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ACREDITANDO NA EFICÁCIA DO TRATAMENTO À BASE DE RAIOS INFRAVERMELHOS LONGOS NO COMBATE AO CÂNCER

Ataca as células cancerosas!

Recupera a confiança para viver!

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Aspectos positivos mais significativos do tratamento por hipertermia geral do corpo humano à base de raios infravermelhos longos:

Alivia as fortes dores características do câncer em fase terminal

Apresenta maior sobrevida

Reduz ou elimina as células cancerosas

Proporciona maior segurança e impacto menor ao corpo do paciente

Oferece facilidade operacional e permite aplicações freqüentes

Elimina a dor e aumenta o apetite desde a primeira aplicação

Desenho da capa do livro original­ Communication Arts/ Shinji Aoyama Foto da capa do livro original­ Collor Box

Nota da Tradução: Os nomes de instituições e pessoas contidas neste livro são transcrições do som para o alfabeto romanizado.

LOCAL PARA INSERÇÃO DA

AUTORIZAÇÃO PARA TRADUÇÃO E

PUBLICAÇÃO E COPYRIGHT

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O efeito surpreendente da terapia à base de raios infravermelhos longos no combate ao câncer — Uma introdução em substituição ao prólogo

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O efeito surpreendente da terapia à base de raios infravermelhos longos no combate ao câncer

Uma introdução em substituição ao prólogo

Um método terapêutico que alivia a dor e prolonga a sobrevida

Atualmente, o tratamento por hipertermia geral (de todo o corpo) está sendo novamente reconhecido como um importante método terapêutico para o tratamento do câncer e, em especial, o “tratamento por hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos” vem chamando a atenção do mundo inteiro. A “hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos” é um método de tratamento que consiste em elevar a temperatura do corpo humano a 42 o C e atacar as células cancerosas com o calor gerado. Atualmente, a cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia são denominadas “os três pilares” do tratamento de câncer. A quimioterapia é um tratamento medicamentoso à base de drogas anticancerígenas. Evidentemente, o tratamento por hipertermia geral não está incluído nesse caso. O “tratamento por hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos” conseguiu aliviar a dor de pacientes terminais abandonados pelos médicos, que haviam optado pelo tratamento por radioterapia ou quimioterapia, proporcionando­lhes maior sobrevida e outros efeitos positivos.

Figura 1 ­ As grandes mudanças que estão ocorrendo no aspecto do tratamento do câncer

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Nos Estados Unidos, a tendência do tratamento do câncer vem passando por mudanças profundas e os métodos convencionais, como cirurgia, radioterapia e quimioterapia, são considerados “tratamentos invasivos” e prejudiciais ao corpo humano, pois as drogas anticancerígenas acabam atacando não só as células cancerosas, mas, também, as células saudáveis. Em contraposição, a hipertermia, a imunoterapia e outras formas de terapia que não agridem o corpo humano são denominadas “tratamentos não invasivos”. Esses tratamentos vêm ganhando destaque nos Estados Unidos em virtude dessa característica.

A imunoterapia é um tratamento à base de medicamentos denominados agentes imunomoduladores. Estes remédios não são nocivos ao corpo humano, diferentemente dos anticancerígenos e causam efeitos positivos que aumentam a capacidade imunológica dos pacientes. Entretanto, no estágio atual, ainda permanecem algumas dúvidas quanto à eficácia da imunoterapia e estamos à espera de novas descobertas futuras. Acreditamos que a “terapia não invasiva” seja a opção para o tratamento de câncer do século 21. Entre as terapias dessa natureza, temos a plena confiança de que o “tratamento por hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos” proporcionará efeitos surpreendentes no tratamento do câncer.

Por que a hipertemia à base de raios infravermelhos longos agora

A hipertemia geral à base de raios infravermelhos longos, considerada como um “tratamento não invasivo”, oferece algumas vantagens que merecem ser destacadas. Vamos apresentá­las em seguida: Alivia as fortes dores características do câncer terminal Apresenta maior sobrevida Reduz ou elimina as células cancerosas Proporciona maior segurança e menor impacto ao corpo do paciente Oferece facilidade operacional e permite aplicações freqüentes Elimina a dor e aumenta o apetite desde a primeira aplicação

O “tratamento por hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos” oferece essas grandes vantagens, mas um aspecto que merece ser enfatizado aqui é o fato de aliviar as fortes dores, características do câncer terminal. Os pacientes terminais de câncer sofrem dores insuportáveis no corpo todo. Podemos considerar um fator bastante positivo o simples fato de o paciente ser libertado desse sofrimento. Em segundo lugar, está o aumento da sobrevida. Observando os casos de tratamento por esse método, é impressionante o seu efeito em relação à sobrevida, comparado­se com outros métodos terapêuticos.

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Seria maravilhoso se um paciente terminal com três meses de sobrevida estimada pudesse viver mais três ou cinco anos sem sofrer dores, levando uma vida relativamente tranqüila. Além disso, não seria apenas a questão de viver mais tempo, mas o fato de poder viver normalmente, alimentando­se com muito apetite. E mais ainda, já houve casos de alguns pacientes que tiveram o câncer curado. Esta alegria é inimaginável para uma pessoa sadia, pois, mesmo que o ganho de sobrevida seja apenas de um ano, provavelmente serão dias bastante significativos para a vida dessa pessoa. Em terceiro lugar, podemos destacar o efeito na diminuição do câncer. Aproximadamente 70% dos pacientes submetidos a esse tipo de tratamento tiveram a diminuição das células cancerosas. Atualmente, o “tratamento por hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos” não permite evidentemente a cura total do câncer; entretanto, em 10% dos pacientes tratados com esse método, não foi observada a presença de células cancerosas após a terapia. Existem muitos casos em que a metástase dos ossos foi curada totalmente. O “tratamento por hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos” apresenta ainda muitas vantagens que os leitores poderão conhecer mais detalhadamente neste livro. O Hospital Luka, localizado no bairro de Nakano em Tokyo, interessou­se pelo “tratamento por hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos” e foi o pioneiro na introdução do aparato para a hipertermia adquirido da empresa americana Enthermics. Em fevereiro de 1991, o hospital iniciou ativamente a aplicação do “tratamento por hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos”. O tratamento utilizando esse dispositivo leva de 4 a 5 horas por aplicação, para cada paciente. Uma vez que um único aparelho limitava a quantidade de pacientes que poderiam ser atendidos, o hospital colocou à disposição um segundo aparelho aquecedor à base de raios infravermelhos longos para atender à expectativa dos pacientes. O Hospital Luka não é luxuoso, ao contrário, é um hospital simples. No entanto, o Dr. Takashi Takeuchi, diretor­geral, um cristão praticante, vem dedicando­se à terapia em contato direto com os pacientes. Esse hospital desprovido de luxuosidade oferece um tratamento médico de alto nível, equiparado aos melhores hospitais do mundo e continua apresentando seus trabalhos em congressos nacionais e internacionais.

Dizem que o câncer, doenças cardíacas e apoplexia cerebral são as três maiores doenças de adultos. Duas delas, doenças cardíacas e apoplexia cerebral, já estão sob controle, restando apenas a cura do câncer, este considerado o último problema da atualidade na área da Saúde. A medicina moderna estará completa ao se encontrar a cura do câncer. Nós, médicos, estamos lutando dia e noite contra esse mal, e agora uma luz de esperança começa a brilhar no céu do oriente.

Masayoshi Yokoyama

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Índice

Um método terapêutico que alivia a dor e prolonga a sobrevida......................................................................3 Por que a hipertemia à base de raios infravermelhos longos agora...................................................................4

Capítulo 1 ­ Ofensiva contra células cancerosas As células cancerosas são bastante vulneráveis à temperatura de 42 o C..........................................................10 Mesmo aquecendo até 42 o C, o risco para o corpo humano é zero..................................................................12 Existe um ponto comum entre a morte da célula cancerosa e a assadura de cama ..........................................14 As cinco razões da eficácia do tratamento por hipertermia geral no combate ao câncer..................................16 Submetendo­se pela primeira vez à uma terapia à base de raios infravermelhos longos ­ depoimento do Sr. T.T..................................................................................................................................20 “É isto! Para a hipertermia geral, os raios infravermelhos longos são a solução.” ..........................................21 A descoberta do tratamento por hipertermia remonta aos tempos do Egito antigo ..........................................22 A necessidade urgente de incorporar a hipertermia geral na cobertura do seguro­saúde .................................23 É impossível aumentar a sobrevida do paciente por meio da hipertermia local ..............................................24 A terapia à base de raios infravermelhos longos é a estrela da esperança na cura do câncer ...........................26 O efeito da hipertermia geral é maior nas pessoas saudáveis .........................................................................27 Com uma seção de terapia, já é possível dispensar o analgésico....................................................................30 A notificação do câncer não provoca medo...................................................................................................32 Hipertermia geral pelo método de circulação extracorpórea ..........................................................................34

Capítulo 2 ­ Por que os raios infravermelhos longos são eficazes no combate ao câncer Existem diversas ondas eletromagnéticas .....................................................................................................42 Na realidade, a “dádiva do sol” são os raios infravermelhos..........................................................................44 Por que os raios infravermelhos têm um forte efeito térmico.........................................................................45 Por que os raios infravermelhos longos são melhores para a hipertermia.......................................................48 A segurança é garantida pelo dispositivo de parada automática de dois estágios ............................................49 Os aparelhos de hipertermia geral de fabricação japonesa estão atualmente em fase de tratamento experimental................................................................................................................................................52 Na alemanha, uma seção de terapia apresentou 64% de eficácia no tratamento do câncer ..............................54 O paciente nº 1, que recuperou a perda de sensibilidade da parte inferior do corpo........................................57 Apresentação de 20 casos de tratamento no congresso de hipertermia...........................................................58 O tratamento do câncer foi agilizado com a introdução do segundo aparelho ................................................59

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Capítulo 3 ­ Elimina a dor e prolonga a sobrevida. Uma apresentação de casos reais Recuperado do câncer de pulmão que não havia chance de cirurgia...............................................................62 A terapia à base de raios infravermelhos longos foi eficaz no combate à metástase do adenoma do tórax nos dois pulmões ............................................................................................................64 Leva uma vida saudável mesmo depois de ter extraído o pâncreas e o baço...................................................65 Desapareceram as dores causadas pelo câncer que não tinha a possibilidade de cirurgia ................................66 O câncer do pulmão e a metástase apresentaram melhoras com o tratamento à base de raios infravermelhos longos..................................................................................................................................67 Viveu mais de um ano depois de ter sido comunicado que a sobrevida era de três meses ...............................68 “Tenho a sensação real de ter recebido uma nova vida.”................................................................................69 Com dois ciclos de tratamento à base de raios infravermelhos longos melhorou o câncer do estômago e a oclusão intestinal................................................................................................................70 Desapareceu totalmente a metástase do câncer no intestino grosso ................................................................71 O câncer da próstata desapareceu completamente com o tratamento à base de raios infravermelhos...............72 O câncer terminal do estômago melhorou com apenas um ciclo ....................................................................72 Recuperou a condição física que estava debilitada com o câncer do pulmão ..................................................73 Desapareceu a dor nas costas provocada pelo câncer do pulmão ...................................................................74 Em fase de observação depois da estagnação do câncer ................................................................................75 A luta contra o câncer que se prolongou durante 9 anos ................................................................................76 Recuperou­se do câncer do pulmão e hoje trabalha ativamente com política..................................................77 Recuperou­se muito bem do câncer terminal do pulmão, quando a sobrevida havia sido estimada em três meses ..............................................................................................................................................77 Participou do jogo de golfe depois de um ciclo de tratamento contra o câncer renal e metástase do fígado e pulmão ......................................................................................................................................78 Melhorou do câncer hepático e da metástase dos dois pulmões .....................................................................79 A parte inferior do corpo estava paralisada por causa da metástase dos ossos, mas teve alta depois de dois ciclos ....................................................................................................................................79 Não há motivo de preocupação com a hipertermia geral, mesmo para as pessoas de idade avançada..............80 Houve uma reviravolta, passando do câncer de pulmão a um passeio na festa da cerejeira ... .........................81 A metástase do pulmão provocada pelo linfoma maligno melhorou de forma surpreendente ..........................82 Recusou a cirurgia e viajou pelo mundo depois de ser tratado com a hipertermia geral ..................................83 Recuperada do câncer de mama com metástase nos ossos .............................................................................83 A cirurgia conservadora das mamas trouxe as piores conseqüências possíveis, mas ... ...................................85 Melhorou o câncer da mama direita e a metástase do fígado .........................................................................85 Uma breve estagnação do câncer de mama reincidente e da metástase ..........................................................86 Um médico clínico­geral que foi submetido à hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos por causa do câncer de mucosa uretral...............................................................................................87

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Capítulo 4 ­ Os métodos terapêuticos que proporcionam felicidade aos pacientes A terapia deveria ser escolhida pelo paciente ................................................................................................90 Foi alcançada a maior taxa de sobrevida no tratamento de câncer do pulmão ................................................91 Por que as drogas anticancerígenas provocam danos ao fígado .....................................................................92 Aprendendo com os pacientes que lutam contra o câncer..............................................................................94 Aprendendo com a terapia naturalista praticada pelos pacientes....................................................................95 O tratamento do câncer inicia quando o paciente recusa a terapia oferecida pelo hospital ..............................96 Um relato somente dos casos em que o câncer foi curado naturalmente ........................................................97 Aprendendo com a prática da boa alimentação, conduzida pelos pacientes....................................................98 O conhecimento mínimo que todos deveriam ter sobre a imunoterapia .........................................................98 Aprendendo com a imunoterapia praticada pelos pacientes...........................................................................99 A eficácia demonstrada no tratamento do câncer com um aparelho doméstico utilizado para a terapia à base de luz..................................................................................................................................102 Um paciente portador de câncer que experimentou um aquecedor geral do corpo desenvolvido por ele mesmo ..........................................................................................................................................103

Capítulo 5 ­ A atual situação do tratamento de câncer e sua prevenção O câncer é a doença de maior incidência ....................................................................................................106 O câncer não surge repentinamente ............................................................................................................108 Será que é realmente possível descobrir e tratar o câncer ainda em seu estágio inicial?................................ 111 Ainda não existe um medicamento que seja a palavra final ......................................................................... 113 Vamos conhecer a realidade do tratamento de câncer.................................................................................. 114 O câncer de estado inicial não aparece na radiografia .................................................................................123 Por que ocorre a metástase do câncer .........................................................................................................124 Até que ponto os exames de câncer são eficazes.........................................................................................126 A dúvida sobre o julgamento de um processo de tratamento médico ...........................................................128 Os doze mandamentos que previnem o câncer............................................................................................129 Quais são os alimentos que podem prevenir o câncer? ................................................................................131 Que tipo de alimentação poderia ter depois de contrair o câncer?................................................................133 Os cuidados com a saúde não podem ser deixados nas mãos de outras pessoas ...........................................135 O paciente com diabetes que conquistou a saúde por meio de jogging (corrida) ..........................................136 Por favor, salvem os pacientes como nós ­ para encerrar o livro..................................................................138

Colaborador de editoração do livro original: Kokichiro Tsukioka

Elaboração de gráficos e figuras do livro original: Minako Tsukioka

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Capítulo 1

Ofensiva contra células cancerosas

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As células cancerosas são bastante vulneráveis à temperatura de 42 o C

Inicialmente, vamos explicar sucintamente a lógica do tratamento por hipertermia e os tipos de tratamento existentes.

As células cancerosas apresentam a característica de ter baixa resistência ao calor em comparação com as células normais. A razão disso será explicada posteriormente, mas a lógica do tratamento por hipertermia é eliminar as células cancerosas, aproveitando o calor gerado por esse método terapêutico. Pergunta­se, então, a quantos graus as células cancerosas morrem. A resposta é: 42 o C. Uma temperatura acima desta prejudicaria também as células saudáveis, principalmente as do cérebro. Em virtude disso, durante o tratamento hipertémico, a temperatura é sempre controlada para manter­se em 42 o C. O tratamento hipertémico pode ser local ou geral, ou seja, em todo o corpo. (figura 2). Na hipertemia geral, o aquecimento do corpo era feito, tradicionalmente, pelo método de circulação extracorpórea até a introdução do método por hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos. (As explicações sobre a hipertermia geral pelo método de circulação extracorpórea estão resumidas nas páginas 34 a 40. O assunto é um pouco específico e difícil de ser entendido; portanto, recomendamos a leitura somente àqueles que tiverem interesse.)

Figura 2 ­ Tipos de hipertermia

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Capítulo 1 ­ Ofensiva contra células cancerosas

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O método de circulação extracorpórea foi introduzido há mais de 15 anos e muitos resultados positivos foram obtidos. Esse método originou­se do aproveitamento das técnicas de circulação sangüínea empregadas durante uma cirurgia cardíaca. Ao efetuar uma operação do coração, é necessário interromper o batimento cardíaco de 60 a 120 minutos. Entretanto, uma simples parada desse batimento acabaria provocando também a interrupção do fluxo sangüíneo, levando o paciente à morte. Por esta razão, durante a cirurgia, a circulação sangüínea é mantida por meio de um aparato artificial cárdio­pulmonar, externo ao corpo do paciente, em substituição ao coração que está sendo submetido à intervenção cirúrgica. Esse método é denominado circulação extracorpórea e foi consolidado por volta de 1960. Normalmente o sangue que circula pelo corpo retorna ao átrio direito do coração através da veia cava. Porém, no método de circulação extracorpórea, em vez de o sangue retornar para o átrio direito é conduzido para o circuito do mecanismo de circulação extracorpórea. Em seguida, o sangue recebe a oxigenação do aparelho cárdio­pulmonar artificial e é enviado para dentro da veia cava do paciente. Esse método permite esvaziar o coração, deixando­o sem sangue, e efetuar a cirurgia com maior facilidade. Com a técnica disponível atualmente, o coração pode permanecer algumas horas parado e sua função é substituída pelo aparato cárdio­pulmonar artificial. O “tratamento hipertémico geral pelo método de circulação extracorpórea” é uma aplicação baseada nessa técnica cirúrgica.

Na cirurgia cardíaca, a temperatura do corpo do paciente durante a operação é controlada para manter­se em 26 o C e, depois da operação, esta temperatura precisa retornar para a faixa situada entre 36 o C e 37 o C. A diferença de temperatura entre os dois momentos é de aproximadamente 10 o C e o procedimento de retorno para a temperatura normal exige muita técnica. Por outro lado, na hipertermia, basta elevar a temperatura de 37 o C para 42 o C, e a diferença é de apenas 6 o C; portanto, isto pode ser considerado uma tarefa relativamente fácil se compararmos com o procedimento de controle da temperatura, exigido numa cirurgia do coração. Assim sendo, o “tratamento hipertémico geral pelo método de circulação extracorpórea” tem como origem o aproveitamento da técnica e da experiência do método de circulação extracorpórea e do controle de temperatura. Entretanto, o problema desse “tratamento hipertémico geral pelo método de circulação extracorpórea” é o grande desgaste físico do paciente após a aplicação, o que foi melhorado com o “tratamento por hipertemia geral à base de raios infravermelhos longos”.

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Mesmo aquecendo até 42 o C, o risco para o corpo humano é zero

Normalmente, que tipo de alteração poderá ocorrer no corpo humano quando este é aquecido até 42 o C ?

Em primeiro lugar, há o aumento da transpiração. Para repor a água perdida em forma de suor, são injetados no paciente 2.000 cc. de solução de glicose com a concentração de 5%. Sem essa solução, o paciente correria o risco de desidratação.

Evidentemente, quando se trata de uma solução de glicose de concentração 5%, esta contém açúcar e, ao ser injetado no paciente, provoca um aumento do teor de glicose no sangue, trazendo efeitos benéficos para o tratamento do câncer.

Em segundo lugar, há a redução da quantidade de urina do paciente. Esta redução ocorre, obviamente, em função da transpiração. Contudo, além desse motivo, a diminuição da quantidade de urina está também relacionada a hormônios. O nosso corpo, quando submetido a altas temperaturas, ativa naturalmente uma função auto­reguladora, produzindo hormônios que inibem a liberação da urina (hormônios antidiuréticos). Em terceiro, a pressão sangüínea tende a diminuir em virtude da dilatação dos vasos sangüíneos, causada pelo aquecimento do corpo. Entretanto, para a maioria dos casos, a aplicação da solução de glicose a 5% permite manter a pressão do sangue dentro de valores normais. Em quarto, o batimento cardíaco fica acelerado como se a pessoa estivesse correndo (figura 3). A pulsação aumenta temporariamente para algo em torno de duas vezes a pulsação anterio ao aquecimento. Em razão disso, durante o tratamento pelo método de hipertermia geral, controlamos permanentemente a temperatura através de um monitor.

A quantidade de sangue que é bombeada pelo coração, num intervalo de um minuto, é denominado volume cistólico. O volume de uma pessoa normal, que não está se movimentando, é de 5 l/minuto. Ao elevar a temperatura para 42 o C, este volume sobe para 12 l/minuto, ou seja, o aumento do volume é duas vezes superior. Em quinto, existem pesquisas sobre a variação do eletrocardiograma. São observadas algumas variações no eletrocardiograma durante a hipertermia geral, mas todas essas variações são fenômenos que ocorrem somente durante o aquecimento do corpo e sempre voltam à normalidade quando este é resfriado. Por exemplo, durante o aquecimento poderá ser provocada uma arritmia dos átrios, entretanto a arritmia ventricular já é mais difícil de ocorrer. Parece que os átrios são mais sensíveis e reagem mais ao aquecimento do que os ventrículos. Contudo, isso não será motivo de preocupação uma vez que a hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos é um tratamento seguro.

A quantidade de glóbulos vermelhos e brancos não sofre alteração com o aquecimento, embora haja redução na quantidade de plaquetas sangüíneas, diminuindo de 300 mil,

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Capítulo 1 ­ Ofensiva contra células cancerosas

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Figura 3 ­ Variação do batimento cardíaco durante a hipertermia geral

Interpretação do gráfico

A temperatura é controlada durante a terapia e acompanhada permanentemente pelo monitor, uma vez que o batimento cardíaco passará a ser quase o dobro do de antes do aquecimento.

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que é a quantidade antes do aquecimento, para aproximadamente 100 mil, em razão da elevação da temperatura.

Porém, essa redução também não será motivo de preocupação, pois em uma semana aproximadamente a quantidade volta ao normal (figura 4). Pelas explicações anteriores, acreditamos que foi possível o leitor compreender que existe uma variação da pressão sangüínea e do batimento cardíaco em função da hipertermia geral, mas isso não trará nenhum problema do ponto de vista de segurança para os pacientes.

Pergunta­se, então, quais serão as influências em outros órgão do corpo humano? Começando pela conclusão, não foi constatada nenhuma influência no funcionamento do fígado e outros órgãos. Em geral, quando ocorre algum distúrbio no fígado ou no coração, aumentam­se os valores de GOT, GPT CPK, etc. do sangue, mas não foram observadas variações desses valores em conseqüência da hipertermia geral. Vamos pensar no limite de temperatura para o aquecimento. Quanto maior a temperatura, maior será a facilidade de erradicar as células cancerosas. Entretanto, quando esta temperatura ultrapassa um certo limite, será o corpo do paciente que sofrerá danos. Em razão disso, é necessário pensar na temperatura ideal de aquecimento para obter a máxima eficiência. A temperatura de aquecimento está relacionada também com o tempo de aquecimento. Esse tempo de aquecimento equivale ao tempo decorrido depois de ter atingido a marca de 41 o C.

Na hipertermia geral, diz­se que o limite máximo de temperatura para combater as células cancerosas e garantir a segurança do paciente é de 42,5 o C. Uma experiência realizada com macacos japoneses demonstrou que não houve nenhum problema ao manter aquecido o corpo desses animais a 43 o C, durante uma hora. Entretanto, em pacientes clínicos, considera­se que uma temperatura de 41,8 o C seja o limite para a hipertermia durante 3 horas, em razão da diferença de idade entre os pacientes e dos sintomas de doença apresentados por eles.

Existe um ponto comum entre a morte da célula cancerosa e a assadura de cama

Quando um doente permanece deitado na cama por um ou dois meses há o aparecimento de uma assadura na região das nádegas. Na medicina, essa assadura é denominada escara de decúbito e trata­se de um fenômeno de destruição parcial da pele, em conseqüência da obstrução do fluxo sangüíneo. Muitas vezes, essa destruição não se limita apenas à pele, podendo chegar a atingir uma parte da membrana subcutânea ou músculos.

Para evitar a assadura de cama, é importante virar o paciente ora para a direita, ora para a esquerda, para que ele não fique deitado sempre em uma mesma posição. Ou seja, a mudança constante da posição do corpo do paciente ajuda a prevenir a assadura.

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Figura 4 ­ Variação das plaquetas sangüíneas

Interpretação do gráfico

A quantidade de plaquetas sangüíneas, que era de 300 mil, atingirá o seu valor mínimo em três dias depois da aplicação do tratamento, mas recuperará o valor anterior em uma semana.

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Nossa equipe faz cirurgias quase todos os dias. Em geral, uma cirurgia do coração demora de cinco a seis horas, mas dificilmente os pacientes sofrem de assadura por causa dessa cirurgia.

Não foi observado nenhum caso de assadura pelo tratamento por hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos, atualmente empregado. A hipertermia geral pelo método de circulação extracorpórea, praticado anteriormente, provocava facilmente assaduras apesar de o tempo de tratamento ser de apenas quatro a cinco horas. Viam­se assaduras não só nas costas e nádegas, partes que permaneciam em contato com a cama, mas também nos ombros, calcanhares, cotovelos e até na cabeça, na região que ficava em contato com o travesseiro.

Quando medimos a pressão sangüínea, prendemos uma braçadeira com o manômetro no antebraço do paciente, normalmente é muito raro que isso provoque uma hemorragia subcutânea. No entanto, quando a hipertermia é feita pelo método de circulação extracorpórea, acaba provocando hemorragia subcutânea na região do braço presa com essa braçadeira. Como havíamos notado muitos casos de pacientes com assaduras, providenciamos quantidades consideráveis de esponjas e as colocamos em todas as partes do corpo do paciente que eram comprimidas. Com isso, conseguimos reduzir as assaduras que apareciam depois do aquecimento. Existe uma razão muito clara para explicarmos em minúcias sobre assaduras nesta parte do livro. O motivo é a relação existente entre a lógica de destruição da célula cancerosa e a causa da assadura. Quando a temperatura do corpo atinge 42 o C, em função da hipertermia, o fluxo sangüíneo nos vasos menores é dificultado, causando a assadura. Essa mesma lógica aplica­se também para as células cancerosas. Dentro do tecido canceroso existem poucos vasos sangüíneos, razão pela qual esse tecido apresenta a tendência para a desnutrição. Somando­se a isso o calor, o fluxo sangüíneo, que já não é bom, fica ainda pior e seu estado de desnutrição é agravado. Este fato leva o tecido canceroso à destruição.

As cinco razões da eficácia do tratamento por hipertermia geral no combate ao câncer

A primeira razão da elevada eficácia demonstrada pelo tratamento por hipertermia é a manutenção do tecido canceroso em estado de desnutrição, conforme mencionamos acima. A segunda razão é fundamentada na pesquisa de Visher, a qual comprova a facilidade com que ocorre a diminuição do oxigênio localizado em um tecido canceroso. À medida que o corpo vai sendo aquecido, aumenta a concentração de oxigênio em todos os tecidos do corpo; entretanto, no caso do tecido canceroso, ocorre um fenômeno inverso, provocando a diminuição dessa concentração em temperaturas acima de 41 o C (figura 5).

Acredita­se que esse fenômeno ocorra por causa de mecanismos semelhantes aos da assadura explicada anteriormente. A pesquisa de Visher apresenta em forma de gráfico a eficácia da hipertermia com detalhes, relacionando­a à concentração do oxigênio.

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Capítulo 1 ­ Ofensiva contra células cancerosas

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Figura 5 ­ Pesquisa de Visher/temperatura e pressão do oxigênio local

Interpretação do gráfico

Em comparação com um tecido normal, o tumor apresenta a diminuição da pressão do oxigênio local em temperaturas baixas.

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A terceira razão é o aumento da acidez que ocorre no interior de um tecido canceroso. A parte interna de um tecido canceroso já é ligeiramente ácida, mas essa acidez aumenta com o aquecimento e faz com que haja um acúmulo do ácido láctico. O ácido láctico é uma espécie de resíduo envelhecido e, quando há insuficiência de oxigênio, esse ácido não é decomposto, ficando retido dentro do tecido e provocando­lhe danos.

Por exemplo, quando não se consegue percorrer nem 100 metros com força total, significa que o oxigênio não está sendo distribuído de forma suficiente para todos os tecidos do corpo, provocando a retenção do ácido láctico e a estafa física.

Entretanto, quando se trata de um jogging (corrida), uma pessoa que está habituada a correr não sentirá cansaço, mesmo depois de correr alguns quilômetros, porque o oxigênio é distribuído por todo o corpo, evitando o acúmulo do ácido láctico e a fadiga.

A título de curiosidade, os exercícios que exigem oxigenação abundante durante a sua prática, como o jogging, são denominados “exercícios aeróbios” e aqueles sem oxigenação, a exemplo de uma corrida com velocidade total, de “exercícios anaeróbios”.

Em suma, o ácido láctico é uma substância que provoca fadiga dos tecidos e o acúmulo deste ácido no tecido canceroso causa a morte do tecido pela fadiga. Do ponto de vista fisiológico, o processo de composição dos genes de células cancerosas, que é o responsável pelo crescimento do câncer, é interrompido a uma temperatura entre 39 o C e 40 o C. A quarta razão é a própria característica da célula cancerosa. Em geral, essas células apresentam pouca resistência ao calor e morrem quando são aquecidas. Sabe­se que a taxa de sobrevivência das células cancerosas diminui à medida que são aquecidas, e ainda, essa mesma taxa também decresce quando as células são submetidas aquecimento prolongado (figura 6). A quinta razão refere­se ao aumento da capacidade imunológica do paciente, em conseqüência do aquecimento. O aquecimento provoca a secreção de uma substância semelhante à morfina denominada endorfina, que é proveniente do sistema nervoso. Com a hipertermia, a ação do sistema imunológico é estimulada e a capacidade de auto­ recuperação do corpo, fortalecida, iniciando assim o ataque às células cancerosas. Por exemplo, a febre alta provocada pela gripe é considerada como um dos mecanismos do organismo para ativar o funcionamento do sistema imunológico.

Em geral, as células cancerosas apresentam baixa resistência ao calor e morrem quando são aquecidas. Um aquecimento prolongado vai reduzindo a taxa de sobrevivência das células cancerosas.

O mecanismo consiste no estímulo da ação dos glóbulos brancos e de anticorpos, em função da alta temperatura, e serve também no combate ao vírus da gripe. Por essa razão, diz­se que o resfriado acaba durando mais tempo quando tomamos um antitérmico no início da gripe para baixar a febre, pois isso faz com que a capacidade imunológica do organismo deixe de ser reforçada. Em se tratando de uma gripe, parece que a cura é mais rápida quando se deixa aumentar a febre no seu período inicial, desde que não apresente risco de pneumonia. Os médicos clínicos­gerais só receitam antitérmicos quando a febre não baixa depois de dois ou três dias. Podemos considerar que o aumento da capacidade de auto­recuperação do corpo, proporcionado pela hipertermia, segue a mesma lógica do exemplo acima.

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Capítulo 1 ­ Ofensiva contra células cancerosas

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Figura 6 ­ Tempo de aquecimento e taxa de sobrevivência das células cancerosas

Interpretação do gráfico

Em geral, as células cancerosas apresentam baixa resistência ao calor e morrem quando são aquecidas. Um aquecimento prolongado vai reduzindo a taxa de sobrevivência das células cancerosas.

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Submetendo-se pela primeira vez à uma terapia à base de raios infravermelhos longos - depoimento do Sr. T.T.

De que forma um tratamento por hipertemia geral à base de raios infravermelhos longos é executado na prática. Vamos apresentar o caso da experiência do Sr. T.T. (68 anos), paciente portador de câncer pulmonar.

Esta manhã foi o marco do meu primeiro dia de hipertemia geral à base de raios infravermelhos longos. Ontem à noite pude dormir calmamente com a ajuda de um tranqüilizante. Entrei na sala de hipertemia geral do Hospital Luka às oito e meia. Instantes depois, entraram na sala o médico e a enfermeira, que me ministraram outra dose de tranqüilizante programada para uma hora antes da terapia. Eles examinaram o meu estado geral e fizeram exames de sangue, eletrocardiograma e raio X torácico.

Os preparativos tais como a colocação do saafro(?) para a aplicação do soro, inserção da sonda para medir a temperatura do esôfago, etc. foram conduzidos com muita habilidade. (Nota: A temperatura interna do corpo humano com uma pequena defasagem em relação à temperatura da pele; em virtude disso, a temperatura do esôfago é medida por meio de uma sonda para verificar se esta atinge o valor previsto.)

Logo em seguida, deitei dentro de uma caixa de aço aquecida instalada dentro da sala de hipertemia geral. Essa caixa é denominada câmara. É bastante quente. Disseram­me que dentro da câmara é possível atingir 76 o C.

A sonda de temperatura foi conectada ao sistema computadorizado. Terminais isolados foram colocados no peito, abdômen, coxa, reto e esôfago. Foi colocada também uma sonda urinária (tubo para urinar). Quando percebi, já estavam sendo medidos automaticamente a pulsação, o eletrocardiograma e a pressão sangüínea, a cada cinco minutos. Entrei na câmara despido, mas um vapor agradável cobria o meu corpo. Caí num sono profundo. Devo ter permanecido assim cerca de uma hora e quinze minutos quando um alarme soou, indicando que a temperatura no interior do esôfago tinha atingido 41 o C. Fui avisado que o computador iria iniciar a contagem.

A maca foi retirada de dentro da câmara e rapidamente foram colocados um cobertor e uma manta plástica sobre meu corpo. O aquecimento continuou por mais uma hora. Anunciado pelo toque de uma campainha, foram retiradas as cobertas que envolviam o meu corpo, uma hora depois. Foi ficando mais fresco, mas meu corpo estava literalmente ensopado de suor. A sensação era bastante agradável e não sentia nenhuma dor. Parecia que estava no céu. Ouvi a voz do médico: “Terminamos!”

Voltei ao quarto de internação depois de 30 ou 45 minutos. Ainda estava com sono. Já haviam se passado três horas desde o início da terapia.

Esse paciente foi internado no Hospital Luka por causa do câncer pulmonar. Depois do tratamento hipertérmico geral à base de raios infravermelhos longos está passando bem. Atualmente, terminou o segundo ciclo de tratamento e diariamente vai ao trabalho com muita disposição.

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Capítulo 1 ­ Ofensiva contra células cancerosas

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“É isto! Para a hipertermia geral, os raios infravermelhos longos são a solução.”

Antes de iniciarmos a hipertemia geral à base de raios infravermelhos longos, tivemos experiência com 150 casos de hipertermia geral pelo método de circulação extracorpórea, o que representa mais de 500 aplicações. Quando um paciente é submetido à hipertemia geral pelo método de circulação extracorpórea, ele fica completamente exausto depois da seção. A comparação não é muito feliz e pedimos desculpas por isso, mas o paciente parece uma carpa estirada sobre uma tábua de cortar. O paciente fica três dias de cama depois da terapia e, no quarto dia, quando ele consegue andar sozinho até o banheiro é uma verdadeira festa, comemorada por todas as pessoas do hospital. Somente depois de uma semana o paciente recupera­se e consegue andar sozinho pelo corredor. A freqüência ideal de uma hipertermia geral é efetuar a segunda seção uma semana depois da primeira. Contudo, pelo método de circulação extracorpórea, é extremamente difícil efetuar uma seção por semana, quando muito, a possibilidade é a de uma seção a cada dez dias.

