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Revista daSuinoculturaPUBLICAÇÃO BIMESTRAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE SUÍNOS • ANO 2 • Nº 06 • JUN/JUL • 2012

Revista da

DOS SUINOCULTORES

FORça pOLíTICa

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Nos negócios, crises e oportunidades são uma palavra só. Num momento desfavorável, tere-mos sempre a chance de escolher: ou renascemos da crise ou nos afundamos nela. A garra e

a emoção nos trouxeram até aqui, fomos obrigados a buscar soluções, a rever posições, a arriscar e conquistar novos espaços.

Foi no momento mais grave da crise que nós produtores conseguimos mostrar a união do setor, uma manifestação de mais de 700 produtores de suínos na capital da república, com suinocultores de todos os estados produtores do Brasil. Grandes e pequenos, industriais e familiares, do nordeste e do sul, de ônibus ou avião, todos vieram com um só propósito, defender a sua permanência na produção de suínos. O Congresso Nacional teve que parar para ouvir os produtores. As ruas de Brasília acostumadas a desfiles de autoridades teve que ceder lugar a quem produz. Deputados, senadores e ministros ouviram os produtores, e tiveram que, pelo menos naquele dia 12 de julho, voltar sua atenção para a nossa ativi-dade. Não há melhor oportunidade que essa!

Oportunidade de falarmos para quem decide, de mostrarmos a nossa união, de expressarmos as nossas angústias e de apresentarmos as nossas insatisfações. No jargão de Brasília o que os produtores de suínos mostram foi força política. E isso meus amigos, é muito importante. No centro das decisões somente tem voz quem tem força política, e os produtores de suínos brasileiros pela primeira vez mos-traram isso publicamente. Era indispensável que, não só o governo, mas também a sociedade conhe-cessem nossa realidade, nossos argumentos. Foi fundamental que o Brasil tomasse conhecimento do peso econômico e social da suinocultura brasileira.

Esta crise vai passar, mas virão outras. Muitos terão ficado pelo caminho, mas outros tantos continuarão a produzir. Mas não podemos nos esquecer desta lição. Para sermos ouvidos, termos que ser fortes. Para sermos ouvidos, temos que ter voz política. Para sermos ouvidos, temos que ser bem representados.

A entidade maior dos suinocultores brasileiros precisa se fortalecer cada vez mais. A ABCS não é a voz do presidente, a ABCS é a voz dos produtores de suínos do Brasil. A crise mostrou isso muito bem. Vamos engrossar a nossa voz, vamos fortalecer a nossa entidade.

Os suinocultores estão de parabéns por terem chegado até aqui. E terão muito orgulho do que, juntos, ainda certamente conseguiremos realizar por meio da ABCS.

Marcelo LopesPresidente da Associação Brasileira

dos Criadores de Suínos

Editorial

Expediente

ABCS - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE SUÍNOS

Sede Brasília / Setor de Indústrias GráficasQuadra 01 | Lote 495 |Ed. Barão do Rio Branco Sala 118 | CEP: [email protected]

CONSELHEIRO PRESIDENTE

Marcelo Lopes (DF)

CONSELHEIRO FINANCEIRO

José Arnaldo C. Penna (MG)

CONSELHEIRO TÉCNICO

Marcelo Plácido Correa (BA)

CONSELHEIRO DE RELAÇÕES DE MERCADO

Valdecir Folador (RS)

CONSELHEIRO ADMINISTRATIVO

Irineu Wessler (PR)

JORNALISTA RESPONSÁVEL

Tayara Beraldi

PROJETO GRÁFICO

Cannes Publicidade / Duo Design

DIAGRAMAÇÃO

Duo Design

A ABCS consciente das questões ambientais e sociais, utiliza papéis com certificação (Forest Stewardship Council) na impressão deste material. A certificação FSC garante que a matéria-prima é proveniente de florestas manejadas de forma ecologicamente correta, socialmente justa e economicamente viável, e outras fontes controladas. Impresso na Gráfica Coronário - Certificada na Cadeia de Custódia - FSC.

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Índice

18 Missão Franco ibérica

24 Por Dentro Do setorA crise da suinocultura brasileira

28 resultaDos PnDs São Paulo / PRACTIS atualiza profissionais de granjas paulistas / 26

6 Giro abcsAcrismat promove 1º gincana da carne suína / 6

AMS e ABCS promovem curso de cortes no evento “Leitão à Marechal” / 6

Cartilha da ABCS com receitas de carne suína ganha prêmio de qualidade / 7

Acrismat realiza 8º Encontro de Suinocultores em Sorriso / 7

8 caPaForça política: protesto busca medidas para crise dos suinocultores

46 sabor subliMePolpetone de carne suína / 46

14 entrevista Deputado Vilson Covatti: Uma nova Frente para a suinocultura

Bahia / SUINTEC Bahia: consultoria registra avanço na qualidade da produção / 38

DiStrito FeDeral / Granjas e frigoríficos de Brasília recebem consultoria ambiental e aprimoramento do processo de industrialização / 40

eSPírito Santo / PNDS desenvolve ação específica para inserira carne suína em sistema prisional / 42

44 entre aMiGosCASP destaca a importância da climatização em granjas de suínos / 44

Agroceres PIC prepara-se para lançar dois novos machos reprodutores comerciais / 44

O aliado da produtividade / 45

Cristiano Leite de Godoy assume Coordenação Técnica de Suinocultura / 45

A marca da genética suína / 45

rio GranDe Do Sul / Ciclo de ações capacita mais de 170 profissionais gaúchos / 32

GóiaS / Teatro sobre qualidade da carne suína reúne mais de 14 mil crianças em Goiânia / 33

MinaS GeraiS / Suinocultura de Minas Gerais recebe programa pioneiro de gestão / 34

Santa Catarina /Agroindústria de SC busca melhoria com instalação de BPF / 36

Ceará / Dados confirmam evolução na produção de suínos no Ceará após SUINTEC / 37

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A 1ª Gincana da carne suína foi reali-zada durante a 48ª Expoagro, Feira

de Exposição Internacional, Agrope-cuária, Industrial e Comercial de Mato Grosso, que visa a troca de informa-ções e oportunidade de novos negó-cios. Organizado pela Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (ACRISMAT) em parceria com o SENAC/MT, a gincana teve como objetivo valo-rizar a criatividade dos chefs de cozinha profissionais (representantes de bares, buffets e restaurantes) e alunos dos cursos de gastronomia de Cuiabá.

Para a escolha do prato vencedor, cerca de 10 jurados experimentaram 18 pratos a base de carne suína prepa-rados espacialmente para a gincana pelos candidatos. A vencedora foi a chefe de cozinha do restaurante Es-tação do Pão, Rosane Lammel, com a receita de medalhão de filé suíno “Es-pecial do Chef”.

De acordo com presidente da Acrismat, Paulo Lucion, a gincana demonstrou de forma prática a versa-tilidade da carne suína. “Existem muitas receitas e pratos que podem ser feitos

com a carne suína e muitas vezes as pessoas não sabem ou não conhecem esses tipos de receitas”, encerra. u

Giro ABCS

uma iniciativa da Associação Mu-nicipal de Suinocultores (AMS)

em parceria com o Projeto Nacional de Desenvolvimento da suinocul-tura (PNDS) e o apoio da Mig-Plus e da prefeitura de Marechal Cândido

Rondon/PR, levou o curso de tecno-logia em cortes suínos para a região paranaense. O encontro aconteceu na 8º edição do festival “Leitão à Marechal” que reuniu nesta edição mais de 3 mil pessoas, segundo a

organização. Com a presença do con-sultor em cortes suí-nos, Daniel Furtado, ma is de 30 açou-g u e i ro s p u d e r a m aprender cerca de 40 tipos diferentes de cortes da carcaça suína.

Para Flaur i Mi-g l iavacca , d i retor

da Mig-Plus Agroindustrial e incen-tivador da ação na região, a inicia-tiva muda pensamentos precon-ceituosos e ajuda no crescimento do mercado. “Incentivei a presença desses cursos, pois acredito que podem promover a carne suína, fazendo com que o consumidor tenha um produto com cortes mais práticos para o dia a dia”.

Segundo o presidente da AMS, Paulo Foster, cr iar ambiente que promovam a carne suína é impres-cindível para o seu desenvolvimen-to. “O curso foi um incentivo ao consumo da carne suína. Quanto mais a sociedade consome mais a produção ganha força”, encerra. u

AMS e ABCS proMoveM CurSo de CorteS no evento “Leitão à MAreChAL”

ACriSMAt proMove 1º ginCAnA dA CArne SuínA

Medalhão de filé suíno “Especial do Chef” foi o prato vencedor da gincana

Em sua 8ª edição o festival aconteceu na região de Marechal Cândido Rondon/PR, e recebeu mais de 30 açougueiros para o curso

Vencedora da gincana, Rosane Lammel, comemora com o prêmio em mãos.

Daniel Furtado mostra as técnicas de cortes suínos aos açougueiros de Rondon/PR.

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O Prêmio de Excelência Gráfica Jorge Salim, organizado pelo

Sindicato das Indústrias Gráficas do Distrito Federal (Sindigraf-DF) e o Sis-tema FIBRA (Federação das Indústrias do Distrito Federal), chega em sua décima-segunda edição, sendo con-siderado o mais importante evento gráfico da região Centro-Oeste. Por meio da Athalaia gráfica e editora, em-presa com mais de 20 anos de história, a cartilha “Carne suína: receitas para churrasco” foi premiada na categoria folhetos promocionais. Desenvolvida com o objetivo de disseminar os cortes da carne suína, mais apropriados para

o churrasco, a car-t i lha contem mais de 10 tipos de cor-tes e dicas nutricionais referentes à saudabilida-de da carne suína.

Para a coorde-nadora nacional do PNDS, Lívia Machado, a pre-miação também é uma forma de promover a carne suína a diferentes públicos. “Com a exposição da cartilha

de churrasco de carne suína no evento, foi possível mos-

trar a sociedade os materais de divulgação da c a r n e s u í n a

seus benefícios e as várias possi-

bilidades de sabor que a carne suína oferece”, diz.O Prêmio de Excelência Grá-

fica Jorge Salim é uma vitrine para o trabalho realizado pelas empresas grá-ficas do Distrito Federal e um incentivo à qualidade. u

CArtiLhA dA ABCS CoM reCeitAS de CArne SuínA gAnhA prêMio de quALidAde

Mais de 160 suinocultores e produ-tores rurais da cidade de Sorriso, locali-zada a 420 km de Cuiabá, participaram nos dias 12 a 14 de julho do 8° Encontro de Suinocultores no município realiza-

ACriSMAt reALizA 8º enContro de SuinoCuLtoreS eM SorriSo

Objetivo do evento foi aprimorar conhecimentos técnicos dos produtores da região

do pela Associação dos Criadores de Su-ínos de Mato Grosso (Acrismat). O evento ocorre anualmente, com o intuito de di-vulgar os conheci-mentos estratégicos da suinocultura, a fim de aprimorar a atua-ção do produtor.

Osler Desouzart, diretor da OD Con-sultoria, membro da

Consultiva do World Agricultural Fo-rum e membro da equipe do The Sus-tainable Food Laboratory foi o primeiro a ministrar a palestra “Mercado da Car-ne Suína em 2020”. Seguido pelo Se-

cretário de Política Agrícola do MAPA, Caio Rocha, que falou sobre “Política Agrícola do Brasil”.

O encerramento contou com a palestra do professor e doutor Clóvis de Barros Filho, docente da ECA/SP, coordenador do curso de “Ética e Meio Ambiente”, do PEC/FGV e consultor da uNESCO falou sobre “Inovação: Con-ceito, Atitude e Identidade”.

Durante o encontro, o presidente da ACRISMAT, Paulo Lucion, recebeu o Secretário de Política Agrícola, Caio Rocha, e fez um apelo em favor dos suinocultores mato-grossenses e entregou a “Carta de Manifesto” ao representante do executivo federal. Segundo Paulo, a Carta enumera os principais problemas e desafios da ativi-dade e pede ajuda para o estado. u

Produtores de Suínos conhecem técnicas de produção no 8º encontro dos suinocultores em MT.

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um manifesto histórico para a sui-nocultura brasileira. Pela primeira

vez, em 50 anos de história, produtores de suínos se reuniram para mobilizar o Congresso Nacional, imprensa e sociedade sobre os problemas sociais e econômicos enfrentados pela sui-nocultura, devido a crise que já atinge mais de 10 estados produtores do país.

Na madrugada do dia 12 de julho já era possível notar a união do setor de suínos. Às 05h da manhã, mais de 300 suinocultores de diferentes estados do país se reuniam no café da manhã em frente ao Tea-tro Municipal para dar inicio ao grande ato público, que às 09h já reunia mais de 700 produtores no Congresso Nacional. Vestidos com uniformes que estampavam o nome da manifestação “Preço Justo para Produ-zir”, os suinocultores pediram medidas emergenciais ao governo para auxiliar no combate à crise que afeta o setor. Ao som de apitos e cornetas, os suinocul-tores carregavam faixas com frases de protesto. “A suinocultura brasileira pede socorro”, dizia umas das faixas.

“Não mediremos esforços para salvar a suinocultura e regulamentar essa atividade. Estou muito feliz com a

participação dos produtores de todo o país no manifesto. Desde que assisti a mobilização em Braço do Norte (SC), em que cruzes representaram a morte da atividade, aprendi a respeitar um setor, que conta com poucos parceiros nesta sociedade. A partir de agora, muito trabalho na Frente Parlamentar Mista da Suinocultura. Parabéns as entidades envolvidas no manifesto”, disse a Senadora Ana Amélia Lemos (PP/RS). Defensora da atividade sui-

nícola, ela acredi-ta que a situação dos suinocultores mobilizou grande número de par-lamentares. “Em poucos momen-tos v imos uma

audiência pública motivar tantas pes-soas no Senado. Sejam parlamentares, representantes de estado, prefeitos, suinocultores ou empresários, o setor foi muito bem representado neste ato”, destacou a Ana Amélia.

