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Secretaria do Turismo

Plano Estratégico do Turismo Náutico da Baía de Todos os-Santos

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  • Secretaria do Turismo

  • Governo Federal

    Ministrio do Turismo

    Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

    Ministro

    Governo do Estado da Bahia

    Jaques Wagner

    Governador

    Secretaria de Turismo - SETUR

    Domingos Leonelli Netto

    Secretrio

    Superintendncia de Investimentos em Plos Tursticos - SUINVEST

    Inez Garrido

    Superintendente

    PLANO ESTRATGICO DO TURISMO NUTICO

    DA BAA DE TODOS-OS-SANTOS

  • ElaboraoFundao Escola de Administrao da Universidade Federal da Bahia

    Equipe TcnicaCarlos Raul dos Santos Filho - Especialista em Meio Ambiente

    Luiz Marques - EconomistaMaria Cndida - Turismloga

    Regina Celeste de Almeida Souza - Especialista em Desenvolvimento RegionalRobert Phillips - Coordenador

    Equipe ComplementarAlana Calmon

    Gilberto ZangariGrzia Burman

    Leandro Carvalho Livia Fauaze

    Mario BesttetiPatrcia Lustosa

    Vera Lyra

    AcompanhamentoMinistrio do Turismo

    Rosiane Rockenbach - Coordenadora Geral de Servios TursticosAlessandro Dias de Castro - Tcnico da Coordenao Geral de Segmentao

    AcompanhamentoSUINVEST/SETUR

    Inez Garrido - SuperintendenteAlbrico Correia Silva - Diretor de Projetos, Acompanhamento e Controle

    Andreia Ferreira Brando - TcnicaCorina Cingolani - Tcnica

    Nivnia Frana - Tnica CMO (Informtica)Paulo Guaranys - Diretor de Servios Tursticos

    Reinaldo Dantas - TcnicoWalter Garcia - Consultor

    Planejamento editorial e edio (Sntese)Diretoria de Planejamento e Estudos Econmicos (DPEE)

    OrganizaoClarissa Amaral Diretora

    Fotografias:Arquivo Setur-Bahiatursa

    Arquivo Agecom

    Projeto grfico e editorao eletrnicaSilmara Menezes

  • A redescoberta da Baa de Todos-os-Santos Universidade Federal da Bahia (FEA) realizou uma

    foi uma das primeiras postulaes do governador srie de reunies atravs de grupos de trabalho das

    Jaques Wagner sobre o turismo da Bahia. Por outro quatro subregies da Baa de Todos-os-Santos com a

    lado, o enfoque do turismo em relao ao participao dos 15 municpios que integram esta zona

    desenvolvimento da nutica em nosso Estado turstica, alm de Seminrios Tcnicos e do Frum

    constitui-se tambm um dos elementos do fator Nutico.

    inovao no que denominamos de Terceiro Salto do Esses trabalhos colaborativos resultaram no Turismo na Bahia. Assim que o presente Plano documento final que estabelece a viso, os macro-Estratgico do Turismo Nutico na Baa de Todos-os-objetivos, os eixos estratgicos de desenvolvimento do Santos representa o cumprimento de dois setor com recomendaes de aes a serem compromissos programticos da atual gesto implementadas em carter emergencial, em curto, governamental.

    mdio e longo prazos, incluindo necessidades de Ciente do potencial da Bahia para o setor melhorias infraestruturais e vocaes de lugares nutico, detentor da maior extenso de litoral do Brasil especficos, alm de possveis reas para investimentos e de duas das maiores baas do pas, o Ministrio do do setor privado, bem como a indicao do modelo de Turismo (MTur) escolheu o Estado, especificamente a gesto para o turismo nutico da regio.Baa de Todos-os-Santos, como cenrio do Plano Piloto

    A SETUR deu incio a uma nova etapa que se do Turismo Nutico do Brasil. Por esse motivo,

    refere implantao de diversas aes previstas no atendendo ao pleito da nossa Secretaria, o MTur firmou

    Plano, cujos recursos sero oriundos do prprio Estado um convnio no valor de R$150 mil de recursos federais

    e do Governo Federal.mais a contrapartida estadual, para a elaborao deste

    Plano. Os principais objetivos so transformar essa Domingos Leonelli Netto

    regio na porta de entrada do turismo nutico Secretrio de Turismo do Estado da Bahia

    internacional para o Brasil, fomentar a cadeia

    produtiva da indstria nutica e qualificar a mo-de-

    obra necessria para trabalhar nesse setor.

    Com estes macro-objetivos, o trabalho traa

    o perfil do setor nutico, como atividade econmica, e

    seu potencial, como estmulo ao desenvolvimento

    sustentvel nesta regio turstica, alm de estabelecer

    os eixos estratgicos para o crescimento do setor e as

    aes prioritrias para cada eixo. Ademais, prope

    polticas, iniciativas e aes integradas que podem

    incentivar a estruturao de destinos atravs da

    elaborao de produtos e roteiros tursticos, alm de

    melhorar a infra-estrutura e servios nuticos na

    regio, a exemplo de marinas e atracadouros, agncias

    receptivas especializadas, restaurantes, hotis e

    pousadas nos locais onde ocorrem as atividades do

    segmento.

    Em conseqncia, haver um fortalecimento

    da industrializao, comercializao e manuteno de

    barcos, aumentando a gerao de empregos e

    alavancando o desenvolvimento da regio como um

    todo. Durante a elaborao do Plano, a instituio

    contratada Fundao Escola de Administrao da

  • 1. INTRODUO , 1

    2. A BAA DE TODOS-OS-SANTOS , 4

    Aspectos gerais de localizaoContextualizao histricaImportncia poltica e estratgica da Baa de Todos-os-SantosAspectos econmicos inerentes a nutica na BTS

    3. O TURISMO NUTICO NA BAA DE TODOS-OS-SANTOS , 13

    Consideraes sobre a nutica: compreendendo o segmentoOs recursos/atrativos naturais, culturais e histricosOferta de meios de hospedagem, transportes, logstica e mo-de-obraInfraestrutura nutica atual Descrio das regies e seus potenciais x landscaping

    4. ASPECTOS AMBIENTAIS, SOCIAIS E LEGAIS DA BTS ,40

    Conjuntura ambiental Capacidade de carga operativaParmetros para o gerenciamento costeiroConjuntura social e interfaces com a comunidade localConjuntura Legal

    5. O SETOR NUTICO ,54

    Anlise da demanda tursticaDescrio dos mercados emissoresPerfil do turista nuticoAnlise comparativa de casos de sucessoDiferenciais competitivosMix de produtos e servios a serem oferecidosFoco e fidelizao de clientesIncremento de valor agregadoAnlise Swot

    6. PLANEJAMENTO ESTRATGICO, 74

    Viso e macro-objetivosEixos estratgicosAes estratgicasLevantamento de oportunidades e necessidades de investimento privadoGovernana para o turismo nutico na BTSAlternativa propostaAlianas e parceriasCritrios para a busca e seleo de parceirosIdentificao de parceirosPlano de implementaoCenrios e resultados previstos para 10 anos

    7. CONCLUSO, 104

    8.REFERNCIAS, 106

  • documento bsico da licitao, esses pressupostos

    foram incorporados durante todo o processo e esto O Plano Estratgico do Turismo Nutico na evidenciados no Relatrio Final, ora apresentado.Baa de Todos-os-Santos (BTS) fruto de um convnio

    celebrado pelo Ministrio do Turismo (MTUR) com a Para atingir esse objetivo, foi necessrio

    Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (SETUR) e promover discusses que refletissem as relaes entre

    t e m c o m o o b j e t i v o a i d e n t i f i c a o , o o lugar a BTS, sua economia, seus aspectos scio-

    dimensionamento e a anlise das potencialidades dos culturais e ambientais, que fundamentassem um

    recursos naturais, ambientais, culturais e sociais da modelo de planejamento baseado no conhecimento e

    BTS para o segmento do Turismo Nutico. Trata-se de nos desejos das populaes locais, sem esquecer a

    um projeto pioneiro, que servir de referncia para a necessria mediao entre o universal e o particular, o

    expanso deste segmento turstico em todo o pas. know-how tcnico e o senso comum, visando

    minimizar os desequilbrios existentes e evitar o Elaborado pela Fundao Escola de desenraizamento da populao.Administrao (FEA) da Universidade Federal da

    Bahia (UFBA), instituio vencedora da licitao

    conduzida pela SETUR, o documento

    resultado de um processo participativo,

    que envolveu atores das esferas

    municipal, estadual e federal, empresas

    do setor nutico, trade turstico,

    s o c i e d a d e c iv i l o rg a n i z a d a e

    comunidades locais (stakeholders).

    A metodologia aplicada partiu

    da compreenso de que no espao

    pblico e social que o indivduo se

    desenvolve, busca sua realizao e

    exerce a especificidade da condio

    humana, atravs do discurso e da ao,

    como refere Hannah Arendt (1981).

    Nesse sentido, considerar os fatores

    psicossociais envolvidos em um

    trabalho como este, um dos caminhos

    para a implementao de experincias

    exitosas que contribuem para difundir

    uma concepo de desenvolvimento e

    transformao econmica e social

    inovadoras.

    Foram, ento, promovidas quatro reunies Tal concepo parte do princpio de que os com grupos focais combinadas com entrevistas atores sociais so agentes ativos, promotores individuais dos atores envolvidos no processo. Alm dinmicos de transformaes pessoais que alteram disso, foram realizados, conforme estabelecido nas suas vidas e que, a partir destas transformaes, exigncias contratuais, um Seminrio Tcnico e um funcionam como fomentadores do processo de Frum com a finalidade de socializar e validar as mudana e do desenvolvimento integral das informaes do processo de elaborao do documento comunidades (SENN, 2000).final, que ainda foi acrescido das sugestes do Grupo

    Esses fundamentos tericos permearam todo Tcnico de Turismo Nutico do Ministrio do Turismo.

    o trabalho de elaborao do Plano Estratgico do

    Turismo Nutico na Baa de Todos-os-Santos, que est

    alicerado em dois pressupostos bsicos: o da

    participao e o do compartilhamento. Exigidos no

    1.INTRODUO

    PLANO ESTRATGICO DO TURISMO NUTICO DA BAA DE TODOS-OS-SANTOS SECRETARIA DE TURISMO DA BAHIA

    1

    Vista panormica da Baa de Todos-os-Santos

  • Desde o incio, ficou claro que os problemas terceira etapa, o material colhido foi transformado em scio-econmicos e polticos deveriam ser convertidos em documento e submetido ao Seminrio Tcnico de cenrio contextualizado, respeitado na sua totalidade e nas Planejamento, em 25 de agosto. Nesse encontro, foram suas variveis constituintes. Considerada como um discutidas as macro-estratgias, os cenrios ambiente amplo e integrado, a BTS passou a ser fundamentados na percepo dos atores, a interpretada na sua diversidade e como fonte primria de sistematizao, compatibilizao e anlises, conhecimento e aprendizado. O enfoque inovador deste notadamente a Anlise SWOT, das informaes processo de planejamento compartilhado baseou-se no obtidas atravs das tcnicas adotadas, que subsidiaram entendimento de que, como no se pode mudar tudo de e permearam, ao mesmo tempo, o processo de uma s vez, vlido introduzir algumas inovaes construo das estratgias, prioridades e aes concretas de forma a provocar e potencializar outros propostas de curto, mdio e longo prazos. processos de mudana. Na quinta etapa, as observaes foram

