View
5
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CAMPUS DE JABOTICABAL
CARACTERIZAÇÕES MORFOLÓGICA E MOLECULAR DE ACESSOS DE PIMENTA (Capsicum chinense Jaqc.)
Francisco Joaci de Freitas Luz
Orientadora: Profa. Dra. Leila Trevizan Braz Co-Orientadora: Profa. Dra. Eliana G. de Macedo Lemos
Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias do Campus de Jaboticabal - UNESP, para obtenção do Título de Doutor em Agronomia - área de concentração em Produção Vegetal
Jaboticabal – São Paulo - Brasil 2007
Luz, Francisco Joaci de Freitas
L979 c Caracterizações morfológica e molecular de acessos de pimenta (Capsicum chinense jaqc.)/Francisco Joaci de Freitas Luz – jaboticabal, 2007
xi, 70 f. : il. ; 28 cm
Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, 2007
Orientadora: Leila Trevizan Braz Banca examinadora: Maria Helena de Souza Goldman,
Arlete Marchi Tavares de Melo, João Carlos de Oliveira e Lúcia Maria Carareto Alves
Bibliografia
1. Capsicum chinense Jacq 2. Morfologia-pimenta. 3. Marcadores moleculares. 4. Diversidade genética. I. Título. II. Jaboticabal-Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias.
CDU 582.951.4 Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição
e Tratamento da Informação – Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação. Unesp, Campus de Jaboticabal
iii
DADOS CURRICULARES DO AUTOR
FRANCISCO JOACI DE FREITAS LUZ – sagitariano, nascido em 21 de
dezembro de 1960, no município de Fortaleza, Estado do Ceará, é Engenheiro
Agrônomo formado pela Escola de Agronomia da Universidade Federal do Ceará
(UFC), em dezembro de 1984, na qual obteve o título de Mestre em agosto de 1988.
Em abril de 1987 ingressou na Embrapa Roraima como pesquisador, cargo que ocupa
até a presente data. Em março de 2003 iniciou o curso de doutorado em Agronomia
(Produção Vegetal) na Unesp – FCAV em Jaboticabal – SP.
iv
Luz do sol Que a folha traga e traduz Em verde de novo Em folha, em graça , em vida em força, em luz Céu azul que venha até onde os pés Tocam na terra e a terra inspira e exala seus azuis Reza, reza o rio , Córrego pro rio, rio pro mar Reza correnteza , roça a beira a doura areia Marcha um homem sobre o chão Leva no coração uma ferida acesa Dono do sim e do não Diante da visão da infinita beleza Finda por ferir com a mão essa delicadeza coisa mais querida A glória da vida Luz do sol Que a folha traga e traduz Em verde de novo Em folha, em graça, em vida, em força , em luz.
(Caetano Veloso)
v
A Deus e ao planeta Terra,
Aos meus pais Seu Zezim (in memoriam) e Dona Ondina (in memoriam),
Aos irmãos Josemir, Jocélio, Ondina Maria, Jocildo, Joacilo e Viviane,
Aos meus filhos Térence, Júlia e Ramon,
A Ana Lia, ex-companheira de tantos anos,
A Valéria Cristina e Marize pelo carinho e atenção,
Aos tantos amigos de aqui, de Fortaleza e de Roraima,
Pela força e brilho nesta caminhada.
DEDICO
vi
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo privilégio da vida.
Aos meus pais e irmãos, por terem me dado tanto crédito.
Às Profas. Dras. Leila Trevizan Braz e Eliana Gertrudes de Macedo Lemos, pela
orientação, e pela confiança em mim depositada.
À Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), por ter concedido o
privilégio de participar de seu programa de pós-graduação.
Aos Professores Dra. Maria Helena de Souza Goldman (USP – Ribeirão Preto),
Dra. Lúcia Maria Carareto Alves (Unesp – Jaboticabal), Dr. João Carlos de Oliveira
(Unesp – Jaboticabal) e à Pesquisadora Dra. Arlete Marchi Tavares de Melo (IAC –
Campinas)
Aos Profs. Drs. Arthur Bernardes, Maria Lídia Stipp Paterniani, Antônio Góes e
João Carlos de Oliveira, pelas importantes sugestões no Exame de Qualificação, as
quais contribuíram para o aperfeiçoamento deste trabalho.
Aos amigos embrapianos Luciano Bianchetti, Sabrina Carvalho e Cláudia Silva
pelo incentivo e auxílio científico para a realização dessa tese.
Ao Prof. Dr. Rinaldo César de Paula, pelo valioso auxílio na análise e
interpretação de dados.
À pós-doutoranda Ester Wickert pelos valiosos esclarecimentos na ánalise dos
dados filogenéticos.
Aos professores da FCAV - UNESP, Leila Trevizan, Janete Desidério, Sônia
Zingaretti, Durvalina, Coutinho, Mário Benincasa, Arthur Bernardes, com quem tive
aulas, tendo aprimorado meu aprendizado.
Aos amigos contemporâneos da pós-graduação pelos momentos felizes da
convivência científica e da descontração: Gisele, Gilmara, Geraldo, Leílson, Edvan,
Márkilla, Ítalo, Renata, Renato, Anderson, Caciana, Rodrigo, Luciano, Teuni, Geisa,
Letícia, Hamilton e Renata, Eliseu, Natanael, Benassi, Bráulio, Duda, Adriana, Ana
Paula, Carol, Marco Aurélio, Juliana, Luís Gatieri, Norton, Pablo, Tagli, Mariângela,
Diego, Aurélio, Rosinha
vii
Aos funcionários da Horta do Setor de Olericultura e Plantas Aromático-
Medicinais, João, Inauro, Sílvio e Cláudio; do Laboratório de Bioquímica de
Microorganismos e Plantas do Departamento de Tecnologia, João Carlos; do
Departamento de Produção Vegetal, Nádia, Sidnéia, Wagner e Marizinha e da Pós-
Graduação, especialmente Valéria e Karina, pela amizade e o pronto atendimento a
tantos pleitos.
Aos amigos da Embrapa Roraima pelo pronto auxílio nas horas de aperto e pela
amizade fraterna.
A Reinaldo Imbrózio e Herundino Ribeiro Filho, amigos e incentivadores da
pesquisa na Amazônia.
Aos amigos Jaiminho, Jesualdo, Priscila e Geovani pelo apoio e amizade.
Aos amigos eternos Geraldo Costa de Oliveira Filho e Pedro Hélio Estevam
Ribeiro, colhidos tão cedo de uma vida profícua de dedicação à Agronomia.
Agradeço aos indígenas, ribeirinhos e pequenos agricultores de Roraima,
guardiões da riqueza dos recursos genéticos vegetais da Amazônia e a todos que direta
ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.
viii
SUMÁRIO
Página
RESUMO................................................................................................................. x
SUMMARY...................................................................................…....................... xi
CAPÍTULO 1. CONSIDERAÇÕES GERAIS.......................................................... 1
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 1
2. REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................. 2
2.1. Importância econômica das pimentas .......................................................... 2
2.2. Origem e evolução........................................................................................ 4
2.3. Classificação botânica e características peculiares às pimentas.................. 4
2.4. Melhoramento genético ................................................................................ 8
2.5. Conservação da diversidade genética de C. chinense na Amazônia........... 9
2.6. Caracterizações morfológica e molecular..................................................... 10
3. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 13
CAPÍTULO 2. CARACTERIZAÇÃO DE ACESSOS DE C. chinense POR MEIO
DE DESCRITORES MORFOLÓGICOS.........................................
18
RESUMO................................................................................................................. 18
1. INTRODUÇÃO. .................................................................................................. 19
2. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................... 21
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................... 29
4. CONCLUSÕES.................................................................................................. 46
5. REFERÊNCIAS................................................................................................... 46
ix
CAPÍTULO 3. CARACTERIZAÇÃO DE ACESSOS DE C. chinense
COM MARCADORES MOLECULARES fAFLP.........................
49
RESUMO................................................................................................................. 49
1. INTRODUÇÃO. .................................................................................................. 50
2. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................... 53
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................... 79
4. CONCLUSÕES................................................................................................... 62
5. REFERÊNCIAS................................................................................................... 63
CAPÍTULO 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS - O USO DE MARCADORES MORFOLÓGICOS E MOLECULARES NA CARACTERIZAÇÃO DE ACESSOS DE PIMENTA Capsicum chinense
Jacq...............................................................................................
66
REFERÊNCIAS...................................................................................................... 69
x
CARACTERIZAÇÕES MORFOLÓGICA E MOLECULAR DE ACESSOS DE PIMENTA (Capsicum chinense Jaqc.)
RESUMO – Com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre uma coleção de
pimentas da Embrapa Roraima, foram realizadas caracterizações morfológica com
descritores do IPGRI e molecular com marcadores fAFLP, de 58 acessos de Capsicum
chinense. Os resultados da avaliação morfológica detectaram que, 39% dos acessos
não se agruparam e entre os mesmos observou-se uma dissimilaridade de até 70%,
com 50% de média. A caracterização molecular revelou uma dissimilaridade média de
22,3% entre os acessos levando à conclusão de que há uma pequena variabilidade
genética entre os acessos, considerando o genoma como um todo. Os resultados
demonstraram que as diferenças morfológicas estariam baseadas apenas em uma
parte do genoma das pimentas, focada em características visíveis e mensuráveis pelo
ser humano. Por outro lado, a variação observada a partir do DNA genômico por meio
do marcador molecular utilizado não foi suficiente para ratificar as diferenças
morfológicas observadas. Ambas as formas de caracterizar os acessos foram úteis e
necessárias para o conhecimento dos mesmos, revelando informações valiosas para
estratégias de conservação e uso das pimentas da Amazônia.
Palavras-Chave: descritores morfológicos, diversidade genética, marcadores
moleculares
6xi
MORPHOLOGICAL AND MOLECULAR CHARACTERIZATION OF PEPPER (Capsicum chinense Jacq.) ACCESSIONS
SUMMARY – In order to raise the knowledge about a pepper collection from
Embrapa Roraima, IPGRI morphological descriptors and fAFLP molecular marker were
used to characterize 58 acessions of Capsicum chinense, contributing with information
about the diversity of those plants. The results of morphological evaluation showed that
39% of the accessions did not group together and it also detected a great dissimilarity
among the accessions, reaching values above 70%, with a 50% medium. The molecular
characterization showed an average dissimilarity of 22,3%, indicating little genetic
variability on the collection evaluated, considering the total genome of the plants. These
results demonstrate that variation detected by morphological descriptors would be
related to only a small part of pepper genome, focusing on human visible and
measurable traits. The variation observed directly on the genome by the molecular
marker used was not sufficient to confirm the morphological differences observed
among the accessions. Both ways of characterizing the accessions were useful and
necessary to their knowledge, revealing valuable information for conservation strategies
and the use of amazon peppers. Keywords: morphological descriptors, genetic diversity, molecular markers
1
CAPÍTULO 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS 1 INTRODUÇÃO
As pimentas do gênero Capsicum são a principal especiaria originária do
continente americano (MAISTRE, 1964) sendo cultivadas atualmente em regiões
tropicais e temperadas de todo o mundo, como especiaria ou hortaliça (HEISER, 1979).
Constituem um grupo muito peculiar pelo seu sabor, “doce” ou picante e por estimular
as funções digestivas, sendo parte da dieta de um quarto da população do planeta nas
formas de pó, seca ou em conservas (TEIXEIRA, 1996). As formas “doce” ou levemente
pungentes são preferidas nos Estados Unidos e na Europa. As pimentas picantes têm
maior importância econômica no mundo, especialmente no continente asiático (MARTIN
et al., 1979).
As comunidades humanas da América devem ter encontrado nas pimentas um
aditivo interessante para sua dieta, despertando fortemente sua procura e coleta. Com
importância alimentícia inferior a outras plantas, como milho e mandioca. As pimentas
apresentam papel relevante em cerimônias religiosas e lendas de muitas culturas
indígenas americanas (HEISER, 1979).
Registros arqueológicos sugerem que as pimentas já eram consumidas por
populações pré-colombianas entre 8.500 a 5.600 anos a.C. nas regiões andinas do
Peru e 6.500 a 5.500 anos a.C. no México (NUEZ-VIÑALS et al., 1998). A partir de
estudos de microfósseis de amido encontrados em sítios arqueológicos espalhados das
Bahamas ao Sul do Peru, datados de 6.000 anos antes da presença européia no
continente americano, PERRY et al. (2007), relataram que o cultivo de pimentas era
praticado na América juntamente com o milho.
Relatos de expedições realizadas por Oviedo e Valdez (1547), Acosta (1590),
Garcilaso de La Veja (1609) e Cobo (1653) ao novo mundo, citadas por PICKERSGILL
(1969), afirmaram que as pimentas eram usadas na alimentação (frutos e folhas), em
rituais religiosos, na medicina e em um rudimentar sistema monetário praticado pelos
Incas.
2
No Brasil, Hoehne (1937), citado por BIANCHETTI (1996), comentou sobre a
importância que os indígenas davam às pimentas, segundo relatos de exploradores da
costa brasileira (Hans Staden, 1556; André Thevet, 1556; Gabriel Soares de Souza,
1587), ressaltaram que o uso das pimentas era largamente difundido à época do
descobrimento, fazendo crer que existia uma certa similaridade no modo como as
pimentas eram usadas a Oeste e Leste da América do Sul, gerando indícios de
possíveis contatos por meio de migrações humanas.
Em toda a Amazônia, o consumo de pimentas é muito comum, especialmente
associado à utilização de peixes na dieta, uma forte tradicão regional. Em Roraima, o
uso de pimentas, embora de tradição centenária, foi registrado inicialmente em
trabalhos datados do início do século XX, pelo etnólogo Koch-Grünberg, que citava o
uso das pimentas entre as etnias indígenas locais nas formas de caldo e salsa de frutos
frescos (BARBOSA et al., 2002).
Apesar da espécie Capsicum chinense, ser encontrada fartamente no Norte e em
parte do Sudeste do país, há pouca disponibilidade de informação científica sobre sua
morfologia e outros caracteres que possam torná-las de grande valor em programas de
melhoramento. Esse trabalho teve como objetivo avaliar acessos de pimenta da
espécie C. chinense, através de descritores morfológicos para o gênero Capsicum e
marcadores moleculares utilizando a técnica de fAFLP. Os resultados fornecerão
subsídios para a seleção de genitores com características agronômicas superiores,
além de facilitar a identificação de acessos duplicados em bancos de germoplasma e
coleções de trabalho.
2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Importância econômica das pimentas
Segundo ADAMS (2006), a FAO relatou para o ano de 2003, que a produção
mundial é liderada pela China, com 8,2 milhões de toneladas anuais com área cultivada
3
de 443.400 hectares, seguida do México com 2 milhões de toneladas em uma área de
150.287 hectares. Dentre as espécies cultivadas, C.annuum é a mais conhecida e a
que apresenta maior importância econômica e distribuição mundial (PICKERSGILL,
1969).
No Brasil são cultivados anualmente cerca de 13 mil ha de pimentas e
pimentões, gerando uma produção estimada em 280 mil toneladas, sendo 2.000 ha,
ocupados com pimentas doces e picantes (REIFSCHNEIDER et al., 1998; HENZ,
2004), sem contudo haver informação fidedigna sobre o volume produzido. Esses
dados sugerem, quando comparados com o tamanho da área cultivada na China, que,
embora haja uma tradição de cultivo e consumo de pimentas no Brasil,
independentemente de sua importância como centro de dispersão de espécies como C.
baccatum e C. chinense, a produção no país apresenta pouca relevância no cenário
mundial das pimentas.
Esse quadro possivelmente está sendo revertido pela importância recente que as
pimentas alcançam como umas das poucas hortaliças nacionais exportadas e pela sua
associação com pequenas agroindústrias de conserva. Informações mais atuais da
Embrapa Hortaliças dão conta da produção anual de 75 mil toneladas de pimentas em
uma área de cerca de 5.000 ha em todo o país, sendo, Minas Gerais, São Paulo, Rio
Grande do Sul e Bahia os principais produtores (PANORAMA RURAL, 2006). Na
tentativa de atualizar os dados de comercialização de pimentas no Estado de São
Paulo, a CEAGESP, maior entreposto comercial de hortaliças da América Latina,
registrou para o ano de 2004, um total comercializado de 3.864,67 toneladas (LUZ et
al., 2006). Tamanha discrepância entre a estimativa de produção e o que efetivamente
é registrado comprovam a alta informalidade na comercialização e a exiguidade de
registros estatísticos sobre essa cultura.
O cultivo de pimentas, segundo a Embrapa Hortaliças, desde o preparo do solo
até a colheita, gera de três a quatro empregos diretos, com uma renda bruta que oscila
entre R$ 4 e 12 mil/ha/ano (PANORAMA RURAL, 2006). Como boa parte da produção
é processada em pequenas e médias agroindústrias, esses valores tendem a ser bem
maiores, tanto em termos de emprego de mão-de-obra, quanto de geração de renda.
4
2.2 Origem e evolução
O centro de origem das pimentas são as Américas (REIFSCHNEIDER, 2000),
destacando-se as regiões tropicais. Para MARTIN et al. (1979) o centro de origem de C.
annuum é o México e C. frutescens estaria distribuído amplamente nas Américas
tropical e sub-tropical. C. baccatum teria a América do Sul como centro de dispersão e
C. pubescens, conhecida popularmente como rocoto provavelmente foi dispersada a
partir dos Andes. C. chinense estaria dispersa em toda a América tropical, sendo a
espécie mais comum na Amazônia (HEISER, 1979).
A Amazônia é reconhecida como importante centro secundário de espécies
domesticadas de Capsicum sendo C. chinense, provavelmente, a mais importante
espécie cultivada a Leste dos Andes. A área de maior diversidade é a bacia Amazônica
sendo os indígenas desta região, os responsáveis pela domesticação da espécie
(REIFSCHNEIDER, 2000). Por sua vez, PICKERSGILL (1971) também aponta a
Amazônia como provável centro de diversidade da espécie de pimenta C. chinense.
Embora com registros de cultivo muito antigo nas Américas, HEISER (1979)
relatou que o cultivo das pimentas começou de forma independente em muitas áreas,
empregando diferentes progenitores selvagens. A domesticação resultou em mudanças
nos frutos, particularmente, que eram pequenos, eretos, decíduos e vermelhos e se
tornaram maiores, pendentes, não decíduos e com uma grande diversidade de cores.
Frutos “doces” só assumiriam maior importância posteriormente.
2.3 Classificação botânica e características peculiares às pimentas
Segundo BOSLAND & VOTAVA (1999) a mais recente descrição taxonômica das
pimentas é a seguinte:
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
5
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Solanales
Família: Solanaceae
Gênero: Capsicum
A Tabela 1 apresenta as espécies de Capsicum descritas atualmente. Destas,
apenas cinco são reconhecidas como domesticadas, de acordo com REIFSCHNEIDER
(2000).
Tabela 1. Espécies de Capsicum reconhecidas atualmente.
Espécies C. annuum C. baccatum
var. aviculare var. baccatum
var. annuum* var. pendulum*
C. buforum C. campylopodium
C. cardenasii C. chacoense
C. chinense* C. ciliatum
C. coccineum C. cornutum
C. dimorphum C. dusenii
C. eximium C. frutescens*
var. tomentosum C. galapagoense
C. geminifolium C. hookerianum
C. lanceolatum C. leptopodum
C. minutiflorum C. mirabile
C. parviflorum C. praetermissum
C. pubescens* C. schottianum
C. scolnikianum C. tovarii
var. flexuosum C. anomalum**
C. villosum C. brevifolium***
Fonte: adaptada de IBPGR (1983), citado por BOSLAND & VOTAVA (1999);* espécies domesticadas; **
espécie separada em seção chamada Tubocapsicum; *** espécie separada em seção chamada
Pseudoacnistus.
6
O nome da espécie, Capsicum chinense, conferido pelo físico holandês Kikolaus
von Jacquinomist surgiu de um equívoco, quando este considerava ser a espécie
originária da China, mesmo que à época, fosse sabido que todas as espécies de
Capsicum eram originárias do hemisfério ocidental (BOSLAND & VOTAVA, 1999).
A espécie apresenta originalmente a seguinte descrição botânica, segundo
SMITH & HEISER (1957): Capsicum sinense Jacques (sinônimo de C. chinense), Hort.
Vind., 3:38, t. 67, 1776. Plantas com 45 a 76 cm de altura. Folhas e ramos
essencialmente glabros, raramente com denso e pequena pubescência, folhas ovadas
a ovado-lanceoladas de 10,5 cm, largas, macias ou rugosas, de tonalidades verde claro
a escuro. As flores aparecem de 3 a 5 por nó, exceto em plantas depauperadas. O
pedicelo é pendente, raramente ereto, relativamente curto e grosso na antese. Cálice
sem dentes com forte constrição na base e raramente sem constrição. Corola verde-
amarelada ou raramente esbranquiçada, medindo de 0,5 a 1,0 cm de comprimento.
Anteras azuis, púrpuras ou amareladas (Figura 1). Os frutos variam de 1,0 a 12,0 cm de
comprimento, com formas variáveis, de esféricas a alongadas, pouco ou muito
enrugados, de cores salmão, laranja, amarela, vermelha ou marrom (Figura 2). A
margem da semente é sempre ondulada e raramente suave.
Figura 1. Flores com anteras lilás e amarelas de Capsicum chinense
Figura 2. Frutos de Capsicum chinense.
7
Diversos autores concordam que a principal distinção morfológica entre C.
chinense e as demais espécies cultivadas, além da coloração da corola, é a presença
de constrição anelar localizada no cálice em sua união com o pedicelo (NUEZ-VIÑALS,
2003; CARVALHO et al., 2003). A Figura 3 mostra a ocorrência da constrição anelar
supracitada.
Cálice com constrição anelar
Ausência de constrição
Figura 3. Cálice com apresentação de constrição anelar (direita) exclusiva da espécie Capsicum chinense. Os componentes principais, responsáveis pelo sabor picante e também pelas
atividades biológicas atribuídas às pimentas, são os capsaicinóides (até 1% na matéria
seca do fruto), sendo a capsaicina e a dihidrocapsaicina os mais importantes (Figura 4).
Destacam-se ainda o teor de carotenóides, associados à cor vermelha, e a presença de
ácido ascórbico. (SIMÕES et al., 2004). Os capsaicinóides são produzidos em um
tecido interno denominado placenta, ao longo do qual são dispostas as sementes.
Capsaicina Dihidrocapsaicina
Figura 4. Estruturas químicas da capsaicina e dihidrocapsaicina.
8
WAGNER (2003), afirmou que, segundo trabalhos relacionados ao tipo de
herança genética na determinação da pungência e o número de enzimas que
participam da via biossintética da capsaicina, seria lógico esperar a ocorrência de um
complexo poligênico responsável pela expressão desse caráter, cuja base genética
possui como elementos principais, a existência de dois locos com ação epistática duplo-
dominante, responsáveis não apenas pela pungência, mas também pela presença de
moduladores que causam variação contínua na sua expressão. A autora ainda ressalta
haver uma forte contribuição do fator ambiental sobre a expressão dessa característica
em Capsicum.
2.4 Melhoramento genético
O ser humano primitivo das Américas foi o primeiro a selecionar variedades de
pimenta, a partir de ancestrais silvestres, ou a realizar intercâmbio de germoplasma. O
conhecimento atual dessa cultura, que sempre fez parte da dieta dos silvícolas
americanos adquiriu extremamente relevância na culinária do velho mundo,
especialmente no continente asiático.
No Brasil, apesar do uso comum, algumas espécies de Capsicum são
desconhecidas ou ainda não caracterizadas morfológico e agronomicamente, o que,
segundo BIANCHETTI (1996) representa um material genético que pode
potencialmente ser empregado em programas de melhoramento.
O melhoramento das pimentas é similar aquele utilizado com outras solanáceas.
A espécie pode ser cruzada facilmente. A busca de variedades resistentes a doenças,
principalmente viroses tem sido o alvo preferencial dos melhoristas de Capsicum. Maior
ênfase tem sido dada aos tipos “doces” em comparação aos pungentes. Híbridos F1,
plantas haplóides e poliplóides, e inclusive, plantas apresentando macho-esterilidade
citoplasmática são ferramentas reais ou potenciais a disposição dos melhoristas de
pimentas. A base genética do Gênero Capsicum não é tão estreita como em muitas
9
outras culturas e um grande número de variedades tropicais ainda não foi explorado
(HEISER, 1979).
