astroPT Fev2011

Preview:

DESCRIPTION

AstroPT Magazine. Edição de Fevereiro de 2011. Revista mensal da astroPT.org

Citation preview

primeiros olhares dos huma-

nos curiosos.

Num ano “pré-apocalíptico”, a

ciência está, uma vez mais,

de parabéns: 165 anos após a

sua descoberta, o planeta

benjamim perfaz um ano dos

seus! Aproveitemos para cele-

brar o incrível espírito huma-

no, a sua ousadia, os grandes

feitos e a ciência –

a verdadeira.

Pedro Cotrim

Em ano de “descobertas gran-

diosas” (bactérias que sobre-

vivem em ambientes tóxicos

para os seres humanos, novos

planetas, dois sóis no céu), a

comemoração de uma desco-

berta verdadeira está passar

quase despercebida: Neptuno

está de parabéns! Aos nossos

olhos, completa um ano de

vida. Uma órbita completa!

O oitavo planeta do Sistema

Solar foi “descoberto” em

1846. Foi localizado através

do efeito do seu campo graví-

tico sobre a órbita de Urano.

Subitamente, o Sistema Solar

deu um salto de quase 2 000

milhões de quilómetros (mais

de dez vezes a distância da

Terra ao Sol!!!).

A aplicação da metodologia

científica aos dados observa-

dos e comprovados permiti-

ram a notável descoberta. 3

astrónomos em 3 países dife-

rentes tentaram perceber em

que zona do céu se deveria

encontrar o novo membro da

distinta família solar. Com

extrema paciência e persis-

tência (e recorrendo a cálcu-

los matemáti-

cos comprovados e comple-

xos), conseguiram localizar o

planeta. Neptuno lá estava,

quase no sítio previsto,

pacientemente à espera dos

Parabéns a você

Pai vou para o espaço e já volto

Uma actividade que

vou fazer na Fábrica

Ciência Viva para a

malta mais nova.

São vários os temas

a explorar nos pró-

ximos meses.

José Matos

astroPT magazine

Fevereiro 2011 Volume 1, Edição 1

Pontos de interes-

se especiais:

Tyche—Planeta

gigante nos confins

do Sistema Solar

Tamanho e mas-

sas dos grandes

planetas

Última missão do

Discovery

Eu queria ser

Astronauta

Novas imagens da

tempestade de

Saturno

Matéria exótica no

interior das Estre-

las de Neutrões

Asteróide Vesta

Nesta edição:

Tyche... 2

Tamanho e massa... 3

Última missão... 4

… Astronauta 6

… Saturno 7

… Estrelas de Neu-

trões

8

Vesta... 9

Já temos expos-

to várias descobertas

do telescópio espa-

cial WISE. Ele entre-

tanto

“morreu” (acabou o

seu tempo de vida), e

daí que publiquei este

post a resumir o seu

elevado rendimento

científico.

Ora, como qualquer

telescópio, apesar de

“morto”, o WISE tem

ainda muita informa-

ção por analisar. Está

em computador, mas

os cientistas ainda não

tiveram hipótese de a

analisar em detalhe.

Não se sabe o que

está nessa informa-

ção.

O que acontece nor-

malmente é que não

está nada de

“anormal”, porque as

verdadeiras descober-

tas já foram anuncia-

das com “pompa e cir-

cunstância” pela

NASA. Daí que os

dados, após análise,

normalmente desti-

nam-se a coisas com

relevância para os

cientistas, mas sem

qualquer importância

para o público.

No entanto, numa

entrevista para o jor-

nal Britânico, The

Independent, o pro-

fessor Daniel Whitmi-

re, da Universidade da

Louisiana, decidiu

dizer

que acreditava poder

existir um planeta nos

confins do Sistema

Solar, e que esse pla-

neta pode ter sido

detectado pelo WISE,

mas está nos dados

que ainda não foram

analisados.

Note-se que as pala-

vras principais é que

isto não passa de

uma crença pessoal

do cientista, em que

propõe uma hipótese

(“pode“), e não tem

qualquer evidência

científica para isso

(“dados não analisa-

dos“).

Ou seja, cientifica-

mente falando, vale 0.

Vale tanto como eu

dizer

que acredito que pode

haver um planeta

como a Terra em

redor da estrela Sirius.

