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TCE/RO 2019 – ACE – Prova de Contabilidade Geral Comentada

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E aí pessoal, tudo bem?

Seguem os comentários das questões de Contabilidade Geral e Avançada da prova de

Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE/RO).

Esta prova foi elaborada pela banca CESPE e teve um alto grau de dificuldade. Algumas

questões, por exemplo, envolviam o conhecimento de diversos Pronunciamentos

Técnicos.

Considero que há problemas com os gabaritos preliminares das questões nos 21, 25 e 30.

Se pintar alguma dúvida pode me procurar através das redes sociais!

Vamos, portanto, aos comentários das questões cobradas nesta prova!

Grande abraço

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Comentários

21. (CESPE – ACE – TCE/RO – 2019)

Determinada empresa verificou variações nos saldos de suas contas patrimoniais ativas e passivas, conforme

segue:

• acréscimo de R$ 15 mil no ativo circulante (exceto caixa e equivalentes);

• decréscimo de R$ 5 mil nos ativos realizáveis em longo prazo;

• aumento bruto de R$ 4 mil nos imobilizados;

• acréscimo de R$ 2 mil em depreciações;

• acréscimo de R$ 10 mil em passivos circulantes não financeiros;

• acréscimo de R$ 4 mil em passivos financeiros.

Sabe-se, também, que (a) não houve outras alterações além do resultado do exercício; (b) o lucro líquido do

exercício foi de R$ 2 mil; (c) a empresa obteve R$ 200 em resultados de equivalência patrimonial, dos quais

R$ 20 referem-se a ganhos em outros resultados abrangentes.

Com base nas informações apresentadas, infere-se que as atividades operacionais

A) consumiram caixa em volume igual ou inferior a R$ 5 mil.

B) consumiram caixa em volume superior a R$ 5 mil.

C) geraram caixa em volume igual ou inferior a R$ 5 mil.

D) geraram caixa em volume superior a R$ 5 mil.

E) tiveram efeito nulo sobre o fluxo de caixa do período.

RESOLUÇÃO:

Vamos calcular o fluxo de caixa das atividades operacionais pelo método indireto, ou seja, partindo-se do lucro

líquido apurado na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).

Lucro Líquido 2.000

( – ) Resultado de Equivalência Patrimonial (180)

( + ) Depreciação 2.000

( = ) Lucro Líquido Ajustado 3.820

( – ) Acréscimo no Ativo Circulante (15.000)

( + ) Decréscimo no ANC RLP 5.000

( + ) Acréscimo no Passivo Circulante (não financeiro) 10.000

( = ) Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais 3.820

Com isso, correta a alternativa C.

Em gabarito preliminar, no entanto, o CESPE considerou correta a alternativa B.

GABARITO: B

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22. (CESPE – ACE – TCE/RO – 2019)

Segundo o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação

de Relatório Contábil-Financeiro), os relatórios contábeis-financeiros “objetivam fornecer informações que

sejam úteis na tomada de decisões econômicas e avaliações por parte dos usuários em geral, não tendo o

propósito de atender finalidade ou necessidade específica de determinados grupos de usuários”. Ainda que

destinados a usuários em geral, esses relatórios destinam-se prioritariamente à tomada de decisão por parte

A) dos governos em geral.

B) dos órgãos supervisores.

C) dos investidores existentes e potenciais.

D) dos administradores e gestores em geral.

E) do fisco.

RESOLUÇÃO:

Segundo a Estrutura Conceitual Básica, o objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral é fornecer

informações contábil-financeiras acerca da entidade que reporta essa informação que sejam úteis a investidores

existentes e em potencial, a credores por empréstimos e a outros credores, quando da tomada decisão ligada ao

fornecimento de recursos para a entidade. Essas decisões envolvem comprar, vender ou manter participações em

instrumentos patrimoniais e em instrumentos de dívida, e a oferecer ou disponibilizar empréstimos ou outras

formas de crédito.

Com isso, correta a alternativa C.

GABARITO: C

23. (CESPE – ACE – TCE/RO – 2019)

Acerca do reconhecimento e avaliação inicial e às mensurações posteriores de itens patrimoniais ativos,

julgue os itens a seguir.

I. Os valores a receber são representados por instrumentos financeiros liquidáveis em dinheiro ou equivalente

e, como tais, devem ser avaliados continuamente ao valor justo.

II. Em geral, os bens em estoque são mensurados ao custo de aquisição ou de fabricação, desde que esses não

superem o seu valor realizável líquido.

III. É possível mensurar o valor justo de propriedades para investimento, contudo, caso não seja possível fazê-

lo, de forma confiável e contínua, deve-se utilizar o método do custo nessa mensuração.

