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Safra recordeChuvas são aguardadas para dar início à maior safra de grãos do Estado
Ano XIII | 208 | Outubro 2012
ISSN
217
8-57
81
99122635509912263550
Debates reforçam gestão participativa na pauta dos prefeitos
Eleições
Produtores encontram dificuldades para se manterem na atividade
Tomates
Inovações no processamento e na mecanização do Tomate Industrial
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Muitas novidades, Temas de grande importância para o setor
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Apoio:Patrocínio:
Realização:Promoção e
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PALAVRA DO PRESIDENTE
A revista Campo é uma publicação da Federação da
Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional
de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela
Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR,
com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos
assinados são de responsabilidade de seus autores.
CAMPO
COnselhO editOriAl
Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto;
Eurípedes Bassamurfo da Costa; Marcelo Martins
editores: Francila Calica (01996/GO) e
Rhudy Crysthian (02080/GO)
reportagem: Rhudy Crysthian (02080/GO) e
Leydiane Alves
Fotografia: Jana Tomazelli Techio,
Gutiérisson Azidon
revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO)
diagramação: Rowan Marketing
impressão: Gráfica Talento tiragem: 12.500
Comercial: (62) 3096-2200
revistacampo@faeg.com.br
diretOriA FAeG
Presidente: José Mário Schreiner
Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel
Caixeta Haun. Vice-Presidentes institucionais: Bartolomeu
Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Vice-Presidentes
Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Pal-
hares Ribeiro. suplentes: Wanderley Rodrigues de Siqueira,
Flávio Faedo, Daniel Klüppel Carrara, Justino Felício Perius,
Antônio Anselmo de Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo
Moreira Guimarães. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da
Costa, Vilmar Rodrigues da Rocha, Antônio Roque da Silva
Prates Filho, César Savini Neto, Leonardo Ribeiro. suplentes:
Arno Bruno Weis, Pedro da Conceição Gontijo Santos, Mar-
gareth Alves Irineu Luciano, Wagner Marchesi, Jânio Erasmo
Vicente. delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu
Cortez. suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira,
Walter Vieira de Rezende.
COnselhO AdMinistrAtiVO senAr
Presidente: José Mário Schreiner
Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges,
Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça.
suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva,
Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta
Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar
Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. suplentes:
Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho
Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo:
Bairon Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson
Alcântara, José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos
Fernandes.
suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino
Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce
Mônica Vilela Souza.
superintendente: Marcelo Martins
FAeG - senAr
Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300
Goiânia - Goiás
Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222
site: www.sistemafaeg.com.br
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Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o
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Para falar com a redação ligue:
(62) 3096-2208 - (62) 3096-2248
(62) 3096-2115.
José Mário SchreinerPresidente do Sistema
FAEG/SENAR
Máquinas a postos só aguardando as primei-ras precipitações mais significativas para darmos início a uma safra que promete ser
a maior de toda a história do nosso Estado. Os núme-ros de produção deste ciclo agrícola apontam para o quinto ano consecutivo de aumento da safra de grãos em Goiás. Neste ano, serão 20 milhões de toneladas de grãos produzidas no Estado.
A soja será a mola propulsora que irá puxar es-ses números e irá abocanhar uma parcela da área an-teriormente destinada ao cultivo do milho. Mas na segunda safra, o milho volta a tomar fôlego com o retorno desses produtores que agora dão preferência ao cultivo da soja devido às perspectivas de boa co-mercialização dessa oleaginosa.
Os dados preliminares apontam ainda para um aumento da produtividade, enquanto, a área cultiva-da não acompanhou o crescimento na mesma pro-porção. Isso representa uma melhora na capacidade do produtor em utilizar tecnologias para ampliar a produção sem a abertura de novas áreas ou a utiliza-ção de áreas degradadas.
O que revela também outra realidade em nosso Estado, o destino de grandes produtores de grãos para regiões antes tidas como não tão desejadas para o cultivo de cereais, fibras e oleaginosas como o mé-dio-norte e o Vale do Araguaia. Este assunto será tema de outra reportagem nas próximas edições.
Prontos para uma supersafra
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Agosto / 2012 CAMPO | 3www.senargo.org.br
PAINEL CENTRAL
Prosa Rural Responsável por um
dos maiores estudos de macrologísticas já realizado
na região Centro-Oeste, Olivier Girard, antecipa com
exclusividade à Revista Campo os principais gargalos
levantados em seu diagnóstico que travam o crescimento
da região e o escoamento da produção.
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Agenda Rural 06
Fique Sabendo 07
Delícias do Campo
Campo Aberto
33
38
Tomate nosso de cada diaEstatísticas apontam para diminuição da área plantada com tomate em Goiás. Produtores como Eduardo Veras contam como se mantêm na cultura.
30
O prefeito que queremos
População goiana se mobiliza para discutir com futuros prefeitos propostas de governo. Debates fazem parte de mais uma etapa do Seminário Estadual O Que Esperamos do Próximo Prefeito.
26Treinamentos e cursos do Senar 36
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4 | CAMPO Agosto / 2012 www.sistemafaeg.com.br
Supersafra à espera das chuvas
Produtor de grãos em Jataí, Jair Barrachi, aumenta área para cultivo da soja nessa safra que promete ser melhor, como nunca antes visto no Estado. Foto produzida por Jana Tomazelli.
20
300% melhor de vidaO produtor de Cristalina, Deoclécio Gomes de Lima, turbinou a renda da família após participar de treinamento em Olericultura Orgânica do Senar, Goiás.
34
Jana
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À espreita de precipitações mais substanciais, produtores como Jair Barrachi, contribuirão para safra recorde para o ciclo 2012/2013.
Precisão para melhorar rendaAs técnicas da agricultura de precisão potencializam resultados como economia e rentabilidade. A produtora Lígia Gonçalves utiliza e recomenda a tecnologia.
14
Agosto / 2012 CAMPO | 5www.senargo.org.br
AGENDA RURAL
OUTUBRO20 de outubro
Campo Saúde - Assentamento CanudosLocal: Campestre
Informações: (62) 3545-2638
Shut
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18/10 19/10 24/10 25/10Seminário Regional de
Legislação PrevidenciáriaLocal: Associação Comercial
de Ceres e Rialma (Aciccer), Ceres
Informações: (62) 3323-1527
XII Festival do Leitão de Rio Verde
Local: Auditório do Senac, Rio Verde
Informações: (64) 3622-6284
Reunião da nova Governança do APL Lácteo
Local: São Luiz dos Montes Belos
Informações: (64) 3671-1407
Agrocentaf – 3º SimpósioEducação do Campo para quem acredita no Campo
Local: SilvâniaInformações:
(62) 3096-2200
26/10 29/10 30/10 30/10Treinamento de preenchimento
de declaração de vacinação para funcionários de SR e parceiros
Local: Augustu’s Hotel, Goiânia
Informações: (62) 3545-2600
Lançamento da Campanha de Vacinação
Contra Febre AftosaLocal: Palmeiras de
Goiás, GoiásInformações: (64) 3571-2627
Lançamento do CNA Card Cartão Produtor
Local: sede da Faeg, GoiâniaInformações: (62) 3096-2200
Programa do Empreendedor Sindical
2ª Etapa: Curso de liderançaLocal: Augustu’s Hotel,
GoiâniaInformações: (62) 3096-2246
6 | CAMPO Agosto / 2012 www.sistemafaeg.com.br
FIQUE SABENDO
ArmAzém
Agronegócios Qualidade na Gestão
A obra engloba noções de aspectos da administra-ção de empresas, leis traba-lhistas, recursos humanos, psicologia para lidar com pessoas, acompanhamento do mercado de commodi-ties, obrigações de recolhi-mento de impostos federais, estaduais e municipais, en-fim, todos os aspectos que auxiliam e complementam a capacidade administrativa da propriedade. O objetivo é enfatizar a necessidade de uma empresa rural deter um sistema de gestão que seja de alta qualidade, não só àquela referente à quali-dade. A obra está disponível nas melhores livrarias e cus-ta em média R$ 110.
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Cooperativismo goiano fortalecidorEGISTrO
O Conselho Estadual de Coope-rativismo (CECOOP-GO), instituído na estrutura organizacional básica da Secretaria de Estado de Cidada-nia e Trabalho, promoveu no dia 26 de setembro, na OCB-GO, a soleni-dade de posse de seus 12 membros, que representam a Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado
de Goiás (OCB-GO). Entre eles está o vice-presidente financeiro Faeg, Eurípedes Bassamurfo.
Segundo o secretário-executivo do CECOOP-GO, Osman Wagner de Oliveira, o Conselho deverá ser o eixo de uma nova política de de-senvolvimento do cooperativismo em Goiás. E chega em um momento
estratégico, tendo em vista o cres-cimento dessa atividade no Esta-do. O CECOOP, agora em fase de instalação, será o executor da po-lítica estadual de cooperativismo definida na Lei Estadual 5.109, de 2 de fevereiro de 2005, e agora re-vitalizada pela Lei Estadual 17.623, deste ano.
pESquISA
A Embrapa já disponibiliza se-mentes para o próximo ano agrícola 2012/13. São 41 toneladas de sementes de arroz, 16 toneladas de sementes de feijão e cinco toneladas de sementes de capim para oferecer ao produtor que já programa a sua safra. A se-mente de arroz tem boa resistência ao acamamento, moderada resistência à mancha parda, escaldadura e man-cha de grãos. Seu ciclo de produção é precoce e chegando a, no máximo, 110 dias. A produtividade média é de 3.750 kg/ha.
