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Derrame Pleural

Derrame pleural

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Derrame Pleural

Conceito

O derrame pleural não é uma doença, mas sim a manifestação de outras doenças. Se não tratado adequadamente, esta patologia pode levar o paciente à dispneia (falta grave de ar) e até

à morte.

O derrame pleural é caracterizado pela acumulação de liquido em excesso entre as pleuras

ele pode ser classificado em transudato, quando não há lesão no espaço pleural nem sinal de células inflamatórias, e em exudado, causado pelo aumento da permeabilidade dos vasos da

microcirculação e com presença de células em decomposição.

Causas

O DP pode ocorrer como uma complicação de muitas doenças. Insuficiência cardíaca congestiva (ICC), neoplasias, pneumonia e embolia pulmonar são as principais causas de DP em países

desenvolvidos. Nos países em desenvolvimento, a tuberculose é uma causa importante de DP.

Cerca de 20% dos DPs apresentam causa indeterminada após a realização dos exames convencionais.

Fisiopatologia

O surgimento do derrame pleural pode ocorrer devido a aumento da pressão hidrostática nos capilares sanguíneos e/ou linfáticos, da permeabilidade capilar, da pressão negativa no espaço

pleural ou da diminuição da pressão oncótica das proteínas plasmáticas.

Os transudatos originam-se do aumento da pressão hidrostática. Geralmente indicam que as membranas pleurais não estão afetadas.

Os exsudatos formam-se devido a vazamento de líquido e proteínas ao longo de uma membrana capilar alterada com aumento da permeabilidade.

Fisiopatologia

Podemos dividir o derrame em 2 tipos: transudado e exsudado.

Transudativo

Qualquer derrame pleural que se forma quando não existe lesão do espaço pleural é denominado derrame pleural transudado. O transudado é um ultrafiltrado de plasma, altamente

fluido, baixo em proteínas e desprovido de células inflamatórias. O aspecto macroscópico do líquido é de um fluido transparente e claro.

Tipos

Exsudativo

Um derrame pleural exsudado é causado por um aumento da permeabilidade nos vasos da microcirculação. É rico em proteínas, células e produtos da decomposição celular.

O aspecto macroscópico do líquido é de um fluido amarelo citrino podendo também ser turvo (ex: pus do empiema).

Tipos

Sinais e sintomasDor torácica, dispneia e tosse são os principais sintomas associados à ocorrência de DP. A dor

torácica é, em geral, ventilatório-dependente. A tosse, mais comumente seca, é desencadeada por inflamação da pleura parietal ou por distorção da arquitetura brônquica.

A dispneia pode estar relacionada à doença de base e depende da velocidade de acúmulo do líquido e da função cardiorrespiratória do paciente.

DiagnósticoUm exame físico bem feito, com uma boa auscultação dos pulmões, é capaz de sugerir a presença do derrame pleural sempre que houver mais de 300 ml de líquido acumulado. O excesso de líquido se entrepõe ao pulmão e as costas, e os ruídos pulmonares ficam inaudíveis.

Exames como a tomografia computadorizada e a ultrassonografia conseguem detectar coleções de líquidos mínimas, como meros 10 ml.

O exame de raio X também pode confirmar o diagnóstico. O derrame pleural se mostra como uma grande mancha “branca”(hipotransparente) no local onde deveria estar sendo visto apenas o pulmão cheio de ar.

Diagnóstico

Objetivo de tratamentoDepois da avaliação do paciente, traçamos objectivos mediante a situação clínica apresentada. Apesar disso, existem alguns objectivos comuns a quase todos os pacientes, por exemplo:

aliviar a dor;

aumentar a amplitude respiratória;

readquirir a coordenação respiratória diafragmo-toracica;

restabelecer uma postura correcta;

reeducação ao esforço.

Tratamento

Reeducação respiratória

A reeducação deve visar, à medida que o derrame vai diminuindo, a capacidade de expansibilidade do tórax lesado (homo ou bilateral). Podem ser utilizadas técnicas como:

contrações repetidas, estiramento inicial, respiração contra-resistência

Ortóteses

O uso de ortóteses é bastante indicado. Como exemplo, a espirometria incitativa com recurso a inspirações lentas e prolongados para promover o efeito pneumático.

Reeducação ao esforço

A reeducação ao esforço deve ser feita gradualmente e, se possível, de acordo com a ocupação/profissão do paciente. O tapete rolante ou o cicloergometro podem ser indicados.

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video: A produção de conteúdo produzida pelo Núcleo de Telessaúde da Faculdade de Medicina da UFMG, CETES/ NUTEL, partiu da demanda do Ministério da Saúde do Brasil.