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COLONIZAÇÃO E IMIGRAÇÃO NO NORTE DO PARANÁ (1950-1980).
Autor: Maria Arlete Selicani Pedro1
Orientador: Dr. Ângelo Priori2
Resumo
O artigo apresenta o resultado de uma pesquisa realizada com o objetivo de conhecer as
causas mais influentes no processo migratório ocorrido no norte paranaense nas décadas de
1950 a 1980. Neste trabalho buscamos uma análise da mobilidade da população: suas
origens, o fluxo migratório, suas características, e como consequência o ritmo do crescimento
demográfico e sua distribuição no campo e na cidade nas décadas de 1950 e 1980. Desta
forma priorizamos leituras referentes ao tema migração na região Norte do Paraná, tendo
como principal objeto de pesquisas obras escritas pela professora doutora France Luz. E para
compreensão do contexto econômico do café buscamos na obra de Nadir Cancian questões
relevantes ao processo produtivo cafeeiro entre outros autores selecionados que abordaram as
mudanças ocorridas na região entre 1950 a 1980.
Palavra chaves: Migração; Ocupação territorial; cafeicultura; norte paranaense.
Introdução
O artigo demonstra o resultado da pesquisa que foi apresentada como material didático
para os alunos do segundo ano do ensino médio e como ocorreu à aplicação pratica do projeto
PDE. O foco da nossa pesquisa foi de identificar as questões que contribuíram para a
migração e colonização da região norte e noroeste paranaense, bem como as consequências do
alto índice migratório.
1 Maria Arlete Selicani Pedro: professora na Rede Estadual de Educação – NRE/Maringá professora Colégio
Estadual Tomas Edison de Andrade Vieira e cursita do PDE. 2 Angelo Priori: orientador Professor doutor em Historia pela Universidade Estadual de Maringá.
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Para promover em nossos alunos esta compreensão o material elaborado concentrou-se
em obras que trazem dados desse fluxo migratório e no cotidiano vivenciado por esses
pioneiros. Também se dedicou atenção para o conceito de migração e ao contexto econômico
e politico entre as décadas de 1950 a 1980 no nosso país, pois entendemos que esse
movimento migratório teve o auge nestas décadas devido ao seu contexto.
A partir deste material didático foi colocado em prática com os alunos do segundo
ano ensino médio o projeto PDE que se dividiu na parte teórica (na qual os alunos
desenvolveriam o entendimento de: conceitos, fatos, e do contexto geral), e na parte prática
(na qual os alunos se encarregaram de uma pesquisa baseada em entrevista de parentes
buscando identificar esta história na narrativa dos pioneiros). Acreditamos que desta forma
possibilitou ao conhecer entre os moradores os protagonistas da história e compreender que a
história não é apenas uma disciplina, mas sim o resgate da nossa identidade.
Após a coleta de dados das entrevistas, o questionário serviu para uma análise sendo
esta exposta na forma de gráficos, apresentados posteriormente aos alunos, possibilitando
assim um debate em sala, trazendo aos mesmos um conhecimento maior em relação a
trabalhos com gráficos que será apresentado neste artigo demonstrando os levantamentos.
Neste sentido o trabalho se justifica na medida em que busca resgatar a história dos
migrantes que, por um lado enfrentaram dificuldades imediatas com relação à adaptação,
falta de referência cultural. E, por outro lado trouxeram consigo expectativas de vencer e
atingir os objetivos traçados na busca de uma vida melhor, mais segura e consequentemente
um futuro promissor.
Nosso objetivo foi de analisar a contribuição da migração no Estado do Paraná
particularizando a forma pela qual esse processo se deu, considerando a influência na
agricultura, construção civil, elaboração de políticas de desenvolvimento econômico, e
consequentemente o surgimento das cidades.
Para a elaboração deste trabalho buscamos uma análise da mobilidade da população
suas origens, o fluxo migratório, suas características e, como consequência o ritmo do
crescimento demográfico, como esta população se distribuiu no campo e na cidade nas
décadas de 1950 e 1980.
Sabemos que a migração teve um papel relevante nesse processo e, portanto,
buscamos conhecer o valor da contribuição dos migrantes na colonização do Paraná, onde
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diferentes culturas foram surgindo a partir dos conhecimentos trazidos pelos migrantes que
buscaram na região a prosperidade principalmente através da atividade cafeeira.
Através do trabalho vimos que as migrações abrangem não só movimentos da
população de diversas regiões de um país para outras regiões, como também entre municípios
e deslocamentos da zona rural para urbana. Entendemos também que em todo processo
histórico de mobilidade social, um aspecto importante é o econômico, portanto para se
analisar as migrações têm que levar em conta a conjuntura econômica do momento e os
aspectos sociais.
Os movimentos migratórios se acentuaram na medida em que o capitalismo se
desenvolve através de novas técnicas de plantio com máquinas substituindo o trabalho do
homem do campo e esse vai servir nos grandes centros como mão de obra barata. As
melhorias no campo e a expansão capitalista vão gerar nos centros urbanos a formação da
classe proletária.
A introdução do capitalismo no Brasil, especificamente no Paraná teve uma economia
voltada para o mercado externo e baseada na iniciativa privada, que com suas características
próprias impulsionam o desenvolvimento econômico e social das regiões.
Principalmente a região Norte do Paraná o desenvolvimento demográfico foi intenso e
dentro de vários municípios citamos Maringá, pertencente ao “Norte Novo” que foi
colonizada pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. Suas terras foram divididas em
pequenos lotes, que foram repassadas a proprietários rurais e urbanos nas décadas de 1930 a
1950. Seu solo fértil foi ocupado por lavouras de café, intercaladas pela de subsistência. Só
muito tempo depois estas áreas foram sendo ocupadas por outras culturas temporárias e
pastagens.
No período de 1940 a 1960 a região recebeu muitos imigrantes vindos de várias partes
do país e teve um crescimento demográfico elevado. O processo migratório não é algo
mecânico que ocorre entre um polo de expulsão e outro de atração. Nasce e se desenvolve
num contexto social historicamente determinado. A migração de um indivíduo não chega a
ser um fato sociológico, mas quando nos deparamos com milhares de pessoas migrando numa
determinada direção, estamos diante de um fato sociológico, cuja explicação se encontra no
estudo das mudanças a nível regional, nacional e internacional.
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Entendemos, pois que no processo migratório, vários fatores são considerados tais
como: o mercado de trabalho, o capital investido, técnicas necessárias e o interesse das várias
classes envolvidas, que não são os mesmos.
Para entender o fluxo migratório ocorrido nas décadas de 1950 a 1980 na microrregião
discutimos, num primeiro momento com os alunos o contexto econômico, pois este fator foi
determinante para que o fato ocorresse naquela proporção. E posteriormente abordamos o
papel da CMNP neste processo, bem como a análise do fluxo migratório, suas contribuições e
consequências.
A importância da migração para o desenvolvimento do Brasil
Podemos verificar que a partir do séc. XIX a industrialização foi fator que
impulsionou as migrações, pois provocou novas organizações privilegiando algumas áreas
com produtos necessários ao mercado industrial que foram favorecidos pelo desenvolvimento
dos transportes e em outras áreas um êxodo rural por falta de trabalho.
A população brasileira se distingue por grandes migrações desde sua colonização em
virtude de sua extensão territorial. É relevante observar a mobilidade histórica imposta pela
economia de sobrevivência, daquela voltada para uma economia industrial.
