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aula de homiletica
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SUA IMPORTANCIA
A homilética é uma das matérias de suma importância dentro da grade do
curso teológico, tendo em vista que a mesma trata exatamente de como compor e
expor com eficiência um sermão bíblico. É através desta ferramenta, que o
estudante aprenderá a desenvolver seus sermões de forma que proporcione melhor
compreensão aos seus ouvintes; facilite sua comunicação e expressão; receba
orientação de um modo geral sobre a arte de pregar e aprenda a fazer uma
autocrítica de sua atuação.
Sendo a HOMILÉTICA a "Arte de Pregar", deve ser considerada a mais nobre
tarefa existente na terra. O próprio Jesus Cristo em Lucas 16 : 16 disse: Ide pregai o
evangelho...
DEFINIÇÃO DE HOMILÉTICA
O termo (homilética) deriva do substantivo grego "homilia", que significa
literalmente "associação", "companhia", e do verbo homileo, que significa "falar",
"conversar". O Novo Testamento emprega o substantivo homilia em 1 Coríntios
15.33 ...as más conversações corrompem os bons costumes.
Segundo o dicionário Aurélio, homilética é a arte de preparar sermões religiosos.
É arte, quando considerada em seus aspectos estéticos (a beleza do conteúdo e da forma); é
ciência, quando considerada sob o ponto de vista de seus fundamentos teóricos (históricos,
psicológicos e sociais); e é técnica, quando considerada pelo modo específico de sua execução ou
ensino."
Ainda podemos dizer que homilética é: a arte de preparar e expor sermão
religioso. Em suma, é a arte de ordenar as idéias do pregador para que elas sejam
entendidas pelos ouvintes.
HOMILÉTICA: SUA DEFINIÇÃO, SUA ORIGEM E.IMPORTÂNCIA
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A ORIGEM DA HOMILÉTICA
O termo "homilética" surgiu durante o Iluminismo, entre os séculos XVII e XVIII,
quando as principais disciplinas teológicas receberam nomes gregos, como, por
exemplo, dogmática, apologética e hermenêutica.
A arte de falar em público nasceu na Grécia antiga com o nome de retórica. O
Cristianismo passou a usar essa “arte” como meio da pregação evangélica com o
nome de oratória sacra, que no século XVII passou a ser chamada nos meios
acadêmicos de Homilética.
A Homilética propriamente surgiu, como discurso religioso, quando os
pregadores cristãos começaram a estruturar suas mensagens segundo as técnicas
da retórica Grega e da oratória romana. Despontou-se no século IV AD, com os
pregadores Gregos, Basílio e Crisóstomo e com os latinos Ambrósio e
Agostinho.
DICAS AOS PREGADORES
O propósito desta breve lista de sugestões homiléticas não é minimizar,
sintetizar ou banalizar o estudo sério acerca da atuação do pregador no púlpito. O
uso do púlpito e a postura do pregador diante dos ouvintes merecem estudo
aprofundado tanto sob o prisma da autoridade espiritual de quem anuncia a Palavra,
quanto dos aspectos que envolvem a comunicação verbal e gestual modernas.
Não pense, portanto, que em cumprindo as "Dicas" o sucesso será imediato.
Elas servirão mais para identificar deficiências do que superá-las. Por esta razão, ao
reconhecer vícios no seu desempenho como pregador procure ajuda imediatamente,
antes que os maus hábitos sejam incorporados a sua personalidade pública. E a um
pregador desprestigiado, sobra-lhe somente um lugarzinho obscuro entre os de
terceira linha.
É possível mudar; melhorar é um desafio diário. Esforço pessoal, vontade de
servir melhor ao Senhor e ao Seu povo, são alicerces que sustentam os bons
propósitos do pregador evangélico sério em nossos dias.
PORQUE PREPARAR SERMÕES?
"Sermão é Deus quem dá". Por que há níveis diferentes de sermões? Por que
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há pregadores melhores que outros? Todos os sermões e todos os pregadores
deveriam ser uniformes. Há culto narcisismo nos púlpitos. Quase todos os
pregadores se acham bons e não gostam de ser corrigidos. Corrigir um pregador
não significa duvidar de sua vocação. Há pregadores que encaram o preparo do
sermão como descrença no poder espiritual deles.
