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Processos de inovação, práticas de sustentabilidade e desempenho organizacional
CRISTIAN BAÚ DAL MAGRO
Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó)
GABRIELA BERTOLETTI JOHANN
Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó)
CLEUNICE ZANELLA
Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó)
SADY MAZZIONI
Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó)
Resumo
As empresas estão em constantes mudanças para atender às demandas que surgem rapidamente
e, estas adaptações ao ambiente em que estão inseridas envolvem inovações de diversos tipos.
Dentre as novas demandas, constata-se a crescente preocupação dos clientes com as práticas
socioambientais das empresas com as quais se relacionam. O objetivo do estudo é avaliar a
influência dos processos de inovação e das práticas socioambientais no desempenho sustentável
de empresas industriais. A coleta de dados ocorreu por meio do uso de questionário e a análise
dos dados foi realizada valendo-se de regressão linear múltipla. A estrutura do questionário
considerou os processos de inovação (produto, processos, organizacional e de marketing),
práticas de sustentabilidade (econômica, ambiental e social) e elementos de desempenho
sustentável. Os achados apontam que a introdução de produto novo existente no mercado, um
sistema logístico novo e novas técnicas de gestão ambiental influenciam a adoção de práticas
de sustentabilidade. A introdução de produto novo existente no mercado, introdução de produto
novo para o mercado e a introdução de nova mídia/marketing influenciam significativamente o
desempenho sustentável. Além disso, os processos de inovação de produto (IPD), as práticas
de sustentabilidade social (PSS) e ambiental (PSA) e a moderação de inovação de produto (IPD)
com as práticas de sustentabilidade (PS) influenciam significativamente o desempenho
sustentável.
Palavras-chave: Inovação, Sustentabilidade, Desempenho.
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1 Introdução
A inovação como fator chave para um desenvolvimento robusto tanto em nível de país
quanto em nível de empresa já é um fato amplamente aceito entre acadêmicos, profissionais e
representantes do governo (Kahn, 2018; Gunday, Ulusoy, Kilic & Alpkan, 2011). Neste
cenário, tem-se ainda a busca pela diminuição da desigualdade social e a preocupação com a
finitude dos recursos naturais, que são questões cada vez mais presentes e que fomentam
discussões acerca das formas alternativas para utilização dos recursos prejudiciais ao meio
ambiente (Bocken, Ritala, Albareda & Verbung, 2019; Silvestre & Tîrca, 2019).
É inegável que o cenário está cada vez mais favorável para as empresas que conseguem
aliar conhecimento e tecnologia para inovar em produtos ou serviços e que há evolução no
desempenho das empresas decorrentes dessas técnicas (Gunday, Ulusoy et al., 2011; Tidd &
Bessant, 2015). Porém, as inovações precisam considerar como adicional aos resultados
econômicos, os aspectos socioambientais. Nos últimos anos, tem havido certa integração entre
inovação e sustentabilidade buscando-se num futuro próximo almejar um pensamento único de
ambos conceitos (Nidumolu, Prahalad & Rangaswami, 2013; Albareda & Hajikhani, 2019).
Bocken, Ritala et al. (2019) argumentam que a inovação orientada à sustentabilidade
(IOS) mostra múltiplos níveis de ações necessários para interligar liderança sustentável
individual e empreendedorismo aos outros níveis de transformação organizacional e, sistemas
de transição em direção a um desenvolvimento sustentável. Adicionalmente, estes desafios se
transformam em oportunidades de negócios que solucionem problemas e, como consequência
gera melhor desempenho para organizações inovadoras.
A literatura comprova que ocorre melhoria no desempenho econômico, ambiental e social
das empresas, quando buscam resolver os desafios socioambientais por meio de novos
produtos/serviços e processos (Nidumolu, Prahalad et al., 2013; Kneipp, Gomes, Bichueti,
Müller & Motke, 2018 Albareda & Hajikhani, 2019). As inovações em produtos/serviços que
consideram aspectos como otimização de matéria-prima, utilização de materiais que permitam
a reciclagem e componentes de menor impacto ambiental, tendem a impactar positivamente nos
resultados econômicos e ambientais das empresas, pois além de diminuir o impacto ambiental,
os custos tendem a diminuir pelo uso mais eficiente dos recursos (Lin, Tan & Geng, 2013;
Ramadani, Hisrich, Abazi-Alili, Dana, Panthi & Abazi-Bexheti, 2019).
A inovação de processos (IPC) afeta positivamente o desempenho econômico das
empresas, e quando aliada às práticas de sustentabilidade ambiental, tendem a melhorar o
desempenho ambiental, pois levam à redução do desperdício de água, energia e matéria-prima
ao passo que se implementa novos softwares de apoio à produção e transporte, que também
diminuem o desperdício de combustíveis fósseis (González-García, Lozano, Moreira &
Gabarrell 2012; Knneip, Gomes et al., 2018).
E a inovação organizacional e de marketing (IOM), quando aliada às práticas
socioambientais tem o potencial para melhorar o desempenho econômico, social e ambiental.
Isso ocorre porque permite abrir novos mercados por meio de novas técnicas de promoção dos
produtos (como embalagens retornáveis ou biodegradáveis), novos formatos de relacionamento
com stakeholders que potencializem as ações sustentáveis, dentre outras inúmeras formas de se
pensar este tipo de inovação aliada à sustentabilidade (Nidumolu, Prahalad et al., 2013;
Guererro-Villegas, Sierra-García & Palacios-Florencio, 2018).
Desde o final da década de 1980, tem-se discutido a respeito de IOS, mas na maior parte
do tempo o foco foram as grandes empresas. Nas últimas décadas as Micro, Pequenas e Médias
Empresas passaram a ser alvo de estudos, por sua representatividade no mercado mundial e
flexibilidade para adaptação, sendo reconhecidas como grandes contribuintes do
desenvolvimento sustentável (Klewitz & Hansen, 2013).
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Atendendo ao contexto sugerido por Klewitz e Hansen (2013), foram escolhidas como
população desse estudo as empresas industriais da região de Chapecó. A escolha justifica-se
pela relevância econômica que a região tem para o estado de Santa Catarina, pois de acordo
com o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, 2013), a
Macrorregião Oeste está em 4º lugar na contribuição com o PIB do estado e, dentro desse
cenário, ressalta-se que as Micro e Pequenas Empresas constituem 98,90% das empresas.
A partir desse contexto, questiona-se: qual a influência dos processos de inovação e das
práticas socioambientais no desempenho sustentável das empresas industriais da região de
Chapecó. O objetivo é avaliar a influência dos processos de inovação e das práticas
socioambientais no desempenho sustentável de empresas industriais da região de Chapecó.
Descobrir como tornar a empresa mais sustentável considerando os aspectos do Triple
Bottom Line (TBL) ainda é um grande desafio aos gestores, por um imaginado trade-off entre
adoção de práticas de sustentabilidade e a lucratividade da empresa, ou pela necessidade de
abrir mão da competitividade para terem uma empresa sustentável (Nidumolu, Prahalad et al.,
2013; Adams, Jeanrenaud, Bessant, Denyer & Overy, 2016). Ocorre, também, que muitos
gestores ainda não sabem de que forma tornar seu negócio mais sustentável do ponto de vista
socioambiental (Adams, Jeanrenaud et al., 2016).