Não tenho qualquer

evidência, mas acredi-

to nisso.

Relevância científica =

0.

No entanto, provavel-

mente numa tentativa

de marketing em que

demonstra um péssi-

mo sentido de divulga-

ção/ensino científico,

este professor foi ain-

da mais longe: disse

que o planeta (o tal

que ele não tem qual-

quer evidência!) deve-

ria se chamar Tyche,

será 4 vezes maior

que Júpiter, será com-

posto de hidrogénio e

hélio, terá luas, anéis,

e uma atmosfera com

nuvens e tempestades

(!!!), terá uma tempe-

ratura de -73ºC, e

estará 15.000 vezes

mais afastado do Sol

que a Terra (375

vezes mais afastado

que Plutão) – o que

corresponde à zona da

Nuvem de Oort.

Além desta imagina-

ção puramente espe-

culativa, baseada em

crenças pessoais e

sem qualquer validade

científica, o certo é

que a “teoria” dele

também

tem problemas de

matemática.

Mas em termos cientí-

ficos, vejo outros pro-

blemas:

- a Nuvem de

Oort está 50.000

vezes mais afastada

do Sol que a Terra,

logo, ao contrário do

que ele diz, o planeta

ainda estaria muito

longe da Nuvem de

Oort.

- o planeta não pode

Tyche—Planeta gigante nos

confins do Sistema Solar

Página 2

“Nuvem de Oort”

Créditos: NASA / JPL

“Isto não passa de

uma crença pessoal

do cientista, em que

propõe uma

hipótese, e não tem

qualquer evidência

científica para isso”.

ser 4 vezes maior

que Júpiter. A razão é

simples: com mais de

3 vezes a massa de

Júpiter, os planetas

contraem-se e ficam

mais pequenos. Será

que um erro tão bási-

co, que se aprende

em Introdução à

Astronomia para não-

cientistas, foi dado

por este investiga-

dor? Não. Ao ler-se a

notícia original vê-se

que ele disse 4 vezes

a massa de Júpiter.

Os jornalistas poste-

Fevereiro 2011

Tamanhos e massas dos grandes planetas

Como se vê na imagem

acima, objectos maio-

res e mais massivos

que Júpiter, tornam-se

anãs castanhas.

Um objecto que tenha

pelo menos 13 vezes

mais que a massa de

Júpiter tornar-se-à

uma anã castanha.

Os planetas gigantes

que se têm encontrado

em órbita de outras

estrelas, não

são muito maiores que

Júpiter.

O que se passa é que

objectos que atinjam 3

massas de Júpiter,

começam a contrair-se

(aliás, Júpiter também

está em contracção), o

que os torna mais

pequenos!

Alguns desses exoplane-

tas têm é massas muito

superiores a Júpiter (4,

5, 8,…). Mas isso não

quer dizer que sejam

maiores; pelo contrário,

o seu tamanho será

inferior ao de Júpiter.

Carlos Oliveira

Devido ao meu post

anterior, decidi colo-

car esta imagem que

especifica o tamanho

dos grandes planetas.

Muita gente, incluindo

jornalistas, não enten-

dem a diferença entre

massa e tamanho,

mas as diferenças são

enormes!

Um Buraco Negro, por

exemplo, tem uma

enorme massa e um

pequeno tamanho –

poderá ter somente 10

kms de diâmetro e

uma massa equivalen-

te a 10 sóis!

Já a Terra tem uma

massa diminuta, mas

é maior que um bura-

co negro.

Página 3

Volume 1, Edição 1

Créditos: space.com

“Objectos

maiores e mais

massivos que

Júpiter, tornam-

se anãs

castanhas.”

Créditos: nasa.gov

riores é que não sabem ler

(incluindo os da TV, que já

vi na CNN e MSNBC), e

dizem erradamente 4

vezes o tamanho de Júpi-

ter.

Ou seja, aos erros do cien-

tista ainda se juntam os

erros dos jornalistas.

Conclusão: notícia mais

disparatada era difícil

haver esta semana!

