
Kotowski, 2010
13
Para o uso externo (jardins, pisos externos), podem-se adotar soluções mais
simples e de menor custo, tendo o reservatório colocado diretamente sobre o chão
(Fig. 02). É possível também alimentar os pontos de consumo por gravidade
diretamente do reservatório, dispensando o uso de bombas e outros equipamentos.
A instalação simplificada e o custo menor fazem com que este tipo de instalação
seja ideal para obras acabadas, pois implica em interferência mínima nas
instalações existentes.
Figura 2: Sistema de captação de água pluvial com cisterna externa. Org. Inês Bernadete Kotowski,
2010.
Para construir um sistema de aproveitamento da água da chuva é
necessário utilizar componentes essenciais, aqueles que estarão presentes em
qualquer tipo de sistema, independente dos recursos necessários para construí-lo.
Para Campos et al., (2003), são eles: a área de captação, as calhas, tubos de
descida e o reservatório de armazenamento.
Tomaz ( 2003) descreve que:
14
A superfície para captação de água de chuva considerada são os telhados, os quais já estão prontos. Às vezes serão necessárias colocação de calhas, condutores verticais e coletores horizontais, a construção do reservatório de alto limpeza e do reservatório de acumulação de água da chuva, que poderá ser apoiado sobre o solo ou enterrado. Em se tratando de áreas urbanas supomos que o reservatório será enterrado. (TOMAZ, 2003, p.18 ).
Por ser externa, a área de captação estará vulnerável à contaminação de
poluentes atmosféricos como: folhas, galhos, pequenos animais e seus
excrementos.
Devido a esta condição, de acordo com Campos et al., (2003), deve-se ter
sempre o cuidado com a manutenção e limpeza, descartar sempre os primeiros litros
da água pluvial em cada chuva após estiagem mais prolongada.
O descarte da água das primeiras chuvas é necessário devido à
concentração de poluentes tóxicos dispersos na atmosfera como: dióxido de enxofre
e o óxido de nitrogênio, além da poeira e da fuligem acumulada nas superfícies de
coberturas e calhas. O descarte pode ser feito com o auxílio de dispositivos
automáticos, desenvolvidos especialmente para esta finalidade, utilizando materiais
de baixo custo e facilmente encontrados nos mercados (Campos, et al., (2003).
Para Tomaz (2003), a água de chuva não deve ser usada para fins potáveis,
principalmente em áreas metropolitanas ou industriais. Todo o estudo considerado é
que a água de chuva deve ser usada para fins não potáveis.
3 Intervenção Pedagógica
A falta de água potável que está atingindo grande parte da população
mundial nos leva a refletir sobre a necessidade de utilizar a água da chuva evitando
o desperdício de água tratada.
Diante disso, surgiu a idéia de desenvolver um projeto de aproveitamento de
água da chuva na Escola Estadual São Cristóvão - Ensino Fundamental, no
município de Capanema-PR. Com o projeto elaborado como Plano de Trabalho PDE
- 2009, o objetivo foi captar água da chuva através das calhas, para uso não potável
como no jardim, na horta, em descarga sanitária e na limpeza do prédio escolar.
15
A Escola Estadual São Cristóvão – Ensino de 1º Grau, foi autorizada seu
funcionamento pelo Decreto nº 5.703 de 25/10/78. Através da Resolução 3.120/98,
D.O.E. 11/09/98, passou a chamar-se ESCOLA ESTADUAL SÃO CRISTÓVÃO –
ENSINO FUNDAMENTAL.
Atualmente conta com 371 alunos de 5ª a 8ª séries do ensino fundamental,
idade entre 10 a 14 anos, no período matutino e vespertino, com 200 dias letivos,
cumprindo o calendário escolar.
No mesmo espaço funciona a Escola Municipal Rachel de Queiroz – E.F.A.I.
que atende os alunos de 1º ao 5º ano em dois turnos, com um total de 280
educandos.
