View
221
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
0
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS E SUA INFLUÊNCIA NO
AMBIENTE EDUCACIONAL
Por: Iara Crisóstomo Ramos
Orientadora:
Profª.: Mary Sue
Rio de Janeiro
Janeiro/2011
1
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS E SUA INFLUÊNCIA NO
AMBIENTE EDUCACIONAL
Apresentação de Monografia à
Universidade Candido Mendes como
condição para a conclusão do curso de
Administração e Supervisão Escolar
2
AGRADECIMENTO
Agradeço em especial a Professora Mary Sue
que me orientou neste trabalho.
Aos professores curso.
A todos os amigos e familiares que
contribuíram de alguma forma para que eu
conseguisse chegar ao final de mais esta
jornada de minha vida.
3
DEDICATÓRIA
A Deus que é minha inspiração.
Aos meus pais Cassilda Crisóstomo Ramos e
Nabor da Silva Ramos (In Memória) que são a
razão de minha existência.
Aos meus familiares e amigos que me
apoiaram na realização deste trabalho.
A todas as pessoas que buscam
incansavelmente a harmonia da relação
interpessoal no ambiente educacional.
4
RESUMO
Quando há conflitos nas relações humanas na Unidade de Ensino,
podemos dizer que há algo errado com as relações interpessoais deste
segmento. Acreditando que cabe a todos da comunidade escolar primar pelo
desempenho e sucesso do educando e primordial que as relações
interpessoais sejam garantidas para que todos possam se comunicar e atingir o
objetivo principal da escola que é a de permitir o acesso a educação, a
socialização e ao saber. Afinal ela não é somente uma organização social, é
indiscutivelmente uma instituição social.
5
METODOLOGIA
Quando nos deparamos com a realidade das Unidades Escolares, não
podemos deixar de aflorar em nós educadores certo encantamento, afinal é ali
que damos nossos primeiros passos em direção ao mundo social. E porque
não dizer primeiro passos concretamente, pois não podemos deixar de pensar
nas creches onde a criança tem seu contato mais inocente com a vida escolar.
Lá é seu espaço de aprender, de ser cuidada e amada. Por este motivo
comecei minha observação neste espaço, onde pude observar atentamente a
parceria de pais junto aos projetos desenvolvidos buscando resultados
positivos em aspectos como higiene da criança, saúde da mulher e no aspecto
mais amplo os cuidados com endemias como a dengue. Projetos estes muito
aceitos por toda comunidade escolar.
As parcerias foram observadas também nas Unidades de Ensino de
segundo segmento onde ficou comprovado que onde há parcerias há alto
desempenho das atividades escolares e na aprendizagem.
Através das referências bibliográficas apoiadas na Psicologia,
Pedagogia. Administrativas Escolares e Empresariais e nas de Políticas
Públicas obtive apoio teórico para o fechamento deste trabalho.
6
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................07
CAPÍTULO I – AS RELAÇÕES HUMANAS ...............................................................10
CAPÍTULO II – AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS ...................................................14
CAPÍTULO III – CONTEXTOS DE HABILIDADES SOCIAIS .....................................20
CAPÍTULO IV - HABILIDADES SOCIAIS ...................................................................25
CAPÍTULO V - AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS E SUA INFLUÊNCIA NO
AMBIENTE EDUCACIONAL.......................................................................................29
CONCLUSÃO .............................................................................................................33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................................35
ÍNDICE ........................................................................................................................37
7
INTRODUÇÃO
É impossível falar de relações interpessoais sem falar da necessidade
constante que o ser humano possui de ser aceito dentro dos grupos aos quais
está inserido, seja ele dentro da escola, trabalho, religião ou família. Sendo
assim, ele começa a ter atitudes onde procura ser aceito ao mesmo tempo que
tenta também satisfazer a mesma necessidade de outro, que está inserido
neste mesmo grupo em busca também de satisfazer a sua necessidade de ser
aceito. Está permitindo a si e a outro a se relacionar interpessoalmente. Esta
rede... não tem fim.
Esta necessidade ainda é maior e avassaladora por cada indivíduo ser
único dentro de sua vivência, seu mundo sua história.
O desafio de quem se dedica a educação é constante, cada ano nos
deparamos com um maior número de educadores insatisfeitos com sua
atribuição e isto se deve a inúmeros fatores dos quais o mais focado
ultimamente é a agressividade por parte dos alunos entre si e com os
educadores e de seus responsáveis com os educadores. Agressividade esta
que muitas vezes sai da verbalização para a agressão física.
Estes conflitos resultam no afastamento do professor seja por
desistência ou mesmo por incapacitação mental que o leva a licenciar-se.
Embora saibamos que a escola poderá favorecer mudanças sociais em
sua comunidade, o desafio é saber até que ponto estas mudanças poderão
ocorrer de formar a impactar a escola e a influenciar positivamente
8
proporcionando assim a comunicação entre os vários níveis desta comunidade
escolar e o seu entorno. Caberá ao gestor "conquistar" e implementar em
conjunto com sua equipe meios de comunicação que os una para um único
objetivo: resgatar o valor da instituição escolar, onde todos; pais, alunos e
equipe escolar deverão estar envolvidos neste desafio.
A relação interpessoal dentro da escola é a chave que abre todas as
portas para mudanças realmente relevantes no âmbito político-social.