A cultivar de feijão preto BRS Es-
plendor produz em de 85 a 90 dias, com elevado potencial produtivo, po-dendo ultrapassar quatro toneladas por hectare. É adaptada à colheita mecânica direta, ao mosaico-comum e a nove raças de fungos causadores da antracnose. Também apresentam tolerância à murcha de fusário e ao crestamento bacteriano comum. A semente do Capim Marandu, ou Bra-quiarão, é resistente às principais es-pécies de cigarrinhas- das-pastagens, produtividade de 80 kg a 120 kg/ha de sementes com 40% de valor cultu-ral e qualidade de forragem.
embrapa comercializa sementes
Agosto / 2012 CAMPO | 7www.senargo.org.br
PROSA RURAL
OLIVIER GIRARDSócio da Macrologística Consultoria
Empresarial
Foco na infraestrutura e logísticaRhudy Crysthian | rhudy@faeg.com.br
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8 | CAMPO Agosto / 2012 www.sistemafaeg.com.br
Olivier Girard,
responsável por
um dos maiores
estudos de macrologísticas já
realizado na região Centro-
Oeste é o encarregado de
levantar os principais gargalos
que travam o crescimento
da região e o escoamento
da produção. Ele é sócio da
Macrologística Consultoria
Empresarial e conta com mais
de 15 anos de experiência
em consultoria de gestão
com foco nas indústrias de
infraestrutura e logística. O
estudo foi idealizado pelo
Fórum de Entidades do Setor
Produtivo do Centro-Oeste,
do qual a Faeg participa e
patrocinado Confederação
da Agricultura e Pecuária do
Brasil (CNA), Confederação
Nacional da Indústria (CNI)
e associações de produtores
de soja e algodão do Mato
Grosso e Mato Grosso do
Sul. A conclusão do estudo
está prevista para maio de
2013. A empresa já promoveu
o mesmo levantamento nas
regiões Norte, Sul e Nordeste
do Brasil.
revista Campo: Qual o objeti-
vo deste estudo?
Olivier Girard: Realizar o pla-
nejamento de infraestrutura de
transporte e logística de cargas
para toda a região Centro-Oeste.
revista Campo: Como será a
interação dos resultados des-
te estudo com os Projetos do
Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) do Governo
Federal?
Olivier Girard: A relação de
projetos que constam do PAC é
um dos subsídios utilizados na
elaboração da lista de projetos
relevantes para o Centro-Oeste.
Mas não é a única. Analisamos
também outros projetos e os
pleiteados pelas secretarias
estaduais dos três estados e do
Distrito Federal. A partir desta
lista, utilizando uma metodo-
logia desenvolvida pela Ma-
crologística, chegamos na lista
dos projetos prioritários para a
região. Não obrigatoriamente to-
dos os projetos do PAC constarão
desta lista prioritária.
revista Campo: O estudo será
baseado em que nível de infor-
mações? Dados de fluxos
dos produtos, entrevistas?
Olivier Girard: A primeira
fase do projeto faz um grande
diagnóstico da situação da oferta
de infraestrutura de transportes
na região bem como da demanda
por esta infraestrutura gerada
pelos fluxos de matriz origem-
-destino das principais cadeias
produtivas da região. Ao todo,
serão estudadas 15 cadeias pro-
dutivas, totalizando 54 produtos
diferentes responsáveis por 96%
da produção agropecuária, 95%
da produção extrativista florestal
e mineral e 75% da produção
industrial da região. Todas as
principais empresas, associações
produtivas, operadores logísti-
cos, autarquias estaduais e fe-
derais estão sendo entrevistadas
pessoalmente para garantir ao
máximo a exatidão dos dados.
revista Campo: Serão estu-
dados tantos os fluxos para os
mercados internos como
externos, inclusive os gargalos
portuários?
Olivier Girard: Sim, serão es-
tudados fluxos de produção para
os mercados internos e externos,
fluxos de consumo provenientes
do exterior e de outras regiões
do país e fluxos de passagem
representados por cargas prove-
nientes de outras regiões e que
transitam pela região com desti-
no ao exterior. Um exemplo é o
O projeto está
desde o princípio
atrelado à
discussão com
as entidades de
classe, empresários
e com os setores
públicos estaduais
e federais
Agosto / 2012 CAMPO | 9www.senargo.org.br
caso da carne bovina de Rondônia
que para chegar a São Paulo passa
pelas rodovias da região Centro-Oes-
te. Com isto, espera-se mapear todos
os gargalos por modal bem como os
gargalos portuários.
revista Campo: As precariedades
das estradas estaduais e municipais
também serão levantadas?
Olivier Girard: Não, o estudo se
aterá às rodovias federais, às fer-
rovias, às dutovias, às hidrovias,
aos portos, aos aeroportos e aos
terminais de transbordo. O estudo
das estadas estaduais e municipais
faz parte de outra fase ainda não
contratada.
revista Campo: Armazenagem
para grãos e centro de distribuição
de produtos industriais também
serão levantadas?
Olivier Girard: Sim, utilizaremos
os dados de armazenagem da Conab
bem como os dados das principais
empresas do setor e das associações
produtivas. No caso de centros de
distribuição, daremos especial aten-
ção às EADIs, Redex e ZPEs. Centros
de distribuição focados exclusiva-
mente ao abastecimento de uma
cidade não serão incluídos no estudo
por fazerem parte de uma dinâmica
logística chamada “last mile” que
não faz parte do escopo do projeto.
revista Campo: Haverá discussão
com as entidades de classe e em-
presários para validação do Projeto
após a conclusão dos estudos?
Olivier Girard: Sim, o projeto está
desde o princípio atrelado à dis-
cussão com as entidades de classe,
empresários e com os setores públi-
cos estaduais e federais. Todos serão
entrevistados e serão convidados a
participarem dos fóruns de discussão
que acontecerão ao longo do projeto.
revista Campo: O projeto visa
médio/logo prazo, como serão
trabalhados os dados em nível de
municípios, se a fronteira agrícola é
dinâmica?
Olivier Girard: Os levantamentos
de produção serão feitos em nível
municipal para cada um dos 54
produtos. No entanto, os fluxos de
longa distância que são os grandes
alvos deste estudo serão agrupados
por mesorregiões, um conceito do
Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) que reagrupa
municípios com proximidade geográ-
fica e perfil similar. Como estaremos
projetando todas as cargas para
2020, espera-se conseguir identificar
potenciais mudanças nas fronteiras
agrícolas ao longo do tempo. Mas é
importante notar que o estudo tem
por objetivo final delimitar quais
são os projetos de infraestrutura de
transportes prioritários para investi-
mento na Região Centro-Oeste. Para
tanto, estamos muito preocupados
com os volumes atuais e futuros que
transitarão pelas estradas da região.
Se esta carga, hoje, é de carne bovina
e amanhã será de soja, na realidade,
não importa tanto. O que importa
é saber se o volume em toneladas e
o equivalente em número de cami-
nhões ou vagões será o mesmo ou se
aumentará ao longo do tempo.
revista Campo: Em Goiás está
em implantação a Ferrovia Norte-
-Sul com o ramal para o Sudoeste,
cortando todo o estado. Este estudo
de logística vai buscar uma integra-
ção desta com outros modais de
escoamento?
Olivier Girard: Ao longo do pro-
jeto, vamos delimitar uma série de
eixos integrados de transporte para
estudar quais são prioritários para a
região no sentido de serem respon-
sáveis por gerar maior economia nos
custos de transporte com o menor
investimento possível. Assim sendo,
se houver a necessidade de uma
integração do eixo da Norte-Sul com
outros para melhorar o escoamento,
estaremos fazendo o estudo.
revista Campo: Em sua visão,
este projeto poderá trazer uma
expressiva redução de custo para
os diversos setores produtivos do
Centro-Oeste?
Olivier Girard: O objetivo final é
este mesmo. Os estudos realizados e
já terminados nas regiões Norte, Sul
e Nordeste apontaram para reduções
significativas nos custos totais de
transporte que na média caíram 7%.
Os estudos
realizados e já
terminados nas
regiões Norte, Sul e
Nordeste apontaram
para reduções
significativas nos
custos totais de
transporte que na
média ficaram
em 7%”
10 | CAMPO Agosto / 2012 www.sistemafaeg.com.br
MERCADO E PRODUTO
O início do plantio da safra de grãos 2012/13
se aproxima e com ele mais uma grande
preocupação para o produtor rural. O
problema de infraestrutura e logística é conhecido
em todo Brasil, porém, nesse momento tão opor-
tuno para o produtor brasileiro, ele se vê refém
mais uma vez dessa situação que se arrasta por
anos e que agora se encontra agravada.
O Brasil importa cerca de 70% do total da
matéria-prima que utiliza para fabricação de
fertilizantes. Em 2012, produzimos pouco mais de
28% do total demandado e em 2017, com os novos
projetos em execução, são estimados pelo menos
63,5% desse total, reduzindo drasticamente a
dependência externa por fertilizantes. Os investi-
mentos somarão um total de US$ 18,9 bilhões. Tudo
isso seria extraordinário se não fossem os proble-
mas logístico e tributário brasileiro que diminuiu
a competitividade do produtor brasileiro. Seria
excelente noticiar somente preços recordes da saca
da soja, preços do milho subindo, porém, é bom
lembrar que há custos, altos, para se produzir esses
alimentos. Em Goiás, os fertilizantes participam,
em média, em 25% dos custos totais de produção
das principais culturas e são fundamentais para
elevação dos índices de produtividade.
O momento é muito oportuno para o produtor
brasileiro que vê a chance de, pela primeira vez na
história, ser o maior produtor mundial de soja, ul-
trapassando os Estados Unidos que, em função da
seca severa, passa por expressiva quebra de safra.
Ao mesmo tempo, vislumbramos a ameaça de ter
essa oportunidade perdida e, ironicamente, por
causa dos fertilizantes. Estima-se que a cultura da
soja tenha sido responsável por 34% do consumo
de fertilizantes na safra 2011/2012, representando
mais de 9,6 milhões de toneladas das 28 milhões
de toneladas consumidas em todo país. Sendo
assim, com a expectativa de aumento de área
da ordem de 8%, espera-se uma demanda maior
por fertilizantes, e caso o produtor mantenha o
padrão de consumo, para igualar ou mesmo au-
mentar a produtividade, o setor precisará disponi-
bilizar, somente para os sojicultores, cerca de 10,5
milhões de toneladas.
O que se vê no momento é a condição precária
nos portos, especialmente o de Paranaguá, no Para-
ná, por onde entra boa parte dos fertilizantes e por
onde são exportados os produtos do agronegócio. E,
diga-se de passagem, houve este ano, em função dos
bons preços das commodities, um volume bastante
expressivo de carregamento de soja e milho para
outros países, o que gerou mais congestionamento e
evidenciou a precariedade da estrutura portuária.
