Transcript
Page 1: Revista FICA - 6ª Edição
Page 2: Revista FICA - 6ª Edição
Page 3: Revista FICA - 6ª Edição
Page 4: Revista FICA - 6ª Edição

Editorial Editorial Editorial

Um prêmio não é apenas

um título. No caso do FICA, é

também uma oportunidade de

mudar a trajetória de produtores

e diretores que, a despeito do

talento, da força de vontade e de

investimentos do próprio bolso,

muitas vezes não conseguem viver

de cinema. Nessa edição, a Revista

mostra como a premiação do

festival impactou de forma positiva

e signifi cativa o trabalho dos

realizadores contemplados, que

hoje possuem novas perspectivas

de atuação. Outra reportagem

mostra como o FICA tem alcançado

jovens e crianças, que participam

do projeto Cena Goiana.

No Ponto de Vista, Ana

Maria Magalhães fala sobre a

importância do Urbanismo para

a preservação do meio ambiente

e para a melhoria da qualidade

de vida da população, e relembra

o legado deixado pelo arquiteto

Aff onso Eduardo Reidy. O foco

urbano também se estende

pelo Panorama, que presta uma

homenagem a dois grandes

artistas goianos (Roos e ZéCésar),

que com seu talento retratam

a paisagem das cidades e seus

quintais em telas e esculturas.

Esperamos que gostem de nosso

último número. Levar o melhor

do cinema e do meio ambiente a

você, ao longo dessas seis edições,

foi um grande prazer!

Page 5: Revista FICA - 6ª Edição

| An award is not just one more honor. In the case of a FICA award, it also enhances the careers of producers and directors, who despite their talent, willpower and investments from their own resources, often do not manage to make a living off their work. This edition of the magazine shows how the festival award has impacted positively and signifi cantly on the work of fi lmmakers who now have new possibilities for production. Another report shows how FICA has reached the young people and children participating in the Cena Goiana Project.

In Viewpoint, Ana Maria Magalhães recalls the legacy of architect Aff onso Eduardo Reidy and talks about the importance of urbanism for environmental preservation and for bettering the quality of people’s lives. This urban focus is also extended by Panorama, which pays tribute to two great Goiás artists, Roos and ZéCésar. With their talents, they depict city landscapes and gardens in paintings and sculptures.

We hope you enjoy this last edition. It has been our pleasure to bring you the best of cinema and the environment, throughout these six issues of the FICA MAGAZINE.

|| Un premio no es apenas un título. En el caso del FICA, es también una oportunidad para cambiar la trayectoria de productores y directores que, a despecho del talento, de la fuerza de voluntad y de inversiones de su propio bolsillo, muchas veces no consiguen vivir del cine. En esta edición, la Revista muestra como la premiación del festival impactó de forma positiva y signifi cativa en el trabajo de los realizadores contemplados, que hoy tienen nuevas perspectivas de actuación. Otro reportaje muestra como el FICA ha alcanzado a jóvenes y niños, que participan en el proyecto Cena Goiana.

En Punto de Vista, Ana Maria Magalhães habla sobre la importancia del Urbanismo para la preservación del medio ambiente y para la mejora de la calidad de vida de la población, y recuerda el legado dejado por el arquitecto Aff onso Eduardo Reidy. El foco urbano también se extiende por el Panorama, que rinde homenaje a dos grandes artistas goianos (Roos y ZéCésar), que con su talento retratan el paisaje de las ciudades y sus patios en telas y esculturas. Esperamos que les guste este último número. Llevarle a Ud. lo mejor del cine y del medio ambiente, a lo largo de estas seis ediciones, ¡Fue un gran placer!

Page 6: Revista FICA - 6ª Edição

Revista do Festival Internacional

de Cinema e Vídeo Ambiental

Publicação Institucional

Nº 6 / Setembro/Outubro de 2010

ISSN 2177-4668

Governo do Estado de Goiás

Governador: Alcides Rodrigues Filho

Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico

Teixeira (Agepel)

Palácio Pedro Ludovico Teixeira,

Rua 82, 400, 1º andar, Setor Sul

Goiânia – Goiás 74015-908

Fone: 55 62 3201-5100

www.agepel.go.gov.br

Presidenta: Linda Monteiro

Chefi a de Gabinete: Nériton Ribeiro

Diretora de Ação Cultural:

Tânia da Cunha Bastos

Page 7: Revista FICA - 6ª Edição

Sumário Summary Resumen

Editor-chefe: Wolney Unes

Editora-executiva: Fabrícia Hamu

Reportagem: Adalberto Araújo,

Bruno Hermano, Carol Magalhães

e Fabrícia Hamu

Projeto gráfi co: Genilda Alexandria

Diagramação: Luciana Fernandes

e Alessandro Carrijo

Fotografi as: Weimer Carvalho,

Vinícius Castro

Tradução: Anne Mary Stauton, Patrick John

O’Sullivan e Ricardo Pérez Banega

Revisão: Camila Pessoa

Impressão: Marques & Bueno Ltda.

(Gráfi ca Talento)

Tiragem: 4 mil

Distribuição: gratuita

www.fi ca.art.br

revistadofi ca@fi ca.art.br

Casa Brasil

Presidente:

Wagner Baptista da Costa Júnior

Diretor comercial: Germano Roriz

Diretor administrativo:

Gustavo de Morais Roriz

Rua 29, nº 186, Setor Central,

Goiânia – Goiás 74.015-050

Fone/Fax: 55 62 3942-0228

www.icbc.org.br

20Ponto de Vista | Point of View || Punto de VistaEntrevista com Ana Magalhães

| Interview with Ana Magalhães || Entrevista con Ana Magalhães

8FICA 2010Lição que se aprende na escola

| Lessons you learn in school|| Lección que se aprende en la escuela

30 Capa | Cover || PortadaDivisor de águas

| A watershed

|| Divisor de aguas

46 Artigo | Article || ArtículoWolney Unes

Panorama | Scene || PanoramaMeio século de arte e criatividade

| Half a century of art and creativity|| Medio siglo de creación y arte

50

68Circuito | Circuit || CircuitoFestivais de fi lmes ambientais -

Outubro 2010

| Environmental Film festivals - October 2010|| Festivales de cine ambiental - Octubre 2010

71FICA na rede | FICA on the net || FICA en la red Opinião on line

| Opinion on line|| Opinión en la red

72Script História de sucesso

| A hystory of success|| Historia de un éxito

77 Traço | Trace || RastroLiah

Mosaico | Mosaic || MosaicoJornalistas e sustentabilidade

| Journalists and Sustainability|| Periodistas y sustentabilidad64

Page 8: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 8

aprende na escola Lessons you learn in school Lección que se aprende en la escuela

FICA 2010

Lição que se

Page 9: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 9

O programa FICA: Cena Goiana leva cinema e debate ambiental para instituições

públicas de ensino

Texto: Carol Magalhães

Fotos: Divulgação

The program FICA: Cena Goiana takes fi lm and the environmental debate to public schools

El programa FICA: Escena Goiana lleva cine y debate ambiental a instituciones públicas de

enseñanza

Page 10: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 10

É com esse relato empolgado que

Maria Aparecida de Freitas do Vale, 35,

resume a animação Josué e o Pé de

Macaxeira (Brasil-RJ, 2009), de Diogo

Viegas. A obra foi exibida pelo programa

FICA: Cena Goiana no Colégio Estadual

Honestino Monteiro Guimarães, em

Itaberaí (GO), onde ela cursa o 1° ano do

Ensino Médio.

Maria Aparecida é defi ciente visual

e precisou valer-se da audição e

imaginação, bem como das descrições

feitas por sua professora, para construir

as imagens do fi lme, que é uma

adaptação para o antigo conto João

e os Feijões Mágicos. Uma das mais

esforçadas de sua turma, ela também

se encantou com o documentário

Subpapéis, produção de 2007 do goiano

Luís Eduardo Jorge. “Fiquei emocionada.

Não conseguia nem fi car calada. Queria

perguntar as coisas logo, porque tive

medo dos outros alunos passarem na

minha frente e não me deixarem falar”,

dispara.

Ganhador do Troféu José Petrillo de

melhor produção goiana no X FICA, o

curta, que enfoca o cotidiano de um

grupo de catadores que morava em uma

invasão próxima ao Parque Agropecuário

de Goiânia, teve um signifi cado especial

para Maria Aparecida, que conhece bem

de perto a realidade dos que tiram sua

sobrevivência daquilo que a sociedade

joga fora. Assim como os personagens

retratados na obra, ela também se dedica

à coleta de recicláveis como papelões,

latinhas e garrafas PET. A aluna conta que

aprendeu o ofício há dois anos e meio,

observando alguns vizinhos que exerciam

FICA 2010

Tinha um povo do Nordeste

numa represa e, depois, veio

um menino que trocou um burro

por um pé de mandioca. Ai,

ele o jogou numa cisterna e

nasceu uma planta... Achei

bom demais da conta!

--

- -

Page 11: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 11

. This thrilling report was the way Maria Aparecida de Freitas Vale, 35, summed up Diogo Viegas’s animation fi lm Josué e o Pé de Macaxeira (Brazil, 2009), screened as part of the FICA: Cena Goiana Program at the Colégio Honestino Monteiro Guimarães, in the town of Itaberaí, where she is a fi rst-year high-school student.

Being visually impaired, Maria Aparecida had to use her hearing and imagination as well as the descriptions given by her teacher to visualize the fi lm, an adaptation of the fairytale Jack and the Bean Stalk. One of the keenest students in her class, she was also fascinated by Luis Eduardo Jorge’s 2007 documentary Subpapéis. “I was touched. I

Es con ese relato entusiasmado que Maria Aparecida de Freitas do Vale, 35, resume la animación Josué y el Pé de Macaxeira (Brasil-RJ, 2009), de Diogo Viegas. La obra fue exhibida por el programa FICA: Escena Goiana en el Colegio Estadual Honestino Monteiro Guimarães, en la ciudad de Itaberaí, donde cursa el 1° año de la Enseñanza Media.

Maria Aparecida es defi ciente visual y precisó valerse de la audición e imaginación, así como de las descripciones hechas por su profesora, para construir las imágenes de la película, que es una adaptación para el antiguo cuento João e os Feijões Mágicos. Una de las más esforzadas de su grupo, también se encantó con el documental Subpapéis, producción de 2007 del goiano Luís Eduardo Jorge. “Quedé

“‘ There were people living around a dam in the Northeast, and then along came this boy who had swapped a donkey for a cassava plant. He threw

the cassava into a well and it sprouted... I thought it was a great story”’

couldn’t keep quiet. I wanted to blurt out questions immediately, because I was afraid that the other students would get there ahead of me and not let me talk”, she declared.

This short fi lm, winner of the José Petrillo Trophy for best production in Goiás at the X FICA, which focuses on the daily lives of a group of garbage collectors living on occupied land near Goiânia’s Parque Agropecuário, had a special meaning for Maria Aparecida, who knows very well the reality of earning a living from what society throws away. Like the characters in the fi lm, she also collects recyclables such as cardboard, cans and PET bottles. She had learned the trade two and a half years previously

emocionada. No conseguía ni quedarme callada. Quería preguntar enseguida, porque tuve miedo de que los otros alumnos se me adelantasen y no me dejasen hablar”, dispara.

Ganador del Trofeo José Petrillo de mejor producción goiana en el X FICA, el corto, que enfoca lo cotidiano de un grupo de recolectores que vivía en una invasión próxima al Parque Agropecuario de Goiania, tuvo un signifi cado especial para Maria Aparecida, que conoce bien de cerca la realidad de los que sacan su supervivencia de aquello que la sociedad descarta. Así como los personajes retratados en la obra, ella también se dedica a la recolección de reciclables como cartones, latitas y botellas PET. La alumna cuenta que aprendió

“‘ Habia un pueblo del Noroeste en una represa y, después, vino un nino que cambio un burro por un brote de mandioca. Ahi, él lo tiro en una cisterna y nacio una planta... Me parecio buenisimo!”’

Page 12: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 12

a atividade. “Não sinto vergonha do

que faço. Sei que estou contribuindo para

o meio ambiente”, assegura.

Mãe de André Luís e Andrielly, Maria

Aparecida também aposta na reciclagem

como forma de construir um futuro

melhor para si e para os fi lhos. Vítima

de violência doméstica, ela, que está

separada do companheiro, não se deixa

abater. Prefere seguir adiante com

FICA 2010

determinação e perseverança. Exemplo

de superação, a estudante mantém acesa

a chama da esperança, da fé em uma

vida menos sofrida. “Sonho com a casa

própria. Deposito quase tudo que ganho

como catadora no banco. Sei que vou

conseguir. É o que sempre digo: lixo não é

lixo; é dinheiro”, frisa confi ante, deixando

escapar que nas horas vagas frequenta

ainda aulas de computação no colégio.

Page 13: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 13

watching neighbors who did the same. “I’m not ashamed of what I do. I know I’m contributing to the environment”, she says.

Maria Aparecida, who has two children, André Luis and Andrielly, sees recycling as a means towards building a better future for herself and her children. As a beaten wife, separated from her partner, she does not let this get the better of her. Instead, she prefers to move forward with determination and perseverance. She is an example of how to overcome adversity and she keeps the fl ame of hope and faith alive in a life of less suff ering. “I dream of having my own home. I save almost everything I earn as a garbage collector. I know I’ll get there. What I always say is garbage is not junk, it’s money”, she says confi dently, letting slip that in her spare time she even attends computing classes at the school.

el ofi cio hace dos años y medio, observando a algunos vecinos que ejercían la actividad. “No siento vergüenza de lo que hago. Sé que estoy contribuyendo para el medio ambiente”, asegura.

Madre de André Luís y Andrielly, Maria Aparecida también apuesta al reciclado como forma de construir un futuro mejor para ella y sus hijos. Víctima de violencia doméstica, ella, que está separada del compañero, no se deja abatir. Prefi ere seguir adelante con determinación y perseverancia. Ejemplo de superación, la estudiante mantiene encendida la llama de la esperanza, de la fe en una vida menos sufrida. “Sueño con la casa propia. Deposito casi todo lo que gano como recolectora en el banco. Sé que lo voy a conseguir. Es lo que siempre digo: basura no es basura; es dinero”, señala confi ada, dejando escapar que en las horas vagas frecuenta aun aulas de computación en el colegio.

Page 14: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 14

FICA 2010

Troca de experiências como as de

Maria Aparecida fomentam debates

consistentes no ambiente escolar, além

de auxiliar o Cena Goiana na missão de

aproximar a realidade dos alunos das

temáticas propostas por fi lmes do FICA e

por outros vídeos produzidos nas escolas.

“Tivemos um envolvimento expressivo

dos alunos, que demonstraram interesse

não somente pelas obras como também

pelas discussões ambientais. Muitos

vieram nos agradecer pela oportunidade

de participar do projeto”, atesta Isleide

Maria Alves Portela Estrela, coordenadora

de Produção e Educação Ambiental do

Cena Goiana.

Os educadores partilham da mesma

gratidão expressa pelos estudantes.

Debates consistentes Fruitful debate

Debates consistentes

“Somos agradecidos ao Cena Goiana,

que foi muito signifi cativo para nossa

comunidade. Os alunos fi caram

empolgados com toda movimentação,

até porque muitos são da zona rural e

não têm acesso ao cinema. Além disso,

os assuntos discutidos despertaram os

adolescentes para questões ambientais

urgentes e preocupantes, permitindo

que os professores continuassem

a trabalhar esses temas em sala de

aula posteriormente. A REVISTA DO FICA

também se tornou material didático por

aqui”, expõe a professora Idoni Moreira

Gonçalves Marx, diretora do Colégio

Estadual Arthur da Costa e Silva, em

Matrinchã (GO).

Para o professor Ângelo Aparecido

Page 15: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 15

Machado, diretor do Colégio Estadual

Honestino Monteiro Guimarães, em

Itaberaí, o programa também se

destaca por sua organização. “Fiquei

impressionado com a estrutura que

eles montaram para a projeção dos

fi lmes e ainda com a seleção dos eixos

temáticos para os debates. É tudo muito

organizado e atraente. Nós adoramos.

Foi bastante positivo”, enfatiza. A opinião

dele é corroborada pela professora

Márcia Angelina de Jesus, diretora do

Colégio Estadual Professor Alcides Jubé,

na Cidade de Goiás, onde a discussão

foi enriquecida pelo vídeo Águas que

choram, produzido por estudantes da

escola e que retrata a situação de um

córrego do município.

Exchanges of experiences like those of Maria Aparecida foster discussion within the school environment, and help Cena Goiana in its mission of confronting the reality of the students with the themes proposed by Fica fi lms and other videos produced in schools. “Students became considerably involved and were interested not just in seeing the fi lms but also in the environmental discussions. Afterwards, many came up to us to thank us for the opportunity of participating in the project”, said Isleide Maria Alves Portela Estrela, Production and Environmental Education Coordinator of Cena Goiana.

Teachers were equally thankful. “We are grateful to the Cena Goiana, which was very signifi cant for our community. Our students were excited about it all, because many come from the countryside where there is no access to cinema. In addition, the topics under discussion made teenagers aware of the urgent and preoccupying environmental issues, and teachers can continue later on to address these issues in the classroom. The Fica Magazine has also become teaching material around here”, explains Idoni Moreira Gonçalves Marx, principal of the Colégio Estadual Arthur da Costa e Silva, in the town of Matrinchã.

Ângelo Aparecido Machado, principal of the Colégio Estadual Honestino Monteiro Guimarães, in Itaberaí, was taken by the organization of the

Intercambio de experiencias como las de Maria Aparecida fomentan debates consistentes en el ambiente escolar, además de auxiliar al Escena Goiana en su misión de aproximar la realidad de los alumnos de las temáticas propuestas por películas del FICA y por otros videos producidos en las escuelas. “Tuvimos una inclusión signifi cativa de los alumnos, que demostraron interés no solamente por las obras como también por las discusiones ambientales. Muchos vinieron a agradecernos por la oportunidad de participar del proyecto”, declara Isleide Maria Alves Portela Estrela, coordinadora de Producción y Educación Ambiental del Escena Goiana.

