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Maçonaria Carbonária

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Maçonaria Carbonária

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Índice

Maçonaria:

Origem ………………………………………………………………. 3

Princípios ……………………………………………………………. 5

Símbolos……………………………………………………………… 6

Maçonaria Portuguesa ………………………………………. 8

Influência a nível Mundial …………………………………… 9

Carbonária:

Origem ………………………………………………………………. 12

Princípios ……………………………………………………………. 13

Símbolos ……………………………………………………………… 14

Carbonária Portuguesa ………………………………………… 15

Semelhanças entre a Maçonaria e a Carbonária ....... 16

Coluna de Opinião …………………………………………………. 17

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Origem da Maçonaria

A origem da Maçonaria divide-se por

três fases distintas:

Maçonaria Primitiva

Maçonaria Operativa

Maçonaria Especulativa

Maçonaria Primitiva:

Este período é aquele que

abrange todo o conhecimento dos

antepassados. Existe muitas dúvidas

tanto à data exacta da origem da

Maçonaria, há quem diga que poderá

ter nascido logo nas primeiras

civilizações, outros tentam procurar

explicação na magia, no ocultismo e

nas crenças primitivas a origem do

sistema filosófico e doutrinário. Porém,

a tese mais aceite pelos historiadores, é

a de que a Maçonaria Moderna é

herdada dos antigos construtores das

igrejas e catedrais, corporações sobre

forte influência da igreja na altura da

Idade Média.

Devido à imprecisão dos dados

obtidos relativamente ao seu

nascimento, surge uma série de

especulações, nomeadamente, aqueles

que acreditam que tenha nascido na

Mesopotâmia e até há quem afirme

que o Templo de Salomão tem

assinatura maçónica. Toda esta

especulação leva a que a Maçonaria

tenha, desde logo, começado a

envolver-se em misticismo.

O que, de facto, existe é a

adopção de princípios e filosofias

milenares, que viriam a ser adoptados

por instituições como as “Guildas”

(Inglaterra), Compagnonnage (França) e

Steinmetzen (Alemanha).

Maçonaria Operativa:

Depois de o declínio do Império

Romano, a nobreza afastou-se das

grandes cidades e levaram consigo

camponeses que serviriam de

protecção sobre os bárbaros. Iniciando-

se assim um sistema feudal, na qual o

sistema de produção era baseado na

contratação servil Nobre-Povo.

Quando instalados na terra, os

senhores feudais necessitavam de

construir castelos e fortificações de

modo a proteger o seu feudo. Esta

construção, obviamente, não era

exercida pela nobreza, teria de advir do

povo, dando início a uma nova classe:

os construtores.

As guildas dos pedreiros

necessitavam-se mover para a

construção de estradas e de novas

fortificações (direito este que não era

concedido às outras classes do povo).

Havia um grande secretismo sobre as

suas construções, até porque se estas

se tornassem de conhecimento público

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as regalias concedidas a esta categoria

acabavam. Não havia interesse em

desvalorizar e popularizar esta

profissão, uma vez que os vassalos

deveriam dedicar-se a actividades

agropecuárias.

É nesta conjuntura que a Igreja

Católica Apostólica Romana encontra

um ambiente favorável para o seu

desenvolvimento.

Maçonaria Especulativa:

Este período corresponde à

segunda fase, que utiliza os modelos da

organização dos maçons operativas

juntamente com ideais iluministas, ruptura

com a Igreja Romana e a reconstrução da

cidade de Londres (berço da Maçonaria

regular).

Ao longo do tempo, as construções

eram cada vez menos frequentes. O

mercantilismo substituiu o feudalismo,

tendo como consequência o

enfraquecimento da igreja romana.

O Iluminismo iniciado no século

XVIII surgiu, depois da peste negra - esta

que matou milhares de pessoas em todo o

Mundo, sobretudo na Europa - que

defendia e tinha como princípio a razão.

A Maçonaria Especulativa regular

nasceu em Inglaterra, durante a

reconstrução da cidade de Londres, esta

que tinha sofrido um incêndio de grande

escala. Para a sua reconstrução foram

usados muitos pedreiros.

Pedreiros da Idade Média.

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Os princípios da Maçonaria

Os maçons reconhecem-se

entre si através de sinais, palavras,

apertos de mão e outros tipos de

código que são mudados com alguma

frequência para que o secretismo se

mantenha. Qualquer membro de uma

loja maçónica pode visitar outra loja,

em qualquer parte do mundo desde

que a sua loja de origem e a que visita

se reconheçam. No interior das Lojas

Maçónicas todos os maçons se

consideram iguais. Como regra geral,

com o fim de manter a harmonia

interna das lojas maçónicas, todos os

problemas pessoais, bem como as

diferentes opiniões sobre a religião,

nações ou política do Estado são

deixados de fora de modo a evitar

problemas.