A mudança na lei de transportes rodoviários
afetou, em muito, a questão do frete por estradas
e há dificuldades enormes para transporte dos
insumos, especialmente, para a região Centro-
-Oeste, grande demandadora por fertilizantes. O
line-up médio de descarregamento dos navios no
porto está entre 60 e 70 dias, a média em condições
normais nessa mesma época do ano é de 23 dias, e
isso implica em multas diárias aos importadores de
US$ 30 mil a US$ 60 mil diários e que fatalmente
serão repassados ao preço do produto final.
O setor estima que em 2012 sejam gastos algo
em torno de US$ 100 milhões com esses proble-
mas logísticos. O que se vê são alguns produtores
preocupados com entregas que já deveriam ter
ocorrido. Alguns atrasos já ultrapassam 30 dias e
preocupam muito quem já comprou antecipada-
mente. A preocupação é ainda maior para aqueles
que ainda vão adquirir o produto e o fantasma da
falta do insumo e dos preços altos já assombra o
produtor. O temor é de que falte produto tanto
para safra quanto para safrinha.
Mais uma vez o que estamos vendo é o pro-
dutor rural sendo prejudicado por incompetência
governamental, e o que o assusta é a possibilida-
de de ter sua oportunidade perdida, seus custos
elevados, sua produtividade diminuída e sua renda
prejudicada, por fatores exógenos que induzem
a tudo isso, e mais uma vez quem pagará a conta
final é o produtor rural.
Fertilizantes: preocupação para o produtor na safra 12/13
Alexandro Alves dos
santos é assessor
técnico da Faeg para
a área de insumos
agrícolas.
Alexandro Alves dos Santos | alexandro@faeg.com.br
Carlo
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Agosto / 2012 CAMPO | 11www.senargo.org.br
AÇÃO SINDICALAÇÃO SINDICAL
SÃO JOÃO DA pArAÚNA
ITumBIArA
INACIOLÂNDIA
mINEIrOS
O Sindicato Rural de São João da Paraúna, em parceria com a Okamoto e a Agropecuária São João, realiza, periodicamente, palestras na Câmara Municipal sobre frango caipira. Entre os temas discutidos no encontro estão Programa de Vacinação, Manejo de Chocadeiras, Profilaxia das Doenças em geral, Preparo das Rações, Instalações, entre outros temas. Segundo o presidente do Sindicato, Marcos Guerra, o frango caipira, hoje é uma boa alternativa para os produtores da região. (Colaborou: Marcos Guerra)
O Sindicato Rural de Itumbiara promoveu, em setembro, a 44ª Expoagro. Dentro da programação, foi realizada a 1ª Feira do Agronegócio de Itumbiara (FEAGRI). A Expoagro teve ainda como atrações exposição de animais, torneio leiteiro, leilão de gado, palestras, rodeio profissional em touros e cavalos. A programação da Expoagro, que é a maior festa agropecuária da região. No último dia da festa foi realizado o encerramento do rodeio profissional com a premiação dos peões da montaria em touros e cavalos.
No dia 5 de agosto de 2012, foi realizado, na Fazenda Campanha, de propriedade De Eurípedes Massão Barroso, em Inaciolândia, o 2º Leilão em prol do Hospital do Câncer de Barretos, com apoio dos Sindicatos Rurais de Inaciolândia e Gouvelândia, da Secretaria de Saúde, Pastoral da Criança e da Comissão Amigos Unidos pela Vida. O resultado do leilão foi a arrecadação de R$ 52 mil e mais de uma tonelada de alimentos.
O Sistema Faeg/Senar e o Sindicato Rural de Mineiros prestam suas homenagens ao produtor rural, Ivan Pedro Parmeggiani. Ele faleceu no final de setembro. O produtor deixou esposa e dois filhos. Para o presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, a perda é irreparável. “Homem forjado na luta, na honradez. Personalidade trabalhadora e de garra. O setor agropecuário de Mineiros sente muito a sua perda”, afirma José Mário.
incentivo à avicultura
sindicato realiza 44ª expoagro
leilão beneficente
homenagem póstuma
Sind
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rIO VErDE
O Sindicato Rural de Rio Verde e a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, realizaram no dia 5 de setembro, no parque de exposições, a 49ª edição do Seminário do Agronegócio para Exportação (AgroEx). O evento teve como missão disseminar informações estratégicas visando estimular os agentes do agronegócio brasileiro a aumentarem sua participação no mercado internacional.
Foco nas exportações
12 | CAMPO Agosto / 2012 www.sistemafaeg.com.br
EDéIA GOIATuBA
O Sindicato Rural de Edéia realizou, no dia 22 de setembro, a solenidade de posse de sua nova diretoria. Segundo o presidente eleito, Valério Teles Pires, (de camisa azul), o objetivo de seu mandato é trabalhar em prol dos produtores rurais de Edéia. “Temos planos de inovar o Sindicato. Tenho a intenção de criar uma assessoria jurídica que dê suporte e apoio aos produtores.” Outra meta de Valério é levar à classe os projetos da Faeg e os cursos de capacitação do Senar. Para a nova diretoria foram eleitos Afonso Cairo Mendes, (de camisa cinza) como vice-presidente, Leonardo Moura para secretário e Vanessa Lobato como tesoureira.
Foi realizada, no dia 21 de outubro, na Igreja Matriz São Sebastião em Goiatuba, a 9ª Missa da Benção das Sementes. O tema desse ano foi Sucessão Familiar e com o lema Produção de Alimentos: da minha família, para a sua família. O Sindicato Rural de Goiatuba, que foi parceiro do evento, ajudou com a confecção dos enfeites e na colheita das sementes que foram abençoadas. De acordo com o presidente, Paulo Henrique Garcia Cardoso, o tema da missa pode explicar bem aos participantes o que é a agricultura familiar. “Essa classe envolve uma série de pequenos produtores, que trabalham para dar continuidade à atividade de geração em geração”, diz.
Posse da diretoria Missa da semente
Divu
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a Po
ntes
Atingir a capacidade máxima produtiva, conhecer o mer-cado e suas falhas, além da
reduzir significativamente o custo de produção é o sonho de qualquer empresário que deseja o sucesso. A princípio, essas metas se asseme-lham a de uma indústria, porém, essa espécie de gestão também está chegando, aos poucos, às proprieda-des rurais de Goiás.
A agricultura de precisão vem
conquistando espaço entre os produ-tores rurais que pretendem otimizar a área plantada. A prática utiliza de tecnologia de informação baseada no princípio da variabilidade do solo e clima. Desconhecida de muitos pro-dutores, a técnica tem custo elevado, mas ainda assim, consegue resulta-dos como economia e rentabilidade.
O instrutor do curso de GPS do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Randerson Aguiar,
conta que a técnica consiste em co-nhecer a realidade fisionômica e fi-tofisionômica de pequenas partes da propriedade.
A técnica pode suprir uma ca-racterística típica do solo do Cerra-do. Com a prática agrícola de várias culturas desenvolvidas ao longo dos anos, há apresentação de diferenças nutricionais no solo em pequenos pe-daços de terra. Uma forma de ilustrar essa condição é comparar o terreno
Agricultura de precisão reduz gastos com insumos e reflete na elevação da renda com aumento de produtividade
Karina Ribeiro | revistacampo@faeg.com.br
Especial para a Revista Campo
TECNOLOGIA NO CAMPOJa
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Precisão na ponta do lápis
A produtora de Orizona, Lígia Gonçalves, começou fazendo análise do solo e hoje é uma grande investidora em agricultura de precisão na região
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a uma colcha de retalhos. “Cada pe-daço de chão tem uma realidade”, resume. Por satélite é feita a análise variabilidade existente quanto à ferti-lidade do solo e produtividade. De-pois de verificadas as diferenças den-tro dos talhões, elas são corrigidas de forma pontual.
Para se ter ideia, enquanto o pro-dutor que utiliza a técnica conven-cional realiza apenas uma análise de solo por hectare, na agricultura
de precisão, são analisados até 20 amostras por hectare. Essa interfe-rência estabelece condições quími-ca, física ou biológica, ideais às es-pécies cultivadas na agricultura.
Redução de custosO técnico calcula que esse cuidado
reduza o custo de produção entre 7% e 10%. “Como conhecemos detalhes de cada região, utilizamos somente a quantidade necessária de insumos e
isso reduz bastante o gasto”, diz. Do outro lado da ponta, há propriedades que alcançam resultados expressivos de produtividade.
Ele explica que depende de fatores como clima e a forma de utilização da técnica. “Mas têm regiões que já regis-traram até 80 sacas de soja por hecta-re. Essas razões seduzem o produtor, diz, mas a técnica ainda exige despren-dimento de recursos financeiros que a maioria não possui. Uma análise fisio-nômica e fitofisionômica por amostra, pode custar até R$ 60, dependendo da região. Sendo assim, o produtor pode despender até R$ 30 mil, apenas nessa primeira etapa do processo.
O segundo passo da agricultura de precisão, consiste em interpretar os resultados das análises de solo e a transpor para um software de ela-boração dos mapas de fertilidade do solo para aplicação de corretivos e fertilizantes. Embora admita que falte mão de obra especializada em várias regiões do Estado, Randerson acredita que a melhor forma de avan-çar na aplicação da agricultura de precisão é trabalhar empresas tercei-rizadas especializadas.
InovaçãoA produtora Lígia Gonçalves Go-
mes Mick conta que essa foi a me-lhor forma encontrada para não só conseguir investir na inovação, mas também para poder acreditar. Há cin-co anos, quando ninguém praticava a técnica na região de Orizona, locali-zada a 120 quilômetros da capital, ela experimentou trabalhar com a análi-se e correção de solo de forma mais detalhada em 200 hectares, dos 700 hectares de sua propriedade. “Fui em um trabalho de divulgação e apostei na novidade. Alguém na região preci-sava acreditar na proposta e eu, além dos meus técnicos, gostamos muito de coisas inovadoras”, diz.
Na prática, Lígia faz a marca-ção com o GPS no talhão, manda as amostragens para análise de solo e,
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O produtor Marcos Henrique Roma Pereira, há três safras trabalha com a agricultura de precisão. Dos 345 hec-tares de sua propriedade, também lo-calizada em Orizona, 120 hectares são aplicadas as técnicas da agricultura de precisão. Nestes, são economizados tanto com insumos quanto com custos operacionais.
