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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

DOUTORADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

FRANK SHIGUEMITSU SUZUKI

ANÁLISE DOS INDICADORES DE FADIGA MUSCULAR PERIFÉRICA AGUDA EM

INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS: PAPEL DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA

ORIENTADOR: Prof. Dr. Danilo Sales Bocalini

São Paulo

2016

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

DOUTORADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

FRANK SHIGUEMITSU SUZUKI

ANÁLISE DOS INDICADORES DE FADIGA MUSCULAR PERIFÉRICA AGUDA EM

INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS: PAPEL DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA

Tese de Doutorado apresentada à Universidade

São Judas Tadeu, como requisito parcial à

obtenção do grau de Doutor em Educação

Física, sob orientação do Prof. Dr. Danilo Sales

Bocalini.

São Paulo

2016

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Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca

da Universidade São Judas Tadeu Bibliotecária: Daiane Silva de Oliveira - CRB 8/8702

Suzuki, Frank Shiguemitsu

S968a Análise dos indicadores de fadiga muscular periférica aguda em

indivíduos saudáveis: papel do nível de atividade física / Frank

Shiguemitsu Suzuki. - São Paulo, 2016.

102 f. : il. ; 30 cm.

Orientador: Danilo Sales Bocalini.

Tese (doutorado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2016.

1. Atividade Física. 2. Bioquímica. 3. Fadiga. I. Bocalini, Danilo Sales. II.

Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em

Educação Física. III. Título

CDD 22 – 613.71

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FRANK SHIGUEMITSU SUZUKI

ANÁLISE DOS INDICADORES DE FADIGA MUSCULAR PERIFÉRICA AGUDA EM

INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS: PAPEL DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA

Exemplar correspondente a redação de Defesa de Tese

apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto

Sensu em Educação Física da Universidade São Judas

Tadeu como requisito parcial para obtenção do título de

Doutor em Educação Física, sob orientação do Prof. Dr.

Danilo Sales Bocalini.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________ Prof. Dr. Danilo Sales Bocalini

Universidade São Judas Tadeu (orientador)

___________________________________________________ Prof. Dra. Alessandra Medeiros

Universidade Federal de São Paulo

___________________________________________________ Prof. Dr. Charles Ricardo Lopes

Universidade Metodista de Piracicaba

___________________________________________________ Prof. Dr. Aylton José Figueira Junior

Universidade São Judas Tadeu

____________________________________________________ Prof. Dra. Angélica Castilho Alonso

Universidade São Judas Tadeu

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a uma pessoa única, na qual presenciou minha entrada no

doutorado, mas hoje não se encontra de corpo presente, porém tenho certeza que está e

estará sempre ao meu lado.

A minha querida MAMÃE RURI SUZUKI (Dona Ana - in memorian), dedico a você.

Muito obrigado pelas sábias palavras e por me oferecer o maior berço de ouro a

EDUCAÇÃO.

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AGRADECIMENTOS:

- Primeiramente agradecer a Deus, por ser a força maior que nos guia por caminhos

tortuosos e sempre ilumina nosso caminho.

- A minha bela família, composta pelas duas mulheres mais lindas do mundo. Minha Esposa

Giselle Marson Suzuki (amor obrigado por estar sempre ao meu lado, desde a pós-

graduação até o doutorado e compreender todas as vezes que ficamos trancados em casa

para concluirmos mais uma etapa de nossas vidas).

Te amo todos os dias pela eternidade.

- A minha filha que chegou na metade do processo do doutoramento. Filha! Obrigado pelas

“massaginhas” e por entender os momentos que o papai não brincou com você, porque

precisava terminar de escrever a tese.

Te amo demais.

- A família Marson: Maésio Marson, Elisabete Marson e Robson Marson.

- Aos meus alunos, ex-alunos, amigos e colegas do laboratório: Marcelo Martins, Juliana

Dragoni, Rodrigo Palomares, Douglas Sita e Marcão Rodolfo Ramos Paunsknis.

Chegamos onde chegamos graças ao empenho desta equipe maravilhosa.

- Sergio Matias, Leandro, André Landaburu, Bruno, Tabata Rangel, Eric, Ariana e Caíque

Brozinga.

Valeu pela força!

- A Dra. Alessandra Medeiros, pelas considerações na banca de qualificação e por aceitar

compor a banca da defesa.

Muito obrigado!

- Ao Dr. Aylton José Figueira Junior, pelas considerações na banca de qualificação, por

aceitar compor a banca de defesa, pelas oportunidades profissionais e pelas sábias

palavras em conversas extras.

Muito obrigado!

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- Ao Dr. Charles Ricardo Lopes, por aceitar compor a nossa banca de defesa.

Muito obrigado!

- A Dra. Angélica Castilho Alonso, por aceitar compor a nossa banca de defesa.

Muito obrigado!

- Aos grandes colaboradores do laboratório de Biomecânica: Toninho, Fran e Jerônimo.

- A um grande amigo e colaborador Dr. Fabiano Politti.

Muito obrigado!

- Aos meus grandes irmãos: Dr. Daniel Takeshi Ito, Drd. Fábio Gomes, Dr. Marcelo de Paula

e ao Dr. Anderson Caetano Paulo.

Obrigado pelas conversas e contribuições!

-Aos meus coordenadores e amigos: Dr. Cezar Casarin e ao futuro doutor Erinaldo Andrade.

Obrigado pela oportunidade de fazer parte do time!

- Ao Dr. Gerson Leite e Luis Felipe Polito.

Obrigado pela ajuda e pelos materiais cedidos!

- Ao meu grande orientador, amigo e companheiro de profissão. Prof. Danilo Sales Bocalini.

Muito obrigado por todos os esforços, revisões, submissões, publicações e

principalmente por ter aceitado fazer parte desta etapa da minha vida.

- Agradeço a CAPES pelo fomento e incentivo a pesquisa.

Muito obrigado

- Agradeço ao meu Pai, Sensei e professor Shiguekata Suzuki.

Obrigado pelos ensinamentos

-E a todos que não citei, mas posto aqui meus sinceros agradecimentos.

Muito obrigado a todos!

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“Talvez não tenha conseguido o melhor, mas lutei para que o melhor fosse feito. Não sou o

que deveria ser, mas graças a Deus, não sou o que era antes!”.

(Marthin Luther King)

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RESUMO

Os estudos propostos e disponíveis na literatura consideram a análise da fadiga periférica

aguda de maneira isolada, comprometendo a interpretação do fenômeno sobre o prisma

multifatorial. Assim o objetivo do presente estudo foi analisar a fadiga muscular periférica

aguda em indivíduos saudáveis. Materiais e Métodos: 40 voluntários do sexo masculino

fisicamente independente e saudáveis com idade ≥ 18 anos foram distribuídos em dois

grupos: Ativos (A) e Inativos (I), em dois Sets experimentais (A e B). Set A foi padronizado o

protocolo de fadiga para extensão e flexão da articulação do joelho direito no Dinamômetro

Isocinético. No Set B foi utilizado o protocolo de fadiga para a coletada dos parâmetros: pico

de torque isométrico e isocinético; atividade eletromiográfica; glicose, lactato e LDH;

percepção de esforço, dor e recuperação. A classificação dos indivíduos foi estabelecida

após a aplicação e interpretação do questionário IPAQ. As análises estatísticas foram

realizadas utilizando o programa SPSS e os dados foram expressos em média ± desvio

padrão e diferenças estatísticas foram considerados com p<0,05. Resultados: os resultados

encontrados no Set A indicaram que a padronização do protocolo foi efetiva em promover

fadiga em ambos os grupos, tanto na força isométrica (-34±4%) quanto na força isocinética

(-40±3%). Adicionalmente, neste Set experimental foi evidenciado diferenças significantes

(p<0,01) entre os grupos em ambas as análises com grande effect size em ambos os grupos

(8,9). Os resultados no Set B evidenciaram reduções significativas (p<0,01) no pico de

torque isométrico (A:-23±14%; I:-45±22%) e na taxa de desenvolvimento de força (A:-

44±24%; I:-67 ±15%) com alterações significativas nos parâmetros da atividade

eletromiográfica e índice de Dimitrov (I:-2±1; A:0±1%), lactato (A:81±5%; I:82± 6%), nos

escores de percepção de esforço (A:50±22%; I:59±11%), dor (A:7±14%; I:8±16%) e

recuperação (A:7±14; I:8±16%). Alterações no pico de torque excêntrico (A:-41± 3; I:-

46±3%) e concêntrico (A:-23±2; I:-41±4%) foram significativas (p<0,001), contudo sem

promover alterações significativas nos parâmetros hematológicos. Redução significativa

(p<0,001) foi encontrada no pico de torque isocinético (A:-91±12; I:-55±7%) com redução

significativa (p<0,001) somente no índice de Dimitrov no grupo I (Pré:-12,96±0,3; Pós:-

12,68±0,24Hz). Embora tenha sido encontrado aumento significativo (p<0,001) no lactato

(A:84±5; I:83±7%), LDH (A:44±9; I:45±7%), percepção de esforço (A:147±82; I:175±74%) e

dor (A:81±8%; I:71±32%), não foi encontrada diferenças entre os grupos A. Contudo,

alteração significativas (p<0,001) foi encontrada entre o grupo A (repouso:7±2; pré:12±3;

pós:16±3) e I (pré:-12,96±0,30; pós:-12,68±0,24Hz). Conclusão: com os dados do presente

estudo podemos concluir que o protocolo de fadiga desenvolvido foi efetivo em promover

redução de torque isocinético, com alterações em parâmetros eletromiográficos, bioquímicos

e psicofisiológicos, tanto em indivíduos ativos quanto em inativos.

Palavras chave: fadiga muscular, desempenho neuromuscular e nível de atividade física.

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ABSTRACT

The muscular fatigue affects directly and indirectly the development and maintenance of

one’s physical performance. Furthermore, the available body of literature comprehends the

analysis of acute peripheral muscular fatigue in isolation, compromising the interpretation of

this phenomenon as in a multifactorial perspective. Thus, this study aimed to examine the

acute peripheral muscular fatigue in physically independent healthy young individuals.

Methods: 40 volunteers (≥18 years old) were organized in two groups, active (A) and Inactive

(I) in two experimental Sets (A and B). Set A it was standardized the fatigue protocol for

extension and flexion of the right knee joint Isokinetic dynamometer. Set B it was used for the

fatigue test of the collected parameters: peak isometric and Isokinetic torque,

electromyographic activity; glucose, lactate and LDH; perceived effort, pain and recovery.

Individuals level of activity were classified based on the IPAQ. Statistical analysis were

performed using the software SPSS Statistics and results were displayed as mean ±

standard deviation and statistical differences were considered with p<0.05. Results: the

results obtained in Set A indicated that the protocol standardisation was effective in

generating fatigue in both groups, either in isometric power (-34±4%) and isokinetic power (-

30±3%). Moreover, in this experimental Set, significant differences in between-groups

analysis, with significant effect sizes for both groups (8,9), were observed. Regarding the Set

B, results indicated significant reduction (p<0.01) in isometric torque peak (A:-23±14%;I:-

45±22%) and power generation rate (A:-44±24%;I:-67±15%) demonstrating significant

alterations in electromyographic activation and Dimitrov’s spectral fatigue index (I:-

2±1%;A:0±1%). Lactate (A:81±5%;I:82±6%), perceived effort (A:50±22%;I:59±11%), pain

(A:7±14%;I:8±16%) and recovery (A:7±14%;I:8±16) were also significantly diminished.

Torque peak under eccentric (A:-41±3;I:-46±3%) and concentric (A:-23±21;I:-42±4%)

conditions were significantly diminished (p<0.001), however no differences in hematological

characteristics were detected. Significant reduction (p<0.001) was detected in knee

extensors isokinetic torque peak (A:84±5;I:83±7%), showing a significant reduction (p<0.001)

only in the Dimitrov’s spectral fatigue index for the physically I group (Pre:-12.95±0.3;Post:-

12.68±0.24Hz). Although significant increments (p<0.001) in lactate (A:84±5;I:83±7%), LDH

(A:44±9;I:45±7%), perceived effort (A:147±82;I:175±74%) and pain (A:81±8%;I:71±52%)

were seen after the protocol, no differences were detected in physically A groups.

Conversely, significant changes (p<0.001) was observed between the A group (rest:7±2;

pre:12±3;post:16±3) and I (pre:-12.95±0.3;post:-12.68±0.24Hz). Conclusion: the results of

this study indicate that the proposed experimental protocol were effective in generate

isokinetic torque reduction, with noticeable changes in electromyographic, biochemical and

psychophysiological parameters in both physically active and inactive individuals.

Key words: muscular fatigue, neuromuscular performance and physical activity levels.

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LISTA DE ABREVIAÇÕES

CIVM – Contração Isométrica Voluntária Máxima

DI – Dinamômetro Isocinético

EMG – Eletromiográfia

FDM – Frequência Mediana

FM – Fadiga muscular

IMC – Índices de Massa Corporal

PSD – Percepção Subjetiva de Dor

PSE – Percepção Subjetiva de Esforço

PSR – Percepção Subjetiva de Recuperação

RMS – Root Mean Square

SEMG – Sinal Eletromiográfico

TCLE – Termo de consciência livre esclarecido

TDF – Taxa de desenvolvimento de força

TDT – Taxa de desenvolvimento de torque

TF – Treinamento de força

TMC – Transportadora Monocarboxilado

UM – Unidade motora

WHO – World Health Organization

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Oxidação reversível de lactato a piruvato..............................................................21

Figura 2. Desenho experimental do protocolo de indução a fadiga.......................................29

Figura 3. Joelho flexionado a 90º para realização da CIVM..................................................31

Figura 4. Sistema de aquisição de dados EMG.....................................................................32

Figura 5. Identificação, localização e orientação para a colocação dos eletrodos................32

Figura 6. Tubos contendo EDTA sem anticoagulante...........................................................34

Figura 7. Pico de torque isométrica e fadiga relativa (Análise 1)...........................................37

Figura 8. Declínio no pico de torque isocinético (análise 1)..................................................38

Figura 9. Queda no pico de torque e fadiga absoluta isocinética (análise 1)........................38

Figura 10. Pico de torque isométrico e fadiga relativa (Análise 1).........................................39

Figura 11. Declínio na produção de torque máximo isométrico (Análise 1)..........................39

Fgiura 12. Queda no pico de torque absoluta e fadiga relativa isocinética (Análise 1).........40

Figura 13. Ação muscular concêntrica e excêntrica (análise 2)............................................44

Figura 14. Pico de torque isométrico e TDT (análise 3)........................................................48

Figura 15. Concentrações de lactato e glicose (análise 3)....................................................49

Figura 16. SEMG dos músculos extensores do joelho (análise 3)........................................51

Figura 17. Percepções Subjetiva de esforço, dor e recuperação (análise 3)........................52

Figura 18. Torque isocinético e o percentual da redução do pico de torque (análise 4).......57

Figura 19. SEMG dos músculos extensores do joelho: RMS,FDM e FInsm5 (análise 4).........58

Figura 20. Concentrações de glicose, lactato e LDH (análise 4) ..........................................59

Figura 21. Percepções Subjetiva de esforço, dor e recuperação (análise 4)........................60

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Nomenclatura, anatomia muscular e pontos de colocação de eletrodos.............33

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LISTA DE TABELA

Tabela 1. Comparação de protocolos de fadiga no dinamômetro isocinético........................11

Tabela 2. Parâmetros antropométricos Set A (análise 1).......................................................37

Tabela 3. Parâmetros Antropométricos Set B (análise 2)......................................................43

Tabela 4. Parâmetros Hematológicos Set B (análise 2)........................................................44

Tabela 5. Resultados Eletromiográficos.................................................................................50

Tabela 6. Variação percentual e o effect size após a execução do protocolo de FM............51

Tabela 7. Resultado da análise de regressão multivariada...................................................60

Tabela 8. Modelo de regressão multivariada.........................................................................61

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SUMÁRIO

1.Introdução..........................................................................................................................01

1.1 Trajetória acadêmica.............................................................................................01

1.2 Problematização....................................................................................................02

2.Objetivo Geral....................................................................................................................05

2.1 Objetivos Específicos............................................................................................05

3. Revisão da Literatura.......................................................................................................09

3.1 A fadiga muscular..................................................................................................09

3.2 Modelo de fadiga mecânica..................................................................................10

3.3 Modelo de fadiga neuromuscular..........................................................................14

3.4 Modelo de fadiga bioquímica................................................................................19

3.5 Modelo de fadiga psicofisiológica.........................................................................23

4. Materiais e Métodos.........................................................................................................28

4.1 Amostra.................................................................................................................28

4.2 Delineamento experimental..................................................................................29

4.3 Medidas antropométricas......................................................................................29

4.4 Determinação da CIVM.........................................................................................30

4.5 Protocolo de fadiga...............................................................................................31

4.6 Determinação do torque isométrico máximo e TDT..............................................31

4.7 Análise SEMG.......................................................................................................31

4.8 Determinação dos indicadores bioquímicos.........................................................33

4.9 Determinação de parâmetros hematológicos.......................................................34

4.10 Análise da Percepção psicofisiológica................................................................35

4.10.1 Análise da PSD.....................................................................................35

4.10.2 Análise da PSE.....................................................................................35

4.10.3 Análise da PSR................................................................................................35

4.11 Suplementação...................................................................................................35

4.12 Análise estatística...............................................................................................36

5. Resultados e Discussões................................................................................................37

5.1 Resultados da Análise 1 (Set A)...........................................................................37

5.1.1 Discussão dos resultados da Análise 1 (Set A)......................................40

5.2 Resultados da Análise 2 (Set B)...........................................................................43

5.2.1 Discussão dos resultados da Análise 2 (Set B)......................................45

5.3 Resultados da Análise 3 (Set B)...........................................................................48

5.3.1 Discussão dos resultados da Análise 3 (Set B)......................................53

5.4 Resultados da Análise 4 (Set B)...........................................................................56

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6. Conclusões.......................................................................................................................65

7. Referências bibliográficas...............................................................................................66

Anexo 1..................................................................................................................................84

Apêndice 1.............................................................................................................................85

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Trajetória acadêmica

Por incentivo de familiares e por ter finalizado curso técnico de eletrônica o meu

ingresso ao ensino superior iniciou-se no curso de Engenharia Elétrica da Universidade

Presbiteriana Mackenzie. O que me incitou a ingressar no Mackenzie, além da própria

aprovação no vestibular, foi a forte atlética de engenharia e uma bela equipe de Judô,

competitiva tanto em nível nacional quanto internacional.

Judoca desde criança, herança trazida dos meus avós paternos, sonhava em brilhar

na modalidade, porém com a enorme quantidade de tarefas na universidade bem como o

trabalho carecia tempo para as rotinas intensas de treinamento. Os treinos duas vezes por

semana com duração de uma hora, não eram suficientes para enfrentar os adversários que

treinavam todos os dias. Além disso, somados aos treinos específicos (tatame), faziam

preparação física, que na época não era comum entre os judocas.

Dentre as especulações que eram geradas sobre a preparação física e conversa

com um amigo que cursava educação física em Mogi das Cruzes fui orientado que para ser

preparador físico era necessário ter graduação em educação física. Após inúmeras

conversas a respeito da atuação e a percepção agradável sobre a profissão educação física,

percebi que poderia me sustentar financeiramente ministrando aulas de Judô, e dessa forma

largaria a rotina da empresa, as roupas sociais e passaria a usar chinelos, Judogi (roupa

para prática do Judô) e viveria do judô.

Com o desejo cada vez mais profundo, iniciei minha graduação em educação física

na Faculdade de Educação Física de Santo André (FEFISA) em 1999. Entre as disciplinas e

a diversidades de professores encontrei um determinado professor que encantou-me com

seu discurso acadêmico (Prof. Dr. Ricardo Ricci Uvinha). Ao cursar a disciplina de

Cinesiologia e Biomecânica percebi que poderia unir os ensinamentos do curso de

engenharia ao movimento humano. A partir daquele momento nasceu a paixão pela

Cinesiologia e a Biomecânica, disciplinas que até hoje tenho o prazer em ministrá-las tanto

em cursos de graduação quanto na pós-graduação lato sensu.

Desde o segundo ano de Faculdade estive envolvido com o laboratório de

Biomecânica e Fisiologia do Exercício e sempre procurava explicar o fenômeno “movimento”

a partir dos vetores, alavancas e dos cálculos e foi assim que iniciei a história com a

pesquisa. Fui contemplado com a bolsa de Iniciação Cientifica para estudar as ocorrências

de lesões no Judô, tema que desenvolvi no trabalho de conclusão de curso, e tive a

oportunidade de participar no meu primeiro evento cientifico.

Desde então, tudo que envolve o estudo da Biomecânica me fascina, passei pela

pós-graduação: Lato Sensu, Mestrado e foi no Doutorado, após conversa com meu atual

orientador, percebemos que existia na literatura algumas lacunas conceituais e

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epistemológicas a respeito da fadiga. Após as inúmeras discussões, e relembrando as lutas

que tive na época em que competia, comecei a questionar fatos que ocorriam durante o

desenvolvimento de uma competição, como por exemplo, a redução da intensidade da força

desenvolvida durante os combates contribuindo que sempre repercutia negativamente no

meu rendimento, hoje denominada de fadiga muscular, foco, portanto das discussões

presentes nesta tese.

1.2. Problematização

A fadiga é um fenômeno de alta complexidade, contudo, conceitualmente podemos

determinar fadiga muscular como redução do desempenho oriundo de uma incapacidade de

um determinado grupo ou grupos musculares manter os níveis de contração durante um

determinado período de tempo (ENOKA, 1992 & HICKS et. al. 2001). Isso advém quando a

musculatura é levada em nível de esforço supra máximos, relacionando-se a duração bem

como a intensidade das ações musculares, tendo sua ocorrência durante a prática de

exercícios físicos, de atividade física, das atividades de vida diária e práticas esportivas seja

no alto rendimento quanto nas atividades de lazer (MAGLISHO, 1999 & MAUGHAN et. al.

2000).

ABBIS & LAURSEN (2005) descreveram vários modelos de aplicação para estudos

da fadiga muscular, sendo eles: biomecânico, neuromuscular, modelo metabólico,

cardiovascular, nutricional, psicológico e motivacional.

Dentre estes modelos ABBIS e LAURSEN (2003) consideram que determinação da

falha mecânica através da dinamômetria isocinética é caracterizada como modelo

biomecânico de fadiga. Existem disponíveis na literatura inúmeros, protocolos que

apresentam modulação da velocidade, do tipo de movimento, variações no número de

repetições, nas séries e nos intervalos entre as séries (CARREGARO et.al. 2011;

ASTORINO et.al. 2010 & RAWSON, 2010) para analisar a redução do desempenho. Além

disso, características amostrais como: gênero, faixa etária e o nível de aptidão física (DIPLA

et.al. 2009; DERAVE et. al. 2007; TIGGELEN et. al. 2008; MOLLINARI et. al. 2006 &

GABRIEL et.al. 2002) são decisivos para a interpretação dos resultados de estudos de

fadiga mecânica.

Contudo, cabe mencionar que a utilização isolada da dinamometria isocinética em

estudos de fadiga pode ser considerada limitada, pois considera somente a variação do

torque no curso temporal, apresentando numericamente redução nos níveis de força,

atribuindo um discurso conceitual reducionista do fenômeno fadiga e, portanto,

desconsiderando a grande complexidade do processo de redução do desempenho. A

redução do desempenho mecânico apresentado por estudos (CARREGARO et. al. 2013;

GIRARD et. al. 2011 & GONZÁLEZ-IZAL et. al. 2010) disponíveis na literatura, pode ser

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proveniente de falha de ativação dos mecanismos neuromusculares, caracterizado por

ABBIS & LAURSEN (2003) como modelo de fadiga neuromuscular.

