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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CAMPUS DE SINOP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS
CURSO DE AGRONOMIA
PERDAS DE NITROGÊNIO POR VOLATILIZAÇÃO EM MILHO
SAFRINHA NO SUL DA AMAZÔNIA
ERIC AKIYOSHI BENITES KOYAMA
SINOP – MT
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CAMPUS DE SINOP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS
CURSO DE AGRONOMIA
PERDAS DE NITROGÊNIO POR VOLATILIZAÇÃO EM MILHO
SAFRINHA NO SUL DA AMAZÔNIA
ERIC AKIYOSHI BENITES KOYAMA
ORIENTADOR: PROF. Dr. CARLOS CESAR BREDA
CORIENTADOR: Dr. ALEXANDRE FERREIRA DO NASCIMENTO
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
apresentado ao Curso de Agronomia do
ICAA/CUS/UFMT, como parte das exigências
para a obtenção do Grau de Bacharel em
Agronomia.
SINOP – MT
2019
A Deus, que me deu saúde e me
abençoou durante essa trajetória, aos
meus pais pelo apoio, paciência e
dedicação, e a todos que me apoiaram e
estiveram ao meu lado de maneira direta
ou indireta, acreditando, acompanhando
minha evolução para a realização deste
trabalho, pois não chegamos a lugar
nenhum sozinhos.
DEDICO
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por me dar saúde e sabedoria, para saber aproveitar
as oportunidades boas da vida, e o privilégio em poder concluir mais uma etapa, que levarei
para sempre comigo. Também agradecer por sempre estar rodeado de pessoas maravilhosas
que fazem parte da minha história.
A toda minha família, em especial meus pais, Tochiaki Koyama e Sirley Benites
Koyama, que me deram educação e ensinamentos necessários para me tornar a pessoa que sou
hoje, sem eles nada disso seria possível.
Aos meus irmãos, Christian Massayoshi Benites Koyama e Douglas Yoshiaki Benites
Koyama que sempre estiveram comigo, durante toda minha trajetória, me dando todo o apoio
necessário.
A minha namorada Mizraim Monteiro Menegali, que esteve comigo durante toda esta
trajetória, me dando apoio, força e motivação necessários para que este momento pudesse
acontecer.
Agradeço a Embrapa Agrossilvipastoril e ao pesquisador Dr. Alexandre Ferreira do
Nascimento, pela cooperação e orientação em todos os trabalhos realizados na área
experimental, bem como por disponibilizar o material necessário para a realização deste
trabalho.
Agradeço a UFMT, por toda as vivências e aprendizados adquiridos durante todo o
curso, e por ter proporcionado esta experiência única que é a faculdade.
Agradeço a todos os meus amigos que contribuíram com a minha jornada na
universidade e na vida.
E a todos que não foram citados, mas de alguma forma contribuíram para minha
graduação e evolução pessoal.
Meus sinceros agradecimentos, muito obrigado!
SUMÁRIO
RESUMO ................................................................................................................................................. ii
ABSTRACT ............................................................................................................................................. ii
1- INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 8
2- OBJETIVOS ..................................................................................................................................... 10
2.1- OBJETIVOS GERAIS ............................................................................................................... 10
2.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................................................................... 10
3- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................................... 11
3.1- A CULTURA DO MILHO ........................................................................................................ 11
3.2 NITROGÊNIO NA CULTURA DO MILHO ............................................................................. 12
3.3 – UREIA E INIBIDORES DE UREASE .................................................................................... 13
3.4 - INIBIDORES DE NITRIFICAÇÃO ........................................................................................ 15
3.5 - COMBINAÇÃO DE INIBIDORES DE UREASE E DE NITRIFICAÇÃO ............................ 17
3.6 – INOCULANTE Azospirillum brasilense NA CULTURA DO MILHO .................................. 17
4- MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................................. 19
5 - RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................................... 23
5.1- DINÂMICA DA VOLATILIZAÇÃO DA AMÔNIA ............................................................... 23
5.2 – ACUMULADO DA VOLATILIZAÇÃO DA AMÔNIA ........................................................ 25
6- CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 30
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................. 31
ii
RESUMO
PERDAS DE NITROGÊNIO POR VOLATILIZAÇÃO EM MILHO SAFRINHA NO
SUL DA AMAZÔNIA
A ureia é o fertilizante nitrogenado mais utilizado atualmente, por possuir características
como alta solubilidade no solo, alta concentração de nitrogênio, fácil fabricação, mais barato,
dentre várias outras características favoráveis. Entretanto, a ureia aplicada na superfície do
solo está sujeita a elevadas perdas de N por volatilização de amônia (NH3), perdas essas que
podem ser bastante elevadas nas aplicações de ureia em cobertura, chegando a ser de até 20 a
30% do N aplicado. Objetivou-se com este estudo avaliar as perdas do nitrogênio do solo pela
volatilização da amônia (NH3) em áreas cultivadas com milho, segunda safra. Para isso foram
utilizados aditivos inibidores de urease e de nitrificação incorporados à ureia utilizada na
adubação e também foram comparadas emissões em sementes tratadas com Azospirillum
brasilense inoculado na semente. Os aditivos inibidores utilizados foram: Tiofosfato de N-(n-
butil) triamida (NBPT), inibidor de urease; e Dicianodiamida (DCD), inibidor de nitrificação.
Os tratamentos foram: T1: Testemunha (sem aditivos); T2: Semente inoculada com
Azospirillum brasilense; T3: 90 kg ha-¹ de nitrogênio; T4: 90 kg ha-¹ de nitrogênio +
inoculação; T5: 90 kg ha-¹ de nitrogênio + DCD + NBPT; T6: 120 kg ha-¹ de nitrogênio; T7:
120 kg ha-¹ de nitrogênio + inoculação; T8: 120 kg ha-¹ de nitrogênio + NBPT; T9: 120 kg ha-
¹ de nitrogênio + DCD; T10: 120 kg ha-¹ de nitrogênio + NBPT + DCD. Na coleta de NH3
utilizou-se câmara semiaberta livre estática (SALE), por período de 77 dias após a adubação.
Os dados obtidos indicaram elevada volatilização no tratamento utilizando o inoculante
associado a aplicação de 120 kg de nitrogênio por hectare. Nos tratamentos que receberam
inibidores de urease e de nitrificação observou-se uma redução da volatilização, indicando
eficiência na redução da volatilização. Outros tratamentos eficientes foram o 90 kg de
nitrogênio por hectare, e o que foi tratado com DCD, com os menores valores de
volatilização. O inibidor de nitrificação (DCD) apresentou maior redução na volatilização da
amônia. O uso do inoculante Azospirillum brasiliense associado à aplicação de ureia em
cobertura resultou em maior taxa de volatilização da amônia. O NBPT, apesar de ser um
inibidor específico da volatilização da amônia, não foi o inibidor que mais reduziu a
volatilização da amônia. O NBPT promoveu significativa redução da volatilização em relação
aos tratamentos sem inibidores. As associações do NBPT com o DCD mostraram boa redução
da volatilização da amônia, indicando que o DCD não interfere na eficiência do NBPT.
