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Slides Seminário de Literatura Brasileira_ Memorias Póstumas de Brás Cubas

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Seminário de Literatura Brasileira_ Memorias Póstumas de Brás Cubas

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Biografia do Autor Joaquim Maria Machado de Assis, cronista,

contista,dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade de Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839 e no dia 29 de setembro de 1908 na cidade do Rio de Janeiro falece. Filho de um operário mestiço de negro e português, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua.

É o escritor mais importante da literatura brasileira e um dos espíritos mais lúcidos de toda nossa cultura. Criou entre nós o método universalizante, que consiste em interpretar a condição humana a partir da observação das pessoas do seu tempo, sabendo extrair dela conclusões da sociedade em que viveu.

Em 1881 publica o livro extremamente original, pouco convencional para o estilo da época: Memórias Póstumas de Brás Cubas- que foi considerado o marco do realismo na literatura brasileira.

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Período Literário• 1500: Literatura de informação• 1601: Barroco• 1768: Arcadismo• 1836: Romantismo• 1881: Realismo/Naturalismo (Memórias

Póstumas de Brás Cubas)• 1893: Simbolismo• 1902: Pré-Modernismo• 1922: Modernismo

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O Realismo presente na Obra

É a obra inaugural da fase realista de Machado de Assis na literatura moderna, representando uma verdadeira revolução de idéias e formas: de idéias, porque aprofunda o desprezo pelas idealizações românticas, fazendo emergir a consciência nua do individuo, fraco e incoerente; de formas, pela ruptura com a lineariedade da narrativa.

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Brás Cubas: o defunto autor de memórias póstumas

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Defunto autor ou autor defunto?

Memórias póstumas de Brás Cubas revelam uma narrativa inovadora, revolucionária, que, através de seu protagonista- narrador “defunto-autor”, promovia a “viravolta machadiana.”

Noções como verdade, ciência e razão são colocadas em discussão e relativizadas por Brás Cubas. O narrador vê o mundo com ceticismo e desprezo e, dirigindo sua crítica ao gênero humano, transforma o próprio leitor em uma das vítimas das ironias do livro.

Do túmulo um “defunto autor” examina de forma memorialística sua vida. Apesar de morto, nada comenta sobre sua existência além-túmulo. Está interessado apenas em recordar o passado e submetê-lo à análise e ao julgamento definitivo de seu significado.

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Por que um “defunto autor”?Símbolo do fim da concepção romântica.Desafio do escritor frente às propostas do Real-

Naturalismo, já que uma fala vinda do túmulo contrariava os princípios contraria o conceito de racionalismo dos realistas ao criar um discurso ambíguo e cheio de não ditos.

Só um morto poderia apresentar os fatos de sua existência sem escrúpulos, sem fantasias e sem temor da opinião pública, ou seja, por não ter nada a perder – revelaria seus intuitos mesquinhos, seu egoísmo, sua impotência para a vida prática e sua desesperada sede de glória. Só alguém que ultrapassasse o limite fatal seria capaz de apontar a verdade definitiva de sua própria condição.

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Dedicatória

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DedicatóriaChocante ou irônica pouco importa... Fugindo ao

senso comum, Brás Cubas dedica suas memórias aos vermes, como se não houvesse alguém digno de lembrança, deixando em evidência as “tintas” de seu pessimismo, através de sua pena carregada de humor.

O verbo “roeu” (no passado), significa que Brás Cubas não é, materialmente, mais nada, não deve satisfações a ninguém. É livre, soberano e absoluto para pintar a vida, as pessoas, a si próprio: “... estas são as memórias de um finado, que pintou a si e aos outros, conforme lhe pareceu

melhor e mais certo.”

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EnredoBrás Cubas é um homem rico e solteiro que, depois

de morto, resolve se dedicar à tarefa de narrar sua própria vida. Dessa perspectiva, emite opiniões sem se preocupar com o julgamento que os vivos podem fazer dele. De sua infância, registra apenas o contato com um colega de escola, Quincas Borba, e o comportamento de menino endiabrado, que o fazia maltratar o escravo Prudêncio e atrapalhar os amores adúlteros de uma amiga da família, D. Eusébia. Da juventude, resgata o envolvimento com uma prostituta de luxo, Marcela.  

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Depois de retornar de uma temporada de estudos na Europa, vive uma existência de moço rico, despreocupado e fútil. Conhece a filha de D. Eusébia, Eugênia, e a despreza por ser manca. Envolve-se com Virgília, uma namorada da juventude, agora casada com o político Lobo Neves. O adultério dura muitos anos e se desfaz de maneira fria. Brás ainda se aproxima de Nhã Loló, parenta de seu cunhado Cotrim, mas a morte da moça interrompe o projeto de casamento.  

Desse ponto até o fim da vida, Brás se dedica à carreira política, que exerce sem talento, e a ações beneficentes, que pratica sem nenhuma paixão. O balanço final, tão melancólico quanto a própria existência, arremata a narrativa de forma pessimista: “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria”.

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Prólogo: Ao leitor Visão irônica e pessimista.“Escrevi-a com a pena da galhofa e a tinta da

melancolia”Diálogo/Ironia com o leitor : insere o leitor na

narrativa com o objetivo de torná-lo cúmplice e ao mesmo tempo ironizá-lo.

