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Irã - 1979 Grupo: Bruna K, Bruna L, Jayne e Daniel

Irã - 1979 Trabalho Interdisciplinar (SÃO JUDAS TADEU)

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Trabalho Interdisciplinar (GEOGRAFIA, HISTÓRIA, FILOSOFIA, SOCIOLOGIA) dos alunos Bruna K, Bruna L, Daniel e Jayne. Turma: 431 Colégio: SÃO JUDAS TADEU. Data: 11/11/2013 (segunda - feira). Professores: Luciano Teixeira, Jânio Alves e Fernando Pureza.

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Irã - 1979Grupo: Bruna K, Bruna L, Jayne e Daniel

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Informações Básicas Capital: Teerã Governo: República islâmica Líder Supremo: Ali Khamenei  Presidente: Hassan Rouhani  Vice-presidente: Eshaq Jahangiri  Presidente do Parlamento: Ali Larijani  Presidente do Supremo Tribunal de Justiça: Sadeq Larijani Moeda: Rial iraniano (IRR), dividido em cem dinares Área Total: 1 648 195 km² Idioma oficial: Persa Idiomas falados: Persa e dialetos, azari e dialetos, curdo,

árabe e outros Religião: Muçulmanos 95% (xiitas 80%, sunitas 15%) e

outros 5%

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População total: 75 149 669 habitantes Densidade demográfica: 42 hab./km²  PIB:

Total: US$ 997,4 bilhões Per capita: US$ 13 100  PIB por setor: agricultura 11%, indústria 38,4%,

comércio e serviços 50,6%  IDH: 0,742 – elevado Fuso horário: UTC+3:30 População abaixo da linha de pobreza: 18,7% Coeficiente de Gini: 44,5 Desemprego: 15,5% Principais indústrias: petróleo, petroquímica,

fertilizantes, soda cáustica, têxteis, cimento e outros materiais de construção, alimentos(especialmente açúcar e óleos vegetais), materiais ferrosos e não ferrosos, armamentos

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Economia

A economia do Irã é um misto de planejamento centralizado, propriedade estatal do petróleo e de outras grandes empresas, agricultura tradicional e comércio e serviços privados de pequeno porte

O atual governo procura diversificar uma economia dependente do petróleo (3,9 milhões de barris/dia)

O Irã é o segundo maior produtor de petróleo da OPEP e possui 10% das reservas mundiais comprovadas. Também possui a segunda maior reserva de gás natural do mundo, após a Rússia

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Religião

Islâmica: ao contrário do que ocorre no resto do Mundo, no Irã a maioria dos Muçulmanos é xiita Xiita (80% da população): grupo muçulmano que

acredita nos descendentes (herdeiros) de Maomé Sunita (15% da população): grupo muçulmano que

segue os ensinamentos das Sunas e não acredita nos descendentes de Maomé

A constituição iraniana reconhece três minorias religiosas, os zoroastrianos, os judeus e os cristãos

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Política

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Geografia do Irã

O país é muito vulnerável a terremotos, principalmente no sul.

Com uma área de 1 648 000 quilômetros quadrados, o Irã é o décimo sétimo maior país do mundo em território

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Clima

O Irã tem um clima diversificado. No noroeste, os invernos são frios, com muita precipitação

de neve e temperaturas abaixo de zero em dezembro e janeiro. As meia-estações são amenas e o verão é muito quente e seco.

No sul, os invernos são amenos e os verões muito quentes, com temperaturas que ultrapassam os 38ºC.

Em geral, o clima é árido, com a maior parte das (poucas) precipitações entre outubro e abril. Chove um pouco mais nos vales de Zagros e na planície costeira do Mar Cáspio.

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Vegetação

Tem uma área florestal com 15 mil km². Nas áreas desérticas e semidesérticas predomina a vegetação xerófita (adaptada à seca)

A flora só é abundante na região do mar Cáspio e nos vales dos rios

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Relevo

A maior parte do território do Irão corresponde a um planalto cercado por cadeias montanhosas.

Na região centro-leste encontram-se dois desertos, o Dasht-e-Kavir e o Dasht-e-Lut. No primeiro formam-se alguns pântanos durante o Inverno e a Primavera, mas ambos são inóspitos e despovoados.

No norte, em paralelo com o Mar Cáspio, estão as montanhas Elburz, que possuem vários vulcões activos. A montanha mais elevada desta cordilheira, que é igualmente o ponto mais alto do Irão, é o Monte Demavend (5671 metros).

Os Montes Zagros estendem-se desde o noroeste do país, perto da fronteira com a Arménia, até ao sudeste, atingindo o Estreito de Ormuz.