Conversando com a Direção e Coordenação da Escola Estadual São
Cristóvão - E.F. o projeto proposto foi apresentado e bem aceito, demonstrando
apoio necessário. Procuramos auxílio de um engenheiro civil que fez estudo do local
e das possibilidades de instalar um sistema de captação de água da chuva, com
cisterna externa. Implantar o sistema de forma mais acessível possível, com baixos
custos, porém eficiente.
Realizado o trabalho de estudo do local, levantamento de custos e na
viabilidade de instalar o sistema de captação de água da chuva, na escola
buscamos parcerias nas empresas da nossa cidade. Contamos com apoio da
Prefeitura Municipal, APMF da escola e algumas empresas do município. A
ASSESOAR - Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural de Francisco
Beltrão-PR, esteve auxiliando diretamente na construção da cisterna, através de
orientação técnica.
A construção foi realizada em forma de mutirão, do qual participaram
membros da equipe da ASSESOAR de Francisco Beltrão-PR, Grupo dos Agentes de
Desenvolvimento coordenado pelas entidades da Agricultura Familiar de Capanema,
pais, alunos, professores e funcionários da escola. O trabalho de mutirão teve como
objetivo expandir o conhecimento da técnica aplicada.
Foi utilizada a técnica do ferro-cimento na construção da cisterna. Uma
técnica que apresenta baixo custo, facilidade em seu processo de construção,
manutenção e operação, possibilidade de que qualquer pessoa possa aprender e
reaplicar o processo, tornando-se uma forma popular de captação da água da chuva.
O reservatório de forma cilíndrica foi construído sobre a superfície do solo.
Apresentando uma camada interna de armação formada por uma malha de arame
16
galvanizado, com espaçamento entre dez a quinze centímetros e uma tela de
viveiro. Sobre a armação são colocadas camadas de argamassa e cimento.
Outros materiais necessários para a construção da cisterna foram: tela de
ferro e tela de plástico, na mesma quantidade da malha de ferro, arame queimado,
varas de bambu, tubos e conexões, bomba, calhas e canos para coletar a água.
O tempo necessário para a construção da cisterna foi de três dias. Um dos
primeiros passos foi definir o local apropriado, no solo um círculo definiu o tamanho
da cisterna.
A armação da tampa foi preparada no início, aproveitando a base da cisterna
demarcada. Observou-se que o raio da tampa fosse de 20cm maior que o raio da
cisterna, formando um cone. Uma abertura no alto da tampa de 60 x 70 centímetros
permitirá inspeção da cisterna depois de pronta.
Preparando a base da cisterna instalou-se no ponto central até um dos
lados, o cano e o joelho de pvc que servirá para esgotar a água da cisterna. Uma
camada de pedra brita nivelando o terreno cobriu o cano.
Em seqüência colocou-se a malha de ferro, cortando todas as sobras que
passaram para além do círculo e todas as pontas de ferro cortadas foram viradas
para cima. Feito isso, amarrou-se a malha de ferro. E o cimento/massa foi colocado
fazendo o piso da caixa.
Figura 3: Início dos trabalhos
Fonte: Acervo pessoal (2010).
Para montar a parede, as malhas de ferro foram colocadas no chão
amarrando uma na outra. Sobre esta colocaram a tela de ferro, amarrando-a
17
deixando bem esticada.Com o auxílio de várias pessoas levantou-se a armação
colocando-a sobre a base da caixa, para dentro das pontas de ferro.
As duas extremidades da malha foram amarradas de baixo para cima
fechando-a. Amarrou-se a parede com o fundo em vários pontos. A cisterna
começou a tomar seu formato.
Figura 4 : Estrutura metálica da parede da cisterna.
Fonte: Acervo pessoal (2010).
Após fixar as paredes sobre a base, foi feito o revestimento da armação de
ferro, primeiro pelo lado de fora e depois pelo lado de dentro. Em seguida, colocou-
se a tampa em cima desta armação amarrando as pontas de ferro da tampa com as
pontas de ferro da parede. Pelo lado interno a tampa foi escorada com varas de
bambu, para dar suporte quando da colocação da argamassa, que será primeiro por
fora depois por dentro.