Ele calcula que enquanto outros produtores gastam R$ 1,1 mil por hec-tare em adubos, ele consegue atingir o mesmo objetivo investindo apenas R$ 450 por hectare. Além disso, diz, acredita que economiza em torno de 15% diminuindo os custos operacio-nais. “Como economia de máquina, óleo diesel”, afirma. Marcos explica que a produtividade, entretanto, man-tém o mesmo padrão do restante da propriedade.
Ele explica que uma amostra é composta por dez subamostras retira-das de um grid de dois hectares. Um
grid é determinado em função dos his-tóricos equivalentes de produtividade e fertilidade próprias do terreno. O va-lor da amostragem, juntamente com a análise do solo, custa R$ 37.
A ideia do produtor é aumentar aos poucos a implantação da agricul-tura de precisão na propriedade. Os equipamentos aplicadores de taxas variáveis de calcário, gesso, potássio
Economia que gera resultadoHá três safras o produtor Marcos Henrique trabalha regido pelas orientações da tecnologia aplicada na lavoura Ja
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li com resultados em mãos, corrige o solo de forma pontual, sem desper-dício. “Só jogo na base, aquilo que precisa”, diz.
Há cinco anos, quando começou a trabalhar com agricultura de preci-são, pagava R$ 38 por análise de solo. Atualmente, paga R$ 32. Ela acredita que com o aumento da demanda, ten-dem a diminuir os valores da técnica.
Lígia explica que o recurso desti-nado a quitar os custos da agricultura de precisão equivalem à economia da redução de insumos aplicados ao terreno. Sendo assim, seu lucro está estabelecido no aumento da produ-tividade. “De três a cinco sacas por hectare”, afirma.
Com resultados positivos, Lígia já trabalha com a técnica em toda a sua área de 700 hectares, onde estão dis-tribuídos milho, soja e feijão. “Acredito que não tem volta. Sou preocupada com os custos e essa é a melhor forma que encontrei para enxugar os gastos”, diz.
A produtora Lígia à frente de um dos equipamentos que utiliza para melhorar a produtividade da lavoura
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Em uma safra onde a incidên-cia do La Niña prevê a interrupção mais rápida das chuvas e presença de veranicos ao longo do ciclo das culturas, a irrigação complementar pode se tornar uma espécie de se-guro agrícola para o produtor rural. Os ciclos das culturas anuais, como soja e milho, desenvolvem ao longo do período chuvoso, especialmente na região Centro-Sul. Neste sentido, em geral, não há necessidade de irrigação. Entretanto, em anos atí-picos, o sistema de irrigação pode contribuir para um ganho de produ-
tividade, completando a quantidade de milímetros de água necessários para uma boa safra, de acordo com o planejamento do produtor rural. “Depende do planejamento, às ve-zes o produtor calculou uma safra mais modesta e, por isso, não deve investir no sistema”, diz o professor de irrigação da Universidade Federal de Goiás (UFG), José Alves.
Ele conta que a técnica vale a pena para o produtor que já tiver em sua propriedade o sistema de irrigação. O fenômeno La Niña, diz, tem como consequência de déficit
hídrico no fim da cultura. Ele cal-cula que são necessários irrigar de cinco milímetros a oito milímetros diariamente. “O produtor deve cal-cular quanto já caiu na propriedade tendo como resultado final um total de 400 milímetros a 500 milímetros durante todo o ciclo”, diz.
Por questões fisiológicas da planta, diminuição das correntes de vento que garantem mais uniformidade, menor custo de produção, o período ideal para a irrigação é o noturno. Contudo, diz, a ideia é atingir a maior capacida-de de área no menor espaço de tempo.
Irrigação complementar
são dispendiosos e dificultam inves-timentos imediatos. Por isso, geral-mente, é um serviço terceirizado. “Custa muito dinheiro para investir no início. Mas compensa e trabalho para isso, conseguir o máximo com o mínimo”, afirma.
PerfilJovens de espírito, olhar empresa-
rial e percepção do avanço da tecnolo-gia, esse é o perfil dos produtores que tendem a aplicar a agricultura de pre-cisão, conforme Randerson Aguiar. Ele afirma que ainda é pequena a
quantidade de produtores que explora a tecnologia, mas acredita que a ten-dência seja que a demanda aumente a partir do momento que haja queda dos valores de custos da tecnologia. “Ain-da temos um desafio enorme, mas o primeiro passo já foi dado”, afirma.
Lançado esse ano, Pronatec pretende qualificar 5,1 mil alunos em Goiás
Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br
Qualificação no Campo
PRONATEC
Com o objetivo de ensinar de forma gratuita uma profissão aos estudantes do ensino mé-
dio da rede pública estadual de ensi-no, que moram nas áreas urbanas e rurais de Goiás, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Em-prego (Pronatec), já deu início aos cursos. As primeiras turmas começa-ram as aulas no mês de setembro. Já são 114 turmas formadas, totalizando 1.685 mil alunos. Esse número repre-senta 33% das vagas oferecidas.
No Estado, o Pronatec está sendo coordenado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Goiás, e tem a expectativa de atender, até mar-
ço de 2013, 5,1 mil alunos, em mais de 180 municípios goianos. “Essa é a maior oferta de vagas para a educa-ção do campo no Brasil. Trata-se de uma verdadeira revolução educacional na zona rural”, analisa a coordenado-ra do Pronatec, Maria Luiza Bretas. Segundo ela, o objetivo do Programa é manter esses jovens no meio ru-ral. “Nossa preocupação é que esses alunos continuem com o trabalho no campo e possam estar qualificados para a atividade que escolher.”
Sem deixar de lado o estudo for-mal na escola regular, o Pronatec veio para oferecer qualificação profissio-nal para os jovens oriundos do meio
Cursos oferecidos pelo
Pronatec no campo
Bovinocultor de Leite
Operador de Máquinas e Implementos Agrícolas
Inseminador Artificial
Horticultor
Bovinocultor de Leite
Picsicultor
Equideocultor
Fruticultor
Apicultor
Avicultor de Postura de Corte
Suinocultor
Cultivador de Mandioca
Alunos de uma das turmas do Pronatec no campo, no município de Silvânia
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Fonte: Senar, Goiás
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Carlos Alberto de Carvalho, de 19 anos, é aluno do Pronatec em Sil-vânia no curso de Inseminador Ar-tificial. Ele conta que essa é a opor-tunidade de aprendizado. “Aqui nós podemos somar conhecimento e le-var para o campo mais informações sobre a atividade”. Carlos, que é fi-lho de produtores rurais, acrescenta que o Pronatec possibilitou para ele a chance de dar continuidade ao tra-balho da família. “Meus pais atuam com a pecuária de corte, e esse cur-so de i nseminação me dá a chance de continuar com a atividade da fa-mília e até mesmo aumentar a nossa
produção de leite.”A coordenadora pedagógica do
Centaf, Kelen Mesquita, lembra que a grande procura pelas aulas do Prona-tec se deve à parceria formada entre a Ubec e o Sindicato Rural de Silvânia. O presidente do Sindicato, Vonaldo Antônio de Morais, destaca que a entidade é responsável pelo trabalho de mobilização. “É uma parceria que tem dado certo. Nós fazemos a divul-gação dos cursos e a Ubec disponibi-liza o local para as aulas.”
Vonaldo acrescenta que o Prona-tec veio para garantir que os filhos de produtores continuem com a ati-
vidade no campo. “Outro objetivo é aumentar a mão de obra específica no Estado, que, nos últimos anos, tem sofrido a falta de profissionais.”
Para participarA idade mínima para participar
do Programa é de 15 anos e o aluno deve estar matriculado na escola de rede estadual. Somente os cursos de inseminador artificial e operador de máquina exigem idade mínima de 17 e 18 anos, respectivamente. O cur-so de suinocultor oferece 180 horas/aula e o equideocultor 360 horas, os demais têm uma carga horária de 160 horas.
Os alunos da rede estadual de ensino interessados em participar do Pronatec devem procurar a direção da escola, que irá fazer a pré-inscri-ção e repassar para subsecretaria re-gional de educação. A subsecretaria vai cadastrar esse aluno no sistema e o Senar, Goiás, será responsável por confirmar a inscrição.
Número de turmas por região:
Central - 12
Entorno do DF - 16
Nordeste - 13
Norte - 19
Oeste - 14
Sudoeste - 16
Sul/Sudeste - 12
Vale do Araguaia - 12
Para continuidade à atividade dos pais
rural e também para aqueles que es-tão na cidade e vislumbram oportu-nidades de emprego e ganho real na agricultura e pecuária.
Uma das primeiras turmas do Pro-natec está no município de Silvânia. O curso escolhido pelos alunos é o de
Inseminador Artificial e está sendo ministrado no Centro de Formação da Agricultura Familiar (Centaf) na sede da União Brasiliense de Educação e Cultura (UBEC). A coordenadora pe-dagógica do Centaf, Kelen Mesquita, conta que além do curso de Insemi-
nador Artificial, outras duas turmas já foram fechadas.
De acordo com Kelen, o interes-sante do Programa é poder trabalhar com os alunos aulas práticas e teóri-cas. “Sem dúvidas, isso leva o aluno para o contato direto com atividade.”
O estudante, Carlos Alberto, em momento prático do curso de inseminador artificial
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Fonte: Senar, Goiás
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SAFRA 2012/13
Safra nova se inicia com previsão recorde
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Com boas perspectivas, grãos aumentam seu espaço entre os produtores. Primeiros
números estimam safra recorde
Karina Ribeiro | revistacampo@faeg.com.br
Especial para a Revista Campo
Máquinas no campo para
iniciar o plantio
De olho no céu, os agricul-tores das regiões produ-toras de grãos aguardam
as primeiras chuvas mais fortes para o início do plantio. As se-mentes e os insumos adquiridos estão armazenados nas proprie-dades e as máquinas estão pron-tas à espera da chuva que deve atrasar um pouco este ano. As precipitações devem chegar com mais veemência por volta da se-gunda quinzena deste mês (veja clima na pág. 22). A expectativa e de que sejam colhidas 20 milhões de toneladas de grãos na próxima safra – um incremento de 6% se comparada à safra anterior.
