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Doena de Parkinson e Alzheimer

Universidade Estadual de Montes Claros - UnimontesCentro de Cincias Biolgicas e da Sade - CCBSDepartamento de OdontologiaDisciplina: Clnica Integrada III 8 perodoMontes Claros Maro/2015Acadmicos: Bruna Talita Pereira Batista Bruno de Carvalho Ramos Diego Antnio Gonalves Glaciele Maria de Souza Guilherme Gonalves da Silva Luciana Rodrigues Xavier

Doena de Parkinson e AlzheimerINTRODUOA longevidade uma das grandes conquistas do sculo XX que, juntamente com a queda da natalidade, vem ocasionando um drstico envelhecimento da populao mundial.

Diante deste quadro, espera-se o aumento da prevalncia de doenas prprias da terceira idade, como as cardiopatias, artrites, nefropatias, diabetes, osteoporose e doenas neurolgicas degenerativas.

(MIRANDA, 2010)INTRODUODentre as doenas neurolgicas, a demncia apresenta prevalncia significativa nessa populao;

Dentre as sndromes mentais senis, a mais conhecida a doena de Alzheimer, que compromete trs grandes parmetros: a cognio, a funcionalidade e o comportamento.

(MIRANDA, 2010)MAL DE ALZHEIMER a patologia neurodegenerativa mais freqente associada idade, cujas manifestaes cognitivas e neuropsiquitricas resultam em uma deficincia progressiva e uma eventual incapacitao;

A doena afeta aproximadamente 10% dos indivduos com idade superior a 65 anos e 40% acima de 80 anos.

(MIRANDA, 2010)FISIOPATOLOGIA A doena de Alzheimer caracteriza-se, histopatologicamente, pela macia perda sinptica e pela morte neuronal observada nas regies cerebrais responsveis pelas funes cognitivas, incluindo o crtex cerebral, o hipocampo, o crtex entorrinal e o estriado ventral.(MIRANDA, 2010)FATORES DE RISCOIdadeSexoFactores genticos/hereditariedadeTraumatismos cranianosOutros fatores(OLIVEIRA et al., 2005)DIAGNSTICOA doena de Alzheimer uma forma de demncia, mas no necessariamente originada pelos mesmos fatores que originam as outras formas de demncia;

diagnosticado, preferencialmente, atravs de um processo de eliminao, assim como atravs de um exame minucioso do estado fsico e mental da pessoa, em vez da deteco de uma prova da doena.(OLIVEIRA et al., 2005)Perda de memriaA perda de memria pode ter consequncias na vida diria, de muitas maneiras, conduzindo a problemas de comunicao, riscos de segurana e problemas de comportamento

PRINCIPAIS CARACTERSTICAS(OLIVEIRA et al., 2005)Memria Episdica a memria que as pessoas tm de episdios da sua vida, passando do mais mundano ao mais pessoalmente significativo;

Dentro da memria episdica, existem memrias classificadas de curto termo e as classificadas de longo termo;

As lembranas de acontecimentos antigos, apesar de no serem muito afetadas, tendem a interferir com atividades atuais.PRINCIPAIS CARACTERSTICAS(OLIVEIRA et al., 2005)

Memria semnticaEsta categoria abrange a memria do significado das palavras, como por exemplo, uma flor ou um co.

Uma vez que as memrias episdica e semntica no esto localizadas no mesmo stio do crebro, uma pode ser afetada e a outra no.

PRINCIPAIS CARACTERSTICAS(OLIVEIRA et al., 2010)Memria de procedimentoEsta a memria de como conduzir os nossos atos, quer fsica como mentalmente, por exemplo, como usar uma faca e um garfo, ou jogar xadrez.

A perda da memria de procedimento pode resultar em dificuldades em efetuar rotinas, tais como vestir, lavar e cozinhar. Isto inclui coisas que se tornaram automticas.PRINCIPAIS CARACTERSTICAS(OLIVEIRA et al., 2010)

A Sndrome Apraxico/Afasico/AgnosicaApraxia: o termo usado para descrever a incapacidade para efetuar movimentos voluntrios e propositados, apesar do fato da fora muscular, da sensibilidade e da coordenao estarem intactas.

PRINCIPAIS CARACTERSTICAS(OLIVEIRA et al., 2005)PRINCIPAIS CARACTERSTICASA Sndrome Apraxico/Afasico/AgnosicaAfasia: O termo utilizado para descrever a dificuldade ou perda de capacidade para falar, ou compreender a linguagem falada, escrita ou gestual, em resultado duma leso do respectivo centro nervoso

Agnosia: o termo utilizado para descrever a perda de capacidade para reconhecer o que so os objetos, e para que servem.

