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CIEPH – Centro Integrado de Estudos e Pesquisa do Homem
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ACUPUNTURA
ACUPUNTURA
KATIE CRISTINA AMES
FLORIANÓPOLIS, 15 SETEMBRO DE 2014
KATIE CRISTINA AMES
ACUPUNTURA COMO TRATAMENTO PARA
OSTEOARTROSE DE JOELHO
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado
ao curso de especialização em Acupuntura
como requisito parcial para obtenção do grau
de Especialista em Acupuntura.
CIEPH – Centro Integrado de Estudos e Pesquisas do Homem
Florianópolis (SC), Setembro de 2014
FOLHA DE APROVAÇÃO
Acupuntura Como Tratamento Para Osteoartrose de Joelho
Elaborada por: Katie Cristina Ames
Orientada por:
( ) Aprovada ( ) Reprovada
CIEPH – Centro Integrado e Estudos de Pesquisas do Homem
Florianópolis 15 de setembro de 2014
Nome:.............................................................................................
Titulação:.........................................................................................
Assinatura:.......................................................................................
Nome:.............................................................................................
Titulação:.........................................................................................
Assinatura:.......................................................................................
ÍNDICE
1 Resumo.................................................................................pag.6
2. Introdução...........................................................................pag.7
2.1 Justificativa.......................................................................pag.8
2.2 Objetivo............................................................................pag.10
2.3 Método.............................................................................pag.10
3. Revisão...............................................................................pag.11
3.1 Mecanismos da Dor.........................................................pag.11
3.1.1 Dor Aguda x Dor Crônica.............................................pag.12
3.2 Acupuntura.......................................................................pag.13
3.3 Osteoartrose X Acupuntura..............................................pag.19
3.4 Outros Pontos Selecionados.............................................pag.28
4. Considerações Finais...........................................................pag.30
5. Conclusão............................................................................pag.32
6. Referências Bibliográficas..................................................pag.34
1. Resumo
A Osteoartrtrose (AO) é uma doença crônica degenerativa
caracterizada por degeneração da cartilagem articular, dor e
rifidez matinal. Este trabalho embasado no banco de dados do:
Lilacs, Medline, Pubmed, Bireme, Scielo, sciencedirect, tem
como objetivo verificar o efeito da acupuntura no alivio
sintomático da dor e melhor da funcionalidade física em
pacientes com osteoartrose de joelho. Diante dos dados e
melhora da funcionalidade em pacientes com osteartrose de
joelhos.
2. Introdução
A osteoartrose (AO), também conhecida como osteoartrite,
doença articular degenerativa ou artrose, segundo Camacho,
Marques e Kondo, é um estado de progressiva deterioração da
articulação sinovial e caracteriza-se por apresentar erosões da
cartilagem articular, dando origem a neoformação óssea das
bordas articulares denominadas osteófitos, microfraturas, cisto e
esclerose no osso subcondral.
De acordo com Biasoli e Izola, a AO é uma patologia que vem
afetando 10% da população dos países ocidentais e representa
uma das principais queixas nas consultas médicas, sendo
responsável por um numero exorbitante de absenteísmo e
aposentadoria por invalidez.
Tanto nos estágios iniciais quanto nos avançados, os pacientes
apresentam dor, rigidez matinal e edema nas articulações
acometidas. Nos estágios iniciais há o predomínio da dor com
realização de movimentos, rigidez, dor noturna e resposta
satisfatória a medicação anti-inflamatória.
Suas localizações mais comuns são mãos, joelhos quadris e
coluna vertebral. Varias medidas são preconizadas como
tratamento: analgésicos, anti-inflamatórios, aplicação de gelo ou
calor úmido, mudança de hábitos, uso de bengalas e muletas,
perda de peso, injeções de corticóides, fisioterapia e terapias
alternativas (como acupuntura)
Estima-se que 4% da população brasileira apresentem
osteoartrose e o acometimento de joelhos é responsável por 37%
dos casos. Quando a doença acomete as articulações dos
membros inferiores, é especialmente incapacitante
(VASCONCELOS DIA & DIAS, 2006).
Decorrente do desgaste das articulações, e que frequentemente
surge como parte do processo de envelhecimento, as dores no
joelho afetam um quarto das pessoas com mais de 55 anos e é
severo o bastante para restringir as atividades diárias pela
metade.
Sua prevalência aumenta com a idade, sendo maior o número de
casos de osteoartrose de joelho em mulheres, diferente da
osteoartrose de quadril que tem maior incidência em homens
(CAMARGO, 2004; MARX ET AL., 2006).
Considerando-se que a dor é uma das principais queixas
relatadas pelos pacientes portadores de AO, a International
Association for the Study of Pain define: “A Dor é uma
experiência sensorial e emocional desagradável, decorrente da
lesão real ou potencial dos tecidos do organismo”.
A dor é fenômeno inerente ao ser vivo, considerada um
mecanismo de alerta e de defesa. Nela, a defesa identifica um
estimulo agressor que pode ferir a integridade do organismo, e o
alerta, o que faz com que os seres vivos procurem meios de
restituir a normalidade.
2.1 Justificativa
A osteoartrose é um processo crônico degenerativo, com alta
incidência, populacional é caracterizada pela morbidade,
sintomas de dor e incapacidade física. Atualmente não existe
cura, mas tratamento que amenize o sofrimento dos pacientes.
Os tratamentos mais procurados são o medicamentoso e o
cirúrgico, chamados de tratamentos convencionais.
Entretanto, pode-se observar que outras modalidades de
tratamentos, como a acupuntura estão em ascensão, o que é
justificado pela sua eficácia e a ausência de efeitos colaterais,
diferente do que ocorre com o tratamento medicamentoso e
cirúrgico.