A economia brasileira voltada à exportação levou a uma grande instabilidade da
população levando-a a migração acelerada, procurando sempre a produção dos produtos
valorizados no comércio exterior. Somente no final do séc. XIX esse quadro foi se
modificando.
France Luz ao citar Itamar de Souza destaca sua observação ao analisar o processo
migratório no Brasil, no qual Itamar de Souza divide-o em duas fases: capitalismo
mercantilista e capitalismo industrial. (SOUZA, Itamar de Migrações Internas no Brasil, p.33.
In cit. LUZ p. 6).
No capitalismo mercantil, fase desde a colonização até as últimas décadas do séc.
XIX, quando indústria surge para atender o mercado externo com produtos (matéria prima)
café algodão que desequilibrou a sociedade brasileira.
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Quando o produto de exportação estava em ascendência no mercado internacional,
provocava o deslocamento de grandes contingentes populacionais atraídos para região onde se
concentrava sua produção. Nas várias etapas da economia nacional, integrantes de todas as
categorias sociais se deslocavam de uma região de economia em estagnação para outra em
expansão. Esses grupos sofreram o impulso da industrialização, pois o desenvolvimento
industrial definiu o fluxo migratório em conformidade dos produtos mais necessários como
matéria prima.
A concentração industrial decorre da necessidade de se utilizar a mesma infraestrutura,
rede de água, energia elétrica, transporte etc. Surgem também no processo industrial, novos
serviços e aumento dos já existentes gerando acomodações de trabalho próximas aos centros
urbanos onde se localiza a empresa e também atrai grupos de regiões distantes, muitas vezes
com uma economia primária, que acaba sendo afetada.
Em decorrência dos efeitos da industrialização surgem áreas de alta pressão
demográfica ou de superpovoamento e áreas de menor pressão demográfica e as migrações
internas restabelecem o equilíbrio.
No Brasil as áreas superpovoadas no nordeste e sudeste fornecem mão de obra para a
derrubada das matas, para o plantio da lavoura e pecuária. Esse excedente de mão de obra se
processa das zonas urbanas para as rurais, em geral para pequenas cidades próximas a zona
rural, onde a população passa por um estágio de adaptação à vida urbana para depois se dirigir
aos grandes centros e até as novas zonas agrícolas.
São polos de atração também áreas despovoadas que se valorizam com o crescimento
do consumo dos produtos agrícolas nas cidades e nas indústrias de transformação. Isto se dá
pela possibilidade de acesso a terra, pois a população para sobreviver se mobiliza dos grandes
centros para os menores. Nesse tipo de mobilização a população não só muda de domicilio
como de atividade econômica.
As mobilizações internas no Brasil acarretam algumas consequências: o processo de
urbanização, o avanço de fronteira agrícola e a concentração urbana industrial. A
redistribuição acontece geralmente do campo para os grandes centros urbanos.
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A importância do café e a contribuição das Companhias colonizadoras
Para entender a ocupação do norte paranaense devemos destacar o contexto econômico
do café e a importância do trabalho das companhias colonizadoras na organização e venda dos
lotes.
Economicamente Nadir Cancian (CANCIAN, 1981) demonstra na sua obra, onde
aborda a cafeicultura paranaense, o contexto econômico no período. Baseado em seus estudos
podemos afirmar que no Paraná e no Brasil, o café passa por três períodos: o de 1903-1929
primeira conjuntura de incentivo em resultado da defesa dos preços. Segunda conjuntura
1930 a 1944, marcada por retrações da produção, devido à depressão mundial e pelos efeitos
da segunda guerra mundial que abaixa os preços, e a terceira conjuntura marca a volta ao
crescimento após 1945 até perder novamente o impulso por efeito da superprodução alem de
serem iniciados programas de erradicação e racionalização da cafeicultura.
Na região norte do Paraná, a produção continuava em alta, de 1955 a 1960, a região
virou um verdadeiro “mar de cafezais”. A partir da década de 1960, ações do governo e a
queda nos preços do produto fizeram surgir programas de diversificação da produção. Ou
seja, a agropecuária e a indústria, além da necessidade de diminuir a produção que estava
excedente a procura do produto. “Tal medida se justificava em face da superprodução e
deterioração dos preços, especialmente em virtude da entrada das grandes safras paranaenses
no final da década de 50 e inicio de 60 e o aumento da concorrência externa”. (CANCIAN,
1981, p.47.).
Para evitar os efeitos de uma crise de superprodução, o governo passou a oferecer ao;
“lavrador uma alternativa de diversificação que funcionasse como substituta das rendas
geradas pelo café...” (CANCIAN, 1981, p.47.).
Uma das características do café na região Norte do Paraná foi de que apesar de ser
uma cultura de monocultura, não era essencialmente uma plantação monocultora. Isto, pois
mesmo em grandes fazendas havia culturas intercaladas, além de a região ser grande
produtora de outros produtos como o algodão, cana-de-açúcar, milho e trigo.
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Essas propriedades também realizavam a pecuária, a suinocultura e outras atividades
de corte e leite. Sendo o café um produto de altos e baixos no mercado econômico, estas
outras culturas se apresentavam como perspectivas favoráveis.
Segundo Cancian, a teoria de Celso Furtado é a de que “ a formação brasileira é desde
o inicio um processo capitalista centrado na empresa de exportação – gerando outros tipos de
empresas – as de subsistências voltadas à produção de gêneros para as populações envolvidas
nas empresas de exportação” (CANCIAN, 1981, p.66).
Este tipo de cultura intercalada não diminuiu nem prejudicou a cultura cafeeira, muito
pelo contrário, permitiu o aumento de renda das famílias, alem de atrair mais colonos para a
região agrícola. “A conexão das duas empresas não significou a destruição do setor de
subsistência. Ao contrário, animou-o de certa forma dado o aumento da população atraída
pela expansão cafeeira”. (CANCIAN, 1981 p. 67).
Neste contexto a política adotada pelas companhias colonizadoras teve um papel
importante para o rápido crescimento da região. Essas companhias, como por exemplo, a
CMNP (Companhia Melhoramentos Norte do Paraná), além de disponibilizar a venda a prazo
dos lotes e com baixas taxas de juros, também providenciaram redes de transportes (estradas
e ferrovias) paralelamente a colonização.
Norte Novo e Norte Novíssimo
A Companhia de Terras Norte do Paraná abrangia as áreas do município de Londrina e
a colonização nesta região se deu 30% de nacionais e 70% de colonos estrangeiros, até 1940,
não possuía praticamente grandes propriedades. Eram pequenos e médios sítios que
utilizavam mão de obra familiar ou uns poucos assalariados, a pastagem era uma prática
comum. O plantio de pés de café era ainda pouco, somente se intensificou após a segunda
guerra mundial, antes disso as lavouras eram intercaladas com algodão, fumo, batata, cana-de-
açúcar, trigo além da criação de porcos e uns poucos gados.
Em 1950, nove micros regiões formavam o Norte Novo. Em relação a 1940 a
população aumentou em uma década 934,3% ficando evidente que o café era o polo atrativo.
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Londrina e Jaguapitã, até 1950 eram exceções em relação à produção de café até 1950,
plantava-se café, mas, não era considerada uma atividade monocultora de peso na economia
do Estado. As demais regiões produziam de forma monocultora o café e ainda se mantiveram
as chamadas lavouras temporárias, mas eram inexpressivas.