Desta forma a análise dos mecanismos da fadiga neuromuscular, passou a ser

fortemente investigada pela literatura através da eletromiografia de superfície (HENDRIX et.

al. 2009 &; VØLLESTAD, 1997). A identificação da fadiga neuromuscular a partir da técnica

da eletromiografia fundamenta-se nas alterações na amplitude do sinal bem como nas

variações das frequências encontradas no espectro de potência do sinal mioelétrico (SILVA

& GONÇALVES 2003 & LUCÍA et. al. 1999). Dentre os seus parâmetros a frequência

mediana é o parâmetro mais adequado para detectar a compressão espectral produzida

pela fadiga muscular localizada com estudos (HAUSSWIRTH et. al. 2000; SODERBERG &

KNUTSON 2000 & POTVIN & BENT 1997) apresentando diminuição dos valores da

frequência e aumento da amplitude do sinal mioelétrico.

Cinesiologicamente podemos considerar que a ação muscular pode ocorrer com e

sem variação do ângulo articular, podendo, portanto, ser denominadas como ações

musculares dinâmicas e isométricas (HALL, 1993 & FLOYD & THOMPSON, 2002).

Considerando as alterações eletromiográficas na fadiga muscular, ações musculares

isométricas já estão bem esclarecidas na literatura (ITIKI & NASCIMENTO, 2007) sendo

encontrada diminuição da frequência e aumento do sinal mioelétrico (HENDRIX et.al. 2009).

Entretanto, considerando análises dinâmicas, a literatura ainda permanece inconsistentes,

atribuídas as características estocásticas não estacionárias que dificultam a identificação do

processo de fadiga (ANDRADE, 2006).

Através da depleção de substratos energéticos bem como o acúmulo de metabólitos

(BINI et.al. 2014 & BERTUZZI et.al. 2004) avaliados por dosagens sanguíneas (PYNE et.al.

1997 & FRANKLIN et.al. 1991), as avaliações bioquímicas frequentemente são citadas na

literatura como determinantes da fadiga (BINI et.al. 2014; BERTUZZI et.al. 2004; PYNE

et.al. 1997 & FRANKLIN et.al. 1991). Nesta perspectiva, a fadiga se manifesta quando

existe falha da cinética dos processos bioquímicos durante a ação contrátil do músculo

(BANDEIRA et.al. 2013; DAVIS & BAILEY 1997; DAVIS, 1995 & ROBERTS & SMITH 1989).

Nos processos contráteis a falha ou a limitação pode ocorrer na ativação dos neurônios

motores, nervos periféricos, ligações neuromusculares ou fibras musculares (MORERIRA

et.al. 2008; STACKHOUSE et.al. 2000 & SUNNERHAGEN, 2000). As altas concentrações

de lactato tem sido considerado como mediador metabólico do processo de fadiga muscular,

(URSO et.al. 2010; ROBERTS & SMITH, 1989 & SAHLIN, 1992), porém não se deve

apresentar o lactato como o responsável primário da fadiga, pois alterações tanto pH quanto

alterações das concentrações de H+ e o Ca+, exercem grande influência processo (LIMA

et.al. 2006; SANTOS et.al. 2003; FAVERO, 1999 & INGALLS et.al.1998).

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Todas estas alterações coexistem com alterações nas percepções subjetivas durante

a fadiga muscular (MONTEIRO et.al. 2005). As percepções de esforço e recuperação bem

como a sensação de dor são consideradas fatores limitantes do movimento (FOSCHINI et.

al. 2007), sobretudo por serem considerados sinalizadores de prejuízo funcional sendo

ativados como forma de proteção e preservação durante situações de adversidades

funcionais (FOSCHINI et. al. 2007 & ELLWANGER et.al. 2007).

Considerando a complexidade do processo de fadiga, pareceu-nos haver um “gap”

na literatura quando consideramos a investigação entre os múltiplos modelos indicadores de

redução de desempenho analisados de forma multivariada. A grande maioria dos estudos

(CARREGARO et.al. 2013; DAVIS & FITTS, 2001; DIPLA et.al. 2008 & FITTS, 1994)

disponíveis se vale da investigação do processo de fadiga neuromuscular apenas de forma

bi-variada, associando as alterações mecânicas somente a fatores eletromiográficos,

caracterizando o processo de forma reducionista. Desta forma, a análise multivariada do

processo de fadiga torna-se extremamente relevante para a interpretação e caracterização

do processo de fadiga neuromuscular. Além disso, também não está claro na literatura qual

o impacto que o nível de nível de atividade física exerce nos indicadores de fadiga muscular.

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2. OBJETIVO GERAL

Considerando a complexidade do processo de fadiga neuromuscular o objetivo deste

estudo é analisar a fadiga muscular periférica aguda em indivíduos saudáveis que cumprem

(ativos) e não cumprem (inativos) as recomendações de atividade física.

2.1 Objetivos Específicos

Ao assumir que o processo de fadiga muscular é multifatorial foi considerado no

presente estudo a necessidade de analisar o fenômeno por diferentes óticas. Desta forma,

para uma melhor compreensão das etapas do estudo, assumiu-se apresentação dos

objetivos específicos como análises, tendo em sua estrutura abordagens diferencias e

específicas para melhor interpretação de seus achados. Sendo assim foram elaboradas

quatro análises sendo elas:

- Análise 1

Padronizar um protocolo indutor de fadiga do grupo muscular extensor do joelho

utilizando o dinamômetro isocinético.

Sub-análises:

- Elaborar e testar um protocolo de fadiga muscular periférica de extensores de joelho.

Hipótese: Para que o protocolo seja eficiente, quando executado a última série de extensão

da articulação do joelho direito, os níveis de força deverão ser menores comparados à

primeira série.

- Analisar a eficiência do protocolo no comprometimento da geração da força isométrica

após o protocolo de fadiga.

Hipótese: A força isométrica será testada em três execuções de CIVM, obtendo a média.

Será realizado antes e logo após o término do protocolo de fadiga isocinética. Acreditamos

que as CIVM pós-protocolo apresentarão diminuição significante comparado ao pré.

- Comparar o comportamento do pico de torque isocinético durante o protocolo de fadiga

muscular em indivíduos ativos e inativos.

Hipótese: Acreditamos que a cada série o pico de torque irá diminuindo, e esta diminuição

será mais acentuada em indivíduos inativos comparados aos ativos. Comparando o pico de

torque gerado nas primeiras séries em relação à última série, deveremos encontrar grande

queda em indivíduos inativos, porém para os indivíduos ativos encontraremos diminuição,

mas não tão acentuada em relação aos inativos.

- Análise 2

Analisar as alterações de parâmetros hematológicos de indivíduos ativos e inativos

submetidos a um protocolo de fadiga muscular.

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6

Sub-análises:

- Caracterizar o prejuízo do pico de torque isocinético concêntrico e excêntrico durante o

protocolo de fadiga muscular em indivíduos ativos e inativos.

Hipótese: Por se tratar de um protocolo intenso indivíduos inativos e ativos apresentarão

prejuízos no pico de torque, tanto na ação concêntrica como na excêntrica.

- Comparar o prejuízo do pico de torque isocinético concêntrico e excêntrico durante o

protocolo de fadiga muscular em indivíduos ativos e inativos.

Hipótese: Devido ao fato da treinabilidade, acreditamos que encontraremos menores

prejuízos em indivíduos ativos comparados aos inativos.

- Caracterizar as alterações dos hematócritos, hemácias e leucócitos após a realização do

protocolo de fadiga muscular em indivíduos ativos e inativos.

Hipótese: Tanto para indivíduos inativos e ativos após a execução do protocolo de fadiga,

encontraremos grandes alterações nos valores de hematócritos, hemácias e leucócitos.

- Comparar as alterações dos hematócritos, hemácias e leucócitos após a realização do

protocolo de fadiga muscular em indivíduos ativos e inativos.

Hipótese: Tanto para os indivíduos ativos como para os inativos os valores de hematócritos,

hemácias e leucócitos após o protocolo de fadiga sofrerão aumento, porém este aumento

será muito mais acentuado para indivíduos inativos comparados aos ativos.

- Análise 3

Analisar as alterações dos indicadores de fadiga no desenvolvimento de força

isométrica de indivíduos ativos e inativos submetidos ao protocolo de fadiga

muscular.

Sub-análises:

- Caracterizar e comparar os parâmetros antropométricos entre indivíduos ativos e inativos.

Hipótese: Pressupomos que indivíduos ativos possuem melhores níveis antropométricos

comparados aos inativos.

- Caracterizar e comparar prejuízo na força isométrica bem como na taxa de

desenvolvimento de força isométrica de indivíduos ativos e inativos após a aplicação do

protocolo de fadiga.

Hipótese: Indivíduos ativos desenvolverão maiores níveis de força isométrica, bem como a

taxa de desenvolvimento de força e por consequência sofrem menores prejuízos comprados

aos inativos.

- Caracterizar e comparar as alterações das concentrações de lactato e glicose de

indivíduos ativos e inativos após a aplicação do protocolo de fadiga.

Hipótese: Devido à intensidade e duração do protocolo de fadiga tanto para indivíduos

inativos como para os ativos, os valores de glicose e o lactato aumentarão ao longo da

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execução das séries. O aumento do lactato será mais acentuado para os indivíduos inativos,

mas para a glicose o aumento será mais exponencial para os indivíduos ativos.

- Caracterizar e comparar as alterações dos parâmetros eletromiográficos dos músculos reto

femoral, vasto lateral e vasto medial isoladamente durante o desenvolvimento de força

isométrica de indivíduos ativos e inativos após a aplicação do protocolo de fadiga.

Hipótese: Reto femoral (RMS aumenta; FDM; Flmns5 diminui). Vasto Medial (RMS

aumenta; FDM diminui e Flns5 diminui). Vasto lateral (RMS aumenta; FDM diminui e Flns5

diminui). Na flexão e extensão da articulação do joelho encontraremos maiores valores para

o Vasto Lateral, seguido pelo Reto Femoral e o de menor solicitação Vasto Medial (tanto

para RMS, FDM e Flns5). Encontraremos maiores valores de RMS para indivíduos ativos,

maior frequência (FDM) e índice (Flns5) para os inativos.

- Caracterizar e comparar as alterações dos parâmetros eletromiográficos considerando os

músculos extensores do joelho durante o desenvolvimento de força isométrica de indivíduos

ativos e inativos após a aplicação do protocolo de fadiga.

Hipótese: Aumento na RMS e diminuição nas frequências (FDM e Flsn5). Maiores valores

na RMS para indivíduos ativos e maiores valores de frequência para indivíduos inativos.

- Caracterizar e comparar as alterações dos parâmetros psicofisiológicos (percepções de

esforço, dor e recuperação) de indivíduos ativos e inativos após a aplicação do protocolo de

fadiga.

Hipótese: Indivíduos ativos são mais resistentes à dor e ao esforço, e possuem melhores

índices de recuperação.

- Análise 4

Avaliar os indicadores de fadiga do pico de torque isocinético durante o protocolo de

indução a fadiga muscular em indivíduos ativos e inativos.

- Caracterizar e comparar os parâmetros de composição corporal entre indivíduos ativos e

inativos.

Hipótese: Pressupomos que indivíduos ativos possuem melhores níveis antropométricos

comparados aos inativos.

- Caracterizar e comparar prejuízo do pico de torque isocinético dos músculos extensores do

joelho durante a aplicação do protocolo de fadiga muscular de indivíduos ativos e inativos.

Hipótese: Acreditamos que a cada série o pico de torque irá diminuindo, e esta diminuição

será mais acentuada em indivíduos inativos comparados aos ativos. Comparando o pico de

torque gerado nas primeiras séries em relação à última série, deveremos encontrar grande

queda em indivíduos inativos, porém para os indivíduos ativos encontraremos diminuição,

mas não tão acentuada em relação aos inativos.

- Caracterizar e comparar as alterações das concentrações de glicose, de lactato e da

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lactato desidrogenase durante a aplicação do protocolo de fadiga muscular de indivíduos

ativos e inativos.

Hipótese: Devido à intensidade e duração do protocolo de fadiga tanto para indivíduos

inativos como para os ativos, os valores de glicose, lactato e LDH aumentarão ao longo da

execução das séries. O aumento do lactato e da LDH serão mais acentuado para os

indivíduos inativos, mas para a glicose o aumento será mais exponencial para os indivíduos

ativos.

- Caracterizar e comparar as alterações dos parâmetros eletromiográficos dos músculos

extensores do joelho durante a aplicação do protocolo de fadiga de indivíduos ativos e

inativos.

Hipótese: Aumento na RMS e diminuição nas frequências (FDM e Flsn5). Maiores valores

na RMS para indivíduos ativos e maiores valores de frequência para indivíduos inativos.

- Caracterizar e comparar as alterações dos parâmetros psicofisiológicos (percepções de

esforço, dor e recuperação) durante a aplicação do protocolo de fadiga de indivíduos ativos

e inativos.

Hipótese: Indivíduos ativos são mais resistentes à dor e ao esforço, e possuem melhores

índices de recuperação.

- Desenvolver um modelo de predição da fadiga neuromuscular dos músculos extensores do

joelho através da regressão multivariada de indivíduos ativos e inativos.

Hipótese: Acreditamos que a melhor combinação que será gerada pela regressão

multivariada em função da PQD será: nível de atividade física, lactato (entre as variáveis

bioquímicas), percepção subjetiva de esforço (psicofisiológicas) e Flns5 (SEMG).

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3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1. A fadiga muscular

A investigação sobre fadiga muscular pode ser observada pela falha mecânica

detectada pelo dinamometria isocinética, porém está falha é oriunda do comprometimento

da maquinaria contrátil que envolve desde reações bioquímicas que comprometem as

funções fisiológicas. No entanto, o comportamento da fadiga sob estes diferentes olhares

isoladamente em relação à etiologia encontra-se ainda inconclusivos (GREEN, 1995 &

ASCENSSÃO et.al. 2003).

Tem sido sugerido que a incapacidade do músculo esquelético gerar elevados níveis

de força muscular ou manter esses níveis no tempo pode ser denominada como fadiga

neuromuscular (BANGSBO, 1997; ALLEN et.al. 1995; ENOKA, 1992; McKENNA, 1992 &

NICOL et. al. 1991). A fadiga tem sido igualmente, sugerida como um mecanismo de

proteção contra possíveis efeitos deletérios da integridade da fibra muscular esquelética

(WILLIAMS & KLUG 1995 & ASCENSÃO et. al. 2003).

O prejuízo do desempenho neuromuscular pode ser resultado de alterações da

homeostasia da musculatura esquelético, resultando em decréscimo da força contrátil

independentemente da velocidade de condução do impulso neural, habitualmente designada

de fadiga com origem predominantemente periférica (SEGERSTED & SJØGAARG, 2000).

Pode também ser o resultado de alterações do input neural que chega ao músculo,

traduzida por uma redução progressiva da velocidade e frequência de condução do impulso

voluntário aos motoneurônios durante o exercício, normalmente denominada de fadiga com

origem predominantemente central (DAVIS 1995; DAVIS & BAILEY, 1997 & FITTS &

METZGER, 1988).

Adicionalmente, cabe a ressalva que a fadiga muscular se associa ao tipo, duração,

intensidade, tipologia de fibras musculares recrutadas, nível de treino, bem como das

condições ambientais durante a realização do exercício físico (DAVIS & FITTS 2001;

ENOKA & STUART 1992; ROBERTS & SMITCH 1989; FITTS & METZGER, 1988). Estudos

como de ASCENSÃO et. al. (2003), demonstraram que alterações no pH, na temperatura,

fluxo sanguíneo, acúmulo de produtos do metabolismo celular, particularmente resultantes

da hidrólise do ATP (ADP, AMP, IMP, Pi, amônia), perda da homeostasia do íon Ca2+, papel

da cinética de alguns íons entre os meios intra e extra celulares, o K+, Na+, Cl-, Mg2+, lesão

de fibras musculares, principalmente induzida pelo exercício com predominância de

contrações excêntricas e o estresse oxidativo são considerados como mecanismos causais

da fadiga muscular.

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3.2 Modelo de fadiga mecânica

As condições que levam à fadiga muscular, bem como métodos de recuperação, e

forma de evitá-las foram objetos de estudo de várias pesquisas (GIOFTSIDOU et. al. 2007;

KOUTEDAKIS & SHARP 2004 & MERCER et. al. 2003). Sobre o ponto de vista mecânico, a

ocorrência de fadiga mecânica se associa a três fatores concomitantemente: a) solicitações

dinâmicas, b) solicitações de tração e c) deformação plástica.

A falha mecânica por fadiga ocorre devido a nucleação e propagação de defeitos em

materiais devido a ciclos alternados de tensão e deformação. Inicialmente as tensões

cisalhantes provocam um escoamento localizado gerando intrusões e extrusões na

superfície aumenta a concentração de tensões dando origem a uma descontinuidade inicial.

À medida que esta descontinuidade se torna mais "aguda" a mesma pode começar a

propagar gerando uma "trinca de fadiga" cujo tamanho aumentará progressivamente até a

fratura do componente (DVIR, 2002).

Diferentes protocolos (HAYASHI et.al. 1998; DIPLA et.al. 2008 & ESCAMILLA et.al.

1998) e aparelhos são utilizados no estudo da fadiga mecânica, não havendo consenso de

qual seria o melhor método a ser empregado para induzir fadiga muscular.

Para cumprir este objetivo foi realizado busca na base de dados PUBMED,

utilizando-se como descritores os termos muscle fatigue, knee and isokinetic. A tabela 1

apresenta os resultados.

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Tabela 1: Comparação de protocolos de fadiga realizadas no dinamômetro isocinético. Itens

analisado foram: sujeitos (sexo, faixa etária e nível de atividade física), protocolos de indução a fadiga (séries, repetições, intervalo e velocidade angular).

Autor Sexo Idade

(anos)

Velocidade

(o/-s)

Série

(nº)

Repetição

(nº)

Movimento

Articular

Intervalo

(min)

Fadiga

(%)

Carregalo et.al. (2011)

A (M) 30 ± 6 60

60

60

180

180

180

3

3

3

3

3

3

10

10

10

10

10

10

Ext

Flex

Ext/Flex

Ext

Flex

Ext/Flex

1

1

1

1

1

1

83

90

79

90

94

87

Astorino et. al. (2010) A (M) 27 ± 4 180 2 40 Ext 3 64

Rawson (2010) I (M)

A (M)

66 ± 6

21 ± 2

180

180

5

5

30

30

Ext

Ext

1

1

75

55

Dipla et. al. (2009)

J (M)

Ad

(M)

A (M)

J (M)

Ad

(M)

A (M)

J (M)

Ad

(M)

A (M)

J (F)

Ad (F)

A (F)

11 ± 1

14 ± 1

24 ± 2

11 ± 1

14 ± 1

25 ± 1

11 ± 1

14 ± 1

24 ± 2

11 ± 1

14 ± 1

25 ± 1

120

120

120

120

120

120

120

120

120

120

120

120

4

4

4

4

4

4

4

4

4

4

4

4

18

18

18

18

18

18

18

18

18

18

18

18

Flex

Flex

Flex

Flex

Flex

Flex

Ext

Ext

Ext

Ext

Ext

Ext

107

85

75

100

82

83

82

85

71

89

82

73

Theou et. al. (2008)

A (F)

I (F)

A (F)

I (F)

22 ± 1

70 ± 1

22 ± 1

70 ± 1

3

3

3

3

08

08

08

08

Flex

Flex

Ext

Ext

0.25

0.25

0.25

0.25

85

88

87

84

Tiggelen et. al. (2008) A

(M/F)

23 ± 1 120 1 05 0.50 50

Derave et. al. (2007) A (M) 18 ± 1 180 5 30 Ext 1 75 a 86

Mollinari et. al. (2006)

A

(F/M)

29 ± 1 180

30

60

60

4

4

4

4

10

10

15

15

Ext (conc.)

Flex (exc.)

Flex (conc.)

Ext (exc.)

10

10

10

10

73

76

75

77

Kellis (2003) Ad

(F/M)

14 ± 1 60 1 34 Ext 50

Mercer et. al. (2003) J (M)

J (F)

17 ± 1 60

60

1

1

5

5

Ext

Ext

78

78

Michaut et. al. (2003) A (F) 24 ± 2 60 10 10 Ext 1 90

Gabriel et. al. (2002) A (M) 28 ± 2 20 a 60 1 Exaustão Ext 50

I: idoso, A: adulto, Ad: adolescente, J: jovens, M: masculino, F: feminino, Flex: flexão, Ext: extensão, Conc: concêntrica, Exc: excêntrica.

Considerando o conceito de fadiga apresentando por ENOKA (1992), todos os

protocolos apresentados na tabela 1, induzem a fadiga, pois os níveis de contrações

mensuradas pelo torque apresentaram diminuição comparada a contração voluntária

máxima. Desta forma foi necessário entender qual o protocolo que induz maior prejuízo no

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desenvolvimento de força muscular, assim focamos nossa análise no número de séries;

número de repetições; velocidade angular e intervalo entre as séries.

No estudo de CARREGARO et. al. (2011), considerando homens adultos a

velocidade de 60º s-1 induz maior fadiga em relação a 180º s-1 e na velocidade de 60º s-1 a

série que apresentou o maior impacto na fadiga foi no momento que foi realizado a flexão e

extensão concomitantemente, obedecendo ao intervalo de 1 minuto, neste protocolo

apresentou-se 79% de redução comparado a contração voluntaria máxima realizando-se 3

séries de 10 repetições.

Em ASTORINO et. al. (2010), avaliando a mesma população utilizando velocidade de

180º s-1 em 2 séries com 40 repetições com intervalo de 3 minutos na extensão do joelho,

apresentou fadiga de 57% na flexão do joelho. No estudo de RAWSON (2010) também

utilizando homens, foi encontrado reduções de 55% na musculatura envolvida na extensão

de joelho utilizando 5 séries de 30 repetições, contudo os autores não apresentaram a

velocidade angular.

DIPLA et. al. (2009) utilizando velocidade de 120º s-1, 4 séries de 18 repetições, sem

padronização do intervalo entre as séries, apresentaram fadiga correspondente a 75% na

flexão e 71% na extensão de joelho. DERAVE et. al. (2007) avaliando atletas com

velocidade padronizada a 180º s-1, 5 séries de 30 repetições, na extensão e 1 minuto,

demonstraram variação de fadiga entre 75 a 86% da força máxima. GABRIEL et. al. (2002),

utilizaram apenas uma série com repetições realizadas até a exaustão encontraram redução

de 50% da força muscular.

Observando o protocolo utilizado por CARREGARO et. al. (2011), ficou claro que a

velocidade é fator determinante para induzir fadiga, quanto menor a velocidade angular

maior é a indução a fadiga, porém no estudo de ASTORINO et. al. (2008), a velocidade

angular é maior, porém o número de repetições é maior, induzindo assim a maior fadiga.

Além disso, o aumento do número de séries também é preponderante, de acordo

com o estudo de RAWSON (2010), o número de séries foi crucial para indução da fadiga.

Podemos também notar que, nos estudos de CARREGARO et. al. (2011), DIPLA et. al.

(2009) e DERAVE et. al. (2007), que até 30 repetições independentes da velocidade angular

ou do número de séries a indução a fadiga é menor.

No estudo de GABRIEL et. al. (2002), ficou claro que independente da velocidade

angular utilizar repetições até a exaustão induz o maior índice de fadiga, porém se estamos

buscando apontar o melhor protocolo o problema está situado em determinar qual o número

de repetições.

O que é apontado em DERAVE et. al. (2007) que mesmo atletas que utilizaram a

velocidade angular de 180º s-1 com repetição ≤ 30, a fadigabilidade fica próximo dos demais

estudos supracitados.

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13

O protocolo apresentado por TIGGELEN et. al. (2007), considerou um único grupo

incluindo adultos do sexo masculino e feminino em sua amostra. Utilizando velocidade de

60º s-1 com 1 série de 5 repetições o protocolo foi repetido inúmeras vezes até o torque

atingir 50% da contração voluntaria máxima, corroborando com GABRIEL et. al. (2002).

