(Re)Descobrir o charme da Baixa lisboeta - Mundo Português

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Diretor: Maria da Conceição Granado de Almeida www.mundoportugues.pt redaccao@mundoportugues.pt

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Edição 18561,20 Euro

22 de abril de 2016 a 28 de abril de 2016

ilha de s. jorge nos açores

iV semana Cultural russa

Despertar para a beleza e a riqueza da ilha das Fajãs

Da Rússia com cultura...

barreiro

Descoberta espécie rara de borboleta

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P. 2, 3 e 4

Na Mata da Machada foi descoberta uma espécie rara de nome borboleta branca-portuguesa (Euchloe tagis)...

uma arte milenar

Cestaria: a arte de moldar fibras

P. 29

P. 6

P. 16

jogos olímPiCos

Conselheiros foram eleitos em setembro de 2015

Já há 61 atletas portugueses apurados para o Rio2016

CCP reúne plenário entre 26 e 28 de abril

P. 30

P. 14

Em maio há três dias de “Portugal no SoHo” no icónico bairro de Nova Iorque

P. 12 e 13eua

Por entre o ComérCio tradiCional e lojas Centenárias

(Re)Descobrir o charme da Baixa lisboeta

25 de abril de 1974

A história do dia em que se perpetuou a liberdade em PortugalNa madrugada do dia 25 de abril de 1974, militares do MFA, através da rádio, explicaram aos portugueses o quanto queriam que o nosso país tivesse, novamente, direito à liberdade em todas as suas formas de expressão. De cravos vermelhos nos canos da espingarda, fizeram a revolução que marca a história de todos os portugueses...

P. 18 e 19

Os Jogos Olímpicos vão decorrer no Rio de Janeiro entre 5 e 21 de agosto...

Lisboa e Funchal receberam a IV Semana Cultural Russa, onde foi debatido, entre outros temas, o ensino do Português na Rússia...

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P. 8

CaPital Portuguesa foi eleita Pela erasmus student network

Lisboa com a melhor rede de Erasmus europeia

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22 de ABRIL de 2016p.2 deSTAQUe

(Re)descobrir o Charme da BaixaPor entre o ComérCio tradiCional e lojas Centenárias

Um dos ex-libris da capital portuguesa, a baixa é um dos pontos mais visitados, diariamente, por turistas que procuram conhecer melhor a cultura lisboeta. do outro lado, encontram-se comerciantes e pequenas lojas do comércio tradicional, que conquistam pela qualidade dos seus produtos, mas preocupados com o futuro.

O dia é de sol em Lisboa e, como em tantos outros, a baixa da cidade está repleta de turistas munidos de câmaras, mapas e vontade de conhe-cer a cidade das sete colinas. Por en-tre eles, alguns lisboetas apressados tentam aproveitar ao máximo a hora de almoço. e, escondidas nas ruas e calçadas de Lisboa, encontram-se as lojas e negócios que os têm visto pas-sar- e por vezes entrar-, muitas delas ao longo de vários séculos e gerações.

Mesmo ao lado do jardim com o mesmo nome, a Príncipe Real enxo-vais aguarda que as rendas de Bilros e da Madeira, expostas na montra, cativem os que por ali passam - que não aparentam, no entanto, ser tão insistentes como os membros da alta

sociedade lisboeta que, em 1943, re-gressados de uma noite de ópera em São Carlos cerca da meia noite de um sábado, pediram para que a loja abrisse dois dias antes da inaugura-ção e esgotaram o stock que existia.

Já na Rua do Loreto, no Chiado, o aroma da cera, as cores apelativas e o ar tradicional da Caza das Vel-las Loreto conquistam, logo à entra-da, quem entra neste estabelecimen-to onde criar velas é uma arte. e, ali perto, bem no centro da Rua Garret, há um “Petit Jardin” (transformado em Pequeno Jardim, por um dos do-nos) que se pensa existir desde o fi-nal do século XIX e está instalado na-quele que era um vão de escada de um edifício datado de 1867.

Bem próxima dos Armazéns do Chiado, na Rua Nova do Almada, tí-tulos como “La plus belle Histoire de la Philosophie”, “dans le café de la jeunesse perdue” e “Histoire du Si-lence” encontram lugar junto a obras como “O Judeu”, de Camilo Castelo Branco, “O aprendiz de Gutenberg” ou a “Crónica de uma Vida Lisboeta” e conquistam quem entra na Livraria Ferin em busca de algum tempo de contemplação e reflexão. Já na Rua do Carmo, ali ao lado, uma das lojas mais pequenas da cidade- a Luvaria Ulisses- fascina quem se depara com a arte de fazer luvas e o ritual de as escolher e experimentar.

Na Praça d. Pedro IV, a Tabacaria Mónaco continua a aglomerar e redis-

tribuir os principais jornais e revistas nacionais e internacionais, enquanto intriga quem por lá passa, graças ao seu teto pintado com vários pássa-ros e fios de telefone (a explicação prende-se, precisamente, com a sua História e o facto de ter sido um dos primeiros estabelecimentos lisboe-tas a possuir uma cabine telefónica pública, que normalmente estavam localizadas na via pública) e convi-da a “fazer festinhas” no gato - que originalmente servia para os clientes acenderem os seus charutos - para “dar boa sorte”.

A Conserveira de Lisboa, por sua vez, na Rua dos Bacalhoeiros, conti-nua a ser o local preferido de vários para encontrar as tão típicas conser-

vas portuguesas e a conquistar os tu-ristas que por ali passam e observam atentamente a variedade de opções e o ar pitoresco da disposição dos pro-dutos e processo de embalamento. Já a Casa Alves, bem próxima da Sé de Lisboa, continua a ser o lugar de pre-ferência de moradores da zona, clien-tes de décadas, e esforça-se para se manter em atividade no mesmo local.

relações de ConfiançaMuitas delas com gerações de

existência, as lojas do comércio tra-dicional lisboeta conquistam pela relação de proximidade, mas fide-lizam pela relação de confiança, di-zem vários dos seus comerciantes. Com produtos tão distintos como li-

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vros e conservas, velas e luvas, o co-mércio tradicional encontra, dir-se-ia, na qualidade dos seus produtos e na relação próxima com o cliente o seu ex-libris.

Como a relação de confiança en-tre a Conserveira de Lisboa e os seus clientes, muitos deles lisboetas fre-quentadores do estabelecimento há anos.

“Ninguém aguenta 86 anos se não for bom, isso é um dos pilares fundamen-tais. A confiança é o segundo pilar – dos clientes em relação a nós, nossa nos pro-dutores que traba-lham connosco, dos nossos produtores em nós e em traba-lharmos bem os pro-dutos deles...”, diz Tiago Ferreira, um dos responsáveis pelo negócio que está na família há várias gerações. O engenheiro eletrotécnico, a

concluir um doutoramento, relembra para isso, a importância de questões essenciais como a prova de cada lote de produto que chega à loja (é, aliás, precisamente por isso que as embala-gens de cada conserva são ainda hoje alvo de embrulhos em papel, aplica-dos à mão), ou a atenção a detalhes como a sazonalidade do peixe e, até mesmo, questões ambientais e de sustentabilidade. “A pesca da sardi-nha, por exemplo, só começa a par-tir de maio. E ultimamente há pou-

ca sardinha, então tomamos a opção de deixar de vender ovas de sardinha e sardinha pequenina, precisamente para tentarmos não contribuir para a pesca de sardinhas ovadas ou que não tenham tido ainda a possibilida-de de se reproduzir pelo menos uma vez”, refere.

Perspetivas e realidades seme-lhantes às de lojas como a Luvaria Ulisses, onde o ritual de preparar a luva antes de a experimentar – com alargador e pó de talco incluídos- con-tinua a fascinar gerações, como clien-tes que regressam com as netas para “mostrar a casa onde a avó compra as luvas”. E à Caza das Vellas Lore-to, onde o aroma e qualidade das ve-las feitas, artesanalmente, na própria loja fazem com que os clientes regres-sem, vela após vela.

“Temos clientes que já deixaram de ser regulares durante algum tem-po e depois regressaram por causa da qualidade das velas. A vela pode ser um pouco mais cara, mas o encanto é outro - a durabilidade é outra, a cha-ma é mais bonita… no fundo, a qua-lidade é outra”, refere Margarida de Sá Pereira. Enquanto Carlos Carva-lho, responsável pela Luvaria Ulisses, refere a importância da produção ar-tesanal e a qualidade das peles utili-zadas. Assim como a possibilidade de os clientes regressarem para efetuar qualquer reparação que seja neces-sária numa luva comprada na loja, em qualquer altura e gratuitamente. “A qualidade começa logo na pele: só trabalhamos com as melhores a nível mundial. Depois é o corte artesanal, temos sete tamanhos – a luva tem que calçar que nem uma luva. Um tamanho sete é um sete, um tama-nho sete e um quarto é um sete e um quarto”, refere, “E todo este ritual de calçar a luva, que nós continuamos a fazer – que era normal nas luvarias há alguns anos atrás e que se perdeu... A maioria das pessoas fica encanta-da porque já não há em praticamente

parte nenhuma do mundo”. Enquan-to, na Caza das Velas Loreto, Mar-garida reafirma: “É o que deve ser. Nós não dizemos que fazemos mais do que aquilo que é devido. Fazemos é bem. Não vale a pena fazer de ou-tra maneira – quando se trabalha é pela qualidade”.

Ou na livraria Ferin, que João Pi-nheiro afirma não poder “fazer con-corrência” às grandes cadeias de livrarias, mas poder, de forma com-plementar, conquistar os “clientes que vêm cá porque sabem que vão encontrar os livros que procuram”.

“Uma livraria não é só um espaço de vender livros, pres-ta-se a conversar so-bre os temas. É um espaço que se pres-ta ao diálogo com as pessoas e isso, para além de tornar esta profissão interessan-te, é o que aproxima as pessoas”, conclui.

Diferenças e especificidades de qualidade e atendimento que levam uma grande parte deste comércio tra-dicional a conquistar clientes distin-tos, não só a nível nacional, como a nível internacional. Como a Tabaca-ria Mónaco e clientes como Almada Negreiros e Eça de Queiroz, Beatriz Costa ou Regina Duarte. Ou os Enxo-vais do Príncipe Real e as suas rendas e bordados, que conquistaram vários membros de famílias reais europeias como Grace Kelly, a Rainha Sofia de Espanha e Carolina do Mónaco ou ainda estrelas de Hollywood e vários membros da Família Kennedy.

Mais do que “para inglês ver”

Outrora o local preferido, por ex-celência, de muitos lisboetas, não só para fazerem as compras “da casa”, como para se informarem das princi-pais tendências de moda, literatura, artes, ou até apenas para um passeio domingueiro, a baixa lisboeta tem-se tornado, nos últimos anos, um local iminentemente turístico da capital.

Uma mudança que se refletiu no movimento de algumas destas lojas, com o turismo a assumir uma impor-tância crescente no seu volume de vendas. No caso da tabacaria Móna-co, por exemplo, as vendas são ba-seadas “principalmente no turismo”, com Carlos Oliveira a afirmar que “se não fosse o turismo, não sei se ainda estaríamos cá”. Também Carlos Car-valho refere que “a maior parte do movimento é feito por estrangeiros”, relembrando, no entanto, que o co-mércio tradicional também é impor-tante para o turismo: “quem faz turis-mo procura precisamente aquilo que é diferente, que é típico e não aquilo que pode encontrar em qualquer par-te do mundo”, refere.

Muitos dos clientes estrangei-ros, refere, aliás, voltam à Casa Ulis-ses sempre que regressam à cidade. Uma tendência que também Mar-garida de Sá Pereira salienta, relem-brando o caso de um casal alemão que regressara nesse fim-de-semana: “dizem que há já sete anos que vêm a Portugal e que vêm aqui à loja to-dos os anos. E é verdade! Regressa-ram cá no sábado, compraram qua-tro velas e disseram ‘então até para o ano!’”, conta entre risos.

uM dia de cada vezParadoxalmente, a par do “de-

sinteresse” em alguns tipos de pro-dutos, por parte das gerações mais novas, como refere, em tom de brin-cadeira mas seriamente, Vítor Castro, responsável pela Príncipe Real Enxo-

vais, afirmando que “agora as gera-ções mais novas já não querem isto tudo bordado à mão, que dá muito trabalho a passar. Querem algo que vá à máquina e pronto, ‘já está’”. E da crise que se instalou, principalmente, entre certas faixas etárias da socie-dade portuguesa, como a população mais idosa e que os leva a ter que re-duzir bastante nos gastos, como re-fere José Luís Alves, da Casa Alves, enquanto confidencia que não sabe “como algumas pessoas conseguem viver com as reformas que têm, de 200 ou 300 euros”, esta tendência de crescimento da baixa lisboeta en-quanto zona turística de excelência da capital portuguesa relaciona-se, em vários níveis, com algumas das preocupações que levam muitos dos seus comerciantes a preferirem não fazer grandes planos a longo prazo.

Com a crescente procura por alo-jamentos turísticos nesta zona da ci-dade e os vários projetos de reabilita-ção, muitos queixam-se de aumentos de rendas bruscos, que se tornam in-comportáveis com a faturação exis-tente, como o caso da Tabacaria Mó-naco que sofreu um aumento de renda “na ordem dos 300%”. Ou o caso da florista Pequeno Jardim, cujo edifício onde se encontra está à ven-da. “O prédio está quase devoluto e neste momento não sabemos o dia de amanhã”, refere Elisabete Montei-ro, responsável pela loja que se desta-ca por ser uma das últimas existentes naquele que era um vão de escada, “o prédio está à venda, tem tido vá-rias visitas, e não sabemos, sequer, se o novo dono quererá manter a loja aqui”. Ou o caso da Casa Alves, a funcionar desde 1957 no Bairro da Sé, e que se encontra em negociações com o novo senhorio, refere o atual responsável e filho do fundador, José Alves: “o prédio foi vendido a uma imobiliária, que diz que quer que nós saiamos. Neste momento, estamos em negociações”.

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O aumento das rendas junta-se, no entan-to, a vários outros fatores, como a dinâmica de “desertificação” da baixa lisboeta, aquando do momento de relocalização de vários serviços e grupos económicos para outras zonas da cida-de. “Trabalhavam aqui milhares de pessoas an-tes de irem daqui para outros locais e foi, tam-bém, a supressão de lugares nas empresas. E depois há a questão dos horários – as pessoas hoje trabalham muitas horas seguidas e têm muito pouco tempo para almoçar. A baixa não vivia só das pessoas que estavam em casa e vi-nham cá, vivia das pessoas que aqui trabalha-vam- mas essas pessoas tinham que ter tempo para circular”, refere João Pinheiro, responsá-vel pela Livraria Ferin.

“O que me preocupa mais, e com estas lo-jas todas que fecham, é que há uma geração que deixa de ter gosto em vir aqui, porque dei-xa de ter referências”.

Também na Conserveira de Lisboa se refe-re que esse será um dos pontos mais delicados da questão. “Tem a ver com o próprio urbanis-mo da cidade, com a forma como está a ser organizada – nos últimos tempos a baixa dei-xou de ter residentes e pessoas que trabalham aqui. Desapareceram um pouco as empresas e os serviços e tudo isso retirou pessoas no dia-

Ali Ao lAdo

-a-dia da baixa”, refere Tiago, “E isso faz com que alguns comércios - que se calhar não se coadunam tanto com o turismo, ou nos quais o turismo não tem necessariamente tanto in-teresse- tenham dificuldades em acompanhar esse aumento de renda, mesmo que para os valores de renda atuais”.

Não que as mudanças sejam necessaria-mente más ou encaradas com pessimismo - em meio a toda a complexidade e consequências do tema, há quem se queira manter otimista.

“Estão a haver modificações e alterações a nível urbano, há um aumento muito grande a nível de turismo- o que não é necessariamente mau-, mas tem que haver um equilíbrio”, refere Tiago Ferreira. “As cidades evoluem, as coisas evoluem, as sociedades evoluem e nós temos que evoluir com elas”, conclui, “mas também há negócios e coisas que devem ser preserva-das a bem até da própria identidade da cidade, para não desvirtuamos aquilo que é Lisboa. Se pensarmos em termos económicos, se calhar até mesmo os turistas que vêm cá, vêm à pro-cura de determinadas coisas - coisas que são muito nossas. Se calhar, se lhes retirarmos isso, o interesse também vai esmorecer e não é algo que interesse a ninguém”. Também Margarida de Sá Pereira, responsável pela Caza das Vel-

las Loreto prefere relembrar que “uma loja com esta idade já passou por muitas dificuldades, esta há-de ser mais uma”.

E, por isso mesmo, as lojas de comércio tradicional da Baixa Lisboeta tentam, neste momento, dizem, reorganizar-se e adaptar-se, através das mais variadíssimas iniciativas. Para além de várias delas integrarem o “Círculo das Lojas de Carácter e Tradição de Lxª”, são tam-bém várias as candidatas ao programa “Lojas com História”, criado pela Câmara Municipal de Lisboa. Outras tentam, ainda, dinamizar um pouco mais a sua oferta, como a Casa Alves que recentemente lançou uma parceria com o projeto “A Vida Portuguesa”. Ou a Livraria Fe-rin que, além de uma parceria com a Editora Principia, tem organizado, nos últimos meses, vários eventos culturais nas suas instalações, como sessões de poesia, conferências ou apre-sentações de obras. Ou, ainda, a Conserveira de Lisboa que, além de convidar artistas portu-gueses a fazerem o design das embalagens de uma linha especial e vários artistas plásticos a efetuarem a decoração e ilustração do seu es-paço no Mercado da Ribeira no projeto “Dese-nha Por Cima da Conserva”, se tem articulado e apoiado vários movimentos e organizações ar-tísticas e culturais da capital portuguesa.

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A arte da Alfaiataria na loja de luxo mais antiga da Avenida da Liberdade

Foi em 1915, em plena Primeira Guer-ra Mundial, que o número 204 da Aveni-da da Liberdade acolheu a alfaiataria que se viria a tornar uma das mais conhecidas de Lisboa, pelas mãos de Manuel Amieiro. Depois continuada e reorganizada pelo seu então aprendiz, Francisco Rosa e o genro deste, a Rosa&Teixeira é hoje uma das prin-cipais referências no design de moda mas-culina para muitos dos principais nomes da elite portuguesa.

É pelas mãos e sob o olhar atento do Mestre Gomes que nasce cada fato sob me-dida produzido na casa. É a experiência e o saber deste alfaiate, com mais de 50 anos de experiência, na arte das marcações com giz, no corte exato e nos pontos de alinhavo que dão o mote de partida para o nascimen-to de cada fato, confecionado ao milímetro. Desde a escolha dos tecidos, à atenção e de-licadeza com que cada cliente é tratado nas várias provas que formam o processo – que nunca tem um dia de fim pré-definido, ape-nas um “saber comum” de que, em média, deverá demorar cerca de uma mês-, nada é deixado ao acaso.

Sob a gerência de José de Castro des-de 1981, a Rosa&Teixeira chegou já ao Por-to, na Avenida da Boavista e contempla hoje uma oferta diversificada, aliando à alfaiata-ria por medida a presença de marcas inter-nacionais de topo.

Na Rosa&Teixeira os fatos são fei-tos por medida, sob o olhar atento do Mestre Gomes. Entre os clientes estão alguns dos mais conceitua-dos nomes da elite do país.

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REGIONAL p.6 22 dE AbRIL dE 2016

A beleza única e a riqueza da ilha das FajãsIlha alongada que com 56 Km de comprimento apenas 8 Km de largura máxima. São Jorge tem uma área de 246 Km2. Criada por sucessivas erupções vulcânicas em linha recta, de que restam crateras, a sua plataforma ventral tem a altitude média de 700 m, com o pon-to mais elevado a 1067m. A costa, escarpada e quase vertical, sobretudo a norte, é inter-rompida por pequenas superfícies planas costeiras – as fajãs.

ILHA DE S. JORGE NOS AÇORES

Foto aérea da ilha de S. Jorge

Falar desta ilha, transporta-nos a falar do seu famoso queijo. Neste Encontro de Órgãos de Comunicação Social da diáspora que o Governo dos Açores promove e, em que o MUNdO PORTUGUÊS participa vamos ficar a conhecer muito melhor esta ilha e fazer a aproximação entre ela e o nosso leitores e despertar o desejo de se conhecer a mesma, já que neste Grupo Central as ilhas que o compõem, se recomenda umas merecidas férias! Nas ilhas do Faial, Pico e S. Jorge, os órgãos de comunicação social de origem portuguesa dos EUA, Canadá, brasil e bermudas, e o MUNdO PORTUGUÊS, vão ter a oportunidade para um conhecimento mais aprofundado da realidade

atual destas ilhas açorianas e iremos contribuir para a divulgação da terra de origem de milhares de Açorianos espalhados pelo mundo. Onde está um açoriano emigrado, estão os Açores representados, nos seus usos e costumes, religiosidade e tradições e não esquecendo que o arquipélago dos Açores, todo ele é de uma riqueza enorme, passaremos a real imagem da beleza das ilhas que o compõe, os excelentes produtos regionais que produzem, a hospitalidade de um povo que em muito contribuiu para a diversidade e riqueza de um país - Portugal, que no seu todo é de uma grandiosidade enorme!

O descobrimento e povoamento da ilha estão envoltos em mistério. A primeira referência a São Jorge

data de 1439 e sabe-se que, cerca de 1470, quando já existiam núcleos de colonos nas costas oeste e sul e a povoação de Velas fora fundada, veio para a ilha o nobre flamengo Wilhelm Van der Haegen, que, criou uma povoação onde veio a morrer. Rápido deve ter sido o povoamento da ilha, com gentes vindas do Norte do continente.

São Jorge é a ilha das arribas, falésias e fajãs, uma das mais verdes do arquipélago dos Açores e o local perfeito para umas férias em contacto com a natureza e o mar.

Integrada no Grupo Central e é um dos vértices das chamadas “ilhas do triângulo”, em conjunto com o Faial e o Pico, do qual dista 18,5 km.

Paisagisticamente salta à vista

o contraste da cordilheira central que atravessa a ilha em quase todo o comprimento, com a escarpada e recortada costa, salpicada pelas típicas fajãs que se estendem mar adentro.

As fajãs são pequenas planícies que tiveram origem em desabamentos de terras ou lava e nesta ilha existem mais de 40, daí ser muitas vezes apelidada por ilha das fajãs. Nalguns casos

apenas existe acesso pedestre, por isso os trilhos são uma das melhores formas de a descobrir, existindo caminhos adequados a várias condições físicas e acompanhamento especializado.

da Fajã da Caldeira do Santo Cristo, a mais famosa pelas suas saborosas amêijoas, à Fajã dos Cubres, com uma cristalina lagoa, e à Fajã do Ouvidor com as suas piscinas naturais.

22 de abril de 2016 p.7REGIONAL

ilha do Corvo

Pároco do Corvo tem “vida santa” na mais pequena ilha dos Açores

ilha do Corvo

O pároco do Corvo, a mais pequena ilha nos Açores, celebrou em 2015 dois batismos, registou sete óbitos e não contabilizou nenhum casamento, admitindo ter uma “vida santa” numa comunidade onde o “stress é uma ave rara”.

ilha do PiCo

Viagem à “pátria” do verdelho...

O pároco do Corvo, a mais pequena ilha nos Açores, celebrou em 2015 dois batismos, registou sete óbitos e não contabilizou nenhum casamento, admitindo ter uma “vida santa” numa comunidade onde o “stresse é uma ave rara”.

“Na verdade, é uma vida santa”, afirmou à agência Lusa o padre Artur Cunha, de 64 anos, há três instalado na Vila do Corvo, depois de 20 anos na ilha de São Jorge, a que soma mais um no Faial. Natural de São Jorge, o sacerdote emigrou aos 16 anos para os Estados Unidos da América, onde se formou e exerceu a docência, tendo, após a morte dos pais, ingressado no seminário da Arquidiocese de São Francisco. Foi ordenado sacerdote em 1984 e em 1992 regressou aos Açores.

Para o sacerdote, apesar de

ser “a ilha mais pequenina do arquipélago”, contabilizando no seu “rebanho” cerca de 400 almas, é “muito gratificante” viver no Corvo, onde até hoje o Governo Regional cumpre uma visita estatutária.

“É uma comunidade pequena, o nosso novo bispo dos Açores - João Lavrador, diz que é uma família. Na verdade, é. Noutras ilhas, há paróquias que têm cinco a dez vezes mais população que nós temos”, admitiu, destacando “uma vantagem” do Corvo, com 17 quilómetros quadrados: “A tensão, a pressão do dia-a-dia, o stresse – podemos dizer - é uma ave rara aqui”.

Segundo Artur Cunha, o Corvo é, “realmente, uma família”.

“Especialmente na parte mais velha da vila, as casas ficam

porta com porta, porque foram mesmo construídas assim para se protegerem das grandes tempestades que açoitavam o Corvo em anos passados. E, portanto, protegiam-se em todos os aspetos, as famílias protegem-se em todos os aspetos”, declarou. O pároco recorda o que deixou para trás, nomeadamente o trabalho em São Jorge, onde “tinha duas paróquias grandes”.

“Tinha muito trabalho, muitas reuniões, por isso eu creio que seria muito difícil para mim exercer esse trabalho lá, o múnus paroquial lá, nestas condições”, referiu, dando conta de que esta foi uma das razões que o levou a pedir para se fixar na Vila do Corvo.

Acresce um problema oftalmológico que “limita muito” o trabalho paroquial, reconhecendo

ser “vantajoso” estar na ilha, pois não tem “tanto trabalho” como os colegas. “Mas é, também, um lugar excelente para descansar o espírito, para a paz interior. Nós costumamos dizer que temos tudo de bom, só em ponto mais pequeno”, apontou.

Negando sentir-se isolado, Artur Cunha contrapõe com a ajuda e o apoio da população - da família como também lhe chama

-, assegurando que no Corvo “fica-se isolado se se quer ficar isolado”.

O sacerdote celebra missa diariamente na Santa Casa da Misericórdia. “É melhor do que na igreja. Na igreja talvez teria uma meia dúzia de pessoas ao passo que na Santa Casa temos uma dúzia ou mais por dia”, declarou, exemplificando com os utentes e visitantes. No fim de semana celebra também na igreja paroquial.

vinhas do Pico

Cachorro, na ilha do Pico

Quando se visita a ilha do Pico pela primeira vez, logo ficamos ren-didos à sua beleza paisagística e no toca uma forte vontade de voltar. Recordar o seu povoamento que se iniciou em 1460 com naturais do Norte de Portugal, após escala nas ilhas Terceira e Graciosa.

Desenvolvendo-se em torno do vulcão, com 2351 metros de alti-tude, que lhe dá o nome, a ilha do Pico tem uma forma oblonga – 42 Km de comprimento e 15,2 de lar-gura. O majestoso vulcão que domi-na a ilha com os seus 2.351m de altitude, coroado pelo Pico Grande, cratera arredondada com cerca de 700m de perímetro e profundidade que atinge os 30m. Numa extremi-dade da cratera o cone vulcânico do Piquinho, ou Pico Pequeno com cerca de 70m de altura, de cuja

base emanam fumarolas, constitui o cume da cratera.

E que tal provarmos um vinho que cresce na rocha basáltica?

A cultura da vinha na Ilha do Pico começou no final do séc. XV, quando se iniciou o povoamento da ilha.

Graças ao solo vulcânico, rico em nutrientes, ao micro clima seco e quente das encostas protegidas do vento por muros de pedra áspera e escura e aquecidas pelos raios do sol, as vinhas, da casta verdelho, conseguiram aqui condições exce-cionais de maturação.

Mais tarde, foi exportado para muitos países da Europa e América, e chegou até a mesa da corte russa. As vinhas, que marcam a paisagem da ilha, produzem ainda um fresco vinho frutado, seco e leve, que é o

companheiro ideal de um prato de marisco ou peixe e também o vinho de cheiro, cuja presença é obriga-tória nas mesas em dias de festa.

Estes terrenos, Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, misto de natureza lávica e práti-cas culturais ancestrais foram em 2004 classificados como Patrimó-nio da Humanidade pela UNESCO. Os sítios do Lajido da Criação Ve-lha e do Lajido de Santa Luzia são os maiores exemplos desta arte de parcelar a terra que esta distinção veio reconhecer.

Estas vinhas plantadas em chão de lava são enquadradas por aper-tadas paredes de pedra solta, cha-madas de “currais” ou “curraletas”, que as protegem do vento marítimo mas deixam entrar o sol necessário à sua maturação.

À custa de árduo labor, os campos de lava transformam-se em pomares e vinhedos. O verdelho do Pico tem, há mais de duas centenas de anos, fama internacional, sendo apreciado em vários países, nomeadamente na Inglaterra, Américas e Rússia, onde chegava à mesa dos czares.

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p.8 22 de abril de 2016PELO PAÍS

Norte Centro SulJovens integram projeto de arte urbana

famalicão

Arroios abre residência para sem-abrigo

lisboa

Em contacto com a Naturezamontemor-o-novo

Regiões do Douro recebem mostras de teatro

vila realCelebrar Abril sempre...ourém

Celebrar o 25 de Abril a corrersetúbal

A Junta de Freguesia de Arroios, em Lisboa, inaugurou no passado dia 13 uma residência destinada a acolher qua-tro sem-abrigo, visando permitir a sua integração social e la-boral. Cada uma destas pessoas terá o seu próprio quarto e haverá ainda espaços comuns como sala, cozinha, casa de banho e pátio exterior. O limite da estadia é variável e cabe à Autarquia garantir a renda mensal da residência, localiza-da junto à Praça do Chile. Os moradores terão de suportar as despesas de água, luz, telefone e limpeza, que serão dividi-das por todos, garantindo, assim, uma ajuda&/ncentivo para que as pessoas consigam regressas à vida que tinham antes de se tornarem sem-abrigo. A Autarquia adianta que espera ver esta ideia replicada em mais zonas da cidade.

Em comemoração do 25 de Abril e dos 42 anos de de-mocracia, Ourém recebe um conjunto de iniciativas destina-das a todos. As comemorações terão início nos dias 23 e 24, durante a Feira do Livro 2016, que decorre de 11 a 25 de Abril, na Praça D. Maria II. No dia 23 haverão concertos de jazz e música tradicional, a partir das 21h30 e no dia 24, a partir das 22h30, a gaita-de-foles será destaque com o gru-po Velha Gaiteira e às 24h, após as intervenções oficiais, se-guir-se-á o concerto “Canções de Abril”. No dia 25, também na Praça D. Maria II, as cerimónias oficiais iniciam-se pelas 10h00 com a participação da Fanfarra da Associação Huma-nitária dos Bombeiros Voluntários de Ourém e da Sociedade Filarmónica Ouriense.

Famalicão recebe o projeto “Urban Youth”, desenvolvido para estimular a expressão artística da juventude famalicen-se e simultaneamente revitalizar espaços urbanos através da arte. O projeto desafia todos os jovens a darem asas à cria-tividade artística e a porem em prática em espaços públicos urbanos com recurso às mais variadas técnicas e materiais como o grafite, a azulejaria e a pintura. A primeira edição do projeto teve início no dia 16 de Abril e prolongar-se-á até ao dia 9 de Julho. A iniciativa incluirá, ainda, ações de forma-ção e workshops. As sessões práticas decorrerão aos sába-dos, das 14h às 18h.

A Associação Vale d’Ouro leva aos palcos da região mais uma edição da Mostra de Teatro do Douro, num festival que arrancou no dia 9 de Abril em Sabrosa e se prolonga até dia 30 em Santa Marta de Penaguião, depois de passar pela Régua, Mesão Frio e Pinhão. Os sábados de Abril têm sido preenchi-dos com teatro, onde várias associações de teatro da zona são convidadas a subir aos palcos do Douro e a formarem aqui-lo que designam como “a rota mágica no vale encantado”. A programação conta com três peças originais de autores da re-gião e duas estreias, constituindo desta forma uma amostra clara da cultura produzida naquela região.

Durante todo o mês de Abril porque não reservar um tempo para estar em contacto com a Natureza e, ao mesmo tempo, passear? É esta a proposta que a reserva animal do Monte Selvagem, em Montemor-O-Novo tem para sim. Este parque temático oferece a possibilidade de contacto com ani-mais e plantas, e diversos espaços lúdicos e temáticos. Sal-tar no trampolim gigante familiar e subir às casas das árvo-res são algumas das propostas para um dia em família com os mais pequenos. O Monte Selvagem foi premiado em 2012 pela Entidade Turismo do Alentejo – ERT, com a distinção de Melhor Empreendimento de Animação Turística do Alentejo e é membro da AIZA (Associação Ibérica de Zoos e Aquários).