Até a década de 50 (1954), o café com seus preços em ascensão era líder agrícola na
região, mesmo intercalada com outras culturas. Os empresários e proprietários agrícolas
tinham como termômetro para a produção cafeeira os preços praticados interna e
externamente, desta forma entre 1950 e 1960 o Norte Novo de Londrina se transformou em
verdadeira floresta de pés de café.
Com o aumento excessivo do produto no mercado, deu-se inicio a uma diminuição dos
preços do café, obrigando os fazendeiros a optar por uma diversificação da produção de
outros produtos junto ao café e até mesmo a praticar a agropecuária.
Nas áreas de maior produtividade e favorecimento de solo e clima, o café foi mantido
de forma intensa, nas outras áreas a diversificação com o gado e outros produtos agrícolas
manteve o café de forma menos intensa. Nas microrregiões Mandaguari e Umuarama, o café
apareceu junto a culturas permanentes, temporárias e pastagens.
A produção cafeeira em geral foi perdendo terreno, de 1960 a 1970, nunca
desapareceu, mas as regiões produtoras diversificaram sua produção agrícola. O café seguia
os termômetros dos preços, terra mais propicia novas aberturas de cidades no interior, etc.
“Em 1970, só os municípios mais ao norte e Borrazópolis ao centro, ocupavam-se com
o café como primeira atividade. Os demais haviam se dividido entre lavouras temporárias e
pastagens...” (CANCIAN, 1981 p. 115). O café a partir da década de 1950 atingiu três outras
microrregiões. Norte Novo de Londrina; Norte Novo de Maringá; Norte Novo de Paranavaí e
finalmente Norte Novo de Umuarama. As culturas temporárias eram intercaladas aos cafezais
e as formações de pastagens na microrregião Norte Novo de Maringá decorriam do tipo de
ocupação do solo pelas pequenas e médias propriedades em maior escala que as grandes
propriedades. O café era plantado nas partes altas, os espigões, enquanto que o pasto para o
gado era cultivado nas partes baixas.
Na região de Paranavaí, a presença dos pastos indicava terras mais pobres com grande
incidência de Arenito Caiuá. Já na década de 1960 mesmo com a presença de pastos o café já
era considerado uma cultura monocultora, a produção podia ser maior ou menor, porém já era
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um produto de destaque na economia como podemos ver em um estudo da CODEPAR de
1963. “Em 1960, o Paraná produziu um terço da produção mundial, metade da produção
brasileira, quase o dobro da produtividade africana e três vezes mais a colombiana”
(CANCIAN, 1981, p. 122). Ou seja, a produção cafeeira já era grande influenciadora no
desequilíbrio internacional entre a oferta e a demanda a nível mundial.
Cinco fatores eram responsáveis por esta produção: O primeiro deles era a fertilidade
da terra. O segundo a política agrária a qual anulou títulos antigos da década de 1920
devolvendo ao Estado terras que foram posteriormente entregues a empresas colonizadoras. O
terceiro fator foi o crescimento interno do mercado que absorveu cereais que dariam
capacidade econômica para a formação de cafezais. O quarto fator foi o atraso nas produções
resultantes das geadas de 1953 e 1955 e que fez coincidir com o inicio das grandes safras. O
quinto e último fator foram os preços altos do café em 1953 e 1955 que incentivaram os
produtores a organizarem a monocultura do produto.
De acordo com France Luz podemos visualizar que alem do momento ser propício
para a cafeicultura outros fatores foram decisivos para o sucesso do desenvolvimento no
Norte do Paraná. Enquanto as velhas regiões de outros Estados estavam em declino na
produção cafeeira, o Paraná apresentava novas frentes de abertura para a produção de
cafezais.
Uma vez que as terras em São Paulo se tornaram escassas e com preços muito
elevados, os agricultores paulistas passaram a comprar terras no Paraná, por sua vez, o
governo incentivava e valorizava com políticas econômicas a produção de café no Paraná.
Outro fator importante, destacado por France Luz foi à disponibilidade de terras
devolutas do governo colocadas a disposição da ocupação permanente. O governo criou uma
política agrária no começo do século XX, onde através da LEI nº 601 de setembro de 1850
que estipulava que a terra pública somente poderia ser adquirida mediante a compra. Esta lei
colocava fim a políticas tradicionais em que as terras eram dadas (adquiridas) mediante
doações da coroa, da monarquia em troca de favores políticos.
Até o início do século XX o sistema de ocupação e colonização adotado não atraia
colonos, pois era inexistente uma atividade agrícola comercial rentável uma vez que as vias de
comunicação e a ausência de mercados impossibilitavam o desenvolvimento de áreas
produtivas.
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Com o surgimento da República deu-se uma política de valorização das terras para o
cultivo agrícola. As terras devolutas antes pertencentes ao governo monárquico passaram a
pertencer aos seus respectivos Estados e estes perceberam que a sua arrecadação econômica
passava pela ocupação, povoamento e desenvolvimento econômico dessas terras, portanto a
venda desses lotes passou a ser uma forma para aumentar a arrecadação de impostos para o
Estado.
No inicio as terras do Norte do Paraná não foram alvo desta política governamental,
pois a região dos vales do Paranapanema, Paraná e Ivaí não foram aproveitadas pela
comunidade que se formara no planalto curitibano e no litoral que visualizavam a ocupação e
desenvolvimento de terras nos campos gerais.
A colonização do Paraná pode ser dividida em três áreas. A primeira a Norte Velho
que vai da divisa nordeste de São Paulo até Cornélio Procópio colonizado de 1860 a 1925 por
paulistas e mineiros, a segunda área colonizada foi a do Norte Novo, (1920 a 1950), que vai
do rio Tibagi, Ivaí e Paranapanema. E por último o Norte Novíssimo que vai do rio Ivaí ao
Paraná e ao Piquiri colonizado a partir de 1940 a 1960.
Duas frentes podem ser destacadas no século XX como sendo processos recentes de
ocupação. A primeira no norte caracterizada como um processo de povoamento e colonização
resultante da expansão cafeeira oriunda do Estado de São Paulo. E a segunda, a região oeste
resultante da colonização por parte de colonos descendentes de italianos e alemães vindos do
Rio Grande do Sul e do Oeste de Santa Catarina.
A ocupação agrícola das terras do Norte do Paraná teve um ritmo acelerado devido a
sua importância fértil para a cultura cafeeira, colocando o Paraná em destaque na política
econômica do Brasil. E por ser uma região pioneira deixou para traz a economia cafeeira
paulista que já vinha sofrendo forte decadência no mercado nacional.
Apesar de ser uma região agrícola o Norte do Paraná teve o desenvolvimento urbano
de forma planejada. A cada 100 km seria instalada uma cidade polo destinada a centralizar as
atividades econômicas, sociais e administrativas, este planejamento foi iniciado pela
Companhia Melhoramentos Norte do Paraná com a fundação de Londrina em 1929, onde foi
instalada a primeira sede desta companhia colonizadora.
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Na Obra “O ELDORADO “ José Miguel Arias Neto discute o projeto de dos
“ingleses” para o Norte do Paraná. Segundo o autor podemos destacar que entre as décadas de
1920 e 1930, a região norte do Paraná foi ocupada e explorada por várias empresas privadas
que adquiriram do governo do estado do Paraná terras com o intuito de colonizá-las.
