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UNIVERSIDADE SANTA ÚRSULA INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E AMBIENTAIS MESTRADO EM CIÊNCIAS DO MAR ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: OCEANOGRAFIA BIOLÓGICA DETERMINAÇÃO DO POTENCIAL PARA AQÜICULTURA NA REGIÃO DO BAIXO SÃO JOÃO - RJ, APOIADO EM SIG E SENSORIAMENTO REMOTO CLAUDIO MICHAEL VÖLCKER Dissertação apresentada à Coordenação do Mestrado em Ciências do Mar como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre. Rio de Janeiro 2007

Dissertacao mestrado volcker

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Claudio Michael VölckerDETERMINAÇÃO DO POTENCIAL PARAAQÜICULTURA NA REGIÃO DO BAIXO SÃO JOÃO - RJ, APOIADO EM SIG E SENSORIAMENTO REMOTO.

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UNIVERSIDADE SANTA ÚRSULA INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E AMBIENTAIS

MESTRADO EM CIÊNCIAS DO MAR ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: OCEANOGRAFIA BIOLÓGICA

DETERMINAÇÃO DO POTENCIAL PARA AQÜICULTURA NA REGIÃO DO BAIXO SÃO JOÃO - RJ, APOIADO EM SIG E SENSORIAMENTO REMOTO

CLAUDIO MICHAEL VÖLCKER

Dissertação apresentada à Coordenação

do Mestrado em Ciências do Mar como

parte dos requisitos para obtenção do

grau de Mestre.

Rio de Janeiro

2007

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UNIVERSIDADE SANTA ÚRSULA INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E AMBIENTAIS

MESTRADO EM CIÊNCIAS DO MAR ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: OCEANOGRAFIA BIOLÓGICA

DETERMINAÇÃO DO POTENCIAL PARA AQÜICULTURA NA REGIÃO DO BAIXO SÃO JOÃO -

RJ, APOIADO EM SIG E SENSORIAMENTO REMOTO.

CLAUDIO MICHAEL VÖLCKER

Banca Examinadora:

Dr. Júlio César de Faria A. Wasserman

Dr. Claudio Belmonte de Athayde Bohrer

Dr. Ricardo Pollery

Rio de Janeiro

2007

Page 3: Dissertacao mestrado volcker

VÖLCKER, Claudio M. Determinação do Potencial para Aqüicultura na Região do Baixo São João – RJ, Apoiado em SIG e Sensoriamento Remoto. / Claudio Michael Völcker. – Rio de Janeiro : USU, 2007. 148 p. Dissertação (Mestrado) - Universidade Santa Úrsula. Mestrado em Ciências do Mar. Área de Concentração: Oceanografia Biológica. 1. Aqüicultura. 2. SIG. 3. Rio São João. 4 Geoprocessamento. I. Título.

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Orientador: Prof. Dr. Philip C. Scott

Page 5: Dissertacao mestrado volcker

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha esposa Adelina Völcker, aos meus filhos Jean Michael Völcker e Stephan Alexander Völcker, a minha mãe Úrsula Ilse Völcker, os alicerces de minha vida. Aos meus amigos José Branco e Ricardo Pollery, que sempre se dedicaram em oferecer as melhores condições para a viabilização e os maiores motivadores deste trabalho.

Page 6: Dissertacao mestrado volcker

AGRADECIMENTOS

Esta Tese é fruto da colaboração de várias pessoas e Instituições, que

apoiaram várias fases deste trabalho tornando possível a sua realização. Agradeço a

todos e em especial:

Ao Dr. Philip C. Scott pela orientação efetiva, confiança e aprendizado.

Ao Dr. Julio Wasserman pela valiosa ajuda orientação e auxílio das

análises e na interpretação dos dados, e toda a consideração e tempo dispensados.

À Cia. Álcalis, em especial ao Wellington Neri que autorizou e

disponibilizou o laboratório CDPA - Centro de Desenvolvimento de Pesquisa da

Álcalis, ao Fernando Muzitano, Sione Maria Gonçalves Pessanha Silva e Sergio

Simões Martins pela realização das inúmeras análises de água.

À Universidade Santa Úrsula através do Laboratório de Oceanografia

Química e Sedimentologia - LOQUIM, pela infra-estrutura cedida para as análises

laboratoriais das amostras de água e solo em nome do prof. e Dr. Ricardo Pollery,

que teve papel fundamental nesta pesquisa, aprendizado e sugestões. Pela infra-

estrutura do Laboratório de Aqüicultura e Sistema de Informações Geográficas -

LAQUASIG com a disponibilização de hardware e software específicos para o

aprendizado do SIG e a manipulação e desenvolvimento das imagens de satélite,

destacando os alunos de graduação e pós-graduação em especial Mario Miceli pelo

aprendizado do IDRSI Kilimanjaro.

Ao José Francisco Branco, Secretário de Agricultura e Pesca e Jorge

Antonio da Silva, Secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de

Casimiro de Abreu pela logística local, da disponibilizarão de embarcações,

combustível e piloto, sem o qual seria impraticável a subida quinzenal ao rio São

João, e da equipe da Sub Secretaria de Meio Ambiente em Barra de São João, em

especial Paulo Roberto Bastos, Responsável pela Sub-Secretaria de Meio Ambiente

e Desenvolvimento Sustentável de Barra de São João e Sergio das Neves Adames

pelo seu grande conhecimento de navegação.

Ao CILSJ – Consórcio Intermunicipal Lagos São João, em nome do

Secretário Executivo Luiz Firmino Pereira pela valiosa colaboração financeira e

logística das inúmeras idas e vindas a Barra de São João, Arraial do Cabo e Rio de

Janeiro.

Page 7: Dissertacao mestrado volcker

Ao Sebastião Marcos Werneck da FUNASA, unidade de Barra de São

João pela disponibilização da garrafa van Dorn.

Ao IBAMA, unidade Poço das Antas pelos dados meteorológicos da

região e da disponibilização do Plano de Manejo da APA do rio São João.

Pelos companheiros que acompanharam e ajudaram na coleta de

amostragem e em especial Sival Silva Lima e Paulo Sergio França, Leandro Mattos

e Dra. Sandra Cunha.

À minha família pelo apoio e ajuda em especial a minha mãe e minha

esposa pela paciência, compreensão e por terem me incentivado sempre a

prosseguir, e o meu perdão pela ausência nos últimos tempos e que sempre tiveram

presentes em mim.

A todos os amigos que diretamente ou indiretamente contribuíram para

este trabalho.

Page 8: Dissertacao mestrado volcker

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 22

1.1 JUSTIFICATIVA........................................................................................... 26

1.2 HIPÓTESE.................................................................................................. 27

1.3 OBJETIVOS................................................................................................ 27

1.3.1 Objetivo geral......................................................................................... 27

1.3.2 Objetivos específicos............................................................................ 27

2 AQÜICULTURA............................................................................................ 27

2.1 APRESENTAÇÃO DAS ESPÉCIES........................................................... 32

2.1.1 Litopenaeus vannamei.......................................................................... 33

2.1.1.1 Parâmetros ambientais......................................................................... 34

2.1.2 Macrobrachium rosenbergii.................................................................. 36

2.1.2.1 Parâmetros ambientais......................................................................... 37

2.1.3 Oreochromis niloticus........................................................................... 38

2.1.3.1 Parâmetros ambientais......................................................................... 39SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS – SIG E SENSORIA- MENTO REMOTO – SR............................................................................. 41

3.1 SIG............................................................................................................. 41

3.2 SR............................................................................................................... 43

4 ÁREA DE ESTUDO....................................................................................... 45

4.1 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA.................................................................. 45

4.2 CLIMA........................................................................................................ 46

4.3 TOPOGRAFIA E ASPECTOS GEOLÓGICOS........................................... 48

4.4 COBERTURA VEGETAL............................................................................ 49

4.5 USO DO SOLO........................................................................................... 50

4.6 HIDROGRAFIA........................................................................................... 52

5 MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................. 57

5.1 ESCOLHA DAS ESTAÇÕES DE COLETA DE ÁGUA................................ 57

5.2 METODOLOGIA......................................................................................... 61

5.2.1 Fatores abióticos................................................................................... 61

Page 9: Dissertacao mestrado volcker

5.2.2 Cartografia.............................................................................................. 61

5.2.3 Tratamento das informações................................................................ 62

5.2.4 Dados Meteorológicos.......................................................................... 63

5.2.5 Geoprocessamento............................................................................... 63

6. RESULTADOS............................................................................................. 69

6.1 FÍSICO-QUÍMICO DA ÁGUA..................................................................... 70

6.1.1 Temperatura........................................................................................... 706.1.2 Salinidade............................................................................................... 716.1.3 pH............................................................................................................ 73

6.1.4 Oxigênio dissolvido.............................................................................. 74

6.1.5 Colimetria............................................................................................... 75

6.2 DADOS METEOROLÓGICOS.................................................................... 76

6.2.1 Temperatura atmosférica...................................................................... 76

6.2.2 Precipitação........................................................................................... 77

6.3 SIG............................................................................................................. 77

6.3.1 Uso e cobertura atual do solo.............................................................. 78

6.3.2 Canavial e vegetação rasteira............................................................... 80

6.3.3 Qualidade do solo.................................................................................. 80

6.3.4 Aptidão agrícola..................................................................................... 83

6.3.5 Recursos Hídricos – Captação de água.............................................. 85

6.3.6 Vias de acesso...................................................................................... 88

6.3.7 Áreas de restrições............................................................................... 90

6.3.7.1 Relevo.................................................................................................. 90

6.3.7.2 Áreas de preservação ambiental.......................................................... 93

6.3.7.3 Faixa ciliar............................................................................................. 95

6.3.7.4 Margem de segurança – canais e vias de acesso............................... 95

6.3.7.5 Áreas urbanas...................................................................................... 96

6.3.7.6 Fontes poluidoras................................................................................ 97

6.3.7.7 Malha hídrica........................................................................................ 97

Page 10: Dissertacao mestrado volcker

6.3.8 Modelagem............................................................................................. 98

6.3.9 Parâmetros físico-químicos.................................................................. 100

6.3.10 Cruzamento das informações............................................................ 102

6.3.10.1 Decisão multi-critério uso da terra - áreas planas.............................. 103

6.3.10.2 Decisão multi-critério solo................................................................. 104

6.3.10.3 Decisão multi-critério água................................................................ 107

6.3.10.4 Decisão multi-critério recursos hídricos............................................. 109

6.3.10.5 Decisão multi-critério vias de acesso (infraestrutura)........................ 110

6.3.10.6 Decisão multi-critério fatores ambientais........................................... 110

6.3.10.7 Decisão multi-critério fatores de produção......................................... 112

6.3.11 Áreas viáveis........................................................................................ 117

6.3.11.1 Litopenaeus vannamei........................................................................ 117

6.3.11.2 Macrobrachium rosenbergii e Oreochromis niloticus.......................... 118

7. DISCUSSÃO................................................................................................. 120

7.1 DADOS FÍSICO-QUÍMICOS....................................................................... 121

7.2 AS ESPÉCIES CONSIDERADAS............................................................... 125

7.3 SIG.............................................................................................................. 127

8 CONCLUSÃO................................................................................................ 131

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 13310 GLOSSÁRIO................................................................................................ 146

11 ANEXOS...................................................................................................... 149

Page 11: Dissertacao mestrado volcker

LISTA DE FIGURAS

Fig. 1 Evolução da produção e da posição brasileira no ranking da FAO para aqüicultura mundial – 1990/2001................................. 29

Fig. 2 Litopenaeus Vannamei................................................................. 35

Fig. 3 Macrobrachium Rosenbergii......................................................... 38

Fig. 4 Oreochromis niloticus................................................................... 39

Fig. 5 Localização da área de estudo.................................................... 45Fig. 6 Localização da Bacia Hidrográfica do rio São João e os

municípios que integram............................................................... 46Fig. 7 Distribuição das chuvas na Macro Região Ambiental MRA-4,

que inclui a Bacia Hidrográfica do rio São João........................... 48Fig. 8 Assentamentos nas margens do Rio São João - áreas de

assentamento............................................................................... 51Fig. 9 Mapa de localização da bacia hidrográfica do rio São

João.............................................................................................. 54Fig. 10 Localização das estações na área de estudo.............................. 58Fig. 11 PI da localização de todas as estações de coleta,

georeferenciados, na área de estudo........................................... 60Fig. 12 Mapa da região de estudo nas cores RGB 457............................ 64

Fig. 13 Mapa da região de estudo nas cores RGB 432............................ 64

Fig. 14 Mapa da região de estudo nas cores RGB 542............................ 65

Fig. 15 Mapa da região de estudo nas cores RGB 752............................ 65

Fig. 16 Mapa da região de estudo nas cores RGB 754............................ 65

Fig. 17 Modelo para avaliação de áreas potenciais para aqüicultura...... 67Fig. 18 Temperatura média da água do rio São João no período de

coleta............................................................................................ 70Fig. 19 Salinidade na superfície e no fundo na Foz do Rio São João no

período de coleta.......................................................................... 71Fig. 20 Salinidade na superfície e no fundo na Vala dos Medeiros no

período de coleta.......................................................................... 71Fig. 21 Salinidade na superfície e no fundo no trecho do velho rio São

João no período de coleta............................................................ 72Fig. 22 Salinidade na superfície e no fundo em frente à fazenda de

camarão no período de coleta...................................................... 72Fig. 23 Valores médios de pH com o desvio padrão no rio São João no

período de coleta.......................................................................... 73Fig. 24 Concentração média com o desvio padrão do oxigênio

dissolvido no rio São João no período de coleta.......................... 74Fig. 25 Temperatura oC do ar mensal, no período de janeiro a julho de 76

Page 12: Dissertacao mestrado volcker

2005, da estação meteorológica da REBio Poço das Antas........

Fig. 26 Precipitação mensal (mm), de junho 2005 a julho 2006 do baixo rio São João, da estação meteorológica da Agrisa...................... 77

Fig. 27 PI ‘Uso e cobertura atual do solo da região do baixo São João’, na área de estudo......................................................................... 78

Fig. 28 PI ‘Áreas viáveis: pasto, agricultura e plantio de cana-de-açúcar’, na área de estudo........................................................... 80

Fig. 29 PI ‘Tipos de solo da região do baixo São João’........................... 81Fig. 30 PI ‘Aptidão do terreno para construção de viveiros escavados’,

na região de estudo...................................................................... 83Fig. 31 PI ‘Aptidão agrícola da região do baixo São João’....................... 83

Fig. 32 PI reclassificado ‘Aptidão agrícola’ na área de estudo................. 85Fig. 33 PI ‘Distância de captação de água doce’ para aqüicultura: a)

dos principais tributários e o próprio rio São João na área de estudo; b) dos canais com ligações com rio São João, na área de estudo...................................................................................... 87

Fig. 34 PI ‘Distância de captação de água salgada’, na área de estudo.. 88

Fig. 35 PI ‘Vias de acesso’, na área de estudo........................................ 89Fig. 36 PI ‘Distância das vias de acesso’ a) acesso primário; b) acesso

secundário, na área de estudo..................................................... 90Fig. 37 PI ‘Planimetria da região do baixo São João’, na área de

estudo........................................................................................... 92Fig. 38 PI ‘Restrição declividade’ acima de 15m, na área de estudo....... 92

Fig. 39 Proposta de zoneamento da APA do rio São João...................... 94Fig. 40 PI ‘Áreas de preservação’ Reserva Biológica Poço das Antas

(REBio) e as áreas de preservação de acordo com o Plano de Manejo da APA do Rio São João: mangue, matas e vegetação arbustiva, na área de estudo........................................................ 93

Fig. 41 PI ‘Faixa marginal de proteção dos rios’ de acordo com a Lei No 4771, na área de estudo............................................................... 95

Fig. 42 PI ‘Margem de segurança’ de 60 m nas vias de acesso e nas margens nos canais e valas do baixo São João, na área de estudo........................................................................................... 96

Fig. 43 PI ‘Áreas urbanas’ com área de amortecimento de 1.000 m a partir da área de expansão urbana nos distritos de Unamar e Barra de São João e, nos assentamentos....................................

96Fig. 44 PI ‘Fontes poluidoras’ com área de amortecimento de 2.000 m

em torno dos pontos de alto índice de coliformes fecais e amortecimento de 3.000 m em torno das lagoas de decantação de vinhoto da indústria de álcool local.........................................

97 Fig. 45 PI ‘Malha hídrica’: rios, canais, valas, represa de Juturnaíba e

mar, na área de estudo................................................................. 98

Page 13: Dissertacao mestrado volcker

Fig. 46 PI ‘Somatória de todas as áreas restritas’, na área de estudo..... 98Fig. 47 Diagrama sintético do Macro Modeler ilustrando os passos

seguidos no modelo para determinação da somatória das áreas restritas......................................................................................... 99

Fig. 48 PI ‘Adequação da salinidade para cultivo de L. vannamei‘, na região do baixo São João............................................................. 100

Fig. 49 PI ‘Adequação da salinidade para o cultivo de M. rosenbergii e O. niloticus’, na região do baixo São João................................... 100

Fig. 50 PI ‘Adequação da temperatura para L. vannamei, M. rosenbergii e O. niloticus’, na região do baixo São João................................ 101

Fig. 51 PI ‘Adequação do pH para L. vannamei, M. rosenbergii e O. niloticus’, na região do baixo São João........................................ 101

Fig. 52 PI ‘Adequação de oxigênio dissolvido para L. vannamei’, na região do baixo São João............................................................. 102

Fig. 53 PI ‘Adequação de oxigênio dissolvido para M. rosenbergii e O. niloticus ‘, na região do baixo São João....................................... 102

Fig. 54 Escala contínua, par a par, de nove pontos de importância relativa do módulo Weight do IDRISI®.......................................... 103

Fig. 55 PI ‘MCE uso da terra’ na região plana do baixo São João, na área de estudo.............................................................................. 104

Fig. 56 PI ‘MCE solos’ na área de estudo................................................ 106Fig. 57 PI ‘MCE L. vannamei x parâmetros físico-químicos da água’, na

área de estudo.............................................................................. 108Fig. 58 PI ‘MCE O. niloticus e M. rosenbergii x parâmetros físico-

químicos da água’ na área de estudo........................................... 108Fig. 59 PI ‘MCE para captação de água para a espécie L. vannamei’,

na área de estudo......................................................................... 109Fig. 60 PI ‘MCE para captação de água para as espécies M.

rosenbergii e O. niloticus’, na área de estudo............................... 109Fig. 61 PI ‘MCE para vias de acessos’, na área de estudo...................... 110Fig. 62 PI ‘MCE fatores ambientais para L. vannamei’, na área de

estudo........................................................................................... 111Fig. 63 PI ‘MCE fatores ambientais para M. rosenbergii e O. niloticus’,

na área de estudo......................................................................... 111Fig. 64 PI ‘MCE das áreas mais viáveis para L. vannamei’, na área de

estudo........................................................................................... 112Fig. 65 PI ‘MCE das áreas mais viáveis para M. rosenbergii e O.

niloticus’, na área de estudo......................................................... 113Fig. 66 Modelo do potencial do cultivo de L. vannamei, no baixo São

João.............................................................................................. 114Fig. 67 Modelo do potencial do cultivo de M. rosenbergii e O. niloticus,

no baixo São João........................................................................ 115Fig. 68 Diagrama sintético do Macro Modeler ilustrando os passos

seguidos no modelo para determinação do potencial para cultivo de Litopenaeus vannamei.................................................

116Fig. 69 Diagrama sintético do Macro Modeler ilustrando os passos

Page 14: Dissertacao mestrado volcker

seguidos no modelo para determinação do potencial para cultivo de Oreochromis niloticus e Macrobrachium rosenbergii....

116

Fig. 70 PI ‘Área total viável’ 55,79 km2, que corresponde a 20,41% sobre a área total estudada de 273,33 km2.................................. 117

Fig. 71 PI ‘Áreas adequadas para cultivo de L. vannamei’, no baixo curso do rio São João, totalizando 667 ha, excluindo manchas menores que 15 ha....................................................................... 118

Fig. 72 PI ‘Áreas adequadas para cultivo de M. rosenbergii’ totalizando 4.697 ha, excluindo manchas menores que 15 ha....................... 119

Fig. 73 PI ‘Áreas adequadas para cultivo de O. niloticus’, totalizando 4.905 ha, excluindo manchas menores que 1 ha......................... 119

Page 15: Dissertacao mestrado volcker

LISTA DE TABELAS

Tab. 1 Produção brasileira da aqüicultura, por modalidade e participação em 2004................................................................... 31

Tab. 2 Produção estimada, segundo as regiões e unidades da Federação, de peixes, crustáceos e moluscos – aqüicultura continental.................................................................................... 32

Tab. 3 Produção da carcinicultura marinha/estado em 2004.................. 34Tab. 4 Coordenadas geográficas dos pontos de coleta em UTM da

área de estudo............................................................................. 59Tab. 5 Fatores abióticos analisados no baixo curso do rio São João.... 61Tab. 6 Faixas espectrais do sensor TM. Modificada por BATISTA &

DIAS (2005)................................................................................. 62Tab. 7 Campanhas quinzenais para coleta de água, realizadas no

período de junho 2005 a junho 2006, no baixo curso do rio São João............................................................................................. 69

Tab. 8 Resultados de colimetria entre agosto 2005 e maio 2006 junto à foz do rio São João................................................................... 75

Tab. 9 Ocupação e uso do solo e suas respectivas áreas em km2 e percentual sobre a área total de 273,33 km2............................... 79

Tab. 10 Ocupação e uso do solo e suas respectivas classes................... 79Tab. 11 Identificação dos tipos de solos da região do baixo São João e

seu peso dado de acordo com a sua plasticidade, granulometria e composição adequada para a construção de viveiros escavados...................................................................... 82

Tab 12 Identificação da aptidão agrícola da região do baixo São João e suas classes dado de acordo com as suas características físico-químicas apropriadas para a agricultura........................... 84

Tab 13 Captação de água doce: classes x distância, onde: 4- excelente; 3 - muito bom; 2 – bom e 1 – regular...................... 86

Tab 14 Captação de água salgada: classes x distância, onde: 4- excelente; 3 - muito bom; 2 - bom e 1 – regular....................... 88

Tab 15 Adequação da área em função da distância para as vias de acesso primário e secundário, na área de estudo....................... 89

Tab 16 Classificação de adequação de solos para construção de viveiros escavados em função da planimetria, na área de estudo.......................................................................................... 91

Tab 17 Classificação da adequação da área em função da variação de parâmetros abióticos, onde: 4 - excelente; 3 - muito bom; 2 - bom e 1 - regular......................................................................... 101

Tab 18 Matriz de comparação entre pares para uso da terra.................. 103

Tab 19 Matriz de comparação entre pares para tipos de solo................. 106

Tab 20 Matriz de comparação entre pares para aptidão agrícola............ 106

Page 16: Dissertacao mestrado volcker

Tab 21 Matriz de comparação entre pares dos parâmetros físico-químicos para L. vannamei.......................................................... 107

Tab 22 Matriz de comparação entre pares dos parâmetros físico-químicos para M. rosenbergii e O. niloticus.................................

107

Tab 23 Matriz de decisões utilizada pelo módulo Weight para obter os pesos relativos aos fatores de produção para L. vannamei........ 112

Tab 24 Matriz de decisões utilizada pelo módulo Weight para obter os pesos relativos aos fatores de produção para M. rosenbergii e O. niloticus................................................................................... 113

Tab 25 Parâmetros físico-químicos: de importância para a aqüicultura 121Tab 26 Capacidade de produção da região do baixo São João com

relação à produtividade das espécies e das áreas adequadas disponíveis................................................................................... 129

Page 17: Dissertacao mestrado volcker

ANEXOS

I Temperatura em oC...................................................................... 149II Salinidade.................................................................................... 150III pH................................................................................................

151IV Oxigênio dissolvido...................................................................... 152V Secchii.......................................................................................... 153VI Resumo da metodologia utilizada para o SIG.............................. 154

VII Fotografias da área de estudo..................................................... 155

Page 18: Dissertacao mestrado volcker

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

As principais abreviaturas utilizadas neste trabalho foram as seguintes:

ABCC – Associação Brasileira de Criadores de Camarão

APA – Área de Proteção Ambiental

CACAU - Cooperativa Agropecuária de Casimiro de Abreu Ltda.

CDPA - Centro de Desenvolvimento de Pesquisa Coronel Rubens de Mattos Gomes

CEPTA - Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros Continentais

CILSJ - Consórcio Intermunicipal Lagos São João

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

COOPERCRÃMMA - Cooperativa Regional de Piscicultores e Ranicultores do Vale

do Macacu e Adjacências Ltda.

