View
108
Download
1
Category
Preview:
Citation preview
Aula V – Delineamentos de Pesquisa Sem Intervenção
Metodologia da Pesquisa em Ensino de Ciências I
• Pesquisa bibliográfica ou documental;• Estudo de caso;• Observação Direta;• Observação Participante;• Pesquisa Participante;• Pesquisa Ação;• Grupos Focais.
Delineamentos de pesquisa sem intervenção
2Curso de Metodologia da Pesquisa – Aula 5
Prof. Paulo Rosa Curso de Mestrado em Ensino de Ciências
- UFMS
paulo.rosa@ufms.br
São diferentes, tecnicamente. Contudo,
usaremos estes dois termos como sinônimos.
Produzem uma intervenção, de fato. Mas esta
intervenção é de natureza diferente da pesquisa
experimental que analisamos antes.
Não abordaremos aqui.
• Pode ser realizada como um fim em si mesma.Exemplo: como o ensino de ciências foi
introduzido na educação pública de MS?
• Pode ser a primeira fase de um trabalho de pesquisa. Neste caso, o pesquisador busca o estado da arte no campo.Exemplo: um pesquisador da área de informática
no ensino de Ciências analisa os trabalhos que já foram publicados sobre o uso de computadores no ensino de Física.
Pesquisa bibliográfica
3Curso de Metodologia da Pesquisa – Aula 5
Prof. Paulo Rosa Curso de Mestrado em Ensino de Ciências
- UFMS
paulo.rosa@ufms.br
Pesquisa bibliográfica (cont.)
4Curso de Metodologia da Pesquisa – Aula 5
Prof. Paulo Rosa Curso de Mestrado em Ensino de Ciências
- UFMS
É uma pesquisa baseada em documentos.Textos
administrativos: memorandos, ofícios, relatórios, etc.
Textos legais: leis, decretos, instruções normativas, etc.
Textos produzidos pelos sujeitos da pesquisa: cartas, diários, manifestos, etc.
Fontes primárias
Fontes secundárias
Relatos de observadores
Comentadores
paulo.rosa@ufms.br
Livros, artigos científicos, anais de encontros científicos, comunicações privadas.
Seleção dos documentos e do escopo da pesquisa:Primeiro momento: selecionar um conjunto de
palavras-chave que servirão de marcadores para a procura. Somente documentos nos quais as palavras-chave aparecem em algum campo predeterminado serão analisados.
Segundo momento: selecionar o âmbito da pesquisa, definindo quais documentos serão pesquisados.
Terceiro momento: obtenção dos documentos que atendam aos critérios de busca.
Pesquisa bibliográfica (cont.)
5Curso de Metodologia da Pesquisa – Aula 5
Prof. Paulo Rosa Curso de Mestrado em Ensino de Ciências
- UFMS
paulo.rosa@ufms.br
• Análise dos documentos Primeiro momento: leitura dos documentos obtidos. Segundo momento: fichamento do documento
Pesquisa bibliográfica (cont.)
6Curso de Metodologia da Pesquisa – Aula 5
Prof. Paulo Rosa Curso de Mestrado em Ensino de Ciências
- UFMS
paulo.rosa@ufms.br
Sugestões
Utilize o sistema de indexação bibliográfica do seu editor de texto.
Utilize um banco de dados
eletrônico em vez de papel
Nunca deixe para fazer o fichamento mais tarde!
Dados do fichamento para documentos científicos:– Título do documento;– Autores do documento;– Local de publicação do documento (quem publicou,
meio de divulgação, dados do meio de divulgação, etc.);
– Data de publicação do documento;– Resumo do documento: assunto sobre o qual o
documento trata, hipóteses de trabalho, modelo utilizado, metodologia do trabalho, principais conclusões do trabalho;
– Sua opinião sobre o trabalho e de como este trabalho se relaciona com seu próprio trabalho e com outros que foram analisados.
Pesquisa bibliográfica (cont.)
paulo.rosa@ufms.br 7Curso de Metodologia da Pesquisa – Aula 5
Prof. Paulo Rosa Curso de Mestrado em Ensino de Ciências
- UFMS
Pesquisa bibliográfica (cont.) - Relato
paulo.rosa@ufms.br 8Curso de Metodologia da Pesquisa – Aula 5
Prof. Paulo Rosa Curso de Mestrado em Ensino de Ciências
- UFMS
Crônica: relatamos quem fez o que.
Sintética: analisamos por
assunto, resumindo o que aprendemos em nossas leituras.
Mais simples e mais rápida.
Nos fornece uma visão sistêmica do
assunto.
Tipos de relatos
O pesquisador estuda os eventos nos locais em que eles acontecem, mas não intervém no ambiente, ou o faz minimamente.