Os suinocultores brasileiros en-frentam uma conjuntura difícil, em que pesam fatores negativos, como eleva-ção do custo de matéria-prima (milho e soja) e perda de mercados externos. O fator positivo – aumento de produ-tividade – acaba contribuindo para um aumento da produção. Esta, não con-

ForÇA poLítiCA proteSto BuSCA

MedidAS pArA CriSedoS SuinoCuLtoreS

em poucos momentos vimos uma audiência

pública motivar tantas pessoas no Senado

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Entenda as medidas solicitadas pelos suinocultores ao Governo Federal:

pRÊMIO DE ESCOaMENTO DE pRODUTO (pEp) Definir o preço mínimo da carne suína em r$ 2,30/kg de suíno vivo, para operações de subvenção de Prêmio de escoamento de Produto (PeP), nas seguintes condições: até o limite de 50 mil tone-ladas; todas as regiões produtoras, beneficiando cooperativas e agroindústrias que adquiram o produto diretamente dos produtores independentes e o valor máximo de prêmio é r$ 0,40 / kg de suíno vivo. o volume de recursos é de r$ 30,4 milhões;

pRORROGaçÃO DaS DíVIDaS DE CUSTEIO Prorrogação das dívidas de custeio da safra 2011/2012, vencidas e a vencer em 2012, deverão ser prorrogadas por 06 meses, podendo após esta data, havendo incapacidade de pagamento, prorro-gar por 05 anos.

pRORROGaçÃO DaS DíVIDaS DE INVESTIMENTOProrrogação da parcela das dívidas de investimento vencidas ou a vender em 2012 para um ano após o vencimento da última parcela.

LINHa DE CRÉDITO DE RETENçÃO DE MaTRIZESampliação da linha de crédito de retenção de matrizes para o limite de r$ 2,0 milhões por produtor com prazo de 02 anos para pagar;

SUBVENçÃO DIRETa aO pRODUTOR DE SUíNOSSubsidiar diretamente o produtor de suínos, durante o período de 06 meses, a diferença entre o custo de produção regionalizado e o preço de venda do quilo de suíno vivo, até o limite de 0,60 centavos por quilo de suíno vivo;

pOLíTICa DE GaRaNTIa DE pREçOS MíNIMOS (pGpM)inclusão da carne suína na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). aprovação do Pl 7416/2010 em tramitação na comissão de finanças e tributação da Câmara dos Deputados que trata da inclusão da carne suína na PGPM.

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seguindo acesso a mercados externos, contribui para ampliar a disponibilida-de interna, com consequente retração nos preços, uma vez que há um de-sequilíbrio entre a produção maior, o consumo e a exportação menores.

MedidasDurante a audiência no Congresso

Nacional, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, e o Secretário de Política Agrícola, Caio Rocha, anunciaram algu-mas medidas para o setor, mas na análise da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), as medidas ainda são insuficientes para solucionar a crise. O prejuízo acumulado ao longo dos meses já soma mais de R$ 4 bilhões e ameaça fechar centenas de granjas, atingindo diretamente cerca de um milhão de bra-sileiros que trabalham no setor. “A política

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de preço mínimo para a suinocultura, uma das principais reivindicações da ca-tegoria, não foi anunciada pelo governo. Sem a política de preço mínimo, a crise tende a seguir seu curso de prejuízos para o setor”, explicou o presidente da ABCS, Marcelo Lopes.

Mendes Ribeiro destacou ainda que a Frente Parlamentar Mista da Sui-nocultura terá desafios, como trabalhar nessa proposta, para regulamentar o setor, em um futuro próximo. “Vocês precisam ter paciência com esse mi-nistro, precisamos analisar a realidade, e neste momento, apenas essas medi-das podem ser anunciadas. O restante das ações serão definidas na próxima semana, entre as lideranças do setor e a Frente Parlamentar Mista da Suinocul-tura”, afirmou o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro.

Suinocultores pedem socorro na Esplanada dos Ministérios

do sistema bancário, que podem ser contraídos junto a cooperativas, ce-realistas, fornecedoras de insumo e tradings. Os recursos, segundo o minis-tério, poderão ser do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) ou de outras fontes a serem identificadas. Os juros, nestes casos, serão de 5,5% ao ano, com prazo de cinco anos para que o produtor possa efetuar o pagamento.

O governo anunciou ainda que, dependendo da reação do mercado, o governo prevê a definição do preço de referência para a carne suína em caráter excepcional (até 28/12/2012) para as operações de subvenção de Prêmio de Es-coamento de Produto (PEP) no valor de R$ 2,30/kg por animal vivo. A medida, segun-do o governo, valeria para mercadorias originárias da Região Sul e com limite de 50 mil toneladas para cooperativas.

Entre as medidas anunciadas pelo governo, está a autorização para uma linha de crédito especial de R$ 200 milhões para que as indústrias possam adquirir leitões ao preço de referência de R$ 3,60 o Kg vivo. A taxa de juros será de 5,5% ao ano. O governo também decidiu prorrogar as dívidas de custeio com vencimento ou já vencidas em 2012 para até janeiro de 2013.

O ministro ainda garantiu que os produtores terão uma linha de crédito para financiamento das dívidas fora

o prejuízo acumulado já soma mais de

r$ 4 bilhões e ameaça fechar centenas de granjas.

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O ministro Mendes Ribeiro Filho afirmou também que a retomada do comércio com a Argentina, com a Al-bânia e a vinda de uma missão de téc-nicos da Rússia ao Brasil, neste segun-do semestre de 2012, poderão reverter a suspensão da compra de carne suína brasileira por aquele país. “Quanto ao comércio exterior, a questão deverá ser normalizada. A retomada do comércio com a Rússia é um desafio que eu pu-xei pra mim”, afirmou o ministro, que também defendeu as medidas anun-ciadas para amenizar a crise. O ministro também lembrou que a grave situação da suinocultura não é só uma questão de excesso de oferta, mas também de demanda. “É preciso levar o apelo ao consumidor para que se consuma mais carne suína”, disse.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria Pro-dutora e Exportadora de Carne Suína

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CUStO DE pRODUÇÃO INtENSIFICA CRISE

o aumento no preço do farelo de soja repercutiu negativamente para a suinocultura de todo o país. Considerada a commodity mais valorizada ao longo de 2012, a alta do preço do farelo amarelo, está superando a do petróleo e a do ouro.

no estado do Paraná a tonelada do produto atingiu recordes nunca antes contabilizados pelos produtores de suínos. “o suinocultor está pagando para exercer a atividade”, desabafa o suinocultor da região de to-ledo/Pr, Deoclides Bezoin. Segundo ele, os valores de compra do farelo de soja atingiram nessa semana r$ 1.450 a tonelada. “Desde 1975 o preço do farelo nunca esteve tão elevado”. no estado, o valor do custo de produção já chega a r$ 2,82 o quilo, em média 90 centavos de prejuízo por animal comercializado.

o mesmo cenário se repete nos estados do rio Grande do Sul, Mato Grosso e Minas Gerais. no Mato Grosso, os custos com a aquisição do insumo para alimentar os animais cresceu 100% entre 2011 e 2012. em rondonópolis, a 218 quilômetros de Cuiabá, a última semana foi de preços recordes para o farelo, na ordem de r$ 1,2 mil por tonelada. Fato jamais constatado, segundo produtores de suínos da região.

na cidade de Pará de Minas, situada a 73 km de Belo horizonte, os valores de compra do farelo de soja também atingiram níveis recordes. Segundo o coordenador de suprimentos da Cooperativa dos Granjeiros do

oeste de Minas (Cogran), Carlos alberto França, os custos de produção do quilo do suíno já atingem r$ 3,10. na região, o farelo de soja está sendo comercializado a r$ 1,32 mil a tonelada.

na região sul, o problema também já reflete nas granjas de suínos. no noroeste do rio Grande do Sul a tonelada de farelo de soja está sendo vendida por r$ 1,28 mil a tonelada e o milho a 33 reais a saca.

Por essa razão, a aBCS acredita não haver outra forma de ajudar o produtor de suínos independente que não seja a subvenção por parte do governo federal da diferença entre o preço de venda do kg do suíno vivo e o custo de produção.

Segundo levantamento da entidade, para que haja equilíbrio na ati-vidade, é preciso que o valor de comercialização do quilo suíno vivo compre 3,5 quilos de farelo de soja. atualmente, o produtor vende 1 quilo e compra apenas 1,5 quilo de farelo de soja.

Suinocultores esperam decisão do Ministro sobre as reivindicações do Ato Público

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(Abipecs), Pedro Camargo Neto, a esti-mativa é que exista um excedente de 70 mil toneladas no mercado interno. “Os números de exportação de junho mais uma vez frustraram o setor de suínos. uma ampliação nas vendas externas certamente ajudaria a reduzir a amplitude da crise pela qual atraves-sa a atividade”, afirma o presidente da Associação Brasileira da Indústria Pro-dutora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto. Ao analisar os resultados das exportações

de carne suína, no mês passado, Ca-margo Neto comenta: “junho de 2012 foi menor que maio de 2012 e também menor que junho de 2011”.

InsatisfaçãoMesmo com as medidas anuncia-

das pelo ministro a suinocultura teme a falência de muitos produtores devido à falta de uma política agrícola condizen-te com a realidade da atividade. “Precisa-mos organizar o setor, o governo possui o compromisso de controlar a produ-

Entre as reivindicações do Ato Público os suinocultores solicitaram a inclusão da carne suína na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM)

Valdecir Folador, presidente da ACSURS, cobra soluções imediatas do governo

ção para ser compatível com a deman-da. É preciso oferecer planejamento a suinocultura”, destaca o deputado fede-ral, Valdir Colatto (PMDB/SC). “A crise é dos suinocultores, pois tem muitos elos da cadeia produtiva que estão ganhan-do muito dinheiro. Precisamos corrigir as distorções da cadeia”, reforça Covatti.

O presidente da Comissão Nacio-nal de Aves e Suínos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Renato Simplício Lopes, classi-ficou as medidas de insuficientes. “Os produtores de carne suína estão se afo-gando nessa crise e, se o Governo não der a mão, eles vão afundar, porque as medidas são insuficientes”, afirmou.

A mesma opinião divide, Marcelo Lopes, presidente da ABCS: “Nada disso vai resolver o problema que enfrentamos nesse momento porque os produtores estão sem limites de endividamento. O governo precisa se dar conta disso”, disse o presidente da ABCS. A entidade reforça que as medidas anunciadas não resol-vem por completo o problema que atin-ge a suinocultura brasileira. “Enquanto não tivermos a implementação de uma política de preço mínimo para a suino-cultura, que seja capaz de acabar com as diferenças de valores pagos ao produtor, a crise tende a continuar crescendo”, de-sabafou o presidente. u

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Como surgiu a articulação para a criação de uma Frente parlamentar que atenda somente o setor de suí-nos do Brasil?

A suinocultura brasileira, a exem-plo de outras cadeias produtivas, cresceu significamente nos últimos anos. O setor é formado por mais de 50 mil produtores e emprega mais de 1 milhão de pessoas direta e indireta-mente. Apesar de sua grande repre-sentatividade na economia do país, a classe não recebe a atenção merecida do Governo Federal. Por este motivo, e pela atual crise que passa o setor, é que decidimos criar a Frente Parlamentar Mista, Câmara e Senado, da Suinocul-tura, para defender os interesses dos produtores de suínos.

Sempre trabalhei para o setor, é

bem verdade, de forma isolada. Sou filho de pequenos agricultores, que até hoje tem a sua atividade ligada a suinocultura e ao leite. Conheço a lida do produtor de suíno, que não tem domingos nem feriados e faça chuva, faça sol, calor ou frio, tem de estar na lida. Agora, com a Frente Parlamentar vamos trabalhar de forma unida e in-tegrada.

O que, de fato, a criação de uma Frente parlamentar pode auxiliar na busca de soluções para a crise da suinocultura?

A Frente Parlamentar da Suino-cultura já possui a adesão de 248 de-putados e 12 senadores, que serão os representantes dos suinocultores nas discussões de projetos e medidas que

visam o benefício do setor.Em consonância com a Associa-

ção Brasileira dos Criadores de Suínos, já participamos de diversas audiências com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Fi-lho, para discutir medidas para ameni-zar a crise do setor. Algumas propostas já foram divulgadas pelo Governo Federal, como por exemplo, a Linha Especial de Crédito (LEC) para os sui-nocultores adquirirem leitões ao preço de R$ 3,60/kg (estão disponíveis R$ 200 milhões com taxas de 5,5% ao ano) e a prorrogação das dívidas de custeio e investimento.

Também encaminhamos, e cobra-mos urgência, a criação de uma subven-ção do frete para colocar carne suína no norte e nordeste e aquecer o consumo;

Entrevista

uMA novA Frente pArA A SuinoCuLturA

Parlamentares preocupados com a crise que afeta a suinocultura brasi-

leira instalaram no Congresso Nacional, na noite do dia 04 de julho, a Frente Par-lamentar Mista da Suinocultura. Resul-tado do empenho da Associação Bra-sileira dos Criadores de Suínos (ABCS) junto aos parlamentares na busca de so-luções para a crise, a criação da Frente foi liderada pelo deputado federal Vilson Covatti (PP-RS) e contou com o apoio dos deputados Valdir Colatto (PMDB/SC), Dilceu Sperafico (PP/PR), Paulo Piau (PMDB/MG), e da senadora Ana Amélia Lemos (PP/RS). Com a assinatura de 221 deputados e 12 senadores, a Frente tra-balhará para discutir não apenas a ques-tão do preço, mas sim todos os gargalos ao longo da cadeia produtiva e, conse-quentemente, incentivar o aumento do consumo de carne suína.