Em agosto de 1990, época em que estávamos trabalhando com o método de circulação extracorpórea, visitamos o Hospital Harper, em Chicago, Estados Unidos, para verificarmos o tratamento por hipertemia geral à base de raios infravermelhos longos. Na ocasião da visita, observamos que a temperatura do esôfago atingia a marca de 41,8 o C. O que nos impressionou foi a cena em que o paciente estava conversando com o médico; o mais surpreendente ainda foi o acontecimento depois da seção quando o paciente levantou­se sozinho e retornou a seu quarto, de cadeira de rodas. Quando vimos essas cenas, não pudemos conter nossa expressão de espanto: “Fantástico”. Jamais poderíamos imaginar um paciente tão disposto imediatamente após uma seção de hipertermia. Isto era inconcebível pelo método de circulação extracorpórea. “É isto! Para a hipertermia geral, os raios infravermelhos longos são a solução.” Vamos mudar um pouco de assunto. Atualmente, um dos problemas mundiais é o aumento do número de casos de AIDS. Em especial, nos Estados Unidos e no sudeste da Ásia, o aumento de pacientes com AIDS está tornando­se um problema político. A razão disso é a ausência de um tratamento definitivo para este mal.

Porém, o vírus da AIDS também apresenta pouca resistência ao calor, em virtude disso, alguns países estão fazendo o tratamento hipertérmico pelo método de circulação extracorpórea. Já foram apresentados alguns relatórios que afirmam a cura do Sarcoma de Kaposi, que é um dos sintomas da AIDS, pela hipertermia. Se o método de circulação extracorpórea é eficaz, deverá ser eficaz também o de raios infravermelhos longos. No Japão não há notícia de cura da AIDS pela hipertermia, mas nos Estados Unidos são apresentadas, na televisão, cenas de tratamento da AIDS por esse método. De agora em diante, pretendemos analisar cuidadosamente os resultados do tratamento da AIDS nos Estados Unidos.

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A descoberta do tratamento por hipertermia remonta aos tempos do Egito antigo

Até chegarmos ao tratamento por hipertemia geral à base de raios infravermelhos longos, foram efetuadas várias experiências, muitas destas aproveitadas em casos reais. Vamos rever um pouco desta história. A história do tratamento por hipertemia é bastante antiga. Vamos voltar até a era do Egito antigo, há mais de cinco mil anos. Existe ainda hoje um registro escrito em língua egípcia, em que há a frase: “O calor é eficiente para combater as doenças”. Posteriormente, por volta do século IV a.C., o filósofo grego Hipócrates realizou também uma terapia por hipertermia.

Hipócrates, também conhecido como o pai da medicina, é uma personalidade respeitada pelos médicos do mundo inteiro. A hipertermia moderna para o combate ao câncer tem sua origem nos registros do médico alemão Dr. Bush, de 1866. Quando dizemos “registros”, neste caso não se trata de um ato consciente do Dr. Bush no uso da hipertermia para o tratamento do câncer, mas de anotações baseadas na observação do médico ao acompanhar a cura do câncer pelas altas temperaturas, a qual ocorreu por acaso. Havia um tumor (câncer) no rosto de um paciente examinado por Dr. Bush. Além disso, esse paciente acabou contraindo também uma doença denominada erisipela e teve duas vezes uma febre alta entre 39 o C e 40 o C. A erisipela é uma doença causada por bactérias estreptocócicas, que penetram através de eczemas e cortes da pele. Antigamente, quando não havia antibióticos, eram doenças fatais mas, felizmente, a erisipela desse paciente havia sido curada. Foi um espanto para o médico perceber que o tumor do rosto desse mesmo paciente havia desaparecido. Depois de observar esse fenômeno, Dr. Bush propôs um tipo de terapia, pensando em aproveitar o calor a uma temperatura maior do que a do corpo humano para eliminar somente as células cancerosas, sem que as células saudáveis fossem prejudicadas. Após esse acontecimento, podemos relacionar os seguintes fatos históricos relativos à hipertermia: Em 1893, o médico norte­americano Dr. Cally injetou substâncias extraídas do estreptococo em 38 pacientes terminais com câncer para fins terapêuticos. Dentre os pacientes que tiveram febre por causa do estreptococo, 12 tiveram uma melhora significativa do quadro e 19 tiveram os sintomas aliviados. Esse extrato foi denominado “Toxina de Cally” e, na época, foi utilizado como droga anticancerígena.

Em 1935, Dr. Wallen aplicou a hipertermia geral, aquecendo a superfície do corpo de um paciente por meio de várias lâmpadas de carbono, instaladas dentro de uma pequena sala especialmente preparada.

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Capítulo 1 ­ Ofensiva contra células cancerosas

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Em 1965, Dr. Srianarayan experimentou uma hipertermia geral, aplicando uma leve anestesia no paciente e imergindo seu corpo em água aquecida a 45,5 o C. Uma leve anestesia permite ao paciente suportar o calor. Em 1974, Dr. Pettigrue aplicou uma anestesia geral no paciente e envolveu totalmente o seu corpo com um papel parafinado e, ao mesmo tempo, fez com que o paciente aspirasse ar aquecido a 80 o C adicionado de oxigênio. O corpo foi mantido à temperatura de 41,8 o C por mais de 300 minutos. Os tumores reagiram bem à hipertermia e o referido médico cita que, no caso do tumor do aparelho digestivo, o efeito da hipertemia melhorou com a aplicação simultânea da quimioterapia.

Em 1979, Dr. Bull dos Estados Unidos vestiu o paciente com uma roupa de astronauta desenvolvida pela NASA e efetuou a hipertermia geral. Quando os astronautas saem do ônibus espacial, o ar externo é muito frio, em razão disso, essas roupas dispõem de uma circulação de água quente para aquecer o corpo dos astronautas. Os astronautas japoneses Mamoru Mouri e Chiaki Mukai também vestiram essas roupas para embarcar em um ônibus espacial.

Em 1979, Dr. Parks apresentou um relatório sobre a hipertermia geral aplicada pelo método de circulação extracorpórea. Esse método de hipertermia permite regular as condições físicas dos pacientes durante o tratamento; por essa razão, é considerado um tratamento altamente seguro e muitas instituições japonesas estão aplicando esse tipo de terapia (veja página 35). Em 1985, Dr. Robins efetuou a hipertermia geral, utilizando os raios infravermelhos longos em uma pequena sala metálica especial. O médico relata que, pela irradiação de raios infravermelhos longos, foi possível manter a temperatura do esôfago e do reto a 41,8 o C. Esse método é a própria hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos, atualmente utilizada no Hospital Luka. Não é necessário o uso de anestesia geral, sendo suficiente o uso de analgésicos comuns, e a baixa influência no sistema cardiovascular são suas características.

A necessidade urgente de incorporar a hipertermia geral na cobertura do seguro-saúde

Conforme mencionado anteriormente, há dois tipos de hipertermia: por aquecimento geral e por aquecimento local. A maior parte das aplicações de hipertermia no Japão é por aquecimento local.

Entende­se por aquecimento local quando a aplicação é concentrada no local em que o câncer está presente, como, por exemplo, no fígado em se tratando de câncer hepático. O método mais utilizado no aquecimento local é aquele denominado "aquecimento por indução de radiofreqüência". Coloca­se entre duas placas polares a parte a ser aquecida, que recebe a aplicação de ondas de radiofreqüência de 8MHz a 13MHz (figura 7).

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Por esse método, é possível o calor alcançar o câncer existente nas partes mais profundas do corpo, como nos casos de câncer hepático, intestinal e da bexiga, e ainda, permite aquecer desde a superfície do corpo até regiões mais profundas. Esse método foi desenvolvido principalmente no Japão. Além do aquecimento por indução de radiofreqüência, são utilizados para o aquecimento local outros métodos como: aquecimento por ultra­som, aquecimento interno do tecido, aquecimento interno da cavidade, etc. O aquecimento interno da cavidade é feito pela introdução de uma antena de aquecimento dentro de um balão como mostrado na figura 8 na bexiga, vagina, útero, ânus, esôfago, etc. (figura 9).

O professor titular Dr. Keizo Sugimachi, da Faculdade de Medicina da Universidade de Kyushu, apresentou excelentes resultados obtidos no tratamento do câncer de esôfago por hipertermia, utilizando o aquecimento por ondas de radiofreqüência por meio da inserção de uma antena de aquecimento no esôfago, como mostrado na figura 8. A partir de abril de 1990, o tratamento à base de hipertermia por ondas eletromagnéticas passou a ter cobertura do seguro­saúde. Entretanto, essa nova resolução é restrita aos casos em que a hipertermia é aplicada em conjunto com a radioterapia. Para efeito de seguro­saúde, somente o tratamento à base de hipertermia ainda não foi reconhecido. A hipertermia geral também não é coberta ainda pelo seguro­saúde. Quando um determinado método de tratamento tem a cobertura do seguro­saúde, pode ter maior difusão em todo o território japonês, além de aliviar financeiramente os pacientes. Torcemos para que, tanto a hipertermia geral quanto a hipertermia local consigam cobertura do seguro­saúde, o quanto antes.

É impossível aumentar a sobrevida do paciente por meio da hipertermia local

A principal corrente da hipertermia no Japão continua sendo a do aquecimento local. Evidentemente, a maioria dos trabalhos apresentados no Congresso Japonês de Hipertermia refere­se a resultados do tratamento por hipertermia local. (Trata­se de um congresso sobre a hipertermia. Hipertermia significa: tratamento por calor.) Conseqüentemente, quando participamos desses congressos, sempre assistimos a apresentações de trabalhos sobre os resultados terapêuticos da hipertermia local. Os resultados apresentados nos congressos são espetaculares e isto faz com que se crie uma idéia de que o método de aquecimento local tenha ficado consolidado como sendo a própria hipertermia. No entanto, temos dúvidas com relação à hipertermia local; em razão disso, o nosso trabalho ao longo desses 15 anos esteve voltado somente para a hipertermia geral.

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Figura 7 ­ Método de aquecimento por indução de radiofreqüência

Figura 8 ­ Dispositivo de aquecimento da vagina

Figura 9 ­ Desenho esquemático da bexiga/vagina/ânus

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Uma das dúvidas é quanto ao prognóstico de sobrevida de um paciente submetido à hipertermia local. Prognóstico é o termo que expressa o quadro de um paciente depois de ser submetido a um tipo de tratamento. Por exemplo, quando o quadro apresenta uma melhora expressiva, diz­se: “prognóstico favorável”. Ao contrário, quando o quadro piora após o tratamento, diz­se: “prognóstico desfavorável”. Portanto, “prognóstico de sobrevida” é o termo que expressa a situação de sobrevivência de um paciente após o tratamento. Solicitamos aos leitores que observem os resultados do tratamento por hipertermia local apresentados a seguir, tendo em mente o que foi dito acima.

Normalmente, o resultado terapêutico de uma hipertermia local é classificado em quatro grupos: “muito eficaz”, “eficaz”, “sem alteração” e “piora”. Computando os resultados de diversos tratamentos por hipertermia local, a soma dos resultados enquadrados em “muito eficaz” e “eficaz” totalizam mais de 70%, o que enfatiza a importância desse tipo de tratamento. Porém, quando analisamos o prognóstico de sobrevida dos pacientes dos quatro grupos classificados, não há muita diferença entre eles. Não há muita diferença na sobrevida posterior ao tratamento por hipertermia local entre os pacientes enquadrados no grupo “muito eficaz” e aqueles do grupo “piora”.

Por exemplo, é classificado em “muito eficaz” o grupo de pacientes em que o câncer desaparece temporariamente. Mas, com a recorrência do câncer, o resultado final acaba sendo o mesmo de um grupo que se enquadra em "piora" depois do tratamento inicial.

Isto não passa de um tratamento pelo tratamento. Até podemos dizer que não é um tratamento voltado para os pacientes. Um tratamento de câncer exige resultados mais positivos, como evitar a morte, ou no mínimo prolongar mais a vida do paciente. No entanto, pela hipertermia local atualmente praticada não é possível proporcionar uma sobrevida maior aos pacientes.

A terapia à base de raios infravermelhos longos é a estrela da esperança na cura do câncer

Diz­se que o câncer é uma doença geral do corpo; portanto, um tratamento localizado não é um verdadeiro tratamento. Um caso de câncer que pode ser curado por meio de um tratamento local poderia ser extraído por meios cirúrgicos, o que seria mais prático. O exemplo seguinte ajudará a compreensão dessa colocação. Vamos pensar no caso em que todo o corpo esteja afetado pelo câncer e o tratamento por hipertermia local tenha sido aplicado somente no gânglio linfático do pescoço, que está inchado. Em conseqüência da terapia, o inchaço desse gânglio desaparecerá. Então, o resultado do tratamento será avaliado como “muito eficaz”, mas, apesar de o gânglio linfático do pescoço ter desinchado, o câncer permanece em todas as outras partes do corpo, o que leva a concluir que o tratamento não proporcionou uma sobrevida maior ao paciente.

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Esses aspectos sempre nos fizeram acreditar que o tratamento de câncer exige uma visão global do corpo do paciente. Esse nosso pensamento não mudou desde quinze anos atrás até hoje.

Por outro lado, a hipertermia local não trouxe para nós apenas dúvidas, mas proporcionou também importantes pistas para a solução. O que pudemos observar nos trabalhos sobre a hipertermia local, apresentados no Congresso Japonês de Hipertermia, foi a temperatura dos tecidos cancerosos durante o tratamento. Um aspecto comum verificado em todas as apresentações é a grande quantidade de casos enquadrados como “muito eficaz”, sempre que nesses casos foram observados aumentos de temperatura dentro do tecido em razão do aquecimento. Esse fato parece algo evidente. Todos os resultados apresentados mostravam depois da terapia que os pacientes eram enquadrados em grupos de “muito eficaz” ou “eficaz”, apesar de a temperatura interna do tecido ter estado em um patamar baixo, inferior a 40 o C ou até inferior a 39 o C. Isto significa que o câncer localizado sofreu redução ou foi eliminado mesmo com essa faixa de temperatura.

Esse fato merece atenção. Se os tratamentos a 39 o C ou a 40 o C têm proporcionado resultados tão eficazes, com a hipertermia geral, que eleva a temperatura do corpo a um patamar de 41,5 o C a 41,8 o C, o efeito deveria ser ainda maior.

Na hipertermia geral, em que todo o corpo é mantido a uma temperatura constante, o corpo dificilmente permaneceria na faixa de 39 o C ou 40 o C. Em função disso, torna­se válido o raciocínio de que mais casos de resultados positivos poderiam surgir com a aplicação da hipertermia geral. Foram a partir dessas constatações que obtivemos a segurança e a certeza do sucesso da terapia por meio do aquecimento geral do corpo, e a nossa equipe tem insistido na hipertermia geral, em vez da hipertermia local. A partir de 1984, o Congresso Japonês de Hipertermia passou a ser realizado anualmente e o Congresso Internacional de Hipertermia foi realizado na cidade de Kyoto, em 1988. Desta forma, a hipertermia vem ganhando destaque mundial como a estrela da esperança no tratamento do câncer. No Congresso a ser realizado no outono de 1995, haverá o simpósio sobre a hipertermia geral, que está chamando a atenção do mundo inteiro.

O efeito da hipertermia geral é maior nas pessoas saudáveis

Pelas explicações anteriores, acreditamos que foi possível para os leitores compreenderem o motivo da alta eficácia da hipertermia geral.

Vamos agora ver para quais tipos de câncer e para quais pessoas a hipertermia geral apresenta maior eficácia e, para tanto, analisaremos o relatório nacional de hipertermia geral, elaborado em 1992.

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Esse relatório é um estudo sobre os efeitos da hipertermia geral pelo método de circulação extracorpórea, de 4 casos realizados na Universidade de Kanazawa, 14 casos da Faculdade de Medicina Santa Mariana, 49 casos da Universidade de Tottori, 141 casos da Faculdade Feminina de Medicina de Tokyo, que totalizam 208 casos. Fala­se em câncer, mas existem diferentes tipos e foi constatado que a hipertermia geral é eficaz para os seguintes:

Câncer pulmonar eficácia 32,2% Câncer de mama eficácia 56,3% Câncer de pâncreas eficácia 42,9% Melanoma (tumor negro maligno) eficácia 55,6% Câncer hepático e da vesícula biliar eficácia 66,7%

Verificando o efeito por sexo: Homens Foi constatado efeito em 53 dos 131 casos, o que corresponde a 40,4%. Mulheres Foi constatado efeito em 28 dos 77 casos, o que corresponde a 36,4%.

Ou seja, não foi observado diferença no resultado da terapia entre homens e mulheres. Em seguida, verificando por idade: de 0 a 40 anos 50,0% de 41 a 50 anos 26,7% de 51 a 60 anos 40,3% de 61 a 70 anos 37,8% Acima de 70 anos 50,0%

No estudo comparativo por faixa etária não foi possível identificar grandes diferenças na eficácia do tratamento. O que se pode afirmar é uma eficácia maior da hipertermia geral em pessoas mais saudáveis e pouca eficácia em pacientes terminais que permanecem de cama. Paralelamente, foi constatado que a repetição da terapia várias vezes aumenta a eficácia. Uma única aplicação eficácia 18,9% Duas aplicações eficácia 39,6% Três aplicações eficácia 35,9% Mais de quatro aplicações eficácia 49,4%

Foi possível verificar que o efeito do tratamento aumenta proporcionalmente ao número de vezes de aplicação.

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Figura 10 ­ Câncer de células pequenas do pulmão

Homem: 58 anos, imagem da tomografia computadorizada da região torácica

Esquerda = antes da terapia Direita = depois da terapia Existe a evidência de redução do câncer pulmonar indicado pela seta

Figura 11 Metástase do câncer da glândula tireóide no gânglio linfático do pescoço

Homem: 67 anos, imagem da tomografia computadorizada da região do pescoço

Esquerda = antes da terapia, a seta indica o crescimento do gânglio linfático

Direita = depois da terapia

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Com uma seção de terapia, já é possível dispensar o analgésico

Vamos apresentar aqui alguns casos em que os efeitos da terapia puderam ser observados.

A figura 10 mostra o caso de um homem de 58 anos de idade. Era um paciente portador de câncer pulmonar, que não teve sucesso no tratamento por quimioterapia, ou seja, o agente antineoplásico não produziu efeitos. Foram realizadas três seções de hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos e observou­se a redução do câncer. Este era do tipo histológico denominado câncer de células pequenas. A figura 11 é o caso de um homem de 67 anos. Trata­se de metástase do câncer da glândula tireóide no gânglio linfático. Com quatro seções de aplicação, houve uma redução significativa do câncer. A figura 12 é o caso de uma mulher de 40 anos. Sofre de hidropisia abdominal por causa do câncer hepático e a parede abdominal está saliente. O câncer dessa paciente também diminuiu significativamente com quatro aplicações. Evidentemente não foi utilizado o agente antineoplásico. A figura 13 é o caso de uma mulher de 29 anos. O adenocarcinoma da parte inferior do ouvido transferiu­se para o pulmão. O foco de metástase do pulmão reduziu bastante com seis seções de terapia. A figura 14 é o caso de uma mulher de 67 anos. Tratava­se de câncer da mama esquerda, mas havia metástase no pulmão e no osso. Com três seções de terapia, o câncer, que formava um volume grande, cicatrizou­se. A figura 15 é o caso de um homem de 58 anos. Trata­se do câncer de pâncreas sem a possibilidade de cirurgia. Com quatro seções de terapia o câncer diminuiu, houve aumento de apetite do paciente e alívio das dores. Além desses pacientes, todos os outros que foram submetidos à hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos ficaram felizes por ter a dor aliviada. O efeito mais certo da terapia por hipertermia geral é a eliminação da dor. Este método terapêutico pode até não diminuir o câncer, mas certamente elimina a dor.

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Figura 12 Câncer hepático

Mulher: 40 anos, imagem da tomografia computadorizada da região abdominal

Esquerda = antes da terapia Direita = depois da terapia Existe a evidência de redução do câncer hepático

Figura 13 Metástase pulmonar do adenocarcinoma da parte inferior do ouvido

Mulher: 29 anos, imagem da tomografia computadorizada da região torácica

Esquerda = antes da terapia Direita = depois da terapia Houve a diminuição do câncer indicado pela seta

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Contudo, a maneira com que a dor desaparece difere bastante de um caso para outro. Para alguns, a dor poderá voltar em duas ou três semanas e, para outros, a dor poderá desaparecer por um período mais longo. A probabilidade de desaparecer a dor por mais de três semanas pode chegar a 80% ou 90%. Mesmo em pacientes que recebem uma injeção diária de morfina para aliviar a dor, na maioria dos casos, os analgésicos poderão ser dispensados depois da primeira seção de terapia.

A notificação do câncer não provoca medo

Quando a dor causada pelo câncer é aliviada e surge a esperança de uma sobrevida maior, proporcionadas pela hipertermia geral, acreditamos que o desespero que envolve os pacientes portadores de câncer passa a ser menor e eles podem recuperar novamente a alegria de viver.

Atualmente, câncer ainda significa uma sentença de morte e, muitas vezes, anunciá­lo ao paciente pode provocar perda do ânimo para viver. Em geral, mesmo em pessoas socialmente mais destacadas, a revelação do câncer tem levado os pacientes ao desânimo, perda de apetite e da vontade de viver. Alguns deles chegam até a cometer suicídio quando o câncer é diagnosticado. Por esta razão, a “notificação do câncer” é tratada como um grande problema social. Ao dar o diagnóstico a um paciente portador de câncer, sempre foi alvo de discussão a questão de informar ou não à pessoa a sua verdadeira condição. Na maioria dos casos, para evitar eventuais problemas com o paciente, o fato é informado para os familiares, deixando de ser comunicado ao próprio paciente.

Entretanto, a nosso ver, quando o câncer passa a ser controlado pela hipertermia geral, os pacientes deixam de ter medo mesmo sendo comunicada a presença desse mal. Talvez seja até exagero dizer, mas com a hipertermia geral a “notificação do câncer” deixa de provocar medo nos pacientes. Acreditamos que aliviar a dor causada pelo câncer por meio da hipertermia geral, e conduzir o tratamento, oferecendo aos pacientes a esperança de viver, sejam as nossas missões como médicos. Quando o paciente cria coragem para viver, aumenta sua capacidade de auto­recuperação e espera­se uma cura do câncer ainda mais rápida.

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Figura 14 ­ Câncer da mama esquerda

Mulher: 67 anos

Esquerda = antes da terapia Centro = depois da primeira seção de terapia

Direita = depois da terceira seção

Houve diminuição do tumor e sua cicatrização

Figura 15 ­ Câncer do pâncreas

Homem: 29 anos, imagem da tomografia computadorizada da região abdominal

Esquerda = antes da terapia Direita = depois da terapia Houve diminuição do câncer indicado pela seta

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¤ Para aqueles que pretendem conhecer o assunto de forma mais técnica

Hipertermia geral pelo método de circulação extracorpórea

Descrevemos a seguir a terapia à base de hipertermia geral pelo método de circulação extracorpórea, que era praticada na Faculdade Feminina de Medicina de Tokyo. Atualmente, este tipo de hipertermia não está mais sendo utilizada nessa faculdade. Inicialmente, o paciente é deitado de costas e recebe uma anestesia geral. O sangue do paciente é retirado pela artéria femural da coxa esquerda ou da direita, e aquecido a 45 o C por meio de um trocador de calor. Em seguida, o sangue é devolvido ao corpo do paciente através da veia femural (figura 16). A temperatura do corpo do paciente é controlada em 42 o C. Antes de efetuar a circulação extracorpórea, um medicamento denominado heparina, que evita a coagulação do sangue, é injetado na veia, na proporção de 300 unidades a cada 1 kg de peso corporal. A figura 17 mostra o tubo introduzido na artéria femural e veia femural. A figura 18 mostra como esses tubos são colocados nessa artéria e veia. Para introduzir o tubo na artéria e veia femurais, coloca­se antes em cada vaso sangüíneo um tubo fino de plástico de 5 mm de diâmetro, denominado cânula, atravessando a pele. Esse método é chamado de perfuração trascutânea. Na conclusão de uma seção de hipertermia geral, a cânula é retirada e o sangue estancado por pressão. Por esse método não há necessidade de abrir a artéria ou a veia femurais, nem de colocar algo incômodo como um vaso artificial. O método de perfuração trascutânea assim executado é bastante higiênico e não oferece nenhum risco de infecção local causada por bactérias.

Existe um intervalo de uma semana entre uma seção de terapia e outra e o paciente pode caminhar normalmente durante esse período. A perda de sangue durante a terapia, ou seja, o volume de sangue perdido pela veia femural é de 1,5 l/minuto.

Em seguida, um tubo é conectado na cânula de drenagem do sangue e 250 ml de sangue arterial é armazenado num recipiente especial denominado reservatório. Esse sangue é aquecido por meio de um trocador de calor até uma temperatura entre 44 o C e 45 o C, e devolvido ao corpo do paciente através da veia femural. A temperatura da água do trocador de calor é mantida abaixo de 49 o C e o sangue que retorna ao paciente, inferior a 45 o C. Nessa ocasião, há a necessidade de supervisionar por meio de um monitor se o sangue que retorna ao paciente se mantém em 45 o C. Com a finalidade de monitorar a temperatura do corpo do paciente, um tubo denominado cateter de Swann­Ganz é introduzido na artéria pulmonar para medir sua temperatura.

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Capítulo 1 ­ Ofensiva contra células cancerosas

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Figura 16 ­ Esquema de hipertermia geral

Interpretação da figura

O sangue é retirado da artéria femural (A), passa pelo reservatório de sangue, é aquecido a 45 o C e retorna para a veia femural (V).

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Figura 17 ­ Cânulas utilizadas na hipertermia pelo método de circulação extracorpórea

Figura 18 ­ Cânulas colocadas na artéria e veia femurais

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Capítulo 1 ­ Ofensiva contra células cancerosas

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Figura 19 ­ Variação da temperatura de cada uma das partes / Mulher: 63 anos, câncer de útero

Interpretação do gráfico

Sessenta minutos depois de iniciar o aquecimento, a temperatura do corpo fica mais ou menos constante. As temperaturas do esôfago e da bexiga apresentam valores maiores.

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A temperatura do sangue que retorna ao corpo do paciente é avaliada por meio desses indicadores de temperatura.

Além desta, as temperaturas do reto, das partes profundas da cabeça, da palma da mão e do pé, e ainda, do sangue retirado, são supervisionadas por meio de um monitor. Paralelamente, com a finalidade de preservar a segurança do paciente, são monitorados também o batimento cardíaco, a pressão arterial, a pressão venosa central, etc. Durante a terapia, diversos outros procedimentos são adotados. No início do aquecimento, é colocada uma manta especial isolante sobre o corpo do paciente para evitar a dispersão do calor. Várias esponjas são colocadas nas partes do corpo que ficam comprimidas e que sejam mais suscetíveis a assadura, tais como cabeça, nádegas, ombros etc., para prevenir contra a assadura de cama. Depois dessas providências, inicia­se o aquecimento do sangue. O aparelho de circulação extracorpórea permite um fluxo de 1,5 l/minuto; portanto, a temperatura do corpo do paciente sobe com facilidade. Acompanhando as variações de temperatura da artéria pulmonar, esôfago, bexiga e tímpano (figura 19), observa­se que o aquecimento da bexiga é mais lento, embora, no final, todas as partes do corpo estabilizam­se a uma temperatura próxima de 42 o C. Isto é o aspecto mais positivo da hipertermia geral, pois a manutenção de todas as partes do corpo a uma temperatura constante oferece vantagens para eliminar as células cancerosas. Diz­se que para medir a temperatura da cabeça é recomendável medir a temperatura do tímpano. A figura 20 mostra o dispositivo para medir a temperatura do tímpano. A colocação de algo semelhante a uma pequena bola de algodão permite verificar a temperatura do tímpano, em outras palavras, a temperatura do cérebro. A medição da temperatura do tímpano é feita introduzindo­se um aparelho mostrado na figura 20 no canal do ouvido externo. Durante o resfriamento, a manta especial isolante é retirada e o suor do paciente enxugado. O resfriamento pelo método de circulação extracorpórea é iniciado, seguindo a mesma seqüência adotada para o aquecimento. Em aproximadamente 20 minutos, a temperatura do reto cai para 38 o C. O processo de resfriamento é interrompido nesse instante, aguardando­se a queda natural da temperatura. Na hipertermia pelo método de circulação extracorpórea, um ciclo de tratamento eqüivale a quatro seções, realizadas na proporção de uma seção por semana. Depois de 30 ou 40 minutos desde o início do aquecimento, a temperatura do corpo do paciente sobe de 37 o C para 42 o C. Essa temperatura é mantida durante três horas, passando em seguida para o processo de resfriamento (figura 21).

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Capítulo 1 ­ Ofensiva contra células cancerosas

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Figura 20 ­ Medição da temperatura do tímpano

Interpretação da figura

Uma sonda de temperatura é introduzida no canal do ouvido externo para medir a temperatura do tímpano. Essa temperatura medida reflete fielmente a temperatura do corpo.

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Figura 21 Foto de uma terapia por hipertermia geral

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Capítulo 2

Por que os raios infravermelhos

longos são eficazes no

combate ao câncer

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Existem diversas ondas eletromagnéticas

Neste capítulo, vamos iniciar pela explicação de o que vem a ser os raios infravermelhos longos. Em nosso redor, estão presentes inúmeras “ondas” invisíveis que cruzam o espaço. O raio X, que é utilizado para tirar as chapas são também ondas. A luz que podemos enxergar também são ondas. As ondas de rádio e de televisão também são. A única diferença entre estas são os seus comprimentos, denominado freqüência. Todas recebem o nome de “ondas eletromagnéticas”. “Onda magnética” é um termo oficialmente adotado do ponto de vista acadêmico, e é a forma correta de nomear as ondas do campo elétrico e magnético ou as ondas da linha de força elétrica e magnética. Falando dessa forma, parece algo complicado, e mais ainda, quando se diz ondas do campo magnético, alguns leitores devem pensar: “Mas o que é isso?”. Talvez a comparação não seja muito oportuna, mas poderá facilitar a compreensão se pensarmos que o magnetismo emitido pelo PIP­ELEKIBAN* é algo similar às ondas de um campo magnético. Por outro lado, as ondas do campo elétrico podem ser, por exemplo, a corrente. Com uma pequena variação do comprimento de onda, essas ondas eletromagnéticas apresentam características bastante distintas. Em virtude disso, há várias denominações dadas às ondas eletromagnéticas, em decorrência também de razões históricas. Relacionando essas ondas a partir das de comprimento mais curto, há desde raios radioativos, luzes visíveis e até ondas elétricas. Também há diversos tipos de ondas elétricas (figura 22). Por exemplo, nos controles remotos, que as crianças usam para conduzir carros de brinquedo, empregam­se ondas de rádio. A luz visível é aquela que nos auxilia para visualizar as coisas. Quando o comprimento da onda passa a ser menor do que o da luz visível, há os raios ultravioleta. Inversamente, quando o comprimento é maior do que o da luz visível, há os raios infravermelhos, e a onda com o comprimento maior ainda serão os raios infravermelhos longos. Em palavras mais simples, a luz visível é aquela composta pelas cores do arco­íris, que vão do vermelho ao violeta. Os raios infravermelhos têm comprimento de onda maior do que o vermelho, e não conseguimos enxergá­los. Da mesma forma, não enxergamos os raios ultravioleta, que têm comprimento de onda menor do que o violeta.

Historicamente, com exceção da luz visível, as ondas eletromagnéticas começaram a ser utilizadas a partir das ondas de menor freqüência. Nas comunicações à distância, as ondas de freqüência mais baixa demonstram melhor desempenho. Freqüência é o número de vezes que uma corrente alternada de onda eletromagnética ou corrente elétrica muda de sentido durante o intervalo de um segundo. Nessa ocasião, conta­se uma vez o par de positivo e negativo. A unidade de freqüência é expressa em Hertz e esse termo significa o número de vibrações. Uma mudança de sentido eqüivale a uma vibração, por isso foi adotado o Hertz como unidade.

* (N.T.= nome comercial de um magneto­terapêutico com fita adesiva)

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Capítulo 2 ­ Por que os raios infravermelhos longos são eficazes no combate ao câncer

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Figura 22 Existe toda essa variedade de ondas eletromagnéticas

Interpretação da figura

Relacionando as ondas a partir das de comprimento curto, há desde raios radioativos até ondas elétricas, passando pela luz visível. Também há diversos tipos de ondas elétricas.

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Na realidade, a “dádiva do Sol” são os raios infravermelhos

Os raios infravermelhos são tipos de ondas eletromagnéticas; contudo, são denominados também de raios térmicos pela sua capacidade de conduzir bem o calor irradiado. A denominação "infravermelho" significa um raio que está além (do lado do comprimento de onda maior) da luz vermelha, que é a luz de onda de maior comprimento dentre as luzes visíveis. Os raios infravermelhos também podem ter diferentes comprimentos de onda. As ondas mais próximas da luz visível são denominadas "raios infravermelhos curtos" e, as mais afastadas, "raios infravermelhos longos". Os raios infravermelhos longos são aqueles utilizados em aquecedores e saunas e provavelmente muitos leitores conhecem esses raios; entretanto, devem estar pensando: “o que vem a ser raios infravermelhos curtos?”. Os raios infravermelhos curtos são raios térmicos de aproximadamente 1.000 o C. Por exemplo, esses raios são emanados do carvão utilizado para assar uma enguia.

Dizem que os raios infravermelhos curtos são responsáveis pelo excelente sabor da enguia assada. Os raios térmicos emitidos deixam a superfície da enguia dourada e, com isso, o sabor é retido dentro do seu filé, tornando­a ainda mais saborosa. Em contraposição, assar um bife no carvão provoca o seu encolhimento, em virtude disso, está aumentando o número de restaurantes que utilizam os raios infravermelhos longos para assar um bife. Dizem que o volume da carne não se altera e o calor atinge até o seu miolo com os raios infravermelhos longos.

Os raios infravermelhos são também empregados nos controles remotos de televisores, portas automáticas, medidor de distância de máquinas fotográficas, etc. Na hipertermia, a característica dos raios infravermelhos longos de conduzir o calor até o interior dos corpos, é muito bem aproveitada. Em especial, os raios infravermelhos longos, com comprimento de onda em torno de sete micra, não pinicam a pele e podem chegar às partes profundas da epiderme, proporcionando uma sensação de calor agradável e envolvente. Em virtude disso, são muito utilizados em aquecedores domésticos de mesa e saunas de baixa temperatura. Qualquer que seja o caso, recebemos muitos benefícios dos raios infravermelhos. Muitas vezes é usada a expressão “recebendo a dádiva do Sol”. Mas a fonte principal deste donativo é a energia solar e os principais responsáveis pela energia solar são a luz visível e os raios infravermelhos. Diz­se que a proporção é de 40% de luz visível e 60% de raios infravermelhos. Não será exagero dizer que recebemos do Sol um donativo chamado raios infravermelhos. Voltando os olhos para dentro de casa, hoje em dia, há um tipo de aquecedor elétrico que está fazendo sucesso pela sua segurança. A parte principal desse aquecedor é o elemento aquecedor de níquel­cromo. A eficiência de transformação de energia elétrica em calor, de um filamento de níquel­cromo, é de 100%. Antigamente, esse filamento era colocado no aquecedor sem nenhuma capa. Atualmente, o filamento de níquel­cromo é

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Capítulo 2 ­ Por que os raios infravermelhos longos são eficazes no combate ao câncer

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colocado em forma de bobina dentro de um tubo isolante de vidro cerâmico para melhorar a emissão dos raios infravermelhos. Dessa forma, para obter­se o calor, os raios infravermelhos são mais importantes do que a luz visível. O carpete elétrico é feito com um aquecedor plano e pode ser considerado um produto que aproveita ao máximo o calor de condução. Além disso, do carpete é emitido também o calor de irradiação, que aquece diretamente o corpo humano.

Por que os raios infravermelhos têm um forte efeito térmico

Todos devem ter estudado no ginásio que existem três formas de propagação do calor: a “condução”; a “convecção” e a “irradiação”. Vamos explicar cada uma delas resumidamente. O calor só é aproveitado quando se transfere de um corpo para outro. Denomina­se “condução de calor” a passagem gradativa do calor dentro de uma matéria, da região mais quente para a região mais fria (figura 23). A velocidade de condução do calor é proporcional ao gradiente de temperatura dentro desse corpo e depende da natureza do material.

