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Csm Mediunidade

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O que é Mediunidade?

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PROGRAMA

Música & Mensagem

Músicas espíritas

e espiritualistas,

entrevistas, auto-ajuda

e estudo das religiões

Aos domingos,

Às 20 horas

Rádio Mundial92,5 FM (SP)

e 95,7 FM

Apresentação

Victor Rebelo

Nas bancas de todo Brasil

Editora

Rua Major Basílio, 441, sala 22 � Mooca � São Paulo � SPFone: (11) 6605-4651 � [email protected]

Editor e Diretor de arte: Victor Rebelo

Jornalista: Érika Silveira

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Textos de:

Edvaldo KulcheskiMaria Aparecida Romano

O que é Mediunidade?

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Índice1 - Introdução 062 - A mediunidade na antiguidade 083 - O que é mediunidade? 264 - O que é clarividência? 365 - O que é clariaudiência? 436 - O que é psicofonia? 497 - O que é psicografia? 598 - Identificando os espíritos 699 - Tiptologia e mesas girantes 7710 - O que é materialização? 9311 - A ciência espírita de Willian Crookes 11112 - O que é mediunidade de cura? 121

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IntroduçãoA mediunidade é um fenômeno espiritu-

al que ocorre com muito mais freqüência doque imaginamos. Como disse Paulo, o após-tolo do cristianismo, estamos rodeados de es-píritos. Por existirem em planos mais sutis, im-ponderáveis para a física mecânica, com leisainda desconhecidas pela ciência, não acre-ditamos em sua existência e por isso, temosdificuldade em perceber suas influências.

Potencialmente, todos somos médiuns,independente de nossa religião, pois amediunidade é algo inerente ao espírito (lem-bre-se de que você é um espírito, apenas estátemporariamente encarnado). Porém, as pes-soas não possuem a mediunidade no mesmograu. Alguns a possuem em estado bastanteaflorado, de forma ostensiva; são pessoasmuito sensíveis. Outras, a possuem apenasem estado latente e recebem do plano espi-ritual apenas uma vaga impressão.

Costumamos chamar de médiuns aque-les que possuem esta faculdade de maneira

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ostensiva, portanto, deste ponto de vista, pou-cos podem ser considerados médiuns.

Mediunidade não significa, necessariamen-te, que a pessoa que a possua seja um espíritoevoluído. Existem aqueles que são bastante sen-síveis, mediunicamente, por viverem em um cli-ma interior mais elevado, mais desapegado damatéria. É uma conquista do espírito. Mas a gran-de maioria dos médiuns recebe uma prepara-ção em seu corpo espiritual (perispirito ou cor-po astral) antes de reencarnar, para estarem emcondições de exercer a mediunidade. É umaoportunidade de evolução e de repararem oserros cometidos em outras encarnações atravésda caridade, do auxílio ao próximo. Podemosreceber as sugestões dos nossos benfeitores es-pirituais (anjos da guarda, no catolicismo) nosmomentos que necessitarmos. Basta que eleve-mos nossos corações em prece e amor para quea Paz esteja entre nós.Mediunidade é equilibrio e responsabilidade!

Victor Rebelo15/07/2004

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Certas pessoas consideram, sem razão,a mediunidade um fenômeno peculiar aostempos atuais, enquanto outras acreditam tersido inventada pelo espiritismo. A fenome-nologia mediúnica, entretanto, é de todos ostempos e de todos os países e religiões, poisdesde as idades mais remotas existiram rela-ções entre a humanidade terrena e o mundo

dos espíritos.A faculdade medi-

única sempre existiudesde o surgimento dohomem na face da Ter-ra, pois se trata de umafaculdade inerente aoseu espírito. A humani-dade tem sido guiada,

A mediunidadena antiguidade

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desde sua origem, por leis do mundo ocultojá comprovadas na face do orbe, graças a essafaculdade mediúnica inata no primeiro espí-rito aqui encarnado.

Os fenômenos mediúnicos, no passa-do remoto, eram tidos como maravilhosos,sobrenaturais, sob a feição fantasiosa dos mi-lagres que lhe eram atribuídos em razão dodesconhecimento das leis que os regem.Aqueles que podiam manter intercâmbiocom o mundo invisível eram consideradosprivilegiados.

A mediunidade na ÍndiaA relação entre os mundos material e es-

piritual tem sido registrada em todas as épo-cas da humanidade. Como exemplo, temos oCódigo dos Vedas, o mais antigo código reli-gioso que se tem notícia, onde se encontrao registro da existência dos espíritos: “Osespíritos dos antepassados, no estado invi-sível, acompanham certos brâmanes, con-vidados para cerimônia em comemoração

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dos mortos, sob uma forma aérea; seguem-nos e tomam lugar ao seu lado quando elesse assentam”.

Desde tempos imemoriais, os sacerdo-tes brâmanes, iniciados nos mistérios sagra-dos, preparavam indivíduos chamados“faquires” para a obtenção dos mais notá-veis fenômenos mediúnicos, tais como a le-vitação, o estado sonambúlico até o nível deêxtase, a insensibilidade hipnótica à dor, en-tre outros, além do treino para a evocaçãodos Pitris (espíritos que vivem no espaço,depois da morte do corpo), cujos segredoseram reservados somente àqueles que “apre-sentassem 40 anos de noviciado e de obedi-ência passiva”.

A iniciação entre os brâmanes compor-tava três graus. No primeiro, eram formadospara se encarregar do culto vulgar e explorara credibilidade da multidão. Ensinava-se aeles comentar os três primeiros livros dosVedas, dirigir as cerimônias e cumprir os sa-crifícios.

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Os brâmanes do primeiro grau estavamem comunicação constante com o povo,eram seus diretores imediatos. O segundograu era composto dos “exorcistas, adivinhose profetas evocadores de espíritos”, que eramencarregados de atuar sobre a imaginaçãodas massas, por meio de fenômenos sobre-naturais. No terceiro grau, os brâmanes nãotinham mais relações diretas com a multi-dão e quando o faziam, era sempre por meiode fenômenos aterrorizantes e de longe.

A mediunidade no antigo EgitoNo Egito antigo, os magos dos faraós

evocavam os mortos e muitos comercializa-vam os dons de comunicabilidade com osmundos invisíveis para proveito próprio oudos seus clientes, fato esse comprovado pelaproibição de Moisés aos hebreus: “Que en-tre nós ninguém use de sortilégio e de en-cantamentos, nem interrogue os mortos parasaber a verdade” (Deuterônimo).

De forma idêntica às práticas religiosas

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da antiga Índia, as faculdades mediúnicas noEgito foram desenvolvidas e praticadas no si-lêncio dos templos sagrados, sob o mais pro-fundo mistério e rigorosamente vedadas àpopulação leiga. A iniciação nos templosegípcios era cercada de numerosos obstácu-los e exigia-se o juramento de sigilo. A me-nor indiscrição era punida com a morte.

Saídos de todas as classes sociais, mes-mo das mais ínfimas, os sacerdotes eram osverdadeiros senhores do Egito. Os reis poreles escolhidos e iniciados só governavam anação a título de mandatários. Todos os his-toriadores estão de acordo em atribuir aossacerdotes do antigo Egito poderes que pa-reciam sobrenaturais e misteriosos.

Os magos dos faraós realizavam todos es-ses prodigios que são referidos na Bíblia. É bemcerto que eles evocavam os mortos, pois Moisés,seu discípulo, proibiu formalmente que oshebreus se entregassem a essas práticas.

Os sacerdotes do antigo Egito eram tidoscomo pessoas sobrenaturais, em face dos

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poderes mediúnicos que eram misturados ma-liciosamente com práticas mágicas e de pres-tidigitação. A ciência dos sacerdotes do Egi-to antigo ultrapassava em muito a ciência atu-al, pois conheciam o magnetismo, o sonam-bulismo, curavam pelo sono provocado, pra-ticavam largamente a sugestão, usavam a cla-rividência comfins terapêuticose eram célebrespelas práticas decuras hipnóticas.

No tempoem que Moiséslibertou o povohebreu do cativeiro egípcio, vamos encon-trar o espírito daquele que um dia seria ocodificador da doutrina espírita envergan-do a túnica sacerdotal e já detentor de sa-bedoria que o colocava como sacerdotepreferido do faraó Ramsés II. O sacerdoteAmenophis era médium de efeitos físicos,inclusive existem relatos sobre as sessões

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de materialização que eram realizadas na-quela época.

A mediunidade na Suméria, Babilôniae Grécia antiga

A medicina entre os sumerianos era umcurioso misto de ervanaria e magia, cujo re-ceituário consistia principalmente em feiti-ços para exorcizar os maus espíritos que acre-ditavam ser a causa das moléstias.

Já os babilônios primitivos viviam cer-cados de superstições. Acreditavam quehordas de espíritos malévolos se escondiamna escuridão e cruzavam os ares, espalhan-do em seu caminho o terror e a destruição,para os quais a única defesa eram os sacrifí-cios e os sortilégios mágicos.

Se o antigo povo babilônio não inven-tou a feitiçaria, foi ao menos o primeiro a lhedar um lugar de grande importância, a pon-to do desenvolvimento da demonologia e dabruxaria terem exigido leis que prescreviama pena de morte contra seus praticantes. Há

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provas de ter sido muito temido o poder dosfeiticeiros.

Na Grécia, a crença nas evocações erageral. Todos os templos possuíam as chama-das “pitonisas”, encarregadas de proferir orá-culos evocando os deuses, mas às vezes oconsultante queria ele próprio ver e falar coma “sombra” desejada e, como na Judéia, con-seguia-se colocá-lo em comunicação com oser ao qual desejava interrogar (Delane, 1937).

A mediunidade nos celtasOs celtas, povo pré-histórico que se es-

palhou por grande parte da Europa entre osséculos XXI e I a.C., atingindo o maior pode-rio do século VI ao III a.C., possuíram gruposfechados de sacerdotes especializados emcomunicações com o além, chamados de“druidas”.

A escolha dos futuros sacerdotes era feitaentre a classe aristocrática e, desde criança,já se submetiam à rigorosa disciplina e in-tenso aprendizado junto aos druidas mais

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velhos. A sabedoria druídica já admitia a re-encarnação, a inexistência de penas eternas,o livre-arbítrio, a imortalidade da alma, a leide causa e efeito e as esferas espirituais.

Segundo o espírito de Zéfiro, aproxi-madamente no ano 100 a.C., Denizar Rivailfoi um chefe druida. Marcou tanto essa eta-pa reencarnatória que o codificador deci-diu assinar suas obras espíritas com o nomede Allan Kardec.

Oráculos gregos e romanosMediante a invocação de poderes sobre-

naturais, o homem sempre recorreu a váriostipos de adivinhação. No mundo greco-ro-mano, um dos meios mais difundidos foramos oráculos, que eram as respostas dadaspelos deuses a perguntas para eles formula-das, de acordo com determinados rituais exe-cutados por uma pessoa que atuava comomédium ou pitonisa.

Os oráculos eram núcleos de intercâm-bio medianímico onde trabalhavam sibilas,

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pítons e pitonisas. Gente de todas as clas-ses sociais, inclusive autoridades públicas,visitava estes lugares e recebia orientaçõesdas mais diversificadas. O termo refere-setambém à própria divindade que respon-dia e a seu intérprete, bem como ao localonde eram dadas as respostas.

Os templos ou grutas destinados aos orá-culos eram numerosos e dedicados a diversosdeuses. Os rituais variavam dos mais simples,como tirar a sorte, aos mais complexos. Antesda consulta, a pitonisa e o consulente banha-vam-se na fonte Castália, depois ela bebia águada fonte sagrada de Cassótis e entrava no tem-plo, onde o deus era invocado por meio deum ritual. Em seguida, sentada numa trípode,entre vapores sulfurosos (enxofre) e mascan-do folhas de louro (a árvore sagrada de Apolo),entrava em transe ou “delírio divino”, quandotransmitia as palavras do deus. A mensagemera anotada e interpretada pelos sacerdotes,que a passavam ao consulente freqüentementena forma de versos.

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As pessoas, após o contato com os es-píritos, passavam por uma limpeza com en-xofre. As emanações dessas substâncias ti-nham como função descontaminar as pes-soas pela destruição dos miasmas ou flui-dos deixados pelos mortos.