IV. O método de depreciação que se embasa na receita que é gerada pela atividade que inclui a utilização de

ativo é o mais apropriado para se reconhecer o desgaste dos bens de produção, por considerar sua efetiva

utilização.

Assinale a opção correta.

A) Apenas o item I está certo.

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B) Apenas o item IV está certo.

C) Apenas os itens I e III estão certos.

D) Apenas os itens II e III estão certos.

E) Apenas os itens II e IV estão certos.

RESOLUÇÃO:

Vamos analisar os itens apresentados.

I. Incorreta. Segundo a Lei n° 6.404/76 as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em

direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo:

a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para venda; e

b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais,

ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das demais aplicações e os direitos

e títulos de crédito;

Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 48 no reconhecimento inicial a entidade deve mensurar contas a receber

de clientes ao seu preço de transação. Além disso, dispõe sobre o teste de recuperabilidade sobre recebíveis (por

exemplo, de acordo com o valor que a entidade espera receber).

II. Correta. O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição (entidade comercial) e de

transformação (entidade industrial), bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e

localização atuais. Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 16, os estoques devem ser mensurados pelo valor de

custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor.

III. Correta. Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 28 se a entidade concluir que o valor justo de propriedade

para investimento não é confiavelmente mensurável, a entidade deve mensurar essa propriedade para

investimento utilizando o método do custo do CPC 27 – Ativo Imobilizado para propriedade para investimento

própria ou, de acordo com o CPC 06, para propriedade para investimento mantida por arrendatário como ativo de

direito de uso.

IV. Incorreta. O método de depreciação utilizado reflete o padrão de consumo pela entidade dos benefícios

econômicos futuros.

Vários métodos de depreciação podem ser utilizados para apropriar de forma sistemática o valor depreciável de

um ativo ao longo da sua vida útil. Tais métodos incluem o método da linha reta, o método dos saldos decrescentes

e o método de unidades produzidas. A depreciação pelo método linear resulta em despesa constante durante a

vida útil do ativo, caso o seu valor residual não se altere. O método dos saldos decrescentes resulta em despesa

decrescente durante a vida útil. O método de unidades produzidas resulta em despesa baseada no uso ou

produção esperados. A entidade seleciona o método que melhor reflita o padrão do consumo dos benefícios

econômicos futuros esperados incorporados no ativo. Esse método é aplicado consistentemente entre períodos,

a não ser que exista alteração nesse padrão

Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 27 o método de depreciação que se baseia na receita que é gerada pela

atividade que inclui a utilização de ativo não é apropriado. A receita gerada pela atividade que inclui o uso de ativo

reflete geralmente outros fatores além do consumo dos benefícios econômicos do ativo. Por exemplo, a receita

é afetada por outros insumos e processos, atividades de venda e mudanças nos volumes e preços de vendas. O

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componente de preço da receita pode ser afetado pela inflação, o que não tem qualquer influência sobre a maneira

como o ativo é consumido.

GABARITO: D

24. (CESPE – ACE – TCE/RO – 2019)

Em uma combinação de negócios, a empresa incorporadora investiu R$ 10 milhões para adquirir uma empresa

integrante de sua cadeia produtiva. As ações da empresa incorporada são listadas em bolsa e possuem valor

de mercado de R$ 9,5 milhões. Após avaliação do valor justo do patrimônio da incorporada, chegou-se aos

seguintes montantes:

• ativos circulantes: R$ 1,5 milhão;

• ativos não circulantes: R$ 10 milhões;

• passivos circulantes: R$ 1 milhão;

• passivos não circulantes: R$ 4,5 milhões.

Os ativos não circulantes da incorporada eram compostos por R$ 1 milhão em contas a receber no longo

prazo, R$ 7 milhões em instalações e edifícios, e o restante estava representado por licenças de uso, marcas

adquiridas e patentes industriais.

No processo de incorporação constatou-se que a empresa incorporada havia concluído o desenvolvimento de

um produto de grande aceitação no mercado, mas ele não havia sido contabilizado no ativo da empresa. O

valor de R$ 1 milhão foi atribuído ao produto não ativado.

Nessa situação hipotética, a incorporadora registrará, em sua contabilidade, um goodwill no valor de

A) R$ 0,5 milhão.

B) R$ 1 milhão.

C) R$ 3 milhões.

D) R$ 4 milhões.

E) R$ 7 milhões.

RESOLUÇÃO:

Segundo o enunciado o valor justo dos ativos é de R$ 11,5 milhões e dos passivos R$ 5,5 milhões. Além disso, há a

informação de que no processo de incorporação constatou-se que a empresa incorporada havia concluído o

desenvolvimento de um produto de grande aceitação no mercado, mas ele não havia sido contabilizado no ativo

da empresa.