O desenvolvimento do estudo justifica-se por apresentar evidências empíricas de que a
inovação aliada às práticas de sustentabilidade pode melhorar o desempenho sustentável da
empresa nas dimensões econômica social e ambiental. A abordagem supre uma carência
indicada na literatura sobre IOS em pequenas e médias empresas. Os resultados podem ser de
interesse acadêmico e dos gestores, que ao buscar a inovação a fim de melhorar ou implementar
novas práticas de sustentabilidade podem gerar ganhos econômicos decorrentes da diminuição
de custos e da melhoria da imagem da empresa, por exemplo.
A originalidade da investigação reside na amplitude do constructo utilizado, ao considerar
a inovação em produto, processo, organizacional e de marketing, práticas sustentáveis na
dimensão econômica, ambiental e social e o reflexo direto e moderado sobre os resultados
econômicos, ambientais, sociais e de modo global. Esta contribuição ajuda a suprir o
apontamento realizado por Das (2017), de que a maior parte dos estudos considera apenas a
dimensão ambiental ou social das práticas de sustentabilidade e enfoca apenas a dimensão
econômica de desempenho, bem como tratam apenas de determinados aspectos da inovação.
2 Referencial Teórico
Nesta seção, aborda-se a inter-relação da inovação, sustentabilidade e desempenho
sustentável e Inovação Orientada à Sustentabilidade (IOS), com o intuito de embasar as
hipóteses e a discussão dos resultados.
2.1 Inovação, sustentabilidade e desempenho empresarial
A inovação, segundo o Manual de Oslo (2005), envolve a implementação de um produto
(ou serviço) novo ou significativamente melhorado, novo processo, ou novo método de
marketing. Pode ser ainda um novo método organizacional nas práticas de negócios, na
organização do local de trabalho ou nas relações externas, sendo o aspecto fundamental de uma
inovação sua implementação (Manual de Oslo, 2005). Não há como negar que a inovação é
vital para a sobrevivência, crescimento e vantagens competitivas das empresas (Teece, 2010).
De acordo com a última versão do Manual de Oslo (2018), IPD é definido como um
bem ou serviço que difere significativamente dos produtos/serviços anteriormente
comercializados pela empresa. Já o IPC é definido como um processo novo ou melhorado
(Manual de Oslo, 2018), relacionado à atividade de produção e entrega de produtos para a venda
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e aqueles relacionados ao suporte dessas atividades, como técnicas, equipamentos e softwares
novos ou substancialmente melhoradas em atividades de suporte à produção.
Quanto ao conceito de inovação organizacional, o Manual de Oslo (2005) trata como
um fator de apoio às inovações de produto e processo, com potencial para impactar o
desempenho da empresa, tratando de melhorias na qualidade e eficiência do trabalho, da troca
de informações e da capacidade da empresa de aprender e utilizar conhecimentos e tecnologias.
A inovação de marketing, que teve seu conceito apresentado pela primeira vez no
Manual de Oslo (2005), envolve a implementação de novos métodos de marketing com
mudanças significativas na concepção do produto ou em sua embalagem e desenvolvimento de
novas formas de comunicação e promoção dos produtos ou serviços.
Diante deste cenário, a vantagem competitiva pode advir de fatores como tamanho ou
patrimônio, mas o cenário econômico está cada vez mais a favor das organizações que
conseguem aliar conhecimento e avanços tecnológicos para inovar em produtos/serviços ou na
forma como os ofertam e/ou produzem (Tidd & Bessant, 2015).
Gunday, Ritala et al. (2011) argumentam que a inovação, de um modo geral, traz
perceptíveis evoluções no desempenho das empresas. Ao analisar empresas de manufatura, os
autores sugerem que os gestores deveriam concentrar esforços nas inovações de produto e
processo para atingir o desenvolvimento sustentável.
A IPD está positivamente associada ao desempenho de empresas e os gestores devem
procurar desenvolver uma estratégia clara de inovação que os ajude a perceber o impacto da
P&D, da própria inovação e do empreendedorismo no desempenho da empresa (Ramadani et
al., 2019). Dependendo da forma como é conduzida, a IPD tem o potencial de melhorar o
desempenho da dimensão ambiental das empresas, pois produtos ou serviços novos ou
significativamente melhorados podem diminuir a emissão de gases poluentes e reduzir
utilização de materiais prejudiciais ao meio ambiente. Empresas que investem neste tipo de
inovação, não apenas melhoram seus indicadores ambientais, como também alavancam sua
participação no mercado (Lin, Tan et al., 2013; Huang & Li, 2015).
Tuan, Nhan, Giang e Ngoc (2016) encontraram evidências de que alguns tipos de
inovação são mais importantes para melhorar o desempenho de inovação e esta, por sua vez,
pode melhorar o desempenho da empresa como um todo. Segundo os autores, as empresas
deveriam concentrar esforços em IPC e IOM, pois influenciam positivamente no desempenho
financeiro, de produção e de mercado.
Em um estudo qualitativo que analisou os processos de inovação aliados às práticas de
sustentabilidade de multinacionais brasileiras, Marcon, Medeiros e Ribeiro (2017) indicam que
muitas empresas investem em ações para conscientizar fornecedores, clientes e comunidade do
entorno sobre a importância do cuidado ao meio ambiente. Os autores ressaltam o caso da
Natura que investe em centros de inovação e financiam pesquisas sobre biodiversidade,
agronomia e sustentabilidade, ao passo que outras empresas focam sua estratégia de
comunicação para propagar um consumo mais sustentável e consciente.
Em um estudo quantitativo com 121 vinícolas espanholas, Guerrero-Villegas, Sierra-
García e Palacios-Florencio (2018) encontraram evidências de que as práticas de
responsabilidade social influenciam positivamente a relação entre inovação e desempenho,
utilizando o ROA (Retorno sobre os ativos) como indicador de desempenho, considerando que
este reflete o retorno dos investimentos nas práticas sociais.
A partir dos achados na literatura prévia e com o intuito de atender aos objetivos da
pesquisa, apresentam-se as seguintes hipóteses:
H1: o processo de inovação de produto (IPD) influencia positivamente as práticas de
sustentabilidade (PS);
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H2: a inovação de processos (IPC) influencia positivamente as práticas de sustentabilidade (PS);
H3: a inovação organizacional e de marketing (IOM) influencia positivamente as práticas de
sustentabilidade (PS);
H4: os processos de inovação (PI) influenciam positivamente o desempenho em
sustentabilidade das empresas (DS).
No entendimento de Eccles, Ioannou e Serafiem (2014), as empresas que se preocupam
com a sustentabilidade acabam desenvolvendo mecanismos de governança para assuntos
socioambientais, buscando um engajamento profundo de seus stakeholders, elaborando
estratégias para efetivar práticas em prol do meio ambiente e da sociedade, adotando práticas
como emissão de relatórios, comunicação interna e externa, análise de indicadores não
financeiros sobre os funcionários e estabelecimento de padrões socioambientais na seleção de
fornecedores.
Zhu, Liu e Lai (2016) verificaram que empresas estatais chinesas que implantaram
práticas na melhoria da segurança no trabalho, responsabilidade política e direitos humanos, e
como consequência tiveram melhoria no desempenho social e financeiro. Os autores
verificaram que estas práticas tiveram grande impacto positivo na imagem das empresas, no
cenário internacional e também na satisfação dos funcionários no trabalho.
Agudo-Valiente, Garces-Ayerbe e Salvador-Figueiras (2015) também encontraram
relação positiva entre a forma com que as empresas geram a interação e comunicação com os
stakeholders e o desempenho de responsabilidade social. Estabelecer canais de comunicação
com os diferentes stakeholders permite a identificação de demandas e expectativas,
possibilitando melhorar o desempenho de práticas sociais, pois a empresa consegue concentrar
esforços no que é realmente importante para os clientes, funcionários e comunidade (Agudo-
Valiente & Garces-Ayerbe et al., 2015).