O VALOR DA PREGAÇÃO
Helmut Thielicke, famoso pregador alemão, disse: "Onde quer que
encontremos, hoje em dia, uma congregação cheia de vida, encontraremos no
centro uma pregação cheia de vida". Com isto podemos entender que a pregação é
a principal tarefa do pastor.
Definição de pregação
Brook – "É a comunicação da verdade por um homem a outros homens."
Pattison – "É a comunicação verbal da verdade divina com o propósito de
persuadir."
Definição de Homilética
"É a arte de pregar sermões", "a ciência da pregação", "arte de fala religiosa".
Do grego: "Homileo" (conversa, fala, em espírito de camaradagem).
Objetivo da homilética
Ajudar na confecção de sermões para uma pregação mais eficiente. Isto
porque beneficia o pregador (torna mais fácil a pregação do sermão) e beneficia o
auditório (um sermão homileticamente preparado é mais assimilável). Muitos
sermões falham por ser absolutamente sem ordem. As idéias são confusas e a
pregação perde o sentido, por completo. Talvez chegue o tempo em que poderá
dizer-se: "Felizmente a vida não é como o sermão do pastor, porque a vida, apesar
de tudo, tem algum sentido, enquanto o sermão do pastor não tem nenhum".
A homilética não é:
a) Substituta da vida espiritual;
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b) Substituta do Espírito Santo;
c) Uma garantia de ministério eficiente.
6. A homilética é:
a) Um auxiliar no estudo e análise do texto;
b) Um auxiliar na exposição de idéias;
c) Uma compreensão de que o sermão tem muito a ver com o pregador. O
pregador é o sermão.
d) Uma compreensão de que Deus colocou no mundo recursos que devemos
aproveitar. Inclusive os da ciência da comunicação verbal.
OBJETIVO GERAL DO SERMÃO
O objetivo geral é o propósito geral do sermão, a categoria a que ele se
encaixa em termos de fim último. O que se pretende com um sermão? Ocupar o
espaço no culto? Dar algum material para o povo pensar? Os ouvintes de um
pregador ou são salvos ou são perdidos. A quem se destina o sermão? A ênfase no
seu conteúdo se para os salvos, se para os perdidos, é o que determina o seu
objetivo geral. São seis os objetivos gerais do sermão, conforme Crane. (El sermon
eficaz pg. 57-75): evangelístico, doutrinário, devocional, consagração, ética (ou
moral) e alento (pastoral). Destina-se a crentes e não crentes.
Sermão evangelístico.
Sua finalidade é persuadir os perdidos a aceitarem Jesus Cristo como Senhor e
Salvador. Infelizmente, os sermões evangelísticos são, hoje, repletos de frases
feitas: "Deus te ama", "Você pode morrer esta noite", "Vem agora", etc. No entanto,
um sermão evangelístico pode ter um bom conteúdo (O evangelista não necessita
de pobreza de idéias no cumprimento de sua missão). Quatro verdades devem se
delinear no sermão evangelístico:
a) O homem natural está perdido;
b) A obra redentora é de Cristo;
c) As condições pelas quais o homem se apropria da obra redentora de Cristo;
d) A necessidade de uma decisão, se não pública, pelo menos no íntimo.
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O sermão doutrinário.
Sua finalidade é instruir os crentes sobre as grandes verdades da fé e como
aplicá-las, portanto, é didático. O dom de ensino era muito difundido no cristianismo
nascente. Jesus era intitulado de "Mestre" e os seus seguidores de "discípulos". O
sermão doutrinário atende quatro funções na vida da igreja:
a) Atende o desejo de aprender que existe na vida do crente;
b) Previne contra as heresias;
c) Dá embasamento à ação;
d) Contribui para o crescimento dos ouvintes e do próprio pregador.
O sermão devocional
Sua finalidade é desenvolver nos crentes um sentimento de amorosa devoção
para com Deus, despertando sentimento de louvor.