A Maçonaria tem vários princípios

como honrar o trabalho honesto. Para

se entrar na maçonaria têm que se

fazer vários rituais de iniciação. A

Maçonaria, desde a sua origem que

proclama a existência de um princípio

criador, pode ser acessível a todos os

homens com diferentes religiões e

opiniões políticas.

Os ensinamentos maçónicos,

realizados através de símbolos e de

alegorias universais, induzem os seus

adeptos a dedicarem-se à felicidade e a

fins semelhantes, não porque a razão e

a justiça lhe imponha esse dever, mas

porque o sentimento de solidariedade

é qualidade inata, faz os filhos do

universo e amigos de todos os homens.

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Símbolos da Maçonaria

A Maçonaria é rodeada de uma simbologia bastante rica. Abaixo deixamos alguns dos

principais símbolos que a constituem.

Avental - Símbolo do trabalho maçónico.

Esquadro e Compasso: O esquadro e o compasso são

ferramentas essenciais a um pedreiro, pelo que se

tornaram o principal símbolo da franco-maçonaria. A sua

união é vista como uma ajuda para criar melhores

cidadãos.

Delta: O triângulo é a figura geométrica que dá origem à

pirâmide, e ambos são parte da simbologia maçónica.

Representa a presença de Deus, demonstrando a sua

omnisciência. Também denominado “Triângulo

Fulgurante”, representa na Maçonaria o Supremo Criador

de todas as coisas, cujo olho luminoso é o Olho da

Sabedoria e da Providência.

Estrela de 5 pontas: Também chamada de “pentagrama”, é o

Canon do número de ouro, ou seja, é o símbolo do Homem

Perfeito, da Humanidade pleno entre Pai e Filho, o Homem

nos seus cinco aspectos: físico, emocional, mental, intuitivo e

espiritual, o Homem de braços abertos mas sem virilidade

porque dominou as suas paixões e emoções.

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Luvas: As luvas têm sido usadas pelos maçons como

marca de distinção e pureza. Depois da sua recepção, o

Aprendiz recebe dois pares de luvas brancas, dos quais um

se destina a ele e o outro “à dama que mais ele amasse”.

Malhete: Pequeno martelo, emblema da vontade

activa, do trabalho e da força material.

Instrumento de direcção, poder e autoridade.

Nível: Símbolo da igualdade social básica e da serenidade imparcial do juízo. Representa também a justiça para com os semelhantes.

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Maçonaria em Portugal

A primeira organização

genuinamente maçónica aparece em

Portugal no dealbar do século XIX. A

difusão das ideias da Revolução

Francesa transformou-se num mito

hegemónico que é amiúde

retrospectivamente projectado para a

realidade histórica. Foi exactamente

isso que ocorreu com a maçonaria

portuguesa, na fase de transição de

regime, sendo-lhe frequentemente

atribuído um poder e uma capacidade

de actuação que parecem pouco

plausíveis. A maçonaria portuguesa,

nas duas primeiras décadas do século,

tem poucos membros e uma estrutura

organizativa muito fraca. Esta

sociedade foi uma das muitas

sociedades do pensamento que se

difundiram no século XVIII. Podemos

evidenciar duas linhas de influência

diferentes: a inglesa, que dá mais

relevância à tolerância, e a francesa,

que dá mais tolerância ao pensamento.

No inicio da sua criação, o mais

importante é o acto individual em si,

visto que a adesão a esta sociedade

tem um carácter mais cultural que

político. Porém, com a instauração do

liberalismo, esta realidade muda

completamente: é criado um espaço

político em redor da maçonaria, que é

devido principalmente à posição que

esta defende perante uma sociedade

liberal ou absolutista. Esta mudança fez

com que a maçonaria adquirisse um

papel político e social que nunca antes

tivera. Em 1851 a maçonaria passa de

uma realidade pulverizada em

múltiplos grupos para um só. Manteve-

se, então, como uma sociedade de

pensamento onde coabitavam várias

correntes do movimento liberal,

abrangendo mesmo o republicanismo.