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Hidrografia

Os poucos cursos de água existentes no planalto se perderam nos pântanos salgados

O Irã tem apenas três rios importantes: O Atrak, o Safid e o Kurum (navegável)

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Localização

O Irã, é um país asiático do Médio Oriente que possui fronteira ao norte com a Armênia, o Azerbaijão, o Turcomenistão e o Mar Cáspio, ao leste com o Afeganistão e o Paquistão, ao oeste com o Iraque e a Turquia e ao sul com o Golfo de Omã e com o Golfo Pérsico.

Durante a história, o território deste país tem tido grande importância geográfica, visto a sua posição entre o Oriente Médio, o Cáucaso, a Ásia Central e o Golfo Pérsico, além da proximidade com o Leste Europeu e o Subcontinente Indiano.

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História do Irã

Durante a história, o território deste país tem tido grande importância geográfica, visto a sua posição entre o Oriente Médio, o Cáucaso, a Ásia Central e o Golfo Pérsico, além da proximidade com o Leste Europeu e o Subcontinente Indiano

O país foi conhecido como Pérsia até 1935, no Ocidente, desde então passou a ser conhecido como Iran(transliterado Brasil como Irã), palavra que significa literalmente "terra dos arianos" (no sentido étnico do termo)

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Medos e Aqueménidas

Por volta de 1500 a.C. fixaram-se no planalto iraniano várias tribos arianas, das quais se destacavam os Medos e os Persas. Os Medos fixaram-se no noroeste, onde fundaram um reino, e os Persas estabeleceram-se no sudoeste

Os Medos foram dominados pelos Citas em 653 a.C., mas conseguiram libertar-se e expandiam a sua influência aos Persas. Em 555 a.C. Ciro, rei da Pérsia, iniciou uma revolta contra Astíages, rei dos Medos. Ao vencer, reuniu sob sua soberania a Pérsia e a Média, criando a Aqueménia

Com isso, Ciro iniciou uma política expansionista, que seria continuada pelos seus sucessores. Em resultado destas conquistas o Império Aqueménida compreendia uma vasta área que ia do Vale do Rio Indo ao Mar Negro, incluindo a Palestina e o Egito

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Partos Arsácidas

Alexandre, o Grande conquistou a Pérsia em 331 a.C., acrescentado-a ao seu império. Após a sua morte o seu império foi dividido entre os seus generais. Um destes generais, Selêuco, ficou com a Babilónia e a Pérsia, dando início ao reino selêucida

A partir de 250 a.C. o domínio selêucida começou a ser rejeitado na parte oriental do Irã, onde nasce o reino dos Partos Arsácidas

O Império Arsácida era menor que o Aqueménida, estendendo-se do atual Afeganistão ao Eufrates e controlando as rotas comerciais entre a Índia e o Ocidente. Os Partos tinham como inimigos, no ocidente, o Império Romano, que tentou em vão conquistar o seu território

Em 224 d.C a dinastia arsácida foi derrubada por Ardashir I, um rei vassalo que fundou a dinastia sassânida

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A chegada do Islã

A conquista da Pérsia pelos árabes entre 641 e 651 levou a integração do Império Arsácida como província do primeiro califado omíada e, a partir de 750, do califado abássida

Do ponto de vista religioso, o zoroastrismo seria gradualmente substituído pelo islã. No entanto, culturalmente, verificou-se um intercâmbio entre a cultura árabe e a persa, que se detecta, por exemplo, na adoção pelo califado abássida da organização administrativa sassânida e dos costumes persas

No século X, registra-se um renascimento da literatura persa

Com a decadência do califado abássida afirmam-se no Irã dinastias locais praticamente independentes do poder central.

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Dentre estas dinastias surge a dinastia dos Taíridas, que seria eliminada pelos Safáridas. Estes seriam, por sua vez, substituídos pelos Samânidas, a dinastia local mais importante desse período

Durante a Idade Média, a Pérsia foi invadida pelos mongóis, o que foi seguido pelo reinado de Tamerlão

Pouco a pouco, o país passou a ser uma arena para potências coloniais rivais como os impérios russo e britânico

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Pérsia dos Safávidas, Afsháridas e Qadjars

Entre 1501 e 1736 a Pérsia foi dominada pelos Safávidas. O fundador desta dinastia, Ismail I, era filho de Safi ad Din, chefe de uma ordem sufista, que se apresentava como descendente do sétimo imã, Musa al Kazim.

