80
---------------------- MANEJO DO SOLO E ADUBAÇÃO Equilíbrio Nutricional Melhoramento do Solo Saúde da Planta KUNIO NAGAI AKIRA KISHIMOTO MARÇO/2008 Instituto de Pesquisas Técnicas e Difusões Agropecuárias da JATAK

Manejo do solo e adubacao portugues

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Solo e Adubação

Citation preview

---------------------- -~

MANEJO DO SOLO E ADUBAÇÃO

Equilíbrio Nutricional

Melhoramento do Solo

Saúde da Planta

KUNIO NAGAI

AKIRA KISHIMOTO

MARÇO/2008

Instituto de Pesquisas Técnicas e Difusões Agropecuárias da JATAK

Prefácio

Nesta oportunidade, através da Divisão de Informação do Instituto de Pesquisas Técnicas e

Difusões Agropecuárias da JATAK (IPTDA-JATAK), publicamos o livro intitulado Manejo do Solo e

Adubação, cujos autores são o EngO AgrO Kunio Nagai, chefe da Divisão de Treinamento e Intercâmbio

deste Centro de Pesquisa e Sr. Akira Kishimoto, seu companheiro de longa data.

Os avós, matemos do senhor Nagai vieram para o Brasil no navio Ryojun Maru, em 1910, e

estabeleceram-se em Guatapará, SP, mesmo local onde se encontra atualmente o IPTDA.

Neste ano de 2008, em que se comemora o Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, contribuir

para a publicação deste livro, deixou-me muitíssimo lisonjeado.

Quando vim trabalhar no IPTDA, em abril de 2007, o Sr. Nagai, então chefe da Divisão de Pesqui­

sas Técnicas Agrícolas do IPTDA, costumava dizer que "para sanar as dificuldades encontradas pelos

pequenos e médios produtores, a questão básica é solucionar os problemas contidos no solo".

A continuidade da atividade agrícola tomar-se-á inviável caso não equacionemos a recuperação

do solo rapidamente, alterando o uso inadequado de adubos químicos, defensivos agrícolas, preparo do

solo, entre outros, empregados desde longa data. Desta feita, atualmente, esta é a sua maior preocupação.

O Sr. Nagai prega, com muita convicção, a viabilidade da agricultura orgânica. Assim, alguns

experimentos com as culturas orgânicas de banana, café, citrus entre outras estão sendo desenvolvidas no

IPTDA.

Embora os resultados dessas pesquisas demandem algum tempo; graças à orientação do Dr.

Shiro Miyasaka, seu mestre em agricultura orgânica e à convicção adquirida durante os longos anos de

experiência como ~ngenheiro agrônomo, desejava difundir a prática da agricultura natural e orgânica, com a

missão de levar novo alento aos agricultores o mais rápido possível. Pensando desta forma, foi transferido

do cargo de chefe da Divisão de Pesquisas Técnicas Agrícolas para chefe da Divisão de Treinamento e

Intercâmbio do IPTDA-JATAK.

Hoje, podemos observar que a luta do Sr. Nagai, e o seu grande entusiasmo, incentivando a

agricultura natural ou orgânica, não foram em vão.

Após meio ano, foi feito um levantamento, através de um questionário enviado pelo Ministério da

Agricultura, Silvicultura e Pesca do Japão, onde se constatou que os agricultores ficaram surpresos com os

resultados obtidos em culturas de ciclo curto, como o alho, criando muitas expectativas perante a JATAK,

antes uma instituição pouco conhecida entre os agricultores.

Obviamente, existem ainda vários entraves visando à implantação de uma agricultura sustentá­

vel, indispensável para a preservação do meio ambiente, do solo, de uma atividade produtiva e administra­

tivamente econômica.

res.

Portanto, espero que a publicação deste livro contribua para o desenvolvimento dos agriculto-

EngO AgrO Tetsuhiro Hirose

Gerente Geral do IPTDA - JATAK

- I -

INTRODUÇÃO

A situação da agricultura hoje está cada vez mais dificil. Principalmente, os pequenos e médios agricultores estão enfrentando, há muito tempo, uma séria crise em suas atividades. Assim, ocorre a tendên­cia de deixar o campo e ir para os centros urbanos a fim de dedicar a outras atividades, trazendo como conseqüência o grande êxodo rural com o superpovoamento das grandes cidades.

O produtor rural conduz suas lavouras baseado somente no uso de insumos considerados mo­

dernos, como fertilizantes químicos concentrados e defensivos químicos de alta toxicidade, lutando contra as pragas e doenças.

É necessário entender que a produtividade, a qualidade, as pragas e as doenças na lavoura são conseqüências e não causas. Temos que nos rever os conceitos fundamentais da agricultura.

A base da agricultura está no solo. Todos nós sabemos que uma planta bem nutrida é mais tolerante ao ataque de pragas e doenças, permitindo obter boa produtividade e qualidade, com baixo custo de produção, proporcionando altos lucros ao produtor.

Mas para que a planta seja sadia é necessário que o solo seja sadio. A saúde do solo depende da vida, ou seja da mesofauna e microrganismos que são destruídos na

agricultura convencional. Este processo inicia-se com a derrubada das matas. O cultivo da terra com o preparo mecânico de aração, gradagem e capinas contribuem para a destruição da vida do solo. Acentuam­se com as adubações químicas de alta concentração, uso de herbicidas e defensivos químicos.

Em conseqüência desse processo, ocorre o desequilíbrio químico, fisico e biológico do solo, causando todos os problemas da atual agricultura, tratando-se, portanto, de uma agricultura destrutiva, não sustentável.

As propriedades químicas e fisicas do solo são determinadas pelas atividades biológicas, que infelizmente já não ocorrem na atual situação.

Mas sabemos que, graças às pesquisas, experimentos e observações de vários pesquisadores preocupados com o destino do mundo, nos trouxeram a luz para a solução dos problemas em questão.

Precisamos direcionar a agricultura no sentido de fazer voltar a vida ao solo, através de métodos relativamente simples e econômicos, permitindo desenvolver um sistema sustentável e lucrativo aos produ­

tores. Esta é a razão de se levar as informações o mais urgente e, se possível, com a maior amplitude para

atingir todos os agricultores do Brasil e do mundo. Apresentamos o tema em três partes: a primeira com alguns aspectos básicos a respeito do solo;

a segunda se refere aos critérios de cálculo para uma adubação química equilibrada, com alguns exemplos; e a terceira, o preparo de insumos naturais para o uso na lavoura, visando melhorar o solo e o metabolismo da planta.

Há cerca de vinte anos que vem sendo recomendado esse processo aos produtores, e todos aqueles que o colocaram em prática tiveram resultados surpreendentes.

Registramos os nossos sinceros agradecimentos ao Prof. Edmar José Kiehl, aos colegas do IPTDA-JATAK, engenheiros agrônomos, Tetsuhiro Hirose, Francisco Kenyti Hotta e ao estagiário univer­sitário, Anderson Teidy Fuzita, pelos trabalhos de revisão deste pequeno manual. E em especial, à proi" Katumi Ussami pela revisão final.

Ficaremos muito satisfeitos, se estas informações forem realmente úteis a todos, em beneficio de uma agricultura sustentável, saudável e que possa contribuir para a paz, segurança e felicidade do país e da humanidade.

Os autores

-III-

BREVE HISTÓRICO DOS AUTORES

KunioNagai

Engenheiro agrônomo graduado na Escola Superior de Agricultura"Luiz de Queiroz" da Univer­

sidade de São Paulo-Piracicaba, em 1961, e posteriormente fez o Curso de Administração na Universidade

Mackenzie graduando-se, em 1974.

Iniciou sua carreira como extensionista na Seção de Fomento Agrícola da Cooperativa Agrícola

de Cotia-CAC-, transferindo-se posteriormente para a Estação Experimental da CAC, em Atibaia, onde

ajudou a criar a empresa Agroflora Reflorestamento e Agropecuária S.A.,dedicando-se: a) ao trabalho de

melhoramento e produção de sementes de hortaliças; b) à produção de mudas frutíferas; c) à criação de

reprodutores de suínos e coelhos. Hoje essa empresa foi adquirida pela Sakata, grande produtora de semen­

tes do Japão.

Fundou a empresa Tanebras Sementes Melhoradas Ltda., dedicada ao melhoramento genético e

produção de sementes de hortaliças de elevada tecnologia.

Em seguida, dedicou-se à orientação aos lavradores, a partir de 1990, na firma Agro-Sul Comércio

e Representação Ltda., percorrendo várias regiões de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. Nesse

trabalho, fundamentou-se: no uso de insumos orgânicos (bioestimulantes, corretivos e condicionadores de

solos), na adubação equilibrada, com base na análise química completa do solo, com macro e microelementos.

Trabalhou na Technes Agrícola Ltda., com insumos orgânicos, como bioestimulantes e turfa,

visando à melhoria do metabolismo da planta e do solo, concomitantemente com a nutrição equilibrada.

A partir de 1998, iniciou suas atividades na Agricultura Natural, sob a orientação do Dr.Shiro

Miyasaka, primeiro pesquisador de soja e um dos pioneiros da Agricultura Natural no Brasil.

Dedicou-se a várias atividades para propagação da agricultura sustentável, dando aulas no

Colégio Cooper Rural (da Organizationfor Industrial, Spiritual and Cultural Advancement-OISCA) em

Jacareí, colaborou junto ao Instituto de Terras do Estado de São Paulo-ITESP-Secretaria de Justiça do

Estado de São Paulo, na introdução da agricultura natural nos Assentamentos do Estado.

Convidado pelo Instituto de Pesquisas Técnicas e Difusões Agropecuárias da JATAK, em junho

de 2006, dedica-se à difusão de nova tecnologia para agricultura sustentável, atuando junto aos agriculto­

res de várias regiões de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina e outras.

- IV -

Akira Kishimoto

Natural de Kobe, Japão, fonnou-se na Faculdade de Agronomia de Hyogo (atual Universidade de

Kobe) em 1964, com especialização em Fruticultura.

Ainda universitário, em 1961, esteve no Brasil como estagiário durante 11 meses, quando se

sentiu fortemente atraído por este belo país.

Antes de imigrar ao Brasil, em março de 1965, fonnou-se na Escola de Especialização em Horticul­

tura da grande empresa de sementes Takii.

Chegou ao nosso país em junho de 1965, indo trabalhar na produção e melhoramento de semen­

tes de hortaliças em Pelotas, no Rio Grande do Sul, na propriedade do Sr.Nagatoshi Yamaguchi.

Transferiu-se para o estado de São Paulo, em 1966, inicialmente na Estação Experimental da

Cooperativa Agrícola Sul-Brasil, dedicando-se ao trabalho de pesquisa e melhoramento genético de horta­

liças.

Em 1968, foi para a Estação Experimental da Cooperativa Agricola de Cotia, onde foi fundada a

empresa Agroflora Reflorestamento e Agropecuária S.A. continuando a desenvolver pesquisa genética em

hortaliças. Conseguiu lançar o primeiro híbrido comercial de couve-flor, com a importante orientação dos

professores Marcílio de Souza Dias e Hiroshi Ikuta, do Departamento de Genética da E.S.A."Luiz de Quei­

roz", utilizando o fator de auto-incompatibilidade.

Desenvolveu vários cultivares de tomate, pepino, pimentão, berinjela híbrida, cenoura entre

. outras. Colaborou com o pesquisador Hiroshi Nagai, do Instituto Agronômico de Campinas, no desenvol­

vimento de vários cultivares como o tomate Santa C lara-IAC-5300. Auxiliou na propagação de mudas de

morango, isentas de vírus, produzidas na Seção de Virologia, do Instituto Agronômico de Campinas-I.A.C,

da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo.

Posterionnente, em 1988, desenvolveu atividades, na empresa Technes Agrícola Ltda., para a

divulgação de bioestimulantes à base de aminoácidos e condicionador de solo à base de turfa. Mas o

trabalho importante foi a divulgação dos métodos de cálculo de adubação equilibrada, baseada na análise

de solo e absorção das culturas.

Hoje se dedica a fisioterapia, praticando a Medicina Oriental que atua buscando as causas para

amenizar os sofrimentos dos pacientes, utilizando várias técnicas como a acupuntura, moxaterapia, pulsologia,

seitai (técnica de correção da postura corporal), ventosa, alimentação saudável e outras.

- v -

sUMÁRIo pág.

Prefácio ......................................................................................................................................................... I

Introdução .................................................................................................................................................. III

Breve histórico dos autores ....................................................................................................................... N

1.0S0LO ..................................................................................................................................................... 1

1.1. O solo e os seis fatores essenciais para a cultura ...................................................................... 1

1.1.1.Quais são os seis fatores ? ................................................................................................ 1

1.2. Quais são as condições adequadas do solo? ............................................................................. 1

1.2.1. Profundidade da raiz e produtividade ............................................................................... 1

1.2.2.Composição do solo e desenvolvimento da lavoura ..................................................... : ... 2

1.2.3.Fertilidade .......................................................................................................................... 3

l.2.4.Capacidade de troca catiônica e matéria orgânica ............................................................. 4

1.2.5.Aeração e agregado do solo .............................................................................................. 5

1.2.6.Microrganismos do solo e agregação ............................................................................... 5

1.2.7.Microrganismos do solo e nutrientes ........ , ....................................................................... 5

1.2.8.Microrganismos e o ciclo do nitrogênio ............................................................................ 6

1.2.9.Atividade biológica e pH do solo ...................................................................................... 7

2. ELEMENTOS IMPORTANTES E INDISPENSÁVEIS PARA AS CULTURAS .................................. 8

2.1. Macroelementos .................................... '" .................................................................................. 8

2.2. Micronutrientes .......................................................................................................................... 9

2.2.1.Função dos micronutrientes .............................................................................................. 9

2.2.2.Relação entre deficiência de micronutrientes e ocorrência de doença ............................ 10

2.2.3.Fontes de micronutrientes ............................................................................................... 10

2.2.4.Métodos de uso dos micronutrientes ............................................................................. 11

2.2.5.Pulverização foliar e tempo de absorção ......................................................................... 11

2.2.6.Ação recíproca dos elementos ........................................................................................ 12

3. MEDIDAS PARA MINIMIZAR OS OBSTÁCULOS .............................................................................. 13

3.1. Melhoramento da acidez ........................................................................................................... 13

3.1.1. O pH do solo, os elementos e as culturas ...................................................................... 13

3.1.2. Causas da acidificação e seu controle ............................................................................ 14

3.1.3. Motivo da calagem ...................................................................................................... '" 14

3.1.4. Correção de pH do solo e grau de aproveitamento do adubo ........................................ 14

3.1.5. Acidez do solo e ativação dos microrganismos do solo ................................................ 15

3.1.6. Capacidade de reação do calcário ................................................................................... 15

3.1.7. Poder relativo de neutralização total (PRNT) .................................................................. 16

3.1.8. Equilíbrio da relação Ca/Mg no solo .............................................................................. 16

- VI -

-----~-------------------------------

3.1.9. Cálculo de calagem ......................................................................................................... 17

3.1.10. Recomendação técnica de calagem ............................................................................... 17

3.1.11. Importância da calagem ................................................................................................ 18

3.1.12. Fatos na calagem ........................................................................................................... 19

3.1.13. Aplicação antes do plantio ........................................................................................... 19

3.1.14. Calagem na cultura perene ............................................................................................ 19

3.2. Gessagem .................................................................................................................................. 20

3.2.1. Efeito da gessagem agrícola ........................................................................................... 20

3.2.2. Lixiviação de K e Mg e o uso excessivo de gesso agrícola ............................................ 20

3.2.3. Método de aplicação do gesso agrícola .......... : .............................................................. 20

3.2.4. Cálculo da gessagem ...................................................................................................... 21

4. TÉCNICA DE MELHORAMENTO DE MANEJO E ADUBAÇÃO ......................................................... 22

4.1. Cálculo de adubação para cultura de hortaliças ....................................................................... 22

4.1.1. Sistema de absorção de nutrientes em hortaliças ........................................................... 22

4.1.2. Padrões de produtividade de hortaliças e quantidade de absorção

de elementos do adubo ....................................... , .................................................................... 23

4.1.3. Produção almejada e adubação de cada espécie de hortaliça ........................................ 24

4.2. Interpretação de análise de solo e plano de adubação em olericultura .................................... 25

4.2.1. Caso de deficiência de elementos na adubação ............................................................. 25

4.2.2. Caso de excesso de elementos na adubação .................................................................. 25

4.3. Técnicas para o aumento de produtividade ....................................... : ..................................... 27

4.3.1. Técnicas agrícolas para aumentar a fotossíntese ........................................................... 27

4.3 .1.1. Fundamento da produção agrícola .................................................................... 27

4.3.2. Técnicas de melhoramento do solo de cerrado .............................................................. 27

4.3.2.1. Solos de cerrado ................................................................................................ 27

4.3 .2.2. Manej o do solo de cerrado ................................................................................ 28

4.3.2.3. Exemplo de melhoria de produção no cerrado ................................................... 29

4.3.2.4. Plantio direto-Sistema mantenedor de fertilidade - bomba biológica ................ 29

4.4. Cálculo de adubação para cultura de campo ............................................................................ 31

4.4.1. Diferença na proporção de elementos de adubação na cultura ...................................... 31

4.4.2. Teor de absorção de elementos na cultura ..................................................................... 31

4.4.3. Exemplo de adubação para soja ...................................................................................... 32

4.4.4. Exemplo de adubação para tomate .................................................................................. 33

4.5. Absorção de nutrientes em fruticultura .................................................................................... 37

4.5.1. Absorção de nutrientes em pessegueiro ........................................................................ 37

4.5.2. Absorção de nutrientes em videira ................................................................................. 37

4.5.3. Teores de macronutrientes primários em fruteiras .......................................................... 38

4.6. Alelopatia .................................................................................................................................. 39

4.7. Absorção de nutrientes em floricultura .................................................................................... 41

4.7.1. Absorção (Características) ............................................................................................. 41

- VII -

4.7.2. Quantidade de absorção de nutrientes ............................................ ............................... 41

4.7.2.1. Flores de corte ...................................................... ............................................. 41

4.7.2.2. Flores em vaso ................................................................................................... 42

4.8. Relação de absorção de nutrientes ........................................................................................... 43

4.9. Adubação em banana ................................................................................................................ 43

4.9.1. Terra cultivada com a variedade Nanicão,em Cajati-SP .................................................. 43

4.9.2. Um exemplo de adubação de banana .............................................................................. 44

4.9.3. Critério de análise foliar de banana: excesso e falta de elementos ................................. 45

5. CRITÉRIOS DE ADUBAÇÃO COM EXEMPLOS ................................................................................... 46

5.1. Tabela de conversão de unidades ............................................................................................ 46

5.2. Cultura de alface ....................................................................................................................... 47

5.3. Cultura de alho .......................................................................................................................... 48

5.4. Cultura de batata ....................................................................................................................... 49

5.5. Cultura de berinjela .............................. '" .................................................................................. 50

5.6. Cultura de cebola ...................................................................................................................... 51

5.7. Cultura de cenoura .................................................................................................................... 52

5.8. Cultura de couve flor/repolho/brócolos ................................................................................... 53

5.9. Cultura de feijão vagem ............................................................................................................ 54

5.10. Culturadejiló .......................................................................................................................... 54

5.11. Cultura de mandioquinha ........................................................................................................ 55

5.12. Cultura de pepino .................................................................................................................... 56

5.13. Cultura de pimentão ................................................................................................................ 57

5.14. Cultura de quiabo .................................................................................................................... 58

5.15. Cultura de tomate .................................................................................................................... 58

5.16. Cultura de ameixeira ................................................................................................................ (j)

5.17. Cultura de atemóia ................................................................................................................... 61

5.18. Cultura de caquizeiro .............................................................................................................. 62

5.19. Cultura de macieira ................................................................................................................... 63

5.20. Cultura de pereira .................................................................................................................... 64-

5.21. Cultura de pessegueiro ........................................................................................................... 65

6. INSUMOS NATURAIS ........................................................................................................................... 67

6.1. Coleta de inoculante ................................................................................................................. 67

6.2. Adubo líquido caseiro .............................................................................................................. 67

6.3. Bokashi ...................................................................................................................................... 68

6.3.1. Bokashi simples .............................................................................................................. 68

6.3.2. Bokashi sem terra ............................................................................................................ (f)

6.4. Bioestimulante .......................................................................................................................... 70

7.REFERÊNCIASIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 71

- VIII -

1. O SOLO

1.1. O solo e os seis fatores essenciais para a cultura.

1.1.1. Quais são os seis fatores?

Tecnicamente devemos considerar os seguintes pontos fundamentais para a produção agrícola:

luz, ar, água, temperatura, nutrientes e ausência de toxinas, que devem ser plenamente satisfeitos. Com

exceção da luz, os demais estão relacionados com o solo de modo importante. Na Quadro 1, apresentamos

os seis fatores necessários para a produção.

Quadro l-Os seis fatores necessários para o desenvolvimento e produção.

Fator Ação l.Luz Energia de assimilação de gás carbônico

(fotossíntese) Fotoperiodismo (controle da floração).

2.Ar Oz Respiração COz Fotossíntese Nz Fixação de nitrogênio (aproveitamento do nitrogênio

do ar)

3.Água Componente da planta Matéria-prima de matéria orgânica Transportadora de material(substãncia)

4.Temperatura Relacionada com várias reações

5.Nutrientes N, P, K e outros

6.Ausência de toxinas AI (alumínio), acidez

Fonte: YAMANE,Ichiro. Fundamentos e Aplicação da Pedologia. 1960,p.16

A maior característica na agricultura é a produção de matéria orgânica (carboidrato), que somente

as plantas verdes conseguem através da fotossíntese, utilizando a energia do sol, assimilando o gás carbônico

atmosférico (CO) e a água (HP) pelas raízes.

Assim, podemos considerar as três funções do solo em relação à planta. A primeira é proporcionar

a sustentação da planta, com a função de possibilitar o recebimento de luz, ar e nutrientes. A segunda é

oferecer local com condição para a manutenção da saúde da raiz da planta. A terceira é ter a função de

armazenar e oferecer nutrientes e água. A seguir vamos explicar os itens relacionados ao solo e planta.

1.2. Quais são as condições adequadas do solo?

1.2. 1. Profundidade da raiz e produtividade.

Na lavoura, o solo sustenta a planta e há necessidade de sua profundidade para possibilitar a

absorção de nutrientes e água pelas raízes. As raízes atingirão 1 a 2 m, o quanto permitir o solo. A profundi-

- 1-

dade das raízes pode ser limitada por barreiras físicas e químicas, assim como pelo lençol freático elevado.

Camadas compactadas, leitos de folhelhos, camadas de cascalhos e níveis tóxicos de materiais são difíceis

de corrigir, mas um lençol freático elevado, geralmente, pode ser corrigido com drenagem adequada. No

Quadro 2, são mostradas as relações entre a produtividade e profundidade efetiva do solo.

Quadro 2- Relação entre a profundidade efetiva do solo e a produtividade.

Profundidade do solo utilizável pela cultura (em) Produtividade relativa(%) 30 35 60 60 90 75 120 85 150 95 180 100

Fonte: MALAVOLTA,E. Manual de Fertilidade do Solo. São Paulo, 1989,p.31.

1.2. 2. Composição do solo e desenvolvimento da lavoura. No Gráfíco 1, apresentamos a composição ideal do solo para o desenvolvimento da

lavoura.

Gráfico 1. Composição ideal do solo para o desenvolvimento da lavoura.

M.O.

Fonte: GUERRINI. Encontro sobre Matéria Orgânica do Solo-Guerrini- UNESP. 1992,p.8

A composição ideal do solo para odes envolvimento da lavoura é: 45% de minerais, 25% de ar,

25% de água e 5% de matéria orgânica.

-2-

1.2.3. Fertilidade

A fertilidade do solo é o conjunto das atividades química, fisica e biológica (Gráfico 2).

Gráfic02. Três fatores da fertilidade.

o solo onde se desenvolve a raíz deve apre­

sentar condições para permitir um cresci­

mento suficiente e atividades intensas, com

fornecimento contínuo de nutrientes neces­

sários para produção agrícola, contendo

elementos eficazes e abundantes. O solo

que apresenta estas condições é conside­

rado de alta fertilidade.

