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A IMPORTÂNCIA DA CONCENTRAÇÃO NA REUNIÃO MEDIÚNICA
Nossos pensamentos têm determinado teor vibratório, de acordo com os sentimentos que os tipificam.
É imprescindível compreendermos que o pensamento é energia viva “construindo paisagens ou formas e criando centro magnéticos ou ondas, com os quais emitimos a nossa atuação ou recebemos a atuação dos outros”. (Emmanuel – “Roteiro”, cap. 28)
Este é o processo natural de sintonia e que predomina no curso de nossa existência.
Nas tarefas mediúnicas esta sintonia apresenta peculiaridades próprias. É essencial que exista uma afirmação, uma sintonia entre os participantes para que se estabeleça uma sintonia de forças, a conhecida “corrente vibratória”.
Pode-se inferir, desde agora, o quanto é importante a concentração individual,
visto que a qualidade dos trabalhos de intercâmbio depende dos trabalhos de intercâmbio depende fundamentalmente da participação consciênte e responsável de cada um.
Recomendemos Léon Denis, quando leciona a respeito:
“São favoráveis as condições de experimentação quando o médium e os assistentes constituem um grupo harmônico, isto é, quando pensam e vibram em uníssomo. No caso contrário, os pensamentos emitidos e as forças exteriorizadas se embaraçam e anulam reciprocamente, (...)” (No Invisível”, cap. VIII)
Ele acrescenta ainda que o médium em meio a essas correntes contrárias fica bloqueado, sem condições de atuar mediunicamente ou bastante prejudicado na filtragem das mensagens.
Em “O Livro dos Médiuns”, o Codificador ressalta a necessidade da concentração ao referir-se à reunião como um ser coletivo, resultante das qualidades e propriedades de seus membros e esta tanto mais força terá quanto maior homogeneidade vibratória houver.
Ele afirma que o poder de associação dos pensamentos de todos é que contribuirá para a comunicação dos Espíritos, “mas a fim de que todos esses pensamentos concorram para o mesmo fim, preciso é que vibrem em uníssomo; que se confundam, por assim dizer em um só, o que não pode dar-se sem a concentração”. (Item 331)
Portanto, cada participante precisa estar consciente de sua contribuição para que haja êxito nas atividades programadas pela Espiritualidade Maior.
A capacidade de controlar, direcionar e manter o pensamento dentro das finalidades da reunião é, para a maioria, um esforço muito grande e que nem sempre dá bons resultados. Não raro os pensamentos se dispersam, fixam-se em fatos do dia a dia e acabam por tornar alguns sonolentos,enquanto outros estão distraídos e longe dos objetivos propostos para um trabalho sério.
Alguns poucos, então, conseguem uma boa concentração e estes sustentarão os trabalhos programados, porém, como é óbvio, sem alcançar melhor produtividade devido aos bloqueios vibratórios existentes no ambiente.
A nossa cultura ocidental não dá ênfase à necessidade de controle mental, pois é fundamentada em uma mentalidade racional, extremamente prática, extrovertida e imediatista valorizando a horizontalidade da vida terrestre, exatamente oposta ao Oriente, cuja mentalidade se estrutura de forma intuitiva, mística e introvertida e que realça a essência espiritual do ser humano, incentivando a busca da verticalidade.
Nos últimos tempos tem-se notado um sensível aumento no interesse por algumas práticas orientais, ressaltando-se a meditação, cujos benefícios estão sendo procurados pelos ocidentais, que despertaram para a necessidade de uma busca interior, ou seja, o autoconhecimento.
A concentração que é praticada nas reuniões mediúnicas, evidentemente, tem conotações próprias e não deve ser tomada aqui como as realizadas nas práticas orientais, embora os aspectos semelhantes nas suas bases, quais sejam a disciplina mental, o controle e equilíbrio dos pensamentos.
Exatamente por terem estes mesmos fundamentos é que citaremos algumas definições de autores do Oriente, viso que a sabedoria oriental é multimilenar e pode beneficiar-nos sobremaneira através desses pontos comuns.
CONCENTRAÇÃO:
Conceito: Segundo o dicionário Aurélio, significa “fazer convergir para um centro ou para um mesmo ponto. Aplicar a atenção a algum assunto”.
Um autor oriental, Mouni Sadhu, esclarece que o poder de concentração consiste na “habilidade para manter inabalavelemnte sua percepção sobre um tema escolhido, pelo tempo que vc decidir continuar com ele”.
É exatamente essa capacidade de concentrar nos objetivos da reunião mediúnica quer irá favorecer a realização dos trabalhos.
Léon Denis, em sua magistral obra “No Invisível”, alerta:
“Conforme o seu estado psíquico, os assistentes favorecem ou embaraçam a ação dos Espíritos. (...)”(Cap. X)
RELAXAMENTO: O relaxamento do corpo físico server para preparar e favorecer a calma, a tranquilidade interior
ABSTRAÇÃO: Abstrair-se do mundo exterior, de tudo ao seu redor.
INTERIORIZAÇÃO: Fazer silêncio interior, abstraindo-se também dos conteúdos psicológicos (emoções, pensamentos, imagens, lembranças, etc.)