DNOCS – Departamento Nacional de Obras Contra a Seca

DNOS - Departamento Nacional de Obras e Saneamento

ETM+ - Enhanced Thematic Mapper Plus

FEEMA – Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente

FIPERJ - Fundação Estadual de Pesca

FMP – faixa marginal de proteção

GeoTIFF - Geographic Tagged Image File Format

IAP – Instituto Ambiental do Paraná

LAQUASIG - Laboratório de Aqüicultura e Sistemas de Informações Geográficas

LOQUIM - Laboratório de Oceanografia Química e Sedimentologia

MCE – Avaliação de multi-critério

MS - Microsoft

OADS - Organização Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável

PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

SEAP - Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República

SERLA – Superintendência Estadual de Rios e Lagoas

SIG - Sistema de Informação Geográfica

SR - Sensoriamento Remoto

SRTM - Shuttle Radar Topography Mission

Page 19: Dissertacao mestrado volcker

UC - Unidade de Conservação

UFF - Universidade Federal Fluminense

USU - Universidade Santa Úrsula

UTM - Universal Transverse Mercator

PI - Planos de Informação

ZPVS – zona de proteção de vida silvestre

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RESUMO

Apesar do crescimento promissor da aqüicultura no Brasil, ainda não existem regras ou normas de planejamento espacial, ficando evidente a necessidade de estudos que possibilitem o zoneamento desta atividade em função das características ambientais, socioeconômicas e culturais de cada região, de modo a minimizar possíveis conflitos. Este trabalho tem como objetivo principal identificar e avaliar o potencial e as áreas mais apropriadas para o desenvolvimento da aqüicultura terrestre em viveiros escavados na zona costeira, no entorno do baixo curso do rio São João, RJ. Para tal, utilizou-se o Sistema de Informação Geográfica (SIG) compilando e analisando a grande quantidade de informações disponíveis. Este trabalho inclui diferentes processos de análise em mapas digitalizados e o gerenciamento da base de dados em matrizes aplicadas dentro do SIG. A base deste procedimento foi especialmente desenvolvida em um modelo que integra os diferentes critérios ambientais para as três espécies eurihalinas já estabelecidas e criadas no baixo curso do rio São João – Litopenaeus vannamei, Macrobrachium rosenbergii, e Oreochromis niloticus. Para a escolha das áreas aptas, utilizou-se processamento de diversas imagens integradas numa avaliação multicriterial, com criação de Planos de Informações (PI’s) descrevendo aptidão em função da topografia, tipos de solo e aptidão agrícola, vias de acesso, fontes de captação de água, variação espacial de parâmetros ambientais como salinidade, temperatura da água, pH e oxigênio dissolvido. Áreas restritas em função da legislação, uso humano e poluição, foram identificadas e excluídas. A comparação de fatores com a atribuição de pesos e a subseqüente avaliação multicriterial das matrizes gerou os PI’s das áreas adequadas para cada espécie. A área útil encontrada na região foi de 55,79 km2, 20,41% da área total estudada (273,33 km2). As áreas classificadas como muito boa e boa para a criação de Litopenaeus vannamei totalizaram 667 ha. Para Macrobrachium rosenbergii, a soma das áreas, classificadas como excelentes e muito boas totalizou 4.697 ha, excluindo fragmentos aptos menores que 15 ha. Para Oreochromis niloticus a soma das áreas, excelentes e muito boas totalizou 4.905 ha, somente considerando áreas contínuas acima de 1 ha. Estas informações poderão ser úteis para o processo de planejamento regional e tomada de decisões de gestores e investidores locais. Os resultados mostram o potencial aqüícola do baixo rio São João, com potencial de produção de 3.640 ton/ano de camarão, 9.864 ton/ano de pitu e 27.959 ton/ano de tilápia, podendo gerar 9.300 empregos diretos e receitas para os municípios envolvidos.

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ABSTRACT

Despite the promising growth of aquaculture in Brazil, regulation and rules

for its spatial planning do not yet exist, and thus, studies that may support the activity as a function of environmental, socio-economic and cultural characteristics on necessary in each region, hence avoiding potential conflicts. This research has as its main objective the identification and evaluation of land-based aquaculture potential, of the most appropriate areas along the coastal zone and surrounding lands along the lower stretch of the São João River in the state of Rio de Janeiro. To accomplish that, a Geographical Information System – GIS was utilized where the available information was compiled and analysed. Different processes and analyses were carried out using digital maps, and data was managed in a georeferenced database, with matrices applied in GIS modelling. The basis for these procedures was developed in a model integrating different environmental criteria for the three eurihaline species already established in the study area – Litopenaeus vannamei, Macrobrachium rosenbergii, and Oreochromis niloticus. In order to select the suitable areas for aquaculture of the aforementioned species, several maps and images were processed and integrated as thematic layers, generating new maps describing relief, soil types, agricultural aptitude, access routes, fresh and seawater sources, spatial variation of environmental parameters such as salinity, water temperature, pH and dissolved oxygen. Areas where legislation, human use, or pollution were considered as constraints were identified and excluded. Weights for all factors were developed and the subsequent multicriteria evaluation generated a final suitability map for each species, a total of 55.79 km2 were detected as suitable areas, approximately 20.41% of the whole study area that comprised 273,33 km2. Areas classified as Very Suitable and suitable for farming Litopenaeus vannamei comprised 667 ha. For Macrobrachium rosenbergii the total area considered Very Suitable and Suitable was found to be 4,697 ha, excluding some fragments considered suitable, but in amounting less than 15 ha. For Oreochromis niloticus the sum of all Suitable areas comprised 4,905 ha, considering all continuous areas greater than over 1 ha. The information gathered is believed to be helpful in the regional planning and decision making processes of local managers and investors. The results show that the study area has a potential production capacity of 3,640 tons y-1 of shrimp, 9,864 tons y-1

prawn and 27,959 tons y-1 of tilapia, with the generation of 9,300 direct jobs for the municipalities involved.

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22

1 INTRODUÇÃO

Zonas costeiras constituem áreas de grande complexidade, nas quais

efluentes são descarregados, recursos naturais são explorados e os sedimentos são

erodidos, transportados e depositados. Todas essas atividades resultantes da

interação entre processos naturais e antropogênicos, podem ocorrer ou não em

harmonia. Os estuários são ambientes nos quais os impactos humanos têm causado

uma grande variedade de mudanças. São locais ideais para o desenvolvimento,

devido à quantidade abundante de água que dispõem, são regiões que sofrem

intensas pressões e demandas dos vários setores da sociedade (FRENCH, 1997).

A definição de estuário mais aceita baseia-se nos padrões de variação da

salinidade. Um estuário pode ser considerado como uma região de mistura de

massas de água de salinidades diferentes. Os fatores dominantes quanto à

distribuição e padrões de circulação nos estuários são: a geomorfologia; o fluxo de

água doce; e a amplitude das marés. A salinidade tem uma importância

preponderante na distribuição dos organismos, vegetais e animais, que se

encontram nos estuários e que vivem na massa de água (DYER, 1973; RÉ, 2000).

Em Barra de São João, Município de Casimiro de Abreu localiza-se a foz

do rio São João em forma de “S” com áreas assoreadas formando bancos de areia

que se modificam constantemente pelo efeito das marés e dos ventos, formando

remansos e pequenas praias. A maré avança rio adentro onde podemos observar a

formação de manguezais em ambas as margens, cobrindo toda a extensão até o

início do trecho retificado distante mais de 10 km da foz. A vegetação típica de

mangue é formada por três espécies dos gêneros Laguncularia, Rhizophora e

Avicennia, com substrato lodoso com fauna e flora típica de região estuarina.

Os rios são sistemas ecológicos complexos que se caracterizam como

escoadouros naturais das áreas de drenagens adjacentes, as microbacias,

formando, em seu conjunto, as bacias hídricas. A complexidade destes sistemas

lóticos deve-se à sua geologia, tamanho e formas das sub-bacias de drenagem,

além das condições climáticas locais e ao uso da terra.

A bacia do rio São João é a segunda de importância do Estado do Rio de

Janeiro, que sofreu nas décadas de 70 e 80 intervenções de saneamento e

drenagem com a construção da represa de Juturnaíba dentro de um grande projeto

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23

agrícola para a região. O uso da água para a Região dos Lagos se deu no final da

década de 90. Até então o rio era navegável, servindo de escoamento da produção

local, principalmente do carvão extraído da mata da restinga e do Morro de São

João. Na década de 50, o litoral estava ligado diretamente à pesca artesanal, e à

fabricação de canoas de pesca com a madeira de lei e, este porto marítimo e fluvial

deu origem, à cidade de Barra de São João. O estuário até então era muito piscoso

e uma grande comunidade de pescadores dependiam da pesca (CUNHA, 1995).

A ocupação do estuário do rio São João, segundo LAMEGO (1974), data

do século XVIII, atuando como via de escoamento de produção através dos rios que

a cortavam. Posteriormente, a ocupação da região foi vagarosa, sem haver nenhum

grande ciclo de desenvolvimento econômico.

Desde a década de 40, na região foi acelerada a devastação da Mata

Atlântica com a retirada de lenhas para a fabricação do carvão. Na década de 70

foram executadas várias intervenções como desmatamentos, queimadas e plantio

de pastagens. Grandes empreiteiras, sob a supervisão do Departamento Nacional

de Obras e Saneamento (DNOS), abriram trilhas, estradas de rodagem, iam da

Barragem da Represa de Juturnaíba e canais de drenagem, com o objetivo da

recuperação econômica do vale do rio São João. Tais fatos acarretaram em

impactos que interferem substancialmente na dinâmica ambiental do vale e nas

futuras produções agrícolas.

Na década de 80 rizicultores experientes vindos do Rio Grande do Sul se

estabeleceram na região, arrendando áreas e beneficiando-se da grande extensão

em planícies e canais de drenagem para a irrigação da rizicultura. O uso

descontrolado de agrotóxicos na lavoura alterava os componentes dos solos,

lixiviado pelas chuvas para o rio São João, causando a mortandade de peixes. Com

o avanço da cunha salina na maré alta e nas eventuais ressacas, bem como o

próprio processo de irrigação, proporcionou a concentração de sais nos pobres solos

tiomórficos, ricos em enxofre, resultando no fim da rizicultura irrigada no vale. A

agricultura empresarial fracassa, mas o vale mantém a sua estrutura territorial

excludente. O panorama posterior ao fracasso dos arrozais, foi marcado ainda pela

relação da terra como reserva de valor. Nos anos 80 ainda era possível acessar

créditos e manter a terra improdutiva como forma de aplicação. Neste sentido, o

gado retornou ao pasto (CUNHA, 1995).

Page 24: Dissertacao mestrado volcker

24

Atualmente, na Bacia do rio São João a expansão do turismo se dá sob

duas formas: o turismo litorâneo, praticado no distrito de Barra do São João, e o

ligado à apreciação da natureza, em Casimiro de Abreu.

Paralelamente se desenvolveram os movimentos sociais como a reforma

agrária, onde no baixo São João se estabeleceu o assentamento de Sebastião Lan I

e o acampamento Sebastião II do lado do rio Indaiaçú.

Em Casimiro de Abreu, onde funciona o Pólo de Piscicultura da Baixada

Litorânea, foram desenvolvidos vários programas como a piscicultura familiar, o

pesque-e-leve e um programa para repovoar o rio São João com espécies

ameaçadas de extinção, em conjunto com o Centro de Pesquisa e Gestão de

Recursos Pesqueiros Continentais (CEPTA) - IBAMA, que desde 2001 está

reproduzindo artificialmente a piabanha, Brycon insignis (Steindachner, 1876).

Em parceria com o PRONAF, Programa Nacional de Fortalecimento da

Agricultura Familiar, no Projeto de Aqüicultura das Regiões Serrana, Baixada

Litorânea e Adjacências foi criada a Cooperativa Agropecuária de Casimiro de Abreu

Ltda. – CACAU, com sede no próprio Município e a Cooperativa Regional de

Piscicultores e Ranicultores do Vale do Macacu e Adjacências Ltda. -

COOPERCRÃMMA em Cachoeiras de Macacu que envolve os municípios de

Cachoeiras de Macacu, Casimiro de Abreu, Rio Bonito e Silva Jardim, com o objetivo

de promover o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva da aqüicultura da

região. Os cooperados são aproximadamente 100 piscicultores e ranicultores dos

municípios envolvidos, com ênfase na aqüicultura familiar, a legalização da

atividade, viabilização dos canais de comercialização, profissionalização da cadeia

produtiva e facilitação do acesso ao crédito. As metas estabelecidas no projeto são

aumentar o volume de vendas em 200%, até dezembro de 2006 e em 100%, até

dezembro de 2007 e, ainda, aumentar o número de propriedades legalizadas em

30%, até dezembro de 2007, segundo dados fornecidos pela Secretaria de

Agricultura e Pesca de Casimiro de Abreu.

São parceiros no projeto a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da

Presidência da República (SEAP), a Fundação Estadual de Pesca (FIPERJ), a

Empresa de Assistência Técnica do Governo do Estado (EMATER-Rio), a

Universidade Federal Fluminense (UFF), as Prefeituras de Casimiro de Abreu,

Cachoeiras de Macacu, Rio Bonito e Silva Jardim, o Instituto Anima, o Banco do

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25

Brasil, a Associação dos Produtores de Peixes do Vale do Macacu (Acquapeixe) e a

Cooperativa Agropecuária de Casimiro de Abreu (CACAU).

A construção da Ponte Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói), deu início à

migração mais intensa para a região trazendo conseqüências sócio-econômicas e

ecológicas, principalmente a poluição (CUNHA, 1995). A pesca no mar e no rio havia

sido desenvolvida desde o tempo dos jesuítas, em 1634, onde as primeiras colônias

se fixaram e se desenvolveram junto à foz do rio São João. As conseqüências da

construção da barragem de Juturnaíba, da retificação do baixo curso do São João

tiveram um impacto direto sobre a fauna e em especial os peixes, que dependiam da

subida do rio para reprodução. CADDY & GRIFFITHS (1995) descrevem a

importância sócio-econômica da pesca em regiões estuarinas e lagunares onde

ocorrem sobrepesca diminuindo o estoque natural do pescado a níveis inferiores aos

de segurança. Em Barra de São João, com o desaparecimento da fartura do

pescado, os pescadores artesanais remanescentes estão concentrando o seu

esforço na pesca costeira e na tentativa do cultivo de ostras junto à foz. Com o

crescimento contínuo da indústria do petróleo em Macaé, houve um novo boom de

migração na década de 2000. Isto ocorreu principalmente no Município de Rio das

Ostras adjacente ao Município de Casimiro de Abreu, em especial no distrito de

Barra de São João, onde a população vem crescendo a cada ano, competindo em

espaço e sobrevivência inclusive invadindo as áreas de mangue, ilhas e as dunas da

restinga

DIAS-NETO (2003) aponta várias causas para a crise pesqueira,

principalmente pelo impacto do excesso de esforço de pesca. A FAO - Food and

Agriculture Organization of the United Nations, (1995), apud DIAS-NETO (2003),

afirma que a comunidade internacional reconhece que o excesso de esforço de

pesca e de investimentos no setor pesqueiro, afetam negativamente a conservação

e ordenamento da pesca em longo prazo. São responsáveis também a degradação

ambiental e a decadência social.

Nesse contexto, a piscicultura marinha surge como uma alternativa.

BRANDINI et al., (2000) colocam a maricultura como alternativa para atender a

demanda comercial e repovoar os estoques nativos.

BARG (1992) cita o benefício sócio-econômico provindo da atividade da

aqüicultura sob a forma nutricional e empresarial contribuindo para diminuição do

Page 26: Dissertacao mestrado volcker

26

declínio dos estoques pesqueiros através da pesca predatória. O desenvolvimento

sustentável da aqüicultura pode contribuir para a prevenção e controle da poluição

aquática, pois a atividade depende da captação de água de boa qualidade. Assim é

do interesse do aqüicultor selecionar áreas adequadas, com boa produtividade e

qualidade de água e mantê-la em boas condições (SCOTT, 2003).

Desde a década de 80 a aqüicultura familiar, realizada em pequenos

corpos de água (lagos naturais e pequenos viveiros escavados), rapidamente virou

uma atração devido à disponibilidade de financiamento com juros subsidiados no

Brasil. Hoje, existe o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura familiar –

PRONAF e do Banco do Brasil para o desenvolvimento da aqüicultura e agricultura

para os pescadores e assentados na região.

Na bacia hidrográfica do rio São João, o SIG vem sendo

gradativamente introduzido como ferramenta, principalmente para o mapeamento

das RPPNs da Mata Atlântica como estudo da preservação de sua biodiversidade

(GODOY et al., 2003 e SAUNDERS, 2004) e, do plano de manejo da APA da Bacia

do rio São João. SCOTT et al., (2002) realizaram um macro estudo da aqüicultura

para o Estado do Rio de Janeiro, indicando a região como muito promissora para

esta atividade.

1.1 JUSTIFICATIVA

Este trabalho se propõe a complementar informações para auxiliar a

gestão das bacias costeiras em questão utilizando uma metodologia alternativa para

áreas com precariedade de informações, como as bacias da região norte fluminense,

associando informações obtidas em campo com dados morfométricos e dados

espectrais dos sensores do satélite Landsat de forma a identificar de forma

hierarquizada o potencial da aqüicultura, em áreas sub-explotadas e que

apresentam afinidade para esta atividade.

A proposição de um estudo dessa natureza justifica-se pela

complementação de informações que podem auxiliar na gestão de bacias,

disponibilizando uma metodologia alternativa para áreas com precariedade de

informações, principalmente das bacias localizadas na região norte fluminense.

Page 27: Dissertacao mestrado volcker

27

1.2 HIPÓTESE

Considerando que a área em questão faz parte de uma das bacias

hidrográficas mais importantes do Estado do Rio de Janeiro pela sua área de

abrangência e que o impacto ambiental em decorrência da retificação do leito

principal do rio São João resultou no fenômeno de salinização dos solos, ainda

assim, esta possui áreas que poderão vir a contribuir, para o desenvolvimento sócio-

econômico da região através da aqüicultura.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

• Identificar e avaliar o potencial e as áreas mais apropriadas para o

desenvolvimento da aqüicultura terrestre em viveiros escavados na zona

costeira do baixo curso do rio São João;

1.3.2 Objetivos Específicos

• Identificação e localização de fontes poluidoras que possam afetar a prática

da aqüicultura;

• Observar a influência do mar sobre o rio, principalmente quanto à penetração

da cunha salina no trecho retificado e do velho Rio São João e sua

estratificação;

• Identificação das áreas propícias disponíveis e adequadas para a criação das

espécies eurihalinas Litopenaeus vannamei (Boone, 1931), Macrobrachium

rosenbergii (De Man, 1879) e Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1757).

Page 28: Dissertacao mestrado volcker

28

2 PANORAMA DA AQÜICULTURA

Aqüicultura é um dos ramos da produção animal que abrange desde

práticas de propagação de organismos aquáticos sob controle completo do homem

até a manipulação de pelo menos um estágio de suas vidas com a finalidade de

aumentar a produção (LUND & FIGUEIRA, 1989).

A atividade da aqüicultura para países em desenvolvimento não é só

estratégica, mas a solução de uma produção sustentável. Atualmente a expansão da

produção aqüícola baseia-se muito mais no eficiente uso dos recursos naturais, do

que em sistemas que possam ameaçar a degradação dos recursos naturais

disponíveis como a pesca (HILDSDORF & MOREIRA, 2004).

Segundo SCORVO, (2004), desde 1970, a aqüicultura mundial vem

apresentando índices médios anuais de crescimento de 9,2%, comparados com

apenas 1,4% da pesca extrativista, e àquele dos sistemas de produção de proteína

de animais terrestres (2,8%), para o mesmo período. A China é o maior produtor

mundial, com 71% do volume e cerca de 50% do faturamento. Conforme a previsão

da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação - FAO, (2002), a

piscicultura será responsável pela produção de 40% dos peixes consumidos no

mundo até 2010, em decorrência do aumento da população global e de mudanças

de hábito alimentar.

A aqüicultura é um dos sistemas de produção de alimentos que mais

cresce no mundo, sendo a piscicultura de água doce a atividade que vem se

mostrando mais promissora no Brasil em decorrência da malha hidrográfica e do

clima propício, principalmente no que diz respeito à criação de tilápias (WAGNER et

al., 2004).

O Brasil possui 8.400km de extensão litorânea, inteiramente diversificada,

condições climáticas excelentes, bem como um rico recurso hídrico continental com

potencial para aqüicultura. A maricultura, no Brasil, está representada basicamente,

pelos cultivos de crustáceos e moluscos. O cultivo de peixes marinhos e

equinodermas, ainda estão em fase laboratorial, e o cultivo de algas alcançou

produção comercial significativa nos anos 70 e 80, basicamente para a produção de

ágar e carageninas para exportação (STREIT et al., 2002).

Page 29: Dissertacao mestrado volcker

29

No Brasil, a aqüicultura também vem despontando como atividade

promissora, registrando um crescimento superior à média mundial, passando de

20,5 mil toneladas, em 1990, para 210 mil toneladas, em 2001, correspondendo a

uma receita de US$ 830,3 milhões. No período de 1990-2001, o Brasil apresentou

um crescimento de aproximadamente 825%, enquanto a aqüicultura mundial

cresceu 187% no mesmo período. O resultado deste crescimento fica evidenciado

na classificação mundial estabelecida pela FAO, em que o Brasil se encontrava na

36ª colocação em 1990, passando a ocupar a 19ª posição em 2001 (figura 1), e a

13ª posição na geração de renda bruta (FAO, 2002). No ranking da América do Sul,

o Brasil encontra-se em segundo lugar, com 210 mil toneladas, sendo superado

apenas pelo Chile que apresenta uma produção três vezes superior, com 631,6 mil

toneladas.

Figura 1 – Evolução da produção e da posição brasileira no ranking da FAO para aqüicultura mundial – 1990/2001. Fonte: Borghetti et al., 2003.

Segundo ROCHA, (2003) enquanto a pesca extrativista vem revelando

sintomas de estagnação, a aqüicultura demonstra uma expansão vigorosa. A oferta

de pescado, oriundos da pesca e aqüicultura cresceu apenas 35,2% entre 1994 a

2002, não contribuindo para melhorar o consumo per capita no Brasil onde em

termos globais a oferta da pesca extrativista (marinha e de água doce) apresentou

Page 30: Dissertacao mestrado volcker

30

um declínio de 7,2%. Neste mesmo período a aqüicultura revelou um crescimento de

712,5%, elevando a sua participação na produção de pescado no Brasil de 4,39%

em 1994 para 26,4% em 2002.

Segundo CAMARGO & POUEY, (2005), a aqüicultura será o setor do

país que mais oferecerá possibilidade de aumento da produção de pescado, em

médio prazo já que o Brasil apresenta condições favoráveis ao desenvolvimento das

mais diversas modalidades de aqüicultura, pois possui um grande potencial hídrico,

proveniente das bacias hidrográficas, das numerosas represas espalhadas por todo

país e da sua produtiva região costeira. Além disso, por ser um país essencialmente

agrícola, apresenta uma grande disponibilidade de produtos e subprodutos que

podem ser utilizados na formulação de rações a um custo relativamente baixo. Desta

forma é necessário um estudo que possibilite a formulação de um programa de

desenvolvimento da aqüicultura, levando-se em conta as diferentes regiões

brasileiras.

A topografia, na maioria das regiões do Brasil, favorece a construção de

tanques escavados para aqüicultura, bem como a condução da água para o

abastecimento por gravidade. Esses fatores, associados com a necessidade de

produzir um produto de qualidade e a procura de mercado, nacional e internacional,

têm levado a um aumento no cultivo de organismos aquáticos.

O Brasil oferece ampla variedade de alternativas para o desenvolvimento

da aqüicultura tanto marinha como dulcícola. Em termos comerciais, o camarão

marinho cultivado é o principal segmento da aqüicultura brasileira com 60.128

toneladas em 2002, principalmente para exportação, seguido pelo cultivo da tilápia

com 45.000 toneladas, de menor valor agregado, destinadas para o mercado

nacional (ROCHA, 2003).

De acordo com as últimas informações levantadas pelo Instituto Brasileiro

de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, a piscicultura, na

classificação nacional por produção, respondeu, em 2002, por uma produção de

aproximadamente 158.058 toneladas, correspondendo a 67,1% da produção total da

aqüicultura, que foi de 235.640 toneladas (IBAMA, 2004). As outras modalidades de

aqüicultura, mesmo com menor produção, tiveram sua importância no contexto

nacional, como podemos observar na tabela 1. Segundo IBAMA, (2005) e MMA,

Page 31: Dissertacao mestrado volcker

31

(2005) o Estado do Rio de Janeiro produziu 1.682,5 toneladas em 2005,

correspondendo a 0,9% da produção nacional e 5,5% da produção da região

Sudeste (tabela 2).

Tabela 1 - Produção brasileira da aqüicultura, por modalidade e participação em 2004. Fonte: IBAMA, 2004.

Modalidade Produção (t) Participação (%)

Piscicultura 158.058,0 67,1

Carcinicultura 64.171,5 27,2

Malacocultura 12.813,5 5,4

Ranicultura 597,0 0,2

Total 235.640,0 100,0

Page 32: Dissertacao mestrado volcker

32

Tabela 2 – Produção estimada, segundo as regiões e unidades da Federação, de peixes, crustáceos e moluscos – aqüicultura continental. Fonte: IBAMA, (2005).

Regiões e Unidades da Federação

Total (t)

Peixes (t)

Crustáceos(t)

Brasil 180.730,5 179.737,5 362,5

Norte 17.531,5 17.495,5 35,0 Rondônia

Acre

Amazonas

Roraima

Pará

Amapá

Tocantins

4.041,0

1.839,0

4.775,0

1.710,0

2.041,5

235,0

2.890,0

4.040,0

1.839,0

4.775,0

1.710,0

2.006,5

235,0

2.890,0

0,0

0,0

0,0

0,0

35,0

0,0

0,0

Nordeste 39.153,5 39,088,5 57,5 Maranhão

Piauí

Ceará

Rio grande do Norte

Paraíba

Pernambuco

Alagoas

Sergipe

Bahia

731,0

2.116,5

18.185,0

83,0

228,0

1.057,0

3.902,5

2.156,5

10.694,0

731,0

2.116,5

18.181,5

83,0

228,0

1.009,0

3.902,5

2.147,0

10.690,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

48,0

0,0

9,5

0,0

Sudeste 30.723,0 30.017,0 270,0 Minas Gerais

Espírito Santo

Rio de Janeiro

São Paulo

4.972,0

3.209,5

1.682,5

20,859,0

4.914,0

2.924,5

1.600,5

20.578,0

0,0

250,0

20,0

0,0

Sul 61.252,0 61.252,0 0,0 Paraná

Santa Catarina

Rio grande do Sul

16.558,0

18.790,0

25.904,0

16.558,0

18.790,0

25.904,0

0,0

0,0

0,0

Centro Oeste 32.070,5 31.884,5 0,0 Mato Grosso do Sul

Mato Grosso

Goiás

Distrito Federal

6.901,0

16.627,0

8.016,0

526,5

6.901,0

16.627,0

7.866,0

490,5

0,0

0,0

0,0

0,0

2.1. APRESENTAÇÃO DAS ESPÉCIES As espécies que tradicionalmente vêm sendo usadas na prática da

aqüicultura na região nas últimas duas décadas são: Litopenaeus vannamei

Page 33: Dissertacao mestrado volcker

33

(camarão branco), Macrobrachium rosenbergii (pitu, ou gigante da Malásia) e

Oreochromis niloticus (tilápia do Nilo).