O mais famoso oráculo da antiguidadefoi o santuário de Apolo em Delfos, localiza-do nas encostas do monte Parnaso, no golfode Corinto, na Grécia. Embora sua existên-cia já fosse conhecida por Homero, sua famasó se difundiu entre as comunidadeshelênicas nos séculos VII e VI a.C., quandocomeçou a ser consultado por legisladores echefes militares.

Na Grécia existiam muitos outros, masse destacavam mais o oráculo de Zeus emDodona, no noroeste, o oráculo de Epidauro,com o deus Asclépio, e o oráculo deAnficléia, com o deus Dionísio. Os oráculossibilinos consistiam em profecias realizadaspor mulheres chamadas sibilas. As mais fa-mosas eram a de Eritréia e a de Cumas.

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Os romanos também tiveram os seusoráculos, chamados arúspices, que interpre-tavam as disposições dos deuses pelo examedas vísceras de animais sacrificados ou pelosfenômenos da natureza, como raios, trovõese eclipses. A expansão do cristianismo pôsfim à atividade dos oráculos.

A mediunidade na BíbliaA Bíblia, com o Velho e o Novo Testa-

mento, é uma fonte riquíssima de fenôme-nos mediúnicos. A tão propalada proibiçãode Moisés à evocação dos espíritos é umadas maiores confirmações sobre a existênciada mediunidade.

Um caso de escrita direta é relatado porDaniel (5:5), ao afirmar que, “por ocasião emque se realizava um banquete oferecido pelorei Balthazar (filho de Nabucodonosor), ao qualcompareceram mais de mil pessoas da corte,no momento em que bebiam vinho e louva-vam os deuses, apareceram uns dedos de mãode homem e escreviam defronte ao candeei-

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ro, na caiadura da parede do palácio real; e orei via os movimentos da mão que escrevia”.

Há também os casos de levitação. O quese dá é que os espíritos operantes envolvem apessoa ou coisa a levitar em fluidos, isolan-do-os assim do ambiente físico. A ação do es-pírito sobre o material a levitar se realiza pelautilização das suas próprias mãos, conveni-entemente materializadas ou condensadas.Ezequiel (3:14) diz: “Também o espírito melevantou e me levou consigo; e eu fui cheiode amargura, na indignação do meu espírito;porém a mão do Senhor estava comigo, con-fortando-me”. O mesmo Ezequiel (8:2) afir-ma: “Olhei e eis uma figura como de fogo;Estendeu ela dali uma semelhança de mão eme tomou pelos cachos da cabeça; o espíritome levantou entre a terra e o céu, e me levoua Jerusalém em visões de Deus”.

Um caso de incorporação aparece emJeremias (39:15), quando diz: “O profeta dapaz era médium de incorporação; quando oespírito o tomava, pregava contra a guerra aos

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exércitos de Nabucodonosor”.A vidência é exemplificada por Daniel

(8:15), onde conta: “Havendo eu, Daniel, tidouma visão, procurei entendê-la e eis que seapresentou diante de mimcom aparência de ho-mem, veio, pois, para per-to donde eu estava; aochegar ele, fiquei ame-drontado e prostei-mecom o rosto em terra; masele me disse: Entende, fi-lho do homem, pois estavisão se refere ao tempodo fim”. O mesmo Daniel(10:5) afirma: “Levantei osolhos e olhei, vi um ho-mem vestido de linho, oseu rosto como um relâm-pago. Só eu, Daniel, tiveaquela visão; os homensque estavam comigo nadaviram, não obstante, caiu

Dia de Pentecostes:manifestação de espíritos

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sobre eles grande temor, fugiram e se escon-deram, contudo ouvi suas palavras, e ouvin-do-a, caí sem sentido, com o rosto em terra”.

Por fim, o caso mais significativo dematerialização foi de Moisés, que, medianteeste fenômeno, recebeu do alto a Tábua dosDez Mandamentos, manifestação de umavontade superior visando o despertar moraldos povos.

Evidências da presençaespiritual na história

O filósofo grego Sócrates, constantemen-te orientado pelo guia espiritual, revela-seprecursor do cristianismo. “Desde minha in-fância, graças ao favor celeste, sou seguidopor um Ser quase divino, cuja voz me inter-pela a esta ou àquela ação”. Os discípulosde Sócrates se referem, com admiração e res-peito, ao amigo invisível que o acompanha-va com muita freqüência.

Paulo de Tarso, às portas de Damasco,teve a visão do nazareno em perfeita confi-

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guração luminosa, convertendo-se destemodo em apóstolo e medianeiro do Mestre.Na Bíblia, Paulo deixa claro o intercâmbioentre os dois mundos ao afirmar: “Nãoextingais o espírito; não desprezeis as profe-cias; examinai tudo. Retém o que é bom” (ITessalonicensses). Também o apóstolo Joãomostra a possibilidade de comunicação en-tre os dois mundos, mas nos alerta para aqualidade dessa comunicação: “Não creaisem todos os espíritos, mas provai se os espí-ritos são de Deus” (I João).

César, o grande imperador romano, este-ve com a pitonisa Spurina, informando-se queno dia 15 de março algo muito grave aconte-ceria em sua vida. Na data prevista, César se-gue para o palácio e lá recebe 23 punhala-das, morrendo imediatamente. Outro impe-rador romano, Nero, nos últimos dias de seureinado, viu-se fora do corpo carnal juntode Agripina e de Otávia, sua genitora e suaesposa, ambas assassinadas por sua ordem,que lhe pressagiaram a queda no abismo.

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Jean Hus ou João Huss, nasceu emHusinec em 1369 (Allan Kardec desencar-nou exatamente 500 anos após, em 1869).Estudou na capital francesa, formou-se ba-charel em arte e teologia, obteve grande des-taque como professor, foi nomeado deão daFaculdade de Filosofia e, posteriormente, rei-tor da Universidade.

Foi profundamente impregnado pelasidéias de Wycliffe (futuramente, Léon Denis),professor da Universidade de Oxford (Ingla-terra) e considerado um dos maiores sábiosde sua época. Wycliffe chamava o papa deanticristo, mau sacerdote, corrupto e ladrão.Foi sob influência dessas idéias e vivendoesses problemas sociais e políticos que JoãoHuss desenvolveu seu pensamento e se tor-nou um grande pregador, recebia grande ins-piração espiritual ao pregar. Pelos desrespei-tos às regras canônicas e morais que a Igrejapraticava naquela época, passou a atacá-lapublicamente, sendo condenado e executa-do pela Santa Inquisição.

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Joana d’Arc, desde pequena, escutavavozes no silêncio dos bosques, que atribuíaa São Miguel, Santa Margarida e SantaCatarina, os quais a incentivaram para sevoltar a Deus e defender a França. Orientadapelas “vozes do céu”, assume a missão delibertar sua pátria do jugo inglês e, guiadapor essas vozes, reorganizou o exército fran-cês e conduziu Carlos VII ao trono.

Seu triunfo motivou inveja e intrigas queculminaram na sua captura. Foi perseguidacomo herege, submetida ao sacrifícioinquisitorial e posteriormente condenada pelofato de não querer negar essas vozes perante aIgreja. Mesmo no momento extremo, ainda afir-mava ouvir os espíritos. Sua voz chegava até asilenciosa multidão, que escutava, aterrada, assuas preces e gemidos. Por fim, num últimogrito de agonia de amor, Joana disse: “Jesus”.Posteriormente, a Igreja que a condenou e àqual Joana sempre foi fiel declarou-a inocente.

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O anjo e Maria: comunicação mediúnica

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Mediunidade é a faculdade humana pelaqual se estabelecem as relações entre homense espíritos. É uma faculdade natural, ineren-te a todo ser humano, por isso não é privilé-gio de ninguém. Em diferentes graus e tipos,todos a possuímos.

A mediunidade é, pois, a faculdade na-tural que permite sentir e transmitir a influ-ência dos espíritos, ensejando o intercâmbioe a comunicação entre o mundo físico e oespiritual. Trata-se de uma sintonia entre osencarnados (vivos) e os desencarnados (mor-tos), permitindo uma percepção de pensa-mentos, vontades e sentimentos.

Sua finalidade é, antes de tudo, seruma oportunidade de servir, uma bênçãode Deus que faculta manter o contato com

O que éMediunidade?

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a vida espiritual. Graças ao intercâmbio,podemos ter aqui não apenas a certeza dasobrevivência da vida após a morte, mastambém o equilíbrio para resgatarmos comproficiência os débitos adquiridos nas en-carnações anteriores.

É graças à mediunidade que o homemtem a antevisão do seu futuro espiritual e, aomesmo tempo, o relato daqueles que o pre-cederam na viagem de volta à erraticidade,trazendo-lhe informes de segurança, diretri-zes de equilíbrio e a oportunidade de refa-zer o caminho pelas lições que ele absorvedo contato mantido com os desencarnados.Assim, possui uma finalidade de alta impor-tância, porque é graças a ela que o homemse conscientiza de suas responsabilidades deespírito imortal.

Sendo inerente ao ser humano, amediunidade pode aparecer em qualquerpessoa, independentemente da doutrina re-ligiosa que ela abrace. A história revela gran-des médiuns em todas as épocas e em todos

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os credos. Além disso, a mediunidade nãodepende de lugar, idade, sexo ou condiçãosocial e moral.

A ação dos espíritosDiz a questão 459 de O Livro dos Espíri-

tos: “Os espíritos influem sobre nossos pen-samentos e ações? A este respeito, sua influ-ência é maior do que podeis imaginar. Mui-tas vezes são eles que vos dirigem”.

A idéia da ação dos espíritos não nas-ceu com o Espiritismo, já que sempre existiudesde as épocas mais remotas da vida hu-mana na Terra. Todas as religiões pregam so-bre a ação dos espíritos de uma forma diretaou indireta, mas nenhuma nega completa-mente estas intervenções. Inclusive criaram

Através da mediunidade os espíritosse comunicam conosco.

Não tem nada a ver com religião.

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dogmas e cerimônias relativas a elas, taiscomo promessas (pedir alguma forma de aju-da para um espírito em troca de um sacrifí-cio) e exorcismos (cerimônia religiosa paraafastar o “demônio” ou os espíritos maus).

A ação mediúnica não está limitada àssessões mediúnicas. Vivemos mediunica-mente entre dois mundos e em relação per-manente com entidades espirituais. Isto sedá porque os espíritos povoam os mesmosespaços em que vivemos, acompanham-nosem nossas atividades e ocupações, vãoconosco aos lugares que freqüentamos, se-guindo-nos ou evitando-nos conforme osatraímos ou repelimos.

Estamos cercados por espíritos e sua in-fluência oculta sobre os nossos pensamentose atos se faz sentir pelo grau de afinidade quemantivermos com eles. Inúmeros espíritosbenfeitores também se comunicam conosco,por via inspirativa ou intuitiva, todas as vezesem que nos dispomos a ser úteis aos nossosirmãos em nossa vida social. Quantas vezes

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um conselho sensato e oportuno que da-mos sob a intuição de um benfeitor espiri-tual consegue mudar o rumo de uma vida eaté, em certos casos, salvar ou evitar queuma família inteira seja precipitada no abis-mo de uma desgraça?

O amor verdadeiro e desinteressadonão requer lugar nem hora especial para serpraticado, pois o nosso mundo, com o so-frimento da humanidade torturada, é igual-mente um vasto campo de serviço redentor.

Entretanto, não julguemos que amediunidade nos foi concedida para sim-ples passatempo ou para satisfação de nos-sos caprichos. A mediunidade é coisa sériae com ela devemos suavizar os sofrimentosalheios. Ao desenvolvermos a mediunidade,lembremo-nos de que ela é dada como umarrimo para conseguirmos mais facilmente aperfeição, para liquidarmos mais suavemen-te os pesados débitos que contraímos emexistências passadas e para servirmos de guiaa irmãos que se encontram mais atrasados.

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Mediunidade emdesarmoniaOs sinais mais co-

muns do aparecimentoda mediunidade emdesarmonia são: cére-bro perturbado, sensa-

ção de peso na cabeça e ombros, nervosismo(ficamos irritados por motivos sem importân-cia), desassossego, insônia, arrepios (como sepercebêssemos passar alguma coisa fria), sen-sação de cansaço geral, calor (como se en-costássemos em algo quente), falta de ânimopara o trabalho e profunda tristeza ou exces-siva alegria sem saber a razão.