As pimentas do gênero Capsicum são diplóides (2n = 24 cromossomos) e
autógamas, embora a polinização cruzada realizada por abelhas e outros insetos possa
chegar a 40%, bem acima dos 5% registrados em condições normais (MARTÍN et al.,
1979).
Esses autores relataram que, embora haja um forte apelo para o melhoramento
visando resistência a viroses e outras doenças, considerável interesse tem sido
expresso na busca de novas cultivares tendo os frutos como foco principal (tamanho,
forma, teor de capsaicina, cor, firmeza, teor de vitamina, uniformidade da maturação),
além da adaptação da planta para colheita mecânica.
O melhoramento de pimentas no Brasil nunca atingiu a relevância dada à outra
espécie de Capsicum, o pimentão. Segundo REIFSCHNEIDER (2000), as pimentas
mais plantadas no Brasil são consideradas variedades botânicas ou grupos varietais,
com frutos bem definidos. As diferenças existentes dentro desses grupos estão
relacionadas às diferentes fontes de obtenção de sementes.
A cultivar Agronômico 11, tipo “Americana” e a cultivar Ubatuba, tipo “Cambuci”
seriam exceções, por serem resultados de um programa de melhoramento
desenvolvido pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Programa em andamento
na Embrapa Hortaliças busca o desenvolvimento de cultivares de pimenta picante do
tipo “Jalapeño”, para processamento industrial.
2.5 Conservação da diversidade genética de C. chinense na Amazônia
Somente a partir do final do século passado, esforços de países caribenhos e
latinos foram iniciados no sentido de resguardar a riqueza em diversidade genética de
Capsicum ainda encontrada com populações tradicionais, como ribeirinhos, índios e
pequenos agricultores (HERNANDEZ, 2002; CARVALHO et al., 2003; ADAMS, 2004).
10
Para HOYT (1992), é essencial que, para a sobrevivência do ser humano na
Terra, sejam envidados esforços na conservação dos recursos genéticos, de modo a
torná-los disponíveis para programas de melhoramento que visem à produção de
culturas novas e melhoradas, com as quais se poderá contar no futuro.
CASALI & COUTO (1984) afirmaram que a maior diversidade de C. chinense,
estaria na bacia amazônica, muito embora, sejam raras as ações regionais para
conservação dessa espécie. A coleta de morfotipos e a conservação em bancos de
germoplasma, além de pequenas coleções de trabalho, aliadas à conservação in situ
realizada informalmente por populações tradicionais da região, são, atualmente, as
atividades conservacionistas realizadas com o germoplasma de pimentas da Amazônia.
Programas estruturados de conservação genética e melhoramento não existem, devido
à dispersão e a exiquidade de grupos de pesquisa, aliados à dificuldade de locomoção
natural de uma região tão vasta e carente de vias convencionais de transporte.
2.6 Caracterizações morfológica e molecular
Embora o Brasil seja reconhecido como habitat natural de várias espécies
silvestres de pimentas do gênero Capsicum, ainda há pouco conhecimento biológico e
ecológico dessas espécies. Por exemplo, na Amazônia, C. chinense é muito utilizada
pela população local, mas há poucas referências científicas sobre a morfologia e a
variabilidade existente dessa espécie. Uma solução importante seria a caracterização
morfológica aliada à molecular de indivíduos da população de C. chinense, uma vez
que esse estudo é capaz de fornecer as informações sobre os acessos silvestres e
domesticados para o uso em programas de melhoramento genético. Para ARRIEL
(2004), apesar dos caracteres morfológicos serem amplamente usados na
caracterização da diversidade, a combinação com os marcadores moleculares poderia
fornecer um quadro mais completo para o agrupamento de genótipos e o planejamento
de cruzamentos no melhoramento genético vegetal.
Baseando-se na morfologia floral, PICKERSGILL (1977) relatou que a
caracterização morfológica de acessos tem sido utilizada por anos como a forma mais
11
usual de estudar a variabilidade genética das pimentas. PICKERSGILL (1988) relatou
que apenas com base na morfologia floral, pode ser constatado que as espécies C.
frutescens, C. chinense e C. annuum estão agrupadas e distantes da espécie C.
baccatum.
BIANCHETTI (1996) estudando aspectos morfológicos, ecológicos e
biogeográficos de 10 taxa de Capsicum nativos do Brasil, ressaltou que características
ecológicas e morfológicas, em conjunto, são importantes para a discriminação de
diferentes categorias de domesticação das pimentas.
TEIXEIRA (1996), estudando aspectos morfológicos e moleculares de acessos
silvestres e domesticados de Capsicum do Brasil, concluiu que a análise molecular
apresentou maior contribuição para a discriminação dos acessos em relação à
caracterização morfológica. As relações evolutivas entre e dentro das espécies de
Capsicum foram investigadas por meio de marcadores morfológicos, citogenéticos e
moleculares, demonstrando sempre, segundo CORONA-TORRES et al. (2000), que o
nível de variação entre as pimentas domesticadas seria menor que entre as espécies
silvestres.
Para KONSTANTINOV et al. (2005), aplicações possíveis de marcadores
moleculares em coleções de germoplasma incluem: identificação e verificação de
velhos e novos acessos coletados, detecção de duplicatas, análise de pureza genética,
análise de diversidade genética, construção de coleções de base e seleção de genes
de interesse agronômico. Além disso os marcadores moleculares poderiam ser usados
para monitoramento da viabilidade e mudanças genéticas decorrentes de
armazenagem em baixa temperatura por longo tempo e avaliação da estrutura e função
do genoma em processos evolucionários nas plantas cultivadas.
Tradicionalmente, a caracterização de pimentas é feita com descritores
morfológicos estabelecidos pelo IPGRI (International Plant Genetic Resources Institute).
Mais recentemente, estudos relacionados com a análise da diversidade genética e a
evolução do grupo das pimentas estão sendo realizados com base não só na
morfologia da planta, mas, na citologia e no DNA genômico. Tais estudos, em geral,
12
têm ratificado a identificação prévia das espécies por meio da morfologia floral (PRINCE
et al., 1995).
As informações geradas pelos marcadores moleculares têm tornado possível
adquirir conhecimentos adicionais sobre a estrutura e organização do genoma das
plantas, como também sobre a evolução desses genomas vegetais através da análise
filogenética (CERVERA et al., 1996).
Para KARP et al. (1996), dentre os marcadores moleculares de DNA mais
usados, pode-se destacar, polimorfismo de comprimento de fragmentos de restrição
(RFLP - Restriction Fragment Length Polymorphisms), DNA polimórfico amplificado ao
acaso (RAPD - Random Amplified Polymorphic DNA), polimorfismo de comprimento de
fragmentos amplificados (AFLP - Amplified Fragment Length Polymorphism),
minissatélites também conhecidos como número variável de seqüências repetidas umas
após as outras (VNTR - Variable Number of Tandem Repeats), microssatélites também
conhecidos como sequências simples repetidas (SSR - Simple Sequence Repeats) ou
sequências curtas repetidas umas após as outras (STR - Short Tandem Repeats) e a
região amplificada de sequência caracterizada (SCAR - Sequence Characterized
Amplified Region).
Marcadores AFLP constituem uma tecnologia recente, que, segundo FERREIRA
& GRATTAPAGLIA (1998) combina a especificidade, resolução e poder de amostragem
da digestão com enzimas de restrição com a velocidade e praticidade de detecção dos
polimorfismos via PCR (Polymerase Chain Reaction - Reação de Polimerase em
Cadeia). O uso da metodologia inclui a identificação de genótipos (fingerprinting), o
mapeamento genético localizado e a construção de mapas genéticos em plantas
cultivadas.
O AFLP permite a obtenção de grande número de marcas informativas, identifica
alelos homozigotos ou heterozigotos, gera padrões de bandeamento reprodutíveis e
permite uma grande cobertura genômica (até 100 bandas por gel), sendo considerados
bons marcadores para mapeamento, identificação de genótipos e cálculo de distância
genética (VOS et al., 1995).
13
3 REFERÊNCIAS
ADAMS, H. The regional hot pepper germoplasm collection. Disponível em: <http://www.caisnet.org/hptif/Pages/bar00-00154.html> Acesso em 01 de março de
2004.
ADAMS, H. Hot pepper production in the CARICOM sub-region. Disponível em: <http://www.cardi.org/publications/proceedingns/hotpepper/4.1.html> Acesso em 10 de
setembro de 2006.
ARRIEL, N. H. C. Diversidade genética em gergelim (Sesamum indicum L.) a partir de marcadores moleculares (RAPD) e caracteres morfológicos e agronômicos.
2004, 114 f. Tese (Doutorado em agronomia) – Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias: Jaboticabal, 2004.
BARBOSA, R. I.; LUZ, F. J. de F.; NASCIMENTO FILHO, H. R.; MADURO, C. B.
Pimentas do gênero Capsicum cultivadas em Roraima, Amazônia brasileira. I. Espécies
domesticadas. Acta Amazônica, v. 32, p. 177-132, 2002.
BIANCHETTI, L. B. Aspectos morfológicos, ecológicos e biogeográficos de dez táxons de Capsicum (Solanaceae) ocorrentes no Brasil. 1996. 174f. Dissertação
(Mestrado em Botânica) - Universidade de Brasília: Departamento de Botânica do
Instituto de Ciências Biológicas: Brasília, 1996.
BOSLAND, P. W.; VOTAVA, E. J. Peppers: vegetable and spice Capsicums, New
York: CABI Publishing, 1999. p. 66-83.
CARVALHO, I. C. de C.; BIANCHETTI, L. de B.; BUSTAMANTE, P. G.; SILVA, D. B. da.
Catálogo de germoplasma de pimentas e pimentões (Capsicum spp.) da Embrapa
14
Hortaliças. Brasília: Embrapa Hortaliças, 2003. (Embrapa Hortaliças, documentos, 49).
49p.
CASALI, V. W.; COUTO, F. A. A. Origem e botânica de Capsicum. Informe Agropecuário, v. 10, n. 11, p. 8-10, 1984.
CERVERA, M.T.; GUSMAO, J.; STEENACKERS, M.; VANGYNSEL, A.;
VANMONTAGU, M.; BOERJAN, W. Application of AFLP™ - based molecular markers to
breeding of Populus spp. Plant Growth Regulation, v. 20, n. 1, p. 47-52, 1996.
CORONA-TORRES, T.; GARCÍA-VELÁZQUEZ, A.; CASTILLO-GONZALEZ, F.;
MONTERO-TAVERA, V.; AZPIROZ-RIVERO, H. S. Caracterización isoenzimática de la
diversidad genetica de colectas de chile (Capsicum annuum L. y Capsicum chinense
Jacq.). Revista Chapingo Serie Horticultura, v. 6, n. 1: p. 5-17, 2000.
FERREIRA. M.E.; GRATTAPAGLIA, D. Introdução ao uso de marcadores moleculares em análise genética. 3a ed. Brasília: EMBRAPA – CENARGEN, 1998.
220p.
HEISER, C. B. Jr. Peppers – Capsicum (Solanaceae). IN: SIMMONDS, N. W.
Evolution of crop plants. Longman, 1979, p. 265-273.
HENZ, G. P. Perspectivas e potencialidades do mercado de pimentas. Anais do I
Encontro Nacional do Agronegócio Pimentas (Capsicum spp.). I Mostra Nacional de
Pimentas e Produtos Derivados. Anais. Embrapa Hortaliças, Brasília, 2004.
HERNÁNDEZ, S. M. Genetic resources of chile (Capsicum spp.) in Mexico. IN: Proceedings of the 16th international pepper conference. Tampico, Tamaulipas,
Mexico, november 10 – 12, 2002.
15
HOYT, E. Conservação dos parentes silvestres das plantas cultivadas. IBPGR,
IUCN, WWF, Embrapa – Cenargen. 1992. 52p.
IBPGR. Genetic resources of Capsicum – a global plan of action. International
Board for Plant Genetic Resources. IBPGR SECRETARIAT, Rome, Italy. 1983. 108p.
KARP, A.; SEBERG, O.; BUIATTI, M. Molecular techniques in the assessment of
botanical diversity. Annals of Botany, v. 78, n. 2, p. 143-149, 1996.
KONSTANTINOV, K.; DRINIC, S. M.; SIJACIC, M; ISAJEV, V.; MATARUGA, M.
Molecular markers application for genetic resources characterization of different plant
species. In: THE ROLE OF BIOTECHNOLOGY, Turin, Italy, 5 – 7 march, 2005.
Annals…, p. 179-180.
LUZ, F. J de F.; BRAZ, L. T.; VARGAS, P. F.; ALMEIDA, G. V. B. de. Volume de
pimentas in natura de gênero Capsicum, comercializadas na Ceagesp – SP no ano de
2004. Horticultura Brasileira, v. 24, n. 11, p. 145, 2006.
MAISTRE, J. Les plantes a épices. Maisonneuve & Larose, 1964. 289p.
MARTIN, F. W.; SANTIAGO, J.; COOK, A. A. Vegetables for the hot humid tropics
(Part 7. the Peppers, Capsicum Series). Science and Education Administration / U. S.
Department of Agriculture). New Orleans, 1979. 18p.
NUEZ-VIÑALS, F.; DÍEZ, M. J.; RUIZ, J. J.; FÉRNANDEZ de CÓRDOVA, P.; COSTA, J.
; CATALÁ, M. S. ; GONZÁLEZ, J. A.; RODRIGUEZ, A. Catálogo de semillas de
pimiento. Ministério de Agricultura, Pesca y Alimentación / Instituto Nacional de
Investigación y Tecnologia Agraria y Alimentaria. Madrid, 1998. 108 p.
16
NUEZ-VIÑALS, F. N.; ORTEGA, R. G.; COSTA, J. C. El cultivo de pimientos, chiles y ajies. Madri: Mundi-Prensa, 2003. 607p.
PANORAMA RURAL. Pimenta - um mundo de cores e sabores. Panorama Rural, ano
VII, n. 84, janeiro de 2006. p. 30-35.
PERRY, L.; DICKAU, R.; ZARILLO, S.; HOLST, I.; PEARSALL, D. M.; PIPERNO, D. R.;
BERMAN, M. J.; COOKE, R. G. Starch fossils and the domestication and dispersal of
Chille Peppers (Capsicum spp. L.) in the Americas. Science, v. 315, n. 5814, p. 986-
988, 2007.
PICKERSGILL, B. The domestication of chili peppers. IN: UCKO, P. J.; DIMBLEBY,
G. W., ed. In: The domestication and explotation of plants and animals. London, 1969.
p. 443-450.
_________________ Relationships between weedy and cultivated forms in some
species of chilli peppers (genus Capsicum). Evolution, v. 25, p. 683– 691, 1971
_______________. Chromossomes and evolution in Capsicum. In: Pochard, E. (Ed) Capsicum 77. INRA Montfavet-Avignon, France. 1977. p. 27-37.
_____________, B. The genus Capsicum: a multidisciplinaire approach to the taxonomy
of cultivated and wild plants. Biol. Zentralbl. v. 107, p. 381-389, 1988.
PRINCE, J. P.; LACKNEY, V. K.; ANGELES, C.; BLAUTH, J. R.; KYLE, M. M. A survey
of DNA polymorphism within the genus Capsicum and the fingerprinting of pepper
cultivars. Genome, v. 38, p. 224-231, 1995.
17
REIFSCHNEIDER, F. J. B., RIBEIRO, C. S. C.; LOPES, C. A. Pepper production and
breeding in Brazil - present situation and prospects. Capsicum Newsletter , v.17, p. 23-
31,1998.
REIFSCHNEIDER, F. J. B. (Org.) Capsicum: pimentas e pimentões no Brasil. Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia. Embrapa Hortaliças,
2000. 113p.
SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E. P.; GOSMANN, G.; MELLO, J. C. P.; MENTZ, L. A.;
PETROVICK, P. R. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 5 ed. Editora da
UFRGS / Editora da UFSC, 2004. 1102p.
SMITH, P. G.; HEISER, C. B. Taxonomy of Capsicum chinense Jacq. And the
geographic distribution of the cultivated Capsicum species. Bulletim of the Torrey Botanical Club, v. 84, n. 6, p. 413-420, 1957.
TEIXEIRA, R. Diversidade em Capsicum: análise molecular, morfoagronômica e química. 1996. 84p. Dissertação de Mestrado - Universidade Federal de Viçosa.
VOS, P.; HOGERS, R.; BLEEKER, M.; REIJANS, M.; LEE, T. van de; HORNES, M.;
FRIJTERS, A.; POT, J.; PELEMAN, J.; KUIPER, M.; ZABEU, M. AFLP: a new technique
for DNA fingerprinting. Nucleic Acid Research, v. 23, p. 4407-4414, 1995.
WAGNER, C. M. Variabilidade e base genética da pungência e de caracteres do fruto: implicações no melhoramento de uma população de Capsicum annuum L. 2003. 104f. Tese (Doutorado em agronomia). Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz, Universidade de São Paulo: Piracicaba.
18
CAPÍTULO 2 - CARACTERIZAÇÃO DE ACESSOS DE C. chinense POR MEIO DE DESCRITORES MORFOLÓGICOS
RESUMO – A Amazônia é reconhecida como provável centro de diversidade de
pimentas da espécie Capsicum chinense, sendo essa hortaliça muito comum na
culinária local. Apesar de importante para a região, poucas são as referências
científicas sobre a morfologia e a variabilidade existente nessa espécie publicadas. A
caracterização morfológica de populações cultivadas e silvestres da espécie,
fornecerão informações valiosas para uso em programas de melhoramento genético.
Foram caracterizados 58 acessos de pimentas provenientes de uma coleção de
trabalho mantida pela Embrapa Roraima, a partir da aplicação de 61 descritores
morfológicos para Capsicum, estabelecidos pelo IPGRI, com algumas alterações. A
análise dos dados foi feita pelo Programa Genes, seguido pelo agrupamento e a
comparação dos valores obtidos a partir do complemento aritmético do índice de
dissimilaridade de COLE-RODGER. Foi gerada uma matriz de dissimilaridade, que
originou por meio do método hierárquico do vizinho mais próximo, o dendrograma com
seis agrupamentos e grande número de acessos não agrupados, 39% do total.
Observou-se uma dissimilaridade média de 50% com valores acima de 70% para
alguns morfotipos, demonstrando haver uma alta variabilidade entre os mesmos,
considerando os descritores morfológicos analisados Palavras-Chave: diversidade genética, morfologia, Capsicum chinense Jacq.
19
1 INTRODUÇÃO
As pimentas constituem um grupo muito peculiar pelo seu sabor, “doce” ou
picante e por estimular as funções digestivas, sendo parte da dieta de um quarto da
população do planeta (TEIXEIRA, 1996). O continente americano é reconhecido como o
centro de origem das pimentas, mais especificamente em suas regiões tropicais
(REIFSCHNEIDER, 2000). O gênero Capsicum possui de 20 a 25 espécies silvestres e
cinco espécies domesticadas (McLEOD et al., 1983). A Amazônia é apontada por
PICKERSGILL (1971) como provável centro de diversidade da espécie C. chinense,
que é objeto desse trabalho.
No Brasil, algumas espécies de pimentas silvestres e domesticadas não estão
devidamente caracterizadas, representando um material genético, com grande
potencial para emprego em programas de melhoramento (BIANCHETTI, 1996).
Baseando-se na morfologia floral, PICKERSGILL (1977) relatou que a caracterização
morfológica de acessos tem sido utilizada por anos como a forma mais usual de estudar
a variabilidade genética das pimentas. Relatou ainda, que, apenas com base na
morfologia floral, pode ser constatado que as espécies C. frutescens, C. chinense e C.
annuum estão agrupadas e distantes da espécie C. baccatum.
A descrição de Capsicum chinense foi revisada a partir de materiais oriundos das
Américas Central e do Sul, analisados por SMITH & HEISER (1957). Inicialmente a
espécie denominava-se Capsicum sinense Jacques (1776). As plantas analisadas pelos
revisores apresentavam entre 1,5 a 2,5 m de altura, folhas e ramos glabros, três a cinco
flores por nó, pedicelos declinados, raramente eretos, constrição curta e grossa na base
do cálice, corola amarelo-esverdeada, raramente branca, de 0,5 a 1,0 cm de
comprimento, anteras azuis, púrpuras ou amarelas, frutos variando de 1,0 a 12,0 cm de
comprimento com formato esférico a alongado, de cor alaranjada, salmão, vermelha.
Essa descrição confirma a grande possibilidade de variantes morfológicos dentro da
espécie, o que confere com a grande quantidade de morfotipos existentes para C.
chinense.
20
A caracterização morfológica dos organismos corresponde à base de todo e
qualquer estudo, uma vez que a primeira determinação de um ser começa pelo seu
fenótipo, ou seja, pela sua aparência geral do ponto de vista morfológico (CHIES &
LONGHI-WAGNER, 2003).
O uso de descritores para caracterização permite uma discriminação rápida e fácil
entre fenótipos. Características morfológicas de alta herdabilidade podem ser facilmente
observados com os olhos e são igualmente, expressas em ambientes variados (IPGRI,
1995). Para ARRIEL (2004), na maioria das espécies, tradicionalmente, os estudos de
caracterização e divergência genética têm sido baseados em marcadores morfológicos
e caracteres quantitativos. Os caracteres morfoagronômicos, apesar de fácil
monitoramento, dependem do desenvolvimento da planta e podem ser influenciados
pelo ambiente (FERREIRA & GRATTAPAGLIA, 1998).
Para ARRIEL (2004), as variáveis relacionadas a aspectos morfológicos e
estruturais da planta apresentam mais de uma categoria, e apesar de se atribuirem
valores numéricos a cada categoria distinta, estas, não podem ser agrupadas. O que
levaria à dificuldade na avaliação da dissimilaridade entre os genótipos quando dados
de natureza diferentes estão envolvidos. Nesses casos, COLE-RODGERS et al., (1997)
propuseram uma forma simples de estimar a dissimilaridade para um conjunto de
variáveis multicategóricas, em que o índice de similaridade pode ser estabelecido em
função da concordância e discordância, permitindo uma análise combinada, que
envolve todas as características consideradas, qualitativas e quantitativas.
O uso de dados multicategóricos, como o método hierárquico do vizinho mais
próximo foi usado por SUDRÉ et al. (2006) para inferir a divergência genética de 59
acessos de Capsicum, resultando na obtenção de 16 grupos distintos, o que, segundo
os autores, comprovaria a eficácia desse método para agrupar os acessos com
pequena distância genética entre si. A coleta de dados multicategóricos é uma prática
mais econômica e demanda menos tempo em relação a dados moleculares.
SUDRÉ et al. (2005) estudando técnicas multivariadas aplicadas para avaliar a
divergência genética a partir de caracteres morfoagronômicos entre 56 acessos de
Capsicum spp., concluíram que o método hierárquico do vizinho mais próximo foi
21
adequado para realizar o agrupamento de diferentes espécies e até mesmo de
variedades de pimentas dentro da mesma espécie botânica. A variabilidade genética
observada nos genótipos da coleção, segundo os autores, foi suficiente para indicar o
uso dos acessos avaliados em programas de melhoramento.
Embora o Brasil seja reconhecido como habitat natural de várias espécies silvestres
de pimentas do gênero Capsicum, ainda há pouco conhecimento biológico e ecológico
sobre essas espécies. Por exemplo, na Amazônia, C. chinense é muito utilizada pela
população local, mas há poucas referências científicas sobre a morfologia e a
variabilidade existente nessa espécie. Uma solução importante seria a caracterização
morfológica de populações cultivadas e silvestres da espécie, fornecendo informações
valiosas para uso em programas de melhoramento genético. Segundo PICKERSGILL
(1997), a diversidade genética entre as várias espécies domesticadas de Capsicum tem
sido pouco explorada e ainda está longe de ser esgotada.
Esse trabalho teve como objetivo o estudo da variabilidade genética através de
marcadores morfológicos de morfotipos de C. chinense provenientes de uma coleção
de Capsicum da Embrapa Roraima. Os resultados fornecerão subsídios para a seleção
de genitores com características agronômicas superiores, além de facilitar a
identificação de acessos duplicados na referida coleção.