2.1.1 Litopenaeus vannamei

A carcinicultura ou cultivo de camarão marinho teve sua origem no

Mediterrâneo e no século 15 d.C. na Indonésia. Na década de 1930 no Japão, o Dr.

Motosaku Fujinaga conseguiu a desova do camarão Marsupenaeus japonicus em

condições controladas, dando início à era moderna da carcinicultura com o

desenvolvimento da tecnologia de reprodução de camarões em cativeiro. Na década

de 70 se deu a propagação das técnicas de engorda em temos comerciais em

países de regiões tropicais e subtropicais. A partir de então, a carcinicultura marinha

evoluiu até ganhar posição de destaque no cenário internacional e é praticada em

mais de 50 países (NUNES et al., 2004). Em 2000 99% do L. vannamei encontrado

no mercado mundial era proveniente da aqüicultura (SEIFFERT et al., 2003).

O cultivo comercial de camarões marinhos no Brasil teve início na década

de 70, na Região Nordeste com a espécie Marsupenaeus japonicus, seguido das

espécies Farfantepenaeus brasiliensis, F. subtilis e Litopenaeus schmitti. No início

da década de 80 foram introduzidas as espécies exóticas Penaeus monodon e L.

vannamei, esta última que no início da década de 90 predominou o cultivo no Brasil

(BARBIERI Jr. & NETO, 2002).

Em 2002, a produção nacional em cativeiro de L. vannamei alcançou um

volume de 60.128 t, um incremento da ordem de 50% em relação ao ano anterior. A

produtividade média anual passou de 4.706 kg/ha/ciclo para 5.458 kg/ha/ciclo em

2003 (ROCHA & RODRIGUES, 2003).

Em 2003, o Brasil se destacou no ranking mundial: 6º lugar, com 90.190 t,

e em 1º lugar de produtividade com 6.084 kg/ha/ano. No Nordeste, o camarão

cultivado chegou à segunda posição das exportações do setor primário da economia

da região, logo depois do tradicional açúcar de cana em bruto e à frente de setores

dinâmicos como a fruticultura irrigada da região (ROCHA et al., 2004).

Em 2004, o segmento carcinicultura é a atividade mais expressiva da

maricultura brasileira, mesmo com uma queda de 15,8 % na produção de camarão.

A produtividade média caiu de 6,084 t/ha/ano para 4,573 t/ha/ano no ano de 2004. O

Page 34: Dissertacao mestrado volcker

34

número de fazendas camaroneiras nos 14 estados produtores aumentou de 905

para 997 fazendas. A área inundada das fazendas aumentou de 14.842 hectares

para 16.598 ha. Os laboratórios de larvicultura e as indústrias de processamento

mantiveram seus níveis de atividade. Os camarões marinhos têm sua maior

produção concentrada na região Nordeste, embora ocorra nas regiões Sudeste e

Sul. Em 2004, a Associação Brasileira de Criadores de Camarões – ABCC realizou

pela segunda vez um censo da carcinicultura (ROCHA, 2004), conforme Tabela 3.

Tabela 3 – Produção da carcinicultura marinha/estado em 2004. Fonte: ABCC.

Fazendas Área Produção Estado No % ha % (t) %

Produtividade t/ha/ano

RN 381 38,2 6.281 37,8 30.807 40,6 4.905

CE 191 19,2 3.804 22,9 19.405 25,6 5.101

BA 51 5,1 1.850 11,1 7.577 10,0 4.096

PE 98 9,8 1.108 6,7 4.531 6,0 4.089

PB 68 6,8 630 3,8 2.963 3,9 4.703

PI 16 1,6 751 4,5 2.541 3,3 3.383

SC 95 9,5 1.361 8,2 4.267 5,6 3.135

SE 69 6,9 514 3,1 2.543 3,4 4.947

MA 7 0,7 85 0,5 226 0,3 2.659

PR 1 0,1 49 0,3 310 0,4 6.327

ES 12 1,2 103 0,6 370 0,5 3.592

PA 5 0,5 38 0,2 242 0,3 6.368

AL 2 0,2 16 0,1 102 0,1 6.375

RS 1 0,1 8 0,0 20 0,2 2.500

TOTAL 997 100 16.598 100,0 75.904 100,0 4.573

2.1.1.1 Parâmetros ambientais

Temperatura – Segundo BARBIERI & NETO (2002) esta espécie possui

grande capacidade de adaptação às mais variadas condições de cultivo, podendo

suportar ambientes com elevada amplitude térmica, entre 9oC e 34oC, sendo

desejáveis valores entre 26oC e 32oC (ABCC, 2005).

Salinidade - Embora no cultivo tradicional do L. vannamei emprega-se

águas com salinidade variando entre 15 e 40, em algumas camaroniculturas da

Região Nordeste, o camarão branco pode ser exposto a hipersalinidades acima de

Page 35: Dissertacao mestrado volcker

35

55 ou a salinidades próximas a 1. Os camarões adultos da espécie L. vannamei

conseguem tolerar condições límnicas ou de água completamente doce por várias

semanas. Entretanto, até onde se sabe 0,5 de salinidade é considerado o nível

mínimo aceitável para o cultivo desta espécie (NUNES, 2001).

O cultivo do camarão L. vannamei (figura 2) em águas de baixa salinidade

é uma atividade recente no país, mas que já vem despertando o interesse de

pequenos empreendedores. As extensas faixas de áreas salinizadas localizadas em

regiões interiores e a boa adaptação, rusticidade e crescimento do L. vannamei a

condições de baixa salinidade, sugerem boas perspectivas de expansão deste novo

segmento (NUNES, 2001).

Há relatos do cultivo de L. vannamei desde água doce até altas

salinidades 45 a 50 (PÁEZ-OSUNA, 2001). Por outro lado, nestas condições há a

dificuldade de conduzir os cultivos com o mesmo sucesso se comparado com

salinidades próximas do conforto osmótico dos camarões. De acordo com BOYD

(1990), a faixa de salinidade melhor para o desenvolvimento dos camarões se

encontra entre 15 e 25.

Figura 2 - Litopenaeus vannamei. Völcker

Oxigênio - Segundo PÁEZ-OSUNA (2001), o oxigênio dissolvido é

considerado um dos parâmetros de qualidade de água mais críticos, tanto para os

sistemas naturais quanto para os viveiros de cultivo. Portanto, sua utilização na

Page 36: Dissertacao mestrado volcker

36

avaliação das condições dos corpos de água ajuda a entender os processos de

renovação e auxilia na compreensão dos processos de mistura.

Os valores de oxigênio dissolvido considerados adequados para o

desenvolvimento do cultivo de camarões estão entre 4 – 6 mg.L-1 , sendo que a

restrição de retardamento de crescimento e estímulo da mortalidade se encontra

somente nos valores abaixo de 2,0 mg.L-1 (BELTRAME, E, 2003)

pH - Segundo BOYD (1990) em relação às espécies, quando o pH é

menor do que 4,0 se atinge o ponto chamado de morte ácida; em condições de pH

entre 4,0 a 6,0 e 9,0 a 11,0 há um crescimento lento, já com pH na faixa de 6,0 a 9,0

se alcança a faixa de ótimo crescimento. Por outro lado, para pH acima de 11,0

ocorre o chamado processo de morte alcalina.

2.1.2 Macrobrachium rosenbergii

A criação do camarão de água doce Macrobrachium rosenbergii iniciou-se

no Brasil, no final da década de 70, em Pernambuco, pelo Departamento de

Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco e a partir daí a espécie tem

sido cultivada em quase todos os estados do país (VALENTI, 1993, 1995, 2000).

Segundo os dados da FAO, Organização das Nações Unidas para

Alimentação e Agricultura, entre 1990 e 2000, o volume produzido do gigante da

Malásia passou de 21.000 para 118.500 toneladas, correspondendo a um

crescimento de quase 500%, sendo um dos setores da aqüicultura que mais cresce

no mundo, embora as estatísticas de produção sejam difíceis de serem obtidas,

porque estes crustáceos são geralmente produzidos por pequenos proprietários

rurais e tem no consumo local seu principal mercado (VALENTI, 1998).

Segundo dados da FAO (FAO, 2002), na última década a produção

brasileira ficou em torno de 500 t anuais. O Grupo de Trabalho em Camarões de

Água Doce (GTCAD) estimou em cerca de 400 t a produção em 2001. Embora os

camarões de água doce venham sendo cultivados em 20 Estados (VALENTI, 2000),

observou que o maior número de criadores está localizado no Espírito Santo. No

Estado do Rio de Janeiro, somente a Fazenda Santa Helena, no Município de Silva

Jardim, está produzindo em escala comercial. Atualmente esta entrou com pedido de

licenciamento junto aos órgãos ambientais do Estado para ampliar a sua área de

Page 37: Dissertacao mestrado volcker

37

produção em uma nova unidade localizada próximo à foz do rio São João, no

Município de Casimiro de Abreu, dentro da área de estudo deste trabalho.

Novas técnicas estão sendo desenvolvidas e incorporadas, como o uso

de substratos artificiais com manejo alimentar polifásico, que possibilita a elevação

da produtividade para 2 600 kg/ha em 3,5 meses, de camarões com peso médio

superior a 40 g (TIDWELL et al., 2001; 2002). O policultivo consiste na criação

simultânea de duas ou mais espécies aquáticas em um mesmo viveiro com o

objetivo de maximizar a produção, utilizando organismos com diferentes hábitos

alimentares e distribuição espacial. O policultivo com a tilápia nilótica aumenta a

produtividade e diminui o resíduo de ração no fundo do viveiro. Ambos exigem

temperaturas similares para atingir alta produtividade, podem alcançar o tamanho de

comercialização próximo de cinco meses, toleram águas de baixa qualidade e as

tilápias ocupam a coluna d'água, explorando pouco o fundo, enquanto que os

camarões ocupam apenas o extrato bentônico dos viveiros.

2.1.2.1 Parâmetros ambientais

Temperatura - O M. rosenbergii, (figura 3) apresenta bons resultados de

crescimento quando cultivado a temperaturas da água em torno de 24oC a 35oC

(COELHO et al, 1982). Segundo NEW & SINGHOLKA, (1984) esta espécie pode ser

cultivada entre 18 a 35oC sendo a faixa ótima entre 29 e 31oC e letais abaixo de

14oC e acima de 35oC.

Salinidade - Para que esta espécie alcance o tamanho ideal para o

comércio em curto espaço de tempo, o seu cultivo é feito em água doce (COELHO

et al., 1982). Após anos de pesquisas e testes, atualmente esta espécie também é

cultivada em água salobra (NEW, M & SINGHOLKA, S., 1984). Em Samoa foi

desenvolvida a sua criação em estuários com influência das marés, com salinidade

variando entre 12 e 25 (POOPER & DAVISON, 1982) e, na Carolina do Sul nos

Estados Unidos com salinidade de 10 foram obtidos resultados tão bons quantos em

água doce (SMITH et al., 1982).

pH – O M. rosenbergii alcança seu melhor crescimento numa faixa de pH

entre 7.0 e 8.0, neutro a levemente alcalino (CAVALCANTI et al, 1986).

Page 38: Dissertacao mestrado volcker

38

Fig. 3 – Macrobrachium rosenbergii. Mississippi State University

2.1.3 Oreochromis niloticus

A tilápia é uma espécie exótica e acredita-se que no final da década de 90

se tornou o peixe mais cultivado no Brasil, responsável por cerca de 40% do volume

da aqüicultura nacional (ZIMMERMAN, 2004).

As tilápias são nativas do continente africano e da Ásia menor (GURGEL

& FERNANDO, 1994). No Egito, já se criava a tilápia-do-Nilo (Oreochromis niloticus),

em 2500 AC. A tecnologia de cultivo da espécie deu início na China, hoje é criada

em mais de cem países, com uma produção anual estimada em 800.000 toneladas

(FITZSIMMONS, 2000).

A tilápia-do-Nilo (figura 4) foi introduzida no Brasil em 1950 pelo extinto

DNOCS para povoamento em açudes, objetivando ajudar no combate à fome. A

linhagem Bouaké foi introduzida em 1971 (BORGES et al., 2005) e, com o objetivo

de melhorar geneticamente o plantel, em 1996 foram importadas matrizes da

linhagem tailandesa Chitralada, gerando impactos positivos na produção (KUBITZA,

2000; LOVSHIN, 2000). Conhecida principalmente como tailandesa, linhagem

desenvolvida no Japão e melhorada na Tailândia, a Chitralada vem sofrendo

processo de melhoramento genético em nosso país (ZIMMERMANN, 2000).

Page 39: Dissertacao mestrado volcker

39

Figura 4 – Oreochromis niloticus. Trewavas

Devido principalmente a sua rusticidade, rápido crescimento, carne de

ótima qualidade e boa aceitação pelo mercado consumidor, a tilápia-do-Nilo é a

espécie de água doce mais utilizada nos cultivos comerciais.

Para o controle de sua fecundidade e a sua alta taxa de reprodução foi

criada a geração monosexo. O método mais comum para a criação de populações

monosexo é a reversão sexual de larvas com a utilização de rações contendo

hormônios esteróides sexuais sintéticos (POPMA & GREEN, 1990). O Município de

Casimiro de Abreu, através da Secretaria de Agricultura e Pesca, vem

desenvolvendo um programa de produção de alevinos utilizando a reversão sexual,

para um programa social para fornecimento a pequenos agricultores para engorda. A

Prefeitura compra toda a produção de tilápia para a merenda escolar das escolas do

município, gerando uma renda adicional aos pequenos produtores locais.

2.1.3.1 Parâmetros ambientais

Temperatura - De acordo com PROENÇA & BITTENCOURT (1994), as

condições ideais para o cultivo da tilápia são: temperatura da água ideal entre 18 a

30oC, pH 6 a 8 e transparência da água de 25 a 45 cm.

JÚNIOR & JUNIOR, (2004) demonstraram em seu trabalho a viabilidade

de cultivo de tilápia nas regiões frias do estado de Santa Catarina, com temperatura

Page 40: Dissertacao mestrado volcker

40

média da água em torno de 19 e 24oC e teve seu crescimento afetado com

temperatura de 12oC em dias consecutivos.

Salinidade – Muitas espécies e linhagens de tilápias são eurihalinas, com

capacidade de adaptação em ambientes com diferentes salinidades, podendo ser

cultivada tanto em água doce, salobra e salgada. Nas Filipinas foram realizados

ensaios com salinidade entre 14 e 35 com sobrevivência entre 82 e 94% e onde já

se consolidou como cultivo comercial (KUBITZA, 2005). Segundo o mesmo autor, o

cultivo de tilápias em tanques-rede em estuários deve ser avaliado, pois pode trazer

ganhos econômicos, sociais e ambientais para a população local devido ao declínio

da pesca extrativista. No sul da Bahia, na Barra do Serinhaém e Canavieiras estão

sendo realizados estudos, de cultivo de tilápia em tanques-rede em ambiente

estuarino desde 2001 para avaliação de sua viabilidade técnica e (DELL’ORTO et

al., 2002).

Page 41: Dissertacao mestrado volcker

41

3 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS – SIG E SENSORIAMENTO

REMOTO - SR

3.1 SIG

O SIG é uma tecnologia em processo de desenvolvimento, tão intenso

que fica difícil chegar a uma definição que satisfaça aos envolvidos com o seu uso e

até mesmo àqueles que fazem seu marketing. Há inclusive os que chegam a

considerar SIG como uma ciência, e não como uma ferramenta (GOODCHILD, et

al., 1997). Assim foram selecionadas algumas definições, mostrando as várias faces

dos SIG:

“Qualquer conjunto de procedimentos manuais ou baseados em computador

destinados a armazenar e manipular dados referenciados geograficamente”

(ARONOFF, 1989);

“Um caso especial de sistema de informação, em que o banco de dados é

formado por características, atividades ou eventos distribuídos espacialmente”

(DUEKER, 1979);

“Um sistema de apoio à decisão que envolve a integração de dados

espacialmente referenciados, em um ambiente para resolução de problemas”

(COWEN, 1988);

“Um sistema de informações baseado em computador que permite a captura,

modelagem, manipulação, recuperação, análise e apresentação de dados

georeferenciados" (WORBOYS, 1995).

“Os SIG são um poderoso conjunto de ferramentas para coleta,

armazenamento, recuperação, transformação e visualização de dados do

mundo real, devendo ser vistos, entretanto, como um instrumento capaz de

realizar ações que vão além de codificar, armazenar e visualizar dados sobre

aspectos da superfície terrestre” (BURROUGH, 1986).

Um Sistema de Informação Geográfica integra dados espaciais e de

outros tipos num único sistema. Isto permite combinar dados de uma variedade de

fontes e tipos, provenientes de muitos bancos de diferentes dados. O processo de

converter mapas e outros tipos de informações espaciais numa forma digital, torna

possíveis métodos novos e inovadores para a manipulação e exibição de dados

Page 42: Dissertacao mestrado volcker

42

geográficos. Assim, os SIG oferecem uma maneira potente de apoio à tomada de

decisão, espacialmente referenciada, em um contexto de planejamento local a fim de

satisfazer propósitos distintos, através de um conjunto de métodos, ferramentas,

banco de dados e atividades que atuam de forma coordenada e sistemática para

processar informação, tanto gráfica quanto descritiva dos elementos considerados.

Em ambiente SIG, para a representação de dados gráficos que

descrevem a localização, as formas geográficas e os relacionamentos espaciais

entre estas formas, são utilizados basicamente dois modelos de dados: o modelo

raster ou matricial (representado por um conjunto de células localizadas por

coordenadas), e o modelo vetorial (representado por três entidades geográficas

principais, a saber, pontos, linhas e áreas). Conforme observa BURROUGH (1986),

ambos os modelos de representação do espaço são estruturas de dados válidos. A

escolha do modelo mais adequado depende basicamente da aplicação à qual se

destina os dados e do software disponíveis.

Para XAVIER-DA-SILVA (1992), "o uso do Sistema de Informações

Geográficos permite ganhar conhecimento sobre as relações entre fenômenos

ambientais", estimando áreas de risco, potenciais ambientais e definindo

zoneamentos.

O uso de SIG’s permite obter mapas com rapidez e precisão a partir da

atualização dos bancos de dados, sendo uma ferramenta importante no estudo de

potencialidades do ambiente (VALLADARES & FARIA, 2004) e, no caso da

avaliação de áreas com risco de salinização constitui-se etapa importante para a

definição de práticas adequadas de manejo e conservação do solo e recursos

hídricos.

A utilização de SIG’s aplicado ao planejamento e ordenamento da região

costeira e das atividades socioeconômicas existentes na região apresenta diversas

vantagens, que incluem o benefício da integração das técnicas de processamento

digital de sensores remotos e a classificação temática com a análise espacial. Isso

possibilita subsidiar a otimização e a implantação de novas atividades

socioeconômicas, gerando impacto ambiental de menor proporção, resguardando

áreas de proteção ambiental e beneficiando os investidores com uma melhor

Page 43: Dissertacao mestrado volcker

43

produtividade e segurança em áreas bem escolhidas para exploração de suas

atividades (SOUTO & AMARO, 2005).

PÉREZ, et al., (2003, 2005) usou o SIG e tecnologia relacionada para a

criação de um banco de dados utilizando as variáveis da qualidade de água que

influenciam no desenvolvimento do cultivo de peixes marinhos em gaiolas flutuantes

em Tenerife, nas Ilhas Canárias. O emprego da metodologia utilizando SIG para a

escolha de áreas para a aqüicultura está sendo amplamente explorado e se

tornando corriqueiro (AGUILAR-MANJARREZ & ROSS, 1995; KAPETSKY & NATH,

1997; NATH et al., 2000). A seleção de local é um fator chave para o sucesso e

sustentabilidade de empreendimentos aqüícolas, podendo minimizar conflitos com

atividades diferentes proporcionando o uso racional costeiro.

O sistema de informação geográfico oferece um ambiente poderoso

capaz de manipular grandes bancos de dados com ferramentas capazes de

gerenciamento ambiental em áreas aqüícolas, na capacidade de escolha de áreas

adequadas (CORNER et al., 2006).

O uso do SIG pode auxiliar também a melhorar a capacidade de extração

de informações de imagens do Sensoriamento Remoto (SR), através do uso de

dados ambientais espaciais relacionados, como na análise de padrões espaciais de

comunidades florestais e outros elementos da paisagem, cujos resultados podem ser

importados e incorporados à base de dados (BOHRER, 2000).

3.2 SR

Sensoriamento Remoto é a obtenção de informações sobre um objeto,

sem contato físico com o mesmo. São exemplos de sensores remotos os sistemas

que adquirem imagens da superfície terrestre a bordo de plataformas aéreas

(aviões) ou orbitais (satélites). A produção de mapas a partir de imagens de

sensoriamento remoto é uma simplificação da realidade complexa representada pela

imagem, o que justifica, muitas vezes, incorporá-la ao projeto, deixando-a falar por si

mesma (THOMAS, et al., 2001).

Muitas são as ferramentas que são utilizadas para auxiliar os processos

de avaliação ambiental e de gestão e de bacias hidrográficas. O SR é utilizado para

fornecer de forma clara, quantificada e circunstanciada o conjunto de impactos

Page 44: Dissertacao mestrado volcker

44

previsíveis e imprevisíveis de um empreendimento ou atividade (LIBOS &

ZEILHOFER, 2005).

LUCIA PINTO, et al., (2001) usaram as técnicas de sensoriamento

remoto e SIG para a determinação e caracterização do manguezal do rio Ratones,

Santa Catarina, utilizando imagens LANDSAT e Spot Pancromática tratados com o

software Idrisi.

ALCÂNTARA, et al., (2005), utilizou o sensoriamento remoto em

ambientes que abrangem estudos de características estáticas e dinâmicas, tais

como morfologia e cartografia costeira, topografia, composição da água (pH,

temperatura. Clorofila a, sedimento em suspensão e transparência), batimetria,

influência de maré, correntes, recursos pesqueiros e poluição, utilizando imagens

Landsat TM 5.

Page 45: Dissertacao mestrado volcker

45

4 ÁREA DE ESTUDO

4.1 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA

A bacia hidrográfica do rio São João está compreendida entre as latitudes

22°20′ e 22°50′ S longitudes 042°00′ e 042°40’ E, figura 5.

Figura 5 - Localização da área de estudo Völcker

Compreendendo uma superfície de aproximadamente 2.113 km2 e

perímetro de 266 km, oito municípios integram o território da bacia: Cachoeiras de

Macacu, Rio Bonito, Casimiro de Abreu, Araruama, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio,

Rio das Ostras e Silva Jardim (figura 6).

A área de estudo compreende parte da bacia do baixo curso do rio São

João, nas latitudes e longitudes em UTM (Universal Transverse Mercator): 7.505.340

e 7.496.460 S e, 162.210 e 194.310 E, zona 23-S, datum South American Datum

(SAD-69), com área de 273,33 km2.

Page 46: Dissertacao mestrado volcker

46

Figura 6 – Localização da Bacia Hidrográfica do rio São João e os municípios que integram. Fonte: Consórcio Intermunicipal Lagos São João - CILSJ. 4.2 CLIMA

As características climatológicas, do litoral do sudeste do Brasil têm sido

descritas por BERNADES (1952) e NIMER (1971, 1972 e 1979) e, as características

climáticas da bacia hidrográfica do rio São João foram estudadas pela firma

ENGENHARIA GALLIOLI (1972), como subsídios para as obras de saneamento e

CUNHA (1995) que descreve sobre o regime pluviométrico na região, comparando

as características da precipitação nas diversas estações instaladas na bacia

hidrográfica do rio São João.

Na região predomina o clima tropical úmido com sazonalidade definida e a

pluviosidade anual varia entre 1.100 a 2.000 mm com temperatura anual média de

22oC (KLEIMAN & GREEN, 1988), classificado por Köppen como sendo dos tipos Af

(clima úmido, com precipitação mensal superior a 60 mm) e Aw (úmido com inverno

seco, com a precipitação média inferior a 60 mm) (COIMBRA-FILHO &

MITTERMEIER, 1973). Segundo LAPENTA (2002), a média máxima de temperatura

anual foi de 28,6+2,6oC e a média mínima anual 20,0+2,9oC. A estação seca, de

abril a setembro, se caracterizou com médias de temperatura mínima mensal entre

15,7 oC e 21,1oC e precipitação mensal entre 3,9 a 169,0 mm. A estação chuvosa,

Page 47: Dissertacao mestrado volcker

47

de outubro a março apresentou médias de temperatura máximas mensal entre

25,1oC e 32,4oC e precipitação mensal entre 202,0 a 299,5 mm.

A região apresenta um domínio de clima intertropical devido à posição

geográfica da bacia do rio São João junto à serra e na borda ocidental do Oceano

Atlântico, funcionando como um poderoso regulador térmico e fazendo com que o

clima seja quente e úmido. As instabilidades são freqüentes devido à chegada de

frentes frias (BARBIERI, 1999).

Os dados pluviométricos, de acordo com o Anuário Estatístico do Rio de

Janeiro, confirmam o fato de o verão ser a estação de chuvas, onde predomina a

massa de ar Continental Equatorial, enquanto o inverno é a estação de estiagem

onde prevalece à massa de ar Tropical Atlântica (MTA). A distribuição das chuvas

(figura 7) na bacia do rio São João exibe forte variação devido às mudanças de

massas de ar que pairam sobre a região, do relevo e ao fenômeno da ressurgência

em Arraial do Cabo (PRIMO & VÖLCKER, 2002).