Se gosta de correr ou caminhar, esta iniciativa é para si. No dia 25 de Abril vá até ao Montijo, no distrito de Setú-bal, e faça parte da III Corrida e Caminhada da Liberdade. O evento, que irá decorrer na Praça da República pelas 10h15, pretende aliar os benefícios relacionados com a atividade fí-sica ao convívio de um dia de festa desportiva para todas as idades. A corrida terá uma extensão de cinco quilómetros e a caminhada será realizada num percurso de três quilóme-tros. As inscrições são gratuitas e, Antes das provas, a partir das 9h45, haverá uma aula de zumba para os amantes da dança ou para quem queira experimentar.

Concurso literário convida os mais novos

guarda

A Câmara Municipal da Guarda e o Centro Comercial La Vie, numa parceria com os Agrupamentos de Escolas da Sé e Afonso de Albuquerque, promovem de 11 de Abril a 13 de Maio, o 1º Concurso Literário La Vie/ A Terra da Escrita. O concurso, que passará a ser anual, tem como objetivo promo-ver e consolidar hábitos de leitura e de escrita nos alunos do 3º CEB dos Agrupamentos de Escolas do Concelho da Guar-da. Nesta primeira edição, o concurso será dedicado à poe-sia. Os prémios atribuídos serão duas bolsas de estudo, uma no valor de 300 e outra no valor de 200 euros. As bolsas são constituídas por vouchers de livros escolares da Livraria Ber-trand do Centro Comercial La Vie Guarda.

Descoberta espécie rara de borboleta

barreiro

Na Mata da Machada, no Barreiro, foi descoberta uma es-pécie rara de borboleta De nome borboleta branca-portuguesa (Euchloe tagis) trata-se de uma espécie sensível a alterações que ocorram no seu habitat. A descoberta foi feita durante a atividade “Reserva o Sábado”, no âmbito do projeto Biodis-

Um mês a comemorar o 25 de Abril

mora

Este ano Mora comemora o 25 de Abril durante todo o mês, com um largo programa repleto de eventos e iniciativas em todas as freguesias do concelho. Com início no passado dia 12 de Abril, o programa de festas abre com a inaugura-ção da exposição “Uma Revolução Desenhada”, na Galeria da Casa da Cultura. No dia 23 tem lugar o espetáculo de teatro “Reforma Agrária 40 anos, Três Vozes do Teatro”, sendo que no dia 25, pelas 15h decorrerá uma sessão solene de conde-corações. Nas freguesias do concelho decorrem festas e ini-ciativas culturais a 24 e 25 de Abril, assim como provas des-portivas e animação para os mais novos.

coveries, uma iniciativa do Centro de E d u c a ç ã o Ambiental da Câmara Mu-nicipal do Barreiro. Em cada ativida-de, os partici-pantes levam fichas de campo criadas para o evento e regis-tam todas as espécies detetadas. Das espécies encontradas, a maioria eram comuns, embora desconhecidas do público. Foram detetadas espécies como libelinhas, louva-a-deus, bor-boletas, anfíbios, répteis, flora exótica e autóctone.

22 de ABRIL de 2016 p.9sociedade

‘Luz da Fé’ ou ‘Lúmen Fidei’, em latim, é o nome da primeira encíclica do Papa Francisco aos bispos, aos presbíteros, aos diáconos, às pessoas consagradas e a todos os fiéis leigos. A partir desta edição, o ‘Mundo Português’ dá voz às palavras do Sumo Pontífice...

A encíclica «Lumen Fidei» (‘Luz da Fé’) foi a primeira divulgada pelo Papa Francisco ao mundo. Na verdade, a encíclica do patriarca da Igreja Católica, é a conclusão de um texto que Bento XVI começou por ocasião do Ano da Fé e que não pôde terminar, por ter renunciado ao seu pontificado. O Papa Francisco divulgou-a a 29 de junho de 2013, e acrescentou-lhe alguns contributos. A um ano das celebrações do centenário das aparições da Virgem em Fátima, começamos a divulgar esta encíclica, que conta com quatro capítulos e uma conclusão. Nesta edição destacamos o segundo capítulo deste documento papal centrado nos conceitos da ‘fé’ e do amor ao próximo.

“O Homem vive particularmente carecido de luz”

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“Se não acreditardes, não com-preendereis” (cf. is 7, 9): foi as-sim que a versão grega da Bíblia hebraica traduziu as palavras do profeta isaías ao rei acaz, fazen-do aparecer como central, na fé, a questão do conhecimento da verdade. Apavorado com a força dos seus inimigos, o rei busca a segurança que lhe pode vir de uma aliança com o grande império da Assíria; mas o profeta convida-o a confiar apenas na verdadeira rocha que não vacila: o Deus de Israel. Uma vez que Deus é fiável, é razo-ável ter fé n’Ele, construir a própria segurança sobre a sua Palavra. Este é o Deus que Isaías chama-rá mais adiante, por duas vezes, o Deus-Amen, o “Deus fiel” (cf. Is 65, 16), fundamento inabalável de fidelidade à aliança. (…) O profeta exorta a compreender os caminhos do Senhor, encontrando na fideli-dade de deus o plano de sabedoria que governa os séculos.

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Lido a esta luz, o texto de Isaías faz--nos concluir: o homem precisa de conhecimento, precisa de verdade, porque sem ela não se mantém de pé, não caminha. Sem verdade, a fé não salva, não torna seguros os nos-sos passos. seria uma linda fábula, a projeção dos nossos desejos de felicidade, algo que nos satisfaz só na medida em que nos quisermos iludir; ou então reduzir-se-ia a um sentimento bom que consola e afa-ga, mas permanece sujeito às nos-sas mudanças de ânimo, à variação dos tempos, incapaz de sustentar um caminho constante na vida. Se a fé fosse isso, então o rei Acaz teria razão para não jogar a sua vida e a segurança do seu reino sobre uma emoção. Mas não é! Precisamente pela sua ligação intrínseca com a verdade, a fé é capaz de oferecer uma luz nova, superior aos cálculos do rei, porque vê mais longe, com-preende o agir de Deus, que é fiel

à sua aliança e às suas promessas. Lembrar esta ligação da fé com a verdade é hoje mais necessário do que nunca, precisamente por cau-sa da crise de verdade em que vi-vemos. Na cultura contemporânea, tende-se frequentemente a aceitar como verdade apenas a da tec-nologia: é verdadeiro aquilo que o homem consegue construir e medir com a sua ciência; é verdadeiro por-que funciona, e assim torna a vida mais cómoda e aprazível. Esta verdade parece ser, hoje, a úni-ca certa, partilhável com os outros, a única sobre a qual se pode con-juntamente discutir e comprometer--se; depois haveria as verdades do indivíduo, como ser autêntico face àquilo que cada um sente no seu ín-timo, válidas apenas para o sujeito mas que não podem ser propostas aos outros com a pretensão de ser-vir o bem comum. A verdade gran-de, aquela que explica o conjunto da vida pessoal e social, é vista com

suspeita. Porventura não foi esta - perguntam-se - a verdade pretendi-da pelos grandes totalitarismos do século passado, uma verdade que impunha a própria conceção global para esmagar a história concreta do indivíduo? No fim, resta apenas um relativismo, no qual a questão sobre a verdade de tudo - que, no fundo, é também a questão de Deus - já não interessa. Nesta perspetiva, é lógico que se pretenda eliminar a ligação da religião com a verdade, porque esta associação estaria na raiz do fa-natismo, que quer emudecer quem não partilha da crença própria. (…) A busca da verdade é uma questão de memória, de memória profunda, porque visa algo que nos precede e pode conseguir unir-nos para além do nosso «eu» pequeno e limitado; é uma questão relativa à origem de tudo, a cuja luz se pode ver a meta e também o sentido da estrada co-mum.

p.10 PELO MUNDO 22 DE ABRIL DE 2016

O chefe de Estado considerou, no dia 15 deste mês, que “a pala-vra a dar é de estabilidade finan-ceira”, em resposta aos jornalistas quando confrontado com as decla-rações do ministro das Finanças, Mário Centeno.

“É importante para o país que haja estabilidade política, econó-mica e financeira. Nesse sentido, a palavra a dar é de estabilidade no funcionamento das instituições fi-nanceiras”, defendeu Marcelo Re-belo de Sousa.

Em declarações no final da ce-rimónia de entrega do Prémio Pes-soa, na Culturgest, em Lisboa, o Presidente da República reiterou a ideia de que “neste momento, as instituições estão a funcionar nor-malmente e, portanto, não vale a pena estar a especular sobre tudo aquilo que não seja o funcionamen-to normal das instituições, incluin-do as financeiras”.

Mário Centeno, numa entrevis-ta concedida à RTP, considerou que o governador do Banco de Portugal,

Carlos Costa, cometeu uma “falha de informação grave” na resolução do Banif ao omitir que tinha pedido ao Banco Central Europeu para li-mitar o financiamento daquela ins-tituição financeira.

O tom de Marcelo Rebelo de Sousa deverá manter-se, numa al-tura em que os espanhóis do Caixa-Bank anunciaram uma Oferta Pú-blica de Aquisição sobre o banco português liderado por Fernando Ulrich, o Banco Português de In-vestimento (BPI).

Marcelo rebelo de SouSa diz que aS inStituiçõeS eStão “a funcionar norMalMente”

Presidente da República defende que “a palavra a dar é de estabilidade financeira”Questionado sobre o facto de o ministro das Finanças atribuir uma “falha grave” ao governador do Banco de Portugal, o Presidente da República voltou a defender que as instituições estão “a funcionar normalmente” e que “não vale a pena estar a especular”

No âmbito da assinatura de um protocolo de atribuição de 20 mil euros à Associação “Mulher Sécu-lo XXI”, em Leiria, Catarina Marceli-no salientou que Portugal foi o “pri-meiro país a assinar a convenção de Istambul”, que “alarga muito mais aquilo que devem ser as respostas na área da violência contra as mu-lheres e as raparigas”.

Nesse sentido, a governante re-velou que a tutela está a trabalhar com a Associação de Mulheres Con-tra a Violência com o objetivo “de

poder ter o primeiro centro de crise em Portugal” para as vítimas de vio-lência sexual.

“A legislação não é muito especí-fica (nesta área) e inclui coisas mais genéricas. Este é um exemplo das áreas que iremos abordar. Não é só melhorar na área da violência do-méstica, que não haverá muito mais a fazer, porque a legislação é boa, precisamos é de melhorar a articula-ção. Mas há outras áreas que preci-sam de ser olhadas, porque são atos de violência contra mulheres e rapa-

rigas”, frisou a secretária de Estado. À luz da convenção de Istam-

bul, Catarina Marcelino disse ainda que há a necessidade de olhar para a legislação portuguesa, num traba-lho mais “técnico e jurídico”, ten-do já sido promovido um “encontro de vontades” entre a Secretaria da Igualdade e da Cidadania e o Minis-tério da Justiça.

“Deve ser feito um trabalho, du-rante cerca de um ano, para olhar do ponto de vista legislativo, numa perspetiva técnica, através das pes-

Governo quer criar centros de crise para vítimas de violência sexual

soas que possam fazê-lo com dis-tanciamento político. Estou a falar de pessoas da academia, para que possamos ter um documento que nos oriente do ponto de vista legis-lativo”, explicou.

A secretária de Estado anunciou ainda que está também a ser desen-volvida a “regulamentação da legis-lação das casas abrigo dos núcleos de apoio à vítima e das respostas de emergência, com ‘standard míni-mos’ de intervenção”. Para a gover-nante, toda a estratégia deve ter o

As alterações introduzidas na fis-calidade pelo Orçamento do Estado para 2016 estiveram no centro da discussão numa sessão de esclare-cimento organizada pela Associa-ção Industrial do Distrito de Aveiro (AIDA). “Durante a legislatura e sal-vo pequenos ajustamentos, não se prevê a alteração da estrutura das taxas dos principais impostos: IVA, IRC E IRS”, reforçou.

Fernando Paiva de Castro, pre-sidente da Associação Industrial do distrito de Aveiro, confrontou o se-cretário de Estado, dizendo que não

compreende a opção de não prosse-guir com a redução do IRC, dada a “exagerada carga fiscal que debilita as empresas e lhes retira a competi-tividade”. Rocha Andrade desvalori-zou as alterações com sede de IRC, “que tiveram um impacto quase nulo na economia real” e salientou que o prazo para reduzir prejuízos “só foi alterado para as grandes empresas”, mantendo-se para as outras o perío-do de 12 anos.

Embora inflexível quanto à des-cida do IRC, o membro do governo anunciou que o executivo está a pre-

parar “para breve” um conjunto de medidas de capitalização das em-presas e de redução de custos com o cumprimento das obrigações fis-cais, através da sua simplificação.

Fernando Rocha Andrade aludiu ao facto das empresas portuguesas se habituarem a recorrer à banca para se financiarem e, por essa ra-zão, serem afetadas pela contração do crédito bancário, para anunciar que serão conhecidas “nas próximas semanas” medidas fiscais para faci-litar a entrada de capitais nas empre-sas. “A capitalização das empresas

é um dos domínios em que temos de agir”, disse, reconhecendo que “o Código do IRC é pouco amigo dos capitais próprios, porque só permi-te deduzir os custos com financia-mento bancário”. Garantiu, no en-tanto, o empenhamento do Governo em baixar os custos para as empre-sas, mas também para o Estado, do cumprimento das obrigações fis-cais, através da referida simplifica-ção administrativa.

Segundo as estimativas que apresentou, as empresas portugue-sas gastam, em média, mais de 290

horas para cumprir as obrigações fis-cais (...), sendo ultrapassadas ape-nas por empresas de países como a Albânia ou a Bósnia. “Temos de fa-cilitar o cumprimento das empresas, no quadro Simplex, deixando de re-petir dados que já são conhecidos da Autoridade Tributária e deveres de informação redundantes”, acres-centou, revelando ainda que a infor-mação periódica passará a estar pré--preenchida no Portal das Finanças, que terá também novidades quanto aos pedidos de informação à admi-nistração fiscal.

“know how” da sociedade civil, “que é quem conhece na prática a inter-venção e a realidade”.

Catarina Marcelino acredita ser possível inverter a tendência de se-rem as vítimas de violência domésti-ca a abandonar o lar. “Se o Ministé-rio Público integrar estas dinâmicas numa forma mais interventiva e mais presente nas redes de parcei-ras com as forças de segurança”, poder-se-á “dar passos importan-tes” no sentido de ser “o agressor a sair de casa”.

Reversão do aumento dos impostos será “gradual e seletiva”

p.1115 de ABRIL de 2016 ATUALIdAde

figueira da foz - ponte militar

engenharia militar monta ponte provisória para permitir circulação rodoviária

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A estrutura britânica de última geração, uma estrutura com cerca de 55 metros de comprimento, 4,2 metros de faixa de rodagem e uma capacidade de carga até 40 toneladas, esteve a ser construída no estaleiro montado na estrada nacional 111 por 25 militares da Companhia de Pontes do Regimento de engenharia nº 1 do exército

cabeceiras de basto

Ligação rápida à A7 foi inauguradaO secretário de estado das Autarquias Locais, Carlos Miguel, presidiu, à cerimónia de inauguração da Variante à eN 205. A nova via permite uma ligação rápida à autoestrada. A Câmara de Cabeceiras de Basto inaugurou a variante à eN-205, um investimento de 2,4 milhões de euros que completa a ligação rápida entre o nó da A7 e a sede do concelho, informou o município. em comunicado, acrescenta que a variante, já em funcionamento, tem uma extensão 1,450 quilómetros.

ponte militar foi montada em estaleiro e depois “deslizada” para se ligar à a14. Foto: Paulo Novais/ Lusa

O presidente da Câmara disse, que foram feitos testes à estabili-dade da construção e ao tempo de passagem ideal.

A estrutura britânica de última geração, uma estrutura com cer-ca de 55 metros de comprimento, 4,2 metros de faixa de rodagem e uma capacidade de carga até 40 toneladas, esteve a ser construí-da no estaleiro montado na estra-da nacional 111 por 25 militares

da Companhia de Pontes do Regi-mento de engenharia nº 1 do exér-cito português.

Foi montada em estaleiro e co-locada em suportes idênticos aos das passadeiras rolantes, deslizan-do para a localização final.

A ponte permite a circulação al-ternada de trânsito com recurso a semáforos, a uma velocidade má-xima de 20 km por hora.

A auto-estrada 14 está interdi-

ta à circulação automóvel, na zona de Maiorca, concelho da Figueira da Foz, desde dia 3, na sequência de um aluimento do piso.

A 111, que deveria funcionar como “alternativa natural” à auto--estrada 14 está também interrom-pida ao trânsito, nos dois sentidos, devido a obras na zona das Pontes de Maiorca, estando o tráfego en-tre a Figueira da Foz e Coimbra a processar-se por vias secundárias.

A Câmara de Cabeceiras de Basto inaugurou a variante à eN-205, um investimento de 2,4 mi-lhões de euros que completa a liga-ção rápida entre o nó da A7 e a sede do concelho, informou o município.

em comunicado, acrescen-ta que a variante, já em funciona-mento, tem uma extensão 1,450 quilómetros.

Completa a ligação rápida en-

tre o nó da A7, localizado em Arco de Baúlhe, e a vila de Cabecei-ras de Basto, “atravessando o eixo mais populoso e desenvolvido do concelho”.

Faz também a ligação das duas maiores zonas industriais à autoes-trada e aos aglomerados populacio-nais mais importantes.

Na sequência da inauguração da A7, em 2004, a estradas de

Portugal construiu parte da varian-te de ligação daquela autoestrada à sede do concelho de Cabeceiras de Basto, que entrou em funciona-mento em 2009. Faltava a cons-trução do troço que foi inaugurado pelo secretário de estado das Au-tarquias Locais, Carlos Miguel. A obra beneficiou de apoio comuni-tário no montante de aproximada-mente 850 mil euros.

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diversidade gastronómica a património

Uma região que permite che-gar da neve ao calor do deserto em duas horas foi a figura usada para justificar a diversidade transmonta-na invocada como trunfo para can-didatar a gastronomia regional a Pa-trimónio Imaterial da Humanidade.

Quais os produtos e o que con-templará a candidatura é o traba-lho que será feito nos próximos dois anos, até ao início de 2018,

data em que os promotores preten-de formalizar o processo junto da UNeSCO, o organismo das Nações Unidas para a Cultura, educação e Ciência. António Monteiro, grão--mestre da Confraria dos enólogos e Gastrónomos de Trás-os-Montes e Alto douro, não tem dúvidas de que “vão ser selecionados bastan-tes produtos pela diversidade da região, que se re ete também na

gastronomia, desde a simplicida-de das casulas, a vagem do feijão seca, até à complexidade do butelo, o mais volumoso enchido à base de ossos. Antecipa que da candidatura constarão produtos como a amên-doa coberta de Torre de Moncorvo, o salpicão de Vinhais, o porco Bí-saro, os vinhos, com muitas castas autóctenes, os cabritos transmon-tanos ou o borrego Terrincho.

22 de ABRIL de 2016p.12 PeLO MUNdO

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Sim, houve uma grande comunidade portuguesa no mais icónico bairro de Nova Iorque, e ainda há muitos portugueses a viverem ali, há 40 ou 60 anos. Quem o descobriu foi Ana Miranda, diretora do Arte Institute, quando foi para lá morar, num prédio de propriedade de uma portuguesa de Viseu. Foi realmente importante preservar esta história para as novas gerações... ANA GRÁCIO PINTO

do SoHo dos portugueses nasceu um documentário histórico...

«Portuguese from soho» revela uma comunidade Portuguesa desconhecida num dos mais imPortantes bairros de nova iorque

Foi um feliz acaso que levou Ana Ventura Miranda a realizar o documentário «Portuguese from SoHo – A story that changed geo-graphy» («Portugueses do SoHo - Uma história que mudou de Geo-grafia»), que foi exibido a 16 de abril no MoMA, e no dia seguinte no Anthology Film Archives, ambos com lotação esgotada. Quando há dez anos se mudou para Nova Ior-que, a atriz, produtora e diretora do Arte Institute foi viver para aquele que é o mais icónico bairro da ci-dade: o SoHo.

A proprietária do prédio onde se instalou era a Maria Oliveira que ali vivia há largas décadas. A por-

tuguesa da região de Viseu, então com mais de 80 anos, e o seu edi-fício onde viviam outros portugue-ses, foram a fonte de inspiração inicial para o documentário, mas rapidamente Ana Miranda perce-beu que havia mais.

“As vezes, ao passar nos jar-dins, via uns senhores sentado nos bancos do parque com aquelas boi-nas típicas portuguesas, faziam-me lembrar a terra da minha avó. À me-dida que o tempo foi passando co-mecei a perceber que havia mais portugueses no SoHo, porque um dia ouvi-os falar em português”, conta. Mas foi ao começar as filma-gens, há dois anos atrás que perce-

beu que às 7 horas da manhã, ha-via locais no bairro onde só se ouvia falar português, “porque eles iam a essa hora comprar os ‘papos secos’ (pão tradicional em Portugal)”. “Afi-nal, havia ali uma pequena aldeia portuguesa”, como recorda nesta entrevista ao ‘Mundo Português.

morar num prédio de uma por-tuguesa deu-lhe a conhecer uma comunidade…

descobrimos que havia ain-da muitos portugueses no SoHo. Aquela comunidade estava muito envolvida na igreja, chegou a ha-ver missa em português e há cerca de 13 ou 14 anos atrás ainda fa-

ziam a procissão com o andor de N. Srª à volta da igreja. Conseguimos até uma fotografia da Rita Barros onde se vê os portugueses numa dessas procissões. e há uma igre-ja no SoHo que tem no jardim uma imagem da Srª de Fátima com os três pastorinhos.

referiu que via portugueses na rua, logo pela manhã, com sacos de papos-secos. há mercados (de-licatessen) portugueses no bairro?

Havia três ‘deli’s’ portuguesas, agora há duas, porque uma fechou este ano. Quando vemos aqueles ‘M&O’ e ‘M&M’ percebemos que são ‘Manuel & Oliveira’ e ‘Manuel & Manata’. e lá dentro há tremo-ços, águas portuguesas, os papos--secos, que os americanos cha-mam ‘portuguese roll’…

e o projeto inicial alterou-se…Sim, porque ao investigarmos

melhor, percebemos que o docu-mentário não poderia ser apenas sobre a d. Maria, uma portugue-sa que tinha um prédio no SoHo, e mantinha as suas tradições tal qual vivesse em Viseu. O documentário tinha que ser sobre toda uma co-munidade portuguesa que ali vivia. Começámos a filmar, há dois anos atrás, e fomos reunindo histórias. São pessoas que mantêm Portugal e as suas vivências perto de si: os objetos em casa, a decoração - têm na parede um quadro da Última Ceia - a maneira como se vestem.

Quando se fala em comunidade portuguesa nos estados Unidos, as pessoas pensam em Newark. Mas imaginar que algumas destas pes-soas ainda vivem no SoHo, grande parte delas desde o fim da Segun-da Guerra Mundial, e que num local como aquele bairro que se alterou tanto nestes 70 anos, conseguiram manter tudo igual, é extraordinário. A absorção pelas outras culturas seria normal, mas não foi o caso. Havia uma série de negócios por-tugueses, havia catequese, a esco-la de Português, o rancho. Uma das pessoas com quem falámos disse que havia à volta de sete mil por-tugueses no SoHo, um bairro onde só viviam portugueses e italianos.

ao falar com estas pessoas, per-cebeu porque foram parar àquele bairro de manhattan?

Porque ali estavam as fábricas

e a indústria têxtil. Há uma coisa muito interessante neste documen-tário: não é apenas a história dos portugueses, mas também a histó-ria do bairro, já que as duas histó-rias estão intimamente ligadas ao-longo de várias décadas.

Quando as fábricas saíram dali, grande parte dos portugueses tam-bém saiu, porque as senhoras per-deram os empregos. Mas a forma como contam a sua ida para lá é fabulosa. elas chegavam ao bair-ro e logo no dia seguinte outra por-tuguesa que já lá vivia ia com elas pedir emprego na fábrica. Sem sa-berem falar inglês, contavam o nú-mero de ruas até chegarem à fábri-ca porque no outro dia, já tinham que ir sozinhas. A história destes portugueses é extraordinária.

Ao mesmo tempo, vemos que Portugal tem uma herança naque-la zona tão importante de Nova Ior-que e o nosso objetivo é conseguir que essa herança seja recuperada, porque daqui a alguns anos, já não existirá nada.

Uma das coisas que gostaría-mos muito era que uma daquelas ruas recebesse também o nome de ‘Portuguese Street’. Sabemos que vai ser difícil, mas estamos a ten-tar. O documentário e o evento que vamos voltar a realizar no Soho em maio, e que realizámos pela primei-ra vez em 2015, estão a mostrar que há uma herança lusa, que os portugueses estavam ali.

o primeiro passo é revelar essa his-tória que poucos conhecerão…

Nem os próprios portugueses conhecem. Mas agora, quando va-mos a Newark ou a Long Island e referimos que havia portugueses no SoHo, alguns lembram-se que afi-nal existiam três clubes portugue-ses naquele bairro. Um deles era enorme, chegou a atuar lá a Amá-lia Rodrigues, mas depois fechou porque não compraram o prédio onde a associação estava instala-da, mesmo tendo dinheiro. Tiveram medo porque um membro da máfia italiana morava nesse prédio… Um dos entrevistados conta muito bem essa história, no documentário.

grande parte desses portugueses, passaram por 60 anos, ou mais, da história de nova iorque. e criaram ali um ‘little Portugal’…

Sim, alguns vivem lá há 40

p.1322 de ABRIL de 2016 PeLO MUNdO

Aproxime para ver no telemóvel, smartphone ou tablet, a apresentação do filme

em maio há três dias de Portugal no SoHo

O documentário, que inicial-mente deveria ter sido lançado no ano passado, acabou por ser o ponto de partida da segunda edi-ção do evento ‘Portugal in Soho’, realizado pelo Arte Institute (www.arteinstitute.org) e que vai levar Portugal àquele bairro nos dias 27, 29 e 31 de maio. Quase todos os eventos que o Arte Institute realiza são voltados para a arte contempo-rânea, mas este pretende ser tam-bém uma homenagem aos portu-gueses do SoHo. “e é uma maneira desses moradores portugueses do bairro participarem”, diz a direto-ra do Arte Institute.

este ano o evento vai fechar uma rua, a 6ª avenida (6th Ave), e um parque, o Soho Square.

“Teremos muitas atividades, vamos buscar o tradicional mas também uma vertente contempo-rânea. e é fantástico que uma co-munidade pequena consiga per-missão para ‘fechar’ uma rua”, celebra Ana Miranda, que preci-sou reunir-se com o conselho da comunidade do SoHo (Comunity Board) para obter essa permissão.

“Nas reuniões só me pergun-tavam se ainda havia portugueses no Soho. diziam-me que não pre-cisavam que eu lhes dissesse que o bairro teve uma grande comu-nidade portuguesa, porque muitos deles têm bastante idade e lem-bram-se. Achavam era que os por-tugueses já tivessem saído”, conta.

A agenda musical começa no

dia 27, com o concerto multimé-dia dos Rumos ensemble (trio de violino, clarinete e piano que inter-preta música tradicional portugue-sa) e encerra a 31 de abril com a atuação do fadista Rodrigo Costa Felix. Os dois concertos têm início marcado para as 19h30, no Crosby Street Hotel.

Já para o dia 29, estão progra-madas grande parte das atividades da edição deste ano. “Nesse dia, vamos ter tours pelo bairro para as pessoas ficarem a conhecer os locais portugueses: onde eram os clubes, onde estão as deli’s, etc. Faremos também workshops, con-certos, degustação de produtos portugueses”, revela.

As atividades - que decorrem das 11h30 às 18h - vão ter lugar no

SoHo Square, à exceção dos tours. A degustação de produtos portu-gueses vai acontecer também num teatro, já que o vinho não pode ser consumido na rua. e, à semelhança do ano passado, o Arte Institute alu-gou o teatro localizado na esquina da 6ª avenida onde vai recriar o am-biente do ‘Piolho’, um dos clubes portugueses que existiam no SoHo.

Um peqUeno país em exposição

Ao ar livre haverá ainda uma ex-posição, que vai resultar de um pro-jeto pensado para os mais peque-nos e intitulado «Um pequeno país do outro lado do oceano».

O projeto consta de uma série de atividades realizadas pelos alu-nos das escolas de Português de

New Jersey e Long Island. “Pedimos à artista plástica

Constança Saraiva, que vive na Holanda, e ao projeto ‘Roulote’, de Lisboa, para criarem uma ação es-pec fica para os alunos de Portu-guês, que aproximasse esta tercei-ra geração de Portugal, que fosse uma forma de fazerem atividades interessantes na sala de aulas, mas envolvesse também a família. As-sim, há tarefas que precisam fa-zer com pais e avós, por exemplo, têm que ir à casa dos avós procurar coisas que lembrem Portugal, têm que explicar o significado de sau-dade’, etc. Com o apoio da Imperial obtivemos as famosas sombrinhas de chocolate da marca ‘Regina’, a Viarco deu-nos os tradicionais lápis portugueses e criámos uma caixa

de atividades que entregámos este mês nas escolas para serem dis-tribuídos aos miúdos”, revela Ana Miranda.

em maio, Constança Saraiva irá a Nova Iorque para montar a ex-posição com os trabalhos feitos pe-las crianças e que poderá ser vis-ta no SoHo Square, a 29 de maio.

Posteriormente, deverá ser pu-blicado um livro com esses traba-lhos. “Temos muito orgulho nes-te projeto, que foi acolhido com imenso entusiasmo pelas profes-soras e pela artista plástica”, des-taca. Mas há mais. Com o apoio do Camões - Instituto da Coopera-ção e da Língua, a ‘Biblioteca Por-tuguesa’ que foi dinamizada no ano passado, regressa ao ‘Portu-gal in SoHo’ 2016. “Os livros doa-dos pelo Instituto Camões vão es-tar visíveis naquele dia e haverá ainda uma biblioteca ambulante”, revela Ana Miranda, para quem a divulgação de Portugal passa tam-bém por eventos como este.

“A promoção de Portugal tam-bém tem que ser feita através de eventos como o ‘Portugal in SoHo’. Para nós, não faz sentido criar uma parada como os irlandeses têm. Mas ter este evento numa zona nobre como o SoHo, com criati-vidade, com ações que os outros países não realizam, também dá visibilidade a Portugal e é nisto que o Arte Institute aposta sempre – na diferença e na contemporaneida-de”, sublinha.

anos, mas muitos ali estão há 60 anos ou mais.

e são portugueses oriundos de todo o país, encontramos al-garvios, nortenhos das Beiras ao Minho e Trás-os-Montes, ma-deirenses… só não encontramos alentejanos.

Mas o mais extraordinário é a maneira como conseguiram man-ter a sua ligação a Portugal, nos mais pequenos detalhes. dentro das suas casas, estar em Manhat-tan ou numa pequena aldeia de Portugal, é a mesma coisa.

eles até chegaram a fazer vi-nho, nas caves dos prédios. Os ita-lianos compravam as uvas na Ca-

lifórnia e depois os portugueses faziam o vinho na cave. Alguns ain-da têm guardadas as tinas. Quan-do começaram a chegar os artistas, as caves passaram a ser usadas por eles e a produção de vinho aca-bou. Ainda hoje, se passarmos por determinados pontos do bairro, ve-mos que eles estão lá, à mesma hora, nos mesmos sítios.

Aliás, por isso, no início, quan-do os abordava para falar sobre o documentário e pedia os depoi-mentos, eles não me davam os nú-meros de telefone. diziam: “mas eu estou sempre por cá, venha an-tes do meio dia que estou sem-pre aqui”.

mantiveram o seu modo de ser, mas souberam acompanhar e adaptar-se às profundas mudan-ças por que passou o bairro…

eles foram ‘impenetráveis’ às mudanças dentro das suas casas. Mas percebem que o bairro está diferente e encontram ustificação para todas essas mudanças. Falam do que gostam no bairro de hoje, de terem vizinhos de vários países. e dão-se bem com todos. estamos a falar de pessoas, algumas das quais são proprietários dos prédios. A d. Maria, que faleceu com mais de 90 anos, era proprietária de dois prédios no SoHo. e se olhasse para ela, não acreditaria.

o que programaram para a exibi-ção do filme?