2 MATERIAL E MÉTODOS O plantio dos acessos foi realizado em casa de vegetação na horta do Setor de
Olericultura e Plantas Aromático-Medicinais da Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinárias (UNESP - FCAV), Campus de Jaboticabal, São Paulo. O município fica
situado a 21o15’22”S de Latitude e 48o18’58”W de Longitude, com altitude de 595 m e
o clima, segundo a classificação de Köppen, de transição entre os tipos Cwa (quente,
com inverno seco) e Aw (tropical, com inverno seco). O solo utilizado para o plantio foi
do tipo Latossolo Vermelho Eutrófico de textura argilosa. O resultado da análise
química do solo consta na Tabela 1. O preparo do solo foi feito de modo convencional,
22
com uma aração, uma gradagem para destorroamento e a formação de canteiros com
rotoencanteirador. A adubação de plantio por hectare foi de: 160 kg de P2O5, 3 kg de
zinco, 1 kg de boro e 10 kg de enxofre. Adubações com 40 kg de N e 120 kg de K2O,
foram parceladas em quatro aplicações iguais, uma no plantio e três em cobertura aos
30, 45 e 60 dias após o transplantio.
Tabela 1. Análise química do solo da área experimental. UNESP - FCAV, 2006.
PH em M.O. P resina K+ Ca2+ Mg2+ H + Al SB CTC V
CaCl2 g/dm3 mg/dm3 mmolc/dm3 %
6,5 21 324 2,0 65 12 15 79 94 84
Os acessos utilizados estão relacionados na Tabela 1. A semeadura foi realizada
em bandejas de poliestireno expandido com 128, células mantida em estufa sob
cobertura plástica. Aos 60 dias da semeadura, cinco plantas de cada acesso foram
transplantadas para casa de vegetação, obedecendo ao espaçamento de 1 m entre
plantas para o mesmo acesso e 1,5 m entre as fileiras simples e entre os diferentes
acessos. Seguindo metodologia relatada por CARVALHO et al. (2003), utilizaram cinco
plantas de cada acesso para a caracterização. Visando à obtenção de genótipos mais
homogêneos, foi realizada autofecundação de dez flores para cada planta no estágio
imediatamente anterior à antese, conseguindo-se, pelo menos cinco frutos de cada
planta, sendo selecionados ao acaso 10 frutos para a continuidade do procedimento de
caracterização morfológica. Na fase de maturação, foram coletados os frutos,
devidamente fotografados e com suas sementes extraídas manualmente e secadas em
temperatura ambiente, à sombra, por 72 horas. As sementes foram embaladas em
sacos de papel com identificação do acesso e conservadas em câmara fria a 4o C, após
serem acondicionadas em sacos aluminizados hermeticamente fechados.
23
Tabela 2. Identificação de 58 acessos de pimenta (Capsicum chinense) da coleção da
Embrapa Roraima
Código Nome popular Procedência Lat N/S Long W Código Nome popular Procedência Lat N/S Long W
RR 001 Murupi laranja, alongada, PA Uiramutã 04o 35' 44" N 60o 10' 04" RR 112 Murupi vermelha, alongada, PM Rorainópolis 00o 56' 46" S 60o 25' 05"
RR 003 Canaimé vermelha, triangular, PA Uiramutã 04o 35' 44" N 60o 10' 04" RR 123 Olho de mutum vermelha, triangular, PB Alto Alegre 02o 53' 45'' N 61o 29' 51''
RR 006 P. cheiro amarela, retangular, PA Boa Vista 02o 49' 11'' N 60o 40' 24" RR 125 P. vermelha alongada, PA Alto Alegre 02o 53' 45'' N 61o 29' 51''
RR 011 Malaguetão vermelho, alongado, PM Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47" RR 127 Olho de Mutum vermelha, arredondada, PA Alto Alegre 02o 53' 45'' N 61o 29' 51''
RR 019 P. vermelha, campanulada, doce Caroebe 00o 53’ 02” N 59o 41' 44" RR 134 P. vermelha, triangular, PA Mucajaí 02o 25' 48'' N 60o 54' 00''
RR 021 Murupi salmão, alongada, PB Mucajaí 02o 25' 48'' N 60o 54' 00'' RR 139 P. vermelha, alongada, doce Mucajaí 02o 25' 48'' N 60o 54' 00''
RR 026 Peão Vermelha, triangular, doce Alto Alegre 02o 53' 45'' N 61o 29' 51'' RR 144 Prikanka vermelha, triangular, PM Alto Alegre 02o 53' 45'' N 61o 29' 51''
RR 029 P. de Mesa salmão, triangular, PB Alto Alegre 02o 53' 45'' N 61o 29' 51'' RR 422 P. Bode vermelha, achatada, PB Brasília/DF 15o 50' 16'' N 47o 42' 48''
RR 033 P. de Cheiro amarela, alongada, PB Boa Vista 02o 49' 11'' N 60o 40' 24" RR 432 P. Bode laranja, achatada, PM Brasília/DF 15o 50' 16'' N 47o 42' 48''
RR 036 Murupi salmão , alongada, PB Rorainópolis 00o 56' 46" S 60o 25' 05" RR 442 P. cumari do Pará amarela, triangular, PA Brasília/DF 15o 50' 16'' N 47o 42' 48''
RR 039 P. Murici salmão, triangular, PA Rorainópolis 00o 56' 46" S 60o 25' 05" RR 452 Curupira vermelha, alongada, PM Mucajaí 02o 25' 48'' N 60o 54' 00''
RR 040 P. varmelha, triangular, doce Rorainópolis 00o 56' 46" S 60o 25' 05" RR 472 Murupi vermelha, alongada, PM Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 041 P. de Cheiro vermelha, triangular, PM Rorainópolis 00o 56' 46" S 60o 25' 05" RR 482 Murupi amarela, alongada, PM Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 042 P. de Passarinho amarela, Arredondada, PA Cantá 02o 36' 37" N 60o 35' 51" RR 492 Peão grande vermelha, triangular, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 044 Malaguetão vermelha, alongada, PA Cantá 02o 36' 37" N 60o 35' 51" RR 502 Peão de cheiro vermelha, triangular, PM Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 047 Olho de Carangueijo laranja, triangular, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47" RR 512 Peão amarela, triangular, PM Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 048 Olho de Cará amarela, triangular, PM Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47" RR 522 Espora de galo laranja, triangular, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 049 Olho de mutum vermelha, campanulada, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47" RR 532 Olho de peixe amarela, arredondada, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 051 P. de Cheiro vermelha, campanulada, doce Boa Vista 02o 49' 11'' N 60o 40' 24" RR 542 P. de cheiro vermelha, arredondada, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 058 P. amarela, triangular, PA Boa Vista 02o 49' 11'' N 60o 40' 24" RR 552 Olho de peixe amarela, arredondada, PA Amajari 03o 39' 08" N 61o 22' 14"
RR 062 P. de Cheiro vermelha, alongada, PM Boa Vista 02o 49' 11'' N 60o 40' 24" RR 562 Peão amarela, triangular, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 063 Murupi salmão, alongada, PA Boa Vista 02o 49' 11'' N 60o 40' 24" RR 572 Peão de cheiro amarela, campanulada, PM Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 066 P. laranja, alongada, PB Boa Vista 02o 49' 11'' N 60o 40' 24" RR 582 Olho de peixe amarela, arredondada, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 076 Pimenta vermelha, alongada, doce Bonfim 03o 21' 35'' N 59o 50' 00'' RR 592 P. de cheiro vermelha, alongada, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 077 P. Canaimé, vermelha, campanulada, PA Bonfim 03o 21' 35'' N 59o 50' 00'' RR 612 Murupi amarela, alongada, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 079 Olho de peixe laranja, triangular, PA Bonfim 03o 21' 35'' N 59o 50' 00'' RR 622 Olho de peixe laranja, triangular, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 108 P. cheirosa vermelha, triangular, PM Rorainópolis 00o 56' 46" S 60o 25' 05" RR 632 Olho de peixe amarela, triangular, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 110 Malaguetão vermelha, triangular, PA Rorainópolis 00o 56' 46" S 60o 25' 05" RR 652 Malaguetão laranja, alongada, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 111 Olho de peixe salmão, arredendada, PA Rorainópolis 00o 56' 46" S 60o 25' 05" RR 662 P. de cheiro vermelha, triangular, doce Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
PA: pungência alta; PM: pungência média; PB: pungência baixa
A caracterização morfológica foi realizada segundo descritores para Capsicum,
estabelecidos pelo IPGRI (1995), com algumas alterações sugeridas por CARVALHO et
al. (2003), de modo a tornar mais acessível e prática a tomada de dados. Os descritores
utilizados, devidamente numerados, e os valores associados aos mesmos estão
descritos abaixo:
PLÂNTULA 1. Cor do hipocótilo: 1 ( ) branca; 2 ( ) verde; 3 ( ) roxo
24
2. Pubescência do hipocótilo: 1 ( ) esparsa; 2 ( ) intermediária; 3 ( ) densa
3. Cor da folha cotiledonar: 1 ( ) verde clara; 2 ( ) verde; 3 ( ) verde escura; 4 ( )
violeta clara; 5 ( ) violeta; 6 ( ) violeta escura (roxa); 7 ( ) variegada; 8 ( ) amarela; 9 (
) outra
4. Forma da folha cotiledonar: 1 ( ) deltóide; 2 ( ) ovada; 3 ( ) lanceolada; 4 ( )
elongada-deltóide
PLANTA E CAULE 5. Cor do caule (haste): 1 ( ) verde; 2 ( ) verde com estrias violeta; 3 ( ) violeta
6. Presença de antocianina nodal (planta toda, adulta): 1 ( ) verde; 3 ( ) violeta
claro; 5 ( ) violeta; 7 ( ) violeta escuro (roxo)
7. Forma do caule (haste): 1 ( ) cilíndrico; 2 ( ) anguloso; 3 ( ) chato;
8. Pubescência do caule (planta adulta, excluindo-se os dois primeiros nós antes da copa): 3 ( ) esparsa; 5 ( ) intermediária; 7 ( ) densa
9. Altura da planta (cm) – plantas com frutos amadurecendo: 1 ( ) < 25; 2 ( ) 25-45;
3 ( ) 45-65; 4 ( ) 66-85; 5 ( ) > 85
10. Hábito de crescimento da planta – medida quando 50% dos frutos estiverem maduros: 3 ( ) prostrado; 5 ( ) intermediário (compacto); 7 ( ) ereto; 9 ( ) outro
11. Comprimento do dossel (largura da copa - cm) – medido imediatamente após a primeira colheita, no ponto mais largo: 1 ( ) até 80; 2 ( ) 80 – 120; 3 ( ) 120 – 160;
4 ( ) > 160
12. Comprimento da haste (altura do caule - cm) – altura da primeira bifurcação, medido imediatamente após a primeira colheita: 1 ( ) até 15; 2 ( ) 15 – 30; 3 ( ) 30
– 50; 4 ( ) > 50
13. Diâmetro da haste (cm) – medida da parte média da haste abaixo da primeira bifurcação, tomada imediatamente após a primeira colheita: 1 ( ) até 1; 2 ( ) 1 –
2; 3 ( ) 2 – 3; 4 ( ) > 3
14. Densidade da ramificação: 3 ( ) esparsa; 5 ( ) intermediária; 7 ( ) densa
25
15. Brotação abaixo da primeira bifurcação: 1 ( ) ausente; 3 ( ) esparsa; 5 ( )
intermediária; 7 ( ) densa
16. Densidade da folhagem – média de 5 plantas maduras: 3 ( ) esparsa; 5 ( )
intermediária; 7 ( ) densa
FOLHAS: Todas as medidas foram tomadas quando em 50% das plantas os primeiros
frutos começaram a amadurecer. Média de 10 folhas maduras retiradas dos ramos da
planta.
17. Cor da folha: 1 ( ) amarela; 2 ( ) verde clara; 3 ( ) verde; 4 ( ) verde escura; 5 ( )
violeta clara; 6 ( ) violeta (roxa); 7 ( ) mesclada; 8 ( ) verde com antocianina
18. Forma da folha: 1 ( ) deltóide; 2 ( ) ovalada; 3 ( ) lanceolada
19. Margem da lâmina: 1 ( ) inteira; 2 ( ) ondulada; 3 ( ) ciliada
20. Pubescência da folha: 3 ( ) esparsa; 5 ( ) intermediária; 7 ( ) densa
21. Comprimento da folha madura (cm): 1 ( ) até 5; 2 ( ) >5 a 10; 3 ( ) > 10 a 15; 4
( ) acima de 15
22. Largura da folha madura - parte mais larga (cm): 1 ( ) até 3; 2 ( ) >3 a 6; 3 ( ) >
6 a 9; 4 ( ) acima de 9
FLORES: medidas com flores totalmente abertas nas primeiras florações
23. Dias para o florescimento – medido da semeadura até que pelo menos metade das plantas tivessem no mínimo, uma flor aberta: 1 ( ) até 30; 2 ( ) 31 – 60; 3 ( ) 61
– 90; 4 ( ) acima de 90
24. Número de flores por axila: 1 ( ) uma; 2 ( ) duas; 3 ( ) três ou mais; 4 ( ) muitas
com entrenó curto; 5 ( ) uma e duas; 6 ( ) uma, duas e três ; 7 ( ) duas e três; 8 ( )
duas, três e quatro
25. Posição da flor – medida na antese: 3 ( ) pendente; 5 ( ) intermediária; 7 ( )
ereta; 9 ( ) todas; 11 ( ) intermediária e ereta; 13 ( ) intermediária e pendente
26
26. Cor da corola: 1 ( ) branca; 2 ( ) amarelo clara; 3 ( ) amarela; 4 ( )
amarelo esverdeada; 5 ( ) outra
27. Forma da corola: 1 ( ) rotada; 2 ( ) campanulada; 3 ( ) intermediária
28. Comprimento da corola (cm) – média de 10 pétalas dissecadas: 1 ( ) < 1,5; 2
( ) 1,5 – 2,0; 3 ( ) > 2,0
29. Cor da antera – observada no botão, antes da antese: 1 ( ) branca; 2 ( ) amarelo
clara; 3 ( ) azul clara; 4 ( ) azul; 5 ( ) violeta (roxa); 6 ( ) amarelo com mancha azul
clara
30. Cor do filamento – observado logo na antese: 1 ( ) branco ; 2 ( ) amarelo; 3 ( )
verde; 4 ( ) azul; 5 ( ) violeta claro; 6 ( ) violeta (roxo); 7 ( ) azul violeta
31. Posição do estigma – em relação à antera após a completa antese. Média de 5 estigmas de flores de 5 plantas ao acaso: 3 ( ) inserto (abaixo das anteras); 5 ( )
mesmo nível; 7 ( ) excerto (acima das anteras); 9 ( ) mesmo nível e excerto; 11 ( )
inserto e mesmo nível; 13 ( ) inserto e excerto
32. Pigmentação do cálice: 0 ( ) ausente; 1 ( ) presente
33. Margem do cálice: 1 ( ) inteira; 2 ( ) intermediária; 3 ( ) dentada
34. Constrição anelar do cálice – observada na junção do cálice e do pedicelo na maturação completa do fruto: 0 ( ) ausente; 1 ( ) presente
FRUTOS: tomados com frutos maduros na primeira colheita.
35. Dias para frutificação – medido a partir do transplante quando 50 % das plantas estavam com frutos maduros nas primeira e segunda bifurcações: 1 ( )
até 60; 2 ( ) 61 a 90 ; 3 ( ) 91 a 120; 4 ( ) acima de 120
36. Manchas ou estrias de antocianina – tomados logo antes da maturação: 0 ( )
ausente; 1( ) presente
37. Cor do fruto no estádio intermediário – tomado logo antes da maturação: 1
( ) branco; 2 ( ) amarelo; 3 ( ) verde; 4 ( ) laranja; 5 ( ) violeta ; 6 ( ) violeta
escuro (roxo); 7 ( ) amarelo esverdeado; 8 ( ) verde amarelado; 9 ( ) branco
amarelado; 10 ( ) marrom; 11 ( ) três cores - especificar
27
38. Posição dos frutos: 3 ( ) pendente; 5 ( ) intermediária; 7 ( ) ereta; 9 ( ) todas; 11
( ) pendente e intermediária; 13 ( ) pendente e ereto; 15 ( ) intermediária e ereta
39. Duração da frutificação ou carregamento da planta – número de dias da primeira colheita até a última duração da frutificação: 1 ( ) até 150; 2 ( ) > 150 a
180; 3 ( ) acima de 180
40. Cor do fruto no estádio maduro: 1 ( ) branco; 2 ( ) amarelo limão; 3 ( ) amarelo-
laranja pálido; 4 ( ) amarelo-laranja; 5 ( ) laranja pálido; 6 ( ) laranja ; 7 ( ) vermelho
claro; 8 ( ) vermelho; 9 ( ) vermelho- escuro; 10 ( ) violeta; 11 ( ) marrom; 12 ( ) preto;
13 ( ) amarelo; 14 ( ) amarelo pálido; 15 ( ) salmão
41. Forma do fruto: 1 ( ) alongado; 2 ( ) arredondado; 3 ( ) triangular; 4 ( )
campanulado; 5 ( ) retangular (em bloco); 6 ( ) outro
42. Comprimento do fruto (cm) – média do comprimento de 10 frutos maduros na segunda colheita: 1 ( ) até 1; 2 ( ) > 1 a 2 ; 3 ( ) > 2 a 4; 4 ( ) > 4 a 8; 5 ( ) > 8 a 12; 6
( ) acima de 12
43. largura do fruto (cm) – medida na parte mais larga de 10 frutos maduros na segunda colheita: 1 ( ) até 1; 2 ( ) > 1 a 2,5 ; 3 ( ) > 2,5 a 5; 4 ( ) > 5 a 8; 5 ( ) acima
de 8
44. Massa de fruto (g) – média da massa de 10 frutos maduros na segunda colheita: 1 ( ) até 1; 2 ( ) > 1 a 2 ; 3 ( ) > 2 a 4; 4 ( ) > 4 a 8; 5 ( ) > 8 a 12; 6 ( )
acima de 12
45. Comprimento do pedúnculo (cm) – média do comprimento de 10 pedúnculos na segunda colheita: 1 ( ) até 2; 2 ( ) > 2 a 4 ; 3 ( ) > 4 a 6; 4 ( ) acima de 6
46. Espessura da parede do fruto (mm) – média de 10 frutos maduros na segunda colheita, medido no ponto de maior largura: 1 ( ) até 1; 2 ( ) > 1 a 2 ; 3 ( ) > 2
a 3; 4 ( ) > 3 a 4; 5 ( ) > 4 a 5; 6 ( ) acima de 5 47. Ombro do fruto na inserção do pedicelo: 1 ( ) agudo; 2 ( ) obtuso; 3 ( )
truncado; 4 ( ) cordato; 5 ( ) lobado
48. Pescoço na base do fruto: 0 ( ) ausente; 1 ( ) presente
49. Formato da ponta do fruto – média de 10 frutos: 1 ( ) pontiagudo; 2 ( ) truncado
(blunt); 3 ( ) afundado; 4 ( ) afundado com ponta
28
50. Apêndice na ponta do fruto: 0 ( ) ausente; 1 ( ) presente
51. Corrugação na seção transversal do fruto – média de 10 frutos, medido há 1/3 do final do pedicelo: 3 ( ) levemente corrugado; 5 ( ) intermediário; 7 ( ) corrugado
52. Número de lóculos – tomado de 10 frutos: 1 ( ); 2 ( ); 3 ( ); 4 ( ); 5 ( )
53. Superfície do fruto: 1 ( ) liso; 2 ( ) semi-rugoso; 3 ( ) rugoso; 4 ( ) liso com
estrias; 5 ( ) semi-rugoso com estrias
54. Persistência do fruto maduro em relação ao pedicelo: 3 ( ) pouco persistente; 5
( ) intermediário; 7 ( ) persistente
55. Comprimento da placenta: 1 ( ) < ¼ do comprimento do fruto; 2 ( ) de ¼ a ½ do
comprimento do fruto; 3 ( ) > ½ do comprimento do fruto
56. Pungência: 1 ( ) doce; 2 ( ) pungência baixa; 3 ( ) pungência média; 4 ( )
pungência alta
57. Aroma: 1 ( ) baixo; 2 ( ) médio; 3 ( ) alto
SEMENTES 58. Superfície da semente: 1 ( ) lisa; 2 ( ) rugosa; 3 ( ) corrugada
59. Tamanho da semente (média de 10 sementes selecionadas ao acaso): 1 ( )
pequena – até 3mm; 2 ( ) intermediária – de 3 a 4mm; 3 ( ) grande – acima de 4mm
60. Número de sementes por fruto - média de 10 frutos de 10 plantas selecionados ao acaso: 1 ( ) < 20; 2 ( ) 21- 50; 3 ( ) > 51
61. Segregação: 0 ( ) ausência de segregação; 1 ( ) frutos com formatos diferentes; 2
( ) plantas com e sem entre-nós curtos; 3 ( ) frutos com cores diferentes; 4 ( ) fruto e
planta com e sem; antocianina; 5 ( ) flores com cores diferentes; 6 ( ) frutos com
posições diferentes; ( ) frutos com formatos e cores diferentes.
A análise dos dados, o agrupamento pelo método do vizinho mais próximo e a
geração do dendrograma foram realizados pelo Programa Genes (CRUZ, 2001). A
análise de divergência entre os acessos, segundo os caracteres morfológicos descritos
acima, foi realizada após o agrupamento e a comparação dos diferentes valores obtidos
29
a partir do complemento aritmético do índice de dissimilaridade de acordo com COLE-
RODGER et al. (1997), citados por CRUZ & CARNEIRO (2003), baseando-se na
seguinte expressão:
dii’ D1
C1 + D1 =
D2
C2 + D2+
Dv
Cv + Dv
+ …. + = Σ v
j = 1
Dj
Cj + Dj
em que:
dii: valor que expressa a percentagem de dissimilaridade considerando a
coincidência de valores das variáveis multicategóricas para cada par de acessos;
Cj: número de concordância entre categorias para a j-ésima variável multi-
categórica;
Dj: número de discordância entre categorias para a j-ésima variável multi-
categórica.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados da avaliação dos descritores morfológicos aplicados aos acessos
de pimenta são apresentados na Tabela 3.
30
Tabela 3. Valores dos descritores para Capsicum estabelecidos pelo IBPGR (1995),
com alterações sugeridas por CARVALHO et al. (2003).
