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Retrato do consumo

Pág. 26

Conheça um pouco mais sobre o perfil da nova classe média brasileira na entrevista com o publicitário e sócio-diretor do Data Popular, Renato Meirelles.

Estados investem em nichos específicos de consumo e elevam o número de profissionais capacitados e conscientes da qualidade da carne suína do Brasil

A importância e necessidade das boas práticas de fabricação. Confira o artigo da Integrall Consultoria!

Pág. 28 Pág. 44

PNDS em ação Por dentro do setor

SuinoculturaRevista da

PUBLICAÇÃO BIMESTRAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE SUÍNOS • ANO 1 • Nº 03 • JUL/AGO • 2011

XIV SNDS reúne líderes do setor edebate o futuro da suinocultura brasileira

Matéria de Capa

Pág. 10

ENCONTRO HISTÓRICO

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Em um dos lugares mais bonitos do Brasil, o XIV Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura superou as expectativas e foi consagrado pelos participantes como o melhor

evento da suinocultura deste ano!

Organizado pela Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) e pela Associação Baiana de Suinocultura (ABS), o evento aconteceu de 3 a 5 de agosto, no Hotel Pestana, em Salvador/BA e reuniu grandes suinocultores, líderes da cadeia e das associações estaduais, além de representantes das maiores empresas do setor, tendo a maior participação de formadores de opinião da suinocultura da história do encontro e principalmente contou com a presença da agroindústria que se apresentou aberta ao nosso discurso e acredita que sim, juntos somos mais fortes.

Consolidamos também o posicionamento do suinocultor brasileiro e minamos a segregação da atividade, em que éramos denominados ora independentes, ora integrados de pequeno porte do Sul, ora integrados de grande porte do Centro-Oeste, ora exportadores. Somos todos produtores de suínos. Quem nos separa quer nos dividir. Quem vai a Brasília sozinho na ilusão de representar um segmento não alcança seus objetivos e enfraquece a representação nacional. E nossa intenção foi que este abençoado encontro de Salvador marcasse também o encontro da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos com uma só voz: a voz do interesse dos suinocultores brasileiros unidos.

Juntos podemos discutir os desafios e oportunidades na suinocultura e encontrar saídas que fortaleçam cada agente dessa cadeia! Neste Seminário debatemos os principais entraves para o aumento de consumo, geramos debates inéditos sobre o futuro da produção de suínos ampliando os focos de atuação para o desenvolvimento setorial.

Por isso, gostaríamos de agradecer a todos os suinocultores, que acreditaram no ideal proposto pela ABCS, aos parceiros e patrocinadores que confiram em nossa capacidade de articulação e ainda aos palestrantes que abriram portas e quebraram paradigmas nesse encontro.

E a revista desse mês vem para celebrar esse encontro e fomentar ainda mais as discussões e cenários apresentados durante o SNDS. Na matéria de capa temos uma cobertura completa de cada Painel, com a visão dos palestrantes presentes e um cenário geral de cada debate. Uma entrevista pra lá de interessante com o publicitário e sócio-diretor do Instituto Data Popular, Renato Meirelles, que no Seminário surpreendeu o público com o novo perfil da classe média brasileira. Completamos o ciclo com importantes depoimentos de líderes da suinocultura e um mural de fotos que dá o panorama desse Seminário considerado histórico para a ABCS.

Mas como as atividades não param, nosso leitor vai poder conferir cada ação que ocorreu nos estados participantes do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), além de ficar por dentro de todas as outras conquistas da entidade pelo “Giro ABCS”. Nesta edição, também contamos com o artigo elaborado pela Integrall Consultoria – Soluções em Produção Animal, que aborda a importância das Boas Práticas de Fabricação e vem para apresentar um material inédito que a ABCS proporcionará para o setor na área de produção. Aguarde!

Boa leitura!

Marcelo LopesPresidente da Associação Brasileira

dos Criadores de Suínos EDIT

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Giro ABCSCenário atual da suinocultura brasileira é apresentado ao novo ministro.

O que dizem os participantesdo XIV SNDS

Os melhores momentosregistrados para você

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EXPEDIENTE

ÍND

ICE

ABCS - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE SUÍNOS - Sede Brasília / SGAN 601, Módulo K, Edifício da Confederação Nacional da Agricultura, CEP 70830-010, Tel/Fax: 61 2109-1620 • www.abcs.com.br • [email protected] • CONSELHEIRO PRESIDENTE: Marcelo Lopes (DF) • CONSELHEIRO FINANCEIRO: José Arnaldo C. Penna (MG) • CONSELHEIRO TÉCNICO: Marcelo Plácido Correa (BA) • CONSELHEIRO DE RELAÇÕES DE MERCADO: Valdecir Folador (RS) • CONSELHEIRO ADMINISTRATIVO: Irineu Wessler (PR) • JORNALISTA RESPONSÁVEL: Tayara Beraldi • PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Cannes Publicidade.

• Goiás 28

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Diretor da ABCS desvenda mitos sobre a carne suína

EntrevistacompublicitárioRenatoMeirelles

Opiniões de um

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XIV SNDSUm sucesso que

já era esperado para

suinocultura brasileira

abre novos caminhos

para os produtores

Entre um cliquee um flash

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ABCS ConvidaSucesso

Entre Amigos Por dentro do setor

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4641

Mercado e CotaçõesCommodities em alta prejudicaprodução de carne

PNDS em Ação 28

• Bahia 36

• Goiás 34 • Rio Grande do Sul 35

• DistritoFederal 33

• SantaCatarina 37

• Ceará 32• Minas Gerais 28

• Espírito Santo 30

Fique por dentro de tudo que acontece.

Boas práticasgarantem a segurança

dos alimentos

Um novo saborte aguarda

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Sabor Sublime

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Giro ABCS Giro ABCS

ABCS se reúnecom novo Ministro

da Agricultura

Câmara dos Deputados: ABCS discute política de preços mínimos para a carne suína

Campanha ABCS/Pão de Açúcar pode revolucionar a presença

da carne suína no varejo

SENAR Nacional e ABCS lançam treinamento na

produção de suínos

O novo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,

Mendes Ribeiro, abriu seu gabinete nesta quinta-feira, 25, para uma audiência com diversas lideranças do setor suinícola. O encontro contou com a presença do presidente da Associação Brasileria dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes; o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro Camargo Neto, além de presidentes das associações estaduais de suinocultores.

Na audiência, o presidente da ABCS fez uma breve explanação do atual cenário da suinocultura brasileira, sobre os altos custos de produção e a baixa remuneração da cadeia nos últimos tempos, não tendo interferência do

A batalha da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS)

pela sustentabilidade do setor não para. A política de garantia dos preços mínimos sempre foi um dos maiores anseios da atividade e pode se tornar uma realidade para o produtor, isso por que nos próximos dias a entidade levará à Câmara dos Deputados um projeto que reivindica o estabelecimento de um preço mínimo pago pelo quilo do suíno vivo, permitindo ao setor enfrentar crises setoriais com mais vigor.

“Por meio da Frente Parlamentar

Responsável por mais de 1.500 lojas e 79 mil funcionários, o Grupo Pão

de Açúcar iniciou a maior campanha de vendas carne suína jamais realizada no país, em nível nacional. A campanha é fruto de uma ação institucional articulada pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) e ocorrerá nas 569 lojas da rede Extra Hipermercado nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e na cidade de Brasília. O Pão de Açúcar, segundo seus dirigentes, está decidido

Aprimorar a qualidade na produção é um dos princípios básicos para o

desenvolvimento do setor e, para isso, é preciso ter profissionais cada vez mais preparados. Com a meta de aumento em 2kg per capita previsto pelo Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), a produção é um dos elos que mais demandam atenção. Pensando nisso, a Associação

governo no sentido de criar políticas de abastecimento e de reparcelamento de dívidas. “Quem está pagando esta conta é o produtor”, alertou.

Segundo Lopes, se o governo federal não tomar atitudes efetivas que deem mais segurança para o produtor e tragam mais sustentabilidade para a cadeia, como o incentivo ao consumo interno e prospecção de novos mercados, haverá uma crise sem precedentes na suinocultura brasileira. “Foi um primeiro contato. O ministro conhece desta realidade, principalmente dos produtores gaúchos, mas procuramos mostrar a ele o que já vem sendo feito pelo governo e quais as demandas atuais da cadeia produtiva e quais os riscos futuros”, revelou o presidente.

da Agropecuária, identificamos um projeto sobre o tema existente na Comissão de Finanças e Tributação o que agilizará o processo de aprovação”, explicou o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, ressaltando que a relatoria que estava sob coordenação do Deputado Federal André Vargas (PT-PR) já foi direcionada ao Deputado Federal Jeronimo Goergen (PP-RS), “um grande defensor dos direitos e reivindicações do setor suinícola, o que aumenta consideravelmente as possibilidades de aceitação e efetivação da PGPM”, comentou Lopes.

a ampliar a presença da carne suína nas gôndolas e a oferecer uma maior variedade de cortes, em consonância com o perfil da demanda de seus clientes.

Para o Presidente da ABCS, Marcelo Lopes, “estamos diante de uma oportunidade ímpar, já que o Grupo Pão de Açúcar é uma das mais importantes redes do país e suas ações tem grande efeito multiplicador”. Para apoiar o projeto, a ABCS produziu uma cartilha

Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) em uma parceria inédita para o setor com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) lançaram um treinamento qualitativo para suinocultores, gerentes e colaboradores de granja de suínos que deverão começar a operar nos estados participantes do Projeto no mês de outubro.

Quanto ao embargo de carnes imposto pela Rússia, o Ministro mantém sua posição de que o governo brasileiro irá tomar as providências necessárias para retomar as vendas de carne para a Rússia e não descarta ir, pessoalmente, a Moscou para tratar das negociações. Mendes salientou que o mercado russo tem características próprias que precisam ser trabalhadas, como a questão de acesso e o controle de mercado. Na semana passada, mais um frigorífico de SC foi vetado, ampliando a “lista negra” em vigor desde 15 de junho. Atualmente, o número de frigoríficos proibidos de exportar chega a 122. Segundo Pedro Camargo, o prejuízo é de 10 mil t/mês.

“Apesar da pujança dos números e dos grandes complexos agroindústrias envolvidas nesta cadeia produtiva, o produtor de suínos em si é o elo mais fraco deste setor, e constantemente é atingido por crises que já se tornaram cíclicas no setor”, destaca o Deputado, reivindicando a política de preços mínimos. Para o presidente, nestes momentos de crise, as políticas públicas de abastecimento de grãos podem fazer toda a diferença, “no entanto ainda falta a este setor o alicerce da política de preços mínimos definida pela PGPM”.

com uma seleção de cortes suínos para churrasco e para o dia-a-dia que serão comercializados durante a campanha.

Os consumidores acostumados a comprar pernil, costelinha e bisteca deverão se surpreender com os nomes nas gôndolas, como filé mignon suíno, carne moída, prime rib e coroa de costela. Luiz Roberto Baruzzi, gerente comercial nacional do Grupo Pão de Açúcar, explica que a ação ajudará a alavancar as vendas do produto.

Divido em 7 módulos, o treinamento tem como objetivo gerar informações de unificação e melhoria nos processos produtivos e padronização na produção, melhorando a eficiência dos trabalhos e dos índices zootécnicos e econômicos produtivos. A divisão dos módulos é referente às áreas macros da atividade como manutenção da granja, manejo de reprodução, maternidade, terminação e creche, além da fábrica de ração.

O treinamento será realizado pelos instrutores do Senar nos estados, já capacitados no inicio de 2010 pela Integrall Soluções, em parceria com as associações estaduais de suinocultura, por meio do PNDS. “Nossa expectativa é que o treinamento desenvolvido para a suinocultura por meio da expertise do SENAR seja efetivado a partir desse processo educacional proposto e que traga a evolução necessária e solicitada pelo setor”, resumiu a coordenadora da área de desenvolvimento de programas do Senar, Patrícia Machado Gomes.

Encontro serviu para apresentar o cenário e as demandas da suinocultura nacional

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Giro ABCS

Carne suína: ela não é a vilã da saúde que você imagina

Esse é o conceito que a Pfizer Saúde Animal vem disseminando entre

seus colaboradores sobre a carne suína. Em mais uma edição do Café na Bula, evento organizado pela empresa para levar mais conhecimentos aos seus colaboradores, o tema colesterol foi abordado por diversos especialistas.