Há duas informações importan-tes. A cantora Rita Red Shoes e o escritor José Luís Peixoto marcaram presença. A Rita quis estar duran-te a exibição a tocar ao vivo a ban-da sonora do documentário, que foi criada por ela. Ou seja, a ideia foi pro etar o filme enquanto ela toca-ria piano ao vivo. eu pedi-lhe para ela tocar um pouco no in cio do fil-me e ela perguntou-me se não po-deria tocar durante toda a projeção. disse logo que sim.

O José Luís Peixoto escreveu os textos que ligam as entrevistas aos portugueses e os temas, e foi o narrador desses textos no filme. documentário está dividido em te-mas: a chegada desses portugue-ses, a sua nova vida, a relação com os italianos, e o 11 de setembro, que, aliás, é uma parte do filme que foi muito bem conseguida. É que eles estavam ali, a dez minutos do local e viram os aviões a embater nas torres.

Dos depoimentos, há histórias que a tenham ‘tocado’ mais?

São todas elas histórias de vida extraordinárias. eles são tão genuí-nos que é impossível não gostar da-quelas pessoas.

Mas há uma história que me impressionou mais. Muitos por-tugueses foram para os estados Unidos, ainda antes de completa-rem 18 anos, porque os pais não queriam que eles fossem chama-dos para a tropa no Ultramar. Um

dos depoimentos é do Sr. França, da Ilha da Madeira, a quem o pai mandou para os eUA, justamente para não ser enviado para a guer-ra no Ultramar. ele não queria vir, mas o pai convenceu-o. ‘escapou’ à guerra colonial, mas acabou por ter que ir para a guerra na Coreia, mesmo sem saber falar inglês.Não estávamos à espera de ouvir aqui-lo… Nós a perguntarmos sobre o prédio, do qual é proprietário e que fica ao lado do prédio da . Maria, e impressionou-nos a maneira como acabou por contar essa história.

depois do MoMA e do Antho-log ilm Archi es, o filme seguirá para Berlim, com o apoio da Cai-xa Geral de depósitos, depois Lis-boa, no Centro Cultural de Belém, e fará ainda o circuito do NY Por-tuguese Short Film Festival, que já conta com 14 países.

Ana Miranda revela que o “ob-jetivo é entregar estas entrevistas a instituições americanas, para que fiquem com um registo da hist ria portuguesa em Manhattan, assim como têm a dos italianos, dos es-panhóis e de outras comunidades”.

O teaser do filme pode ser assistido em: https://vimeo.com/154316470

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p.14 PELO MUNDO 22 DE ABRIL DE 2016

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Começa na próxima terça-feira 26 de abril, a reunião plenária do Conselho das Comunidades Portu-guesas (CCP). Os conselheiros elei-tos a 6 de Setembro de 2015 vão agora tomar posse e eleger as es-truturas que integram este órgão consultivo do Governo português em matéria de Emigração.

A nova estrutura do CCP tem 65 membros, mas nos 50 círculos eleitorais existentes seria possível eleger até 80 membros, como refe-ria o comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros relativo à data da reunião, divulgado em fevereiro deste ano. Segundo o documen-to, “após a repetição de atos eleito-rais e resolvidos os recursos entre-tanto apresentados, o CCP passa a ter 65 conselheiros”.

O Brasil elegeu 13 conselhei-ros, a França escolheu 10, os Es-tados Unidos sete, e a Venezuela seis. Os círculos eleitorais na Ale-manha, África do Sul e Suíça elege-

ram, cada um, quatro conselheiros. O comunicado explica que em vários círculos eleitorais “não houve apre-sentação de candidaturas para o car-go de conselheiro, tendo por isso fi-cado sem representação no CCP. São os casos de Espanha, Ango-la, Moçambique, Curaçau e Holan-da, enquanto no Canadá, dos cinco lugares previstos, apenas foi eleito um conselheiro”.

Ao Conselho das Comunida-des Portuguesas compete, em geral, “emitir pareceres, produzir informa-ções e formular propostas e reco-mendações sobre as matérias que respeitem aos portugueses residen-tes no estrangeiro e ao desenvolvi-mento da presença portuguesa no mundo”. O CCP tem um Conselho Permanente presidido por um dos conselheiros, eleito entre os seus pares. As reuniões deste órgão má-ximo podem ser convocadas pelo Governo, pelo Presidente da Repú-blica ou por um mínimo de dois ter-

ços dos conselheiros. O CCP reúne--se em Portugal quando convocado, com a antecedência mínima de 60 dias, pelo membro do Governo res-ponsável pelas áreas da emigração e das comunidades portuguesas: ordinariamente, uma vez por man-dato; extraordinariamente, quando motivos especialmente relevantes o justificarem.

A última reunião plenária do CCP com todos os conselheiros aconte-ceu em 2008, ano em que houve uma eleição para aquele organismo. Devido à reestruturação do Conse-lho, a eleição seguinte ocorreu ape-nas a 6 de Setembro de 2015, mas deveria ter ocorrido em 2012.

São eleitores do CCP os cida-dãos portugueses residentes no es-trangeiro que sejam eleitores para a Assembleia da República, que com-pletem 18 anos até 60 dias antes de cada eleição do Conselho. A lista dos conselheiros está disponível no por-tal das Comunidades Portuguesas.

CCP reúne plenário entre 26 e 28 de abril

Conselheiros foram eleitos em setembro de 2015

A 11 de junho, chega a Toron-to, a quarta edição do ‘Dundas West Fest’, que se realiza no coração da zona conhecida por ‘Little Portugal’, entre a Shaw Street e a Lansdow-ne Avenue, na Dundas Street West.

A festa da comunidade portu-guesa naquela cidade canadiana, é já um dos “maiores festivais com maior crescimento”, disse à agên-cia Lusa fonte da organização. “Pelo menos, em termos de crescimento, é das maiores de Toronto. Temos aumentado o número de visitantes para o dobro a cada ano que pas-sa”, afirmou Hélder Ramos, de 45 anos, coordenador da festa.

No ano de estreia, em 2013, cerca de 20 a 30 mil visitantes es-tiveram no evento, que recebeu um ano depois entre 40 e 50 mil e na terceira edição entre 90 a 100 mil. Para a edição deste ano são espera-das mais de 100 mil pessoas.

“Nunca quero fazer contas com o dobro, mas temos aumentado de ano para ano o número de visitan-tes. Acho que 200 mil pessoas é de-masiado para a Dundas Street West, pois é uma rua que não é tão larga comparativamente como outras de Toronto”, disse o responsável.

Para o luso-canadiano, filho de emigrantes de Ferrel, concelho de Peniche (distrito de Leiria), o obje-tivo do festival “é de abrilhantar” a Dundas, com um “conteúdo de-

senvolvido” pelos comerciantes, es-colas, associações, grupos religio-sos, que vivem e trabalham naquela área o ano inteiro.

O festival é organizado pela associação comercial e serviços da Dundas Street West e do ‘Lit-tle Portugal’, numa área onde além da portuguesa, se pode verificar a multiculturalidade de Toronto com a presença de outras comunida-des étnicas, como a brasileira e a vietnamita.

“Pretendemos que as pessoas que nos visitem, percebam o que é estar naquele bairro, como são as pessoas que lá estão, toda a sua criatividade, paixão, e todo o empenho que existe na Dundas”, sublinhou.

Cerca de 300 estabelecimentos estão registados nas duas associa-ções comerciais e de serviços repre-sentativas da zona, e mais de meta-de são propriedade de portugueses e lusodescendentes, pelo que o evento “não podia deixar de estar ligado à comunidade portuguesa”, salientou Hélder Ramos.

Oficialmente, há 429 mil portu-gueses e lusodescendentes no Ca-nadá, mas calcula-se que existam cerca de 550 mil, estando a gran-de maioria localizada na província do Ontário. Estima-se que entre 60 e 70 por cento sejam de origem açoriana.

Canadá - dundas West fest

Festa portuguesa anima Toronto em junho

O apelido português Silva é um dos 50 nomes mais populares no Grão-Ducado, ficando em 42° lugar numa lista realizada por investiga-dores da Universidade do Luxem-burgo, publicada este ano em livro.

O «Livro dos Apelidos Luxem-burgueses» (no original, «Luxem-burger Familiennamenbuch»), dos investigadores Peter Gilles, Chris-tian Kollmann e Claire Muller, ana-lisa a origem e a frequência dos no-mes de família no Grão-Ducado, cruzando dados dos registos da po-pulação com a lista telefónica. Na lista telefónica de 2009, os inves-tigadores contaram um total de 36 mil apelidos, que organizaram em função dos mais frequentes, sendo o mais comum Schmit, com 1515 ocorrências.

Em 42° lugar, com 239 ocor-rências, vem “Da Silva” (sic), com “da” grafado com maiúscula, como é habitual nos serviços administra-tivos no Luxemburgo, que registam

a preposição que antecede alguns apelidos portugueses como parte integrante do nome. Rodrigues é o segundo apelido português mais co-mum no Luxemburgo (57.°), com 205 pessoas na lista telefónica, se-guido de Ferreira (58.°), com 202 pessoas. Na lista dos 100 nomes mais populares no Grão-Ducado ainda entram “Dos Santos” (sic), em 66.° lugar, com um total de 178 pessoas, e Pereira (69.°), com 175 ocorrências. O facto de haver vários apelidos portugueses na lis-ta dos nomes mais comuns não sur-preendeu os investigadores, num país onde vivem cerca de 100 mil emigrantes, que representam 17% da população.“Era de esperar. Mis-turados com os nomes luxembur-gueses, encontrámos muitos nomes portugueses, o que indica que há muitos portugueses a viver aqui”, disse à Lusa Peter Gilles, que lide-rou a equipa que realizou o levan-tamento etimológico.

luxemburgo

Silva é um dos apelidos mais populares

CULTURA p.1522 de ABRIL de 2016

Filipe Branquinho inaugura exposição sobre Macau“Paisagens Interiores”, o resultado de um conjunto de retratos sobre Macau, das suas histórias e edifícios públicos da cidade. O fotógrafo moçambicano expõe em Lisboa até ao dia 5 de Junho.

No passado dia 29 de Março, Filipe Branquinho inaugurou a sua exposição in-dividual de fotografias, intitulada “Paisagens Interiores”, sobre a cidade de Maputo, em Mocambique.

Uma coprodução entre as Galerias Mu-nicipais egeac e o Centro Cultural Português de Maputo/Camões I.P.

“Paisagens Interiores” resulta de um pro-jeto fotográfico desenvolvido entre 2011 e 2015 pelo fotógrafo moçambicano, e preten-de narrar a cidade onde nasceu, vive e tra-balha, cruzar as suas histórias dos tempos, aqueles que a percorreram e habitam, aque-les que a construíram e constroem. exposta desde Novembro de 2015 até Janeiro deste ano no Centro Cultural Português de Maputo,

a exposição pode agora ser vista em Lisboa. A exposição é, ainda, acompanhada por

um catálogo com o mesmo nome e textos da autoria de Alexandra Pinho, diretora do Cen-tro Cultural Português de Maputo, Joana Go-mes Cardoso, presidente do conselho de ad-ministração da egeac e, ainda, Mia Couto, Sandra Vieira Jurgens, José Pinto de Sá, José Carrilho e José Forjaz.

Com “Paisagens Interiores” Filipe Bran-quinho propõe um debate sobre Maputo en-quanto cidade africana pós-colonial. Uma ci-dade que se constrói diariamente, na busca de respostas a aspirações a uma modernida-de de contornos difusos. É um registo inters-ticial da memória presente que abre o deba-te sobre o futuro.

Uma série de vinte e quatro fotografias que nos propõem uma viagem por espaços públicos e semipúblicos da cidade, geral-mente interiores de edifícios, saturados de vestígios e passagens, histórias e indícios.

em 2015, “Paisagens Interiores” foi já objeto de reconhecimento internacional quando, em Abril, Filipe Branquinho venceu o Prémio Internacional para Fotografia Con-temporânea Africana Popcap’15.

A série volta a ter destaque internacional com a seleção de um conjunto de fotografias para a exposição principal – “Telling Time” - da 10.ª Bienal Africana encontros de Foto-grafia de Bamako, que decorreu até 31 de dezembro na capital do Mali.

A exposição estará patente na Galeria

Avenida da ]India até ao dia 5 de Junho e pode ser vista de terça-feira a domingo, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00, com entrada livre.

Filipe Branquinho nasceu em Maputo, Moçambique, onde vive e trabalha desde então. Cresceu num ambiente intimamente ligado ao mundo do jornalismo e das artes, onde foi ficando particularmente envolvido no campo da fotografia através do contac-to com alguns dos maiores nomes da foto-grafia moçambicana. Na sua prática aborda questões do foro social, debruçando-se sobre a realidade moçambicana, especialmente os modos de vida da população, as mitologias e as dinâmicas urbanas. Os retratos “ambien-tais” são uma marca forte do seu trabalho.

Cartografia portuguesa exposta no Porto Orquestra Jazz de Matosinhos regressa a Nova IorqueUma exposição composta pelas joias da cartografia portuguesa. São

mais de três dezenas de obras, réplicas das originais que se encon-tram espalhadas pelas bibliotecas mais importantes do mundo.

O Palácio da Bolsa do Porto recebe as principais joias da cartografia portuguesa numa “exposição que permite uma viagem por sete séculos de história”, até à época dos descobrimentos e dos manuscritos ilu-minados mais relevantes do Património His-tórico europeu que atualmente se encontram nos arquivos das bibliotecas mais importan-tes do mundo, adianta a organização em comunicado.

“Tesouros Bibliográficos (Séc. X - XVI): A arte e o génio ao serviço do poder” é o nome da exposição trazido ao Porto pela M- Molei-ro editor, que dará aos participantes a opor-tunidade de “admirar e folhear” os “clones de códices conservados em bibliotecas espalha-das pelo mundo” como livros de monarcas, livros de medicina, bíblias e tratados, confor-me comunicado.

As réplicas exatas e “quase originais” das principais joias da cartografia portuguesas,

incluindo o Atlas Universal de Fernão Vaz dourado, vão estar expostas no Palácio da Bolsa, no Porto, entre os dias 7 de Abril e 1 de Maio.

entre as três dezenas de obras incluídas na exposição, destacam-se especialmente as quatro obras-mestras da cartografia.

A exposição foi inaugurada no dia 7 de Abril e ficará patente até ao dia 1 de Maio, entre as 9h e as 18h30. Os bilhetes variam entre os 4 e os 7,5 euros.

A “big band” de Matosinhos regressa aos estados Unidos, nove anos depois. Vai atuar em conjunto com o guitarrista Kurt Rosenwinkel.

A Orquestra Jazz de Matosinhos vai voltar aos estados Unidos para uma re-sidência de uma semana no Blue Note, em Nova Iorque, onde vai contar com a companhia do guitarrista Kurt Rosen-winkel. Em comunicado, revelou que vai realizar duas atuações diárias en-tre 17 e 22 de Maio, nove anos depois da estreia em território norte-america-no, no Carnegie Hall.

“Parceiros de longa data, a OJM e Kurt Rosenwinkel editaram em 2010 ‘Our Secret World’ que conta com arranjos inéditos para ‘big band’ dos diretores da orquestra, Pedro Guedes e Carlos Azevedo, e do saxofonista Ohad Talmor”, acrescentou a orquestra.

depois de ter começado o ano na Konzerthaus de Viena, a OJM tem ainda programadas passagens por Belgrado e Barcelona durante 2016.

“Portugal continua, no entanto, a ser o principal palco da ‘big band’ dirigida por Pedro Guedes e Carlos Azevedo e são muitas as novidades para este ano. À parceria com novos ta-lentos do jazz nacional e aos já consagrados músicos internacionais, mantém-se o intercâm-bio com vozes de outros universos musicais. Sérgio Godinho é o senhor que se segue com um concerto na Casa da Música, dia 19 de Junho”, referiu a orquestra.

fotografia

porto nove anos depois...

p.16 LÍNGUA E CULTURA 22 DE ABRIL DE 2016

Entre os temas apresentados, debateu-se a “História, questões atuais e perspetivas do estudo da língua portuguesa na Rússia” e abordou-se a “Cooperação interu-niversitária, como parte importante do diálogo cultural dos estudantes na Rússia e em Portugal”.

Ambas as comitivas fi eram questão de enaltecer o esforço no sentido da aproximação dos dois países. As atuais relações merece-ram destaque mas a vontade de dar continuidade a esta cooperação fi-cou bem expressa.

Na Rússia “há já loNgos aNos”

A Presidente do Camões, I.P., Ana Paula Laborinho, congratulou--se com a reali ação da IV Sema-na Cultural, ainda em Lisboa, mos-trando uma “profunda convicção de que a cultura e a ciência são as formas mais importantes de apro-ximar os povos”.

A docente universitária, que tem dedicado a sua carreira à His-tória da Língua Portuguesa no mun-

do, destacou a presença do Institu-to Camões na Rússia “há já longos anos” e deixou ainda um desejo: “estamos presentes através da Lín-gua, estamos presentes através da Cultura, mas estamos certos de que ainda há muito para fa er e muito queremos fa er numa pátria tão grande como é a Rússia com tantos lugares e com uma cultura tão forte e profunda”.

ur Voronikov, vice-presidente do Fundo umanitário e Cient fico da Federação Russa e membro da Academia das Ciências do seu país, fe questão de lembrar a plateia de que “a educação é um canal muito importante entre os povos de Por-tugal e Rússia”, lançando um olhar sobre a atual relação entre nações: “no estudo da cultura existe a cul-tura transfronteiriça e é, de facto, neste estado que as nossas cultu-ras, a cultura portuguesa e a rus-sa, estão.”

Ant nio Couto dos Santos, Cônsul Honorário da Federação da Rússia no Porto, referiu alguns da-dos referentes à cooperação no en-

iV semaNa CultuRal Russa debateu, eNtRe outRos temas, o eNsiNo do PoRtuguês Naquele País

Da Rússia com Cultura…isboa e Funchal receberam a IV Semana Cultural Russa. O Cam es-Instituto da Cooperação e da ngua, o seu hom logo

Rossotrudnichestvo, e a Sharing Foundation promoveram a quarta edição do encontro, num evento que, pela primeira ve , percorreu duas cidades.

Ana Paula Laborinho, presidente do Camões, I.P., destacou a presença do Instituto na Rússia “há já longos anos” e deixou o desejo de aumentar o interesse pelo Português numa pátria tão grande como é a Rússia com tantos lugares e com uma cultura tão forte e profunda”.

sino superior entre os dois países, destacando o acordo entre as Uni-versidades de Aveiro e São Peters-burgo e uma recente conversa com o Ministro dos Negócios Estrangei-ros, Augusto Santos Silva: “em con-versa com o Ministro dos Negócios Estrangeiros, senti a vontade dele de reforçar os laços com a Rússia”, afirmou.

A Coordenadora da Cátedra das Línguas Románicas da Acade-mia iplomática, Oksana Shershu-kova, lembrou que a R ssia virou

atenções para Portugal por altura do 25 de abril.

Daí até à desintegração da União Soviética estudou-se l n-gua portuguesa na Rússia nas uni-versidades do Estado, mas “com a desintegração da URSS, mui-tos programas educacionais foram cortados”. “Depois de uma fase de ajustamento e habituação, duran-te toda a década de 90, a Rússia virou-se para o setor empresarial e ressurgiu o interesse na aprendi a-gem do português”, recordou, de-fendendo, em uníssono com Yury Voronikov, que a aprendi agem de novos idiomas “é um forte impul-sionador das nossas capacidades cognitivas e mentais; mais ainda nos casos português e russo dada a dificuldade, mas também a rique-a das duas l nguas .

“estamos abeRtos PaRa dialogaR”Madalena Arroja, iretora de Ser-viços de Língua e Cultura do Ins-tituto Camões, também sublinhou a importância da cooperação entre

os dois países, deixando votos de que se torne mais vincada: “gos-tava de vos di er que achamos que é pouca a nossa colaboração com a Rússia. Neste momento cooperamos com a Universidade de Moscovo Lomonosov, aliás, no ano passado, a Cátedra Camões festejou o seu vigésimo aniversário nesta universidade. Trabalhamos também, e muito bem, com mui-tos estudantes da Universidade Es-tatal de Moscovo de relações inter-nacionais. Achamos que é pouca para a imensidão da Rússia. Esta-mos abertos, o Instituto Camões, para dialogar. Não só ao nível do ensino, como sabeis, mas temos também uma longa experiência ao nível da divulgação cultural”.

A “Semana Cultural Russa tem vindo a ser reali ada anualmente, contando já com quatro edições, e o seu principal objetivo visa o de-senvolvimento de relações entre Portugal e Rússia, principalmen-te nas áreas da educação, cultu-ra, literatura e língua de ambos os países.

A 2ª edição das Conferên-cias de isboa sobre a globali a-ção do desenvolvimento terá lugar na fundação Calouste Gulbenkian nos próximos dias 5 e 6 de maio. A participação é gratuita median-te inscrição através do site da conferência.

O evento bienal, que con-ta com o apoio do Instituto Ca-mões - Instituto da Cooperação e da Língua, vai promover uma re-exão pol tica continuada sobre as

questões da agenda internacional, com foco nas áreas da sustentabi-lidade dos modelos de crescimen-to, governação, pa e segurança internacional.

Os temas vão desde as recon-figuraç es geoecon micas a que temos assistido, às tendências no quadro Norte-Sul, passando pelas

ameaças globais de segurança de-correntes dos fenómenos de terro-rismo e radicalismo identitário, e pelos os desafios para o projeto de integração e para o papel da União Europeia como ator global.

Vai suRgiR o Clube de lisboa

Este ano será lançado o Clu-be de Lisboa, para o qual serão convidados para membros os par-ticipantes das diversas edições das Conferências. A iniciativa preten-de promover Lisboa como espaço para o lançamento de pontes de diálogo e entendimento global.

O projeto das confer ncias é promovido, entre outros, pela Câ-mara Municipal de isboa, ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, SOFI - Sociedade Financeira de

Desenvolvimento e UCCLA - União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, às quais se juntou a Fundação Calouste Gulbenkian na qualidade de entidade acolhedora das conferências.

Entre os oradores nacionais confirmados estão u s Amado, Presidente da Comissão de Orga-ni ação das Confer ncias de is-boa e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, António Guterres ex--primeiro ministro (1995-2001) e Alto Comissário das Nações Uni-das para os refugiados (2005-2015), Eduardo Ferro Rodrigues, Presidente da Assembleia da Répulica, e Paulo Portas, antigo vice-primeiro-ministro.

Tariq Ramadan, professor de Estudos Islâmicos Contemporâ-neos na Universidade de Oxford e

diretor do CILE - Research Center for Islamic Legislation and Ethics, Eveline erfkens, ex-coordena-dora da Campanha das Nações Unidas sobre os Objetivos de e-senvolvimento do Milénio e ex-mi-nistra holandesa da Cooperação para o Desenvolvimento, e Khalid Malik, antigo iretor do Gabinete do Relatório de Desenvolvimento Humano nas Nações Unidas, são alguns dos oradores internacionais de maior relevo.

A primeira edição das Confe-r ncias de isboa reali ou-se em de embro de 2014 e desde então multiplicou-se em atividades.

Em 2015 foram desenvolvidas várias atividades, como o seminá-rio O Financiamento do esenvol-vimento no mbito dos Objetivos de esenvolvimento Sustentável ,

Fundação Calouste Gulbenkian recebe a 2 edição das Conferências de Lisboa

O evento vai promover uma re exão pol tica sobre

questões internacionais, com foco nas áreas da

sustentabilidade dos modelos de crescimento,

governação, pa e segurança internacional

que teve lugar na Câmara de Co-mércio e Indústria Portuguesa; e a Escola de Verão sobre os esafios Globais, que decorreu entre 14 e 16 de setembro do ano passado, em parceria com o ISCTE-IU .

O encerramento da confer n-cia, no dia , ficará a cargo de Fer-nando Medina e Augusto Santos Silva, Presidente da C mara de Lisboa e Ministro dos Negócios Es-trangeiros, respetivamente.

CRÓNICA p.1722 de ABRIL de 2016

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JOSÉ ANTÓNIO BARREIROS

LER Em pORTuguêS

Caranguejo, de Ruben A.“Caranguejo”: há quem não goste sem saber porquê. uma questão de ordem e caos. Acabei por tentar explicar, mas nesta crónica o espírito da escrita contagiou-me e falei de uma outra coisa. para a semana há mais…

Um dia, numa livra-ria, o empregado, faça-nhudo à primeira mas falador e até simpático quando se lhe puxava pela língua e ele perce-bia que o cliente se inte-ressava verdadeiramen-te por livros e não era puro freguês de ocasião, como muitos que nem sabiam bem ao que iam e com qualquer coisa se contentavam, comen-tou, porque a conversa vinha a propósito, que não gostara «absolutamente nada» do livro “Caranguejo” de Ruben A.

Ruben A., esclareça-se o “A.” dimi-nutivo de Andresen, pois se chamava Ruben Andresen Leitão, nome literário que lhe permitiria, no estilo irónico e risonho que era o seu, brincar em es-crita com um diálogo entre Ruben A. e um tal Ruben B «o reprovado escolar que treparia à fortuna, à “barriguinha”, ao Buick à porta e mais seis filhos.»

Mas voltemos ao desgosto do li-vreiro. Algo espantado pela alusão, vinda de quem, não só pela confis-são, mas pelo que se percebia do em-penho com que desempenhava a sua

profissão e por isso cer-tamente teria um eleva-do critério de apreço pe-las Letras, quis saber porquê. A resposta não tardou: «é que não en-tendi nada!».

Ora, ante isso, e quase adivinhando o porquê dessa falta de entendimento, arrisquei a pergunta, na aparên-cia tão óbvia quanto es-túpida: «mas como é que leu o livro?». Aí a incompreensão fez-se

sentir num embaraço em responder--me e no gaguejar com que me retor-quiu um «como é que li, como?».

Rapidamente percebi e logo de se-guida percebeu ele, tão espantado que não escondeu um abrir de boca. O meu interlocutor tinha lido a obra como se leem todos os livros: a começar pela primeira folha, julgando que aí come-çava o primeiro capítulo, sem reparar que esse era o último!

Numa obra que intitulou “Caran-guejo”, Ruben A. fez aquilo que lhe pa-recia óbvio mas não resultou evidente para muitos dos seus leitores, incluin-do este leitor privilegiado porque vivia

o seu dia-a-dia no meio de livros: an-dou para trás. Ora não reparando – e já agora não se dando conta que as páginas não estão numeradas, preci-samente pela mesma razão – não se entende nada do que ali está. Tirando este lado, que não é apenas de origi-nalidade espectacular, o livro é – como toda a sua obra – muito interessante pelo uso que faz da língua portuguesa.

esta estranha e inovadora forma de escrever – pela qual inventa pala-vras e as arruma de acordo com uma forma que a gramática tradicional re-jeita – custou-lhe, aliás, o lugar de lei-tor no prestigiadíssimo King’s Colle-ge, em Londres, porque as autoridade portuguesas de então consideraram, corria o ano de 1951 e tinha o autor 29 anos, ser incompatível com o car-go uma pessoa que escrevia daquele jeito, ou seja, segundo elas nem por-tuguês saberia e assim publicara em Coimbra o seu livro de estreia, o pri-meiro volume de uma série que intitu-lou “Páginas”. e tinha uma linguagem demasiado ousada, acrescento.

Nisso se meteu o próprio António de Oliveira Salazar, Presidente do Con-selho de Ministros. Os seus adversários políticos, comentando o facto, diriam, com uma ponta de sarcasmo, que foi

o único caso em que o ditador se arvo-rou em crítico literário, não relevando que aquele estilo, bem mais modera-do e contido do que o de um Almada Negreiros, por exemplo, era uma forma de se exprimir de alguém que, a pro-pósito disse, assim «ambicionava criar uma linguagem que libertasse a minha sensibilidade.»

Como aludi mais tarde, quando me deram a oportunidade de falar na sua pessoa e obra na Sociedade de Língua Portuguesa, «nele compendiavam-se dispersos, apontamentos de viagens, de presença e de ausência, notas pes-soais, o ego do escritor em acção, tra-duzindo o sentir em que muitos se po-deriam rever no silêncio da leitura. Nada de ex-traordinário neste País de emigrantes e Nação de poetas»

Visivelmente ira-do, Salazar escreveria, num apontamento so-bre o caso, que Ruben A. «pertence a uma boa família do Porto», como se isso fosse critério, mas que, apesar disso e ago-ra olhando para o livro, nele «há páginas com-

pletamente ininteligíveis e irredutíveis na análise das regras da gramática por-tuguesa recheadas de termos de inven-ção do Autor»; e mais, nas “Páginas”, comentou Salazar, rabioso, «explora--se o reles, o ordinário, o palavreado porco não só da língua literária e do fa-lar corrente»; «as porcarias absurdas, palavrões juncam o livro»; «em certas passagens é chocarreiramente desa-brido com os ingleses»; «de certa cor-rente modernista e isso é um caso para a censura e a polícia»; «o Autor deve pertencer a um tipo de pessoas que a polícia persegue»; «o Autor não pode representar Portugal nem ensinar por-tuguês». e pronto. era uma época que,

neste particular da liber-dade de expressão, ne-nhumas saudades deixa.

e pronto de novo. É que tendo-me propos-to falar de “Caranguejo” acabei por falar nas “Pá-ginas” e no que isso ditou a sorte do seu autor. Pe-los vistos, a aparente de-sordem contagiou-me ou pelo menos aquela for-ma de fazer piruetas com o tempo. Boas leituras! Para a semana há mais.

22 de abril de 2016p.18 HISTÓRIA

‘revolução dos cravos’

não contavam com o apoio popular para o sucesso da missão, mas, revelou-se, de fac-to, útil no seu cumprimento.

Salgueiro Maia, num relatório escrito a 29 de abril, conta: “Pelas 12h30 cerquei o quartel da Guarda Nacional Republicana do Carmo. Foi bastante importante o apoio dado pela população na realização destas opera-ções, pois além de me indicarem todos os lo-cais que dominavam o quartel e as portas de saída deste, abriram portas, varandas e aces-sos a telhados para que a nossa posição fos-se mais dominante e eficaz. ambém nesta altura começaram a surgir populares com co-mida, que distribuíram pelos soldados (…)”.

A ação militar que derrubou o governo de Marcello Caetano foi desencadeada por duas

de curtos comunicados emitidos pela rádio e, mais tarde, pela televisão. Os jornais não chegaram a ser ocupados e, no dia da Revo-lução, alguns até mandaram o material para os serviços de censura.

Os objetivos da movimentação das tro-pas, no início, foram vagos, como se a ope-ração militar em curso pudesse ter várias in-terpretações, caso falhasse.

Contudo, com o avolumar das probabili-dades de êxito, os ideais políticos tornaram--se mais claros, sobretudo, a partir do final da manhã, quando a situação parecia domi-nada de norte a sul do país.

A grande preocupação dos estrategas do 25 de abril era alimentar a rádio com notícias que prendessem em casa os ouvintes. Eles

O desencadeamento da operação militar ue p s fim ao stado ovo fez-se através

de sinais públicos transmitidos pelos Emis-sores Associados de Lisboa e pela Rádio Renascença.

Otelo Saraiva refere, no seu livro ‘Alvora-da em Abril’: “As emissoras de radiodifusão e a radiotelevisão eram consideradas, no pla-no das operações, objetivos importantes. Até mesmo fundamentais, na medida em que, através de comunicados radiodifundidos, po-díamos motivar psicologicamente as massas populares para uma adesão ao movimento, que entrava na luta decididamente a seu fa-vor e contra o regime”.

A população portuguesa foi estando a par do desenrolar dos acontecimentos, através

senhas. A primeira foi transmitida às 22h55 pelos Emissores Associados de Lisboa, quan-do o locutor anunciou: “Faltam cinco minu-tos para as 23 horas” e pôs no ar a canção ‘E Depois do Adeus’, cantada por Paulo de Carvalho. A outra, pelas 00h25, quando a Rádio Renascença tocou a música, de Zeca Afonso, ‘Grândola, Vila Morena’.

A vitória foi alcançada, através de uma guerra de posicionamento, sem qualquer vio-lência, e pela aceitação tácita por parte dos apoiantes do regime da superioridade militar, política e psicológica dos rebeldes.