O gradiente de temperatura é a inclinação correspondente à diferença de temperatura, se houver, entre os lados direito e esquerdo de um dado corpo, por exemplo. Conseqüentemente, quando se diz que a velocidade de condução é proporcional ao gradiente de temperatura, isto significa que essa velocidade é maior quanto maior for a diferença de temperatura entre os lados direito e esquerdo do corpo. A influência da natureza do material na velocidade de condução é mais fácil de entender. O metal e a madeira apresentam velocidades diferentes de condução do calor, e isso é perceptível. Alguns materiais quase não conduzem calor. O tijolo isolante térmico é um exemplo. Esse tijolo é fabricado com cerâmica que contém muitos poros, para reter o ar e reduzir o movimento do calor. Ou seja, é um material que foi pensado para reduzir ao máximo a condutibilidade térmica. No vácuo não há condução de calor, pois não existem átomos que transmitem vibração térmica.

Em seguida, há o tipo de transmissão de calor que ocorre dentro de um fluido líquido ou gasoso. Quando esses fluidos são aquecidos, sofrem uma dilatação e a parte mais quente sobe e a mais fria desce, desencadeando um movimento de calor. Isto é denominado "convecção". Quando tomamos um banho de imersão, aquecemos a água com gás. Ocorre que a água é aquecida somente na parte superior e a inferior continua fria. Este fenômeno é o resultado da convecção e o que ocorre é a subida da água mais quente por ser mais leve e a água mais fria desce por ser mais pesada. O mesmo acontece quando se acende um aquecedor a gás para esquentar o ambiente. O ar aquecido pela combustão fica mais leve, subindo e com isso acaba aquecendo somente a parte de cima do cômodo. Portanto, para aquecer um quarto por igual é preciso movimentar o ar, em razão disso, para controlar a temperatura ambiente, é mais eficiente instalar o aquecedor na parte de baixo da sala e o ar condicionado na parte de cima.

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A “convecção do calor” é o movimento do calor no sentido contrário à gravidade, por causa da massa de fluido que ficou mais leve, ou no sentido direcionado pela pressão. A terceira forma, a irradiação, é a transmissão de calor de um modo um pouco diferente do da condução ou da convecção. Quando o calor é transmitido através do espaço ou de um corpo que conduz bem os raios infravermelhos, o calor move­se em forma de onda eletromagnética, com vibração situada na faixa de onda dos raios infravermelhos. O exemplo a seguir facilitará a compreensão desse caso. Quando colocamos as mãos diante de um aquecedor, elas ficam quentes, mas ao colocarmos uma folha de papel grosso entre as mãos e o aquecedor, o calor não será sentido. Trocando o papel grosso por um mais fino, o calor sentido será mais fraco, mas este conseguirá atingir as mãos. Por meio de uma experiência prática fica mais evidente o fenômeno e ao observarmos essa última situação, o papel fino não está em movimento; portanto, não está ocorrendo a transmissão de calor por convecção.

Além disso, a condutibilidade térmica do ar é extremamente baixa e o calor, que é imediatamente sentido pelas mãos assim que são colocadas diante do aquecedor, não foi conduzido através do ar. Resta concluir que o calor do aquecedor foi transmitido para as mãos em forma de onda eletromagnética. Entre o Sol e a Terra existe um vasto espaço em estado de vácuo, mas chega à Terra uma grande quantidade de calor proveniente do Sol. No entanto, quando o sol se esconde atrás de uma nuvem, o calor é interrompido também junto com a luz. Conforme explicado, a forma de transmissão do calor por um mecanismo semelhante ao da transmissão da luz denomina­se “irradiação de calor”. A irradiação de calor ocorre por meio de ondas eletromagnéticas de comprimento de onda maior do que o da luz, ou seja, ocorre pela irradiação de raios infravermelhos. Todas as matérias são constituídas por moléculas e cada molécula apresenta uma vibração própria. A vibração dos raios infravermelhos ocupa uma faixa praticamente igual à da vibração das moléculas. Isto ocorre em quase todas as matérias. Em decorrência disso, o encontro dos raios infravermelhos com a matéria provoca uma ressonância elétrica por causa da semelhança de sua vibração com a das moléculas. Pela ressonância, a energia dos raios infravermelhos é absorvida pela matéria, sem desperdícios. Essa é a razão do forte efeito térmico dos raios infravermelhos. Há o fenômeno de reflexão ou dispersão quando a luz passa através de diminutas partículas do ar, como poeiras ou gotículas de água. O arco­íris que aparece depois da chuva ocorre pela mesma razão. Ao passo que os raios infravermelhos, em razão de seu maior comprimento de onda, apresentam reflexão ou dispersão menores, se comparados com os raios ultravioleta ou a luz visível, e propagam­se melhor pelo ar. A sensação de calor imediato ao aproximarmos as mãos do aquecedor deve­se à ação dos raios infravermelhos, que apresentam a característica de ser menos reflexivos e dispersivos.

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Capítulo 2 ­ Por que os raios infravermelhos longos são eficazes no combate ao câncer

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Figura 23 De que forma o calor se propaga

Interpretação da figura

Existem três formas de propagação de calor: “condução”; “convecção” e “irradiação”. Nos raios infravermelhos, o calor é transmitido por “irradiação”.

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Por que os raios infravermelhos longos são melhores para a hipertermia

No cotidiano da nossa vida, utilizamos os raios infravermelhos longos com freqüência. Por exemplo, o caso de uma batata­doce assada com uma pedra. Ela fica muito mais gostosa quando a assamos em uma pedra em vez de diretamente no fogo. O calor da pedra é transmitido para dentro da batata e ela fica mais macia e saborosa. Isto ocorre por causa dos raios infravermelhos longos que são emitidos pela pedra.

Outro dia, tive a oportunidade de ir a um restaurante, tipicamente japonês, para saborear o banquete Kaiseki. Na mesa havia um prato com uma camada grossa de sal e uma pedra quente sobre esse sal. A comida foi colocada sobre essa pedra. Pude saborear essa deliciosa comida, lembrando­me da lógica de assar uma batata­ doce em uma pedra. O calor propaga­se sempre da parte mais quente para a mais fria. Mesmo que a fonte do calor recebido sejam raios infravermelhos longos, a lógica é a mesma. Esses raios geram calor e, se não houver nenhuma forma de o material aquecido dissipar esse calor e este material continuar recebendo mais calor, a temperatura aumentará cada vez mais. É o que ocorre na praia. No verão, a areia é muito mais quente do que a temperatura do ar. Se por um descuido andarmos descalços sobre a areia queimaremos as solas dos pés. No caso de um aquecedor de ambiente à base de raios infravermelhos longos, a temperatura sensível do ambiente pode estar baixa, mas com o tempo o corpo acaba recebendo a irradiação das altas temperaturas e um manuseio errado desse tipo de aquecedor pode provocar queimaduras. Isso ocorre porque a temperatura do ar em volta do aquecedor pode estar baixa, mas a quantidade de calor gerado pelos raios infravermelhos, que a pele recebe, aumenta com o tempo. Mesmo os raios infravermelhos longos irradiados de fontes com temperatura de 60 o C ou 70 o C (o centro do comprimento da onda é de aproximadamente 8 micra), podem até não provocar queimaduras, mas a sensação é de um calor considerável quando uma pessoa recebe uma grande quantidade dessa irradiação a uma pequena distância. As torradeiras de pão mais modernas também apresentam uma grande diferença em relação aos modelos antigos. O mecanismo utilizado nas torradeiras antigas era composto por duas placas de mica com um fio de níquel­cromo colocado entre elas. Mas quando o pão era colocado no aparelho, não se conseguia torrá­lo tão bem quanto aparentava e, muitas vezes, saía um pão abaulado.

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Capítulo 2 ­ Por que os raios infravermelhos longos são eficazes no combate ao câncer

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Entretanto, quando utilizamos uma torradeira de raios infravermelhos longos, torna­ se possível assar com uma diferença de temperatura menor entre a face e a parte interna do pão, em virtude disso, a torrada não fica abaulada mesmo nos pães de fatia mais grossa. O calor penetra bem no pão e este sai bem torrado. Que método de aquecimento poderia ser utilizado para deixar o moti (bolinho de arroz amassado) com a casca bem torrada e amarelada? Quando utilizamos um forno de microondas, o aquecimento serve mais para amolecer e derreter o moti do que propriamente assá­lo. Em geral, quando o moti é assado em forno a gás, somente a casca fica queimada e o miolo continua duro. Em contrapartida, quando utilizamos um aquecimento à base de raios infravermelhos longos, torna­se mais fácil controlar a temperatura de aquecimento e a casca fica bem amarelada e torrada. Tudo que foi dito acima é mera analogia, mas acreditamos que tenha sido possível passar aos leitores uma idéia geral acerca da característica dos raios infravermelhos longos. Os raios infravermelhos longos não aquecem somente a superfície dos corpos, mas penetram até em seus interiores. Ou seja, os raios infravermelhos longos são capazes de aquecer até os tecidos sob a pele. Portanto, desde que sejam tomados os devidos cuidados para evitar queimaduras, os raios infravermelhos longos podem ser considerados fontes de aquecimento ideais para a hipertermia. Contudo, para a aplicação dos raios infravermelhos longos como fontes de calor para a hipertermia, é preciso estudarmos cuidadosamente qual é o comprimento de onda mais apropriado para que os raios possam ser absorvidos pela pele de forma a oferecer conforto ao paciente.

A segurança é garantida pelo dispositivo de parada automática de dois estágios

Conforme explicado anteriormente, são três os métodos atualmente utilizados no mundo para a prática da hipertermia: o método de circulação extracorpórea, o método a roupa de astronauta e o método por raios infravermelhos longos. Dentre esses, especialmente o método por raios infravermelhos longos apresenta alguns aspectos que superam os demais.

Em primeiro lugar, os raios infravermelhos longos transmitem o calor melhor do que a roupa de astronauta. Em segundo, não requerem anestesia geral utilizada na circulação extracorpórea, e ainda, não existe a necessidade de retirar e devolver o sangue, introduzindo­se um tubo dentro do vaso sangüíneo do paciente. Desta forma, em todos os aspectos, o método por raios infravermelhos é o menos invasivo para os pacientes e com isso reduz a carga suportada por eles. Isso faz com que aumentem de forma considerável a sua QOL (quality of life = qualidade de vida). Já foi dito anteriormente que ficamos impressionados quando presenciamos, nos Estados Unidos, a cena em que um paciente retornava ao seu quarto, a pé e

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sozinho, depois da terapia. Pelo método de circulação extracorpórea, isso jamais seria possível. Vamos agora explicar como funcionam os aparelhos de uma hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos.

O aparelho de hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos utilizado no Hospital Luka é idêntico ao empregado pela equipe do Dr. Robins na experiência clínica do Centro de Câncer da Universidade Estadual de Wisconsin. O fabricante desses aparelhos, a Enthermics, está sediado também no estado de Wisconsin. O Hospital de Luka foi o pioneiro na introdução desse aparelho no Japão. O aparelho é confeccionado em aço inoxidável e tem o formato de uma caixa. Dentro dessa caixa existe um cilindro, de 2m de comprimento e 90 cm de diâmetro, feito com uma chapa de cobre de 1,2mm de espessura. O paciente é colocado dentro desse cilindro deitado sobre uma maca. Um revestimento cerâmico é aplicado sobre a chapa de cobre, pela qual os raios infravermelhos longos são gerados. O elemento aquecedor em forma de bobina fica instalado na parte interna do cilindro de chapa de cobre e essa bobina aquece a cerâmica, fazendo com que os raios infravermelhos longos sejam irradiados.

Durante o aquecimento, a porta existente na entrada do cilindro é fechada e ficam para fora do aparelho apenas a cabeça e o rosto do paciente (figura 24). O aparelho dispõe de dois sistemas de controle para tornar sua operação segura. O primeiro sistema desliga automaticamente a fonte de alimentação do aquecedor quando a temperatura ambiente atinge 75 o C e o outro, efetua a mesma operação quando atinge 80 o C. A segurança do paciente é preservada por esse dispositivo automático de dois estágios. Durante o aquecimento, é aplicada uma leve anestesia venosa à base de tiopental, em vez de anestesias gerais que exigem a inserção de tubos nos brônquios ou outros métodos. Também durante o aquecimento, não são utilizados aparelhos de respiração artificial e os pacientes mantêm sua própria respiração, sendo essas as grandes diferenças do método de circulação extracorpórea. Paralelamente, é feita a aplicação intravenosa de aproximadamente um litro de solução de glicose a 5%.

Em seguida, são medidas as temperaturas do esôfago e do reto e, quando essas temperaturas atingem o valor previsto, retira­se a maca da câmara de aquecimento e envolve­se o paciente com uma coberta para evitar a fuga do calor. Em geral, para atingir a temperatura desejada na faixa de 41,5 o C a 41,8 o C, são necessários de 60 a 80 minutos a partir do início do aquecimento. O corpo do paciente é mantido nessa temperatura de tratamento durante uma hora e é posteriormente resfriado. Com a simples retirada da coberta que envolve o paciente, em aproximadamente trinta minutos a temperatura do reto reduz­se para 39,5 o C (figura 25). Com isso, a seção de terapia está concluída.

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Capítulo 2 ­ Por que os raios infravermelhos longos são eficazes no combate ao câncer

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Figura 24 Aquecedor à base de raios infravermelhos longos, desenvolvido pela empresa Enthermics.

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Segundo Dr. Robins, os pacientes­alvo dessa terapia com aquecedor à base de raios infravermelhos longos são aqueles que apresentam uma quantidade de glóbulos brancos acima de 2 mil, a quantidade de plaquetas sangüíneas acima de 100 mil e valores de bilirrubina do soro sangüíneo inferiores a 2,0 mg/dl. e de creatinina do soro sangüíneo inferiores a 2,0 mg/dl.

O valor de bilirrubina do soro sangüíneo é um dos itens analisados no exame de fígado para demonstrar seu funcionamento e a creatinina, um dos itens analisados para verificar o funcionamento dos rins. Isto significa que esse tipo de terapia não pode ser aplicado em pacientes com pouca quantidade de glóbulos brancos ou plaquetas sangüíneas, ou ainda, naqueles que apresentam insuficiência hepática ou renal. Outra condição da hipertermia geral é a de que o paciente não tenha sido submetido à quimioterapia há duas semanas. A outra vantagem da hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos é o fato de dispensar a internação. Essa terapia quando é aplicada pelo método de circulação extracorpórea, requer aproximadamente uma semana de internação do paciente depois de ter sido submetido ao tratamento. Além disso, quando o paciente se recupera da estafa física, já estará chegando a próxima seção de terapia, dessa forma, o paciente não terá a possibilidade de sair da internação. No caso do tratamento à base de raios infravermelhos longos, por ser menos invasivo, o paciente pode retornar à sua casa no final da tarde do mesmo dia da terapia.

Os aparelhos de hipertermia geral de fabricação japonesa estão atualmente em fase de tratamento experimental

Até agora foram apresentados apenas os aparelhos da empresa Enthermics, mas já foram construídos protótipos de aquecedores para hipertermia geral, fabricados no Japão, e atualmente está em fase experimental. Tratamento experimental é um termo médico e significa que está em fase de tratamento real do paciente, mas com a finalidade de analisar a eficácia e os efeitos colaterais do tratamento. Quando se fala dessa forma, tem­se a impressão de que estão sendo realizadas experiências com seres humanos; entretanto, antes de passar para essa fase experimental do tratamento, já foram feitos outros testes para verificar os efeitos e a segurança da terapia, utilizando diferentes métodos. O tratamento experimental é a última fase dos testes para obter dados clínicos ainda mais concretos.

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Capítulo 2 ­ Por que os raios infravermelhos longos são eficazes no combate ao câncer

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Figura 25 ­ Variação da temperatura de cada uma das partes

Interpretação do gráfico

A temperatura da câmara de aquecimento é a maior de todas e a temperatura de cada um dos órgãos praticamente estabiliza­se depois de uma hora do início do aquecimento.

Apresentaremos aqui o aquecedor à base de raios infravermelhos longos da empresa Fujica. As dimensões do aparelho são: 134 cm de altura, 242 cm de comprimento e 110 cm de largura. O comprimento é praticamente igual ao do aparelho da empresa Enthermics, mas a largura e a altura foram reduzidas para 2/3 do equipamento importado (figura 26). O aparelho tem o formato de um túnel e sua estrutura é composta de duas partes, sendo menor a parte que cobre as pernas e maior, a parte do tronco. O túnel de cobertura da parte superior do corpo é deslizante e pode ser aberto a qualquer momento, empurrando­o para o lado do túnel que cobre a parte inferior do corpo. Poderão ser puxados tubos de infusão do soro e fios para o monitoramento das partes laterais do aparelho. O interior dos túneis foi projetado para permitir a convecção do ar. O ar que circula é seco e, pelo fato de não conter umidade, pode oferecer maior conforto ao paciente pela sua

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circulação. Contudo, pesquisas norte­americanas demonstram que esse recurso reduz a eficiência do aquecimento. O aparelho permite ainda refrigerar o pescoço e a cabeça do paciente durante o aquecimento e, mesmo que o restante do corpo esteja a 42 o C, a cabeça poderá ser mantida a 40 o C. Portanto, a medida que o paciente vai acostumando­se com o tratamento, ele pode ser submetido à terapia sem a administração de analgésicos.

Geralmente, os raios infravermelhos longos são emitidos pela cerâmica, que é um material inorgânico. Nesse aparelho fabricado no Japão, a fonte de calor é um material orgânico. Segundo informações obtidas, o aparelho foi concebido para que o calor dos raios infravermelhos longos, gerados por materiais orgânicos, fosse absorvido pela pele do paciente sem que provocasse uma sensação de desconforto. Para a medição da temperatura do reto é utilizada uma sonda, que tem precisão de detecção de 1/100 de grau, e o aquecimento é controlado por computador. Depois de 90 minutos do início do aquecimento, a temperatura do reto atinge 42 o C.

Na Alemanha, uma seção de terapia apresentou 64% de eficácia no tratamento do câncer

Em seguida, vamos apresentar também a hipertermia praticada na Alemanha. Na Alemanha, a hipertermia geral vem sendo praticada há alguns anos na cidade de Dresden. Em 1965, Dr. Alden foi o pioneiro na aplicação dessa terapia de aquecimento geral do corpo. Segundo o método utilizado na época, o paciente era colocado dentro de água quente e recebia uma injeção de solução de glicose e oxigenação. Depois de 25 anos de pesquisa, a equipe do Dr. Alden passou a realizar o tratamento hipertérmico geral à base de raios infravermelhos longos. Os raios infravermelhos longos utilizados são aqueles com comprimento de onda mais longo. Um aquecimento com duração de 60 ou 70 minutos eleva a temperatura do corpo do paciente para 41,8 o C ± 0,2 o C. Antes de iniciar o aquecimento, é aplicada uma leve anestesia intravenosa. Em seguida, uma aplicação de solução de glicose a 10% no paciente faz subir a taxa de glicose do sangue de 500 mg/dl a 700 mg/dl., depois de uma hora. O valor normal dessa taxa é de 100 mg/dl ± 10 mg/dl.; portanto, durante o aquecimento o paciente permanece temporariamente em estado de hiperglicemia. Segundo a experiência realizada, o estado de hiperglicemia conseguido dessa forma e a acidez do sangue provocada pelo ácido láctico fazem com que o câncer fique vulnerável ao calor. Nessa ocasião, uma grande quantidade de oxigênio é injetada no paciente. A adequação da quantidade de oxigênio é verificada, medindo­se a concentração de oxigênio do sangue arterial. Este valor é denominado concentração de oxigênio do sangue arterial e, durante a hipertermia, essa concentração de oxigênio é mantida a 163 mm/hg ± 50 mm/hg. O valor normal é de 90 ± 10 mm/hg.

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Capítulo 2 ­ Por que os raios infravermelhos longos são eficazes no combate ao câncer

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Figura 26 ­ Aparelho de aquecimento geral de fabricação japonesa

Interpretação da figura

A cobertura que envolve o paciente tem dois estágios e pode ser retirada da cama.

O corpo do paciente é mantido a 41,8 o C, durante 60 a 75 minutos, e depois resfriado. Não há nenhum efeito colateral. O tratamento por hipertermia praticado na Alemanha termina com uma única seção, mas apresenta excelentes resultados (figura 27). Na Alemanha também não se ministram medicamentos contra o câncer paralelamente à aplicação da hipertermia geral.

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Figura 27 ­ Efeitos da terapia realizada em Dresden (Alemanha)

Interpretação do gráfico

Pode­se observar que o maior efeito ocorreu no câncer de mama e os casos de câncer de útero e intestino grosso também registram alto índice de “muito eficaz”.

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Capítulo 2 ­ Por que os raios infravermelhos longos são eficazes no combate ao câncer

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As terapias realizadas na Alemanha, pelo método de aquecimento geral do corpo, apresentaram os seguintes resultados.

A hipertermia foi aplicada em 98 pacientes que apresentavam um quadro cada vez mais agravante de câncer e que não haviam reagido a nenhum outro método terapêutico. Os resultados obtidos na terapia foram classificados em quatro grupos: “muito eficaz”, “eficaz”, “estável (inalterado)” e “piora”. Ao observar o desempenho da terapia, o resultado de 63 pacientes tratados atingiu os níveis “muito eficaz” e “eficaz”, de um total de 98 pacientes, ou seja, a eficácia foi confirmada em 64% dos pacientes.

Se com apenas uma seção de terapia foi observada uma eficácia de 64%, a repetição desse tipo de tratamento pode trazer resultados ainda mais surpreendentes. Atualmente, esse método é utilizado também em casos de câncer em estado inicial.

O paciente nº 1, que recuperou a perda de sensibilidade da parte inferior do corpo

O primeiro paciente submetido ao tratamento pelo aquecimento do corpo à base de raios infravermelhos longos, introduzido no Hospital Luka, era um paciente que havia perdido a sensibilidade da parte inferior do corpo por causa da metástase provocada pela transferência do câncer do pulmão para a medula espinal. “Quero a todo custo receber o tratamento hipertérmico geral”. dizia esse paciente que estava internado no Hospital Luka, desde o final de 1990, à espera do tratamento hipertérmico geral à base de raios infravermelhos longos. Ele havia sido submetido várias vezes à quimioterapia e depois à radioterapia, em um hospital universitário. Porém, depois dessas terapias, sofreu uma perda total dos sentidos da parte inferior do corpo e apresentou a seguinte reclamação ao hospital: “A radioterapia aplicada nesse hospital universitário foi muito forte e atingiu a medula espinal, causando a perda dos sentidos”.

Entretanto, o médico do hospital, responsável pelo paciente, ignorou a reclamação, dizendo: “A perda dos sentidos da parte inferior deve­se à transferência do câncer para a medula espinal”.

Por esta razão, o paciente estava desconfiado dos médicos. Apesar disso, quando ele ouviu comentários sobre o aparelho aquecedor à base de raios infravermelhos longos, imediatamente teve vontade de experimentar o tratamento por hipertermia geral e, segundo as palavras desse paciente, com sentimento de alguém que quer agarrar­se até a uma palha quando está se afogando. Desde que foi internado no Hospital Luka, ele aguardava esse tratamento com grande ansiedade, perguntando para si mesmo: “Quando vai ser? Quando vai ser?”.

O hospital havia decidido pela introdução do aparelho no final de 1990 e este foi transportado para o Japão por via marítima, em janeiro de 1991, mas houve demora para obter a licença do Ministério da Saúde para sua utilização. A licença finalmente foi concedida depois de reescreverem várias vezes o documento de pedido e de muitas idas­e­vindas para o ministério.

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Depois disso, havia o problema de transportar o aparelho para dentro do hospital. O aquecedor é composto por uma unidade principal de aço inoxidável, que pesa mais de uma tonelada, e por um sistema computadorizado conectado à unidade principal. Providenciamos dois veículos com guindaste, quebramos todas as janelas do segundo andar do hospital e levamos meio dia para colocar o aparelho dentro do edifício. Ao instalarmos o aparelho dentro da sala de terapia, a impressão que tivemos era a de ter recebido uma enorme caixa de aço inoxidável, mas ao mesmo tempo, o clima também era de tensão em função da responsabilidade que tínhamos de tratar o câncer por meio desse aparelho. Mas um problema maior ainda nos aguardava. Na época, os Estados Unidos estavam em plena Guerra do Golfo e todos os profissionais norte­americanos da área de saúde estavam proibidos de sair do país. Tivemos o azar de enfrentar a coincidência da aquisição do aparelho com esse período crítico. Os três especialistas o médico­anestesista, o enfermeiro especializado em anestesia e o técnico de computador, que seriam os nossos instrutores técnicos, não puderam viajar para o Japão por essa razão.

A vinda deles ao nosso país ocorreu somente em meados de fevereiro de 1991, logo depois de terminar a Guerra do Golfo. Após a chegada da equipe americana, foram realizados treinamentos técnicos com duração de uma semana. A equipe do nosso hospital efetuava a terapia todos os dias, junto com os instrutores, inclusive aos domingos. O primeiro paciente do nosso tratamento parecia mais esperançoso a cada seção de terapia, pois a melhora do quadro era perceptível.

Por exemplo, de uma vida de internação, permanecendo praticamente todo o tempo deitado na cama, passou para uma vida em cadeira de rodas. Isto representou uma grande alegria para o paciente. Além disso, o apetite aumentou e a qualidade de vida melhorou radicalmente. Logo ele passou a aguardar com muita ansiedade as próximas seções de terapia. “Não via um sorriso tão bonito nos últimos dois anos”, dizia sua mãe feliz, com lágrimas nos olhos. Um fato que merece ser destacado nesse caso é a recuperação dos sentidos da parte inferior do corpo, que ele havia perdido.

Apresentação de 20 casos de tratamento no congresso de hipertermia

Em setembro de 1991 (Ano 3 da era Heisei), foi realizado um Congresso Japonês de Hipertermia quando o tratamento hipertérmico geral, iniciado em fevereiro do mesmo ano, finalmente havia conseguido certa estabilização. Decidimos então apresentar nesse congresso os casos de tratamento por hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos. Porém, essa decisão acabou criando para nós uma situação um pouco constrangedora, pois não sabíamos quais casos e como poderíamos apresentar. Talvez, em vez de constrangimento, a expressão mais adequada fosse preocupação eufórica.

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Capítulo 2 ­ Por que os raios infravermelhos longos são eficazes no combate ao câncer

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Os primeiros tratamentos foram iniciados para atender os pacientes apresentados pela Faculdade Feminina de Medicina de Tokyo. Mas quando esse tipo de terapia foi apresentado em revistas e jornais, chegava de todas as partes do Japão uma infinidade de pedidos de informação ou solicitações de pacientes interessados em receber esse tipo de terapia. Ficamos surpresos com a repercussão. O tratamento pelo método de raios infravermelhos longos é feito na proporção de uma seção por semana e quatro seções totalizam um ciclo de tratamento. Uma vez que o tratamento do paciente requer uma seção por semana, existe uma limitação na capacidade de atendimento por haver um único aparelho disponível. Portanto, era impossível tratar todos os pacientes que haviam demonstrado interesse. Por outro lado, a nossa decisão era atender o máximo de pacientes dentro da nossa capacidade porque tínhamos a intenção de oferecer a “alegria de viver” ao maior número possível de pacientes. Essas foram as razões de continuarmos com o tratamento dos pacientes vindos da Faculdade Feminina de Medicina de Tokyo e mais os pacientes que nos procuravam diretamente, num ritmo de 12 pacientes atendidos por semana. Os pacientes submetidos à hipertermia geral são portadores de câncer terminal. Muitas vezes empregamos o termo câncer terminal de forma simplista, mas esse quadro pode representar diferentes fases da doença terminal e muitos pacientes apresentavam, de fato, um quadro próximo à última fase terminal. Infelizmente, para alguns pacientes enquadrados nesse último caso, tivemos que interromper o tratamento, pois nem sequer haveria a possibilidade de concluirmos um ciclo de seções. Existiram também casos de agravamento do quadro, antes de iniciarmos a terapia e, em conseqüência disso, o tratamento havia sido cancelado.

Diante dessas situações, resolvemos apresentar no congresso o resumo dos vinte casos de pacientes que haviam concluído um ciclo de tratamento. Os pacientes selecionados para esses vinte casos foram treze homens, de 33 a 73 anos de idade, e sete mulheres.

A meta para a temperatura do esôfago, durante a hipertermia, foi estabelecida entre 41,0 o C a 41,8 o C. Os efeitos resultantes da terapia foram: remoção total (CR) 10%; remoção parcial (PR) 40%; remoção leve (MR) 30% e sem alteração (NC) 20%.

Esses resultados mostram que houve algum tipo de efeito em 16 casos, o que corresponde a 80% dos 20 casos analisados. Entre esses casos, dois pacientes tiveram cura total e eles continuam vivos após três anos e meio da terapia, em plena atividade.

O tratamento do câncer foi agilizado com a introdução do segundo aparelho

A hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos, realizada no Hospital Luka, registrou um número de 160 pacientes e 900 seções concluídas, em janeiro de 1995 (Ano 7 da era Heisei). Em razão da expectativa de um efeito ainda maior quando o tratamento é continuado, os pacientes que apresentaram resultados positivos no primeiro ciclo de tratamento foram submetidos ao segundo ciclo, com um intervalo de dois meses entre o primeiro e o segundo.

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Mesmo para os pacientes submetidos ao primeiro ciclo, que não apresentaram efeitos palpáveis, planejamos um segundo ciclo depois de conversarmos atentamente com eles. Alguns pacientes já chegaram a receber dez ciclos de tratamento.

Para os pacientes de câncer terminal, uma espera de três a seis meses é uma condição extremamente cruel. Evidentemente, existiram casos em que não foi possível aplicar a terapia em tempo hábil e, outros em que o paciente ficou debilitado fisicamente, sem possibilidade de receber o tratamento. Para resolver esses problemas, não havia outra alternativa além de adquirir urgentemente um segundo aparelho. Tomada a decisão, os médicos e as enfermeiras que trabalhariam exclusivamente com o aparelho aquecedor foram treinados, e iniciamos a ação rumo à instalação do aparelho nº 2. A partir do final de maio de 1995, um novo aparelho de modelo mais recente juntou­se ao existente e está demonstrando o seu poder de tratamento do câncer terminal no Hospital Luka. O procedimento de tratamento do segundo aparelho é idêntico ao do primeiro; contudo, baseando­se na experiência de quatro anos, estamos procurando aplicar um tipo de terapia que não prejudique o paciente. Por exemplo, foram introduzidos aperfeiçoamentos no método de anestesia e conseguimos avanços ainda maiores. A mesma iniciativa foi tomada para a transfusão de sangue e oxigenação realizadas durante a terapia, em que procuramos incorporar ativamente o método terapêutico que utiliza simultaneamente a técnica de hiperglicemia e hiperoxigenação, aproveitando a experiência alemã no campo de hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos. O novo aquecedor contém aperfeiçoamentos no seu desempenho e é mais leve e compacto. Para adaptarmo­nos a essas melhorias introduzidas, pretendemos planejar um sistema computadorizado que demonstre confiabilidade e segurança cada vez maiores.

Estamos empenhados também no estudo do intervalo entre o primeiro e o segundo ciclo de tratamento e a aplicação de outras terapias paralelas durante esse intervalo (quimioterapia, imunoterapia e outras). Estamos também canalizando nossos esforços para o aperfeiçoamento dos exames realizados antes e depois da terapia, na análise da inadequação da terapia e no abrandamento de suas condições, entre outros. Um fator ainda mais importante é a relação entre o quadro da doença e a data e o horário da terapia. Estamos planejando uma maneira de submeter o paciente à terapia o mais breve possível depois de sua inscrição, para evitar situações que impossibilitem a realização dessa terapia em tempo hábil, por causa do agravamento do quadro clínico do paciente depois da inscrição.

Atualmente, em razão da impossibilidade de conseguirmos a cobertura do seguro­saúde, a hipertermia geral é considerada como uma consulta geral.

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Capítulo 3

Elimina a dor e prolonga a sobrevida.

Uma apresentação de casos reais

destacando apenas

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Recuperado do câncer de pulmão que não havia chance de cirurgia

Existem muitos casos de câncer, diagnosticados como aqueles sem a possibilidade de intervenção por meio de cirurgia, e que apresentam melhoras em virtude da hipertermia, ou ainda, casos de pacientes, cuja sobrevida anunciada era de três meses e viveram mais de cinco anos. Neste capítulo, vamos apresentar alguns desses casos. Inicialmente, será apresentado o depoimento de um paciente, Sr. Marunaka Maruo (nome fictício), que se recuperou do câncer pulmonar com a calcificação do câncer depois de ser submetido ao tratamento por hipertermia geral na Faculdade Feminina de Medicina de Tokyo.

"Tenho 28 anos de idade e sou funcionário de uma empresa. A minha estatura é 1,75 m e o peso atual 53 kg. Em maio de 1987 (Ano 62 da Era Showa), sentia um cansaço geral no corpo e fiz um exame médico na empresa. Naquela ocasião, disseram­me que havia uma mancha no pulmão. Fui orientado pelo médico da enfermaria da empresa para fazer exames mais acurados e, em junho, marquei uma consulta no departamento de cirurgia de uma faculdade particular. O diagnóstico indicou um tumor no mediastino e fui internado imediatamente (figura 28). Fui operado no dia 7 de agosto, mas não foi possível extrair o tumor. Foi retirada uma parte do tecido afetado para analisar a presença de células cancerosas, esse exame é denominado biópsia. Disseram­me que era câncer do nervo e saí da internação sem ter feito mais nada. Posteriormente, ouvi dizer que talvez a hipertermia geral pudesse trazer algum resultado. Fiquei internado no Departamento de cirurgia I da Faculdade Feminina de Medicina de Tokyo, sendo submetido a quatro seções de terapia. Haviam dito para mim que depois de uma hipertermia o paciente ficava exausto, em razão do desgaste físico; contudo, talvez em razão de eu ser mais jovem, senti que a terapia havia sido tranqüila. Graças a essa hipertermia, a mancha do pulmão diminuiu um pouco e a célula cancerosa começou a calcificar.

Como houve uma melhora considerável depois de um ano, fiz uma nova cirurgia em junho de 1988 (Ano 63 da Era Showa) e nessa ocasião foi retirado o câncer que havia na parte posterior da cavidade torácica direita. O câncer havia calcificado e estava duro como uma pedra (figura 29). Esta parte foi observada com um microscópio para uma análise patológica e não foi constatado nenhum tecido maligno. Ou seja, não foi encontrado nenhum resquício do câncer (figura 30). Já se passaram sete anos depois disso e continuo vivendo com saúde."

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Capítulo 3 ­ Elimina a dor e prolonga a sobrevida. Uma apresentação de casos reais

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Figura 28 ­ Tumor no mediastino posterior/ sexo masculino, 28 anos

Figura 29 ­ Amostra da biópsia do caso acima

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Figura 30 Tecido canceroso da figura 28 (imagem do tumor no mediastino posterior, não há presença de tecido maligno e existe somente calcificação e fibrose)

A terapia à base de raios infravermelhos longos foi eficaz no combate à metástase do adenoma do tórax nos dois pulmões

Em seguida, vamos apresentar os depoimentos do Sr. Marukakari Maruyori (nome fictício, sexo masculino, 65 anos), que foi submetido à hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos no Hospital Luka, e de sua esposa. Havia a metástase do adenoma nos dois pulmões e a hipertermia geral foi iniciada a partir do dia 5 de setembro de1992.

ο Depoimento do paciente

"O adenoma do tórax foi diagnosticado em 1991, no Hospital K., onde fui informado que a cirurgia era impossível em função de o câncer ser muito próximo da artéria. Fui internado e submetido ao tratamento à base de drogas anticancerígenas, mas esse tratamento foi interrompido em abril. Informaram­me no hospital que o tratamento com essas drogas não poderia ser prosseguido por causa da redução de glóbulos brancos e tive que retornar para a minha casa.

O médico responsável pelo meu tratamento disse: “Agora você deve curtir a vida.” A minha esposa havia sido notificada que eu viveria mais três meses. “Por favor, deixe­nos usar a vacina Maruyama.”, suplicou assim a minha esposa.

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Capítulo 3 ­ Elimina a dor e prolonga a sobrevida. Uma apresentação de casos reais

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“A vacina Maruyama, da Faculdade de Medicina Nihon, não é reconhecida pelo Ministério da Saúde e, além disso, esse hospital pertence à corrente da Faculdade T.”. Essa foi a resposta seca dada pelo médico."