    Casos de sucesso de desenvolvimento regional tm incorporadas ao texto final do Plano, ajustado e demonstrado que qualidade de vida, meio ambiente e submetido ao I Frum Nutico da Baa da Todos-os-ambiente cultural so ? a um s tempo, um patrimnio e Santos, em 12 de novembro de 2009, quando foram uma meta e, quando tomados como objetivos das aes apresentadas e detalhadas pela FEA a Anlise SWOT, as pblicas e privadas, possuem um valor inestimvel para a diretrizes, eixos e aes estratgicos, alm da proposta produtividade e para uma competitividade mais harmnica de um modelo para a estrutura de governana.entre as populaes do mundo globalizado. O relatrio final, que se constitui no Plano De forma geral, as ferramentas de participao e o Estratgico do Turismo Nutico na Baa de Todos-os-intercmbio com outros segmentos econmicos Santos, est estruturado em sete captulos. Aps esta indicaram que o Plano Estratgico do Turismo Nutico Introduo, o segundo captulo aborda a Baa de Todos-na Baa de Todos-os-Santos deveria ser balizado dentro os-Santos, os aspectos gerais da sua localizao, sua dos parmetros do turismo sustentvel, com vistas a histria e sua importncia estratgica e poltica. No reduzir os impactos negativos que podem ser terceiro captulo, feita uma abordagem histrica da provocados pela atividade turstica. A adoo do relao da BTS com o Turismo Nutico, observando as conceito de turismo sustentvel, portanto, tornou-se potencialidades dos seus recursos e atrativos naturais, essencial e natural, uma vez que ele traz consigo a culturais e histricos, a oferta de meios de hospedagem, utilizao de ferramentas de gesto e de planejamento transportes, logstica e mo-de-obra e a infraestrutura que permitem a diminuio dos impactos nutica atual.socioambientais potencialmente negativos e a

    maximizao de retornos econmicos, sociais e

    ambientais.

    O trabalho foi dividido em cinco etapas. Na

    primeira, dedicada ao planejamento, alm da definio

    metodolgica, foram identificados, sensibilizados e

    mobilizados os atores pblicos e privados que deveriam

    ser envolvidos no processo. A segunda etapa foi

    destinada realizao das reunies dos grupos focais.

    Para isso, a BTS foi dividida em quatro micro-regies:

    Cachoeira, So Flix, Santo Amaro, Maragojipe e

    Saubara; Itaparica, Salinas da Margarida, Nazar,

    Jaguaripe e Vera Cruz; Madre de Deus, So Francisco do

    Conde e Candeias; e Salvador e Simes Filho.

    Nessas reunies, realizadas entre 27 de julho e

    03 de agosto, foram identificadas as experincias

    exitosas, mapeadas as expectativas, sugestes e

    potencialidades e, por fim, elaborado o cenrio. Na

    Reunio do I Frum Nutico da BTS

    Quadro 1 Crescimento Populacional nos Municpios da Baa de Todos-os-Santos PLANO ESTRATGICO DO TURISMO NUTICO DA BAA DE TODOS-OS-SANTOS SECRETARIA DE TURISMO DA BAHIA

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  • No quarto captulo, so analisados os aspectos corporaes do mundo. O termo SWOT uma sigla

    ambientais, sociais e legais da BTS, desde a conjuntura em ingls, oriunda do acrnimo de Foras (Strengths),

    ambiental e da sua capacidade de carga operativa at Fraquezas (W e a k n e ss e s ) , Oportunidades

    os parmetros para o gerenciamento costeiro, (Opportunities) e Ameaas (Threats).

    passando pela conjuntura social e suas interfaces com O sexto captulo dedicado ao Planejamento

    Estratgico do Turismo Nutico na Baa de Todos-os-a comunidade local, e a conjuntura legal que envolve a

    Santos propriamente dito. Neste captulo so BTS e a nutica no Brasil e na Bahia. O setor nutico,

    abordadas questes que vo desde a viso e os macro-com anlise da demanda turstica, dos mercados

    objetivos do Plano, seus eixos e aes estratgicas, at emissores e do perfil do turista nutico so analisados

    o levantamento de oportunidades de investimentos no captulo seguinte, onde tambm apresentada

    privados, sistema de governana, plano de uma Anlise SWOT, com nfase nos pontos fracos e

    implementao de aes e o cenrio dos prximos 10 nas oportunidades da BTS para o segmento do

    anos. No stimo e ltimo captulo so sintetizadas as Turismo Nutico.

    concluses e a anlise do objeto do estudo e das A Anlise SWOT uma ferramenta utilizada

    propostas de aes a serem implantadas. para anlises de cenrio ou de ambiente. A tcnica

    creditada ao pesquisador americano Albert

    Humphrey, que liderou um projeto de pesquisa na

    Universidade de Stanford, nas dcadas de 1960 e 1970,

    usando dados da revista Fortune sobre as 500 maiores

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    Panormica do Mercado Modelo e do Elevador Lacerda vista das guas da BTS

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  • 2. A BAA DE TODOS-OS-SANTOS

    A Baa de Todos-os-Santos est

    situada no meio da Costa do Brasil, a

    1258'250 Sul e 3829'100 Oeste. Possui uma

    entrada com 30 quilmetros de largura, no

    sentido Leste Oeste e 36 quilmetros de

    comprimento no sentido Norte Sul. a

    maior baa do Brasil e a segunda maior do

    Atlntico, sendo que a primeira est situada

    nas guas geladas do Canad. Portanto, pode-

    se afirmar que se trata da maior baa tropical

    do mundo. importante mencionar que Simes Filho e Sua superfcie tem, aproximadamente, mil

    Candeias no fazem parte da Zona Turstica Baa de quilmetros quadrados e um contorno com 238

    Todos-os-Santos, mas foram inclusos no Plano, dada a quilmetros de extenso. As trs maiores ilhas,

    sua importncia para o desenvolvimento da Nutica enquanto macios terrestres, so Itaparica, Frades e

    na regio.Mar integrantes de um conjunto de 56 ilhas, dentre A BTS, rota natural de navegao entre a as quais destaca-se tambm a ilha de Cajaba, em So

    Europa e o Brasil desde o sculo XVI, foi considerada o Francisco do Conde. Recebe as guas de trs grandes principal porto do Atlntico Sul devido as suas guas rios: Jaguaripe, Paraguau e Suba.protegidas e propcias para a navegao, s correntes A Baa de Todos-os-Santos, alm de Salvador a

    martimas e aos ventos favorveis que praticamente capital do Estado da Bahia, composta pelos

    conduzem as embarcaes vela desde a Linha do municpios de Cachoeira, Candeias, Itaparica,

    Equador at a entrada da Baa.

    possvel navegar por quase toda extenso da

    BTS, observando o 'calado' da embarcao utilizada. A

    Carta Nutica 1110, publicada pela Marinha do Brasil

    em 1962, orienta a navegao na BTS e esclarece que o

    trecho extremo norte da BTS apresenta uma

    batimetria rica em bancos rasos de areia, pedras e

    adverte sobre a presena de estruturas de explorao

    petrolferas, como tubulaes semi-submersas,

    presentes em algumas reas, proporcionando uma

    navegao que exige bastante ateno. Assim, afora o

    extremo norte, todo o conjunto da Baa de Todos-os-

    Santos de navegao fcil e tranqila.Jaguaripe, Madre de Deus, Maragojipe, Nazar,

    Salinas da Margarida, Santo Amaro, So Felix, So

    Francisco do Conde, Saubara, Simes Filho -

    integrado ao Plano no decorrer do processo em funo

    da Bahia de Aratu - e Vera Cruz.

    Quadro 1 Crescimento Populacional nos Municpios da Baa de Todos-os-Santos PLANO ESTRATGICO DO TURISMO NUTICO DA BAA DE TODOS-OS-SANTOS SECRETARIA DE TURISMO DA BAHIA

    So Felix

    Vista area da entrada da Baa de Todos-os-Santos

    Panormica do municpio de So Felix

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  • Os mapas a seguir indicam, primeiramente, a abasteciam-se de vveres e mantimentos ou,

    localizao da Baa de Todos-os-Santos em relao s simplesmente, aguardavam por condies de vento e

    demais regies tursticas do estado da Bahia, conforme tempo adequados para a partida.

    zoneamento da SETUR, e o segundo mapa, os Com a abertura dos portos em 1808, a provncia

    Municpios que integram a regio da BTS e que fazem acompanhou a multiplicao dos contatos com o

    parte do escopo deste Plano Estratgico. exterior, em especial com a Inglaterra e os Estados

    Unidos. O crescimento da atividade porturia exigiu

    maiores contingentes de trabalhadores. Homens que CONTEXTUALIZAO HISTRICAconheciam a baa eram enviados ao limite da barra falsa,

    em pontos como Morro de So Paulo, para esperar e O primeiro sculo no Brasil Colnia registrou o

    conduzir os navios em segurana at a atracao. Outros incio das atividades produtivas no Recncavo com o

    se ocupavam das tarefas da estiva e carga das aparecimento de fazendas e engenhos voltados para a

    embarcaes, fornecimento de mantimentos, cultura da cana-de-acar. A falta de vias de acesso por

    manuteno, etc. a cidade baixa tomou a feio de espao terra dotou as guas da BTS e os rios navegveis em sua

    prioritrio da navegao e do comrcio.orla de uma importncia vital, tanto para romper o

    A pesca artesanal se fixou como um importante isolamento dos ncleos populacionais que iam surgindo,

    meio de subsistncia para a populao litornea da Bahia. para garantir o fluxo das mercadorias. Por volta de 1589

    A partir de 1603, a nutica pesqueira na Bahia assumiu eram mais de 1.400 embarcaes em uso na Bahia e

    novos contornos. Pedro Urecha trouxe de Portugal serviam a todas as fazendas por mar, sendo que muitos

    homens e embarcaes que se prestavam pesca da engenhos tinham sua disposio vasto nmero de

    baleia, que era perseguida em barcos a vela que embarcaes.

    precisavam oferecer suficiente agilidade e capacidade de Salvador tornou-se importante entroncamento

    manobra. Alm disso, a tarefa exigia elevada destreza e porturio da Amrica do Sul. Segundo Mattoso (1992),

    percia de seus marinheiros. Nasceu da uma prspera nos sculos XVII e XVIII, o Porto de Salvador registrava

    indstria em torno da extrao do leo com a criao das um fluxo regular de embarcaes provindas de alto mar

    armaes. que permaneciam em guas baianas em mdia por trs

    meses. Durante este perodo realizavam reparos,

    Fonte: SETUR

    Fonte: SETUR

    Zonas Tursticas da Bahia Municpios que compema BTS

    PLANO ESTRATGICO DO TURISMO NUTICO DA BAA DE TODOS-OS-SANTOS SECRETARIA DE TURISMO DA BAHIA

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  • A pujana dessa economia produziu

    verdadeiras fortunas. Em 1850, a atividade empregava

    algo em torno de 2.000 pessoas e fazia uso de 100 a 200

    embarcaes. Na histria nutica baiana o papel do

    Estado foi relevante. Inicialmente, atravs de atos e

    favorecimentos da metrpole e dos governantes

    coloniais que privilegiavam a construo e navegao

    local e priorizavam a organizao de uma Marinha

    Mercante e Armada de Guerra nacionais.