Mas o que o médium deve fazer nes-tes momentos de alterações emocionais?Todo médium iniciante, a fim de evitar in-convenientes na prática mediúnica, primei-ramente deve se dedicar ao indispensávelestudo prévio da teoria e jamais se consi-derar dispensado de qualquer instrução,já que poderá ser vítima de mil ciladas que

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os espíritos mentirosos preparam para lheexplorar a presunção.

Após o conhecimento teórico, deveprocurar desdobrar a percepção psíquicasem qualquer receio. Na orientação do de-senvolvimento mediúnico, é importante queprocuremos as instruções espíritas, para evi-tarmos dissabores e percalços.

É aconselhável o desenvolvimento me-diúnico em grupos especialmente formadospara isto, pois pessoas bem orientadas, quese reúnem com uma intenção comum, for-mam um ambiente coletivo favorável ao in-tercâmbio. É aconselhável ainda que o mé-dium jamais abuse da mediunidade, empre-gando-a para a satisfação da curiosidade.

Aprendendo a usar a mediunidadeDesenvolver a mediunidade é aprender

a usá-la. Para que sejamos bem-sucedidos,devemos cultivar virtudes como a paciência,a perseverança, a boa vontade, a humilda-de e a sinceridade.

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A mediunidade não se desenvolve deum dia para o outro, por isso, devemos termuita paciência. Sem perseverança nada sealcança, pois o desenvolvimento exige quesejamos persistentes. Ter boa vontade é com-parecermos alegres e cheios de satisfaçãoàs sessões. A humildade é a virtude pelaqual reconhecemos que tudo vem de Deus.E se faltarmos com a sinceridade no desem-penho de nossas funções mediúnicas, maiscedo ou mais tarde sofreremos decepções.

Ensinamentos é que não faltam em todasas circunstâncias de manifestações da vida. Afaculdade mediúnica em harmonia pode fa-zer grandes coisas. A educação mediúnicapode começar no simples modo de falar aosoutros, transmitindo brandura, alegria, amore caridade em todos os atos da vida.

Como desenvolver a mediunidadeA mediunidade se desenvolve natural-

mente nas pessoas de maior sensibilidade paraa captação mental e sensorial de coisas e fa-

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tos do mundo espiritual que nos cerca e nosafeta com as suas vibrações psíquicas eafetivas. Da mesma forma que a inteligênciae as demais faculdades humanas, a mediuni-dade se desenvolve no processo de relação.

Quando a mediunidade aflorar sem opreparo prévio do médium, é preciso orientá-lo para que os fenômenos se disciplinem eele empregue acertadamente sua faculdade.

Não se deve colocar em trabalho medi-único quem apresente perturbações ou quemtenha desconhecimento sobre o assunto. Pri-meiro, é preciso ajudar a pessoa a se equili-brar psiquicamente, através de passes, vibra-ções e esclarecimentos doutrinários.

É fundamental que se cultive bons pen-samentos, pois trazem as boas palavras econduzem aos bons atos. O médium tam-bém precisa ser amigo do estudo e da boaleitura, além de moderado. Por fim, quecultive a oração diária, pois ela é um pode-roso fortificante espiritual e um benéficoexercício de higiene mental.

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O que éClarividência?

Diz a questão 167 de O Livro dos Mé-diuns, de Allan Kardec: “Os médiuns viden-tes são dotados da faculdade de ver os espí-ritos. A vidência é fenômeno mediúnico ena vidência mediúnica só o médium vê”. Háos que gozam dessa faculdade em estado nor-mal, quando estão perfeitamente despertose dela conservam uma lembrança exata. Ou-tros não a têm senão em estado sonambúlicoou próximo ao sonambulismo.

A questão 171 de O Livro dos Médiunsafirma que “a faculdade de ver os espíritos,sem dúvida, pode se desenvolver, mas é umadaquelas que convém esperar seu desenvol-vimento natural, sem provocá-lo, caso nãoqueira se expor a ser joguete da própria ima-ginação”.

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O médium vidente acredita ver pelosolhos físicos, mas na realidade é a alma quemvê. Essa é a razão pela qual vêem tão bemtanto com os olhos fechados como com osolhos abertos. Em Estudando a Mediunida-de, Martins Peralva diz: “Quantas vezes, ten-tando sustar uma visão desagradável produ-zida por um espírito menos esclarecido, omédium fecha os olhos e, quanto mais aper-ta, a visão se torna mais nítida e melhor sedefinem os contornos da entidade?”

Bastaria isso para a comprovação plenade que, pela vidência, não se vê os espíritoscom os olhos corporais. Como disse AllanKardec, o médium vê através da mente, que,nesse caso, funciona à maneira de um pris-ma, de um filtro que reflete diversamentequadros e impressões, idéias e sentimentosiguais em sua origem.

A vidência raramente é permanente e é,quase sempre, o efeito de uma crise momen-tânea e passageira. A questão 167 de O Livrodos Médiuns diz que “é providencial que a

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vidência não seja constante”.Esta faculdade é protegida por filtros que

são defesas psíquicas do médium, fazendocom que ele veja aquilo que seja possível.Estamos rodeados de espíritos e vê-los todose a todo momento nos perturbaria e embara-çaria nossas ações, tirando-nos a iniciativa.Julgando-nos sós, agimos mais livremente.

Como ocorrem as visõesNo organismo físico, o sentido da visão

permite a constituição das imagens dos ob-jetos na retina, segundo um sistema diópticoparticular, aperfeiçoando-se as célulasreceptoras da luz, cujo impulso nervoso al-cança as vias ópticas, transportando as ima-gens captadas até a profundez do cérebro,onde a mente incorpora as interpretações quelhe são próprias e as analisa, plasmando ob-servações para o arquivo.

Ainda considerando o campo de impres-sões físicas, embora a criatura empregue osolhos, ela vê com o cérebro e, apesar deste

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utilizar as células do córtex para selecionaras imagens, quem vê, na realidade, é a men-te.

No processo mediúnico, atuando sobreos raios mentais do medianeiro, o desencar-nado transmite quadros e imagens, valendo-se dos centros autônomos de visão profun-da, localizados no diencéfalo. As imagensvistas pelo médium podem ser reais ou plas-madas e projetadas pelo espírito transmissor.

Mecanismos da clarividência(em uma sessão)

Em uma sessão espírita, o mentor espi-ritual responsável pela preparação do fenô-meno da vidência aproxima-se do médiume lhe aplica forças magnéticas sobre seuchacra coronário, sensibilizando e ativandoa glândula pineal, fazendo-a produzir umhormônio chamado melatonina.

A melatonina é direcionada para o glo-bo ocular físico, isolando-o momentaneamen-te do nervo óptico, que é responsável pela con-

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dução das imagens ao cérebro. Como o ner-vo óptico não receberá imagens, o médiumperderá temporariamente a visão física.

Em seguida, o mentor espiritual, por pro-cessos fluídicos, aumenta a tela fluídica dochacra frontal, permitindo que imagens vis-tas pelos olhos perispirituais do médium che-guem até o nervo óptico físico e, através des-te, sejam conduzidas até o cérebro físico, naparte do córtex cerebral responsável pela vi-são. Assim, o médium passa a ver as coisasdo mundo espiritual. Nesse processo fluídico,o médium consegue ver as imagens vistaspelo perispírito, que, momentaneamente, sãointerpretadas pelo córtex cerebral físico.

Uma ocorrência produzida pelosespíritos pode ser vista diferentemente

por dois ou mais médiuns. Cada umperceberá de acordo com seu mundo

interior. É uma questão de sintonia.

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O que éClariaudiência?

A questão 165 de O Livro dos Médiunsexplica bem a faculdade da audição. “Os mé-diuns audientes são dotados da faculdade deouvir os espíritos. A audiência é um fenô-meno mediúnico e na audição mediúnicasó o médium ouve”. Às vezes, é uma vozíntima que se faz ouvir no foro interior e, emoutras, é uma voz exterior, clara e distinta,como a de uma pessoa viva.

Os médiuns audientes podem, assim,entrar em conversação com os espíritos. Istoé muito agradável quando o médium ouvesomente os bons espíritos, mas não ocorre omesmo quando um mau espírito se obstinajunto a ele, fazendo-o ouvir coisas desagra-dáveis e, algumas vezes, inconvenientes.

O médium audiente acredita ouvir pe-

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los ouvidos físicos, mas na realidade é a almaquem ouve. Essa é a razão pela qual ouvemtão bem tanto com os ouvidos tampadoscomo com os ouvidos abertos. Em Estudan-do a Mediunidade, o autor lembra: “Quantasvezes fecha os ouvidos para não ouvir, com-primindo-os fortemente, sem contudo deixarde ouvir a voz dos espíritos?”

Bastaria isso, para a comprovação plenade que, pela audiência, não se ouve os espíri-tos com os ouvidos corporais. Como disse Kar-dec, o médium ouve através da mente, que,nesse caso, funciona como um prisma, umfiltro que reflete diversamente impressões, idéi-as e sentimentos iguais na sua origem.

A audiência é uma faculdade raramen-te permanente e é, quase sempre, o efeito deuma crise momentânea e passageira. E comobem lembra a questão 165 de O Livro dosMédiuns, “é providencial que a audiêncianão seja constante”.

Esta faculdade mediúnica é protegidapor filtros que são defesas psíquicas do mé-

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dium, fazendo com que ouça aquilo que sejapossível. Estamos rodeados de espíritos eouvi-los todos e a todo momento nos pertur-baria e embaraçaria nossas ações, tirando-nos a iniciativa. Julgando-nos sós, agimosmais livremente.

Como elas ocorremO sentido da audição no organismo fí-

sico consolida-se no ouvido interno, onde otubo coclear vai encontrar as células evoluí-das dos órgãos de Corti e as fibras nervosasdo acústico encarregadas de transmitir as vi-brações sonoras que atingem o ouvido mé-dio, em estímulos nervosos a sairem atravésdo nervo auditivo na direção da mente, querealiza a seleção dos valores ligados às sen-sações de tom, intensidade e timbre.

Considerando ainda o campo de impres-sões físicas, embora a criatura empregue osouvidos, ela ouve com o cérebro e, apesardo mesmo fazer uso das células do córtexpara selecionar os sons, quem ouve na reali-

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dade é a mente.Já no processo mediúnico, atuando so-

bre os raios mentais do medianeiro, o desen-carnado comunica vozes e sons, utilizando-se da cóclea (parte interior do ouvido). Ossons ouvidos pelo médium podem ser reaisou plasmados e projetados pelo espírito trans-missor.

O mentor espiritual responsável pelapreparação do fenômeno da audiência apro-xima-se do médium e lhe aplica forças mag-néticas sobre o chacra coronário, sensibili-zando e ativando a glândula pineal, o quefaz com que ela produza um hormônio de-nominado melatonina.

A melatonina é direcionada para o cen-tro coclear, isolando-o momentaneamente donervo auditivo, que é responsável pela con-dução dos sons ao cérebro. Como o nervoauditivo não receberá qualquer tipo de som,o médium perderá temporariamente a audi-ção física.

Em seguida, o mentor espiritual, através

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de processos fluídicos, aumenta a tela fluídicado chacra frontal, permitindo que os sons cap-tados pelos ouvidos perispirituais do médiumcheguem até o nervo auditivo físico e, por in-termédio deste, sejam conduzidas até o cére-bro físico, na parte do córtex cerebral respon-sável pela audição. Desta forma, o médiumpassa a ouvir as coisas do mundo espiritual.

Nesse processo fluídico, o mentor enviaseus fluidos de ligação ao chacra frontal domédium e, em seguida, ao cérebro físico,onde, por desativação da audição física, che-gam ao córtex cerebral os sons vindos doperispírito em dimensões até então inaudíveis.

Da mesma forma que na clarividência, cadamédium ouvirá do plano espiritual segundo

seus próprios recursos psíquicos

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O que éPsicofonia?

A psicofonia (incorporação) é a mediu-nidade que permite a comunicação oral deum espírito através do médium. Kardec a de-nominou “mediunidade falante”, ou seja,aquela faculdade que propicia o ensejo paraque os espíritos entrem em contato atravésda palavra, travando conversações. É aindaconhecida popularmente como incorpora-ção, mas este termo poderia sugerir uma fal-sa idéia de que o espírito comunicante pe-netra no corpo do médium, o que na verda-de não acontece.

