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DIEGO DE MATOS VIEGAS
PERCEPÇÕES DE UM GRUPO DE USUÁRIOS DE DROGAS ILÍCITAS QUANTO AOS FATORES QUE OS LEVARAM A ESTA PRÁTICA
Cassilândia – MS2011
DIEGO DE MATOS VIEGAS
PERCEPÇÕES DE UM GRUPO DE USUÁRIOS DE DROGAS ILÍCITAS QUANTO AOS FATORES QUE OS LEVARAM A ESTA PRÁTICA
Projeto de Intervenção apresentado à
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul,
como requisito para conclusão do curso de Pós
Graduação em nível de Especialização em Atenção
Básica em Saúde da Família.
Orientador: Prof. Dr. Alessandro Diogo De Carli.
Cassilândia – MS2011
Sumário
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................4
2 REVISÃO DE LITERATURA...............................................................................................8
2.1 ADOLESCÊNCIA........................................................................................................8
2.2 DROGAS, FAMÍLIA E ADOLESCENTES...................................................................10
2.3 DROGAS E SOCIEDADE..........................................................................................16
2.4 FATORES CAUSADORES DO ABUSO E DEPENDENCIA DE SUBSTÂNCIAS............19
2.4.1 Fatores Ambientais........................................................................................19
2.4.2 Fatores Individuais.........................................................................................20
2.5 DEFINIÇÃO DAS DROGAS......................................................................................22
2.5.1 Drogas Psicotrópicas......................................................................................22
2.5.2 Definição e Efeitos da Maconha....................................................................23
2.5.3 Definição e Efeitos da Cocaína......................................................................25
2.5.4 Definição e Efeitos dos Opiáceos..................................................................26
2.5.5 Definição e Efeitos das Anfetaminas............................................................28
2.5.6 Definição e Efeitos do LSD (dietilamida do Ácido Lisérgico)........................30
2.5.7 Definição e Efeitos dos Solventes Voláteis...................................................32
2.5.8 Definição e Efeitos do Ecsatasy (MDMA ).....................................................34
2.6 DROGA E SAÚDE MENTAL....................................................................................35
2.8 MEDIDAS DE PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS..................................................39
2.9 A ENFERMAGEM E OS USUÁRIOS DE DROGAS....................................................41
2.10 ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA ENFRENTAMENTO E DIFICULDADE NO MANEJO DO USUÁRIO DE DROGAS...........................................................................43
3. OBJETIVOS:..................................................................................................................46
3.1 Objetivo Geral.......................................................................................................46
3.2 Objetivos Específicos............................................................................................46
4 MÉTODO.......................................................................................................................47
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................................................49
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................79
7 REFERÊNCIAS................................................................................................................81
APÊNDICE A.....................................................................................................................85
APÊNDICE B.....................................................................................................................86
PERCEPÇÕES DE UM GRUPO DE USUÁRIOS DE DROGAS ILÍCITAS QUANTO OS FATORES QUE OS LEVARAM A ESTÁ PRÁTICA
RESUMO
A dependência química é considerada hoje como um problema de saúde pública, pois atinge toda a sociedade desde as classes sociais mais elevadas às mais baixas. A droga está cada vez mais presente na vida cotidiana das pessoas. O uso de drogas ilícitas está fortemente ligado à adolescência. Os estudos realizados nas últimas décadas têm revelado que a prática de experimentar e de fazer uso abusivo das drogas não só vem aumentando entre os adolescentes, como vem ocorrendo em idade cada vez mais precoce. O uso de drogas ilícitas é relatado por adolescentes como uma maneira de curtir relaxar e/ou esquecer os problemas. Sabe-se que existem alguns fatores de risco que acabam levando os adolescentes a fazer o uso de drogas como: fatores individuais e fatores ambientais. O presente estudo teve o intuito de conhecer os principais fatores que levaram este grupo indivíduos ao uso de drogas ilícitas, verificarem o conhecimento dos usuários em relação à droga ou as drogas que faz uso e reconhecer as drogas mais utilizadas neste grupo. Foi realizada no Centro de Recuperação Vida Nova em Cassilândia - MS, no mês de Agosto de 2010, com 15 usuários de drogas em tratamento no período vespertino. Desses 15 usários internos em tratamento todos começaram o uso de drogas na adolescência, a maioria dos pais eram separados quando iniciaram o uso de drogas e não tinham religião . Foi analisado que a droga mais usada era a pasta base, alegaram que isso se deve ao fato dessa droga ser mais barata do que a cocaína, de fácil acesso e devido ao seu potente efeito alucinógeno. Foram influenciados a fazer uso de drogas pelos amigos, relatam ter experimentado por curiosidade. Através dos resultados encontrados é necessário salientar que a melhor forma de combater o uso indevido das drogas é através da prevenção primária.
DESCRITORES: drogas ilícitas, adolescência, fatores de risco.
PERCEPÇÕES DE UM GRUPO DE USUÁRIOS DE DROGAS ILÍCITAS QUANTO OS FATORES QUE OS LEVARAM A ESTÁ PRÁTICA
1 INTRODUÇÃO
Um dos principais problemas que afligem a sociedade e as famílias
nos dias de hoje é o envolvimento dos adolescentes com as drogas ilícitas,
que se tornam cada vez mais elevados. É cada vez maior o declínio da
qualidade de vida dos adolescentes em função ao uso de drogas, por isso
é de suma importância transmitir informações a respeito dos perigos que
os encontros com as drogas podem trazer para suas vidas, e que esse
caminho muitas vezes não tem volta é necessário ressaltar que a
informação é melhor forma de prevenção.
Hoje, o uso abusivo das drogas tornou-se um grave problema
social, sobre tudo na camada mais jovem da população, e vem merecendo
atenção especial por parte dos governantes dos diversos países do mundo
(CALDEIRA, 1999).
O abuso e a dependência de drogas ameaçam os valores políticos,
econômicos e sociais. Além de contribuir para o crescimento dos gastos
com tratamento médico e internação hospitalar, eleva os índices de
4
acidente de trânsito, de violência urbana e de mortes prematuras (SILVA
et al, 2006).
No estado de Mato Grosso do Sul (MS) existem 448.079
adolescentes, e no município de Cassilândia-Ms há 3349 (Datasus). Com a
passagem da fase infantil para a adulta, o adolescente está sujeito a
passar por conflitos internos e externos como rebeldia, ansiedade,
querendo fazer parte de um grupo social, em resultado disso ele acaba
procurando as drogas, acham que através do uso de drogas seus
problemas serão solucionados (Kawamoto, Souza, Florio, 2001).
São diversos os motivos que conduzem os jovens as drogas, fatores
como baixa alto-estima, medos, angústia, conflitos familiares, todos esses
fatores levam na maioria das vezes os mesmos a procurar algo que lhes
proporcionem prazer imediato, fugindo da realidade em que vivem.
O crescimento da população jovem, a estagnação do crescimento
econômico e o aumento do desemprego no país são fatores que
favorecem o crescimento do tráfico ilícito e o consumo abusivo dos
tóxicos, elevando conjuntamente os índices de violência e criminalidade,
que se não proibidos de maneira correta podem vir a colocar em risco a
segurança da sociedade e própria paz mundial (GONÇALVEZ, 2001).
5
É visto que um dos fatores que acabam levando os jovens a esse
caminho são os conflitos familiares entre pais e filhos, por este fator é
interessante mudar a qualidade da educação, os pais estão mais cuidando
que educando os filhos. Educar é incluir nos relacionamentos pai-filho e
mãe-filho, através da convivência diária, valores sociais como gratidão,
disciplina, religiosidade, ética e cidadania (TIBA, 2003).
No que diz respeito ao uso de drogas, torna-se fundamental aos
Enfermeiros da Estratégia de Saúde da Família conhecer os principais
fatores vistos pela ótica do próprio adolescente em relação ao que levou a
dependência química, visto que cabe notar que os enfermeiros da
Estratégia de Saúde da Família são profissionais com amplo acesso aos
indivíduos envolvido com fenômeno das drogas em todas as fases do
problema, tornando esse conhecimento facilitador no enfretamento junto
com o individuo e família no tratamento as drogas.
Segundo Spricigo e Alencastre (2004, P. 9) a importância do
autoconhecimento do enfermeiro, buscando identificar suas próprias
crenças, valores e preconceitos em relação ao uso de drogas e aos
usuários, adquire destacada relevância, pois estes podem estar pouco
evidentes, passando despercebidos para o enfermeiro, mas que se
manifestam através do comportamento ou abordagens inadequadas no
6
momento do cuidado ou orientação dos usuários de drogas e seus
acompanhantes.
Este trabalho vem de encontro a uma necessidade de conhecer a
fundo os motivos que acabam levando os adolescentes de nossa
sociedade e área de abrangência ao envolvimento com as drogas,
conhecendo as razões verbalizadas pelos próprios usuários.
7
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 ADOLESCÊNCIA
Há muitas tentativas de se definir adolescência, embora nem todas
as sociedades possuam este conceito (BALLONE, 2003).
A Organização Mundial da Saúde (2005) define a adolescência
como: O período da vida a partir do qual surgem as características sexuais
secundárias e se desenvolvem processos psicológicos e padrões de
identificação que evoluem da fase infantil para a adulta, entre eles a
transição de um estado de dependência para outro de relativa autonomia,
compreendendo a idade de 10 a 19 anos.