Procurou-se neste período dinamizar a ocupação do Paraná, através de concessões de
terras devolutas a particulares para fixação de pequenos agricultores. Também a CTNP
(Companhia de Terras Norte do Paraná) estava vinculada a presença do imperialismo
britânico, interessada em obter algodão para indústria têxtil florescente na Inglaterra.
O processo de ocupação no Norte do Paraná
A ocupação se deu graças a atividades cafeeira, pois o principal produto de exportação
foi o café. O governo por sua vez adotava medidas para proteger a posição do mesmo no
mercado. Com a crise de 1929, no Estado de São Paulo houve a proibição de novos plantios e
muitos proprietários se deslocaram para as terras roxas paranaenses.
A Companhia de Terras Norte do Paraná vendia na época lotes de 10, 15 a 20
alqueires, pois os lotes maiores só foram vendidos mais tarde. Vemos então as novas terras
povoadas por proprietários, colonos e parceiros oriundos principalmente das fazendas de café
de São Paulo e em menor escala de Minas Gerais. O Paraná passa a receber migrantes de
todos os estados brasileiros. Migrantes novos e antigos, atraídos para a nova área de produção
agrícola ou expulsos por motivos diversos das suas áreas de origem.
A ocupação do Norte do Paraná esta diretamente ligada à evolução da cultura do café
que se intensificou nas décadas de 1930 a 1940 e só começou a declinar em 1950 em razão
das constantes quedas de preço.
Mas também foram encontradas algumas dificuldades. Os fazendeiros iniciaram a
construção da estrada de ferro São Paulo – Paraná e necessitavam de empréstimos para
conclusão da ferroviária cuja construção estava paralisada. E também para a Companhia a
aquisição das terras foi um processo oneroso, pois na região havia muito posseiros e
proprietários com títulos duvidosos.
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A Companhia usou de propagandas tentadoras como “sinta a alegria de viver e
prospere no Norte do Paraná”. Uma das questões em destaques nos folhetos era a fertilidade
da terra, além da abundância dos rios. Os vendedores sabiam que a ideia de um “Èdem
terrestre” atrairia, afinal de contas, compradores desejosos de adquirir um fragmento do
paraíso e muitas vantagens; títulos de domínio seguro, fertilidade e salubridade, estradas de
ferro e boas estradas de rodagem, água de pureza inigualável.
O Norte do Paraná tornou se para quem vê propagandas ou ouve falar de uma região
imprecisa, definida pela imaginação daqueles que acreditam em que “se plantando tudo dá”,
um paraíso incrustado na floresta virgem, misteriosa que aguarda ansiosamente os novos
conquistadores, os novos homens, oriundos de todos os lugares.
A publicidade da Companhia, veiculada em todo o Brasil e no exterior atraindo uma
grande e variada clientela: europeus, camponeses e brasileiros de todos os Estados, mas
especialmente do centro sul (SP e MG), e a maioria se fixaram no campo.
No período de 1937 a 1945, o Estado Novo, com algumas medidas pôs fim ao
monopólio da CTNP. O Estado passou a intervir nos processos econômicos com o intuito de
criar condições de desenvolvimento, expansão e diversificação do capitalismo. Um
capitalismo intervencionista e autoritário para o governo todas as atividades econômicas
seriam direcionadas para a indústria que estava surgindo lentamente.
No entanto tratava-se de nacionalizar as decisões sobre política econômica, o Estado
coordenaria internamente os investimentos a serem realizados por estrangeiros. A falta de
recursos, no entanto, do governo parece ter sido o limite à para o alargamento das fronteiras
econômicas. Dentro dos planos do governo, a marcha para o Oeste era necessária visando o
lançamento de outras cidades como Maringá.
A expansão da cultura cafeeira favoreceu a venda de lotes maiores a fazendeiros de
varias regiões principalmente paulistas. Eram bacharéis, funcionários públicos e mesmos
fazendeiros que passaram a investir em lavouras cafeeiras na região.
É necessário colocar que com a nacionalização da Companhia de Terras
Melhoramentos Norte do Paraná, os interesses políticos foram direcionados para o norte -
oeste, ou seja, venda de lotes na região de Maringá para plantio do café autorizado pelo
governo Vargas. A partir deste momento, passam os cafeicultores terem o controle sobre
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economia que recebia apoio do governo federal. A região Norte do Paraná passou a ser
caracterizada como o “Eldorado Cafeeiro”, surgindo assim à figura do pioneiro, palavra
originária do idioma Francês “pionnir”, e quer dizer: militar, explorador dos sertões.
A região foi criada e recriada mantendo sempre a ideia de predestinação e estabilidade.
Os que hoje desfrutam do Norte do Paraná seriam desta forma considerados como os
herdeiros dos que venceram antes.
O pioneiro desbravador muito auxiliou no desenvolvimento da região. Era aquele com
ação empreendedora, cujo objetivo era o engrandecimento da cidade e da região, bem como
sua integração, o que justifica os lucros privados (individuais).
Eram descendentes de italianos, japoneses, portugueses e espanhóis. Apresentavam-se
também como lavradores. Em relação à agricultura o governo do Estado procurou estimular a
melhoria das técnicas de produção e a mecanização da agricultura através de convênios
firmados com o governo Federal e com a criação de Institutos de Biologia e Pesquisas
Tecnológicas.
Além disso, o Departamento Estadual de Rodagem ampliou comunicações ligando o
Norte do Paraná com o porto de Paranaguá. Medidas estas que permitiram escoar, as safras de
café e cereais do Estado. Entre tantos nomes, Londrina recebeu o nome de Cidade Progresso,
Capital do Norte e Capital do café, entre outros.
Segundo o censo de 1950 os Estados que tiveram maior saldo migratório foram:
Distrito Federal, Paraná, São Paulo, Goiás e Maranhão. E os que apresentaram maior perda
líquida foram Minas Gerais, Bahia, Ceará Rio Grande do Sul, Paraíba, Alagoas, Rio de
Janeiro e Pernambuco.
Já no censo de 1960 o maior fluxo foi o estado do Paraná e 1970 também superaram
todos os índices somente em 1980 é que o Paraná perde para o estado de São Paulo e também
para o Rio de Janeiro ficando em terceiro lugar.
O fluxo migratório para as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro se explica
principalmente pelo fato de suas capitais se constituírem nos dois maiores centros industriais
do país, atraindo Mão de obra ociosa. Estes migrantes são originários das áreas de expulsão.
Ex: Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, enfim da região nordeste.
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Na região sudeste passa ter saldos migratórios nas décadas de 50 e 60 e aumenta
gradativamente nas décadas de 70 e 80. Todos os dados mostram o aumento da migração
para o sudeste e numa faixa etária dos 18 aos 35 anos, mais acentuada. Muitos jovens também
migram em busca de universidades ou de oportunidades profissionais.
Deste alto fluxo migratório ocorreram também problemas de inadequação profissional
onde mão de obra sendo desqualificada para o setor secundário passou a ser absorvida nos
baixos níveis do terciário. Além disso, surge desajustamento entre a quantidade de habitantes
e o ritmo do crescimento urbano que se mostra insuficiente para o atendimento dos serviços
públicos básicos.
