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A Internet não é uma rede de computadores, é uma rede de pessoas de 19 a 25 de janeiro de 2009 Thálita Larissa Galutti

Pesquisa Etnográfica na Campus Party - ESPM

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A Internet não é uma rede de computadores, é uma rede de pessoas

de 19 a 25 de janeiro de 2009

Thálita Larissa Galutti

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PARTE I - BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO DO EVENTO

3 - As pessoas - Campuseiros e Visitantes

1 - A Campus Party (o conceito e a idéia)

2 - A Estrutura e a Mecânica do Evento

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1- A Campus Party (o conceito e a idéia)

UMA PORTA PARA O CONHECIMENTO DIGITALExpo Imigrantes - 7 dias - 6.000 inscritos

Finalidade do evento: compartilhar curiosidades, trocar experiências e possibilitar todo tipo de atividades relacionadas a TECNOLOGIA, a CULTURA DIGITAL e ao ENTRETENIMENTO EM REDE

Durante uma semana a Campus Party se transforma na casa de todos

Um Projeto Íbero-Americano* primeira edição em 1997 na Espanha

* em 2008 - edições no Brasil (3.300 campuseiros e quase 100 mil visitantes), Colômbia e El Salvador * em 2009 - novos edições: Argentina, Chile, Peru e México

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Stephen Hawking produz vídeo para a abertura da 10ª Campus Party

http://www.youtube.com/watch?v=ayf2h1jFoUg

1- A Campus Party (o conceito e a idéia)

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ÁREA 1Arena, Lazer e

Serviços

dedicada aos inscritos / campuseiros, é dividida em 12 arenas temáticas, nas quais cada um participa

ativamente do evento. Para os inscritos existe uma infra-estrutura própria incluindo

área reservada para a montagem de barracas,

segurança 24 horas, armários com chave,

refeitório, vestiários, etc.

ÁREA 3Inclusão Digital

aberta ao público, comporta um módulo com 400

computadores e monitores treinados para realizar o

chamado “Batismo Digital” e dispõe de um ambiente para

que empresas e órgãos públicos apresentem

projetos de Inclusão Digital

ÁREA 2Expo, Campus Futuro e Praça de Alimentação

aberta ao público em geral, conta com uma área de

exposições

CampusParty

Foco maior de imersão dos pesquisadores de acordo com a estrutura do evento

2- A Estrutura e a Mecânica do Evento

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3- As Pessoas - CAMPUSEIROS e visitantes

creative commons

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Diversidade de realidades sociais - pessoas de várias regiões do Brasil e excursões de outros países

DIFICULDADE DE PESQUISA:eles sabem do que falam, sabem o que querem, prezam pela liberdade e pela coletividade,

relacionando-se com o poder e as possibilidades oferecidas pela internet - não estão ali para alimentar o blog alheio; eles sabem o valor do que produzem e estão ali pela troca, pelo

conhecimento

JOVENS - 80%

Líderes de comunidades online extremamente ativas na sociedade em rede, com enorme poder de formar opinião e criar tendências.

Um público de vanguarda, trendsetter, que antecipa o futuro da nova economia e os caminhos da tecnologia da informação.

creative commons

3- As Pessoas - CAMPUSEIROS e visitantes

Reconhecidos como “nerds”, “geeks” e “hackers”

Pouco se sabe sobre esse público. O mercado está de olho neles.

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PARTE II - A PESQUISA ETNOGRÁFICA COMO UMA OPORTUNIDADE

1- Principais características da Pesquisa Etnográfica

2- Justificativas para a aplicação da Pesquisa Etnográfica na Campus Party

3- Problemática de Pesquisa Provisória

4- AS PERSPECTIVAS

FONTE: Stéphane Beaud, Florence Weber. “Guia para a pesquisa de campo: produzir e analisar dados etnográficos”. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

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PESQUISA DE CAMPO

1- Principais características da Pesquisa Etnográfica

A ETNOGRAFIA PERMITE O CRUZAMENTO DE DIVERSOS PONTOS DE VISTA SOBRE O OBJETO, TORNA MAIS CLARA A COMPLEXIDADE DAS PRÁTICAS E REVELA SUA DENSIDADE.

ELA TRABALHA A PARTIR DA COLETA E DA PRODUÇÃO DE MÚLTIPLOS DOCUMENTOS.

CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO DA PESQUISA: ENTRE O PONTO DE VISTA MECÂNICO E REFLEXIVO

É necessária a reflexividade ou auto-análise do ponto de vista do PESQUISADOR para que ele seja capaz de examinar as condições sociais, materiais e intelectuais nas quais é conduzida a

pesquisa. A contextualização dos dados obtidos em campo é uma exigência fundamental.

a condição fundamental para que se trate de uma pesquisa etnográfica: é preciso pesquisar num meio de interconhecimento (MAGET). É preciso que seus pesquisados

estejam em relação uns com os outros e não escolhidos com base em critérios abstratos.

