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Apresentação dos capítulo 1 e 2 do livro "Feminist theory: from margin to center", de bell hooks, publicado em 1984, clássico do Feminismo Negro estadunidense.
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Feminist theory: from margin to center
bell hooks
Discutindo Feminismo
Negro
Profª Drª Zelinda Barros
Feminismo Negro
bell hooks é autora de vários livros sobreraça, gênero, classe e cultura. Seu primeirolivro, Ain’t I a woman: black women andfeminism (1981), foi considerado um doslivros mais influentes nos últimos 20 anospelo Publishers Weekly, em 1992. Proferepalestras nos EUA e em outros países e éProfessora Emérita de Inglês na City College,da Universidade de Nova Iorque.
Gloria Jean Watkins adotou o pseudônimo bell hooks em homenagem a seu avômaterno, Bell Blair Hooks. O pseudônimo é escrito em letras minúsculas paradiferenciá-lo do nome do avô e para exaltar sua obra, não sua personalidade.
Mulheres negras => maioria silenciosa do feminismo estadunidenseFeministas => não questionam se a perspectiva sobre a realidadefeminina abarca as diferentes experiências das mulheres,reforçando a supremacia branca e negando a possibilidade deunidade entre as mulheres
Capítulo 1
Black women: shaping feminist theory
Em A mística feminina, Betty Friedan (1921-2006)ignorou a realidade da opressão racial sofrida pelasmulheres negras e mulheres brancas pobres. Ela nãodiscutiu a realidade das mulheres que tomariam contada casa e das crianças quando as mulheres brancas declasse média fossem trabalhar, não mencionou asmulheres sem maridos, sem crianças, sem lares.
Viés racial e de classe
Feminismo liberal
• Focaliza os direitos individuais das mulheres à liberdade eautodeterminação, reduzindo o feminismo a um estilo de vida.
• “Todas as mulheres são oprimidas” => “O sofrimento não podeser medido” => artifícios retóricos
• Mascara os interesses de classe ao propor a unidade e asolidariedade entre as mulheres.
• O oportunismo individual mina o apelo a uma luta coletiva.
• Interesses defendidos pelas feministas liberais: igualdade comos homens da mesma classe, pagamento igual pelo mesmotrabalho, modo de vida alternativo.
• Ignoram a diversidade de experiências das mulheres.
• Silencia a respeito de mulheres não brancas.
Todas as mulheres são dominadas numa sociedade sexista, mas nem todas são oprimidas.
SexismoSistema de dominação
institucionalizado
• Não determina o destino de todas as
mulheres na sociedade.
• Restringe o comportamento das mulheres em algumas esferas, mas
permite a liberdade limitada em outras.
A ausência de restrições extremasleva muitas mulheres a ignorar asesferas onde elas são exploradas oudiscriminadas ou mesmo pensar queas mulheres não são oprimidas.
Ser oprimida é não ter escolhas
Elas [as feministas brancas] nãoentendem, nem podem imaginar,que mulheres negras, assim comooutros grupos de mulheres que vivemdiariamente em situações opressivas,frequentemente adquirem umaconsciência das políticas patriarcais apartir de suas experiências vividas,assim como desenvolvem estratégiasde resistência (mesmo quando nãopodem resistir de uma formaorganizada). (p. 11)
Capitalismo
Racismo Sexismo
[...] identidades de raça e classe criam diferenças na qualidade de vida,status social e estilo de vida que precedem a experiência comum àsmulheres – diferenças que raramente são transcendidas. (p. 4)
Mulheres negras, que não são “outrosinstitucionalizados” que podem discriminar,explorar ou oprimir frequentemente, têmvivido experiências que desafiam diretamentea estrutura social classista, sexista, racista e suaideologia concomitante. Essas experiênciasvividas podem moldar nossa consciência demodo a que nossa visão de mundo difiradesses que têm algum grau de privilégio (pormais que seja relativo no interior dos sistemasexistentes). É essencial para a luta feministaque mulheres negras reconheçam a vantagemespecial que nossa marginalidade nos dá efaçam uso desta perspectiva para criticar ahegemonia racista, classista e sexista assimcomo imaginar e criar uma contra hegemonia.(p. 16)
Capítulo 2
Feminism: a movement to end sexist oppression
• Problema central do feminismo: definir o que é e aceitardefinições que possam servir como ponto de unificação.
• Definição popular nos EUA: feminismo como um movimentoque busca a igualdade entre homens e mulheres.
Se os homens não são iguais numa estrutura de classe branca, supremacista, capitalista, patriarcal, como as mulheres querem ser
iguais a que homens?
Raça, classe e sexismo são fatores que determinam a extensão em que os indivíduos serão oprimidos
Definições de Feminismo
REFORMISTA RADICAL
Feminismo como lutapela igualdade entrehomens e mulheres.Definido como “estilode vida”.
Feminismo como lutapela superação dadominação e pelatransformação dasociedade.
O feminismo não despertou o interesse das mulheres negrasdevido a forma como foi definido pelas mulheres brancasburguesas.
Feminismo é uma luta pelo fim daopressão sexista. Portanto, é,necessariamente, uma luta paraerradicar a ideologia de dominaçãoque permeia a cultura ocidental emvários níveis, assim como umcompromisso com a reorganizaçãosocial em que o autodesenvolvimentodas pessoas deve ter precedênciasobre o imperialismo, a expansãoeconômica e os desejos materiais. (p.26)
Construindo outro Feminismo
• Deslocar o foco dos homens como inimigos e examinar comoas mulheres contribuem para a manutenção e perpetuação dosistema de dominação.
• Rejeitar a noção de um estilo de vida feminista alternativo quesurge apenas quando mulheres criam uma subcultura.
• Considerar que a luta feminista pode se iniciar onde quer quehaja uma mulher.
• Sair da zona de conforto:O movimento feminista pelo fim da opressãosexista engaja ativamente as participantes numaluta revolucionária. Essa luta é raramentesegura ou aprazível. (p. 30)
• Em vez de dizermos “Eu sou feminista”, devemos dizer “Eudefendo o feminismo” para retirar a ênfase do feminismo comoidentidade ou como estilo de vida e destacar o feminismocomo um ato político que não despreza o apoio a outrosmovimentos políticos, como o antirracismo.
• A mudança de ênfase da igualdade entre homens e mulherespara o fim da opressão sexista provoca mudanças na teorizaçãofeminista.
Construindo outro Feminismo
Profª Drª Zelinda [email protected]
www.fazervaleralei.blogspot.com
www.casosecoisasdogenero.blogspot.com
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