PROPRIEDADE FÍSICA

PROPRIEDADE BIOLÓGICA

Decomposição da Matéria Orgânica

PROPRIEDADE QUÍMICA

Fonte: MIYOSHI,Hiroshi. (Dojo shindan-ho)- Método de Avaliação do So10.1991 ,p.33.

Consegue-se a fertilidade do solo através do fornecimento de compostos, rotação de cultura,

adubação verde, aumento de matéria orgânica e adubação química. Aqui está a importante razão do forne­

cimento de matéria orgânica para o melhoramento do solo.

No solo de alta fertilidade, os microrganismos entram em intensa atividade e, através da respira­

ção, haverá uma grande liberação de gás carbônico (C02), que sevirá como matéria-prima da fotossíntese

das plantas. Além disso, através das atividades dos microrganismos, o calor resultante da sua respiração irá

aumentar a temperatura do solo, proporcionando o aumento da atividade do sistema radicular, mesmo em

condições de baixa temperatura.

Esta é a razão pela qual, ultimamente, está aumentando o cultivo em estufa, no sul do Brasil,

especialmente, porque o trabalho do microrganismo no solo está servindo para o aumento da produtivida­

de. Além disso, o aumento equilibrado de espécies de microrganismos, impedindo o aumento de pragas e

doenças do solo, constitui-se na causa do crescimento sadio da lavoura. Por negligenciar a manutenção e

melhoramento do solo, realizando cultivo de lavoura com adubo químico e defensivos agrícolas, acarretará

numa grande queda na produção agrícola, em conseqüência dos pequenos erros nos tratos culturais.

E, também, mesmo com a alta fertilidade do solo, se o lençol freático é elevado, haverá queda na

produtividade pelo excesso de umidade, por isso é necessário que o agricultor faça uma avaliação global.

Apesar da produtividade do solo depender da adubação, mesmo que a lavoura esteja suficiente­

mente adubada, caso a propriedade fisica (permeabilidade, aeração, retenção de água) seja ruim, com pouca

porosidade, baixa velocidade de renovação do ar do solo, sem o suficiente fornecimento de oxigênio (02

)

para a raiz, resulta no impedimento de sua respiração, não ocorrendo a absorção de água e nutriente.

Portanto, em relação à adubação, não devemos pensar somente no fornecimento dos elementos do adubo

-3-

químico, mas, ao mesmo tempo, considerar a importância das propriedades fisica e biológica (atividade do

microrganismo) do solo.

1.2.4.Capacidade de troca catiônica (CEC=CTC) e matéria orgânica.

A capacidade de troca catiônica representa a retenção de elementos do solo, quanto maior o seu

valor indica a importante capacidade de armazenar os nutrientes. O conjunto de argila (mineral), óxidos e

matéria orgânica influencia na capacidade de troca catiônica. O Quadro 3 mostra que a matéria orgânica

comparada ao teor de argila, mesmo com baixo teor, possui a capacidade de aumentar 10 vezes a capacidade

de troca catiônica. Assim, pode-se compreender a importância de aumentar a matéria orgânica do solo.

Quadro 3. Capacidade de troca de cátions total e da matéria orgânica, de amostras superficiais

de solos do Estado de São Paulo - Raij (1966).

Legenda Profundidade Argila Matéria orgânica CTC CTCda do (M.O.) M.O. Total M.O.

solo cm % meq/l00g PVls 0- 6 5 0,78 2,2 3,2 69 Prnl 0-15 6 0,60 2,1 3,3 64 Pln 0-14 12 2,52 8,2 10,0 82 Pc 0-16 19 2,40 6,0 7,4 81 PV 0-12 13 1,40 2,7 3,7 73 TE 0-15 64 4,51 15,0 24,4 61 LR 0-18 59 4,51 16,1 28,9 56 Lea 0-17 24 1,21 2,9 3,9 74

Fonte: RAIJ,B. von. Fertilidade do Solo. 1991 pagA0

O Quadro 4 mostra o efeito da argila e matéria orgânica sobre a CTC.

Quadro 4. Influência da argila e da matéria orgânica sobre a CTC.

pH M.O Argila CTC (pH7,O) % % meq%

Solo 1 4,9 0,3 5 1,9 Solo 2 6,6 3,2 5 10,4 Solo 3 4,5 3,1 25 17,7

Fonte: PRIMAVESI,Ana. Manejo Ecológico do Solo. 1981 ,p 125

O Quadro 5 mostra a relação entre o tipo de argila e o pH do solo com a CTC. Outrossim, de acordo

com a variação do pH do solo, ocorrerá alteração da CTC. Na caolinita, com pH 2,5- 6,0, a CTC é 4, mas com

pH 7,0, eleva-a para 10. A montmorilonita aumenta de 95 para 100.

Quadro 5. Capacidade de troca catiônica (CTC) da caolinita e montmorilonita:Russel (meq/lOOg)

Argila pH2,5 -6,0 pH7,0 Caolinita 4 10 Montmorilonita 95 100

Fonte: YAMANE,Ichiro. (Dojogaku no kiso to oyou)-Fundamentos e Aplicação da

Pedologia.1960,p.59

-4-

1.2.5. Aeração e agregado do solo.

As raízes das culturas utilizam o oxigênio do ar e do solo e, aproveitando a energia do carboidra­

to, desenvolvem consideravelmente o sistema radicular que irá absorver a água e os nutrientes do solo,

proporcionando o crescimento da parte aérea. Libera o gás carbônico (CO) pela raiz. Então, o oxigênio (02),

que foi absorvido pela raiz da cultura, será liberado através da troca de gases do ar com o gás carbônico do

solo. Esta velocidade de troca de gases será maior, quanto maior for a porosidade do solo. Para o aumento

da porosidade, o solo com estrutura agregada é mais eficiente do que o solo com estrutura granular simples.

Na estrutura do solo agregado, as partículas do solo são aglutinados pelo húmus e cálcio,

proporcionando porosidade com diâmetro de 1 a 10 mm, ao mesmo tempo que melhora a aeração e a

permeabilidade de água, atuando na retenção da água.

Quando a porosidade é pequena, promove a retenção da água e, se for grande, permite a circula­

ção de ar e água. Portanto, para o bom desenvolvimento da cultura, é importante a conservação do solo com

estrutura de agregação.

1.2.6. Microrganismos do solo e agregação.

Com relação à cultura, o fornecimento de matéria orgânica é um método eficiente para a formação

de agregados. Este efeito é conseqüência da decomposição da matéria orgânica e também da formação de

mucilagem; pode-se considerar que, através do fornecimento de matéria orgânica, haverá aumento de fungo

e suas hifas irão servir diretamente para agregar as partículas do solo. Os fungos, quando comparados com

as bactérias, são consideravelmente mais eficientes na capacidade de formação de agregados .. No Quadro

6, pode-se verificar esse fato.

Quadro 6. Microrganismo e agregação.

Espécies de microrganismos Porcentagem de agregados maiores f-= __ ----= ___ .::.In::.o::..:c:.:u::.la::.:d=0:.::s _______ f-__ --=d=o--'q"-'u:..::e-=2::..:mm==-a ós a inoculação Testemunha 0,0 Fungos: Penicillium 68,1

Fusarium 69,7 Rhizopus 43,4 Cunninghamella 53,1

Bactérias: Bacteria megatherium 7,3 Bacteria radiobacter 19,3 Rhizobium alluni 4,9 ~ ____ ~ ____________ L-_______ _

Fonte: OKUDA,A. (Hiryogaku gairon)-Conceito de adubação. 1960-p.94

1.2.7. Microrganismos do solo e nutrientes.

De acordo com Nishio (Michinori Nishio-Japão-1992), nas lavouras em geral, em 1 ha existem 7

t de organismos vivos no solo (em peso seco equivale a 1,4 t), além disso, em seus organismos concentram nutrientes na ordem de 100 kg/ha de N (nitrogênio). Entre as 7 t de organismos vivos no solo, encontram­

se ácaros, minhocas e outros, constituindo menos de 5%; cerca de 20 a 25% são bactérias, e 70 a 75% de

fungos. No Quadro 7, apresentam-se os teores de nutrientes, em média, dos microrganismos do solo.

-5-

Quadro 7 -Teores médios de nutrientes dos microrganismos do solo.

Nutrientes % em peso N (nitrogênio) 10,0 P205 (fósforo) 2,5 K20 (potássio) 0,6 CaO (cálcio) 0,6

Fonte:/d, ibid. 1960-p.146

1.2.8 Microrganismos e o ciclo do nitrogênio.

O N (nitrogênio) compõe cerca de 80% do ar, sendo que ele é gasoso e quase não é aproveitado

pela cultura. Este (N) nitrogênio é gasoso e estável , não reagindo com outros elementos. Conforme a

atividade de determinados microrganismos ou diante de condições de alta carga elétrica ou temperatura (o

trovão, por exemplo), ocorre alteração química e através de combinações ocorre a sua produção. O Gráfico

3 apresenta a transformação da fórmula de nitrogênio que ocorre na natureza. Além disso, representa a

síntese artificial na produção de adubo, através dessa transformação, entre as quatro formas. Dentre as

fórmulas químicas de nitrogênio, as reações h e i favorecem o aproveitamento pela planta, na forma de

nitrogênio amoniacal e nitrato. Essas transformações de formas de nitrogênio ocorrem devido à atividade do

microrganismo no solo.

Gráfico 3. Ciclo de transformação do N (nitrogênio).

a.

b.c.

d,e.

d,f.

g.

h,i.

N-Orgânico (plantas, animais)

Ig Nitrogênio-gasoso

Atmosférico

N-NO, Nitroso

Transformação em amônia (decomposição) Maioria dos microrganismos que se alimentam Proteína (planta/animal)~aminoácidos~NH4-N de matéria orgânica

Transformação em nitratos Nitrosomonas NH4-N~NO,-N~NO,-N Nitrobacter

Redução do nitrato Microrganismos que se alimentam NO,-N~NO,-N~NH,-N de matéria orgânica

Desnitrificação Bactéria desnitrificadora N03-N~NO,-N~N, (Pseudornonas sp.

Tiobaci/lus sp.)

Fixação de nitrogênio Bactéria fixadora de N independente(Azotobacter) N,~proteína (plantas/animais) Bactéria simbiótica fixadora

de N (Bactéria noduladora de raiz).

Transformação orgânica Maioria dos seres vivos que se alimentam de mat.org. NO,-N, NH,-N ~proteína(plantaslanimais) (absorção pelas plantas, alimentos)

Fonte:MIYOSHI,Hiroshi.(Dojo shindan ho)- Método de avaliação do solo. 1991,p.205

-6-

1.2.9 Atividade biológica e pH do solo.

Os microrganismos constituem-se no tesouro do solo, exercendo atividades que mantem o equi­

líbrio dinâmico. É grande a relação entre os microrganismos e o pH do solo, por exemplo, as bactérias

decompositoras de celulose, os Actinomicetos preferem pH neutro, os Aspergillus preferem pH ácido. O

Quadro 8 mostra a relação entre o pH do solo e os microrganismos decompositores de celulose.

Quadro 8- pH do solo e microrganismos decompositores de celulose

Solo-microrganismo em 19 (x103) Solo Tratamento

Bactéria Actinomicetos Aspergillus Sem calcário Testemunha 3.900 1.260 116

pH5,1 N 3.900 1.260 116

Solo ácido Celulose 3.600 600 160

N+celulose 2.480 400 4.800 Calcário Testemunha 7.700 2.760 25

pH6,5 N 7.700 2.760 25

Celulose 17.400 2.200 47

Solo neutro N+celulose 47.000 3.200 290

Fonte: WAKSMANN Solo ácido e desenvolvimento da planta. In HASHIMOTO,Takeshi.

Sansei dojo to sakumotsu sei iku. 1992,p.39.

Em relação ao solo neutro, a decomposição é realizada principalmente pela bactéria. O tamanho

da bactéria comparado ao Aspergillus é extremamente pequeno, e por isso a quantidade de N inorgânico

resultante da decomposição da matéria orgânica retido pela bactéria é pequena em solos neutros. Como

resultado, em solos neutros, aumenta teor inorgânico, acelerando a nutrição de N. Em contrapartida, nos

solos ácidos onde a decomposição da matéria orgânica é realizada principalmente pelos fungos maiores que

são os Aspergillus, aumenta a transformação orgânica do N inorgânico, retardando o efeito da nutrição.

O Quadro 9 mostra a relação da transformação de composto com as principais bactérias e o pH. A

maioria destas bactérias prefere solos neutros a levemente alcalino. Por isso é importante neutralizar os

solos ácidos para aumentar a atividade dos microrganismos do solo.

Quadro 9- Bactéria e pH relacionado a transformação de compostos nitrogenados

Bactéria PH Otimo limite mínimo limite máximo

Nitrobacter 7,1 5,0 10,0 Nitrosomonas 7,8 Azotobacter 7,5 -7,7 Redutor de nitrato 7,0 - 8,2 5,2 9,8

Fonte: WAKSMANN.Solo ácido e desenvolvimento da planta. In: HASHIMOTO, Takeshi.

Sanseidojo to sakumotsu seiku. 1992,p.39.

-7-

2. Elementos importantes e indispensáveis para as culturas.

2.1. Macroelementos

Na química, chamamos de elementos as substâncias que não podem ser divididas em mais do que

duas substâncias. Os nutrientes são elementos necessários para o desenvolvimento do vegetal e da cultu­

ra. Existem mais de 50 elementos componentes do vegetal, mas, dentre eles, atualmente 16 são considerados

elementos essenciais e que não podem faltar no desenvolvimento das plantas. Pode-se pensar que isso

poderá aumentar no futuro. Os elementos essenciais absorvidos pelas culturas, constituídos de macro e

microelementos, estão apresentados no Quadro 10, com as formulações e quantidades necessárias.

Carbonizando a planta, 10% da matéria seca é constituída de cinza. Os principais componentes

da cinza são: C, O, H, N, K, Ca, Mg, P, S, além disso contem: Fe, Mn, Zn, Cu, Mo, Co, B, Si. Estes são os

nutrientes necessários para o desenvolvimento das plantas, por isso são chamados de elementos essenci­

ais. Atualmente, os elementos essenciais das plantas superiores apresentados no quadro abaixo, reconhe­

cidos e aceitos são 9 macroelementos e 7 microelementos. Dentre eles, C, H e O vem do ar e da água, e os

restantes 13 elementos são fornecidos pelo solo.

Quadro 10- Comparação das quantidades necessárias e formulações dos elementos

necessários para as plantas.

Símbolo químico- Fórmula absorvida pela Peso seco % (elemento) planta

M I. C (carbono) CO2 45 a 2. O (oxigênio) O2 45 c 3. H (hidrogênio) H20 6 r 4. N (nitrogênio) NH/ , N03- 1,5 o 5. K (potássio) K+ 1,0 s 6. Ca (cálcio) Ca2+ 0,5

7. Mg (magnésio) Mg2+ 0,2 8. P (fósforo) H2P04- , H2PO/ 0,2 9. S (enxofre) S042

- 0,1 M 10. Cl (Cloro) cr 0,01 i 11. Fe (Ferro) Fe 2+, Fe 3+ 0,01 c 12. Mn (Manganês) Mn 2+ 0.005 r 13. B (Boro) H3B03 0,002 o 14. Zn (Zinco) Zn2+ 0,002 s 15. Cu (Cobre) Cu+, Cu2+ 0,0006

16. Mo (Molibdênio) Mooi+ 0,00001

Peso seco ppm 450.000 450.000 60.000 15.000 10.000 5.000 2.000 2.000 1.000

100 100 50 20 20

6 0,1

Fonte: STAUT.Conhecimento Básico de Nutrição de Planta.In:TAKAHASHI,E.Sakumotsu

no kissô-chishiki.1982,p.183.

No Quadro 11, exemplificamos as quantidades de elementos absorvidos pela soja.

-8-

Quadro 11- Soja (3,0 t de grãos + 5,0 t outras partes da planta = 8,0 t total) (Peso seco).

Elemento kglha (%) Elem ento k a (%) Elemento a (%)

C (Carbono) 3.500 43,7 N 320 B 100 H (Hidrogênio) 450 5,6 P 30 Cl 10.000 O (Oxigênio) 3.300 41,3 K 110 Cu 100

Ca 80 Fe 1.700 7.250 90,6(%) Mg 35 Mn 600

S 25 Mo 10 Outro s (*) 138 Zn 200

Co 5 738 9,2% 12.715 0,2%

(*)Al (alumínio), Si (silício), Na (sódio)

Fonte:MALAVOLTA,E. Elementos de Nutrição Mineral de Plantas. São Paulo, 1980,p.ll

Com relação aos macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg, S) para a soja, as quantidades necessárias por ha

variam de 25~ 30 kg a algumas centenas de kg, além disso, necessitam de 5 g a 10 kg de micronutrientes por ha.

Nos solos do Brasil, em geral, ocorrem deficiências de B, Cu, Fe, Mn. Mo e Zn. Sobretudo, na soja, os

elementos necessários são o Co e Cl. O Co é nutriente indispensável para as bactérias noduladoras das

leguminosas que fixam o N (nitrogênio) do ar. O CI é importante para as culturas, sendo a maior parte fornecida

pelas chuvas e como componente de adubo, por isso não há necessidade de fornecer na adubação.

2.2. Micronutrientes.

A descoberta de que os micronutrientes compõem a maioria das enzimas das plantas provocou na

biologia uma grande mudança, ampliando a grande função dos micronutrientes, com a compreensão da sua

importância fisiológica. Ficou claro que os micronutrientes constituem-se no princípio básico da vida,

porque a síntese, das substâncias em geral, é realizada com a ajuda das enzimas, e, na sua composição, estão

os micronutrientes. São conhecidos, atualmente, cerca de 1.000 enzimas, dos quais aproximadamente 1/3

são ativadas por micronutrientes.

2.2.1. Função dos micronutrientes.

No Quadro 12, estão apresentados as funções dos micronutrientes na planta.

Quadro 12- Funções dos micronutrientes na planta.

Elemento B

Cl Co Cu

Fe

Função Formação da membrana celular Absorção e transporte de água e cálcio Translocação de carboidratos Síntese de lignina e celulose Síntese de ácido nucléico e proteína Associação com o cálcio; germinação do pólen e crescimento do tubo polínico; maior pegarnento da florada; aumenta a germinação; diminui a esterilidade masculina e chocharnento de grãos. Participa na fotossíntese e abertura dos estômatos Controle hormonal(ácido abcissico, etileno), fixação de N2

Metabolismo de fenóis e lignificação Formação de grão de pólen e fertilização Nodulação e fixação de N2

Aumenta a resistência a doenças Fotossíntese Síntese da clorofila Fixação de N2

-9-

Mn

Mo

Zn

Síntese de proteína Respiração Aumenta a resistência a doenças Biossíntese de clorofila, glicolipídeos Metabolismo do nitrogênio Síntese de proteína Controle hormonal (ácido indolacético) Formação de grão de pólen Metabolismo do ácido nucléico e proteína Absorção e transporte de Fe Enzima redutor de nitrato (N03)

Fixação de N2 do ar Síntese de vitamina C Reduz o excesso de toxidez de metais pesados como Zn, Cu e Ni Transformação orgânica de P na planta Aumento no tamanho e multiplicação celular Fertilidade do grão de pólen Síntese do triptofano Formação de amido Síntese de proteína Res iração

Fonte: MALAVOLTA,E. Fertilizantes e seu Impacto Ambiental.São Paulo,1994,p.6-7.

2.2.2. Relação entre a deficiência de micronutriente e ocorrência de doença.

A deficiência de alguns micronutrientes tem grande relação com doenças, esta relação é apresen­

tada no Quadro 13.

Quadro 13- Relação entre deficiência de micronutriente e doenças.

Elemento Cultura Doença Elemento Cultura Doença

B Cevada Erysiphae graminis Mn Cana de açúcar Helminthosporium sacchari Trigo Puccinia triticum Aveia Bactéria

P.glumarum Tomate TMV Girassol Erysiphae cicharacearum Batata Phytophtora infestans Beterraba Phoma betae Mo Alfafa Doenças em geral Crucíferas Plasmodiophora brassicae Zn Seringueira Oidium heveae Couve-flor Botrytis sp. Phytophtora sp. Tomate PVX Citrus Tylenchylus semipenetrans Ervilha Alternaria colhioides Batata Phytophtora infestans

Cu Trigo P.triticina Arroz Pyricularia oryzae Mn Leguminosas Rhizoctonia solani Sorgo Sphacelotheca sorghi

Fonte: MALAVOLTA,E.Avaliação do Estado Nutricional das Plantas. São Paulo, 1997,p.l35;

MALAVOLTA,E.Apud. "Informações Agronômicas".POTAFOS.Piracicaba,no75,p.2,set.1996.

A freqüência de aparecimento de deficiência de micronutrientes nos solos do Brasil é, em primeiro

lugar B, Zn, seguidos na seguinte ordem: Cu, Mn, Fe, Mo.

2.2.3. Fontes de micronutrientes.

As principais fontes de micronutrientes estão apresentados no Quadro 14.

- 10 -

Quadro 14- Principais fontes de micronutrientes.

Elemento Nome do produto Composição química Teor aproximado Solubilidade (% ) em água(gIlitro)

B Bórax -Na2B40 7 IOH2O 11 20 Ácido bórico -H3B03 17 63 Ulexita -NaCaBs0 9 8H2O 8-10 insolúvel

Cl Cloreto de sódio -NaCl 59 -Cloreto de potássio -KCl 52 -

Co Cloreto de cobalto -CoCI2 . 2H2O 35 -Sulfato de cobalto -CoS04 . 7H2O 22 600

Cu Sulfato de cobre -CUS04 . 5H2O 25 316 Óxido de cobre -CuO 75 insolúvel Oxicloreto de cobre -3Cu(OH)2CuCI2 56-68 -

Fe Sulfato ferroso -FeS04 . 7H2O 19 156 Férrico -Fe2(S04)3 . 4H2O 23 -

Mn Sulfato de manganes -MnSO.3H2O 26-28 742 Óxido de manganes -MnO 41-68 insolúvel

Mo Molibdato de sódio -Na2MoO . 2H20 2 39 562 Molibdato de amonio -(N~)6Mo7024 . 4H2O 54 430 Trióxido de molibdênio -Mo03 66 -

Na Cloreto de sódio -NaCl 39 -Salitre do chile -NaN03 26 -Salitre potássico -NaN03 . KN03 18 -

Zn Sulfato de zinco monohidratado-ZnS04 . H20 35 -Sulfato de zinco heptahidratado-ZnS04 . 7H2O 23 965 Óxido de zinco -ZnO 20-78 insolúvel

Fonte: MALAVOLTA,E. Fertilizantes e seu Impacto Ambiental. São Paulo, 1994,

p.1 O l-I 02;Id.Micronutrientes na Agricultura. São Paulo, 199 f,p.394

2.2.4. Métodos de uso dos micronutrientes.

Os principais métodos de uso dos micronutrientes estão descritos no Quadro 15.

Quadro 15-Contro1e de deficiência de micronutrientes, características dos produtos químicos e

dose de aplicação.

Elemento Produto químico Fórmula quillÚca Teor de Pulverização foliar Uso no solo elemento

% (%) (ÁguaUha) -(kg/ha)

B Bórax Na2B.Ú7 . lOH2O 11 0,3 500 10-15 Ácido bórico H3B03 17 0,3 500 3 -lO

Cu Sulfato de cobre CuSO •. 5H2O 25 0,2-0,4 1.000 10-20 Fe Sulfato Ferroso Fe2(SO.)3 . 7H2O 20 2,0 500 50-60 Mn Sulfato de manganês MnSO •. 4H2O 23-28 0,3 500 50

(adicionar 0,3% de cal virgem) 0.05 500

Mo Molibdato de amôuio (NH.)6Mo,o, •. 2H2O 54 0,05 500 -Molibdato de sódio Na2Mo.2H20 39 0,3 1.000 -

Zn Sulfato de zinco ZnSO •. 7H2O 22 (adicionar 0,3% de cal virgem) 20- 30

Fonte:CAMARGO,P.N.Manual de Adubação Foliar.São Paulo, 1975.

2.2.5. Pulverização foliar e tempo de absorção

O tempo de absorção dos elementos aplicados em pulverização foliar está apresentado no quadro 16.