ο Depoimento da esposa

"Desde então, visitamos todos os grandes hospitais de Tokyo, sem obter sucesso. Por fim, resolvemos optar pela hipertermia geral, apoiando­nos no livro do Prof. Dr. Masayoshi Yokoyama, da Faculdade Feminina de Medicina de Tokyo. De setembro de 1991 a fevereiro de 1993, o meu marido foi submetido a cinco ciclos de tratamento no Hospital Luka. Durante esse período de tratamento, visitamos o Hospital K., que havia me notificado que o meu marido viveria somente até o final de 1991. “Que bom o senhor conseguir vir andando”, disse o médico.

Ao ouvir essas palavras, falei sobre a hipertermia geral. “Se vocês acham que isso cura o câncer, que se faça a hipertermia ou qualquer outra coisa.” Fomos repreendidos dessa maneira por um dos médicos, que nem havia sido o médico responsável pelo meu marido. Desde esse incidente, cortamos totalmente relações com o Hospital K., e apostamos tudo nos medicamentos homeopáticos e na hipertermia.

O meu marido lutou de forma positiva para poder eliminar o câncer. Em abril de 1993, ele sofreu uma oclusão intestinal e teve que ser internado. Teve alta no outono do mesmo ano e até hoje vive normalmente morando em nossa casa. Todos os dias de manhã ele lê o jornal, de ponta a ponta, come bem nas três refeições e não apresenta nenhum sofrimento ou dores. A única ressalva é a preocupação com a evacuação por causa do ânus artificial."

Leva uma vida saudável mesmo depois de ter extraído o pâncreas e o baço

O próximo depoimento é do Sr. Maruuchi Maruji (nome fictício, sexo masculino, 62 anos). No caso do Sr. Maruuchi, o câncer do estômago que tinha se infiltrado no esôfago havia sido diagnosticado como câncer do esôfago, e ele foi submetido a uma toracotomia. Mas isso havia provocado hepatite de soro sangüíneo por causa da transfusão durante a cirurgia.

"Em maio de 1991 (Ano 3 da Era Heisei), fui notificado que estava com câncer do esôfago, e submetido à cirurgia. No entanto, o câncer não era de esôfago e sim do estômago. O câncer do estômago havia se infiltrado até o esôfago. Foi feita a toracotomia e retirados o pâncreas e o baço. “O câncer foi quase todo retirado, mas tenho quase certeza que isso voltará. É melhor receber o tratamento por hipertermia”, disse o médico responsável. Seguindo essa recomendação, fiz um ciclo de tratamento por hipertermia geral. Graças à essa terapia, não tenho mais sintomas, como vômito, por causa de engasgamentos no esôfago, ou como ficar longas horas sem poder me alimentar, e ainda hoje gozo de boa saúde. Faz quatro anos que fui operado. Tive também hepatite C por causa da transfusão de sangue depois da cirurgia, que hoje se transformou em hepatite crônica, mas por meio de injeções de

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interferon (trata­se de um medicamento que havia criado a expectativa de cura do câncer, mas não foi possível identificar nenhum efeito para essa finalidade e vem chamando a atenção pelo seu efeito terapêutico contra a hepatite virótica), isso vem melhorando.

Se eu não tivesse feito essa terapia ... ao pensar nisso, tenho a sensação de aperto no coração. Baseado nessa minha experiência, tenho recomendado a hipertermia a todos."

Desapareceram as dores causadas pelo câncer que não tinha a possibilidade de cirurgia

Existem alguns casos em que uma grande melhora foi observada com o tratamento hipertérmico geral à base de raios infravermelhos longos no combate ao câncer considerado difícil e sem possibilidade de intervenção cirúrgica. O Sr. Maruuchi Maru (nome fictício, sexo masculino, 69 anos) apresentava dores no peito do lado direito e recebeu o diagnóstico de adenocarcinoma do hilo pulmonar direito e foi internado no Hospital K. Ao serem observadas as imagens da radiografia, foi concluído que existia uma infiltração no ventrículo direito e na veia cava superior e disseram que não haveria possibilidade de cirurgia com o argumento de que foi constatada também uma pleurite tumoral. No Hospital K., o paciente foi submetido a dois ciclos de quimioterapia, mas não foi constatado nenhum efeito. Nessa ocasião, o Sr. Maruuchi candidatou­se para receber a hipertermia geral. No dia 6 de dezembro de 1993, o Sr. Maruuchi compareceu ao Hospital Luka, munido de uma carta de encaminhamento para fazer a consulta. Entretanto, por causa da febre e de vômitos sucessivos, em decorrência dos efeitos colaterais das drogas anticancerígenas ministradas, tornou­se inevitável adiar o início da hipertermia geral programado para o dia seguinte.

O tratamento do Sr. Maruuchi foi iniciado no dia 27 de dezembro, três semanas depois da primeira consulta. A partir do primeiro ciclo de tratamento, foi possível recuperar o apetite do paciente e a dor do lado direito do peito havia desaparecido.

Posteriormente, foi realizado um segundo ciclo, no período de 10 a 31 de março de 1994, mas não foi observada nenhuma melhora significativa nos exames do raio X e tomografia computadorizada do tórax, embora a tosse e as dores haviam desaparecido e o apetite aumentado, apresentando uma melhora geral do estado físico. Diante disso, existia uma expectativa em torno do terceiro ciclo. Entretanto, o Sr. Maruuchi teve de ser internado no Hospital K., em razão da doença abdominal aguda e o terceiro ciclo de tratamento, que estava programada para o período de 1º a 8 de junho de 1994 teve de ser cancelada. Esse terceiro ciclo foi realizado entre os dias 13 de agosto e 3 de setembro quando o paciente havia se recuperado. Neste intervalo de tempo, o Sr. Maruuchi não havia reclamado de nenhum problema e os sintomas de dor de barriga e de diarréia haviam desaparecido. Paralelamente, a dor no peito também havia desaparecido a ponto de não necessitar mais da injeção de analgésicos. O Sr. Maruuchi estava prestes a enfrentar o quarto ciclo de tratamento.

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Capítulo 3 ­ Elimina a dor e prolonga a sobrevida. Uma apresentação de casos reais

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O marcador tumoral registrou índices normais durante o quarto ciclo. Foi constatada uma leve anemia, mas os resultados apresentados no exame de sangue foram normais. O marcador tumoral é uma substância que efetua o prognóstico do avanço do câncer, por meio de valores observados no sangue. Essa substância é uma proteína especial que contém glicose. A primeira descoberta dessa substância ocorreu em 1956. Esta foi identificada dentro do soro sangüíneo e denominada de AFP.

Posteriormente, outros tipos de marcadores tumorais foram descobertos além do AFP e a partir do conhecimento dos valores de cada tipo de marcador tumoral no sangue, tornou­ se possível identificar o tipo de câncer original e a existência da metástase.

Na maioria dos casos de metástase, principalmente, a previsão pode ser feita mais rapidamente por meio de marcadores tumorais do soro sangüíneo do que pelas imagens de radiografia ou tomografia computadorizada. Alguns pacientes submetidos à quimioterapia chegam a pular de alegria a cada evolução do marcador tumoral.

O câncer do pulmão e a metástase apresentaram melhoras com o tratamento à base de raios infravermelhos longos

O Sr. Maruhara Maruo (nome fictício, sexo masculino, 59 anos) também apresentou melhoras no câncer do pulmão, para o qual era considerado impossível efetuar uma cirurgia, com a hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos. Em abril de 1994 (Ano 6 da Era Heisei), o Sr. Maruyama estava sofrendo de um ataque de tosse e dor nas costas e foi fazer uma consulta no Hospital Universitário G. Nessa ocasião, o paciente foi comunicado que o câncer do pulmão direito havia evoluído para os dois pulmões em forma de metástase múltipla, e foi submetido à quimioterapia e radioterapia. A quantidade de aplicação de raios radioativos foi de 30Gy (grays). Normalmente, a radioterapia é aplicada em unidades de 30 grays e unidades maiores do que esse valor são consideradas prejudiciais ao corpo humano. Depois de dois meses desses tratamentos, o Sr. Maruhara sentiu uma forte dor na região lombar e, ao ser submetido a um exame mais minucioso, foi constatada metástase nos ossos. O caso foi considerado sem possibilidade de cirurgia, e o Sr. Maruhara compareceu ao Hospital Luka, no dia 22 de setembro do mesmo ano, encaminhado pelo Hospital Universitário G. Por meio da tomografia computadorizada torácica, foram encontrados o câncer do pulmão direito e vários focos de metástase. Um mês depois de comparecer ao hospital, o Sr. Maruhara foi submetido ao primeiro ciclo de tratamento. Depois disso, foi aplicado o segundo ciclo entre os dias 5 de janeiro e 2 de fevereiro de 1995 (Ano 7 da Era Heisei), quando melhorou da tosse e da dor do lado esquerdo das costas; contudo a dor da parte superior direita do abdome não havia desaparecido e foi­lhe ministrado um analgésico. O apetite também não foi recuperado

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satisfatoriamente e a expectativa estava sendo depositada no terceiro ciclo de tratamento. Depois do segundo ciclo de tratamento, ele disse: “Fiquei contente por terem diminuído a tosse e a dor nas costas. Acredito que me sentirei melhor fisicamente quando aumentar o apetite. Seria melhor ainda se eu não precisasse tomar analgésicos. Com tudo isso, descobri que a ganância do ser humano não tem fim.”

Viveu mais de um ano depois de ter sido comunicado que a sobrevida era de três meses

Existem muitos pacientes que foram diagnosticados com sobrevida de dois ou três meses e que viveram por mais um ou até três anos depois de serem tratados pela hipertermia geral. A Sra. Marumoto Maruko (nome fictício, sexo feminino, 43 anos) é uma delas.

Em junho de 1993 (Ano 5 da Era Heisei), ela teve uma hemorragia do útero e fez uma consulta no Departamento de ginecologia do Hospital Universitário K. O exame revelou que ela tinha um câncer no cérvix e foi submetida à cirurgia. Posteriormente, foram aplicadas a quimioterapia e radioterapia no período entre 13 de julho e 24 de agosto. Porém, ela acabou tendo complicações posteriores, sofrendo também de peritonite cancerosa e, em conseqüência disso, de oclusão intestinal (íleo). Em virtude da impossibilidade de defecação, teve que ser introduzida uma sonda ileostônica para a retirada de gases. A Sra. Marumoto recebeu também uma sonda para que o suco gástrico fosse drenado. A função renal também estava debilitada. Ela havia ouvido o seguinte comunicado do seu médico responsável, do Hospital Universitário K.: “A sua sobrevida será de dois ou três meses.” Foi nessa ocasião que a Sra. Marumoto decidiu pela hipertermia geral, mas nessa época o Hospital Luka estava atendendo inúmeros pedidos de interessados, que souberam dessa terapia pela televisão, e não havia previsão de quando ela poderia ser atendida. O marido da Sra. Marumoto explica como era a situação da época: “Antes da entrevista individual, o hospital realizava uma palestra explicativa sobre a terapia, reunindo inicialmente de cinco a dez interessados. Quando participei dessa palestra, fiquei surpreso ao saber que a maioria dos pacientes ali presentes havia recebido tratamentos em universidades e hospitais integrados de renome e que esses pacientes haviam sido comunicados para retornar a suas casas e passar os dias tranqüilos com a família, pois não havia mais nada que poderia ser feito em termos de tratamento. Todos nós estávamos sofrendo com essa situação. Voltar para casa agora só traria problemas e estávamos à procura de alguma alternativa que pudesse ser a nossa salvação. Foi quando nos deparamos com a notícia sobre a hipertermia, veiculada pela televisão e jornais. Soube que todas as pessoas presentes na palestra haviam visto esses noticiários e tiveram na hora uma reação: “é isto!”, inscrevendo­se imediatamente depois no Hospital Luka. Fiquei surpreso com a semelhança da reação de todos os participantes.”

A Sra. Marumoto continuou o tratamento de quimioterapia e radioterapia no hospital universitário e continuou com o tubo inserido no íleo. No Hospital Luka, ela estava na enfermaria e foi submetida ao tratamento por hipertermia geral.

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Capítulo 3 ­ Elimina a dor e prolonga a sobrevida. Uma apresentação de casos reais

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A terapia aplicada no Hospital Luka foi a seguinte: De 13 de maio a 3 de junho de 1994, houve o primeiro ciclo de tratamento (recebeu a equipe de reportagem de uma emissora de televisão). De 5 de agosto a 26 de agosto de 1994, o segundo ciclo de tratamento. De 28 de outubro a 18 de novembro de 1994, o terceiro ciclo de tratamento. Com esses tratamentos, a Sra. Marumoto continua vivendo dois anos depois de ter sido notificada que sua sobrevida seria de dois ou três meses. Acreditamos que esse prolongamento da sobrevida da Sra. Marumoto deve­se claramente aos efeitos da hipertermia geral.

“Tenho a sensação real de ter recebido uma nova vida.”

O Sr. Kimaru Masamaru (nome fictício, sexo masculino, 57 anos) também é outro paciente que teve maior sobrevida graças à hipertermia geral depois de ter sido notificado que viveria apenas mais dois ou três meses. O Sr. Kimaru estava preocupado com a perda de apetite que vinha ocorrendo há dois meses e procurou o Hospital Universitário K., em abril de 1994. O diagnóstico revelou o câncer da parte posterior do pâncreas. Nessa ocasião, já havia metástase múltipla no fígado e foi comunicado que não haveria possibilidade de ser efetuada a cirurgia. No Hospital Universitário K., ele foi submetido à quimioterapia, com a administração de um supositório com uma droga anticancerígena uma vez ao dia, e infusão do soro de nutrição parenteral por veia central (IVH). O paciente não conseguia engolir a saliva e a soltava pela boca. Em duas semanas de internação, o peso corporal, que era de 80 kg, caiu para 60 kg. “Sobrevida de dois ou três meses.”, foi avisado por seu médico responsável. O Sr. Kimaru compareceu ao Hospital Luka no dia 16 de junho de 1994 (Ano 6 da Era Heisei) para fazer uma consulta. Do dia 8 de agosto a 29 de agosto, ele foi submetido ao primeiro ciclo de hipertermia geral no Hospital Luka e o quadro apresentou uma melhora surpreendente.

Depois da terapia, o Sr. Kimura começou a passar mais tempo de pé, a fraqueza da parte abdominal foi reduzida, o apetite e o ânimo aumentaram. “Realmente eu sinto que ganhei uma nova vida.”, dizia ele, emocionado. Entre os dias 14 de novembro e 5 de dezembro do mesmo ano, o paciente foi submetido ao segundo ciclo de tratamento. Antes desse segundo ciclo de hipertermia geral, o quadro do Sr. Kimaru havia melhorado muito e, no final de setembro, o soro de nutrição parenteral por veia central (IVH) havia sido retirado. A dor de barriga e a diarréia, as quais até então sofria com freqüência, haviam melhorado. Recebemos uma carta de agradecimento, que dizia: “Agradecemos profundamente a melhora dos sintomas que surpreendeu até o próprio paciente.” Era do médico responsável pelo paciente, do Hospital Universitário K. Apesar disso, o exame de tomografia computadorizada da parte abdominal revelou que não havia

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provocado nenhuma alteração do tumor desde o quadro verificado no dia 22 de setembro, e ainda, foram observadas metástases em diversos pontos do fígado. O terceiro ciclo de tratamento foi iniciado a partir do dia 8 de fevereiro de 1995 (Ano 7 da Era Heisei). Foi observada a presença de um edema na coxa e o paciente estava com dificuldade de respiração, mas a dor de barriga havia desaparecido. Não foram constatadas alterações no resultado do exame de tomografia computadorizada abdominal e o peso corporal subiu para 75 kg. O paciente pôde voltar a uma alimentação normal. “Graças ao tratamento, houve uma melhora significativa na QOL (qualidade de vida).” Recebemos mais uma carta de agradecimento com os dizeres acima, do médico responsável pelo paciente. O próprio Sr. Kimaru estava esperançoso em receber o quarto ciclo de hipertermia geral. A sobrevida, que seria de três meses, já tinha ultrapassado oito meses e o Sr. Kimaru vinha demonstrando muita vontade de viver e chegou até a publicar uma coletânea de fotos, que ele considerava ser o trabalho mais importante da sua vida.

Com dois ciclos de tratamento à base de raios infravermelhos longos melhorou o câncer do estômago e a oclusão intestinal

Existe um outro caso assim: a Sra Amaharu Sadamaru (nome fictício, sexo feminino, 65 anos) teve câncer do estômago, o qual atingiu o intestino grosso, provocando repetidas vezes a oclusão intestinal. Foi informada de que a sobrevida seria de dois meses e, depois de dois ciclos de hipertermia geral retornou triunfante à sua casa no décimo mês. A Sra. Amaharu havia sido operada de câncer precoce no estômago em 1988 (Ano 63 da Era Showa). Posteriormente, sofreu a metástase do cólon signóide e foi submetida à operação desse mal em 1990 (Ano 2 da Era Heisei). O cólon signóide fica localizado na parte inferior esquerda do abdome e seu nome é proveniente da curva em S formada pelo intestino grosso, sendo considerada uma das partes que apresenta tendência ao câncer. As condições físicas da Sra. Amaharu não eram boas após a operação do câncer do cólon signóide e, além disso, de 1990 (Ano 2 da Era Heisei) a março de 1994 (Ano 6 da Era Heisei), teve oclusão intestinal três vezes, mas não havia sido operada. A paciente ficou internada durante dois meses no Hospital Universitário J. e foi submetida a exames. Após o resultado dos exames, comunicaram­lhe que se tratava de câncer do peritônio posterior e que a oclusão intestinal tinha sido causada pela recorrência do câncer do cólon signóide. Foi informada também que a sobrevida seria de dois meses. Ela não tinha apetite e estava muito fraca. Chegou ao Hospital Luka em uma ambulância e foi internada no mesmo dia. A hipertermia geral aplicada na Sra. Amaharu e sua recuperação foram as seguintes: No período entre 1º de setembro e 6 de outubro de 1994 (Ano 6 da Era Heisei), foi aplicada um primeiro ciclo de tratamento. Simultaneamente, foi aplicada a vacina

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Maruyama, o soro de nutrição parental por veia central. Depois do primeiro ciclo, haviam melhorado a ascite e o hidrotórax. No terceiro mês, foi aplicada um segundo ciclo e, a cada seção, o apetite aumentava visivelmente. No final do segundo ciclo, o apetite havia voltado ao normal. Paralelamente, a anemia também havia desaparecido e a condição física geral melhorada. No dia em que a paciente recebeu alta, nem parecia aquela pessoa que havia chegado em uma ambulância. Ela tinha ido a um salão de beleza e cortado os cabelos e havia rejuvenescido muito. A Sra. Amamaru entrou no carro junto com o marido e a filha e voltou sorridente e triunfante para casa, aguardando ansiosamente ao terceiro ciclo de tratamento, previsto para dois meses depois.

Desapareceu totalmente a metástase do câncer no intestino grosso

Em seguida, vamos apresentar o caso do Sr. Komaru Marusen (nome fictício, sexo masculino, 67 anos), que lutou contra a metástase do pulmão e do osso, causada pelo câncer no intestino grosso e que conquistou a vitória com o desaparecimento total desses males. No dia 4 de junho de 1990 (Ano 2 da Era Heisei), o Sr. Komaru havia sido operado de câncer do cólon signóide no Hospital F. No dia 14 de novembro de 1991 (Ano 3 da Era Heisei), foi descoberto que o câncer havia atingido o pulmão e os ossos, e o paciente estava sendo submetido à quimioterapia. O médico do Hospital F., responsável pelo paciente, tomou a seguinte decisão: “Diante da situação, o tratamento recomendado é a hipertermia geral.” O Sr. Komaru compareceu ao Hospital Luka munido da carta de apresentação desse médico responsável. O Sr. Komaru retornou aos seus trabalhos normais de dentista depois de ser submetido ao primeiro ciclo de hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos, entre os dias 15 de fevereiro e 8 de agosto de 1992 (Ano 4 da Era Heisei). Posteriormente, diante da recomendação de sua família, submeteu­se ao segundo ciclo, do dia 17 de maio a 7 de junho de 1993 (Ano 5 da Era Heisei). Durante esse período, foi efetuado um exame no Centro Nacional do Câncer e este exame confirmou que o câncer havia sido curado totalmente. “Estou em repouso na minha casa, mas pouco a pouco estou começando a voltar ao trabalho.” Era a voz animada do Sr. Komaru ao telefone, que havia ligado para nós no dia 13 de junho de 1994 (Ano 6 da Era Heisei). O exame realizado posteriormente também no Centro Nacional do Câncer revelou que não apresentava nenhum problema de metástase nos ossos. Com a ajuda da hipertermia geral, o Sr. Komaru havia vencido a batalha de sete anos desde que o câncer foi descoberto, lutando contra a doença sem ter parado de trabalhar.

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Em nossos corações, temos um grande sentimento de respeito pelo seu espírito de bravura e perseverança. Foi um caso de tratamento que nos trouxe o seguinte ensinamento: a aplicação da hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos no momento adequado e na quantidade adequada abre caminho para salvar o paciente do câncer, além de melhorar a sua qualidade de vida.

O câncer da próstata desapareceu completamente com o tratamento à base de raios infravermelhos

A exemplo do Sr. Komaru, o caso do Sr. Marui Marumitsu (nome fictício, sexo masculino, 77 anos) é outro exemplo do resultado positivo obtido pela hipertermia geral com a eliminação total do câncer.

O Sr. Marui foi submetido à operação da próstata em 1978 (Ano 53 da Era Showa), no Hospital S. Do ponto de vista patológico, o câncer identificado na próstata era de grau histológico altamente invasivo, mas o diagnóstico revelou tratar­se de câncer em estado inicial. Em 1986 (Ano 61 da Era Showa), o câncer havia voltado e o paciente ficou sob observação. A partir de 1989, apareceram os sintomas de fezes sanguinolentas e de hipertrofia da próstata e, no ano seguinte, o Sr. Marui foi submetido a exames por causa de dores na parte inferior do abdome, ocasião em que foi encontrado o câncer da próstata de grau moderadamente invasivo. Além disso, foi descoberto um pólipo no cólon signóide e o paciente foi submetido à cirurgia para removê­lo.

Com esses antecedentes, o Sr. Marui compareceu ao Hospital Luka, demonstrando um forte interesse pela hipertermia geral. De 13 de julho a 3 de agosto de 1991 (Ano 3 da Era Heisei), foi realizado o primeiro ciclo. De 6 de agosto a 1º de outubro de 1991 (Ano 4 da Era Heisei), o segundo. Pela aplicação desses tratamentos, o câncer foi considerado totalmente extinto e atualmente o Sr. Marui trabalha ativamente como presidente de uma empresa. No questionário que foi realizado três anos depois do tratamento, datado de novembro de 1994 (Ano 6 da Era Heisei), o Sr. Marui respondeu:

“Apetite excelente. Não há dores no corpo e a qualidade de vida é a melhor possível. Faz treze anos que tive câncer, mas não sinto nada de anormal e estou com muita saúde.” Além da hipertermia geral, o Sr. Marui segue a terapia linfocitária, que é uma espécie de imunoterapia, e dieta alimentar para conseguir uma grande vitória, lutando contra o câncer com bravura.

O câncer terminal do estômago melhorou com apenas um ciclo de tratamento

Vamos apresentar um outro caso importante de superação do câncer.

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Trata­se do caso do Sr. Shiromaru Shigemaru (nome fictício, sexo masculino, 37 anos), que havia feito uma endoscopia do estômago através da qual foi identificado o câncer terminal desse órgão caracterizado como Bormann IV na terminologia técnica. O caso desse paciente havia sido diagnosticado como câncer sem possibilidade de cirurgia. O Sr. Marui foi submetido à laparotomia exploratória e, em vez de ser removido o estômago, foi injetada uma droga anticancerígena na cavidade abdominal e com isso o tratamento foi considerado encerrado. Esse paciente compareceu ao nosso hospital, encaminhado pelo presidente da empresa em que trabalhava. Duas semanas depois da laparotomia exploratória, o paciente foi submetido ao primeiro ciclo de hipertermia geral. Em virtude da distância de sua casa até o hospital, foram realizadas duas seções por semana em vez de uma, que é o procedimento normal, e o ciclo foi concluído em duas semanas. A primeira vez que o Sr. Marui esteve no Hospital Luka, o seu estado físico estava tão debilitado que precisava de ajuda de uma enfermeira para subir a escada até a sala de terapia, localizada no segundo andar. Entretanto, no segundo dia da primeira seção de terapia, já havia melhorado bastante a ponto de conseguir caminhar pela escada sozinho, subindo três vezes até o terraço da cobertura do edifício e descendo uma vez até a sala de espera do andar térreo. A recuperação foi tão boa que já conseguia subir a escada para a sala de terapia do segundo andar, sem segurar o corrimão. Além disso, no dia seguinte da segunda seção, o Sr. Shiromaru foi sozinho à barbearia. No dia posterior a terceira seção, o paciente pediu uma autorização para passear com a esposa e, para nossa surpresa, ele havia ido até o jóquei clube localizado no bairro de Futyú e disse que ficou o dia inteiro deitado na grama, apreciando a corrida de cavalos, que é seu passatempo favorito. Na quarta seção, ou seja, quando concluiu o primeiro ciclo de tratamento, fez uma viagem para sua cidade natal. Posteriormente, recebemos do presidente da empresa, que havia encaminhado o Sr. Shiromaru ao hospital, uma carta de agradecimento juntamente com a doação de uma grande quantia para o nosso grupo de pesquisa. O caso do Sr. Shiromaru pode ser considerado um exemplo raro dentro da nossa experiência como médicos.

Recuperou a condição física que estava debilitada com o câncer do pulmão

Tradicionalmente, o câncer de maior incidência entre os japoneses é o câncer de estômago, mas, atualmente, o câncer do pulmão vem aumentando assustadoramente. O seu crescimento é tão grande a ponto de haver uma previsão, indicando que a incidência do câncer de pulmão deverá ultrapassar a do câncer de estômago no Século 21, ocupando a primeira posição entre os tipos de câncer que atingem a população japonesa. O fumo e a poluição atmosférica são considerados as principais causas e mais prováveis desse aumento vertiginoso do câncer do pulmão. No caso de câncer do pulmão, existe a dificuldade de descobrir essa doença ainda em sua fase inicial. Mesmo por meio de um exame de raio X, o seu diagnóstico é prejudicado

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por causa da localização de algumas partes, na região de sombra do coração. Em virtude disso, acaba sendo atrasado o início do tratamento, trazendo sofrimentos ao paciente. Contudo, mesmo em casos de pacientes terminais de câncer de pulmão, a hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos pode proporcionar bons resultados. Vamos apresentar a seguir alguns desses casos. A Sra. Maruta Marumi (nome fictício, sexo feminino, 54 anos) fez um exame médico em junho de 1993 (Ano 5 da Era Heisei) e o resultado revelou uma metástase do pulmão esquerdo originário do câncer do pulmão direito. O quadro da paciente foi considerado terminal e ela foi imediatamente internada para ser submetida à quimioterapia.

De agosto a meados de setembro, a paciente recebeu três ciclos de quimioterapia e os exames de raio X e tomografias computadorizadas torácicas efetuados posteriormente não revelaram alterações significativas no quadro nem metástases para outros órgãos. A paciente teve alta em outubro. A Sra. Maruta teve alta não em função da melhora do câncer do pulmão. O tratamento havia sido interrompido por causa da determinação da paciente, que dizia: “Não quero mais continuar a quimioterapia.” Como o seu estado físico havia sido deteriorado por causa dos efeitos colaterais das drogas utilizadas nessa terapia e a paciente sofria de perda de apetite, queda dos cabelos, insônia e um cansaço generalizado, ela não sabia mais o que fazer. Os glóbulos brancos também diminuíram e, a uma certa época, chegaram ao valor de 1.600/mm 3 (o valor normal varia de 4.000/mm 3 a 9.000/mm 3 ).

Foi nessa ocasião que seu marido conheceu a hipertermia geral pela televisão e teve uma reação imediata: “É isto!”. E assim, a Sra. Maruta compareceu ao Hospital Luka acompanhada de seu marido. Ela ainda não sabia que era portadora de câncer.

A Sra. Maruta foi submetida ao primeiro ciclo de tratamento no período entre os dias 4 de junho a 23 de junho de 1994 (Ano 6 da Era Heisei), o segundo ciclo ocorreu entre os dias 19 de agosto e 9 de setembro, e o terceiro entre 25 de novembro e 16 de dezembro. Com essas seções de terapia, a Sra. Maruta recuperou sua saúde a tal ponto que já conseguia executar normalmente as atividades do lar. “Antes de tudo, a inexistência de efeitos colaterais deixou­me tranqüila. Tenho muito apetite e desapareceram a tosse e o catarro.”, dizia a Sra. Maruta. Em razão da excelente qualidade de vida, ela acha que a doença foi totalmente curada. “Quero fazer o quarto ciclo, o quinto e assim prosseguir com o tratamento. Se for possível, gostaria que diminuíssem o intervalo entre um ciclo e outro.” Essas foram as suas palavras depois de receber esse tipo de tratamento.

Desapareceu a dor nas costas provocada pelo câncer do pulmão

Agora é o caso da Sra. Marumae Maruharu (nome fictício, sexo feminino, 39 anos), cuja dor nas costas causada pelo câncer do pulmão desapareceu no segundo ciclo de tratamento. Em agosto de 1993, a Sra. Marumae fez uma consulta reclamando de dor na

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parte direita das costas. O exame de radiografia mostrou uma mancha circular na parte superior do pulmão direito e ela foi submetida a exames mais rigorosos no Hospital W. O diagnóstico baseado no resultado desses exames foi câncer do pulmão de Estádio III, e ela foi submetida, no mesmo hospital, a dois ciclos de quimioterapia e também à radioterapia com 45 grays. Uma irradiação de 45 grays é um valor relativamente alto. Posteriormente, durante o período de observação no Hospital W., o marcador tumoral indicou uma tendência de aumento e suspeitou­se de uma metástase para outros órgãos distantes. Ela não apresentava dores latejantes, mas desconfiados da metástase nos ossos, os médicos fizeram um exame de tomografia computadorizada e cintilografia óssea (exame para verificar se os isótopos são absorvidos pelo tecido canceroso formado nos ossos), e a metástase foi descoberta. O sintoma que a Sra. Marumae sentia era somente a dor do lado direito das costas, continuando normais o apetite e o sono e não apresentava cansaço generalizado do corpo. Ela havia tentado outros tratamentos de medicina popular, tais como a vacina Maruyama, saru no koshikake, kani pack e outros, mas não obteve nenhum resultado. A paciente compareceu ao Hospital Luka, encaminhada pela Faculdade Feminina de Medicina de Tokyo.

No Hospital Luka, a Sr. Marumae foi submetida ao primeiro ciclo de hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos, entre os dias 22 de setembro a 19 de outubro de 1994 (Ano 6 da Era Heisei). Três dias depois dessa terapia aliviou a dor nas costas e, posteriormente, essa dor foi diminuindo. A partir da terceira seção do segundo ciclo de tratamento, realizada a partir de janeiro de 1995 (Ano 7 da Era Heisei), a dor desapareceu e foi suspenso o uso do analgésico para a Sra. Marumae, que estava sendo administrado até então.

Em fase de observação depois da estagnação do câncer pulmonar

Não houve propriamente a diminuição do câncer do pulmão, mas o câncer estabilizou­se no terceiro ciclo de tratamento. Este é o caso da Sra. Marumura Maruyo (nome fictício, sexo feminino, 67 anos). A Sra. Marumura foi diagnosticada como portadora de câncer do pulmão, localizado no lobo superior do pulmão direito, e foi imediatamente internada para ser submetida à quimioterapia. No entanto, a quimioterapia foi suspensa por causa dos fortes efeitos colaterais, como a redução dos glóbulos brancos, queda de cabelos, etc. Posteriormente, ela procurou o serviço de atendimento da Faculdade Feminina de Medicina de Tokyo e, encaminhada por esta instituição, compareceu ao Hospital Luka. Foi efetuado o primeiro ciclo de tratamento no período entre 28 de outubro e 17 de novembro de 1993 (Ano 5 da Era Heisei) e desapareceram a tosse e o catarro. Depois do primeiro ciclo, foi feito um exame no dia 6 de dezembro, no qual foi detectada a presença de fibrose pulmonar nos dois pulmões, causada pela radioterapia aplicada no hospital anterior.

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O segundo ciclo foi realizado entre 7 e 27 de janeiro de 1994 (Ano 6 da Era Heisei). No exame realizado em 17 de fevereiro, a paciente apresentou boas condições físicas gerais, sem dores, tosse e catarro. No exame de tomografia computadorizada torácica, foi constatado que o câncer havia diminuído em comparação com a situação de três meses antes. Ao terminar o terceiro ciclo, realizado entre 2 e 23 de março, a paciente mostrou maior apetite, dormia bem e a defecação voltou ao normal. Aumentou também o peso corporal e não apresentou efeitos colaterais. A paciente voltou a viver com mais ânimo. Depois de terminado o terceiro ciclo, o câncer pulmonar da Sra. Marumura foi considerado estável e agora ela está em fase de observação. Pelos exames torácicos de raio X e tomografia computadorizada, não foi constatada a evolução do câncer do pulmão, mas não podemos julgar que o câncer tenha diminuído, razão pela qual existe uma expectativa em torno do próximo ciclo.

A luta contra o câncer que se prolongou durante 9 anos

Vamos observar agora o caso do Sr. Furumaru Tsugimaru (nome fictício, sexo masculino, 62 anos), que infelizmente veio a falecer depois de lutar 9 anos contra a doença. O Sr. Furumaru contraiu câncer do pulmão em 1989 e foi submetido a quatro seções de hipertermia geral pelo método de circulação extracorpórea na Faculdade Feminina de Medicina de Tokyo. Havia recuperado temporariamente a saúde e voltado ao seu trabalho com agricultura.

Contudo, em outubro de 1992 (Ano 4 da Era Heisei), voltou a apresentar os sintomas de catarro com sangue e tosse e retornou à Faculdade Feminina de Medicina de Tokyo para consultas. O câncer do pulmão direito havia atingido também o pulmão esquerdo e a sétima costela do lado direito. Além disso, foi constatado também que havia metástase nos ossos do tornozelo esquerdo. Ele foi internado no Hospital Luka, encaminhado pela Faculdade Feminina de Medicina de Tokyo. Em janeiro de 1993 (Ano 5 da Era Heisei), o paciente foi submetido ao primeiro ciclo de hipertermia geral e a dor do lado direito do peito desapareceu, mas, no final de fevereiro, foi internado novamente por causa de dificuldade respiratória. Seu estado respiratório era bastante grave e o exame de radiografia do tórax mostrou que estava totalmente “sem pulmão”, razão pela qual a hipertermia geral foi adiada. Entretanto, em março, o Sr. Furumaru veio a Tokyo pela terceira vez, demonstrando um forte desejo de ser submetido à hipertermia geral. Em função disso, o segundo ciclo foi aplicado entre os dias 22 de março e 25 de abril. Depois da terapia, o paciente retornou à sua casa sem apresentar dificuldade de respiração e também sem tosse e catarro. Depois de retornar à sua casa, o Sr. Furumaru estava dedicando­se à agricultura, mas, quando o peso do corpo começou a diminuir, aumentando a tosse e catarro, retornou ao Hospital Luka em julho e foi submetido ao terceiro ciclo do dia 12 de julho até 6 de agosto.