A questão política crucial passa

a ser a natureza do regime, e esta passa

pela maçonaria com a mesma subtileza

com que atravessa a sociedade. As

tensões internas eram fortes, mas à

morte de D. Carlos, a maçonaria era

maioritariamente republicana. Os

conflitos que a agitam entre 1912 e

1914, data da sua maior cisão,

relacionam-se com o conflito entre

moderados e radicais no quadro do

novo regime. A Maçonaria viveu

desorganizada e cindida durante os

dezasseis anos da República. Com o 28

de Maio sofre uma violenta

perseguição e durante quarenta e oito

anos manteve-se ligada à oposição

democrática existente no regime do

Estado Novo. Recuperou a sua

legalidade e os bens que lhe tinham

retirado com o 25 de Abril de 1974.

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A influência da Maçonaria nos grandes

acontecimentos históricos

Ao longo da nossa pesquisa

fomos percebendo que a intervenção

de sociedades secretas,

nomeadamente a Maçonaria, nos

grandes acontecimentos históricos e na

vida política é mais activa do que

pensávamos.

Podemos assim dizer que a

Maçonaria foi uma sociedade secreta

iniciada por um conjunto de pedreiros

e carpinteiros acerca de 300 anos, estes

estabeleciam uma colisão bastante

forte através da criação de normas

dentro da própria sociedade exigindo o

cumprimento destas a todos os

membros, bem como um ritual de

iniciação de modo a assegurar a

fidelidade destes tal como a

manutenção do sigilo. Acerca do seu

funcionamento interno conseguimos

verificar a forte cumplicidade, bem

como a sua forte comunicação e

interacção entre os seus membros,

estes que se encontravam numa fase

inicial em locais pré-definidos,

normalmente locais de difícil acesso de

modo a assegurar o sigilo até mais

tarde com a incremento da sua

reputação aos olhos da população em

geral, instalam casas maçónicas

designadas como lojas com o objectivo

de manter um local seguro para os seus

encontros embora com a sua expansão

e pressão por parte dos seus oponentes

sentiram a necessidade de

multiplicarem as suas denominadas

lojas para evitar os seus encontros num

local fixo.

A Maçonaria, actualmente,

representa a maior sociedade secreta

do mundo, com cerca de 5 milhões de

elementos distribuídos mundialmente,

apesar do seu número e reputação esta

sociedade continua a manter inúmeros

segredos devido a uma grande

organização interna que resulta

também da posição social dos seus

elementos como o exemplo dos 14

presidentes maçons nos Estados Unidos

da América que organizados formam

uma classe de alto controlo que lhes

permite uma gestão das diversas áreas

como o campo político, judicial e

financeiro.

Esta capacidade organizacional e

gestora permitiu-lhes ao longo do

tempo ter a possibilidade de aplicar

decisões com o fim de criar ou alterar

situações de grande importância e

influência na história, daí a relação com

o simbolismo do olho de Osíris ou “olho

que tudo vê” na Maçonaria, revelando

a posição que estes vêem o mundo.

Na história, acontecimentos

desde assassinatos a personalidades de

alta patente como o procedimento da

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1ª e 2ª Guerra Mundial, Revolução

Francesa e Independência do Brasil,

entre muitos outros, tiveram

fortemente a intervenção da Maçonaria

devendo-se principalmente à defesa de

interesses que apenas resultariam se

estas situações fossem provocadas.

Estas situações remontam às suas

necessidades enquanto grupo mas tem

principalmente o seu fim relacionado

com a ascensão social e financeira que

no mundo em que vivemos se converge

em poder, e poder é o que estes

necessitam para impor os seus desejos

para o mundo.

Toda a sua intervenção tem sido

fundamental no decorrer da história,

mas é possível verificar que ao passar

do tempo, cada vez mais devido a sua

expansão e ascensão de poder, o

impacto da Maçonaria é superior em

todo o mundo pois se compararmos um

dos inúmeros assassinatos a oponentes

que poderiam intervir nos seus planos e

continuidade com a autogestão de

conflitos diplomáticos como a 2ª

Guerra Mundial em que a morte de

milhares de pessoas tinha como

principal objectivo a supremacia

monetária, tecnológica e militar ou com

a autodestruição das torres gémeas

(World Trade Center) que teve um

enorme impacto no cariz social num

objectivo cujo propósito era estimular a

ideia do terrorismo como forma de

desviar as atenções da população para

o inimigo, visto que a propaganda

contra a guerra estava a aumentar e o

conhecimento da corrupção se estava a

aprofundar, este foi idealizado para

prosseguir na ocupação nas terras

islâmicas, neste caso terras afegãs com

produção petrolífera com apenas fins

lucrativos e terras produtoras de

papoilas com vista o controlo na

distribuição dos seus derivados como

fins lucrativos.

