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Thomas Morus SUA JORNADA E SUAS OBRAS

Thomas Morus - 1305

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Thomas MorusSUA JORNADA E SUAS OBRAS

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Sua Vida

Thomas Morus, forma alatinada por que é literariamente conhecido Thomas Moore, Grande Chanceler da Inglaterra, nasceu em Londres em 1478 e foi aí decapitado em 1535. Filho de um dos juizes do banco dos reis, foi aos quinze anos colocado como pagem do Cardeal Morton, Arcebispo de Cantuária. Em 1497 foi terminar seus estudos em Oxford, onde conheceu Erasmo de Rotterdam, o qual tornou-se um grande amigo e tendo contato com o criticismo do autor de "O Elogio da Loucura" quanto à conduta da ordem eclesiástica vigente . Quando Henrique VIII abjurou o catolicismo, Morus, então ligado à Igreja Romana, pediu demissão do cargo (1532), descontentando com esse gesto o Rei. No ano seguinte ofendeu mortalmente Ana Bolena, recusando-se a assistir à sua coroação e a prestar fidelidade a seus descendentes. Foi condenado à prisão perpétua e ao confisco de todos os seus bens. Pouco tempo depois foi condenado à morte por crime de alta traição e decapitado em Londres em 1535.

O termo utopia significa "lugar nenhum", Morus não escreve sua obra com a intenção de fundamentar uma doutrina, um conjunto de regras a serem seguidas, pelo contrário, admite a impossibilidade do mundo e da sociedade vista na ilha.

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Os níveis do discurso utópico:

Em regra, os discursos das utopias articulam-se em três níveis:

Ao nível de narrativa, é a narração de como se chega à cidade utópica, e a descrição da cidade utópica.

Ao nível de discurso crítico, é uma oposição a uma realidade considerada distópica.

Ao nível de discurso justificativo, temos a tematização da axiologia das utopias; ele justifica a existência do discurso crítico e da narrativa; a realidade existente é criticada porque fere essa axiologia, e a cidade utópica é imaginada por ser-lhe conforme.

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A ilha

A ilha da Utopia tem cinquenta e quatro cidades espaçosas e magníficas. A linguagem, os hábitos, as instituições, as leis são perfeitamente idênticas. As cinquenta e quatro cidades são edificadas sobre o mesmo plano e possuem os mesmos estabelecimentos e edifícios públicos, modificados segundo as exigências locais. Quem conhece uma cidade, conhece a todas, pois são todas semelhantes.

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Das Artes e Ofícios

Há uma arte comum a todos os utopianos, homens e mulheres, e da qual ninguém tem o direito de isentar-se: é a agricultura. As crianças aprendem a teoria nas escolas e a prática nos campos vizinhos da cidade aonde são levadas em passeios recreativos. Aí assistem a trabalhar e trabalham também, e este exercício traz ainda a vantagem de desenvolver as suas forças físicas.

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DAS RELAÇÕES MÚTUAS ENTRE OS CIDADÃOS

A cidade se compõe de famílias, na sua maioria unidas pelos laços de parentesco.

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DOS ESCRAVOS

Nem todos os prisioneiros de guerra são indistintamente entregues à escravidão; mas unicamente os indivíduos pegados de armas na mão.

Os filhos de escravos não são escravos. O escravo estrangeiro torna-se livre ao tocar na terra da utopia

A servidão recai particularmente sobre os cidadãos culpáveis de grandes crimes e sobre os condenados à morte pertencentes ao estrangeiro.

O homem que se mata sem motivo reconhecido pelo magistrado e pelo padre, é julgado indigno da terra e do fogo; seu corpo é privado de sepultura e atirado ignominiosamente nos pântanos.

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Utopia

A servidão recai particularmente sobre os cidadãos culpáveis de grandes crimes e sobre os condenados à morte pertencentes ao estrangeiro.

O homem que se mata sem motivo reconhecido pelo magistrado e pelo padre é julgado indigno da terra e do fogo; seu corpo é privado de sepultura e atirado desrespeitosamente nos pântanos.

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VIDA

As raparigas não se podem casar antes dos dezoito anos; os rapazes, antes dos vinte e dois.

Entretanto, se o cônjuge, homem ou mulher, que sofreu a injúria, ama ainda o esposo ou esposa indigna, o casamento não é rompido, com a condição, entretanto, de que o inocente siga o culpado aonde ele foi condenado a trabalhar.

A reincidência no adultério é punida com a morte. As penas dos outros crimes não são invariavelmente determinadas pela lei. O senado proporciona a pena conforme a enormidade do delito.

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DA GUERRA

Os utopianos abominam a guerra como uma coisa puramente animal e que o homem, no entanto, pratica mais frequentemente do que qualquer espécie de animal feroz. Contrariamente aos costumes de quase todas as nações, nada existe de tão vergonhoso na Utopia como procurar a glória nos campos de batalha.

Mas os utopianos não fazem a guerra sem graves motivos. Só a empreendem para defender suas fronteiras ou repelir uma invasão inimiga nas terras de seus aliados, ou ainda para libertar da escravidão e do jugo de um tirano um povo oprimido. Neste caso, não consultam os seus interesses; vêm apenas o bem da humanidade.

Os utopianos choram amargamente sobre os louros de uma vitória sangrenta; envergonham-se mesmo, considerando absurdo comprar as mais brilhantes vantagens ao preço do sangue humano.

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DAS RELIGIÕES DA UTOPIA

As religiões, na Utopia, variam não unicamente de uma província para outra, mas ainda dentro dos muros de cada cidade; estes adoram o sol, aqueles divinizam a lua ou outro qualquer planeta. Alguns veneram como Deus supremo um homem cuja glória e virtude brilharam outrora de um vivo brilho. Não obstante, a maior parte dos habitantes, que é também a mais sábia, repele estas idolatrias e reconhece um Deus único, eterno, imenso, desconhecido, inexplicável, acima das percepções do espírito humano, enchendo o mundo inteiro com sua onipotência e não com sua vastidão corpórea. Este Deus é chamado Pai; é a ele que atribuem as origens, o crescimento, o progresso, as revoluções e o fim de todas as coisas. É a ele unicamente que rendem homenagens divinas.