Figura 5: Revestimento
Fonte: Acervo pessoal (2010).
18
Figura 6: Tampa
Fonte: Acervo pessoal (2010).
A última parte da construção da cisterna é o reboco final, ele que vai garantir
que a água não vaze, deve-se ter o máximo de cuidado.
O reboco é feito pelo lado de dentro e o lado de fora da caixa, paredes e
tampa. Também deve ser alisado com uma esponja/espuma umedecida, para evitar
que fiquem falhas no reboco. Esse acabamento é fundamental para evitar possíveis
vazamentos.
Figura 7: Encanamento que leva a água das calhas até a cisterna
Fonte: Acervo pessoal (2010).
19
Figura 8 : Encanamento que leva a água das calhas até a cisterna
Fonte: Acervo pessoal (2010).
O projeto de intervenção pedagógica foi trabalhado com os alunos da 8ª
série “A” do Ensino Fundamental. Através desta turma envolvemos toda a
comunidade escolar como: direção, equipe pedagógica, funcionários, professores,
alunos e grande número de pais.
O trabalho foi dividido em 5 momentos para melhor desenvolvimento do
tema proposto.
Primeiro momento: O projeto foi apresentado aos alunos da 8ª série, que
foram encarregados de elaborar questões sobre o aproveitamento da água da chuva
e trabalhar nas outras turmas bem como apresentar o projeto. Desta forma expomos
a situação problema que pretendíamos resolver: a economia no consumo de água
para fins não potáveis, bem como contribuir para gerar uma cultura de respeito e
convivência sustentável com o meio ambiente.
Os alunos tiveram a oportunidade de assistir vários vídeos sobre o sistema
de aproveitamento da água da chuva e sobre a importância da água para nossa
vida. Os vídeos permitiram amplo debate buscando salientar a problemática da
questão água.
Neste trabalho inicial já percebemos grande envolvimento, os alunos
passaram a ter mais cuidado quanto ao uso da água no ambiente escolar.
20
Figura 9: Elaborando as questões para outras séries.
Fonte: Acervo pessoal (2010).
Figura 10: Alunos da 8ª Série “A” apresentando o projeto para outras séries.
Fonte: Acervo pessoal (2010).
Segundo momento : Dando sequência, com a 8ª série trabalhamos o tema
“Consumo Sustentável da Água”, abordando:
• Importância da água;
• Como utilizar a água evitando o desperdício;
• De onde vem à água que é usada nas casas;
• As diversas formas de utilização da água;
• Sem a água a vida fica muito difícil e porque;
Após trabalhar do assunto os alunos organizados em grupos discutiram
algumas questões e apresentaram seus resultados.
Questões trabalhadas:
• Para que serve a água?
• Você gosta de beber água? Quantos copos de água você bebe por
dia?
• De onde vem a água utilizada na escola?
21
• De onde vem a água que a sua família utiliza (rio,lago,poço ou
cisterna)?
• Onde a água é armazenada em sua casa?
• Existem problemas freqüentes de falta de água em sua casa? Em caso
afirmativo: o que faz sua família nos momentos em que há falta de água?
Dando seqüência discutimos informações importantes sobre os recursos
hídricos, como: A água é um recurso finito; os seres humanos dependem da água
para sobreviver.
A atividade realizada com os alunos foi de grande importância. Foi um
trabalho de conscientização quanto ao uso adequado da água, evitando o
desperdício. Despertou a responsabilidade de cada um em relação da importância
da água.
Terceiro momento : Foi proposto um trabalho interdisciplinar, com
professores de Artes, Língua Portuguesa, Ciências e Matemática, onde os demais
alunos da escola foram motivados a confeccionar material como: frases e textos
relacionados aos cuidados que devemos ter com o uso de água potável, tabelas e
gráficos apresentando resultados de levantamento realizado referente a conta de
água.
O trabalho realizado foi interessante. Na disciplina de Artes, a música
”Planeta Água” de Guilherme Arantes foi trabalhada na 6ª série e apresentada no
momento que marcou o início da construção da cisterna, na escola.