De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 15 – Combinação de Negócios, se um ativo intangível for adquirido

em uma combinação de negócios, o seu custo deve ser o valor justo na data de aquisição, o qual reflete as

expectativas dos participantes do mercado na data de aquisição sobre a probabilidade de que os benefícios

econômicos futuros incorporados no ativo serão gerados em favor da entidade.

O Pronunciamento Técnico CPC 04 dispõe que o adquirente deve reconhecer na data da aquisição, separadamente

do ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill) apurado em uma combinação de negócios, um

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ativo intangível da adquirida, independentemente de o ativo ter sido reconhecido pela adquirida antes da

aquisição da empresa. Isso significa que a adquirente reconhece como ativo, separadamente do ágio derivado da

expectativa de rentabilidade futura (goodwill), um projeto de pesquisa e desenvolvimento em andamento da

adquirida se o projeto atender à definição de ativo intangível. Um projeto de pesquisa e desenvolvimento em

andamento da adquirida atende à definição de ativo intangível quando:

(a) corresponder à definição de ativo; e

(b) for identificável, ou seja, é separável ou resulta de direitos contratuais ou outros direitos legais.

Considerando que o valor do produto desenvolvido é de R$ 1 milhão, conclui-se que o valor justo dos ativos

adquiridos é de R$ 12,5 milhões.

Desta forma podemos, enfim, calcular o valor justo do patrimônio líquido da entidade.

𝑃𝐿𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐽𝑢𝑠𝑡𝑜 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐽𝑢𝑠𝑡𝑜 − 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐽𝑢𝑠𝑡𝑜

𝑷𝑳𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝑱𝒖𝒔𝒕𝒐 = 𝑅$ 12.500.000 − 𝑅$ 5.500.000 = 𝑹$ 𝟕. 𝟎𝟎𝟎. 𝟎𝟎𝟎

Considerando que a empresa incorporadora investiu R$ 10 milhões para adquirir a incorporada, conclui-se que o

goodwill é de R$ 3.000.000, conforme detalhado abaixo.

𝐺𝑜𝑜𝑑𝑤𝑖𝑙𝑙 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑎𝑔𝑜 − 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐽𝑢𝑠𝑡𝑜

𝑮𝒐𝒐𝒅𝒘𝒊𝒍𝒍 = 𝑅$ 10 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 − 𝑅$ 7 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 = 𝑹$ 𝟑 𝒎𝒊𝒍𝒉õ𝒆𝒔

Com isso, correta a alternativa C.

GABARITO: C

25. (CESPE – ACE – TCE/RO – 2019)

Uma empresa vendeu, em 20/8/2019, em condições de mercado, um equipamento a certo parceiro comercial.

O comprador pagará pela compra apenas em 20/8/2024, cinco anos depois da transação comercial. O valor

final a ser liquidado é de R$ 373.248. Sabe-se que a operação possui uma taxa implícita de juros compostos

de 20% a.a.

A tabela seguinte mostra uma série de multiplicadores monetários que são usados nessas transações

comerciais.

ano 1 2 3 4 5

fator 0,83 0,69 0,58 0,48 0,40

Na situação apresentada, se, ao final do terceiro ano da operação, a dívida atualizada totalizar R$ 260.000, o

comprador terá reconhecido, desde o momento da compra, encargos financeiros

A) inferiores a R$ 30.000.

B) superiores a R$ 30.000 e inferiores a R$ 44.000.

C) superiores a R$ 44.000 e inferiores a R$ 66.000.

D) superiores a R$ 66.000 e inferiores a R$ 110.000.

E) superiores a R$ 110.000.

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RESOLUÇÃO:

Inicialmente vamos calcular o valor presente da obrigação a ser paga em 5 anos, de R$ 373.248.

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒 =𝑅$ 373.248

1,25= 𝑹$ 𝟏𝟓𝟎. 𝟎𝟎𝟎

Esta conta seria muito complexa de ser realizada “na unha”, sem o auxílio de uma calculadora, mas se calcularmos

o valor correto a ser apropriado como despesa financeira ao longo dos três primeiros anos temos o seguinte:

𝑬𝒏𝒄𝒂𝒓𝒈𝒐𝒔 𝑭𝒊𝒏𝒂𝒏𝒄𝒆𝒊𝒓𝒐𝒔 = (1,2³ − 1) × 𝑅$150.000 = 𝑹$ 𝟏𝟎𝟗. 𝟐𝟎𝟎

Com isso, correta a alternativa D.