A conquista do interior se processa de forma extensiva e predatória. Isto acontece
quando a população migra em busca de melhoria de vida e seus objetivos são frustrados e a
população acaba sendo marginalizada. Considerando alguns fatores como os associados à área
de origem, de destino e até fatores pessoais, quase sempre o que é relevante é que, as questões
econômicas que provocam migração.
O Crescimento Demográfico do Estado do Paraná
O Paraná até a segunda metade do sec. XIX enquanto província sua densidade
demográfica era menor que 1% hab./km ². No final desse século já como Estado chegou a 1,2
habitantes por km ².
No início do sec. XX passou a 3,4 hab./km ² e em meados cegou a marca dos 20,1
hab./ km ². Sua densidade superou a media nacional. Neste período o Paraná constituiu um
foco de atração para as populações de estados vizinhos. Entre as décadas de 1950/60 foram
obtidos os maiores índices de crescimento populacional. Somente nos anos de 70 foi menor
que a do país.
O Paraná, considerado um Estado essencialmente agrícola esteve ate 1970, entre os
estados de menor taxa de urbanização, mesmo tendo em seguida um grande aumento na
ultima década, não foi superior a São Paulo e Rio de Janeiro que receberam maior contingente
da população rural.
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Tabela 1: Demonstrativo da Evolução Crescimento populacional no Paraná de 1940 a 1980.
TAXA ANUAL DE CRESCIMENTO POPULACIONAL, SEGUNDO A. SITUAÇÃO DE
DOMICÍLIO - PARANÁ - 1940/2000.
TAXA DE CRESCIMENTO (% a.a.)
Situação de Domicílio
anos Urbana Rural total
1940/1950 5,84 5,54 5,61
1950/1960 9,31 6,33 7,16
1960/1970 6,73 4,10 4,97
1970/1980 5,97 -3,32 0,97
FONTE: IBGE - Censos Demográficos
www.ibge.com.br/home/mapa_site/mapa_site.php#populacao<acesso em julho 2011>
A agricultura do café no Paraná foi sendo substituída pela lavoura branca soja e trigo,
que são lavouras temporárias, com grande valor no mercado. Desta forma desenvolveram se
modificações nas técnicas de produção, lavoura mecanizada, com extensas áreas de terra e
com o mínimo de mão de obra, iniciou-se um decréscimo na população rural, essa passou a
migrar em direção aos centros urbanos e para estados industrializados.
Quanto ao processo migratório o Paraná ficou conhecido por suas terras férteis e isso
proporcionava grande contingente de migrantes. O processo migratório paranaense esta ligado
à própria característica da população. Existe a migração de pessoas residentes não naturais do
estado e de residentes em outras localidades da federação.
Os habitantes de todo o Brasil sempre grande mobilidade e hoje encontramos
paranaenses em todos os estados brasileiros. O saldo migratório apresentado pelo estado do
Paraná em 1960 foi de um milhão e meio de habitantes aproximadamente. Isto foi processado
nas regiões nordeste e oeste do estado, após ter ocupado quase todo o Norte do Paraná nas
décadas anteriores; período de expansão cafeeira.
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Em 1970 o saldo foi o maior dentre os estados brasileiros, passou de 2 milhões de
habitantes, seguido por SP e RJ. Estes migrantes eram vindos do SP MG, RS, SC, BA, PE e
AL e para o 3º lugar, ficando atrás de SP e RJ. A região denominada Norte Velho ou Norte
Pioneiro foi também região cafeeira e na qual surgiram núcleos urbanos.
A nova cultura, que aqui encontrou terras férteis passou a ser cobiçada por fazendeiros
vindos do interior de São Paulo e de Minas Gerais, que viam na região grande oportunidade
de ampliar suas lavouras.
As cidades de Primeiro de Maio e Sertanópolis surgiram pela iniciativa das
companhias colonizadoras Corain e Cia e Leopoldo de Paulo Vieira, respectivamente.
O governo do Estado, diante do afluxo de paulistas, mineiros e nordestinos para o
Norte do Paraná e com o objetivo de evitar ocupação ilegal passou a contratá-las, vendendo as
terras do estado a companhias para que essas colonizassem com recursos próprios. Mesmo
com essa colonização organizada ocorreram conflitos em algumas áreas entre posseiros e
possuidores de títulos.
A primeira e mais importante a atuar no Paraná foi à loteadora Companhia de Terras
Norte do Paraná, que depois passou a chamar-se Companhia Melhoramentos Norte do Paraná.
A companhia foi fundada por um grupo de empresários ingleses que foi adquirindo
grandes glebas e loteando-as. A companhia recebeu incentivos do Cia Ferroviária SP-Pr que
adquiriu parte da ferrovia, a qual foi sendo ampliada valorizando e favorecendo a colonização.
O plano da Companhia incluía a divisão das glebas de terras em lotes pequenos e
médios: prosseguimento da construção da estrada e a fundação de núcleos urbanos. Esse
plano da Companhia atraiu colonos de todo o Brasil, desenvolveu-se na região, uma
exploração agrícola que, embora apoiada na cultura cafeeira, expandiu-se na pequena
propriedade e na policultura. Deste projeto surgiam as principais cidades; Londrina (1929),
Maringá (1947), Cianorte (1953), e Umuarama (1955).
A Companhia esteve dirigida por ingleses até a segunda guerra mundial, depois o
governo brasileiro proibiu a propriedade de terras para estrangeiros. Varias Companhias
foram nacionalizadas inclusive aquela empresa de origem estrangeira foi comprada por um
grupo paulista em 1944.
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Outras companhias colonizaram os núcleos de Assai e Uraí, ali os colonos eram em
maioria japoneses que cultivavam algodão. Também o governo do estado promoveu
colonização, dividiu as terras em lotes agrícolas e vendia a preços acessíveis a pequenos
proprietários. Surgia dessa ação o “Norte Novíssimo de Paranavaí”. Com esse processo e
colonização na década de 1960, todo o território do Estado do Paraná estava ocupado. A
“frente pioneira” se esgotava nos limites do Estado.
O povoamento do Norte do Paraná
A fertilidade das terras paranaenses, principalmente o norte atraiu numerosos colonos,
fazendeiros de vários estados, tanto para o fazendeiro era interessante como para os colonos
em busca de trabalho em família com o objetivo de conseguirem um pequeno lote
futuramente.
A frente pioneira avançou desenvolvendo toda a região do terceiro planalto. Os
loteamentos possibilitaram a abertura de estradas e implantação de núcleos urbanos. O regime
de pequenas propriedades propiciou uma vida regional intensa, surgindo além da cultura do
café uma agricultura de subsistência.
No senso de 1950 dos 80 (oitenta), municípios do Paraná, 36 (trinta e seis), estavam
localizados na região Norte e viviam nesta região quase 50% (cinquenta por cento), da
população do estado. A densidade da região superou a do Estado. Nesta década o estado
apresentou um crescimento demográfico de 101%.
Em 1970, a densidade demográfica da região norte alcançou 50,7 hab./Km ². A região
Leste na década de 80 recebeu um crescimento demográfico de 48,5%, principalmente na área
metropolitana de Curitiba.
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A ocupação da microrregião “Norte Novo de Maringá”
A colonização da microrregião Norte Novo de Maringá Foi realizada pela Companhia
de Terras Norte do Paraná, depois pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. Essa
região muito cobiçada por possuir terras roxa, própria para o plantio do café, era procurada
por fazendeiros de outros Estados.