Los educadores comparten la misma gratitud expresada por los estudiantes. “Somos agradecidos al Escena Goiana, que fue muy signifi cativo para nuestra comunidad. Los alumnos se entusiasmaron con todo el movimiento, ya que muchos son de la zona rural y no tienen acceso al cine. Además de eso, los asuntos discutidos despertaron los adolescentes a las cuestiones ambientales urgentes y preocupantes, permitiendo que los profesores continuasen trabajando esos temas en sala de clase posteriormente. La REVISTA DEL FICA también se volvió material didáctico por aquí”, expone la profesora Idoni Moreira Gonçalves Marx, directora del Colegio Estadual Arthur de la Costa y Silva, en Matrinchã.

Para el profesor Ângelo Aparecido Machado, director del Colegio Estadual Honestino Monteiro Guimarães, en Itaberaí, el programa también se destaca por su organización. “Quedé impresionado con la estructura que montaron para la proyección de las películas y aun con la selección de los ejes temáticos para los debates. Está todo muy organizado y atrayente. Nos encantó. Fue bastante positivo”, enfatiza. Su opinión es corroborada por la profesora Márcia Angelina de Jesús, directora del Colegio Estadual Professor Alcides Jubé, en la Ciudad de Goiás, donde la discusión fue enriquecida por el video Águas que choram, producido por estudiantes de la escuela y que retrata la situación de un arroyo del municipio.

program. “I was impressed by how the fi lms were projected and the selection of themes for discussion. It’s all very well-organized and attractive. We absolutely loved it. It was very positive”, he emphasizes. His opinion is corroborated by Marcia Angelina de Jesus, principal of the Colégio Estadual Professor Alcides Jubé, in the town of Goiás, where discussion was enhanced by the screening of Águas que choram (Weeping Waters) produced by students at the school, showing the situation of a stream in the municipality.

Page 16: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 16

FICA 2010

Etapas evolutivas Evolutionary Phases

Etapas evolutivas

A coordenadora de Produção e

Educação Ambiental do Cena Goiana

relata que, em 2010, o projeto visitou

20 escolas estaduais, em duas etapas

evolutivas, atendendo, em cada uma

delas, cerca de 8 mil alunos do ensino

fundamental e médio. “Na primeira fase,

de maio a junho, crianças e adolescentes

conferiram vídeos produzidos, em 2008,

por estudantes de dez municípios do

Estado. Posteriormente, de agosto a

setembro, o programa retornou às cidades

e apresentou alguns dos fi lmes que foram

destaque no FICA, bem como fomentou

discussões e refl exões ancoradas na

educação ambiental”, explica.

Além da projeção, o Cena Goiana 2010

também colocou alunos e professores em

contato com o blog do programa (www.

fi cacenagoiana.blogspot.com), elegendo

cinco estudantes e um educador para

coordenar a página eletrônica de

cada município e postar vídeos, fotos

e textos relacionados com cinema e

meio ambiente, ampliando, assim, as

discussões para além dos limites escolares

e possibilitando a participação da

comunidade em geral. A novidade foi bem

aceita nas instituições, principalmente

naquelas em que os alunos tinham

mais familiaridade com a ferramenta

tecnológica, como o Colégio Estadual

Barão de Mossâmedes, na cidade de

Mossâmedes (GO), e do Colégio Estadual

Lindolfo M. da Cunha, em Faina (GO).

Page 17: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 17

The Production and Environmental Education Coordinator of FICA: Cena Goiana reports that in 2010 the project visited 20 state schools in two diff erent phases, involving about 8000 elementary and high school students. “In the fi rst phase, from May to June, children and adolescents watched videos produced in 2008 by students from ten municipalities in the State. Then, from August to September, these places were all revisited, this time to screen some of the fi lms featured at FICA and to encourage discussion and refl ection on environmental education”, she explains.

As well as showing fi lms, the FICA: Cena Goiana 2010 also put students and teachers in touch with the blog program (www.fi cacenagoiana.blogspot.com). Five students and a teacher were elected to coordinate the web site of each municipality and to post videos, photos and texts on fi lm and the environment, thereby taking the discussion beyond the confi nes of the school and enabling the community in general to participate. This was well received in the schools, especially those where children and adolescents were more familiar with the Internet, as was the case of Colégio Estadual Barão de Mossâmedes, in the town of Mossâmedes, and Colégio Estadual Lindolfo M. da Cunha, in Faina.

La coordinadora de Producción y Educación Ambiental del Escena Goiana relata que, en 2010, el proyecto visitó 20 escuelas estaduales, en dos etapas evolutivas, atendiendo, en cada una de ellas, cerca de 8 mil alumnos de la enseñanza primaria y media. “En la primera fase, de mayo a junio, niños y adolescentes vieron videos producidos, en 2008, por estudiantes de diez municipios del Estado. Posteriormente, de agosto a setiembre, el programa retornó a las ciudades y presentó algunas de las películas que fueron destacadas en el FICA, así como fomentó discusiones y refl exiones sobre la educación ambiental”, explica.

Además de la proyección, el Escena Goiana 2010 también colocó alumnos y profesores en contacto con el blog del programa (www.fi cacenagoiana.blogspot.con), eligiendo cinco estudiantes y un educador para coordinar la página electrónica de cada municipio y colocar videos, fotos y textos relacionados con cine y medio ambiente, ampliando, así, las discusiones más allá de los limites escolares y posibilitando la participación de la comunidad en general. La novedad fue bien aceptada en las instituciones, principalmente en aquellas en que los alumnos tenían más familiaridad con la herramienta tecnológica, como el Colegio Estadual Barão de Mossâmedes, en la ciudad de Mossâmedes, y del Colegio Estadual Lindolfo M. da Cunha, en Faina.

Page 18: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 18

According to Isleide Maria, this project started in 2008, using the title FICA: a Construção da Cena Goiana and it aimed at stimulating students’ creativity through the production of videos. A training course for video directors and workshops on cast preparation were off ered to 600 students from public schools in the Goiás towns of Buriti de Goiás, Faina, Goiás, Heitoraí, Itaberaí, Itapuranga, Itapirapuã, Matrinchã, Mossâmedes and Novo Brasil. The result was the production of a short fi lm in each of these participating municipalities.

The following year, with a view to disseminating this project and FICA fi lms, short fi lm sessions were held in State schools in Goiânia and surrounds and in venues indicated by educational institutes, in 15 municipalities. “The program, which expands every year, has become an important tool for the socialization of the FICA fi lms and the promotion of environmental awareness. The reception and the results obtained couldn’t have been better. The smiles on students’ faces alone would have made our eff ort worthwhile”, Isleide Maria concludes.

Según Isleide Maria, el proyecto nació, en 2008, con el nombre Fica: la construcción de la escena goiana y el objetivo de estimular la acción creativa de los estudiantes por medio de la producción de videos. Para esto, fue ofrecido un curso de formación de directores de video, además de talleres de preparación de elenco con 600 alumnos de escuelas públicas de las ciudades goianas de Buriti de Goiás, Faina, Ciudad de Goiás, Heitoraí, Itaberaí, Itapuranga, Itapirapuã, Matrinchã, Mossâmedes y Novo Brasil. El resultado fue la producción de un cortometraje en cada uno de los diez municipios participantes.

El año siguiente, buscando darle más visibilidad a este trabajo y a las películas exhibidas en el Fica, fueron realizadas pequeñas sesiones de cine en escuelas públicas estaduales de la gran Goiania y en ambientes defi nidos por las propias instituciones de enseñanza, con la participación de 15 municipios. “El programa, que crece cada año, se ha vuelto una importante herramienta para socialización de las películas del Fica y promoción de la concientización ambiental. La receptividad y los resultados obtenidos a través de la iniciativa no podrían ser mejores, comenzando por las sonrisas de los alumnos que compensan todo nuestro esfuerzo”, remata Isleide Maria.

Trajetória de sucesso Success story

Trayectoria de éxito

Segundo Isleide Maria, o projeto

nasceu, em 2008, com o nome FICA:

a construção da cena goiana e o

objetivo de estimular a ação criativa dos

estudantes por meio da produção de

vídeos. Para tanto, foi ofertado um curso

de formação de diretores de vídeo, além

de ofi cinas de preparação de elenco

com 600 alunos de escolas públicas

das cidades goianas de Buriti de Goiás,

Faina, Cidade de Goiás, Heitoraí, Itaberaí,

Itapuranga, Itapirapuã, Matrinchã,

Mossâmedes e Novo Brasil. O resultado

foi a produção de um curta-metragem

em cada um dos dez municípios

participantes.

No ano seguinte, visando conferir

mais visibilidade para este trabalho e

para os fi lmes exibidos no FICA, foram

realizadas pequenas sessões de cinema

em escolas públicas estaduais da grande

Goiânia e em ambientes defi nidos pelas

próprias instituições de ensino, com

a participação de 15 municípios. “O

programa, que cresce a cada ano, tem

se tornado uma importante ferramenta

para socialização dos fi lmes do FICA e

promoção da conscientização ambiental.

A receptividade e os resultados obtidos

através da iniciativa não poderiam ser

melhores, a começar pelos sorrisos dos

alunos que compensam todo o nosso

esforço”, arremata Isleide Maria.

FICA 2010

Page 19: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 19

Alunos de escolas da rede pública participam da exibição e de debates dos fi lmes vencedores do FICA

Public school students participating in the exhibition and discussion of FICA award-winning fi lms

Alumnos de escuelas de la red pública participan de la exhibición y de debates de las películas vencedoras del FICA

Page 20: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 20

Fabrícia Hamu

Cinema em construção

Ponto de vista Viewpoint Punto de vista

Cinema in the making Cine en construcción

Entrevista com Ana Maria Magalhães

Interview with Ana Maria Magalhães

Entrevista con Ana Maria Magalhães

Proporcionar à população de baixa

renda a possibilidade de morar em

conjuntos habitacionais confortáveis,

com escolas, quadras de esporte, piscinas

e lavanderia. Promover a construção

desses conjuntos de forma sustentável,

instalando-os perto do local de trabalho

dos moradores – para reduzir a emissão

de gases poluentes do transporte público

e o tempo de deslocamento dos cidadãos

– e privilegiando o verde com projetos

paisagísticos arrojados. Parece utopia ou

uma previsão muito futurista? Pois no

começo do século passado um homem

já pensava assim. Trata-se de Aff onso

Eduardo Reidy, que nasceu em Paris

mas cresceu e viveu no Brasil, marcando

para sempre o Rio de Janeiro com sua

concepção moderna e humanista de

arquitetura. Para retratar a vida e a obra

do arquiteto, a atriz carioca Ana Maria

Magalhães produziu o documentário

Reidy, a construção da utopia (2009).

Responsável pela direção, produção e

roteiro da obra, ela fi cou “extremamente

feliz” ao saber que o documentário

havido sido selecionado para a mostra

competitiva do XII FICA. Atriz premiada

(ela conquistou os prêmios de atriz

revelação pela Associação dos Críticos

Paulistas de Arte, em 1972, e melhor

atriz do Festival de Cinema de Gramado,

em 1975), Ana Maria agora alcança

reconhecimento por seu trabalho atrás

das câmeras. Á REVISTA DO FICA, ela conta

um pouco das alegrias e difi culdades

de fi lmar a trajetória de um visionário

da arquitetura e das questões sociais no

Brasil. Confi ra:

Page 21: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 21

Making it possible for low wage-earners to live in comfortable housing estates, with schools, sports facilities, swimming pools and laundry facilities. Encouraging the construction of these estates in a sustainable manner, close to where their residents work, in order to reduce both the greenhouse gases emitted by public transport and the time spent commuting – and prioritizing the green with daring landscaping projects. Is this a utopia or a very futuristic prediction? Well, at the beginning of the last century there was a man already thinking along these lines. His name was Aff onso Eduardo Reidy. Born in Paris, he grew up and lived in Brazil, and left an indelible mark on Rio de Janeiro with his modern and humanistic concept of architecture. To portray the life and work of this architect, the Rio de Janeiro actress Ana Maria Magalhães produced the documentary Reidy, a construção da Utopia (2009). She who was responsible for directing, producing and writing the script for the fi lm, was “extremely happy” to hear that the documentary had been selected for the XII FICA competition. Ana Maria, an award-winning actress (she won awards as revelation actress given by the Association of São Paulo Art Critics in 1972 and best actress at the 1975 Gramado Film Festival), has now achieved recognition for her camera work. Interviewed by the FICA Magazine, she tells of the joys and diffi culties of fi lming the journey of a visionary in architecture and in social issues in Brazil.

Proporcionar a la población de bajos ingresos la posibilidad de vivir en conjuntos habitacionales confortables, con escuelas, campos de deporte, piscinas y lavandería. Promover la construcción de esos conjuntos de forma sustentable, instalándolos cerca del lugar de trabajo de los habitantes – para reducir la emisión de gases contaminantes del transporte público y el tiempo de desplazamiento de los ciudadanos – y privilegiando el verde con proyectos paisajísticos osados. ¿Parece una utopía o una previsión muy futurista? Pues a comienzos del siglo pasado un hombre ya pensaba así. Se trata de Aff onso Eduardo Reidy, que nació en París pero creció y vivió en el Brasil, marcando para siempre a Río de Janeiro con su concepción moderna y humanista de la arquitectura. Para retratar la vida y la obra del arquitecto, la actriz carioca Ana Maria Magalhães produjo el documental Reidy, la construcción de la utopía (2009). Responsable por la dirección, producción y guión de la obra, se puso “extremamente feliz” al saber que el documental había sido seleccionado para la muestra competitiva del XII FICA. Actriz premiada (conquistó los premios de actriz revelación por la Asociación de los Críticos Paulistas de Arte, en 1972, y mejor actriz del Festival de Cine de Gramado, en 1975), Ana Maria ahora alcanza reconocimiento por su trabajo detrás de las cámaras. Le cuenta a la REVISTA DEL FICA un poco de las alegrías y difi cultades de fi lmar la trayectoria de un visionario de la arquitectura y de las cuestiones sociales en el Brasil.

Mauro Júnio

Page 22: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 22

Esse fi lme foi feito para atender ao

um pedido de uma tia minha, Carmen

Portinho, engenheira e companheira

do Reidy. Ela foi muito apaixonada

pela obra dele, trabalhou com ele

no Museu de Arte Moderna do Rio

de Janeiro (MAM) e nas obras do

Conjunto Habitacional Prefeito Mendes

de Moraes, mais conhecido como

Pedregulho. Eu sabia que seria difícil

levantar recursos, porque para fi lmar

arquitetura é preciso ter uma série

de equipamentos especializados,

como helicóptero, grua. Busquei essa

verba no fi nal dos anos 80, mas não

consegui convencer ninguém no Rio

da importância do projeto. Minha

tia insistia para que eu produzisse o

fi lme, e eu pedia que ela esperasse.

Ela morreu em 1998 e fi quei com

essa missão. Quando o Lula assumiu

a presidência da República, achei que

tinha chegado a hora do Reidy ser

revelado, porque ele trabalhou muito

com habitação popular. Ele foi uma

pessoa que pensou muito sobre isso

nos anos 30 e 40, construiu conjuntos

habitacionais, porque achava que era

preciso acabar com as favelas. Esse

problema tornou-se um verdadeiro

fl agelo no Rio. A maior parte dos

moradores das favelas é composta de

trabalhadores. Eles não são bandidos,

mas são tratados como se fossem.

O Reidy já tinha percebido que essa

situação não podia continuar, que era

preciso construir conjuntos em vários

bairros e remover essas pessoas. Mas

o empresariado brasileiro não aceitou

essa proposta. Eles acreditavam que

o dinheiro do governo tinha de ir para

projetos de desenvolvimento. Essa

resistência paralisou a construção

dos conjuntos e as favelas foram

crescendo. Naquela época, na década

de 30, não se planejou a urbanização

do Rio, não se pensou onde as pessoas

que estavam construindo a cidade

iriam morar. Ainda hoje isso acontece.

Os operários que construíram a Barra

da Tijuca moram na favela de Rio das

Pedras. É um lugar violentíssimo, pois

não tem tráfi co de drogas, mas tem

milícia. Não adianta erguer a cidade e

não dar moradia para quem a constrói.

É um falso desenvolvimento, que

não vai longe. A Barra está linda, mas

atrás dela existe uma favela enorme.

Naquela época o Reidy já pensava em

tudo isso.

“Most shanty town dwellers are working

class people. They are not criminals

but are treated as if they were”

“La mayor parte de los habitantes

de las favelas está compuesta por trabajadores.

No son bandidos, pero son tratados

como si lo fuesen”

O que a motivou a fazer esse

fi lme?

Ponto de vista Viewpoint Punto de vista

A maior parte dos

moradores das

favelas é composta de

trabalhadores. Eles não

são bandidos, mas são

tratados como se fossem

Page 23: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 23

Why did you make this fi lm?

This fi lm was made at the request of an aunt of mine, Carmen Portinho, an engineer who was Reidy’s partner. She was very enthusiastic about his work, and worked with him both on the Rio de Janeiro Museum of Modern Art (MAM) and the Prefeito Mendes de Moraes Housing Estate, better known as Pedregulho. I knew it would be diffi cult to raise funds, because to make a fi lm on architecture you need a set of specialized equipment such as a helicopter or a crane. I went after this grant in the late 80s, but could not convince anyone of the importance of the project. My aunt insisted that I produce the fi lm, but I had to ask her to wait. She died in 1998 and I was left with this mission. When Lula became president of the Republic, I thought the time had come to make Reidy known, because he had done considerable work on popular housing. He thought a lot about it in the 30s and 40s and built housing estates, because he thought shanty towns had to be done away with. This problem has now become a scourge for Rio. Most shanty town dwellers are working class people. They are not criminals but are treated as if they were. Reidy had already understood that this situation could not continue and that housing estates had to be built in diff erent neighborhoods to which these people could move. But the Brazilian business community did not accept this proposal. They believed that government money should be spent on development projects. This resistance halted the construction of the housing estates and the shanty towns continued to grow. Back then in the 30s, there was no planning for the urbanization of Rio, no thought for where the people building the city would live. And this holds true even for today. The workers who built the Barra da Tijuca live in the shanty town of Rio das Pedras. It is an extremely violent place, and while there is no drug traffi cking there, there are militias. There’s no point in building a city and not giving housing to those who build it. This is false development, and it goes nowhere. Barra is beautiful, but behind it there is a huge shanty town. At that time, Reidy was already thinking about all this.

¿Qué la motivo a hacer esa película?

