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Alexandra Salomé é uma narrativa real, cujos fatos são romanceados de forma vibrante, com sucessivas aventuras. Salomé é uma adolescente judia de Maressa, uma pacata aldeia ao sul da Palestina, que, quando da chegada do pai de uma de suas muitas viagens, vê a vida se transformar de forma radical: a menina, que vivia numa torre tranquila da Fortaleza de Maressa, torna-se mulher no agitado palácio dos asmoneus, em Jerusalém. Obrigada a esquecer seus sonhos românticos e a se submeter a seu marido, um velho tirano, a jovem se fortalece sem tornar-se indiferente ao sofrimento de seu povo e, mesmo sob uma cultura religiosa, que desvaloriza a mulher, consegue se impor, enfim realizando seus sonhos e vivendo um grande amor....
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ALEXANDRA SALOME
A RAinhA dos Judeus
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São Paulo 2011
ALEXANDRA SALOME
A RAinhA dos Judeus
Carolina Portoliveira
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Copyright © 2011 by Editora Baraúna SE Ltda
CapaCadu Porto de Oliveira
Projeto GráficoTatyana Araujo
Revisão Henrique de SouzaClaudia Portaluppi
GravurasCarolina Portoliveira
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
___________________________________________________________________P882a Portoliveira, Carolina Alexandra Salomé : a rainha dos judeus / Carolina Portoliveira. - São Paulo : Baraúna, 2011. Inclui índice ISBN 978-85-7923-413-2 1. Ficção brasileira. I. Tírulo.
11-7269. CDD: 869.93 CDU: 821.134.3(81)-3
26.10.11 04.11.11 030981 ___________________________________________________________________
Impresso no BrasilPrinted in Brazil
DIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br
Rua Januário Miraglia, 88CEP 04547-020 Vila Nova Conceição São Paulo SP
Tel.: 11 3167.4261
www.editorabarauna.com.brwww.livrariabarauna.com.br
À minha família, em especial a meu marido Álvaro, a paciência e a colaboração durante todo o tempo que passei escrevendo este livro, e a todos os amigos que me incentivaram. Muito do meu mérito devo a vocês.
Nota da Autora
Ao pesquisar o século I a.C., deparei com Alexandra Salomé e, como mulher batalhadora, não pude deixar de me identificar com essa rainha.
Durante anos militando em profissões como profes-sora e artista plástica e em trabalhos sociais, pude sentir, na pele, a luta de uma mulher tentando conciliar a vida doméstica com os desafios da vida profissional, sendo ainda feliz e realizada como mãe, esposa e dona de casa.
E a curiosidade levou-me, pelas asas da imaginação, a penetrar na sociedade de 300 anos a.C..
Quanto mais pesquisava, mais curiosa ficava. Co-nhecendo a dinastia asmoneu ou a hasmoneu segundo alguns autores, vi-me envolvida pela cultura judaica. En-fim, estava diante de um grande desafio: romancear um personagem real da História.
Desde o princípio, meu objetivo não era escrever uma biografia, apenas contar a saga de uma grande mulher.
Sendo os asmoneus os últimos reis judaicos e, conse-quentemente, Alexandra Salomé sua última rainha, era de
vital imporância que este período fosse contado. Para tan-to, limitei minhas pesquisas a apenas alguns autores, apesar do assunto constar de todos os estudos da referida dinastia.
Outro desafio foi ordenar os acontecimentos. Há uma grande discordância quanto às datas. O maior escritor do período foi Flávio Josefo, porém bastante discutível em se tratando de datas. Por isso optei por não citá-las, somente montando uma cronologia para o leitor se situar aos fatos.
Preferi também estabelecer Alexandra Salomé nos padrões judaicos da época: moça jovem, saindo da ado-lescência, dada em casamento por acordo da família.
Os nomes pessoais e as cidades são, em sua maioria, os citados na História; a topografia, o calendário, a vegeta-ção e as plantações também se baseiam em pesquisas; e o desenrolar e os diálogos do romance são frutos de minha imaginação, porém em consenso com os fatos históricos.
Escolhi escrever os diálogos na segunda pessoa para oferecer ao leitor um ar de antiguidade. A narração é apresentada em linguagem coloquial, para facilitar e dei-xar o texto “mais leve”.