O cardiologista Carlos Alberto Machado falou sobre o controle do colesterol e cuidados com a saúde cardíaca, destacando a importância, bastante difundida, da prática regular de atividade física e de uma boa alimentação. Já o médico-veterinário

e diretor-executivo da ABCS, Fabiano Coser, abordou mitos e verdades a respeito do consumo de carne suína, apresentando informações que surpreenderam a plateia. Por exemplo: você sabia que lombo suíno tem um teor de colesterol menor do que o peito de frango sem pele? “A casca do camarão e a pele de frango e, por exemplo, são riquíssimas em colesterol apesar de não serem normalmente associadas ao risco de colesterol elevado pelos brasileiros. No caso da carne suína, o lombo é corte com menor teor de gordura intramuscular”, salienta o médico veterinário.

A Pfizer Saúde Animal faz parte do programa Empresa Amiga da Suinocultura e contribui para o desenvolvimento da suinocultura brasileira.

ABCS inicia projeto de inovação e tecnologia produtiva na suinocultura

Em parceria com Sebrae Nacional, a Associação Brasileira dos Criadores

de Suínos (ABCS) desenvolveu um novo programa voltado para a produção brasileira de suínos, principalmente aquela com menor nível tecnológico, que concentra-se na região Norte e Nordeste do Brasil, onde ainda existem rebanhos com menor aporte de tecnologia e também um grande número de criações voltadas basicamente para a agricultura familiar. A expectativa é iniciar um piloto de capacitação já no mês de setembro, nos estados da Bahia e Ceará consolidando a primeira fase e, a partir dos resultados, o projeto

passará a nível nacional, estendendo para todos os estados filiados a ABCS.Com foco em atender a essa demanda, o “Programa de Inovação e Tecnologia Produtiva na Suinocultura”, denominado Suintec, tem como objetivos principais: viabilizar o desenvolvimento técnico e produtivo das granjas produtoras de suínos e fomentar ações destinadas a qualificação e aumento da produção agropecuária tecnificada de suínos, com ênfase na capacitação e geração de conhecimento para o produtor, além de implementar tecnologias e inovações organizacionais, com a valorização de mercados locais. “O foco do programa é contribuir para o desenvolvimento da suinocultura nordestina e conseqüentemente brasileira, trabalhando para uma maior estabilidade econômica da atividade

e mais benefícios sociais para os produtores e trabalhadores da cadeia produtiva”, ressalta o presidente da ABCS, Marcelo Lopes.

O público alvo prioritário são produtores e granjas suínos que tenham entre 50 matrizes e 3 mil matrizes, o que caracteriza pequenos e médios produtores dos estados da Bahia e Ceará e que fazem parte do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS). Nesse projeto piloto a previsão é atender 39 propriedades, sendo 22 na Bahia e 17 no Ceará. “A implantação do Projeto possibilitará colocar a suinocultura em elevado patamar de competitividade e beneficiará os diversos segmentos da cadeia produtiva”, afirma o Gerente de Agronegócio Sebrae Nacional, Enio Queijada.

A expectativa é iniciar a capacitação já no mês de setembro, nos estados da Bahia e Ceará

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Matéria de Capa Matéria de Capa

Encontro reuniu pela primeira vez no Brasil produtores,

agroindústria e varejo em debate aberto sobre estratégias

de desenvolvimento da produção brasileira de carne suína

XIV SNDS se consagra como o mais

importante evento de mercado da

suinocultura brasileira

Debates de alto nível, palestrantes renomados e público formador

de opinião jamais visto reunido em evento no Brasil. Este é o balanço do XIV Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (XIV SNDS). “Conseguimos reunir as principais autoridades do setor, desde os produtores até a rede varejista. Eles vieram porque entendem a importância de pensar em conjunto, discutir e apresentar novos pontos de vista sobre a atividade”, defendeu o diretor executivo da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) e membro da comissão organizadora do evento, Fabiano Coser. “Este evento foi uma excelente oportunidade para cada elo da cadeia da suinocultura conhecer melhor seus desafios e se organizar em busca de um objetivo em comum”, destacou o vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), Márcio Milan. “Todos nós temos em comum o fato de querer ampliar esta indústria. Agora precisamos nos organizar para atender este objetivo”, disse o executivo.

Ele ainda destaca a alta qualidade dos debates. “Um evento de altíssimo nível, as discussões foram extremamente relevantes e ainda tivemos a oportunidade de ver estudos e pesquisas sobre o setor em primeira mão. A ABCS está de parabéns por trazer todos os elos da cadeia produtiva e, certamente, todas as pessoas que estiveram aqui presentes aprenderam muito, pois a ABCS soube

escolher muito bem os temas e trouxe as pessoas certas para os debates”, afirmou Milan.

Debates abertos

O diretor comercial de aves e suínos da Ouro Fino, Amilton Silva, destacou a importância dos debates, que definiu como provocadores. “Foi o melhor evento ligado ao desenvolvimento da carne suína. As palestras foram de extrema importância e os debates foram provocadores, deixando vários pontos de interrogação sobre nossa forma de trabalhar, não só no aspecto técnico, como também nos aspectos sanitário e mercadológico”, afirmou o especialista.

Ele ainda elogiou a organização do encontro. “Estava muito bem organizado e a presença do público foi excelente. A ABCS tem o mérito de conseguir reunir os nomes mais importantes do setor na mesma sala e com a presença da agroindústria, que estava muito aberta para o debate. Precisamos de mais eventos assim e a ABCS é a entidade que tem legitimidade para provocar estas discussões e tem força política para levar estas discussões adiante”, finalizou.

O médico-veterinário e consultor da Integrall, Glauber Machado, ressaltou que o evento superou todas as expectativas. “A ABCS conseguiu superar as expectativas, que já eram muito grandes. É um consenso no mercado que a entidade encontrou

uma rede de trabalho extremamente importante com caminho muito bem definido e todo este trabalho foi refletido durante o evento”.

Os questionamentos levantados durante os debates foram importantes para o setor repensar algumas posições, analisou o presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira. “As informações foram de excelente qualidade, saímos daqui repensando alguns pontos da suinocultura brasileira e com a certeza de que estamos no local certo para a produção, o Brasil é o país da vez e a nossa responsabilidade é muito grande”.

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivânio de Lorenzi, compartilha da mesma opinião e elogia a organização do evento. “A ABCS está de parabéns, este evento foi muito bem pensado e apresentou as tendências mais importantes do consumo de carne suína”.

Já o diretor da Vaccinar, Nélson Lopes, avalia o encontro como extremamente produtivo e interessante. “Superou todas as expectativas, foi muito bem focado e importante estar presente”, finalizou o empresário.

Confira na página seguinte os pontos mais importantes de cada painel.

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Moderador do debate no painel “Cenários para o Agronegócio

Brasileiro”, o diretor superintendente da Agroceres, Alexandre Rosa, afirmou que nos últimos cinco anos a suinocultura passou a ser um dos setores mais rentáveis para as indústrias, por conta do crescimento na demanda interna. “Também o setor deixou de ser importador e passou a ser exportador de carne suína”, comenta.Pensando no futuro, Rosa disse que o setor terá desafios a serem enfrentados, como o custo cada vez mais pressionado, por conta da competição no uso de grãos para a alimentação animal e para a produção

de energia, através de combustíveis renováveis. “Continuaremos produzindo alimentos, mas temos de ter em mente que os custos seguirão elevados, até em função do crescimento da economia nacional, que demanda maiores salários e por conseqüência elevação no valor pago pela mão-de-obra”, sinaliza.

Para o presidente da Federação da Agricultura da Bahia, João Martins, é necessário compensar esses custos mais elevados com aumentos na produção e produtividade e também com a ampliação da gama de produtos oferecidos à população. Já o Secretário

da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária da Bahia, Eduardo Salles, aproximou o cenário para o contexto do estado. Conforme ele, o potencial de crescimento da suinocultura na Bahia é muito grande, através da implantação de novas granjas, por conta do grande potencial da região na produção de grãos. “Os estados da Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins, que formam uma região conhecida como Mapito-Ba, produzem anualmente 7,6 milhões de toneladas de soja e 3,6 milhões de toneladas de milho, matéria-prima utilizada para a alimentação na suinocultura”, encerrou.

Na palestra “O futuro da produção de alimentos e o papel do Brasil” o

especialista em planejamento e gestão estratégica Marcos Fava Neves falou sobre uma revolução silenciosa do agronegócio brasileiro apontando a influência de variáveis macroambientais em todo o mundo e da criação de uma agenda de trabalho com o que ele chama de Geração e Captura de Valor. Entre as vantagens competitivas que chamam a atenção dos olhos do mundo e das desvantagens da qualidade da mão de obra ao longo da cadeia, Fava Neves destacou a importância do agronegócio brasileiro, os grandes desafios e as mudanças estruturais pelas quais o setor vai passar em um futuro próximo. Além de traçar um panorama mundial do

O jornalista e âncora do Programa CBN Brasil, da Rádio CBN, Carlos

Alberto Sardenberg, explanou sobre o

ponto de vista dos principais players mundiais, tanto nos aspectos positivos quanto negativos Fava Neves propôs uma agenda de trabalho baseada em custos, marketing e ações coletivas.Fava Neves chamou a atenção para as vantagens competitivas do Brasil e entre as desvantagens apontou a mão de obra como gargalo. Segundo ele, no Brasil, a gestão pública deteriorada e desintonizada com o progresso privado, se alia a uma legislação trabalhista pré-histórica. Junto com isso, os custos logísticos de logística medieval, desde as estradas, passando pelos portos e chegando a frota de veículos, contribuem negativamente

tema “Cenários para o agronegócio brasileiro”. Conforme o painelista, o Brasil tem a oportunidade de ser um dos grandes fornecedores mundiais de alimentos ao mundo, pelo potencial empreendedor do setor do agronegócio, embora o país ainda necessite estar melhor preparado em termos de infraestrutura e de educação para a formação de mão-de-obra. “Também precisamos mudar a atual carga tributária brasileira, reduzindo juros e promovendo maiores investimentos para permitir que o Brasil como um todo continue crescendo”, pontua.

O comentarista econômico do Jornal da Globo, descreveu o turbulento cenário macroeconômico atual e apontou alternativas para a

com o setor. “A falta capacidade de armazenagem, baixo associativismo e cooperativismo, pouco investimento em marketing internacional, defesa agropecuária insuficiente entre outros fatores como as restrições ambientais severas são responsáveis”, falou o palestrante.

Com exemplos de noticias veiculadas nos principais jornais, revistas e sites de todo o mundo, Fava Neves apontou os ângulos da visão internacional sobre o Brasil, com os principais pontos negativos e positivos destacados para a opinião pública mundial.

produção agropecuária brasileira. Destacou ainda que as turbulências internacionais foram “contornadas” porém os governos dos Estados Unidos e vários países da União Europeia apenas “adiaram soluções definitivas já que não resolveram problemas estruturais”. Além destes, Japão e países árabes também têm quadros “desfavoráveis” para impulsionar o crescimento da economia mundial.

“O único motor da economia mundial está sendo os países emergentes, especialmente a China. Se quisermos manter o crescimento, temos muito o que corrigir internamente ainda que tenhamos evoluído muito nos últimos 15 anos”, comentou. Mas o jornalista ressalta que o Brasil está estável, “é um paísão”.

Para debatedores, suinocultura é um dos setores mais rentáveis do Brasil

Fava Neves alerta parauma revolução silenciosa do agronegócio brasileiro

Sardenberg apresenta cenário macroeconômico brasileiro

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Matéria de CapaMatéria de Capa

Como debatedor do Painel “Desafios da Suinocultura para

a Próxima Década”, o diretor de agropecuária de BRF – Brasil Foods, Luiz Stabile, defendeu a opinião da agroindústria de que Brasil necessita unir forças como cadeia produtiva para seguir competitivo. “Percebo que os diferentes elos ainda trabalham como membros isolados na suinocultura, olhando para seu próprio umbigo”. Stábile entende que o setor precisa fortalecer ações em termos de genética e sanidade, visando reduzir custos a ponto do setor se tornar competitivo, como ocorre com as cadeias de carnes concorrentes. “Por que a avicultura

O Brasil precisa ser mais competitivo frente aos mercados concorrentes

se desejar conquistar novos mercados para a carne suína. Essa foi a temática exposta pela pesquisadora sênior do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (ÍCONE), Leila Harfuch. Segundo ela, as perspectivas para a próxima década indicam um crescimento muito limitado para o comércio de carne suína no mundo. “Devemos passar de 5,177 milhões de toneladas vendidas para

O médico-veterinário e consultor, Glauber Machado, apresentou

durante o XIV SNDS um completo panorama da realidade da suinocultura brasileira e mundial, falou sobre os principais itens que vão determinar o sucesso e a competitividade do setor diante das novas exigências internacionais e do novo consumidor. Na palestra, alertou para os rumos da produção e para as tendências favoráveis de crescimento de consumo interno com o auxilio de campanhas e trabalho conjunto. “Todo e qualquer esforço privado e público em busca de ampliação de mercado externo é estrategicamente essencial. Mas nosso maior e mais consistente futuro está no mercado interno”, afirmou.