Carlos Oliveira

O vaivém espacial OV-

103 Discovery partiu para a

sua 39ª e última missão

espacial com uma tripula-

ção constituída por seis

astronautas, todos vetera-

nos de anteriores missões

com o vaivém espacial. A

sua missão? Transportar o

último módulo norte-

americano para a ISS,

além de peças suplentes e

mantimentos.

O lançamento do Disco-

very teve lugar às 2153UTC

do dia 24 de Fevereiro de

2011 a partir do Complexo

de Lançamento LC-39A.

A tripulação do Discovery é

composta pelos astronau-

tas Steven Wayne Lindsey,

Comandante que realiza a

sua 5ª missão espacial;

Eric Allan Boe, Piloto na sua

2ª missão espacial, e pelos

Especialistas de Missão

Timothy Lennart Kopra, na

sua 2ª missão espacial;

Benjamin Alvin Drew, Jr.,

na sua 2ª missão espacial;

Michael Reed Barratt, na

sua 2ª missão espacial; e

Nicole Marie Passanno

Stott, na sua 2ª missão

espacial.

Quando a missão do Disco-

very foi originalmente pla-

neada, e tendo em conta o

plano inicial da Administra-

ção Bush, o voo do Disco-

very seria o último do pro-

grama. No entanto, e com

a revisão dos planos da

NASA, esta tornou-se numa

importante missão logística

à qual foram adicionadas

duas actividades extraveí-

culares que serão levadas a

cabo por Timothy L. Kopra

e B. Alvin Drew.

Esta missão transporta o

PMM Leonardo (Permanent

Multi-purpose Module) que

foi originalmente construído

para servir de contentor de

carga de e para a ISS,

estando temporariamente

acoplado à estação e trazi-

do de volta para a Terra no

final da cada missão. Com

o final dos voos dos vai-

véns espaciais, a NASA

decidiu levar a caboalgu-

mas modificações no

módulo aumentando a sua

protecção contra os detri-

tos orbitais e criando um

melhor sistema de ilumina-

ção, ventilação e de forne-

cimento de energia, trans-

formando-o num módulo

permanente. O Leonardo

tem um comprimento de

6,4 metros, um diâmetro

de 4,6 metros, 9.897 kg de

pesso, incluindo 2.557 kg

de equipamentos e manti-

mentos. Mais 711 kg de

carga encontram-se no

porão de carga do Disco-

very.

Entre o equipamento que é

transportado para a ISS

encontra-se um módulo de

experiências, um controla-

dor de temperatura para o

sistema de controlo de

temperatura e de húmida-

de, uma bomba suplente

para o sistema de arrefeci-

mento interno da ISS, um

grande ventilador, um tan-

que de armazenamento de

água processada, um tan-

que de águas residuais e

um robot experimental

designado Robonaut 2.

O Robonaut 2 tem um peso

de 136 kg e tem uma for-

ma humanóide, sendo ope-

rado de forma remota des-

de o solo. A sua altura é de

1,2 metros e a sua largura

máxima (entre ombros) é

de 0,9 metros. O Robonaut

2 é uma experiência para

demonstrar as tecnologias

que no futuro poderão ser

um auxiliar importante

para os astronautas em

órbita.

O Discovery também trans-

porta no seu porão de car-

ga uma plataforma de

armazenamento externa

com uma massa de 3.700

kg que transporta um con-

junto de radiadores arma-

zenados que servirão de

suplentes caso surja algum

problema com o sistema de

arrefecimento externo da

ISS. A estação espacial

possuí dois sistemas de

arrefecimento independen-

tes no qual circula amonía-

co através de grandes

radiadores para dissipar o

calor gerado pelos sistemas

electrónicos da ISS. Os

novos painéis suplentes

têm um peso de 1.123 kg e

estão montados num siste-

ma de suporte experior

denominado ELC-4. Os

astronautas Timothy Kopra

e Nicole Stott irão operar o

Canadarm2 para retirar o

ELC-2 do porão de carga do

Discovery algumas horas

após a acoplagem. O ELC-2

será entregue a Eric Boe

que estará a operar o

Canadarm do Discovery. O

Canadram2 será então

reposicionado e agarrará

de novo o ELC-2 que será

Última missão do Discovery

Página 4

Tripulação do último voo

do Discovery, missão

STS133. Crédito: NASA

Robonaut 2—Crédito: NASA

“O Robonaut 2 é

uma experiência

para demonstrar as

tecnologias que no

futuro poderão ser

um auxiliar

importante para os

astronautas em

órbita.”