Esa película fue hecha para responder al pedido de mi tía, Carmen Portinho, ingeniera y compañera de Reidy. Ella fue una enamorada de su obra, trabajó con él en el Museo de Arte Moderno de Río de Janeiro (MAM) y en las obras del Conjunto Habitacional Prefeito Mendes de Moraes, más conocido como Pedregulho. Sabía que sería difícil conseguir recursos, porque para fi lmar arquitectura es preciso tener una serie de equipamientos especializados, como helicóptero, grúa. Busqué ese dinero al fi nal de los años 80, pero no conseguí convencer a nadie en Río de la importancia del proyecto. Mi tía insistía para que produjese la película, y yo le pedía que esperase. Murió en 1998 y me quedé con esa misión. Cuando Lula asumió la presidencia de la República, me pareció que había llegado la hora de revelar a Reidy, porque él trabajó mucho con la vivienda popular. Fue una persona que pensó mucho sobre eso en los años 30 y 40, construyó conjuntos habitacionales, porque creía que era preciso acabar con las favelas. Ese problema se volvió un verdadero fl agelo en Río. La mayor parte de los habitantes de las favelas está compuesta por trabajadores. No son bandidos, pero son tratados como si lo fuesen. Reidy ya se había dado cuenta de que esa situación no podía continuar, que era preciso construir conjuntos en varios barrios y remover esas personas. Pero el empresariado brasileño no aceptó esa propuesta. Creían que el dinero del gobierno tenía que ir a proyectos de desarrollo. Esa resistencia paralizó la construcción de los conjuntos y las favelas fueron creciendo. En aquella época, en la década de 30, no se planeó la urbanización de Río, no se pensó donde iban a vivir las personas que estaban construyendo la ciudad. Aun hoy eso sucede. Los obreros que construyeron la Barra de la Tijuca viven en la favela de Rio das Pedras. Es un lugar violentísimo, pues no hay tráfi co de drogas, pero hay milicia. De que sirve levantar la ciudad y no darle vivienda a quien la construye. Es un falso desarrollo, que no va lejos. La Barra es linda, pero atrás de ella existe una favela enorme. En aquella época Reidy ya pensaba en todo eso.

Não adianta erguer

a cidade e não dar

moradia para quem a

constrói. É um falso

desenvolvimento,

que não vai longe

“There’s no point in building a city and not

giving housing to those who build it. This is false

development, and it goes nowhere”

“De que sirve levantar la ciudad y no darle

vivienda a quien la construye. Es un falso

desarrollo, que no va lejos”

Page 24: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 24

Até a década de 70 vigorava o

conceito de que as habitações

de interesse social deveriam ser

construídas nas periferias das cidades,

com materiais de baixa qualidade e

casas padronizadas, sem a instalação

dos equipamentos urbanos. Pode-se

dizer que Reidy foi contra esse padrão?

Claro. Tanto é que o conjunto

habitacional dele não segue o modelo

das Cohabs, nem tampouco o que foi

feito em São Paulo. O governo paulista

estimulava a construção da casa

própria, dava o dinheiro do material

e aí o cidadão erguia sua moradia. O

problema é que não havia calçamento,

água, esgoto, condução. Construíram-

se, então, aquelas periferias enormes,

sem estrutura nenhuma. Minha tia,

Carmen Portinho, foi para a Inglaterra

fazer um estágio e conheceu os

conjuntos habitacionais do pós-

guerra, as Unidades de Vizinhança.

Os conjuntos eram construídos para

os trabalhadores daquele bairro. Em

função da proximidade com o local

de trabalho, o cidadão economizava

com transporte público, a poluição

gerada pelos veículos era menor,

enfi m, valorizava-se a qualidade de

vida do indivíduo e não somente a

mão-de-obra. Os ingleses também

construíam nessas unidades escolas

para os fi lhos dos trabalhadores.

Inspirado nessa ideia, Reidy projetou o

Conjunto Habitacional do Pedregulho,

no Rio de Janeiro, que recebeu em

1951 o primeiro prêmio da Exposição

Internacional de Arquitetura da I

Bienal de São Paulo. Essa unidade

Ponto de vista Viewpoint Punto de vista

Veja, eu não produzi o fi lme somente

pelo fato de o Reidy ser meu “tio”. Nasci

e vivo no Rio de Janeiro. Vivi essa cidade

maravilhosamente na minha infância.

Sinto muito a sua degradação. Vejo o

que está acontecendo e me pergunto

o que posso fazer sobre isso. A gente

pensa que, se falar sobre o assunto,

as autoridades vão abrir os olhos.

É uma crítica social?

está situada em Benfi ca, perto de

São Cristóvão. É um conjunto que

tem mural de Portinari, paisagismo

de Burle Max, piscina. Havia padaria,

posto de saúde, lavanderia. Para evitar

que as roupas fi cassem penduradas

nas janelas dos apartamentos, ele

projetou uma lavanderia industrial,

onde cada morador tinha direito

a uma cota mensal de uso. Quem

ultrapassasse esse limite, pagava

as lavagens extras por fora. Havia

também um ginásio de esportes para

as crianças e jovens, com quadras de

vôlei, basquete. Embora o Pedregulho

tenha recebido elogios de grandes

nomes da arquitetura mundial, o

governo alegou que não podia gastar

tantos recursos em cada conjunto

habitacional e foi parando de construir

esse tipo de obra. O conjunto que

Reidy projetou para a Gávea, por

exemplo, fi cou inacabado. Muitos

políticos têm uma visão imediatista.

Eles pensam nos votos que vão obter

a curto prazo e não visam a qualidade,

mas a quantidade. Foi também

por essa razão que eu quis fazer o

documentário.

Page 25: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 25

Up until the 70s, it was thought that social housing should be built on the outskirts of cities using low quality material. The houses should be standardized and there was no need for any urban infrastructure. Could it be said that Reidy was against this model?

Sure, he was. So much so that his housing estate does not follow the COHAB model, nor even what was done in São Paulo. The Sao Paulo government encouraged people to build their own houses, by giving money for construction material and then letting them build. The problem was that there were no pavements or sewers, and water and transport were not provided. So those huge outskirts emerged, without any infrastructure whatsoever. My aunt, Carmen Portinho, went to England for a work experience and got to know the post-war housing estates, the so-called neighborhood units. These estates were built for the workers of a certain neighborhood. Because of its closeness to their workplace, people saved money on public transport, there was less pollution from vehicles, in short, people’s quality of life and not just their labor was appreciated. In these units, schools were also built for the workers’ children. Inspired by this idea, Reidy designed the Pedregulho Housing Estate, in Rio de Janeiro, which in 1951 received fi rst prize at the International Architecture Exhibition during the First Biennial in São Paulo. Pedregulho is located in Benfi ca, near São Cristóvão and it boasted of a mural by Portinari, landscaping by Burle Max, and a swimming pool. There was a bakery, a health center and a laundry. He designed an industrial laundry, where every resident was entitled to a monthly quota, so that clothes would not be hung out to dry from the windows. Those who exceeded their quota paid extra for their excess. There was also a gym with volleyball and basketball courts for children and young people. Although Pedregulho has received compliments from famous fi gures in international architecture, the government claimed it could not apportion such sizeable resources to every housing estate and stopped building this type of project. The estate that Reidy designed for Gávea, for example, was never fi nished. Many politicians have a short-term vision. They only think of the votes they will get in the short term and put quantity before quality. This was another reason why I wanted to make this documentary.

Is it a social critique?

Well, I didn’t make the fi lm just because Reidy was my ‘uncle’! I was born in Rio de Janeiro and I live there. I had the experience of that wonderful city in my childhood. And I now feel its degradation very much. I see what is happening and I wonder what I can do about it. You think that if you talk about it, the authorities will open their eyes. But many

Hasta la década de 70 regía el concepto de que las viviendas de interés social deberían ser construidas en las periferias de las ciudades, con materiales de baja calidad y casas estandarizadas, sin instalación de equipamientos urbanos. ¿Se puede decir que Reidy fue contra ese modelo?

Claro. Tanto es que su conjunto habitacional no sigue el modelo de las Cohabs, ni tampoco el que fue hecho en San Pablo. El gobierno paulista estimulaba la construcción de la casa propia, daba el dinero del material y ahí el ciudadano levantaba su casa. El problema es que no había pavimento, agua, desagües, transporte. Construyeron, entonces, aquellas periferias enormes, sin estructura alguna. Mi tía, Carmen Portinho, fue a Inglaterra a hacer una pasantía y conoció los conjuntos habitacionales de la postguerra, las Unidades de Vecindad. Los conjuntos eran construidos para los trabajadores de aquel barrio. En función de la proximidad con el lugar de trabajo, el ciudadano economizaba con transporte público, la contaminación generada por los vehículos era menor, en fi n, se valorizaba la calidad de vida del individuo y no solamente la mano de obra. Los ingleses también construyeron en esas unidades escuelas para los hijos de los trabajadores. Inspirado en esa idea, Reidy proyectó el Conjunto Habitacional del Pedregulho, en el Río de Janeiro, que recibió en 1951 el primer premio de la Exposición Internacional de Arquitectura de la I Bienal de San Pablo. Esa unidad está situada en Benfi ca, cerca de São Cristóvão. Es un conjunto que tiene un mural de Portinari, paisajismo de Burle Max, piscina. Había panadería, puesto de salud, lavandería. Para evitar que las ropas estuviesen colgadas en las ventanas de los apartamentos, proyectó una lavandería industrial, donde cada habitante tenía derecho a una cuota mensual de uso. Quien sobrepasase ese límite, pagaba los lavados extras. Había también un gimnasio de deportes para los niños y jóvenes, con canchas de volley, basket. Aunque el Pedregulho haya recibido elogios de grandes nombres de la arquitectura mundial, el gobierno alegó que no podía gastar tantos recursos en cada conjunto habitacional y fue parando de construir ese tipo de obra. El conjunto que Reidy proyectó para la Gávea, por ejemplo, quedó inacabado. Muchos políticos tienen una visión inmediatista. Piensan en los votos que van a obtener a corto plazo y no buscan la calidad, sino la cantidad. Fue también por esa razón que quise hacer el documental.

¿Es una crítica social?

Vea, no produje la película solamente por el hecho de que Reidy sea mi “tío”. Nací y vivo en Río de Janeiro. Viví esta ciudad maravillosamente en mi infancia. Siento mucho su degradación. Veo lo que está aconteciendo y me pregunto que puedo hacer sobre eso. Pensamos que, si hablamos sobre el asunto,

Page 26: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 26

E qual foi a razão alegada para isso?

O que você tem feito para driblar

essa difi culdade?

O fi lme foi exibido no Museu de Arte

Moderna de Nova York (MoMa), em

julho, a convite da organização do

Festival do Rio, que produz semanas

de cinema brasileiro no exterior. Ele

também será exibido em Berlim,

onde farão um grande evento sobre

a construção de Brasília. O festival do

Rio vai levar para a Alemanha fi lmes de

Lúcio Costa, Niemeyer e Reidy, que são

os principais do modernismo. A obra

também será exibida em Washington

(EUA). Esse debate no exterior é muito

importante, porque a discussão sobre

a construção das cidades é parecida

em vários lugares. Os problemas de

transporte, moradia, das periferias, dos

excluídos, existem em toda parte. Em

algumas cidades eles são mais visíveis,

noutras menos. Ao mostrar o fi lme

no exterior, é uma forma de frisar o

quanto é importante que ele chegue

até o povo.

Que eles não têm pessoal para fi rmar

os contratos comigo. É um argumento

que não dá para considerar. Acredito

que não seja pela qualidade do fi lme,

pois ele ganhou o prêmio de Melhor

Documentário de Longa Metragem

na seção Première Brasil do Festival

do Rio de 2009. É um fi lme que tem

sido muito solicitado. Vários arquitetos

e urbanistas de todo o País têm me

ligado para pedir cópias. Querem

passá-lo em sala de aula, exibi-lo

em palestras. Eles se comovem, me

mandam cartas lindas, elogiam a forma

como proponho a discussão urbana.

O público, de fato, desperta para

essa questão. Em todos os festivais

de que participei, inclusive no FICA, o

público percebe o quanto a arquitetura

afeta sua vida particular e cotidiana.

Percebe que o urbanismo não é uma

palavra esquisita, cujo signifi cado

ele não conhece, mas aquilo que ele

vive diariamente. Esse despertar é

muito importante, pois constitui-se

no primeiro passo para resolver o

problema. Mas o fi lme precisa chegar

às salas de cinema para ser percebido!

Se você o impede de chegar às

salas, difi culta sua disseminação,

acaba barrando a discussão e

circunscrevendo a obra aos festivais e

eventos específi cos.

Ponto de vista Viewpoint Punto de vista

Mas muitos políticos não querem

enxergar. Entreguei ao prefeito do Rio

de Janeiro uma cópia do fi lme, mas ele

nunca se pronunciou sobre o assunto.

Encaminhei a obra para a Riofi lme, mas

eles não querem distribuí-la.

Na sua opinião, qual foi o maior

legado deixado por Reidy?

Dentro da questão da discussão da

habitação de interesse social no

Brasil, creio que o maior legado que

ele deixou foi seu exemplo. Se você

for entrevistar os moradores do

Pedregulho, verá que eles são felizes,

que têm orgulho de morar lá. Isso não

é comum nos conjuntos habitacionais

populares. Para a arquitetura, o grande

legado de Reidy foi o desenho do

projeto e a concepção espacial, a

questão da adequação de função e

Page 27: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 27

politicians do not want to see. I gave the mayor of Rio de Janeiro a copy of the fi lm, but he has never pronounced on the matter. I sent a copy to Riofi lme, but they do not want to distribute it.

And what was the reason given?

They don’t have staff to sign contracts with me. This is an argument beyond consideration. I don’t think it has anything to do with the quality of the fi lm, because it won the award for Best Documentary Feature Film in the Premiere Brazil section of the 2009 Rio Festival. There have been many requests for the fi lm. Several architects and planners from around the country have called me requesting copies. They want to show it in the classroom, and use it in lectures. They have been touched by it and have sent me beautiful letters, praising the way I have proposed to discuss the urban question. In fact, the public has now become aware of this issue. In all the festivals I have attended, including FICA, the public realizes how architecture aff ects their private and everyday lives. They realize that urbanism is not a weird word, whose meaning is beyond them, but something that they live out everyday. This awareness is of vital importance because it constitutes the fi rst step towards solving the problem. But the fi lm needs to be screened in cinemas if it’s to be seen! If it is prevented from reaching the cinemas, then dissemination will be more diffi cult and this puts an end to discussion and confi nes the fi lm to festivals and special events.

What have you done to overcome this diffi culty?

The fi lm was shown at the New York Museum of Modern Art (MoMA), in July, at the invitation of the Rio Festival, which organizes Brazilian Cinema Weeks abroad. It will also be screened in Berlin, during a major event featuring the construction of Brasilia. The Rio festival is taking fi lms on Lucio Costa, Niemeyer and Reidy, the principal proponents of modernism, to Germany. The debate abroad is very signifi cant, because the discussion on the construction of cities is similar in many places. The problems of transport, housing, city outskirts and the excluded are everywhere. In some cities they are more visible, while in others they are less so. Showing the fi lm abroad is one way of emphasizing how important it is that it reaches people.

las autoridades van a abrir los ojos. Pero muchos políticos no quieren ver. Le entregué al alcalde de Río de Janeiro una copia de la película, pero nunca se pronunció sobre el asunto. Le encaminé la obra a la Riofi lme, pero no quieren distribuirla.

¿Y cual fue la razón alegada para eso?

Que no tienen personal para fi rmar los contratos comigo. Es un argumento que no se puede considerar. Creo que no debe ser por la calidad de la película, pues ganó el premio de Mejor Documental de Largometraje en la sección Première Brasil del Festival de Río de 2009. Es una película que ha sido muy solicitada. Varios arquitectos y urbanistas de todo el País me han llamado para pedirme copias. Quieren exhibirlo en sala de clase, exhibirlo en conferencias. Se conmueven, me mandan cartas lindas, elogian la forma como propongo la discusión urbana. El público, de hecho, despierta a esa cuestión. En todos los festivales en que participé, inclusive en el FICA, el público percibe cuanto la arquitectura afecta su vida particular y cotidiana. Percibe que el urbanismo no es una palabra rara, cuyo signifi cado no conoce, sino aquel que él vive diariamente. Ese despertar es muy importante, pues se constituye en el primer paso para resolver el problema. ¡Pero la película necesita llegar a las salas de cine para ser conocida! Si Ud. le impide llegar a las salas, difi culta su diseminación, acaba evitando la discusión y circunscribiendo la obra a los festivales y eventos específi cos.

¿Qué ha hecho para superar esa difi cultad?

La película fue exhibida en el Museo de Arte Moderno de Nueva York (MoMa), en julio, a invitación de la organización del Festival de Río, que produce semanas de cine brasileño en el exterior. También será exhibido en Berlín, donde harán un gran evento sobre la construcción de Brasilia. El festival de Río va a llevar a Alemania películas de Lúcio Costa, Niemeyer y Reidy, que son los principales del modernismo. La obra también será exhibida en Washington (EUA). Ese debate en el exterior es muy importante, porque la discusión sobre la construcción de las ciudades es parecida en varios lugares. Los problemas de transporte, vivienda, de las periferias, de los excluidos, existen en todas partes. En algunas ciudades son más visibles, en otras menos. Al mostrar la película en el exterior, es una forma de destacar cuanto es importante que llegue al pueblo.

“I gave the mayor of Rio a copy of the fi lm,

but he has never pronounced on the matter”

“Le entregué al alcalde de Río una copia de

la película, pero nunca se pronunció sobre el

asunto”

Entreguei ao prefeito do Rio

uma cópia do fi lme, mas ele

nunca se pronunciou sobre

o assunto

Page 28: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 28

Qual sua impressão sobre o FICA?

O FICA é um canal importante de

mobilização?

É a primeira vez que participo e gostei

muito, principalmente da Cidade de

Goiás. Fazer o festival nesse local é

uma coisa muito emblemática. O fato

de ser um festival de cinema ambiental

também é muito signifi cativo, porque

é uma discussão que tem de ser levada

adiante. Precisamos insistir nesse

debate, independente da mentalidade

das autoridades que estão em posição

de decidir alguma coisa. Só vamos

conseguir mudar a situação quando

conquistarmos a adesão da população

para a causa ambiental. Não podemos

mais reverter o quadro de mudanças

climáticas, mas podemos tentar

Sim, todo festival é importante nesse

sentido. No Brasil, eles são ainda mais,

porque padecemos de um mal: o

público brasileiro não gosta de fi lme

brasileiro. É muito difícil conquistar o

público nacional. É uma questão de

formação de plateia. E os festivais nos

ajudam nisso, a fazer com que nossos

fi lmes cheguem até o povo. Também

por isso, fi quei extremamente feliz ao

saber que fui selecionada para o FICA.

minorar o impacto desses fenômenos.

