View
1
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
AVALIAÇÃO PRELIMINAR DA GEOLÓGICA, GEOMORFOLOGIA,MORFODINÂMICA DA COMUNIDADE BOQUEIRÃO DOS VIEIRAS - CODÓ-MA EVALUACIÓN PRELIMINAR DE LA GEOLOGÍA, LA GEOMORFOLOGÍA E LA
MORFODINÁMICA DE LA COMUNIDAD BOUQUEIRA VIEIRA - CODÓ-MAPRELIMINARY ASSESSMENT OF THE GEOLOGICAL, GEOMORPHOLOGYCAL
AND MORPHODYNAMICS OF THE COMMUNITYApresentação: Pôster
Mariano Oscar Aníbal Ibanez Rojas ; Neuton Marcos Rocha dos Santos; DayvidRafael Araújo Mendes ; André Oliveira Conceição ; Magda Daniele Rocha dos Santos
Introdução
A avaliação preliminar das condições geológica, geomorfologia e morfodinâmica da
comunidade Boqueirão dos Vieiras de Codó-MA, localizada no município de Codó
Maranhão, foi efetuada através de uma visita de campo, efetuada no dia 21de maio de 2019,
pelos membros do Grupo de Ações em Recursos Sustentáveis Agroambientais - GARSA do
Instituto Federal do Maranhão - IFMA Codó. O trabalho foi organizado a partir da coleta de
dados secundários e a realização de trabalhos de campo para a obtenção dos dados primários
seguindo-se as sugestões de Jesus e Santos (2018). Teve como objetivo identificar as
características Geologia, Geomorfologia e Morfodinâmica da comunidade que é afetada
profunda e continuamente com erosões. A inexistência de informações sobre estas
características além de falta de ações volta para amenizar esse problema de erosão na
comunidade justificaram a realização desta avaliação preliminar.
Fundamentação Teórica
Geologicamente o município de Codó no Maranhão está localizado na formação
Codó. A Formação Codó é uma unidade litoestratigráfica predominantemente carbonática, de
idade aptiana-albiana, ocorre em uma ampla área ao norte do Maranhão, no centro da Bacia
do Parnaíba, desde a margem oeste, na confluência dos rios Tocantins e Araguaia, até a
margem do rio Parnaíba, na cidade de Brejo em uma área de aproximadamente 170.000 km2
(LINDOSO, ET AL, 2011; LIMA, 1982; SANTOS & CARVALHO, 2009).
Os processos erosivos responsáveis pela formação de voçorocas têm sido
recorrentemente avaliados na análise geomorfológica relativa às dinâmicas processuais. Isso
decorre de seus diversos impactos adversos, como a perda de terras agricultáveis,
comprometimento do acesso a recursos hídricos e a danificação de infraestruturas urbanas,
como estradas e pontes (VALENTIN et al., 2005; CARVALHO JUNIOR, et al, 2010).
As rochas sedimentares se formam na superfície da crosta terrestre sob temperaturas e
pressões relativamente baixas, pela desagregação de rochas pré-existentes seguida de
transporte e de deposição dos detritos ou por acumulação química. As camadas de rochas
sedimentares podem totalizar vários quilômetros de espessura (BRANCO, 2015).
A Formação Codó, é uma unidade estratigráfica de idade cretácea que ocorre na Bacia
do Maranhão, compreende uma sequência de folhelhos, calcários e evaporitos intercalados,
que cobre uma área de cerca de 170.000 km2 no norte do Estado do Maranhão. (DE LIMA,
1982).
De acordo com Oliveira (1999), Alcovas de regressão, indicam “escoamento
superficial na forma de filetes subverticais, quanto pela infiltração do lençol freático, ou
ainda pela combinação desses dois mecanismos”. Já os depósitos de sedimentos clásticos
(areia, cascalho ou lama) são formados por um sistema fluvial no leito e nas margens da
drenagem, incluindo as planícies de inundação e as áreas deltaicas, com material mais fino
extravasado dos canais nas cheias e são conhecidos como Aluvião.