Nas décadas de 1950 e 1960 apresentou seus maiores índices de crescimento
demográfico. Os migrantes internos que ingressaram no Paraná foram atraídos pela
possibilidade de se tornarem pequenos proprietários e agricultores bem sucedidos.
Maringá pertencia ao município de Mandaguari, assim como Marialva e Paranavaí.
Somente em 1947 passou a ser distrito. A cidade foi planejada pela Companhia
Melhoramentos Norte do Paraná para ser cidade polo.
A partir de 1960, outros municípios foram criados, sendo já bem servidos por
rodovias, a principal BR 376 que acompanhava o espigão mestre, divisor de águas entre as
Bacias dos rios Ivaí e Pirapó. Possuíam estradas secundárias contando também com a estrada
de ferro responsável pelo escoamento da produção agrícola.
A região de Maringá foi predominantemente agrícola com o café e culturas
diversificadas como a soja e o trigo, além das de subsistência que eram o milho, arroz, feijão,
cana-de-açúcar e algodão. Porém a partir dos anos 70, a cidade que possuía impulso próprio
ligado às atividades comerciais, industriais e administrativas teve uma queda na população
rural e um aumento da população urbana.
Os cafeeiros eram plantados em lugares mais altos menos sujeitos as geadas. As
residências eram construídas nas proximidades dos córregos ou minas de água. Ao redor
havia um pequeno pasto, mangueiras de porcos, pomar, horta e lavouras temporárias de feijão
para o consumo da família do colono.
Nas últimas décadas na região de Maringá, as atividades econômicas, tem se
diversificado, a indústria aproveitando sua própria matéria prima, o comércio tem crescido no
setor de atacado e varejo.
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O Fluxo Migratório para a Microrregião (1950-1980) entre as décadas de 1970 a 1980
vivenciou um crescimento populacional superior às microrregiões do Norte e do estado do
Paraná, posição esta que foi possível em virtude do processo de urbanização que se acelerou e
beneficiou a cidade de Maringá.
O elevado índice de crescimento demográfico indica claramente que o mesmo se
verificou em decorrência da migração interna do que pelo crescimento vegetativo. Isto
podemos entender quando distribuímos a população entre: as pessoas naturais e não naturais
do município.
Verificamos através do censo que 78% da população não eram naturais dos municípios
de residências. É uma característica própria da região de forte migração interna. Maringá
apresentou um percentual elevado de pessoas não naturais. Desde o início para lá convergiam
migrantes de todas as partes do país.
Nacionalidade da população residente
Os brasileiros natos representam 97,9% em 1970 e a participação de estrangeiros e
naturalizados é mínima. Constata-se que a microrregião foi povoada por brasileiros natos das
mais diversas procedências. Ressalta-se, no entanto que há um expressivo número de
descendentes de estrangeiros, principalmente japoneses, italianos, portugueses e espanhóis.
Muitos procedentes dos outros Estados, principalmente de São Paulo.
Graças ao crescimento de núcleos urbanos mais tempo as pessoas passaram a
permanecer e se instalar definitivamente na região. Os estados que mais forneceram migrantes
foram; São Paulo, o próprio Paraná, Minas Gerais e outros.
No censo de 1970, verifica-se que os migrantes da região tinham como domicílio
anterior o próprio estado do Paraná e São Paulo.
Nesta mesma década quase 40% dos migrantes da microrregião fixaram residência no
município de Maringá. Com percentual maior de população urbana comparada à rural. Esse
atrativo se explica por fatores como possibilidade de emprego nos setores secundário e
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terciário, as oportunidades culturais e educacionais que a cidade oferece e mesmo a existência
de uma infraestrutura de serviços públicos mais adequados.
Em relação à migração intra-municipal, isto é: pessoas que moravam na zona urbana e
já residiam no campo ou vice e versa pessoas do campo que já havia morado na cidade. Foi
constatado que o índice de permanência atingia quase 90 % assim concluímos que existia
muito pouco a imigração intra-municipal.
O Paraná experimentou um dos maiores crescimento demográfico com a lavoura
cafeeira. A mão de obra necessária à produção de café constituiu grande contingente de
migrantes vindos de todas as partes do Brasil. Foi à população rural responsável pelo
crescimento populacional entre as décadas de 1940 a 1970, sendo que a população rural
cresceu 374% enquanto que o Estado cresceu total de 460%.
A modernização agrícola, novas formas de produção.
O Paraná, como outros Estados sofreu um processo de modernização, com novas
técnicas de trabalho no campo e novas culturas. A mecanização da lavoura, o controle do
solo, os fertilizantes e a substituição do café pelo trigo e a soja vai modificar a necessidade da
mão de obra no campo.
Ocorreram transformações e o espaço rural se modificou com o aumento das médias e
grandes propriedades (os pequenos proprietários foram vendendo seus lotes) e a agricultura
cedendo lugar às pastagens. Há uma relação entre a substituição de cultura e a concentração
fundiária. Neste período os maiores proprietários quando não compravam lotes circunvizinhos
recorriam ao arrendamento de propriedades próximas pela carência de capitais que dificultava
o acesso a novos equipamentos, também da falta de experiência, pequenos proprietários
venderam seus lotes a fazendeiros maiores.
Em 1961, um programa do governo erradicou em dois anos, dois bilhões de pés de
café, diversificando as culturas e incentivando a industrialização de produtos agropecuários a
fim de solucionar o problema sócio econômico resultante da mão de obra empregada na
cafeicultura.
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Analisando a economia do Norte do Paraná verificamos que em 1960 a agricultura
permanente - café – era predominante seguindo em pequena percentagem a lavoura
temporária e pastagens.
Em 1970 a 1975 houve um aumento da lavoura temporária e queda na permanente
enquanto que as pastagens se mantiveram. Em 1980 pastagens e lavouras temporárias
voltaram a crescer, pois para soja, na região o clima e a topografia favoreciam muito
facilitando a mecanização alem do beneficiamento e comércio do produto. Neste período a
economia mudou no Paraná, pois o processo de modernização do setor agrícola expandiu o
trabalho com tratores e máquinas que eram utilizadas tanto para o trigo, cultura de inverno
como da soja, no verão, e consequentemente a redução da população rural, não encontravam
condições de sobrevivência no local.
Houve no Paraná, um crescimento no trabalho assalariado e trabalho temporário entre
1975-1980 tanto na lavoura como na pecuária. No entanto a lavoura mecanizada poderia ser
dirigida pelo próprio dono e suas máquinas e sem necessidade de alto número de mão de obra.
Esse trabalhador praticamente expulso do campo encaminha-se para os centros urbanos
tornando-se mão de obra barata. Desta forma houve um crescimento das cidades, sendo que
no censo de 1980 o Paraná já possuía 290 cidades das quais 174 no norte, sendo as principais
Londrina e Maringá.
O processo de urbanização se estendeu por todo estado. É relevante, no entanto citar a
cidade de Maringá como centro regional importante, município entre os polos industriais do
estado, notadamente no que se refere à transformação de matérias primas oriunda da
agropecuária regional – soja, algodão, milho, cana, leite e carne. Sua rede de transporte
também foi desenvolvida para fornecer o escoamento e a comercialização das mercadorias.
Nem todos os habitantes que deixaram o campo foram incorporados à população
urbana da própria microrregião. Uma grande parte dirigiu-se para outros centros urbanos do
Paraná e de outros estados principalmente São Paulo.