Com vinte e cinco anos dedicados a política, o deputado federal Vilson Covatti (PP-RS) chegou à Brasília para assumir, pela primeira vez, uma vaga na câmara federal.

Sua destacada atuação e posturas firmes em três mandatos como deputado estadual no Rio Grande do Sul, fez dele uma das grandes lideranças políticas no estado. Filho de agricultores, advindo de uma família com cinco filhos, onde mantinham uma pequena propriedade rural que empregava mão de obra familiar, Vilson desafiou as dificuldades naturais de sua origem humilde e diplomou-se em três cursos superiores. Covatti é advogado e bacharel em ciências naturais e adminis-tração de empresas.

Confira o que pensa o Deputado líder da inédita Frente Parlamentar da Suinocultura: Deputado Vilson Covatti

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além de uma subvenção direta ao produ-tor de R$ 0,40 a R$ 0,60 centavos por kg, para buscar minimamente o equilíbrio entre o custo de produção e da venda.

Com as medidas, o setor preten-de escoar a produção de um estado produtor para um não produtor, equa-lizando o ICMS dos estados, ou seja, se um suíno sair do Rio Grande do Sul a R$ 2,80 tem de chegar a qualquer outro

estado pelo mesmo preço.

Como será feita a atuação da frente?A Frente vai atuar em consonância

com a ABCS, bem como com as asso-ciações dos estados, procurando ser o porta voz dos suinocultores do Brasil e aglutinar forças com o setor.

Neste período de crise, a Frente está em contato permanente com a ABCS, o Ministério da Agricultura, do Planejamento e da Fazenda para discutir e achar uma solução. Assim

que definirmos as medidas, vamos co-meçar a trabalhar projetos que deem transparência a toda a cadeia, desde o produtor até o consumidor, além de discutir ações mais rápidas quando se tratar de futuros embargos, de políticas de abastecimento de grãos, de coloca-ção de carne suína na merenda escolar, de presídios e hospitais. Tudo isso vai aumentar o consumo e quebrar o pre-conceito sobre a carne suína. 

Precisamos que o produtor parti-cipe com sugestões. Será esta partici-

pação que ditará o rumo dos trabalhos da Frente.

A tramitação de projetos de interes-se da suinocultura podem ser acele-rados com a criação da Frente?

Sem dúvida. A Frente visa exata-mente apresentar propostas eficazes que possam pressionar o Governo, bem como a tramitação nas comissões do Congresso Nacional, uma vez que é público e notório a necessidade ur-gente da aprovação de medidas que possam impulsionar e dar oxigênio aos nossos suinocultores.

Como a FpS propõe discutir a vola-tilidade dos preços dos grãos (soja e milho) e seu abastecimento?

A soja e o milho por se tratar de “commodities” coloca o produtor como refém da globalização finan-ceira, pressionado pelo mercado de poucos compradores (de empresas multinacionais), ou seja, não há como controlar a volatilidade dos preços, já que não depende só do mercado interno, mas do mercado financeiro internacional, razão pela qual, precisa-mos nos preocupar com outros fatores

Vamos começar a trabalhar projetos que

deem transparência a toda a cadeia, desde o produtor até

o consumidorDeputado Vilson discursa no Ato Público dos Suinocultores Brasileiros

Deputado Vilson Covatti no lançamento oficial da Frente Parlamentar da Suinocultura no Senado Federal

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Entrevista

já anteriormente citados, como custo de produção e o baixo valor de venda.

O abastecimento do mercado interno já está sofrendo e muito, uma vez que houve queda na produção de aproximadamente 50% de grãos. Toda semana os produtores de suínos também foram surpreendidos pela elevação dos preços do milho, que em

alguns estados como Santa Catarina e Rio Grande do Sul já chegou a 30% de aumento.

O Governo vai se obrigar a intervir no mercado, subsidiando os principais grãos para a composição das rações, controlar a exportação de milho e soja, além de ter que deslocar estes grãos das grandes regiões produtoras para o sul do país, subsidiando o frete e garan-tindo o abastecimento.

Outra medida que o Governo deve fazer é regular o estoque de abastecimento pela Conab. Já soli-citamos à CONAB, que o milho seja

financiado diretamente com prazo de 60 dias a 90 dias, desburocratizando o processo de compra.

Na sua opinião, como deverá trami-tar o pL 7.716/2010 (pGpM da carne suína) daqui para frente? Qual a pre-visão para termos uma lei?

É complicado falar em previsão já que não depende única e exclu-sivamente das melhores intenções da Frente Parlamentar. No entanto, é necessário termos um preço de refe-rência, ou preço mínimo.

Agora, com a Constituição, vamos ter representatividade e força para pautar e exigir uma tramitação célere dos projetos, tanto nas comissões da Câmara quanto do Senado. Temos que continuar a pressão para que se torne Lei. A previsão vai ser do tamanho da pressão que podemos fazer.

O projeto de Lei 330/2011, que trada da lei das integrações e se en-contra na Comissão de Constituição e Justiça do Senado também terá atenção da FpS?

Com certeza. Nossa comissão é mista, ou seja, Câmara e Senado, portanto, estamos atentos a todos os projetos em tramitação no Congresso

Nacional que possam de alguma forma trazer melhorias significativas aos nos-sos suinocultores.

Esperamos que a Agroindústria tenha mais obrigações e responsabili-dades com seus integrados e diminua sua voracidade em ter toda a produção em suas mãos, voltando a comprar parte da sua necessidade no mercado independente.

O que o suinocultor pode esperar de resultados para os próximos meses?

Avanços significativos vão acon-tecer em breve, já que estamos em contato direto com o Ministério da Agricultura, do Planejamento e da Fazenda. Todos já são sabedores do tamanho da crise que afeta o setor, agora, é preciso apresentar medidas para salvar os produtores, a começar pelos independentes que são os mais atingidos pela crise.

Podem ter certeza, não faltará vontade, coragem e mobilização para pressionar o Governo. Governo que tem que entender a importância da suinocultura no Brasil e o que ela repre-senta econômica e socialmente, como por exemplo:

• 1,65 milhão de Matrizes Tecnifi-cadas;

• 3,4 milhões de toneladas de carnes suína em 2011;

• 9,6 bilhões de reais no valor bru-to da produção 2011;

• 1,43 bilhão de dólares em ex-portações em 2011;

• 50 mil produtores;• 1 milhão de empregos diretos e

indiretos;• 4º maior produtor e 4º maior

exportador mundial. u

a Frente visa exatamente apresentar propostas eficazes que

possam pressionar o Governo

não faltará vontade, coragem e mobilização para

pressionar o Governo

Presidente da ABCS explica as medidas do governo repassadas em audiência com o Ministro da Agricultura.

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Intercâmbio

MiSSão FrAnCo-iBÉriCA: Brasileiros conhecem produção avançada de suínos, modelos de

cooperativas e formatos de comercialização

sistemas de identificação, universida-des, mercados atacadistas, bolsas de comercialização e órgãos governa-mentais nos dois países, em maio de 2012. Durante duas semanas, os parti-cipantes conheceram a produção, co-mercialização, qualidade, certificação e rastreabilidade da carne suína nos dois maiores produtores e exportado-res do segmento na uE.

A Espanha produz atualmente 3,2 milhões de toneladas de carne suína, exportou mais de 1 milhão de tonela-das em 2010 e possui um consumo por pessoa que chega aos 55 quilos ao ano. A França tem produção de 2 milhões

de toneladas, vende ao mer-cado externo mais de 700

mil e possui um consumo interno que alcança

mais de 32 quilos por habitan-te a o a n o. São 1,18 mi-

lhões de matrizes, um rebanho de 14,5 milhões de cabeças e aproximadamente 14 mil produtores franceses.

A missão faz parte das ações do Sebrae/MG e da Associa-ção de Suinocultores do Esta-do de Minas Gerais (ASEMG)

no Projeto Nacional de Desenvolvi-mento da Suinocultura (PNDS). Para a coordenadora do Projeto, Lívia Ma-chado, a missão trouxe aprendizado e troca de experiências para que os no-vos planos de ações desses parceiros seja ainda mais ousado. “As entidades trabalham desde 2010 no projeto su-perando metas e resultados propostos. O Sebrae/MG oportunizou essa missão para que os produtores e frigoríficos possam se tornar mais competitivos no mercado suinícola brasileiro”, comenta a coordenadora, reforçando que a missão englobou os 3 elos de atuação do PNDS: produção, industrialização e comercialização.

A comitiva conotou com repre-sentantes de polos da suinocultura mineira e instituições relacionadas aos PNDS, sendo: Sebrae/MG: Fernando Ataíde, Cláudio Gontijo e Marcos Alves; ASEMG: Sabrina Cardoso e Roberto Magnabosco; ASSuVAP e frigorífico Saudali: Fernando Soares e João Leite; ASTAP e SuINCO: Altair Olímpio e Gui-lherme Queiróz e ABCS: Marcelo Lopes, Fabiano Coser e Lívia Machado, além dos representantes João Fernando Nu-nes do Sebrae Nacional; Professor Jose-mar Xavier da universidade de Brasília e Valdecir Folador da ACSuRS.

um mergulho profundo no sis-tema de criação de suínos na

região de Catalunha na Espanha e de Rennes, na França. Esse foi o objetivo

das atividades da missão brasi leira que visitou

granjas, indústrias, empresas, coope-

rativas, centros de pesquisa,

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Conhecido como o único gru-po de especialistas espanhol de-dicado à assessoria integral da criação de suínos, o Optimal Pork Production (OPP), fez parte do roteiro dos brasileiros. O objetivo da empresa é oferecer os serviços necessários para a criação de suí-nos, de maneira eficaz, dentro de todas as possibilidades. Atualmen-te a OPP atende mais de 300 mil matrizes no país, com cerca de 20 consultores especializados.

Os integrantes da missão também conheceram a uniporc Ouest, associação sindical criada pela associação dos criadores de suínos que controla cerca de 87% da produção francesa fazendo a

fiscalização da pesagem, avalia-ção da qualidade das carcaças e a rastreabilidade dentro dos abatedouros, inclusive atuando na calibração dos equipamentos. Formada produtores e também frigorífico realiza e garante a pesa-gem e a classificação de suínos de abate, na Europa Ocidental e na parte noroeste e da França. Além disso, controla 87% da produção francesa, ou seja, 21 milhões de suínos, em 25 abatedouros.

Já a Inaporc (French Interpro-fessional Pork Council), instituição que congrega entidades de diver-sos elos da cadeia suinícola france-sa como, por exemplo, associação de produtores, de frigoríficos, asso-

ciação de empresas exportadoras, entre outras, que juntas lutam pela melhoria do setor, trouxe aos integrantes uma nova visão sobre o associativismo.

Ainda na área de produção, a missão conheceu as instalações de uma granja na região de Llei-da, onde foi possível observar os avanços da tecnologia no setor de suínos na Espanha. “Algumas estruturas são diferentes de como conhecemos no Brasil, principal-mente as construções, que são todas pré-moldadas, mas acredi-to que no quesito qualidade de produção, estamos nos mesmo patamares”, comentou João Leite, presidente da Coosuiponte.

Participantes da missão conhecem granjas escolas da Optimal Pork Production (OPP)

pRODUÇÃO

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“A suinocultura brasileira ganhará muito se organizar seu processo produtivo de uma forma parecida com a da Espanha. Acredito que a nossa forma de fazer a bolsa de suínos no Brasil, principalmente em Minas Gerais, pode mudar. A França e a Espanha têm as melhores formas de realizar este processo o que garante benefícios para todos os elos da cadeia”.

João Carlos Bretas Leite, presidente da Coosuiponte e diretor financeiro da Assuvap

“A oportunidade de acompanhar os trabalhos desenvolvidos nesses países, permite comparações com o nosso trabalho e certamente estabelece possibilidades de ações que melhorem nosso sistema de produção e organização da cadeia. As discussões abertas no sentido de crescimento da cadeia como um todo, foram destaque e motivo de comparação com nosso sistema.”

Roberto Magnabosco, Conselheiro da Asemg

Intercâmbio

“No Brasil, os aspectos produtivos e de sanidade não ficam atrás do que vimos na Espanha e da França. O que chamou atenção foi a organização do setor. Creio que junto ao PNDS continuaremos a desenvolver e fortalecer o capital humano e, assim, alcançar o nível de organização dos produtores europeus”.

João Fernando Nunes, gestor da carteira de suinocultura do Sebrae Nacional

“Verificamos as melhores práticas em toda a cadeia produtiva adotadas na suinocultura internacional para no futuro aplicá-las nos projetos em andamento em Minas Gerais. Práticas relacionadas à gestão do empreendimento, sustentabilidade, rastreabilidade, industrialização e novos meios de comercialização para o consumidor final”.

“Nos países que visitamos existe uma interação entre o produtor, frigorífico e supermercados, tendo uma preocupação grande com o produtor, sempre dando suporte; a cadeia produtiva tem força e respeito. Estas missões confirmam o interesse do Sebrae em apoiar o suinocultor”

“Conhecer a realidade de outros países que são nossos competidores e possuem diferentes graus de eficiência e tecnologia, é fundamental para melhorarmos nossos resultados. A missão proporcionou aos participantes envolvidos diretamente com a cadeia compreender que o segredo para crescimento do nosso setor está no mercado interno”

Fernando Ataíde, consultor técnico do Sebrae/MG

Altair Olimpio, pres. da Ass. dos Suinocultores do Triângulo e Alto Paranaíba

Marcelo Lopes, presidente da Ass. Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS)

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INDUStRIALIzAÇÃOOutra parte da missão interna-

cional da suinocultura foi conhe-cer a Cooperativa Agropecuária Guissona, localizada na cidade de Guissona na Espanha. O grupo com vasta experiência na indústria de alimentos desenvolve todas as atividades de pecuária, industriais e comerciais necessários para atingir o consumidor. Desde 1959 tem incorporado na estrutura de produção, negócios e compras, elementos necessários para re-alizar uma integração vertical e assim fechar o ciclo de produção. Atualmente, o grupo realiza todos os processos desde o nascimento, para produção de alimentação, passando pela engorda, abate, pro-cessamento, até a sua distribuição.