Já o Estatuto da Criança e do Adolescente , define que a
adolescência começa aos 12 e vai até os 18 anos, onde acontecem
diversas mudanças físicas, psicológicas e comportamentais. Segundo o
Datasus (2010) no estado de Mato Grosso do Sul existem 448.079
adolescentes, sendo que há de 15 a 19 anos 222.088 e de 10 a 14 anos
225.981 e no município de Cassilânda / MS há 3349 sendo que de 10 a 14
anos 1604 e de 15 a 19 anos 1745, ver tabelas a seguir:
TABELA -1 População residente em Mato Grosso do Sul, por ano segundo faixa etária de 10 a 14 anos e 15 a 19 anos no período de 2010.
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Faixa etária TOTAL
15 a 19 anos 222.088
10 a 14 anos 225.991
Total
Fonte: DATASUS – 2010
TABELA -2 População residente em Mato Grosso do Sul, faixa etária segundo município de Cassilandia, faixa etária de 10 a 14 anos e 15 a 19 anos no período de 2010.
Município 10 a 14 anos 15 a 19 anos
Cassilandia 1604 1745
Fonte: SIAB – SISTEMA DE INFORMAÇAO DA ATENÇAO BASICA, 2010.
As mudanças físicas e fisiológicas que ocorrem na média dos 12
anos nas meninas e aos 14 anos nos meninos são resultados dos
hormônios, o crescimento de todas as partes do corpo é muito acelerada,
todos esses eventos são chamados de o “pique” de crescimento do
adolescente (Hebert, 1987).
A adolescência é observada pelas mudanças físicas da puberdade,
mas não deve ser igualada a puberdade, pelo fato de a puberdade ser
biologicamente inevitável, enquanto que a adolescência, em certo
sentido, é uma criação de nossas culturas industriais (HEBERT, 1987).
9
Segundo Hebert (1987) e Charbonneaur (1980), a adolescência é
marcada, também, pelo egocentrismo de cada indivíduo.
A adolescência é um período da vida onde as contradições assumem
um papel dinâmico e essencial, e essas contradições são facilmente
percebidas, principalmente, as que giram em torno da dependência versus
independência. Nessa fase o adolescente vê-se, então, dividido entre o
desejo de conservar o mundo confortável de sua infância e a necessidade
incontrolável de adquirir sua autonomia. Entrar no mundo dos adultos
significa, para os adolescentes, a perda definitiva da sua condição de
criança. Para o adolescente deixar de ser criança é mais que passar por
mudanças corporais, pois o adolescente tem aos poucos que estabelecer
uma nova relação com os pais e com o mundo (BUCHER, 1988).
2.2 DROGAS, FAMÍLIA E ADOLESCENTES
Todos os adolescentes encontram-se em situação de risco para o
uso de drogas, pois a maioria dos jovens são objeto de pressão para o
início de seu uso. Sem dúvida, alguns adolescentes estão em maior risco
do que outros. Os três fatores mais importantes são a história familiar, o
10
uso por parte dos pais e certas características individuais (SIBER e SOUZA,
1998).
A família é muito importante na problemática do abuso de drogas.
Na verdade, as grandes mudanças sofridas pela família nas últimas
décadas são consideradas, por vários especialistas, como um dos fatores
fundamentais do abuso de drogas pelos jovens (MURAD, 1996). Nos dias
atuais, os problemas do envolvimento dos adolescentes e as drogas têm
preocupado os educadores, a sociedade, mas, principalmente, os pais. Um
dos fortes fatores que podem influenciar o adolescente a partir a um
caminho pernicioso e destrutível é, na maioria das vezes, resultados de
convivência entre pais e filhos, ou seja, violência familiar, pais separados,
etc. (CALDEIRA, 1999).
Um aspecto crucial na educação é a autoridade. Muitos pais temem
perder o amor dos filhos se forem firmes nas regras e nas cobranças. Todo
mundo sabe que adolescente contrariado é confusão na certa. Como uma
criança teimosa, ele reclama, briga e faz escândalo, dentro de uma escala
proporcional a seu tamanho. Nesse ponto os pais não podem ceder.
Precisam estar conscientes de que, como todo mundo, os jovens não dão
afeto a pessoas que não respeitam. Se os pais forem omissos e ficarem
quietos por medo de perder o amor do filho, correm o risco de se ver
11
menosprezados e ignorados. Aí o afeto e a cumplicidade que eles queriam
preservar acabam se esvaindo completamente. Um pai ou uma mãe que
engole os próprios princípios e se cala a cada malcriação dá um atestado
de que não se respeita, e os filhos entendem isso como um sinal para que
não o respeitem também (TIBA, 2003, p. 1). Segundo Murad (1994), a
discusão a falta de amor no relacionamento familiar os conflitos entre pais
e filhos tem sido uma das principais causas para levá-los ao uso de drogas.
É importante que os pais sejam cuidadores e controladores
executivos, mas isso nunca é o suficiente, devem também proporcionar
apoio e permitir que o adolescente negocie e se sinta competente
(FISHMAN, 1996).
Segundo Sanchez et al (1982), a droga é mais do que um elemento
de perturbação suscetível de intervir como um acidente na vida do
adolescente, antigamente o problema era medido dessa maneira, ele não
estava presente na preocupação do dia-a-dia dos educadores e não
aparecia freqüentemente na vida dos pais. Quando por acaso, ele aparecia
era tratado de um fato estritamente pessoal e a adesão à droga era vivida
no isolamento.
12
Hoje, já não é mais assim, o problema passou a ser como uma
ameaça constante em nosso meio, tornou-se parte do nosso universo e
um fenômeno de civilização (SANCHEZ et al, 1982).
A família em todas as culturas desempenha funções educativas,
através dela é que se recebe os modelos e a formação de que se necessita
para poder funcionar como um adulto, além de transmitir considerável
parte do saber social (BUCHER, 1988).
Diante do problema das drogas, podemos observar a extrema
perplexidade dos pais e educadores e com o pedido de soluções mágicas e
imediatas formulada pelos próprios, em conseqüência do grande
despreparo e desconhecimento dessa questão (BUCHER, 1988).
Com resultado de uma problemática de tal complexidade, não é
possível traçar uma linha de conduta, ou indicar uma regra geral a ser
seguida, tem que levar-se em conta a mentalidade dos pais e educadores
e dos adolescentes que se pretende orientar ( BUCHER, 1988).
Segundo Bucher (1988) é importante evitar dramatização de
situações que envolvam o uso de drogas. Essa dramatização decorre de
dois fatores que se reforçam entre si.
O primeiro fator é uma grande falta de informação que acaba por
colocar os pais em má posição diante dos filhos e provoca angústia que os
13
leva a negar qualquer situação envolvendo o uso de drogas. O segundo
fator é que a descoberta do uso de drogas revela muitas vezes, de forma
súbita, a ausência de uma comunicação entre pais e filhos ou a presença
de um conflito latente na família (BUCHER, 1988).
Segundo Murad (1998), não se formaram dependentes de drogas
entre crianças que crescem com amor e segurança, que podem expressar
suas idéias e pensamentos livremente, que são realistas, e otimistas em
relação as suas habilidades e, sobretudo, quando podem tomar decisões
sadias.
Eis o que os pais podem dar aos seus filhos, com intuito de protegê-
los do abuso de drogas, amor e afeição em todas as fases de seu
crescimento, disciplina consistente mais justa, ensina-las a dizer não,
oportunidades de experiências gratificantes, atmosfera familiar estável,
modelos adultos em que possam se espelhar, informações oportunas e
corretas sobre as drogas (MURAD, 1998).
Alguns pais com uma visão moderna acham que não se devem
impor limites, acham que criança tem o direito de fazer o que quer; isso
quer dizer que os pais não conseguem dizer não, dessa maneira seus filhos
não estão sendo educados e sim criados (TIBA, 1999).
14
Os filhos devem entender que se os pais exigem certo tipo de
comportamento, e até coloca limites, é exatamente por que os ama e
quer bem, a fim de protegê-los (MURAD, 1998).
O que se espera dos pais é uma disciplina consistente, rígida, mas
justa é importante lembrar que os pais não podem se dar por derrotados
ao envolvimento dos filhos com as drogas (FISHMAN, 1996).
Não existe uma infância específica do usuário de droga, mas
podem-se afirmar que com certeza existem fatos, específicos na infância
que podem deixar seqüelas e acabando este a se tornar um depende
químico. (BERGERET e LEBLANC, 1991).
15
2.3 DROGAS E SOCIEDADE
As drogas fazem parte da história da humanidade. Nos dias atuais,
devido à elevada freqüência, tornou-se um problema de saúde pública
(GONÇALVEZ, 2001; TAVARES, BÉRIA e LIMA, 2004).
O uso de substância psicoativa tem sempre estado presente na
história da existência do homem. São usadas de várias maneiras com
muitas finalidades e em lugares diversos: rituais, eventos comemorativos,
reuniões, cultos sagrados e profanos, para alívio das dores, busca de
prazer com finalidade do indivíduo atingir lugares ainda não alcançados
(SANCHEZ, OLIVEIRA e NAPPO, 2005).
São várias as opiniões sobre como abordar o problema do aumento
crescente do uso de drogas no Brasil e no mundo. Quando se fala no valor
que o comércio de drogas ilícitas movimenta todos afirmam que um dos
mais rentáveis e as estimativas que os consumidores gastam chegam a
US$ 150 bilhões na compra de drogas. Esses valores por si só podem
oferecer uma imagem do poder que esse comércio representa. E aponta
ainda a grande penetração que esta mercadoria tem em todo o mundo,
ou seja, o aumento cada vez maior de pessoas que fazem uso de drogas
no seu dia a dia (SANCHEZ, OLIVEIRA e NAPPO, 2005).
16
Entre estudantes brasileiros, o início do consumo de drogas ocorre
principalmente entre os 10 e 12 anos de idade (SANCHEZ, OLIVEIRA e
NAPPO, 2005).