(OLIVEIRA et al., 2005)PRINCIPAIS CARACTERSTICASMudana de personalidade As pessoas com a doena de Alzheimer podem comportar-se totalmente sem carter.

So comuns as mudanas bruscas e frequentes de humor.Comunicao

(OLIVEIRA et al., 2005)14PRINCIPAIS CARACTERSTICASComportamentoUm sintoma comum da doena de Alzheimer a deambulao, tanto de dia como de noite.

Outros sintomas que afetam o comportamento so: a incontinncia, o comportamento agressivo, e desorientao no tempo e no espao.(PINHEIRO, 2006)Comunicao

PRINCIPAIS CARACTERSTICASMudanas fsicas:Perda de peso;Esquecer de mastigar ou de engolir;Reduo da massa;Escaras de decbito.Comunicao

(OLIVEIRA et al., 2005)OS TRS ESTGIOS DE DESENVOLVIMENTOEstgio 1:O primeiro estdio costuma caracterizar-se por problemas moderados de memria. Exemplo: esquecimento de nomes;

O problema posteriormente agravado com dificuldades concomitantes com a ateno e representao abstrata;Comunicao

(OLIVEIRA et al., 2005)OS TRS ESTGIOS DE DESENVOLVIMENTOEstgio 2Tornam-se cada vez mais dependentes de terceiros;

Os problemas de memria acentuam-se, com predomnio de afeco para a recordao de eventos recentes e afastados.

Comunicao

(OLIVEIRA et al., 2005)TRATAMENTONo existe um padro tpico de tratamento, existe sim uma interveno que deve ser baseada nos seguintes pressupostos:Multidisciplinar;Preventivo;Sintomtico.Comunicao

(OLIVEIRA et al., 2005)TRATAMENTO FARMACOLGICOTratamento dos sintomas cognitivos:Inibidores da acetilcolinesterase (tacrina, rivastigmina, donepezil, galantamina)

Tratamento dos sintomas comportamentais:AntidepressivosComunicao

(OLIVEIRA et al., 2005)ATENDIMENTO ODONTOLGICO DOS PACIENTES COM A DOENA DE ALZHEIMERComunicao

DOENA DE ALZHEIMERDistrbios neurolgicos e a disfuno salivarAlteraes das mucosas com sintomatologia dolorosa e ardor (estomatodinia e estomatopirose)Dificuldades na mastigao, deglutio, paladar, fala e dor na lngua (glossodnia). (PINHEIRO, 2006)ComunicaoXEROSTOMIAAntidepressivos AntipsicticosCalmantesIngesto de alimentos como cenouras cruas e cereais ou utilizao de gomas de mascar sem acar, umidificadores orais e saliva artificial.

Relatada em aproximadamente 10-30% dos pacientes que usam antiepilpticos;

Solicitar ao neurologista a substituio da droga e somente depois se deve considerar gengivectomia.

HIPERTROFIA GENGIVAL(VARJO, 2006)DOENA DE ALZHEIMER

Objetivo principal do tratamento odontolgico em pacientes com a doena de Alzheimer o desenvolvimento de estratgias preventivas e teraputicas compatveis com as habilidades fsicas e emocionais do paciente em suportar e responder ao tratamento.TRATAMENTO ODONTOLGICO

(VARJO, 2006) O paciente possua anteriormente doena um bom estado de sade bucal e estava habituado a freqentar o consultrio

J existia uma condio adversa antes da doena

importante que esse hbito seja mantidoPrognstico pior(VARJO, 2006)TRATAMENTO ODONTOLGICO2 tipos de pacientes: Atendimento em consultrio.

Planejamento preventivo

Fase inicial da doenaTRATAMENTO ODONTOLGICO

MIRANDA et al., 2008TRATAMENTO PREVENTIVO Educao dos familiares ou dos cuidadores:

Correto posicionamento do paciente durante a execuo dos procedimentos Tcnicas de remoo e higiene de prteses Tcnicas para escovao dos dentes Treinamento para deteco de possveis leses precursoras de cncer bucal

http://drcarlosmecca.com/wp-content/uploads/2013/02/saudebucal.jpg(MIRANDA et al., 2008; VARJO, 2006)TRATAMENTO ODONTOLGICOAcompanhamento constante nas idas ao consultrio (fase de semidependncia).