Zhang, Rong e Ji (2018), ao analisarem empresas governamentais chinesas, constataram
que patentes de produtos ecologicamente corretos estão positivamente associadas ao
desempenho das empresas quanto ao crescimento das vendas e lucro líquido. Além disso, a
capacidade das empresas de adotar práticas ambientais que tenham foco em diminuir o consumo
de energia e a poluição, bem como estabelecer parcerias com fornecedores e outras instituições
para a implantação dessas práticas, impacta positivamente no desempenho de mercado das
empresas (Dangelico & Pontrandolfo, 2015). Segundo os autores, essas práticas melhoram o
desempenho pois possibilitam a abertura de novos mercados e aumentam a probabilidade de os
clientes aceitarem pagar um valor maior por um produto ambientalmente sustentável.
2.2 Inovação orientada à sustentabilidade (IOS)
Bocken, Ritala et al. (2019) apresentam o conceito de IOS como a introdução de
produtos, serviços ou sistemas radicalmente inovadores ou melhorados que trazem benefícios
ambientais e/ou sociais maiores em relação ao que já existe. O estudo bibliográfico de Silvestre
e Tîrca (2019) indica que o total de citações sobre IOS tem crescido exponencialmente desde
2006, demonstrando a importância do desenvolvimento sustentável (aquele que considera as
três dimensões do TBL focando nas práticas de inovação (Albareda & Hajikhani, 2019).
A literatura acerca da IOS aborda cinco objetivos-chave para a discussão: estratégico,
operacional, organizacional, colaborativo (com stakeholders) e mudanças sistêmicas de IOS
(Albareda & Hajikhani, 2019). Tem-se ainda uma crescente disseminação e interação entre a
gestão de negócios e a pesquisa na área da IOS, ou seja, os gestores estão realizando mudanças
em direção a esse tipo de inovação, enquanto exploram novos modelos de negócios e criam ou
“co-criam” produtos e/ou serviços sustentáveis (Albareda & Hajikhani, 2019).
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García-Granero, Piedra-Muñoz e Galeano-Gomez (2018) identificaram na literatura os
trinta principais indicadores de desempenho de eco-inovação, classificando-os em inovação de
produto, processo, organizacional e de marketing, conforme demonstrado no Tabela 1. Tabela 1
Indicadores chave da eco-inovação
Produto
Utilização de novos materiais mais limpos ou com menor impacto ambiental; Uso de
materiais reciclados; Redução ou otimização do uso de matéria-prima; Redução do número
de componentes por produto; Produtos com ciclo de vida mais longo; Produtos que possam
ser reciclados.
Processo
Redução do desperdício de produtos químicos; Redução do desperdício de água; Redução do
desperdício de energia; Manutenção do mínimo desperdício; Reutilização de componentes;
Reciclagem de resíduos, água e materiais; Uso de tecnologias ecologicamente corretas; Uso
de energia renovável; Pesquisa e Desenvolvimento; Aquisição de maquinário e software;
Aquisição de licenças e patentes.
Organizacional
Recursos humanos “verde”; Prevenção da poluição das fábricas; Estabelecimentos de
objetivos ambientais; Auditoria ambiental; Consultoria ambiental; Investimento em pesquisa;
Cooperação com stakeholders; Abertura de novos mercados; Utilização de novos sistemas de
gestão (para a manufatura e transporte).
Marketing Designs de embalagens mais ecologicamente corretos; Certificações de qualidade.
Fonte: García-Granero, Piedra-Muñoz et al. (2018).
De acordo com González-García, Lozano, Moreira, Gabarrell, i Pons, Feijoo e Murphy
(2012), a eco-inovação em produto pode ser uma forma de diminuir o impacto ambiental das
empresas pois, dessa forma, podem elaborar um design ecológico dos produtos, melhorando
seu desempenho ambiental. Este impacto somente ocorre se esse novo design utilizar medidas
de reutilização dos resíduos, otimização do uso da matéria-prima, redução do uso de energia da
fabricação, por exemplo (González-García, Lozano et al., 2012; Kneipp, Gomes et al., 2018).
De modo geral, a IOS é vista como um processo e como um resultado da busca por
melhoria dos aspectos econômicos, sociais e ambientais na criação de valor (Bocken, Ritala et
al., 2019). Portanto, é sugerido que um campo de pesquisa chamado “Inovação para a
Sustentabilidade” não será mais necessário no futuro, uma vez que todo o tipo de inovação terá
o objetivo de implicar positivamente no TBL (Bocken, Ritala et al., 2019).
Somado a isso, estudos indicam que as empresas que investem em processos de IOS
tendem a ter desempenho financeiro superior. Isso decorre do fato de que empresas que buscam
desenvolver processos, produtos ou serviços que prejudiquem menos o meio ambiente, por
exemplo, melhoram a imagem da empresa, conquistando melhor reputação e legitimidade
perante os stakeholders, o que gera aumento na receita bruta além de reduzir custos
operacionais (Aguilera-Caracuel & Ortiz-de-Mandojana, 2013).
Ghassim e Bogers (2019) verificaram que a IOS liga o engajamento dos stakeholders
com a lucratividade das empresas da indústria da mineração. Ou seja, a capacidade da empresa
de desenvolver IOS é melhorada pelo engajamento dos stakeholders, pois permite obter uma
ampla gama de conhecimento que dará suporte aos esforços e resultados das inovações. Com
maior capacidade para inovar, focando na sustentabilidade, a lucratividade da empresa tende a
ser maior e o engajamento dos stakeholders ajuda a superar as incertezas da inovação,
preenchendo as lacunas de conhecimento (Ghassim & Bogers, 2019).
Maletic, Maletic, Dahlgaard, Dahlgaard-Park e Gomišček (2016) também encontram
evidências empíricas de que a inovação, quando é orientada por práticas de sustentabilidade,
tem a capacidade de melhorar os resultados econômicos e não econômicos das empresas. Os
autores verificaram o efeito da IOS sobre o desempenho econômico, de qualidade, de inovação,
ambiental e social, encontrando relação positiva entre as práticas de IOS e o desempenho
ambiental e também entre o desenvolvimento de competência para efetivar inovações e
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melhorar o desempenho econômico de empresas industriais e prestadoras de serviço de cinco
países (Alemanha, Polônia, Sérvia, Eslovênia e Espanha).
Muitos empresários ainda agem como se tivessem que escolher entre produtos e/ou
serviços que envolvam design e processos melhores do ponto de vista socioambiental e os
benefícios financeiros. Porém, não percebem que quando os princípios do TBL guiam os
processos de inovação, os custos tendem a diminuir pelo uso mais eficiente dos recursos e por
processos que geram menos desperdício e que a imagem da empresa melhora, ou seja, este novo
cenário beneficia as empresas mais sustentáveis (Nidumolu, Prahalad et al., 2013).
Considerando o embasamento teórico exposto e com o intuito de atender aos objetivos
da pesquisa são propostas as seguintes hipóteses:
H5: a inovação e as práticas de sustentabilidade influenciam positivamente o desempenho em
sustentabilidade ambiental das empresas.