O médium é sempre responsável pelaordem do desempenho mediúnico e, seja qualfor o grau de consciência, o papel dele é sem-pre passivo. Quando a educação mediúnicaé deficiente ou viciosa, o intercâmbio é difi-

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cultado, faltando liberdade e segurança. O mé-dium reage à exteriorização perispirítica, difi-culta o desligamento e quase sempre intervémna comunicação, truncando-a. Ele deve ser ointérprete nesse intercâmbio e, assim, enten-der o pensamento do espírito comunicante etransmiti-lo sem alteração.

As vantagens da psicofonia são muitas.Atualmente, é a faculdade mais encontradanas práticas mediúnicas. É a porta mais aco-lhedora e acessível para a manifestação ob-jetiva dos espíritos no plano material.

Esta forma de mediunidade é bastanteproveitosa, principalmente pela possibilida-de de estabelecer o diálogo com o espíritocomunicante. Por permitir o diálogo direto,vivo e dinâmico com os espíritos, facilita oatendimento dos que precisam de ajuda ouesclarecimento, possibilitando ainda a dou-trinação e consolação dos espíritos pouco es-clarecidos sobre as verdades espirituais.

A psicofonia é uma das formas mais in-teressantes e úteis de mediunidade, não só

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porque nos faculta entendimento direto epessoal com os espíritos, como também apossibilidade de esclarecermos os espíritosinconscientes, imersos em escuridão mental,e os maldosos, realizando assim um ato deverdadeira caridade espiritual e cooperandocom os companheiros que dirigem as orga-nizações assistenciais do espaço dedicadasa esse trabalho.

Por meio da psicofonia, o médium, àsvezes, chega a dizer coisas inteiramente forado âmbito de suas idéias habituais, de seusconhecimentos e até fora do alcance de suainteligência. Não é raro ver pessoas iletradase de inteligência vulgar se expressarem emtais momentos com verdadeira eloqüência etratar, com incontestável superioridade, dequestões sobre as quais seriam incapazes deemitir uma opinião no estado comum.

Entre as desvantagens da psicofonia, épreciso haver muita análise para avaliar bema origem e valor da comunicação, pois ge-ralmente a manifestação não chega a consti-

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tuir uma prova de identificação do comuni-cante. Seu efeito é momentâneo, nem sem-pre bem compreendido e a mensagem podeser deturpada ao se tentar reproduzi-la pos-teriormente, a não ser que seja gravada.

O mecanismo da psicofoniaO mentor espiritual responsável pela

preparação do fenômeno da psicofonia apro-xima-se do médium e lhe aplica forças mag-néticas sobre seu chacra coronário, que sen-sibiliza e ativa a glândula pineal, fazendo-aproduzir um hormônio chamado melatonina.A melatonina interage com os neurônios, ten-do um efeito sedativo.

Em seguida, a melatonina é direciona-da para a parte do córtex cerebral responsá-vel pela fala e que vai ficar sob seu efeito, ouseja, sedada. Assim, o médium perde o co-mando sobre os órgãos da fala, permitindoque outro espírito se ligue a este sistema sen-sitivo e o utilize.

Posteriormente, os espíritos auxiliares

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aproximam o espírito que irá se manifestarpela psicofonia e fazem a ligação perispiri-tual aos órgãos sensitivos da fala do mé-dium, através do chacra laríngeo. O espíri-to comunicante temporariamente se apossado órgão vocal do médium, apropriando-se de seu mundo sensitivo e conseguindose expressar através da fala.

Conforme a mecânica de desprendimen-to perispiritual que ocorre no processo me-diúnico, o médium psicofônico pode ser clas-sificado como consciente, semiconsciente einconsciente.

Psicofonia conscienteA psicofonia consciente é a mais comum

entre os médiuns psicofônicos (cerca 70% dototal). Nela, há uma exteriorização doperispírito do médium de apenas alguns cen-tímetros. O espírito comunicante se aproxi-ma do médium sem manter contato perispi-ritual e transmite telepaticamente as idéiasque deseja enunciar. É a mediunidade dos

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tribunos e pregadores, que manifestam a “ins-piração momentânea”.

O espírito emite o pensamento e influisobre o aparelho fonador do médium, quetransmite as idéias conforme as entende eusando seu próprio estilo, vocabulário e cons-trução de frases. Ou seja, a idéia é do espíri-to, mas o jeito de falar é do médium.

O médium sente a influência e capta opensamento do espírito comunicante na ori-gem, antes de falar. Desta forma, ele podeavaliar antes da manifestação, tendo fácil con-trole do fenômeno.

SemiconscienteFenômeno comum a 28% dos médiuns

psicofônicos, na psicofonia semiconscien-te existe uma maior exteriorização doperispírito do médium, mas ainda não com-pleta. O espírito comunicante entra em con-tato com o perispírito do médium, que sesemi-exterioriza, e atua através deste sobreo corpo físico, ficando os órgãos vocais do

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médium parcialmente sob o controle do es-pírito que faz a comunicação.

Desta forma, o espírito tem maior atua-ção no orgão fonador, conseguindo falarmelhor, em seu próprio estilo. Ou seja, ape-nas as frases são do médium, mas o estilo eas idéias são do espírito.

Enquanto a mensagem é recebida, omédium sabe o que fala, sente o padrão vi-bratório e a intenção do comunicante, po-dendo controlar e intervir se necessário. Po-rém, ao terminar a manifestação, só recor-dará do início e do final da mensagem, fi-cando apenas com uma vaga lembrança dotema abordado.

InconscienteNa psicofonia inconsciente, que repre-

senta somente 2% dos casos de médiunspsicofônicos, há uma exteriorização total doperispírito do médium, ficando apenas liga-do pelo cordão fluídico. Inexiste ligação en-tre o cérebro do médium e a mente do espí-

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rito manifestante e mesmo entre sua própriamente perispiritual e o cérebro físico. O fatodo espírito do médium se exteriorizar do cor-po físico temporariamente faz com que pas-se a estar inteiramente à disposição e sobcontrole do espírito comunicante.

A atuação do espírito sobre o organis-mo físico do médium é mais direta, atravésdo chacra laríngeo e dos centros nervosos li-berados. Assim, o comunicante tem maior in-tervenção material, modificando estilo, ges-tos e entonação de voz. Ou seja, as frases, oestilo e as idéias são todas do espírito.

A mensagem é transmitida sem que omédium guarde consciência cerebral dela,porém, em espírito, o mesmo está conscien-te. Ao recobrar a consciência, o médium ge-ralmente nada recorda da mensagem deixa-da. A vantagem é que há maior liberdade parao espírito, que se identifica por gestos, ento-nação da voz e atitudes.

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A psicofonia (incorporação) é aprincipal forma de mediunidade

utilizada nos centros de Umbanda

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O que épsicografia?

A psicografia é a mediunidade pela qualos espíritos influenciam a pessoa, levando-aa escrever. Os que a possuem são denomi-nados médiuns escreventes ou psicógrafos.

Uma das vantagens da psicografia é sero mais simples, cômodo e, sobretudo, com-pleto de todos os meios de comunicação.Outra vantagem é que não pode ser altera-da e não fica na dependência da memóriaou da interpretação dos participantes da reu-nião (como no caso da mensagem oral).Além disso, a análise e a crítica às mensa-gens se torna mais fácil, permitindo um es-tudo acurado da mensagem quanto ao esti-lo, ao conteúdo e às idéias. Pode ainda sercomparada com outras ditadas anteriormen-te pelo mesmo espírito.

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Fluido VitalO fluido vital ou eletricidade biológica,

como é classificada pela medicina acadêmi-ca, escoa-se facilmente pelo corpo humanoatravés da rede nervosa, principalmente pelaspontas dos dedos e cabelos, na forma de ener-gia dinâmica em dispersão ou “fuga” pelaspontas. Os plexos nervosos são fontes de flui-do vital armazenado, constituindo-se de re-servas energéticas que, a qualquer momento,transformam-se em energia dinâmica, fazen-do a conexão dos orgãos físicos e as suas res-pectivas contrapartes ou matizes situadas noperispírito, que são extremamente sensíveis àatuação de espíritos desencarnados. Quandoo médium conserva maior potencial de cargamagnética em torno dos plexos nervosos, eletambém oferece melhor ensejo para os de-sencarnados acionarem os seus nervos moto-res e, assim, identificarem-se mais facilmentepor suas características individuais.

O médium mecânico é mais apropriadopara identificação dos desencarnados, pois a

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seiva magnética que acumula nos plexos ner-vosos transforma-se em alavanca eficiente paraos desencarnados comandarem os nervosmotores dos braços e, desta maneira, expo-rem fielmente suas idéias e escreverem de for-ma idêntica à que usavam em sua vida física.

Mas o médium semimecânico vê-seobrigado a preencher intuitivamente todos ostruncamentos ou vazios de suas comunica-ções, motivo pelo qual ele tem consciênciaperfeita de quase tudo o que escreve, embo-ra o faça de modo semimecânico.

Quando lhe desaparecem os impulsos damão na escrita mecânica, ele prossegue o co-municado passando a “ouvir” intuitivamenteseus comunicantes, que ora escrevem direta-mente, ora o fazem pelo ajuste perispiritual.

Classificação da psicografiaConforme a mecânica do processo me-

diúnico, os médiuns psicógrafos podem serclassificados em três tipos: intuitivo, semi-mecânico e mecânico.

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IntuitivoRepresentando 70% dos médiuns psicó-

grafos, o médium intuitivo não abandona ocorpo físico no momento em que escreve asmensagens dos espíritos. Neste caso, o espí-rito não atua sobre a mão para movê-la, atuasobre a alma do médium, identificando-secom ela e lhe transmitindo suas idéias e von-tades. O médium as capta e, voluntariamen-te, escreve.

Portanto, tem conhecimento antecipa-do, mas o que escreve não é seu. Age comoum intérprete que, para transmitir o pensa-mento, precisa compreendê-lo, apropriar-sedele e traduzi-lo. O pensamento não é seu,apenas lhe atravessa o cérebro. No início, omédium confunde com seu próprio pensa-mento e as mensagens, às vezes, extrapolamo conhecimento do médium.

SemimecânicoOs médiuns semimecânicos, que repre-

sentam 28% dos médiuns psicógrafos, tam-

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bém não abandonam o corpo físico ao es-creverem as mensagens. O espírito atua so-bre a mão do médium, que não perde ocontrole dela, mas recebe uma espécie deimpulsão.

O médium participa tanto da mediuni-dade mecânica como da intuitiva, pois es-creve recebendo parte do pensamento dosespíritos pela comunicação e contato peris-piritual, ao mesmo tempo em que outra par-te é articulada pelos comunicantes, indepen-dentemente de sua vontade.

Os semimecânicos têm consciência doque escrevem à medida que as palavras vãosendo escritas. O médium tem um conheci-mento parcial daquilo que lhe atravessa océrebro perispiritual, mas passa a ignorar ostrechos que lhe são escritos mecanicamente,sem fluir pelo cérebro físico.

MecânicoCaso raro entre os médiuns psicógrafos

(2%), os médiuns mecânicos, a exemplo dos

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outros dois tipos, não abandonam o corpofísico no momento de escrever as mensagens.O espírito desencarnado atua sobre gângliosnervosos à altura do omoplata e, dessa for-ma, age diretamente sobre a mão do médium,impulsionando-a. Esse impulso independeda vontade do médium, ou seja, enquantoo espírito tem alguma coisa a escrever, movi-menta a mão do médium sem interrupção.

Certos médiuns mecânicos chegam atrabalhar com ambas as mãos ao mesmo tem-po e sob a ação simultânea de duas entida-des. E em condições excepcionais, o mé-dium ainda pode palestrar com os presen-tes sobre assunto completamente diferentedo que psicografa. Nesse caso, o espíritocomunicante consegue escrever na formaque era peculiar na vida física.

O médium mecânico não sabe o quesua mão escreve. Somente depois, ao ler, éque ele vai tomar conhecimento da mensa-gem. A escrita mecânica costuma ser célere,muito rápida.

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O mecanismo da psicografiaO mentor espiritual responsável pela

preparação do fenômeno da psicografia apro-xima-se do médium e lhe aplica forças mag-néticas sobre seu chacra coronário, que sen-sibiliza e ativa a glândula pineal, fazendo-aproduzir um hormônio chamado melatonina.A melatonina interage com os neurônios, ten-do um efeito sedativo. Em seguida, a melato-nina é direcionada para a parte do córtexcerebral responsável pela coordenaçãomotora, que vai ficar sob seu efeito, ou seja,sedada. Assim, o médium perde o comandosobre os órgãos da coordenação motora, per-mitindo que outro espírito se ligue a este sis-tema sensitivo e o utilize.

