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- 1. A arte barroca desenvolveu-se no sculo XVII, perodo de
grandes mudanas na Europa da Idade Moderna. Para melhor entender os
acontecimentos daquele sculo, precisamos buscar origens em seus
fatos do sculo XVI, dos quais mais importantes foi a Reforma
Protestante, que se iniciou na Alemanha e expandiu-se por muitos
outros pases.
- 2. Nesse perodo de sculo XVI a pintura, a arquitetura e a
escultura j manifestavam um novo estilo, como podemos observar em
muitas obras.
- 3. Detalhe de O juzo final, de Michelangelo Pintada por
Michelangelo entre 1536 e 1541, na Capela Sistina, essa obra est
entre as que melhor demonstram a preocupao da Igreja em fortalecer
sua doutrina. A intensidade das expresses e o vigor das figuras
fazem de Michelangelo, sem dvida, o precursor do Barroco.
- 4. Origens e caractersticas gerais do Barroco A arte barroca
originou-se na Itlia, logo se espalhou por pases da Europa e chegou
Amrica. Porm, apresentou caractersticas bastante diferentes nos
vrios pases. O barroco italiano do incio sculo XVII, por exemplo,
difere muito do barroco holands da mesma poca. Ainda assim, h
aspectos comuns s obras desse perodo: o predomnio da emoo, e no e
no da razo, que prevaleceu no Renascimento.
- 5. O acentuado contrate entre os tons claros e escuros, que
intensifica a expresso dos sentimentos. Os temas so variados:
religiosos, mitolgicos e na forma de retratos.
- 6. A Reforma e a Contrarreforma A Reforma Protestante movimento
de contestao doutrina da Igreja Catlica, teve com principal lder o
Alemo Martinho Lutero. Apesar de ter sido um movimento religioso,
provocou mudanas em outros setores da cultura europeia. Favoreceu,
por exemplo, a formao dos Estados nacionais, ao propor que cada nao
se libertasse do poder do papa. A igreja Catlica, porm logo se
organizou contra a reforma. Na verdade, desde o incio do sculo XVI
havia dentro dela u movimento que visava fortalecer a vida
espiritual, mas apenas no sculo XVI essa reao viria a construir a
Contrarreforma. Com a ao das grandes ordens religiosas, como a
Companhia de Jesus, a Igreja Catlica retomou sua fora e construiu
novas e grandes igrejas. A arte voltava a ser vista como um meio de
ampliar a influncia catlica.
- 7. A pintura Os pintores italianos Caravaggio, Tintoretto e
Andrea Pozzo esto entre os mais representativos do Barroco.
- 8. Caractersticas da Pintura Barroca: Grande realismo e
interesse pelo movimento e emoo. Sombras projetadas. Perspectiva
apenas sugerida. Composio em diagonal. Acentuado contrastes de
claro-escuro. Os temas mitolgicos e religiosos so amplamente
explorados.
- 9. Caravaggio(1573-1610): a beleza alm da aristocracia O
artista no se interessava pela beleza clssica a dos deuses da
mitologia grega ou dos membros da aristocracia -, que tanto
encantou os artistas do Renascimento. Para ele, no havia ligao
entre beleza e aristocracia, e seus modelos eram vendedores, msicos
ambulantes, ciganos; enfim gente do povo. O que melhor caracteriza
sua pintura a utilizao original da luz: ela no aparece como reflexo
da luz solar, mas criada de modo intencional para direcionar a
ateno do observador.
- 10. O modo com a luz trabalhada na pintura de Caravaggio to
fundamental em sua obra que ele considerado importante pintor da
luz, como voc pode ver no quadro Vocao de So Mateus.
- 11. Vocao de So Mateus Observe como a luz que ilumina a cena
vem da janela que est no fundo, como seria natural. Essa luz dirige
a ateno do observador para o grupo sentado em torno da mesa. O
contraste de luz e sombra valoriza a pintura, pois os corpos ganham
volume: veja como parecem esculturas, e no desenhos bidimensionais,
isto pintados apenas com altura e largura.
- 12. Tintoretto (1515-1549): a expressividade no corpo A sua
extensa produo artstica tem dois aspectos marcantes: o corpo mais
expressivo que o rosto; a intensidade da luz e da cor. Para ele, um
quadro devia ser visto inicialmente em seu conjunto e s depois
percebido em seus detalhes.
- 13. Cristo em casa de Marta e Maria Note em primeiro plano a
mulher de vestido azul e manto vermelho; um pouco mais atrs esto
Cristo e uma outra mulher de vestido preto com detalhes claros.
Essas trs figuras refletem uma luz intensa, enquanto as que se
encontram em segundo plano esto envolvidas em sombra e pouco
iluminadas. Depois de apreender o conjunto da cena, nossos olhos
comeam a deter-se nos detalhes das vestes e do cenrio que compe o
ambiente da casa.