H6: as práticas de sustentabilidade melhoram a relação entre inovação e o desempenho em
sustentabilidade ambiental das empresas;
H7: a inovação e as práticas de sustentabilidade influenciam positivamente o desempenho em
sustentabilidade social das empresas;
H8: as práticas de sustentabilidade melhoram a relação entre inovação e o desempenho em
sustentabilidade social das empresas;
H9: a inovação e as práticas de sustentabilidade influenciam positivamente o desempenho em
sustentabilidade econômica das empresas;
H10: as práticas de sustentabilidade melhoram a relação entre inovação e o desempenho em
sustentabilidade social das empresas;
H11: a inovação e práticas de sustentabilidade influenciam positivamente o desempenho em
sustentabilidade econômica das empresas;
H12: as práticas de sustentabilidade melhoram a relação entre inovação e o desempenho em
sustentabilidade social das empresas.
3 Procedimentos Metodológicos
A pesquisa caracteriza-se como descritiva e apresenta abordagem quantitativa, uma vez
que foi verificado estatisticamente a influência dos processos de inovação e das práticas de
sustentabilidade no desempenho das empresas industriais da região de Chapecó. A população
da pesquisa compreendeu as empresas industriais localizadas na região de Chapecó, Santa
Catarina. A amostra ficou constituída por acessibilidade, conforme demonstrado na Tabela 2.
Foram excluídas apenas as empresas que faziam parte do mesmo grupo econômico. Tabela 2
População da pesquisa e respostas obtidas
Número de empresas N Saldo
Empresas do setor industrial (população) 288 288 Total de respostas obtidas 66 66
Fazem parte do mesmo grupo econômico 3 285 Amostra de questionários válidos 63 63
Fonte: elaborada pelos autores
Como técnica para levantamento dos dados foi utilizado questionário composto de 57
questões com uso de escala Likert de 5 pontos. O questionário foi aplicado por meio eletrônico
nos meses de outubro e novembro de 2019. Devido à extensão do questionário, os constructos
da pesquisa encontram-se no Apêndice A.
Para realizar a análise, foram calculadas as médias aritméticas das práticas de
sustentabilidade, considerando as práticas ambientais, sociais e econômica. Também foi
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calculado o desempenho sustentável, construído pelas médias do desempenho ambiental, social
e econômico.
Foram aferidas análises fatoriais e o teste de confiabilidade de cada constructo, bem
como a análise da estatística descritiva. Aplicou o teste de confiabilidade por meio do Alfa de
Cronbach, tendo 0,7 como resultado mínimo. Os constructos referentes aos processos de
inovação apresentaram Alfa de Cronbach de 0,871, as práticas de sustentabilidade apresentaram
resultado de 0,835 e o desempenho sustentável um Alfa de Cronbach de 0,835, permitindo
validar os modelos. Para análise das hipóteses utilizou-se da regressão linear múltipla. Todos
os modelos estatísticos foram aplicados com uso do software SPSS.
4 Análise e Interpretação dos Resultados
Nesta seção são analisados os dados correspondentes à estatística descritiva dos dados
obtidos e a relação entre as variáveis por meio de regressão estatística.
4.1 Análise e Discussão dos Resultados
A fim de verificar a confiabilidade e validade interna dos dados da pesquisa, foram
analisadas as médias e o desvio dos constructos de inovação de produto (IPD), inovação de
processo (IPC), inovação organizacional e de marketing (IOM), práticas de sustentabilidade
econômica (PSE), social (PSS) e ambiental (PSA) de sustentabilidade e desempenho em
sustentabilidade econômica, ambiental e social, conforme Tabela 3. Tabela 3
Análise descritiva dos atributos de inovação, das práticas de sustentabilidade e do desempenho
Painel A – Processos de Inovação Mínimo Máximo Média Desvio-padrão IPD 1 5 3,45 1,13 IPC 1 5 3,11 1,08
IOM
(IOM( (IOM)
1 5 3,19 0,89
Processos de Inovação (PI) 1 5 3,23 0,91
Painel B – Práticas de Sustentabilidade Mínimo Máximo Média Desvio-padrão
PSE 2,33 5 3,90 0,62
PSS 1,50 5 3,42 0,86
PSA 1,67 5 3,82 0,81 Práticas de Sustentabilidade (PS) 2,19 4,95 3,71 0,66
Painel C – Desempenho em Sustentabilidade Mínimo Máximo Média Desvio-padrão
DSE 2 5 3,67 0,76 DSA 1 5 3,25 0,92
DSS 2,20 5 3,59 0,79
Desempenho em Sustentabilidade (DS) 1,83 5 3,52 0,72
IPD – Processos de Inovação de Produto; IPC – Inovação de Processos; IOM – Inovação Organizacional e de
Marketing; PI – Processos de Inovação; PSE – Práticas de Sustentabilidade Econômica; Práticas de
Sustentabilidade Social; PSA - Práticas de Sustentabilidade Ambiental; PS – Práticas de Sustentabilidade; DSE
– Desempenho em Sustentabilidade Econômica; DSA – Desempenho em Sustentabilidade Ambiental; DSS –
Desempenho em Sustentabilidade Social; DS – Desempenho em Sustentabilidade.
Fonte: Dados da pesquisa
No questionário foi utilizada a escala Likert de 1 a 5 e o Painel A da Tabela 3 demonstra
as médias do constructo de IPD (3,45), de IPC (3,11), IOM (3,19). Todos os atributos
apresentaram média superior a 3 e, de modo geral, as empresas têm investido mais em inovação
de produto, que pode ganhar prioridade quando se foca em ganho de mercado.
O Painel B da Tabela 3 demonstra as médias das PSE (3,90), PSS (3,42), PSA (3,82) e
a PS (3,71). Todos os atributos apresentaram média superior a 3 e, de modo geral, as empresas
apresentaram destaque para a prática de sustentabilidade econômica. A prática de
sustentabilidade social apresentou o menor desempenho, abaixo da média global das práticas.
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O Painel C da Tabela 3 apresenta a média dos constructos de DSE (3,67), DSA (3,25),
DSS (3,59) e também o DS (3,52). Percebe-se que o maior impacto esperado está relacionado
com os resultados econômicos e os menores resultados esperados são os ambientais, abaixo da
média global. A Tabela 4 apresenta os resultados da influência dos atributos individuais de
inovação nas práticas de sustentabilidade das empresas investigadas. Tabela 4
Influência da inovação nas práticas de sustentabilidade
Variável dependente: Práticas de sustentabilidade (PS) Variáveis explicativas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3
Coef. B Sig. Coef. B Sig. Coef. B Sig.
IPD1 Produto novo existente mercado -0,165
0,240
IPD2 Mudança estética 0,198
0,163
IPD3 Produto novo mercado 0,481*
0,001
IPC1 Método produção novo 0,102
0,520
IPC2 Sistema logístico novo 0,332**
0,037
IPC3 Novas técnicas apoio 0,097
0,514
IPC4 Novas técnicas gestão 0,004
0,976
IOM1 Novas técnicas gestão ambiental 0,393*
0,002
IOM2 Mudança relação parceria 0,039
0,766
IOM3 Nova mídia marketing 0,165
0,201
IOM4 Nova organização trabalho 0,192
0,121
Estatística F 7,641* 4,068* 5,677* R² ajustado 0,243 0,165 0,232
VIF 1,527 até 1,601 1,227 até 1,859 1,169 até 1,379 DW 1,614 1,622 1,744 ** significância a 5%; * significância a 1%
Fonte: Dados da pesquisa
Os resultados apresentados nos modelos 1 (IPD), 2 (IPC) e 3 (IOM) da Tabela 4, não
permitem rejeitar as hipóteses H1, H2 e H3, dada a significância das variáveis independentes,
em conjunto, sobre a variável dependente (estatística F).
