44
Nesta edição, Paiva Netto escreve: Ecce Deus! (Eis Deus!) “Aqui se estuda. Formam-se Cérebro e Coração” A REVISTA DA ESPIRITUALIDADE ECUMÊNICA • ANO XXIII • N o 198 • FEVEREIRO DE 2005 • R$ 7,90 Assim Paiva Netto define a Pedagogia do Cidadão Ecumênico, da LBV, que inova ao educar com Espiritualidade. “A LBV é um gesto de Amor, ensinar também é um gesto de Amor. Ensinar tem tudo a ver com a Legião da Boa Vontade.” “A Pedagogia do Cidadão Ecumênico é a nova visão, o respeito pela integração de ciência e religião e com as diferenças. (...) Esse é o paradigma, não seria um novo paradigma; senão teríamos de ter um novo daqui a pouco. Este é o de realmente integrar (...).” Sérgio Benken, Mestre em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Içami Tiba, psiquiatra, escritor e psicoterapeuta. Especial Fórum Social Mundial Para Salete Valesan, do Comitê Organizador do FSM 2005, a LBV trouxe, para um dos grandes eixos temáticos do Fórum, a discussão da diversidade religiosa no mundo. José Carlos Araújo , da Rádio Globo/RJ, estréia coluna de Esporte. Montevidéu ganha escola-modelo da LBV, para crianças em risco social. BOA VONTADE Uruguai

Revista Boa Vontade, edição 198

Embed Size (px)

DESCRIPTION

A Revista Boa Vontade tem por objetivo levar informações por meio de matérias que abordam temas voltados à cultura, educação, política, saúde, meio ambiente, tecnologia, sempre aliados à Espiritualidade como ferramenta de esclarecimento, auxílio, entendimento e compreensão.

Citation preview

Page 1: Revista Boa Vontade, edição 198

Nesta edição, Paiva Netto escreve: Ecce Deus! (Eis Deus!)

“Aqui se estuda.Formam-se Cérebro e Coração”

A RevistA dA espiRituAlidAde ecumênicA • AnO XXiii • no 198 • FeveReiRO de 2005 • R$ 7,90

Assim Paiva Netto define a Pedagogia do Cidadão Ecumênico, da LBV, que inova ao educar com Espiritualidade.

“A LBV é um gesto de Amor, ensinar também é um gesto de

Amor. Ensinar tem tudo a ver com a Legião da

Boa Vontade.”

“A Pedagogia do Cidadão Ecumênico é a nova visão, o respeito pela integração de ciência e religião e com as diferenças. (...) Esse é o paradigma, não seria um novo paradigma; senão teríamos de ter um novo daqui a pouco. Este é o de realmente integrar (...).”

Sérgio Benken, Mestre em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Içami Tiba, psiquiatra, escritor e psicoterapeuta.

Especial

Fórum Social MundialPara Salete Valesan, do Comitê Organizador do FSM 2005, a LBV trouxe, para um dos grandes eixos temáticos do Fórum, a discussão da diversidade religiosa no mundo.

José Carlos Araújo, da Rádio Globo/RJ, estréia coluna de Esporte.

Montevidéu ganha escola-modelo da LBV, para crianças em risco social.

BOA VONTADE

Uruguai

Page 2: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005�

Page 3: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005 �

Page 4: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005�

Quando co-memoráva-mos os dois milênios de

Cristianismo, propus algumas questões à análise de todos, in-centivando na Juventu-de Ecumênica da Boa Vontade a execução de um Fórum denomi-nado Ecce Deus! (Eis Deus!).

O Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, da LBV —, em que já estão sendo desen-volvidos os temas Ciência e Fé na Trilha do Equilí-

brio e Discutindo a Morte e a Vida após Ela –, que vem ocorrendo desde então, faz parte do Ecce Deus!

A despeito de já virmos levantando pequenas dis-cussões acerca do assunto, um momento especial des-sas atividades está previsto para 2008. Mas, a partir de 2005, Ecce Deus! consta da programação dos debates que desenvolveremos em Buenos Aires, Argentina, no mês de agosto, e na ONU, em Nova York, em outubro, além de outros acontecimentos que se darão paralela-mente no Brasil, em Portugal e em diversos locais do mundo, com datas a serem agendadas.

Portanto, pela matéria em pauta, creio ser oportu-no trazer aos caros leitoras e leitores da revista BOA VONTADE trechos de palestras que apresentei, no Rio Grande do Sul principalmente, e que foram transmi-tidas pela Rede Boa Vontade de Rádio; pela Internet (www.boavontade.com) e comentadas na RMTV, a Rede Mundial de Televisão, a TV da Educação, da Cultura e da Cidadania Solidária com Espiritualida-de!; e pela Rede Bandeirantes de Televisão, a Band dos nossos amigos Saad, no término do Segundo Milênio e nestes tempos iniciais do Terceiro. Naquela ocasião, estávamos nos preparando para o Congresso “Viva Jesus!”, promovido pela Legião da Boa Vontade (LBV), em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 23 de dezembro de 2000, que superlotou o famoso ginásio do Mineirinho.

Ecce Deus! sugere uma imparcial e profunda reflexão sobre a natureza do Criador. Como ressaltei numa dessas preleções aos moços, não será um evento “quadradinho”. Deverão ser convidados igualmente os que não acreditam em Deus, pois somos todos Irmãos planetários. Ninguém é dono da Verdade nem ditador do saber, pois neste mundo só existe perspec-tiva de conhecimento. Todos, portanto,terão o direito, incluída a platéia, de manifestar-se de forma eloqüente, porém civilizada, é claro!, a exemplo do Fórum Mun-dial Permanente Espírito e Ciência, da LBV.*1

Vamos pois a alguns pontos de minhas conversas com aqueles que me honram com sua paciência. Cum-pre esclarecer que não se trata de produção literária científico-religiosa, porém de um bate-papo com os

presentes e que foi transmitido, ao vivo, para a nossa fiel audiência.

(...) Friedrich Nietzsche (1844-1900), filósofo e discuti-do autor de Ecce Homo! (Eis o Homem!*2), Assim falava Zara-tustra, entre outros trabalhos até hoje instigantes, concluiu que Deus havia morrido... Muita gente ficou indignada com sua afirmativa. Porém, sabendo ou não, o velho Frederico valente-mente combatia o deus antropo-

mórfico, criado à imagem e semelhança do Homem aturdido: o deus que persegue, se vinga e mata, o deus sem senso algum. Esse, Nietzsche tem toda a razão, está morto. Aliás, nunca existiu. Por isso, é chegada a hora de universalmente — porquanto, com atitude antifanática e/ou antipreconceituosa — aprimorarmos o nosso conhecimento sobre Deus, qualquer que seja a Sua verdadeira Essência.

Planck — começo e termo do raciocínio

— Ambas, a Religião e a Ciência da Natureza, en-volvem, em seu exercício, a afirmação de Deus. Apenas ocorre que, na Religião, Deus está no começo. E, para as ciências da Nature-za, Deus está no termo do raciocínio. Para a Religião, Deus é o fundamento. Para as ciências, Ele é a coroa que

remata o edifício das concepções científicas. Max Planck (1858-1947)*3

Para os que preferem pesquisá-Lo por efeito de análise racional, certamente o farão de forma aliada ao indispensável antidogmatismo científico e, ipso facto, libertos das restrições à convenção de leis consideradas cláusula pétrea no campo luminoso da Ciência, o que não se pode conceber numa região do intelecto em que a curiosidade sa-dia, pois isenta, é mola mestra de suas magníficas realizações. Para os que já crêem Nele, de todo o sempre, o Deus Divino permanece. Está vivo, é como o moto-contínuo a transmutar energia e tra-balho na intimidade humana. É eterno, mais do que uma individualidade, mais do que uma equação divinal*4... É um Poder de Amor, do sentimento que move os mundos, na exclamação de Dante Alighieri (1265-1321), na Divina Comédia.

Esses são alguns dos pontos a serem inten-sificados na mesa de discussões nos próximos fóruns no Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da LBV, e em diversos outros locais. Antes, virá Discutindo a Morte e a Vida após Ela*5.

O Saber exige humildade

Na Primeira Sessão Plenária do Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, da LBV, o conceituado físico francês Patrick Drouot*6 esclareceu:

— Se quisermos entender pela Ciência os fenômenos ligados ao Espírito, temos de mudar o para-digma, a forma de vê-los. Se Você tem certeza sobre si mesmo, sobre as coisas, então não há espaço para Deus tocá-lo. Se Você entra num grau de incerteza, que é a base da Física Quântica, aí sim, Deus pode tocá-lo. Quem quer penetrar no mundo quântico tem de abandonar toda a lógica, toda a vontade de ter domínio sobre a vida.

Certamente, o Dr. Drouot quis observar que, na qualidade de Seres Humanos, limitados ainda a um plano de três dimensões, temos por dever sustentar aberta a nossa inteligência às coisas novas. É incon-cebível um cientista dogmático. A Ciência é uma conquista diária.

Simpáticos marqueteiros da Divindade

Convidaremos as maiores cabeças entre os que acreditam em Deus, os que se colocam em posições neutrais e os que se contrapõem frontalmente à Sua existência. Estes, aliás, acabam transformando-se, mesmo sem o saber, em diligentes propagadores da possibilidade do existir de uma Consciência Enesi-mamente Superior a qualquer que exista na Terra, pois vivem a discuti-La. Tornam-se, por conseguinte, seus simpáticos marqueteiros (...)

Posições trocadas

— Amigos e inimigos estão, amiúde, em posições trocadas. Uns nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos almejam o bem, e nos trazem o mal.

Rui Barbosa (1849-1923)

(É palmar que, no tocante ao assunto em pauta, não se trata de contenda na qual entre o abjeto ódio, mas apenas de pontos de vista diferentes. Que fiquem no mais longínquo passado os tempos das indecorosas guerras religiosas.)

O Conselho do Profeta

No Corão Sagrado diz o Profeta Maomé (560-632):

— Cada qual tem uma meta que o guia. Sejam quais forem vossas metas, emulai-vos nas boas ações. Onde quer que estejais, Deus

[Editorial]

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor, é Presidente das Instituições da Boa Vontade.

Ecce Deus!

Nietzsche

Max Planck

Patrick Drouot

Rui Barbosa

Arqu

ivo

BVAr

quiv

o BV

Arqu

ivo

BVAr

quiv

o BV

Page 5: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005 �

vos reunirá. Deus tem poder sobre tudo. (...) A Deus pertencem o Levante e o Poente. Para onde vos tornardes, lá encontrareis o semblante de Deus. Deus é imenso e sabedor.

A mais eficiente Política

— Devemos amar uns e outros: aqueles cujas opiniões partilhamos, assim como aqueles de cujas opiniões discordamos.

São Tomás de Aquino (1225-1274)

O que São Tomás está propondo chama-se civilização, democracia, ecu-menismo, conseqüentemente respeito entre as criaturas, apesar de ocasionais divergências de opinião. Trata-se de matéria atualíssima, tendo em vista os

vastos perigos que ameaçam os povos. Dito isso, no debate que se instala na

rejeição ou na defesa da idéia do Criador, os Seus negadores “provocam” o Ser Humano religioso perseverante, mas acomodado à vi-são prosaica, mesmo de assuntos sublimes. E, assim, o leva, pretendendo ou não, a caminhar para o juízo de que Deus é muito mais do que se pensa, até alcançar que a Grande Missão de Jesus e de tantos extraordinários pregoeiros foi proclamar que o Mistério de Deus revelado é simplesmente o Amor*7, de que toda a Hu-manidade carece, sabendo ou não, querendo ou não querendo. Amar de verdade é a mais eficiente Política.

Irmanação

— (...) Não há opo-sição entre a Ciência e a Religião. Apenas há cientistas atrasados, que professam idéias que da-tam de 1880. Existem, todavia, várias maneiras de se apresentar Deus. Alguns O representam como o Deus mecânico, que intervém no mundo para modificar as Leis

da Natureza e o curso dos acontecimentos. Querem pô-Lo a seu serviço, por meio de fórmulas mágicas. É o Deus de certos pri-mitivos, antigos ou modernos. Outros O re-presentam como o Deus jurídico, legislador e agente policial da moralidade, que impõe o medo e estabelece castigos. Outros, enfim, como o Deus interior, que dirige por dentro todas as coisas e que se revela aos Homens no mais íntimo da consciência.

Albert Einstein (1879-1955)*8

A Ciência e a visão completa do Homem

Ora, às palavras do célebre propositor da Teoria da Relatividade (Especial — 1905 e Geral — 1916) e elaborador da “Teoria do Campo Unificado”, que não chegou a concluir, juntamos o testemunho do astronauta norte-americano Edgar Mitchell, ex-tripulante da Apollo 14, que se tornou o sexto homem a pisar a Lua, pronunciado no I Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, da LBV,

em 2000, sugerindo às mentes perquiridoras o abraçar de novas perspectivas diante das questões transcendentais:

— Quando retornei da Lua, observando esse Cosmos magnífico, comecei a compre-ender a sua extensão, a enormidade dessas distâncias siderais, as grandes energias e a matéria envolvida. Ainda assim, havia em mim um sentimento acerca de algo que os místicos vêm falando o tempo todo, ou seja: há uma interconexão no Universo. Agora que entendemos o Cosmos de uma forma mais ampla, precisamos de novas respostas para essas perguntas: quem somos, como chegamos aqui e para onde estamos indo? Temos de respondê-las, do ponto de vista de um Ser Humano completo, e não de forma mecânica, como fazemos na Ciência.

O deus antropomórfico é uma tragédia

Certo dia, conversava com o jornalista Francisco de Assis Periotto a respeito da existência do Supremo Arquiteto do Universo, como se referem à Consciência Supina os Irmãos maçons, e sobre aqueles que são contrários a Ela, talvez por con-fundi-Lo, como dizia Zarur (1914-1979), com as crenças em litígio. Em determi-nado momento, interroguei: “Francisco, sabes de uma coisa? Conforme concluiu o velho abade em O ‘Melro’*9, do tripei-ro polêmico*10 Guerra Junqueiro (1850-1923),

Edgard Mitchell

Albert Einstein

São Tomás de Aquino

Guerra Junqueiro

Arqu

ivo

BV

Arqu

ivo

BVAr

quiv

o BV

Arqu

ivo

BV

Dante e Virgílio no inferno — Obra de Delacroix — Museu do Louvre, Paris.

Page 6: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005�

Emmanuel

o Deus (Divino) é bem maior do que nós, os Seres Humanos, podemos conceber”:

— (...) Só hoje sei que em toda a criatura,Desde a mais bela até à mais impura,Ou numa pomba ou numa fera brava,Deus habita, Deus sonha, Deus mur-

mura!...(...)Ah, Deus é bem maior do que eu julgava...

No entanto, o deus antropomorfo, chacinador, se expressa, entre outras formas, na de Baal, com seu bojo ardente, ou na do deus faminto, que exigia o coração vivo de jovens que o tinham do peito arrancado embora palpitante. Em que é inferior a qualquer gente cruel?

Esse deus humano, que combatemos por ser um engodo, portanto tragédia para a sociedade, é desmas-carado aqui*11, com exatidão e ironia sã, pelo sempre lembrado Alziro Zarur, no seu

Poema do deus humano

Se daquele Deus-Homem, bom Junqueiro,/ O Gênesis foi fácil coordenar,/ Inda é muito mais fácil completar/ O Gênesis com o Finis justiceiro:

No espaço não havia coisa alguma:/ Só o nirvana do vácuo imensurável./ Era a felicidade, a que hoje, em suma,/ Preocupa a Humanidade incontentável./ Mas, de súbito, inexplicavelmen-te,/ No imensurável vácuo silencioso,/ Apareceu alguém com ar de gente,/ Um gigante de fácies tenebroso./ Olhou, ameaçador, o caos profundo,/ E pôs-se a bambolear o corpo lasso:/ Aqui começa a história deste mundo/ E a dos outros que rolam pelo espaço.

Concentrando-se o ilustre cidadão,/ Que se chamava Iavé, segundo a História/ (Que é mesmo história, como o nome diz),/ Não chegou a nenhu-ma conclusão/ A respeito da origem probatória/ Da sua aparição louca e infeliz./ Como nascera e para que surgira?/ Não havia na espessa escuridão/ Nem aviões nem raças de cegonha./ De maneira que o pobre velho gira,/ Perplexo, atarantado, trapalhão,/ Adquiriu sobrenome: Iavé Pamonha.

Sem assunto, isolado nas alturas,/ Obumbrado em terríveis conjecturas,/ Sem ter mais que fazer, de uma arrancada/ Fez o mundo, um macaco e uma macaca/ (Obra vil que não vale uma pataca)/ E esperou que brotasse a macacada./ Esta surgiu como estupenda ameaça,/ Formando o que chamamos, hoje, massa.

Começa, então, a vida. Os artifícios/ Ornavam as macacas, e os macacos/ De plácidos passaram a velhacos,/ Introduzindo novos sacrifícios./ O velho Iavé ficou como um Vesúvio:/ Para acabar com tal patifaria,/ Não teve pena da macacaria,/ E sepultou-a toda num dilúvio.

Mas eis que do dilúvio se escapole/ Noé, cuja famí-lia se salvou;/ E o imaculado Noé se maculou,/ Dando péssimo exemplo à imensa prole./ Ficou, portanto, mais acanalhada/ A espécie humana, pródiga de taras,/ Sutilíssimas, ótimas e raras,/ Conforme o paladar da súcia airada.

Fiado em Moisés, Iavé lhe deu as duas/ Tábuas dos dez divinos mandamentos./ Esse espalhou-os pelos quatro ventos,/ Pregando pelas casas, pelas ruas./ Mas todos viram nisso o mal de goro,/ E ficavam (enquanto o bom Moisés/ Quebrava as tábuas e as calcava aos pés)/ Dançando em volta do bezerro de ouro.

Como último recurso, o fulo Zeus/ Mandou à terra o manso e meigo Cristo/ (Que, afinal, nada teve com tudo isto)/ E esperou a atitude dos sandeus./ O fim pouco tardou: a Humanidade,/ Já farta de sermões e mandamentos,/ Crucificou Jesus sem piedade,/ Glorifi-cando seus instintos cruentos./ Não tendo mais recurso, Iavé Pamonha/ Nas suas obras vãs se concentrou,/ Viu, pensou, concluiu, criou vergonha:/ Arrependido, enfim, se suicidou.

… deus humano e ataque de nervos

É evidente que no Con-gresso “Viva Jesus!”*12 não louvaremos esse deus, sem-pre atônito, cuja falência foi apregoada, em pleno século XIX, por Léon Denis (1846-1927)*13, no seu livro Aprè la mort (Após a Morte):

— Fala-se ainda muito

de um deus a quem são atribuídas as fraquezas e

as paixões humanas, porém esse deus vê todos os dias diminuir o seu império.

Imaginemos que esse “fulo Zeus” sofresse um ataque de nervos... O Universo estaria em maus lençóis…

A questão é que parte das gentes parece ter-se acostumado de tal forma a enganar-se a si própria que até hoje se comporta como se o deus criado à sua imagem e semelhança devesse prosseguir em largo mandato... E, como assim raciocina, age segundo os atabalhoados “ensinamentos” dele. Dá-se mal, então...

O curioso é que, quando as coisas não terminam como o esperado, voltam-se contra o Deus Divino, que nada tem a ver com a entidade caricata produ-zida à maneira do bípede pensante... Nem sempre bem pensante, por sinal...

Aquele que enaltecemos é exaltado por Zarur na página 286 do Livro de Deus*14:

Poema do Deus Divino

O Deus que é a Perfeição, e que ora eu tento/ Cantar em versos de sinceridade,/ Eu nunca o vi, como em nenhum momento/ Vi eu o vento ou a eletricidade.

Mas esse Deus, que é o meu eterno alento,/ Deus de Amor, de Justiça e de Bondade,/ Eu, que o não vejo, eu o sinto de verdade,/ Como à eletricidade, como ao vento.

E o sinto na ânsia purificadora,/ Na manifestação renovadora/ Do Belo, da Pureza, da Afeição.

Com Ele falo em preces inefáveis,/ Envolto em

vibrações inenarráveis,/ Que me trazem clarões da Perfeição. (...)

Bondade — que os pecados não consomem —/ Do Espírito Divino aos filhos seus:/ Deus sempre desce até seu filho, o homem,/ Quando o homem sobe até seu Pai, que é Deus!

Pois creio é nesse Deus imarcescível/ Que ampara a Humanidade imperfeitíssima:/ Deus de uma Perfeição inacessível/ À humana indagação falibilíssima.

Usar corretamente o seu livre-arbítrio

Alguém pode argüir: — Mas o que Zarur quis dizer com esses

versos? Deus então só vem a nós se formos a Ele?

Chegou, agora, a minha vez de contra-argumentar: e o livre-arbítrio, meu Irmão?! Você se esqueceu dele, minha Irmã? Faz-se tanta questão de ter a sua posse... O que, aliás, é bom. Do contrário, Deus não o teria estatuído como desafio ao nosso desenvolvimento humano-espiritual.

Emmanuel ensina, na psicografia de Francisco Cândido Xavier (1910-2002):

— Deus é o Pai justo e magnânimo. Um pai que não distribui padecimentos. Dá corrigendas, e toda corrigenda aperfeiçoa.

Alziro Zarur, o saudoso fundador da LBV Mundial, debruçava-se, estudioso, sobre as lições do Cristo, in-cluída esta, impressa no Evangelho de Jesus, segundo Lucas, 17:21:

— O Reino de Deus está dentro de vós,

o que significa dizer que a verdadeira felicidade*15

também.

Incentivo aos corações

Contudo, o intuito maior do genial vate brasileiro, ao versejar em torno da relação Criador–criatura, foi levar aos corações um incentivo para o progresso individual, realçando a necessidade que temos de crescer interiormente, de evoluir na escala universal, conquistando vitórias espirituais*16 (conseqüentemen-te materiais, sendo estas um dos efeitos da Prece*17) mediante o nosso próprio mérito. Quando Você ora, alcança benefícios de Deus que nem imagina.

Por isso, é essencial que o livre-arbítrio seja bem empregado. É preciso que, pelo seu bom desempenho, Você amadureça, suba, cresça para merecer que Deus baixe até onde estiver. Senão, poderemos cair naquele estado de coisas em que tudo é tão fácil que ninguém dá valor, pois logo se desinteressa.

Além do mais, o que o poema ensina é que se deve usar, da melhor forma possível, moral e eticamente, as suas próprias escolhas, porque quem vai pagar a conta cármica é quem faz uso delas.

— O conhecimento da Verdade destrói todo o mal, como um sol que brilha num céu sem nuvens. O verdadeiro iluminado permanece firme, apartando os véus da ilusão.

Buda (560-480 a.C.)*18

[Editorial]

Arqu

ivo

BV

Léon Denis

Fevereiro de 2005�

Page 7: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005 �

Ecumenismo da Alma e do Coração

Com certeza, o Congresso “Viva Jesus!” suscitará resultados espirituais extraordinários, como em 1985, quando, em Belo Horizonte/MG, lancei o desafio às Mu-lheres Legionárias da Boa Vontade, e elas não falharam: o Templo da Boa Vontade está erguido, o Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica — o ParlaMundi da LBV — também. E, muito mais que no plano da matéria, eles estão sustentando uma doutrina ecumênica, não do

Ecumenismo restritamente religioso ou limitado aos cristãos.

Zarur, ao abrir a Legião da Boa Vontade, lançou a Cruzada de Reli-giões Irmanadas, antecipando-se ao hoje denominado inter-relacionamento religioso, oferecendo esse triunfo ao nosso Povo. Não foi sem motivo que o filósofo italiano Pietro Ubaldi (1886-1972) declarou:

— A Legião da Boa Vontade é um movimento novo na história da Humanidade. Coloca o Brasil na vanguarda do mundo.