Depois, os espíritos auxiliares aproxi-mam o espírito que irá se manifestar pelapsicografia e fazem a ligação perispiritual aosórgãos sensoriais do movimento dos braçosdo médium. O espírito comunicante tempo-rariamente se apossa dos gânglios nervososà altura do omoplata do médium, apropri-

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ando-se de seu mundo sensitivo e conse-guindo se expressar pela escrita.

Médiuns polígrafosIncluem-se nesta forma de mediunidade

os casos de poligrafia, que é o chamado domde mudar a escrita conforme o espírito que secomunica ou a reprodução da escrita que oespírito tinha em vida. O primeiro tipo de fe-nômeno é mais comum, enquanto que o se-gundo, a identidade da escrita, é mais raro.

Médiuns iletradosIncluem-se nesta forma de mediunida-

de os médiuns que escrevem sem saber lernem escrever no estado normal, mas que es-crevem fluentemente quando em transe me-diúnico. Esse tipo de médium é mais raro queos demais, porque há maior dificuldade ma-terial a vencer.

Médiuns poliglotas ou xenoglotasNesta forma de mediunidade incluem-

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se os casos de xenoglossia, o chamadodom das línguas (xeno = estranha; glota/glossia = língua), tão interessantes e con-vincentes para os incrédulos.

Os médiuns poliglotas ou xenoglotas sãoos que têm a faculdade de falar ou escreverem línguas que lhe são desconhecidas ou atémesmo em dialetos já extintos no mundo.Também são casos muito raros de existirem.

Diretrizes de segurançaOs médiuns têm o dever de coibir o ex-

cesso de distúrbios da entidade comunicante.Devem controlar o espírito que se comunicapara que este lhe respeite a instrumentalida-de, mesmo porque o espírito não entra no mé-dium. A comunicação é sempre através doperispírito, que vai ceder campo ao desencar-nado. Todavia, a diretriz é do encarnado.

O médium deverá se ajustar ao esforçode vivenciar as lições evangélicas e se aterao estudo, ao trabalho e à abnegação aosemelhante.

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Mesmo médiuns inconscientes têm co-participação no fenômeno mediúnico. Aomesmo tempo, exercem a fiscalização e ocontrole, coibindo, quando devidamenteeducado, quaisquer abusos.

Para que um médium se torne seguro,um instrumento confiável, é necessário queevolua moral e intelectualmente, na razãoque exercita sua faculdade. Neófitos atraí-dos para a prática mediúnica ansiosos pe-los fenômenos e os médiuns invigilantes res-pondem pelos desequilíbrios das manifes-tações mediúnicas.

O médium mecânico não sabe o que suamão escreve. Somente depois, ao ler, é queele vai tomar conhecimento da mensagem

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Identificandoos espíritos

Normalmente, os espíritos podem seridentificados através de três meios: pelas sen-sações que o espírito transmite, pelo conteú-do da mensagem ou pela vidência.

Através da sensibilidade mediúnica, po-demos distinguir de forma genérica o graude evolução das entidades espirituais, sejapor sensações agradáveis ou desagradáveis.O espírito jamais consegue disfarçar a con-dição espiritual que se encontra, bastando aanálise fluídica das impressões.

Também é possível se identificar os es-píritos pelo conteúdo da mensagem, pois elessempre revelam sua condição espiritual jus-tamente pelo que dizem e como dizem, des-contando-se as influências do intermediáriode que faz uso. Entidades elevadas são obje-

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tivas e simples, enquanto que os atrasadosusam comunicações cheias de palavras difí-ceis, amontoadas em frases brilhantes, masde sentido completamente vazio e às vezesaté contraditório.

Outro recurso de identificação é o daclarividência, mas de uso bastante restrito edelicado. Cada médium vidente vê de acor-do com sua própria capacidade de exteriori-zação perispiritual e sintonia vibratória. Podeocorrer que dois bons e autênticos videntes,em um mesmo lugar e ambiente, estejam per-cebendo situações diferentes na mesma hora,ou seja, um não poderá confirmar o que ou-tro consegue registrar.

A clarividência é um bom recurso parase identificar o espírito desencarnado, masdepende muito do médium, de sua seguran-ça, de seu equilíbrio, não devendo se baseartão somente neste recurso para se afirmar aidentidade do espírito.

A informação do clarividente sempredeve ser verificada, analisada e comparada

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com outros fatores auxiliares e também im-portantes na identificação dos espíritos, comoa qualidade do ambiente, a necessidade eoportunidade da presença do espírito, as sen-sações causadas nos circunstantes, o conteú-do da comunicação (se houver) etc.

Agora, é natural que uma entidade espi-ritual que se comunique constantementeconosco acabe por se tornar conhecida equerida a ponto de ser considerada elemen-to do próprio grupo. Determinados detalhespodem levar a se presumir que se trata destaou daquela entidade. Assim é que fica sendoreconhecida pelo modo de falar, pelo estilo,pelo conteúdo da mensagem, podendo, noentanto, comunicar-se por outros médiuns esofrer a influência do clima mental de quemlhe serve de intermediário.

A necessidade de identificaçãoEm se tratando de espíritos que vêm à

sessão para serem orientados, consolados ereceberem o alívio da prece, não vemos ne-

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cessidade alguma que levantemos seus da-dos biográficos. Durante a atividade medi-única, estamos para atender a quem preci-sa, portanto, não devemos perder tempo fa-zendo inquirições sem fim somente para sa-tisfazer uma vã curiosidade. Seria falta decaridade identificar antes de socorrer. Viven-do problemas angustiantes e estando con-fusos quanto à noção de tempo e espaço aque estavam condicionados na Terra, mui-tos deles são incapazes de informar comsegurança quem realmente são.

Desta maneira, é reprovável o uso dealguns doutrinadores que chegam ao absur-do de pedir o nome da entidade ou até deta-lhes minuciosos para sua identificação, quan-do o que se deve fazer é atendê-la com omáximo de carinho e amor cristão, propor-cionando-lhe esclarecimento e conforto es-piritual através das vibrações de amor e paz.Entretanto, quando eles se dignam esponta-neamente a fornecer alguns dados com rela-ção à sua personalidade, sempre é interes-

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sante confirmá-los, se houver essa possibili-dade, para efeito de estudo.

Quando se tratar de uma entidade queprocura dar orientações, o nome que usa ésecundário e pouco deve influir quanto àaceitação ou não da mensagem, pois o con-teúdo é o elemento primordial.

O médium iniciante não deve se preo-cupar por não ter a mínima intuição a res-peito da identidade do espírito que atravésde si se comunica. Só com o tempo e o trei-namento é que terá a capacidade de identifi-car perfeitamente as entidades comunicantes.

Os mistificadoresUm dos maiores obstáculos para a di-

vulgação e aceitação do Espiritismo é a mis-tificação, que é o ato de uma entidade tentarenganar os presentes quanto à sua identida-de e à sua posição espiritual.

A mistificação pressupõe engodo, enga-no, dolo, mentira e pode ser produzida porespíritos desencarnados, bem como também

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pelo próprio médium, consciente ou in-conscientemente. Na mistificação, sempreexiste o desejo de enganar, trapacear, darcaracterísticas de verdade ao que é falso.

Os espíritos enganadores sabem perfei-tamente a quem se dirigem. Mas se traem detantos modos que é preciso ser cego para sedeixar iludir. Só enganam os que se deixamenganar. Há pessoas simples e pouco instru-ídas mais difíceis de enganar do que outrasque têm finura e saber.

Há pessoas que se deixam seduzir poruma linguagem enfática, que apreciam maisas palavras do que as idéias, que inclusivetomam por sublimes idéias falsas e vulgares.No que diz respeito à identificação dos espí-ritos que se comunicam nas chamadas “ses-sões de doutrinação”, o que deve interessaré o problema da entidade em si, o que elanecessita e a sua consolação.

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Outro recurso de identificação é o da clarividên-cia, mas de uso bastante restrito e delicado. Cada

médium vidente vê de acordo com sua própriacapacidade de exteriorização perispiritual e

sintonia vibratória

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Tiptologia ou�mesas girantes�

As comunicações mediúnicas realizadasatravés do processo de tiptologia ou “mesasgirantes” caracterizam-se por uma mesa quepode se mover em várias direções ou se le-vantar, obedecendo ao comando mental e àvontade dos desencarnados. Seus movimen-tos serão certos e positivos na mesma pro-porção em que assim forem a qualidade e anatureza da massa ectoplasmáticaarregimentada pela afinidade entre os pre-sentes. O grau de sensibilidade da mesagirante é proporcional ao potencial de forçanervosa e de magnetismo retirados dos pre-sentes e conjugados, o que facilita sua liber-tação da força gravitacional do mundo físicoem conformidade com o volume e a nature-za do ectoplasma extraído do ambiente.

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As comunicações pela tiptologia sãomais favoráveis quando se encontra algummédium de fenômenos físicos entre seus par-ticipantes. Ele pode auxiliar o trabalho for-necendo os fluidos necessários para seinterpenetrar os interstícios dos átomos elé-tricos do duplo etérico da mesa, que se ajus-tam com os átomos e sistemas eletrônicos desua estrutura material em perfeita conexão.

Na falta de um médium adequado a essegênero de trabalho, o maior sucesso e exati-dão dependerá da melhor harmonia dos flui-dos de todos os integrantes. É a sintonia

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fluídica na mesma faixa vibratória que neu-traliza a força gravitacional para os desen-carnados operarem livremente a mesa nostrabalhos de tiptologia. Só depois de decor-rido o tempo necessário para a adaptaçãopreliminar entre todos os componentes dotrabalho é que se efetua o intercâmbio satis-fatório e compreensível com os desencarna-dos, através das batidas convencionadas emalfabeto durante o movimento da mesa.

O sucesso técnico da tiptologia depen-de sobremaneira da quantidade e qualida-de do amálgama de fluidos que se possacombinar entre os presentes. A qualidadefluídica se relaciona com o nível intelectualdo trabalho, que, principalmente no início,fica restrito à média da mentalidade de to-dos os seus componentes, pois suas idéiasinfluem na manifestação tiptológica de for-ma consciente ou inconsciente.

Influência anímicaEssa fusão mental impede uma ação ab-

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solutamente independente por parte dos es-píritos desencarnados que operam no além,pois a coerência e a fidelidade no trabalhosó é possível após um certo tempo de inter-câmbio mediúnico e uma maior afinidadeentre todos os assistentes. O fracasso, a inco-erência e a confusão de muitos trabalhostiptológicos resultam da precipitação de seuspróprios componentes, que exigem provas in-discutíveis da imortalidade e a identificaçãominuciosa dos espíritos comunicantes já deinício, ignorando que, na fase preliminar des-sas experiências mediúnicas, ainda predomi-na fortemente a interferência anímica dos queparticipam e acompanham os trabalhos.

Às vezes, a mesa se move pela ação psi-comagnética dos próprios assistentes, deso-bedecendo ao comando dos espíritos desen-carnados. Diante disso, em virtude de atua-rem em uma faixa vibratória mais sutil, fi-cam sem poder interferir. Todas as vezes queo trabalho de tiptologia fica restrito à áreamental dos encarnados, fica impossível ob-

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ter conclusões objetivas sobre as perguntasformuladas.

Alguns participantes cuja mente e von-tade são muito desenvolvidas podem, nocomeço do intercâmbio tiptológico, inter-ferir ou truncar a resposta dos espíritosoperantes, impondo suas próprias conclu-sões ou mesmo certas emanações do sub-consciente e configurando uma espécie deinterferência anímica nas respostas advindasda mesa. Assim, os assuntos tratados pormeio de convenções tiptológicas se juntamà média do nível de entendimento comumdaqueles que se reúnem e essa “cortina psí-quica” impede os espíritos de manifestaremsuas idéias. Conseqüentemente, os resulta-dos e conclusões espirituais obtidas pela tip-tologia decepcionam, pois a comunicaçãodos espíritos é vacilante e confusa, ressal-tando a necessidade de haver muito treino,contato mediúnico e paciência, a fim de queo trabalho de tiptologia compense de ma-neira integral.

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O temperamento do comunicanteA partir do momento em que os partici-

pantes dos trabalhos de tiptologia realmentese interessem pelo progresso moral e por suaascensão espiritual, o intercâmbio mediúni-co se disciplina e alcança um ritmo produti-vo e sério. Com a singularidade da mesa, atémesmo o temperamento dos próprios espíri-tos comunicantes pode ser revelado.

