Upload
giovani-de-oliveira-arieira
View
569
Download
2
Embed Size (px)
Citation preview
NEMATOIDES AGENTES CAUSADORES DE DOENÇAS EM
PLANTAS
Dr. Giovani de Oliveira Arieira
Marechal Cândido Rondon, 25 de abril de 2016
ESTRUTURAESTRUTURA1. Conceitos a. Posição taxonômica b. Características gerais c. Anatomia e morfologia d. Ciclo de vida
2. Nematoides: agentes patogênicos a. Nematoides e doenças de plantas b. Condições para o parasitismo de nematoides c. Ambiente e nematoides d. Ciclo das relações patógeno-hospedeiro e nematoides e. Efeitos na planta e sintomatologia
3. Principais fitonematoides a. Principais gêneros de fitonematoides no Brasil b. Principais fitonematoides quarentenários no Brasil
1. CONCEITOS
Posição taxonômicaReino: AnimaliaSub-reino: EumetazoaFilo:NematodaClasses: Chromadorea
RhabditidaChromadorida Tylenchida Desmoscolecida Monhysterida Araeolaimida
Enoplea Enoplida Isolaimida Mononchida Dorylaimida Triplonchida
Características gerais Estimativa de mais de 1 milhão de espécies
20000 espécies descritas
2000 fitoparasitas 5000 parasitas de animais 13000 de vida livre
Tamanho bastante reduzido (cerca de 1mm) Placentonema gigantissima (17 metros)
Dióicos
Reprodução sexuada ou partenogênese
Fecundação interna
Características gerais
Fonte: H. Ferris - Nemaplex, University of California
Fitófagos (fitoparasitas) Bacteriófagos Micófagos/Fungívoros Predadores/Carnívoros Ingestores de substrato
Algívoros
Parasitas de animais
Onívoros
Grupos tróficos no solo
Forma geral do corpo
Fonte: Agrios (2005)
Ciclo de vida
Fonte: Cornell University
Ovo
Juvenil
Adulto
2. NEMATOIDES:AGENTES FITOPATOGÊNICOS
Como os nematoides podem causar doenças em plantas?
Vetores de patógenos (vírus)
Agentes facilitadores de infecção (fungos e bactérias)
Parasitas de plantas
Como os nematoides podem causar doenças em plantas?
Agentes facilitadores de infecção (fungos e bactérias)
Fonte: Bell (1959) apud Ferraz et al. (2010)
Meloidogyne incognita Fusarium oxysporum f.sp. vasinfectum
Percentual de plantas com murcha
Ausente Ausente 0,0
Presente Ausente 1,2
Ausente Presente 2,5
Presente Presente 69,0
HOSPEDEIRO
AMBIENTEPATÓGENO
TemperaturaUmidadepHAeração
Condições para o parasitismo
Embriogênese Eclosão Crescimento ReproduçãoBaixa
umidade Interrupção Inibição Retardamento -Alta
umidade - Inibição - -Temperatura
baixa - InibiçãoMorte ou inibição Redução
Temperatura alta Interrupção Inibição
Morte ou inibição Redução
Nematoides e Ambiente
Nematoides e AmbienteFlutuação populacional de juvenis de Meloidogyne javanica em vinhedos, em Bien Donné. (Loubser e Meyer, 1987).
ECLOSÃOTemperatura ótima para eclosão de algumas espécies de nematoides.
Espécies Temperatura (ºC)Aphelenchus avenae 36
Hemcicycliophora arenaria 33Heterodera avenae 10-18Heterodera glycines 24
Heterodera rostochiensis 20-25Heterodera schachtii 20-25
Heterodera trifolii 17Meloidogyne hapla 21-25
Meloidogyne javanica 30Tylenchulus semipenetrans 30
Fonte: Dias-Arieira et al., 2008
Nematoides e Ambiente
REPRODUÇÃOTemperaturas ótimas para a ovoposição de diversos fitonematoides.
EspécieTemperatura
ótima (oC)Meloidogyne javanica 27 - 30
Meloidogyne hapla 20 -25Pratylenchus brachyurus 28 - 30
Rotylenchulus parvus 28 - 30Ditylenchus dipsaci 18 - 22
Thylenchorrynchus annulatus 28 - 30
Fonte: Ferraz, 2009
Nematoides e Ambiente
TEMPERATURAMorteMorte
20oC
10oC
0oC
-10oC
30oC
40oC
50oC“Coma”
Torpor
Ótimo
Torpor
“Coma”
MorteMorte (?)