Ainda quanto ao Ecumenismo que pregamos, trata-se também do relativo às criaturas e aos corações daqueles que, sabendo exprimir o seu ponto de vista, o qual defen-dem com intensidade, admitem ser inafastável a premên-cia de se manterem os sentimentos solidários, fraternos, compassivos, conforme explanamos na revista Sociedade Solidária, que, em vários idiomas, está correndo o Planeta. Do contrário, quem restará para contar a História?

Sublimar o espírito religioso

A Paz desarmada jamais resultará apenas dos acordos políticos, todavia, igualmente, de uma profunda sublima-ção do espírito religioso.

— Quando pratico o Bem, sinto-me bem; quando pratico o mal, sinto-me mal. Eis a minha religião.

Abraão Lincoln*19 (1809-1865)

Ora, ninguém poderá chamar o velho Abe de incréu.Não acompanhar qualquer rebanho religioso não sig-

nifica desacreditar numa Inteligência Justa e Suprema.A herança deixada pela Era da Razão, do Iluminismo,

aliada à Fé Realizante que desenvolvemos na nossa labuta diária, permite-nos melhor compreender um Deus cuja Face é Amor, por sinal muito bem expresso nas palavras de Lincoln.

Portanto, eis uma das motivações do Fórum Ecce Deus! que estamos lançando ao debate dos Seres de Boa Vontade e de bom senso, crentes ou descrentes.

___________________*1 Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, da LBV — O primeiro ocorreu de 18 a 21 de outubro de 2000, no Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, em Brasília, numa série de festividades promovidas pela LBV sob o nome de “Bem-vindo, Ano 2000!”.*2 Ecce Homo! — Saiu, pois, Jesus, levando a coroa de es-pinhos e a veste de púrpura. E disse Pilatos aos que exigiam a morte Dele: Eis aqui o homem (Em latim: Ecce Homo!). Evangelho de Jesus, segundo João, 19:5.

*3 Max Planck — Foi Prêmio Nobel de Física em 1919. Alemão, enunciou a hipótese de acordo com a qual as trocas de energia se dão de modo descontínuo, em “pacotes” indivisíveis, com o que fundou a Teoria Quântica. Esta tese mostraria seus primeiros resultados concre-tos anos depois, permitindo a Einstein explicar o fenômeno fotoelétrico. A resistência ao nazismo custou-lhe o afastamento da Presidência da Sociedade Científica que hoje leva o seu nome e, em 1944, a perda de seu filho, Erwin, executado após sofrer acusação de ter participado de um plano contra a vida de Adolf Hitler (1889-1945). *4 Deus, equação divinal — Ver “Deus, Equação e Amor”, página constante do livro Crônicas e Entrevistas, de Paiva Netto, publicado pela Editora Elevação.*5 Discutindo a Morte e a Vida após Ela — Uma das proposições já inicialmente debatidas no Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, com destaque na sessão realizada de 23 a 25 de outubro de 2003, no ParlaMundi da LBV, quando Paiva Netto pessoalmente abriu o acontecimento.*6 Patrick Drouot — Físico francês, um dos escritores de maior sucesso e credibilidade. Sua palavra, citada neste artigo, foi proferida durante a conferência que teve lugar no I Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, da LBV. O Doutor Patrick Drouot enviou esta correspondência ao Líder da Boa Vontade: “Excelentíssimo Senhor Presidente Paiva Netto, é com imen-so prazer que gostaria de lhe expressar meus agradecimentos por seu convite para minha participação no I Fórum Mundial Espírito e Ciência, que me permitiu apresentar, por duas vezes, diante de sua audiência, meus trabalhos e pesquisas, principalmente no domínio dos fenômenos espirituais e da Fé sob a ótica da Física Quântica e da emergência da consciência da Paz no Século XX. Fiquei bastante impressionado com a qualidade da sua Organização, pela distinção e a capacidade de reunir muita gente. (...) Estou persuadido de que iniciativas tais como o seu Fórum são, além de necessárias, indispensáveis para permitir o estabelecimento de uma ligação entre a Espiritualidade, as tradições e a Ciência, de maneira a permitir o advento da Paz no mundo. Gostaria de agradecer sua delicada atenção com relação ao folheto da LBV em língua francesa, que recebi na ocasião, e de expressar, Excelentíssimo Senhor Presidente, os meus votos mais respeitosos”.*7 O Mistério de Deus Revelado — O tema dá título ao Oratório do compositor Paiva Netto, orquestrado por Vanderlei Alves Pereira, músico e ex-cantor de rock, cujo CD (Som Puro Records) já atingiu mais de meio milhão de cópias vendidas (Disco de Platina Duplo). A obra foi gravada na Bulgária pela Sofia Symphony Orchestra e pelo Coro Capela Svetoslav, sob a regência do maes-tro Ricardo Averbach, que dirige a University Symphony Orchestra, Oxford Chamber Orchestra, dos Estados Unidos. Pedidos pelo tel.: (11) 3358-6840.*8 Albert Einstein — Físico judeu alemão naturalizado norte-ame-ricano, Prêmio Nobel de Física, enunciador da Teoria da Relatividade (E = mc2), que, no dia 7 de fevereiro de 2005, completou o seu cente-nário. Os estudos dele contribuíram para que os norte-americanos se antecipassem na criação da bomba atômica.*9 “O Melro” — Uma citação desse poema de Guerra Junqueiro pode ser lida no artigo “Deus, Equação e Amor”, publicada na página 183 de Crônicas e Entrevistas, de Paiva Netto.*10 (...) tripeiro polêmico — A origem do nome tripeiro remonta ao ano de 1414, quando D. João I resolve preparar uma expedição a Ceuta, norte da África. Incumbe para esse feito, o infante D. Henrique, de apenas 20 anos. Este se dirige ao Porto, Portugal, sua cidade natalícia, para organizar a frota. A população local se mobiliza para a empreitada oferecendo toda a carne que tinha para a armada, reservando para si somente as tripas. Daí se denominar quem nasce no Porto de tripeiro. *11 “Poema do deus humano”, de Alziro Zarur — Originalmente publicado em 1935, no jornal A Pátria, e, em 1949, nos Poemas da Era Atômica, foi reproduzido por Paiva Netto no Livro de Deus, de sua autoria.*12 Congresso “Viva Jesus!” — Para melhor entender a forma como Paiva Netto compreende Jesus, trazemos ao leitor parte do seu artigo, fartamente divulgado na imprensa brasileira e internacional em 1989, que teve como título “Dessectarizar Jesus”: — O vice-Presidente da Associação Universal de Esperanto, jornalista Roman Dobrzyński, da TV Polonesa, esteve no Brasil para participar da inauguração do Templo da Boa Vontade. Na ocasião, em entrevista,

perguntou-me: “Paiva Netto, como pode a Religião de Deus pregar o Ecumenismo Irrestrito, falando em Jesus?”. Respondi-lhe que uma das grandes tarefas da Religião Divina é justamente dessectarizá-Lo. O Divino Mestre não é sectarismo. Ele é uma idéia extraordinária de Humanidade, Amor, Fraternidade e Justiça. Eis um destacado serviço que a Religião de Deus está prestando à sociedade mundial. (...) Contra ou a favor, as pessoas se manifestam sobre Suas palavras e exemplos. Não existe neutralidade quanto a Ele... Por isso, há alguns que caçoam: “Ah, esse Paiva fica falando em Jesus na política, Jesus na ciência, Jesus na economia!... Ora! Jesus é só para a Religião, e olhe lá!”. Mas será que é mesmo assim? Tenho certeza de que não! E, de qualquer maneira, alguém que me assistirá na Polônia, embora não concordando comigo, pode ser levado a pensar um pouquinho a respeito do assunto... Quem sabe se não tenho, nem que seja uma coisinha desse tamanhozinho de razão? Ademais, uma frondosa árvore antes foi uma sementinha...*13 Léon Denis — O autor de Aprè la mort (Depois da Morte) é tido como o continuador lógico da obra de seu compatriota, o pedagogo francês Allan Kardec (1804-1869), Codificador da Terceira Revelação. *14 Livro de Deus — Obra de autoria de Paiva Netto, lançada em 1982, apresentando a seqüência da magistral pregação doutrinária (religiosa, filosófica, científica e política), de Alziro Zarur.*15 Nota do autor — Em 25 de março de 1990, numa página dirigida como humilde colaboração aos que enfrentam os dramas da existência, constante do livro Tratado Universal sobre a Dor, apresentei o meu ponto de vista acerca da verdadeira felicidade: “A alegria construída sobre falsos valores é amargosa, como aquele livrinho de que nos fala o Apocalipse de Jesus, capítulo 10:9: doce na boca, mas amargo no estômago; isto é, feliz na exterioridade, porém lastimosa quando atinge o interior do Ser Humano. Ora, o seguidor do Evangelho-Apocalipse não pretende esse tipo de satisfação. Ele quer Jesus. O aprazimento mundano é sempre anúncio de calamidades e dores para os que sofregamente

o perseguem. Não há maior júbilo do que pregar o Amor de Deus aos Homens. Entretanto, quão difícil é semelhante tarefa!”.*16 (Nota do autor): Fórmula Urgentíssima de Jesus — Buscai primeiramente o Reino de Deus e Sua Justiça, e todas as coisas materiais vos serão acrescentadas. (Evangelho do Cristo, segundo Mateus, 6:33). O que Jesus quis dizer com isso? Que se conhecermos as Leis Espi-rituais em primeiro lugar, conseqüentemente saberemos resolver os assuntos materiais. Isto é que falta à Economia humana: analisar, conven-cer-se e aplicar. Não custa experimentar.

*17 Uma conseqüência da Prece – Disse Jesus: Tudo o que pedirdes a meu Pai, em meu nome (pelo exercício da oração), crede que o havereis de receber. É evidente que o Divino Doador se refere a pedidos justos. *18 Buda Sakyamuni — “Muni” = Sábio e “Sakkya” = Clã dos sakyas. O Sábio dos Sakyas designa o título de Sidhartha Gautama, após ter atingido o estado de iluminação. É então que ele começa a pregar a doutrina budista em Benares e no sudeste da Índia.*19 Abraão Lincoln — Lembrado como o abolicionista da escravatura negra em seu país, Lincoln é um dos baluartes da moderna democracia e uma das maiores figuras da his-tória norte-americana. Em 1860, disputou as eleições para a presidência da República, tornando-se o 16o Presidente dos Estados Unidos da América. Ao iniciar seu governo, em 1861, enfrentou a separação de sete Estados escravistas do sul, que formaram os Estados Confederados da América. O velho Abe, entretanto, não reconheceu essa separação, ratificou a soberania nacional sobre as unidades rebeldes e, exortando-as à conciliação, garantiu-lhes que jamais partiria dele uma ofensiva armada. Porém, os separatistas tomaram o forte Sumter, na Virgínia Ocidental, levando o país à famosa Guerra da Secessão. Os confederados renderam-se em 9 de abril de 1865, em Appomattox, Virgínia. Na noite de 14 de abril de 1865, uma Sexta-Feira Santa, o ator John Wilkes Booth (1839-1865), defensor da escravatura negra e com forte ligação com os confederados, membro de uma notável família de atores, assassinou Lincoln, no Teatro Ford, em Washington.

Pietro Ubaldi

Abraão Lincoln

Repr

oduç

ão B

V 1

9�Re

prod

ução

BV

19�

Fevereiro de 2005 �

Não acompanhar qualquer rebanho

religioso não significa desacreditar numa Inteligência Justa e

Suprema.

(Continua)

Page 8: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005�

Mensagem que alerta

Os recentes acontecimentos mundiais no fim de 2004 mostraram a fragilidade da vida

humana diante das catástrofes de ordem física, conforme pudemos ler na última edição de BOA VONTADE (197 — Janeiro de 2005). Mas sabemos que existe solução para salvar as vidas que já estão tomadas pelo vulcão do desespero, pelo mare-moto da incompreensão ou pelo pavor dos medos.

(...) A sua pregação, Irmão Paiva, sempre inspirada no Maior de todos os Seres, que é Jesus, tem sido o remédio constante das Almas aflitas (...). Agradecemos imensamente ao senhor pelo trabalho constante ao longo de décadas de árduo esforço e resgate dos valores morais e espirituais de todos os de Boa Vonta-de, levando aos corações as preciosidades do Evangelho e Apocalipse do Cristo em Espírito e Verdade, à luz do Seu Novo Mandamento, aliviando e socorrendo todos os que suplicam pelo Amor de Deus.

(Luís Assis de Oliveira – São Paulo/SP)

O Povo agradece

Faltam palavras para agradecer a Deus por tudo o que a LBV representa para nós (...). Em 2004, muitas Almas foram salvas, graças à pregação do Irmão Paiva. Para nós, é motivo de orgulho e gratidão eterna a Deus poder trabalhar na propagação dessa mensagem pelas ondas da Rede Boa Vontade de Rádio. (...) Minha família e eu desejamos um Feliz 2005 ao Irmão Presi-dente Paiva e a todos os seus entes queridos com muita paz, saúde e amor em todos os dias de suas vidas.

(Maurício Garrefa — Rádio AM 550 — Rede Boa Vontade — Ribeirão Preto/SP)

Amor pela causa da Boa Vontade

Amo a LBV de todo o meu coração. Tudo nela é feito com perfeição. Irmão Paiva, o senhor nos ensina a trabalhar com muito carinho (...). Meu Jesus, se eu pudesse contar a todos quantas e quantas graças tenho recebido através da LBV querida, não há dinheiro no mundo que pague (...). Vou aumentar os meus donativos para a

LBV. Feliz Natal Permanente com Jesus! Muito obrigada.

(Iracy Sebastiana Pereira – Tombos/MG)

Rede Boa Vontade de Rádio no Para-guai

Irmão Paiva, acompanho a Rede Boa Vontade (via internet) todos os dias. É minha melhor com-panhia. Suas pregações me comovem e me fazem pensar que, na vida, o senhor é como um pai dan-do-me conselhos diariamente. Obrigada por seu esforço nesta Obra que faz tão bem à Humanidade. Que Deus o cubra de bênçãos.

(Allison Bello – Paraguai)

Caridade Completa

A finalidade desta cartinha é agradecer e pa-rabenizar o Irmão Presidente Paiva Netto pelos quase 50 anos de pregação da palavra de Deus transmitida a todos nós, Humanidade. Esta é para sempre a mais verdadeira Caridade que pode exis-tir, pois carente não é apenas aquele que precisa do pão material. O Povo necessita muito mais do que isso. Precisamos é de Jesus (...). E toda essa dádiva recebemos do Alto pela sua pregação que nos conforta e nos eleva a Deus (...).

(Maria de Lourdes Vieira – Cataguases/MG)

Fé Realizante em marcha

É com muito amor e carinho que escrevo esta carta para agradecer às Instituições da Boa Von-tade do fundo do meu coração os ensinamentos, a Fé Realizante, o Amor ao próximo, o Bem que é feito por toda a Humanidade. Também pela Revolução Mundial dos Espíritos de Luz*, que é uma realidade em nossas vidas. Tudo o que sei das coisas espirituais aprendi com o Irmão Pai-va. Quero desejar a ele e a toda a família muito Amor, Paz e Saúde com as bênçãos de Jesus.

(Vany Terezinha Lazaretti — Sapiranga/RS)_____________________* Revolução Mundial dos Espíritos de Luz — Anun-ciada pelo saudoso Proclamador da Religião de Deus, Alziro Zarur, em dezembro de 1953, no Jornal de Umbanda, abrange um amplo movimento de caráter ecumênico que promove o intercâmbio consciente entre as duas Humanidades: a da Terra e a do Céu da Terra. A esse nome o escritor Paiva Netto acrescentou a expressão “de Luz”.

Livro Sabedoria de Vida

Maria Antonia Crispim, contribuinte mensal da Legião da Boa Vontade, em São Paulo, capital, deixou registradas as seguintes palavras: “Estou ligando para parabenizá-los pelo livro Sabedoria de Vida, do escritor Paiva Netto. É lindo, lindo demais (...)”. Após receber o retorno da ligação da LBV, disse: “O livro é muito bom. Abri as primeiras pá-ginas e fiquei emocionada. E eu vou dar para minha neta ler, minha filha e todos em minha casa”. Já a sra. Vanúzia Lopes Lima, de Osasco/SP, assim se expressou: “Adorei o livro Sabedoria de Vida! Já comecei a ler e estou gostando muito!”.

(Maria Augusta Ribeiro Rodrigues — São Paulo/SP)

Reflexões da Alma: Gota sintética de sabedoria milenar

Ao adentrar a faixa etária da quarta idade (mais de 80 anos), quero agrade-cer, antes de tudo, a Jesus, por permitir, ainda, exercitar minha memória através do Espírito (...). Apresento um despretensioso comentário sobre o livro Reflexões da Alma. (...) A ilustração da capa representa fielmente o significado do título. Da mesma forma como as cores

e as imagens transmitem um repouso para a Alma, simultaneamente caracterizam a chama ardente do Amor do Cristo pela Humanidade. Como curiosi-dade analítica, observei que os textos e matérias que formam o seu conteúdo demonstram a grande preocupação de Paiva Netto em chamar a atenção dos governantes mundiais quanto à Paz. Confirmo esta observação, ao constatar que há 76 citações da palavra Paz. Cada página contém uma gota sin-tética de sabedoria milenar. O conteúdo da obra é essencialmente composto por um tripé virtuoso de Espiritualidade, Cultura e Intelectualidade. Geral-mente os livros apresentam matérias com caracteres específicos. Essa é a diferença: o livro Reflexões da Alma pode ser considerado um compêndio de cultura geral, com Espiritualidade. Essa publicação deveria ser indicada pelas autoridades governamentais para uso obrigatório no ensino médio de todos os colégios do Brasil, pois ela contém biograficamente uma di-dática abrangente nas três áreas: religiosa, filosófica e artística.

(Ary Gonçalves — Rio de Janeiro/RJ)

Fevereiro de 2005�

Page 9: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005 9

Cartas

Muito obrigado é pouco

Inicio estas minhas palavras destacando que a gente conhece o interior de um Homem baseado no que demonstra em seu exterior. A sua vida, Irmão Paiva, tem sido uma demonstração de Amor

à Humanidade, que merece de nós, brasileiros e estrangeiros da Boa Vontade de Deus, uma gratidão sem igual.

Deixo registrado aqui meu compromisso de utilizar meus estudos, seja na área da Co-municação Social, faculdade que curso, e o Inglês, no qual tenho me esforçado, a serviço das Instituições da Boa Vontade.

Estou à disposição do senhor para o que se fizer necessário, a fim de levar aos povos o Amor do Cristo. Muito obrigado!

(Elias Paulo Silva de Morais — São Paulo/SP)

O poder da comunicação

Tenho acompanhado as palavras do Irmão Paiva na Rede Boa Vontade de Comunicação. Como sempre, uma mensagem repleta de ânimo, coragem, alegria e grande profundi-dade nas observações sobre a Espiritualidade Superior em nosso cotidiano. Ouvindo-o, com atenção, impossível ficar indiferente aos alertas sobre o crescimento de cada Ser Humano nesta trajetória terrena (...); chama a atenção para não nos esquecermos do prin-cipal, do nosso conteúdo, o que é o eterno, o permanente, o maior benefício que pode ser feito em prol da população (...). E sem abolir a importância do que é material e necessário para a nossa vida. Revelando-nos a grande preocupação em nossa missão neste Planeta: salvar vidas e almas para Deus. Desta forma, concluo, procura despertar nos jovens de to-das as idades a chama do trabalho, do estudo, da coragem, da Boa Vontade e da perseverança em seus corações. Que Deus o abençoe hoje e sempre!

(Jayme Bertolin — São Paulo/SP)

RBV em alta

Caro Irmão Paiva Netto, procurarei dar minha humilde contribuição quanto à men-sagem recentemente veiculada na Rede Boa Vontade acerca do poço do abismo*: que precisa ser purificado, limpo, para que todo o Planeta possa estar preparado para ser alçado,

como será, à categoria de regeneração. Neste caso, esta ação vigorosa certamente levará muitas vidas, como nosso Divino Mestre nos alerta. Pen-sando que tudo é vibração e energia simpática, o que é fundamental nestes tempos apocalípticos, creio, é que vivenciemos o Armagedom interno, purgando todas as vibrações e energias acumula-

das durante tanto tempo e encarnações em nossa alma-psique (...).

(Rebeca Chaves Correa – Rio de Janeiro/RJ)____________* Poço do abismo — Apocalipse de Jesus, 9:2.

TBV — Vibração inenarrável

Estou escrevendo ao Irmão Paiva primeira-mente para agradecer por se dispor a cumprir esta missão belíssima e trabalhar muito para ajudar as pessoas; uma Alma elevadíssima. Obrigada por, em tempos difíceis, ter me transformado em uma batalhadora otimista e por, sem saber, me incenti-var a estar viva e agir para melhorar o meu mundo e o dos meus irmãos. Obrigada por existir e por ter construído o Templo da Boa Vontade. Só estando no TBV para sentir a sua vibração inenarrável.

(Kelly Jorge Morgado — Morro Agudo/SP)

Voluntariado

Desejo a todos os amigos da Legião da Boa Vontade e ao Irmão Paiva um feliz Ano-Novo com muita Paz, Amor e com toda essa energia que nos transmitiu no ano de 2004, e esperamos que 2005 seja de grandes vitórias para a nossa Religião de Deus, a Religião do Terceiro Milênio, a Religião do Amor Universal. Como aprendemos com o Diretor-Presidente da LBV: “Todas as vitórias estão decididamente ao nosso alcance pela força do nosso valoroso trabalho”. Aqui em Sapiranga realizo meu trabalho voluntário. E o faço com muita honra e glória, pois é feito com Amor e Boa Vontade. Isto aprendi ouvindo a Rede Boa Vontade de Rádio. Faço reuniões em meu lar todas as quartas-feiras, das 3 às 4 horas da tarde, com as Diretrizes Espirituais da Religião de Deus. Sou muito feliz e grata a Jesus por ter me mostrado este caminho de Amor e Luz. O meu abraço à Dona Lucimara Augusta e a seu filhinho Emmanuel Adolfo. Que Jesus ilumine a todos!

(Maria Iracema Prux Borges — Sapiranga/RS)

Emoção inesquecívelAinda sob a poderosa vibração do Congresso “Natal

Permanente de Jesus — o Maior Educador dos Povos!”, ocorrido em Maringá/PR, quero parabenizar o senhor pelos belos momentos que passamos. Quando a cortina do palco foi descerrada e vimos aquele maravilhoso pai-nel, senti a presença de Jesus entre nós. Foi uma emoção muito grande para todos os presentes.

Agradeço ao senhor pela revista BOA VONTADE. Ela está belíssima. A cada número temos assuntos impor-tantíssimos para o nosso dia-a-dia. Também gosto muito de ler o boletim ÍMPAR, que traz para nós trechos do livro Voltamos!, de sua autoria. O Encarte* (O Carisma do Líder da Boa Vontade) também está uma beleza. Sua vida transmite um carisma especial para todos nós. Obri-gada, Irmão Paiva. Que Deus o abençoe sempre, porque tudo o que faz é visando ao Bem da Humanidade.

(Francisca Sabatine Pacheco — Vargem Grande do Sul/SP)______________Encarte — Nossa amiga leitora se refere ao encarte especial do ÍMPAR, O Carisma do Líder da Boa Vontade, que traz resumos biográficos da vida de Paiva Netto. A publicação já se encontra em seu terceiro número. (Pedidos: ligue Clube Cultura de Paz: (11) 3358-6840.)