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Posteriormente, retornou a seu lar com saúde, mas teve que ser internado pela quarta vez, em 20 de outubro, novamente por causa de dificuldade respiratória. A aplicação do quarto ciclo ocorreu de 25 de outubro a 15 de novembro e nessa ocasião ele também retornou à sua casa, tendo melhorado da dificuldade respiratória, dor no peito, tosse e catarro. Dessa forma, o Sr. Furumaru não se intimidou em nenhum momento para enfrentar as várias metástases originárias do câncer do pulmão direito; foi muito aplicado no tratamento de hipertermia geral e lutou todo esse tempo contra a doença. Em uma ocasião, teve que retornar à sua casa em razão da condição física apresentada, que foi considerada inadequada para o tratamento, mas “tiramos o chapéu” pela sua persistência de concluir até o quarto ciclo da terapia paralelamente a seu trabalho de agricultor. Em janeiro de 1994 (Ano 6 da Era Heisei), o paciente teve que ser internado pela quinta vez e pretendia ser submetido ao quinto ciclo de hipertermia geral. Contudo, seu estado físico geral foi considerado muito debilitado e inadequado para receber esse tipo de terapia. Até hoje, não conseguimos esquecer a imagem do Sr. Furumaru, saindo triste do hospital rumo à sua casa. O Sr. Furumaru veio a falecer em maio de 1994 (Ano 6 da Era Heisei), na sua terra natal. Foram nove anos de luta contra a doença.

Recuperou-se do câncer do pulmão e hoje trabalha ativamente com política

Vamos continuar contando mais casos de câncer do pulmão por causa da sua alta incidência, mas não se trata apenas de histórias tristes. Existem casos, como o da Sra. Marumoto Maru (nome fictício, sexo feminino, 66 anos), que conseguiu superar o câncer e leva uma vida política bastante ativa. Em junho de 1991 (Ano 3 da Era Heisei), a Sra. Marumoto foi diagnosticada como portadora de câncer do pulmão e ficou sete meses internada num hospital universitário. Durante esse período, foi submetida a três ciclos de quimioterapia e radioterapia. Em março de 1994 (Ano 6 da Era Heisei), foi constatada a metástase na parede torácica. Foi aplicado um ciclo de hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos no Hospital Luka, entre 5 de junho e 1º de julho de 1994 (Ano 6 da Era Heisei). Posteriormente, foi aplicado o segundo ciclo, do dia 14 de outubro a 4 de novembro, o quadro da doença na região torácica apresentou melhoras e o apetite aumentou. Depois da terapia, a Sra. Marumoto recuperou a saúde e o ânimo para o trabalho.

Recuperou-se muito bem do câncer terminal do pulmão, quando a sobrevida havia sido estimada em três meses

Existem muitos casos em que um único ciclo de hipertermia geral conseguiu proporcionar a melhora da doença, que chegou a surpreender nossa equipe. Um desses casos é o do

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Sr. Maruki Maruo (nome fictício, sexo masculino, 68 anos), que veio fazer uma consulta sobre o câncer do pulmão, apresentando como sintoma principal a tosse. O Sr. Maruki foi submetido a exames no outono de 1994, por causa de tosse, que não queria cessar. A radiografia do tórax mostrou manchas nos dois pulmões, que provocaram a suspeita de câncer do pulmão e uma broncoscopia foi efetuada no Centro de Aparelho Respiratório da Faculdade Feminina de Medicina de Tokyo. O diagnóstico indicou câncer pulmonar múltiplo com origem no pulmão esquerdo. O câncer era terminal, com sobrevida estimada de três meses, apesar da tosse ser o único sintoma sugestivo apresentado. O Sr. Maruki recusou­se a receber o tratamento de quimioterapia enquanto não houvesse sintomas perceptíveis por ele próprio. Assim, passaram­se três meses e, por fim, ele resolveu experimentar a hipertermia geral. Na primeira seção, o Sr. Maruki estava nervoso e a pressão sangüínea subiu várias vezes durante a terapia, mas posteriormente disse que pôde dormir bem e, depois de dois ou três dias de terapia, não teve mais tosse e sentiu­se muito bem. A segunda seção, realizada uma semana depois, sucedeu da mesma forma que a primeira e, a medida que a terapia prosseguia, foi diminuindo a tosse. O Sr. Maruki estava feliz, contando para nós que seus amigos e parentes haviam falado para ele: “Você não está tossindo mais e sua voz mudou ao telefone.”

Ele expressou seu desejo, dizendo: “Assim que terminar o primeiro ciclo, quero iniciar o segundo ciclo o mais rápido possível.” O Sr. Maruki disse que o apetite e o sono estavam normais e a evacuação estava melhor do que antes.

Participou do jogo de golfe depois de um ciclo de tratamento contra o câncer renal e metástase do fígado e pulmão

O Sr. Marumura Maru (nome fictício) foi submetido à cirurgia para a remoção do rim direito e desde essa operação, continuou recebendo a injeção de interferon. Em janeiro de 1993 (Ano 5 da Era Heisei), foram descobertos o câncer do fígado e o do pulmão e foi­lhe comunicado que a cirurgia era inviável. O câncer tinha o diâmetro de 4,7 cm. Além do câncer, o Sr. Marumura era portador de diabete e há oito anos tomava um medicamento. Paralelamente, em razão da tendência de demonstrar cansaço com facilidade, tomava regularmente vitamina B12 e ácido fólico. A carta de encaminhamento do Hospital Z. dizia que o paciente continuava com a quimioterapia e, apesar de não demonstrar resultados significativos, o câncer estava sob controle e não apresentava piora do quadro. O motivo da vinda do Sr. Marumura ao Hospital Luka também foi o programa sobre a hipertermia geral que havia assistido pela televisão. O paciente foi submetido ao primeiro ciclo entre os dias 18 de outubro e 8 de novembro e, depois disso, o estado geral era bom, apesar do catarro com sangue ter provocado um pouco de preocupação para a equipe médica.

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Depois disso, o paciente está levando uma vida normal como um presidente de empresa e sua recuperação foi muito boa, sentindo o corpo leve e cheio de vitalidade e até participou de um torneio de golfe.

Atualmente, o Sr. Marumura está aguardando com ansiedade o segundo ciclo.

Melhorou do câncer hepático e da metástase dos dois pulmões

Vamos apresentar mais um paciente, que apresentou uma melhora depois do primeiro ciclo de tratamento. O Sr. Marui Marutoshi (nome fictício, sexo masculino, 59 anos) foi internado no Hospital N., no dia 3 de abril de 1994 (Ano 4 da Era Heisei), por causa de melena. O resultado do exame revelou que se tratava de câncer hepático. Uma semana depois, foi descoberto que havia a metástase nos dois pulmões e foi realizada também uma transfusão de sangue. Nessa ocasião os familiares foram informados que a sobrevida seria de três meses, mas esta notícia não foi comunicada ao Sr. Marui e ele continuava acreditando que era cirrose hepática. No dia 16 de abril, logo depois de ele ser internado, foi informado que não havia mais tratamento a efetuar e ele saiu do hospital, retornando à sua casa. No Hospital N., o Sr. Marui nem sequer chegou a ser tratado com quimioterapia e compareceu ao Hospital Luka, levando a esperança dos familiares. O Sr. Marui recebeu o primeiro ciclo de hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos do dia 7 a 28 de junho de 1994 (Ano 6 da Era Heisei) e, depois da terapia, diminuíram a ascite e a sensação de abdome inchado. O apetite melhorou e aumentou um pouco o peso corporal, passando a 65,5 kg.

Pelos bons resultados demonstrados no primeiro ciclo, o segundo ciclo estava previsto para o dia 9 de junho, mas, em virtude da queda de função hepática, infelizmente o Sr. Marui ficou em estado de observação.

A parte inferior do corpo estava paralisada por causa da metástase dos ossos, mas teve alta depois de dois ciclos de tratamento

Existe o caso de uma paciente portadora do câncer da glândula tireóide, que teve a parte inferior do corpo paralisada por causa da metástase dos ossos. Com dois ciclos de hipertermia geral, essa paralisação havia desaparecido e, quando recebeu alta, voltou para casa sentada no banco de passageiros do veículo dirigido pelo seu marido. A Sra. Marukawa Marunae (nome fictício, sexo feminino, 42 anos) havia sido submetida à cirurgia do câncer da glândula tireóide em março de 1986 (Ano 61 da Era Showa) e o câncer havia se estabilizado temporariamente. Contudo, em abril de 1990 (Ano 2 da Era Heisei), as dores lombares pioraram depois do parto e ela procurou um

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médico. O resultado do exame mostrou que o câncer da glândula tireóide havia evoluído para os ossos. A metástase nos ossos da Sra. Marukawa era múltipla, atingindo às vértebras cervicais, torácicas e lombares, costelas do lado direito e o crânio, fazendo prever que logo a paciente teria dificuldade de caminhar. Em maio de 1990 (Ano 2 da Era Heisei), a paciente foi submetida à cirurgia das vértebras cervicais e torácicas, com a qual foi possível estagnar o câncer e permitir que ela andasse. Mas em março de 1992 (Ano 4 da Era Heisei), o câncer reapareceu na vértebra torácica e a paciente foi comunicada que a cirurgia seria inviável.

Para piorar a situação, em setembro, ela foi notificada da existência de uma pleurisia cancerosa e que a sobrevida seria de mais três meses. Nessa ocasião, a paciente já apresentava a paralisia da parte inferior do corpo.

A Sra. Marukawa, que estava internada no Hospital S., ouviu as seguintes palavras do seu médico: “Não há mais nenhum tratamento que possa ser feito, volte para casa e passe os dias junto com seus três filhos.”

Depois disso, ela compareceu ao Hospital Luka encaminhada pela Faculdade Feminina de Medicina de Tokyo e, nessa ocasião, disse: “Já fiz o tratamento com radioterapia, drogas anticancerígenas e vacina Maruyama e nada apresentou resultados, agora quero experimentar a hipertermia geral.” A hipertermia geral foi aplicada em dois ciclos seguidos, o primeiro no período entre 27 de maio e 17 de junho de 1993 (Ano 5 da Era Heisei) e o outro entre 23 de junho e 14 de julho do mesmo ano. Antes de terminar esses dois ciclos, a Sra. Marukawa já estava preocupada sobre o que fazer depois de sair do hospital. Provavelmente, ela havia percebido diretamente os efeitos positivos da terapia. Ela lavou os cabelos, foi a um showroom de camas francesas com o marido, aguardando ansiosamente a hora de retornar para sua casa e fez preparativos na expectativa de voltar novamente para a vida familiar. Uma semana depois que o segundo ciclo foi encerrado, a Sra. Marukawa voltou para sua casa sentada no banco de passageiros do veículo que seu marido dirigia, e foi embora abanando as mãos. Para nós, esta cena de despedida da Sra. Marukawa foi muito marcante.

Não há motivo de preocupação com a hipertermia geral, mesmo para as pessoas de idade avançada

Em geral, as pessoas de idade avançada não têm condições físicas para suportar uma cirurgia. A incisão do tórax ou abdome é uma operação bastante difícil. Porém, a hipertermia geral pode ser aplicada às pessoas idosas, desde que elas apresentem uma certa resistência física.

Por outro lado, mesmo que os pacientes tenham idade na faixa dos trinta ou quarenta anos, é impossível submetê­los à hipertermia geral quando estão muito debilitados por causa do câncer. Além desse problema, existem outras pessoas para as quais o tratamento por hipertermia geral seria inadequado, tais como pessoas com problema de

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funcionamento do fígado, deficiência da função respiratória e outras. Portanto, desde que não apresentem más condições físicas ou deficiências funcionais de órgãos, a hipertermia geral pode ser aplicada também em pessoas de idade avançada.

O Sr. Yamamaru Daimaru (nome fictício, sexo masculino, 78 anos) é um desses casos. Esse paciente estava internado desde outubro de 1990 (Ano 2 da Era Heisei), por causa de um novo derrame cerebral. Em virtude da falta de apetite, desânimo geral e indisposição estomacal, o paciente foi submetido a um exame de gastroscopia, no dia 16 de maio de 1992 (Ano 4 da Era Heisei), e o diagnóstico indicou câncer no intestino, mas não foi operado. No caso do Sr. Yamamaru, a hipertermia geral foi aplicada a pedido do próprio paciente e o segundo ciclo foi realizado entre os dias 1º a 22 de julho de 1992 (Ano 4 da Era Heisei). A partir do dia 25 de janeiro de 1993 (Ano 5 da Era Heisei), foram aplicadas duas seções de hipertermia, ou seja, apenas meio ciclo.

Depois da hipertermia geral, o paciente teve alta depois do desaparecimento dos sintomas sugestivos dos quais ele reclamava e o apetite também melhorou. Passou um certo tempo em sua casa, mas no dia 25 de junho de 1993 (Ano 5 da Era Heisei), foi internado em um hospital geriátrico por causa de perturbações psíquicas durante a noite e da paralisação da metade do corpo. Do hospital geriátrico recebemos a seguinte notícia: “A partir dos exames efetuados, não foi constatado presença de câncer do estômago.” Faz três anos desde a descoberta do câncer, mas o Sr. Yamamaru goza de boa saúde e tem muito apetite.

Na pesquisa realizada em novembro de 1994 (Ano 6 da Era Heisei), ele escreveu: “O apetite aumentou, não tenho dores nem sofrimentos. A minha qualidade de vida é excelente.” O que comprova seu bom estado depois da terapia.

Houve uma reviravolta, passando do câncer de pulmão a um passeio na festa da cerejeira ...

O Sr. Marudera Maruharu (nome fictício, sexo masculino, 80 anos) havia sido submetido à cirurgia no Departamento de cirurgia do aparelho respiratório de um hospital universitário, por causa da metástase da pleura direita, provocada pelo câncer do pulmão direito. No entanto, não foi possível retirar o foco canceroso e ele foi internado no Hospital Luka, aceitando a recomendação de se submeter ao tratamento por hipertermia geral. Na ocasião da internação, ele reclamava de fortes dores no lado direito do peito. De 26 de julho a 19 de agosto de 1993 (Ano 5 da Era Heisei), foi aplicado o primeiro ciclo de tratamento e a dor no peito foi aliviada, melhorando também o apetite. Posteriormente, o segundo ciclo foi realizado entre os dias 6 e 27 de outubro. O terceiro ciclo foi aplicado entre 9 de dezembro do mesmo ano e 10 de janeiro de 1994 (Ano 6 da Era Heisei).

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E o tratamento continuou com a realização do quarto ciclo, entre os dias 24 de fevereiro e 18 de março. Com o quarto ciclo de tratamento, o Sr. Marudera recuperou totalmente o ânimo, a ponto de ter condições para passear a pé na festa da cerejeira e contemplar as flores, e ainda, atender a uma reportagem de televisão.

A metástase do pulmão provocada pelo linfoma maligno melhorou de forma surpreendente

O exemplo seguinte é um caso em que um tumor maligno foi tratado durante muitos anos por meio da hipertermia geral. O paciente é o Sr. Kumaru Keimaru (nome fictício, sexo masculino, 42 anos). Antes de comparecer ao Hospital Luka no dia 22 de maio de 1992 (Ano 4 da Era Heisei), encaminhado por um hospital vizinho a este, o paciente havia sido submetido à quimioterapia no Hospital A. e no Centro Nacional do Câncer, durante dois anos, em virtude da metástase óssea, causada pelo linfoma maligno.

No entanto, a quimioterapia não apresentou resultados expressivos e o câncer evoluiu, provocando metástase nos ossos (da região da virilha e bacia). No exame efetuado inicialmente no Hospital Luka, foram observadas reduções de glóbulos brancos e plaquetas sangüíneas, razão pela qual não foi possível aplicar a hipertermia geral. Diante dessa situação, o paciente ficou um mês em tratamento para melhorar o quadro físico, como controle da quantidade de glóbulos brancos, o que permitiu a realização do primeiro ciclo de hipertermia entre os dias 19 de agosto e 29 de outubro de 1992 (Ano 4 da Era Heisei). Quando terminou o primeiro ciclo, os sintomas até então existentes, que eram dores na coxa direita e nas costas e estado febril, praticamente haviam desaparecidos. Em fevereiro de 1993 (Ano 5 da Era Heisei), foi descoberta a metástase no pulmão e o Sr. Kumaru compareceu novamente ao nosso hospital com a intenção de prosseguir com a hipertermia geral, pois ele acreditava que não podia esperar mais nada da quimioterapia. O segundo ciclo foi realizado entre os dias 11 de novembro e 2 de dezembro.

Os efeitos da hipertermia geral, realizada no Hospital Luka, apresentaram resultados expressivos e os familiares do Sr. Kumaru ficaram muito contentes. O quadro do Sr. Kumaru melhorou tanto que surpreendeu até o médico do outro hospital, que era responsável pelo paciente e crítico da hipertermia geral. Reconsiderando sua opinião, esse médico passou a incentivar o Sr. Kumaru a continuar com a hipertermia geral. Dessa forma, agora com o apoio de seu médico responsável, foram realizados o terceiro ciclo, do dia 24 de janeiro a 17 de fevereiro de 1994 (Ano 6 da Era Heisei), e o quarto ciclo, de 24 de fevereiro a 7 de março. Mais de seis meses depois da terapia, os familiares do Sr. Komaru visitaram o nosso hospital e fomos informados que ele estava bastante debilitado, com dificuldade de

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caminhar sozinho. Nesse momento, chegamos à conclusão de que a hipertermia geral já havia perdido sua eficácia.

Recusou a cirurgia e viajou pelo mundo depois de ser tratado com a hipertermia geral

Vamos apresentar em seguida o caso de um paciente que recusou a cirurgia, preferindo a hipertermia geral. O Sr. Maruta Maru (nome fictício, sexo masculino, 56 anos) foi operado de um pólipo no intestino grosso em 1991 (Ano 3 da Era Heisei), mas o problema não era propriamente o pólipo e sim câncer no intestino grosso. Em junho de 1993 (Ano 5 da Era Heisei), foi identificada uma metástase no fígado e os médicos recomendaram uma cirurgia. O Sr. Maruta recusou essa sugestão e optou por outros tratamentos, como chá de gezanko de Formosa, própolis, tratamento à base de iodo e homeopatia (daisaikotou, kannougan, etc.). O primeiro ciclo de hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos foi realizado no período de 19 de novembro a 10 de dezembro de 1994 (Ano 6 da Era Heisei). Feito o tratamento, desapareceram os sintomas de dor desagradável do lado direito do abdome, tontura e febre; contudo, não houve nenhuma alteração significativa em relação ao apetite. O início do segundo ciclo estava previsto para o dia 25 de fevereiro de 1995 (Ano 7 da Era Heisei) e, enquanto aguardava esse próximo ciclo, o Sr. Maruta passou os dias trabalhando em Formosa.

Recuperada do câncer de mama com metástase nos ossos

Um dos fatores de risco (elementos que causam a doença) do câncer de mama é a obesidade, que tem como uma das causas a alimentação com alto teor em gordura. Talvez em função do consumo maior de gorduras animais em decorrência da alimentação mais ocidentalizada, o câncer de mama vem aumentando muito. Essa foi a razão de resumirmos aqui alguns casos desse câncer. A Sra. Marunaga Marumaruko (nome fictício, sexo feminino, 50 anos) faz anualmente exames de câncer de mama e, no dia 9 de maio de 1992 (Ano 4 da Era Heisei), um caroço foi identificado e diagnosticado como câncer de mama. A paciente foi submetida a uma cirurgia no Centro Estadual do Câncer e, depois dessa operação, tomou drogas anticancerígenas e hormônios e recebeu 25 seções de radioterapia, por aproximadamente um ano. Porém, em março de 1994 (Ano 6 da Era Heisei), a paciente foi submetida a exames por causa de dores lombares, quando foi descoberto que o câncer havia evoluído para metástase na bacia. Desde então, ela vem apoiando­se em tratamentos populares, como

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MMK, própolis, quitina, kitosan (casco de caranguejo), etc., sem interromper seu trabalho de meio período. A Sra. Marunaga iniciou a hipertermia geral no Hospital Luka a partir do final de 1994 (Ano 6 da Era Heisei). O primeiro ciclo foi realizado de 21 de dezembro a 11 de janeiro de 1995 (Ano 7 da Era Heisei). Ela resumiu os resultados obtidos com esse primeiro ciclo no seguinte depoimento: “Tenho apetite e não sinto dores lombares. Fiquei indecisa se deveria continuar ou não meu trabalho de meio período. Trabalho num salão de festa para casamentos. Existem alguns momentos de pico no trabalho que exigem maior tempo de dedicação, mas acredito que será possível continuar. Fico muito feliz quando a dor vai sumindo depois da terapia e até esqueço que essa dor existe. Continuo tendo dúvida quanto à cirurgia que fiz, não sei se foi bom ou era melhor não a ter feito. Fui operada e submetida à quimioterapia e radioterapia, mas em menos de dois anos, aconteceu a metástase. Creio que a minha convivência com o câncer será longa e pretendo continuar lutando e manter firme a minha determinação.”

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A cirurgia conservadora das mamas trouxe as piores conseqüências possíveis, mas ...

Em janeiro de 1993 (Ano 5 da Era Heisei), a Sra. Maruuchi Maruko (nome fictício, sexo feminino, 46 anos) percebeu um caroço na mama direita e o exame citológico indicou que era câncer de mama. A cirurgia foi marcada para o mês de maio. A Sra. Maruuchi havia expressado o desejo de ser submetida à mastectomia com a remoção total da mama, mas o médico recomendou a cirurgia conservadora das mamas e ela acabou concordando com isso.

Antigamente, quase toda cirurgia do câncer de mama era feita pela remoção total, mas, atualmente, vem aumentando o número de cirurgias que procuram preservá­la. Isto não ocorre apenas com o câncer de mama, mas também com o câncer de outras partes do corpo e a tendência é conservar ao máximo a função dessas partes em vez de removê­ las completamente. Provavelmente, foi por essa razão que o médico sugeriu a cirurgia conservadora da mama, mas o resultado acabou caminhando para o lado negativo. Foram constatadas metástases nas vértebras cervicais, torácicas e lombares, e ainda, no fígado e no útero. Em setembro de 1993 (Ano 5 da Era Heisei), a paciente foi submetida à cirurgia a laser para o câncer do útero e de terapêutica intra­arterial de tumores hepáticos para o câncer hepático e, em dezembro de 1994 (Ano 6 da Era Heisei), foi operada também da metástase da vértebra cervical. Isso criou um descrédito por parte da Sra. Maruuchi em relação à primeira cirurgia realizada, por causa dos focos de metástase que haviam se espalhado inesperadamente. No hospital em que foi operada, eram ministrados analgésicos de manhã e no final da tarde, para controlar as dores lombares, além da quimioterapia e radioterapia para controlar a evolução do câncer. Ao optar pela hipertermia geral, o médico responsável que estava cuidando dela até então, fez questão de afirmar insistentemente que concordaria com essa opção desde que a Sra. Maruuchi se responsabilizasse pessoalmente. O primeiro ciclo de hipertermia geral foi realizado entre 8 e 29 de janeiro de 1995 (Ano 7 da Era Heisei) e as dores lombares da Sra. Maruuchi apresentaram pequenas melhoras. Também houve a diminuição do marcador tumoral do sangue. A Sra. Maruuchi está tomando em sua casa remédios homeopáticos, como juuzenntaihotou e reishi (saru no koshikake), e também própolis, depositando a sua esperança no segundo ciclo de hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos.

Melhorou o câncer da mama direita e a metástase do fígado

A Sra. Takemaru Maruko (nome fictício, sexo feminino, 47 anos) foi operada do câncer da mama direita em novembro de 1989 (Ano 1 da Era Heisei). Em março de 1993 (Ano 5 da

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Era Heisei), foi descoberta a metástase óssea (costelas e vértebras lombares) e, em dezembro, a metástase foi encontrada também no fígado. Os tratamentos de hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos, aplicados no Hospital Luka, foram os seguintes: Primeiro ciclo, de 5 a 26 de janeiro de 1994 (Ano 6 da Era Heisei). Segundo ciclo, de 2 a 23 de fevereiro de 1994 (Ano 6 da Era Heisei). Depois do segundo ciclo, a Sra. Takemaru faltou às outras seções, pensando talvez que havia sido curada totalmente, pois a recuperação de sua saúde foi surpreendente. Entretanto, depois de algum tempo, o marcador tumoral indicou um aumento e foi submetida ao terceiro ciclo a partir do dia 21 de dezembro até o dia 4 de janeiro de 1995 (Ano 7 da Era Heisei).

Na ocasião desse terceiro ciclo, a paciente não reclamava de nenhum sintoma. Seu peso corporal havia aumentado e o raio X das costelas do lado esquerdo mostrava boas melhoras até perceptíveis por leigos.

Uma breve estagnação do câncer de mama recorrente e da metástase

A primeira vez em que a Sra. Sawamaru Maruko (nome fictício, sexo feminino, 63 anos) foi diagnosticada como tendo câncer de mama e foi operada em 1968 (Ano 43 da Era Showa). Naquela ocasião, ela havia sido submetida a mais de dez seções de radioterapia. Em 1982 (Ano 57 da Era Showa), passados 14 anos desde a cirurgia, o câncer reapareceu na mama direita. Ela foi submetida à radioterapia durante um mês, e depois, em 1984 (Ano 59 da Era Showa), a quatro seções de hipertermia geral pelo método de circulação extracorpórea na Faculdade Feminina de Medicina de Tokyo. Em julho de 1990 (Ano 2 da Era Heisei), a Sra. Sawamaru fez o exame de tomografia computadorizada torácica em um hospital da cidade de Aizuwakamatsu e foi constatada a metástase do câncer de mama no pulmão esquerdo e na parede e caixa torácicas. Ela foi submetida a dez seções de hipertermia local e radioterapia no mesmo hospital. Posteriormente, além desses tratamentos, a Sra. Sawamaru chegou a tomar durante seis meses drogas anticancerígenas na Faculdade Feminina de Medicina de Tokyo, desde outubro de 1990 (Ano 2 da Era Heisei). A tomografia computadorizada realizada naquela ocasião não apresentou nenhuma anomalia.

Depois dessas passagens, a Sra. Sawamaru foi submetida à hipertermia geral no Hospital Luka. O primeiro ciclo teve de ser interrompido em razão de um ferimento externo da paciente e acabou demorando do dia 2 de maio até o dia 10 de julho. Depois dessa terapia, a Sra. Sawamaru recuperou a saúde e voltou para a rotina da vida familiar. Em virtude da melhora apresentada nesse primeiro ciclo de tratamento, a Sra. Sawamaru deixou de freqüentar o hospital com assiduidade e, em decorrência da falta de tratamento, o quadro do câncer, que havia provocado a metástase no tórax, acabou piorando depois de dois anos.

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Segundo ciclo de tratamento, de 8 a 28 de outubro de 1993 (Ano 5 da Era Heisei). Terceiro ciclo de tratamento, de 4 a 25 de julho de 1994 (Ano 6 da Era Heisei). Com esses tratamentos, desapareceram os sintomas dos quais a paciente reclamava. A breve pausa conseguida agora pela Sra. Sawamaru, depois de 12 anos de tratamento do câncer de mama recorrente e da metástase, é um fato bastante surpreendente.

Um médico clínico-geral que foi submetido à hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos por causa do câncer de mucosa uretral

O Sr. Marui Marurou (nome fictício, sexo masculino, 43 anos) fez uma consulta médica depois de verificar sangue na urina. O resultado da cistoscopia indicou câncer de mucosa uretral. A mucosa uretral é um tecido aderente à bexiga, porém já em regressão no ser humano e em mamíferos em geral. A própria ocorrência do câncer de mucosa uretral já é algo raro e o câncer do Sr. Marui faz parte dos pouquíssimos casos de que há notícia no Japão. No dia 3 de março de 1993 (Ano 5 da Era Heisei), o Sr. Marui foi submetido à uma cirurgia para remover metade da bexiga. Posteriormente, após quatro ciclos de quimioterapia, o marcador tumoral voltou ao normal. Entretanto, os valores do marcador tumoral voltaram a subir em julho e, em agosto, foi constatada uma metástase no pulmão esquerdo. Como era clínico­geral, o Sr. Marui sabia muito bem sobre sua doença e chegou a conclusão de que a quimioterapia não traria o efeito desejado. Ele optou por diversos tratamentos, tais como dieta alimentar, enema com café, ungüento de tubarão, cogumelo himematsutake, amigdalina, kikoh, além de três seções de terapia linfocitária pelo método Satoh e uso de MMK e própolis, mas nada conseguiu conter a evolução da doença. O Sr. Marui conheceu a hipertermia geral pelo jornal e compareceu ao Hospital Luka no dia 11 de outubro de 1994 (Ano 6 da Era Heisei). Nessa ocasião, ele sentia dores ao urinar e percebeu a presença de sangue na urina. Pelos exames de ultra­sonografia e tomografia computadorizada do abdome, foi constatado um tumor na bexiga e hidronefrose do lado direito. O primeiro ciclo de hipertermia geral do Sr. Marui foi realizado entre os dias 11 de novembro e 1º de dezembro de 1994 (Ano 6 da Era Heisei) e foram apresentados os seguintes resultados positivos: Após o primeiro ciclo, desapareceu a dor lombar e, durante dois ou três dias, a dor durante a micção desapareceu completamente. Após o segundo ciclo, desapareceu a sensação de inchaço do abdome e não houve mais necessidade do enema. O apetite voltou ao normal e a dor ao urinar ficou quase imperceptível. Após o terceiro ciclo, desapareceram totalmente a dor lombar e a dor durante a micção. A defecação também melhorou e as fezes ficaram mais grossas.

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Após o quarto ciclo, a urina apareceu novamente com sangue depois de ele ter participado de um torneio de golfe no final do ano. O sangue foi estancado com o auxílio da cistoscopia. Pelos exames de tomografia computadorizada e radiografia, não foi observado variação do tamanho do tumor da bexiga. Em fevereiro de 1995 (Ano 7 da Era Heisei), recebemos uma carta do Sr. Marui, demonstrando uma grande expectativa em relação ao segundo ciclo de hipertermia geral.

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Capítulo 4

Os métodos terapêuticos que

proporcionam felicidade aos

pacientes

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A terapia deveria ser escolhida pelo paciente

Já se passaram exatamente quatro anos desde que iniciamos a hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos. Ao longo desse período, atendemos 160 pacientes e efetuamos 900 seções de terapia. Paralelamente, entrevistamos os pacientes que foram submetidos a essa terapia e ouvimos de cada um deles de trinta minutos a uma hora de depoimento sobre as suas experiências da árdua luta contra o câncer. A maioria dos pacientes iniciou seu tratamento em grandes hospitais, tratamentos estes baseados em cirurgia, radioterapia e quimioterapia e, posteriormente, passaram também pela experiência da imunoterapia, dieta alimentar e tratamentos populares. Todos eles demonstraram muito espírito de luta e vontade de não perder a batalha contra o câncer. Presenciamos com nossos próprios olhos inúmeros casos dessa luta pela vida.

Ao mesmo tempo, deparamos­nos também com momentos de profunda emoção e lágrimas ao presenciarmos cenas de preocupação, carinho e dedicação, demonstrados pelos familiares que acompanhavam os pacientes. Para nós, foram incontáveis momentos de muita emoção. Considerando apenas o caso do tratamento contra o câncer, não podemos dizer ainda que a medicina atual e seus métodos terapêuticos são os melhores. Tivemos também oportunidade de conhecer muitos pacientes que enfrentaram o câncer, caminhando junto com seus médicos, conscientes da limitação dessas terapias. Os pacientes recuperavam sua confiança graças à humildade e o apoio destes médicos. Por outro lado, percebemos também, com muita tristeza e dor, que existem muitos casos de infelicidade dos pacientes, em razão da postura conservadora e irredutível das pessoas responsáveis pelo tratamento. Conforme apresentamos no capítulo 3, um clínico­geral, que estava sendo submetido ao tratamento de câncer, optou pela hipertermia geral e disse: “Como médico, o tratamento que eu aplicava nos pacientes era fundamentalmente orientado para a quimioterapia. Agora que me tornei também um paciente portador de câncer, mudei de idéia. Certamente, quando se pensa na felicidade do paciente, não devemos ficar insistindo apenas no tratamento à base de quimioterapia. Sou da opinião de que devemos experimentar outros tipos de tratamento escolhidos pelo paciente.” Manifestando essas idéias, ele participou do primeiro ciclo de hipertermia geral. “Experimentei todos os métodos terapêuticos conhecidos como bons. Depois de concluído o primeiro ciclo, as dores desapareceram e o ânimo voltou. Pude até participar de um torneio de golfe. Não poderia ter acontecido coisa melhor. Estou muito feliz e vou participar do segundo ciclo”, prosseguiu esse médico­paciente. Em seguida, gostaria de apresentar algumas opiniões pessoais.

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Capítulo 4 ­ Os métodos terapêuticos que proporcionam felicidade aos pacientes

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(1) Aplicação conjunta com a quimioterapia Acredito que durante um determinado período, antes e depois da cirurgia, o uso de drogas anticancerígenas seja importante para evitar a evolução da metástase. Contudo, ao proceder­se dessa forma, o quadro geral do paciente deverá ser muito bem observado. Alguns médicos mantêm a quimioterapia, dizendo: “vamos continuar com a quimioterapia porque não há outra alternativa além de drogas anticancerígenas”. É inevitável que uma conduta dessa natureza seja alvo de críticas, pois pode causar a impressão de que estejam tratando os pacientes como cobaias. Creio que duas semanas depois da quimioterapia seja o momento oportuno para iniciar a hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos.

(2) O ideal é realizar a hipertermia geral sem a cirurgia Quando existe a possibilidade de um tratamento cirúrgico, essa cirurgia deverá ser efetuada o mais rápido possível e aplicada a hipertermia geral imediatamente depois. Essa é a minha opinião. Entretanto, num futuro próximo, creio que não será nenhum sonho realizar a hipertermia geral sem ter passado por uma cirurgia.

(3) Aplicação conjunta com a radioterapia Desde que o câncer esteja dentro dos limites para aplicação da radioterapia e que sejam estabelecidos a quantidade de radiação, o período e o número de vezes, a realização desse tipo de terapia em conjunto com a hipertermia geral poderá trazer resultados ainda melhores. Porém, será preciso avaliar com muito cuidado os efeitos colaterais de uma radioterapia.

(4) Aplicação conjunta com a vacina Maruyama Além de terapias à base da vacina Maruyama, injeção de picivanil, kitosan, tratamento de iodo, terapia linfocitária, reishi, germânio, própolis, etc., outras formas de terapia, como homeopatia e imunoterapia vêm chamando a atenção. Todos esses tratamentos permitem aumentar a capacidade imunológica e podemos esperar deles efeitos indiretos. Acredito que os pacientes poderiam escolher um tipo de tratamento imunológico mais adequado para o organismo de cada um.

No capítulo 5, vamos apresentar também a terapia baseada na dieta alimentar.

Foi alcançada a maior taxa de sobrevida no tratamento de câncer do pulmão

A maioria dos pacientes interessados na hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos que comparece ao nosso hospital, são pacientes terminais. Além disso, para uma grande parcela desses pacientes, já haviam sido esgotados todos os recursos de tratamento e a sobrevida dos pacientes era estimada em dois ou três meses.

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Por essa razão, quando os resultados da terapia aplicada a esses pacientes são vistos sob a mesma ótica de uma doença normal, a impressão pode ser de certa maneira até decepcionante e alguns podem até pensar: “puxa, só isso?”. Contudo, na nossa maneira de pensar, se conseguirmos meio ano a mais de sobrevida para casos como esses, podemos até julgar que o efeito da terapia foi considerável. Os fatos mostram a existência de pacientes que tiveram suas vidas prolongadas por mais dois ou três anos graças ao tratamento de hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos, ou ainda, de pacientes que conseguiram vencer a doença e retornaram ao trabalho. Acreditamos que a hipertermia geral seja uma terapia inovadora e que possa criar novas perspectivas para os pacientes terminais.

Vamos agora verificar os efeitos da terapia dos 40 casos de pacientes terminais apresentados anteriormente. A idade dos pacientes variava de 20 a 78 anos, e havia 23 homens e 17 mulheres. Os tipos de câncer foram classificados segundo o foco de origem e foram avaliados os efeitos da terapia sobre a doença conforme o caso. Dos 40 pacientes terminais, 12 estavam vivos em junho de 1993 (Ano 5 da Era Heisei), ocasião em que o trabalho foi apresentado no congresso, e a taxa de sobrevida foi de 30%. Verificando os sobreviventes de acordo com os órgãos em que a doença foi originada, há 3 casos de câncer do pulmão, 2 casos de tumor do mediastino, 2 casos de câncer do estômago, 1 caso de câncer no intestino grosso, 1 caso de câncer de mama, 1 caso de linfoma maligno, 1 caso de câncer da próstata e 1 caso de câncer do útero. Incluindo o tumor do mediastino no grupo de câncer do pulmão, houve 5 pacientes sobreviventes e foi a maior taxa de sobrevida apresentada.