Osteoartrose tem sido considerada a forma mais comum de
artrose e a maior causa de morbidade, limitação física e
cuidados com a saúde, especialmente em indivíduos mais
velhos. A causa da osteartrose e frequentemente desconhecida e
atualmente não existe cura, entretanto o tratamento primário da
osteoartrose é direcionado em minimizar sua morbidade. As
articulações mais comumente afetadas são joelhos, quadris,
punhos e coluna vertebral (EZZO et AL., 2001).
Em seu artigo ROMERA (2002) afirma que em muitos de seus
pacientes, especialmente aqueles com doença crônica,
tratamento convencionais (medicamentosos, intervenções
cirúrgicas) não tem gerado trabalho satisfatório, por causa dos
seus efeitos colaterais e ainda não aliviam seus sofrimentos. E
dessa forma American College of Rheumatology (ACR)
reconhece esta população com osteoartrose expressa maior
proximidade e interesse por esta forma de tratamento. Afinal as
frustrações pelo tratamento medicamentoso é grande, devido a
baixa resultabilidade e aos efeitos colaterais. Ignorar o
tratamento pela acupuntura seria um sinal de desconsideração
para com os pacientes, uma posição imprudente de uma
organização profissional.
Justifica-se também na busca de dados que possam comprovar a
eficácia de outros tratamentos alternativos, como acupuntura,
para os sintomas de dor e de incapacidade física já que a mesma
é classificada no meio cientifico como uma alternativa eficaz no
tratamento da dor e da funcionalidade sem apresentar efeitos
colaterais adversos.
2.2 Objetivo
Verificar, a partir de revisão literária os efeitos da acupuntura no
quadro álgico e na funcionalidade física em indivíduos com
osteartrose de joelho.
2.3 Método
O artigo foi desenvolvido através de uma revisão bibliográfica
descritiva, no qual foram utilizados livros, teses e artigos
científicos nacionais e internacionais, correspondentes de 1993
a 2011, nos idiomas português e inglês. Embasado nos bancos
de dados do Lilacs, Medline, Bireme, BBC, NCCAM, Google,
Science Direct, Faculdade de Saúde Publica, Organização
Mundial de Saúde (OMS), teses e artigos disponibilizados na
internet, Pubmed, Bireme, Scielo, Cochrane, sciencedirect,
Google, empregando termos como: acupuntura; terapias
alternativas; osteoartrose; osteartrite; dor; acupontos; meridianos
e tratamento para osteoartrose. Todo material colhido foi
analisado e serviu como base para elaboração do trabalho.
3. Revisão Literária
3.1 Mecanismos da dor
A dor é uma entidade sensorial múltipla que envolve aspectos
emocionais, sociais, culturais, ambientais e cognitivos
(OLIVEIRA et. al., 1997).
A Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP), define
a mesma como uma sensação subjetiva relacionada com uma
lesão tissular (TRIBOLI, 2003). Entretanto, tem sido sugerido
que nem sempre acontece esta associação, como na cefaleia ou
na dor pélvica crônica por exemplo, onde estas aparecem existir
sem lesão tissular detectável pelos métodos de diagnósticos da
pratica clinica e sim por haver alterações neurofuncionais
restritas ao âmbito biomolecular que induza a dor (ROCHA et
al., 2007).
Por outro lado, este mesmo autor cita que um trauma ou uma
estimulação do Sistema Nervoso Periférico ou Sistema Nervoso
Central ativa a liberação de peptídeos e receptores, com
posterior tradução do sinal para o meio intracelular (ROCHA et
al., 2007).
O fenômeno sensitivo doloroso é a transformação de estimulo
agressivo em potenciais de ação que a partir das fibras
periféricas (aferentes), são transferidos para o Sistema Nervoso
Central (OLIVEIRA et al., 1997; ROCHA et al., 2007).
Os trajetos dos impulsos nervosos se dão origem da dor incluem
o sistema nervoso periférico, a medula espinhal, o tronco
cerebral, o tálamo e o córtex cerebral, podendo ser modulados
em cada uma dessas regiões (TRIBOLI et al., 2003).
Os receptores específicos para a dor estão localizados nas
terminações de fibras nervosas A e C que quando ativadas,
sofrem alterações na membrana celular permitindo a deflagração
do potencial de ação (ROCHA et al., 2007). Os corpos celulares
das fibras A e C são encontrada no gânglio da raiz dorsal, de
onde fazem sinapse com células de transmissão nociceptiva
central. A partir daí, estas informações são transmitidas pela via
direta (tracto espinotalâmico) até o tálamo, de onde são
transmitidas até o córtex somatosenssorial e outras regiões
corticais (TRIBOLI, 2003).
O agente nocivo detectado por ramificações periféricas que
inervam a pele, o músculo ou outro tecido estimulam a liberação
de substancias químicas denominadas algiogênicas presentes no
ambiente tissular e sensibilizam então os nociceptores (ROCHA
et al., 2007; OLIVEIRA et al., 2007). Quando o estimulo
provoca a lesão tecidual, há desencadeamento de processo
inflamatório seguido de reparação (ROCHA et al., 2007).
3.1.1 Dor Aguda x Dor Crônica
A dor é uma entidade sensorial múltipla que envolve aspectos
emocionais, sociais, culturais, ambientais e cognitivos.
No caso da dor aguda, que é comumente associada ao dano
tecidual, a percepção da sensação da dor atua como um sinal que
induz a pessoa a adotar comportamentos que a objetivam
afastar, diminuir ou abolir a dor. Já em contraste com a dor
aguda, a dor crônica tem função biológica diferente e associa-se
a muita hiperatividade autonômica. Os doentes com dor crônica
geralmente, exibem sintomas neurovegetativos como alterações
no padrão de sono, apetite, peso e libido, associados a
irritabilidade, alterações de energia, diminuição da capacidade
de concentração, restrições nas atividades familiares,
profissionais e sociais (OLIVEIRA et al., 1997).