INTERCONHECIMENTO ENTRE PESSOASo olhar do etnógrafo se volta para as interações humanas

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2- Justificativas para a aplicação da Pesquisa Etnográfica na Campus Party

Estamos diante de um CAMPO privilegiado para estudar o INTERCONHECIMENTO em redes sociais/culturais (OFFLINE/

física e ONLINE ao mesmo tempo). Num campo de relações complexas e densas, reunem-se num mesmo espaço aqueles que

vivem intensamente a realidade “virtual” e tecnológica, a festa põe em tensão o potencial dos ambientes coletivos (redes) nestes dois

“universos”.

O que há de mais valioso neste evento é a interação entre seus participantes num ambiente atípico.

É possível pesquisar um “blogueiro famoso” ou a vida dos “nerds” e “geeks” sem precisar estar na Campus Party. Também não é interessante pretender dados quantitativos ou cadastros para base de

dados. Mais vale comprar as informações de inscrição e aplicar a pesquisa em outra situação.

Debruçando-se sobre a INTERAÇÃO, a pesquisa etnográfica torna-se o método ideal, uma vez que permite desvendar processos interacionais (online e offline) através de um mergulho aprofundado num campo de estudo.

Em 2008 - Intel levou o etnógrafo Rogério de Paula para realizar uma pesquisa na Campus Party

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3- Problemática de Pesquisa Provisória

Trabalha-se com o conceito de problemática provisória em detrimento de outros termos como “tema de pesquisa”, “objetivo e objeto de pesquisa”, pois, numa pesquisa etnográfica, o campo dita suas leis ao pesquisador. Assim, reforça-se a idéia de que a pesquisa etnográfica não pretende fornecer resultados gerais, assim como suas questões e buscas devem ser reformuladas em todo o processo.

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3- Problemática de Pesquisa Provisória

Estudar como se dá a relação entre o “universo OFFLINE” e o “universo ONLINE” para os campuseiros. Como a tecnologia e o universo virtual estão presentes na vida destas

pessoas? O que significa, para eles, a internet, a tecnologia, e a troca livre de informações e conhecimento? Como e por quê marcam presença em redes sociais?

- Que tipo de conteúdo, por quais motivos e como eles produzem e disseminam informação e conhecimento?- O que eles buscam nesse evento? O que trazem? Como chegam? Estão sozinhos? Vêm em excursões?- Como eles se comportam coletivamente? O que fazem e produzem juntos? O que trocam? Como trocam? Como se relacionam? O que não trocam?- Quais os assuntos que mais interessam? Como se comportam em relação ao evento e suas atrações? - Quem são eles? O que consomem? Que marcas, objetos, gadgets, alimentos, bebidas, idéias, conceitos, informação, o que lêem, do que falam? Do que gostam? O que fazem para se divertir? Como ganham a vida? Que dificuldades encontram para (sobre)viver? Como se relacionam com as marcas que consomem?- Voltando ao ponto inicial, como a tecnologia, a produção de conteúdo, o conhecimento e a internet e outros meios digitais estão presentes na vida destas pessoas? O que as fazem estar ali?

Esta problemática será discutida, vista e revista entre as partes envolvidas durante todo o processo de pesquisa.

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4- AS PERSPECTIVAS

A coleta e produção de Múltiplos Documentos varia de acordo com os recursos alocados - pessoal, material e técnico.

Exemplos de abordagens para coleta de dados: observação participativa e não participativa; entrevistas semi-estruturadas ou não-estruturadas; coleta de documentos; utilização de diários de campo; gravação de vídeo

Que rumos podem tomar os resultados de pesquisa?

DOSSIÊ CAMPUS PARTYO futuro da comunicação e da informação

•# Resultados Institucionais:

•Esta pesquisa possibilita a integração entre as áreas internas da ESPM, contribuindo para o desenvolvimento de uma cultura de pesquisa na instituição reconhecida interna e externamente.

•Apresentar o Mestrado em Comunicação e Práticas de Consumo como um integrador entre o universo acadêmico e o mercado, a partir do entendimento dos comportamentos humanos nos ambientes/redes digitais e tecnológicos, atendendo a uma demanda de ambos os universos por pesquisas qualitativas de maior profundidade e relevância.

•O campo a ser pesquisado fornece materiais em abundância para diversas aplicações e tratamentos dos dados da pesquisa.