Individualmente, o lançamento de um produto novo ou significativamente melhorado
para o mercado, a introdução de um sistema logístico novo ou significativamente melhorado
tanto para logística de entrada quanto de saída e o investimento em novas técnicas de gestão
ambiental influenciam positivamente a adoção de práticas de sustentabilidade. Os resultados
sugerem que quando as empresas investigadas adotam os processos inovativos, o fazem com o
intuito de melhorar suas práticas de sustentabilidade.
Os resultados da influência dos atributos de IPD sobre as PS são coerentes com os
estudos de Lin, Tan et al. (2013); para a inovação de processos e inovação organizacional e de
marketing, os resultados são correntes com os estudos de García-Granero, Piedra-Muñoz et al.
(2018). Os achados reforçam o pressuposto de que as empresas com consciência socioambiental
desenvolvem práticas e mecanismos de controle e buscam efetivar estratégias em prol da
sociedade e do meio ambiente (Eccles, Ioannou et al., 2014).
A Tabela 5 apresenta os resultados da influência dos atributos individuais de inovação
no Desempenho sustentável das empresas investigadas. Tabela 5
Influência da inovação no desempenho sustentável
Variável dependente: Desempenho sustentável (DS)
Variáveis explicativas Modelo 4 Modelo 5 Modelo 6
Coef. B Sig. Coef. B Sig. Coef. B Sig.
IPD1 Produto novo existente mercado 0,256**
0,038
IPD2 Mudança estética 0,167
0,175
IPD3 Produto novo mercado 0,386*
0,002
IPC1 Método produção novo 0,207
0,181
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IPC2 Sistema logístico novo 0,158 0,298
IPC3 Novas técnicas apoio 0,151
0,295
IPC4 Novas técnicas gestão 0,150
0,233
IOM1 Novas técnicas gestão ambiental 0,184 0,142 IOM2 Mudança relação parceria 0,074 0,585
IOM3 Nova mídia marketing 0,312** 0,021
IOM4 Nova organização trabalho 0,189 0,137
Estatística F 16,510* 5,329* 4,607* R² ajustado 0,429 0,218 0,189 VIF 1,527 até 1,601 1,227 até 1,859
1,169 até 1,379
DW 1,894 1,968 1,867 ** significância a 5%; * significância a 1%
Fonte: Dados da pesquisa
Os resultados apresentados nos modelos 4 (inovação de produto), 5 (inovação de
processo) e 6 (inovação organizacional e de marketing) da Tabela 5, não permitem rejeitar a
hipótese H4, dada a significância das variáveis independentes, em conjunto, sobre a variável
dependente (estatística F).
Individualmente, o lançamento de um produto ou serviço novo ou significativamente
melhorado, já existente ou não no mercado nacional e mudanças significativas nas estratégias
de mídia ou técnicas para a promoção de marketing de produto, influenciam positivamente o
DS. Os resultados estão alinhados com os achados de Ramadani et al. (2019), ao encontrar
relação positiva entre a inovação de produto e o desempenho das empresas. A relação positiva
entre inovação organizacional e de marketing e o desempenho das empresas coaduna com os
estudos de Gunday, Ulusoy et al. (2011) e Tuan, Nham et al. (2016). A relação positiva entre
inovação de processos e o desempenho sustentável reforça os achados de Tuan, Nham et al.
(2016). A Tabela 6 apresenta os resultados da influência dos atributos de inovação e das PS no
DSA das empresas investigadas. Tabela 6
Influência da inovação, das práticas de sustentabilidade e da inovação moderada pelas práticas de
sustentabilidade no desempenho ambiental
Variável dependente: Desempenho de Sustentabilidade ambiental (DSA)
Variáveis explicativas Modelo 7 Modelo 8
Coef. B Sig. Coef. B Sig.
IPD 0,353** 0,011 IPC -0,077 0,586
IOM -0,173 0,179
PSE 0,211 0,146
PSS 0,486* 0,000
PSA 0,092 0,440 IPD x PS 0,584* 0,005
IPC x PS 0,032 0,883 IOM x PS 0,066 0,749
Estatística F 14,736* 15,836* R² ajustado 0,571 0,418 VIF 2,004 até 2,960 4,265 até 4,836
DW 2,189 2,009
** significância a 5%; * significância a 1%
Fonte: Dados da pesquisa
Os resultados da Tabela 6 indicam que os atributos de inovação e as PS (modelo 7) e a
moderação entre os atributos de inovação e as Práticas de Sustentabilidade (modelo 8)
influenciam positivamente o DSA das empresas e não permitem rejeitar as hipóteses H5 e H6,
dada a significância das variáveis independentes, em conjunto, sobre a variável dependente
(estatística F).
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Foi encontrada relação significativa entre IPD e o DSA das empresas, confirmando
evidências prévias de Lin, Tan et al. (2013). Isso ocorre porque este tipo de inovação pode
envolver melhorias nos produtos ou serviços que visam diminuir o consumo de matéria-prima,
aumentar a capacidade de reutilização/reciclagem de produtos e insumos ou mesmo a
substituição da venda de produtos pela venda de serviços, o que consequentemente melhora os
resultados do DSA, pois cada vez mais os consumidores estão atentos ao impacto ambiental
dos produtos ou serviços que utilizam.
As PSS também estão positivamente relacionadas com o DSA das empresas, reforçando
resultados anteriores de Marcon, Medeiros et al. (2017). Tal resultado está alinhado com a
preocupação em aliar inovação com sustentabilidade, monitorando o seu impacto ambiental e
adotando práticas de cooperação com todos os stakeholders (Marcon, Medeiros et al., 2017).
O modelo 8 mostra que as PS moderadas com os atributos de inovação melhoram os
coeficientes dos atributos de inovação sobre o DSA. Os resultados são coerentes com os
achados de Huang e Li (2015) - a IPD, quando orientada por PS influencia positivamente no
DSA das empresas – e de González-García, Lozano, et al. (2012) - o redesenho dos produtos
podem envolver medidas que impactam positivamente no DSA. A Tabela 7 apresenta os
resultados da influência dos atributos de inovação e das PS no DSS das empresas investigadas. Tabela 7
Influência da inovação, das práticas de sustentabilidade e da inovação moderada pelas práticas de
sustentabilidade no desempenho social
Variável dependente: Desempenho Sustentabilidade Social (DSS)
Variáveis explicativas Modelo 9 Modelo 10
Coef. B Sig. Coef. B Sig.
IPD 0,568* 0,000 IPC -0,063 0,659
IOM -0,168 0,195
PSE -0,093 0,523 PSS 0,379* 0,005
PSA 0,327* 0,008
IPD x PS 0,822* 0,000 IPC x PS -0,105 0,604
IOM x PS -0,028 0,887
Estatística F 14,250* 20,282* R² ajustado 0,562 0,483
VIF 2,004 até 2,960 4,265 até 4,836 DW 2,025 2,189
** significância a 5%; * significância a 1%
Fonte: Dados da pesquisa
Os resultados da Tabela 7 indicam que os atributos de inovação e as PS (modelo 9) e a
moderação entre os atributos de inovação e as PS (modelo 10) influenciam o DSS das empresas
e não permitem rejeitar as hipóteses H7 e H8, dada a significância das variáveis independentes,
em conjunto, sobre a variável dependente (estatística F).