A analgesia é a ausência de dor em resposta a um estimulo
doloroso. Os responsáveis por bloquearem o sinal nociceptivo,
sem alterar as demais formas de sensibilidade, são os chamados
de opiódes, estes se fixam aos mesmos receptores que as
endorfinas. Os opiódes incluem: encefalinas, dinorfinas e as B-
encefalinas, que são classificados em opiódes endógenos, por
serem substancias endógenas de ocorrência natural, resultando
na ativação de mecanismos analgésicos (ROCHA et al., 2007).
3.2 Acupuntura
Segundo Vale (2006), a acupuntura foi o primeiro método
analgésico eficaz no tratamento da dor na historia da Medicina.
Utilizada há mais de 3.000 anos na Medicina Tradicional
Chinesa para tratamento de varias doenças, surgiu da observação
serendíptica de que os ferimentos à flecha nos guerreiros
cicatrizavam mais rápido do que os de espada ou porretes.
A prática de inserir agulhas em pontos específicos do corpo
aponta melhora da saúde e do bem-estar. A técnica de
acupuntura tem sido estudada cientificamente, envolvendo
inserção de finas agulhas, solidas e metálicas que são inseridas
no corpo e manipuladas pelas mãos ou por estímulo elétrico.
Recentemente, pesquisas científicas começaram a desvendar
mais possíveis mecanismos da acupuntura e potenciais
benefícios, especialmente no tratamento de condições dolorosas
tal como a artrose (NCCAM _ National Center of
Complementary and Alternative Medicine, 2004).
O efeito estimulatório da corrente elétrica tem seu lugar cativo
há muito tempo na eletropatia ocidental. Nesse caso, os
impulsos elétricos são conduzidos por meio de eletrodos na pele
na forma, duração e frequência bem definidas. Essa forma de
eletroterapia é largamente utilizada no tratamento da dor em
pontos principais determinados, como, “estimulação
transcutânea do nervo”.
Na acupuntura moderna, tais correntes de impulso são
transportadas para as agulhas espetadas.
A acupuntura modula neuroquimicamente os impulsos
dolorosos na medula espinhal e do encéfalo, e influencia
também na atividade encefálica através da estimulação em
pontos maiores como o E36 que ativa o hipotálamo (responsável
pelo aumento dos níveis de endorfina, controle do
comportamento, da temperatura, o impulso para comer e beber),
núcleo accumbens (regulação da emoção, motivação, cognição e
da liberação do neurotransmissor da dopamina relacionada à
busca do prazer) e desativam hipocampo (responsável pelo
controle de nossas atividades emocionais e comportamentais,
assim como nos impulsos motivacionais), inclusive
influenciando no consumo de analgésicos e anestésicos (VALE,
2006).
Yamamura (1996) realizou uma pesquisa cujo seu propósito era
de correlacionar a intensidade do potencial das pontas das
agulhas com as diferentes características das agulhas de
acupuntura e determinar das agulhas de acupuntura e determinar
a influencia do meio ambiente sobre elas. Com a conclusão do
estudo, obteu-se que a inserção de agulhas provoca lesões
celulares que liberam substancias algógenas, aos quais
estimulam quimiorreceptores e, através das fibras C e A-delta
podem influenciar a atividade do sistema nervoso autônomo e
do encéfalo (YAMAMURA et al., 1996).
Na concepção neurofisiológica de ação da acupuntura, as
agulhas agem, principalmente sobre as fibras nervosas A-delta e
C, desencadeando potencial de ação na membrana destas fibras,
cujo o estímulo seguem até a medula espinhal, por onde através
de series de sinapses podem estabelecer arcos reflexos, estimular
os neurônios pré-ganglionares e projetar-se através dos tractos
espinorreticular e espinotalâmico para o encéfalo
(YAMAMURA et al., 1996).
A formação reticular consiste em grupos de neurônios e fibras
neurais que unem os núcleos cerebrais entre eles e cada um
separadamente com centros subcorticais, centros talâmicos,
centros do cerebelo, centro mesencefálicos, medula oblonga e
medula espinhal.
Segundo VALE (2006), a acupuntura foi o primeiro método
analgésico eficaz no tratamento da dor na historia da Medicina.
Utilizada há mais de 3.000 anos na Medicina Tradicional
Chinesa para tratamento de várias doenças, surgiu da observação
serendíptica de que os ferimentos à flecha nos guerreiros
cicatrizavam mais rápido do que os de espada e porretes.
A prática de inserir agulhas em pontos específicos do corpo
aponta melhora da saúde e do bem estar. A técnica da
acupuntura tem sido estudada cientificamente, envolvendo
inserção de agulhas finas, sólidas e metálicas que são inseridas
no corpo e manipuladas pelas mãos ou por estímulo elétrico.
Recentemente, pesquisas cientificas começaram a desvendar
mais possíveis mecanismos da acupuntura e potenciais
benefícios, especialmente no tratamento de condições dolorosas
tal como a artrose (NCCAM – National Center of
Complementary and Alternative Medicine, 2004).
O efeito estimulatório da corrente elétrica tem seu lugar cativo
há muito tempo na eletroterapia ocidental. Nesse caso, os
impulsos elétricos são conduzidos por meio de eletrodos na pele
de forma, duração e frequência bem definidas. Essa forma de
eletroterapia é largamente utilizada no tratamento da dor, em
pontos principais detrerminados, como “estimulação
transcutânea do nervo”.
Na acupuntura moderna, tais correntes de impulso são
transportadas para as agulhas espetadas.
A acupuntura pode ser feita com agulhas, com ou sem
estimulação elétrica. Não há evidência robusta de que
acupuntura seja melhor do que acupuntura simulada
(procedimento igual, porém com agulhas inseridas em locais que
não são relevantes para tratar dor).