Fevereiro 2011

colocado no lado direito da

estrutura de fornecimento

de energia da ISS. No dia

seguinte Michael Barratt e

Nocole Stott usarão o

Canadarm2 para retirar o

mastro de inspecção do

escudo térmico do vaivém

do porão de carga do Fisco-

very antes de o entregar ao

Canadarm onde permane-

cerá para uma utilização

futura durante a missão.

Entretanto, no interior da

ISS os astronautas irão

iniciar os trabalhos de

reparação de um dos siste-

mas de remoção de dióxido

de carbono da secção norte

-americana da ISS.

Timothy Kopra e Allan

Drew irão terminar o dia

entrando no módulo Quest

onde passarão a noite a

uma pressão reduzida de

10,2 psi. Isto é levado a

cabo para auxiliar na purga

de azoto da corrente san-

guínea dos dois homens

antes da realização das

actividades extraveículares

que utilizam os fatos espa-

ciais da NASA com uma

pressão de 5 psi.

A primeira acrividade

extraveícular, ou passeio

espacial, da missão terá

como objectivo a instalação

de um cabo com um com-

primento de 3 metros entre

o Quest e o módulo Har-

mony, passando pelo exte-

rior do módulo Unity. Este

cabo eléctrico, que poderá

ser necessário no futuro

caso o Harmony tenha de

ser separado para repara-

ções, não pode ser instala-

do após a acoplagem do

módulo PMM Leonardo no

porto de fixação do módulo

Unity voltado para a Terra.

Após a instalação do cabo

eléctrico, os dois astronau-

tas irão recolher um módu-

lo de bombagem de amo-

níaco que está avariado e

que foi deixado num local

de armazenamento tempo-

rario no sistema móvel do

Canadarm2 no mês de

Agosto de 2010. Após colo-

carem o módulo numa pla-

taforma de armazenamen-

to, Drew irá instalar uma

conduta de ventilação que

será utilizada na segunda

actividade extraveícular

para «despejar» 4,5 kg de

amoníaco residual.

Após estes dois trabalhos,

os dois astronautas deve-

rão levar a cabo uma série

de trabalhos no exterior

ajustando uma placa de

isolamento na parte supe-

rior da estrutura Z1, fixan-

do um poste de ferramen-

tas e movendo uma câmara

para não interferir com o

ELC-4. Mesmo antes de

terminar a saída para o

espaço os dois homens irão

abrir um contentor japonês

para o «encher» com o

vácuo espacial num projec-

to denominado “Mensagem

numa Garrafa”.

No dia seguinte, Kopra e

Barratt irão operar o Cana-

darm2 desde a Cupola para

retirar o PMM do porão de

carga do Discovery e aco-

pla-lo no módulo Unity. Na

tarde desse dia será levada

a cabo uma inspecção do

escudo térmico do vaivém

espacial caso sejam regis-

tados problemas durante o

dia do lançamento ou

durante a aproximação à

ISS. No final desse dia

Kopra e Drew voltarão a

dormir no módulo Quest.

A segunda actividade

extraveícular tem como

objectivo proceder-se à

descarga do amoníaco resi-

dual que se encontra no

módulo de bombagem ava-

riado, proceder à recolha

de uma experiência euro-

peia que se encontra no

exterior do móduo Colum-

bus, proceder à instalação

de protecções em lentes de

câmaras exteriores que

possam ser contaminadas

por veículos de carga em

aproximação e resolver

problemas com instrumen-

tação montada no exterior

e que possa ser necessária

em futuras reparações ou

substituições.

No interior da ISS os astro-

nautas irão finalizar os tra-

balhos no vestíbulo entre o

Unity e o PMM, abrindo a

escotilha e entrando no

novo módulo. Nos dois dias

seguintes os astronautas

terão alguns tempos livres, Página 5

Volume 1, Edição 1

Discovery launch—Crédito:

Spaceflightnow.com

participando em entrevistas e

na conferência de imprensa

conjunta. No final do nono dia

de voo os astronautas do Dis-

covery regressam ao vaivém e

irão proceder ao encerramen-

to das escotilhas, preparando

assim o último regresso à Ter-

ra do Discovery.