- 14. Andrea Pozzo(1642-1709): a abertura para o cu A pintura
barroca desenvolveu-se tambm no teto de igrejas e palcios. Embora
com finalidade predominantemente decorativa, apresenta algumas
obras em que a perspectiva trabalhada de forma audaciosa. o caso do
afresco A glria de Santo Incio, de Andrea Pozzo.
- 15. A glria de Santo Incio Este afresco foi pintado no teto da
igreja de Santo Incio, em Roma. Ele impressiona pelo nmero de
figuras e pela iluso criada pela perspectiva de que as paredes e as
colunas da igreja continuam no teto. Este parece, ainda, abrir-se
no alto, de onde santos e anjos convidam os fiis a irem para o
cu.
- 16. A escultura A escultura levou ao mximo as produes do
barroco. Um exemplo a obra do escultor italiano Bernini, que fez
esculturas retratando fielmente o homem em emoo e movimento.
Predominam as linhas curvas, os drapeados das vestes e o uso do
dourado. Os gestos e os rostos das personagens revelam emoes
violentas e atingem uma dramaticidade desconhecida no
Renascimento.
- 17. Nos gestos e no rosto das figuras representadas, a
escultura barroca exprime emoes: alegria, dor, sofrimento. Por
vezes, um grupo de esculturas compe uma cena dramtica. As formas
sugerem movimento e apresentam efeitos decorativos. Predominam
linhas curvas, drapeados das vestes e tons dourados.
- 18. Principal Escultor: - Bernini Algumas de suas obras serviam
de elementos decorativos das igrejas, como, por exemplo, o
Baldaquino e a Cadeira de So Pedro, ambos na Baslica de So Pedro,
no Vaticano.
- 19. xtase de Santa Teresa, de Bernini Essa obra procura
despertar a emoo religiosa de quem a observa. Com intensa
dramaticidade, reproduz o momento em que Santa Teres visitada por
um anjo que lhe fere vrias vezes o peito com uma flecha. O artista
parece registrar o momento em que o anjo est prestes a desferir
mais um golpe. Segundo a crena religiosa da poca, suportar dor ou
um sofrimento era um meio de se aproximar de Deus. Repare no
trabalho do escultor para representar os drapedos nas vestes.
- 20. A arquitetura barroca A arquitetura Barroca parte dos
princpios utilizados na arquitetura da Renascena, mas como
resultado final elas divergem completamente. O efeito proporcionado
pela arquitetura barroca foi muito mais rebuscado, complexo e
simblico. Os elementos clssicos esto reunidos: colunas, frontes e
cpulas; porm o conjunto no segue a simplicidade harmnica e simtrica
da arquitetura clssica.
- 21. Existe uma imponncia na sua estrutura e nos detalhes
bastante decorados. As colunas, por exemplo, so duplas ou
espiraladas. Os interiores seguem os mesmos princpios. No caso das
igrejas, todo o apelo sentimental da Arte Barroca foi intensamente
decorado, pois os ambientes se propem a mostrar o esplendor de Deus
e o poder da Igreja Catlica. Nos palcios o mesmo se repete: o
barroco se adapta para glorificar o poder dos reis europeus que
neste perodo comea a se fortificar. A arquitetura se destacou
principalmente nos palcios e nas igrejas. A igreja catlica queria
proclamar o triunfo de sua f e, por isso, realizou obras que
impressionam pelo seu esplendor.
- 22. Caractersticas da Arquitetura Barroca: Ondulaes. Efeitos
ilusionista e decorativos. Preocupao paisagstica com grandes
jardins.
- 23. Praa de So Pedro, Vaticano, Roma.
- 24. Praa de So Pedro (1657-1666) projetada por Bernini Esse um
dos exemplos mais significativos da arquitetura e do urbanismo do
sculo XVII na Itlia. Em forma de elipse, a praa cercada por duas
grandes colunatas cobertas. Elas se estendem em curva tanto para a
esquerda como para direita, mas esto ligadas em linha reta aos dois
extremos da fachada da igreja. uma obra de grande porte, pois a
colunata circular tem 17 metros de largura, 23 metros de altura e
composta por 284 colunas. Sobre estas, assenta-se uma imensa
cornija com 162 esttuas de 2,70 metros de altura.
- 25. O Barroco na Espanha Do sculo XVII at a primeira metade do
sculo XVII o Barroco expandiu-se da Itlia para toda a Europa e
ganhou, em cada pas, caractersticas prprias, como o caso da Espanha
e dos Pases Baixos, que veremos adiante.
- 26. Um trao original do Barroco espanhol encontra-se na
arquitetura, principalmente nas portadas dos edifcios civis e
religiosos decoradas em relevo. A pintura espanhola foi muito
influenciada pelo Barroco italiano, principalmente pelo uso
expressivo de luz e sombra, mas conservou preocupaes prprias: o
realismo e domnio da tcnica. Entre os pintores mais representativos
esto El Greco e Velzquez.