Em um estudo realizado pelo Centro Brasileiro de Informações
sobre Drogas (CEBRID, 2005) nos anos de 1987 1989, 1993, 1997 entre
adolescentes de dez capitais brasileiras indicam que a adolescência é uma
fase em que o indivíduo está mais susceptível ao consumo de substâncias,
ocorrendo com freqüência sua experimentação. Para alguns adolescentes
isso fará parte de seu processo de desenvolvimento e interrompendo-se
conforme vai adquirindo maturidade. Outros, infelizmente,
desenvolveram o uso abusivo resultando em transtornos muitas vezes
irreparáveis para a vida desses indivíduos.
Segundo Tavares, Béria e Lima (2004), fatores de risco para o uso de
drogas no Brasil são pouco estudados, dessa maneira a maior parte das
informações disponíveis a esse respeito são provenientes de estudos
realizados em outros países.
Os aumentos do fenômeno do consumo de drogas nos grandes
centros urbanos brasileiros acabam trazendo para a sociedade e famílias o
medo, a insegurança e a sensação de impotência diante de seus jovens
vivenciarem tal situação (CALDEIRA, 1999).
17
Segundo Gonçalvez (2001), nas comunidades de baixa renda, a falta
de condições para subsistência transforma o envolvimento com o tráfico
uma fonte de renda.
Pode-se observar que o atual consumo de drogas vem de encontro
com a crise social econômica na qual estamos imersos. Em momentos de
crise e desestruturação social e o espaço para a droga se torna maior.
Uma sociedade como a que vivemos, cada vez mais competitiva,
insensível, consumista e individualista é uma sociedade que favorece o
consumo de drogas, e esse uso não está relacionado a uma certa classe
social ou a determinada faixa de idade, está tornando um caráter cada vez
mais generalizado. A questão das drogas é muito complexa e cada vez
mais é possível reconhecer que por trás dela há um verdadeiro conjunto
de situações diversas. Para lidar com esse problema é preciso ter bem
claro essa complexidade (BUCHER, 1988).
A abordagem sobre o abuso de drogas não deve ter o mérito intuito
de apontar culpados, ao contrário, devem ser buscados meios mútuos e
cooperação entre escolas, família, polícia, estudante, comunidades e
todas as áreas da ciência da saúde, com o objetivo de diminuir a oferta e a
demanda (GONÇALVEZ, 2001).
18
2.4 FATORES CAUSADORES DO ABUSO E DEPENDENCIA DE SUBSTÂNCIAS
Jezuíno et al (1998), diz que é possível compreender que nós seres
humanos, funcionamos como um todo, e que vários fatores podem
influenciar em nossos atos, maneira de nos comportar e até mesmo em
nossas escolhas.
Os fatores causadores do abuso e dependência de substâncias
podem ser classificados em:
2.4.1 Fatores Ambientais
Segundo Taylor (1992), os fatores ambientais incluem a família do
indivíduo, bem como o ambiente sócio-cultural no qual vive.
Jezuíno et al (1998), diz que é possível compreender que nós seres
humanos, funcionamos como um todo, e que vários fatores podem
influenciar em nossos atos, maneira de nos comportar e até mesmo em
nossas escolhas. Um dos fatores que exercem grande influência sobre o
nosso agir e em nossas escolhas são os fatores ambientais, pode ser
observado esta influência tanto externamente quanto internamente, ou
19
seja, a maneira em que nos sentimos e que vemos a nós mesmos (Jezuíno
et al, 1998).
A maneira na qual vamos agir a cada estímulo ambiental vai
depender da estrutura psíquica de cada indivíduo, e é visto que essa
estrutura psíquica está intimamente ligada às experiências que o indivíduo
teve durante a vida. Para melhor compreensão, pode-se dizer que os
fatores ambientais podem ser sociais e econômicos. Como fatores sociais,
podem-se compreender as interações que temos com o outro, nossas
relações pessoais, profissionais e com os outros grupos (Jezuíno et al,
1998).
Outro grupo de fatores ambientais que se percebe como exercendo
forte influencia sobre as pessoas são os econômicos, ou seja, onde a
miséria aliada a baixa escolaridade pode levar ao aumento da
criminalidade.
Dessa maneira é possível perceber que os usos de drogas na
adolescência podem estar associados a esses fatores (Jezuíno et al, 1998).
2.4.2 Fatores Individuais
20
Segundo Taylor (1992), infelizmente não é possível associar o uso de
drogas não alcoólicas a predisposição genética, pois existem poucos
estudos de pesquisa relativos a influência dos fatores genéticos.
O fator individual que contribui para o abuso e dependência de
substâncias, explorado mais completamente , é o papel da personalidade
da pessoa. Acredita-se que as pessoas que fazem uso de drogas
depressoras, como o álcool, barbitúricos e heroína , não desenvolveram os
mecanismos de defesa do ego que lhes permitiriam funcionar como
adultos independentes que conseguem lidar bem com estressores da vida
diária.
O uso de drogas por essas pessoas possibilita-lhes bloquear a
realidade e fugir dos estressores ambientais e intrapsíquicos (Taylor,
1992).
Em contraposição, os usuários de drogas estimulantes, tais como
anfetaminas e cocaína, supostamente têm personalidade beirando a
grandiosidade, silmutâneamente com uma necessidade para,
consistentemente, defenderem-se contra temores de desamparo. O uso
das drogas estimulantes permite que essas pessoas sentem-se ativas e
potentes em face de ambiente percebido com hostil e ameaçador.
21
Segundo (Taylor, 1992, p. 275), os indivíduos que usam
alucinógenos e maconha, provavelmente estão lidando com uma grande
raiva reprimida, juntamente com temores de aniquilação e isolamento
interpessoal. Essa hipótese sugere que tais pessoas tentam lidar com
esses sentimentos através do uso que alteram a percepção e a cognição,
permitindo-lhes frequentemente sentir uma “unidade cósmica”.
2.5 DEFINIÇÃO DAS DROGAS
2.5.1 Drogas Psicotrópicas
O conceito de drogas refere-se ao campo da farmacologia, tendo
variáveis que não são concernentes com este trabalho. O termo
apresentado aqui é usado apenas para classificar as substâncias
psicoativas, que quando absorvidas pelo organismo, por diferentes vias
(oral, endovenosa, inalada, etc), resultam na alteração do sistema nervoso
central do indivíduo (LIMA apud CALDEIRA, 1999).
Essas alterações provocam mudanças no estado de consciência e no
senso de percepção do usuário, uma vez que essas substâncias podem
atuar como depressoras, estimulantes ou perturbadoras do sistema
nervoso central (LIMA apud CALDEIRA, 1999).
22
Segundo Murad (1998), as drogas psicotrópicas são substâncias ou
produtos que possuem tropismo, atração e afinidade pela mente, ou seja,
agem principalmente sobre o sistema nervoso central. São também
conhecidas como psicofármacos, drogas psicoativas ou
psicometamórficos, isto é, drogas que produzem uma metamorfose, uma
mudança psíquica.
No que se diz respeito ao uso e abuso de drogas, é necessário
esclarecer que a diferença sobre o significado de cada uma delas, o termo
usar drogas que dizer consumir algum tipo de substância psicoativas de
forma casual ou recreacional (MURAD, 1998).
Já o abuso de drogas refere-se ao consumo em excesso de qualquer
substância psicoativa, que resulta em danos físicos e / ou sociais para o
indivíduo (CALDEIRA, 1999).
2.5.2 Definição e Efeitos da Maconha
A maconha é originada da planta Cannabis indica ou sativa,
continua sendo a droga ilícita mais utilizada. Um terço da população
americana a utilizou pelo menos uma vez (NUNES FILHO, 2001, p. 85).
23
Os elementos ativos da resina de canabiol são isômeros de
tetrahidrocanabiol, sendo o mais importante o 11-hidroxi-
tetrahidrocanabiol. Os graus de potência podem variar conforme o
composto, sendo a maconha o menos potente, seguido da ganja e o mais
potente é o haxixe (NUNES FILHO, 2001, p. 85).
A intoxicação por cannabis pode resultar em síndrome apto-abulíca,
com sensação de lentificação no tempo, julgamento defeituoso,
retraimento social, leve euforia ou ansiedade. Podem surgir, ainda,
conjuntivas congestas, apetite aumentado, boca seca e taquicardia.
Quadros psicóticos, com desconfiança ou ideação paranóide, são muito
raros e talvez estejam associados a predisposições individuais. Outra
reação rara é o flashback, que é a ocorrência espontânea dos sintomas
quando a droga não está sendo usada (NUNES FILHO 2001 p.85).
O TCH produz uma alteração bifásica, euforia (fase estimulante) e
sedação (fase depressiva). Durante a fase estimulante é descrito como
uma ação semelhante ao estado de sonho, pode ocorrer distorção visual e
do tempo. A concentração pode estar comprometida. A memória diminui
e o apetite é suprimido refletindo o efeito do THC sobre os receptores da
acetilcolina e da serotonina respectivamente. Após a fase estimulante, é
comum sono e letargia (LAMBERT, 2001).
24
Os efeitos psíquicos são uso dependente. Foram descritos sinais de
ansiedade que pode aproximar do pânico. Não existe tratamento
específico para o usuário de maconha. Os programas devem ser
multidisciplinares, incluindo educação em saúde, psicoterapia individual,
de família e em grupo (NUNES FILHO, 2001, p. 85).
2.5.3 Definição e Efeitos da Cocaína
A cocaína é um alcalóide derivado da Erytroxylun coca. O principal
efeito da cocaína é o bloqueio da recaptação de catecolaminas,
principalmente, dopamina. Seus efeitos são curtos, mas breves do que os
efeitos da anfetamina, geralmente, de 30 a 60 minutos (NUNES FILHO,
2001, P. 87).