- 11 -

Quadro 16-Velocidade de absorção de nutrientes aplicados nas folhas.

Nutriente Tempo para absorção de 50% N 1/2 - 2 horas P 5 -10 dias K 10 - 24 horas Ca 10 - 94 horas Mg 10 - 24 horas S 5 -10 dias Cl 1 - 4 dias Fe 10 - 20 dias Mn 1 - 2 dias Mo 10 - 20 dias Zn 1 - 2 dias

Fonte: MALAVOLTA,E. ABC da Adubação. São Paulo, 1988,p. 162

2.2.6. Ação recíproca dos elementos.

No solo oCa, Mg e K apresentam a propriedade de impedir mutuamente a absorção. A isto,

chamamos de antagonismo.

Aumento de Mg e K ~ inibe a absorção de Ca.

Aumento K ~ inibe absorção de Mg.

Aumento de Ca e Mg ~ inibe a absorção de K.

Por este motivo, ocorre o desequilíbrio dos nutrientes no solo, tomando-se causa de vários

distúrbios fisiológicos.

Por outro lado, a ação de certos nutrientes irá aumentar o efeito de outros nutrientes. A isto,

chamamos de sinergismo, como é mostrado no Gráfico 4.

Gráfico 4. Ação mútua dos elementos.

Mn

p

--- Antagonismo

- - - - Sinergismo

Mo

Fonte: NAKASHIMA,Todomu.Tsuchi o shiru.1991,p.62

- 12 -

3. Medidas para minimizar os obstáculos.

3.1. Melhoramento da acidez.

3.1.1. o pH do solo, os elementos e as culturas. O Gráfico 5 mostra a relação entre o nível de aproveitamento dos elementos e o pH do solo.

Gráfico 5- Relação entre o pH e o aproveitamento dos elementos do solo.

5,0 6,0 6,5 7,0 8,0

Fonte: MALAVOLTA,E. Manual de Fertilidade do Solo.São Paulo, 1989,p.42

Quadro 17-Grau de pH adequado para aproveitamento dos elementos. H ara o a roveitamento máximo Microelemento

5,0 -7,0 B 5,0 -7,0 CU W-~ ~ 5,0 - 6,5 Mn ~-~ ~ 5,0 -7,0 Zn

Fonte: Id.,ibid.,São Paulo, I 989,p.1 O I

Quadro 18-Valor de pH ideal para cada cultura.

5,0 - 6,0 Batatinha Batata-doce Melancia Arroz

6,0- 6,5 Grama Bermuda Milho Algodão Sorgo Amendoim Soja Trigo Feijão Café

Fonte:Id.,ibid.,São Paulo, 1989,p.43.

Alfafa Trevo

-13-

6,5 -7,0

3.1.2 . . Causas da acidificação e seu controle.

Tanto em clima tropical, subtropical como temperado, com precipitação alta, os cátions (K, Ca,

Mg) têm acentuada lixiviação, e os solos ficam ácidos. Os solos das culturas são calcareadas, mas por que eles se tomam ácidos?

As seguintes razões podem ser consideradas:

1) Acidificação pela água de chuva.

Através da água de chuva e de irrigação, o W (íon de hidrogênio) contido provoca a lixiviação

dos cátions (K, Ca, Mg, Na) do solo em troca pela infiltração de H+ (íon de hidrogênio).

2) Acidificação pela absorção de cátions pela cultura.

As raízes das plantas absorvem como nutriente K (potássio), Ca (cálcio), Mg (magnésio), e

devolve o H+ (íon de hidrogênio) ao solo.

3) Acidificação pelo adubo.

Pela utilização de fertilizantes ácidos, como: sulfato de amônio, uréia, nitratos, MAP (NH4H2P04)

e DAP [(NH4)2H2P04].

4) Acidificação pela erosão.

Pela erosão, ocorre perda da camada de solo arável, diminuindo os cátions deixando o subsolo

que contém bastante H+.

3.1.3. Motivo da calagem. Abaixo os objetivos da calagem e conseqüentemente o melhoramento do solo:

1) correção da acidez do solo, neutralização do AI (alumínio) e insolubilizar o excesso de Mn e F e.

2) fornecimento de Ca e Mg necessários à cultura.

3) aumento do nível de aproveitamento dos elementos da adubação.

4) neutralização da acidez pelos adubos ácidos.

5) ativação dos microrganismos do solo:

(a )mineralização da matéria orgânica do solo pelos microrganismos (decomposição).

(b )plantas leguminosas (feijão, soja, amendoim e outros), através das bactérias noduladoras

que fixam N (nitrogênio) do ar.

Para a produção das culturas, são necessários os seis macroelementos N, P, K, Ca, Mg, S e, dentre

eles o Ca é o terceiro, o Mg é o quarto em importância. ° calcário é o material mais barato para fornecimento

de CaeMg.

3.1.4.Correção de pH do solo e grau de aproveitamento do adubo. Conforme será apresentado no Quadro 19, o nível de absorção eficiente dos elementos do adubo

pela cultura varia de acordo com o pH do solo. A relação entre o pH e o grau de absorção efetivo é

apresentado a seguir:

1 )em solo fortemente ácido (pH 4,5 ~5,0), são aproveitados apenas 20 ~50% de N, P, K do adubo.

2)ao contrário, em solos corrigidos (pH 6,0 ~6,5) o aproveitamento dos elementos do adubo

aplicado varia entre 50 - 100%.

Estes fatos mostram a grande importância do manejo de adubação no melhoramento do solo

através da cal agem.

- 14-

Quadro 19-Variação do grau (%) de aproveitamento dos principais elementos nas culturas de

acordo com o pH.

Elemento pH

4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7.0

N 20 50 75 100 100 100

P 30 32 40 50 100 100

K 30 35 70 90 100 100

S 40 80 100 100 100 100

Ca 20 40 50 67 83 100

Mg 20 40 50 70 80 100

Média 27 46 64 79 93 100

Fonte: GUILHERME,M.R. Calagem.1993,PA.

3.1.5. A relação entre a acidez do solo e ativação dos microrganismos do solo.

I)A matéria orgânica é uma fonte importante no fornecimento de N, Se B. Para estes elementos

serem absorvidos pelas raízes das plantas é necessária a mineralização pelos microrganismos.

2) A fixação do N do ar nas culturas de leguminosas depende das bactérias noduladoras que

vivem no solo. Um exemplo apresentado mostra que são necessários 300 kg de N para 1,0 ha de soja. Se

fornecer uréia, é preciso aplicar 667 kg. Com a correção de acidez do solo, ocorrerá a fixação de N do ar,

dispensando a adubação nitrogenada.

3.1.6. Capacidade de reação do calcário.

De acordo com a resolução do Ministério da Agricultura em 12/06/1986, foi determinado o poder

de neutralização do calcário conforme o seu grau de moagem (Quadro 20).

Através do Quadro 20, podemos entender o seguinte:

(1) peneira 10 (2 mm) - não reage no solo.

(2) o que passa na peneira 20 (0,84 mm) e 10 (2 mm) de 1.000 kg, 200 kg reagem no solo.

(3) o que passa na peneira 50 (0,3 mm) e 20 (0,84 mm) de 1.000 kg- 600 kg reagem no solo.

(4) o que passa na peneira 50 (0,3 mm) de 1.000 kg reagem 1.000 kg.

Quadro 20-Capacidade de reação do calcário conforme o grau de moagem

Grau de finura Ca acidade de reação (%)

Peneira não passa na peneira 10 o

Peneira 10 - 20 20

Peneira 20 - 50 60

Peneira passa na peneira 50 100

- 15 -

3.1. 7. Poder relativo de neutralização total (PRNT)

O poder relativo de neutralização total determina a reação do poder de neutralização do calcário.

PN X RE

PRNT = ------

100

PN é igual a rocha calcária e é determinado de acordo com a composição química de CaO e MgO,

no produto final moído.

RE está diretamente ligado ao grau de moagem da rocha calcária.

Em conclusão, o PRNT elevado indica o calcário que apresenta reação mais rápida.

3.1.8. Equilíbrio da relação CalMg no solo.

O calcário, conforme o teor (%) de Mg, pode ser classificado em calcário calcítico, magnesiano e

dolomítico (Quadro 21). Há necessidade de escolher qual o tipo de calcário a ser aplicado dentre os três

tipos.

Quadro 21- Classificação do calcário, conforme o teor de MgO.

Tipo de calcário Calcítico Magnesiano Dolomítico

MgO(%) 0-5 6 -12 > 12

Segundo Küpper (1981) e Vitti (1984), para a maioria das culturas, a relação de absorção de Ca e

Mg é de Ca 3~5:Mg 1.

Entretanto, conforme as estatísticas de 81.000 amostras de solo analisadas no Estado de São

Paulo, 50% dos solos apresentaram a relação abaixo de Ca 2: Mg 1. Este fato se deve a utilização de calcário

dolomítico por longo tempo, sem levar em conta o equilíbrio, conforme mostra o Quadro 22. No Estado de

São Paulo, os agricultores vieram aplicando o calcário dolomítico, desequilibrando a relação de Ca:Mg.

Quadro 22- Análise de solo e o uso de calcário dolomítico no Estado de São Paulo.

CaO*:MgO** Relação CaO : MgO

24 17 1,4 1 25 20 1,4 1 30 20 1,5 1 35 20 1,7 1 37 13 2,8 1

* CaO 560 Kg = 1 meq/Ca no solo

** MgO 402 Kg = 1 meq/Mg no solo

Fonte:GUILHERME,M.R. Calagem.1993, p. 7

- 16 -

meq/solo Relação no solo Ca : Mg Ca Mg

0,42 0,42 1,0 1 0,50 0,50 1,0 1 0,53 0,50 1,1 1 0,62 0,50 1,2 1 0,66 0,32 2,1 1

Este desequilíbrio de Ca:Mg no solo provoca influência na produtividade da cultura. No Estado

de São Paulo faz-se a correção da acidez das lavouras, mas ocorre que não está sendo alcançada a produti­

vidade objetivada. Para solucionar este problema, há necessidade de calcular a aplicação de calcário para

manter a relação Ca/Mg em 3 a 5.

3.1.9. Çálculo de calagem.

Para se calcular e decidir a quantidade de calcário a ser aplicado, há necessidade da análise de

solo. Esta deve ser representativa da área a ser corrigida. Antes do plantio das culturas anuais ou perenes,

as amostras devem ser de O ~ 20 cm, que é a profundidade da maioria das culturas.

N.e.( quantidade necessária de calcário) é calculada da seguinte forma:

CTC (V2- V1) N.C.= x p

PRNT

N.C. = Quantidade de calcário necessário para 1 ha (t/ha).

C. T.e. = Ca + Mg + (H + AI) (obtido pela análise).

VI = Saturação de bases do solo (K + Ca + Mg)

V2 = Saturação de bases a ser atingida através da calagem (varia de acordo com a cultura, em

geral é de 60 ~80%).

PRNT = Poder relativo de neutralização total.

P = profundidade

= 0,5 ... aplicação de calcário em camada de O - 10 cm

= 1,0 ... aplicação de calcário em camada de 0- 20 cm

= 1,5 ... aplicação de calcário em camada de O - 30 cm

= 2,0 ... aplicação de calcário em camada de O -40 cm

Exemplo de cálculo. 8,13 X (70 - 36) Resultado de análise: N.C. = ---------­C.T.C=8,13

V1=36%

V2=70%

85 xl = 3,25

(1) caso de aplicação de calcário com PRNT=85%: N.e. = 3,25 t/ha

(2) caso de aplicação de calcário com PRNT=45%: N.e. = 6,14 t/ha

Na prática, o caso 1, em virtude da moagem fina (PRNT elevado), a quantidade de aplicação é

menor. No caso 2, aumenta o custo pela quantidade, frete e armazenagem.

3.1.10. Recomendação técnica de calagem

Para a recomendação técnica de cal agem, há necessidade de considerar o PRNT do calcário, a

relação Ca:Mg do solo e os teores de CaO e MgO do calcário. Para isso, divide-se o Ca meq/l 00 mL pelo Mg

- 17 -

meq/lOO mL do solo para saber a relação Ca/Mg. Então, faz-se o cálculo da calagem através da fórmula

estudada.

Ao final, para atingir a relação Ca/Mg desejada, observando o teor de CaO e MgO do calcário,

escolhe-se o tipo de calcário a ser utilizado.

No Quadro 23, apresentamos um exemplo de recomendação.

Quadro 23- Exemplo de cálculo de calagem.

Cultura Relação Ca!Mg no solo

1. soja 2,3:1 2. soja 3,6:1

*calcítico CaO 48% MgO 4%

**dolomítico CaO 37% MgO 13%

Quantidade de calcário(tlha)

3,0 1,5

Fonte: GUILHERME,M.R. Calagem.1993, p. 9

3.1.11. Importância da calagem

Tipo de calcário

calcítico* dolomítico**

Com relação à calagem os seguintes itens devem ser considerados:

Relação Ca!Mg do solo esperado 3,5;1 3,1:1

1) para o bom aproveitamento do adubo aplicado, há necessidade de corrigir o pH do solo para

6,0~6,5.

2) para melhorar o efeito da calcário, há necessidade de umidade e tempo.

a) Água: se o solo estiver seco, o calcário não age.

b) Tempo: o efeito de calcário depende muito do seu grau de finura.

Na prática, é importante observar os dois itens seguintes:

1) calcário "grosso", com PRNT (45 ~ 70%), deve ser aplicado com 4 a 6 meses de antecedência.

2) calcário "fino", com PRNT acima de 80%, pode ser aplicado 1 a 2 meses antes do plantio ou

semeadura.

Diz-se que o calcário não age no mesmo ano e funciona na safra seguinte, isto ocorre quando se

utiliza calcário de qualidade inferior.

Então, na prática, podemos considerar os seguintes:

1) calcário grosso, com PRNT (45 ~ 70%), exige vários anos para produzir efeito, causando pre­

juízo ao lavrador.

2) calcário fino, com PRNT acima de 80%, apresenta resultado no mesmo ano e obviamente na

safra seguinte, relacionado ao manejo do solo, continua o efeito por 2 a 3 anos.

Mas, pergunta-se sobre a necessidade de repetir a calagem, uma vez quue ocorre efeito

residual do calcário; mas isso não é perene, e o solo se acidifica, por isso faz-se a análise do

solo, procedendo a calagem conforme a necessidade.

3) correção do subsolo: na maioria das culturas, o sistema radicular não se desenvolve bem em solo

ácido. Isto se deve ao excesso de AI (alumínio) ou deficiência de Ca (cálcio). Geralmente, ocorrem

ambos. Com relação à correção do solo na profundidade, conforme o relato de Quaggio e outros

(1985), em solo de cerrado de latossolo vermelho, a calagem de 6 t/ha, após 30 meses, na profundi­

dade de 50 cm (Ca + Mg), aumentou 0,5 meq/lOO em3, e o pH (H20) passou de 4,6 para 5,0.

- 18 -

3.1.12. Fatos na calagem

Os pontos importantes são os seguintes:

1) o calcário não é solúvel em água, é importante o contato das partículas do calcário com os

grânulos do solo, por isso é preciso incorporar bem o calcário no solo.

2) a Iixiviação do Ca no solo é bastante lenta.

3) onde há AI e não há Ca, a raiz da planta não se desenvolve; sem crescimento da raiz das

culturas não há aproveitamento do adubo e a produtividade é baixa.

3.1.13. Aplicação antes do plantio

O calcário deve ser espalhado por toda área. Para uma boa incorporação, aplica-se a metade antes

da aração, e a metade antes da gradeação.

A planta absorve o nutriente pela raiz, por isso considera-se a raiz como a boca da planta. Quanto

mais profundo se corrige, aumenta a eficiência da calagem, desenvolve melhor o sistema radicular, aumen­

tando o aproveitamento da adubação, resiste mais à seca, alcançando maior produtividade.

No Quadro 24, segundo o resultado obtido em pesquisa realizada em Campinas, Estado de São

Paulo, fazendo a calagem no milho na profundidade de 30 cm, houve aumento de 26 sc/ha em relação à

aplicação na profundidade de 12 cm.

Quadro 24- Efeito da profundidade de incorporação de calcário(4 tlha) na produtividade de

milho em solo-LE.

Profundidade Produtividade Índice de incorporação sc/ha

0-12 57 100 0-15 66 116 0-30 83 146

1 saco = 60 kg LE: Latossolo Roxo Escuro

Fonte:GUILHERME,M.R. Calagem.l993,p.ll.

3.1.14. Calagem na cultura perene.

Aumento sc/ha

o 9 26

No caso de cultura perene (café, citrus e outras) procede-se da seguinte forma:

1) lavoura de café-aplicam-se 2/3 da quantidade sob a copa, atingindo até 30 - 40 cm além da

ponta dos ramos, e 1/3 no meio da rua. É melhor fazer a aplicação antes da esparramação.

F ora dessa época, pode-se realizar a calagem na capinação, misturando com a terra. Em lavou­

ra mecanizada, espalha-se por toda área, inclusive embaixo da copa, e faz-se uma leve gradagem

sem prejudicar a raiz do cafeeiro.

2) fruticultura e outras perenes-esparramação por toda área, inclusive sob a copa, e fazer uma

grade ação leve ou na capinação, misturando com a terra.

3) segundo corte de cana de açúcar-aplicação por toda área e fazer uma gradeação leve sobre a

terra.

4) pastagem-no início das chuvas 1 a 2 meses antes da adubação com fósforo ou nitrogênio,

roçar o capim, espalhar o calcário fino por toda área em cobertura e fazer uma leve gradeação

para incorporar com a terra. Para obter bom resultado em curto prazo, recomenda-se aplicar o

calcário junto com o gesso agrícola. Esta mistura é de 70% de calcário e 30% de gesso

agrícola. A quantidade de aplicação deve ser calculada conforme o PRNT.

- 19 -

3.2. Gessagem

3.2.1. Efeito da gessagem agrícola.

Malavolta afirma os seguintes efeitos da gessagem agrícola:

1) fonte de Ca e S;

2) melhora o sistema radicular;

3) correção do excesso de Na no solo;

4) diminui a salinização do solo;

5) Diminui a perda de N (nitrogênio) durante a fermentação.

Abaixo os padrões do gesso agrícola:

Umidade CaO S P20S Si02 (insolúvel) Fluoretos (F) R203(Ah03+ Fe03)

17% 26% 15%

0,75% 1,26% 0,63% 0,37%

A composição do gesso agrícola é de 96,5% de CaS04.2Hp. Em outra análise, segundo MAY e

SWEENE (1982), apresenta micronutrientes (B, Co, Cu, Fe, Mn, Ni, Na e Zn) e também elementos tóxicos

como (AI, As, Cd e outros) em pequenas quantidades.

Como fonte de S (enxofre), em solos com baixo teor para fornecer 30 a 40 kg/ha de S, é necessário

aplicar 200 - 270 kg/ha de gesso agrícola.

3.2.2. Lixiviação de K e Mg e o uso excessivo de gesso agrícola

° uso excessivo de gesso agrícola provoca a lixiviação de Mg e K. A aplicação do gesso agrícola

deve ser recomendada quando a saturação de Ca no subsolo a 20 ~40 em for menor do que 60%, e a

saturação por AI for acima de 20%. Deve-se evitar a aplicação do gesso agrícola acima de 1,5 tlha.

3.2.3. Método de aplicação do gesso agrícola.

Malavolta e Klemann recomendam o uso do gesso agrícola, quando o cálcio no solo for baixo, e

o AI no subsolo, elevado. Como, atualmente, não está estabelecido um padrão ideal de aplicação, surgere­

se o seguinte:

AI 3+ 1 meq/l00 cm3 no solo - aplicar 2 t/ha de gesso agrícola.

Para aumentar 1 meq/l00 cm3 de Ca no solo aplicar 2 tlha de gesso agrícola.

A Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais-CFSEMG (1989) de acordo com a

composição do solo, apresenta a quantidade de aplicação:

Solo arenoso « de 15% de argila) = 0,5 tlha

Solo areno-argiloso (15 ~ 35% de argila) = 1,0 tlha

Solo argilo-arenoso (36 ~ 60% de argila) = 1,5 tlha

Solo argiloso (> 60% de argila) = 2,0 tlha.

- 20-

A quantidade de aplicação do gesso agrícola, para correção de acidez, é recomendada usar 25 -

30% da quantidade de calcário. Ambos se complementam mutuamente. Quando a cultura está instalada,

aplica-se o calcário e o gesso sob a planta, na entrelinha e também na área total ou em linha.

Periodicamente, deve-se fazer a análise de solo e examinar o seu efeito. Como o gesso agrícola é

solúvel, pode-se espalhar sobre a terra, sem necessidade de incorporação. ° calcário deve ser aplicado com

antecedência e depois incorporar no solo e, na ocasião do plantio, pode-se aplicar o gesso agrícola.

3.2.4. Cálculo da gessagem

A calagem, em geral, não corrige a acidez em profundidade, no caso de cafezais já formados, onde

é inviável a incorporação do corretivo, a menos quando se procede à subsolagem.

Ou se usam doses relativamente pesadas em solos leves, empregando-se calcário de boa qualida­

de, ou se esperam alguns anos. Isto se deve ao fato de que o ânion, acompanhante do cálcio, cot, dissipa­

se na atmosfera da superfície do solo e acima dela. Em conseqüência, o cafeeiro (ou outra cultura qualquer)

tem o seu sistema radicular concentrado na superfície e, por isso, aproveita menos os nutrientes qUl

perco Iam, absorvem menos água e sentem mais o efeito da estiagem.

° gesso, gesso agrícola ou fosfogesso, é o CaS04.2Hp (sulfato de cálcio), subproduto da

indústria do ácido fosfórico. ° ânion acompanhante do Ca2+ é sot, que, ao contrário do cot, não se perde

por volatilização, sendo capaz de descer no perfil, processo que é acompanhado pelo cálcio. Disso resulta

que, em profundidade, aumenta a saturação em cálcio do complexo de troca, e o AI tóxico é "neutralizado".

A gessagem usualmente não modifíca o pH e não é substituta da calagem. Ambas se complementam.

A pesquisa agrícola ainda não encontrou uma fórmula, para calcular a dose de gesso a usar em

função dos dados de análise do solo, que tenha tido comprovação prática. Enquanto isso, pode-

se, provisoriamente, usar a seguinte:

NG (0,6 CTCe - meqCall 00 cm3) x 2,5 ou

NG (meq AI/l 00 cm3 - 0,2 CTCe) x 2,5 onde

NG necessidade de gesso.

toneladas de gesso/ha

CTCe capacidade de troca catiônica efetiva.

meq (AI + K + Ca + Mg)/l 00 cm3

Deve-se pensar no uso do gesso quando:

a) a análise do solo na profundidade de 21- 40 em (e não a correspondente O - 20 em) revelar uma

participação do Ca na CTCe menor que 60%;

b ) A análise do solo a 21 - 40 cm (e não a O - 20 em) mostrar que a saturação em AI é maior que

20%.

Quando o solo, antes do plantio, necessitar de calcário e de gesso, primeiro se faz a calagem na

forma recomendada e depois se distribui o gesso a lanço, sendo dispensada a sua incorporação. Pode-se

também usar produtos comerciais que contêm uma mistura de calcário e gesso. Nos cafezais em formação ou

produção, o gesso é aplicado a lanço e, nesse caso, pode-se usá-lo previamente misturado com o calcário

(se o solo necessitar de cal agem) ou separadamente.

~ 21 ~

4.Técnica de melhoramento de manejo e adubação.

4.1. Cálculo de adubação para cultura de hortaliças.

4.1.1. Sistema de absorção de nutrientes em hortaliças.

O pesquisador japonês Koya Yamazaki, que esteve no Brasil em 1969, para proferir um curso

sobre adubação de hortaliças na Estação Experimental da Cooperativa Agrícola Sul Brasil, em Atibaia,

dividiu as culturas em dois grupos, de acordo com a época de absorção de nutrientes pelas hortaliças:

a) as do tipo A, compreendendo as hortaliças de frutos - como tomate e berinjela -, e hortaliças

de ciclo longo - como o repolho, couve-chinesa, leguminosas e morango - que absorvem

nutrientes na fase posterior, dando ênfase na adubação de cobertura;

b) as do tipo B, compreendendo as culturas que absorvem mais nutrientes na fase intermediária

- como nabo, cenoura e batata -, dando ênfase na adubação básica.