Atividade Atividade normalVida
Adaptado de WHARTON, 2002
Nematoides e Ambiente
Infecção
Exsudatos radiculares
Eclosão
Reconhecimento do hospedeiro
Migração
AMBIENTE FAVORÁVEL
Exsudatos radiculares
Reconhecimento do hospedeiro
Condições para o parasitismo
Ciclo de Meloidogyne sp. em morangueiro. (EMBRAPA Clima Temperado)
Infecção
DisseminaçãoSobrevivênci
a
Reprodução
Colonização
Ciclo das relações patógeno-hospedeiro
Sobrevivência
Cutícula
Cisto
Hospedeiro secundárioe Adaptações
Sobrevivência
Adaptações fiosiológicas
QUIESCÊNCIA: Redução do metabolismo Movimentação reduz ou cessa; Desenviolvimento pára; Metabolismo lento, mas detectável
CRIPTOBIOSE: Cessassão do metabolismo
Adaptações físicas (morfológicas)
ANIDROBIOSE: Espiralização dos nematoides
ESTÁDIO DUERLARVAL: Manutenção da cutícula da fase anterior (J2 J3)
SENESCÊNCIA: Processos normais no ciclo de vida
Sobrevivência
Sobrevivência
Kathy Merrifield
Sobrevivência
Fonte: Ferris et al. (2002)
Número estimado de J4 de Ditylenchus dipsaci , considerando-se Tb = 14oC ; T sup = 23oC e K = 500oC. (Tenente et al., 2007).
Sobrevivência – número de gerações
Sobrevivência
Tempo de sobrevivência de alguns gêneros de fitonematoides no solo
NematoideSobrevivência na Ausência
de plantas hospedeiras
Mesocriconema xenoplax 2 anos
Globodera palida 10 a 15 anos
Heterodera glycines 4 a 7 anos
Meloidogyne spp. 1 a 12 meses
Pratylenchus coffeae 6 meses
Radopholus similis 9 a 14 meses
Pratylenchus brachyurus 21 meses
Tylenchulus semipenetrans 3 a 10 anos
Rotylenchulus reniformis 18 meses a 2 anosFonte: Adaptado de Ferraz et al. (2010)
Disseminação
Direta pela migração no solo ÁGUA
Indireta:
Implementos e tratos culturais
Animais
Transporte de órgãos e plantas infectadas
Água contaminada
Infecção
ENZIMAS Degradação da parede celular
ESTILETE Perfuração, sem ruptura da membrana plasmática no sítio alimentar (sedentários) ou com ruptura (migradores).
Colonização
Endoparasitas sedentários: penetram no sistema radicular e não retornam ao solo.
Endoparasitas migradores: penetram no sistema radicular, locomovem-se e podem retornar ao solo.
Semiendoparasitas: penetram apenas a parte anterior do corpo no sistema radicular.
Ectoparasitas: não penetram no sistema radicular, mas apenas introduzem o estilete.
Colonização
A) Endoparasita sedentário (Meloidogyne sp.); B) Semiendoparasita (Tylenchulus semipenetrans);
C) Endoparasita migrador (Radopholus similis);
D) Exoparasita (Mesocriconema xenoplax);
A B C
D
Fonte: University of Maryland
Colonização
Ação na planta
Traumática: injúrias mecânicas decorrentes do movimento no tecido vegetal.
Espoliadora: desvio de nutrientes da planta para o nematóide.
Tóxica: secreção de enzimas e toxinas prejudiciais à planta.
Sintomas
Fonte: Agrios (2005)
MIN vs Sistema de Plantio Direto
Manutenção de temperatura e umidade na faixa ótima para os nematoides.
Favorecimento de organismos antagonistas;
Manutenção dos juvenis em atividade;
Rotação de culturas.
Culturas utilizadas como sucessão com soja e seu efeito sobre populações de nematoides no Mato Grosso do Sul.
Adaptado de Inomoto et al., 2008
Culturas
Nematoides
Heterodera Meloidogyne Meloidogyne Rotylenchulus Pratylenchus
glycines javanica incognita reniformis brachyurus
Milheto
Braquiárias
Sorgo forrageiro
Pé-de-galinha
Nabo forrageiro
Girassol
Milho
Sorgo granífero
Algodão
Culturas utilizadas como rotação com soja e seu efeito sobre populações de nematoides no Mato Grosso do Sul.
Adaptado de Inomoto et al., 2008
CulturasNematoides
Heterodera Meloidogyne Meloidogyne Rotylenchulus Pratylenchusglycines javanica incognita reniformis brachyurus
Algodoeiro
Milho
Sorgo forrageiro
Cana-de-açúcar
Amendoim
Feijoeiro
Caupi
Mandioca
Arroz
C. spectabilis
C. breviflora
C. juncea
Mucunas
Guandu
3. PRINCIPAIS FITONEMATOIDES
Principais nematoides
Espécie Denominação Hospedeiro
Anguina tritici Nematoide das sementes Trigo
Ditylenchus dipsaci Nematoide de bulbos Alho e cebola
Heterodera glycines Nematoide de cisto da soja Soja
Meloidogyne spp. Nematoide de galhas Diversas culturas
Mesocriconema xenoplax Nematoide anelado Pessegueiro
Scutellonema bradys Nematoide da casca preta Inhame
Rotylenchulus reniformis Nematoide reniforme Algodão e soja
Pratylenchus spp. Nematoide das lesões Diversas culturas
Tylenchulus semipenetrans Nematoide dos citros Citros
Radopholus similis Nematoide cavernícola Bananeira
Aphelenchoides besseyi Nematoide da ponta branca Arroz
Bursaphelenchus cocophilus Nematoide do anel vermelho Coqueiro
Adaptado de Ferraz et al. (2010)
Principais nematoides fitoparasitas, no Brasil.