A cocaína é um estimulante poderoso, que causa a diminuição da
fadiga, da fome e da sensibilidade à dor e a paranóia (LAMBERT, 2001).
Segundo Nunes Filho (2001, p.87) a cocaína, nos diferentes graus de
pureza, pode ser ingerida por via oral, inalada (método mais freqüente de
uso), injetada (subcutânea ou intravenosa), ou ainda fumada, como ocorre
com o crack, uma cocaína extremamente potente.
A cocaína causa muita dependência e lesões cerebrais. Pode corroer
as mucosas nasais, levando à perfuração do septo nasal, estreitamento do
25
campo da consciência, com alteração da percepção e do reflexo, com
alucinações e idéias delirantes de cunho persecutório, podendo ocorrer
crises convulsivas (LAMBERT, 2001).
À medida que os efeitos da droga desaparecem, surgem cansaço,
tristeza e irritação.
A intoxicação não exige tratamento especifico, já que é de curta
duração. A abstinência tem evolução benigna, mas se a síndrome
depressiva se agrava, antidepressivos tricíclicos podem ser eficazes
(NUNES FILHO, 2001, p. 87).
2.5.4 Definição e Efeitos dos Opiáceos
O ópio é obtido da papoula e dele derivam cerca de vinte alcalóides
diferentes. O mais conhecido é a morfina. Podem ser sintetizados a
heroína, a codeína e a hidromorfina (NUNES FILHO, 2001, p. 84).
Atualmente, a heroína e o opiáceo mais abusado. Em geral, seu uso
se inicia no final da adolescência ou no início da vida adulta. A proporção é
de três dependentes do sexo masculino para um do sexo feminino. O uso
intravenoso está associado ao risco de complicações, como a hepatite B e
AIDS (NUNES FILHO, 2001, p. 84).
26
O uso dos opiáceos resulta em alterações comportamentais mal-
adaptativas, como uma euforia inicial seguida por apatia, disforia, retardo
psicomotor, comprometimento do julgamento e funcionamento social.
Ocorre sonolência, analgesia, fala arrastada, comprometimento da
atenção e da memória e contrição pupilar. Pode, também, ocorrer boca
seca, rubor facial e coceira nasal (NUNES FILHO, 2001, p. 84).
Segundo Nunes Filho (2001, p. 84) há, no cérebro, receptores
opióides, originalmente aptos para trabalhar com as endorfinas e as
encefalinas, que quando recebem os opióides exógenos, exercem seus
efeitos de um modo exagerado.
A morfina é um depressor respiratório e em casos de dose
supraclínica podem resultar em parada cárdio respiratória e morte Nunes
Filho (2001, p. 84).
Ocorre tolerância aos efeitos dos opióides, com exceção do efeito
depressor respiratório. A síndrome de abstinência se caracteriza por
desejo irreversível de utilizá-los, ansiedade, insônia, anorexia, agitação,
febre, bocejos, sudorese, rinorréia, piloereção, náuseas, vômitos, dores
musculares, hipertensão, taquicardia, cólicas abdominais, convulsões do
tipo grande mal e morte (NUNES FILHO, 2001, p. 84).
27
2.5.5 Definição e Efeitos das Anfetaminas
Sob a designação geral de anfetaminas, existem três categorias de
drogas sintéticas que diferem entre si do ponto de vista químico. As
anfetaminas, propriamente ditas, são a destroanfetamina e a
metanfetamina (LAMBERT, 2001).
Existem no mercado vários produtos que podem ser enquadrados
numa dessas três categorias. São eles: Benzidina e Bifetamina,
anfetaminas puras; Dexedrine, um sulfato de destroanfetamina, com
estrutura molecular semelhante ao hormonio epinefrine (adrenalina), que
é uma substância secretada no corpo humano pela glândula supra-renal
nos momentos de susto; Dexamil, uma combinação de dextroanfetamina
e amobarbital, um sedativo; Methedrine e Desoxyn, metanfetaminas
puras; Desbutal e Obedrin, combinações de metanfetamina e
pentobarbital, um barbitúrico; e Amphaplex, um coquetel de
metanfetamina, anfetamina e dextroanfetamina (LAMBERT, 2001).
A anfetamina é absorvida por via oral e apresenta um rápido início
de ação. Seu abuso ocorre, geralmente, associado ao uso venoso Bucher
(1988).
28
Uma dose de 5 mg produz sensação de bem-estar, melhora no
desempenho de tarefas mentais e físicas, diminuição de cansaço, indução
da anorexia e elevação do limiar da dor. Esses efeitos explicam seu uso
terapêutico no transtorno de hiperatividade por déficit de atenção, na
narcolepsia, na obesidade, na depressão e como potencializador de
antidepressivos e analgésicos (NUNES FILHO, 2001, p88).
Os sinais sintomas físicos por seu uso incluem: ondas de calor,
palidez, cianose, febre, cefaléia, taquicardia, midríase, pressão sangüínea
acentuada elevada, náuseas, parestesias, vômitos, bruxismo, dificuldades
respiratória, tremor, ataxia e perda das capacidades sensoriais. Em casos
de intoxicação, além desses sintomas, podem ocorrer acidente vascular
encefálico, convulsões, tetania, parada cardíaca e morte, Nunes Filho
(2001, p 88).
Os efeitos psicológicos incluem: inquietação, disforia, logorréia,
insônia, irritabilidade, hostilidade, ansiedade, pânico, ideação paranóide e
alucinações visuais (psicose anfetamínica) (NUNES FILHO, 2001, p. 88).
A tolerância se desenvolve rapidamente e alguns pacientes acabam
utilizando doses enormes. Os sintomas de abstinência são: ansiedade,
tremores, humor depressivo, letargia, fadiga, pesadelos, cefaléia,
29
sudorese excessiva, cãibras musculares, cólicas abdominais e fome
insaciável (NUNES FILHO, 2001, p.88).
Overdoses fatais, todavia, são raras, e a dosagem letal ainda é
desconhecida, sendo que os usuários mais habituais podem consumir até
1000 miligramas por dia. Ao contrário do que os médicos pensavam
quando se começou a utilizar a anfetamina, a droga não causa
dependência física, mas psicológica, podendo chegar a tal ponto em que o
abandono de seu uso torna-se praticamente impossível (LAMBERT, 2001).
O tratamento envolve as medidas clássicas de apoio ao dependente
e sua família. Os antipsicóticos ou benzodiazepínicos podem ser úteis no
tratamento de desintoxicação ou uso crônico (NUNES FILHO, 2001, p. 88).
2.5.6 Definição e Efeitos do LSD (dietilamida do Ácido Lisérgico)
Os alucinógenos formam um grupo heterogêneo e mal definido. São
exemplos, a psilocibina (substância de algumas espécies de cogumelos), a
mescalina, a fenilciclidina e a dietilamida do ácido lisérgico (LSD)
(BUCCHER, 1988).
A dietilamida do ácido lisérgico (LSD) é a mais poderosa droga
conhecida: menos de 30 gramas são suficientes para produzir mais de
30
trezentas mil doses. Devido a essa potência, a dosagem de LSD é medida
em microgramas, sendo que cada micrograma equivale a um milionésimo
de grama. Cem microgramas são suficientes para produzir uma viagem,
como o efeito da droga é conhecido (LAMBERT, 2001). Em estado puro, o
LSD um derivado semi-sintético do ácido lisérgico apresenta-se na forma
de cristal, podendo ser também produzido, com potência cinco mil vezes
maior que a da mescalina e duzentas vezes maior que a da psilobcina
(LAMBERT, 2001).
Doses vendidas ilegalmente costumam ter de 50 a 400
microgramas, produzindo efeitos por um período variável entre 8 e 12
horas. Overdoses de LSD podem acontecer mais facilmente do que com
outras drogas, já que é difícil medir quantidades tão minúsculas. Alguns
pesquisadores, entretanto, sugerem que uma verdadeira overdose de LSD
ocorre apenas com a ingestão de quantidades fantásticas, em torno de 7
milhões de microgramas (LAMBERT, 2001, MURAD, 1998).
Os alucinógenos produzem efeitos simpaticomméticos, como
tremores, taquicardia, hipertensão, sudorese excessiva, visão turva e
midríase (NUNES FILHO, 2001, p. 88). A tolerância se desenvolve
rapidamente após três ou quatro dias de uso.Um rápido período de
31
abstinência (três a cinco dias) é suficiente para o retorno dos efeitos
anteriores Nunes Filho (2001, p.88).
O LSD, alucinógeno padrão, produz alterações na percepção, humor
e pensamento. As percepções tornam-se brilhantes e intensas; as cores e
texturas parecem mais ricas, e os contornos mais vívidos, a música
profunda e emocionante e os odores e sabores não são intensificados
(NUNES FILHO, 2001).
A experiência, que varia muito de uma pessoa para outra, pode
induzir a sinestesia, um estado de cruzamento dos sentidos, no qual o
usuário "vê" a música e "ouve" as cores. A percepção espacial também é
alterada e as cores têm sua intensidade realçada; imagens caleidoscópicas
e tridimensionais flutuam no vazio. O sentido de tempo se desfaz, e
passado, presente e futuro parecem não ter fronteiras (BUCHER, 1988).
A intoxicação pode ser tratada com antipsicóticos e proteção ao
paciente. Não há relato de uma síndrome de abstinência especifica. Como
a tolerância de desenvolve rapidamente é raro o uso crônico (NUNES
FILHO, 2001, p. 89).
2.5.7 Definição e Efeitos dos Solventes Voláteis
32
A categoria das drogas inalantes abrange diversas substâncias,
sendo três as principais: toluene, éter e clorofórmio (BUCHER, 1988,
MURAD, 1998).