Na palestra, Glauber elencou uma série de itens essenciais e prioritários para a sustentabilidade

consegue exportar 40% da produção e a bovinocultura 30%, enquanto o volume de vendas da suinocultura não ultrapassa 10%?”, indaga. “É preciso melhorar isso”, acrescenta. O representante da BRF afirma que é preciso também investir na preparação de executivos na suinocultura, de modo a liderar mudanças nos processos de gestão, além de dispor de novas tecnologias visando um incremento de produtividade na produção de suínos.

Stábile comenta que a BRF está preocupada com a questão dos processos de integração, modelo de produção adotado por grande parte do

apenas 5,238 milhões de toneladas em 2022, segundo as projeções do FAPRI (Food and Agricultural Policy Research Institute). Por conta disso, é preciso que o Brasil busque mercados alternativos, para fugir da dependência da Rússia, considerado um país muito instável em termos de negociações”, alerta.

O indicativo é de o Japão passe a importar 1,276 milhão de toneladas em 2002, contra as 1,259 milhão de toneladas projetadas para esse ano. Leila informa que, no caso do Japão, a restrição se deve ao não reconhecimento do Brasil como área livre de febre aftosa com vacinação, mas é possível que esse cenário mude

da suinocultura brasileira diante da realidade da produção nacional como biossegurança, sanidade, bem estar animal, uso racional de antimicrobianos e o desafio de investir nos talentos humanos. Entre os exemplos citou o despreparo diante de possíveis riscos sanitários e as mudanças de perfil da produção. “A suinocultura brasileira conta com um setor privado competente e responsável. Mas não está preparado para lidar com doenças exóticas. Citou ainda a simplificação da logística e redução do custo de transporte do modelo americano e as complicações da implantação do processo no Brasil, destacando entre os desafios o custo de construção dificuldade de adaptação das instalações existentes e investimentos em manejo da temperatura, tratamento de dejetos entre outros.

setor, embora afirme que os produtores também devam compreender que quem dita o preço a ser pago aos integradores não é a indústria, mas o mercado. “É o consumidor que vai definir quando uma indústria deve pagar a mais ou a menos pelo quilo do suíno vivo, o que depende diretamente da demanda”, pontua.

Nesse sentido, ele ressaltou que foi a indústria que ajudou os produtores a obter melhor remuneração para a carne suína nessas últimas semanas, apesar do embargo russo.

a partir de uma missão prevista para agosto ao Brasil.

Olhando para o mercado interno, a pesquisadora do ICONE entende que as ações promovidas pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos e demais parceiras no Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura são muito importantes para fomentar o consumo doméstico. “Em 2010 o Brasil conseguiu quebrar a estabilidade e passou a consumir mais carne suína. Mas é preciso que o setor siga trabalhando para enfrentar a concorrência de outras carnes, como a bovina e a de frango, que dispõe de grande força de demanda”, conclui.

O palestrante citou a necessidade de investimentos em ambiência, especialmente nas fases de gestação e maternidade, diante da urgência de uma normatização do Bem Estar Animal no país “O Brasil é o único grande exportador que ainda não tem uma diretriz clara no sentido do BEA. Os EUA e os países ocidentais desenvolvidos já fizeram isso rapidamente. A percepção do consumidor é irreversível em relação ao Bem-estar Animal” finalizou Glauber.

O advogado agroambientalista e jornalista especializado em

legislação rural, Augusto Garcia, completou a primeira parte do 2º Painel com novidades aos produtores sobre o Projeto de Lei 8.023/2010, ainda em tramitação na Câmara dos Deputados, que dispõe sobre a integração vertical na agropecuária, estabelece condições, obrigações e responsabilidades nas relações contratuais entre produtores integrados e agroindústrias integradoras.

Conforme Garcia, esse novo dispositivo legal traz maiores garantias tanto aos produtores quanto às indústrias no que tange a contratações de serviços,

diferentemente da lei do Estatuto da Terra, de 1964, que dizia, em sua cláusula obrigatória, que não poderia haver vinculação entre integrados e integradoras, através da realização de trabalhos gratuitos, o que na prática não funcionaria entre as partes. “Pelo novo dispositivo, disciplinado pelo código civil, existe maior liberdade contratual, permitindo contratações de acordo com o interesse de ambas as partes”, disse.

O jornalista salienta que, apesar das modificações, o novo projeto mantém as bases legais do Estatuto da Terra no que tange a defesa do produtor.

“O prazo mínimo para a garantia de estabilidade de investimentos entre integradores e integrados permanece em 5 anos, ficam proibidos os serviços gratuitos, estão previstas multas por quebra de contrato de ambas as partes, entre outras definições, o que tende a trazer uma maior mediação e conciliação quanto a eventuais problemas entre as partes”, avalia.

BRF defende união da cadeia para o futuro da suinocultura

Cenário estabilizado no mercado externo pressiona crescimento interno

Projeto de Lei será ummarco regulatório para a

integração de suínos

Glauber Machado aponta principais desafios parao futuro da suinocultura

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Matéria de CapaMatéria de Capa

Confirmando a estratégia de atuação da ABCS, Alberto Serrentino,

especialista em varejo e sócio sênior da GS&MD, reforça que o aumento da participação feminina no mercado de trabalho, a redução das famílias e o aumento de pessoas vivendo sozinhas e com mais de 60 anos exigem novas formas de apresentação dos produtos alimentícios. “Diante dessas mudanças cresce de importância atributos como conveniência, praticidade, sustentabilidade, garantia de origem etc.”, afirma.

Segundo ele, respaldado pelo bom momento vivido pela economia

brasileira o varejo deve continuar em franca expansão no Brasil. O setor varejista, que em 2010 registrou um faturamento total de R$ 638 bilhões, avanço de 13,5% frente a 2009, deve fechar este ano com crescimento novamente na casa dos dois dígitos. “Apesar das turbulências da economia mundial, o mercado brasileiro deve crescer de forma consistente nos próximos cinco anos”, afirma Serrentino.

No que tange a aspectos regionais, o palestrante projeta uma grande expansão no potencial de consumo do Nordeste, superior até mesmo ao do

Sul do País. “A região dispõe de uma população de 56 milhões de pessoas, duas vezes maior que a do Sul do País. Se o padrão de renda se aproximar ao dos estados do sul o consumo pode dobrar, por conta dos investimentos em polos produtivos que vem sendo realizados em todo o Nordeste”, projeta.

Serrentino aponta também para a necessidade do varejo continuar oferecendo produtos básicos de uma forma satisfatória, atendendo a necessidade do cliente e fazendo cumprir o que a marca promete. “Inovar e surpreender podem ser elementos poderosos, mas fazer o básico bem feito, com consistência e sem desapontar o cliente é algo muito importante”, enfatiza.

Carne suína deve aproveitarcrescimento do varejo no Brasil

A suinocultura necessita “fincar o pé no mercado interno como

algo prioritário”, defendeu o gerente comercial do Grupo Pão de Açúcar, Luiz Fernando Baruzzi, responsável pelos segmentos de aves e suínos do grupo. “Sabemos que há novos

mercados a serem buscados pelo Brasil, mas chegamos a pensar quanto que os demais países estariam aptos a comprar de carne suína brasileira?”, provocou o gerente.

“O dia a dia do Pão de Açúcar hoje revela que até mesmo o pescado, por força da organização do setor, vende mais que a carne suína, precisamos mudar essa realidade”, disse. “Temos um diferencial de preço, que está bem abaixo da carne bovina e não muito distante da de frango. Em julho, por exemplo, o valor médio de venda da carne bovina foi de R$ 14,40, de R$ 8,70 para o suíno e de R$ 5,70 para o frango. Mas vemos que o mercado de

boi e de frango já não tem mais muito por crescer em termos de demanda, mas o suíno sim. É preciso, portanto, investir em seus grandes diferenciais, como sabor, saudabilidade e preço acessível”, pontua.

No que tange à região Nordeste, Baruzzi disse que há grandes oportunidades ao setor de carne suína para atendimento da demanda da classe C. “O Grupo Pão de Açúcar tem dificuldades para abastecer o Nordeste de carne suína e este setor tem enorme potencial para crescer. Aqui o produto é caro e a disponibilidade é pequena para o consumidor.

Para o Pão de Açúcar é preciso defender o espaço da carne suína

O crescimento econômico experimentando nos últimos anos

mudou a cara do Brasil. A renda do brasileiro aumentou e a distribuição de renda forjou uma nova classe de consumidores. “A ascensão da classe C é a principal marca desse novo Brasil”, afirma Renato Meirelles, publicitário e sócio-diretor da Data Popular. “Em meio a transformações sociais, políticas e econômicas, uma grande parte da

população saiu da pobreza e passou a integrar plenamente o universo do consumo, formando uma nova classe média que se tornou protagonista de um mercado interno crescente”, completa. “A nova classe média brasileira, novo nome concebido para as classes C, D e E, cresceu e detém um potencial de consumo anual de R$ 1,03 trilhão. Logo ele é exigente, quer comer bem e pagando muito pouco”, comenta.

Dentro dessa linha de raciocínio, verifica-se que uma empresa para ser líder de mercado nesse segmento precisa entender como a população pensa e de que forma ela quer investir seu dinheiro, perdendo o preconceito. Na última década, 20 milhões de brasileiros saíram da linha de pobreza e outros 31 milhões deslocaram-se da base para o miolo da pirâmide social.

“Essa evolução social fez explodir

o potencial de consumo no País. Neste novo Brasil, os emergentes representam 81% dos cartões de crédito, 88% de tudo o que se compra no supermercado e respondem por 76% do consumo no País”, afirma Meirelles. Segundo ele, em 2010 essa nova classe de consumidores movimentou cerca de R$ 840 bilhões. Com um potencial de consumo de R$ 1 trilhão por ano, advoga o publicitário, a classe C não pode mais ser considerada um mero segmento, ela é o próprio mercado. Para Meirelles, as empresas que souberem decifrar seu comportamento e expectativas viverão um período de grandes oportunidades.

“O primeiro desafio é entender a classe C. É preciso saber se comunicar com o povão, falar a língua deles, afirma. “Quem souber entender como funciona o consumo dessa nova classe média vai ser uma empresa de sucesso”.

Só será líder de mercado, quem for líder das classes populares, afirma o publicitário Renato Meirelles

A distribuição de renda vem mudando também o perfil do gasto

com alimentação no Brasil. Novos hábitos surgiram com o aumento do poder de compra dos brasileiros. Comer fora é um deles. Famílias que antes não tinham condições de ir a restaurantes passaram a fazê-lo. E as que já o faziam, aumentaram a frequência. “O setor contempla um milhão de estabelecimentos em todo o Brasil, com um número de refeições diárias fora do lar de 61,7 milhões em 2010, número que pode chegar a 63,3 milhões em 2014”, afirma Enzo Donna, diretor da ECD Consultoria e palestrante do 3º Painel – “Mercado e Marketing para a carne suína no Brasil”.

Segundo o especialista, essa mudança na estrutura da classe média brasileira fez com que o mercado de refeições fora do lar deslanchasse no país.

Com um crescimento anual médio entre 13% e 19%, o setor fechou 2010 ostentando um faturamento de R$ 75,1 bilhões. “O consumo de food service tem impulsionado o crescimento do ramo alimentício no Brasil. Trata-se de um mercado forte e que cresce vigorosamente”, afirma. O primeiro desafio, destacado por Donna, é ajustar a oferta. É preciso garantir o fornecimento de carne suína de acordo com a demanda dos diferentes nichos de mercado, como os segmentos de food service e de varejo, por exemplo, e, em última instância, entregá-la nos moldes desejados pelos consumidores.