    Estimulou-se com autorizaes oficiais e

    isenes fiscais e tributrias a criao de instalaes

    militares e civis dedicadas s artes navais. J no ano de

    1555, o alvar de 20 de junho determinou ao

    comandante da Capitania da Bahia a construo de

    navios que se prestassem defesa da costa. Esta

    primeira medida tinha como objetivo criar o embrio de No incio do sculo XIX, aconteceu, na Bahia, a uma Marinha Colonial, tanto de guerra como mercante,

    primeira experincia da navegao a vapor no Brasil. D. construda em terras brasileiras. Joo VI havia decretado a incorporao de uma

    A Coroa favoreceu a construo de companhia de navegao vapor em portos e rios da

    embarcaes de mais de 130 tonis e decretou iseno Capitania. Deste evento, resultou uma linha regular

    de imposto para barcos a remo com mais de 15 bancos. que ligou duas cidades at o perodo das guerras da

    Alm disso, a Metrpole determinou que toda independncia e posteriormente, com o apoio dos

    comunicao entre as capitanias fosse feita Governos Regionais, no desenvolvimento da

    exclusivamente por via martima. Com a carta rgia de navegao vapor e suas linhas regulares pela costa do

    1650 a colnia ficou obrigada a construir a cada ano um Estado.

    galeo entre 700 e 800 tonis. No sculo seguinte, A Companhia Bonfim apareceu em 1847, outros incentivos buscaram impulsionar a navegao e

    estabelecendo uma linha entre Salvador e a cidade de construo naval no Brasil. Em 1847 existiam na Bahia Valena. Outra empresa de navegao, a Santa Cruz, 14 estaleiros, que, em sua maioria, se dedicavam surgiu em 1852 para explorar a navegao costeira. produo de embarcaes para o trfego martimo na Detinha o privilgio do servio para a faixa BTS. O nmero de operrios ligados esses compreendida entre Macei e Caravelas pelo prazo de estabelecimentos, chegaria, anos mais tarde a 518 20 anos. Em 1853, a fuso das duas companhias resultou pessoas. na criao da Companhia Bahiana de Navegao.

    O desenvolvimento das atividades nuticas A partir de 1891, a Bahiana passou a pertencer em Salvador e no Recncavo baiano, fez crescer a

    ao Lloyd Brasileiro e tentou adotar um modelo de parcela da populao que dependia do mar para viver. gesto semelhante ao das suas congneres estrangeiras Em 1847, a Bahia possua 1.176 embarcaes em na navegao de longo curso. Sob a gesto do Lloyd,

    operao e 2.547 tripulantes registrados (Cmara, 1911). iniciou-se o processo de decadncia do servio. No

    Dos saveiristas, pescadores, barqueiros, marinheiros, comeo do sculo XX, a empresa passou ao poder do

    remadores, carpinteiros, calafates e outros mais, engenheiro Alencar Lima, que a manteve sob controle

    derivam crenas, tradio e cultura que deram ao at 1909, quando o Governo do Estado decretou seu

    baiano a caracterstica de povo ligado vida no mar. encampamento.

    1.A capacidade dos navios era medida pelo numero de tonis que poderia levara a bordo, cada tonel correspondia ao volume de um barril e 1,20m de comprimento e 80cm de largura. Bueno, 1998.

    Antigo Cais das Amarras

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  • O impacto da navegao a vapor na economia pimenta do reino e madeira (Mattoso, 1992).

    nutica baiana foi de duas ordens. Em primeiro lugar Em 1855, o Dr. Francisco Pedreira da Rocha

    estabeleceu um novo tipo de concorrncia para o obteve o privilgio para montar uma instalao de

    transporte martimo tradicional executado pelos reparos em Coqueiros D'gua de Meninos. A falta deste

    saveiros. Durante o final do sculo XIX e no decorrer do servio afastava as grandes embarcaes de longo

    sculo seguinte, esse servio perderia espao para as curso de Salvador. Em caso de grandes avarias os

    embarcaes a motor. Entretanto, os barcos do navios eram forados a uma arriscada viagem at o Rio

    Recncavo conseguiram afastar o risco de extino, de Janeiro. O projeto previa Cais para carga e

    e s t a b e l e c e n d o u m a n o v a r e l a o d e passageiros, trapiche de mercadorias, depsito de

    complementaridade com os vapores buscando os carvo e uma serraria movida a vapor. Uma companhia

    pontos aonde os navios no chegavam. comeou a ser organizada enquanto se compunha a

    Em segundo lugar, o servio dos vapores diretoria.

    inaugurou uma nova dinmica para o setor. Com a Na primeira metade do sculo XX o

    consolidao da Bahiana, estenderam-se os pontos crescimento da economia nutica da Bahia prosseguiu

    onde a empresa marcou sua presena com navios, gradualmente em meio s transformaes. Entre 1906

    todos os conheciam pelo nome: Santa Cruz, Rio Real, e 1920, num perodo de declnio relativo de sua

    Lucy, Prncipe do Gro-Par, entre outros. Em cada economia, foi inaugurado o novo porto de Salvador. A

    lugarejo escritrios eram montados, prepostos eram antiga companhia de navegao a vapor, depois de um

    contratados, surgiam estruturas de manuteno e perodo sob gesto privada, passou novamente

    novos ofcios eram criados. rbita do Estado em 1936. Em 1954, operava 15 navios

    A vida destas localidades comeou a se nas linhas costeiras internas. Foi transformada em

    organizar em torno dos horrios das chegadas e sociedade annima de economia mista no final da

    partidas das embarcaes. O motor a vapor tambm dcada de 50, passando a se chamar Companhia de

    modificou a vida porturia de Salvador. Com o Navegao Bahiana.

    aperfeioamento da mquina a vapor como meio de

    propulso, a navegao internacional comeou a se

    libertar das condies naturais impostas pela Rota das

    ndias. O porto passou a receber prioritariamente os

    navios que traziam e levavam carga da Bahia.

    O movimento de longo curso da Baa de

    Todos-os-Santos passou a depender cada vez mais do

    comrcio exterior. A inaugurao do canal do Panam,

    na primeira dcada do sculo XX tambm retirou do

    Estado o fluxo martimo que se dirigia ao Pacfico.

    Contudo, a partir de 1860, Salvador passou a contar

    com linhas regulares de navios a vapor com portos

    brasileiros e do exterior.

    Este segmento foi rapidamente dominado por

    armadores estrangeiros. Em 1893 companhias

    inglesas, alems, francesas, americanas e italianas

    mantinham linhas regulares transportando cargas e

    passageiros, exportando alm do acar, fumo,

    Foto de poca do antigo Porto de Salvador Arquivo FEA

    PLANO ESTRATGICO DO TURISMO NUTICO DA BAA DE TODOS-OS-SANTOS SECRETARIA DE TURISMO DA BAHIA

    7

  • importante destacar que, apesar das 1972, dessas novas embarcaes, a navegao de

    grandes transformaes, a era do vapor no ameaou o cabotagem foi desativada. Alm disso, os saveiros

    contato do povo com a rotina do mar. De fato, a ainda em operao tambm perderam boa parte das

    navegao e construo dos saveiros encontraram oportunidades de trabalho, decorrente da travessia

    espao para garantir sua sobrevivncia, a pesca Salvador-Ilha de Itaparica, reforando a perspectiva

    manteve-se como atividade da populao praiana. As de extino deste tipo de embarcao.

    inovaes que resultaram em agonia da tradio Por outro lado, uma nova lgica territorial

    martima da Bahia, no vieram pelo mar e sim por terra dominou Salvador. A estrutura da cidade, centrada no

    firme. porto, foi deslocada com a implantao de vias de vale.

    A partir de 1962, o desenvolvimento das O desbravamento de novas fronteiras urbanas

    malhas de rodagem e o adensamento do transporte empurrou o vetor de crescimento da cidade para as

    rodovirio, transformaram-se em prioridade para o zonas distantes das guas calmas da Baa de Todos-os-

    governo federal. A estratgia estava vinculada ao Santos. A construo da Avenida Paralela e do Centro

    desenvolvimento da indstria automotiva do Brasil. Administrativo da Bahia, nos anos 1970, tornaram-se

    Com a construo das estradas, o transporte marcos desta etapa.

    martimo, que fazia uso dos tradicionais saveiros, Afastando-se da rea de influncia da baa,

    comeou a agonizar. Salvador, aos poucos, foi se afastando de sua tradio

    Na dcada de 70 boa parte das localidades do nutica. A implantao do Shopping Center Iguatemi,

    Recncavo j se encontravam interligadas por terra. A em meio de caminho entre a cidade e o novo centro

    pequena cabotagem foi se tornando pouco eficiente administrativo, marcou a base de uma nova estrutura

    diante das novas alternativas de trfego. Aos saveiros urbana, que estava irreversivelmente lanada.

    restou espao apenas no abastecimento de algumas Com a expanso das atividades de explorao

    feiras da Capital. Mesmo assim, a vela foi ficando em de petrleo desenvolvidas pela Petrobrs no

    segundo plano com a popularizao dos motores a Recncavo baiano, espalharam-se plataformas pela

    diesel, situao que afetou principalmente a sade guas do campo de D. Joo Mar. Para atender sua

    financeira e social dos municpios localizados logstica, uma centena de pequenas e mdias

    margem do Rio Paraguau. embarcaes foi mobilizada. Os homens das ilhas,

    A Companhia Bahiana tambm enfrentou as acostumados com a lida do mar, foram recrutados para

    conseqncias desse processo. Em 1964 encontrava-se as atividades martimas da empresa. Surgiram

    envolvida em srias crises que resultou em pequenos estaleiros para explorar servio de

    deteriorao do servio. Os diversos terminais de manuteno.

    atracao existentes na Baa de Todos-os-Santos e nos

    vilarejos antes alcanados pela empresa foram se

    perdendo em razo da ao do tempo. Vrios de seus

    barcos encontravam-se fora de linha por serem

    deficitrios.

    Em funo desse quadro, no final da dcada

    de 1960, o Governo do Estado deliberou a

    reestruturao da empresa, a partir do projeto do

    sistema ferry-boat. Com a entrada em operao, em

    Quadro 1 Crescimento Populacional nos Municpios da Baa de Todos-os-Santos PLANO ESTRATGICO DO TURISMO NUTICO DA BAA DE TODOS-OS-SANTOS SECRETARIA DE TURISMO DA BAHIA

    8

  • o antigo terminal de Embarque da Companhia de

    Navegao Bahiana foi transformado em sede do

    CENAB e construda uma marina, com capacidade para

    42 embarcaes na gua, atravs do investimento

    aproximado de um milho e meio de reais. Este

    investimento foi justificado pela inexistncia de infra-

    estrutura para as embarcaes das regatas captadas no

    exterior, contribuindo ainda para atender demanda

    local, alm de gerar 83 empregos diretos e 100 empregos

    indiretos.

    Vale, entretanto, ressaltar que em 2007, a

    participao do Governo no CENAB foi interrompida e Na dcada de 1980, a Bahia voltou a a sede da ONG CENAB mudou de lugar, para o bairro da desenvolver know-how de construo naval, passando a Ribeira, no antigo Hidroporto de Salvador, onde produzir pequenas lanchas de servios e recreio, barcos funciona a Marina Pier Salvador. O Terminal Nutico pesqueiros e pequenas embarcaes militares. A voltou a ser administrado pelo Estado atravs da indstria metalrgica, dedicada s atividades off-shore, SUDESB.experimentou relativo desenvolvimento, notadamente

    Em 03 de julho de 2008, atravs do Decreto aos servios de reparo de plataformas.