Ocorre que pela dificuldade de se realizar os cálculos exatos a banca forneceu uma tabela com fatores de cálculo

do valor presente. Assim, utilizando o fator do 5° ano temos a seguinte situação:

𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝑷𝒓𝒆𝒔𝒆𝒏𝒕𝒆 = 𝑅$ 373.278 × 𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟𝑎𝑛𝑜 5 = 𝑅$ 373.248 × 0,40 = 𝑹$ 𝟏𝟒𝟗. 𝟐𝟗𝟗, 𝟐𝟎

Considerando que o enunciado dispõe que ao final do terceiro ano da operação a dívida atualizada totalizava R$

260.000, conclui-se que desde o momento da compra a empresa reconheceu encargos financeiros de R$

110.700,80, que é a diferença entre o valor atualizado ao final do terceiro ano (R$ 260.000) e o valor presente no

momento da aquisição (R$ 149.299,20).

Neste cenário a alternativa E que estaria correta.

Ressalto que não há dúvidas de que pelos cálculos corretos, utilizando a taxa de juros anual de 20%, o gabarito é a

alternativa D, que foi o gabarito preliminar apontado pelo CESPE.

No entanto, através dos dados fornecidos pelo examinador chegaríamos, conforme verificamos, à alternativa E

como resposta correta. Neste sentido, julgo que a questão deve ser anulada.

GABARITO: D

26. (CESPE – ACE – TCE/RO – 2019)

Uma empresa constituiu uma carteira de ativos financeiros classificada como avaliada a valor justo no

resultado. Nos três primeiros meses de existência desses instrumentos, foram registradas perdas em sua

recuperabilidade. Ao final do quarto mês, dentro do mesmo exercício social, o valor de mercado desses ativos

superou o seu valor presente. Nessas condições, a empresa deve

A) reconhecer a variação de valor até o limite das perdas registradas anteriormente.

B) contabilizar os ganhos do quarto mês integralmente como receita financeira efetiva.

C) reverter as perdas registradas anteriormente e reconhecer o ganho adicional em contas de receita efetiva.

D) registrar toda a variação do quarto mês em conta de ajuste de valor patrimonial, no patrimônio líquido.

E) baixar as perdas reconhecidas anteriormente e registrar o ganho em conta do patrimônio líquido.

RESOLUÇÃO:

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Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 48 a entidade deve reconhecer no resultado, como ganho ou perda na

redução ao valor recuperável, o valor das perdas esperadas (ou sua reversão).

Com isso, correta a alternativa C.

GABARITO: C

27. (CESPE – ACE – TCE/RO – 2019)

Com relação a demonstrações contábeis, julgue os itens seguintes.

I. A demonstração do valor adicionado (DVA) expressa, em termos econômicos, o quanto cada entidade

contribuiu para a geração de riqueza no país.

II. A demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL) expressa o conjunto de transformações

ocorridas nesse grupo patrimonial; ela é obrigatória, segundo pronunciamentos do CPC e a Lei n.º

6.404/1976.

III. Segundo a Lei n.º 6.404/1976, a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados (DLPA) é uma

demonstração obrigatória para todas as sociedades por ações e empresas de grande porte, podendo ser

apresentada como demonstração independente ou como uma coluna da DMPL.

IV. Resultado abrangente é a mutação do patrimônio líquido provocada por transações e outros eventos não

derivados de transações com os sócios enquanto proprietários da entidade contábil.

Assinale a opção correta.

A) Apenas o item II está certo.

B) Apenas o item III está certo.

C) Apenas os itens I e II estão certos.

D) Apenas os itens I e IV estão certos.

E) Apenas os itens III e IV estão certos.

RESOLUÇÃO:

Vamos analisar os itens apresentados.

I. Incorreta. A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) tem por finalidade evidenciar a riqueza criada pela

entidade e sua distribuição, durante determinado período.

A DVA está fundamentada em conceitos macroeconômicos, buscando apresentar, eliminados os valores que

representam dupla-contagem, a parcela de contribuição que a entidade tem na formação do Produto Interno

Bruto (PIB). Essa demonstração apresenta o quanto a entidade agrega de valor aos insumos adquiridos de terceiros

e que são vendidos ou consumidos durante determinado período.

Existem, todavia, diferenças temporais entre os modelos contábil e econômico no cálculo do valor adicionado.

A ciência econômica, para cálculo do PIB, baseia-se na produção, enquanto a contabilidade utiliza o conceito

contábil da realização da receita, isto é, baseia-se no regime contábil de competência. Como os momentos de

realização da produção e das vendas são normalmente diferentes, os valores calculados para o PIB por meio dos

conceitos oriundos da Economia e os da Contabilidade são naturalmente diferentes em cada período. Essas

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diferenças serão tanto menores quanto menores forem as diferenças entre os estoques inicial e final para o período

considerado. Em outras palavras, admitindo-se a inexistência de estoques inicial e final, os valores encontrados

com a utilização de conceitos econômicos e contábeis convergirão.

II. Incorreta. A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) é facultativa, segundo a Lei n°

6.404/76, e obrigatória segundo o Pronunciamento Técnico CPC 26 – Apresentação das Demonstrações

Contábeis.