MOLLINARI et. al. (2006), avaliando adultos de ambos os sexos, com velocidade de 180ºs-1,

4 séries de 10 repetições, com ênfase na ação concêntrica durante a extensão de joelho e

intervalo de 10 minutos entre as séries encontraram fadiga correspondente a

aproximadamente 73% da contração voluntaria máxima.

Analisando mulheres DIPLA et. al. (2009) utilizando velocidade angular de 120ºs-1, 4

séries de 18 repetições, encontraram 83% de redução da força muscular e 73% de redução

na flexão e extensão de joelho respectivamente. THEOU et. al. (2008), sem apresentar

velocidade angular, utilizando 3 séries de 8 repetições com flexão de joelho e 15 segundos

de intervalo apresentaram redução de 85%. O mesmo grupo em 2007 apresentou fadiga

correspondente a 87% na musculatura extensora de joelhos.

Considerando a importância do número de repetições fica evidente que ao

considerar os resultados obtidos com 10 séries de 10 repetições conforme MERCER et. al.

(2003) que demonstraram fadigabilidade correspondente a 90%.

Em mulheres adultas, como os protocolos não apresentaram as velocidades

angulares, com exceção de DIPLA et. al. (2009), é notório verificar que o maior índice de

fadiga é influenciado pelo número de repetições, independentemente do número de séries.

Utilizando idosos RAWSON (2010) com protocolo de velocidade angular

correspondente 180º s-1, 5 séries de 30 repetições, com intervalo de 1 minuto, apresentou

índice de fadiga correspondente a 75%, apresentando assim consonância com os dados

dos adultos independentemente do sexo, que apresentaram os maiores índices de fadiga

considerando maior número de repetições.

No estudo de THEOU et. al. (2008), idosas realizaram 3 séries de 8 repetições, com

intervalo de 15 segundos entre as séries, encontraram reduções de 88% da força na flexão

e 84% na extensão do joelho. Mesmo no público idoso fica claro que quanto menor o

número de repetições, independente da velocidade angular e as séries os melhores índices

de fadiga são apresentados a partir de 30 repetições.

Em crianças do sexo masculino DIPLA et. al. (2009), utilizando velocidade de 120º s-1

com 4 séries de 18 repetições, na flexão de joelho apresentaram redução de 107% do

desempenho, curiosamente utilizando o mesmo protocolo, contudo na extensão de joelhos o

foi encontrado redução correspondente a 82%. MERCER et. al. (2003), utilizando velocidade

de 60º s-1, com 1 série de 5 repetições, foi apresentado fadiga correspondente a 78%, neste

caso o fator preponderante foi a velocidade e não o número de repetições para alcançar a

fadiga, diferente dos estudos supracitados. Já DIPLA et. al. (2009), utilizando velocidade de

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120º s-1, com 4 séries de 18 repetições, na flexão e extensão de joelho, apresentaram 85%

de redução do desempenho. KELLIS (2003), utilizando velocidade de 60º s-1, com 1 série de

34 repetição na extensão, encontraram fadiga correspondente a 50%.

Dessa forma é incontestável que a indução de fadiga em adolescentes, de ambos os

sexos, os números de repetições são cruciais para indução da fadiga, as séries e as

velocidades angulares não são preponderantes para prejuízos da manutenção da força.

Como fato o protocolo que atingiu maior índice de fadiga para idosos foi utilizando

velocidade angular de 180º s-1, 5 séries de 30 repetições com 1 minuto de intervalo. Em

crianças o melhor protocolo utilizou a velocidade angular de 60ºs-1, 1 séries de 5 repetições,

na extensão de joelho. Em adolescentes o melhor protocolo utilizou velocidade de 60ºs-1,

com 1 série de 34 repetições.

Já para adultos do sexo feminino o protocolo que atingiu melhores níveis de fadiga

foi a utilização com velocidade angular de 120º s-1, com 4 séries de 18 repetições, na

extensão de joelho. Para adultos do sexo masculino o protocolo mais promissor

correspondeu a utilização da velocidade angular de 60º s-1, de 3 a 4 séries e acima de 30

repetições com intervalo de 1minuto entre as séries.

Entretanto, considerando o tempo de execução do protocolo, associando 4 séries

com 30 repetições por segundo temos em média uma duração de 120 segundos, o que

metabolicamente não garante que seja possível avaliações de medidas bioquímicas como

lactato, pois, o nível de lactato se eleva sericamente após 4 a 5 minutos de atividade com

prevalência anaeróbia (McARDLE et. al.1996).

3.3. Modelo de Fadiga Neuromuscular

A contração muscular e a produção de força são provocadas pela mudança relativa

de posição de várias moléculas ou filamentos no interior do arranjo muscular. O

deslizamento dos filamentos é provocado por um fenômeno elétrico conhecido como

potencial de ação (MARCHETTI et. al. 2007, LIPPERT 2010, HALL 1993). O potencial de

ação resulta na mudança no potencial da membrana que existe entre o interior e o exterior

da célula muscular (MARCHETTI et. al. 2007; LIPPERT, 2010 & HALL, 1993). O registro dos

padrões de potenciais de ação é denominado eletromiografia, este por si só denomina-se

eletromiograma. A eletromiografia registra um fenômeno elétrico que se relaciona com a

contração muscular (SANTOS, 2008 & KUMAR & MITAL, 1996).

A técnica da eletromiografia está baseada no fenômeno do acoplamento

eletromecânico do músculo. Sinais elétricos gerados no músculo eventualmente conduzem

ao fenômeno da contração muscular, potenciais de ação simples ou em salva atravessam a

membrana muscular (sarcolema), essas diferenças de potencial viajam profundamente

dentro das células musculares através dos túbulos t. Os túbulos t são invaginações da

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membrana muscular dentro das células musculares. Tais invaginações são numerosas e

ocorrem na junção das bandas claras e escuras das miofibrilas e as circundam como um

anel no dedo. Estes anéis estão interconectados com os anéis das miofibrilas vizinhas

formando um extensivo sistema de túbulos. Esta organização permite que o potencial

elétrico viaje até as mais profundas partes do músculo quase que instantaneamente. Estes

potenciais de ação são o gatilho que libera íons de cálcio do retículo sarcoplasmático para

dentro do citoplasma muscular. Estes íons de cálcio são os responsáveis pela facilitação da

CM que se manifesta pela movimentação dos membros do corpo e a geração de força

(MARCHETTI, 2005 & KUMAR & MITAL 1996).

A atividade elétrica está relacionada com a vida das células (WEINECK, 1991).

Qualquer célula para permanecer viva necessita de uma determinada atividade elétrica que

regula suas relações com o meio na qual está inserida. Toda a atividade elétrica das células

tem sua origem no fato de serem envolvida por uma membrana bi-lipídica (a membrana

celular), que representa uma barreira que possibilita os fluidos dos espaços Intra e

extracelular se misturarem. A membrana também possui estruturas que permitem o

intercâmbio de substâncias específicas e informação entre os compartimentos (WEINECK

1991). As proteínas que se encontram inseridas na membrana tem um papel importante no

processo de comunicação entre os compartimentos. Funcionalmente distinguem-se dois

grupos de proteínas, as transportadoras e as receptoras. As transportadoras permitem a

passagem de substâncias através da membrana e são altamente específicas para uma ou

um pequeno grupo de substâncias, são denominadas como carreadoras, bombas ou canais

de membrana de acordo com suas características particulares. Os receptores se combinam

especificamente com certas moléculas como os hormônios e servem para a transferência de

informação através da membrana (KUMAR & MITAL 1996).

A constituição dos fluidos intra e extracelular é diferente, em particular com relação

aos íons. A distribuição desigual dos íons resulta numa diferença de potencial elétrico

conhecido como potencial de membrana. O potencial de membrana para a maioria das

células fica entre -60 e -90 mV. O interior da célula é negativo com relação ao meio externo.

Ligeiras variações ocorrem como resultado das mudanças na composição iônica dos fluidos.

Comportamento diferente está associado, contudo à chamada excitabilidade de membrana

encontrada nos nervos e nas células musculares. O potencial de membrana destas células,

iniciando a partir do potencial de repouso, (-60 -90 mV) pode mudar em milisegundos (ms)

para aproximadamente +20 ou +50 milivolts (mV). Essa rápida mudança no potencial

transmembrana é denominada potencial de ação. Os potenciais de ação são responsáveis

por rápida transferência de informação e, nos músculos, eles têm a tarefa de iniciar a

contração muscular (KUMAR & MITAL, 1996).

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Os sinais elétricos observados na eletromiografia estão diretamente relacionados

com os potenciais de ação do músculo (MARCHETTI, 2005). A composição do fluido

intracelular caracteriza-se pela alta concentração dos cátions potássio (K+) a de proteínas

anions (A-), por outro lado o líquido intersticial é rico em cátions sódio (Na+) e anions cloro

(Cl-) (WEINECK, 1991). O gradiente de concentração de (Na+) e (K+) em ambos os lados da

membrana, resulta na criação de um potencial elétrico (WEINECK, 1991).

A unidade estrutural da contração muscular é a célula muscular ou fibra muscular

(MARCHETTI et. al. 2007; LIPPERT, 2010 & HALL 1993). Pode ser descrita como um fio

finíssimo que tem até 30 cm de longitude, porém uma espessura de 100 m (0,1 mm). Ao se

contrair diminui seu comprimento de repouso em até 57%. As fibras de um músculo não

sofrem um encurtamento uniforme e contínuo durante a contração muscular, na realidade

experimentam mudanças muito rápidas (MARCHETTI et. al. 2007; LIPPERT 2010 & HALL

1993). A contração de aparência uniforme é a soma de todas essas mudanças rápidas

(KUMAR & MITAL, 1996). É provável que as fibras jamais se contraiam de forma individual

no mamífero normal, e sim pequenos grupos que são as unidades motoras (KUMAR &

MITAL 1996).

Normalmente as unidades motoras sofrem uma enérgica contração quando recebem

impulsos nervosos de diversas frequências, em geral menores do que 50 por segundo. A

quantidade de fibras que constituem uma unidade motora é varável (MARCHETTI et .al.

2007). Músculos que controlam movimentos finos como os movimentos do ouvido, globo

ocular e laringe possuem menor quantidade de fibras por unidade motora (menos que 10

por unidade) em quanto que músculos das extremidades que participam de movimentos

grosseiros possuem mais (WEINECK 1991).

BASMAJIAN (1976), contou 2.000 fibras no ventre medial do gastrocnêmio. Contudo,

até os fascículos maiores de fibras musculares são pequenos e a contração vigorosa de um

músculo esquelético requer da contração de muitas destas unidades motoras. O princípio

fundamental que rege a contração é que tem que haver uma assincronia total das

contrações das unidades motoras, imposta por salvas assincrônicas de impulsos que

descem por múltiplos axônios. O resultado desta constante afluência de breves contrações

de distintas frequências dentro de um músculo constitui uma tração uniforme (MARCHETTI

et. al. 2007 & MARCHETTI, 2005). Em determinados transtornos as contrações se

sincronizam e produzem tremor visível. As fibras de uma unidade motora podem estar

disseminadas e misturadas com as fibras de outras unidades motoras, consequentemente

em cortes histológicos transversais as fibras observadas raramente correspondem a uma

única unidade (SACCO & TANAKA 2008; NEUMANN 2006 & GREENE & ROBERTS 2002).

Quando um impulso chega até a placa motora, se propaga pela fibra uma onda

contrátil que dá lugar a uma breve contração seguida de um rápido e completo relaxamento.

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Este processo dura desde ms até 0,2 segundos dependendo do tipo de fibra (rápida ou

lenta). Durante a contração, gera-se um minúsculo potencial elétrico que dura 1, 2 ou até 4

ms e se dissipa pelos tecidos circunvizinhos. Como não são todas as fibras da unidade que

se contraem exatamente ao mesmo tempo (algumas apresentam um retardo de alguns ms),

o potencial que se desenvolve na contração de uma unidade motora se prolonga de 5 a 12

ms. O resultado da contração de uma unidade motora é uma descarga elétrica com duração

média de 9 ms e uma amplitude total medida em microvolts (mV) com eletrodos de agulha

(MARCHETTI et. al. 2007). Com eletrodos de superfície as durações se prolongam porque

os potenciais se borram e arredondam (MARCHETTI et. al. 2007).

A maioria dos potenciais de uma unidade motora estão próximos de 500 mV.

Quando observados num osciloscópio ou outro dispositivo similar parecem uma espiga

aguda que pode ser bifásica ou trifásica (KATIRJI, 2002). Porém no tamanho final intervém

fatores que complicam o traçado, como a distância entre os eletrodos e a unidade, o tipo de

eletrodo e o equipamento empregado (KATIRJI, 2002). Embora o potencial da unidade

motora é relativamente curto, o tempo mecânico surpreende pelo prolongado que é até as

unidades de fibras rápidas têm uma contração várias vezes mais prolongadas do que o

potencial que acompanha esta. As unidades motoras lentas podem demorar até um décimo

de segundo ou mais para relaxar-se após cada contração (KATIRJI, 2002).

No geral aceita-se no homem o limite superior de ativação das unidades motoras em

50 por segundo (PEASE et. al. 2008). Em condições normais os potenciais mais baixos

aparecem como uma leve contração e à medida que a força aumenta se recrutam potenciais

cada vez maiores e as frequências de descarga aumentam em todas as unidades motoras

(MARCHETTI et. al. 2007 & ANDRADE, 2006) denominando-se como recrutamento normal.

Para ANDRADE (2006) e MARCHETTI (2005) o potencial de unidade motora representa a

fusão de todos os potenciais das fibras individuais dentro de um limite de tempo prefixado.

Desta forma podemos considerar que a eletromiografia é o estudo da atividade elétrica

gerada no músculo durante a contração.

A eletromiografia de superfície é um método não invasivo de análise da fadiga

muscular, podendo ser utilizada considerando a análise da amplitude e da frequência do

sinal eletromiográfico (SILVA & GONÇALVES 2003 & LUCÍA et. al. 1999). A frequência

mediana é o parâmetro mais adequado para detectar a compressão espectral produzida

pela fadiga muscular localizada. Quando comparada ao valor médio da frequência

(ANDRADE, 2006; MARCHETTI, 2005 & KATIRJI 2002). A frequência mediana apresenta-

se menos sensível à adição de ruído e levemente mais sensível à compressão espectral.

Porém, a frequência média pode normalmente ser estimada com menor erro relativo

(CORREIA et. al. 1994).

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Vários estudos (HAUSSWIRTH et. al. 2000; SODERBERG & KNUTSON 2000 &

POTVIN & BENT, 1997) envolvendo situações de fadiga e testes isométricos têm sido

associados com uma diminuição dos valores da frequência, bem como com um aumento da

amplitude do sinal (HAUSSWIRTH et. al. 2000; SODERBERG & KNUTSON, 2000 &

POTVIN & BENT 1997). Nesse sentido, a eletromiografia apresenta-se como um dos

poucos métodos de avaliação direta e não invasiva da fadiga muscular (BIJKER et. al.

2002), particularmente pela verificação das alterações de amplitude e do espectro de

potência da atividade elétrica dos músculos superficiais (RAVIER et. al. 2005; VOLLESTAD

1997 & CHRISTENSEN et. al. 1995).

Existem evidências sobre aumento da amplitude do sinal eletromiográfico em função

do tempo quando o músculo é exercitado em uma carga constante até a exaustão, tanto em

exercícios isométricos como dinâmicos (POTVIN & BENT, 1997). Contudo, durante

contrações dinâmicas, há dúvidas em relação à efetividade da mensuração da fadiga pelos

índices eletromiográficos descritos neste trabalho relacionados ao movimento das fibras

musculares em relação ao posicionamento dos eletrodos (MESIN et. al. 2009 & RAINOLDI

et.al. 2004).

Durante as contrações dinâmicas a interpretação do sinal eletromiográfico,

especialmente para varáveis espectrais de frequência, pode ser ainda mais complicada por

alterações na força ao longo da amplitude de movimento e consequente mudanças no

número de unidades motoras ativas, nos tipos de fibras musculares ativas e na taxa de

disparo, pelo movimento da junção neuromuscular com relação à posição dos eletrodos e

por problemas com a não-estacionaridade do sinal (PEASE, 2008; ANDRADE 2006 &

KATIRJI, 2002).

Para contrações isométricas tais fatores influenciam significantemente a frequência

do sinal (PEASE, 2008; ANDRADE, 2006 & KATIRJI, 2002). O espectro de frequência

também é relacionado ao comprimento muscular, dado que mudanças em altas frequências

têm sido demonstradas quando o comprimento diminui. No esporte, a avaliação da fadiga

durante as contrações dinâmicas tem sido um desafio, principalmente em relação às

mudanças nos parâmetros eletromiográficos (ROTA et. al. 2014; BLEY et. al. 2011; &

MARCKETTI & UCHIDA, 2011).

Diferentes são os métodos de identificação dos mecanismos de indução da fadiga

neuromuscular, sendo valorizada a utilização de procedimentos não invasivos nos estudos

que envolvem seres humanos submetidos ao exercício. Dentre estes, a avaliação da

ativação muscular por meio da EMG tem sido realizada (KUMAR, 2006; POTVIN & BENT

1997 & HERZOG et. al. 1994).

A frequência de sinal é um dos índices obtidos a partir desses sinais elétricos de

ativação muscular que tem sido utilizado para avaliar a fadiga (RINGHEIM, 2014; LIDA et.

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al. 2014 & ROTA et. al. 2014). Mais especificamente, tem sido demonstrada uma redução

da frequência de sinal com a fadiga neuromuscular (RINGHEIM, 2014; LIDA et. al. 2014 &

ROTA et. al. 2014). O mecanismo dessa redução do espectro predominante da frequência

do sinal tem sido associado à diminuição da velocidade de condução do potencial de ação

através da membrana celular por fadiga das unidades motoras, contudo, com aumento da

amplitude do sinal eletromiográfico principalmente em contrações submáximas (sustentadas

ou intermitentes), o qual tem sido descrito como um indicativo da ativação de novas

unidades motoras na tentativa de manutenção da produção de força em função da fadiga de

unidades motoras previamente recrutadas (HERZOG et. al. 1994).

Entretanto, o comportamento desses índices de avaliação da fadiga parece diferir

entre protocolos que utilizam contrações concêntricas e excêntricas (GONZALES-IZAL et.

al. 2014 & PIITUALAINEN et. al. 2011). Parte dessas diferenças pode estar associada ao

fato de que protocolos de fadiga excêntrica parecem gerar lesão muscular, e dependem

menos do componente contrátil na geração de força e mais dos componentes passivos ou

elásticos do músculo (GONZALES-IZAL et. al. 2014). Já as contrações concêntricas

parecem depender mais do componente contrátil durante protocolos de fadiga

(PIITUALAINEN et. al. 2011). Portanto, essas diferenças intrínsecas dos diferentes tipos de

contração deverão produzir diferenças na forma como a fadiga neuromuscular se expressa

(GONZALES-IZAL et. al. 2014 & PIITUALAINEN et. al. 2011).

3.4. Modelo de fadiga bioquímico

As avaliações bioquímicas frequentemente citadas na literatura para determinação

da fadiga muscular são realizadas por dosagem sanguíneas (PYNE et.al. 1997 & FRANKLIN

et.al. 1991), tendo como base a apreciação da depleção de substratos energéticos bem

como o acúmulo de metabólitos (BINI et.al. 2014 & BERTUZZI et.al. 2004).

De acordo com KIRKENDALL (1990), a depleção de substratos energéticos pode

interferir na taxa de ressíntese de ATP, que por consequência afetará na interação e na

formação das pontes cruzadas bem como na reabsorção do cálcio citosólico (FITTS,

METZGER 1998 & FITTS 1994).

Dentre os metabólitos estudados, o lactato tem recebido grande atenção (ROBERTS

& SMITH, 1989; SAHLIN, 1992; ASCENSSÃO et.al. 2001; EYDOUX et.al. 2000 &

PILEGAARD et.al. 1998), pois apresenta uma elevada correlação com os íons H+, os quais

seriam agentes depressores da contração muscular (MARZZOCO & TORRES, 1990 &

BALOG e FITTS, 2001).

A fadiga muscular se manifesta quando existe a deterioração dos processos

bioquímicos e contráteis do músculo (DAVIS & BAILEY, 1997; DAVIS 1995 & ROBERTS &

SMITH, 1989). Nos processos contráteis a falha ou a limitação acontecem nos neurônios

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motores, nervos periféricos, ligações neuromusculares ou fibras musculares (MOREIRA

et.al. 2008, STACKHOUSE et.al. 2000 & SUNNERHAGEN, 2000). O metabólito que tem

chamado atenção como mediador da fadiga muscular, são as altas concentrações de lactato

(PHILP et.al. 2005; GLADDEN, 2006; JUEL & HALESTRAP, 1999; SMITH, 1989 & SAHLIN,

1992), porém não podemos apresentar o lactato como o único responsável pela fadiga, pois

o pH muscular, H+, creatina quinase (CK,) lactato desidrogenase (LDH), aspartato-

aminotransferase (AST) e o Ca+, possuem grande influência no comprometimento da

maquinaria contrátil (LIMA & SILVA et.al. 2006; SANTOS et.al. 2003; FAVERO, 1999 &

INGALLS et.al.1998).

O lactato é um subproduto da via glicolítica anaeróbia que está presente no corpo

mesmo em repouso, entretanto, na prática de exercício físico os valores se alteram,

ocasionando alterações na produção do ácido lático não havendo equilíbrio entre produção

e remoção (WILLMORE & COSTILL 2001; ROBERTS & SMITH, 1989 & SAHLIN, 1992).

Esta relação remete-se a produção de energia pela via glicolítica anaeróbia, ou seja,

quando ocorre a glicólise duas moléculas de piruvato são geradas e por consequência muita

energia é liberada (ANTUNES NETO et.al. 2006). Proveniente desta reação apenas 2 ATPs

são gerados, as demais energias são carreadas para dentro das mitocôndrias através da

coenzima NAD, porém o número de NAD não são suficientes para carrear toda a energia

gerada na glicólise (MACEDO et.al. 2009).

Para liberar a ação da coenzima NAD o piruvato oxida os NADs formando os NADH -

H+ formando assim o lactato. Este lactato acumula-se no tecido muscular e difunde-se

posteriormente para a corrente sanguínea. Quando o esforço físico termina, o lactato é

convertido à glicose através da gliconeogénese, no fígado (MACEDO et.al. 2009).

O ATP é necessário para a gliconeogénese, formando-se então a glicose a partir do

lactato, e esta glicose é transportada de volta aos músculos para armazenamento sob a

forma de glicogênio muscular (MACEDO et.al. 2009).

O aumento na formação de lactato reflete em aumento de H+, sendo o número de

NAD limitado, a consequência encontra-se em grandes concentrações de íons de H+

acarretando modificações no pH intracelular (mudanças no equilíbrio ácido-básico) e

podendo ocasionar a acides (NISSENBAUM, 2009 & WILLMORE & COSTILL 2001).

A acides acaba inibindo a enzima fosfofrutoquinase, importantíssima para a glicólise,

podendo desta forma ter uma participação relevante no comprometimento da maquinaria

contrátil e por consequência comprometer os níveis de força (OLKOSKI et. al. 2013 &

PETRICIO et. al. 2001).

Este processo supracitado influencia o processo de excitação-contração do músculo

esquelético, pois inibi a liberação do Ca++ do retículo sarcoplasmático comprometendo a

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maquinaria contrátil, refletindo em diminuição de força por consequência pode acarretar em

fadiga (FOSS & KETEYIAN 2000 & WILLMORE & COSTILL 2001).

Com o aumento da concentração de lactato, o excesso é drenado para fora da célula

a partir de uma proteína existente nas membranas do tecido muscular esquelética

conhecida como, MTC (transportador de monocarboxilato) para corrente sanguínea e

posteriormente levado até o fígado onde será metabolizado (ANTUNES NETO et.al. 2006,

WILLMORE & COSTILL 2001 & McARDLE et.al. 1996).