Revisão sistemática de 28 de 18 ensaios (n= 1.800 pacientes)
comparou acupuntura com e sem estimulação elétrica a
acupuntura simulada, placebo ou outras intervenções como
controle. Dez estudos testaram acupuntura manual e oito, eletro-
acupuntura.
Maior redução de dor ocorreu nos grupos de acupuntura em
relação aos controles em 10 estudos. Acupuntura verdadeira foi
comparada à acupuntura simulada em três estudos (n= 329
pacientes com osteoartrose de joelho). Metanálise dos dados
homogêneos mostrou pequena, mas significativa, diferença
favorecendo a acupuntura verdadeira (P=0,04). A mesma
comparação feita com eletro-acupuntura (2 ensaios, com 260
pacientes) mostrou significância estatística, mas não clínica. A
heterogeneidade desses dois estudos não permitiram uma
expressiva metanálise. Como a acupuntura tem aceitável perfil
de segurança, constitui uma opção válida no tratamento da dor
da osteoartrose periférica.
Outro ensaio clínico randomizado comparou o resultado de 15
sessões de acupuntura num período de três meses em 357
pacientes com osteoartrose de joelho ou quadril num grupo
controle (355 pacientes) que só recebeu atendimento médico,
sem acupuntura. Os sintomas (dor crônica) e a qualidade de vida
melhoraram pronunciadamente no grupo da acupuntura versus o
grupo de controle (P < 0,001), perdurando o beneficio ao longo
de seis meses.
Ensaio clínico randomizou 1007 pacientes com osteoartrose de
joelho e dor pelo menos seis meses para receber acupuntura
simulada (agulhas inseridas superficialmente em pontos não
adequados à acupuntura para a dor) e terapia conservadora
(fisioterapia e AINE). As taxas de sucesso foram,
respectivamente, 53,1 %, 51% e 29,1 %. Não houve diferença
entre acupunturas verdadeira e simulada (RR = 1,01; IC 95%;
0,87 – 1,17).
Os autores sugerem que isso pode dever-se a efeito de placebo,
diferenças de intensidade de contato entre paciente e provedor
de cuidado ou efeito fisiológico da punção, não associado aos
princípios da acupuntura. Em outro estudo, a acupuntura
verdadeira, em comparação à simulada e à educação dos
pacientes, mostrou-se superior na melhoria de função em oito
semanas (P=0,01), mas não em relação à dor (P+0,18) e
avaliação global dos pacientes ( P > 0,2). Ao fim de 26 semanas,
o benefício da acupuntura verdadeira foi significativamente
maior que o da acupuntura simulada em todos os desfechos:
escores de função (diferença média: - 2,5, IC 95%: -4,7 a -0,4; P
= 0,01) de dor (diferença média: - 0,87; IC 95%: - 1,58 a – 0,15;
P = 0,003) e de avaliação global do pacientes (diferença média:
0,26; IC 95 %: 0,07 – 0,45; P = 0,02). Ao fim de 26 semanas, a
adesão dos pacientes foi maior nos grupos de acupuntura do que
nos que receberam somente educação para controle do
problema.
Nova comparação entre acupuntura e acupuntura simulada, com
diclofenaco nos dois braços do estudo, mostrou superioridade da
acupuntura verdadeira em melhorar atividade funcional, dor,
capacidade física e funcionamento emocional.
Os pontos de acupuntura apresentam funções terapêuticas que
vão além das propriedades atualmente creditadas aos pontos
miofasciais, sua utilização está indicada não somente para as
dores músculo-esqueléticas, mas também para promover a
normalização funcional do organismo (SANCHEZ et al., 2004).
Da mesma forma que a estimulação elétrica transcutânea
nervosa (TENS), a acupuntura e eletroacupuntura, também
podem inibir estímulos nociceptivos, pela ativação dos sistemas
inibitórios da dor descendente que agem no nível do miótomo
especifico. A acupuntura e eletroacupuntura apresentam um
efeito inibitório nos interneurônios da medula espinhal que é
mediada pelo sistema analgésico opiáceo (DIAS et al., 2003).
No Brasil, acupuntura já vinha vendo incorporada com
alternativa terapêutica desde a década de 80. Durante o ultimo
Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, o assunto mereceu
destaque através de “Comunicações Coordenadas” sob o título
geral de “Proposições alternativas de assistência à saúde”.
Discutiram-se a historia e a “fundamentação científica” da
acupuntura, as experiências de implantação dessa prática na rede
pública em vários Estados da Federação, e os problemas
existentes para a prática desta alternativa no Sistema Único de
Saúde (SUS) (PALMEIRA, 1990).
Bland, (1979), Apud Palmeiras (1990), relatam casos de curas,
muitas vezes espetaculares com uso da acupuntura tem sido um
recurso frequente, com o sucesso da anestesia pela própria
durante cirurgias.
Tratamento Complementar Alternativo, é a forma como Ernest
(2000) classifica a acupuntura. Ele afirma que este tipo de
terapia tornou um assunto importante para os reumatologistas.
Ele realizou uma revisão sistemática sobre os efeitos da
acupuntura no alivio da dor em pacientes com fibromialgia,
osteoartrose, reumatismo e dor no pescoço. E ele conclui que a
acupuntura é adiante o melhor modo de alicio da dor,
principalmente para este tipo de enfermidade.
Segundo Barone (2004) a acupuntura tem mostrado ser um
tratamento cada vez mais popular para o reumatismo e outros
processos patológicos para a população ocidental, está deveria
ser considerada como conduta padrão para o tratamento da
osteoartrose.
O tratamento para pacientes através da acupuntura evoluiu ao
longo do tempo e, recentemente, tem havido muito interesse
pela filosofia deste tratamento, pois a eficácia da acupuntura
como método terapêutico e sua aplicação na analgesia cirúrgica
motivaram pesquisas com o objetivo de encontrar alguma
explicação científica de seu modo de ação (ANDRADE et al.,
2004).