III. Correta. A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) está prevista no Art. 176 da Lei n°

6.404/76 como uma das demonstrações contábeis obrigatórias.

Além disso, o § 2° do artigo 186 da Lei n° 6.404/76 diz que a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados

(DLPA) deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração

das mutações do patrimônio líquido (DMPL), se elaborada e publicada pela companhia.

IV. Correta. Segundo o CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis, Resultado Abrangente é a

mutação que ocorre no patrimônio líquido durante um período que resulta de transações e outros eventos que não

sejam derivados de transações com os sócios na sua qualidade de proprietários.

GABARITO: E

28. (CESPE – ACE – TCE/RO – 2019)

No balancete do último mês findo, as disponibilidades de uma empresa eram compostas pelas seguintes

contas e saldos:

• fundo fixo de caixa: R$ 2.500;

• caixa em moeda estrangeira: R$ 5.000;

• depósitos bancários no Banco Alpha: R$ 5.200;

• depósitos bancários no Banco Beta: R$ 1.200;

• numerários em trânsito: R$ 4.000;

• aplicações financeiras de liquidez imediata: R$ 10.000;

• certificados de depósito bancário a vencer em mais de 180 dias: R$ 50.000.

Informações complementares:

• o caixa em moeda estrangeira, já convertido para a moeda nacional na data do balancete, está sujeito a

fortes oscilações diárias em seu montante;

• a conta-corrente no Banco Beta está negativa;

• metade das aplicações financeiras de liquidez imediata está comprometida com uma obrigação que vencerá

em dois meses.

DLPA DMPL

PODERÁ SER INCLUÍDA NA

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Visando apurar o fluxo de caixa do período, é correto afirmar que, a partir das informações apresentadas, o

saldo de caixa e equivalentes de caixa a ser considerado será de

A) R$ 15.500.

B) R$ 16.700.

C) R$ 21.700.

D) R$ 25.500.

E) R$ 76.700.

RESOLUÇÃO:

A intitulação disponibilidades, dada pela Lei n° 6.404/76, é usada para designar dinheiro em caixa e em bancos,

bem como valores equivalentes, como cheques em mãos e em trânsito que representam recursos com livre

movimentação para aplicação nas operações da empresa e para os quais não haja restrições para uso imediato.

Equivalente de Caixa é um conceito normalmente trazido pelas Normas Internacionais de Contabilidade. São

aplicações financeiras de curto prazo (geralmente realizáveis em até 90 dias), de alta liquidez, que são prontamente

conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de

valor.

Sendo assim:

Fundo fixo de caixa R$ 2.500

Depósitos bancários no Banco Alpha R$ 5.200

Numerários em trânsito R$ 4.000

Aplicações financeiras de liquidez imediata R$ 10.000

Caixa e Equivalentes R$ 21.700

Perceba que o caixa em moeda estrangeira não foi considerado como equivalente de caixa, dado que está sujeito

a fortes oscilações diárias.

Além disso, o saldo na conta corrente do Banco Beta está negativa e deverá ser apresentado como obrigação (no

Passivo Circulante). Saldo negativo nada mais é que o famoso “cheque especial”, que é um empréstimo pré-

aprovado pela instituição financeira.

EQUIVALENTE DE CAIXA

Curto Prazo

Alta Liquidez

Prontamente Conversíveis

Insignificante Risco de Mudança de Valor

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Por fim, o fato de que metade das aplicações financeiras de liquidez imediata estarem comprometida com uma

obrigação que vencerá em dois meses não retiram sua condição de equivalentes de caixa.

GABARITO: C

Tabela 3A10-I

contas a receber em curto prazo R$

devolução de compras 1.500

despesas de depreciação 1.730

receitas financeiras 2.700

seguros sobre compras 3.200

frete sobre compras 12.400

devolução de vendas 14.000

despesas com energia elétrica 14.700

despesas com salários e ordenados 19.870

seguros antecipados 20.000

capital a integralizar 21.000

salários a pagar 24.000

despesas administrativas 25.000

tributos a recolher 27.800

despesas gerais 31.000

estoque de mercadorias em 31/12/2018 32.000

prejuízos acumulados 35.700

receita antecipada 38.200

tributos a recuperar 40.000

estoque de mercadorias em 1.º/1/2018 40.000

despesas financeiras 44.300

reserva de capital 49.000

depreciação acumulada 79.500

encargos a recolher 115.000

contas a receber em curto prazo 145.000

impostos sobre vendas 187.200

títulos a receber em longo prazo 200.500

disponível 250.000

compras de mercadorias em 2018 320.000

máquinas e equipamentos 325.000

capital social 399.000

móveis e utensílios 450.000

receita bruta de vendas 780.000

financiamentos a pagar em longo prazo 786.700

A tabela anterior contém informações sobre as demonstrações contábeis de uma empresa comercial,

referentes ao ano de 2018.