“Os chefs de cozinha são os formadores de opinião de hoje. Os restaurantes foram os responsáveis pela popularização do uso de azeites, do salmão, do ketchup. Esses produtos saíram dos restaurantes e se

massificaram. Os novos cortes de carne saíram das churrascarias”, afirma. “Por isso é importante estabelecer parcerias com empresários, operadores, chefs e cozinheiros. Afinal, são eles os responsáveis pelas refeições fora de casa”.

Com 61,7 milhões de refeições diárias, setor de food service é caminho certo para ampliar consumo, afirma especilista

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Matéria de CapaMatéria de Capa

O Psicanalista Clínico e coach ontológico Homero Reis falou

sobre a capacidade de convivência como condicionante do sucesso “Um atitude agregadora aumenta a capacidade do grupo” citou ele, exemplificando as cooperativas e o associativismo como força competitiva. A palestra “Construindo o Amanhã” que abriu o último dia do XIV SNDS em Salvador/BA destacou a competência de pessoas de sucesso e deu pistas de como adquirir estas competências necessárias, chamou a tenção ainda para a capacidade de convivência como grande agente transformador do mundo “A suinocultura de daqui

O Brasil precisa destacar seus fundamentos favoráveis e vantagens competitivas para a produção, como alta densidade populacional, disponibilidade de recursos naturais, especialmente falando da água, e ausência de catástrofes naturais, defendeu o consultor e conferencista internacional Stephen Kanitz durante a palestra O Brasil que dá certo, no XIV Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (XIV SNDS), organizado pela Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) em parceria com a Associação Baiana de Suinocultura (ABS).

“Está na hora de mostrarmos ao mundo que, assim como China e Índia, nós vamos crescer via mercado interno. E entre vantagens geográficas e climáticas, temos um dos mais modernos e mais rápidos sistemas financeiros do mundo, implantado devido à inflação galopante dos anos 90”, destacou o especialista, que também apresentou rumos e indicativos da alavancagem financeira do Brasil e expectativa de crescimento nos próximos 20 anos.

Mestre em administração de empresas pela Universidade Harvard, ele aponta avanços em áreas como medicina, internet, comunicações e política entre os mais importantes fatores para o desenvolvimento nos próximos 20 anos. “Com

a 10 anos tem que começar hoje” destacou

O palestrante provocou os participantes afirmando que “O futuro não existe, ele é o resultado de escolha que fazemos agora”, exemplificando modelos de qualidade de vida diante das exigências que a competitividade impõe. “Entre as questões básicas estão como aprender a fazer aprendendo a conhecer, como aprender a ser aprendendo a conviver. E as duas diretrizes básicas são a serenidade nas relações e cuidado com o outro”.

Homero Reis contagiou a plateia questionando a capacidade diária de convivência “Veja qual a capacidade de convivência. Seu negócio depende da sua capacidade de convivência com o seu mercado”. Para Reis entre os domínios básicos do observador ele citou a corporabilidade, emocionalidade e linguagem “Toda ação revela o tipo de ser que a executa. Nosso modo de nos enxergarmos e enxergar os outros abre ou fecha possibilidades de aprendizagem” afirmou.

Homero Reis destaca para capacidadede associativismo e convivência

“É o momento de destacar vantagens competitivas brasileiras para o mundo”, defendeu Kanitz

alavancagem financeira, o Brasil vai crescer quatro vezes nos próximos 20 anos”, afirmou.

Desafios

Apesar das perspectivas positivas, o analista ressalta que o crescimento do país não vai acontecer sem desafios. O alto custo do capital no Brasil é considerado por Kanitz o principal entrave para o crescimento. “Nosso capital é caro porque os juros da dívida interna são muito altos. Se o estado paga 13% ao ano de renda fixa para rolar sua dívida, nenhum projeto empresarial com retorno abaixo de 13% ou até 19% será retirado das gavetas se o Estado oferece 13% ao ano sem risco”, afirmou.

Ele defendeu uma redução no custo da renda fixa para atrair investimentos produtivos e impulsionar o crescimento da economia brasileira. “A China, por exemplo, reduziu o custo da renda fixa para 1%, o que permitiu a empreendedores desengavetar projetos, que é tudo de que precisaríamos. É uma mudança de paradigma e tanto, e teremos muitos interesses contra, pessoas conservadoras de direita e também da esquerda que estão felizes com o cenário atual”, concluiu.

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“Na minha avaliação, o XIV SNDS

foi muito positivo, pois apresentou

temas importantes para nós suino-

cultores, até mesmo, quais os melho-

res comportamentos a se ter perante

o mercado atual e como aproveitar

melhor as oportunidades. Os apren-

dizados adquiridos no Seminário es-

tão sendo utilizados de forma eficaz

no meu dia a dia”

“Todos os elos da cadeia estiveram presentes nesse evento que, com certeza, mudou a forma de pensar do produtor. Sem dúvida as tendên-cias de mercado trouxeram um novo ponto de vista e motivaram os suino-cultores a investir na atividade.”

“Saímos daqui com um forte senti-

mento de que o mercado internacio-

nal é muito importante, mas que o

Brasil é mais importante ainda. Temos

uma população com poder de con-

sumo e grande potencial. O balanço

final é de que a partir desse evento

temos os elos da cadeia produtiva

mais sustentados”.

“O Brasil é um forte competidor mun-dial e aqui divulgamos informações relevantes para os próximos 10 anos. Dá inveja de ver o trabalho da ABCS e nós gostaríamos de fazer algo pareci-do em Portugal em torno da imagem e divulgação da carne suína”.

“As novidades apresentadas nas pa-lestras, inclusive sobre mercado e consumo, foram estimulantes. O XIV SNDS mostrou que o Brasil se moder-nizou e que a suinocultura acompa-nhou esta modernização”

“O ponto alto do encontro foi o con-teúdo das palestras aliado à oportu-nidade de encontrar formadores de opinião do setor, além de rever ami-gos e profissionais de todos os elos da cadeia”.

“Este é um evento muito importante porque reúne produtores e lideran-ças para discutir uma pauta comum no desenvolvimento da suinocultura. Outro ponto fundamental é o PNDS, com o sucesso da estratégia adota-da no sentido de convocar, através de uma liderança real. Os resultados estão aparecendo na prática”.

“Os temas foram mais abrangen-

tes, menos repetitivos e melhor di-

recionados. Outro fato marcante foi

à participação da agroindústria no

evento. Eu sempre fui contra esse

conflito entre a suinocultura e a

agroindústria e acho que essa parce-

ria renderia bons negócios”

“Sem dúvida foi um evento que

trouxe muitos assuntos importantes,

novas ideias de tendências de mer-

cado, um novo ponto de vista e um

trabalho novo, com todos os elos da

cadeia produtiva”.

“Hoje o produtor tem mais consci-ência da importância da qualidade do seu produto e das perspectivas dele no futuro do mercado de pro-teína. A carne suína tem condições de ganhar o paladar do consumidor e o Seminário trouxe essa certeza.”.

“O balanço do evento é muito po-

sitivo, pois nos proporcionou uma

visão mais ampla da atividade e

contribuiu para a união da cadeia

produtiva como um todo, uma vez

que reuniu representantes de todos

os setores”.

“O SNDS marcou uma nova posi-ção da suinocultura brasileira não só pela competência e qualidade das informações, que nos deixaram bastante orgulhosos, como também pelos desafios propostos e situações expostas, que podem acontecer de acordo com a direção que definir-mos tomar”.

“Este evento foi um sucesso pelo vo-

lume e qualidade de público e isso

prova que os conceitos que defen-

demos foram entendidos. No come-

ço foi difícil convencer muitas pes-

soas de que essa linha de trabalho é

positiva. Agora vemos a equipe toda

da ABCS e representantes de todos

os elos da cadeia produtiva em torno

desse objetivo”.

“A programação eclética, com pa-

lestrantes da mais alta qualidade,

aliado ao conforto do local foi sem

dúvida o ponto alto do evento, sem

falar no churrasco de encerramento

a base de carne suína que encantou

a todos, dando uma demonstração

clara de que a carne suína tem real-

mente um grande espaço a ser con-

quistado”.

“O XIV SNDS foi o fechamento de uma etapa de trabalho muito profis-sional, fechamos com chave de outo, um desafio muito grande e de res-ponsabilidade, principalmente pela aproximação da agroindústria”

“Temos uma parceria muito só-

lida, o Sebrae tem apoiado qua-

se seis mil produtores a garantir

sua fatia no mercado. E neste

evento encontramos o setor

todo representado”.

Alexandre Cenci,

presidente da Associação dos

Criadores de Suínos do Distrito

Federal (DFSUIN)

Custódio Rodrigues, Secretário Executivo da As-sociação de Suinocultores do Mato Grosso (Acrismat)

Henrique Fernandes,

gerente de Produtos para

Suinocultura da Vaccinar

Luis Tavares, Federação Portuguesa de Associação de Suinocultores - FPAS

Júlio Carneiro, presidente da Associação Goiana de Suinocultores (AGS)

Mário Sérgio Cutait, diretor do Grupo M. Cassab

José Lúcio dos Santos , Diretor Técnico da Microvet

Arão Morais, presidente da As-

sociação Sul Mato-grossense de

Suinocultores (ASUMAS)

Valdecir Folador, presidente da

Associação de Criadores de Suínos

do Rio Grande do Sul (Acsurs).

Paulo Helder Braga, presidente da Associação de Suinocultores do Ceará (ASCE)

José Puppin, presidente da Asso-

ciação de Suinocultores do Espírito

Santo (ASES)

José Arnaldo Penna, vice--presidente da Associação dos

Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg,)

Rubens Valentini, presidente do

comitê executivo do PNDS

Werner Meincke, Diretor

Técnico Génétiporc do Brasil

Marcelo Plácido Correa, presiden-te da Associação de Baiana de Suinocultores (ABS)

João Fernando,

responsável pelo

PNDS noSebrae Nacional

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ABCS Convida ABCS Convida

Vivemos em um tempo de real mudança econômica no país. A

tão falada nova classe média, famílias com renda entre três e 10 salários mínimos, desponta de uma parcela da população antes marginalizada social e tecnologicamente e agora se torna o público cobiçado pelas empresas. A classe C tem agora a sua vez de forma tão expressiva que está mudando até mesmo o formato social do país, que de triângulo passa a um losango, com a base encolhendo devido à nova realidade. Este consumidor se fortalece com poder de compra e é cada vez mais presente na internet. Já é a maioria e, por sua vez, já dita políticas e tendências.

De acordo com estudo do Instituto Data Popular, nos últimos seis anos, cerca de 40 milhões de brasileiros deslocaram-se da base para o miolo

da pirâmide social. Até há pouco tempo classificados como pobres ou muito pobres, melhoraram de vida e começam a usufruir de vários confortos típicos de classe média. Sua ascensão social revela uma excelente novidade: pela primeira vez na História, a classe média passa a ser maioria no Brasil. São hoje 52% da população (eram 44% em 2002) – ou 100 milhões de brasileiros que consomem R$ 1 trilhão por ano com alimentos, roupas, educação e serviços. Esse consumo equivale aos PIBs (Produto Interno Bruto) de Portugal, Argentina, Uruguai e Paraguai somados!

É essa população emergente, com seu desejo de continuar a consumir e seu foco no progresso pessoal que o publicitário e sócio-diretor do Instituto Data Popular, Renato Meirelles acredita ser o grande mercado para

a carne suína. “De sete a cada dez cartões de crédito no Brasil pertencem à classe C, que gosta de comer bem, comer muito e pagar pouco”, afirmou o especialista. É nesse contexto a carne suína se sobressai em comparação às outras proteínas, pois é acessível do ponto de vista econômico, versátil, com cortes que apresentam padronização na maciez e sabor. Confira abaixo a entrevista!

Revista da Suinocultura: Essa nova divisão das classes veio para ficar?Renato Meirelles: Existem três razões para esse processo ser definitivo no Brasil, pelo menos para os próximos anos. Primeiro, o “bônus demográfico”: mais gente que produz do que gente que gasta sem produzir. Ou seja, quando há mais pessoas em idade de trabalhar do que idosos e crianças. Segundo, é a lei do “vamos

A nova classe média brasileira

em frente que atrás vem gente”. Quem passou a dar iogurte ao filho não quer voltar a dar leite C. As classes “C”, “D” e “E” não querem voltar pra trás e querem consumir. Terceiro, as chamadas condições “macro-econômicas”: o aumento real do salário mínimo, a distribuição de renda, o Bolsa Família, que joga todo ano R$ 12 bilhões na economia e beneficia 45 milhões de pessoas, o programa “Minha Casa Minha Vida”, por exemplo. É importante não só porque dá acesso à casa própria, mas porque emprega mão de obra dessas classes. Resultado: sete de cada dez cartões de crédito são de pessoas das classes “C”, “D” e “E”.