Meloidogyne sp. (Nematoide de galhas)
Parasitam uma ampla variedade de plantas, como tomate, pimentão, berinjela, tabaco, soja, erva-mate, olivas, café, milho, batata, cana-de-açúcar, cenoura e algodão.
Endoparasita sedentário
Acentuado dimorfismo sexual
Ciclo: 30- 45 dias
Principais espécies no Brasil: M. incognita, M. javanica, M. paranaensis, M. coffeicola, M. hapla, M. arenaria, M. exigua, M. enterolobii.
Meloidogyne sp.: ciclo
Fonte: Agrios (2005)
Meloidogyne sp.: sinais
Meloidogyne sp.: sintomas
Meloidogyne sp.: sintomas
Meloidogyne sp.: galhas
Meloidogyne sp.: cenócito
Pratylenchus sp. (Nematoide das lesões radiculares)
Polífagos, principalmente gramíneas (arroz, trigo, cana-de-açúcar, milho e forrageiras), algodão, soja, café, citros, fumo, batata, algumas olerícolas, ornamentais, essências florestais e sobrevive em diversas plantas daninhas.
Endoparasita migrador
Principais espécies: P. brachyurus, P. zeae, P. jaehni, P. coffeae
Pratylenchus sp.: ciclo
Fonte: Agrios (2005)
Pratylenchus sp.: sinais
Pratylenchus sp.: sintomas
Pratylenchus sp.: sintomas
Heterodera glycines (NCS – Nematoide de cisto da soja)
Parasitam principalmente a cultura da soja.
Endoparasita sedentário
Ciclo: 21-25 dias
Ampla gama de plantas daninhas hospedeiras
Pode parasitar feijoeiro e ervilha
Heterodera glycines: ciclo
Fonte: Agrios (2005)
Heterodera glycines: sinais
Heterodera glycines: sinais
Heterodera glycines: sintomas
Heterodera glycines: cincitum
Rotylenchulus reniformis (Nematoide reniforme)
Parasitam 57 espécies de plantas de importância agrícola, como melão, maracujá, tomate, soja e algodão.
Semiendoparasita sedentário
Ampla gama de plantas daninhas hospedeiras
Rotylenchulus reniformis: ciclo
Rotylenchulus reniformis: sinais
Rotylenchulus reniformis: sintomas
Radopholus similis (Nematoide cavernícola)
Parasita principalmente bananeira
Relatado como causador de danos em citros, chá, coqueiro, etc.
Endoparasita migrador
Ciclo: 20-25 dias (banana) e 18-20 dias (citros)
Radopholus similis: ciclo
Radopholus similis: sinais
Radopholus similis: sintomas
Radopholus similis: sintomas
Outros nematoidesBursaphelenchus cocophilus (anel vermelho)
Outros nematoidesMesocriconema xenoplax (anelado)
Outros nematoidesAphelenchoides besseyi (ponta branca)
Outros nematoidesAphelenchoides ritzemabosi
Outros nematoidesAnguina tritici
Nematoides quarentenários
Espécies de nematoides
Anguina agrostis Heterodera punctata Pratylenchus fallax
Anguina avenae Heterodera oryzea Pratylenchus scribneri
Bursaphelenchus xylophilus Heterodera oryzicola Pratylenchus thornei
Ditylenchus angustus Heterodera sacchari Pratylenchus vulnus
Ditylenchus destructor Heterodera trofolii Punctodera chalcoensis
Ditylenchus dipsaci Heterodera zeae Radopholus citropholus
Globodera pallida Meloidogyne chitwoodii Rotylenchulus parvus
Globodera rostochiensis Nacobbus aberrans Subanguina radicicola
Heterodera schantii Nacobbus dorsalis Xiphinema italiae
Nematóides considerados pragas quarentenárias A1 para o Brasil
Fonte: Ferraz et al., 2010.
Ditylenchus dipsaci (bulbos)
Bursaphelenchus xylophilus (pinheiro)
Globodera pallida
Heterodera schantii
ReferênciasAGRIOS, G.N. Plant diseases caused by nematodes. In: AGRIOS, G. N. Plant pathology. 5 ed, 2005.
CAMPOS, V. P.; SILVA, J. R. C.; PEREIRA, L. H. C. Manejo de fitonematóides. 2007.
FERRAZ, S., FREITAS, L.G., LOPES, E.A., DIAS-ARIEIRA, C.R. Manejo sustentável de fitonematóides. 2010.
FERRAZ, C.C.B., MONTEIRO, A.R. Nematóides. In: BERGAMIN FILHO, A. KIMATI, H., AMORIN, L. Manual de fitopatologia: princípios e conceitos. 1995
LUC, M.; SIKORA, R. A.; BRIDGE, J. Plant-parasitic nematodes in subtropical and tropical agriculture. 2005.
TIHOHOD, D. Nematologia agrícola aplicada. 1993.
WHITEHEAD, A. G. Plant nematode control. 1997.
[email protected]@gmail.comLaboratório de Fitopatologia – UEL – (43) 3371-4724