Observa-se também que nas áreas mais elevadas da bacia do rio São

João, junto à serra e onde nascem os rios que drenam para o rio São João, a

pluviosidade ultrapassa mais que duas vezes a registrada no litoral (CUNHA, 1995).

Como o eixo da bacia hidrográfica está voltado para leste, este recebe os

ventos alísios, com predominância sudeste e nordeste (ALVARENGA, L. C. F. et al.,

1979).

Page 48: Dissertacao mestrado volcker

48

Figura 7 - Distribuição das chuvas na Macro Região Ambiental MRA-4, que inclui a Bacia Hidrográfica do rio São João, segundo Barbieri, (1999).

4.3 TOPOGRAFIA E ASPECTOS GEOLÓGICOS

Na bacia do rio São João, observa-se três domínios morfológicos: a Serra

do mar, o Maciço Litorâneo e a Baixada. Estudos das características

geomorfológicas a jusante da barragem, no baixo curso do rio São João, foram

realizados por SANT’ANNA (1975) e AMADOR (1980a, 1980b), formada por colinas

com poucas elevações e pela planície aluvial, formada pela sedimentação marinha e

aluviões trazidos pelos rios da Serra do Mar e do Maciço Litorâneo.

Importantes estudos geológicos regionais do Estado do Rio de Janeiro

foram realizados por ROSIER (1957, 1965) enquanto as características geológicas

da região costeira do Estado foram descritas por LAMEGO (1945, 1946 e 1955), e

da Bacia Hidrográfica do rio São João por CUNHA (1995). Foram realizados

trabalhos pelo INPE/DRM-RJ (1977) e RADAMBRASIL (1983), com interpretação de

imagens multiespectrais do satélite LANDSAT-1 e imagem de radar (SLAR) com a

Page 49: Dissertacao mestrado volcker

49

área inserida em mapas geológicos nas escalas 1:400.000 e 1:1.000.000,

respectivamente.

Na Bacia Hidrográfica do rio São João, foram identificadas as seguintes

unidades metamórficas que ocupam quase a totalidade da bacia hidrográfica com

exceção dos setores aluviais, costeiro e das ocorrências intrusivas (Morro de São

João e Serra do Sambê): as unidades intrusivas alcalinas no maciço do Morro de

São João e no maciço de Rio Bonito na Serra do Sambê; as unidades sedimentares,

relacionadas aos depósitos aluvionares dos rios São João, Capivari e Bacaxá; e a

formação da restinga, na faixa litoral.

As variedades de sedimentos foram identificadas e mapeadas por

AMADOR (1980a). Os depósitos aluvionares das planícies inundadas do rio São

João são constituídos por material argilo-arenoso com ou sem matéria orgânica. Ao

sul do Morro de São João são encontrados sedimentos superficiais arenosos finos e

médios, de coloração cinza-clara com camadas de conchíferos. As atuais áreas de

mangue apresentam um substrato de argilas orgânicas finas que se estende da foz

até cerca 15 km rio adentro acompanhando seus meandros (CUNHA, 1995).

A turfa no baixo São João ocorre na região junto à barragem da represa

de Juturnaíba, tem aproximadamente 5.000 ha de área com espessura que varia de

1 a 4 m.

4.4 COBERTURA VEGETAL

A cobertura vegetal na Bacia é constituída por campos de altitude,

florestas, brejos, campos inundados, pastagens, mangue e restinga. As florestas,

pertencentes aos remanescentes da Mata Atlântica podem ser encontradas nas

matas de topo de montanha, de meia encosta, de baixada e ribeirinhas. Não há

grandes extensões contínuas de florestas, exceto nas serras, mas fragmentos de

tamanho variados, isolados ou semi-isolados, cercados por pastagens e de cultivos

(BENIGNO et al., 2003).

No baixo São João, após a construção de valas e canais de drenagem

pelo extinto Departamento Nacional de Obras e Saneamento - DNOS e por

fazendeiros, houve uma drástica redução dos brejos e campos inundados. Existe

ainda remanescente da mata ribeirinha, com largura variável, com brejos que

Page 50: Dissertacao mestrado volcker

50

acompanham os meandros do rio São João, entre a foz do rio Lontra até as

proximidades do Morro de São João (BENIGNO et al., 2003).

Os manguezais se estendem ao longo das margens do rio São João,

desde a foz, a partir do rio Guarguá até a base do Morro de São João no início do

trecho retificado, e em alguns pontos do antigo leito, a 15 km da foz.

Na margem norte da Represa de Juturnaíba, seguindo a jusante do Rio

São João até a desembocadura do rio Aldeia Velha, e seguindo o mesmo até a

rodovia BR 101 encontra-se a Unidade de Conservação (UC) mais expressiva da

Bacia, a Reserva Biológica Poço das Antas – REBio, criada por Decreto em 1974.

Correspondendo a uma área de preservação de 5.000 ha, com perímetro de 44 km,

no Município de Silva Jardim. Nesta Unidade de Conservação (UC), observa-se as

três feições geomorfológicas: a baixada cristalina, composta por patamares que

foram à área de transição com a Serra do Mar, os tabuleiros e extensas planícies.

4.5 USO DO SOLO

A ocupação recente do solo se deu em dois períodos até a década de 70

e na década de 80. Desde meados do século XX a bacia Hidrográfica do São João

vem sofrendo uma rápida mudança do solo, incentivada pelas políticas

governamentais. Até então a exploração da madeira e o mono cultivo do café,

quando o rio era a principal via de escoamento, passou por grandes transformações

pelo investimento do governo, através do extinto DNOS para uma ocupação efetiva

na planície do Rio São João, com o incentivo à rizicultura. As obras de aterro e

drenagem romperam o equilíbrio natural da região, na fauna, flora e do próprio rio

(HELDER, C., 1999). Ainda na década de 70 procedeu-se um forte avanço no

desmatamento em virtude da exploração de madeireira e a produção de carvão.

Deu-se o início do plantio da cana-de-açúcar e a destilação de álcool com a

instalação da empresa Agrisa.

A partir da década de 80, em substituição à floresta foi sendo implantada

a agricultura de subsistência tendo com a pecuária, gado de corte e leite, a principal

atividade na região.

A partir da construção da Ponte Presidente Costa e Silva (Rio - Niterói) e

da melhoria das estradas que dão acesso à Região Litorânea e da exploração do

Page 51: Dissertacao mestrado volcker

51

petróleo em Macaé houve um grande avanço demográfico na região, principalmente

em Barra de São João (Casimiro de Abreu) e em Tamoios (Cabo Frio) com

ocupação desordenada do solo trazendo agressão ao meio ambiente com a

devastação das matas na restinga, extração ilegal de areia, areola, desmatamento

do mangue e escoamento de esgoto in natura nos mananciais de água.

As ações antrópicas com a intervenção humana antes de 1969 e até a

atualidade, e o potencial turístico da bacia do Rio São João, foram descritos por

SAUNDERS, (2004).

Na área de assentamento agrícola (figura 8) Sebastião Lan I, localizado a

margem direita do Rio São João, junto ao trecho retificado e a formação, até o

presente momento irregular de um novo assentamento, o Sebastião Lan II, ao lado

da reserva REBio Poço das Antas, pratica-se a lavoura de mandioca, feijão,

maracujá, mamão e milho. Ambos os assentamentos estão localizados em áreas de

terreno de turfa e com alto risco de inundação.

Rio São João

Reprêsa Juturnaíba

Morro de São João

Barra de São João

Figura 8 - Assentamentos nas margens do Rio São João - áreas de assentamento. Fonte: EMATER Silva Jardim. A piscicultura ainda é pouco praticada na região. Pequenas captações de

água da bacia são utilizadas para criatórios de peixe. Na década de 90, no Município

de Silva Jardim, existiram alguns desses criatórios que produziam tambaquis,

carpas, tilápias e bagre africano na localidade de Goiabal.

No Município de Casimiro de Abreu podem ser encontrados seis

produtores que criam em 20 ha de viveiros escavados, diversos tipos de peixes

Page 52: Dissertacao mestrado volcker

52

incluindo tambaquis, pacus, carpas, tambacus, piauçus e pirapitingas, porém com

baixa produtividade anual com cerca de 1 tonelada/ano (HELDER, 1999).

Atualmente há um programa de fornecimento de alevinos de tilápia

desenvolvido pela Secretaria de Agricultura e Pesca no Município de Casimiro de

Abreu para os pequenos produtores rurais e pesque-e-leve da Prefeitura. O pescado

recriado é vendido para a própria Prefeitura que utiliza o mesmo para a merenda

escolar.

A carcinicultura dulcícola representada pelo camarão da Malásia foi

criado, em diversas pequenas fazendas, hoje estão restritos à Fazenda Santa

Helena em Silva Jardim.

Recentemente, em 2004/5 iniciaram-se testes de criação de camarão

marinho próximo a foz do rio São João, sem sucesso até o presente momento.

4.6 HIDROGRAFIA

A bacia dista cerca de 70 km da cidade do Rio de Janeiro. O rio São João

tem suas nascentes na Serra do Sambê, no Município de Cachoeiras de Macacu a

cerca de 600 m de altitude e percorre 150 km até desembocar no Oceano Atlântico

em Barra de São João, que é o segundo Distrito de Casimiro de Abreu.

Aproximadamente a 71 km de sua nascente situa-se a represa de Juturnaíba, cuja

barragem foi construída no final da década de 70 e início de 80 (CUNHA, 1995).

A Lagoa de Juturnaíba até então era alimentada pelas águas dos rios

Capivari, Bacaxá e do Ouro e, tinha uma área de 8 km². Com a construção da

barragem passou a represar também as águas do Rio São João. O reservatório

cobriu a antiga Lagoa de Juturnaíba, criando um ecossistema que, embora aquático,

é distinto do original. A área alagada passou a ter uma superfície de 30,6 Km²

(CUNHA, 1995).

A maior parte da bacia localiza-se a montante da represa tendo os

principais afluentes que desembocam na represa o rio Bacaxá e o rio Capivari. A

jusante da barragem, o rio São João recebe os afluentes na sua margem esquerda

os rios Aldeia Velha, rio Indaiaçú, rio Lontra e rio Dourado e na margem direita os

principais rios Cangurupí e Guarguá. Os rios da margem esquerda têm maiores

Page 53: Dissertacao mestrado volcker

53

vazões que os da margem oposta, pelo fato de drenarem as montanhas, onde as

precipitações são superiores às demais áreas da bacia, (figura 9).

Page 54: Dissertacao mestrado volcker

54 Figura 9 – Mapa de localização da bacia hidrográfica do rio São João. Fonte: CILSJ

Page 55: Dissertacao mestrado volcker

55

A bacia do Rio São João teve seu ecossistema profundamente alterado

pelo Programa Especial para o Norte Fluminense, do Ministério do Interior, através

de obras hidráulicas executadas pelo extinto DNOS entre as décadas de 50 e 80

com construção de inúmeras valas e canais para drenagem da imensa área de brejo

a jusante da barragem e retificações dos rios. A porção retificada do rio São João à

jusante da barragem apresenta uma calha retangular, com largura média que varia

de 50 a 80 m e profundidade entre 0,8 e 4,5 m em direção à foz. A calha retificada,

em alguns trechos, apresenta assoreamento dificultando a navegação na baixa-mar,

praticamente dividindo o canal em dois canais paralelos. É constituído de 3

segmentos, o primeiro, saindo em frente ao vertedouro com 2 km no sentido leste,

seguido pelo segmento que se prolonga por 7 km em direção nordeste onde recebe

na sua extremidade final o rio Indaiaçú e finalmente o último segmento com 15,5 km,

rumo leste, terminando no leito natural do rio São João (BENIGNO, et al., 2003). A

porção retificada recebe em seu trajeto águas de inúmeras valas cavadas por

fazendeiros. As margens são na maior parte de sua extensão, desnudas,

desprovidas de faixa ciliar, com gramíneas avançando para dentro do leito. As

águas, desde a barragem até próximo ao leito natural são barrentas, principalmente

entre os rios Aldeia Velha e Indaiaçú.

O curso natural do rio São João segue sinuoso à direita do canal, com

largura variando entre 20 e 40 m e profundidade podendo atingir 9 m e calha em

forma de “V”. Apresenta mata ciliar ainda bem preservada ao longo de seu trecho

até se encontrar no final do canal do DNOS rente ao sopé do Morro de São João.

Em época de estiagem as águas são claras de cor profundamente esverdeada

devido à afloração de algas. A partir deste ponto o rio São João segue sinuosamente

até a foz (13,5 km) já sob influência da maré e com manguezais ocupando ambas as

margens (BENIGNO, et al., 2003; PRIMO & VÖLCKER, 2002).

Os principais canais de drenagem são pela margem esquerda: vala dos

Meros, vala dos Medeiros, vala da Fazenda São João e vala da fazenda Carioca e,

pela margem direita: as valas da Agrisa, vala do Consórcio, vala do Jacaré e vala da

Pedra.

Além de sua importância como ecossistema fluvial o Rio São João, depois

que passou a alimentar a Lagoa de Juturnaíba, tornou-se de fundamental

Page 56: Dissertacao mestrado volcker

56

importância para o abastecimento das cidades de Silva Jardim, Araruama, São

Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Armação dos Búzios, Iguaba Grande, Arraial do Cabo e

Saquarema.

As águas do Rio São João e afluentes também são de grande importância

para as atividades humanas, como irrigação de lavouras consumo industrial,

extração de areia, criação de peixes e pitus, pesca, recreação e navegação e, para

dessedentação animal e a manutenção da biodiversidade.

Page 57: Dissertacao mestrado volcker

57

5 MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho foi realizado a partir de informações de levantamento

de dados in situ e na literatura, relativo às propriedades físico-químicas da água e do

solo, dados de sensoriamento remoto no formato de imagens multiespectrais que

trazem informações indiretas sobre a bacia hidrográfica e suas características de

relevo, geologia e cobertura vegetal, e dados cartográficos no formato de cartas

topográficas, mapas temáticos, em diferentes escalas e fotografias

aerofotogramétricas.

5.1 ESCOLHA DAS ESTAÇÕES DE COLETA DE ÁGUA

Para avaliar a qualidade ambiental para a aqüicultura, foram selecionados

pontos para a coleta de água para análises e determinação de sua qualidade. A

escolha dos pontos de coleta foi feita de maneira a incluir locais julgados mais

representativos, como: a proximidade das desembocaduras de rios e canais;

próximos aos assentamentos, e locais de maior densidade demográfica. A posição

de cada estação foi fixada com GPS em coordenadas planas. Assim, foram

escolhidas sete estações de coleta (figura 10), no sentido foz até a barragem: a)

estação I situada na foz do Rio São João, após a ponte caída; b) estação II, entre a

desembocadura do Canal dos Medeiros e a criação de ostras; c) estação III, a

jusante do ponto de captação de água da fazenda de camarão, pertencente à

fazenda Tosana; d) a estação IV, no antigo leito nos meandros do Rio São João; e)

estação V localizada no primeiro terço do canal do São João retificado, próximo ao

rio Cangurupí; f) estação VI localizada a jusante da desembocadura do rio Indaiaçú e

abaixo do assentamento Sebastião Lan I; g) estação VII próxima à barragem da

Represa de Juturnaíba, onde foi fixada uma régua limimétrica.

As coletas do material ocorreram entre julho de 2005 a julho de 2006

sendo realizadas em intervalos de aproximadamente 15 dias, com embarcação de

alumínio, tipo voadeira com motor de popa de 25 Hp.

Além dos sete pontos fixos, foram escolhidos mais 18 pontos de coletas

extras nos principais afluentes e valas do Rio São João, para determinação da

qualidade da água de possíveis pontos de captação para a aqüicultura, assim como

Page 58: Dissertacao mestrado volcker

58

Figura 10 - Localização das estações na área de estudo: a) estação I Foz; b) estação II Vala dos Medeiros; c) estação III Fazenda Camarão; d) estação IV Velho São João, e) estação V Cangurupí; f) estação VI Indaiaçú; g) estação VII Barragem Juturnaíba.

II

b

III

c

a

I

IV

d

VI

f

VII

g

V

e

Page 59: Dissertacao mestrado volcker

59

mapear possíveis pontos de poluição: Rio da Aldeia Velha (N); Rio Indaiaçú (M); Rio

Lontra (J); Rio Dourado (G); Rio Cangurupí (I) e Rio Guarguá (B); e dos seguintes

canais e valas: Vala do Consórcio (H); Vala do Jacaré I (F); Vala do Jacaré II (O);

Vala da Pedra (E); Canal dos Meros (D); Vala dos Medeiros (C); Agrisa I (L); Agrisa

II (K); Vala da Fazenda Carioca (P); Vala da Fazenda São João (Q); canal de

captação de água da Fazenda Tosana; e, uma estação no mar (A). Todos os pontos

foram georeferenciados, (tabela 4) e a distribuição espacial dos mesmos ilustrados

na figura 11.

Tabela 4 - Coordenadas geográficas dos pontos de coleta em UTM na área de estudo.

Estação Local Coordenadas em UTM

Profundidade em m

I Foz do Rio São João 0192159 S 7498125 W 2,5

II Jusante Vala dos Medeiros 0192328 S 7500156 W 7,5

III Jusante do ponto de captação fazenda Tosana 0806383 S 7501157 W 7,5

IV Velho curso do São João 0800326 S 7500599 W 6,4

V Primeiro terço do canal retificado 0798596 S 7502429 W 4,5

VI Jusante do rio Indaiaçú 0789396 S 7502972 W 4,9

VII Jusante da Barragem 0781607 S 7499667 W 2,4

A Área oceânica costeira 0192502 S 7497687 W 5,0

B Rio Guarguá 0191832 S 7498690 W 0,5

C Vala dos Medeiros 0192444 S 7500431W 1,2

D Canal dos Meros 0808503 S 7500653 W 1,3

E Vala Fazenda São João 0807174 S 7501032 W 1,1

F Vala da Pedra 0806453 S 7499652 W 0,8

G Canal de captação Fazenda Tosana 0805549 S 7500792 W 2,4

H Vala do Jacaré I 0804088 S 7501065 W 1,0

I Vala do Jacaré II 0799029 S 7500781 W 1,5

J Vala do Consórcio 0798886 S 7500717 W 0,7

K Rio Dourado 0801707 S 7502534 W 2,9

L Vala Fazenda Carioca 0800539 S 7502467 W 1.0

M Rio Cangurupí 0795714 S 7501838 W 6,4

N Rio Lontra 0794225 S 7504581 W 2,1

O Agrisa I 0792944 S 7502625 W 2,5

P Agrisa II 0793187 S 7502703 W 1,9

Q Rio Indaiaçú 0788943 S 7503174 W 3,3

R Rio da Aldeia Velha 0784703 S 7500416 W 0,6

Page 60: Dissertacao mestrado volcker

60

Figura 11 – PI da localização de todas as estações de coleta de água para análise, georeferenciados, na área de estudo.

Page 61: Dissertacao mestrado volcker

61

5.2 METODOLOGIA

5.2.1 Fatores abióticos

Nas sete estações fixas foram coletadas amostras de água na superfície e

no fundo em período quinzenal. Nas 18 estações pontuais foram coletadas amostras

em profundidade de meia água. Utilizou-se para a coleta uma Garrafa de Nansen

com termômetro de inversão acoplado e uma garrafa tipo Van Dorn com 2 L de

capacidade. Na tabela 5 encontram-se os fatores abióticos analisados.

Tabela 5 – Fatores abióticos analisados no baixo curso do rio São João Fatores abióticos Unidade Metodologia/Equipamento Referência

Temperatura da água

oC Termômetro de bulbo e inversão

-

Salinidade - Refratômetro / Potenciometria

-

Condutividade mS/cm Potenciometria -

Transparência m Disco de Secchii Pompêo, M.L.M. (1999 a, b)

pH - Potenciometria -

Oxigênio Dissolvido mg O2/L-1 Método titulométrico Strickland & Parsons (1972)

Os dados de colimetria foram obtidos pelo CILSJ, analisadas pelo

laboratório da Cia. Álcalis em Arraial do Cabo.

5.2.2 Cartografia

Para abranger a área de estudo e obtenção da classificação da cobertura

e uso do solo bem como o uso de Sistema de Informações Geográficas para a

obtenção de mapas temáticos, foram obtidas as imagens de satélite

(http://glcfapp.umiacs.umd.edu:8080/esdi/index.jsp) Lansat 7-ETM+, bandas: 1, 2, 3,

4, 5, 7, obtidas em 28/02/2000 (órbita e ponto 216/076) de 2000, em meio digital,

cedida pelo Global Land Cover Facility (GLCF) do Institute for Advanced Computer

Studies (Maryland University, EUA).

A imagem foi captada pelo sensor Thematic Mapper (ETM+) do Landsat

7, apresenta uma resolução espacial de 30 metros, resolução radiométrica de 8 bits

Page 62: Dissertacao mestrado volcker

62

(256 níveis de cinza) e resolução espectral com 7 bandas (tabela 6). A projeção da

imagem é a Universal Transverse Mercator (UTM) zona 23-S, datum South

American Datum (SAD-69).

Tabela 6 - Faixas espectrais do sensor TM. Modificada por BATISTA & DIAS (2005)

Banda Faixa espectral Resolução espacial (metros)

1 0,45 a 0,52 μm - azul 30 2 0,52 a 0,60 μm - verde 30 3 0,63 a 0,69 μm - vermelho 30 4 0,76 a 0,90 μm - infravermelho próximo 30 5 1,55 a 1,75 μm - infravermelho médio 30 6 10,4 a 12,5 μm - infravermelho termal 120 7 2,08 a 2,35 μm - infravermelho distante 30

Para a identificação de posicionamento das estações de coleta, pontos de

controle in situ e navegação, foi utilizado um GPS da Garmin modelo GPSmap 76S,

podendo receber sinal de até 12 satélites simultaneamente, com nível de precisão

entre 10-25 m.

Foi usado um mapa da área de estudo na escala 1:30.000 constituído por

um mosaico de imagens aéreas digitalizadas datadas de 1999 e 2000 no estudo de

renaturalização do rio São João, (BENIGNO, et al., 2003).

5.2.3 Tratamento das informações

A organização e tratamento das diversas informações foram realizados

com auxílio de diversos softwares (CorelDRAW X3, Adobe Photoshop CS2, GPS

DrackMaker® 13.1) e para o SIG utilizou-se o software de Sistema de Informações

Geográficas IDRISI®, versões Kilimanjaro® e Andes® desenvolvidos pela Clark

University, EUA. Este programa organiza as informações em seu banco de dados na

forma de Planos de Informações (PI’s) que podem ser manipulados através de

operadores matemáticos e lógicos.

Page 63: Dissertacao mestrado volcker

63

5.2.4 Dados Meteorológicos

Foram coletados dados de temperatura do ar em oC (máxima, mínima e

média) e precipitação em mm, mensais, de duas estações meteorológicas: REBio

Poço das Antas, de 1983 a 2005, e da Agrisa, Agroindustrial São João Ltda.,

somente dados pluviométricos de 2004 a 2006.

5.2.5 Geoprocessamento

As imagens das 7 bandas foram importadas e processadas utilizando-se o

software IDRISI®. Conforme uma identificação preliminar da área de estudo em cada

cena, aplicou-se um recorte na imagem, limitando o espaço geográfico a ser

analisado nas latitudes e longitudes: 7.505.340 e 7.496.460 S e, 162.210 e 194.310

E, usando o módulo Window e reprojetada para Universal Transverse Mercator

(UTM), zona 23-S, através do modulo Project. A correção geométrica de cada

imagem recortada foi realizada através de pontos de controle nas imagens,

utilizando confluências e pontos notáveis da rede de canais e vias de acesso

principal e secundário, digitalizada da bacia, oriunda da imagem Landsat 7 (sistema

UTM, datum SAD 69), utilizando o módulo Reformat/Resample do IDRISI®.

Para a realização da classificação supervisionada foi necessária a

utilização de várias combinações entre as bandas do Landsat 2, 3, 4, 5 e 7. A

análise de cada classe baseou-se na interpretação visual da imagem, no trabalho de

campo e conhecimento adquirido.

Para a criação de mapas temáticos em formato Raster, foram utilizados

imagens e mapas (CIDE e EMBRAPA) digitalizados em CD, no formato Corel Draw®

(CDR). Foi necessário inicialmente transformar estas imagens no Photoshop® em

formato TIF para então serem importada para o IDRISI® no módulo Import em

GEOTIFF/TIFF. Posteriormente foram recortadas pelo módulo Window e, através de

módulo Resample ajustadas à imagem de trabalho georeferenciada, escolhendo, na

medida do possível, pelo menos 50 pontos em comum.

Como referência de base para a identificação das feições e realçar uma

determinada informação espectral do objeto admitiu-se as composições das bandas

Page 64: Dissertacao mestrado volcker

64

espectrais LANDSAT, todas sob sistema RGB, usando o módulo Composite do

IDRISI®:

4, 5 e 7 - apresenta uma textura excelente, permitindo interpretações

estruturais, e visualização das áreas antrópicas. Esta composição foi usada

para a identificação de rios, canais e manguezais, (figura 12);

Figura 12 – Mapa da região de estudo nas cores RGB 457.

4, 3 e 2 - composição que ressalta o uso e ocupação do solo e hidrografia,

oferece uma boa discriminação entre área urbana (coloração variando de

bege a azul) e não urbana e os tipos de cobertura vegetal, principalmente as

áreas de mangue em tons de vermelho escuro. Esta composição foi utilizada

para a distinção da vegetação rasteira e pasto. A primeira apresenta uma

tonalidade vermelho escura, de rugosidade média evidenciada pela utilização

da banda 4 no canal vermelho. Utilizou-se também para a identificação das

praias e areais que apresentam tonalidade que varia do branco ao amarelo-

claro (figura 13);

Figura 13 – Mapa da região de estudo nas cores RGB 432

5, 4 e 2 – composição utilizada na identificação de antropismo como zonas

urbanas, regiões que sofreram intervenção humana, e solo exposto,

representada por coloração rósea com leves tons de cor laranja e

Page 65: Dissertacao mestrado volcker

65

avermelhado marrom. Esta composição foi utilizada para a identificação de

pasto e as áreas de expansão urbana, (figura 14);

Figura 14 – Mapa da região de estudo nas cores RGB 542.