    11.125, o Governo do Estado, com vistas a fortalecer a sua Contudo, as novas atividades da nutica atuao, criou o GT Nutico com a participao da baiana no foram suficientes para garantir a Secretaria da Indstria, Comrcio e Minerao, manuteno da cultura martima do Estado. A maior Secretaria de Turismo e Bahiatursa, e Secretaria de parte dos estaleiros e da indstria metalrgica ligada Trabalho, Emprego, Renda e Esporte atravs da nutica enfrentou um rpido processo de SUDESB. enfraquecimento. Entre o final dos anos 80 e comeo

    Recentemente, o Governo do Estado, atravs dos anos 90, grande parte das empresas tinha encerrado

    da Secretaria de Turismo, buscou estabelecer marcos suas operaes ou mantinha suas instalaes ociosas.

    para a realizao do Planejamento Estratgico do No passado, a tradio martima da Bahia, foi Turismo Nutico na Baa de Todos-os-Santos, em calcada em bases populares: na imensa quantidade de parceria com o Ministrio do Turismo, atravs do ofcios ligados ao mar, no uso cotidiano do barco como presente trabalho. O objetivo principal que este meio de transporte (inclusive urbano), na sintonia do Planejamento defina as estratgias e aes que Recncavo com as regras que os ventos impunham ao orientaro os setores pblico e privado a abastecimento de vveres, na fora da atividade transformarem a rea num espao privilegiado de pesqueira, na intimidade do povo com os vapores e no turismo nutico de atratividade internacional. conhecimento das tcnicas de construo das

    A iniciativa deve resultar no contexto e na viso embarcaes regionais.

    para a atrao de novos investimentos e o Ao final da dcada de 1990, o Governo do desenvolvimento dos negcios relacionados s Estado, no intuito de fomentar um novo processo de atividades nuticas, de forma sustentvel, de maneira a desenvolvimento da nutica na Bahia, criou um Grupo beneficiar o estado da Bahia atravs da explorao de Trabalho ligado Secretaria da Indstria, Comrcio racional dos seus recursos naturais e culturais. Esta e Minerao. medida que o trabalho do GT cresceu, e ao contribuir para que a Baa de Todos-os-Santos suas atividades tornaram-se mais complexas, criou-se volte a ter uma relao mais ntima com o mar, tanto tambm uma associao civil, de carter privado, sem para Salvador quanto para as demais cidades do fins lucrativos, sob a forma de Organizao No-Recncavo e da BTS.Governamental, o Centro Nutico da Bahia CENAB.

    Esta ONG necessitava de uma infra-estrutura mnima e

    Vista panormica da Marina do Contorno e do Forte So Marcelo

    PLANO ESTRATGICO DO TURISMO NUTICO DA BAA DE TODOS-OS-SANTOS SECRETARIA DE TURISMO DA BAHIA

    9

  • IMPORTNCIA POLTICA E ESTRATGICA DA uma vez consolidou-se uma

    BTS estrutura profundamente

    heterognea, quando novas A importncia poltica e estratgica da BTS,

    atividades foram inseridas sem tanto para o Estado da Bahia, quanto para o Brasil,

    articulao com a cultura dos histrica. J no perodo pr-colonial, a regio da Baa de

    p r o c e s s o s e c o n m i c o s Todos-os-Santos - conhecida pelos ndios como

    tradicionais da regio. Em Kirimur - aglutinava um grande nmero de pessoas,

    poucos anos foram, totalmente em virtude das suas condies naturais favorveis.

    reestruturados os espaos do Diversas tribos indgenas, pertencentes ao

    Recncavo canavieiro. Hoje, a grupo dos tupinambs, ocupavam as reas continentais

    BTS acumula alguns dos e as insulares, caando, pescando, extraindo madeira e

    principais PIBs do Estado da praticando a agricultura de subsistncia.

    Bahia (Salvador, So Francisco do A partir do estabelecimento da cidade de Conde e Candeias), sendo Salvador, que foi capital do Brasil por mais de duzentos responsvel por movimentar a anos (at 1763, quando ocorreu a transferncia para o economia estadual.Rio de Janeiro), doaes de terras (sesmarias)

    A implantao do Plano Real e a estabilizao comearam a ser intensificadas em direo ao norte

    da economia introduziram novos parmetros nas (como a Garcia d'vila), regio atualmente conhecida

    formas e decises de investir. A passagem da economia como Litoral Norte e em direo Baa de Todos-os-

    baiana de mono exportadora agrcola, para produtora Santos, pelo prprio Thom de Souza e pelos

    de bens intermedirios constituiu-se em alavanca para Governadores Gerais subseqentes.

    mover o perfil produtivo estadual em direo a uma Na segunda metade do sculo XX, a BTS foi economia produtora de bens finais, mais voltada para o responsvel pelo fornecimento de bens primrios para setor tercirio.as indstrias do sul, quando, em meados da dcada de

    Mais recentemente, novos empreendimentos 1970 o Governo do Estado da Bahia criou, na parte norte

    como o complexo industrial da FORD, o novo complexo do Recncavo o CIA Centro Industrial de Aratu rea

    hoteleiro do litoral norte, a chegada do segmento infra-estruturada para receber investimentos a serem

    caladista, o Plo de Informtica de Ilhus, a nova atrados pelos incentivos fiscais administrados pela

    fronteira agrcola do oeste, dentre outros, revigoraram a SUDENE Superintendncia de Desenvolvimento do

    economia baiana, a ponto de permitir um novo estgio, Nordeste.

    mais prximo do que se considerava Estado Ainda nos anos 1970, o turismo, como uma desenvolvido.forte atividade vocacional, se credenciou por conta dos

    A extino da SUDENE em 2000 e a bons resultados no estado da Bahia, a ponto de

    inexistncia de uma poltica nacional de posicionar o Estado como o 2 no ranking do Brasil em

    desenvolvimento regional, promoveram a chamada 2004. Os esforos registrados nos anos 1990, como uma

    guerra fiscal, uma disputa de incentivos, em que cada das prioridades do governo, recebeu forte impulso dos

    Estado buscava atrair mais investimentos, utilizando-se investimentos pblicos realizados na melhoria e

    da renncia fiscal.ampliao da infra-estrutura de apoio, tambm

    Para tornar a Bahia um destino competitivo, o ancorados no Programa de Desenvolvimento do

    Governo do Estado vem fortalecendo as estruturas de Turismo no Nordeste (Prodetur-NE), com uma parcela

    apoio ao desenvolvimento turstico ao mesmo tempo importante destes investimentos e resultados

    em que adota uma poltica promocional agressiva bem creditados ao Governo do Estado da Bahia.

    estruturada e sincronizada com os mercados tursticos Em paralelo, outra vertente de atividades

    mundiais, capaz de atrair para a Bahia novos mercados econmicas se desenvolvia. O Governo Federal instalou

    emissores e renomados grupos de hotelaria o complexo Petroqumico de Camaari COPEC para

    internacional.utilizar os sub-produtos da refinaria de Mataripe. Mais

    ,

    Velejador assiste a por-do-sol na BTS

    Quadro 1 Crescimento Populacional nos Municpios da Baa de Todos-os-Santos PLANO ESTRATGICO DO TURISMO NUTICO DA BAA DE TODOS-OS-SANTOS SECRETARIA DE TURISMO DA BAHIA

    10

  • Do ponto de vista nutico, a importncia portanto suas demandas mais imediatas de cada

    poltica estratgica da atividade nutica na BTS municpio em termos de (i) infra-estrutura nutica,

    tambm histrica e remonta a poca em que o saveiro (ii) infra-estrutura turstica, (iii) infra-estrutura de

    era o principal meio de locomoo na baa e logstica (acesso ao aeroporto e portos), (iv) qualidade

    responsvel pelo abastecimento da capital e do da oferta de mo de obra, (v) sensibilizao de

    recncavo do Estado. empresrios e empreendedores locais para o

    segmento nutico e (vi) principais fontes de receita Hoje a concentrao da atividade nutica do

    econmica municipal. Estado da Bahia ainda est na BTS, visto que: na rea da

    BTS so realizados os principais eventos nuticos; Atravs do tratamento desta varivel foi

    concentra a grande maioria das vagas para atracao; possvel identificar, como forma de diagnstico, os

    possui as marinas de melhor qualidade e localizao pontos fortes e fracos de cada municpio nos aspectos

    geogrfica estratgica. acima elencados, com o fito de se desenvolver o plano

    estratgico com a mxima correlao possvel com a Estas e outras caractersticas tornam a BTS

    realidade econmica de cada municpio.importante plo nacional para o desenvolvimento da

    nutica, por j possuir uma infra-estrutura que, se Certamente, esta a base do plano

    ampliada em propores graduais, ser capaz de estratgico, em virtude do fato de ser fundamental

    atender a crescente demanda internacional do para o pensamento estratgico de curto, mdio e longo

    turismo nutico para o Brasil. prazo (e sua implementao e ao constante ao longo

    do tempo) a apurao do correto perfil e diagnstico Ao adotar a estratgia de se promover a

    dos municpios em tela. Fora desta base, corre-se o descentralizao da atividade turstica para alm da

    srio risco de se desenvolver um trabalho construdo capital baiana e instituir mecanismos legais com

    sobre bases frgeis, e, portanto, sem sustentao na vistas a regulamentar e monitorar o uso dos recursos

    realidade produtiva local. culturais e ambientais existentes, foram criadas as

    condies bsicas para incorporar atributos de Neste contexto, observou-se o aumento do

    qualidade a oferta turstica da Bahia, sem, contudo, IDH (ndice de Desenvolvimento Humano) dos

    ocasionar graves danos aos ecossistemas naturais. municpios de fazem parte da regio da BTS entre 1991

    e 2000. No entanto, o aumento do IDH dos municpios

    n o s e re ve r te u e m g ra n d e s m e l h o r i a s ASPECTOS ECONMICOS INERENTES A socioeconmicas e, a maior parte deles, vem passando NUTICA NA BTSpor um processo de estagnao econmica,

    decorrente, na maioria dos casos, da desagregao do O desenvolvimento de um planejamento

    complexo agroindustrial regional pela decadncia estratgico para o turismo nutico da Baa de Todos-

    econmica dos centros de produo tradicionais do os-Santos requer o tratamento de duas variveis

    acar e do fumo. econmicas fundamentais em dois nveis de

    abrangncia: a) varivel adequao econmica de

    cada municpio envolvido; e b) varivel viabilidade

    econmico-financeira dos equipamentos nuticos a

    serem propostos como investimentos futuros.