Devido a este fato, o lactato é um importante marcador bioquímico utilizado como

indicador da intensidade do exercício, o aumento na concentração caracteriza

predominantemente a via metabólica glicolítica (ROBERTS e SMITH, 1989 & SAHLIN,

1992). Por estar associada à alta intensidade do exercício, sua alta concentração indica

acidez do meio intracelular e, comprometendo o desenvolvimento e manutenção da tensão

muscular. Contudo, devemos considerar outras reações bioquímicas que contribuem para a

acidose celular, como por exemplo, a enzima lactato desidrogenase (LDH).

A LDH é uma enzima presente que catalisa a interconversão

de piruvato e lactato com uma concomitante interconversão de NADH e NAD+ (Figura 1).

Converte o piruvato, o produto final da glicólise em lactato quando o oxigênio está ausente

ou em pequenas quantidades, e realiza a reação reversa durante o ciclo de Cori, via

glicolítica anaeróbica, no fígado (MOTA, 2001 & BROOKS, 2001). Para FOSCHINI et.al.

(2007) além de participar de todo o processo acima citado também cabe mencioná-lo como

indicador de lesão tecidual.

Figura 1: Oxidação reversível de lactato a piruvato.

Em grandes concentrações de lactato, a enzima promove inibição por feedback e a

taxa de conversão do piruvato a lactato é reduzida (GLADDEN, 2008). Existem grandes

quantidades de células adaptáveis (mesmo que por curtíssimo período de tempo) à via

anaeróbica, como os diferentes miócitos, ou que dela dependem, como os eritrócitos

(BABTISTELLA, 2009 & GONZÁLEZ & SILVA, 2006). Para NOAKES et.al. (2004) sua

elevação pode ser dosada durante dano tecidual inespecífico (LDH-Total).

Quando acontece um dano tecidual, ou seja, uma lesão celular, a LDH é liberada na

corrente sanguínea e aumentará o teor de LDH no sangue. Níveis altos de LDH o sangue

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indicam danos celulares agudos ou crônicos (podendo ser induzidos pelo exercício de alta

intensidade) (NOAKES et.al. 2004 & FOSCHINI et.al. 2007), assim comprometendo o

desempenho e reduzindo os níveis de força ou até mesmo gerando a fadiga e por

consequência chegar exaustão.

A hipóxia, causada por obstrução vascular (TAKARADA et.al. 2002; YASUDA et.al.

2012 & WILSON et.al. 2013), causa alterações celulares bem estudadas e que ilustram

como ocorrem lesões reversíveis ou irreversíveis. A sensibilidade de cada célula depende

da capacidade em resistir à falta de oxigênio (FOSCHINI et.al. 2007), ATP, entrada de cálcio

e neutralização de radicais livres. O músculo esquelético possui grande viabilidade celular

frente à hipóxia diferente dos neurônios que são mais sensíveis.

A ausência de O2 diminui a fosforilação oxidativa e ativa a glicólise. Na respiração

aeróbia formam-se 38 ATPs e na glicólise apenas 2 ATPs por molécula de glicose. Há

acúmulo de ácido lático, com diminuição do pH (PETRICIO et. al. 2001). A concentração de

Na+ intracelular é menor em relação ao extracelular, enquanto que a de K+ é maior

(WEINECK, 1991; MAUGHAN et.al. 2000 & McARDLE et.al. 2003).

Esta diferença de concentração é devido à bomba de Na+, que é um complexo de

proteínas dependentes de energia (ATP). Na falta de ATP, entra mais Na+ na célula,

principalmente no retículo sarcoplasmático e mitocôndrias, dando à célula o aspecto de

inchação turva (WEINECK, 1991; MAUGHAN et.al. 2000 & McARDLE et.al. 2003).

Os ribossomos se desprendem do retículo sarcoplasmático. A concentração de Ca++

no citosol é muito baixa, sendo este removido por bombas dependentes de ATP.

Normalmente o Ca++ celular está ligado a proteínas no retículo sarcoplasmático rugoso e

mitocôndrias (WEINECK, 1991; MAUGHAN et.al. 2000 & McARDLE et.al. 2003).

A quantidade de Ca++ aumenta no citosol devido ao aumento de permeabilidade dos

canais de íons cálcio, alteração das membranas, diminuição de ATP e lesão mitocondrial. A

entrada de Ca++ na célula é o ponto em comum de muitas causas de morte celular. A maior

concentração de Ca++ ativa enzimas destrutivas como fosfolipases, proteases (membranas e

citoesqueleto), ATPases (ATP), com desorganização de membranas das organelas e dos

componentes do citoesqueleto. O Ca++ desnatura proteínas, causando alterações

características da necrose por coagulação. Os efeitos da maior concentração de Ca++

parecem ser mediados por radicais livres (WEINECK, 1991; MAUGHAN et.al. 2000 &

McARDLE et.al. 2003).

A ruptura dos lisossomos libera enzimas hidrolíticas, ativas em pH ácido (ALLEN &

WESTERBLAD, 2004 & PETRICIO et. al. 2001). As células lesadas liberam enzimas no

plasma. Uma destas enzimas liberadas é a LDH que se apresenta como um bom indicador

de lesão muscular, entretanto em conjunto com a CK e a AST, principalmente para

monitoração da intensidade dos exercícios (ALLEN et.al. 2008).

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Segundo MARQUEZI et. al. (1997), a maior influência do lactato no desenvolvimento

da fadiga ocorre em exercícios de alta intensidade e pequena duração com elevado

recrutamento de fibras de contração rápida. Acredita-se que atletas de alto nível tenham

uma capacidade de se recuperar da fadiga e um treinamento intensivo em um tempo

aproximado de 12 a 24 horas. Mas, existe um momento em que uma noite de sono, ou um

dia de descanso já não são mais suficientes para a recuperação (LEITE, 2014). O atleta se

encontra então em um ponto onde não é capaz de realizar um exercício ao qual já estava

adaptado, apresentando alterações cardiovasculares, enzimáticas, endócrinas, hormonais e

hipotalâmicas (LEITE, 2014). Quando essas alterações se tornam evidentes, tem-se

observado uma redução funcional da capacidade e do desempenho do atleta (LEITE, 2014).

Adicionalmente, diversos estudos têm identificado que o treinamento físico influência

a atividade ou a densidade dos transportadores de lactato e H+ (MTC) em humanos

(BICKHAM et. al. 2006; DUBOUCHAUD et. al. 2001; EVERSTEN et. al. 2001; JUEL et. al.

2004 & PILEGAARD et. al. 1999). JUEL et. al. (2004) identificaram que a perna submetida

ao treinamento intenso de sete semanas apresentou maior valor de pico de lactato após

exercício progressivo máximo em relação à perna não treinada, assim como maior

densidade de MCT1 e maior fluxo sanguíneo. Desta forma, os autores concluem que a

maior concentração arterial e venosa de lactato no membro inferior treinado é consequência

de maior quantidade de transportadores e maior fluxo sanguíneo.

COSWIG et.al. (2013) comparou parâmetros bioquímicos em lutadores de Jiu Jitsu

iniciantes, avançados e praticantes de outras atividades físicas como musculação, mas que

acumulassem mais do que 150 minutos por semana de atividade física. Neste estudo os

pesquisadores coletaram o lactato de repouso para os grupos e identificou que lutadores de

Jiu jitsu independente do nível apresentaram valores menores de lactato de repouso. DEL

VECCHIO et.al. (2007) também analisou lutadores de Jiu jitsu e encontrou valores de lactato

de repouso maiores em relação à COSWIG et.al. (2013) a justificativa para a maior

concentração de lactato foi o momento da medida, um foi realizado em repouso e outro em

condição de pré-combate. DEL VECCHIO et.al. (2007) apresentou valores de lactato pós-

combate, encontrando valores elevados, justificando assim que o combate de Jiu jitsu

possui alta intensidade com predominância da via glicolítica e por consequência a queda

nos níveis de força ao longo dos combates.

3.5. Modelo de fadiga psicofisiológica

O modelo de fadiga psicológica/motivacional pode ser definido como entusiasmos ou

interesse para execução do exercício (ABBIS & LAURSEN 2003). Aliado ao processo de

recuperação, dor e esforço o estado emocional de indivíduos durante execução de

exercícios físicos tem recebido atenção (LEITE 2014). Indicadores de dores, esforço (Rating

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of Perceived Exertion, Category Rate 10, Visual Analogue Scale e OMNI) e estado de

recuperação podem ofertar parâmetros importantíssimos em forma de dose reposta para o

exercício físico (TIGGEMAN et. al. 2010) ou apontar queda no desempenho.

A dor pode ser definida como uma experiência subjetiva que pode estar associada a

dano real ou potencial nos tecidos, podendo ser descrita tanto em termos desses danos

quanto por ambas as características (TRICOLI, 2001, ELLWANGER et.al. 2007 & ABAD

et.al. 2010). Independente da aceitação dessa definição, a dor é considerada como uma

experiência genuinamente subjetiva e pessoal. A percepção de dor é caracterizada como

uma experiência multidimensional, diversificando-se na qualidade e na intensidade

sensorial, sendo afetada por variável afetivo motivacional, podendo ser um limitador na

produção do movimento (SOUSA, 2002).

Por ser uma experiência subjetiva, a dor não pode ser objetivamente determinada

por instrumentos físicos (SOUSA, 2002). A mensuração da dor é extremamente importante

no exercício físico, principalmente quando aplicado em fisiopatologias (FOSCHINI et. al.

2007; SOUSA, 2002 & MAIOR et.al. 2008), pois torna-se impossível manipular um problema

dessa natureza sem ter uma medida sobre a qual basear a prescrição, tratamento ou a

conduta terapêutica (SOUSA, 2002).

Com mensuração apropriada da dor torna-se possível determinar os riscos que um

determinado exercício pode apresentar, também, permite-se escolher qual é o melhor e o

mais seguro entre diferentes tipos de exercícios existentes (MAIOR et.al. 2008). Algumas

vezes, apenas medidas grosseiras, tais como “dor presente” ou “dor ausente”, são

necessárias para mensurar a carga, intensidade do treinamento, pois estes sinais podem

estar induzindo queda no desempenho por medida de segurança do próprio sistema, mas

para completamente entender o fenômeno e avaliar a eficácia dessas intervenções,

necessitamos de medidas mais sofisticadas tanto da intensidade quanto das respostas

associadas à dor (NASCIMENTO et. al. 2007; FOSCHINI et. al. 2007; SOUSA 2002;

TRICOLI, 2001).

Vários métodos têm sido utilizados para mensurar a percepção/sensação de dor.

Desta forma, alguns consideram a dor como uma qualidade simples, única e unidimensional

que varia apenas em intensidade (ELLWANGER et.al. 2007; MAIOR et.al. 2008 & ABAD

et.al. 2010), mas outros a consideram como uma experiência multidimensional composta

também por fatores afetivo-emocionais (NASCIMENTO et.al. 2007 & SOUSA, 2002). Os

instrumentos unidimensionais são designados para quantificar apenas a severidade ou a

intensidade da dor e têm sido usados frequentemente em hospitais e/ou clínicas para se

obter informações rápidas, não invasivas e válidas sobre a dor e a analgesia

(NASCIMENTO et.al. 2007 & SOUSA, 2002). Exemplos desses instrumentos são as escalas

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de categoria numérica/verbal e a escala analógico-visual (BRUNETTO et.al. 2002) que são

frequentemente empregadas em ambientes clínicos, por serem de aplicação fácil e rápida.

Em resumo, atualmente, a dor é considerada determinante tanto em situações

clínicas quanto esportivas (queda no desempenho por mecanismos de defesa), devendo ser

sempre monitorada, para controle da carga de treinamento (TIGGEMANN et.al. 2010 &

MAIOR et.al. 2007). Dada essa ênfase na mensuração e na avaliação da dor, entendemos

que uso desses instrumentos e/ou escalas de avaliação e mensuração da dor são

fundamentais para obtenção de informações quanto à intensidade do exercício proposto

(FOSCHINI et.al. 2007 & MONTEIRO et.al. 2006).

Outra escala de mensuração subjetiva importante e muito utilizada (CAVASINI &

MATSUDO 1986, BORG 1982) é a escala subjetiva de esforço sendo frequentemente

administrada tanto para controle da intensidade (BRANDÃO et.al. 2014; GOMES et.al. 2013

& MARINHO, 2008) quanto para o controle interno da carga de treinamento (PINHO et.al.

2016; WALLACE et.al. 2008; BATISTA, 2007 & MUJIKA & PADILLA, 2003).

A percepção subjetiva de esforço (PSE) envolve a integração coletiva de feedbacks

aferentes provenientes de estímulos cardiorrespiratórios, metabólicos, térmicos e

mecanismos que permitem ao indivíduo avaliar a sensação (difícil ou fácil) há qualquer

momento de uma tarefa ou exercício (WALLACE et.al. 2001; ESTON, 2012 & PINHO et.al.

2016). Assim a PSE consegue detectar e interpretar sensações orgânicas durante a

realização de exercício físico, apontando se há comprometimento na tarefa executada

(NOBLE & ROBERTSON, 1996; GOMES et.al. 2015 & FOSTER et.al. 2001).

Os critérios utilizados para a validação da PSE estão relacionados a mensurações

fisiológicas que refletem a intensidade do exercício (FOSTER et.al. 2001; WALLACE et.al.

2001 & PINHO et.al. 2016). Para Chen et.al. (2002) & PINHO et.al. (2016) os critérios

fisiológicos mais comuns correlacionados com a PSE são, a frequência cardíaca,

concentração de lactato e mensurações variadas do consumo de oxigênio, variáveis estas

que apontam o comportamento do desempenho físico.

A PSE é um instrumento baseada nos parâmetros acima mencionados de maneira

individual, e afere a percepção de esforço e fadiga durante o exercício, sendo utilizada para

mensurar e regular a intensidade do exercício (ACSM, 2009; FOSTER et.al. 2001;

WALLACE et.al. 2001; GOMES et.al. 2015 & PINHO et.al. 2016). Devido ao baixo custo e

facilidade operacional, a escala tem sido utilizada em ambientes laboratoriais e clínicos

como um indicador de esforço percebido ao exercício (NOBLE; ROBERTSON, 1996 &

ACSM, 2010).

A PSE no treinamento resistido é considerada um importante método de controle e

monitoramento da intensidade do exercício por se tratar de um método simples de aplicação

e de baixo custo. De acordo com BIRD et.al. (2005) para uma prescrição de um programa

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de exercício resistido segura e coerente as variáveis como, sobrecarga, volume, tipo de

ação muscular, ordem e seleção dos exercícios, períodos de recuperação, velocidades de

execução e frequência, devem ser monitoradas. Contudo faz-se necessário a utilização de

vários equipamentos tecnológicos para obtenção destas variáveis para a prescrição, na

ausência dos equipamentos a PSE vem apresentando resultados satisfatórios na obtenção

destes parâmetros que vem suprindo as necessidades apontadas pelo estudo citado.

MONTEIRO et. al. (2005) aplicaram a PSE em mulheres treinadas em sequências

distintas na ordem de execução dos exercícios, os resultados mostraram diferenças

significativas na média de repetições em cada sequência, para todos os exercícios.

Concluindo que os resultados da PSE foram similares em ambas às sequências. MOURA

et.al. (2003) compararam a PSE em força dinâmica submáxima em homens e mulheres sem

experiência com exercício resistido, o estudo apresentou não existir diferenças significativas

entre os sexos, porém correlação positiva para ambos os grupos foi encontrado à medida

que os valores de quilagem se aproximaram da força máxima avaliada. RASO et. al. (2000)

utilizaram a percepção subjetiva de esforço como parâmetro para determinação da

sobrecarga de trabalho em exercício musculação em mulheres. Os valores absolutos foram

estatisticamente diferentes, a percepção subjetiva de esforço apresentou maior associação

para membros inferiores do que superiores.

Nos estudos como de BELLEZZA et. al. (2009) & MILLER et. al. (2009) observando

diferentes métodos de treinamento com pesos, mostraram que manipulações nas variáveis

de treino de forma aguda podem proporcionar benefícios semelhantes ao praticante com

menores percepções de esforço.

Pinho et. al. (2016) investigou a relevância do monitoramento em mulheres de meia

idade da carga interna de treinamento e a praticidade do método PSE. Assim concluiu que o

cálculo da carga interna de treino pelo método da PSE é uma ferramenta simples, viável e

válida para quantificar a carga interna de treino, podendo ser usado para monitorar o

treinamento físico.

Outro componente importante no processo de controle de carga corresponde à

avaliação da recuperação dos exercícios (CHRISTOVAM et.al. 2007; SUZUKI et. al. 2006 &

KENTTÄ & HASSMÉN, 1998). Sabe-se que mesmo estímulo não são similares quando

associados a exercícios intermitentes (LEITE et.al. 2015 & LEITE, 2014). Diversos são os

fatores que influenciam na percepção de recuperação do individuo, sendo eles, alimentação,

sono e sistema imunológico (CHRISTOVAM et. al. 2007). De acordo com CHRISTOVAM et.

al. (2007) alguns marcadores bioquímicos e fisiológicos podem ser utilizados, porém muitas

vezes o custo é elevado e o tempo de resposta é demorado, desta forma, a escala de

percepção de recuperação é considerada um método viável e de baixo custo para controle

de carga de treino.

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SUZUKI et. al. (2006) avaliou a recuperação de corredores velocistas de elite que

participaram do campeonato mundial na França, e comentaram que PSR foi capaz de

prever as mudanças no desempenho, e indicaram como ferramenta poderosa a ser aplicada

para avaliar com precisão os efeitos do treinamento sobre o desempenho atlético.

Já CHRISTOVAM et. al. (2007) avaliaram mulheres submetidas a exercícios

resistidos em resposta ao efeito da creatina quinase, PSE e PSR. Foi-se concluído pelo

estudo que houve tendência à recuperação do grupo tanto na creatina quinase como na

escala testada, assumindo assim que a escala pode ser efetiva para monitorar o tempo de

recuperação.

Para LEITE (2014) a recuperação é fator essencial para desempenho atlética,

principalmente após longo período de treinamento com cargas elevadas, assim relatou em

seu estudo uma discordância com a literatura estudada, pois os dados apresentados não

atingiram os escores esperados (próximo a 20).

HOOPER et.al. (1988) relataram a importância de uma recuperação adequada antes

da competição, e que a PSR pode ser um instrumento adequado para monitoração desta

variável fundamental para melhor desempenho dos atletas.

As escalas psicofisiológicas são frequentemente utilizadas pela literatura,

principalmente quando associadas ao treinamento de força, fadiga e desempenho por ser

considerada uma ferramenta de baixo custo e fácil utilização. A PSE é a mais utilizada entre

as três escalas utilizadas neste estudo, sendo a escala de dor intensamente utilizada em

estudos clínicos, sobretudo associados a patologias. Já a PSR aparentemente é mais

utilizada para o treinamento esportivo, sobretudo na reorganização da carga de treino do

atleta entre transições de ciclos de treinamento.

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4. MATERIAIS E MÉTODOS

Para a realização do presente estudo dois sets experimentais independentes foram

elaborados e desenvolvidos para facilitar o design experimental. Para tanto, assumiu-se

duas fases experimentais, a primeira (Set A) constituiu-se na elaboração e na validação do

protocolo de fadiga neuromuscular (Análise 1) e a segunda (Set B) dedicou-se a avaliar as

alterações mecânicas, hematológicas, bioquímicas, eletromiográficas e psicofisiológicas

considerando os resultados encontrados no primeiro set experimental (Análises 2, 3 e 4).

Independentemente das análises estabelecidas no presente estudo, procurou-se

metodologicamente assumir o mesmo rigor no processo organizacional para que qualquer

impropriedade metodológica pudesse ser evitada. Sendo assim todos os critérios

estabelecidos foram rigorosamente seguidos em todas as fases, sobretudo quando

considerado a seleção amostral. Desta forma, para facilitar a compreensão dos processos

metodológicos, neste capítulo, estão descritos todos os processos.

4.1 Amostra

Após aprovação do CEP (Comitê de ética em pesquisas em humanos) da

Universidade São Judas Tadeu Universidade (Apêndice 1) sob o número de protocolo

(#786.066/2014), cinquenta voluntários saudáveis do sexo masculino fisicamente

independente (≥ 18 anos) participaram voluntariamente do estudo. A participação dos

sujeitos foi efetivada somente após a leitura e assinatura do TCLE (Termo de

Consentimento Livre Esclarecido) (Apêndice 2), conforme descrito na resolução 196/96 e

251/97.

Foi atribuída como critério de exclusão a presença de diagnóstico clinicamente

confirmado por atestado médico de diabéticos mellitus, fumantes e indivíduos com

complicações musculoesqueléticos e/ou alterações cardiovasculares confirmadas por

evolução médica. Após a assinatura dos documentos supracitados e a aplicação dos

critérios de exclusão quatro indivíduos foram excluídos do Set A e seis indivíduos foram

excluídos do set B.

Após a aplicação dos critérios 40 indivíduos foram incluídos no presente estudo,

sendo 20 indivíduos alocados para cada Set experimental. Todos os sujeitos foram

submetidos à aplicação do questionário Internacional de atividade física (IPAQ – versão

curta) para determinação do nível de atividade física. Foram considerados ativos indivíduos

que acumularam no mínimo 150 minutos de atividade física por semana. Indivíduos que

não alcançaram 150 minutos por semana foram classificados como inativos conforme

recomendações da WHO (1998). Após a análise do IPAQ os sujeitos foram distribuídos em

dois grupos: ativos (n=10) e inativos (n=10) em ambos os sets experimentais.

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4.2 Delineamento experimental

A Figura 2 apresenta o desenho experimental realizado no quarto dia de coleta. Os

sujeitos visitaram o laboratório quatro vezes para aprendizagem e treinamento no

equipamento Dinamômetro Isocinético Biodex System 3 (Biodex, Inc., Shirley, NY) e

preenchimento de protocolos e coleta de dados antropométricos. A variabilidade média do

coeficiente do equipamento foi de 0,99, e a reprodutividade medida durante o pico de torque

durante a extensão do joelho foi de 0,92. Resumidamente, na primeira visita os sujeitos

assinaram o TCLE e preencheram o IPAQ. Na segunda visita foram coletados dados

antropométricas (massa e estatura) e avaliados juntamente com a primeira fase de

familiarização. Na terceira visita os sujeitos foram submetidos novamente à segunda

familiarização do protocolo no dinamômetro isocinético. Para isso, cintas foram fixadas na

coxa, região pélvica e tronco, para evitar movimento corporais indesejados. O eixo do

Dinamômetro foi alinhado com o eixo do joelho direito. Os braços foram cruzados a frente do

tronco. Todos os sujeitos realizaram dez repetições submáximas em contração concêntrica

para extensão e excêntrica para flexão a velocidade de 120o s-1. A articulação do joelho foi

calibrada para 90° para 10º de flexão de joelho. A calibração do dinamômetro foi realizada

de acordo com as especificações do fabricante de cada teste, e finalmente, no quarto dia o

protocolo de fadiga foi aplicado (figura 2). Todos os testes e processo experimentais foram

realizados no mesmo dia e horário a fim de evitar interferência e variações durante a coleta

dados.

Figura 2. Desenho experimental do protocolo de indução a fadiga realizado no quarto dia de coleta.

CIVMs: Contração Isométrica Voluntária Máxima.

4.3 Medidas Antropométricas:

A composição corporal e parâmetros antropométricos foram avaliados conforme

prévias publicações do nosso grupo (MARTINS et. al. 2016; ALEGRETTI et. al. 2015 &

SERRA et. al. 2009). A estatura foi medida pelo estadiômetro da marca Cardiomed (WCS

model), com acurácia de 115/220 cm. As medidas foram realizadas com a régua em um

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ângulo de 90° com sua respectiva escala, com o sujeito na posição ereta e com os pés

juntos no contato com o estadiômetro. O sujeito foi instruído para ficar em apneia e cabeça

paralela ao chão. O peso corporal foi mensurado em balança Filizola e calibrada por escala

eletrônica (Personal Line Model 150) com a escala de 100g e máxima capacidade de 150

kg. O Índice de Massa Corporal (IMC, kg/m2) foi calculado usando a equação IMC =

peso/estatura2.