O toluene é o ingrediente ativo da cola de sapateiro, cola de
aeromodelismo, fluido de isqueiro, tinta, gasolina, desodorante, spray
para cabelo, limpador de móveis e vidro, esmalte de unhas, etc. A inalação
dos vapores liberados por esses produtos provoca efeitos similares aos do
álcool, assim como alucinações em casos de doses exageradas (BUCHER,
1988).
Jovens, principalmente de classe baixa, utilizam solventes voláteis
porque são legais, de fácil acesso e baratos. A intoxicação surge em cinco
minutos e dura de 15 a 30 minutos. Após breve efeito de desinibição,
produz depressão do sistema nervoso central, com excitação, sensação de
flutuar, tontura, fala arrastada, ataxia sensação de poder aumentada.
Ocorre apatia, funcionamento social e ocupacional diminuído, prejuízo no
julgamento, atos impulsivos e agressivos e amnésia para o período de
intoxicação (NUNES FILHO, 2001, p. 90).
Não é certo que haja síndrome de abstinência típica, embora exista
tolerância substancial após a inalação repetida.
33
A overdose é caracterizada por náuseas, vômitos, fadiga, fraqueza
muscular, dores estomacais, tremores, sentimentos de medo, solidão e
culpa paralisia dos nervos cranianos e periféricos, delírio, perda de
consciência e até coma (Lambert, 2001).
O tratamento envolve medidas sociais, psicológicas e
farmacoterápicas (NUNES FILHO, 2001, p. 89 e 90).
2.5.8 Definição e Efeitos do Ecsatasy (MDMA )
Droga sintética que resulta na mistura de anfetaminas com um
alucinógeno. Age sobre o sistema nervoso central aumentando as
concentrações de serotonina e dopamina (neurohormônios cerebrais
responsáveis pela regulação bioquímica do humor). Ao término do efeito,
provoca um grande sentimento de depressão. A sua ingestão de forma
indiscriminada pode ser fatal, devido a um alto grau da elevação da
temperatura do corpo (AQUINO apud CALDEIRA, 1999).
Produz um aumento do estado de alerta, maior interesse sexual,
sensação de estar com grande capacidade física e mental, atrasa as
34
sensações de sono e fadiga. Muitos usuários sentem também euforia,
bem-estar, aguçamento sensório-perceptivo, aumento da sociabilização e
extroversão, aumenta a sensação de estar próximo às pessoas (no sentido
de intimidade) e aumenta a tolerabilidade (MURAD, 1998).
Os efeitos de longo prazo são desagradáveis e prejuízos são
observados com o uso. As altas concentrações de serotonina na fenda
sináptica provocadas pelo ecstasy provocam lesões celulares irreversíveis.
Os neurônios não se regeneram e quando são lesadas suas funções só se
recuperam se outros neurônios compensarem a função perdida. Quando
isso não é possível à função é definitivamente perdida (LAMBERT, 2001).
2.6 DROGA E SAÚDE MENTAL
Os transtornos mentais induzidos pelo uso de substâncias
psicoativas definem os padrões de comportamento mal-adaptado
relacionado à busca, à indigestão e ao abuso dessas substâncias. A 10ª
edição da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) divide esses
transtornos em: intoxicação aguda, uso nocivo, síndrome de dependência,
estado de abstinência, transtorno psicótico e síndrome amnésica (NUNES
FILHO, 2001 p. 75).
35
Segundo Nunes Filho (2001), o abuso ou uso nocivo se caracteriza
pela incapacidade de reduzir ou interromper a utilização da substância,
apesar do prejuízo no funcionamento mental, físico, social ou ocupacional
provocado pelo uso da mesma. Diversas substâncias psicoativas podem
causar transtornos ou anormalidades do comportamento.
Várias drogas têm a capacidade de desencadear sintomas psicóticos como
alucinações ou delírios, parecem plausível que essas drogas possam iniciar
ou até causar um episódio esquizofrênico (HARTMANN et al, 2003).
Muitos usuários utilizam mais de um tipo de droga, entretanto, o
diagnóstico do transtorno mental deve ser classificado, sempre que
possível, de acordo com as principais substâncias utilizadas (NUNES FILHO,
2001, p. 77).
2.7 DEPENDÊNCIA A DROGAS
Este distúrbio pode ser observado por um conjunto de sintomas
cognitivos, comportamentais e fisiológicos, indicando perda do controle
sobre o uso da droga, e um uso continuado da droga apesar de problemas
significativos relacionados à droga (APA, 1994).
36
Quando essa condição se manifesta, a administração repetida da
droga torna necessário seu uso continuado para impedir o aparecimento
dos efeitos desagradáveis característicos da síndrome da abstinência que
associa a esta droga em particular (BRATTER e FORREST apud TOWSEND,
2002, p.324).
O desenvolvimento da dependência física é promovido pelo
fenômeno da tolerância, que é definida com a necessidade de doses cada
vez maiores ou freqüentes de uma droga para obterem-se os efeitos
desejados produzidos por uma dose originalmente menor (TOWSEND,
2002, p. 324).
Segundo (TOWSEND, 2002, p.324 e 325) existem alguns critérios da
DSM-IV para Dependência a Drogas; pelo menos três das características a
seguir tem de estar presentes para um diagnóstico de dependência a
drogas:
1 Evidencias de tolerância, conforme definido por qualquer dos seguintes
sintomas:
a) Necessidade de um aumento acentuado na quantidade da droga
para que se obtenha a intoxicação ou efeitos desejados;
b) Diminuição acentuada no efeito do uso continuado da mesma
quantidade da droga.
37
2 Evidencias de sintomas de abstinências, manifestados por quaisquer
dos seguintes sintomas:
a) A síndrome de abstinência característica da droga;
b) A mesma droga (ou uma droga estreitamente relacionada) é
tomada para aliviar ou evitar os sintomas de abstinências.
3 A droga é freqüentemente tomada em quantidade maior ou por um
período mais longo do que se pretendia inicialmente.
4 Há um desejo persistente ou esforços ineficazes no sentido de
controlar ou reduzir uso da droga.
5 Importantes atividades sociais, ocupacionais ou recreativas são
abandonadas ou reduzidas devido ao uso de drogas.
6 O uso da droga é continuado apesar do indivíduo estar ciente de ter
um problema físico ou psicológico persistente ou recorrente, que pode
ter sido causado ou exacerbado pela droga.
Segundo Bucher (1988), pode-se falar em dependência psíquica que
se refere a um impulso incontrolável a usar a droga, para experimentar
prazer, a satisfação que ela produz. Diz-se, também, que a dependência
psíquica se manifesta por desejo pelo produto em questão. Para que a
droga leve a um estado de dependência psíquica, é preciso que ela tenha
propriedades toxicomanógenas, ou seja, propriedades capazes de
38
influenciar o sistema nervoso central no sentido do prazer ou da euforia, e
que essas propriedades sejam reconhecidas pelo indivíduo.
O outro fator é o significado que a droga toma no universo do
indivíduo, que espaço preenche a que expectativa atende (BUCHER, 1988).
2.8 MEDIDAS DE PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS
A prevenção na área de drogas visa adoção de uma atitude
responsável com relação aos psicotrópicos. O objetivo da prevenção, no
campo dos problemas relacionados ao consumo de drogas psicotrópicas, é
procurar que os membros de uma dada população não abuse de drogas e,
consequentemente, não causem danos pessoais e sociais a este abuso,
nem prejuízos que daí possam decorrer (CARLINI, COTRIN, FILHO, 1990).
A prevenção tem o intuito de impedir ou diminuir o consumo
abusivo ou o uso indevido de drogas (KWAMOTO, SOUZA, FLORIO, 2001).
As ações de prevenção ao uso de drogas na adolescência são
bastante amplas, não se
limitando exclusivamente ao fornecimento de informações quanto ao tipo
de uso de
39
drogas e suas conseqüências. As ações de prevenção devem contribuir
com o desenvolvimento de fatores de proteção, que podem estar
presentes no indivíduo, no núcleo familiar, na escola, entre seus pares e
na comunidade (PROTOCOLO DE ATENÇÃO à SAÚDE DO ADOLESCENTE,
2001). É necessário provocar uma mudança de atitude entre os
adolescentes em direção a hábitos saudáveis de vida.
A prevenção ao uso/abuso de drogas inclui três níveis de ação a
prevenção primária que envolve a orientação do adolescente quanto a
evitar o uso experimental, bem como a diminuir seu uso esporádico; a
prevenção secundária que refere-se ao desenvolvimento de ações para
impedir a passagem de um uso ocasional da droga para o uso regular e a
prevenção terciária que é o tratamento de adolescentes que apresentam
dependência ou abuso da droga, buscando um reestruturação de sua vida.
Diferentes modelos de prevenção são possíveis, e incluem:
Disseminação de conhecimentos e informações científicas;
Educação afetiva;
Oferta de alternativas ao uso indevido de drogas;
Educação para a saúde;
Modificação das condições de ensino.
40
É fundamental que os profissionais procurem desenvolver um
vínculo de confiança
com o adolescente (PROTOCOLO DE ATENÇÃO À SAÚDE DO
ADOLESCENTE, 2001)
Deve-se avaliar qual o espaço e a função que a droga ocupa na vida
do adolescente,
verificando como é o seu relacionamento com ela e com as demais
atividades,
no seu dia a dia (PROTOCOLO DE ATENÇÃO À SAÚDE DO ADOLESCENTE,
2001).
2.9 A ENFERMAGEM E OS USUÁRIOS DE DROGAS
Dentre os profissionais da saúde, os enfermeiros são os que têm
maior contato com os usuários de droga e tem grande potencial para
reconhecer os problemas relacionados ao uso de drogas e desenvolver
planos assistenciais Spricigo e Alencastre ( 2004).