    A adequao econmica de cada municpio

    envolvido uma varivel mesoeconmica, que deve

    considerar as carncias econmicas e sociais e,

    PLANO ESTRATGICO DO TURISMO NUTICO DA BAA DE TODOS-OS-SANTOS SECRETARIA DE TURISMO DA BAHIA

    11

  • A ttulo de ilustrao, sabe-se que o desenvolvimento de alternativas de propostas de

    PIB acumulado dos municpios da BTS para o ano de investimentos em termos de equipamentos nuticos a

    2006 foi de R$ 36.302 bilhes, o que equivale a 37,62% serem construdos nos diversos municpios (marinas,

    de todo o PIB do Estado da Bahia; destacando-se o fato centros nuticos de apoio, centros de manuteno e

    de que apesar de Salvador apresentar o maior PIB (R$ hotis), passa a ser fundamental o clculo analtico da

    24.072 bilhes), os municpios de So Francisco do viabilidade econmica destes investimentos, atravs de

    Conde, Candeias, Madre de Deus e Simes Filho, indicadores como o Valor Presente Lquido (VPL), a

    possuem PIB per capita acima do municpio de Taxa Interna de Retorno (TIR) e o pay-back (tempo de

    Salvador em razo de que So Francisco do Conde, retorno de cada investimento).

    Candeias e Madre de Deus, possuem populao Vale ressaltar que por mais que um

    bastante inferior de Salvador, e agregam economias determinado investimento seja socialmente defensvel

    vinculadas extrao, processamento, transporte e em razo de seus impactos sociais (as suas chamadas

    externalidades positivas em

    termos de gerao de empregos,

    tributos e mesmo da gerao

    indireta de atividade econmica),

    ou em funo do arranjo

    mercadolgico dado ao negcio

    envolvido, a sua capacidade de

    auto-sustentao econmico-

    financeira que far com que este

    investimento seja devidamente

    remunerado e se mantenha ao

    longo dos anos.

    Para tanto, acredita-se

    que os invest imentos em

    equipamentos nuticos propostos

    no plano estratgico, que

    demandem maior valor agregado

    em termos de desembolsos,

    devam ser acompanhados de um comercializao de petrleo, gs e produtos correlatos,

    plano de negcios, ou mesmo de estudo de viabilidade com alto valor agregado, enquanto que Simes Filho,

    tcnica, econmica e comercial.alm da populao diminuta frente a Salvador, possui

    Isto fundamental para substanciar a tomada considervel estoque de indstrias localizadas no

    de deciso de investidores privados, nacionais e Centro Industrial de Aratu CIA, tambm com alto

    estrangeiros, alm de direcionar o governo do Estado valor agregado.

    em termos de indicao de precificao de negcios Quanto viabilidade econmico-financeira

    futuros, relativos implantao das estratgias de dos equipamentos nuticos a serem propostos como

    desenvolvimento do turismo nutico da Baa de Todos-investimentos, o seu dimensionamento decorre

    os-Santos, ao longo do tempo. diretamente do desdobramento dos resultados dos

    estudos a serem realizados futuramente. Assim, aps o

    estudo de diagnstico municipal, e em paralelo ao

    Quadro 1 Crescimento Populacional nos Municpios da Baa de Todos-os-Santos PLANO ESTRATGICO DO TURISMO NUTICO DA BAA DE TODOS-OS-SANTOS SECRETARIA DE TURISMO DA BAHIA

    12

    Bahia Marina vista pela BTS

  • 3.TURISMO NUTICO NA BTS toda a prtica de navegao considerada turstica que utilize os diferentes tipos de

    Consideraes Sobre a Nutica: transportes aquavirios, cuja motivao do Compreendendo o Segmentoturista e finalidade do deslocamento sejam a

    embarcao em si, levando em conta o tempo

    de permanncia a bordo; O Ministrio do Turismo (2009) define como

    nutica toda atividade de navegao desenvolvida em Como meio da movimentao turstica: o embarcaes sob ou sobre guas, paradas ou com transporte nutico utilizado especialmente correntes, sejam fluviais, lacustres, martimas, sejam para fins de deslocamento, para o consumo de ocenicas. Pode-se dizer, em resumo, que quando outros produtos ou segmentos tursticos.conectadas essas referidas atividades quelas de

    Esta diferena crucial para entendimento do carter turstico pode-se elencar, neste contexto, o que

    segmento, e, possvel ainda, aglutinar estes dois chamaremos de Turismo Nutico.segmentos, o turismo nutico e o turismo martimo,

    Ainda segundo o Ministrio do Turismo (2009) a em um segmento maior, denominado pela Sociedade utilizao de embarcaes, sob ou sobre guas, podem Nutica Brasileira de Turismo Aquavirio. ter dois enfoques:

    No quadro abaixo resume a diferenciao entre Como finalidade da movimentao turstica: esses segmentos:

    Fonte: Elaborao prpria, 2009

    1 Frum Nacional de Turismo Aquavirio. Rio de Janeiro, 21 a 23 de setembro de 2006. Disponvel em http://www.expomar-

    rio.com.br/1ForumCapaApresentacoes.html. Acessado em 18 de novembro de 2009.

    PLANO ESTRATGICO DO TURISMO NUTICO DA BAA DE TODOS-OS-SANTOS SECRETARIA DE TURISMO DA BAHIA

    13

  • Apesar do turismo martimo trazer impactos ciclones, tornam o turismo nutico de carter sazonal

    econmicos positivos para as regies onde se na regio, o que permite vantagens comparativas para

    desenvolve, no se pode esquecer que o foco deste o desenvolvimento da atividade nutica na BTS. A

    Plano Estratgico o Turismo Nutico, todavia se fez ttulo de exemplo, a Marina Puerto del Rey, uma das

    necessria uma explanao sntese das diferenas maiores do Caribe, ao sul de Fejardo, possui 1.100 vagas.

    entre esses dois segmentos para uma melhor O desenvolvimento do turismo na BTS uma

    compreenso do setor nutico como um todo. oportunidade mpar para o incremento da nutica.

    De acordo com Leilane Loureiro (2004) tal quando o Estado, divulgando o destino para os

    como o desenvolvimento econmico, as atividades aficionados dessa atividade, define tambm as

    nuticas esto distribudas de maneira desigual no polticas pblicas capazes de incentivar e facilitar a

    territrio do Brasil, concentrando-se, sobretudo, na criao de infra-estruturas. A partir da, com o

    regio Sudeste que representa 65% do mercado aumento do nmero de equipamentos de suporte,

    nacional, sendo que o eixo Rio - So Paulo detm 63% amplia-se a sua atratividade para um nmero maior de

    deste valor.Ainda de acordo com o trabalho de embarcaes, crescendo a demanda por servios

    Loureiro (2004), a regio Nordeste a mais prxima especializados no setor.

    dos centros emissores de turismo nutico localizados O comrcio nas regies do entorno das

    na Europa [...] e uma anlise mais detalhada, pode-se estruturas tambm fomentado e novos segmentos,

    verificar que o Nordeste possui condies muito como o de operadores de charter, tendem a se

    parecidas com as do Caribe, tanto em distncia quanto interessar pela localidade que priorizam para seus

    em correntes martimas, para os navegadores que investimentos em novas estruturas, gerando-se assim

    partem da Europa. um ciclo virtuoso que deve ser encarado de forma

    O Caribe, por exemplo, embora apresente sustentvel.

    condies favorveis, tal qual o Nordeste do Brasil, a

    ocorrncia de fenmenos naturais, como furaces e

    Marina Puerto del Rey Caribe Fonte: travelandsports.com/img/tn/00ap003.jpg

    Quadro 1 Crescimento Populacional nos Municpios da Baa de Todos-os-Santos PLANO ESTRATGICO DO TURISMO NUTICO DA BAA DE TODOS-OS-SANTOS SECRETARIA DE TURISMO DA BAHIA

    14

  • Nesta trajetria, cabe ainda ao Estado atuar pessoa/dia; quando o tema nutica de recreio ligada

    num dos maiores gargalos que a capacitao de mo a bases de charter (aluguel de barcos) o gasto dirio

    de obra especializada para o segmento. Esta atuao por pessoa pode variar entre US$ 120,00 e US$ 700,00.

    pode ser atravs da implantao direta de escolas de Conforme pesquisa realizada pela Brazil

    formao ou atravs do incentivo ao setor privado para Cruising para o turismo de cruzeiros martimos, o

    sua implantao. gasto dirio situa-se em torno de US$100,00/dia, o que

    Na nutica, a renda ganha pelo trabalhador, demonstra a importncia de criao de bases de

    normalmente, est acima do salrio mnimo charter na Baa de Todos-os-Santos, levando-se em

    brasileiro. Atualmente, devido carncia no mercado, conta, sobretudo, a capacidade de incremento da

    um skipper com pouca experincia, no eixo RioSo renda proporcionada por esta vertente do turismo

    Paulo, ganha mensalmente entre R$1.000,00 a nutico.

    R$3.000,00, j um skipper experiente chega a ganhar Por outro lado, a realizao de regatas tem

    entre R$10.000,00 a R$ 15.000,00. como objetivo principal atrair a ateno da mdia e

    Pesquisa realizada pela Federao das divulgar o destino, traduzindo-se num momento de

    Indstrias do Estado da Bahia, no ano de 2004, aponta investimento por parte do Estado em parceria com a

    que 80% dos proprietrios de barcos em Salvador iniciativa privada. As cinco regatas internacionais que

    esto insatisfeitos com a qualificao tcnica dos seus passaram pela Bahia em 2007 geraram mais de 5.500

    marinheiros. reportagens, 68 horas de matrias em televiso e mais

    Em relao ao gasto mdio dirio do turista de 8 milhes de page views nos sites ligados s regatas.

    nutico h uma grande variao. Por exemplo, na

    nutica de recreio, considerando os proprietrios de

    embarcaes, a mdia de gastos de US$100,00 por

    Vista area das ilhas da Baa de Todos-os-Santos

    PLANO ESTRATGICO DO TURISMO NUTICO DA BAA DE TODOS-OS-SANTOS SECRETARIA DE TURISMO DA BAHIA

    15

  • Vale ressaltar o importante trabalho de regatas e rallyes realizados pelas marinas, clubes,

    atrao de regatas para o Estado da Bahia realizado associaes e prefeituras municipais na Baa de Todos-os-

    pelo Governo do Estado atravs do Centro Nutico da Santos, a exemplo da Regata Aratu-Maragojipe, um dos

    Bahia CENAB, entre os anos de 1996 e 2003, maiores e mais tradicionais eventos nuticos da Amrica

    conforme demonstrado no quadro a seguir. Latina e a Regata de Saveiros Joo das Botas. Nos ltimos

    Importante tambm destacar que durante todo o ano 12 anos somaram-se cerca de 300 eventos nuticos locais.

    ocorrem eventos nacionais e locais como campeonatos,

    Eventos Nuticos Internacionais Recepcionados

    REGATAS E RALLYES

    96-99

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007 2008 2009 TOTAL

    Rallye Les Iles du Soleil

    4

    1

    1

    1

    1

    1

    1

    1

    1 1 1 14

    Regata Clipper Round the World

    2

    -

    1

    -

    1

    -

    -

    -

    1 - - 5

    Regata Hong Kong Challenge

    1

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    - - - 1

    B2B (Bahia to Britain) - - - - - - - - 1 - - 1

    Millennium Odyssey Race 1 1 - - - - - - - - - 2

    Regata Expo 1998

    1

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    - - - 1

    Atlantic Brasil Caribean Rally

    1

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    - - - 1

    Cape to Bahia

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    - - 1 1Campeonato Mundial Classe Europa