O Grup Alimentare Guissona, detentor da marca Bonarea, atua ao longo de toda cadeia produtiva de suínos. Atualmente possui mais de 400 pontos de venda direto ao consumidor. Com abate superior a 6 mil suínos/dia, e maior parte de sua carne comercializada in natura, o grupo fornece também para diversos varejistas na Espanha e outros países da Europa. O grupo é o primeiro da França e o 5º maior da Europa em comercialização de carne suína.

“A Cooperativa se diferencia porque trabalha em atendimento total ao produtor (presta serviços a ele oferecendo desde a nutrição da granja, medicamentos, até a venda do suíno produzido entre outras áreas como financeira)”, comenta o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, e explica que são mais de 2.700 produtores em sua maioria inde-pendentes que possuem cerca de

200 matrizes. A cooperativa possui ao todo 4.800 colaboradores que prestam serviço especializado. “Foi extremamente produtiva a visita porque o grupo de cooperativas presentes (Suinco e Coosuiponte) puderam conhecer um exemplo de cooperativa que expandiu seus serviços aos produtores em diver-sas aéreas, mas o que mais chama atenção é que eles garantem aos produtores a compra de 100%por cento do seu produto”, comentou Lívia Machado.

Os brasileiros também co-nheceram a Cooperl Arc Atlanti-que, a principal indústria de carne suína da França, que produz seis milhões de suínos ao ano (1,2 mi-lhão de toneladas em 2009), fatu-

rou dois bilhões de euros no ano passado e possui doze milhões de consumidores em todo o mun-do. A empresa exporta para 13 países e mantém uma produção totalmente verticalizada e cativa no segmento suíno, contando atualmente com 1350 criadores. No fim do período, a visita foi a uma usina de tratamento de re-síduos de quatro granjas ligadas à Cooperl, que transforma 15 mil metros cúbicos de dejetos em fertilizantes seco e líquido.

“O ganho maior que esta mis-são trará a seus participantes é a absorção de informações, uma vez que percebendo in loco situações diferentes em termos de organiza-ção setorial fica mais fácil perceber que algo que parecia impossível pode ser perfeitamente colocado em prática” explanou Fabiano Co-ser, diretor-executivo da ABCS.

Marcelo Lopes, presidente da Ass. Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS)

Carne suína encontradas na França e Espanha em diversos formatos seja em supermercados ou feiras tradicionais

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Em Lleida, na Província da Ca-taluña, a comitiva conheceu a Bol-sa de Comercialização da região, Lonja Agropecuária Mercolleida. Criada em 1972, a instituição tem como objetivo de regular os mer-cados de origem. Atualmente, sua fonte de financiamento são cotas de usuários, cerca de mil, sendo 80% de suínos. “Eles mantém um controle informatizado da produ-ção, abate e peso dos animais, o que auxilia os produtores e frigorífi-cos no momento de decidir os pre-ços de comercialização de forma justa e equalizada com o momen-to”, explica o diretor-executivo da ABCS, Fabiano Coser.

Segundo relato, a discussão de valores acontece entre 8 re-presentantes dos principais pro-dutores e 8 dos compradores, originando o preço de referência para os produtores e outras bolsas da Espanha. O presidente da Coo-suiponte, João Leite, também pre-sente na missão, destacou o estru-tura utilizada pelos espanhóis na definição do preço de comercia-lização do suíno. “O que mais nos chamou a atenção é a presença de um personagem neutro durante as negociações. É dele a respon-sabilidade de definição do valor quando não há consenso entre as parte. Em Minas, essa ideia pode fazer a diferença”, explicou.

Na cidade de Plérin, um muni-cípio francês na região administra-tiva da Bretanha, a comitiva conhe-ceu o Marché du Porc Breton, bolsa que comercializa em torno de 15% a 20% de toda produção de suínos da França, através de um sistema de pregão eletrônico. No dia da

visita foram comercializados 55 mil animais de mais de 500 pequenos produtores. Os animais são dividi-dos em lotes e ofertados em um sistema eletrônico onde os lances podem ser presenciais ou através da internet. Apesar de comerciali-zar apenas 1/5 de toda produção francesa, este mercado serve de preço base para toda a França.

“O que chamou atenção do grupo foi que a tendência da bolsa é calculada de acordo com a lei da oferta e demanda, ou seja, a cada semana na negociação há relação entre o número de animais ofer-tados e o número de animais que cada frigorífico indica que precisa comprar”, comentou a coordena-dora nacional do PNDS, Lívia Ma-chado. Segundo ela, essa revelação é feita de forma concomitante e isso os permite trabalhar sempre com uma variação máxima de 0,6 centavos de euros para aumento

ou queda no preço. “Essa condição permite tanto a produtores quanto a compradores a projeção de um fluxo de caixa mais preciso e um equilíbrio maior no negocio já que ele conhece as possibilidades de variação no preço”, explica.

Segundo o presidente da Associação dos Suinocultores do Vale do Piranga (Assuvap), Fernando Soares, a realização da bolsa é “o sonho de consumo de todo o suinocultor”, mas, ele reforça que está longe da realida-de do Brasil. “Temos produções muito distintas e ainda contamos com um espaço demográfico gigantesco de produção, por isso não temos condições de balizar um único preço para todas as regiões”, explica. “Acredito que o conhecimento que adquirirmos nas visitas, pode sim trazer novas visões para o que fazemos e as-sim adaptar a nossa realidade”.

COMERCIALIzAÇÃO

Marché du Porc Breton, bolsa que comercializa em torno de 15% a 20% de toda produção de suínos da França

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Dez anos atrás a suinocultura bra-sileira sofria a maior crise de sua

história. Devido ao alto preço do milho e ao excesso de produção, o custo de pro-dução subiu para R$ 1,40/kg vivo e os preços pagos ao produtor caíram para R$ 1,12/kg vivo (Quadro 1). Amargando prejuízos por um longo período, vários suinocultores deixaram a atividade e ao final de 2 anos contabilizamos um abate de 360 mil matrizes. Sem dúvida, a maior destruição de capital genético da história da Pecuária Brasileira.

Hoje, após 10 anos, estamos pre-senciando um quadro muito seme-lhante. Devido ao alto preço do farelo de soja, o custo de produção subiu para R$ 2,45/kg vivo e os preços pagos ao produtor caíram para R$ 2,13/kg vivo no estado de São Paulo. Quanto mais ao Sul do país, maior é a perda: no Rio Grande Sul, com um custo de produção seme-lhante, os suinocultores independentes recebem hoje apenas R$ 1,70/kg vivo.

Ainda não contabilizamos a perda atual de matrizes, mas é certa uma redu-ção do rebanho e a saída de um grande número de pequenos e médios suino-cultores da atividade. Só não é maior no momento, pois o mercado não compra as matrizes e o suinocultor não tem como encerrar a atividade da noite para o dia.

A CriSe dA SuinoCuLturA BrASiLeirA

Suinocultor independente sofre forte descapitalização nos últimos 5 anos

Esta crise do suinocultor inde-pendente brasileiro deve ser anali-sada com muita seriedade por parte das nossas autoridades, pois estes produtores são responsáveis por cerca de 34% da produção nacional e geram milhares de empregos, man-tendo o homem no campo. São na sua grande maioria empresas familiares, com pequenas exten-sões de terra, que sobrevivem à custa de um trabalho árduo de 365 dias por ano, sem férias e sem fins de semana. Espera-se no mínimo, que tenham uma justa remuneração por produzir um alimento de alta qualidade, que abastece aos 85% da população brasileira que mora nas cidades e que é expor tado para mais de 75 países no mundo. Fazem par te do orgulho nacional de podermos dizer que so-mos o 4º maior produtor e exportador mundial de carne suína.

Mas, a realidade deste setor da nossa pecuá-ria infelizmente não é motivo

Por Dentro do Setor

Junho 2002 Junho 2012Preço ao Produtor, R$/kg vivo 1,12 2,13 Custo de Produção, R$/kg vivo 1,40 2,45 Prejuízo, R$/kg vivo 0,28 0,32 Prejuízo/Custo de produção, % 20 % 13 %

Fonte: Luciano Roppa, 2012.

Quadro 1: Dados comparativos da Crise da Suinocultura em 2002 e 2012, com dados do Estado de São Paulo.

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de orgulho para nenhum de nós brasileiros. A reali-dade é que o suinocultor independente está num acelerado processo de descapitalização nos úl-t imos anos e deixan-do gradativamente a

atividade. Ano após ano, temos a notícia de um maior núme-ro de pequenos e médios produtores de ixando a at iv i -dade. Famílias que deixam o campo e

migram sem recur-sos para as grandes

c i d a d e s , a g r a v a n d o os sérios problemas sociais com os quais desafortunadamente

convivemos.Para mostrar que

a crise atual não co-meçou neste ano, mas

sim de que é fruto de uma descapitalização e endividamento cada vez maior ao longo dos

últimos anos, a “ROPPA Consulting” elaborou um le-

vantamento com base em dados ofi-ciais publicados pela EMBRAPA e pelo IEA (Instituto de Economia Agrícola do estado de São Paulo). A EMBRAPA publica mensalmente o “Custo de produção por kg de suíno vivo” para vários estados brasileiros. Este custo tem como base uma granja de 300 matrizes, que produz 24 leitões por porca/ano e que são abatidos aos 168 dias de idade, com um peso vivo de 115 kg. O IEA publica mensalmente o “Preço pago ao Produtor por kg de su-íno vivo” no estado de São Paulo. São, portanto, dados oficiais de duas reno-madas instituições, feitos com toda a base científica de analise e coleta.

Com base nestes dados, relativos aos valores obtidos no Estado de São Paulo, podemos verificar com muita clareza o que ocorreu com o suino-cultor independente nos últimos 5 anos (Gráfico 1). De Janeiro de 2007 a Abril de 2012, os suinocultores amar-garam prejuízos durante 35 meses, ti-veram lucro durante 25 e empataram em 4. O resultado médio destes 64 meses, foi de um prejuízo de R$ 0,09 por quilo vivo de suíno produzido, pois receberam em média R$ 2,64/kg vivo contra um custo de produção de R$ 2,73/kg vivo.

a realidade é que o suinocultor independente está num acelerado processo de descapitalização nos últimos anos e deixando gradativamente a atividade. ano após ano, temos a notícia de um maior número de pequenos e médios produtores deixando a atividade.

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Multiplicando-se o prejuízo de R$ 0,09/kg de suíno vivo por 115 kg (que é peso de abate), temos um prejuízo de R$ 10,35 por suíno produzido nesse período. Tomando-se o exemplo da EMBRAPA, de uma granja de 300 matri-zes, produzindo 24 leitões/porca/ano, chega-se à conclusão que este criador produziu 38.376 suínos ao longo dos 64 meses (300 matrizes x 24 leitões/ano x 5,33 anos).

Ao multiplicar o prejuízo por suíno produzido (R$ 10,35) pelo total de suínos produzidos nestes 64 meses (38.376 cabeças), chegamos à triste conclusão de que o suinocultor independente acu-

mulou uma perda de R$ 397.191,00. Em outras palavras, pagou para produzir... E, neste valor, não está inclusa a inflação.

Em resumo, a crise atual começou bem antes do que 2012 e o desânimo do suinocultor independente é fruto de uma descapitalização constante nos últimos anos, onde contraiu dívidas ou se desfez de parte de seu capital. Seu desânimo pela atividade tem neste estudo uma forte justificativa. De nada adiantaram seu esforços em melhorar sua eficiência (através de investimentos em genética, nutrição, instalações e ma-nejo), pois a remuneração obtida não justificou seus investimentos.

um país como o Brasil , que é reconhecidamente uma potência mundial na produção de carnes, não pode fechar os seus olhos para a rea-lidade por que passam os pequenos e médios suinocultores indepen-dentes. Entendemos o fenômeno irreversível da concentração do mer-cado, mas não podemos aceitar que o suinocultor independente, que gera milhares de empregos e fixa o homem no campo, seja alijado deste brilhante futuro do nosso país, que ajudou a construir.

Seria no mínimo decente de nossas autoridades, que olhassem para o pro-blema e escutassem as reivindicações das nossas Associações de Criadores. Esperar que este setor se organize por si só, numa extensão territorial como a nossa e com os milhares de produtores envolvidos, é utopia. Acreditar nisso é desconhecer a realidade deste setor, suas origens e sua cultura. É necessária a elaboração de regras mínimas de mer-cado, que respeitem o produtor e que lhe dêem esperanças de dias melhores, para que não abandone de vez esta im-portante atividade. u

Gráfico 1: Custo de Produção e Preço Recebido pelo Suinocultor, por kg de suíno vivo, de Janeiro de 2007 a Abril de 2012, no estado de São Paulo.