Gráfico 6. Dois tipos de hortaliças, conforme o sistema de absorção de nutrientes (kg/O, lha)

40

30

QUANTIDADE

DE ABSORÇÃO 20 (Kg / 01 ha)

10

QUANTIDADE

DE ABSORÇÃO

(Kg / 01 ha)

20

10

TIPO A

(Proporção

de Absorção)

K,O (lO)

CaO (8)

N (6)

P,o, (2) MgO (1,5)

2 3 4 5 6 MESES '----:--l~

Legummosas I Hortaliças

e folhosas : de frutos

Repolho

Couve Chinesa

TIPOB Período de

máxima "absorção~

(Proporção de Absorção)

_---K,O (10) ~--CaO(8)

~---N(6)

_~~~==~=~:E=~=~P205 (2) MgO (1,5)

2 3 4 5 MESES '--_---', L--...J

Hortaliças Hortaliças de raiz para produção

Cebolinha de sementes

Fonte: YAMAZAKI,Koya. Sosai no hibai. 1960,p.160.

- 22-

A absorção de nutrientes nas hortaliças do tipo A, é crescente, principalmente nos últimos 30 dias

do ciclo, quando chega a 60~80%. Nas hortaliças do tipo B, a absorção atinge a 60~80% a partir de 60 dias antes da colheita,

principalmente nos 30 a 40 dias, quando atinge a fase de aumento no crescimento vegetativo. Depois disso,

os nutrientes são acumulados nas raízes, tubérculos e bulbos. diminuindo a absorção pelas raízes.

4.1.2. Padrões de produtividade de hortaliças e quantidade de absorção de elementos do adubo.

Considerando os padrões de produção de hortaliças e as quantidades de nutrientes absorvidos

em cada cultura, tomando-se como base geral KP igual a 10, serão absorvidos dentro dos seguintes limites

N 6~8, CaO 8~ 15, pps 2~4, MgO 1~3. No Quadro 25, estão calculadas as quantidades de nutrientes neces­

sárias para cada tipo de hortaliças. Estes valores estimados, para cada cultura, ainda devem ser melhorados

em alguns pontos, mas foram baseados na proporção de cada nutriente para fazer a adubação. E, também,

esses números indicam as quantidades de nutrientes que deverão ser absorvidos, por isso é diferente da

quantidade de adubo. Como o adubo é aplicado no solo, lixívia com a água de chuva e irrigação. O índice de

lixiviação varia com o tipo de solo. Então considerando o tipo de solo, é melhor calcular a quantidade de

adubo baseado no fator de multiplicação, conforme o Quadro 26.

Quadro 25-Padrões de produtividade de hortaliças e quantidade de absorção de elementos do

adubo.

Fator Produção e espécie de hortaliças (t./0,1 ha) Quantidade absorção de elementos (kg./O,1 ha)

N

4 Pepino (8),Tomate (8), Pimentão (3) 24

Melancia (8), Melão (5), Abóbora (8)

3 Batata-doce (6), Rabano (6) 18

2 Repolho (4),Couve-chinesa (6), Salsão (4) 12

Nabo (6), Cenoura (2), batata (4)

1,5 Morango (2), Feijão Fava (2) 9

I Cebola (6), Espinafre Horenso (2), 6

Alface (2) Ervilha (1), Feijão-vagem (I)

Fonte:HASEGA WA,M. Sehi no Kiso to oyo .1982, p, 119.

Quadro 26- Fator de multiplicação de adubação.

Tipo de solo

Arenoso

Areno-argiloso

N

1,3 - 2,0

1,2 - 1,8

1,0 - 2,0

0,5 - 2,0

P20 S K 20

8 40

6 30

4 20

3 15

2 10

3,0 - 6,0 (solo cf alta adsorção de P)

0,5 - 2,0

Argiloso 1,0 - 1,5 3,0 - 6,0 (solo cf alta adsorção de P)

Arenoso: teor de argila < 12,5%, Areno-argiloso: teor de argila 12,5 ~ 25,0%

Argiloso: teor de argila 25,0 ~ 37,5%, Muito argiloso: teor de argila> 50,0%

Fonte: MAEDA,Masao. Yasai no eiyo shindan to sehi. 1966, p.118.

- 23 -

CaO

32

24

16

12

8

1,0 - 1,5

0,5 - 1,0

0,5 - 0,8

MgO

6

5

3

2

1,5

4.1.3. Produção almejada e adubação de cada espécie de hortaliça.

Com base no Quadro 25, com os padrões de produção de hortaliças, quantidade de absorção dos

elementos na nutrição e no Quadro 26, com o fator de multiplicação de adubação para o cálculo de adubação

de cada cultura, o Quadro 27 apresenta as diferentes espécies de hortaliças, produção almejada e quantida­

de de adubação.

Quadro 27- Produção almejada e adubação para cada espécie de hortaliça.

Produção almejada

(UO,I ha)

16

12

8

6

4

2

Espécie de hortaliças

Tomate, Abóbora, Pepino, Melancia, Melão

Batata-doce, Rábano

Batata, Nabo, Couve-chinesa, Cenoura, Beterraba, Salsão.

Feijão-fava, Morango

Ervilha, Feijão-vagem, Espinafre horenso, Alface

Fonte: HASEGAWA,M. Sehi no kiso to oyOU. 1982, p.118

N

54,0

45,0

36,0

27,0

18,0

13,0

9,0

Adubação (kglO,1 ha)

p,Os K,O

18,0 48,0

15,0 40,0

12,0 32,0

9,0 24,0

6,0 16,0

4,5 12,0

3,0 8,0

Em hortaliças folhosas, existe a idéia de que basta fornecer bastante nitrogênio para a sua produ­

ção, mas isto favorecerá o ataque de doenças, e, no repolho, o excesso de adubo irá desenvolver demasia­

damente as folhas externas e não haverá formação da cabeça. O excesso do adubo em tomate provoca

desenvolvimento excessivo das folhas e caule, prejudicando a formação e maturação dos frutos, aumentan­

do a ocorrência de podridão apical, relacionado também com a deficiência de cálcio. Na berinjela também

aumenta o desenvolvimento das folhas e caule, prejudicando a frutificação. Por isso, é necessário conhecer

os fundamentos da adubação adequada.

Quando o Dr.Koya Yamazaki esteve em 1969, ministrando curso para os agrônomos da colônia

japonesa sobre os fundamentos da adubação de hortaliças, os autores tiveram a oportunidade de participar.

Assim, baseado no método de adubação do Dr.Yamazaki, em solos do Brasil, com a repetição de fracassos

e sucessos, elaboraram-se planos de adubação de hortaliças, aplicando na atividade de produção de tomate

e outras hortaliças, e, assim, os autores adquiriram a convicção de que essa idéia pode ser aplicada no Brasil.

O Quadro 28, apresenta a produtividade média de cada espécie hortícola cultivada no Brasil.

- 24-

Quadro 28- Espécies hortícolas cultivadas no Brasil e sua produção média (tlha)

Horaliças tJha Hortaliças tJha

Abobrinha 10-20 Jiló 16-20

Abóbora rasteira 10 -15 Melancia 30-50

Alcachofra 4-6 Melão 20-40

Alface 20-30 Moranga 10 - 15

Alho 4- 8 Morango 30-35

Aspargo 4-7 Nabo 6-8*

Berinjela 30-60 Pepino 20-50

Beterraba 15 - 30 Pimenta 4-16

Brócolos 10-30 Pimentão 30-40

Cebola 20-40 Quiabo 15 - 22

Cenoura 25 - 45 Rabanete 15 - 30

Couve-flor 8 - 16 Repolho 30-60

Ervilha 1,5 - 2,0 Tomate estaqueado 50-100

Feijão-vagem 20-25 Tomate rasteiro 30-50

* A baixa produtividade do nabo é devida a variedade antiga, conforme justificou o

responsável pelo quadro, Dr.Paulo Trani-IAC,em 26/03/1997.

Fonte: RAIJ ,B.na et a!. Apud "Romendações de Adubação e Calagem para o Estado de São Paulo" Boletim Técnico lOO-IAC. 2.ed.Campinas: 1996, p.16l.

4.2. Interpretação de análise de solo e plano de adubação em olericultura. Na produção de olerícolas, inicialmente procedemos a análise de solo para obter o maior número

de informações possíveis, para que sejam úteis no melhoramento da adubação. Para a interpretação da análise de solo, podemos ordenar da seguinte forma:

Ocorrem dois casos de deficiência no desenvolvimento:

4.2.1. Caso de deficiência de elementos na adubação.

Nos solos que apresentam: podridão apical no tomate por deficiência de cálcio; deficiência de

magnésio; ocorrência de pragas e doenças por deficiência de micronutrientes, ocorrem condições de mau

desenvolvimento das culturas por deficiência de elementos.

4.2.2. Caso de excesso de elementos na adubação.

Ao contrário do primeiro caso, o excesso de elementos na adubação de N, K, P, Ca, Mg, inc1uindo­

se a inibição de elemento devido ao antagonismo, ocorrem condições de mau desenvolvimento devido ao

prejuízo por excesso de adubo. Isto ocorre por causa do vício de adubação adotado até então, por isso

deve-se questionar o histórico de adubação dessa área.

Examinando a análise de solo da cultura com desenvolvimento normal e sadio, não há falta ou

excesso de cada elemento, com bom equilíbrio entre os elementos nutricionais (composição de cátions), pode-se pensar que há alto teor de matéria orgânico e micronutrientes.

- 25 -

Assim, essas condições de desenvolvimento das olerícolas, basenado-se na análise de solo e

nos dados bibliográficos, em relação a cada elemento, considerou-se o seguinte:

I) análise de solo que apresenta deficiência;

lI) análise de solo sadio;

I1I) análise de solo que produz hortaliças sem adubo;

IV) análise de solo que apresenta danos por excesso.

No Quadro 29, estão resumidos a interpretação de análise e a recomendação baseada no caso da

região do cinturão verde de São Paulo para cultura olerícola no campo.

Além disso, acrescentaram-se à relação Ca/Mg, Mg/K, o coeficiente de absorção de P e o escla­

recimento sobre os micronutrientes.

Os cáculos apresentados para cada elemento, foram feitos tomando como base a quantidade

absorvida por ha pelas hortaliças outras culturas, e a quantidade aproveitável existente no solo. Conside­

rou-se o peso da terra em 1,0 ha, na profundidade de 15 cm, com a densidade do sol9 igual a 1. O solo é sadio

quando contem a quantidade necessária de nutrientes para a absorção da cultura, sem excesso.

Quadro 29-Interpretação de análise de solo com hortaliças no Cinturão Verde de São Paulo

(A.Kishimoto, 1998). Acidez < 5,0 Com acidez forte há possibilidade de ocorrer toxidez de AI e deficiência de Mo

pH(H,O) 6,0 -6,5 Solo sadio

> 7,0 Diminuição da eficiência de Fe, Cu, Mo e Zn, impedindo a absorção pela cultura.

M.O < 1,5(%) Baixo (I) 3.0 -5.0(%) Adequado para hortaliças

(mat.orgânica) > 2,5 Alto (2)C(%) X 1,724=M.O.

(3)M.O (%) X 0,05 = N total [N total X 2(%) = quantidade aproveitável pela planta

Presina 22 .. 5,O(mglIOOg) abaixo disso pode ocorrer deficiência ~ - 75 (kglha)

(P aproveitável) 44 "1O,0~ nas hortaliças exigem mais ~ .... 6- 150

'" 0.." (comoP2Os) neste intervalo o solo é sadio i5 o o. §-155 35,0 neste nível a hortaliça produz sem adubo ~ "il 533

.~ ~ 3.000 873 200,0 possibilidade de ocorrer excesso ~ -K' 0,17 8,0(mglloog) pode ocorrer deficiência ~

o Õ- 12O(kglha)

~ (K trocável) 0,32 15,1 ] ~ " :l_ 227

'O o em (comoK2O) solo sadio Õ E

~ o T.F.8.A 0,60 28,3 produção de hortaliças sem adubo ~ - ~- 425

Ca- 2,00 56,O(rngllOOg) neste nível pode ocorrer podridão apical ~ ~ -840(kglha)

'" (Ca trocável) 5,00 140,0 nível suficiente plbatata devido a sarna (Ca tem relação c/ acidez do solo)-+ <E _ -+2.100 o. ~ (meq/loog) (comoCaO)

~ U

em 7,14 200,0 pode ocorrer maior efeito de pH do que o teor de Ca ~ 'iil 8 _3.000

e o T.F.S.A 10,71 300.0 prooução de hortaliças sem calagem ~ ~ -+4.500

17,86 500,0 pode ocorrer excesso • ê' o

_7.500

Mg++ 0,50 1O,0(mglloog) pode ocorrer deficiência ~ c - 150(kg/ha)

(Mg trocável) 1 õ (meqlloog) 1,25 25,OJ ~ " ::E- 375 'O

em (como MgO) solo sadio ~ 8 o

T.F.S.A 1,75 35,0 produção de hortaliças sem adubação ou calagem ~ ~- 525

não há relatos a respeito de excesso de Mg

Ca/Mg(reiação) 4-8

MgIK(relação) acima de 2

Fix P20S >300 muito baixo

coef. (de absorção 600 -750 médio

de.P) > 1.200 muito alto

Deficiente adequado excessivo

Fe <20(ppm) 50(ppm) > 2oo(ppm)

Mo <5 !O > 35

Cu <0,5 3 > 5

Zn < 5 10 >40

B <0,3 3 > 8

- 26 -

4.3. Técnicas para aumento de produtividade.

4.3.1.) Técnicas agrícolas para aumentar a fotosssíntese.

4.3.1.1. Fundamento da produção agrícola.

A base da produção agrícola está na síntese das folhas, isto é, na formação e no transporte de

produtos fotossintéticos. Mas a atividade fotossintética pode ser afetada pelos danos na planta, ou para­

lisar totalmente em virtude de minúsculos danos químicos ou mecânicos.

A fotossíntese (ação de assimilação do gás carbônico) ocorre através da clorofila contida nas

folhas verdes. Processa da seguinte forma:

nC02 + (gás carbônico)

(presente no ar)

2nHp (água)

(absorvida

pela raiz)

Luz

~

clorofila

(CHP) n

(produtos

fotossintéticos)

(matéria orgânica)

+ n02 + (oxigênio)

nHp (água)

A reação fossintética baseada na equação química, através de 44 g de CO 2 (gás carbônico) e 18 g

de HP (água), produz 30 g de carboidrato (matéria orgânica) e 32 g de 02' e para essa reação são necessárias

114 Kcal (quilocalorias) de energia da luz.

Normalmente, no ar, ocorre 0,03% de CO2 (gás carbônico), donde são extraídos o C (carbono) e 02

(oxigênio) para a produção fotos sintética: 45% de C (carbono) e 45% de 02 (oxigênio) do produto

fotossintético, somando 90%, que são originários do CO2 (gás carbônico) do ar. Assim, 6% de H (hidrogê­

nio) que se originam da HP (água), o carboidrato (matéria orgânica) produzido pela folha constitui 96% que

são fornecidos graças à natureza, os restantes 4% advêm dos elementos fornecidos como adubo, sendo que

os macronutrientes compõem 3,5%, enquanto os micronutrientes apenas 0,5%.

Podemos considerar que o fornecimento de CO2

(gás carbônico) do ar é ilimitado. Na agricultura,

proporciona ao máximo a fotossíntese, que é"realizada pela folha, e, assim, os produtos fotossintéticos são

elaborados com bom rendimento sem paralisação e em toda a plenitude para se concentrar na colheita que

estamos objetivando. Para isso, exige-se uma adubação eficiente com macro e microelementos.

4.3.2. Técnicas de melhoramento do solo de cerrado

4.3.2.1. Solos de cerrado.

Nas regiões tropicais, em virtude da alta temperatura e elevada umidade, ocorre acentuada altera­

ção química, e, pela intensa liberação de cátion da rocha mãe e no solo, a solução se alcaliniza, lixiviando o

Si02 (óxido de silício), sobrando o Fe (ferro) e AI (alumínio). Esta é a ação de laterização. Assim, o fato da

baixa relação (SiO/ AlP3 =Ki) é conseqüência da lixiviação do Si02

estar mais adiantado, demonstrando ter

passado mais tempo no processo de formação do solo, fazendo da região central do Brasil o solo mais

antigo, com a estabilização da lixiviação dos cátions.

° solo de cor vermelha que ocorre na região tropical foi classificado como latossolo, onde "later" significa tijolo e latossolo significa "solo vermelho como o tijolo".

A maior área que constitui o planalto central do Brasil, tem como base o cerrado, localizado na

massa de terra continental, estabilizado há mais de 200.000 anos, através de sucessivas sedimentações

-27-

pelas erosões das chuvas. Por isso, os elementos solúveis foram lixiviados, a combinação do Fe com AI

formou a caulinita, originando o solo de latossolo com mistura de areia quartzosa. A CTC da argila (CEC=CTC)

é 3 ~ 15 meq/l 00 g, que é a mais baixa dentre outras argilas.

Como foi abordado acima, no solo de cerrado o silício lixiviado carrega os cátion, tomando o solo

ácido, e a maior parte da argila é constituída de caulin, com CTC baixo, assim, elevando-se a CTC, através do

aumento da matéria orgânica aumenta a produtividade.

Quadro 30- Comparação entre solos "adequado" , cerrado e outros.

Características Campo Campo Cerrado Cerradão Mata Adequado

limpo cerrado

(N° de amostras) (68) (148) (225) (45) (16)

pH(H2O) 4,87 4,94 5,0 5,14 5,28 6,0-6,5

pH(KCI) 4,16 4,25 4,25 4,32 4,35

pH(KCL-H2O) 0,71 0,69 0,76 0,82 0,93

M.O. 2,21 2,33 2,35 2,32 3,14

~;:J 0,20 0,33 0,45 0,69

0,06 0,13 0,21 0,38

K+ meq/100g 0,08 0,10 0,11 0,13

AI+3 0,74 0,63 0,66 0,61

CTC 1,08 1,19 1,43 1,81

1,50 3,0-4,0

0,55 1,0-1,5

0,17 0,2-0,3

0,78 < 0,6

3,0

p - 0,5 0,5 0,9 2,1 1,4 10,0-15,0

Zn* 0,58 0,61 0,66 0,67 1,11 1,0-5,0

Cu* ppm 0,60 0,79 0,94 1,32 0,95 0,8-1,6

Mn* solúvel 5,4 10,3 15,9 22,9 24,1 10,0-20,0

Fe* 35,7 33,9 33,0 27,1 37,2 30,0-40,0

B**_ 0,5-1,0

* 0,05MHCl + 0,0125MH2S0

4 ** solúvel em água

Fonte: HASHIMOTO,T Sansei dojo to sono nogyo riyou. 1994, p.92; MALAVOLTA,E.

Fertilizantes e seu Impacto Ambiental. São Paulo, 1994,p.126.

4.3.2.2. Manejo do solo de cerrado.

° cerrado apresenta vegetação rala com árvores tortas de casca dura. ° seu manejo, incluindo o

controle da erosão, poderá ser assim resumido:

1) aplicação anual de matéria orgânica;

2) não queimar os restos vegetais;

3) incorporação de adubação verde;

4) utilização de cobertura viva, e no inverno plantar gramíneas;

5) rotação de cultura com plantio em nível;

6) exploração animal e agrícola;

7) plantio direto sistematizado. Plantio obrigatório de cultura anterior (fornecimento de biomas­

sa), estabelecendo sistema de rotação, com implantação de integração lavoura-pecuária (por

exemplo, criação solta, não confinada), aumenta a atividade dos microrganismos do solo,

melhorando o solo bio-fisico- quimicamente, possibilitando a sustentabilidade agrícola.

- 28 -

4.3.2.3. Exemplo de melhoria de produção no cerrado. Apresentamos alguns resultados obtidos a partir de 1986, na Fazenda Progresso, e, a partir de

1992 na Cooperativa Agrícola de Lucas do Rio Verde-COOPERLUCAS, em Lucas do Rio Verde, sobre

latossolos vermelho-amarelo de baixa fertilidade e condição de alta pluviosidade (média 2.300 mm entre

setembro e abril) Os resultados de 6 anos na Fazenda Progresso, apresentados no Quadro 31, demonstram que,

independentemente do modo de preparo do solo, a rotação com milho ou arroz causa sempre aumentos de

produtividade superiores a 50% em relação a sua monocultura. Já o modo de preparo (aração+gradagem)

conduz a um acréscimo de 10 a 20% em relação ao preparo convencional com grade pesada (que além de

favorecer a erosão, cria uma descontinuidade - pé de grade - impedindo o aprofundamento do sistema

radicular). O Quadro 31 evidencia ainda que, com apenas uma boa cultura precedente (arroz ou milho) e um

bom preparo (aração ou plantio direto), a soja ultrapassou 3.000 kg/ha (média de 6 anos), enquanto no

sistema convencional (gradagem e monocultura), com os mesmos insumos, a produtividade foi de apenas

1.674 kg/ha, ou seja, somente com a rotação houve um aumento superior a 80% na produtividade.

Quadro 31-.Efeito dos modos de preparo do solo e da rotação de culturas sobre a

produtividade da soja. Média de 6 anos. Fazenda Progresso-MT, 1986/92.

~nte Monocultura de soja Soja após arroz Soja após milho Efeito do preparo

Preparo kglha (%) kglha (%) kglha (%) kglha (%)

Grade pesada 1.674 100 2.562 158 2.850 170 2.362 100

Aração+gradagem 2.118 127 3.090 185 3.012 180 2.740 116

Plantio direto 1.986 119 3.042 182 3.060 183 2.696 114

Efeito da rotação (média) 1.926 100 2.898 150 2.974 155 - -

• Mesma adubação, mesma data de plantio, mesma variedade, hebicida, inseticida, para todos

os manejos (únicas diferenças: rotação e preparo de solo)

Fonte: POTAFOS."InformaçõesAgronômicas". Piracicaba: N° 69,p.l e 2 ,mar. 1995.

4.3.2.4. Plantio direto - Sistema mantenedor de fertilidade - bomba biológica.

A prática do plantio direto, associada à utilização de sucessões anuais com duas culturas de

grande quantidade de biomassa recicladora, é um sistema simples, de fácil utilização e mantenedor da

fertilidade. Hoje, cerca de um milhão de hectares são cultivados no sistema de plantio direto nos cerrados do

Centro-Oeste do Brasil. A difusão e a adoção deste sistema pelos produtores são extremamente rápidas.

- 29-

Gráfico 6- Sistema mantenedor de fertilidade na cultura de soja - bomba biológica.

I Prote!(ão inicial I • • • • I Recidador final I -- [ProdUçãU ~tá"l Capital solo, totalmente

~ 1 protegido

I Estação chuvosa I mes 10 11 12 1 2 3 4 5

(Plantio direto de colheita

soja na palha de Ide SOjJ

milheto)

• • : ii Final de estação seCE Plantio direto de milheto • • (milheto plantio pré e pós colheita da soja Acúmulo no caul

direto à lanço)

i i e folha do milhet(

(Ca, Mg, K, N03

I I I I I I I I Superfície do solo I I I I I I I I I I I I I [LiXiViação de parte ]

do adubo da soja .I aumento da m.o. do so~

[ comp. da raiz do milhetoJ

1,6 -2,4 m .

• • • • I Ca, Mg, K, N03 I • • • • A raiz do milheto absorve Forte atividade

o nutriente lixiviado,reci- da fauna

dando p/parte aérea

ação de bomba

Fonte:SEGUY,L. et al."Informações Agronômicas"POTAFOS.Piracicaba:n. 74ju1.96.

Bouzinac,Ayrton Trentini

- 30-

4.4. Cálculo de adubação para cultura de campo

4.4.1. Diferença na proporção de elementos de adubação na cultura.

Para estabelecer uma adubação racional, é importante uma pesquisa baseada na absorção de

cada elemento. Porém, dependendo das condições de cultivo da lavoura, a absorção desses elementos varia

muito,e a pesquisa que ora apresentamos, também poderá apresentar variações, sendo este resultado

inevitável.