Embora o cenário este ano seja favorável em relação aos pre-ços praticados pelo mercado fu-turo, em função da quebra da sa-fra norte-americana e de baixos
estoques mundiais, especialmen-te de soja e milho, o preço dos fertilizantes flutuou, juntamente com a margem de ganho do pro-dutor. Quem deixou para última hora pagou o preço do produto até 25% mais caro.
Segundo o vice-presidente institucinal e membro da co-missão de grãos da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg), Barto-lomeu Braz, praticamente todos os produtores já adquiriram os insumos. “Quem comprou mais cedo ainda conseguiu preços melhores”, afirma. Ele lembra que antigos problemas infraes-truturais de escoamento da sa-fra contribuem para que o custo operacional do produtor brasilei-ro aumente e o profissional perca competitividade.
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Ao contrário das ultimas duas safras, a chuva deste ano deve ser um pouco mais espaçada. Veranicos entre o ciclo de uma ou outra cultura podem ocorrer. A culpa desse cenário menos previsível para as regiões produtoras é do fenô-meno climático El Niño. O fenômeno costuma atrasar o início das chuvas e interrompe-las mais cedo. “Se cair na primeira quinzena, tudo deve permane-cer bem a curto prazo”, afirma o analis-ta de mercado da Faeg, Pedro Arantes.
As chuvas tendem a ser em menor quantidade. A longo prazo, alguns pro-dutores já trabalham com uma possibi-lidade de diminuição de produtividade. No mais, não devem arriscar o plantio da segunda etapa além do fim de fevereiro.
Segundo a agrometeorologista do Instituto Nacional de Meteorolo-gia (Inmet), de Goiás, Elizabete Alves Ferreira, as características do El Nino, que devem incidir no clima no inicio do verão, são muito indefinidas na Região Centro-Oeste. Elizabete afirma que há probabilidade das chuvas iniciarem mais contundentemente em novembro. “As chuvas ainda estão bem irregula-res, estamos passando por um proces-so de regularização”, explica.
Ela conta que há possibilidade de veranicos na estação do verão, porem ainda não há nenhum prognostico re-lacionado ao fim das culturas, confor-me esperado por alguns produtores. De forma empírica, muitos acreditam que o ciclo de chuvas possa ser interrompido prematuramente. “Estamos aguardan-do o próximo prognostico”, explica.
Contudo, a profissional revela que o fenômeno climático é conhecido por sua imprevisibilidade. Lembrado sem-pre pelas irregularidades das chuvas, o El Nino indefine a quantidade pluvio-métrica. “Mas há pancadas de chuvas e muita incidência solar, o que e bom para o ciclo da soja”, diz.
Produtores aguardam chuvas
Soja - grão puxa aumento da produção
O produtor rural, José Renner de Souza Rates, deve começar a plantar soja em seus 600 hectares de terra, na segunda quinzena deste mês. Ele explica que com manejo correto con-segue diminuir o uso de defensivos, além disso, as sementes transgênicas permitem a redução de aplicação de herbicidas. Mas no caso dos fertili-zantes não há como haver redução nos gastos. “Não dá para não utilizar a tecnologia. A planta precisa de tec-nologia para ter um bom resultado”, afirma. Ele, que comprou o produto em junho, afirma que pagou cerca de
R$ 15% a mais que na safra de 2011. Mas Renner utiliza também a cama de frango como forma de diminuir os custos de produção. Além disso, já comercializou 70% da safra, com valores, em média, de R$ 50 a saca. A perspectiva é colher 55 sacas por hectare, considerado uma boa pro-dutividade para a região.
As projeções da Faeg provam o emprego da tecnologia no campo. Números apontam que a soja puxará a produção recorde no Estado. A pro-dução deve aumentar 10,5% enquan-to a variação da área aumentará 7,8%.
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O produtor de soja, José Renner utiliza também cama de frango para diminuir os custos com a produção
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Algodão e trigo - possibilidade de retomada
Já a produção de milho não deve sofrer muitas alterações. Embora perca terreno para a soja na primeira etapa, o cereal deve se recuperar na segunda etapa (safrinha). Enquan-to a área do milho verão, confor-me projeções da Faeg, deve reduzir 11,4%, na safrinha, a área plantada
deve aumentar 8%.O produtor Jair Barrachi diz que,
ao contrário de outros anos, nesta safra, não vai plantar milho na safra verão. Nos 800 hectares da proprie-dade, localizada em Jataí, Sudoeste do Estado, a soja predominará. “Ge-ralmente faço rotação mas, este ano,
vou aproveitar o preço da saca de soja”, afirma.
Ele conta que, na safrinha, 600 hectares serão destinados para o mi-lho e no restante deve entrar sorgo ou girassol. “É que com o La Niña, as chuvas devem acabar mais cedo, daí entro com uma cultura mais rústica”.
Milho - recuperação de fôlego na 2° safra
O produtor de milho em Jataí, Jair Barrachi, aproveitou os bons preços da grão para priorizar o plantio da cultura
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maz
elli As duas culturas podem sur-
preender. Embora ambas apresen-tem, a princípio, números desani-madores, já que a área de algodão reduziu (5,1%) e o trigo (26,2%), a tecnologia deve absorver essa per-da e gerar números próximos aos da safra 2011/2012. A primeira cul-tura deve ter uma ligeira redução de 0,9% e a segunda deve manter o patamar da safra anterior, com 39,9 mil toneladas.
Tecnologia deve absorver pardas de área plantada com algodão no Estado de Goiás
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Enquanto o setor ainda comemora a informação da antecipação de crédi-to para plantio de safrinha feito pelo Banco do Brasil (BB), que pretende liberar R$ 1 bilhão para aquisição an-tecipada de insumos, graças a uma reivindicação da Faeg, a Caixa Eco-nômica Federal (CEF) também anun-ciou a integração no Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR) para finan-ciar custeio das culturas de milho e soja, gado de leite e corte, além de investimentos em geral. Em Goiás, o projeto piloto abrange 11 municípios: Rio Verde, Bom Jesus, Caldas Novas, Catalão, Goiatuba, Ipameri, Itumbia-ra, Morrinhos, Piracanjuba, Pires do
Rio e Santa Helena de Goiás.De acordo com o gerente regional
de pessoa física do BB, Marcos Doni-zete Lourenço, serão destinados R$ 2 bilhões para o crédito rural em todo o País. “Temos pacotes de vantagens para os clientes que financiarem o custeio e investimentos como isenção na cesta de serviço, na primeira anui-dade do cartão de crédito, além de uma série de benefícios”, diz Marcos.
Seguro “Seguro não deixa ninguém rico,
mas foi feito para não tirar ninguém do mercado e não ficar no prejuízo de nenhum componente do patrimônio
do produtor”, resume o consultor de seguros do programa Faeg Seguros, Rodrigo de Oliveira.
Embora não divulgue valores em função da gama de produtos ofere-cidos pela prestadora de serviços da Faeg, Rodrigo não tem dúvida quanto à viabilidade do negócio. “Na maioria dos serviços a quitação é de 100%”, atesta.
Ele conta que muitos produtores, especialmente os de cana-de-açúcar, estão atentos aos benefícios do se-guro em função do risco elevado de incêndio. Produtores de grãos e gado, em menor número, também procuram o serviço em busca de previdência.
Crédito e seguro para a produção
Na somatória das três etapas do feijão, os dados mostram que a cultura deve perder espaço de 2,2% para outras culturas, mas consegue quase equalizar a perda aumentando um pouco a produ-tividade na lavoura. A produção deve cair de 308,2 mil toneladas em 2011/2012 para 303,6 mil em 2012/2013 – redução de 1,5%.
O sorgo acompanha as pro-jeções do feijão. A cultura mais rústica deve diminuir sua área em 2,2%, mas reduz ainda mais essa perda por meio da elevação da pro-dução (-1,3%), segundo projeções da Faeg.
Feijão e Sorgo - perda de área
Cultura reduz prejuízos pela perda de área com aumento da produtividade
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O que esperamos de
um prefeito População vai às ruas e participa
de debates que pretendem mudar a forma de se fazer política no Estado
Rhudy Crysthian | rhudy@faeg.com.br
Presidente da Faeg, José Mário, no lançamento dos debates entre os candidatos a prefeito no interior do Estado
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A Federação da Agricultura e Pe-cuária de Goiás (Faeg) e os Sin-dicatos Rurais filiados à enti-
dade concluíram, no final de setembro, mais uma etapa do maior projeto de incentivo a uma administração pública participativa já realizado em toda a his-tória dos municípios goianos. Trata-se do Seminário Estadual O Que Espera-mos do Próximo Prefeito. Foram saba-tinados, postos frente a frente para um debate ou convidados para apresenta-rem suas propostas de campanha os candidatos de cerca de 130 municípios do Estado. Os eventos foram transmiti-dos via rádios locais e portais da inter-net nos municípios onde foram realiza-dos os encontros e debates.
Durante os debates e sabatinas foram apresentadas aos candidatos e à sociedade as Agendas de Desen-volvimento Municipal, elaboradas na primeira etapa do projeto, no primeiro semestre, quando 70% da população goiana participou da construção des-sas Agendas. O evento foi realizado também com as parcerias com o Ser-viço Brasileiro de Apoio a Micro e Pe-quena Empresa (Sebrae-GO), a Empre-sa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Goiás (Emater), o Fundo de Incentivo à Cultura do Al-godão em Goiás (Fialgo), a Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), o Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Estado (Fundepec) e a Central de Laticínios de Goiás (Cen-troleite), além dos parceiros locais.
De acordo com o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, os deba-tes irão refletir na consciência do elei-torado goiano nas próximas eleições também. “Houve uma percepção de colaboração no amadurecimento da sociedade e candidatos na constru-ção de planejamentos mais próximo da realidade e que deixou de ser uma entidade preocupada apenas com o segmento rural e passou a protago-nizar ações que permeiam todos os temas que identificam demandas nos municípios”, comentou.
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Segundo o Superintendente da Faeg e coordenador do projeto, Clau-dinei Rigonatto, os debates e encon-tros realizados por todo Estado fo-ram inéditos na grande maioria dos municípios, e fundamentais para es-clarecer ao eleitor sobre as propostas de cada candidato. “Eles (os candida-tos) foram confrontados com temas que dizem respeito ao desenvolvi-mento de suas comunidades. Pude-mos presenciar a expressão maior de cidadania e democracia qualificando o processo eleitoral. Temos certeza de que muitas sementes foram lançadas para que o eleitor seja ouvido e par-ticipe diretamente dos avanços que certamente hão de vir”, acredita.