BONS HÁBITOS NA PREGAÇÃO
A pregação não é apenas o sermão: é também o pregador. Alguns maus
hábitos podem comprometer o sermão. O pregador deve tomar cuidado para evitar
tais costumes e maneirismo.
1. Postura ereta. Não se deite sobre o púlpito nem se acorcunde.
2. Cuidado com a aparência: O uso de óculos escuros em recinto fechado e à noite,
é triste.
O pregador descabelado, com barba por fazer, colarinho virado, sapatos
enlameados, meia verde?
3. Cultive o idioma: A pregação é comunicação oral. Conheça pelo menos o seu
idioma. .............. É sua ferramenta
4. Cuidado com regionalismo: "Botão, mucidade, cruis de Jesuis, dolze, irrael, etc"
etc.
5. Use seu próprio estilo: Seja você mesmo. Não copie. O uniforme de Saul não
coube em Davi.
6. Fale toda a palavra: Não engula os "r" e os "s" não engula as sílabas finais. Evite
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as sujeições "eles tão" ao invés de "eles estão".
7. Aprenda a ler: Pratique a pontuação correta, dê entonação, viva os diálogos do
texto.
8. Fale às pessoas: Olhe para elas. Paredes, bancos, teto e chão não se convertem
nem aprendem.
9. Fale com o corpo: Use expressão facial condizente. Evite a "cara de mau". Use
ambas as mãos.
Não oscile o corpo para trás e para a frente. Tão pouco se levante constantemente
na ponta dos pés. Evite o dedo indicador apontando para o ouvinte.
10. Module a voz: Deve ser de acordo com o ambiente. Não é o grito. É a
consistência e convicção.
11. Evite os vícios de linguagem: - "né", "intão", "é interessante notar", "aí", etc
12. Evite chavões: Como acompanhar um sermão de 30 minutos com mais de 60
"aleluias" e "glórias a Deus?" A grande massa evangélica produz a sua gíria.
Chavões circulam no meio do povo como "axioma teológico". Cabe ao pregador fugir
dessas expressões inócuas, tais como: "Amém, irmãos!" - "Uma bênção... Uma
Maravilha!", "O toque de Deus", e outras. Usá-las no sermão reflete pobreza de
exegese bíblica e falta de vocabulário.
13. Extensão do Sermão
O Sermão deve ser curto ou longo? Como decidir entre os dois? Observe a
fisionomia dos ouvintes, se eles aparentam cansaço e apatia é bom caminhar para a
conclusão. O que é melhor? - Um sermão curto sem conteúdo, ou um sermão longo
com profundidade bíblica? Nenhum dos dois. Observe o auditório!
14. Ilustrações
As ilustrações jocosas, alegres e descontraídas cabem melhor no início do sermão.
Seja mais solene ao concluir. Use preferivelmente ilustrações verdadeiras, colhidas
na experiência do dia-a-dia.
15. Dicção Correta
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Comer os "s" finais e introduzir sons vocálicos refletem pouca cultura e desprestígio
à língua portuguesa. Exemplos: Jesus, não Jesuis. Fomos, não fômu. ... e muitos
outros.
16. Tom de Voz
Com sua voz o pregador denuncia sua convicção. Gritar e esmurrar o púlpito não
convencem, nem escondem o caráter do pregador. Module a voz. Fale alto, baixo,
rápido, vagarosamente. Voz monótona dá sono!
17. Anúncio do Texto Bíblico
Ao enunciar o texto bíblico seja claro quanto ao livro e preciso na referência.
Aguarde até que o auditório tenha localizado o texto.
18. Aplicação Prática
Seja prático nas aplicações. O que é melhor dizer? - "Levemos Jesus ao mundo"
(genérico), ou "Ao chegar em sua casa hoje, pegue o telefone, ligue para sua mãe
que não é crente e diga-lhe: mamãe eu amo você e Jesus a ama também..."
19. Esboço do Sermão
Decore o esboço do sermão. Cada vez que o pregador deixa de "olhar no olho" dos
ouvintes, parcela deles se desliga. Mantenha os ouvintes plugados!