Através destes três dos vários

acontecimentos planeados pelos

maçons, conseguimos verificar o tal

aumento gradual do impacto no mundo

de que estas situações provocaram e

quais os seus objectivos, daí podemos

reconhecer a inteligência que estes

detêm nos seus planos, pois procuram

sempre planos que afastem as

atenções através da sua organização e

sigilo, com objectivos bem definidos e

estudados (antecedências e

consequências) e com recursos que

garantem a concretização do objectivo,

podemos designa-los então como uns

excelentes estrategas, daí a nunca

obtenção de confirmações nem

negações por parte dos maçons, pois

quando assumem a sua presença

apenas abordam temas superficiais

obrigando assim a montar uma imagem

superficial acerca da Maçonaria de

forma a manter a sua instalação

superior às especulações das

populações

Actualmente, os objectivos da

Maçonaria é a sua permanência que já

é praticamente garantida através da

sua forte colisão e posição juntamente

com o objectivo de se expandir ainda

mais, com vista à universalização desta

sociedade visto que estes defendem

que ser maçom é ser um cidadão

cumpridor de valores a nível

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primariamente individual como a nível

social, deste modo a incentivar a

inserção nesta sociedade. Assim

podemos dizer que a Maçonaria teve

um grande impacto em acontecimentos

históricos a nível mundial apesar de

desviarem a sua presença, além que

através da sua globalização cada vez

mais irá impor a sua presença de forma

mais dinâmica. Concluímos com a

realização deste trabalho na disciplina

de Área de Projecto que a

implementação e expansão da

Maçonaria é real e influente na história

mundial embora os membros desta

sociedade não se exponham de forma

transparente, apenas comprovam a sua

existência e caracterizam-na de forma

superficial dificultando a obtenção de

informação correcta e factual.

Retrato de George Washington.

Nota de 1 dólar.

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Origem da Carbonária

A Carbonária é uma sociedade secreta de carácter político-religioso. Exerceu a sua principal actividade desde o fim do século XVIII, data onde nasceu, até meados do século XIX. A sua actividade foi exercida principalmente em França, Itália e Portugal. Os seus membros chamavam-se carbonari (carvoeiros), tratavam-se por “primos” e usavam expressões próprias para comunicar. A sua acção era de combate à Igreja Católica e à tirania, e tinha como objectivos conquistar a liberdade e a perfectibilidade humana. Os seus filiados eram obrigados a possuir uma arma com cartuchos. Nesta sociedade, os membros estavam organizados por hierarquia. As suas reuniões eram em lugares denominados choças, barracas e vendas (e estão aqui representados por ordem crescente conforme a sua importância).

Retrato de Joaquim Murat.

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Princípios da Carbonária

1. A Carbonária é uma associação independente que procura intervir directamente na defesa dos interesses económicos, sociais e culturais dos indivíduos. 2. A prática desta aliança baseia-se nos problemas concretos e nos interesses imediatos dos indivíduos. A sua acção visa simultaneamente, a melhoria do quadro do sistema social vigente, das condições de vida de todos os explorados e a emancipação dos indivíduos. 3. A Carbonária pratica e defende a união livre e solidária dos indivíduos. 4. A utilização do método da acção directa e o recurso à arma da solidariedade constituem dois aspectos essenciais da prática da Carbonária. 5. A Carbonária é uma associação internacional, defende a existência de uma solidariedade prática entre os indivíduos e povos de todo o mundo. 6. Na Carbonária não existem funções deliberativas ou executivas, nem representantes eleitos ou cargos remunerados. Existem sim órgãos com funções de relacionamento e

organização que são revogáveis a qualquer momento. 7. A Carbonária baseia-se nos princípios do federalismo anarquista e rejeita qualquer tipo de coacção ou imposição. 8. A Carbonária não tem qualquer ajuda financeira de entidades exteriores. As suas receitas são donativos dos seus membros ou aderentes. 9. A Carbonária baseia-se no princípio da responsabilidade individual. 10. A Carbonária procura estabelecer alianças com outras organizações revolucionárias, indivíduos e colectivos afins, com o intuito de levar a cabo acções nacionais e internacionais. 11. A Carbonária dá especial atenção à defesa dos interesses das camadas pobres e discriminadas da sociedade sejam: minorias étnicas, deficientes, presos, idosos, transexuais e outros grupos que não encaixem no status e estereótipos vigentes. 12. A Carbonária defende a igualdade social, a diversidade, a solidariedade e a cooperação voluntária ou a união pelo livre acordo. Para a Carbonária a liberdade é insubstituível.

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Símbolos da Carbonária

Bandeira da Carbonária de Portugal.

Emblema da Carbonária.