Para o consultor da Faeg e um dos idealizadores do projeto, Arthur Tole-do, o sentimento é de dever cumprido. “O sindicalismo rural de Goiás, lidera-do pela Faeg e pelos Sindicatos Rurais, realizaram um papel importantíssimo e histórico em todas as localidades. A li-derança do presidente da Faeg, José Má-rio Schreiner, tem nos motivado a atuar no fortalecimento da representatividade institucional e política do setor agrope-cuário junto à sociedade e ela tem com-preendido e se engajado na proposta de forma muito expressiva”, declarou.
Ele ressaltou ainda o alto nível dos candidatos participantes que, de uma forma geral, “foi muito bom”. “Pro-
porcionamos aos participantes uma oportunidade de colocarem seus pro-jetos e sentimentos a respeito dos de-sejos e das necessidades dos cidadãos. Observamos que há uma consciência crítica crescente a respeito do papel dos gestores públicos e do papel da sociedade na gestão e no controle so-cial das políticas públicas”, destacou. Segundo o consultor, os resultados das eleições mostraram que é preciso ter propostas consistentes, exequíveis, com a participação da sociedade, e se-rem executadas por gestores prepara-dos. “Estamos avançando bastante”.
Arthur ressaltou ainda que o voto é somente uma etapa e uma das vari-áveis para se chegar ao processo ple-no de democracia e qualidade de vida
para todos. “O projeto deixou isto bem claro. De que a participação das pessoas no desenvolvimento do mu-nicípio, durante e pós-eleições é fun-damental. É preciso debater com os candidatos para que construam boas plataformas de campanha e, na se-quência, participar dos planos de go-verno e, acompanhar e participar da execução dos mesmos”, comentou.
Ele destacou ainda que o projeto contribuiu para ampliar a percepção das pessoas de que cidadania vai muito além dos direitos do cidadão, mas fundamentalmente, dependerá dos deveres e responsabilidades que temos sobre nós, nossas famílias, com os segmentos que participamos e com nossas comunidades.
População de Vianópolis participa atenta aos debates e encontros com candidatos para ouvirem as propostas de campanha
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Foram elaboradas Agendas de
Desenvolvimento Municipal de todos
os municípios que participaram dos eventos, a própria
população local foi quem participou da construção
do documento. Nas cartilhas, constam as
principais demandas da cidade para
o próximo pleito.Agosto / 2012 CAMPO | 27www.senargo.org.br
Para o gerente sindical da Faeg e um dos moderadores dos debates entre os prefeitáveis, Antelmo Tei-xeira, essa etapa do projeto foi muito importante para o estabelecimento da Faeg como entidade que contri-buiu para o exercício da cidadania com isenção político-partidária, por meio deste conjunto de ações desen-volvidas no projeto O Que Espera-mos do Próximo Prefeito.
A promotora do Ministério Públi-co de um município da região Oeste do Estado, Vânia Marçal de Medeiros, acompanhou debates nas cidades de Piranhas e Bom Jardim de Goiás. Ela disse que o evento discutiu, em alto nível, a melhoria de vida para as pes-soas desses municípios goianos defi-nido por ela como um povo bom, ho-nesto, puro e sempre com a intenção de fazer o bem. Vânia ainda ressaltou que o candidato ganhador nas eleições deve respeitar o grupo perdedor e que o Ministério Público esteve presente para garantir, em pé de igualdade, os esclarecimentos dos candidatos sobre as expectativas locais.
O chefe do cartório da 25° zona eleitoral em Piracanjuba, Eduardo Gomes, participou do debate em seu município e se disse impressionado com a isenção e organização do even-to. Ele afirmou que foi a primeira vez que participou de um encontro como esse no município e disse que todas
as cidades deveriam ter a oportuni-dade de sediarem um debate tão im-portante para a construção de uma consciência política amadurecida e enraizada nos princípios da participa-ção da comunidade na administração pública. “Foi uma ótima oportunida-de de confrontarmos todos os can-didatos em um único local. Foi um evento muito importante para nossa comunidade, com certeza irei partici-par dos próximos”, garantiu.
Para o telegrafista aposentado, de 68 anos de Bela Vista de Goiás, Sebastião José de Santiago, a opor-tunidade foi única para confrontar as propostas de cada candidato ao plei-to de prefeito no município. Ele disse que já havia participado de outros debates semelhantes no município, mas nada comparado ao organizado pela Faeg. “O aproveitamento desse debate foi muito melhor do que o de qualquer outro que eu já participei. Acho que deveria se repetir a cada eleição”, comentou. Sebastião afirma que a iniciativa do debate é muito im-portante porque auxilia o eleitor a es-colher melhor seu voto. “Isso porque não adianta só votar, o eleitor preci-sa ter ferramentas para saber fazer a melhor escolha na urna”.
Segundo o padre da Paróquia Santa Rita dos Impossíveis, em San-ta Rita do Araguaia, Luismar de Frei-tas Rocha, o debate foi muito bom e
de alta qualidade tanto no compor-tamento dos candidatos quanto na organização e isenção dos organiza-dores. “Foi uma iniciativa muito boa de uma entidade não política como a Faeg promover esse encontro. Es-peramos que os candidatos tenham o compromisso com a sociedade em manter suas propostas debatidas durante o evento”, comentou.
A empresária em Jussara, Elizete Vaz da Cruz Leite, comenta que ado-rou participar do debate no municí-pio. Ela comentou da participação e comportamento de cada candidato e disse que nunca havia presenciado um debate tão isento e bem elabo-rado. “Foi muito bom ouvir as pro-postas dos candidatos. Sempre tem um que se destaca mais que o outro, mas o que importa é o comprometi-mento dos candidatos com o evento e com a comunidade”, ressaltou.
Vânia Marçal de Medeiros, promotora do Ministério
Público de um município da região Oeste do Estado.
O evento discutiu, em alto nível, a melhoria
de vida para as pessoas dos municípios.
O Ministério Público sempre participará
de eventos como esse da Faeg.
Foi uma ótima oportunidade de
confrontarmos todos os candidatos em
um único local. Foi um evento muito importante para
nossa comunidade.Eduardo Gomes, chefe do
cartório da 25° zona eleitoral em Piracanjuba.
O aproveitamento desse debate foi
muito melhor do que o de qualquer
outro que eu já participei. Acho que deveria se repetir a
cada eleição.Sebastião José de Santiago, aposentado em Bela Vista
de Goiás.
Foi uma iniciativa muito boa da Faeg. Esperamos que os
candidatos tenham o compromisso com a sociedade em manter suas
propostas.Pe. Luismar de Freitas Rocha, da Paróquia Santa Rita dos
Impossíveis, em Santa Rita do Araguaia.
Opinião
Sociedade apoia iniciativa
A promotora, Vânia Marçal, participou de dois debates e destacou a importância dos eventos para a comunidade
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28 | CAMPO Agosto / 2012 www.sistemafaeg.com.br
DELÍCIAS DO CAMPO
Ingredientes:800 gramas de abobrinha verde cortada à portu-guesa (rodelas)1 fio de óleoSal 1 dente de alho
Modo de preparo:Coloque o óleo em uma panela e doure o alho. Re-fogue a abobrinha e reserve.
Para o molho branco1 litro de leite3 colheres de farinha de trigo1 colher de margarina 1 fio de óleo1 cebola raladaSal Noz moscada a gosto
Modo de fazer: Frite a cebola no óleo, quando estiver dourada, acrescente a margarina, em seguida adicione o leite (reserve meio copo para dissolver a farinha de trigo) e quando levantar fervura, despeje a farinha de trigo derretida em meio copo de leite e mexa sempre até engrossar, tempere com sal e noz moscada.
MONTAGEM: Forre uma travessa com a abobri-nha refogada, coloque o molho branco e cubra com queijo ralado. Leve ao forno para gratinar por 20 minutos.
OBSERVAÇÃO: • A abobrinha pode ser substituída por outros legu-mes, tais como cenoura, jiló, batata e outros.• O molho branco utilizado neste prato pode ser utilizado em lazanha e outras receitas.
Andr
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Peix
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Receita elaborada por Andréia Peixoto, técnica em cozinha rural do Senar, Goiás.
Abobrinha ao Molho Branco
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Rende aproximadamente8 porções
Agosto / 2012 CAMPO | 29www.senargo.org.br
Contínuas quebras de produtividade vêm desestimulando produtores a permanecer no ramo
Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br
Sinal vermelho para o tomate
ALERTA NA LAVOURA
Doenças e alto custo de produção fazem tomate começar a perder terreno para outras atividades
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30 | CAMPO Agosto / 2012 www.sistemafaeg.com.br
Alimento nutritivo e sempre presente na mesa dos brasi-leiros, o tomate perde terre-
no para outras culturas no Estado de Goiás, inclusive em regiões tradicionais de plantio. Neste quesito, as preocupa-ções não distinguem produtores de to-mate de mesa daqueles que produzem o fruto estritamente destinado à indús-tria. Dois fatores deixam a cultura vul-nerável em relação a outras atividades: a falta de políticas públicas que garan-tam renda ao produtor e a constante presença de doenças nas lavouras.
Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a área de tomate tipo indus-trial vem diminuindo ano após ano. Para se ter ideia, o Instituto estima que este ano serão plantados 7,4 mil hectares, a metade do que foi plan-tado há apenas três anos. Em 2009, foram 15,7 mil hectares.
Embora o tomate industrial apre-sente maior liquidez e contrato ga-rantido com a indústria, as lavouras sofrem intensamente com doenças que causam constantes quebras de
produtividade. As doenças requerem cuidados redobrados e a utilização mais intensiva de uso de defensivos agrícolas. O resultado disso é a dimi-nuição da renda do produtor rural.
De acordo com o produtor de tomate industrial, Eduardo Veras, o produtor trabalha com uma média de produtividade entre 90 toneladas e 100 toneladas por hectare, enquanto a indústria calcula números mais mo-destos, cerca de 80 toneladas.