Descritores Acessos 1 2 3 4 5 6 7 8 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32
1 2 1 3 3 1 1 3 5 5 3 1 3 5 5 5 3 2 1 3 3 3 3 7 11 2 1 1 4 5 7 03 3 1 3 1 7 1 3 4 5 3 2 2 5 3 5 3 2 1 3 2 2 3 2 7 2 1 2 2 5 7 0
2 1 2 3 1 7 1 5 5 5 3 2 2 5 5 7 3 3 1 5 3 3 3 8 7 2 2 2 5 2 011 2 1 3 2 1 1 1 3 5 7 3 3 3 5 5 5 3 3 1 5 3 3 3 1 7 4 1 5 2 7 019 2 1 2 3 1 7 1 3 5 7 3 3 3 5 3 5 3 2 1 3 3 4 3 2 2 1 2 3 5 7 021 2 1 3 3 1 3 1 3 5 5 3 2 2 5 5 7 3 2 1 3 3 3 8 9 2 1 2 2 5 7 026 2 1 3 3 1 7 1 3 5 5 3 2 2 7 5 7 2 1 5 2 2 3 7 11 2 2 2 2 6 7 029 2 1 3 3 1 3 1 3 5 7 2 3 2 5 3 2 2 1 3 3 4 3 3 11 2 3 2 2 5 7 033 2 1 3 3 1 7 1 3 5 7 3 2 5 3 5 3 2 1 3 4 4 3 9 7 2 1 2 5 5 7 036 2 1 3 3 2 1 2 3 5 3 2 2 3 5 7 4 1 2 3 4 3 2 6 7 2 2 2 4 2 7 039 2 1 3 3 1 1 3 4 7 1 1 2 5 7 5 3 3 1 3 2 2 3 2 7 2 1 2 2 2 7 040 3 1 2 1 1 1 3 5 5 3 2 2 5 3 5 2 1 1 3 4 4 3 3 5 2 1 2 5 2 9 041 1 2 3 1 7 1 3 5 7 3 3 3 5 5 5 3 1 1 3 4 4 3 7 11 2 1 2 2 5 542 2 1 3 3 1 3 1 3 4 7 2 1 2 3 5 5 3 2 1 3 2 2 3 7 7 4 2 1 5 7 044 2 1 2 3 2 7 1 5 5 7 3 4 3 3 3 3 4 1 2 7 4 4 3 8 7 2 2 2 2 9 047 2 1 3 3 1 7 1 3 4 4 2 2 2 5 5 5 2 2 1 5 2 2 7 7 2 3 1 2 5 5 048 2 1 3 3 1 7 1 3 4 5 3 2 2 5 5 5 3 2 1 2 2 3 2 11 4 3 2 4 2 7 049 3 1 2 3 2 7 1 3 5 5 3 2 2 7 5 7 2 1 5 2 2 3 7 7 2 3 2 5 5 7 051 3 1 2 3 1 3 1 3 5 5 4 2 3 5 7 3 2 1 3 3 3 3 5 9 2 1 2 5 2 7 058 2 1 2 3 1 7 1 3 5 5 2 2 5 3 3 3 2 1 5 3 3 3 7 7 2 1 2 5 5 9 062 2 1 2 3 1 3 1 5 5 4 2 3 5 5 5 3 2 1 5 4 3 3 7 7 4 2 2 4 5 7 063 2 1 3 3 3 1 3 5 7 3 3 2 5 5 5 3 2 1 5 3 3 3 7 11 4 3 1 4 5 7 066 2 3 3 1 3 1 3 5 5 4 2 2 5 5 5 3 3 1 3 3 3 3 2 11 4 2 2 3 5 7 076 2 1 2 3 1 3 1 5 5 5 3 2 3 3 5 7 3 2 2 5 4 4 3 2 5 4 1 2 5 7 077 2 1 3 3 1 3 1 3 5 7 3 3 2 5 5 7 3 2 2 3 4 4 3 3 11 4 2 4 2 7 079 3 1 2 3 1 5 1 3 4 5 2 2 2 5 7 7 2 2 1 3 2 2 3 7 4 3 1 2 6 9 0
108 2 1 2 3 1 3 1 3 5 7 4 2 2 3 5 7 3 2 1 5 3 3 2 7 2 3 2 5 5 5 0110 2 1 2 3 1 1 1 3 5 7 3 3 3 5 5 5 4 1 3 4 4 3 2 7 4 3 2 5 2 7 0111 2 1 2 3 1 3 1 3 4 3 4 2 2 7 7 3 3 1 3 2 2 3 8 7 2 2 1 4 5 7 0112 2 1 2 3 1 7 1 3 5 5 3 2 5 5 5 4 2 1 5 3 3 3 8 13 2 2 2 3 2 7 0123 2 1 2 3 1 3 2 5 5 3 2 2 5 3 5 2 2 1 5 2 3 3 7 5 2 3 1 2 5 7 0125 3 2 3 3 2 2 5 5 5 3 2 2 5 5 7 3 2 3 5 3 3 4 7 7 2 1 2 5 6 7 0127 3 1 3 2 7 1 3 5 3 4 2 2 7 7 5 4 3 1 5 2 2 3 7 7 4 2 2 5 2 7 0
3 1 2 2 1 3 1 3 5 7 3 2 3 5 5 7 2 2 1 5 4 4 3 8 9 2 2 2 2 2 0139 2 1 3 3 1 3 1 3 5 7 3 2 2 3 7 5 4 2 1 3 4 3 3 3 7 2 1 2 5 7 0144 3 1 2 3 1 3 1 5 5 5 4 2 3 7 5 7 3 3 1 5 2 2 3 2 4 3 2 2 5 7 0422 2 1 2 3 1 7 1 3 5 7 4 3 2 3 5 3 4 1 1 3 2
9 7
3 6 7
2 7
31
52
71
3 2 0
22
35
37
43
1 1
22
7 3
25
25
1 2
134 52
11 3 3 7 11 2 3 2 4 5 9 0
432 2 1 2 3 1 3 1 3 5 7 3 3 2 3 3 3 4 2 3 2 2 3 7 13 2 3 2 5 2 5 0442 2 1 3 3 1 7 1 3 4 5 3 2 2 7 7 5 4 1 1 5 2 2 3 8 7 2 1 1 5 2 3 0452 2 1 2 2 2 7 1 5 5 5 4 3 2 3 5 3 3 2 1 3 3 3 3 2 7 2 1 2 5 2 7 0472 2 2 2 3 2 5 1 3 5 5 2 2 2 5 5 5 3 2 1 3 3 3 3 7 7 4 2 2 5 2 7 0482 2 1 3 3 2 5 1 3 5 5 3 2 2 5 5 7 3 2 1 5 3 3 3 7 7 2 3 1 5 5 7 0492 2 1 2 3 2 3 1 3 4 5 3 2 2 7 7 7 2 2 3 3 2 2 3 3 11 4 3 1 4 5 7 0502 2 1 3 3 1 3 1 5 5 5 3 2 2 5 5 5 2 3 1 3 2 2 3 5 11 2 1 1 5 5 7 0512 3 1 2 3 1 3 1 5 5 5 3 1 2 7 5 7 2 2 1 3 2 2 3 2 11 4 1 1 5 2 7 0522 2 1 3 3 1 7 1 3 5 5 3 2 3 7 5 7 2 3 3 5 2 2 4 7 7 4 1 2 5 5 9 0532 2 1 3 3 1 3 1 3 3 5 3 2 2 5 7 5 2 3 1 5 2 2 3 5 7 4 2 1 2 2 9 0542 2 1 3 3 1 1 1 5 5 7 3 2 2 3 5 3 2 2 1 3 2 2 3 2 7 4 3 2 3 5 7 0552 2 1 3 3 1 3 1 3 3 5 2 2 2 5 5 3 2 2 1 3 2 2 4 5 7 4 3 1 5 5 5 0562 2 1 3 3 1 3 1 3 5 5 3 2 2 7 7 7 2 3 1 3 2 3 3 8 9 2 1 2 4 5 7 0572 2 1 3 3 1 5 1 3 5 5 3 4 2 5 5 5 2 2 1 5 2 2 3 7 5 2 3 1 2 6 7 0582 2 1 3 3 1 3 2 5 3 5 3 2 2 5 5 3 4 3 1 3 2 2 3 7 7 4 1 1 5 2 5 0592 2 1 3 3 2 7 1 3 5 5 3 2 2 5 5 7 3 2 1 5 4 4 4 7 5 2 1 2 4 6 9 0612 2 1 3 3 1 3 1 3 5 5 3 2 3 7 7 5 4 3 2 3 4 3 3 2 11 2 2 2 4 5 7 0622 3 1 2 3 1 1 1 3 4 5 3 2 2 7 7 7 2 2 3 3 2 2 3 7 7 2 3 1 2 2 7 0632 3 1 3 3 2 5 1 7 2 3 2 1 2 7 7 7 3 3 3 5 1 1 3 3 11 4 1 1 4 2 7 0652 2 1 2 3 1 3 1 3 5 5 4 2 3 7 5 7 3 2 1 5 3 3 3 7 7 4 3 2 5 5 7 0662 2 1 3 3 1 5 1 3 5 7 3 3 2 5 7 5 4 2 1 3 4 4 3 4 11 4 3 2 4 2 7 0
2
31
Continuação da Tabela 3
Acessos Descritores (continuação) 33 34 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61
1 3 35 50
1 1 0 8 3 1 6 1 4 2 4 2 4 2 1 3 0 7 3 3 7 3 4 3 2 3 1 73 2 1 2 0 4 5 1 8 3 3 2 3 2 2 3 0 2 0 5 2 2 7 3 4 2 1 2 2 06 3 0 1 0 8 15 1 2 5 3 2 4 2 3 3 0 2 0 3 4 1 5 3 4 3 1 2 1 0
11 2 0 1 0 4 7 1 9 1 3 2 1 2 1 2 0 2 0 5 2 2 7 3 3 1 2 3 2 019 3 1 1 0 4 3 1 9 4 4 3 6 3 4 3 1 1 0 5 3 2 7 3 1 3 2 2 2 021 3 1 1 0 3 3 1 15 1 5 2 4 3 3 2 1 1 0 7 3 3 7 3 2 3 1 3 1 026 2 1 1 0 4 3 1 8 3 2 2 2 2 2 3 0 2 0 7 3 3 7 3 1 1 1 2 2 329 3 1 1 0 4 3 1 15 3 4 2 4 3 4 3 0 1 0 5 2 2 7 3 2 1 1 2 1 733 2 1 1 0 3 3 1 4 1 4 2 3 2 2 2 1 1 0 7 2 2 7 3 2 1 1 3 2 036 2 1 1 0 3 7 1 15 1 3 2 1 2 2 2 1 1 0 3 3 2 3 3 2 2 1 2 1 039 2 1 1 0 3 15 1 15 3 3 2 3 2 3 3 0 2 0 5 3 1 5 3 4 3 1 2 2 040 2 1 1 0 4 3 1 8 3 3 2 4 2 4 3 0 2 0 3 3 1 7 3 1 1 2 2 2 041 3 1 1 0 4 3 1 8 3 4 3 6 3 4 3 1 1 0 7 3 3 7 3 3 2 1 3 2 042 1 1 2 0 3 7 1 2 2 2 2 2 2 2 3 0 3 0 3 4 1 5 3 4 3 1 1 2 044 2 1 2 0 4 7 1 8 1 3 2 2 2 2 3 0 1 0 3 3 1 5 3 4 1 2 2 1 047 2 1 2 0 8 7 1 13 3 2 1 1 2 2 2 0 2 0 3 3 1 5 3 4 3 1 1 2 048 2 1 1 0 3 3 1 2 3 2 2 2 2 3 3 0 1 0 3 3 1 7 3 3 3 1 2 2 049 2 1 1 1 6 7 1 9 4 3 2 3 1 3 3 0 1 0 5 3 2 7 3 4 1 1 2 2 051 3 1 1 0 4 3 1 9 4 4 2 3 2 2 2 1 1 0 7 3 2 7 3 1 2 2 3 2 158 3 1 1 0 3 5 1 2 3 3 2 2 2 3 3 1 2 0 7 3 3 7 2 4 2 2 2 1 062 2 1 1 0 4 5 1 8 1 4 1 2 2 2 2 1 1 0 3 2 3 3 3 3 2 2 2 2 163 2 1 2 0 3 11 1 15 1 3 2 2 2 2 3 0 1 0 3 3 2 5 3 4 3 1 2 1 366 2 1 1 0 2 5 1 6 1 4 2 3 2 3 2 1 1 0 3 3 2 3 3 2 2 2 2 1 076 3 1 2 0 4 11 1 9 1 3 2 3 2 4 4 0 1 0 3 3 2 5 3 4 2 2 2 2 077 3 1 2 0 4 3 1 8 4 5 2 4 2 3 3 1 1 0 7 3 3 5 3 1 1 2 3 2 179 2 1 3 0 3 7 1 6 3 2 1 1 2 2 3 0 2 0 3 2 1 5 3 4 3 1 1 1 0
108 3 0 1 0 4 7 1 7 3 3 3 4 2 3 4 0 1 0 7 3 3 5 3 3 1 2 2 2 0110 1 1 1 0 4 7 1 8 3 2 1 1 2 2 2 0 1 1 3 3 1 3 3 4 2 2 3 1 0111 2 1 1 0 3 7 1 15 2 1 1 1 2 2 3 0 3 0 3 4 1 3 3 4 3 1 1 1 0112 3 1 1 0 4 5 1 8 1 4 2 3 2 2 2 0 1 1 7 3 3 3 3 3 2 1 3 1 1123 3 1 2 0 4 5 1 8 3 3 2 4 2 3 5 0 2 1 5 3 2 5 3 2 1 1 2 2 0125 3 0 2 1 11 3 1 8 1 6 2 6 2 3 2 0 1 0 5 3 3 3 3 4 2 2 3 2 0127 2 1 1 1 6 15 1 9 2 2 2 2 2 2 3 0 3 0 3 3 4 5 3 4 1 1 2 1 0134 3 1 1 0 4 3 1 8 3 4 3 5 3 4 3 1 3 0 5 3 2 3 3 4 2 2 3 1 0139 3 1 1 0 4 3 1 8 1 5 2 5 4 3 2 1 1 0 7 3 3 5 3 1 1 2 2 2 1144 2 0 1 0 4 3 1 9 3 3 2 3 2 3 5 0 4 0 5 4 2 5 3 3 1 1 3 1 0422 2 1 1 1 4 3 1 8 6 2 2 3 2 4 3 0 3 0 3 2 1 5 3 2 1 1 2 2 0432 2 1 1 1 8 3 1 6 6 2 2 3 2 4 3 0 3 0 5 3 1 7 3 3 1 2 2 2 0442 2 1 1 1 3 7 1 4 3 2 2 1 1 3 2 0 1 0 5 2 2 7 3 4 3 1 2 2 0452 2 1 1 0 4 7 1 9 1 2 1 1 1 1 2 0 1 0 3 2 1 3 3 3 2 1 2 1 1472 2 1 1 0 4 9 1 9 1 4 2 3 2 2 2 1 2 0 7 2 3 5 3 3 2 1 2 2 3482 2 1 1 0 8 3 1 2 1 4 2 3 2 2 2 1 1 0 7 3 3 7 3 3 2 1 2 1 0492 2 1 1 0 4 5 1 9 3 3 2 3 3 4 2 1 2 0 3 3 2 5 3 4 3 1 2 1 0502 2 1 1 0 4 3 1 8 3 3 2 2 2 3 2 1 1 0 3 2 2 5 3 3 1 1 2 1 0512 1 1 1 0 8 3 1 13 3 3 2 3 2 3 3 0 1 0 5 2 2 5 3 3 2 1 2 1 0522 3 1 2 0 3 7 1 6 3 3 2 3 2 3 5 0 2 0 7 4 3 5 3 4 2 1 2 2 0532 1 1 1 0 3 7 1 2 2 2 2 1 1 2 2 0 2 0 3 3 1 5 3 4 2 1 2 1 0542 2 1 1 0 4 5 1 9 2 1 2 1 2 2 3 0 3 0 3 3 1 7 3 4 2 2 3 2 0552 2 1 1 0 3 7 1 2 2 1 1 1 1 1 3 0 3 0 3 2 1 3 3 4 2 1 2 1 0562 2 1 1 1 8 3 1 13 3 3 2 2 2 2 2 1 1 0 5 2 2 5 3 4 2 1 2 1 0572 2 1 1 0 3 11 1 13 4 3 2 3 2 2 2 0 1 0 7 3 1 5 3 3 2 1 2 1 1582 1 0 2 0 3 7 1 2 2 1 2 1 1 2 2 0 2 0 3 3 1 5 3 4 3 1 2 1 0592 3 1 1 0 4 3 1 8 1 5 3 4 3 4 2 1 1 0 7 3 2 7 3 4 2 1 2 2 0612 3 1 1 0 3 5 1 2 1 4 2 3 2 2 2 1 1 0 3 3 2 5 3 4 2 2 3 1 0622 2 1 2 0 6 7 1 6 3 2 2 2 2 3 3 0 3 0 3 2 1 5 3 4 3 1 2 1 0632 2 1 2 0 3 5 1 2 3 2 1 1 1 1 3 0 2 0 3 2 1 5 3 4 2 2 1 1 0652 3 1 1 0 2 7 1 6 1 3 2 2 2 2 2 0 1 0 3 3 2 3 3 4 1 1 2 1 662 3 1 1 0 4 3 1 8 3 3 2 4 3 4 3 0 2 0 3 3 2 5 3 1 1 1 2 2 0
0
A partir desses dados, foi gerada uma matriz de dissimilaridade, Tabela 4. Com
base nos dados dessa matriz foi gerado por meio do método hierárquico do vizinho
32
mais próximo, o dendrograma com os agrupamentos constantes na Figura 3, onde, no
eixo X, estão representadas as percentagens das distâncias entre os acessos e, no
eixo Y, estão representados os 58 acessos. A maior dissimilaridade foi de 78%, entre os
acessos 632 e 019Foram formados seis agrupamentos: grupo 1 - acessos 422 e 432;
grupo 2 - acessos 026 e 048; grupo 3 - acessos 003 e 039; grupo 4 - acessos 502, 562,
512, 144; grupo 5 - acessos 019, 041, 077, 662, 029, 139, 001, 021, 066, 612, 062, 652,
472, 482, 572, 112, 063; grupo 6 – acessos 532, 582, 552, 079, 622, 047, 042 e 111;
os acessos 492, 033, 049, 040, 108, 592, 134, 127, 051, 442, 123, 006, 058, 110, 542,
076, 036, 011, 452, 522, 125, 044 e 632 aparecem na árvore de forma isolada.
Tabela 4. Divergência genética entre 58 acessos de C. chinense a partir de descritores morfológicos. UNE
1 3 6 11 19 21 26 29 33 36 39 40 41 42 44 47 48 49 51 58 62 63 66 76 77 79 108 110 111 112 123 125 127 134 139 144 422 432 442 452 472 482 492 5021
3 0,518
6 0,473 0,510
11 0,473 0,491 0,510
19 0,386 0,429 0,546 0,455
21 0,281 0,500 0,419 0,528 0,439
26 0,492 0,375 0,473 0,546 0,536 0,447
29 0,439 0,429 0,564 0,528 0,322 0,358 0,474
33 0,579 0,572 0,528 0,528 0,632 0,457 0,518 0,572
36 0,386 0,340 0,546 0,400 0,369 0,334 0,447 0,358 0,439
39 0,536 0,304 0,419 0,473 0,483 0,483 0,465 0,483 0,518 0,447
40 0,518 0,393 0,473 0,491 0,429 0,536 0,375 0,429 0,554 0,429 0,447
41 0,369 0,483 0,600 0,528 0,264 0,404 0,411 0,375 0,615 0,386 0,536 0,429
42 0,518 0,447 0,528 0,619 0,608 0,554 0,500 0,554 0,590 0,518 0,393 0,661 0,608
44 0,643 0,554 0,491 0,600 0,554 0,661 0,518 0,608 0,429 0,554 0,572 0,447 0,554 0,572
47 0,518 0,411 0,528 0,600 0,625 0,572 0,429 0,572 0,608 0,518 0,429 0,572 0,572 0,322 0,608
48 0,465 0,375 0,419 0,510 0,483 0,429 0,322 0,483 0,536 0,429 0,340 0,447 0,483 0,393 0,608 0,393
49 0,554 0,358 0,437 0,510 0,447 0,483 0,375 0,518 0,518 0,429 0,465 0,483 0,536 0,554 0,554 0,500 0,393
51 0,397 0,483 0,528 0,455 0,369 0,351 0,474 0,527 0,544 0,386 0,590 0,447 0,439 0,643 0,643 0,661 0,536 0,411
58 0,404 0,411 0,364 0,546 0,457 0,404 0,447 0,518 0,597 0,457 0,483 0,429 0,474 0,590 0,536 0,554 0,447 0,429 0,439
62 0,449 0,465 0,528 0,437 0,474 0,492 0,474 0,562 0,492 0,422 0,608 0,518 0,439 0,518 0,536 0,518 0,429 0,518 0,397 0,422
63 0,404 0,465 0,455 0,473 0,500 0,411 0,474 0,422 0,447 0,447 0,447 0,590 0,536 0,358 0,518 0,429 0,340 0,465 0,579 0,465 0,422
66 0,386 0,465 0,473 0,473 0,474 0,369 0,518 0,447 0,422 0,404 0,483 0,536 0,544 0,554 0,625 0,590 0,411 0,518 0,404 0,439 0,299 0,375
76 0,536 0,500 0,455 0,491 0,465 0,536 0,572 0,608 0,518 0,518 0,572 0,465 0,536 0,590 0,429 0,643 0,500 0,465 0,375 0,518 0,429 0,447 0,465
77 0,449 0,554 0,528 0,510 0,439 0,386 0,439 0,439 0,527 0,439 0,536 0,447 0,404 0,518 0,500 0,643 0,447 0,554 0,414 0,562 0,466 0,439 0,474 0,411
79 0,625 0,447 0,546 0,691 0,697 0,608 0,500 0,590 0,643 0,608 0,465 0,536 0,679 0,375 0,625 0,286 0,465 0,536 0,661 0,554 0,572 0,500 0,625 0,679 0,679
108 0,528 0,564 0,437 0,491 0,455 0,437 0,491 0,491 0,564 0,510 0,528 0,510 0,455 0,582 0,564 0,528 0,491 0,419 0,419 0,364 0,419 0,491 0,473 0,419 0,437 0,637
110 0,500 0,536 0,546 0,419 0,447 0,554 0,572 0,518 0,447 0,465 0,518 0,447 0,429 0,518 0,447 0,483 0,465 0,572 0,465 0,554 0,375 0,483 0,465 0,447 0,447 0,500 0,491
111 0,554 0,518 0,437 0,655 0,625 0,500 0,518 0,608 0,483 0,554 0,447 0,625 0,643 0,322 0,608 0,411 0,483 0,500 0,572 0,572 0,483 0,465 0,500 0,661 0,625 0,375 0,564 0,518
112 0,386 0,465 0,400 0,491 0,483 0,340 0,422 0,509 0,447 0,393 0,572 0,518 0,411 0,625 0,518 0,554 0,447 0,500 0,351 0,411 0,316 0,474 0,340 0,483 0,457 0,643 0,455 0,386 0,554
123 0,536 0,375 0,455 0,582 0,536 0,483 0,429 0,411 0,608 0,518 0,500 0,429 0,554 0,554 0,572 0,447 0,500 0,447 0,572 0,447 0,500 0,429 0,518 0,465 0,518 0,554 0,437 0,597 0,643 0,457
125 0,491 0,546 0,528 0,546 0,600 0,455 0,564 0,691 0,528 0,546 0,637 0,600 0,600 0,710 0,655 0,655 0,600 0,483 0,473 0,510 0,528 0,582 0,546 0,491 0,510 0,728 0,546 0,582 0,746 0,473 0,528
127 0,625 0,518 0,437 0,582 0,625 0,661 0,411 0,625 0,536 0,554 0,465 0,518 0,661 0,465 0,483 0,518 0,447 0,351 0,554 0,500 0,500 0,483 0,518 0,572 0,625 0,483 0,582 0,518 0,429 0,500 0,590 0,661
134 0,509 0,554 0,546 0,564 0,422 0,474 0,518 0,447 0,597 0,562 0,625 0,465 0,351 0,679 0,536 0,625 0,608 0,554 0,422 0,544 0,492 0,608 0,562 0,483 0,474 0,625 0,510 0,429 0,590 0,429 0,554 0,582 0,608
139 0,432 0,483 0,564 0,510 0,404 0,316 0,439 0,422 0,474 0,351 0,465 0,429 0,422 0,536 0,500 0,572 0,518 0,518 0,414 0,474 0,414 0,509 0,439 0,483 0,311 0,679 0,364 0,483 0,643 0,404 0,447 0,510 0,572 0,509
144 0,600 0,473 0,473 0,491 0,600 0,528 0,455 0,528 0,673 0,564 0,510 0,582 0,564 0,600 0,637 0,619 0,455 0,382 0,437 0,582 0,510 0,528 0,455 0,455 0,564 0,564 0,455 0,582 0,510 0,546 0,437 0,637 0,473 0,528 0,600
422 0,518 0,500 0,528 0,582 0,518 0,572 0,393 0,429 0,518 0,465 0,500 0,429 0,429 0,483 0,465 0,518 0,447 0,474 0,554 0,518 0,483 0,465 0,500 0,590 0,500 0,536 0,473 0,518 0,500 0,518 0,500 0,715 0,457 0,608 0,465 0,510
432 0,518 0,518 0,582 0,546 0,465 0,590 0,465 0,465 0,572 0,483 0,483 0,411 0,500 0,536 0,483 0,554 0,447 0,439 0,518 0,518 0,590 0,554 0,572 0,518 0,483 0,590 0,473 0,500 0,590 0,536 0,536 0,661 0,492 0,536 0,483 0,582 0,299
442 0,554 0,393 0,510 0,491 0,554 0,500 0,429 0,554 0,518 0,411 0,393 0,518 0,590 0,518 0,608 0,411 0,358 0,369 0,572 0,518 0,590 0,536 0,572 0,608 0,679 0,483 0,582 0,554 0,483 0,518 0,536 0,625 0,474 0,643 0,500 0,600 0,544 0,527
452 0,579 0,554 0,473 0,437 0,518 0,518 0,615 0,579 0,465 0,518 0,590 0,590 0,572 0,625 0,518 0,590 0,518 0,483 0,474 0,518 0,422 0,579 0,465 0,500 0,650 0,590 0,491 0,411 0,518 0,439 0,661 0,582 0,536 0,643 0,544 0,582 0,465 0,554 0,518
472 0,483 0,447 0,455 0,419 0,527 0,474 0,457 0,544 0,492 0,386 0,500 0,518 0,509 0,518 0,608 0,536 0,483 0,465 0,397 0,457 0,311 0,474 0,386 0,483 0,518 0,518 0,473 0,500 0,590 0,334 0,536 0,510 0,447 0,632 0,483 0,546 0,500 0,554 0,572 0,404
482 0,316 0,465 0,419 0,491 0,509 0,316 0,393 0,483 0,422 0,334 0,554 0,554 0,474 0,554 0,608 0,465 0,393 0,358 0,386 0,369 0,369 0,358 0,369 0,518 0,527 0,554 0,419 0,518 0,536 0,304 0,500 0,419 0,518 0,579 0,439 0,528 0,536 0,500 0,500 0,447 0,281
492 0,527 0,447 0,546 0,655 0,562 0,509 0,483 0,483 0,527 0,579 0,483 0,518 0,615 0,536 0,625 0,483 0,447 0,411 0,544 0,562 0,544 0,429 0,474 0,483 0,562 0,429 0,582 0,572 0,465 0,554 0,447 0,710 0,483 0,579 0,527 0,437 0,518 0,554 0,483 0,590 0,492 0,474
502 0,457 0,393 0,437 0,473 0,544 0,422 0,375 0,393 0,509 0,386 0,447 0,411 0,492 0,518 0,554 0,483 0,375 0,465 0,492 0,509 0,439 0,393 0,369 0,500 0,492 0,536 0,491 0,518 0,500 0,465 0,358 0,582 0,500 0,579 0,404 0,364 0,447 0,536 0,411 0,483 0,474 0,404 0,386
512 0,536 0,429 0,455 0,582 0,572 0,518 0,483 0,483 0,590 0,536 0,465 0,500 0,572 0,536 0,643 0,608 0,429 0,411 0,447 0,554 0,572 0,483 0,483 0,429 0,518 0,500 0,528 0,518 0,554 0,518 0,465 0,600 0,518 0,536 0,572 0,328 0,536 0,483 0,483 0,500 0,500 0,465 0,411 0,286
522 0,536 0,447 0,455 0,546 0,643 0,536 0,411 0,661 0,590 0,536 0,483 0,572 0,554 0,518 0,608 0,483 0,500 0,429 0,554 0,411 0,554 0,536 0,554 0,447 0,554 0,518 0,491 0,608 0,572 0,554 0,483 0,510 0,536 0,643 0,554 0,455 0,572 0,608 0,465 0,679 0,518 0,500 0,500 0,483
532 0,590 0,500 0,455 0,564 0,679 0,536 0,465 0,590 0,518 0,572 0,429 0,536 0,661 0,375 0,572 0,375 0,411 0,554 0,625 0,518 0,536 0,465 0,483 0,590 0,625 0,375 0,637 0,465 0,447 0,500 0,518 0,710 0,411 0,590 0,536 0,600 0,608 0,608 0,375 0,572 0,518 0,483 0,447 0,429
542 0,518 0,411 0,546 0,473 0,483 0,536 0,447 0,536 0,500 0,465 0,465 0,483 0,554 0,411 0,518 0,465 0,411 0,465 0,500 0,518 0,483 0,483 0,447 0,465 0,500 0,518 0,510 0,375 0,447 0,500 0,536 0,582 0,483 0,554 0,483 0,510 0,447 0,429 0,572 0,500 0,518 0,500 0,483 0,483
552 0,608 0,536 0,582 0,637 0,697 0,572 0,608 0,554 0,590 0,572 0,572 0,625 0,661 0,393 0,715 0,393 0,483 0,536 0,661 0,554 0,536 0,518 0,536 0,679 0,679 0,358 0,619 0,500 0,340 0,625 0,643 0,710 0,572 0,608 0,661 0,637 0,554 0,572 0,500 0,483 0,572 0,518 0,518 0,465
562 0,457 0,375 0,437 0,528 0,544 0,369 0,393 0,429 0,422 0,404 0,429 0,500 0,562 0,554 0,572 0,500 0,465 0,439 0,422 0,474 0,457 0,411 0,404 0,518 0,544 0,518 0,528 0,554 0,447 0,465 0,465 0,572 0,474 0,509 0,422 0,437 0,474 0,527 0,386 0,536 0,492 0,386 0,369 0,264