20. Gestos
Os gestos do pregador reforçam os verbos. Gesticulação sem propósito denuncia o
nervosismo do pregador, e não causa bom efeito nos ouvintes.
21. O Uso do Microfone
O microfone é um amigo do pregador! Não dê pancada nele antes de usá-lo. No
caso de dificuldades em conviver com ele, faça um curso e aprenda a usar o
recurso.
22. Autenticidade
Pregue, de preferência, os seus sermões. Pregue sermões de outros pregadores,
quando desejar. Ao fazê-lo, diga a fonte. Não é feio omitir, é desonesto! Alguém
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descobrirá o plágio e você cairá em descrédito.
23. Apelo
Apele sem apelação. Diga claramente o que você pretende que o ouvinte faça em
reação ao sermão recém apresentado. No caso de não haver manifestações, não
ameace o auditório com "pragas infernais".
24. Expressão Facial
Mantenha uma fisionomia tranquila. Não é preciso sorrir sempre... O auditório vê o
sermão no semblante do pregador, antes de ouvi-lo através de sua voz.
25. Movimentação
Caminhar na plataforma é um bom exercício para o pregador e uma excelente
maneira de arremessar o auditório para fora do sermão. Procure aquietar-se!
26. Clareza
Ao ler o texto básico do sermão, respeite a pontuação e enfatize os termos que
serão explicados e aplicados durante a mensagem.
27. Emoção
O pregador pode chorar. Há ocasiões em que isto é inevitável durante o sermão. É
espontâneo e natural, não mero artifício de comunicação. Mas, se o chorar se tornar
um hábito do pregador é preciso averiguar a real origem dessa emoção, e sugere-se
ao pregador que procure ajuda com profissional especializado.
28. Desculpas
Ao pregador não cabe o pedir desculpas pelo conteúdo da mensagem que foi, ou
será apresentada. Desculpar-se não é bom nem antes, nem depois do sermão. A
falsa humildade revela verdadeiro desleixo.
29. Tiques
O pregador, nervoso, repete o mesmo gesto. Leva a mão ao nó da gravata,
pigarreia, arruma os óculos no rosto... Todo o gesto repetido desperta a atenção do
ouvinte e desvia-o do sermão. Controle-se. Observe-se a si mesmo!
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Antes que os adolescentes façam piadas de você!
30. Dirigindo-se a todos
Há templos com galeria, e em muitos templos outros o coral fica postado na
plataforma atrás do pregador.
Temos assim uma dificuldade para o contato visual! Não raro o mensageiro se
esquece destes dois segmentos do auditório, e em nenhum momento se quer dirige-
lhes o olhar. Você não fará assim! Vire-se suave e cortesmente, e fale aos coristas.
Olhe para o alto e demonstre que você reconhece a presença, e agradece a atenção
dos presentes apinhados na galeria.
31. O início do sermão [1]
Os cinco minutos iniciais do sermão são cruciais, e dão duas certezas aos ouvintes.
A primeira: O pregador sabe o que vai dizer. Ele domina o assunto. (ou, não sabe o
que dizer!)
A Segunda: O pregador conhece texto no qual vai pregar (ou, está usando o texto
por pretexto).
Lembre-se: Você tem 300 segundos para justificar a sua presença diante da
congregação!
CONHECENDO A ESTRUTURA HOMILÉTICA
Aquele leitor mais familiarizado com estudos sobre pregação certamente já tem
algum contado com algum tipo de Estrutura Homilética. O título, a introdução, a tese
ou proposição, o corpo do discurso e a conclusão. No artigo de hoje nos falaremos
um pouco sobre um tipo de estrutura homilética que irá auxiliar aqueles que ainda
possuem alguma dificuldade com o assunto.
Embora a Estrutura Homilética, como será apresentada aqui, possua uma rigidez
bem nítida, o estudante não deve se permitir assustar com ela. Pense na mesma
como um bom guia de viagem como o qual se pode interagir, e não como um roteiro
previamente escrito por outros. Deixando-se escravizar por regras o pregador abre
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mão de uma de suas principais habilidades: a criatividade.