    -

    1

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    - - - 1

    Regata Ocenica Brasil 500 Anos

    -

    1

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    - - - 1

    Transat 6.50

    -

    -

    1

    -

    1

    -

    1

    -

    1 - 1 5

    Campeonato Mundial ILC 30

    -

    1

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    - - - 1

    Transat Jacques Vabre

    -

    -

    1

    -

    1

    -

    1

    -

    1 - - 4

    Around Alone Race

    -

    -

    -

    -

    1

    -

    -

    -

    - - - 1

    TOTAL GERAL

    10

    5

    4

    1

    5

    1

    3

    1

    5 1 3 39

    Fonte: 1. Centro Nutico da Bahia CENAB, 2009 (perodo 1996/2006)

    2. Setur, 2009 (perodo 2007/2009)

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    16

  • Apesar da importncia da realizao destes receptivo integrado entre a mdia nacional e

    eventos, os resultados alcanados no foram internacional e a estrutura de base local.

    suficientes para promover o desenvolvimento Apenas a Velux, que na prxima edio ter

    sustentvel do segmento. Mesmo aps investimentos Salvador como uma das paradas, rendeu mais de 60

    e patrocnios captados, pouco se conseguiu alavancar milhes de euros em mdia espontnea durante sua

    no turismo e na indstria nutica na Bahia. Presume- ltima edio. Ao receber esta regata governo e

    se que um dos motivos tenha sido o olhar limitado ao organizadores devem se esforar para que a cobertura

    esporte, sem que tenham sido levadas em mostre tambm as belezas naturais, a cultura e as

    considerao as potencialidades de desenvolvimento condies de vento e qualidade da gua para os

    da Baa de Todos-os-Santos como destino turstico milhes de aficionados que acompanham a regata

    nutico. atravs das reportagens e web sites especializados.

    importante destacar tambm que, quando o A pesca outro significativo ramo para o

    foco da cobertura da mdia no est atrelado ao desenvolvimento nutico, sendo que este pede uma

    turismo, isto , se os jornalistas que acompanham os ateno especial na busca pela sustentabilidade do

    eventos no conseguem mostrar para seus leitores e segmento. De acordo com Coelho (1999), no Brasil e

    espectadores, pelo menos, parte dos fatores que fazem pesca esportiva conta com aproximadamente 10

    da regio um dos melhores pontos do mundo para milhes de praticantes e uma forte presena de

    passear de barco, o retorno para o desenvolvimento do produtos estrangeiros, principalmente frutos da

    segmento inexpressivo. queda nos preos dos equipamentos, que, entre 1997 e

    Neste caso cabe aos organizadores locais 1998, que registraram uma reduo mdia de 30%.

    promoverem um esforo de articulao entre os Este mercado vem crescendo continuamente em todas

    envolvidos com eventos esportivos e organismos as suas modalidades como o pesque-pague, criao de

    municipais e estaduais responsveis pelo alevinos, aluguel de embarcaes, hotis fazendas,

    desenvolvimento do turismo, para proporcionar um barcos hotis e pesca esportiva em alto mar.

    Campeonato Norte Nordeste da Classe OptimistFonte: http://www.mardabahia.com.br/

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    17

  • Na BTS, tambm so grandes as possibilidades de 800 milhes de dlares anuais (Almeida e Coelho Neto,

    desenvolvimento do mergulho como esporte, haja 1998). Outro dado indica que o mercado sul-americano

    vista, o patrimnio arqueolgico e belezas naturais aparece com um movimento em torno de 1,4 bilhes de

    subaquticas. Coelho Neto (1999) mais uma vez dlares, supondo-se que este montante seja

    esclarece que o mergulho tambm compe o mercado distribudo de forma proporcional ao PIB dos

    do lazer nutico e disputa a ateno do consumidor principais mercados da regio (Brasil, Argentina e

    brasileiro [...] estima-se que exista no Brasil Chile).

    aproximadamente 50 mil mergulhadores atuantes. O Aplicando o mesmo raciocnio ao total do

    setor formado, em sua maior parte, por pequenas e mercado da Amrica do Sul, em 1997, 1,5 bilhes de

    mdias empresas, e vem ampliando seu espao no dlares, segundo o National Sector Team do Canad, o

    ramo do turismo de mergulho atravs de parcerias com faturamento da nutica brasileira seria de cerca de 857

    o parque hoteleiro. milhes de dlares ao ano. Assim, o complexo da

    Unindo o movimento da indstria nutica no nutica de lazer, representava poca do estudo um

    Brasil, a includos os segmentos de pesca e mergulho, o movimento de 850 a 900 milhes de dlares anuais na

    movimento total da nutica no pas estaria na casa dos economia do pas.

    A Baa de Todos-os-Santos placo de diversos eventos nuticos, como a Regata Aratu

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    18

  • A comercializao de jet skis, dentro da INDSTRIA, COMRCIO E SERVIOSindstria nutica, o segmento que mais cresce no

    Brasil, que j possui 20 mil unidades em uso e o Durante o Salo Internacional de Nutica,

    terceiro maior mercado do mundo, atrs apenas dos Pesca e Mergulho Nautipesca, em So Paulo em

    Estados Unidos e Canad. No ramo dos inflveis, 1998, a assessoria de imprensa do evento chamou

    facilmente encontradas em todo o territrio nacional, ateno para as possibilidades do setor. Foram

    os produtores locais como Flex Boat, consolidaram d i v u l g a d o s d a d o s e m q u e a p r o d u o,

    importantes vantagens competitivas no mercado comercializao, importao e manuteno de

    domstico e registram bom desempenho no mercado embarcaes e motores, movimenta mais de 500

    internacional. O Brasil, ainda em 1996, passou de milhes de dlares anuais. Naquele ano foi constatado

    importador para exportador, totalizando 10 milhes tambm que o consumo brasileiro de embarcaes de

    de reais em vendas ao exterior.recreio se concentrava em trs categorias de produtos:

    As lanchas populares so embarcaes de jet skis e motos aquticas, inflveis e lanchas menor porte, menor potncia e mais baratas.

    Geralmente, variam de 15 a 22 ps de comprimento,

    com motores de 25 a 30HP de potncia. Desde o

    comeo da dcada, os preos deste tipo de barco esto

    em queda, ainda em 1997 os modelos mais simples

    podiam ser encontrados por R$ 5.600,00 e contavam

    com financiamento de at 24 meses, fazendo com que

    o lazer nutico passasse a ser acessvel a uma grande

    parcela da classe mdia. As lanchas de pequeno porte

    tornaram-se as campes de venda da indstria nutica

    brasileira.

    Merece registro, tambm, a retomada dos

    negcios envolvendo barcos de valor superior a 200

    mil reais. O incremento do turismo nutico, como a

    prpria histria da Bahia, traz a reboque o

    desenvolvimento da indstria de peas de reposio, a

    construo de marinas e outras estruturas nuticas.

    A conseqncia imediata a criao de

    pequenos estabelecimentos no entorno das marinas

    para atender demanda de servios (5% a 8% do valor

    de compra) que os barcos criam. Alm disso, o

    comrcio geral no entorno das estruturas nuticas

    tambm se beneficia, visto que, alm dos servios

    ligados diretamente aos barcos, restaurantes,

    lavanderias, bares, hotis, etc, tambm so acionados

    pelos turistas nuticos.

    populares.

    Perspectiva do mar em direo a Praia de Ondina, em Salvador

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  • RECURSOS/ATRATIVOS NATURAIS, Atrativos do Municpio

    CULTURAIS E HISTRICOS

    Histrico-culturalA diversidade histrica, cultural e natural

    Data Magna da Cidadepode ser encontrada em todos os municpios da Baa

    Conjunto da Ordem Terceira do de Todos-os-Santos. Cenrios constitudos por Carmoatrativos que incluem praias exticas, cachoeiras,

    igrejas, runas, folclore, culinria mpar, paisagens, Fundao e Museu Hansen Bahia

    tudo concentrado numa mesma regio. Estes Fonte Dom Pedro IIrecursos, associados s excelentes condies nuticas,

    Convento de Santo Antonio do t r a d u z e m a g r a n d e p o t e n c i a l i d a d e d e

    Paraguaudesenvolvimento do Turismo Nutico num ambiente

    Manifestaes culturaisque possibilita uma experincia singular e portanto,

    especial. Festa de So Joo - Junho

    A partir dos estudos realizados sobre a regio Festa de Nossa Senhora da Boa Morte e de informaes levantadas nos grupos focais, foram - Agostoidentificados os principais atrativos histrico-

    Festa da Nossa Senhora DAjuda - culturais e belezas naturais que se constituem em

    Novembroatraes para o desenvolvimento do turismo nutico.

    Artesanato de Cachoeira

    Candombl de CachoeiraA seguir so indicados esses atrativos localizando-os

    Filarmnicas de Cachoeirapor municpios:

    Naturais

    Rio ParaguauCACHOEIRA

    Lagamar de Iguape Cachoeira possui o segundo maior acervo

    arquitetnico em estilo barroco do estado. Foi Lago de Pedra do Cavalo

    tombada pelo Instituto do Patrimnio Histrico e

    Artstico Nacional IPHAN na dcada de

    1970, sendo, a partir da, considerada

    Cidade Monumento Nacional. A cidade

    possui nos seus arredores importantes

    monumentos, como o Convento dos

    Franciscanos de Santo Antonio do

    Paraguau e a Vila de Belm, onde se

    localiza a Igreja de Nossa Senhora de Belm.

    Cachoeira recebe a cada ano uma

    quantidade crescente de turistas

    estrangeiros, sobretudo norte-americanos,

    em sua maioria afro-descendentes, que tm

    como finalidade conhecer a Irmandade de

    Nossa Senhora da Boa Morte, cujos festejos

    acontecem no perodo de 09 a 12 de agosto.

    Festa da Irmandade da Boa Morte, no municpio de Cachoeira

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  • CANDEIAS

    Dentre os atrativos culturais, destaque para as construes seculares, palco de f e religiosidade, como a Igreja Matriz de Nossa Senhora das Candeias, o Engenho Freguesia e a prpria Fonte Milagrosa de Nossa Senhora das Candeias. Um verdadeiro deleite para os fs do turismo histrico e religioso. A Festa Religiosa de Nossa Senhora das Candeias, que tem seu ponto alto no dia 02 de fevereiro, atrai milhares de fiis e folies todos os anos, em uma mistura do sagrado e profano, regado a muita alegria e animao. Os festejos so tambm famosos na micareta local, ao som dos trios eltricos.

    Atrativos do Municpio

    Histrico-culturalIgreja Matriz de Nossa Senhora das CandeiasE n ge n h o Fre g u e s i a ( Mu s e u Wanderley de Pinho)Igreja de Nossa Senhora da Encarnao de Passe

    Naturais Fonte Milagrosa de Nossa Senhora das CandeiasCaboto

    Manifestaes culturaisLavagem da Igreja de Nossa Senhora das Candeias - 24/01 a 29/02

    ITAPARICA Atrativos do MunicpioItaparica o nico municpio que dispe de gua

    mineral com propriedades medicinais beira-mar,

    alm de possuir, em sua sede, alguns prdios de Histrico-cultural

    arquitetura militar e religiosa como o Forte de So Fonte da BicaLoureno e a Igreja Matriz do Santssimo Sacramento.Centro Histrico

    Manifestaes culturais

    Artesanato de ItaparicaFesta da Independncia - 07/01

    Naturais

    Praia de Ponta de AreiaPraia do Forte e do BoulevardPraia da Ponta do Mocambo ou Praia

    dos NamoradosPraia de AmoreirasPorto SantoIlha do Medo (estao ecolgica)

    Engenho da Freguesia, na regio do Recncavo Baiano

    Fonte: www.sudic.ba.gov.br/DSC00002.JPG

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    21

    A Ilha de Itaparica tem especial vocao para a nutica

  • JAGUARIPE do Urubu e a Cascata do Guimares, alm de unir uma

    forte tradio catlica, trazida pelos colonizadores O atrativo principal do municpio o centro histrico portugueses, com a resistncia do candombl, da cidade, interligado por tneis subterrneos, onde herdada dos negros africanos. os religiosos se abrigavam dos ataques dos ndios.