Mas o tipo de abordagem frente a essas questões pode
comprometer as suas ações. Na área de enfermagem tem sido produzidos
estudos enfocando a prevalência do consumo de drogas em diferentes
41
grupos sociais, representação social do usuário de drogas, metodologias
assistenciais e qualificação do profissional para atuar no campo da
drogadição. A dificuldade que a questão da droga significa é igual à
importância do conhecimento necessário para uma atuação eficaz neste
campo (SPRICIGO e ALENCASTRE, 2004).
O enfermeiro deve agir terapeuticamente quando se deparar com
um usuário de drogas, ele deve ser sempre e acima de tudo aliado ao
cliente (ROCHA, BARTMANN e KRITTZ, 1996).
Cuidar em enfermagem é, antes de tudo, encontrar-se com uma
pessoa, muitas vezes percebida somente como paciente portador de um
determinado diagnóstico. Nessa forma de perceber, o outro é reduzido a
sintomas ou síndrome, pouco restando da pessoa. Encontra-se com o
outro é encontra-se com uma história, com uma trajetória, com sonhos,
desejos, crenças e descrenças, valores, saberes e expectativas.
Reconhecer o outro como sujeito é uma imposição àqueles que desejam
exercer sua profissão na assistência ao usuário de drogas. A atitude não
julgadora passa a ser um requisito fundamental prestada as pessoas
usuários de drogas, e porque não dizer, a todas as pessoas no cotidiano de
nossas vidas (SPRICIGO e ALENCASTRE, 2004, p. 10).
42
Na luta contra as drogas o enfermeiro, deve adquirir conhecimentos
específicos sobre as drogas, esse saber inclui informações teórico e
técnicas sobre o tratamento reabilitação do usuário, apoio e dinâmica
familiar, como também o contexto social desse grupo onde ele está
inserido suas expectativas, as características da personalidade do
indivíduo, para dessa maneira estar fazendo a diferença como profissional
de saúde (LUIS, 2004).
2.10 ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA ENFRENTAMENTO E DIFICULDADE
NO MANEJO DO USUÁRIO DE DROGAS.
A parceria entre saúde mental e atenção primária tem sido
enfatizada com a intenção de modificar o atendimento ao usuário de
drogas, buscando modificar a prática assistencial.
O Ministério da saúde (2003) considera que, embora sejam sempre
importantes e necessárias as articulações da saúde mental com a atenção
básica, encontra dificuldade em promover tal parceria devido falta de
recurso, capacitação dos profissionais que muitas vezes fazem o
atendimento centrado na doença.
A atenção primária à saúde é considerada a porta de entrada dos
usuários do sistema de saúde, ou seja, é nesse espaço que,
43
primeiramente, eles buscam algum tipo de ajuda. Por essas
características, é natural que o usuário de drogas busque na atenção
primária a solução para suas necessidades em saúde, mesmo que seja por
causas clínicas consequentes do uso (Edwards et al.,1999).
GONÇALVES (2002) realizou um estudo sobre a prática de cuidados
relacionados ao abuso e dependência de drogas no cotidiano de uma
equipe do Programa Saúde da Família e encontrou graves problemas
relacionados ao uso de substâncias que se estendem além das questões
individuais, aos familiares e à comunidade. Essa autora desenvolveu uma
ação – reflexão junto a essa equipe a fim de superar esses problemas no
cotidiano de trabalho.
Neste estudo, a autora enfatiza que a prática de cuidados
relacionados ao abuso e dependência de drogas no PSF deve priorizar
medidas seletivas de prevenção e de prevenção primária, por meio de
ações de promoção da saúde, envolvendo o indivíduo, as famílias, os
grupos e a comunidade na criação de condições de redução da demanda
de oferta de drogas. Sendo que, o que deve fazer a diferença na atuação
do Programa Saúde da Família é a criatividade, a inovação, a qualidade, a
integralidade, a singularidade da assistência oferecida pelos profissionais
da equipe de saúde (BARROS; PILLON, 2007).
44
Esse estudo vem reiterar que, embora os profissionais da atenção
primária não estejam preparados em suas habilidades teórico-práticas
para manejar com essa questão, uma vez se investindo, valorizando,
capacitando e explorando as potencialidades dos profissionais da atenção
primária à saúde, estes podem contribuir efetivamente no âmbito da
assistência aos usuários de drogas (BARROS; PILLON, 2007).
45
3. OBJETIVOS:
3.1 Objetivo Geral
Conhecer os principais fatores que levaram este grupo de
dependentes químicos em tratamento ao uso de drogas ilícitas na
adolescência, conforme a percepção dos próprios usuários.
3.2 Objetivos Específicos
Verificar o conhecimento do usuário em relação à droga que faz
uso;
Reconhecer as drogas mais utilizadas neste grupo de usuários
46
4 MÉTODO
Trata-se de um estudo quantitativo, analítico, realizado com
dependentes químicos que iniciaram o uso de drogas na adolescência e
pesquisa bibliográfica em acervo literário da Faculdades Integradas de
Cassilândia-FIC, e base de dados disponível na internet. Foi realizado no
período de agosto de 2010 a junho de 2011 sendo a coleta de dados no
período de maio a junho de 2011, no período vespertino.
Os sujeitos do estudo foram 15 dependentes químicos que
iniciaram o uso de substâncias psicoativas na adolescência e que estão em
fase de tratamento no Centro de Recuperação Vida Nova.
A casa de recuperação Vida nova é uma instituição filantrópica
evangélica, sem fins lucrativos que funciona em regime de internato,
situado dentro da área adscrita da Estratégia Saúde da Família Central, rua
Domingos de Souza França 415, Bairro Centro, Cassilândia MS.
Para a inclusão dos participantes nesse estudo, foi necessário terem
iniciado o uso de drogas na adolescência, independente da idade atual,
sexo ou tempo de desintoxicação, participaram todos os integrantes do
casa de recuperação Vida Nova .
47
Para a coleta de dados foi elaborado um formulário (Apêndice B)
composto de perguntas fechadas, de modo a entender os objetivos da
pesquisa.
Uma vez obtida a autorização da instituição, procedeu-se a coleta
de dados, a qual foi precedida da explicação do objetivo e da assinatura
do termo de consentimento livre e esclarecido conforme a resolução
196/98 do Conselho Regional de Saúde (Apêndice A).
Os dados obtidos no formulário foram categorizados e para a
elaboração dos gráficos utilizou-se de números e gráficos.
48
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
De acordo com os resultados coletados do formulário, foram
analisados os dados, com ênfase em todas as respostas, observando dessa
maneira a opinião dos dependentes e o conhecimento dos mesmos em
relação às drogas, realizando assim uma análise quantitativa.
FIGURA 1 – Percentual dos usuários de drogas em tratamento que cometeram ato infracional, ou seja, que tiveram envolvimento com a justiça quando usavam drogas.
20%
80%
12 Sim
3 Não
Na figura 1 é possível observar que dos 15 entrevistados, 12 (80%)
já se envolveram em algum ato infracional quando usavam drogas, e 3
(20%) nunca tiveram envolvimento.
49
Este resultado está de acordo com um estudo realizado por (Silva,
2002) que diz que o uso de substâncias psicoativas por adolescentes é
agente causal ou motivador do cometimento de atos infracionais.
FIGURA 2 - Percentual referente à qual droga os Entrevistados iniciou o
uso.
93%
7%
14 Maconha1 Cocaína
A figura número 2 mostra que dos 15 entrevistados, 14 (93%)
iniciaram o uso de drogas com a maconha e 1 (7%) iniciou ouso com
cocaína. Os entrevistados alegaram que a maconha é a droga que leva ao
caminho da perdição, pois, é através dela que posteriormente começa o
uso das drogas mais fortes.
50
Em um estudo realizado por Ferigolo et al (2004), a droga ilícita que
teve maior prevalência de consumo foi à maconha com (69,2%), o que
vem de encontro com o resultado desta pesquisa.
FIGURA 3 – Percentual quanto às informações coerentes sobre drogas que foram passadas pelos pais dos entrevistados antes dos mesmos iniciar o uso de drogas.
67%
33%10 Sim
5 Não
Através da figura acima é possível verificar que dos 15
usuários de drogas em tratamento entrevistados, 5(33%) os pais nunca
lhes informaram sobre drogas, 10 (67%) os pais já falou sobre drogas.
Segundo Minayo (2003), falta de informações adequadas sobre as
drogas pode ser um grande fator de risco para que os adolescentes se
tornem usuários de drogas.
51
Segundo Murad (1998) é óbvio que os pais não são perfeitos, e que
apesar das influências externas, principalmente da turma ou dos pares a
família permanece como o local onde a prevenção pode ser bem sucedida
ou falhar.
Ela pode dar as boas relações de afeto e auto confiança que
constituem a chave mestra na prevenção do abuso de drogas. Os pais têm
quatro armas para combater o abuso de drogas: amor, compreensão,
carinho e diálogo(MURAD, 1998).
FIGURA 4 – Percentual dos pais que tinham mania de superproteção.
67%
33%
10 Sim
5 Não
52
A figura 4 mostra que dos 15 dependentes entrevistados, 10 (67%)
disseram que os pais tinha mania de superproteção, 5 (33%) disseram que
não tinham.
FIGURA 5 – Percentual referente a respeito de privacidade que os pais dos entrevistados tinham com os mesmos quando iniciaram o uso de drogas.
67%
33%10 Sim
5 Não
53
A figura 5 refere que dos 15 usuários entrevistados, 10(67%) acham
que os pais não respeitavam sua privacidade e 5(33%) acham que
respeitavam.