A composição corporal foi analisada por espessura de dobras cutâneas, obtidas em

sete pontos anatômicos distintos (subescapular, suprailíaca, axilar-média, torácica, tricipital,

abdominal, coxa, panturrilha). Todas as avaliações foram conduzidas no segmento corporal

direito com compasso específico da marca SANNY em conformidade a recomendações

estabelecidas em estudo previamente publicado (MATINS et al. 2016, ALEGRETTI et. al.

2015, SERRA et. al. 2009). A densidade corporal (DC) foi estimada empregando-se a

equação proposta por JACKSON & POLLOCK (1980) para sete dobras. A gordura corporal

foi calculada a partir da equação proposta por SIRI (1961).

Foram também mensuradas no hemicorpo direito as circunferências da coxa e da

panturrilha para posterior estimativa da muscularidade. O cálculo seguiu modelo de

GURNEY & JELLIFFE (1973) sendo as circunferências musculares corrigidas pelo anel de

gordura, adotando a seguinte equação:

Circunferência corrigida = circunferência em cm - (π x dobra cutânea em cm)

4.4 Determinação da contração isométrica voluntária máxima (CIVM)

A determinação da CIVM dos músculos extensores da articulação do joelho direito foi

realizada no dinamômetro isocinético antes e após o protocolo isocinético de fadiga. Para a

avaliação do membro inferior os voluntários foram posicionados na posição sentado na

cadeira do DI e mantidos fixos com faixas junto ao tronco, pelve e coxa para manter a

estabilidade corporal durante o esforço. Os ângulos de posicionamento do quadril e joelho

foram mantidos em aproximadamente 90º de flexão. O membro testado foi fixado por velcro

para manter a estabilidade do movimento. Após o posicionamento do voluntário no

equipamento, o eixo da articulação do joelho foi alinhado com o eixo de rotação do braço

mecânico do DI conforme ilustrado na Figura 3.

Os indivíduos realizaram a contração máxima com ângulo de 90º da articulação do

joelho durante 5 segundos, sendo todos os sujeitos constantemente estimulados

verbalmente durante a realização do teste. Foi considerada a média do pico máximo de

torque de três tentativas com intervalo de 5 minutos de intervalo entre as sessões de teste.

Após a definição do torque máximo foi se extraído a carga correspondente a 75% da CIVM

para utilização no protocolo de fadiga dinâmica conforme prévias publicações ESCAMILLA

et.al. (1998).

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Figura 3. Joelho flexionado a 90º para realização da CIVM no dinamômetro isocinético Biodex System 3. O eixo do equipamento alinhado com o eixo da articulação do Joelho.

4.5. Protocolo de fadiga

Todos os sujeitos realizaram um breve aquecimento no dinamômetro, sendo cinco

repetições submáximas de extensão na ação concêntrica e flexão na ação excêntrica a uma

velocidade de 120os-1. O intervalo realizado entre as séries foi de quarenta e cinco

segundos. Todas as sessões de testes foram supervisionadas pelo mesmo pesquisador.

Foram realizadas 10 séries de 10 repetições a 75% da CIVM com velocidade angular de

120os-1, com quarenta segundos de intervalo entre as séries. De acordo com ESCAMILLA

et.al. (1998) a marcação da amplitude articular consistirá na máxima flexão permitida e na

semiextensão do joelho (aproximadamente 80º). A eliminação da ação da gravidade foi

realizada a aproximadamente 27º da extensão da articulação do joelho. Durante os testes os

sujeitos foram encorajados com estímulos verbais durante a execução do protocolo.

4.6. Determinação do torque isométrico máximo e da taxa de desenvolvimento de torque

O torque isocinético exercido pelo grupo muscular extensores do joelho foi avaliado

continuamente antes e depois da aplicação do protocolo de fadiga com duração de cinco

segundos, com 5 minutos de intervalo entre as séries e com posicionamento do joelho a 90º.

A Taxa de desenvolvimento de torque foi determinada considerando a relação entre a

produção máxima de torque isométrico em relação ao tempo (∆torque/∆tempo) conforme

previas publicações (SOUZA et. al. 2015; OLIVEIRA et. al. 2015 &, CORVINO et. al. 2009).

4.7 Análise eletromiográfica

O protocolo para a captação dos sinais mioelétricos foi adaptado de acordo com o

protocolo de SÁ (2007). Foi utilizado um aparelho eletromiógrafo com oito canais (EMG

System do Brasil Ltda®), com ganho de amplificação de 1000 vezes e modo comum de

rejeição de 120 dB (Figura 4). A aquisição dos dados foi realizada por meio do software

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EMGLab V1.2_2010, digitalizados por placa de conversão A/D com 16 bits de resolução e

sinais com frequência de 2 kHz. O tratamento dos sinais mioelétricos das contrações

dinâmicas e isométricas foram realizado com filtro tipo Butterworth passa-banda 20-500 Hz

de ordem 4, para posterior uso da unidade de medida RMS. Para fins de análise do sinal

mioelétrico foi determinado somente à contração dinâmica que tiver maior amplitude de

sinal, sendo a janela de aproximadamente três segundos durante a execução das repetições

nas séries do protocolo de fadiga.

Figura 4. Eletromiógrafo com 8 canais (EMG System do Brasil Ltda®). Sistema de aquisição de

dados utilizado para captação da atividade elétrica muscular.

A análise eletromiográfica foi realizada no músculo quadríceps femoral direito. Os

eletrodos foram posicionados em pares, com distância intereletrodos de 2 cm, sobre a pele

no ventre muscular, seguindo o sentido das fibras. Para reduzir os ruídos e as impedâncias

na passagem dos estímulos, anteriormente a colocação dos eletrodos, foi realizada a

tricotomia, limpeza da pele com álcool gel sobre o músculo.

Figura 5. Identificação, localização e orientação para a colocação dos eletrodos para análise

eletromiográfica. Figura A: porção do vasto lateral do quadríceps femoral. Figura B: porção do vasto medial do quadríceps femoral. Figura C: porção do reto femoral do quadríceps femoral.

Todos os procedimentos, a localização e orientação na colocação dos eletrodos

seguiram as recomendações de SENIAM (HERMENS et. al. 2000), conforme descrito no

quadro abaixo:

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Quadro 1. Nomenclatura, anatomia muscular e pontos de colocação de eletrodos nos músculos

avaliados.

Músculo quadríceps femoral

Porção Vasto Medial

Anatomia muscular

Origem Linha intertrocantélica e lábio medial da linha áspera do fêmur

Terminal Borda proximal da patela e, através do ligamento patelar

Função Extensão dos joelhos

Colocação de eletrodos

Localização Eletrodos devem ser colocados a 80% na linha entre a espinha ilíaca anterior

superior e o espaço articular na frente da borda anterior do ligamento medial.

Orientação Quase perpendicular a linha entre a espinha ilíaca anterior superior e o espaço

articular na frente da borda anterior do ligamento medial.

Quadríceps Femoral (figura 6B)

Porção Vasto Lateral

Anatomia muscular

Origem Troncânter maior e lábio lateral da Lina áspera do fêmur

Terminal Único tendão que passa pela patela e termina na tuberosidade e face anterior

dos côndilos da tíbia.

Função Extensão dos joelhos

Colocação de eletrodos

Localização Eletrodos devem ser colocados a 2/3 na linha anterior superior da espinha

ilíaca do lado lateral da patela.

Orientação Na direção da fibra muscular.

Quadríceps Femoral (Figura 6C)

Porção Reto Femoral

Anatomia muscular

Origem Cabeça reta: espinha ilíaca antero-inferior

Cabeça reflexa: sulco acima do acetábulo.

Terminal Único tendão que passa na base da patela, através do Ligamento da patela à

tuberosidade da tíbia.

Função Extensão dos joelhos e flexão do quadril.

Colocação de eletrodos

Localização Os eletrodos devem ser colocados a 50% da Lina anterior superior da espinha

ilíaca na parte superior da patela.

Orientação Na direção da Lina anterior superior da espinha ilíaca na parte superior da

patela.

4.8. Determinação de indicadores bioquímicos de fadiga

As análises bioquímicas foram realizadas, no Serviço de rotina do Laboratório de

Bioquímica da seção de análise Clínicas da Universidade São Judas Tadeu.

Para a Lactato Desidrogenase (LDH) amostras de sangue foram retiradas a vácuo

em tubos contendo EDTA (obtenção de plasma e eritrócitos) sem anticoagulante (obtenção

de soro) e centrifugada a 4000 RPM durante 10 minutos. As dosagens da LDH foram

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34

realizadas por kits comerciais adquiridos do labtest análises espectrofotométricas. O plasma

foi incubado com tampão ácido acético (pH 3,5), dodecil sulfato de sódio 10% e ácido

tiobarbitúrico 0,6% a 90ºC durante 1 hora. Após, os tubos serem centrifugados por 10

minutos a 4000rpm. O sobrenadante foi utilizado para a leitura espectofotométrica em

532nm, utilizando-se malondialdeído como padrão (Figura 6).

Através de uma lanceta automática descartável, amostras de sangue do dedo foram

coletadas após assepsia utilizando álcool 70% e algodão. Foi coletado inicialmente em

repouso após a determinação da carga máxima (antes) e depois da realização do protocolo

de fadiga (após) e imediatamente após a realização de cada uma das 10 séries do protocolo

de indução da fadiga totalizando treze medidas. A determinação do conteúdo de lactato foi

obtido através do aparelho lactimetro modelo Accutrend® Lactate conforme prévios estudos

(COELHO et. al. 2011 & DENADAI 2002). Já para a determinação da glicose o método

enzimático-colorimétrico (GOD-POD) descrito por TRINDER (1969) foi utilizado para

determinar a concentração plasmática de glicose, utilizando-se "kit" comercial da marca

Accutrend® conforme prévios estudos (DUTRA et. al. 2009 & SILVA et. al. 2007). A

concentração de lactato e glicose foram expressas em m/Mol e mg/dL respectivamente.

Figura 6. Tubos contendo EDTA (obtenção de plasma e eritrócitos) sem anticoagulante (obtenção de soro) e centrifugada a 4000 RPM durante 10 minutos.

4.9. Determinação de indicadores hematológicos

Para a análise das alterações hematológicas foi realizada coleta de sangue com

seringa de 5 ml, através de punção da veia cubital esquerda antes e após o protocolo de

fadiga conforme previas publicações (PETRICIO et. al. 2001). Na sequência o material foi

transferido para tubos contendo EDTA e mantido em movimento para evitar a coagulação.

Os hematócritos foram analisados a partir da técnica de Microhematócrito, que consiste na

coleta de sangue em um microcapilar de até ¾ de sua capacidade, selagem de uma das

extremidades com massa de modelar e centrifugação por 5 minutos a 10.000 RPM em

Microcentrífuga. A leitura foi feita em tabela própria para hematócrito, sendo os valores

considerados normais àqueles que indicavam entre 40 e 50% de hemácias. Para a

contagem de Hemácias, foram utilizados 20 µl de sangue diluído em 5 ml de formol citrato,

com posterior contagem na Câmara de Neubauer. Para a Contagem de Leucócitos, a

mesma quantidade de sangue foi diluída em 400 µl de Turk, com posterior contagem na

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35

câmara de Neubauer. As células foram contadas em contador manual, nas áreas

específicas para cada tipo celular e os cálculos referentes às diluições foram realizados. No

intuito de verificar a morfologia bem como a utilidade das células, foi realizada a verificação

através de lâmina contendo esfregaço sanguíneo. Os esfregaços foram feitos através do

arraste de uma gota de sangue pelo contato com outra lâmina, e o material foi colocado

para secar naturalmente. Após a secagem total, as lâminas foram submetidas ao método

Panótico Rápido, com banho de 5 segundos em Metanol para fixação, 5 segundos em

Eosina e 10 segundos em Azul de Metileno, para coloração. Em seguida foram lavadas com

água deionizada e observadas em microscópio óptico. Algumas lâminas foram fotografadas

para documentação.

4.10. Análises subjetivas psicofisiológicas.

4.10.1. Escala de percepção subjetiva de dor

A avaliação da dor foi realizada a partir da escala VAS (Visual Analog Scales)

proposto por SRIWATAKUL et.al. (1983) e JENSEN et.al. (1986). A VAS se constitui de uma

linha de 10 cm barrada na extremidade esquerda pela expressão “sem dor” e na

extremidade direita pela expressão “maior dor possível”. A VAS foi aplicada após a última

CIVM (pré e pós) e entre as séries realizadas.

4.10.2. Escala de percepção subjetiva de esforço

A percepção subjetiva de esforço foi avaliada a partir da escala de CAVASINI &

MATSUDO (1986) adaptada de BORG (1982). O instrumento consiste em uma escala

graduada de zero (0) a dez (10) pontos com duas ancoras verbais. O valor de zero (0)

representa nenhum esforço e o valor dez (10) representa o máximo esforço percebido. A

escala foi apresentada antes, imediatamente a cada término da décima repetição e ao fim

da execução do protocolo de fadiga.

4.10.3. Escala de percepção subjetiva de recuperação

A percepção subjetiva de recuperação foi avaliada a partir da escala subjetiva de

esforço proposto por BORG (1982), adaptado para recuperação por KENTTÄ & HASSMÉN

(1998). A percepção subjetiva de recuperação foi coletada no intervalo entre as séries com

aproximadamente 10 segundos antes do final do intervalo de recuperação entre as séries.

4.11 Suplementação

A fim de limitar fatores intervenientes a fadiga foi recomendada a todos os sujeitos

um dia antes da aplicação do protocolo de fadiga manter a dieta equilibrada (70% de

carboidrato, 15% de lipides e 15% de proteínas). A suplementação de carboidrato a 6% (60g

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36

de maltodextrina.L-1) foi adaptada de prévios estudos (ACSM 1996; HAFF et. al. 2000 &

AOKI et. al. 2003). Sua administração foi iniciada duas horas antes do protocolo e fadiga

sendo oferecido 400 ml (2 horas antes do protocolo), 300 ml (1 hora antes do protocolo) e

300ml (20 minutos antes do protocolo).

4.12. Análise estatística

Após tratamento de todos os dados em ambiente de linguagem de programação

computacional MatLab (R2012; The MathWorks, Inc., Natick, Massachusetts), todas as

análises foram realizadas utilizando o programa SPSS software (v 20,0; IBM, Armonk, NY,

USA).

Todos os dados foram expressos em média ± desvio padrão da média e diferenças

estatísticas foram considerados com p≤ 0,05.

O teste de D’Agostino–Pearson foi aplicado para análise da distribuição da

normalidade.

Os testes Student's t-test e ANOVA One-way seguido por teste post-hoc Kruskal–

Wallis ou Bonferroni foi realizado para comparar as diferenças no protocolo de fadiga.

Comparação entre grupos inativos e ativos foram realizados pela análise ANOVA

medidas repetidas seguida de post-hoc test Kruskal–Wallis ou Bonferroni.

Correlações lineares e regressões multivariadas foram realizadas para determinação

de um modelo de predição da fadiga.

O effect size (ES) foi avaliado seguindo os critérios proposto por RHEA (2004),

considerando como magnitude dos efeitos superficial valores <0,50, pequeno entre 0,50-

1,25, moderado entre 1,25-1,9 e grande >2,0, de acordo com a seguinte equação:

EF = pós-teste média - Pré-teste média / Pré-teste desvio padrão.

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37

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Resultados da Análise 1 (Set A) - Padronizar um protocolo indutor de fadiga

do grupo muscular extensores do joelho utilizando o dinamômetro isocinético.

Os parâmetros antropométricos e a idade não apresentaram diferenças significativas

entre os grupos, podendo ser observado na Tabela 2.

Tabela 2. Parâmetros antropométricos dos 20 voluntários participantes do Set A.

Geral Inativo Ativo Significância

Idade (anos) 27 ± 3 25 ± 2 28 ± 2 p = 0.3021

Massa corporal (kg) 78 ± 3 80 ± 5 77 ± 3 p = 0.6385

Estatura (m) 1.77 ± 0.1 1.76 ± 0.1 1.77 ± 0.2 p = 0.8092

IMC (kg/m2) 24 ± 1 25 ± 2 24 ± 1 p = 0.4657

TPA (min) 221 ± 32 85 ± 7 357 ± 18 p = 0.0001

Valores expressos em média ± desvio padrão da média. IMC: índice de massa corporal. TPA: tempo de prática de atividade física por semana.

Considerando os valores gerais, o pico de torque absoluto bem como sua variação

percentual pode ser observado na Figura 7. Os participantes não relataram qualquer

desconforto durante ou após o protocolo de fadiga. Redução significativa (p<0,01) foi

encontrada no torque máximo (Painel A: antes: 307 ± 12, após: 209 ± 13; Nm),

representando -34 ± 4%, grande repercussão considerando o effect size (-8,16) na

capacidade de desenvolver tensão após a execução do protocolo.

0

100

200

300

400

Antes Depois

*

Pic

o d

e t

orq

ue (

Nm

)

-40

-30

-20

-10

0

Fad

iga r

ela

tiva (

%)

A B

Figura 7. Valores expressos como média ± desvio padrão da média do pico de torque da força isométrica (painel A) e a fadiga relativa (Painel B). * indica diferenças estatisticamente significativas (p< 0,01).

Na Figura 8 é possível visualizar o declínio do torque durante as repetições do

protocolo isocinético de indução a fadiga. Os valores do coeficiente da correlação linear (r)

variam de 0,7505. O slope alcançou limite médio de -0,79 ± 0,07 Nm/repetição.

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38

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 10060

80

100

120

140

160

180

200

220

240

260

A

Repetições

Pic

o d

e t

orq

ue (

Nm

)

Figura 8. Valores expressos como média ± desvio padrão da média. Painel A: declínio no pico de

torque produzido pelo grupo inativo e ativo após 10 séries de 10 contrações concêntricas isocinéticas na extensão do joelho a 120º s

-1 com 45 segundos de intervalo entre as séries (repetição um

eliminado para análise).

Considerando o pico de torque no protocolo isocinético entre a fadiga absoluta

(Figura 9A) e a fadiga relativa (Figura 9B). Na variação percentual, foram encontradas

reduções significativas (-40 ± 3%, p<0,001) em relação à primeira série, sendo classificado o

effect size como de grande magnitude (-8,9).

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10100

120

140

160

180

200

220

240

A

*

**

** *

**

*

Séries

Pic

o d

e t

orq

ue (

Nm

)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

B

*

**

**

**

**

Séries

Fad

iga r

ela

tiva (

%)

Figura 9. Queda da fadiga absoluta (Painel A) e fadiga relativa (Painel B) após 10 séries de 10

contrações concêntricas isocinéticas para extensões do joelho a velocidade de 120º s-1

. *indica diferenças estatisticamente significativas (p< 0,01) diferenças entre a primeira série (1 série).

Conforme visualizado na Figura 10, diferenças significativas (p<0,001) pico de torque

foi encontrado entre os indivíduos inativos e ativos. Após a aplicação do protocolo de fadiga

muscular, redução significativa (p<0,01) no pico torque foi encontrada tanto no grupo Ativo

(Antes: 330 ± 13 Nm, Após: 220 ± 13 Nm); quanto no Inativo (Antes: 281 ± 17 Nm, Após:

189 ± 22 Nm). Não houve diferenças significativas na fadigabilidade (Figura 10B) entre os

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39

+

*

grupos (Ativos: 35 ± 6 %; Inativos: 33 ± 5 %). Em ambos os grupos um grande effect size foi

observado no pico de torque (Ativos: 8,46; Inativos: 4,18) após o protocolo de fadiga.

Figura 10. Valores expressos como média ± desvio padrão da média do pico de torque isométrico (painel A) e fadiga relativa (Painel B) dos sujeitos inativos e ativos. Diferentes letras indicam diferenças estatisticamente significativas entre os grupos (p<0,05).

Embora o percentual da carga de esforço no teste tenha sido o mesmo para a

realização do teste, a carga absoluta do protocolo de fadiga diferiu significativamente (p

=0,0465) entre grupos Inativos (199 ± 12 Nm) e Ativos (217 ± 10 Nm). Na Figura 11 é

possível observar expressiva redução na produção do torque durante as repetições

individuais durante o teste de fadiga. Os valores da correlação do coeficiente linear (r)

variaram entre 0,6951 para os ativos e 0,7417 para os inativos. Quando considerado o slope

das retas, não foram encontradas diferenças significativas (p= 0,7401) entre os grupos

Inativo (-0,84 ± 0,24 Nm/repetições) e Ativo (-0,73 ±0,19 Nm/repetições) demonstrando a

mesma fadigabilidade no decorrer do protocolo.

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 10060

80

100

120

140

160

180

200

220

240

260

Inativo

Ativo

A

Repetições

Pic

o d

e t

orq

ue (

Nm

)

Figura 11. Valores expressos em média ± desvio padrão da média dos grupos inativos e ativos em

relação ao declínio na produção de torque máximo no grupo inativo e ativo após 10 séries de 10 extensões da articulação do joelho isocinéticos em 120º s

-1 com 45 segundos de intervalo entre as

séries (a primeira repetição foi eliminada para análise).

0

100

200

300

400

Inativo Ativo

a

b

c

d

Pic

o d

e t

orq

ue (

Nm

)

-50

-40

-30

-20

-10

0

Inativo Ativo

Fad

iga r

ela

tiva (

%)

A B

Antes Depois

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40

Redução significativa (p< 0,001) foi encontrada no pico de torque isocinético (Figura

12A) através das séries em ambos os grupos. Diferenças significativas entre os grupos

(inativos: 106 ±13 Nm e ativos: 143 ± 8 Nm, p < 0,001) foi encontrada somente na 10º série.

Apesar, de encontrados valores superiores na fadiga relativa (Figura 12B) para o grupo

inativo (-46 ± 5%) em relação ao grupo ativo (-31 ± 4 %), ambos os grupos apresentaram a

mesma tolerância a fadiga. A análise do effect size para ambos os grupos (Inativos: 7,3 e

Ativos: 9,25) apresentaram grande efeito.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 1080

100

120

140

160

180

200

220

240

260

b

a

cd

e fg h

i

b

a

a

c

d ef

gh i

*

a

A

Ativo

Inativo

Séries

Pic

o d

e t

orq

ue (

Nm

)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

*

b

a a

cd

ef

gh i

b

aa

cd

ef

gh

i

B

Séries

Fad

iga r

ela

tiva (

%)

Figura 12. Queda absoluta da fadiga (Painel A) e fadiga relativa (Painel B) após 10 séries de 10

contrações isocinéticas para extensão da articulação do joelho a uma velocidade de 120º s-1

de sujeitos ativos e inativos. Letras diferentes indicam diferenças entre as séries sendo estatisticamente significativas (p< 0,05). *diferenças estatisticamente significativas entre grupos (p< 0,01).

5.1.1 Discussão dos resultados da análise 1 (Set A)

Os principais resultados encontrados no presente estudo foram: 1) o protocolo

utilizado no presente estudo foi confiável na indução a fadiga periférica em adultos

saudáveis; 2) indivíduos ativos são capazes de desenvolver maiores índices de força em

relação aos inativos; 3) embora indivíduos ativos desenvolveram maiores índices de força,

não foi encontrado diferenças na fadigabilidade entre os grupos.

Os dados obtidos no presente protocolo de indução a fadiga isométrica e

isocinéticos, respectivamente, foram menores em relação a outros estudos (ASTORINO et.

al. 2010; CARREGARO et. al. 2011; DIPLA et. al. 2009; DERAVE et. al. 1985, RAWSON,

2010) que encontraram variações entre 50% para 86%.

Tais diferenças podem ser esclarecidas pela grande diferença entre os protocolos

utilizados na literatura. O primeiro ponto a ser tratado consiste na duração do protocolo, com

estudos utilizando variações na duração de 210 (CARREGARO et. al. 2011), 270

(ASTORINO et. al. 2010) e 390 segundos (DERAVE et. al. 1985). Em nosso estudo, o

protocolo teve uma duração de 505 segundos correspondendo 28% acima do tempo dos

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protocolos sugeridos pela literatura, sendo assim é possível considerar que nosso protocolo

pode ser capaz de promover altos níveis de estresse metabólico.