- 27. El Greco(1541-1614): as formas alongadas Nasceu na ilha de
Creta, Grcia, e mais tarde foi para Roma. Aps breve perodo em
Madri, partiu para Toledo na Espanha, onde se instalou
definitivamente. Seu nome verdadeiro era Domenikos Theotokopoulos,
mas seu apelido- El Greco- reuniu as trs culturas que o
influenciaram: o artigo el de espanhol, o substantivo greco do
italiano, e o significado o grego, que indica sua origem.
- 28. Sua pintura marcada pela verticalidade: figuras esguias e
alongadas que deixam de lado o ideal de beleza do Renascimento
italiano, em que o corpo humano representado com formas
perfeitas.
- 29. Esplio (1579), de El Greco.
- 30. Esplio Nesse quadro pintado para a catedral de Toledo,
Cristo aparece cercado por uma multido. Olhando atentamente as
figuras notamos suas linhas verticais. Em primeiro plano, esquerda,
trs mulheres observam o trabalho do carpinteiro que prepara a cruz.
As lanas e as fisionomias grosseiras das figuras opem-se expresso
serena de Cristo, cuja tnica vermelha contrasta fortemente com as
cores cinzentas ou plidas das outras personagens.
- 31. Velzquez (1599-1660): retratos da corte espanhola Assim
como Caravaggio, trabalhou a luz em contraste com a sombra.
Tornou-se famoso por retratar a corte espanhola do sculo XVII.
Entre esses retratos est As meninas, uma de suas obras mais
importantes.
- 32. A s meninas (1656- 1657), de Velzquez.
- 33. As meninas Essa pintura considerada uma das obras-primas de
Velzquez. Vejamos algumas razes para isso. Primeiro, observe o
contraste entre luz e sombra que o pintor constri para criar o
ambiente. Note a impresso de profundidade obtida pela distribuio
dos objetos, das pessoas e do cachorro. O prprio Velzquez aparece
na cena, pintando o rei Felipe IV e sua esposa Mariana, da ustria.
O casal real aparece apenas refletido no espelho ao fundo.
- 34. como se ambos estivessem de costas para o observador e de
frente para o pintor, que os observa atentamente. Vemos ainda a
filha do rei, a infanta Marguerita, acompanhada de outras pessoas,
e um cachorro, formando um grupo em primeiro plano, sob luz mais
intensa, prximo de uma janela aberta.
- 35. Outra rea de luz mais forte est ao fundo, onde aparece,
atravs da porta aberta, um funcionrio do palcio. Note a postura de
saudao do grupo das meninas diante do casal real. Por fim, possvel
notar que a composio da cena desperta duas curiosas impresses no
observador: a de que o espao do quadro continua na sala do museu em
que est exposto e a de que ele mesmo tambm faz parte da cena: as
pessoas que olham para os reis e os sadam parecem olhar e
cumprimentar tambm quem as observa.
- 36. O Barroco nos pases Baixos Nos pases Baixos o Barroco
desenvolveu em duas grandes direes, sobretudo na pintura. Na Blgica
manteve as linhas movimentadas a forte expresso emocional. J na
Holanda ganhou aspectos mais prximos do esprito prtico e austero do
povo holands; da a pintura apresentar uma tendncia apara a descrio
de senas da vida domstica e social trabalhadas com minucioso
realismo.
- 37. Rambrandt ( 1606-1669): a gradao da claridade Sua pintura
revela um pintor que trabalha com preciso os efeitos da luz. O que
dirige nossa ateno no propriamente o contrate entre luz e sombra,
mas os diversos graus de claridade, os meios-tons, as penumbras que
envolvem reas de luminosidade mais intensa. A lio de anatomia do
doutor Tulp (1632), de Rambrandt.
- 38. A lio de anatomia do doutor Tulp Aqui Rembrandt parece
surpreender o professor e os estudiosos em plena atividade de
dissecao. Se observarmos bem esse quadro, notaremos que o trabalho
do pintor com a penumbra torna os espaos indefinidos. Alm disso, o
uso da luz intensa no corpo do cadver e suave no rosto atento e
curiosos dos ouvintes transmite o clima de descoberta e de pesquisa
que a cena representa.
- 39. Vermeer( 1632-1675): a delicadeza da vida comum
Diferentemente de Rembrandt, Vermeer trabalha os tons em plena
claridade. Seus temas so sempre os da vida das pessoas comuns da
Holanda seiscentista. Seus quadros documentam com delicada beleza
os momentos simples da vida cotidiana.
- 40. Mulher lendo uma carta (1665), De Vermeer.
- 41. Mulher lendo uma carta Observe o quarto cheio de luz e a
suave harmonia de cores e formas. Como essa, muitas pinturas de
Vermeer que retratam ocupaes domsticas em interiores mostram um
belo trabalho com os efeitos de luz.