Segundo Minayo (2003), respeito à autonomia e individualidade do
adolescente, de maneira a não invadir sua privacidade e nem
superprotegê-lo, é uma arma importante na prevenção ao uso de drogas.
O papel da adolescência é desenvolver a individualidade e a
autonomia, levando a quebra dos laços de dependência com os pais,
formando o senso de pertencer a si próprio, a melhor abordagem na
prevenção as drogas consiste em construir e empregar bem as forças
inatas ao adolescente, fornecendo-lhes suporte adulto e encorajamento,
até que a maturidade seja atingida, o adolescente necessita de proteção e
não de superproteção (MURAD, 1998). .
É importante que os pais sejam cuidadores e controladores
executivos, mas isso nunca é o suficiente, devem também proporcionar
apoio e permitir que o adolescente negocie e se sinta competente
(FISHMAN, 1996).
FIGURA 6 – Percentual das condições socioeconômicas dos entrevistados quando iniciou o uso de drogas.
54
80%
20%
12 Não
3 Sim
A figura número 6 acima mostra que dos 15 dependentes em
tratamento, 12 (80%) tinham uma condição socioeconômica baixa, e 3
(20%) tinham uma condição socioeconômica melhor.
A baixa condição socioeconômica é um importante fator de risco
para o envolvimento com as drogas, somado a isso relatam ser a pobreza
um grande estressor e fator de risco para que os adolescentes se tornem
delinqüentes (MICHELI e FORMIGONI, 2001).
55
FIGURA7 – Percentual se os entrevistados já fugiram de casa.
67%
33%
10 Não
5 Sim
Na figura acima é possível observar que dos 15 dependentes de
drogas entrevistados, 10 (67%), nunca fugiu de casa e 5 (33%) já fugiu de
casa uma ou outra vez.
Onde difere de um estudo realizado por Minayo (2003), que diz que
fugas constantes de casa é um fator que acaba levando os adolescentes ao
uso de drogas.
Alguns entrevistados relataram fugir por terem mais sossego na
rua do que no seu próprio lar, pois, muitas vezes o pai chegava bêbado e
violento.
FIGURA 8 - Percentual se quando começou a se envolver com drogas o relacionamento entre os entrevistados e os familiares era bom.
56
27%
73%
11 Não
4 Sim
Na figura número 8 é possível observar que dos 15 entrevistados, 11
(73%) não tinha um bom relacionamento com os familiares, 4(27%)
tinham um bom relacionamento.
A família é muito importante na problemática do abuso de drogas.
Na verdade, as grandes mudanças sofridas pela família nas últimas
décadas são consideradas, por vários especialistas, como um dos fatores
fundamentais do abuso de drogas pelos jovens (MURAD, 1996).
Em um estudo realizado por Ferreira (2003), diz: A presença de
dificuldades familiares foi apontada com ênfase pelos adolescentes como
um dos motivadores para o uso de drogas, tendo, aparecido, muitas vezes,
o uso de drogas como uma alternativa para a fuga dos problemas de casa.
A família é muito importante na problemática do abuso de drogas.
Na verdade, as grandes mudanças sofridas pela família nas últimas
57
décadas são consideradas, por vários especialistas, como um dos fatores
fundamentais do abuso de drogas pelos jovens (MURAD, 1996).
FIGURA 9 – Percentual de qual ou quais drogas eram usadas pelos entrevistados.
67%13%
7%13% 10 Pasta base
2 Crack
1 Heroína
2 Todas as citadas
A figura número 9 mostra que dos 15 entrevistados 10 (67%)
usavam pasta base, 2 (13%) usavam crack, 1(7%) usava heroína e 2 (13%)
usavam todas as que foram citadas.
Relataram fazer uso da pasta base por ter um custo menor do que a
cocaína é de fácil acesso e seu poder alucinógeno é mais potente.
58
60%
33%
7%
9 Não
5 Sim
1 Tenho e não meimpoto
FIGURA 10 – Percentual do conhecimento dos usuários de drogas em tratamento tem em relação às drogas que fazia uso inclusive dos malefícios que podem acarretar para a saúde.
NA figura acima se observa que dos 15 usuários de drogas em
tratamento, 9 (60%) não tinha conhecimento sobre as drogas que faziam
uso, 5 (33%) tinham conhecimento e 1(7%) tinha conhecimento mas não
se importava.
FIGURA 11 – Percentual do nível de escolaridade dos usuários em
tratamento.
59
54%33%
13%
8 Ensino FundamentalIncompleto5 Ensino FundamentalCompleto2 Ensino MédioIncompleto
Em relação à figura 11, pode se observar que dos 15 dependentes
de drogas em tratamento, 8 (54%) tinha nível fundamental incompleto, 5
(33%) ensino fundamental completo e 2 (13%) tinha o ensino médio
incompleto.
Fazendo uma análise da figura 11 e 12 é possível atribuir essa falta
de conhecimento dos malefícios que as drogas podem causar, com o fato
da maioria dos entrevistados terem apenas o ensino fundamental
incompleto.
FIGURA 12 - Percentual da reação dos pais dos entrevistados quando descobriram o envolvimento dos mesmos com as drogas
60
60%20%
20%
9 Tristeza
3 Revolta
3 Apoio para procurar ajuda
A figura 12, mostra que dos 15 usuários entrevistados, 9 (60%)
ficaram entristecidos pelo envolvimento dos mesmos com as drogas, 3
(20%) ficaram revoltados e 3 (20%) deram apoio para procurarem ajuda
em um centro de internação.
Alguns entrevistados relataram que quando os pais descobriram no
momento ficaram em estado de choque, diziam que não podiam acreditar
no que estava acontecendo, mas depois de algum tempo ficaram
indiferentes, segundo os mesmos “tampavam o sol com a peneira”.
Alguns pais são tolerantes e outros se resignam com o fato de seus
filhos usarem drogas (Murad, 1998).
FIGURA 13 – Percentual relacionado aos motivos que os entrevistados se
envolveram com drogas.
61
60%
33%
7%
9 Influêcia dos Amigos5 Curiosidades1 Conflitos Familiares
A figura acima mostra que dos 15 entrevistados, 9(60%) começaram
o uso de drogas devido a influência dos amigos, 5(33%) começaram o uso
por curiosidade e 1(7%) por causa de conflitos familiares.
Segundo Murad (1996), a pressão do grupo ou da turma permanece
como fator muito importante na experimentação e no abuso de drogas, já
a imaturidade, curiosidade, espírito de aventura, modismo e outros
fatores, são causas principais do elevado nível de dependência a elas. Por
isso, os jovens correm mais riscos do que os adultos.
Os jovens são mais fiéis às amizades, e por isso, suas relações são
mais estáveis.
62
Mesmo quando brigam, voltam a se unir. No caso dos
adolescentes, as suas próprias brincadeiras costumam ser agressivas. Eles
invadem e tocam fisicamente a vida dos seus colegas com facilidade. São
mais dados a confidências que os adultos e, geralmente, compartilham
uns com os outros os problemas e atritos que têm com os pais, as
aventuras e dificuldades escolares, sexuais, etc.
Por tudo isso, os jovens recebem uma influência marcante uns dos
outros. Ser diferente do grupo significa ser rejeitado, “estar por fora”, não
ser alguém realizado nessa fase da vida. Não é de admirar que estes
jovens, por serem fiéis e confidentes uns aos outros, sejam influenciados
pelos amigos que usam drogas. Além disso, porque muitos pais não
penetraram no mundo dos seus filhos e não conseguiram ser amigos
deles, facilmente eles quebram os padrões de comportamento aprendidos
em casa, achando que podem viver sozinhos, que já sabem se cuidar, que
os pais estão atrasados no tempo.
Se os jovens não aprenderem a arte de pensar, não desenvolverem
uma consciência crítica não tiver metas e sonhos, poderão ser facilmente
influenciados pelos “amigos” que usam drogas, os quais estão
pulverizados em todos os cantos da sociedade (SILVA, 2002).
63
FIGURA 14 – Percentual de como os entrevistados sustentava o vicío.
73%
27%
11 Roubava em casa4 Com o próprio salário
A figura 14 mostra que dos 15 entrevistados, 11 (73%) sustentava o
seu vicío roubando em casa e na rua e 4 (27%) com o dinheiro do próprio
salário.
64
FIGURA 15 – Percentual do estado civil dos pais dos entrevistados quando iniciaram o uso de drogas.
67%
33%10 Separados5 Casados
A figura número 15 está relacionada ao estado civil dos pais dos 15
usuários de drogas em tratamento pode se observar que 10 (67%) são
separados e 5 (33%) são casados.
Este resultado está de acordo com uma pesquisa realizada por (TAVARE,
BÉRIA e LIMA, 2004), que os pais dos alunos que se envolveram com
drogas são separados.
FIGURA 16 – Percentual referente com quem morava os entrevistados quando iniciaram o uso de drogas.
65
33%
54%
13%
5 Morava com o Pai e com a Mãe
8 Morava com a Mãe
2 Morava só com o Pai
A figura 16 mostra com quem moravam os entrevistados quando
iniciaram o uso de drogas ilícitas, 8 (54%) moravam com a mãe, 5 (33%)
moravam com o pai e com a mãe e 2 (13%) morava somente com o pai.
FIGURA 17 – Percentual referente à opinião dos entrevistados quem tem os pais separados que acham que isso foi um dos fatores que os levaram ao envolvimento com as drogas.
66
90%
10%
9 Sim
1 Não
Através da figura 17 podemos observar que 9 (90%) dos
entrevistados acham que um dos fatores que os levaram a se envolver
com drogas foi a separação dos pais e 1(10%) acha que não.
Relataram que a mãe tentava suprir a ausência do pai, mas sempre
faltava aquela presença que impõem autoridade e limite na hora certa,
por mais que a mãe tentava ficava aquele vazio.