PALAVRAS-CHAVE: Emissões, Gases de efeito estufa, Inibidores, urease, nitrificação,
inoculação, fixação biológica de N.
iii
ABSTRACT
Urea is the most widely used nitrogen fertilizer today, as it has characteristics such as high
soil solubility, high nitrogen concentration, easy manufacture, and cheap, among many other
favorable characteristics. However, urea applied to the soil surface is subject to high N losses
from ammonia volatilization (NH3), which losses can be quite high in urea applications up to
20 to 30% of applied N. The objective of this study was to evaluate soil nitrogen losses by
ammonia volatilization (NH3) in areas cultivated with corn, second crop. For this purpose
urease inhibitor and nitrification additives incorporated into the urea used in fertilization were
used and emissions were compared in seeds treated with seed inoculated Azospirillum
brasilense. The inhibitor additives used were: N- (n-butyl) triamide thiophosphate (NBPT),
urease inhibitor; and Dicyandiamide (DCD), nitrification inhibitor. The treatments were: T1:
Witness (without additives); T2: Seed inoculated with Azospirillum brasilense; T3: 90 kg ha-¹
of nitrogen; T4: 90 kg ha-¹ of nitrogen + inoculation; T5: 90 kg ha-¹ nitrogen + DCD + NBPT;
T6: 120 kg ha-¹ of nitrogen; T7: 120 kg ha-¹ of nitrogen + inoculation; T8: 120 kg ha-¹
nitrogen + NBPT; T9: 120 kg ha-¹ nitrogen + DCD; T10: 120 kg ha-¹ nitrogen + NBPT +
DCD. NH3 was collected using a static free semi-open chamber (SALE) for a period of 77
days after fertilization. The data obtained indicated high volatilization in the treatment using
the inoculant associated with the application of 120 kg of nitrogen per hectare. In the
treatments that received urease and nitrification inhibitors, a reduction in volatilization was
observed, indicating efficiency in reducing volatilization. Other efficient treatments were 90
kg of nitrogen per hectare, and the one treated with DCD, with the lowest volatilization
values. The nitrification inhibitor (DCD) showed the greatest reduction in ammonia
volatilization. The use of inoculant Azospirillum brasiliense associated with the application of
urea in coverage resulted in higher ammonia volatilization rate. Although NBPT was a
specific inhibitor of ammonia volatilization, it was not the inhibitor that most reduced
ammonia volatilization. NBPT promoted a significant reduction in volatilization compared to
treatments without inhibitors. The associations of NBPT with DCD showed good reduction of
ammonia volatilization, indicating that DCD does not interfere with NBPT efficiency.
KEYWORDS: Emissions, Greenhouse gases, Inhibitors, urease, nitrification, inoculation,
biological N fixation.
8
1- INTRODUÇÃO
O milho (Zea mays L.) é uma das culturas mais produzidas no mundo, e o Brasil é o
terceiro maior produtor mundial do grão, atrás apenas da China e dos Estados Unidos
(CONAB, 2018).
A ureia (UR) é a fonte de nitrogênio (N) mais utilizada na agricultura mundial (IFA,
2008), e pode permanecer como principal adubo nitrogenado por apresentar vantagens em
relação a outras fontes do elemento, como: fácil fabricação, elevada concentração do nutriente
e preço de N mais baixo. Entretanto, a ureia aplicada na superfície do solo está sujeita a
elevadas perdas de N por volatilização de amônia (NH3) (CANTARELLA, 2007), perdas
essas que podem ser bastante elevadas nas aplicações de ureia em cobertura, chegando a ser
de até 20 a 30% do N aplicado (WATSON et al., 1994; LARA CABEZAS et al., 2000;
CANTARELLA et al., 2003, 2008).
O processo que leva às perdas de NH3 depende de vários fatores do solo: classe, pH,
umidade e temperatura (BARTH, 2009), mas estas perdas podem ser intensificadas na
presença de restos culturais que elevam a atividade da enzima urease nos solos (BREMNER
& MULVANEY, 1978; HARGROVE, 1988; TERMAN, 1979).
Assim, a melhor forma de reduzir as perdas de N por volatilização de NH3 é a
incorporação do fertilizante no solo de forma mecânica, pela água de irrigação ou da chuva
(CANTARELLA, 2007). No entanto, existem ocasiões em que a incorporação se torna
impraticável, como no caso do plantio direto, sistema de cultivo adotado em grande parte das
grandes propriedades produtoras de milho no Brasil (DAROLT, 1998). Outra forma de
reduzir as perdas de NH3 é o uso de substâncias que inibem a atividade da urease. Neste caso,
vários compostos têm sido testados como inibidores desta enzima, a fim de retardar a
hidrólise da ureia e reduzir perdas via volatilização (RADEL et al., 1988; KISS &
SIMIHAIAN, 2002; CHIEN et al. 2009).
O inibidor de urease mais utilizado comercialmente é o tiofosfato de N-(nbutil)
triamida (NBPT) (AGROTAIN, 2018). A adição deste inibidor à UR tem reduzido em torno
de 60% a volatilização de NH3, aumentando a eficiência de uso do N e a produtividade das
culturas, mostrando eficiência em baixas concentrações (WATSON et al., 1994; TRENKEL,
1997; RAWLUK et al., 2001; CANTARELLA et al., 2008; 2009).
Há dúvidas sobre a eficiência deste inibidor em Latossolos, que é o solo predominante
no Cerrado, bem como sobre qual seria sua dinâmica quanto à redução da volatilização do N,
tendo em vista que o pH do solo pode reduzir a eficiência do NBPT (WATSON et al., 1994).
O inibidor parece ser mais eficiente em solos com alto valor de pH e baixo teor de
matéria orgânica (WATSON et al., 1994). Essa questão ainda é pouco estudada e é de
interesse para a agricultura brasileira, uma vez que, a maior parte dos solos brasileiros tem
reação ácida (SOARES, 2011).
Alguns estudos conduzidos por CANTARELLA (2007) foram desenvolvidos para
testar os efeitos da combinação dos inibidores de urease e de nitrificação na redução das
perdas de N por volatilização da NH3 e pela lixiviação do nitrato. Porém, os efeitos da
combinação destes dois inibidores ainda não estão devidamente esclarecidos.
Autores como NASTRI et al. (2000) e ZAMAN et al. (2008) afirmam que a adição do
DCD junto ao NBPT pode causar redução na eficiência do NBPT, por retardar a hidrólise da
9
UR e, consequentemente, aumentar a volatilização do N e reduzir a eficiência da fonte
nitrogenada (PRAKASAO & PUNTANNA, 1987). No entanto, alguns estudos mostram que a
adição de DCD à UR combinado ou não com NBPT não tem efeito sobre a volatilização de N
(BLAISE et al., 1997; XU et al., 2000; BANERJEE et al., 2002; CLAY et al., 1990).
Existem vários fatores relacionados aos efeitos dos inibidores de urease que
necessitam ser esclarecidos, pela grande importância da UR na agricultura e pela sua grande
propensão a perdas por volatilização, que causam impactos econômicos e ambientais
importantes.
Com uma forma indireta de reduzir estas emissões podemos contar com a tecnologia
da inoculação de sementes com Azospirillum brasilense, que é uma tecnologia desenvolvida
recentemente que promove uma série de benefícios, resultando em melhor desenvolvimento
do sistema radicular, maior resistência ao estresse hídrico, maior absorção de água e
nutrientes (HUNGRIA et al., 2007). As bactérias inoculadas à semente possuem enzimas que
proporcionam a fixação biológica de nitrogênio da atmosfera, suprindo parte da demanda de
nitrogênio da planta (HUNGRIA et al., 2007).
Existem poucas informações sobre a interação destes aditivos em conjunto na cultura
do milho safrinha em condição de campo, dessa forma, objetivou-se com este trabalho avaliar
a interação entre estes aditivos na volatilização do nitrogênio, a fim de otimizar a aplicação de
adubos nitrogenados na cultura do milho safrinha.
10
2- OBJETIVOS
2.1- OBJETIVOS GERAIS
Avaliar a volatilização do nitrogênio adicionado via ureia na cultura do milho safrinha
com aplicação de tecnologias para aumento da eficiência do uso do nutriente.