O festival tem o mérito de colocar

essa questão em discussão. As pessoas

saem do FICA com a cabeça mexida, o

público passa a pensar melhor sobre

esse ou aquele aspecto da natureza.

forma. Não adianta projetar um

prédio lindo, se a função dele não

está contemplada no interior da obra.

Aí ele passa a ser uma escultura, não

uma edifi cação. Reidy fazia muito essa

adequação de forma e função. A forma

era quase que uma exteriorização da

função do prédio. Outro legado foi a

ética. Ele foi servidor público federal,

não ganhou dinheiro extra para fazer o

MAM, apenas o salário mensal. Como

servidor, procurou fazer o melhor

para a população. O Niemeyer dizia

que o Reidy era um grande urbanista,

assim como o Lúcio Costa também

reconhecia isso. Ele projetou o Parque

do Flamengo e somente essa obra já

é muito importante. A quantidade de

pessoas que circulam ali é imensa,

mas ninguém conhece o nome do

Reidy. Ele é, ao mesmo tempo, o

mais popular e o mais anônimo dos

arquitetos.

Ponto de vista Viewpoint Punto de vista

O público brasileiro não

gosta de fi lme brasileiro.

É muito difícil conquistar

o público nacional. E

os festivais nos ajudam

nisso, a fazer com que

nossos fi lmes cheguem

até o povo

“Brazilians do not like Brazilian fi lms. It is very

diffi cult to win over the national audience.

And festivals help us in this, by making our

fi lms reach people ”

“Al público brasileño no le gustan las películas

nacionales. Es muy difícil conquistar al público

nacional. Y los festivales nos ayudan en eso, a

hacer que nuestras películas lleguen al pueblo”

Page 29: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 29

What, in your opinion, was Reidy’s greatest legacy?

In terms of the discussion on the issue of social housing in Brazil, I believe that his greatest legacy was his example. If you were to interview the residents of Pedregulho, you would see that they are happy and proud to live there. This is not common in popular housing projects. In terms of architecture, Reidy’s legacy was his design of the project and the concept of space, the question of aligning form and function. There’s no point in designing a beautiful building if its function is not considered from within. Then, it becomes a sculpture, not a building. Aligning form and function was important for Reidy. The form was almost a manifestation of the function of the building. Another legacy was his ethics. He was a federal civil servant, who didn’t earn extra for designing the MAM, just his monthly salary. As a civil servant he tried to do his best for the people. He designed the Parque do Flamengo and this work alone is very important. An enormous number of people pass through the park, but nobody knows Reidy’s name. He is at the same time, the most popular and the most anonymous of architects.

What is your impression of FICA?

This is the fi rst time I have participated and I have really enjoyed it, especially the town of Goiás. Holding the festival in a place like this is very symbolic. The fact that it is an environmental fi lm festival is also signifi cant because this is a discussion that must go ahead. We must insist on this debate, regardless of the mentality of the authorities who are in a position to decide. We’ll only be able to change the situation when we get people to take up the environmental cause. We can no longer reverse climate change, but we can try to lessen its impact. Thanks to the festival, this issue is now on the agenda. People leave FICA with something to think about and they begin to refl ect more on this or that aspect of nature.

Is FICA an important channel for mobilization?

Yes, every festival is important in this regard, but in Brazil, even more so, because we have one great defect: Brazilians do not like Brazilian fi lms. It is very diffi cult to win over the national audience. And festivals help us in this, by making our fi lms reach people. That is also why I was extremely happy to learn that I was selected for FICA.

En su opinión, ¿Cuál fue el mayor legado dejado por Reidy?

Dentro de la cuestión de la discusión de la vivienda de interés social en el Brasil, creo que el mayor legado que dejó fue su ejemplo. Si Ud. entrevista a los habitantes del Pedregulho, verá que son felices, que tienen orgullo de vivir allí. Eso no es común en los conjuntos habitacionales populares. Para la arquitectura, el grande legado de Reidy fue el diseño del proyecto y la concepción espacial, la cuestión de la adecuación de función y forma. No sirve proyectar un edifi cio lindo, si su función no está contemplada en el interior de la obra. Ahí pasa a ser una escultura, no una edifi cación. Reidy hacía mucho esa adecuación de forma y función. La forma era casi una exteriorización de la función del edifi cio. Otro legado fue la ética. Fue servidor público federal, no ganó dinero extra para hacer el MAM, apenas el salario mensual. Como servidor, procuró hacer lo mejor para la población.Proyectó el Parque de Flamengo y solamente esa obra ya es muy importante. La cantidad de personas que circulan allí es inmensa, pero nadie conoce el nombre de Reidy. Él es, al mismo tiempo, el más popular y el más anónimo de los arquitectos.

¿Cuál fue su impresión sobre el FICA?

Es la primera vez que participo y me gustó mucho, principalmente la Ciudad de Goiás. Hacer el festival en ese lugar es una cosa muy emblemática. El hecho de que sea un festival de cine ambiental también es muy signifi cativo, porque es una discusión que tiene que ser llevada adelante. Precisamos insistir en ese debate, independientemente de la mentalidad de las autoridades que están en posición de decidir. Sólo vamos a conseguir cambiar la situación cuando conquistemos la adhesión de la población a la causa ambiental. No podemos más reverter el cuadro de cambios climáticos, pero podemos tratar de disminuir el impacto de esos fenómenos. El festival tiene el mérito de colocar esa cuestión en discusión. Las personas salen del FICA con la cabeza inquieta, el público comienza a pensar mejor sobre ese o aquel aspecto de la naturaleza.

¿El FICA es un canal importante de movilización?

Sí, todo festival es importante en ese sentido. En el Brasil, lo son aun más, porque padecemos de un mal: al público brasileño no le gustan las películas nacionales. Es muy difícil conquistar al público nacional. Y los festivales nos ayudan en eso, a hacer que nuestras películas lleguen al pueblo. También por eso, me puse extremamente feliz al saber que fui seleccionada para el FICA.

Page 30: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 30

A watershed Divisor de aguas

Capa Cover Portada

de águasDivisor

Page 31: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 31

Diretores e produtores goianos que venceram o FICA contam como a premiação

do festival mudou suas trajetórias e impactou positivamente suas carreiras

Texto: Fabrícia Hamu Fotos: Weimer Carvalho

Goiás directors and producers who won FICA awards say how

the prize has changed their careers and positively impacted on their lives

Directores y productores goianos que ganaron el FICA cuentan como la

premiación del festival cambió sus trayectorias e impactó positivamente en sus carreras

Page 32: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 32

Capa Cover Portada

Sara Vitória:”Receber o troféu José Petrillo faz muita diferença” Sara Vitória: “Receiving the José Petrillo Trophy makes a great diff erence”

Sara Vitória: “Recibir el trofeo José Petrillo hace una gran diferencia”

Page 33: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 33

Quando subiu ao palco para receber

uma homenagem da Agenda Latino-

Americana Mundial, em outubro do ano

passado, em São Paulo, Sara Vitória fi cou

surpresa. Nunca imaginou que o curta

Ressignifi car, que ela dirigiu e ganhou

o prêmio de Melhor Produção Goiana

do XI FICA, pudesse levá-la tão longe. A

mesma Sara que tirou dinheiro do próprio

bolso para fi nanciar a obra, varou noites

e madrugadas para trabalhar no material

e teve de contar com a boa vontade

de uma equipe não-remunerada para

ajudá-la a fi nalizar o curta, estava ali,

cercada de personalidades de renome

nacional, recebendo uma homenagem de

grande importância, por ter colocado em

prática com seu fi lme o lema da Agenda:

“Salvemo-nos com o planeta.”

O reconhecimento por parte de um

evento de caráter internacional é apenas

um dos exemplos citados por Sara,

ao explicar o impacto da premiação

do FICA em sua carreira. “Receber o

troféu José Petrillo faz muita diferença.

Ele abre várias portas e perspectivas,

pois dá grande visibilidade à obra e

aqueles responsáveis por ela, além de

permitir que o realizador invista em

novos trabalhos”, diz. Com os R$ 40

mil da premiação, Sara conseguiu não

apenas recursos para bancar um novo

projeto, como também a possibilidade

de gratifi car fi nanceiramente a equipe

com a qual trabalhou em Ressignifi car. “É

uma forma de fazer justiça a todos que

possibilitaram a realização do curta, pois

sem eles seria impossível”, frisa.

Para a diretora, ser premiada pelo FICA

é também uma maneira de ultrapassar

fronteiras e perceber que, um tema

abordado no Brasil, pode tocar de

maneira intensa o público de outros

países. “Em Ressignifi car tratamos a

questão do lixo tecnológico, de como

geramos esses resíduos sem perceber

e do quanto desperdiçamos sem

necessidade. Geralmente, o retorno

que tínhamos da plateia era no âmbito

da educação ambiental. Entretanto,

recebemos uma carta muito tocante de

um grupo de Malta, uma ilha ao Sul da

Europa, dizendo que depois do curta eles

decidiram ressignifi car a comunidade, o

que mostra que o tema foi compreendido

de forma muito mais geral e profunda”,

comemora Sara.

Page 34: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 34

Capa Cover Portada

Cuando subió al escenario para recibir un homenaje de la Agenda Latino Americana Mundial, en octubre del año pasado, en San Pablo, Sara Vitória se sorprendió. Nunca imaginó que el corto Ressignifi car, que dirigió y ganó el premio de Mejor Producción Goiana del XI FICA, pudiese llevarla tan lejos. La propia Sara que sacó dinero de su bolsillo para fi nanciar la obra, pasó noches y madrugadas trabajando en el material y tuvo que contar con la buena voluntad de un equipo no remunerado para ayudarla a fi nalizar el corto, estaba allí, rodeada de personalidades de renombre nacional, recibiendo un homenaje de gran importancia, por haber colocado en práctica con su película el lema de la Agenda: “Salvémonos con el planeta.”

El reconocimiento por parte de un evento de carácter internacional es apenas uno de los ejemplos citados por Sara, al explicar el impacto de la premiación del FICA en su carrera. “Recibir el trofeo José Petrillo hace una gran diferencia. Abre muchas puertas y perspectivas, pues da gran visibilidad a la obra y a sus responsables, además de permitir que el realizador invierta en nuevos trabajos”, dice. Con los R$ 40 mil del premio, Sara consiguió no sólo recursos para fi nanciar un nuevo proyecto, como también la posibilidad de gratifi car fi nancieramente al equipo con el cual trabajó en Ressignifi car. “Es una forma de hacer justicia a todos los que posibilitaron la realización del corto, pues sin ellos sería imposible”, destaca.

Para la directora, ser premiada por el FICA es también una manera de superar fronteras y percibir que, un tema abordado en el Brasil, puede tocar de manera intensa al público de otros países. “En Ressignifi car tratamos la cuestión de la basura tecnológica, de como generamos esos residuos sin darnos cuenta y de cuanto desperdiciamos sin necesidad. Generalmente, el retorno que teníamos del público era en el ámbito de la educación ambiental. Entre tanto, recibimos una carta muy emocionante de un grupo de Malta, una isla al sur de Europa, diciendo que después del corto decidieron resignifi car la comunidad, lo que muestra que el tema fue comprendido de forma mucho más general y profunda”, conmemora Sara.

In October last year, when Sara Vitoria ascended the stage in São Paulo to receive an honor from the World Latin American Agenda, she was surprised. She had never imagined that the short fi lm Ressignifi car which she had directed and for which she had won the award for Best Goiás Production at XI FICA, could take her so far. This same Sara who had used her own money to fi nance the fi lm, working into the early hours of the morning and depending on the goodwill of an unpaid team to help her fi nish it, was there, surrounded by personalities of national fame to receive a valuable tribute for having put into practice with her fi lm the theme of the Agenda: “Let’s save ourselves along with our planet.”

Recognition at an event of international stature is just one of the examples quoted by Sara to explain the impact of the FICA award on her career. “Receiving the José Petrillo Trophy makes a great diff erence. It opens doors and off ers prospects, as it gives great visibility to the fi lm and to those who produced it, and makes it possible for the director to invest in new projects”, she says. With her award of R$40,000, she now had resources to fund a new project and was also in a position to pay the team which had worked with her on Ressignifi car. “It’s a means of being just to all those who made the fi lm possible because without them it would simply have been impossible,” she emphasizes.

She believes that getting a FICA award is also a way of cutting across boundaries and seeing how a theme taken up in Brazil can deeply touch the lives of people in other countries. “Ressignifi car deals the issue of e-waste, how it is generated without even noticing and how much we waste unnecessarily. In general, audience feedback was in the context of environmental education. However, we received a very touching letter from a group in Malta, a Mediterranean island, saying that after seeing the fi lm they decided to resignify the community, which shows that the theme was understood in a much broader and deeper sense”, Sara proudly adds.

Page 35: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 35

Divulgação ampliada Broader dissemination

Divulgación ampliada

Assim como no caso de Sara, ser

premiado pelo FICA como Melhor

Produção Goiana é um divisor de

águas na carreira de vários produtores

ou diretores contemplados, pois

traz desdobramentos positivos

em diversos aspectos. Um deles é

a questão da divulgação da obra.

“Como o festival tem mostras

itinerantes em várias cidades de

Goiás e Estados brasileiros, o

trabalho do realizador não para de

andar. Constantemente você recebe

notícias de pessoas que assistiram

ao documentário e percebe que ele

não fi cou adormecido depois da

premiação”, analisa Kátia Jacarandá.

Premiada no VI FICA com a obra

A vida não vive, ela conta que até

hoje recebe pedidos de escolas e

universidades para terem acesso ao

fi lme.

Kátia Jacarandá: “Como o festival tem mostras itinerantes em várias cidades

de Goiás e Estados brasileiros, o trabalho do realizador não para de andar”

Kátia Jacarandá: “ As the festival holds traveling exhibitions in diff erent towns and cities in Goiás and Brazil, the fi lm is constantly on the move”

Kátia Jacarandá: “Como el festival tiene muestras itinerantes en varias ciudades de Goiás y Estados brasileños, el trabajo del realizador no para de andar”

Page 36: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 36

Capa Cover Portada

Amarildo Pessoa, que produziu A

vida não vive em conjunto com Kátia e

também conquistou o prêmio de Melhor

Produção Goiana do FICA desse ano com

Sonho de humanidade, é outro que vê

com surpresa seu trabalho ser exibido

em um dos festivais de cinema ambiental

mais tradicionais e consolidados do

mundo: o Cine Eco, em Portugal.

“Ter sido selecionado para a mostra

competitiva desse evento, agora em

outubro, é motivo de grande orgulho

para mim e, principalmente, uma prova

da força do FICA. As obras premiadas

no festival de Goiás conquistam uma

credibilidade muito signifi cativa, que

rende desdobramentos bastante

interessantes para os realizadores”,

considera.

Além do Cine Eco, Amarildo também

foi convidado para participar do Cine

Brasília e recebe dezenas de e-mails com

solicitações de autorização para que

suas obras premiadas sejam exibidas em

outros Estados. O mesmo aconteceu

com Luiz Botosso e Thiago Veiga, que

conquistaram o troféu José Petrillo do

VIII FICA com a animação Bartô. Ambos

viram a obra ser divulgada em festivais no

Japão, Holanda e França, além do Cine

Eco. “É engraçado, porque quando você

está produzindo o fi lme, não consegue

dimensionar o alcance que ele terá.

Quando vence um evento como FICA,

acaba surpreso com a quantidade de

pessoas que se interessam pela obra

e com o feedback do público, que no

nosso caso foi muito positivo”, contam os

realizadores.

Page 37: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 37

As in the case of Sara, winning the award for the Best Goiás Production at FICA has been a watershed in the careers of many directors or producers, because of the positive results which ensue. One such is the dissemination of the fi lm. “As the festival holds traveling exhibitions in diff erent towns and cities in Goiás and Brazil, the fi lm is constantly on the move. You always hear from people who have seen the documentary and you realize that it’s not just laid aside after winning”, says Kátia Jacarandá. A VI FICA award-winner for her A vida não vive, she says that she still receives requests for the fi lm from schools and universities.

Amarildo Pessoa, who co-produced A vida não vive with Kátia and who also won the award for Best Goiás Production at this year’s FICA with his Sonho da humanidade, was greatly surprised to see that his work would be shown at one of the most traditional and fi rmly-established environmental fi lm festivals in the world: CineEco in Portugal. “To have been selected for the competitive exhibition at this event in October this year is a matter of great pride for me and, undoubtedly, proof that FICA has defi nite status. Winning an award at the Goiás festival gives a fi lm great credibility, and this leads to a very positive outcome for the fi lmmaker”, he believes.

As well as CineEco, Amarildo has also been invited to participate in Cine Brasilia and has received dozens of emails requesting permission for his award-winning fi lm to be shown in other States. The same happened to Luiz Botosso and Thiago Veiga, who won the José Petrillo Trophy at VIII FICA with their animation fi lm Bartô. They have seen their fi lm being screened at festivals in Japan, Holland and France, as well as CineEco. “It’s funny because when you’re making the fi lm, you can’t gauge the reach it will have. When you win an award at an event like FICA, you are always amazed by the number of people interested in the fi lm and at the feedback from the public, which in our case was very positive”, said the fi lmmakers.

Así como en el caso de Sara, ser premiado por el FICA como Mejor Producción Goiana es un divisor de aguas en la carrera de varios productores o directores contemplados, pues trae desdoblamientos positivos en diversos aspectos. Uno de ellos es la cuestión de la divulgación de la obra. “Como el festival tiene muestras itinerantes en varias ciudades de Goiás y Estados brasileños, el trabajo del realizador no para de andar. Constantemente recibimos noticias de personas que vieron el documental y nos dimos cuenta de que no quedó adormecido después de la premiación”, analiza Kátia Jacarandá. Premiada en el VI FICA con la obra La vida no vive, cuenta que hasta hoy recibe pedidos de escuelas y universidades para tener acceso a la película.