Fonte: Luciano Roppa, Junho de 2012, com base em dados da EMPRAPA e IEA.

f LUCIANO ROppAMédico veterinário

1,5001,7001,9002,1002,3002,5002,7002,9003,1003,3003,500

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Preço pago ao Produtor, R$/kg Custo de Produção, R$/kg

Média 2007 a 2012: R$ 2,64 Média 2007 a 2012: R$ 2,73

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resultados pnds

3 dIstrIto FederalSENSIbILIzAÇÕES 12.549CAPACITAÇÕES 625AÇÕES 26MuNICíPIOS 3

2 BaHIaSENSIbILIzAÇÕES 50.515CAPACITAÇÕES 1.002AÇÕES 45MuNICíPIOS 22

1 CearÁSENSIbILIzAÇÕES 31.655CAPACITAÇÕES 557AÇÕES 26MuNICíPIOS 9

4 GoIÁsSENSIbILIzAÇÕES 87.068CAPACITAÇÕES 2.059AÇÕES 39MuNICíPIOS 9

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5 MInas GeraIsSENSIbILIzAÇÕES 38.075CAPACITAÇÕES 975AÇÕES 36MuNICíPIOS 14

7 santa CatarInaSENSIbILIzAÇÕES 3.205CAPACITAÇÕES 783AÇÕES 21MuNICíPIOS 13

6 espÍrIto santoSENSIbILIzAÇÕES 3.789CAPACITAÇÕES 989AÇÕES 23MuNICíPIOS 8

9 são pauloINíCIO DAS AÇÕES EM 2012.

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pnds eM ação

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8 rIo Grande do sulSENSIbILIzAÇÕES 48.608CAPACITAÇÕES 2.030AÇÕES 23MuNICíPIOS 11

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São Paulo

Sintonizada com a inovação constan-te e com a busca de soluções práti-

cas para a suinocultura de ponta, a Asso-ciação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) por meio das ações do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Sui-nocultura (PNDS), formou uma parceria com a Integrall – Soluções em Produção Animal, para promover um ciclo de treinamentos gerenciais e técnicos em diversas regiões do país. Conhecido como PRACTIS, o programa tem como público-alvo os gestores de granjas, chefes de setor e demais profissionais envolvidos com a rotina operacional das granjas e objetiva levar ao conhe-cimento dos profissionais temas atuais discutidos sobre o setor, disseminando informação sobre técnicas, tendências e as projeções para o mercado de suínos.

A primeira capacitação realizada em parceria com a Associação Paulista

de Criadores de Suínos (APCS) e o Se-brae/SP aconteceu no dia 11 de julho e reuniu mais de 80 profissionais no Auditório do Instituto Agronômico de

Campinas (IAC) que foi parceiro da ação. Segundo a engenheira agrônoma e vi-ce-presidente da APCS, Sandra Brunelli, “gerar resultados, otimizar os recursos, formar líderes e levá-los a fazer a dife-rença é de grande importância para o setor suinícola. O PRACTIS veio com este objetivo e conseguiu surpreender com seus métodos”, afirma.

“O PRACTIS inova por se tratar de um Programa desenvolvido em sintonia com as questões atuais da suinocultura altamente tecnificada, voltado para o público da produção, com abrangência nacional, mas foco regional”, diz o consultor da Integrall, Iuri Pinheiro Machado, responsável por uma das palestras ministradas.

Ricardo Borgheresi Calil Consultor de Agronegócios Sebrae/SP e Coorde-nador do PNDS no Estado de São Paulo pelo Sebrae/SP, destacou a importân-cia da suinocultura para o agronegócio brasileiro. “É gerador de renda e do fornecimento de proteína animal para o mercado externo e interno. Diante deste cenário, participar do PNDS sig-nifica na visão do Sebrae/SP, contribuir para a evolução de uma das atividades econômicas mais importantes do Bra-sil”, comenta.

Circuito do ConhecimentoEm sua terceira edição ao longo

deste ano, o Circuito do Conhecimento desenvolvido pela ABCS reuniu mais de 60 profissionais entre suinocultores, proprietários de frigoríficos, gerentes de granja e representantes de empresas do setor de suínos. Em parceria com a APCS e Sebrae/SP  o encontro tem objetivo de apresentar oportunidades de inves-

Atividades do PNDS no estado busca disseminar informações dentro do setor

prACtiS AtuALizA proFiSSionAiS de grAnjAS pAuLiStAS

Gestores de granjas e chefes do setor participam da capacitação no estado de SP.

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Com o intuito de conhecer as demandas das agroindústrias paulistas, o PnDS realizou em maio, um ciclo de quatro reuniões com os frigoríficos parceiros: Cowpig, Frigodeliss, Friss e Santa rosa, para alinhar as principais ações que personalizem os trabalhos dentro dos frigoríficos.

as opções oferecidas pelo plano de trabalho no estado são consultorias industriais para áreas específicas como: gestão da produção e custos, fluxo de métodos e processos frigoríficos, marca e embalagens, ou ainda consultoria em cortes suínos. estas ações oportunizam o aprimoramento e desenvolvi-

mento do frigorífico e permitem o aumento da eficiência do negócio, além de agregar valor à atividade.

Para este ano o PnDS idealizou mais de 10 ações para São Paulo, de forma sistematizada para os três elos da cadeia: produção, industrialização e comercia-lização, focadas nas cidades de São Paulo, Campinas, ribeirão Preto e São José dos Campos. o estado concentra mais de 40 milhões de habitantes, responsáveis por ¼ do consumo da carne suína brasileira, o que corresponde a 650 mil tonela-das, valor superior ao total das exportações anuais do produto.

timento, além de uma versão atualizada do mercado suinícola no país e estra-tégias para o fortalecimento do suino-cultor brasileiro, o evento contou com a palestra “A situação da suinocultura e as perspectivas para o setor”, do renomado veterinário e consultor Luciano Roppa, que revelou dados importantes sobre o momento de apreensão que passa o setor de suínos no Brasil.

O levantamento feito por Roppa nos últimos cinco anos (60 meses) mostra que o custo de produção em 35 meses esteve acima do preço recebido pelo produtor e em apenas 25 meses,

esteve abaixo. “Em média, podemos dizer que um suinocultor com 300 ma-trizes, teve perda acumulada de R$ 500 mil, ou seja, o criador independente no estado de São Paulo pagou para produzir um alimento de altíssima qua-lidade para a população”.

Já o consultor empresarial e profes-sor da uSP, Marcos Fava Neves, proferiu a palestra “O Papel do agronegócio na transformação do Brasil”, em que mos-trou a revolução da agricultura brasileira nos últimos 20 anos. O consultor acredita que, apesar dos grandes desafios a serem enfrentados, o Brasil pode se tornar a

Agroindústrias são foco de capacitação

quarta ou quinta economia do mundo em 2032, com melhor infraestrutura, ganho de logística, aumento dos investi-mentos estrangeiros, fortalecimento das instituições de governo etc.

Para o suinocultor presente do encontro, Olinto Cano Arruda, o en-contro trouxe informações inéditas e valiosas para os produtores. “Há muito tempo não via essa sala reunida com palestrantes de tanta qualidade e que trouxeram informações importantes de interesse de todos nessa tarde. Seguindo esse caminho o PNDS tem tudo para dar certo em SP”. u

Frigorífico Cowpig

Frigorífico Friss Frigorífico Frigodeliss

Frigorífico Santa Rosa

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Rio Grande do Sul

A cidade de Erechim/RS e outros 16 municípios vizinhos receberam na

última semana de julho o curso desen-volvido para capacitação de merendeiras e profissionais de açougue realizado pelo Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) em parceria com a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) e Sebrae/RS. A ação teve o objetivo de capacitar e informar mais de 170 profissionais sobre os benefícios e a saudabilidade da carne suína, dar um primeiro passo para a im-plantação da carne na merenda escolar e ainda preparar açougueiros para retirar cortes diferenciados da carcaça suína.

Ministrado pela professora de Gas-tronomia da instituição univates, Rejane Lorenzon, a oficina para merendeiras ensinou na prática receitas diferenciadas e que atendem as necessidades nutricio-nais diárias dos jovens e crianças.

Para Elisabeth Orso, merendeira em Erechim, a ação fez cair mitos sobre a carne suína, mostrando a saudabilidade da proteína. “Eu, por exemplo, vim com a ideia de que era preciso cozinhar mais de uma hora a carne suína para que ela não fizesse mal quando consumida”, comen-ta Elisabeth, referindo-se ao fato de que o costume em se assar em demasia a carne vem dos antepassados.

Para Rodrigo Rizzo, a ação é de gran-de valia para o desenvolvimento do setor. “Foi mais uma forma de se quebrar os preconceitos e, principalmente, de capacitar merendeiras para que ao entrar no cardápio escolar da região a carne suí-na seja melhor preparada”, diz.

Segundo Anny Almeida, gestora executiva nacional do PNDS, o treina-

CiCLo de AÇõeS CApACitA MAiS de 170 proFiSSionAiS gAúChoS

Merendeiras e açougueiros de 16 municípios receberam treinamento

Agroindústrias da região norte recebem consultoria de BpF

o PnDS chega a região norte do rio Grande do Sul para oferecer soluções para adequação e desenvolvimento das agroindústrias, junto a aCSurS e Sebrae/rS. Serão ministradas 10 consul-torias de Boas Praticas de Fabricação (BPF), treinamento que visa melhorar o processo produtivo, a manipulação de alimentos e a higienização da indústria.

“a partir desta primeira ação, as indústrias do norte do estado poderão se adequar aos pa-drões do processo industrial visando maximizar os resultados de cada operação e de cada produto obtido”, explica a assistente de agronegócios do Sebrae/rS  Miriam Menezes. Para ela, ações como essas trazem melhoramento direto na qualidade dos produtos suínos o que, consequentemente, reflete no consumo dos gaúchos.

mento é parte do processo para inser-ção da carne suína na merenda escolar “Para que ela faça parte dos cardápios desses municípios será selecionada uma escola, em que as merendeiras foram capacitadas pelo curso, para pre-parar um prato à base de carne suína que será avaliado pelos alunos” explica e complementa: “a inserção da carne suína depende da avaliação positiva dos alunos”. Atualmente, a ação ocorre em quatro estados brasileiros.

A analista e gestora do PNDS pelo Sebrae/RS, Miriam Menezes, acredita que a informação levada contribuirá

para o aumento do consumo da carne suína. “A merendeira irá passar as crian-ças um novo olhar sobre a carne suína. É o PNDS pensando no consumo do futuro”, encerra.

Outra ação desenvolvida duran-te a semana no Rio Grande do Sul foi o curso de corte, aplicado para cerca de 50 alunos nos municípios de Barão de Cotegipe e também em Erechim, nos dias 25 e 26, respectiva-mente, ministrado pelo consultor em cortes de carnes do Sebrae/RS, Mar-celo Conceição, conhecido também como Bolinha. u

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Góias

teAtro SoBre quALidAde dA CArne SuínA reúne MAiS de 14 MiL CriAnÇAS eM goiâniA

Ao som de muitos risos e brincadeiras, a Associação Goiana de Suinocul-

tores (AGS) realizou em maio uma ação considerada inédita no Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS): conscientizar crianças por meio de um teatro interativo e repleto de infor-mações importantes sobre a qualidade da carne suína. Junto ao  Sebrae GO e par-ceiros no estado, a entidade participou do  projeto escola, com exclusivamente para o público infantil. A proposta e ra apresentar de forma didática aos alunos das escolas públicas e particulares da região metropolitana, entre 05 e 16 anos, os benefícios da carne suína. A ação aconteceu durante a 7ª Exposição Agro-pecuária do Estado de Goiás, promovida pela Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA).

Com muita energia, a equipe de Teatro Plen Luno chamou atenção de mais de 14 mil crianças que passaram no Espaço Suinocultura Kids. Embala-dos pelo rap e funk da história contada

pelos atores durante uma batalha mu-sical que defendia os alimentos saudá-veis, os alunos de mais de 90 colégios puderam conhecer os benefícios da carne suína para a saúde, com foco nos aspectos nutricionais, além de des-construir paradigmas e preconceitos ainda presentes nos hábitos de consu-mo dessa proteína pelos brasileiros.

Para finalizar a participação, a últi-ma etapa do teatro era compor frases ou desenhos que resumissem o que haviam aprendido durante a apresen-tação, formando um grande mural con-feccionado pelos próprios alunos. Fra-ses como “eu amo carne suína”; “carne suína faz bem”, marcaram grande parte dos recados deixados pelos alunos.

“Acredito que conseguimos inserir no imaginário infantil a ideia de que a carne supina faz bem a saúde e pode ser consumida sem receio”, comentou a ge-rente executiva da AGS, Crenilda Neves.

Para a coordenadora nacional do PNDS, Lívia Machado, as crianças são

formadoras de opinião em casa e serão os futuros consumidores da proteína. “Se queremos ter uma fatia significa-tiva de mercado de carnes no futuro é preciso nos preparar ampliando ações como essa”, reforça.

Qualificação profissional é destaque em Goiás

Suinocultores da região de Rio Verde e Senador Canedo, cidades localizadas no sul do estado de Goiás, participaram em junho do curso Qualificação Profis-sional em Suinocultura desenvolvido PNDS em parceria com o Senar Nacional.

Ministrado pelo instrutor do Senar/GO, Wolney Guimarães, a ação aconteceu por meio do plano de atuação da Asso-ciação Goiana de Suinocultores (AGS), em parceria com o Senar/GO com apoio da Associação dos Granjeiros Integrados do Estado de Goiás (AGIGO).

Mais de 100 profissionais entre gerentes e colaboradores das granjas Nossa Senhora Aparecida, Fama, Santa Luzia, Master e São Tomé puderam co-nhecer o primeiro módulo de manejo da capacitação: Manutenção de Gran-ja, curso que ensina na prática hábitos de higiene, biosseguridade, manejo da composteira, além da limpeza de equi-pamentos e instalações.