2.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Avaliar a volatilização do nitrogênio e testar: a eficiência do inibidor de urease
tiofosfato de N(n-butil) triamida (NBPT), do inibidor de nitrificação Dicianodiamida (DCD),
e avaliar a volatilização do nitrogênio da adubação nitrogenada em cultivo de milho com
sementes inoculadas com Azospirillum brasilense.
11
3- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1- A CULTURA DO MILHO
O milho pertence a classe Liliopsida, família Poaceae, gênero Zea, sendo classificado
cientificamente como Zea mays L. Originada em pequenas ilhas próximas ao litoral do
México há aproximadamente 7300 anos, serviu como alimentação básica para várias
civilizações antigas importantes, como Olmecas, Maias, Astecas e Incas (APROSOJA, 2018).
Sua domesticação aconteceu por meio de um ancestral selvagem, o teosinte, e teve sua
disseminação de cultivo pelo mundo pelas grandes navegações do século XVI e o início do
processo de colonização da América, o que permitiu seu cultivo e consumo em todos os
continentes (MILHO, 2018).
A produção de milho é comercializada em diversas áreas do mercado mundial, sendo
que no Brasil, sua maior utilização é na área da alimentação animal, que consome, em média,
70% da produção de grãos (Embrapa, 2018).
O milho está presente em todos os estados brasileiros e é um dos pilares do
agronegócio nacional, possuindo área cultivada de, aproximadamente, 16,6 milhões de
hectares, com produtividade média de 4,9 toneladas por hectare, ou 82 sacas de milho por
hectare. Na safra 2017/18 a produção total brasileira foi de 81 milhões de toneladas (Conab,
2018).
Nas condições climatológicas tropicais brasileiras, o milho apresenta um ciclo de
desenvolvimento entre 110 a 180 dias, da semeadura até a colheita, o qual pode variar de
acordo com o tipo de genótipo de milho utilizado, superprecoce, precoce ou tardio
(FANCELLI & DOURADO NETO, 2000).
Para uma boa produção, o milho necessita de precipitações pluviométricas que
somem, durante seu ciclo, algo em torno de 300 a 600 mm. No período compreendido entre o
espigamento e a maturação, a planta chega a consumir cerca de 7,5 mm diários (EMBRAPA,
2007).
No Brasil, o milho é cultivado em dois períodos, o milho safra, que é semeado nos
meses de setembro a outubro, e o milho segunda safra, também conhecido como milho
safrinha, que é plantado nos meses de janeiro a março (EUZEBIO, 2016).
O milho safra é semeado no mesmo período de plantio da soja, tornando-se um
concorrente direto e, devido à preferência pelo plantio de soja nesta época e seu alto valor
comercial, o milho safra acaba tendo uma redução de produção, com um total de 5 milhões de
toneladas (CONAB, 2018).
Já o milho segunda safra, também conhecido como milho safrinha, é semeado após a
colheita da soja precoce, entre os meses de janeiro e março, se tornando uma ótima opção de
cultivo, pois proporciona a oportunidade de duas safras durante o ano (soja e milho). Assim, o
milho é a opção mais utilizada pelos produtores de grãos no Brasil, respondendo por uma
produção de 11,5 milhões de toneladas na safra 17/18 (CONAB, 2018).
De acordo com Euzébio (2016), o milho safrinha por ser cultivado nos meses entre
janeiro a março, possui um potencial produtivo menor e os riscos aumentam por causa da
12
menor incidência de chuvas, baixas temperaturas, e menor radiação solar no final do ciclo da
cultura.
Segundo MAGALHÃES e DURÃES (2002), a forma para definir os estádios de
desenvolvimento é: vegetativo (V) e reprodutivo (R), e sua subdivisão é da seguinte forma:
• VE - Emergência
• V1 – Uma folha desenvolvida
• V2 - Duas folhas desenvolvidas
• V3 - Três folhas desenvolvidas
• V4 - Quatro folhas desenvolvidas
• Vn – Número folhas desenvolvidas
• VT - Pendoamento
• R1 - Embonecamento e Polinização
• R2 - Grão Bolha d'água
• R3 - Grão Leitoso
• R4 - Grão Pastoso
• R5 - Formação de dente
• R6 - Maturidade Fisiológica
3.2 NITROGÊNIO NA CULTURA DO MILHO
Para que o milho expresse seu máximo potencial produtivo é necessário o suprimento
de suas exigências nutricionais, em decorrência da sua grande extração de nutrientes do solo.
Além disso, o nitrogênio é o nutriente mais exigido pela cultura e, por isso, o elemento que
mais limita a produção de grãos, exercendo importantes funções nos processos bioquímicos
da planta, como constituinte de proteínas, enzimas, coenzimas, ácidos nucleicos, fitocromos e
clorofiola (FORNASIERI, 2007).
Uma das vantagens de se cultivar o milho safrinha em sucessão a soja é o nitrogênio
residual deixado no solo, advindo da fixação biológica de nitrogênio. De acordo com
OLIVEIRA et al. (2008), esse residual chega a 45 kg de nitrogênio por hectare. Já a
mineralização da matéria orgânica libera cerca de 20 kg de nitrogênio para cada 1% de
matéria orgânica no solo (COELHO et al., 2008).
Segundo COELHO (2009) a quantidade recomendada para adubação com N em
cobertura para milho safrinha é de 100 a 120 kg ha-1 de N.
O fornecimento inadequado de nitrogênio é considerado um dos principais fatores
limitantes à produtividade de grãos. De acordo com HOEFT (2003), a dose, o método e a
época de aplicação têm efeito expressivo, tanto na produtividade do milho, quanto na
contaminação dos mananciais de água pelos nutrientes. O manejo da adubação com nitrogênio
deve ser feito para suprir a necessidade do nutriente pela planta, nos períodos críticos e
minimizar os impactos ambientais, através da redução de perdas (FERNANDES & LIBARDI,
2007).
No solo, o nitrogênio é um elemento muito dinâmico, devido às suas transformações,
fato que ocasiona uma série de discussões quanto sua época de aplicação, principalmente no
milho (SOUZA et al., 2001). ECOSTEGUY et al. (1997), citam que é comum a aplicação de
parte do nitrogênio na semeadura e o restante em cobertura, quando as plantas estão entre o
13
estádio vegetativo V4 (4 folhas totalmente expandidas) e V8 (oito folhas totalmente
expandidas).
As fontes de nitrogênio mais utilizadas são a ureia (CO (NH2)2, 45%N) e o sulfato de
amônio ((NH4)2SO4, 21% N). As duas formas estão muito propensas a perdas de nitrogênio
no solo, por lixiviação, escoamento superficial, volatilização da amônia e pela imobilização
na biomassa microbiana (ALVA et al., 2005). Além disso, a UR e o sulfato de amônio
possuem alta capacidade de acidificar o solo.
O nitrato de amônio ((NH4) (NO3)3, 30% N) também seria um ótimo substituto da
ureia, por não apresentar perdas significativas por volatilização, no entanto o nitrato de
amônio tem sofrido restrições por ter características explosivas, podendo ser utilizado de
forma indevida (BARTH, 2009).
As perdas de nitrogênio dependem da textura do solo, pluviosidade do local, época de
aplicação, tipo de adubo (orgânico ou químico, nítrico ou amoniacal) e sistema de cultivo
(sistema convencional ou sistema plantio direto), entretanto, aplicações feitas antes da fase de
maior demanda pela cultura resultam em maiores perdas de nitrogênio (SAINZ ROZAZ et al.,
2004).