Não havendo problemas, o

12º dia será o último dia da

missão com o regresso ao

Centro Espacial Kennedy.

Rui Barbosa

PU

B

Quantos de nós não gos-

taríamos de ser astro-

nautas (como diz a músi-

ca do Tim).

“Um astronauta (em

Inglês: astronaut)

ou cosmonauta (em

Russo: космонавт,

pron.: [kəsmɐˈnaft]) são

pessoas treinadas para

umaviagem espacial,

seja para comandar,

pilotar, servir como

membro da tripulaçãode

uma nave espacial ou

desempenhan-

do atividades extraveicu-

lares.

Tecnicamente considera-

se astronauta todo aque-

le que empreenda vôo

sub-orbital (vôo balístico,

sem entrar em órbita) ou

orbital de no mínimo

100 km de altitude

(considerado o limite

externo da atmosfera).”

in Wikipedia

O primeiro homem a

atingir o espaço foi o

russo Iuri Gagarin, lança-

do no dia 12 de abril

de 1961, a bordo

da Vostok I.

Alan Shepard foi o pri-

meiro americano e a

segunda pessoa a viajar

no espaço, em 5 de maio

de1961.

A primeira mulher ameri-

cana no espaço foi Sally

Ride, no dia 18 de Junho

de1983, a bordo

da Challenger.

A primeira missão para a

órbita da lua foi a Apollo

8, que incluiu William

Anders, nascido em Hong

Kong e naturalizado nor-

te-americano, em

1968. Em15 de Outubro

de 2003, o primeiro

astronauta chinês

foi Yang Liwei.

O checoslovaco Vladimir

Remek tornou-se o pri-

meiro europeu no domí-

nio espacial soviético em

1978, pelo foguete russo

Soyuz. Em 1980,

o cubano Arnaldo Tamay

o Méndez tornou-se a

primeira pessoa descen-

dente de africanos a voar

no espaço (o primeiro

africano no espaço

foi Patrick Baudry, em

1985). Abdul Ahad Moh-

mand tornou-se o pri-

meiro afegão a partir

fora da terra, foi lançado

a bordo da Soyuz TM-6 e

regressou à Terra a bor-

do da Soyuz TM-5, após

um regresso bem atribu-

lado, em 1988. Todos

eles, através

do Programa Intercos-

mos, da União Soviética.

Valentina Vladimirovna

Tereshkova foi a primeira

cosmonauta da história e

a primeira mulher a ir ao

espaço, em 16 de Junho

de 1963 a bordo da Vos-

tok 6.

O primeiro lusófono a

partir para uma tripula-

ção espacial foi

o brasileiro Marcos Pon-

tes, a bordo da “Missão

Centenário”, em 30 de

março de 2006, rumo

à Estação Espacial Inter-

nacional (ISS).

José Gonçalves

Eu queria ser astronauta

Página 6

Crédito: Satyam Malhotra

Crédito: NASA

“O Robonaut 2 é

uma experiência

para demonstrar as

tecnologias que no

futuro poderão ser

um auxiliar

importante para os

astronautas em

órbita.”

Fevereiro 2011

Página 7

Volume 1, Edição 1

Na semana passada, a

sonda Cassini dedicou

toda a sua atenção a

Saturno e às nuvens

que se agitam na sua

violenta atmosfera.

Apesar de ter centrado

as suas câmaras nas

latitudes mais a sul do

hemisfério norte,

aCassini conseguiu

recolher magníficos

detalhes da cauda da

grande tempestade

que se encontra em

actividade desde

Dezembro passado.

A estrutura principal

da tempestade foi

fotografada à poucas

horas, pelo que deve-

rão estar disponíveis

hoje ou amanhã

no site da mis-

são novos pormenores

deste impressionante

fenómeno. Fiquem a

aguardar por mais

novidades!

Sérgio Paulino

Novas Imagens da Tempestade de Saturno

O planeta Saturno e a sua tempestade vistos pela Cassini a uma distância aproxima-da de 2,164 milhões de quilómetros. Composição em cores naturais obtida pela com-binação de 3 imagens captadas a 25 de Fevereiro de 2011 pela câmara de grande angular, através de filtros para o vermelho (648 nm), o verde (567 nm) e o azul

(460 nm). Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/composição a cores de Sérgio Paulino.