Para o gerente da granja Nossa Se-nhora Aparecida, Romildo Queles, o trei-namento auxiliou a reincorporar alguns processos produtivos que por causa da rotina foram esquecidos. “Melhoramos na mão de obra, aumentamos a atenção aos detalhes e também unificamos o processo referente à criação de suíno, dando base para desenvolver e aprimo-rar o manejo na granja”, resume. u

Ação aconteceu durante a 67ª Exposição Agropecuária no Espaço Suinocultura Kids

Crianças de 90 escolas de Goiânia se divertem ao descobrir a qualidade da carne suína

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Minas Gerais

SuinoCuLturA de MinAS gerAiS reCeBe progrAMA pioneiro de geStão

Em parceria com o Sebrae Minas os suinocultores do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba foram os primeiros a receber a ação

Os  produtores da região do Tri-ângulo e Alto Paranaíba foram

apresentados  ao Programa de Gestão Avançada na área de suinocultura, um projeto do Sebrae/MG que tem como objetivo  oferecer aos suinocultores o entendimento de como funciona uma empresa rural e apontar caminhos para a viabilidade e sustentabilidade econô-mica da atividade. Cerca de 25 granjas

da região participam do programa, realizado pioneiramente no Brasil.

Ação faz parte dos trabalhos de-senvolvidos pelo Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) realizado pela Associação dos Suinocultores do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (Astap), Associação de Suinocultores do Estado de Minas Gerais (ASEMG) Sebrae/MG e parceiros.

O programa abrange diagnósti-cos das propriedades participantes através do levantamento de indica-dores econômicos e financeiros rela-cionados à produção de carne suína.

Para Carlos Lanna Júnior, supe-rintendente da Suinco, as granjas da região do Triângulo e Alto Paranaíba dispõem de tecnologias avançadas de produção, mas carecem de infor-mações sobre gestão financeira. “Por isso pleiteamos junto ao Sebrae/MG a execução deste novo passo” explanou Lanna Júnior.

Para a coordenadora nacional do PNDS, Lívia Machado, conhecer de for-ma especifica e individualizada o custo de produção de sua granja e as oportu-nidades de negócios relacionadas ao capital aplicado tornará os produtores mais competitivos. u

Programa de Gestão Avançada da Suinocultura prende a atenção dos suinocultores de Minas Gerais

Superada as expectativas dos organizadores, a 7ª edição da Feira Mi-neira de Suinocultura – Suinfest 2012, atingiu um público de 2 mil pessoas nos três dias de evento em julho. realizada em Ponte nova/MG – região polo da suinocultura nacional, a edição teve foco no consumidor, traçando seu perfil e estimulando reflexões para o futuro.

organizada pela assuvap e Coosuiponte, com apoio da aBCS, Sebrae/MG e parceiros, o evento contou com 50 estandes e mais de 60 empresas exposito-ras. além dos stands, os visitantes puderam assistir quatro palestras de renoma-dos profissionais do segmento de varejo, pesquisa e economia.

no primeiro dia o especialista no mercado de food service, enzo Donna; e o Sócio-diretor do Data Popular, renato Meirelles, trouxeram informações inéditas sobre o mercado de refeições fora do lar e o aumento do poder de consu-mo da classe C. no segundo dia, o evento contou com a presença da especialista em análise econômica, lygia Pimentel, que deixou dicas importantes sobre a

competição e as tendências do mercado suíno. Já o encerramento, contou com a esperada palestra do ex-comandante do BoPe, conhecido nacionalmente por treinar os atores dos filmes tropa de elite i e ii, Paulo Storani.

Para o presidente da assuvap, Fernando Soares, “nosso objetivo foi cum-prido. trouxemos o que há de mais moderno no mercado, além da proveitosa troca de informações”.

Suinfest 2012 reúne mais 2 mil profissionais do setor

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as ações de merchandising e degustação de produtos Saudali em 4 supermercados de Ponte nova/MG resultou em incremento de 30% nas vendas no supermercado leve Mais, de 15 a 20 % no Supermercado Poupy e entre 10 a 15% no supermercado Bahamas. ação aconteceu por meio do PnDS, realizado no Vale do Piranga por meio de esforços conjuntos da aSeMG, associação dos Suinocultores do Vale do Piranga (assuvap), Sebrae/MG e Frigorífico Saudali.

o Frigorífico também realizou nos estados de Minas Gerais, espírito Santo e rio de Janeiro treinamento específico para os seus representantes comerciais. o objetivo é levar conhecimento aos profissionais sobre a qualidade da carne suína e a evolução presente no setor, tornando esses conceitos um diferencial nas vendas.

“Com o conhecimento do nosso pessoal sobre o produto que está vendendo e os benefícios dele para saúde, acreditamos que será pos-

sível ampliar as vendas nesses estados”, explica a gerente comercial do frigorífico, Cibele Dias.

Campanha de marketing do Saudali incrementa até 30% nas vendas

realizado uma soma de esforços da Cooperativa dos Granjeiros do oeste de Minas (Cogran), Cooperativa dos Produtores rurais do oeste de Minas (Cooperoeste), Cooperativa dos Suinocultores Paraminenses (Cosui-pam), aBC Supermercados, adeel alimentos, arapé agroindústria, aSeMG e Sebrae/MG, o PnDS na região de Pará de Minas capacitou nesse semestre mais de 130 profissionais de açougue da rede supermercadista aBC por meio do curso de tecnologia em cortes suínos. os treinamentos ocorreram nas cidades de Divinópolis, Pará de Minas, Formiga araxá e atingiram 92% do quadro efetivo de colaboradores de açougue de toda a rede aBC.

Já com foco nos produtores, as entidades promoveram junto da aBCS o Circuito do Conhecimento, evento que tem como objetivo apresentar uma versão atualizada do mercado suinícola. Mais de 150 produtores da região de Pará de Minas compareceram no encontro.

no mês de junho, a região iniciou ainda as atividades do Programa Sebrae de Qualidade total rural (Qt rural). Para esta primeira turma, o trei-namento contará com a participação de 26 profissionais que representam 13 granjas da região.

a suinocultura mineira esteve representada junto aos participantes da Fenamilho 2012 em Patos de Minas por meio de cursos, palestras e contato direto com o consumidor final. as atividades do setor suinícola em meio a Feira nacional do Milho, que recebeu cerca de 450 mil pessoas, tiveram início com a abertura oficial do estande “Mundo da Suinocultura”, um espaço de 300 m². as ações fazem parte das atividades do PnDS que acontece na região por meio da aStaP, Frigorífico Suinco, Sebrae/MG e Sindicato rural da cidade.

a palestra do biomédico Dr. roberto Figueiredo, conhecido nacional-mente por estrelar o quadro “Dr. Bactéria” foi destaque na ação, assim como a aula de culinária com o chef e apresentador edu Guedes, do Programa hoje em Dia, da record. a novidade ficou para a peça teatral “o Fantástico Mundo Suíno”, que reuniu mais de 300 crianças.

o Mundo da Suinocultura também recebeu o curso “elaboração de cortes à base de carne suína” ministrado pelo consultor de cortes suínos, Daniel Furtado e o Seminário “Gerentes em ação”, que apresentou por meio de palestras as boas práticas adotadas nas granjas aos mais de 80 profissio-nais presentes na ação.

Mundo da Suinocultura capacita mais de 600 pessoas durante a Fenamilho em MG

Região Centro-Oeste de MG intensifica ações

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CICLO DE pALEStRAS

Santa Catarina

AgroindúStriA de SC BuSCA MeLhoriA CoM inStALAÇão de BpF

Inciativa do PNDS busca agregar qualidade a carne suína catarinense

BPF busca melhorar procedimentos e técnicas em agroindústria

Mais uma ação do Projeto Na-cional de Desenvolvimento da

Suinocultura (PNDS) gera bons frutos em Santa Catarina. Em 2010, o PNDS junto do Sebrae/SC, realizaram um estudo com 54 agroindústrias com o objetivo de obter um panorama so-bre a área produtiva, as instalações e, principalmente, o mercado na região.

Neste ano a ação é direcionada a Master Agroindustrial, empresa origi-nária da cidade de Videira, localizada na região Oeste do estado de Santa Catarina, que atua desde 1994 na área de produção de suínos para aba-te e reprodução. Em abril, a empresa lançou sua nova linha de temperados Sulita, com seis produtos como Copa Lombo, Pernil, Picanha, Lombo, Cos-tela e Filezinho.

A consultoria objetiva solucionar questões relacionadas às necessidades de melhorias no processo produtivo, treinamento dos funcionários na ma-nipulação de alimentos e higienização na indústria, assim como, adequar a empresa às orientações das Boas Práti-cas de Fabricação (BPF).

“Será uma ação longa e moni-torada, mas com foco em grandes resultados, pois visa est imular o crescimento da indústria e melhorar seus processos industriais”, explica o consultor da Integrall – Soluções e Produção Animal, Stefan Rohr.

Para o diretor superintendente da Master, Mario Faccin, a parceira com o PNDS está sendo um instrumento de ajuda e um facilitador para adequar o processo de produção e os produtos ao mercado consumidor. “Hoje já es-tamos colhendo frutos deste trabalho que, deveria receber reforço de toda a cadeia onde ha segmentos que nada contribuem e que muito se be-neficiam. Se houvesse a participação maior, certamente o resultado seria ainda mais expressivo”, comentou.

Segundo Gilson Alberto, do nú-cleo de agronegócios e desenvol-vimento territorial do Sebrae/SC a consultoria estimula o crescimento da indústria como um todo. “A segurança alimentar é uma preocupação mun-dial e uma questão estratégica para as empresas que desejam ampliar seus

mercados. Neste aspecto, um olhar estratégico é justamente estar atento a essa prática que cresce ao redor do mundo, decorrente de um mercado cada dia mais exigente”, comenta.

Para a coordenadora nacional do PNDS, Lívia Machado, a ação reforça a necessidade de aprimoramento das indústrias que abatem suínos em prol do consumidor. “Se desejamos avançar no mercado de proteínas, precisamos oferecer ao consumidor produtos que atinjam os elevados padrões de quali-dade exigidos nos dias de hoje. Creio que esse é mais um grande passo para os dois estados na busca do aumento de consumo”, encerra. u

Durante os meses de agosto e se-tembro, o Sebrae/SC junto do PnDS realizarão um ciclo de palestras sobre a carne suína no estado de Santa Catarina. a ação será itinerante nas cidades de Florianópolis, tubarão, Balneário Cam-boriú, lages e Joaçaba. a expectativa é repetir o sucesso de 2011, em que a ação capacitou mais de 600 alunos dos cursos de nutrição das universidades municipais participantes. ao todo, serão realizadas seis palestras, que abordaram aspectos nutricionais relativos à carne suína, seus benefícios para a saúde humana, bem como a importância de uma boa apresen-tação, além dos novos modelos de apre-sentação do produto e argumentos que comprovam sua fácil digestão e consumo mostrando, sobretudo, que a carne suína é parceira de um cardápio saudável.

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Cerca de 2.300 matrizes tecnifica-das, esse foi número de animais

atendidos pelo Programa de Inovação e Tecnologia Produtiva na Suinocultura – SuINTEC, no estado do Ceará desde outubro de 2011. Com consultoria destinada a mais de 30% do plantel do estado, o objetivo do programa foi viabilizar aos produtores um levanta-mento completo de rotinas de manejo adotadas nas granjas, seguido de avaliação dos procedimentos em uso, além de identificação das metas de desempenho.

Segundo o consultor da Integrall responsável pelos atendimentos, Roniê Pinheiro, os resultados foram expressivos na maioria das granjas trabalhadas. “Na granja Guaiuba localizada na cidade também de Guaiuba – região metropo-litana de Fortaleza –, as taxa de partos próximos a 70% evoluíram para 92%”, comenta. Os dados coletados durante a consulta revelaram ainda que somadas as taxa de parto, número de nascidos, parto matriz ano, o números saltaram de 22,4 desmamados/matriz/ano para 27,14 (gráfico 01).

“Estamos muitos satisfeitos com os resultados. Notamos uma melhora significativa nos números e acredito

que com o tempo serão ainda mais expressivos”, comentou o proprietário da granja Guaiuba, Carlos Eugênio Monteiro.

Já nas granjas Tangueira e Piroá, também localizadas na região me-tropolitana de Fortaleza, em Maran-guape, houve evolução significativa. “Com a orientação que recebemos foi possível mudar hábitos utilizados no manejo e também inclui novas tecnologias que podem fazer dife-

rença no final”, avaliou o médico-veterinário Tiago Xerez, responsável pelas duas granjas.

Para o presidente da Associação dos Suinocultores do Ceará (ASCE), Paulo Helder, os resultados confirmam o potencial da suinocultura no estado. “Com as modificações propostas pelas consultorias foi possível identificar as potencialidades dos nossos produtos e o quanto podemos avançar com pe-quenas mudanças”, resume. u

dAdoS ConFirMAM evoLuÇão nA produÇão de SuínoS no CeArá ApóS SuinteC

Consultorias iniciadas em outubro de 2011 fazem parte das ações do PNDS no estado

Ceará

pECNORDEStE 2012

a participação do PnDS na PeCnorDeSte 2012 rendeu bons frutos. Foram mais de 300 profissionais em oficinas gastronômicas, seminário para produtores e cursos de cortes, realizados via PnDS.

o stand foi um espaço para receber produtores e participantes da feira para que conhecessem a qualidade e a saudabilidade da carne suína, além de levarem para casa folhetos informativos sobre o produto. na ocasião foi realizada uma oficina gastronômica onde o chef de cozinha ales-sandro eller preparou risoto Suíno, linguiça Flambada na Cachaça e lombinho Suíno com Mel e especiarias. “Servimos mais de 800 pratos de degustação. Cada dia mais as pessoas vão desacredi-tando dos mitos do passado e experimento o novo sabor da carne suína”, comenta. Já no curso de cortes ministrado pelo Mestre açougueiro, Daniel Furtado, os participantes aprenderam técnicas para retirada dos cortes da carcaça e a variedade de cortes que o suíno possibilita.