Pacientes com dor crônica devido à artrose do joelho ou quadril
foram aleatoriamente encaminhados para se submeter-se a 15
sessões de acupuntura em um período de três meses ou fazer
parte de um grupo controle que não recebeu sessões de
acupuntura. Todos os pacientes foram autorizados a receber
cuidados médicos habituais como o uso de analgésicos, além do
tratamento proposto pelo estudo.
A gravidade dos sintomas da artrose foi avaliada pelo índice de
WOMAC (Western Ontario and McMaster Universities
Ostheoarthritis Index) no início do estudo e após três e seis
meses. Um total de 357 pacientes foram encaminhados para o
grupo de acupuntura e 355 participaram do grupo controle. Aos
três meses o WOMAC havia melhorado, em média, 17 pontos
no grupo da acupuntura e 0,9 pontos no grupo controle. O
sucesso do tratamento manteve-se durante seus meses.
3.3 Osteoartrose X Acupuntura
Na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), os sinais e sintomas
da osteoartrose podem corresponder a vários padrões de
desarmonia, mas os mais comuns são as Síndromes Bi, causadas
pelos ataques de agentes patogênicos externos: Vento, Frio e
Umidade. Aqui também se prescreve múltipla abordagem destes
padrões de desarmonia, incluindo acupuntura, fitoterapia,
dietoterapia e exercícios físicos chineses.
A acupuntura é reconhecidamente um meio eficaz de tratar a
osteoartrose, apresentando a vantagem de ser destituída de
efeitos colaterais. Dois interessantes estudos clínicos
recentemente publicados no periódico inglês Acupuncture in
Medicine demonstraram a ação terapêutica da acupuntura na
osteoartrose.
Um estudo abordou a osteoartrose avançada de joelho e
comparou o efeito de agulhar os dois joelhos (22 pacientes) com
o de somente agulhar o mais afetado (22 pacientes). Todos os
pacientes estavam na fila de espera para a cirurgia de prótese de
joelho. Após um mês e meio de sessões semanais os pacientes
de ambos os grupos melhoraram da dor e da capacidade
funcional de forma semelhante. As melhoras se mantiveram por
um período de pelo menos seis meses. Como benefícios
“inesperados” do estudo, um paciente também melhorou da dor
lombar, dez pacientes do sono à noite, um paciente da circulação
no membro afetado, três pacientes abandonaram a bengala e
quatro pacientes pediram para sair da lista de espera da cirurgia.
No outro estudo, com osteoartrose de quadril, a ação terapêutica
da acupuntura (13 pacientes) foi comparada com exercícios e
aconselhamento (12 pacientes) em pacientes que aguardavam
cirurgia de prótese de quadril. Após um mês e meio de sessões
semanais de acupuntura ou três encontros como pesquisador
para o treinamento dos exercícios e aconselhamento, os
pacientes que haviam recebido somente a acupuntura tinham
apresentado melhora maior dos sintomas do que os haviam
recebido apenas a orientação.
Estes trabalhos confirmam cientificamente a já reconhecida ação
terapêutica da acupuntura na osteoartrose, auxiliando no
caminho para a sua afirmação com método terapêutico em nosso
meio.
A acupuntura segundo Vale (2006) foi o primeiro tratamento
que levou a anlgesia eficaz no tratamento na História da
Medicina. Utilizada há mais de 3.000 anos na Medicina
Tradicional Chinesa para o tratamento de varias doenças, surgiu
da observação serendíptica de que os ferimentos à flecha nos
guerreiros cicatrizavam mais rápido do que os de espada e
porrete.
A Organização Mundial de Saúde em 1978 frisou que os
benefícios analgésicos e anti-inflamatórios do tratamento pela
acupuntura são comprovadamente superiores aos de um placebo
(VALE, 2006).
Wu, Zhu & Gong (2007) desenvolveram uma pesquisa num
período de 2003 – 2005, com 106 casos de pacientes com dor
devido a osteoartrose de joelho. O grupo foi dividido em um
grupo experimental que recebeu o tratamento pela acupuntura e
realizou a contração isométrica da musculatura do quadríceps, e
um grupo controle que recebeu somente o mesmo tratamento
pela acupuntura. Foram selecionados 20 homens e 33 mulheres
com idade de aproximadamente de 59 anos, alguns pacientes
tinham o acometimento bilateral, abrangendo uma população de
53 pessoas e 90 joelhos acometidos. Devido os critérios de
exclusão e de inclusão a amostra permaneceu 53 pessoas, mas
resultou-se no tratamento de 85 joelhos.
Após a inserção das agulhas, o grupo, experimental realizava o
que os autores denominavam de tratamento funcional, que
consistia na contração ativa da musculatura do quadríceps em
que o paciente posicionava-se em decúbito dorsal, membros
inferiores estendidos, contraia o quadríceps isometricamente até
dois segundos e em seguida relaxava a musculatura durante dois
segundos. Este processo se repetia a cada sessão que
aconteceram durante dez dias consecutivos, com duração de 40
minutos cada.
Berman et al., (1999) realizaram um estudo randomizado com o
propósito de investigar a eficácia da acupuntura como uma
terapia complementar para o alivio da dor e da melhora da
função física em pessoas com 50 anos ou mais que tenham
osteoartrose de joelho. Este estudo teve uma amostra de 73
pacientes com o quadro sintomático, apresentando dor e perda
da funcionalidade física. Os pacientes foram divididos em dois
grupos escolhidos ao acaso para o grupo experimental ou para o
grupo controle. No grupo experimental os pacientes realizaram o
tratamento pela acupuntura e o tratamento convencional
(medicamentoso), já no grupo controle que só realizavam o
tratamento convencional. As sessões de acupuntura perduravam
por oito semanas consecutivas. Berman et al., (1999) concluiu
que a acupuntura quando adicionada ao tratamento convencional
– medicamentoso, é uma efetiva e segura terapia para pacientes
com osteoartrose de joelho.