7, 5 e 2 – ressalta a vegetação e as planícies fluviais, pois as tonalidades de

verde diferem muito comparadas às regiões estuarinas, campo, pasto e aos

ecossistemas vizinhos que se apresentam em verde escuro. Mostrou-se muito

eficiente para o mapeamento das zonas urbanas que se distinguem com

bastante contraste. Esta composição foi utilizada para a digitalização de

pasto, áreas urbanas e os assentamentos, e manguezais, (figura 15);

Figura 15 – Mapa da região de estudo nas cores RGB 752.

7, 5 e 4 – Esta composição foi utilizada na identificação da malha hídrica (rios

e canais) com coloração negra que se contrastam sobre o azul, (figura 16).

Figura 16 – Mapa da região de estudo nas cores RGB 754.

Page 66: Dissertacao mestrado volcker

66

Para a criação do mapa temático topografia foi utilizada uma imagem do

projeto Brasil em Relevo (http://www.relevobr.cnpm.embrapa.br/) que utilizou como

fonte primária os modelos digitais de elevação, com aproximadamente 90 metros de

resolução espacial, originários da missão de mapeamento do relevo terrestre SRTM

(Shuttle Radar Topography Mission), desenvolvido pela NASA (National Aeronautics

and Space Administration) e NGA (National Geospatial-Intelligence Agency) dos

Estados Unidos no ano 2000. Para a criação do mapa temático em formato Raster,

foram utilizadas imagens digitalizadas, importados para o IDRISI® no módulo Import

em GEOTIFF/TIFF, recortados pelo módulo Window e, através de módulo Resample

ajustadas à imagem de trabalho georeferenciada.

Os dados podem ser representados sob duas formas: a representação

vetorial (pontos, linhas e polígonos, delineados por um conjunto de coordenadas) e

em grade (raster, conjunto de células definidas pelas coordenadas x e y em um

sistema de grade). Cada célula, (pixel), é independentemente endereçada com o

valor de um atributo. A entrada dos dados é feita por digitalização ou por arquivos

digitais. A estrutura da base de dados é construída na forma de uma série de mapas

ou planos de informações, definidos por um mesmo sistema de coordenadas. O

atributo é o valor de uma variável geográfica associada com uma dada posição

topográfica. Os valores dos atributos podem ser transformados, usando-se

procedimentos lógicos e matemáticos de combinação de diferentes atributos ou

polígonos. A saída de dados pode ser feita na forma de gráficos e tabelas, arquivos

digitais e mapas temáticos ou Planos de Informações (PI’s).

Nestes PI’s foram utilizados os fatores que influenciam potencialmente

sobre a aqüicultura e que serviram como base para a escolha de áreas adequadas.

O sistema de classificação adotada para este estudo foi o mesmo usado por

Kapetsky @ Nath, 1997 e Scott, 2003. Os PI’s foram reclassificados usando-se as

seguintes classes e cores para melhor ilustração: 4 excelente (verde); 3 muito bom

(azul); 2 bom (amarelo) e 1 regular (vermelho).

O cruzamento e sobreposição entre PI’s resultou em novos PI’s através

de vários procedimentos no IDRISI® de acordo com a necessidade utilizando os

módulos Reclass, Overlay, Distance, Area, Buffer, Weight e MCE. Para facilitar

algumas operações usou-se o Macro Modeler, ambiente gráfico (fluxograma) para a

Page 67: Dissertacao mestrado volcker

67

construção de modelos que mostra as fases do processamento utilizado, com os

nomes dos arquivos base, os módulos do IDRISI® utilizados em cada passo e, a

imagem resultado.

Para chegar ao PI final das áreas disponíveis e adequadas para a

aqüicultura seguiu-se o modelo ilustrado na figura 17.

Figura 17 – Modelo para avaliação de áreas potenciais para aqüicultura.

O PI para a localização das estações de coletas foram criados arquivos

.txt com as coordenadas de cada estação em UTM 23-S (x,y) e o número da

estação (z). Estes arquivos.txt foram importados para o IDRISI®, resultando em um

vetor onde os pontos correspondem ao local exato das estações de coletas e,

Page 68: Dissertacao mestrado volcker

68

posteriormente adicionado a uma base de uma imagem LANDSAT para facilitar a

sua visualização.

Para todos os PI’s como salinidade, temperatura da água, oxigênio

dissolvido e pH, foi necessário também a criação de arquivos .txt, onde as

coordenadas representam x e y e os valores de cada parâmetro z, criando assim,

os vetores para cada fator analisados. Os valores dos parâmetros físico-químicos

acima foram interpolados com o módulo Interpol, mostrando assim a tendência dos

valores intermediários entre as estações de coleta, completando lacunas para

melhor visualização espacial destes parâmetros. O resultado da interpolação foi

seguido pela reclassificação com o módulo Reclass, atribuindo novos valores para

cada camada, agrupando valores próximos em uma única categoria.

Page 69: Dissertacao mestrado volcker

69

6 RESULTADOS

As coletas quinzenais foram realizadas no período de junho 2005 a julho

2006, compreenderam a todas as condições de lua e altura das marés e em todas

as condições climáticas. Como podemos observar, na Tabela 7, o vento

predominante foi o NE seguido pelo SE na ocasião da entrada das frentes frias.

2005 e 2006 foram anos atípicos do regime de chuvas para esta região.

Tabela 7 – Campanhas quinzenais para coleta de água, realizadas no período de junho 2005 a junho 2006, no baixo curso do rio São João.

Campanhas Rio São João Maré Data Horário Tempo Chuva Vento

Preamar Baixa-mar Maré

1ª 14/6/05 08:20 - 14:00 bom +48hrs NE mode 07:08 0.9 14:26 0.3 V 2ª 5/7/05 09:20 - 15:00 bom +48hrs SE fraco 14:38 1.0 08:02 0.1 E 3ª 21/7/05 09:10 - 15:25 nublado +48hrs NE mode 15:30 1.2 08:54 0.0 E 4ª 16/8/05 09:10 - 14:04 bom +48hrs NE forte 13:54 1.0 07:09 0.2 E 5ª 31/8/05 09:40 - 13:45 nublado +48hrs NE fraco 13:53 1.4 07:26 0.2 E 6ª 19/9/05 08:55 - 15:10 nublado +48hrs NE mode 15:23 1.1 09:53 0.0 E 7ª 30/9/05 09:10 - 13:30 bom +48hrs NE fraco 13:45 1.1 07:06 0.1 E 8ª 11/10/05 08:45 - 12:25 bom +48hrs NE fraco 11:58 1.0 03:09 0.4 E 9ª 25/10/05 08:40 - 14:20 bom +48hrs NE mode 11:13 0.8 02:43 0.4 E

10ª 10/11/05 09:00 - 13:15 chuva chuva SE fraco 11:32 1.0 04:06 0.3 E 11ª 29/11/05 09:05 - 13:10 bom -24hrs E forte 13:13 1,1 07:19 0.2 E 12ª 8/12/05 09:10 - 13:25 nublado -24hrs SE fraco 09:02 0.9 15:06 0.6 V 13ª 28/12/05 09:05 -13:05 bom +48hrs SE fraco 13:13 1.1 07:19 0.2 E 14ª 16/1/06 09:35 - 14:00 bom +48hrs NE forte 10:08 0,4 15:34 1.1 E 15ª 31/1/06 09:25 - 13:45 bom -24hrs NE fraco 15:58 1.2 10:23 0.3 E 16ª 7/2/06 09:20 - 14:55 bom +48hrs NE fraco 08:37 0.7 17:13 0.4 V 17ª 22/2/06 09:05 - 13:40 bom +48hrs NE fraco 09:21 0.7 16:23 0.4 V 18ª 9/3/06 09:55 - 14:25 bom +48hrs NE fraco 11:45 0.8 18:04 0.3 V 19ª 29/3/06 08:45 - 14:50 bom +48hrs L fraco 14:43 1.3 08:54 0.2 E 20ª 11/4/06 09:25 - 13:00 bom -24hrs NE fraco 13:30 1.2 07:41 0.3 E 21ª 27/4/06 08:50 - 13:50 nublado -24hrs SE mode 08:23 0.1 14:21 1.3 E 22ª 9/5/06 09:15 - 12:50 nublado -24hrs S mode 12:23 1.0 06:28 0.4 E 23ª 23/5/06 09:55 - 14:35 nublado +48hrs SE fraco 12:02 1.1 05:58 0.4 E 24ª 8/6/06 09:35 - 13:15 bom +48hrs NE mode 12:41 1.1 06:23 0.3 E 25ª 5/7/06 09:20 - 12:50 bom -24hrs NE mode 09:49 0.9 16:43 0.5 V

Page 70: Dissertacao mestrado volcker

70

6.1. FÍSICO-QUÍMICO DA ÁGUA

Os dados aqui apresentados resumem as amostragens das 7 estações

permanentes e das 18 estações extras no período entre junho de 2005 a julho de

2006, e constitui o maior número de amostragens realizadas recentemente no baixo

rio São João, para avaliar as características limnológicas e bióticas.

6.1.1 Temperatura

Valores médios de temperatura

0

5

10

15

20

25

30

35

14-ju

n5-j

ul21

-jul

16-ag

o

31-ag

o19

-set

30-se

t

11-ou

t

25-ou

t

11-no

v

29-no

v8-d

ez

28-de

z16

-jan31

-jan7-f

ev22

-fev9-m

ar

29-m

ar

11-ab

r

27-ab

r9-m

ai

23-m

ai8-j

un 5-jul

Data

Tem

pera

tura

°C

Figura 18 - Temperatura média da água do rio São João no período de coleta.

No que concerne às temperaturas da coluna de água em geral não foi

observada uma estratificação definida durante o período de estudo. No inverno

observou-se uma ligeira queda nas temperaturas, onde os valores apresentaram

uma variação de 20°C a 27°C (média 23°C ± 1,75, n=126) em toda a coluna de

água. A diferença máxima entre as temperaturas de superfície e de fundo não

ultrapassaram 1,0oC. Como esperado, as temperaturas no verão foram superiores

às observadas no inverno. Os valores das águas superficiais e de fundos oscilaram

entre 20°C e 30°C (média 25,8°C ± 2,52, n=224). Neste período a variação vertical

máxima foi de 0,5°C. Também não foram observadas variações significativos da foz

até a barragem. A média anual girou em torno de 24,53oC, (figura 18).

Page 71: Dissertacao mestrado volcker

71

6.1.2 Salinidade

Estação I: Foz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

14-ju

n5-j

ul21

-jul

16-ag

o

31-ag

o19

-set

30-se

t

11-ou

t

25-ou

t

11-no

v

29-no

v8-d

ez

28-de

z16

-jan31

-jan7-f

ev22

-fev9-m

ar

29-m

ar

11-ab

r

27-ab

r9-m

ai

23-m

ai8-j

un 5-jul

Data

Salin

idad

e

Superfície Fundo Figura 19 - Salinidade na superfície e no fundo na Foz do Rio São João no período de coleta.

Estação II: Vala dos Medeiros

0

5

10

15

20

25

30

35

40

14-ju

n5-j

ul21

-jul

16-ag

o

31-ag

o19

-set

30-se

t

11-ou

t

25-ou

t

11-no

v

29-no

v8-d

ez

28-de

z16

-jan31

-jan7-f

ev22

-fev9-m

ar

29-m

ar

11-ab

r

27-ab

r9-m

ai

23-m

ai8-j

un 5-jul

Data

Salin

idad

e

Superfície Fundo

Figura 20 - Salinidade na superfície e no fundo na Vala dos Medeiros no período de coleta.

Page 72: Dissertacao mestrado volcker

72

Estação III: Fazenda Camarão

0

5

10

15

20

25

30

35

40

14-ju

n5-j

ul21

-jul

16-ag

o

31-ag

o19

-set

30-se

t

11-ou

t

25-ou

t

11-no

v

29-no

v8-d

ez

28-de

z16

-jan31

-jan7-f

ev22

-fev9-m

ar

29-m

ar

11-ab

r

27-ab

r9-m

ai

23-m

ai8-j

un5-j

ul

Data

Salin

idad

e

Superfície Fundo Figura 21 - Salinidade na superfície e no fundo em frente à fazenda de camarão, da propriedade Osana, no período de coleta.

Estação IV: Velho São João

0

5

10

15

20

25

30

35

40

14-ju

n5-j

ul21

-jul

16-ag

o31

-ago

19-se

t30

-set

11-ou

t25

-out

11-no

v29

-nov

8-dez

28-de

z16

-jan

31-ja

n7-f

ev22

-fev

9-mar

29-m

ar11

-abr

27-ab

r9-m

ai23

-mai

8-jun 5-jul

Data

Salin

idad

e

Superfície Fundo Figura 22 - Salinidade na superfície e no fundo no trecho do velho rio São João no período de coleta.

Page 73: Dissertacao mestrado volcker

73

A salinidade foi detectada somente nas estações I, II, III e IV, sendo os

três primeiros localizados próximo à foz e o ponto III a 14 km, no velho São João. Na

estação I, junto à foz, devido a pouca profundidade (entre 1,2 a 2,5 m), foi observada

uma homogeneidade da salinidade entre a superfície e fundo, exceto em épocas de

chuvas, no verão, ou em chuvas mais prolongadas na entrada de frente fria, onde

não se chegou a detectar salinidade. Mesmo nestas condições, sempre foi detectada

uma penetração das águas marinhas, mais salgadas e mais densas, em

profundidade na estação II, aonde a profundidade chega a mais de 12 m. Nas

estações mais profundas (II, VII e III) observou-se uma ampla variação de salinidade

entre a superfície e o fundo (figuras 19, 20, 21 e 22).

Neste período de estudo a “cunha salina” não penetrou além dos 14 km

rio adentro. A presença de salinidade também foi evidenciada pela presença de

vestígios de mangue ao longo das margens. Pelo que foi observado in situ, a

penetração do mar depende da amplitude da maré, e da vazão de água do rio,

principalmente no período de estiagem.

6.1.3 pH

Valores médios de pH

0123456789

1011121314

14-ju

n5-j

ul21

-jul

16-ag

o

31-ag

o19

-set

30-se

t

11-ou

t

25-ou

t

11-no

v

29-no

v8-d

ez

28-de

z16

-jan31

-jan7-f

ev22

-fev9-m

ar

29-m

ar

11-ab

r

27-ab

r9-m

ai

23-m

ai8-j

un 5-jul

pH

Figura 23 - Valores médios de pH com o desvio padrão no rio São João no período de coleta.

Data

Page 74: Dissertacao mestrado volcker

74

Junto à foz na estação I, e na estação II na preamar em época de

estiagem, a média do pH variou de 7,54 na superfície a 7,81 no fundo e 7,08 na

superfície a 7,60 no fundo, respectivamente. Quanto mais afastado da foz, sem a

influência da salinidade, a água doce apresenta tendência de acidez, assim como

nas épocas de chuva onde foram registradas as medições mais baixas.

No trecho do curso original do rio São João, estação III foram

registrados os valores mais baixos de pH, 2,80 e as maiores variações entre a

superfície e o fundo, 3,93 (7,14 superfície e 3,21 fundo), (figura 23).

Observou-se a descarga de água proveniente das inúmeras valas da

margem direita do rio, com pH extremamente baixo: vala do Consórcio com pH de

3,15 e a vala do Jacaré com pH de 3,70. Já na porção retificada do rio São João

foram observados dois pontos que contribuem com água de pH ácido: os canais da

Agrisa I e II com pH 3,37 e 3,10 respectivamente e o rio Indaiaçú onde foram

efetuadas três medições de pH: 3,86; 4,64 e 6,4 provavelmente devido à poluição

proveniente da cidade de Casimiro de Abreu.

6.1.4 Oxigênio dissolvido

Concentração média de Oxigênio dissolvido

0123456789

10

14-ju

n5-j

ul21

-jul

16-ag

o

31-ag

o19

-set

30-se

t

11-ou

t

25-ou

t

11-no

v

29-no

v8-d

ez

28-de

z16

-jan31

-jan7-f

ev22

-fev9-m

ar

29-m

ar

11-ab

r

27-ab

r9-m

ai

23-m

ai8-j

un 5-jul

.

mg/

L

Figura 24 - Concentração média com o desvio padrão do oxigênio dissolvido no rio São João no período de coleta.

Data

Page 75: Dissertacao mestrado volcker

75

Para o oxigênio dissolvido, uma ampla variação foi detectada, em cada

dia de coleta e em cada estação (figura 24). A média global de oxigênio

dissolvido em 6,94 mg/L. Não há estratificação significativa em cada ponto

amostrado. Os níveis mais baixos, durante o período de estudo, foram

observados na estação IV, a jusante da desembocadura do rio Indaiaçú onde

foram registrados os seguintes níveis nas três medições: 3,30; 1,80 e 6,19 mg/L.

Estes resultados mostram que existe um comportamento bem

diferenciado da coluna d’água no que diz respeito à oxigenação. Os valores

encontrados no período abril-outubro são geralmente superiores aos valores

encontrados no verão, provavelmente devido ao regime de ventos na região e a

fotossíntese, período com pouca nebulosidade. De uma maneira geral, as diferenças

nas concentrações de oxigênio dissolvido, entre a superfície e o fundo, nas estações

amostradas foram pequenas.

6.1.5 Colimetria

Os coliformes fecais variaram de 13 a 4.300 NMP/100ml enquanto que na

desembocadura da Vala dos Medeiros foram observados os maiores níveis, que

variaram de 130 a 240.000 NMP/100ml, (tabela 8).

Tabela 8 – Resultados de colimetria entre agosto 2005 e maio 2006 junto à foz do rio São João. Fonte: CILSJ.

Coliformes fecais NMP/100ml Foz Vala dos Medeiros Data

13 54.000 11/08/05

140 240.000 25/10/05

49 130 10/11/05

130 2.400 29/11/05

130 2.400 08/12/05

1.600 5.400 16/01/06

2.400 24.000 31/01/06

240 24.000 07/02/06

240 24.000 22/02/06

240 240.000 09/03/06

4.300 24.000 29/03/06

23 2.400 11/04/06

13 1.600 27/04/06

24 560 09/05/06

Page 76: Dissertacao mestrado volcker

76

Em ambos os pontos as maiores concentrações ocorreram nos meses de

verão, coincidindo com a alta temporada de turismo na região.

6.2 DADOS METEOROLÓGICOS

6.2.1 Temperatura atmosférica

No período de janeiro a julho de 2005 as temperaturas variaram de 14oC

(junho) a 40oC (janeiro e março) com temperatura média 28,5oC, no verão e de

24oC, no inverno, (figura 25).

Temperatura

18 19 20 19 1814 15

4037

40 3936

34 33

05

1015202530354045

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JULmêses

Tem

pera

tura

oC

mínimo máximo

Figura 25 - Temperatura oC do ar mensal, no período de janeiro a julho de 2005, da estação meteorológica da REBio Poço das Antas.

Os dados obtidos foram registrados de janeiro a julho de 2005, quando a

estação entrou em manutenção.

Page 77: Dissertacao mestrado volcker

77

6.2.2 Precipitação

Precipitação baixo rio São João

0

50

100

150

200

250

Jun-0

5Ju

l-05

Ago-05

Set-05

Out-05

Nov-06

Dez-05

Jan-0

6

Fev-06

Mar-06

Abr-06

Mai-06

Jun-0

6Ju

l-06

Data

prec

ipita

ção

em m

m

precipitação Figura 26 - Precipitação mensal (mm), de junho 2005 a julho 2006 do baixo rio São João, da estação meteorológica da Agrisa.

O gráfico do índice de precipitação (figura 26) mostra o período de chuva,

nos meses de novembro a março (verão) e o período seco nos meses de maio a

agosto (inverno). Durante o período de estudo foi registrado o total de 1.257,5mm.

De acordo com os parâmetros acima, os resultados confirmam que os

dados físico-químicos estão dentro das possibilidades de fazer a aqüicultura na

região, nas especificações ideais para as espécies em questão, conforme

referenciado nas seções 2.1.1.1, 2.1.2.1 e 2.1.3.1, porém o pH é um fator limitante

na área IV devido à acidez elevada encontradas.

6.3 SIG Através do SIG, tendo como base as imagens de satélite e levantamento

cartográfico sistemático observou-se que a área terrestre estudada possui uma área

total de 273,33 km2.

Page 78: Dissertacao mestrado volcker

78

6.3.1 Uso e cobertura atual do solo

As informações sobre vegetação foram extraídas a partir da foto

interpretação de fotografias aéreas, 1999/2000 e imagens de satélites 2000, Landsat

7. Através das composições de bandas descritas na seção 5.2.5 e de cartografia

pré-existente foram utilizadas para a identificação, interpretação e digitalização de

polígonos referentes a: hidrografia (mar, lagos, rios e canais de drenagem), vias de

acesso, área urbana, área de expansão urbana, elevações e morros, vegetação

rasteira e pasto, canavial, agricultura, mata, vegetação arbustiva, mangue e taboa.

A análise espacial foi auxiliada com observações sobre o uso do solo feito em

campo, (figura 27).

Figura 27 - PI ‘Uso e cobertura atual do solo da região do baixo São João’, na área de estudo. Na tabela 9, podemos observar que a área de campo e pastagem, com

vegetação predominantemente de gramíneas corresponde a 49,74% da área total

estudada, seguida da mata com 19,93%, vegetação arbustiva com 12,21%, mangue

com 1,18% e junco, acompanhando ambos as margens da porção retificada do rio

São João, com 0,58%. A área de agricultura corresponde a 0,44% da área total

estudada.

As atividades antrópicas, que correspondem à área urbana e a sua

expansão, foram extraídas a partir das imagens de satélite com a disponibilidade da

combinação de bandas espectrais RGB 321, que correspondem a 9,15% da área

Page 79: Dissertacao mestrado volcker

79

total. A principal área urbana é o 5º Distrito de Casimiro de Abreu, Barra de São

João, localizada junto à foz do Rio São João e do assentamento Sebastião Lan I e II.

Tabela 9 - Ocupação e uso do solo e suas respectivas áreas em km2 e percentual sobre a área total de 273,33 km2.

Descrição Área em Km2 %

Mata 54,47 19,93

Vegetação arbustiva 33,38 12,21

Mangue 3,22 1.18

Campo / pasto 135,96 49,74

Canavial 18,48 6,76

Taboa 1,59 0,58

Agricultura 1,21 0,44

Morro / elevações 107,82 39,45

Área urbana e expansão 25.02 9,15

Este procedimento possibilitou a geração da base espacial de referência para o

entrecruzamento com a carta temática de uso da terra, com vistas à quantificação de

cada tema, usando o modo Database Query: Area, do IDRISI® (tabela 10), onde

foram dividendos em classes para as áreas mais aptas para a aqüicultura por serem

áreas de solo férteis, produtivos e planos.

Tabela 10 - Ocupação e uso do solo e suas respectivas classes. Descrição Descrição Classes Agricultura Áreas produtiva e plana, solo fértil 4

Campo / pasto Áreas produtiva e plana 4 Canavial Áreas produtiva e plana 3

Vegetação arbustiva Áreas não prioritárias 2 Taboa Indica áreas com baixa drenagem 2

mangue Áreas de preservação 1 Mata Áreas de preservação 1

Morro / elevações Topografia 1 Área urbana e expansão Áreas antrópicas 1

Page 80: Dissertacao mestrado volcker

80

6.3.2 Canavial e vegetação rasteira Foram consideradas áreas favoráveis os pastos, canavial e agricultura,

por situarem em áreas planas dentro do perímetro da região estudada como também

o uso agrícola indica facilidade de mecanização e uso para produção já

experimentada. Os referidos PIs foram reclassificados e adicionados usando o

módulo Overlay: first + second sucessivamente (figura 28).

Figura 28 - PI ‘Áreas viáveis: pasto, agricultura e plantio de cana-de-açúcar’, na área de estudo. 6.3.3 Qualidade do solo

O solo para o propósito de construção de viveiros escavados para

aqüicultura deve apresentar uma textura composta por uma mistura de silte, argila e

areia com pH próximo a 7, não contendo mais de 10% de matéria orgânica. Os solos

com característica ácida (pH baixo ou inferior a 5) e com uma alta concentração de

matéria orgânica devem ser evitados devido aos custos e tempo associados com a

correção química de tais solos NUNES et al., (2004).

Os solos mais aproveitáveis são aqueles com teor de silte argiloso entre

30% a 70%. Solos muito arenosos proporcionam excessiva infiltração, dificultando a

manutenção da água nos viveiros. Solos muito argilosos provocam rachaduras nas

porções emersas dos taludes.

Para obter o PI Tipos de Solos para aqüicultura, foi usada como base a

carta digitalizada do CD do CPRM – Serviço Geológico do Brasil, 2001, Geologia do

Page 81: Dissertacao mestrado volcker

81

Estado do Rio de Janeiro. A carta em formato Corel Draw® (CDR) foi inicialmente

transformada no Photoshop® em TIF e importada para o IDRISI® e posteriormente

recortada (Window) e ajustada (Resample) à imagem de trabalho e redigitalizada

(figura 29).

Figura 29 - PI ‘Tipos de solo da região do baixo São João’. Fonte: CPRM, 2001. Na bacia do baixo Rio São João, verifica-se uma grande variação dos

solos. Nas cotas próximas ao nível do mar são verificados solos com fortes

influências das marés aparecendo solos com salinidade e tiomorfismo, pertencendo

a diferentes ordens, vide tabela 11, onde estão apresentadas as unidades do mapa

de solos e divididos em classes conforme a aptidão para a aqüicultura. Os critérios

adotados para o estabelecimento e subdivisão das classes de solos e simbologia

estão de acordo com as normas estabelecidas em EMBRAPA (1988, 1999) e

SANTOS et al., (1996).