Ao fim da tarde, Marcello aetano ren-deu-se e entregou o poder ao general Antó-nio Spínola. Partiu, depois, para a Madeira, rumo ao exílio no Brasil.

A história do dia em que se perpetuou a liberdade em PortugalNa madrugada do dia 25 de abril de 1974, militares do MFA, através da rádio, explicaram aos portugueses o quanto queriam que o nosso país tivesse, novamente, direito à liberdade em todas as suas formas de expressão. Puseram no ar música que o regime ditatorial não ouvia, como ‘Grândola, Vila Morena’, de Zeca Afonso. De cravos vermelhos nos ca-nos da espingarda, fizeram a revolução ue ficar , para sempre, na memória de todos os portugueses.

Os populares exigiam a independência das colónias e o regresso dos soldados. Milhares de pessoas manifestaram-se a favor dos militares e contra o Estado Novo.

22 de abril de 2016 p.19HISTÓRIA

CIRCUNSTÂNCIAS DA REVOLUÇÃONo dia 24 de abril de 1974, o regime

político construído por António Oliveira Sa-lazar sofreu uma queda irreversível. Foi com rapidez com que a ação militar se desenro-lou. Uma sensação geral de alívio percorreu a sociedade. O Estado desembaraçava-se do regime ditatorial e corporativista, que tinha conduzido o país para o beco sem saída da guerra colonial.

No entanto, o país assistia desorientado e mal informado – devido à censura e à ausên-cia de liberdades públicas – aos problemas políticos, sociais e económicos que, em con-junto, apresentavam-se insolúveis sem recur-so a uma revolução que viesse alterar os prin-cípios em que assentava o Estado Novo.

Nos últimos anos, o regime autoritário apresentava sinais acentuados de crise. Se-guem-se alguns exemplos: a atenuação da taxa de crescimento das exportações, o esgo-tamento do modelo de industrialização e a di-minuição dos salários que, por conseguinte, aumentava a desigualdade na repartição dos rendimentos e que, por sua vez, contribuía para um agravamento dos conflitos sociais.

A conjuntura económica piorava a olhos vistos. A taxa de inflação disparava e o défice da balança comercial chegou a atingir, entre janeiro e abril de 1974, os sete milhões de contos. A banca portuguesa debatia-se, cada vez mais, com problemas decorrentes da es-cassez de liquidez.

Mas a crise económica, por si só, não te-ria sido suficiente para pôr um ponto final no regime de Marcello Caetano, nem para derrubar o regime em vigor há 48 anos em Portugal.

A combinação dessa crise com outras é que gerou sinergias suficientes para o efei-to. Foi a guerra em África que durava há 13 anos sem o vislumbre de uma solução polí-tica. Foi a necessidade de modernizar e pre-parar o país para o embate com a Comunida-de Económica Europeia. Foi o pulsar coletivo em busca das liberdades públicas em detri-mento dos resquícios do corporativismo e do condicionalismo industrial.

MOVIMENTO DAS FORÇAS ARMADAS A verdade é que o regime ditatorial, nas

vésperas do 25 de abril, dependia pratica-mente só de si, no que diz respeito ao uso da

força. O regime, que tinha uma polícia polí-tica (PIDE) tida por bem informada, e sufi-cientemente infiltrada, não foi capaz de atuar face ao que se estava a passar.

O Movimento das Forças Armadas (MFA) propôs o derrube do regime para acabar com a guerra colonial. A conspiração envolveu cerca de 300 oficiais das Forças Armadas, desenvolveu-se em menos de um ano e atra-vessou várias fases.

O regime autoritário esteve

em vigor durante 48 anos.

A primeira vai desde junho a setembro de 1973 e é maioritariamente corporativa. A segunda fase situa-se entre setembro e fe-vereiro do ano seguinte e marca a tomada de consciência de que é preciso arranjar uma solução política para a guerra em África. Já a terceira fase abrange a decisão de derru-bar o governo de Marcello Caetano, que dura dois meses, entre fevereiro e abril de 1974.

No feriado do Primeiro de Dezembro,

teve lugar, em Óbidos, uma reunião na qual foi eleita uma comissão coordenadora para o ‘Movimento dos Oficiais das Forças Arma-das’. Os generais Costa Gomes e António Spí-nola foram indicados como os futuros chefes do movimento. Entre os membros da comis-são encontravam-se Salgueiro Maia, Manuel Monge, Otelo Saraiva de Carvalho, Sousa e Castro, Vasco Lourenço, Hugo dos Santos, Pinto Soares e José Maria de Azevedo.

Foram discutidas, na altura, várias pro-postas de ação, das quais destacamos três: conquistar o poder e entregá-lo a uma junta militar, no sentido de democratizar o país, dar oportunidade ao Governo para se legitimar perante a Nação através de eleições livres e, finalmente, utilizar reivindicações exclu-sivamente militares para recuperar o prestí-gio do Exército.

MEDIDAS PÓS-25 DE ABRILNo dia 26 de abril, formou-se a Junta de

Salvação Nacional, constituída por militares, que deu início a um Governo de transição.

O essencial do programa do MFA é, em

síntese, resumido no programa dos três ‘D’: Democratizar, Descolonizar e Desenvolver.

Entre as medidas imediatas da Revolu-ção, conta-se a extinção da PIDE e da cen-sura. Os sindicatos livres e os partidos são le-galizados. Os presos políticos das Prisão de Caxias e de Peniche são libertados e os líde-res políticos da oposição que estavam exila-dos voltam ao país nos dias seguintes.

Passado um ano, a 25 de abril de 1975, decorreram as primeiras eleições livres para a Assembleia Constituinte e foi elaborada uma nova Constituição, aprovada em 1976.

‘REVOLUÇÃO DOS CRAVOS’O cravo vermelho ficou eternizado como o

símbolo do 25 de abril, tendo inclusive esta flor dado o nome ao acontecimento – ‘Revo-lução dos Cravos’.

Segundo reza a história, foi Celeste Caei-ro, que trabalhava num restaurante, quem distribuiu os cravos vermelhos pelos popu-lares que, por sua vez, ofereceram-nos aos soldados, acabando por colocá-los nos ca-nos das espingardas.

A ‘Revolução dos Cravos’, como é conhecida, devolveu a liberdade a todos os portugueses.

DÉTERGENTSMénagers

40 années à travailler pour le nettoyage de la vaisselle, du linge et de toute la maison.

DETERGENTSDOMESTIC

40 years working in the dish washing, laundry washing and house cleaning.

DETERGENTESDOMÉSTICOS

40 anos a trabalhar na limpeza da loiça, roupa e toda a casa .

PUb

O cravo vermelho ficou eternizado como o símbolo do 25 de abril.

INOVAÇÃOp.20 22 de AbrIl de 2016

PUb

A investigação conduzida pelo CNC, da Universidade de Coim-bra, revelou que a falha de algu-mas células imunitárias, como os monócitos, agravam a doença de Alzheimer. A coordenadora do grupo de investigação, Ana luí-sa Cardoso, em nota da Univer-sidade de Coimbra, explicou que “os monócitos (células do siste-ma imunitário inato) de doentes de Alzheimer são incapazes de se deslocar quando estimuladas por substâncias produzidas pelo cé-rebro, o que pode levar à redu-ção do número de células que po-dem ser recrutadas para o tecido nervoso e participar no combate à doença”.

“Penso que demos um pas-so muito importante na direção de um diagnóstico mais preciso, uma vez que conseguimos identi-

ficar as diferenças evidentes nos monócitos dos doentes de Alzhei-mer, sobretudo em fases muito precoces semelhantes ao défice Cognitivo ligeiro (dCl), compa-rativamente aos indivíduos sau-dáveis”. “A descoberta é parti-cularmente importante visto que estas alterações foram encon-tradas em células do sangue, as quais podem ser obtidas de for-ma fácil, rápida e não invasiva”, salientou.

em declarações ao ‘Mundo ‘Português’, Ana luísa Cardoso distingue que em ambos os ca-sos (dCl e doença de Alzheimer) “as células mostram incapacida-de de migrar para o cérebro. Onde verificámos uma diferença foi na capacidade dos macrófagos (cé-lulas de grandes dimensões que ‘comem’ elementos estranhos ao

corpo), porque enquanto os ma-crófagos dos doentes com dCl comiam mais do que era supos-to, os macrófagos dos doentes com Alzheimer perdiam essa ca-pacidade, ou seja, comiam me-nos. Andavam em sentidos opos-tos (...)”.

“Ajustam-se mas também não conseguem lidar com a situação durante muito tempo”, acrescen-tou. ressalvou, no entanto, que, embora a maior parte dos doen-tes com défice Cognitivo ligeiro progridam para a doença de Al-zheimer, esse não é um dado ad-quirido, “e que quando a pessoa aparece no consultório com sinto-mas de demência, não temos ga-rantias de como é que a situação vai evoluir”, sendo que os diag-nósticos referentes à demência continuam a ser feitos com exa-

tidão apenas durante a autópsia. A jovem investigadora subli-

nhou “a importância do estudo face à dificuldade em obter um diagnóstico definitivo em vida, não sendo fácil distinguir as di-versas formas de demência”, deixando uma mensagem de es-perança no âmbito dos estudos desenvolvidos sobre a doença.

Quatro anos de estudoO estudo, que durou qua-

tro anos e foi publicado na re-vista ‘Alzheimer’s & dementia: diagnosis Assessment & desea-se Monitoring’, identificou tam-bém “alterações moleculares nos monócitos de doentes que podem servir de ‘biomarcadores’ sinali-zadores da doença de Alzheimer, tanto numa fase precoce como em estados mais avançados”.

A conclusão de que as altera-ções associadas à doença de Al-zheimer não ocorrem apenas no cérebro, mas também no sangue, “pode abrir caminho para novas terapias não invasivas”, finaliza, em nota divulgada pela Universi-dade de Coimbra.

Contactada por este jornal, Ana luísa Cardoso mostrou-se otimista nesta nova página da investigação sobre a demência. “em termos de expectativas para a investigação: acho que vão ser muito boas porque é uma área de grande interesse. Tanto na euro-pa como nos estados Unidos há muitas pessoas a trabalhar neste sentido, e, portanto, acho que as perspetivas para o futuro são mui-to boas. estou em crer que vai ha-ver desenvolvimentos muito gran-des nos próximos anos”.

Investigadores portugueses descobrem que falha em células imunitárias agrava a doença de AlzheimerUma equipa do Centro de Neurociência e biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC) descobriu como algumas célu-las do sistema imunitário perdem a capacidade de combater a doença de Alzheimer. Os resul-tados do estudo podem ajudar a encontrar um diagnóstico mais preciso…

a coordenadora do estudo acredita Que haverá “desenvolvimentos muito grandes nos próximos anos”

A Fundação Grünenthal abriu candidaturas à bolsa para Jovens In-vestigadores em dor 2016. O con-curso pretende incentivar jovens até aos 35 anos de idade a realizar es-tudos relacionados com a temática da dor. Os candidatos ao fundo de investigação básica, promovido pela Fundação Grünenthal, no valor de 10 mil euros, não podem ter mais do que 35 anos de idade. O investiga-dor principal dos trabalhos a concur-so terá de estar afiliado a uma uni-versidade ou centro de investigação portugueses.

david Ângelo, investigador da Faculdade de Medicina de lisboa, foi o vencedor de 2015. O jovem médi-co desenvolveu um projeto que visa acabar com a dor provocada pelo anormal funcionamento da articula-ção que liga a mandíbula ao maxilar e que atinge 30% dos portugueses - a disfunção temporomandibular, que

pode provocar dores faciais, de ca-beça, de ouvido ou pescoço. A pro-posta de investigação esteve relacio-nada com a regeneração de tecidos, bioengenharia de materiais e técni-cas de cirurgia minimamente inva-sivas. Os critérios de avaliação dos projetos mantêm-se. O júri irá ava-liar a originalidade da pergunta de investigação, incluindo a importân-cia e possíveis repercussões científi-cas e sociais, além da qualidade do plano de investigação.

A Fundação Grünenthal é uma entidade sem fins lucrativos cujo principal objetivo é a investigação e a cultura científica na área das ciências médicas, com particular foco no âmbito da dor e respetivo tratamento.

As candidaturas deverão ser en-viadas, até 30 de abril, através de correio eletrónico para: fundacao-grunenthal.pt@grunenthal.com.

candidaturas abertas até 30 de abril

bolsa destina 10 mil euros a jovens investigadores na área da dor

p.2122 de ABRIL de 2016

EntrEvista com Paulo langrouva, PrEsidEntE da câmara municiPal dE FiguEira dE castElo rodrigo

“Hoje em dia, não estamos preocupados em criar obras megalómanas, estamos mais preocupados em cuidar das pessoas. esse é o nosso lema...”Paulo Langrouva tem atualmente 47 anos. Nasceu na Africa do Sul onde viveu até aos 16 anos. Filho de pais portugueses, naturais de Figueira de Castelo Rodrigo, sempre alimentou o gosto por Portugal e uma vontade enorme de ajudar a cons-truir um futuro melhor na região de onde os pais saíram nos anos 60 em busca de melhor qualidade de vida. Formado em economia, pela Universidade Nova de Lisboa, é o atual presidente da câmara municipal de Figueira de Castelo Rodrigo onde desenvolve políticas com uma forte componente social focada nas pessoas e no desenvolvimento sustentado do município.

o que é que Figueira de castelo ro-drigo tem para oferecer às pessoas que queiram visitar ou até, even-tualmente, fixar-se no município?Figueira de Castelo Rodrigo é uma terra de oportunidades. É um mu-nicípio atravessado por três rios, o Côa, o douro e o Águeda. Tem imensa água, temos duas barra-gens, a do Convento de Santa Ma-ria de Aguiar e da Vermiosa. Tem, na minha perspetiva, uma história e uma cultura riquíssimas e um pa-trimónio valiosíssimo, que deve ser salientado. É uma das poucas ter-ras com uma aldeia histórica. Trata-se de uma vasta área, de 508 quilómetros quadrados, com cerca de 6300 habitantes e com um enor-me potencial, que deve ser explora-do. Tem produtos endógenos riquís-simos, desde o azeite, o vinho, o mel ou as amêndoas – é uma zona de grandes plantações de amêndoa – o que, naturalmente, confere uma beleza natural ímpar na altura da amendoeira em flor, em fevereiro/março, onde podemos vislumbrar as grandes extensões de amendo-eiras lindíssimas. Temos inclusive um evento associado, a ‘Feira das Amendoeiras em Flor’, uma festivi-dade que ocorre de 19 de feverei-ro a 13 de março. Para mim, é dos principais eventos, porque, de fac-to, há muitas pessoas que gostam de vir visitar as extensões de plan-tação de amendoeira. A flor bran-ca ou cor-de-rosa dá uma vista, um colorido diferente às paisagens dos nossos campos. Ainda há merca-do para isso. e mais. eu penso que devemos apostar, precisamente, na atração turística, quer dos nossos vizinhos espanhóis, quer de outros visitantes que gostem – franceses ou americanos – de coisas diferen-tes. Hoje em dia, tudo o que esteja relacionado com o meio ambiente tem esta particularidade. Figueira de Castelo Rodrigo tem a primeira reserva privada a nível na-cional, que é a ‘Faia Brava’. A ‘As-

sociação Transumância e Nature-za’ tem mais de 100 hectares de terrenos, que são mantidos no seu habitat natural. Não se mexe. Não se trata. Tudo o que é feito é feito de uma forma harmonizada, para que não se destabilize. Ali, conse-guimos ver desde águias de bonelli, abutres, grifos, garranos (raça de cavalos nativa do norte de Portu-gal)… Todos no seu habitat natu-ral, preservados e protegidos. Há protocolos desta associação com universidades da Holanda e vêm muitos alunos de mestrado e pro-fessores passar semanas a faze-rem observação de aves, para ve-rem aquela beleza natural e para se deliciarem com o meio ambiente. É espetacular.

(...) devemos apostar, precisa-mente, na atração turística, quer dos nossos vizinhos espanhóis, quer de outros visitantes que gostem – franceses ou america-nos – de coisas diferentes. Hoje em dia, tudo o que esteja relacio-nado com o meio ambiente tem esta particularidade (...)

a preservação da natureza no seu município levou ao aparecimen-to de uma série de produtos bio-lógicos promovidos pelas empre-sas locais...Temos desde o azeite biológico aos vinhos. Temos a ‘Quinta da Caldei-rinha’, que é um vinho biológico e muito conhecido. Temos também o mel biológico, que está a ser ago-ra trabalhado e projetado. Além disso, temos todo um conjunto de produtos endógenos, que são mui-to valorizados, nomeadamente a amêndoa e a noz, que é um produ-to, hoje em dia, muito procurado e que está a ter aqui uma projeção importantíssima. Associado a isto, temos todo um conjunto de iguarias gastronómi-cas. Criámos um prato típico, o borrego da Marofa. A particulari-

dade deste borrego é, essencial-mente, ser um borrego que nunca tem mais do que 6 a 8 quilos. São tenrinhos e alimentados em pas-tos naturais, o que naturalmente lhe confere um sabor diferenciado. Estamos a trabalhar na certificação desse borrego e, se conseguirmos, efetivamente, isso vai dar uma di-nâmica nova ao concelho. Só para ter uma ideia, o concelho de Figuei-ra de Castelo Rodrigo é o concelho que tem maior número de gado ovi-no no distrito da Guarda. Tem mais de 37 600 cabeças de gado ovino, o que é uma coisa bastante signifi-cativa e expressiva. estamos a tentar aproveitar este potencial para ajudar os produto-res a comercializarem este produ-to e, naturalmente, a tirarem ren-tabilidade e a valorizar um produto que, à partida, estava um pou-co esquecido. eu penso que isto é fundamental. Relativamente ao património não posso deixar de frisar que temos a aldeia histórica mais bonita das 12. A aldeia de Castelo Rodrigo tem uma história muito curiosa. Uma das grandes batalhas pela nossa in-dependência ocorreu precisamente num lugar de Castelo Rodrigo, a Batalha da Salgadela, também co-nhecida como a Batalha de Caste-lo Rodrigo, em 1644.

No seu município desenvolve polí-ticas de apoio e proximidade efeti-vo às pessoas. Fale-nos um pouco sobre isso…Posso dizer que um dos nossos lemas é efetivamente cuidar das pessoas. Hoje em dia, não estamos preo-cupados em criar obras megaló-manas, estamos mais preocupa-dos em cuidar das pessoas. esse é o nosso lema. Cuidar das pesso-as. de facto, temo-lo conseguido, através de várias iniciativas, entre as quais posso destacar o seguro de saúde municipal.

(...) Temos desde o azeite biológico aos vinhos. Temos tam-bém o mel biológico, que está a ser agora trabalhado e projetado. Além disso, temos todo um con-junto de produtos endógenos, que são muito valorizados, nomeada-mente a amêndoa e a noz, um produto, hoje em dia, muito pro-curado e que está a ter aqui uma projeção importantíssima (...)

O seguro de saúde municipal é uma iniciativa inédita a nível nacional. Nós detetámos que havia défice de médicos no nosso concelho, tal como acontece na maior parte dos concelhos do interior ou dos terri-tórios de baixa densidade, como agora são designados. Também tí-nhamos a perceção de que muitos desses municípios não tinham mé-dico de família. Muitos utentes não tinham consulta, nem faziam qual-

quer exame há mais de um ano. en-tão, decidimos criar um seguro de saúde municipal que viesse colma-tar esta lacuna. Criámos um con-curso internacional, que veio a ser vencido por uma empresa segura-dora que desenvolveu, com base em vários pressupostos que elen-cámos, este seguro de saúde. Nes-te momento está à disposição de todos os munícipes. É um seguro disponível para a globalidade dos 6300 habitantes de Figueira de Castelo Rodrigo e é totalmente gra-tuito. Não há qualquer pagamen-to de taxa moderadora ou qualquer pagamento, incluindo o transporte das pessoas às respetivas clínicas sem qualquer custo. Isto é um ga-nho efetivo e importante para as fa-mílias, muitas delas envelhecidas e sem recursos que não iam ao médi-co, porque não tinham meios para o fazer, têm agora essa disponibi-

eSPeCIAL FIGUeIRA de CASTeLO ROdRIGO

Paulo langrouva é o presidente da c.m. de Figueira de castelo rodrigo

22 de abril de 2016p.22

EntrEvista com rosa E José GuErra, PastElarias rosinha

“Nós produzimos todo o tipo de doçaria tradicional que tem a ver com a nossa terra...”as Pastelarias rosinha há muito que habituaram os seus clientes a produtos diferenciados e com muita inspiração nos produ-tos endógenos da região. Rosa Guerra e José Guerra, com os filhos, são os responsáveis por colocar estas iguarias e Figueira de Castelo rodrigo no mapa da inovação na produção de doçaria regional.

rosa e José Guerra dedicam-se a produzir doces regionais inovadores.

lidade. É-lhes oferecido pelo mu-nicípio um cartão que dá acesso a um médico e a uma pré-triagem de consulta, na qual são diagnostica-das as suas necessidades. Conso-ante o diagnóstico do médico são prescritos exames complementa-res totalmente gratuitos. as con-sultas gerais ou de especialidade são gratuitas. a pessoa tem, num prazo de 7 dias, acesso a consul-tas que esperava há anos para ter. Só para ter uma ideia, nós conse-guimos em três meses fazer 800 consultas, o que é significativo e re-leva bem a importância que a ini-ciativa está a ter. Penso que, pro-vavelmente, será replicada noutros concelhos. Complementarmente a isso, também criámos um apoio ao idoso, especificamente para pesso-as com mais de 65 anos, com ca-rências económicas e para pessoas com deficiência que se precisarem

de substituir uma lâmpada, mudar uma fechadura, arranjar um auto-clismo que avariou ou precisarem de transportar uma mobília de um sítio para outro, o município tem um serviço à disposição totalmen-te gratuito para resolver este tipo de problemas. Há uma linha espe-cífica de atendimento em que as pessoas comunicam e no prazo de 24 horas alguém se dirige à habi-tação do munícipe para satisfazer a sua necessidade. Prestamos tam-bém apoio às famílias carenciadas e desfavorecidas, nomeadamente na recuperação de habitações. Às vezes, muitos idosos não têm famí-lia, vivem isolados e têm dificulda-des em recuperar a sua casa, por-que a reforma é, de facto, diminuta e isto é uma forma de apoiarmos não só os idosos, mas também al-guns jovens que vivem em dificul-dade e que estão desempregados.

Nós conseguimos recuperar a sua habitação, pelo menos para que te-nham uma vida condigna e com al-guma qualidade. Temos também um incentivo à na-talidade em que o município apoia com um valor monetário no caso de nascimentos, bem como todo um conjunto de incentivos e de apoios, nomeadamente damos uma com-participação que pode ir até 50 por cento desde que haja compro-vativos de necessidade, nas consul-tas de pediatra, se, por exemplo, tiverem que ter uma ama que es-teja inscrita nas finanças, ou se o bebé precisar de leite em pó, pres-crito pelo médico, nós também comparticipamos. Há todo um conjunto de elemen-tos que conduzem a um apoio efe-tivo aos jovens, para os fixar e ten-tar apoiar. estamos a apostar fortemente na

iniciativa privada. Vai abrir breve-mente um novo centro de inspe-ções em Figueira de Castelo Rodri-go que vai trazer novas dinâmicas. estamos em negociações para a re-abertura de uma fábrica de laticí-nios que já teve uma projeção im-portante no concelho e era uma das principais empregadoras do conce-lho, por isso, estamos a tentar rea-tivar essa fábrica e, naturalmente, estamos a trabalhar para captar no-vos investimentos. Não queremos coisas megalómanas. Não quere-mos fábricas que tragam 200 pes-soas. Não é isso que me interessa. Prefiro pequenas empresas, que te-nham 5 a 10 pessoas, mas que se-jam sustentáveis e diferenciadoras face àquilo que existe no mercado. Só para ter uma ideia, conseguimos captar um estofador, que estava se-diado em lisboa. deslocou-se para Figueira de Castelo Rodrigo e, nes-

te momento, está a desenvolver um projeto inovador e não lhe falta tra-balho para estofar bancos de carros e os próprios tetos dos automóveis. É uma inovação porque não existia lá. É isso que queremos, trazer pe-quenos negócios que sejam inova-dores e que consigam trazer uma nova dinâmica empresarial, mas que sejam sustentáveis.

(...) Nós detetámos que havia dé-fice de médicos no nosso conce-lho, tal como acontece na maior parte dos concelhos do interior. Também tínhamos a perceção de que muitos desses municípios não tinham médico de família. Muitos utentes não tinham con-sulta, nem faziam qualquer exa-me há mais de um ano. então, decidimos criar um seguro de saúde municipal que viesse col-matar esta lacuna (...)

como é que surgiram as Pastela-rias rosinha?rosa Guerra - Nós já trabalháva-mos na arte da pastelaria, o meu marido é pasteleiro desde os 13 anos, eu já trabalhava com o meu pai e entretanto resolvemos come-çar a trabalhar por conta própria há perto de 12 anos. Começámos por abrir na rua 25 de abril e há per-to de 6 anos abrimos esta unidade.

Que tipos de doçaria produzem?rosa Guerra - Nós produzimos todo o tipo de doçaria tradicional que tem a ver com a nossa terra. O pão, as bolas de carne, os folares de carne, as bolas de azeite, pão de urtigas, pão de figos, temos inúme-ras qualidades de pão. em termos de doçaria temos os biscoitos tra-dicionais, temos pão-de-ló de azei-te, bombons de azeite, natas de chocolate, de amêndoa, de quei-jo e os bolos decorados pela nos-sa cake designer. Oferecemos uma gama muito grande, tanto de do-ces como de salgados, tudo com fa-brico próprio. Sempre que possível, tudo o que confecionamos é feito a partir de produtos locais.

como é que surgiu a ideia de pro-duzir doçaria com azeite?

rosa Guerra - O meu marido é muito “engenhocas”, gosta muito de experimentar novos produtos e combinar novos sabores. Não gosta de estar sempre a fazer a mesma coisa. baseámo-nos no azeite para criar estes produtos por-que é um produto abundante e de grande qualidade na região. Tenta-mos sempre fazer os produtos com aquilo que existe na região.

Para além de venderem nos vos-sos balcões, também fazem distribuição?rosa Guerra - Nós temos capacida-de de distribuição e os nossos pro-dutos estão em alguns supermerca-dos locais, na grande distribuição da região, em lares e escolas. Temos duas viaturas com que in-clusive, quando chega o verão, fa-zemos distribuição dos nossos pro-dutos que são servidos nos barcos turísticos do douro.

(...) Oferecemos uma gama muito grande, tanto de doces como de salgados, tudo com fa-brico próprio. Sempre que possí-vel, tudo o que confecionamos é feito a partir de produtos locais (...)

De onde veio a inspiração para pro-duzir este tipo de doçaria?José Guerra - desde há 8 anos que confecionamos estes produtos. a inspiração para criar os bombons de azeite e outros produtos vem daquilo que a região tem de me-lhor para nos dar. Nós já fazíamos as bôlas de azeite, ao nível da pa-daria já se utilizava muito o azeite, assim, como sempre fui pasteleiro, mais do que padeiro, foi só transpor o azeite para a pastelaria. entretan-to tive a sorte de conhecer o Paulo Santos, um dos melhores em cho-colate a nível nacional e trocámos umas ideias. assim surgiu a ideia de criarmos doces com azeite. recen-temente surgiu o pão-de-ló de azei-te e agora surgiu o pão de figos, de urtigas e tem sido assim. Os tem-pos não estão para grandes investi-mentos ou desenvolvimentos, mas há novas ideias e vamos ver no que vai dar. O futuro dirá.

Pode-se considerar que estes pro-dutos são naturais?José Guerra - Os nossos produtos não têm químicos, nem conser-vantes, o pão-de-ló, por exemplo, a única coisa que tem para ele pró-prio se conservar é o azeite, é tudo natural. É o melhor conservante

que temos. O nosso pão-de-ló de azeite tem uma coloração uniforme derivada do azeite, tem uma miga espetacular e depois tem o doce ha-bitual do pão-de-ló e o trago amar-go do próprio do azeite. No final nota-se o travo amargo do azeite.

Esta região tem, na sua opinião,

um dos melhores pães do país…José Guerra - O nosso pão de 1kg e de 1,5kg é do melhor a nível na-cional. Temos apostado muito pou-co no nosso pão. Tem havido pouca união, mesmo entre nós padeiros, e não tem sido possível mostrar fora aquilo que temos de melhor aqui na nossa zona que é o pão.

ESPECIAL FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO

p.2322 de abril de 2016

EntrEvista com antónio Farias, DULFar, azEitE Da BEira aLta

“Não é fácil colocar produto de qualidade no exterior...”a dulfar é uma empresa familiar com sede em Penha de Águia, concelho de Figueira de Castelo rodrigo, distrito da Guarda. dedica-se à produção e extração de azeite desde 1989 e seu sócio gerente desde 1971, portanto com muita experiência con-signada no ramo agroalimentar.

antónio Farias exibe, orgulhoso, uma garrafa de azeite Dulfar, no seu lagar em Figueira de castelo rodrigo

como é que decidiu começar a pro-duzir azeite?a empresa nasceu em 1989 mas eu já me dedicava, individualmen-te, à olivicultura e à extração de azeite desde 1971. Fui o primei-ro na minha família a dedicar-se à extração de azeite e à olivicultura. este era um lagar tradicional, cria-do em 1926 que eu adquiri em se-tembro de 1971. desde aí foi so-frendo alterações à medida que a tecnologia foi evoluindo, primeiro na parte tradicional e depois fomo--nos adaptando ao mercado e à ne-cessidade de qualidade dos nossos produtos. reestruturei o lagar e tive que o transformar numa linha contínua que é neste momento a melhor for-ma de produzir azeite de qualida-de. Neste caso, uma linha de duas fases. Na parte externa, salvo al-guns aumentos de espaço que ne-cessitámos, o lagar era mais ou me-nos aquilo que é hoje. No interior é que está completamente diferente.

o vosso método de produção de azeite é diferente. Empregam uma tecnologia inovadora criada há

cerca de 15 anos…em 2000 senti necessidade de fa-zer uma reestruturação na produ-ção e no próprio lagar. Procurei em espanha e em itália o que havia de novo nessa época, porque a tecnologia está sempre a evoluir. descobri esta tecnologia em espanha, embora seja oriun-da de itália. Procurei saber quem eram os representantes e adquiri-mos esta nova tecnologia na fábri-ca em itália.No início tive muitos problemas porque era uma tecnologia nova, a própria fábrica não tinha os equi-pamentos adaptados à própria es-trutura que eles tinham idealizado e nos primeiros dois anos esteve aqui por várias vezes um técnico italiano. eles foram aperfeiçoando os equipamentos e no terceiro ano substituíram os equipamentos to-dos por equipamentos novos e me-lhorados. desde aí tudo tem corri-do bem.O azeite sempre teve bastante qua-lidade desde o princípio, mas em termos de produtividade as má-quinas não estavam devidamente calibradas.

(...) Com o processo de extra-ção a frio, o azeite nunca atin-ge temperaturas superiores a 27 graus o que é uma grande van-tagem, uma vez que, como é ex-traído a esta temperatura, o azeite não sofre qualquer tipo de altera-ções, mantém as características organoléticas do azeite e do fru-to. Tem mais paladar, tem mais sabor, tem mais cheiro e tudo isto nota-se no azeite (...)

o que é o processo de extração a frio e quais as suas vantagens?O processo de extração a frio não é propriamente novo, a forma de ex-tração é que é diferente. No pro-cesso de extração a frio, nas linhas contínuas a três fases, a terceira fase é a centrifugação. aqui reti-rou-se essa terceira fase, passa a duas fases apenas, isto é, temos uma primeira fase, da extração e não passa pela fase da separação do azeite. O azeite é separado pela centrifugação da massa, no outro sistema é por prensagem da mas-sa e sai água e azeite, tudo mistu-rado. aqui não porque no sistema de centrifugação, no interior do de-

canter, formam-se três camadas, a ca-mada do azeite, a camada da água e a camada do bagaço. O azeite como é mais leve anda por cima da água e o bagaço como é o mais pesado fica no fundo. O azeite sai pela parte su-perior do decanter e a água e o baga-ço misturados saem pela parte detrás, seguem para a linha de extração para óleos. O azeite passa diretamente para as cubas, entra em decantação e é de-pois enviado para o mercado. a maior parte das vezes não há filtragem, essa fase desapareceu. Com este processo o azeite nunca atinge temperaturas su-periores a 27 graus o que é uma gran-de vantagem, uma vez que, como é extraído a esta temperatura, o azeite não sofre qualquer tipo de alterações, mantém as características organoléti-cas do azeite e do fruto. Tem mais pa-ladar, tem mais sabor, tem mais cheiro e tudo isto nota-se no azeite.