O segundo ponto corresponde à velocidade angular utilizado nos protocolos de

fadiga. De maneira similar ao nosso estudo, CARREGARO et. al. (2011) utilizaram

velocidade angular de 60° s-1 e 180° s-1 com três séries de 10 repetições e intervalo de 60

segundos entre as séries encontrou redução no pico de torque de 20,8 % e 13,3 %.

ASTORINO et. al. (2010) utilizando velocidade angular de 180°s-1, com duas séries de 40

repetições com três minutos de intervalo entre as séries encontraram redução de 35,6 %,

resultado similar ao nosso estudo.

Terceiro ponto, o volume total de trabalho executado pode ser considerado com um

fator importante para indução da fadiga muscular. RAWSON (2010) utilizou a velocidade

angular de 180° s-1 com 30 repetições com um minuto de intervalo, totalizando 150

repetições, encontrou redução de 45% no pico de torque. MERCER et. al. (2003) utilizando

protocolo com redução no volume total de trabalho, mas com aumento na intensidade

(velocidade angular de 60° s-1 com uma série com cinco repetições) encontraram redução

de 22,3 % no pico de torque.

Considerando os resultados acima descritos, é possível considerar que os protocolos

com maior volume de trabalho total possuem maior eficiência, pois apresentam maior

velocidade angular 120° s-1, contudo, os protocolos tendem a atingir o tempo aproximado de

10 minutos. Metabolicamente, é possível especular que o tempo para execução nestes

protocolos possui predominância glicolítica.

Existe apenas um estudo (PÄASUKE et. al. 1999) disponível na literatura cientifica

que avaliou a influência do nível de atividade física e o desenvolvimento da fadiga muscular

em indivíduos saudáveis. Em nosso estudo, os indivíduos ativos apresentaram maiores

níveis de força muscular em ambos os protocolos (isométrico e dinâmico) comparados aos

inativos. No entanto, não houve diferenças nos níveis de fadiga entre o grupo dos ativos

(Isométrico: 35 ± 6%; Dinâmico: 31 ± 4%) e inativos (Isométrico: -33 ± 5%; Dinâmico: -46 ±

5%).

Resultados similares foram encontrados em outros estudos (KLASS et. al. 2007)

comparando sujeitos jovens e idosos na força e fadiga muscular, sendo possível considerar

que jovens são capazes de produzir altos níveis de força em relação a idosos, contudo sem

diferenças nos níveis de fadiga. Independentemente da idade e do sexo, um mecanismo

possível para esta explicação pode ser a ativação muscular central e periférica (RUSS et. al.

2008).

Uma possível explicação para esclarecer a similaridade no processo de fadiga

muscular entre indivíduos ativos e inativos encontrados neste estudo, pode estar

relacionada à ativação muscular central e periférica, dos tipos de fibras musculares, na

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ativação e desempenho dos tipos de fibras musculares, alterações bioquímicas e na

percepção subjetiva de esforço (RUSS et. al. 2008; ASCENSSÃO et. al. 2003; OLKOSKI et.

al. 2013).

Durante o exercício isométrico com carga submáxima constante, existe um aumento

dependente do tempo no sinal eletromiográfico. Parâmetros como, amplitude do pico do

sinal, mudanças na ordem de recrutamento das unidades motoras ou aumentos na taxa de

disparo, podem ser utilizados como fator de compensação para baixa função motora

(PÄASUKE et. al. 1999). PÄASUKE et. al. (1999) não encontraram diferenças no reflexo de

latência patelar durante contrações isometricas indicando que não houve mudanças na

condução do nervo sensorial motor durante a execução de um protocolo de fadiga na força

dos extensores de joelho de atletas, sujeitos destreinados e particantes de treinamento de

força. Uma possivel explanação para tais diferenças entre atletas e indivíduos ativos pode

ser atribuída a fatores como: grandes segmentos musculares transversos (HÄKKINEN et. al.

1985) e diferenças na relação dos tipos de fibras I / II entre sujeitos não treinados e atletas

de resistência (ENOKA & DUCHATEAU, 2008). Resultados similares foram encontrados por

LEME et. al. (2012), avaliando indivíduos com alta capacidade aeróbia e baixa manutenção

de força em atividades de alta intensidade, com grande associação dos resultados a fibras

musculares.

Em relação às ações dinâmicas, nossos dados são similares ao estudo de BLACKER

et. al. (2010) mostrando que indivíduos que realizaram treinamento de força apresentaram

maior decréscimo no percentual do torque gerado (-16,5%), na fase excêntrica, quando

comparado com os grupos que realizaram exercício predominantemente aeróbio (-7,2 %) e

atividade física (-6,5 %). LEME et. al. (2012) utilizando sujeitos com diferentes tipos de

treinamento, porém realizando a mesma quantidade do trabalho total durante as sessões do

treinamento de força, consideraram que atletas de resistencia são mais resistentes a fadiga

comparados com os velocistas, lutadores e levantadores de peso.

Esta informação corrobora como nossos parâmetros da força muscular dinâmica que

apresentou o mesmo nível de fadiga, mas com o pico de torque maior quando comparados

com o grupo inativos. Além disto, o tempo de execução do protocolo pode ser considerado

como importante parâmetro para produção de acúmulo de substrato metabólico ou ser

capaz de diminuir a acidose, indicando prejuízo no desempenho muscular durante o

protocolo dinâmico de indução a fadiga. Portanto, este ponto ainda permanece inconclusivo

na literatura científica, como o nível do condicionamento físico ou somente o nível de

atividade física pode influenciar a cinética da concentração do lactato sanguíneo, ou como o

pico de concentração que ocorre durante ou imediatamente após o exercício poderia

contribuir para a fadiga aguda periférica.

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43

5.2 Resultados da Análise 2 (Set B) - Analisar as alterações de parâmetros hematológicos de indivíduos ativos e inativos submetidos a um protocolo de fadiga muscular.

Após a análise do questionário IPAQ com outros voluntários que compuseram as

análises do Set B, o tempo semanal gasto com atividade física do grupo inativo

correspondeu a 121 ± 36 minutos, tempo significativo menor (p= 0,001) que o grupo ativo

(657 ± 267 min). Contudo, nenhuma diferença significativa foi encontrada entre os grupos

conforme demonstrado na Tabela 3.

Tabela 3. Parâmetros Antropométricos dos voluntários do Set B (análises: 2, 3 e 4).

Inativo Ativo Significância

Idade (anos) 26 ± 6 28 ± 7 p= 0,636 Estatura (cm) 1,74 ± 1,0 1,81 ± 1,0 p= 0,057 Massa (kg) 80 ± 13 87 ± 18 p= 0,316 IMC (kg/cm²) 26 ± 3 26 ± 4 p= 0,991 Ʃ dobras cutâneas 138 ± 56 92 ± 28 p= 0,036 % de gordura 24 ± 12 15 ± 5 p= 0,047 Densidade corporal 1,04 ± 0,03 1,06 ± 0,01 p= 0,047 Massa magra (Kg) 60 ± 8 73 ± 13 p= 0,009 Massa gorda (Kg) 20 ± 12 14 ± 7 p= 0,149 Muscularidade 47 ± 4 52 ± 5 p= 0,015

Valores expressos em média ± desvio padrão da média. IMC – Índice de Massa corporal

Após a aplicação do protocolo de indução a fadiga, diferenças significativas (p<0.01)

foram encontradas no torque absoluto para ambos os grupos após a segunda série tanto na

ação muscular concêntrica (Figura 13A) quanto na excêntrica (Figura 13C). Diferenças

significativas (p< 0,001) foram encontradas na inclinação da curva força-repetições somente

na ação excêntrica entre os grupos (ativos: -6,30 ± 0,61; inativos: -9,55 ± 0.29 Nm/séries),

nenhuma diferença foi encontrada na ação excêntrica entre os grupos ativo (-13,24 ± 0,62

Nm/séries) e inativos (-14,28 ± 0,77 Nm/séries).

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44

1 2 3 4 5 6 7 8 9 100

50

100

150

200

250

300

350

400

*‡

* * * * * * **

*‡

*‡

*‡

*‡

*‡

*‡

*

*‡*

A

Séries

Pic

o d

e t

orq

ue c

on

cên

tric

o (

Nm

)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

** * *

* **

***

**

*‡

*‡

*‡

*‡

*‡

*

B

Séries

Vari

ação

perc

en

tual d

o p

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torq

ue c

on

cên

tric

o (

Nm

)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 100

50

100

150

200

250

300

350

400

*

**

* * **

**

***

*‡

*‡

*‡

*‡

*‡

*‡

C

Séries

Pic

o d

e t

orq

ue e

xcên

tric

o (

Nm

)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

*

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*

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*

*

*

*

**

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*

*

*

D

Séries

Vari

ação

perc

en

tual d

o p

ico

de

torq

ue e

xcên

tric

o (

Nm

)

AtivoInativo

AtivoInativo

AtivoInativo

AtivoInativo

Figura 13: Valores expressos como média ± desvio padrão da média, ação muscular concêntrica

( ainel A) e excêntrica ( ainel ) durante o protocolo de indução a fadiga muscular de su eitos inativos ( ) e ativos (•). p<0.01 indica diferenças significativas em relação as primeiras séries. ‡ indica diferenças significativas entre os grupos.

Adicionalmente, redução percentual significativa (p <0,001) foi encontrada após 10

séries na manutenção do torque em ambos os grupos tanto na ação concêntrica (ativos: -23

± 2; inativos: -41 ± 4; %) quanto na excêntrica (ativos: -41 ± 3; inativos: -46 ± 3; %) conforme

visualizada nas Figuras 13B e 13D. Diferenças entre os percentuais da manutenção da força

muscular na ação concêntrica são observadas a partir da quinta série entre os grupos

inativos (5º série: -19 ± 3; 6º série: -25 ± 3; 7º série: -27 ± 3; 8º série: -31 ± 4; 9º série: -34 ±

4; 10º série: -41 ± 4; %) e ativos (5º série: -12 ± 2; 6º série: -15 ± 3; 7º série: -17 ± 3; 8º série:

-19 ± 3; 9º série: -20 ± 3; 10º série: -23 ± 3; %).

Tabela 4. Parâmetros Hematológicos

Inativos Ativos Antes Após % Antes Após %

Hematócrito (%) 45,00 ± 0,01 47,00 ± 0,01 4 ± 1 45,00 ± 0,63 47,00 ± 0,01 5 ± 2 Hemáceas 442 ± 40 487 ± 41 9 ± 4 477 ± 30 559 ± 37 10 ± 8 Leucócitos 7565 ± 2878 8015 ± 4224 9 ± 58 6418 ± 3557 6632 ± 4460 1 ± 18

Na Tabela 4 é possível visualizar os parâmetros hematológicos. Embora tenha sido

encontrados aumentos em todos os parâmetros analisados, nenhuma diferença significante

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45

foi estabelecida tanto entre os grupos quanto antes e após a aplicação do protocolo de

fadiga.

5.2.1 Discussão dos resultados da análise 2 (Set B)

A redução do desempenho muscular tem sido foco de inúmeros estudos (PAULO

et.al. 2010; CORVINO et.al. 2009 & HUNTER et.al. 2005), sobretudo quando considerado os

mecanismos envolvidos em sua gênese. Quando nos referimos ao desenvolvimento de

tensão nossos dados corroboram com estudo (SUZUKI et. al. 2016), considerando que

indivíduos ativos apresentam maior resistência fadigabilidade que indivíduos inativos.

Considerando as respostas das diferentes ações musculares, nossos dados indicam

redução da capacidade de torque em ambos os grupos tanto na ação excêntrica quanto

concêntrica, contudo, diferenças expressivas foram encontradas entre os grupos quando

comparado à ação concêntrica.

Sabe-se que a redução da força muscular (periférica) está relacionada a inúmeros

mecanismos como: aumento nas concentrações de ADP, Pi, AMP, Ca2+ e H+ com resultando

em consequências na função do reticulo sarcoplasmático em liberar e recaptar o Ca2+,

queda dos estoques de fosfocreatina e glicogênio, redução da velocidade de condução e da

amplitude dos potenciais de ação devido ao fluxo de potássio, alterações no limiar de

excitabilidade das fibras musculares para potenciais de ação, atraso da fase de relaxamento

após um abalo contrátil (HUNTER, 2009; HUNTER et. al. 2004 & HUNTER et. al. 2005),

contudo, para nosso conhecimento poucos foram os estudos (PETRICIO et. al. 2001 &

BOGDANIS, 2012) que investigaram as diferenças entre grupos específicos na resposta a

fadiga.

Um importante achado em nosso estudo corresponde à similaridade entre os grupos

quando analisado a ação excêntrica e a diferença encontrada na ação concêntrica.

Diferenças entre as ações musculares já foram investigadas pela literatura (TESCH et. al.

1990; KAWAKAMI et. al. 1993; HAMLIN et. al. 2001; LINANAMO et. al. 2000; PASQUET et.

al. 2000; TRAPPE et. al. 2002; MULLANEY & MCHUGH, 2006; IDE et. al. 2011 &

GONZALEZ-IZAL et. al. 2013), tendo os estudos demonstrados maior comprometimento na

ativação muscular concêntrica (TESCH et. al. 1990; PASQUET et. al. 2000; GONZALEZ-

IZAL et. al. 2013), maior sobrecarga metabólica avaliada pela concentração de lactato

(GONZALEZ-IZAL et. al. 2013) em ações musculares concêntricas e componentes elásticos

especificamente na proteína titina (TRAPPE et. al. 2002; IDE et. al. 2011) como indicadores

desta diferença.

Considerando alterações hematológicas e exercício físico, muitos dos estudos

disponíveis na literatura utilizam equinos (FERRAZ et. al. 2009 & VEIGA et. al. 2006),

poucos foram os estudos (PRESTES et. al. 2007 & PORTO et. al. 2008) que investigaram

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46

os efeitos da fadiga em parâmetros hematológicos em humanos. MAYER (1965) analisou as

diferenças do hematócrito de indivíduos em diversas atividades relacionadas às atividades

da vida diária, adicionalmente, em 1977 Novosadová, avaliando as alterações entre repouso

e exercício não encontrou diferenças entre as situações. Contudo, estudos (PORTO et. al.

2008) encontraram alterações significativas em parâmetros como viscosidade do sangue

(PETRICIO et. al. 2001), morfologia das hemácias (PORTO et. al. 2008), perfil leucocitário

(PRESTES et. al. 2007) e parâmetros bioquímicos (LISBOA, 2010).

Para HALL (2011) a proporção do sangue, representada pelos glóbulos vermelhos, é

chamado de hematócritos. Para homens e mulheres adultos a concentração média de

hematócrito corresponde a 42 e 38 respectivamente, sendo estes valores variáveis

considerando a presença de anemia do grau da atividade corporal e da altitude na qual a

pessoa reside (HALL, 2011). Em nosso estudo, a concentração de hematócritos

independente dos grupos analisados não sofrem variações significativas (Tabela 4) após o

protocolo de fadiga. Adicionalmente, os valores encontrados foram similares a outros

(PETRICIO et. al. 2001, PORTO et. al. 2008 & BELLI et.al. 2009) sendo possível considerar

que a variação da concentração de hematócritos está relacionada ao equilíbrio osmótico e

hidratação celular, características presentes em exercícios de predominância anaeróbio

(PETRICIO et. al. 2001 & PORTO et. al. 2008) com pequena variação do conteúdo hídrico e

alteração na viscosidade sanguínea comparado aos exercícios de características aeróbias

(PINHEIRO et. al. 2006; SKENDERI et. al. 2006 & FERREIRA et. al. 2010).

Tais modificações na viscosidade com concomitantes alterações nas hemácias

podem contribuir para alterações na função do transporte de oxigênio (PORTO et. al. 2008)

encontrado principalmente em exercício aeróbios (PINHEIRO et. al. 2006; SKENDERI et. al.

2006 & FERREIRA et. al. 2010). A principal função das hemácias (eritrócitos) consiste no

transporte da hemoglobina que por sua vez leva oxigênio dos pulmões para os tecidos.

Quando livre no plasma do ser humano, cerca de 3% do total da hemoglobina extravasa

através da membrana capilar para o espaço intersticial, ou através da membrana glomerular

do rim para o filtrado glomerular, a cada vez que o sangue passa pelos capilares. Assim a

hemoglobina deve permanecer dentro dos glóbulos vermelhos para executar eficazmente as

suas funções nos seres humanos (HALL, 2011).

As hemácias exercem outras funções além do transporte de hemoglobina, por

exemplo, contém grande quantidade de anidrase carbônica, enzima que catalisa a reação

reversível entre o dióxido de carbono e a água para formar ácido carbônico, aumentando por

milhares de vezes, a velocidade desta reação (RIBEIRO, 2004). A velocidade desta reação

possibilita que a água do sangue transporte grandes quantidades de CO2 na forma de íons

bicarbonato, dos tecidos para os pulmões, onde é reconvertido em CO2 e eliminado para a

atmosfera como produto do metabolismo corporal (RIBEIRO, 2004). A hemoglobina nas

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47

células é considerada excelente tampão ácido básico sendo responsável pela maior parte

da capacidade do tamponamento ácido básico sanguíneo (HALL, 2011).

Os valores relativos a hemácias do presente estudo não diferiram entre indivíduos

ativos e inativos (figura 11), contudo, foram similares a outros estudos tanto em humanos

(MARTINS, 1995) quanto em animais (NASCIMENTO et. al. 2004), contudo, ainda

permanece bastante controverso quando nos referimos a exercícios de característica

anaeróbia, sobretudo quando realizado próximo a exaustão (PORTO et. al. 2008).

Quando nos referimos à concentração de leucócitos nenhuma diferença foi

encontrada após a realização do protocolo de fadiga em ambos os grupos (Tabela 4). Para

HALL (2011), os leucócitos são formados em parte na medula óssea (granulócitos,

monócitos e alguns linfócitos) e, em outra, no tecido linfático (linfócitos e plasmóticos) sua

ação está direcionada as áreas de infecção e inflamação graves, promovendo a rápida e

potente defesa contra agentes infecciosos (HALL, 2011).

O aumento da concentração de leucócitos está intimamente relacionado ao aumento

da inflamação bem como infecções graves (FOSCHINI et. al. 2007). Quando nos referimos

ao exercício físico, sobretudo dependendo da intensidade da sessão (NEMAN,1994 &

MATTHEWS et.al. 2002). Encontramos na literatura estudos demonstrando aumento,

diminuição ou manutenção de seus valores (DIAS et.al. 2009). Embora não diferentes

estatisticamente, os valores dos leucócitos de indivíduos inativos foram superiores a

indivíduos ativos, possivelmente sendo atribuída a proteção imunológica promovida pela

pratica de atividade física regular (DIA et. al. 2009). Estudos (LEANDRO et. al. 2002;

PRESTES et. al. 2006 & FOSCHINI & PRESTES, 2007) demonstraram que em situações

agudas a pratica de exercícios extenuantes podem aumentar o processo inflamatório

(FOSCHINI et. al. 2007) possibilitando aumento do conteúdo de leucócitos (FOSCHINI &

PRESTES, 2007). Considerando os dados do nosso estudo não encontramos aumentos

significativos do conteúdo de leucócitos o que pode indicar ausência de inflação após o

protocolo de fadiga, contudo, o s valores apresentados neste estudo foram similares a

outros estudos (FOSCHINI & PRESTES, 2007). Adicionalmente, o aumento dos linfócitos,

sobretudo em atividades de curta duração, é controlado pelas concentrações de

catecolaminas (MINETO et. al. 2005).

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48

5.3 Resultados da Análise 3 (Set B) - alterações dos indicadores de fadiga no desenvolvimento de força isométrica de indivíduos ativos e inativos submetidos ao protocolo de fadiga muscular.

Conforme visualizado na Figura 14, diferenças significativas (p<0,001) no pico de

torque isométrico foi encontrado entre os indivíduos inativos e ativos antes do protocolo de

fadiga. Após a realização do protocolo de fadiga muscular, redução significativa (p<0,01)

tanto no pico torque (Antes: 341 ± 63 Nm, Após: 260 ± 56 Nm) quanto na taxa de

desenvolvimento de torque (Antes: 233 ± 146 Nm/s, Após: 145 ± 92 Nm/s) foi encontrada no

grupo Ativo. De maneira similar o grupo Inativo apresentou redução (p<0,01) no pico torque

(Antes: 278 ± 49 Nm, Após: 157 ± 65 Nm) e na taxa de desenvolvimento de torque (Antes:

126 ± 62 Nm/s, Após: 44 ± 22 Nm/s).

0

100

200

300

400

500

Inativo Ativo

*

*†

‡#

AntesDepois

A

Pic

o d

e f

orç

a iso

metr

ica (

Nm

)

0

100

200

300

400

500

Inativo Ativo

*

*†

‡#

BAntesDepois

TD

T (

Nm

/s)

Figura 14. Valores expressos como média ± desvio padrão da média do pico de torque isométrico

(painel A) e taxa de desenvolvimento de torque (Painel B) antes e após o protocolo de fadiga. *p< 0,01 indica diferenças estatisticamente significativas. ‡p< 0,01 indica diferenças estatisticamente significativas para o grupo inativo (pré)

Diferenças significantes (p<0,020) na fadigabilidade entre os grupos tanto no pico de

torque (Ativos: -23 ± 14 %; Inativos: -45 ± 2 %) quanto na taxa de desenvolvimento de

torque (Ativos: -44 ± 24 %; Inativos: 67 ± 15 %) foram encontradas. Grande effect size foi

observado no pico de torque para os inativos e moderado para os ativos (Ativos: -1,28;

Inativos: -2,46) e na taxa de desenvolvimento de torque, pequeno effect size foi observado

para ambos os grupos (Ativos: -0,60; Inativos: -1,32) após o protocolo de fadiga.

Diferenças significantes (p<0,001) na concentração de lactato (mmMol) foi

encontrada considerando os três momentos de avaliação (Figura 15A), tanto no grupo Ativo

(Repouso: 1,30 ± 0,16 < Antes: 3,54 ± 0,46 < Depois: 7,56 ± 1,47) quanto no Inativo

(Repouso: 1,31 ± 0,35 < Antes: 3,47 ± 0,47 < Depois: 8,20 ± 2,60). Nenhuma diferença

(p=0,74) foi encontrada no percentual de aumento (repouso vs. depois) no conteúdo de

lactato entre os grupos (Ativos: 81 ± 5 %; Inativos: 82 ± 6 %), contudo, grande effect size

foram encontrados em ambos os grupos (Ativos: 45,37; Inativos: 19,11).

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49

0

5

10

15

*†

*

*

*†

Repouso Antes Depois

A

AtivoInativo

Lacta

to (

mm

Mo

l)

80

90

100

110

120

130

140

B

Repouso Antes Depois

Glico

se (

mg

/dl)

AtivoInativo

Figura 15. Valores expressos como média ± desvio padrão da média das concentrações de lactato (Painel A) e Glicose (Painel B) antes e após o protocolo de fadiga. *p< 0.01 indica diferenças estatisticamente significativas. ‡p< 0.01 indica diferenças estatisticamente significativas para o grupo Inativo (pré).

Nenhuma diferença foi encontrada na concentração de glicose (mg/dl) absoluta entre

os tempos de intervenção no grupo Ativo (Repouso: 104 ± 6 = Antes: 109 ± 11 = Depois:

114 ± 13) e Inativo (Repouso: 101 ± 8 = Antes: 108 ± 18 = Depois: 113 ± 25). De maneira

similar a variação percentual não diferiu entre os grupos (Ativos: 7 ± 14 %; Inativos: 8 ± 16

%) e moderado effect size foi encontrado entre os grupos (Ativos: 1,66; Inativos: 1,50).

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Tabela 5. Resultados Eletromiográficos dos músculos, Reto Femoral, Vasto Medial e Vasto Lateral

em CIVM dos voluntários do SET B.