Cenas do Congresso “Natal Permanente de Jesus”, realiza-do em Maringá/PR. Na fotomontagem, Paiva Netto aprecia tanto na imagem maior dele como no destaque o gigantesco painel, de Carl Bloch, reproduzindo a passagem do Ser-mão da Montanha de Jesus, que, emocionado, leu naquele mesmo dia para o público do evento. Nas duas fotos abaixo, a recepção calorosa ao dirigente da LBV no aeroporto da “Cidade Canção”, na companhia de seus filhos José Eduar-do Paulote de Paiva e, à direita, Dr. Pedro Paulote de Paiva.

Escreva para a revista BOA VONTADE: Av. Rudge, 938 — Bom Retiro — São Paulo/SP — CEP 01134-000 — e-mail: [email protected]

Hen

rique

Lúc

io

Fevereiro de 2005 9

Hen

rique

Lúc

io

Foto

mon

tage

m B

V

Page 10: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 200510

4 11 12

16 18 31

Edito

rial

Espo

rte

Fóru

m S

ocia

l Mun

dial

Ecum

enism

o

Em seu artigo, o jorna-lista Paiva Netto escreve: Ecce Deus! (Eis Deus!) uma imparcial e profunda reflexão sobre a natureza do Criador.

José Carlos Araújo estréia sua coluna na BOA VONTADE, falando do Esporte como instrumento de união entre os povos e destaca que “O Primeiro Mundo é aqui”.

Mais de 150 mil pessoas participam do FSM 2005 para falar de tolerância, justiça, paz e igualdade.

Visões do Islã: Como os muçulmanos encaram te-mas relativos à morte, anjos e o destino da alma no outro lado da existência. Es

pecia

l

Atua

lidad

esA Educação com Espiri-tualidade presente no dia-a-dia de milhares de crianças atendidas pela LBV.

No Fórum Econômico, Lula reafirma compromisso de combater a miséria nos países de Terceiro Mundo.

ÍndiceEditorial ........................... �Cartas ............................... �Ao leitor ............................10Esporte .............................11Reportagem ......................1�Ecumenismo ....................1�Especial ............................1�Acontece ......................... ��Ação Jovem LBV ............. ��Atualidades ..................... �0Opinião .......................... ��Soldadinhos de Deus ....... ��Melhor Idade .................. ��Espírito e Ciência ............ ��Literatura ........................ �0Cursos ............................. �1Pedagogia do Cidadão Ecumênico ...................... ��

ExpedienteDiretor responsável: Francisco de Assis Periotto MTE/DRTE/RJ 19.916 JPEditor: Gerdeilson BotelhoSubeditora: Débora VerdanRevisão: Adriane Schirmer, Neuza Alves e Walter Periotto. Colaboradores: Alvino Barros, Antonio Paulo Espeleta, Paulo Azor, Rita Silvestre, Wanderly Albieri Baptista e Silvia Bovino.Projeto gráfico: João Periotto Capa: João Periotto e Alziro Braga Fotos da Capa: Alunos do Infantil 3 do Instituto de Educação da LBV, em São Paulo, durante a aula de xadrez — Daniel Trevisan; Içami Tiba — Cida Linares; e Sérgio Benken — Arquivo BV.Supervisão de produção: Daniel Rocha Impressão: Gráfica PROLBOA VONTADE é uma publicação mensal das IBVs, editada pela Editora Elevação. Endereço para correspondência: Av. Rudge, 938 — Bom RetiroCEP 01134-000 — São Paulo/SP — Tel.: (11) 3358-6868Caixa Postal 13.833-9 — CEP 01216-970 Internet: www.boavontade.com / E-mail: [email protected] revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos emitidos em seus artigos assinados.

É interessante citar aqui algumas reflexões do jornalista Paiva Netto. “(...) Como lembro há tantos anos, nenhuma nação nasceu pronta ou foi ‘tirada do forno’. E o Brasil não foge a essa regra: é uma obra inacabada, à espera de mãos operosas no Bem, que queiram, com o coração, alçá-lo a uma posição de destaque no contexto planetário”. É de sua lavra também esta afirmativa: “Enquanto não prevalecer o ensino eficaz por todos os de bom senso almejado, qualquer nação padecerá cativa das limitações que a si própria se impõe”. Ora, nesses dois momentos, seu verbo revela uma intensa e coerente preocupação com os rumos de nosso País, com o foco voltado à Educação, a única realmente capaz de operar um salto quântico na qualidade de vida dos brasileiros.

Mais do que dizer, ele conceituou uma metodo-logia de Fraternidade Universal, que forma Cérebro e Coração: a Pedagogia do Cidadão Ecumênico, inspirada num Deus que é, essencialmente, Amor, conforme ensinou o Cristo, por intermédio de João Evangelista, há dois milênios, acrescenta o próprio dirigente da LBV em seu artigo Ecce Deus! (Eis Deus!), publicado nesta edição. Esta tese inovadora, aplicada com sucesso nas escolas da LBV, serve como vetor à sociedade. E por tudo isso é que a reportagem da revista BOA VONTADE direcionou sua pauta, a fim de trazer ao amigo leitor o dia-a-dia e as novas atividades e programas de duas escolas-modelo da Legião da Boa Vontade, onde se tem feito uma ver-dadeira revolução educacional, preparando crianças e jovens para os desafios do futuro.

Além dessa matéria, já bastante representativa, há de se destacar a cobertura do Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre/RS, que evidenciou em um dos seus eixos temáticos “Ética, Cosmovisão e Espi-ritualidade”, numa referência à proposta apresentada pela LBV, que insere a religiosidade universal como parte das soluções dos problemas que atingem as pessoas de todo o Planeta.

Os Editores

Ao leitor

35 40

Mel

hor I

dade Lar de Idosos promove

mudanças no atendimento para ampliar vínculo fa-miliar.

Liter

atur

a Reflexões da Alma, de Paiva Netto, emociona leitores no Brasil e no Exterior.

Page 11: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005 11

Cenas lamentáveis têm se repetido nos estádios europeus, em jogos que envolvem os clubes mais poderosos do mundo. Cenas de

racismo explícito, com torcedores tentando humilhar atletas negros, entre eles alguns brasileiros, como Roque Júnior e Roberto Carlos. E isso acontece em países tidos como membros do Primeiro Mundo.

Parece que virou moda na Europa, prin-cipalmente na Espanha, ver torcedores imi-tando macacos para ofender atletas negros ou fazer a saudação nazista, de triste memória para o mundo todo.

O Esporte não comporta essa discrimina-ção hedionda. Porque, como nos ensinou o Barão de Coubertin (1863-1937), ao reviver os Jogos Olímpicos dos tempos modernos, Esporte é congraçamento, é união de raças, em que não vinga nenhum tipo de preconceito ou discriminação.

Fato comum nas Olimpíadas, com seus inúmeros exemplos emocionantes, com po-vos esquecendo suas diferenças, em prol do Esporte. O próprio futebol tem sido generoso em bons exemplos, como na última Copa do Mundo, evento que reaproximou Japão e Coréia. Também merece citação o amistoso Brasil x Haiti, que deu a um País em guerra civil algumas horas de uma alegria ausente daquele povo há décadas.

O nosso Pelé, no auge de sua carreira, já foi capaz de fazer parar uma guerra, para que

todos pudessem vê-lo em campo. E, naquele dia, certamente, muitos puderam observar que uma bola e a arte de dominá-la são armas muito mais poderosas do que quais-quer outras, pois escravizam povos inteiros pela paixão, pelo fascínio, pela magia, pelo encanto e nunca pela força.

A atitude de torcedores espanhóis e ingle-ses tem sido condenada em todo o mundo. Mesmo porque a maioria dos jogadores que encanta esses mesmos torcedores é formada por negros e mestiços. É para tê-los do seu lado que os clubes pagam fortunas incalcu-láveis. E são principalmente eles, os atletas negros e mestiços, que propiciam alegrias a essas pessoas abomináveis.

Tomara que a FIFA reprima com rigor essa odiosa manifestação e encontre um meio de punir seus autores e banir mais essa tentativa de discriminação racial.

O Esporte tem de estar acima de tudo. Afi-nal, é o único segmento das sociedades que consegue unir na mesma paixão e no mesmo objetivo pobres e ricos, adeptos de todas as religiões, povos de todas as raças. Só o Espor-te é capaz dessa unanimidade. Não podemos permitir que alguns pobres espíritos ditos de Primeiro Mundo tentem acabar com esse raro exemplo de união da Humanidade.

Primeiro Mundo, eles? Pode ser, quando se fala em poderio econômico. Mas, quando se trata de coração, de congraçamento, o Primeiro Mundo é aqui.

José Carlos Araújo é locutor esportivo da Rádio Globo do Rio de Janeiro/RJ

O Primeiro Mundo [Esporte]

Roberto Carlos, do clube espanhol Real Madri, um dos jogadores que sofre-ram com o preconceito.

Repr

oduç

ão B

V19

Repr

oduç

ão B

V

Repr

oduç

ão B

V

Coluna do Garotinho

é aqui

Page 12: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 20051�

[Reportagem]

Espiritualidade no“Tenho a maior

admiração pela LBV. Ela nos ajudou a compreender que

era necessário que estivéssemos

contemplando, como um dos grandes eixos temáticos do Fórum de 2005, a discussão da diversidade, da religiosidade e da fé neste mundo.

Vocês tiveram papel fundamental nesse

sentido (...).”Salete Valesan, do Comitê

Organizador do FSM.

FórumSocial Mundial

Edua

rdo

Qua

dros

Fevereiro de 20051�

Porto Alegre — Brasil

Page 13: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005 1�

Mais uma vez Porto Alegre atraiu a atenção mun-dial ao concentrar num mesmo espaço os mais distintos pensamentos étnico-culturais, numa expressão da diversidade planetária em torno

das questões de interesse geral. A quinta edição do Fórum Social Mundial (FSM), a maior do encontro, que se encerrou em 31 de janeiro, contou com 155 mil participantes de 135 países, distribuídos em diferentes eixos temáticos, com o ob-jetivo de promover um diálogo participativo nas centenas de atividades da programação.

A abertura oficial do Fórum ocorreu no dia 26, no Anfiteatro Pôr-do-Sol, e foi prestigiada por diversas personalidades, entre elas o Ministro da Cultura, Gilberto Gil, que ainda realizou show. Uma inovação no evento foi o eixo temático “Ética, Cosmovisão e Espiritualidade”, que criou a oportunidade para o desenvolvimento de uma dimensão espiritual como parte das soluções de problemas que atingem os povos.

Para Salete Valesan, do Comitê Organizador do FSM, o mote defendido pela Legião da Boa Vontade, a partir da rea-lização do primeiro Fórum, foi essencial nesse aprofundamento. “Tenho a maior admiração pela LBV. Ela nos ajudou a compreender a necessidade de contem-plarmos, como um dos grandes eixos te-máticos do Fórum de 2005, a discussão da diversidade, da religiosidade e da fé neste mundo. Vocês tiveram papel fundamental nesse sentido, porque estando junto co-nosco, fazendo este processo desde 2000, nos ajudaram a ter essa marca que será essencial a partir de 2005 dentro do Fórum Social Mundial. Obrigada a todas as pessoas que estão ligadas à LBV e que a gente possa, independente de ser uma vez por ano este evento, estar sempre juntos fazendo esse movimento, tornando mais digna e humana a vida de todos. E somos nós que temos de fazer esse processo”, testemunha Salete.

O professor titular da Faculdade de Educação de São Paulo e Diretor do Instituto Paulo Frei-re, Moacir Gadotti, comunga da mesma idéia de universalidade, de que o acon-tecimento seja cada vez mais um espaço de múltiplos debates e manifestações, nas muitas maneiras de se expressar. Em entrevista à Rede Boa Vontade de Rádio (RBV), durante o Comando da Esperança, chegou a destacar o título da atração da RBV: “Esse programa

tem um belíssimo nome, é comandar a esperança mesmo. E, aliás, é para isto que estamos aqui em Porto Alegre no Fórum Social Mundial”.

O educador falou ainda da alegria em encontrar represen-tantes da Obra em mais esta iniciativa: “Conheço o trabalho de vocês desde o Fórum Mundial de Educação em São Paulo, no qual a LBV e a Rede Boa Vontade tiveram uma presença muito forte, não só na comunicação, mas, sobretudo, inte-grando o Comitê Organizador. (...) Faço os melhores votos para que Paiva Netto com o programa, com a Rede, enfim, com toda a ação da LBV, consiga atingir os objetivos que tanto almeja”.

Seminários debatem caminhos para uma Sociedade Solidária

Dentre essas metas, aludidas por Moacir Gadotti, está difun-dir os ideais da Sociedade Solidária, tese pioneira defendida há décadas pelo Diretor-Presidente da LBV, José de Paiva Netto. Para este fim, a Instituição organizou dois seminários. No dia 28, o painel “Ciência e Fé na Trilha do Equilíbrio” apresentou os resultados da Segunda Sessão Plenária do Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, promovido pelo Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da LBV, localizado em Brasília/DF. O painel foi dividido nos subte-mas: “A Ciência e o Paradigma Espiritual”, “Espiritualidade no contexto das Tradições Religiosas” e “A Espiritualidade Ecumênica para um outro mundo possível”.

O representante da Instituição Danilo Parmegiani recordou na palestra um dos grandes desafios lançados pelo Líder da Boa Vontade. “É preciso desenvolver novos paradigmas do conhecimento humano que passem a contemplar a convergên-

Espiritualidade noFórum

Social Mundial

moacir Gadotti

em grande estilo, o ministro Gilberto Gil se apresenta na abertura do Fsm.

Iren

o Ja

rdim

A passeata de abertura do Fsm 2005, a “marcha da paz”, reuniu 200 mil pessoas, que percorreram as principais avenidas e ruas da cidade.

salete valesan

Fevereiro de 2005 1�

Arqu

ivo

BV

Repr

oduç

ão B

V 1

9�

Page 14: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 20051�

cia entre os saberes científicos e religiosos, que resultem em políticas públicas e promovam o desenvolvimento humano-espiritual sustentável”.

Na mesa de debate estavam o professor Wladimyr San-ches, Doutor em Engenharia pela Oak-Ridge (EUA), físico, engenheiro mecânico, civil e nuclear e mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP); Iya Sandra Epega, Diretora-Adjunta do Superior Órgão de Umbanda do Estado de São Paulo; o representante do ParlaMundi da LBV Da-nilo Parmegiani; e Josué Ben-Nun Bertolin, da Secretaria Executiva do Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, da LBV.

A socióloga Dornalli Purper, de Porto Alegre/RS, gostou “muito dessa abordagem da LBV”, e mencionou que há bastante tempo vem se ocupando “em vincular a questão do

sentimento, de uma nova percepção de moral, de valores, a Espiritualidade. Foi bom ouvir na palestra: ‘Se queremos a Paz, precisamos primeiro nos desar-mar. Se queres a Paz, prepara-te para a Paz’”.

Segundo a socióloga, o seminário a fez rever seu modo de pensar em alguns aspectos: “Preparar-se para a Paz não é

uma coisa que passa só pela cabeça, pelo cérebro. Durante muito tempo nas minhas participações, inclusive na luta estu-dantil, nos movimentos populares, parecia que tudo passava só pela cabeça, pela consciência, como raciocínio lógico só, sem o sentimento, e dentro de uma perspectiva reivindicativa. Agora vejo que isso não deve ser excluído, é fundamental, mas há uma perspectiva nova. No debate, o representante da LBV falou a respeito da Educação, e deu como exemplo a que é feita na Legião da Boa Vontade”.

Por sinal, quanto à Pedagogia do Cidadão Ecumêni-co, que é aplicada com sucesso nos estabelecimentos de ensino da Obra e disseminada na Rede Boa Vontade de

Comunicação (formada pela Rede Boa Vontade de Rádio e Rede Mundial de Televisão), Dornalli Purper ressaltou: “Pela primeira vez, vejo aliar a questão material com a do Espírito, durante muito tempo separadas. É isso que acho fundamental na LBV. Ela vê o Homem como uma totalidade que abrange o Ser integral com cérebro, com sentimento, dentro das relações socioeconômicas e de trabalho”.

O debate prossegue...

A discussão proposta pela Legião da Boa Vontade continuou, no dia 30, quando a Organização trouxe como tema Construindo uma Sociedade Solidária, em que abordou o assunto quanto às “Redes Sociais e Econo-mia Solidária”, a “Qualificação Social e Profissional do Indivíduo” e a “Educação com Espiritualidade”. Nesse segundo acontecimento, a LBV teve como parceiros o Instituto Qualivida e o Fórum Paulista de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, que deram importante parcela de contribuição ao debate.

O painel foi composto por Sérgio de Oliveira e Silva, economista, especia-lista em Terceiro Setor e coordenador do Fórum Paulista de Prevenção de Erradicação do Trabalho Infantil, e pelo professor da Universidade Cató-lica de Pelotas/RS Paulo Albuquerque, do Instituto Qualivida. Na ocasião, ele disse que “a palestra da LBV valorizou a transformação do Homem pela Educação com Espiritu-alidade para um outro mundo ser possível”.

Da mesma forma, a assis-tente social Luciana Gomes, de Criciúma/SC, encantou-se com a tese do Líder da Boa Vontade: “É aquilo que existe de melhor no Ser Humano e que está sendo re-legado a segundo plano, que é o sentimento de Solidariedade, de pensar com o coração. Agir com o sentimento é ter uma prática voltada para a questão humana. Em termos práticos os profissio-nais da LBV mostram resultados. Esse trabalho eu admiro”.

A jovem Camila Lícia Santos, estudante de Relações Interna-cionais da USP, ficou feliz com

o enfoque dado pela Obra: “Esse seminário me chamou a atenção porque é bem diferente das atividades que acompanhei durante o Fórum. A maior parte delas era sobre desenvolvi-mento, liberdade e Direitos Humanos, por isso vim discutir a Espiritualidade. Acredito que a Ciência e a Religião devem caminhar juntas, uma não pode negar a outra”.

“Pela primeira vez, vejo aliar a questão material com a do Espírito, duran-te muito tempo separadas. É isso que acho fundamental na LBV. Ela vê o Homem como uma totalidade que abrange o Ser integral com cérebro,

com sentimento, dentro das relações socioeconômicas e de trabalho.”Dornalli Purper, socióloga.

“A palestra da LBV

valorizou a transformação do Homem pela Educação com Espiritualidade para um outro

mundo ser possível.”

Paulo Albuquerque, do Instituto Qualivida.

dornalli purper

paulo Albuquerque

paula schnor, da Juventude ecumênica da Boa vontade de deus, expõe as idéias da lBv no debate sobre o tema Construindo uma Sociedade Solidária.

da esquerda para a direita: danilo parmegiani, representante da lBv; iya sandra epega, diretora-Adjunta do superior Órgão de umbanda de são paulo; o doutor em engenharia pela Oak-Ridge (euA) Wladimyr sanches; e Josué Ben-nun Bertolin, da secretaria executiva do Fórum mundial permanente espírito e ciência, da lBv.

[Reportagem]

Luci

an F

agun

des

Lilia

ne C

ardo

so

Der

li Fr

anci

sco

Luci

an F

agun

des

Page 15: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005 1�

Ação Jovem LBV no FSMA presença das novas gerações no Fórum foi marcante, a exemplo da construção do

Mosaico de Livros da Biblioteca Social Mundial, que reuniu milhares de títulos. Nele, pessoas de todas as partes do Planeta contribuíram trazendo publicações que elas julgam importantes para fundamentar uma sociedade melhor. A Juventude Legionária levou a co-leção “Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração” (Editora Elevação) — composta pelos volumes As Profecias sem Mistério, Somos todos Profetas e Apocalipse sem medo — e os livros Sabedoria de Vida e Crônicas & Entrevistas, todos de autoria do escritor Paiva Netto.

Também no estande da LBV foram apresentados resultados práticos da construção da Sociedade Solidária, com painéis de atividades desenvolvidas pela Instituição em todo o Brasil e Exterior, em especial o Lar e Parque da LBV em Glorinha/ RS.

Além do Mosaico, bandeiras das organizações, dos movimentos e das entidades dos países presentes formaram a “Bandeira das bandeiras”, simbolizando as origens que se unem para a construção de um novo mundo possível. Esta é a terceira vez que tal iniciativa ocorre no FSM. A Juventude Ecumênica levou o estandarte da Legião da Boa Vontade com a seguinte mensagem: “A bandeira da LBV é a vanguarda na construção de um outro mundo possível por meio da Sociedade Solidária. Cuida do Espírito, reforma o Homem.

E tudo se transformará”.

Novos rumos

Vale dizer que o Fórum cresce em importância e ta-manho: em 2006 será des-centralizado, promovido em diversos lugares do mundo, e, em 2007, chega à África.

[L.S.M.]

Adolfo Pérez Esquivel, Prêmio No-bel da Paz em 1980, um dos mais desta-cados militantes dos Direitos Humanos, presente no painel: “Direito à Vida e à Paz”, ao ser abordado pela Rede Boa Vontade de Comunicação, quanto à tese da Sociedade Solidária, destacou: “Nenhuma sociedade é de pensamento único, são pensamentos muito diversos (...). É fundamental a Espiritualidade num mundo materializa-do, que está buscando especulação econômica. Temos de resgatar os valores humanos e, para isto, devemos alcançar pela Espiritualidade o sentido de vida dentro deste Ecume-nismo de diversidade na unidade, construindo uma nova sociedade, novos caminhos para a Paz, a Paz sem conflitos, numa dinâmica permanente com valores humanos e espiri-

tuais”, defendeu. Esquivel já esteve pessoalmente no Templo da Boa Vontade e no ParlaMundi da LBV, em Brasília/DF.

Prêmio Nobel defende Espiritualidade como caminho para a Paz

painel desenvolvido pela Juventude ecumênica da Boa vontade de deus aborda a sociedade solidária

Jovens da lBv contribuem com a construção

do mosaico de livros da Biblioteca social

mundial levando obras literárias do escritor

paiva nettoO estandarte da lBv fez parte da “Bandeira

das bandeiras”, simbolizando as diversas

origens que se unem para a construção de um

novo mundo possível.

Juventude da lBv debate o

tema sociedade solidária

Adolfo pérez esquivel

Edua

rdo

Izaí

as

Fevereiro de 2005 1�

Lilia

ne A

raúj

o

Luci

an F

agun

des

Edua

rdo

Izaí

as

Arqu

ivo

BV

Page 16: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 20051�

A revista BOA VONTADE publica trechos da entrevista com o líder espiritual da Comunidade Muçulmana no Brasil, xeque Jihad Hammadeh, concedida ao programa Ecumenismo, da Rede Mundial de Televisão — a TV da Educação, da Cultura e da Cidadania Solidária com Espiritualidade!

Nela, o xeque fala sobre a visão do Islamismo relati-vamente à vida, morte, anjos e o destino que todos têm depois de passar para o outro lado da existência.

BOA VONTADE — Como o Islã vê a vida? Por que ela existe?

Jihad Hammadeh — “Quem sou eu? De onde venho? Para onde vou? O que estou fazendo aqui?”. A nossa exis-tência gira em torno de responder essas questões. Toda pessoa faz esse tipo de pergunta, porque são necessidades que precisam ser respondidas, e, como um líder muçul-mano eu tenho claro isso na minha cabeça.

A religião islâmica veio para explicar essas indaga-ções. Deus colocou muito bem isso no Alcorão Sagrado*, quando diz: “Em verdade nós criamos os gênios e os Seres Humanos para a minha adoração”. O ponto inicial para entender tudo isso é a obediência ao Deus único. Eu, sendo obediente, vou fazer o máximo para seguir as Suas Leis, que contêm tudo o que é benéfico ao Ser Humano.