Que tipos de azeite produzem?Nós só comercializamos um tipo de azeite, o azeite virgem extra. É um azeite cujas características químicas raramente ultrapassam o 0,2 de aci-dez. este ano foi muito bom em termos de qualidade. Mando analisar o azeite todos os anos no instituto Superior de agronomia, em lisboa, e os provado-res classificaram-no em 7,2 numa es-cala de 0 a 9, acho que é muito bom.as azeitonas são provenientes dos nossos olivais, temos produção bio-lógica e também azeites com certifi-cado dOP, produzidos com azeitonas que adquirimos aos produtores da re-gião de acordo com as técnicas que lhes aconselho.

a nossa marca é dulfar. Temos garrafas de azeite biológico, dul-far bio e o dulfar dOP em garra-fas de 0,50cl, 0,75cl e 1 litro. Também temos disponíveis gar-rafões de 5 litros para a área da restauração.

(...) Não é fácil colocar produ-to de qualidade no exterior. en-quanto as pessoas não o co-nhecem é difícil, depois de provar as pessoas já pagam o preço justo, mas até provar, é sempre muito difícil (...)

Já exportam para que mercados?Neste momento exportamos 60 por cento da nossa produção, mas esperamos alcançar 70 por cento durante este ano. Temos clientes em França, na alemanha, no Canadá, no brasil e estamos em negociações com um terceiro cliente em Fran-ça. Vamos vendendo para onde podemos. Não é fácil colocar produto de qualidade no exterior. enquanto as pessoas não o conhecem é di-fícil, depois de provar as pessoas já pagam o preço justo, mas até provar, é sempre muito difícil.eu frequentei o SiSab POrTU-Gal durante três anos. Foi lá que comecei a exportar e onde conheci os meus atuais clientes no estrangeiro. No primeiro ano fiz bastantes contatos, no segun-do ano já consegui clientes e no terceiro ampliei a minha lista de clientes internacionais.

eSPeCial FiGUeira de CaSTelO rOdriGO

22 de abril de 2016p.24

Emília Reigado com alguns dos seus produtos expostos no linear

EntREvista com Emília REigado, azEitEs Justino coElho REigado

“As encostas do C a beneficiam de um clima especial timo para a produção de a eite...Em lia Reigado e o marido, Justino Coelho Reigado são os responsáveis pela produção e comerciali ação de frutos secos, am ndoas, figos e a eite de alta qualidade produ ido na região de Figueira Castelo Rodrigo. esde muito cedo começaram a percorrer as feiras da região e depressa reuniram uma verdadeira legião de seguidores pela qualidade reconhecida dos seus produtos. e uma agricultura de subsist ncia, Justino Coelho Reigado tem crescido e já viu o seu a eite ser reconhecido em provas como o melhor de todo o munic pio.

PUb

como surgiu a empresa?A empresa tem o nome do meu ma-rido porque ele já tinha a empresa criada quando eu vim de Amaran-te e mantivemos o nome. Eu ca-sei, não havia empregos. Na minha área era dif cil encontrar empregos porque eu era governanta. Como sabia fa er de tudo, comecei a ver que era rentável vender nas feiras e era rentável vender aquilo que pro-du ia. Foi assim que decidimos co-meçar a trabalhar em conjunto. Eu fa ia as feiras com o meu marido, a minha sogra ainda era nova tam-bém ajudava e fa amos a feira da amendoeira, que era uma feira mui-to forte, há perto de 20 anos atrás. Vinham muitas excurs es, muitas pessoas de fora e escoavam-se to-dos os produtos que t nhamos e se mais houvesse, mais vend amos.

Comecei a ver que se vendia bem e tivemos que começar a comprar a eitona nos olivais, porque não t -nhamos olivais pr prios e éramos n s pr prios a apanhá-la. Era as-sim também com os figos. Apesar de termos as nossas figueiras tam-bém comprávamos figos a outros produtores, ou até chegávamos a comprar os figos ainda na figuei-ra e apanhávamo-los. As am ndoas também eram compradas nas árvo-res e apanhávamo-las.

(...) Os nossos produtos são 100 por cento naturais. O nosso a eite já foi reconhecido em pro-vas como o melhor a eite em qua-lidade ao n vel do concelho de Fi-gueira de Castelo Rodrigo. Isto é uma grande responsabilidade que tentamos manter (...)

Com o decorrer do tempo começá-mos a perceber que isto tinha sa da e que dava para viver do trabalho e escoar o produto da forma que, na altura, se fa ia a granel e a quilo. Para ficar conhecida tive que fa er cart es-de-visita e para não perder o contacto com os clientes comecei a distribuir cart es. Era uma coisa que s as grandes empresas ou pes-soas com uma visão bem formada de mercado fa iam na altura. Aqui neste meio não se usava. As pessoas ficavam com o meu contacto e quando vinham cá fora da feira iam a minha casa e com-pravam os meus produtos. Chega-vam a telefonar e a reservar. Es-tes contactos foram passando uns para os outros e comecei a ter mais clientes de ano para ano.

Porque é que nunca optaram por criar uma marca?Começámos a evoluir e achámos que não dev amos criar uma marca. Mantivemos o nosso nome e é esse pelo qual o nosso a eite é chama-

do. Justino Coelho Reigado. O r -tulo tem o nosso nome. Agora esta-mos a começar a melhorar, porque o meu filho começa a ter interesse também nesta área e queremos dei-xar-lhe uma empresa com clientes, pelo menos penso assim. Temos em perspetiva daqui a dois anos fa-er obras de moderni ação no ar-

ma ém, adaptá-lo para simplificar mais o trabalho, com máquinas de embalamento e com espaços mais organi ados, o que nos vai permi-tir ter capacidade de resposta para as encomendas. A nossa produção não é muito grande, podia produ ir mais, mas neste momento não te-nho capacidade.

a qualidade dos vossos produtos é reconhecida. Qual a diferença em relação a outros?Os nossos produtos são 100 por cento naturais. O nosso a eite já foi reconhecido em provas como o me-lhor a eite em qualidade ao n vel do concelho de Figueira de Castelo Ro-drigo. Isto é uma grande responsa-

bilidade que tentamos manter. Esta é uma excelente região para a pro-dução de a eite, embora seja mais conhecido o Alentejo, as Encos-tas do C a beneficiam de um cli-ma especial timo para a produção de a eite, existem imensos olivais centenários, com qualidades muito distintas. O plantio que se tem feito hoje em dia, muito dele no Alentejo, são oliveiras preparadas para dar muita a eitona, muito rendimento, mas o a eite não tem a qualidade.

(...) Esta é uma excelente re-gião para a produção de a eite, embora seja mais conhecido o Alentejo, as Encostas do C a be-neficiam de um clima especial timo para a produção de a eite,

existem imensos olivais centená-rios, com qualidades muito dis-tintas. O plantio que se tem feito hoje em dia, muito dele no Alen-tejo, são oliveiras preparadas para dar muita a eitona, muito rendi-mento, mas o a eite tem menos qualidade (...)

ESPECIA FIGUEIRA E CASTE O RO RIGO

p.2522 de abril de 2016

Conte-nos a história da Adega Co-operativa de Figueira de Castelo Rodrigo…a cultura vitivinícola na região co-meçou com os monges da Ordem de Cister que estavam implanta-dos no Convento de Santa Maria de aguiar e desde essa altura que a região tem sido, de facto, muito promissora em termos de produtos vínicos de excelente qualidade.estamos a falar de uma zona de exploração em altitude, a cerca de 600, 800 metros e é maioritaria-mente produtora de uva branca.Na uva branca, o resultado da transformação, são de facto vinhos brancos de muito boa qualidade e vinhos com uma origem muito vin-cada, resultando em produtos que são reconhecidamente de elevada qualidade.Falar sobre isso e a fazer jus a estas minhas palavras são, de facto, o rol de prémios que se conseguem en-contrar nos vinhos brancos prove-nientes da beira interior. Claro que na beira interior não há só vinhos brancos, também há vinhos tin-tos que são mais característicos e são vinhos mais sui generis, muito particulares, pela proveniência, em termos de viticultura, de produção em altitude e também de qualida-de reconhecida.Somos provavelmente a adega que está a mais altitude no país, so-mos quem vinifica a mais altitude, a adega de Castelo rodrigo será provavelmente das últimas adegas a terminar a víndima.

(...) a adega Cooperati-va iniciou a sua atividade em 1956, faz em junho deste ano 60 anos, e é uma instituição devidamente cimentada e que sabe ser um porta-estandar-te da região. Somos o princi-pal produtor de uva da região e orgulhamo-nos muito do nosso sexagésimo aniversário.(...)

Qual o resultado da plantação de vinhas em altitude nos vinhos?No caso dos vinhos brancos, es-sencialmente, a altitude imprime--lhes um carácter de terroir mui-

to característico. São vinhos muito minerais, muito frescos e muito fru-tados. Na componente olfativa, vi-sual e gustativa transmitem muito boas sensações aos consumidores. essas são as principais impressões dos vinhos brancos aqui da região da beira interior e nomeadamente da sub-região de Figueira de Cas-telo rodrigo.Os vinhos tintos desta zona são vi-nhos essencialmente provenientes de vinhas velhas. São tintos, na sua maioria, provenientes de vi-nhas com mais de 30 ou 40 anos. Nós temos vinhas em exploração com até 100 anos e o resultado dessas explorações agrícolas são, de facto, vinhos completamente diferentes dos vinhos que encon-tramos no resto do país. Não quer dizer que sejam melhores ou pio-res, são simplesmente diferentes. em relação aos tintos, são vinhos com um pouco menos de cor, mas muito frutados, muito característi-cos. São vinhos que se bebem com muita facilidade.

A Adega Cooperativa de Figuei-ra de Castelo Rodrigo tem vinhas, produz uvas, ou recebe uvas dos associados?a adega Cooperativa é essencial-mente constituída por 450 asso-ciados ativos. destes associados a adega Cooperativa consegue rece-ber cerca de oito milhões e meio de quilos de uvas. O que influencia a qualidade dos produtos da adega Cooperativa de Figueira de Castelo rodrigo é o facto de nós só transfor-marmos uvas dos nossos associa-dos. Ou seja, tem que ser associado da adega e tem que ter uma vinha em exploração para poder entregar a uva na adega. Nós não compra-mos uvas fora da região, não com-pramos vinhos fora da região, a úni-ca coisa que fazemos é receber as uvas dos nossos associados e trans-formá-las. Com esta eminência, a adega Cooperativa iniciou a sua ati-vidade em 1956, faz em junho des-te ano 60 anos, e é uma instituição devidamente cimentada e que sabe ser um porta-estandarte da região. Somos o principal produtor de uva

EntREvistA Com António mAdEiRA, Enólogo dA AdEgA CoopERAtivA dE FiguEiRA dE CAstElo RodRigo

“Somos provavelmente a adega que está a mais altitude no país...”No século Xii, os monges de Cister habitaram o Convento de Stª. Maria de aguiar e iniciaram a cultura da vinha e a produ-ção do vinho na região. a adega Cooperativa de Figueira de Castelo rodrigo, fundada em 1956, assume-se como herdeira dessa cultura e saber ancestral como comprovam os vinhos de incontestável qualidade e o considerável número de prémios obtidos, a nível nacional e internacional pela adega.

António madeira, Enólogo da Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo

da região e orgulhamo-nos muito do nosso sexagésimo aniversário.O nosso volume de negócios ultra-passa os três milhões e meio de eu-ros, no conjunto, e somos a princi-pal fonte de rendimento do setor primário, nomeadamente, do setor agrícola na região. Somos o princi-pal distribuidor de dividendos pelos agricultores.

Em que mercados estão presentes?Nós temos tentado colocar os nos-sos vinhos no mercado externo. Comunitário, mas também extra-comunitário. Na europa Comunitá-ria já estamos presentes em espa-nha, França, luxemburgo, bélgica, Suécia, londres e na Polónia. Nos mercados extracomunitários esta-mos presentes nos estados Uni-dos, no brasil, em Cabo Verde, na China, em angola, ainda que me-nos por nossa opção, na Índia e es-tamos com muita vontade de entrar no Japão. O Japão, para nós, é um mercado alvo a atingir ainda duran-te este ano.

Quais são as vossas referências?em relação às marcas da adega e nomeadamente aos patamares qualitativos que a adega tem, nós temos três gamas de produtos. Te-mos os produtos mais acessíveis, os vinhos de mesa, com as mar-cas “Marofa” e “Torre de aguiar”. Nestas marcas oferecemos dois produtos diferenciados. Na mar-ca “Marofa” está mais associada ao consumo de produtos leves e de consumo mais rápido, a marca “Torre de aguiar” está cimentada no mercado como um vinho frisan-te, gaseificado. A gaseificação desse vinho é na-tural, muito semelhante ao méto-do de produção de um espumante mais leve e não há adições de CO². Na nossa gama intermédia, temos a nossa marca “Frei bernardo”, tra-ta-se de um vinho iGP (indicação Geográfica de Proveniência) e é um vinho regional Terras da beira. Nas gamas intermédias e superiores te-mos o nosso ex-libris que é a mar-ca “Castelo rodrigo” com a produ-

ção iniciada em 1956 na adega e foi essa mesma marca que deu ori-gem ao nome da sub-região de Cas-telo rodrigo que está inserida na re-gião da beira interior. O nosso topo de gama, se assim lhe posso chamar, e a nossa mar-ca mais premium é o “Convento de aguiar” que faz jus àquilo que foi o trabalho dos nossos monges ancestrais da Ordem de Cister e que estiveram na região, que fo-ram os principais impulsionado-res da viticultura na região. esta gama de produtos é complemen-tada com um branco reserva, um tinto reserva e um espumante re-serva também.

(...) O nosso volume de negó-cios ultrapassa os três milhões e meio de euros, no conjunto, e somos a principal fonte de ren-dimento do setor primário, no-meadamente, do setor agríco-la na região. Somos o principal distribuidor de dividendos pelos agricultores (...)

eSPeCial FiGUeira de CaSTelO rOdriGO

22 de abril de 2016p.26

EntrEvista com José antónio Quadrado, QuEiJaria do convEnto

“Nós temos um produto diferente, é um produto natural, não são produtos de fábrica...”Muito empenho, paixão e um saber ancestral são os valores da Queijaria do Convento fundada por três jovens empreendedores na região de Figueira de Castelo rodrigo. Miguel lourenço, Carlos Filipe Cordeiro e José antónio Quadrado produzem no lugar do Convento de Santa Maria de aguiar um queijo artesanal repleto de tradição e alma.

José antónio Quadrado, Queijaria do convento

eSPeCial FiGUeira de CaSTelO rOdriGO

como é que surgiu a Queijaria do convento?Nós éramos três jovens que traba-lhávamos neste ramo e tivemos o azar da fábrica onde trabalhávamos fechar. entretanto surgiu a opor-tunidade de alugar este espaço e como somos três jovens dinâmicos, dois de nós com muita experiên-cia no produto e um com experiên-cia em contabilidade, juntámo-nos e foi assim que surgiu a empresa.inicialmente só apostámos no quei-jo de ovelha curado duro porque é o mais tradicional aqui em Figuei-ra de Castelo rodrigo. depois, de-rivado às exigências do mercado e à experiência que fomos adquirindo com os revendedores começámos a produzir queijos com leite de vaca, de cabra e mistura. Hoje temos to-das as variedades de leite na pro-dução dos nossos queijos. a nos-sa marca é “encostas do Castelo”.

(...) inicialmente só apostámos no queijo de ovelha curado duro porque é o mais tradicional aqui em Figueira de Castelo rodri-go. depois, derivado às exigên-cias do mercado e à experiência que fomos adquirindo com os re-vendedores começámos a produ-zir queijos com leite de vaca, de cabra e mistura. Hoje temos to-das as variedades de leite na pro-dução dos nossos queijos. a nos-sa marca é “encostas do Castelo” (...)

o leite utilizado na produção dos queijos é proveniente da região?Nós não temos rebanhos, a reco-lha do leite que usamos é toda fei-ta aqui na zona. O leite de ovelha é todo recolhido aqui, no conce-lho de Figueira de Castelo rodri-go. O leite de vaca temos muito pouco, estamos ainda aquém da-quilo que queremos produzir, mas a cota de leite é um grande entra-ve às pequenas queijarias como a nossa. as leis saem, mas ninguém sabe muito bem porquê. O certo é que eu quero comprar leite de vaca e ninguém mo vende. esta é uma queijaria tradicional, não é uma queijaria industrial. eu não posso comprometer-me com um produ-tor de leite porque, apesar de ha-

ver três ou quatro produtores de lei-te aqui, tudo boa gente e amigos, esta queijaria não consegue absor-ver a produção de leite de um pro-dutor, porque os produtores que há, já têm um elevado número de ani-mais e não é fácil, por isso, adqui-rir leite de vaca. O leite de cabra também compra-mos a revendedores daqui da re-gião, não do concelho, porque em Figueira de Castelo rodrigo não há cabras, mas da região. O leite de ovelha é todo daqui do concelho de Figueira de Castelo rodrigo porque são os animais predominantes aqui na zona.

a vossa unidade de produção é muito moderna…estamos a implementar tudo o que a lei nos exige, em termos de aná-lises e afins. Trabalhamos com lei-te cru, o leite que recolhemos nos rebanhos é refrigerado logo após a ordenha. Se os nossos produtores não tiverem maneira de o fazer, nós asseguramos este método para que ao nível microbiológico não possam haver quaisquer problemas. É fei-ta a recolha em veículos próprios que preparámos para o efeito, o lei-te chega aqui e é vazado para um tanque de refrigeração onde a tem-peratura não ultrapassa os 3 graus sendo assim mantidas as qualida-des do leite. Normalmente, no dia seguinte de madrugada, o leite é encaminhado para a cuba de fabri-co onde é aquecido à temperatura que pretendemos, é-lhe adicionado o cardo e o processo segue.

onde é que podemos encontrar os vossos queijos?Nós não temos posto de venda na fábrica. Temos bons clientes, em Figueira de Castelo rodrigo, tra-balhamos com alguns dos super-mercados aqui da região e estamos também em algumas lojas. esta-mos no mercado nacional, ainda não exportamos. estivemos no Si-Sab POrTUGal à procura de no-vas oportunidades. estamos aqui num meio muito pequeno e onde há muito desemprego. estas em-presas precisam de eventos como o SiSab POrTUGal para sobrevi-ver e crescer porque nós pagamos a

matéria-prima ao mesmo preço que as grandes empresas, mas o nosso custo de produção é diferente. Nós temos que valorizar o produto e te-mos que o fazer bem. Só assim é que conseguimos sobreviver.

Qual é a perceção dos vossos clien-tes em relação aos queijos que aqui produzem?a perceção das pessoas acerca dos nossos produtos é a de que não são produtos de fábrica. Nós temos um produto diferente, é um produto na-

tural e as pessoas daqui da região, muitas delas emigradas, ou em lisboa pedem-nos para colocar o produto lá, mas nós não temos di-mensão e devido às portagens e ao combustível ainda é para nós im-possível chegar a pontos de venda mais longe. O produto que fazemos aqui é aquele que as pessoas esta-vam habituadas a comer na casa dos pais e nota-se a diferença. O produto tem colocação no estran-geiro, mas a nossa dimensão ain-da não nos permite estar nesses lo-

cais. lutamos todos os dias para lá chegar.

(...) Nós não temos rebanhos, a recolha do leite que usamos é toda feita aqui na zona. O leite de ovelha é todo recolhido aqui, no concelho de Figueira de Cas-telo rodrigo. O leite de vaca te-mos muito pouco, estamos ain-da aquém daquilo que queremos produzir, mas a cota de leite é um grande entrave às pequenas quei-jarias como a nossa (...)

p.2722 de abril de 2016

EntrEvista com andré carnEt, saborEs do castElo

“encontrei aqui no douro as melhores amêndoas do mundo...”em Castelo rodrigo as amêndoas não se comem só na Páscoa. Ganharam espaço e visibilidade, para além da sazonali-dade com que habitualmente as encaramos, graças a andré Carnet, um francês que se apaixonou por uma portuguesa e por Portugal e que no castelo confeciona as muitas variedades de amêndoas que vende na loja e salão de Chá, Sabores do Castelo. Únicas e exclusivas, elaboradas segundo receitas secretas que só andré Carnet conhece, têm vindo a conquistar cada vez mais visibilidade por quem visita a bela aldeia histórica de Castelo rodrigo.

andré carnet, sabores do castelo

como conheceu castelo rodrigo?encontrei esta aldeia há perto de 40 anos, estava praticamente abando-nada, as casas estavam em ruínas, era um pouco triste, mas era muito bonito. Vivia em Paris com a minha esposa, natural de Figueira de Cas-telo rodrigo. Vim no primeiro ano para passar umas férias e assim que descobri Castelo rodrigo pen-sei logo que era uma aldeia muito in-teressante e muito bonita também. Como sou francês, comecei logo a fazer comparações, se isto estives-se no sul de França, estaria comple-tamente recuperado, com restaura-ção e afins. Bom, e foi assim, passei quinze dias aqui, nesse primeiro ano e no ano seguinte voltei para passar novamente quinze dias. Foi no segundo ano que vim que de-cidi comprar aqui a minha primei-ra casa que estava abandonada, um antigo palheiro que transformei em casa de férias. durante vinte anos vinha passar quinze dias em Cas-telo rodrigo, no mês de agosto. Foi assim que descobri Castelo rodri-go. eu nada tinha a ver com Portu-gal. Mas a minha esposa era natu-ral daqui. Vim cá, gostei muito. Um povo simpático, uma cultura e uma história fantástica, muitas belas pai-sagens, num espaço de 100 quiló-metros muda tudo, o clima, a gas-tronomia, a história.

de lugar de férias, castelo rodri-go transformou-se num projeto de vida?Um dia a minha esposa explicou-me que na frente da primeira casa que eu tinha comprado, estava outra, também abandonada, para venda. era muito aborrecido porque cada vez que vinha beber um café no ter-raço via uma ruína abandonada e triste. Tínhamos que fazer alguma coisa. Mas o quê? eu trabalhava na banca em França, nunca fui comer-ciante. Sou engenheiro agrónomo e licenciado em economia, que vou fa-zer? acabámos por comprar a ruína, recuperar a fachada, quase como no teatro e ficou linda. Isto levou-me a comprar também uma terceira casa do outro lado da rua, de frente des-ta. Foi assim. Fui comprando casas,

sem grandes objetivos e ao fim de al-guns anos reformei-me. Nesta altura tive que pensar o que fazer. Tenho uma casa em lisboa e gosto muito, é uma cidade maravilhosa, grande e que convida ser descoberta a pé. É mais humana que Nova iorque, londres ou Paris.aqui pensei fazer uma unidade de turismo de habitação para tentar atrair pessoas a Castelo rodrigo. depois de uma reunião na Câmara Municipal, preparei um dossier com o projeto, preparado por um arquite-to competente e entreguei-o no Tu-rismo de Portugal que na altura es-tava centralizado em lisboa. Um ano e meio depois ainda não tinha resposta. dirigi-me lá e tinham per-dido o dossier. depositei então um duplicado e indicaram-me que ha-veria de ter uma resposta. Há dois anos atrás recebi da Câmara Muni-cipal uma chamada para uma reu-nião porque haviam recebido de lis-boa um dossier e queriam saber se eu continuava interessado, 11 anos depois. Claro que a esta altura eu já não o queria fazer uma vez que ti-nha uma loja de produtos regionais e um salão de chá. do ponto de vis-ta administrativo foi assim que tudo se passou.

(...) as amêndoas que se en-contram normalmente no su-permercado são, na sua maio-ria, provenientes da Califórnia e não têm comparação em termos de sabor com as do douro (...)

como surgiu a ideia de produzir e vender amêndoas?Tive que pensar o que fazer e como não havia resposta para o proje-to de turismo de habitação decidi abrir esta loja e apostar na promo-ção dos produtos regionais. Sempre pensei que haveria muitos pontos de venda e muitos produtos dispo-níveis. assim, prepararei tudo e co-mecei a percorrer a região à procura de produtos regionais. Não encon-trei quase nada. Na época havia um pouco de vinho na adega Coopera-tiva, poucos produtores individuais com vinho de qualidade para vender aqui, o azeite era muito rústico, ven-

dido em garrafões. Hoje é totalmen-te diferente, temos um azeite mara-vilhoso, vários produtores de vinho ou de azeite com muita qualidade. em 10 anos a melhoria em termos de qualidade foi fantástica.então pensei, há azeitonas, há vi-nhas e há amendoeiras. Se há amên-doas tenho que fazer qualquer coisa. e foi assim que comprei um tacho, comprei açúcar e comecei a con-fecionar amêndoas caramelizadas, sem qualquer curso de cozinheiro ou de fabricação de amêndoas. Come-cei ao mesmo tempo a fazer doces e a comprar ervas aromáticas para fa-zer chás e tudo está a funcionar mui-to bem. Como as pessoas gostavam das minhas amêndoas, comecei a fazer outras variedades e hoje temos 10 tipos diferentes. amêndoas do-ces, amêndoas de canela, com flor de sal, com especiarias, café, alfaze-ma, fumadas ou com ervas aromá-ticas. A partir do final de março co-meçámos a receber a visita de todos os passageiros que vêm fazer cruzei-ros no douro. Vêm dos eUa, da in-glaterra, alemanha, entre outros e passam normalmente por aqui por-que Castelo rodrigo é uma aldeia muito interessante, com uma histó-

ria e tradição judaica muito interes-santes. Vêm visitar o Castelo e a al-deia e depois bebem um chá ou um café no salão, no nosso terraço pa-norâmico, enquanto contemplam as belas paisagens até espanha. Pro-vam as minhas amêndoas, gostam e compram. É assim que todas as semanas, de março até ao final de dezembro, mais de 1100 pessoas visitam Castelo rodrigo, 30 por cen-to americanos, 30 por cento ingle-ses, 30 por cento alemães e o res-to maioritariamente nórdicos. Para atender esta clientela preparei folhe-tos sobre Castelo rodrigo traduzidos em cinco línguas e os turistas, ao chegar a Figueira de Castelo rodri-go, são recebidos com um folheto e com pratos de amêndoas. aqui na loja temos uma regra, todos os pro-dutos estão à disposição do cliente. Primeiro o cliente prova, depois, se gostar, compra. a prova é livre. É as-sim que passamos a confiança que temos pelos nossos produtos.

Para si, a região do douro pro-duz das melhores amêndoas do mundo…Na minha opinião, e não é dispa-ratada, encontrei aqui no douro as

melhores amêndoas do mundo. as amêndoas que se encontram nor-malmente no supermercado são, na sua maioria, provenientes da Cali-fórnia e não têm comparação em termos de sabor com as do dou-ro. as portuguesas são 40 por cen-to mais caras, porque a qualidade não tem nada a ver. e efetivamente aqui a produção é biológica e isso nota-se no sabor. as amêndoas es-tão nos socalcos do douro onde não existe qualquer possibilidade de tra-tamentos mecânicos, é tudo feito à mão. Por isso está a baixar muito a produção nacional de amêndoas, não há jovens a trabalhar nisto. an-tigamente era tudo apanhado à mão e as amêndoas eram partidas com um pequeno martelo uma a uma, hoje já existe uma máquina para abrir as amêndoas, mas tudo o res-to continua a ser feito manualmen-te, para ter um quilo de amêndoas imagine-se o tempo e o trabalho que isto dá. Tento sempre adquirir a me-lhor amêndoa que posso encontrar por isso é que o meu produto final é bom. a matéria-prima é a base de tudo, depois se tiver talento pode fa-zer qualquer coisa. Senão o resulta-do é banal.

eSPeCial FiGUeira de CaSTelO rOdriGO

p.28 22 de ABRIL de 2016

Conte-nos como é que surgiu a Quinta da Caldeirinha...A Quinta da Caldeirinha já vem do tempo dos meus antepassados, do tempo da minha avó. depois os meus pais continuaram... O meu pai tinha um grande amor à quin-ta. Mais tarde, aquando do faleci-mento dos meus pais, propus aos meus filhos que, ou se endia, ou se renovava a produção na Quinta. A opção foi renovar a quinta, fazer novas plantações, com castas dife-rentes. Já existia uma vinha velha e é essa vinha velha que é hoje o nosso topo de gama em termos de vinho. Foi assim que começou, e nós continuamos. Agora vamos ver daqui para a frente, as pessoas di-rão... estou convencida que os que se sucedem vão continuar também. Mas eu já estou realizada com aqui-lo que fi .

(...) A quinta fica situada em ple-no parque natural do douro in-ternacional. estamos na transi-ção entre a Beira e o douro. As plantações estão a uma altitu-de de 650 metros, com um cli-ma muito frio de inverno, muito quente de verão, o que resulta em vinhos com características muito especiais (...)

EntrEvista Com aida roda, Quinta da CaldEirinha

“A quinta só produz produtos biológicos. A amêndoa, o azeite, a azeitona e o vinho...”Na Quinta da Caldeirinha produzem-se vinhos e azeites biológicos de elevada qualidade provenientes de vinhas e olivais plantados a mais de 650 metros de altitude, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, em pleno Parque Natural do douro Internacional. A opção pela produção biológica vem de uma preocupação sediada no seio desta família que vem de gerações.

aida roda exibe orgulhosamente uma garrafa premiada de Quinta da Caldeirinha

É uma quinta para as gerações...É uma quinta que dá para as gera-ções, exatamente! Tenho netos que gostam muito de estar lá também, especialmente a minha neta. Va-mos ver o que virá a suceder.

na Quinta da Caldeirinha deci-diram apostar numa agricultura biológica...Sempre, sempre. desde 2001 que a quinta só produz produtos bioló-gicos, a amêndoa, o azeite, a azei-tona e o vinho. O vinho existia só a parte da vinha velha que é uma vi-nha com perto de cem anos. Não a arranquei porque são castas portu-guesas, o refeto, o mourisco. É para nós hoje o nosso topo de gama por-que é uma vinha que realmente já não existe, há muito poucas vinhas com castas portuguesas como esta. fi no as plantaç es a ouriga, a

Touriga Nacional, o Cabernet Sau-vignon, o Syrah. O branco também faz parte dessa vinha velha, a uva branca.

Porquê a opção pela agricultura biológica?essa foi, e é, uma perspetiva de vida que nós tivemos sempre. Ten-tamos sempre comer, alimentarmo--nos com os produtos o mais na-

eSPeCIAL FIGUeIRA de CASTeLO ROdRIGO

tural possível. Vivemos em Sintra e temos uma pequena horta onde sempre praticámos agricultura bio-

lógica. daí que, quando pensámos em reestruturar a quinta, eu real-mente empenhei-me logo na pro-dução biológica. É uma opção de vida que nós temos.

(...) Tentamos sempre comer, ali-mentarmo-nos com os produtos o mais natural possível. daí que, quando pensámos em reestrutu-rar a quinta, eu realmente empe-nhei-me logo na produção bioló-gica. É uma opção de vida que nós temos (...)

mas também têm inovado bastante... Neste momento para além dos vi-nhos biológicos, temos um vinho vegan. Temos o rosé e um branco. É feito na nossa adega. É um produ-to distinto, diferente. É essa a nos-sa meta.