Ele conta que, há anos, mantem a área plantada do fruto em 100 hectares. Entretanto, afirma que ele e produtores da região de Silvânia sofrem por pro-blemas distintos ao longo dos últimos anos. Ele conta que, desde 2009, tem dificuldades em atingir a capacidade máxima de potencial de produtividade. Parte dessa inconsistência é resultado das intempéries climáticas. Doenças da mosca branca e requeima atingem constantemente as lavouras da região, diminuindo os lucros dos produtores.
A requeima é a mais importante doença que assola a cultura, altamen-te destrutiva em regiões onde o clima
é úmido e fresco. O fungo causa da-nos no tomateiro em qualquer fase do desenvolvimento da planta. Ela pode destruir completamente uma lavoura no período de uma ou duas semanas.
Para que o resultado não seja tão devastador, o produtor conta que é necessário ficar atento e fazer aplica-ção correta de fungicidas. “Em 2009 foi um ano ruim e este ano foi trági-co”, resume. Isso, diz, em função da extensão do período chuvoso.
Enquanto muitos produtores da região começam a plantar em feve-reiro, Eduardo adota outra tática para fugir desses infortúnios e também ter boa produtividade. “Planto sempre em maio, já que estou em uma região mais alta e fria”, explica.
Mas daí vem outro empecilho: a mosca branca. Eduardo diz que, não raro, a doença migra de lavouras vizi-nhas para os tomateiros. O produtor afirma que uma forma de minimizar este problema seria uma fiscalização mais rígida no período destinado ao vazio sanitário do tomate pelos fis-cais da Agrodefesa.
Produtor de tomate industrial, Eduardo Veras, afirma que está a cada safra mais difícil manter a área plantada
Jana
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Agosto / 2012 CAMPO | 31www.senargo.org.br
Há 18 anos, o produtor Jose Mo-reira trabalha com o tomate de mesa e tomate cereja. Não dispensar a produ-ção de duas variedades foi uma forma encontrada pelo produtor de não ficar vinculado a uma única lei de mercado. Sem contrato com indústrias e a mercê da lei de oferta e procura travada no Ceasa, José Moreira aprendeu, ao lon-go do tempo, que essa é uma forma de não arriscar o dinheiro investido em uma cultura de alto custo.
Ele calcula que o custo de produção do tomate gira em torno de R$ 4 mil a cada mil pés de tomateiro. “A gente arrisca mais a perder do que a ganhar” resume. José Moreira já começou a co-lher, a perspectiva é de 350 caixas por milheiro de tomate de mesa. “É uma boa produtividade”, avalia.
O preço da caixa comercializada no Ceasa fica em torno de R$ 50 a R$ 90, mas com valores médios em tor-no de R$ 60, preço que promete dar uma lucratividade extra ao produtor.
Na avaliação dele, os preços em Goiás chegaram a esses valores, porque no período de chuva, momento em que diminui a oferta de tomate no mercado
e os preços elevam naturalmente, não ocorreu esse contraponto. “Os preços foram baixos em um momento em que costuma ocorrer o contrário”, explica.
Essa inesperada reação do merca-do desestimulou o planejamento do plantio de inverno. “Isso é uma cai-xinha de surpresa, mas por experiên-cia sei que tem alguns anos que isso acontece mesmo”, diz.
Mas para fugir desses imprevis-tos, o pulo do gato do produtor foi
a produção de tomate cereja. Dos 4 mil hectares dedicados aos tomates, 1,2 mil hectares são de tomate cereja. A segurança do produtor é reflexo da estabilidade do preço da variedade. A cumbuquinha é comercializada a R$ 2,50 ou em torno de R$ 7 o quilo.
Embora ainda não saiba mensu-rar, o produtor calcula que a produti-vidade este ano será satisfatória. “Ve-nho crescendo a cada ano, mas aos poucos para evitar prejuízo”, ensina.
Diversificar para não perder
Embora o preço do tomate esteja nas alturas, causado pela quebra de produtividade e também pela redu-ção de áreas em Estados produto-res, o produtor Eduardo Veras, não acredita que haja potencial de gran-de expansão de produtividade em Goiás. Ele explica que as indústrias possuem áreas e trabalham com o plantio de forma a compensar a lei da oferta e procura. Entretanto, ex-plica que os produtores que são fiéis às indústrias e sustentam contrato de exclusividade ainda podem aumen-tar sua área sem medo da colheita não ser absorvida. “Mas ao mesmo tempo, se tivéssemos tido, este ano, uma supersafra, acredito que a in-dústria não iria absorver toda a pro-dução”, finaliza.
Como a previsão é contrária, Edu-ardo explica que muitos produtores da região estão sendo assediados por indústrias paulistanas em busca de toneladas do produto. Embora os valores sejam tentadores, até 30 ve-zes mais que o valor pré-fixado com as indústrias locais, uma média de R$ 140 a tonelada, o produtor ensi-na que quebrar cláusulas do contrato não é um negócio inteligente. “Eles te retiram do mercado por muitos anos”, diz.
Por ser considerada uma lavoura mais estressante, que exige dedica-ção integral e, além disso, com uma colheita demorada, tende a desesti-mular o produtor. “Muitos migram para as culturas de feijão e milho doce que mantêm preços atrativos e
são menos arriscadas”, diz.Para auxiliar os produtores a se
manterem na atividade e melhorar o relacionamento campo/indústria, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Associação Brasileira de Horticultura (ABH), Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Embrapa Hortaliças realizam nos próximos dias 28 a 30 de novembro, no Centro de Convenções de Goiânia, o 6º Con-gresso Brasileiro de Tomate Industrial (6º CBTI). Simultaneamente com o 6º CBTI, será realizada a 6ª Feira de Pro-dutos e Serviços, que é uma grande vitrine tecnológica que tem contribu-ído para difundir novas tecnologias, insumos, máquinas e serviços em uma demonstração da constante evo-lução dessa atividade agroindustrial.
Preços altos
O produtor, José Moreira, diversifica as variedades para se manter na atividade
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32 | CAMPO Agosto / 2012 www.sistemafaeg.com.br
CAMPO RESPONDEO pé de maracujá doce que tenho em minha proprieda-de está carregado de frutos, porém, todos ficam infes-tados de bichos e acabam caindo. O que há de errado e como tratar? Marilza Coutinho
O que está acontecendo é o ataque da mosca da fru-ta, praga muito temida no pomar, principalmente, de maracujá doce. O adulto deposita os ovos nos frutos e as larvas penetram formando galerias que danificam os frutos podendo, posteriormente, ocasionar sua queda. O tratamento mais comum é o enterrio dos frutos conta-minados em uma profundidade de 20 cm a 30 cm, este procedimento impedirá o ciclo da mosca. O outro procedimento que deve ser feito para diminuir o ataque é a colocação na planta de recipientes com isca tóxica no pomar. Usam-se garrafas plásticas com orifício para que a mosca possa entrar. Outra alternativa é fazer a pulverização dessa isca tóxica com intervalos de 10 dias a 15 dias em filas alternadas.
Receita da isca tóxica:Para 100 litro de água, usar 500 ml de proteína hidrolisa-da ou 5 litros de açúcar ou 7 litros de melaço. Inseticidas mais usados: diazinon, dimetoato, etion, fenitrotion, fention, malation, mevinfós e triclorfon. Quantidade vide bule de cada inseticida, não precisa misturar mais de um inseticida. Renovar essa isca do recipiente a cada 15 dias. Nunca manusear qualquer inseticida sem o E.P.I comple-to. Pode-se misturar suco de frutas também na soluçãoA armadilha deve ficar amarrada a uma altura mediana e colocar do lado do sol nascente.
Consultor: FERnAnDO DOMinGuES DO CARMO, Engenheiro
Agrônomo e instrutor do Senar, Goiás, na área de fruticultura.
Eu crio galinha caipira. O que faço para salvar as aves que estão morrendo após terem as pernas pa-ralisadas? Elas não conseguem ficar em pé, apresen-tam fezes brancas e verdes e emagrecem muito.Vânia Rodrigues
Bom Vânia, pode ser que esteja iniciando uma in-festação de algum tipo de doença bacteriana em sua propriedade, principalmente, pelas características que mencionou como diarreia, prostração das aves com problemas nas juntas e perda excessiva de peso. Dependendo da bactéria que se instalou, a morta-lidade é realmente muito alta. Para as aves que já estão doentes, o importante é tentar um tratamento com antibiótico indicado por um médico veterinário, caso a doença já tenha se alastrado em grande parte do plantel, o recomendado é fazer o descarte des-sas aves e um vazio sanitário de pelo menos 10 dias com bactericida. Uma dica para quando for comprar novas aves, é ficar atenta ao calendário profilático e também a higienização do local.
Consultora: WAnESSA nEVES DE FARiA, Zootecnista e coor-
denadora da área de Pequenos Animais do Senar, Goiás.
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Agosto / 2012 CAMPO | 33www.senargo.org.br
CASO DE SUCESSO
Em apenas três meses de atividade, Deoclécio conseguiu aumentar em 300% o lucro da família
Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br
Horta saudável e lucrativa
Deoclécio Gomes (Coca), decidiu seguir o sonho de ser o próprio patrão, Senar ajudou a transformar em realidade
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34 | CAMPO Agosto / 2012 www.sistemafaeg.com.br
Há quase três meses, a vida de Deoclécio Gomes de Lima, de 37 anos, mudou. Morador do
Assentamento Três Barras, no municí-pio de Cristalina, ele conta que conse-guiu aumentar em 300% a renda da família. E tal objetivo só foi possível após a participação no curso de Ole-ricultura Orgânica, oferecido pelo Ser-viço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Goiás, por meio do Síndicato Rural de Cristalina. Apesar de o trei-namento ter sido recente, o resultado já altamente visível.
Deoclécio, também conhecido na região como Coca, sempre trabalhou como lavrador. Mas o sonho de ter o próprio negócio falou mais alto e ele decidiu correr atrás da realização. “Sentia que era a hora de arriscar e ter um negócio onde eu fosse o meu próprio patrão.” Coca lembra que a primeira opção escolhida por ele e a esposa foi a produção de uma horta.
Mas ele não queria uma simples horta, Deoclécio queria fazer algo dife-rente. E foi pensando na qualidade dos produtos oferecidos que o produtor optou pela horta orgânica. “Até para comercializar é melhor, pois as pesso-as, ultimamente, têm se preocupado cada vez mais com a saúde, e acredi-to que um alimento sem agrotóxico é mais saudável.”