As estruturas sedimentares de acordo com Fernandez et al, (2019), se desenvolvem
nos sedimentos argilosos quando sofrem um processo de ressecamento em função do calor
solar, contraindo-se e quebrando-se num padrão grosseiramente poligonal chamadas de Greta
de contrações. Já a erosão em pedestal ou Demoiselles são uma forma de erosão com
desenvolvimento lento, ocorrendo quando o solo erodível é protegido da ação do
salpicamento, seja por seixo ou por uma camada de solo oxidada.
Neste estudo preliminar os efeitos e tipos de Erosão (Erosão geológica ou natural, a
Erosão acelerada); os Agentes de Erosão (Água, Vento, Temperatura, Ação biológica) e as
formas de Erosão, principalmente a Hídrica nas três formas: Laminar (erosão em lençol ou
superficial), Sulcos e Voçorocas e condições edafoclimáticas (solo pouco coeso, seco, de
textura fina, de superfície uniforme e topografia plana) dentre outros mais relevantes para a
área em estudo foram considerados, uma vez estas características parecem ser as mais
influentes (SILVA, 1995).
Metodologia
Na avaliação preliminar aqui propostas, fez se um levantamento de natureza
quali-quantitativa, com particular foco de estudo de caso. Tendo-se como instrumento
principal, os conceitos e metodologias existentes na literatura especializada citadas por Jesus
e Santos (2018) e as recomendadas por Silva (1995) para estudos de campo.
Resultados e Discussões
A comunidade Quilombola Boqueirão dos Vieiras está localizado a uma distância
aproximadamente de 65 Km da cidade de Codó, Maranhão e faz parte do projeto de
assentamento da reforma agrária do Instituto Nacional De Colonização e Reforma Agrária -
INCRA, com área de 3.750,00 (ha), e integra o Território da Cidadania e de Identidade Rural
dos Cocais (MA), Criada em 1996, com capacidade para 90 beneficiários (famílias
agricultoras). A comunidade é certificada como comunidade quilombola pela Fundação
Cultural Palmares Código do IBGE: 2103307. Com coordenadas geográficas (4º 26’ 51’’ S e
43º 52’ 57’’ W).
A comunidade sofre com uma das mais severas formas de erosão do solo que é a
voçoroca identificada como uma das maiores da região dos cocais (Figura 01). Entretanto
ainda não foi realizado um estudo sobre esse tipo de erosão na comunidade, além de carecer
de uma política pública voltada para amenizar o processo de erosão, uma vez que a estrada
que dá acesso a comunidade é muito afetada pela voçoroca, o rio que corta a comunidade
sofre com o processo de assoreamento. Devido a esse processo de erosão, todos os
sedimentos do solo são transportados pela a água da chuva até o leito rio Prata. Um fator
grave identificado é que a cada ano a voçoroca se aproxima mais da sede da comunidade,
faltando poucos metros para atingir a área habitada da comunidade.
Figura 1: Vista aérea da voçoroca na comunidade Boqueirão dos Vieira localizada no município de Codó
- MA
Fonte: Google Maps, adaptada pelo autor (2019)
Diversas características da região foram observadas durante a pesquisa realizada por
membros do GARSA-IFMA, características que serão descritas a seguir:
Aspectos geológicos: Situada na província da Bacia sedimentar do rio Parnaíba, a cidade de
Codó está localizada na bacia hidrográfica do Rio Itapecuru é a segunda maior bacia
genuinamente maranhense. À área estudada está localizada na Sub Bacia do Rio Prata, rio
que faz a fronteira natural entre os municípios de Codó e de Caxias. Sobre a litologia da área
de estudo a literatura afirma que é a formação Codó.
A rocha da área estudada é uma rocha sedimentar estratificada, constituídas da
intercalação Folhelho e Calcário, resultantes da interposição lenta e gradual das diferentes
camadas de sedimentos, que leva milhares e milhares de anos (Figura 02).
Aspectos geomorfológicos: Na classificação geral, a área estudada é caracterizada por
Chapadões do Leste Maranhense, apresentando subunidade de tabuleiro de mesa, as
principais unidades encontradas na área são as Chapadas, a declividade é o tipo de encosta,
são visivelmente planas, a área possui um comportamento topográfico com processos
fluviais.
Aspectos Morfodinâmico da voçoroca encontrada na comunidade Boqueirão dos
Vieiras
Os tipos de solos encontrados na comunidade foram: Gleissolos, Neossolos e Laterita.