Este autor afirma que os idosos que receberam acupuntura
relataram que não sentiram nenhum efeito colateral com este
tratamento. O que é um fator importante, já que a maioria dos
medicamentos padrões produz problemas gastrointestinais
graves, principalmente em idosos. O fato da acupuntura
diminuir a dor e melhorar a função sem apresentar nenhum
efeito colateral, seria importante diminuir o uso dos
medicamentos e colocar a acupuntura como tratamento
primário.
Berman et. al., (2004) em outra pesquisa do tipo placebo,
randomizado teve o objetivo de determinar se a acupuntura
provoca melhora na dor, da funcionalidade física comparada
com a Sham Acupuntura e com orientações a pacientes com
osteoartrite de joelho. A pesquisa foi feita com 570 pacientes de
50 anos ou mais que apresentavam osteoartrite de joelho,
durante 26 semanas, no período de março de 200 a dezembro de
2003. A amostra foi dividida 30 em 3 grupos por iguais: a Shaw
Acupuntura, a acupuntura verdadeira e o tratamento por
orientações educacionais. A acupuntura verdadeira foi a real
inserção de agulhas na área do joelho com base de protocolos
previamente desenvolvidos por estes autores, e foi estimulado a
sensação de “De QI” nos pacientes deste grupo. No grupo da
Shaw acupuntura a inserção de agulhas e o local foram
modificados, foram inseridos pontos nessa área abdominal e em
pontos verdadeiros da perna, embora estes fossem utilizados
agulhas de plástico em um pedaço de fita adesiva, sem a
inserção das mesmas na pele. O grupo do tratamento
educacional consistiu em seis horas aula baseadas nas diretrizes
do Programa em Artrites, as aulas foram executadas por um
profissional treinado, especialista em educação a paciente com
osteoartrose. Vale ressaltar que as informações oferecidas
durante o curso não foram explicadas pelos autores no referido
artigo. Os autores chegaram a uma conclusão que a acupuntura
promoveu a melhora da função e alivio da dor quando
comparado com o grupo da Shaw Acupuntura e com os das
orientações educacionais.
LINDE, Weidenhammer & Strong (2006) realizaram uma
pesquisa, cujo o objetivo era investigar os resultados do
tratamento pela acupuntura em pacientes com osteartrose de
joelho. Foi entrevistada uma população de 1.443 pacientes com
dor devido à osteoartrose, mas somente 1.167 foram cadastrados
para a amostra. Durante a aplicação dos questionários, um fluxo
de 736 pacientes ficaram como amostra, na qual a prevalência
de local de acometimento para a osteoartrose nestes pacientes
em : 70 (10%) sofriam de osteoartrose secundária de joelho, 278
(38%) sofriam exclusivamente de osteoartrose primária de
joelho (uni ou bilateral); 239 pessoas sofriam de osteoartrose de
quadril, artrose de joelho e osteoartrose de ombros; 149
apresentavam artrose em duas ou mais articulações. A média de
dor entre os participantes no inicio da pesquisa era de 5,7 e eles
apresentavam também prejuízo na função física devido à
doença. O defeito desta pesquisa foi não ter incluso na
metodologia um grupo de controle. O número de sessões de
tratamento pela acupuntura foi no Maximo de 15 sessões. Os
resultados deste estudo feito por Linde et al., (2006) mostram o
tratamento pela acupuntura em diversos locais de osteoartrite. E
chegam a uma conclusão que depois das sessões de tratamento
por acupuntura, os pacientes afirmavam sentir menos dor,
diminuíram a dosagem de medicamento, melhora de aptidão na
funcionalidade física e na saúde mental, resultados melhores na
diminuição da dor e uma menor taxa de fator de risco para
depressão.
Ao avaliarem o efeito terapêutico da acupuntura, 18 % dos
participantes do estudo classificaram-os como muito bom, 27%
como bom, 31 % como moderado, 16 % pequeno e 8% não
relatou nenhum beneficio. Os efeitos colaterais foram relatados
por 7% dos pacientes que responderam as perguntas (724
pacientes) e consideraram como os mais frequentes dos efeitos
colaterais a fadiga, hematoma e a dor. Portanto, a acupuntura
pode ser uma terapia viável para o tratamento da dor da
osteoartrite de joelho e quadril.
TULLI et. Al., (2002) reportou uma triagem controlada,
comparando o resultado do tratamento de pacientes com
osteoartrose de joelho a acupuntura com nenhum tratamentos de
pacientes com osteoartrite de joelho avançada que esperavam
cirurgia de artroplastia total de articulação. Sua amostra
consistiu de 75 pacientes, embora 60 pacientes completaram
com sucesso a triagem – 30 no grupo controle que não receberia
nenhum tratamento pela acupuntura e 30 no grupo experimental
que receberiam o tratamento pela acupuntura com base no
protocolo estudado pelos autores. Os pacientes receberam
tratamento durante seis semanas, e era feito semanalmente
durante 15 minutos cada sessão. Durante as sessões foi buscada
a estimulação de “De Qi”. Baseado em seus resultados, eles
concluem que acupuntura deve ser usada como uma ferramenta
importante para a melhora do tratamento de pacientes com
osteoartrose de joelho. E que é particularmente importante em
pacientes incapacitados, pois a melhora dos sintomas da
osteoartrose de joelho enquanto esperam a cirurgia de
artoplastia.
Sem contar que pode reduzir o número de pacientes destinados a
cirurgia, a melhora de qualidade de vida destes pacientes, com
um menor custo e sem efeitos colaterais.