É importante que todos os componentes inseridos no contexto escolar
aproprie-se da escola e queiram fazer dela um espaço de aquisição do
conhecimento, mas sem duvida as relações interpessoais amigáveis além da
disciplina e o discernimento que cada um tem seus direitos dentro da instituição
e seus deveres para com ela, são elementos básicos para um ambiente escolar
harmonioso e positivo no processo ensino-aprendizagem.
Trabalhar com a humanização da escola através do respeito ao outro é a
chave para a recuperação do valor institucional da escola, porém com uma
outra face, pois a escola pública vem passando por uma situação de gradual
desvalorização perante a sociedade, onde a agressividade tem seu lugar
garantido ao contrário da motivação.
Não podemos culpar somente o sistema educacional e quem dele faz
uso, prefiro procurar meios de melhorá-lo usando para isso o resgate de
algumas normas de convivência pacífica, colaborativa e acima de tudo
humana. É fato que um ambiente harmonioso resulta em bons resultados, pois
9
"exercitamos" atitudes que propiciam a integração entre as pessoas em
dimensões políticas, pedagógicas e administrativas.
Cabe ao gestor proporcionar meios que propiciem permanentemente a
valorização e estimulação de cada colaborador do processo educativo.
Sabendo que o trabalho coletivo pode causar alguns contratempos, pois as
diferenças é o que caracteriza cada ser humano, assim, será imprescindível
que o gestor e o supervisor tenham a capacidade de detectar o potencial
humano, estimulá-lo e valorizá-lo, isto vai incrementar o grupo que com a auto-
estima em evidência será capaz de enfrentar situações difíceis, administrar
conflitos e ainda resolvê-los de modo dinâmico, criativo e satisfatório ao
ambiente educacional.
A humanização do ambiente escolar é primordial nas escolas atuais. Isto
fará a diferença e resultará em um trabalho de excelência por parte dos
profissionais e em uma parceria verdadeira com a comunidade escolar. No
entanto, este resultado somente acontecerá através de um trabalho continuo;
não poderá ser um projeto apenas para o momento de dificuldade, mas
contínuo, pois a escola está sempre em movimento.
Cada gestor deverá ter a capacidade de “olhar” o outro e distinguir sua
história sem deixar que preconceitos e estereótipos afetem o processo de
conhecimento que se instalará no grupo, facilitando a comunicação e
proporcionando a valorização do ambiente escolar tornando-o ético, justo,
solidário e prazerosamente inundado de vontade de tornar este espaço
educacional um “mar” de conhecimentos, curiosidades, indagações... de
saberes.
10
CAPÍTULO I
AS RELAÇÕES HUMANAS
Quando nos deparamos com as dificuldades existentes dentro de uma
empresa, a primeira percepção é a de que há alguém gerando esta dificuldade.
Alguém é o responsável pelo fracasso, pelo declínio, e por que não dizer o
único responsável. No entanto, não nos passa despercebido que nada dentro
de uma empresa acontece sem que seu “gestor” não perceba. Assim, para
muitos “ele” é o culpado. Será? Com certeza não.
Há uma necessidade de se achar o culpado para que todos se sintam
aliviados. Mas e o grupo, a equipe, onde entra neste contexto? Em todo ele. Se
há fracasso, não há comunicação. Se não há comunicação, como resolver os
impasses? Cada impasse é gerador de conflitos e quando estes tomam conta
de uma equipe ou de um grupo que interagem em um mesmo ambiente, há
problemas nas relações destes humanos entre si.
A relação humana é a força motriz de todo trabalho em equipe, pois vai
depender dela as tomadas de decisões que garantirá que nossa capacidade de
perceber os outros facilite e permita uma comunicação clara, verdadeira e
conseqüentemente possibilitará uma relação interpessoal conjunta. No entanto,
se nossa percepção do outro for equivocada, com certeza surgirão conflitos
que poderão tender a relações pessoais insuficientes.
É preciso que tenhamos boa vontade e ânimo para ouvir o outro e
através disso exercitar nossa capacidade de interagir e provocar a interação de
11
pessoas entre si, o que deverá ocorrer à medida que cada pessoa deste grupo
também se predispuser a ouvir o outro, propor soluções para problemas que
estejam compartilhando, entrar em “consenso” para avaliar metas a seguir até
a resolução de conflitos. Enfim, interagirem entre si.
Quando ouvimos, estamos dando sinal de que queremos ser ouvidos
também e quando partilhamos opiniões ou decisões estamos realmente nos
relacionando com o outro.
Através de simples palavras, atos ou gestos podemos compartilhar
emoções naturais e saudáveis. Uma palavra no iniciar de um dia em equipe
pode tornar aquele dia positivo ou não, vai depender da aceitação do grupo
naquele momento. James C. Haunter deixa isto bem claro quando afirma que:
A raiva é uma emoção natural e saudável, e a paixão é qualidade maravilhosa para se ter. Mas agir movido por raiva ou paixão, violando os direitos dos outros, é impróprio e prejudica os relacionamentos. É essa parte que pode e deve ser controlada.
[...] Pequenas amabilidades como: “bom dia”, ”por favor”, “obrigada”, “desculpe”, “eu estava enganada”, são fundamentais nos relacionamentos humanos. (HAUNTER, 2006, p 52 e 53)
Há de se ter a sensibilidade de perceber que somente através de um
novo olhar podemos minorizar os conflitos existentes em ambientes onde
pessoas se relacionam entre si. Cabe ao “líder” desta equipe, deste grupo
abraçar a idéia de que somente através da comunicação clara e do senso de
compromisso conseguiremos que haja realmente interação entre as pessoas.