Perdas que acontecem pela volatilização da amônia podem reduzir a eficiência da
adubação nitrogenada, e este problema se agrava ainda mais quando é utilizada a ureia como
fonte de nitrogênio (ROGERI, 2010). Principalmente quando a aplicação é feita em épocas
com instabilidade de chuvas, na presença de palhada na superfície do solo, como
normalmente ocorre nos solos da região Centro-Oeste, onde se faz muito o cultivo do milho
safrinha (SOUSA & LOBATO, 2004).
As perdas por volatilização quando se utiliza sulfato de amônio são muito menores
(LARA CABEZAS et al., 2008), entretanto, esta forma apresenta um custo por unidade de
nitrogênio muito maior que a ureia.
Uma das alternativas seria usar uma proteção na partícula de ureia com produtos
menos higroscópicos, de modo a proporcionar a liberação mais lenta e controlada do N,
estimulando o processo de hidrólise no interior do solo, reduzindo as perdas de N na forma de
NH3 (BONO et al., 2006).
Outra alternativa seria a utilização de inibidores de urease e de nitificação para impedir
estas perdas tão expressivas de nitrogênio na cultura do milho (BARTH, 2009).
3.3 – UREIA E INIBIDORES DE UREASE
A UR é considerada um dos fertilizantes nitrogenados mais importantes, pelo fato de
possuir um valor relativamente baixo, alta solubilidade em água e pela alta absorção de seus
produtos pela planta na solução do solo (BARTH et al., 2001). No entanto, a UR aplicada na
superfície do solo leva a perdas consideráveis de nitrogênio por volatilização da amônia
(NH3) (BARTH et al., 2001).
O processo de volatilização envolve primeiramente a hidrólise da fonte nitrogenada
por meio da urease, enzima extracelular produzida por bactérias e fungos do solo ou restos
vegetais (SOARES, 2011).
A urease que está presente nos solos, é obtida através da síntese realizada por
microrganismos, e também por resíduos vegetais (SOARES, 2011). Segundo BARRETO &
14
WESTERMAN (1989), a atividade da enzima urease é maior em resíduos vegetais do que no
solo.
Logo, áreas na qual existem resíduos vegetais, como no sistema de plantio direto, cana
colhida sem queima, e culturas perenes manejadas com resíduos vegetais, costumam
apresentar uma alta atividade da enzima (SOARES, 2011).
Como resultado da hidrólise obtém-se o carbonato de amônio, e de acordo com
REYNOLDS et al. (1987) os fatores que influenciam na atividade de microrganismos do solo
também influenciam na hidrólise da ureia, logo tem-se grande variação na taxa de hidrólise
em diferentes tipos de solos.
De acordo com VOLK (1959), a hidrólise da UR ocorre em grande amplitude de
umidade do solo. Quanto mais rápida a hidrólise, maior a perda de NH3 para a atmosfera.
Segundo BYRNES (2000), toda a UR aplicada no solo é hidrolisada em torno de 2 ou 3 dias,
e a taxa da hidrólise é dependente da temperatura do solo, umidade, quantidade e forma pela
qual a ureia foi aplicada.
Esse processo pode ser simplificado pela seguinte reação (CANTARELLA, 2007):
Como o grânulo de ureia é muito solúvel no solo, ele se dissolve na água do solo,
formando uma micro região com alta concentração de ureia.
A ureia na solução é hidrolisada pela enzima urease (enzima existente no solo),
formando carbonato de amônio: CO(NH2)2 (ureia) → (NH4)2 CO3 (carbonato de amônio).
O carbonato de amônio se hidrolisa em: (NH4)2 CO3 (carbonato de amônio) + H2O
(água) → 2 NH4+ (amônio) + OH- (hidroxila) + HCO3 (bicarbonato).
Devido a formação de OH-, o pH ao redor do granulo pode chegar a valores de 8 a 9.
Em condições de pH acima de 7 o equilíbrio é favorecido para a direita, formando-se
então NH3 que é volátil: NH4+(amônio) + OH- (hidroxila) → NH3 (amônia) + H2O (água).
Parte do NH4 formado reage com íons H+ da solução do solo, resultando em cátions
NH4+. Nas camadas próximas a aplicação da ureia, constata-se aumento do pH em água de 6,9
para 8,7 (RODRIGUES & KIEHL, 1992).
De acordo com TASCA et al. (2011), perdas por volatilização ocorrem quando a ureia
é aplicada em solos com pH mais altos. Em solos com pH em torno de 6 a 8, podem ocorrer
perdas na faixa de 30% do total aplicado, e nos solos com pH entre 5,3 e 6,3 as perdas de NH3
por volatilização se manteve entre 20 a 24%.
O inibidor de urease com maior expressividade prática e comercial é o tiofosfato de N-
(n-butil) triamida (NBPT). A adição deste composto na ureia tem reduzido a volatilização de
NH3 em até 60%, aumentando a eficiência do uso do nitrogênio e aumentando a produtividade
das culturas, com eficiência em baixas concentrações (CANTARELLA et al., 2008; 2009).
Existem empresas que comercializam ureia tratada com o NBPT, no entanto há
dúvidas quanto a sua eficiência com o tempo de armazenamento. WATSON et al. (2008)
observaram degradação durante a armazenagem da ureia tratada com o NBPT, o que
ocasionaria perda de eficiência do inibidor na redução de volatilização de NH3.
O inibidor de urease tiofosfato de N-(n-butil) triamida é comercializado desde 1996
nos Estados Unidos, e mais recentemente no Brasil, e é o inibidor de urease mais utilizado na
agricultura mundial, sendo comercializado em mais de 70 países (SOARES, 2011).
O NBPT bloqueia 3 pontos ativos da molécula urease (MANUNZA et al., 1999), e
tem valores de solubilidade e difusão parecidos com a ureia (CARMONA et al., 1990). O
15
NBPT não é inibidor direto da urease, antes ele precisa ser convertido para NBPTO (fosfato
de N-n-butil triramida). De acordo com WATSON (2000) esta conversão é bem rápida em
solos bem drenados (minutos ou horas), mas pode levar dias quando exposto a solos
inundados.
O NBPT possui uma superioridade em retardar a hidrólise da UR em relação ao
NBPTO, pois a taxa de formação de NBPT em NBPTO prolonga o efeito inibidor, uma vez
que a degradação do NBPTO é mais rápida (HENDRICKSON & DOUGLAS, 1993).
A ureia é hidrolisada rapidamente na primeira semana depois da aplicação no solo,
tornando-se suscetível a perdas por volatilização de NH3, sendo assim o NBPT atua neste
período, o que retarda a hidrólise e com isto a volatilização se mantém baixa (RAWLUK et
al., 2001). Com a diminuição da hidrólise o inibidor permite a difusão da UR no solo,
evitando altas concentrações de NH4+ e pH elevado na área de aplicação do fertilizante,
diminuindo a volatilização de NH3 (CHRISTIANSON et al. 1993). A inibição do NBPT
funciona somente para a enzima urease, uma vez que vários trabalhos mostram que o inibidor
não afeta outras enzimas presentes no solo (KISS & SIMIHAIAN, 2002).
Em experimentos feitos sob condições controladas em laboratório, com 16 solos,
WATSON et al. (1994) chegaram a uma média de 68% de diminuição da volatilização da
amônia. Em experimentos conduzidos por CANTARELLA et al. (2009) em campo na cultura
do milho, chegaram na conclusão que o inibidor reduziu em média de 56% a volatilização da
amônia.
Quando ocorre o retardo da hidrólise, a redução da elevação do pH e a redução da alta
concentração de NH4+ ao redor do fertilizante, o inibidor diminui o efeito tóxico da grande
concentração de amônia na germinação das sementes (XIAOBIN et al., 1995).