Vários processos de erosões foram encontrados na área de estudo tais como: Alcovas de
regressão (piping) (Figura 03). Aluvião (Figura 04), Greta de contração (Figura 05).
Demoiselles - Pedestais (Figura 06). Voçoroca (Figura 07).
Figura 02: Rocha sedimentar
Figura 03: Alcovas de regressão Figura04:Aluvião
Fonte: Própria (2019) Fonte: Própria (2019) Fonte: Própria (2019)
Figura 05: Greta de contração Figura 06: Demoiselles - Pedestais Figura 07: Voçoroca
Fonte: Própria (2019) Fonte: Própria (2019) Fonte: Própria (2019)
T r ê
s
p r o
cess
o s d e
inte
mperismos foram identificados como podem ser observados: Marmita também conhecido
como cacimba ou panela (Figura 08), Afloramento de Rocha (Figura 09) e Corrosão
(Figura 10). Podendo estas serem observadas nas figuras abaixo: Figura 08: Marmita
Fonte: Própria (2019)
Figura 09: Afloramento de Rocha
Fonte: Própria (2019)
Figura 10: Corrosão
Fo
n t
e :
P r
ó p
ria
(2019)
Conclusões
A comunidade quilombola Boqueirão dos Vieras sobre com vários tipos de erosões
sendo a voçoroca a forma de erosão que mais prejudica a comunidade. Não existe ações
voltas para recuperação da área degrada dessa comunidade
Referências
BRANCO, P. M. As rochas (curso de extensão para professores do Ensino Médio). (Inédito).Dicionário de Mineralogia e Gemologia. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. 608 p.
CARVALHO JUNIOR, O.; GUIMARAES, R.; FREITAS, L.; GOMES-LOEBMANN, D.;GOMES, R. A.; MARTINS, E.; MONTGOMERY, D. R. Urbanization impacts uponcatchment hydrology and gully development using mutli-temporal digital elevation dataanalysis. Earth Surf. Process. Landforms, v. 35, n. 5, p. 611-617, 2010.
FERNÁNDEZ et al. Dicionário Do Petróleo: Exploração e Produção de Petróleo e Gás,Uma Colaboração Brasil, Portugal E Angola. 2019.
LIMA, M.R.. Palinologia da Formação Codó na região de Codó, Maranhão. Boletim doInstituto de Geociências, USP, 13: 116–128. 1982.
JESUS, S. S.; SANTOS, J. M. Contribuição Geomorfológica para o planejamento ambientalno semiarido: Serra da Caboronga - Ipirá-BA. XII SINAGEO - Simpósio Nacional deGeomorfologia - UGB - União da Geomorfologia Brasileira. 2018. In:http://www.sinageo.org.br/2018/trabalhos/10/10-311-2000.html
LINDOSO, R. M., CARVALHO, I. D. S., MEDEIROS, M. A., PEREIRA, A. A., SANTOS,R. A. B., MENDES, I. D. & Ferreira, N. N. (2011). Novos sítios fossilíferos em carbonatos da
Formação Codó (Aptiano/Albiano) da Bacia do Parnaíba, Maranhão, Brasil. Paleontologia:Cenários de Vida, 4, 819-827.
OLIVEIRA, M. D. Processos erosivos e preservação de áreas de risco de erosão porvoçorocas. Erosão e conservação dos solos: conceitos, temas e aplicações. Rio de Janeiro:Bertrand Brasil, (1999). P57-99.
SANTOS, M.E.C.M. & CARVALHO, M.S.S. Paleontologia das bacias do Parnaíba, Grajaú eSão Luís. Rio de Janeiro: CPRM Serviço Geológico do Brasil- DGM/DIPALE, 215 p. 2009.
SILVA, M. S. L. Estudos da Erosão. MAARA. EMBRAPA. CPATSAL. CTTA. 1995,Petrolina, 1995, 20p. In:http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/137375/1/ID-8173.pdf, acesso em19/10/2019.
VALENTIN, C.; POESEN, J.; LI, Y. Gully erosion: Impacts, factors and control. CATENA,v. 63, n. 2-3, p. 132-153, 2005.
Recommended