BV — Na citação feita do Alcorão Sagrado, o senhor discorreu sobre a criação dos gênios. Quem são eles?

Jihad Hammadeh — Os gênios, na realidade, são criaturas de Deus. Como nós acreditamos em um Deus único, também cremos nos Anjos — criados a partir da Luz Divina. Esses Anjos não têm livre-arbítrio. Eles fo-ram feitos somente para a adoração. Por isso, não têm o direito de livre escolha. Acreditamos em vários anjos: o anjo Gabriel, o anjo da morte, o anjo das montanhas, o anjo da chuva, o anjo dos ventos. Existem anjos em todos os lugares para todas as funções que Deus os criou.

Mas há também outros seres que são os gênios. Eles são filhos de Satanás. Na visão do Islamismo, ele não foi um anjo, mas, sim, uma criatura de Deus, criada da laba-reda do fogo e que possui o livre-arbítrio. Desta forma, Satanás não era um dos anjos, pois a essência da criação dele é diferente.

Existem algumas distinções: os anjos não têm o livre-arbítrio, e Satanás tem; os anjos foram criados da Luz Divina, e ele, da labareda do fogo. Portanto, todos os seres

descendentes de Satanás são chamados gênios e podem tomar formas de pessoas e de animais. Eles são invisíveis aos nossos olhos, diferentes da nossa criação: nós somos criados da argila, do barro. Também são conhecidos por vários outros nomes em qualquer parte do mundo.

E como essas coisas são sobrenaturais, não achamos que eles sejam mais fortes que nós. A criação deles é diferente da nossa; eles têm uma característica, nós temos outra. Mas o Ser Humano é mais forte do que os gênios.

BV — Há possibilidades de o Ser Humano realizar um intercâmbio com os anjos? Se existe, pode ocorrer da mesma forma com os gênios?

Jihad Hammadeh — Sim. Os anjos escutam tudo o que falamos. Nós, não. Só podem aparecer se Deus permitir, ordenar. Os anjos não têm o livre-arbítrio, não podem aparecer como querem. Só se for uma ordem de Deus. (...) Quanto aos gênios, pode ser que haja esse intercâmbio. Mas são ordenados por Deus a não interfe-rirem na nossa vida, a não nos incomodarem, e nós não devemos incomodá-los.

Na realidade, os gênios que desobedeceram a Deus fazem o trabalho de Satanás, que é desvirtuar as pessoas do caminho divino, fazendo com que passem a não crer mais Nele, e acreditar que os gênios possam ter o mesmo poder de Deus. Assim as pessoas se desvirtuam e caem na idolatria ou no pecado. Para nós, é proibido que invo-quemos esses gênios.

BV — Sendo o objetivo da nossa vida, segundo o senhor nos expôs, essa adoração a Deus, essa vivência em conformidade à Lei Divina, por que há sofrimento na Terra?

Jihad Hammadeh — Na verdade, um tipo de obe-diência e adoração é a tolerância, é a pessoa confiar em Deus, se amparar Nele em todos os momentos. Não basta a gente estudar um ano inteiro. Ninguém passa de um ano para o outro sem que tenha testes, a pessoa tem de passar por eles para saber realmente quem aproveitou; quem estudou; quem aprendeu. Deus manda para cada pessoa uma prova; e muitas vezes esse exame é com o sofrimento. Às vezes, eu tenho uma doença; às vezes, uma pessoa nasce portando uma necessidade especial, ou outros com a pobreza, e outros com a riqueza. E a gente fala: “Puxa vida! Eu não tenho dinheiro, e aquela pessoa

Visões doComo os muçulmanos encaram os temas vida e morte

Islã[Ecumenismo]

Xeque Jihad Hammadeh

Dan

iel T

revi

san

Fevereiro de 20051�

(por Paulo Alziro Schnor)

Page 17: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005 1�

é rica, tem tudo”. Na realidade estou com uma visão muito estreita, porque tenho de ver que isso para essa pessoa também é um teste. A riqueza é uma prova para ver se vai usá-la da forma como Deus ordenou para a Justiça, para a Harmonia, para a Solidariedade, para o bem dela e do próximo.

Tudo na nossa vida é um teste que Deus nos dá para saber se nós seremos, por meio do livre-arbítrio, realmente obedientes a Ele ou não; se somos toleran-tes ou não; pacientes ou não; se realmente confiamos em Deus ou não; ou se nos desesperamos ao primeiro impacto. Temos várias provas na vida. Muitas feli-cidades vêem como um teste para nós, e, às vezes, a gente não percebe.

BV — A maneira com que conduzimos nossa vida na Terra determina como será do outro lado da existência?

Jihad Hammadeh — Exatamente. Na realidade, Deus nos deu o livre-arbítrio, porque o nosso destino divide-se em duas partes. Uma, que não está ao nos-so controle. Por exemplo: o dia que eu nasci não foi escolhido por mim. Deus é quem fez a escolha. Da mesma forma ocorrerá com o dia de minha morte. Até mesmo o suicida não elege o dia em que morre. Ele escolhe o ato, mas o resultado não está nas mãos dele. Pode ser que ele morra ou não. Isso é determinado por Deus.

A outra parte é aquela que está sob o meu contro-le. Por exemplo, Deus criou dois caminhos: o Bem e o Mal e, no fim, colocou o Paraíso e o Inferno. E disse: “Siga o Bem, e não o Mal”. Mas, na hora da escolha, Deus me deu o livre-arbítrio, para que fizesse uso dele.

Se estou no caminho certo, isso vai determi-nar na outra vida que eu entre no Paraíso com a clemência, com a misericórdia de Deus. Mas é o Ser Humano quem determina isso.

Ao término, o xeque Jihad manifestou

apoio ao Fórum Mundial Permanente Es-pírito e Ciência, da LBV, realizado em outubro de 2004, em Brasília/DF, do qual ele foi conferencista. “Encontros como esses trazem muito proveito naquilo que ela (a LBV) deseja de Justiça, de Paz e de Respeito. Então nós contribuímos para isso, que, se Deus quiser, vai construir uma so-ciedade muito mais intelectual, muito mais pacífica, muito mais culta por intermédio do diálogo.”

_________________*Alcorão — do árabe al-qurãn, “o recitativo” ou “o discurso”. É a compilação do conjunto das revelações de Deus (Alá) ao Profeta Maomé (570-632), na Arábia do século VII. É o Livro Sagrado, que compreende a doutrina religiosa e a codificação da vida civil e social do Islã (do árabe aslama, com o significado primitivo de “submissão”), a denomi-nação da fé religiosa dos islamitas ou muçulmanos e da civilização que nasce dessa crença.

Fevereiro de 2005 1�

Phot

oDisc

Fevereiro de 2005 1�

Page 18: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 20051�

Diariamente, quem passa na altura do número 700 da Av. Rudge, região central de São Paulo, está acostu-mado a se deparar com as cenas de

alegria das crianças, que são como um descanso para os que estão no congestionamento da via ou até mesmo passando pelas calçadas. Próxi-mas às árvores e jardins — que constituem um cenário de tranqüilidade para o frenético ritmo da capital paulista — estão crianças e jovens atendidos pelo Conjunto Educacional da LBV, que estudam no Instituto de Educação José de Paiva Netto (IEJPN) e na Supercreche Jesus.

Esse local, que funciona sob o lema Aqui se estuda. Formam-se Cérebro e Coração, se tor-na ainda mais agradável àqueles que observam de perto as atividades desenvolvidas pela Ins-tituição, em especial, a Pedagogia do Cidadão Ecumênico, criada pelo dirigente da LBV e aplicada com suces-so nas unidades edu-cacionais que a Obra mantém no Brasil e no mundo.

Para aprimorar ain-da mais a aprendiza-gem dos estudantes, o Conjunto Educacional realizou mudanças que tornaram o ensino mais

moderno e atualizado. Entre as novidades, desta-ca-se o aumento da grade curricular (disciplinas exigidas pela legislação específica).

De 5a a 8a série do ensino fundamental, os estudantes passam a ter seis aulas diárias e, na parte da tarde, participam do Projeto Crer Ser. “O objetivo é enriquecer todo o trabalho pedagógico

que é desenvolvido na escola, que tem o compromisso de formar cida-dãos ecumênicos e, sendo assim, despertar no aluno a Espiritualidade, com um conteúdo eficaz”, diz Marcelo Rafael, Assistente de direção pedagógica do Instituto de Educação da LBV.

Já os que estão no ensino médio passam a ter sete aulas diárias, o que deixa mais enriquecida a grade curricular, visto que a lei prescreve um número menor que este. Com isso, a escola atende não somente à legislação em vigor, mas também às exigências do mercado de trabalho. Outra alteração importante para os estudantes do ensino médio é que as disciplinas foram divididas em frentes, ou seja, o aluno terá aula com professores diferentes e especializados na área nos dois primeiros anos. O exemplo é semelhante ao da Língua Portuguesa, agora com três fren-tes: Literatura, Gramática e Técnica de Redação. Além dessa disciplina, também sofreram alteração as matérias: Matemática, Física, Química e Biologia. No terceiro ano, porém, o professor passa a trabalhar todas as matérias, em forma de revisão, fazendo disso um pré-vestibular.

O resultado desta iniciativa é surpreendente: dos que concluíram o ensino médio na escola o ano passado 68% estão inseridos no mercado de trabalho. Para aumentar esta estatística, que já é formidável, os estu-dantes participam do Programa LBV: Jovem — Futuro no Presente!, cujo objetivo é desenvolver o espírito empreendedor nos adolescentes. Por meio de um curso especial, eles são orientados quanto ao comportamento em uma entrevista de emprego e em dinâmicas de grupo, uma das etapas utilizadas pelos empregadores para realizar a seleção do candidato.

“Esse é o efeito quando se alia o aprendizado necessário à Pedagogia Ecumênica da LBV: formar não somente bons empreendedores, mas também empreendedores bons”, enfatiza Marcelo Rafael, parafraseando

o educador Paiva Netto.

Na ponta da língua

Ter domínio da Língua Inglesa tem sido um requisito indispensável para conseguir ingressar em uma carreira profissional. Pensando nisso, a escola firmou uma parceria com o conceituado Centro Britânico, excelência em curso de Inglês. Além do enriquecimento do conteúdo, há uma aplicação de meto-dologia específica ao estudo da Língua Estrangeira moderna. “Os alunos de 5a série do ensino fundamental ao 3o ano do médio têm aulas com professores do Centro Britânico (...). O estudante conclui os estudos e recebe também o certificado do curso de Inglês e com uma carga horária suficiente para realizar prova da Universidade de Cambridge”, explica Marcelo.

Mas o contato com o idioma começa desde cedo. A partir de 2005, os alunos da

Aprendizado da Paz

68% dos alunos que se formaram no Instituto de Educação da LBV já estão inseridos no mercado de trabalho.

Conjunto Educacional da LBV cria projetos e amplia número de atendimentos

[Especial]

(por Leila Marco e Rodrigo Oliveira)

A baiana Maria Lourdes Santana, aos 60 anos, encontrou na Escola da LBV a oportunidade de se alfabetizar e já sonha em continuar seus estudos para ser advogada.

Fevereiro de 20051�

Dan

iel T

revi

san

Page 19: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005 19

educação infantil (a partir dos 3 anos) e de 1a a 4a série do fundamental passaram a ter aulas de Língua Inglesa, despertando na garotada o gosto por um segundo idioma.

Nova didática

A implantação de um novo sistema apostilado foi outra importan-te mudança neste ano letivo. Para escolha do material, a Instituição realizou ampla pesquisa com os produtos disponíveis atualmente na área educacional. Segundo Marcelo, “a preocupação era encontrar um sistema que viesse ao encontro da Pedagogia do Cidadão Ecumêni-co”. Tendo em vista esses pré-requisitos, o IEJPN passou a adotar o Sistema Maxi de Ensino.

Por se tratar de uma escola que beneficia crianças e jovens que vivem em situação de risco social, os diretores do Sistema Maxi, sensibilizados com o trabalho desenvolvido pela Instituição, doaram uma importante quantia de apostilas para contemplar estudantes de

baixa renda, atendidos pela escola. O material é fornecido aos alunos desde os 3 anos de ida-de (maternal, na Educação Infantil) até os 18 anos (3o ano do ensino médio). Com exceção do maternal, os alunos recebem o material a cada bimestre.

Para preparar o corpo docente ao novo sis-tema, os profissionais que atuam no Conjunto Educacional estão participando da Formação Continuada, um curso sobre como aplicar o Sistema Maxi no contexto da Pedagogia do Cidadão Ecumênico.

Vespertino

Outra inovação é o aumento de atividades extracurriculares para os alunos da educação infantil e da primeira fase do fundamental. Uma das aulas aplicadas é a de xadrez, ministrada para os menores a partir de 6 anos de idade. Além dessa providência, que visa desenvolver o raciocínio lógico nas crianças, os que cursam as séries iniciais do fundamental têm aulas de capoeira, música, violão, convivência e flauta doce (que possibi-lita ao aprendiz trabalhar com partituras, ritmos e noções gerais do instrumento).

“O estudante conclui os

estudos do ensino médio

e recebe também o certificado

do curso de Inglês.”

Marcelo Rafael,assistente de

direção pedagógica do Instituto de

Educação da LBV.

Alunos debatem a crise do petróleo, durante a aula de Geografia.

Dan

iel T

revi

san

Dan

iel T

revi

san

Dan

iel T

revi

san

Page 20: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005�0

No período da tarde, sob a orientação de espe-cialistas e professores, é possível criar projetos de Responsabilidade Social e depois colocá-los em prática, demonstrando que valores como Solidarie-dade e Afeto, aprendidos em salas de aula, têm como ser aplicados também no dia-a-dia. Para despertar o gosto pela leitura e tirar dúvidas sobre a Gramática são oferecidas nos laboratórios aulas de reforço de Português.

Também houve mudança no número de alunos participantes no Programa do Estado de São Paulo de Resistência às Drogas (PROERD), realizado pela Polícia Militar. O projeto, que já era desenvolvido para alunos de 4a série, passa a atender também os alunos da 6a série do ensino fundamental.

Ainda na parte da tarde, os estudantes têm aulas de Estudos Ecumênicos, que visam debater os assuntos que estão presentes na Bíblia Sagrada, além de conhe-cer os textos da Dialética da Boa Vontade.

Pela noite

No período noturno, as carteiras da escola são tomadas pela determinação: é quando entram em sala os alunos do curso de Alfabetização Adulta, ou-tra atividade oferecida pela LBV. O curso é voltado para aquelas pessoas que já não têm estímulo para estudar, por achar que estão acima da idade. Mas a porcentagem de aprovação na prova estadual é bas-tante significativa: 70% dos adultos obtiveram êxito na prova.

Para os que concluíram o ensino médio e não ti-veram chance de ingressar em uma Universidade, o Instituto da LBV oferece o curso normal (magistério). Com duração de dois anos, habilita para ministrar aulas nas séries iniciais do ensino fundamental e na educação infantil. “São pessoas que já passaram por muitos obstáculos e não têm condição financeira de fazer uma faculdade”, afirma o professor Marcelo.

Algumas delas já atuam na rede educacional da LBV ou mesmo em outras escolas da comunidade. Um fato importante de se ressaltar é que esses pro-fissionais já saem como agentes multiplicadores da Pedagogia do Cidadão Ecumênico.

Cuidado com os bebês

Desde os primeiros passos, a Legião da Boa Von-tade acompanha a evolução de cada aluno que estuda nas unidades educacionais. Esse acompanhamento foi fundamental para o desenvolvimento físico de J. (inicial do nome de uma aluna, a qual a reportagem se refere), de 1 ano e 6 meses.

A pequena, nascida em um presídio na Grande São Paulo, é uma das várias atendidas pela Supercreche Jesus, no programa Estimulação de Bebês. “O projeto tem como objetivo principal estimular as capacidades intelectuais, afetivas, motoras e emocionais do bebê”, explica uma das psicólogas da Supercreche Jesus, Raquel Melaré.

A partir dos 5 meses de vida, J. recebeu o auxílio da Instituição. “Eram nítidas a apatia e as dificuldades de contato afetivo e estimulação motora presentes nela”, narra a psicóloga.

Por meio do trabalho de estimulação, o desenvol-vimento dela foi rápido e surpreendente, uma vez que deu seus primeiros passos aos oito meses e iniciou a linguagem oral aos treze meses. Raquel conta que “hoje é uma aluna integrada ao grupo, com facilidade em demonstrar suas emoções e sentimentos. Freqüenta o Minimaternal, e é observada pelas educadoras e psicólogas”.

É válido dizer que a estimulação dos bebês envolve também os pais da criança atendida, para que o traba-lho de afetividade desenvolvido no ambiente escolar se estenda também ao lar do menor, proporcionando-lhe melhor qualidade de vida.

70% dos adultos alfabetizados

pela LBV obtiveram êxito

na prova da Rede Pública

A perseverança presente no sangue de milhões de brasi-leiros nos reserva histórias emocionantes, como a de dona Arlete Assumpção, mãe de três filhos e de renda modesta. O relato dela inicia-se em 1985, quando a obrigação de gerar a renda para a casa se deparou com a necessidade de encontrar uma boa escola para matricular os pequenos.

“Minha vida era muito corrida, de muita preocupação e aflição, porque trabalhava como diarista. Saía de manhã e deixava os três filhos fechados em casa. A mais velha, Bethânia, ficava meio período em casa com os dois me-nores e outro na escola. (...) Eu ia trabalhar, fazia o meu serviço correndo. Quando dava a hora, e eu sabia que eles estavam lá sozinhos, já ficava aflita, derrubava as coisas, não fazia o serviço direito, começava a chorar de preocupação”, narra dona Arlete.

Assim que tomou conhecimento da inauguração da Supercreche Jesus, logo procurou o atendimento. “Fiquei numa fila com mais de 1.000 pessoas, para conseguir as vagas. A assistente social foi em casa fazer a visita e preencher a ficha. Ela foi na parte da tarde e viu a situação como era, que eu realmente precisava.”

A entrevista acima, concedida na década de 1980, é uma realidade totalmente diferente da vivida pela família de dona Arlete. Passados 20 anos do drama que viveu, ela manifesta a alegria que tem ao ver a filha mais velha prestes a se formar e as crianças mais novas estudando no ensino fundamental: “É uma bênção, é uma maravilha! As crianças mudaram, a conversa delas é outra. A gente sente uma felicidade de ver a satisfação e o orgulho que eles têm de estudar neste Instituto. A LBV é uma mãe para nós e para nossos filhos. É com emoção que eu falo da Instituição, com muito amor e orgulho, porque é uma educação boa, eles têm bons exemplos”.

Para ela, esse sentimento de Solidariedade vai influenciar positivamente na vida de seus filhos. “Eles serão grandes homens e mulheres e verdadeiros cidadãos e vão ajudar a LBV a ajudar outras pessoas. Eles vão fazer para outras pessoas o que estão recebendo agora, se Deus quiser”.

Sobre o dirigente da LBV e fundador da escola, assim se expressa: “Só tenho a agradecer ao Irmão Paiva, que é uma pessoa incrível. O sentimento de gratidão por ele é tão grande que se torna difícil achar palavras para agradecer-lhe. É como se ele fosse um pai; um verdadeiro pai das crianças, com um coração enorme, pois luta e trabalha para os filhos da gente. É o pai que os filhos não tiveram”.

Bethânia Assumpção tem 17 anos, está cursando o 3o ano do ensino médio no Instituto de Educação José de Paiva Netto e atua nas atividades da Rede Mundial de Televisão — a TV da Educação, da Cultura e da Cidadania Solidária com Espiritualidade!. Com o mesmo sentimento da mãe, diz emocionada: “As outras escolas poderiam seguir o exemplo da LBV. Tudo o que aprendi aqui uso no meu trabalho. Agradeço ao Irmão Paiva pela oportunidade que ele deu a mim e a milhares de outras crianças”.

Duas épocas,mãe duas realidades.

[Especial]

Bethânia Assumpção, aluna da escola da lBv.

Fevereiro de 2005�0

Dan

iel T

revi

san

Page 21: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005 �1

Há cerca de um ano, a história da menina N.R.S., 2 anos, que assim a reportagem irá chamar para preservar sua identidade, e a de seu irmão gêmeo engrossava os números das estatísticas que avaliam as condições de desigualdade e exclusão. Moradora à época da Comunidade Escol, numa área de extrema pobreza na capital fluminense, onde tudo falta, até o essencial, como comida e habitação digna. Se já não bastassem as adversidades sociais da vida, a garoti-nha ainda apresentava uma necessidade especial: seu pezinho direito era virado para dentro.

No início de 2004, agentes e voluntários do programa Ronda da Caridade da LBV, a Ronda da Cidadania, em suas incursões ao local conheceram de perto a família. “As crianças conviviam com roedores, insetos, corriam risco de pegar doenças infecto-conta-giosas”, conta a assistente social Miriam Moreira, que entrevistou a mãe dos pequenos, na ocasião grávida do terceiro filho. Os pais, além de receber uma ajuda

emergencial em forma de gêneros alimentícios, foram convidados a participar de palestras educativas e de cursos de capacitação profissional; os filhos, conduzi-dos ao Centro Comunitário, Educacional, Cultural da LBV, no bairro de Del Castilho, subúrbio do Rio (Av. Dom Hélder Câmara, 3.059, tel. (21) 2501-0247).

Aqui vale abrir parênteses para dar um breve perfil deste órgão modelar da Instituição, que está próximo a regiões de risco social (como Jacarezinho, Comunidade Escol, Parque Evereste, Complexo do Alemão e outros). No local, são desenvolvidos diversos programas para beneficiar mensalmente cerca de 2.000 famílias, que vão desde a educação formal até cursos profissionalizantes, atendimentos nas áreas médica, psicológica e dentária. O lugar recebe também diariamente 500 crianças, na faixa etária dos 4 meses aos 12 anos, que freqüentam do berçário à 4a série do ensino fundamental.

Mas voltando ao caso de N.R.S. e de seu irmão, eles foram matriculados na classe de educação infantil. Profissionais da escola encaminharam a menina a um hospital, onde ela pôde fazer a tão esperada cirurgia de correção. “Hoje, com 3 anos, é plena em suas capacida-des físicas, anda normalmente e, com certeza, terá uma vida saudável, exercendo sua cidadania. Sua família tem mais qualidade de vida, a ponto de ter mudado para uma residência melhor, e os pais trabalham enquanto os filhos estudam em tempo integral na LBV”, festeja a Diretora do Centro, Neide Barbosa Basso.

O fantasma da fome

Ainda na educação infantil, a história do bebê R.G.C.R, que chegou com 9 meses ao berçário da Escola da LBV, também emociona. “O menino estava bem abai-xo do peso, e isso acarretava um comportamento apático.

Ele não sorria, não respondia aos estímulos como as outras crianças”, avalia a nutricionista Rita de Cássia Barroso, responsável pelo cardápio. Ela explica que, além da alimentação balanceada que é oferecida a todos (são quatro refeições diárias, com desjejum, almoço, lanche e jantar), “ele recebeu um reforço nutricional com leite enriquecido e alimentos hipercalóricos”.

Este cuidado e o carinho dos pro-fessores foram essenciais para sua reabilitação: “Ele foi ganhando peso e massa muscular, se socializando, reagindo aos estímulos, sorrindo e atendendo pelo nome”, diz Rita.

Os educadores que continuam acompanhando R.G.C.R, atualmen-te com 1 ano e oito meses, sentem-se recompensados por ver que o meni-

As escolas da LBV oferecem aos alunos espaços e atividades

que enriquecem o aprendizado.

1) Biblioteca;2 e 3) Aulas de xadrez e

capoeira.