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29. (CESPE – ACE – TCE/RO – 2019)

A análise da lucratividade das empresas auxilia o gestor na tomada de decisões, sendo a margem bruta um

dos indicadores adotados nesse caso. Considerando-se as informações da tabela 3A10-I, é correto afirmar que

a margem bruta da referida empresa corresponde a um percentual

A) inferior a 39%.

B) superior a 39% e inferior a 40%.

C) superior a 40% e inferior a 41%.

D) superior a 41% e inferior a 42%.

E) superior a 42%.

RESOLUÇÃO:

A Margem Bruta é dada pela relação entre o Lucro Bruto e as Vendas Líquidas.

Sendo assim, vamos calcular o lucro bruto a partir das informações disponíveis.

Receita Bruta 780.000

( – ) Devolução de vendas (14.000)

( – ) Impostos sobre vendas (187.200)

( = ) Receita Líquida 578.800

Não há informações acerca do Custo das Mercadorias Vendidas. Sendo assim, vamos calcular tal valor!

𝐶𝑀𝑉 = 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 + 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠 − 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙

𝑪𝑴𝑽 = 40.000 + (320.000 − 1.500 + 3.200 + 12.400) − 32.000 = 𝟑𝟒𝟐. 𝟏𝟎𝟎

Perceba que os fretes e os seguros foram somados ao custo das compras, ao passo que as devoluções de compras

foram deduzidas.

Podemos, enfim, calcular o lucro bruto!

Receita Líquida 578.800

( – ) CMV (342.100)

( = ) Lucro Bruto 236.700

Com isso podemos calcular a margem bruta.

𝑴𝒂𝒓𝒈𝒆𝒎 𝑩𝒓𝒖𝒕𝒂 =𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜

𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎=

236.700

578.800≈ 𝟒𝟎, 𝟗𝟎%

Com isso, correta a alternativa C.

GABARITO: C

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30. (CESPE – ACE – TCE/RO – 2019)

Acerca dos conceitos gerais, mensuração, registro, divulgação de ativos, passivos e políticas contábeis,

assinale a opção correta.

A) O reconhecimento de uma provisão passiva não poderá existir se a empresa não souber exatamente o valor da

despesa que originou essa provisão.

B) Caso uma empresa receba uma multa e o departamento jurídico determine que a multa é realmente devida pela

empresa, o contador realizará o registro da provisão passiva bem como sua divulgação em nota explicativa.

C) Uma mudança de política contábil pode ser exemplificada como a aplicação de uma nova política para

transações, eventos ou circunstâncias que não ocorreram anteriormente ou que eram caracterizadas como

imateriais.

D) A reversão da perda por desvalorização do ágio pago por rentabilidade futura ocorrerá no período subsequente

ao de sua apuração.

E) Caso o valor justo líquido das despesas de venda de um ativo corresponda a R$ 13.500 e o valor em uso desse

ativo seja igual a R$ 10.900, o valor recuperável será de R$ 10.900.

RESOLUÇÃO:

Vamos analisar os itens apresentados.

a) Incorreta. O Pronunciamento Técnico CPC 25 define provisão como passivo de prazo ou valor incertos.

Uma provisão deve ser reconhecida quando:

(a) a entidade tem uma obrigação presente (legal ou não formalizada) como resultado de evento passado;

(b) seja provável que será necessária uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos para liquidar

a obrigação; e

(c) possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação.

Se essas condições não forem satisfeitas, nenhuma provisão deve ser reconhecida.

Perceba, portanto, que poderá haver o reconhecimento de uma provisão mesmo que a empresa não saiba

exatamente o valor da despesa que originou essa provisão.

b) Incorreta. No meu entendimento esta afirmativa está incorreta, pois não é o caso de provisão e sim de um

passivo comum. Se a empresa já recebeu a multa e o departamento jurídico determine que a multa é realmente

devida pela empresa sabe-se exatamente qual é seu valor e prazo para pagamento. Consequentemente, tal

obrigação não atende ao conceito de Provisão (como passivo de prazo ou valor incertos).

O próprio CPC 25 diz que as provisões podem ser distintas de outros passivos tais como contas a pagar e passivos

derivados de apropriações por competência (accruals) porque há incerteza sobre o prazo ou o valor do

desembolso futuro necessário para a sua liquidação. Por contraste:

(a) as contas a pagar são passivos a pagar por conta de bens ou serviços fornecidos ou recebidos e que tenham

sido faturados ou formalmente acordados com o fornecedor; e

(b) os passivos derivados de apropriações por competência são passivos a pagar por bens ou serviços fornecidos

ou recebidos, mas que não tenham sido pagos, faturados ou formalmente acordados com o fornecedor,

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incluindo valores devidos a empregados (por exemplo, valores relacionados com pagamento de férias). Embora

algumas vezes seja necessário estimar o valor ou prazo desses passivos, a incerteza é geralmente muito menor

do que nas provisões.