Observando o resultado de pesquisa do Quadro 32, as hortaliças, em geral, mostram elevada

absorção de K (potássio). Num experimento na Estação Experimental de Kanto Tozan, no Japão, na aveia, o

N (nitrogênio) apresenta absorção máxima, sendo que K2 O e CaO são proporcionalmente baixos, mas em

hortaliças estes são bastante elevados. Na floricultura, K e Mg apresentam a tendência de elevada propor­

ção de absorção. Estes fatos devem ser bastante considerados na adubação de cultura de campo.

Quadro 32- Proporção de absorção dos outros elementos considerando o N = 100.

Cultura N P20 5 K 20 CaO MgO

Aveia 100 35 66 21 15

Hortaliças 100 32 134 80 17

Flores 100 30-40 150 50 - 100 30

Fonte:MAEDA,M. Yasai no eiyoushindan to sehi. 1966, p.117.Id. Haiteku hanazukuri. 1990,

p.205.

4.4.2. Teor de absorção de elementos na cultura.

A relação entre a produção e absorção de nutrientes tomados como exemplo na Estação Expe­

rimental de Hokkaido, no Japão, estão no Quadro 33. E, no quadro 34, estão a produção e a absorção dos

elementos das principais culturas do Brasil.

Quadro 33- Comparação entre a produção e a absorção dos nutrientes das culturas (Resumo

das pesquisas em Hokkaido).

Cultura Produção por ha Absorção por ha (kg) Quantidade necessária pI produção de Parte da

(t) I t em peso seco (kg) colheita

Colheita Peso seco N P,O, K,O CaO MgO N P,O, K,O CaO MgO

Soja 3,50 2,98 280 49 175 150 46 94 16 59 50 15 Grão

Feijão 1,95 1,66 80 22 77 88 40 48 13 46 53 24 Grão

Milho 7,25 6,16 165 76 241 53 28 27 12 39 9 5 Grão

Arroz 5,17 4,39 127 67 142 21 25 29 15 32 5 6 Arroz integral

Trigo 4,40 3,83 152 53 168 28 18 40 14 44 7 5 Grão

Batata 45,00 11,30 140 54 284 68 32 12 5 25 6 3 Tubérculo

Tomate 82,00 7,80 235 61 411 232 51 30 8 53 30 7 Fruto

Cebola 46,50 5,06 90 36 119 51 15 18 7 24 10 3 Bulbo

Fonte: NOBUNKYO."Nogyo gijitsu taikei nosan gyoson bunka kyokai gijitsu"- 339. 1987

(Dados faltantes foram coligidos de outros materiais).

- 31 -

Quadro 34-.Exportação d e nutrientes por tonelada de produto colhido, por ha, no Brasil.

N p K Ca Mg S Cultura Colheita (t/ha)

(kg!t)

Soja 6 0,6 5,2 8,7 1,9 2,2 3,2 2,5

Feijão 3 6,4 4,0 5,3 3,1 2,6 5,4 0,9 - 1,8

Milho 2 2,6 4,7 6,5 0,1 1,8 2,1 2-4

Arroz (em casca) I 2,4 2,2 4,4 1,0 1,0 1,4 3,5-7 ,5(irrigado) 1-3 (sequeiro )

Trigo 2 5,0 5,0 4,0 1,0 3,0 1,6 2-3,5(irrigado) 1-1,5(sequeiro)

Cana-de-açúcar 1,3 0,08 1,1 0,13 0,19 0,12 100 - 80 - 60

Café (grãos sem casca) 1 6,7 1,0 5,0 2,7 1,5 1,3 1,5 - 2,0

. Batata 2,0 0,12 2,5 0,07 Om 0,07 18 - 20

Algodão 2 2,3 3,0 8,4 8,4 3,7 7,7 1.55 - 2,8 (em pluma)

Citrus 3,1 0,28 2,4 0,85 0,2 0,24 24 -40

Fumo 3 9,0 6,7 4 5,0 12,3 30,7 10,0 0,5 - 0,8

Fonte:POTAFOS. "Info rmações Agro nômicas" n.67 ,set.1994; BOLETIM TÉCNCO 200- IAC.

Campinas: 1987.

Cana-de-açúcar 1° ano 1 00 t 2° ano 8 O t e 3° ano 60 t

Fator de transformação: P x 2,29 = P P 5 K x 1,2=Kp Ca x 1,4=CaO

Mg x 1,66= MgO

4.4.3. Exemplo de adubação para soja. As quantidades de adubo a serem aplicados variam com a análise de solo e a produtividade

esperada, de acordo com o quadro 35.

Quadro 35-Adubação mi neral de sem eadura.

Produtividade Análi se P resina, ppm K+ meq/100 ml.

esperada de so lo 0-6 7 -15 16-40 >40 0-0,7 0,08-0,15 0,16-0,30 >30

(t/ha) P2 05 (kglha) K20 (kglha)

1,5 - 1,9 50 40 30 20 60 40 20 O

2,0-2,4 60 50 40 20 70 50 30 20

2,5 - 2,9 80 60 40 20 80 60 50 20

3,0 - 3,4 90 70 50 30 80 60 50 30

3,5 - 4,0 * 80 50 40 80 60 60 40

* Não é possível obter essa produtividade com aplicação de fósforo localizado em solos com

teores muito baixo de P.

Fonte: BOLETIM TÉCNICO 100- IAC. Campinas: 1996, p.202.

- 32-

A análise de solo da área a ser cultivada com soja em Mato Grosso, está n o Quadro 36.

Quadro 36- Análise de solo para cultura de soja em Mato Grosso.

N° Profundidade pH MO P ppm meq/IOOm l. CTC V

(em) CaC\2 H20 % melich resina K Ca Mg AI H %

I 0- 15 5,9 5,2 2,7 7,5 22,8 0,11 2,4 1,2 ° 3,7 7,4 50,2

N° ppm

S Na Fe Mn Cu Zn B

I 11,0 - 63 7,0 0,4 1,3 0,33

Optou-se pela produção almejada de 3,0 ~ 3,4 t/ha. O N (nitrogênio), na s oja, é fixada do ar, e o

cálculo de adubação está no Quadro 37.

Quadro 37- Exemplo de cálculo de adubação (total de adubação básica e c obertura).

Adubo Quantidade Teor de elemen tos (kglha)

de adubo(kglha) P20 5 K 20 Zn Cu Mn B S

Superfosfato simples 300,0 54 - - - 36

Cloreto de potássio 100,0 - 60 - -

Sulfato de zinco mono (Zn 35%) 4,3 - - 1,5 -

Sulfato de cobre (Cu 25%) 2,0 - - - 0,5

Sulfato de manganês (Mn 25%) 2,4 - - - - 0,6

Borax (B 11 %) 2,3 - - - - 0,25

Total de adubo 411,0 54 60 1,5 0,5 0,6 0,25 36

Obs.: 1) Será aplicado 1,0 t de calcário calcítico por ha.

2) Sem adubação nitrogenada.

3) Tratamento de semente para 1,0 ha: 50 g de molibdato de sódio (Mo 19,5%) e 20 g de sulfato de cobalto.

4.4.4. Exemplo de adubação para tomate. 1 - Cultura: Tomate - variedade Santa Cruz Ângela-5.1 00.

2 - Produtor: Shoichi Mitome

3 - Propriedade: Fazenda Maravilha - município de Casa Branca - SP 4 - Laboratório: Ultrafértil

5 - Data da análise: 20/02/199l.

6 - Resultado da análise:

pH M.O P resina meq/IOOg

CaCI2 % ppm K I Ca 1 Mg I AI I H+AI V%

5,5 1,2 29 0,18 I 1,6 1 0,6 I - I 2,2 52

ppm

S I Fe I Mn 1 Zn I Cu B

5,50 I 28,80 I 16 I 2,80 I 1,75 0,80

- 33 -

7. Cálculo da calagem.

Correção de O - 30 cm. de profundidade, utilizando o fator 1,5.

Dados encontrados na página 85, da revista japonesa Nogyo oyobi engei, indicam que em solo

com C.T.C=5 meql100g, a saturação de bases para hortaliças, para obtenção de colheita máxima, deve ser

130, e considerando que o PRNT do calcário a ser aplicado é de 80%:

46 ( 130 - 52)

Nc= ------------ x 1,5 = x 1,5 = 6,73 -7.000 kg.

PRNT 80

Do total de 7.000 kg de calcário, serão aplicados 3.000 kg de calcário dolomítico, e o restante

4.000 kg serão utilizados a cal hidratada para fornecimento de Ca, mas, como o seu PRNT é o dobro, poderá

ser aplicado a metade da quantidade, ou seja, 2.000 kg.

Assim, neste solo de plantio de tomate, os materiais de calagem a serem aplicados na profundida­

de de 30 cm. são os seguintes:

Calcário dolomítico: 3.000 kg

Cal hidratada calcítica: 2.000 kg

Método de aplicação: antes de arar, aplica-se o calcário dolomítico. Arar e gradear para em segui­

da aplicar a cal hidratada, e arar e gradear novamente.

8. Meta de produção:

População: 12.500 pés/ha (espaçamento de 1,00 x 0,80m.)

Produção almejada: 80 t/ha, ou 290 cx/l.000 pés (cx de 22,0 kg)

9. Conforme o Quadro 25:

Absorção de 80 t de tomate:

N

240 80

10. Cálculo dos elementos (conforme Quadro 26).

N = 240 x 1,5 = 360

pps = ~ x 4 = 320

~O = 400 x 1,2 = 480

11. Cálculo dos micronutrientes (ver Quadro 29)

Fe Mn Zn

Análise (ppm) 28,8 16 2,8

Teor adequado (ppm 50 10 10

Diferença (ppm) -21,2 6 -7,2

- 34-

kglha

KzO CaO

400 320

Cu

1,75

3

-1,25

MgO

60

B

0,8

3

-2,2

Para se aplicar em uma camada de 10 em de solo, 1 ppm equivale a 1,0 kg/ha.

Pela experiência de até então, 1 ppm = 1 kg/ha, foi observado o efeito da aplicação dos

micronutrientes, por isso, tomou-se como base para cálculo, 1 ppm = 1 kg/ha.

A deficiência dos micronutrientes é 7,2 kg/ha de Zn, 1 ,25 kg/ha de Cu e 2,2 kg/ha de B, 21,2 de Fe.

De acordo com o tipo de adubo utilizado, podemos calcular da seguinte forma:

Zn - sulfato de zinco mono (Zn-35%), então, para aplicar 7,2 kg de Zn por ha,

Zn-= 7,2 kg : 35% = 20,57 kg/ha

Cu- sulfato de cobre (Cu=25%), então, Cu= 1,25 kg: 25%= 5 kg/ha

B - bórax (B=11 %), então, B= 2,2: 11 % = 20 kg/ha

Fe- sulfato ferroso(Fe=19%), então, Fe = 21,2: 19% = 111,57 kg/ha

Importante ressaltar que esses adubos deverão ser aplicados juntamente com a matéria orgânica

na adubação básica.

12. Adubação: 12-1 kglha g/pé kglha

Plantio N P2O, K20 CaO MgO S Fe Zn Cu B CI

a) Turfa tratada 875 70 - - - - - - -b) Sulfato de amonio 687 55 137 - 151

c) Termofosfato 250 20 45 - 50 30 - - - - - -

d) Super.simples 875 70 - 187 219 - 87 - - - - -

e) Cloreto potássio 375 30 225 - - 176

f) Sulfato magnésio 125 10 - 20 16 - - - - -

g) Sulfato ferroso 111,57 8,9 - - 12,8 21 - -h) Sulfato zinco 20,57 1,6 - - 3,6 - 7,2 -i) Sulfato cobre 5 0,4 - 0,9 - - 1,75

j) Borax 20 1,6 - - - - - - - 2,2

Subtotal 3.344,14 267,5 137 232 225 269 50 271,3 21 7,2 1,75 2,2 176

12-2

Chega-terra

k) Turfa tratada 375 30 - - -

I) Sulfato amônio 340 27 68 - 75 - -m) Super. simples 250 20 - 45 - 62 25 - - -

n) Cloreto potássio 125 10 - - 75 - - - 59

Subtotal 1.090 87 68 45 75 62 - 100 - 59

12-3

Cobertura

o) Sulfato amônio 775 62 155 - 170 - -p) Super. simples 405 32 - 73 101 40 - -r) Cloreto potássio 300 24 - 180 - - - - 141

Subtotal 1.480 118 155 73 180 101 210 - 141

Total 5.914,14 472,5 360 350 480 432 50 5813 21 7,2 1,75 2,2 376

12-4 Cobertura com cal hidratada

r)50 dias após plantio 30

r)80 dias após plantio 30

r)11O dias após plantio 30

Total 1.250 100 500 - - - - - - -

- 35 -

Adubo foliar:

Molibdato de sódio 500 g/ha: 10 no canteiro- 100 g/l 00 L de água

20 no campo, 30 dias após o plantio- 100 gl1 00 L de água.

Histórico: ( 1) Condições de ocorrência. ° produtor estava utilizando os mesmos métodos de cultivo do tomate como fazia antes, quando

estava na região de Concha\. ° caule e a folha ficavam sensíveis a doenças, com frutos de má coloração, sem

brilho e de baixa qualidade, além disso, com baixa produtividade, tomando difícil a continuidade nesta

atividade.

( 2) Interpretação da análise.

A região apresenta topografia suavemente ondulada, propícia ao cultivo do tomateiro. ° solo é

arenoso, ácido, com baixos teores de M.O. e cátions, CTC, S, Fe, Cu e Zn também baixos. Os macro e

microelementos estão deficientes, sendo a quantidade de adubação usual insuficiente. Julgamos tratar-se

de solo com deficiência de elementos, favorecendo as doenças.

( 3) Método de controle.

Para melhorar a acidez do solo e fornecimento de cátions, aplicaram-se 3,0 tlha de calcário dolomítico

e 2,0 tlha de cal hidratada. A soma da adubação básica e cobertura foi de N-P20s-K20(360-320-480 kg), por

ha. Além disso, aplicaram-se por ha, 1.250 kg de termo fosfato Yoorin BZ, 125 kg de sulfato de magnésio e,

também, microelementos em elementos, 7,2 kg de Zn, 2,2 kg de B, 1,25 kg de Cu, 21,2 kg de Fe, nas formas de

sulfato de zinco monohidratado, bórax, sulfato de cobre e sulfato ferroso, mais 1.250 kg/ha de condicionador

de solo, à base de turfa tratada, misturado na dubação básica. Trinta dias após ao transplantio, foi feita uma

pulverização foliar com 500 g de molibdato de sódio em 500 L de água por ha. Aplicou-se O, I % de

bioestimulante à base de aminoácido juntamente com os defensivos.

A variedade utilizada foi a Santa Cruz Ângela-5.1 00, e o transplantio foi em 29/06/1990. ° cultivo

foi realizado em período de baixa temperatura e época de seca. População de 12.500 covas (duas plantas por

cova). No ano anterior, a produção por mil pés foi de 200 caixas (55 tlha, uma caixa com 22 kg.), mas desta vez

a meta de produção foi definida em 250 cx!I.000 pés (69 t/ha). Nesta safra, foram cultivados 2,0 ha, com total

de 25.000 covas.

( 4) Resultado. ° caule do tomateiro não engrossou tanto, as folhas não cresceram exageradamente, houve

pouca incidência de doenças, e as despesas com defensivos diminuíram 30%. Os frutos ficaram graúdos,

firmes, com brilho e boa coloração, alcançando-se com isso um preço elevado no mercado.

A colheita se iniciou em 30/09/1990, terminando em 30/11/1990. A produção por 1.000 pés

foi de 240 caixas para o mercado, 68 caixa para a indústria, totalizando 308 caixas, a produção total foi de 84,7

t/ha.

( 5) Considerações finais. A aplicação suficiente de calcário e micronutrientes é básico. Como o teor de matéria orgânica

encontrada é baixa, é importante a aplicação de composto e introdução de adubo verde. Como o tomate é

cultivado na seca, utiliza-se o esterco de galinha, e para o solo, arenoso, recomenda-se a cobertura morta

para conservação da umidade no solo.

- 36-

4.5. Absorção de nutrientes em fruticultura.

4.5.1. Absorção de nutrientes em pessegueiro.

Fukuda e Kurokami (1956) pesquisaram a absorção dos cinco elementos, por ha, em Hokkaido,

com pêssego de 8 anos de idade, produzindo 80 kg/pé, espaçamento de 7 x 6 m, ou seja, 240 pés/ha e

produção de 17 t/ha, conforme o Quadro 39.

Quadro 39- Absorção anual de 5 elementos, em kg/ha, em pêssego de 8 anos, var.Harukô,

(Fukudo e Kurokami, 1956).

Produção Quantidade de elemento

anual por ha N P20s K 20 CaO MgO

Fruto 19.224 kg 29,3 kg 15,2 kg 70,Okg 5,3 kg 4,2kg

Folha 4.944 44,1 11,3 60,5 117,5 17,9

Ramo novo 1.588 6,0 3,2 4,8 20,5 2,2

Ramo velho 3.264 5,9 5,0 4,7 20,4 1,2

Radicela 744 1,5 0,5 1,0 0,9 0,2

Raiz( exceto radicela) 696 2,4 1,5 1,8 3,7 4,0

Total 30.456 89,2 36,7 142,8 168,3 29,7

Proporção dos elementos 10 4 16 19 3

Fonte: KOBAYASHI,A. Kaju no eiyo seiri.1958.

Pelo simples cálculo dessa pesquisa, a absorção dos elementos para 1 t de fruto é de 4,6 kg de N,

1,9kg de PP5' 7,4kg de ~O, 8,9 kg de CaO e 1,5 kg de MgO.Aproporção dos elementos éN (10), PP5 (4),

K20 (16), CaO (19) e MgO (3). Logicamente, estes números representam a absorção anual; para determinar

a adubação, é preciso considerar o fornecimento natural do solo e o grau de aproveitamento do adubo.

Portanto, na realidade, a quantidade de adubação poderá ser maior ou menor.

4.5.2. Absorção de nutrientes videira.

Kobayashi (1950) pesquisou a cultura de uva, variedade Dellaware, com idade de 5 anos, a

absorção de 3 elementos, por ano, por ha, conforme o Quadro 40.

Quadro 40- Absorção anual de 3 elementos em kg/ha (Kobayashi, 1950).

Produção anual N P20 5 K20

Fruto 15.000 kg 25,5kg (10) 21,Okg (8) 75,Okg (29)

Folha 4.300 33,5 9.0 15,1

Ramo novo 1.870 8,2 62,9 3,4 20,6 5,2 27,3

Ramo velho 430 1,6 (10) 0,7 (3) 1,3 (4)

Radicela 2.680 19,6 7,5 5,7

Total 24.290 88,4 41,6 102,3

Proporção dos elementros 10 5 12

Fonte:KOBYASHI,A. Kaju no eiyo seiri.1958.

- 37 -

o cálculo simplificado do resultado dessa pesquisa mostra a absorção de 5,9 kg de N, 2,8 kg de

pps' 6,8 kg de ~O, por tonelada de fruto e a relação de N (lO), pps (5) e ~O (12).

4.5.3. Teores de macronutrientes primários em fruteiras.

Os teores de nitrogênio, fósforo e potássio apresentam-se no Quadro 41, de acordo com as faixas

de produtividades mais comuns. Esses dados servem para estimar a retirada dos macronutrientes primários

pelas colheitas em pomares adultos. É claro que, antes de ter um pomar em produção, é necessário formarem­

se as árvores, que exigem quantidades consideráveis de nutrientes, podendo-se estimar, grosseiramente,

que o conteúdo da vegetação de um pomar de alta produtividade representa cerca de 3 a 4 vezes a quanti­

dade extraída em uma colheita elevada.

Quadro 41-Conteúdo aproximado de macronutrientes primários em frutas e faixas de

produtividade normalmente obtidas.

Teor de elementos

Cultura N P K S Produtividade

kglt t/ha

Abacate 2,8 0,3 2,0 0,2 10 - 18

Abacaxi 0,7 0,1 0,9 0,1 30 - 50

Acerola 1,8 0,3 2,6 0,2 30-50

Banana-nanicão 2,1 0,3 5,0 0,1 20 - 60

Banana-prata 1,7 0,3 4,8 0,1 10-25

Caqui 2,3 0,3 2,9 0,2 15 -30

Figo 3,1 0,5 4,0 0,3 20-22

Goiaba 1,3 0,2 0,7 0,2 20 - 50

Laranja 2,4 0,2 2,0 0,1 20-60

Maçã 0,7 0,1 1,2 0,1 15 -30

Macadâmia 8,8 0,6 4,3 0,8 5

Mamão 1,8 0,3 1,6 0,2 30-40

Manga 1,3 0,2 1,6 0,2 10-12

Maracujá 3,4 0,4 1,0 0,3 20-40

Nectarina 2,9 0,3 1,9 0,1 20 - 22

Nêspera 1,2 0,2 1,5 0,2 10-15

Pecã 10,5 1,3 3,6 0,9 1

Pêra 0,6 0,1 1,0 0,1 12-25

Pêssego 3,6 0,3 2,1 0,2 20 - 22

Uva Itália 2,2 0,6 3,3 0,2 20 - 35

Uva Niágara 0,9 0,3 1,9 0,2 15 - 25

Fonte: BOLETIM TÉCNICO 100- IAC. Campinas: 1996,p.l2.

- 38 -

4.6. Alelopatia. Cada planta produz substâncias específicas por volatilização ou secreção, podendo essas subs­

tâncias causar influências nas plantas da mesma família ou de outras. Este fenômeno é denominado de

alelopatia. Dentre as substâncias que provocam as reações metabólicas, são conhecidos os alcalóides,

terpenóides, ácido cianídrico orgânico, compostos aromáticos, flavonóides e fenóis.

Têm, como canais de secreção: (a) folhas e outras partes aéreas, através de água de chuva e

orvalho, secreções de substâncias metabólicas inorgânicas e orgânicas (lixiviação); (b) substâncias volá­

teis, por exemplo: liberação de gás carbônico etileno, terpenos; (c) secreção pela raiz de substâncias meta­

bólicas; (d) volatilização e secreção de substâncias originárias de folhas e galhos caídos da parte aérea.

Na agricultura, as plantas se auxiliam mutuamente numa relação de simbiose, ou seja, é importante

a relação entre as plantas companheiras, fazendo rotação de culturas, evitando o prejuízo do cultivo contí­

nuo da mesma espécie ou família, no esforço para diminuir as pragas e doenças.

São conhecidos vários casos de plantas amigas, como: pimentão e soja, alface e cebola, berinjela

e soja, cebolinha e nabo, pepino e feijão vagem anão, inhame e soja, cebolinha nirá e pimenta verde.

Já as plantas incompatíveis são: a família da cebolinha e leguminosas, batata e tomate, pepino e

maçã, pimentão e feijão vagem trepadora, milho e tomate, resultando em queda de produção.

A combinação de plantas amigas podem ser divididas em grandes grupos:

• Plantas que preferem ou que exigem mais insolação; e plantas que preferem mais sombra.

• Plantas com raízes profundas e plantas com raízes superficiais.

• Plantas muito exigentes em nutrientes e plantas com pouca exigência, e também aquelas com

capacidade de fixação de N (leguminosas).

• Plantas que atraem insetos e plantas que repelem insetos.

• Plantas de ciclo curto e plantas de ciclo longo.

• Plantas que florescem cedo atraindo nimigos naturais, e plantas que não florescem ou florecem

tarde.

• Cultivo de plantas que atraem insetos como armadilhas, protegendo a cultura principal.

Assim, embora essas relações não tenham relação direta entre as rizosferas, pode-se pensar que

as suas raízes, em muitas delas, se entrelaçam com profunda relação na área da rizosfera (por exemplo,

plantas com nódulos de nitrificação e plantas que não nitrificam se beneficiam mutuamente, através da área

da rizosfera) e que, plantadas juntas, desenvolvem-se muito mais do que isoladamente.

Quadro 42- Compatibilidade de cebolinha e nirá.

a) Culturas que podem ser plantadas juntas ou em rotação.