As mudanças econômicas provocaram alterações na distribuição da população, além
do processo normal de urbanização. Isto trouxe reflexos sociais econômicos e políticos.
Essas transformações econômicas influenciaram o crescimento e distribuição da
população em favor das características das estruturas agrárias capitalistas, ou seja, aumento
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das grandes propriedades e diminuição do número de pequenos proprietários e, aumento do
cultivo de produtos destinados à exportação em relação aos produtos destinados a
subsistência. Além da mecanização da agricultura mais rentável e substituição das áreas de
lavouras permanentes, pelas temporárias que receberam incentivos do governo.
Todos esses fatores contribuíram para o processo migratório, pois à medida que o
trabalhador do campo vai perdendo a autonomia, ficando impedido de plantar sua própria
roça, vai se transformando num assalariado, que vende sua força de trabalho.
Para o homem do campo, a possibilidade de trabalhar na cidade, apresenta se como
algo bastante indefinido. Isto faz com que ele já ingresse na vida urbana, na categoria de
trabalhador disposto a vender a sua força de trabalho por qualquer preço. Os referidos fatores
de atração apareceram, no entanto, como último recurso do qual a população lança mão para
justificar a sua evasão do campo.
Outro fator que motiva o êxodo rural é o endividamento de pequenos proprietários que
financiam suas lavouras e por problemas climáticos e outros não conseguem pagar. Muitas
vezes são obrigados a entregar sua propriedade aos bancos.
O crescimento da população urbana acarretou a necessidade de se dotar os centros
urbanos principalmente Maringá de uma infraestrutura ex: rede de esgoto, transporte,
assistência médica rede escolar, creches etc.
Consequências do alto fluxo migratório
Em 1960, é que a economia sofre mudanças com a implantação das culturas da soja e
do trigo. Essa mudança vai modificar a estrutura fundiária, pois requer novas formas de
investimento, mudando também a mão de obra, com lavouras mecanizadas que foi fator
propulsor para diminuição dos trabalhadores no campo, mas os trabalhadores rurais volantes
aumentavam. Por exemplo:
- a política oficial em relação à agricultura.
- a substituição de lavouras e a mecanização que a acompanhou.
23
- a aprovação em 1963 do estatuto do trabalhador rural.
- as grandes geadas de 1965 e 1975, que dizimaram a lavoura cafeeira.
A superprodução relativa do café coincide com a valorização da soja como produto de
exportação principalmente a partir de 1967, ano que registra a elevação dos preços no
mercado internacional.
A aprovação do estatuto do trabalhador na sua prática ameaçava os lucros dos
proprietários, pois os trabalhadores passam a reivindicar indenizações para saída da
propriedade e outros direitos trabalhistas. Isto acarretou dispensas indiscriminadas de enormes
contingentes de trabalhadores, ainda desconhecedores da nova lei.
São estes que migram para a periferia urbana e ao continuarem exercendo atividades
nas zonas rurais tornam-se trabalhadores rurais volantes. As geadas de 1965 e 1975, também
contribuíram para acelerar a capitalização do campo no Norte do Paraná. As medidas do
governo para a erradicação do café disponibilizavam o financiamento para as lavouras
mecanizadas e pastagens favorecendo a modernização capitalista.
Toda esta política alterou a composição das relações de trabalho até então vigentes e
acentuaram as estruturas trabalhistas. A substituição da mão de obra por insumos
industrializados passou a serem características da agricultura do norte novo à medida que esta
prática era intensificada também na cultura cafeeira.
A região de Maringá também foi atingida pela modernização agrícola. Sobre este tema
a professora Iolanda Casa Grande desenvolveu uma pesquisa do trabalhador rural volante
“boia fria”.
De acordo com sua pesquisa, quando em 1960 o capitalismo industrial expande a
produção para o campo; surge a figura do “boia fria” no Paraná, ou seja, os trabalhadores
rurais, volantes. Esses se submetem as precárias condições de vida e de trabalho, eram eles
ex-proprietários de terra ou simplesmente detentores da força de trabalho nos campos.
Em ocasião de uma política capitalista restringiu o uso de etapas de produção, o uso de
insumos e mudanças nas técnicas de produção gerava contingentes de desempregados.
Em entrevistas a trabalhadores boias frias e proprietários rurais da região próxima de
Maringá analisamos três grupos de problemas.
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1º - Mudança qualitativa nas condições de vida da população no sentido de sua deterioração.
O trabalhador rural tende cada vez mais ser expropriado da terra em que trabalha, uma
vez que parceiro ou colono nesse período já estava em extinção. A terra passa para as mãos de
uma minoria detentora do capital.
2º - ocorre aceleração do processo migratório, isto pelo constante deslocamento que ele é
forçado a fazer para sua sobrevivência.
3º “- Tanto no sistema de parceria quanto no colonato a família é uma unidade”. No trabalho
volante do “boia fria”, a família perde posição.
Aplicação prática do material didático pedagógico – pesquisa
A prática pedagógica do projeto PDE na escola consistiu em exposição do material
didático elaborado para os alunos do segundo ano do ensino médio, que posteriormente
elaboraram uma pesquisa. Esse processo de abordagem do tema será apresentado neste
artigo.
Os alunos, após discutirem entre eles sob a orientação da professora as questões
relativas às entrevistas elaboraram as questões. Estas perguntas foram posteriormente
organizadas em um formulário de pesquisa com respostas objetivas. Desta forma os alunos
se organizaram em grupos e encarregaram-se de entrevistar seus familiares ou vizinhos que
residem atualmente no bairro.
Como resultado os grupos obtiveram os dados para montagem dos gráficos que
serão apresentados na sequência. Baseados numa amostra de 16 entrevistados esses gráficos
demonstram a presença de pioneiros que migraram pra a região, atraídos pelo forte
desenvolvimento do café.
Nosso objetivo ao elaborar este projeto foi de fazer com que o aluno além de
conhecer a história da região conseguisse também identificar seus familiares como
protagonistas dessa história ao migrar para esta região e incentivar o interesse na
“investigação desse passado”.
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Neste questionário buscou-se mensurar o perfil deste migrante que foi participante do
processo colonizador do norte paranaense, bem como os motivos que atraíram estes pioneiros
pra região e como este individuo percebe a importância do fluxo migratório para a ocupação
do território.
Desta forma iniciamos com a seguinte pergunta:
1. Sexo do entrevistado?
Comentário: Podemos visualizar que do total da amostra de 16 entrevistados 56% eram sexo masculino
enquanto 44% eram do sexo feminino.
2. Chegou à região do Paraná casado ou solteiro?
Comentário: Podemos visualizar que do total da amostra de 16 entrevistados 38 % estavam casados ao
chegar à região e 63 % eram solteiros no momento que migraram.
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3. Em sua família houve parentes próximos que participaram da colonização da
região do Norte do Paraná?
Comentário: Podemos visualizar que do total da amostra de 16 entrevistados 56 % declararam
participantes do processo de colonização enquanto 44 % já alegaram que chegaram à região após
processo de colonização.
4. Sua família possui descendência estrangeira?
Comentário: Quanto a descendência familiar os países mais citados foram europeus.