572 0,474 0,447 0,510 0,564 0,590 0,447 0,386 0,509 0,500 0,447 0,429 0,518 0,536 0,483 0,572 0,375 0,375 0,429 0,509 0,500 0,474 0,351 0,465 0,518 0,544 0,447 0,528 0,500 0,536 0,369 0,411 0,600 0,518 0,608 0,492 0,510 0,518 0,500 0,483 0,544 0,439 0,286 0,465 0,358
582 0,582 0,546 0,455 0,600 0,710 0,546 0,582 0,691 0,528 0,600 0,491 0,600 0,691 0,400 0,582 0,419 0,491 0,582 0,655 0,564 0,637 0,473 0,564 0,564 0,637 0,455 0,655 0,510 0,455 0,600 0,528 0,619 0,510 0,710 0,600 0,637 0,619 0,582 0,437 0,546 0,564 0,528 0,510 0,437
592 0,404 0,483 0,528 0,582 0,422 0,351 0,411 0,483 0,492 0,404 0,608 0,447 0,351 0,679 0,590 0,572 0,465 0,429 0,457 0,457 0,457 0,518 0,527 0,429 0,439 0,661 0,491 0,554 0,661 0,429 0,518 0,419 0,625 0,439 0,422 0,655 0,536 0,608 0,518 0,536 0,492 0,369 0,527 0,509
612 0,369 0,500 0,510 0,546 0,509 0,422 0,536 0,518 0,386 0,404 0,518 0,572 0,509 0,554 0,500 0,608 0,500 0,572 0,386 0,492 0,386 0,429 0,281 0,411 0,457 0,643 0,564 0,429 0,518 0,358 0,554 0,582 0,518 0,509 0,386 0,510 0,554 0,572 0,536 0,608 0,509 0,439 0,439 0,439
622 0,572 0,411 0,473 0,691 0,661 0,572 0,447 0,572 0,572 0,608 0,411 0,500 0,679 0,393 0,536 0,393 0,411 0,411 0,608 0,554 0,608 0,483 0,608 0,590 0,608 0,250 0,600 0,536 0,411 0,608 0,483 0,619 0,393 0,590 0,590 0,528 0,500 0,483 0,411 0,572 0,572 0,536 0,358 0,447
632 0,679 0,608 0,619 0,655 0,786 0,733 0,661 0,697 0,679 0,733 0,572 0,661 0,768 0,554 0,679 0,572 0,572 0,661 0,715 0,643 0,661 0,572 0,643 0,643 0,625 0,465 0,764 0,643 0,536 0,750 0,733 0,691 0,554 0,715 0,733 0,655 0,697 0,750 0,590 0,590 0,661 0,643 0,518 0,643
652 0,429 0,536 0,400 0,455 0,518 0,411 0,465 0,500 0,447 0,465 0,590 0,572 0,572 0,500 0,518 0,518 0,465 0,340 0,358 0,375 0,304 0,322 0,322 0,375 0,554 0,518 0,346 0,411 0,447 0,393 0,465 0,510 0,411 0,536 0,483 0,400 0,518 0,554 0,536 0,447 0,429 0,340 0,447 0,447
662 0,500 0,465 0,510 0,491 0,393 0,500 0,429 0,304 0,518 0,447 0,429 0,340 0,393 0,554 0,536 0,572 0,393 0,536 0,554 0,572 0,536 0,393 0,518 0,483 0,304 0,572 0,510 0,411 0,661 0,500 0,429 0,691 0,518 0,483 0,358 0,564 0,393 0,465 0,554 0,625 0,500 0,554 0,411 0,429
33
SP - FCAV, 2007.
512 522 532 542 552 562 572 582 592 612 622 632 652 662
0,483
0,518 0,465
0,518 0,554 0,483
0,536 0,536 0,340 0,393
0,322 0,447 0,447 0,500 0,536
0,411 0,483 0,375 0,483 0,500 0.393
0,510 0,491 0,237 0,473 0,346 0,528 0,491
0,608 0,483 0,572 0,590 0,625 0,474 0,465 0,637
0,536 0,518 0,447 0,483 0,608 0,334 0,483 0,596 0,527
0,411 0,465 0,447 0,500 0,483 0,429 0,465 0,491 0,679 0,59
0,572 0,625 0,518 0,643 0,536 0,590 0,.661 0,582 0,715 0,59 0,518
0,483 0,429 0,500 0,518 0,518 0,393 .465 0,528 0,483 0,411 0,483 0,715
0,500 0,590 0,518 0,500 0,625 0,483 0,5 0,582 0,429 0,483 0,572 0,625 0,518
- 34 -
0102030405060708090100
532
582
552
79
622
47
42
111
492
19
4177
662
29
139
211
66
612
482
572112
63
502562
512
144
134
33
127
36
49
51
422
40
442
432
3
123
11
39
6
452
26
58
522
48
110
125
108
542
44
592
76
632
62
652
472
G 6
G 5
G 4
G 3
G 2
G 1
Figura 2. Dedrograma de dissimilaridade genética entre 58 acessos de Capsicum
chinense,obtido pelo método hierárquico do vizinho mais próximo. (G 1 = grupo 1;
G 2 = grupo 2; G 3 = grupo 3; G 4 = grupo 4; G 5 = grupo 5 e G 6 = grupo 6).
- 35 -
O primeiro grupo é composto dos acessos 422 (bode vermelha) e
432 (bode amarela), ambos provenientes de Brasília – DF, conforme a
figura 3. Neste grupo, em 44 descritores avaliados ocorreu uma
coincidência de valores observados, demonstrando haver uma alta
similaridade entre esses dois morfotipos com frutos de cor vermelha e
laranja e ambos de formato achatado. As plantas apresentaram caule
verde, cilíndrico com antocianina nodal, pubescência esparsa, altura
acima de 85 cm e hábito de crescimento ereto, com densidades de
ramificação e folhagem esparsas. A floração iniciou-se entre 61 e 90 dias
após a semeadura, com duas e três flores por axila, com posições
intermediária, ereta e pendente A corola é amarelo-clara, com
comprimento de até 2 cm e estigma posicionado no mesmo nível ou acima
das anteras. O tempo de frutificação iniciou-se aos 60 dias, seguindo até
150 dias após o transplantio. Os frutos apresentaram manchas ou estrias
antes da maturação, sendo sempre pendentes, de formato achatado com
comprimento variando de 1 a 2 cm e a largura até 2,5 cm, massa
variando de 2 a 4 g, com paredes com espessura de 3 a 4 mm, sem
pescoço, com ápice afundado. Apresentaram corrugação leve ou
intermediária na seção transversal e dois e três lóculos. Os frutos são
intermediários a persistentes em relação ao pedúnculo. O aroma é baixo e
a pungência é variável de baixa a média. As sementes apresentaram
superfície lisa e rugosa, com tamanho intermediário, variando de 3 a 4
milímetros.
Figura 3. Acessos 422 e 432 de C. chinense, respectivamente.
- 36 -
O grupo 2 é composto dos acessos 026 (peão vermelho) e 048 (olho-de-cará
amarela), figura 4. Observou-se nesse grupo que, 42 descritores apresentaram valores
coincidentes, o que demonstra uma alta similaridade entre os dois morfotipos de frutos
vermelho e amarelo, ambos de formato triangular. Em relação à procedência, o acesso
026 foi coletado no município de Alto Alegre - RR e o 048, em Pacaraima - RR. Nesse
grupo as plantas apresentaram caule verde, cilíndrico com antocianina nodal violeta
escuro, pubescência esparsa, altura entre 66 e 85 cm e hábito de crescimento
intermediário. A floração iniciou-se entre 61 e 90 dias após a semeadura, com duas e
três flores por axila, a corola é amarelo-clara ou esverdeada, com comprimento de até 2
cm e estigma posicionado acima das anteras. A frutificação iniciou-se aos 60 dias,
seguindo até 150 dias após o transplantio. Os frutos são sempre pendentes, de formato
triangular com comprimento variando de 1 a 2 cm e a largura até 2,5 cm, massa
variando de 1 a 2 g, não apresentaram pescoço, com ápice pontiagudo ou truncado.
Apresentaram corrugação leve ou corrugada na seção transversal e três lóculos. Os
frutos são persistentes em relação ao pedúnculo. O aroma variou de baixo a alto, sem
pungência para o acesso 026 e co mpungência média para o 048. As sementes
apresentaram superfície lisa e tamanho intermediário, variando de 3 a 4 milímetros.
Figura 4. Acessos 026 e 048 de C. chinense respectivamente.
O acesso 026 apresentou segregação para coloração de frutos, conforme
mostrado na Figura 5.
Figura 5. Acesso de Capsicum chinense 026 segregado.
- 37 -
O grupo 3 é composto dos acessos 003 (canaimé) e 039 (pimenta murici), figura
6. Observou-se neste grupo que 44 descritores apresentaram coincidência nos valores
obtidos, demonstrando haver uma alta similaridade entre esses dois morfotipos de
frutos diferentes, um de cor vermelha e outro salmão, ambos de formato triangular. Em
relação à procedência o acesso 003 foi coletado no município de Uiramutã - RR e o 039
em Rorainópolis - RR. Nesse grupo, as plantas apresentaram caule verde, cilíndrico
com pubescência esparsa, altura entre 66 e 85 cm, hábito de crescimento intermediário
e ereto. A floração iniciou-se entre 61 e 90 dias após a semeadura, com duas flores
eretas por axila, a corola é amarelo-clara, com comprimento de até 2 cm e estigma
posicionado acima das anteras. A frutificação iniciou-se entre 60 e 90 dias seguindo até
150 dias após o transplantio. Os frutos são sempre pendentes, de formato triangular
com comprimento variando de 2 a 4 cm e a largura até 2,5 cm, massa variando de 2 a
4 g, não apresentaram pescoço e o ápice é truncado. Apresentaram corrugação
intermediária na seção transversal e dois a três lóculos. O aroma variou de médio a alto
e a pungência foi alta. As sementes apresentaram superfície lisa e tamanho
intermediário, variando de 3 a 4 milímetros.
Figura 6. Acessos 003 e 039 de C. chinense, respectivamente.
No grupo 4, observou-se que para 49 descritores ocorreu uma coincidência entre
os acessos acima de 75% demonstrando haver uma alta similaridade entre os mesmos.
Neste grupo estão incluídos três morfotipos conhecidos como “peão”, representados
pelos acessos 502 (peão de cheiro vermelha), 512 (peão amarela), 562 (peão amarela),
- 38 -
e 144 (prikanka vermelha) também de formato triangular, figura 7. Em relação à
procedência os três popularmente conhecidos como “peão” são originados do município
de Pacaraima - RR e o 144 foi coletado em Alto Alegre - RR. Nesse grupo as plantas
apresentaram, em sua maioria, caule verde, cilíndrico com antocianina nodal violeta
claro e pubescência intermediária, altura acima de 85 cm, hábito de crescimento
intermediário. A floração iniciou-se entre 61 e 90 dias após a semeadura, a corola é
amarelo-clara a esverdeada, com comprimento de até 2 cm e estigma posicionado
acima das anteras. A frutificação iniciou-se aos 60 dias seguindo até 150 dias após o
transplantio. Os frutos foram sempre pendentes, de formato triangular com comprimento
variando de 2 a 4 cm e a largura até 2,5 cm, massa variando de 2 a 4 g. A maioria dos
frutos apresentou corrugação intermediária na seção transversal e dois lóculos. O
aroma variou de médio a alto e a pungência variou de média a alta. As sementes
apresentaram superfície lisa, tamanho de intermediário a grande, variando de 3 a mais
de 4 milímetros.
Figura 7. Acessos 144, 502, 512 e 562 de C. chinense, respectivamente.
Para o grupo 5, com maior número de acessos agrupados (17), observou-se que,
para 24 descritores ocorreu uma coincidência entre os acessos acima de 75%. Esse
índice mostra que o grupo apresenta uma similaridade abaixo dos demais. Nesse
agrupamento está incluída a maior parte das pimentas conhecidas como “murupi”,
representadas pelos acessos 001 (murupi laranja), 021 (murupi salmão), 063 (murupi
salmão), 112 (murupi vermelha), 472 (murupi vermelha), 482 (murupi amarela) e 612
(murupi amarela), com formato alongado, figura 8.
- 39 -
Figura 8. Acessos 001, 021, 063, 112, 472, 482 e 612 de C. chinense,
respectivamente.
Também no grupo 5 estão incluídas as pimentas “de cheiro”, representadas
pelos acessos 041 (pimenta-de-cheiro vermelha), 062 (pimenta-de-cheiro vermelha) e
662 (pimenta-de-cheiro vermelha), figura 9.
Figura 9. Acessos 041, 062 e 662 de C. chinense, respectivamente.
Os demais acessos do grupo, 019 (pimenta vermelha), 029 (pimenta de mesa
salmão), 066 (pimenta laranja), 077 (canaimé), 139 (pimenta vermelha), 572 (peão de
cheiro amarela) e 652 (malaguetão laranja), estão ilustrados na figura 10.
Figura 10. Acessos 019, 029 e 066, 077, 139, 572 e 652 de C. chinense,
respectivamente.
Em relação à procedência não há qualquer ligação entre os morfotipos desse
grupo, que são originados dos municípios roraimenses de Uiramutã, Caroebe, Mucajaí,
Alto Alegre, Rorainópolis, Boa Vista, Bonfim e Pacaraima. Nesse grupo as plantas
apresentaram, em sua maioria, caule verde, pubescência esparsa, com altura acima de
85 cm, hábito de crescimento variando de intermediário a ereto. A floração iniciou-se
- 40 -
entre 61 e 90 dias após a semeadura, a corola é amarelo-clara a esverdeada, com
comprimento de até 2 cm e estigma posicionado acima das anteras. A frutificação
iniciou-se aos 60 dias seguindo até 150 dias após o transplantio. O comprimento dos
frutos predominante ficou acima dos 4 cm e a largura até 2,5 cm e o peso variou de 2 a
12 g. A maioria dos frutos apresentou pescoço na base, sendo pontiagudo no ápice e
apresentando corrugação na seção transversal e três lóculos. O aroma variou de baixo
a alto e a pungência variou de sem pungência a alta. As sementes são de tamanho
intermediário a grande, variando de 3 a mais de 4 milímetros.
Neste grupo foi observada segregação de coloração e formato dos acessos 001,
com frutos laranja mais escuro com ápice truncado (esquerda) e mais claro com ápice
pontiagudo, conforme a Figura 11. Acesso 029 normal com frutos vermelho mais
intenso e formato triangular (esquerda) e mais vermelho ligeiramente mais claro, com
formato alongado, conforme a Figura 12. Os acessos 062, 077, 112 e 139
apresentaram segregação com ligeira modificação no formato de frutos, como mostra a
Figura 13.
Figura 11. Acesso de Capsicum chinense 001 normal e segregado, respectivamente.
Figura 12. Acesso de Capsicum chinense 029 normal e segregado, respectivamente.
- 41 -
Acesso 062
Acesso 077
Acesso 112
Acesso 139
Figura 13. Acessos 062, 077, 112 e 139 de Capsicum chinens
respectivamente.
No grupo 6 observou-se que, para 44 descritores ocorre
valores obtidos acima de 75%, demonstrando haver uma alt
onde se encontram as pimentas conhecidas como “olho-de-pei
ao tamanho pequeno dos frutos. Nesse grupo estão incluídos o
de passarinho), 047 (olho-de-caranguejo), 079 (olho-de-peixe
e no
u u
a sim
xe” o
s a
lar
rmais e segregados,
ma coincidência nos
ilaridade no grupo,
u similar, em alusão
cessos 042 (pimenta
anja), 111 (olho-de-
- 42 -
peixe salmão), 532 (olho-de-peixe amarela), 552 (olho-de-peixe amarela), 582 (olho-de-
peixe amarela) e 622 (olho-de-peixe laranja), figura 14. As flores apresentaram corola
medindo até 1,5 cm, sempre eretas, frutos pequenos de até 2 cm de comprimento,
pesando até 2 g, com formatos arredondados ou triangular, de coloração predominante
amarela, quando maduro, picantes e aromáticos, e de sementes pequenas, medindo
em sua maioria menos de 3 milímetros. Em relação à procedência não há qualquer
ligação entre os morfotipos deste grupo, que são originados dos municípios
roraimenses de Cantá, Rorainópolis, Amajari, Bonfim e Pacaraima.
Figura 14. Acessos 042, 047, 079, 111, 532, 552, 582 e 622 de Capsicum chinense,
respectivamente.
Conforme a figura 2, os seguintes acessos não agruparam: 006 (pimenta-de-
cheiro amarela), 011 (malaguetão), 033 (pimenta-de-cheiro amarela), 036 (murupi
salmão), 040 (pimenta vermelha), 044 (malaguetão), 049 (olho-de-cará amarela), 051
(pimenta-de-cheiro vermelha), 058 (pimenta amarela), 076 (pimenta vermelha), 108
(pimenta cheirosa vermelha), 110 (malaguetão), 123 (olho-de-mutum vermelha), 125
(pimenta vermelha), 127 (olho-de-mutum vermelha), 134 (pimenta vermelha), 442
(pimenta cumari do Pará), 452 (curupira), 492 (peão grande vermelha), 522 (espora-de-
galo laranja), 542 (pimenta-de-cheiro vermelha), 592 (pimenta-de-cheiro vermelha), 632
(olho-de-peixe amarela). A figura 15 ilustra os frutos dos acessos acima.
006 011 033 036 040 044 049 051
- 43 -
058 076 108 110 123 125 127 134
442 452 492 522 542 592 632
Figura 15. Acessos 006, 011, 033, 036, 040, 044, 049, 051, 058, 076, 108, 110, 123,
125, 127, 134, 442, 452, 492, 522, 542, 592 e 632 de Capsicum chinense,
respectivamente.
Avaliando a dissimilaridade entre os acessos, conforme a Tabela 4, observou-se
que os maiores índices de dissimilaridade (acima de 0,7 ou 70%) foram observados
entre os seguintes acessos: 632 com 019 (0,786), 041 (0,768), 108 (0,764), 112 e 432
(0,750), 021, 036 e 123 (0,733), 051, 134, 592 e 652 (0,715); 125 com 111 (0,746), 079
(0,728), 422 (0,715), 042, 492, 532 e 552 (0,710); 582 com 019 e 134 (0,70); 044 com
552 (0,715); 582 com 19 e 134 (0,710). De acordo com esses resultados, os acessos
632 e 125 são os que apresentaram maiores divergências entre os 58 acessos
avaliados. No dendrograma da Figura 2, observa-se que estes acessos estão isolados,
não se agrupando com os demais.
O acesso 452 (curupira), considerado de ocorrência silvestre não se agrupou aos
demais, muito embora não fosse incluído entre os materiais com maiores percentuais
de dissimilaridade, mostrando haver provável relação de similaridade deste com os
outros acessos. O acesso 632 (olho-de-peixe) apresentou os maiores percentuais de
dissimilaridade, alcançando 78% em relação ao acesso 019 (pimenta vermelha
campanulada), 76% em relação aos acessos 041 (pimenta de cheiro vermelha) e 108
(pimenta cheirosa vermelha) e 75% em relação aos acessos 112 (murupi vermelha) e
- 44 -
432 (bode laranja), demonstrando não haver qualquer relação de cor com semelhança
entre os morfotipos de pimenta. O acesso 125, pimenta vermelha de frutos grandes,
alongados e plantas eretas, apresentou alta dissimilaridade (74%) em relação ao
acesso 111, olho-de-peixe salmão, de frutos arredondados, pequenos e planta
prostrada, mostrando que materiais muito diferentes foram separados corretamente.