O CESPE, no entanto, considerou esta afirmativa como correta em seu gabarito preliminar.

c) Incorreta. Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 23 não constituem mudanças nas políticas contábeis: (a)

a adoção de política contábil para transações, outros eventos ou condições que difiram em essência daqueles que

ocorriam anteriormente; e (b) a adoção de nova política contábil para transações, outros eventos ou condições

que não ocorriam anteriormente ou eram imateriais.

d) Incorreta. Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 01 a perda por desvalorização reconhecida para o ágio por

expectativa de rentabilidade futura (goodwill) não deve ser revertida em período subsequente.

e) Incorreta. Valor recuperável de um ativo ou de unidade geradora de caixa é o maior montante entre o seu valor

justo líquido de despesa (R$ 13.500) de venda e o seu valor em uso (R$ 10.900).

GABARITO: B

Pessoal, por fim vamos analisar três questões envolvendo aspectos de imobilizado. Tais questões foram cobradas

junto ao conteúdo de Contabilidade Pública mas são plenamente válidas para a Contabilidade Geral.

36. (CESPE – ACE – TCE/RO – 2019)

A secretaria de saúde de determinado estado da Federação formalizou a previsão de recursos para aquisição

de equipamentos médicos necessários ao atendimento à população e, na sequência, tomou as providências

cabíveis para a compra. A tabela a seguir mostra as informações acerca da referida aquisição.

equipamento tomógrafo raios X cama

hospitalar

quantidade 10 10 20

preço unitário (R$ mil) 400 60 10

imposto não recuperável por unidade (%) 10 10 --

frete total (R$ mil) 20 5 --

despesa administrativa por aquisição (R$ mil) 10 -- 2

custo total para instalação (R$ mil) 40 10 --

Tendo-se como referência a tabela apresentada, é correto afirmar que, no ativo imobilizado da secretaria, o

gestor deverá contabilizar o valor de

A) R$ 4.800.000.

B) R$ 5.260.000.

C) R$ 5.285.000.

D) R$ 5.335.000.

E) R$ 5.347.000.

RESOLUÇÃO:

O custo de um item do ativo imobilizado compreende:

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(a) seu preço de aquisição, acrescido de impostos de importação e impostos não recuperáveis sobre a compra,

depois de deduzidos os descontos comerciais e abatimentos;

(b) quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo no local e condição necessárias para o mesmo

ser capaz de funcionar da forma pretendida pela administração;

(c) a estimativa inicial dos custos de desmontagem e remoção do item e de restauração do local (sítio) no qual

este está localizado. Tais custos representam a obrigação em que a entidade incorre quando o item é adquirido

ou como consequência de usá-lo durante determinado período para finalidades diferentes da produção de

estoque durante esse período.

Sendo assim:

tomógrafo raios X cama

hospitalar

Quantidade 10 10 20

( x ) Preço unitário 400 60 10

( = ) Preço Total 4.000 600 200

( + ) Imposto não recuperável por unidade 400 60 (0)

( + ) Frete total 20 5 (0)

( + ) Custo total para instalação 40 10 (0)

( = ) Custo Total do Item 4.460 675 200

Com isso, o valor total contabilizado no imobilizado será de R$ 5.335.000 (4.460.000 + 675.000 + 200.000).

GABARITO: D

37. (CESPE – ACE – TCE/RO – 2019)

Simultaneamente à aquisição de novos equipamentos, o gestor de um hospital público providenciou o leilão

de equipamentos antigos, conforme mostra o quadro a seguir.

equipamento tomógrafo raios X

quantidade 10 10

valor unitário de aquisição (R$ mil) 300 40

vida útil estimada (em anos) 10 5

tempo de uso (em anos) 8 4

frete para entrega (R$ mil) 10 1

valor líquido obtido na venda (R$ mil) 700 70

A partir das informações apresentadas, assinale a opção correta, relativamente a ganhos e(ou) perdas

decorrentes do leilão dos tomógrafos e dos aparelhos de raios X.

A) Houve perda de R$ 690.000 com a venda dos tomógrafos e ganho de R$ 69.000 com a venda dos aparelhos de

raios X.

B) Houve ganho de R$ 100.000 com a venda dos tomógrafos e perda de R$ 10.000 com a venda dos aparelhos de

raios X.

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C) Houve perda de R$ 90.000 com a venda dos tomógrafos e de R$ 11.000 com a venda dos aparelhos de raios X.