ROMERA (2002) comenta em seu artigo que para muitos
pacientes, especialmente os que possuem doença crônica,
tratamentos convencionais não são muito satisfatórios, por
causar efeitos colaterais e muitas vezes não aliviam seu
sofrimento. Comentou também que Fernández et al., fez uma
sistemática revisão bibliográfica e concluiu que a acupuntura é
efetiva no tratamento da dor em pacientes com osteoartrose de
joelho. VAZ et al., (2004) analisou a eficácia da acupuntura
como uma terapia complementar para o tratamento
farmacológico da osteoartrose de joelho no alívio da dor,
redução da rigidez articular e incremento da funcionalidade
física, bem como na melhora da qualidade de vida.
BERMAN (2005) afirma no Jornal Annals of Internal Medicine,
que em sai pesquisa a acupuntura ampliou o alivio da dor e
melhorou a função física em pacientes que não toleravam o
tratamento convencional (medicamentoso). Dessa forma, o
tratamento pela acupuntura deveria estar incluída como um
tratamento convencional – frequente pois pode vir a ser um
importante meio de pronunciar a melhora funcional de pacientes
com osteoartrose, especialmente nos casos de intolerância a
medicamentos.
Um estudo incluindo reumatologistas e acupunturistas
licenciados matriculados 570 doentes, com idade compreendidas
entre os 50 anos ou mais velhos, com osteoartrose do joelho. Os
participantes tiveram significativa dor em seu joelho no mês
antes de participar do estudo, mas nunca haviam experimentado
a acupuntura antes, também não haviam operado o joelho num
período de seis meses e não tinham usados esteroides ou
similares injetáveis.
Os participantes foram distribuídos aleatoriamente para receber
um dos três tratamentos: acupuntura, acupuntura sham ou
participação em grupo de controle que se seguiu a Arthitis
Foundation’s, curso de gestão da sua condição. Os pacientes
continuaram a receber assistência médica padrão de seus
médicos primários, incluindo medicamentos anti-inflamatórios.
Tais como inibidores seletivos da COX-2, não-esteróides, anti-
inflamatórios e opiódes.
“Pela primeira vez um ensaio clínico, com suficiente rigor, o
tamanho e a duração demonstrou que a acupuntura reduz a dor
funcional da osteoartrose do joelho”, disse Stephen E. Straus,
diretor do NCCAM.
No decorrer do estudo, liderado por Brian M. Berman, diretor do
Centro de Medicina Integrativa e professor de medicina da
Universidade de Maryland School of Medicine, 190 pacientes
receberam a acupuntura verdadeira, e 191 pacientes receberam
tratamento com acupuntura sham durante 26 semanas. O método
sham é um processo destinado a impedir os doentes de ser
capazes de detectar se as agulhas são efetivamente inseridas no
tratamento.
O Centro Nacional de Medicina Complementar e Alternativa
(NCCAM) é dedicado a explorar atividades complementares da
medicina alternativa, práticas no contexto de rigor cientifico, a
formação e investigar e abalizar os conhecimentos aos
profissionais que aplicam a acupuntura como método de tratar a
osteoartrose.
Deve-se analisar, primeiramente, que tipo de efeito pode-se
esperar com a acupuntura: aumento geral do limiar da dor
(liberação da endorfina); diminuição da dor no plano segmentar;
melhora na circulação sanguínea e regulação do meio celular;
relaxamento muscular geral e local, aumento dos espasmos
musculares.
As indicações feitas pelo paciente sobre o ponto de dor, tipo de
dor e as causas que as provocam formam as bases do tratamento.
Todos os meridianos da região dolorosa podem ser afetados,
mas em intensidades distintas, de tal forma que, pode-se
descobrir um “meridiano principalmente afetado”
(KITZINGER, 1996).
Na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), os sinais e sintomas
da osteoartrose podem corresponder a vários padrões de
desarmonia, mas os mais comuns são as Síndromes Bi, causadas
pelos ataques de agentes patogênicos externos: Vento, Frio e
Umidade.
Segundo Bischko, os pontos principais para o tratamento da
osteoartrose ou de uma dor no joelho são: E 34, E 35, E 36, F 7,
F 8, BP 9, VB 34. Os pontos peripatelares segundo Bachman: B
54, VB 34, E 36, F 8 e BP 9. Como pontos à distancia: B60, B
64, VB 41, E 38 e F 3. Outros pontos geralmente eficazes em
casos de doenças ósseas são: B 11, VB 39 e B 23 (KINTINGER,
1996).
Deve-se lembrar que para a intensidade de estimulo são
determinantes a constituição e a condição do paciente, bem
como o quadro da doença.
3.4 Outros Pontos Selecionados
1. Ponto Extra – Heding: dor e disfunção do joelho. Movimentos
limitados da extremidade inferior. Ativa os vasos e alivia a dor.
2. Ponto Extra – Neixiyan (olho interno do joelho): tratamento
de ganalgias. Relaxa tendões e alivia dor na articulação do
joelho.
3. Ponto Extra – Xiyan (olho do joelho): relaxa tendões e alivia
dor no joelho. Utilizado quando há frio no joelho.
4. E34 (ponto Xi): remove obstrução do meridiano, expele
vento, umidade e frio. Utilizado quando há dor, edema e
disfunções no joelho. Limpa canal do Yang Ming.
5. E35 (olho lateral do joelho): remove obstruções do meridiano
e estimula os vasos, alivia edema e dor. Expele vento, umidade e
frio.
6. E36: um dos pontos da acupuntura mais versáteis e utilizados
com frequência. Ponto de tonificação geral, às vezes utilizado
como moxa. Remove umidade, dissipa frio patogênico externo,
regula circulação do Qi, elimina o frio. Utilizado para dores e
limitação do movimento.
7. E38: remove obstruções do meridiano, relaxa os tendões,
expele o frio e ajuda nas dores da perna.
8. BP9: principal ponto para eliminar o acúmulo de água e
umidade, utilizado para gonalgias. Elimina umidade-calor e frio-
úmido. Fortalece joelho e melhora dor na articulação do joelho.
