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ENSAIO PIÁ 2014 - BLIBLIOTECA MONTEIRO LOBATO
ELISABETH BELISÁRIO
Início - Divulgação 2014- Programa de Iniciação Artística- Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo
No início do programa que se deu em abril de 2014, mês tardio, pois tudo
já se iniciou no mês de fevereiro, escolas, alguns projetos e outras milongas
mais, nossa equipe Beatriz Miguez, Elisabeth Belisário, Juliana Rosa, Vanessa
Biffon e nosso parceiro Alysson Mendes do Vocacional, realizou uma frutífera
divulgação no entorno da Biblioteca Monteiro Lobato (escolas, bares,
restaurantes, livrarias, casa lotérica e Sesc). Fomos até a E.E Marina Cintra
localizada na Rua da Consolação. Saímos todas fantasiadas (os) e fomos a pé
pelas ruas de São Paulo fazer nossa Ação-Divulgação.
Levamos instrumentos, folhetos, pernas de pau e cartazes!!! Lá vamos nós!!!
Graças a disponibilidade dessa equipe realizamos uma ótima divulgação para o
Programa Iniciação Artística 2014.
Para 2015 espero que possamos contar com os meios de comunicação da
Secretária da Cultura para haver uma divulgação mais conjunta e coletiva.
Ensaio sobre os encontros no Projeto Iniciações Artísticos – Piá
Ao invés de usar a fala, usamos o ouvido para construir e desenvolver
nossas criações artísticas. Podemos chama-las de exercícios de Escutaria - o
ato de escutar para trocar, iniciar, romper, criar, brincar, cantar, pintar, rodar,
correr, descobrir áreas de diversas manifestações artísticas num âmbito
coletivo para os nossos encantamentos com a arte.
Nos processos artísticos com as nossas turmas praticamos esse exercício
da escutaria todo tempo necessário, inclusive para ampliar os nossos próprios
conhecimentos como artistas educadores que lidam com crianças e não com
adultos. Creio que assim podemos contribuir na criação que é colocada pelos
Piás. Nesse caso organizamos aqui as orientações artísticas através da escuta
e das trocas experimentadas por todos nós Piás e Artista Educadores.
Na convivência com os Piás no dia a dia notamos que a imaginação é o
carro chefe das produções artísticas no ato dos encontros. Eles trazem
constantemente símbolos das suas próprias vivências culturais: uns mais ativos
e outros mais tímidos, mas sempre trazem algo a ser ouvido, construído,
desconstruído e repensado.
Prova disso é que no mês de agosto um dos piás, o Cauê, nos trouxe uma
experiência única para ser compartilhada, reinventada e transformada. Ele nos
apresentou a história de uma pedra, com riqueza de detalhes. A data da
primeira pedra encontrada: 1845. Local onde se encontram as obsidianas,
quais são os tipos de Obsidianas existentes no mundo e etc.
A Obsidiana não é uma pedra qualquer, o nome vem de Obsius, romano
que, segundo Plinius, a descobriu na Etiópia. A obsidiana é uma rocha
vulcânica, formada pelo resfriamento rápido do magma, antes que os minerais
possam se cristalizar.
Depois de muitas conversas e ações com os piás, realizamos descobertas
incríveis sobre essa pedra. No início achamos que essa pedra não existia, mas
fomos atrás das informações passadas pelo Piá Cauê de oito anos... Foi
transformador tanto para a turma, quanto para mim e minha parceira Juliana
Rosa.
Ficamos quase três meses na busca dessa pedra que se tornou uma
missão para a turma e para nós.
Criamos “Catadores de Obsidianas”, pois durante 24 horas não podemos
pega-las com as mãos conforme as orientações do Piá Cauê.
Em nossos encontros tratamos de procurar as Obsidianas na Biblioteca
Monteiro Lobato e veja só no que deu. Essas são peças que eles construíram
para caçar as obsidianas – Catadores de Obsidianas.
Catadores
Obsidianas
Essas pedras acima são Obsidianas encontradas na Biblioteca Monteiro
Lobato já plena transformação feitas pelos Piás.
Todos (as) acharam as pedras Obsidianas e todos (as) deram seu toque
colorindo - as, pois resinificaram as pedras encontradas da sua maneira.
Algumas informações sobre a pedra Obsidiana: Fonte
http://www.lendaviva.com.br/site/obsidianafn.html
Efeitos para a Mente: A obsidiana floco de neve traz mais luz para a nossa vida
cotidiana. Ela nos ajuda a viver de maneira mais consciente, alerta. Em
meditação, a Obsidiana-Floco-de-Neve penetra fundo em nosso organismo
através do terceiro olho. Experimentamos um rápido aquecimento da circulação
sanguínea e sentimos como os bloqueios do corpo e da alma são resolvidos.
Purifica a nossa aura.
Indicações: Capacidade de adaptação, libertação de bloqueios, liberdade,
concentração, consciência da realidade, transformação, influxos negativos.
O mesmo Piá Cauê, no dia 29 de outubro de 2014 me surpreendeu novamente
me apresentado um artista que se chama João Bez Batti- assim ele escreveu e
assim fui eu procurara novamente vejam o que encontrei.
http://www.galeriaartequadros.com.br/site/acervo_detalhe_artista.php?id_artista
=44
https://www.google.com.br/search?q=jo%C3%A3o+bez+batti&rlz=1C1KMZB_e
nBR571BR571&es_sm=93&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=JrZTVNTFOcG
mNsDeg8gC&ved=0CAgQ_AUoAQ&biw=1366&bih=667
Eu diria depois de conhecer essa turma e o pequeno Cauê: Isso que é nascer e
perceber emancipação inventiva e espontaneidade no mergulho sobre as
pedras Obsidianas. E observar como toda turma embarcou nessa iniciação
artística permitindo no desejo de se transformar em um outro através da
experiências humana e significativas.
Voltando aqui a nossa escutaria o fato é que devemos estar sempre
alertas a ouvir uma ou dez criança. O que quero dizer com isso é que estar
com as crianças do Piá é transformador tanto para criança quanto para o artista
educador. Porque essa experiência vivenciada e trazida pelo Cauê mostra o
quanto podemos, nós artistas educadores mesmo com as nossas formações e
experiências artísticas, perceber quando estamos “iniciando” um processo
artístico com os Piás ou quando estamos sendo “iniciados” e instigados pelos
próprios Piás. Podemos fazer junto (as) essa reflexão.
Penso nesse processo artístico de maneira reflexiva porque o processo
nos encontros com os Piás são para mim processos de mutações eternas, de
inquietações constantes porque quando ouço os desejos de nossas crianças
vejo que elas convocam nos adultos a entrarem na brincadeira delas e travam
uma relação de parceria com nós AES para brincar, nas criações e nos jogos
que eles querem no momento.
Entrarmos no universo da criação nesses encontros com a criança é
simplesmente deixar de lado os planejamentos e considerar a brincadeira
propostas por elas como momentos de pura criação e libertação para
expressarem os seus verdadeiros desejos. Reaprender e reverenciar esse
brincar como forma do ato criativo porque podemos perceber o quanto eles se
expressam em todos os sentidos humanos quando estão brincando
coletivamente. Assim não é deixar de lado o que nos adultos planejamos e sim
planejar em cima das vivências de cada encontro.
Usarei uma frase do grande escritor Fernando Pessoa “Quando as crianças brincam/ e eu as oiço brincar, / qualquer coisa em minha alma/ começa a se alegrar”.
Estar nesse projeto significa estar atuante em possibilidades efetivas dentro
dessa cidade chamada São Paulo.
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