A relação entre IPD, PSS e PSA com o DSS se coaduna com achados de Ezzi e Jarboui
(2016), ao identificar que as estratégias de inovação também impactam no desempenho social,
pois dependem de uma sólida relação entre empresa e seus clientes e funcionários para que
sejam implementadas.
A relação entre as PSS e o DSS está em consonância com Agudo-Valiente, Garces-
Ayerbe et al. (2015), ao constatar que as PSS social vão além de respeitar a legislação, devendo
enfocar a melhoria da qualidade de vida da população e dos colaboradores. O resultado obtido
sugere que práticas de responsabilidade social estão sendo efetivas, ou seja, proporcionam um
ambiente de trabalho saudável, valorizam a diversidade e incentivam o trabalho voluntário,
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impactando positivamente na qualidade de vida das partes interessadas. Sugere-se que tal
preocupação com os aspectos sociais, deve-se ao fato de que as empresas se localizam em
pequenas e médias cidades, onde a reputação da empresa é confundida com a reputação pessoal
do proprietário.
A relação entre PSA e o DSS permite inferir que ao tentar diminuir os impactos
ambientais negativos, a empresa passa a comprar insumos da comunidade do entorno, o que
gera maiores oportunidades de negócios, emprego e renda, tende a melhorar também a imagem
da empresa junto à sociedade e se reflete em melhor desempenho social. Para Marcon, Medeiros
et al. (2017), ao buscar diminuir as externalidades negativas, a empresa acaba melhorando sua
relação com os stakeholders, criando um ambiente de cooperação.
No modelo 10, pode-se perceber que as PS melhoram a relação entre IPD e DSS. Ou
seja, quanto mais a empresa aperfeiçoa seus produtos e/ou serviços, estabelece alianças e
parcerias estratégicas, elabora novas técnicas de comunicação, e visa melhorar a qualidade de
vida dos funcionários e comunidade de entorno, melhor se torna a imagem corporativa e os
índices de satisfação no trabalho. O resultado é coerente com o estudo de Guerrero-Villegas,
Sierra-García et al. (2018), ao identificar que as PSS mediam positivamente a relação entre
inovação e desempenho das empresas. A Tabela 8 apresenta os resultados da influência dos
atributos de inovação e das PS no DSE das empresas investigadas. Tabela 8
Influência da inovação, práticas de sustentabilidade e inovação moderada pelas práticas de sustentabilidade
no desempenho econômico
Variável dependente: Desempenho de Sustentabilidade Econômica
Variáveis explicativas Modelo 11 Modelo 12
Coef. B Sig. Coef. B Sig.
IPD 0,637* 0,000 IPC 0,055 0,708
IOM -0,036 0,787
PSE -0,196 0,191 PSS 0,338** 0,013
PAS 0,146 0,238
IPD x PS 0,778* 0,000 IPC x PS 0,087 0,654
IOM x PS -0,142 0,449
Estatística F 13,086* 23,236* R² ajustado 0,539 0,518
VIF 2,004 até 2,960 4,265 até 4,836 DW 2,145 2,234 ** significância a 5%; * significância a 1%
Fonte: Dados da pesquisa
Os resultados da Tabela 8 indicam que os atributos de inovação e as PS (modelo 11) e
a moderação entre os atributos de inovação e as PS (modelo 12) influenciam o DSS das
empresas e não permitem rejeitar as hipóteses H9 e H10, dada a significância das variáveis
independentes, em conjunto, sobre a variável dependente (estatística F).
Os resultados indicam que lançamento de produto novo ou significativamente
melhorado, e ter feito alguma melhoria na estética ou no design de algum dos produtos
comercializados, está positivamente associado com o DSE das empresas (modelo 11). Os
resultados estão alinhados com os achados de Ramadani et al. (2019), que encontraram relação
positiva entre a IPD e o desempenho de empresas.
O impacto positivo das PSS (modelo 11) sugere que as medidas tomadas na melhoria
da qualidade de vida da comunidade do entorno, preocupação com acessibilidade, segurança e
bem-estar dos funcionários no ambiente de trabalho e valorização da diversidade, melhorem a
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imagem da empresa perante clientes e fornecedores além de fazer com os funcionários
trabalhem com maior comprometimento onde se preza pelo bem-estar, segurança e incentivo à
diversidade. Resultados semelhantes foram obtidos por Zhu, Liu et al. (2016) que encontraram
relação positiva entre práticas sociais e o desempenho financeiro.
O modelo 12 confirma que as PS melhoram a relação entre IPD e DSE. Pode-se inferir
que normalmente as empresas adotam PS, como redução do desperdício de recursos (água e
energia) ou que tornem a logística mais eficiente com a finalidade de diminuir custos.
Concomitantemente, podem adotar medidas visando a melhoria da imagem corporativa.
O resultado é consistente com o argumento de que a sustentabilidade, ao guiar os
processos de inovação, torna a empresa ambientalmente mais amigável e, consequentemente,
mais eficiente no uso de todos os seus recursos e práticas, repercutindo nos resultados
econômicos, potencialmente aumentando as vendas e o lucro líquido (Nidumolu, Prahalad et
al., 2013; Zhang, Rong et al., 2018).
A Tabela 9 apresenta os resultados da influência dos atributos de inovação e das práticas
de sustentabilidade no desempenho global das empresas investigadas. Tabela 9
Influência da inovação, das práticas de sustentabilidade e da inovação moderada pelas práticas de
sustentabilidade no desempenho global
Variável dependente: Desempenho Global de Sustentabilidade
Variáveis explicativas Modelo 13 Modelo 14
Coef. B Sig. Coef. B Sig.
IPD 0,596* 0,000 IPC -0,017 0,889
IOM -0,125 0,259
PSE -0,041 0,744 PSS 0,450* 0,000
PSA 0,188** 0,071
IPD x PS 0,817* 0,000 IPC x PS 0,031 0,856
IOM x PS -0,053 0,749
Estatística F 22,852* 34,818* R² ajustado 0,679 0,621
VIF 2,004 até 2,960 4,265 até 4,836 DW 2,007 2,057
** significância a 5%; * significância a 1%
Fonte: Dados da pesquisa
Os resultados da Tabela 9 indicam que os atributos de inovação e as PS (modelo 13) e
a moderação entre os atributos de inovação e as PS (modelo 14) influenciam o DGS das
empresas e não permitem rejeitar as hipóteses H11 e H12, dada a significância das variáveis
independentes, em conjunto, sobre a variável dependente (estatística F).
A relação positiva verificada entre IPD e DGS pode ocorrer pelo fato de este tipo de
inovação envolver ações que visam diminuir o consumo de matéria-prima, aumentar a
capacidade de reutilização/reciclagem de produtos e insumos, por exemplo, o que
consequentemente melhora os resultados do desempenho de sustentabilidade ambiental.
Além disso, ao desenvolver um novo produto ou serviço, a empresa precisar atentar-se
aos impactos sociais dessa inovação para manter a legitimidade perante a sociedade e
comprometimento dos funcionários, mantendo ações que melhorem a qualidade de vida da
comunidade do entorno e mantenham um bom ambiente de trabalho para seus funcionários.
Tais medidas acabam por reduzir o desperdício de recursos e melhoram a imagem da empresa,
melhorando a participação no mercado, uma vez que os consumidores estão atentos ao impacto
socioambiental dos produtos e/ou serviços que utilizam.
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A influência positiva das estratégias de inovação e das práticas de sustentabilidade no
desempenho em sustentabilidade ambiental social e econômica é condizente com achados de
González-García et al. (2012), Lin, Tan et al. (2013), Ezzi e Jarboui (2016) e Ramadani et al.