Mas o mercado publicitário tem conhecimento desses dados?Não. A maioria dos publicitários vem da elite e tende a fazer publicidade com o público de classe “A” e “B” na cabeça. A publicidade brasileira acha brega a alegria, o colorido, o barulho, a extravagância, o São João, o exagero, Carnaval, o frevo, o artesanato popular das classes “C”, “D” e “E”. Mas, as grandes empresas começaram a se mexer em direção à base da pirâmide de renda. A Nestlé passou a vender porta-a-porta. Qual a vantagem disso? No supermercado, ninguém explica as características do produto. O vendedor na porta de casa, não: ele conhece o que vende.

Quais são os principais acertos e erros na relação entre varejo e consumidor dessa nova classe? O maior desafio é romper a dissonância que existe entre quem faz a comunicação para esse público e

quem a recebe. Em geral, os executivos de propaganda são pessoas que cresceram na classe A e têm repertório cultural, escolaridade e noções estéticas completamente diferentes. A maior parte dos brasileiros têm uma média de escolaridade de 6,7 anos e uma visão estética referenciada na cultura brasileira. O desafio é como vender um produto, uma marca, uma loja para um público diferente de você. Quando o publicitário consegue fazer

uma comunicação que dialoga com a baixa escolaridade do consumidor, utiliza cores primárias e uma linguagem simples, com certeza terá retorno de vendas. Quando sofistica demais, a comunicação não é entendida, e o consumidor simplesmente descarta o produto.

O que esse consumidor espera do varejo? Apenas preço baixo? Esse cliente, por ter orçamento limitado, não pode se dar ao luxo de errar. Entre comprar uma marca conhecida e uma desconhecida, ele prefere a primeira. Se o consumidor de classe A compra algo de que não gosta,

simplesmente joga fora. As classes populares compram considerando a relação custo/benefício, que precisa ser percebida de forma muito clara.

E para a carne suína? Como fazer para esse consumidor enxergar esse produto como a melhor opção?As pesquisas de vocês relevam que o consumidor aprova o sabor da carne, mas o que ele precisa é enxergar a

vantagem de leva-la para casa. É preciso uma aproximação seja em promoções, cortes que atendam a esse mercado e até mesmo uma campanha boca a boca. Para o consumidor popular, uma boa amiga é aquela que dá boas dicas de compra. Essa é uma diferença gritante entre clientes das classes A e B e de baixa renda. Mas a principal diferença é o motivador de compra. O consumidor das classes A e B sempre esteve inserido no universo de compra e quando consome é para se diferenciar dos seus pares. Já o consumidor de baixa renda está sendo inserido agora e compra para ser igual às outras pessoas. Enquanto um trabalha na lógica de exclusividade, o outro segue a lógica da inclusão.

Mas qual é o tamanho desse mercado?

Na última década, estima-se que 40 milhões de pessoas tenham ascendido à classe média, que hoje agrupa mais de 104 milhões de pessoas, num universo de 190 milhões de brasileiros. Até 2014, estima-se que serão 114 milhões.

E o Brasil tem estrutura para atender essa demanda? Nosso país viveu em 2010 o primeiro ano da melhor década da história, tudo aponta para isso, os números do consumidor e da macroeconomia. Quem souber entender como funciona o consumo dessa nova classe média vai ter sucesso.

“De sete a cada dez cartões de crédito no Brasil pertencem à classe C, que gosta de comer bem, comer

muito e pagar pouco”

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PNDS em Ação Minas Gerais

Frigorífico Saudali inicia consultoria industrial para ampliar produtividade e capacita

promotores de vendas

Assuvap apresenta PNDS na 46ª Expovale

Mais de 100 merendeiras de Juiz de Fora participaram do Curso de Culinária Suína

Profissionais de açougues recebem capacitação em cortes no Sul de Minas

Em Minas Gerais, o PNDS está proporcionando às indústrias

parceiras consultorias industriais para identificar oportunidades de melhorias de processos e de produtividade. O parceiro beneficiado é o Frigorífico Saudali. Em parceria com o Sebrae/MG, Associação dos Suinocultores do Vale do Piranga (Assuvap) e a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg) concretizam mais uma ação idealizada em seu plano de trabalho.

Entre os meses de julho e setembro, o frigorífico passará por uma detalhada análise que visa a melhoria dos processos. “Tivemos uma boa impressão do primeiro trabalho, que foi o diagnóstico realizado pelo PNDS, e estamos otimistas e com grande

Como forma de apoiar atividades que contribuam para o

desenvolvimento e a desmistificação do consumo da carne suína, a Associação dos Suinocultores do Vale do Piranga (Assuvap) e a Cooperativa dos Suinocultores de Ponte Nova e Região, participaram da 47ª Exposição

Cerca de 36 profissionais dos açougue das cidades

de Carmo do Paranaíba, São Gotardo e Pouso Alegre, situadas na região do Alto Paranaíba, participaram do Curso de Cortes Suínos, ministrado pelo consultor de cortes Daniel Furtado, na segunda quinzena de julho. O curso faz parte das atividades previstas para o ano de 2011 do PNDS junto da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), Associação dos Suinocultores do Triângulo e Alto Paranaíba (Astap), Sebrae/MG e Frigorífico Suinco.

expectativa para a próxima etapa, que é a elaboração do Plano de Ação para garantir a Implementação das Melhorias Identificadas” comentou Desidério Custódio Guimarães, gerente administrativo-financeiro do Frigorífico Saudali.

Adequar uma indústria de carnes às necessidades do mercado consumidor é um dos pontos fortes do projeto. “O PNDS tem trazido grandes benefícios para a cadeia suinícola como um todo, em especial para os produtores da Zona da Mata, pois estamos tendo a oportunidade de realizar ações fundamentais para o fomento do nosso setor” encerrou Fernando Soares, presidente da Assuvap.

Diante desse cenário e em meio à

Agropecuária, Comercial e Industrial do Vale do Piranga (Expovale) de 21 a 24 de julho. Além da troca de informações e confraternização, os visitantes puderam degustar petiscos a base de carne suína e conhecer, um pouco mais, sobre a história da suinocultura, começando nos

Entre os dias 09 e 10 de agosto, cerca de 130 cantineiras de

escolas municipais da cidade de Juiz de Fora participaram do Curso de Culinária Suína. O curso faz parte do plano de ações do PNDS em Minas Gerais e teve o apoio da Prefeitura Municipal de Juiz de Fora e Senac/MG. “Trabalhamos com um plano de ações bem estruturado, que envolve todos os setores da sociedade e também a cadeia suinícola de forma completa, assim sendo não poderíamos deixar de transmitir a versatilidade da carne suína para pessoas que preparam refeições em larga escala”, disse João Bosco Martins de Abreu, presidente da Asemg.

diversidade de marcas e produtos, uma boa promoção de vendas pode fazer a diferença na escolha do consumidor. Pensando nisso, o frigorífico Saudali capacitou 28 promotores com o curso: “Competência em Promoção de Vendas”. Segundo a gerente executiva da Asemg, Sabrina Cardoso, o curso foi ao encontro do atual andamento do PNDS no estado, que nos próximos meses terá campanhas de merchandising realizadas em diversos supermercados da região, no intuito de aumentar o consumo de carne suína. “O promotor de vendas é o cartão de visitas da empresa que representa, pois garante que os produtos estejam visíveis e atrativos no ponto de venda contribuindo, assim, na decisão de compra do consumidor final”, ressaltou.

primórdios da civilização até os dias atuais, por meio de 5 banners dispostos nas paredes do estande, intitulados “Túnel do Tempo da Suinocultura”.

Durante o encontro, a Assuvap recebeu do Sindicato dos Produtores Rurais de Ponte Nova uma placa em homenagem aos 25 anos de trabalho, empenho e dedicação para o desenvolvimento da suinocultura regional. Para a homenagem estiveram presente autoridades relacionadas ao agronegócio mineiro, entre elas o presidente do Conselho Deliberativo Sebrae Nacional, Roberto Simões, que recebeu um kit do frigorífico com diversos cortes de carne suína, reforçando o posicionamento do PNDS sobre os novos formatos.

Os cursos aconteceram, em dois turnos, na cozinha experimental do Senac, conseguida através da parceria do Sebrae. Segundo Mônica Silveira Cacilhas, responsável pela Supervisão de Alimentação Escolar da Prefeitura de Juiz de Fora, o resultado do curso foi muito bom. “As executoras aproveitaram muito. Serviu para esclarecer dúvidas que ainda existem sobre a carne suína e apresentar pratos, que podem ser adaptados a realidade da alimentação escolar, dando alternativas de preparo do produto” comentou.

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Espírito Santo Espírito Santo

Grande rede de supermercados do Brasilcapacita açougueiros capixabas

Presente em 590 cidades de 20 estados brasileiros, a Rede Smart

Supermercados, umas das maiores redes de varejo do Brasil, vem investido na preparação de cortes suínos no Espírito Santo. O treinamento, realizado na primeira quinzena de agosto em Cachoeiro de Itapemirim, contou com a participação de mais de 30 profissionais da rede Smart e do Supermercado Perim.

A ação é o primeiro passo para implantação dos cortes especiais de suínos nas gôndolas das 27 lojas associadas à Rede Smart Supermercados

no Espírito Santo. Ainda em agosto, dois estabelecimentos da rede, na cidade de Muqui e Mimoso do Sul, receberão a campanha “Um Novo Olhar Sobre a Carne Suína”.

“Iniciaremos a campanha pelas 17 lojas do sul do Estado e depois seguiremos para o norte e Grande Vitória”, ressalta a supervisora da Rede Smart no Estado, Zelimar Cardoso.

Para o açougueiro Magno Gonçalves de Oliveira, o treinamento foi bem proveitoso. “Tinha noções de alguns cortes, mas não sabia que dava para

fazer mais de 100 cortes diferentes de suíno. O treinamento foi muito bom, os procedimentos foram bem explicados e com a prática diária ficará mais fácil ainda o trabalho. São muitos cortes e que oferecem diversas opções para o consumidor”, destaca.

De acordo com a ASES, o trabalho iniciado com a Rede Smart no Espírito santo já despertou o interesse da rede de supermercados associados em Minas Gerais, que também pretende iniciar a campanha.

PNDS presente em duas importantes feiras capixabas

O maior evento do varejo do Espírito Santo, a Super ACAPS Panshow

2011, mais uma vez se rendeu ao sabor da carne suína. No evento, realizado em julho no estado, os mais de 26 mil visitantes puderam degustar pratos à base do produto e aprender cortes especiais. A paella capixaba de carne suína atraiu a atenção do público que passou pela Super ACAPS Panshow. Visitante ilustre, o governador do estado, Renato Casagrande, provou e aprovou da receita da adaptação da tradicional iguaria espanhola. “Um prato delicioso e saboroso. Esta é mais uma mostra do excelente trabalho realizado pelo Espírito Santo de estímulo ao consumo de carne suína”, destacou Casagrande.

No estande disponibilizado pelo Sebrae, os visitantes puderam ainda

conferir a qualidade dos produtos embutidos de carne suína produzidos pelos frigoríficos capixabas Frigolife, Mosquini e Zucoloto. Fizemos muitos contatos e nossa expectativa é aumentar em 20% as vendas nos próximos meses”, disse o sócio do Frigorífico Mosquini, Marcelo Mosquini.

O Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) também marcou presença na 35ª GranExpoES – Exposição Estadual Agropecuária do Espírito Santo. Realizado de 10 a 14 de agosto na Serra, o maior evento do agronegócio capixaba ofereceu ao público deste ano cursos de cortes especiais de suíno, capacitando mais de 60 profissionais.

“Tivemos a oportunidade de levar

ao publico consumidor as inovações nos formatos de cortes da carne suína e divulgar as ações do PNDS no estado. Gradativamente estamos conquistando a confiança desse consumidor que está deixando de lado os preconceitos, erroneamente transmitidos a ele”, afirma o secretário executivo da Associação de Suinocultores do Espírito Santo (ASES), Nélio Hand.