Em 1501 Ismail I tomou Tabriz, a qual tornou sua nova capital, e tomou o título de xá. Os Safávidas proclamaram o islã xiita como a religião estatal e através do proselitismo e da força converteram a população a esta doutrina religiosa.

As duas principais ameaças exteriores aos Safávidas foram os Usbeques e os Otomanos. Os primeiros representavam uma ameaça para o Khorasan, mas foram derrotados por Ismail em 1510 e empurrados para o Turcomenistão. Quanto aos Otomanos, foram autores de um duro golpe ao estado safávida em 1524, quando as forças do sultão Selim I derrotaram os safávidas em Tchaldiran, tendo ocupado Tabriz. Em 1533 o sultão Soleimão ocupou Bagdade, tendo alargado o domínio otomano sobre o sul do Iraque.

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O apogeu dos Safávidas foi atingido durante o reinado de Abbas I, que reorganizou o exército e transferiu a capital para Isfahan (cidade do interior, longe da ameaça otomana), onde mandou construir mesquitas, palácios e escolas. Em 1602 Abbas expulsou os portugueses do Bahrein e em 1623 de Ormuz, locais onde estes tinham se estabelecido para controlar o comércio da Índia e do Golfo Pérsico

Com a expulsão dos portugueses os Safávidas estabeleceram um monopólio estatal sobre o comércio da seda e concederam privilégios aos ingleses e neerlandeses

O declínio da Pérsia safávida iniciou-se após a morte de Abbas I, durante os reinados de Safi (1629-1642) e Abbas II (1642-1667). Em 1722 a Pérsia foi invadida por tribos afegãs, que tomaram Isfahan

Em 1736, depois de ter expulsado os afegãos, o líder turcomano Nader Xá, um dos chefes da tribo Afshar, fundou a dinastia dos Afsharidas. Nader Xá alargou o seu domínio para leste, tendo invadido a Índia em 1738, de onde trouxe muitos tesouros para o Irã. Foi assassinado em 1747

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A dinastia dos Afsháridas foi seguida pela dinastia persa Zand (1750-1794), fundada por Karim Khan, um chefe da região de Fars, que estabeleceu sua capital em Shiraz. Karim Khan governou, até 1779, num clima de relativa paz e prosperidade, mas quando faleceu a dinastia Zand não conseguiu se impor

Logo depois o país conheceu um novo período conturbado, que durou até 1794, quando Aga Muhammad Khan, chefe de uma tribo turca, fundou a dinastia Qadjar. Esta permaneceu no poder até 1921, movendo-se em uma arena onde as novas potências - a Rússia imperial e o império britânico - exerceriam grande influência política sobre os reis Qadjaridas. O Irã entretanto, conseguiu manter sua soberania e nunca foi colonizado

Durante o reinado de Fath Ali Xá o Irã foi derrotado em duas guerras com a Rússia, que tiveram como consequências a perda da Geórgia, do Daguestão, de Bacu e da Arménia caucasiana

A modernização do Irã iniciou-se no reinado de Nasser al-Din Xá, durante o qual se procurou lutar contra a corrupção na administração, assistindo-se à fundação de escolas, abertura de estradas e à introdução do telégrafo e do sistema postal.

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Irã contemporâneo

A aspiração por modernizar o país levou à revolução constitucional persa de 1905-1921 e à derrubada da dinastia Qadjar, subindo ao poder Reza Pahlavi. Este pediu formalmente à comunidade internacional que passasse a referir-se ao país como Iran (Irã, em português), e não mais Pérsia

Em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, o Reino Unido e a União Soviética invadiram o Irã, de modo a assegurar para si próprios os recursos petrolíferos iranianos. Os Aliados forçaram o xá a abdicar em favor de seu filho,Mohammad Reza Pahlavi, em quem enxergavam um governante que lhes seria mais favorável. Em 1953, após a nacionalização da Anglo-American Oil Company, um conflito entre o xá e o primeiro ministro Mohammed Mossadegh levou à deposição e prisão deste último

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O reinado do xá tornou-se progressivamente ditatorial, especialmente no final dos anos 1970. Com apoio americano e britânico, Reza Pahlavi continuou a modernizar o país, mas insistia em esmagar a oposição do clero xiita e dos defensores da democracia

Em 1979, a chegada do Aiatolá Khomeini, após 14 anos no exílio, dá início à Revolução Iraniana provocando a fuga do Xá e a instalação do Aiatolá Ruhollah Khomeini como chefe máximo do país.