Verificando os 9 pacientes que não apresentaram resultados na terapia, podemos observar que, em sua maioria, trata­se de casos de atraso ou desistência da terapia. O resultado dos 40 casos mencionados é mostrado em forma de gráfico (figura 31) para que os leitores tenham uma visualização geral.

Por que as drogas anticancerígenas provocam danos ao fígado

Os leitores que continuaram a leitura desse livro até agora já devem ter entendido que o câncer é uma doença que atinge o corpo todo. Não basta tratar apenas o local em que foi encontrado o câncer e pensar que este esteja curado com isso, pois, procedendo­se dessa forma, a origem da doença ainda não foi eliminada e, muitas vezes, o câncer aparece novamente em forma de metástase.

A aplicação da quimioterapia pelo uso de drogas anticancerígenas produz temporariamente efeitos sobre todo o corpo, mas, a partir do instante em que aparece a metástase, a quimioterapia torna­se impotente e, em determinados casos, poderá ser até nociva por causa do efeito colateral das drogas anticancerígenas, que poderão reduzir a capacidade imunológica do organismo.

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Capítulo 4 ­ Os métodos terapêuticos que proporcionam felicidade aos pacientes

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Figura 31 ­ Efeito da terapia dos 40 casos apresentados no congresso, por órgãos de origem.

Interpretação do gráfico

O desaparecimento total ocorreu em 10% dos casos e, atualmente, depois de 2 anos, existem 12 sobreviventes do total de 40 pacientes analisados.

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Por que as drogas anticancerígenas, que servem para tratar o câncer, são nocivas ao organismo? Porque as drogas anticancerígenas possuem a característica de atacar as células saudáveis, além das cancerosas. O desenvolvimento de drogas anticancerígenas começou basicamente pela toxina denominada mostarda nitrogenada. Essa toxina prejudica o processo de composição do DNA pelas células. O DNA é uma substância importante que contém as informações genéticas e, quando as células cancerosas se dividem e se multiplicam, necessitam dos “projetos” armazenados no DNA. Pensando de forma inversa, quando não está ocorrendo a divisão das células cancerosas, ou ainda, quando essa divisão é muito lenta, essa toxina não pode agir. A ação das drogas anticancerígenas deve ocorrer justamente quando há uma intensa multiplicação das células cancerosas.

Assim sendo, as drogas anticancerígenas possuem uma ação prejudicial para a divisão das células. Entretanto, a divisão das células ocorre tanto em células cancerosas quanto em células normais e, por essa razão, as drogas anticancerígenas podem prejudicar também o processo de divisão das células normais e o organismo do paciente. Os órgãos como o fígado, que possuem uma alta capacidade de regeneração e multiplicação das células, sofrem grandes danos causados pelas drogas anticancerígenas. Essa é a razão dos problemas de fígado, observados em pacientes que utilizaram drogas anticancerígenas. Paralelamente, a queda de cabelos, a perda do apetite e das funções da medula óssea são outros sintomas comuns que podem ocorrer. Recentemente, a cisplatina e seus derivados vêm sendo utilizados como drogas anticancerígenas e essas drogas apresentam grande toxidade para os rins. A administração da cisplatina tem causado a diminuição da urina e vem aumentando os pacientes que necessitam de tratamento por diálise.

Na primeira vez em que se utiliza a cisplatina, pode não haver efeitos colaterais, mas pode ocasionar distúrbios repentinos nos rins na segunda aplicação. Dependendo do paciente, esses distúrbios renais poderão ser passageiros, mas, em muitos casos, esses problemas podem perdurar por muito tempo. O caso da morte do paciente por causa da droga anticancerígena sorbidina ainda é um acontecimento recente. Diante desses fatos, não podemos esquecer basicamente que as drogas anticancerígenas apresentam efeitos colaterais significativos.

Aprendendo com os pacientes que lutam contra o câncer

Aprendemos muito com os pacientes que demonstraram interesse pela hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos. Em primeiro lugar, com suas posturas para lutarem contra o câncer. Existe o caso de uma senhora que não tinha conhecimento do câncer e havia seguido cegamente o tratamento prescrito pelo médico. Quando soube a verdade, recusou terminantemente a quimioterapia ou internação e não perdoou o marido que havia

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Capítulo 4 ­ Os métodos terapêuticos que proporcionam felicidade aos pacientes

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mentido para ela. Procurou por conta própria outras alternativas de tratamento, como imunoterapia, terapêutica naturalista, dieta alimentar, etc. e chegou até a hipertermia geral.

Atualmente, essa senhora concluiu dois ciclos de hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos e leva uma vida igual ao de uma pessoa com saúde.

Aprendendo com a terapêutica naturalista praticada pelos pacientes

Em segundo lugar, existe um tratamento denominado terapia naturalista. Entre os pacientes que foram submetidos aos exames e tratamentos, segundo os tradicionais métodos terapêuticos para a cura do câncer, vem aumentando o número de pessoas que recusam a cirurgia e a quimioterapia e buscam a solução na “terapia não invasiva”, que vem sendo comentada atualmente nos Estados Unidos. Dentre as “terapias não invasivas” estão a hipertermia, a imunoterapia, a homeopatia, a dieta alimentar, a ioga, método de Kikoh, a terapia de Simonton. Na terapia naturalista, o paciente escolhe o método desejado e vai conduzindo o tratamento, baseando­se no raciocínio de “eu sou o médico responsável”, sem deixar o tratamento totalmente a cargo do médico. O fundamento da terapêutica naturalista é criar uma rotina diária de vida que permita conviver com o câncer e lutar contra essa doença. Isto significa assimilar hábitos corretos para mudar a forma de vida, que estava errada antes de contrair a doença, desde como movimentar o corpo até a defecação.

Apresentamos aqui dois livros sobre a terapia naturalista, lançados recentemente e que nos sensibilizaram muito. Recomendamos a leitura dessas publicações. O livro “A maneira de evitar em 99% o câncer e a morte”, Tsuneo Kobayashi, editora Dobun Shoin, descreve a seguinte passagem: Existe nos Estados Unidos uma entidade chamada Associação de Medicina Holística da qual dizem participar mais de 6 mil médicos. Essa associação tem fama de ser uma entidade de pesquisa que procura também adotar como referência a medicina oriental, sem depender apenas de terapias racionais da medicina ocidental. A terapia holística significa “tudo por inteiro” e trata­se de uma terapia que concebe as diferentes doenças como “expressão de uma anomalia geral que inclui o corpo e a alma”, em vez de considerar simplesmente doenças de órgãos específicos. Dizem que tem apresentado resultados positivos, por meio da consolidação de um sistema terapêutico para o tratamento do câncer, da hepatite crônica, da cirrose hepática, etc., com foco na recuperação da capacidade de cura natural dos seres humanos. A terapia holística é dividida nos três itens seguintes e é considerada uma terapia que aumenta essa capacidade de cura natural.

Terapia à base de esforço próprio Postura para melhorar a vida cotidiana (alimentação, exercícios físicos, etc.)

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Terapia para aumentar a capacidade de cura natural Homeopatia, comprimidos de vitamina, imunoterapia, terapia de renovação

(aumenta a capacidade imunológica) Terapia para conter o câncer Hipertermia e outras (radioterapia, cirurgia, etc.)

O autor do livro “Terapia naturalista, o método para você mesmo curar o câncer”, Chiaki Ueda, editora Kounsha, é técnico de radioterapia de um hospital. Esta publicação apresenta o caso de um paciente de 55 anos de idade, que teve sua sobrevida estimada em seis meses por causa do câncer terminal manifestado em vários órgãos, e que prosseguiu a terapia naturalista durante sete anos. Ficamos muito sensibilizados com a leitura do livro e compartilhamos das idéias do autor, pois sentimos realmente que a terapia naturalista continua sendo inviável enquanto a própria pessoa não for comunicada que é portadora desta doença. Dentro da atual situação da medicina japonesa, a terapia naturalista deve ser iniciada a partir do momento em que o paciente sai do hospital, recusando a quimioterapia. Isso pode acontecer até mesmo com um paciente que seja o responsável técnico da radioterapia de um grande hospital interdisciplinar. Não dando ouvidos à expressão de piedade do médico responsável, o autor do livro inicia uma nova luta contra o câncer. O paciente experimentou a terapia à base de alimentação natural, começando pela terapia de leite em pó, que fora descoberta por acaso, terapia de proteínas, terapia linfocitária, nova terapia linfocitária, vacina Maruyama, vacina Hasumi, folha da nespereira, hipertermia de pressão e outras terapias, sempre visitando os locais onde esses tratamentos eram realizados. Deste modo, a opção por uma determinada terapia dependia exclusivamente de sua decisão, depois de conhecer a terapia e convencer­se de sua eficácia. Ficamos impressionados com a maneira que o autor conviveu com o câncer. Foram sete anos de terapia naturalista, impondo disciplinas extremamente rigorosas para sua vida diária, tais como dieta alimentar, exercícios físicos, massagem, auxiliado pelos familiares, massagem abdominal (massagem do intestino), etc., tudo isso conseguido por um forte sentimento de autocontrole e fé, enquanto outros pacientes do mesmo quarto iam sendo derrotados pela doença.

A realidade mostra que este tipo de terapia inicia quando o paciente recusa o tratamento oferecido pelo hospital. Em todas as vezes, temos a forte sensação de que o problema atual de tratamento contra o câncer reside nesse fato.

O tratamento do câncer inicia quando o paciente recusa a terapia oferecida pelo hospital

Dentre os pacientes que procuraram o Hospital Luka para receber o tratamento por hipertermia geral, existem muitos que haviam ignorado a orientação dada pelo hospital em que estavam e tiveram como resultado a sua vida salva por causa dessa rebeldia.

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Isso poderá acontecer quando um paciente recebe o comunicado do médico responsável: “Não temos mais nenhum tratamento para seu caso.” E o médico sugere que o paciente volte para sua casa. Quando o paciente resolve submeter­se à hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos e pede a anuência ou autorização desse médico, ele simplesmente diz: “Então vamos iniciar novamente o tratamento com drogas anticancerígenas.” Existem de fato médicos que se comportam dessa forma. Outros médicos não admitem tratamentos diferentes dos das “terapias invasivas”, como cirurgia, radioterapia e quimioterapia, considerando essas outras formas de tratamento como terapia popular ou terapia não­científica. Quando iniciamos a hipertermia geral há quatro anos, não havia quase nenhum médico­ coordenador, de hospitais universitários ou hospitais nacionais, que assinasse um termo de acordo. Atualmente, tem­se a impressão de que existe um número cada vez maior de médicos demonstrando maior receptividade para esse tipo de terapia. No momento em que a hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos, que ocupa uma posição próxima à terapia naturalista, ganhar, o quanto antes, o reconhecimento da sociedade e o status de um tratamento contra o câncer, e ainda, a aprovação para que esta terapia seja incluída no seguro­saúde, passará a ser um grande apoio para os pacientes que tanto sofrem com esta doença.

Um relato somente dos casos em que o câncer foi curado naturalmente

Ao longo da história, podemos encontrar muitas pessoas que trabalharam em prol da cura natural do câncer. As primeiras pessoas que reuniram os casos de cura natural do câncer chamavam­se Everson e Cole. Entre os casos apresentados como cura natural, estão incluídos os adenocarcinomas e sarcomas, que são considerados cânceres de difícil cura. O professor titular Tei Moritake da Universidade de Osaka apresentou há 15 anos o resultado de uma pesquisa. Era uma pesquisa realizada ao longo de 10 anos para acompanhar a situação dos pacientes depois que haviam sido operados em hospitais universitários, ou pacientes que não puderam ser operados, ou ainda aqueles submetidos à celiotomia, mas que o estado era tão grave a ponto de o médico, durante a operação, fechar novamente o abdome sem nenhuma intervenção cirúrgica. Na primeira apresentação, a incidência da cura natural era de um em cada mil casos. Na segunda apresentação, o índice era de uma em cada 300 ou 500 pessoas.

Paralelamente, são apresentadas pesquisas que mostram a possibilidade de existir uma relação entre a cura natural e as febres altas. Se, por ventura, existir essa relação, a hipertermia geral será um dos métodos terapêuticos que poderá auxiliar a cura natural do câncer. Nos Estados Unidos, segundo o Dr. Celery que pesquisou em detalhes os 450 casos de desaparecimento do câncer, foi possível verificar que 150 pessoas haviam contraído doenças que causavam febres altas.

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Em uma outra pesquisa, o Dr. Hute, da Alemanha, reuniu e analisou 100 casos em que o linfoma maligno infantil havia desaparecido naturalmente e constatou que 1/3 desses pacientes contraíram doenças que causavam febre alta.

Aprendendo com a prática da boa alimentação, conduzida pelos pacientes

O terceiro ensinamento adquirido dos pacientes é a alimentação diária. Substituir o arroz branco pelo arroz integral e comer sempre mastigando bem. Para a proteína animal, abandonar as carnes e peixes que contêm muita gordura e

alimentar­se de frango, aproximadamente uma vez por semana. Substituir o açúcar branco pelo açúcar mascavo. Tomar leite em pó em vez de leite comum de vaca.

Tivemos a oportunidade de conhecer muitos pacientes que fizeram uma mudança drástica dessa natureza na sua alimentação. A mudança do hábito alimentar está mais associada à convivência com o câncer do que à melhora da doença. Para aqueles que pretendem iniciar a hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos, recomendamos aceitar com humildade essas sugestões vindas de pessoas que estão vivenciando essa situação.

O conhecimento mínimo que todos deveriam ter sobre a imunoterapia

A imunoterapia é o quarto ensinamento adquirido dos pacientes. O mecanismo imunológico é algo complexo e diversificado. Uma tentativa de explicar isso de maneira simples exigiria dezenas de páginas; portanto, vamos relacionar aqui somente alguns pontos principais. Os leitores que acharem o assunto complicado poderão pular esta seção.

O corpo humano possui uma função para combater a invasão de substâncias estranhas a ele, como vírus ou bactérias, e ataca essas substâncias para impedir sua multiplicação, eliminando­as depois. Essa ação é denominada função imunológica.

A imunoterapia é uma tentativa de aumentar a capacidade imunológica = capacidade de cura natural para combater o câncer. As células cancerosas originam­se do próprio organismo da pessoa, mas em razão de sua multiplicação anormal, este organismo considera­as como um corpo estranho. Existia uma expectativa em torno da imunoterapia, como o quarto método terapêutico para a cura do câncer depois da cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Infelizmente, essa expectativa não está sendo atendida no momento. As células responsáveis pela função imunológica são os linfócitos presentes no sangue. Dentre estes, os linfócitos T e B assumem essa função. Por sua vez, os linfócitos T

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podem ser “linfócitos T killer”, que destroem os corpos estranhos, “linfócitos T helper”, que aumentam a capacidade imunológica dos linfócitos T killer, “linfócitos T supressor”, que, ao contrário, bloqueiam o excesso de linfócito T killer, etc.

A imunoterapia procura reforçar a capacidade de ação dos linfócitos T, assim como estimular a ação dos anticorpos, que têm a função de atrair os corpos estranhos para depois iniciar o ataque às células cancerosas.

Diferentemente deste, existe um outro tipo de imunoterapia, que aproveita o próprio mecanismo imunológico do corpo humano, o qual enfrenta diretamente as células cancerosas. As células relacionadas com o mecanismo imunológico são os “linfócitos T macrofágicos” e os “linfócitos T natural killer e esses são denominados células efetoras antitumorais. Além disso, existe um outro linfócito killer ativador de linfocina. A capacidade de ação dessa célula é aumentada por um tipo de linfocina, que tem a função de controlar o estado imunológico, denominado “interleucina­2”. Os agentes terapêuticos que aumentam a capacidade imunológica, empregados em diversos tipos de imunoterapia, são denominados imunoestimuladores. Os medicamentos imunoestimuladores mais utilizados são: BCG, N­CWS, Lentinan(?), Ubenimex(?); contudo, não existe nenhum agente que apresente um efeito comprovado do ponto de vista clínico.

Recentemente, um método terapêutico baseado em uma concepção diferente denominada nova imunoterapia vem sendo desenvolvido na Universidade de Kyoto e esse método está atualmente em fase de experimentação. Existe uma expectativa em torno desse método que, em um futuro próximo, poderá ganhar destaque como uma imunoterapia direcionada para o câncer. Até agora, os critérios para avaliar os efeitos de uma terapia contra o câncer concentravam­se no aspecto de redução das células cancerosas. Entretanto, existem dúvidas quanto à validade dos critérios tradicionais de avaliação empregados na quimioterapia, ou ainda, se esses critérios podem ser objetivos ou não com relação à avaliação dos efeitos da “terapia de câncer não invasiva”, como a hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos ou a imunoterapia. Acreditamos que é chegada a hora de revermos esse assunto. Levantamos essa questão porque acreditamos que seja importante e necessário adotar critérios com enfoque no aumento da sobrevida e no QOL (qualidade de vida) para avaliar o efeito terapêutico do tratamento do câncer.

Aprendendo com a imunoterapia praticada pelos pacientes

Os diferentes tipos de imunoterapia apresentados até agora são aqueles aceitos em congressos. Além desses, existem muitos outros considerados não oficiais, que são experimentados por pessoas portadoras de câncer terminal, as quais não podem ser submetidas à cirurgia, nem à quimioterapia ou radioterapia. Vamos apresentar também esses tipos de imunoterapia, de forma resumida.

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ο Vacina Maruyama

Trata­se de uma vacina fabricada pelo falecido Dr. Chisato Maruyama, da Faculdade de Medicina Nihon, a partir do bacilo da tuberculose estéril, baseando­se na observação de que existem poucos casos de câncer em pacientes com tuberculose. Essa vacina não foi aprovada como medicamento para o tratamento do câncer, mas a sua fabricação é autorizada. Uma injeção intradérmica de líquidos A e B é aplicada em dias alternados ou de 1 a 3 vezes por semana. Às vezes, o líquido A ou B é aplicado individualmente. O tratamento é efetuado segundo as orientações do Instituto de Pesquisa de Vacinas, vinculado à Faculdade de Medicina Nihon. Os seus efeitos são desconhecidos, mas acredita­se que não vai muito além de um certo aumento da sobrevida. Chegam muitos pacientes de todo o Japão para receber esse tratamento.

ο Vacina Hasumi

Trata­se de um medicamento desenvolvido pelo Dr. Kichiro Hasumi, baseando­se na teoria acadêmica, que considera um vírus como agente causador do câncer, é aplicada uma vacina intradérmica fabricada a partir da urina do paciente. É efetuada uma orientação rigorosa quanto à dieta alimentar e existe um certo reconhecimento do seu efeito de aumentar a sobrevida. O Consultório de Jukoukai, localizado no bairro de Asagaya, em Tokyo, recebe inúmeros pacientes vindos de todo o país.

ο Terapêutica linfocitária

Nesta terapia, determinados linfócitos são retirados de 100 cc. do sangue de uma pessoa jovem e saudável, com idade entre 18 e 25 anos. Depois de efetuar a cultura desses linfócitos, estes são misturados a um líquido auxiliar para serem injetados por meio de infusão. Esse é o procedimento da terapia que tem como objetivo aumentar a capacidade imunológica dos pacientes. Existem vários tipos dessa terapia e dela esperam­se bons efeitos. Não existe cobertura para esse método terapêutico.

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Capítulo 4 ­ Os métodos terapêuticos que proporcionam felicidade aos pacientes

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ο Nova imunoterapia

Tratas­se de uma terapia desenvolvida pelo Dr. Atsushi Uchida, do Centro de Pesquisa de Radiobiologia da Universidade de Kyoto, baseando­se na observação de que a capacidade imunológica depende muito de corpos sólidos. Neste método terapêutico, é verificado o grau de ativação do ATK (jiko shuyou saibou shougai (?)), que é o indicador da capacidade dos linfócitos de enfrentar o câncer, e, se os linfócitos não estiverem ativos, estes são estimulados por meio de células cancerosas ou combinados com substâncias ativadoras mais adequadas, com a posterior aplicação no paciente. Esse método foi criado pela primeira vez pelo Prof. Uchida e chamou a atenção ao ser considerado como uma terapia que deu mais um passo além da imunoterapia tradicional.

ο Outros tipos de imunoterapia

OK432 (yourenkinnseizai(?) de picivanil) Existe a cobertura do seguro­saúde por ser considerado como crestina(?) da droga anticancerígena oral PSK (glicoproteína extraída do cogumelo kawaratake). O CWS (casco externo) do BCG também já está sendo utilizado no tratamento clínico e vem apresentando um certo resultado.

Terapia de iodo (MMK) Trata­se de uma terapia experimentada a partir da constatação de que as pessoas portadoras de hipertiroidismo (doença de Basedow) apresentam baixa incidência de câncer. Existem alguns relatórios demonstrando certa eficácia.

Terapia de própolis É um medicamento de múltiplo uso fabricado a partir de uma substância extraída da colméia de abelhas brasileiras. No Brasil, este remédio é apreciado por causa da sua eficácia no combate a qualquer tipo de doença. No Japão, este é amplamente utilizado como remédio de efeito rápido contra câncer e parece que sua eficácia é considerável.

Terapia de germânio Cogumelo Reishi Quitina, kitosan (casco de caranguejo)

Outros As terapias à base de leite em pó, cenoura, caldo verde, folha de nespereira, vinagre de arroz, chá de tahibo, ozônio, etc. parecem ser amplamente utilizadas.

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Homeopatia A manipulação de remédios homeopáticos é fundamentalmente diferente da forma de manipulação dos remédios da medicina ocidental; portanto, sempre que for possível, o seu uso deve ser baseado na receita de um médico especializado em homeopatia. Nesta seção do livro, vamos apresentar três tipos de remédios homeopáticos, que nos últimos tempos vêm sendo recomendados como medicamentos eficazes para pacientes portadores de câncer. Todos esses remédios citados são à base de essências e têm cobertura do seguro­saúde.

“Juuzen­taihotou” (Tsumura) “Hotchuu­ekkitou” (Tsumura) “Rikkunshitou” (Tsumura) O “Juuzen­taihotou” é um remédio homeopático que age contra a queda da resistência física, desânimo por estafa e falta de apetite, sintomas estes causados pelo câncer. O “Hotchuu­ekkitou” também serve como fortificante para a recuperação da resistência física depois do tratamento de uma doença, mas trata­se de um remédio homeopático que fundamentalmente tem o efeito de auxiliar o trabalho do organismo, evitando a queda de sua função digestiva, razão pela qual é muito recomendado para pacientes submetidos à cirurgia de remoção do câncer de estômago. O “Rikkunshitou” é empregado para regular as funções do estômago e do intestino e é considerado um remédio eficaz contra a perda de apetite, anemia e desânimo causados pela estafa.

Além disso, outros remédios homeopáticos podem ser empregados de acordo com o local e o estado de evolução do câncer.

A eficácia demonstrada no tratamento do câncer com um aparelho doméstico utilizado para a terapia à base de luz

O sexto ensinamento dos pacientes é a terapia à base de raios infravermelhos longos e raios luminosos. A hipertermia geral emprega também os raios infravermelhos longos, mas o exemplo citado aqui é de terapia à base de luz. Os raios infravermelhos longos atingem as partes profundas do corpo humano e aliviam a dor pelo seu efeito térmico; além disso, enfraquecem a ação do tumor e eliminam os edemas do tecido circundante. Com um aparelho de uso doméstico destinado à terapia de luz, em apenas 20 minutos de exposição é possível obter resultados inesperados. É um tratamento que pode ser recomendado como uma terapia auxiliar da hipertermia geral.

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Capítulo 4 ­ Os métodos terapêuticos que proporcionam felicidade aos pacientes

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Um paciente portador de câncer que experimentou um aquecedor geral do corpo desenvolvido por ele mesmo

Há um caso de uma pessoa que vinha lutando contra o câncer e que sofria dos efeitos colaterais das drogas anticancerígenas e acabou desenvolvendo um aquecedor geral do corpo, à base de raios infravermelhos longos, o qual foi testado por ela mesma. Trata­se do Sr. Fujio Iguchi, que até hoje continua trabalhando ativamente na cidade de Numazu. Vamos apresentar uma parte do seu depoimento.

"Sou um paciente portador de câncer e a doença foi descoberta em 1981. Desde que fui internado em um hospital nacional local, fui submetido a várias cirurgias, mas depois disso nem a radioterapia surtia mais efeito, sendo obrigado a sair do Centro do Câncer em abril de 1991 e retornar à minha casa de cadeira de rodas. Foi quando iniciei a experiência da hipertermia parcial na minha casa. Os resultados apareceram e passei de uma vida sobre a maca para a vida de cadeira de rodas, e mais ainda, depois disso, despedi­me da cadeira de rodas e passei a andar com o auxílio de uma bengala. A partir de 1993, comecei a caminhar sem o uso da bengala. Naquele ocasião, eu pensava: a minha experiência não podia ser vivida só por mim. Eu tinha muita vontade de retribuir algo ao mundo e meu coração estava repleto desse sentimento. Pensei: “Se o câncer pode ser tratado com a aplicação do calor, basta corrigir as atuais deficiências da hipertermia para poder utilizar esse método.” Foi a idéia que tive e, depois de pensar muito, concluí o seguinte: “Talvez as deficiências possam ser corrigidas com o uso de raios infravermelhos longos que são similares às ondas eletromagnéticas. Obter uma temperatura precisa, por meio de vibrações de ondas eletromagnéticas, seria uma tarefa difícil, mas com os raios infravermelhos longos seria possível controlar a temperatura.” Por meio de raios infravermelhos longos posso aquecer parcialmente o corpo; contudo, isso não teria eficácia para os casos de câncer como o meu, o qual atinge o corpo todo, se eu não conseguisse um aquecimento geral do corpo. Então, se eu pudesse elevar a temperatura do corpo para 42,0 o C, talvez pudesse destruir o câncer. Enquanto eu pensava essas coisas, fiquei sabendo da existência de um aparelho que aquecia todo o corpo e baseei­me nesse aparelho para fabricar um outro dentro de minhas concepções. Depositei a minha confiança no computador e tentei chegar aos 42,5 o C de temperatura interna do reto. Quando elevava a temperatura do reto até 40 o C, a temperatura do meu corpo aumentava em 0,4 o C. Confirmei se a temperatura do corpo atingiria 42,5 o C quando a do reto alcançasse 42 o C e, depois, fiz três aplicações com a temperatura do reto a 42,5 o C. O seu efeito foi espetacular e hoje consigo levar uma vida quase normal. Depois de concluir o tratamento por hipertermia geral, fiz os exames de tomografia computadorizada e o de cintilografia e, ao que tudo pareceu, o câncer havia desaparecido. Parece que pude comprovar com o meu próprio corpo a experiência vivida por uma pessoa, no ano de 1860, que disse: “o câncer sumiu”, depois de ter tido uma febre alta.

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Desde dezembro de 1990, não tenho recebido nenhuma aplicação de quimioterapia. Atualmente, estou fabricando a máquina n o 6, destinada à hipertermia geral, pensando em ser útil para os tratamentos médicos que virão. Na hipertermia geral, um grande problema era a refrigeração da cabeça, mas logo estará pronto um aparelho similar a um freezer para resfriar essa região. Em vez de a hipertermia geral ser a última terapia aplicada no paciente, este método baseado na aplicação do calor poderia ser utilizado desde o início da doença e, se com isso pudesse destruir o câncer, acredito que poderia salvar muitos pacientes do sofrimento causado pelas drogas anticancerígenas. Quando isso se tornar uma realidade, será motivo de grande alegria. No momento em que conseguirmos a eliminação das células cancerosas por meio do calor, juntamente com a metástase que esteja dominando todo o corpo, imagino que o câncer deixará de atacar novamente. Eu não tenho nenhum conhecimento de medicina. Apenas tive a oportunidade de experimentar, com meu próprio corpo, que o câncer tem baixa resistência ao calor. Sou apenas um simples paciente, mas ficaria muito satisfeito se esse depoimento pudesse de alguma forma ser útil a outras pessoas."

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Capítulo 5

A atual situação do tratamento de

câncer e sua prevenção

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O câncer é a doença de maior incidência

Todos nós temos a idéia de que o câncer é uma doença temerosa, mas existem outras doenças além do câncer que também causam medo. Por exemplo, a apoplexia cerebral ou o infarto do miocárdio são igualmente doenças comuns de adultos e muito temidas. Então, por que nós achamos que o câncer seja mais temeroso do que a apoplexia cerebral ou infarto do miocárdio? Isto acontece porque existem muitos casos de cura para as doenças cardíacas ou apoplexia cerebral, de forma total ou considerável, em decorrência dos tratamentos recebidos. Entretanto, no caso do câncer, isto não é tão simples. O câncer é uma doença que requer tratamentos extremamente complexos e de cura difícil. É por essa razão que as pessoas temem tanto o câncer. Antigamente, o câncer não era uma doença tão comum. Os seus motivos podem ser vários, como por exemplo: a diferença existente entre o ambiente da vida cotidiana atual e do passado, mas o maior motivo decorre do fato de que antigamente grande parte das pessoas morria antes de atingir a idade do câncer em função de outras doenças ou ferimentos. Recentemente, as pessoas vivem por mais tempo e, com isso, vem acontecendo um aumento vertiginoso de morte causada por câncer. As pessoas jovens também podem contrair essa doença, mas isto seria uma exceção, pois o câncer é uma doença que atinge pessoas de idade avançada. A taxa de incidência do câncer aumenta a medida que a idade também aumenta. O câncer é a primeira causa de morte entre os japoneses. A segunda, são as doenças cardíacas e a terceira, a apoplexia cerebral, que há mais de dez anos era a primeira causa no Japão. Em virtude de a sociedade ser constituída por uma população de idade mais avançada, o câncer passou a ser a primeira causa de morte.

Em geral, a estatística da taxa de mortalidade expressa o número de mortes para cada 100 mil habitantes. Observando essa estatística, morreram de câncer 187,8 pessoas para cada 100 mil habitantes. Estima­se que no ano de 1992 (Ano 4 da Era Heisei), 800 mil japoneses haviam contraído câncer, dos quais morreram 230 mil. Há muitos anos, uma grande quantidade de pessoas morria de tuberculose ou pneumonia, mas, atualmente, são poucas as pessoas que morrem por causa dessas doenças (figura 32). Em contrapartida, ano após ano, está aumentando o número de pessoas que morrem de câncer. Diante dessa situação, é inevitável que o câncer seja considerado uma doença temerosa pela população. Em virtude disso, os médicos japoneses e o Ministério da Saúde estão sentindo o peso da necessidade de encontrar, de alguma forma, uma solução para o tratamento dessa doença que tanto aflige a população.

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Capítulo 5 ­ A atual situação do tratamento de câncer e sua prevenção

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Figura 32 Evolução anual da taxa de mortalidade por principais causas de morte (Ministério da Saúde: “Estatística da Dinâmica Populacional”)

Interpretação do gráfico

Ano após ano, mortes por câncer e doenças cardíacas vêm aumentando acentuadamente.

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O câncer não surge repentinamente

Desta forma, vamos ver agora como o câncer surge e evolui. As pessoas que passaram pela experiência de conviver com pais ou familiares portadores dessa doença talvez tenham algum conhecimento sobre câncer. Entretanto, as pessoas que não passaram pela mesma experiência provavelmente deverão desconhecer o assunto. O câncer chega de repente. Mas este ataque do câncer que surge repentinamente, é apenas a sua manifestação, pois as células cancerosas já existiam no organismo das pessoas; essas células geralmente demoram mais de 5 anos ou, em determinados casos, 15 anos para evoluírem até manifestarem seus sintomas. Por essa razão, tem­se a impressão de que os sintomas aparecem repentinamente; entretanto, até o momento de manifestarem seus sintomas, as células cancerosas estavam evoluindo dentro do organismo do paciente, sem que tivessem provocado qualquer efeito maligno. As células cancerosas, que em sua fase inicial não podem ser vistas sem o auxílio de um microscópio, vão crescendo e levam de 5 a 15 anos para chegarem ao tamanho de um pequeno grão de feijão. Em outras palavras, se o câncer não tivesse crescido até o tamanho de um pequeno grão de feijão, não haveria a possibilidade de ser descoberto em um exame médico. Isto significa que um câncer considerado inicial já é um câncer relativamente evoluído. Por exemplo, um câncer que se manifesta aos 50 anos de idade pode ser resultado do crescimento das células que se tornaram cancerosas quando essa pessoa tinha entre 35 e 45 anos de idade. No entanto, as células cancerosas que se formam no organismo, nem sempre chegam a atingir um crescimento significativo. Dizem que elas podem desaparecer enquanto são pequenas, dependendo da capacidade imunológica da pessoa. Dentro do nosso corpo, inúmeras células podem estar tornando­se cancerosas e depois desaparecerem, para em seguida, aparecerem novas células transformadas em cancerosas, e assim sucessivamente. Se uma dessas células evoluir, por obra do azar, transformar­se­á em câncer e ocorrerá a manifestação da doença. Em virtude disso, é comum dizer que se examinarmos com cuidado as pessoas com idade acima da faixa dos 40 anos, que é considerada a idade do câncer, será possível descobrirmos o câncer mesmo em pessoas saudáveis, porém, nesse caso, o câncer é isento de qualquer sintoma. Nesse sentido, torna­se importante conceber o problema, baseando­se na idéia de “conviver com o câncer” em vez de “eliminar o câncer”. Vamos apresentar aqui alguns casos concretos, com a finalidade de ilustrar os sintomas e situações de pacientes portadores de câncer para as pessoas que não tenham familiares que sofram desse mal, pois para “conviver com o câncer”, será necessário ter um sólido conhecimento sobre essa doença. Que sintomas apresenta um paciente portador de câncer e o que origina sua internação? Os sintomas são muito variados e dependem do local em que se manifesta o câncer. Nesta seção do livro, vamos apresentar alguns casos de câncer do pulmão.

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Capítulo 5 ­ A atual situação do tratamento de câncer e sua prevenção

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ο Um homem de 71 anos de idade, que descobriu o linfoma a partir de um exame de cálculo biliar (caso )

Esse paciente foi submetido à cirurgia de cálculo biliar em outubro de 1994 (Ano 6 da Era Heisei). Antes de ser operado, foi tirada uma radiografia do tórax, como um item dos exames de avaliação do quadro geral do paciente, quando foi descoberta uma mancha estranha no lado interno do pulmão direito e ele foi encaminhado para um outro hospital especializado, para ser internado. Em janeiro de 1995 (Ano 7 da Era Heisei), o paciente internou­se em um hospital universitário, foi submetido a exames e constatou­se que era linfoma do tipo B. Pela imagem da radiografia parecia câncer do pulmão, mas não era. Dentro de um significado mais amplo, o linfoma é incluído também como um câncer, entretanto, um tratamento medicamentoso mostra­se mais eficaz do que para o câncer pulmonar normal. Por essa razão, atualmente esse paciente está sendo submetido à quimioterapia. Espera­se que o paciente seja curado por meio desse tratamento.

ο Um homem de 55 anos de idade, que teve sua vida salva por causa da ausência de metástase (caso )

No caso desse paciente, foi a descoberta do catarro com sangue, em outubro de 1994 (Ano 6 da Era Heisei). O sangue estava misturado no catarro. Esse sangue foi examinado por microscópio e descobriu­se que era carcinoma pulmonar de células escamosas. O epitélio de células escamosas é um tipo de tecido epitelial vulnerável à ocorrência do câncer. A membrana interna do pulmão, assim como as membranas internas de todos os órgãos fazem parte da epiderme e são formadas por tecidos epiteliais, a exemplo de células escamosas. Esse paciente tinha catarro com sangue, mas não foi identificada nenhuma anomalia pela radiografia do tórax. As imagens de tomografia computadorizada também apresentaram um quadro normal. Contudo, foi constatado um pequeno foco de câncer na superfície dos brônquios do lobo inferior do pulmão esquerdo.