Cebolinha e "nirá" Família Cultivando juntos ou em rotação

Cebolinha Cucurbitácea Pepino,melancia, abóbora,melão

"Nirá" Solanácea Tomate, berinjela,p imentão,batata

Cebolinha e "nirá" Outras Espinafre, bardana, soja,morango

Obs.: No morango, é necessário ter cuidado, devido ao maior adensamento, que pode

prejudicar o seu desenvolvimento.

- 39-

b) Culturas que não devem ser plantadas juntas ou em rotação.

Cultura

Nabo

Couve chinesa, repolbo, alface

Prejuízos que ocorrem, quando plantadas juntas, ou em rotação

Reduz praga e doença, mas a produção diminui, e a raiz bifurca,

não servindo para o comércio.

Concorrência de nutrição, prejudicando o desenvolvimento, as

folbas amarelecem, mau desenvolvimento, prejudicando a

formação de cabeça.

Um bom exemplo é o plantio de "nirá" e tomate no controle de Fusarium.

No Japão, o tomate é cultivado no outono e inverno, e, também, no verão e outono. No outono e

inverno, utiliza-se o nirá, que resiste ao frio e à baixa luminosidade, com raízes profundas; na safra verão­

outono, utiliza-se a cebolinha, que é resistente à alta temperatura.

Na produção de mudas de morango, é melhor plantar a cebolinha grossa,jutonegui, nos dois

lados da planta matriz, e, se o espaçamento for maior do que 2,0 m, plantam-se duas touceiras de cebolinha

no meio, evitando o ataque da doença nos estolões.

Quadro 43- Resultado do controle de fusariose de tomate com plantio de nirá.

Tratamentos

Plantio de nirá

Testemunha

Parcela A

Grau de infestação

1,6

22,2

Parcela B

Grau de infestação

72,0

90,3

Parcela A: houve entrelaçamento entre as raízes do tomate com as de nirá

Parcela B: mal entrelaçamento entre as raízes do tomate com as do nirá.

Método de plantio de cebolinha e nirá

Fonte: KIJIMA,T. Kikobiseibutsu ni yoru byogai bojo. 1992.

- 40-

4.7. Absorção de nutrientes em floricultura

4.7.1. Absorção (Características).

São muitas as espécies de flores e, de acordo com cada espécie, variam muito o nível de exigência

e a resposta à adubação. Classificando as diferenças quanto a sua origem, ao clima e às condições de solo

do local de origem da espécie, pode-se dividir em três grupos:

Grupo 1- Ásia glacial, subglacial (montanha alta), subtropical (subtropical chuvoso), Ásia, África

e América, caracterizado pela baixa absorção de adubo nirogenado, como, Asta, Impatiens walleria, Lindo,

Calceolária, Cinerária, Cathleya, Cymbidium e Dendrobium.

Grupo 11 - Clima do Mar Mediterrâneo - adubação nitrogenada média: Gypsophila, Cravo, Gérbera,

Ervilha-de-cheiro, Goivo, Amor-perfeito, Gerânio.

Grupo 111- Região desértica árida- quantidade alta de adubação nitrogenada: Gloxínia, Estátice,

Lisianto, Petúnia, Bico de papagaio(Poinsettia), Cravo-de-defunto.

Não se pode determinar o método de adubação somente com isso, é importante conhecer as

condições naturais do local de origem para entender as características de absorção do adubo.

4.7.2. Quantidade de absorção de nutrientes.

4.7.2.1. Flores de corte.

Em flores de corte, a quantidade de absorção de nutrientes varia, conforme a espécie (Quadro 44),

que em média é: oN 2,04,P20

S 0,67, ~O 3,28, CaO 1,51, MgO 0,47 (kg/a). Esta grande diferença na absorção

de nutrientes entre as espécies é devida basicamente às variações elevadas nos números de cortes de

flores. Além disso, nota-se que a quantidade de absorção em geral está relacionada com o desenvolvimento

das plantas, como, no caso do cravo e rosa, que têm peso vivo elevado, e o período de sua colheita, assim,

com o grande número de cortes de hastes florais que têm de absorção elevada. Há diferença, também, se a

cultura está na estufa ou no campo. Devido a alta densidade de plantio na estufa, em geral, a quantidade de

absorção é maior.

A quantidade de absorção varia também conforme o método de cultivo. HOSOTANI, T e

MIURA, Y.( 1995), na avaliação de minicrisântemo de verão, dizem que varia muito de acordo com o produtor,

N 1,10 ~2,06, Pps 0,34 ~0,57, ~O 2,15 ~3,49, CaO 0,76 ~1,30, MgO 0,18 ~0,26 (kg/a). Estas diferenças

ocorrem: de acordo com o produtor, a quantidade de flores cortadas e condições de desenvolvimento na

época de floração. Ito et aI. pesquisaram um tipo de lírio na cultura precoce, N 1,3, Pps 0,22, ~O 4,48, CaO

1,38, MgO 0,33 (kg/a), em cultura tardia, N 1,09, Pps 0,24, ~O 2,65, CaO 0,94 e MgO 0,27 (kg/a), variando

assim conforme a época de cultivo.

- 41 -

Quadro 44- Quantidade de absorção de nutrientes em flores de corte.

Espécie Produção Absorção de elementos-kgla Indice em relação ao N -100

a=l00m' N IP'O, IK,O ICaO IMgO P,O, IK,O ICaO IMgO

Alstroemeria (2)13.000 1,84 10,66 14,91 10,82 10,26 36 1267

145

114

Nome científico: Alstroemeria x hybrida Hort.

Cravo (1)(2)25.730 7,92 13,30 .J 13,46 14,93 11,66 42 1

144 162

121

Nome científico: Dianthus caryophyllus L.

Crisântemo (2)5.960 1,63 10,42 12,79 10,70 10,28 26 1

171 143

117

Nome científico: Chrysanthemum X morifolium Ramat

Boca-de-Ieão (3)3.400 1,80 10,50 13,55 11,50 10,60 28 I 197 183 133

Nome científico: Antirrhinum majus L.cv.

Gipsófila (5)590 0,81 10,33 11,73 11,04 10,58 41 1214

1128

172

Nome científico: Gypsophila paniculata L.

Ervilba-de- (3)2.000 1,67 10

,45 .11

'23 t 1,21 1

0,34

27 f4

1

72

1

20

cheiro

Nome científico: Lathyrus odoratus L.

Goivo (3)5.990 2,04 10,56 13,22 11,60 10,25 27 I 158 178

112

Nome científico: Matthiola incana (L.)R.Br.

Esporinha (3)490 1,22 10,35 12,72 10,68 10,54 29 1223

156

144

Nome científico: Delphinium elatium L.

Lisianto (3)3.100 1,24 10,22 11,46 10,16 10,28 18 1

118 1

13 123

Nome científico: Eustoma grandiflorum(Raf.)Shinners

Rosa (2)12.120 2,37 10,62 12,30 10,86 10,37 26 197

136

116

Nome científico: Rosa x grandiflora Hort.

Frésia (4)15.000 1,29 10,33 12,09 10,42 10,25 26 1

162 133

119

Nome científico:Fresia x hybrida Hort.

Lírio (4)2.880 0,67 10,08 11,69 10,61 10,17 12 .1

252 191

125

Nome científico: Lilium longflorum Thumb.

Lindo(Japão) (3)(6)715 2,57 1°,90 12,72 p,21 1°,18 35 1106

147

17

Nome científico: Gentiana triflora PaU var.japonica (Kuzn.) Hara

Obs.: (1) Área cultivada efetiva; (2) número de flores cortadas; (3) Número de plantas;

(4)Número de bulbos plantados; (5) touceira de um ano; (6) quatro anos de florescimento.

A quantidade de absorção da flor, em corte, é muito variada com o sistema de cultivo, por isso

esses dados servem apenas como base de comparação.

Fonte: HOSOTANI,T.&MIUA,Y. Kaki no eiyo seiri to sehi.2.ed.1995,p.27.

4.7.2.2. Flores em vaso.

A quantidade de absorção média, por touceira (vaso) das flores, em (g), é de N 0,97, P P 5 0,32, KP 1,13, CaO 0,79, MgO 0,27 (Quadro 45); e, assim, como nas flores de corte, a diferença entre as espécies é

grande, variando conforme as características de absorção, peso vivo das plantas no período de florescimento.

Exemplos como nas espécies de Clívea e Cimbídio, que são plantas de grande porte, a quantidade de

absorção é alta, sendo que na Calceolária e Gloxínia, de pequeno porte, a absorção é baixa.

- 42 -

Hosotani e Miura pesquisaram treze variedades de crisântemos em vaso constatando as seguin­

tes quantidades de absorção (g/vaso): N 0,24 -0,48, P205 0,05 -0,10, K20 0,23 -0,51, CaO 0,09 -0,13, MgO

0,02 -0,05, com grande variação, devido às características de absorção, peso das plantas entre as varieda­

des.

Quadro 45- Quantidade de absorção de nutrientes em flores de vaso.

Peso * Vaso Quantidade de absorção de nutrientes-glpeso Relação: N=I00 Espécie

(glvaso) (N") N P,O, K,O CaO MgO P,O, K,O CaO MgO

Ipoméia 127 5 0,76 0,19 1,28 0,59 0,20 25 168 78 26

lmpatiens 183 5 0,35 0,21 0,73 0,33 0,24 60 209 94 69

Gérbera 5 0,82 0,17 0,89 0,24 0,11 21 109 29 13

Calceo1ária 98 4,5 0,23 0,10 0,48 0,17 0,05 43 209 74 22

G10xínia 100 5 0,28 0,07 0,51 0,34 0,05 25 182 121 18

Clívea 481 5 1,55 0,45 1,67 1,29 0,25 29 108 83 16

(raiz=323)

Cic1âmen 379 5 0,55 0,18 1,07 0,60 0,28 33 195 109 51

Cinerária 178 5 0,67 0,20 1,27 0,47 0,16 30 190 70 42

Cimbídio 1.343 4,26 1,50 2,79 3,65 1,43 35 65 86 34

(raiz=683)

Gerânio 152 4,5 0,36 0,22 0,52 0,87 0,15 61 144 242 42

Poinsetia 5 0,59 0,13 0,41 0,31 0,09 22 69 53 15

Crisântemo 323 5 1,27 0,36 1,92 0,56 0,17 28 151 44 13

(5 touceiras)

* Peso vivo da parte aérea

Obs. Como a quantidade de absorção varia de acordo com o método de cultivo (tamanho do

vaso), utiliza-se apenas como referência.

4.8 Relação de absorção de nutrientes. Em geral, tanto para flor de corte como flor em vaso, a quantidade de absorção de K é o mais alto

devido às exigências nutricionais da planta, e, em seqüência, vem o N, Ca, P e Mg, nesta ordem. A relação

de absorção de cada elemento varia conforme a espécie, em média, considerando N= 1 00, P 2 O 5 é 32, ~ O 159,

CaO 73 e MgO 28. Comparando com arroz e cevada, o K, Ca e Mg é bastante alto, aproximando-se compara­

tivamente às hortaliças, na média.

4.9. Adubação em banana. 4.9.1. Terra cultivada com a variedade Nanicão, em Cajati-SP

O Quadro 46 mostra a análise de solo de lavoura de banana Nanicão. Na região de Cajati os

bananais situam-se em morros, livres de inundações na época de chuva, podendo sofrer danos de ventania.

- 43 -

Quadro 46- Região de Caja ti (Banana Nanicão)

N° Profundi pH MO P m me ll00ml dade-cm CaCI, H, O % melich resina K Ca M AI H CTC

l-I 0-20 4,1 - 2,0 7,0 0,20 1,4 0,4 0,2 3,2 5,4 1-2 20-40 4,5 1,2 3,0 0,09 0,8 0,3 0,2 2,9 4,3 1-3 40-60 4,5 0,8 4,0 0,08 0,8 0,3 0,1 2,9 4,3

S N" V ppm Labora Data Local Produtor

% S Na Fe Mn Cu Zn B tório l-I 37 43,3 - 41 104 2,0 5,0 0,7 Ultrafértil 27/11/90 CajatiSP Rubens T.Fukuda 1-2 28 74,0 - 39 38 2,0 1,0 0,4 Ultrafértil 27/11/90 Cajati SP Rubens T.Fukuda 1-3 28 66,3 - 30 33 2,0 1,0 0,5 Ultrafértil 27/11/90 Ca·atiSP Rubens T.Fukuda

A lavoura analisada no Quadro 46 estava sem cacho, com total de 8 folhas por planta, e a

análise da 3" folha a partir da mais nova está no Quadro 47.

Quadro 47- Análise foliar da banana variedade N anicão.

% N I p I K I Ca S Fe

2,1 I 0,18 I 4,2 I 1 ,1 0,15 120

Relação en Labora- Data NIK I K/Mg I FelMn K/B tório 0,5 I 17,5 I 0,1 Ultraférti1 1/4/91

4.9.2 Um exemplo de adubação de banana.

1) Espaçamento de plantio:

- variedade de porte médio ou baixo: 2 x 2m, ou 2 x 2,5m (2.500 ~2.000 pés/ha)

- variedade de porte alto: 2,5 x 3,Om ou 3 x 3m (1.111 ~ 1.333 pés/ha).

Na

2) Calagem: elevar a saturação de bases para 60% (o teor de magnésio deve ser acima de

0,9meq/l00m1.).

3) Adubação de cova: esterco de galinha 2,5 kg, superfosfato simples 1 00 ~ 150 g.

4) Adubação de formação

- 50 dias após o plantio, 1 00 ~ 200 g/pé de sulfato de amônia, depois de 70 a

- 90 dias, três aplicações por ano da fórmula 05-10-09,300 a400 g/cada vez. Após o plantio,

a colheita ocorre dentro de 12 a 16 meses.

5) Adubação de lavoura adulta:

(por pé) (época)

março-abril:

março-abril:

agosto-setembro:

outubro-novembro:

- 44-

(adubo)

esterco de galinha seco

14-07-28

14-07-28

14-07-28

(quantidade) 4-5kg

250-300g

250-300g

250-300g

6) Produção: exemplo de produtividade de 32t por ha, variedade Nanicão.

Espaçamento: 2,7 x 2,7m: 1.371 pés/ha

30% 35 kg/cacho x 411 pés = 14 t.!ha

60% 20 kg/cacho x 823 pés = 16 t./ha

10% 15 kg./cacho x \37 pés = 2 t.!ha

Total 100% 1.371 pés = 32 t.lha

4.9.3. Critério de análise foliar de banana e excesso e falta de elementos.

O padrão internacional de análise foliar de banana está no Quadro 48.

Quadro 48- Padrões internacionais para análise das folhas de bananeira.

Elemento Iniciação floral Cacho recém-expandido

------------------------( % )-----------------------------------N 3,3 - 3,7 2,7 - 3,6 P > 0,14 0,16 - 0,27 K 4,5 - 5,0 3,2 - 5,4 Ca 0,8 - 1,3 0,66 - 1,20 Mg 0,3 - 0,4 0,27 - 0,60 S > 0,25 0,16 - 0,30

---------------------(ppm)-----------------------------------B 11 10 - 25 Cu 9 6-30 Fe > 100 80 - 360 Mn 160 - 2.500 200 - 1.800 ~ >W w-~

Fonte: POTAFOS. "Informações Agronômicas".n.61 ,p.3.

- 45 -

5. CRITÉRIOS DE ADUBAÇÃO COM EXEMPLOS.

Há exemplos de adubação somente com turfa, pois na época ainda não estava difundido o uso de

carvão e bokashi.

5.1. Tabelas de conversão de unidades. Tendo em vista a mudança de unidades nas análises de solo, queremos apresentar algumas

tabelas de conversão para facilitar suas interpretações.

Quadro 49-Fatores para conversão de unidades antigas em unidades do Sistema Internacional

de Unidades.

Unidade antiga % ppm meq/l00cm3

meq/lOOg meqIL mmho/cm P20S K20 CaO MgO mmho!cm

Fator de conversão xlO x 1 xlO xlO x 1 x 1 x 0,437 x 0,830 x 0,715 x 0,602 x 1

Unidade nova = glkg, gldrn~, gIL = mg/kg, mgldm3

, mgIL = mmolc/dm3

= mmolclkg = mmolclL = dS/m = p =K = Ca = Mg = dS/m

Quadro 50-Fatores para conversão do Sistema Internacional de Unidades para a unidade

antiga.

Unidade Nova g/kg, gldmJ

, gIL mg/kg, mgldm3

, mIL mmolc/drn3

mmolclkg mmolcfL dS/m P K Ca Mg

Fator de conversão 10

x 1 10 10

x 1 x 1 x 2,29 x 1,20 x 1,40 x 1,66

- 46-

Unidade antiga =% = ppm = meq/lOcm3

= meq/lOOg = meqIL = mmho/cm = P20 S

= K 20 = CaO = MgO

Quadro 51-Tabela de conversão dos valores da análise de solos

P04- 1 meqllOOg = P20 S 23,7 mgllOOg 1 meqllOOg = 237 ppm

K+ 1 meq/lOOg = K20 47,1 mgllOOg 1 meq/100g = 471 ppm

Ca+ 1 meqllOOg = CaO 28,0 mgll00g 1 meqllOOg 280 m

Mg+ 1 meqllOOg = MgO 20,2 mgll00g 1 meq/100g = 202 m

Na+ 1 meqllOOg = Na+ 229,0 ppm Al+++ 1 meq/100g = Al+++ 90,Oppm S04 x 0,33 = S C% x 1,724 = M.O( matéria orgânica) CaO x 1,79 = CaC03

MgO x 2,48 = MgCO 3

5.2. Cultura de alface N

Absorção: 30 tlha 90

Ratio: N = 90 x 2

PP5 = 30x8

~O = 150 x l,5

A- Sem esterco:

I - Plantio:

Carvão em pó:

Bokashi:

Adubo 4-14-8:

Superfosfato simples:

Sulfato de amônio:

Cloreto de potássio:

= 18 Okg/ha

= 24 Okg/ha

= 225 kg/ha

kg/ ha

1. 000

1. 000

1.5 00

2 00

3 (j)

1 40

Micronutrientes:conforme a análise de solo

11 - Cobertura: 20 dias após o plantio

Adubo 12-6-12: 100

B- Com esterco:

N

40 (j)

72

12

184

~o 150

P20s

15

210

36

6

267

=

=

=

=

P 10 mgl100g 100ppm

K+ 39 mgl100g 390 ppm

Ca++ 20 mgllOOg 200 pm

Mg++ 12 mg/100g 120

~O

10

120

84

12

226

I - Plantio: kg/ha N PP5 ~O ------------------~~------~

Carvão em pó:

Bokashi:

Esterco de galinha:

Adubo 4-14-8:

Superfosfato simples:

Cloreto de potássio:

1.000

1.000

5.000

1.000

300

170

40

100

40

Micronutrientes:conforme a análise de solo

- 47 -

15

50

140

54

10

25

80

102

11 - Cobertura: 20 dias após o plantio

Adubo 12-6-12: 10

Pulverização foliar: por 100 litros de água

I) Bioestimulante: 250 mL

12 6

192 265

2) Molibdato de sódio: 100 g 15 dias após o transplantio (uma só vez).

3 Microelementos foliares: conforme a análise do solo.

12

229

Obs.: ° bioestimulante é um produto natural composto de extrato pirolenhoso, aminoácido de

peixes e algas, que ativa o metabolismo da planta ..

5.3. Cultura de alho Produtor: José R.Lammel. General Cameiro.PR Data:06/05/91

Laboratório: Ultrafértil-618-1

pH M.O. P K I Ca I Mg 1 H % ppm. meq/lOO cm~

6,0 4 13 V S04 Fe % 85 16 42

Calagem: não há necessidade

N

Absorção: 10,0 tlha 120

Ratio: N 120 x 0,6 72 kg/ha

P

K

30 x4 = 120

130 x 1,0 = 130

Adubação: kg/ha

I - Plantio:

Carvão em pó: 1.000

Bokashi: 1.000

Superfosfato simples: 700

Sulfato de amônio: 200

Cloreto de potássio: 150

Sulfato de zinco hepta: 40

Bórax: 20

U - Cobertura:

a) 30 dias após a emergência

Sulfato de amônio: 100

Cloreto de postássio: 65

0,17 Mn

25

1 6,5 I Cu

ppm

I

N

40

40

20

7

K.p 13022

1 6,0 1 2,2 I Zn 1 B

I 1,0 I 0,9

CaO

P20s KP

15 10

126

90

39

b) 45 ~60 dias após a emergência- se ocorrer o amarelecimento geral nas folhas.

Sulfato de amônio: 80 16

116 141 139

- 48-

CTC

14,9

Pulve rização foliar:

l)M olibdato de sódio: 100 gllOO L de água - total 500 g/ha-30 dias após a germinação.

estimulante: 250 mL/I00 L. 2)Bio

3)Mi croelementos: sulfato de zinco hepta: 100 g + ácido bórico: 50 gI 100 L de água, cada 14 dias.

5.4.Cultura d e batata

(1) Absor ão kg/ 1,0 t

1.6 00 se/ai .- 97 t

(2) A dubação:

I - P laotio:

aoempó:

shi:

04-14-8:

Carv-

Boka

Adub

N 3,1

300

kglalq.

2.000

2.000

7.000

Micr

ll-

oelementos: conforme a análise de solo.

Cobertura:

Sulfa to de amônio: 200

Adubação (2)

Absorção (1)

P205 1,2

116

N

80

280

40

400

300

(2) 1 (1) 1,33

K 20 4,4

427

P20s

30

980

1.010

116

8,7

Prod utor: Milton Vicente de Almeida. Cambuí,MG Data: 29107 191

ratório: U1trafértil N°2459 Labo

pl M.O. %

4, 4,1 S04

2 13

CaO

1,5

146

~O

20

560

580

427

1,35

MgO S 0,7 0,3

68 29

CTC

10,0

Calag em: 8,0 tlalq. de calcário dolomítico, ou (4,0 tlalq.de calcário do10mítico + 2,0 tlalq. de cal

tada). hidra

N

Abso rção: 1.200 sc/alq (2,42ha) 223

N = 223 x 1,5 = 334 kglalq Ratio

P = 86 x 9,7 = 834

K = 317 x 1,5 = 415

Adu

I - P

Adub

bação

laotio:

04-14-8:

kg/alq

6.000

Sulfa to de zinco hepta: 85

Bórax 45

N

240

- 49 -

~o 317

840

Ca

108

Mg

50

~o

480

S

22kg/alq

11 - Cobertura:

Turfa tratada:

Sulfato de amônio:

1.000

400

16

80

336

Pulverização foliar:

1) Molibdato de sódio: 100 g/100 L de água:

1 a) 20 dias após a germinação

2a) 35~40 dias após a germinação - total: 2,500 g/alq

2) Bioestimulante: 1,0 Llalq.,semanalmente-total: 8,0 Llalq.

840 480

Resultado: Ocorreu um erro na aplicação de adubo básico, aplicando 5.000 kg/alq de adubo 4-14-

8, mas, mesmo assim, colheu 1.500 sc/alq com produto de boa qualidade, alcançando um ágio de

10% no preço. Não houve ocorrência de pragas, dispensando a aplicação de inseticida. Nesta

época, não utilizávamos o carvão, nem o bokashi.

5.5. Cultura de berinjela Espaçamento: 1,5 xl ,Om = 6.666 pés/ha

Produtividade: 60 tlha (5.000 cx/ha-12kg/cx)

Absorção: N

228

Cálculo de adubação: kglha

N x ratio = 228 x 1,4 = 319

PP5 X ratio= 54 x 7,5=405

~O xratio=351xl =351

Adubação: g/pé

I - Plantio:

Carvão em pó: 150

Bokashi: 150

Adubo 4-14-8 200

Sulfato de magnésio: 10

Sulfato de zinco mono: 5

Ulexita (lI %B): 3

~O 351

kg/ha

1.000

1.000

1.333

66,6

33,3

20

Cao 108

MgO

24 kg/ha

N

40 15 10

53 186 106

Nota: os micronutrientes deverão ser calculados de acordo com a análise de solo.

11 - Chega -terra: 25 dias após o plantio

Adubo 4-14-8: 100 666 26 93 53

Cova: 30 dias após o chega-terra

Adubo 4-14-8: 50 333

111 - Cobertura: a cada 15 dias, no total de 8 vezes.