    Atrativos do MunicpioAtrativos do Municpio

    Histrico-cultural Histrico-cultural

    Centro HistricoCadeia do Sal

    Alto do CruzeiroIgreja D'Ajuda

    Naturais Naturais

    Ponta do SouzaPonta do Garcez

    Praia do PinaPraia de Mut

    Lagamar e Baixo ParaguauCamaandi/Ilha D'Ajuda

    Praia de CoqueirosManguezais de Jaguaripe

    Manifestaes culturaisRio Jaguaripe e da Dona

    Candombl de MaragojipeCachoeira do Rio Tiriri e da Pancada

    Alta Filarmnicas de Maragojipe

    Carnaval dos Mascarados de

    MaragojipeMADRE DE DEUS

    Festa de So Bartolomeu AgostoComposta pelas ilhas de Maria Guarda, Vacas e Coroa

    do Capeta, Madre de Deus encanta pela diversidade de Artesanato em barro e cermica

    belezas naturais, com seus ricos ecossistemas de Mata Acontecimentos ProgramadosAtlntica, manguezais e restingas. O casario Regata Aratu-Maragojipearquitetnico do sculo XIX mantm-se preservado ao

    longo das ruas e nas edificaes. O artesanato da NAZARregio rico em trabalhos em madeira, conchas de

    Nazar faz com que a sua produo de cermica seja moluscos, tapearias, renda de bilro e miniaturas de

    utilizada como produto turstico efetivo do estado, barcos tpicos. A culinria tpica, baseada em

    tendo como ponto culminante a mais antiga feira de moquecas de siri-mole, camaro, lagosta, samb e artesanato realizada durante a Semana Santa, levando peguari (molusco) e caldo de sururu, so convites ao municpio visitantes das regies circunvizinhas, boa degustao e um presente ao paladar. bem como da capital e de fora do estado.

    Atrativos do MunicpioAtrativos do Municpio

    Histrico-cultural Histrico-culturalIgreja Matriz de N. Sra. de Madre de Cine Rio BrancoDeus

    Centro Histrico Naturais

    Estao de Trem e LocomotivaIlha de Maria Guarda, Ilha das Vacas

    Fazenda Senhor do BonfimPraia da Costa, Cao e da Ponta do

    NaturaisSuape

    Rio JaguaripeCoroa do Capeta

    Cachoeira do Roncador

    Morro do Silncio,Maragojipe possui uma arquitetura colonial

    Manifestaes culturaissignificativa e ainda abriga as tradicionais canoas e

    Artesanato de Nazarsaveiros (um dos ltimos esconderijos dessas antigas

    Capoeira de Nazarembarcaes vela) que foram usados como Festa de So Roquetransporte de variadas mercadorias no recncavo. Feira dos CaxixisOferece tambm atrativos naturais como a Cachoeira

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  • SALINAS DA MARGARIDA

    A figura das mariscadeiras, mulheres que catam

    mariscos para sobreviver, geralmente acompanhadas

    por crianas, a que mais chama ateno nesta cidade,

    que recebeu seu nome graas extrao de sal em terras

    de uma senhora chamada Margarida. Mariscos e

    camares so abundantes na regio, sendo a mariscada

    o prato tpico da culinria de Salinas. A cidade tambm

    famosa pelo artesanato com conchas e bzios.

    Municpio criado em 1962, a partir do desmembramento

    de territrios da ilha de Itaparica e parte da cidade de

    Maragojipe, o municpio encanta pela beleza de suas quilmetros de costa que Salvador tem, onde as belezas

    praias de guas calmas nas ilhas que o circundam, alm naturais so to vastas quanto a grande extenso do seu

    de forte potencial para a pesca e a prtica de esportes litoral. Com tantas praias, fica fcil explicar porque a

    nuticos.cidade to procurada pelos amantes de esportes

    aquticos.Atrativos do Municpio

    Em Salvador, os mergulhadores encontram espao ideal Naturaispara a prtica do esporte. Alm de belezas naturais Barra do Paraguausubmarinas, a BTS tem o maior nmero de naufrgios Ponta do Douradoregistrados no Brasil. Algumas runas de antigos navios Praia da Ponteesto a poucos metros da praia, acessveis para Praia Grande

    Praia do Amor iniciantes em mergulho. Quem prefere emoes mais Praia do Maia fortes, pode visitar navios pouco explorados, situados

    Manifestaes culturais em guas profundas, ainda na Baa de Todos-os-Santos. Artesanato As guas alcanam, em mdia, 26C. Nos passeios a Gastronomia beira-mar, pode-se ver pessoas praticando windsurf,

    Acontecimentos Programadoskitesurf, alm do prprio surfe, que tem campo propcio

    Festival do Mariscoem quase todas as praias da capital. Outros tipos de

    Regata de Veleiros Salvador / Salinasesportes tambm so incentivados na cidade, como o

    sandboard, que encontra nas dunas espao adequado.SALVADOR

    As reservas ecolgicas de Pituau e So Bartolomeu, em Salvador conhecida como a capital cultural do pas, Piraj, com respectivamente 425 e 1.550 ha, tambm bero de grandes nomes no cenrio artstico, com enchem os olhos dos amantes da natureza. As riquezas destaque mundial. As ruas do Centro Histrico da cidade podem ser vistas em cada esquina. Alegria, transportam o turista para os primrdios da histria do criatividade, musicalidade, riqueza folclrica e cultural Brasil. Durante as visitas ao local, pode-se aprender, so inerentes ao povo soteropolitano, que tirou da com a ajuda dos guias, como se desenvolveu a mistura de raas e costumes o seu principal tempero.colonizao da primeira cidade do pas. At 1763,

    Salvador sediou a capital da Coroa Portuguesa nas

    Amricas, sendo que alguns monumentos construdos

    neste perodo continuam preservados, o que torna o

    patrimnio arquitetnico dessa cidade muito

    valorizado. No Pelourinho, existem mais de 800

    casares dos sculos XVII e XVIII.

    Diversas igrejas e museus completam a estrutura deste

    bairro, que, no passado, era ponto usado para castigos

    dos escravos. A cidade destaca-se historicamente,

    tambm, por ter sido o principal porto do Hemisfrio

    Sul at o sculo XVIII. A natureza foi generosa nos 50

    Vista do cais de Salina das Margaridas

    Belezas naturais e diversidade na BTS

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  • Atrativos do Municpio: Ilha dos Frades

    Histrico-cultural Histrico-cultural

    Igreja de Nossa Senhora do LoretoCentro Histrico de SalvadorIgreja de Nossa Senhora de Igreja do So FranciscoGuadalupeIgreja do Senhor do Bonfim

    NaturaisForte de Santo Antnio da BarraParque Ecolgico da Ilha Mosteiro de So Bentodos FradesElevador LacerdaPraia de Paramana, Virao, Museu NuticoTobar e da CostaMuseu Carlos Costa PintoSanto Antnio

    Manifestaes culturais Ilha de Mar

    Bom Jesus dos Navegantes - 01/01NaturaisLavagem do Bonfim - 2. Quinta-

    Praia das Neves / Oratrio Feira de Janeirode MarFesta de Iemanj - 02/02Praia de ItamoaboSanta Brbara - 04/12Praia de SantanaN. S. da Conceio da Praia - 08/12Praia Grande

    Manifestaes culturais

    Renda de Bilro

    Gastronomia (doce de banana na palha)

    Vegetao nativa da ilha de Bom Jesus dos Passos Fonte: skyscrapercity.com

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  • SO FRANCISCO DO CONDESANTO AMARO

    O territrio So Francisco do Conde abriga quatro Cantada em verso e prosa pelos seus filhos ilustres, ilhas, dentre elas a maior com 8 quilmetros de integrantes da famlia Veloso, faz com que os turistas extenso - a Ilha de Cajaba, que abriga um antigo que a visitam se envolvam em uma curiosa nostalgia. engenho de acar e dona de histrias perversas de Vale ressaltar a culinria tpica representada pela seus antigos proprietrios. O patrimnio manioba, prato do cardpio dos escravos africanos, arquitetnico composto de casa grande, senzala, feita com folhas de mandioca cozida com carnes engenho e centenrias palmeiras imperiais. bovinas e sunas defumadas.

    Atrativos do MunicpioAtrativos do Municpio Histrico-cultural

    Centro Histrico Naturais Histrico-cultural

    Ilha das FontesMuseu do Recolhimento dos Monte RecncavoHumildesIgreja de Nossa Senhora do Igreja de N. Sra. das OliveirasVencimentoCentro HistricoImperial Instituto Baiano de NaturaisAgriculturaCachoeira do Urubu (Me Dgua)Casa e Capela do Engenho DguaCachoeira da Vitria

    Manifestaes culturaisCascatas de Z Regadas e de NanaFestejos de So Joo - 23 e 24/06Praia de Itapema

    Manifestaes culturaisSAUBARA

    Teatro Dona CanA cidade encanta os visitantes com a diversidade de

    Candombl de Santo Amaro atividades que oferece, reunidas nas praias de areias Festa da Nossa Senhora da alvssimas, falsias, reas de manguezais e de Mata Purificao - 24/01 a 02/02 Atlntica, com rios e cascatas, alm de simpticos

    vilarejos de veraneio. A freguesia de So Domingos de SO FLIX Saubara foi uma das primeiras aglomeraes urbanas

    que deu origem ao municpio de Santo Amaro. So Flix tem como dote a estao ferroviria e o cais Localizada no interior no Recncavo Baiano, prxima do Paraguau e capaz de proporcionar ao turista foz do Rio Paraguau, Saubara apresenta curioso um atrativo bastante interessante que caractersticas paisagsticas diversificadas. O local conhecer todas as etapas para se confeccionar o perfeito para passeios ecolgicos e para a prtica de charuto, desde a plantao a embalagem e distribuio esportes nuticos, como a canoagem. Nas praias, j que uma fabricao artesanal realizada banhadas pelas guas tranqilas e mornas da Baa de exclusivamente por mulheres, na Fbrica de Charutos Todos-os-Santos, os aventureiros arriscam manobras e Centro Cultural Dannemann.de jet ski, windsurfe e vela.