Delineamentos empíricos sem intervenção
9Curso de Metodologia da Pesquisa – Aula 5
Prof. Paulo Rosa Curso de Mestrado em Ensino de Ciências
- UFMS
Estamos interessados na situação tal como ela é.
paulo.rosa@ufms.br
Delineamentos de pesquisa sem intervenção
10Curso de Metodologia da Pesquisa – Aula 5
Prof. Paulo Rosa Curso de Mestrado em Ensino de Ciências
- UFMS
Uma questão importante: até que ponto o pesquisador perturba o ambiente?
O pesquisador não tem o direito de trabalhar escondido.
paulo.rosa@ufms.br
Um pesquisador está interessado em descobrir porque uma escola obtém altos índices de sucesso nos exames nacionais em Matemática enquanto todas as outras escolas da região obtêm escores abaixo do valor médio do exame.
Um exemplo
11Curso de Metodologia da Pesquisa – Aula 5
Prof. Paulo Rosa Curso de Mestrado em Ensino de Ciências
- UFMS
paulo.rosa@ufms.br
Neste tipo de pesquisa, estudamos um caso dentre um conjunto, tentando identificar quais fatores levam ao evento observado.
Estudo de Caso
paulo.rosa@ufms.br 12Curso de Metodologia da Pesquisa – Aula 5
Prof. Paulo Rosa Curso de Mestrado em Ensino de Ciências
- UFMS
Exemplo: queremos identificar os fatores da violência nas escolas públicas e escolhemos uma delas para estudar.
No estudo de caso o pesquisador não intervém de forma alguma no ambiente que está estudando. O caso não é uma amostra.
• O estudo de caso abre mão da generalização a uma população;
• O estudo de caso é descritivo;• O estudo de caso é usado para levantar hipóteses;• O estudo de caso é holístico, ou seja, procura
entender o evento na sua totalidade.
Estudo de Caso (cont.) – Características gerais
paulo.rosa@ufms.br 13Curso de Metodologia da Pesquisa – Aula 5
Prof. Paulo Rosa Curso de Mestrado em Ensino de Ciências
- UFMS
O pesquisador busca a generalização de tipo analítica.
Estudo de caso (cont.) – Tipologia I
paulo.rosa@ufms.br 14Curso de Metodologia da Pesquisa – Aula 5
Prof. Paulo Rosa Curso de Mestrado em Ensino de Ciências
- UFMS
Dimensão: Compreensão buscada pelo pesquisador.
Estudo de caso de tipo intrínseco.
Estudo de caso de tipo Instrumental.
Estudo de caso de tipo Coletivo:
Quando queremos estudar o caso mesmo,
buscando as causas do evento.
Quando queremos validar alguma teoria
ou elementos para validar outros casos.
Quando analisamos vários casos buscando
regularidades em alguma variável.
Estudo de Caso (cont.) – Tipologia II
paulo.rosa@ufms.br 15Curso de Metodologia da Pesquisa – Aula 5
Prof. Paulo Rosa Curso de Mestrado em Ensino de Ciências
- UFMS
Dimensão: natureza do estudo de caso.
Estudo de Caso único
Estudo de Caso
múltiplo
Indução Analítica
Biografia
Observacional
Histórico
Comunitário
Microetnografia
Situacional Comparação Constante
Evolução de uma
InstituiçãoUsa observação participante ou pesquisa etnográficaBaseado em depoimento
de um sujeito
Estuda uma comunidadeEstuda o
evento na perspectiva
de quem dele
participouPequenas unidades dentro de
uma unidade maior
Busca elementos
para desenvolver
conceitos mais
abstratos
Usado para gerar
teorias
Estudo de Caso (cont.) - Etapas
paulo.rosa@ufms.br 16Curso de Metodologia da Pesquisa – Aula 5
Prof. Paulo Rosa Curso de Mestrado em Ensino de Ciências
- UFMS
Etapas do estudo de caso
Definição do caso (unidade de
análise) e do conjunto de
casos.
Definição das variáveis que
definem o caso.
Ter uma questão de pesquisa do
tipo como ou por quê.
Ir a campo e analisar o caso
escolhido.
Elaborar o Relatório de
Estudo de Caso.
Definir o Referencial Teórico da pesquisa.
Definir o processo de
coleta de dados.
Documento que registra os procedimentos e as regras gerais seguidas pelo pesquisador ao longo de um estudo de caso.