Amarildo Pessoa, que produjo La vida no vive en conjunto con Kátia y también conquistó el premio de Mejor Producción Goiana del FICA de ese año con Sonho de humanidade, es otro que ve con sorpresa su trabajo ser exhibido en uno de los festivales de cine ambiental más tradicionales y consolidados del mundo: el Cine Eco, en Portugal. “Haber sido seleccionado para la muestra competitiva de ese evento, ahora en octubre, es motivo de gran orgullo para mí y, principalmente, una prueba de la fuerza del FICA. Las obras premiadas en el festival de Goiás conquistan una credibilidad muy signifi cativa, que produce desdoblamientos muy interesantes para los realizadores”, considera.

Además del Cine Eco, Amarildo también fue invitado a participar del Cine Brasilia y recibe decenas de e-mails con solicitudes de autorización para que sus obras premiadas sean exhibidas en otros Estados. Lo mismo sucedió con Luiz Botosso y Thiago Veiga, que conquistaron el trofeo José Petrillo del VIII FICA con la animación Bartô. Ambos vieron la obra divulgada en festivales en el Japón, Holanda y Francia, además del Cine Eco. “Es curioso, porque cuando Ud. está produciendo la película, no consigue medir el alcance que tendrá. Cuando vence un evento como el FICA, acaba sorprendido con la cantidad de personas que se interesan por la obra y con el feedback del público, que en nuestro caso fue muy positivo”, cuentan los realizadores.

Page 38: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 38

Capa Cover Portada

O valor da premiação (R$ 40

mil) é outro fator que permite ao

cineasta ampliar a divulgação de sua

obra. “Com esse recurso, consegui

produzir cópias do documentário,

fazer as capas dos DVDs, camisetas,

cartazes e enviar todo esse material

promocional para as instituições e

pessoas que me solicitavam. Além disso,

pude me dedicar a novos projetos”,

conta Adriana Rodrigues, diretora de

Benzeduras, vencedor do X FICA. Essa

situação contrasta radicalmente com

aquela vivida por Adriana na época da

produção do fi lme. “Levei cinco anos

para concluir o Benzeduras, pois, como

não tinha recursos disponíveis, dependia

de uma série de pessoas e situações”,

lembra.

Adriana bem que tentou conciliar

a produção do fi lme com outras

atividades. Mas, quando viu que para

fi nalizar a obra precisaria de mais

tempo, foi obrigada a passar seis

meses dedicando-se exclusivamente

ao projeto. A escolha exigiu sacrifícios,

como o fato da diretora abrir mão de

outros trabalhos e precisar gastar todas

as suas economias nesse período para

Sonho e realidade Dream and reality

Sueño y realidad

conseguir se manter. “Mas valeu a pena.

Além do documentário ter sido premiado,

houve um grande reconhecimento por

parte da comunidade retratada no fi lme.

Muitos dos entrevistados e seus familiares

nunca tinham ido ao cinema e fi caram

emocionados quando se viram na tela. É

o caso da esposa de um dos benzedores,

cujo marido morreu pouco antes do FICA”,

recorda.

Amarildo Pessoa também conta que teve

a possibilidade de investir em novas obras

depois da premiação do FICA. Segundo

ele, o impacto que o prêmio do festival

imprime na carreira dos realizadores

goianos é tão grande, que a polêmica

sobre a manutenção ou não da categoria

Melhor Produção Goiana no festival

deveria ser deixada de lado, pois não

é frutífera. “Há quem considere que a

existência de uma categoria específi ca

para os cineastas de Goiás seja uma

regalia sem sentido, que faz com que

os profi ssionais se acomodem e não

se esforcem para produzir obras de

qualidade similar às dos grandes centros

e de outros países”, diz. “Considero

essa posição absolutamente sem

fundamento”, sentencia.

Page 39: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 39

Luiz Botosso e Thiago Veiga: “Quando vence um evento como Fica, você acaba

surpreso com a quantidade de pessoas que se interessam pela obra e com o feedback” Luiz Botosso and Thiago Veiga: “When you win an award at an event like Fica, you are always amazed by the number of people interested in the fi lm and at the feedback”

Luiz Botosso and Thiago Veiga: “Cuando vence un evento como el Fica, acaba sorprendido con la cantidad de personas que se interesan por la obra y con el feedback”

Page 40: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 40

Capa Cover Portada

The value of the award (R$40,000) is another factor which helps the fi lmmaker to disseminate his work. “With this money, I was able to produce copies of the documentary, make the dvd covers, t-shirts, posters and send all this promotional material to the institutions and people who requested a copy of the fi lm. And in addition I was able to take on new projects”, says Adriana Rodrigues, director of Benzeduras, winner of X FICA. This contrasts dramatically with what she had experienced while making the fi lm. “It took me fi ve years to complete Benzeduras, because I didn’t have any resources and I depended on certain people and situations”, she recalls.

Adriana really tried to reconcile her work on the fi lm with her other activities, but when she realized that in order to fi nish it she would need more time, she was obliged to spend six months working exclusively on the project. This choice demanded sacrifi ces, such as having to refuse other projects and having to draw on all her savings at the time just to survive. “But it

was well worth it. As well as winning the award for my documentary, the community portrayed in the fi lm was very appreciative. Many of the interviewees and their families had never been to the cinema and were thrilled when they saw themselves on screen. This was the case of the wife of one of the healers, whose husband had died shortly before FICA”, she recalls.

Amarildo Pessoa also said that he was able to invest in new projects after his FICA award. He said that winning an award at the festival infl uences the careers of Goiás fi lmmakers so profoundly that the controversy over retaining the Best Goiás Production category should be dropped because it is not going anywhere. “Some consider that having a special category for Goiás fi lmmakers is a meaningless perk which leaves them resting on their laurels and not making any eff ort to produce quality fi lms, similar to those of large cities and other countries”, he says. “I think there is no basis whatsoever for this argument”, he adds.

Page 41: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 41

El valor del premio (R$ 40 mil) es otro factor que permite al cineasta ampliar la divulgación de su obra. “Con ese recurso, conseguí producir copias del documental, hacer las tapas de los DVDs, camisetas, carteles y enviar todo ese material promocional a las instituciones y personas que me lo solicitaban. Además de eso, pude dedicarme a nuevos proyectos”, cuenta Adriana Rodrigues, directora de Benzeduras, vencedor del X FICA. Esa situación contrasta radicalmente con aquella vivida por Adriana en la época de producción de la película. “Llevé cinco años para concluir Benzeduras, pues, como no tenía recursos disponibles, dependía de una serie de personas y situaciones”, recuerda.

Adriana trató de conciliar la producción de la película con otras actividades. Pero, cuando vió que para fi nalizar la obra precisaría más tiempo, fue obligada a pasar seis meses dedicándose exclusivamente al proyecto. La elección exigió sacrifi cios, como el hecho de dejar otros trabajos y gastar todas sus economías en ese período para conseguir mantenerse. “Pero valió la pena. Además

de que el documental fue premiado, hubo un gran reconocimiento por parte de la comunidad retratada en la película. Muchos de los entrevistados y sus familiares nunca habían ido al cine y se emocionaron cuando se vieron en la pantalla. Es el caso de la esposa de uno de los benzedores, cuyo marido murió poco antes del FICA”, recuerda.

Amarildo Pessoa también cuenta que tuvo la posibilidad de invertir en nuevas obras después del premio del Fica. Según él, el impacto que el premio del festival imprime en la carrera de los realizadores goianos es tan grande, que la polémica sobre la manutención o no de la categoría Mejor Producción Goiana en el festival debería ser dejada de lado, pues no es fructífera. Hay quien considere que la existencia de una categoría específi ca para los cineastas de Goiás es un privilegio sin sentido, que hace que los profesionales se acomoden y no se esfuercen para producir obras de calidad similar a las de los grandes centros y de otros países”, dice. “Considero esa posición absolutamente sin fundamento”, sentencia.

Page 42: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 42

Capa Cover Portada

Para Amarildo, a situação enfrentada

pelos cineastas é tão difícil, em função da

falta de recursos e de apoio sistemático

para a produção das obras, que a

premiação do FICA acaba desempenhando

papel fundamental para a atividade

cinematográfi ca no Estado. O consultor

de Cinema do festival e professor da

Universidade Federal de Goiás, Lisandro

Nogueira, concorda com a visão sobre

a força da iniciativa. “O FICA contribuiu

e contribui signifi cativamente para

a produção do cinema em Goiás. É

realmente um divisor de águas”, afi rma.

“Porém, se há quem discorde da

existência de uma categoria específi ca

para as obras goianas, é preciso discutir

esse fato de forma conjunta”, opina.

“As entidades de cinema goianas devem

chegar a um consenso sobre a questão

e levar sua posição à Agepel, que é a

promotora do evento, para que ela

refl ita sobre o que for colocado”, sugere

Lisandro. Polêmicas à parte o consultor

considera que a infl uência positiva do FICA

sobre o trabalho dos cineastas goianos

é um fato indiscutível. “Houve um

crescimento em termos quantitativos e

Polêmica e incentivo Controversy and incentive

Polémica e incentivo

qualitativos tão grande, que hoje o festival

poderia tranquilamente tratar não apenas

da questão ambiental, mas também de

outros assuntos, tamanha a desenvoltura

dos realizadores goianos em lidar com

a abordagem dos mais variados temas”,

analisa. Para o consultor, as obras do FICA

hoje são interessantes a ponto de render

ações para todo o ano.

“Propus à organização do festival a

implantação de um projeto denominado

FICA o ano inteiro, para que possamos, não

apenas em maio, mas também antes e

depois da realização do festival, mostrar

os fi lmes premiados e selecionados e

travar um contato maior com o público”,

conta. Talentos não faltam para isso.

Ao longo de suas 12 edições, o FICA já

premiou 22 realizadores goianos por

suas obras e distribuiu R$ 740 mill em

prêmios. Os cineastas de Goiás podem ser

contemplados na categoria de Primeira

Melhor Produção Goiana, com troféu

José Petrillo, ou de Segunda Melhor

Produção Goiana, com o troféu João

Bennio. Para ambas, o valor do prêmio

é de R$ 40 mil. Um belo incentivo para

criadores e criaturas.

Page 43: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 43

Amarildo Pessoa: “A situação enfrentada pelos cineastas é tão difícil, que a premiação

do FICA acaba desempenhando papel fundamental para a atividade no Estado”

Amarildo Pessoa: “The life of a fi lmmaker is so diffi cult, so the FICA awards end up playing a key role in the State’s cinematographic industry”

Amarildo Pessoa: “La situación enfrentada por los cineastas es tan difícil, que la premiación del FICA acaba desempeñando un papel fundamental para la actividad cinematográfi ca”

Page 44: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 44

Capa Cover Portada

Para Amarildo, la situación enfrentada por los cineastas es tan difícil, en función de la falta de recursos y de apoyo sistemático para la producción de las obras, que la premiación del FICA acaba desempeñando un papel fundamental para la actividad cinematográfi ca en el Estado. El consultor de Cine del festival y profesor de la Universidad Federal de Goiás, Lisandro Nogueira, concuerda con la visión sobre la fuerza de la iniciativa. “El FICA contribuyó y contribuye signifi cativamente a la producción del cine en Goiás. Es realmente un divisor de aguas”, afi rma. “Sin embargo, si hay quien esté en desacuerdo con la existencia de una categoría específi ca para las obras goianas, es preciso discutir ese hecho de forma conjunta”, opina.

“Las entidades de cine goianas deben llegar a un consenso sobre la cuestión y llevar su posición a la Agepel, que es la promotora del evento, para que ésta refl exione sobre lo que sea decidido”, sugiere Lisandro. Polémicas aparte el consultor considera que la infl uencia positiva del FICA sobre el trabajo de los cineastas goianos es un hecho indiscutible. “Hubo un crecimiento en términos cuantitativos y cualitativos tan grande, que hoy el festival podría tranquilamente tratar no apenas de la cuestión ambiental, sino también de otros asuntos, tal es la desenvoltura de los realizadores goianos para lidiar con el abordaje de los más variados temas”, analiza. Para el consultor, las obras del FICA hoy son interesantes al punto de rendir acciones para todo el año.

“Le propuse a la organización del festival la implantación de un proyecto denominado FICA todo el año, para que podamos, no apenas en mayo, sino también antes y después de la realización del festival, mostrar las películas premiadas y seleccionadas y trabar un contacto mayor con el público”, cuenta. Talentos no faltan para eso. A lo largo de sus 12 ediciones, el FICA premió 22 realizadores goianos por sus obras y distribuyó R$ 740.000 en premios. Los cineastas de Goiás pueden ser contemplados en la categoría de Primera Mejor Producción Goiana, con trofeo José Petrillo, o de Segunda Mejor Producción Goiana, con el trofeo João Bennio. Para ambas, el valor del premio es de R$ 40 mil. Un bello incentivo para creadores y creaciones.

According to Amarildo, the life of a fi lmmaker is so diffi cult because of the lack of resources and systematic support for fi lm production, so the FICA awards end up playing a key role in the State’s cinematographic industry. Dr. Lisandro Nogueira, fi lm festival consultant and professor at the Federal University of Goias, agrees with this idea of the festival’s clout. “FICA has contributed signifi cantly and continues to contribute to fi lm production in Goiás. It is really a watershed”, he says. “However, if anybody disagrees with the idea of a specifi c category for Goiás fi lms, then this should be jointly discussed”, he feels.

“The Goiás fi lm bodies must reach a consensus on the issue and take their fi ndings to Agepel, sponsor of the event”, Dr. Nogueira suggests. Controversy aside, the consultant feels that FICA’s positive infl uence on the work of Goiás fi lmmakers is indisputable. “There has been such growth both in terms of quantity and quality that the festival could easily deal not just with environmental issues, but also with other subjects, since Goiás fi lmmakers are so skilled in dealing with the most diverse themes”, he says. According to him, FICA fi lms nowadays are so interesting that they provide projects for the entire year.

“I proposed that the festival organizers establish a project called FICA all year round, so that we can screen the selected and award-winning fi lms not just in May, but also before and after the festival and so get the public more actively involved”, he says. There is no lack of talent for this. Throughout its 12 editions, FICA has awarded prizes to 22 Goiás fi lmmakers and has distributed R$740,000 in cash prizes. Goiás fi lmmakers can either be awarded the José Petrillo Trophy for the category of First Best Goiás Production, or the João Bennio Trophy for the Second Goiás Best Production. In both cases, the prize is R$40,000. A nice incentive for all involved.

Page 45: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 45

Ao longo de suas 12 edições, o FICA já

premiou 22 realizadores goianos por suas

obras e distribuiu R$ 740 mil em prêmios

Throughout its 12 editions, FICA has awarded prizes to 22 Goiás fi lmmakers and has distributed R$740,000 in cash prizes

A lo largo de sus 12 ediciones, el FICA premió 22 realizadores goianos por sus obras y distribuyó R$ 740.000 en premios

Page 46: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 46

Artigo Article Artículo

A era da

The era of nature

La era de la naturaleza

natureza

Wolney Unesé professor da Escola de Música da Universidade

Federal de Goiás (UFG), editor-chefe das revistas

da UFG e do FICA.

Wolney Unes

is Professor at the Federal University of Goiás, also editor-in-chief of the UFG and FICA

magazines.

Wolney Unes

es profesor de la Escuela de Música de la Universidad Federal de Goiás (UFG), editor-jefe

de las revistas de la UFG y del FICA.

Há um conhecido romance goiano

que descreve uma cena dramática

passada no sertão. Um homem vaga

pelas estradas de terra batida, sem

destino, sem ocupação, sem ter o que

dar de comer a seus fi lhos famintos.

A uma certa altura de seu caminho, o

homem percebe rastros de um animal,

um tatu talvez. Põe-se a caçar o bicho,

que fi nalmente apanha e usa para saciar

a fome da prole.

No momento em que pai e fi lhos

terminam o banquete, chega o capataz

da fazenda com um bando de homens.

Ao deparar-se com a cena, os restos

ainda fumegantes do animal, sua

carcaça ao lado, o grupo dá voz de

prisão à família.

Chegando à sede da fazenda, inicia-

se um debate entre o andarilho e o

fazendeiro: o fazendeiro furioso com o

homem por ter usado um recurso raro

e importante em suas terras, o tatu; o

andarilho argumentando a premência

de sua causa, a fome dos fi lhos. Desse

debate, emerge uma questão: na busca

por sua sobrevivência, até onde o ser

humano pode desfrutar da prerrogativa

de usar dos recursos naturais?

Longe de constituir-se uma cena isolada

de algum romance regionalista, estamos

diante de uma cena tão premente como

atual. Agora mesmo, esta situação

pode estar-se repetindo, não somente

pelo interior do Brasil, mas também em

inúmeras outras regiões do planeta.

Page 47: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 47

There is a well-known story in Goiás that describes a dramatic scene taking place in the hinterlands. A man is wandering the dirt roads, with nowhere to go, no job, and nothing to off er his starving children. At a point along the way, he sees tracks of an animal, perhaps an armadillo. So, he goes after it, catches and kills it to stave off the hunger of his off spring.At the very moment when father and children are fi nishing off their feast along comes the farm overseer with a gang of men. When they see the scene of the still-steaming remains of the animal, its carcass thrown to one side, they arrest the family.

When they arrive at the farmhouse, there is an argument between the wanderer and the farmer. The farmer is angry with the man because he has killed an armadillo, such a rare and important resource, on his property. The wanderer equally argues for the urgency of his cause, the hunger of his children. Out of this discussion, a question emerges: in the search for survival, how far can human beings take their prerogative to use natural resources?

This is not just an isolated scene from some regional storybook, but an issue of the utmost urgency and immediacy. At this very moment, this scenario may be repeating itself, not only in the Brazilian hinterland, but in innumerable other regions around the globe.

The author of our story describes the scene pointing out the very obvious cruelty of the farmer, insensitive as he is to the human drama of the wanderer and his starving children. It is indeed really cruel to leave a man and his children go hungry; it is, in fact, cruel for a man not to be able to provide for his children; it is even cruel for a man not to have work, a house or a destiny. But the writer’s narrative poses the question: in a borderline case, do the last surviving specimens of an endangered species have a right to life over a father of starving children, in a world with a population fast-approaching seven billion people?This is the decisive debate of the moment in which we must decide whether to produce more food, more energy, more natural resources or preserve tracts of the planet, the irreplaceable habitats of animals and plants. Belo Monte, power plants, pasture in the Amazon, Cerrado monocultures, hydroelectric schemes in the Mata Atlântica - the list is long, taking recent Brazilian cases alone.