Estabeleceu-se uma república islâmica, com leis conservadoras inspiradas no Islamismo e com o controle político nas mãos do clero. Os governos iranianos pós-revolucionários criticaram o Ocidente e os Estados Unidos em particular pelo apoio dado ao xá

As relações com os Estados Unidos foram fortemente abaladas em 1979, quando estudantes iranianos tomaram funcionários da Embaixada americana como reféns

Posteriormente, houve tentativas de exportar a revolução islâmica e apoio a grupos militantes antiocidente como o Hezbollah do Líbano

A partir de 1980, o Irã e o Iraque enfrentaram-se numa guerra que durou oito anos.

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Revolução Iraniana

A Revolução Iraniana, ocorrida em 1979, transformou o Irã - até então comandado pelo Xá Mohammad Reza Pahlevi - de uma monarquia autocrática pró-Ocidente, em uma república islâmica sob o comando do aiatolá Ruhollah Khomeini

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Causas

A impopularidade do regime dos xás A cultura ocidental estava penetrando no Irã na mesma

proporção da opressão do regime político Repressão política executada pelo Savak que empregava

censura e recorreria a prisões, torturas e assassinatos de opositores e dissidentes

Os problemas do regime: a pobreza e a inflação, resultado das ações do xá Reza Pahlevi

O crescimento da rivalidade islâmica que se opôs a ocidentalização do Irã e viu em Aiatolá Khomeini um promotor da Revolução

A subestimação do movimento islâmico do Aiatolá Khomeini pelo xá - que pensavam que eles seriam uma ameaça menor

As medidas antissecularistas de Pahlevi - que pensava que os pró-Khomeini poderiam ser menosprezados.

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Antecedentes O xá estava no poder desde 1941, com uma curta interrupção

em 1953 quando teve que abandonar o país. Retornou no mesmo ano ao depor o governo democraticamente eleito de Mohammad Mosaddeq, com a ajuda de uma operação da CIA, batizada de Operação Ajax. Pahlevi manteve boas relações com os Estados Unidos, porém conflitou com as visões tradicionais do alcorão, o jogo e as relações sexuais antes do casamento, as quais se recusou a banir. O regime era conhecido por sua corrupção política e práticas brutais, as quais, como resposta, suscitavam protestos tanto internos quanto da comunidade internacional

Uma forte oposição surgiu durante o regime do xá. Particularmente importante era a oposição religiosa, que crescia desde longa data. A Ulema, ou comunidade de estudiosos das leis islâmicas, unia preocupações religiosas e seculares com uma longa história de ativismo social. Assim, mesclava oposição à brutalidade do governo a um forte compromisso em lutar contra a pobreza

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Seu ativismo se mostrava conservador dos valores islâmicos e, à medida que crescia, o governo reprimia violentamente os dissidentes

O aiatolá Khomeini era um líder da oposição que afirmava que o regime do xá era tiranico. Após sua prisão e seu exílio em 1964, os protestos dos clérigos aumentaram. Em resposta, Pahlevi decidiu enfrentar os religiosos com violência, prendendo e matando manifestantes. Não se sabe quantos morreram nesta campanha: o regime de Pahlevi falou em 86 mortos; os religiosos afirmaram que foram milhares

De 1963 a 1967 a economia iraniana cresceu consideravelmente, graças aos aumentos do preço do petróleo e também com a exportação de aço. A inflação cresceu no mesmo período e, embora a economia crescesse, o padrão de vida dos pobres e das classes médias urbanas não melhorava. Ao invés disso, apenas a rica elite e os intermediários das companhias ocidentais é que se beneficiavam das extravagâncias do xá. O governo também gastava grandes somas na compra de armamentos modernos, particularmente dos Estados Unidos

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Enfrentando a crescente oposição de líderes religiosos e de pequenos empresários, o regime do xá decidiu, em 1975, empreender um novo esforço para controlar a sociedade iraniana. Este esforço visava diminuir o papel do islamismo na vida do reino, ressaltando, para isto, as conquistas das civilizações pré-islâmicas do país, especialmente a civilização persa. Nesta linha, em 1976 o calendário islâmico, lunar, foi banido e substituído por um calendário solar. Publicações marxistas e islâmicas também sofreram forte censura

As reformas do xá também ficaram conhecidas como a Revolução Branca. Também foi abolido o regime feudal (dividindo terras dos líderes religiosos, o que diminuiu suas rendas) e dando direito ao voto às mulheres (o que foi visto pelos líderes religiosos como um plano para "trazer as mulheres para as ruas")

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A situação pré-revolucionária