“o PnDS no Ceará está comprovando a sua eficiência e trazendo benefícios diretos aos produtores. Já na área da comercialização, o expressivo público  consumidor nas oficinas gastronô-micas e cursos de cortes é um indicativo que o preconceito em relação a carne suína começou a ser diminuído na região, há muito ainda a ser feito junto a aSCe, Sebrae/Ce e Senar/Ce, parceiros nessa jornada”, reforça a coordenadora nacional, lívia Machado

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FRIGORÍFICO SABORIttA RECEBE CONSULtORIA INDUStRIAL

Bahia

O Programa de Inovação e Tecno-logia Produtiva na Suinocultura

– SuINTEC marcou o ano de 2012 para os suinocultores do estado da Bahia. Com consultorias em mais de 15 municípios, programa desenvol-vido pelo Projeto Nacional de Desen-volvimento da Suinocultura (PNDS) e o Sebrae Nacional, atendeu mais de 2.400 matrizes na região de Vitória da Conquista, Feira de Santana e Barrei-ras, desde outubro de 2011. O obje-tivo das consultorias foi viabilizar aos produtores um levantamento com-pleto de rotinas de manejo adotadas nas granjas, seguido de avaliação dos procedimentos em uso, além de identificação das metas de desem-penho e possibilidades de inovações tecnológicas nas práticas das granjas.

Segundo a Associação Baiana de Suinocultura (ABS), parceira da

SuinteC BAhiA: ConSuLtoriA regiStrA AvAnÇo nA quALidAde dA produÇão

Consultorias iniciadas em 2011 pelo PNDS atenderam 2.400 matrizes de suinocultores de 15 municípios

ação junto ao Sebrae/BA, o público pr ior itár io da capacitação foram produtores e granjas suínos que têm em média 50 a 500 matrizes, o que

caracteriza pequenos e médios pro-dutores. A consultoria divida em três partes, identificou em 2011 as opor-tunidades de melhorias do processo

Com o objetivo de aumentar o consumo da carne suína e ofe-recer qualidade ao consumidor, o PnDS junta da aBS e Sebrae/Ba, promovem a consultoria em ges-tão de empreendimento agroin-dustrial no frigorífico Saboritta, que proporciona a elaboração de um modelo de gestão operacio-nal, acompanha a implementação e ainda propõe um modelo de gestão estratégica.

a consultoria que tem previsão de término para o final deste ano está sendo conduzida pela BFlM Consultoria, empresa com 10 anos de história

especializada em gestão de empre-endimentos. o consultor da BFlM e credenciado pelo Sebrae/Ba, Massilon araújo, responsável pela ação, explica que a consultoria começa com uma análise da situação atual do empreen-dimento e, após isso, a elaboração de  projetos que visam a sustentabilidade.

Para a proprietária do frigorífico Saboritta, Cirene Moreno, “a expecta-tiva é que o projeto possa trazer cres-

cimento e novas oportunidades para o frigorífico”, diz. Cirene acrescenta que o Saboritta tem como principais clientes os supermercados e, por isso, oferece diferentes tipos de cortes para facilitar o preparo da carne.

Suintec leva informação e qualificação as granjas da Bahia.

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pROFISSIONAIS DE GRANJA DO OEStE BAIANO RECEBEM CApACItAÇÃO

Bahia

produtivo por meio de um levanta-mento de caracterização, e desenvol-veu uma análise qualitativa sobre os principais pontos a ser aprimorados. Neste ano, os consultores retornaram às granjas atendidas para identificar a evolução dos processos de cada uma das propriedades.

Segundo o consultor da Integrall responsável por parte dos atendi-mentos, Stefan Rohr, houve evolução em todas as granjas, com destaque para a melhoria no desempenho de terminação com ganho diário de peso (GDP), redução de repetição de cio, além de redução na  mortalidade. “Também é possível destacar a evo-lução tecnológica implementadas, como climatização de sala de mater-nidade e migração para inseminação ar tif icial com pipeta descartável. Outras granjas modificaram suas ins-talações com foco no bem estar ani-mal, como inclusão da linha de ração automatizada e de dosador de cloro para água”, comentou o consultor.

Rohr destacou ainda que os prin-cipais avanços se deram nas granjas de pequeno portes, entre 50 e 120 matri-zes, como o caso da Granja Poções, lo-calizada no município de Carinhanha, no sudoeste do estado da Bahia, às margens do Rio São Francisco, próximo da divisa com Minas Gerais. Na pecuá-ria, a cidade se destaca pelos rebanhos de bovinos e suínos. Para o proprietário e suinocultor, Gildembergues de Brito, os avanços trazidos pela consultoria tem impacto direto nos resultados na granja. “Houve melhora nos índices de mortalidade e também nas insta-lações. Optamos por alterar também a genética dos animais. Com essas mudanças e outras que ainda iremos realizar, acredito que será possível atin-gir bons índices de produção”, explica.

O proprietário da Granja Natur, André Luis Gomes, localizado na ci-dade de Caetité a 757 quilômetros da

as regiões de Barreiras e roda Velha, distrito São Desidério, receberam o curso de “Qualifica-ção Profissional em Suinocultura”, nos meses de maio a julho, com o intuito de qualificar gerentes e colaboradores de granjas suinícolas, para que haja o crescimento do consumo e da qualidade do produto final.

Com a presença de mais de 60 suinocultores e colaboradores de granjas das três cidades, os sete cursos realizados ofereceram a qualificação no módulo de manutenção da granja suína que é obrigatório e tem carga horaria de 24 horas. nele os produtores puderam aprender mais sobre a conservação da granja e temas como contextualização da suinocultura, biossegurança, higiene pessoal, limpeza e higienização das instalações.

Para o consultor Carlos alberto, zootecnista e especialista em administração rural, o curso é uma forma prática de melhorar o processo produtivo nas granjas da região. “Foi possível notar o interesse dos produtores em atualizar seus conhecimentos sobre os processos dentro da granja e tirar dúvidas em relação diversas atividades da granja”, explica. Segundo o consultor, a região de Barreiras e São Desidério apresenta um rebanho suíno de cerca de 4 mil matrizes.

capital Salvador, reforçou a qualidade do atendimento e a importância da consultoria para avançar na qua-lidade da produção. “Mesmo com uma produção de suínos pequena, com 50 matr izes, acredito que é possível aprimorar cada vez mais na produção, por isso, a consultoria foi de extrema importância nesse mo-mento”, comentou o proprietário que aprimorou o processo de reprodução migrando para 100% de inseminação artificial, aumentou qualidade dos registros zootécnicos inserindo mais

informações sobre o processo pro-dutivo de cada etapa da granja, além de instalar pisos adequados que ofe-recem mais conforto aos animais.

Para o presidente da ABS, Marce-lo Plácido, os resultados do SuINTEC reforçam a cadeia de suínos como um todo. “O estado da Bahia é um consumidor em potencial da carne suína, pois temos pouca ofer ta e bastante demanda. Com o aprimo-ramento da produção, aumenta as oportunidades de ganhar esse mer-cado”, encerra. u

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CURSO DE QUALIFICAÇÃO pROFISSIONAL EM SUINOCULtURA EStIMULA CRESCIMENtO

grAnjAS e FrigoríFiCoS de BrASíLiA reCeBeM ConSuLtoriA AMBientAL e

ApriMorAMento do proCeSSo de induStriALizAÇão

Produtores e frigoríficos de Brasília e entorno participarão ao longo de

2012 de consultoria ambiental consi-derada inédita pelo Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS). Ação realizada em parceria com a Associação dos Criadores de Suínos do Distrito Federal (DFSuIN),  o Sindicato dos Suinocultores do Dis-trito Federal (Sindisuínos) e Sebrae/DF, consiste em obter o licenciamento ambiental das granjas e frigoríficos dos associados. Atualmente sete empreen-dimentos entre frigoríficos e granjas, estão participando da ação.

Administrada pela empresa de consultoria ambiental Padrão AP, a ação também irá diagnosticar os im-pactos ambientais provocados pelos empreendimentos, utilizando-se de laudos técnicos de análise das caracte-rísticas físico-químicas e biológicas dos efluentes. A segunda etapa consiste em elaborar um Plano de Controle Ambiental (PCA) para a mitigação e controle dos impactos provocados, para cada granja.

Segundo a consultora e engenheira civil responsável, Paula Albuquerque, “o li-cenciamento ambiental das granjas e fri-goríficos da DFSuIN é fundamental para a intensificação do consumo de carne suína no mercado nacional, que tende a acompanhar essa crescimento mundial, provocada pelo aumento da demanda de proteínas animais, e que baseia-se na sustentabilidade ambiental, ou seja, na produção pecuária aliada às questões ambientais”, diz.

“O estudo é analisado pelo Institu-to do Meio Ambiente e dos Recursos

Hídricos do Distrito Federal/Brasília Ambiental (IBRAM), que avalia os sis-temas de tratamentos de resíduos e poluentes propostos no PCA, e realiza visitas técnicas para averiguação do cumprimento da instalação dos siste-

mas de controle de poluição descritos no PCA, para posterior aprovação do licenciamento ambiental da atividade, que resulta na emissão da Licença de Funcionamento do Empreendimento/Atividade” explica a engenheira civil.

Distrito Federal

Pioneiros na implantação do curso de “Qualificação profissional em Suinocultura”, minis-trado pelos consultores do Serviço nacional de aprendizagem rural (Senar), o Distrito Federal já capacitou mais de 40 gerentes e colaboradores por meio do treinamento desenvolvido pelo PnDS. Com objetivo de gerar informação, aumentar a eficiência dos trabalhos e padronizar os processos produtivos, a ação acontece em parceria com a DFSuin e o Sebrae/DF.

a qualificação é dividia em seis módulos e garante o crescimento profissional de suinocul-tores, gerentes de granjas e colaboradores.  no último módulo realizado em junho, as granjas participantes puderam conhecer o módulo de Manutenção de Granjas e Manejo de reprodução, que buscam auxiliar os produtores na higiene dos locais de reprodução, entre outros pontos que padronizam as granjas para a melhoria dos processos produtivos.

a analista unidade de agronegócios do Sebrae/DF, Patrícia Ferreira Batista, reforça a impor-tância da qualificação de gerentes e colaboradores para que a granja se desenvolva. “a qualificação garante o crescimento da granja, que ganha muito quando implanta processos de qualidade em sua produção. Capacitar os gerentes e colaboradores fortifica o elo da cadeia produtiva e promove o crescimento da suinocultura como um todo”, encerra.

Instalação de biodigestor é uma das ferramentas utilzadas para adequação ambiental

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CARNE SUÍNA é BASE pARA pEtISCOS DA 3ª EDIÇÃO DO RODA DE BOtECO NO DF

Aprimoramento do processo de industrialização

Desenvolvido com sucesso nos estados participante do PNDS, o Programa de Capaci-tação Total (PCT) ganhou nova roupagem no Distrito Federal. Neste ano o programa terá o foco na indústria proporcionando cursos de cortes, de congelados e temperados e pales-tras sobre saudabilidade. Junto ao Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB) a ação visa capacitar colaboradores dos frigoríficos ligados á entidades e também alunos da IESB.

Modelado em sistema de minicursos com temas e carga horária específicas em cada encontro, o PCT será aplicado em 3 (três) módulos um a cada dia. Apenas no mês de junho, mais de 60 profissionais se inscreveram de frigoríficos, açougues e es-tudantes interessados em conhecer a nova realidade da carne suína. u

Com o intuito de estimular o consumo da carne suína, a terceira edição do Festival roda de Boteco, realiza no mês de julho em Brasília, conta com todos os petiscos prepa-rados à base de carne suína. eleita o ingrediente oficial do evento, a carne suína inspirou 30 bares em pratos inusitados, como croquete de pernil desfiado levemente apimentado, acompanhado de chutney de abacaxi; pétalas de queijo parmesão crocante recheadas de escondidinho de suíno defumado; jiló recheado com pancetta suína e queijo cremoso. todos eles com o preço promocional de r$ 15.

a sugestão partiu da parceria entre associação e Sindicato dos Criadores de Suínos do Distrito Federal (DFSuin e Sindisuinos) e o Sindicato de hotéis, restaurantes, Bares e Simi-lares de Brasília (SinDhoBar). Para aprimorar o conhecimento e atendimento dos garçons que participam do festival, o Projeto nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PnDS) realizou no início do mês, junto ao Sebrae/DF, um treinamento exclusivo.

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Focado no aumento do consumo de carne suína, o Projeto Nacional

de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) desenvolveu neste mês de julho uma ação inédita voltada para o seg-mento de refeições coletivas. Por meio do Grupo Quintino - Refeições Comer-ciais, responsável pela alimentação de mais de 30 presídios no estado do Espíri-to Santo, o Projeto iniciou a capacitação dos profissionais que atuam na prepa-ração das refeições coletivas para esse nicho. Em parceria com a Associação de Suinocultores do Espírito Santo (ASES), o Sebrae/ES e a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), o primeiro laboratório aconteceu no dia 06 de julho, no Presídio Monte Líbano, localizado no município de Cachoeiro de Itapemirim, sul do esta-do. Na oportunidade foram capacitados mais de 30 pessoas, entre funcionários da empresa e presidiários que atuam no preparo das carnes e trabalham na cozi-nha da unidade prisional.

pndS deSenvoLve AÇão eSpeCíFiCA pArA inSerir A CArne SuínA eM SiSteMA priSionAL

Espírito Santo

Incentivo ao consumo em refeições coletivas teve início junto à empresa que atende 35 penitenciárias no Espírito Santo

Inicialmente, a programação do la-boratório no Presídio Monte Líbano con-sistiu em palestras como a “A eficiência da produção de carne suína no Brasil”, que abordou as novas técnicas de produção e o avanço da suinocultura nos quesitos tecnologia e produtividade, aumentan-do a qualidade do produto oferecido ao consumidor. Já na área nutricional, os participantes puderem contar com o conteúdo da palestra “Aspectos nutricio-nais da carne suína”.