Undoubtedly, the day when we would prefer to sacrifi ce human beings and their comfort for the sake of maintaining plant or animal life or

Hay una conocida novela goiana que describe una escena dramática que ocurre en el sertão. Un hombre vaga por los caminos de tierra, sin destino, sin ocupación, sin nada para darle de comer a sus hijos hambrientos. A cierta altura de su camino, el hombre ve rastros de un animal, un tatú tal vez. Se pone a cazarlo, hasta que fi nalmente lo atrapa y lo usa para saciar el hambre de su prole.

En el momento en que padre e hijos terminan el banquete, llega el capataz de la fazenda con un grupo de hombres. Al encontrarse con la escena, los restos aun humeantes del animal, su caparazón al lado, el grupo le da la voz de prisión a la familia.

Cuando llegan a la fazenda, comienza un debate entre el caminante y el fazendeiro, éste furioso con el hombre por haber usado un recurso raro e importante en sus tierras, el tatú; el caminante argumentando la urgencia de su causa, el hambre de sus hijos. De ese debate, emerge una cuestión: en la búsqueda de su supervivencia, ¿Hasta dónde puede el ser humano disfrutar de la prerrogativa de usar los recursos naturales?

Lejos de constituir una escena aislada de alguna novela regionalista, estamos delante de una escena tan apremiante como actual. Ahora mismo, esta situación pode estar repitiéndose, no solamente en el interior del Brasil, sino también en innumerables regiones del planeta.

El autor de esta nuestra novela describe la escena dejando en evidencia la crueldad del fazendeiro, indiferente ante el drama humano del caminante y el hambre de sus hijos. Es de hecho cruel dejar hambrientos a un hombre y sus hijos; y es de hecho cruel que un hombre no tenga nada para proveer a sus hijos; es de hecho cruel que un hombre no tenga trabajo, no tenga vivienda, no tenga destino. Pero de la narrativa del escritor queda la pregunta: en una situación límite, ¿tienen derecho a la vida los últimos ejemplares de una especie en extinción o tiene derecho a la vida un padre con sus hijos hambrientos, en un mundo que se aproxima a los 7 mil millones de seres humanos?

Es este un debate que marca este preciso momento, en el que precisamos decidir entre producir más alimentos, más energía, más recursos naturales o preservar partes del planeta, hábitat insustituible de animales y plantas. Belo Monte, termoeléctricas, pasturas en la Amazonia, monocultivos en el Cerrado, hidroeléctricas en

Page 48: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 48

O autor deste nosso romance

descreve a cena deixando evidente a

crueldade do fazendeiro, inerte ante o

drama humano do andarilho e a fome de

seus fi lhos. É de fato cruel deixar famintos

um homem e seus fi lhos; é de fato cruel

um homem não ter o que prover para

seus fi lhos; é de fato cruel um homem

não ter trabalho, não ter moradia, não ter

destino. Mas da narrativa do escritor fi ca

a questão: numa situação de limite, têm

direito à vida os últimos exemplares de

uma espécie em extinção ou têm direito

à vida um pai com seus fi lhos famintos,

num mundo que já se aproxima dos 7

bilhões de seres humanos?

É este um debate que marca este

preciso momento, em que precisamos

decidir entre produzir mais alimentos,

mais energia, mais recursos naturais ou

preservar porções do planeta, hábitat

insubstituível de animais e plantas. Belo

Monte, termoelétricas, pastagens na

Amazônia, monoculturas no Cerrado,

hidrelétricas na Mata Atlântica – a lista é

longa, para fi carmos apenas em recentes

casos brasileiros.

Sem dúvida estamos ainda distantes do

dia em que preferiremos sacrifi car seres

humanos e seu conforto em nome da

manutenção da vida animal ou vegetal,

em nome da preservação de uma

paisagem natural. Mas o debate está

posto. E, neste panorama, um evento

da natureza do Festival de Cinema e

Vídeo Ambiental de Goiás torna-se

imprescindível, fórum privilegiado de

Artigo Article Artículo

discussão, que usa a arte como arma de

sensibilização. Diferentemente de nosso

escritor regionalista, cujo romance tem

alcance restrito, a arma do FICA é potente,

de último tipo e de longo alcance,

corporizada na linguagem contemporânea

e poliestética da sétima arte.

Nas aulas de história do ensino

fundamental, aprendíamos que no

primeiro milênio de nossa era tudo se

fazia em nome do Deus monoteísta; a

partir do Humanismo, tudo se fez em

nome dos homens. Não é portanto de

todo impossível que em algum momento

passemos a colocar a natureza e o planeta

no centro do mundo, como premissa

básica. Assim como o teocentrismo deu

lugar ao antropocentrismo, podemos estar

agora mesmo no limiar de algo como o

ecocentrismo ou naturocentrismo. Há

sinais que parecem anunciar o início desta

nova era, uma era de primazia da natureza,

como nunca antes ela desfrutou.

Hoje nos horrorizamos com as histórias de

épocas pregressas em que pessoas eram

sacrifi cadas em nome de alguma entidade

divina. Talvez chegue o dia em que não

nos horrorizemos ao decidir sacrifi car o

progresso humano em nome de algum

animal ou planta. Talvez em alguns

séculos – ou décadas, quem sabe? –

decidamos sacrifi car o conforto de alguns

milhares de seres humanos em prol

da vida de algum tamanduá, um lobo-

guará ou uma onça. E, para este tipo de

debate, o FICA se apresenta como fórum

privilegiado.

Page 49: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 49

preserving a natural landscape is still very far away. But the question has been posed. And, against this background, an event like the Goiás Environmental Film and Video Festival is a vital, precious forum for discussion, using art as a weapon of awareness. Unlike our regional writer, whose story has limited scope, FICA is a powerful, cutting-edge and far-reaching weapon, embodied in the contemporary language and polyaesthetics of the seventh art.In our history classes at elementary school, we learned that in the fi rst millennium of our era everything was done for the sake of a monotheistic God; from Humanism onwards, everything is done for the sake of people. It is therefore not at all impossible that at some time in the future we will put nature and the planet at the center of the world, as a basic premise. Just as theocentrism gave way to anthropocentrism, right now we could be on the threshold of something like ecocentrism or naturocentrism. Signs would seem to point to the beginning of this new era, an era of the primacy of nature, in a way which has never before been seen. Today we are horrifi ed by the stories of times when people were sacrifi ced in the name of some deity or other. Maybe the day is coming when we won’t be horrifi ed by the decision to sacrifi ce human progress for the sake of a certain animal or plant. Maybe in a few centuries – or even decades, who knows? – we will decide to sacrifi ce the comfort of a few thousand human beings, for the sake of the life of some anteater,

wolf or jaguar. And FICA is a precious forum for this kind of debate.

la Mata Atlântica – la lista es larga, para mencionar apenas recientes casos brasileños.

Sin duda estamos aun distantes del día en que preferiremos sacrifi car seres humanos y su confort en nombre de la manutención de la vida animal o vegetal, en nombre de la preservación de un paisaje natural. Pero el debate está colocado. Y, en este panorama, un evento de la naturaleza del Festival de Cine y Video Ambiental de Goiás se vuelve imprescindible, foro privilegiado de discusión, que usa el arte como arma de sensibilización. A diferencia de nuestro escritor regionalista, cuya novela tiene un alcance restringido, el arma del FICA es potente, de último tipo y de largo alcance, corporizada en el lenguaje contemporáneo y poliestético del séptimo arte.

En las clases de historia de la escuela primaria, aprendíamos que en el primer milenio de nuestra era todo se hacía en nombre del Dios monoteísta; a partir del Humanismo, todo se hizo en nombre de los hombres. No es por lo tanto imposible que en algún momento comencemos a colocar a la naturaleza y al planeta en el centro del mundo, como premisa básica. Así como el teocentrismo dio lugar al antropocentrismo, podemos estar ahora mismo en el umbral de algo así como el ecocentrismo o naturocentrismo. Hay señales que parecen anunciar el comienzo de esta nueva era, una era de primacía de la naturaleza, como nunca antes ésta disfrutó.

Hoy nos horrorizamos con las historias de épocas pasadas en que personas eran sacrifi cadas en nombre de alguna entidad divina. Tal vez llegue el día en que no nos horroricemos al decidir sacrifi car el progreso humano en nombre de algún animal o planta. Tal vez en algunos siglos – o décadas, ¿quien sabe? – decidamos sacrifi car el confort de algunos miles de seres humanos en pro de la vida de algún oso hormiguero, un lobo-guará o un jaguar. Y, para este tipo de debate, el FICA se presenta como foro privilegiado.

Page 50: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 50

criação e arte

Panorama Scene Panorama

A generation of creativity and art

Una generación de creación y arte

Uma geração de

Page 51: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 51

Com talento e originalidade, dois grandes artistas goianos demonstram suas

preocupações com o meio ambiente, usando técnicas e materiais diferentes

Texto: Valbene Bezerra

Fotos: Acervo dos artistas

With talent and originality, two great Goiás artists show concern for the

environment, using diff erent techniques and materials

Con talento y originalidad, dos grandes artistas goianos demuestran sus

preocupaciones con el medio ambiente, usando técnicas y materiales diferentes

Page 52: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 52

Panorama Scene Panorama

Page 53: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 53

Roos investe no desenho elegante, nas

pinceladas distribuídas sem contrastes e

na alternância de cores Roos concentrates on refi ned designs, on brush strokes without contrast and the rotation of colors

Roos invierte en el dibujo elegante, en las pinceladas distribuidas sin contrastes y en la alternancia de colores

Page 54: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 54

Panorama Scene Panorama

Page 55: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 55

ZéCésar esculpe com estilete em folhas de papelão e confecciona

maquetes que evocam o paisagismo desordenado das grandes cidades

ZéCésar has been carving with a stiletto on sheets of cardboard and making models which conjure up images of the cluttered landscapes of large cities

ZéCésar esculpe con cutter en hojas de cartón y confecciona maquetas que evocan el paisajismo desordenado de las grandes ciudades

Page 56: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 56

Panorama Scene Panorama

Page 57: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 57

Roos enche suas telas de paisagens e personagens em

pinceladas magistrais, que remetem ao impressionismo

Roos fi lls his canvases with landscapes and characters using master strokes, which would remind one of the impressionist techniques

Roos llena sus telas de paisajes y personajes en pinceladas magistrales, que remiten al impresionismo

Page 58: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 58

Panorama Scene Panorama

Page 59: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 59

Subproduto do consumo, o papelão

é considerado um verdadeiro fóssil

urbano. Mas não para ZéCésar Cardboard, a byproduct of consumerism, is considered a real urban fossil. Not for ZéCésar

Subproducto del consumo, el cartón es considerado un verdadero fósil urbano. No para ZéCésar

Page 60: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 60

Panorama Scene Panorama

Page 61: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 61

Minimalista, barroca, lúdica. É assim que

Roos defi ne sua arte

Minimalist, baroque, ludic – this is how Roos defi nes his art

Minimalista, barroco, lúdico. Es así que Roos defi ne su arte

Page 62: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 62

Panorama Scene Panorama

A REVISTA DO FICA presta uma

homenagem a dois grandes

artistas goianos: ZéCésar e Roos.

Representantes da mesma geração,

ambos demonstram preocupações

com o meio ambiente, mas de formas

diferentes. Enquanto ZéCésar denuncia

o caos urbano das grandes cidades em

maquetes feitas de papelão, Roos enche

suas telas de paisagens e personagens

em pinceladas magistrais, que remetem

ao impressionismo.

Professor da Faculdade de Artes Visuais,

doutor em Gravura e músico, ZéCésar

consagrou-se com gravuras feitas

com lâminas de plástico, pranchas

de acrílico, PVC, PVC expandido,

poliestireno e polietileno, técnica que

desenvolveu depois de muita pesquisa

e experimentação. Há seis anos,

ele esculpe com estilete em folhas

de papelão e confecciona objetos

tridimensionais, maquetes que evocam

o paisagismo desordenado das grandes

cidades.

Subproduto do consumo, descartado

em larga escala, o papelão é

considerado um verdadeiro fóssil

urbano. Não para o artista, que reutiliza

o material como matéria- prima de sua

obra para fazer um alerta ao descaso com

a paisagem urbana, ao ritmo acelerado

da vida moderna, ao crescimento

desordenado das grandes cidades, ao

trânsito caótico e outras mazelas que

afetam a qualidade de vida do planeta.

Diferentemente de ZéCésar, Roos investe

em outras paisagens e personagens.

Madonas, Quixotes, Sancho Panças e

palhaços, o cotidiano diurno e noturno

da cidade são temas recorrentes na

obra do artista. Ex-publicitário, que

trocou o trabalho rotineiro na agência

pelos pincéis, Roos investe no desenho

elegante, nas pinceladas distribuídas sem

contrastes e na alternância de cores nas

suas telas.

Versátil, o artista vive a eterna procura

pela técnica ideal, pela perfeição do

desenho e da pintura, e se supera a cada

nova exposição. Minimalista, barroca,

lúdica. É assim que o artista defi ne sua

arte, que também registra momentos

importantes da vida da cidade que

escolheu para viver.

Valbene Bezerra é jornalista e pós-graduada em Filosofi a da Arte. Cursou História da Arte e Crítica Teatral.

Page 63: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 63

Valbene Bezerra is a journalist who holds a post-graduate diploma in the Philosophy of Art. She has studied the History of Art and Theatre Critique.

Valbene Bezerra es periodista y post graduada en Filosofía del Arte. Cursó Historia del Arte y Crítica Teatral

LA REVISTA DEL FICA rinde un homenaje a dos grandes artistas goianos: ZéCésar y Roos. Representantes de la misma generación, ambos demuestran preocupaciones con el medio ambiente, aunque de formas diferentes. En cuanto ZéCésar denuncia el caos urbano de las grandes ciudades en maquetas hechas de cartón, Roos llena sus telas de paisajes y personajes en pinceladas magistrales, que remiten al impresionismo.

Profesor de la Facultad de Artes Visuales, doctor en Grabado y músico, ZéCésar se consagró con grabados hechos con láminas de plástico, planchas de acrílico, PVC, PVC expandido, poliestireno y polietileno, técnica que desarrolló después de mucha investigación. Hace años, esculpe con cutter en hojas de cartón y confecciona objetos tridimensionales, maquetas que evocan el paisajismo desordenado de las grandes ciudades.

Subproducto del consumo, descartado en larga escala, el cartón es considerado un verdadero fósil urbano. No para el artista, que reutiliza el material como materia prima de su obra para hacer un alerta al descuido con el paisaje urbano, al ritmo acelerado de la vida moderna, al crecimiento desordenado de las grandes ciudades, al transito caótico y otras heridas que afectan la calidad de vida del planeta.

A diferencia de ZéCésar, Roos invierte en otros paisajes y personajes. Madonas, Quijotes, Sanchos Panza y payasos, lo cotidiano diurno y nocturno de la ciudad son temas recurrentes en la obra del artista. Ex-publicitario, que cambió el trabajo rutinario en la agencia por los pinceles, Roos invierte en el dibujo elegante, en las pinceladas distribuidas sin contrastes y en la alternancia de colores en sus telas.

Versátil, el artista vive la eterna búsqueda de la técnica ideal, por la perfección del dibujo y de la pintura, y se supera a cada nueva exposición. Minimalista, barroco, lúdico. Es así que el artista defi ne su arte, que también registra momentos importantes de la vida de la ciudad que eligió para vivir.

FICA MAGAZINE pays tribute to two great Goiás artists: ZéCesar and Roos. Representatives of the same generation, both are concerned about the environment, each in their own way. While ZéCésar denounces the urban chaos of large cities in models made of cardboard, Roos fi lls his canvases with landscapes and characters using master strokes, which would remind one of the impressionist techniques.

ZéCesar, a musician and professor at the School of Visual Arts, holding a doctorate in the Fine Arts, has become known for his etching on plastic, acrylic boards, PVC, expanded PVC sheets, a technique which he developed after extensive research and experimentation. For six years, he has been carving with a stiletto on sheets of cardboard and making three dimensional objects, models which conjure up images of the cluttered landscapes of large cities.

Cardboard, a byproduct of consumerism and discarded in large quantities, is considered a real urban fossil. Not for this artist though, who reuses it as a raw material for his work to warn people about the consequences of neglecting the urban landscape, the accelerated pace of modern life, the disorderly growth of large cities, chaotic traffi c and other ills that aff ect the quality of life on the planet.

Unlike ZéCésar, Roos deals with other landscapes and characters. Madonnas, Quixotes, Sancho Panzas and clowns, the daily and nightly routine of the city are all recurring themes in his work. A former advertiser, who exchanged his routine work at an agency for paintbrushes, concentrates on refi ned designs, on brush strokes without contrast and the rotation of colors.

Roos, a versatile artist eternally searching for the ideal technique, for the perfect design and painting, excels with each new exhibition. Minimalist, baroque, ludic – this is how he defi nes his art, which also records signifi cant moments in the life of the city where he has chosen to live.

Page 64: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 64

Mosaico Mosaico MosaicFabrícia Hamu

Jornalistas e sustentabilidade Journalists and sustainability

Periodistas y sustentabilidad

No âmbito das temáticas

da Década das Nações

Unidas da Educação

para o Desenvolvimento

Sustentável (2005-2014), a

Unesco, em parceria com a

emissora portuguesa RTP, o

Comitê Português Planeta

Terra e a Câmara Municipal

de Seia promovem, no dia

23 de outubro, o workshop

Informação em contexto.

Destinado a jornalistas e

outros profi ssionais da

comunicação social, o evento acontece

durante o Festival Internacional de

Cinema de Ambiente de Seia (Cine’Eco

– 16 a 23/10). A iniciativa visa dotar

os profi ssionais da comunicação de

conhecimento científi co sobre o

funcionamento de sistemas naturais,

de modo a promover uma melhor

contextualização da notícia. O workshop

será ministrado pela coordenadora do

Comitê Português Planeta Terra, Maria

Helena Henriques; pela jornalista da RTP,

Sílvia Alves, e pela responsável pelo Setor

das Ciências da Comissão Nacional da

Unesco em Portugal, Elizabeth Silvwa.

Outras informações pelo site www.

cineeco.org.w

On October 23, within the sphere of the UN Decade of Education for Sustainable Development (2005-2014), UNESCO, in partnership with the Portuguese broadcaster RTP, the Portuguese Planet Earth Committee and the Municipality of Seia are holding a workshop on Information in context. This event, aimed at journalists and other media professionals, will be held in the Serra da Estrela

Interpretation Center, during the Seia International Environmental Film Festival (CineEco, 16-23 October). The event sets out to supply media professionals with scientifi c knowledge about the working of natural systems so that news can be better contextualized. The workshop will be run by Maria Helena Henriques, Coordinator of the Portuguese Planet Earth Committee and professor at the University of Coimbra, by Sílvia Alves, RTP journalist/Universidade Nova de Lisboa, and Elizabeth Silva who is in charge of the Science Sector of the UNESCO National Commission in Portugal. More information at www.cineeco.org.