Isso só é possível porque a mesa tiptoló-gica passa a ser o prolongamento móvel ematerial do espírito comunicante no planofísico, pois é o instrumento que ele dispõepara manifestar sua inteligência e exprimir oteor de seu psiquismo. Assim, através dos mo-vimentos que efetua, fica demonstrada a na-tureza dos sentimentos, do temperamento eda psicologia que a animam. Como intérpretematerial e sensibilizada pelo magnetismohumano em sua movimentação para dar orecado do além, a mesa também se impreg-na com algo do contexto psicológico de seuspróprios comunicantes desencarnados.

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Ao mesmo tempo em que o espírito co-municante transmite seus pensamentos pelatiptologia, que é a “linguagem das pancadas”,também exprime a natureza de seus senti-mentos pela sematologia, a “linguagem dossinais”. Assim, quando entidades benfazejase serenas se comunicam, fazem com que amesa se curve ou bata docemente, efetuan-do movimentos tranqüilos e suaves. Já espí-ritos severos e enérgicos, mas bem-intencio-nados, promovem batidas firmes e movimen-tos rápidos e decisivos. Espíritos destros e demuita vitalidade espiritual manejam a mesacom firmeza e segurança, enquanto que osrecém-desencarnados, sofredores ou acabru-nhados pelo remorso a movem de modo pe-noso e incerto, pois ainda se manifestam psi-quicamente debilitados e confusos.

Por outro lado, entidades agressivas emal intencionadas efetuam movimentos brus-cos e rudes, apresentando um estilo tiptoló-gico carregado de hostilidade. Os espíritoscoléricos produzem movimentos impacien-

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tes e nervosos, enquanto que levianos, zom-beteiros ou mistificadores traem seus impul-sos duvidosos e falsos na burla contra os en-carnados. Por fim, espíritos néscios e estúpi-dos do Além acionam a mesa tiptológica de-satinadamente e de modo confuso.

Giros e movimentosDe acordo com a situação atravessada

pelos participantes, a cada dia ocorre umamovimentação peculiar da mesa, devido àintensidade e necessidade energética da noi-te. Podemos ter uma falta de energia cinéticae isso deve ser compensado com a doaçãode ectoplasma de cada um. Então, teremosuma demora maior no início da movimenta-ção da mesa, pois esse ectoplasma deve sertrabalhado e sua quantidade é ajustada pe-los dirigentes espirituais.

Na dimensão espiritual, o trabalho é in-tenso e começa logo ao amanhecer do diaem que será realizado. A alimentação e apsique dos membros do grupo pode influen-

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ciar neste ectoplasma, cuja densidade varialogo após ser preparado. Portanto, eles de-vem se abster de alimentos pesados neste dia,pois, caso contrário, os esforços terão de serredobrados.

A movimentação da mesa pode ser di-vidida em rápida, lenta, vigorosa, de poucaintensidade, sentido horário, sentido anti-horário, em um pé só ou batidas no solo.

De forma errônea, muitos pensam quea tiptologia é um trabalho mediúnico de bai-xa qualidade espiritual, no qual só operamespíritos inferiores. Na verdade, o que deter-mina a qualidade superior ou inferior de qual-quer trabalho mediúnico não é o seu gênerode expressão, mas principalmente as condi-ções morais e a natureza dos objetivos deseus componentes. Não há dúvida de que asintonia com os espíritos desencarnados tam-bém dependerá das boas ou más intençõesdos encarnados.

A mesa tiptológica é apenas um meio,um instrumento convencional para ajustar os

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interesses e facultar as relações entre vivos emortos como ponto de apoio. Conseqüente-mente, a tiptologia é um gênero de trabalhomediúnico que também permite o cuidadocom assuntos elevados, desde que seja prati-cada por criaturas mais interessadas em suaascensão espiritual do que na solução de seusproblemas da vida material transitória.

Atraindo espíritos desequilibradosOs espíritos inferiores são atraídos para

os trabalhos mediúnicos pelos objetivos oupelas intenções condenáveis, não pelo tipode comunicação mediúnica adotada. Qual-quer trabalho mediúnico sem finalidade su-perior de libertação espiritual e que se cris-taliza no intercâmbio mercenário com enti-dades inferiores acaba sempre agravando aescravidão da criatura às formas terrenas.

Em qualquer trabalho de intercâmbiocom o além, são os propósitos adotados porseus componentes que elevam ou rebaixamtanto o nível espiritual como o intelectual. A

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base fundamental do progresso e êxito dostrabalhos mediúnicos ainda é a natureza ele-vada de seus objetivos, pois só assim se afas-tam as entidades galhofeiras e levianas quecostumam interferir em qualquer empreita-da medianímica de propósitos triviais ou in-teresses materiais.

Esses espíritos irresponsáveis fazem detudo para quebrar a fé e semear a desconfi-ança, a intriga ou decepções mais amargasentre aqueles que se colocam totalmente sobsua direção subversiva. Porém, diante da inu-tilidade de seus esforços, dispendidos parasubverter ou mistificar os encarnados, os ga-lhofeiros e malfeitores se afastam.

Em comunicações perversivas pelatiptologia, espíritos maus, levianos e escar-necedores envolvem os encarnados com res-postas incompletas e ditam frases tolas comose fossem assuntos importantes. Além disso,algumas vezes, obrigam os componentes dotrabalho tiptológico a enfrentarem longas es-peras e imobilizam a mesa girante, ao mes-

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mo tempo que se divertem com a perplexi-dade e indecisão incomodativa causadas pelofato. Também fazem as mesmas palavras se-rem escritas várias vezes, produzem ditadosparadoxais, compõem histórias falsas e reve-lações exóticas, predizem acontecimentoscontraditórios e sentem prazer em atiçar acuriosidade dos presentes para, depois, deixá-los no meio do caminho.

Os mais pervertidos se aproveitam daincipiência, da leviandade ou do interessevulgar dos presentes para, através da mesagirante, comporem palavras e frases obsce-nas, transmitirem falsos avisos de morte, se-mearem aflição entre os que lhes recepcio-nam, preverem enfermidades atrozes, recei-tarem remédios extravagantes e beberagensnocivas aos doentes como sábias prescriçõesmédicas, induzirem seus admiradores às ado-rações idólatras e à crença em idiotices reli-giosas, recomendarem a utilização de talis-mãs ridículos, insígnias tolas ou orações mis-teriosas, fazerem profecias levianas e despre-

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ocupadas de qualquer conseqüência futura,assegurarem promoções na carreira de fun-cionários e predizerem excelentes sucessospolíticos ou transações no comércio.

LevitaçãoO fenômeno de levitação ocorre quan-

do pessoas ou coisas são erguidas ao ar semo auxílio exterior de caráter material, apa-rentemente contrariando as leis da gravida-de. Muitas teorias foram aventadas para ex-plicar esse fenôme-no, mas o que real-mente se dá é que osespíritos operantesenvolvem a pessoaou coisa a levitar emfluidos, isolando-asdo ambiente físicosobre o qual normal-mente se exerce a leido peso. Assim, iso-ladas, tais pessoas ou

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coisas podem ser facilmente manejadas emqualquer sentido.

A ação do espírito sobre o material a serlevitado se realiza através da utilização desuas próprias mãos, convenientemente ma-terializadas, ou com o auxílio de hastes, bas-tões, espátulas e outros objetos fluídicos pre-viamente condensados. Porém, em todos oscasos, a ação do operador invisível se dá sem-pre sobre a substância isolada, que passa aser um suporte, uma base. Os casos mais ra-ros desta modalidade são as levitações ple-nas do corpo do médium. Às vezes, duranteo transcurso do fenômeno, ele pode perma-necer plenamente consciente, mas normal-mente está em transe.

Um exemplo clássico destes fenômenosforam as levitações do médium DanielDunglas Home, que, só na Inglaterra, foi le-vantado mais de cem vezes, indo até o tetodo aposento em algumas delas, onde perma-necia em várias posições e bastante consci-ente. O caso do médium foi fartamente do-

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cumentado por pessoas que pesquisaram osfenômenos produzidos por ele, como o ocor-rido em 13 de dezembro de 1868, quandoHome flutuou horizontalmente, como se es-tivesse deitado em uma cama, através de umajanela aberta no terceiro andar de uma casa,voltando por outra e, depois, ficando em pé.O fenômeno foi repetido em seguida, sem-pre diante de testemunhas. Em outras ocasi-ões, ele levitou em uma sala diante de umgrupo de pessoas.

Tivemos ainda outros casos de pessoasque exemplificaram o fenômeno de levita-ção, como Carmine Mirabelli, de quem háfotografias, tiradas à luz do dia, que o mos-tram de pé, com os braços abertos, levitandobem acima do chão, quase atingindo o tetodo salão com a cabeça, ou São José deCupertino, que levitou e voltou voando parasua cela, diante de um embaixador e sua es-posa. No século XIX, Eusápia Paladino con-seguiu se erguer no ar mesmo amarrada aum móvel por grossas cordas. Entre os san-

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tos, sabe-se que Santa Tereza d’Ávila se agar-rava a grades para resistir ao efeito da levita-ção e foram incontáveis os testemunhos depessoas que observaram São Pedro de Alcân-tara levitar.

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O que é materializaçãode espíritos?

Toda categoria de mediunidade que sen-sibiliza diretamente os órgãos dos sentidosfísicos dos observadores é conhecida comode efeitos físicos, materiais ou objetivos. Nes-sa classe, eles se revelam na forma de fenô-menos objetivos, envolvendo elementos ma-teriais que permitem um exame direto porparte dos encarnados presentes, mesmo quenão sejam médiuns ostensivos.

O médium de efeitos físicos é aqueleque serve de intermediário em todos essesfenômenos, que são audíveis, visíveis e sen-síveis aos sentidos humanos. Ao contrárioda mediunidade de efeitos intelectuais, elenão é o agente produtor dos fenômenos, masapenas um elemento que fornece parte dosfluidos necessários aos trabalhos, pois tam-

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bém são precisos outros fluidos vindos deoutras fontes.

A mediunidade de efeitos físicos podese apresentar de variadas formas, sendo queas mais comuns são a materialização, o trans-porte, a levitação, a transfiguração, a biloca-ção, a bicorporeidade, a voz direta, a escritadireta, a sematologia e a tiptologia. Além dis-so, ela permite aos desencarnados fabrica-rem moldes de parafina e gesso, produziremefeitos luminosos e desmaterializar objetos.

Para esse fim, os espíritos utilizam o flui-do ectoplasmático extraído do médium deefeitos físicos, esteja ele em transe cataléptico(suspensão total dos movimentos voluntári-os) ou em estado de vigília, uma ocorrênciamais rara entre os sensitivos desse gênero.Em geral, os espíritos precisam juntar ao ec-toplasma do médium os fluidos que conse-guem dos demais que participam do traba-lho mediúnico, ingredientes ainda desconhe-cidos dos encarnados. É aconselhável usarmúsicas leves e aprazíveis nestas sessões, pois

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ajudam a harmonizar a vibração mental doambiente, de modo a favorecer a fenomeno-logia comandada pelos desencarnados.

Nas reuniões de materialização, os es-píritos geralmente pedem que sejam deixa-das duas vasilhas com capacidade de maisou menos 20 litros. Em uma delas, enche-sede parafina dissolvida e fervente, mantida nofogo para conservar uma temperatura entre80 e 100 graus centígrados (ou mais), enquan-to que a outra recebe água fria. Da assistên-cia, é possível se ouvir a parafina ferver eespoucar em ebulição.

Para realizar o trabalho de confecção dasluvas, mãos ou pés, o espírito materializadose aproxima das latas e mergulha o membroque deseja reproduzir na parafina fervente.Por exemplo, a mão. Após esse primeiromergulho, o espírito vai derramando a para-fina líquida com a outra mão sobre aquela járecoberta com a camada inicial. Quando jul-ga que a luva está como deseja, mergulha amão recoberta de parafina fervente na água

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fria e, neste momento, desmaterializa a mãoespiritual, que desaparece e deixa apenas aluva de parafina.

Este é o método mais comum. Se en-chermos a luva fabricada com gesso molha-do, teremos a reprodução fiel da mão huma-na, notando-se todas as linhas originais e atémesmo os cabelos e poros da pele. Os mol-des de parafina são feitos somente nas mate-rializações parciais, pois não há prejuízos aomédium, que não está com seu duplo etéricoenvolvido no caso.