Brinquedoteca: um espaço divertido, onde a criança aprende brincando.

patrícia nascimento,

13, do instituto de educação da lBv, já ganhou três medalhas

em competições oficiais e é

cotada como grande promessa

do atletismo brasileiro.

Um lugar que excluiu o abandonoLBV vence barreiras de risco social ao cuidar de Cérebro e Coração

Dan

iel T

revi

san

Dan

iel T

revi

san

1

2

3

Dan

iel T

revi

san

Dan

iel T

revi

san

Dan

iel T

revi

san

Page 22: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005��

no está totalmente adaptado ao meio social e às atividades propostas para a sua faixa etária.

Um trabalho que ajuda pais e filhos

Não é preciso muita conversa com a equipe para conhecer mais um dos beneficiados pelo Projeto. L.F.M.S., de 10 anos, ao ser matriculado na Escola, tinha em seu histórico a expulsão de vários estabelecimentos de ensino; a mãe, Ana Renata da Silva, prestadora de serviço em vigilância, procurou a LBV como última esperança, depois de tomar conhecimento deste serviço inter-disciplinar que é feito, “algo difícil de se encontrar em colégios públicos”.

Segundo Ana, o filho começou a apresentar problemas logo após o faleci-mento de sua avó, que tomava conta dele enquanto ela se encontrava no emprego. A falta da avó mexeu profundamente com o adolescente, que, em apenas um ano, foi expulso de três colégios.

A professora Ijupana Conceição do Monte relata que ele teve as mesmas atitudes anti-sociais no colégio da Instituição: “Ele brigava muito com os colegas, não se relacionava com os outros, nem fazia as atividades”.

Após uma conversa com a psicóloga Elcidéa de Azevedo Rosa, Ana e o filho procuraram um neurolo-gista para avaliação de comportamento. “O diagnóstico foi que ele tinha o TDAH — Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, caracterizado por extrema agitação, impulsividade, dificuldade de se concentrar por muito tempo numa mesma atividade e agressividade”, informa Elcidéa.

A partir daí várias medidas foram tomadas, como a redução da carga horária escolar; atendimento semanal pela equipe interdisciplinar do Centro Comunitário; a professora e a auxiliar da classe que ele freqüentava re-

ceberam orientação de como lidar com o caso, por meio de tarefas diferenciadas; e houve ainda uma sensibilização com os demais alunos, a fim de estabelecer um relacionamento entre eles, que ainda não existia.

Já no segundo semestre de 2004, o grupo passou a colher bons frutos, o rendimento escolar de L.F.M.S. melhorou consideravel-mente. Ana Silva é quem relata: “Eu fui muito ajudada, porque não tinha paciência, às vezes até batia nele, os professores me orientaram para saber como lidar com isso”.

A mãe fala também dos progressos do garoto: “Ele está muito melhor, passou para a 3a série e ficará em tempo integral na escola neste ano. Estou bem calma, me uni mais com meu filho, graças ao auxílio da Legião da Boa Vontade. O trabalho da LBV é muito importante para as crianças e para as mães, auxilia inclusive na vida pessoal, no relacionamento com os filhos”.

Portas abertas sempre

A preocupação com o futuro desta nova geração não se limita à época em que eles estão no colégio. Cerca de 50 ex-alunos (entre 12 e 18 anos), no período extracurricular, estão de volta à Obra graças ao Projeto Portas Abertas. A proposta tem duas vertentes: dar ocupação para evitar a ociosidade nos horários livres, que os deixa vulneráveis à violência e à criminalidade, e, ao mesmo tempo, oferecer atividades culturais, recreativas. São aulas de artesanato, de educação física, capoeira, teatro, música, passeios,

palestras educativas, dinâmicas de grupo, além de os adolescentes terem acompanhamento psicológico e tratamento dentário.

Com este objetivo de promover sempre a melhoria da qualidade de vida é que a jovem J.P., de 14 anos, trazida ao local por amigos já inscritos no Projeto, pôde literalmente sorrir novamente.

“Ela falava muito pouco e passava uma tristeza em seu olhar”, observou logo a assis-tente social Miriam Moreira, já nos primeiros dias em que começou a freqüentar as ativi-dades. Ao pesquisar as razões daquele com-portamento atípico, descobriu que ela estava com a dentição comprometida. Imediatamente foi pedido aos dentistas voluntários do Centro Odontológico da LBV, instalado no próprio Centro Comunitário, que tratassem dela. Feito isso, a garota transformou-se em outra pessoa, muito mais alegre, comunicativa, com a auto-estima elevada. Há pouco tempo foi até eleita

pelos colegas como representante da sua turma. Vale dizer que este é um programa de grande destaque da Insti-

tuição, no qual dentistas voluntários e estagiários de universidades

Alunos realizam atividade recreativa na ampla praça do

instituto de educação da lBv, na capital paulista.

“Estou bem calma, me uni mais com meu filho, graças ao auxílio da Legião da Boa Vontade. O trabalho da LBV é muito importante para as

crianças e para as mães, auxilia inclusive na vida pessoal, no

relacionamento com os filhos.”

Ana Renata da Silva Mãe de um dos alunos atendidos pela

LBV

Fevereiro de 2005��

O sucesso com o aluno (R.G.c.R., de 1 ano e oito meses) é resultado do proje-to Estudos de Casos, criado pela equipe técnica do centro educacional da lBv. da esq. para a dir., professora ijupana conceição, elcidéa Rosa (psicóloga),

Adalgiza nogueira (secretária escolar), cláudia caldas (coordenadora peda-

gógica), neide Basso (diretora geral), míriam moreira (assistente social), Ra-chel lopes (assistente social), Rita de cássia Azevedo (nutricionista) e milce

Almeida (diretora pedagógica).

[Especial] Dan

iel T

revi

san

Page 23: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005 ��

Conjunto Educacional da LBV no RJ

A chacina da Candelária, ocorrida no Rio de Janeiro em 1993, vitimando dezenas de menores de rua, foi um dos sinais mais fortes da falta de as-

sistência a essas crianças. Naquele momento, o Diretor-Presidente da LBV, José de Paiva Netto, saiu mais uma vez na dianteira e, com o apoio do povo carioca, abriu mais essa grande frente de ação no Estado do Rio. Sim, porque a Instituição já possuía um trabalho extenso na região. Após a convocação do Líder da Boa Vontade, logo as primeiras colaborações foram surgindo e, em pouco mais de um ano (a contenção das encostas começou em 10/6/1994 e a construção propriamente dita em 16/2/1995), nasceria o Centro Comunitário, Educacional, Cultural da Legião da Boa Vontade, inau-gurado em 2 de março de 1996. A data foi escolhida por voluntários da Obra e Legionários para homenagear o grande empreendedor Paiva Netto, que, na época, completava, exatamente naquele dia, 55 anos de vida.

Uma multidão e dezenas de artistas participaram do evento. E, assim, pu-deram conhecer um pouco deste centro de excelência, que abriga em seus 5 mil m² de área construída, 27 salas de aula, berçário, lactários, brinquedoteca, solário, ambulatório médico, quadra poliesportiva e auditórios.

Revista ISTOÉ: “LBV sai na frente”.

Este foi o eloqüente título utilizado na época pela revista ISTOÉ, na seção “Educação”, de 13 de março de 1996, para ressaltar o iní-cio das atividades do Centro Comunitário da LBV.

“A história do Brasil está recheada de exemplos em que

a sociedade supera a ação governamental. Sai na frente e baliza o caminho do futuro”, começa o artigo, que em seguida enumera as características do projeto, dando ênfase à qualidade do trabalho, como “um atendimento global às crianças”.

Outro diferencial apontado pela reportagem era o fato de haver no local a Brinquedoteca, definida como “equipamento raro nas escolas públicas ou privadas das periferias das grandes cidades”.

O destaque maior ficou para o pronuncia-mento “para um público estimado em 110 mil

pessoas”, feito por Paiva Netto. “A criança apenas devolve aquilo que a sociedade lhe dá. Se a sociedade lhe der lixo, ela vai devolver lixo, mas, se der amor — o que significa Fraternidade, Solidariedade —, ela vai ser mais bonita de espírito e de rosto. (...) Vamos tirar essas crianças da miséria e do desespero”, disse o Líder da Boa Vontade, na ocasião.

completa 9 anos

mais de 110 mil pessoas acompanham o pronunciamento de paiva netto, durante a inauguração do centro comunitário do Rio de Janeiro em 2/3/1996.

este centro de excelência abriga em seus 5 mil m2 de área construída, áreas de recreação (1), salas de aula (2) e de estimulação de bebês (3), ambulatório médico (4) e muitos outros espaços.

4

Fachada do centro educacional, cultural e comunitário José de paiva netto, que está localizado na Av. dom Helder câmara, 3059 — del castilho, Zona norte do Rio.

321

edição de 13 de março de 1996.

ISTOÉ

Arqu

ivo

BV

Repr

oduç

ão B

V

Arm

ando

Kita

mur

a

Arm

ando

Kita

mur

a

Arlin

do F

ilho

Arlin

do F

ilho

Page 24: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005��

Qualifica pessoas em geral para a inserção no mercado de trabalho por meio de cursos, os quais proporcionam ainda geração de renda para os que enfrentam dificuldades de atuação no mercado formal, contribuindo, dessa forma, para a melhoria na qualidade de vida dos cidadãos.Atividades:• Cursos diversos (informática, Espanhol, Inglês, manicure, pedicure, cabeleireiro, secretariado, formação para garçons, entre outros).

Contribui para a melhoria da quali-dade de vida de famílias em situação de risco social por meio de ações efetivas que resgatam a dignidade, a auto-estima, além dos valores morais, éticos e espirituais, portanto, a cida-dania plena.

Projeto Qualificação e Educação Profissional

Programa Ronda da Caridade

Atende gestantes, proporcionando orientação sobre os cuidados principais em puericultura e a importância do aleitamento materno, dando especial atenção à necessidade socioafetiva intrínseca, à gravidez e ao puerpério.Atividades:• Palestras educativas• Distribuição de cestas de alimentos• Confecção de enxovais para os bebês, com os quais as mães são contem-pladas no fim da gravidez

Projeto Cidadão-Bebê

Fortalece e estimula a busca do reconhecimento de sua

igualdade enquanto gênero, etnia e classe social, sob uma ótica democrática e

espiritualista.

Programa SER Mulher

Visa desenvolver a vivência dos bons sentimentos, despertando na criança o espírito de Solidariedade, o exercício dos valores éticos, valorizando, acima de tudo, suas qualidades. A Espiritualidade é trabalhada dentro de uma proposta holística de aprendizado do aluno, de forma que este alcance o equilíbrio e se torne um cidadão solidário e compromissado consigo mesmo e com a sociedade.Atividades:• Aulas teóricas (histórias, narração, contos e parlendas)• Aulas recreativas (atividades artísticas, gincanas, brincadeiras e literatura)

pelo Centro ComunitárioOutras atividades desenvolvidas

Projeto Aulas de Moral Ecumênica (AMEs)

Proporciona ao idoso um espaço de integra-ção social para reflexões e discussão sobre o

processo do envelhecimento saudável.Atividades:

• Convívio social• Palestras educativas e preventivas

• Passeios• Atividades culturais

Projeto Grupo de Convivência da Terceira Idade

[Especial]

Fevereiro de 2005��

Arqu

ivo

BV

Arqu

ivo

BV

Arqu

ivo

BV

Arqu

ivo

BV

Arqu

ivo

BV

Arqu

ivo

BV

Phot

oDisc

Page 25: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005 ��

Sem curso pré-vestibular, aluno da LBV ingressa na USP.

O ÍMPAR publicou na edição no 19 a história do jovem João Pedro Gomes, 11, da Pré-juventude Le-gionária que passou em primeiro lugar no Colégio Pedro II, uma das mais tradicionais instituições de ensino carioca. No dia 9 de fevereiro recebemos outra boa notícia: a aprovação do aluno Daniel Guimarães e Silva, estudante do Instituto de Educação José de Paiva Netto (IEJPN), em primeira chamada, no vestibular da Fuvest.

Daniel, que freqüentará o curso de Ciências Sociais da Universidade de São Paulo (USP), foi aluno do Cen-tro Educacional da LBV desde os 4 meses e concluiu os estudos no ano passado. “Sem a sólida formação que tive no IEJPN, isso não seria possível. Não apenas pelo conteúdo, como também a autoconfiança na hora da prova”, diz o aluno que não participou de nenhum curso preparatório para o vestibular.

O estudante revela ainda que a cada uma das quatro provas orava a Prece do Pai-Nosso, repetindo o que

aprendeu nesses 17 anos que passou pela escola, onde sempre fazia uma oração.

Falam os Educadores

Diversos profissionais ligados à Educação têm ressaltado a importância da Pe-dagogia do Cidadão Ecumênico para o nosso País, como se pode ver nas palavras de dois especialistas a seguir:

“(...) O professor sente-se muito sozinho quando está no desempenho de suas funções. Ele precisa trocar experiência com outras pessoas e aí poder reciclar algu-

mas coisas. A LBV tem um grande valor nesse traba-

lho, porque facilita para que o professor não se sinta tão solitário. Além disso, dá um instrumento: a capacitação para o educador lidar com situações do cotidiano de um jeito muito melhor. A LBV é um gesto de Amor, ensinar também é um gesto de Amor. Ensinar tem tudo a

ver com a Legião da Boa Vontade”.

Içami Tiba, psiquiatra, escritor e psicoterapeuta.

“A LBV faz um trabalho interessante, com atenção ao que a gente pode chamar de público interno, que seriam os seus alunos e familiares, quanto aos próprios professores que trabalham dentro da Instituição. (...) A Pedagogia do Cidadão Ecumênico é o ponto alto de todo o projeto. Está bem evidente que isso é a visão de futuro. A gente já estuda, tanto em Psicologia como em outras ciências, a termi-nologia holística, a terminologia sistêmica, e agora comecei a entender que vocês utilizam esta visão em toda a parte prática da LBV, com essa Pedagogia. É a nova visão, o respeito pela integração das ciências, pela integração de ciência e religião e com as diferenças. Aquilo que é saber de uma área de conhecimento pode ser aproveitado em outra. Esse é o paradigma, não seria um novo paradigma, senão teríamos de ter um novo daqui a pouco. Este é o paradigma realmente de integrar, de respeitar e de poder conviver com as diferenças, com as possibilidades de enriquecimento mútuo a partir das próprias diversidades. Quem visita aqui no Rio (o Centro Comuni-tário, Educacional, Cultural da LBV) fica impressionado. Espero poder contribuir, ter a possibilidade de participar em outros eventos que a LBV venha a fazer. Estão todos de parabéns!”.

Sérgio Benken, Mestre em Psicologia pela Pontifí-cia Universidade Católica do Rio de Janeiro, escritor e

palestrante.

“Sem a sólida formação que tive no IEJPN, isso não seria possível. Não apenas pelo

conteúdo, como também a autoconfiança na hora da prova.”

Daniel Guimarães e Silva — Estudante do IEJPN aprovado na USP

João pedro Gomes

daniel Guimarães e silvaiçami tiba

sérgio Benken

Fevereiro de 2005 ��

Arqu

ivo

pess

oal

Cid

a Li

nare

sAr

quiv

o BV

Die

go B

asso

Repr

oduç

ão R

MT

V

Page 26: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005��

A Legião da Boa Vontade ampliou sua unidade de atendimento em Maringá/PR. Agora, além das instalações já existentes, o Centro Comu-nitário e Educacional da Instituição na cidade

conta com novas salas, brinquedoteca, laboratório de informática e oficina dos arteiros. A quadra poliesportiva ganhou reforma completa e iluminação.

Os serviços prestados à comunidade no local tam-bém foram estendidos, a exemplo da implantação do Programa LBV: Criança — Futuro no Presente!, o qual beneficiará crianças menos favorecidas entre 7 e 10 anos que estão cursando da 1ª à 4ª série do ensino fundamental na rede pública. Com este Programa, as crianças serão atendidas por diversas ações que visam desenvolvê-las em sua totalidade, de forma que as relações humanas pos-sam ser aprimoradas com base nos valores éticos, sociais e espirituais, por meio de atividades lúdicas, artísticas, esportivas e de lazer, fundamentadas na Pedagogia do Cidadão Ecumênico, inovadora proposta educacional criada pelo educador José de Paiva Netto.

As famílias também serão beneficiadas, pois poderão participar de cursos de qualificação, palestras educativas e acompanhamentos especializados.

Quem esteve conhecendo de perto as novas ins-talações do Centro Comunitário e Educacional foi o Presidente do Conselho Municipal de Assistência Social de Maringá (Comas), Décio Baroni. “Admiro muito o trabalho da LBV com os jovens, com as famílias carentes. É um trabalho que vocês têm feito de inclusão desses jovens na sociedade, o que é mui-to importante”. E acrescentou: “É importante essa preocupação da LBV com a Educação, pois ela em nosso país é uma coisa ainda muito deficitária. Nada diferente que dentro da escolaridade se coloque a Espiritualidade, porque é própria do Ser Humano. Sem isso ele não consegue viver”.

O jornalista e apresentador do programa Paraná No-tícias, da Rede Bandeirantes de Televisão, Luiz Fabretti, também visitou as dependências da Obra e destacou: “É um orgulho estar aqui, especialmente para conhecer o trabalho que a Legião da Boa Vontade desenvolve, que é de fundamental importância para que possamos dar dignidade a essas crianças, para a inserção social. E, se cada um fizer a sua parte, o Brasil, com dedicação, par-ticipação, carinho, terá uma sociedade bem melhor”.

O Centro Comunitário e Educacional da LBV em Maringá está situado na Rua Peroíbe, 338, Parque das Grevíleas III, tel. (44) 263-2316.

Inauguração

Algumas das primeiras atividades do Programa LBV: Criança — Futuro no Presente! em Maringá ocorreram neste 14 de fevereiro. O evento foi marcado por uma grande comemoração e contou com a presença de autoridades do município, de representantes de diversos órgãos, além de colaboradores e amigos da Instituição. Entre eles o Prefeito Silvio Magalhães Barros II; Sandra de Cássia Franchini da Costa, Se-cretária Municipal de Assistência Social e Cidadania (Sasc); o Vere-ador Odair de Oliveira Lima; Araci Adorno Reis, do Conselho Tutelar; Cristiane Zamberlan, da Associação Comercial e Industrial de Maringá (Fundacim/Acim); Vandré Fernan-do, Presidente da Associação de Bairro do Jardim Industrial; Walter Guerlles, Presidente do Serviço Autárquico de Obras Públicas (Saop); o Sargento Lúcio Luiz Sehn, Chefe de

instrução do Tiro-de-Guerra de Maringá; o Dr. José Roberto Balestra, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) da cidade; Inesa Naomi Matsuzawa e Elaine Sinhorini, do Núcleo Regional de Educação da Rede Estadual; e Ara-celi Chedid Barboza, Gerente de Ação Especial do Sasc.

Um dos momentos mais aplaudi-dos por todos — até pelas crianças atendidas pelo programa — foi o ato solene em que o Prefeito, a Secretária de Assistência Social e Cidadania e o representante da Legião da Boa Von-tade em Maringá, Itamar de Souza,

descerraram a fita inaugural da sala “Momento da Orientação — Criança Nota 10”.

(por Paulo Araújo e Rosana Serri)

[Acontece]

Crianças em risco social de Maringá ganham novo espaço lúdico

O Centro Comunitário possui ampla área verde para a recreação das crianças

À esquerda da imagem, a quadra poliesportiva do Conjunto Educacional; à direita, aspectos internos das instalações, já em funcionamento.

À esquerda, o prefeito de ma-ringá, silvio Barros; ao centro, sandra de cássia Franchini, secretária municipal de Assis-tência social e cidadania; à direita, o representante da lBv itamar de souza.

Paul

o Ar

aújo

Repr

oduç

ão R

MT

V

Foto

: Pau

lo A

raúj

oIm

agen

s int

erna

s: R

MT

V

Fevereiro de 2005��

RM

TV

Page 27: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005 ��

Em sua campanha do Natal Permanente, a Legião da Boa Vontade realizou, também aos fins de semana de janeiro, uma Ronda da Caridade especial para so-correr os sem-abrigo (moradores de rua) que sofreram com as baixas temperaturas que assolaram o País no primeiro mês do ano. A Instituição distribuiu roupas, alimentos, cobertores, leite quente, pães, bolachas, além de cobertores e sacos de dormir.

Durante a semana, uma ação em parceria com o Governo e as organizações não-governamentais mobilizou um plantão emergencial para atender aos sem-teto. As entidades revezaram-se em uma tenda, montada pelo governo local. Como a maioria delas não possuía grande contingente de voluntários, a LBV se dispôs a contribuir. As ações da Legião da Boa Vontade ganharam destaque na Rádio Antena 1 e nos jornais Público, Diário de Notícias, Agência Lusa e O Comércio do Porto.

Dar acesso à boa educação constitui uma das missões da Legião da Boa Von-tade, motivo este que vem ao encontro da segunda das oito metas do milênio estabelecidas pela ONU, que contempla “Educação Básica de qualidade para todos”. Tendo em vista esse objetivo, a LBV, em parceria com a sociedade uru-guaia, está edificando, sobre uma área de

1.500 m2, o Instituto de Educação José de Paiva Netto, em Montevi-déu, capital do Uruguai.

A conclusão desta obra, prevista para o dia 16 de dezembro deste ano, possibilitará o aumento no nú-mero de crianças, jovens e adultos — provenientes de regiões menos favorecidas — beneficiados com os programas socioeduca-cionais da Instituição naquele País.

No segundo andar, por exemplo, haverá uma grande sala, onde ocorrerão seminários e eventos, que visam formar e capacitar jovens e adultos. Logo mais abaixo, no térreo, um ambiente especial será edificado para atender aos da Melhor Idade. Ainda neste pavimento, o projeto viabilizará a construção de refeitório, brinquedoteca e ambulatórios médico e dentário.

O belo prédio chamou a atenção do jornal El Pais, que publicou maté-ria intitulada “Para crianças em situa-ção de risco, Legião da Boa Vontade constrói Centro Educativo”. Relata o periódico: “O edifício atenderá 1.500 pessoas, das quais 200 serão atendidas pelo Jardim de Infância, que ocupará o primeiro piso”.

Ainda no texto, há uma referência ao atendimento realizado há quase duas décadas no País. “No Uruguai, a LBV atua há 20 anos e mantém um Jardim de Infância, na área de Camino Castro. Ali são atendidas 100 crianças entre 2 e 5 anos que recebem educação e alimentação, boa parte do dia. A Instituição também leva adiante um atendimento com crianças maiores e pré-adolescentes”.

Para ajudar esta iniciativa e receber outras informações, visite o endereço eletrônico www.lbv.org.uy.

Os voluntários da LBV inicia-ram no mês de janeiro a Ronda de Jogos, que consiste em levar recre-ação também às crianças que estão nos leitos dos hospitais e que não podem se locomover. A iniciativa visa aperfeiçoar a qualidade de vida dos pequeninos. A primeira entidade contemplada com esta ação foi o Hospital Elizalde, onde a equipe da Legião da Boa Vontade faz visitas às terças-feiras.

Para que o programa funcione da melhor forma possível, os voluntários foram capacitados por meio de um curso promovido pela Associação Internacio-nal do Direito das Crianças a Brincar (IPA da Argentina). Esta atividade permite que meninos e meninas possam se divertir, criando estratégias que facilitem o aprendizado por intermédio de jogos, adaptando-as às necessidades do lugar em que se encontram.

Montevidéu recebe

Alegria e Solidariedade nos Hospitais de Buenos Aires

(por Roseli Garcia, Buenos Aires/Argentina)

Combate ao frio em Portugal

(por Eduarda Pereira, Porto/Portugal)

[Acontece no mundo]

escola-modelo da LBV

Imagem do projeto do Instituto de Educação da LBV, em Montevidéu.