Atenção e controle das emoções diante de situações conflituosas são
capacidades que terão de ser treinadas por cada líder para que as relações
entre as pessoas no ambiente de convívio sejam eficazes. Diante de tantos
desafios que afloram a cada dia, todo líder tem a difícil missão de fazer a união
12
entre os grupos que formam o ambiente de trabalho. No ambiente educacional
é mais complexo ainda pois esta missão deverá ser dentro do espaço físico
escolar e tanto mais ao entorno dele , na comunidade que o cerca.
A relação humana é uma caixinha de surpresas, onde não há como
prever cada emoção que emana de pessoas extremamente diferentes no seu
pensar, no seu viver e principalmente na sua forma de interpretar as
experiências do outro.
Quando pensamos em ser humano, ligamos rapidamente a capacidade
de raciocínio que nós é única; até que a ciência nos prove o contrário, mas a
complexidade desta condição é que apesar de sabermos que não há como
entender por completo a mente humana, nunca deixamos de tentar.
Embora não haja uma receita para a eficácia da relação humana, Fritzen
colocou algumas dicas que se seguidas nos possibilitarão o relacionamento
com mais interação. A estas dicas deu-se o nome de mandamentos, que são
passos a serem seguidos para o sucesso das relações interpessoais. Não
custa nada tentar.
13
OS DEZ MANDAMENTOS DAS RELAÇÕES HUMANAS1
1. FALE com as pessoas. Nada há tão agradável e animado quanto uma
saudação, particularmente hoje em dia quando precisamos mais de
sorrisos amáveis.
2. SORRIA para as pessoas. Lembre-se que acionamos 72 músculos para
franzir a testa e apenas 14 para sorrir.
3. CHAME as pessoas pelo nome. A música mais suave para muitos ainda é
ouvir o seu próprio nome.
4. SEJA amigo e prestativo. Se você quiser ter amigos, seja amigo.
5. SEJA, cordial. Fale e aja com toda sinceridade: tudo o que você fizer,
faça-o com todo prazer.
6. INTERESSE-SE sinceramente pelos outros. Lembre-se que você sabe o
que sabe, porém você não sabe o que os outros sabem. Seja
sinceramente interessado pelos outros.
7. SEJA generoso em elogiar, cauteloso em criticar. Os líderes elogiam.
Sabem encorajar, dar confiança e elevar os outros.
8. SAIBA considerar os sentimentos dos outros. Existem três lado numa
controvérsia: o seu, o do outro e o lado de quem está certo.
9. PREOCUPE-SE com a opinião dos outros. Três comportamentos de
verdadeiro líder: ouça, aprenda e saiba elogiar.
10. PROCURE apresentar um excelente serviço. O que realmente vale em
nossa vida é aquilo que fazemos para os outros.
1 Caderno do Programa Estadual de Gestão Escolar.Relações Humanas na Escola.Rio de Janeiro.p.22
14
CAPÍTULO II
AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
2.1 – Conceito
Se aprofundarmos a idéia do que é ser humano com certeza diremos
que é ser capaz de pensar, de raciocinar. No entanto, podemos fazer isso e
não sermos inteiros, ou seja, nos sentirmos sozinhos, sem pertencer a lugar
nenhum.
Então, quando realmente nos sentimos “humanos”? Pergunta simples,
mas complexa em sua resposta. Baseado em leituras e na psicologia, podemos
dizer que nos sentimos humanos, mesmo que ainda não saibamos explicar,
ainda na infância e no primeiro instante em que começamos a nos relacionar
com o outro trocando emoções dando e as recebendo seja através do contato
com a mãe, pai e irmão, das brincadeiras de rua entre amigos ou na família. E
mais tarde quando depois destes primeiros contatos e já sabendo identificar
suas primeiras responsabilidades ao lidar com o outro, nos sentimos mais
humanos ainda expandido nosso circulo de relacionamento na escola.
Esta “humanização” pode ser, à primeira vista, muito chocante, pois
saímos de nossa zona de conforto, isto nos causa certa insegurança, pois
reconhecemos o quanto precisamos do outro para obtermos nossas
realizações, temos a confirmação de não sermos e de que nunca seremos
15
bons o suficiente sozinhos sem o compartilhar de nossos anseios com o outro.
Aí sim somos seres humanos, só que agora na condição de “pessoa”.2
Fritzen foi claro quando afirmou:
“Uma das necessidades ou realidades psicológicas, melhor psicossociais, é a de cada um precisar do outro para realizar-se. A precisão que as pessoas que as pessoas têm um do outro subentende a contemplação no sentido de ninguém ser autosuficiente, de bastar a si mesmo. Subentende o encontro com o outro e com os outros para maturação mútua da sua personalidade.Subentende ainda a superação do isolamento vivencial e existencial. É nessas bases que se assenta a necessidade de um treinamento de relações humanas interpessoais, para facilitar a vivência grupal comunitária.” (FRITZEN, 1986, p07)
Não podemos querer que todas as pessoas de um determinado grupo
realizem suas tarefas de um mesmo modo, em um mesmo tempo e momento,
afinal são pessoas interagindo entre si, cada qual com suas diferenças, que é
uma das características do ser humano, mas podemos tornar estas tarefas
mais prazerosas do momento em que proporcionamos a troca e o dar e
receber entre aqueles que estão se esforçando para cumprir seus objetivos na
realização de cada tarefa.