O curso de cortes foi a conclusão prática da ação. O consultor em cortes Daniel Furtado mostrou aos partici-pantes mais de 30 cortes possíveis na

a suinocultura capixaba mostrou sua importância para a economia do espírito Santo e com-provou que está cada vez mais presente na mesa do consumidor. o 1º Festival do leitão no rolete, ação realizada em Cachoeiro de itapemirim pela aSeS, em parceria com PnDS e Sebrae/ eS, contou com o apoio da Prefeitura de Cachoeiro de itapemirim e o frigorífico Cofril. o evento que reuniu mais de 2,5 mil pessoas, teve como objetivo valorizar o produtor de suínos, aproxima-lo do merca-do consumidor, incentivando o aumento do consumo do seu produto e desmistificando preconcei-tos. no segundo dia do festival, foram servidos 30 leitões inteiros, assados no rolete.

uma das ações que chamou a atenção do público foi a vitrine da carne, onde o mestre açou-gueiro Daniel Furtado ensinou aos participantes os cortes especiais da carne suína, comprovando sua versatilidade e facilidade de preparo. aproximadamente 70 pessoas acompanharam cada detalhe da palestra.

o secretário executivo da aSeS, nélio hand, explicou que o evento fortalece a campanha de incentivo ao consumo da carne suína, que começou em Cachoeiro de itapemirim em 2008, onde há um supermercado que é exemplo para o estado no que diz respeito à apresentação dos cortes suínos. “Várias ações contribuíram para o aumento do consumo da carne suína no estado, e Cachoeiro de itapemirim é pioneiro nessas ações, a exemplo das campanhas em supermercados, treinamento para merendeiras, inserção da carne na merenda escolar e, agora o leitão no rolete”, encerrou nélio.

FEStIVAL DO LEItÃO NO ROLEtE FORtALECE O CONSUMO DA CARNE SUÍNA

Em ação inédita PNDS leva capacitação a presídio do Espírito Santo

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carcaça suína e deu dicas de alguns pratos que podem ser preparados com o produto para consumo em grandes quantidades. Segundo a gestora exe-cutiva nacional do PNDS, Anny Almeida, a rentabilidade da carne suína quando usada em grandes quantidades é o seu maior diferencial em cozinhas industriais. “Nosso foco foi apresentar a carne suína como uma opção saborosa, rentável e de qualidade. Além disso, propomos cortes que geralmente são desconhecidos, como bife, tirinhas e cubos de coxão mole e de alcatra, partes igualmente saborosas, mas com custo relativamente mais baixo”, explica.

Para Thiago Martins, analista técni-co do Sebrae/ES, a iniciativa do PNDS abriu novas portas para o produto suíno. “Trata-se de uma estratégia do Projeto da Suinocultura do ES, que visa fomentar, de forma pioneira, as compras governamentais usando prin-cípios simples e básicos, como os nutri-cionais, de saudabilidade, ambientais e econômicos”, diz.

Para a coordenadora técnica da ASES, Aline Nitz, “esse é o primeiro passo para buscarmos junto a SEJuS o incre-mento da carne suína nas refeições do sistema prisional. Essa proteína já faz par-te do cardápio, mas com uma incidência muito pequena. Queremos mostrar que é uma carne saudável é muito prática de ser preparada”, comenta.

Carne suína integra cardápio de merenda escolar

Após oito meses de sensibilizações, o PNDS em parceria com a ASES, a pre-feitura de Cachoeiro do Itapemirim/ES e o Sebrae/ES  efetivaram a inclusão de 10 toneladas de carne suína na merenda escolar da região. A decisão foi tomada após teste de aceitabilidade realizado em outubro de 2011, quando 98% dos estudantes da Escola Municipal de Edu-cação Básica Jácomo Silotti, na região

o PnDS participou pela terceira vez consecutiva da aCaPS, uma das maiores feiras de negó-cios do estado organizada pela associação Capixaba de Supermercados que está em sua 26ª edição. o evento realizado dos dias 3 a 5 de julho faz parte do plano de ações do PnDS para 2012 no espírito Santo. executado pela aSeS e Sebrae/eS, a ação contou com a degustação de lombo suíno grelhado ao molho de vinagre balsâmico e picanha suína com mel e especiarias, pratos elaborados pelo che-fs alessandro eller. no encontro, também foi realizado um workshop de cortes especiais de suínos ministrado pelo mestre açougueiro Daniel Furtado, com cerca de 40 cortes ensinados aos mais de 30 participantes, que trabalham em 23 estabelecimentos diferentes no estado.

Para o analista técnico do Sebrae/eS, thiago Martins, a ação é uma oportunidade de mostrar para o mercado consumidor, de forma “quase artística”, as maravilhas e sabores da carne suína. “Para o SeBrae, é fundamental participar de um evento consolidado como esse. É a chance de mostrar ao supermercadista a variedade de ofertas que pode levar ao cliente sem aumentar o custo”, comentou o analista.

sul do Espírito Santo, aprovaram a inclu-são no cardápio escolar do município.

“A nova conquista da suinocultura incentiva o crescimento do setor e be-neficia as 23 mil crianças das 92 escolas da região, que terão em seu prato uma proteína saudável e saborosa”, explica Nélio Hand, secretário-executivo da ASES. Antes da atuação das entidades junto à prefeitura do município, a carne suína não fazia parte do cardápio das escolas, que continha apenas carne de aves e bovina.

Para coordenadora nacional do PNDS, Lívia Machado, a conquista mostra

SABORES DA CARNE SUÍNA

que o mercado relacionado às compras públicas é possível de ser acessado pelo setor suinícola. “No entanto, uma correta condução do processo, desde a aplica-ção dos testes de aceitabilidade até me-canismos plausíveis de serem atendidos pela indústria/produtor, no que se refere às licitações e o seu cumprimento, preci-sam ser considerados”, explica.

O Espirito Santo é o segundo es-tado no PNDS a alcançar a aprovação da carne suína na merenda escolar através dos testes de saudabilidade e do empenho nessa ação junto às me-rendeiras. u

Carne suína faz parte da merenda escolar de 23 mil crianças em Cachoeiro do Itapemirim/ES

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Entre Amigos

Hoje são comuns profissionais vol-tados para estudo da ambiência

animal associada ao conforto térmico e bem estar animal, para galpões de produção e reprodução. O grande desafio da suinocultura moderna esta diretamente relacionada ao potencial genético e todos os avanços volta-dos ao manejo, sanidade, genética e nutrição o que estão limitados pelos fatores ambientais.

Com o avanço da suinocultura nos últimos anos, e a busca por um am-biente mais propicio ao seu bem estar, tendo em vista a importância deste assunto, a CASP vem trabalhando cada

vez mais com a finalidade de viabilizar as instalações de ambiência animal, otimizando o sistema produtivo.

Tanto do ponto de vista genético e nutrição e manejo, a ambiência faz-se in-dispensável para o maior potencial pro-dutivo dos animais, Além de contribuir com prevenção de enfermidades respi-ratória e gastrointestinais podendo ser evitadas com controle de temperatura e umidade do ar e eliminação de gases. u

CASp deStACA A iMportânCiA dA CLiMAtizAÇão eM grAnjAS de SuínoS

Num mercado altamente com-petitivo e com margens cada vez mais apertadas como o suinícola, dispor de tecnologia genética de ponta é condição indispensável para continuar produzindo com eficiência e lucra-tividade. Atenta às novas demandas da suinocultura mundial, e fiel a sua estratégia de desenvolver produtos que atendam os diferentes nichos de produção de carne suína, a Agroceres PIC prepara-se para lançar no Brasil dois novos machos reprodutores comerciais. São eles o AGPIC 327 e o AGPIC 426.

  Soluções de vanguarda - O AGPIC 327 se destina aos sistemas de produção onde as condições de desafio nas fases de recria e termina-ção são, de algum modo, limitantes

à expressão do potencial ge -nético para as características r e l a c i o n a d a s à eficiência de crescimento dos suínos produzidos por outros produtos Agroceres PIC, especialmente o AGPIC 337. O AGPIC 327  possui atributos como ótima ve-locidade de ganho de peso e conver-são alimentar, condição esta essencial ao objetivo de produzir carne magra de alta qualidade com mínimo custo.

Já o reprodutor AGPIC 426 é uma solução genética de vanguarda para a produção de carne magra em alta quantidade, destinada para padrões modernos de consumo. O AGPIC 426 tem um perfil superior em qualidade

de carcaça e reúne características im-portantes como extrema conformação de carcaça, excepcional massa mus-cular e alto rendimento de cortes de maior valor comercial. 

Com esses dois lançamentos, a Agroceres PIC consolida sua posição de empresa de genética que mais disponibiliza opções para os suinocul-tores brasileiros e reafirma seu com-promisso de, através do lançamento de produtos e serviços de vanguarda, contribuir para que os suinocultores possam extrair a máxima rentabilidade de seu negócio. u

AgroCereS piC prepArA-Se pArA LAnÇAr doiS novoS MAChoS reprodutoreS CoMerCiAiS

Soluções genéticas de vanguarda, os reprodutores AGPIC 327 e AGPIC 426 devem chegar ao mercado brasileiro no mês de agosto

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Garantir acesso ao alimento à po-pulação cada vez mais crescente e

produzir de maneira sustentável. Essas são duas importantes preocupações das lideranças mundiais. A previsão é que em 2050, seja alcançada a marca dos 9,2 bilhões de pessoas no mundo.

Atenta a este cenário, a Linha de Suínos da Ourofino tem trabalhado cada vez mais para garantir a produti-vidade aos criadores e frigoríficos, de maneira mais eficiente e com benefí-cios para o meio ambiente. um aliado nessa ação é o Ractosuin, produto à base de ractopamina, um aditivo usa-do para melhorar a carcaça suína, au-

mentando a deposição de carne ma-gra em detrimento ao tecido adiposo.

Com este, os produtores podem diminuir a quantidade de ração por animal, já que eles conseguem obter peso consumindo menos. O animal ganha mais carne magra e pode ser vendido com peso maior. Para quem vende a carne, o ganho está na qua-lidade do produto, que tem menos água e maior valor agregado.

Estudos feitos no Brasil revelam que o uso do produto oferece 12% mais ganho de peso, 12% de melhora na conversão alimentar, 8% mais carne magra e 10% menos água, além disso,

o animal excreta 10% menos nitrogê-nio, contribuindo para a manutenção da qualidade do meio ambiente. Com esses números, a rentabilidade média é 15% maior que em casos onde não há uso do Ractosuin. u

Cristiano Leite de Godoy foi contratado para assumir a posição de Coordenador de Assistência Técnica da uni-

dade de negócios de Suinocultura, da MSD Saúde Animal. O profissional será responsável pelos serviços de pós-

vendas, geração de demanda e suporte aos Coordenadores de Território, junto às principais contas da região.

Cristiano é graduado Engenharia Agrônoma pela uno-esc e possui graduação de técnico em agropecuária pelo Cedup – Centro de Educação Profissional Professor Jaldyr Bhering Faustino da Silva – Água Doce, acumulando mais de 10 anos de experiência  no mercado de suínos. u

o ALiAdo dA produtividAde

CriStiAno Leite de godoy ASSuMe

CoordenAÇão tÉCniCA de SuinoCuLturA

Ractosuin à base de ractopamina permite ganhos aos produtores e aos frigoríficos, vantagens dentro e fora das porteiras

Com mais de 10 anos de atuação no mercado de genética suína, a marca Topgen desenvol-ve produtos alinhados às neces-sidades do suinocultor brasileiro e possui atendimento personalizado. O foco principal do trabalho de melhoramento genético da Topgen é linha-gem materna. Seu principal produto no mercado é a matriz comercial Afrodite. Fêmea de alta performance que se destaca pela alta prolificidade, rusticidade e longevidade, a Afrodite ostenta um desempenho que chama a atenção.

O segredo do sucesso:• Baixa repetição de cio, reduzindo as despesas com

fêmeas vazias.• Estrutura muscular e óssea capaz de suportar os

desafios pelo confinamento extremo.• Redução do índice de reposição, possibilitando

manter o plantel mais estável.• Consumo de ração ideal mesmo no verão. u

A MArCA dA genÉtiCA SuínA

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Sabor Sublime

Polpetone de carne suínaEste prato, uma das mais importantes referências da gastronomia paulistana, ganha um novo patamar de sabor com a carne suína. Atenção para o acompanhamento: a massa deve ser absolutamente neutra, no máximo puxada na manteiga, de forma a deixar prevalecer, sem ruídos, o papel do molho de marcante personalidade.

1. Homogeneizar a carne com a paprica, o curry, o sal, o ovo, o chilli e a fari-nha de pão;

2. Modelar em pequenas bolas e reservar; OBS: No momento de modelar, pode usar um cubo de mussarela de búfala como recheio;

3. Aquecer o azeite, dourar a cebola e o alho e acrescentar o louro e dourar mais;4. Juntar o tomate concasse e o tomate pelado com seu molho e deixar cozinhar por 4h. Se necessário pingar um

pouco de água para alongar a cocção;5. Após 4h acrescentar os polpetones, deixar cozinhar a carne, reduzir o molho e servir.6. Juntar à massa de sua preferência. Talharini, fusili ou penne são boas opções!

Modo de preparo

Rendimento: per capita e para 10 porções.

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