Anamnese: Deve contar com a presena de um familiar ou cuidador.

Sesses realizadas no perodo da manh.Fase intermediria da doenaTRATAMENTO ODONTOLGICOMIRANDA et al., 2008TRATAMENTO ODONTOLGICO

Atendimento odontolgico domiciliar: importante auxiliar

Reforo de IHO

Possibilidade de realizao de atendimento sob sedao

Prescrio de benzodiazepnicos: importante auxiliar

MIRANDA et al., 2008Condies mnimas de sade bucal devem ser priorizadas.

Atendimento domiciliar: importante

Tratamentos complexos e dolorosos so evitados

Foco da ateno nesse estgio: oferecer qualidade de vidaFase final da doenaTRATAMENTO ODONTOLGICOMIRANDA et al., 2008ABORDAGEM DO PACIENTE O paciente deve ser tratado de uma maneira tranqila e positiva Minimizar barulhos e distraes Cada consulta deve ser iniciada com instrues e esclarecimentos ao paciente O paciente deve ser posicionado sentado ou semi-reclinado, para prevenir a aspirao de fluidos, materiais ou instrumentos.

http://2.bp.blogspot.com/kVq2oFswog/Tzzakuig/_4nACgENkt8/s640/dentista1.jpg(VARJO, 2006)TRATAMENTO ODONTOLGICOTRATAMENTO RESTAURADORPreferncia para materiais liberadores de flor (Ionmeros de vidro ou ionmeros modificados por resina).TRATAMENTO ENDODNTICOIndicado para dentes restaurveis e essenciais para a manuteno da funo

TRATAMENTO PROTTICOPara pacientes que apresentam crises frequentes, no recomendada a confeco e utilizao de prteses removveis pelo risco de asfixia.(VARJO, 2006)DOENA DE PARKINSONA doena de Parkinson foi descrita pela primeira vez em 1817, pelo mdico ingls James Parkinson.

htpp://searching4james.wordpress.com/2014/11.

(PETERNELLA,2008)

DOENA DE PARKINSON uma doena degenerativa do sistema nervoso central , crnica e progressiva que ocorre com maior frequncia na populao idosa.

(PETERNELLA,2008)

http://www.onortao.com.br/noticias/saiba-mais-sobre-a-doenca-de-parkinson,23222.phpDOENA DE PARKINSON Etiologia idioptica.

No considerada fatal.

Incurvel.

Diagnstico precoce ainda difcil.(THOMPSON et al., 2002)DOENA DE PARKINSON FISIOPATOLOGIA http://revistapesquisa.fapesp.br/2011/05/24/a-fraqueza-das-c%C3%A9lulas-tronco/

DOENA DE PARKINSON

(ROWLAND et al., 2002)

MANIFESTAES CLINICASDOENA DE PARKINSONO diagnstico da DP baseado nos sinais e sintomas apresentados.

A eficcia do diagnstico depende da histria clnica, do exame fsico e da identificao de 2 ou 3 sinais motores, como: tremor, rigidez e bradicinesia (lentido).

Exames complementares. (PRADO et al., 2007)DIAGNSTICO38I) Estgio 1: Sinais presentes em apenas um lado do corpo.II) Estgio 2: Sinais presentes em ambos os lados do corpo. III) Estgio 3: Estabilidade prejudicada. IV) Estgio 4: Deficincia grave (causa significativa dificuldade no equilbrio e andar).V) Estgio 5: Imobilidade completa (uso de cadeira de rodas ou acamado).DOENA DE PARKINSON(PRADO et al., 2007)ESCALA DE HOEHN E YAHR :

DOENA DE PARKINSON(GUYTON et al., 2002) TRATAMENTO

A cura para essa doena ainda no foi descoberta.Medicamentos/ cirurgia: paliativos.

http://thumbs4.ebaystatic.com/d/l225/m/mOCJo1M3bfwFd-s748Zw-jA.jpghttp://domtotal.com/img/especiais/1637_1944.jpgO tratamento tambm pode ser feito com fisioterapia, nutricionista, atividades fsicas e psicoterapia. (THOMPSON et al., 2002).