As obras do Centro Educacional já estão na etapa final

Voluntários da LBV levam recreação paracrianças do Hospital Elizalde

(por Maciel Ferreira, Montevidéu/Uruguai)

Arqu

ivo

BV

Arqu

ivo

BV

Repr

oduç

ão B

V

Phot

oDisc

Page 28: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005��

Ação Jovem LBV

Então se respeite!Alexandre Herculano ( 19 anos) — Militante da Juventude

Ecumênica da Boa Vontade de Deus (Brasília/DF)

Respeito é bom?

Quando se fala em Capital de Deus*1, a palavra respeito, com razão, se faz sempre presente. Trata-se, pois, da postura moral que reconhece e tolera o ponto de vista dos outros, concordando ou não; motiva a fidelidade às convicções; e deve ser recíproca e intrínseca. Assim, antes de qualquer coisa, é preciso aprender a valorizar-se como Capital de Deus, tendo respeito próprio, amando a si e aos outros com o Amor Divino.

Dessa forma, não veremos – no Carnaval ou em época alguma – a destruição do Homem pelo Homem (Homo Homini Lupus), a intoxicação por drogas, a prostituição de crianças e pessoas de todas as idades, a propagação de doenças venéreas e tudo o mais que se faça contra as Sagradas Criaturas. O Ser Humano faz mal a si mesmo em nome de uma euforia efêmera que toma por felicidade eterna. Porém é pura ilusão, porque, depois da farra, a situação volta ao estado anterior, ou fica, até mesmo, pior. Há opções no Bem, é só buscar. E aí? Não é o caminho do Amor melhor?

É esse sentimento sublime que nos aproxima de Deus. Tanto que Jesus, Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida, o Supremo Governante do Planeta Terra, deixou-nos o Seu Novo Mandamento: Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim reconhecerão todos que sois realmente meus discípulos, se tiverdes o mesmo Amor uns pelos outros. (...) Não há maior Amor do que este: dar a sua própria Vida pelos seus amigos. (...) Porquanto, da mesma forma

como o Pai me amou. Eu também vos tenho amado. Permanecei no meu Amor (Evangelho do Cristo, segundo João, 13:34 e 35; 15:12, 13 e 9). Mandamento esse que é a síntese de todas as Normas do Universo, a Lei do Amor Universal. Trata-se de um princípio per-feito, uma vez que o ama o teu próximo como a ti mesmo, quando não se tem amor-próprio não é válido. Portanto, Jesus veio ratifi-car e fazer-nos entender as Leis de Deus, transmitidas ao Profeta Moisés e ainda colocou o Seu Amor incondicional e infinito, como parâmetro que devemos ter uns para com os outros.

Portanto, façamos cumprir a Lei Divina para que, conseqüente-mente, venham os direitos adquiridos de acordo com o merecimento e a retidão perante o Judiciário Divino. Dessa forma poderemos desfrutar da felicidade plena que só Deus possui. Deixo, ainda, àqueles que acreditam na transformação do mundo pelo Amor espiritual essa frase do ilustre brasileiro, José de Paiva Netto, autor do famoso artigo “Alegria, sim; miséria, não!”, e propagador do Carnaval da Bondade*2: “Deus seria, poetizando, uma Sublime Equação cujo resultado é o Amor”.____________________*1 Capital de Deus — Conceito criado pelo escritor Paiva Netto no qual ele atribui ao Ser Humano e a seu Espírito eterno o papel central numa Economia que precisa tornar-se altruísta. *2 Carnaval da Bondade — Criação do saudoso fundador da LBV, Alziro Zarur (1914-1979).

Carnavalda BondadePelo Brasil, jovens propagam a Solidariedade.

Fevereiro de 2005��

Juventude mineira realiza estudo do artigo “A Legião da Boa Vontade e a Ideologia do Bom Samaritano”, do jornalista Paiva Netto. Ao lado, jovens fazem uma prece em parque da capital gaúcha, abrindo os eventos do Carnaval da Bondade.

Fotos: Arquivo BV

Page 29: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005 �9

No início de fevereiro, o dirigente da LBV — durante mensagem es-pecial veiculada na Rede Boa Vontade de Comunicação — afirmou que “crime maior é criar jovens insipientes para suportar as difi-culdades da vida. Os jovens precisam ter conteúdo, principalmente

com o conhecimento dos ensinamentos de Jesus, o Cristo Ecumênico”. Dito isso, Paiva Netto lançou o Fórum Permanente Jesus, um espaço no qual

pessoas de todas as idades podem opinar sobre assuntos que estão presentes no dia-a-dia, observados pelo prisma do Novo Mandamento de Jesus — Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei (Evangelho, segundo João, 13:34).

A influência dos meios de comunicação no cotidiano juvenil foi a primeira temática debatida pela Juventude. Aline Portel, 18, acredita que o objetivo principal da mídia tem de ser “reeducar as mentes e os corações das pessoas, sempre com a indispensável Espiritualidade do Bem, formando, assim, uma Juventude atenta ao que realmente importa para sua vida”.

Na visão de Isabela Ribeiro, 22, este modelo não está perto de ser con-cretizado. “A mídia que temos ainda está longe de ser a mídia que queremos. Mas esse quadro só vai mudar quando nós, receptores, nos conscientizarmos de que as mudanças também começam nas nossas escolhas.”

Repercussão na Unicamp

Os assuntos do Fórum Permanente Jesus já estão repercutindo na Univer-sidade Estadual de Campinas (Unicamp), uma das melhores do Brasil. Por

iniciativa do estudante de física Juliano Carva-lho Bento, foi realizado o primeiro encontro Scientia ad Deum (A Ciência em direção a Deus) — nome dado pelos participantes ao Fórum. Esta atividade reuniu estudantes seguidores de diferentes Religiões e campos de atuação.

Firmados no artigo “Ciência e Fé na Trilha do Equilíbrio”, de autoria do escritor Paiva Netto, os jovens estabeleceram um di-álogo acerca das descobertas da Ciência e das crenças das Religiões. Dentro deste contexto, todos se recordaram da Segunda Sessão Plenária do Fórum Mudial Permanente Espírito e Ciência, da LBV, ocorrido em Brasília, em outubro do ano passado.

Na análise de Juliano, “para que a união Ciência e Religião possa acontecer, foi necessário antes dessectarizar Jesus, como o Irmão Paiva fez ao proclamar o Cristo Estadista, proferindo: ‘Jesus é, acima de tudo, uma generosa e atua-líssima idéia em marcha que merece ser estudada e vivida por todas as Almas anti-sectárias, libertas de preconceitos e tabus’”.

Para conhecer os assuntos e participar das discussões deste Fórum, basta acessar www.boavontade.com.

Fórum Permanente Jesus

O fim de semana de Carnaval agitou o Movimento Jovem da LBV nas cinco regiões brasileiras. Estudos, panfletagens e passeatas levaram às ruas uma mensagem em prol da Fraternidade também nesta época do ano.

Na capital fluminense, por exemplo, o Movimento Jovens pela Paz (Go-verno do Estado do Rio de Janeiro) e a Juventude Ecumênica da Boa Vontade de Deus promoveram uma passeata em Copacabana, no último domingo de janeiro, pelo fim da exploração sexual e de qualquer outro tipo de violência infanto-juvenil.

Em Uberlândia, interior de Minas Gerais, as atividades programadas foram iniciadas com uma prece especial na sexta-feira (4 de fevereiro); a seguir, os jovens dedicaram-se a uma panfletagem no Terminal Central de ônibus e na Praça Sérgio Pacheco. A mensagem entregue à população foi o artigo do escritor Paiva Netto “Como Vencer o Sofrimento do Corpo e da Alma”. Na segunda e terça-feira, visitaram os hospitais da cidade, levando palavras de conforto aos doentes e familiares.

A panfletagem também mobilizou os militantes do movimento da capital federal, que percorreram vários lugares — como o Parque da Cidade, a Torre de TV e vias movimentadas, a exemplo da W3 Sul — para distribuir a mensagem “Alegria sim; miséria não!”, do escritor Paiva Netto.

No Rio Grande do Sul, a juventude reuniu-se na terça-feira de Carnaval (8) no Jardim Botânico, um ponto turístico da capital gaúcha que abriga mais de 1.500 espécies vegetais (nacionais e mundiais). Neste encontro foi estudado o artigo do escritor Paiva Netto sobre a Solidariedade nos dias de folia e, ao final, todos prestaram uma ho-menagem ao Patrono da LBV, São Francisco de Assis (1182-1226).

Participe das ações que a Juventude Ecumênica da Boa Vontade realiza no Brasil e no Exterior todos os meses do ano. Para outras informações, entre em contato pelo telefone (11) 3358-6805.

Em Fortaleza/CE, os idosos atendidos pelo grupo de convivência da LBV participaram de um baile do Carnaval da Bondade. O fato foi noticiado pelo Diário do Nordeste, conforme pode ser observado na reprodução da nota.

Alguns dos jovens participantes da primeira reunião do Fórum Jesus na Unicamp

Brasília/DF Porto Alegre/RS

Fortaleza/CE

Belo Horizonte/MG

Mile

na B

ento

Foto

s: Ar

quiv

o BV

Page 30: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005�0

[Atualidades]

Dia 31 de janeiro é marcado pela lembrança a Dom Bosco. Considerado o Sacerdote da Juventude, o padre nasceu em Castelnuovo D’Asti (Itália). Foi camponês, estudante e educador. Como re-

cordação da data, representantes da Legião da Boa Vontade visitaram o diretor da Faculdade Dom Bosco, Padre Marcos Sandrini.

Na ocasião, foi entregue um exemplar de O Carisma do Líder da Boa Vontade, encarte especial do ÍMPAR, que

apresenta a trajetória de vida de José de Paiva Netto, com uma dedicatória do próprio dirigente da LBV:

“Porto Alegre, RS, 31/1/2005 – 2a feira“1) Ao Padre Marcos Sandrini, pela Fraternidade que nos faz hu-

manos no Amor imenso do inigualável Dom Bosco.“2) Passando os olhos por minha agenda, com emoção, observo

que, nesta data, em 1888, nosso boníssimo Santo entregava sua Alma iluminada ao Criador, nascendo assim ‘para a vida eterna’, como na afirmação de Francisco de Assis, na sua Prece Celestial.

“3) Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Para sempre seja louvado!

“Cordialmente, Paiva Netto”.

Emocionado, o Padre Sandrini assim se expressou ao receber a homenagem: “Por coincidência dia 31 de janeiro é dia de Dom Bosco e o Paiva Netto não é uma pessoa que deixa passar as coisas em brancas nuvens. Fiquei muito feliz em receber os amigos e irmãos da LBV; fiquei mais feliz ainda por receber essa mensagem bonita de Paiva Netto”.

Durante o bate-papo, lembrou que o Líder da Boa Vontade já estudou em um Colégio Salesiano, no Rio de Janeiro/RJ, e ressaltou o compromisso que ele tem com a construção de uma sociedade mais fraterna e solidária. “Por meio de uma ação educativa, evange-lizadora e humanizadora, ele traz uma educação para que haja mais Homens de Boa Vontade no mundo”.

Padre Sandrini também falou das impressões que teve ao visitar o Templo da Paz, em Brasília/DF. “Fiquei muito feliz em conhecer o Templo da Boa Vontade. Uma obra de arte maravilhosa. (...) Todo aquele ambiente faz um grande bem, e quem entra lá sai melhor”, destaca.

Educação

Na entrevista, o religioso falou da presença da Legião da Boa Vontade na 5a edição do Fórum Social Mundial, realizado entre os dias 26 e 31 de janeiro, em Porto Alegre (leia matéria completa na página 12). “Nada na vida é por acaso, estava visitando o estande da rede Salesiana de obras sociais e bem em frente encontra-va-se o da LBV. Quando fazemos a mesma coisa que é educação com crianças, adolescentes e jovens, sentimos logo uma empatia muito grande”, diz. E concluiu: “(...) Fiquei muito feliz de ter participado e colocado meus pés no estande da LBV. Com esse trabalho vemos que há uma mística muito grande. Quando não há mística, vira burocrático; e quando vira burocrático, em vez de servir às novas gerações, a gente faz com que as novas gerações nos sirvam. Minha palavra de admiração, agradecimento ao trabalho que vocês realizam e palavra de incentivo para que continuemos a criar um país mais justo, mas humano, educando”.

ressalta trabalho educativo da LBV

Padre Marcos Sandrini com os fascículos de O Carisma do Líder da Boa Vontade.

Diretor da Faculdade Dom Bosco

dom Bosco

Arqu

ivo

BV

RM

TV

(por Liliane Cardoso)

Page 31: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005 �1

Fernandão do vôlei

Fernandão, um dos grandes responsáveis na década de 1980 por incluir a Seleção Brasileira de Vôlei entre as grandes da modalidade mundial, nunca se afastou das atividades ligadas ao Esporte, mesmo depois de sair das quadras. Agora, com a mesma competência com que joga-va, comanda na Rádio Brasil 940 AM, emissora da Rede Boa Vontade de Comunicação no Rio de Janeiro, o pro-grama Vôlei Brasil, todas as segundas-feiras, às 20 horas, no qual ele apresenta as novidades da área, comenta jogos da Superliga, além de apresentar interessantes entrevistas com quem tem feito este Esporte se tornar o segundo mais importante do País. Já na estréia, o Presidente da Confederação Brasileira de Vôlei, Ary Graça, con-cedeu uma entrevista exclusiva: “Quero dar os parabéns por você (Fernandão) ser daquela geração de prata e, agora, estar trazendo o ouvinte do rádio, que é importantíssimo para o vôlei. Este é um veículo de grande divulgação e você está iniciando nele mais um ciclo”.

Biografia de DanielO cantor Daniel, que participa ativamente das campanhas

promovidas pela Legião da Boa Vontade, tornou-se um dos grandes amigos das crianças atendidas pela Instituição. Em seu site (www.daniel.art.br), o músico apresenta o trabalho dele e conta um pouco de sua história de vida. Em “Biografia”, o apoio à LBV é um dos destaques. “(...) Agora, Daniel planeja seu futuro. Mas o que mais pode ele querer, se já tem fama e dinheiro? Felicidade. O cantor quer ajudar muita gente, como já faz quando visita a LBV (Legião da Boa Vontade) para dar carinho aos menores (...)”, informa a página.

Felip

e Fr

eita

s

Fernandão

O cantor daniel com as crianças

da lBv

Por mais que os Fóruns Social e Econômico Mundial apresentem objetivos distintos, há algu-mas vertentes semelhantes tratadas no encontro sul-americano e no europeu: a Solidariedade e a erradicação da pobreza extrema nas nações con-sideradas do Terceiro Mundo. Chefes de Estado, presentes ao encontro de Davos (Suíça), entre 25 e 30 de janeiro, confirmaram essa tendência ao destacarem a necessidade da adoção de medidas para tentar reverter o quadro de miséria o mais rápido possível.

No primeiro dia do evento, os participantes enu-meraram seis temas que consideram os mais críticos para o Planeta. Foram selecionados, por ordem de importância, combate à pobreza, globalização mais eqüitativa, mudanças climáticas, conflitos no Oriente Médio e governança global.

Em seu pronunciamento, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que “resgatar o elo perdido entre o crescimento e a justiça social é a premissa estratégica

do governo”. O Presidente tirou aplausos da platéia várias vezes ao falar sobre temas ligados ao combate à miséria. Recordando-se do discurso que proferiu em 2003 — quando disse que a erradicação da Fome seria prioridade de seu governo —, Lula apresentou números do programa Bolsa Família, uma das ações que contribuem para o Fome Zero.

Para o Presidente, outra grande vitória nestes dois anos à frente do governo “foi o processo de recu-peração do Mercosul”. Na visão dele, o bloco “está mais vigoroso e mais importante. Todos os países da América do Sul e até a comunidade andina participam do Mercosul”.

O Primeiro Ministro da França, Jacques Chirac, por meio de videoconferência, sugeriu medidas para combater a miséria e as grandes epidemias. Durante seu pronunciamento, citou o Brasil duas vezes e elogiou o programa de combate à aids aplicado no País, que, ao lado do senegalês, é um modelo para o mundo.

Solidariedadeé tema em Porto Alegre e Davos

davos (suíça) — presidente luiz inácio lula da silva durante pronunciamento no Fórum econômico mundial.

Ric

ardo

Stu

cker

t/PR

— A

Br

Cid

a Li

nare

s

[R.O.]

(Emissora da Rede Boa Vontade)

Fevereiro de 2005 �1

na Rádio Brasil

Repr

oduç

ão B

V

Page 32: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005��

Salve José de Paiva Netto/ Jornalista e Escritor/ Nasceu no Rio de Janeiro/ Professa a Paz e o Amor.; O Ecumenismo Irrestrito:/ Desabrocha como a flor.../ Auxílio aos necessitados.; É destaque em sua meta/ Ajudar a quem precisa:/ Seguir sempre em linha reta/ Amor e Boa Vontade:/ Proclama o nosso Poeta...; De-fesa dos Valores Humanos/ Ações Espirituais.../ Prega o Amor Fraternal/ As Melhorias Sociais; Sociedade Solidária:/ Quintessências Culturais.../ Reconhecido pela ONU/ Cidadão Universal...; Destacado em toda a Terra/ Tem Mérito Internacional/ Um Destaque do Brasil/ No Cenário Mundial...; Compositor e Ra-dialista/ É Poeta Criador/ É embaixador da Paz/ Da Liberdade e do Amor; Valoriza a Humanidade/ É Espírito Libertador.../ Oscar da Imprensa Esportiva:/ O Troféu Bola de Ouro...; Esporte Sem Violência/ O Amor é seu Tesouro/ Depois de tanto trabalho/ Merece o sagrado louro...; SOS Nordeste/ Em favor dos flagelados/ Os Nordestinos agradecem/ Os apoios ofertados; São trabalhos importantes/ Meritórios, destacados.../ Educação como um todo/ Trânsito sem violência; A campanha antidrogas/ Incentivo

à Consciência/ Valorização à Vida/ Com Ternura e Sapiência...; Humanitário Idealista/ Desperta a So-ciedade/ Espiritualidade Ecumênica/ O Caminho da Verdade; Fazer o Bem para Todos:/ Sempre ter Boa Vontade.../ Educação e Cultura/ Saúde e Alimentação/ Trabalho Espiritual/ Apoio à População; Boa Vontade com o Povo/ Apreço pela Multidão.../ Sempre unido de mãos dadas/ Com toda a Comunidade; Programa Sopa dos Pobres.../ A Ronda da Caridade/ Mobilização Solidária:/ Paz, Amor, Fraternidade.../ Boa Vontade é um dom/ Que a divindade concede/ Boa Vontade entre os Homens/ A Natureza intercede; Cultive-se a Boa Vontade:/ Fazer o Bem não se mede.../ Deve-se ter Entusiasmo/ Que é a força divina/ Boa Vontade ao Amor/ Que a Humanidade destina; Os Anjos da Boa Vontade:/ Ao nosso Povo ilumina.../ Boa Von-tade entre os homens/ É dádiva do Redentor; Zarur plantou a semente/ Foi um mestre criador/ Paiva Netto com Ternura/ Germina a Paz e o Amor...; Construiu o Grande Templo/ A Pirâmide do Cristal/ Onde está a Energia/ Do Amor Universal/ A Religião de Deus:/ Solidária e Fraternal.

O s a m b a nasceu no Rio de Janeiro ou na Bahia? Como foram os pri-meiros bailes no Brasil? As respostas para essas e outras perguntas sobre

a maior festa popular do País estão em O Livro de Ouro do Carnaval Brasileiro, do escritor Felipe Ferreira lançado recentemente no Armazém Digital, na capital fluminense.

A obra faz parte da coleção O Livro de Ouro, que reúne títulos sobre temas de interesse geral.

Doutor em Geografia Cultural e mestre em Antropologia da Arte, o autor esteve no estúdio da Rádio Brasil/RJ, onde gravou uma participação sobre a história do Carnaval no Programa Samba e História, exibido no domingo (6 de fevereiro). Na oportunidade, dedicou um exemplar da obra ao dirigente da LBV, com a seguinte dedicatória: “Ao amigo jornalista, amigo de Abi-Rihan e a partir de agora meu amigo, Paiva Netto. Evoé! Felipe Ferreira”.

O Professor Gustavo Dourado, es-critor e Presidente Emérito do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal, esteve em janeiro no Templo da Boa Vontade — A Pirâmide dos Espíritos Luminosos — e foi entrevistado pelo programa Brasil Demo-

crático, da Rede Mundial de Televisão. Durante o bate-papo, o professor inter-pretou um poema nos moldes da litera-tura de cordel, que fez em homenagem ao Diretor-Presidente da LBV, o qual publicamos a seguir:

Cordel ao Jornalista Paiva Netto, Apóstolo da Boa Vontade.

Literatura de Cordel

Histórico do Carnaval

(por Sônia Sabatine)

nono no nonono no nono.

nono no nonono no

Abi-Rihan (esq.) ao lado do entrevistado Felipe Ferreira, durante a gravação do programa Samba e História, nos estúdios da Rádio Brasil/RJ.

Gustavo Dourado

[S.B.]

RM

TV

Sim

one

Barr

eto

Page 33: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005 ��

[opinião]

ApocalipseAr

quiv

o BV

(Parte final)e Antropologia

Concluo, nesta edição, a análise do ar-tigo “Negócios à Parte”, do jornalista Paiva Netto, e, como costumo afirmar, faz uma revolução ideológica, na me-

dida em que leva o leitor a rever os seus concei-tos. O autor destaca o Apocalipse como um livro político-sociológico. Entendemos o porquê dessa afirmação ao compararmos o capítulo 6, versícu-los 12 a 17, com fatos ocorridos recentemente no mundo. Guerras, terrorismo, catástrofes naturais são reflexos de ações guiadas por políticas que desrespeitam o Ser Humano e, principalmente, seus valores espirituais.

As estrelas caíram do Céu sobre a Terra sig-nifica dizer que o conflito está para todos: os que possuem capital financeiro ou não, que possuem prestígio social, cultural ou um adolescente descobrindo seu destino. Não entender o sentido de unidade, isto é, que o poder é frugal, se sofre o pequeno, padece também o grande, origina muitas falhas nos regimes políticos. Paiva Netto adverte que o excesso — tanto do capitalismo, com o chamado mercado livre (muita vez rapinante), como do antigo comunismo, com o seu poder centralizador —, não foi e não será a chave da solução dos problemas se não for entendido o significado de ser Espírito. A Alma é o re-sultado da Vida Eterna, ou seja, o corpo material é um processo do Espírito. Quando esse processo é final, ocorre a chamada “morte”, entretanto a essência permanece. Conforme define o médico e ativista da Revolução Mundial dos Espíritos de Luz Bezerra de Menezes (1831-1900):

“A morte é como um sopro que realiza o transporte da Alma do estado de dimensão física para o de vibração espiritual. A vida é eterna”.

Essa é a grande descoberta política atribuída ao autor: aliar a Democracia Ideal (o regime do livre-arbítrio com responsabilidade, vivência plena da so-ciedade composta por agentes sociais que compreendem o significado de ser o Capital de Deus) ao Espírito. Questiona Paiva Netto: “Por que então falhou o comunismo utópico da Rússia? Porque, acima de tudo, desprezou a existência do Espírito. Afinal, não somos apenas carne. Sem o Espírito, as coisas mais belas se desfazem, porquanto ele é a origem de tudo. O próprio Universo (que são muitos) é Espírito, porque Deus, o Seu Criador, é Espírito”.