Os menores índices de dissimilaridade (abaixo de 30%) foram observados entre
os seguintes acessos: 062 com 066 (0,29) e 652 (0,30); 482 com 112 (0,30) e 472
(0,28); 003 com 039 (0,30); 019 com 041 (0,26); 029 com 662 (0,30); 066 com 612
(0,28); 079 com 622 (0,25); 502 com 562 (0,26); 422 com 432 (0,29) e 532 com 582
(0,23). Todos esses acessos aparecem agrupados no dendrograma da Figura 1.
A maior similaridade (77%) foi observada entre os acessos 532 e 582 (olho-de-
peixe amarela, procedentes de Pacaraima - RR), atestando que muito provavelmente
esses dois acessos são iguais. Os acessos 079 e 622, com 75% de similaridade
também devem ser os mesmos. Os acessos 019 e 041, ambos com frutos vermelhos,
de formato triangular apresentaram 74% de similaridade e demonstram estar muito
próximos geneticamente. Os acessos 066 (pimenta laranja alongada) e 612 (murupi
amarela), com similaridade de 72% também devem ser os mesmos materiais.
A origem dos locais de coleta só foi efetiva para agrupar os acessos do grupo 1
(422 e 432), provenientes de Brasília - DF, o que não se observou com o acesso 442,
de igual procedência. Nos demais grupos o local de coleta não apresentou relação com
o agrupamento dos acessos. A similaridade entre os acessos 422 (bode vermelha) e
432 (bode laranja) é bastante alta, alcançando 71%, muito embora, em algum momento
de sua evolução a característica cor de fruto foi alterada, mas sem resultar em maior
diferenciação entre esses acessos. Nos grupos 1, 2, 3, 4 e 5 a característica cor foi
irrelevante para o agrupamento. Apenas no grupo 6, houve coincidência da cor amarela
entre todos os acessos.
Em relação à pungência apenas os grupos 3, 4 e 6 apresentaram semelhança
entre os acessos dentro de cada grupo para esse descritor. O grupo 5 apresentou
acessos doces e picantes em vários níveis. No grupo 2, observou-se uma variação
para pungência, com o acesso 026 sendo doce e o 048, picante médio. Esses
- 45 -
resultados contraditórios mostram que essa característica não foi tão relevante para o
agrupamento dos acessos.
O formato dos frutos parece ser o descritor mais efetivo para o agrupamento dos
acessos. Os acessos dos grupos 1, 2, 3 e 4 apresentaram igual formato de fruto. No
grupo 5, dos 17 acessos agrupados, 11 apresentaram frutos de formato alongado e no
grupo 6, de 8 acessos, cinco apresentaram frutos de formato arredondado. Essa
característica parece ser uma das mais diferenciadoras considerando os frutos dos
acessos avaliados.
Os nomes populares também parecem ter uma influência no agrupamento feito
por descritores morfológicos. No grupo 1, foram agrupadas as duas pimentas
conhecidas como “bode”, no grupo 5, foram agrupadas a maioria das pimentas “murupi”
e no grupo 6, a maioria daquelas conhecidas como “olho-de-peixe”. Esses resultados
reforçam o valor da sabedoria popular na identificação de recursos genéticos vegetais.
Os resultados atestam que o uso de descritores morfológicos com aplicação de
variáveis multicategóricas avaliadas pelo método hierárquico do vizinho mais próximo
mostrou-se adequado ao estudo da divergência genética entre acessos de pimenta da
espécie C. chinense, o que já havia sido demonstrado por SUDRÉ et al. (2005; 2006),
com germoplasma de pimentas do gênero Capsicum.
O grande número de acessos não agrupados, 39% do total, e a dissimilaridade
acima de 70% para muitos morfotipos demonstra haver uma alta variabilidade entre
estes, considerando os descritores morfológicos analisados. A variedade de cores,
formato, níveis de pungência e arquitetura de plantas observadas com os diferentes
morfotipos de C. chinense encontrados em Roraima, já por si, demonstram haver uma
variabilidade genética alta, o que deve ser melhor explorado em programas de
melhoramento e indicam a necessidade de se realizarem esforços para conservação
dessa diversidade, corroborando a afirmação de PICKERSGILL (1997), de que a
diversidade genética entre as várias espécies domesticadas de Capsicum tem sido
pouco explorada e ainda está longe de ser esgotada. A segregação para formato e cor
observada em vários acessos faz supor que alguns desses materiais ainda se
encontram em um processo preliminar de domesticação, o que confere com o modo de
- 46 -
conservação e cultivo da grande parte das pimentas cultivadas em Roraima, que, à
exceção de alguns morfotipos de pimenta de cheiro, são encontrados apenas em
pequenas hortas de fundo de quintal e roças indígenas.
4 CONCLUSÕES
1 – Descritores morfológicos são adequados para caracterizar a diversidade genética
de C. chinense;
2 – O uso do método hierárquico do vizinho mais próximo foi efetivo para agrupar os
diferentes morfotipos de pimenta avaliados;
3 – Características associadas à cor do fruto e ao local de procedência do acesso
apresentaram menor associação com dissimilaridade que o formato do fruto;
4 – Existe uma grande variabilidade entre os acessos avaliados, o que potencializa seu
uso em programas de melhoramento genético.
5 REFERÊNCIAS ARRIEL, N. H. C. Diversidade genética em gergelim (Sesamum indicum L.) a partir de marcadores moleculares (RAPD) e caracteres morfológicos e agronômicos.
2004, 114 p. Tese (Doutorado em agronomia) – Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias: Jaboticabal, 2004.
BIANCHETTI, L. B. Aspectos morfológicos, ecológicos e biogeográficos de dez táxons de Capsicum (Solanaceae) ocorrentes no Brasil. 1996. 174p. Dissertação de
Mestrado - Universidade de Brasília.
- 47 -
CHIES, T. T. de S.; LONGHI-WAGNER, H. M. Polimorfismo morfológico. IN:
GENÉTICA E EVOLUÇÃO VEGETAL. Organizado por Loreta Brandão Freitas e
Fernanda Bered. Porto Alegre, Editora da UFRGS, 2003. P. 291-309.
COLE-RODGERS, P.; SMITH, D. W.; BOSLAND, P. W. A novel statistical approach to
analyze genetic resource evaluation using Capsicum as an example. Crop Science,
Madison, v. 37, p. 1000-1002, 1997.
CARVALHO, I. C. de C.; BIANCHETTI, L. de B.; BUSTAMANTE, P. G.; SILVA, D. B. da.
Catálogo de germoplasma de pimentas e pimentões (Capsicum spp.) da Embrapa Hortaliças. Brasília: Embrapa Hortaliças, 2003. (Embrapa Hortaliças, documentos, 49).
49p.
CRUZ, C. D. Programa Genes: versão Windows; aplicativo computacional em genética
e estatística. Viçosa: Imprensa Universitária, 2001, 648p.
CRUZ, C. D.; CARNEIRO, P. C. S. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético: v. 2, Viçosa: UFV, Imprensa Universitária, 2003, 585p.
FERREIRA. M.E.; GRATTAPAGLIA, D. Introdução ao uso de marcadores moleculares em análise genética. 3a ed. Brasília: EMBRAPA – CENARGEN, 1998.
220p.
IBPGR. Descriptors for Capsicum (Capsicum spp.) International Board for Plant
Genetic Resources. IRome, Italy. 1995. 49p.
MCLEOD, M. J.; GUTTMAN, S. I.; ESHBAUGH, W. H. Peppers (Capsicum). In:
TANKSLEY, S. D.; ORTON, T. J. (Ed.). Isozymes in plant genetics and breeding.
Amsterdam: Elsevier Science Publishers, 1983. Part B. p.189-201.
- 48 -
PICKERSGILL, B. Relationships betweeen weedy and cultivated forms in some species
of chilli peppers (genus Capsicum). Evolution, v. 25, p. 683-691, 1971.
_____________. Chromossomes and evolution in Capsicum. In: Pochard, E. (Ed)
Capsicum 77. INRA Montfavet-Avignon, France. 1977. p. 27-37.
_____________. Genetic resources and breeding of Capsicum spp. Euphytica, v. 96,
p. 129-133, 1997.
REIFSCHNEIDER, F. J. B. (Org.) Capsicum: pimentas e pimentões no Brasil. Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia. Embrapa Hortaliças,
2000. 113p.
SMITH, P. G.; HEISER, C. B. Taxonomy of Capsicum chinense Jacq. and the
geographic distribuition of the cultivated Capsicum species. Bulletim of the Torrey Botanical Club, v. 84, n. 6, p. 413-420, 1957.
SUDRÉ, C.P.; CRUZ, C. D.; RODRIGUES R.; RIVA E. M.; AMARAL JÚNIOR, A.T.;
SILVA, D. J. H.; PEREIRA, T. N. S.. Variáveis multicategóricas na determinação da
divergência genética entre acessos de pimenta e pimentão. Horticultura Brasileira, v.
24, p. 88-93, 2006.
SUDRÉ, C. P.; RODRIGUES, R; RIVA E. M.; KARASAWA, M.; AMARAL JÚNIOR, A. T.
Divergência genética entre acessos de pimenta e pimentão utilizando técnicas
multivariadas. Horticultura Brasileira, v. 23, n. 1, p. 22-27, 2005.
TEIXEIRA, R. Diversidade em Capsicum: análise molecular, morfoagronômica e química. 1996. 84p. Dissertação de Mestrado - Universidade Federal de Viçosa.
- 49 -
CAPÍTULO 3 - CARACTERIZAÇÃO DE ACESSOS DE Capsicum chinense COM MARCADORES MOLECULARES fAFLP
RESUMO - No Estado de Roraima, há uma grande diversidade de pimentas da
espécie Capsicum chinense, que é tradicionalmente utilizada na culinária amazônica e
representa uma fonte de renda importante para os olericultores locais. A caracterização
desse recurso genético tende a fornecer informações úteis para programas de
conservação e melhoramento genético da espécie. A técnica de fAFLP é uma
ferramenta útil para a caracterização molecular de recursos genéticos, identificando
materiais duplicados e fornecendo informações filogenéticas relevantes. Esse trabalho
teve como objetivo caracterizar acessos de pimenta da espécie C. chinense oriundos
de uma coleção de trabalho da Embrapa Roraima, por meio de marcadores moleculares
fAFLP. A partir de plantas cultivadas em casa de vegetação foi extraído o DNA de 58
acessos de pimenta para aplicação dos marcadores, empregando-se a combinação de
iniciadores EcoRI (AGG/ACG) e MseI (CAC/CAA). Os dados foram analisados pelos
programas GeneScan 3.1 e Genotyper 2.5. Para análise da matriz de dissimilaridade,
foi utilizado o programa PAUP 4.0, e o dendrograma foi obtido pelo método de
agrupamento do vizinho mais próximo. Os resultados comprovaram a eficácia do
marcador fAFLP para caracterização de germoplasma de pimentas, revelando a
formação de dois grandes grupos e três acessos isolados. Não foi observada
correlação entre similaridade genética e nomes populares ou procedência dos acessos.
A dissimilaridade entre os acessos variou de 2 a 47,9%, com média de 22,3%,
demonstrando a existência de variabilidade genética e a existência de prováveis
duplicatas na coleção avaliada.
Palavras-chave: Capsicum chinense, Amazônia, diversidade genética, filogenia.
- 50 -
1 INTRODUÇÃO
Dentre as pimentas do gênero Capsicum, predomina na Amazônia brasileira a
espécie C. chinense, popularmente conhecida como murupi, de cheiro e olho-de-peixe.
Em um inventário de pimentas cultivadas em Roraima, BARBOSA et al. (2002)
constataram a predominância de C. chinense naquele Estado amazônico onde, para
um total de 163 acessos levantados, 76,7% eram da espécie acima citada.
PICKERSGILL (1971) relataram que a região amazônica é o provável centro de
diversidade dessa espécie de pimenta. Apesar da diversidade genética e da
importância do uso tradicional desse recurso fitogenético entre comunidades
autóctones e urbanas da Amazônia, poucos são os estudos científicos dedicados aos
inúmeros morfotipos de pimenta encontrados na região.
Tradicionalmente, a caracterização de pimentas é feita com descritores
morfológicos estabelecidos pelo IPGRI (International Plant Genetic Resources Institute).
Mais recentemente, estudos relacionados com a análise da diversidade genética e a
evolução do grupo das pimentas estão sendo realizados, com base não apenas na
morfologia da planta, mas também na citologia e no DNA genômico. Tais estudos, em
geral, têm ratificado a identificação prévia das espécies por meio da morfologia floral
(PRINCE et al., 1995). Esses autores recomendaram o uso de marcadores moleculares
RFLP e RAPD para delinear a diversidade genética de cultivares dentro da espécie
Capsicum annuum. PRINCE et al. (1992) utilizaram marcadores moleculares RFLP para
avaliar distâncias genéticas entre acessos mexicanos de Capsicum, concluindo, após a
análise de agrupamento, que há uma separação clara entre os acessos do Norte e os
do Sul daquele país. Marcadores moleculares RAPD foram usados por BUSO et al. (2001), para
avaliar a relação genética entre espécies silvestres do gênero Capsicum coletadas na
Mata Atlântica e espécies cultivadas de pimenta, cujos resultados indicaram uma alta
similaridade entre acessos da espécie C. chinense e, no geral, uma baixa similaridade
entre as espécies silvestres e as cultivadas, além de relatarem, que o arranjo dos
acessos dentro de cada grupo de espécie cultivada parecia refletir os dados de origem,
- 51 -
revelando uma provável estruturação geográfica. A denominação popular também foi
relatada pelos autores como confusa para um acesso relacionado como “pimenta
malagueta”, tipo associado à espécie C. frutescens que, segundo a análise molecular
estaria no grupo da espécie C. baccatum.
Estimando as relações genéticas de 34 diferentes cultivares de C. annuum com
marcadores moleculares AFLP, a partir de dez combinações diferentes de iniciadores
(primer) E-AGG/M-CAC, PARAN et al. (1998), obtiveram 489 produtos de amplificação,
com 65 bandas polimórficas para o marcador AFLP, concluindo que os “primers” para
AFLP foram efetivos quanto à habilidade de detectar polimorfismo em pimentas. Em
uma matriz de distância genética construída com dez dos cultivares testados, os
autores observaram padrões similares de relações entre os acessos, com o
agrupamento conjunto de acessos com frutos não pungentes e grandes, separados dos
grupos de três pimentas picantes e com maior divergência para um tipo perene. As
distâncias genéticas variaram de 0,02 entre os acessos mais similares a 0,05 para os
mais distantes. Segundo esses autores, as informações geradas poderiam ser de
utilidade no mapeamento genômico de Capsicum ou no melhoramento genético do
gênero.
Marcadores moleculares RAPD e AFLP foram utilizados por LANTERI et al.
(2003) para avaliar a diversidade genética dentro e entre cinco populações de
variedades locais de C. annuum, concluindo que o marcador AFLP fora mais confiável,
à medida que proporcionou uma menor faixa de variação entre as combinações de
primers para a detecção de variabilidade genética.
LOAIZA-FIGUEROA et al. (1989) estudando as relações evolutivas entre 180
acessos de Capsicum do México por meio de eletroforese enzimática, relataram que a
distância genética média para acessos domesticados seria de 22,34%.
TOQUICA et al. (2003), em estudo sobre a diversidade genética de germoplasma
de Capsicum spp. coletados na Colômbia, utilizaram marcadores moleculares AFLP e
concluiram que o grupo da espécie C. chinense apresentou valores baixos de
diversidade genética, com média de 75% de similaridade. Segundo os autores, esses
baixos valores de diversidade genética podem ser atribuídos a um provável
- 52 -
estreitamento da base genética nesse grupo de pimentas, que fora domesticado em
comunidades indígenas, não representando espécies silvestres, ou ao reduzido número
de locais de coleta.
Para KOCHIEVA & RYZHOVA (2003), o uso de marcadores AFLP mostrou-se
adequado para detecção de polimorfismo em cultivares de C. annuum, no entanto,
esses autores argumentaram haver uma certa dificuldade na busca de marcadores para
o gênero Capsicum, já que seu genoma mantém-se altamente conservado nos acessos
cultivados em relação às formas silvestres, o que induziria à baixa variabilidade
genética entre as formas cultivadas. Utilizando a combinação de dois pares de
iniciadores, relataram a obtenção de 101 marcas polimórficas, com distâncias genéticas
variando de 0,021 a 0,072, concluindo que houve pouca variação entre as cultivares
avaliadas e que, a partir do agrupamento das mesmas, não se observou associação
entre os grupos formados e algumas características morfológicas, como cor e forma dos
frutos e resistência a doenças.
Germoplasma de diversos gêneros de plantas foram caracterizados com
marcadores AFLP para estimar a diversidade genética, como no caso de 36 acessos de
maracujá amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa), onde foram detectadas 123 bandas
polimórficas a partir dos iniciadores AAG-CAT e AAG-CTG. Os autores constataram
ampla variação da distância genética entre os acessos, com valores variando de 6,5 a
49,6%, equivalentes a 8 e 61 marcas polimórficas, respectivamente. Também
constataram a não formação de estruturação geográfica (GANGA et al., 2004).
HAN et al. (2001) relataram que, através do uso do marcador AFLP, a distância
genética média entre duas espécies de lírio peruano (Alstroemeria umbellata e A.
pelegrina) foi de apenas 26%, o que seria aceitável como variação intraespecífica.
Marcadores fAFLP foram utilizados para caracterizar genótipos de melão
(Cucumis melo) permitindo observar uma grande variação entre os acessos e, por meio
da análise dos coeficientes de similaridade, puderam separar acessos conhecidos
popularmente pela mesma denominação, que mostraram-se geneticamente diferentes
(GIOVANNI et al., 2003).
- 53 -
Em espécies arbóreas, FREITAS et al. (2005) utilizaram o marcador genético
AFLP para estimar a variabilidade genética de uma população de Myracrondruon
urundeuva, encontrando grande número de bandas polimórificas (total de 137) e
identificando três grupos entre as progênies avaliadas, o que, segundo os autores
ilustraria a alta variabilidade genética dentro das progênies.
Esse trabalho teve como objetivo realizar a caracterização de acessos de
pimenta da espécie C. chinense provenientes da coleção da Embrapa Roraima por
meio da técnica de fAFLP, com a obtenção de informações detalhadas do agrupamento
dos mesmos, contribuindo para seu uso em programas de melhoramento genético, com
vistas a aumentar a produção e a diversidade de cultivares disponíveis aos produtores
da região amazônica.
2 MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado nos Laboratórios de Bioquímica de Microorganismos e
Plantas do Departamento de Tecnologia e de Micropropagação do Departamento de
Produção Vegetal, com material vegetal oriundo de plantas cultivadas em casa de
vegetação na horta do Setor de Olericultura e Plantas Aromático-Medicinais da
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (UNESP - FCAV), Campus de
Jaboticabal, São Paulo. Os acessos de pimenta da espécie C. chinense foram
provenientes da coleção da Embrapa Roraima. Dados de passaporte dos 58 acessos
utilizados encontram-se na Tabela 1.
A extração de DNA genômico dos tecidos vegetais foi realizada segundo
FERREIRA & GRATTAPAGLIA (1998). O material vegetal utilizado para extração de
DNA consistiu de folhas tenras de cada acesso, sem manchas ou perfurações, lavadas
em água corrente e maceradas em nitrogênio líquido, sendo armazenadas em
recipientes hermeticamente fechados e acondicionadas em freezer a – 20o C.
- 54 -
Tabela 1. Identificação de 58 acessos de pimenta (Capsicum chinense) da coleção da
Embrapa Roraima Código Nome popular Procedência Lat N/S Long W Código Nome popular Procedência Lat N/S Long W RR 001 Murupi laranja, alongada, PA Uiramutã 04o 35' 44" N 60o 10' 04" RR 112 Murupi vermelha, alongada, PM Rorainópolis 00o 56' 46" S 60o 25' 05"
RR 003 Canaimé vermelha, triangular, PA Uiramutã 04o 35' 44" N 60o 10' 04" RR 123 Olho de mutum vermelha, triangular, PB Alto Alegre 02o 53' 45'' N 61o 29' 51''
RR 006 P. cheiro amarela, retangular, PA Boa Vista 02o 49' 11'' N 60o 40' 24" RR 125 P. vermelha alongada, PA Alto Alegre 02o 53' 45'' N 61o 29' 51''
RR 011 Malaguetão vermelho, alongado, PM Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47" RR 127 Olho de Mutum vermelha, arredondada, PA Alto Alegre 02o 53' 45'' N 61o 29' 51''
RR 019 P. vermelha, campanulada, doce Caroebe 00o 53’ 02” N 59o 41' 44" RR 134 P. vermelha, triangular, PA Mucajaí 02o 25' 48'' N 60o 54' 00''
RR 021 Murupi salmão, alongada, PB Mucajaí 02o 25' 48'' N 60o 54' 00'' RR 139 P. vermelha, alongada, doce Mucajaí 02o 25' 48'' N 60o 54' 00''
RR 026 Peão Vermelha, triangular, doce Alto Alegre 02o 53' 45'' N 61o 29' 51'' RR 144 Prikanka vermelha, triangular, PM Alto Alegre 02o 53' 45'' N 61o 29' 51''
RR 029 P. de Mesa salmão, triangular, PB Alto Alegre 02o 53' 45'' N 61o 29' 51'' RR 422 P. Bode vermelha, achatada, PB Brasília/DF 15o 50' 16'' N 47o 42' 48''
RR 033 P. de Cheiro amarela, alongada, PB Boa Vista 02o 49' 11'' N 60o 40' 24" RR 432 P. Bode laranja, achatada, PM Brasília/DF 15o 50' 16'' N 47o 42' 48''
RR 036 Murupi salmão , alongada, PB Rorainópolis 00o 56' 46" S 60o 25' 05" RR 442 P. cumari do Pará amarela, triangular, PA Brasília/DF 15o 50' 16'' N 47o 42' 48''
RR 039 P. Murici salmão, triangular, PA Rorainópolis 00o 56' 46" S 60o 25' 05" RR 452 Curupira vermelha, alongada, PM Mucajaí 02o 25' 48'' N 60o 54' 00''
RR 040 P. varmelha, triangular, doce Rorainópolis 00o 56' 46" S 60o 25' 05" RR 472 Murupi vermelha, alongada, PM Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 041 P. de Cheiro vermelha, triangular, PM Rorainópolis 00o 56' 46" S 60o 25' 05" RR 482 Murupi amarela, alongada, PM Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 042 P. de Passarinho amarela, Arredondada, PA Cantá 02o 36' 37" N 60o 35' 51" RR 492 Peão grande vermelha, triangular, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 044 Malaguetão vermelha, alongada, PA Cantá 02o 36' 37" N 60o 35' 51" RR 502 Peão de cheiro vermelha, triangular, PM Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 047 Olho de Carangueijo laranja, triangular, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47" RR 512 Peão amarela, triangular, PM Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 048 Olho de Cará amarela, triangular, PM Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47" RR 522 Espora de galo laranja, triangular, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 049 Olho de mutum vermelha, campanulada, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47" RR 532 Olho de peixe amarela, arredondada, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 051 P. de Cheiro vermelha, campanulada, doce Boa Vista 02o 49' 11'' N 60o 40' 24" RR 542 P. de cheiro vermelha, arredondada, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 058 P. amarela, triangular, PA Boa Vista 02o 49' 11'' N 60o 40' 24" RR 552 Olho de peixe amarela, arredondada, PA Amajari 03o 39' 08" N 61o 22' 14"
RR 062 P. de Cheiro vermelha, alongada, PM Boa Vista 02o 49' 11'' N 60o 40' 24" RR 562 Peão amarela, triangular, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 063 Murupi salmão, alongada, PA Boa Vista 02o 49' 11'' N 60o 40' 24" RR 572 Peão de cheiro amarela, campanulada, PM Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 066 P. laranja, alongada, PB Boa Vista 02o 49' 11'' N 60o 40' 24" RR 582 Olho de peixe amarela, arredondada, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 076 Pimenta vermelha, alongada, doce Bonfim 03o 21' 35'' N 59o 50' 00'' RR 592 P. de cheiro vermelha, alongada, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 077 P. Canaimé, vermelha, campanulada, PA Bonfim 03o 21' 35'' N 59o 50' 00'' RR 612 Murupi amarela, alongada, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 079 Olho de peixe laranja, triangular, PA Bonfim 03o 21' 35'' N 59o 50' 00'' RR 622 Olho de peixe laranja, triangular, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 108 P. cheirosa vermelha, triangular, PM Rorainópolis 00o 56' 46" S 60o 25' 05" RR 632 Olho de peixe amarela, triangular, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 110 Malaguetão vermelha, triangular, PA Rorainópolis 00o 56' 46" S 60o 25' 05" RR 652 Malaguetão laranja, alongada, PA Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
RR 111 Olho de peixe salmão, arredendada, PA Rorainópolis 00o 56' 46" S 60o 25' 05" RR 662 P. de cheiro vermelha, triangular, doce Pacaraima 04o 25' 53" N 61o 08' 47"
PA: pungência alta; PM: pungência média; PB: pungência baixa
Pesou-se 0,15 g do material previamente macerado de cada amostra, ao qual
foram adicionados 700 µL de tampão de extração composto de: 2% CTAB; NaCl 1,4 M;
0,2% 2-mercaptoetanol; 20 mM EDTA; 100 mM TRIS-Cl-pH 8,0; 1% polivinil
pirrolidona); promoveu-se agitação em vórtex e incubação em banho-maria, à 65oC, por
30 minutos, deixando resfriar em temperatura ambiente; em seguida, foram adicionados
600 µL de clorofórmio:álcool isoamílico (24:1), sendo os tubos agitados por inversão
durante 5 minutos, até formar uma mistura homogênea; o material foi então
centrifugado à 15.294 x g por 5 minutos, à 25ºC; posteriormente o sobrenadante foi
transferido para um novo tubo, ao qual foi adicionado volume de isopropanol
correspondente a 2/3 do volume do sobrenadante, sendo o material submetido à nova
centrifugação, a 15.294 x g por 10 minutos, após o que foi retirado o isopropanol e
realizadas duas lavagens do sedimento com etanol 70% (1mL, durante 5 minutos) e
uma lavagem com etanol 95% (1mL, por 2 minutos); retirou-se o máximo de etanol e o
- 55 -
material foi deixado para secar ao ar. O sedimento foi ressuspendido em 100 µL de TE
(10 mM deTris– Cl pH 8,0 + 1mM de EDTA) contendo 10 µl/mL de RNAse, os tubos
incubados a 37ºC por 60 minutos, retirando-se, posteriormente, 4 µL da solução,
acrescentando 96 µL de água milliQ e levando-se então as amostras para quantificação
dos DNAs, realizada em biofotômetro (Eppendorf), medindo-se a absorbância em
contraste com uma amostra de água (branco), nos comprimentos de onda de 260 e 280
nm. Em seguida, preparou-se uma solução de trabalho de 10 µL, concentração de 50
ng/µL de DNA, para iniciar as análises com a técnica de marcador molecular fAFLP.