DESCENDÊNCIA ESTRANGEIRA NA FAMILIA
ITALIANA 13 %
PROTUGUESA 13 %
ESPANHOLA 25 %
INDIGENA 06 %
OUTRAS NACIONALIDADES 43%
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5. Quais os motivos foram atrativos para a vinda destas famílias de migrantes?
Comentário: Quanto às oportunidades que atraíram para região podemos notar que a busca de trabalho
no campo ou cidades, foi a principal motivação para estes migrantes.
TERRAS FÉRTEIS PRA O CULTIVO DO CAFE 31%
PROPAGANDAS DAS COMPANHIAS COLONIZADORAS 6 %
CONVITE DE FAMILIARES OU AMIGOS 13%
BUSCA DE TRABALHO NO CAMPO OU CIDADE 50%
6. Quais os Estados de origem dos migrantes?
ESTADOS DE ORIGEM DOS MIGRANTES.
BAHIA 6%
MINAS GERAIS 13%
NÃO SOUBERAM INFORMAR 31%
OUTROS 13%
PARANÁ 6%
PERNAMBUCO 6%
SÃO PAULO 25%
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7. Cidade de destino dos migrantes?
CIDADE DE DESTINO DOS MIGRANTES
Água Boa 1 6%
Bandeirantes 1 6%
Ibiporã 1 6%
Iporã 1 6%
Jandaia 2 13%
Maringá 6 38%
Não soube informar 2 13%
Nova Aurora 1 6%
Presidente Prudente 1 6%
8. Em sua opinião qual o produto mais importante para o desenvolvimento da região Norte e
Noroeste do Paraná?
.
Comentário: Podemos visualizar que do total da amostra de 16 entrevistados 81% consideram que o café
foi o produto mais importante pra o desenvolvimento da região. Enquanto o algodão foi citado por 13%
dos entrevistados e a pecuária por apenas 6 %, como também sendo importante para o desenvolvimento
do Norte e Noroeste do Paraná.
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9. Seus familiares vieram de qual estado?
10. Você sabe claramente o que é um migrante e qual sua importância na colonização?
Comentário: Podemos visualizar que do total da amostra de 16 entrevistados 75% declararam saber
definir migrante e também sabem da importância no processo de colonização. Apenas 6% disseram não
ESTADO OU REGIÃO DE ORIGEM DOS SEUS FAMILIARES
São Paulo 37%
Bahia 6%
Minas Gerais 19%
Paraná 6%
Região Norte 13%
Região Sul 13%
Centro Oeste 6%
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saber o significado enquanto 19% disseram que não sabem claramente o significado de migração nem
definir a importância do migrante não colonização de nossa região.
11. Seus pais ou avós trabalharam no passado com o plantio ou colheita do café em Maringá
ou outra cidade da região Norte do Paraná?
Comentário: Do total da amostra de 16 entrevistados 63 % informaram que pais ou avós trabalharam
com o café, 31 % não trabalharam com a lavoura de café enquanto 6% não souberam informar.
Conclusão
Ao concluir o projeto PDE posso afirmar que o conhecimento adquirido contribuiu
para a formação de um novo olhar sobre o passado e a consciência de que o individuo junto
com o coletivo participa da história.
Vimos que estes descendentes de migrantes, em grande número vindo de outros
estados do Brasil atraídos pelos preços e terras férteis divulgadas em extensiva propaganda
da empresa colonizadora, vieram para a região norte do Paraná dando inicio a produção
cafeeira.
Este trabalho também focalizou na prática pedagógica com os alunos, onde nosso
principal objetivo foi o de mostrar aos alunos a história de nossa região e em especial a
importância dos pioneiros pra construção do nosso Estado.
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Para alcançar este objetivo foi apresentado a história da colonização da região norte e
noroeste do Paraná. Para isto os alunos participaram da elaboração de um questionário o qual
deveria constituir uma pesquisa prática com seus familiares e ou vizinhos residentes no bairro.
Notou-se através dos resultados desta pesquisa a importância da cafeicultura para este
empreendimento colonizador. Demonstrando que as formas de ocupação destas terras se
deram em cima deste produto principalmente além de interesses governamentais, das
propagandas como principal atrativo para estes migrantes, bem como as dificuldades
enfrentadas por estes, sendo para eles um desafio natural, o qual seria conquistado com
trabalho árduo.
Os autores estudados trouxeram a possibilidade, através dos levantamentos
estatísticos, construírem de forma verdadeira um entendimento dos vários fatores implicados
na construção da história da região norte e noroeste do Paraná e dos migrantes que se
estabeleceram nesta região, permitindo compreender o desenvolvimento econômico,
populacional, e as origens destes migrantes e seus familiares.
Em relação à ação prática destes conhecimentos, com os alunos do segundo ano do
ensino médio, podemos notar que a pesquisa levantou questões próximas a sua vivência
familiar, ao observarem que na própria família existiam ligações com migrantes, os quais
participaram de trabalhos ligados com a produção cafeeira, além de vivenciarem o papel de
pesquisadores.
O presente trabalho buscou promoveu aos alunos uma visão da História não apenas
como disciplina acadêmica, mais sim como fonte de conhecimento e de resgate de sua
identidade. Os alunos puderam compreender que os indivíduos constroem a sua história e
interferem no seu ambiente.
Aproveitando que o estudo da história regional foi agregado ao currículo escolar,
devemos buscar como educadores essa aproximação do fato e da ação do individuo para que
os alunos passem a se conscientizar de seu papel como cidadão capaz e responsável pela
construção do nosso país. A escola deve também se preocupar com a formação de cidadãos
conscientes extrapolando os limites da escola e levando a prática para a sociedade. Essa
prática deve estar interagida com o ambiente, a sociedade, a economia e a política,
possibilitando assim o aprendizado e o sentido de participação do aluno como ser social e
participativo da história da sua região.
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Referências
ARIAS NETO, José Miguel. O Eldorado: Representações da Política em Londrina.
1930/1975. Ed. UEL. 1998.
CANCIAN, Nadir Apparecida, Cafeicultura Paranaense – 1900/1970. Ed. Grafipar,
Curitiba, 1981.
CASAGRANDE, Iolanda. O trabalhador Rural Volante “Bóia Fria”, na região de
Maringá nos anos 70. In. DIAS, Reginaldo Benedito Gonçalvez , ROLLO, José Henrique
(orgs). Maringá e o Norte do Paraná: Estudos de História Regional. Maringá; Eduem,
1999, p. 221-238.
Colonização e Desenvolvimento do Norte do Paraná. Companhia Melhoramentos Norte do
Paraná. Publicação comemorativa do cinqüentenário da Companhia melhoramentos Norte do
Paraná - 24 de setembro de 1975.
DIAS, Reginaldo Benedito Gonçalvez, ROLLO, José Henrique (organizadores). MARINGÁ
E O NORTE DO PARANÁ: Estudo de História Regional. Maringá; Eduem, 1999.
LUZ, France. As Migrações Internas no Contexto do Capitalismo no Brasil: A
Microrregião “Norte Novo de Maringá” – 1950/1980. 1988 375 f. Doutorado em História
Social/ Faculdade de Filosofia, letras e Ciências Humanas de São Paulo.
LUZ, France. O Fenômeno Urbano Numa Zona Pioneira: Maringá. Edição da Prefeitura
de Maringá (1997) Dissertação de Mestrado – Universidade de São Paulo, 1980.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Rede Pública
da Educação Básica do Estado do Paraná. História. Curitiba, SEED.
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