E o azeite, também é biológico?Tudo o que produzimos é biológico. A inificação á obedece s no as regras europeias para o vinho bioló-gico e essas têm que ser realmente assistidas. O azeite também. É feito

em lagares certificados. samos o método de produção de azeite feito a frio, com temperaturas muito bai-xas, dá menos produção, evidente-mente, mas é um azeite com mui-to pouca acidez. Nos nossos olivais temos várias qualidades de azeito-na a cobrançosa, a picual, a car-rasquinha, que são castas da re-gião... são tudo produtos oriundos da região, Trás-os-Montes.

a localização da quinta também ajuda na produção de produtos di-ferenciados de elevada qualidade?A quinta fica situada no Parque a-tural do douro Internacional. esta-mos na transição entre a Beira e o douro. As plantações estão a uma altitude de 650 metros, com um clima muito frio de inverno, mui-to quente de verão, o que resulta em vinhos com características mui-to especiais, por exemplo, os bran-cos são sempre muito frescos. esta tem sido uma região muito esqueci-da. Agora está a renascer, mas foi sempre uma região muito esqueci-da, tanto pela parte política, como pela parte turística.uma vista panorâmica da Quinta da Caldeirinha no Parque natural do douro internacional

22 de abril de 2016 p.29TRADIÇÃO

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estaria a arte de moldar fibras

Uma arte milenar

A norte de Portugal, a arte de fazer cestos é representada por in meros artefactos, com formas e feitios distintos, traba-lhados em diversos materiais, utilizando diversas técnicas e destinados a diferentes utilizações, desde os trabalhos rurais ao transporte de compras. É desde sempre uma arte muito utilizada pelos portugueses, e cada vez mais é uma arte que se vai introduzindo no setor da moda em Portugal e no resto do mundo.

o qUe é a cestaria?A cestaria encerra a técnica de

fabrico de cestos e determina a arte de moldar fibras.

A cestaria encerra igualmente o fabrico de esteiras, bem como ma-teriais de revestimento ou cobertura.

Neste aspeto, a cestaria é a arte de executar cestos ou vasilhas, de dois modelos essenciais: o modelo entrelaçado, que inclui os tipos cru-zado, encanado, enrolado e torcido, de acordo com o modo de utilizar as fibras, e o modelo espiral, incluindo ou não a armação de sustentação.

Qualquer um dos modelos, é muito popular e obedece essencial-mente às particularidades da fibra a usar, do que a um padrão cul-tural ou de uma região geogr fica. Os objetos, consoante a utilização, alternam em tamanho e formato, bem como a técnica de manufa-tura, sendo de modo genérico, pe-ças executadas atendendo à sua funcionalidade.

a sUa origemEsta é uma arte milenar que

não apresenta uma comprovação histórica da sua datação.

A tradição de trançar fibras foi herdada dos índios, os nossos pri-meiros habitantes, e est impregna-da em quase todos os municípios.

Nas antigas civilizações as cestas eram fabricadas como arte-factos de valor utilitário para cole-tar e armazenar alimentos, ou até

mesmo para transportar pequenos objetos.

A técnica usada na sua confe-ção é passada de geração a gera-ção. Mais tarde, as cestas foram elaboradas também para serem utilizadas com uma outra finalida-de - a decoração.

A partir daqui, este ofício pas-sou a ser dividido entre os fabrican-tes de cestas bas et ma ers , e os decoradores de cestas para presen-tes bas et decorators .

a combinação de funções e estilos, o seu uso pode ser para or-ganização da casa, para decorar festas, ou presentear alguém.

As cestas podem ser confecio-nadas em materiais como vime, palha, plástico, metal, ou folhas, com variados formatos, tamanhos, e cores.

As cestas decorativas são ela-boradas aplicando v rias técnicas de pintura, colagem, bordados, forradas com tecidos, e enfeitadas com fitas, pérolas, contas, pedras e flores.

cestaria no mUndo da moda

Uma arte milenar, que marca a era dos mais antigos, está a con-quistar os mais novos e até as se-manas de moda, tornando-se a ins-piração para novas tendências.

Das cestas de decoração de casa, às cestas de praia e às malas de senhora, muitas são as opções oferecidas a todos os que - a pouco e pouco - se vão deixando conquis-tar por esta arte que se está a tornar o acessório ideal para um loo b em conseguido. Há modelos tradicio-nais mas também em cores fortes ou com alças, para usar à tiracolo.

Muitas são as novidades que se vão atualizando com o tempo. São vá-rios os modelos que cada vez mais vão conquistando o mundo.

Feitas por mãos por-tuguesas, a arte da ces-taria chega a muitas das

capitais europeias, con-quistando pela autenti-cidade e qualidade.

22 de abril de 2016p.30 DESPORTO

rio 2016

Já há 61 portugueses apurados para os Jogos Olímpicos

São 61 os atletas portugueses que já confirmaram a presença nos Jogos Olímpicos do Brasil.

Destes, 18 fazem parte da equipa que irá disputar o torneio de futebol (que vai defrontar a Ar-gentina, a Argélia e as Honduras).

Também 18 são os atletas no atletismo com Marta Onofre, no sal-to com vara, e Irina Rodrigues, no lançamento do disco, a serem as úl-timas a garantirem o apuramento.

Assim, Ana Cabecinha (20 km marcha), Dulce Félix (maratona e 10.000 m), Filomena Costa (mara-tona), Inês Henriques (20 km mar-cha, João Vieira (20 km marcha e 50 km marcha), Miguel Carvalho

(50 km marcha), Nélson Évora (tri-plo salto), Susana Costa (triplo sal-to), Patrícia Mamona (triplo salto), Pedro Isidro (50 km marcha), Rui Pedro Silva (maratona), Sara Mo-reira (10.000 m e maratona), Sér-gio Vieira (20 km marcha), Susa-na Feitor (20 km marcha), Vanessa Fernandes (maratona), Vera Santos (20 km marcha), Tsanko Arnaudov (lançamento do peso) e Yazaldes Nascimento (100 m) e Daniela Car-doso (20 km marcha), e as já men-cionadas Marta Onofre e Irina Ro-drigues, já garantiram os mínimos e a consequente presença nos Jogos.

Embora estejam referencia-dos 21 atletas com mínimos, ape-

nas 18 estarão no Rio2016, já que existem cinco atletas com mínimos na prova de 20 km marcha e ou-tras quatro na maratona, discipli-nas cuja quota por nação é limita-da a três presenças.

Na ginástica, Filipa Martins e Gustavo Simões já garantiram a presença competição individual feminina e masculina de ginásti-ca artística dos Jogos Olímpicos Rio2016, durante o evento tes-te realizado este mês no Rio de Janeiro.

A cavaleira Luciana Diniz ga-rantiu uma quota para Portugal na disciplina de saltos de obstáculos nos Jogos Olímpicos Rio2016.

A atleta luso-brasileira, de 45 anos, já esteve por duas vezes nos Jogos Olímpicos, em Atenas2004, ainda pela seleção do Brasil, e em Londres2012, nos quais, já por Portugal, foi 17ª classificada.

Na canoagem, são seis as va-gas portuguesas, enquanto Alexis Santos e Diogo Carvalho são os úni-cos portugueses, para já, com mí-nimos na natação (ambos nos 200 metros estilos).

Portugal tem também assegu-radas presenças no taekwondo, com Rui Bragança, em -58 kg, e no tiro, com uma vaga para as pro-vas de pistola de ar comprimido 10

m e pistola 50 metros assegurada pelo experiente João Costa.

No ciclismo de estrada por-tuguês são quatro as vagas ga-rantidas para os Jogos Olímpicos Rio2016 e terá mais um atleta do que em 2012, sendo que um des-tes quatro atletas participará tam-bém no contrarrelógio.

Sara Carmo (Laser Radial), Gustavo Lima (Laser), João Rodri-gues (RS:X) e a dupla Jorge Lima/José Costa (49er) são os portugue-ses que vão participar na Vela.

No ténis de mesa, Marcos Frei-tas, Tiago Apolónia e Fu Yu garan-tiram a presença nos torneios de singulares.

Portugal terá pelo menos um quarto elemento nos Jogos Olímpi-cos, para completar a equipa mas-culina, que se apurará pelo ‘ranking’ de países - a equipa lusa é a quinta

do mundo, segunda europeia. Com Freitas (15.º do mundo)

e Apolónia (20.º) apurados, a fe-deração lusa terá de optar entre João Monteiro (31.º) e João Geral-do (75.º).

São 61 o número de portugueses já apurados para os Jogos Olímpicos que vão decorrer no Rio de Janeiro entre 5 e 21 de agosto.

futebol olímpico

Portugal com Argentina, Argélia e Honduras no Grupo DA seleção portuguesa defron-

ta Argentina, Honduras e Argélia no Grupo D dos Jogos Olímpicos de 2016, ditou o sorteio realiza-do no Rio de Janeiro.

Os vice-campeões europeus de sub-21 cumprem os dois pri-meiros jogos no Rio de Janeiro, frente a Argentina (4 de agosto) e Honduras (7 de agosto), e o ter-ceiro e último em Belo Horizon-te, face à Argélia (10 de agosto).

Os dois primeiros classifica-dos de cada um dos quatro agru-pamentos seguem para os quar-tos de final do torneio olímpico de futebol, que se realiza de 4 a 20 de agosto.

“o objetivo é sempre ganhar o próximo jogo”

O diretor das seleções nacio-nais de formação da Federação

Portuguesa de Futebol, Pedro Pauleta, considerou um privilé-gio para Portugal estar presente nos Jogos Olímpicos Rio2016, em que o objetivo é passar a fase de grupos.

“Já há algum tempo que não

participávamos nos Jogos Olím-picos, que é uma competição muito importante e que nós de-finimos, desde o início, querer estar presentes”, disse Paule-ta, que fez à FPF a antevisão do sorteio do torneio de futebol do

Rio2016.Pedro Pauleta considerou

que as expetativas em torno da participação lusa no Rio2016 são boas: “O objetivo é sempre ganhar o próximo jogo. Sabemos que passar a primeira fase é o primeiro objetivo, pois só isso é que nos dá a oportunidade de nos podermos concentrar em mais alguma coisa. Vamos jogo a jogo, mas o objetivo é passar a primeira fase”, explicou.

Pauleta realçou o êxito alcan-çado por Portugal na qualifica-ção para as fases finais nos varia-dos escalões - sub-17, sub-19, seleção olímpica e seleção prin-cipal -, e recordou que esse êxito no futebol é transversal ao futsal, que garantiu a presença no Mun-dial2016 da Colômbia. “Vamos estar em todas as competições

possíveis. Nos europeus de Sub-17 e Sub-19, nos Jogos Olímpi-cos e no Europeu2016 de Fran-ça com a seleção principal, Não esquecendo a seleção de futsal que vai estar no Mundial. É mui-to bom para nós”, afirmou.

Ainda de acordo com o di-retor das seleções nacionais de formação da FPF, “só Portugal e a Alemanha é que estão qualifi-cados para todas as fases finais destas competições, pelo que diz bem da dificuldade em estar pre-sente em todas as frentes”.

“Temos feito um trabalho excelente no acompanhamen-to dos sub-17 e sub-19 e temos muitas esperanças nas respeti-vas participações nos Europeus, tal como na olímpicas e na sele-ção principal”, acrescentou o ex--goleador da seleção portuguesa.

Dulce félix

luciana Diniz

marco freitas

22 de abril de 2016

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futsal

portugal repete vitória sobre Sérvia e garante Mundial

portugal garantiu o apuramento para o campeonato do mundo de futsal, depois de ter vencido a Sérvia por 2-1 na segunda mão do ‘play-off’, repetindo o resultado obtido em belgrado, na primeira mão.

Depois de uma primeira parte sem golos, no segundo tempo a seleção lusa adiantou--se no marcador aos 24 minutos por Car-dinal, mas, pouco depois, a Sérvia voltou a empatar o encontro com um golo de Ris-tic (26).

Contudo, aos 31, Tiago Brito confirmou a superioridade portuguesa, fixando o resulta-do em 2-1 e ‘carimbando’ o acesso ao quin-to mundial da história da seleção lusa, mar-ca atingida de forma consecutiva.

A formação comandada por Jorge braz carimbou o passaporte para o seu quinto Mundial, depois de ter participado em 2000 (Guatemala), 2004 (Taiwan), 2008 (brasil) e 2012 (Tailândia).

“a seleção sempre dignificou o futsal português”

“Não estou nem para aí virado (para pen-sar no que portugal pode fazer no mundial). A seleção sempre dignificou o futsal portu-guês, até nos momentos maus. Nunca nin-guém pôs em causa o valor e o sacrifício. Agora os jogadores desligam o ‘chip’, têm coisas importantíssimas nos clubes” disse o selecionador português Jorge braz depois do apito final.

“É complicado jogar com a Sérvia pela maturidade competitiva que têm. Sabem po-tenciar as armas que têm, têm jogadores de ‘top’. Eles tentaram dificultar ao máximo. Sabíamos que tínhamos de ser pacientes, a qualidade que tínhamos de ter, bem como sa-ber gerir os momentos de jogo. Estou extre-mamente feliz, porque ‘carimbámos o passa-porte’ para o mundial” acrescentou.

Jorge braz comentou ainda o apoio do

público neste jogo decisivo, afirmando que foi “fantástico, uma palavra de agradecimen-to. Sempre referi que é 40 por 30 em todo o lado. Essa excelência e qualidade fomos ten-do ao longo dos anos, agora há momentos em que precisamos de ter muito coração e am-bição. Hoje o público ajudou-nos a ter cora-ção, irreverência e a equipa sentiu isso. para ganhar coisas, sempre falei de razão, mas também é preciso ter coração e ambição”.

“Foi visível a vontade com que quisemos

chegar ao golo. Foi extremamente visível. Nós tínhamos obrigação de estar no Mun-dial, fomos nós que criámos isso. Eles têm que ter essa consciência clara. Temos mais do que qualidade contra as seleções fortes” acrescentou.

“Acusem-me sempre de ser demasiado ambicioso no discurso e nunca coitadinho. Soube bem por ser uma equipa extremamen-te forte, não por ser a Sérvia. Nós gostamos de coisas difíceis” finalizou.

A seleção portuguesa de futsal bateu a Sérvia, por 2-1, e carimbou o passaporte para o seu quinto Mundial, depois de ter participado em 2000 (Guatemala), 2004 (Taiwan), 2008 (brasil) e 2012 (Tailândia).

euro2017

Sub-19 vão defrontar a Itália, a Áustria e a anfitriã Alemanha

O sorteio da fase final do Euro2017 de sub-19, que decorreu em Estugarda, Alema-nha, ditou que a seleção portuguesa de fute-bol integre o grupo A com as seleções da Itá-lia, da Áustria e a anfitriã Alemanha.

O Grupo B será composto pelas seleções da Croácia, Holanda, França e Inglaterra e a primeira fase da competição decorrerá en-tre 11 e 18 de julho próximo, disputando-se as meias-finais a 21 e a final a 24 de julho.

Serão disputados 16 jogos na fase final do Euro2016 e o jogo de abertura, entre a an-fitriã Alemanha e a seleção italiana, decorre-rá no Arena de Estugarda, no dia 11 de julho.

Já a final, em que será conhecido o novo

campeão da Europa, decorrerá a 24 de ju-lho na região de baden Wüttemburg, no es-tádio Rhein-Neckar-Arena, em Sinsheim, re-cinto com capacidade para receber 30 mil adeptos e que acolheu vários jogos do Mun-dial2011 em femininos.

Os quatro semifinalistas e o vencedor do ‘play-off’ entre os terceiros classificados dos grupos A e B qualificam-se para o Mun-dial2017 de sub-20, que se vai disputar na Coreia do Sul entre 20 de maio e 11 junho do próximo ano.

Recorde-se que a seleção das portugue-sa perdeu a final do Europeu de sub-19 de 2014 para a Alemanha, que venceu por 1-0.

p.31DESpORTO

22 de abril de 2016p.32 DESPORTO

liga portuguesa

ii liga

Benfica cumpre, Sporting não desarma

Chaves goleia e beneficia de deslizes dos rivais

Um golo de Slimani chegou para o Sporting passar a somar 74 pontos e pressionar o Benfica na luta pelo título (1º lugar com mais 2 pontos). Ainda nesta jornada, o Dragão demorou apenas nove minutos a afastar o fantasma das últimas duas derrotas (com o Tondela e o Paços de Ferreira) e a construir uma tranquila vitória caseira (4-0) sobre o Nacional.

p V e D1º BENFICA 76 25 1 4

2º SPORTING 74 23 5 23º FC PORTO 64 20 4 6

4º SP. BRAGA 54 15 9 6

5º AROUCA 46 11 13 6

6º RIO AVE 46 13 7 10

7º P. FERREIRA 42 11 9 108º ESTORIL-PRAIA 42 12 6 129º NACIONAL 37 10 7 13

10º BELENENSES 37 9 10 11

11º V. GUIMARÃES 35 8 11 11

12º MARÍTIMO 35 10 5 15

13º V. SETÚBAL 29 6 11 1314º MOREIRENSE 29 7 8 15

15º BOAVISTA 26 6 8 16

16º U. MADEIRA 26 6 8 1617º ACADÉMICA 24 5 9 16

18º TONDELA 20 5 5 20

U. MADEIRA - A. ACADÉMICA

MOREIRENSE - BOAVISTA

TONDELA - RIO AVE

AROUCA - NACIONAL

BELENENSES - P. FERREIRA

BENFICA - V. GUIMARÃES

SP. BRAGA - V. SETÚBAL

ESTORIL PRAIA - MARÍTIMO

FC PORTO - SPORTING

BOAVISTA - AROUCA, 0-0

ACADÉMICA - BENFICA, 1-2

SPORTING - MARÍTIMO, 3-1

V. SETÚBAL - BELENENSES, 0-1

NACIONAL - ESTORIL-PRAIA, 4-1

TONDELA - U. MADEIRA, 1-0

P. FERREIRA - FC PORTO, 1-0

SP. BRAGA - MOREIRENSE, 1-1

RIO AVE - V. GUIMARÃES, 3-1

TONDELA - ACADÉMICA

FC PORTO - BOAVISTA

V. SETÚBAL - P. FERREIRA

MOREIRENSE - MARÍTIMO

U. MADEIRA - RIO AVE

AROUCA - V. GUIMARÃES

BELENENSES - ESTORIL-PRAIA

BENFICA - NACIONAL

SP. BRAGA - SPORTING

32ª JorNaDa

29ª JorNaDa

34ª JorNaDa

ESTORIL PRAIA - AROUCA

NACIONAL - BELENENSES

MARÍTIMO - BENFICA

RIO AVE - FC PORTO

SPORTING - V. SETÚBAL

ACADÉMICA - SP. BRAGA

BOAVISTA - U. MADEIRA

P. FERREIRA - TONDELA

V. GUIMARÃES - MOREIRENSE

AROUCA - RIO AVE, 0-0

ESTORIL-PRAIA - BOAVISTA, 1-0

MOREIRENSE - SPORTING, 0-1

BELENENSES - ACADÉMICA, 1-1

U. MADEIRA - P. FERREIRA, 3-4

MARÍTIMO - V. GUIMARÃES, 3-0

FC PORTO - NACIONAL, 4-0

SP. BRAGA - TONDELA, 3-0

BENFICA - V. SETÚBAL, 2-1

MARÍTIMO - AROUCA

BOAVISTA - BELENENSES

RIO AVE - BENFICA

P. FERREIRA - SP. BRAGA

V. GUIMARÃES - ESTORIL PRAIA

NACIONAL - MOREIRENSE

ACADÉMICA - FC PORTO

V. SETÚBAL - TONDELA

SPORTING - U. MADEIRA

33ª JorNaDa

30ª JorNaDa

31ª JorNaDa

O Benfica venceu o Vitória de Se-túbal por 2-1, num encontro da 30.ª jornada em que esteve a perder, mas que virou ainda na primeira parte. Um golo de André Claro, logo aos 15 segundos, ‘gelou’ um estádio da Luz composto com 54.855 pessoas, mas a reação ‘encarnada’ foi imediata e, depois de algumas oportunidades, o Benfica virou o resultado no espaço de cinco minutos, com os golos de Jo-nas (19) e de Jardel (24).

A vitória deixou o Benfica no-vamente isolado na liderança, ago-ra com 76 pontos, mais dois do que o Sporting, segundo classificado, en-quanto os sadinos fecham a ronda no 13.º lugar com 29 pontos.

O FC Porto reentrou na senda dos resultados mais normais fren-te a equipas mais fracas, ao golear

slimani marcou o seu 24º golo no campeonato

no Estádio do Dragão o Nacional, por 4-0, cimentando o 3º lugar na I Liga portuguesa.

A vitória mais volumosa da 30.ª jornada cedo se definiu, já que aos nove minutos de jogo a equipa da casa já vencia por 2-0, golos de Sil-vestre Varela (2) e do mexicano Her-rera. A equipa treinada por José Pe-seiro ainda ‘faturou’ mais duas vezes, já na segunda parte, através de Dani-lo Pereira (67) e de Aboubakar (85).

Após as ‘traumáticas’ derrotas do mês de abril, com o Tondela e o Pa-ços de Ferreira, o FC Porto conseguiu uma noite tranquila.

O Sporting não abranda na luta pelo título de campeão nacional de futebol e colocou de novo a pressão do lado do rival Benfica, após ganhar em Moreira de Cónegos.

A vitória, por 1-0, golo do argelino Islam Slimani, aos 16 minutos, não foi tão autoritária como algumas ou-tras, recentes, mas mostrou no está-dio Comendador Joaquim de Almeida Freitas uma equipa lutadora, que não

abdica do ‘sonho’ do título.Slimani ‘faturou’ pelo quinto jogo

consecutivo, elevando o seu total para 24 golos, em 30 jornadas.

O Sp. Braga cimentou o quarto lugar, ao vencer (3-0) na receção ao Tondela

Do quinto lugar para baixo, é in-tensa a luta entre as equipas que que-rem chegar à Liga Europa. Nesta jor-nada, o destaque absoluto vai para a vitória do Paços de Ferreira na Ma-deira, por 4-3, tendo de recuperar de uma desvantagem de 2-0 para o União. Com mais estes três pontos, os pacenses chegam aos 42 pontos e não descolam na perseguição de Arouca (46) e Rio Ave (46) – empa-taram 0-0 – mantendo-se a par do Estoril-Praia (42), que venceu o Boa-vista (1-0).

Nem tudo foi negativo para as equipas da Madeira, já que o Marí-timo bateu sem contestação um V. Guimarães (3-0) reduzido a 10 ele-mentos. A equipa minhota continua irreconhecível na segunda volta, a vi-

ver dos ‘rendimentos’ das primeiras jornadas. Gradualmente tem vindo a descer na tabela e da luta pelo tercei-ro lugar cai para o 12º.

A Académica conseguiu empatar em Belém (1-1) e dessa forma asse-gurar um ponto precioso na fuga à

descida. Ainda não foi desta que os ‘universitários’ saíram do penúltimo lugar, mas com 24 pontos já podem considerar viável ultrapassar Boavis-ta ou União, as equipas que os ante-cedem, com 26 pontos, nos últimos lugares de manutenção.

O Desportivo de Chaves foi o grande vencedor da 42.ª jornada da II Liga, reforçando a candidatura à subida de divisão e beneficiando do empate do Portimonense e der-rota do Feirense, ultrapassado pelo Freamunde.

Com a goleada 4-0 ao Gil Vicen-te, o conjunto flaviense (75 pontos), que continua a um ponto do líder FC Porto B (76), conjunto que não pode subir, ficou com três e cinco pontos de avanço para os rivais mais próxi-mos, respetivamente Portimonense (72) e Freamunde (70), enquanto Feirense e Famalicão têm agora 68.

Os transmontanos foram os pri-

meiros a jogar e ‘despacharam’ o Gil Vicente com ‘bis’ de Perdigão (57 e 69) e de Braga (80 e 90), o último de grande penalidade, em desafio no qual foram claramente superiores.

O Portimonense, que seguia a um ponto, esteve a perder 2-0 em casa do Atlético, mas Ricardo Pes-soa (79), de penálti, e Jadson (87) ainda resgataram o empate, um mal menor para os algarvios, em jogo com muitas oportunidades e emotivo.

O Feirense perdeu 2-0 em casa do comandante, o FC Porto B, com tentos de Diogo Verdasca (14) e

de Leonardo Ruiz (29), de gran-de penalidade, que garantiram aos ‘azuis e brancos’ a manutenção da liderança.

Em Matosinhos, o argentino Iván Pérez marcou os dois golos (10 e 63) com que o Freamunde se im-pôs ao Leixões, reforçando a ambi-ção de subida, enquanto ‘afundou’ os locais, que caíram para os luga-res de despromoção.

Com tentos de Leandro (20) e João Mendes (24), o Famalicão deu a volta ao golo inaugural de Leonel Alves (15), mas o Oriental ainda reagiu na segunda parte e empatou com golo de Rodolfo Simões (74): o

Famalicão, que não ganha há quatro jogos, desperdiçou duas grandes pe-nalidades no segundo tempo, com o guarda-redes Rafael Veloso a se-gurar os remates de Leandro e Ví-tor Lima.

Em duelos das equipas B, o Sporting, com dois golos de Ma-theus Pereira, venceu o Benfica, que desperdiçou uma grande pena-lidade, por 2-1, mantendo o eterno rival, reduzido a 10 por expulsão de Ruben Dias (63), em zona de des-promoção, enquanto, no Minho, o Vitória de Guimarães recuperou de 0-2 para se impor por 3-2 ao Spor-ting de Braga, com o ‘hat-trick’ de

Areias a permitir-lhe afastar-se dos lugares de descida.

D. CHAVES - GIL VICENTE, 4-0

FC PORTO B - FEIRENSE, 2-0

SPORTING B - BENFICA B, 2-1

V. GUIMARÃES B - SP. BRAGA B, 3-2

A. VISEU - D. AVES, 3-2

VARzIM - SP. COVILHÃ, 0-0

OLHANENSE - FARENSE, 1-0

LEIxõES - FREAMUNDE, 0-2

OLIVEIRENSE - MAFRA, 2-1

ATLÉTICO - PORTIMONENSE, 2-2

FAMALICÃO - ORIENTAL, 2-2

PENAFIEL - SANTA CLARA, 2-1

42ª JorNaDa

22 de abril de 2016p.34 DESPORTO

FUTEBOL

Fc pOrTO

Jonas, Adrien, João Mário, André André e Rafa candidatos a melhor do ano 2016

Pinto da Costa reeleito presidente do FC Porto

Jonas (Benfica), Adrien e João Mário (Sporting), André André (FC Porto) e Rafa (Sporting de Braga) são os candidatos a melhor fute-bolista do ano 2016 propostos pelo CNID - Associação dos Jor-nalistas de Desporto.

Em comunicado divulgado, o CNID revela os nomes dos can-didatos ao melhor futebolista do ano, revelação do ano e destaque

da II Liga.Nos nomeados para melhor fu-

tebolista, Jonas é líder destacado na lista de melhores marcadores do campeonato, com 30 golos, Adrien e João Mário têm estado em evidência no Sporting, segun-do classificado da I Liga a dois pontos do líder Benfica, numa lis-ta que integra ainda o portista An-dré André e o bracarense Rafa.

Quanto à revelação do ano, Danilo (FC Porto) e Renato San-ches (Benfica), ambos já com chamadas à seleção principal portuguesa de Fernando Santos, integram uma lista que fica com-pleta com Diogo Jota (Paços de Ferreira), já contratado pelo Atlé-tico de Madrid.

Formado nas camadas jovens do Gondomar, Diogo Jota desper-

tou em 2013 a atenção do Paços de Ferreira, onde fez o percur-so desde os juniores até à equi-pa principal, onde é agora titular indiscutível.

Gelson Martins (Sporting) e o guarda-redes Miguel Silva (Vi-tória de Guimarães).

Quanto aos destaques da II Liga, os nomeados são André Sil-va, que já alinhou na equipa prin-

cipal do FC Porto, Ewerton, ful-cral na carreira do Portimonense, em posição de subida, Francisco Geraldes (Sporting B), Pedrinho (Freamunde) e Platiny (Feirense).

A votação decorre até 29 de abril e os vencedores, que recebe-rão os seus prémios na Gala dos 50 Anos do CNID a 9 de maio, na Estufa Fria, serão anunciados no dia 2 do mesmo mês.

JONAS ADrIEN JOÃO MÁrIO rAFAANDrÉ ANDrÉ

Pinto da Costa foi eleito no pas-sado dia 17 para o seu 13º man-dato como presidente do FC Porto, com 79% dos votos expressos, ob-tendo o seu triunfo mais magro de sempre, num sufrágio a que con-correu sem oposição.

Aos 78 anos, Jorge Nuno Pin-to da Costa, que foi eleito pela pri-meira vez a 17 de abril de 1982, precisamente há 34 anos, é o mais antigo presidente de um clube do principal escalão do futebol portu-guês, e tem agora pela frente um mandato de quatro anos, conforme a alteração de estatutos aprovada na última Assembleia Geral do clu-be, em março de 2015.

Nas eleições para a Mesa da Assembleia Geral, Direção e Conse-lho Fiscal e Disciplinar registaram--se 21% de votos nulos, enquanto a lista para o Conselho Superior foi eleita com 74% dos votos, tendo--se registado 26% de votos nulos.

Votaram nestas eleições 2.403 sócios, o que representa um cresci-

mento de 91 por cento relativamen-te às eleições de maio de 2013.

“Compreendo que, havendo só uma lista, não há grande motivação para a participação, mas fico feliz por ver que o dobro das pessoas vo-taram e favoravelmente”, disse Pin-to da Costa, em declarações ao Por-to Canal.

Com uma lista de apenas seis vice-presidentes, a novidade é Emídio Gomes, presidente da Co-missão de Coordenação e Desen-volvimento Regional do Norte (CC-DRN), que já integrava o Conselho Consultivo do clube e a Comissão de Vencimentos da SAD, será res-ponsável pela ‘pasta’ do planea-mento de novos empreendimen-tos, numa lista de apenas seis ‘vices’, menos de um terço dos 14 anteriores.

Realce ainda para a exclusão de Reinaldo Teles, que esteve em pra-ticamente todas as direções enca-beçadas por Pinto da Costa, embo-ra o histórico dirigente mantenha o

cargo de administrador da socieda-de desportiva dos ‘azuis e brancos’.

Os restantes vice-presidentes, que transitam da anterior equi-pa diretiva, são Fernando Gomes (Setor financeiro), Adelino Caldei-ra (Setor jurídico), Antero Henrique (Futebol), Alípio Jorge (Casas, dele-gações e filiais) e Eduardo Valente (Património).

O conjunto de diretores a vo-tos é constituído por António Bor-ges (andebol), Vítor Hugo (basque-tebol), Eurico Pinto (hóquei em patins), Luís Fernandes (natação), Faria de Almeida (relações institu-cionais) e Rodrigo Barros (provedor dos sócios).

pinto da costa, que aos 78 anos é o mais antigo presidente de um clube do principal escalão do futebol português, foi eleito pela primeira vez a 14 de abril de 1982, precisamente há 34 anos, e tem agora pela frente um mandato de quatro anos

ELEIçõES 2013

1.258

99,13

11

ELEIçõES 2016

2.403

79

504

NúMErOS

VOTOS

%

NULOS

22 de abril de 2016

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Competições europeiasseleção portuguesa

Benfica e Sp. Braga caíram nos “quartos”Fábio Coentrão vai falhar Euro por lesão

O lateral esquerdo Fábio Coen-trão vai falhar a fase final do Euro-peu de futebol de 2016, devido a uma lesão na coxa direita, que o vai afastar dos relvados “entre três a seis meses”.

“Fábio Coentrão lesionou-se na coxa direita durante um treino na semana e deve ser operado na pró-xima semana. Uma intervenção ci-rúrgica está marcada para a pró-xima semana, na Finlândia, pelo médico Sakari Orava. A duração de paragem é estimada entre três e seis meses”, lê-se num comuni-cado divulgado pelo Mónaco, ter-ceiro classificado da Liga francesa.

O internacional luso conta cin-co golos nas 51 ocasiões em que alinhou pela equipa das ‘quinas’, tendo estado presente nas fases fi-nais dos Mundiais de 2010 e 2014 e do Europeu de 2012.

A fase final do Europeu de 2016 realiza-se em França, entre 10 de junho e 10 de julho.

Fábio Coentrão alinha no em-blema monegasco por emprésti-mo do Real Madrid, até ao final da presente temporada, e tem contra-to com os ‘merengues’ até junho de 2019.

O lateral esquerdo, de 28 anos, tinha regressado à competição em 1 de abril, na derrota frente ao Bor-déus (2-1), depois de ter sofrido uma fratura no pé esquerdo, em 6 de fevereiro, por ocasião do triunfo diante do Nice (1-0).

O Mónaco é comandado por Leonardo Jardim e, além de Coen-trão, conta ainda com os portugue-ses Ricardo Carvalho, João Mouti-nho, Ivan Cavaleiro, Bernardo Silva e Hélder Costa.

O Benfica, mesmo desfalcado, ainda sonhou com um inédito apu-ramento para as meias-finais da Liga dos Campeões, mas caiu na Luz, de ‘pé’, perante o poderoso Bayern Munique (2-2).