O NBPT proporciona uma maior produtividade para as culturas, por aumentar a
eficiência do uso do nitrogênio (CANTARELLA et al., 2009). No estudo de WATSON et al.
(1994) avaliando diferentes doses de NBPT, com doses variando de 100 a 2800 mg kg-1,
constataram que o NBPT é eficiente em pequenas quantidades, reduzindo cerca de 68% a
volatilização do NH3 na dose de 580 mg kg-1, e atingindo o máximo de inibição na dose de
1000 mg kg-1 chegando a 80% de redução da volatilização da amônia. No Brasil de acordo
com CANTARELLA (2007), tem sido utilizada doses de 530 mg kg-1.
A AGROTAIN, (2010), fabricante do fertilizante que leva o mesmo nome comercial,
sugere que a ureia tratada com NBPT pode ser armazenada por até 6 semanas entre
temperaturas de 0 a 38ºC antes da aplicação do solo, sem degradação significativa da
molécula.
3.4 - INIBIDORES DE NITRIFICAÇÃO
A perda de nitrogênio por lixiviação ocorre pela translocação do elemento por meio do
fluxo de água no perfil do solo, em um local onde a raiz da planta não consegue alcançá-lo,
ocasionando perda de eficiência de adubação e contaminação do lençol freático (BARTH,
2009).
As intensidades de lixiviação são dependentes de muitos fatores: solo, clima, natureza
ou forma que o nutriente se encontra, doses do fertilizante, velocidade de retirada destes
16
nutrientes pelas plantas e pelos microrganismos (BARTH, 2009). O nitrogênio lixiviado é
encontrado na forma de NO3- (nitrato), quase que exclusivamente (SOUTHWICK, et al.,
1995).
OLIVEIRA et al. (1999; 2002), relatam que as perdas de nitrogênio por lixiviação na
cana de açúcar não têm sido muito elevadas. Entretanto, quando há a possibilidade de perdas
de nitrogênio por lixiviação do NO3-, pode-se utilizar de algumas técnicas, como
parcelamento de adubação e inibidores de nitrificação.
Eles atuam na primeira fase da nitrificação, interferindo na atividade das bactérias do
gênero Nitrosomonas, sendo capazes de retardar a oxidação do amônio a nitrito por
determinado período. Dessa forma, a segunda fase da nitrificação não ocorre, pois faltaria
nitrito para se oxidar a nitrato (TRENKEL, 1997).
Mais especificamente, os inibidores de nitrificação afetam a ação da enzima amônia
monoxigenase (AMO), que é uma proteína da membrana das Nitrosomonas.
No processo de oxidação catalítica a NH3 se liga ao sítio ativo da enzima e se oxida a
hidroxalamina. Entretanto, os inibidores de nitrificação têm afinidade pelo mesmo sítio ativo
da enzima, e por princípio de competição, se ligam a este, inibindo o processo por mais ou
menos tempo, dependendo da estabilidade do composto (MCCARTY, 1999).
Os inibidores de nitrificação retardam o processo oxidativo das bactérias do gênero
Nitrossomonas que transformam a NH3 (amônia) em NO2- (nitrito) no solo (primeira fase da
nitrificação) por um período de tempo, os inibidores visam manter o N na forma amoniacal,
menos sujeitas a perdas por lixiviação (SOARES, 2011).
Na segunda fase da nitrificação, as bactérias do gênero Nitrobacter transformam NO2-
para NO3-, onde normalmente não é alterada (ZERULLA et al., 2001). Estes compostos se
ligam aos sítios ativos da monoxigenase, que é um substrato para a oxidação catalítica. O
produto que resulta dessa ligação denomina-se mecanismo base de inibição, sendo os
principais: compostos de S (enxofre), compostos de acetileno e compostos heterocíclicos
(MCARTY, 1999). A estabilidade desta ligação que proporciona que os compostos retardem
o processo de nitrificação (SAHRAWAT, 1980).
Além disso, algumas bactérias podem utilizar o NO3- no seu catabolismo,
alternativamente ao O2, reduzindo-o a formas gasosas de N no processo de desnitrificação,
sendo uma destas formas o óxido nitroso (N2O), forma intermediária deste processo
biológico, que é mais efetivo em absorver energia térmica do que o CO2, o que o confere uma
capacidade de aquecimento global 296 vezes maior que o CO2 (FRYE, 2005).
Vários fatores do solo, como, a matéria orgânica, temperatura, o valor de pH e a
umidade do solo influenciam fortemente na eficiência dos inibidores de nitrificação, levando
em conta que estes fatores estão diretamente relacionados ao processo de nitrificação no solo
(BARTH et al. 2001). De acordo com GIOACCHINI et al. (2002) existem resultados distintos
em diferentes tipos de solos.
Estudos mostram que os inibidores de nitrificação podem ser eficientes na redução do
processo de oxidação da amônia por alguns dias ou semanas, no entanto, esta eficiência não é
significativa após 6 meses (GUIRAUD et al. 1989).
Segundo IRIGOYEN et al. (2006), o uso de inibidores de nitrificação além de
promover diminuição da perda de nitrogênio por lixiviação, pode ser usado para reduzir a
concentração de nitrato nas plantas, em especial as que são consumidas in natura.
17
No Brasil existem poucos trabalhos sobre a dinâmica dos diversos compostos
inibidores de nitrificação. Logo, não se sabe se eles teriam o mesmo efeito nas condições de
solo e clima tropical úmido do Brasil comparadas com as anteriormente estudadas, como no
caso dos solos de clima temperado (BARTH, 2009).
3.5 - COMBINAÇÃO DE INIBIDORES DE UREASE E DE NITRIFICAÇÃO
A combinação destes dois compostos levanta uma questão interessante, pois um reduz
as perdas por volatilização da amônia e o outro por lixiviação no nitrato e emissão do oxido
nitroso, que é um grande poluente da atmosfera (ZAMAN et al., 2008).
O inibidor de nitrificação DCD, junto com o inibidor de urease NBPT, tem promovido
redução de perdas de nitrogênio, o que resulta em uma otimização do nutriente na cultura do
milho, aumentando o aproveitamento do nutriente pela cultura, evitando aplicações
desnecessárias, aumentando produção e reduzindo custos (NASTRI et al., 2000; ZAMAN et
al., 2008, 2009).
Segundo ZAMAN et al. (2008), a associação do inibidor de volatilização com o de
nitrificação resultou em uma maior volatilização de amônia em relação à ureia tratada apenas
com o inibidor de volatilização NBPT. Ainda não se sabe, realmente se um inibidor tem efeito
sobre o outro, pois estudos conduzidos por BANERJEE et al. (2002) não mostraram aumentos
de perdas por volatilização relacionadas à adição do inibidor de nitrificação à UR. De acordo
com CLAY et al. (1990) o inibidor de nitrificação DCD não afetou a volatilização da amônia,
na ureia tratada com NBPT.
3.6 – INOCULANTE Azospirillum brasilense NA CULTURA DO MILHO
O gênero Azospirillum faz parte do grupo de bactérias promotoras de crescimento de
plantas (BPCP) e tem vida livre, sendo encontrado por quase toda a extensão terrestre.
Trabalhos conduzidos por DOBEREINER & PEDROSA (1987) e HUERGO et al. (2008)
descreveram essas bactérias como endofíticas facultativas.