Inativo Ativo

Antes Depois Antes Depois

RMS (µV)

Reto Femoral 151 ± 79 135 ± 55 263 ± 178 212 ± 124

Vasto medial 181 ± 101 215 ± 51 266 ± 143 256 ± 95

Vasto lateral 153 ± 45 152 ± 51 220 ± 99 228 ± 116

FDM (Hz)

Reto Femoral 84 ± 19 68 ± 12 86 ± 11 78 ± 10

Vasto medial 94 ± 24 83 ± 12 88 ± 19 92 ± 18

Vasto lateral 81 ± 19 75 ± 12 83 ± 13 85 ± 12

FInsm5 (Hz)

Reto Femoral -12,93 ± 0,48 -12,51 ± 0,39* -13,01 ± 0,34 -12,79 ± 0,36*

Vasto medial -13,16 ± 0,36 -12,89 ± 0,30* -13,03 ± 0,39 -13,07 ± 0,26

Vasto lateral -12,86 ± 0,46 -12,64 ± 0,44* -12,86 ± 0,33 -12,85 ± 0,35

Valores expressos como média ± desvio padrão da média dos SEMG dos músculos, Reto Femoral, Vasto Lateral, Medial e Intermédio. RMS: amplitude do SEMG (Painel A), FDM: frequência mediana do SEMG (Painel B), FInsm5: logaritmo do índice espectral. *p< 0,01 indica diferenças estatisticamente significativas para o pré.

Na Tabela 5 é possível visualizar a atividade eletromiográfica dos músculos reto

femoral, vasto medial e vasto lateral antes e após o protocolo de fadiga. Não foram

encontradas diferenças na amplitude (RMS) e na frequência mediana (FDM) do sinal

eletromiográfico nos músculos analisados após a realização do protocolo de fadiga e entre

os grupos. Diferenças significativas (p<0,001) foram encontradas após o protocolo de fadiga

em todos os grupos musculares do parâmetro FInsm5 do grupo Inativo, entretanto, para o

grupo Ativo diferenças estatísticas foram estabelecidas somente no músculo reto femoral.

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51

Tabela 6. Variação percentual e o effect size do SEMG dos músculos, Reto Femoral, Vasto Medial e

Lateral dos grupos inativo e ativo após a execução do protocolo de fadiga muscular.

Inativo Ativo

% Effect size % Effect size

RMS (µV)

Reto Femoral -7 ± 44 -0,208 (superficial) -17± 42 -0,284 (superficial)

Vasto medial -8 ± 36 -0,337 (superficial) 1 ± 17 -0,070 (superficial)

Vasto lateral -3 ± 49 -0,030 (superficial) -1 ± 31 0,061 (superficial)

FDM (Hz)

Reto Femoral -25 ± 28 -0,846 (Pequeno) -9 ± 9 -0,683 (Pequeno)

Vasto medial -7 ± 14 -0,437 (superficial) 2 ± 8 -0,168(Moderado)

Vasto lateral -16 ± 20 0,053 (superficial) 2 ± 15 0,054 (superficial)

FInsm5 (Hz)

Reto Femoral -3 ± 5 0,879 (Pequeno) -1 ± 4 0,640 (Pequeno)

Vasto medial -4 ± 4 0,472 (superficial) -5 ± 5 0,025 (superficial)

Vasto lateral -1 ± 2 2,697 (Grande) 1 ± 2 2,555 (Grande)

Valores expressos como média ± desvio padrão da variação percentual e o effect size. RMS: amplitude do SEMG (Painel A), FDM: frequência mediana do SEMG (Painel B), FInsm5: logaritmo do índice espectral.

A variação percentual e o effect size pode ser visualizado na Tabela 6. Não foi

encontrado diferenças significativas na variação percentual dos sinais eletromiográficos dos

músculos extensores do joelho.

0

100

200

300

400

500

Inativo Ativo

Antes

Depois

A

RM

S (

µV

)

0

30

60

90

120

150

Inativo Ativo

Antes

Depois

*‡

B

FD

M (

Hz)

-20

-15

-10

-5

0Ativo

Antes

Depois

*

*‡

InativoC

FIn

sm

5 (H

z)

Figura 16. Valores expressos como média ± desvio padrão da média do SEMG dos músculos Reto Femoral, Vasto Medial, Intermediário e Lateral. RMS: amplitude do SEMG (Painel A), FDM: frequência mediana do SEMG (Painel B), FInsm5: (Painel C). *p< 0,01 indica diferenças estatisticamente significativas para pré. ‡p< 0,01 indica diferenças estatisticamente significativas para o grupo Inativo (antes).

Na figura 16 é possível observar a atividade eletromiográfica média dos músculos

(vasto lateral, vasto medial e reto femoral) analisados em modelo explicativo considerando

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os músculos responsáveis pela extensão do joelho. Não foi encontrado diferenças

significativas no RMS (Figura 16A) tanto no grupo Inativo (Antes: 167 ± 67, Depois: 162 ±

45; µV) e quanto no Ativo (Antes: 249 ± 125, Depois: 232 ± 100; µV) considerando valores

absolutos, bem como na variação percentual (Ativos: -5 ± 25 %; Inativos: -2 ± 19 %).

Pequeno effect size foi encontrado entre os grupos (Inativo: -0,07; Ativo: -0,13).

Quando analisado a FDM, nenhuma diferença foi estabelecida antes do protocolo

entre os grupos, contudo, após o protocolo de fadiga os valores do grupo Inativo (Antes: 86

± 14, Depois: 75 ± 8; Hz) diferiram entre si e entre o grupo Ativo (Antes: 85 ± 6, Depois: 84 ±

6;Hz) que não sofreu qualquer modificação com o protocolo de fadiga (Figura 16B).

Diferenças significativas (p< 0,02) foram encontradas entre os grupos quando analisado a

variação percentual (Inativos: -15 ± 17 %; Ativos: -1 ± 6 %), contudo pequeno effect size foi

encontrado no grupo Inativo (-0,78) e trivial efeito no grupo Ativo (-0,16).

Resultados similares foram encontrados quando analisado a FInsm5 (Figura 16C),

nenhuma diferença foi encontrada antes do protocolo de fadiga, porém, após o protocolo de

fadiga os valores do grupo Inativo (Antes: -12,96 ± 0,30, Depois: -12,68 ± 0,24; Hz) diferiram

entre si e entre o grupo Ativo (Antes: -12,96 ± 0,17, Depois: -12,90 ± 0,17; Hz) que não

diferiu entre si. Diferenças significativas (p< 0,01) foram encontradas na variação percentual

entre os grupos (Inativos: -2 ± 1 %; Ativos: 0 ± 1 %), e grande effect size foi encontrado para

o grupo inativo e pequeno para o grupo ativo (Inativo: -3,26, Ativo:-0,35).

0

5

10

15

20

25

A

*

Repouso Antes Depois

*

*‡

*‡

AtivoInativo

Perc

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0

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*†

*

*†‡

*

Repouso Antes Depois

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0

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10

15

20

25

C

Repouso Antes Depois

*

*‡

Perc

ep

ção

de r

ecu

pera

ção

(sco

re)

Figura 17. Valores expressos como média ± desvio padrão da média das percepções de esforço

(Painel A), de dor (Painel B) e de recuperação (Painel C) antes e após o protocolo de fadiga. *p< 0.01 indica diferenças estatisticamente significativas. ‡p< 0.01 indica diferenças estatisticamente significativas para o grupo Inativo (pré).

Na Figura 17 é possível observar os valores relativos às variáveis psicofisiológicas.

Em relação à percepção subjetiva de esforço (Figura 17A) não foi encontrado diferenças

significantes entre os grupos, contudo, considerando os momentos antes e depois do

protocolo de fadiga, aumento progressivo significante (p<0,001) na percepção de esforço foi

relatado quando comparado ao repouso tanto no grupo Ativo (Repouso: 7 ± 2 < Antes: 12 ±

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53

3 < Depois: 16 ± 3) quanto no Inativo (Repouso: 7 ± 2 < Antes: 13 ± 3 < Depois: 18 ± 2).

Nenhuma diferença (p= 0,275) foi encontrada no percentual de aumento na percepção de

esforço entre os grupos (Ativos: 50 ± 22 %; Inativos: 59 ± 11 %), contudo, grande effect size

foi encontrado em ambos os grupos (Ativos: 4,50 e Inativos: 5,50).

Quando se refere à percepção de dor (Figura 17B) diferenças (p< 0,001) foram

encontradas entre os tempos de análise em ambos tanto no grupo Ativo (Repouso: 0 ± 0 <

Antes: 1,16 ± 1,13 < Depois: 4,57 ± 3,15) quanto no Inativo (Repouso: 0 ± 0 < Antes: 0,86 ±

0,94 < Depois: 7,50 ± 1,83). Contudo, diferenças entre o grupo foram encontradas

imediatamente (referente ao tempo depois) após a finalização do teste, demonstrando uma

menor percepção de dor para o grupo ativo. Quando analisado a variação percentual

diferenças significativas (p< 0,001) foram encontradas entre os grupos (Ativos: 7 ± 14 %;

Inativos: 8 ± 16 %).

Os dados da percepção de recuperação (Figura 17C) foram diferentes (p< 0,001)

apenas após a finalização do teste (depois) quando comparado aos momentos repouso e

antes do protocolo de fadiga, tanto no grupo Ativo (Repouso: 18,36 ± 1,91 = Antes: 17,00 ±

2,04 < Depois: 13,09 ± 3,14) quanto no Inativo (Repouso: 17,70 ± 2,21 = Antes: 15,50 ± 2,32

< Depois: 9,10 ± 1,96). Contudo, curiosamente diferenças (p<0,001) na percepção de

recuperação foi encontrada somente após a realização do teste demonstrando melhor

recuperação para o grupo ativo. Quando analisado a variação percentual diferenças

significativas (p< 0,001) foram encontradas entre os grupos (Ativos: 7 ± 14 %; Inativos: 8 ±

16 %) e pequeno effect size foi observado para o grupo ativo e grande para o grupo inativo

(Ativos: -0,71; Inativos: -3,89).

5.3.1 Discussão dos resultados da análise 3 (Set B)

Os principais achados do estudo correspondem ao grande comprometimento do

torque máximo e na taxa de desenvolvimento do torque em ambos os grupos, alterações

menos expressivas nos sinais eletromiográficos e parâmetros bioquímicos quando

comparados os grupos ativos e inativos e alterações significantes em parâmetros

psicofisiológicos.

Considerando os valores do pico do torque isométrico, os dados da presente análise

foram similares ao estudo previamente publicado pelo nosso grupo (SUZUKI et. al. 2016) em

ambos os grupos Ativo (Pré: 341 ± 63 Nm, Pós: 260 ± 56 Nm) e Inativo (Pré: 278 ± 49 Nm,

Pós: 157 ± 65 Nm). Contudo, a alteração percentual do presente estudo obteve maior queda

no pico de torque isométrico no grupo inativo (103 ± 84%) quando comparado (46±5%) do

nosso prévio estudo (SUZUKI et al. 2016), mas similar a outros (PÄASUKE et. al. 1999,

KLASS et. al. 2007) que encontraram valores superiores a 100% na redução da força

muscular. De acordo com prévios estudos (ASCENSSÃO et. al. 2003, RUSS et. al. 2008,

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54

OLKOSKI et. al. 2013) a razão para a diferença direciona-se para o aumento no nível de

aptidão física que indivíduos mais ativos possuem, proporcionado por melhor ativação

muscular, considerando a ativação central e periférica bem como melhor desempenho na

ativação dos tipos de fibras.

A taxa de desenvolvimento de torque vem sendo considerada um parâmetro sensível

na análise da força muscular em diferentes populações (SOUZA et. al. 2015, OLIVEIRA et.

al. 2015). Os dados encontrados na presente análise estão em concordância com prévios

estudos (CORVINO et.al. 2009, AAGAARD et.al. 2002 SOUZA et.al. 2014) com valores

variando entre 130 Nm/s a 145 Nm/s.

Quando nos referimos a lactecemia os achados do presente estudo foram similares a

outros estudos (PILEGAARD et.al. 1999, PORTO et. al. 2008 & COSWIG et.al. 2013)

utilizando exercícios resistidos. PILEGAARD et.al. (1999) avaliando indivíduos treinados e

destreinados em exercício de leg-press com alta intensidade apresentam valores de lactato

(inativos: pós 6 mmol e ativos: pós 8 mmol). PORTO et. al. (2008) analisando indivíduos

praticantes de treinamento resistido encontraram aumento da concentração de lactato

equivalente a 11,6 mmol após realização do exercício de extensão de joelho, valor similar ao

encontrado na presente análise.

Contudo, outros estudos (BERTUZZI et. al. 2009, MACEDO et. al. 2009, PHILIP et.

al. 2005, GLADDEN 2006) vem demonstrando que o lactato não é o grande vilão e não pode

ser mais considerado como indicador de fadiga, mas sim um indicador da intensidade do

exercício. A justificativa para tal afirmação encontra-se na predominância anaeróbia do

protocolo devido alta intensidade (BERTUZZI et.al. 2009; PHILP et.al. 2005, GLADDEN,

2006), existem consistentes evidências (TAKARADA et.al. 2000, YASUDA et.al. 2012 &

TAKARADA et.al. 2002) apontando vasocompressão do leito vascular com alteração da

perfusão sanguínea local a partir de 30% de 1RM e completa oclusão a partir de 85% de

1RM, caracterizando a atividade com predominância metabólica anaeróbia. Em nosso

estudo utilizamos intensidade correspondente a 70% da contração voluntaria máxima, carga

de treino correspondente a predominância de glicose e o glicogênio muscular como

substrato energético primário (McARDLE et. al. 2011; KRAEMER et. al. 2013, GUYTON &

HALL, 2011).

Considerando as alterações da glicemia vários estudos tanto aeróbios (DUTRA et. al.

2009) quanto resistidos (OLIVEIRA et. al. 2006, DENADAI 2002) encontraram aumento

similar aos reportados neste estudo durante a prática de exercício. DENADAI (2002)

apresentou aumento significativo da glicemia em exercício intermitente realizado acima de

20% do limiar anaeróbio em indivíduos treinados. OLIVEIRA et. al. (2006) avaliando

exercícios resistidos encontraram aumento significativo na glicose sanguínea utilizando

intensidade superior a 30% de 1RM, contudo com aumento mais expressivo utilizando

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55

cargas próximas a 90% de 1RM. A razão para este aumento é atribuída a maior liberação do

hormônio glucagon durante a prática de exercício, sobretudo naqueles com altas cargas de

treino (GAITANOS et. al. 1993, CANALY & KRUEL, 2001).

A análise eletromiográfica vem sendo considerada uma importante estratégia

utilizada pela literatura para determinação da fadiga muscular (MARCHETTI & DUARTE,

2006, OKANO et.al. 2003, McNEIL et.al. 2003) seja no domínio do tempo (GONZALEZ-IZAL

et.al. 2013) quanto na amplitude (OKANO et.al. 2003). No presente estudo, não

encontramos diferenças na frequência do sinal considerando a análise dos extensores do

joelho de indivíduos ativos (Tabela 7), diferentes de outros estudos (KAWANO et. al. 2009,

SILVA & GONÇALVES 2003) que encontram diminuição na frequência do sinal

corroborando com nosso grupo inativo (p<0,01). Avaliando a amplitude do sinal

eletromiográfico o presente estudo encontrou manutenção na intensidade do sinal

corroborando com outros estudos (GOSSELIN & FAGAN 2014, BOGDANIS 2012, SILVA et.

al. 2012, SANTOS et.al. 2008, CORRÊA et. al. 2006) .

A possível explicação para os valores pré e pós-execução do protocolo para ambos

os grupos em relação ao RMS pode ter sido devido ao aumento da amplitude do potencial

de ação, a mudança na ordem de recrutamento das unidades motoras (UM), o aumento de

recrutamento de novas UMs, ou aumento das taxas de disparo do neurônio motor

(GONÇALVES, 2000 e SILVA & GONÇALVES, 2003) fazem com que os valores de RMS

aumentem ou se mantenham para compensar a fadiga, ou seja, a determinação da fadiga

muscular analisada pela RMS encontra-se no aumento ou manutenção dos sinais, sendo

estes fatores utilizados como estratégias de compensação da perda da função motora das

UMs fadigadas (SILVA & GONÇALVES, 2003 e NODA et.al.2003).

Outra variável importante na avaliação da fadiga, no modelo eletromiográfico, é o

parâmetro proposto por DIMITROV et. al. (2006) denominado Flnsm5. Este parâmetro

corresponde na avaliação da razão entre diferentes ordens de momentos (-1 e 5) do

espectro da potência do sinal eletromiográfico e enfatiza o aumento e a diminuição das

frequências baixas e altas do espectro analisado, além disso, este índice vem sendo

considerado mais sensível na identificação das alterações mioelétricas durante a fadiga

observada em exercícios de leg-press em relação aos índices tradicionais de fadiga

(GONZALEZ-IZAL et. al. 2012). Nossos achados, considerando este parâmetro foram

similares a prévios estudos (GONZALEZ-IZAL et. al. 2013, CARREGARO et. al. 2010)

demonstrando maior capacidade de manutenção da ativação mesmo apresentando queda

no pico de torque nos indivíduos fisicamente ativos.

Considerando os parâmetros psicofisiológicos, os valores relativos a escala subjetiva

de esforço, mostraram aumento significativo comparado ao repouso em ambos os grupos,

contudo, sem apresentar diferenças entre os grupos, indicando que ambos foram

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56

submetidos a mesma intensidade de esforço. O aumento da percepção de esforço durante

diferentes modalidades de exercício ou condição fisiológica já vem sendo intensamente

demonstrado (BATISTA, 2007; MONTEIRO et.al. 2005 & MOURA et.al. 2003). WALLACE et.

al. (2008) demonstraram alteração na percepção de esforço após do processo de

familiarização no equipamento, fato este controlado com as fases de familiarização deste

estudo.

Considerando a percepção de dor, vários estudos (ABAD et. al. 2010, MAIOR et. al.

2008, ELLWANGER et. al. 2007) frequentemente utilizam a metodologia utilizada no

presente estudo. Para nosso conhecimento, existe disponível na literatura apenas um

estudo (ABAD et. al. 2010) que investigou a resposta a dor durante sessão aguda de

treinamento de força. De maneira similar aos dados reportados nesse estudo indivíduos

treinados foram mais tolerantes a sensação de dor que indivíduos destreinados.

ELLWANGER et. al. (2007) avaliando a sensação de dor em homens treinados submetido a

sessões de treinamento de força com diferentes velocidades de execução apresentaram

aumento substancial dos escores de dor proporcionalmente ao aumento da velocidade de

execução, parâmetro este reconhecido como uma das variáveis de carga de treino (LEITE,

2014) facilmente manipulada para promover aumento da intensidade de treinamento (LEITE,

2014).

Não há novidades em afirmar que quanto maior o nível de atividade física maior é a

sensação de recuperação (SUZUKI et.al. 2006). A aplicação do protocolo de fadiga induziu

diferentes percepções de recuperação em ambos os grupos. Contudo, a percepção de

recuperação do grupo ativo foi maior quando comparada ao grupo inativo. Os achados do

presente estudo são similares a outros estudos (MUJIKA & PADILLA, 2003; BOSQUET et.al.

2007 & MACKINNON & GINN 1998) que encontraram influência do nível de treinabilidade na

percepção e recuperação. Estudos como os de KENTTÄ & HASSMÉN (1998) e SUZUKI et.

al. (2006) avaliando atletas profissionais submetidos ao um programa de treinamento,

encontraram melhora na percepção de recuperação com concomitante aumento na

condição física em diferentes etapas do protocolo de treinamento.

5.4 Resultados da Análise 4 (Set B) - indicadores de fadiga do pico de torque isocinético durante o protocolo de indução a fadiga muscular em indivíduos ativos e inativos.

Na Figura 18 pode ser visualizado o desempenho do pico de torque durante o

protocolo de fadiga. Após a realização do protocolo, diferenças significativas (p<0.01) foram

encontradas no torque em ambos os grupos a partir da terceira série (Figura 18A),

adicionalmente, o grupo ativo apresentou maior torque em todas as séries do protocolo de

fadiga. Diferenças significativas (p< 0,001) foram encontradas na inclinação da curva força-

repetições (ativo:-9,77 ± 0,57 e inativo: -11,91 ± 0.47 Nm/séries).

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57

Apesar, de encontrados valores mais expressivos na fadiga relativa (Figura 18B)

para o grupo inativo (-91 ± 12 %) em relação ao grupo ativo (-55 ± 7 %), ambos os grupos

apresentaram a mesma tolerância a fadiga apenas entre a primeira e a sétima série. A

análise do effect size para ambos os grupos (inativos: 7,30 e Ativos: 9,62) apresentaram

grande efeito.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 100

50

100

150

200

250

300

350

400

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** * *

**

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*‡

*‡

*‡

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*‡*

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AtivoInativo

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Nm

)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10-140

-120

-100

-80

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-40

-20

0

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*

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*‡

*‡

B

*

*

**

*

AtivoInativo

SériesR

ed

ução

do

pic

o d

e t

orq

ue (

%)

Figura 18. Valores expressos como média ± desvio padrão da média do pico de torque isocinético

(Painel A) e o percentual da redução do pico de torque isocinético (Painel B) após 10 séries de 10 contrações isocinéticas para extensão da articulação do joelho a uma velocidade de 120º s

-1 do grupo

ativo e inativo. *p<0,001 indica diferenças estatisticamente significativas em relação à primeira série. ‡ p<0,001 indica diferenças estatisticamente significativas entre os grupos.

A atividade eletromiográfica dos músculos extensores do joelho (vasto lateral, vasto

medial e reto femoral) pode ser visualizada na Figura 19. Embora não tenha sido

encontradas diferenças entre os grupos, somente os valores da décima série do RMS

(Figura 19A) diferiram (p< 0,001) da primeira série em ambos os grupos. Não foram

encontradas diferenças significativas (p= 0,078) na variação percentual (Ativos: 53 ± 4 %;

Inativos: 40 ± 1 %), contudo, grande effect size foi encontrado para ambos os grupos

(Inativo: 19,64; Ativo: 30,17).

Quando analisado a FDM (Figura 19B), diferenças significativas foram encontradas

entre os grupos (p=0,001) somente entre a primeira e a quarta série. Diferenças

significativas entre a primeira serie foram encontradas (p < 0,001) partir da quarta série no

grupo Inativo e da sétima série no grupo ativo. Não foi encontrada redução significativa na

variação percentual entre os grupos Inativos (32 ± 7 %) e Ativos (22 ± 5 %), contudo grande

effect size foi encontrado em ambos o grupo Inativo (25,00) Ativo (6,66).

Resultados similares foram encontrados quando analisado a FInsm5 (Figura 19C).

Diferenças significativas foram encontradas entre os grupos (p=0,001) somente entre a

primeira e a oitava série. Os valores da FInsm5 do grupo Inativo diferiram (p< 0,001) a partir

da segunda série, já para o grupo Ativo diferenças (p< 0,001) foram encontradas somente a

partir da quinta série em relação a primeira série. Não foi encontrado diferenças

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significativas (p> 0,05) no percentual de variação percentual entre os grupos Inativos (8 ± 4

%) e Ativos (4 ± 3 %), contudo, grande effect size foi encontrado em ambos os grupos

(Inativo: 14,28; Ativo: 10,20).

0

50

100

150

200

250

A

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

*

*

Séries

RM

S (

Hz)

50

60

70

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90

100

110

B

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

*

**

*

*

** **

*

*

‡‡ ‡ ‡

Séries

FD

M (

Hz)

-14.0

-13.5

-13.0

-12.5

-12.0

-11.5

C

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

*

*‡

*‡

*‡

*‡

*‡

*‡

** * *

* * *

Séries

FIn

s (

Hz)

Figura 19: Valores expressos como média ± desvio padrão da média dos SEMG dos músculos, Reto

Femoral, Vasto Medial e Lateral. RMS: amplitude do SEMG (Painel A), FDM: frequência mediana do SEMG (Painel B), FInsm5: (Painel C). Após 10 séries de 10 contrações isocinéticas para extensão da articulação do joelho a uma velocidade de 120º s

-1 do grupo ativo e inativo.