Estudo de Caso - Protocolo
paulo.rosa@ufms.br 17Curso de Metodologia da Pesquisa – Aula 5
Prof. Paulo Rosa Curso de Mestrado em Ensino de Ciências
- UFMS
Visão Geral do projeto
Descrição do
processo de coleta de dados
Questões diretoras da
pesquisa
Formato do Relatório
Final
Estudo de Caso (cont.) – Características do pesquisador
paulo.rosa@ufms.br 18Curso de Metodologia da Pesquisa – Aula 5
Prof. Paulo Rosa Curso de Mestrado em Ensino de Ciências
- UFMS
O pesquisador
Bom formulador de questões
Livre de preconceito
s
Ser adaptativo
Ser flexívelConhecer o
assunto
Ter coragem de mudar
Bom ouvinte
• Não grave as visitas. Use sua memória para registrar fatos e percepções;
• Registre mentalmente todos os eventos que passam pela sua percepção;
• Tenha uma postura neutra:– Não emita sinais de aprovação ou
desaprovação ao que é observado;– Não tome partido em disputas dentro do
ambiente que está sendo observado.
Estudo de Caso (cont.) – Postura do pesquisador
paulo.rosa@ufms.br 19Curso de Metodologia da Pesquisa – Aula 5
Prof. Paulo Rosa Curso de Mestrado em Ensino de Ciências
- UFMS
Estudo de Caso (cont.) - Fontes de evidência
paulo.rosa@ufms.br 20Curso de Metodologia da Pesquisa – Aula 5
Prof. Paulo Rosa Curso de Mestrado em Ensino de Ciências
- UFMS
Fontes de evidência
Documentos
Registros em
arquivos
Observações in loco
Entrevistas
Estudo de Caso (cont.) – Princípios de Análise
paulo.rosa@ufms.br 21Curso de Metodologia da Pesquisa – Aula 5
Prof. Paulo Rosa Curso de Mestrado em Ensino de Ciências
- UFMS
Use múltiplas fontes de evidências
Forme uma cadeia de evidências
Construa uma base de dados
Permite o cruzamento de
dados
Sistematização e reprodutibilidade
Hipóteses apoiadas em
evidências prévias
Estudo de Caso (cont.) – Relatório de Campo
paulo.rosa@ufms.br 22Curso de Metodologia da Pesquisa – Aula 5
Prof. Paulo Rosa Curso de Mestrado em Ensino de Ciências
- UFMS
É descritivo.É produzido
imediatamente após a visita.
Traz os comentários do pesquisador e
suas impressões.
Cada visita produz um relatório de
campo.
Relatório de Campo
É a descrição pormenorizada dos acontecimentos presenciados pelo pesquisador em suas visitas.
Estudo de Caso (cont.) – Relatório Final
paulo.rosa@ufms.br 23Curso de Metodologia da Pesquisa – Aula 5
Prof. Paulo Rosa Curso de Mestrado em Ensino de Ciências
- UFMS
Relatório do Estudo de
Caso
Definição do caso
Descrição do contexto Justificativa
e objetivos
Identificação da
estratégia geral
Definição das
unidades de análise
Pressupostos teóricos
Justificativa das
inferências feitas
Definição dos
critérios de qualidade
Estudo de Caso (cont.) - Críticas
paulo.rosa@ufms.br 24Curso de Metodologia da Pesquisa – Aula 5
Prof. Paulo Rosa Curso de Mestrado em Ensino de Ciências
- UFMS
Falta Rigor
Viés devido ao
pesquisador
Falta de base para
generalizar
Extensão no tempo
Há modos de verificar a
confiabilidade
Idem
Outros estudos de caso ou
outros tipos de pesquisa podem
ajudar a generalizar.
Há modos de diminuir o tempo
necessário.
Para saber mais ( os arquivos se encontram na área de textos de apoio)
paulo.rosa@ufms.br 25Curso de Metodologia da Pesquisa – Aula 5
Prof. Paulo Rosa Curso de Mestrado em Ensino de Ciências
- UFMS
Um artigo que analisa a pesquisa documental é Sá-Silva, J. R., Almeida, C. D. e Guidani, J. F. Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais I(I) , Julho de 2009.
Um trabalho que analisa o estudo de caso e seu uso é COUTINHO, C. P. e CHAVES, J. H.O estudo de caso na investigação em Tecnologia Educativa em Portugal. Revista Portuguesa de Educação 15(1), 2002 . pp. 221-243.
Ainda sobre estudo de caso o trabalho de ANDRÉ, E. D. A. Estudo de Caso: seu potencial na Educação. Cadernos de Pesquisa 49, 1984. p:51-54 continua atual.
A “bíblia” sobre o estudo de caso é o texto YIN, R. K. Estudo de Caso - Planejamento e Métodos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005. 212 p.
Outro texto de referência sobre a metodologia do estudo de caso é o texto de BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Investigação Qualitativa em Educação – Uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora LTDA, 1991. Coleção Ciências da Educação.
Curso de Metodologia da Pesquisa – Aula 5 Prof. Paulo Rosa Curso de Mestrado em Ensino de Ciências - UFMS
Fim da aula 5
26paulo.rosa@ufms.br
Recommended