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Carbonária Portuguesa

A Carbonária em Portugal instalou-se nos anos de 1822/1823, devido aos oficiais italianos procurarem, através das sociedades secretas, revolucionar a Europa meridional. Foi até ao ano de 1864 que a sua política de intervenção se fez sentir em vários momentos críticos da vida nacional, porém esta viria a desaparecer. Existiram diversas actividades relevantes da Carbonária, porém sempre sem qualquer sucesso, até ao ano de 1896, ano em que reapareceu com rituais, processos de combates e com uma organização muito modificada quando comparada com a do passado. O fundador e grão-mestre foi Artur Duarte Luz de Almeida. A partir desta altura, a Carbonária viria a desempenhar um papel crucial na Implantação da I República em 1910. Começou por participar intensivamente

em todos os acontecimentos de cariz político-social realizados em Portugal, incluindo naqueles que defendiam as liberdades públicas e combatiam o congregarismo e os abusos do clero. Depois do ultimato inglês em 1890 e da revolta de 31 de Janeiro de 1891, muitos estudantes ingressaram nas sociedades secretas. Responsável pela queda da Monarquia (com participação no regicídio) e pelas constantes mobilizações para a instauração da I República. Após concretizar todos os seus objectivos, viria o Partido Republicano, partido do qual muitos dos seus membros faziam parte, a desmembrar-se, devido a conflitos internos, o que resultou também na extinção da Carbonária Portuguesa. Houve tentativas de voltar com a Carbonária Portuguesa, mas isso nunca deu frutos.

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Semelhanças entre a Maçonaria e a Carbonária

Duas Sociedades tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais. Tanto a Maçonaria como a Carbonária desempenharam um papel crucial na história do nosso país. Descubra abaixo as suas semelhanças.

- Ambas eram uma sociedade secreta;

- Os membros das sociedades

utilizavam uma linguagem codificada;

- Ambas as sociedades possuíam

espaços secretos para se reunirem;

- Tinham objectivos em comum, e por

vezes actuam em conjunto;

- Ambas desempenharam um papel

fundamental na implementação da

República Portuguesa;

- Ambas possuíam rituais semelhantes;

- Tanto a Carbonária como a Maçonaria

tinham um Grão-Mestre;

- Ambas tinham símbolos;

- As reuniões, destas duas sociedades

Maçonaria e Carbonária, eram

fechadas;

- Estas duas sociedades tinham

vestuário próprio;

- A sua organização era hierárquica.

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Coluna de Opinião

Abaixo deixamos uma coluna de opinião redigida pelo aluno Pedro Cardoso, que decidiu

desenvolver o tema “Será que a inexistência da Carbonária iria alterar o rumo da I

República?”.

Antes de começar a reflectir e a

analisar esta questão, gostaria de

deixar claro que isto trata-se somente

de um texto de opinião e por essa

mesma razão reflecte somente a

opinião do autor.

A I República foi implantada a 5

de Outubro de 1910 e foi, certamente,

um marco histórico para o

desenvolvimento de Portugal,

chegando ao fim de centenas de anos

de escravatura à abertura da liberdade

de expressão (apesar de esta ser um

pouco restrita), República esta que foi

impulsionada através de sociedades

secretas (tais como a Carbonária e a

Maçonaria), pelo Partido Republicano e

através do povo que já estava saturado

de ser explorado até à exaustão.

A Carbonária foi deveras

importante para o eclodir da revolução,

até porque estes tiveram acção directa

no regicídio e consequentemente na

revolução. Porém, e respondendo à

questão inicial, acho que apesar de

serem, efectivamente, uma

organização que teve a sua quota-parte

de responsabilidade na implantação do

regime democrático, se esta não

tivesse existido, na minha opinião, não

iria impedir a vitória da democracia,

podia haver uma certa dificultação do

processo revolucionário, mas não

impediria a implantação da I República.

Primeiro, se não houvesse esta

organização podia haver outra ou até

mesmo somente a Maçonaria iria

atingir um papel deveras mais

preponderante na preparação da

revolução ou até mesmo a vontade do

povo, que ao fim de centenas de anos a

ser explorado por um indivíduo que é

rei por vontade divina, já estava

cansado e saturado, então a força do

povo poderia ser suficiente para fazer

derrubar um regime.

Concluindo, acho que a

consagração da República teve vários

factores envolventes, incluindo a acção

da Carbonária, isso é factual. No

entanto, e fazendo uma suposição,

acho que uma possível não existência

desta sociedade secreta não iria

influenciar o objectivo final que era a

queda do regime monárquico e

consequente implantação da República.

“Se esta não tivesse

existido (...) não iria impedir

a vitória da democracia.”