Alexandra Salomé foi escrito em dois anos, sem que nenhuma de minhas atividades fosse deixada. Trocava a noite pelo dia para escrever.
Espero que o leitor, ao ler esta história, seja levado a conhecer cada vez mais a riqueza dos nossos antepassados.
Foi muito bom escrever este livro, o qual espero que seja apreciado.
Carolina Portoliveira
Sumario
I — Salomé . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
II – Abiazar Setac . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
III – A Notícia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
IV – A Preparação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
V – A Viagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
VI – Jerusalém . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
VII – O Palácio dos Asmoneus . . . . . . . . . . . . . . . 69
VIII – A Vida no Palácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
IX – A Casa das Mulheres . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
X – Aristóbulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
XI – O Baio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
XII – O Casamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
XIII – A Princesa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
XIV – A Rainha Salomé . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151
XV – A Decisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
XVI – O Plano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183
XVII – Jonatas, Zaneu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197
XVIII – Alexandra Salomé e Alexandre Zaneu . . . 207
XIX – O Golpe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 217
XX – A Surpresa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 235
XXI – A Guerra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 245
XXII – Hircano II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 255
XXIII – A Caravana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 261
XXIV – Modim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 265
XXV – O Reencontro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 281
XXVI – Cleópatra III . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 287
XXVII – A Torre de Estratão . . . . . . . . . . . . . . . 295
XXVIII – A Volta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 303
XXIX – O Sanedrin de Jerusalém . . . . . . . . . . . . 315
XXX – Reinado Sem Rei . . . . . . . . . . . . . . . . . . 319
XXXI – Simão Ben Setac . . . . . . . . . . . . . . . . . . 331
XXXII – Os Filhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 337
XXXIII – O Ano da Remissão . . . . . . . . . . . . . . 343
XXXIV – Solidão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 355
XXXV – Um Sopro de Esperança . . . . . . . . . . . . 363
XXXVI – Gaza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 367
XXXVII – Maressa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 391
XXXVIII – Os Fariseus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 397
XXXIX – A Festa do Tabernáculo . . . . . . . . . . . 405
XL – O Grande Sanedrin . . . . . . . . . . . . . . . . . . 415
XLI – Jericó . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 427
XLII – A Volta do Rei . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 433
XLIII – A Guerra Entre Irmãos . . . . . . . . . . . . . 443
XLIV – A Montanha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 455
XLV – Os Filhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 467
XLVI – O Triunfo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 475
XLVII – O Trácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 485
XLVIII – O Dia Seguinte . . . . . . . . . . . . . . . . . . 493
XLIX – O Retorno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 501
L – A Paz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 511
LI – Ragaba . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 517
LII – O Despojo Mortuário . . . . . . . . . . . . . . . . 527
LIII – Alexandra Salomé, a Rainha dos judeus . . 531
LIV – A Volta dos Proscritos . . . . . . . . . . . . . . . 537
LV – A Vingança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 543
LVI – As Novas Leis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 551
LVII – Ascalon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 555
LVIII – Tempo de Descanso . . . . . . . . . . . . . . . 563
Cronologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 569
Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 583
13
AlexAndrA SAlomé
14
Carolina Portoliveira
15
AlexAndrA SAlomé
I — Salomé
A menina caminhava silenciosamente pelo corre-dor escuro. Seus pés descalços pisavam com cuidado no piso de pedra. Ela trazia nas mãos uma bandeja coberta com uma toalha de linho fino.
Passou por algumas portas e, finalmente, parou na última. Com o ombro, empurrou a pesada porta, que, sem dificuldade, cedeu, abrindo um pequeno espaço. De costas, esgueirou-se pelo vão, forçando a passagem.
O quarto estava fracamente iluminado por uma lamparina de azeite pendurada na parede.
Era um cômodo grande, com paredes altas de pedra. O piso também era forrado de pedras, onde tapetes es-tavam esparramados, tendo ao meio uma cama de dossel rodeado com cortinas transparentes. Ao lado, numa pe-quena mesa, ainda se encontravam uma caneca e farelos de pão, restos de uma refeição noturna. Jogado aos pés da cama, um bastidor com um bordado começado.
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