2.2- As Necessidades Interpessoais
Cada indivíduo tem seu próprio modo de adaptar-se as situações novas
que o vivenciar lhe proporciona. Acomodando-se gradativamente de acordo
com suas necessidades. No entanto, basta que estejamos em contato com o
outro para que nos deparemos com o receio da aceitação, da opinião alheia a
2 FRITZEN,Silvino José.Relações Humanas Interpessoais.Nas convivências grupais e comunitárias.1ªed. Rio de Janeiro.Pp7e8.
16
nosso respeito ou ainda em como seremos aceitos naquele grupo ou quem nos
aceitará e de que forma poderemos corresponder às expectativas dele para
que nos aceitando, satisfaça também as nossas necessidades incluindo-nos na
rotina do grupo
Estando incluído no grupo, eis o momento de afirmar-se como sujeito
daquele grupo o que exigirá o conhecimento da liderança. Afinal todo grupo
tem um líder, que direta ou indiretamente proporcionará uma maior aceitação
deste novo integrante. Assim, ao passar por estas duas etapas das
necessidades interpessoais,finalmente já estamos mais seguros para ocupar
um espaço onde teremos nós mesmos as nossas necessidades satisfeitas a
partir do momento que vamos para a terceira etapa que é a de nos integrarmos
com o outro,só que agora procurando afinidades, ou seja, nos afeiçoando e
deixando abertura para aceitarmos a afeição do outro.
Quando nos proporcionamos esta interrelação, estamos prontos para as
relações mais profundas de amizade e convivência. Crescemos quando
trocamos o nosso saber com o saber do outro e aprendemos quando ao trocar
tiramos proveito do que trocamos e vivenciamos a troca.
2.3 – O que é grupo e o que é equipe
Sempre que falamos em grupo e equipe nos vem a idéia de muitas
pessoas que se relacionam em um mesmo espaço físico. Mas o que difere
cada um dentro de uma sociedade?
17
Na verdade os seres humanos sentem-se seguros ao agrupar-se, unem-
se para resolver seus conflitos, mas nem sempre com um objetivo comum.
Visto que se não estiverem focados em uma mesma missão, não cumprirão
suas tarefas com excelência, por isso normalmente cada indivíduo procura seu
grupo de acordo com seus interesses, suas necessidades.
Durante todo o processo de desenvolvimento do ser humano sofremos
influência e somos influenciados pelo meio em que vivemos, seja no trabalho,
na instituição religiosa ou de lazer interagimos constantemente com o
mundo,fazendo a nossa leitura e nos apropriando de várias experiências e as
colocando em prática constantemente.
Quando formamos grupos o fazemos por afinidade, como é o caso do
grupo de amigos, por necessidade de realizar tarefas, como o grupo de
trabalho, o grupo de lazer, o futebol de final de semana e os grupos principais
que é a família, grupo este que nos cerca de valores para que possamos nos
apropriarmos e os utilizarmos no decorrer de nossa vida. Vê-se que nos
agrupamos em várias situações satisfazendo nossas necessidades em
diferentes esferas de nossa vida.3
[...], os motivos que levam uma pessoa a se unir a um grupo são muito variados e podem satisfaze várias necessidades. Se bem que é raro que as necessidades de um individuo sejam satisfeitas completamente por apenas um grupo. É por isso que os indivíduos pertencem a vários grupos: se um grupo não consegue satisfazer totalmente as necessidades de uma pessoa, esta deixará de pertencer ao grupo e investirá mais tempo e energia em outros grupos. (DOLAN, PINEDA, 2009, p 69)
3 DOLAN,Simon L.,PINEDA,Eduardo Soto.Os 10 mandamentos para gestão de pessoas.São Paulo.2009 Pp .68/69
18
Enquanto o grupo ao qual pertencemos geralmente e, porque não dizer,
é constantemente móvel, afinal nos agrupamos de acordo com nossos
interesses do momento, sendo os objetivos que nos unem ao grupo, variados;
a equipe tem como característica primordial o ditado “um por todos e todos por
um”, pois são movidos pela vontade, pela união e motivam-se para atingirem
um mesmo objetivo, sem que para isso dependam da realização de tarefas em
conjunto, no entanto, colaboram entre si, e, mesmo com tarefas diferentes, as
realizam para chegar com êxito ao sucesso do projeto atingindo assim um
mesmo objetivo.
O ideal é que sempre haja equipes dentro de um ambiente de trabalho,
que os grupos permaneçam de modo formal, pois quando se está leve,em
harmonia com suas emoções o ser humano consegue uma interrelação mais
prazerosa junto aos que lhe rodeiam,trazendo esta harmonia para junto da
equipe de trabalho.
Dentro de um ambiente educacional é fundamental que a direção
funcionários, pais, alunos e a comunidade ao entorno estejam se relacionando
de forma participativa com toda transparência que requer uma Unidade de
Ensino, seja ela privada ou pública.
Sentir-nos equipe não implica cerrar fileira, autoafirmar-nos por corporativismo, por autosuficiência. Se for esta a leitura morreremos de nosso próprio veneno. Quando consideramos que já não precisamos crescer, a vida perde sua paixão, sua curiosidade, e chega ao tédio, a inércia, chega a degradação. A qualidade se transforma em mito. A consciência da equipe está ligada ao espírito crítico e de pesquisa, à escuta e à generosidade na hora de analisar e projetar nosso trabalho individual e nosso trabalho como parte de um curso, de uma série, de uma etapa ou de uma área. (BAZZARRA, CASANOVA, UGARTE, 2006, p 105)
19
Precisamos estar atentos a esta nova fase da educação e das políticas
públicas, onde não se vê mais o Diretor como o único a gerenciar uma unidade
de ensino, mas ele é o mediador de uma escola mais participativa e cabe a ele
esclarecer a comunidade escolar que uma escola não se faz apenas de
idealismos, mas com o que temos de melhor dentro da nossa realidade. Um
gestor sozinho não conseguirá abraçar com tanto motivação quanto uma
equipe inteira interagindo em prol de um único objetivo que é muito maior do
que nossas aspirações que é formar cidadãos, mas não sem antes torná-los
pessoas.