O produtor e sócio do abatedouro de suínos Zucolotto, Jovem Zucolotto, disse estar satisfeito pelo que viu durante a exposição agropecuária. “Estamos no mercado há alguns meses e vemos que o PNDS vem fortalecendo a cada dia mais o nosso setor. Oportunidades como este evento terão sempre o nosso apoio”, enfatiza.

Merenda escolar: mais de 170 profissionais recebem treinamento

Em ação pioneira no Espírito Santo, mais de 170 merendeiras da rede

municipal de ensino de Cachoeiro de Itapemirim participaram do treinamento com orientações de preparo da carne suína para a merenda escolar, como parte das ações do PNDS. Nos dois dias de oficina as profissionais aprenderam a preparar molho à bolonhesa, strogonoff, kibe, hambúrguer, bife à parmegiana e almôndegas, todos de carne suína.

Para o secretário executivo da ASES, Nélio Hand, a ação se caracteriza como uma importante oportunidade para os frigoríficos e novos nichos de mercado. “Somente no município de Cachoeiro de Itapemirim são preparadas 38 mil refeições diárias na rede de ensino”, afirma.

Já a merendeira Arineide Oliveira de Souza Azevedo, acredita que a capacitação serviu para derrubar o

mito de que a carne suína é gordurosa. “Provando e acompanhando o preparo das receitas pude perceber que a carne suína é muito saudável e que a imagem de carne gordurosa está no passado. Os pratos são de fácil preparo e acredito que serão muito bem aceitos pelas crianças”, disse.

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Ceará

PNDS inicia ações de produçãocom sucesso no Ceará

Com a proposta de capacitar gerentes de granja, chefes de

setor e produtores no âmbito das atividades diárias desenvolvidas na granja produtora de suínos, abrangendo todos os métodos e processos desempenhados ao longo do processo produtivo, a Associação dos Suinocultores do Ceará (ASCE) em parceria com o Sebrae/CE, Senar e FAEC, iniciou o primeiro módulo do Programa de Capacitação Total (PCT) como parte das ações do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS). Em parceria com diferentes empresas do ramo, a cada edição, o PCT conta com palestras sobre assuntos variados, como manejo, técnicas, inovação, investimento em pessoal, entre outros.

Mais de 40 produtores e colaboradores das granjas participaram do I módulo

e II módulo, “A missão de gerenciar – Desafios e Perspectivas” e “Fábrica de Ração”. “Como a suinocultura é um sistema de produção dinâmico, onde as mudanças ocorrem cada vez mais rápidas no dia-a-dia das granjas é preciso um controle maior no processo de produção” explicou o presidente da ASCE, Paulo Helder Braga. Pensando nisso, o primeiro módulo incluiu o Programa 5S, considerado a tapa inicial e base para implantação da Qualidade Total e tem como objetivo mobilizar, motivar e conscientizar através da organização e da disciplina no local de trabalho.

Flávio Saboya, presidente da FAEC (Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará), que esteve presente na abertura do Programa ressaltou a importância do PCT como uma ferramenta efetiva para qualificar

a atividade suinícola e ainda obter melhoria nos processos de produção e de administração da propriedade, para obtenção de melhor resultado econômico.

Para o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, as parcerias com as empresas são essenciais para viabilizar os programas. “Sem o apoio desses parceiros seria inviável capacitar tantos profissionais assim, pois é com conhecimento técnico e especializado dos consultores que conseguimos disseminar informações tão importantes de maneira efetiva”, concluiu o presidente e ainda reforçou que por meio do PNDS os suinocultores ligados a ABS e seus colaboradores terão acesso a tecnificação e oportunidade de novos conhecimentos.

Distrito Federal

Festival gastronômico de carne suínainicia 3ª edição no DF

Com sucesso consagrado, o Festival Sabor Suíno lança a 3ª edição e

apresenta aos consumidores pratos elaborados com os melhores cortes da carne suína. A ação acontece de 13 a 30 de setembro em 44 renomados restaurantes da cidade de Brasília com receitas desenvolvidas especialmente para o evento que levam como ingredientes picanha, alcatra, lombo, prime rib e filé mignon suíno, entre outras variedades, e com os preços promocionais de R$ 24,90 e R$ 34,90.Realizado pela Associação dos Criadores de Suínos do Distrito Federal (DFSUIN), em parceria com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel/DF) e o Sebrae/DF, o Sabor Suíno foi criado com o objetivo de desmistificar os preconceitos da

carne suína e prestar um serviço ao consumidor, oferecendo um produto versátil, saudável e extremamente saboroso, explicou o presidente da entidade Alexandre Cenci.

O Festival vai ao encontro do novo perfil do brasileiro que cada vez mais procura a alimentação fora do lar. Segundo pesquisas, o percentual das despesas com alimentação fora de casa no total das despesas das famílias cresceu de 24,1% para 31,1%, nesse período, ou seja, já representa quase um terço dos gastos com alimentos. Nesta edição, número de estabelecimentos participantes confirmou o prestígio do Festival que vem mantendo sua versatilidade característica, com restaurantes mais

sofisticados a estabelecimentos mais cotidianos e descontraídos como é o caso do Bar Brahma. “No ano passado aprimoramos a logística dos frigoríficos para que os restaurantes pudessem manter os pratos mesmo com o encerramento do Festival, mas este ano nosso objetivo é aumentar a venda de carne suína” destacou o presidente.

Para o festival foi realizada uma parceria com alguns frigoríficos da cidade para que os cortes fossem comercializados com até 20% de desconto.

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Rio Grande do Sul

Vendas de carne suína crescem em supermercados de Passo Fundo

Produtores gaúchos recebem capacitação do curso D’Olho na Qualidade Rural

Dando prosseguimento às ações do Projeto Nacional de

Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS), em parceria com o Sebrae/RS, realizaram campanhas de incentivo a vendas de carne suína nos supermercados Nenê e Planalto Werlang, os dois na cidade de passo Fundo, grande centro de consumo gaúcho, que trouxeram resultado imediato após a inclusão dos cortes nas gôndolas.

Com essas novas variedades, os dois estabelecimentos conseguiram aumentar as vendas de carne suína dentro de trinta dias, período em que foi realizada a campanha. O supermercado Nenê teve um crescimento de 23%, já o Planalto Werlang obteve um aumento de 24%

nas vendas de carne suína durante o mês de julho desse ano, comparado ao mesmo período de 2010. Após receber o treinamento completo de cortes suínos, os dois estabelecimentos passaram a oferecer novos cortes, como bife suíno à milanesa, coxão mole, picadinho strogonoff suíno, carne moída suína, filé suíno, carré suíno, coxão de fora, maminha com alcatra suína, patinho e lombo suíno.

Segundo Rodrigo Ramos Rizzo, executivo do PNDS no Rio Grande do Sul, “no mercado Nenê o conceito foi sedimentado e os clientes, já na segunda semana, perguntavam pelos cortes”, reforçou. Para Ivaelso Chiba, proprietário do mercado “foi uma

Mais de 30 produtores se reuniram no curso D’Olho na Qualidade

Rural, em Sarandi/RS, como parte das ações do PNDS no estado. Estima-se que entre trabalhadores e proprietários de doze estabelecimentos produtores de suínos, o plantel de todas as granjas seja em torno de 3.500 matrizes.

Compondo a grande base para a implantação da qualidade total, o método D’Olho – parte Programa Sebrae da Qualidade Total Rural – contempla a aplicação do método japonês dos 5S, uma ferramenta de gestão que trabalha essencialmente a mudança de hábitos e comportamento, através de treinamentos, atividades práticas e visitas de acompanhamento. Segundo

campanha diferente, nunca antes realizada e que os clientes gostaram, pois os novos cortes apresentados e vendidos, combinados com a ação da promotora, chamaram a atenção deles, despertando interesse”, expôs.

Já para Adilson Dias Talfer, açougueiro do mercado Planalto Werlang, que participou inclusive do treinamento de açougueiros, “antes vendíamos apenas a costela e o pernil, enquanto que, com a campanha do PNDS, oferecemos 10 cortes diferentes de carne suína”, ressaltou, informando que mercado estenderá a campanha, oferecendo os cortes e a degustação, além da entrega das receitas, no mês de agosto.

o presidente da Acsurs, Valdecir Folador, o programa proporciona um salto de qualidade, “pois melhora a qualidade dos produtos e dos serviços, combate hábitos que geram desperdícios, melhora a produtividade e a competitividade”.

Ângelo Antônio Aguinaga, Gestor do Programa de Produção Animal do Sebrae/RS, completa, “acreditamos que o sucesso de qualquer atividade rural, passa pelo aperfeiçoamento das práticas gerenciais utilizadas e do interesse do produtor em inovar, dessa forma tingimos um dos objetivos do PNDS que é levar conhecimento à base da cadeia produtiva da suinocultura”.

Goiás

Localizada do sul de Goiás e com mais de 170 mil habitantes, a cidade de Rio Verde recebeu no mês de agosto uma série de ações visando

informar e capacitar profissionais sobre as qualidades da carne suína e também conscientizar sobre a realidade da suinocultura brasileira e a imagem da carne suína no Brasil e no mundo. Coordenadas pela Associação Goiana de Suinocultores (AGS), em parceira com o Sebrae/GO e Regional Rio Verde, Agigo, Secretaria de Educação de Rio Verde e SINCOGARV, as atividades fazem parte do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS).

Uma das ações aconteceu em parceria com a Prefeitura da cidade e apoio da Secretária da Educação, em que mais de 190 merendeiras da rede municipal de ensino receberam treinamento com orientações de preparo da carne suína para a merenda escolar. Nos dois dias de oficina as profissionais aprenderam a preparar molho à bolonhesa, strogonoff, kibe, hambúrguer, e almôndegas, todos de carne suína. “O objetivo do curso foi capacitar as merendeiras para a inclusão futura da carne suína no cardápio escolar, por meio de orientações de preparo”, explicou a gerente administrativa da AGS, Crenilda Neves, ressaltando que as participantes também puderam sugerir outros pratos, adaptações e melhores cortes do produto para utilização. Ao final do curso foram sugeridas mais de 20 alternativas de cardápio, além de informações sobre a saudabilidade e versatilidade da carne suína. Quanto aos cortes, a preferência das merendeiras é pela carne moída, em cubos e bifinhos.

Já na área de comercialização, a AGS capacitou 100 profissionais em parceria com o SINCOGARV da rede de supermercados Amiga e Smart em cortes suínos, que aprenderam técnicas para a retirada de diversos cortes da carcaça suína que podem ser oferecidos ao consumidor em quantidade porcionadas e formatos diferenciados que atendam a necessidade das famílias atuais, cada vez menores e com menos tempo para se dedicar à cozinha.

Junto ao Sebrae/GO e da Federação de Agricultura de Goiás (FAEG) a Associação também realizou a palestra “Carne Suína – consumindo com mais sabor e saúde” na Associação Comercial de Rio Verde, para mais de 70 nutricionistas da região e das entidades que preparam refeições coletivas na cidade, além de colaboradores da Secretária da Saúde. Foi realizada uma palestra demonstrando a suinocultura moderna e condições de produção da carne suína, apresentada pelo consultor da Agigo, Iuri Machado. Com mais de 17 anos de experiência na área de nutrição, Vania Mancuso, nutricionista da Cooperativa Comigo, prepara mais de 200 quilos de carne suína para atender a demanda do refeitório da entidade. “Hoje, de todas as carnes ela é mais em conta no mercado, o que a faz ser prioridade em nossos pratos, além disso, todos os cortes tem a mesma maciez e facilidade de preparo, o que nos auxilia em sempre a apresentar refeições saborosas e diferenciadas”, reforçou Vania.

A AGS esteve presente ainda na Exposição Agropecuária de Rio Verde realizando a divulgação de informações nutricionais, kits com receitas e informativos sobre a carne suína, além de degustação dos novos cortes aos participantes, que puderam conferir o sabor e a versatilidade da carne suína.

AGS capacita quase 400 profissionais em Rio Verde com foco no aumento de consumo

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Bahia

Bahia foca em capacitação de profissionais das granjas

Seminário Nacional voltaos olhos da cadeia para o potencial baiano

Depois do sucesso entre produtores de Minas Gerais, Espírito Santo

e Distrito Federal, o Programa de Capacitação Total (PCT) chega aos suinocultores baianos. Em uma parceria com o Sebrae Nacional e CNA, o Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), realiza ações estado da Bahia, junto ao Sebrae estadual, FAEB, Senar/BA e outros parceiros. Já foram concretizadas ações na área de comercialização, indústria e, agora, o PCT chegou aos suinocultores baianos dando inicio às ações na área de produção.