No diálogo com o leitor o narrador estabelece uma teoria da narrativa, constituindo-se, pois, numa inovação para a época.

“... se te agradar , fino leitor, pago-me da tarefa; se te não agradar, pago-te com um piparote, e adeus.”

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Tempo/EspaçoA obra é apoiada em dois tempos: Tempo psicológico, do autor além-túmulo, que,

desse modo, pode contar sua vida de maneira arbitrária, com digressão e manipulando os fatos, sem segui uma ordem temporal linear.

Tempo cronológico, os acontecimentos obedecem a uma ordem: infância, adolescência, ida para Coimbra, volta ao Brasil e morte.

Exemplo: A morte é contada antes do nascimento e dos fatos da vida.

Espaço: Rio de Janeiro no século XIX.

(COLOCAR TRECHO DO FILME: 1:32 min. à 4:23 min.)

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Foco NarrativoO diálogo constante com o leitor e as interrupções

na narrativa para digressões, saltos de um assunto para o outro, do particular para o geral, do abstrato para o concreto e vice-versa, do real para o imaginário, as pilhérias, as teorias filosóficas, as citações, as teorizações sobre a própria técnica narrativa, a metalinguagem...

... constituem inúmeros subterfúgios que tornam a história contada por Brás um mosaico de peças, aparentemente desconexas, que formam uma narrativa de estrutura híbrida (irregular), descontínua, com capítulos que se intercalam a outros produzindo a quebra da linearidade do enredo. Entretanto, todos esses aspectos não deixam de estarem ligados a um fio condutor que é a própria vida do defunto autor, marcada pelo tédio e pelo vazio.

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Os amores de Brás CubasMarcela:a prostituta: seu primeiro amor, que

lhe amou “durante quinze meses e onze contos de réis”.

Eugênia: a “flor da moita”, bonita, porém coxa.

Eulália: com quem pretendia casar mas que morre de febre amarela com apenas 19 anos.

Virgília: foi o maior amor de sua vida, com quem estabelece uma relação adúltera, já que ela torna-se esposa do deputado Lobo Neves.

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Quincas e o HumanitismoO Humanitismo é o ponto de contato entre Memórias

póstumas de Brás Cubas e o Quincas Borba. A teoria do Humanitas é uma caricatura feroz do positivismo e do cientificismo dominantes na época.

Enfim, o “Humanitismo” é, conforme a visão aguda de Machado de Assis, uma impiedosa sátira complementar das idéias do determinismo social, que constituíam a base filosófica do Realismo.

O “Humanitismo” é uma caricatural doutrina híbrida de Positivismo e Darwinismo Social. Ou seja, uma hilariante paródia de todos os “ismos”, com a mesma visão fatalista (a supremacia das raças = a lei do mais forte) que constituíram as doutrinas científicas que dominaram a Europa, no século XIX, e chegaram, naturalmente, ao Brasil.

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Morte de Brás CubasEnquanto medita sobre a forma de criar um

“medicamento sublime” – um EMPLASTO que aliviasse a humanidade do tédio e da melancolia – e, assim, tornar-se uma personalidade conhecida e invejada, Brás recebe um golpe de vento, adoece e, obcecado pela idéia fixa de inventar o emplasto que levaria seu nome, não trata da pneumonia e morre.

(ANALISE DO ULTIMO CAPÍTULO:FILME 1 hora 31 min.)

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Capítulo final = Das negativas

No último capítulo, o narrador Brás Cubas faz um último balanço das perdas e dos ganhos de sua existência, convicto de ter saído quite com a vida. É verdade que não se tornara califa nem ministro, não se casara nem criara o emplasto que lhe daria acesso à celebridade. Contudo, essa impressão de sair da vida sem “míngua nem sobra” se desfaz quando Brás dá-se conta de que havia um saldo positivo a seu favor:

“Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria”.

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“Não há absolutamente nada de diferente no

comportamento humano ao longo da historia, há somente uma luta insana para manter

alguma ilusão de poder.”Cap. 07

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  REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ASSIS, Machado. MEMORIAS POSTUMAS DE BRAS

CUBAS.Editora Lafonte, 2006. Blog: Café, Livro e Arte: Memórias Póstumas de Brás Cubas, de

Machado de Assis (por Tia Gabi) Disponível em:

http://cafelivroearte.blogspot.com.br/2011/11/memorias-postumas-de-bras-cubas-de.html

G1:Educação.Literatura Disponível em:

http://educacao.globo.com/literatura/assunto/resumos-de-livros/memorias-postumas-de-bras-cubas.html

Blog: Mundo da Leitura: BRAS CUBAS: O DEFUNTO AUTOR DE MEMÓRIAS PÓSTUMAS (Prof. Elizeu Domingos Tomas)

Disponível em: http://zeutomasi.blogspot.com.br/2012/07/bras-cubas-o-defunto-autor-de-memorias.html

ZILBERMAN, Regina. BRÁS CUBAS AUTOR, MACHADO DE ASSIS LEITOR. Ponta Grossa, PR: Editora UEPG, 2012. 249 p.

Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S198368212012000200013&script=sci_arttext