*p<0,001 indica diferenças estatisticamente significativas em relação à primeira série. ‡ p<0,001 indica diferenças estatisticamente significativas entre os grupos.

Na Figura 20 é possível verificar o comportamento de indicadores bioquímicos

durante o protocolo de fadiga. Aumento significativo (p< 0,001) da glicemia sérica (Figura

20A) foi observada em relação ao repouso a partir da primeira série do protocolo de fadiga

em ambos os grupos. Contudo, não foram encontradas diferenças entre os grupos durante o

protocolo de fadiga, repercutindo na variação percentual (Ativos: 10 ± 12 %; Inativos: 20 ±

25 %, p<0,253) com superficial effect size (Ativos: 0,45; Inativos: 0,013).

As concentrações de lactato (Figura 20B) e da lactato desidrogenase (Figura 20C)

aumentaram significativamente (p< 0,001) entre os grupos ao longo das séries a partir da

primeira série em relação ao repouso. Nenhuma diferença (p<0,545) foi encontrada no

percentual de variação entre os grupos tanto na concentração de lactato (Ativo: 84 ± 5;

Inativo: 83 ± 7; %) quanto na lactato desidrogenase (Ativo: 44 ± 9; Inativo: 45 ± 7; %). Para

ambos os grupos grande e moderado effect size foram encontrados respectivamente na

concentração de lactato (Ativo: 40, 99; Inativo: 18,75) e na lactato desidrogenase (Ativo:

1,34; Inativo: 1,04).

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59

90

100

110

120

130

140

A

Repouso 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

** *

*

***

*

*

*

** **

* ***

*

*

Séries

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0

2

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B

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*

*

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*

*

* *

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**

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* *

*

*

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mm

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C

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**

*

**

**

*

*

*

**

*

**

*

*

*

***

Séries

LD

H (

U/L

)

Figura 20: Valores expressos como média ± desvio padrão da média das concentrações de Glicose

(Painel A), Lactato (Painel B) e LDH (Painel C) após 10 séries de 10 contrações isocinéticas para extensão da articulação do joelho a uma velocidade de 120º s

-1 do grupo ativo e inativo.

*p<0,001 indica diferenças estatisticamente significativas em relação à primeira série.

A percepção de esforço (Figura 21A) e dor (Figura 21B) aumentaram

significativamente (p< 0,001) entre os grupos ao longo das series a partir da primeira série

em relação ao repouso. Nenhuma diferença foi encontrada no percentual de variação entre

os grupos tanto na percepção de esforço (Ativo: 147 ± 82; Inativo: 175 ± 74; %) quanto na

dor referida (Ativos: 81 ± 8 % e Inativos: 71 ± 32 %). Para ambos os grupos grande effect

size foram encontrados em ambos os grupos tanto na percepção de esforço (Ativos: 16,35 e

Inativos: 18,12) quanto dor (Ativos: 54,66 e Inativos: 52,20).

Diferenças significantes (p< 0,001) na percepção de recuperação (Figura 21C) foram

encontradas a partir da terceira série do protocolo de fadiga em ambos os grupos, contudo,

embora não tenha sido encontradas diferenças na variação percentual (Ativos: -37 ± 20,

Inativos: -45 ± 18; %), os escores de recuperação do grupo Inativo foram significantemente

diferentes (p< 0,01) do grupo Ativo a partir da quinta série do protocolo de fadiga.

Adicionalmente, grande effect size (Ativos: -12,15 e Inativos: -11,85) foi encontrado em

ambos os grupos.

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60

0

5

10

15

20

25

A

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ouso 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

*

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ouso 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

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*

*

*

*

*

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*

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*

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*

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*

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Pe

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re)

5.0

7.5

10.0

12.5

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17.5

20.0

C

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*

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**

**

**

**

**

*‡

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*‡ *

*‡

*‡

*‡

Séries

Perc

ep

ção

de r

ecu

pera

ção

(sco

re)

Figura 21: Valores expressos como média ± desvio padrão da média das percepções de esforço (Painel A), Dor (Painel B) e recuperação (Painel C) após 10 séries de 10 contrações isocinéticas para extensão da articulação do joelho a uma velocidade de 120º s

-1 do grupo ativo e inativo.

*p<0,001 indica diferenças estatisticamente significativas em relação à primeira série. ‡ p<0,001 indica diferenças estatisticamente significativas entre os grupos.

Na Tabela 9 é possível observar o resultado da análise da regressão multivariada.

Não foi observado correlação positiva entre os parâmetros analisado de forma bivariada,

indicando impropriedade quando a análise é feita de maneira isolada.

Tabela 7. Resultados da análise de regressão multivariada

Coeficiente B EPM Significância Tolerância VIF

Constante 25,510 35,717 0,487

Nível de A.F -3,646 3,319 0,290 0,717 1,395

Muscularidade -0,416 0,469 0,391 0,564 1,772

Dor -0,416 0,469 0,391 0,564 1,772

RMS 0,140 0,146 0,356 0,763 1,311

Lactato -1,838 1,342 0,192 0,988 1,012

Como observado na Tabela 7, os valores de tolerância ficaram menores que 1 e o

VIF entre 1 e 5, indicando que as variáveis estão moderadamente correlacionadas, o que

permitiu considerar que o modelo foi bem empregado. Entretanto, vale reforçar que a

variável analisada isoladamente não explica o fenômeno adequadamente, reforçando assim

a importância do uso da estatística multivariada para explicar o fenômeno fadiga muscular.

Com base nos resultados apresentado neste estudo, consideramos que a combinação das

variáveis, muscularidade, dor, RMS, concentração de lactato e o nível de atividade física

foram adequados para diferenciar a fadigabilidade sendo apresentada a equação preditora

na Tabela 8 com 52,5% de redução (p< 0,043) do desempenho.

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Tabela 8. Modelo de regressão multivariada

Equação da Regressão R2 P

Torque= 25,51 – (3,646) atividade física – (0,416) muscularidade + (0,701)

dor + (0,14) RMS – (1,838) lactato

0,525 0,043

5.4.1 Discussão dos resultados da análise 4 (Set B)

O presente estudo se propôs a avaliar os indicadores de fadiga do pico de torque

isocinético durante o protocolo isocinético de indução a fadiga muscular em indivíduos ativos

e inativos. Os principais achados do estudo correspondem ao comprometimento do pico de

torque em ambos os grupos com alterações nos sinais eletromiográficos e psicofisiológicos,

contudo, sem apresentar diferenças significativas em parâmetros bioquímicos.

Adicionalmente, considerando que a fadiga é um fenômeno complexo estabelecemos uma

equação preditora considerando os parâmetros analisados neste estudo através da análise

de regressão multivariada.

Considerando os valores do pico do torque isocinético, os dados da presente análise

foram diferentes ao estudo previamente publicado pelo nosso grupo (SUZUKI et. al. 2016),

uma hipótese para a discrepância do resultado pode estar direcionada ao grau de

treinabilidade dos indivíduos do grupo ativo bem como o controle da ingestão alimentar de

ambos os grupos. Além disso, o grupo inativo deste estudo apresentou maior redução do

torque isocinético (-91 ± 12 %) quando comparado do nosso prévio estudo (46 ± 5 %)

(SUZUKI et. al. 2016), contudo foi similar a outros (PÄASUKE et. al. 1999 & KLASS et. al.

2007) que encontraram valores superiores a 100% na redução da força muscular. De acordo

com prévios estudos (ASCENSSÃO et. al. 2003; RUSS et. al. 2008 & OLKOSKI et. al. 2013)

a razão para a diferença direciona-se para o aumento no nível de aptidão física que

indivíduos mais ativos possuem, proporcionado por melhor ativação muscular, considerando

a ativação central e periférica bem como melhor desempenho na ativação dos tipos de

fibras.

A análise eletromiográfica vem sendo considerada uma importante estratégia

utilizada pela literatura para determinação da fadiga muscular (MARCHETTI & DUARTE;

2006; OKANO et.al. 2003; McNEIL et.al. 2003; GONZALEZ-IZAL et.al. 2013 & OKANO et.al.

2003). No presente estudo, diferenças significativas entre os grupos foram encontradas

somente na frequência do sinal estando de acordo com outros estudos (KAWANO et. al.

2009, SILVA & GONÇALVES 2003). A inalteração da amplitude do sinal eletromiográfico

encontrada neste estudo também está em concordância com outros estudos (GOSSELIN &

FAGAN 2014; BOGDANIS 2012; SILVA et. al. 2012; SANTOS et. al. 2008 & CORRÊA et. al.

2006) demonstrando que a frequência do sinal parece ter mais sensibilidade para alterações

quando analisada isoladamente. O mecanismo sugestivo para inalteração da amplitude do

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sinal eletromiográfico pode estar relacionado ao aumento da amplitude do potencial de

ação, a mudança na ordem de recrutamento das unidades motoras, ao aumento de

recrutamento de novas unidades motoras ou ao aumento das taxas de disparo do neurônio

motor (GONÇALVES, 2000, SILVA & GONÇALVES, 2003), para que de forma

compensatória ocorra à manutenção ou aumento do sinal devido a redução da função das

unidades motoras (SILVA & GONÇALVES, 2003 & NODA et. al. 2003).

Outra variável importante na avaliação da fadiga, no modelo eletromiográfico, é o

parâmetro proposto por DIMITROV et. al. (2006) denominado F lnsm5. Este parâmetro

corresponde na avaliação da razão entre diferentes ordens de momentos (-1 e 5) do

espectro da potência do sinal eletromiográfico e enfatiza o aumento e a diminuição das

frequências baixas e altas do espectro analisado, além disso, este índice vem sendo

considerado mais sensível na identificação das alterações mioelétricas durante a fadiga

observada em exercícios de leg-press em relação aos índices tradicionais de fadiga

(GONZALEZ-IZAL et. al. 2012). Nossos achados foram similares a prévios estudos

(GONZALEZ-IZAL et. al. 2013 & CARREGARO et. al. 2010) demonstrando maior

capacidade de manutenção da ativação mesmo apresentando queda no pico de torque nos

indivíduos fisicamente ativos.

Quando nos referimos a lactecemia os achados do presente estudo foram similares a

outros estudos (PILEGAARD et.al. 1999; PORTO et. al. 2008 & COSWIG et.al. 2013)

utilizando exercícios resistidos. PILEGAARD et.al. (1999) avaliando indivíduos treinados e

destreinados em exercício de leg-press com alta intensidade apresentam valores de lactato

(inativos: pós 6 mmol e ativos: pós 8 mmol). PORTO et. al. (2008) analisando indivíduos

praticantes de treinamento resistido encontraram aumento da concentração de lactato

equivalente a 11,6 mmol após realização do exercício de extensão de joelho, valor similar ao

encontrado na presente análise.

Nossos dados considerando as alterações da glicemia foram similares a outros

estudos tanto aeróbios (DUTRA et. al. 2009) quanto resistidos (OLIVEIRA et. al. 2006 &

DENADAI 2002). Avaliando a resposta hipergliceminante estudos (OLIVEIRA et. al. 2006 &

DENADAI 2002) encontraram aumento similar aos reportados no presente estudo durante a

prática de exercício. A razão para este aumento é atribuída a maior liberação do hormônio

glucagon durante a prática de exercício, sobretudo em exercícios de alta intensidade

(GAITANOS et. al. 1993, CANALY & KRUEL, 2001).

Associado a fadiga, o aumento da concentração de lactato frequentemente é

associado à fadiga muscular (PILEGAARD et.al. 1999), contudo, outros estudos (BERTUZZI

et. al. 2009; MACEDO et. al. 2009; PHILP et. al. 2005 & GLADDEN 2006), vêm

demonstrando que o lactato não é o responsável pela fadiga, sendo, portanto, inapropriado

considera-lo como indicador de fadiga, mas sim, considera-lo como indicador de intensidade

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de exercício, sobretudo considerando o metabolismo anaeróbio (BERTUZZI et.al. 2009;

PHILP et.al. 2005 & GLADDEN, 2006). Nesta perspectiva existem consistentes evidências

(TAKARADA et.al. 2000; YASUDA et.al. 2012 & TAKARADA et.al. 2002) intensidades

superiores a 30% de 1RM provoca vasocompressão do leito vascular com significante

alteração da perfusão sanguínea local e intensidades superiores a 85% de 1RM a

vasocompressão é completa. Em nosso estudo utilizamos intensidade correspondente a

70% da contração voluntária máxima, intensidade predominantemente anaeróbia

(McARDLE et. al. 2011; KRAEMER et. al. 2013 & GUYTON & HALL, 2011).

Outro aspecto intensamente investigado pela literatura associado a fadiga ou

adaptação metabólica do músculo esquelético corresponde as alterações na concentração

da enzima lactato desidrogenase (BRANCACCIO et. al. 2006 & SCHRODER et.al. 2001).

Embora não tenha sido encontradas diferenças entre os grupos, o aumento da concentração

da enzima no presente estudo aponta para extravasamento da enzima através pela

membrana celular da célula muscular, fato este já reportado pela literatura (SCHRODER

et.al. 2001) sendo também considerado um importante marcador de lesão muscular

(SCHRODER et.al. 2001). Além disso, estudos indicam que a enzima LDH participa

efetivamente no metabolismo de formação de lactato (RODRIGUES et.al. 2010). Nesta

perspectiva nossos resultados estão em concordância com a literatura, considerando a

similaridade entre as concentrações de lactato e da lactato desidrogenase indicando que

ambos os grupos realizaram o protocolo de fadiga com intensidade de esforço equivalente

apresentando a mesma sobrecarga metabólica.

A percepção de esforço vem sendo intensamente utilizada como indicador de carga

interna de treino em diferentes modalidades de exercício ou condição fisiológica (BATISTA

2007; MONTEIRO et.al. 2005 & MOURA et.al. 2003, WALLACE et. al. 2008). Nossos dados

estão de acordo com a literatura (WALLACE et.al. 2008 & MONTEIRO et.al. 2005), sendo

demonstrado aumento da percepção de esforço proporcionalmente a intensidade do

exercício. Além disso, nossos resultados associados aos indicadores bioquímicos confirmam

que ambos os grupos apresentaram a mesma carga de esforço.

Em relação a percepção de dor, vários estudos (MAIOR et. al. 2008 & ELLWANGER

et. al. 2007) frequentemente utilizam este parâmetro em diferentes abordagens clinicas,

contudo, para nosso conhecimento, existe disponível na literatura poucos estudos

(ELLWANGER et. al. 2007 & ABAD et. al. 2010) que investigaram a percepção de dor

durante sessão aguda de treinamento de força. De maneira similar aos achados de ABAD

et. al. (2010), nossos achados demonstraram que indivíduos treinados são mais tolerantes a

sensação de dor que indivíduos destreinados. ELLWANGER et. al. (2007) avaliando a

sensação de dor em homens treinados submetidas a sessões de treinamento de força com

diferentes velocidades de execução apresentaram aumento substancial dos escores de dor

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proporcionalmente ao aumento da velocidade de execução. De acordo com (LEITE, 2014) a

percepção de dor é reconhecidamente uma das variáveis de carga de treino facilmente

manipulada para promover aumento da intensidade do treinamento.

Não há novidades em afirmar que quanto maior o nível de atividade física maior é a

sensação de recuperação (SUZUKI et. al. 2006) como demonstrada neste estudo. Os

achados do presente estudo são similares a outros estudos (MUJIKA & PADILLA, 2003 &

BOSQUET et.al. 2007 & MACKINNON & GINN 1998) que encontraram influência do nível

de treinabilidade na percepção e recuperação. Estudos como os de KENTTÄ & HASSMÉN

(1998) e SUZUKI et. al. (2006) avaliando atletas profissionais submetidos ao um programa

de treinamento, encontraram melhora na percepção de recuperação com concomitante

aumento na condição física em diferentes etapas do protocolo de treinamento.

Considerando que a fadiga é um fenômeno complexo e multifatorial, portanto,

proveniente de fatores neurais, metabólicos, psicológicos, mecânicos e comportamentais,

sua análise de forma univariada ou até mesmo bi-variada, embora comum na literatura

(GONZÁLEZ-IZAL et.al. 2014; GABRIEL et.al. 2002; DERAVE et.al. 2007 & DAVIS &

BAILEY, 1997), pode ser considerada imprópria, sobretudo, quando utilizamos destes

modelos estatísticos para interpretar os resultados. Para nosso conhecimento, este é o

primeiro estudo a analisar a fadiga de forma multivariada, considerando parâmetros já

reconhecidos pela literatura como determinantes no processo de redução do desempenho

durante o exercício. Do mais, cabe mencionar que esta ideia não é original, MAIA (1996)

sugeriu em seu estudo que a análise multivariada poderia auxiliar na predição do

desempenho físico-esportivo.

Desta forma a interpretação dos resultados em estudos de fadiga de maneira

reducionista não é errônea, contudo, pode limitar a interpretação do fenômeno de maneira

complexa, pois ignora a importância das interações entre fatores que determinam o nível de

fadiga gerado para diferentes indivíduos.

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6. CONCLUSÃO

Os dados do presente estudo, sugerem que adultos fisicamente ativos apresentaram

maiores níveis de força em relação aos sujeitos inativos, contudo, o protocolo de fadiga

desenvolvido no estudo foi relevante em promover fadiga muscular tanto em ações

musculares isométricas quando em isocinéticas em ambos os grupos.

Embora as respostas neuromusculares (ações excêntricas e concêntricas) seja

diferente entre os indivíduos ativos e inativos, a ação concêntrica teve mais impacto no

desenvolvimento da força muscular durante o protocolo de fadiga diferindo entre os grupos

sem promover alterações hematológicas.

Indivíduos fisicamente ativos apresentaram maior desenvolvimento de força

isométrica comparado a indivíduos inativos, após a aplicação do protocolo de fadiga ambos

os grupos avaliados apresentaram comprometimento na geração de força. É possível

considerar que as alterações nos componentes bioquímico não são influenciados pelo nível

de atividade física, contudo o indicador eletromigráfico (Flnsm5) bem como as percepções de

dor e recuperação diferem entre indivíduos ativos e inativos.

Considerando o torque isocinético, indivíduos fisicamente ativos apresentaram maior

desenvolvimento de torque e menor índice de fadigabilidade comparado a indivíduos

inativos. Dentre os modelos de fadiga investigados, é possível considerar que as alterações

nos componentes bioquímicos (glicose, lactato e LDH), os psicofisiológicos (percepção

subjetiva de esforço e dor) e SEMGs (RMS) não exerceram influencia direta em indivíduos

ativos quanto nos inativos, contudo os indicadores SEMGs de fadiga representado pelo

Flnsm5 e a FDM assumem comportamentos diferentes entre os grupos ativos e inativos

durante o protocolo.

A fadiga aguda é um fenômeno complexo e multifatorial, desta forma torna-se

relevante a compreensão de como os sistemas analisados conjuntamente se manifestaram

durante a redução do desempenho. Com base nos resultados apresentados neste estudo,

consideramos que a combinação das variáveis, muscularidade, dor, RMS, concentração de

lactato e o nível de atividade física são parâmetros adequados para diferenciar a fadiga em

indivíduos saudáveis.

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ANEXO 1

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APÊNDICE 1

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - TCLE

Gostaríamos de convidá-lo a participar do pro eto de pesquisa “Análise dos indicadores de

fadiga muscular periférica aguda em indivíduos saudáveis: papel do nível de atividade

física” Este estudo propõe a determinar um protocolo de indução a fadiga aguda do grupo

muscular extensores do joelho a partir do equipamento Dinamômetro Isocinético Biodex

System 3.

Os dados para o estudo serão coletados no laboratório de Biomecânica da

Universidade São Judas Tadeu. Os voluntários ficarão sentados no equipamento com a

perna direita presa ao braço do equipamento com eletrodos na região da coxa. A análise

isocinética será realizada no aparelho Dinamômetro Isocinético (Biodex System 3) utilizando

a flexão e extensão do joelho direito em ação concêntrica (extensão) e excêntrico (flexão)

sendo determinadas o torque e o trabalho. A determinação do protocolo de fadiga será

padronizado pela realização de 10 séries de movimentos de flexão e extensão de joelho,

com a velocidade de 60º s-1 com intervalo de 30 segundos. Além disso, serão coletadas

amostras de sangue (do dedo) antes da realização do protocolo e imediatamente após a

realização das 10 series do protocolo de indução da fadiga.

O instrumento de análise será aplicado pelo Pesquisador Responsável, tanto os

instrumentos de coleta de dados, quanto o contato interpessoal. A pesquisa oferece riscos

mínimos aos participantes, pois os movimentos são de fácil execução. Caso houver queixa

de dor ou desconforto decorrente do esforço realizado durante a coleta de dados, você será

encaminhado para a clínica de fisioterapia da Universidade São Judas Tadeu e receberá

atendimento fisioterapêutico gratuito enquanto os sintomas permanecerem.

A fadiga esta associada ao cansaço e a exaustão. A fadiga muscular representa a

incapacidade do músculo de desenvolver a mesma intensidade de força por um

determinado tempo. A significante queda na intensidade de força pode comprometer o

movimento, principalmente quando necessitamos do movimento para realização de tarefas

precisas como nos gestos esportivos, pois algumas modalidades esportivas não apresentam

tempo estipulado de duração, contudo a fadiga precoce é determinante no resultado final de

uma partida, disputa ou confronto.

Objetivo geral: Considerando a complexidade do processo de fadiga neuromuscular

o objetivo deste estudo é analisar a fadiga muscular periférica aguda em indivíduos

saudáveis que cumprem (ativos) e não cumprem (inativos) as recomendações de atividade

física.

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Caso ocorra qualquer tipo de acidente durante a coleta de dados os primeiros socorros

serão oferecidos pelo ambulatório médico da própria instituição e o acompanhamento do

pesquisador, caso necessite de atendimento fisioterápico o departamento de fisioterapia da

USJT se prontificará a prestar o serviço gratuitamente.

Você não será remunerado pela participação no estudo. Em qualquer etapa do estudo

você terá acesso ao Pesquisador Responsável para o esclarecimento de eventuais dúvidas,

e terá o direito de retirar a permissão para participar do estudo a qualquer momento, sem

qualquer penalidade ou prejuízo. As informações coletadas serão analisadas em conjunto

com a de outros participantes e será garantido o sigilo, a privacidade e a confidencialidade

das questões respondidas, sendo resguardado o nome dos participantes (apenas o

Pesquisador Responsável terá acesso a essa informação), bem como a identificação do

local da coleta de dados. Após as análises dos dados as mesmas serão destruídas.

Caso você tenha alguma consideração ou dúvida sobre os aspectos éticos da pesquisa,

poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas

Tadeu através do telefone (11) 2799-1665 ramal 1944.

Pesquisador responsável: Frank Shiguemitsu Suzuki, fone (11) 99950-8170, e-mail:

[email protected]

Desde já agradecemos a sua colaboração.

Declaro que li e entendi os objetivos deste estudo, e que as dúvidas que tive foram

esclarecidas pelo Pesquisador Responsável. Estou ciente que a participação é voluntária, e

que, a qualquer momento tenho o direito de obter outros esclarecimentos sobre a pesquisa

e de retirar a permissão para participar da mesma, sem qualquer penalidade ou prejuízo.

Nome do Responsável pelo Sujeito de Pesquisa: _____________________________

Declaro que expliquei ao Responsável pelo Sujeito de Pesquisa os procedimentos a

serem realizados neste estudo, seus eventuais riscos/desconfortos, possibilidade de retirar-

se da pesquisa sem qualquer penalidade ou prejuízo, assim como esclareci as dúvidas

apresentadas.

São Paulo, _____ de ______________________ de __________.

_______________________________ ________________________________

Prof. Me. Frank Shiguemitsu Suzuki Prof. Dr. Danilo Sales Bocalini Pesquisador Responsável Orientador [email protected] Universidade São Judas Tadeu Rua Taquari, 546 – Mooca, São Paulo

[email protected]


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