Um golo do mexicano Raúl Jiménez, aos 27 minutos, ainda empatou a eliminatória, levando à ‘loucura’ um estádio lotado, mas o golo do chileno Arturo Vidal, que já selara o resultado no Allianz Arena (1-0) foi um golpe impos-sível de curar.

Aos 52 minutos, Thomas Mül-ler acabou com as dúvidas, mas o Benfica, que se apresentou sem Jonas, Gaitán e Mitroglou e, en-tão, já estava em ‘poupanças’, foi capaz de empatar, num livre direto de Talisca, aos 68, após uma jo-

gada em que o árbitro deveria ter expulsado Javi Martínez.

Já sem Rui Vitória no banco, por contestar o amarelo ao espa-nhol, a equipa da Luz, ‘empurra-da’ pelo público, quase reentrou na eliminatória, num livre de Ta-lisca (85 minutos), e, na última jogada, Jovic também esteve per-to do 3-2.

Pela quarta vez, na ‘era Cham-pions’, o Benfica ficou-se, no en-tanto, pelos quartos de final, fase em que continua a não contar vi-tórias, o mesmo cenário que apre-senta nos embates frente aos cam-peões alemães.

Entretanto o sorteio das meias--finais já se realizou e ditou que Real Madrid, de Cristiano Ronal-do e Pepe, encontra o Manchester

City enquanto o Atlético de Ma-drid mede forças com o Bayern Munique, ‘carrasco’ do Benfica nos ‘quartos’.

Os encontros das meias-finais realizam-se a 26 e 27 de abril (pri-meira mão) e 3 e 4 de maio (se-gunda mão), enquanto a final está marcada para 28 de maio, no Es-tádio San Siro, em Milão.

liga europaO Sporting de Braga foi elimi-

nado nos quartos de final da Liga Europa de futebol, ao perder 4-0 com o Shakhtar Donetsk, depois de já ter perdido por 2-1 na pri-meira mão com os ucranianos.

A equipa bracarense tinha de vencer na Ucrânia e marcar pelo menos dois golos para evitar ser

eliminada, mas viu o seu desti-no traçado muito cedo, depois de Srna, aos 25 minutos, ter adianta-do os ucranianos, na conversão de uma grande penalidade, e Ricar-do Ferreira, com um golo na pró-pria baliza, ter ‘levado’ o Shakh-tar a vencer por 2-0 ao intervalo.

Kovalenko, aos 50, ampliou para 3-0 e Ricardo Ferreira, em noite infeliz, voltou a marcar na sua própria baliza, aos 74.

O sorteio para a Liga Europa ditou o confronto entre o Shakh-tar Donetsk (que eliminou o Sp. Braga) e o Sevilha. Já o Villarreal vai defrontar o Liverpool na outra meia-final.

A final vai ser disputada no Sankt-Jakob Park, em Basileia, a 18 de maio.

p.35DESPORTO

p.36 música

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2015 festival rebuliço

mais vendas de música em digital do que em suporte físico

arte urbana e música “invadem”aldeias de montemor-o-Velho

as receitas de vendas de mú-sica em digital superaram as ven-das em suporte físico no merca-do global, pela primeira vez, em 2015, segundo o relatório anual revelado pela Federação interna-cional de indústria Discográfica (iFpi).

De acordo com a Federação, “o mercado discográfico global atingiu um marco importante em 2015”, com o digital a tornar-se a principal fonte de receita (equi-valente a 45 por cento do merca-do), superando, pela primeira vez, as vendas da música nos formatos físicos (que representa uma quo-ta de 39 por cento do mercado).

No total, a venda de música registou globalmente, em 2015, cerca de 13 mil milhões de eu-ros de receita, representando um aumento de 3,2 por cento face a 2014.

É o maior aumento em duas

décadas, embora esta recupera-ção assente numa fraqueza, numa “distorção do mercado”, afirma a Federação internacional.

“a música está a ser consumi-da em níveis recordes, mas este aumento do consumo não significa uma remuneração justa e equiva-lente para os artistas e as editoras discográficas”, sublinha a organi-zação no relatório.

No entender da Federação, o aumento das receitas no suporte digital advém do aparecimento de vários serviços de transmissão de música pela internet por subscri-ção, ou seja, em ‘streaming’, pe-las vendas ‘online’ e pela massifi-cação do uso de telemóveis com aplicações e acesso à internet.

a nível nacional, onde os nú-meros ainda não estão atualiza-dos, a associação auDiOGEsT ti-nha revelado à Lusa, no início de janeiro, os dados provisórios sobre

o mercado discográfico nacional, que davam conta de um aumento de consumo de música em ‘strea-ming’, através de serviços como o spotify e o Google play music.

“são previsões que temos, tendo em conta os levantamentos mensais, de um valor aproxima-do de 5,9 milhões de euros re-ferentes a ‘streaming’, em 2015. Em 2014, o mercado registou 3,7 milhões de euros”, afirmou na al-tura o diretor-geral da associa-ção para a Gestão e Distribuição de Direitos (auDiOGEsT), miguel carretas.

O responsável disse que a es-cuta de música em ‘streaming’ “alavancou o mercado digital” em portugal e representou mais de trinta por cento do mercado total de música.

Em 2014, o mercado disco-gráfico português registou vendas de 17,6 milhões de euros.

O festival Rebuliço vai decorrer este ano pela primeira vez, entre 22 e 24 de julho, levando a aldeias de montemor-o-Velho, distrito de coimbra, arte urbana, música, ex-posições e performances.

O projeto nasceu na união de Freguesias de abrunheira, Verride e Vila Nova da barca e promete ativi-dades culturais “nas três localida-des e oito lugares” que compõem esta autarquia, querendo que as ar-tes se relacionem com o contexto rural de cada local, disse à agência Lusa o responsável do evento, Da-niel Nunes, secretário da união de Freguesias.

concertos de rua, intervenções em espaços devolutos e abandona-dos e a presença de nomes da arte urbana portuguesa que vão intervir nos locais com peças enquadradas no contexto da comunidade são al-gumas das propostas deste festival.

O Rebuliço conta já com a con-firmação da presença do estúdio de ‘lettering’ e design gráfico Halfstu-

dio, que vai intervir nas placas “tra-dicionais de boas vindas” de oito lu-gares da união de freguesias, bem como de add Fuel (Diogo macha-do), que trabalha a azulejaria e cerâ-mica tradicional, do coletivo urban sketchers, e da artista Joana Rocha.

No evento, vão também decor-rer vários concertos “de artistas lo-cais, como pequenas bandas e gru-pos”, “dois ou três artistas nacionais com algum relevo” e uma curado-ria do projeto a música portuguesa a Gostar Dela própria, que vai “tra-zer música de diferentes pontos do país” referiu Daniel Nunes.

para além de querer valorizar o património edificado desta união de freguesias, o Rebuliço vai ain-da promover subidas de barco do mondego, da Figueira da Foz até Verride, bem como intervenções de “contadores de histórias”.

O Rebuliço é financiado pela união de Freguesias, contando ain-da com o apoio logístico da câmara de montemor-o-Velho.

22 DE abRiL DE 2016

p.37AGRICULTURA E EXPORTAÇÃO

O grande uso do milho em grão é para alimentação animal. Cerca de 70% da produção mundial, no caso dos Estados Unidos represen-ta 50% e no Brasil entre 70 e 80% entra na cadeia produtiva de suí-nos e aves.

FICHA DE PRODUTO

MILHOGPP, MAFDR

22 DE ABRIL DE 2016

A quase totalidade das exportações anuais de milho, destinam-se a países da União Euro-peia, sendo residual (menos de 1%) a que sai para países terceiros

Existem cerca de 50 espécies com diferentes fenótipos quanto à cor, textura, tamanho e forma dos grãos, ricos em vitaminas A, C e E, em hidratos de carbono, minerais essen-ciais, com relativamente baixo teor de proteína (9% - 11%), ricos em fibra e principalmente em energia, pelo ami-do que contêm.

Além de apresentar baixo teor em proteína, a sua qualidade é inferior à dos outros cereais, já que a maior par-te é constituída pela zeína, proteína pobre nos aminoácidos lisina e tripto-fano que são aminoácidos essenciais.

IMPORtânCIA ECOnóMICAA grande importância económi-

ca do milho advém do facto de todas as partes da planta poderem ser usa-das para produtos alimentares, hu-manos e animais, e não alimentares (ex: biocombustíveis), bem como ma-téria-prima para outros produtos in-dustriais e até em produtos de alta

tecnologia. É o mais importante ce-real da África Sub-sahariana e o ali-mento básico para mais de 1 200 milhões de pessoas em África e Amé-rica Latina. Sendo uma das principais culturas produzidas no mundo, e por ser um alimento básico, tem também vindo a ser sujeita a um grande me-lhoramento genético com vista a au-mentos de produtividade, a resistên-cias agronómicas diversas (pragas, doenças, défice hídrico, etc.), bem como a uma biofortificação com vita-minas e minerais suplementares ne-cessários à melhor nutrição do orga-nismo humano consumidor.

O MILHO COMO CULtURA nACIOnALConsidera-se o milho em duas ver-tentes: milho para sementeira e ou-tro milho (diretamente para o consu-mo alimentar, para a agroindústria e para outra indústria - biocombustíveis e plásticos).

Portugal é um país grande impor-tador de milho com um grau de au-toaprovisionamento deficitário e com um valor médio na ordem dos 35%, em 2014.

A produção nacional tem, no en-tanto, vindo a crescer, tendo nos anos (2012-2014) sido produzida uma média anual de 892.000 toneladas

com um máximo de 930.000 tone-ladas em 2013, sendo 98% do mi-lho produzido em sistema de regadio.

A área destinada a regadio tem também vindo a crescer (2012-2014), tendo atingido 97.673 ha em 2014.

Neste ano, a área total aumen-tou para cerca de 107.642 ha. Na produção em sequeiro a área mante-ve-se sensivelmente constante, apro-ximadamente 10.000 ha, naquele período.

O consumo aparente anual médio de milho em Portugal (2011-2014) foi de cerca de 2.497.000 t com um pico de 2 546 000 t em 2013, su-bindo para 2.559.476 t em 2014.

AnáLIsE IntERnA DA CULtURA Pontos Fortes

- A elevada produtividade da cultura em algumas regiões do país associada ao regadio, como o Alqueva;

- A tecnologia de produção usa-da associada a técnicas culturais sofisticadas, como por exemplo a fertirrigação, podendo assim alar-gar-se a produção a solos de tex-tura mais arenosa ou marginais; - A investigação e a experimentação associadas ao desenvolvimento da cul-tura, com a possibilidade da oferta de variedades diversas quanto à precoci-dade, com influência na desconcentra-ção dos tempos de colheita.

- O balanço de aprovisionamento deficitário.

- A organização dos produtores na fileira.

- A aposta crescente no marketing e na promoção do milho nacional.

- O crescimento do consumo nacional.- A boa capacidade de resposta da

componente produção com orientação para as crescentes exigências de maior qualidade do mercado de consumo.

- Execelente qualidade alimentar e nutricional do milho produzido em Portugal

-Preocupação da indústria com o controlo de qualidade do produto.

- Certificação do produto disponibili-zado no mercado.

AnáLIsE IntERnA DA CULtURA Pontos FrACos

- Elevada utilização de fitofármacos e fertilizantes.

- Elevados custos de investimentos em infraestruturas, principalmente sis-temas de rega, energéticos, de seca-gem e de armazenamento.

- A existência de políticas agrícolas de apoio de mercado em países terceiros.

- Elevados custos da energia e da água para o produtor.

- O contínuo investimento em infraes-truturas coletivas necessárias para a produção.

- Novas origens de milho extracomu-nitário tendo em atenção o SPG, Sis-tema de Preferências Generalizadas da União Europeia.

- A proveniência de milho extracomu-nitário, tendo em conta o Sistema de Preferências Generalizadas (SPG)

- Necessidade de investimento con-tínuo em infraestruturas coletivas ne-cessárias à sua produção.

Portugal começa a exportar ovinos e bovinos para Israel

Produção de peixe e bivalves de aquacultura já vale 54 milhões

Portugal abriu mais um merca-do à exportação de ovinos e bovinos nacionais e, pela primeira vez, Is-rael vai ser o local de destino.

Estima-se que aquele país pas-se, então, a importar entre 40 a 50 mil ovinos por ano, de acordo com uma nota divulgada pelo Ministério da Agricultura.

“É mais um mercado à dispo-sição da produção nacional numa altura em que Portugal está a con-solidar o esforço de aumento das exportações para países terceiros”, afirma Luís Vieira, secretário de Es-tado da Agricultura e Alimentação.

Luís Vieira recorda, na nota enviada, que “decorrem negocia-ções com mais 23 países”, merca-dos cuja abertura não é fácil, mas que “representarão certamente ex-celentes oportunidades de negócios para diversos setores”.

No dia 13 de abril, pelas 8h30, foi efetuado um carregamento de 500 ovinos e 3500 bovinos para Israel.

O secretário de Estado da Agri-cultura e Alimentação acompanhou a operação de embarque dos ani-mais no Terminal Tersado, no por-to de Setúbal.

A produção de peixe e bivalves de aquacultura já vale 54 milhões de euros, em Portugal. A maior par-te é para exportação.

É um mercado “com grande po-tencial”, garante Fernando Gonçal-ves, secretário-geral da Associação Portuguesa de Aquacultores. E po-dia crescer muito mais se fossem aproveitados os seis mil hectares de salinas abandonadas.

Ultrapassando todos os obstá-culos, entre 2007 e 2014, contabi-lizaram-se, no âmbito do ‘Programa Operacional de Pesca’, 48 novos in-vestimentos na aquacultura, num

total de dez milhões de euros. A produção de peixe em águas

salobras e marinhas é a mais im-portante, pesando 41,9% na pro-dução de aquacultura.

A esmagadora maioria (85%) da dourada e do pregado, por exemplo, são para exportar.

As amêijoas são a espécie mais relevante, mas os moluscos bival-ves e as ostras são também uma atividade economicamente interes-sante. Produzem-se dezenas de to-neladas de ostras destinadas à ex-portação, sobretudo para França.

Já a produção de mexilhões

quase duplicou desde 2012, so-mando 1547 toneladas.

A aquacultura está a crescer ao ritmo de 6,2% ao ano, totalizan-do já mais de 66,6 milhões de to-neladas, segundo os últimos dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação.

A título de curiosidade, cada português consome, em média, 55 quilos de peixe por ano, um valor significativo, tendo em conta que a média mundial é de 19,2 quilos. Portugal está, na lista, atrás da Is-lândia (91 quilos) e do Japão (66 quilos).

CARnE PEsCADO

AÇORES NO SISAB PORTUGALp.38 22 dE ABRIL dE 2016

AÇORES PROMOVE O QUE MELHOR PRODUZ JUNTO DOS IMPORTADORES INTERNACIONAIS NO SISAB PORTUGAL

Açores mostra o que de melhor produz no setor agroalimentar e bebidas...O mega stand de diversos agentes económi-cos e produtores em representação das dife-rentes ilhas da região autónoma dos Açores, no SISAB PORTUGAL; é desde há várias edições, uma oportunidade que o Governo Regional através da sua Secretaria Regional encontrou de dar a conhecer aos milhares de participantes internacionais presentes os pro-dutos regionais que são produzidos nas di-versas ilhas do arquipélago. Registamos em imagens a visita que Sérgio Ávila fez a cada um dos presentes....

EMPRESAS AGROALIMENTARES PRESENTESAZORES GOURMETCASERMELCOOP. CELEIRO dA TERRACOOP.VITIVI.ILHA dO PICOCURRAL dE ATLANTISGARCEZ & SANTOSINSULACLACTACORESLICORES EdUARdO FERREIRALIMA & QUENTALLOTACOR,S.A.PAUFERRPLANTACOES CHA GORREANAPROMINERALPRONICOLQUEIJARIA dO PICOQUEIJO VAQUINHAQUINTA dOS ACORESQUINTAL dOS AÇORESSALSICHARIA IdEAL MJCM,LdASALSICOR - SALSICHARIA ACORESSANTA CATARINASdEASICOSTASOCIEdAdE CORRETORASOTERLAC

Açores, nove ilhas no Atlântico são sinónimo de paisagens deslumbrantes, tranquilidade, beleza natu-ral, turismo da natureza e produtos regionais de alta qualidade, que tem o seu lugar nos exigentes merca-dos internacionais e para um segmento bem definido de consumidores!

desde o leite, o vinho, águas minerais e de mesa, as conservas, as compotas, o mel, os enchidos, os licores, o chá - vários são os produ-tores, cujo convite é de com-petência da respetiva secreta-ria do governo Regional, que marcam presença, desde há várias edições, num stand bem decorado e onde cada um no seu espaço, promove

o que produz essencialmente. Muitos são os negócios

que se concretizam e reali-zam no SISAB PORTUGAL, que decorreu em Lisboa, nesta 21 ª edição e que este jornal foi um dos elos funda-dores. Registe-se a presença de Sérgio Ávila, açoriano na-tural de Angra do Heroísmo, e Vice-Presidente do Gover-no Regional dos Açores e em que a Vice-Presidência des-te departamento do Gover-no, exerce as competências entre outras nas áreas do Co-mércio e indústria; Fomento da competitividade e da ino-vação empresarial e Fomen-to das exportações, que vi-sitou e colheu o feedback de todos os agentes económicos presentes...

Sérgio Ávila Vice-presidente do governo regional dos Açores com CEO do SISAB PORTUGAL e Administrador do Mundo Português - Carlos Morais

p.39EXPORTAÇÃO22 dE ABRIL dE 2016

Mendes Gonçalves e Angoalissar inauguram fábrica em Angola

A empresa familiar portuguesa Mendes Gonçalves estabeleceu uma parceria com a em-presa angolana de distribuição alimentar Angoalissar, no âmbito da sua estratégia de inter-nacionalização, para a construção e operação de uma fábrica de vinagres e temperos.

A nova fábrica, localizada em Viana, nos arredores de Luanda, emprega atualmente mais de 25 trabalhadores e, numa primeira fase, a aposta será feita nos vinagres.

“Esta é uma aposta no potencial angolano. Sabemos que o fazemos em contraciclo, dada a situação atual de Angola, mas está em linha com o facto de prepararmos o futuro a médio--longo prazo”, afirma Carlos Gonçalves, administrador da empresa.

CARM Reserva 2014 Branco distinguido internacionalmente

O CARM Reserva 2014 Branco foi distinguido na 3ª edição dos “50 Grandes Vinhos de Portugal” de 2016, na seleção feita pelos ‘master sommeliers’ dennis Kelly, Peter Granoff e Madeleine Triffon, que qualificam os vinhos que melhor se adequam ao mercado americano.

“O reconhecimento da qualidade dos nossos vinhos por parte de ‘master sommeliers’ deste nível reforça a notoriedade da nossa marca junto dos consumidores e líderes de opi-nião norte-americanos. É um mercado significativo nas exportações da CARM e acreditamos que este tipo de classificações funcionam para dinamizar as vendas”, refere Filipe Roboredo Madeira, administrador da marca.

SISAB PORTUGAL é o caminho para a exportação

Visionário, pioneiro e único. São as três palavras que melhor caracterizam a maior plataforma do mundo de negócios na fileira agroalimentar. Os expositores de produtos portugue-ses, que estiveram presentes na 21ª edição, confirmam.

TransporTes paulo duarTe e abrunhoesTeGUSTAVO PAULO dUARTE

“São feiras como esta que abrem os horizontes”

É a primeira vez que vêm ao sIsab ou já frequentaram outras edições?

A Abrunhoeste tem marcado presença nas últimas edições. A Transportes Paulo duarte é o primeiro ano que está presente.

Qual é o motivo que vos traz cá?O SISAB prima por ser uma feira diferen-

te. Nós entendemos que, às vezes, a quanti-dade não é aquilo que interessa. O SISAB tem demonstrado, nos últimos anos, que a quali-dade dos clientes e dos compradores

ConGelados MoreIraOSVALdO MOREIRA

“É um ponto de referência para exportadores e importadores a nível mundial”

Já exportam os vossos produtos há mui-to tempo? Qual é o peso da exportação para a vossa empresa?

Estamos presentes, neste momento, em 26 países, nos quatro cantos do mundo, des-de os PALOP, aos Estados Unidos, Canadá, África do Sul, Timor, toda a Europa e algum Médio Oriente.

há quanto tempo vêm ao sIsab?

na exporTação...

presentes nesta feira são o fator diferencial entre esta e as outras feiras. O Carlos Morais tem sido o grande impulsionador desta feira e acho que todos os que aqui estão reconhecem que isto é um verdadeiro investimento nas empresas.

Qual é a importância que o sIsab tem para o seu negócio e para o crescimento das exportações?

São feiras como esta que abrem um bocadinho os horizontes. Conseguimos trazer real-mente aqueles que querem comprar e valorizar o produto português. É isto que esta feira tem de bom: só cá está produto português.

Somos um dos iniciadores deste grande projeto que é o SISAB – estamos cá quase des-de a primeira edição.

Qual é a importância do sIsab para a vossa empresa e para o país?É um ponto de referência para os exportadores e para os importadores a nível mundial,

indubitavelmente.

Espumante da Cave Central da Bairrada premiado em França

O Espumante M&M Gold Edition Branco Bruto, produzido pela Cave Central da Bair-rada, arrecadou a medalha de ouro no ‘Chal-lenge International du Vin’.

A cada primavera, mais de cinco mil vi-nhos de 38 países são degustados, ao lon-go de dois dias, em Bordéus (França), por cerca de 700 especialistas.

O ‘Challenge International du Vin’ é a mais antiga e maior competição internacio-nal de vinho realizada naquele país.

22 de abril de 2016p.40 eMPreSaS

Pub

EntrEvista com BrucE Dawson, PrEsiDEntE Do GruPo GarLanD

“É pela qualidade daquilo que fazemos que vamos desenvolver esta organização no futuro...”O Grupo Garland é líder em logística, Transportes e agenciamento de Navios em Portugal, espanha e Marrocos. Com uma presença de 240 anos no mercado é das empresas portuguesas mais antigas em atividade. ao longo de mais de dois séculos de história desenvolveu várias linhas estratégicas de negócios que hoje estão agrupadas em três áreas: navegação, transpor-tes e logística. a partir de 5 escritórios em Portugal, 2 em espanha e 1 em Marrocos, a Garland disponibiliza soluções glo-bais e integradas para a gestão de todas as necessidades da cadeia de abastecimento dos seus clientes.

conte-nos a história da Garland.a Garland foi fundada em 1776. Somos a quinta empresa mais an-tiga em Portugal. em 1775, Thomas Garland, um comerciante de bacalhau entre a Terra Nova e a inglaterra, foi apa-nhado numa tempestade, tendo o barco sido arrastado para o rio Tejo. Para não perder a mercadoria, Tho-mas Garland vendeu, com sucesso, toda a carga, pelo que, no ano se-guinte, pediu ao filho, Joseph, que abrisse em Portugal uma empresa. assim nasceu a Garland, cujo pri-meiro negócio foi a comercializa-ção de bacalhau. em 1819, Thomas Garland fez so-ciedade com o senhor laidley e a empresa passou a ter a designação de Garland laidley. a família Gar-land liderou a organização ao lon-go de cinco gerações. em 1855, aconteceu a primei-ra grande alteração estratégica no objeto da empresa com o apareci-mento de um novo negócio. Na al-tura, todos os armadores de nave-gação de liverpool, o grande centro de navegação nesses tempos, tor-naram, através de um documento único de uma página, assinado por todos, a Garland seu representan-te exclusivo.O meu bisavô chegou a lisboa em

1866. Com 16 anos, embarcou clandestino num navio que saía de inglaterra e o primeiro porto em que atracou foi o de lisboa. enquan-to procurava trabalho, deparou-se com uma empresa com nome in-glês – Garland laidley – e decidiu pedir aí emprego. O senhor Garland contratou-o para que todos os dias lhe fizesse o chá. Passados dois ou três dias, abriu o jornal e nele vi-nha o anúncio do desaparecimen-to do meu bisavô. ao ver a sua fo-tografia, o senhor Garland pensou: “Oh, este é o meu office boy!”. Cha-mou-o e disse: “Não podemos en-cobrir situações como esta. Vais voltar para inglaterra e terminar os teus estudos. de qualquer modo, vou escrever ao teu pai para que possas regressar quando finaliza-res a escola.” Passado um ano, o meu bisavô pôde regressar e nun-ca mais deixou a empresa. Julgo que, de certa maneira, foi adotado pelo senhor Garland. este, apesar de ter tido um ou dois filhos, não encontrou sucessão na sua própria família e convidou o meu bisavô para ser o diretor da empresa. Mais tarde, o meu bisavô tornou-se só-cio do genro do senhor Garland, si-tuação que se manteve até 1946. Quando este último faleceu, a em-presa passou a ser gerida pela mi-

nha família, que continuou, assim, a sua expansão ao longo de cinco gerações.

(...) evoluímos para o gru-po que somos hoje baseados em três pilares essenciais: na-vegação, transportes e logísti-ca de armazenagem e distri-buição. São estas áreas que hoje constituem o core busi-ness do Grupo e é neles e no seu crescimento que estamos focados (...)

as áreas de navegação e transitá-ria desenvolveram-se ainda antes da ii Guerra Mundial, tendo bene-ficiado do facto de Portugal ser um país neutro no conflito, bem como espanha e Suíça. Formou-se então um corredor para a circulação de mercadorias. dedicámo-nos também à área da segurança, comercializando desde cofres a portas fortes, passando por alarmes contra roubos ou equi-pamentos de proteção a incêndios. em 1964, a Garland entrou tam-bém no negócio dos pneus, ao qual nos dedicámos até recentemente. No ano passado, decidimos dedi-car-nos ao nosso core business e, através de uma parceria, o Grupo alves bandeira integrou a Garland

Pneus, ao passo que nós assumi-mos a logística desta área na ab Tyres. Nos anos 90, foi quando a Garland iniciou a sua atividade na área da logística, a qual tem vindo a cres-cer a bom ritmo. evoluímos para o grupo que somos hoje baseados em três pilares essenciais: nave-gação, transportes e logística de armazenagem e distribuição. São estas áreas que hoje constituem o core business do Grupo e é neles e no seu crescimento que estamos focados.

Estão também presentes em Espa-nha e marrocos?Sim. a Garland é um grupo portu-guês e acreditamos muito no ne-gócio que desenvolvemos no nosso país. É aqui que estão os maiores investimentos do Grupo. Mas esta-mos obviamente atentos a oportu-nidades de negócios internacionais e foi assim que nos implantámos em Espanha, especificamente em barcelona e Valência, onde a Gar-land desenvolve a sua atividade de navegação e, mais recentemente, a área transitária. Foi também através de uma opor-tunidade de joint-venture que ar-rancámos com a nossa implemen-tação em Marrocos numa empresa que atualmente é detida a 100% pelo Grupo, tendo passado a ser designada Garland Maroc. Faze-mos prospeção em outros merca-dos, mas temos uma postura con-servadora. Não arriscamos muito. Já fiz viagens a África para estu-dar novas possibilidades de negó-cios internacionais, mas depois de uma análise muito completa, de-cidimos não investir em mercados que se encontrem muito longe da nossa base, que é Europeia. As fi-liais em espanha e Marrocos fo-ram, no entanto, passos interes-santes e estamos sempre atentos a outras possibilidades.

tem havido um aumento das ex-portações. isto tem sido positivo para a Garland?

Na Garland temos beneficiado dos aumentos da exportação, sobretu-do para fora da europa. esse de-senvolvimento sente-se em três setores da nossa atividade. Na na-vegação, representamos armado-res que viajam para quase todo o mundo e, na área transitária, cobri-mos o mundo todo, pelo que che-gamos por mar a qualquer parte. O transporte aéreo de mercadorias também tem crescido e, por esta via, dispomos de soluções rápidas para todo o mundo. O transporte terrestre de mercadorias cresce a bom ritmo, sobretudo para cargas urgentes, com transportes por ca-mião para toda a europa, incluindo o reino unido e a europa de leste. atualmente, temos soluções para todo o tipo de cargas de e para todo o mundo. Sim, porque este é um negócio em dois sentidos.

(...) a Garland é um grupo português e acreditamos mui-to no negócio que desenvolve-mos no nosso país. É aqui que estão os maiores investimen-tos do Grupo. Mas estamos obviamente atentos a opor-tunidades de negócios inter-nacionais e foi assim que nos implantámos em espanha, es-pecificamente em Barcelona e Valência, onde a Garland de-senvolve a sua atividade de na-vegação e, mais recentemen-te, a área transitária (...)

a multiplicidade de serviços é um fator de diferenciação da Garland em relação a outras empresas?O grande fator de diferenciação da Garland é sermos uma empresa global, mas, que, ao mesmo tem-po, oferece uma diversidade de so-luções integradas, que nos permite costumizar o serviço às necessida-des específicas de cada cliente. Te-mos a dimensão de uma empresa grande, o que nos permite servir o cliente porta-a-porta de e para todo o mundo, e a flexibilidade de uma pequena organização, o que se ve-rifica, por exemplo, nos serviços de

p.4122 de abril de 2016 eMPreSaS

Bruce Dawson nas instalações do Grupo Garland na Abóbada, na região de Lisboa

valor acrescentado, como picking e etiquetagem, que oferecemos ao nível da logística. Neste momento, a Garland disponibiliza mais de 65 mil metros quadrados de área co-berta de armazenagem em Portu-gal, o que nos confere uma gran-de capacidade logística de norte a sul do país.

(...) Na Garland temos be-neficiado dos aumentos da ex-portação, sobretudo para fora da europa. esse desenvolvi-mento sente-se em três setores da nossa atividade. Na nave-gação, representamos arma-dores que viajam para quase todo o mundo e, na área transi-tária, cobrimos o mundo todo, pelo que chegamos por mar a qualquer parte. O transpor-te aéreo de mercadorias tam-bém tem crescido e, por esta via, dispomos de soluções rá-pidas para todo o mundo (...)

Qual é a sua opinião acerca dos planos para o desenvolvimento da ferrovia em Portugal?O desenvolvimento da ferrovia em Portugal é fulcral para podermos aumentar a capacidade de distri-buição entre os portos nacionais. Contudo, Portugal tem falhado nesse propósito. Senão vejamos: construímos o Porto de Sines, que é excelente e que, a meu ver, até deveria ter sido desenvolvido mais cedo, sem antecipar vias de comu-nicação de qualidade para o ser-virem. Falo do exemplo de Sines, mas podemos estendê-lo ao que aconteceu com os outros grandes portos em Portugal. Julgo que gas-támos demasiado tempo a pensar em TGV’s, quando nos devíamos ter concentrado em discutir vias de comunicação eficazes para o transporte de mercadorias, já que é com comércio que desenvolve-mos um país. as redes de comunicação têm vin-

do a melhorar; hoje, temos um mapa de autoestradas muito bom e, de camião, conseguimos chegar a toda a europa, fazendo pratica-

mente todos os percursos por au-toestrada, mas estamos atrasados. Temos de demonstrar outra vez ao mundo que temos uma oferta em Portugal que é igual à de espanha, mas temos de conquistar o que já perdemos. Temos de nos lembrar que a nossa posição geográfica é muito boa, que temos uma costa magnífica e fazer disso uma van-tagem estratégica.

Como é que vê o futuro do Grupo?O Grupo ultrapassou 240 anos, adaptando-se sempre à conjuntu-ra. À medida das nossas capaci-dades e possibilidades, temos in-vestido muito. até porque, como a família envolvida na administração da Garland é pequena, muito facil-mente chegamos a acordo sobre o destino a dar aos lucros e temos reinvestido quase tudo. Temos, por isso, uma posição financeira mui-to forte. Só nos últimos anos, in-vestimos 13 milhões de euros em imobiliário e em sistemas informá-ticos de suporte ao nosso negó-cio. Olhando para o futuro, acre-dito que o nosso desenvolvimento passe muito pelo investimento em sistemas de comunicação e de in-formática. O mundo está a mudar, há uma cada vez maior evolução ligada ao mundo das comunica-ções e dos equipamentos eletróni-cos e a Garland quer acompanhar essa tendência. Temos de estar à frente para continuarmos a dife-renciar-nos pelo acompanhamen-to que damos aos nossos clien-tes. Hoje em dia, por exemplo, na nossa sede na abóboda, temos já três salas equipadas com equipa-mento de videoconferência e esta-mos permanentemente online com os escritórios no Porto, em avei-ro, na Marinha Grande, espanha, barcelona, Valência e Marrocos. Tomamos já decisões ao momento

e entendo que este tipo de inves-timento é muitíssimo importante, assim como aquele que fazemos nas pessoas que trabalham con-nosco. a formação é constante e contínua em todos os setores da empresa. No fundo, e resumindo, é pela qualidade daquilo que faze-mos que vamos desenvolver esta organização no futuro.