20
CAPÍTULO III
CONTEXTOS DE HABILIDADES SOCIAIS
3.1 – O Contexto Familiar
Sendo a família nosso primeiro grupo social, vai depender dela os
valores que nos seguirão por toda vivência de nossas experiências. Valores
estes que incutidos na infância serão representados ao longo da vida, onde
agiremos segundo os nossos princípios, a nossa educação familiar.
Conflitos sempre irão aparecer nos grupos e na família não será
diferente. O ser humano é diferenciado pelo seu modo de agir, pensar, lidar
com problemas e no modo como resolvê-los, estes comportamentos geram
situações conflitantes e dentro do contexto familiar mais ainda, pela
proximidade rotineira. Filhos, especialmente na adolescência, entram em
conflito com os pais pois há nesta fase uma gama de “descobertas” e
conquistas, que simplesmente os pais “não entendem” na avaliação deles. Os
cônjuges também têm suas discordâncias, pois faz parte da vida matrimonial,
já que o enfrentamento conjugal é que vai nortear a relação, é ele que vai
ratificar o compromisso com o relacionamento e se há preocupação mútua
entre o casal Se há o compromisso, haverá consenso para a resolução do
conflito, se não, haverá o desgaste deste relacionamento. Entre irmãos o
conflito pode estender-se até a idade adulta, pois há muitas vezes a
necessidade de competição, que sem perceber os pais tem sua parte de
21
colaboração para este comportamento, que em sua maioria tem resultado
desastroso chegando mesmo ao afastamento entre irmãos.
Dentro do contexto familiar, vai depender muito dos pais que as
habilidades sociais sejam inseridas e que delas resulte uma maior interação
entre os membros da família. Assim, cabe aos pais promover o diálogo e
através dele criar regras de convivência tomando como base os valores que
irão nortear o comportamento de cada um.
Não há uma receita para que tais procedimentos tenham 100% de
sucesso, afinal não podemos esquecer que a satisfação de necessidades esta
intimamente ligada a estes resultados, o que pode gerar mais conflitos e
violação das regras de convívio. No entanto, aos pais cabe saber o momento
de agir e mostrar expressamente seu desagrado diante de tal comportamento.
Esta reação exigirá muito autocontrole por parte dos pais para que suas ações
não ultrapassem o limite da correção, mas que fique claro quem quebrou o
acordo que culminou com a reação raivosa e mais ainda estarem preparados
para a defesa de interesses por parte dos filhos.4
Na relação familiar é de extrema importância a cordialidade. Críticas
construtivas deverão ser bem vindas por ambas às partes. O reconhecimento
da quebra de acordos e regras de convivência e o ato de redimir-se com um
pedido de desculpas pode fortalecer o laço familiar e facilitar a resolução do
conflito de forma harmoniosa. 5
4 DEL PRETTE,Almir,DEL PRETTE Zilda A.P.Psicologias das Relações Interpessoais.Vivências para o trabalho em grupo.3ª ed.Rio de Janeiro.2001.Pp 48 a 54. 5 IDEM.P.54
22
3.2 – O Contexto Escolar
Educar-se é basicamente a meta de todo indivíduo que quer inserir-se
na sociedade e fazer a leitura do mundo segundo suas necessidades e suas
expectativas para que apropriando-se desta cultura possa satisfazer suas
necessidades. E é na escola que damos a partida para esta conquista. É lá que
satisfazemos nossas necessidades educacionais interagindo com o
outro,aprendendo e ensinando. Na escola transformamos o nosso saber e
conquistamos nossa autonomia.
Hoje é uma tarefa difícil “educar” na escola,pois ao professor e dada a
missão de preparar para vida, quando muitas vezes tem-se uma realidade
muito cruel de violência onde “a vida” já não faz mais parte da perspectiva
daquele aluno. Esta não perspectiva de vida está bastante inserida no contexto
escolar.
Há então, a necessidade de trazer este aluno para “dentro” da vida
escolar, e não só ele será nosso foco, o professor, a família e todos os
funcionários deverão ser motivados a aprimorar suas competências sociais e
fazer uso delas.
Será de suma importância a interação da equipe escolar para se
combater os comportamentos violentos entre os alunos que por vezes entende-
se ao professor e ajudar aos alunos mais tímidos, já que ambos os
comportamentos culminam muitas vezes em um déficit muito grande na
23
aprendizagem, pois estes alunos não conseguem, por vários motivos, interagir
com a turma e nem com o professor.
Para estes alunos o desenvolvimento das habilidades sociais é
primordial para atingir seus objetivos e atender suas necessidades primárias
dentro da escola e conseqüentemente para suas perspectivas de vida.6
3.3 – O Contexto de trabalho
Seja qual for a atividade profissional, será imprescindível que tenhamos
bem definidas nossas habilidades sociais, já que dependerá delas a nossa
eficácia ou não na realização de tarefas.