Luvas de parafina

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Equipes espirituaisO sucesso da fenomenologia mediú-

nica não depende apenas do médium quefornece ectoplasma ou dos que auxiliam nadoação de fluidos. Conta com a eficiênciae o conhecimento da equipe de espíritosque opera do alto, técnicos especializadose espíritos auxiliares que têm como objeti-vo processar os trabalhos de efeitos físicosna Terra.

Habilidosos no manuseio da químicatranscendental, estes espíritos operam so-bre as substâncias etéreo-astrais que, depois,devem ser combinadas com o ectoplasmado médium. Disciplinados, sensatos e cons-cientes de sua responsabilidade, desempe-nham as tarefas com mais segurança e efici-ência que os encarnados. De acordo com aaptidão individual, subdividem-se em suasfunções delicadas, participando ativamen-te da fenomenologia mediúnica. São elas:diretor, químico-chefe, auxiliar, coordena-dor, cooperador e segurança ou defensor.

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Além do conjunto que opera pratica-mente na produção de fenômenos físicos, háainda o elemento que serve de ligação entreos desencarnados e os encarnados, uma es-pécie de sentinela encarregado de avisar ostécnicos siderais sobre quando se realizaráuma reunião, a fim de que possam efetuar asprovidências previstas no ambiente, que são:a higienização fluídica do local, a proteçãofluídica, a ionização do ambiente e o em-prego de recursos preventivos contra as ema-nações tóxicas dos assistentes viciosos.

Dificuldades nos trabalhosO médium, que é uma das peças mais

importantes dos trabalhos de efeitos físicos,raramente é uma criatura capaz de cumprircom inteligência a sua obrigação espiritual.Sendo independente, vivendo no mundo fí-sico a seu modo e, muitas vezes, com con-duta e sentimentos até opostos à exigênciado intercâmbio com o além, ele constitui umabarreira contra a qual as entidades técnicas

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têm de se defrontar em um labor heróico.Os espíritos amigos e benfeitores fazem

de tudo para sanar esses inconvenientes eproteger o médium da infiltração subversivado mundo espiritual inferior durante a mani-festação mediúnica. Assim, eles lhe higieni-zam a aura, ionizam o ambiente de trabalhoe projetam raios terapêuticos de extinçãobacteriana para evitar um contágio nocivo,cercam-lhe de extremos cuidados e lheintuem a agir para que se encontre em con-dições favoráveis no trabalho da noite.

Aquele que deseja fazer parte dessassessões de efeitos físicos deve se dispor a to-dos os sacrifícios, como, por exemplo, nãocomer carne. Dizem os espíritos que ela dei-xa nódoas negras no organismo perispiritualde quem a ingere, devendo ser retiradas an-tes de se iniciarem os trabalhos, caso contrá-rio, elas atingirão o ectoplasma do médiume o prejudicarão em sua saúde física e espiri-tual. Não podendo retirá-las do elemento queas possui, os espíritos são obrigados a isolá-

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las e, para isso, gastam fluidos que seriamusados para os trabalhos de materializaçãoou tratamento de doentes.

Não comendo carne, colaboramos comos espíritos, pois não terão de nos isolar ougastar a energia que será aplicada nos fenô-menos. Os freqüentadores assíduos do grupodevem se abster completamente deste hábito,mas aqueles que vão assistir os trabalhos ape-nas uma ou duas vezes poderão deixar de co-mer carne somente no dia da reunião.

As bebidas alcoólicas e o fumo enqua-dram-se no mesmo caso da carne, supomosaté que com maior gravidade. Quem gostade beber e fumar deve escolher entre isso eas reuniões. Ninguém poderia imaginar Je-sus embriagado ou fumando um cigarro, bemcomo não imaginaremos um dos apóstolosnessas condições.

Também existem outros fatores quedesgovernam os médiuns, como aquele queé disciplinado, frugal e adverso ao álcool, masé prepotente e presunçoso, aquele de con-

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duta louvável, mas desconfiado a ponto deretardar seu progresso mediúnico por pavorde mistificar ou aquele que é atencioso, há-bil e laborioso, mas negocia com sua facul-dade espiritual.

Quando os espíritos guias dos trabalhosconseguem dispor de medianeiros razoáveise bem intencionados, ainda têm de se exau-rirem para ajustar os assistentes convidadosou os freqüentadores ávidos de fenômenos,mas quase sempre os principais causadoresdos fracassos. Além disso, alguns participamdas sessões de efeitos físicos depois de aca-loradas discussões no lar, de atitudes hostisno ambiente profissional, no transporte ouna rua, carreando para o local os fluidos deviolência, esquecendo que o éter desempe-nha uma função de suma importância natransmissão dos fenômenos para a tela físi-ca. A esfera mental do médium em transe é ocentro convergente de todas as operações noque toca aos fenômenos físicos, razão pelaqual os raios mentais nocivos e as explosões

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emotivas dos assistentes o ferem, imprimin-do uma direção oposta à desejada pelos es-píritos comunicantes.

Transe catalépticoPara os fenômenos de efeitos físicos, os

espíritos necessitam do fluido ectoplasmático,extraído do médium em transe catalépticoou em estado de vigília. Transe cataléptico équando o médium entra em um sono pro-fundo e, fisicamente, fica em posição estáti-ca, com os movimentos voluntários suspen-sos. Isso ocorre durante o fenômeno dematerialização completa, porque o perispíritodo médium fica isolado enquanto seu duploetérico está sendo utilizado para a realiza-ção do fenômeno.

Nos casos de materialização parcial, omédium não necessita entrar em transecataléptico, fornecendo ectoplasma para ma-terializações ou voz direta mesmo assim. Nestecaso, em vez dos espíritos deslocarem o du-plo etérico do médium para elaborar a quan-

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tidade e o tipo de ectoplasma que necessi-tam para determinado gênero de trabalho me-diúnico, esse médium já o fornece na dosa-gem exigida e pronto para o uso imediato.

Desse modo, ele pode palestrar comas entidades que operam ao seu redor eatender às solicitações dos presentes semrevelar qualquer anomalia ou cessar o fe-nômeno de materialização ou voz direta.Aliás, quando os espíritos dispõem deectoplasma suficiente e já dosado na fór-mula química prevista, eles costumam des-pertar o médium do transe cataléptico e tam-bém conversam com ele, dando-lhe instru-ções ou fazendo advertências sobre suaconduta moral.

Materializações de espíritosOs espíritos desencarnados não podem

se materializar servindo-se apenas de seuperispírito. Para que possam conseguir isso,revestem-no e o interpenetram com a subs-tância plástica ectoplasmática que parte do

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Materialização de espírito como médium Francisco Peixoto Lins (Peixotinho)

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duplo etérico projetado pelo médium oudas pessoas presentes.

Durante as sessões de fenômenos físi-cos de materialização, o ectoplasma forne-cido pelo médium em transe atua com êxitono limiar do mundo etérico e físico, incor-porando-se à fisiologia do desencarnado atra-vés de avançados processos técnicos e de quí-mica transcendental. Quando ele circula portoda a vestimenta perispiritual pela vontadedo espírito comunicante, esta se materializadiante da visão e do toque dos encarnados.

Porém, se o desencarnado preferir efetu-ar o acúmulo de fluidos ectoplasmáticos ape-nas em um de seus órgãos, como fígado, pul-mão ou coração, então ele se tornará palpá-vel ao exame dos sentidos físicos e apresen-tará todas as reações e o ritmo idênticos aosdo corpo carnal. O espírito pode, por exem-plo, materializar preferencialmente o seu co-ração perispiritual, destacando-o dos demaisórgãos de seu perispírito, revelando correta-mente seus movimentos de diástole e sístole

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cardíaca graças à cota de ectoplasma do mé-dium e da parte extraída dos assistentes.

Em virtude da indocilidade do éter físi-co, que é difícil de ser submetido completa-mente ao domínio dos desencarnados, estesse vêem obrigados a aparecer aos encarna-dos de modo grotesco, ora recortando nitida-mente a cabeça, mas deformando o restantede sua figura perispiritual, ora incorporandoas mãos, mas sacrificando a delicadeza dafisionomia. É apenas questão de economiafluídica, como os técnicos siderais tambémfazem na voz direta, quando utilizam todo o

ectoplasma dispo-nível para a confec-ção da laringe pro-visória enquanto

Espírito materializan-do-se, utilizando oectoplasma do mé-dium Peixotinho.

Chico Xavier ao lado

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cessam os demais fenômenos, como levita-ção ou materializações.

Nos trabalhos de efeitos físicos, os fe-nômenos só ocorrem simultaneamentequando os espíritos manifestantes tambémdispõem de bastante ectoplasma. Assim,muitas vezes, os encarnados estranham asfiguras deformadas que se manifestam ouse decepcionam, crentes que os espíritossão realmente criaturas lúgubres, disformese fantasmagóricas.

A importância da músicaNos trabalhos de efeitos físicos, a músi-

ca contribui com o apuramento e a sintoniadas vibrações mentais dos assistentes e doambiente no qual se realizam ou se proces-sam tais fenômenos, favorecendo seu êxito.Embora os sons da música repercutam na at-mosfera e não no éter, eles influenciam osassistentes ao integrá-los em uma só freqüên-cia vibratória e favorecendo os espíritos nosentido de conjugarem o ectoplasma do mé-

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dium às energias psíquicas que são mobili-zadas no espiritual.

As ondas sonoras estimulam e se com-binam com as vibrações perispirituais dosdesencarnados e encarnados, resultando emuma maior exalação de ectoplasma do mé-dium e das energias vitais dos presentes. Amúsica auxilia vibratoriamente esse gênerode trabalho mediúnico, mas como ela exer-ce profunda influência na alma dos seres, ésempre conveniente a preferência por can-ções isentas de tragédias, melodramas, si-tuações lúgubres, burlescas ou de profun-da tristeza, a fim de se evitar a degradaçãoemotiva dos assistentes durante a fenome-nologia mediúnica.

O papel da música é nutrir o otimismodos presentes, evitando que se perturbe acoesão da harmonia mental e psíquica essen-cial ao sucesso dos trabalhos de efeitos físi-cos, bastante complexos e com certa respon-sabilidade por natureza. Porém, em breve, amúsica de amplitude e sentimento espiritual

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será um elemento integrante e até obrigatórioem todos os ambientes onde se processaremos fenômenos de psiquismo mediúnico, não

só nessas sessões comple-xas, mas em todas as reu-niões doutrinárias.

Materialização de rosto como médium Francisco Peixoto Lins (Peixotinho)

Materialização de um espíritoque havia sido um médicoárabe. Ele era materializado erealizava cirurgias espirituaisFoto de 1969/Lar Frei Luiz (RJ)

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Quando se diz que William Crookes foio maior químico da Inglaterra e um dos maisilustres cientistas do século XIX, é precisoacrescentar à sua gloriosa trajetória o fato deseu nome ser constantemente mencionadocomo um dos mais corajosos pesquisadoresdos fenômenos supranormais, devido às re-levantes e pioneiras experiências no campoda fenomenologia espírita.

Nascido em 17 de junho de 1832, emLondres, Crookes sentiu-se atraído logo cedopelas ciências experimentais, destacando-seno Colégio Real de Química, onde estudou.Posteriormente, foi convidado para exercer ocargo de inspetor de meteorologia do obser-vatório de Radcliff. Após se casar aos 23 anosde idade, fixou residência em Londres, época

A ciência espírita deWillian Crookes

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em que assumiu a cadeira de química na Uni-versidade de Chestere, passando a publicarartigos científicos em revistas especializadas.

Em 1861, coroando seu incansável tra-balho com pesquisas, Crookes ficaria mun-dialmente conhecido e respeitado ao isolaro tálio, metal branco que se aproxima dochumbo por sua cor e dureza, e determinarsuas propriedades físicas. Inventando os “tu-bos Crookes”, explicou os raios catódicos,raios invisíveis que se propagam rapidamen-te e penetram nos corpos. Em 1872, apóspersistentes estudos em torno do espectrosolar, construiu o radiômetro, a fim de estu-dar melhor a aparente ação repulsiva dos rai-os luminosos. Descobrindo um novo trata-mento para o ouro, determinou também oquarto estado da matéria, apresentando aomundo a Teoria da Matéria Radiante, que setornaria o “conceito de fluidos”.