Estrutura intrincada das nuvens que marcam a fronteira entre a cauda da grande tempestade e as regiões mais calmas a sul. Mosaico composto por 7 imagens capta-das a 24 de Fevereiro de 2011 pela câmara de ângulo fechado da sonda Cassini, através de um filtro para o infravermelho próximo, banda média de absorção do

metano (727 nm). Reparem como o rápido movimento das nuvens dificultou o per-feito alinhamento das imagens no mosaico. Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/Sérgio Paulino. P

UB

Duas equipas independen-

tes de cientistas, analisan-

do observações da estrela

de neutrões no centro do

remanescente de superno-

va Cassiopeia A, realizadas

com o telescópio espacial

Chandra, encontraram pro-

vas irrefutáveis de que a

matéria no interior da dita

estrela é um superfluído.

Cassiopeia A é o que resta

de uma estrela que explo-

diu há cerca de 11 mil anos

e cuja explosão poderá ter

sido vista brevemente por

volta do ano de 1680. É a

mais intensa fonte de rádio

fora do sistema solar e foi

descoberta em 1947 pelos

primeiros pioneiros da

radioastronomia. Em 1999,

as primeiras observações

realizadas em raios X com

o Chandra revelaram um

ponto luminoso aproxima-

damente no centro do

remanescente que estudos

posteriores demonstraram

ser uma estrela de neu-

trões. Desde então este

objecto tem sido observado

com regularidade.

Agora, as duas equipas

referidas em epígrafe anali-

saram as observações da

estrela de neutrões e con-

cluíram que a sua tempera-

tura diminuiu 4% ao longo

de 10 anos. Este ritmo de

arrefecimento é prodigioso

e só é possível, argumen-

tam os cientistas, se a

matéria no interior da

estrela se encontrar num

estado muito particular

designado de superfluído.

Num tal fluído a viscosida-

de (a sua resistência ao

movimento) desaparece e a

sua capacidade de transfe-

rir calor é virtualmente

ilimitada. Nos laboratórios

terrestres, este estado da

matéria é obtido regra

geral arrefecendo materiais

(e.g. Hélio) até temperatu-

ras muito próximas do zero

absoluto (-273.15 Celsius).

Na estrela de neutrões no

centro da Cassiopeia A o

cenário não podia ser mais

distinto: os modelos teóri-

cos são capazes de explicar

o arrefecimento observado

se a temperatura no inte-

Matéria Exótica no Interior das Estrelas de Neutrões

Página 8

Crédito: NASA

Fevereiro 2011

rior da estrela de neutrões se

situar entre os 1000 e os 1500

milhões de Kelvin.

Por outro lado, as camadas

mais exteriores de uma estre-

la de neutrões são constituí-

das por uma crosta sólida

extremamente rígida e lisa,

formada por iões, núcleos

atómicos e partículas elemen-

tares como o electrão. Calcula

-se que, devido ao poderoso

campo gravitacional, as maio-

res elevações desta superfície

não ultrapassam os 5mm. Os

ajustes ocasionais na estrutu-

ra interna da estrela provo-

cam rupturas nesta crosta,

verdadeiros sismos estelares,

que libertam uma quantidade

prodigiosa de energia e provo-

cam o abrandamento da rota-

ção da estrela. Este fenóme-

no, observado em pulsares, é

designado de glitch.

Luís Lopes

Crédito: science.psu.edu

Página 9

Volume 1, Edição 1

O recente sucesso do flyby da sonda Stardust pelo

cometa Temple I e as ima-gens espectaculares que

produziu despertaram a minha curiosidade relativa-

mente a uma outra sonda,

a Dawn, que se aproxima rapidamente doasteróide

Vesta, em torno do qual entrará em órbita em

Julho. Depois de um ano a estudar o dito asteróide, a

sonda sairá da sua órbita rumo ao asteróide Ceres,

onde chegará em 2015.

Tendo em conta os aconte-

cimentos de Julho próximo,

O melhor de Vesta… está para vir

os quais certamente revolu-cionarão o nosso conheci-

mento de Vesta, procurei na Internet as melhores ima-

gens que temos actualmente do asteróide e encontrei o

seguinte vídeo criado a partir de 146 imagens obtidas com

a nova camara do Hubble, a

Wide Field Planetary Camera 3 (WFP3), entre 25 e 28 de

Fevereiro de 2010.