Atualmente estão descritas 14 espécies de bactérias no gênero Azospirillum, as quais
ganharam grande destaque mundialmente a partir da década de 1970 (DOBEREINER &
DAY, 1976; DOBEREINER et al., 1976), quando a pesquisadora da Embrapa, Dra. Johanna
Döbereiner (1924-2000), descobriu a capacidade de fixação biológica do nitrogênio dessas
bactérias em associação com gramíneas.
Pelo fato de nenhuma planta ou animal conseguir utilizar o nitrogênio disponível na
atmosfera diretamente, devido à presença de uma tripla ligação entre dois átomos do N2, que é
uma das ligações mais fortes presentes na natureza. Alguns microrganismos (arqueobactérias,
mas, principalmente, bactérias) presentes no solo se aproveitam do N2 que se difunde no solo
através do espaço poroso e conseguem romper essa tripla ligação com a ajuda de uma enzima
chamada dinitrogenase, assim reduzindo o N2 para amônia. Essas bactérias, também
denominadas diazotróficas ou fixadoras de N2, se associam a diversas espécies de plantas,
recebendo a classificação como bactérias associativas, endofíticas ou simbióticas (HUNGRIA
et al., 2007).
18
No geral a maior contribuição do processo da fixação biológica de nitrogênio
acontece pela associação simbiótica de plantas da família Leguminoseae (Fabaceae) com
bactérias de diversos gêneros, comumente conhecidas como rizóbios. Essas bactérias
produzem estruturas altamente especializadas no processo de fixação biológica, chegando a
suprir totalmente necessidade da soja (HUNGRIA et al., 2007). Em relação às bactérias
endofíticas (ex.: Herbaspirillum seropedicae, Gluconacetobacter diazotrophicus, Klebsiella
spp., Azoarcus spp.) ou associativas (ex.: Azospirillum spp., Azotobacter spp.), o mesmo
complexo da dinitrogenase realiza a conversão do N2 da atmosfera em amônia.
No entanto, diferente das bactérias simbióticas, as bactérias associativas
disponibilizam somente uma parte do nitrogênio fixado diretamente para a planta associada.
Futuramente, a mineralização da bactéria pode ajudar no aporte adicional de nitrogênio para
as plantas, entretanto, vale salientar que os processos de fixação biológica por essas bactérias
conseguem apenas suprir parcialmente as necessidades das plantas, que segundo MOREIRA
et al. (2010) chega a 17% das demandas das culturas.
19
4- MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na área experimental da EMBRAPA Agrossilvipastoril,
localizada em Sinop, MT, no Norte Mato-grossense, com latitude de 11º51’45” Sul e
longitude de 55°36’45’’ Oeste. O solo da área experimental é classificado de acordo com o
SiBICS (2019) como LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico típico, textura
argilosa, em relevo plano.
Apresenta clima tropical, com temperatura média anual de 25.0 °C e pluviosidade
média anual é de 1818 mm. Segundo a Köppen e Geiger o clima é classificado como Aw
(clima tropical, com inverno seco, apresentando estação chuvosa no verão, de novembro a
abril, e nítida estação seca no inverno, de maio a outubro), onde o mês mais seco tem
precipitação inferior a 60 mm e equivale a menos de 4% da precipitação anual total (Figura
1).
Figura 1: Dados meteorológicos diários, estação Embrapa Agrossilvipastoril, correspondente ao período de
condução do experimento, 28/03/2017 a 13/06/2017. Fonte: Embrapa, 2019.
O delineamento experimental foi de blocos casualizados, com quatro repetições. A
unidade experimental (parcela) possuía 5x5 m, totalizando 25 m². Ao total foram 10
tratamentos, a saber:
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 55 57 59 61 63 65 67 69 71 73 75 77
Dados meteorológicos diários - estação Embrapa Agrossilvipastoril
° C Temperatura média do ar % Umidade relativa média do ar mm Precipitação acumulada
20
1º tratamento • Testemunha (sem aditivos)
2º tratamento Semente inoculada com Azospirillum
brasilense
3º tratamento 90 kg ha-¹ de Nitrogênio
4º tratamento • 90 kg ha-¹ de Nitrogênio + inoculação
5º tratamento • 90 kg ha-¹ de Nitrogênio + DCD + NBPT
6º tratamento 120 kg ha-¹ de Nitrogênio
8° tratamento • 120 kg ha-¹ de Nitrogênio + NBPT
9° tratamento • 120 kg ha-¹ de Nitrogênio + DCD
10° tratamento 120 kg ha-¹ de Nitrogênio + NBPT + DCD
O milho cultivar P3431VHY Pioneer, com a tecnologia leptra bt®, foi semeado no dia
01/03/2017, em sucessão à soja, com um espaçamento de 0,45 m entre linhas e 3 plantas por
metro linear. Por ocasião da semeadura foi realizada adubação na linha de 350 kg da fórmula
04-30-16.
A adubação que caracterizou a imposição dos tratamentos foi feita no dia 28/03/2017.
Os produtos utilizados nos tratamentos foram:
a) inibidor de urease tiofosfato de N-(n-butil) triamida (NBPT) da Agrotain (nome
comercial), na dose de 530 mg por kg de nitrogênio.
b) inibidor de nitrificação foi utilizado a dicianodiamida (DCD), 5% na base
nitrogênio.
c) O inoculante utilizado no experimento foi o Azospirillum brasilense líquido, na
dose de 100 mL ha-1, com concentração de 2x108 UFC/mL (unidade formadora de colônias).
A volatilização da amônia foi avaliada com auxílio de câmaras coletoras de livre fluxo
de ar em seu interior, denominada SALE (câmara semiaberta livre estática) (NÔMMIK,
1973), confeccionada a partir de garrafa de plástico transparente de poli tereftalato de etileno
(PET), com capacidade para 2 L e com área de 0,008 m² (Figuras 2 e 3). A base da garrafa
PET foi removida e posicionada na parte superior, com auxílio de arame galvanizado e do
anel da tampa da garrafa (tampa após a remoção da parte superior), que serviu como proteção
contra a influência de chuvas.
21
Figura 2: Câmara SALE proposta por Nômmik (1973). Figura adaptada de ARAÚJO et al., (2009).
Figura 3: Câmara coletora no experimento em campo adaptado de NÔMMIK (1973).
Fonte: KOYAMA, E.
A abertura superior, para circulação de ar no interior da câmara, foi de 2,1 cm de
diâmetro. No interior da garrafa PET foi utilizado o sistema absorvedor de amônia,
constituído de uma lâmina de espuma de poliuretano (0,017 g cm-3) com 3 mm de espessura,
22
2,5 cm de largura e 25 cm de comprimento, suspensa verticalmente com o auxílio de um fio
rígido de 1,5 mm de diâmetro (NÔMMIK, 1973).
Em um frasco de plástico com capacidade para 50 mL, suspenso pela extremidade
inferior do fio rígido, foram adicionados 10 mL de solução de ácido sulfúrico (H2SO4), 1 mol
dm-3 mais glicerina (2% v/v). No momento do preparo do sistema absorvedor de NH3, a
lâmina de espuma foi acondicionada dentro do frasco com a solução ácida e, em seguida,
comprimida de forma a absorver a maior parte dessa solução.
A lâmina de espuma permaneceu no frasco fechado até o momento de seu
posicionamento no interior do corpo da câmara (garrafa PET). Na instalação, a lâmina de
espuma foi mantida com a extremidade inferior dentro do frasco de 50 mL, de forma a evitar
respingos da solução ácida no substrato, e a outra extremidade da espuma foi presa à parte
superior do fio rígido, para mantê-la na posição vertical. Nessa ocasião, o fio rígido com o
frasco de 50 mL e a espuma foram introduzidos no corpo do coletor pela base e pendurados
na borda superior, suspensos a aproximadamente 1,5 cm da superfície do solo.