Mas antes do conhecimento obti-do no treinamento do Senar, produzir a horta orgânica não era tarefa fácil. “No início senti uma grande dificulda-de. Quando vamos trabalhar para nós mesmos não têmos a noção do quanto é difícil.” Deoclécio lembra que ele e a esposa tentavam colocar a produção em ordem, mas nunca dava certo. “Têm pessoas que quando começam com um novo negócio, muitas vezes, têm ajuda de um técnico ou uma pessoa especia-lizada. Mas no meu caso não, por isso senti vontade de me inscrever no trei-namento de olericultura orgânica.”
De fato a melhora veio e em um curto prazo. Ele conta que logo após os ensinamentos adquiridos no trei-
namento do Senar, a sua atividade cresceu de forma rápida e fácil. An-tes, o casal colhia produtos com má qualidade, com aparência de alimen-tos sujos e mal tratados. “Quando eu chegava com os produtos no comércio não conseguia vender justamente por essa aparência.” Agora, com uma si-tuação completamente diferente, ele conta que fabrica o próprio adubo e está conseguindo produzir e vender uma hortaliça bonita e saudável.
Ampliando o LucroOs produtos de Deoclécio são re-
vendidos para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e na feira de Cristalina, todo domingo. Coca destaca que só na Conab ele vende por mês mais de um salário mínimo em alimentos. Já no fim de semana ele consegue faturar cerca de R$ 300, sen-do que no início esse valor não passa-va de R$ 100. “Foi um crescimento de 300%. E isso me anima a continuar fa-zendo um trabalho bom e produzindo alimentos de alta qualidade.”
Com o lucro obtido com as vendas dos produtos, Coca já fez grandes in-
vestimentos na atividade. “Consegui construir um barracão em Cristalina e, recentemente, comprei um carro que nos ajuda a levar nossos alimen-tos aos nossos clientes.” Ele relata que quando trabalhava de empregado não tinha condições de ter um automóvel. “Agora minha realidade é outra. Isso me deixa feliz e realizado. É muito gratificante quando nos empenhamos em um trabalho e ele acaba propor-cionando boas realizações.”
Com apenas dois hectares, em uma propriedade de 45 hectares, a horta de Deoclécio pode ser considerada peque-na. Mas a intenção dele é continuar apri-morando a atividade e aumentar o ta-manho da produção. “No próximo ano eu quero passar para cinco hectares.”
Para o produtor, o treinamento do Senar foi um verdadeiro divisor de águas. “Tudo o que eu sei da ativida-de, eu aprendi nesse treinamento. Até comercializar o produto eu não sabia. Nunca na minha vida eu participei de uma ação tão recompensadora como esta. Acredito que para o meu cresci-mento profissional o treinamento do Senar foi fundamental”, relata.
Deoclécio mostra, com orgulho, sua horta orgânica
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Agosto / 2012 CAMPO | 35www.senargo.org.br
CURSOS E TREINAMENTOS
senar lança treinamento de sangria em seringueira
eM seteMBrO, O senAr PrOMOVeU
264 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL 74 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL
3.416PRODUTORES E
TRABALHADORES
RURAIS
CAPACITADOS
34 91 5 4 9 90 31 36 10 1 7 1 19
Na área de
agricultura
Em atividade
de apoio
agrossilvipastoril
Na área de
silvicultura
Na área de
agroindústria
Na área de
aquicultura
Na área de
pecuária
Em
atividades
relativas à
prestação de
serviços
Alimentação
e nutrição
Organização
Comunitária
Saúde e
Alimentação
Prevenção
de acidentes
Educação
para
consumo
Artesanato
Shutt
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36 | CAMPO Agosto / 2012 www.sistemafaeg.com.br
Leydiane Alves
leydiane@faeg.com.br
O estado de Goiás é o sexto maior no ranking nacional de área plantada com seringais. No Estado, são 3.395 hectares (3% da área plantada brasileira) com uma produção, com 9.265 toneladas de látex coagulado (4%). No entanto, Goiás é o que apresenta o melhor rendimento de produção,
com mais de 2,8 quilos de látex por hectare, contra, por exemplo, os cerca de 2,7 quilos por hectare de São Paulo - estado que possui maior área plantada no país. Dada a importância da atividade, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Goiás, lançou no dia 28 de setembro o Treinamento em Sangria de Seringueira, durante o 1º Workshop: Cultura da Seringueira, promovido pela Associação dos Produtores de Borracha Natural dos Estados de Goiás e Tocantins (Aprob GO/TO).
Pelo fato de a extração do látex ser bastante artesanal, a atividade tem absorvido grande parte da mão de obra que tem saído da cultura de cana-de-açúcar por causa da mecanização. O treinamento terá carga horária de 40 horas. Os participantes – produtores e trabalhadores rurais maiores de 18 anos – receberão informações sobre a importância econômica, social e ambiental da atividade, assim como instruções sobre implantação do seringal, ferramentas e métodos para se realizar sangria mais eficiente e garantir a produti-vidade das plantas. As inscrições são gratuitas e os interessados devem procurar o Sindicato Rural de seus respectivos municípios para informar do interesse em participar o treinamento.
Para mais informações sobre os treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o contato é pelo telefone: (62) 3545-2600 ou pelo site: www.senargo.org.br
eM seteMBrO, O senAr PrOMOVeU
264 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL 74 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL
3.416PRODUTORES E
TRABALHADORES
RURAIS
CAPACITADOS
34 91 5 4 9 90 31 36 10 1 7 1 19
Na área de
agricultura
Em atividade
de apoio
agrossilvipastoril
Na área de
silvicultura
Na área de
agroindústria
Na área de
aquicultura
Na área de
pecuária
Em
atividades
relativas à
prestação de
serviços
Alimentação
e nutrição
Organização
Comunitária
Saúde e
Alimentação
Prevenção
de acidentes
Educação
para
consumo
Artesanato
Agosto / 2012 CAMPO | 37www.senargo.org.br
CAMPO ABERTO
O agronegócio brasileiro ganha cada vez mais relevância dentro no
cenário econômico mundial. Diante disso, a proteção dos cultivos, da saúde humana e do meio ambiente para produção de alimentos de qualidade é imprescindível para alimentar o mundo de maneira sustentável e responsável. Nesse panorama, profissionais que trabalham diretamente com a agricultura têm o compromisso e dever de desenvolver diversas formas de educar, conscientizar e levar o conceito de boas praticas agrí-colas aos campos brasileiros de maneira eficaz e inovadora, rumo a uma agricultura forte e responsável.
Com objetivo de atender esse cenário, a FMC Agricultural Products, uma das maiores em-presas no segmento de defensi-vos agrícolas, criou o Programa Atuando com Responsabili-dade, que tem como proposta transmitir à comunidade rural de forma simples e didática a mensagem sobre os sete hábitos da atuação responsável.
O primeiro hábito é “Aqui-sição de produto por meio de Receituário Agronômico”. Antes de comprar um produto fitossa-nitário, é fundamental consultar um Engenheiro Agrônomo para fazer uma avaliação correta dos problemas da lavoura, como o ataque de pragas, doenças e plantas daninhas. O segundo hábito é o “Transporte Seguro”. Transportar produtos fitossa-nitários é uma tarefa de alta responsabilidade e exige que
sejam tomadas várias medidas de prevenção para diminuir o risco de acidentes em vias públicas e aumentar as chances de sucesso em atendimentos de emergências.
O terceiro hábito é o “Arma-zenamento”. As normas para armazenar produtos fitossani-tários no Brasil foram revistas e tornaram-se mais rigorosas. As implicações legais num caso de acidente podem ser agravadas, se comprovada a não observân-cia das normas vigentes, pois os infratores poderão ser punidos de acordo com a Lei de Crimes Ambientais.
O quarto hábito é o “Prepa-ro da Calda” que exige muita atenção, pois é neste momento em que o trabalhador manu-seia o produto concentrado. Por isso, a embalagem deve ser aberta com cuidado para evitar o derramamento. A utilização de balanças, copos gradua-dos, baldes e funis específicos tornam-se necessárias.
“Utilização Adequada de Equipamentos de Proteção indi-vidual (EPI)” é o quinto hábito. Nas lavouras, a função básica do EPI é proteger o organis-mo de exposições ao produto tóxico, minimizando todo e qualquer risco de intoxicação durante o manuseio ou a aplica-ção de produtos fitossanitários. Por isso, são responsabilidades do empregador o fornecimento dos EPIs adequados ao traba-lho, devidamente higieniza-dos, além da instrução e do treinamento dos trabalhadores quanto à utilização correta.
Já o sexto hábito é a “Tec-nologia de Aplicação”. Toda vez que realizar um tratamento fitossanitário com a utilização de produtos químicos, é neces-sário responder, no mínimo, três perguntas para garantir bons resultados agronômicos: Qual é o alvo biológico que precisa ser controlado? Qual o tratamento mais adequado? Como reali-zar uma aplicação eficaz? Isso porque a aplicação errada de produtos químicos é sinônimo de prejuízo, pois além de gerar des-perdício, aumenta consideravel-mente os riscos de contaminação das pessoas e do ambiente.
O último hábito é “Destina-ção e Sobra de Embalagens”. O principal motivo para realizar-mos a destinação final correta às embalagens vazias dos agrotó-xicos é diminuir o risco para a saúde das pessoas e de con-taminação do meio ambiente. Porém, trata-se de um procedi-mento complexo que requer a participação efetiva de todos os agentes envolvidos na fabrica-ção, comercialização, utilização, armazenamento e no processa-mento dessas embalagens.
Os produtos fitossanitários existem para proteger o campo e aumentar a produtividade e a rentabilidade nas lavouras. Com os sete hábitos de atuação responsável, todos nós pode-mos alimentar o mundo com mais segurança, qualidade e sustentabilidade. A FMC in-veste nessas ações e em novas tecnologias, pois acredita no crescimento do País por meio da agricultura sustentável.
Sete hábitos de atuação responsável no campo
Maria de lourdes
setten Fustaino é
diretora de registro
da FMC Agricultural
Products
Alfa
pres
s Com
unic
açõe
s
38 | CAMPO Agosto / 2012 www.sistemafaeg.com.br
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