(...) O grande fator de dife-renciação da Garland é sermos uma empresa global, mas, que, ao mesmo tempo, ofere-ce uma diversidade de solu-ções integradas, que nos per-mite costumizar o serviço às necessidades específicas de cada cliente. Temos a dimen-são de uma empresa grande, o que nos permite servir o clien-te porta-a-porta de e para todo o mundo, e a flexibilidade de uma pequena organização, o que se verifica, por exemplo, nos serviços de valor acrescen-tado, como picking e etiqueta-gem, que oferecemos ao nível da logística (...)

Qual é a sua opinião sobre o SISAB PORTUGAL?Trata-se de um certame importan-te que reúne muitos exportadores e produtos nacionais e é pelo re-conhecimento dessa realidade que participámos na feira em três anos consecutivos. Optámos por não o fazer na edição de 2016, mas de-vemos retomar a nossa participa-ção já no próximo ano. Numa feira deste tipo, o gran-de desafio para a organização é conseguir angariar visitantes es-trangeiros com intenções de fa-zer negócios e, pelo que tenho ve-rificado, isso acontece. Acho que é uma iniciativa extraordinária e deve continuar.

p.42 22 de abril de 2016BOA MESA

Culinária PORQUE SABE SEmPRE BEm...

Sumo de Manga-LaranjaIngREdIEntES1 manga;1 laranja; 1 lima; 40g de açúcar amarelo; 500 ml de água

PREPARAÇÃODescasque e retire o caroço à manga e corte-a aos pedaços. Coloque-a no copo. Adicione a laranja e a lima (sem cascas e sem caroços), o açúcar e a água.Coloque tudo no liquidificador. Sirva com algumas pedras de gelo.

cARnE

Bife Stogonoff

IngREdIEntESSal q.b.Pimenta q.b.1 dente de alhoSalsa q.b.Azeite600 g de escalopes de carne de vaca2 cebolas médias cortadas em

rodelas finasColorau100 g de cogumelos, em lâminas finas2 colheres de sopa de brandy2 dl de caldo de galinha2dl de natas50 g de pepinos de conserva, cortados à juliana

PEIxE

Bacalhau com BroaIngREdIEntES 4 postas de bacalhau demolhado500 gr de broa de milhoDentes de alho q.b.Coentros q.b.AzeiteSal q.bCebola

PREPARAÇÃOLeve ao lume uma panela com

água e ferver e junte o bacalhau. Deixe a cozer em lume brando.

Leve outra panela ao lume com azeite e cebola cortada às rodelas.

Deixe também em lume brando.

Aguarde 15 minutos até que ambos fiquem cozidos. Ligue o forno a 180ºC.

Passe o bacalhau escorrido para a panela da cebola.

Deixe alourar. Retire o miolo da broa, cor-

te em pequenos cubos e esfarele para uma taça. Adicione o alho e o azeite.

Misture tudo com as mãos até

PREPARAÇÃO Aqueça o azeite numa frigi-

deira. Junte a carne cortada em tiras e core-a. Tempere com sal e pimenta.

Para o molho, numa panela com azeite, junte alho picado e cebola cortada em meias luas fi-nas. Junte os cogumelos e tem-pere com sal e pimenta. Adicio-

ne o brandy, o caldo de galinha e as natas. Deixe cozinhar cerca de 30 minutos, até o molho estar bem grosso.

Junte colorau e mexa bem. Adicione a carne salteada e envol-va tudo. Sirva com arroz branco e decore com pepinos de conserva e salsa picada.

formar uma pasta. Entretanto pode desligar o

bacalhau. Num pirex coloque o baca-

lhau e verta o resto do prepara-do. Por cima, coloque a pasta de broa, aconchegando e pres-sionando um pouco, para formar uma crosta.

Leve ao forno durante 20

minutos.Decore com um molho de

coentros e sirva.Aproveite cada momento des-

ta refeição e saborei este Baca-lhau com Broa que o Mundo Por-tuguês preparou especialmente para si.

Vai surpreender-se com esta receita.

SOBREmESA

Tarte de Amêndoa CaramelizadaIngREdIEntESPara a Base:150 g de manteiga com sal 175 g de açúcar175 g de farinha de trigo sem fermento1 colher de chá de fermento em pó2 ovos4 colheres de sopa de leitePara a Cobertura:125 g de açúcar125 g de manteiga com sal4 colheres de sopa de leite150 g de miolo de amêndoa palitada1 tarteira com fundo amovível

PREPARAÇÃOComece por fazer a base.

Numa tigela, coloque a mantei-ga cortada em pedaços e o açúcar.

Bata até que fique um creme.

Enquanto bate, junte ao cre-me, um a um os ovos partidos.

Bata até que fique um creme homogéneo.

Depois do creme batido, jun-te o fermento e 1/3 da farinha pe-neirada. Envolva tudo com uma colher e vá juntando a restante farinha.

Na última adição de farinha, junte o leite.

Misture muito bem até que fi-que uma massa homogénea.

Espalhe o preparado no fundo da tarteira.

Leve ao forno pré-aquecido nos 170ºC e deixe cozer entre 12 a 15 minutos.

Entretanto, prepare rapida-mente a cobertura.

Num tacho leve ao lume a manteiga, o açúcar, a amêndoa e o leite.

Mexa e deixe derreter a manteiga.

Depois da manteiga derretida, deixe ferver em lume médio duran-te 3 minutos.

Passados os 3 minutos, retire.Entretanto e passados os 12

minutos da tarte no forno, retire-a e cubra-a rapidamente com o pre-parado de amêndoa para que este não arrefeça e solidifique.

Não é necessário espalhar com muito rigor a amêndoa, pois no for-no, o açúcar irá derreter e espa-lhar-se-á uniformemente.

Coloque novamente a tarte no forno e aumente a temperatura para os 190ºC.

Deixe alourar cerca de 7 minu-tos até que a amêndoa fique tos-tada a gosto.

Depois da tarte loirinha, retire--a e deixe arrefecer.

Depois de fria, passe com uma faca à volta da tarte e desenforme-a.

No fim, corte a Tarte de Amên-doa em várias fatias e sirva.

Prometemos surpreendê-lo

com esta nova receita que irá con-quistar o seu paladar e surpreen-dê-lo com inumeras sensações.

p.43SAÚDE22 DE Abril DE 2016

análise ao leite materno ajuda na prevenção da doença

Prevenir a mastite infecciosaSegundo um estudo do grupo de investigação da Universidade Complutense de Madrid, a análise microbio-lógica do leite materno permite melhorar o tratamento da mastite infeciosa – uma infeção que surge na mama que, por vezes, se pode transformar numa infeção bacteriana.

PUb

O grupo de investigação do Departa-mento de Nutrição, Dietética e Tecnolo-gia dos Alimentos da Universidade Com-plutense de Madrid, liderado pelo médico Juan Miguel rodríguez, marcou presença no Xi Simpósio internacional de Aleitamen-to Materno, que decorreu em berlim, nos passados dias 15 e 16 de abril, onde esti-veram reunidos profissionais relacionados com o aleitamento materno.

A análise microbiológica do leite materno permite melhorar o tratamento da mastite infeciosa.

Durante os dois dias do seminário, promovido pela Medela, empresa que se dedica ao desenvolvimento e fabrico de produtos para o aleitamento, foram de-senvolvidos e apresentados vários estudos na área da maternidade e do aleitamen-to materno.

Segundo um estudo do grupo de inves-tigação da Universidade Complutense de Madrid, a análise microbiológica do leite materno permite melhorar o tratamento da mastite infeciosa – uma infeção que surge na mama que, por vezes, se pode transfor-mar numa infeção bacteriana.

Uma em cada dez mães lactantes pode sofrer de mastite, mesmo que a preva-lência possa aumentar até 33%, segun-do as estimativas presentes em diferen-tes estudos.

Em 95% dos casos aparece nas primei-ras 12 semanas após o parto, se bem que a sua incidência é mais frequente na se-gunda e terceira semana.

A sintomatologia associada a uma mas-tite infeciosa corresponde a dor intensa na zona do peito, sinais inflamatórios, como enrijecimento ou inchaço, e sintomas si-milares aos de uma gripe, que incluem: febre, calafrios, mal-estar geral, cefaleias, náuseas e, inclusive, vómitos.

A realização de uma colheita e um an-tibiograma ao leite materno facilitaria um diagnóstico certeiro das mastites infecio-sas e a aplicação de um tratamento mais racional e eficaz.

Em Portugal, somente 50% das mães optam pelo aleita-mento exclusivo durante os pri-meiros três meses.

O antibiograma é uma simples prova microbiológica que determina a sensibili-dade ou a resistência de uma bactéria a um grupo de antibióticos, evitando os ha-bituais casos de polimedicação das mães lactantes e o abandono prematuro do alei-tamento materno.

Em Portugal, somente 50% das mães optam pelo aleitamento exclusivo duran-te os primeiros três meses. Entre as prin-cipais causas para o abandono figuram as dificuldades para o compatibilizar com o trabalho e, do ponto de vista médico, a mastite, que são o principal motivo para um desmame precoce e desnecessário.

Nestes casos, as mulheres enfrentam

um difícil dilema: continuar a amamentar o seu filho, aguentando a dor, ou abando-nar o aleitamento, o que, em muitos casos, pode ser motivo de frustração.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno exclusivo durante seis meses, a introdu-ção a partir de então de alimentos apro-priados para a idade e seguros e a manu-tenção do aleitamento materno até aos 2 anos ou mais.

Os principais grupos bacterianos res-ponsáveis pela mastite infeciosa são dois: estafilococos e estreptococos, se bem que os primeiros estão implicados em mais de 75% dos casos, segundo as conclusões a que chegou a equipa do médico rodríguez, depois de analisar o leite de mais de 4 mil

mães lactantes com sintomas de mastite. Mais concretamente, a espécie bacte-

riana denominada Staphylococcus aureus está associada às mastites agudas, que são as que apresentam uma sintomatolo-gia mais evidente, enquanto outras espé-cies, como Staphylococcus epidermidis, se vinculam ao resto dos casos: infeções su-bagudas, crónicas e/ou recorrentes.

Uma em cada dez mães lac-tantes pode sofrer de mastite.

O uso pouco racional de antibióticos não eficazes para o tratamento da mastite pode derivar numa infeção crónica ou re-corrente e pode, inclusive, provocar uma candidíase vaginal.

sintomas

- Dor intensa na zona do peito- Enrijecimento da mama- Cansaço- Febre- Calafrios- Mal estar geral- Cefaleias- Náuseas- Vómitos

p.44 HORÓSCOPO 22 de abRil de 2016

SIGNO DA ÉPOCAtOURO

21 abr. a 21 mai.

Os nativos de Touro têm muita energia e em geral dedicam-se muito ao trabalho e à concretização de ideias porque, além de verem no trabalho uma ótima forma de aumentar o rendimento, são muito persistentes e conseguem levar a cabo tarefas difíceis ou demoradas, sem fraquejar. Normalmente têm bom senso estético e gosto a nível artístico. Como todos os signos dominados pelo elemento Terra, são práticos, usando a razão para direcionar-se no mundo. Neste caso, a razão muitas vezes visa o acúmulo de bens materiais o que em casos extremos se pode tornar em materialismo e prejudicar a pessoa. Mesmo quando esse aspeto não chega a este ponto, muitas pessoas que não os conheçam bem po-derão considerá-los ostensivos ou convencidos, devido à acentuada importância que dão ao estatuto social. São muito cautelosos mas quando decidem algo já não voltam atrás.

CARNEIRO tOURO GÉmEOS21 mar. a 20 abr. 21 abr. a 21 mai. 22 mai. a 21 jun.

Se as suas relações com a fis-calidade e com a lei não são as melhores, cuidado, pois poderá estar a atravessar um período de dificuldades nessas áreas. Evite todos os conflitos legais, caso contrário poderá ir parar ao tribunal.

durante este período a sua ca-pacidade de comunicação e de raciocínio estarão muito acen-tuadas, sendo, portanto, uma excelente altura para convencer as outras pessoas a apoiarem os seus projetos e ideias. Tenha cuidado para não cair no erro.

Marte dá-lhe neste momen-to vontade de conquistar mas também, poderá dar origem a desavenças que põem em cau-sa a sua relação afetiva. Podem surgir situações de tensão nas suas relações de trabalho, asso-ciativas ou de negócio.

Paulo Rocha(27.05.1977)

Victória Guerra

(16.04.1989)

Liliana Campos (27.04.1971) CARANGUEjO LEÃO

21 jun. a 23 jul. 24 jul. a 23 ago.VIRGEm24 ago. a 23 set.

este é um tempo de convívio, procure os seus amigos e não fique só, partilhe a sua vida com os outros mesmo que es-tes tenham ideais diferentes dos seus. exponha os problemas e verá que no debate de ideias, poderá encontrar as respostas.

Chegou a altura de retribuir aos outros todo o amor, afeto e apoio que lhe têm dado nos últimos tempos. Mas, lá porque lhes está a dar o seu amor, não pode exigir tê-los só para si, de-vendo tentar dominar essa ten-dência para o ciúme.

Nesta fase sente-se voltado para o lado grande da vida. Poderá passar a perceber o sig-nificado de determinadas expe-riências do passado que não lhe suscitaram a devida atenção. É uma boa altura para aprofundar os seus conhecimentos.

Francisco mendes (01.08.1973)

tiago Bettencourt(16.09.1979)

Luís jardim (04.07.1950)

BALANçA ESCORPIÃO SAGItáRIO24 set. a 23 out. 24 out. a 22 nov. 23 nov. a 21 dez.

devido ao facto de a sua ener-gia mental estar elevada, este é um bom momento para desen-volver trabalhos intelectuais. Comunicará o que pensa de maneira frontal, determinada, argumentando de forma con-vincente.

ao longo deste período as suas relações com os outros tornar--se-ão mais claras, transparen-tes e harmoniosas, beneficiando de uma maior compreensão por parte dos familiares, amigos ou colegas de trabalho. a sua ima-gem sairá reforçada.

Neste período deverá sentir-se perfeitamente consciente de si próprio e do lugar que ocupa no meio em que se relaciona. Não quer dizer que seja prepotente, mas ao mínimo indício de que o seu domínio possa ser posto em causa partirá para a luta.

Cristina Homem de mello (25.09.1965)

Isaac Alfaiate (11.12.1988) CAPRICóRNIO AqUáRIO PEIxES

22 dez. a 20 jan. 21 jan. a 19 fev. 20 fev. a 20 mar.

a expressão dos seus sentimen-tos e emoções será tranquila e harmoniosa. Reorganize o seu mundo doméstico, o seu traba-lho e o seu bem-estar físico. É boa altura para organizar reuni-ões de convívio com a família e amigos.

este é um excelente período para um trabalho em equipa. Procure não se isolar, verá que o trabalho conjunto não lhe tira mérito, antes pelo contrário: serão várias as pessoas a con-firmar o seu mérito. Se possível pratique desporto.

Neste período as suas ativi-dades quotidianas serão mais intensas e variadas. aproveite para se reorganizar e ocupar-se das suas necessidades imedia-tas. É um bom momento para fazer pequenas viagens, fazer novos relacionamentos.

jani Gabriel(26.01.1990)

Sofia Cerveira (25.02.1975)

Carloto Cotta(01.01.1984)

Sudoku

SOLUçÕES

Óbidos

joana Seixas (31.10.1976)

Dependendo do nível de dificul-dade, o objetivo é completar os qua-drados em falta com números de 1 a 9. Há, no entanto, três regras a respeitar: o mesmo número não se pode repetir nem na linha horizon-tal, nem na linha vertical, nem no mesmo quadrado.

À deScoberta de Portugal

rioS de PortugalRio Mondego

Óbidos, uma histórica Vila Portuguesa, é como que um mu-seu aberto, onde estão escritas páginas de história e se respira um ambiente medieval que nos

relembra os tempos antigos. as suas ruas estreitas, calcetadas, de casario branco com faixas co-loridas e flores espalhadas por toda a terra, nomeadamente na

fachada das casas, faz de Óbi-dos uma das mais alegres vi-las do País. do alto do Castelo, tem-se uma linda vista sobre as áreas circundantes.

O rio Mondego é o quinto maior rio português e o primei-ro de todos os que têm o seu curso inteiramente em Portu-gal, com 258 quilómetros de comprimento.

Nasce na serra da estrela e tem a sua foz no oceano atlân-tico, junto à cidade da Figuei-ra da Foz.

É o rio que banha a cida-de de Coimbra, sendo o mais

cantado na poesia e cancionei-ro português.

O rio Mondego serve de fron-teira entre os distritos de Viseu, a norte, e da Guarda e de Coim-bra, a sul.

TUliPa; ROSa; CaMÉlia; CRaVO; dÁlia; GiRaSSOl; lÍRiO; MaRGaRida; ORQUÍdia; ViOleTa

22 de abril de 2016

A EMIGRAÇÃO VISTA PELO CARTOON DO ZÉ MANEL(publicado originalmente em 1970)Parabéns a vocêMaria Formelrio de Janeiro brasilMarise Mendeslausanne SuíçaNunes ManuelTrebes França

Patrick Rodriguesburier SuíçaRui Fortunadevonshire Parish

bermudas

Valdemar Pocaecully França

Marco JesusSao Paulo brasil

Antonio Barradaslongueuil Canadá

Antonio GomesMesquita brasilAntonio Lopesbelo Horizonte brasilAntonio SilvaTetange luxemburgoArtur MaganoKonigsbronn alemanhaBernard RochaVillejuis FrançaDavid Antunesecully FrançaEzequiel Amorimrecife brasilFernando Goncalvesbridgeport U.S.a.

Manuel Pintoburg bei Murten SuíçaManuel Sousario de Janeiro brasilMaria MiraCorbeil-essonnes

França

Maria Valenterecife brasilMaria VerissimoTeresopolis brasilMartins AngelitaStrasbourg FrançaOrlando Rochaissoire França

Wilson LourencoVitry Sur Seine França

Abreu Jorgeaixirivall andorra

Albertina Wolffberlin alemanhaAlfredo CarvalhoSanto andre brasilAntonio AraujoUlm alemanhaAntonio Castrorio de Janeiro brasilAntonio TeixeiraSantos brasilCarlos SilvaJohannesburg África do Sul

Daniel Caetanorio de Janeiro brasilEdgar MatiasChampagne Sur Oise

França

Francisco Mendoncabuenos aires argentinaGomes Carlosandorra la Vella andorraJose PiresCharenton le Pont FrançaLeonardo MartinsParis FrançaLuis Mariaandorra la Vella andorraManuel Machorro

eckbolsheim França

p.45ParabÉNS

JAN

Muitas das vezes, apesar das dificuldades que os portuguese passavam, emigrar era sempre a última opção.

Agostinho Carloslondon inglaterraAlbino Santosla Gaubretiere FrançaAlexandre Cerqueirario de Janeiro brasil

Alfredo MoitaOsnabruck alemanhaAlvaro AlmeidaMorsang Sur Orge

França

Alves ManuelNice França

Joao SilvaSalvador brasil

Joaquim CoelhoStuttgart alemanhaJoaquim CoelhoStuttgart alemanhaJose Regoaulnay-sous-bois FrançaJose Santosbiaufond SuíçaLaurentino MagalhaesStrasbourg FrançaLima Salvadorandorra la Vella

andorra

Macedo Augustobettembourg luxemburgoManuel Brandaorio de Janeiro brasilMaria MonteiroChateau-thierry FrançaMendes SergioSanta Coloma andorraRibeiro Manuelandorra la Vella andorraStephanie DiasNeuchatel SuíçaTeixeira FernandoFrankfurt alemanha

MAR

30

Jose Antonioencamp andorraJose OliviaFrench alemanhaJose SantosSaint-aubin-sauges SuíçaManuel Santosbrugg SuíçaPaulo Ramoslondon inglaterraPinho LeonelColmar França

Adoracion LucasComodoro rivadavia argentina

Alberta SousaParis FrançaAntonio MartinsVersailles FrançaAntonio Silvaettelbruck luxemburgoAraujo DionisioParis 11 FrançaArmindo Abreuaulnay-sous-bois FrançaAvelino PereiraNeuchatel Suíça

Borges Horacioandorra la Vella andorraDa Jorgeandorra la Vella andorraElvira MadeiraToulouse FrançaEsteves Alicela Massana andorraEurico Ferreiraattalens SuíçaFernando TomazMolsheim FrançaGoncalves CarlosSeptfontainesIvette Neves

Montreal Canadá

Joaquim Maiaaarburg SuíçaJose Nascimentoramersberg SuíçaJose PiresChamps-sur-marne FrançaJose Santosboissy St leger FrançaLuis NunesTroyes FrançaLuis SimoesParis FrançaManuel FelgueirasParis FrançaManuel Ferreirabrastad Suécia

Maria CarviaComodoro rivadavia argentina

Mario AgostinhoHamilton CanadáMario Fernandesbezons FrançaModesto Eduardaandorra la Vella andorraMoustapha Darame

bissauGuiné-bissau

Paula FonsecaPully SuíçaPaula FonsecaPully Suíça

Vitorino SaSao Paulo brasil

Renata Caetanorio de Janeiro brasilSergio Martinsrio de Janeiro brasilSilva Cristinaroot SuíçaVictor Nogueiraels Cortals andorra

Fernando Goncalvesbridgeport U.S.a.

Ferreira Otiliala Santa SuíçaJoao Diasribeirao Preto brasilJoaquim SilvaVersmold alemanhaJose Acabouelizabeth U.S.a.

Armando SousaSao Paulo brasilBernardino MachadoNilopolis brasilDos Augustaescaldaes-engordany andorra

Duarte JoaoMarseille FrançaJesus FerreiraGivisiez SuíçaJose CaldeiraClichy FrançaJose NunesSchaffhausen SuíçaJose PereiraPenthaz Suíça

ABR

04 dia da NaTO

ABR

02 dia do livro infantil

dia da Primeira travessia aéra do atlântico Sul

MAR

31 dia de S.benedito

ABR

01 dia das Mentiras

ABR

03dia do lançamento do Programa de apoio às Missões de Paz em África.

Alexandre FernandesNantes FrançaAntonio MatosMannheim alemanha

p.46 BOAS NOTÍCIAS 22 de ABrIl de 2016

DesenvolviDos Pela UniversiDaDe Do Minho

‘Noise’ e ‘Hertz’ mudam de cor em função do somGrupo de estudantes e professores da Universidade do Minho desenharam vestido e casaco que mu-dam de cor conforme o som ambiente. Já foram utilizados em performances artísticas e ações de sen-sibilização para a poluição sonora.

Um grupo de estudantes da Universidade do Minho desenvolveu um casaco e um vesti-do interativos, que mudam de cor conforme o ambiente sonoro em que se encontram. Idea-lizados no âmbito do mestrado em design e Marketing da Universidade e conjugando ele-mentos de design, eletrónica e têxtil, os pro-jetos permitiram o aperfeiçoamento de técni-cas de integração de componentes eletrónicos em roupa, adiantou Hélder Carvalho, investi-gador do Centro de Ciência e Tecnologia Têx-til da Universidade do Minho.

No caso do “Noise”, por exemplo, um ca-saco de poliéster, foi incorporado um módu-lo de deteção de ruído, um microprocessador e fitas LED, sendo que está programado para reagir às alterações sonoras com cores pre-definidas: branco quando em espaços silen-ciosos, azul ou verde perante ruídos modera-dos e vermelho, piscando intensamente, face a sons elevados. Isabel Cabral, que monitori-zou o processo criativo da peça, realça que a ideia partiu da premissa de que “é mais difícil ignorar aquilo que se vê do que aquilo que se ouve. Abstraímo-nos facilmente dos sons que nos envolvem, mas dificilmente nos desliga-mos de imagens que nos rodeiam”.

Testado pelas ruas da cidade, o casaco foi já utilizado em ações de sensibilização para a poluição sonora, num roteiro que incluiu algu-

mas das praças mais calmas da cidade-berço, assim como algumas das mais agitadas e, in-clusive, um bar conhecido pelo ambiente rock. Para além da interação entre luz e som, foi as-sim possível avaliar também a reação da po-pulação, como realçou Hélder Carvalho: “esta ação leva as pessoas a refletir sobre a poluição sonora, um dos principais fatores relacionados com a degradação do meio urbano, com im-plicações para a saúde pública”.

Já o “Hertz”, desenvolvido numa perspe-

tiva mais artística, explora a relação entre o movimento e som, num diálogo com a dan-ça como forma de interpretar, através da in-tensidade do som, os movimentos da bailari-na. Com a engenharia do têxtil a estruturar-se numa peça de teatro e o vestido já utilizado na performance de uma bailarina, propõe “um manifesto de visualidade artística e encenan-do o mapeamento das zonas de vibração do corpo em detrimento da frequência acústica sonora”.

eleita Pela erasMUs stUDent network

lisboa com a melhor rede de erasmus europeiaPortugal foi ainda distinguido como o país com melhor erasmus Student Network para 2015/2016, pela erasmus Student Network num encontro anual onde são atribuídos os “star awards”.

Portugal foi o país que mais prémios ar-recadou na reunião que, anualmente, junta todas as secções de erasmus europeias, com destaque para os prémios eSN (STArland) para o país e o eSN (STArlight) para lisboa.

Salientando a importância da capital Por-tuguesa enquanto destino de cerca de 5 mil

estudantes internacionais anualmente e a as-sistência que lhes é prestada pelos membros da eSN lisboa, a organização distinguiu a secção – uma das 13 existentes em Portu-gal- como a melhor da europa e com um “eSNcardSTAr”.

Na votação, feita pelo Comité Internacio-

Aplicação portuguesa em destaque na AppleStore

roteiros PersonalizaDos

Uma aplicação portuguesa para turistas e viajantes foi destaque, pela segunda vez, na loja de aplicações da gigante norte-americana.

Oferecer roteiros, em todos os pontos do globo, que se enquadrem no estado de espírito do utilizador é o objetivo da apli-cação portuguesa que a Apple considerou, nas últimas semanas, como uma das que os viajantes e turistas mais devem ter em conta na altura de planear um “city break”, em cerca de 20 países.

A Inviita havia sido já destaque da AppleStore em 2015, como “Best New App”, na sua semana de lançamento.

A aplicação para telemóvel, criada e desenvolvida em Portugal, pretende faci-litar a tomada de decisão dos utilizadores sobre o que fazer numa cidade, não se li-mitando, no entanto, a dar sugestões de lo-cais e pontos de interesse geograficamen-te próximos.

o casaco “noise”, desenvolvido por estudantes e docentes da Universidade do Minho, reage com cor, às alterações sonoras.

nal, constituído por membros da eSN de vá-rios países, foram ainda distinguidas a eSN Minho, na categoria de “Mov’in europeS-tar”, a eSN Madeira, com um “movieSTAr”, a eSN Covilhã, com um “movieSTAr”, a eS-NOlympics, na categoria de “responsible-PartySTAr”, e a NBM lisboa, na categoria de “campaignSTAr”.

Considerada a maior associação inter-nacional de estudantes da europa, a rede da erasmus Student Network é atualmente composta por cerca de 15 mil voluntários e está presente em cerca de 38 países. em 2016, a Assembleia Geral anual - onde são entregues os eSN Star Awards, com 42 pré-mios em 18 categorias – decorreu em Varsó-via, na Polónia, entre 7 e 10 de abril.

A Inviita havia sido já destaque da AppleStore em 2015, como “Best New App”, na sua semana de lançamento.

Numa abordagem interativa e mais personalizada, a Inviita convida o utiliza-dor a experimentar roteiros turísticos com base no seu estado de espírito e humor.

depois de uma atualização lançada em janeiro, esta aplicação permite ainda a tro-ca de experiências em grupo e fazer convi-tes para os planos, através de redes sociais como o Facebook ou da lista de contactos do utilizador, assim como segui-los e ins-pirar-se nos seus roteiros.

Atualmente disponível em qualquer cidade do mundo, a Inviita conta já com mais de 16 mil utilizadores, de 128 paí-ses, sobretudo de Portugal, reino Unido e espanha.

BOM FIM DE SEMANA 22 DE ABrIl DE 2016

Adira também à nossa campanha de segurança...

Porque os Homens Pensam

PRÉMIO: “NÃO CUSPAS PARA O AR”...(...) Renunciar é um gesto de grandeza. Só um grande homem tem essa grandeza. Fernando Henrique não tem. Ele é orgulhoso e prepotente” (...) - Lula da Silva falava assim em Agosto de 1999, oito meses depois da reeleição, referindo-se ao seu adversário político.

ANTÓNIO VARELA ex-administrador do Banco de Portugal

notícias insólitas

Uma Volta pelo

UM CASO ESTRANhO

Quando vier a Portugal, seja de férias ou em viagem de negó-cios, adira também a esta cam-panha que é de todos nós e que tem como objetivo o aumento da segurança nas estradas portugue-sas, através das boas práticas que conduzem a uma cidadania mais responsável, onde cada um ocupa o seu lugar por direito.

Portugal é um país reconhe-cido mundialmente pela sua ex-celência e qualidade, queremos sê-lo também na segurança ro-doviária. Está nas nossas mãos...

O Presidente da república, Marcelo rebelo de Sousa é aplaudido pelo Presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz no final do seu discurso em Estrasburgo. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Foto da semana fora de contexto

Depois do nascimento da filha a barriga começou a crescer. O que os médicos descobriram foi chocante...

Ideário de Carlos Morais . CEO do jornal Mundo Português.

Pequenos pensamentos do dia-a-dia que exprimem a realidade que nos envolve, que nos condiciona ou que nos estimula, dependendo da nossa atitude...

Será impressão minha, ou fiquei mesmo a ver estrelas?!...

A russa Yulia Selina, de 34 anos, é uma jovem mãe que aguarda impacientemente o nasci-mento de seu segundo filho. Precisamente aos nove meses, a menina Dima nasce, deixando os seus pais radiantes.Yulia queria um parto normal e, no início, pare-cia que tudo estava a correr bem. Mas, depois de perceber que a bebé estava numa posição complicada no útero, os médicos decidiram fa-zer uma cesariana. Para proteger a sua filha, a jovem concordou. Ela ainda não sabia, mas esta decisão quase lhe custaria a própria vida.Dima nasceu forte e saudável. Mas algum tem-po após o nascimento, Yulia começou a sentir--se mal. “A minha barriga começou a inchar até que se tornou ainda maior do que era quan-do eu estava grávida de 9 meses. Cada movi-mento causava-me uma dor horrível. No iní-cio, pensei que era apenas uma reação natural à operação”, diz Yulia. “Mas depois, eu já não podia nem sentar-me. A dor fazia-me gritar”.

A situação tornou-se crítica, mas os médicos continuaram a insistir que era uma reação nor-mal à cesariana e não valorizaram as queixas da jovem mãe...Yulia começou a ter febre. “Eu entendi que, se esperasse mais para os médicos me ajudarem, os meus filhos ficariam sem mãe”. Após 24 dias de agonia e de muita insistência por parte dela, Yulia foi finalmente internada num hospi-tal diferente. O primeiro ultra-som revelou uma enorme quantidade de líquido na sua barriga e… um objeto estranho!Yulia é levada de urgência para o bloco ope-ratório e, cinco horas depois, os cirurgiões en-contraram uma enorme infecção provocado pore… um avental cirúrgico, que tinha sido deixado dentro do seu corpo após o nascimen-to da sua filha menos de um mês antes. As en-fermeiras ficaram tão chocadas que registaram o momento com a câmara de telemóvel.Depois de ter acordado da cirurgia e ter visto as imagens, Yulia ficou em estado de choque. A jovem esposa e mãe de dois filhos percebeu que tinha sobrevivido por um milagre. Ficou chocada com a irresponsabilidade demonstra-da pelos médicos a quem tinha confiado a sua própria vida e a da sua bebé.A história de Yulia é assustadora e revoltante. Por sorte, tudo terminou bem, mas o desfecho poderia ter sido muito pior. Infelizmente, o seu caso não é o único”.