(2019). Ademais, as práticas de sustentabilidade social e ambiental influenciam positivamente
o desempenho de sustentabilidade, permitindo inferir que ao adotar tais práticas as empresas
diminuem a emissão de gases poluentes e resíduos tóxicos, reduzem desperdícios, estabelecem
parcerias com a comunidade do entorno gerando maiores oportunidades de emprego e de
negócios, investem em acessibilidade, segurança e bem-estar dos funcionários no ambiente de
trabalho e valorização da diversidade, melhoram imagem da empresa perante clientes e
fornecedores além de aumentar o engajamento dos funcionários.
Percebe-se que ao aliar as PS aos processos de IPD, a relação entre IPD e DGS continua
positiva e torna-se mais forte (H12). O resultado é coerente com Nidumolu, Pahalad et al. (2013)
e Chege e Wang (2020) para os quais as inovações em produto, processo e de marketing
influenciam positivamente o desempenho de sustentabilidade da empresa por meio da adoção
de práticas de desenvolvimento sustentável, pois a torna mais eficiente no uso de todos os seus
recursos e práticas.
5 Considerações Finais
Os resultados indicam que os atributos de inovação de produtos, processos,
organizacional e de marketing (IPD, IPC, IOM) influenciam positivamente as práticas de
sustentabilidade e o desempenho sustentável das empresas industriais. Além disso, o conjunto
de atributos de inovação de produto exerce influência positiva no desempenho em
sustentabilidade social, ambiental e econômica. Em relação ao desempenho sustentável,
considerando o desempenho em sustentabilidade social, ambiental e econômica de forma
agregada, encontrou-se evidências da influência dos atributos de inovação de produtos,
processos, organizacional e de marketing. Adicionalmente, observou-se que as práticas de
sustentabilidade melhoram o efeito positivo da inovação de produtos no desempenho
sustentável.
Os achados indicam que as práticas de sustentabilidade social influenciam o
desempenho em sustentabilidade ambiental e as práticas de sustentabilidade ambiental
influenciam positivamente o desempenho em sustentabilidade social. Tal resultado,
possivelmente, deve-se ao fato de que empresas que apresentam maior consciência sobre
sustentabilidade ambiental, preocupam-se também com a preservação de boas condições
ambientais para a comunidade do entorno, adotando práticas de cooperação que envolve a
educação e conscientização ambiental dos stakeholders. Além disso, as empresas preocupadas
com aspectos sociais da sustentabilidade com o público interno buscam formas de contribuir
com a melhoria da qualidade de vida das pessoas próximas, passando a comprar e capacitar
fornecedores mais próximos, o que gera oportunidade de negócios, renda e tende a melhorar os
indicadores sociais da comunidade do entorno.
Outras duas contribuições teóricas são possíveis observar: (i) suprir a carência de estudos
de IOS voltados para as Micro, Pequenas e Médias Empresas, conforme alertado por Klewitz e
Hansen (2013); (ii) a utilização de constructo de sustentabilidade que considera as três
dimensões, diferentemente do fluxo principal de estudos prévios que consideram apenas a
dimensão ambiental ou social das práticas de sustentabilidade e enfoca apenas a dimensão
econômica de desempenho, conforme observado por Das (2017). As contribuições práticas
apontam para a importância atribuída pelos gestores de micro, pequenas e médias empresas
para a necessidade de considerar elementos de inovação e adotar práticas sustentáveis no intuito
de buscar a sustentabilidade global dos empreendimentos.
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Como limitações do estudo tem-se a condição de uma amostra não probabilística, cujos
resultados devem ser considerados com parcimônia, evitando a generalização, embora permita
insights importantes sobre o comportamento das empresas investigadas. Adicionalmente, o uso
de questionário como instrumento de coleta de dados não permite aprofundar os aspectos
qualitativos das práticas de inovação e sustentabilidade e das razões da sua adoção.
Para investigações futuras, recomenda-se a realização da investigação em outras regiões
do país, no intuito de verificar se o comportamento das micro, pequenas e médias empresas é
manifestado de modo similar. Outra possibilidade é realização de estudo qualitativo, utilizando-
se entrevistas em profundidade para avaliar as motivações que impulsiona as empresas na
adoção de práticas inovativas e sustentáveis. Adicionalmente, pode-se considerar outros
critérios de desempenho das empresas.
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APÊNDICE A
Bloco I – Caracterização da empresa e do respondente
Indique as opções que melhor representam sua condição e da empresa onde você atua:
1. Faixa etária:
( ) 18 a 25 anos ( ) 26 a 35 anos ( ) 36 a 45 anos ( ) Acima de 46 anos
2. Formação acadêmica:
( ) Ensino médio incompleto ( ) Ensino médio completo ( ) Ensino superior incompleto
( ) Ensino Superior Completo ( ) Especialização ( ) Mestrado ( ) Doutorado
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3. Sexo:
( ) Masculino ( ) Feminino
4. Função na empresa:
( ) Sócio/Proprietário ( ) Diretor/Gerente ( ) Responsável de setor/unidade
5. Tempo de atividade da empresa:
( ) Até 5 anos ( ) 6 a 10 anos ( ) 11 a 15 anos ( ) 16 anos a 20 anos ( ) Mais de 20 anos
6. Tempo de trabalho na empresa:
( ) Até 5 anos ( ) 6 a 10 anos ( ) 11 a 15 anos ( ) 16 anos a 20 anos ( ) Mais de 20 anos
Bloco II – Atributos de Inovação
No que se refere à Inovação, indique sua concordância ou discordância quanto à adoção de práticas pela empresa,
utilizando escala de 1 (discordo totalmente) até 5 (concordo totalmente):
Inovação de Produto
Nos últimos três anos a empresa introduziu algum produto (bem ou serviço) novo ou
significativamente aperfeiçoado para a empresa, mas já existente no mercado
nacional.
1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Nos últimos três anos a empresa introduziu algum produto (bem ou serviço) novo ou
significativamente aperfeiçoado para o mercado nacional.
1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Inovação de Processo
Nos últimos três anos a empresa passou a utilizar algum método de fabricação ou de
produção de bens ou serviços novo ou significativamente aperfeiçoado.
1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Nos últimos três anos a empresa passou a utilizar algum sistema logístico ou método
de entrega novo ou significativamente aperfeiçoado para seus insumos, bens ou
serviços.
1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Nos últimos três anos a empresa passou a utilizar equipamentos, e técnicas novas ou
significativamente aperfeiçoadas em atividades de apoio à produção, tais como:
softwares de planejamento e controle da produção, medição de desempenho, controle
da qualidade, compra, manutenção ou computação/infraestrutura de TI.
1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Inovações organizacionais e de Marketing
Nos últimos três anos a empresa passou a utilizar algum método de fabricação ou de
produção de bens ou serviços novo ou significativamente melhorado.
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Nos últimos três anos a empresa implementou novas técnicas de gestão para melhorar
rotinas e práticas de trabalho, para o uso e a troca de informações, de conhecimento e
habilidades dentro da empresa. Por exemplo: reengenharia dos processos de negócio,
gestão do conhecimento, controle da qualidade total, sistemas de
formação/treinamento, SIG (Sistemas de Informações Gerenciais), ERP (planejamento
dos recursos do negócio), etc.
1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Nos últimos três anos a empresa implementou novas técnicas de gestão ambiental para
tratamento de efluentes, redução de resíduos, redução de gases de efeito estufa, etc.