P = potzólico L = Latossolo G = Gley H =hidromorfo

Page 82: Dissertacao mestrado volcker

82

Tabela 11 - Identificação dos tipos de solos da região do baixo São João e seu peso dado de acordo com a sua plasticidade, granulometria e composição adequada para a construção de viveiros escavados. Tipo Descrição Classes

GPS1

GLEI POUCO HÚMICO SALINO SOLÓDICO ou não, argila de atividade alta, textura moderada e média argilosa + GLEI HÚMICO SOLÓDICO ou não eutrófico argila de atividade baixa e alta, húmico ou chernozênico argiloso ou muito argiloso + GLEI HÚMICO TIOMÓRFICO, argila de atividade baixa e alta, húmico ou proeminente argiloso ou muito argiloso.

4

GPa2 GLEI POUCO HÚMICO ÁLICO ou DISTRÓFICO textura moderada argilosa + GLEI HÚMICO ÁLICO ou DISTRÓFICO, argila de atividade baixa, húmico ou proeminente muito argiloso ou argiloso.

3

PVa4

PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO ÁLICO ou DISTRÓFICO, textura média e muito argilosa + LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO ÁLICO ou DISTRÓFICO, textura média e muito argilosa

2

PVd4 PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO DISTRÓFICO ou ÁLICO, não abrupto ou abrupto , moderado a médio argiloso e muito argiloso 2

HPd1 PODZOL HIDROMÓRFICO DISTRÓFICO ou ÁLICO, textura arenosa 2

LVa4 LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO ÁLICO, textura moderada argilosa a muito argilosa 2

PAa2 PODZÓLICO AMARELO ÁLICO ou DISTRÓFICO textura média argilosa ou textura média e muito argilosa + PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO ÁLICO textura médio argiloso

1

PEe1 PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO EUTRÓFICO, textura média argilosa + CAMBISSOLO DISTRÓFICO, textura média argilosa, fase rochosa 1

De acordo com a tabela acima, a figura tipos de solo foi reclassificada,

obedecendo ao critério de classes quanto ao tipo do solo: 4 - excelente; 3 - muito

bom 2 - bom e 1 – regular. Os solos argilosos (GPS1 e GPa2) são os que

apresentam maior facilidade de serem trabalhados, de serem modelados com

melhor compactação dos diques ou barragens, assentamento e compactação do

fundo dos viveiros. Apresenta maior plasticidade, (facilidade em ser modelado-

moldável), com fácil acomodação do material, resistência à erosão, percolação de

água e rachaduras, com menor capacidade de conduzir a água pelos seus poros,

(capilaridade), retendo-a, além de apresentar maior coesão entre suas partículas,

facilitando o trabalho de compactação. Os latossolos e podzólicos (PVa4,LVa4,

PVd4), com muito argila apresentam restrições, por serem mais pesados, liguentos,

e quando secam se partem, racham e ficam muito duros. O solo com textura

arenosa (HPd1) dificulta a retenção de água e não apresentam textura para a

construção de viveiros. O solo podzólico vermelho e amarelo álico e o cambissolo

Page 83: Dissertacao mestrado volcker

83

distrófico são solos pedregosos e rochosos e não servem para a aqüicultura

(PÁDUA, 2003; ONO & KUBITZA, 2002), vide figura 30.

Figura 30 - PI ‘Aptidão do terreno para construção de viveiros escavados’, na região de estudo.

6.3.4 Aptidão agrícola

Para criar o PI ‘Aptidão agrícola’ foi usada como base a carta digitalizada

do CD do CPRM – Serviço Geológico do Brasil, 2001, Geologia do Estado do Rio de

Janeiro. A carta em formato Corel Draw® (CDR) foi inicialmente transformada no

Photoshop® em TIF e importada para o IDRISI® e posteriormente recortada

(Window) e ajustada (Resample) à imagem de trabalho e redigitalizada (figura 31).

Figura 31 - PI ‘Aptidão agrícola da região do baixo São João’. Fonte: CPRM, 2001.

Page 84: Dissertacao mestrado volcker

84

As unidades são classificadas de acordo com o grau de limitação ao uso

(BOHRER, 2000), vide tabela 12.

Tabela 12 - Identificação da aptidão agrícola da região do baixo São João e suas classes dadas de acordo com as suas características físico-químicas apropriadas para a agricultura.

Tipo Descrição Classes

2(b)c LAVOURAS - regular 4

3(bc) LAVOURAS - restrita 3

5(n) SILVICULTURA e/ou PASTAGEM natural 2

6 SEM APTIDÃO AGRÍCOLA - preservação da flora e fauna 1

Usando a classificação da tabela acima, o PI ‘Aptidão agrícola’ foi

reclassificado, seguindo critério do peso quanto ao tipo do solo: 4 - excelente; 3 -

muito bom; 2 - bom e 1 – regular. Terras do tipo 2(b)c e 3(bc) fazem parte as terras

que apresentam poucas ou limitações moderadas para serem utilizadas como

lavouras, observando a condição de manejo considerada. As limitações reduzem a

produtividade ou os benefícios, elevando a necessidade de insumos de forma a

aumentar as vantagens a serem obtidas do uso. Terras com aptidão restrita para

lavouras e boa para pastagem plantada e silvicultura, 5(n), sem limitações

significativas para a produção sustentada com essa prática agrícola mas possuem

limitações fortes para lavouras. Terras sem aptidão agrícola (6) apresentam

condições que excluem a produção sustentada. São as terras que apresentam

limitações muito fortes ao uso agrícola, como solos hidromórficos ou por declives

acentuados. Essas terras têm como alternativa serem indicadas para a preservação

da flora e da fauna, (figura 32).

Page 85: Dissertacao mestrado volcker

85

Figura 32 - PI reclassificado ‘Aptidão agrícola’ na área de estudo.

6.3.5 Recursos Hídricos - Captação de água Outro fator de importância para o desenvolvimento da aqüicultura é a

distância do ponto de captação de água, doce ou do mar, observando os critérios da

perenidade, de modo a minimizar os custos de energia com o bombeamento.

Antes da implantação de qualquer sistema de cultivo torna-se importante

uma avaliação quantitativa e qualitativa dos recursos hídricos disponíveis,

PROENÇA & BITTENCOURT (1994). O fator quantitativo refere-se ao volume de

água necessário para suprir os viveiros durante todo o período de criação.

Normalmente a captação d’água é feita utilizando-se bombas de

preferência diretamente do rio (sem correr o risco de secar o leito) e dos grandes

canais, para ser distribuída nos viveiros de forma independente, através de

tubulações e canais de abastecimento, por gravidade. A proximidade do ponto de

captação de água é importante para atender todo o sistema hídrico da fazenda como

o preenchimento dos viveiros, a compensação de perdas por percolação e

evaporação e uso emergencial. Portanto, quanto mais próximo dos locais potenciais

para captação, melhor.

ANGELL (1998), utilizou o critério de distância dos corpos d’água para

classificar as áreas com aptidão ao cultivo de camarões. Desta forma, neste estudo

foram consideradas como ainda viáveis as áreas com distância inferior a 3.000 m

dos corpos d’água, Foi atribuído peso 0 às áreas com distância superior a 3.000 m

Page 86: Dissertacao mestrado volcker

86

(área imprópria). As áreas de 2.600 a 3.000 m receberam peso 1, de 2.000 a 2.600

peso 2, de 1.100 a 2.000 peso 3 e 0 a 1.100 m receberam peso 4. Estas classes,

estão representadas nas áreas “buffers” de largura na tese de (BELTRAME, 2003 ).

Baseados em ANGELL (1998) e BELTRAME, (2003), foram dados pesos

de acordo com a distância dos pontos de captação ao empreendimento: Rio São

João, devido ao seu volume e profundidade, que possibilita a captação da água

durante todo o ano e o seu bombeamento a longa distância devido à pouca

declividade da região de estudo, com desnível de 4,5m da barragem à foz (CUNHA,

1995); e dos canais e valas, restritos, pois dependem da amplitude da maré e de

bombeamento, portanto, quanto mais alto seu peso (4) quanto mais indicado seria o

local, enquanto que os pesos menores à distância dos pontos dos empreendimentos

tanto menos indicado seria o local, (tabela 13). Através do Macro Modeler do

IDRISI® foi usado o módulo Distance e Reclass. Para o PI ‘Distância de captação de

água doce’ usou-se o módulo Overlay: maximum (figura 33).

Tabela 13 - Captação de água doce: classe x distância, onde: 4- excelente; 3 - muito bom; 2 - bom e 1 – regular.

Rio São João (m) Canais e valas (m) Classes 0 – 1.000 0 - 500 4

1.000 - 3.000 500 – 1.000 3 3.000 - 6.000 1.000 - 1.500 2

Acima de 6.000 Acima de 1.500 1

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87

Figura 33 - PI ‘Distância de captação de água doce’ para aqüicultura: a) dos principais tributários e o próprio rio São João na área de estudo; b) dos canais com ligações com rio São João, na área de estudo. Um pré-requisito básico para o desenvolvimento da carcinicultura com

sucesso é a disponibilidade de água salgada, onde a estação de bombeamento deve

ficar muito próxima do ponto de captação de água. Neste estudo as áreas em

potencial foram limitadas a uma distância de 9 km, baseados em observação em

campo.

Para gerar o PI ‘Captação de água salgada’, seguiu-se o critério dos

resultados das análises de água e da salinidade ideal para a espécie L. vannamei

baseado na literatura, BOYD (1990) e (NUNES, 2001), Tabela 14, e figura 34.

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88

Tabela 14 - Captação de água salgada: classe x distância, onde: 4 - excelente; 3 - muito bom; 2 - bom e 1 – regular.

mar (m) Classes

0 – 1.000 4

1.000 - 4.000 3

4.000 - 6.000 2

6.000 - 9.000 1

Figura 34 - PI ‘Distância de captação de água salgada’, na área de estudo. 6.3.6 Vias de acesso

A distância das vias de acesso terrestre foi considerada um fator

importante uma vez que a presença de estradas principais e vicinais facilita o

escoamento da produção bem como da manutenção das estruturas. A via principal

de serviços à região é a Rodovia Amaral Peixoto, RJ 106, as secundárias, as

rodovias municipais que dão acesso à Agrisa, à Barragem da Represa de Juturnaíba

à localidade Professor Souza e as vias vicinais que dão acesso às unidades

funcionais dispersas como aos assentamentos e as fazendas ao longo dos taludes

das principais valas e canais, figura 35.

Page 89: Dissertacao mestrado volcker

89

Figura 35 - PI ‘Vias de acesso’, na área de estudo.

Neste estudo foi arbitrada a distância máxima aceitável de um

empreendimento aqüicola para as vias de acesso principal e secundário de 15 km.

Foram divididos em classes de acordo com a estrutura e distância da via de acesso

ao empreendimento: Acesso primário – estrada Estadual ou Municipal que

possibilitam o tráfico de veículos pesados em qualquer condição de tempo e as

estradas secundárias ou vicinais restritas devido à sua fragilidade, portanto quanto

mais alto seu peso (4) quanto mais indicado seria o local, enquanto que os pesos

menores à distância dos pontos dos empreendimentos tanto menos indicado seria o

local, (tabela 15). Para tal foram usados os módulos Distance e Reclass. Para o PI

‘Distâncias das vias de acesso’ usou-se o módulo Ovelay: maximum (figura 36).

Tabela 15 - Adequação da área em função da distância para as vias de acesso primário, secundários e vicinais, na área de estudo.

Acesso Primário e secundário (m) Acesos Vicinais (m) Classes

0 - 2.500 0 - 300 4 2.500 - 5.000 300 - 600 3 5.000 - 15.000 600 - 1.000 2

Acima de 15.000 Acima de 1.000 1

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90

Figura 36 - PI ‘Distância das vias de acesso’ a) acesso primário; b) acesso secundário, na área de estudo.

6.3.7 Áreas de restrições

Foram consideradas áreas de restrições àquelas de acordo com as

características ambientais, as imposições legais e os aspectos técnicos que

envolvem empreendimentos de aqüicultura.

6.3.7.1 Relevo

Por razões econômicas, o terreno deve apresentar baixas cotas

altimétricas, com uma topografia plana ou com um leve declive de até 2% e no

máximo 3%. A declividade do terreno deve ser suficiente apenas para permitir o total

esvaziamento de água dos viveiros e situar-se em um plano de forma a requerer o

mínimo de investimento em termos de captação e elevação de água por

bombeamento, (NUNES et al., 2004). Terrenos com altas elevações, acima de 5%

devem ser evitados, pois demanda muita movimentação de terra, o que pode ser

bastante oneroso (COELHO et al., 1982). Inclinações inferiores a 5% evitam grandes

deslocamentos de terra para a construção dos viveiros e facilita também o

Page 91: Dissertacao mestrado volcker

91

abastecimento e drenagem dos viveiros. Áreas planas sujeitas à inundação devem

ser evitadas (CAVALCANTI et al., 1986).

Para que uma área tenha aptidão ao cultivo de camarão é importante que

esteja 1 a 2 m acima do nível da maré e que tenha acesso aos mananciais de água

salobra. Já para as áreas que se encontram ao nível de influência da maré será

necessária a utilização de sistemas de bombeamento tanto para a drenagem como

para o abastecimento dos viveiros. Atualmente encontramos projetos de cultivo de

camarões em áreas com altitude de até 10 m do nível da maré. Este critério torna-se

bastante restritivo. A topografia é um fator importante para a implantação das

fazendas de cultivo de camarões marinhos. As áreas descritas como viáveis são

aquelas que apresentam topografia com declividades inferiores a 2% (levemente

inclinado) e uma diferença altimétrica em relação ao nível médio da maré inferior a

6m (BELTRAME, 2003).

A partir da análise de imagem de radar SRTM, na escala 1:250.000 com

aproximadamente 90 metros de resolução espacial - Projeto Radam Brasil

(MIRANDA, 2005), foi realizado uma interpretação para identificação e

caracterização das formas de relevo de curvas de nível de metro em metro. A

imagem foi recortada no modo Window e no modo Reclass reclassificada, conforme

tabela 16, onde o peso 4 representa planimetria mais recomendada, de acordo com

BELTRAME (2003), gerando o PI Planimetria (figura 37).

Tabela 16 - Classificação de adequação de solos para construção de viveiros escavados em função da planimetria, na área de estudo.

Faixa (m) Classes

0 – 6 4

6 – 10 3

10 – 15 2

Acima de 15 1

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92

Figura 37 - PI ‘Planimetria da região do baixo São João’, na área de estudo.

A figura 37 ilustra o resultado da reclassificação utilizando a tabela 16. Foram

consideradas como áreas viáveis, as áreas planas com declividade inferior a 5%,

excluindo todas às elevações maiores como morros e montanhas.

O PI Planimetria foi reclassificado onde a área plana teve valor 1 e as

elevações acima de 5% zero (figura 38)

Figura 38 - PI ‘Restrição declividade’ acima de 15m, na área de estudo.

Page 93: Dissertacao mestrado volcker

93

6.3.7.2 Áreas de preservação ambiental Na proposta de zoneamento da APA do rio São João foram criadas áreas

de proteção como às zonas de proteção de vida silvestre (ZPVS), as matas e

vegetação arbustivas para a criação dos corredores biológicos e as áreas de

mangue que fazem parte da Mata Atlântica, protegidas por lei. Foi incluído como

área restrita a REBio Poço das Antas, (figura 39).

Estas áreas foram reclassificadas, onde as restritas tiveram valor zero e

as aptas 1. Foram juntadas todas as áreas pelo módulo Overlay: first + second

sucessivamente (figura 40).

Figura 40 - PI ‘Áreas de preservação’ Reserva Biológica Poço das Antas (REBio) e as áreas de preservação de acordo com o Plano de Manejo da APA do Rio São João: mangue, matas e vegetação arbustiva, na área de estudo.

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94

Figura 39 – Proposta de zoneamento da APA do rio São João. Fonte: IBAMA Reserva Biológica Poço das Antas.

Page 95: Dissertacao mestrado volcker

95

6.3.7.3 Faixa ciliar

De acordo com a Lei No 4771 de 15/09/65 que institui o Código Florestal e

a Portaria No 324 de 28/08/04, SERLA, que define a base legal para estabelecimento

da largura da FMP, a faixa marginal varia de acordo com a largura do rio: A – 30 m

rios com menos de 10 m de largura; B – 50 m rios com largura entre 10 e 50 m; e C

– 100 m rios com largura entre 50 e 200 m e, ainda estabelece uma faixa de

proteção de 100 m em torno dos manguezais.

De modo a excluir estas faixas marginais de proteção foi criado uma faixa

de amortecimento, de acordo com sua largura. Todos os rios foram reclassificados

para um mesmo padrão: zero e 1. Para cada categoria foi criada uma faixa de

acordo com a Lei usando o módulo Buffer do IDRISI® e finalmente somados pelo

módulo Overlay: first + second sucessivamente resultando na figura 41.

Figura 41 - PI ‘Faixa marginal de proteção dos rios’ de acordo com a Lei No 4771, na área de estudo.

6.3.7.4 Margem de segurança – canais e vias de acesso Estipulou-se neste trabalho uma zona de segurança de 60 m de ambos os

lados das vias de acesso, canais e valas, para minimizar o assoreamento e manter

a integridade dos canais e vias de acesso secundários sobre os taludes. Para ambos

os PIs foram utilizados os módulos, Buffer e Overlay: first + second sucessivamente

do IDRISI® (figura 42).

Page 96: Dissertacao mestrado volcker

96

Figura 42 - PI ‘Margem de segurança’ de 60 m nas vias de acesso e nas margens nos canais e valas do baixo São João, na área de estudo.

Esta margem de segurança também está prevista no zoneamento da APA

da Bacia Hidrográfica do rio São João como faixa de proteção.

6.3.7.5 Áreas urbanas Foi considerada área urbana e de expansão urbana o 5º Distrito de

Casimiro de Abreu, Barra de São João e os assentamentos Sebastião Lan I e II. Foi

criado um PI, arbitrando uma zona de segurança de 1 km, usando o módulo Buffer

do IDRISI® e, reclassificada onde a área apta teve valor 1 e as restritas zero (figura

43).

Figura 43 - PI ‘Áreas urbanas’ com área de amortecimento de 1.000 m a partir da área de expansão urbana nos distritos de Unamar e Barra de São João e, nos assentamentos.

Page 97: Dissertacao mestrado volcker

97

6.3.7.6 Fontes poluidoras

A instalação das estruturas para um empreendimento aqüícola não deve

ser muito distante dos centros urbanos para facilitar o escoamento da produção,

porém deve-se tomar precaução quanto à descarga de poluentes.

Na foz do rio São João, na desembocadura do rio Guarguá e da vala dos

Medeiros foram observado índices elevados de coliformes fecais durante todo o

período de coleta, devido ao despejo de esgoto nesta região cercada pela área

urbana, vide Tabela 08, Página 75. De modo a evitar que estas áreas fossem

incluídas nas áreas viáveis do estudo, foi criada arbitrariamente uma zona de

amortecimento de 2 km em torno dos três pontos amostrados e de outra de 3 km em

torno das lagoas de decantação de vinhoto da indústria de álcool. Assim, estas

áreas sob influência de fontes poluentes identificadas foram excluídas das áreas

propícias para a aqüicultura, (figura 44)

Figura 44 - PI ‘Fontes poluidoras’ com área de amortecimento de 2.000 m em torno dos pontos de alto índice de coliformes fecais e amortecimento de 3.000 m em torno das lagoas de decantação de vinhoto da indústria de álcool local.

6.3.7.7 Malha hídrica

Considerando que o estudo em pauta é apenas para a aqüicultura

baseada em terra, em viveiros escavados, de modo a excluir todas as áreas

cobertas por recursos d’água (rios, canais, valas, a represa de Juturnaíba e o mar),

foi criada esta ‘máscara’ conforme figura 45.

Page 98: Dissertacao mestrado volcker

98

Figura 45 – PI ‘Malha hídrica’: rios, canais, valas, represa de Juturnaíba e mar, na área de estudo.

6.3.8 Modelagem

Foi utilizado o módulo Overlay primeiro PI mais o segundo PI,

sucessivamente, para somar todos os PI’s de restrições, (figura 46).

Figura 46 - PI ‘Somatória de todas as áreas restritas’, na área de estudo.

Page 99: Dissertacao mestrado volcker

99

Para facilitar o procedimento usou-se o Macro Modeler, uma interface

gráfica que permite utilizar quase todos os comandos do IDRISI® para rodar modelos

mais complexos (figura 47).

Figura 47 - Diagrama sintético do Macro Modeler ilustrando os passos seguidos no modelo para determinação da somatória das áreas restritas.

Page 100: Dissertacao mestrado volcker

100

6.3.9 Parâmetros físico-químicos

Foram gerados os PI’s para os 4 parâmetros físico-químicos (salinidade,

temperatura, pH e oxigênio dissolvido, utilizando-se os arquivos .txt e o módulo

Interpol do IDRISI® e posteriormente reclassificados de acordo com o ideal para

cada espécie, L. vannamei, O. niloticus e M. rosenbergii, (tabela 17; figuras, 48, 49,

50,51, 52 e 53).

Figura 48 - PI ‘Adequação da salinidade para cultivo de L. vannamei‘, na região do baixo São João.

Figura 49 - PI ‘Adequação da salinidade para o cultivo de M. rosenbergii e O. niloticus’, na região do baixo São João.

Page 101: Dissertacao mestrado volcker

101

Figura 50 - PI ‘Adequação da temperatura para L. vannamei, M. rosenbergii e O. niloticus’, na região do baixo São João.

Figura 51 - PI ‘Adequação do pH para L. vannamei, M. rosenbergii e O. niloticus’, na região do baixo São João.

Tabela 17 – Classificação da adequação da área em função da variação de parâmetros abióticos, onde: 4 - excelente; 3 - muito bom; 2 - bom e 1 – regular.

Espécie Salinidade Temperatura pH O2 ClasseL. vannamei 25 – 35 25– 31 7 – 7,5 8 - 10 4

18 - 25 e 35 - 40 23 – 25 e 31 - 33 6,5 - 7 e 7,5 - 8 5 - 8 3 5 – 18 e 40 - 50 21 – 23 e 33 - 37 5,5 – 6,5 e 8 – 8,5 4 - 5 2 < 5 e > 50 < 21 e > 37 < 5,5 e > 8,5 3 - 4 1

M. rosenbergii e 0 - 1 28 - 31 7 – 7,5 7 - 10 4 O. niloticus 1 - 2 22 – 28 e 31 - 33 6,5 - 7 e 7,5 - 8 5 - 7 3

2 - 10 18 – 22 e 33 - 37 5,5 – 6,5 e 8 – 8,5 4 - 5 2 > 10 < 18 e > 37 < 5,5 e > 8,5 3 - 4 1

Page 102: Dissertacao mestrado volcker

102

Figura 52 - PI ‘Adequação de oxigênio dissolvido para L. vannamei’, na região do baixo São João.

Figura 53 - PI ‘Adequação de oxigênio dissolvido para M. rosenbergii e O. niloticus ‘, na região do baixo São João.

6.3.10 Cruzamento das informações

O passo seguinte para a decisão consistiu na atribuição de pesos para

os critérios de fatores. Neste trabalho foi utilizado um método de atribuição de pesos

apresentado por SAATY (1977, 1980, 1987), o qual se baseia na comparação de

fatores par a par, (figura 54). A função Weight calcula o peso de cada um dos fatores

e uma razão de consistência, permitindo ajustes à comparação, caso necessário.

Page 103: Dissertacao mestrado volcker

103

Figura 54 – Escala contínua, par a par, de nove pontos de importância relativa do módulo Weight do IDRISI®. Fonte EASTMAN (2001)

O módulo Weight do menu Analysis / Decision Support do Idrisi, utiliza a

comparação, de acordo com a importância relativa entre pares de fatores, cuja

somatória total de um conjunto de pesos é 1.0, (EASTMAN, 2001). Este módulo

requer que sejam indicadas as importâncias relativas de cada fator relativamente a

cada um dos outros fatores face ao objetivo estipulado. O indicador de consistência

assinala inconsistências que possam ter ocorrido no processo de comparação dois a

dois dos fatores. O indicador de consistência deve ser menor que 0,10.

As matrizes resultantes foram então utilizadas no módulo MCE, do IDRISI,

realizando uma avaliação multi-criterial atribuindo novamente graus de importância

com relação ao PI da somatória de todas as áreas com restrições dando origem aos

PI’s finais, mostrando as áreas excelentes, muito boas, boas e regulares.

6.3.10.1 Decisão multi-critério uso da terra – áreas planas

O módulo Weight foi aplicado para analisar o uso da terra ideal para a

aqüicultura, onde foram dados pesos para cada tipo de uso (tabela 18), ou graus de

importância a cada fator em relação ao outro, em ordem de 1/9 (extremamente

menos importante) até 9 (extremamente mais importante) para cada tipo de solo.

Tabela 18 – Matriz de comparação entre pares para uso da terra. Razão de consistência = 0,03

pasto canavial agricultura Peso pasto 1 0,48

canavial 1/5 1 0,11

agricultura 1 3 1 0,41

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104

Para a avaliação multi-criterial da terra utilizou-se a importância relativa

0,48 para pasto, 0,11 para canavial e 0,41 para agricultura, com o PI ‘Somatória de

todas as áreas restritas’, resultando na figura 55.

Figura 55 - PI ‘MCE uso da terra’ na região plana do baixo São João, na área de estudo.