Harold Laski (1893-1950), que escreveu O falso clamor da autoridade ilimitada, adverte: “Historicamente, sempre encontramos que qualquer sistema de governo é dominado por todos que naquele momento detinham o poder econômico; e o que eles definiam por ‘bom’ é, para muitas partes, a preser-vação dos seus próprios interesses”. Essa realidade conflita com o versículo do Evangelho, segundo João, escolhido por Paiva Netto para demonstrar a Democracia no seu estágio mais sublime: a que respeita todo o Ser Humano independente da sua crença, raça, preferência política ou que mais o seja:

─ Deus é Espírito; e importa que os Seus adoradores O adorem em Espírito e Verdade (Evangelho de Jesus, segundo João, 4:24).

O escritor ressalta que a honestidade representa principal critério na administração do Estado e não o da plutocracia, aristocracia, coronelianis-mo, representações de classe, de instituições ou de partidos políticos: “(...) Para que sejamos realmente cidadãos, componentes de nações pacíficas,

organizadas e fraternas, a primeira coisa de que devemos nos livrar é do ‘ismo do ego’, porque um grande problema do mundo é o ódio organizado”, destaca.

Entretanto, a responsabilidade democrática não é somente do admi-nistrador público, dos mapeadores políticos, mas, também, do Povo. A cidadania completa compreende viver em processos micro (o indivíduo) e macro (sociedade) e que transcendem o real, isto é, o mundo material. Continua o autor: “A cidadania tem início no Espírito. Por isso, por melhores que sejam os governos do mundo (já há tanto tempo escrevi), mesmo que chegassem ao curul de seus projetos mais bem construí-dos, sempre restaria algo a ser completado. Os povos permaneceriam insatisfeitos porque não somos apenas sexo e estômago. Constituímos alguma coisa mais: Espírito! Por isso, governa bem aquele que governa os corações, não esquecendo, naturalmente, das necessidades do corpo de seus subordinados. (...)”

O sociólogo Max Weber (1864-1930) define, em Ciência e Política — duas vocações, que o verdadeiro funcionário político deve administrar, antes de tudo, de forma não partidária, para gerir sem ressentimento e preconceitos. É uma fórmula que deve ser aplicada na Política. Porém, para atingir esse estágio de condução nesta área somente o mandatário, diz Paiva Netto em seu artigo “Negócios à Parte”, que entende o pro-cesso histórico sem o preconceito racional das idéias. O que tem isso a ver com o Apocalipse e o Capital de Deus?, pergunta o escritor, e ele mesmo responde: “Tudo, pois que ele (o Apocalipse) é a descrição do evoluir de homens, povos, nações, o que tem levado tempo inumerável. É a informática do Cristo, que, mantendo em seu banco de dados, além dos sucessos, as amarguras que têm constituído, para multidões, as pá-ginas da História, ensina-nos a crescer, a despeito ou por causa delas. Entretanto, o Livro da Revelação não é, absolutamente, um convite para choramingos, porque o seu desfecho é esplendoroso: o reinado da criatura finalmente aliada ao Criador, na condição de Capital preciosíssimo de Deus”. (Vide Apocalipse, 22: 1 a 7).

Emille Durkheim (1858-1917), o criador da Escola de Sociologia, diz que a dessemelhança, como a semelhança, pode ser uma causa de atração mútua e por mais ricamente dotados que sejamos, sempre nos falta alguma coisa. Os antropólogos afirmam que nascemos todos sel-vagens, é o processo de aculturamento que nos domestica. Pelo mesmo raciocínio, Grammsci dizia que uma sociedade produzindo pensamento próprio conseguiria a hegemonia. Pensadores, teóricos, religiosos, padei-ros, motoristas, que exercem suas funções conscientes do seu momento histórico são — na definição do escritor Paiva Netto — “Seres Humanos e Espirituais, o Capital precioso e imperecível de Deus!... Criaturas capazes de renascer do caos. E, com elas, a sociedade que formam, a qual ingres-sa em períodos de maior desenvolvimento mental, como ocorreu com o Humanismo, que impulsionou, após o período medievo, o Renascimento e, mais tarde, o Iluminismo. Apesar disso, na Idade das Trevas (como também é conhecida a Idade Média), foram lançadas as sementes de um novo tempo, com a criação das universidades. Só que agora, nesta era nova, esse Renascimento ocorre sob a influência direta da Espiritualidade Superior. No decorrer do Terceiro Milênio, será assim. Por isso estamos empreendendo a Revolução Mundial dos Espíritos de Luz”.

E finaliza o artigo “Negócios à Parte”, ressaltando que a resolução dos conflitos é possível porque o processo cultural é dinâmico e não estático, quando diz que “Todo dia é dia de renovar nosso destino”.

Fevereiro de 2005 ��

sandra Albuquerque Fernandez

[Opinião]

(por Sandra Albuquerque Fernandez, socióloga — Nova York, EUA).

Page 34: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005��

Embaixo de um pé de jambolão, havia um for-migueiro. Todos viviam felizes, cada um com suas responsabilidades.

Porém, tinha uma formiga que não gostava de cooperar nas tarefas do dia-a-dia. Era preguiçosa, conhecida como Tico Preguiça, e também encontramos o exato oposto de Tico: era

Pedro, se alguém precisava de ajuda, lá estava ele, pronto para atender.

Certo dia, armou-se no céu um verdadeiro temporal. A chuva mesmo fina aos olhos das for-migas era verdadeira tempestade... O que será que

aconteceu com os dois personagens. Será que Tico continuou sendo preguiçoso?

Vamos viajar nessa aventura na qual apren-demos a importância de auxiliar o próximo para construir uma vida mais feliz e veremos também como a Oração pode nos ajudar a encontrar a me-lhor solução para as nossas dificuldades.

Agradecemos aos Soldadinhos de Deus que nos escreveram falando da obra A formiga pre-guiçosa:

“Eu achei este livro muito, muito legal, eu adorei!”

Paula Gabrielle de Oliveira/8 anos

“Achei ótimo, e traz uma lição muito importante. Eu aprendi que nós sempre vamos ter uma respon-sabilidade, por menor que seja não devemos ter preguiça, pois só colhemos o que plantamos.”

Lucas Conceição Libório/11 anos

Marchando para a Paz

Capa do Informativo

Marchando para a Paz

Qual é a sombra?

[Bolo com Pudim]

A formiga preguiçosa

CorrespondênciaAgradecemos as cartinhas e os desenhos das irmãs Nilsielle Raíssa de Campos (6 anos) e Natielle Ravena de Campos (12 anos), da cidade de Pom-péu/MG.

Nilsielle Raíssa de Campos e Natielle Ra-vena de Campos.

Agradecemos aos Soldadinhos de Arceburgo/MG, que nos en-caminharam um boletim feito por eles intitulado Marchando para a Paz, que surgiu inspirado no tema do II Fórum Internacional dos Soldadinhos de Deus da LBV no Terceiro Milênio que é “Todos Marchando com a Paz”.

Destacamos do informativo dos Soldadinhos de Deus um texto de Ilídia Karine Cagnoni Luz Alves, 10 anos:

“AME – quem precisa ser amado.RESPEITE – quem precisa ser respeitado.AJUDE – quem

precisa ser ajudado.Pois o mundo

precisa ser ama-do para acabar com a

guerra.Respeite a todos para acabar com a vio-

lência.Ajude para não acabar com a Natureza.Se cada um cultivar a Paz em seu coração,

não haverá mais guerra.Ame a Deus, que você será amado. E

respeite que será ajudado”.

Foto dos Soldadinhos de Deus, de Arceburgo/MG, retirada

do Informativo produzido por eles.

Ana Caroline Oliveira Salles

Larissa Caroline Puga da SilvaSanto André/SP

Ana Beatriz Duarte Mendonça

Soldadinhos

João Gabriel Sczczepaniak Alves

João Wigor Oliveira de Pádua Ferreira

Fevereiro de 2005��

Fotos: Arquivo pessoal

Arqu

ivo

BV

Álbu

m d

e Fa

míli

a

Page 35: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005 ��

O I Fórum Internacional dos Soldadinhos de Deus da LBV no Ter-ceiro Milênio foi uma

iniciativa do Irmão Paiva, proposta em 2004 durante o programa Bolo com Pudim, da Rede Boa Vonta-de de Rádio. Teve a sua

realização em 6 de março daquele ano, com muitas

atividades e oficinas de debate. O lançamento da segunda

edição desse Fórum ocorreu de uma forma especial: no último dia 6 de fevereiro, a Juventude Ecumênica da Boa Vontade de Deus — representada por crianças, jovens e adultos —, reuniu-se no Lar e Parque Alziro Zarur, da LBV, em Glorinha/RS, para estudar a revista

Sociedade Solidária. Em certo ponto do debate, todos tiveram uma surpresa: o Líder da Boa Vontade foi ao encontro dos jovens e teve com eles uma conversa informal e, na ocasião, apresentou as bases para o II Fórum dos Soldadinhos de Deus, cujo tema será “Todos Marchando com a Paz”.

Ilustr

ação

: Már

io M

endo

nça

e Will

iam

Luz

Abraçar fraternalmente os filhos dos pobres e dos ricos, dos brancos e dos negros, dos amarelos, dos vermelhos e dos mestiços.

Alziro Zarur (1914-1979)6

Irmão Paiva abre o II Fórum Internacional dos Soldadinhos de Deus da LBV no Terceiro Milênio

Mandamento dos Soldadinhos de Deus

A abertura do II Fórum Internacional dos Soldadinhos de Deus no Terceiro Milênio ocorreu, ao ar livre, durante conversa do Líder da Boa Vontade com jovens e crianças do Lar e Parque da LBV, em Glorinha/RS.

Paiva Netto durante a primeira edição do Fórum, em 2004.

Fevereiro de 2005 ��

O Líder da Boa Vontade (destaque) com os jovens que participaram da reunião de lançamento do II Fórum Internacional dos Soldadinhos de Deus da LBV no Terceiro Milênio

[Soldadinhos de Deus]

Die

go B

asso

Luci

an F

agun

des

Luci

an F

agun

des

Page 36: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005��

O jornalista José de Paiva Netto, Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade, costuma afirmar: “É preciso aliar ao

patrimônio da experiência dos mais velhos a energia dadivosa dos mais moços”. E isso é comprovado, por exemplo, em uma visita ao Lar da LBV para a Melhor Idade no município de Volta Redonda/RJ (Av. Nossa Senhora do Amparo, 5.079 – Santa Rita do Zarur, tel. (24) 3346-7150), no qual a preocupação constante da Obra é a melhoria da qualidade de vida dos beneficiados, dando amparo físico, social, espiritual e moral.

Nesse contexto, estão sendo feitas mudanças, como no siste-ma de atendimento, que agora compreende um de longa per-manência e outro denominado de Centro Dia, sendo que este último, que iniciou seus traba-lhos no dia 26 agosto de 2004 e incluiu alguns dos internos cujas famílias têm como rece-bê-los à noite.

A assistente social Luzenir Oliveira Nascimento explica: “A trajetória de vida deles é in-terativa, se deslocando de casa para cá, todos os dias. Chegam com muitas novidades para contar aos internos, isso os motiva. O transporte da LBV busca os idosos em suas residências, chegando às 7h30 e retornando às 16 horas”.

Luzenir segue apontando outras vantagens: “Essa mudança acarretou uma transformação muito positiva nos familiares deles, tanto que muitos agradecem à LBV pelo novo programa, pois seus pais estão mais ativos, participativos, rejuvenes-cidos. Afinal, envelhecer não é adoecer”. Mesmo nos casos de longa per-manência, a Instituição atua de forma que, quin-zenalmente, aqueles que

ainda possuem familiares possam ser levados para casa e, assim, não percam o vínculo afetivo.

O Lar da LBV para a Melhor Idade oferece cinco refeições diárias, além de atividades di-versas que ajudam os idosos a se manterem em movimento, bem dis-postos e alegres — como caminhadas, passeios a museus e zoológicos, festas, terapia ocupacio-nal com trabalhos ma-nuais e corte e costura. Todas essas iniciativas

são acompanhadas por fisioterapeutas, enfermeiros, médicos e psicólogos.

Dario Gomes de Oliveira, 72 anos, vive no Lar há 6 anos e conta um pouco do seu cotidia-no: “Meu dia-a-dia é normal: levanto, tomo café da manhã, passeio, almoço, faço exercícios para

não ficar enferrujado. Gosto muito do tra-tamento que a LBV nos dá. É ótimo; nos tratam muito bem, com todo respeito, com todo carinho. O fator principal do Irmão Paiva é o bem-estar dos idosos. Que ele continue sempre assim”.

Lar de Idosos da LBV promove mudanças no atendimento para enriquecer o vínculo familiar

(Texto e fotos: Simone Barreto)

Mais qualidade de vida

“Gosto muito do tratamento que a LBV nos dá.

É ótimo; nos tratam muito bem, com todo respeito,

com todo carinho. O fator principal do Irmão Paiva é o

bem-estar dos idosos.”Dario Gomes de Oliveira, 72

Atendido pela LBV.

e alegria

Toda a alimentação servida no local possui as vitaminas necessárias para o corpo humano

Acompanhados por profissionais da área da saúde, os idosos realizam atividade física em bicicleta ergométrica.

Page 37: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005 ��

[Melhor idade]

O jovem da Terceira Idade (Isso mesmo! Aquele que não perdeu o Ideal, como sempre afirma o escritor Paiva Netto.) sente-se bem ao ser abordado com uma

palavra de incentivo e carinho: “Olá! Como você está bem! Sua pele está ótima. A cor está bem ao natural. (E você aparenta 50 anos, quando já tem quase 70!) Fantástico! Gostei de vê-lo assim. Tenho a impressão de que você não tem parado de trabalhar, principal-mente pelo Bem de seu semelhante. Parabéns! Vá em frente, porque tenho a certeza de que muitos jovens na idade têm vontade de estar como você. E até o elogiam: ‘Esse coroa vai muito bem!’”.

O nosso tratamento ao jovem da Terceira Idade, o chamado idoso, deve ser por aí, pois ninguém gosta de ser jogado para baixo: “Nossa, como você está abatido, está velho... Nem parece o mesmo amigo que conheci há tempos. Desse jeito, companheiro, você morre logo”. Cuidado com as palavras, minha gente! Na sua frente pode estar uma pessoa que deu tudo de sua vida para criar seus filhos e netos, cuidou dos pais e de alguns parentes e é digna do maior respeito e conside-ração. Pode ainda ter trabalhado para uma grande obra de caridade no Brasil ou em qualquer parte do mundo. Pode, até mesmo, estar trabalhando.

Gosto de dizer que as palavras são muito importantes, pois Deus criou o mundo por meio delas. Além disso, idade é o de menos na vida para quem viveu, cresceu e se firmou em um ambiente de Caridade (como o Legionário, o Cristão do Novo Mandamento de Jesus), exemplificando o que aprendeu com as Instituições da Boa Vontade de Deus.

Mesmo que muitos pensem o contrário, duas forças são bem grandes na LBV e na Religião de Deus, a Religião do Terceiro Milênio, Religião do Amor Universal — e, naturalmente, onde haja a ambiência necessária

para exercitar-se no caminho do Bem —: o jovem de corpo, que pode ter um Espírito de muita idade, e o velho de corpo, que tem idade jovem. É que a juventude de corpo sempre receberá a boa palavra do jovem de idade, aquilo que este aprendeu e passa aos filhos, netos, amigos e até inimigos, perdoando sempre, como assim nos ensinou Nosso Senhor Jesus Cristo. Mas, se o velho não está jovem nem exercitou o que de bom estudou... Ah! Esse está numa enrascada danada, muito com-prometido diante de Deus.

Uma das boas coisas da vida é sermos sempre observadores. Eu, por exemplo, adoro ditados populares. Tenho alguns dos quais gosto muito, como este: “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. Claro que é a demonstração da persistência, de que devemos trabalhar até conseguir o que desejamos — que seja para o Bem. Outro: “Seja perfeito, pois Deus é perfeito!”. Mais outro: “Quem semeia vento colhe tempestade! É preciso trocar o mal pelo Bem!”. E mais: “Um bom ambiente é como coração de mãe: sempre cabe mais um!” (vejam os Espaços Ecumênicos da Religião de Deus). Há milhares de bons pensamentos populares — estão sempre na boca do Povo — e que nos trazem benefícios, pois influenciam nossa vida de uma maneira até com muito bom humor.

Ora, podemos criar um bom pensamento popular para os que continuam na boa idade mesmo sendo idosos: “Eu fui bom quando era jovem; agora, estou sendo melhor, pois sou um idoso jovem”. O Líder da Boa Vontade costuma apresentar uma relação enorme de jovens de idade que, já idosos, se dedicaram e contribuíram grandemente para o Bem da Humanidade. Mas também é necessário que o idoso jovem se cuide: tenha uma boa alimentação, tome os medicamentos recomendados pelos especialistas, faça exercícios e uma série de outras providências que promoverão melhorias em si próprio. Deixar de ouvir os médicos é mau negócio!

Salve os jovens moços que se aliam aos idosos jovens!

Como pode ser boa a

Professores da Escola de Medici-na da Universidade de Osaka (Japão) apresentaram um novo caminho para recu-

perar a visão: trata-se do implante de uma parte do tecido da bochecha para substituir as córneas (membra-na que fica na superfície do olho) nas pessoas que têm determinadas doenças oftálmicas.

Para chegar a essa conclusão, os cien-tistas japoneses implantaram, com sucesso, finas fatias das células da bochecha nos olhos de quatro pacien-tes, vítimas da síndrome de Stevens-Johnson, uma doença rara que causa a degeneração da córnea. Feito isso, todas voltaram a enxergar e, passado mais de um ano, as novas córneas continuam translúcidas. Normalmente, o tecido da região enferma se rege-nera, mas não era o caso dessas pessoas.

Essa região ocular pode ser dani-ficada por traumas físicos ou

por várias doenças. Os médicos são capazes de retirar células de um olho saudável e desenvolvê-las

em laboratório para criarem uma

nova córnea, ou ainda, fazer o trans-

plante de doadores mortos. Mas, quando ambos os olhos estão muito prejudicados por uma enfermidade ou aci-dente, essas técnicas podem não funcionar.

Tecido da bochecha regenera visão

São retirados quadrados de aproxima-

damente 3 milímetros de largura da mucosa bucal, na parte interna

da bochecha e cultivado o tecido em laboratório. Com uma técnica especial, feita à baixa temperatura, os pesquisado-res separaram uma fina camada de cada amostra e as colocaram nos olhos dos

pacientes, formando um tecido que tem a aparência e a função de

uma córnea saudável.

Como é a cirurgia?

Terceira Idade!

Jornalista Walter Periotto

Débora Verdan

Dan

iel T

revi

san

Photo

Disc

Page 38: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005��

O Progresso é a Lei de Deus

[Espírito e Ciência]

Neste número da revista BOA VONTADE, desta-camos trechos da palestra do Dr. Nestor João Mazotti, Presidente da Federação Espírita do Brasil e Secretá-rio-Geral do Conselho Espírita Internacional, durante a segunda edição do Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, da LBV, realizado em Brasília, de 20 a 23 de outubro de 2004. Sob a proposição “O que é vida? O que é morte?”, ele narra fatos históricos, desde a An-tiguidade até os dias de hoje, nos quais a imortalidade da Alma é evidenciada. Apresenta ainda o conceito da evolução através de vidas sucessivas e a origem divina do Ser Humano.

Vamos à leitura.

Estimados companheiros de jornada terrena, que haja muita Paz em nosso coração.

O tema que nos foi oferecido para uma análise conjunta é realmente de extrema significação, já que trata a respeito de vida e de morte, nossos

conceitos, nossa forma de compreender tanto uma como outra coisa. É interessante observarmos que a Humanidade, em nenhum momento, teve uma situação de total incredibilidade. Desde o período mais primitivo, na fase dos homens na Idade da Pedra, a convicção da imortalidade própria sempre foi uma constante. Sempre houve a convicção de que, após a morte física, o Homem continuava a existir em Espírito, ou poderia haver outra forma de interpretação. Mas a idéia da inexistência do ser após a morte física sempre se restringiu a grupos pequenos na Humanidade, por parte daqueles que questionavam a própria imortalidade.

É interessante observarmos o que vem sustentando, de certa forma, a convicção da própria imortalidade, da existência permanente, de um Mundo Espiritual, sobre o qual todos temos convicção, embora nem todos tenhamos meios de provar ou de nos convencer. O totemismo, a religião mais primitiva, já registrava, desde o princípio, a convicção da imortalidade. Em sua forma primária de compreensão, os homens primitivos tinham convicção da existência de seus ancestrais, aqueles que tinham vivido com eles, muitos de seus familiares, e que continuavam a existir depois da morte física. Essa percepção era acompanhada de outras das mais diversas.

Com essa certeza, a Humanidade foi evoluindo gradativamente. Observamos que, saindo da fase do totemismo, chegamos à do politeísmo, durante a qual a idéia da multiplicidade da existência de deuses trazia consigo a convicção da existência de Seres Espirituais que estavam além de nossa vida puramente física. Houve ainda a fase do animismo, quando os homens interpretavam que tudo tinha uma Alma, partindo da convicção de que nós todos, ou eles mesmos, na fase da Antiguidade, tinham uma Alma também. Esse processo todo sempre foi acompanhado de fatos que davam convicção dessa imortalidade ao Homem em seu dia-a-dia. Alguns fatos mais ostensivos, outros menos.

Presença da Espiritualidade Superior na Bíblia

Na entrada da Humanidade na fase do monoteísmo, houve fatos extremamente significativos, que a própria Bíblia registra, trazendo evidências a respeito da imor-talidade da Alma. A Bíblia registra a conversação de Moisés com Espíritos, diante do fenômeno chamado de sarça ardente, quando ele foi convencido da necessidade

de atender o povo que se encontrava em Israel. Uma série de outros fenômenos envolvendo a presença e a participação dos Espíritos nesse relacionamento está re-gistrada já nesses primeiros fatos, visto que, posteriormente, se percebeu muito bem na figura do próprio Moisés um ser com grande potencialidade de relacionamento com o Mundo Espiritual. No próprio fenômeno relacionado com o recebimento das Tábuas da Lei — no qual ficou registrada a presença do Mundo Espiritual, trazendo orientações, leis para aquele povo, ainda necessitado de uma disciplina maior de comportamento — vemos um fenômeno extremamente significativo, mostrando e comprovando a presença do Mundo Espiritual, a ajuda do Mundo Espiritual à Humanidade em seu processo de caminhada permanente. A própria fase relacionada com o profetismo também traz uma série de contribuições e registros, em que os profetas atestam o relacionamento, a presença, a conversação ou a informação do Mundo Espiritual por intermédio desses homens, dotados de uma sensibilidade que permitia essa forma de comunicação com o Mundo Espiritual. Nos fenômenos rela-cionados com o Novo Testamento observamos uma série de registros que evidenciam fartamente esse contato, a conversação com o Mundo Espiritual. Logo no princípio, vemos o Anjo Gabriel anunciando a Maria que ela seria a Mãe de Jesus, a Mãe do Salvador. O Evangelho vai registrando também outros fenômenos relacionados com a presença do Mundo Espiritual, como o momento do Batismo de Jesus e o próprio Pentecostes, que ocorreu posteriormente e evidencia o campo do Mundo Espiritual se inter-relacionando com o Homem pelas mais variadas formas de comunicação. O próprio Atos dos Apóstolos, em inúmeros momentos, mostra a presença do Mundo Espiritual ajudando, amparando, assistindo, orientando até, os apóstolos na tarefa da difusão do Cristianismo nascente.