A Associação Baiana de Suinocultores (ABS) reuniu mais de 100 profissionais das granjas e seus associados nos dois primeiros módulo do PCT: “A missão de gerenciar – Desafios e Perspectivas”, que abordou a

importância da liderança e da gestão de pessoas, bem como a motivação da equipe e o 2º módulo “Fábrica de Ração”, que contou com controle de estoque, recepção e organização de produtos, coleta de amostras e controle de roedores. Os encontros, que teve como apoiadora a empresa Vitagri e Alltech, aconteceram no centro de treinamento do Senar/BA.

O PCT tem como ideia principal o treinamento e qualificação da mão de obra das granjas, além de gerentes e os próprios suinocultores. Junto de diferentes empresas fornecedoras do

O XIV Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura

(SNDS) reuniu mais de 400 pessoas para discutir o futuro do setor nos próximos anos e fomentar o desenvolvimento da atividade na região nordeste, uma das que mais crescem no país segundo estudos do IBGE. Atualmente a região apresenta o consumo per capita mais baixo, apenas 4kg anual.

“É inconcebível que a Bahia, grande produtor de soja e milho, matéria

ramo e em parceria com Sebrae/BA, FAEB e Senar/BA serão realizados nesse ano seis módulos de treinamentos sobre assuntos variados, como manejo, técnicas, gestão inovação, entre outros considerados fundamentais para a otimização de custos e para melhores resultados.

Modelado em sistema de minicursos com temas e carga horária específicos em cada encontro, o PCT será aplicado em 6 (seis) módulos um a cada mês, totalizando 6 (seis) meses de curso.

prima utilizada para a alimentação na suinocultura, produza apenas 25% da carne suína que consome, 50% da carne de frango e 30% dos ovos”, desabafou o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles.

O secretário, que representou o governador Jaques Wagner no encontrou, apresentou pelo menos três razões básicas para investir na Bahia. “A matéria prima é fundamental

para produzir com baixo custo, e nós temos milho e soja com as maiores produtividades do mundo”.

De acordo com o presidente da Associação Baiana de Suinocultura, Marcelo Plácido, a ideia desse projeto é, sobretudo, fazer com que a Bahia exporte carne suína para outros estados do Nordeste.

Santa Catarina

Carne suína conquista consumidoresno 1º SC Gourmet

Os mais diferenciados tipos de queijos, vinhos, especiarias,

embutidos, frutos do mar, cachaças finas, carne suína e outros produtos de delicatessen fabricados no Brasil estiveram reunidos na SC Gourmet – 1ª Mostra Brasileira de Queijos, Vinhos e Delikatessen, que aconteceu de 21 a 24 de julho no Parque Vila Germânica, em Blumenau (SC). O evento é o primeiro do gênero do país e reuniu mais de 120 empresários do ramo de alimentos e bebidas, com público estimado em 30 mil visitantes.

Além da exposição, houve palestras, workshops e jantares com harmonização de vinhos, comandados por sommeliers e chefs de expressão internacional. Foi nesse contexto que a carne suína foi apresentada aos participantes, num jantar de degustação realizado pelo Sebrae/SC em parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), por meio do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS). Preparado pelo Chef

Alessandro Eller, coordenador do curso de gastronomia da Universidade de Vila Velha/ES, o público pode conhecer por meio de uma aula-show os sabores da paella suína e também de um prato especial criado para o encontro: prime rib com purê de couve-flor e gorgonzola. “Os consumidores precisam conhecer a versatilidade da carne suína, as variedades de cortes e com isso inclui-la no dia a dia”, comentou o chef.

A feira também contou com um stand desenvolvido pelo Sebrae/SC, onde os visitantes puderam conhecer um pouco mais sobre as qualidade nutricionais da carne suína, por meio de monografias e livretos de receitas. Para o analista técnico do Sebrae/SC, Airton Ramthum a carne suína eleva seus atributos quando está presente em um encontro que reúne as novidades do mercado aos profissionais das áreas de alimentos e bebidas e também ao consumidor final. “Acreditamos que a carne suína tem um grande espaço para conquistar no mercado

brasileiro e, por isso, temos investido fortemente em ações de gastronomia, evidenciando as qualidades desse produto no intuito de elevar a meta de aumento no consumo”, explica.

Para a gestora executiva do PNDS, Anny Santos, a ação retratou a versatilidade da carne suína, pois evidenciou tanto a sua simplicidade quanto sofisticação. “Os visitantes puderam conferir desde receitas simples até as mais sofisticadas, acompanhadas de vinhos selecionados, o que retrata o potencial do nosso produto”, encerra.

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Mercado e Cotações Mercado e Cotações

Avanço no preço das commodities prejudica produção de carne

De um lado as exportações que trazem benefício ao produtor de

milho e do outro o mercado interno de grãos que inviabiliza a atividade suinícola no Brasil. Apesar do embargo russo à carne suína brasileira que assombra os suinocultores, o maior problema enfrentado atualmente pelos produtores de suínos é o aumento do custo de produção, puxado principalmente pela alta do preço do milho.

No primeiro semestre deste ano, as commodities representaram 71% das exportações brasileiras e as exportações de milho do Brasil aumentaram 38% de janeiro a abril deste ano, na comparação do mesmo período do ano passado. Os volumes registrados em 2011 foram de 2,72 milhões de toneladas, contra 1,97 milhão obtido no mesmo período do ano anterior. A alta no preço do milho começou no segundo semestre do ano passado, quando saiu de R$ 16,00 a saca de 60 quilos em São Paulo, para os atuais R$ 30,00 a saca, ou seja, dobrou o preço. Em fevereiro deste ano, a saca do produto alcançou a maior marca de sua história, segundo o analista da Scot, cerca de R$ 32,00. A perspectiva é de manutenção nesse patamar, variando entre R$ 28,00 e R$ 32,00. “O estoque de milho está 15% menor este ano ante 2010. Então, essa oferta mais justa em relação à demanda acabou pressionando o mercado. A expectativa para o próximo

semestre é de aumento dos preços, isso se continuar essa demanda firme” explicou o analista da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro.

Para a grande maioria dos agentes da cadeia a solução para o fim da crise da suinocultura nacional depende de ações efetivas do Governo Federal, como a definição de uma política agrícola eficiente para o setor de grãos e as aquisições dos estoques excedentes de carne suína. Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (ABIPECS), Pedro de Camargo Neto, a crise por que atravessa a suinocultura nacional não tem relação direta com o embargo russo. Para ele o atual quadro de penúria do setor é conseqência de um desajuste entre oferta e demanda e que se agrava com a alta cotação do milho. “Eu gostaria de desatrelar a questão da Rússia com a crise da suinocultura, já que é o preço do milho nas alturas que torna tudo mais grave”, afirmou Camargo Neto.

Ao atribuir a elevação do preço do cereal no mercado interno à falta de planejamento do Governo para a produção de grãos, insumos considerados estratégicos tanto para suinocultura como para a avicultura, o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes acredita que a definição de “uma política agrícola mais eficiente

evita aumentos desenfreados do milho que comprometem a renda do produtor de carne suína”.

Atualmente, o milho e a soja compõem até 80% da dieta de engorda dos suínos. E o milho, que representa cerca de 45% dos custos de produção do animal, tem atingido no mercado paulista R$ 32,00 a saca de 60 quilos, contra os R$ 19,00 vistos no mesmo período de 2010. Em razão disso, “os produtores estão fechando as granjas que o país precisará no futuro”, alertou. O preço da carne suína negociado no mercado no ano passado girava em torno de R$ 3,60/kg e, este ano, baixou para R$ 2,30/kg frente a um custo de produção de até R$ 2,80/kg.

O milho ainda é considerado uma referência entre os cereais porque, além de servir para a alimentação humana, é base para a produção de proteína animal, compondo as rações de frangos, suínos e bovinos. De todos os cereais em alta de preços no Brasil e no mundo, o milho é o que mais preocupa.

Com uma demanda que continua elevada, as perspectivas para uma volta a preços normais dependem, em grande parte, do aumento da produção em 2012 e das reservas de cereais repostas na nova temporada.

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Entre Amigos

O melhor balanço econômico

No mundo inteiro, quando se quer saber o potencial de retorno ou

lucratividade de uma empresa – seja ela grande ou pequena, uma das principais ferramentas de análise é o balanço. Na suinocultura acontece o mesmo – e essa regra vale tanto para as granjas, como para qualquer um de seus fatores de produção.

Para se avaliar um plantel reprodutivo, por exemplo, o que conta de fato é o balanço econômico de sua progênie. Ou seja: o volume de carne produzido

pelos seus leitões e a margem de rentabilidade proporcionada por essa produção. O resto são contas parciais, que não refletem a realidade como ela é.

A Agroceres PIC é a genética de melhor balanço econômico do mercado. Ela oferece reprodutores campeões na transmissão de características ótimas de conformação de carcaça, e as matrizes geram os leitões mais desejados e valorizados entre os suinocultores.

Isto porque são leitões superiores em velocidade de crescimento, conversão alimentar e qualidade de carcaça, trazendo vantagens em custo de alimentação, valor de cevado e rendimento de abate.

A genética Agroceres PIC não se destaca apenas em um ou outro fator zootécnico. Ela se destaca em todos os fatores zootécnicos que precisamos levar em conta ao avaliar a rentabilidade de um plantel reprodutivo.

A divisão de Saúde Animal da Boehringer Ingelheim foi um dos

patrocinadores do IV Simpósio Brasil Sul de Suinocultura, realizado no período de 9 a 11 de agosto no Centro de Cultura e Eventos Plinio Arlindo de Nes em Chapecó, Santa Catarina.

A Boehringer promoveu ações de marketing nos dias 10 e 11 através de distribuição material promocional. As pessoas responderam uma pergunta sobre a tecnologia das vacinas Ingelvac CircoFLEX™ e Ingelvac MycoFLEX™ e colocaram o cupom na urna. O vencedor foi Vanderlei Ferreira, da Granja Caboni, que ganhou uma viagem para o Congresso AASV, que

acontecerá em Denver – Colorado - de 10 a 13 de março de 2012.

A ação teve como objetivo reforçar a importância da tecnologia Impranflex nos produtos Ingelvac Circoflex e Ingelvac Mycoflex, que permite a aplicação das duas melhores vacinas contra Circovirose Suína e Pneumonia Enzoótica em uma única dose.

Conheça os integrantes da divisão veterinária da Boehringer que participaram do evento:

Gerente de Produto e Marketing • Eduardo Leffer

Gerente de Contas • Gilson Jardim

Gerente Nacional de Vendas• Leonardo Seyboth

Coordenador Técnico• Vladimir Borges

Consultor Técnico Comercial• Sadi Detoni• Mauro Donin

Promotor(a)Técnico• Juliana Calveyra• Elaer Matos

Boehringer Ingelheim patrocina IV SimpósioBrasil Sul de Suinocultura

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Entre AmigosEntre Amigos

Programa Ourofino de Suinocultura busca solução

de prejuízos nas granjas

O objetivo é planejar solução aos prejuízos sofridos pelo suinocultor

brasileiro nas principais patologias entéricas, respiratórias, reprodutivas e nervosas que acometem os animais em todas as fases de criação. O diretor do departamento de Suínos da Ourofino, Amilton Silva, afirma que o Programa foi idealizado para atender a carência da suinocultura nacional na área de prestação de serviços diferenciados. “O Programa oferece condições para

O atual cenário de preços elevados das commodities eleva a pressão

por custos baixos na suinocultura. Eficiência produtiva passa a ser uma questão de se manter ou não na atividade e a qualidade das matérias-primas na dieta dos animais pode ser um aliado importante para o produtor, destacou o gerente nacional de suínos da Agroceres Multimix, Edmo Carvalho.

“As condições climáticas e de armazenamento dos insumos podem favorecer a contaminação dos grãos por micotoxinas. Por isso, é importante

os suinocultores tomarem decisões estratégicas com a utilização racional da antibióticoterapia. Identificamos a necessidade desta orientação, principalmente no manejo preventivo e profilático dentro da granja e criamos o programa que caminha direto para a rentabilidade, maximizando o investimento”. No Programa, médicos veterinários acompanham a rotina da granja para a formatação de uma análise detalhada sobre os principais desafios a serem vencidos nas instalações e que atrapalham o desempenho do animal.