9. B60: um dos principais pontos de dor periférica,
principalmente nos membros inferiores, fortalece joelhos, relaxa
músculos e tendões. Remove obstruções do meridiano e elimina
fatores patogênicos. Utilizados em infecções na região da
articulação do joelho.
10. B64: ponto forte, relaxa os tendões.
11.R3: ponto forte. Trata infecções da articulação do joelho.
Equilibra o yin e yang do organismo. Descongestiona e ativa o
meridiano na extremidade inferior.
12. VB34: ponto mestre dos músculos e tendões. Trata
gonalgias, relaxa os tendões e remove umidade-calor, elimina
umidade e desobstrui o meridiano. Promove flexibilidade à
articulação.
13. VB35: ponto Xi dos Vasos Maravilhosos. Trata dores no
joelho, atrofia muscular e ativa o meridiano.
Esses pontos foram aplicados nos pacientes com osteoartrose,
havendo diferenciações de pontos para cada paciente. Foram
selecionados para cada paciente os principais pontos que seu
diagnóstico energético mostrou necessário. Mas em todos os
casos foram utilizados os pontos: Xiyan, E34, E36 e BP9.
Associado a acupuntura com esses pontos, foi utilizado
auriculoterapia e tratamento com moxabustão em alguns
pacientes.
4. Considerações Finais
Relatório da Organização Mundial de Saúde (1978), reconhece o
método de agulhamento como uma pratica médica efizaz.
(VALE, 2006).
Estudos clínicos publicados no periódico inglês Acupunture in
Medicine (2001), demonstraram a ação terapêutica da
acupuntura na osteoartrose. Acupuntura é um dos tratamentos
alternativos mais comuns apresentados aos pacientes com
osteartrose, apresentando vantagens de ser destituída de efeitos
colaterais.
Em conclusão, a AO do joelho é uma desordem comum que leva
a diminuição da funcionalidade, e em muitos casos os sintomas
persistem por muitos anos. Nenhuma terapia convencional é
totalmente satisfatória. Tratamentos convencionais não são
muito efetivos e tratamentos efetivos não são convencionais. A
acupuntura como tratamento alternativo de AO de joelho deve
ser considerada. (WHITE, 2007).
De acordo com White (2007), a acupuntura pode diminuir as
dores da osteoartrose de joelho.
A acupuntura é uma considerável opção de tratamento. Um dos
principais motivos que estimulam pacientes a procurar um
tratamento alternativo é a insatisfação com os tratamentos
convencionais disponíveis, devido à sua ineficácia, e por
intolerância a medicamentos. Segundo estudos realizados na
Inglaterra, atualmente a acupuntura é o tipo de tratamento
alternativo mais comumente utilizado como terapia
complementar contra a dor no mundo. (WHITE, 2007).
No tratamento, pode-se observar que a acupuntura leva a
analgesia através de efeito local, por produzir as mesmas
características de um processo inflamatório estimulando a
liberação de substâncias que culminam na vasodilatação
sanguínea local e em seguida ao aumento de serotonina e células
de defesas. Efeitos medulares, impedindo a transmissão do
impulso e a sequência de sinapses até os centros superiores. E
efeito cerebral ativando partes do cérebro como o hipotálamo,
responsável pela liberação de endorfinas.
5. Conclusão
Acupuntura proporciona alivio da dor e melhora a função para
pessoas com osteoartrose do joelho e serve como um eficaz
complemento para cuidados com os pacientes. Este estudo foi
financiado pelo National Center for Complementary and
Medicine Alternative (NCCAM) e do Instituto Nacional de
Artrite e musculosqueléticas e Dermatopatias (NIAMS), ambos
componentes do National Institutes of Health. As conclusões do
estudo – a maior e mais longa randomizado, controlado Ensaio
clinico de fase III acupuntura sempre conduzidos – foram
publicados no dia 21 de dezembro de 2004, a questão dos Anals
of the Interne Medicine.
Na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), os sinais e sintomas
da osteoartrose podem corresponder a vários Padrões de
Desarmonia, mas os mais comuns são as Síndromes Bi,
causadas pelos ataques de agentes patogênicos externos: Vento,
Frio e Umidade. Aqui também se prescreve múltipla abordagem
destes Padrões de Desarmonia, incluindo acupuntura, fitoterapia,
dietoterapia e exercícios físicos chineses.
A acupuntura é reconhecidamente um meio eficaz de tratar a
osteoartrose, apresentando a vantagem de ser destituída de
efeitos colaterais. Dois interessantes estudos clínicos
recentemente publicados no periódico inglês Acupunture in
Medicine demonstraram a ação teraupêutica da acupuntura na
osteoartrose.
A acupuntura é reconhecidamente um meio eficaz de tratar a
osteoartrose, apresentando a vantagem de ser destituída de
efeitos colaterais. Dois interessantes estudos clínicos
recentemente publicados no periódico inglês Acupunture in
Medicine demonstraram a ação terapêutica da acupuntura na
osteoartrose.
Estes trabalhos confirmam cientificamente a já reconhecida ação
terapêutica da acupuntura na osteoartrose, auxiliando no
caminho para a sua afirmação como método terapêutico em
nosso meio.
Conclui-se também que outras pesquisas devem ser feitas, mas
somente utilizando-se o tratamento pela acupuntura em
pacientes com osteartrose de joelho sem o tratamento
medicamentoso coadjuvante, para que a real eficácia da
acupuntura seja comprovada. Isto foi uma das dificuldades
encontrada nesse estudo, pois a grande existência de trabalhos
sobre a utilização da acupuntura em pacientes com osteoartrose
de joelho, mas como um tratamento há mais, junto com o
tratamento medicamentoso, apesar dos resultados fossem
satisfatórios.
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