Alunos da 5ª e 6ª série confeccionaram cartazes com textos e gravuras
quando, na disciplina de Ciências, a professora trabalhou o conteúdo relacionado ao
tema do projeto.
Ainda alunos da 5ª série montaram nas aulas de Português, histórias em
quadrinho, relacionadas à importância da água para a vida, evitar o desperdício da
água potável e a possibilidade de captar e usar a água da chuva.
Nas aulas de Educação Física, alunos organizaram cartazes, através de
desenhos representaram a construção do sistema de captação de água da chuva na
escola, destacando o uso dessa água.
Construída a cisterna, usando as medidas da mesma os alunos da 8ª série,
na disciplina de Matemática, calcularam o volume de água que será possível
armazenar na referida cisterna, sendo 32 mil litros.
22
O trabalho interdisciplinar foi muito interessante, assim, enquanto os alunos
aprendiam realizaram um trabalho agradável e prazeroso. A importância desta ação
está no envolvimento de outras disciplinas demonstrando a interação entre a
Geografia com outras áreas. Assim sendo o interesse é maior.
Quarto momento: Concluídos os trabalhos em sala de aula, os mesmos
foram expostos no mural para que toda comunidade escolar pudesse observar a
criatividade de cada aluno. Os trabalhos foram muito bons, deram destaque ao
sistema de captação e aproveitamento da água da chuva. O objetivo foi sensibilizar
e cobrar de toda a comunidade escolar, da família e da sociedade uma mudança de
hábitos, atitudes em relação ao uso da água. Abaixo alguns trabalhos:
Figura 11: Trabalho exposto no mural da escola.
Fonte: Acervo Pessoal (2010).
Quinto momento: No intuito de verificar e comprovar a economia no uso de
água potável na escola, os alunos da 8ª série realizaram levantamento de valores
gastos com água. Investigaram a quantidade de água consumida na escola nos
meses de julho a outubro do ano letivo, montaram tabela e gráficos com valores de
água consumida e apresentaram aos demais alunos da escola possibilitando a
visualização dos resultados obtidos. Como a cisterna só foi concluída no final do
ano letivo não foi possível analisarmos o consumo após a implantação do sistema.
23
Consumo de Água
107
46
110
173
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
Mês
Consumo m3
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Figura 12: Consumo de água no período de julho a outubro 2010. Org. Inês Bernadete Kotowski (2010).
A produção de material didático-pedagógico OAC, (Objeto de Aprendizagem
Colaborativa), constituída por textos, sugestões de leitura de livros, artigos, notícias,
vídeos e outros, serviu de apoio para a implementação do Projeto de Aproveitamento
da Água da Chuva.
4 Conclusão
Aproveitar a água da chuva na escola, certamente contribuiu para formação
de cidadãos mais conscientes da sua relação com o meio ambiente. A educação
ambiental é mais significativa quando vivenciada na prática. Verificando o
funcionamento do sistema e como a água pode ser utilizada tanto na horta, no
jardim, para limpeza e descargas de vasos sanitários os alunos serão incentivadores
do processo na sociedade e com certeza estarão preservando a natureza.
Desenvolver nas escolas trabalhos sobre a questão água é uma forma de
minimizar o desperdício de água e até mesmo o consumo de água não apropriada, o
que provoca doenças. Segundo Rebouças (2006), a sociedade não poderá continuar
24
com a filosofia de desperdício atual, usar e jogar fora, como se a água fosse recurso
ilimitado e de propriedade particular, individual.
Sendo a escola o principal meio de acesso ao conhecimento, para a maioria
da população brasileira, torna-se importante que projeto sócio-ambiental seja
implementado, contribuindo com a preservação do meio ambiente. A escassez de
água em determinados lugares do planeta, e até mesmo a falta dela em outros, nos
leva a necessidade de nos conscientizarmos para poupar a água tratada. É
importante levar até a comunidade escolar, aos professores, aos alunos, uma
reflexão sobre esta problemática.