Assim, a expressão para o submodelo: Aptidão de uso da terra = (Pastos * 0,48 + Canaviais * 0,11 + Agricultura * 0,41)

6.3.10.2 Decisão multi-critério solo

Para a construção de viveiros o ideal são os solos com baixo índice de

permeabilidade (baixa perda de água por percolação). Segundo CAVALCANTI et al,

(1986), três tipos de solos são identificados, sob o ponto de vista granulométrico,

como propícios à implantação de viveiros, em função de suas propriedades de

retenção de água: argilosos, sílico-argilosos ou aqueles constituídos por uma mistura

de areia, argila, silte e matéria orgânica. Solos arenosos podem ser eventualmente

utilizados, impermeabilizando-os com argila, que resulta em elevação de custos. Os

solos argilosos são aqueles com 35% ou mais de argila, enquanto os solos arenosos

são aqueles com 14% ou menos de argila. Os solos intermediários são considerados

como médios.

Quanto ao aspecto químico, não devem apresentar pH muito baixo

(menor que 4,5), principalmente nos solos sulfatados e turfosos.

Page 105: Dissertacao mestrado volcker

105

Os solos orgânicos também chamados de turfosos podem atingir

profundidades de mais de 1m de uma camada escura, com fibras orgânicas, sendo

menos estáveis, de difícil compactação e resistentes ao deslizamento, portanto não

recomendados para a aqüicultura. A remoção da camada resulta em elevação de

custos.

Solos ácido-sulfáticos são originários dos depósitos de aluviões em áreas

de inundação, com acúmulo de material orgânico vegetal encharcado, (raízes,

folhas, galhos e frutos), que vão se decompondo, depositados em condições de

ausência de oxigênio, onde determinadas bactérias redutoras de enxofre se

desenvolvem. Ocorrem em áreas de densa vegetação, como alagados de

nascentes, pântanos e mangues, com formação de sulfetos pela ação das bactérias

anaeróbias, acumulando gás sulfídrico-H2S ou dissulfeto de ferro-FeS, que quando

drenados e secos, em contato com o ar formam o ácido sulfúrico- H2SO4, reduzindo

em muito o pH do solo. Estas áreas devem ser evitadas (PÁDUA, 2003).

Na avaliação da aptidão do solo, são utilizados mapas de unidades de

manejo das terras, caracterizados inicialmente pelos seus atributos físicos, e

posteriormente avaliadas pela aptidão de uso. O delineamento das unidades de

mapeamento baseou-se nos atributos considerados de relevância permanente para

o uso, como declividade, tipo de rocha e de solo. Subdivisões foram realizadas de

acordo com a vegetação e o tipo e grau de erosão. Cada unidade foi avaliada de

acordo com a sua capacidade para o uso sustentado, de acordo com as limitações

físicas, demandas de manejo e a necessidade de conservação do solo.

O módulo Weight foi usado para analisar o solo ideal para a

aqüicultura, onde foram dados pesos para cada tipo de solo para os PI’s Tipos de

Solos (tabela 19) e Aptidão Agrícola (tabela 20), ou graus de importância a cada

fator em relação ao outro, em ordem de 1/9 (extremamente menos importante) até 9

(extremamente mais importante) para cada tipo de solo.

Page 106: Dissertacao mestrado volcker

106

Tabela 19 – Matriz de comparação entre pares para tipos de solo. Razão de consistência = 0,00

Gps1 Gpa2 Podzólico vermelho podsolo Peso

Gps1 1 0,39

Gpa2 1 1 0,42

Podzólico vermelho 1/3 1/3 1 0,14

podsolo 1/7 1/9 1/3 1 0,05

Tabela 20 – Matriz de comparação entre pares para aptidão agrícola. Razão de consistência = 0,04

2bc 3bc 5n 6 Peso 2bc 1 0,57

3bc 1/3 1 0,28

5n 1/5 1/3 1 0,11

6 1/9 1/9 1/3 1 0,04

Para a avaliação multi-criterial do solo utilizou-se a importância relativa

0,60 da matriz Aptidão do Solo e 0,40 da matriz Tipos de Solo, resultando na figura

56.

Figura 56 - PI ‘MCE solos’ na área de estudo.

Assim, a expressão para o submodelo: Aptidão de solos = (Geologia * 0,40 + Aptidão agrícola* 0,60) 6.3.10.3 Decisão multi-critério água

Page 107: Dissertacao mestrado volcker

107

O módulo Weight foi aplicado para as espécies L. vannamei (tabela 21) e

M. rosenbergii com O. niloticus (tabela 22), onde foram dados pesos a cada fator em

relação ao outro, conforme descrito acima, com relação às médias de fundo dos

parâmetros físico-químicos (salinidade, temperatura da água, oxigênio dissolvido e

pH).

Tabela 21 - Matriz de comparação entre pares dos parâmetros físico-químicos para L. vannamei. Razão de consistência = 0,03

Tabela 22 - Matriz de comparação entre pares dos parâmetros físico-químicos para M. rosenbergii e O. niloticus. Razão de consistência = 0,05

Para a avaliação multi-criterial da adequação do terreno para o cultivo da

espécie L. vannamei utilizou-se a importância relativa 0,58 para salinidade, 0,15

temperatura, 0,11 pH e 0,16 oxigênio dissolvido, conforme calculado no módulo

Weight. Somando com o PI das somatórias das áreas restritas, resultando na figura

57.

salinidade temperatura ph oxigênio Peso Salinidade 1 0,58

temperatura 1/3 1 0,15

ph 1/5 1 1 0,11

oxigênio 1/5 1 2 1 0,16

salinidade temperatura pH oxigênio Peso salinidade 1 0,06

temperatura 9 1 0,35

ph 3 1 1 0,27

oxigênio 7 1 1 1 0,32

Page 108: Dissertacao mestrado volcker

108

Figura 57 - PI ‘MCE L. vannamei x parâmetros físico-químicos da água’, na área de estudo. Assim, a expressão para o submodelo: Aptidão de Água = (‘Salinidade’ * 0,58 + ‘Temperatura’ * 0.15 + ‘pH’ * 0.11 + Oxigênio dissolvido* 0,16) L. vannamei

A avaliação multi-critério da adequação do terreno para o cultivo das espécies O.

niloticus e M. rosenbergii, utilizou-se a importância relativa 0,06 para salinidade, 0,35

temperatura, 0,27 pH e 0,32 oxigênio dissolvido, conforme calculado no módulo

Weight, resultando na figura 58.

Figura 58 - PI ‘MCE O. niloticus e M. rosenbergii x parâmetros físico-químicos da água’ na área de estudo. Assim, a expressão para o submodelo: 6

Aptidão de Água = (‘Salinidade’ * 0,06 + ‘Temperatura’ * 0.35 + ‘pH’ * 0.27 + Oxigênio dissolvido* 0,32) M. rosenbergii e O. niloticus

Page 109: Dissertacao mestrado volcker

109

6.3.10.4 Decisão multi-critério recursos hídricos

Na avaliação multi-criterial para a captação de água usou-se a

importância relativa: L. vannamei – água doce 0,05 e distância do mar 0,95, figura

59; O. niloticus e M. rosenbergii, utilizou-se a importância relativa 0,90 água doce e

0,10 distância do mar, figura 60.

Figura 59 - PI ‘MCE para captação de água para a espécie L. vannamei’, na área de estudo.

Assim, a expressão para o submodelo:

Aptidão recursos hídricos = (Captação de água doce * 0,05 + Distância do mar * 0,95) L vannamei

Figura 60 - PI ‘MCE para captação de água para as espécies M. rosenbergii e O. niloticus’, na área de estudo. Assim, a expressão para o submodelo:

Aptidão recursos hídricos = (Captação de água doce * 0,90 + Distância do mar * 0,10) M.rosenbergii e O. niloticus

Page 110: Dissertacao mestrado volcker

110

6.3.10.5 Decisão multi-critério vias de acesso (infraestrutura)

Para a avaliação multi-criterial vias de acesso utilizou-se a importância

relativa 0,70 para o acesso primário e 0,30 e acesso secundários, resultando na

figura 61.

Figura 61 - PI ‘MCE para vias de acessos’, na área de estudo.

Assim, a expressão para o submodelo:

Aptidão infra-estrutura = (Estradas pavimentadas * 0,70 + Estradas secundárias * 0,30)

6.3.10.6 Decisão multi-critério fatores ambientais

Para a avaliação multi-criterial meio ambiente utilizou-se a importância

relativa 0,35 solos e 0,65 qualidade da água para L. Vannamei (figura 62) e 0,50

solos e 0,50 para qualidade água para M. rosenbergii e O. niloticus, resultando na

figura 63.

Page 111: Dissertacao mestrado volcker

111

Figura 62 - PI ‘MCE fatores ambientais para L. vannamei’, na área de estudo. Assim, a expressão para o submodelo: Fatores ambientais = (Solos* 0,35 + qualidade da água* 0,65) L vannamei

Figura 63 - PI ‘MCE fatores ambientais para M. rosenbergii e O. niloticus’, na área de estudo.

Assim, a expressão para o submodelo: Fatores ambientais = (Solos* 0,50 + qualidade da água* 0,50) M.rosenbergii e O. niloticus

Page 112: Dissertacao mestrado volcker

112

6.3.10.7 Decisão multi-critério fatores de produção

Para a decisão multi-critério fatores de produção para as espécies em

questão, foi usado o módulo Weight para L. vannamei (tabela 23) e O. niloticus com

M. rosenbergii (tabela 24), onde foram dados pesos a cada fator em relação ao

outro, com relação ao uso da terra – áreas planas, vias de acesso, recursos hídricos

e fatores ambientais. Os PI’s resultantes com a indicação das áreas mais viáveis

estão ilustrados nas figuras 64 e 65.

Tabela 23 - Matriz de decisões utilizada pelo módulo Weight para obter os pesos relativos aos fatores de produção para L. vannamei.

Figura 64 - PI ‘MCE das áreas mais viáveis para L. vannamei’, na área de estudo. Assim, a expressão para o submodelo: Aptidão para Aqüicultura = (Uso do solo * 0,06 + Fatores ambientais * 0.07 + Recursos hídricos * 0,72 + Infraestrutura * 0,15) * Restrições L. vannamei.

Uso da terra

Vias de acesso

Recursos hídricos

Fatores ambientais

Peso

Uso da terra 1 0,06

Vias de acesso 1 1 0,07

Recursos hídricos 9 9 1 0,72

Fatores ambientais 5 2 1/8 1 0,15

Page 113: Dissertacao mestrado volcker

113

Tabela 24 - Matriz de decisões utilizada pelo módulo Weight para obter os pesos relativos aos fatores de produção para M. rosenbergii e O. niloticus.

Uso da terra

Vias de acesso

Recursos hídricos

Fatores ambientais

Peso

Uso da Terra 1 0,06

Vias de Acesso 1 1 0,07

Recursos hídricos 8 9 1 0,67

Fatores ambientais 5 3 1/5 1 0,20

Figura 65 - PI ‘MCE das áreas mais viáveis para M. rosenbergii e O. niloticus’, na área de estudo. Assim, a expressão para o submodelo: Aptidão para Aqüicultura = (Uso do solo * 0,06 + Fatores ambientais * 0.07 + Recursos hídricos * 0,67 + Infraestrutura * 0,20) * Restrições M. rosenbergii e O. niloticus. Os modelos com os pesos atribuídos para cada critério e os sub-modelos de

produção que resultaram nos mapas temáticos das áreas mais viáveis para a

espécie L. vannamei e para as espécies M. rosenbergii e O. niloticus estão ilustrados

nas figuras 66 e 67 respectivamente.

Page 114: Dissertacao mestrado volcker

114

Figura 66 - Modelo do potencial do cultivo de L. vannamei, no baixo São João.

Page 115: Dissertacao mestrado volcker

115

Figura 67 – Modelo do potencial do cultivo de M. rosenbergii e O. niloticus, no baixo São João.

Page 116: Dissertacao mestrado volcker

116

Para calcular as áreas ideais para as três espécies utilizou-se os modelos

abaixo usando os módulos Group, Reclass e Área do IDRISI®. Estas operações

foram automatizadas usando-se o Macro Modeler que mantém um registro dos

passos utilizados (figuras 68 e 69).

Figura 68 - Diagrama sintético do Macro Modeler ilustrando os passos seguidos no modelo para determinação do potencial para cultivo de Litopenaeus vannamei.

Figura 69 - Diagrama sintético do Macro Modeler ilustrando os passos seguidos no modelo para determinação do potencial para cultivo de Oreochromis niloticus e Macrobrachium rosenbergii.

Page 117: Dissertacao mestrado volcker

117

6.3.11 Áreas viáveis

No PI da somatória total das áreas restritas foi utilizado o módulo Área, na

unidade de km2 e posteriormente para hectare, portanto, a área remanescente apta

para a atividade da aqüicultura corresponde a 20,41% sobre a área total com os

seus 55,79 km2, (figura 70).

Figura 70 – PI ‘Área total viável’ 55,79 km2, que corresponde a 20,41% sobre a área total estudada de 273,33 km2.

6.3.11.1 Litopenaeus vannamei

Os estudos realizados neste trabalho, dos dados levantados in loco e SIG,

fundamentaram o zoneamento das áreas aptas para a atividade da carcinicultura

marinha de acordo com o Plano de Zoneamento da APA do rio São João, que está

sendo elaborado pelo IBAMA, localizadas próximo ao estuário do rio São João.

Através do levantamento do perfil salinidade observou-se salinidade muito

baixa na superfície ao longo do período de estudo, quando se levou em conta com o

critério em consideração a influência da maré e da vazão enchente sobre a calha do

rio. A aptidão também levou em conta a declividade do terreno e o tipo de solo,

sendo a aptidão mais restrita a solos complexos (organosolos) que dependem de

sondagem em campo, não havendo restrições quanto aos solos areno-argilosos e

argilosos.

Considerando a sobreposição dos PI’s de aptidão quanto à salinidade e o

local de captação, relevo, tipo de solo e desconsiderando as áreas de preservação

permanente, manguezais a faixa ciliar e, obedecendo a proposta do zoneamento da

Page 118: Dissertacao mestrado volcker

118

APA da Bacia do Rio São João, o SIG identificou uma área total de 763,47 ha, para

o cultivo de camarão marinho. No entanto, para a finalidade deste estudo,

convencionou-se que a viabilidade de empreendimentos desta natureza

(carcinicultura) deveria ser em áreas com no mínimo 15 ha. Portanto, o total de área

disponível para o cultivo de L. vannamei é de 667 ha, consideradas muito boas 180

ha e boas 487 ha, (figura 71).

Figura 71 - PI ‘Áreas adequadas para cultivo de L. vannamei’, no baixo curso do rio São João, totalizando 667 ha, excluindo manchas menores que 15 ha.

6.3.11.2 Macrobrachium rosenbergii e Oreochromis niloticus

A aptidão para os cultivos das espécies eurihalinas foi levado em conta a

proximidade de captação de água doce dentro dos padrões aceitáveis e descritas na

Resolução CONAMA 357/2005, a declividade do terreno e o tipo de solo,

principalmente os solos areno-argilosos e argilosos. Os solos mais complexos como

organosolos e solos turfosos dependem de sondagem em campo e uma avaliação

mais criteriosa. O somatório das áreas restritas totalizou 5.413,59 ha.

Desconsiderando manchas de áreas viáveis para cultivo de M.

rosenbergii, menores que 15 ha, o modelo identificou 3.819 ha classificadas como

excelentes e 878 ha classificadas como muito boas, totalizando 4.697 ha (figura 72).

Page 119: Dissertacao mestrado volcker

119

Figura 72 - PI ‘Áreas adequadas para cultivo de M. rosenbergii’ totalizando 4.697 ha, excluindo manchas menores que 15 ha. Para O. niloticus, descontando manchas menores de 1ha ficou disponível

4.905 ha, classificada como excelente 3.843 ha e muito boa, 1.062, (figura 73).

Figura 73 - PI ‘Áreas adequadas para cultivo de O. niloticus’, totalizando 4.905 ha, excluindo manchas menores que 1 ha.

Page 120: Dissertacao mestrado volcker

120

7 DISCUSSÃO

A planície do baixo curso do rio São João compreende 32.000 ha de

várzeas hidromórficas e, segundo BINSZTOK (1993), é um dos últimos segmentos

contínuos da fronteira agrícola em condições de incorporar-se ao processo produtivo

com vantagens comparativas, seguindo um modelo de desenvolvimento agrícola de

bases nitidamente industriais. Um dos fatores que evidencia seu potencial é o eixo-

viário litorâneo, formado pela BR-101 e suas variantes localizadas em território

fluminense, e a disponibilidade de recursos naturais. Em suma, pode-se melhorar o

déficit de alimentos e matérias primas agrícolas do Estado do Rio de Janeiro a partir

da preconização do vale do rio São João como objeto de intervenção para produção

agrícola.

Este estudo buscou investigar a existência de áreas viáveis para o

desenvolvimento da aqüicultura estuarina utilizando um SIG e Sensoriamento

Remoto como ferramentas. Dados ambientais e bióticos podem servir como

indicadores que em conjunto integrados em um SIG podem responder a hipótese

inicial, diagnosticando o potencial da região em questão.

Para complementar a escassez de dados ambientais sobre o rio São

João, efetuou-se o levantamento de dados físico-químicos quinzenalmente da foz à

jusante da represa, incluindo nos seus principais tributários e canais, com o intuito

de ter um diagnóstico atual da qualidade da água e da influência da maré sobre o rio

e comparar os resultados com a resolução CONAMA No 357 de 2005, para

desenvolver planos de informação independentes, a serem integrados em um SIG

compondo modelos específicos para as três espécies em questão. Uma simulação

busca as áreas que atendam às melhores condições e que satisfaçam os critérios

determinados para a implantação de empreendimentos aqüícolas.

A escolha correta pode influenciar na viabilidade econômica na

determinação do capital e custos, a sua sustentabilidade, produtividade e

mortandade, (PÉREZ et al., 2003).

Foram consideradas as seguintes espécies:

Page 121: Dissertacao mestrado volcker

121

• O camarão marinho exótico Litopenaeus vannamei, a espécie mais cultivada

em todas as latitudes do Brasil ao longo de sua costa.

• O gigante da Malásia Macrobrachium rosenbergii, uma espécie exótica

introduzida no Brasil na década de 80, com grande potencial econômico e,

• A tilápia, Oreochromis niloticus, uma espécie amplamente difundida em todo o

território brasileiro;

7.1 DADOS FÍSICO-QUÍMICOS

No Brasil é adotado como padrão de referência para fins de critério de

qualidade de água a Resolução CONAMA No 357 de 2005. Para a atividade da

aqüicultura é permitida para as classes 1 e 2 água doce, 5 água salobra e 7 água

salgada, (CONAMA, 2005).

De acordo com SIPAÚBA TAVARES (1994), as variáveis físico–químicas,

mais apropriadas à qualificação da água de viveiros são: oxigênio dissolvido, pH,

dióxido de carbono livre, alcalinidade total, dureza, condutividade elétrica,

temperatura, transparência e nutrientes.

A tabela 25 resume os principais parâmetros e sua importância para a

aqüicultura, abordados neste trabalho.

Tabela 25 – Parâmetros físico-químicos: de importância para a aqüicultura.

A temperatura da água é um dos fatores mais importantes no controle dos

fenômenos químicos e biológicos existentes em um viveiro. Cada espécie tem uma

temperatura na qual melhor se adapta e se desenvolve, sendo essa temperatura

Parâmetros Importância

Temperatura A temperatura interfere diretamente no metabolismo dos animais, acelerando ou retardando o seu desenvolvimento. Variações bruscas podem provocar o surgimento de doenças.

Salinidade A salinidade afeta não apenas a regulagem osmótica, mas também influencia a concentração de íons não-ionizados de amônia.

Oxigênio Dependendo da espécie, o excesso de oxigênio dissolvido pode provocar a morte dos peixes por embolia e a falta por asfixia.

pH Atua no desenvolvimento dos organismos.

Page 122: Dissertacao mestrado volcker

122

chamada de temperatura ótima. As temperaturas acima ou abaixo do ótimo

influenciam de forma a reduzir seu crescimento. Em caso de temperaturas extremas,

podem acontecer mortalidades.

A faixa ideal das espécies tropicais está entre 20 e 30oC, sendo o nível

ótimo para a maioria entre 25 e 28ºC. MEROLA & SOUZA (1988), constataram a

influência negativa sobre o crescimento e ganho de peso dos peixes devido à queda

brusca da temperatura. A temperatura também influi na concentração de oxigênio,

respiração, digestão, reprodução, alimentação, etc. Temperaturas baixas os peixes

tornam-se suscetíveis a doenças, temperatura elevadas duplicam o efeito de

substâncias tóxicas.

Organismos aquáticos possuem limites de tolerância térmica superior e

inferior, temperaturas ótimas para o seu desenvolvimento. Os dados de temperatura

da água obtidos apontam um ciclo anual nítido, com valores mínimos de 20oC no

inverno e máximos de 29oC no fim do verão (jul-05/06 e fev/mar-06), o que

caracteriza um ambiente tropical e, portanto dentro dos níveis descrito por MEROLA

& SOUZA (1988), vide figura 18 e Anexo I. Observou-se ausência de estratificação

térmica da coluna d’água durante o ciclo anual, principalmente no trecho retificado.

O rio São João a jusante da barragem recebe águas dos afluentes da

margem esquerda, que descem do relevo acidentado, com regime de água durante

todo o ano, (rios Aldeia Velha, Indaiaçú, Lontra e Dourado) trazendo grande aporte

de água principalmente nas chuvas de verão. Os rios da margem direita, que

nascem em relevo de baixa altitude, apresentam uma contribuição hídrica

insignificante. O principal aporte de água vem pela represa que é alimentada pelos

rios São João, Bacaxá, Capivari e d’Ouro, cujos caudais máximos ocorrem entre os

meses de novembro a fevereiro, quando normalmente se observa a água verter pelo

vertedouro em zigue-zague da barragem e através de duas comportas laterais,

também descritos por CUNHA, (1995), vide fotografias no Anexo VII.

Pelo que foi constatado in loco, a cunha salina não chega a ultrapassar o

primeiro terço do canal retificado, e a sua penetração depende da amplitude de

maré, da vazão do rio São João e da direção do vento. As maiores amplitudes de

marés astronômicas foram de 1,2 a 1,4m (tabela 7). BENIGNO, E. et al., (2003), em

seu estudo preliminar, observaram que, na época de estiagem, a dinâmica do rio é

Page 123: Dissertacao mestrado volcker

123

controlada pela maré e concluíram que as variações de maré observadas até a

represa de Juturnaíba são atribuídas à maré dinâmica e, não ocorre estratificação da

salinidade na coluna d’água. Pelo que foi constatado neste trabalho, existe uma

estratificação significante de salinidade na medida em que se afasta da foz. Na

estação I, junto à foz, a salinidade de superfície e fundo é praticamente homogênea,

sem estratificação, devido a pouca profundidade e agitação constante de marolas,

vide figuras 19 a 22 e Anexo II.

De acordo com CHANG & OUYANG (1988), em dias claros a taxa

fotossintética aumenta, elevando a demanda de oxigênio à noite pela respiração das

algas, acarretando num déficit desse gás pela manhã. Sua concentração também

depende da temperatura.

Durante o período de estudo, 79,5% das amostras apresentaram teor de

oxigênio dissolvido maior ou igual a 6 mg.l-1; e no conjunto das amostras com teores

inferiores a 6 mg.l-1 62,5% foram provenientes das estações com as maiores

profundidades: II e III com 7,5m e IV 6,4m, exceto a estação Q com 3,3m de

profundidade próximo a desembocadura do rio Indaiaçú onde foi detectado o mais

baixo índice: 1,8 mg.l-1, vide figura 24 e Anexo IV. Portanto podemos dizer que no

período de estudo as condições de oxigenação foram satisfatórias, e a ausência de

estratificação térmica na coluna d’água, fez com que a mesma apresentasse uma

distribuição quase homogênea na concentração de oxigênio dissolvido, exceto nas

estações acima citadas, onde a profundidade prejudica a sua homogeneização.

Inúmeros fatores interferem na qualidade da água, o que exige a

realização de estudos detalhados dos processos físicos, químicos e biológicos que

ocorrem tanto em sistemas naturais quanto em artificiais, destacando-se a

importância dos ciclos biogeoquímicos para o entendimento do ecossistema

aquático (CARMOUZE, 1994).

O pH ótimo para o cultivo de peixes tropicais, segundo CECCARELLI et

al. (2000), deve permanecer entre 7,0 e 8,0, destacando que grandes concentrações

de vegetais, algas e fitoplâncton provocam acidificação do meio aquático à noite.

Entretanto, GRAEF et al., (1987) e MEROLA & SOUZA (1988), obtiveram bons

resultados cultivando peixes com pH variando de 4,9 a 8,3.

Page 124: Dissertacao mestrado volcker

124

O pH é um indicador de transformação química, física e biótica da água.

Poluentes e lixiviação de solos ácidos podem alterar o pH da água e causar

mortandade dos animais e da vegetação aquática (MATOS, 2005). Altas

temperaturas e pH elevado da água o íon amônio se transforma em amônia (NH3

livre, gasoso), que pode ser tóxica aos organismos (TRUSSEL, 1972; PEREIRA &

MERCANTE, 2005). Em áreas em que os ecossistemas aquáticos continentais são,

em diferentes graus de intensidade, influenciados pelo mar (recebem grandes

contribuições dos íons alcalinos) apresentam elevados valores de pH, o que foi

constatado durante o período de estudo, nas estações I, II e III, exceto no período

prolongado de chuvas. No velho curso do rio São João, na estação IV e,

principalmente nas valas e canais de sua margem direita, foi constatado pH ácido,

principalmente na água de fundo, que deve estar relacionado ao acúmulo de

material orgânico proveniente das margens onde a mata ciliar ainda se encontra

bem preservada e da lixiviação do solo que coincide com a época das chuvas, vide

figura 23 e Anexo III. Verifica-se através da média global nos pontos de coleta em

estudo que o índice está dentro das especificações estabelecidas para os índices de

pH, conforme a resolução do CONAMA No 357 de 2005 (classificação das águas

doces, salobras e salinas do território nacional) que estabelece para águas de classe

1, 2 e 3 uma faixa com índices de pH entre 6,0 e 9,0.