En el ámbito de las temáticas de la Década de las Naciones Unidas de la Educación para el Desarrollo Sustentable (2005-2014), la Unesco, en sociedad con la emisora portuguesa RTP, el Comité Portugués Planeta Terra y la Cámara Municipal de Seia promueven, el día 23 de octubre, el workshop Informação em contexto. Destinado a periodistas y otros profesionales de la comunicación social, el evento será realizado durante el Festival Internacional de Cine de Ambiente de Seia (Cine’Eco – 16 a 23 /10). La iniciativa tiene como objetivo dotar a los profesionales de la comunicación social de conocimiento científi co sobre el funcionamiento de sistemas naturales, de modo de promover una mejor contextualización de la noticia. El workshop será dictado por la coordinadora del Comité Portugués Planeta Terra, Maria Helena Henriques; por la periodista de la RTP, Sílvia Alves, y por la responsable por el Sector de Ciencias de la Comisión Nacional de la Unesco en Portugal, Elizabeth Silva. Otras informaciones en el site www.cineeco.org.

Workshop é destinado aos jornalistas e

outros profi ssionais de comunicação

Workshop is aimed at journalists and other media professionals

Workshop es destinado a periodistas y otros profesionales de la comunicación social

Page 65: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 65

Cerrado em chamas The Cerrado in fl ames

Cerrado en llamas

Um balanço completo sobre os estragos

provocados pelas queimadas no Brasil

em 2010 deve ser divulgado ainda em

outubro pelo Instituto Chico Mendes.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas

Espaciais (Inpe) revelam que, entre maio

e setembro deste ano, foram registrados

57,7 mil focos de queimadas no Cerrado,

número mais de 350% superior ao

verifi cado no mesmo período de 2009

e recorde nos últimos cinco anos. Os

danos foram graves à natureza e ao solo,

elevaram as emissões regionais e também

prejudicaram a saúde da população.

Os Estados mais atingidos foram Mato

Grosso, Tocantins e Goiás. A capital

federal enfrentou mais de 120 dias sem

chuva. Além disso, todos os parques

nacionais no Cerrado, que abrigam

grandes parcelas do que resta do bioma,

sofreram com a passagem do fogo. O

Parque Nacional das Emas (GO) teve

90% de sua área queimada, os Parques

Nacionais de Brasília (DF) e do Araguaia

(TO), 40%, e o Parque Nacional da Serra

da Canastra (MG), 35%.

A complete account of the damage caused by fi res in Brazil in 2010 is to be released later in October by the Instituto Chico Mendes. Data from the National Institute for Space Research (INPE) show that between May and September 2010, 57,700 outbreaks of fi re were recorded in the Cerrado, an increase of more than a 350% on the same period in 2009 and a record for the last fi ve years. Severe damage has been caused to nature and soil and people’s health has been aff ected. The hardest hit states were Mato Grosso, Tocantins and Goias. Brasília endured more than 120 days of drought. In addition, all the national parks in the Cerrado, where large tracts of what still remains of this biome are located, have also been damaged by the fi res. A total of 90% of the Parque Nacional das Emas (Goiás) has been destroyed, as well as 40% of the Parques Nacionais of Brasilia and Araguaia (Tocantins), and 35% of the Parque Nacional da Serra da Canastra (Minas Gerais).

Between May and September of this year, 57,700 outbreaks of fi re were recorded in the Cerrado

Entre mayo y setiembre de este año, fueron registrados 57,7 mil focos de quemadas

Un balance completo sobre los estragos provocados por las quemadas en el Brasil en 2010 debe ser divulgado aun en octubre por el Instituto Chico Mendes. Datos del Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelan que, entre mayo y setiembre de 2010, fueron registrados 57,7 mil focos de quemadas en el Cerrado, número más de 350% superior al verifi cado en el mismo período de 2009 y record en los últimos cinco años. Los daños fueron graves a la naturaleza y al suelo y también perjudicaron la salud de la población. Los Estados más alcanzados fueron Mato Grosso, Tocantins y Goiás. La capital federal enfrentó más de 120 días sin lluvia. Además de eso, todos los parques nacionales en el Cerrado, que abrigan grandes parcelas de lo que resta del bioma, sufrieron con el pasaje del fuego. El Parque Nacional de las Emas (GO) tuvo 90% de su área quemada, los Parques Nacionales de Brasilia (DF) y de Araguaia (TO), 40%, y el Parque Nacional de la Serra da Canastra (MG), 35%.

Entre maio e setembro deste ano foram

registrados 57,7 mil focos de queimadas

Page 66: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 66

Mosaico Mosaico Mosaico

Prêmio Von MartiusThe Von Martius Award

Premio Von Martius

O resultado dos vencedores

da 11ª edição do Prêmio Von

Martius de Sustentabilidade

deve ser divulgado no dia

5 de novembro. Promovida

pela Câmara de Comércio e

Indústria Brasil-Alemanha,

a premiação contempla

trabalhos de empresas,

ONG’s, indivíduos, governos

e instituições nacionais em três

categorias: Humanidade, Natureza e

Tecnologia. Podem concorrer projetos

que promovam o desenvolvimento

econômico, social e cultural alinhado

ao conceito de desenvolvimento

sustentável. Desde a primeira edição do

prêmio até hoje, 1.630 projetos foram

inscritos e analisados nas três categorias,

entre os quais 91 foram premiados e 13

receberam menção honrosa. O evento

homenageia o emérito pesquisador

alemão Carl Friedrich Phillipp von

Martius (1794-1868), cujo trabalho de

pesquisa científi ca pelo Brasil, entre 1817

e 1820, contribuiu para o conhecimento

e a valorização do ambiente natural e

cultural do País. Informações pelo site

www.premiovonmartius.com.br.

The winners of the 11th edition of the Von Martius Sustainability Award are to be announced on November 5. This award, sponsored by the German-Brazilian Chamber of Commerce and Industry since 2000, is intended for the work of companies, nongovernmental organizations, people, governments and national institutions under three categories: Humanity, Nature and Technology.

Completed or ongoing projects which promote economic, social and cultural development aligned

to the concept of sustainable development can be submitted. From the fi rst edition of this award to date, 1,630 projects have been submitted, analyzed and audited in all three categories. Of these 91 have been awarded prizes and 13 have received honorable mention. This event honors the illustrious German researcher Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868), whose scientifi c research work in Brazil between 1817 and 1820, made a remarkable contribution to our understanding and appreciation of

the country’s natural and cultural environment. More information at www.premiovonmartius.com.br.

El resultado de los vencedores de la 11ª edición del Premio Von Martius de Sustentabilidad debe ser divulgado el día 5 de noviembre. Promovida por la Cámara de Comercio e Industria Brasil-Alemania desde 2000, la premiación contempla trabajos de empresas, organizaciones no gubernamentales, individuos, gobiernos e instituciones nacionales en tres categorías: Humanidad, Naturaleza y Tecnología. Pueden participar proyectos concluidos o en andamiento que promuevan el desarrollo económico, social y cultural alineado al concepto de desarrollo sustentable. Desde la primera edición del premio hasta hoy, 1.630 proyectos fueron inscriptos, analizados y auditados en las tres categorías, entre los cuales 91 fueron premiados y 13 recibieron mención honrosa. El evento homenajea al emérito investigador alemán Carl Friedrich Phillipp von Martius (1794-1868), cuyo trabajo de investigación científi ca por el Brasil, entre 1817 y 1820, contribuyó mucho al conocimiento y la valorización del ambiente natural y cultural del País. Otras informaciones en el site www.premiovonmartius.com.br.

The winners of the 11th edition are to be announced on November 5

El resultado de los vencedores de la 11ª edición debe ser divulgado el día 5 de noviembre

Resultado dos vencedores da 11ª edição

deve ser divulgado no dia 5 de novembro

Page 67: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 67

Fellini na UFG Fellini at UFG

Fellini en la UFG

O Cine da Universidade Federal de

Goiás (UFG), em suas apresentações dos

grandes mestres do cinema, promove,

de 13 de outubro a 5 de novembro, a

Mostra Fellini. O evento exibirá obras de

um dos maiores diretores italianos e do

mundo: Federico Fellini (1920-1993),

Palma de Ouro no Festival de Cannes

de 1960 com A doce vida (foto); Oscar

pela carreira em 1993, e dezenas de

outras indicações e prêmios. Dono de

extensa obra, que vai dos primórdios do

preto e branco ao colorido, da produção

de baixo orçamento à superprodução,

Fellini é o poeta das imagens, o cineasta

que infl uenciou e infl uencia gerações e

gerações de jovens amantes do cinema.

Com início às 12h e término às 17h30, as

sessões exibirão fi lmes como E la nave va,

Noites de Cabíria, A estrada da vida, entre

outros. Após os fi lmes, o público poderá

participar de debates. Mais informações

pelo site www.ufg.org.br.

From October 13 to November 5, the Federal University of Goiás (UFG Cinema) features Fellini in its presentations of the great masters of cinema. The event will screen works of one of Italy’s and the world’s greatest directors: Federico Fellini (1920-1993), who won the Palme d’Or at the 1960 Cannes Film Festival for his La Dolce Vita (photo). In 1993, he was awarded an Oscar for his career, and he also won dozens of other indications and awards.

Fellini, the producer of an extensive list of fi lms, ranging from the early black and white to color, from low-budget to superproduction, is the poet of images, the fi lmmaker who infl uenced and continues to infl uence generations of young moviegoers. Sessions start at noon and fi nish at 5:30 pm, showing fi lms such as And the ship sails on, Nights of Cabiria and The Road. After the screening, there is a debate open to all. More information at www.ufg.org.br.

Evento exibirá obras de um dos maiores

diretores italianos e do mundo

The event will screen works of one of Italy’s and the world’s greatest directors

El evento exhibirá obras de uno de los mayores directores italianos y del mundo

El Cine de la Universidad Federal de Goiás (UFG), en sus presentaciones de los grandes maestros del cine, promueve, del 13 de octubre al 5 de noviembre, la Mostra Fellini. El evento exhibirá obras de uno de los mayores directores italianos y del mundo: Federico Fellini (1920-1993), Palma de Oro en el Festival de Cannes de 1960 con La dolce vita (foto); Oscar por la carrera en 1993, y decenas de otras indicaciones y premios. Dueño de una extensa obra, que va de los comienzos del blanco y negro al color, de la producción de bajo presupuesto a la superproducción, Fellini es el poeta de las imágenes, el cineasta que infl uenció e infl uencia generaciones y generaciones de jóvenes amantes del cine. Con comienzo a las 12h y fi n a las 17h30, las sesiones exhibirán películas como Y la nave va, Noches de Cabiria, La Strada, entre otras. Después de las películas, el público podrá participar de debates. Más informaciones en el site www.ufg.org.br.

Divulgação

Page 68: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 68

Festivais de cinema ambiental Outubro 2010

Bruno Hermano

O festival: É um dos importantes eventos cinematográfi cos mundiais sobre a vida selvagem e o meio ambiente. A temática dos fi lmes visa a compreensão do público global sobre a natureza e necessidade de preservá-la. O Wildscreen foi fundado por Sir Peter Scott em 1982 e ocorre a cada dois anos, atraindo centenas de pessoas ativamente envolvidas na preservação do meio ambiente.

Circuito Circuit Circuito

Environmental fi lm festivals – October 2010 Festivales de Cine Ambiental – Octubre 2010

The festival: This is one of the world’s most important fi lm festivals dealing with wildlife and the environment. Its themes aim to help the public understand nature and the need to preserve it. Wildscreen, founded by Sir Peter Scott in 1982 and held every two years, attracts hundreds of people actively involved in preserving the environment.

El festival: Es uno de los importantes eventos cinematográfi cos mundiales sobre la vida salvaje y el medio ambiente. La temática de las películas procura la comprensión del público global sobre la naturaleza y necesidad de preservarla. El Wildscreen fue fundado por Sir Peter Scott en 1982 y tiene lugar cada dos años, atrayendo centenas de personas activamente envueltas en la preservación del medio ambiente.

Ekotopfi lm 2010

Quando: 11 a 15 de outubro

Onde: Bratislava, Eslováquia

Edição: 37ª

Site: www.ekotopfi lm.sk

O festival: É aberto a fi lmes de documentários para cinema e televisão que têm como tema a natureza e o desenvolvimento sustentável. Trata-se de uma mostra competitiva realizada pelo 37º ano seguido. Em sua história, o festival exibiu cerca de 6 mil fi lmes de todo o mundo. O objetivo do festival é difundir a consciência da necessidade de proteção do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável.

The festival: It is open to documentary fi lms for both cinema and television, on the theme of nature and sustainable development. It has been held consecutively for 37 years and, throughout its history, has shown about 6.000 fi lms from all over the world. Its aim is to spread awareness of the need for environmental protection and sustainable development.

El festival: Es abierto a documentales para cine y televisión que tienen como tema la naturaleza y el desarrollo sustentable. Se trata de una muestra competitiva realizada por el 37º año seguido. En su historia, el festival exhibió cerca de 6 mil películas de todo el mundo. El objetivo del festival es difundir la conciencia de la necesidad de protección del medio ambiente y del desarrollo sustentable.

Wildscreen Festival

Quando: 15 de outubro

Onde: Bristol, Inglaterra

Edição: 15ª

Site: www.wildscreenfestival.org

Page 69: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 69

Planet in Focus Toronto Environmental

Film and Video Festival

Inscrições: 13 a 17 de outubro de 2010

Onde: Toronto, Canadá

Edição: 12ª

Site: www.planetinfocus.org

O festival: É um dos principais festivais de cinema ambiental do Canadá. Conhecido como PIF, o festival apresenta documentários, animação, longas, curtas, trabalhos experimentais, todos com foco no conceito de meio ambiente e no desafi o atual das relações entre homem e natureza.

The festival: This is one of Canada’s major environmental fi lm festivals. Known as the PIF, it features documentaries, animation, long, short and experimental works, all focused on the concept of the environment and the current challenge of the relationship between people and nature.

El festival: Es uno de los principales festivales de cine ambiental del Canadá. Conocido como PIF, el festival presenta documentales, animación, largometrajes, cortometrajes, trabajos experimentales, todos con foco en el concepto de medio ambiente y en el desafío actual de las relaciones entre hombre y naturaleza.

Quando: 30 de outubro a 7 de novembro

Onde: Banff , Canadá

Edição: 32ª

Site: www.banff centre.ca/ mountainculture/

O festival: Com 31 anos de tradição, é considerado o maior e um dos mais prestigiados festivais de cinema de montanha do mundo. O Banff Mountain Film Festival é apresentado pela National Geographic e bootmakers Dunham. Envolve fi lmes de todo o mundo e em suas últimas edições teve público superior a 170 mil pessoas. O evento conta com participação de alpinistas e adeptos de esportes de montanha. Os fi lmes selecionados terão a oportunidade de ser apresentados na série de televisão Banff Mountain Film Festival.

The festival: With its 31 years of tradition, the Banff Mountain Film Festival, presented by National Geographic and Dunham boot makers, is considered to be one of the largest and most prestigious mountain fi lm festivals in the world. Films are submitted from all over the world and its latest editions have drawn audiences of more than 170.000 people. Mountaineers and mountain sport enthusiasts also participate. The fi lms selected will have an opportunity to be presented as part of the Banff Mountain Film Festival television series.

El festival: Con 31 años de tradición, es considerado el mayor y uno de los más prestigiados festivales de cine de montaña del mundo. El Banff Mountain Film Festival es presentado por la National Geographic y bootmakers Dunham. Incluye películas de todo el mundo y en sus últimas ediciones tuvo un público superior a 170 mil personas. El evento cuenta con participación de alpinistas y adeptos de deportes de montaña. Las películas seleccionadas tendrán la oportunidad de ser presentados en la serie de televisión Banff Mountain Film Festival.

Banff Mountain Film Festival

Page 70: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 70

Circuito Circuit Circuito

Nature Film Festival of Namur

Quando: 17 a 25 de outubro

Onde: Wépion, Belgica

Edição: 15ª

Site: www.festivalnaturenamur.be

O festival: Tem como objetivo mostrar as belezas do planeta no grande e revelar seus pontos frágeis. O tema principal é Natureza em geral. Os fi lmes selecionados serão dedicados à descoberta, proteção e conservação da natureza selvagem. O assunto pode ser tratado em formato de documentário, reportagem, entrevista, clipe, etc. O tema especial desta edição é Parques e jardins. O festival foi criado em 1995. Paralelamente, é realizado o Concurso Canon Internacional de Fotografi as de Natureza.

The festival: The aim of this festival, founded in 1995, is to show the beauty of the planet at large and present its weaknesses. Its main theme is Nature in general. The fi lms selected will deal with the discovery, protection and preservation of wildlife. The theme may be treated in the form of documentary, report, interview, clip, etc. The theme of this particular edition is Parks and Gardens. The Canon International Nature Photography Competition runs parallel to this festival.

El festival: Tiene como objetivo mostrar las bellezas del planeta en general y revelar sus puntos frágiles. El tema principal es Naturaleza en general. Las películas seleccionadas serán dedicadas al descubrimiento, protección y conservación de la naturaleza salvaje. El asunto puede ser tratado en formato de documental, reportaje, entrevista, clip, etc. El tema especial de esta edición es Parques y jardines. El festival fue creado en 1995. Paralelamente, es realizado el Concurso Canon Internacional de Fotografías de Naturaleza.

Cine Eco – Festival Internacional de Cinema

e Vídeo Ambiental da Serra da Estrela

Quando: 16 a 23 de outubro

Onde: Serra da Estrela, Seia, Portugal

Edição: 16ª

Site: www.cineeco.org

O festival: É aberto a concorrentes nacionais e estrangeiros, profi ssionais e amadores. Seu objetivo é valorizar a ecologia e a cultura, bem como promover o turismo na Serra da Estrela e a preservação do meio ambiente. Serão aceitas obras que tenham como tema o meio ambiente. Uma atenção especial será reservada ao audiovisual (cinema e vídeo) da Lusofonia, produzido em países de língua portuguesa, através da instituição de um prêmio especial.