    Atrativos do MunicpioAtrativos do Municpio Histrico-cultural

    Histrico-culturalFundao Hansen Bahia (Fazenda Igreja do Bom JesusSanta Brbara) Igreja Matriz de So Domingos de Centro Histrico GusmoSolar dos Guinles NaturaisFundao Luis Ademar de Cultura Praia de Cabuu

    Manifestaes culturais Gruta dos MilagresFilarmnica de So Felix Bica de Bom Jesus Santurio de Santa Brbara Cascata de Bom JesusCandombl de So Felix Manifestaes culturais

    Naturais Artesanato de SaubaraMirante de So Felix /Muritiba

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  • SIMES FILHO Ilhas de Saraba e do CalSanturio Ecolgico da Contracosta

    A Baa de Aratu, com seus 9,8 quilmetros quadrados - Ilha de Matarandiba

    de guas navegveis, alm de oferecer abrigo seguro s Manguezalembarcaes, tambm local ideal para competies

    nuticas e oferece um cenrio de grande beleza. Dentre outros atrativos, como j mencionados

    anteriormente, est riqueza cultural da BTS, em

    grande medida resultante do processo histrico VERA CRUZ

    vivenciado pela regio, desde os primrdios da Vera Cruz possui 40km de praias banhadas por guas Colnia, com todo o seu patrimnio material, tangvel mornas e protegidas por recifes, na costa leste, e um e intangvel, traduzido nos bens mveis tombados, no verdadeiro santurio ecolgico na contra-costa. O samba-de-roda, no acaraj, e no seu rico calendrio de

    cenrio perfeito para quem gosta de curtir a festas populares.

    natureza. Para os que procuram aventura, esportes sabido que a cultura, em seu significado nuticos e pra-quedismo, a regio parece ter sido feita mais amplo, um requisito essencial do sob medida. Mar Grande o point mais freqentado desenvolvimento, por isso importa a este trabalho que pelos jovens, especialmente durante o vero, e oferece tem como foco final a elaborao de estratgias, na um grande nmero de hotis, pousadas, bares e medida em que o diferencial entre os povos, lugares e restaurantes tpicos. A biodiversidade dos as mais diversas formas de viver que permitiro a BTS

    ecossistemas, como manguezais, restingas e Mata atingir um alto grau de competitividade no mercado

    Atlntica, assim como a flora e a fauna marinha, tem internacional. A cultura , por assim dizer, elemento

    despertado o interesse de especialistas das mais essencial ao turismo, e objeto modificador e que se

    diversas reas, resultando na criao de duas unidades modifica pelo turista. A cultura agua a curiosidade

    de conservao municipais: o Parque Ecolgico de humana, neste caso do turista, no sentido de conhecer

    Baiacu e a rea de Proteo Ambiental Recife das outras formas de cotidiano.

    Pinanas. Neste sentido, so tambm destacadas a

    seguir algumas das potencialidades culturais dos

    municpios da Baa de Todos-os-Santos, que podem Atrativos do Municpio

    ser encontradas, de uma maneira geral, em todos os

    municpios da regio, sendo que em alguns se Histrico-culturalencontram mais vivas, e constituem-se como

    Igreja do Bom Jesus importantes elementos para a atrao do turista Igreja Matriz de So Domingos de

    nutico no mbito do territrio.GusmoIgreja de Nossa Senhora da PenhaIgreja de Nosso Senhor de Vera Cruz

    Naturais

    Parque Ecolgico de Baiacurea de Proteo Ambiental Recife das PinanasPraias de Gameleira, Mar Grande, Penha, Barra do Gil, Coroa, Barra do Pote, Conceio, Barra Grande, Tairu, Aratuba, Berlinque, Cacha-PregoBarra FalsaRio do SobradoFontes do Calado

    Baa de Todos os Santos - Vera Cruz BA -Barra do Gil Foto: Jotafreitas

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  • Digno de destaque de expresso artstica, o No que diz respeito ao calendrio de festas

    samba-de-roda do Recncavo foi salvaguardado no populares, segundo o web site de turismo da Bahia,

    dia 30 de setembro de 2004, como expresso musical, toda a f do baiano se manifesta no ciclo de festas

    potica e coreogrfica, Patrimnio Cultural do Brasil. populares, desde as comemoraes dos orixs do

    No ano seguinte, em 25 de novembro de 2005, candombl, quando todos os terreiros da cidade

    juntamente com outros 43 bens culturais batem seus tambores para seus filhos-de-santo

    provenientes de vrias partes do mundo, foi danarem, at as festas da religio catlica, que

    proclamado pela UNESCO, Obra-Prima do ganham um cunho profano com muito samba-de-

    Patrimnio Oral e Imaterial da Humanidade. roda e barracas que servem bebidas e comidas

    variadas . A hoje internacional Capoeira foi tombada

    como Patrimnio Cultural do Brasil no dia 15 de julho Podemos citar ainda como patrimnio cultural

    de 2007 pelo Conselho Consultivo do Patrimnio os diversos terreiros de candombl existentes na BTS,

    Cultural do IPHAN. O plano de preservao deste as colnias de pescadores, as festas de bumba-meu-

    patrimnio prev: um plano de previdncia especial boi, o maculel, as heranas indgenas e a vasta e

    para os velhos mestres; o estabelecimento de um diversificada culinria baiana do Recncavo, que

    programa de incentivo desta manifestao no mundo; representada pelas moquecas de frutos do mar, pelo

    a criao de um Centro Nacional de Referncia da acaraj, o abar, o vatap, o caruru outras delcias

    Capoeira; e o plano de manejo da biriba - madeira encontradas nesta regio, que representam a sntese

    utilizada na fabricao do berimbau. das culinrias de origem africana, portuguesa e

    indgena.nfase especial merece o tombamento do

    Centro Antigo de Salvador, declarado Patrimnio

    Histrico e Cultural da Humanidade em 1985, pela

    UNESCO. Como um dos principais atrativos de

    Salvador, o ncleo histrico, popularmente chamado

    de Pelourinho, integra um conjunto de bens de valor

    arquitetnico e histrico, que, por sua vez, guarda

    outros tantos bens intangveis construdos ao longo

    do processo histrico de sua habitao. De acordo com

    o Escritrio de Referncia, o Centro Antigo de

    Salvador um territrio urbano de valor simblico,

    cultural, social e econmico, integrado dinmica

    moderna da cidade; bom para morar, trabalhar,

    f reqentar e v i s i ta r ; soc ia lmente jus to,

    ambientalmente sustentvel, economicamente vivel

    e culturalmente aceito.

    3.O Escritrio de Referncia do Centro Antigo de Salvador um espao de conciliao de aes, propostas e programas com o objetivo de

    elaborar e implantar um plano estratgico de gesto com aes de curto, mdio e longo prazo para o Pelourinho e seu entorno.

    4.Disponvel em www.bahia.com.br. Acessado em 06 de agosto de 2009.

    4

    PLANO ESTRATGICO DO TURISMO NUTICO DA BAA DE TODOS-OS-SANTOS SECRETARIA DE TURISMO DA BAHIA

    27

  • OFERTA DE MEIOS DE HOSPEDAGEM, incrementando os resultados econmicos

    TRANSPORTES, LOGSTICA E MO-DE- proporcionados pelo segmento.

    OBRA Em relao oferta de meios de hospedagem,

    Salvador, integrada Zona Turstica da Baa de Todos-

    A implementao de um Plano Estratgico de os-Santos concentra os maiores investimentos e

    Turismo Nutico exige uma diversificada e inter- detm a maioria dos leitos, 34.792 unidades, seguido

    relacionada oferta de servios e infraestrutura. Todos de Vera Cruz com 3.364 e Itaparica com 647, conforme

    os segmentos da cadeia associada a nutica devem o quadro a seguir.

    apresentar bons padres de qualidade contribuindo

    para maximizar a experincia do turista,

    Oferta Hoteleira da BTS

    Destinos MHs* UHs** Leitos

    Cachoeira 11 138 325

    Candeias 5 79 237

    Itaparica 17 271 647

    Jaguaripe 10 117 384

    Madre de Deus 9 133 313

    Maragojipe 15 194 429

    Nazar 6 92 216

    Salinas da Margarida 10 126 328

    Salvador 408 15.215 34.792

    Santo Amaro 9 161 435

    So Flix 2 38 105

    So Francisco do Conde 3 65 147

    Saubara 15 246 613

    Simes Filho*** - - -

    Vera Cruz 89 1.452 3.364

    TOTAL Geral 613 18.327 42.335

    *MHs: Meios de Hospedagem **UHs: Unidades Habitacionais *** Em Simes Filho no existe registros de Meios de Hospedagem de categoria turstica.Fonte: Setur, censo hoteleiro de 2008 para Salvador e 2006 para demais municipios da Baa de Todos-os-Santos.

    Quadro 1 Crescimento Populacional nos Municpios da Baa de Todos-os-Santos PLANO ESTRATGICO DO TURISMO NUTICO DA BAA DE TODOS-OS-SANTOS SECRETARIA DE TURISMO DA BAHIA

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  • Considerando a oferta hoteleira apresentada como a Avon.

    para esta regio, constata-se a esperada concentrao O mapa a seguir, apresenta a malha rodoviria ocorrida em Salvador, pelo seu porte de capital e de entorno na Baa de Todos-os-Santos demonstrando terceira cidade brasileira em populao. Percebe-se que, apesar de existirem acessos conectando Salvador que, para propiciar uma maior circulao e aos diversos municipios da regio, ainda verificam-se permanncia dos turistas nuticos em toda a extenso condies de precariedade em alguns trechos da Baa de Todos-os-Santos, recomendvel a criao rodovirios. Outra dificuldade encontrada se refere ao de mecanismos de atrao de investimentos e acesso terrestre para as bordas da Baa de Todos-os-estmulos implantao de empreendimentos de Santos que, somada a reduzida oferta de piers e rampas hospedagem nas localidades que detm atratividade de acesso ao mar, dificultam enormemente a prtica para o receptivo nutico e, por esta razo, devem nutica, sobretudo aos proprietrios de embarcaes tambm contar com infra-estruturas nuticas de guardadas em seco ao longo do entorno da Bahia. ancoragem e permanncia.

    Ateno especial precisa ser dirigida a margem No setor de transportes e logstica, pode-se direita do Rio Paragua, municpios de So Felix,

    antecipar que existem condies reais para a integrao Maragojipe e Salinas da Margarida, que, ao perderem intermodal na BTS, principalmente entre o sistema suas conexes de transporte martimo regular e se rodovirio e os portos de Aratu e Salvador, este encontrarem distantes dos principais eixos segundo, com grande vocao para se tornar o primeiro rodovirios, passaram a sofrer um processo de porto turstico do Brasil. Outras possibilidades de estagnao econmica. Esses municpios dependem convergncia j se concretizam, no mbito industrial, a da complementao das conexes rodovirias e exemplo da Ford e de outras novas instalaes martimas para a sua reinsero no novo processo de industriais, a exemplo da Monsanto, pelas instalaes desenvolvimento atravs da atividade do turismo de terminais intermodais como o Terminal de nutico.Containers do Porto de Salvador (TECON), de portos

    secos e da implantao de centros de distribuio,

    Fonte: DERBA, 2009.

    Sistema virio da BTS

    PLANO ESTRATGICO DO TURISMO NUTICO DA BAA DE TODOS-OS-SANTOS SECRETARIA DE TURISMO DA BAHIA

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  • As conexes entre o transporte martimo e Baa de Todos-os-Santos ser detentora de todas estas

    ferrovirio sero ampliadas sobremaneira com a ferrovia caracterstas naturais, ocasionam a necessidade de

    Leste-Oeste, criando um corredor de transportes de baixos invetimentos em terminais porturios,

    longa distncia, que pode ser estudado para o dragagem, assim como nos custos operacionais de

    transporte, no s de cargas, como tam