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Friedrich Nietzsche A transvalorilização de todos os valores

Friedrich nietzsche

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Friedrich Nietzsche A transvalorilização de todos os valores

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Projeto clássico da FilosofiaO projeto clássico da Filosofia compromete-se:Admitir que a verdade deve ser o ponto de chegada e

especulações teóricas;Exigir que a razão revele, mediante teorias, a natureza última das

coisas,Reconhecer que a verdade, como meta final da atividade filosófica,

figura como indispensável e fundamental para o homem Aceitar que além da verdade, outros valores morais, como

piedade, solidariedade, humildade, também são fundamentais para a organização da vida em sociedade.

Concordar que em última instância, aceitar a verdade e os demais valore morais como indispensáveis para a vida equivale a comprometer-se com determinados pressupostos metafísicos.

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A recusa de Nietzsche A filosofia por ele apresentada pode ser lida como

um novo itinerário que não aceitará como necessários os valores morais que justificam nossa conduta.

Ataca todos os autores que sustentam a necessidade dos valores morais.

Sua estratégia seria denunciar os pressupostos da tradição clássica e exigir o seu abandono.

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A recusa de Nietzsche Os valores religiosos herdados de tradições muito distantes da

sociedade atual não exercem mais função alguma na maioria dos indivíduos.

O pensamento de Sócrates e Platão impuseram um moralismo que valoriza muito a humildade.

Condenam os valores que nos tornam o que somos: o orgulho, a confiança e a nobreza.

Forte crítica aos pressupostos religiosos, que invertem os valores fundamentais que permitiram ao homem alcançar o estado de civilidade.

Sua critica ao apego que o homem desenvolveu pelos valores morais, e como estes derivam da aceitação de pressupostos metafísico-religiosos.

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Os moralistas, a verdade e a denúncia de nietzschianaOs valores do passado não podem ser admitidos como

parâmetros para avaliar a conduta do homem contemporâneo.

Acreditar que nossa meta continua sendo a mesma que as antigas tradições é o mesmo que viver de acordo com valores que nada importam para nós.

Somente os covardes se escondem em valores que, para ele, nada representam.

Nossos velhos hábitos contaminam nossa maneira de pensar, agir e sentir o mundo.

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A proposta de NietzscheEle pretende buscar um novo ponto de partida que viabilize

novos valores e que seja aceito como referência para nossas condutas.

Ele ataca os dois pilares do pensamento filosófico ocidental: a verdade e a noção de bem.

Nossa sociedade apenas poderá triunfar se conseguir se livrar de todos os valores decorrentes da filosofia grega e da tradição judaico-cristã.

Essas duas tradições são ilustradas nas figuras de Sócrates e Jesus.

Novos valores só poderão emergir os velhos e desgastados já estiverem devidamente enterrados.

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Críticas a SócratesSócrates é o grande responsável pela decadência

que se instalou em Atenas no século V a.C.Para ele, Sócrates é o típico exemplo do sujeito

moralista, que tenta inverter os valores, condenando o homem nobre por ser o que ele é.

Fazendo do homem uma vítima de sua própria consciência. No lugar de aceitar seu destino como criatura livre e pronta para conquistar e dominar.

O ser humano se viu preso diante das armas usadas pelos fracos os valores morais.

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Críticas a Sócrates.Sócrates,o primeiro dos moralistas, fez que os valores

defendidos pelo forte, pelo homem nobre eram errados.A justiça, deveria garantir, mediante leis, os direitos dos

fracos e que o reino da força deveria ser substituído pelo império da razão e da harmonia.

Segundo Sócrates, a virtude é a aceitação de um conjunto de valores que molda nossa conduta e nos garante o convívio social.

O guerreiro o conquistador, o forte outrora responsável pela instauração das civilização, agora de vê acuado e aprisionado na rede tecida pelos filósofos moralistas.

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O novo conceito de bomForam estes que inverteram o significado de bom,

que na sua origem designava as ações de homens nobres e conquistadores que em nada remetia a conduta altruísta.

O termo bom somente era utilizado para aquele que demonstrava uma conduta superior e que, justamente por poder enxergar as coisas de um nível distinto, tinha o direito de criar valores.

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A genealogia da moral.A tradição filosófica, criada por Sócrates , inverte os

valores e altera o significado de termos como bom, que passou a ser empregado em relação aquele que demonstra, piedade, abnegação, solidariedade, autossacrificio.

Somente merece o título de bom aquele que tem o seu verdadeiro eu negado, passando a viver de acordo com um sistema de valores que condena a autenticidade e a nobreza.

Colocando-se sob a proteção da uniformidade e massificação própria de seres medíocres.

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A genealogia da moral

Nietzsche também recusa o cristianismo e a figura de Jesus.

Na sua concepção, o cristianismo é perigoso porque admite como válida a moral do fraco e preconiza o amor cristão.

O que ele recusa na doutrina cristã é seu efeito de submeter os homens à vontade de Deus e igualar todos os homens, acreditando que, de fato, não existe uma diferença valorativa entre um homem e outro.