A equipe de trabalho somente será ratificada se houver a interação entre
as pessoas naquele ambiente e até mesmo quando o trabalho requer certo
isolamento, em algum momento da atribuição deverá haver uma relação
interpessoal.7
Nenhum trabalho é totalmente isolado do convívio social, apenas exigem competências que podem ou não lidar diretamente com o outro.
Qualquer atuação profissional envolve interações com outras pessoas onde são requeridas muitas e variadas habilidades sociais, componentes da competência técnica e interpessoal necessária para o envolvimento em várias etapas de um processo produtivo. (DEL PRETTE, DEL PRETTE, 2001, p 56)
O modo como cada pessoas faz sua leitura de mundo faz com que as
estruturas de organização de um ambiente de trabalho sejam diretamente
6 DEL PRETTE,Almir,DEL PRETTE Zilda A.P.Psicologias das Relações Interpessoais.Vivências para o trabalho em grupo.3ª ed.Rio de Janeiro.2001.Pp 54/55. 7 IDEM P.56
24
ligadas a ações que primem pelas relações interpessoais, pois as mesmas
podem influenciar significativamente no sucesso ou não da produtividade.
25
CAPÍTULO IV
AS HABILIDADES SOCIAIS
4.1 – Habilidades Sociais de Comunicação
Nada pode ser mais absoluto nas relações humanas do que a
comunicação, independente de ser verbal ou não verbal, toda pessoa
comunica-se com o outro e usa diversos meios para se fazer compreender.
Quando nos comunicamos nos apropriamos de várias linguagens,
interpretamos de acordo com nossos interesses e realidade. Evoluímos quando
captamos a mensagem passada pelo o outro, no entanto quando esta
mensagem é interrompida ou mal interpretada podemos gerar conflitos que não
nos permitirão evoluir no âmbito da comunicação, pois não será possível o
“feedback” mecanismo pelo qual as relações interpessoais ratificam-se, já que
através dele podemos melhorar a emissão e a recepção de mensagens
significativas para convivência no mundo social.8
[...] Uma atitude verdadeira de escuta estimula a comunicação. E os gestores podem conseguir uma aceitação maior de suas idéias [...].(DOLAN, PINEDA, 2009, p 62)
Comunicar-se de modo claro e eficaz não é uma tarefa fácil, e exige um
contínuo esforço. Devido às diferenças individuais que possuem os seres
humanos, quando recebem as mensagens as interpretam de modos diferentes
provocando reações comportamentais diversas.Normalmente sempre há
8 DEL PRETTE,Almir,DEL PRETTE Zilda A.P.Psicologias das Relações Interpessoais.Vivências para o trabalho em grupo.3ª ed.Rio de Janeiro.2001.Pp 63 a 68
26
distorções na comunicação humana.9 No entanto podemos nos esforçar para
facilitar esta habilidade social, Dolan e Pineda registraram bem estas condutas:
• Na Transmissão de idéias, preste atenção em como transmite “o que
fazer”, “como fazer” e “por quê”.
• No processo de comunicação, cuide dos aspectos de codificação e
decodificação da mensagem para maximizar a interpretação efetiva
comum.
• Entenda o estilo de escuta do receptor.
• Julgue o conteúdo e não os erros na entrega da informação; contenha
seus impulsos.
• Seja flexível, exercite sua mente tanto com informação rápidas quanto
pesadas, mantenha a mente aberta e não esqueça que a mente é mais
veloz que as palavras. .(DOLAN, PINEDA, 2009, p 63)
A comunicação é a chave para o sucesso das relações humanas, pois o
falar implica no aprender a ouvir, isto requer treino e paciência, já que nem
sempre ouvimos o que queremos, então temos que estar disposto a ouvir e
aceitar críticas e isto requer treinamento intenso, diário, rotineiro.
4.2 – Habilidades Assertivas de Enfrentamento
É muito importante que façamos uso dos nossos direitos sem por isso
deixar de cumprir nossos deveres. Esta é a consciência que todo ser humano
tem que ter para treinar e fazer uso de suas habilidades assertivas de
enfrentamento, onde deverá expressar-se livremente com bom senso, sem
diminuir os demais, esclarecendo suas idéias e suas emoções, permitindo que
9 Caderno do Programa Estadual de Gestão Escolar.Relações Humanas na Escola.Rio de Janeiro.Pp7/8.
27
os demais também se expressem fazendo com que haja a troca de
informações entre as pessoas.
As divergências devem ser enfrentadas dentro dos princípios do direito à liberdade de expressão e do respeito às diferentes opiniões. Não se trata, neste caso, de convencer o outro ou desqualificá-lo, mas de apresentar as idéias sustentando-as, sempre que possível, com fatos, acontecimentos e referências, dando a ele a oportunidades de fazer o mesmo. (DEL PRETTE, DEL PRETTE, 2001, P 77)
O mais importante é que ao se comunicar assertivamente faça-o de
modo honesto, íntegro e não crie barreiras para falar de si, afinal olhar para
dentro de si mesmo já é difícil, o que dirá ter nossos medos e anseios
reconhecidos por outro, pois é isto que acontece quando nos expressamos
assertivamente, o que é normal para nós pode ser entendido de forma diferente
por quem ouve e também vai comunicar-se assertivamente.
4.3 – Habilidades Sociais de Trabalho
Estas habilidades são essenciais para o relacionamento interpessoal em
uma equipe de trabalho. São imprescindíveis para a preservação do bem estar,
integração e interação de todos.10
Cabe ao supervisor e ao gestor motivar a equipe a atingir metas,
construir o novo e romper com o velho, isto pode gerar algumas situações
conflituosas, que deverão ser mediadas por ambos.