A método para obtenção dos marcadores fAFLP visando à detecção de
polimorfismo nos materiais utilizados, seguiu o protocolo AFLP PLANT MAPPING
PROTOCOL (1997), da Applied Biosystems®, conforme as etapas seguintes:
a. Digestão do DNA: de acordo com a leitura no biofotômetro, calculou-se, para
cada amostra, a quantidade necessária de DNA a ser utilizada. Foi preparada uma
solução, contendo 1,25 µL de tampão React 1 (Invitrogen), 5 U de EcoRI (0,5 µL) e 1,5
U de MseI (0,3 µL), colocando-se 2,05 µL dessa solução em cada amostra de 10 µL de
DNA. As amostras foram para o termociclador, por 14 horas a 37ºC, e 10 minutos a
65ºC;
b. Ligação dos adaptadores: retiraram-se 3,67 µL da reação de digestão (DNA
digerido) e foram acrescentados 1µL de tampão T4 DNA ligase, 0,5 µL de T4 DNA
ligase, 0,33 µL do adaptador para o corte da MseI e 0,33 µL do adaptador para o corte
da EcoRI (ambos adaptadores previamente anelados a 95ºC por 5 minutos). As
amostras foram incubadas em termociclador por 2 horas a 20ºC. Logo em seguida
realizou-se a diluição (10x) do DNA, pipetando-se 45 µL de água para cada DNA ligado;
c) Amplificação pré-seletiva: retiraram-se 2 µL da reação diluída, preparadas a
partir das reações de digestão e ligação dos adaptadores, acrescentaram-se 0,5 µL da
mistura dos iniciadores pré-seletivos AFLP EcoRI (AGG/ACG) e MseI (CAC/CAA) e 7,5
µL de AFLP Core Mix (Taq DNA polimerase; MgCl2; tampão PCR; dNTP – PE Applied
Biosystems® – Foster City –CA), colocando-se as amostras no termociclador por 2
- 56 -
horas, após o que fez-se nova diluição (20x), adicionando-se 20 µL de água em cada
amostra, totalizando 30 µL;
d) Amplificação seletiva: retiraram-se 1,5 µL da reação de amplificação pré-
seletiva diluída e acrescentaram-se 8,9 µL do mix contendo, para cada amostra, 7,5 µL
do AFLP Core Mix, 0,7 µL do primer AGG/ACG -EcoRI marcado por fluorescência e 0,5
µL do primer não marcado CAC/CAA –MseI, selecionados após teste anterior com 12
pares de primers escolhidos dentre as 64 combinações possíveis. As amostras
permaneceram no termociclador por 2 horas;
e) Eletroforese no seqüenciador: preparou-se uma mistura contendo 1,5 µL de
formamida deionizada (HDF), acrescida de 0,9 µL de blue dextran e 0,3 µL do padrão
interno de peso molecular GeneScan-500 ROX marcado por fluorescência com a
coloração vermelha. Utilizou-se 1,5 µL de DNA, adicionando-se 1,6 µL dessa mistura,
sendo as amostras levadas para o termociclador por 5 minutos a 95ºC. Foi aplicado 1,5
µL de cada amostra em gel 5% (Longer-Ranger), com 36 cm de comprimento, onde a
eletroforese foi desenvolvida durante 3 horas, a 2.500 volts, usando TEB 1X (Tris
0,089M; ácido bórico 0,089M, EDTA 0,002M) como tampão de corrida no equipamento
ABIPRISM TM 377 DNA Sequencer (PE – Applied Biosystems®). O padrão interno de
peso molecular Gene Scan-500 ROX, usado no fAFLP, possui 15 fragmentos com os
seguintes tamanhos em pares de bases (pb): 50, 75, 100, 139, 150, 160, 200, 250, 300,
340, 350, 400, 450, 490 e 500.
Após a amplificação, os dados foram obtidos através do programa “GeneScan
Analysis Software” (Applied Biosystems®). Foi construída uma tabela binária,
analisando ausência e presença de cada banda, codificada por 0 e 1, respectivamente,
com o auxílio do “Genotyper DNA Fragment Analysis Software” (Applied Biosystems®),
comparando então os materiais com suas respectivas plantas matrizes. Utilizando-se o
programa “Paup” (Paup 4.0b10), construiu-se uma matriz de distância pelo índice de
NEI & LI (1979). Foi obtido um dendrograma para observação da distância genética
entre os acessos, pelo método de agrupamento do vizinho mais próximo, através do
- 57 -
programa “Mega 2” (KUMAR et al., 2004), que também permitiu o cálculo das distâncias
genéticas média entre os acessos e seus agrupamentos.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Um total de 137 bandas polimórficas variando entre 50 e 490 pares de base foi
observado para os pares de iniciadores (primers) EcoRI/MseI (AGG/CAC – 96 e
ACG/CAA - 41), conforme análise de gel exemplificado na Figura 1. Esse resultado está
muito acima do total de 65 bandas polimórficas obtidas por PARAN et al. (1998) com a
espécie C. annuum. O mesmo número de bandas polimórficas (137 no total) foi relatado
por FREITAS et al. (2005) com a espécie arbórea Myracrondruon urundeuva e ficou
acima das 123 bandas polimórficas relatadas por GANGA et al. (2005) para Passiflora
edulis f. flavicarpa. O número de marcas polimórficas encontrado demonstra a
existência de variabilidade genética entre os acessos avaliados, corroborando com a
tese de PICKERSGILL (1971), de que a região amazônica seria o centro de diversidade
de C. chinense.
Considerando o número de bandas polimórficas, a dissimilaridade entre os
diferentes acessos variou de 0,020 (2%), equivalentes a duas bandas, entre os acessos
492 (peão grande vermelha) e 522 (espora de galo laranja) em relação ao acesso 622
(olho de peixe laranja), todos provenientes da cidade de Pacaraima, a 0,479 (47,9%)
equivalentes a 45 bandas entre os acessos 125 (pimenta vermelha, da cidade de Alto
Alegre) e 036 (murup, da cidade de Rorainópolis). Os resultados que apontam a pouca
dissimilaridade entre os acessos 492 e 522 / 622 mostraram que nomes populares,
isoladamente, não seriam bons indicadores para associação com diversidade genética.
BUSO et al. (2001) relataram resultado semelhante quando se associou o nome
popular à semelhança genética. Esses casos comprovam a utilidade de marcadores
moleculares fAFLP, no sentido de esclarecer dúvidas em relação ao agrupamento de
morfotipos de pimenta levando-se em conta apenas o nome popular que, na maioria
das vezes, está relacionado ao formato, cor e pungência dos frutos.
- 58 -
50 pb
75 pb
100 pb
139 pb
160 pb150 pb
200 pb
250 pb
300 pb
350 pb
100 pb
450 pb
400 pb
340 pb
Figura 1. Figura 5. Padrão de bandas de fragmentos de DNA
amplificados por fAFLP, utilizando-se o par de primer AGG-CAC marcados com fluorescência Joe, para acessos de C. chinense. O padrão de tamanho molecular interno ROX-500 está representado por bandas de 50 a 500 pb (bandas em vermelho). UNESP, Jaboticabal, SP, 2005.
No caso dos acessos mais distantes (125 e 036), o marcador fAFLP
acompanhou as diferenças de origem e morfológica, mostrando uma ampla divergência
entre um acesso proveniente do Noroeste de Roraima (125), pimenta vermelha
alongada de pungência alta, e outro do Sul do Estado (036), pimenta murupi salmão,
também alongada, de pungência baixa.
A partir de matriz de dissimilaridade, Tabela 2, foi feita análise de agrupamento
dos acessos apresentada no dendrograma na Figura 2, permitindo a comparação entre
os mesmos segundo suas distâncias genéticas. Foi observada a formação de dois
grupos e três acessos isolados. A dissimilaridade entre os acessos variou de 2 a 47,9%,
com média de 22,3%, demonstrando a existência de variabilidade genética e a
existência de prováveis duplicatas na coleção avaliada. Esses resultados estão muito
- 59 -
próximos aos 76% de similaridade relatados por TOQUICA et al. (2003) e aos 80%
encontrados por BUSO et al. (2001) para C. chinense, assim como dos 22,34%
relatados por LOAIZA-FIGUEROA et al. (1989) para acessos de Capsicum do México.
A distância dos acessos dentro dos grupos foi de 0,165 (16,5%) para o grupo 1;
0,195 (19,5%) para o grupo 2 e 0,306 (30,6%) para os três acessos isolados na parte
inferior do dendrograma. Entre os diferentes grupamentos, a distância genética foi de
0,247 (24,7%) entre os grupos 1 e 2; 0,276 (27,6%) entre o grupo 1 e os acessos
isolados, e 0,290 (29,0%) entre o grupo 2 e os acessos isolados. Esses resultados
mostram uma similaridade genética muito alta entre os acessos nos grupos 1 e 2 que,
muito provavelmente, derivam de ancestrais muito próximos. Os acessos 108, 139 e
125, provavelmente derivam de ancestrais diferentes entre si e mais distantes dos
grupos 1 e 2.
De acordo com o dendrograma da Figura 2, ficou evidente nos grupos 1 e 2, que
os resultados não permitiram a associação entre o grau de similaridade genética e a
procedência dos acessos. Nesses grupos aparecem materiais de vários municípios
roraimenses e também de Brasília-DF (432 no grupo 1 e 442/422 no grupo 2). Não foi
possível observar-se a estruturação geográfica apontada por PRINCE et al. (1992) para
pimentas mexicanas.
O acesso 452 (pimenta curupira), relacionado no grupo 1 do dendrograma, é o
único acesso de ocorrência silvestre, o que não proporcionou, per se, que fosse
geneticamente divergente dos demais acessos do grupo, todos considerados espécie
cultivada, contrastando com o resultado de BUSO et al. (2001), que relataram baixa
similaridade entre espécies silvestres e cultivadas de Capsicum.
- 60 -Tabela 2. Dissimilaridade genética observada entre 58 acessos de pimenta (Capsicum chinense) da coleção da Embrapa Roraima a partir de marcadores fAFLP
Acessos 552 562 58 422 502 582 512 592 442 62 472 63 482 66 134 612 108 139 110 144 632 111 44 662 112 1 123 77 125 127 6 11 652 19 21 26 29 39 41 36 47 452 3 33 40 42 48 49 432 492 51 522 532 542 572 622 76 79
552 19 21 19 23 21 21 16 21 18 24 24 13 16 19 19 19 29 19 32 18 16 21 21 25 20 19 14 33 23 23 21 22 25 20 25 26 21 28 33 30 27 25 25 25 25 27 23 20 23 22 25 21 20 24 23 20 23
562 .197 18 16 20 9 18 13 14 9 27 23 10 11 8 12 20 28 24 33 19 11 18 12 22 19 22 9 36 26 26 22 25 28 23 28 27 24 31 34 25 22 22 26 22 22 24 26 21 22 23 24 22 23 23 22 19 18
58 .218 .187 22 18 15 20 15 20 15 27 15 20 17 16 16 16 22 14 29 13 17 22 14 18 25 24 19 34 28 24 22 25 26 27 26 25 24 29 30 23 20 20 18 20 22 20 18 19 22 21 22 22 21 21 22 17 20
422 .197 .166 .229 26 17 18 21 20 17 29 21 16 17 16 18 28 32 28 31 21 19 22 20 26 19 24 15 40 32 32 30 31 34 33 34 35 32 37 32 27 26 32 34 26 26 28 28 25 28 29 30 30 33 31 28 26 26
502 .239 .208 .187 .270 21 16 17 18 21 23 17 18 21 22 18 18 22 14 27 13 21 28 14 26 29 24 19 34 26 18 16 19 22 23 18 23 20 21 32 27 22 20 22 20 20 24 22 19 22 29 24 18 23 21 20 17 18
582 .229 .093 .156 .177 .218 17 10 13 8 26 22 11 12 9 9 17 23 19 30 12 10 15 13 17 18 19 10 35 23 27 23 26 27 28 29 26 25 30 29 22 17 19 25 17 19 21 21 16 19 20 21 21 22 22 19 14 17
512 .218 .187 .166 .187 .166 .177 15 20 15 19 13 16 21 18 18 18 20 16 25 11 21 24 10 22 27 18 17 30 20 20 20 21 22 29 22 21 20 25 30 19 20 24 18 18 18 18 18 17 20 19 20 20 21 19 20 17 16
592 .166 .135 .156 .218 .177 .104 .156 13 10 22 20 13 10 9 9 15 25 15 30 8 8 17 9 15 16 19 12 35 23 23 21 18 21 20 23 24 19 26 31 2 19 17 21 17 19 19 17 14 17 18 19 17 18 18 17 14 17
442 .218 .145 .208 .208 .187 .135 .208 .135 13 23 23 14 13 12 8 20 24 22 29 13 15 18 18 22 21 20 15 40 26 24 22 21 26 19 24 29 26 25 32 27 18 20 28 16 18 24 24 19 18 21 20 20 25 21 20 15 18
62 .187 .093 .156 .177 .218 .083 .156 .104 .135 24 22 15 10 7 13 19 27 17 30 12 10 13 13 17 20 15 10 33 23 25 25 22 27 24 27 26 23 30 33 24 21 21 23 19 19 21 21 18 21 22 23 23 24 24 21 16 19
472 .250 .281 .281 .302 .239 .270 .197 .229 .239 .250 22 23 28 27 21 21 29 17 30 22 28 31 23 29 36 31 26 43 19 25 25 24 21 23 23 26 25 20 37 24 29 27 23 25 27 19 23 22 25 24 25 27 22 26 25 26 25
63 .250 .239 .156 .281 .177 .229 .135 .208 .239 .229 .229 21 24 25 23 15 17 15 24 18 26 27 13 25 34 25 24 31 19 15 17 18 13 28 17 12 15 18 35 22 25 23 11 21 23 15 17 22 25 22 23 23 20 20 25 20 19
482 .135 .104 .208 .166 .187 .114 .166 .135 .145 .156 .239 .218 11 12 10 16 24 20 33 13 13 16 14 22 17 20 7 36 22 24 20 23 24 23 26 27 22 27 34 23 20 22 26 20 20 22 24 19 20 21 22 18 21 21 20 17 18
66 .166 .114 .177 .177 .218 .125 .218 .104 .135 .104 .291 .250 .114 7 7 17 27 21 34 12 4 13 15 17 14 15 6 37 29 27 23 22 27 22 27 28 25 30 33 26 21 23 27 21 21 23 23 20 23 24 25 21 24 24 21 20 21
134 .197 .083 .166 .166 .229 .093 .187 .093 .125 .072 .281 .260 .125 .072 8 20 28 22 29 11 7 14 12 14 15 18 7 38 26 28 24 25 30 25 30 29 26 33 30 23 18 22 28 18 20 22 22 17 20 21 22 22 23 23 20 17 18
612 .197 .125 .166 .187 .187 .093 .187 .093 .083 .135 .218 .239 .104 .072 .083 16 24 20 29 7 7 16 14 18 17 18 9 38 24 26 24 23 26 23 26 27 26 27 30 23 18 22 28 18 18 22 22 17 20 21 22 20 23 23 18 17 18
108 .197 .208 .166 .291 .187 .177 .187 .156 .208 .197 .218 .156 .166 .177 .208 .166 20 14 27 13 19 26 16 20 27 20 17 32 20 20 20 19 20 21 22 21 20 25 34 21 26 20 14 22 24 16 16 19 22 19 20 20 15 19 20 19 20
139 .302 .291 .229 .333 .229 .239 .208 .260 .250 .281 .302 .177 .250 .281 .291 .250 .208 20 31 21 25 28 20 26 33 24 27 36 28 28 26 29 26 37 32 25 30 33 32 25 26 24 20 22 24 22 22 23 26 23 24 24 23 23 24 21 24
110 .197 .250 .145 .291 .145 .197 .166 .156 .229 .177 .177 .156 .208 .218 .229 .208 .145 .208 23 15 21 26 16 20 29 22 21 34 20 18 18 21 18 27 18 21 16 21 30 17 20 16 14 18 16 12 14 13 16 17 18 16 15 19 14 13 18
144 .333 .343 .302 .322 .281 .312 .260 .312 .302 .312 .312 .250 .343 .354 .302 .302 .281 .322 .239 26 34 41 27 27 34 31 30 41 29 29 29 30 29 38 27 28 29 30 33 28 29 29 27 27 29 25 27 26 29 28 29 33 30 32 29 26 27
632 .187 .156 .135 .218 .135 .125 .114 .083 .135 .125 .229 .187 .135 .125 .114 .072 .135 .218 .156 .270 12 17 9 17 20 15 20 33 21 21 21 20 25 24 23 22 21 26 31 22 19 21 21 17 17 19 19 16 19 18 19 19 20 20 17 16 17
111 .166 .114 .177 .197 .218 .104 .218 .083 .156 .104 .291 .270 .135 .041 .072 .072 .197 .260 .218 .354 .125 13 13 17 14 15 8 35 27 29 25 26 29 26 29 28 27 32 31 26 21 23 27 21 21 25 21 18 23 22 25 21 22 24 21 18 21
44 .218 .187 .229 .229 .291 .156 .250 .177 .187 .135 .322 .281 .166 .135 .145 .166 .270 .291 .270 .427 .177 .135 18 24 19 20 15 38 30 30 28 29 32 29 34 31 30 35 40 29 26 28 30 26 24 30 28 29 28 29 28 26 29 27 28 27 28
662 .218 .125 .145 .208 .145 .135 .104 .093 .187 .135 .239 .135 .145 .156 .125 .145 .166 .208 .166 .281 .093 .135 .187 18 21 18 13 30 22 20 20 21 22 27 22 19 18 25 32 19 20 20 16 18 18 16 16 17 20 19 20 18 17 17 20 17 16
112 .260 .229 .187 .270 .270 .177 .229 .156 .229 .177 .302 .260 .229 .177 .145 .187 .208 .270 .208 .281 .177 .177 .250 .187 17 20 17 36 26 26 26 31 30 33 28 27 26 31 30 23 20 22 26 20 22 22 22 19 22 23 24 22 21 23 22 19 20
1 .208 .197 .260 .197 .302 .187 .281 .166 .218 .208 .375 .354 .177 .145 .156 .177 .281 .343 .302 .354 .208 .145 .197 .218 .177 23 14 37 35 33 29 32 37 32 33 36 33 36 35 30 25 29 37 27 27 33 31 28 29 30 31 27 30 30 29 26 27
123 .218 .229 .250 .250 .250 .197 .187 .197 .208 .156 .322 .260 .208 .156 .187 .187 .208 .250 .229 .322 .156 .156 .208 .187 .208 .239 15 32 24 28 30 25 32 31 28 25 28 31 32 25 22 26 26 22 20 26 18 19 24 21 24 22 23 23 22 19 22
77 .145 .093 .197 .156 .197 .104 .177 .125 .156 .104 .270 .250 .072 .062 .072 .093 .177 .281 .218 .312 .104 .083 .156 .135 .177 .145 .156 33 25 27 23 24 29 26 29 28 25 32 31 24 19 23 27 19 19 23 23 18 21 22 23 19 22 22 19 18 17
125 .343 .375 .354 .416 .354 .364 .312 .364 .416 .343 .447 .322 .375 .385 .395 .395 .333 .375 .354 .427 .343 .364 .395 .312 .375 .385 .333 .343 32 36 36 41 40 43 38 33 36 41 45 37 40 42 30 40 38 38 32 35 40 37 40 38 37 39 38 35 38
127 .239 .270 .291 .333 .270 .239 .208 .239 .270 .239 .197 .197 .229 .302 .270 .250 .208 .291 .208 .302 .218 .281 .312 .229 .270 .364 .250 .260 .333 20 22 23 18 29 20 15 18 21 36 21 20 26 14 26 28 20 20 21 26 21 24 28 19 25 26 23 24
6 .239 .270 .250 .333 .187 .281 .208 .239 .250 .260 .260 .156 .250 .281 .291 .270 .208 .291 .187 .302 .218 .302 .312 .208 .270 .343 .291 .281 .375 .208 6 11 8 15 4 9 6 7 34 21 22 20 14 22 22 18 26 25 22 27 24 22 23 23 24 23 22
11 .218 .229 .229 .312 .166 .239 .208 .218 .229 .260 .260 .177 .208 .239 .250 .250 .208 .270 .187 .302 .218 .260 .291 .208 .270 .302 .312 .239 .375 .229 .62 15 12 17 8 13 10 11 34 23 22 22 16 24 26 22 28 25 24 27 26 24 23 25 26 23 24
652 .229 .260 .260 .322 .197 .270 .218 .187 .218 .229 .250 .187 .239 .229 .260 .239 .197 .302 .218 .312 .208 .270 .302 .218 .322 .333 .260 .250 .427 .239 .114 .156 7 10 11 14 11 14 37 26 27 19 17 23 25 21 25 26 25 28 25 23 26 22 25 24 23
19 .260 .291 .270 .354 .229 .281 .229 .218 .270 .281 .218 .135 .250 .281 .312 .270 .208 .270 .187 .302 .260 .302 .333 .229 .312 .385 .333 .302 .416 .187 .083 .125 .072 15 8 7 6 9 36 21 28 20 12 24 26 16 24 25 24 27 24 24 23 23 24 25 24
21 .208 .239 .281 .343 .239 .291 .302 .208 .197 .250 .270 .291 .239 .229 .260 .239 .218 .385 .281 .395 .250 .270 .302 .281 .343 .333 .322 .270 .447 .302 .156 .177 .104 .156 15 22 15 14 39 32 27 21 25 25 27 29 29 26 23 28 25 23 26 24 25 26 27
26 .260 .291 .270 .354 .187 .302 .229 .239 .250 .281 .239 .177 .270 .281 .312 .270 .229 .333 .187 .281 .239 .302 .354 .229 .291 .343 .291 .302 .395 .208 .041 .083 .114 .083 .156 9 6 3 38 25 26 24 18 26 26 22 28 27 26 29 28 26 25 27 28 25 24
29 .270 .281 .260 .364 .239 .270 .218 .250 .302 .270 .270 .125 .281 .291 .302 .281 .218 .260 .218 .291 .229 .291 .322 .197 .281 .375 .260 .291 .343 .156 .093 .135 .145 .072 .229 .093 7 10 33 20 27 23 11 25 27 19 21 24 27 24 25 27 20 24 27 24 23
39 .218 .250 .250 .333 .208 .260 .208 .197 .270 .239 .260 .156 .229 .260 .270 .270 .208 .312 .166 .302 .218 .281 .312 .187 .270 .343 .291 .260 .375 .187 .062 .104 .114 .062 .156 .062 .072 9 36 21 24 18 12 22 22 16 22 21 20 23 22 20 19 21 22 19 20
41 .291 .322 .302 .385 .218 .312 .260 .270 .260 .312 .208 .187 .281 .312 .343 .281 .260 .343 .218 .312 .270 .333 .364 .260 .322 .375 .322 .333 .427 .218 .072 .114 .145 .093 .145 .031 .104 .093 39 28 27 25 21 27 27 25 29 28 27 30 29 27 26 28 29 28 27
36 .343 .354 .312 .333 .333 .302 .312 .322 .333 .343 .385 .364 .354 .343 .312 .312 .354 .333 .312 .343 .322 .322 .416 .333 .312 .364 .333 .322 .479 .375 .354 .354 .385 .375 .406 .395 .343 .375 .406 19 14 22 32 16 20 24 20 17 18 19 18 22 23 21 18 21 20
47 .312 .260 .239 .281 .281 .229 .197 .229 .281 .250 .250 .229 .239 .270 .239 .239 .218 .260 .177 .291 .229 .270 .302 .197 .239 .312 .260 .250 .385 .218 .218 .239 .270 .218 .333 .260 .208 .218 .291 .197 13 15 17 13 15 9 13 14 13 14 11 17 14 14 13 16 15
452 .281 .229 .208 .270 .229 .177 .208 .197 .187 .218 .302 .260 .208 .218 .187 .187 .270 .270 .208 .302 .197 .218 .270 .208 .208 .260 .229 .197 .416 .312 .229 .229 .281 .291 .281 .270 .281 .250 .281 .145 .135 10 26 4 6 16 14 9 6 11 8 8 15 9 8 9 8
