30

Apresentação condensada 1

Embed Size (px)

Citation preview

Marcella Lopes Guimarães

Possui graduação em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1995), mestrado em Letras (Letras Vernáculas) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1999) e doutorado em História pela Universidade Federal do Paraná (2004). Atualmente é Professora Associada da Universidade Federal do Paraná e editora gerente da revista Diálogos Mediterrânicos. Tem experiência na área de História, com ênfase em História Medieval, atuando principalmente nos seguintes temas: história medieval, península ibérica, história cultural, literatura portuguesa e crítica literária. Em 2013, teve seu livro "Capítulos de História: o trabalho com fontes", selecionado no PNBE do Professor. Em 2014, atuou como Professora Visitante na Universidade de Poitiers (França). É coordenadora do Acordo de Cooperação com a Universidade de Poitiers (França), com vigência até 2019. (Texto informado pelo autor)Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/6266619466834133

Capitulo IV

Aljubarrota (1385) e as vozes que

fundam a lembrança

Lembranças hodiernas• A batalha Campal não é um corpo estranho no exercício da guerra

medieval (...) e como um recurso de extraordinário valor.• Batalhas de Portugal e Aljubarrota ( João Gouveia Monteiro) • VI Jornada Luso- Espanhola de estudos Medievais, tema: “ A Guerra e

a Sociedade na Idade Media.”• Importância do confronto para Portugal e Europa da época.• Mito da Padeira Brites de Almeida ( Padeira de Aljubarrota)

Painel em Azulejo alusivo a Padeira de Aljubarrota em Ação combativa (alcobaça)

• Fundação Batalha de Aljubarrota Sensibilização das gerações presentes e futuras para a importância dos

acontecimentos que ocorreram nestes locais históricos (...) tradição e lembrança.• 1974 – Questões Africanas trouxe Portugal de volta ao continente.• Crônicas como testemunhos de primeira mão .

• Castelhano Pero Lopez de Ayala (1332-1407)

• Português Fernão Lopes (1385-1460)

• Frances Jean Froissart ( 1337- 1405)

• Autor desconhecido Crónica do Condestable

Um ponto de partida Pero Lopez

de Ayala • Pero Lopez de Ayala narra 11 anos de reinado do monarca castelano D. Juan

• Nesta crônica o discurso central é o ano 1385, da Batalha de Aljubarrota

• O texto a princípio apresenta as preparações que antecedem Aljubarrota:

• O pedido de auxílio do aliado francês, Carlos V; a notícia da doença de D. Juan; as cortes de Coimbra que alçaram o mestre de Avis a condição de rei de Portugal

• Durante o cerco de Lisboa os castelhanos tiveram vários problemas entre eles podemos citar uma peste que matou parte do seu exército

• Depois deste incidente D. Juan passa a contar apenas com uns poucos cavaleiros inexperientes

• A crônica também apresenta algumas características do local onde aconteceu a batalha de Aljubarrota e também algumas explicações para a derrota na batalha

• A topografia irregular; a doença do rei; as tentativas de se evitar o combate, talvez por conta disso; a revolta dos portugueses pelo não comprimento dos castelhanos ao Tratado de Salvaterra de Magos; batalhas em horários inapropriados; a falta de alimentos; o fato dos portugueses conhecerem melhor o terreno; a inexperiência dos jovens em batalha deste tipo

• O cronista Ayala capturado em Aljubarrota não viu o rei fugir em uma mula, alguém contou a ele, e narra a solidão e a revolta do monarca que se arrasta até Santarém

• O parente Carlos de Navarra chega ao campo de batalha atrasado, mas havia pedido a D. Juan que o esperasse, o que o monarca não o fez

• D. Juan encerra o triste ano de 1385 nojoso e vestido de preto

A batalha de Aljubarrota de Jean

Froissart Iluminura da crônica da Inglaterra de Jean Wavrin

• Apoio Frances

• Inexperiência dos cavaleiros castelhanos e franceses

• Maior precisão nos detalhes

Aljubarrota na Cronica de D. Joao I de Fernão Lopes

Aljubarrota na Crônica do Condestabre

• Crônica biográfica senhorial• Texto que se diferencia das crônicas régias, presentes na corte de

Afonso V: Gomes Eanes de Zurara (1415-1474) e Frei João Álvares• Diferenças e semelhanças entre esse texto e o de Fernão Lopes • Quem é o autor? Possivelmente um cavaleiro clérigo alheio à corte e

pertencente a uma ordem militar• A biografia do Condestável prova sua genialidade militar (vitória dos

Atoleiros), enfatiza seu arrojo e abre uma nova visão acerca dos confrontos militares na Baixa Idade Média portuguesa

• O cronista enaltece seu papel fundamental para a vitória portuguesa, sua conduta piedosa e sua destreza bélica• Na crônica em que o cavaleiro é o protagonista, o rei de Portugal se

transforma no coadjuvante• Assiste-se na mesma até um episódio de indisposição entre o rei e

seu condestável• “Ooo que humano e caridoso senhor”! • Mote da crônica: “fazer memória das coisas que se faziam, boas ou

más”, preservar a memória de um “virtuoso senhor”. Sua linhagem, criação, como recebeu as armas das mãos da própria rainha D. Leonor (D. Fernando)

• A crônica exalta a infantaria e mostra o papel imprescindível de D. Nuno Álvares no sucesso da batalha

• Utilização do discurso indireto, apenas uma vez usa-se o discurso direto

• Cap. 51 o cronista anônimo revela detalhes da batalha, sobretudo o desprezo de Juan de Castela, que recebeu pedido de D. Nuno para desistir da batalha

• O cronista anônimo usa de um grande repertório de imagens

• O texto ao final demonstra ser muito mais um panegírico que uma crônica

• O personagem é transformado em um santo, em cujo túmulo já se apontam, notícias de milagres

• A narrativa não evidencia um evento, mas um caráter de excepcionalidade do personagem

Considerações Finais