Durante a implementação do projeto os alunos foram aprendendo e
buscando maior conhecimento através de pesquisas, entusiasmados com a
construção da cisterna no pátio da escola. Observou-se a responsabilidade e a
participação de cada um no resultado.
Temos consciência de que somente este trabalho não será suficiente para
resolver um problema tão amplo. No entanto, devemos mostrar a sociedade mesmo
que de modo simples a nossa preocupação com o futuro próximo e incerto em
relação à água potável. Mesmo pequenos gestos são capazes de grandes
mudanças.
5 Referências
ANA, Agência Nacional de Águas. Contém informações institucionais, técnicas, notícias, projetos, publicações e serviços. Disponível em: http://www.ana.gov.br/AcoesAdministrativas/CDOC/ApresPalestras-Dalvino.asp. Acesso em:14.mai.2010.
ALMANAQUE ABRIL 2006. Meio Ambiente. Ano 32, pág. 72,73. São Paulo. BERTOLO, Elisabete de Jesus. Aproveitamento da água da chuva em edificações. Dissertação realizada sob supervisão do Departamento de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Porto, 2006.
BOAS, Sergio V. Formação e Informação Ambiental: Jornalismo para in iciados
e Leigos. São Paulo: Summus Editorial, 2004.
25
CAMPOS, Marcus André Siqueira; EHRNANDES, André Teixeira; AMORIM, Simar Vieira de. Análise de custo da implantação de um sistema de ap roveitamento de água pluvial para uma residência unifamiliar na cidade de Ribeirão Preto. Departamento de Eng. Civil da UFSCar. São Carlos-SP:2003.
CETAP, Centro de Tecnologias Alternativas Populares. Aprendendo a Construir: cisternas em ferro-cimento. Passo Fundo: Meia Dois Comunicação, 2008. 23p.
DIÁRIO OFICIAL. Lei nº 9.795 de abril de 1999. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/educacaoambiental/lei9795.pdf Acesso: 08/08.2010.
GUIMARÃES, Mauro. A dimensão ambiental na educação . 8. ed. São Paulo: Papirus, 1995. 107p.
GROUP RAINDROPS. Aproveitamento da água da chuva . Makoto Murase(Org). Tradução:Masato Kobiyama(org). Tradução de:Yatte Miyo Amamizu Riyo. Curitiba: Organic Trading,2002.196p.
NOGUEIRA, P. F. Escassez de água . 2003. Disponível em: http://www.uniagua.org.br/website/default.asp?tp=3&pag=reuso.htm. Acesso em: 12 nov.2009.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
Educação Básica. Curitiba. SEED, 2008.
TOMAZ, Plínio. Aproveitamento de Água de Chuva. 2.ed. São Paulo: Navegar,
2003. 180p.
REBOUÇAS, Aldo da Cunha; BRAGA, Benedito; TUNDISI, José Galizia. Águas
doces do Brasil: capital ecológico, uso e conservaç ão. 3 ed. São Paulo:
Escrituras, 2006. 717p.
REBOUÇAS, Aldo da Cunha. Uso Inteligente da Água . São Paulo: Escrituras, 2004. 207p.
26
RIBEIRO, Wagner Costa. Aqüífero Guarani: gestão compartilhada e soberania.
Estudos Avançados, São Paulo, Dec. 2008.
Disponível:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-
40142008000300014&script=sci_arttext&tlng=d_0100-6916 Acesso:02/08/2010.
RIBEIRO, Wagner Costa. Geografia Política da Água . São Paulo: Annablume, 2008. 162 p.
SETTI, Arnaldo Augusto (et al.). Introdução ao Gerenciamento de Recursos Hídricos. 2. ed. Brasília: Agencia Nacional de Energia Elétrica; Agencia Nacional de Águas, 2001. 207p.
TRIGUEIRO, André. Mundo Sustentável: abrindo espaço na mídia para um planeta em transformação. São Paulo: Globo, 2005. 302p.
Recommended