Como funciona

O trabalho do PO$ começa com a visita de um médico veterinário da Ourofino

prestar atenção na qualidade das matérias-primas, que tem impacto direto na qualidade da ração e, consequentemente, no desempenho do plantel”, afirmou o técnico que defende o uso de adsorventes para garantir a qualidade da dieta e eficiência de produção.

Micotoxinas

Fumonisina, zearalenona e aflatoxina são apontadas por Carvalho entre as micotoxinas que mais desafiam as granjas brasileiras. “Uma contaminação por fumonisina em suínos está

à granja, o qual fará uma análise das situações externas e internas que podem ocasionar algum tipo de patologia, diminuição do desempenho zootécnico e até mortalidade dentro da granja.

Após esta etapa, o especialista acompanha o abate dos animais para uma análise patológica, que engloba os principais órgãos dos suínos e as informações coletadas serão inseridas no Programa de Avaliação Patológica no Abate de Suínos (ProAPA). Com estas informações, o PO$ fornecerá um relatório detalhado da situação atual da granja e dos problemas encontrados, sugerindo medidas profiláticas mais adequadas.

relacionada com imunossupressão, que diminui a resistência dos animais contra os desafios do campo. O uso de adsorventes AGFix atua em problemas como este”.

A contaminação pela micotoxina zearalenona provoca problemas reprodutivos. “Problemas de atrofia de testículos, ovários, infertilidade, abortos são comuns em casos desta contaminação. O adsorvente AGFix Zea 3 é usado para combater esta micotoxina, além da fumonisina e aflatoxina”, finalizou Carvalho.

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A área de negócios Feed Additives da Evonik Industries AG (Alemanha) disponibilizou uma nova versão do AMINODat® sob o tema, Exija o Melhor = AMINODat®4.0“. Por mais de 20 anos a Evonik tem disponibilizado aos clientes o AMINODat® - o mais detalhado e atualizado banco de dados sobre a composição em aminoácidos dos

da ração e da criação dos animais. Para o monitoramento das novas matérias primas, o AMINODat®4.0 apresenta resultados analíticos em aminoácidos para uma avaliação precisa, fornecendo assim, base para tomada de decisão e atualização das matrizes no software de formulação.

Isto proporciona uma formulação que auxilia na redução da margem de segurança, mantendo o alto padrão da qualidade da ração e o desempenho animal. O novo banco de dados AMINODat®4.0 está disponível nas versões Gold e Platinum.

mais variados ingredientes destinados a Nutrição Animal no mundo. A 4a. Edição foi ampliada, abrangendo 28.000 análises de aminoácidos em mais de 130 ingredientes de todas as regiões do mundo. Esta edição de aniversário, lançada na ocasião dos 50 anos de serviços analíticos fornece o mais detalhado e atualizado perfil de aminoácidos além de incluir as recomendações nutricionais para animais monogástricos.

Ao longo de toda cadeia de valor em nutrição animal, o novo AMINODat®4.0 oferece oportunidades únicas para aumentar a lucratividade

Agroceres Multimix lança linha de adsorventes AGFix para suínos

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Por dentro do setor

Boas práticas de fabricação: garantindo a segurança

dos alimentos e das pessoas.Stefan Alexander Rohr, médico-veterinário, MBA em

Planejamento e Gestão Empresarial, sócio Integrall Consultoria.

Introdução:

As Boas Práticas de Fabricação (BPF) são um conjunto de normas

empregadas em produtos, procedi-mentos, serviços e edificações, visan-do a promoção e a certificação da qualidade e da segurança do alimen-to, ou seja, uma série de princípios e regras para o correto manuseio de ali-

mentos, abrangendo desde as matérias-primas até

o consumo final, de forma a garantir a saúde e integridade dos animais e do homem.Através deste pro-grama fica garan-tida a questão da rastreabilidade, o que é de suma im-

portância na cadeia produtiva atual. Durante a implantação do programa também serão detectados os pontos de estrangulamento da produção – PCC ou Pontos Críticos de Controle. Em outro momento, que é quando das auditorias internas, o mesmo vai ocorrer. No mínimo nestes dois mo-mentos, ter-se-á a oportunidade de intervir, planejando as ações correti-vas e determinando a melhor solução para cada caso.

Os objetivos principais do progra-ma são:

a) Prover conhecimento sobre os prin-cípios do BPF;b) Produzir alimentos que sejam se-guros e adequados para consumo animal;c) Garantir a segurança dos envolvi-dos na produção dos alimentos;d) Assegurar que o consumidor tenha

a informação adequada e clara, através da rotulagem.

1. Legislação brasi-leira e internacional relacio-nada

As normas pertinentes ao BPF estão descritas na Ins-trução Normativa nº 04 de

27 de fevereiro de 2007 e sob responsabilidade do Ministé-rio da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Existem ainda outras duas nor-mativas relacionadas à pro-dução de alimentos que são: Instrução Normativa nº 65 de

21 de novembro de 2006, que

regulamenta o uso de antimicrobiano em rações para animais e a Instrução Normativa nº 17 de 07 de abril de 2008 que dita as regras para a produ-ção de rações para ruminantes e não ruminantes em especial no tocante ao uso de produtos de origem animal (Ex.: farinha de carne).

A Instrução Normativa nº 04 se apli-ca a estabelecimentos fabricantes ou fracionadores de produtos destinados à alimentação animal, tais como: fá-bricas de rações, fábricas de protei-nados, fábricas de núcleo, fábricas de premix e fábricas de sal mineral. Estas empresas podem ser empreen-dimentos privados, cooperativas, in-tegradoras e particulares onde fique configurado o comércio de ração. To-dos estes estabelecimentos têm que ter registro junto ao MAPA no Serviço de Inspeção Federal (SIF).

Esta legislação descreve detalhada-mente os requisitos higiênico-sani-tários das instalações, equipamen-tos e utensílios (localização, vias de trânsito, instalações, equipamentos, utensílios, limpeza, desinfecção e lu-brificação), requisitos higiênico-sani-tários do pessoal, requisitos higiêni-co-sanitários da produção e requisitos higiênico-sanitários da produção, que engloba a matéria-prima, prevenção da contaminação cruzada, o uso da água, a própria produção, embala-gem, controle da qualidade, docu-mentação, registro, armazenamento, conservação e transporte.

Quanto à legislação internacional so-bre o assunto, ela é específica para

cada país. A alternativa correta é sempre consultar a legislação vigente em cada país com o qual se quería ter alguma relação. Os orgãos pertinen-tes devem ser consultados e deve-se verificar quais são as exigencias a se-rem atendidas.

2. Importância da implantação do BPF

A importância de implantar-se o pro-grama de BPF em uma fábrica de ra-ção animal reside em diversos fatos, entre eles:

a) Os produtos serão de melhor qua-lidade;b) Os produtos poderão oferecer uma maior segurança;c) Como consequência, as reclama-ções de consumidores sofrerão um decréscimo;d) O ambiente de trabalho torna-se limpo e seguro;e) Ocorre aumento da produtividade;f) Ocorre a motivação da equipe.

No processo de implantação do BPF é parte integrante do processo, a redação do manual de BPF. Cada estabelecimento deverá possuir um manual de procedimentos próprio e específico para o estabelecimento, que tenha base científica e que aten-da as exigências estabelecidas pela IN 4. É um documento que deve estar disponível também para os fiscais agropecuários. A IN 04 serve de guia e orientação para elaboração deste documento. A implantação do pro-grama BPF deve ser executada por uma consultoria.

As áreas de aplicação do programa estão listadas a seguir. É importante que todos tenham o conhecimento do fato. O programa certamente não será exitoso caso alguma área não participe de uma maneira ou outra do processo. O envolvimento de todos é fundamental.

a) Setor de recebimento e armazena-mento de matérias-primas;b) Setor de produção, armazenamen-to e expedição de produtos acabados;c) Limpeza/Higienização das instala-ções (áreas interna e externa), equi-pamentos e utensílios;d) Higiene e saúde do pessoal;

e) Potabilidade da água;f) Setor de produção;g) Compra de matéria-prima;h) Manutenção e calibração de equi-pamentos e instrumentos;i) Controle integrado de pragas;j) Controle de resíduos e efluentes; k) Garantia de rastreabilidade;l) Setor administrativo;m) Processos.

3. Garantindo a segurança do tra-balhador

Um programa de Boas Práticas de Fa-bricação necessariamente deve con-templar os aspectos da segurança do trabalho, garantindo assim além da segurança do alimento, a seguran-ça do trabalhador. O mais indicado é conciliar o BPF com um Programa de Gestão de Segurança, Saúde e Meio Ambiente do Trabalho Rural, que legalmente, “visa à preservação da saúde e da integridade dos tra-balhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conse-quentemente o controle da ocorrên-cia de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais” (NR 31).

O principal objetivo do Programa de Gestão de Segurança, Saúde e Meio Ambiente do Trabalho Rural é elimi-nar ou reduzir os riscos ambientais a níveis compatíveis com os limites de tolerância, bem como eliminar ou re-duzir os riscos ergonômicos e riscos de acidentes (atmosferas explosivas, deficiências de oxigênio, riscos decor-rentes de trabalhos em altura, riscos decorrentes de eletricidade, riscos de-correntes de modificações e introdu-ções de novas tecnologias e outros).

No Programa de Gestão de Seguran-ça, Saúde e Meio Ambiente do Traba-lho Rural, obrigatoriamente, devem ser contemplados no mínimo os as-pectos abaixo relacionados:

a) Levantamento dos riscos físicos, ergonômico, mecânico, químicos e biológicos;b) Mecanismo de eliminação dos ris-cos através da substituição ou ade-quação dos processos produtivos;

c) Adoção de medidas de proteção para controle dos riscos na fonte;d) Adoção de medidas de proteção pessoal;e) Ações de melhoria das condições e meio ambiente de trabalho existen-tes.

4. Bibliografia

4.1. Gestão do Alimento Seguro, Sindirações, versão 3.0, outubro de 2006.

4.2. Instrução Normativa nº 04 de 27 de fevereiro de 2007.

4.3. Manual do Treinado – BPF Sindi-rações – Auditor Interno, 3ª edição, rev. 01, SGS.

4.4. Programa Feed & Food Safety, Fundação Vanzolini, Educação Conti-nuada, São Paulo, 2008.

4.5. SILVA, N. e ZANELLI, J. C.. Cul-tura Organizacional. Em J. C. Zanelli; J. E. Borges-Andrade e A. V. B. Bas-tos (Eds.). Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2004.

4.6. UNIVERSIA. Profissionalização e Gestão de Pessoas. Disponível em: <http://www.universia.com.br/html/materia/materia_igee.html> Acesso em: 05 nov. 2007.

4.7. NORMAS REGULAMENTADO-RAS – NR – Ministério do Trabalho. Disponível em: <http:// www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamen-tadoras> Acesso em 14 de janeiro de 2011.

4.8. www.agricultura.gov.br

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Este prato, uma das mais importantes referências da gastronomia paulistana, ganha um novo patamar de sabor com a carne suína. Atenção para o acompanhamento: a massa deve ser absolutamente neutra, no máximo puxada na manteiga, de forma a deixar prevalecer, sem ruídos, o papel do molho de marcante personalidade.

Ingredientes:• 1kg. de carne suína moída • Páprica picante• Curry • Sal• 3 Ovos • Chilli• Farinha de pão

Molho ao sugo: • Azeite de oliva• Cebola e alho brunoise • Louro • 1kg Tomate sem pele e semente (cortado em cubinhos)• 500gr Tomate pelado laminado • Sal e Pimenta do reino

Modo de preparo: 1. Homogeneizar a carne com a páprica, o curry, o sal, o ovo, o chilli e a farinha de pão, 2. Modelar em pequenas bolas e reservar. Obs: No momento de modelar, pode usar um cubo de mussarela de búfala como recheio;3. Aquecer o azeite, dourar a cebola e o alho e acrescentar o louro e dourar mais.4. Juntar os dois tipos de tomate com seu molho e deixar cozinhar por 4h. Se necessário pingar um pouco de água para alongar a cocção;5. Após 4h acrescentar os polpetones, deixar cozinhar a carne, reduzir o molho e servir.Juntar à massa de sua preferência. Talharini, fusili ou penne são boas opções! Rendimento: 10 porções

Sabor Sublime

Polpetone de carne suína

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