1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Nos últimos três anos a empresa implementou novos métodos de organização do
trabalho para melhorar a distribuição de responsabilidades e poder de decisão, como
por exemplo o estabelecimento do trabalho em equipe, a descentralização ou
integração de departamentos, etc.
1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Nos últimos três anos a empresa realizou mudanças significativas nas relações com
outras empresas ou instituições públicas e sem fins lucrativos, tais como o
estabelecimento pela primeira vez de alianças, parcerias, terceirização ou
subcontratação de atividades.
1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Nos últimos três anos a empresa realizou mudanças significativas nos
conceitos/estratégias de novas mídias ou técnicas para a promoção de marketing de
produtos, por exemplo; novas formas para colocação de produtos no mercado ou canais
de venda; ou novos métodos de fixação de preços para a comercialização de bens e
serviços.
1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Nos últimos três anos a empresa realizou mudanças significativas na estética, desenho
ou outras mudanças subjetivas em pelo menos um dos produtos.
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Bloco III – Práticas de Sustentabilidade
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No que se refere à Dimensão Econômica, indique sua concordância ou discordância quanto à adoção de práticas
pela empresa, utilizando escala de 1 (discordo totalmente) até 5 (concordo totalmente):
Dimensão Econômica da Sustentabilidade
Na contratação de um fornecedor, além de exigir uma boa proposta comercial
(qualidade, preço e prazo), a empresa também avalia a existência de práticas de
responsabilidade sócio ambiental.
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A empresa pratica em suas dependências ações para a redução do consumo de água
(como instalação de torneiras com fechamento automático e de descargas com vazão
reduzida ou aproveitamento da água da chuva para as atividades de limpeza e
manutenção).
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A empresa pratica em suas dependências ações para a redução do consumo de energia. 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
A empresa pratica em suas dependências ações para a redução do consumo de
matérias-primas.
1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
A empresa procura implementar em suas atividades ações de economia do papel (como
a utilização da frente e do verso das folhas).
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A empresa tem adotado medidas para melhorar a qualidade dos bens e/ou serviços
oferecidos.
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A empresa tem buscado ampliar a gama de bens e/ou serviços ofertados. 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
A empresa tem adotado medidas para ampliar a oferta de produtos/serviços. 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
A empresa tem adotado medidas para ampliar o valor adicionado sobre os
produtos/serviços ofertados.
1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
No que se refere à Dimensão Social, indique sua concordância ou discordância quanto à adoção de práticas pela
empresa, utilizando escala de 1 (discordo totalmente) até 5 (concordo totalmente):
Dimensão Social da Sustentabilidade
A empresa possui um documento formal que esclarece os parâmetros incentivados nas
suas relações com as partes interessadas.
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A empresa procura envolver suas partes interessadas (colaboradores, clientes,
fornecedores, comunidade e diretoria) na elaboração e revisão desse documento.
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A empresa se preocupa em oferecer a seus colaboradores um ambiente físico agradável
e seguro. Por exemplo: orienta os colaboradores quanto aos cuidados com a postura
corporal durante as atividades profissionais.
1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
As dependências da empresa contam com recursos para facilitar o deslocamento e a
convivência de pessoas com deficiência (como rampas, avisos de segurança em braile,
linguagem de sinais, etc.).
1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
A empresa valoriza a diversidade, não utilizando práticas discriminatórias em relação
à gênero, à raça, à orientação sexual, à idade e a crenças religiosas ou políticas dos
candidatos, bem como a pessoas com deficiência na seleção de pessoal.
1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
A empresa considera importante e aplica ações para fins de desenvolvimento da
comunidade local por meio da geração de trabalho e renda, bem como medidas para
reduzir a pobreza e aumentar a inclusão perante a sociedade.
1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
A empresa incentiva o trabalho voluntário de seus colaboradores na comunidade e
reconhece a importância do trabalho voluntário de seus colaboradores, divulgando-o
por meio de murais, jornal interno ou jornal local.
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Em sua comunicação (contratos publicitários e mídia), a empresa incentiva e educa
seus consumidores a adotar atitudes conscientes e responsáveis de consumo (como o
descarte adequado de embalagens, por exemplo).
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No que se refere à Dimensão Ambiental, indique sua concordância ou discordância quanto à adoção de práticas
pela empresa, utilizando escala de 1 (discordo totalmente) até 5 (concordo totalmente):
Dimensão Ambiental da Sustentabilidade
A empresa conhece, entende e avalia os impactos de suas atividades sobre o meio
ambiente (como emissão de poluentes e alto consumo de energia, de água e de
combustível), mantendo indicadores e relatórios para medi-los e acompanhá-los.
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A empresa procura utilizar em seus processos, materiais que possam reduzir danos ao
meio ambiente. Por exemplo: procura controlar e reduzir a poluição sonora, visual e
do ar, causadas por seus processos.
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www.congressousp.fipecafi.org
A empresa discute parcerias com fornecedores, visando o retorno de materiais
descartados (como produtos vencidos, pilhas, baterias, pneus usados e lâmpadas
usadas, embalagens, etc.) ao fabricante.
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A empresa procura implementar em suas dependências e em suas atividades ações que
visam preservar o meio ambiente, por exemplo: coleta seletiva de lixo, com recipientes
identificados para papel, vidro, metal, plástico e material orgânico.
1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
A empresa pratica em suas dependências ações como destinação final adequada para
resíduos que necessitam de tratamento específico, como pilhas, baterias, óleos, pneus
e lixo hospitalar.
1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
A empresa promove a educação ambiental para os colaboradores, seus familiares e
para a comunidade, como forma efetiva de reduzir os impactos ambientais.
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BLOCO IV - Impactos da Inovação
No que se refere à influência (impactos) das inovações implementadas sobre o desempenho da empresa, indique a
intensidade observada utilizando escala de 1 (muito pouco) até 5 (muito elevado): Influência da inovação nos resultados ECONÔMICOS
Melhorou a qualidade dos bens ou serviços 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Ampliou a gama de bens ou serviços ofertados 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Permitiu manter a participação da empresa no mercado 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Ampliou a participação da empresa no mercado 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Permitiu abrir novos mercados 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Aumentou a capacidade de produção ou de prestação de serviços 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Aumentou a flexibilidade da produção ou da prestação de serviços 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Reduziu os custos de produção ou dos serviços prestados 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Reduziu os custos do trabalho 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Reduziu o consumo de matérias-primas 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Aumentou o percentual de valor adicionado dos produtos/serviços oferecidos
Influência da inovação nos resultados AMBIENTAIS
Reduziu o consumo de energia 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Reduziu o consumo de água 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Substituição (total ou parcial) de matérias-primas por outras menos contaminantes
ou perigosas.
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Substituição (total ou parcial) de energia proveniente de combustíveis fósseis por
fontes de energia renováveis.
1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Reduziu a contaminação do solo, da água, de ruído ou do ar 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Ampliou a reciclagem de resíduos, águas residuais ou materiais para venda e/ou
reutilização.
1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Reduziu a emissão de gases de efeito estufa. 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Influência da inovação nos resultados SOCIAIS
Permitiu controlar aspectos ligados à saúde e segurança no trabalho. 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Melhorou a imagem corporativa perante funcionários e comunidade. 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Ampliou os benefícios para comunidade por meio de trabalho voluntário dos
funcionários.
1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Melhorou os indicadores de satisfação do trabalho 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
Diminuiu o turnover de empregados 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
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