Os baixos valores da transparência pelo disco de Secchii podem ser

atribuídos ao seston biogênico, representado basicamente pelo fitoplâncton, e

abiogênico. No curso original do rio São João, na Estação IV, observou-se baixa

transparência, provavelmente relacionados à presença de águas escuras, devido às

elevadas concentrações de compostos orgânicos dissolvidos (substâncias húmicas),

vide Anexo V.

As bactérias do grupo coliforme (Escherichia coli) são os indicadores mais

precisos do grau de contaminação das águas por dejetos humanos e animais de

sangue quente. Segundo o Conselho Nacional de Meio Ambiente, (CONAMA 357,

2005), o teor máximo de coliformes fecais para contato primário é 1000cf/100ml para

águas salobras e salinas classes 5 e 7 e, 1000cf/100ml a 4000cf/100ml para água

doce classes 1 e 2 respectivamente. Os pontos de análises para coliformes fecais

foram excluídos, e criando um PI de área restrita pontual com zona de

Page 125: Dissertacao mestrado volcker

125

amortecimento de 2 km, devido ao alto índice de coliformes fecais junto à foz, que é

incompatível com a atividade de aqüicultura, vide Tabela 8 e figura 44.

O clima é considerado adequado quando a temperatura média anual, nos

meses mais frios, é igual ou superior a 20oC, com ventos moderados e constantes,

portanto não constitui fator impeditivo à atividade aqüícola. Como na área estudada

não foram observadas isoietas e a média está dentro das condições ideais para as

espécies em questão, não foi feito nenhum PI específico de temperatura ambiental e

precipitação. CUNHA (1995) descreve detalhadamente as características da

precipitação, temperatura e do balanço hídrico da bacia do Rio São João desde

1968, dados obtidos de diversas estações meteorológicas, vide figura 25.

O índice de precipitação no ano de 2005 manteve-se dentro da

expectativa conforme descrito por CUNHA (1995) e BARBIERI, (1999). As condições

pluviométricas devem ser consideradas para o planejamento de cultivo. É sabido

que períodos mais prolongados de chuvas ou a intensa precipitação afetam a

salinidade dos ecossistemas estuarinos como também incrementa a poluição nas

bacias hidrográficas através do seu potencial erosivo e da lixiviação de material das

margens a montante, vide figura 26.

7.2 AS ESPÉCIES CONSIDERADAS

O L. vannamei apresenta grande valor de mercado e é hoje a espécie

mais produzida no Brasil com grande demanda para o mercado interno e externo. A

sua produção em viveiro escavado requer um critério diferenciado na escolha de

áreas para o seu cultivo, principalmente quanto à captação de água salgada e a sua

qualidade. Neste trabalho foram realizadas análises físico-químicas quinzenalmente

durante o período de dois anos para a identificação da entrada da cunha salina e a

sua influência na área de estudo. Através do SIG foram identificadas áreas,

próximas à foz, determinadas como muito boas e boas totalizando 667 ha, vide

figura 71.

O gigante-da-Malásia foi introduzido nesta região em meados da década

de 80, onde pequenos e médios produtores realizaram a sua engorda. Hoje somente

a Fazenda Santa Helena ainda produz esta espécie comercialmente. A sua

larvicultura por depender de água salobra, requer que o laboratório esteja situado

Page 126: Dissertacao mestrado volcker

126

em região estuarina ou depender do transporte de água salgada ou artificial o que

eleva bastante o custo. A engorda pode ser realizada nas mesmas áreas escolhidas

para a tilápia (SANTOS & VALENTI, 2002), como também foi proposto neste

trabalho.

A fazenda Santa Helena é a única remanescente na região com a

produção comercial de M. rosenbergii que lentamente vem ampliando a sua área de

produção. O mesmo grupo deu entrada na FEEMA no processo de licenciamento

para a implantação de uma instalação de maior porte na Fazenda Tosana. Foi

demonstrado neste trabalho que existem áreas propícias no total de 4.697 ha para

M. rosenbergii, vide figura 72.

A espécie favorita para o cultivo intensivo e extensivo, é a tilápia,

(SUGUNAN, 1997). Na região da bacia hidrográfica do rio São João, no Estado do

Rio de Janeiro, o município de Casimiro de Abreu vem incentivando a aqüicultura

familiar com tilápia, produzindo alevinos, inclusive para os municípios adjacentes,

utilizando o filé de peixe para a merenda escolar. Com isso o pequeno agricultor tem

acesso aos alevinos e ao mercado local. É uma espécie robusta e hoje também

cultivada em água salobra, (MENA-HERREA, 2001). O Município de Casimiro de

Abreu é hoje o principal centro de produção de alevinos de tilápia híbrida para

abastecer a região pelo potencial em áreas disponíveis para a aqúicultura dulcícola.

Neste trabalho foram identificadas no total 4.905 ha de áreas ideais para o cultivo de

O. niloticus, vide figura 73.

Foi demonstrada a viabilidade de policultivo entre Oreochromis niloticus e

Macrobrachium rosenbergii, (VALENTI, 2002 e SANTOS & VALENTI, 2002), pois

ambas as espécies toleram água de baixa qualidade e exigências de temperatura

similares, (ROUSE & KAHN, 1998). Neste trabalho, através do SIG, as áreas

determinadas, favorecem o cultivo para ambas as espécies.

Page 127: Dissertacao mestrado volcker

127

7.3 SIG

Existe uma carência generalizada de conhecimento sobre o meio físico da

zona costeira para subsidiar os tomadores de decisão e os órgãos de controle no

direcionamento do desenvolvimento da aqüicultura, principalmente no seu

planejamento de curto e médio prazo.

Para análise das áreas viáveis para as três espécies consideradas

seguiu-se o modelo descrito por SCOTT & ROSS (1998) e SCOTT, (2003), com

proposta de uma metodologia de avaliação espacial para a localização de áreas

potenciais para a aqüicultura. O objetivo dos trabalhos acima foi oferecer um mapa

das áreas com potencial para o cultivo de moluscos de valor comercial na Baía de

Sepetiba, Rio de Janeiro, buscando a integração de vários parâmetros como

salinidade, oxigênio dissolvido, temperatura da água, batimetria, clorofila-a, linha de

costa, imposição de restrições seja por uso de navegação, pesca, uso militar, malha

viária e localização de cidades. Estes critérios foram transformados em planos de

informações espaciais. Esta base de dados foi processada num SIG, apresentando

como resultado um mapa com a localização e quantificação das áreas disponíveis

para a prática da maricultura. A mesma metodologia aplicada neste trabalho,

seguindo os mesmos critérios e etapas do SIG, (SCOTT, 2003), resultou em mapas

que também localizaram áreas disponíveis para a aqüicultura, com a diferença da

microregionalidade.

SEIFFERT (2003) utilizou o SIG para criar um modelo de gestão para a

carcinicultura marinha. Utilizando o software ArcView, e uma metodologia similar a

utilizada neste trabalho, chegou a resultados semelhantes, porém o seu estudo vai

além, com o objetivo de integrar os dados obtidos na pesquisa com a incorporação

de dados futuros e, através de monitoramento contínuo do meio ambiente e das

fazendas de carcinicultura já existentes, entender a inter-relação destas atividades

podendo modelar a expansão de novas áreas de cultivo de camarão aumentando

assim a produtividade na região.

MEADEN et al., (1991) e ALI et al., (1991) sugerem alguns critérios para

seleção e avaliação de áreas para o desenvolvimento de aqüicultura com base em

SIG. Os fatores considerados relevantes foram: qualidade e quantidade de água,

temperatura da água, disponibilidade de água do lençol freático, altimetria,

Page 128: Dissertacao mestrado volcker

128

precipitação, proximidade dos recursos e dos cursos de água, custo da terra, acesso

a rodovias e proximidades aos mercados, (BELTRAME, 2003). A esta lista podem-se

acrescer outros fatores tais como o tipo de solo, acesso à disponibilidade de

sementes e ou alevinos, riscos de inundação entre outros. No presente trabalho

alguns fatores não foram considerados como a disponibilidade de lençol freático

devido à extensa malha hídrica na área de estudos e de rios perenes durante todo o

ano; e o custo da terra.

Uma síntese sobre a aplicação do SIG em aqüicultura foi elaborada por

KAPETSKY et al., (1987) da aplicação do SIG em aqüicultura em um ensaio

aplicado ao litoral da Costa Rica. Cita as vantagens no uso de combinação de

informações espaciais para o monitoramento de áreas onde a aqüicultura já se

encontra implantada ou para a determinação de seleção de novas áreas. Estes

sistemas permitem o relacionamento entre os planos de informação (por exemplo:

precipitação, topografia, solo, temperatura da água, salinidade, etc.) de forma a se

obter uma análise integrada dessas variáveis. KAPETSKY et al., (1988), utilizaram

um SIG para realizar inventário das áreas viáveis para o cultivo de bagre, na

Louisiana, baseando-se nas características fisico-geográfico.

POPULUS et al., (1995) realizou trabalho sobre avaliação ambiental

relacionando mapas de uso do solo e imagens de satélite para determinar as áreas

de maior aptidão para implantação de atividade de aqüicultura na zona costeira. Este

procedimento possibilitou uma rápida identificação das áreas de melhor viabilidade

para o desenvolvimento da aqüicultura. Neste trabalho a estruturação do SIG

possibilitou a integração dos dados de produção aos parâmetros ecológicos e

ambientais e as informações colhidas permitiram a aplicação de análises estatísticas

e relacioná-las com as representações espaciais. Na escala regional, do baixo curso

do rio São João, foi possível identificar eficientemente as unidades da paisagem

viáveis à aqüicultura.

Uma dificuldade encontrada neste trabalho foi a falta de dados da região

de estudo, pela falta de informações pretéritas dos ambientes aquáticos e

ecossistemas costeiros que são imprescindíveis para o manejo adequado das

variáveis que fazem parte do sistema de produção aqüícola.

Page 129: Dissertacao mestrado volcker

129

Como o sensoriamento remoto oferece uma visão espacial das grandes

áreas, necessita da verdade terrestre para que as interpretações possam ser

validadas, (BONETTI FILHO, 1996). No presente trabalho foram realizados mais de

25 excursões em campo para validar as interpretações das imagens e o

georeferenciamento de pontos específicos quanto ao mapa de cobertura e uso do

solo. Foi registrado in loco fazendas já existentes e em planejamento nas áreas

indicadas como boa e muito boa no modelo empregado neste estudo.

O potencial da aqüicultura da área de estudo está expressa na Tabela 26

a seguir, que trata dos resultados obtidos neste trabalho das áreas propícias, dos

produtos aqüícolas das espécies em questão, de sua produtividade média e preços

de atacado mínimos encontrados.

Tabela 26 – Capacidade de produção da região do baixo São João com relação à produtividade das espécies e das áreas adequadas disponíveis.

Produto Produtivi-

dade kg/ha/ano

Área apta 1 disponível

em ha

Capaci-dade de

produção (ton)

Caract. produto

Preço atacado Mínimo

kg

Receita anual

estimada R$

L. vannamei 5.458* 667 3.640 Inteiro resfriado 8,50 2 30.940.000

M. rosenbergii 2.100*** 4.697 9.864 Inteiro

resfriado 9,00 4 88.776.000

Inteiro 3,50 3 97.856.500

tilápia 5.700** 4.905 27.959 filetado 6,00 3 167.754.000

*ROCHA & RODRIGUES, 2003

**SCOTT et al., 2002

*** VALENTI, 2002 1 somatória das áreas: excelente, muito bom e bom aptas para a aqüicultura das espécies

em questão 2 CEASA 3 Cooperativa Casimiro de Abreu

4 Fazenda Sta. Helena

Page 130: Dissertacao mestrado volcker

130

Como o consumo médio per capita de pescado no Brasil é de 6,8 kg/ano (FAO,

2002), a região estudada teria capacidade de cobrir com mais de meio milhão de

pessoas com camarão branco, 1,4 milhões com pitu e mais de 4 milhões com tilápia,

podendo gerar em torno de 9.300 empregos diretos e 9.100 empregos indiretos.

Page 131: Dissertacao mestrado volcker

131

8 CONCLUSÃO

No Estado do Rio de Janeiro a aqüicultura ainda continua muito aquém do

seu real potencial em comparação com o sul e principalmente o nordeste e região

norte do país. A falta de profissionais especializados e, principalmente o excesso de

burocracia dos órgãos licenciadores, no que se refere à produção de espécies

exóticas, paralisam o setor aqüícola no Estado apesar do interesse empresarial. As

espécies mencionadas neste estudo, L. vannamei, M. rosenbergii e O. niloticus, são

espécies exóticas introduzidas há décadas no Brasil e hoje totalmente consolidadas,

sendo cultivadas principalmente na região Nordeste e Sul do Brasil, devido à sua

alta produtividade, colocando o nosso país entre os maiores produtores do mundo.

O presente trabalho proporcionou o contato direto com os mais diversos

tipos de dados da bacia hidrográfica do rio São João, e que com o auxílio de

técnicas de geoprocessamento, possibilitaram uma análise consistente que possam

subsidiar posteriores decisões sobre estratégias de gestão e avaliação da

aqüicultura e de outras atividades, de maneira sustentável respeitando as limitações

e os potenciais do meio ambiente.

Quanto ao objetivo da influência do mar sobre o rio, principalmente quanto

à penetração da cunha salina no trecho retificado e do velho Rio São João, concluiu-

se, através dos resultados físico-químicos, que o mar tem influência até na região

que compreende o primeiro terço do rio São João, onde a língua salina ainda pode

ser detectada nas marés altas até 14 km da foz, tanto na porção retificada como no

velho São João, na porção mais funda do leito do rio. Nesta região ainda podemos

observar remanescentes de formas vegetais e animais típicos de região estuarinas.

Foi demonstrado também, que ocorre uma estratificação bem definida na medida em

que se afasta da foz e em áreas mais profundas do leito do rio.

Através dos resultados de análises, cedidas pelos CILSJ, foram

identificadas as principais fontes poluidoras e os pontos de ocorrência de coliformes

fecais, próximo à foz, principalmente entre o trecho da vala dos Medeiros e o rio

Guarguá.

O objetivo da avaliação do potencial para a aqüicultura do baixo curso do rio

São João, foi possível através dos dados obtidos em levantamentos em campo e

Page 132: Dissertacao mestrado volcker

132

O objetivo da avaliação do potencial para a aqüicultura do baixo curso do rio

São João, foi possível através dos dados obtidos em levantamentos em campo e

aqueles adquiridos através de Sensoriamento Remoto, após a integração e análise

por meio de técnicas de geoprocessamento que constituíram uma base eficiente

para a seleção de áreas adequadas para aqüicultura com base dos seguintes

critérios: possibilidades de captação de água salgada e doce, tipos de solo, aptidão

agrícola, topografia, vegetação e uso atual do solo, e das áreas de restrições

naturais e legais. O processamento dos dados em ambiente de SIG permitiu

integrar as variáveis, mantendo a relação de peso entre elas, e demonstrou ser um

recurso adequado para a classificação das áreas com maior ou menor aptidão para

aqúicultura das espécies eurihalinas L. vannamei, M. rosenbergii e O. niloticus no

baixo curso do rio São João.

A eficiência dos resultados deste trabalho e da metodologia em SIG

utilizado pode ser comprovada in loco, da fazenda de engorda de L. vannamei já

existente no local e do pedido de licenciamento de novos projetos aqüícolas para a

região, vide fotografias no Anexo VII.

A aplicação das técnicas de geoprocessamento contribuiu de forma

significativa para as análises e identificação de áreas propícias para a aqüicultura. A

integração de diversos tipos de dados, como aqueles oriundos de sensores remotos

(satélites), de digitalização de produtos cartográficos e de levantamentos em campo,

mostrou-se como uma ferramenta bastante eficiente e precisa que permita a

localização espacial de áreas propícias e viáveis para o cultivo das espécies

propostas.

As imagens utilizadas neste trabalho do Satélite LANDSAT 7-ETM+

permitiram o mapeamento do uso da terra da bacia de maneira rápida, de acordo

com a proposta inicial deste trabalho.

O SIG IDRISI® mostrou-se uma ferramenta eficiente, rápida e confiável

em constatar, por meio de seus diferentes módulos para georeferenciamento,

classificação digital do uso da terra e modelo matemático, das áreas propícias para a

aqüicultura e de outros planos de informações.

Page 133: Dissertacao mestrado volcker

133

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10 - GLOSSÁRIO Carta - É a representação de uma porção da superfície terrestre no plano, geralmente em escala média ou grande, oferecendo-se a diversos usos, como por exemplo, a avaliação precisa de distâncias, direções e localização geográfica dos aspectos naturais e artificiais. São documentos mais complexos e detalhados. Geoprocessamento - Conjunto de tecnologias voltadas a coleta e tratamento de informações espaciais para um objetivo específico. Essas atividades são executadas por sistemas chamados de Sistemas Cartográficos de Informações. Eles são destinados ao processamento de dados georeferenciados desde a sua coleta até a geração de produtos como mapas, relatórios e arquivos digitais. Georeferenciamento – refere-se à localização de um plano no espaço definida por um sistema de referênciamento de coordenadas. GPS - Global Positioning System / Sistema Global de Posicionamento - Constelação de satélites desenvolvidos pelo Departamento de Defesa dos EUA, utilizada em levantamentos geodésicos e outras atividades que necessitem de posicionamento preciso. Os satélites transmitem sinais que podem ser decodificados por receptores especialmente projetados para determinar com precisão, posicionamento no mar, no ar e sobre a superfície terrestre. Imagem - Registro permanente em material fotográfico de acidentes naturais, artificiais, objetos e atividades obtidos por sensores como infravermelho pancromático e o radar de alta resolução. Imagens de radar - Imagens resultantes da combinação de processos fotográficos e técnicas de radar. Impulsos elétricos ou microondas são emitidos (antena) e usados para fornecer imagens registradas em filme ou fitas magnéticas. Imagens multiespectral - Imagem de múltiplas bandas, isto é, obtida por múltiplos sensores que detectam a energia em bandas de diferentes comprimentos de onda. Importância relativa - importância relativa de cada fator é uma comparação aos

pares entre os fatores. A combinação aos pares é um processo de análise de

hierarquia baseada no trabalho de Saaty (1977), acerca de um método de

prioridades em estruturas hierárquicas.

Informações georeferenciadas - Dados alfanuméricos geograficamente referenciados às informações gráficas de um mapa. Landsat - Um dos programas americanos de imageamento da superfície terrestre por satélites, iniciado pela NASA em meados dos anos 70. Também usado para designar um ou mais satélites do programa (landsat 4, Landsat 5) e os dados (imagens) por eles enviados.

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147

Latitude e longitude - Componente de um sistema de coordenadas geográficas, no qual as posições são expressas em função de medidas angulares feitas sobre o elipsóide terrestre. Levantamento aerofotogramétrico - Método de levantamento fotográfico que utiliza como sensor uma câmera fotogramétrica instalada em aeronaves, para fotografar a área de interesse de forma sistemática compondo faixas de fotos aéreas com especificações que permitam a construção de modelos esteroscópicos. Mapa - Desenho ou representação visual que mostra diversos lugares e seus relacionamentos. Um mapa também simboliza as feições e condições desses lugares. Mapa plani-altimétrico – Mapa com informações sobre relevo. Mapas temáticos - Trata-se de documentos em quaisquer escalas, em que, sobre um fundo geográfico básico, são representados os fenômenos geográficos, geológicos, demográficos, econômicos, agrícolas, etc., visando ao estudo, à análise e à pesquisa dos temas, no seu aspecto especial. Um mapa temático geralmente contém dados generalizados ou informações simplificadas para torna-lo mais fácil de ler. Mosaico - Conjunto de fotografias aéreas, superpostas, recortadas artisticamente e montadas pelos detalhes comuns. Permite uma visão contínua da superfície fotografada Peso – é um valor consensual para um determinado critério. Plano de Informação - é um mapa (isto é verdade para as Categorias Imagem, Numérico, Cadastral. Temático e Redes). Cada Plano de Informação é uma instância direta da Categoria a que pertence, p. ex.: “MapaBasico” da Categoria “Mapa solos”. Raster – a representação gráfica das feições e os atributos que elas possuem são fundidos em arquivos de dados unificados. Sensoriamento remoto – Conjunto bastante complexo de técnicas que utiliza sensores na captação e no registro da energia refletida ou emitida pela superfície da Terra, com o objetivo de obter informações, imagens e/ou sinais elétricos, para o estudo do ambiente terrestre. SIG - Sistema de informação que permite ao usuário coletar, manusear, analisar e exibir dados referenciados espacialmente. Um SIG pode ser visto como a combinação de hardwares, sofwares, dados, metodologias e recursos humanos, que operaram de forma harmônica para produzir e analisar informação geográfica.

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148

Vetorial – uma representação vetorial os limites ou o curso das feições são definidos

por uma série de pontos que, quando unidos com linhas retas, formam a

representação gráfica de cada feição. Os pontos são representados por um par de

números representando as coordenadas X e Y em um sistema como

latitude/longitude ou a grade de coordenadas Universal Transversa de Mercador.

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149

11 - ANEXOS

ANEXO 1 – TEMPERATURA em oC

Estações Fixas: I foz do rio São João Estações Pontuais: A área oceânica costeira B rio Guarguá C vala dos Medeiros II jusante vala dos Medeiros D canal dos Meros E vala fazenda São João F vala da Pedra III jusante captação de água Fazenda Tosana G canal captação faz. Tosana H canal do Jacaré I I canal do Jacaré II IV velo São curso do São João J vala do Consórcio K rio Dourado L vala Fazenda Carioca V primeiro terço do canal retificado M rio Cangurupí N rio Lontra O Agrisa I VI jusante do Rio Indaiaçú P Agrisa II Q rio Indaiaçú R rio da Aldeia Velha VII jusante da Barragem Juturnaíba

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150

ANEXO II - SALINIDADE

Estações Fixas: I foz do rio São João Estações Pontuais: A área oceânica costeira B rio Guarguá C vala dos Medeiros II jusante vala dos Medeiros D canal dos Meros E vala fazenda São João F vala da Pedra III jusante captação de água Fazenda Tosana G canal captação faz. Tosana H canal do Jacaré I I canal do Jacaré II IV velo São curso do São João J vala do Consórcio K rio Dourado L vala Fazenda Carioca V primeiro terço do canal retificado M rio Cangurupí N rio Lontra O Agrisa I VI jusante do Rio Indaiaçú P Agrisa II Q rio Indaiaçú R rio da Aldeia Velha VII jusante da Barragem Juturnaíba

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151

ANEXO III – pH

Estações Fixas: I foz do rio São João Estações Pontuais: A área oceânica costeira B rio Guarguá C vala dos Medeiros II jusante vala dos Medeiros D canal dos Meros E vala fazenda São João F vala da Pedra III jusante captação de água Fazenda Tosana G canal captação faz. Tosana H canal do Jacaré I I canal do Jacaré II IV velo São curso do São João J vala do Consórcio K rio Dourado L vala Fazenda Carioca V primeiro terço do canal retificado M rio Cangurupí N rio Lontra O Agrisa I VI jusante do Rio Indaiaçú P Agrisa II Q rio Indaiaçú R rio da Aldeia Velha VII jusante da Barragem Juturnaíba

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152

ANEXO IV – OXIGÊNIO DISSOLVIDO em mg/L

Estações Fixas: I foz do rio São João Estações Pontuais: A área oceânica costeira B rio Guarguá C vala dos Medeiros II jusante vala dos Medeiros D canal dos Meros E vala fazenda São João F vala da Pedra III jusante captação de água Fazenda Tosana G canal captação faz. Tosana H canal do Jacaré I I canal do Jacaré II IV velo São curso do São João J vala do Consórcio K rio Dourado L vala Fazenda Carioca V primeiro terço do canal retificado M rio Cangurupí N rio Lontra O Agrisa I VI jusante do Rio Indaiaçú P Agrisa II Q rio Indaiaçú R rio da Aldeia Velha VII jusante da Barragem Juturnaíba

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153

ANEXO V – SECCHII em m

Estações Fixas: I foz do rio São João Estações Pontuais: A área oceânica costeira B rio Guarguá C vala dos Medeiros II jusante vala dos Medeiros D canal dos Meros E vala fazenda São João F vala da Pedra III jusante captação de água Fazenda Tosana G canal captação faz. Tosana H canal do Jacaré I I canal do Jacaré II IV velo São curso do São João J vala do Consórcio K rio Dourado L vala Fazenda Carioca V primeiro terço do canal retificado M rio Cangurupí N rio Lontra O Agrisa I VI jusante do Rio Indaiaçú P Agrisa II Q rio Indaiaçú R rio da Aldeia Velha VII jusante da Barragem Juturnaíba

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154

ANEXO VI – Resumo da metodologia utilizada para o SIG

754

752

457

432

542

obs. in loco digitalização

Estações de coleta; Result. Análises: salinidade pH temperatura O2 dissolvido

uso da terra

Recursos hídricos

Vias de acessos

Fatores ambientais

O. niloticus

L. vannamei

M. rosenbergii

Mosaico imagens aéreas

Mapa da proposta zoneamento APA Rio São João

Imagens satélite Landsat 7-ETM+ Bandas: 1,2,3,4,5 e 7

Mapas da EMBRAPA

Tipos solo

Aptidão agrícola

Mapa relevo SRTM

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155ANEXO VII – Fotografias da área de estudo

Page 156: Dissertacao mestrado volcker

156TABELA VII – Fotografias da área de estudo – continuação

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157TABELA VII – Fotografias da área de estudo - continuação