Durante as coletas, as espumas eram retiradas das câmaras e substituídas por novas
espumas, e imediatamente tampadas em seus frascos. Após todas as coletas e substituições
das espumas, os frascos coletados em campo foram etiquetados com a data da coleta e o nome
do responsável, e em seguida armazenados em câmara fria (Figura 4).
Figura 4: frascos com a lamina de espuma, após coleta em campo. Fonte: KOYAMA, E.
A calibração do coletor SALE foi realizada em duas condições: em um experimento
vitrine da Embrapa Agrossilvipastoril, aplicando uma quantidade equivalente a 100 kg de N
por hectare de ureia, e utilizando H3PO4 + glicerina 2% em 4 câmaras e H2SO4 + glicerina 2%
em outras 4 câmaras, com trocas dos frascos com ácido a cada 3 dias, e levado para o
laboratório para extração do amônio contido na espuma de poliuretano.
23
Com objetivo de avaliar a evolução de volatilização após a aplicação do adubo, coletas
foram efetuadas em diferentes datas: 30/03/2017, 01/04/2017, 03/04/2017, 05/04/2017,
07/04/2017, 10/04/2017, 15/04/2017, 21/04/2017, 28/04/2017, 04/05/2017, 16/05/2017,
13/06/2017. Foram realizadas as coletas das espumas com NH3 absorvido durante todo o ciclo
do milho safrinha, desde o plantio até a colheita. A espuma e a solução, remanescentes em
cada frasco de 50 mL, foram transferidas para Erlenmeyers de 125 ml, com massa
previamente conhecida (Peso 1). Posteriormente, foi adicionado cloreto de potássio (KCl) 1
mol L-1 até cobrir a espuma dentro do Erlenmeyer. Os tubos com a solução e a lâmina de
espuma foram levados a um agitador horizontal a 220 rpm. Após 20 min, os tubos foram
removidos do agitador e pesados (Peso 2).
Todas as análises foram feitas no laboratório da Embrapa Agrossilvipastoril e para isso
foi tomada uma alíquota de 5 a 10 mL retirada dos tubos, e submetidas a análise por
espectrofotometria conforme SATOLLO et al. (2016). O volume total da solução foi
determinado pela diferença entre P2 e P1 + massa da espuma.
Nos dados de volatilização para cada data de avaliação foi aplicado o erro padrão da média,
pois não seguiram os requisitos de normalidade para aplicação de testes paramétricos. Já os
dados das perdas acumuladas ao final do experimento foram submetidos à ANOVA e ao teste
de Tukey, a 5% de probabilidade.
5 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1- DINÂMICA DA VOLATILIZAÇÃO DA AMÔNIA
Nos tratamentos 1 e 2, testemunha e semente inoculada, respectivamente, não foram
observadas perdas por volatilização de amônia (Figura 5), o que decorre do fato de não terem
recebido adubação com ureia em cobertura, apenas a aplicação base de fertilizante por ocasião
da semeadura do milho.
24
Figura 5: Gráfico da dinâmica da volatilização do nitrogênio, dados submetidos ao erro padrão
da média.
Os maiores picos de perda de nitrogênio ocorreram no segundo dia após a aplicação de
ureia no solo, sendo os tratamentos, 7 (120 kg ha-1+ inoculação), 6 (120 kg ha-1), 4 (90 kg ha-1
+ inoculação) os que obtiveram as maiores perdas, respectivamente (Figura 5).
Esses maiores picos de perda no segundo dia após a aplicação da ureia foram
observados nos tratamentos que não receberam os inibidores de volatilização ou nitrificação.
Como a hidrólise da ureia ocorre alguns dias após a aplicação do adubo (BYRNES, 2000),
neste período foi observada a maior volatilização de amônia (NH3), provavelmente pelas
condições climáticas observadas nesta época do experimento (Figura 1). Na data em questão
já existia um valor reduzido de chuvas com cerca de 0,8 mm naquele dia e alta temperatura
com uma média de 26°C (Figura 1), o que influência diretamente na atividade da enzima
urease, tal como observado em trabalhos realizados por TASCA et al. (2011).
Em relação à umidade, ressalta-se que ao diminuir o teor de água disponível no solo
ocorre a diminuição da hidrólise da ureia e, consequentemente, reduz a volatilização
(SOARES, 2011). No entanto, no primeiro mês de condução do experimento ocorreu
25
precipitação (150 mm) (Figura 1), e segundo SOARES. (2011) e TASCA. (2011), pelo menos
10% de umidade já é suficiente para que ocorra volatilização do N.
Dos tratamentos que não receberam inibidores, ou seja, houve apenas aplicação de
ureia, o tratamento 3, com 90 kg ha-¹, foi o que apresentou a menor perda por volatilização da
amônia, aproximadamente 28% do nitrogênio aplicado na primeira data de amostragem após a
adubação em cobertura (Figura 7). Apesar de apresentar menor valor em relação aos
tratamentos sem aditivos, ainda assim apresentou uma volatilização alta, se assemelhando
com resultados obtidos em solos com pH de 6 a 8 dos trabalhos de TASCA et al. (2011).
Nos tratamentos 5 (90 kg ha-1 + NBPT + DCD), 8 (120 kg ha-1+ NBPT), 9 (120 kg ha-
1 + DCD), 10 (120 kg ha-1 + NBPT + DCD) foram observados os menores valores de
volatilização na primeira avaliação pós-adubação (Figura 5). O fato destes tratamentos terem
recebido os aditivos para inibição de urease e de nitrificação, contribuiu para a diminuição
considerável da volatilização da amônia (NH3), corroborando vários trabalhos no tema
(TASCA et al. 2011; BARTH, 2009; SOARES, 2011).
O NBPT inibe a ação da enzima urease e o processo de hidrólise da ureia, resultando
no aumento da difusão da ureia no solo, evitando altas concentrações de NH4+ e pH elevado
na área de aplicação do fertilizante, reduzindo a volatilização de NH3 assim como em estudos
realizados por CHRISTIANSON et al. (1993). O íon amônio (NH4+) liberado do adubo pode
ser oxidado a nitrato, pelo processo de nitrificação e absorvido pelas plantas e por
microrganismos. Esses processos diminuem a quantidade de NH4+ na solução do solo e,
consequentemente, reduzem a volatilização de NH3 (WATSON, 2000; SOMMER et al.
2004).
No tratamento 8, no qual foram utilizados 100% da dose recomendada de N mais o
NBPT, observou-se volatilização de N até uma semana depois da aplicação nos tratamentos,
indicando que o NBPT pode sim estender a permanência do N no solo, propiciando um maior
tempo de aproveitamento do nutriente pela planta, assim como em trabalhos conduzidos por
SOARES (2011).
Após o décimo dia não foi observada volatilização de nitrogênio nos tratamentos
avaliados, indicando que o nitrogênio trocável na forma amoniacal no solo está disponível em
até 10 dias após a adubação, se aproximando dos resultados de 11 dias encontrados por
SOARES (2011).
5.2 – ACUMULADO DA VOLATILIZAÇÃO DA AMÔNIA
Como já mencionado, os tratamentos 1 (testemunha) e 2 (com inoculante) não
obtiveram valores de volatilização, pois estes tratamentos não receberam nenhuma quantidade
de N, o que justifica a ausência de seus valores acumulados de volatilização.
O tratamento em que se observou mais volatilização foi o tratamento 7 (120 kg N ha-1
+ Inoculação) (Figura 6), obtendo uma volatilização de aproximadamente 75% do N aplicado.
26
Figura 6: Gráfico da volatilização acumulada da amônia, dados submetidos ao erro padrão da
média.