The festival: Open to domestic and foreign competitors, both professional and amateur, the aim of the festival is to promote an appreciation of ecology and culture, stimulate tourism in Serra da Estrela and preserve the environment. Films on the theme of the environment will be

accepted. Lusophonic audiovisuals (fi lm and video), produced in Portuguese-speaking countries, will be given special attention through the establishment of a special prize.

El festival: Es abierto a participantes nacionales y extranjeros, profesionales y amateurs. Su objetivo es valorizar la ecología y la cultura, así como

promover el turismo en la Serra da Estrela y la preservación del medio ambiente. Serán aceptadas obras que tengan como tema el medio ambiente. Una atención especial será reservada al audiovisual (cine y vídeo) de la Lusofonía, producido en países de lengua portuguesa, a través de la institución de un premio especial.

Page 71: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 71

Extremamente importante a

reportagem sobre as mudanças

climáticas e o aquecimento global.

Sou professor do ensino médio e

vou usá-la em sala de aula.

Leandro Chagas – Brasília (DF), Brasil

Emocionante o trabalho de Selma

Parreira com os lençóis no Rio Vermelho.

Minha mãe foi lavadeira em

Minas e fi z um retorno à minha

infância e às manhãs no rio.

Lindalva Santos – Belo Horizonte (MG), Brasil

Muito boa a reportagem sobre o debate

da geração e o reaproveitamento do lixo

no cinema. Fiquei curiosa para assistir

Efeito reciclagem e conferir a história de

Claudinês Alvarenga.

Mercedes Cantagalo – Lisboa, Portugal

Nunca imaginei que a Cidade

de Goiás fosse tão bela. As fotos

da revista são magnífi cas.

Quero conhecê-la em breve.

Vicente Alexandrino – Florianópolis (SC), Brasil

FICA na rede FICA on the net FICA en la red

Participe da REVISTA DO FICA conferindo

o site (www.fi ca.art.br) ou seguindo o

perfi l do festival no Twitter

(twitter.com/XII_FICA). Envie também

suas opiniões, sugestões e dúvidas

para o e-mail revistadofi ca@fi ca.art.

br. Veja a seguir algumas avaliações

dos leitores sobre o quinto número da

revista:

Join the FICA MAGAZINE by checking out the site (www.fi ca.art.br) or by following the festival profi le on Twitter (twitter.com / XII_FICA). Send your opinions, suggestions and questions to revistadofi ca@fi ca.art.br. Here are some reviews from readers on the fi fth edition of the magazine:

Participe en la REVISTA DEL FICA visitando la página (www.fi ca.art.br) o siguiendo el perfi l del festival en Twitter (twitter.com/XII_FICA). Envíe también sus opiniones, sugestiones y dudas al e-mail revistadofi ca@fi ca.art.br. Vea a continuación algunas evaluaciones de los lectores sobre el quinto número de la revista:

Opiniões on line Opinions on line

Opiniónes en la red

tremEx

mocEm

uitM

uncNu

a.au

“Extremadamente importante el reportaje sobre los cambios climáticos y el calentamiento global. Soy profesor de enseñanza media y la voy a usar en sala de clase.” Leandro Chagas – Brasília (DF), Brasil

“Emocionante el trabajo de Selma Parreira con las sábanas en el Río Vermelho. Mi madre fue lavandera en Minas e hice un regreso a mi infancia y a las mañanas en el río.” Lindalva Santos – Belo Horizonte

(MG), Brasil

“Muy bueno el reportaje sobre el debate de la generación y el reaprovechamiento de la basura en el cine. Me quedé con ganas de ver Efeito reciclagem y conocer la historia de Claudinês Alvarenga.” Mercedes Cantagalo – Lisboa, Portugal

“Nunca imaginé que la Ciudad de Goiás fuese tan linda. Las fotos de la revista son magnífi cas. Quiero conocerla a la brevedad.” Vicente Alexandrino – Florianópolis (SC), Brasil

“The report on climate change and global warming was very impressive. I’m a high school teacher and I’m going to use it in the classroom.” Leandro Chagas – Brasilia, Brazil

“Selma Parreira’s work on the sheets in the Vermelho River was very moving. My mother was a washerwoman in Minas so it took me back to my childhood and mornings in the river.” Lindalva Santos -

Belo Horizonte, Brazil

“The article on the cinema debate about the generation and reuse of garbage was very good. I am curious to see Efeito Reciclagem and check out the story of Claudinêz Alvarenga.” Mercedes Cantagalo - Lisbon, Portugal

“I could never have imagined that the town of Goiás was so beautiful. The photos of it in the magazine are magnifi cent. I want to visit it soon.”Vicente Alexandrino - Florianopolis, Brazil

e.

as.

rev

hi

ga.

ir a

eng

inha

rio.

Page 72: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 72

Script

História desucesso

O festival contribui para o fomento

da produção de cinema ambiental,

movimenta o meio cultural,

estimula o turismo e gera emprego

e renda na Cidade de Goiás

O Festival Internacional de Cinema e

Vídeo Ambiental (FICA) é um dos mais

importantes festivais cinematográfi cos

de temática ambiental do mundo. Ele

é realizado desde 1999, na Cidade

de Goiás, antiga capital do Estado de

Goiás (localizado no centro do Brasil),

considerada Patrimônio Histórico da

Humanidade pela Unesco. Trata-se de

um evento cultural amplo, aberto não só

ao cinema, mas a diversas apresentações

artísticas e que cumpre o relevante papel

de discutir a relação do homem com o

meio ambiente. Além disso, contribui

para o fomento da produção de cinema

ambiental, movimenta o meio cultural,

estimula o turismo e gera emprego e

renda na Cidade de Goiás.

Desenvolvido pela Agência Goiana de

Cultura Pedro Ludovico Teixeira (Agepel),

órgão do Governo do Estado de Goiás,

o FICA cresce e se consolida a cada

edição. Em 2009, foi o festival de cinema

| The festival contributes towards promoting environmental fi lm-making, enlivens the cultural milieu, stimulates tourism and generates employment and income in the town of Goiás.

|| El Festival contribuye a fomentar la producción de cine ambiental, moviliza el medio cultural, estimula el turismo y genera empleo e ingresos en la Ciudade de Goiás

ambiental com a maior premiação da

América Latina, distribuindo R$ 240 mil

em prêmios. O FICA promove a discussão

do desenvolvimento sustentável pelas

telas e também por meio de seminários,

ofi cinas, mesas redondas e palestras

que acontecem paralelamente à

exibição dos fi lmes. Além da exibição

da mostra competitiva, que apresenta

o que de melhor se produz em cinema

e vídeo sobre meio ambiente, o público

e os participantes que comparecem

à Cidade de Goiás durante o festival

ainda são contemplados com uma

ampla programação multicultural

(shows musicais, espetáculos de dança,

teatro, exposição de obras artísticas e

lançamentos literários). Além disso, a

própria Cidade de Goiás, encravada na

Serra Dourada, com seu casario antigo

e ruas de paralelepípedo é uma atração

cultural incontestável. A mostra e todos

os eventos paralelos são gratuitos.

| A story of success || Historia de un éxito

Page 73: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 73

| The International Environmental Film and Video Festival (FICA) is one of the world’s most signifi cant thematic fi lm-making festivals. It has been held since 1999 in the town of Goiás, former capital of the State of Goiás (in Brazil’s Midwest), listed by UNESCO as a World Heritage Site. It is a broad cultural event, open not just to fi lms, but also to various artistic presentations. In addition, it fulfi ls the very relevant role of discussing the relationship between people and the environment. As well as that, it promotes the production of environmental fi lm-making, enlivens the cultural milieu, stimulates tourism and generates employment and income for the town of Goiás.

Set up by the State body called the Pedro Ludovico Teixeira Goiás Agency for Culture (AGEPEL), FICA has grown and become established with each passing edition. In 2009 it was the biggest environmental fi lm festival in Latin America in terms of awards, distributing R$240 thousand reals in prizes. It stimulates discussion on sustainable development through the use of the screen, seminars, round tables and lectures which run parallel to the fi lm screenings.

The public and participants who go to the town of Goiás during the festival to attend the screening of the competing fi lms, the very best of what is produced on the environment, can also avail of a broad multicultural program (concerts, dance presentations, theatre, art exhibitions and launching of books). Furthermore, the town of Goiás itself, hidden away at the foot of the Serra Dourada, with its ancient housing and paved stone streets is an undisputed cultural attraction. Entrance to the exhibition and parallel events is free.

||El Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA) es uno de los más importantes festivales cinematográfi cos de temática ambiental del mundo. Éste se realiza desde 1999, en la Ciudade de Goiás, antigua capital del estado de Goiás (ubicado en el centro de Brasil), considerada Patrimonio Histórico de la Humanidad por la UNESCO. Se trata de un evento cultural amplio, abierto no sólo al cine, sino a diversas presentaciones artísticas y cumple el relevante papel de discutir la relación del hombre con el medio ambiente, moviliza el medio cultural, estimula el turismo y genera empleo ingresos en la Ciudad de Goiás. Desarrollado por la Agencia Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira (AGEPEL), órgano de gobierno del Estado, el FICA crece y se consolida con cada nueva edición. En 2009 fue el festival de cine ambiental con mayor premiación de América Latina, distribuyendo 240 mil reales en premios. El FICA promueve la discusión del desarrollo sostenible por las pantallas y también mediante seminarios, talleres, mesas redondas y conferencias que tienen lugar paralelamente a la exhibición de los fi lmes.

Además de la muestra competitiva que presenta lo mejor de lo que se produce en cine y vídeo sobre medio ambiente, el público y los participantes que están presentes en la Cidade de Goiás durante el festival incluso son contemplados con una amplia programación multicultural (conciertos, espectáculos de danza, teatro, exposiciones de obras artísticas y lanzamientos literarios). Además de eso, la propia Cidade de Goiás, enclavada en la Serra Dourada, con su casco histórico y sus calles de adoquines, es una atracción cultural incontestable. La muestra y todos los eventos paralelos son gratuitos.

Page 74: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 74

Script

FICA Itinerante

A mostra itinerante dos fi lmes premiados no XII FICA chega este mês à cidade goiana

de Urutaí. As exibições serão nos dias 18, 19 e 20 no Cefet.

| FICA on the road

The road show of the XII FICA award-winning fi lms arrives in the town of Urutaí (Goiás), this month. The screening will take place between 18-20 October in Cefet.

|| FICA Itinerante

La muestra itinerante de las películas premiados en el XII FICA llega este mes a la ciudad goiana de Urutaí. Las exhibiciones serán los días 18, 19 y 20 en el Centro Federal de Educación Tecnológica (Cefet).

Nordeste

Entre os dias 18 a 20 de novembro o FICA Itinerante estará no Estado de Pernambuco.

Os fi lmes premiados serão exibidos na ofi cina de criação O norte, em Olinda.

Viajando

A mostra já passou pelas cidades goianas de Quirinópolis, Porangatu, Rio Verde,

Formosa, Jataí, Itapuranga, Morrinhos, Planaltina, Bela Vista, Goiás e Goiânia, além

das capitais do Rio de Janeiro e São Paulo.

| Northeast

Between 18-20 November, FICA on the road will be in the State of Pernambuco. The award-winning fi lms will be shown during the creation workshop, O norte, in Olinda.

|| Nordeste

Entre los días 18 a 20 de noviembre el FICA Itinerante estará en el Estado de Pernambuco. Las películas premiadas serán exhibidas en el taller de creación O norte, en la ciudad de Olinda.

| Traveling

The road show has already been to the Goiás towns of Quirinópolis, Porangatu, Rio Verde, Formosa, Jataí, Itapuranga, Morrinhos, Planaltina, Bela Vista, Goiás and the city of Goiânia, as well as to the cities of Rio de Janeiro and São Paulo.

|| Viajando

La muestra ya pasó por las ciudades goianas de Quirinópolis, Porangatu, Rio Verde, Formosa, Jataí, Itapuranga, Morrinhos, Planaltina, Bela Vista, Goiás y Goiânia, además de las capitales de Rio de Janeiro y San Pablo.

Page 75: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 75

Bagagem

Por onde passou, a mostra levou

na bagagem os fi lmes Heavy metal,

ganhador do grande prêmio; Efeito

reciclagem, Caçando capivara, Bringing

life to space (Trazendo vida ao espaço),

Sonho de humanidade, Vida seca, Recife

frio, *Bananas!, A blooming business (Um

negócio fl orescente) e Les anges déchets

(Os anjos dos dejetos).

| Baggage

Everywhere the road show has been its baggage has contained the fi lms Heavy metal, the major prize winner, Efeito reciclagem, Caçando capivara, Bringing life to space, Sonho de humanidade, Vida seca, Recife frio, *Bananas!, A blooming business and Les anges déchets (Garbage Angels).

|| Equipaje

Por donde pasó, la muestra llevó en el equipaje las películas Heavy metal, ganadora del gran premio; Efeito reciclagem, Caçando capivara, Bringing life to space (Trayendo vida al espacio), Sonho de humanidade, Vida seca, Recife frio, *Bananas!, A blooming business (Un negocio fl oreciente) y Les anges déchets (Los ángeles de los deyectos).

Cinema na ilha

Será realizado entre os dias 18 e 29 de

outubro o Festival do Cinema Ambiental

de Fernando de Noronha. Esta é a

segunda edição do evento, que terá como

tema A terra é vida.

| Cinema on the island

The 29th Fernando de Noronha Environmental Film Festival will be held between 18-29 October. This is the second edition of the event, entitled Land is life.

|| Cine en la isla

Será realizado entre los días 18 y 29 de octubre el Festival de Cine Ambiental de la Isla de Fernando de Noronha. Esta es la segunda edición del evento, que tendrá como tema A terra é vida.

Consciência

O objetivo do festival de Fernando

de Noronha é sensibilizar sobre o

impacto das emissões de carbono

no meio ambiente. O foco desta

edição é o desenvolvimento de ações

sustentáveis.

| Awareness

The aim of the Fernando de Noronha festival is to sensitize to the impact on the environment of carbon emissions. The focus of this edition is action for sustainable development.

|| Conciencia

El objetivo del festival de Fernando de Noronha es sensibilizar sobre el impacto de las emisiones de carbono en el medio ambiente. El foco de esta edición es el desarrollo de acciones sustentables.

Mostra

Serão exibidas mostras competitivas

e não-competitivas do Festival do

Cinema Ambiental de Fernando de

Noronha, envolvendo fi lmes, vídeos de

animação e documentários de média e

curta metragem, com duração de 50 e

20 minutos, respectivamente.

| Screening

Competitive and non-competitive exhibits will be screened in the Fernando de Noronha Environmental Film Festival. These include short and medium-length fi lms, animation videos and documentaries, lasting 50 and 20 minutes, respectively.

|| Muestra

Serán exhibidas muestras competitivas y no competitivas del Festival de Cine Ambiental de Fernando de Noronha, incluyendo películas, videos de animación y documentales de medio y corto metraje, con duración de 50 y 20 minutos, respectivamente.

Page 76: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 76

Script

Jardim Botânico

Entre os dias 21 e 28 de outubro

realiza-se o Cine Gaia – Festival

Internacional de Cinema Ambiental

do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Por meio de sessões de cinema,

mesas redondas com especialistas

de meio ambiente e cineastas, além

de atividades paralelas, o evento tem

como objetivo a conscientização

ambiental, o estímulo do exercício da

cidadania através da cultura e educação

para uma sociedade melhor. A entrada

é gratuita.

| Botanic Gardens

Cine Gaia – the International Environmental Film Festival at the Rio de Janeiro Botanic Gardens will be held from 21 to 28 October. Using fi lm screenings, round-table discussions with environment and fi lm ex perts, and parallel activities, the aim of this event is to raise environmental awareness, stimulate the exercise of citizenship through culture and education for a better society. Admission is free.

|| Jardín Botánico

Entre los días 21 y 28 de octubre se realiza el Cine Gaia – Festival Internacional de Cine Ambiental del Jardín Botánico de Río de Janeiro. Por medio de sesiones de cine, mesas redondas con especialistas de medio ambiente y cineastas, además de actividades paralelas, el evento tiene como objetivo la concientización ambiental, el estímulo del ejercicio de la ciudadanía a través de la cultura y educación para una sociedad mejor. La entrada es gratuita.

Site

Outras informações sobre o festival de Fernando de Noronha no site

www.ecocinenoronha.com.br.

| Site

Further information on the Fernando de Noronha Festival at www.ecocinenoronha.com.br.

|| Site

Otras informaciones sobre el festival de Fernando de Noronha en el site www.ecocinenoronha.com.br.

Acervo

Graças ao festival, criou-se o

acervo de fi lmes ambientais Cine

Gaia que inclui as obras inscritas

no festival. Os títulos estão

disponíveis ao público no Jardim

Botânico do Rio de Janeiro

e serão exibidos em mostras

itinerantes nos jardins botânicos

do Brasil através da parceria

com a Rede Brasileira de Jardins

Botânicos. Uma delas deve ser

realizada na cidade de Cabo Frio,

no fi nal de 2010.

| Collection

Thanks to the festival, the Cine Gaia collection of environmental fi lms has been set up, which includes the entries submitted to the festival. The fi lms are available to the public at the Rio de Janeiro Botanic Gardens and will be screened in road shows at Brazil’s Botanic gardens as a result of a partnership with the Brazilian Network of Botanic Gardens. One such screening will be held in the town of Cabo Frio (RJ), in late 2010.

|| Acervo

Gracias al festival, se creó el acervo de películas ambientales Cine Gaia que incluye las obras inscriptas en el festival. Los títulos están disponibles al público en el Jardín Botánico de Río de Janeiro y serán exhibidos en muestras itinerantes en los jardines botánicos del Brasil a través de la asociación con la Red Brasileña de Jardines Botánicos. Una de ellas debe ser realizada en la ciudad de Cabo Frio, al fi nal de 2010.

Page 77: Revista FICA - 6ª Edição

FICA 77

Traço Trace Rastro

Alexandre Liah é artista plástico autodidata, com obras expostas em vários países do mundo.

| AlexandreLiah is a self-taught artist whose works are exhibited all over the world.

|| Alexandre Liah es artista plástico autodidacta, con obras expuestas en varios países del mundo.

Page 78: Revista FICA - 6ª Edição
Page 79: Revista FICA - 6ª Edição
Page 80: Revista FICA - 6ª Edição

SCS

- C

OC

- 0

078

5