Se este for o seu primeiro contato com este modelo de Estrutura Homilética procure
compreender a função de cada um de seus elementos, para que o restante do nosso
estudo possa fluir com uma maior facilidade e aproveitamento. Ao pregador iniciante
- ou ao desconhecedor de tal estrutura - arrisco um conselho: tenha sempre este
“esqueleto” em mente e o use sempre que estiver desenvolvendo um esboço.
Conhecendo a Estrutura Homilética.
Texto Base: .............................................
Título do Sermão: ................................................................................
Objetivo específico do Sermão: ............................................................
INTRODUÇÃO:
1. ..........................................................................................................
2............................................................................................................
3. ..........................................................................................................
Tese do Sermão: ................................................................................................................
Frase de Transição: ..........................................................................................................
I – PRIMEIRA DIVISÃO PRINCIPAL [.....................................................................]
1 – Subdivisão [..........................................................................]
2 – Subdivisão [..........................................................................]
Frase de Transição: ..........................................................................................................
II – SEGUNDA DIVISÃO PRINCIPAL [.....................................................................]
1 – Subdivisão [..........................................................................]
2 – Subdivisão [..........................................................................]
Frase de Transição: ..........................................................................................................
CONCLUSÃO:
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1. .....................................................................................................................
2. .....................................................................................................................
3. .....................................................................................................................
EXPLICANDO A ESTRUTURA HOMILÉTICA
Teremos como objetivo agora compreender, resumidamente, qual a função prática
de cada um destes elementos no esboço e na escrita do sermão bíblico.
• TEXTO BASE. Aqui temos a indicação de qual será o texto base da nossa
pregação; que pode ser tópica, textual ou expositiva.
• TÍTULO DO SERMÃO. Não é muito comum encontrarmos pregadores que
anunciem o título de sua mensagem; exceto claro, por aqueles que vivem da venda
das mesmas. No cotidiano da Igreja isso é pouco comum. Porém, é interessante o
seu uso, tanto na hora da pregação, quanto antecipadamente, por exemplo, numa
‘propaganda’ colocada no boletim semanal da congregação.
• OBJETIVO ESPECÍFICO DO SERMÃO. O que o pregador deseja ensinar ao
povo? Tal será o objetivo específico daquele sermão. Ele pode, por exemplo,
ensinar à Igreja que Deus deseja um retorno à prática da santificação. Este é o
objetivo da mensagem. Ele está intimamente ligado ao ‘telos’ sobre o qual falamos
no artigo anterior e, portanto, ditará o tom e o rumo da pregação.
• INTRODUÇÃO. Alguns a consideram a parte mais difícil. É nela que o pregador
precisa ‘quebra o gelo’ que existe entre ele e a congregação. Em outras palavras,
ele precisa despertar o interesse de seus ouvintes para o tema que irá abordar. A
introdução ainda vem acompanhada de uma tese e de uma oração de transição,
como veremos a seguir.
• TESE DO SERMÃO. A tese nada mais é do que o objetivo do sermão escrito ou
dito de forma homilética. É a frase que o pregador usa para dizer a Igreja qual a
lição que ele pretende ensinar a ela. Sua tese poderia ser: “O que Deus exige de
cada um nesta noite é o retorno sincero a uma vida de santificação!”. Você conhece
algum pregador que gosta de contar “causos” sobre a mãe, a vó, o tio, a roça e o
galo que apareceu no bairro semana passada? Bem, se você levar a sério a tese do
seu sermão, fatalmente não irá dizer nada que não esteja coerentemente
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relacionado ao tema “vida de santificação”.