As imagens foram obtidas na região azul e ultravioleta do

espectro, pelo que as cores

aqui apresentadas não são reais. É clara a forma achata-

da do asteróide e imenso o detalhe na superfície mesmo

abaixo do limite de resolução. Apesar de Vesta não ter sido

classificado como um planeta anão devido à sua forma irre-

gular, muitos cientistas pla-netários crêem que Vesta

deverá ter sido aproximada-mente esférico num passado

distante. Há cerca de mil milhões de anos, um grande

impacto criou uma enorme

cratera visível na região polar, expondo o manto e

deformando de forma irrever-sível o asteróide. Alguns dos

fragmentos dessa colisão foram aparentemente ejecta-

dos da cintura de asteróides e acabaram por cair na Terra.

Pensa-se que estes meteori-

tos, designados de “Howardite-Eucrite-

Diogenite“, são originários de Vesta devido à sua caracte-

rística assinatura espectral e

propriedades físicas.

Podem ver um comentário

a este vídeo e mais ima-

gens neste post da Emily

Lakdawalla no blog da Pla-

netary Society.

Luís Lopes

PU

B

Este espaço

pode ser seu!

Contacte-nos!

Endereço da actividade

Linha de endereço 2

Linha de endereço 3

Linha de endereço 4

Tel: 219-235-401

Fax: 219-235-401

Correio electrónico: alguem@example.com

astroPT magazine

telescópio (ou mais do que um), auto-

móvel e tenda (caso exista); estamos

a arranjar as infra-estruturas básicas

habituais nestes casos.

Sitio das observações. Vai ser dividido

em talhões para colocar o equipamen-

to.

Por outro lado, julgamos que este

Astroconvivo será um ótimo meio para

conhecer ou reencontrar muitos ami-

gos ligados as “lides astronómicas” ,

provenientes de todo o pais e para

um intenso intercâmbio de informa-

ção sobre astronomia num ambiente

informal e “familiar”.

A inscrição neste Astroconvivio é gra-

tuita, de qualquer modo é conveniente que os potencialmente interessa-

dos em comparecer efetuem uma pré-inscrição através do e-

mail miguel.pnt@gmail.com para ter-mos uma noção do numero de partici-

pantes, com alguma antecedência.

Este texto constitui o convite formal

para participarem activamente no 1º

Astroconvívio do Núcleo de Astrono-

mia de Viseu (um mero grupo informal

de adeptos da Astronomia), que

decorrerá no dia 28 de Maio de 2011

(Sábado), no Parque de Vale de Cava-

los (freguesia de Côta – Viseu) a partir

das 14 horas e prolongando-se até as

tantas …

O local escolhido para este evento é

simplesmente fantástico do ponto de

vista astronómico e paisagístico (como

poderão confirmar “in loco” …), Coor-

denadas GPS:

40°49’14.73″N 7°47’43.07″O

Este Astroconvivio destina-se princi-

palmente a pessoas que possuam

equipamento astronómico, pois haverá

locais previamente reservados para

cada participante colocar o respectivo

Este Astroconvivio não terá, neste 1º

ano, palestras formais mas apenas a

componente observacional (diurna e

noturna) e os participantes e as suas

famílias estão convidados a desfrutar

de todo o parque Vale dos Cavalos,

que na primavera tem uma natureza

(cores) maravilhosa, enquanto espe-

ram pelo cair da noite.

Paulo Almeida

1º AstroConvívio N.A.V. (Vale de Cavalos)

ESTAMOS NA WEB!

http://astropt.org

Curiosidades José Gonçalves PUB

astroPT magazine, revista mensal da astroPT

Textos dos autores, Design: José Gonçalves

Stats—O brigado a todos os que visitam ou colaboram no astroPT, no

mês de Fevereiro foi ultrapassada as 100000 visualizações

ESTE ESPAÇO PODE SER SEU! QUER ANUNCIAR NA NOSSA PUBLICAÇÃO OU

WEBSITE?

CONTACTE-NOS!

Recommended