67
FIGURA 18 - Percentual dos pais que usavam drogas.
53%
47%8 Só o pai7 Nenhum
A figura 18 está relacionada ao uso de drogas por parte dos pais,
dos entrevistados, observa que 8 (53%) só o pai era usuário e 7 (47%) nem
o pai nem a mãe.
Em um estudo realizado por Minayo (2003), ela diz que
predisposição genética e familiar, histórico de familiares dependentes ou
com problemas decorrentes do uso/ abuso do álcool e/ ou outras drogas
entre adolescentes o que está de acordo com está pesquisa.
68
FIGURA 19 – Percentual de qual droga os pais dos entrevistados fazia uso.
87%
13% 7 Álcool1 Maconha
A figura 19 mostra que dos 8 pais que faziam uso de drogas, 7(87%) usava
álcool e 1 (13%) usava maconha.
69
FIGURA 20 – Percentual dos entrevistados em relação a ter ou não uma religião quando iniciou o uso de drogas.
80%
20% 12 Não3 Sim
A figura 20 mostra o percentual dos usuários que tinham uma religião ou
não quando começaram a usar drogas, podendo concluir que 12 (80%)
não tinha religião e 3(20%) tinham.
Este resultado está de acordo com uma pesquisa realizada por (Béria,
Tavares e Lima, 2004), constatando que os 40% dos alunos que não
70
freqüentam a igreja, ou seja, não praticam religião já se envolveu com
drogas. Isso significa que um maior envolvimento religioso poderia ser um
fator contribuinte para reforçar sentimentos de esperança e segurança
para o futuro, tornando-os menos propícios a se envolver com drogas.
FIGURA 21 – Percentual dos entrevistados se tinha fácil acesso às drogas no bairro em que morava quando começou o uso.
80%
20% 12 Não3 Sim
71
Na figura 21 pode se verificar se os entrevistados em conseguir
drogas no bairro em que morava ou não, observando que 3 (20%) tinham
fácil acesso e 12 (80%) não tinham.
FIGURA 22 – Percentual referente à idade que os entrevistados começaram a se envolver com drogas.
27%
40%
33%
4 De 11 a 13 Anos6 De 14 a 15 Anos5 De 16 a 17 Anos
72
A figura 22 mostra com qual idade os entrevistados iniciaram o uso
de drogas, 6 (40%) começaram com 14 a 15 anos, 5(33%) começaram com
16 a 17 anos e 4(27%) começaram com 11 a 13 anos.
O que difere de uma pesquisa realizada por Giusti (2004), que diz
que a grande maioria começa a partir dos 13 anos de idade.
FIGURA 23 – Percentual referente há quanto tempo que os entrevistados estão em tratamento no centro de recuperação esperança.
73
53%
27%
20%
8 De 2 a 5 Meses4 De 6 a 11 Meses3 De 12 Meses a 18 Meses
Na figura 23 é possível observar a quanto tempo os entrevistados
estão em tratamento, 8 (46%) estão fazendo tratamento para se livrar das
drogas de 2 a 5 meses, 4(31%) de 6 a 11 meses e 3 (23%) de 12 a 18
meses.
74
FIGURA 24 - Percentual referente às recaídas no tratamento que os entrevistados tiveram durante o tempo que estão internos no Casa de Recuperação Nova Vida.
53%
47%
8 Sim7 Não
A figura 24 é referente às recaídas que os usuários de drogas
entrevistados tiveram durante o tempo que estão internos no Casa de
Recuperação Nova Vida, observando que 8 (53%) tiveram recaídas, 7
(47%) não tiveram recaída.
75
FIGURA 25 – Percentual do motivo que os usuários de drogas em tratamento tiveram recaídas.
75%
25%
6 Fraqueza2 Influência dos Amigos
Através da figura 25 é possível observar qual é o percentual dos
motivos das recaídas que os 9 internos tiveram, observando que 6 (75 %)
foi por fraqueza e 2 (25%) foi por influência de amigos.
76
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conhecer o perfil dos usuários de drogas diante das próprias
percepções que os levaram a essa prática vem ao encontro dos interesses
da Estratégia de Saúde da Família, voltado principalmente para promoção
à saúde, acolhimento a cada família e seus membros e atendimento às
suas necessidades, buscando identificar os principais motivos que levou os
usuários à pratica do uso de drogas.
77
Através da identificação dos fatores que os levaram ao uso de
drogas, os profissionais da Estratégia de Saúde da Família têm a
possibilidade de promover ações através do acolhimento, vínculo, co-
responsabilização do usuário e sua família, comprometimento profissional
e social da equipe.
Dos 15 usuários de drogas em tratamento que participaram desse
estudo, a maioria não tem religião, os pais são separados, moravam com a
mãe quando iniciaram o uso de drogas, não tinham um bom
relacionamento com os familiares, ou seja, estavam em conflito constante
com os mesmos.
Com essa experiência, passamos a perceber o quanto é importante
a vínculo familiar. Dessa forma, nós, profissionais da Estratégia em Saúde
da Família temos que estar preparados para acolher esse adolescente e
dar apoio integral à família, na recuperação de um membro dependente
químico.
Foi possível analisar que o índice da falta de conhecimento sobre as
drogas inclusive os malefícios que elas podem acarretar a saúde é muito
alto chegando a 60%, com esse resultado é necessário salientar que a
melhor forma de combater o uso indevido das drogas é através da
prevenção primária dentro da ESF trabalhando com promoção a saúde.
78
O levantamento epidemiológico (social e econômico), fornece ao
profissional da Estratégia de Saúde da Família base para que o mesmo
torna-se não apenas ator no processo saúde doença, mas também agente
e receptor dessas ações.
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APÊNDICE A
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Eu__________________________________________, institucionalizado
do Centro de Recuperação Nova Vida, portador (a) do RG Nº________,
autorizo a utilização dos dados coletados para a realização do trabalho de
83
conclusão de curso de pós-graduação em Atenção Básica em Saúde da
Família, realizado pelo acadêmico Diego de Matos Viegas, da Educação
aberta a Distância UFMS e FIOCRUZ, com o título “Percepção de um Grupo
de Usuários de Drogas Ilícitas, Quanto aos fatores que os Levaram a está
Prática”.
Fui esclarecido (a) que a todo o momento da pesquisa, o nome dos
mesmos não será divulgado, e que os resultados obtidos nesta pesquisa
poderão ser publicados em artigos científicos.
APÊNDICE B
INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS
Questionário para coleta de dados para pesquisa de trabalho final de
conclusão de curso
1- Data: ___/__/___
2- Procedência: _________________
84
3- É filho de pais usuários de droga?
( )Só o pai ( )Só a mãe ( )Os dois ( )Nenhum
4- Quando iniciou o uso de drogas seus pais eram casados?
( )Sim ( )Não
5- Como você sustentava seu vicio?
( )roubava em casa e na rua ( ) com dinheiro do próprio salário
6-Qual foi o fator determinante em sua história de vida que o levou
a usar drogas?
( )Curiosidade ( )Amigos ( ) Descontração ( )Conflitos familiares
( )Outro
7-Qual foi à reação dos pais quando descobriram que você estava
usando drogas?
( )Revolta ( )Tristeza ( )Abandono ( )Apoio para procurar ajuda
( )Outro
8- Você tinha conhecimento sobre a droga ou as drogas que fazia
uso, inclusive dos malefícios que podia trazer para a sua
saúde?
( )Sim ( )Não ( )Tenho e não me importo
9 - Qual a droga ou as drogas que mais faz uso?
( )Crack ( ) Heroína ( ) Pasta Base ( ) Cocaína ( ) Todas as anteriores
85
10 - Quando começou a se envolver com drogas o seu
relacionamento com seus familiares era bom?
( )Sim ( ) Não
11 - Você já fugiu de casa alguma vez?
( ) sim ( )não ( ) algumas vezes
12 - Quando iniciou o uso de drogas morava com os pais?
( ) sim, moro com os dois ( ) Só com a mãe ( ) Só com o pai
13 - Seus pais sempre deram informações coerentes em relação ao
que a o consumo de drogas pode trazer para a sua vida?
( ) sim ( ) Não ( ) algumas vezes
14 - Quando iniciou o uso de drogas suas condições
socioeconômicas eram boas?
( ) Sim ( ) Não
15 - Quando iniciou o uso de drogas seus pais tinham mania de
superproteção?
( ) sim ( ) não ( ) às vezes
16 - Seus pais respeitam sua privacidade?
( ) sim ( ) Não ( ) às vezes
17- Faz quanto tempo que faz tratamento para se livrar das drogas?
( ) dias ( ) meses ( ) anos
86
18- Durante o tratamento teve alguma recaída?
( ) Sim ( ) Não
19 - Qual foi o motivo de sua recaída?
( ) Fraqueza ( ) Influencia de amigos
20 - Com qual idade iniciou o uso de drogas?
( ) 11 anos ( ) 12 anos ( ) 13 anos ( ) 14 anos ( ) 15 anos ( ) 16 anos
( ) 17 anos ( ) 18 anos
21 - Qual droga que o seu pai fazia uso?
( ) Álcool ( ) Maconha
22 - Com qual droga iniciou o uso?
( ) Maconha ( ) Cocaína ( ) Outra
23 - No bairro em que morava tinha fácil acesso às drogas?
( ) Sim ( )Não
24 - Você já cometeu algum ato infracional quando usava drogas?
( ) Sim ( ) Não
25 - Quando iniciou o uso de drogas praticava alguma religião?
( ) Sim ( ) Não
87
26 - Você acha que a separação dos seus pais foi um dos motivos
pelo qual
começou a usar drogas?
( ) Sim ( ) Não
88
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