3 .260 .229 .208 .333 .208 .197 .250 .177 .208 .218 .281 .239 .229 .239 .229 .229 .208 .250 .166 .302 .218 .239 .291 .208 .229 .302 .270 .239 .437 .270 .208 .229 .197 .208 .218 .250 .239 .187 .260 .229 .156 .104 18 6 8 14 12 11 6 9 6 6 9 5 8 9 8
33 .260 .270 .187 .354 .229 .260 .187 .218 .291 .239 .239 .114 .270 .281 .291 .291 .145 .208 .145 .281 .218 .281 .312 .166 .270 .385 .270 .281 .312 .145 .145 .166 .177 .125 .260 .187 .114 .125 .218 .333 .177 .270 .187 22 24 10 14 19 22 19 20 22 15 19 22 19 22
40 .260 .229 .208 .270 .208 .177 .187 .177 .166 .197 .260 .218 .208 .218 .187 .187 .229 .229 .187 .281 .177 .218 .270 .187 .208 .281 .229 .197 .416 .270 .229 .250 .239 .250 .260 .270 .260 .229 .281 .166 .135 .041 .062 .229 4 12 10 7 4 7 4 6 11 7 6 7 4
42 .260 .229 .229 .270 .208 .197 .187 .197 .187 .197 .281 .239 .208 .218 .208 .187 .250 .250 .166 .302 .177 .218 .250 .187 .229 .281 .208 .197 .395 .291 .229 .270 .260 .270 .281 .270 .281 .229 .281 .208 .156 .062 .083 .250 .041 14 12 9 4 9 6 4 13 7 4 9 6
48 .281 .250 .208 .291 .250 .218 .187 .197 .250 .218 .197 .156 .229 .239 .229 .229 .166 .229 .125 .260 .197 .260 .312 .166 .229 .343 .270 .239 .395 .208 .187 .229 .218 .166 .302 .229 .197 .166 .260 .250 .093 .166 .145 .104 .125 .145 12 13 12 15 12 16 15 15 12 15 14
49 .239 .270 .187 .291 .229 .218 .187 .177 .250 .218 .239 .177 .250 .239 .229 .229 .166 .229 .145 .281 .197 .218 .291 .166 .229 .322 .187 .239 .333 .208 .270 .291 .260 .250 .302 .291 .218 .229 .302 .208 .135 .145 .125 .145 .104 .125 .125 5 10 5 8 12 7 9 10 9 12
432 .208 .218 .197 .260 .197 .166 .177 .145 .197 .187 .229 .229 .197 .208 .177 .177 .197 .239 .135 .270 .166 .187 .302 .177 .197 .291 .197 .187 .364 .218 .260 .260 .270 .260 .270 .281 .250 .218 .291 .177 .145 .093 .114 .197 .72 .093 .135 .052 5 4 7 9 8 10 5 4 9
492 .239 .229 .229 .291 .229 .197 .208 .177 .187 .218 .260 .260 .208 .239 .208 .208 .229 .270 .166 .302 .197 .239 .291 .208 .229 .302 .250 .218 .416 .270 .229 .250 .260 .250 .239 .270 .281 .208 .281 .187 .135 .062 .062 .229 .041 .041 .125 .104 .052 5 2 4 9 5 2 7 6
51 .229 .239 .218 .302 .239 .208 .197 .187 .218 .229 .250 .229 .218 .250 .218 .218 .197 .239 .177 .291 .187 .229 .302 .197 .239 .312 .218 .229 .385 .218 .281 .281 .291 .281 .291 .302 .250 .239 .312 .197 .145 .114 .093 .197 .072 .093 .156 .052 .041 .052 3 9 4 6 7 6 7
522 .260 .250 .229 .312 .250 .218 .208 .197 .208 .239 .260 .239 .229 .260 .229 .229 .208 .250 .187 .302 .197 .260 .291 .208 .250 .322 .250 .239 .416 .250 .250 .270 .260 .250 .260 .291 .260 .229 .302 .187 .114 .083 .062 .208 .041 .062 .125 .083 .072 .020 .031 6 7 3 4 9 6
532 .218 .229 .229 .312 .187 .218 .208 .177 .208 .239 .281 .239 .187 .218 .229 .208 .208 .250 .166 .343 .197 .218 .270 .187 .229 .281 .229 .197 .395 .291 .229 .250 .239 .250 .239 .270 .281 .208 .281 .229 .177 .083 .062 .229 .062 .041 .166 .125 .093 .041 .093 .062 9 3 4 9 6
542 .208 .239 .218 .343 .239 .229 .218 .187 .260 .250 .229 .208 .218 .250 .239 .239 .156 .239 .156 .312 .208 .229 .302 .177 .218 .312 .239 .229 .385 .197 .239 .239 .270 .239 .270 .260 .208 .197 .270 .239 .145 .156 .093 .156 .114 .135 .156 .072 .083 .093 .041 .072 .093 6 11 10 9
572 .250 .239 .218 .322 .218 .229 .197 .187 .218 .250 .270 .208 .218 .250 .239 .239 .197 .239 .197 .333 .208 .250 .281 .177 .239 .312 .239 .229 .406 .260 .239 .260 .229 .239 .250 .281 .250 .218 .291 .218 .145 .093 .052 .197 .052 .072 .156 .093 .104 .052 .062 .031 .031 .062 7 10 5
622 .239 .229 .229 .291 .208 .197 .208 .177 .208 .218 .260 .260 .208 .218 .208 .187 .208 .250 .145 .302 .177 .218 .291 .208 .229 .302 .229 .197 .395 .270 .250 .270 .260 .250 .260 .291 .281 .229 .302 .187 .135 .083 .083 .229 .062 .041 .125 .104 .052 .020 .072 .041 .041 .114 .072 9 8
76 .208 .197 .177 .260 .177 .145 .177 .145 .156 .166 .270 .208 .177 .208 .177 .177 .197 .218 .135 .270 .166 .187 .281 .177 .197 .270 .197 .187 .364 .239 .239 .239 .250 .260 .270 .260 .250 .197 .291 .218 .166 .093 .093 .197 .072 .093 .156 .093 .041 .072 .062 .093 .093 .104 .104 .093 7
79 .239 .187 .208 .270 .187 .177 .166 .177 .187 .197 .260 .197 .187 .218 .187 .187 .208 .250 .187 .281 .177 .218 .291 .166 .208 .281 .229 .177 .395 .250 .229 .250 .239 .250 .281 .250 .239 .208 .281 .208 .156 .083 .083 .229 .041 .062 .145 .125 .093 .062 .072 .062 .062 .093 .052 .083 .072
- 11 -
492
522
622
42
3
532
572
40
36
452
79
76
432
49
51
542
47
48
472
110
144
127
33
63
652
21
19
29
39
11
6
26
41
Grupo 2
502
512
662
58
632
592
442
612
562
582
62
134
66
111
44
112
1
123
77
422
552
482
Grupo 1
108
139
125
0.05
Figura 2. Dendrograma de 58 acessos de pimenta (Capsicum chinense) baseado na técnica fAFLP, utilizando o padrão de agrupamento do vizinho mais próximo.
- 12 -
Em se tratando de uma única espécie botânica, originada de apenas 58 acessos
da região amazônica, excetuando-se os três acessos de Brasília, a variabilidade
genética esperada não poderia ser muito alta, uma vez que, à exceção do acesso 452,
todos os demais passam por processo de domesticação, onde poucas características
morfológicas, como aquelas associadas à pungência, cor e formato de frutos são
privilegiadas na escolha dos acessos para o plantio. Em termos de distância genética
média, os resultados obtidos estão muito próximos daqueles relatados na literatura
citada para C. annuum e C. chinense, ratificando a afirmação de KOCHIEVA &
RYZHOVA (2003), de que o genoma de Capsicum mantém-se altamente conservado
nos acessos cultivados, o que induz a uma baixa variabilidade genética em estudos
moleculares.
Os resultados obtidos com a caracterização de C. chinense por marcadores
fAFLP comprovam a adequação da técnica na avaliação da diversidade genética desta
espécie, o que também foi relatado por PRINCE et al. (1995), PARAN et al. (1998) e
LANTERI et al. (2003).
4 CONCLUSÕES 1 – A técnica de fAFLP foi adequada para caracterização genética de acessos de C.
chinense;
2 – Foi detectada uma baixa variabilidade entre os acessos avaliados;
3 – O método hierárquico do vizinho mais próximo mostrou-se efetivo para o
agrupamento dos acessos de C. chinense avaliados.
5 REFERÊNCIAS
AFLP Plant Mapping Protocol Applied Biosystems – PE. 45p. 1997.
- 13 -
BARBOSA, R. I.; LUZ, F. J. de F.; NASCIMENTO FILHO, H. R.; MADURO, C. B.
Pimentas do gênero Capsicum cultivadas em Roraima, Amazônia brasileira. I. Espécies
domesticadas. Acta Amazônica, v. 32, n. 2, p. 177-132, 2002.
BUSO, G. S. C.; LOURENÇO, R. T.; BIANCHETTI, L. de B.; LINS, T. C. de L.;
POZZOBON, M. T.; AMARAL, Z. P. de S.; FERREIRA, M. E. Espécies silvestres do gênero Capsicum coletadas na mata atlântica brasileira e sua relação genética com espécies cultivadas de pimenta: uma primeira abordagem genética utilizando marcadores moleculares. Brasília: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia,
2001. 22p. (Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 7).
FERREIRA. M. E.; GRATTAPAGLIA, D. Introdução ao uso de marcadores moleculares em análise genética. 3a ed. Brasília: EMBRAPA – CENARGEN, 1998.
220p.
FREITAS, M. L. M.; AUKAR, A. P. de A.; SEBBEN, A. M.; MORAES, M. L. T.; LEMOS,
E. G. M. Variabilidade genética intrapopulacional em Myracrondruon urundeuva Fr. All.
por marcador AFLP. Scientia Forestalis, v. 68, p. 21-28, 2005.
GANGA, R. M. D; RUGGIERO, C; LEMOS, E. G. de M.; GRILI, G. V. G.; GONÇALVES,
M. M.; CHAGAS, E. A.; WICKERT, E. Diversidade genética em maracujazeiro-amarelo
utilizando marcadores moleculares fAFLP. Revista Brasileira de Fruticultura,
Jaboticabal, v. 26, n. 3, p. 494-498, 2004.
GIOVANNI, L. R. C.; DELL’ORCO, P.; MARCOTRIGIANO, A. R. Phenotypic and genetic
characterization of Cucumis melo L. landraces collected in Apulia (Italy) and Albania.
Acta Horticulturae, v. 623, p. 95-105, 2003.
- 14 -
HAN, T. H.; ECK, H. J. van; JEU, M. J.; JACOBSEN, E. Use of AFLP marker technique
for classification of Alstroemeria spp. And construction of a linkage map in Alstroemeria
aurea. Acta Horticulturae, v. 546, p. 151-158, 2001.
KONCHIEVA, E. Z.; RYZHOVA, N. N. Molecular AFLP analysis of the genotypes of
pepper Capsicum annuum cultivars. Russian Journal of Genetics. v. 39, n. 12, p.
1345-1348, 2003.
KUMAR, S.; TAMURA, K.; NEI, M. MEGA3: Integrated Software for Molecular
Evolutionary Genetics Analysis and Sequence Alignment. Briefing in Bioinformatics,
v. 5, n. 2 (In press), 2004.
LANTERI, S.; ACQUADRO, A.; QUAGLIOTTI, L.; PORTIS, E. RAPD and AFLP
assessment of genetic variation in a landrace of pepper (Capsicum annuum L.), grown
in North-West Italy. Genetic Resources and Crop Evolution, v. 50, p. 723 - 735, 2003.
LOAIZA-FIGUEROA, F.; RITLAND, K.; CANCINO, J. A. L.; TANKSLEY, S. D. Patterns
of genetic variation of the genus Capsicum (Solanaceae) in Mexico. Plant Systematics and Evolution, v. 165, n. 3-4, p. 159-188, 1989.
PARAN, I.; AFTERGOOT, E.; SHIFRISS, C. Variation in Capsicum annuum revealed by
RAPD and AFLP markers. Euphytica, v. 99, p. 167-173, 1998.
PICKERSGILL, B. Relationships between weedy and cultivated forms in some species
of chilli peppers (genus Capsicum). Evolution, v. 25, p. 683-691, 1971.
PRINCE, J. P.; LOAIZA-FIGUEROA, F.; TANKSLEY, S. D. Restriction length
polymorphism and genetic distance among Mexican accessions of Capsicum. Genome,
v. 35, p. 726-732, 1992.
- 15 -
PRINCE, J. P.; LACKNEY, V. K.; ANGELIS, C.; BLAUT, J. R.; KYLE, M. A survey of
DNA polymorphism within the genus Capsicum and the fingerprinting of pepper
cultivars. Genome, v. 38, p. 224-231, 1995.
TOQUICA, S. P.; RODRIGUEZ, F.; MARTINEZ, E.; DUQUE, M. C.; TOHME, J.
Molecular characterization by AFLP’s of Capsicum germplasm from the Amazon
department in Colômbia, characterization by AFLP’s of Capsicum. Genetic Resources and Crop Evolution, v. 50, p. 639-647, 2003.
- 16 -
CAPÍTULO 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS: O USO DE MARCADORES MORFOLÓGICOS E MOLECULARES fAFLP NA CARACTERIZAÇÃO DE ACESSOS DE PIMENTA Capsicum chinense Jaqc.
Nos últimos anos a biologia molecular tem sido imprescindível na elucidação de
aspectos relacionados ao genoma e sua relação com a evolução e os padrões
genéticos que se buscam por meio das inúmeras técnicas do melhoramento genético
vegetal. Pressupõe-se que o conhecimento do DNA, dos genes e de sua expressão,
inegavelmente, tende a tornar mais célere e claras as etapas necessárias ao
desenvolvimento de recursos genéticos com características agronômicas de interesse
da humanidade. Nesse cenário, de tanta evolução tecnológica, FERREIRA &
GRATTAPAGLIA (1998) afirmaram que a tendência geral do melhoramento de plantas
é a integração de técnicas clássicas com aquelas mais modernas da biotecnologia,
considerando-se as vantagens e limitações de cada uma delas.
A caracterização e avaliação de germoplasma visam gerar subsídios para
facilitar as decisões de curadores de coleções quanto à eliminação de amostras
duplicadas, gerar informações para programas de melhoramento genético e para o
conhecimento da própria riqueza genética. É uma ferramenta importante para a
conservação e a utilização de recursos genéticos vegetais, que são a principal fonte de
variação para características de interesse agronômico buscadas com o melhoramento
de plantas.
Baseando-se na morfologia floral, PICKERSGILL (1977) relatou que a
caracterização morfológica de acessos tem sido utilizada por anos como a forma mais
usual de estudar a variabilidade genética das pimentas. Em 1988, essa mesma
pesquisadora relatou que apenas com base na morfologia floral, pode ser constatado
que as espécies C. frutescens, C. chinense e C. annuum estão agrupadas e distantes
da espécie C. baccatum. Marcadores morfológicos são utilizados tradicionalmente na
diferenciação de espécies e cultivares. Para a caracterização genética esses
marcadores apresentam algumas limitações como: serem freqüentemente controlados
- 17 -
por genes dominantes, não permitindo a distinção entre heterozigotos e homozigotos
dominantes; muitas características são expressas apenas na planta adulta (cor de
flores, forma de sementes e frutos), exigindo um período de tempo razoável para a
análise genética; são influenciados pelo ambiente.
Marcadores moleculares são todo e qualquer fenótipo molecular oriundo de um
gene expresso ou de um segmento específico do DNA (FERREIRA & GRATTAPAGLIA,
1998). Dentre as várias aplicações do uso de marcadores moleculares em estudos de
genética e melhoramento de plantas, os autores acima citam: o estudo da diversidade e
distância genética em populações naturais ou em espécies cultivadas; construção de
mapas genéticos de ligação, permitindo a cobertura e a análise completa de genomas e
a localização das regiões que controlam caracteres qualitativos e quantitativos de
importância agronômica; seleção assistida por marcadores, identificando marcadores
associados à característica de interesse através de mapeamento molecular. Para
RODGKIN et al. (2001) as técnicas de genética molecular têm aumentado o
conhecimento sobre a distribuição da diversidade genética em plantas cultivadas e seus
parentes silvestres e começou a trazer contribuições úteis à melhoria de métodos de
conservação e ao uso dos recursos genéticos vegetais.
O marcador molecular AFLP apresenta as seguintes vantagens: gera um grande
número de fragmentos passíveis de análise em um único gel; grande poder de
detecção da variabilidade genética, independente da influência ambiental; não requer
informação prévia de seqüência de DNA e não apresenta problemas de repetibilidade.
No entanto, também tem limitações por não se conhecer o papel funcional das
seqüências estudadas e por ser uma técnica sofisticada e cara, que requer DNA de alta
qualidade.
Um estudo comparativo entre dados morfo-agronômicos e moleculares (fAFLP)
utilizados na caracterização de cultivares locais de melão revelou, segundo RICCIARDI
et al. (2003), não haver correlação entre as duas formas de comparação, uma vez que
a variação fenotípica, altamente influenciada pelo ambiente e por interações genéticas,
e detectadas em apenas alguns dos descritores analisados, não poderiam estar
diretamente relacionados com a variação dos marcadores ou sua seqüência no DNA
- 18 -
das plantas. Para PRINCE et al. (1995), estudos relacionados com a análise da
diversidade genética e a evolução do grupo das pimentas estão sendo realizados com
base na morfologia da planta, na citologia e no DNA. Tais estudos, em geral, têm
ratificado a identificação prévia das espécies por meio da morfologia floral.
TEIXEIRA (1996), estudando aspectos morfológicos e moleculares de acessos
silvestres e domesticados de Capsicum do Brasil, concluiu que a análise molecular
apresentou maior contribuição para a discriminação dos acessos em relação à
caracterização morfológica. RODRIGUEZ et al. (1999) justificaram a utilização de
marcadores moleculares para identificação taxonômica de acessos de Capsicum
afirmando que muitos dos descritores morfológicos para o gênero seriam difíceis de
mensurar.
Os resultados apresentados nos capítulos 2 e 3 dessa tese mostram que os
descritores morfológicos aplicados aos acessos de Capsicum chinense, objetos desse
trabalho, detectaram uma grande dissimilaridade entre estes, com média de 50%. Já a
caracterização por meio do marcador molecular fAFLP aplicado aos mesmos acessos
mostrou haver, em geral, pouca dissimilaridade entre os acessos, com 22,3% em
média, o que conduziria à conclusão de que haveria uma baixa variabilidade genética
entre as pimentas avaliadas. Esse resultado contrastante assemelha-se com aqueles
apresentados por RICCIARDI et al. (2003), com acessos de melão.
Para entender a diferença entre os resultados obtidos com as duas formas de
caracterizar os acessos de pimenta, deve-se levar em conta a dinâmica da
domesticação porque passaram os materiais testados em seu processo evolutivo.
BERED (2003), afirmou que, no processo de domesticação das plantas cultivadas, as
mudanças morfológicas ocorrem sem mudar substancialmente o reservatório genético
das culturas. Isso ocorre porque as características alteradas são apenas aqueles de
interesse do ser humano, o que seria uma parte praticamente diminuta do genoma. Por
este motivo, a variação obtida com os descritores morfológicos estaria baseada apenas
em uma pequena parte do genoma das pimentas avaliadas, focada em características
visíveis e mensuráveis pelo ser humano. Por outro lado, a variação observada
diretamente do genoma total da planta através do marcador molecular utilizado não foi
- 19 -
suficiente para identificar essa variação dentro do genoma total da espécie, que
mantém-se, em grande medida, conservado. Ambas as formas de caracterizar os
acessos foram úteis e necessárias para o conhecimento dos mesmos, revelando
informações valiosas para estratégias de conservação e uso das pimentas da
Amazônia.
REFERÊNCIAS
BERED, F. Domesticação em plantas. IN: GENÉTICA E EVOLUÇÃO VEGETAL.
Organizado por Loreta Brandão Freitas e Fernanda Bered. Porto Alegre, Editora da
UFRGS, 2003. P. 385 a 401.
FERREIRA. M.E.; GRATTAPAGLIA, D. Introdução ao uso de marcadores moleculares em análise genética. 3a ed. Brasília: EMBRAPA – CENARGEN, 1998.
220p.
PICKERSGILL, B. Chromossomes and evolution in Capsicum. In: Pochard, E. (Ed)
Capsicum 77. INRA Montfavet-Avignon, France. 1977. p. 27-37.
PRINCE, J. P.; LACKNEY, V. K.; ANGELES, C.; BLAUTH, J. R.; KYLE, M. M. A survey
of DNA polymorphism within the genus Capsicum and the fingerprinting of pepper
cultivars. Genome, v. 38, p. 224-231, 1995.
RICCIARDI, L.; DE GIOVANNI, C.; LOTTI, C. Phenotipic and genetic characterization of
Cucumis melo L. landraces collected en Apulia (Italy) and Albania. IN: PROC. XXVI IHC – Plant genetic resources. Acta Horticulurae, 623, ISHS, 2003. P. 95-105.
RODGKIN, T.; ROVIGLIONI, R.; DE VICENTE, M. C.; DUDNIK, N. Molecular methods
in the conservation and use of plant genetic resources. IN: PROC. INT. SYMP. ON MOLECULAR MARKERS. Acta Horticulturae, 546, ISHS, 2001. P. 107-118.
- 20 -
RODRIGUEZ, J. M.; BERKE, T.; ENGLE, L.; NIENHUIS, J. Variation among and within
Capsicum species revealed by RAPD markers. Theor. Appl. Genetics, v. 99, p. 147-
156, 1999.
TEIXEIRA, R. Diversidade em Capsicum: análise molecular, morfoagronômica e química. 1996. 84p. Dissertação de Mestrado - Universidade Federal de Viçosa.
Recommended