10 DEL PRETTE,Almir,DEL PRETTE Zilda A.P.Psicologias das Relações Interpessoais.Vivências para o trabalho em grupo.3ª ed.Rio de Janeiro.2001.P.89.
28
A comunidade escolar precisa ser estimulada e isso só acontecerá se
houver uma relação de confiança com os gestores que deverá agir sempre com
entusiasmo e deixar claro seu compromisso e transparência na gestão escolar.
4.4 – Habilidades Sociais Educativas
Sempre que promovemos a aprendizagem estamos fazendo uso de
nossas habilidades educativas, seja esta promoção no contexto familiar, de
trabalho ou escolar, no entanto, nos atentaremos aqui ao contexto escolar, pois
neste contexto representam o núcleo central de nossas preocupações.
Cabe ao educador fazer uso de criatividade e de suas habilidades
educativas para entre outras habilidades, explicitar aos alunos os objetivos a
que pretende atingir com determinada atividade, promover a participação
destes incentivando-os, transmitir os conteúdos com clareza e esclarecer
dúvidas de forma encorajadora a elucidação da mesma, promover feedback,
especialmente o positivo, solicitar e valorizar a participação de todos além de
desenvolver habilidades de autoavaliação para que estes avaliem o seu
desempenho e o do outro, para assim começar a destacar a idéia do trabalho
em pequenos grupos.
[...] O trabalho em pequenos grupos constitui uma das condições para a promoção de habilidades sociais entre os alunos e para o desenvolvimento de atitudes e valores de respeito,tolerância, cooperação e solidariedade. (DEL PRETTE,DEL PRETTE,2001,P.97)
29
CAPÍTULO V
AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS E SUA INFLUÊNCIA
NO AMBIENTE EDUCACIONAL
No ambiente educacional é de extrema importância o relacionamento
humano. No processo de interação todos tem seu papel e sua importância pois
o convívio é diário o que exige certa atenção ao tratamento que é dado ao
outro.
O que mais gera conflito e desconforto dentro do ambiente educacional
é a comunicação interpessoal e esta tarefa difícil cabe ao diretor em comunhão
com o supervisor, promover este relacionamento por vezes tão difícil.
A promoção das relações interpessoais deverá ser incentivada, sendo
assim caberá ao gestor estar sempre presente, administrando e
supervisionando todas as atividades e estar sempre em todos os setores se
prontificando a escutar e se houver conflitos, resolvê-los em conjunto, nunca
centralizar, pois quando descentralizamos mostramos o quanto confiamos na
equipe e o quanto podemos contar com ela, deixando claro que liderar requer
confiança, companheirismo e acima de tudo compromisso.
A reflexão tem que ser uma constante na vida dos gestores de unidades
educacionais, sua maneira de gerenciar, de se relacionar, de sentir as
dificuldades e do modo como busca resolvê-las, de promover reuniões com
responsáveis, o incentivo as confraternizações com toda comunidade escolar,
30
realizar projetos que tragam a comunidade para dentro da instituição, tornando-
os efetivamente parte do processo ensino aprendizagem.
É prioritário que a comunidade escolar participe do planejamento, que o
opine quanto o uso de verbas, pois assim o gestor poderá explicar como
funcionam a políticas públicas para gerenciamento das mesmas sejam
recursos federais, municipais ou estaduais. Ao mostrar esta transparência
estará buscando a união entre todos os segmentos, o sucesso de todos os
liderados e principalmente agindo e promovendo da melhor forma possível o
relacionamento interpessoal.
Quando nos propomos a trabalhar em conjunto temos que estar abertos
a esta nova gestão, que é participativa e conseqüentemente a maior referência
para a promoção da relação humana.
As situações do cotidiano escolar são fontes de reflexões inesgotáveis
na área das relações humanas contribuindo para atingir o objetivo maior que é
realizar um processo continuado, visando obter um corpo de profissionais
integrados, qualificados e permanentemente atualizados além de uma
comunidade comprometida com o trabalho desenvolvido na Unidade Escolar
com a finalidade de promover a valorização da escola e investir na melhoria da
qualidade do ensino.11
Não basta querer ter uma equipe, mas para fazer com que um grupo
torne-se uma equipe é necessário ter um “comportamento interpessoal”, pensar
interpessoalmente e agir interpessoalmente, assim será mais fácil para o grupo
11 Caderno do Programa Estadual de Gestão Escolar.Relações Humanas na Escola.Rio de Janeiro.P.05
31
incorporar ao seu comportamento aquilo que o líder passa e acredita com tanta
segurança.
Quando o educando, entra em uma Unidade Escolar, onde todos os
funcionários se respeitam, se cumprimentam, sorriem uns para os outros, agem
dentro da ética e da assertividade eles começam a perceber a harmonia do
local e principalmente, se um educador trata o educando eticamente ele se
sentirá mais próximo deste professor e com certeza não calará diante de uma
dúvida na resolução de um problema ou de uma atividade.