A população mais pobre do país tendia a ser o segmento mais fervorosamente religioso e o menos ocidentalizado. Os pobres viviam predominantemente no campo, ou habitavam favelas das grandes cidades, especialmente em Teerã. Eles desejavam o retorno aos valores básicos do islamismo, em oposição aos esforços modernizadores do regime, cujas promessas de progresso lhes soavam falsas, e baseadas no crescente distanciamento entre os mais ricos e os mais pobres

À medida que a classe média urbana se educava e se expunha aos valores ocidentais, parte dela passou a enxergar o regime do xá como parte do problema. Além disso, após sua restauração em 1953, a posição do xá tornou-se particularmente perigosa. Isto em grande parte devido aos seus fortes laços com o Ocidente, a corrupção interna, as reformas impopulares e a natureza despótica de seu regime, especialmente a repressão da polícia política, conhecida como Savak

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No início da década de 1970 o preço do petróleo cresceu rapidamente, e o descontentamento com a corrupção, os gastos supérfluos e a violenta repressão aumentaram. A decadência interna foi bem ilustrada com a comemoração dos 2500 anos da fundação do Império Persa, ocorrida em outubro de 1971 em Persépolis, com três dias de celebrações a um custo total de US$ 300 milhões. Dentre as extravagâncias havia 1 tonelada de caviar preparada por 200 chefs vindos diretamente de Paris. Enquanto isto, muitos no país sequer tinham comida ou moradia decente

À medida que a desigualdade crescia, os protestos por mudanças aumentavam. Até mesmo elementos pró-ocidentais no Irã se incomodaram com a crescente autocracia e a crescente repressão da polícia secreta. Muitos deixaram o país antes da revolução, enquanto outros começaram a se organizar. Ao mesmo tempo, um movimento populista passou a se organizar nas mesquitas, através de sermões que denunciavam a maldade do Ocidente e dos valores ocidentais. O choque entre uma crescente população jovem e um regime que não oferecia nem os avanços de um estado moderno, nem a estabilidade de uma sociedade tradicional, criaram as condições para uma revolução

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Protestos e revolução

Em 1977, após pressões por direitos humanos feitas pelo então presidente norte-americano Jimmy Carter (que ameaçou embargar o suprimento de armas), o regime do xá fez concessões, libertando 300 prisioneiros políticos, diminuindo a censura e reformando o sistema judicial. Este relaxamento conduziu ao aumento de protestos da oposição e escritores passaram a reivindicar a liberdade de pensamento.

Ao mesmo tempo, a política de reforma agrária implementada pelo xá sob pressão da administração Carter enfureceu os mulás (líderes religiosos), que declararam uma guerra santa ao xá

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Em 1978 uma série de protestos, iniciada com um ataque à figura de Khomeini na imprensa oficial do país, criou um ciclo ascendente de violência, até que, em 12 de dezembro daquele ano, cerca de 2 milhões de pessoas “inundaram” as ruas de Teerã para protestar contra o xá. O exército começou a se desintegrar, à medida que os soldados se recusaram a atirar nos manifestantes e passaram a desertar

O xá concordou em introduzir uma constituição, mas moderada, porém já era tarde para isto. A maioria da população já era leal a Khomeini e, quando ele pediu o fim completo da monarquia, o xá foi forçado a abandonar o país, em 16 de janeiro de 1979

Antes de se sair do Irã o xá nomeou para primeiro-ministro Shapour Bakhtiar, mas este esteve no poder apenas 36 dias (suprimiu os jogos de cassino, a Savak, mas faltava-lhe o apoio popular). Ruhollah Khomeini não queria colaboração com ele, porque o considerava como um traidor. Bakhtiar, vendo que era impossível ter qualquer peso político, saiu do país e refugiou-se em Paris.

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Khomeini retornou da França em 1 de fevereiro convidado pela revolução antixá que prosseguia e rapidamente afastou os elementos mais moderados, criando uma república islâmica onde se tornou o líder supremo

Muitos dos costumes ocidentais (vestuário, minissaia, maquiagem, música, jogos, cinema, etc.) foram proibidos pelo novo regime que considerava que corrompiam a juventude iraniana. Foram reintroduzidos os castigos corporais para quem violasse os preceitos da sharia (sexo fora do casamento, adultério, consumo de álcool etc.) e a pena de morte foi aplicada não só nos defensores do xá (sobretudo ministros e militares), como também e em prostitutas, homossexuais, marxistas e membros de outras igrejas

Com o fim da Revolução Islâmica o país adotou a sua atual designação oficial de República Islâmica do Irã

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Vídeos Interessantes

http://www.youtube.com/watch?v=kjw_5YswIU8 http://m.youtube.com/watch?v=yZp4wg297L8