Em conseqüência disso, em meados de janeiro de 1995 (Ano 7 da Era Heisei), o paciente foi submetido a uma cirurgia para remover a metade inferior do pulmão esquerdo, em um hospital vinculado à uma universidade. Apesar de metade do pulmão esquerdo ter sido removida, atualmente o paciente vive com saúde. Esse caso é um exemplo de muita sorte. Como não havia a metástase, estima­se que a possibilidade de sobrevida de 5 anos seja de aproximadamente 70%. Se o paciente não tivesse sido submetido à cirurgia, provavelmente teria morrido em um ou dois anos. Sua vida foi salva graças ao tratamento médico. Para complementar, a taxa de sobrevida de 5 anos é a porcentagem de pacientes que sobrevivem depois de 5 anos de operação. Por exemplo, vamos supor que 100 pessoas tenham sido submetidas à operação de câncer do pulmão e, se 70 pessoas estiverem vivas depois de 5 anos de operação, então a taxa de sobrevida de 5 anos será de 70%. Essa taxa de sobrevida de 5 anos é utilizada muitas vezes como indicador para avaliar o resultado do tratamento de câncer.

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ο Uma mulher de 74 anos de idade, que teve o câncer descoberto por um exame geriátrico (caso )

Uma mancha anormal foi constatada na radiografia do tórax dessa pessoa, por meio de um exame geriátrico realizado em outubro de 1994 (Ano 6 da Era Heisei). Havia sido identificada a imagem de um caroço de 3cm x 4cm na parte inferior do pulmão esquerdo.

Por essa razão, ela foi internada em 10 de dezembro de 1994 e submetida a uma cirurgia, no dia 6 de janeiro de 1995 (Ano 7 da Era Heisei), para remover a metade inferior do pulmão esquerdo. Era um carcinoma de células escamosas.

O tumor era relativamente grande e havia metástase no gânglio linfático. O câncer do pulmão pode ser classificado em Estádio I, Estádio II, Estádio III e Estádio IV. O Estádio I é o câncer inicial e o Estádio IV é a fase mais avançada da doença. No caso dessa paciente, foi identificado por meio da cirurgia que o câncer era de Estádio IV. Quando o caso é dessa natureza, o prognóstico da doença (previsão do quadro da doença depois do tratamento) não é muito bom e a taxa de sobrevida de 5 anos é de 14,9% em média.

ο Uma mulher de 58 anos de idade, que não pôde ser salva por causa dos focos de metástase em todo o pulmão (caso )

Essa mulher sofria de hipertensão desde alguns anos antes e estava sendo tratada por um médico especializado em doenças cardíacas. Duas ou três vezes ao ano, eram tiradas radiografias do tórax para exames.

Em novembro de 1994 (Ano 6 da Era Heisei), procurou um hospital de cardiologia por causa de uma gripe e foi tirada uma radiografia do tórax nesse hospital, quando foi constatada uma mancha de aproximadamente 2,5 cm na parte inferior do pulmão direito. Pelo resultado dos exames, foi identificado que se tratava de um adenocarcinoma pulmonar. A radiografia mostrava apenas uma mancha do tamanho de uma moeda de dez centavos e o restante do pulmão era normal. Ela foi operada em janeiro de 1995 (Ano 7 da Era Heisei) e foram constatadas muitas pintas salientes, de aproximadamente três centímetros de diâmetro, na superfície do pulmão direito. Ao examinar essas pintas por meio de um microscópio, percebeu­se que todas eram focos de metástase. Ou seja, não era apenas um foco de câncer do tamanho de uma moeda de dez centavos, mas havia metástase em toda a face do pulmão. Paralelamente, havia também a metástase no gânglio linfático e o câncer do pulmão era de Estádio III. Quando há metástases, a taxa de sobrevida de 5 anos é praticamente zero. Todos os pacientes morrem depois de cinco anos.

ο Um homem de 36 anos de idade que tinha hemoptise, mas ninguém conseguia encontrar o foco da doença (caso )

O catarro com sangue começou por volta de janeiro de 1994 (Ano 6 da Era Heisei) e o paciente consultou um médico, mas não foi detectada nenhuma anomalia. Quando chegou o verão, começou a sentir uma moleza geral do corpo e, segundo o paciente, “não queria mais trabalhar”.

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Capítulo 5 ­ A atual situação do tratamento de câncer e sua prevenção

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Em novembro, foi internado por causa de uma hemorragia do pulmão direito. A hemoptise chegava a um copo por vez, a cada dois dias. Foi submetido a vários exames de clínica­ geral, mas não foi possível detectar as causas da hemorragia pulmonar. Porém, havia sido identificado que a hemorragia era na parte superior do pulmão direito. Em fevereiro de 1995 (Ano 7 da Era Heisei), foi removida a parte superior do pulmão direito, no Departamento de cirurgia, para estancar a hemorragia. Ao solicitar ao Departamento de patologia um exame minucioso da parte superior do pulmão direito removida, foi descoberto um pequeno adenocarcinoma no topo do pulmão direito e a hemorragia era proveniente desse local. Nesse caso, não havia metástase no gânglio linfático. Conseqüentemente, acredita­se que o prognóstico pós­operatório deva ser bom e a taxa de sobrevida de 5 anos é de 60% a 70%.

ο Um homem de 67 anos de idade, que pelo exame neurológico não foi possível detectar a anomalia (caso )

Esse paciente sentiu uma tontura em fevereiro de 1994 (Ano 6 da Era Heisei) e começou a ter dificuldades para caminhar. Não conseguia mais movimentar as mãos e os pés com suavidade e demonstrava dificuldade também para falar. Em virtude do agravamento desses sintomas, o paciente foi submetido a diferentes exames no Departamento de neurologia clínica, tais como tomografia computadorizada, ressonância magnética, encefalografia, etc., mas todos os resultados eram normais. Sem conhecer as causas dos sintomas, foi feita dessa vez uma tomografia computadorizada do tórax. Em uma radiografia convencional do tórax, o resultado havia sido normal, mas pelas imagens da tomografia computadorizada foi constatado um tumor de aproximadamente 3cm x 2cm na região central do tórax e, ao examinar, constatou­se que era câncer pulmonar de pequenas células. Para o câncer de pequenas células, as drogas anticancerígenas são eficazes e imediatamente o paciente foi submetido à quimioterapia. Esse caso parece ser bastante raro e estima­se que a sobrevida seja de um ano aproximadamente.

Será que é realmente possível descobrir e tratar o câncer ainda em seu estágio inicial?

Os casos a apresentados aqui foram seis casos de cirurgia, efetuadas uma atrás da outra pela nossa equipe. Nesses casos, o câncer do pulmão havia sido descoberto acidentalmente por meio de radiografia, ou ainda, pelos sintomas de gripe ou sintomas neurológicos reclamados pelo paciente, e os exames de câncer foram iniciados depois disso. As pessoas que apresentavam, antes da cirurgia, catarro com sangue ou sintomas semelhantes aos de gripe foram examinadas e, somente em função disso, o câncer do pulmão havia sido constatado.

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Em três dos seis casos apresentados (casos , e ), a taxa de sobrevida de 5 anos é boa, indicando valores em torno de 50% ou 60%, mas para os outros três casos ( e ), a sobrevida é de um a dois anos.

Esses pacientes haviam apresentado apenas pequenos sintomas de gripe ou catarro com sangue, mas na realidade essas pessoas, que pareciam saudáveis, já estavam com a doença incurável. Esses pacientes devem ter tido um sentimento semelhante ao de que “a infelicidade não escolhe hora para chegar”. Diante disso, alguém poderá imaginar que estará seguro se houver um acompanhamento médico, mas esta idéia nem sempre é verdadeira. No caso , o paciente estava sendo tratado por um médico cardiologista desde alguns anos, por causa de hipertensão. Esse paciente também era examinado por meio de radiografia do tórax, que era efetuada duas ou três vezes ao ano. O câncer do pulmão havia sido descoberto a partir dos sintomas de gripe, porém, nessa ocasião, já era demasiado tarde. A evolução do câncer é variável, ora pode ser lenta, ora ser repentinamente acelerada. Acredita­se que o caso seja também do tipo que tenha avançado de forma acelerada. A radiografia era efetuada duas ou três vezes ao ano, mas, mesmo assim, isso não permitiu a identificação precoce do câncer. Diante disso, o leitor poderá pensar: se tivesse efetuado a radiografia do tórax com mais freqüência poderia ter identificado o câncer ainda em sua fase inicial. No entanto, há uma grande dúvida e será fácil perceber diante do seguinte fato: dos seis casos apresentados, existiram três casos em que uma radiografia convencional do tórax não havia revelado nenhuma anomalia, por essa razão, jamais podemos afirmar que o diagnóstico precoce seja possível somente com uma radiografia. Na realidade, até podemos dizer que a identificação de câncer do pulmão ainda em sua fase inicial, por meio de radiografia, é uma tarefa bastante difícil. Em contrapartida, submeter um paciente à radiografia com muita freqüência pode trazer outros problemas. Os raios X são radioativos, portanto, estes poderão provocar alterações dos fatores genéticos do paciente ou redução de seus glóbulos brancos. Diante disso, podemos dizer que, preferencialmente, é melhor evitar a radiografia quando se pensa em termos de saúde. Antigamente, nas escolas primárias japonesas, era realizado uma vez ao ano um exame médico por meio de radiografia; entretanto, hoje em dia, o exame passou a ser realizado uma vez a cada dois anos, por causa da preocupação com a radioatividade. Dizem que a ação mais importante contra o câncer é “descobrir e tratar ainda em sua fase inicial”, mas será que essa colocação é realmente verdadeira?

O percurso de um paciente com câncer até chegar ao diagnóstico é bastante diversificado, como pudemos observar nos seis casos apresentados. Diante dessa realidade, aclamar e adotar como lema a identificação precoce do câncer preocupa­nos muito, pois, isso poderá até deixar os pacientes e médicos neuróticos, contrariando o que se poderia esperar dessa ação.

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Capítulo 5 ­ A atual situação do tratamento de câncer e sua prevenção

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Ainda não existe um medicamento que seja a palavra final

Atualmente, ainda não podemos dizer que o tratamento de câncer seja algo perfeito. Acredita­se que o tema da medicina do século 21 seja curar os pacientes portadores de câncer de uma forma plena. Se o câncer pudesse ser curado sem depender de uma intervenção cirúrgica, seria uma coisa fantástica e provavelmente todos concordariam com isso. Entretanto, se pudéssemos remover todo o tecido canceroso por meio de cirurgia, seria melhor. Porém, muitas vezes, não temos condições de efetuar a cirurgia por causa da idade do paciente ou de outras restrições.

Em certa época, quando surgiram o remédio denominado mostarda nitrogenada e os antibióticos denominados mitomicina e bleomicina tivemos a sensação de que o câncer poderia ser curado no dia seguinte. Quando o interferon foi descoberto, também aconteceu o mesmo e foi criada uma expectativa como se esse medicamento fosse o supra­sumo das drogas anticancerígenas. No entanto, o interferon também não foi um “remédio fatal” para tratamento do câncer. Todas essas substâncias citadas apresentaram resultados fantásticos dentro de um tubo de ensaio. Contudo, em experiências com animais a sua avaliação caiu um pouco e, quando foram testadas clinicamente em seres humanos, a decepção tomou conta por causa da taxa de cura demasiadamente baixa. Por que será que isso aconteceu?

O maior motivo para que isso aconteça está no seguinte fato: não existe um sistema metabólico específico para as células cancerosas. Além disso, o sistema metabólico poderá apresentar diferença de intensidade e o sistema que ocorre com freqüencia em células cancerosas está presente também nas células normais. Portanto, quando se pretende atacar as células cancerosas, por meio de obstrução do sistema metabólico dessas células, as células normais também acabam sendo afetadas. Por exemplo, os genes cancerígenos denominados oncogenes são substâncias que existem dentro das células, mas esses genes não são vistos apenas nas células cancerosas, eles estão presentes também nas células normais. Por sua vez, as substâncias denominadas marcadores tumorais não são peculiares de células cancerosas, sendo estes marcadores apenas substâncias encontradas nas células cancerosas em quantidades relativamente grandes. Ou seja, uma vez que não existe um sistema metabólico específico para as células cancerosas, não existe também um medicamento que sirva de obstáculo para esse sistema.

As drogas anticancerígenas existentes atualmente possuem a característica de obstruir a multiplicação das células. Isto significa que estas drogas são preparadas, com base na premissa de que as células cancerosas apresentam uma multiplicação intensa e as normais não. Ao ministrar remédios que inibam as células de proceder sua multiplicação, acarretará também obstrução e danos a células normais que necessitam de uma multiplicação

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permanente, como nos casos do fígado ou medula óssea. Paralelamente, são verificados também efeitos colaterais, como redução de glóbulos brancos, por exemplo. Ainda não foi descoberta uma diferença do ponto de vista fisiológico, que permita identificar com clareza uma célula normal de uma cancerosa. Atualmente, ainda não foram identificadas também proteínas e outras substâncias químicas peculiares de células cancerosas.

Os marcadores tumorais também estão presentes nas células normais, apesar de ser em pequena quantidade. Portanto, não se pode esperar muito do tratamento denominado “terapia de míssil”.

A terapia de míssil consiste no seguinte: quando ocorre a formação de uma substância peculiar na superfície das células cancerosas denominada glicoproteínas (substâncias resultantes da combinação de glicose e proteína), o organismo reconhece essas glicoproteínas como substâncias estranhas e cria anticorpos para combatê­las. Uma substância tóxica é combinada com esses anticorpos criados para serem atirados como mísseis contra as células cancerosas em questão, para combater o câncer manifestado. A idéia dessa terapia é interessante e existe um método que conseguiu patente internacional, mas, ao que parece, existe uma dificuldade muito grande para fazer com que a substância tóxica acerte apenas as células cancerosas, tal como foi previsto em teoria.

Vamos conhecer a realidade do tratamento de câncer

Apresentaremos agora os tipos de tratamentos empregados atualmente no combate ao câncer, que se manifesta em diferentes partes do corpo, e seus resultados terapêuticos.

Por ser o câncer a primeira causa de morte da população japonesa, será fácil imaginar que os resultados da terapia não são bons. Mas para prevenir contra o câncer, será importante também conhecer a realidade do seu tratamento.

Com esta finalidade, vamos observar os recentes resultados de tratamento dos principais casos de câncer.

Câncer da glândula tireóide

Noventa porcento dos casos de câncer da glândula tireóide são cânceres diferenciados, denominados “câncer de mamilos”, e seu crescimento é lento. A grande maioria desse tipo de câncer melhora com a cirurgia para sua remoção e, em uma pequena parte dos casos, provoca a metástase por via sangüínea. Os casos de câncer da glândula tireóide, suscetíveis de metástase, necessitam de drogas anticancerígenas e atualmente aguarda­ se o aparecimento de drogas anticancerígenas mais eficazes.

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Capítulo 5 ­ A atual situação do tratamento de câncer e sua prevenção

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Figura 33 Mama esquerda/ incidência do câncer de mama por região

Câncer de mama

Um tipo de câncer que pode ser descoberto até por leigos é o câncer de mama. O câncer em si já é uma doença sem sintomas e os sintomas e as dores aparecem somente em seu estágio avançado. Em virtude disso, tem­se a impressão de que o câncer aparece repentinamente, de um dia para outro. Contudo, em se tratando do câncer de mama, qualquer pessoa pode identificá­lo ainda em sua fase inicial, bastando para isso uma observação cuidadosa. O câncer de mama tem alta incidência entre as mulheres (poderá ocorrer também nos homens) e a região externa do quadrante superior da mama (figura 33) é a parte mais vulnerável para essa doença. Mediante um toque nessa região, o câncer de mama poderá ser descoberto com facilidade, mesmo que a pessoa não seja um médico ou uma enfermeira. Certa vez, uma senhora de 34 anos de idade, dona de casa, percebeu um caroço na mama direita, que provocava um pouco de dor e foi consultar um médico cardiologista. Esse médico aplicou uma compressa sobre o caroço da mama e, para espanto geral, ele continuou fazendo isso durante um ano. O caroço da mama direita foi aumentando até que surgiram as dores e, diante disso, essa senhora marcou uma consulta em um hospital universitário.

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Assim que o médico viu a mama, percebeu imediatamente que se tratava de câncer. A pele da região em que existia o caroço havia mudado de cor, apresentando uma coloração cor­de­laranja. A paciente foi internada no ato e, depois de realizar os exames de rotina, a mama direita foi removida. Todavia, o câncer já havia provocado a metástase nos ossos. Foi um acontecimento frustrante, uma vez que o destino poderia ter sido mudado caso a paciente tivesse recebido um tratamento adequado antecipadamente. Essa experiência amarga fez perceber que compete também aos pacientes encontrar um bom médico. Uma outra senhora, também dona­de­casa, que tinha um bebê de oito meses compareceu para uma consulta: “Li em uma revista a maneira de descobrir o câncer de mama e, ao verificar a mama por meio desse método, encontrei um pequeno caroço de aproximadamente 6mm x 8mm na região inferior esquerda”, disse. Foi feito biópsia por punção no ambulatório (trata­se de um método de exame que consiste em retirar a célula por meio de uma agulha oca, espetando­a no local afetado pela doença e depois examinar o tecido retirado por meio de um microscópio, o método é pouco invasivo). O resultado do exame não apresentou dúvidas e revelou a existência de um tecido de câncer de mama. A paciente foi internada logo em seguida e submetida à cirurgia de remoção da mama esquerda. Depois de realizar um exame geral, não foi encontrada a metástase em nenhuma parte do corpo. Esse é um exemplo que mostra o resultado positivo do auto­exame para casos de câncer de mama.

Um alerta para aqueles que pensam que o câncer de mama é uma doença só de mulheres, pois os homens também estão sujeitos a esse tipo de câncer. Um homem de 57 anos de idade compareceu para uma consulta: “Tenho um caroço na mama”, disse. Foi feita uma cirurgia no ambulatório para remover esse caroço e, depois, um exame patológico para analisá­lo. Era realmente um câncer de mama. Foi a primeira vez que encontrei um paciente, sob minha responsabilidade, portador de câncer de mama. Já se passaram cinco anos depois da operação e o paciente está bem de saúde. A vida de um paciente não é protegida pelo médico. É preciso que cada paciente adote uma postura de proteger a si próprio. O médico apenas auxilia o paciente a fazer isso.

Até porque, existem médicos que fazem compressa em uma paciente com câncer de mama e continuam a fazer isso durante um ano. Existem muitos médicos que são considerados autoridades, mas somente em uma área de especialização bastante restrita. Existem também médicos que, quando saem de sua especialização, só conhecem a medicina em um nível semelhante ao de uma pessoa leiga. Em geral, o câncer de mama provoca um tumor localizado e sua metástase ocorre principalmente nos nódulos linfáticos, pelo menos em seu estágio inicial. No Japão, a quantidade anual de pacientes com câncer é de 15 mil pessoas. Calcula­se que na população feminina, a cada 40 ou 50 mulheres, uma por ano contrai essa doença. O pico de incidência por idade acontece na faixa dos 40 a 50 anos e diz­se que a taxa de incidência é alta em mulheres que tiveram o primeiro parto tardio ou poucos partos. Observando por região da mama, a maior ocorrência é verificada no quadrante superior externo.

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Capítulo 5 ­ A atual situação do tratamento de câncer e sua prevenção

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Em épocas passadas, a cirurgia realizada para o câncer de mama era a remoção total da mama do lado afetado juntamente com os músculos localizados sob a mesma. Contudo, há dez anos, aproximadamente, começou a ser empregado um método cirúrgico denominado cirurgia conservadora do músculo peitoral, que remove apenas a região afetada pelo câncer, preservando o músculo. Por meio desse método, a cirurgia torna­se mais fácil e, em virtude da permanência da mama, as pacientes ficam mais tranqüilas depois da operação. Isso traz efeitos positivos para a paciente, tanto física, quanto socialmente. Por mais que o câncer seja curado, um tratamento não teria o menor sentido se depois da cirurgia a paciente não pudesse retornar à vida normal que levava e, felizmente, estão aumentando as pessoas que pensam dessa maneira.

Câncer do pulmão

Nos últimos anos, o câncer do pulmão vem aumentando de forma muito acelerada. O tabagismo e a poluição atmosférica são apontados como as suas causas. A maioria dos casos do câncer de pulmão não apresenta nenhum sintoma. O que ocorre com muitas pessoas é a descoberta do câncer, por acaso, a partir de uma mancha estranha encontrada em uma radiografia, que por sua vez é tirada sem muito compromisso, aproveitando a oportunidade de um exame médico rotineiro. Nesse exemplo, não são poucos os casos em que o câncer é curado por cirurgia.

Em contrapartida, quando os pacientes procuram o hospital depois que manifestam os sintomas como dores no peito ou nas costas, aumento de tosse ou escarro, respiração difícil etc., quase sempre é demasiado tarde, o que impossibilita a realização de uma intervenção cirúrgica. O câncer do pulmão precisa ser descoberto cedo, caso contrário, torna­se difícil curar a doença por meio de cirurgia. Supondo­se que chegam ao hospital quatro pacientes com câncer, dentre estes apenas um poderá ter a possibilidade de cirurgia. Outros três já estão com a doença muito avançada e não terão mais condições de serem operados. Segundo estatísticas, para cada cinco pacientes apenas um apresenta a possibilidade de cirurgia.

E mais ainda, mesmo que haja a possibilidade de cirurgia, o seu resultado não é muito animador. Em média, a taxa de sobrevida de 5 anos depois da operação é de 31,7% aproximadamente.

Não só o câncer do pulmão, mas qualquer tipo de câncer pode ser dividido em quatro fases a seguir: Estádio I, Estádio II, Estádio III e Estádio IV. Essas fases indicam o estado de evolução do câncer.

Estádio I: quando o câncer está em seu estado inicial sem a metástase nos gânglios linfáticos.

Estádio II: quando apresenta metástase somente nos gânglios linfáticos próximos ao câncer.

Estádio III: quando apresenta metástase nos gânglios linfáticos um pouco afastados do foco do câncer, mas que não chega a atingir outros órgãos do corpo.

Estádio IV: quando apresenta metástase em outros órgãos do corpo.

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Será apresentado aqui o gráfico que mostra os resultados da cirurgia do câncer do pulmão, embora essa cirurgia seja possível apenas em um de cada 4 ou 5 pacientes (figura 34). Estes dados foram apresentados pelo Centro Nacional do Câncer e indicam que a taxa de sobrevida de 5 anos dos pacientes de Estádio I é de 54,9%, dos pacientes de Estádio II é de 39,0%, dos pacientes de Estádio III A (estádio III de quadro leve) é de 14,9% e dos pacientes de Estádio III B (estádio III de quadro grave), 0%. Quando se trata de Estádio III B, todos os pacientes morrem dentro de cinco anos e para os pacientes de Estádio IV, esta taxa é de 4,4%. A média da taxa de sobrevida de 5 anos, dos pacientes de Estádio I a Estádio IV é de 31,7%. De acordo com esta estatística, além de a possibilidade de cirurgia estar restrita a um caso para cada quatro pacientes, mesmo que essa cirurgia seja realizada, apenas um entre três pacientes poderá sobreviver cinco anos depois da operação.

O resultado da cirurgia mostra uma situação desastrosa apesar do aumento acentuado dos casos de câncer do pulmão. Espera­se que novos métodos terapêuticos possam aparecer, a qualquer custo.

Câncer do esôfago

O alimento ingerido chega ao estômago, passando pelo esôfago. O esôfago ocupa o espaço entre a boca e o estômago, e o termo em língua japonesa que corresponde a esôfago é formado pelas letras “alimento” e “caminho”, por ser o esôfago o caminho por onde passa o alimento. O câncer do esôfago provoca o estreitamento de seu canal e o paciente passa a reclamar de sintomas como a sensação de alimento preso no peito, dificuldade de engolir o alimento ingerido, etc. No caso de câncer do estômago, não existe um tratamento clínico e a única alternativa é a cirurgia com a remoção do foco de câncer. O método de cirurgia do câncer de esôfago consiste na suspensão do estômago e do intestino depois de remover o esôfago. Evidentemente, a região inferior do esôfago, isto é, a parte mais próxima ao estômago é mais fácil de ser operada e a região mais próxima da boca, ou seja, quando o câncer está na parte superior do esôfago, dificulta um pouco a suspensão do estômago e do intestino depois da cirurgia. Conseqüentemente, o resultado da operação do câncer da parte inferior do esôfago é melhor do que o da operação da parte superior. O resultado geral da cirurgia do câncer de esôfago apresenta 50% de taxa de sobrevida de 5 anos, conforme mostra a figura. Porém, apesar de esse valor ser superior ao resultado do câncer do pulmão, existe ainda muito caminho a ser percorrido (figura 35).

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Capítulo 5 ­ A atual situação do tratamento de câncer e sua prevenção

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Figura 34 Taxa de sobrevida de 5 anos depois da cirurgia do câncer do pulmão (estatística do Centro Nacional do Câncer)

Interpretação do gráfico

A taxa de sobrevida de 5 anos do câncer do pulmão em estado leve é de 54,9%. A média geral da taxa de sobrevida de 5 anos, considerando todos os estádios, é de 31,7%.

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Câncer do fígado

O fígado é o maior órgão do corpo humano. O tratamento do câncer do fígado consiste na remoção do foco da doença ainda em seu estado inicial. Embora a retirada total do fígado seja proibitiva, existe a possibilidade de remover aproximadamente até metade deste órgão.

As técnicas de diagnose melhoraram muito nos últimos anos e, por meio de tomografia computadorizada, ultra­sonografia e outras métodos novos, já é possível diagnosticar com facilidade os cânceres do fígado menores do que 2 cm de diâmetro, proporcionando condições para uma intervenção cirúrgica mais objetiva. A descoberta do câncer do fígado, quando ele é ainda pequeno, facilita a cirurgia, pois basta remover parte deste. Entretanto, para o câncer do fígado, a possibilidade de efetuar uma intervenção cirúrgica é de apenas um caso para cada cinco pacientes (taxa de intervenção de aproximadamente 20%). Recentemente, vem sendo experimentado um método de injetar álcool nos focos pequenos de câncer do fígado, com a finalidade de matar esse foco e seus resultados são positivos. Seria maravilhoso se houvesse a possibilidade de um tratamento tópico do câncer, em vez de cirurgia.

Câncer do estômago

No período de pós­guerra do Japão, o câncer do estômago era o de maior incidência, atualmente, este vem diminuindo ano após ano. A intervenção cirúrgica adotada para o câncer do estômago é a remoção deste órgão juntamente com os gânglios linfáticos em seu redor. A taxa de sobrevida de 5 anos vem aumentando e para o câncer do estômago de Estádio I, isto é, câncer do estômago de estado inicial, a taxa registrada é de 98%. Essa mesma taxa para o câncer de Estádio II é de 77%, de Estádio III é de 44% e de Estádio IV, o índice é de 15%. Essa melhoria dos resultados da cirurgia teve o respaldo dos avanços das técnicas de diagnose. O câncer do estômago está sendo identificado mais cedo e vem aumentando os casos de cirurgia desse câncer e, com isso, o desempenho do tratamento vem melhorando também. Em casos de câncer do estômago de estado inicial, outros métodos cirúrgicos estão sendo experimentados ativamente, tais como a cirurgia por meio de endoscopia em vez de incisão abdominal (figura 36), a cirurgia pela cavidade abdominal, também por endoscopia, com um aparelho introduzido pelo abdome.

Entretanto, o câncer do estômago poderá provocar metástase no fígado ou pulmão quando não é tratado, o que o levaria a uma situação fora do âmbito da cirurgia.

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Capítulo 5 ­ A atual situação do tratamento de câncer e sua prevenção

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Figura 35 Resultado de cirurgia do câncer do esôfago/Curva de sobrevida depois da cirurgia de remoção da obstrução, em 3 zonas de ocorrência do câncer do esôfago: regiões superior e central do peito e região inferior do peito. (Coordenadoria de pesquisa do Ministério da Saúde: pesquisa por questionário realizada em 10 instituições)

Interpretação do gráfico

A média geral da taxa de sobrevida para casos de câncer do esôfago é de aproximadamente 50%.

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Figura 36 Cirurgia de um câncer do estômago em estado inicial, por meio de endoscopia

Interpretação do gráfico

É injetada uma solução salina na parte inferior do câncer para soltar o foco da camada muscular e posteriormente este é removido.

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Capítulo 5 ­ A atual situação do tratamento de câncer e sua prevenção

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O câncer de estado inicial não aparece na radiografia

Acreditamos que os casos apresentados até agora tenham permitido ao leitor compreender o quão difícil é tratar o câncer. Talvez a explicação esteja em ordem invertida, mas vamos pensar agora como o câncer é originado. Existem dois fatores causadores do câncer, que agem em duas etapas distintas. A primeira etapa é a presença de fatores cancerígenos. Esses fatores são agentes externos e por meio de algum tipo de ação dão origem ao câncer. Alguns afirmam que o cigarro contém substâncias cancerígenas e, portanto, é causador de câncer. Contudo, existe também outra teoria, com muitos adeptos, que afirmam ser um vírus a causa do câncer.

Em 1945, uma bomba atômica foi lançada em Hiroshima e a cidade foi coberta pela radioatividade e, em virtude disso, por volta de 1952 e 1953, houve muitos casos de leucemia entre os habitantes dessa cidade. Paralelamente, durante a Segunda Guerra Mundial, havia uma fábrica localizada na ilha de Ookunoshima, no mar interno de Setonaikai, que fabricava gases tóxicos. Muitas pessoas que trabalhavam nessa fábrica tiveram câncer de fígado manifestado por volta de 1962. Desta forma, em uma primeira etapa, será necessário existir algum fator predisponente para originar o câncer e, na segunda etapa, entra em ação um fator que estimulará o câncer gerado. Sem a presença desses fatores desencadeantes no organismo do paciente, não ocorreria o crescimento das minúsculas células cancerosas, mesmo que o câncer tivesse sido gerado (figura 37). Há também a notícia da presença de oncogenes também nas células normais, mas, via de regra, esses oncogenes permanecem dormentes e inativos, razão pela qual as células normais não se transformam em células cancerosas. Entretanto, quando os oncogenes recebem um determinado tipo de energia, proveniente de fatores cancerígenos, esses genes acabam se despertando e as células normais transformam­se em cancerosas. Quando isto acontece, essas células normais, que sofreram a transformação, praticamente deixam de lado os seus trabalhos originais e passam a ser células totalmente estranhas, repetindo única e exclusivamente o processo de divisão incessante.

Uma célula normal interrompe sua multiplicação quando atinge um limite considerado necessário, controlado por um certo mecanismo. Entretanto, no caso das células cancerosas, esse mecanismo é ignorado, prosseguindo desmesuradamente o processo de multiplicação.

Algumas células cancerosas preservam uma pequena parcela do trabalho original de uma célula normal, porém, quanto mais maligna for a célula cancerosa, maior será a perda dessa função original. Em função da divisão e da multiplicação das células cancerosas, os tecidos em seu redor acabam sendo pressionados e destruídos. Foi dito há pouco que a multiplicação das células cancerosas é desmesurada, mas quando se trata de um câncer em seu estado inicial, o seu crescimento ainda é bastante lento. Conforme mencionado anteriormente, estima­se que o câncer leva de 10 a 15 anos para crescer, até chegar a ter aproximadamente 1 cm, o equivalente ao tamanho de um pequeno feijão.

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Figura 37 Fatores predisponentes e desencadeantes do câncer (teoria de dois estágios)

Um câncer de pequenas proporções não provoca nenhum sintoma. Além disso, um câncer inicial de pequeno tamanho não pode ser visualizado por uma radiografia, nem por endoscopia. O comportamento do câncer durante a fase inicial é algo bastante tranqüilo. Uma outra característica do câncer é a sua presença em locais com pouco oxigênio ou queda da capacidade imunológica e isto pode ser notado pela natureza das causas que provocam o câncer. Em locais com pouco oxigênio, uma célula normal não poderia sobreviver, o que não acontece com as células cancerosas, que conseguem sobreviver mesmo em ambientes com falta de oxigênio. Em outras palavras, podemos dizer que as células cancerosas são aptas para viver em ambientes com deficiência de oxigênio. Ao lado dessas considerações acerca da origem do câncer, merece também ser destacada a teoria que defende a influência de vírus na geração do câncer.

Por que ocorre a metástase do câncer

A medida que o câncer cresce, este desloca­se pouco a pouco acompanhando o movimento das células que estão em sua volta, paralelamente, movimenta­se também por conta própria, como se fossem amebas e vai se infiltrando no interior dos tecidos vizinhos. Além disso, o câncer poderá atravessar a parede dos vasos sangüíneos e penetrar na corrente sangüínea, ou ainda, mergulhar na linfa dos vasos linfáticos e ser carregado para lugares distantes. Nesses lugares, o câncer infiltra­se entre os tecidos e multiplica­ se, aumentando seus companheiros. Isto é a metástase do câncer (figura 38).

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Capítulo 5 ­ A atual situação do tratamento de câncer e sua prevenção

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Figura 38 Assim acontece a metástase do câncer

Os focos de metástase do câncer iniciam ativamente a divisão e a multiplicação, de modo idêntico ao foco original do câncer. A maior dificuldade encontrada no tratamento do câncer reside nos problemas gerados pela metástase.

Segundo os dados de 1990, do Ministério da Saúde, somente 40% dos pacientes com câncer, que procuraram o hospital para fazer consulta, foram diagnosticados como casos em que ainda poderiam pensar em cirurgia, e mesmo assim, com muita ressalva. Os outros 60% já estavam com a metástase em outras partes do corpo. Em casos de câncer do estômago, que é até agora o tipo de câncer mais freqüente no Japão, os pacientes que puderam ser submetidos à cirurgia foram 36%, dentre aqueles que procuraram um hospital, e outros 64% dos pacientes já apresentavam metástase e foram operados apenas pró­forma. No caso de homens, em 1993, o câncer do pulmão ultrapassou o câncer do estômago, passando a ser o primeiro. Para o câncer do pulmão, somente 16% dos pacientes portadores que procuraram um hospital puderam ser operados, havendo a predominância de pacientes com metástase, que representam outros 84%, para os quais nada mais adiantaria ser feito.

O Prof. Dr. Harufumi Kato, da Faculdade de Medicina de Tokyo, é uma autoridade japonesa em cirurgia de câncer do pulmão. Segundo o relatório do Dr. Kato, 60% dos pacientes que procuram o hospital já apresentam um quadro avançado de câncer do pulmão, eliminando qualquer hipótese de cirurgia.

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Desde há muito tempo, dizem que a melhor forma de combater o câncer é: a identificação precoce da doença e a cirurgia ainda no seu estado inicial. Apesar dessa preocupação, os números que aparecem nos resultados do tratamento deixam muito a desejar, demonstrando o quanto ainda é precária a situação dos tratamentos realizados.

Até que ponto os exames de câncer são eficazes

Por mais que se esforce na identificação precoce e tratamento do câncer ainda no seu estado inicial, a metástase acaba acontecendo na maioria dos casos, dificultando o tratamento desta doença. Mesmo diante dessa realidade, continuam prosseguindo as ações em prol da identificação precoce do câncer e do tratamento no estado inicial, assim, muitos exames médicos continuam sendo realizados com o objetivo de descobrir o câncer ainda em sua fase inicial. Pergunta­se, então, o exame de câncer é realmente eficaz? Vamos pensar um pouco sobre esse assunto nesta seção do livro.

O primeiro câncer formado é denominado foco original. Quando o câncer é removido, por meio de cirurgia, enquanto permanece nesse foco original, o resultado do tratamento será bom. Todos reconhecem que a melhor forma de tratar o câncer é identificá­lo e tratá­lo ainda em seu estágio inicial. Nesse sentido, além de câncer do estômago e do intestino grosso, vem aumentando também a identificação precoce do câncer de fígado, apresentando melhoras no resultado de seu tratamento. Entretanto, quando a situação depende única e exclusivamente de identificação/cirurgia do câncer em estado inicial, sem nenhuma outra alternativa, não podemos deixar de dizer que o tratamento do câncer está demasiadamente atrasado, em comparação com outras áreas da medicina. Porque acreditamos que: “O paciente sente­se mal, vai a um hospital, é tratado e curado”, sendo a postura normal e correta da medicina e da terapia. Porém, em se tratando de câncer, é impossível obter bons resultados sem que este seja descoberto e removido, enquanto não estiver apresentando nenhum sintoma. Na maioria dos casos, comparecer ao hospital depois de terem aparecido sintomas graves já é demasiado tarde (figura 39). O exame de câncer é realizado em todo o território japonês para evitar que a descoberta seja tarde. Os funcionários das empresas são obrigados a fazer o exame uma vez por ano e para as pessoas com mais de 65 anos de idade, já existe um sistema próprio para os exames geriátricos. De um lado, esses exames médicos deixam as pessoas com uma neurose de câncer, por outro, pode­se dizer que os deixam mais tranqüilos.