Pelas relações com seus alunos, o professor expressa seu conhecimento e seu conhecimento e seu compromisso com o desenvolvimento social, emocional e cognitivo deles, nas diferentes faixas etárias. O aprimoramento dessas relações pode e deve possibilitar a construção de um espaço individual e coletivo de desenvolvimento de cada um- alunos e professores.(ALMEIDA ,PLACCO.2002.P15)
Quando há eficácia na relação interpessoal na equipe da Unidade
Escolar flui mais rapidamente a extensão para a comunidade ao entorno e aos
responsáveis que ao fazerem parte do núcleo desta Instituição de Ensino,
sentem-se seguros e mais motivados a comprometerem-se no processo de
aprendizagem das suas crianças ou adolescentes .12
A relação ensino-aprendizagem não é responsabilidade somente de
cada professor, mas é um trabalho de equipe, de tal maneira que cada membro
da escola se sinta responsável por toda essa rede de relações. Afinal somos
todos seres político, e precisamos agir com assertividade e ética para que
12Caderno do Programa Estadual de Gestão Escolar.Relações Humanas na Escola.Rio de Janeiro.P.13
32
juntos possamos ter e despertar a consciência de nossos direitos saber usufruir
deles para ter a clareza de cumprirmos com nossos deveres.13
13 Caderno do Programa Estadual de Gestão Escolar.Relações Humanas na Escola.Rio de Janeiro.P14
33
CONCLUSÃO
A relação ensino-aprendizagem está diretamente ligada a consciência
que cada pessoa ligada a este processo tem de sua importância neste
movimento.
Responsáveis, alunos, professores, funcionários e direção todos
deverão estar comprometidos no processo ensino-aprendizagem, mobilizados
nesta parceria.
Caberá ao professor a responsabilidade de guiar o aluno a perceber a
importância das relações interpessoais em sala de aula.
Por ter uma ligação mais estreita com o educando, mas não deverá ser
o único, o educador tem a possibilidade de perceber suas necessidades,
ansiedades, angustias preocupações. Assim, Será o ouvinte que ele precisa,
muitas vezes até sendo o foco de suas agressões que muitas vezes passa do
verbal ao físico que é a prova real da destruição da relação humana, que este
aluno já traz de casa, porque na realidade não teve a educação familiar onde
os pais têm a atribuição de lhe ensinar valores e ética que deverão
acompanhá-lo no decorrer de seu desenvolvimento como ser humano e como
pessoa. Ele não poderá dar ou trocar aquilo que não tem que não lhe foi
ensinado no contexto familiar. Ao Educador cabe esta tarefa, muitas vezes
árdua, por isso a necessidade de não fazê-lo sozinho.
Sem esta capacidade de troca de saberes, onde o educador é o
educando e o educando é o educador não reconstruiremos a capacidade de
34
compartilhar, produzir e desempenhar impossibilitando a eficácia de grandes
relacionamentos interpessoais e coletivos.
Esta reconstrução de habilidades sociais facilitará o processo ensino-
aprendizagem à medida que em se relacionando se ganha a oportunidade de
trocar idéias e de desenvolvimento do hábito de estudos em grupos seja
pequeno ou grande e de planejamento de projetos que envolvam as questões
mais pertinentes a idade do educando. Projetos estes que deverão contar com
a parceria de toda comunidades escolar e ao entorno da Unidade de Ensino
para que se faça um trabalho de excelência e se atinja o objetivo maior que é o
sucesso do processo ensino aprendizagem.
35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Laurinda Ramalho De. PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza. As
Relações Interpessoais na Formação de Professores.São Paulo.Edições
Loyola.2002.
DOLAN, Simon L. PINEDA, Eduardo Soto. Os Dez Mandamentos Para Gestão
de Pessoas. Rio de Janeiro.Qualitymark.2009
DEL PRETTE, Almir. DEL PRETTE, Zilda A. P. Psicologia das relações
Interpessoais. Vivências para o Trabalho em Grupo.São Paulo.Vozes.2001.
Caderno do Programa Estadual de Gestão Escolar. Relações Humanas na
Escola. Governo do Estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Planejamento e
Gestão.CEPERJ.MEC.UERJ.Rio de Janeiro.Compromisso.
FRITZEN, Silvino José. Relações Humanas Interpessoais. Nas convivências
grupais e comunitárias. Petrópólis.Vozes.1987
BAZARRA, Lourdes. CASANOVA, Olga. UGARTE, Jerónimo Garcia. Ser
Professor e Dirigir Professores em Tempos de Mudança. São
Paulo.Paulinas.2006.
MARTINS, Angela Maria.(Org). Instituições Educacionais: Políticas, Gestão e
Práticas Profissionais. Santos.Leopoldianum.2009.
36
ÍNDICE
INTRODUÇÃO......................................................................................................07
CAPÍTULO I – AS RELAÇÕES HUMANAS.........................................................10
CAPÍTULO II – AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS ............................................14
2.1 – Conceito ..............................................................................................14
2.2 - Necessidades Interpessoais..................................................................15
2.3 – O que é Grupo e o que é Equipe.........................................................16
CAPÍTULO III – CONTEXTOS DE HABILIDADES SOCIAIS..............................20
3. 1 – O Contexto Familiar ............................................................................20
3. 2 - O Contexto Escolar ...............................................................................22
3.3 – O Contexto de Trabalho.........................................................................23
CAPÍTULO IV - HABILIDADES SOCIAIS.............................................................25
4.1 – Habilidades Sociais de Comunicação ...................................................25
4.2 - Habilidades Sociais Assertivas de Enfrentamento .................................26
4.3 – Habilidades Sociais de Trabalho ...........................................................27
4.4 – Habilidades Sociais Educativas..............................................................28
CAPÍTULO V – AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS E O PROCESSO ENSINO-
APRENDIZAGEM.................................................................................................29
CONCLUSÃO .....................................................................................................33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................35
37
Recommended