Adubo 12-6-12: 25 1.333

Bioestimulante:

(60 dias após o plantio)

Bioestimulante

(90 dias após o plantio)

Total

1,5mL

1,5mL

10

10

- 50-

13

160

5

5

302

46 26

80 160

420 355

Pulverização foliar: por 100 L de água

1) Bioestimulante: 300 ml semanalmente.

2) Molibdato de sódio: 100 g 1 a) no canteiro de mudas.

2a) 25 dias após o transplantio.

3) Micronutrientes: conforme a análise de solo.

5.6. Cultura de cebola (1) Absorção N P20 5 K 20 Kg/l,O t 1,95 0,80

(1 )-1 Bulbinho 2.000 kJ(/tarefa x 32= 64 tlalq 125 51 (1)-2 Muda 100 t/alq 195 80

(2) Adubação: kg/tarefa kg/alq

I - Plantio:

Carvão em pó: 78 2.500

Bokashi: 78 2.500

Adubo 4-14-8: 95 3.040

Microelementos:conforme a análise de solo.

11 - Cobertura:

Adubo 12-6-12: 35 1.120

Adubação (2)

Absorção (1) - 1

(2)/(1) - 1

Absorção (1) - 2

(2)/(1) - 2

Produtora:Mariko Ogino. Piedade,SP Data: 05/11/91

Laboratório: Ultrafértil N°3982

PH M.O. P K I Ca

2,45 157 245

N

100

121,6

134,4

356

125

2,8

195

1,8

I Mg I

Cão MgO S 1,05 0,30 0,9 67 19 58 105 30 90

PP5 KP

37,5 25

425 243

67;2 134,4

529,7 402,4

51 157

lO,38 2,56

80 245

6,6 1,6

AI H+AI CTC % ppm. meq/100 cm

j

5,7 2 160 0,57 I 3,5 V S04 Fe Mn I Cu % ppm 65 24 98 34 I 2

Calagem: 2.800 kg/ha de calcário dolomítico

N

Absorção: 33 t/ha(1.650 sc/ha-20 kg/sc) 64

I - Plantio kg/ha

Turfa tratada: 700

Adubo 4-14-8: 570

Sulfato de amônio: ro Cloreto de potássio: 25

Sulfato de zinco hepta: 32

- 51 -

I 1,2 I O 2,8 8,1

I Zn I B

J 4 I 0,6

Cao MgO S

35 10 13 kg/ha

Sulfato de cobre: 4

Bórax: 21

11 - Cobertura: 30 dias após o plantio

Sulfato de amônio: 100

111 - Cobertura: 40 dias após o plantio

Sulfato de amônio: 100

Cloreto de potássio: 30

IV - Cobertura: 50 dias após o plantio

Sulfato de amônio: 100

Cloreto de potássio: 30

V - Cobertura: 60 dias após o plantio

Adubo 12-06-12: 200

Pulverização foliar:

1) Molibdato de sódio: 100 g/100 L de água- 20 dias após o plantio-500 g/ha

2) Bioestimulante: 250 mil 1 00 L de água, cada 14 dias.

3) Microelementos: sulfato de ferro hepta:50 g + sulfato de cobre:50 g + ácido bórico:50 gl1 00 L

de água, cada 14 dias

5.7. Cultura de cenoura (1) Absorção N P20 5 K 20 Cão M,[O S kg/1,0 t 4 1,5 8 5,9 0,8 1,1 96,8 t/alq/3.872 cxlalq.=(40tJha) 387 145 774 571 77 106

Obs.: caixa de cenoura com 25 kg/cada

(2) Adubação kg/alq N P20s ~O I - Plantio:

Carvão em pó: 2.500

Bokashi: 2.500 100 30 20 Adubo 4-12-8: 8.000 320 960 640

Micronutrientes: conforme a análise de solo

TI - Cobertura

Adubo 12-6-12: 1.000 120 60 120

Adubação (2) 540 1.050 780

Absorção (1) 387 145 571

(2)/(1) 1,39 7;2 1,36

Produtor:Hiroshi Fujita. Piedade,SP Data:31/07/91

Laboratório: Ultrafértil N°2674-5

pH M.O. P K 1 Ca 1 M~ 1 H CTC % pprn rneq/100crn'

5,7 2,0 100 0,25 I 4,1 I 1,7 I 2,5 8,6 V S04 Fe Mn j Cu I Zn I B % ~rn

71 10 73 35 1 2 1 4 1 0,6

Calagem: 5.600 kg/alq de calcário calcítico

- 52 -

Absorção: 96,8 t/alq (3872 cx/alq-25 kg/cx)

Ratio: N = 387 x 1,3 = 503

P = 145 x 2 = 290

K = 774 x 1 = 774

I - Plantio: kg/alq

Carvão em pó: 2.500

Bokashi: 2.500

4-14-8: 1.500

Uréia: 180

Cloreto de potássio: 800

Sulfato de zinco hepta: 70

Sulfato de cobre 10

Bórax: 50 11 - Cobertura:

30 dias após a semeadura

N

100

ffi

81

Bioestimulante: 10 L + Água: 3.600 L

40 dias após a semeadura

Sulfato de amônio: 250 50

55 dias após a semeadura

Adubo 12-6-12: 1.500 180

471

Pulverização foliar:

1) Molibdato de sódio: 100 gll 00 L de água:

1 a) com 5 folhas

2a) com 10 folhas-total 1.000 g/alq.

2) Bioestimulante: 1,0 Llalq, semanalmente.

N

387

P20s

30

210

330

Kz° 774 kg/alq.

KzO

20

120

480

180

800

3) Micronutrientes:sulfato de zinco hepta:50g + sulfato de cobre:50g + ácido bórico: 50gll 00 L

de água,semanalmente.

5.8. Culturas de couve flor/repolholbrócolos Espaçamento: 1,0 x 0,5m = 20.000 pés/ha

Adubação: g/cova kg/ha

I-Pré-platio: 30 dias antes do plantio

Esterco de galinha: 200 4.000 Carvão em pó: 50 1.000 Bokashi: 50 1.000 lI-Plantio:

Adubo 4-14-8: 50 1.000

Sulfato de magnésio: 3 ffi Sulfato de zinco: 2 40

Ulexita: 1,5 30

Nota: os micronutrientes deverão ser calculados de acordo com a análise de solo.

- 53 -

IH-Cobertura: a cada 30 dias, total de duas vezes

Adubo 12-6-12: 20 400

IV-Cobertura líquida: aos 45 e 60 dias após o plantio, diluído em água

Bioestimulante 5rnL 200

Água: 45rnL

Pulverização foliar: por 100 litros de água

1) Bioestimulante: 250rnL, semanalmente

2) Molibdato de sódio: 100 g 1 a) no canteiro de mudas

2a) 25 dias após o plantio

3a) pouco antes do florescimento

3) Microelementos: sulfato de zinco hepta:50g + sulfato de magnésio:50g + ácido bórico:50g/1 00

L de água a cada 14 dias, juntamente com o bioestimulante, ou, conforme a análise de solo.

5.9. Cultura de feijão vagem Espaçamento: 1,0 x 0,5m = 20.000 pés/1m

Produtividade: 20 t/ha (108 cx!ha-18,5 kglcx)

Absorção: N pps ~O Cao 120 40 200 160

Cálculo de adubação:

N x ratio = 120 x 1,3 = 156

pps xratio= 40 x 7 =280

~O xratio= 200 xl =200

I - Plantio: g/pé kg/ha

Carvão em pó: 50 1.000

Bokashi: 50 1.000

Adubo 4-14-8: 100 2.000

MgO

30 kg/ha

N P20

S ~O

40 15 10

86 280 160

Nota: os micronutrientes deverão ser calculados de acordo com a análise de solo.

II - Cobertura: duas vezes

Adubo 12-6-12: 8 320 38 19 38

Total 164 314 208

Pulverização foliar: por 100 litros de água

1) Bioestimulante: 250 rnL, semanalmente

2) Molibdato de sódio: 100 g, na fase de 5 folhas verdadeiras, com o bioestimulante

3) Microelementos: conforme a análise de solo, juntamente com o bioestimulante.

5.10. Cultura de jiló Espaçamento: 1,5 a2,0 x 0,8 a I,Om (2,0 x I,Om = 5.000pés/ha)

Produtividade: 30 t/ha (1.621 cx!ha-18,5 kglcx)

Absorção: N Pps ~O Cao MgO 114 TI 175 54 12 kg/ha

- 54-

Cálculo de ad ubação: kg/ha

N xratio = 114 x 1,5=171

P20s X ratio = 27 x 8 =216

~O x ratio = 175 x 1,1 = 192,5

I - Plantio: g/pé kglha N P20s ~O Carvão em pó: 200 1.000

Bokashi: 200 1.000 40 15 10

Adubo 4-14-8: 150 750 30 105 ro Sulfato de ma gnésio: 10 50

Sulfato de zin co: 5 30

Ulexita(ll %B) 3 15

Nota: os micronutrientes deverão ser calculados de acordo com a análise de solo.

11 - Chega-terra: 25 dias após o plantio

Adubo 4-14-8: 70 350 14 49

Cova: 30 dias após o chega-terra

Adubo 4-14-8: 30 150 6 21

111 - Cobertura: a cada 15 dias, total de 5 vêzes.

Adubo 12-6-12: 25 750 90 45

Bioestimulante: lOmL 10

(no solo, 60 e 90 dias após o plantio)

180 235

Pulverização foliar: por 100 litros de água

1) Bioestimulante: 250 mL semanalmente

2) Molibdato de sódio: 100 g com o bioestimulante- la) no canteiro de mudas

2a) 25 dias após o plantio.

28

12

90

200

3) Microelementos: sulfato de magnésio: 50g + sulfato de zinco hepta: 50g + ácido bórico:

50g/l 00 L de água, a cada 14 dias, com o bioestimulante, ou, conforme a análise de solo.

5.11. Cultura de mandioquinha Produtor: Oswaldo Loureiro Filho. Cambuí,MG Data:27/09/91

Laboratório: Ultrafértil N°3564

PH P K Prn

5,2 39 0,32 M.O. V S04

% % 3,6 67 20

Calagem: 2.600 kg/ha de calcário calcítico

Produtividade: 1.000 cx lha -25 kglcx-25 tlha

Adubação: kg/ha

- 55 -

eTC

14,1 B

0,7

A) B)

I - Plantio: I - Plantio:

Carvão em pó: 1.000 Carvão em pó: 1.000

Bokashi: 1.000 Bokashi: 1.000

Adubo 3-5-7: 1.600 48 80 112 Super.simples: 350 63

lI-Cobertura: (30~60 dias após o plantio) YoorinBZ: 100 18

Turfa: 1.000 Clor.potássio: 200 120

Yoorin BZ: 100 18 Sulf.zinco: 40

Sulf.amõnio: 100 20 Sulf.cobre: 8

Clor.potássio: ro 36 Borax: 20

Sulf.zinco: 40 II)Cobertura: (30~60 dias após o plantio)

Sulf.cobre: 8 Sulf.amônio: 200 40

Borax: 20 Clor.potássio: 50 30

76 98 148 48 81 150

Pulverização foliar

1) Molibdato de sódio: 100 g/1 00 L de água-total: 200 giba, 25 dias após o início da germinação

(uma só vez).

2) Bioestimulante: 250 ml/lOO L de água, cada 14 dias

3) Micronutrientes: sulfato de zinco hepta:50g+sulfato de cobre:50g+ácido bórico:50gll 00 L de

água, com o bioestimulante.

5.12. Cultura de pepino Espaçamento: 1,0 x 0,8m = 12.500 pés/ha

Produtividade: 50 t/ha (2.040 cxlba - 24,5 kglcx)

Absorção: N pps ~O Cao 127 42 200 165

Cálculo de adubação: kg!ha

N x ratio = 127 x 1,5=190

pps xratio= 42x 7 =294

K-P x ratio = 200 xl,2 = 240

I - Plantio: g/pé

Carvão em pó: 80

Bokashi: 80

Adubo 4-14-8: 100

Sulfato de zinco: 2

Ulexita(ll··B): 1,5

kg/ha

1.000

1.000

1.250

N

40

50

MgO

37 kg/ha

15

175

Nota: os micronutrients deverão ser calculados com base na análise de solo.

11 - Chega-terra: 30 dias após o plantio

Adubo 4-14-8: 40 500 20 70

- 56-

~O

10

114

40

lU - Cobertura: cada 20 dias, total de 3 vezes

Adubo 12-6-12: 15 562,5 67,5 33,7 67,5

Bioestimulante: 0,5 12,5

(60 dias após a semeadura)

177,5 293,7 231,5 Pulverização foliar: por 100 litros de água

1) Bioestimulante: 250 mL, semanalmente

2) Molibdato de sódio: 100 g com o bioestimulante, quando tiver 5 folhas verdadeiras

3) Micronutrientes: conforme a análise de solo, com o bioestimulante, a cada 14 dias.

5.13. Cultura de pimentão Espaçamento: 1,0 x 0,5m = 20.000 péslha

N pps KzO CaO MgO

Absorção: 30 tlha 120 40 200 160 30 kg/ha

(2.307 cx/ha-13 kg/cx)

Adubação: kg/ha

N= 120 x 1,7 = 204

Pps=40 x 8 = 320

Kz 0=200 x 1,2 = 240

I - Plantio: g/pé kglha N pps KzO Carvão em pó: 50 1.000

Bokashi: 50 1.000 40 15 10

Adubo 4-14-8: 90 1.800 72 252 144

*Sulfato de zinco: 2 40

*Bórax: 20

*Obs.: os microelementos devem ser calculados de acordo com a análise de solo.

U - Cobertura: iniciar 20 dias após o transplantio, em intervalos de 14 dias, total de 4 vezes.

Adubo 12-6-12: 10 x 4=40g 800 96 48 96

60 e 90 dias após o transplantio

Bioestimulante: 0,25 mL 5,0 L

Bioestimulante: 0,25mL 5,OL

208 315 250 Pulverização foliar:

1) Molibdato de sódio: 100 g/l 00 L de água: 1 a) no canteiro de mudas

Total: 500 g/ha 2a) 20 dias após o transplantio

2) Bioestimulante (pirolenhoso+aminoácido): 250 mUI 00 L de água, semanalmente.

3) Micronutrientes: sulfato de magnésio:50g +sulfato de zinco hepta:50g + sulfato de cobre:50g

+ ácido bórico:50g/100 L de água,cada 14 dias,ou, de acordo com a análise de solo.

Nota: Ao preparar a calda, colocar a água, em seguida o bioestimulante e depois os adubos ou

defensivos. As pulverizações devem ser feitas com temperatura amena, bem cedo ou à tardinha.

Durante a aplicação, pode-se atingir também o solo úmido, na região radicular.

O bioestimulante é preparado com extrato pirolenhoso, aminoácido de peixe e algas marinhas.

- 57-

5.14. Cultura de quiabo Espaçamento: 1,20 x 0,50m = 16.666 pés/ha

Produtividade: 25 t/ha (1176 cx/ha - 17 kg/ cx)

Adubação g/pé kg/ha N pps KP Plantio:

Carvão em pó: 60 1.000

Bokashi: 60 1.000 40

Adubo 4-14-8: 60 1.000 40

Adubo 4-14-8 30 500 (20

Cobertura:

Sulfato de amônio: 10 166 33

113

Pulverização foliar: por 100 litros de água

1) Bioestimulante: 250 mL, semanalmente

15 10

140 80

70 40)-terra já cultivada

155 90

2) Molibdato de sódio: 100 g com o bioestimulante, quando tiver 5 folhas verdadeiras.

3) Microelementos: conforme a análise de solo, com o bioestimulante, a cada 14 dias.

5.15. Cultura de tomate Adubação para tomate tutorado (envarado):

(1) Absorção N P20S K20 CaO MgO Kg/l,O tono 3 kg 1 kg 5 kg 4 kg 0,75 kg 300 ex/l.ODO pés(24 kglex/15.0D0pés/ha)-108 t 324 kg 108 kg 540 kg 432 kg 8lkg

(2) Adubação: g/pé kg/ha/ 15.000 pés N pps ~O I - Plantio:

Esterco de galinha: 500 7.500

Carvão em pó: 100 l.5oo

Bokashi: 100 l.5oo (j) 22,5 15

Adubo 4-14-8: 200 3.000 120 420 240

Microelementos: conforme a análise de solo.

n - Chega-terra:

Adubo 4-14-8: 50 750 30 105

m - Cobertura:

Adubo 12-6-12: 10 gx 10=100 l.5oo 180 180

Bioestimulante: 0,5mL 7,5L

Bioestimulante: 0,5mL 7,5L

Adubação (2): 390 637,5 495

Absorção (1): 324 108 540

(2)/(1): 1,2 5,9 0,9

- 58 -

S 0,68 kg

73 kg

Adubação para tomate rasteiro (sugestão).

1. Absorção de nutrientes (colheita de 30-40 tlha).

N P K Ca Mg S P2Ü 5 K

120 15 180 77 20 15 35 217

Sugestão de adubação, dependendo da análise de solo.

Balanço nutricional

N 120 x 1,3 = 156

PP5 35 x 3,4 = 119

~ü 217 x 1,25= 271

Adubação (kglha)

I - Plantio

N P2Ü 5 ~ü Mg Ca

Carvão em pó: 1.000kg

Bokashi: 1.000kg 40,0 15,0 10,0

Adubo 4-14-8: 850kg 34,0 119,0 68,0 119,0

11 - la.cobertura

Sulfato de amônio: 450kg 90,0

KO 150kg 90,0

K-Mg 200kg 44,0 22,0

m - 2a.cobertura 1 a._ Uréia 33,Okg 15,0

KCl 56,Okg 33,6 2a._ Uréia 33,Okg 15,0

KCl 56,Okg 33,6

Total: 194,0 134,0 279,0 22,0 119,0

Pulverização foliar:

1) Bioestimulante: 250 mLllOO L de água semanalmente.

2) Molibdato de sódio: 100 g/1 00 L de água: 1 a) no canteiro

2a) 25 dias após o transplantio

3) Microelementos: conforme a análise de solo

Nota: ao preparar a calda, colocar a água, em seguida, o bioestimulante e depois os adubos e

defensivos. Fazer as aplicações nos horários de temperatura amena, bem cedo ou à tardinha. Ao

fazer as pulverizações, procurar atingir também o solo úmido na região das raízes. Pode-se dimi­

nuir as doses dos defensivos em 20-30%, pois o bioestimulante à base de extrato pirolenhoso e

aminoácido potencializa os mesmos, porém, devem ser evitados os defensivos de meio alcalino.

Plantar uma muda de cebolinha bem junto à muda de tomate.

- 59-

5.16. Cultura de ameixiera Produtor: Hideki Iwasaki. Frei Rogério,SC Data14/06/2007

Espaçamento: 6 x 6m = 277 pés/ha

Produção anterior: nihil

Laboratório: LAGRO N° 313242-10

pH Ppprn CaCl2 H20 resina

5,5 6,1 60,0 M.O. V S

% % 5,7 85,0 2,7

Calagem: não há necessidade

Conforme Boletim,lOO-IAC-1996:

K

0,73 Na

27,0

Adubação de produção: 15- 25,0 t/ha

l-Após a colheita: kg/ha

Esterco de galinha: 3.000

Carvão em pó: 1.500

Bokashi: 1.500

Cooperhurnus( 4-14-6): 214

Cloreto de potássio: 20 Sulfato ferroso mono(28%Fe): 89,6

Bórax ou ulexita(1 O%B): 26

I

I I

I

Idade: 17anos

Próxima produção: 20 t/ha

Ca 1 M~ 1 AI mEq/l00 mI.TFSA

9,6 I 2,1 I 0,1 Fe I Mn I Cu

pprn 24,9 I 56,3 I 7,0

N P20

5 K 20

150 30 40 kg/ha

g/pé

10.800

5.400

5.400

770

75

320

95

1 H 1 CTC

I 2,1 1 14,6

I Zn I B

I 10,1 I 0,3

Obs.: Após a colheita, colocar o carvão e o bokashi no fundo, e distribuir o esterco, fósforo,

potássio, e os microelementos, na dosagem anual, misturados à terra da superfície em coroa larga,

acompanhando a projeção da copa da planta no solo.

H-Cobertura: a partir do início da brotação, de dois em dois meses,em quatro parcelas:

Sulfato de amônio: 487,5 440x4

IH-Cobertura líquida: a partir do início da brotação, cada 45 dias, por pé, aplicado no solo.

Adubo líquido caseiro (tenkeijiru): 2,OL

Água: 8,OL

Pulverização foliar: por 100 litros de água.

1) pré e pós florada:

Bioestimulante: 250 mL+ Sulfato ferroso hepta:40 g +Ácido bórico:20g

2) 30 dias após o início da brotação:

Bioestimulante: 250 mL + Molibdato de sódio: 100 g

3) Depois, mensalmente:

Bioestimulante: 250 mL + Sulfato ferroso hepta: 40 g + Ácido bórico:20g

4) Pós-colheita:

Bioestimulante: 250 mL

Nota: Ao preparar a calda, colocar a água no tanque, em seguida o bioestimulante, e depois os

adubos e defensivos. Pode-se reduzir a dose do defensivo em 20 a 30%. Pulverizar nas horas mais

frescas, bem cedo ou à tardinha. Procurar atingir também o solo úmido na região das raízes.

- 60-

5.17. Cultura de atemóia Produtor: Tokuo Yaguchi. Turvolândia. MG Data:30/08/2007

Espaçamento: 6,0 x 6,Om = 277 pés/ha Idade: II anos Área:

Produção anterior: 50 kglpé-13,85 t/ha Próxima produção: 60 kglpé =16,62 t/ha.

Laboratório: Unithal N° 34230- I I-LT.04(l I anos)

pH -=--~~~~~~,-~-.~~.-~--,-~-,~=--,~~

P mg/dm3 H+AI CTC CaCl2 H20 SMP Mel. Res.

5,1 5,7 6,20 19,0 31,0 3,4 0,37 4,67 8,07 C M.O V S ~ B ~

g/dm3 % % 17,0 2,9 57,87

Calagem: 500 kg/ha. de cal hidratada por toda área no início das chuvas.

Adubação:

I - Após a colheita: kg/ha g/pé

Esterco de galinha: 3.000 9.000

Carvão em pó: 1.000 3.600

Bokashi: 1.000 3.600

YoorinBZ: 720 2.600

Cloreto de potássio: 387,8 1.400

Bórax ou ulexita(l O%B): 22 80

Nota: Após a colheita, colocar o carvão e o bokashi no fundo, e distribuir o esterco, fósforo,

potássio, e os microelementos, na dosagem anual, misturados à terra da superficie em coroa larga,

acompanhando a projeção da copa da planta no solo.

11 - Cobertura: Após a brotação, quando ocorrer a primeira chuva de pelo menos 30 mm (quan­

tidade em que a água empoça sobre a superficie do solo). As outras doses esperar até a ocorrên­

cia de 3 ou 4 dias de chuvas seguidas. Após essa condição climática aguardar pelo menos uma

semana. Se a planta não apresentar nenhuma reação à adubação feita, aplicar novamente mais 200

gramas. Completar a quantidade calculada se a planta não estiver respondendo com bom

desenvolvimento.Total de 4 aplicações:

Sulfato de amônio: 1.000 900x4

111 - Cobertura líquida: a partir do início da brotação, cada dois meses, por pé, aplicado no solo.

Adubo líquido caseiro (tenkeijiru):6OOrnL

Água: 2.400 mL

Pulverização foliar: por 100 litros de água.

30 dias após o início da brotação:

Bioestimulante: 300 mL + Molibdato de sódio: 100 g.

Na pré e pós florada:

Bioestimulante: 300 mL + Ácido bórico: 50g.

Depois, mensalmente:

Bioestimulante: 300 mL + Ácido bórico: 50g.

Pós-colheita:

Bioestimulante: 300 mL.

Nota: Ao preparar a calda, colocar a água no tanque, em seguida o bioestimulante, e depois os

- 61 -

adubos e defensivos. Pode-se reduzir a dose do defensivo em 20 a 30%. Pulverizar nas horas mais

frescas, bem cedo ou à tardinha. Procurar atingir também o solo úmido na região das raízes.Não

pulverizar durante a florada. Nos intervalos pode-se pulverizar com o adubo líquido caseiro, sem

os defensivos, na diluição de 5 a 10%.