Contudo, nos Estados Unidos, algumas pessoas levantaram dúvidas sobre esse sistema de exames de rotina. A gota d’água para essa manifestação de dúvida foi a pesquisa realizada pelo Dr. Fontana da Mayo Clinics, que é considerado o hospital mais renomado dos Estados Unidos. A pesquisa do Dr. Fontana tratava do seguinte:

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Capítulo 5 ­ A atual situação do tratamento de câncer e sua prevenção

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Figura 39 Câncer do pulmão e sua metástase no cérebro

Interpretação da fotografia

As células cancerosas do pulmão na região do tronco pulmonar (figura superior) provocaram uma metástase no cérebro e formaram um foco de câncer dentro do cérebro (figura inferior: imagem da tomografia computadorizada do cérebro).

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Um pouco menos de 10 mil pessoas, compostas por homens fumantes acima de 45 anos que representam a população de alto risco de câncer do pulmão, foram divididos em dois grupos por meio de um sorteio. Um dos grupos foi submetido à radiografia e exame de escarros, a cada quatro meses, e para o outro grupo não foi efetuado nenhum exame. Ao longo de cinco anos, foram identificados 206 pacientes com câncer do pulmão, do grupo submetido ao exame, e 160 portadores, do grupo não examinado. A descoberta do câncer foi mais rápida no grupo examinado e sua taxa de sobrevida de 5 anos foi bem mais alta do que o grupo não examinado, apresentando um índice de 33% contra 15%. Apesar do resultado apresentado, no final, o número de pessoas que acabou morrendo por causa do câncer de pulmão foram 122 casos, para o grupo examinado, e 115 casos, para o grupo não examinado, o que significa nenhuma diferença do ponto de vista estatístico. A conclusão que pode ser tirada a partir do resultado dessa pesquisa é a seguinte: Os exames permitiram descobrir muitos casos de câncer do pulmão; entretanto, casos mais graves que levam o paciente à morte apareceram nos dois grupos, em quantidades quase iguais, e os exames realizados não foram capazes de evitar essas mortes. Esse tipo de pesquisa foi realizada na Europa e nos Estados Unidos, para um grupo da ordem de dez mil pessoas, e a partir de seus resultados foi concluído que os exames de câncer do pulmão e do intestino grosso não são eficazes para evitar a morte por câncer e, por este motivo, os exames de câncer não são realizados. Apesar dessa contraprova forte, os exames médicos coletivos e periódicos são realizados em grande quantidade no Japão.

Acreditamos que daqui para frente a questão da necessidade ou não de continuar examinando as pessoas com saúde é um assunto que deverá ser analisado com muito cuidado.

O relatório do Dr. Fontana mostrou que, apesar do exame ser realizado a cada quatro meses, não foi possível diminuir os casos de morte e isto é altamente significativo e profundo.

A dúvida sobre o julgamento de um processo de tratamento médico

A cada ano, vêm aumentando processos judiciais relativos a acidentes médicos. Isto acontece principalmente nos Estados Unidos, e um médico cirurgião­cardiologista paga anualmente prêmios de seguro da ordem de 100 mil dólares (aproximadamente 10 milhões de ienes). No Japão, isto significaria repassar toda a renda anual de um médico para o pagamento do seguro. Nos Estados Unidos, o prêmio de um seguro é bastante caro e chegam até dizer que o médico não poderia sobreviver sem que tivesse ganhos altos.

Fatos semelhantes vêm ocorrendo também no Japão e, há alguns anos, foi noticiado no jornal um caso interessante de acidente médico. Havia sido encontrada, por acaso, uma mancha com suspeita de ser câncer do pulmão, em uma radiografia do tórax de um paciente de 57 anos de idade, presidente de uma empresa, quando havia sido submetido

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Capítulo 5 ­ A atual situação do tratamento de câncer e sua prevenção

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a um exame em um grande Centro de exames médicos da cidade, que realiza aproximadamente 50 mil exames anualmente. A mancha estava localizada na região superior direita da área pulmonar e tinha aproximadamente 3cm de diâmetro. Imediatamente, o paciente foi submetido a exames mais rigorosos em um hospital universitário, e foram constatadas metástases do câncer do pulmão no fígado e no cérebro e o exame revelou que não haveria a possibilidade de cirurgia. Há mais de dez anos, esse presidente não deixava de fazer seu exame anual nesse mesmo Centro. Diante disso, foram analisadas as radiografias dos últimos três anos e a mancha com suspeita de câncer do pulmão não foi constatada na radiografia de três anos antes, contudo, havia uma mancha suave nas radiografias de dois e de um ano antes.

Esse presidente faleceu nove meses depois da descoberta da metástase do câncer e seus familiares processaram o Centro de exames, dizendo: “Foi uma falha do Centro, pois há dois anos já havia manchas no pulmão.”

Segundo as notícias do jornal, a decisão do tribunal deu a causa ganha para os familiares do paciente, e o hospital foi derrotado no processo. O valor da indenização atingiu a cifra de 170 milhões de ienes. De acordo com o julgamento, a decisão teve o seguinte teor: “Se o câncer do pulmão tivesse sido descoberto no Centro, dois anos antes, e o paciente submetido à cirurgia, não teria acontecido a morte do presidente.” Essa decisão despertou muito interesse em mim e pensei: “Se há dois anos o câncer do pulmão tivesse sido descoberto e o paciente submetido à cirurgia, será que a vida desse presidente teria sido salva?” A pesquisa do Dr. Fontana, anteriormente mencionado, mostrou que, entre realizar exames a cada quatro anos ou passar cinco anos sem exame nenhum, não há nenhuma diferença no resultado da morte dos pacientes, constatação essa que contradiz com o julgamento do tribunal do Japão. Há dez anos, a WHO (Organização Mundial de Saúde), Associação Americana de Combate ao Câncer, Conferência Internacional de Câncer do Pulmão e outras entidades fizeram o seguinte pronunciamento: “Não há sentido em tirar radiografias indiscriminadamente, pois isto não ajudará o diagnóstico precoce.”

Nos últimos anos, os Estados Unidos vêm orientando suas ações com ênfase na prevenção, em vez da identificação precoce. Apesar disso, no Japão, muitas radiografias de pessoas com saúde continuam sendo tiradas, com o objetivo de descobrir a doença precocemente. Pensando em termos de exposição à radioatividade, talvez isto seja uma atitude criminosa. O momento atual está mais para canalizar esforços em prol da prevenção e tratamento, do que descobrir o câncer ainda no seu estado inicial.

Os doze mandamentos que previnem o câncer

O câncer é uma doença extremamente difícil de tratar depois que manifesta seus sintomas. Quando se trata de metástase, a situação é ainda mais complicada. Por esta razão, quando se trata de câncer, a prevenção passa a ser uma ação importante e já existem orientações quanto a seus procedimentos.

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Por exemplo, o panfleto publicado pela Fundação para a Promoção da Pesquisa sobre o Câncer, sob a supervisão do Centro Nacional do Câncer, apresenta os itens abaixo como “Os doze mandamentos para evitar o câncer":

1. Tenha uma alimentação balanceada do ponto de vista nutritivo. 2. Diversifique a alimentação diariamente. 3. Evite comer em demasia e procure comer menos gordura. 4. Procure moderar a bebida alcoólica. 5. Reduza o fumo. 6. Procure obter dos alimentos certa quantidade de vitaminas e bastante fibras. 7. Menos alimentos salgados e alimentos quentes, depois de esfriar. 8. Evite partes queimadas da comida. 9. Cuidado com alimentos embolorados. 10. Não se exponha demasiadamente aos raios solares. 11. Pratique esporte, moderadamente. 12. Cuide da higiene do corpo.

Esse método preventivo foi elaborado a partir de longos anos de vivência dos pesquisadores de câncer, mas o cumprimento dos doze mandamentos não vai além de certos cuidados a serem tomados para diminuir relativamente a oportunidade de contrair a doença. Evidentemente, poderão ocorrer casos de câncer apesar do cumprimento desses mandamentos, mas podemos dizer que a probabilidade de contrair o câncer é mais baixa quando estes são seguidos. Os doze mandamentos não podem ser considerados perfeitos, uma vez que as causas do câncer não estão bem claras. Quando estas vierem a ser conhecidas, talvez possa ser criado um método que consiga prevenir completamente o câncer, como uma vacina ou outros métodos.

O conhecimento que há sobre a origem do câncer atualmente, é o fato de a doença ser desencadeada por algo que entra pela boca ou é aspirado pelo nariz, estresse do dia­a­ dia, etc. Não há dúvida de que uma vida regrada, a prática moderada de esporte, a higiene corporal e outras iniciativas são fatores que diminuem a probabilidade de câncer. Diga­se de passagem, oito dentre “Os doze mandamentos para evitar o câncer” são relativos à alimentação, isto significa que os cuidados com o hábito alimentar é considerado algo imprescindível para a prevenção do câncer. Os especialistas que pesquisam sobre o câncer chegam a até considerar que seria possível evitar o câncer em 30% por meio do aperfeiçoamento do hábito alimentar. Diz­se que deixar de fumar poderia evitar o câncer em 30%, sendo assim, o cumprimento desses doze mandamentos significaria a redução de probabilidade em aproximadamente 60%, pelo menos em tese.

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Capítulo 5 ­ A atual situação do tratamento de câncer e sua prevenção

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Quais são os alimentos que podem prevenir o câncer?

Há muito, a relação entre o câncer e a alimentação vem chamando a atenção dos médicos. O câncer do intestino grosso é um bom exemplo para ilustrar essa relação. A incidência de câncer do intestino grosso no Japão era extremamente baixa comparada à Europa e aos Estados Unidos, porém, nos últimos anos, esse tipo de câncer vem aumentando a cada ano e, para alguns, poderá até ultrapassar a incidência de câncer do estômago no ano 2000. Também nos Estados Unidos, a incidência de câncer do intestino grosso é maior do que a de câncer do estômago, desde após a Segunda Guerra Mundial. A causa que provocou o aumento do câncer do intestino grosso no Japão é a mudança dos hábitos alimentares. Supõe­se que o câncer do intestino grosso não teria aumentado tanto se a população continuasse a alimentar­se da tradicional comida japonesa. Dizem que esse aumento foi causado pela alimentação mais gordurosa à moda ocidental.

O Dr. Heisaburo Ichikawa (diretor­geral emérito do Centro Nacional do Câncer), a quem dedico meu profundo respeito como mestre, escreveu em seu livro “Memórias do câncer”: “Existe uma profunda relação entre o câncer e a alimentação (...) dentro de uma visão panorâmica, não se pode esquecer que, em termos gerais, a comida japonesa é a melhor alimentação para prevenir o câncer (...) a comida japonesa tem pouca gordura vegetal; por isso, a incidência do câncer de mama, câncer do intestino grosso, câncer da próstata, etc., pode ser menos da metade a 1/10, em comparação com os países da Europa e os Estados Unidos. Além disso, a existência da fibra vegetal torna­a ainda melhor. Nos Estados Unidos, pelo reconhecimento desse fato, existe um boom da comida japonesa, ironicamente, o boom no Japão é de comida francesa”

Com essas palavras, o respeitado mestre teceu altos elogios à comida japonesa.

ο Para o câncer de mama

Uma alimentação mais gordurosa aumenta a probabilidade do câncer de mama. O Dr. Winder dos Estados Unidos pesquisou sobre a relação entre a taxa de mortalidade por câncer de mama e a quantidade de gordura consumida, em diferentes países do mundo. De acordo com essa pesquisa, existe uma diferença muito grande na taxa de mortalidade por câncer de mama entre os holandeses, que consomem 200g de gordura por dia e os japoneses que consomem somente 80g. Entre esses dois estão os países intermediários, como a Argentina, onde se consome uma grande quantidade de carnes, e a Suíça, com alta taxa de consumo dos derivados de leite.

Também no Japão, o Dr. Takeshi Hirayama do Centro de Câncer vem realizando uma pesquisa detalhada sobre os casos da doença e, do ponto de vista estatístico, o risco de câncer de mama é maior em mulheres que consomem uma quantidade relativamente grande de gordura. Por que um consumo maior de gordura acaba provocando mais casos de câncer de mama? Diz­se que há uma certa relação entre a gordura e os hormônios, facilitando a geração do câncer de mama.

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ο Para os cânceres do intestino grosso e reto

Dizem que uma alimentação estimulante da evacuação dificulta a formação do câncer no intestino grosso. Uma alimentação rica em fibras vegetais, por exemplo, permite maior facilidade de evacuação e previne o câncer do intestino grosso e reto, em contraposição, uma alimentação gordurosa prolonga o tempo de permanência dos alimentos no intestino e torna suscetível a ocorrência do câncer. O Dr. Denis Berkitt, que descobriu o linfoma, apresentou uma pesquisa interessante em 1971, na qual diz:

“A baixa incidência de câncer do intestino grosso em países africanos deve­se à grande quantidade de fibras vegetais da comida africana em geral e o pouco tempo de permanência dessa comida no intestino.”

Atualmente, os países com alta incidência de câncer do intestino grosso e reto são: Estados Unidos, Inglaterra, Austrália etc., e os de baixa incidência são: Índia, Colômbia, etc. A diferença da taxa de ocorrência do câncer entre esses países chega a 50 vezes.

Nos Estados Unidos, a taxa de ocorrência do câncer de intestino grosso é de 20 a 25 casos para cada 100 mil pessoas e o Japão registra apenas 1/3 desse valor. Entretanto, essa mesma taxa entre os descendentes de japoneses, que residem na costa oeste dos Estados Unidos, não apresenta quase diferença entre o índice verificado na população norte­americana de origem branca. Os descendentes de japoneses de primeira e segunda geração, que tinham hábitos alimentares mais próximos do povo japonês, e os de terceira e quarta geração apresentam diferentes taxas de ocorrência desse tipo de câncer.

ο Para o câncer do estômago

Dizem que os alimentos salgados provocam câncer do estômago, além do problema de hipertensão. Até 20 anos atrás, o mais comum entre os japoneses era o câncer do estômago. Porém, a cada ano esse tipo de câncer vem diminuindo e, em contrapartida, os cânceres do intestino grosso e reto vêm aumentando, disputando o primeiro lugar com o câncer do pulmão. A causa desse fenômeno é a mudança qualitativa da alimentação dos japoneses, sendo as principais causas o aumento da gordura, redução de glicose e diminuição de consumo de alimentos salgados. Uma pesquisa foi realizada pelo Dr. Kazuo Tajima e Dr. Sukemoro Tominaga, do Centro do Câncer de Aichi, entre 1981 e 1983, tendo como alvo 93 pacientes de câncer do estômago, 93 pacientes de câncer do intestino grosso e reto, em um total de 186 pacientes da região de Nagoya. Essa pesquisa revelou dois tipos de alimentos que supostamente apresentam uma relação mais profunda com o câncer do estômago: conserva de acelga salgada e peixe salgado seco. Paralelamente, outras pessoas dizem que as partes queimadas de um peixe assado, por exemplo, também provocam o câncer de estômago; entretanto, existe uma pesquisa recentemente realizada na região de Kita Kyushu, com 139 pacientes portadores de câncer de estômago, segundo a qual, o câncer de estômago está mais relacionado com o fumo e não apresenta nenhum vínculo com os peixes assados. Ainda de acordo com a

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Capítulo 5 ­ A atual situação do tratamento de câncer e sua prevenção

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mesma pesquisa, a alimentação que dificulta a formação do câncer do estômago é composta por muitas frutas e mais de dez xícaras de chá verde por dia.

ο Para o câncer do pulmão

Diz­se que a carotina é eficaz na prevenção do câncer de pulmão. Os noruegueses são os maiores consumidores de vitamina A do mundo, por causa dos peixes que consomem. A taxa de ocorrência do câncer de pulmão é inversamente proporcional ao consumo de vitamina A. Em comparação com os homens que têm um consumo de vitamina A inferior à média, os que consomem grande quantidade dessa vitamina apresentam taxa de ocorrência do câncer de pulmão extremamente baixa. Os mesmos resultados são apresentados também no Japão. Entretanto, existe uma outra teoria que diz: a substância eficaz na prevenção do câncer não é a vitamina A e sim o carotenóide, contido em legumes e verduras de cor amarela e verde. De qualquer forma, dentre todas as alimentações que podem prevenir o câncer, fundamentalmente a comida japonesa parece ser melhor do que a comida ocidental. Parece também que é melhor consumir menos carne, com uma dieta alimentar centrada em vegetais, porém é preciso moderar a quantidade de missô (pasta de soja), shoyu (molho de soja) e sal, por causa de a comida japonesa apresentar tendência de ser salgada. Existe uma vila rural na província de Yamanashi, conhecida pela longevidade de seus habitantes. Um relatório que pesquisou sobre a alimentação de seus moradores mostra que esta é totalmente baseada em vegetais e, nos jantares, esta refeição é acompanhada de apenas mais uma fatia de peixe­serra ou tiravira do Pacífico secos. A população vive de agricultura, subindo e descendo as estradas da montanha e a maioria dos habitantes tem mais de 80 anos de idade e vive com saúde.

Que tipo de alimentação poderia ter depois de contrair o câncer?

Existem pessoas que, infelizmente, acabam contraindo a doença, embora tenham cumprido “Os doze mandamentos para evitar o câncer” e tomado cuidado com a alimentação. O que poderia ser feito neste caso? Infelizmente, ainda não existe uma orientação clara a respeito. Quanto a esse aspecto, nós, médicos clínicos, precisamos reavaliar a nossa conduta e efetuar pesquisas consistentes. Por outro lado, existem muitos pacientes que estudam seriamente sobre o câncer depois de contrair essa doença e vêm obtendo bons resultados, mediante uma mudança do hábito alimentar. Paralelamente, existem médicos especializados em câncer que estão orientando esses pacientes. Vamos apresentar a seguir o conteúdo básico desta alimentação. A base do pensamento da terapia alimentar vai além da postura até agora adotada pela medicina ocidental e busca uma concepção mais próxima da medicina oriental, ou a

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fusão dessas duas medicinas, procurando ver o ser humano por completo, em vez de ver a doença separadamente para cada órgão do corpo. Baseando­se nesse raciocínio, a terapia alimentar procura colocar em prática um tipo de terapia combinada com outros métodos terapêuticos, tais como: a homeopatia, a imunoterapia, a hipertermia, o método de kikoh (fluxo de energia espiritual), terapia de Simonton (uma espécie de terapia espiritual), etc.

Acreditamos que a terapia alimentar, que se baseia nesse pensamento, não apresenta erros básicos em sua concepção. O restante ficará a critério do paciente para decidir se deve ou não praticar essa terapia e, pelo visto, o sucesso da terapia parece depender de sua própria atitude.

Terapia alimentar durante os três primeiros meses depois da operação

No período pós­operatório, os pacientes e seus familiares geralmente estão muito mais preocupados com a alimentação mais nutritiva, ou seja, a alimentação que engorda. Eles fazem de tudo para repor a deficiência de alimentos que não podiam ser consumidos até então, ou para recuperar o peso perdido.

Na verdade, nesta fase é preferível uma alimentação de baixa caloria (entretanto será necessário acima de 1.000 calorias por dia) e fazer as três refeições de forma regrada, sem exageros. Em vez de começar desde o início com arroz integral, são recomendados o leite em pó e alimentos batidos no liqüidificador (frutas, ovos, iogurte, etc.) e, para complementar, outros tipos de alimentos são recomendados, tais como legumes e verduras de cor amarela e verde e da época, peixes pequenos, pequenos peixes cozidos e secos, filhotes de sardinha secos, etc.

Quanto ao leite em pó, existe à venda nas lojas de alimentos de saúde, leite com proteína de soja, enzimas e bactérias bifidus.

O alimento principal recomendado é o arroz integral

O arroz integral deve ser mastigado bem (60 a 100 vezes), durante a mastigação procure misturar o arroz com boa quantidade de saliva. O arroz branco não é considerado adequado por causa de o seu embrião ter sido retirado e este é considerado importante do ponto de vista da alimentação.

Que tipo de alimento é bom para complementar o arroz

A carne vermelha deve ser evitada. Procure comer frango uma a duas vezes por mês. Os peixes mais gordurosos, como peixe­serra, sardinha e a barrigada do atum devem ser evitados. Poderão ser consumidos pequenos peixes e peixes cozidos e secos. Quanto aos ovos, deverá ser dado preferência aos de galinhas criadas com ração, segundo o método natural. Além desses, outros alimentos recomendados são: a raiz de loto, cozido de alga sargaço, abóbora, pimentão, alho, cenoura, salsa, komatsuna (variedade de repolho chinês, Brassica Rapa var. pervidis), brócolos, alga hijiki (Hizikia fusiforme), soja, aipo, couve­flor, etc.

Prefira açúcar mascavo em vez de açúcar branco

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Capítulo 5 ­ A atual situação do tratamento de câncer e sua prevenção

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O açúcar mascavo é recomendado para substituir o açúcar branco que não é bom, mas procure evitar os doces.

Coma legumes e vegetais isentos de agrotóxicos

O álcool e o fumo deverão ser consumidos em pequena quantidade

A melhor solução é deixar de fumar.

Coma alimentos ricos em vitamina A, C e E

A medicina ocidental também enfatiza sua função de alimento preventivo de câncer.

Limitar a quantidade de sal é muito importante, tanto como método preventivo, quanto como método terapêutico

Limite o consumo para menos de 10mg por dia. Menos de 8mg por dia seria melhor ainda.

Tenha uma alimentação balanceada e diversificada

Diz­se que os complementos do arroz devem ser preparados com criatividade e variedade, geralmente se estabelece uma meta para que sejam ingeridos 30 tipos de alimentos diferentes por dia. “A alimentação depois de contrair o câncer” ora apresentada poderá servir de referência não só para a terapia, mas também para a prevenção dessa doença. Acreditamos que a refeição para prevenir o câncer, assim como a refeição para tratar o câncer deverão incorporar os alimentos de uma refeição agradável, a qual será conseguida por meio de um esforço conjunto do paciente e seus familiares.

Os cuidados com a saúde não podem ser deixados nas mãos de outras pessoas

No final deste capítulo, gostaria de apresentar a minha (Yokoyama) maneira de pensar sobre a saúde. Andei pensando de que modo poderia manter e aumentar a saúde, que eu considero ser a base da nossa vida cotidiana. A minha decisão foi praticar o jogging (corrida) todas as manhãs. Todos os dias de manhã, faço dez minutos de ginástica e depois corro mais ou menos dois quilômetros. Existem pessoas que correm muito concentradas e pensam que estão fazendo um jogging. Mas isto não é jogging. O jogging significa correr de forma relaxada e livre e jamais poderia ser uma competição. No bairro onde eu moro existe uma associação denominada “Associação dos Amantes da Corrida de Suginami, Tokyo”. Trata­se de uma entidade cujos participantes têm como atividade acordar todos os dias às seis horas da manhã, ir até uma praça vizinha, fazer dez minutos de ginástica e, em seguida, fazer dez minutos de jogging. Fiquei sócio dessa associação.

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Essa entidade foi fundada em 1966 e este ano completa 29 anos de existência, caminhando rumo à comemoração de seu 30 o aniversário. Atualmente, estou tendo o privilégio de ser o presidente dessa associação. A lista de associados registra mais de 100 pessoas, mas apenas 30 pessoas aproximadamente reúnem­se todas as manhãs. Dessas pessoas, 70% são mulheres e sinto que estamos realmente vivendo a era do woman power. Em janeiro, às seis horas da manhã, o dia ainda está escuro e sabemos que as pessoas estão perto, mas não conseguimos enxergar muito bem o rosto delas. No céu escuro antes de amanhecer, brilha Vênus que anuncia a chegada do dia. Em fevereiro, às seis da manhã, o céu já é mais claro e, no início de março, seis horas da manhã coincide exatamente com o horário do nascer do sol em Tokyo. Quando o tempo não é chuvoso, estamos todos os dias reunidos, em uma grande turma, fazendo ginástica e jogging sob o céu azul. É nessa hora que sinto a importância da saúde e agradeço por tê­la. O sentimento de gratidão a alguém poderá variar de pessoa para pessoa; uns podem agradecer a Deus, outros agradecem à Terra, ou ainda agradecer a seus antepassados, mas sempre que estou no hospital e em contato com pessoas doentes, sinto o quanto é gratificante ter saúde e penso nisso todas as manhãs.

Eu pratico ginástica e jogging, mas as pessoas de idade mais avançada fazem 10 minutos de walking (caminhada) em vez de jogging (corrida) e retornam às suas casas. Queria aproveitar a oportunidade para falar agora do Sr. K., que conseguiu entrar em forma de maneira magnífica, graças ao walking e ao jogging e com isso reconquistar a saúde do seu corpo. Acordar todas as manhãs em determinado horário e fazer certos exercícios físicos faz muito bem para o corpo e o espírito.

O paciente com diabetes que conquistou a saúde por meio de jogging (corrida)

O Sr. K. é proprietário de um edifício residencial e financeiramente está em boa situação. Quando ele ingressou na nossa “Associação dos Amantes da Corrida de Suginami” estava com 67 anos de idade e, naquela ocasião pesava 72kg com estatura de 1,60m. Sua aparência era arredondada e sofria de diabetes por causa da obesidade e precisava receber aplicações da injeção de insulina todos os dias. Quando enfrentava uma ladeira, a sua respiração ficava ofegante mesmo ao subir andando, ou seja, ele era também um potencial portador de doenças cardíacas.

Quando o Sr. K. era jovem, passava os dias com trabalhos e mais trabalhos, sem praticar nenhum exercício físico em especial. Aos 69 anos de idade, com um pouco mais de tempo disponível, resolveu praticar algum tipo de exercício, seguindo a recomendação médica. Inicialmente, o Sr. K. começou a caminhar conosco todas as manhãs, durante 30 minutos ao redor do parque.

Em um mês, somente com essa caminhada de 30 minutos todas as manhãs, o peso do Sr. K. diminuiu de 72kg para 71kg. No segundo mês, ele fez o mesmo exercício e, com isso, perdeu mais 1kg de seu peso, passando para 70kg.

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No terceiro mês, foi introduzida, em alguns trechos da caminhada, uma corrida leve de aproximadamente 5m, desta forma, ele caminhava durante 30 minutos, corria um pouco e depois voltava a caminhar. A distância de corrida ia sendo aumentada gradativamente quando ele deixava de demonstrar cansaço. O peso do Sr. K., depois de três meses, diminuiu mais 1kg e passou para 69kg, ou seja, por meio de uma caminhada de 30 minutos todas as manhãs, ele conseguiu reduzir 3kg de seu peso em três meses. Por causa dessa redução acentuada do peso, em certo momento o Sr. K. chegou a pensar que estava com câncer, mas havia sido um ledo engano.

Depois de passar seis meses, desde que iniciou a caminhada, a respiração do Sr. K. não ficava mais ofegante quando subia uma ladeira a pé. Mais tarde, ele já estava conseguindo correr vagarosamente, porém de forma contínua, ao longo dos 30 minutos matinais. O seu peso também diminuía 1kg a cada mês regularmente e, depois de um ano e meio, conseguiu o grande feito de reduzir de 72kg para 54kg. Depois de chegar a esse estado, não houve mais a redução além desse peso, por mais que ele continuasse a correr.

As roupas que o Sr. K. vestia ficaram todas largas e ele teve que reformar todas elas, entretanto, ganhou uma coisa muito especial, que não poderia ser substituída por nenhuma outra. Isto é, obteve saúde, que permite agora ao Sr. K. subir uma ladeira correndo, sem sentir nenhum problema. Além disso, o diabetes também foi curado e a injeção de insulina tornou­se desnecessária. O Sr. K. continua correndo todos os dias. Quando uma pessoa pretende praticar algum exercício dentro da cidade, os mais recomendados são o walking e o jogging. Estes exercícios são fáceis de serem praticados, não requer dinheiro e podem ser praticados sozinho. Por esta razão, acreditamos que seja o melhor método para cuidar de nossa saúde.

Faz 29 anos desde que surgiu a Associação dos Amantes de Corrida de Suginami e, ao longo desses anos, muitas pessoas idosas chegaram a falecer, mas, somente duas pessoas faleceram de câncer e o restante das pessoas foi por morte natural por envelhecimento. A exemplo do Sr. K. aqui apresentado, temos a convicção de que a saúde não é uma dádiva de Deus, mas algo que cada pessoa deve conquistar pelo seu próprio esforço. As pessoas que pensam que a prevenção e a terapia poderão ser deixadas a cargo dos médicos de hospital estão enganadas. É preciso também que cada um participe ativamente da prevenção e tratamento do câncer. A expectativa média de vida da população japonesa é de 76 anos para os homens, e 81 anos para as mulheres. No entanto, curiosamente, a expectativa média de vida de médicos, que possuem seus consultórios, é de 67 anos. Muitas pessoas pensam que os médicos têm uma vida longa, mas isto não acontece na vida real. As pessoas em geral, que são leigas em medicina, vivem mais do que os médicos, em virtude disso, confiar somente nas palavras desse médicos poderá levar as pessoas à morte, com a idade ainda na casa dos 60 anos.

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Os cuidados com a saúde exigem uma dedicação de cada um e não podemos ficar na dependência de outras pessoas. Ter uma boa saúde não seria a nossa maior alegria?

Por favor, salvem os pacientes como nós - para encerrar o livro

No verão de 1990, uma senhora foi internada no Hospital Luka por causa de um câncer terminal (ginecológico). Essa paciente soube dos efeitos da “hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos” na Faculdade Feminina de Medicina de Tokyo e fez o seguinte pedido insistentemente: “Por favor, tragam do exterior um aparelho de hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos para o Hospital Luka e salvem os pacientes como nós.” Quanto à importação do aparelho de hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos, o Prof. Dr. Masayoshi Yokoyama da Faculdade Feminina de Medicina de Tokyo, responsável pelos atendimentos ambulatoriais especiais do Hospital Luka e também seu conselheiro que sempre nos tem orientado, já haviam mencionado esse assunto. Entretanto, por motivos de: a terapia não ser coberta pelo seguro­saúde; o alto custo do aparelho (100 milhões de ienes) sem garantia de retorno; a falta de espaço para a instalação do aparelho no Hospital Luka e outras razões, havíamos chegado à conclusão de que era melhor aguardar outra oportunidade para sua aquisição. Esta era a situação existente.

Pouco tempo depois dessa decisão tomada, em um encontro que pareceu uma obra do destino, tive a grata satisfação de conhecer o Dr. Robins, do Centro do Câncer da Universidade Estadual de Wisconsin, conhecido nos Estados Unidos como a autoridade em hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos. Nessa ocasião, tive a oportunidade de ver o aquecedor de hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos da empresa Enthermics (HD2001), desenvolvido por ele, e ouvir suas opiniões sinceras. Durante uma reunião com o Dr. Robins, ele explicou­me em detalhes sobre a hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos e os resultados obtidos. Por meio desse encontro, pude constatar que esse tipo de terapia tem sido muito eficaz, apesar dos poucos casos de tratamento efetivamente aplicado em pacientes, mas a sua eficácia pôde também ser verificada pelos resultados apresentados em experiências com animais e no tratamento do câncer desses animais.

Além disso, descobri que essa terapia apresentava alguns pontos positivos, tais como a facilidade de aplicação do método, a segurança do paciente, menos sobrecarga para o corpo do paciente, possibilidade de aplicação freqüente, desaparecimento da dor e aumento do apetite logo depois da primeira seção de aplicação. Com isso, pude constatar também que esse método terapêutico era o tratamento que estávamos procurando. Pelos relatórios posteriores a 1986, que o Dr. Robins me enviou mais tarde, pude reconhecer mais uma vez o quanto essa terapia é maravilhosa. A aparência do Dr. Robins, digna de um pesquisador, as suas palavras seguras e objetivas quando

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conversava, faziam­me lembrar o Dr. Ben Casey, o famoso médico do seriado de televisão norte­americano, existente há algum tempo. Inicialmente, eu tinha o desejo de apresentar essa terapia como algo que pudesse salvar muitos pacientes que sofriam de câncer. Entretanto não pude conter a transformação que estava ocorrendo em meu sentimento, quando esse desejo passou a ser algo semelhante à uma missão.

E, no outono de 1990, havia chegado a hora de decidir se íamos ou não introduzir o aquecedor no hospital. Evidentemente, não havia nenhum aparelho desse gênero no Japão, nem tampouco a garantia de ter a cobertura do seguro­saúde em um futuro próximo. Pensamos muito e só chegamos a uma decisão próximo ao final do ano, depois de concluirmos que valeria a pena experimentá­lo mesmo enfrentando muitas barreiras. Ao longo desses 4 anos de trabalho com a hipertermia geral, 160 pessoas foram atendidas e 900 seções foram efetuadas no Hospital Luka. Quanto a seus resultados, já apresentamos em detalhes neste livro. Baseando­me nesses resultados clínicos, tenho a certeza de que a “hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos” trará um grande benefício para os pacientes que sofrem de câncer e para seus familiares.

Takeshi Takeuchi

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Os autores

Masayoshi Yokoyama Nasceu em 1936 na província de Niigata. Formou­se pela Faculdade de Medicina da Universidade de Niigata em 1961. De 1967 a 1968 estudou cirurgia cardiológica como bolsista da Faculdade McGill do Canadá e Faculdade Duke nos Estados Unidos. Em 1983, tornou­se professor titular do Departamento de Cirurgia I da Faculdade Feminina de Medicina de Tokyo. Doutor em medicina. Especializado em cirurgia cardiológica, a sua competência como cirurgião é altamente reconhecida nacional e internacionalmente. Baseando­se em sua técnica e experiência, desenvolveu a hipertermia geral pelo método de circulação extracorpórea. Obteve muitos resultados positivos no tratamento do câncer e é conhecido atualmente no mundo como um grande especialista em “hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos”, resultante do aperfeiçoamento do método de circulação extracorpórea. É autor de “Adaptação, uso e controle de marcapassos” e “Compreensão e convivência com o marcapasso” (ambos da editora Bunkodo); “Os rumos da medicina atual” (empresa jornalística Asahi) e outras publicações.

Takashi Takeuchi Nasceu em 1926 na província de Hokkaido. Formou­se pela Escola Superior da Marinha em 1945. Em 1950, formou­se pela Faculdade de Medicina da Universidade Hokkaido. Em 1960, fundou o Hospital Luka (30 leitos), em Nakano, Tokyo. De 1987 a 1990, foi professor em regime de tempo parcial da Faculdade Feminina de Medicina de Tokyo. Fundou o Centro Nacional de Hipertermia Geral em fevereiro de 1995, ocupando o cargo de diretor­geral. Diretor­superintendente do Hospital Luka. Doutor em medicina. Dedica­se ao tratamento do câncer pelo método de hipertermia geral à base de raios infravermelhos longos desde fevereiro de 1991. Até agora, fez 900 aplicações em 160 pacientes, apresentando resultados importantes. É considerado o Sol da esperança especialmente pelos pacientes terminais de câncer. Informações sobre o conteúdo deste livro pelo telefone 03­3389.

Acreditando na eficácia da hipertermia geral no tratamento do câncer (isento de selo de inspeção)

3 de julho de 1995, primeira impressão

Autores: Masayoshi Yokoyama e Takashi Takeuchi

Editor: Ken­ichiro Sakai

Editora: Kanki Shuppann

Chiyoda­ku, Koji­machi 4­1­4, cidade de Tokyo CEP102

Telefone: 03 (3262) 8011

Fax: 03 (3234) 4421

Transferências: 00100­2­62304

Impressão: Vector Insatsu

Efetuamos a substituição de livros com problema de impressão ou encadernação.

Masayoshi Yokoyama/Takashi Takeuchi 1995 Printed in Japan

ISBN­7612­5513­7C0047

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