D) Houve ganho de R$ 60.000 com a venda dos tomógrafos e perda de R$ 8.000 com a venda dos aparelhos de

raios X.

E) Houve ganho de R$ 700.000 com a venda dos tomógrafos e de R$ 70.000 com a venda dos aparelhos de raios X.

RESOLUÇÃO:

Para saber se houve ganho ou perda com a venda de itens do imobilizado é necessário comparar o valor de venda

com o valor contábil do item. Sendo assim, vamos iniciar nossa análise pelo cálculo do valor contábil dos itens

vendidos.

tomógrafo raios X

quantidade 10 10

( x ) valor unitário de aquisição (R$ mil) 300 40

( = ) Valor Total de Aquisição 3.000 400

Considerando a vida útil estimada do tomógrafo (10 anos) e do raio X (5 anos) vamos calcular o valor da

depreciação anual destes itens.

𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 𝐴𝑛𝑢𝑎𝑙 =𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 − 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑑𝑢𝑎𝑙

𝑉𝑖𝑑𝑎 Ú𝑡𝑖𝑙

𝑫𝒆𝒑𝒓𝒆𝒄𝒊𝒂çã𝒐 𝑨𝒏𝒖𝒂𝒍𝒕𝒐𝒎ó𝒈𝒓𝒂𝒇𝒐 =3.000 − 0

10 𝑎𝑛𝑜𝑠= 𝑹$ 𝟑𝟎𝟎

𝑫𝒆𝒑𝒓𝒆𝒄𝒊𝒂çã𝒐 𝑨𝒏𝒖𝒂𝒍𝒓𝒂𝒊𝒐 𝒙 =400 − 0

5 𝑎𝑛𝑜𝑠= 𝑹$ 𝟖𝟎

Sendo assim, considerando o tempo de uso dos equipamentos (8 anos para o tomógrafo e 4 anos para o razio X),

vamos calcular seus respectivos valores contábeis.

tomógrafo raios X

Custo 3.000 400

( – ) Depreciação Acumulada (2.400) (320)

( = ) Valor Contábil 600 80

Considerando que o valor líquido obtido na venda dos itens tenha sido de R$ 700 e R$ 70, respectivamente, conclui-

se que houve um ganho de R$ 100 gerado pela venda do tomógrafo e uma perda de R$ 10 pela venda do raio X.

GABARITO: B

41. (CESPE – ACE – TCE/RO – 2019)

Em janeiro de 2019, um órgão público adquiriu um veículo pelo valor de R$ 36.000. A política da entidade é

contabilizar a depreciação dos veículos pelo método da soma dos dígitos. O gestor contábil estabeleceu o

valor residual do ativo em R$ 6.000 e a vida útil estimada em 5 anos.

A partir dessas informações, assinale a opção que apresenta, respectivamente, o valor da depreciação

acumulada, o valor líquido do ativo e a taxa de depreciação ao final do primeiro ano de uso do veículo.

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A) R$ 4.500 / R$ 31.500 / 15,00%

B) R$ 10.000 / R$ 26.000 / 33,33%

C) R$ 8.000 / R$ 28.000 / 26,66%

D) R$ 7.000 / R$ 29.000 / 23,00%

E) R$ 6.000 / R$ 30.000 / 20,00%

RESOLUÇÃO:

Vamos calcular o valor da depreciação no primeiro ano de uso, de acordo com o método da soma dos dígitos.

𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 1° 𝐴𝑛𝑜 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖á𝑣𝑒𝑙 ×5

1 + 2 + 3 + 4 + 5

𝑫𝒆𝒑𝒓𝒆𝒄𝒊𝒂çã𝒐 𝒅𝒐 𝟏° 𝑨𝒏𝒐 = (𝑅$ 36.000 − 𝑅$ 6.000) ×5

15= 𝑹$ 𝟏𝟎. 𝟎𝟎𝟎

Sendo assim, conclui-se que o valor da depreciação acumulada ao final do primeiro ano será de R$ 10.000. O valor

contábil do item, por sua vez, será de R$ 26.000 (custo – depreciação acumulada). Por fim, a taxa de depreciação

será de 33,33% (5/15 do valor depreciável).

Com isso, correta a alternativa B.

GABARITO: B

Pessoal, com isso finalizamos os comentários da prova de Contabilidade Geral aplicada em 20/10/2019 pela CESPE

para o provimento de cargo de Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia

(TCE/RO).

A prova foi bastante complexa e cobrou conhecimentos de diversos Pronunciamentos Técnicos emitidos pelo CPC.

Qualquer dúvida entre em contato através de minhas redes sociais!

Grande abraço

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Prof. Arthur Lima

a 00

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MATEMÁTICA P/ PRM


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