O Mundo Espiritual e a História

Muitos outros fenômenos foram sendo registrados na Humanidade e sempre mostraram que havia — e que há — o Mundo Espiritual e que esse Mundo convive num constante relacionamento com o próprio Homem. Um fato bastante significa-tivo na História — não vinculado propriamente à questão das bases, das tradições religiosas, mas que mostra a importância da ação espiritual sobre o Homem — é o fenômeno registrado pela história de Joana d’Arc, que foi, sem dúvida alguma, uma pessoa dotada de sensibilidade muito grande, que percebia a presença e a ajuda espiritual e, por meio dessa ajuda, terminou com uma guerra que se arrastava havia mais de cem anos e estava, praticamente, dizimando o povo francês. Baseada nos fatos que ela testemunhou e que foram constatados por pessoas que a acompanharam, foi queimada por bruxaria, mas, após a revisão de seu processo, foi santificada. O fenômeno, o fato em si, não mudou. Mudou a interpretação.

A contribuição da Doutrina Espírita

(...) Essas questões são bastante significativas. A contribuição que a Doutrina Espírita procura oferecer à Humanidade é mostrar que esses fatos reclamam da par-te de todos nós uma postura de análise, não de rejeição a uma apreciação, pois são fatos que têm leis. Allan Kardec , que era um professor, passou a ter contato com os fenômenos, na época chamados de mesas-girantes, que se aplicavam na comunicação dos Espíritos com os homens. Ele se surpreendeu com aquilo e, em princípio, não o aceitou. Mas, diante da evidência dos fatos, ele observou: são fatos, e, como todos os fatos têm suas leis, vamos estudá-las, conhecê-las e utilizá-las de forma adequada,

Conferência do Dr. Nestor João Mazotti — Presidente da Federação Espírita do Brasil e Secretário-Geral do Conselho Espírita Internacional, no ParlaMundi da LBV.

Dr. Nestor João Mazotti

Fevereiro de 2005��

Dan

iel T

revi

san

Page 39: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005 �9

em benefício da própria Humanidade. Foi praticamente uma das primeiras experiências em que o fenômeno, que se chama mediunidade — ou qualquer outro nome, mas que implica o relacionamento do Ser Humano com o Mundo Espiritual —, foi analisado de forma clara, lógica, cristalina, procurando conhecer essas leis. Foi um enfrentamento corajoso desse professor, que possibilitou o surgimento de uma série de escla-recimentos, os quais permitem hoje compreendermos melhor problemas que ocorrem no dia-a-dia de todos os homens, mas que têm no melhor entendimento do relacionamento com o Mundo Espiritual a solução para muitos desses problemas.

Nesse contato, observou-se que o Mundo Espiritual tem Espíritos elevados, Espíritos medianos e Espíritos necessitados ainda de um processo de esclarecimento. Mas a maneira de se relacionar com eles depende muito do comportamento que vamos adotar. Dessa maneira, tudo aquilo que há muito tempo a Humanidade vem confirmando, convicta a respeito da imortalidade, passa a ser discutido em fóruns de total racionalidade.

A Doutrina Espírita reafirma os princípios da reli-gião, a convicção a respeito de Deus, da imortalidade dos homens e da sobrevivência do ser, preservando suas características, sua personalidade, suas convicções, as conquistas espirituais que já desenvolveu. Ela destaca também uma diretriz moral, que permite ao Homem direcionar bem sua existência. (...) Ela parte do princípio de que as Leis que emanam de Deus, nosso Pai Criador, são iguais em todos os sentidos. As religiões têm a pos-sibilidade de revelar aos homens essas leis, enquanto a Ciência, pela sua pesquisa, pelo seu trabalho, pela sua ação, descobre essas leis. Mas as leis são as mesmas. Basta que nós saibamos enxergá-las, estabelecer o elo de integração.

Há uma frase muito significativa no túmulo de Allan Kardec, na França, que sintetiza praticamente as idéias básicas que a Doutrina Espírita oferece no que diz respeito à compreensão das coisas da vida: “Nas-cer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei”. Vejamos o enfoque: nascer e morrer. A morte não é oposta à vida. A morte do corpo é oposta ao nasci-mento, porque a vida é constante; ela não se extingue. A observação é a de que nós, depois de nascermos e de morrermos, vamos nascer novamente. Carregamos valores de nossa personalidade, os valores das experiên-cias, conquistas, inúmeras oportunidades, propiciando a nós um progresso permanente de evolução.

A evolução, o progresso, é a Lei de Deus, que nos impulsiona permanentemente à vida. E nós observamos por aí, por essa forma de constatação, que Deus, indubi-tavelmente, nos criou a todos e nos ama muito, porque nos criou como Espíritos imortais, indestrutíveis. Nós, mesmo que queiramos, não temos condições de nos destruir, porque Deus nos criou indestrutíveis. E nos criou também perfectíveis, porque, por meio das múlti-plas experiências, proporciona a nós a possibilidade de progredir gradativamente, seja na conquista de novos conhecimentos, seja na conquista das virtudes morais que nos cabe realmente desenvolver.

É interessante observar que essa perfectibilidade está dentro de um contexto em que a lei do progresso nos impulsiona. E, mesmo que nós relutemos em tra-

balhar pelo nosso crescimento, as necessidades, a vida que nos cerca e a movimentação permanente fazem com que desenvolvamos valores que estão dentro de nós, potencialmente, e comecemos a demonstrar as virtudes, fazendo surgir o conhecimento que ampliamos pela nossa própria experiência.

(...) Usando da liberdade que emana da Lei de Deus, temos a possibilidade de construir, nós mesmos, nosso próprio progresso, respeitando e ratificando aquilo que Jesus enfatizou muito bem: A cada um de acordo com as suas obras. É em função disso que vemos, dentro dessa visão ampla — que elimina a barreira do berço e do túmulo e amplia os horizontes de compreensão de nossa existência, permitindo que nós tenhamos essa compreensão ampla —, que nós podemos até compreender me-lhor as expressões do Evangelho, quando Jesus diz: Não acumuleis vossos tesouros na Terra, onde a ferrugem e a traça consomem e os ladrões desen-terram e roubam. Acumuleis, sim, vossos tesouros nos céus, onde nem a ferrugem e nem a traça consomem e onde os ladrões não desenterram nem roubam, porque, onde estiver o seu tesouro, aí es-tará também o seu coração. Compreendemos bem essa expressão de Jesus, porque passamos a aceitar que os bens da matéria são os bens que precisamos administrar devidamente, mas são bens que sem-pre deixamos quando abandonamos a vida física. Agora, os valores do Espírito, fruto do estudo que fizemos, dos conhecimentos adquiridos, da moral que desenvolvemos em nós, estes estarão sempre conosco, encarnados ou desencarnados, porque são patrimônio que nós mesmos, como seres imortais, estamos conquistando. Por isso, como diretriz de postura para todos nós, a Doutrina Espírita deixa a máxima: “Fora da caridade não há salvação”. (...) Caridade, no conceito que a Doutrina Espírita traz e coloca com toda clareza, é, antes de mais nada, vivência plena, prática do Amor a todo momento, num profundo gesto de respeito a nossos semelhan-tes, de compreensão profunda quanto à maneira de cada um ser o que é, respeitando e amando muito as pessoas. Temos, realmente, aquela convicção da síntese que Jesus destacou e que, de certa forma, é a base de todas as religiões: Amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a si mesmo. Nós só conseguiremos amar a Deus plenamente quando, realmente, demonstrarmos Amor para com nosso próximo. Essa é a vivência de Amor que cabe a nós todos exercitar, independente da convicção religiosa de cada um, da nacionalidade, das condi-ções sociais em que as pessoas se encontrem. Esse é o exercício do Amor, constante, permanente, a base de todo processo de crescimento social e de construção da Paz que nós estamos buscando.

Realmente, companheiros, a Paz é algo que todos nós estamos buscando. Sentimos necessidade dela, mas não a encontraremos pronta no outro. Cabe a cada um de nós construir a Paz fazendo o Bem. É a única forma de construirmos um mundo melhor: praticar a Paz promovendo o Bem, que é sempre a expressão do Amor a todos aqueles com quem convivemos.

Obrigado pela atenção de todos!

Page 40: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005�0

O sucesso da obra é facilmente aferido com quem atua na área. Na cidade de Gravataí/RS, a pro-prietária da Locadora Vai e Volta, Dinair Bolfoni — que cadastra clientes para os quais disponibi-

liza para locação e venda, cerca de 14 mil títulos —, acres-centa: “Reflexões da Alma está na lista dos mais procura-dos”.

Além das livra-rias e locadoras, as feiras e bienais são também excelentes oportuni-dades para conferir o que há de bom no mercado livreiro. A exem-plo do que acontece há 4 anos na Feira do Livro de Tramandaí, que transformou o município numa referência cultural do litoral norte gaúcho.

O encontro consegue aliar duas coisas aparen-temente contraditórias: o que é atual e as tradi-ções regionalistas. Essa receita simples, mas efi-ciente, atraiu em janeiro deste ano cerca de 75 mil pessoas para o aconteci-mento, que é realizado na Praça Leonel Pereira, ponto de encontro de es-critores, artistas e onde amigos de todas as idades

tomam chimarrão. A patrona do evento, escritora, poetisa e

artista plástica Cora Torres autografou o seu Vento de Altura para o Diretor-Presidente da LBV. Ela é admiradora do trabalho do Líder da Boa Vontade e deixou registrada a seguinte mensagem: “Paiva Netto, Querido Irmão em Cristo, continue sendo Luz e Amor, iluminando e purificando os ásperos e escuros caminhos do mundo, Agora! Com admiração e carinho”.

“O livro Reflexões da Alma levanta a auto-estima, em virtude da necessidade espiritual do Ser Humano. A literatura do escritor Paiva Netto está vendendo bastante, é um best-seller”, destaca Geraldo Cesário, gerente da Rede de Livra-rias Ciência & Cultura, do Rio de Janeiro. Essa é apenas uma das inú-meras opiniões acerca

desta obra, que já vendeu mais de 120 mil exemplares, um título que traz ferramentas para a real

transformação, com grandes ensinamentos tratados de forma simples, que instigam a busca da Verdade dentro de cada Ser Humano.

As manifestações a respeito desta mensagem ecumênica chegam de todas as classes sociais. A leitora Eráclides Vieira Borges, de Porto Alegre/RS, emociona-se quando relata como tomou conhecimento do trabalho: “Tive um problema muito grande. Um dia estava chorando e uma pessoa desconhecida chegou perto de mim e perguntou: ‘Por que choras?’ Aí con-tei minha história. Ela então falou: ‘Leia o Reflexões da Alma, do Paiva Netto’. E ao perguntar por que, a pessoa me disse: ‘Este livro vai mudar a sua vida’. Comecei a meditar e o comprei. Dali em diante minha existência teve realmente outro rumo; compreendi o porquê de muitas coisas... Por isso leiam o livro do começo ao fim. Esta obra me deu força e esperança de viver praticando o Bem!”.

Essa forma diferenciada de escrever conquistou também Rafael Greca, Deputado Estadual do Paraná: “O conhecimento está, como sempre esteve, guardado nos livros, como este belo Reflexões da Alma, do Paiva Netto”, e concluiu seu pensamento destacando o estilo do autor: “O que faz realmente as pessoas colocarem a informação dentro de si é o poder da reflexão”.

Uma literatura para todosEm Reflexões da Alma, Paiva Netto trata da essência do Ser Humano

Débora Verdan

Reflexões da Alma está na lista dos mais procurados para locação e venda

“O livro Reflexões da Alma levanta a auto-esti-ma, em virtude da necessidade espiritual do Ser Humano. A literatura do escritor Paiva Netto

está vendendo bastante, é um best-seller.”

Geraldo Cesário, gerente da Rede de Livrarias Ciência & Cultura, do Rio de Janeiro/RJ.

“O conhecimento está, como sempre esteve, guardado nos livros, como

este belo Reflexões da Alma, do Paiva

Netto.”

Rafael Greca, Deputado Estadual do Paraná.

“Leiam o livro (Reflexões da Alma) do começo ao fim. Esta obra me deu

força e esperança de viver praticando o

Bem!.”

Eráclides Vieira Borges, de Porto Alegre/RS.

A proprietária da locadora Vai e Volta, Dinair Bolfoni, ao lado do estande com os livros mais procurados, onde está Reflexões da Alma, de Paiva Netto.

Rafael Greca

Cora Torres

Luci

an F

agun

des

RM

TV

Fevereiro de 2005�0

[Literatura]

Argentina O escritor, cujas obras literárias já

superam a marca de 2,5 milhões de livros vendidos, é destaque também no Exterior. A jovem leitora Adriana Gonzales encami-nhou via e-mail seu recado, que expressa bem essa tendência da literatura de Paiva Netto, de atravessar fronteiras, pois fala, acima de tudo, ao coração do Ser Humano: “Estou lendo Reflexões da Alma, que é le-gal. Sou argentina, da Província de Buenos Aires. Adoro o Brasil e sua gente. Seu livro é um canto à Vida!”

Arqu

ivo

BV

Lilia

ne A

raúj

o

“Reflexões da Alma é um canto à Vida!”

Fevereiro de 2005�0

Page 41: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005 �1

6

Finalizaremos nesta aula nossos estudos de pronúncia das letras do alfabeto espanhol, estudando a letra z e as vogais (a, e, i, o, u).

A letra z tem som interdental, mas a maioria dos que falam Espanhol pronunciam-na como o ss do Português, ex.: zapatos; cabeza.

Em Espanhol há cinco sons vocálicos: a: o som é sempre aberto, inclusive com consoantes nasais, ex.: naranja (laranja); — e: o som é sempre fechado, inclusive quando é acentuado: leche (leite); café; — i: o som é igual em Es-panhol e Português, ex.: televisión (televisão); — o: o som é sempre fechado, inclusive quando é acentuado, ex.: lección; hombre (homem); — u: o som é igual em Espanhol e Português, ex.: luna (lua).

Na próxima aula faremos uma revisão do estudo das pronúncias do alfabeto. Até lá!

Vamos terminar nesta aula as explicações sobre o alfabeto do Esperanto, estudando as letras ŭ, v, z.

O ŭ (u com braquia, isto é, com meia-lua de pontas voltadas para cima) é um u brevíssimo, ex.: aŭdi: lê-se “audi”, significa ouvir; laŭdi: lê-se “láudi”, quer dizer louvar. O v e o z soam como em Português, ex.: vivo: significa vida; zebro: quer dizer zebra.

Para memorização das pronúncias, vamos, a par-tir desta lição, fazer a leitura de alguns pensamentos do jornalista José de Paiva Netto, extraídos do livro Meditadoj kaj Pensoj — Dialektiko de Bona Volo (Reflexões e Pensamentos — Dialética da Boa Von-tade): La Homo de Vero estas vekita de la Vero de Dio, kie ajn li estas. (pronuncie: “Homo”, “Vêro”, “êsstass”). Tradução: O Homem da Verdade, pela Verdade, é despertado onde estiver.

Até nossa próxima aula!

Sesa LecionoEsperanto Espanhol

Português

Inglês

Sexta Lección

sexta

lição

Crase (Continuação)

Six Lesson

Trazemos nesta edição a ocorrência de crase nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas como à espera de, à custa de, às pressas, às vezes, à noite, à esquerda, à direita, à frente, à maneira de, à medida que, à moda de, à procura de, à proporção que, à força de:

Exemplos: À espera de um milagre/Sustenta-se à custa de doações/Saiu de casa às pressas/ Serviu o almoço à moda da casa.

Vejamos o exemplo que Paiva Netto nos fornece: “Na Divina Seara da Legião da Boa Vontade, o Amor Universal, façamos o Bem, rogando ao Cristo que nos esclareça, ilumine e abençoe sempre, à medida que, pelas Boas Obras erguidas pela Fé Realizante, mereçamos a bênção por Ele prometida no Seu Apocalipse, 1: 3: Bem-aventurados aqueles que lêem e ouvem as palavras da profecia deste Livro e guardam as coisas nele escritas, pois o Tempo está próximo”.

Antes dos pronomes relativos que, qual e quais, quando o a ou as puderem ser trocados por ao ou aos:

Exemplos: Aqui está a página à qual você se referiu (equivalente: Aqui está o material ao qual você se referiu). / É uma situação semelhante à que enfrentamos ontem (É um problema semelhante ao que enfrentamos ontem).

Já nas locuções que indicam instrumento ou meio e em outras nas quais a tradição lingüística o exija, como à máquina, à vista, à venda, à toa, à tinta, à mão:

Exemplos: Texto escrito à tinta, à mão, à má-quina./ Pagamento à vista./Produto à venda /Vivia à toa.

Na próxima edição falaremos dos casos em que não podemos usar crase.

Bom estudo!

Olá, pessoal! Daremos continuidade ao estudo da Língua Inglesa, com alguns exercícios de fixa-ção. Na última aula, revisamos as formas afirma-tiva, negativa e interrogativa do verbo TO BE e o uso dos artigos indefinidos A – AN. Então, vamos agora colocar em prática o que aprendemos.

1) Passe para a forma interrogativa:(Ex.: You are a doctor. Are you a doctor?)a) She is a teacher. __________________________b) They are students. _________________________c) He is tall. _______________________________

2) Passe para a forma negativa:(Ex.: He is a teacher. He is not a teacher.)a) Sarah is a painter. _________________________b) Monica is a good actress. ___________________c) It is an orange. ___________________________

3) Escreva A diante de consoante e AN diante de vogal ou h mudo:a) ____ egg d) ____ bookb) ____ pencil e) ____ hourc) ____ student f) ____ apple

É isso aí! Na próxima aula continuaremos estudando a gramática, com um novo assunto. Até lá!

[Cur

sos]

Page 42: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005��

EspiritualRenascimento Espiritual[Pedagogia do Cidadão Ecumênico]C

idadã

o Ecum

ênico

(Equipe de Estudos Ecumênicos)

Para um melhor entendimento da Pedagogia do Cidadão Ecumênico (PCE), criada pelo Líder da Boa Vontade, nada melhor do que trazer

aos leitores o estudo do próprio idealizador desta metodologia a respeito do seu primeiro princípio, que é Ecumenismo Irrestrito e Total.

“Antes de prosseguirmos, faz-se neces-sária uma observação esclarecedora: sempre que você ler (em meus escritos ou ouvir em meus improvisos) a palavra Ecumenismo, por favor, considere o aspecto original do termo. De acordo com sua etimologia, a pa-lavra ecumênico — do grego oikoumenikós — significa ‘de escopo ou aplicabilidade mundial; universal’. Utilizamos esse termo em abundância, porque não haverá verdadeira Paz Mundial enquanto ela não for estendida a todos os habitantes da Terra. A Paz dos grupos separados é permanente convocação para novos conflitos.”

Ainda sobre o Ecumenismo Irrestrito e Total, esclarece o jornalista, na mensagem que encaminhou à 21ª Assembléia-Geral da CON-GO — Conferência das ONGs com Relações Consultivas para as Nações Unidas:

“(...) Quando falamos em Ecumenismo, queremos dizer Universalismo, Fraternidade sem fronteiras. Muitos, todavia, poderão pen-sar apenas em Ecumenismo Religioso, que já constitui um grande passo para a civilização que precisa urgentemente de Paz. (...)

“Entretanto, em todos os campos o Ecume-nismo suplica ser praticado, como o demonstra a Legião da Boa Vontade, com a abrangência de suas ações em todos os setores da vida humana:

“Ecumenismo na Educação Ecumenismo na ComunicaçãoEcumenismo na PolíticaEcumenismo na CiênciaEcumenismo na ArteEcumenismo na FilantropiaEcumenismo na EconomiaEcumenismo no DireitoEcumenismo na FilosofiaEcumenismo no Esporte, e assim por

diante.

“É importante ainda destacar o Ecume-nismo Racial, o Ecumenismo de Classe, o Ecumenismo que permeia as Nacionalidades, o Ecumenismo Cultural, enfim porquanto não se pode perder uma vírgula que seja do conhecimento e da Fraternidade que os povos, a duras penas, conquistaram. A contribuição à sobrevivência deve partir de todos os pontos. Trata-se de uma grande jornada, a ser vencida com determinação.

“Todas as animosidades que costumam dividir os Seres Humanos em grupos liti-gantes devem ser desfeitas, de forma que seja suplantada a intolerância, que tem con-tribuído para a manutenção desse estado de tensões múltiplas, as quais vão empurrando o mundo na direção de um conflito indes-critível, que ninguém, em sã consciência, pode desejar.

“Vemos o Ecumenismo Irrestrito e Total como expressão máxima do Amor e da Justiça, o eixo de gravidade de uma sociedade sadia. É o estado natural e o querer espontâneo de toda criatura quando espiritualmente integrada ao Criador, ou ao verdadeiro sentido de hu-manidade, e bandeira dos que, religiosos ou não, labutam por uma convivência planetária melhor. O Ecumenismo pregado pela LBV Mundial não impõe nada a ninguém, a não ser suscitar o convite para o entendimento lógico entre gente civilizada.”

Renascimento Espiritual

Existe um fato de grande relevância do ponto de vista biológico e social, em anda-mento: a Humanidade procura o seu biótipo ecumênico. É o que lemos na mensagem “O Dinamismo da Paz”, do mesmo autor, dirigida aos participantes da Conferência de Cúpula da Paz Mundial para o Milênio, realizada na sede da ONU:

“Vivemos tempos de um verdadeiro Re-nascimento Espiritual. A sociedade planetária, formada de elementos díspares, atravessa uma crise inédita. Está, sabendo ou não, à procura, mesmo que por caminhos tortuosos, de sua Identidade Divina, do seu, podemos dizer, Tipo Ecumênico. (...) Mais fortes são os fatores que nos unem do que a irreflexão que eventual-mente nos separe.

“(...) O currículo das escolas e das univer-sidades não pode prescindir do ensinamento dos seus princípios vigorosamente preconi-zados pelos fundadores das religiões e por suas mais sensíveis lideranças. (...) Caridade é ação realizadora, nascida do sentimento de Solidariedade, do Homem comum e do Homem público, a promover-lhes a consci-ência do dever cumprido. É, desta forma, Paz para o Espírito, conseqüentemente para a Humanidade.

“A guerra, antes de explodir no mundo, cresce no interior das criaturas. A Caridade é o mais portentoso instrumental para a Paz, quando reconhecida também como Fraterni-dade e Solidariedade, que é a Fraternidade que constrói. As ideologias que a despreza-ram estão assistindo ao seu próprio fim ou se verão obrigadas a fomentar a acolhida do seu formidável valor na condução das mudanças sociais.

“(...) As culturas que a vivenciam ape-nas como ato comodista de oferecer aos pobres o que lhes sobeja da mesa verão suas fronteiras forçadas pelas levas dos desesperados e ver-se-ão obrigadas a lidar com necessidades humanas que vão mui-to além do alimento material: trata-se de prover a dignidade e o Amor, a que todos aspiramos.

“(...) A poluição desbragada (de corpos e mentes) e as armas de destruição, fruto do mau uso da energia nuclear e dos conhe-cimentos biológicos e químicos, resultam da falência moral. Esta deve urgentemente ser superada por um grande movimento de sensatez para que se corporifique a conci-liação mundial (…).

“(...) Os programas educacionais e so-ciais da Legião da Boa Vontade, de abran-gência internacional, que têm melhorado a qualidade de vida de multidões de necessi-tados, são um exemplo de que o Amor faz a diferença. E tudo o que tínhamos para au-xiliá-las no princípio era o Amor, a palavra que resume todo o sentido da Pedagogia. Nada mais...

“(...) Nesse tempo majestoso, o Homem só aceitará um dogma, o da Fraternidade sem fronteiras. Um dia, tudo isso será co-mum a todos os Seres Terrenos, fartos de ódios e separações intolerantes. Deus é a Luz do Mundo.”

Fevereiro de 2005��

Page 43: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005 ��

Page 44: Revista Boa Vontade, edição 198

Fevereiro de 2005��