Químico e físico por excelência, Willi-am Crookes exerceu importantes cargos emdiversas sociedades eruditas, como presiden-

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te da Sociedade Real de Química, do Institu-to de Engenharia Eletricista, da Sociedade Bri-tânica e da Sociedade de Investigações Psí-quicas. Por causa de suas relevantes desco-bertas, foi recompensado com merecidos prê-mios pela Academia de Ciências da França,recebendo ainda a medalha de ouro daSocidade Real, a medalha Davy e a medalhaSir G. Coprey. Por fim, foi condecorado pelaOrdem do Mérito da Inglaterra e, em 1897,agraciado pela rainha Vitória com o título deSir.

Próximo dos 40anos de idade, Crookesse tornou um dos no-mes mais respeitadosda época, não só na In-glaterra, mas em todoo mundo. Dedicado,perfeccionista e comuma comprovada fibrade pesquisador, tevesuas experiências acei- William Crookes

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tas sem a menor contestação, legando inesti-máveis obras ao mundo científico e expon-do todo o seu conhecimento. O livro Méto-dos Seletos de Análise Química se transfor-mou em um dos mais completos do gênero.Deve-se também a ele a fundação de impor-tantes órgãos de divulgação, como oChemical News e o Quartely Journal ofScience.

Adesão ao EspiritismoEnquanto isso, uma nova luz brilhava nos

horizontes mentais do mundo. Na França,Hippolyte Léon Denizard Rivail, conhecidoposteriormente como Allan Kardec, profes-sor de várias disciplinas científicas e porta-dor de uma ampla cultura, estabeleceu a ori-gem dos fenômenos espirituais, provocandouma série de controvérsias e polêmicas.

O lado científico que caracterizava anova doutrina, chamada por ele de Espiritis-mo, chamou a atenção de renomados cien-tistas ingleses, que iniciaram pesquisas no

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campo da fenomenologia mediúnica comresultados positivos. No entanto, fazendoprevalecer a razão que sempre o caracteri-zou, William Crookes recebeu os fatos comnaturalidade e, sem empregar subterfúgios,utilizou-se de atitudes corajosas e definitivaspara fazer ressalvas ao trabalho deles.

Em 1896, o cientista recebeu a visita doprofessor Daniel Dunglas Home, famosomédium inglês que realizava especificamen-te o fenômeno de levitação. Procedente deSão Petesburgo, na Rússia, entregou-lhe umacarta do professor Butleroff, um conhecidopesquisador de fenômenos parapsicológicos,cujo texto solicitava a Crookes que aplicassetodo o seu cabedal de conhecimentos para acausa da nova doutrina.

Então, com o mesmo espírito pesquisa-dor que o celebrizou no campo científico,William Crookes passou imediatamente arealizar as primeiras investigações sobre fe-nômenos espirituais. Para isso, contou com avaliosa colaboração dos médiuns J. J. Morse

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e sra. Marshall, que serviram de instrumen-tos, além de uma jovem inglesa que se tor-naria muito importante.

A materialização de Katie KingNascida em 1856, Florence Cook tinha

apenas 15 anos de idade quando se apresen-tou a William Crookes para servir comomedianeira para as pesquisas científicas rea-lizadas por ele. Tinha contra si e sua corajosaatitude o parecer de um cavalheiro inglês,Sir Wolckmann, que havia lhe imputado sus-peitas de fraude. Entretanto, contando como auxílio da esposa do cientista, a jovemFlorence se submeteu às experimentaçõescientíficas, com o objetivo de comprovar suamediunidade.

Em 22 de abril de 1872, ocorreu a pri-meira materialização do espírito Katie King,fato que contou com a presença da mãe, dealguns irmãos e da criada da médium. A par-tir daí, com a manifestação regular desse es-pírito, a senhorita Cook se prontificou a co-

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laborar com todo gênero de identificações,visando acabar com a descrença que Crookesainda alimentava.

Gradualmente, as famosas manifesta-ções de Katie King foram proporcionandobelíssimas sessões, tudo dentro da maior se-riedade e nos moldes previstos pela doutrinaespírita. As experiências levadas a efeito ga-nharam tamanha notoriedade que abalaramo mundo científico. Enquanto isso, Crookestrabalhava incessantemente, aprofundando-se nas investigações e tendo em sua esposauma auxiliar direta eeficiente.

Quando cons-tatou que os casoseram verídicos, elenão hesitou em ex-

Willian Crookes como espírito Katie King

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por seu nome consagrado, passando a sededicar com seriedade e amor à tarefa inves-tigativa, além de receber apoio moral e inte-lectual. Embora cientistas de renome tenhamhesitado em proclamar a verdade mesmo di-ante da veracidade dos fatos, temendo asconseqüências, eles se calaram em respeitoa Crookes e tudo que ele representava.

Então, em 16 de junho de 1871, Sir Wi-lliam Crookes entregou pessoalmente à rai-nha Victória um relatório no qual confirma-va a veracidade dos fenômenos espíritas, atra-vés dos fatos ocorridos com a jovem médiumFlorence Cook.

O reconhecimentoWilliam Crookes desencarnou em Lon-

dres em 04 de abril de 1919, aos 86 anos deidade. Seu nome sempre foi sinônimo de res-peito no campo científico em virtude de suasatitudes arrojadas e definidas. Quando se tor-nou espírita convicto, durante sua trajetórianão menos brilhante, soube explorar como

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ninguém o lado científico que a doutrina ofe-rece. Em sua obra espírita, nota-se muito cla-ramente os fortes reflexos do cientista que,com idéias nobres, desempenhou a missãoque lhe foi designada na Terra.

Crookes legou uma notável contribuiçãopara todos aqueles que defendem a imortali-dade da alma, a ponto de ser mencionadocomo um dos pesquisadores mais corajososdos fenômenos supranormais. Seu livro Fa-tos Espíritas, um valioso repositório de ver-dades comprovadas, não encontrouopositores. Nele, há uma súmula de traba-lhos publicados pelo cientista em 1874 naspáginas do Quartely Journal of Science, nosquais expõe, de modo convincente, que ofenômeno de materialização de entidadesrepresenta a prova real da grandeza divina.

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A mediunidade de cura é a capacidadepossuída por certos médiuns de curarem mo-léstias por si mesmos, provocando reaçõesreparadoras de tecidos e órgãos do corpohumano, inclusive as oriundas de influenci-ação espiritual. Assim como existem médiunsque emitem fluidos próprios para a produ-ção de efeitos físicos concretos (ectoplasmia),temos igualmente os médiuns que emitemfluidos que operam todas as reparações aci-ma referidas.

Na essência, o fluido é sempre o mes-mo, uma substância cósmica fundamental.Mas suas propriedades e efeitos variam imen-samente, conforme a natureza da fonte gera-dora imediata, da vibração específica e, emmuitos casos (como este de cura, por exem-

O que é mediunidadede cura?

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plo), do sentimento que precedeu o ato daemissão.

A diferença entre os dois fenômenos éque no primeiro caso (ectoplasmia), o fluidoé pesado, denso, próprio para elaboração deformas ou produção de efeitos objetivos porcondensação, ao passo que no segundo (cu-ras), ele é sutilizado, radiante, próprio paraalterar condições vibratórias já existentes.

Médium curadorAlém do magnetismo próprio, o médium

curador goza da aptidão de captar esses flui-dos leves e benignos nas fontes energéticasda natureza, irradiando-os em seguida sobreo doente, revigorando órgãos, normalizan-do funções, destruindo placas e quistosfluídicos produzidos tanto por auto-obsessãocomo por influenciação direta.

O médium se coloca em contato comessas fontes ao orar e se concentrar, anima-do pelo desejo de fazer uma caridade evan-gélica. Como a lei do amor é a que preside

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todos os atos da vida espiritual superior, elese coloca em condições de vibrar em conso-nância com todas as atividades universais dacriação, encadeando forças de alto poderconstrutivo que vertem sobre ele e se trans-ferem ao doente. Por sua vez, este se colo-cou na mesma sintonia vibratória por meioda fé ou da esperança.

Os fluidos radiantes interpenetram ocorpo físico, atingem o campo da vida celu-lar, bombardeiam os átomos, elevam-lhes avibracão íntima e injetam nas células umavitalidade mais intensa. Em conseqüência,acelera as trocas (assimilação, eliminação),resultando em uma alteração benéfica querepara lesões ou equilibra funções no corpofísico.

Nas operações cirúrgicas feitas diretamen-te no corpo físico, os espíritos operadoresincorporam no próprio médium que dispõedesta faculdade. Este, como autômato, operao paciente com os mesmos instrumentos dacirurgia terrena, porém sem anestesia e dis-

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pensando qualquer precaução de assepsia.Em certos casos, embora raros, o espírito in-corporado logra o mesmo resultado cirúrgicoutilizando objetos de uso doméstico (facas,tesouras, garfos ou estiletes comuns) comoinstrumentos operatórios, igualmente semquaisquer cuidados anti-sépticos.

O cirurgião invisível incorporado nomédium corta as carnes do paciente, extir-pa excrescências mórbidas, drena tumores,desata atrofias, desimpede a circulaçãoobstruída, reduz estenoses ou elimina ór-gãos irrecuperáveis. Semelhantes interven-ções, além de seu absoluto êxito, são rea-lizadas em um espaço de tempo exíguo,muito acima da capacidade do mais abali-zado cirurgião do mundo físico. Em taiscasos, os médicos desencarnados fazemseus diagnósticos rapidamente, com abso-luta exatidão e sem necessidade de cha-pas radiográficas, eletrocardiogramas,hemogramas, encefalogramas ou quaisqueroutras pesquisas de laboratório.

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Nessas operações mediúnicas processa-das diretamente na carne, os pacientes ope-rados tanto podem apresentar cicatrizes ouestigmas operatórios como ficarem livres dequaisquer sinais cirúrgicos. Em seguida àoperação, eles se erguem lépidos e sem qual-quer embaraço ou dor, manifestando-se sur-preendidos por seu alívio inesperado e a eli-minação súbita de seus males.

Nessas operações mediúnicas processa-das diretamente na carne, os pacientes ope-rados tanto podem apresentar cicatrizes ouestigmas operatórios como ficarem livres dequaisquer sinais cirúrgicos. Em seguida àoperação, eles se erguem lépidos e sem qual-quer embaraço ou dor, manifestando-se sur-preendidos por seu alívio inesperado e a eli-minação súbita de seus males.

A faculdade de curar pela influênciafluídica é muito comum e pode se desenvol-ver por exercício. Todos nós, estando saudá-veis e equilibrados, podemos beneficiar osdoentes com passes, irradiações, água fluidi-

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ficada etc. Aprendendo e exercitando, desen-volvemos nosso potencial de ação sobre osfluidos.

O poder curativo está na razão diretada pureza dos fluidos produzidos, como qua-lidades morais ou pureza de intenções, daenergia da vontade, quando o desejo arden-te de ajudar provoca maior força de penetra-ção, e da ação do pensamento, dirigindo osfluidos em sua aplicação.

A mediunidade de cura, porém, é bemmais rara, espontânea e se caracteriza pelaenergia e instantaneidade da ação. O mé-dium de cura age pelo simples contato,pela imposição das mãos, pelo olhar, porum gesto, mesmo sem o uso de qualquermedicamento. No evangelho, existem nu-merosos relatos onde Jesus ou seus segui-dores curam por ação fluídica, alguns de-les examinados por Allan Kardec no livroA Gênese, capítulo XV.

Condições fundamentais para a curaÉ lícito buscar a cura, mas não se pode

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exigi-la, pois ela dependerá da atração e fi-xação dos fluidos curadores por parte daque-les que devem recebê-los. A cura se proces-sa conforme nossa fé, merecimento ou ne-cessidade. Quando uma pessoa tem mereci-mento, sua existência precisa continuar ouas tarefas a seu cargo exigem boa saúde, acura poderá ocorrer em qualquer tempo elugar, até mesmo sem intermediários (apa-rentemente, porque ajuda espiritual semprehaverá). No entanto, às vezes, o bem do do-ente está em continuar sofrendo aquela dorou limitação, que o reajusta e equilibra espi-ritualmente, o que nos faz pensar que nossaprece não foi ouvida.

A cura total não está limitada apenas aocorpo, mas também ao espírito, ou seja, saú-de ou doença são fatores que dependem denosso equilíbrio e harmonia interior.

Façamos nossa parte!

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