• FRASE DE TRANSIÇÃO. Como o nome já indica a “frase de transição” é aquela
que cria uma ponte que o pregador utiliza para passar naturalmente da introdução
ao restante do sermão. Como ela faz isso? Fazendo uso de alguma PALAVRA-
CHAVE. Estando unida a uma boa palavra-chave a frase de transição é uma
excelente ferramenta não apenas de ‘passagem’, mas também para promover a
Unidade da pregação. Observe os exemplos a seguir:
“O que Deus exige de cada um nesta noite é o retorno sincero a uma vida de
santificação (TESE). Você conhece a verdadeira importância da santificação? A
Bíblia nos ensina diversos motivos pelos quais a santificação é tão importante. Quais
são este motivos? (Oração de Transição utilizando a palavra-chave “motivos”)
Em alguns casos mudando a palavra-chave o pregador obtém um novo sermão,
mesmo que continue utilizando a mesma tese! Em outras palavras, o uso de
palavra-chave também nos proporciona uma certa opção de variedade na pregação.
Para pregadores que servem a mesma Igreja durante muito tempo isso posse ser
útil, uma vez que nos permite pregar o mesmo sermão de forma diferente! Vejamos
o próximo
exemplo: “O que Deus exige de cada um nesta noite é o retorno sincero a uma vida
de santificação (TESE). Se eu lhe pedisse para escrever os passos necessários
para uma vida de santificação, como você responderia? Será que podemos identifica
nas
Escrituras alguns passos necessários para alcançarmos uma vida de santificação?
Se estes passos existem, quais são eles? (Oração de Transição utilizando a palavra-
chave “passos”)
No primeiro sermão o seu objetivo seria demonstrar a importante de uma vida de
santificação, neste segundo exemplo, o objetivo é ensinar o caminho a ser
percorrido para alcançá-la. Não deve ser difícil perceber como isso pode auxiliar
pregadores que gostam de pregar em série – utilizando uma mesma tese ele poderá
pregar um mês inteiro, sem repetir a pregação!
Numa terceira pregação você pode, por exemplo, falar sobre os benefícios de se
cumprir a vontade de Deus retornando a uma vida de santificação. Fechando a
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série, poderíamos ter um sermão evangelístico, no qual o pregar ‘fecha’ tudo o que
ensinou numa mensagem que expões os falsos conceitos sobre a santificação –
concluindo com a chamada do Evangelho.
Espero que tenhamos logrado transmitir o valor do uso de palavras-chave.
Pessoalmente, a consideramos de grande valor, arriscando afirmar ser essa uma
das mais importantes descobertas que o pregador pode fazer sobre a arte de falar
em público.
• DIVISÕES PRINCIPAIS. O que chamamos de “divisões principais” – que podem
ser uma, duas ou mais – nada mais são do que o desdobramento natural da frase de
transição que busca explicar o que é dito na tese. Em outras palavras, a tese é o
que você quer provar, a oração de transição é como você pretende provar, e as
“divisões principais” são as provas que você tem a apresentar.
“O que Deus exige de cada um nesta noite é o retorno sincero a uma vida de
santificação (TESE). É possível que alguém que me tem escutado ao longo deste
mês pense em “santo” como sendo alguém tido em grande estima por algum povo
ou instituição religiosa. Preciso alertá-lo, porém, de que tal idéia sobre santificação é
um equivoco. Hoje, quero convidar você a refletir comigo sobre os falsos conceitos
sobre o que é uma vida de santificação” (Oração de Transição utilizando a palavra-
chave “ [falsos] conceitos”)
I– alguns pensam que santificação é legalismo... gálatas 2.11-17.
II – outros pensam que santificação é perfeccionismo... mateus 23.27-28.
III – há quem pense que santificação é mérito pessoal... lucas 18.10-13.
Do que falam cada uma destas “divisões principais”? Todas falam, separadamente,
de uma coisa só: os falsos conceitos sobre o que é uma vida de santificação.
Percebe-se facilmente como o uso de uma palavra-chave favorece a unidade do
sermão.
• SUBDIVISÕES. É possível, apesar de não obrigatório, que em cada Divisão
Principal, o pregador acrescente detalhes por meio de subdivisões. Tal prática é
muito comum em pregações expositivas. É preciso certo cuidado a fim de evitar que
o sermão fique muito longo e maçante. Prolixidade não tem qualquer utilidade num
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sermão, lembremo-nos sempre disso!