5.18. Cultura de caquizeiro Produtor: Anderson Fujio Oishi,Frei Rogério,SC Data: 11/0512007

Cultura: Caqui

Espaçamento: 6 x 4m = 416 pés/Im

Variedade: Kyoto

Idade: 5 anos

Produção anterior: 10tlha Próxima produção: 10 tlha.

Laboratório: LAGRO N°311317 -1 ,5ha- caqui

PH P ppm K I Ca I Mg I AI CaCh H20 resina meq/l00m1.TFSA

5,9 6,7 51,1 0,57 I 8,6 I M.O. V S Na I Fe I

% % 3,2 88,S 1,3 11,0 I 19,9 I

Calagem: não há necessidade

N pps ~O 1,5 5,2 Absorção: 1,0t

10,0 tlha

6,0

60 15 52 kg/ha

Adubação: N = 60x 1 =60

Pps=15x3 =45

~O= 52xO,7=36,4

I - Após a colheita: kg/ha

Esterco de galinha: 3.000 Carvão em pó:

Bokashi:

Cooperhumus:

Cloreto de potássio:

Sulfato ferroso mono(28%Fe):

Bórax ou ulexita(1 O%B):

2.000 2.000

321,43

28,53

107,5

28

glpé

7.200

4.800

4.800

772,67

68

258

67

2,4 I 0,1 Mn I Cu ppm 37,5 I 3,2

N

12.85 45

I

I I

I

H I

1,4 I Zn 1

9,0 I

~O

19,28

17,11

CTC

13,1 B

0,1

Nota: Após a colheita, colocar o carvão e o bokashi no fundo, e distribuir o esterco, fósforo,

potássio, e os microelementos, na dosagem anual, misturados à terra da superficie em coroa larga,

acompanhando a projeção da copa da planta no solo.

H - Cobertura: a partir do início da brotação, de dois em dois meses,em quatro parcelas:

Sulfato de amônio: 235,75 141 46,9 --~-----------------

59,75 45 36,39

IH - Cobertura líquida: a partir do início da brotação, cada dois meses, por pé, aplicado no solo.

Adubo líquido caseiro (tenkeijiru): 200rnL

Água: 800rnL

- 62-

Pulverização foliar: por 100 litros de água.

30 dias após o início da brotação:

Bioestimulante: 250 mL + Molibdato de sódio: 100 g.

Na pré e pós florada:

Bioestimulante: 250 mL+ Sulfato ferroso hepta:50g + Ácido bórico:20g.

Depois, mensalmente:

Bioestimulante: 250 mL+ Sulfato ferroso hepta:50g + Ácido bórico:20g.

Pós-colheita:

Bioestimulante: 250 rnL.

Nota: Ao preparar a calda, colocar a água no tanque, em seguida o bioestimulante, e depois os

adubos e defensivos. Pode-se reduzir a dose do defensivo em 20 a 30%. Pulverizar nas horas mais

frescas, bem cedo ou à tardinha. Procurar atingir também o solo úmido na região das raízes.

5.19.Cultura de macieira Produtor: Masanori Ito. Frei Rogério,SC. Data 11/04/2007

Cultura: Maçã

Espaçamento: 1,5 x 4,Om = 1.666 pés/ha

Produção anterior: 10 tlha

Laboratório: LAGRO N° 311308 maçã

pH Ppprn CaC12 H20 Resina

6,0 6,6 66,6 M.O. V S

% % 2,8 90,1 1,3

Calagem: não há necessidade

N

Absorção: 1,0t. 2,2

25,0 tlha. 55

Adubação: N =55x 1,5 =82,5

Pps=15x3 =30

~O =55xO,6=33

I - Após a colheita:

Esterco de peru:

Carvão em pó:

Bokashi:

Superfosfato simples:

Sulfato de potássio:

Sulfato ferroso hepta(20%Fe):

Bórax ou ulexita(1 O%B):

K

0,86 Na

23,0

kg/ha

3.000

2.000

2.000

166,6

55

172,5

30

I

I I

I

Variedade: Condessa

Idade: 5 e 7 anos

Próxima produção: 25 t.

Ca I Mg I AI mEql100 rnl.TFSA

8,0 I 3,0 Fe I Mn

Pprn 15,5 J 34,6

~O CaO

2,2 1,6

55 kg/ha

glpé N

1.800

1.200

1.200

100

33

103,5

17,4

I I

J

Mg

1,5

0,1 Cu

1,7

30

I H I CTC

I 1,2 I 13,2 I Zn I B

I 13,9 I 0,1

~O

33

Nota: Após a colheita, colocar o carvão e o bokashi no fundo, e distribuir o esterco, fósforo,

potássio, e os micronutrientes, na dosagem anual, misturados à terra da superfície em coroa larga,

acompanhando a projeção da copa da planta no solo.

- 63 -

11 - Cobertura: a partir do início da brotação, de dois em dois meses, em quatro parcelGs:

Sulfato de amônio: 412,5 62x4 82,5 30 33

111 - Cobertura líquida: a partir do início da brotação, cada dois meses, por pé, aplicado no solo:

Adubo líquido caseiro (tenkeijiru): 200rnL

Água: 800rnL

Pulverização foliar: por 100 litros de água.

30 dias após o início da brotação:

Bioestimulante: 250 mL + Molibdato de sódio: 100 g.

Na pré e pós florada:

Bioestimulante: 250 mL + Sulfato de ferro hepta: 100 g + Ácido bórico: 50 g.

Depois, mensalmente:

Bioestimulante: 250 ml.+ Sulfato de ferro hepta: 100 g. + Ácido bórico: 50 g.

Pós-colheita:

Bioestimulante: 250 ml.

Nota: Ao preparar a calda, colocar a água no tanque, em seguida o bioestimulante, e depois os

adubos e defensivos. Pode-se reduzir a dose do defensivo em 20 a 30%. Pulverizar nas horas mais

frescas, bem cedo ou à tardinha. Procurar atingir também o solo úmido na região das raízes.

S.20.Cultura de pereira Produtor: Kazunori Yamamoto. Frei Rogério,SC Data: 19/04/2007

Cultura: Pera

Espaçamento: 6 x 2,5m = 666 pés/ha

Variedade: Hosui e Nijiseki

Idade: 13 anos

Produção anterior: 8 tlha Próxima produção: 9 tlha.

Laboratório: LAGRO N° 311299-01l03-Pomar de pera -,------.---=---.-~~-,--~---.--~--.--=~---

pH Pppm-+ __ ~ __ ~ ____ ~ __ ~~~~~~------~--CT-C---, CaCI2 H20 Resina

5,6 6,3 37,7 M.O. V S

% % 3,2 86,8 2,0

Calagem: não há necessidade

N P20s Absorção: 1,0t. 4,5 1,8

9,0 t. 40,5 16,2

Adubação: N = 40,5 x 1,2 = 48,6m

pps = 16,2 x 6 = 97,2

K20 = 9,6 xl,

I - Após a colheita:

Esterco de peru:

Carvão em pó:

Bokashi: 2.000

Superfosfato simples:

(Sulfato de potássio):

2 = 47,52

kg/ha

3.000

2.000

3.000

540

100

K 20

4,4

39,6 kg/ha

glpé N

4.500

3.000

810

150

-64-

12,1 B

0,1

~o

97;2

47,52

Sulfato ferroso mono(28%Fe):

Bórax ou ulexita(10%B):

Sulfato de zinco mono(35%Zn):

110

30

5

166

45

7,5

Obs.: Após a colheita, colocar o carvão e o bokashi no fundo, e distribuir o esterco, fósforo,

potássio, e os microelementos, na dosagem anual, misturados à terra da superfície em coroa larga,

acompanhando a projeção da copa da planta no solo.

11 - Cobertura: a partir do início da brotação, de dois em dois meses,em quatro parcelas:

Sulfato de amônio: 243 91,2x4 48,6 97,2 47,52

Ou,

Salitre duplo potássico(14-0-14): 340 128x4 51 97;2 47,6*

* neste caso,dispensar o sulfato de potássio

111 - Cobertura líquida: a partir do início da brotação, cada dois meses, por pé, aplicado no solo.

Adubo líquido caseiro (tenkeijiru): 200rnL.

Água:

Pulverização folia r: por 100 litros de água.

30 dias após o início da brotação:

800rnL.

Bioestimulante: 250 mL + Molibdato de sódio: 100 g.

Na pré e pós florada:

Bioestimulante: 250 mL + Sulfato ferroso hepta:50g. + Ácido bórico:20g.

Depois, mensalmente:

Bioestimulante: 250 mL + Sulfato ferroso hepta:50g. + Ácido bórico:20g.

Pós-colheita:mensalmente.

Bioestimulante: 250 rnL.

Nota: Ao preparar a calda, colocar a água no tanque, em seguida o Bioestimulante, e depois os

adubos e defensivos. Pode-se reduzir a dose do defensivo em 20 a 30%. Pulverizar nas horas mais

frescas, bem cedo ou à tardinha. Procurar atingir também o solo úmido na região das raízes.

5.21. Cultura de pessegueiro Produtor: Hideki Iwasaki. Frei Rogério,SC Data: 14/06/2007

Cultura: Pêssego

Espaçamento: 6 x 6m = 277pés/ha

Produção anterior: nihil

Laboratório: LAGRO N° 313239-07

H P m CaC12 H20 resina

5,4 5,7 20,0 M.O. V S

% % 4,0 71,5 6,8

Variedade: Chiripá

Idade: 14 anos

Próxima produção: 25 tlha.

- 65 -

CTC

11,9 B

0,3

Calagem: não há necessidade

Absorção: 1,0 tlha:

25,0 tlha:

N

4,9

122,5 Adubação: N 122,5 x 1,4 = 171,5

P205 72,5 x 5 = 362,5

K20 175 x 0,9 = 157,5

I - Após a colheita: kg/ha Esterco de galinha: 3.000 Carvão em pó: 2.000 Bokashi: 2.000

Cooperhwnus( 4-14-6): 2.250

Sulfato ferroso mono(28%Fe): 102

Bórax ou ulexita(l O%B): 16

Sulfato de zinco mono(35%Zn): 13,57

K 20

7,0 kg/ha

175

g/pé

10.800

7.200

7.200

8.000

370

58

50

Nota: Após a colheita, colocar o carvão e o bokashi no fundo, e distribuir o esterco, fósforo,

potássio, e os microelementos, na dosagem anual, misturados à terra da superficie em coroa larga,

acompanhando a projeção da copa da planta no solo.

lI-Cobertura: a partir do início da brotação, de dois em dois meses,em quatro parcelas:

Sulfato de amônio: 307,5 270 x 4

III-Cobertura líquida: a partir do início da brotação, cada 45 dias, por pé, aplicado no solo.

Adubo líquido caseiro (tenkeijiru): 2,OL

Água: 8,OL

Pulverização foliar: por 100 litros de água.

1 - Na pré e pós florada:

Bioestimulante: 250 mL+ Sulfato ferroso hepta:l00 g + Sulfato de zinco hepta:l00g +Ácido bórico:50g.

2 - 30 dias após o início da brotação:

Bioestimulante: 250 mL + Molibdato de sódio: 100 g.

3 - Depois, mensalmente:

Bioestimulante: 250 mL + Sulfato ferroso hepta: 100 g + Sulfato de zinco hepta: 100g + Ácido bórico:50g.

4 - Pós-colheita:

Bioestimulante: 250 mL

Nota: Ao preparar a calda, colocar a água no tanque, em seguida o bioestimulante, e depois os

adubos e defensivos. Pode-se reduzir a dose do defensivo em 20 a 30%. Pulverizar nas horas mais

frescas, bem cedo ou à tardinha. Procurar atingir também o solo úmido na região das raízes.

- 66-

6. INSUMOS NATURAIS

6.1.Coleta de inoculante.

o inoculante pode ser coletado no próprio sitio, na mata ou no bambuzal.

Processo:

Em um cocho de bambu cortado ao meio, coloca-se arroz cozido sem sal, somente com água, de

preferência do tipo cateto ou japonês, que é mais glutinoso.

O cocho de bambu deve ser fechado com a parte superior do bambu e amarrado com arame,

elástico ou barbante, e colocado no bambuzal ou na mata, no solo, em meio às folhas secas, caídas. Deve

protegê-lo com uma tela de arame para evitar o ataque de eventuais animais e, nos dias seguintes, examina,

se há presença de bolor branco ou rosa, bolor de cor negra deve ser eliminado. Em período muito seco,

convém umedecer as folhas caídas onde será colocado o cocho.

Esse arroz assim embolorado é colocado em um balde de 20 litros, onde se acrescenta 2,0 kg de

açúcar mascavo, ou melaço, ou caldo de cana (5 vezes), obtendo assim o inoculante pronto para ser usado,

após ser coado para retirar o arroz residual.

Multiplicação do inoculante liquido:

Uma vez obtido o inoculante, poderá ser multiplicado duas a três vezes.

Ingredientes:

- 20 litros de água pura, sem cloro ou qualquer produto químico ou contaminante;

- 2,0 kg de açúcar mascavo ou melaço, ou 10 litros de caldo de cana;

- 0,5 litro do inoculante.

Colocar os ingredientes em um balde bem limpo e cobrir com tela ou pano para evitar insetos ou

sujeiras.

Agitar a solução duas a três vezes por dia.

Após três dias, o inoculante estará pronto e deverá apresentar odor de fermentação alcoólica,

idêntico ao inoculante original.

Embalar o inoculante em vasilhames bem limpos e secos, isentos de produtos químicos ou con­

taminantes, e armazenar em local fresco ao abrigo da luz e calor.

6.2.Adubo líquido caseiro (tenkei-jiru = suco abençoado)

De uma maneira geral, as plantas nativas ou cultivadas desenvolvem-se em harmonia com a

natureza, portando, nas superficies das folhas e nas rizosferas, microrganismos benéficos. Entretanto, em

condições adversas, os microrganismos se enfraquecem e reduzem em número, prejudicando o desenvolvi­

mento normal das plantas. Nestas condições, os adubos líquidos aplicados, nas folhas ou nos solos, irão

beneficiar e fortalecer aqueles microrganismos debilitados, fornecendo hormônios, enzimas, sais minerais,

vitaminas e outros ingredientes nutritivos e estimulantes.

- 67 -

Preparo:

o adubo líquido caseiro pode ser preparado na própria fazenda, com ingredientes disponíveis na

região.

Ingredientes: Biomassa vegetal (broto novo de capim, folhas novas e tenras, broto de bambu,

artemísia, tiririca, etc., enfim materiais de plantas de crescimento vigoroso, cerca de dois sacos (tipo usado

para cebolalbatata) cheios com uma pedra no fundo para servir de peso;

- Tambor de 200 litros;

- Água pura;

- 5,0 kg de farelo de arroz;

- 2,0 kg de açúcar mascavo ou melaço, ou caldo de cana (5 vezes mais);

- 1,0 L de inoculante.

Modo de preparar: Coloca-se uma travessa de madeira (bastão) sobre o tambor e penduram-se os dois sacos de

nylon telado cheios de biomassa triturada. Colocados todos os ingredientes, agitar o líquido com uma pá de

madeira duas vezes ao dia, para forçar a aeração e facilitar a fermentação.

Estado final do líquido. Apresenta-se transparente no início, depois de 2 a 3 dias, completa a fermentação, e o líquido

assume a cor verde-amarelada e emana cheiro agradável de fermentação alcoólica.

Pode-se também adaptar uma bombinha de oxigenação de aquário,introduzindo o tubo dentro do

tambor. Neste caso, acelera a fermentação e completa em um ou dois dias.

O líquido resultante deve ser coado para a sua utilização, a fim de evitar o entupimento do

pulverizador.

Aplicação: A calda verde amarelada, produto da fermentação, poderá ser utilizada com diluição de 5 a 10% (5

a 10 litros em 100 litros de água) para pulverização foliar, e 10 a 20 litros em 100 litros de água para aplicação

em solo.

6.3. Bokashi

6.3.1. Bokashi simples

O bokashi é um adubo orgânico que substitui perfeitamente os adubos químicos, contendo

adequadamente os nutrientes N, P, K, Ca, Mg e S, além dos micronutrientes. O bokashi, ao contrário dos

adubos químicos, fornece à planta nutrientes de forma gradual, branda e racional, pois a sua absorção não

segue o processo de osmose, mas sim, através de microrganismos que se multiplicam na rizosfera das

plantas.

- 68-

Existem várias fórmulas para se obter, a mais simples consiste no seguinte:

Ingredientes:

Terra virgem de barranco, avermelhada, mais ou menos seca,peneirada: .......................... 500 kg

Farelo de arroz: .......................................................................................................... 120 - 200 kg

Esterco de poedeira, puro, seco e peneirada: ............................................................ 120 - 200 kg

Farinha de osso, fosfato natural ou termofosfato: ...................................................... 50 - 100 kg

Inoculante: ............................................................................................................................. 1,0L

Modo de preparo: - Misturar os ingredientes o mais uniforme possível.

- Aplicar o inoculante diluído em 50 litros de água.

- Umedecer a mistura com água, até atingir 50% de umidade. Quando se apertar um punhado da

mistura e ele ficar moldado sem escorrimento de água entre os dedos, desmanchando facilmente ao ser

tocado é a consistência ideal. Essa massa deve ser coberta com sacos de aniagem para evitar o ressecamento

da superficie.

- Haverá elevação da temperatura pela fermentação aeróbica, e qmmdo atingir 60°C, deve ser

revirada. Essa temperatura pode ser avaliada colocando a mão ou uma barra de ferro no interior da massa.

Se não conseguir manter a mão na massa, ou segurar a barra de ferro por muito tempo, deverá ter atingido

essa temperatura.

- Pode ser que haja necessidade de revirar mais de uma vez por dia, dependendo da temperatura,

e, quando a fermentação terminar, a temperatura se estabiliza, o que ocorre normalmente, dentro de 5 dias.

Modo de aplicação. O bokashi pode ser aplicado, depois de estabilizada a temperatura, ou seja, terminado o processo

de fermentação; estando o produto com a umidade de 12% pode ser ensacado e armazenado durante 6

meses no máximo, para ser utilizado na ocasião propícia. Quanto à dosagem, varia conforme a cultura,

porém, pode ser tomada a base de 150 gramas por metro linear de plantas, ou na base de 500 a 1.000 gramas

por metro quadrado. Depende também do tipo de solo e da cultura.

O bokashi pode ser enriquecido com o fino de carvão tratado com o extrato pirolenhoso, na

seguinte proporção: 1,0 litro do extrato para 50 litros de água, cuja solução é suficiente para tratar 100 kg. de

fino de carvão (pó e migalhas) e esta mistura aplicada em 500 a 1.000 kg de bokashi.

6.3.2. Bokashi sem terra.

Pode-se preparar o bokashi sem terra, utilizando farelos e outros resíduos, como exemplo:

Farelo de arroz:. ................................................................................................................... 500 kg

Esterco de galinha seco e puro, ou torta de mamona ou farelo de soja: ............................ 250 kg

Farelodetrigo: .................................................................................................................... lookg

Farinha de osso, fosfato natural ou termofosfato: ............................................................. lookg

Farinhadecame: .................................................................................................................. 50kg

- 69-

Inoculante: .............................................................................................................................. 3 kg

Melaço: ................................................................................................................................... 3 kg

Água: ..................................................................................................................... 250 a 300 litros

Nota: As quantidades e os tipos de ingredientes poderão ser alterados, conforme a disponibilida­

de na região. O melaço pode ser substituído por açúcar mascavo ou caldo de cana (garapa), neste caso usar

15 litros.

Modo de preparo:

Proceder da mesma forma, como no preparo de bokashi simples.

6.4. Bioestimulante

O bioestimulante age sobre o metabolismo da planta, melhorando a sua fisiologia (saúde). Assim,

melhora a absorção dos nutrientes, a fotossíntese em condições adversas de luz ou temperatura, estimula a

emissão de radicelas, a formação de pólen, aumentando a polinização, melhora a produção e a qualidade das

sementes, flores e frutos, quanto à coloração, e ainda ao tamanho, ao sabor e à conservação pré ou pós­

colheita. Com o equilíbrio do metabolismo, aumenta a resistência ao ataque de pragas e doenças, bem como

em relação à seca e a geada, e contribui para o revigoramento das plantas prejudicadas pelo granizo.

São compostos orgânicos à base de extrato pirolenhoso, de algas e aminoácidos.

Existem vários produtos à venda no comércio, mas pode ser preparado na propriedade, quando

se produz o carvão, extraindo de sua fumaça o pirolenhoso. O aminoácido pode ser facilmente preparado

pelo agricultor, utilizando o extrato pirolenhoso e vísceras de peixe, na seguinte proporção:

Extrato pirolenhoso decantado ou destilado: .............. 15 L

Vísceras de peixe: .............................................................. 3 kg

A mistura deve ser deixada em repouso durante três meses e depois coar para eliminar as impure­

zas. O bioestimulante pode ser aplicado via foliar ou solo e também no tratamento de sementes, toletes ou

mudas.

O bioestimulante assim preparado, além dos componentes do extrato pirolenhoso (mais de 200

compostos), possui os seguintes principais aminoácidos entre outros, conforme o quadro abaixo:

Cistina Metionina Isoleucina Leucina Tirosina Fenilalanina Lisina Histidina Arginina Treonina Serina Alanina Valina Prolina Hidroxiprolina Glicina Acido aspártico Acido glutâmico

- 70-

~ , REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

BOLETIM TÉCNICO 200 - IAC. - Campinas, 1987.

CAMARGO, P. N. Manual de Adubação Foliar. -1975.

GUERRlNI. Encontro sobre Matéria Orgânica do Solo. - UNESP, 1992.

GUILHERME, M. R. Calagem. -1993.

HASEGAWA, M. Sehi no kiso to oyou. -1982.

HASHIMOTO, T. Sansei dojo to sakumotsu seiku. - 1992.

Sansei dojo to sono nogyo riyou. -1994.

HOSOTANI, T. & MIURA, Y. Kaki no eiyou seiri to sehi. - 1995.

KInMA, T. Kikoubiseibutsu ni yoru byogai bojo. - 1992.

KOBAYASHI, Akira. Kaju no eiyou seiri. - 1958.

MAEDA, M. Yasai no eiyou shindan to sehi. - 1996.

MALAVOLTA,E.ABCdaAdubação.-1988.

MALA VOLTA, E. Apud "Infonnações Agronômicas." POTAFOS. n. 75, p.2, set. 1996.

Avaliação do Estado Nutricional das Plantas. -1997.

Avaliação Nutricional das Plantas. - 1989.

Elementos de Nutrição Mineral de Plantas. - 1980.

Fertilizantes e seu Impacto Ambiental. - 1994.

"Manual de Fertilidade do Solo". In POTAFOS -1980

Micronutrientes na Agriculura. - 1991.

MIYOSHI, H. Dojo shindan-ho. - 1991.

NAKASHIMA, Todomu. Tsuchi o shiru. - 1991.

NOBUNKYO. Nogyo gijitsu taikei. - 1987.

OKADA, A. Hiryogaku gairon. - 1960.

PRIMA VESI, A. Manejo Ecológico do Solo. - 1981.

RAIJ, B. van. Fertilidade do Solo. -1991.

RAIJ,B. van; CANTARELLI, H.; QUAGGIO,lA. &FURLANI,A. M. C. (eds.).

Recomendações de Adubação e Calagem para o Estado de São Paulo. 2.ed

SEGUY, L.; BOUZINAC, S.; TRENTINI, A. In "InfonnaçõesAgronômicas."

POTAFOS. n.74,jul. 1996.

TAKAHASHI, E. Sakumotsu no kisso chishiki. - 1982.

YAMANE, I. Dojogaku no kiso to oyou. -1960.

YAMANE, Ichiro. (Dojogaku no kiso to oyou) - Fundamentos e Aplicação da Pedagogia. - 1960.

YAMAZAKI, K. Sosai no hibai. - 1960.

- 71 -

IPTDAlJATAK (Instituto de Pesquisas Técnicas e Difusões Agropecuárias da JATAK)

Colônia Guatapará - Mombuca

Address: Fazenda João Martins s/n - Cx. Postal 02

Guatapará - SP - BRASIL - CEP 14115-000

TELIFAX: +55-16-3973-1006

E-mail: [email protected]