De acordo com HUNGRIA (2011) a inoculação do milho com Azospirillum brasilense
aliada à aplicação de 100% da dose de N, causa a anulação do efeito do Azospirillum. Isto
justifica a grande quantidade volatilizada, já que não foi aplicado nenhum inibidor de
volatilização.
Comparando os tratamentos 4 (90 kg N ha-1 + inoculante) e 7 (120 kg N ha-1 +
inoculante) (Figura 6), observa-se uma grande volatilização do N, cerca de 67% e 75%, o que
reforça ainda mais a ideia de que a inoculação com Azospirillum brasilense de alguma forma
tem efeito na volatilização do N.
Quando se compara os tratamentos 4 (90 kg ha-1 + inoculante) e 7 (120 kg ha-1 +
inoculante), e 3 (90 kg ha-1) e 6 (120 kg ha-1) (sem inoculante), os valores de volatilização
aumentaram na presença do inoculante. Em ambos os tratamentos houve volatilização, uma
vez que, em nenhum destes teve inibidor de urease ou de nitrificação, no entanto verifica-se
um aumento que pode estar relacionado à inoculação, o que reforça a necessidade de avaliar a
fundo essa relação.
27
Não existem trabalhos avaliando a relação do Azospirillum brasilense inoculado no
milho com a aplicação de ureia e seus efeitos na volatilização do N. Nesse sentido, os
resultados apresentados pelo presente trabalho possibilitam a formulação de perguntas e
hipóteses que podem balizar outros trabalhos relacionando a volatilização com a inoculação.
Comparando os tratamentos 3 (90 kg N ha-1) e 6 (120 kg N ha-1) no qual foi usado
75% da dose recomendada de N e 100% da dose recomendada de N, respectivamente,
observou-se diferentes valores de volatilização, enquanto o tratamento 3 volatilizou 34% do N
aplicado, o tratamento 6 volatilizou 54%, isto mostra que, nas condições ambientais de
condução do experimento, aplicar 100% da dose recomendada de N resulta em considerável
volatilização do N, sustentando a afirmação de MA et al. (2010), que relatam que quanto
maior a dose de N, maior a volatilização de N.
Os tratamentos 4 (90 kg N ha-1 + Inoculação) e 6 (120 kg N ha-1) não se diferiram
estatisticamente ao nível 5% de probabilidade (Figura 7), e também obtiveram uma das
maiores taxas de volatilização, alcançando aproximadamente 67% e 54%, respectivamente, do
total de N aplicado. Estes tratamentos não levaram nenhum aditivo inibidor de volatilização
ou de nitrificação, o que levou a alta taxa de volatilização.
Figura 7: Gráfico do final acumulado da volatilização da amônia, dados submetidos ao teste de
Tukey 5% probabilidade.
Nos tratamentos 4 (90 kg ha-1+ inoculação) e 8 (120 kg ha-1+ NBPT) também não
foram observadas diferenças significativas ao nível 5% de probabilidade. Nestes tratamentos
28
foram observados aproximadamente 50% e 38% de volatilização, respectivamente. Isto
mostra que o NBPT aliado à aplicação de 100% da dose recomendada de nitrogênio, nas
condições ambientais estudadas, não se mostrou tão eficiente na diminuição da volatilização
da amônia, quando comparado ao tratamento 9 (120 kg ha-1 + DCD), que levou 100% da dose
recomendada de N mais o inibidor de nitrificação DCD, que foi o tratamento que menos
volatilizou.
Nos tratamentos que receberam o inibidor de volatilização NBPT em comparação com
os tratamentos sem inibidor observou-se uma diferença significativa na redução da
volatilização do N com uso do inibidor.
E quando se compara o tratamento 8 (120 kg N ha-1 + NBPT) com o tratamento 6 (120
kg N ha-1) (Figura 7) tem-se uma redução de 16 % da volatilização do N, e se comparar o
tratamento 8 (120 kg N ha-1 + NBPT) com o 7 (120 kg N ha-1 + inoculante) tem se uma
redução de 37% da volatilização, indicando que houve eficiência na redução da volatilização
com o uso do inibidor, corroborando com resultados obtidos por CANTARELLA et al. (2009)
que chegaram a reduzir 56% da volatilização do N.
O fato de o tratamento 9 (120 kg N ha-1 + DCD) ser o que menos volatilizou leva a
uma questão interessante, pelo fato de não levar um inibidor de volatilização, mas sim um
inibidor de nitrificação. Por que foi mais eficiente até mesmo que o tratamento 8 (120 kg N
ha-1 + NBPT) que recebeu inibidor de volatilização?
Não é esperado que tal fato aconteça, pois ao se inibir a nitrificação, o N permanece na
forma NH4+, por mais tempo no solo, e pelo fato de ocorrer um aumento do pH ao redor dos
grânulos de ureia, o NH4+ perde um H+ para o meio devido a presença de OH-, se
transformando em NH3 que é um gás volátil (CANTARELLA, 2007). Em alguns estudos
conduzidos por NASTRI et al. (2000), os resultados foram diferentes, chegando ao
entendimento que o DCD aumentava a volatilização de N devido a este processo.
Como não há trabalhos que corroboram o presente estudo, deve-se fazer mais testes
avaliando a interação do DCD com a volatilização nestas mesmas condições, para que se
possa, por fim, entender o que de fato aconteceu para que o DCD diminuísse a volatilização
da ureia, até mais que o inibidor de volatilização.
Ao se comparar os tratamentos 5 (90 kg N ha-1 + NBPT + DCD) e 10 (120 kg N ha-1 +
NBPT + DCD) (Figura 7), que representam 75% da dose e 100% da dose recomendada de N
para a cultura, respectivamente, mesmo sabendo que estes tratamentos não se diferiram
estatisticamente ao nível 5% probabilidade, observou-se que a eficiência destes dois
inibidores em conjunto está diretamente ligada à quantidade de N aplicado, e que os dois
inibidores aliados à dose de 100% de N mostraram uma redução de 9% na volatilização do N
aplicado em relação ao tratamento que levou os inibidores mais 75% da dose, diferindo de
resultados obtidos por ZAMAN et al. (2008), que sugeriram que o DCD afetou a eficiência do
NBPT na hidrólise da ureia.
Neste experimento, foi observado que o DCD não alterou o efeito do NBPT em
retardar a hidrólise da ureia, pois os tratamentos que receberam os dois inibidores tiveram
redução na volatilização do N em comparação com o tratamento que recebeu apenas NBPT
(tratamento 8) (Figura 7).
Mesmo que estes 3 tratamentos sejam iguais estatisticamente (T8, T10, T5), a
combinação dos inibidores resultou em uma redução de 13% se comparado com o tratamento
29
10 (120 kg ha-1 + NBPT + DCD), e 5% com o tratamento 5 (90 kg ha-1 + NBPT + DCD),
corroborando a afirmação que o DCD não diminui a eficiência do NBPT (SOARES, 2011).
30
6- CONCLUSÃO
O inibidor de nitrificação (DCD) apresentou maior redução na volatilização da
amônia.
O uso do inoculante Azospirillum brasiliense associado à aplicação de ureia em
cobertura resultou em alta taxa de volatilização da amônia.
O NBPT, apesar de ser um inibidor específico da volatilização da amônia, não foi o
inibidor que mais reduziu a volatilização da amônia.
O NBPT promoveu significativa redução da volatilização em relação aos tratamentos
sem inibidores.
As associações do NBPT com o DCD mostraram boa redução da volatilização da
amônia, indicando que o DCD não interfere na eficiência do NBPT.
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7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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