FIXAR A MENTE: A mente se fixa e a atenção volta-se exclusivamente para o objetivo da reunião.
AQUIETAR A MENTE: Neste ponto a mente se aquieta e, no caso dos médiuns, oferece espaço para a sintonia mental com o Espírito que irá transmitir a comunicação.
DIFICULDADES DE CONCENTRAÇÃO
Deixamos a palavra com Léon Denis, que assinala o motivo principal da dificuldade de concentrar:
“Na maior parte dos homens os pensamentos flutuam sem cessar. Sua mobilidade constante e sua variedade infinita pequeno acesso oferecem às influências superiores. É preciso saber concentrar-se, pôr o pensamento acorde com o pensamento divino. (...)”. (O Problema do Ser, do Destino e da Dor”, cap. XX).
A reunião mediúnica apresenta outras conotações que são peculiares ao tipo que ali se desenvolve.
Assim, a dificuldade de concentrar-se nos objetivos elevados que o exercício da mediunidade requer é resultado da pouca prática que a maioria das pessoas têm de fixarem seus pensamentos em assuntos edificantes, em ideais e idéias nobres durante o seu dia-a-dia.
Estão com a mente sempre ocupada pelos problemas e questões do cotidiano, por coisas supérfluas e interesses imediatistas, pelo noticiário e programa de TV, por literatura e músicas de teor inferior, por conversações extremamente banais e irresponsáveis, e não conseguem esvaziá-la desses assuntos para dar campo às influências benéficas dos Espíritos Superiores, dos Mentores que assessoram os trabalhos.
Ensina Léon Denis:
“As preocupações de ordem material criam correntes vibratórias horizontais, que põem obstáculo às radiações etéreas e restringem nossas percepções. Ao contrário, a meditação, a contemplação e o esforço constante para o bem e o belo formam correntes ascensionais, que estabelecem as relações com os planos superiores e facilitam a penetração em nós dos eflúvios divinos.” (Obra citada).
A IMPORTÂNCIA DA CONCENTRAÇÃO NA REUNIÃO MEDIÚNICA
A concentração, por isso mesmo, deve ser um estado habitual da mente em Cristo e não uma situação passageira junto ao Cristo”. (Manoel Philomeno de Miranda, in “Sementeira da Fraternidade”, cap. 25).
É imprescindível compreendermos que o pensamento é energia viva “construindo paisagens ou formas e criando centro magnéticos ou ondas, com os quais emitimos a nossa atuação ou recebemos a atuação dos outros”.
Nas tarefas mediúnicas esta sintonia apresenta peculiaridades próprias. É essencial que exista uma afinização, uma sintonia entre os participantes para que se estabeleça uma sincronia de forças, a conhecida “corrente vibratória”.
Léon Denis acrescenta ainda:
Que o médium em meio a essas correntes contrárias fica bloqueado, sem condições de atuar mediunicamente ou bastante prejudicado na filtragem das mensagens.
Deixemos a lição a respeito com um dos mestres orientais”:
“No início toda a sorte de maus pensamentos podem ocorrer, se levantarão na sua mente. Você se sobressaltará. Ficará atormentado. Isto é bom sinal. É sinal de progresso espiritual. Você está evoluindo espiritualmente. Esses pensamentos, com a continuidade (dos exercícios), morrerão com o tempo.”(Trechos do livro “Concentração e Meditação”, de Swami Sivananda.)
Ele também aconselha que a pessoa não lute contra a sua mente durante a concentração.
O mais acertado é aceitar com tranquilidade e estabelecer o hábito de retorno, isto é, retornar aos objetivos propostos.
No livro de Mira y Lopes “Curso Prático de Concentração Mental” o autor refere-se ao “hábito de retorno”, para disciplinar a mente.
André Luiz, sintetizando o esforço que os integrantes dos grupos mediúnicos devem realizar, anota em seu livro “Os Mensageiros” a palavra de Aniceto, relativa ao nosso tema:
PENSAMENTOS INTRUSOS
Todos os que se iniciam nos exercícios de concentração ou de meditação percebem que é difícil controlar os pensamentos e que com frequência, vêem-se assaltados por pensamentos intrusos, inconvenientes e inoportunos.
COMO OBTER UMA BOA CONCENTRAÇÃO
“Boa concentração exige vida reta. Para que os nossos pensamentos se congreguem uns aos outros, fornecendo o potencial de nobre união para o bem, é indispensável o trabalho preparatório de atividades mentais na meditação de ordem superior. A atitude íntima de relaxamento (este termo tem neste contexto o significado de descaso), ante as lições evangélicas recebidas, não pode conferir ao crente, ou ao cooperador, a concentração de forças espirituais no serviço de elevação, tão só porque estes se entreguem, apenas por alguns minutos na semana, a pensamentos compulsórios de amor cristão. (...)’’. (Cap. 47).
A Doutrina Espírita é um convite permanente à tranformação moral
Afirma João Cléofas:
“A concentração, é, pois a fixação da mente numa idéia positiva, idealista, ou na repetição meditada da oração que edifica, e que, elevando o pensamento às fontes geradoras da vida, dá e recebe, em reciprocidade, descargas positivas de alto teor de energias santificadoras.”(“Intercâmbio Mediúnico”.)
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