No exemplo a seguir é possível constatar que até mesmo as subdivisões podem ser
“amarradas” à divisão principal por meio de uma outra palavra-chave. Confira:
I – ALGUNS PENSAM QUE SANTIFICAÇÃO É LEGALISMO... Gálatas 2.11-17. Os
que pensam assim comentem um grande erro. Porque? Eis os motivos:
1. Paulo diz que o homem não é justificado pelas obras da Lei... Gálatas 2.16a
2. Paulo diz que somos justificados unicamente pela fé em Cristo... Gálatas 2.16b
3. Por isso, Paulo conclui que buscar a santificação por meio do legalismo é anular o
Evangelho de Cristo... Gálatas 3.1-5.
Repare como usar uma palavra-chave aqui ajuda bastante na manutenção da
unidade interna da divisão principal. Em muitos casos, mesmo quando o pregador
usa um esboço, temos a impressão de que ele mistura as ideias do sermão – as
famosas repetições e ‘enchimento de linguiça’. Este mal pode ser evitado com uma
prática tão simples como a que acabamos de demonstrar.
Lendo com atenção o modelo de Estrutura Homilética que demos lá no início se
pode notar ainda que entre uma Divisão Principal e outra também é possível
encaixar uma frase de transição. Aqui, assim como no exórdio, sua função precípua
é dar ao pregador condições de passar com tranquilidade de um ponto a outro do
sermão.
II - OUTROS PENSAM QUE SANTIFICAÇÃO É PERFECCIONISMO... Mateus
23.27-28.
NOTA: importante observar que nas orações de transição colocadas entre uma
Divisão Principal e outra, o pregador pode – talvez deva – fazer uso da palavra-
chave que usou na introdução. Isso fará o ouvinte se lembrar que esta aprendendo
sobre os “falsos conceitos” sobre o que é vida de santificação.
• CONCLUSÃO. Pessoalmente consideramos esta a parte mais problemática. Aqui
se dá o desfecho da mensagem. É o destino final da caminhada pela qual o
pregador conduziu seus ouvintes. Será que o pregador tinha, realmente, um
destino? É na conclusão que a gente costuma descobrir...
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O pregador pode encerrar sua mensagem utilizando recursos como: ilustração,
apelo, recapitulação das divisões principais; etc. O mais importante é que a
mensagem seja aplicada de forma viva e eficaz no coração de seus ouvintes.
Preferencialmente deve ser rápida.
Um bom exercício é ler a conclusão que Martinho Lutero elaborou para um de seus
sermões mais famosos, “Estevão”:
“Quem pode numerar as virtudes ilustradas no exemplo de Estêvão? Ali manifesta-
se o fruto do Espírito. Encontramos amor, fé, longanimidade, paz, gozo, mansidão,
benignidade, temperança e bondade. Vemos também ódio e censura de todas as
formas de mal. Notamos uma disposição em não estimar as vantagens mundanas,
nem temer os terrores da morte. A liberdade, a tranquilidade e todas as virtudes
nobres e graças estão em evidência. Não há virtude que não seja ilustrada neste
exemplo; não há vício que não seja reprovado. Que o evangelista diga que Estêvão
era cheio de fé e poder. O poder aqui implica atividade. Lucas diria: "Sua fé era
grande;
Consequentemente, suas muitas e poderosas obras". Pois quando a fé existe de
fato, seus frutos têm de se seguir. Quanto maior a fé, mais abundantes os frutos”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Diabo sempre lutará para que nós não nos dediquemos ao estudo sistemático da
palavra, pois por certo assim agindo, nos tornaremos a cada dia uma ameaça maior
para a proliferação do seu reino. Portanto, dediquemo-nos com apreço e afinco ao
estudo das Sagradas Escrituras para que possamos ser instrumentos afinados nas
mãos de Deus para comunicar a sua palavra.
Mão a obra, há muito trabalho a ser feito!
“Quem estuda e não pratica o que aprendeu, é como o homem que lavra a terra e não semeia”.
Provérbio árabe
Deus vos abençoe!!!
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Pr. Paulo César
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