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O niilismo.O niilismo próprio do pensamento cristão, feito em nome da

moralidade, representa o que existe de pior na esfera da civilização.

Afinal, se devidamente interpretado, ele significa a negação de tudo o que nos levou a ser o que somos.

O cristianismo se apresenta como uma mentira fatal e perigosa, pois recusa o valor do orgulho, da nobreza, da paixão, do próprio instinto que nos move.

Defendendo uma moral ascética, uma moral que defende a abstenção dos prazeres para a obtenção da perfeição espiritual.

O cristianismo visa por fim ao nosso mundo e, para isso, conta com a invenção da consciência que procura sempre lembrar ao homem o que este não deve ser.

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O niilismoNas garras do cristianismo, o homem não passa de um

animal domesticado, que se sente obrigado a rejeitar sua própria natureza.

Viver em conformidade com valores que são contrários ao seu próprio ser.

O homem domesticado é um homem sem vida, é um escravo que tem retirado de si o direito de ser livre.

Esse homem dotado de consciência e de responsabilidade, pertence a uma cultura do pecado, em que nada lembra aquele nobre corajoso e conquistador que Nietzsche tanto exalta.

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Além do Homem.Se devemos negar a moralidade socrático-cristã. O que

devemos colocar em seu lugar?Quais seriam os valores que nos permitiriam sermos

senhores de nossas vidas?Ele propõe que os novos valores sejam criações humanas.Começa surgir a figura do artista, do homem criativo que

ser enxerga como agente da história e não meramente como reflexo desta.

Podemos empreender o caminho contrário e escolher valores que de fato, realizam nossa natureza.

Livre das amarras da consciência, ele pode deixar de se submeter aos valores morais impostos em nome dos fracos.

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a descoberta do Além do homem.O homem livre, ousado, criativo, que valoriza

sobretudo a vida deve novamente ocupar seu papel de líder.

Vontade de poder. O termo poder concebe não só as conquistas políticas, mas também a própria edificação da própria cultura.

Esse homem livre, que está comprometido somente com valores que afirmam a vida, não pertence ao nosso tempo.

Por isso, para falar desse novo homem, nosso pensador recupera a figura do poeta Zaratustra.

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Assim falou Zaratustra.Obra escrita em 1891, narrada em forma poética.Nietzsche mostra os caminhos trilhados pelo fundador do

zoroatismo, na antiga Pérsia.Zaratustra afirma que Deus está morto, e que agora o

homem terá que assumir a responsabilidade pela sua própria vida.

E acrescenta que não devemos alimentar a esperança de uma outra vida que não está vivida aqui e agora, presente neste mundo.

Parece ser um grande paradoxo que justamente o fundador de um esquema metafísico, Zaratustra, venha agora anunciar o fim da crença acerca de Deus e da existência do mundo.

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Assim falou ZaratustraNo entanto, quando lida com o devido cuidado,

essa mensagem é plenamente coerente com o pensamento nietzschiano .

Uma vez que, para ele, o pensamento metafísico, com sua tábua de valores, foi muito importante na história da humanidade.

A saída metafísica, quando proposta, respondeu plenamente a um conjunto de questões postas pelo homem antigo, e agora, entretanto esse modelo não responde mais aos valores de nosso tempo.

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Ubermensch

Corresponde ao sujeito comprometido com um projeto de vida conduzida de forma nobre e brava.

Homens que vivem dessa forma acabam disseminando valores fundamentais para toda a espécie.

Quais são esses valores que devem ser disseminados? A criatividade.

Trata-se de um aspecto central em sua proposta, pois Nietzsche nos assinala que o Ubermensh valoriza muito mais a criatividade do que a verdade.

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A criatividade

Nosso desenvolvimento está muito mais ligado ao nosso processo criativo do que a procedimentos lógicos ou empíricos.

Um segundo aspecto fundamental, decorrente do primeiro e inerente a este novo estágio da humanidade anunciado pelo Ubermensh, consiste no fato de que a criatividade passa ser a expressão mais plena da felicidade tão buscada pelo homem.

A arte será, doravante, concebida como meio de autorrealização dos indivíduos e fonte fundamental para a manutenção do bem-estar.

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A MENSAGEM

A mensagem do velho profeta do Oriente não deve ser entendida como uma ameaça, mas como o anúncio da autenticidade humana.

Porque dizer que Deus está morto é afirmar que devemos agora viver plenamente a vida.

Ao afirmar isso, Nietzsche convoca todos para que possamos ser autenticamente nós mesmos, livres de falsos valores e da perniciosa moralidade.

O que devemos entender por bom? O bom é tudo aquilo que ajuda na afirmação da vida.

Dessa forma, passamos a nos envolver com tudo o que significa comprometimento com o eu.

E justamente por estar comprometido com o eu, é que todo homem deve, permanentemente ousar, reavaliar suas crenças, procurando sempre sua autorrealização.

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