Fonte: google imagensTRATAMENTO ODONTOLGICOSinais e sintomas bucais:Xerostomia e/ou hiposalivao x baba com freqncia? Queilite angular.Alta incidncia de cries e doena periodontal.Estabilidade da prtese x leses no tecido mole da boca.(TUMILASCI et al., 2006)

TRATAMENTO ODONTOLGICOO paciente deve estar posicionado num plano de 45 graus, semi-inclinado, para evitar o risco de hipotenso postural. Para os pacientes que no conseguem estabilizar a cabea para o atendimento, devido aos movimentos involuntrios, o operador ou o auxiliar pode segurar a cabea, fixando-a pela mandbula com a mo de no trabalho (esquerda para os destros e direita para os canhotos). Em casos mais severos, o uso de correias acolchoadas e fitas de amarrao so aconselhados.(INTROINI, 2009 )

TRATAMENTO ODONTOLGICOO uso de saliva artificial.Procedimentos preventivos como profilaxia e fluorterapia.O uso de escovas eltricas ou a adaptao de dispositivos escova comum.O uso de enxaguatrios bucais com agentes antimicrobianos sem lcool ou aplicao tpica pelo cuidador. Reembasamento de prteses removveis presentes.Exodontia? Avaliar a real necessidade.O uso de anestesia local no contra-indicado, a no ser que o paciente tenha problemas mdicos associados DP.Procurar no usar isolamento absoluto uso de sugador de alta potncia.

(BRUNETT, 2004; INTROINI, 2009)TRATAMENTO ODONTOLGICOA superviso regular da sade bucal nos pacientes com DP pode permitir a manuteno da sade semelhante aos pacientes sem a doena.

(INTROINI, 2009 )CONCLUSOO papel do cirurgio-dentista no tratamento do paciente idoso o de preservar uma funo oral saudvel e minimizar a progresso de doenas orais.Com a dificuldade de manuteno da higiene bucal, tais pacientes esto mais suscetveis a deteriorao da sade bucal. Sendo assim, a participao do cirurgio-dentista na equipe multidisciplinar torna-se imprescindvel.(VARJO, 2006)QUESTESFale sobre como deve ser o tratamento odontolgico para os pacientes com Mal de Alzheimer.

Explique a fisiopatologia da doena de Parkinson.

Quais materiais restauradores so os mais recomendados para pacientes com a doena de Alzheimer ?

QUESTESAcerca do tratamento odontolgico referente ao paciente portador da Doena de Parkinson, assinale a alternativa correta:

A exodontia a melhor opo a fim de se evitar a complexidade do tratamento odontolgico.

O bochecho com anti-microbiano indicado todos os tipos de pacientes com DP.

O reembasamento da prtese tende a facilitar o tratamento demandando menor tempo clnico nas consultas e desconforto para o paciente.

O tratamento deve ser realizado impreterivelmente com isolamento absoluto devido as constantes babas do paciente.

REFERNCIASBRUNETTI RF, MONTENEGRO FLB. Odontogeriatria: noes de interesse clnico. So Paulo: Artes Mdicas; 2002,480 p.

GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de Fisiologia Mdica. Editora Guanabara Koogan S.A. Rio de Janeiro RJ, 2002.

HOSPITAL DE OLHOS DE BLUMENAUDoenas mais comuns no idoso, 2014. Disponvel em: http://hob.med.br/quais-sao-as-doencas-mais-comuns-no-idoso/. Acesso em: 19/03/2015

MIRANDA, Alexandre Franco et al. Doena de Alzheimer: caractersticas e orientaes em odontologia. RGO. Revista Gacha de Odontologia (Online), v. 58, n. 1, p. 103-107, 2010.

MNICA BEATRIZ DE PAIVA INTROINI. Protocolo de atendimento odontolgico para pacientes com doena de Parkinson. / Mnica Beatriz de Paiva Introini. -- Piracicaba, SP , 2009.

REFERNCIASOLIVEIRA, Maria de Ftima et al. Doena de Alzheimer: perfil neuropsicolgico e tratamento. Universidade Lusada do Porto. Departamento de Psicologia, 2005.

Pinheiro JES. Tratado de geriatria e gerontologia. Rio de janeiro: Guanabara, 2006, p.355-60.

THOMPSON A; SKINNER A; PIEREY J. Doenas do crebro e medula espinhal. In: Thompson A, Piercy AS. Fisioterapia de Tidy. 12th ed. So Paulo: Santos; p.333-336, 2002.

VARJO FM. Assistncia odontolgica para o paciente portador da doena de Alzheimer. Revista Odonto Cincia Fac. Odonto/PUCRS, v. 21, n. 53, jul./set. 2006.

OBRIGADO!


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